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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ANÁLISE DA TECNOLOGIA RFID NAS OPERAÇÕES HOSPITALARES POLINE ANDRADE BALBI PRISCILLA CRISTINA CABRAL RIBEIRO NITERÓI JULHO / 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF

ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ANÁLISE DA TECNOLOGIA RFID NAS

OPERAÇÕES HOSPITALARES

POLINE ANDRADE BALBI

PRISCILLA CRISTINA CABRAL RIBEIRO

NITERÓI

JULHO / 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

POLINE ANDRADE BALBI

ANÁLISE DA TECNOLOGIA RFID NAS OPERAÇÕES HOSPITALARES

ORIENTADORA: PRISCILLA CRISTINA CABRAL RIBEIRO

NITERÓI

2018

Projeto Final apresentado ao

curso de Engenharia de Produção da

Universidade Federal Fluminense,

como requisito parcial para aquisição

do Grau de Engenheiro de Produção.

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B172a Balbi, Poline Andrade

Análise da tecnologia RFID nas operações hospitalares /

Poline Andrade Balbi ; Priscilla Cristina Cabral Ribeiro,

orientadora. Niterói, 2018.

108 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia

de Produção)-Universidade Federal Fluminense, Escola de

Engenharia, Niterói, 2018.

1. Operações hospitalares. 2. Identificação por rádio-

frequência. 3. Produção intelectual. I. Título II.

Ribeiro,Priscilla Cristina Cabral, orientadora. III.

Universidade Federal Fluminense. Escola de Engenharia.

Departamento de Engenharia de Produção.

CDD -

Ficha catalográfica automática - SDC/BEE

Bibliotecária responsável: Fabiana Menezes Santos da Silva - CRB7/5274

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POLINE ANDRADE BALBI

ANÁLISE DA TECNOLOGIA RFID NAS OPERAÇÕES HOSPITALARES

Aprovada em 13 de Julho de 2018.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________________

Prof. Dra. Priscilla Cristina Cabral Ribeiro – Orientadora

Universidade Federal Fluminense

______________________________________________________________________

Prof. DSc. Carlos Francisco Simões Gomes

Universidade Federal Fluminense

______________________________________________________________________

Prof. Dr. Marcelo Maciel Monteiro

Universidade Federal Fluminense

NITERÓI

2018

Projeto Final apresentado ao

curso de Engenharia de Produção da

Universidade Federal Fluminense,

como requisito parcial para aquisição

do Grau de Engenheiro de Produção.

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RESUMO

No setor da saúde, as estatísticas demonstram um número elevado de mortes advindos por

eventos adversos e por erros que poderiam ser prevenidos. Tais dados retratam a importância

do controle de tais ocorrências e a necessidade de melhorar o serviço da saúde e aumentar a

segurança do paciente. Além disso os hospitais estão em um nível inferior ao dos setores

indústria e serviço, em termos de inovação e adoção de tecnologia. Para sanar esse problema,

as maiores redes têm implantado tecnologias de informação (TI), com ênfase em rastreabilidade

e identificação, como a identificação por rádio-frequência (RFID), a fim de alcançar melhorias

na gestão hospitalar. Nesse sentido, a RFID agiliza processos e aumenta a confiabilidade nas

informações geradas. Devido à relevância das operações da área da saúde e à necessidade dessa

organização adotar a tecnologia RFID, esse estudo possui como objetivo analisar a tecnologia

de identificação RFID no controle de ativos (equipamentos), pacientes e insumos hospitalares

nas operações de dois hospitais, por meio de atributos de avaliação de TI. O método utilizado

na pesquisa foi o estudo de caso múltiplos, com duas redes de hospitais privados, referência no

País, com abordagem qualitativa e coleta de dados a partir de entrevistas semiestruturadas. As

respostas dos entrevistados foram analisadas contrapondo-as com a revisão da literatura e

construindo análises gráficas comparativas entre os dados. As avaliações positivas como

resultado obtido confirmaram as melhorias das operações após a adoção da tecnologia,

benefícios da rastreabilidade, maiores níveis de precisão do inventário e eliminação de

processos manuais. Além da qualidade da própria etiqueta e do desempenho do sistema, a RFID

trouxe um aumento da rentabilidade para as instituições pesquisadas.

Palavras-chave: operações hospitalares, tecnologia da informação, identificação por rádio-

frequência, atributos de avaliação de TI.

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ABSTRACT

Considering health sector, statistics still show a high number of deaths due to adverse events

and avoidable mistakes. These data reflect the importance of controlling such occurrences and

the need to improve health service and enhance patient safety. Moreover, hospitals are at a

lower level than the industry and service sectors in terms of innovation and technology

adoption. To solve this problem, the largest networks have deployed information technology

(IT), with an emphasis on traceability and identification, such as radio frequency identification

(RFID), to achieve improvements in hospital management. In this regard, RFID streamlines

processes and increases the reliability of the produced information. Due to the relevance of

healthcare operations and the need of this organization to adopt RFID technology, this study

aims to analyze the RFID identification technology in the asset tracking (equipment), patients

and hospital supplies in the operations of two hospitals, through IT evaluation attributes. The

method used herein was the multiple case study, with two networks of private hospitals,

reference in the Country, with qualitative approach and data collection from semi-structured

interviews. The answers were analyzed by comparing them with the literature review and by

constructing comparative graphical analyzes between the data. Positive evaluations as a result

have confirmed improvements in operations after adoption of the technology, benefits of

traceability, higher levels of inventory accuracy and elimination of manual processes. Besides

the quality of the label itself and the system performance, RFID has brought increased

profitability to the researched institutions.

Key-words: hospital operations, information technology, radio-frequency identification, IT

assessment attributes.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus e a Nossa Senhora por todas as benções e proteção, por sempre guiar meus

caminhos e permitir realizar essa conquista.

Aos meus avós, exemplo de fé e amor, agradeço todas as orações e carinho. Aos meus pais,

Aldo e Lucilene, exemplos de dedicação, amor e resiliência, que não mediram esforços para

ver suas três filhas formadas. Obrigada por me ensinarem o verdadeiro significado de família.

Às minhas irmãs, Mariele e Verena, por me acompanharem em toda minha vida, com muito

apoio, conselhos e puxões de orelha. Sou muito grata por ter vocês em minha vida. Aos meus

cunhados, por todo carinho com a irmã mais nova. À minha prima e irmã, Fabiana, pela

paciência diária nessa fase final.

Ao Tadeu, por todo companheirismo, amor e amizade. Obrigada por sempre acreditar em mim

e ser meu grande incentivador.

Aos amigos da faculdade, que dividiram choros e risadas, estudos e diversão. Aos amigos do

intercâmbio, por me mostrarem que juntos somos muito fortes e capazes. Às minhas amigas de

infância, que sempre estiveram ao meu lado, independente da distância. A todos que estiveram

presentes ao longo dessa caminhada, torcendo sempre por mim, o meu muito obrigada!

À minha orientadora, Priscilla, pela sabedoria e conhecimentos compartilhados ao me instruir

e me ajudar com o projeto. Obrigada pela paciência, pelos ensinamentos, conselhos e conversa.

Você é exemplo de dedicação.

Por fim, agradeço a UFF, universidade tão acolhedora. Obrigada a todos os professores e

colaboradores que contribuíram para que eu me tornasse engenheira.

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LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS

CRM Customer Relationship Management

EPC Electronic Product Code

ERP Enterprise Resource Planning

EUA Estados Unidos da América

Gtt Goods that talk

HF High Frequency

IOM Institute of Medicine

IoT Internet of things

JCI Joint Comission International

LF Low Frequency

NWH Northern Westchester Hospital

RFID Radio Frequency Identification

RTLS Real-Time Location Systems

SI Sistemas de Informação

SMUL Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento

SUS Sistema Único de Saúde

TI Tecnologia da Informação

TIC Tecnologia da Informação e Comunicação

UHF Ultra High Frequency

UTI Unidade de Terapia Intensiva

WSN Wireless Sensor Networks

WVU West Virginia Healthcare

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Vantagens e desvantagens do código de barras comparado ao RFID. ........... 21

Quadro 2: Benefícios do RFID ....................................................................................... 23

Quadro 3: Atributos para avaliação do RFID ................................................................. 37

Quadro 4: Resumo do perfil dos entrevistados ............................................................... 48

Quadro 5: Melhorias significativas de acordo com a operação hospitalar – hospital A . 55

Quadro 6: Vantagens e desvantagens da RFID – hospital A .......................................... 56

Quadro 7: Benefícios hospital A – avaliação antes e depois da implantação da RFID .. 57

Quadro 8: Atributos de avaliação da RFID – hospital A ................................................ 58

Quadro 9: Pontuação referente ao atributo características do cenário – hospital A ........ 59

Quadro 10: Melhorias significativas de acordo com a operação hospitalar – hospital B 59

Quadro 11: Vantagens e desvantagens da RFID – hospital B ........................................ 60

Quadro 12: Benefícios hospital B– avaliação antes e depois da implantação da RFID . 61

Quadro 13: Atributos de avaliação da RFID – hospital B .............................................. 62

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Hospitais do Brasil .......................................................................................... 50

Tabela 2: Leitos Hospitalares no Brasil .......................................................................... 51

Tabela 3: Dados do serviço do Hospital A ..................................................................... 53

Tabela 4: Dados do serviço do Hospital B ...................................................................... 54

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Funcionamento de sistemas RFID. .................................................................. 18

Figura 2: Sistema de saúde com RFID ............................................................................ 38

Figura 3: Pontuação do E1 – interferência e sensibilidade ............................................. 64

Figura 4: Pontuação do E1 – cenário de implantação ..................................................... 65

Figura 5: Pontuação do E1 para o aspecto técnico – grupo 1 ......................................... 66

Figura 6: Pontuação do E1 para o aspecto técnico – grupo 2 ......................................... 67

Figura 7: Pontuação o E1 para aspecto econômico ......................................................... 68

Figura 8: Pontuação do E1 – interferência e sensibilidade ............................................ 69

Figura 9: Pontuação do E1 – cenário de implantação ..................................................... 70

Figura 10: Pontuação do E1 para o aspecto técnico – grupo 1 ....................................... 71

Figura 11: Pontuação do E1 para o aspecto técnico – grupo 2 ....................................... 72

Figura 12: Pontuação do E1 para o aspecto econômico .................................................. 73

Figura 13: Pontuação do E2 – interferência e sensibilidade ........................................... 76

Figura 14: Pontuação do E2 para o aspecto técnico ........................................................ 77

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13

1.1 Formulação do Problema ................................................................................ 13

1.2 Justificativa ..................................................................................................... 15

1.3 Objetivos ......................................................................................................... 16

1.3.1 Objetivo geral .............................................................................................. 16

1.3.2 Objetivo específico ...................................................................................... 16

1.4 Delimitação do tema ....................................................................................... 17

1.5 Estrutura do trabalho ....................................................................................... 17

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................... 18

2.1 RFID: conceitos, aplicação e integração ......................................................... 18

2.1.1 Sistemas RFID............................................................................................. 18

2.1.2 Aplicações ................................................................................................... 20

2.1.3 Benefícios .................................................................................................... 22

2.1.4 Dificuldades ................................................................................................ 23

2.2 RFID na prevenção de perdas de estoques e seu impacto na cadeia de

suprimentos ..................................................................................................................... 24

2.3 Atributos de avaliação de TIs de identificação ............................................... 31

2.3.1 Avaliação de TI/SI ...................................................................................... 31

2.3.2 Avaliação da RFID ...................................................................................... 32

2.4 RFID em processos hospitalares ..................................................................... 37

3 METODOLOGIA ................................................................................................ 42

3.1 Método de pesquisa ........................................................................................ 42

3.2 Abordagem de pesquisa .................................................................................. 43

3.3 Técnica de coleta de dados ............................................................................. 44

3.4 Análise de dados ............................................................................................. 46

3.5 Amostra ........................................................................................................... 47

4 DISCUSSÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS ................................................ 49

4.1 Setor saúde e organização de pesquisa ........................................................... 49

4.1.1 Hospital A ................................................................................................... 52

4.1.2 Hospital B .................................................................................................... 53

4.2 Apresentação de resultados ............................................................................. 54

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4.2.1 Hospital A ................................................................................................... 54

4.2.2 Hospital B .................................................................................................... 59

4.3 Análise e discussão dos resultados ................................................................. 62

4.3.1 Hospital A ................................................................................................... 63

4.3.2 Hospital B .................................................................................................... 74

4.3.3 Hospital A e Hospital B .............................................................................. 78

5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 80

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 83

APÊNDICE I ..................................................................................................................96

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1 INTRODUÇÃO

Este capítulo apresenta o problema abordado e descreve a justificativa do tema. Os

objetivos gerais e específicos também são apresentados, delimitando o tema e citando a

estrutura do trabalho final de curso.

1.1 Formulação do Problema

O relatório To Err is Human (KOHN et al., 1999) publicado pelo Institute of Medicine

(IOM) é reconhecido como o estudo que impactou a qualidade na área da saúde nos EUA e no

mundo. Suas estatísticas demonstradas juntamente com o estudo em Harvard (BRENNAN et

al., 1991) e o estudo realizado por Utah e Colorado (THOMAS et al., 1999) foram marcantes,

por estimarem entre 44.000 a 98.000 mortes por ano nos Estados Unidos, advindos de eventos

adversos assistenciais ou de erros que poderiam ser prevenidos. Embora mais de 15 anos da

publicação desse relatório se passou, o número de óbitos decorrentes por erros médicos

continua elevado, sendo ainda a principal causa de morte nos EUA (MAKARY; DANIEL,

2016). Tais dados retratam a complexidade dos serviços da saúde e a importância do controle

dessas ocorrências com novas formas de melhorar a segurança. Além disso, identifica como

causa dos erros as falhas nos procedimentos, na própria tecnologia, nos trabalhadores e na

organização (HOLLNAGEL et al., 2015).

Dessa maneira, para uma maior qualidade do serviço ao paciente e desenvolvimento

das atividades oferecidas pelos hospitais, percebeu-se a Tecnologia da Informação e

Comunicação (TIC) como possibilidade na melhoria da gestão hospitalar. Com ela, permitiu-

se a redução de custos, o aumento de controle de situações decisivas e o equilíbrio

econômico-financeiro da própria instituição (PINOCHET et al., 2014). Essa política de

melhoria por meio das TICs vem sendo aplicada nos hospitais da região de Knoxville, um

estado americano do Tennessee. Nesse caso, com o uso da identificação por rádio-frequência

(RFID) como solução do aumento dos gastos com a área da saúde em todo o mundo, tornando

as operações mais ágeis e melhorando a qualidade do atendimento ao cliente (ROBINSON et

al., 2016).

A RFID “é uma tecnologia que existe há várias décadas e que, de maneira simplificada,

é composta por etiquetas que emitem sinais de rádio e dispositivos, denominados leitores, que

captam esses sinais. A tecnologia RFID é um elemento fundamental da EPCglobal Network”

(GS1 Brasil, 2017). Os leitores RFID possuem a capacidade de identificar e rastrear os objetos

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que possuem as etiquetas em tempo real. As aplicações mais bem-sucedidas e interessantes da

tecnologia são as de rastreabilidade no ciclo de vida do produto, no controle da produção e na

logística (JIA et al., 2012). Os seus benefícios como facilidade de uso, alta confiabilidade e

suas diversas funcionalidades tornam a RFID uma opção para o setor de saúde, que pode trazer

maior qualidade aos pacientes e aos próprios colaboradores do hospital (ARSLAN et al., 2015).

Segundo pesquisa realizada por especialistas em logística e gestão da cadeia de

suprimentos (HIJJAR, 2017), os hospitais estão muito atrás das indústrias e serviços em termos

de inovação, principalmente na área de gestão e logística. No caso do uso da RFID, o primeiro

hospital brasileiro a implementar a tecnologia foi em 2010. Atualmente, o seu uso não está

muito difundido, apenas 30% possuem RFID para controle de estoque e 52% não possuem e

não pretendem implantar. Porém, com as mudanças que ocorrem nos ambientes econômico,

político, sociocultural e com os problemas na área de saúde, surge a necessidade desse setor

buscar uma gestão de serviços e sistemas mais inovadora e tecnológica.

Os erros hospitalares, na maioria dos casos, aumentam os custos com a saúde. Por isso,

novas propostas de automatização estão sendo desenvolvidas em procedimentos hospitalares.

Além disso, a redução dos custos e a busca por eficiência, passou a ser o objetivo de muitas

organizações. E, no caso dos hospitais, uma questão de sobrevivência, pelo aumento dos gastos

com tecnologia de diagnóstico e com o próprio desperdício (PINOCHET et al., 2014). Um

exemplo delas, é a aplicação da RFID nas operações, permitindo maior eficiência nos processos.

Com a utilização das mesmas, algumas vantagens como redução na quantidade de gasto de

inventário, aumento do fluxo de informações em toda cadeia de suprimento e melhora na

qualidade e satisfação dos pacientes, podem ser percebidas (ROBINSON et al., 2016).

A segurança em ambientes hospitalares é fundamental para diminuir os erros e

consequências para a saúde do paciente. Nesse contexto, percebem-se os problemas existentes

com a ausência da tecnologia de identificação por radiofrequência. Geralmente, os dados do

paciente são recolhidos e armazenados em papel, e as informações precisam ser atualizadas

com procedimentos médicos e medicamentos a todo momento. Esse método pode levar a erros

médicos com a demora da atualização desses dados ou com a dificuldade de acesso aos mesmos

(PEDRO, 2012). As farmácias hospitalares também enfrentam problemas como medicamentos

desviados e até mesmo falsificados na sua cadeia de abastecimento, segundo reportagem do

“RFID Journal Brasil” (PERIN, 2012a). A outra questão são os equipamentos, como controlar

seu estoque e facilitar seu acesso aos funcionários, sem que o processo seja demorado

(SWEDBERG, 2017b).

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1.2 Justificativa

Segundo Oliveira e Junior (2016) a redução de custos faz diferença para as organizações

se manterem no mercado competitivo. Nesse sentido, a Tecnologia da Informação (TI) com

suas inovações agiliza processos e aumenta a confiabilidade nas informações geradas. No caso

específico, a RFID, tem se mostrado extremamente útil para muitas empresas.

A RFID pode alterar a forma de fazer os negócios e trazer alguns benefícios, como a

melhoria dos serviços, um atendimento aos clientes mais personalizado e uma elevação da

qualidade dos produtos. Além disso, a TI pode reduzir tempo, custo de distribuição e

movimentação de materiais e equipamentos (ODA, 2015).

Dovere et al. (2016) apresentam um modelo de avaliação no sistema de identificação de

ativos móveis e no gerenciamento de ferramentas, demonstrando a importância de avaliações

com prós e contras da implantação da RFID. O benefício qualitativo é evidente quando utilizado

no tipo específico da produção industrial, levando em consideração seus parâmetros e variáveis.

No estudo de caso analisado, a RFID no processo industrial relacionado a gerência das

ferramentas, ocasionou economias anuais estimadas em 195.000 euros com um investimento

total de 110.000 euros.

Ao apresentar os benefícios citados acima, a RFID passou a ser implantada, também,

em diversos hospitais no exterior, pela necessidade da rastreabilidade e identificação de

equipamentos, medicamentos e pacientes. Um dos exemplos é o hospital Northern Westchester

Hospital (NWH), que conquistou a eficiência operacional adquirindo uma solução RFID para

identificar a localização específica de cada equipamento, permitindo assim, melhorar a

eficiência e a satisfação do doente (SWEDBERG, 2017b).

Todavia, o uso dessa tecnologia em ambientes hospitalares no Brasil ainda é muito

pequeno, sendo utilizada para o rastreamento e localização de equipamentos médicos,

monitoramento de temperatura nas geladeiras e câmaras de bancos de sangue e laboratórios

(PERIN, 2012). Porém, pode ser utilizada na gestão de materiais como leitos, enxovais e

materiais; no controle de acesso aos ambientes e na localização em tempo real tanto de ativos

quanto de pessoas.

Na gestão de materiais, a tecnologia RFID auxilia no controle, monitoramento e

localização dos ativos, evitando perdas no dia-a-dia. Segundo Perin (2012), houve um desvio

de remédios de alto custo em hospitais de São Paulo, que ocasionou um prejuízo de R$10

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milhões de reais ao governo. Nesse caso, a própria tecnologia RFID poderia ter evitado roubos

se tivesse sido implantada no rastreamento dos medicamentos.

Nas operações hospitalares, o tempo é fundamental. Há muitos desperdícios com relação

a quantidades preciosas de tempo e de recursos para localizar pacientes, profissionais da saúde

e equipamentos (TCI em foco, 2017), resultando em danos que poderiam ser evitados. A falta

de uma TI para controlar essas operações leva ao aumento do custo e erros que comprometem

a segurança do paciente, a qualidade do atendimento e, portanto, a eficiência operacional. Os

ambientes hospitalares enfrentam muitos desafios relacionados ao levantamento de estoque. O

centro de traumatologia West Virginia Healthcare (WVU) adotou a RFID para rastrear tecidos

e órgãos humanos utilizados em cirurgias. Nesse caso, a taxa de erro de 3% no rastreamento de

produtos caiu para 1% (TCI em foco, 2017). Há outro exemplo, do Centro Médico Lewis Gale,

que teve uma economia de US$ 40.000.00, com a redução das despesas de inventário com o

uso de RFID no gerenciamento dos uniformes (SWEDBERG, 2017). Segundo Nunes (2014),

na Casa Santa Lúcia em Botafogo, RJ, é utilizada a RFID para monitoramento no trajeto

percorrido entre as alas do hospital de recém-nascidos, dando assim, uma maior segurança e

tranquilidade aos pais.

A importância da pesquisa pode ser justificada por meio da relevância da área da saúde

e a necessidade dessa organização usufruir da tecnologia RFID para melhorar suas operações.

Nesse contexto, os resultados do estudo têm como objetivo contribuir com o desenvolvimento

da RFID nos ambientes hospitalares, sua implantação e benefícios não só internos, mas para a

sociedade, com a satisfação dos pacientes.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

O objetivo geral deste estudo é analisar a tecnologia de identificação RFID no controle

de ativos (equipamentos), pacientes e insumos hospitalares nas operações de dois hospitais, por

meio de atributos de avaliação de TI.

1.3.2 Objetivo específico

Os objetivos específicos são:

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• Apresentar a tecnologia RFID enquanto TI de identificação, definir seu funcionamento

e apontar suas dificuldades;

• Verificar a contribuição da RFID na prevenção de perdas;

• Identificar a integração da RFID com as demais TIs;

• Identificar o uso da RFID no ambiente hospitalar;

• Identificar atributos de avaliação de TIs;

• Analisar como a tecnologia RFID rastreia produtos no ambiente hospitalar.

1.4 Delimitação do tema

Diante do cenário apresentado, o tema do estudo tem como foco uma operação (a

definir) em uma amostra pequena de hospitais que usem TIs de identificação, em especial a

RFID, no Brasil.

1.5 Estrutura do trabalho

O projeto está estruturado em cinco capítulos: introdução, revisão da literatura,

metodologia, discussão e análise de resultados e a conclusão.

No primeiro capítulo o problema é apresentado, ressaltando a tecnologia apresentada no

trabalho, suas aplicações e vantagens. A partir disso e da justificativa do tema abordado, define-

se os objetivos e a delimitação do estudo. Além disso, apresenta-se a organização do estudo.

O segundo capítulo aborda a teoria referente ao tema delimitado anteriormente,

fundamentando o problema e apresentando conhecimento atual. Nesse caso, os pontos

estudados são: conceito, funcionamento e as dificuldades da tecnologia RFID; a implantação

da RFID na prevenção de perdas, atributos de avaliação de Tis de identificação e por fim, RFID

em operações hospitalares.

O terceiro capítulo apresenta a metodologia adotada no processo de coleta de dados, no

tratamento e forma pelos quais esses dados são analisados.

O capítulo quatro é introduzido com uma breve contextualização e introdução dos

hospitais em que foi realizada a pesquisa. Depois, os resultados são apresentados e uma análise

dos mesmos é realizada.

Por fim, o capítulo cinco apresenta as conclusões do estudo e, após, as referências

bibliográficas e apêndice.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Este capítulo apresenta a tecnologia RFID, abordando seu conceito técnico e

funcionamento, suas aplicações e como podem prevenir perdas nas operações da organização.

Trata-se também de forma mais específica da influência da tecnologia nas operações em

ambientes hospitalares. Além disso, expõe os parâmetros utilizados para avaliação da mesma.

2.1 RFID: conceitos, aplicação e integração

2.1.1 Sistemas RFID

A RFID é um dispositivo eletrônico que possui a capacidade de leitura e transporte de

dados sem contato físico, apenas com a aproximação por campos magnéticos

(FINKENZELLER, 2010). Segundo Duroc e Kaddour (2012), o sistema RFID é composto por

três componentes fundamentais: leitor, etiqueta e o software. O leitor (interrogator) é

dispositivo que envia sinais para uma etiqueta RFID (tag), que será identificada. A

complexidade e a configuração dependem da função a ser cumprida, que podem variar

significativamente de acordo com a aplicação do sistema. No entanto, a principal função do

leitor é prover a comunicação com a etiqueta, e facilitar a transferência de dados. A etiqueta

(RFID tag) contém o código de identificação, pode ser anexado aos objetos do sistema de forma

permanente ou não. O software (middleware): é responsável por converter os dados da etiqueta

em informações significativas, garantindo que as leituras múltiplas ou ruins sejam eliminadas.

O funcionamento do sistema acima pode ser explicado de acordo com a Figura 1:

Figura 1: Funcionamento de sistemas RFID.

Fonte: Pedroso et al. (2009).

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Como observa-se na Figura 1, nos chips das etiquetas RFID as informações de

identificação são gravadas e passíveis de monitoramento do objeto, além da atribuição do seu

código único. Essas são vinculadas a elementos que podem se movimentar ou fazer parte de

uma cadeia de suprimentos. Um conjunto de sensores (antenas e leitores) leem, por meio de

rádio frequências as informações contidas nas etiquetas. O fluxo de informações que surge nas

identificações, itens e localização são gerenciadas pelo RFID middleware (PEDROSO et al.,

2009). O sistema middleware gerencia todas as informações coletadas pelas antenas, leitores e

sensores traduzindo-as para uma linguagem empresarial. E, por fim, associa a tradução a

sistema gerenciais da empresa como Planejamento dos Recursos Empresariais (Enterprise

Resource Planning – ERP) e Gestão do Relacionamento com o Cliente (Customer Relationship

Management - CRM). O fluxo de informações ocorre do sistema para as etiquetas e vice-versa,

ou seja, de uma forma bidirecional, o que gera integração e informações para a cadeia

(HADDAD et al., 2016).

Além disso, o sistema RFID pode ser classificado de acordo com a fonte de alimentação

das suas etiquetas, denominadas ativa ou passiva. A etiqueta é ativa quando é energizada por

uma bateria e, geralmente, envia dados a um leitor por conta própria. Já a etiqueta passiva

funciona sem bateria, obtém corrente gerada pelo leitor. Desse modo, as etiquetas passivas são

mais leves, de menor custo e possuem uma vida operacional ilimitada. No entanto, possuem

um intervalo de leitura mais curto e requerem um leitor com maior potência (REN et al., 2011;

NASSAR et al., 2014).

As etiquetas passivas podem ser classificadas em três tipos de acordo com sua

frequência: UHF (ultra alta frequência), HF (alta frequência) e LF (baixa frequência). As

etiquetas passivas UHF possuem, geralmente, um alcance de leitura de 609,6-914,4cm, sendo

mais rápidas, mas consumindo mais energia. Já as tags HF funcionam melhor em objetos feitos

de metal com seu alcance inferior a 91,44cm. Por fim, as etiquetas LF possuem alcance próximo

de 31 cm, usam menos energia e possuem melhor resultado para objetos não metálicos (ZHU

et al., 2012).

A força e a habilidade das etiquetas UHF são consideradas inferiores às etiquetas HF.

Contudo, um estudo colaborativo em seis indústrias farmacêuticas concluiu que as etiquetas

UHF têm uma melhor atuação que as HF (MILLER, 2007).

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20

2.1.2 Aplicações

A tecnologia RFID é utilizada em diversas áreas, com o objetivo de controlar o

almoxarifado, localizar materiais e pessoas, controlar entrada e saída de produtos, veículos e

pessoas, identificar animais ou ferramentas, entre outras aplicações (OLIVEIRA; SERRA,

2017).

O uso da RFID também está presente em diversas indústrias, com a finalidade do

aumento da eficiência. Possui potencial de mudança na área de logística, cadeia de suprimentos

e controle de estoques. A TI pode ser usada para identificar, rastrear e localizar containers e

itens, livros e vestuário, em armazéns e em toda rota de envio (ZHU et al., 2012). Com essas

aplicações, a tecnologia tornou-se um produto de valor comercial importante e de grande

potencial, comprometendo-se em substituir o antigo código de barras e se destacando no

rastreamento de objetos (SUN, 2012).

Há uma crescente utilização dos dispositivos móveis tecnológicos nos últimos anos,

como os smartphones. O código de barras e a radiofrequência são os tipos de TI mais usuais

pelos varejistas, como assistente de compra dos clientes. Nesse contexto alguns artefatos são

levados em consideração, comparando a importância que são dados pelos usuários

(VENKATESH et al., 2017).

A RFID tornou-se uma alternativa para rastrear e monitorar recursos e operações devido

às deficiências da tecnologia de código de barras. Embora as duas tecnologias sejam da família

de identificação automática, há diferenças com relação a linha de visão, confiabilidade e

precisão, características das etiquetas e dados, considerações de custos e problemas de

implantação (DUROC; KADDOUR, 2012). As vantagens e desvantagens da RFID e do código

de barras estão listados no Quadro 1:

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Quadro 1: Vantagens e desvantagens do código de barras comparado ao RFID.

Código de Barras RFID

Van

tag

ens

• Acessível • Escaneamento sem alinhamento

• Fácil de usar • Leitura Automática Simultânea

• Tecnologia madura e comprovada • Redução do trabalho

• Evolução contínua • Visibilidade e previsão aprimoradas

• Padrões de qualidade estabelecidos • Rastreamento de Estoque

• Acompanhamento de estoque • Capaz de acompanhar o nível do item

• Confiável e preciso • Melhoria da utilização de recursos

• Garantias rastreáveis

• Confiável e preciso

• Informações detalhadas

• Maior a segurança

• Resistente e Durável

• Gerenciamento melhorado de estoque

Des

van

tag

ens

• Digitalização óptica de linha de visão • Custo das etiquetas

• Visibilidade limitada • Custo da nova infra-estrutura

• Rastreabilidade restrita • Necessidade de treino/ conhecimento

• Incapaz de acompanhar o nível do item • Conhecimento limitado

• Trabalho intensivo • Tecnologia recente/ imatura

• Sensível ao dano ambiental • Problemas de implantação

• Propenso a erro humano • Limitações de interferência

• Falta de Padrões Ratificados

• Preocupação com o retorno do investimento

• Preocupações de privacidade do consumidor

Fonte: HUBER et al. (2007)

O cenário de busca por eficiência e controle por meio do avanço tecnológico trouxe o

desenvolvimento de novas aplicações no campo da Internet das Coisas (IoT). Segundo Adame

et al. (2017), sistemas inteligentes inovadores são desenvolvidos com uma rede diversificada e

interligada de sensores. Um exemplo disso é a integração da RFID com as Wireless Sensor

Networks (WSNs) na automatização de processos médicos, garantindo uma infraestrutura de

baixo custo e extensível para identificação e rastreamento de usuários e ativos. A rede

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RFID/WSN oferece um desempenho sem necessidade de intervenção humana, centralizada e

autônoma.

A integração da RFID com outros dispositivos é importante, mas, necessita de uma

estrutura capaz de fazer uma escolha assertiva com relação a tecnologia e arquitetura dos

sensores. As aplicações baseadas em sensores conseguem fornecer um perfil completo do estilo

de vida e da saúde da pessoa, seus sinais vitais em tempo real, taxa de pulso e localização. Essa

combinação de identificações e informações contextuais fornece um poderoso argumento a

favor da integração da RFID habilitados para sensores em aplicações de TI (GAYNOR;

WATERMAN, 2016).

Percebe-se, então, que a RFID não pode ser resumida a uma única tecnologia. O tipo da

etiqueta (passiva ou ativa), formato, frequência e, consequentemente, a informação do chip

eletrônico vai depender da sua aplicação. Na maioria das vezes, utiliza-se um indicador

exclusivo como o código eletrônico do produto (Electronic Product Code – EPC) (KUMAR et

al., 2016).

Assim, pode-se concluir que há muitas aplicações da RFID nos sistemas de

comunicação virtual. Sua implantação não deve ser considerada como concorrente das outras

tecnologias existentes, mas sim, representar novas possibilidades e melhor desempenho na

comunicação entre as Tis (FARRIS et al., 2016).

2.1.3 Benefícios

Segundo Sun (2012), a tecnologia de identificação está presente no passado e no futuro

da revolução tecnológica. A RFID permite agilidade nos pedágios e na identificação de itens e

oferece, também, alguns benefícios como o rastreamento de ativos, o monitoramento de

condições de segurança e a prevenção de falsificações. Além disso, a tecnologia é parte

integrante da revolução tecnológica junto da internet e dos dispositivos móveis, que possuem o

papel de conectar o mundo.

A Associação Brasileira de Automação, GS1 Brasil (2017), define que a identificação por

radiofrequência possui o mecanismo semelhante à tecnologia do código de barras. Todavia,

como não necessita de um contato direto com o objeto, a RFID torna-se mais rápida e

abrangendo um maior volume de itens ao mesmo tempo. O Quadro 2 apresenta alguns

benefícios e características dessa tecnologia:

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Quadro 2: Benefícios do RFID

Características da

RFID

Potencial

Operacional Benefícios

Não requer campo de

visão

Processos automatizados Redução dos custos de mão de obra para

leituras manuais.

Evitar que um item não

seja lido

A rede de leitores consegue

identificar cada um dos itens

automaticamente

Maiores níveis de precisão de inventário.

Possibilita a rastreabilidade, o que é difícil

com códigos de barras normais.

Capacidade de dados Permite informações

adicionais sobre um item

(lote, validade)

Menor necessidade de integração de

sistemas internos.

Melhor granularidade dos dados.

Maiores níveis de rastreabilidade e

visibilidade dos produtos.

Capacidade de

regravação

As etiquetas podem ser

utilizadas como banco de

dados portáteis

Menor integração de sistemas.

Redução no armazenamento de dados.

Velocidade de leitura Maiores velocidades de

leitura, dado pelo fato de que

itens são lidos

simultaneamente

Eliminação de processos manuais e trabalho

devido a leituras repetitivas.

Durabilidade Etiqueta ativos ou itens

retornáveis

permanentemente

Elimina tempo envolvido nos processos de

reetiquetagem.

Fonte: GS1 Brasil (2017).

2.1.4 Dificuldades

O funcionamento da RFID com uma alta densidade de informações e leitura rápida é

afetado, também, por outros fatores, como a potência e a velocidade da etiqueta; o tamanho, o

material e a forma do objeto (XIE et al., 2017). Esses fatores levam a uma complexidade do

sistema e surgem dificuldades na sua implantação em diferentes áreas. Segundo Oliveira et al.

(2017), a falta de aderência à tecnologia acontece por escassez de conhecimento técnico, de

iniciativa para testes ou por inexistência de materiais compatíveis.

Todavia, alguns autores como Araujo et al. (2015) identificam resultados indesejáveis

no gerenciamento do sistema. Um exemplo é a interferência e, consequentemente, erros que

podem ocorrer quando há fluxo de informações por meio de rádio frequência entre uma etiqueta

e um leitor. Esse fato pode ser causado pela proximidade com metais, alta umidade,

temperaturas extremas, motores elétricos ou combustão.

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Nesse contexto, surgem os problemas de segurança e privacidade, pois as etiquetas

RFID possuem um único número de série que podem conter dados associados a uma pessoa

(RAHMAN et al., 2017). Essas informações podem ser lidas e escritas sem o consentimento do

indivíduo, assim como sua localização pode ser monitorada. O exemplo exposto pelos autores

é o caso da aplicação da tecnologia na área da saúde, em que a informação pessoal é muito

sensível, exigindo um maior controle da mesma.

Adicionada à discussão anterior, Shin e Eksiogli (2014) consideraram a incerteza se a

adoção da tecnologia RFID também contribui para a rentabilidade e a eficiência dos

empregados no setor de varejo nos EUA. Embora a RFID influencie diretamente a eficiência

do gerenciamento do estoque, não há comprovações quanto ao aumento nas taxas de

lucratividade da empresa. Esses resultados econômicos precisam ser melhores estudados.

Por fim, embora a tecnologia RFID esteja em expansão, com benefícios e sucesso, sua

implementação não está livre dos impedimentos. Há preocupações como problemas técnicos,

problema de privacidade dos clientes e falta de padrões de RFID (ZHU et al., 2012).

2.2 RFID na prevenção de perdas de estoques e seu impacto na cadeia de suprimentos

A tecnologia RFID é muito usada para controlar e monitorar equipamentos, animais e

pessoas. Sua implantação previne perdas no processo utilizado, podendo reduzir custos e

alcançar a eficiência. Para Bardaki et al. (2012), a adoção da RFID é muito promissora para

aumentar o monitoramento de bens, otimizando a cadeia de suprimentos, criando uma vantagem

competitiva e aumentando a satisfação do cliente. Os outros benefícios evidentes para a

organização são simplificar as operações de negócio, reduzir desperdícios, melhorar a

visibilidade da cadeia de suprimentos, a colaboração entre parceiros comerciais e aumentar as

vendas.

As empresas estão em constante busca por melhoria devido ao contexto de inovação e

rápidas mudanças em que a adaptação e eficiência se tornam diferenciais. Ohno (1997)

identificou e apontou algumas perdas do sistema de produção como: a superprodução de

mercadorias desnecessárias; a espera por um equipamento da linha de produção ou pela própria

atividade anterior; o transporte de mercadorias de forma desnecessária; o processamento

inadequado; o estoque parado, aguardando consumo ou processamento; e o movimento de

pessoas desnecessário e a produção de produtos defeituosos. A eliminação dessas perdas são

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premissas da aplicação de um sistema de produção enxuto voltado para a qualidade e alta

produtividade (ELIAS; MERINO, 2007).

Há de se destacar outro conceito abordado, o estoque. Segundo Ribeiro et al. (2015), o

estoque está inserido em qualquer organização, podendo ser o destaque delas quando bem

gerido. Esse diferencial acontece quando as operações da organização possuem a demanda

ideal, sem sobras de produtos e atrasos operacionais. A gestão de estoque objetiva o equilíbrio

de material, adequar o volume estocado com as solicitações dos clientes e, consequentemente,

oferecer um bom atendimento. Para Wang et al. (2010), o gerenciamento de estoques é um

componente crítico para a eficiência do gerenciamento da cadeia de suprimentos que, por sua

vez, é um ponto essencial para a eficiência e sucesso da empresa.

Atualmente, é visível a necessidade da melhora do sistema de gerenciamento de estoques,

maximizando a produtividade e minimizando a perda de material. Vários dispositivos da IoT

são utilizados como sistema de identificação por radio frequência. Essa rede é formada

anexando uma etiqueta RFID a cada item no estoque, tornando o objeto parte da mesma. O

administrador utiliza os leitores RFID para digitalizar os objetos. Os leitores portáteis podem

ser sem fio e inteligentes, com recursos de processamento e conectados ao middleware

estabelecendo comunicação (ALWADI et al., 2017).

A gestão de estoque eficiente é uma área em que a implantação da IoT pode ter resultados

significativos, principalmente aliada à RFID. Essa tecnologia vem exigindo um menor custo,

traz maior privacidade e mais segurança na autenticação das etiquetas RFID (CHAMEKH et

al., 2017). Na área de logística, a RFID possui várias aplicações como no processo de

identificação e rastreamento dos itens, abrangendo as funções de estocagem, movimentação,

transferência de informações, processo de transporte e recebimento de mercadorias (RIBEIRO

et al., 2015). Além disso, Wang et al. (2010) evidencia a utilização da RFID para melhorar a

eficiência do fluxo de material e do fluxo de informação dentro e entre informações, eliminando

atraso no compartilhamento de informações.

Dentre as aplicações da RFID, a identificação de objetos na indústria, através da

automação de diversas tarefas, tem sido revolucionada por meio da implantação dessa TI. Essa

automação consiste no rastreamento de páletes, produtos e ativos reutilizáveis como caixas e

contêiner.

Assim, a tecnologia torna-se uma solução eficaz não somente para as atividades

logísticas, mas para uma visibilidade de toda a cadeia de suprimentos, pois coloca a quantidade

correta de bens no lugar certo e da maneira mais rentável. Além disso, sua aplicação significa

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dados mais ricos e conhecimento mais compartilhado para todos os parceiros de uma cadeia de

suprimentos. Isso não se aplica apenas à visibilidade do produto, mas também para reduzir a

perda de ativos e ser informado sobre os problemas do produto em tempo real para encontrar

uma solução. Com isso, a RFID representa um marco na revolução da gestão da cadeia de

suprimentos, aumentando a eficiência do processo, a rastreabilidade, visibilidade, segurança e

confiança entre as partes interessadas da cadeia de suprimentos (CHAMEKH et al., 2017).

As informações rastreadas podem ser utilizadas, também, para acelerar o processo de

manuseio em portos e centros de distribuição, permitindo detectar desvios entre o movimento

planejado no software de cadeia de suprimentos e a sua implementação, oferecendo

informações estatísticas da duração e das suas variações para diversos processos de operação

de manuseio e envio dos materiais. Sendo assim, comparações de diferentes alternativas para o

envio e os fluxos dos materiais podem ser realizadas para eventualmente melhorar a

programação e organização da gestão da cadeia de suprimentos. No varejo de vestuário, essa

rastreabilidade visa reduzir erros no gerenciamento de operações e envio, trazendo uma maior

precisão de estoque para as lojas e centros de distribuição. Com uma eficiência maior dos

processos, há redução de prazos de entrega, de roubos de carga e de custos. Além disso, há uma

oferta de uma experiência única de compras aos consumidores, oferecendo melhores

informações sobre a disponibilidade do produto e novas formas de interação com eles e com as

novas tecnologias (RFID, realidade virtual, etc). Além disso, o uso das etiquetas facilita as

compras online permitindo a automação do tratamento dos produtos retornados (HINKKA et

al., 2015).

Segundo Ribeiro et al. (2015), a estocagem de reposição é uma das atividades mais

importantes dentro da estocagem e está diretamente relacionada com o ciclo de vida das

mercadorias e produtos. Com a implantação da RFID nas prateleiras que contém os itens que

devem ser estocados, permite-se realizar o inventário na hora, o controle da mercadoria e uma

atualização constante das informações nas lojas e nos armazéns. O sistema RFID atualiza as

informações nos armazéns dos itens vendidos na loja, evidenciando a necessidade de repor o

produto na loja, reduzindo a falta nos estoques e promovendo o fluxo de encomenda das

mercadorias. Ressalta-se, porém, que esse processo só ocorre com a integração adequada de

mercadorias.

A RFID implantada juntamente com o sistema digital de gerenciamento de armazém,

permite a visualização do gerenciamento de estoque, atribuição automática de armazenamento

e recuperação e alta precisão no controle do inventário. Dessa forma, pode-se observar os

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seguintes resultados: melhora na eficiência da operação, aumento da capacidade de utilização

do armazém, o aumento na precisão do inventário e significativa redução de mão de obra e

tempo de carregamento. Nesse sistema a RFID atua na coleta de dados, identificando objetos

sem fio, objetos diversos e permitindo mais espaço de armazenamento. Além de, especialmente,

permitir que os objetos comuniquem sobre si mesmos automaticamente sem intervenção

humana (WANG et al., 2010).

A incompatibilidade entre o estoque registrado e a realidade muitas vezes não é

considerada nos estudos. No entanto, é demonstrado que a inexatidão dos produtos existentes

no estoque é um fenômeno recorrente nos centros de varejo e de distribuição. Devido à

propagação da distorção de informações ao longo da cadeia de suprimentos, os impactos

financeiros da acuracidade do estoque incluem não apenas o custo da perda direta de estoque,

mas também o aumento do custo de retenção e escassez em cada etapa. O surgimento da

tecnologia RFID oferece uma possível solução para aliviar o custo crescente dessa inexatidão

(QIN et al., 2017).

Segundo Wang et al. (2010), com o uso do sistema RFID houve um aumento na acurácia

do estoque, de 80% a 99%, em dois aspectos, erros de substituição e transações. A atribuição

de armazenamento e recuperação era realizado por trabalho humano, causando erros,

especialmente com o aumento da variedade de produtos e complexidade dos pedidos dos

clientes. Com a RFID, essa atribuição passou a ser automática e os erros de digitalização de

código de barras detectados, expondo erros de releitura. Ribeiro et al. (2015), abordam o

sistema RFID no varejo de vestuário. Com os itens etiquetados permite-se a realização de um

inventário em tempo real, o controle da mercadoria e sua contagem, a estocagem de reposição,

garantindo assim, a acuracidade do estoque.

Ainda no contexto da utilização da RFID no controle de estoque, pode-se ressaltar seu

papel para mitigar erros provenientes da perda e troca da identificação do item. Esses problemas

levam a uma redução equivocada do estoque, em que os itens estão presentes fisicamente, mas

não estão inseridos na base de dados do sistema e, consequentemente, não podem ser vendidos.

Sua ocorrência é mais frequente em empresas de varejo, onde a perda e a troca das informações

dos itens entre si podem ser evitadas com o sistema de rastreamento da tecnologia e com o

mecanismo de gerenciamento de processos, por meio de bases históricas e conhecimento para

um ajuste automático do estoque (ZHOU e PIRAMUTHU, 2015).

O outro problema abordado é a falta de precisão da data de validade de produtos

perecíveis. A definição da data curta ou longa é importante no planejamento do tempo que o

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produto poderá ficar armazenado no estoque e distribuído ao cliente de forma segura. A

implantação da RFID permite uma maior precisão no monitoramento da temperatura e do tempo

para um melhor gerenciamento dos alimentos perecíveis e da definição da sua data de validade

(GAUKLER et al., 2017).

Na estrutura do varejo, a aplicação da TI passou a ser uma prioridade para o

estabelecimento na sua cadeia de suprimentos e troca de informações com os parceiros. Na

cadeia de suprimentos dos supermercados, analisando no caso a distribuição, espera-se com sua

implantação um impacto no estoque e na disponibilidade do produto. Os resultados da aplicação

da RFID evidenciam o desenvolvimento logístico da organização com dados, um exemplo é a

redução do tempo de verificação de bens no recebimento, envio, transporte e manipulação e,

ainda, o processamento dos dados e operação de pessoal. O estudo conclui que a utilização das

etiquetas RFID podem reduzir os custos de processamento em 26% e o tempo total de atividade

em 9% (NIKOLIČIĆ et al., 2015).

Na estrutura de uma biblioteca, a antena RFID unida a uma tecnologia eletromagnética

propõe um projeto para que com etiquetas nas prateleiras e nos livros, um sistema automático

de gerenciamento das prateleiras localize os produtos. O sistema de estoque da biblioteca

beneficia os bibliotecários na área administrativa, diminuindo o tempo de processamento de

estoque e reduzindo a possibilidade de perda dos livros. Além disso, os resultados da utilização

da TI nessas operações de estoque de livros reduz os custos de mão de obra empregada e reduz

riscos de erros manuais (CHENG et al., 2017).

No trabalho de Foina et al. (2009), há um estudo de caso da aplicação da RFID para

prevenir furtos de cargas a granel em um armazém de descarga em operações que não eram

monitoradas a partir do sistema antigo. Como resultados, houve uma redução significativa do

desvio de cargas fechadas na área do porto e os pontos de falha, a falta de controle dos locais

onde o caminhão está passando, o não conhecimento dos tempos de deslocamento entre um

ponto e outro e a falta de conhecimento do lacre violado da mercadoria, foram eliminados.

Além disso, com as informações adicionais de identificação dos motoristas, tempos de pesagem

e descarga, número de caminhões, foram levantadas estatísticas pelo departamento da logística

que reduziram o tempo de espera em fila e, consequentemente, o tempo médio do processo de

descarga.

Chae e Yoshida (2010) aplicaram a tecnologia de monitoramento para prevenir os

acidentes de trabalho causados por colisão entre equipamentos pesados, como escavadeiras

hidráulicas e guindastes móveis. A RFID ativa a etiqueta do equipamento com seu número

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único de identificação e o seu leitor, permitem que o movimento dos equipamentos seja

monitorado em tempo real. Dessa forma, os trabalhadores possuem informações do local e

estimam a área de trabalho dos equipamentos no momento, reduzindo os acidentes causados

por colisão em construção.

A aplicação da RFID em sistemas inteligentes de estacionamento tem sido bem-vinda,

devido à crescente quantidade de veículos. Assim, ela foi justificada pela necessidade de

realizar um gerenciamento dos estacionamentos de uma forma mais eficiente e confiável para

o desenvolvimento das chamadas cidades inteligentes. Para isso, adotou-se a RFID como base

de um estacionamento inteligente. O sistema inteligente identifica o veículo por um leitor e uma

etiqueta conectada ao carro e consegue fornecimento das informações como a cobrança

automática das tarifas. Essa adoção previne problemas do sistema tradicional, como

desequilíbrio de alocação de recursos e perda da tarifa (XIAO; ZOU, 2017).

Já Gaynor e Waterman (2016) aplicam a integração da RFID e sensores na área da saúde

por perceber a importância dos dados em tempo real e da qualidade dos mesmos. Desse modo,

há uma melhora no processo de atendimento aos pacientes e ocorre redução dos custos gerais.

Além disso, há uma maior relevância desse controle de informações pelo fato de lidar com

sinais vitais em tempo real, taxa de pulso, localização e atividade fornecendo assim um perfil

da saúde geral do paciente.

Nas operações hospitalares, Pérez et al. (2016) afirmam que, com o objetivo de

aumentar a qualidade de atendimento dos seus pacientes, uma prioridade é controlar os

medicamentos, especialmente os de maior valor, desde sua preparação na farmácia até sua

administração aos pacientes. A segurança durante o processo de prescrição-validação-dosagem-

preparação-administração deve ser mantida pelo pessoal da farmácia e pelos enfermeiros. A

TIC possui um papel relevante nesse contexto, pois a integração da RFID com softwares de

gestão contribui para o melhor desenvolvimento das tarefas. Consequentemente, há a melhora

na segurança e na eficiência da identificação precisa dos pacientes, das misturas intravenosas

elaboradas e das informações dos medicamentos (localização, número do lote, data de

vencimento). O registro desses dados permite o conhecimento imediato em tempo real se o

medicamento foi administrado ou não ao paciente determinado, eliminando o contato físico do

enfermeiro com o paciente para verificação e das chamadas telefônicas internas, tornando o

processo mais eficiente.

Por tal motivo, percebe-se a vasta aplicação da RFID em diferentes organizações,

evidenciando seu papel importante na gestão de estoques, prevenção de perdas e controle de

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equipamentos e também medicamentos. Sua estrutura de implantação, arquitetura do ambiente

e escolha das etiquetas adequadas devem ser realizadas com precisão para que suas funções

sejam atingidas sem problemas futuros.

A RFID foi antecedida pelo código de barras e, no Brasil, esta última TI de identificação

ainda é bastante utilizada sozinha e, algumas vezes, com a RFID. Contudo, analisando os

respectivos resultados das tecnologias, percebeu-se a RFID de forma mais favorável com

relação a facilidade de uso e da adoção tecnológica comparada ao código de barras. Porém, a

RFID foi vista de forma mais negativa em termos de segurança (VENKATESH et al., 2017).

O código de barras é uma tecnologia difundida e utilizada em muitos aspectos, por isso,

deve-se observar os atributos para a sua avaliação. Cai et al. (2014) adotam o código de barras

na rastreabilidade da medicina chinesa. A qualidade da tecnologia é de extrema importância na

escolha do tipo de código de barras. Além disso, a capacidade de armazenamento de

informações do código bidimensional superior ao unidimensional foi um critério relevante

utilizado no sistema pelos autores. Na evolução do código de barras, analisa-se seu aumento da

capacidade de armazenamento de informações com a tecnologia bidimensional e a facilidade

da leitura do código, isso comparado a versões anteriores, que ainda estão difundidas entre os

usuários (TIRYAKIOGLU et al., 2016).

Ainda com aplicações na área da saúde, o código de barras foi utilizado como tecnologia

de administração de medicamentos em um hospital. Os erros durante a fase de administração

de medicamentos ainda são significativos e com essa tecnologia, há o aumento da segurança do

paciente. O sistema para possuir um bom desempenho precisa ser bem projetado e avaliado.

Assim, realizou-se uma pesquisa com as enfermeiras levando em consideração os seguintes

aspectos: facilidade de uso, peso do leitor, utilidade do sistema, interferência com o atendimento

ao cliente, treinamento, suporte, nível de satisfação com o sistema e sugestões. A facilidade de

uso comparado ao manual, e com o treinamento oferecido, foi um atributo quase unânime entre

elas (MAYDANA et al., 2017).

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2.3 Atributos de avaliação de TIs de identificação

2.3.1 Avaliação de TI/SI

A avaliação de sistema de informação (SI) abordada em 1992 por DeLone e McLean

influencia até hoje os atributos adotados para avaliar os SIs e/ou as TIs. Os autores publicaram

um modelo de avaliação de sucesso de SI a partir da análise de cerca de 180 autores que

abordaram o mesmo tema até aquela data e que identificavam os fatores contribuintes para o

sucesso do SI. DeLone e McLean (1992) consideram importante uma boa definição da variável

dependente para evitar uma pesquisa especulativa. Por outro lado, avaliação das práticas,

políticas e procedimentos da SI também devem ser consideradas para a medição do sucesso nas

diversas estratégias.

O modelo proposto identifica seis categorias de sucesso: Qualidade do Sistema, que

possui como cerne as características do sistema em si; Qualidade da Informação, foca na

qualidade da informação de saída, sua acurácia e significado; Uso, produto das interações entre

os usuários e o sistema; Satisfação do Usuário, grau de satisfação com o sistema, resposta ao

Uso do SI; Impacto Individual, influência do sistema na tomada de decisão do usuário e o

Impacto Organizacional, efeitos do uso das informações do sistema no desempenho

organizacional.

Depois de 10 anos da publicação desse modelo de avaliação, DeLone e McLean (2003)

o atualizam analisando as extensões feitas a ele. Algumas relações foram confirmadas, como a

associação entre o Uso e Impactos Individuais. O Uso foi medido por meio dos atributos de

frequência de uso, tempo de uso, número de acessos, padrão de uso e dependência, enquanto o

impacto por desempenho do trabalho e tomada de decisão. A relação entre Qualidade do

Sistema com Impactos Individuais também foi reforçada, essa primeira medida em termos de

facilidade de uso, funcionalidade, confiabilidade, flexibilidade, qualidade de dados,

portabilidade, integração e importância. A última relação significante é a da Qualidade da

Informação e Impacto Individual. A Qualidade da Informação possui as variáveis de precisão,

oportunidade, plenitude, relevância e consistência para medir seu desempenho.

Autores como Mohammadi (2015) utilizam o modelo de avaliação DeLone e McLean

como fator de referência e nesse caso, o relacionam com os estudos de modelo de aceitação de

tecnologia por parte dos usuários. Na pesquisa, um fator abordado foi a segurança, melhorando

a confiança dos usuários e protegendo informações privadas. Os atributos de segurança tratados

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foram os tipos diferentes de senha (facial, vocal, escrita). O autor também atribui como

mediador entre intenção de uso e facilidade de uso, o fator utilidade percebida pelos usuários.

2.3.2 Avaliação da RFID

A partir dessas avaliações de TI, direcionou-se uma avaliação da RFID, colecionando

características em três aspectos para avaliá-la: ambiente, técnico e econômico. Segundo Miller

(2007), as etiquetas podem ser comparadas em alguns parâmetros diferentes, compreendendo:

desempenho em áreas com ruído, alcance de leitura, desempenho próximo à água e metal,

maturidade tecnológica, rapidez operacional e custos. Além disso, antes de implantar a RFID,

as empresas levam em consideração três características do ambiente: controle, ruído e materiais

dispersos no ambiente.

Um ambiente sem controle pode dificultar a implantação da tecnologia. Há muitos locais

em que um arquivo e caixas podem entrar e sair, tornando essa definição complexa, como, por

exemplo a localização do check-out, além de criar momentos em que as etiquetas podem ser

movidas ou deterioradas por manuseios inadequados.

A implantação da tecnologia RFID evidencia a necessidade de analisar a sensibilidade

das etiquetas passivas de alta frequência. A sensibilidade é determinada pela habilidade de a

etiqueta retornar o sinal adequado, mesmo com interferências de ruído, materiais dispersos,

como as superfícies metálicas e a própria água, e pelas distâncias entre a etiqueta e o leitor

(MARTÍNEZ-CASTRO et al., 2017). O ruído é uma interferência potencial à rádio transmissão.

Escritórios possuem uma certa quantidade de ruído, seja gerado pela tecnologia sem fio ou por

cabos elétricos no teto. Entretanto, um ambiente de negócios com uma alta concentração de

comunicação sem fio e ondas de rádio frequência sendo transmitidas podem ocasionar

problemas como a interferência entre os diversos níveis das frequências (MILLER, 2007).

Observa-se também a incapacidade da etiqueta RFID de conseguir desempenhar sua

função ao receber luz solar direta. Por esse motivo, sistemas são desenvolvidos e testados em

laboratórios para garantir o desempenho da tecnologia, sendo estabelecido sua orientação,

colocação e configuração (MARTÍNEZ-CASTRO et al., 2017).

Diante do exposto acima, percebe-se uma sensibilidade das ondas de rádio de alta

frequência são conhecidas ao meio ambiente e ao meio circundante em quem atuam. Além dos

limitantes relacionados a ruído, interferência e luz direta. Todavia, segundo o estudo de Cassel

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et al. (2017), a etiqueta Ultra High Frequency (UHF) pode ser utilizada em rios para rastrear

os cascalhos. Para isso, antes da implantação das etiquetas no ambiente, é preciso considerar a

propagação das ondas de rádio e suas faixas de detecção máximas perante água e profundidade.

Segundo o mesmo autor, a RFID pode possuir sua potência avaliada em alguns métodos.

Um desses critérios são referentes à distância máxima de detecção e avaliação em água. A partir

de alguns testes, nos quais as etiquetas foram submersas ou enterradas em diferentes

profundidades, foi medida a força do sinal recebido para se estudar o modo de propagação da

rádio frequência. A partir desses estudos, indica-se o ambiente adequado para a implementação

da tecnologia. Além desses, há outras experimentações para analisar a RFID de acordo com as

características particulares do local e da finalidade do uso da sua aplicação. A conclusão dos

testes realizado no estudo citado, confirma que a posição correta da antena é fundamental para

maximizar sua funcionalidade. Para isso, questões de investigação podem ser realizadas: (1) o

quanto a água e o ambiente afetam a propagação das ondas de rádio e seu alcance de detecção?;

(2) como as interfaces podem influenciar a propagação da RFID?; e, por fim, (3) qual a

profundidade em água máxima para permitir a detecção precisa das informações pelo leitor da

etiqueta.

Ainda considerando como parâmetro de avaliação o ambiente, pode-se citar os materiais

dispersos como o metal e outra abordagem da água. As prateleiras de metal tendem a refletir a

rádio frequência, mas não interferem totalmente. Por outro lado, produtos à base de água

absorvem o sinal de rádio frequência, podendo reduzir o desempenho. É importante detalhar

esse fato, pois o corpo humano possui como seu componente principal a água, e as pessoas

carregam consigo documentos para dentro e para fora dos locais (MILLER, 2007).

As características específicas de cada cenário da implantação da RFID devem ser

avaliadas, facilitando assim, a seleção de valores ótimos para os parâmetros configuráveis dos

seus componentes. No caso do cenário em ambientes hospitalares, analisa-se o material da

parede, que pode interromper ou reduzir sinais de frequência; os elevadores que podem

complicar a localização dos objetos; os tipos de quarto (aberto ou semiaberto); e o próprio

material do objeto a ser controlado, podendo produzir interferências. As complicações de leitura

devido a certos materiais como metal e água podem ser evitadas aplicando uma capa às

etiquetas ou as posicionando cuidadosamente para que as leituras sejam livres de erros (PÉREZ

et al., 2016).

Miller (2007) conclui que a interferência na leitura da etiqueta quando no mesmo

ambiente que o metal ou água, não é simplesmente devido a essa proximidade dos materiais,

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mas também a configuração do leitor e a qualidade do equipamento RFID. Segundo Colella et

al. (2016), o desempenho do sistema RFID depende fortemente do contexto inserido, tornando

a seleção da etiqueta mais adequada para a situação específica um ponto relevante. Portanto,

são criadas ferramentas para analisar o desempenho eletromagnético da etiqueta perante o

ambiente, no ar ou em estruturas de concreto. Além disso, avalia-se a faixa de frequência que

deve ser utilizada, a distância adequada entre o leitor e a etiqueta, assegurando a qualidade do

sistema. Assim, inicia-se uma análise que possui como parâmetro de avaliação a função técnica

da RFID.

A localização e a distância correta entre leitor e etiqueta tornam-se atributos importantes

que devem ser considerados na avaliação da RFID. O dimensionamento do número de etiquetas

que serão implantadas na estrutura e a utilização de métodos para evitar erros causados por

ruídos também são pontos de preocupação que influenciam o desempenho da tecnologia. Essa

TI pode ser usada para cuidados na saúde, que monitoram o sistema vascular humano, por

exemplo, além de identificar e rastrear equipamentos (WEI et al., 2017). Ainda na área da

saúde, com a implantação do sistema RFID no rastreamento para ressonância magnética

intraoperatória, certifica-se a relevância da precisão espacial das etiquetas e leitores para uso

médico (GÜTTLER et al., 2017).

O sucesso da tecnologia RFID em relação a outras está principalmente na capacidade

extensa de suas etiquetas para armazenar informações relacionadas aos seus objetos e assuntos.

Portanto, para maximizar as possibilidades e benefícios que a tecnologia oferece, alguns

parâmetros requerem pesquisas detalhadas e desenvolvimento para sua devida escolha: o tipo

de memória da etiqueta, que serão determinadas pelas informações a serem armazenadas; o

material e a forma da etiqueta, que pode deteriorar-se com o uso e a frequência de operação dos

componentes RFID que condicionarão a distância a que as etiquetas podem ser lidas (PÉREZ

et al., 2016).

A utilização da RFID juntamente com a IoT constitui um canal de comunicação virtual

para trocas de dados. Nesse contexto, analisa-se alguns parâmetros de avaliação de desempenho

desse sistema de rádio frequência que podem afetar a comunicação, tais como erros de leitura,

canal, colisões no sistema, memória, capacidade de armazenamento heterogênea das etiquetas

e o número de leitores. Esses problemas podem ser evitados considerando a localização

adequada para garantir a troca de dados entre o leitor e a etiqueta no ambiente, a definição do

tamanho ideal do leitor para maximizar o desempenho e reduzir erros no processo, além dos

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softwares de integração que podem ser melhorados evitando colisões e obtendo um maior

controle (FARRIS et al., 2016).

Entre os componentes básicos do sistema RFID, as etiquetas e os leitores, há a área de

comunicação por meio de um canal sem fio compartilhado. Nesse ambiente, ocorre o problema

de colisão das etiquetas, quando mais de uma delas tenta se comunicar com o leitor

simultaneamente. As colisões podem ocontecer de leitor para leitor e de leitor para etiqueta e

prejudicar a leitura. (SRICHAVENGSUP, 2017; GOLSORKHTABARAMIRI et al., 2018). O

artigo aborda um novo algoritmo anti-colisão para lidar com as prioridades e atrasos de

comunicação e manter o alto desempenho do sistema. Algumas vezes, é necessário que um

objeto seja identificado antes de outros, por isso a importância do sistema, para suportar RFID

com diferente requisitos de prioridade (SRICHAVENGSUP, 2017). Além do desempenho do

sistema, um atributo avaliado é o consumo energético oriundo dos protocolos utilizados para

evitar as colisões. Nesta pesquisa, avaliou-se como protocolo mais eficiente aquele que permite

que o sistema leia mais etiquetas com baixo consumo de energia (GOLSORKHTABARAMIRI

et al., 2018).

O tempo de resposta ou rapidez operacional é, também, um parâmetro de avaliação da

RFID e que, segundo Miller (2007), corresponde a um atraso de comunicação do leitor e da

etiqueta. A influência desse elemento é importante para controlar o posicionamento e o

rastreamento dos itens em tempo real. Esses atrasos podem surgir por dois motivos, devido ao

sensor e suas funcionalidades, como a conversão analógica a digital, e devido ao requisito de

tempo que precisa ser respeitado de acordo com o padrão da regulação. No caso de sensores da

RFID em rotação, o desafio é ainda maior em detectar o tempo real em movimento

(MATBOULY et al., 2017).

Atualmente, a privacidade é de extrema importância para os indivíduos, pois cada vez

mais as pessoas estão se preocupando com a segurança dos seus dados inseridos na nuvem e

nas grandes tecnologias de dados, como a IoT. Desse modo, com a valorização da segurança

dos dados pessoais, o sistema RFID foi aplicado no sistema médico para resolver o problema

da privacidade médica, coletando informações úteis, realizando intercâmbio e processamento

de dados por meio de texto cifrado. A informação de saúde e a privacidade do paciente são de

extrema importância, pois além de perdas econômicas e de credibilidade das instituicões

hospitalares, o acesso a essas informações pode prejudicar potencialmente o paciente colocando

a vida do mesmo em risco. Portanto, ao mesmo tempo que a RFID melhora o gerenciamento

hospitalar, existe uma exigência no fortalecimento da segurança da privacidade médica. Por

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isso, o estudo aborda a análise e a avaliação do esquema que garante a privacidade e segurança

dos dado coletados, prevenindo risco de vazamento de informações (FAN et al., 2018). A

vulnerabilidade a ataques por leitores não autorizados que podem modificar as informações

armazenadas nas etiquetas é um dos principais desafios da RFID. Algumas soluções com

algoritmos de criptografia estão sendo testadas para melhorar o desempenho da segurança no

sistema (JEDDI et al., 2017).

Aborda-se também, além da avaliação do ambiente em que a tecnologia é instalada, o

aspecto econômico, em que se avaliam os benefícios econômicos e os custos. Alguns dos custos

a serem estudados seriam: buscar um produto, perder uma mercadoria ou informação, despesas

devido à perda de prazos e/ou retrabalho, por exemplo.

O custo é um atributo considerado no seu modelo de avaliação da RFID de Pérez et al.

(2016) em rastreamento de pacientes em hospitais. A aquisição do sistema RFID possui um

custo elevado e substancial para a organização. Todavia, é justificável pelo contexto de

implantação, pelo alto custo com medicamentos e pelo risco elevado. Como indicador no

modelo adotado, o custo foi avaliado com uma nota equilibrada, pois apesar do investimento,

há o retorno no aumento notável, tanto na eficiência dos processos, quanto na segurança no

processo de atendimento do paciente.

Neste cenário da saúde, metodologias de avaliação da RFID são realizadas para facilitar

a tomada de decisão dos hospitais com relação a implantação da mesma. Segundo o método

proposto pelo autor, os indicadores de desempenho encontrados auxiliariam os gerentes na

identificação do potencial do uso da tecnologia, evidenciando seus benefícios, apresentando-os

a importância relativa e a magnitude do seu impacto no setor estudado, além do seu ímpeto

econômico (GASTALDI et al., 2015).

A partir dos atributos citados e explicados acima, criou-se o Quadro 3 com a reunião dos

autores citados em cada aspecto da avaliação da RFID.

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Quadro 3: Atributos para avaliação do RFID

Aspectos Atributos Autores

Ambiente

Materiais dispersos (água e metal) Miller (2007)

Ruído Miller (2007)

Cassel et al. (2017)

Sensibilidade Martínez-Castro et al. (2017)

Características do cenário

Pérez et al. (2016)

Colella et al. (2016)

Técnico

Qualidade da RFID Miller (2007)

Colella et al. (2016)

Configuração do leitor Miller (2007)

Número de etiquetas Wei et al. (2017)

Pérez et al. (2016)

Localização adequada

Pérez et al. (2016)

Farris et al. (2016)

Colella et al. (2016)

Güttler et al. (2017)

Frequência adequada

Pérez et al. (2016)

Colella et al. (2016)

Tempo de resposta Miller (2007)

Matbouly et al. (2016)

Desempenho do sistema

Srichavengsup (2017)

Golsorkhtabaramiri et al. (2018)

Colella et al. (2016)

Facilidade de uso Venkatesh et al. (2017)

Maydana et al. (2017)

Eficiência energética Golsorkhtabaramiri et al. (2018)

Segurança

Fan et al. (2018)

Jeddi et al. (2017)

Venkatesh et al. (2017)

Capacidade de armazenamento

Cai et al. (2014)

Tiryakoglu et al. (2016)

Pérez et al. (2016)

Conformidade com IoT Farris et al. (2016)

Econômico

Custo RFID Pérez et al. (2016)

Rentabilidade Dovere et al. (2016)

Pérez et al. (2016)

2.4 RFID em processos hospitalares

As empresas e as organizações são capazes de capturar, gerenciar e analisar grandes

volumes de dados e transformá-los em informações gerenciais que podem conceber melhores

produtos, melhorar a qualidade do serviço, melhorar as operações e tomar decisões (CHENG;

KUO, 2015). Por isso, a TI possui um importante papel na condução de operações de negócio

das organizações, aprimorando práticas gerenciais, aplicações e serviços, permitindo

alinhamento às demandas e estratégias das mesmas (OLIVEIRA, 2017). Segundo Mussi et al.

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(2013), no ambiente hospitalar, o uso das tecnologias de informação não só concede valor ao

serviço como, também, contribui para a disseminação rápida de informação. Sendo assim, neste

projeto serão estudadas as aplicações da RFID nas operações de hospital: administração de

medicamentos; identificação e rastreabilidade dos pacientes; controle de ativos (equipamentos);

e controle de insumos hospitalares.

A Figura 2 representa um sistema de saúde com RFID. As etiquetas RFID são anexadas

a alguns objetos como medicamentos, equipamentos, insumos hospitalares e, até mesmo,

pacientes e funcionários. Assim, os leitores fixos ou móveis reconhecem essas etiquetas e obtêm

informações úteis sobre os mesmos e se comunicam de forma confiável com o servidor em

alguns terminais de computador. Além disso, pessoas autorizadas podem acessar informações

no servidor por meio da internet, o que é eficiente e inteligente. Com isso, configura-se um

sistema de saúde com método seguro de controle e administração (FAN et al., 2017).

Figura 2: Sistema de saúde com RFID

Fonte: Fan et al. (2017).

Atualmente, todas as atividades que envolvem o cuidado com o paciente são

importantes. Isso se revela em uma cadeia de tarefas em que cada uma é um elo vital para a

proteção do paciente (PÉREZ et al., 2016). Desse modo, percebe-se a administração de

medicamentos como uma atividade de importância para ser estudada no sistema hospitalar.

Segundo Oliveira (2017), o controle da medicação ocorre com a presença de etiquetas RFID

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nos medicamentos e pacientes que serão ministrados. Assim, faz-se a verificação com o

prontuário, evitando trocas de medicação e envio de medicamento ao paciente equivocado.

O sistema implantado na Coréia utiliza a RFID como identificação do paciente em

tempo real e, consequentemente, a verificação dos medicamentos e dosagens a serem

administrados, o que contribui para a segurança do paciente (HWANG et al., 2016). Segundo

Pérez et al. (2017), a RFID contribui significativamente nessa tarefa ao permitir a identificação

de toda rota do medicamento, desde sua recepção e elaboração em um departamento de serviços

de saúde, até sua eventual administração ao paciente. Além disso, com a implantação da

tecnologia surge a possibilidade da rastreabilidade no processo, auxiliando os usuários na

tomada de decisões, evitando erros e permitindo intervenções localizadas (NASSAR; VIEIRA,

2017).

O sistema de saúde baseado em RFID e o sistema de registro de pacientes estão sendo

estudados, devido a importância do desenvolvimento e organização na área da saúde. Por causa

disso, foi desenvolvido um modelo de registro de pacientes com RFID, baseado no

armazenamento eletrônico dos registros de pacientes. O objetivo do sistema é prover acesso por

meio da internet a usuários autorizados. A informação do paciente é armazenada no sistema e

na etiqueta RFID, que é entregue ao paciente em forma de pulseira ou cartão no momento do

registro. Esse modelo de identificação eletrônica fornece segurança, satisfação e identificação

aos pacientes, principalmente com RFID remove as ambiguidades e imprecisões de informação

(KHALID et al., 2017).

O modelo de registro de pacientes proposto com base na RFID é descrito da seguinte

forma, primeiramente, o foco é no cadastro de pacientes internados e ambulatoriais, com

atribuição de cartão inteligente ou bracelete a cada um deles. A etiqueta RFID é inserida na

pulseira ou cartão com um número único de identificação atribuído ao paciente. O registro com

dados do paciente é associado a esse número de identificação. A recepcionista coleta os dados

em tempo real, atribui a etiqueta RFID e encaminha o paciente conforme necessidade (KHALID

et al., 2017).

A capacidade de captura e armazenamento das etiquetas inteligentes RFID também são

utilizadas em outro modelo para detectar, monitorar, armazenar informações e transferir dados

de forma segura. Com o seu próprio banco de dados, permite que as atualizações médicas sejam

realizadas em tempo real. O modelo proposto é incorporar as etiquetas RFID em cartões de

seguro de saúde pessoal, em que contem registros médicos pessoais. As informações do cartão

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só serão acessadas com um leitor especial. A informação médica armazenada pode ajudar aos

médicos, mantendo um histórico do paciente de forma portátil.

A etiqueta RFID do cartão contém dados pertinentes do paciente. O leitor RFID presente

no centro de saúde lê as informações e transfere os dados para o banco de dados de outra

etiqueta RFID incorporada ao quadro médico do paciente e uma pulseira pessoal, em que há

controle do tratamento médico e condição de saúde. Com a conclusão do tratamento, o banco

de dados do paciente é sincronizado ao cartão do seguro e os dados da pulseira apagados para

ser reutilizada.

Há também outras aplicações da tecnologia relacionando o paciente, como evitar queda

da cama por falta de supervisão do paciente. A RFID implantada analisa os movimentos de

saída da cama e o detectam, gerando um alarme de saída e, consequentemente, um

monitoramento do paciente que evita a queda (WICKRAMASINGHE et al., 2017).

Além do monitoramento de pacientes, o rastreamento de ativos é outra aplicação usual

da RFID nos hospitais. Os benefícios incluem aumento na utilização de recursos e prevenção

de perdas dos equipamentos (CHENG; KUO, 2015). Os equipamentos identificados por

etiquetas RFID permitem o registro com dados sobre os locais percorridos, os funcionários e os

pacientes que utilizaram, dias e horários, configurando sua rastreabilidade. Dessa forma,

viabiliza-se encontrar o equipamento com maior rapidez, controlando sua localização e

evitando roubos (OLIVEIRA, 2017). No contexto de gestão das operações hospitalares, o

sistema de localização em tempo real (Real-Time Location Systems – RTLS) aumenta a

eficiência no processo e na produtividade do pessoal, permite transparência na logística e

redução do estoque. Esse sistema é habilitado por meio da instalação das etiquetas RFID no

chão e leitores nos objetos para determinar a localização dos objetos móveis em um hospital.

Com isso, há o monitoramento do equipamento médico e dos pacientes de alto risco,

assegurando que o paciente certo esteja disponível para os procedimentos corretos

(SHIREHJINI et al., 2012).

Segundo Cheng e Kuo (2015), a RFID demonstrou ser uma tecnologia eficaz para

otimizar as operações de saúde. Uma plataforma habilitada para gerenciamento da enfermaria

do hospital possibilitou maior segurança do paciente, aumento da eficiência operacional e

redução do risco de doenças infecciosas. As etiquetas RFID ativas são anexadas aos indivíduos

e aos objetos da enfermaria. Oliveira (2017) define os insumos hospitalares como luvas,

máscaras, seringas ou gazes. Os leitores RFID ativos se comunicam com as etiquetas de forma

contínua e automática para acompanhar as informações em tempo real dos objetos marcados.

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Esses dados são transmitidos e armazenados no sistema de gerenciamento, possibilitando

monitoramento e rastreamento em tempo real de indivíduos e recursos, relatórios de estatísticas

e análises para melhor gerenciamento das enfermarias hospitalares (CHENG e KUO, 2015).

Assim, de acordo com Oranje-Nassau et al. (2009), tem-se os materiais disponíveis no momento

certo e no lugar certo, controlando a armazenagem dos mesmos e diminuindo os erros de

previsão de demanda.

As tecnologias de informação estão sendo desenvolvidas para facilitar as organizações

médicas no compartilhamento das informações críticas sobre os pacientes, no monitoramento

da saúde dos mesmos e na prevenção de erros nos medicamentos. Há um interesse crescente no

uso da tecnologia RFID para salvar vidas, evitar erros e reduzir custos. Sua utilização é cada

vez mais presente em cenários cotidianos que vão do rastreamento e controle de estoque à

gestão de pacientes em cuidados da saúde. Apesar dos benefícios confiáveis com a implantação

da tecnologia na área da saúde, a mesma não é amplamente disseminada, devido à falta de

segurança nas etiquetas e a privacidade dos pacientes (TSAY; IM, 2012).

Diante desse cenário de vantagens e desvantagens da RFID, dos seus benefícios,

dificuldades e aplicações apresentados pela literatura, observa-se a diversidade de áreas que se

pode implantá-la e a prevenção de perdas que pode proporcionar com seu sistema planejado de

acordo com as características do ambiente. Por outro lado, há o avanço tecnológico nas áreas

hospitalares, principalmente com relação à IoT, como uma necessidade para o setor se

desenvolver e reduzir seus custos e perdas. Nas feiras e encontros hospitalares, a inovação e a

tecnologia são assuntos em alta que estão sendo discutidos para serem adotados imediatamente

nos hospitais do País. Esses dois fatos demonstram a relevância da análise da RFID nas

operações hospitalares, pois torna-se uma fonte de pesquisa para instituições hospitalares terem

acesso a avaliações da tecnologia já implantada e conseguirem fazer comparações e melhorias

na sua própria operação.

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3 METODOLOGIA

Neste capítulo será apresentada a metodologia de pesquisa do trabalho, abrangendo o

método utilizado, a abordagem, a técnica de coleta e de análise de dados, e por fim, a amostra.

3.1 Método de pesquisa

A definição do método científico é de suma importância nas pesquisas acadêmicas,

facilitando a aceitação dos resultados das investigações. A sociedade encontrou a maneira de

legitimar um conhecimento adquirido empiricamente, por meio desse método, ou seja, o mesmo

resultado pode ser obtido quando o pesquisador repete a investigação nas mesmas

circunstâncias e com o mesmo cuidado (CAMPOMAR, 1991).

Um posicionamento do pesquisador perante seu paradigma epistemológico e os métodos

de pesquisa que orientarão a sua condução é necessário para aumentar a confiabilidade dos

resultados obtidos (DRESCH et al., 2015). Na Engenharia de Produção, as abordagens

metodológicas mais usuais são categorizadas em levantamento tipo survey, pesquisa-ação e

estudo de caso (MIGUEL, 2007).

O levantamento tipo survey é realizado por meio de algum tipo de questionário,

envolvendo a interrogação direta das pessoas de quem deseja-se conhecer o comportamento.

Geralmente, procede-se à solicitação de informações a um grupo expressivo de pessoas sobre

o problema estudado, para obter conclusões perante os dados colhidos mediante uma análise

quantitativa (PRODANOV; FREITAS, 2013). Segundo Forza (2002), o objetivo desse tipo de

levantamento é contribuir para uma área específica através da coleta de informações sobre os

indivíduos e o ambiente em que se encontram. Essas pesquisas podem ser divididas em duas

categorias principais: analíticas e descritivas. As analíticas dão ênfase à confiabilidade dos

dados e ao controle estatístico de variáveis, assumindo características da pesquisa experimental

e dedutiva, podendo permitir a generalização dos resultados. Já as descritivas utilizam uma

abordagem indutiva, com perguntas abertas para explorar perspectivas. São utilizadas, muita

das vezes, para identificar a escala e a natureza de problemas sociais (GRAY, 2012).

A pesquisa-ação é um método em evidência como estratégia de pesquisa adotada, e

possui como um dos seus objetivos compreender a resolução de um problema prático (MELLO

et al., 2012). Nesse caso, há o envolvimento cooperativo ou participativo dos pesquisadores e

dos participantes representativos do problema. A pesquisa-ação não se refere apenas a um

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levantamento de dados, mas sim a pretensão de desempenhar um papel ativo na realidade dos

fatos observados (PRODANOV; FREITAS, 2013). Além disso, observa-se uma linha

prescritiva que é permitida pela interação direta entre pesquisador e objeto de pesquisa, na linha

da intervenção, em prol de ambos (DRESCH et al., 2015).

A pesquisa-ação e o estudo de caso são métodos tradicionais que possibilitam que o

pesquisador explore, descreva e explique o fenômeno determinado. O estudo de caso

proporciona um aprofundamento e compreensão desses fenômenos quando bem conduzido. É

comumente utilizado em estudos empíricos e a adoção da sua abordagem aumenta as chances

de endereçar a questão proposta (DRESCH et al., 2015). Para Yin (2015, p.17), pode-se definir

o estudo de caso como “uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo

(o ‘caso’) em profundidade e em seu contexto de mundo real, especialmente quando os limites

entre o fenômeno e o contexto puderem não ser claramente evidentes”.

Ainda segundo YIN (2015), existem dois tipos de estudo de caso, o estudo de caso único

e estudo de caso múltiplo. Para o autor, encontra-se um fundamento lógico para um caso único

quando ele representa o caso decisivo ao testar uma teoria bem estruturada. Já no estudo de

casos múltiplos, um dos seus objetivos é elaborar uma explicação geral que sirva a todos os

casos particularmente, embora possam variar em seus detalhes. Pode-se afirmar também que o

estudo de caso é uma categoria de histórico de um fenômeno, onde fatos relevantes à ocorrência

de eventos que relatam o fenômeno são fontes de evidências extraídas para uma análise. A

confiabilidade e validade são critérios importantes no estudo de caso e utilizados para julgar a

qualidade da pesquisa (MIGUEL, 2007).

O estudo de caso múltiplo foi escolhido como método de pesquisa desse estudo, pois há

a necessidade de compreender um fenômeno que fornecerá dados para a análise da implantação

da tecnologia RFID em operações hospitalares, entendendo o como funciona e porque deve ser

adotada.

3.2 Abordagem de pesquisa

As pesquisas qualitativas e quantitativas podem ser utilizadas para qualquer estudo em

desenvolvimento. No caso da abordagem quantitativa, busca-se descobrir medidas em

população por meio de inferência estatística, testes paramétricos e não-paramétricos

(CAMPOMAR, 1991). O pesquisador, nesse caso, testa uma teoria utilizando hipóteses e

coletas de dados para apoiar ou refutar as hipóteses. Os dados são coletados em um instrumento

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que mensura atitudes, e as informações analisadas por processos estatísticos e testes de

hipóteses (CRESWELL, 2014).

Para Campomar (1991), nas pesquisas qualitativas não há medidas. As análises são

realizadas em profundidade, sem inferências estatísticas e alcançando as próprias percepções

dos elementos pesquisados sobre os eventos de interesse. O pesquisador nesse método procura

explicar o porquê das coisas, enunciando o que convém ser feito, mas não há a quantificação

dos valores e os dados analisados são não-métricos, e se valem de diversas abordagens.

Portanto, há a preocupação com os aspectos da realidade que não podem ser quantificados,

focando na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais (GERHARDT;

SILVEIRA, 2009).

Uma prática comum é a não diferenciação da abordagem quantitativa da qualitativa,

pois consideram que a pesquisa quantitativa é também qualitativa. Dessa maneira, determina-

se que o modo como se analisa o problema e o enfoque adotado é o que determina a escolha da

metodologia (PRODANOV; FREITAS, 2013). Segundo Creswell (2014), a abordagem das

duas categorias proporciona um entendimento mais completo de um problema de pesquisa

utilizando a coleta de diversos tipos de dados, do que utilizar os mesmos isoladamente. O estudo

inicia-se com um amplo levantamento, a fim de generalizar os resultados para uma população

e, em seguida, concentra-se na qualitativa, com entrevistas abertas para colecionar visões

detalhadas dos participantes e ajudar a explicar a pesquisa quantitativa inicial.

Com o objetivo de obter um panorama profundo, intenso e “holístico” do contexto nesse

estudo, e o envolvimento do fenômeno dentro das vidas cotidianas de pessoas, grupos,

comunidades e organizações (GRAY, 2012), optou-se por uma abordagem qualitativa.

3.3 Técnica de coleta de dados

As técnicas de coleta de informações que podem ser adotadas são as entrevistas, as

observações ou a geração de informações em banco de dados secundários. Essa etapa é

importante para validar as ideias percebidas na literatura e também evidenciar novas ideias. As

entrevistas e observações bem desenvolvidas permitem uma construção do problema a ser

abordado com clareza e facilidade (GERHARDT; SILVEIRA, 2009).

A entrevista é definida como técnica para coletar dados ainda não documentados sobre

determinado assunto. Além disso, funciona como forma de diálogo assimétrico, uma das partes

procura obtenção de dados e a outra se posiciona como fonte de informação, tornando-se uma

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técnica de interação social. Possui o caráter exploratório quando relativamente estruturada e de

coleta de informações quando altamente estruturada (GERHARDT; SILVEIRA, 2009). Além

de registrar as respostas verbais, o entrevistador pode fazer anotações sobre a linguagem

corporal do entrevistado. Cria-se também uma atmosfera de confiança, em que a sensação de

confidencialidade resulta em respostas mais honestas (GRAY, 2012).

As entrevistas estruturadas seguem um roteiro estabelecido previamente com perguntas

padronizadas, o objetivo é adquirir diversas respostas à mesma pergunta. As semiestruturadas

não são padronizadas, há uma lista de questões que podem ser seguidas, adicionadas,

incentivando a fala mais livre do entrevistado e com isso obter um aprofundamento das visões

e das opiniões. Já as entrevistas não-estruturadas ou não-diretivas são aquelas em que não há

escolha prévia das questões que serão abordadas, o entrevistado pode ser solicitado a falar

livremente sobre o tema, buscando uma visão geral do mesmo (GERHARDT; SILVEIRA,

2009; GRAY, 2012).

Ressalta-se que a técnica da observação também é utilizada para coleta de dados, um

instrumento muito útil para futura aquisição de informações, pois pode-se constatar um

comportamento. Os tipos que se destacam são as observações direta intensiva, realizada por

meio da observação e da entrevista e a observação direta extensiva, que acontece por meio do

questionário, formulário, medidas de opinião e atitudes, discussão em grupo, por exemplo

(PRODANOV; FREITAS, 2013).

A coleta de dados possui instrumentos como o questionário e o roteiro de perguntas. O

questionário é uma técnica presente em muitas metodologias de pesquisa, o que demonstra sua

importância na coleta de dados. Pode ser definido como ferramenta de pesquisa que leva

pessoas a responderem um conjunto de perguntas pré-determinadas. Como vantagens, possui o

baixo custo de tempo e dinheiro; a facilidade de os entrevistados responderem quando e onde

preferirem e a simplicidade para se analisar os dados após a coleta. Contudo, em alguns casos

sua escolha pode ser inadequada, pois necessita-se de respostas com maior profundidade

(GRAY, 2012).

O corpo principal do questionário é composto por dois tipos de pergunta: as abertas, em

que não há uma resposta definitiva e sim registros de tudo o que o respondente disser. Esse tipo

de pergunta gera riqueza com as respostas não previstas e um possível aprofundamento do tema

estudado. Por outro lado, as perguntas fechadas apresentam ao respondente um conjunto de

respostas pré-elaboradas, facilitando a análise posterior (GRAY, 2012).

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Segundo Gray (2012), os dados coletados pelas perguntas padronizadas do questionário

realizado em um público grande, permite uma abordagem analítica com exploração das relações

entre variáveis. Diferente do questionário, os roteiros de perguntas adotam uma abordagem

descritiva e são utilizados quando se deseja extrair sentimentos e atitudes.

Neste texto, foi adotado como técnica de coleta de dados a entrevista semiestruturada com

perguntas abertas e fechadas. Com essa escolha, há a possibilidade de um aprofundamento do

tema, por meio das próprias opiniões dos entrevistados. As perguntas abertas permitiram uma

maior troca de ideias entre entrevistado e entrevistador. Elas foram focadas em mapear de forma

mais abrangente os benefícios e dificuldades que a adoção da RFID trouxe para a operação de

identificação do paciente, controle de ativos (equipamento) e controle de insumos hospitalares,

assim como as vantagens e desvantagens dessas implantações. Já as perguntas fechadas

forneceram uma base de dados para analisar essas operações hospitalares de acordo com a

pontuação dada pelos entrevistados aos atributos de avaliação de TI abordados no capítulo 2.

3.4 Análise de dados

Após a etapa de coleta de dados, há a análise e interpretação dos dados que se

desenvolvem de acordo com a metodologia adequada e com o posicionamento do fornecedor.

A análise quantitativa possui procedimentos que podem facilitar a análise. A qualitativa

depende de vários fatores como a natureza de dados coletados, a extensão da amostra, os

instrumentos de pesquisa e as teorias que direcionam a investigação (PRODANOV; FREITAS,

2013).

Segundo Gray (2012) a abordagem quantitativa necessita de um planejamento prévio

sobre qual ferramenta, no caso estatística, utilizar para analisar os dados. As ferramentas

utilizadas passam pelos seguintes passos: a categorização de dados, codificação e layout de

dados, apresentação dos dados usando estatísticas descritivas, processo de testes de hipóteses e

a análise estatística.

Para se analisar, compreender e interpretar dados qualitativos, é essencial observar que a

interpretação de dados não é apresentada espontaneamente ao pesquisador e saber o significado

que os atores sociais compartilham na experiência de sua realidade. Com isso, há duas

possibilidades teóricas e práticas nesse caso: a análise de conteúdo e a análise do discurso

(GERHARDT; SILVEIRA, 2009).

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A análise de conteúdo é a abordagem mais comum à análise de dados qualitativos. Há a

criação de regras específicas antes da análise se iniciar, na tentativa de objetivar o processo,

definindo um caráter mais dedutivo. Dessa forma, inferência sobre os dados são realizadas,

identificando de forma sistemática e objetiva características especiais como classe e categoria

entre elas (GRAY, 2012). A análise do discurso realiza uma interpretação mais qualitativa,

trabalhando com a posição discursiva do sujeito, e não com o conteúdo (GERHARDT;

SILVEIRA, 2009).

Neste estudo, foi utilizada a técnica da análise e interpretação dos dados obtidos. Por meio

das entrevistas semiestruturadas com perguntas abertas e fechadas, os dados coletados foram

interpretados de acordo com a teoria inferida na revisão de literatura. Assim, com as respostas

das perguntas abertas, identificou-se as características relevantes na operação estudada segundo

a visão do setor que implantou a tecnologia. As perguntas fechadas, com escala Likert para

resposta, permitiram uma análise mais simples de como os atributos da RFID são alocados de

acordo com sua intensidade para o entrevistador. A escala, de intervalo igual entre os pontos,

utilizada de acordo com a intensidade foi: (1) muito baixa; (2) baixa; (3) médio; (4) alta; (5)

muito alta. Desse modo, concluiu-se a análise do objeto de estudo de forma clara e precisa.

3.5 Amostra

Segundo Prodanov e Freitas (2013), amostra é a parte selecionada da população de acordo

com uma regra ou plano. É por meio da amostragem que se estima as características da

população. Nesse contexto, a amostra pode ser probabilística e não probabilística, mas só a

primeira pode originar uma generalização estatística. Por outro lado, as não probabilísticas

possuem seus elementos selecionados de forma acidental, sem uma seleção aleatória.

As amostras aleatórias são preferíveis às não aleatórias, pois as chances de a amostra ser

mais representativa é maior, sendo esta aleatória e não intencional. As pesquisas qualitativas

por buscarem compreender determinadas práticas que estão inseridas em local, contexto e

tempo específicos, normalmente adotam as amostras não probabilísticas intencionais (GRAY,

2012).

No estudo realizado foi selecionada duas organizações da área da saúde, no caso hospital

brasileiro, que possui em suas operações de identificação e rastreabilidade de paciente, controle

de ativos (equipamentos) e controle de insumos hospitalares a tecnologia de informação RFID.

O hospital A possui duas operações: operação 1 (OP1), identificação e rastreabilidade de

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pacientes e a operação 2 (OP2), controle de ativos (equipamentos). Já o hospital B possui a

operação 3 (OP3), controle de insumos hospitalares. Selecionou-se também, como entrevistado

1 (E1) ,o gerente da área de TI do hospital A, e a entrevistada 2 (E2), a analista de negócios do

hospital B para responder ao questionário. O Quadro 4 apresenta o perfil do entrevistado:

Quadro 4: Resumo do perfil dos entrevistados

Respondente Nível de

escolaridade Formação Cargo

Tempo de atuação no

cargo

E1 Superior Engenheiro Eletricista Gerente de TI 6 anos

E2 Superior Ciências da computação Analista de negócios 2 meses

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4 DISCUSSÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados os dois hospitais do estudo de caso e o setor saúde em

que estão inseridos. Em seguida, são expostas as transcrições dos questionários e realizada a

discussão dos resultados analisando a RFID nas três operações hospitalares.

4.1 Setor saúde e organização de pesquisa

Um hospital pode ser definido como um sistema complexo onde pacientes, médicos,

prestadores de serviços e equipamentos circulam no mesmo ambiente (NEC, 2010). Segundo a

Associação Nacional de Hospitais Privados (2015), outra definição é uma instituição de alta

complexidade em que processos, equipamentos com tecnologia avançada e uma equipe médica

qualificada devem atender ao público diariamente.

De acordo com o Portal Länk (2016), um hospital pode possuir 30% a 40% do consumo

mensal dos seus recursos financeiros na área da cadeia de suprimentos. A deficiência na gestão

hospitalar e a precariedade em procedimentos e recursos interferem diretamente na qualidade

dos serviços prestados aos pacientes (ALÁSTICO; TOLEDO, 2013). Dessa forma, o desafio

relacionado à sustentabilidade de um hospital é encontrar formas diferenciadas de proporcionar

os materiais garantindo produtividade, segurança e qualidade (PORTAL LÄNK, 2016). No

Brasil, o setor de saúde possui um desafio maior, pois há problemas estruturais, tanto no setor

público, quanto na saúde suplementar (MEDICI, 2017).

Nesse contexto de desafios, uma grande ferramenta associada a superação dessas

dificuldades e uma aliada na gestão hospitalar, trazendo impactos positivos na imagem

institucional é a TI (ANAHP, 2015). Dentre as TIs, a RFID permite o sucesso na área de gestão

da cadeia de suprimentos, pelo fato de ser uma identificação automática. Nos hospitais há

ambientes com grande fluxo de pessoas e uma necessidade de um controle maior dos

funcionários e dos pacientes. Assim, o uso da RFID contribui com o serviço prestado, reduzindo

a carga excessiva de trabalho que influencia diretamente no atendimento e na segurança do

paciente (PIVOTO; IRION, 2017).

O Brasil possui um número elevado de hospitais e leitos, totalizando 6.805 instituições

em todas as categorias. Segundo o Ministro da Saúde, Ricardo Barros, há excesso de hospitais

no País e que o mesmo poderia funcionar com um quinto desse total. Há também uma falha na

distribuição de leitos, que deve estar acessível a pessoas que realmente conseguem sobreviver

com os equipamentos do hospital. Esse cenário ocorre por falta de uma gestão adequada do

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sistema de saúde brasileiro (FURLAN, 2017). A Tabela 1 apresenta os hospitais do Brasil

divididos de acordo com suas categorias.

Tabela 1: Hospitais do Brasil

Hospitais do Brasil

Municipais 21%

Estaduais 8%

Federais 1%

Privados 70%

Total 100%

Fonte: CNES (2018)

Como observa-se na Tabela 1, há uma concentração de hospitais privados com relação

aos hospitais municipais, estaduais e federais, esses que representam 30% do número total dos

hospitais. Segundo Medici (2017), essa divergência ocorre, pois não são oferecidos serviços de

saúde suficientes a sociedade por meio do sistema de saúde público. Dessa maneira, o setor

privado supre essa deficiência com a oferta de planos de saúde suplementar, hospitais e clínicas

particulares.

O setor da saúde tem apresentado um crescimento, que estimula o setor a investir na

reforma do seu sistema, por meio de soluções financeiras e aquisição de novas tecnologias.

Baseado na KPMG (2015), os investimentos estrangeiros são aceitos em hospitais e clínicas, o

que antes eram limitados pela Constituição Federal. Esses investimentos são necessários, pois

o crescimento do setor é uma consequência dos seguintes fatores: envelhecimento da

população, acesso das pessoas aos serviços de saúde e surgimento de novos tratamentos.

Contudo, apesar desses fatores estimularem o setor, eles são desafios e, algumas vezes,

obstáculos ao seu crescimento a serem suplantados.

Aliado a isso, a diversidade, a variabilidade intensa dos processos e a imprevisibilidade

do tempo são aspectos desafiadores no setor da saúde, especificamente na gestão de serviços.

Esses aspectos tornam o conhecimento e o controle de custos e dos processos de extrema

importância para a organização (ALEMÃO et al., 2015). A Tabela 2 apresenta o número de

leitos existentes de acordo com as principais especialidades, demonstrando a diversificação de

enfermidades (e pacientes, que são clientes do setor) e de fontes de suprimentos (insumos,

equipamentos e medicamentos), que demandam um controle mais preciso nas operações

hospitalares:

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Tabela 2: Leitos Hospitalares no Brasil

Leitos hospitalares no Brasil

Especialidades SUS Não SUS Total

Cirurgia 74.612 41.970 116.582

Clinica geral 84.686 32.450 117.136

Psiquiatria 22.304 11.580 33.884

Pediatria 40.231 11.032 51.263

Obstetrícia 40.017 13.434 53.451

Outros 70.836 49.353 120.189

TOTAL 332.686 159.819 492.505

Fonte: CNES (2018)

Com relação ao número de leitos, observa-se que apesar do país possuir um maior

número de hospitais privados, ainda existem mais leitos pertencentes a categoria Sistema Único

de Saúde (SUS). Porém, esse número reduziu cerca de 10% nos últimos 8 anos (RAMALHO,

2018). Enquanto o número de leitos do serviço público de saúde reduz, o número de leitos da

categoria privados está em ampliação, em um ano foram abertos mais de 3.000 leitos na rede

de hospitais privados (FILGUEIRAS, 2018).

Com o número de leitos e especialidades, percebe-se que o ambiente no setor da saúde

necessita de um perfeito funcionamento, mesmo com a complexidade de pessoas, equipamentos

e procedimentos. Além de preocupações com agências regulamentadoras que fazem exigências

nesse mercado (NEC, 2010). Para Alástico e Toledo (2013), para atender a uma acreditação da

instituição, o comprometimento precisa vir de todos os responsáveis por procedimentos

internos e da alta administração.

Assim, percebe-se a importância da melhoria contínua no ambiente hospitalar, visando

processos que busquem qualidade de serviços ao paciente e à gestão do hospital (OLIVEIRA,

2017). No Brasil observa-se alguns avanços trazidos pela adoção da TI nos hospitais, como

melhorias no tratamento de doenças e na própria governança hospitalar. Esses avanços levaram

ao aumento do investimento nessa adoção nos hospitais brasileiros (VECTRA, 2017).

Recentemente, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou

o financiamento no desenvolvimento de dispositivos para IoT no setor de saúde, levando em

conta a importância do setor para a sociedade (SETOR SAÚDE, 2018). Os recursos são de até

2 milhões de reais por projetos pelo banco 1ª metade) e o restante por consórcios (2ª metade do

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projeto), para este ano. As áreas contempladas são: doenças crônicas, promoção e prevenção, e

eficiência e gestão (BNDES, 2018).

Com isso, observa-se que, apesar do cenário brasileiro em crise, os empresários estão

buscando oportunidades para serem mais competitivos. A TI, mais especificamente, a RFID

torna-se assim, uma diferenciação para os negócios, ganho de capacidade competitiva, redução

de custos e estabilidade para superar possíveis crises futuras (PERIN, 2017). Por isso, escolheu-

se um hospital que se destaca por sua excelência e pela visão inovadora que possui do

investimento em tecnologia (NEC, 2010).

4.1.1 Hospital A

A pesquisa será desenvolvida em um hospital reconhecido nacional e

internacionalmente inaugurado em 1971 e administrado por uma Sociedade Beneficente, com

o compromisso de oferecer à população do Brasil uma referência em qualidade da prática

médica.

O hospital encontra-se na região do Morumbi, zona oeste da cidade de São Paulo, cidade

que possui 33.526 leitos, segundo indicadores compilados pela Secretaria Municipal de

Urbanismo e Licenciamento (SMUL), o que significa quase 7% dos leitos do Brasil. Esses

dados demonstram a importância da cidade de São Paulo perante o desenvolvimento do país,

possuindo hospitais que buscam diferenciação tecnológica.

São mais de 13.000 funcionários, cerca de 9.415 médicos e mais de 600 leitos

operacionais. Seu sistema de saúde possui oito unidades próprias, 20 unidades na rede pública

municipal de São Paulo e dois hospitais do SUS. Assim, e com sua qualidade de atendimento

aos pacientes, pelos equipamentos modernos e várias especialidades médicas, tornou-se uma

das unidades de saúde mais conhecidas no Brasil (GNT, 2017). A Tabela 3 apresenta alguns

dados do serviço de saúde da instituição:

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Tabela 3: Dados do serviço do Hospital A

Hospital 2014 2015 2016 ∆ 2016/2015

Leitos operacionais 629 615 646 5,00%

Salas para cirurgia 38 38 38 0,00%

Pacientes-dia 194.215 193.418 185.949 -3,90%

Média de tempo de permanência (em dias) 3,75 3,64 3,51 -3,60%

Taxa de ocupação (%) 85,6 85,7 82,6 -3,60%

Cirurgias (exceto cesárias) 39.239 46.092 50.689 10,00%

Partos 4.449 4.669 4.294 -8,00%

Além disso, foi considerado pelo ranking 2016 da Revista América Economia

Intelligence o melhor hospital da América Latina pela sétima vez consecutiva. O hospital

alcançou pontuação máxima nos aspectos de segurança e dignidade do paciente, capacidade de

atendimento, prestígio e gestão do conhecimento (AMÉRICAECONOMÍA

INTELLINGENCE, 2016).

Por outro lado, é uma instituição sem fins lucrativos, com o seu objetivo voltado para

qualidade e segurança do paciente e não a maximização de lucros. O outro ponto também

importante, é seu compromisso social como sistema integrado de saúde, com amplas atividades

na área pública. Essa parceria público-privada pode render frutos para a comunidade, inspirar

outras instituições a aumentarem sua atuação em prol da saúde do Brasil.

Nesse contexto de liderança e compromisso com a excelência do serviço oferecido à

saúde, em 2010, o hospital implantou um projeto de rastreabilidade utilizando a tecnologia

RFID. A solução oferece controle de temperatura das geladeiras e localização de equipamentos

médicos por meio da rede sem fio do hospital. Com isso, há liberação dos profissionais para

ofertar um atendimento mais ágil e eficiente aos pacientes (PERIN, 2012).

4.1.2 Hospital B

A pesquisa será realizada, também, em outro centro de referência internacional em

saúde, que possui como base de atuação a humanização do atendimento, o pioneirismo e a

excelência. A instituição surgiu em 1921 e até hoje é mantida por uma entidade filantrópica.

O hospital encontra-se no bairro da Bela Vista, em São Paulo, com uma área construída

de 155mil m2. São 4.009 médicos cadastrados no corpo clínico com mais de 60 especialidades

atendidas. A Tabela 4 apresenta alguns dados do serviço da saúde na instituição:

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Tabela 4: Dados do serviço do Hospital B

Indicadores (Bela Vista) 2014 2015 2016

Leitos operacionais 439 451 464

Pacientes/dia críticos 52.399 60.786 58.181

Pacientes/dia não críticos 72.809 70.894 73.701

Pacientes/dia 125.208 131.680 131.882

Saídas 20.632 22.944 23.320

Internações 20.683 22.950 23.391

Taxa de ocupação operacional 85,56% 77,35% 81,04%

Média de permanência (dias) 5,97 5,24 5,66

A instituição possui conquistas pioneiras: em 1971 inaugurou a primeira Unidade de

Terapia Intensiva (UTI) no Brasil e em 2000 participou da primeira telecirurgia guiada por robô

realizada no Hemisfério Sul. Além disso, para garantir sua excelência em qualidade, adota uma

série de processos de melhoria contínua, sendo uma das primeiras instituições brasileiras

certificadas pelo Joint Comission International (JCI), importante órgão certificador de

qualidade das organizações de saúde no mundo.

No contexto do plano de qualidade, há também projetos que visam melhorar a troca de

informações e trilhar uma evolução tecnológica. Assim, a tecnologia RFID é utilizada para

localizar pacientes e equipamentos no hospital. A empresa catarinense Goods that talk –

Produtos que falam (Gtt) implantou sua tecnologia de auto identificação nesse hospital para

monitorar os medicamentos. Os próprios armários possuem sensores de RFID para um melhor

controle. Há também refrigeradores com a tecnologia que enviam ao sistema informações de

temperatura e humidade, além de controlar o estoque (PERIN, 2012).

4.2 Apresentação de resultados

4.2.1 Hospital A

No hospital A há dois projetos implantados que utilizam a RFID em suas operações. O

setor responsável por estes controles realizou uma pesquisa de mercado por soluções de TI e

encontrou um sistema MobileView, um produto desenvolvido pela empresa Aeroscout (hoje

Stanley HealthCare). Essa fornece um sistema com etiquetas RFID ativo que podem ser

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rastreados na arquitetura da rede Wifi Cisco, o que levou à redução dos custos com

desenvolvimento de uma nova arquitetura. O produto foi implantado e utilizado para soluções

de controle de temperatura e RTLS para equipamentos médicos. Com outro objetivo, de

controle (rastreabilidade) de pacientes, o hospital A possui outro projeto de uso do MobileView,

o de segurança dos recém-nascidos.

As melhoras significativas para empresa em cada operação em que a tecnologia foi

implantada, identificadas pelo entrevistado 1 (E1) podem ser observadas no Quadro 5.

Quadro 5: Melhorias significativas de acordo com a operação hospitalar – hospital A

Operações hospitalares Melhoras significativas

Identificação e rastreabilidade

dos pacientes.

maior precisão na atualização das informações em tempo real

melhora na satisfação dos pacientes

aumento da segurança dos pacientes

Controle de ativos

(equipamentos)

maior precisão na rastreabilidade dos equipamentos

redução das perdas

redução dos roubos

aumento da eficiência no processo

aumento da produtividade do pessoal

De acordo com o gerente de TI, o objetivo da implantação da RFID foi melhorar o

controle dos equipamentos (ativo), automatizando processos com o uso da tecnologia. Houve

uma dificuldade encontrada na implantação do sistema: a complexidade do sistema. Apesar do

sistema não ser simples e, em uma implantação de uma nova TI haver mudanças na rotina de

toda a organização, o E1 mencionou que, em geral, a adoção foi satisfatória e aceita pelos

funcionários, sem resistência. Os novos processos trouxeram facilidades para a rotina dos

usuários e todos receberam treinamento para utilizar o sistema. Houve um tempo de ensino

sobre a tecnologia e foi realizada, também, uma imersão dos funcionários nas funcionalidades

que o sistema implantado no hospital disponibilizaria.

Quanto à implantação da TI, o E1 informou que foi realizada por meio de um projeto

liderado pelo setor de TI do hospital A juntamente com os serviços da consultoria que

representa o fabricante dela no Brasil. Os serviços de suporte e manutenção também são

realizados pela TI do hospital quando são serviços mais simples e pelo fabricante quando são

problemas mais críticos.

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As especificações da etiqueta adotada pelo projeto foram etiquetas do tipo ativa e que

trabalhe com a rede Wifi de 2,4GHz. A localização é efetuada por um algoritmo de triangulação

probabilístico, utilizando os parâmetros de intensidade do sinal em cada etiqueta. Quando há a

necessidade da localização exata do equipamento ou paciente, instala-se antenas de RFID que

emitem ondas eletromagnéticas em 125Khz, que também são reconhecidas pela etiqueta.

Em relação às vantagens e desvantagens da RFID listadas pelo E1, elas estão dispostas

no Quadro 6.

Quadro 6: Vantagens e desvantagens da RFID – hospital A

Vantagens Desvantagens

maior capacidade de armazenamento de

informações

rastreabilidade dos objetos

redução do trabalho

informações em tempo real

custo das etiquetas

necessidade de treinamento

No sistema RFID do hospital A há integração com outras TI, por meio da rede Cisco,

com sistemas através de mensageiros HL7, com serviços de relé IP e ainda integração

eletroeletrônica com portas de controle de acesso, no caso de uso na Segurança do recém-

nascido.

Conforme observado na revisão há alguns benefícios da RFID, e que foram observados

pelo E1 nas operações com RFID e em todo o hospital, após a adoção da tecnologia. A avaliação

entre os benefícios antes e depois da implantação da tecnologia pode ser visto nas pontuações

no Quadro 7 (conforme escala apresentada no capítulo 3):

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Quadro 7: Benefícios hospital A – avaliação antes e depois da implantação da RFID

Antes Depois

(2) Redução dos custos de mão-de-obra para

leituras manuais.

(4) Redução dos custos de mão-de-obra para

leituras manuais.

(1) Maiores níveis de precisão de inventário. (4) Maiores níveis de precisão de inventário.

(1) Possibilita a rastreabilidade (5) Possibilita a rastreabilidade

(2) Melhor granularidade dos dados (4) Melhor granularidade dos dados

(3) Menor necessidade de integração de sistemas

internos

(3) Menor necessidade de integração de sistemas

internos

(2) Maiores níveis de rastreabilidade e

visibilidade dos produtos.

(5) Maiores níveis de rastreabilidade e

visibilidade dos produtos.

(3) Redução no armazenamento de dados (3) Redução no armazenamento de dados

(1) Eliminação de processos manuais e trabalho

devido a leituras repetitivas

(4) Eliminação de processos manuais e trabalho

devido a leituras repetitivas

(3) Elimina tempo envolvido nos processos de

reetiquetagem.

(3) Elimina tempo envolvido nos processos de

reetiquetagem.

Com relação à logística da operação rastreada, o E1 afirmou haver prevenção de perdas

no processo. A partir do uso da tecnologia para controlar a temperatura dos equipamentos de

refrigeração, instaurou-se um processo de controle de temperatura ativo, onde o sistema alerta

se algum equipamento está próximo de sair dos limites ideais. Desse modo, consegue-se agir

rapidamente e evitar que medicamentos, pesquisas, bolsas de sangue saiam da sua temperatura

ideal e se tornem inutilizáveis. Assim evita-se perdas financeiras ou peras que podem ser até

imensuráveis.

O entrevistado assinalou, também, os benefícios percebidos no rastreamento de ativos,

uma aplicação usual da RFID em hospitais, e seriam: prevenção de perdas; prevenção de

roubos; registro dos locais percorridos; localização mais rápida; localização em tempo real e

aumento da produtividade do pessoal.

Ao ser questionado se outra tecnologia era utilizada antes da implantação da RFID, o

E1 afirmou que utilizava o código de barras no controle e segurança do recém-nascido como

tecnologia para controlar a movimentação dos bebês, a localização deles e a validação da mãe

e do recém-nascido. Com a implantação do sistema com RFID como tecnologia de base, a

leitura de códigos de barras deixou de ser utilizada.

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58

Quanto às perguntas fechadas com o objetivo de avaliar a RFID nas suas operações com

relação aos seus atributos que foram divididos em três aspectos: ambiente, técnico e econômico,

o E1 as pontuou. Nos atributos do aspecto do ambiente houve uma subdivisão no atributo

características do cenário. Sua pontuação será apresentado no Quadro seguinte, o 9. O Quadro

8 demonstra a pontuação na Operação 1 referente a identificação e à rastreabilidade dos

pacientes e a Operação 2 referente ao controle de ativos (equipamentos):

Quadro 8: Atributos de avaliação da RFID – hospital A

Aspectos Atributos Operação 1 Operação 2

Ambiente Materiais dispersos (água e metal) 3 2

Ruído 3 2

Sensibilidade 4 4

Características do cenário Quadro 9 Quadro 9

Técnico Qualidade da RFID 5 5

Configuração do leitor 5 5

Número de etiquetas 4 5

Localização adequada 4 4

Frequência adequada 4 4

Tempo de resposta 5 4

Desempenho do sistema 5 5

Facilidade de uso 4 4

Eficiência energética 3 3

Segurança 5 4

Capacidade de armazenamento 5 5

Conformidade com IoT 4 4

Econômico Custo RFID 5 5

Rentabilidade 5 4

Legenda: (1) muito baixa; (2) baixa; (3) regular; (4) alta; (5) muito alta

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Quadro 9: Pontuação referente ao atributo características do cenário – hospital A

Operações Características do cenário Pontuações

Operação 1

o material da parede, que pode interromper ou reduzir sinais de frequência 1

os elevadores que podem complicar a localização dos objetos 5

os tipos de quarto (aberto ou semiaberto) 3

o material do objeto a ser controlado 2

Operação 2

o material da parede, que pode interromper ou reduzir sinais de frequência 1

os elevadores que podem complicar a localização dos objetos 5

os tipos de quarto (aberto ou semiaberto) 3

o material do objeto a ser controlado 2

Por fim, o E1 declarou que há novos projetos de implantação da tecnologia RFID no

hospital A. Atualmente, o hospital possui apenas processos utilizando o “RFID Ativo” como

tecnologia. No entanto, está sendo desenvolvido um projeto que tem como objetivo criar uma

“Arquitetura de RFID Passiva Multifuncional” e possui, inicialmente, sete casos de uso:

controle dos itens do quarto/leito; controle de enxoval; controle de medicamentos de alto custo;

controle de equipamentos médicos; segurança no residencial; controle de carro de emergência

e controle de materiais consignados em uma das unidades do hospital A.

4.2.2 Hospital B

O hospital B possui a RFID implantada na operação de controle de insumos hospitalares.

A necessidade da tecnologia surgiu para sistematizar o controle e a cobrança dos produtos

consignados em um setor. Quando o fabricante da tecnologia foi escolhido não havia muitas

empresas que ofereciam esse serviço no mercado.

As melhoras significativas para empresa na operação em que a tecnologia foi implantada,

identificada pela entrevistada 2 (E2) podem ser observadas no Quadro 10.

Quadro 10: Melhorias significativas de acordo com a operação hospitalar – hospital B

Operações hospitalares Melhoras significativas

Controle de insumos

hospitalares

maior precisão na rastreabilidade dos insumos

aumento da eficiência operacional

aumento do controle de armazenagem dos objetos

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De acordo com a analista de negócios, o objetivo de implantação da RFID foi melhorar

o controle e rastreamento dos produtos no centro de intervenção guiado por imagem, como

também o controle de estoque desses materiais. Na etapa de implantação houve uma

dificuldade, a falta de informação da tecnologia, que demanda da equipe que fornece a

tecnologia e dos usuários um esforço maior para o sucesso do projeto.

Há outro projeto com o uso da RFID já havia sido implantado no setor, mas não foi

aderente por ter sido um processo complexo e muito rápido. Foram utilizados armários com

leitores RFID, em que o procedimento era feito acessando o armário com os dados do paciente

para a retirada dos produtos que seriam usados. Ao final do procedimento quando a porta do

armário era fechada, os leitores da etiqueta RFID faziam a leitura e os produtos que não eram

mais localizados tinham a baixa de estoque. Devido a algumas falhas de leitura que começaram

a ocorrer, houve dificuldade na continuidade do projeto que foi cancelado. Atualmente, os

produtos continuam sendo etiquetados com a RFID no recebimento. O endereçamento para as

farmácias é realizado e confirmado com leitores de RFID, bem como a conferência do

inventário mensal, que é feita com o fornecedor, reduzindo a hora/homem de trabalho da área

de farmácia.

As especificações da etiqueta adotada pelo projeto foram etiquetas do tipo passiva,

RFID EPC Gen2, de frequência entre 860 a 928MHz (UHF). O hospital escolheu como

fabricante da tecnologia a mesma empresa que seu fornecedor de produtos consignados utiliza,

facilitando o controle dos materiais. O fabricante oferece treinamento aos funcionários para

utilizar o sistema RFID e suporte de manutenção caso ocorra problemas técnicos.

Em relação às vantagens e desvantagens da RFID listadas pela E2, elas estão dispostas

no Quadro 11.

Quadro 11: Vantagens e desvantagens da RFID – hospital B

Vantagens Desvantagens

rastreabilidade dos objetos

melhoria no gerenciamento do setor

redução do trabalho

informações em tempo real

informações precisas

problemas de implantação

tecnologia imatura

No sistema RFID do hospital B há integração com outras TI, por meio do sistema ERP

Tasy. A E2 identificou alguns benefícios da adoção da RFID nas operações, não só da farmácia,

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61

mas em todo o hospital. A avaliação entre os benefícios antes e depois da implantação da

tecnologia pode ser vista nas pontuações no Quadro 12 (conforme escala apresentada no

capítulo 3):

Quadro 12: Benefícios hospital B– avaliação antes e depois da implantação da RFID

Antes Depois

(1) Redução dos custos de mão-de-obra para

leituras manuais.

(4) Redução dos custos de mão-de-obra para

leituras manuais.

(3) Maiores níveis de precisão de inventário. (5) Maiores níveis de precisão de inventário.

(4) Possibilita a rastreabilidade (5) Possibilita a rastreabilidade

(3) Melhor granularidade dos dados (4) Melhor granularidade dos dados

(2) Menor necessidade de integração de

sistemas internos

(3) Menor necessidade de integração de

sistemas internos

(4) Maiores níveis de rastreabilidade e

visibilidade dos produtos.

(5) Maiores níveis de rastreabilidade e

visibilidade dos produtos.

(3) Eliminação de processos manuais e

trabalho devido a leituras repetitivas

(5) Eliminação de processos manuais e

trabalho devido a leituras repetitivas

(3) Elimina tempo envolvido nos processos

de reetiquetagem.

(3) Elimina tempo envolvido nos processos

de reetiquetagem.

O entrevistado assinalou, também, os benefícios percebidos no rastreamento dos produtos

consignados, e seriam: aumento da eficiência operacional e controle da armazenagem dos

objetos.

Ao ser questionada se outra tecnologia era utilizada antes da implantação da RFID, a E2

afirmou que utilizava o código de barras, com uma sequência numérica, na identificação do

produto. Mesmo com a implantação do novo sistema, o código de barras ainda é utilizado,

enviado por integração, e impresso na etiqueta RFID.

Quanto às perguntas fechadas, com o objetivo de avaliar a RFID na sua operação com

relação aos seus atributos que foram divididos em três aspectos: ambiente, técnico e econômico,

a E2 as pontuou. O Quadro 13 demonstra a pontuação na Operação 3, referente ao controle de

insumos hospitalares.

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62

Quadro 13: Atributos de avaliação da RFID – hospital B

Aspectos Atributos Operação 3

Ambiente Materiais dispersos (água e metal) 4

Ruído 4

Sensibilidade 3

Características do cenário NR

Técnico Qualidade da RFID NR

Configuração do leitor NR

Número de etiquetas NR

Localização adequada NR

Frequência adequada NR

Tempo de resposta NR

Desempenho do sistema NR

Facilidade de uso 4

Eficiência energética 3

Segurança 4

Capacidade de armazenamento 4

Conformidade com IoT NR

Econômico Custo RFID NR

Rentabilidade NR

Legenda: (1) muito baixa; (2) baixa; (3) regular; (4) alta; (5) muito alta; NR= não respondido

Por fim, a E2 declarou que não há novos projetos de implantação da tecnologia RFID no

hospital B.

4.3 Análise e discussão dos resultados

As informações levantadas nos hospitais em relação a implantação da RFID e seus

resultados no ambiente hospitalar, evidenciam o alinhamento com o levantamento da literatura

realizado no capítulo 2, como é visto a seguir. Primeiramente são analisadas as duas operações

mapeadas pelo hospital A e em seguida a operação mapeada pelo hospital B. Por fim, há uma

comparação entre a implantação da tecnologia nos dois hospitais.

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4.3.1 Hospital A

O hospital A mapeou a necessidade de implantar a tecnologia RFID em busca de

agilidade das informações importantes, assim como afirma Mussi et al. (2013). Nesse caso, há

uma busca, também, por controle da temperatura de equipamentos e rastreabilidade de recém-

nascidos, encontrada em duas dentre as quatro vertentes encontradas na literatura. (FAN et al.,

2017).

As melhoras significativas citadas por Khalid et al. (2017) nas operações com pacientes

estão presentes na operação de rastreabilidade dos recém-nascidos, fornecendo segurança e

satisfação dos pacientes. Em relação ao controle de equipamentos, o E1 destaca a prevenção de

perdas e a rastreabilidade dos mesmos, aumentando a eficiência e a produtividade do processo,

conforme encontrado na literatura (OLIVEIRA, 2017; CHENG; KUO, 2015; SHIREHJINI et

al., 2012). O objetivo do uso da tecnologia no hospital A foi otimizar o controle de objetos, no

caso, equipamentos e paciente, conforme afirmam Oliveira e Serra (2017); Zhu et al. (2012) e

Sun (2012).

Porém, em relação às dificuldades encontradas na literatura, apenas a complexidade do

sistema foi mencionada pelo E1, citada por Xie et al. (2017). Essa complexidade existe pela

alta densidade de informações e leitura rápida que são afetados pela potência e a velocidade da

etiqueta; o tamanho, o material e a forma do objeto. As especificações das etiquetas do hospital

A são as mesmas daquelas apresentadas por Ren et al. (2011); Nassar et al. (2014) e Zhu et al.

(2012).

As principais vantagens e desvantagens observadas por Duroc e Kaddour (2012)

também foram citadas pelo E1. As desvantagens foram identificadas em menor quantidade do

que as vantagens, o que evidencia os benefícios da adoção da tecnologia nas operações

encontradas no hospital A apresentadas na visão do gerente de TI, fornecedor da tecnologia. Os

benefícios encontrados na literatura por Sun (2012) e GS1 Brasil (2017) foram pontuados na

escala definida na metodologia quanto a avaliação antes e depois da implantação da tecnologia.

Pode-se observar importantes diferenças de pontuação nos benefícios, como “redução dos

custos de mão de obra para leituras manuais”, “maiores níveis de precisão do inventário”, a

“rastreabilidade possibilitada”, “maiores níveis de visibilidade dos produtos” e “eliminação de

processos manuais e trabalho devido a leituras repetitivas”.

O sistema RFID do hospital A possui integração com outras tecnologias de informação,

assim como é mencionado pela literatura (ADAME et al., 2017; GAYNOR; WATERMAN,

2016; KUMAR et al., 2016) e, neste estudo de caso, permite um melhor desempenho na

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comunicação entre as TIs (FARRIS et al., 2016). A prevenção de perdas (material e

informações) e a localização dos ativos (equipamentos) em tempo real provêm da adoção da

RFID, aumentando a produtividade do pessoal e a satisfação do cliente, criando vantagem

competitiva (BARDAKI et al., 2012; OLIVEIRA, 2017)).

O código de barras era utilizado na operação mapeada no hospital A antes da

implantação da RFID e esta passou a ser a nova tecnologia de base. Essa mudança apresenta

mais uma vantagem da RFID, com relação à facilidade de uso e à adoção tecnológica

comparada ao código de barras (VENKATESH et al., 2017).

A seguir serão analisadas as respostas obtidas por meio do questionário de perguntas

fechadas para as duas operações do hospital: identificação e rastreabilidade dos pacientes (OP1)

e controle de ativos (OP2). Depois, essas operações serão comparadas entre elas e, por fim,

haverá uma análise com foco nos aspectos: ambiente, técnico e econômico, pontuado de acordo

com a escala Likert.

4.3.1.1 Operação de identificação e rastreabilidade dos pacientes - Operação 1

Na operação de identificação e rastreabilidade dos pacientes, denominada de operação

1 neste trabalho, no aspecto ambiente, pode-se observar a pontuação do entrevistado 1 na Figura

3.

Figura 3: Pontuação do E1 – interferência e sensibilidade

1

2

3

4

5

Materiais dispersos

(água e metal)

RuídoSensibilidade

Ambiente - OP1

E1

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65

Os atributos materiais dispersos (água e metal) e ruído interferem na leitura da etiqueta

na mesma intensidade, de forma mediana. Miller (2007) no seu estudo destaca que a água

absorve o sinal da rádio frequência reduzindo o desempenho e detalha que esse seria um ponto

importante na adoção no ser humano que possui a água como componente principal do seu

corpo. Todavia, para o entrevistado esse atributo foi pontuado com uma interferência mediana

nas etiquetas dos bebês recém-nascidos. Esse desempenho confirma o estudo do Cassel et al

(2017), antes da implantação das etiquetas no ambiente, é preciso considerar a propagação das

ondas de rádio e suas faixas de detecção máximas perante água e profundidade. Já a

sensibilidade que é citada por Martínez-Castro et al. (2017), é a habilidade de a etiqueta retornar

o sinal adequado, essa sensibilidade foi pontuada como alta para o gerente de TI do hospital

onde a pesquia se desenvolveu, ou seja, a etiqueta consegue fazer sua leitura de forma adequada.

O último atributo do ambiente é o cenário da implantação da RFID. Na Figura 4 estão

pontuadas as subdivisões do atributo relacionadas aos causadores da interferência no sistema:

o material da parede, que pode interromper ou reduzir sinais de frequência; os elevadores que

podem complicar a localização dos objetos; os tipos de quarto (aberto ou semiaberto); e o

próprio material do objeto a ser controlado.

Figura 4: Pontuação do E1 – cenário de implantação

Na Figura 4 tem-se dois pontos extremos, a pontuação 1, que significa que a leitura da

etiqueta é muito baixa, demonstrando que há grande influência do fator material da parede no

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sinal da frequência. Com pontuação 5, tem-se que nesse caso do hospital A os elevadores não

interferem na leitura do sistema RFID na localização dos objetos, no caso, pacientes.

O segundo aspecto é caracterizado por uma análise que possui como parâmetro de

avaliação a função técnica da RFID, que foi dividido em dois grupos (aspecto técnico 1 e

aspecto técnico 2), a fim de se obter uma visualização mais clara das pontuações. O desempenho

do sistema vai depender da seleção adequada da etiqueta para a situação específica, no caso um

hospital (COLELLA et al., 2016). A Figura 5 apresenta as pontuações para os atributos do

aspecto técnico, do grupo 1.

Figura 5: Pontuação do E1 para o aspecto técnico – grupo 1

Os seis atributos do grupo 1 apresentados na Figura 5 possuem grande importância para

o entrevistado. Há uma alta qualidade do sistema e alta configuração do leitor, o que garante o

bom desempenho do sistema segundo Miller (2007). Já o tempo de resposta pontuado como

alto confirma o estudo de Miller (2007), em que há fatores que podem influenciar em um atraso

de comunicação do leitor e da etiqueta, um deles pode ser o sensor e suas funcionalidades. A

alta frequência escolhida no caso é associada ao fato de haver uma alta precisão na escolha

espacial e um grande número de etiquetas no sistema. Esses três fatores convergem com a

literatura quando os autores afirmam que uma faixa de frequência adequada, a localização

correta entre leitor e etiqueta e o dimensionamento do número de etiquetas utilizados no sistema

são essenciais para um desempenho satisfatório do mesmo (COLELLA et al., 2016; WEI et al.,

1

2

3

4

5Qualidade da RFID

Configuração do

leitor

Número de etiquetas

Localização adequada

Frequência adequada

Tempo de resposta

Técnico1 - OP1

E1

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2017). A Figura 6 apresenta as pontuações para os aspectos técnicos, para o segundo grupo de

atributos.

Figura 6: Pontuação do E1 para o aspecto técnico – grupo 2

As pontuações ‘muito alto’ (5) para os atributos desempenho de sistema, capacidade de

armazenamento e segurança demonstram que há uma baixa ocorrência de colisões das etiquetas,

ou seja, quando mais de uma tenta se comunicar com o leitor não há interferência entre elas,

pois essa comunicação é controlada pelo sistema. Esse controle pode ocorrer via um algoritmo

anticolisão para lidar com prioridades e atrasos de leitura de dados (SRICHAVENGSUP, 2017;

GOLSORKHTABARAMIRI et al., 2018).

A pontuação muito alta para a capacidade de armazenamento é justificada por Pérez

(2016) pela capacidade extensa das etiquetas utilizadas, sendo essa uma das primeiras

vantagens estudadas da RFID em relação às demais tecnologias. O atributo segurança teve uma

pontuação muito alta em seu desempenho na instituição estudada, que confirma os estudos de

Fan et al. (2018) e Jeddi et al. (2017), quando citam a implantação de sistemas para garantir a

privacidade e segurança dos dados coletados, como a criptografia.

A facilidade de uso da RFID e o uso da mesma com outras TIs (conformidade com IoT)

receberam pontuação alta (4), pois não houve problemas de adaptação dos usuários com o

sistema RFID. Além disso, na maioria das vezes, os sistemas são estruturados com integração

com outras tecnologias, constituindo um canal de comunicação virtual para a troca de dados

1

2

3

4

5

Desempenho do

sistema

Facilidade de uso

Eficiência energética

Segurança

Capacidade de

armazenamento

Conformidade com

IoT

Técnico2 - OP1

E1

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68

(FARRIS et al., 2016). Considerou-se como regular pelo entrevistado, o atributo do consumo

energético oriundo das leituras das etiquetas.

Por fim, o aspecto econômico, onde se avaliam os benefícios econômicos e os custos,

apresentados na Figura 7:

Figura 7: Pontuação o E1 para aspecto econômico

Pode-se observar que o entrevistado considera a RFID como uma TI que possui um

custo alto, mas, por outro lado, resulta em alta rentabilidade para as empresas que a adotam,

conforme o trade-off encontrado na literatura (PÉREZ et al., 2016; GASTALDI et al., 2015).

Os três aspectos (ambiente, técnico e econômico) foram analisados entre eles, também.

Percebeu-se um desempenho melhor da RFID nos atributos técnicos, pois a maioria deles foi

pontuada como alta ou muito alta, confirmando que há uma preocupação com a parte técnica e

que ela pode influenciar diretamente no sucesso da estrutura da tecnologia. Alguns atributos do

cenário ainda influenciam negativamente a leitura da etiqueta, como o a parede e o material do

objeto. (PÉREZ et al., 2016). Os atributos pertencentes ao aspecto econômico convergem com

a literatura utilizada, confirmando a alta rentabilidade da tecnologia e seu alto custo de

aquisição.

4.3.1.2 Operação de controle de ativos (equipamentos) - Operação 2

Na operação de controle de ativos, nesse caso, equipamentos, no aspecto do ambiente,

pode-se observar a pontuação do entrevistado 1 na Figura 8:

1

2

3

4

5

Custo RFID Rentabilidade

Econômico - OP1

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Figura 8: Pontuação do E1 – interferência e sensibilidade

Os atributos materiais dispersos e ruído limitam o desempenho do sistema RFID

segundo o entrevistado a partir do momento em que ele pontua como baixa a capacidade de

leitura da etiqueta. Essa baixa pontuação significa uma alta interferência desses atributos na

leitura da etiqueta colocada nos equipamentos, pelo leitor, devido a ruído, água ou metal

(Miller, 2007; Cassel, 2017). Já a sensibilidade que é citada por Martínez-Castro et al. (2017),

é a habilidade de a etiqueta retornar o sinal adequado, que foi pontuada como alta pelo E1, ou

seja, a etiqueta consegue fazer sua leitura de forma adequada.

O último atributo do ambiente é o cenário da implantação da RFID, que deve ser

avaliado para a seleção dos parâmetros configuráveis dos seus componentes (PÉREZ et al.,

2016). A Figura 9 montra esse cenário, dividido pelos seguintes causadores da interferência no

sistema: o material da parede, que pode interromper ou reduzir sinais de frequência; os

elevadores que podem complicar a localização dos objetos; os tipos de quarto (aberto ou

semiaberto); e o próprio material do objeto a ser controlado.

1

2

3

4

5

Materiais dispersos

(água e metal)

RuídoSensibilidade

Ambiente - OP2

E1

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Figura 9: Pontuação do E1 – cenário de implantação

Na Figura 9 tem-se dois pontos extremos, a pontuação 1, que significa que a capacidade

de leitura da etiqueta é baixa e que há grande influência do fator material da parede no sinal da

frequência. Com pontuação 5 tem-se que no estudo de caso, os elevadores não interferem na

leitura do sistema RFID para a localização dos objetos, no caso, os equipamentos.

O segundo aspecto é caracterizado por uma análise que possui como parâmetro de

avaliação a função técnica da RFID. O desempenho do sistema vai depender da seleção

adequada da etiqueta para a situação específica, no caso um hospital (COLELLA et al., 2016).

A Figura 10 apresenta os atributos do aspecto técnico pontuados pelo entrevistado.

1

2

3

4

5Parede

Material objeto

Tipos de quarto

Elevadores

Ambiente - OP2

E1

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Figura 10: Pontuação do E1 para o aspecto técnico – grupo 1

Os seis atributos apresentados na Figura 10 receberam pontuações altas pelo

entrevistado. Há uma alta qualidade do sistema e alta configuração do leitor, o que garante o

bom desempenho do sistema (MILLER, 2007). Há também um grande número de etiquetas

que, segundo Wei et al (2017), são implantados na estrutura, a fim de evitar o número de erros

causado pelo ruído, o que não ocorre no hospital em que foi realizada a pesquisa.

O tempo de resposta obteve pontuação alta, confirmando o estudo de Miller (2007), em

que há fatores que podem influenciar em um atraso de comunicação do leitor e da etiqueta, um

deles pode ser o sensor e suas funcionalidades. A pontuação alta para a frequência escolhida no

sistema adotado é ideal para o ambiente, por necessitar de precisão, rapidez na resposta e

redução de interferência. Uma faixa de frequência adequada, a localização correta entre leitor

e etiqueta e o dimensionamento do número de etiquetas convergem com a literatura sobre a

frequência (técnico), ambiente e resultados esperados do sistema, e são essenciais para um

desempenho adequado do sistema (COLELLA et al., 2016; WEI et al., 2017). Ainda analisando

os atributos técnicos, a Figura 11 apresenta a pontuação do entrevistado.

1

2

3

4

5Qualidade da RFID

Configuração do leitor

Número de etiquetas

Localização adequada

Frequência adequada

Tempo de resposta

Técnico1 - OP2

E1

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Figura 11: Pontuação do E1 para o aspecto técnico – grupo 2

Os atributos desempenho de sistema e capacidade de armazenamento por obterem

pontuações muito alta (5) do entrevistado. O primeiro atributo se refere à baixa ocorrência de

colisões das etiquetas quando mais de uma tenta se comunicar com o leitor, possibilitado pelo

sistema anticolisão, para lidar com prioridades e atrasos (SRICHAVENGSUP, 2017;

GOLSORKHTABARAMIRI et al., 2018). A alta capacidade de armazenamento encontrada na

etiqueta utilizada pelo hospital permite que tecnologia RFID se destaque em relação às demais

tecnologias (PÉREZ, 2016). A facilidade de uso da RFID, o uso da mesma com outras TIs e a

segurança possuem uma alta pontuação porque, na maioria das vezes, os sistemas são

estruturados com integração com outras tecnologias, constituindo um canal de comunicação

virtual para troca de dados (FARRIS et al., 2016).

A alta segurança que a RFID possui, segundo o entrevistado confirma os estudos de Fan

et al. (2018) e Jeddi et al. (2017), que citam a implantação de sistemas para garantir a

privacidade e segurança dos dados coletados dos equipamentos, com uso de criptografia. O

atributo consumo energético oriundo das leituras das etiquetas foi pontuado como médio pelo

entrevistado.

Por fim, estão apresentados na Figura 12 os atributos do aspecto econômico, onde se

avalia os benefícios econômicos e os custos:

1

2

3

4

5Desempenho do sistema

Facilidade de uso

Eficiência energética

Segurança

Capacidade de

armazenamento

Conformidade com IoT

Técnico2 - OP2

E1

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Figura 12: Pontuação do E1 para o aspecto econômico

Pode-se observar que o entrevistado considera a RFID uma TI com custo muito alto,

mas apresenta alta rentabilidade. Esse trade-off é encontrado na literatura, onde se confirma

que há um custo elevado para a aquisição do sistema RFID, mas há, também, uma afirmação

um retorno elevado nos processos da empresa e economicamente (PÉREZ et al., 2016;

GASTALDI et al., 2015).

Os três aspectos, ambiente, técnico e econômico, foram analisados entre eles. Desse

modo, percebe-se que na avaliação da RFID teve melhor desempenho os atributos técnicos, a

maioria deles foi pontuado como alta ou muito alta, confirmando que há uma preocupação com

a parte técnica e que ela pode influenciar diretamente no sucesso da estrutura da tecnologia.

Alguns atributos do ambiente ainda influenciam negativamente a leitura da etiqueta, sendo esse

o aspecto que necessita de avaliação perante as características específicas de cada cenário onde

a RFID será implantada (PÉREZ et al., 2016). Os atributos pertencentes ao aspecto econômico

convergem com a literatura, confirmado a alta rentabilidade da tecnologia e seu custo alto de

aquisição.

4.3.1.3 Operação 1 e Operação 2

Além de uma análise efetuada separadamente das pontuações dadas aos atributos

encontrados nas operações e de uma análise entre os aspectos dentro de cada operação, realizou-

se uma comparação entre as operações. Dessa maneira, conseguiu-se perceber algumas

diferenças de importância de alguns atributos entre a implantação da RFID na identificação de

pacientes e no controle de equipamentos.

1

2

3

4

5

Custo RFID Rentabilidade

Econômico - OP2

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No aspecto ambiente nas duas operações as etiquetas apresentaram alta sensibilidade,

conseguindo retornar o sinal adequadamente. Já com relação aos materiais dispersos e ruídos,

percebe-se uma leitura da etiqueta de forma mediana na identificação dos pacientes. Porém, no

controle de ativos, há uma taxa de leitura baixa, devido à interferência desses atributos. Miller

(2007) afirma que a alta probabilidade da interferência da água, principalmente com seres

humanos. Esse fato demonstra uma preocupação do hospital A em obter uma etiqueta adequada

para a operação 1. Todavia, talvez haja uma necessidade de um melhor levantamento das

interferências causadas pelos atributos na operação 2.

No aspecto técnico as duas operações possuem uma alta qualidade, um bom

desempenho do sistema, uma preocupação com a configuração do leitor da etiqueta e alta

capacidade de armazenamento. As diferenças existentes, mesmo que pequenas, estão nos

atributos de tempo de resposta, o número de etiquetas adquiridos para cada operação e

segurança. Com relação ao tempo de resposta, há um atraso de comunicação do leitor e da

etiqueta maior na identificação de pacientes do que nos equipamentos. Estes possuem, também,

um maior número de etiquetas no sistema de rastreabilidade. A segurança e privacidade,

atributos de extrema importância para aceitação do uso da RFID, é mais eficiente na operação

1 do que na operação 2, o que é justificável pelo fato da operação 1 lidar diretamente com

pessoas.

Por último, o aspecto econômico nas duas operações estão quase em igualdade. Há para

o entrevistado alto custo da RFID, tanto para pacientes, quanto para equipamentos. Entretanto,

para pacientes a pontuação referente a rentabilidade dada pelo entrevistado foi muito alta,

enquanto para os equipamentos foi alta. Observa-se, assim, uma melhor rentabilidade na

operação dos pacientes do que na dos equipamentos.

4.3.2 Hospital B

O hospital B mapeou a necessidade de implantar a tecnologia RFID em busca de

agilidade na troca das informações importantes, assim como afirma Mussi et al. (2013). Nesse

caso, há uma busca, também, por controle de insumos hospitalares. As etiquetas são anexadas

aos objetos que podem ser lidos por leitores RFID, que armazenam informações e se

comunicam de forma confiável, configurando um sistema de saúde com método seguro de

controle dos seus produtos. Essa operação é encontrada em uma dentre as quatro vertentes

encontradas na literatura. (FAN et al., 2017).

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As melhoras significativas citadas na literatura nas operações com controle de insumos

hospitalares estão presentes na operação de controle de produtos consignados, fornecendo

maior precisão na rastreabilidade dos insumos, aumento da eficiência operacional e aumento

do controle da armazenagem dos objetos (CHENG e KUO, 2015; ORANJE-NASSAU et al.,

2009). O objetivo do uso da tecnologia no hospital B foi melhorar o controle de estoque e

rastreabilidade dos objetos, no caso, materiais consignados, conforme afirmam Cheng e Kuo,

(2015) e Tsay e Im (2012).

Porém, em relação às dificuldades encontradas na literatura, apenas a falta de

informação da tecnologia foi mencionada pela E2. Segundo Oliveira et al. (2017), essa

dificuldade ainda existe e prejudica a aderência da tecnologia por falta de conhecimento técnico

e de iniciativas para testes com a tecnologia. As especificações das etiquetas do hospital B são

as mesmas daquelas apresentadas por Ren et al. (2011); Nassar et al. (2014) e Zhu et al. (2012).

As principais vantagens e desvantagens observadas por Duroc e Kaddour (2012)

também foram citadas pela E2. As desvantagens foram identificadas em menor quantidade do

que as vantagens, o que evidencia os benefícios da adoção da tecnologia na operação encontrada

no hospital B apresentada na visão da analista de negócios da TI. Porém, as desvantagens

assinaladas estão mais relacionadas a falta de conhecimento da tecnologia. Os benefícios

encontrados na literatura por Sun (2012) e GS1 Brasil (2017) foram pontuados na escala

definida na metodologia, quanto a avaliação antes e depois da implantação da tecnologia. Pode-

se observar que houve uma diferença positiva de pontuação no benefício redução dos custos de

mão de obra para leituras manuais. Após a adoção da tecnologia, o benefício “maiores níveis

de precisão do inventário” foi pontuado como muito alto, assim como a “rastreabilidade

possibilitada”, “maiores níveis de visibilidade dos produtos” e “eliminação de processos

manuais e trabalho devido a leituras repetitivas”.

O sistema RFID do hospital B possui integração com outras tecnologias de informação,

assim como é mencionado pela literatura (ADAME et al., 2017; GAYNOR; WATERMAN,

2016;). Neste caso, o código de barras era utilizado na operação mapeada no hospital B e

continua sendo utilizado juntamente com a RFID, utilizando as barras como identificador do

produto. Essa integração demonstra que a RFID não pode ser resumida a uma única tecnologia

(KUMAR et al., 2016) e que apesar de apresentar das vantagens comparada ao código de barras,

com relação à facilidade de uso e à adoção tecnológica, no Brasil, algumas vezes o código de

barras é utilizado com a RFID. (VENKATESH et al., 2017).

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A seguir serão analisadas as respostas obtidas por meio do questionário de perguntas

fechadas para a operação do hospital B: controle de insumos hospitalares (OP3). Conforme

informado na metodologia, as respostas da E2 estão focadas somente na análise do aspecto

ambiente e em alguns atributos do aspecto técnico.

4.3.2.1 Operação de controle de insumos hospitalares – Operação 3

Na operação de controle de insumos hospitalares, denominada de operação 3 (OP3)

neste trabalho, no aspecto ambiente, pode-se observar a pontuação da E2 na Figura 13.

Figura 13: Pontuação do E2 – interferência e sensibilidade

A leitura da etiqueta foi pontuada como alta para a E2, com relação aos dois atributos:

materiais dispersos (água e metal) e ruído. Miller (2007) no seu estudo destaca que a água

absorve o sinal da rádio frequência, reduzindo o desempenho e o ruído é uma interferência

potencial à rádio transmissão. Todavia, para a E2 esse atributo foi pontuado com uma

interferência baixa nas etiquetas do sistema RFID. Esse desempenho confirma o estudo do

Cassel et al (2017), no qual os autores afirmam que, antes da implantação das etiquetas no

ambiente, é preciso considerar a propagação das ondas de rádio e suas faixas de detecção

máximas perante água e profundidade. Já a sensibilidade que é citada por Martínez-Castro et

al. (2017), é a habilidade de a etiqueta retornar o sinal adequado, essa sensibilidade foi pontuada

como mediana para a E2 do hospital B onde a pesquisa se desenvolveu. Isso significa que a

etiqueta possui sua leitura média, apresentando sinais de algumas interferências do ambiente

1

2

3

4

5

Materiais dispersos

(água e metal)

RuídoSensibilidade

Ambiente - OP3

E2

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como ruído e materiais dispersos, como as superfícies metálicas e a própria água, e pelas

distâncias entre a etiqueta e o leitor.

O segundo aspecto é caracterizado por uma análise que possui como parâmetro de

avaliação a função técnica da RFID. O desempenho do sistema vai depender da seleção

adequada da etiqueta para a situação específica, no caso um hospital (COLELLA et al., 2016).

A Figura 14 apresenta alguns atributos do aspecto técnico pontuados pela E2.

Figura 14: Pontuação do E2 para o aspecto técnico

A facilidade de uso da RFID, a capacidade de armazenamento e a segurança possuem

uma alta pontuação. A facilidade de uso da tecnologia pode ser observada, segundo Maydana

et al. (2017), comparada a processos manuais de controle e quando há um treinamento

adequado oferecido para apresentar a tecnologia. A alta capacidade de armazenamento

encontrada na etiqueta utilizada pelo hospital permite que a tecnologia RFID se destaque em

relação às demais tecnologias pela capacidade de suas etiquetas em armazenarem informações

relacionadas aos seus objetos e assuntos (PÉREZ, 2016). A alta segurança que a RFID possui,

segundo a E2, confirma os estudos de Fan et al. (2018) e Jeddi et al. (2017), que citam a

implantação de sistemas para garantir a privacidade e segurança dos dados coletados dos

equipamentos, com o uso de criptografia. O atributo consumo energético oriundo das leituras

das etiquetas foi pontuado como médio pela entrevistada.

1

2

3

4

5Facilidade de uso

Eficiência energética

Segurança

Capacidade de

armazenamento

Técnico - OP3

E2

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4.3.3 Hospital A e Hospital B

Depois de analisadas separadamente as operações 1 e 2 pertencentes ao hospital A e a

operação 3 pertencente ao hospital B, realizou-se uma análise comparativa entre as operações

estudadas e entre os hospitais.

Com relação ao aspecto ambiente, há algumas diferenças entre as operações. Nas

operações 1 e 2 as etiquetas apresentaram sensibilidade alta, conseguindo retornar o sinal

adequadamente. O mesmo não ocorre com a operação 3 que apresenta média sensibilidade, ou

seja, a operação de controle de insumos do hospital B possui uma habilidade menor em retornar

o sinal adequado comparado ao hospital A. Isso porque ainda existem interferências no

ambiente que atrapalham a leitura da etiqueta.

Já com relação aos materiais dispersos e ruídos, percebe-se uma leitura da etiqueta de

forma alta no controle de insumos hospitalares. Porém, na identificação de pacientes essa leitura

é mediana, enquanto no controle de ativos, há uma taxa de leitura baixa, devido à interferência

desses atributos. Miller (2007) afirma que há uma alta probabilidade da interferência da água,

principalmente em seres humanos. Esse fato demonstra uma preocupação do hospital A em

obter uma etiqueta adequada para a operação 1, por lidar com pacientes diretamente. Não há

essa preocupação na operação 2, a taxa é baixa no caso dos equipamentos que são rastreados.

Apesar de os insumos hospitalares serem pertencentes na maioria das vezes à atividades

secundárias do hospital B, a operação 3 possuiu uma melhor leitura, mas também seus produtos

não possuem contato com a água.

No aspecto técnico pode-se observar que as três operações obtiveram pontuação alta no

atributo facilidade de uso, comparado a outras TIs. Ao mesmo tempo, as três operações

obtiveram pontuação mediana com relação à eficiência energética no momento da leitura da

etiqueta. Segundo Golsorkhtabaramiri et al. (2018), há protocolos sendo estudados para

permitir que o sistema leia mais etiquetas com menor consumo de energia. O atributo

capacidade de armazenamento foi pontuado como muito alto pelo E1 nas duas operações do

hospital A, enquanto para o hospital B esse atributo recebeu a pontuação alta. Apesar dessas

pontuações confirmarem a vantagem da RFID de possuir uma alta capacidade de

armazenamento, demonstra que o hospital A possui etiquetas que comportam mais informações

nas suas operações e que possuem uma frequência maior. Por fim, com relação ao atributo

segurança, o E1 pontuou o atributo como muito alto na operação 1 e como alto na operação 2.

A E2 também pontuou como alto o atributo segurança na operação 3. Essa diferença ainda pode

ser justificada pelo fato de serem operações diferentes, a operação 1 lida de forma direta com o

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paciente e a segurança é um atributo fundamental para as pessoas. As outras operações como

lidam com equipamentos e produtos, o atributo segurança é importante, mas não necessita

possuir o melhor sistema de segurança possível.

De uma forma geral, pode-se afirmar que o uso da tecnologia RFID está em processo

de disseminação em ambientes hospitalares. Ela pode ser uma solução de alguns problemas

existentes não só nas atividades primárias - como é o caso dos equipamentos e dos próprios

pacientes – como, também, nas atividades secundárias, no controle de insumos hospitalares.

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5 CONCLUSÃO

Primeiramente, conclui-se que a RFID é uma tecnologia que está sendo adotada por

empresas que buscam principalmente a rastreabilidade, por meio da identificação dos objetos

nos seus processos, facilitando a rotina dos seus funcionários por meio da transmissão e troca

de informações, ocasionando melhorias na gestão. Além disso, comparada a outras TIs, como

no caso o código de barras, a RFID tem obtido mais vantagens. Por consequência, tem sido

substituída, como em um dos dois hospitais participantes dessa pesquisa, o hospital A. O

hospital B não realizou essa substituição plena, pois adotou a RFID em conjunto com o código

de barras, o que ocorre algumas vezes na adoção da RFID.

Verificou-se a tecnologia como um tipo de prevenção de perdas em uma das operações

analisadas pelo hospital A. A perda de material e fluxo de informação citada na literatura foi

confirmada com o controle da refrigeração de equipamentos que possuem outros medicamentos

em seu interior que necessitam de uma temperatura dentro dos limites ideais. Logo, com um

sistema de monitoramento e alerta, consegue-se evitar perdas do material e perdas financeiras.

Os seus benefícios percebidos nesta pesquisa são: redução de leituras manuais, maiores

níveis de precisão do inventário, possibilidade da rastreabilidade em tempo real e visibilidade

dos produtos e melhor granularidade dos dados. Esse cenário positivo se confirma com o fato

do hospital A possuir um projeto cujo objetivo é criar uma arquitetura de RFID, em que ela seja

adotada em sete casos: rastreabilidade de medicamentos de alto custo; controle de carros de

emergência; controle de enxoval; controle de itens do quarto; segurança na unidade Residencial

Vila Mariana; controle de equipamentos médicos e gestão de materiais consignados em um

Hospital Municipal que a rede atua. Já o hospital B ainda não possui novos projetos, pois a

implantação da tecnologia na empresa ainda é recente, o foco é customizar algumas melhorias

no projeto atual e obter mais informações sobre o uso da tecnologia.

Em relação aos atributos de avaliação da RFID, percebeu-se no hospital A que, dentre

os três aspectos estudados (ambiente, técnico e econômico), verificou-se que no aspecto técnico

a TI obteve uma avaliação mais positiva, nos atributos como qualidade da RFID, desempenho

do sistema e capacidade de armazenamento. Com isso, o bom funcionamento do sistema é

garantido apesar da existência das interferências dos materiais dispersos (água e metal) e ruídos

na leitura das etiquetas. No aspecto ambiente, no hospital A, os fornecedores de RFID devem

buscar melhorias no sistema RFID e os clientes/usuários devem ajustar seu ambiente para que,

enquanto a TI apresentar essas limitações das interferências do cenário, eles não perderem em

qualidade de leitura, por exemplo, um aspecto de vantagem da RFID em relação às demais TIs

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de identificação. O aspecto econômico positivo no hospital A é uma consequência do sistema

RFID avaliado no seu ambiente e da sua técnica adequada em cada operação. Apesar do bom

desempenho do sistema RFID no hospital A, a complexidade do sistema por conter muitos

atributos a serem analisados é uma desvantagem dessa TI, o que demanda uma equipe com

conhecimento sobre a tecnologia e um fornecedor da mesma que ofereça treinamentos

adequados.

No hospital B, os dois aspectos ambiente e técnico possuem atributos avaliados na escala

como médio para alto, confirmando a tecnologia imatura, explicada pela falta de informação da

tecnologia, citada pela E2 como uma dificuldade de implantação da RFID. Porém, busca-se no

hospital B melhorias no atual projeto.

Com relação aos atributos de cada aspecto mais especificamente, pode-se realizar

algumas comparações das operações dos hospitais. Percebeu-se que, no aspecto ambiente no

hospital A, houve uma maior preocupação com a interferência da água na operação relacionada

ao paciente, do que com a operação de rastreabilidade dos equipamentos. Tendo em vista as

aplicações em animais (bovinos e equinos), nas quais não se detecta essa interferência, se

presumia que nos pacientes a interferência seria de média a muito baixa. No hospital B essa

interferência da água foi baixa, mas a etiqueta possui habilidade mediana para retornar o sinal

adequado. Essa interferência deve ser levada aos fornecedores das etiquetas, pois na literatura

observou-se, em artigos mais recentes, que não haveria mais esse problema.

No aspecto técnico houve uma avaliação alta por parte dos entrevistados de quase todos

os atributos nas três operações. Um atributo importante a ser destacado é a segurança e

privacidade. Na literatura encontrou-se uma resistência à adoção da RFID por causa desse

atributo. Porém, os dois hospitais o pontuaram como alto ou muito alto, o que demostra a

preocupação com a privacidade das informações, principalmente do paciente. Com isso, a

segurança não é considerada um fator de resistência à tecnologia, como um problema, mas sim

como uma vantagem desse sistema.

No atributo eficiência energética verificou-se uma avaliação mediana pelos dois

hospitais, em tempos de crise energética e busca por energia limpa, esse atributo pode impactar

a empresa financeiramente. Os hospitais podem demandar aos fornecedores da RFID

alternativas para que se consiga ler mais etiquetas com menos energia.

Uma das preocupações iniciais do estudo foi o retorno do investimento, citado como

uma desvantagem da tecnologia. Porém, assim como Pérez et al. (2016), o próprio E1 conclui

que o retorno no aumento é notável, tanto na eficiência dos processos, quanto na segurança no

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processo de atendimento do paciente. Sendo assim, o seu alto custo ainda existente é

compensado pelas consequências positivas trazidas pela implantação da tecnologia, como a

agilidade das operações, redução de erros, rapidez e precisão da troca de informações, que leva

a redução de desperdícios e redução de horas de trabalho.

Conclui-se assim que para a implantação da RFID é necessária uma equipe com

comunicação entre os seus membros e aqueles das áreas em que a TI é utilizada. É preciso haver

treinamento das equipes das áreas em que a RFID é implantada, para que a tecnologia consiga

ser utilizada da maneira correta e trazer benefícios não só para o hospital, mas para a satisfação

e segurança do paciente. Ainda há limitações, como as interferências, que prejudicam a leitura

das etiquetas e a circulação das informações, o custo de implantação e o treinamento dos

funcionários, que podem ser superados com o trabalho coordenado e colaborativo entre os

membros da cadeia, fornecedores do hardware e software do sistema RFID, dos hospitais

clientes, e dos seus funcionários.

Esse estudo pode contribuir para confirmar que a RFID possui uma alta capacidade de

trazer melhorias para as operações hospitalares. Não só as analisadas nesse estudo, operações

com pacientes, equipamentos e insumos, mas também operações com medicamentos. O setor

da saúde do mundo e no Brasil está buscando a inovação e adoção de tecnologias que poderão

trazer benefícios e proporcionar um ambiente melhor para servir a sociedade. As conclusões

obtidas na pesquisa restringem-se somente à amostra analisada, por isso não são passíveis de

generalização. Como sugestão para trabalhos futuros, recomenda-se aplicar os questionários

para outras instituições hospitalares do Brasil que possuam a RFID adotada em suas operações.

No caso de operações similares ao hospital A, consegue-se obter uma confirmação da avaliação

da tecnologia e também uma comparação de como foi implantada em diversas instituições. Já

no caso de operações ainda não estudadas, amplia-se a amostra para novos usos da tecnologia,

a fim de motivar os decisores de outros hospitais com estudos que comprovem as vantagens do

uso da RFID nesses ambientes. Além disso, outra sugestão seria realizar uma avaliação

econômica mais profunda, demostrando a viabilidade da implantação da RFID em cada uma

das operações.

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APÊNDICE I

Universidade Federal Fluminense

Escola de Engenharia

Departamento de Engenharia de Produção

Professora Orientadora: Priscilla Cristina Cabral Ribeiro

Questionário – RFID em operações hospitalares

Prezado entrevistado, esse questionário tem o objetivo de obter sua visão, sobre a análise

dos resultados da tecnologia RFID na prevenção de perdas em operações hospitalares, por meio

de atributos de avaliação de TI.

Agradecemos, desde já, o seu tempo em responder ao questionário do projeto final da

aluna Poline Balbi como requisito para sua formatura.

Informações básicas do entrevistado

1) Hospital;

2) Nome do entrevistado;

3) Formação;

4) Função;

5) Tempo na empresa atual;

6) Tempo na função atual;

7) Tempo de atuação no setor hospitalar:

Perguntas abertas

2.4 RFID em processos hospitalares

1) Como surgiu a necessidade da implantação da RFID? O que levou o setor responsável

a optar por essa decisão?

2) Em qual operação hospitalar a tecnologia é aplicada? Marque com um ‘X’ a(s)

opção(ões) que mais se aplica(m):

( ) administração de medicamentos

( ) identificação e rastreabilidade dos pacientes

( ) controle de ativos (equipamentos)

( ) controle de insumos hospitalares

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3) Na operação rastreada, houve melhoras significativas para a empresa? E para o próprio

paciente? Enumere-as:

I. Administração de medicamentos

( ) aumento da precisão na verificação dos medicamentos

( ) redução de trocas dos medicamentos

( ) redução no envio dos medicamentos ao paciente errado

( ) aumento da segurança dos pacientes

( ) maior precisão na rastreabilidade do processo

( ) melhoria na gestão do hospital

II. Identificação e rastreabilidade dos pacientes

( ) maior facilidade na identificação do paciente

( ) maior precisão na troca de informações

( ) maior precisão na atualização das informações em tempo real

( ) melhora na satisfação dos pacientes

( ) aumento da segurança dos pacientes

III. Controle de ativos (equipamentos)

( ) maior precisão na rastreabilidade dos equipamentos

( ) redução das perdas

( ) redução dos roubos

( ) aumento da eficiência no processo

( ) aumento da produtividade do pessoal

( ) aumento da segurança dos pacientes

IV. Controle de insumos hospitalares

( ) maior precisão na rastreabilidade dos insumos

( ) aumento da eficiência operacional

( ) redução de riscos de doenças infecciosas

( ) aumento do controle da armazenagem dos objetos

( ) redução dos erros de previsão de demanda

2.1 RFID: conceitos, uso/funcionamento, aplicação, dificuldades, integração com outras Tis

4) Qual foi o objetivo da implantação da RFID?

5) Quais foram as dificuldades encontradas para a implantação do sistema? Marque com

um ‘X’ a(s) opção(ões) que mais se aplica(m):

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( ) complexidade do sistema

( ) falta de informação da tecnologia

( ) escassez de conhecimento

( ) interferências no sistema

( ) problema da segurança e privacidade

( ) incerteza da rentabilidade

6) Como os funcionários receberam essas mudanças relativas a RFID? Quais foram as

reações, conflitos, problemas?

7) Houve algum tipo de treinamento dos funcionários?

8) Qual foi o setor responsável pelo projeto de implantação? Houve apoio externo, de uma

consultoria em projetos de TI? Caso tenha fornecimento de TI externa

(desenvolvimento, implantação e manutenção), como os fornecedores foram

selecionados? Quais critérios eles deveriam atender?

9) Com relação ao fornecimento das TIs, há um suporte e manutenção por parte dos

fornecedores?

10) Qual tipo de etiqueta RFID foi adotada (passiva ou ativa). Qual frequência das mesmas

foi escolhida (UHF, HF e LF)?

11) Quais são as vantagens dessa TI? Marque com um ‘X’ a(s) opção(ões) que mais se

aplica(m):

( ) maior capacidade de armazenamento de informações

( ) rastreabilidade dos objetos

( ) leitura sem necessidade de aproximação

( ) melhoria no gerenciamento do setor

( ) redução do trabalho

( ) informações em tempo real

( ) informações precisas

12) Quais as desvantagens dessa TI? Marque com um ‘X’ a(s) opção(ões) que mais se

aplica(m):

( ) custo das etiquetas

( ) necessidade de treinamento

( ) problemas de implantação

( ) falta de padrão ratificado

( ) preocupações de privacidade do usuário

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( ) tecnologia imatura

13) No sistema RFID implantado há integração com outras tecnologias de informação

(mesmo que seja uma rede sensores)? Quais seriam?

14) Quais os benefícios observados na operação e no hospital como um todo após a adoção

da RFID? Pontue os benefícios da tabela de acordo com a seguinte escala:

muito baixo (1), baixo (2) , médio (3), alto (4), muito alto (5).

Antes Depois

( ) Redução dos custos de mão-de-obra

para leituras manuais.

( ) Redução dos custos de mão-de-obra

para leituras manuais.

( ) Maiores níveis de precisão de

inventário.

( ) Maiores níveis de precisão de

inventário.

( ) Possibilita a rastreabilidade ( ) Possibilita a rastreabilidade

( ) Melhor granularidade dos dados ( ) Melhor granularidade dos dados

( ) Menor necessidade de integração de

sistemas internos

( ) Menor necessidade de integração de

sistemas internos

( ) Maiores níveis de rastreabilidade e

visibilidade dos produtos.

( ) Maiores níveis de rastreabilidade e

visibilidade dos produtos.

( ) Redução no armazenamento de dados ( ) Redução no armazenamento de dados

( ) Eliminação de processos manuais e

trabalho devido a leituras repetitivas

( ) Eliminação de processos manuais e

trabalho devido a leituras repetitivas

( ) Elimina tempo envolvido nos

processos de reetiquetagem.

( ) Elimina tempo envolvido nos

processos de reetiquetagem.

2.2 RFID na prevenção de perdas de estoques e seu impacto na cadeia de suprimentos

15) Com relação à logística da operação rastreada, houve algum tipo de prevenção de

perdas (tanto no fluxo de material quanto no fluxo de informação)?

16) (CASO SEJA MEDICAMENTO RASTREADO): A RFID traz visibilidade para toda

cadeia de fornecimento e facilita o monitoramento do estoque. Nesse contexto, houve

melhora na eficiência das atividades logísticas após a tecnologia adotada? Quais?

Marque com um ‘X’ a(s) opção(ões) que mais se aplica(m):

( ) movimentação do medicamento

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( ) transferência de informação

( ) número de lote do medicamento

( ) data de vencimento do medicamento

( ) gestão do estoque

( ) disponibilidade do medicamento

( ) controle da reposição do medicamento

17) (CASO SEJA PACIENTE): A RFID com o fluxo de informações e acompanhamento

dos sinais vitais do paciente, houve uma melhora visível no seu atendimento? E redução

dos custos, esta foi alcançada? Alguns aspectos do atendimento ao paciente:

( ) taxa de pulso em tempo real

( ) localização do paciente

( ) prontuário atualizado

( ) identificação precisa do paciente

( ) medicamento administrado no paciente correto

( ) processo mais eficiente

( ) segurança do paciente

18) (CASO SEJA EQUIPAMENTO): O rastreamento de ativos é uma aplicação usual da

RFID nos hospitais. Quais benefícios podem ser percebidos com essa implantação?

( ) prevenção de perdas

( ) prevenção de roubos

( ) registro dos locais percorridos

( ) registro dos funcionários usuários

( ) registro dos pacientes usuários

( ) localização mais rápida

( ) localização em tempo real

( ) aumento da eficiência do processo

( ) aumento na produtividade do pessoal

19) (CASO SEJA INSUMOS HOSPITALARES): A gestão de insumos hospitalares como

luvas, máscaras, seringas ou gazes, também são objetos que aliados a RFID podem

trazer a otimização no gerenciamento da enfermaria do hospital. Alguns benefícios

podem ser assinalados:

( ) segurança do paciente

( ) aumento da eficiência operacional

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( ) redução do risco de doenças infecciosas

( ) informações em tempo real dos objetos

( ) materiais disponíveis no momento certo

( ) materiais disponíveis no lugar certo

( ) controle da armazenagem dos objetos

( ) redução dos erros de previsão de demanda

20) Antes da implantação da RFID utilizava-se outra tecnologia como o código de barras

em alguma operação? Se sim, há grandes diferenças entre elas? Elas ainda são utilizadas

de forma paralela, ou o código de barras foi totalmente substituído pela RFID?

21) Há novos projetos de implantação da RFID em outras operações do hospital? Quais

seriam? Qual o prazo para sua conclusão?

Perguntas fechadas

Essas perguntas possuem o objetivo de avaliar a RFID com relação a três aspectos: ambiente,

técnico e econômico. A resposta é pontuada de acordo com a seguinte escala:

(1) muito baixa; (2) baixa; (3) médio; (4) alta; (5) muito alta

AMBIENTE: Considera-se a influência no desempenho da leitura das ondas de rádio

frequência.

1) Como é avaliada a leitura da tag da RFID quanto à interferência causada pelos materiais

dispersos no ambiente? (água e metal)

I. Administração de medicamentos

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

II. Identificação e rastreabilidade dos pacientes

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

III. Controle de ativos (equipamentos)

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

IV. Controle de insumos hospitalares

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

2) Como é avaliada a leitura da tag da RFID quanto à interferência dos ruídos no ambiente?

I. Administração de medicamentos

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

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II. Identificação e rastreabilidade dos pacientes

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

III. Controle de ativos (equipamentos)

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

IV. Controle de insumos hospitalares

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

3) Como é avaliada a sensibilidade da etiqueta RFID, com relação ao ambiente como um

todo? (sensibilidade = habilidade da etiqueta retornar o sinal adequado)

I. Administração de medicamentos

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

II. Identificação e rastreabilidade dos pacientes

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

III. Controle de ativos (equipamentos)

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

IV. Controle de insumos hospitalares

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

4) Como avalia (use a mesma escala) a capacidade leitura da tag da RFID quanto à

interferência causadas por:

I. Administração de medicamentos

( ) o material da parede, que pode interromper ou reduzir sinais de frequência

( ) os elevadores que podem complicar a localização dos objetos

( ) os tipos de quarto (aberto ou semiaberto)

( ) o material do objeto a ser controlado

II. Identificação e rastreabilidade dos pacientes

( ) o material da parede, que pode interromper ou reduzir sinais de frequência

( ) os elevadores que podem complicar a localização dos objetos

( ) os tipos de quarto (aberto ou semiaberto)

( ) o material do objeto a ser controlado

III. Controle de ativos (equipamentos)

( ) o material da parede, que pode interromper ou reduzir sinais de frequência

( ) os elevadores que podem complicar a localização dos objetos

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( ) os tipos de quarto (aberto ou semiaberto)

( ) o material do objeto a ser controlado

IV. Controle de insumos hospitalares

( ) o material da parede, que pode interromper ou reduzir sinais de frequência

( ) os elevadores que podem complicar a localização dos objetos

( ) os tipos de quarto (aberto ou semiaberto)

( ) o material do objeto a ser controlado

TÉCNICO: Analisa-se a função técnica da etiqueta RFID.

5) Como é avaliada a qualidade do equipamento RFID?

I. Administração de medicamentos

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

II. Identificação e rastreabilidade dos pacientes

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

III. Controle de ativos (equipamentos)

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

IV. Controle de insumos hospitalares

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

6) Como é avaliado o leitor com relação a sua configuração, atende ao sistema como um

todo?

I. Administração de medicamentos

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

II. Identificação e rastreabilidade dos pacientes

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

III. Controle de ativos (equipamentos)

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

IV. Controle de insumos hospitalares

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

7) Como é avaliada o número de etiquetas que foram implantadas na estrutura?

I. Administração de medicamentos

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( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

II. Identificação e rastreabilidade dos pacientes

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

III. Controle de ativos (equipamentos)

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

IV. Controle de insumos hospitalares

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

8) Como é avaliada a distância, a precisão espacial, a qual a etiqueta pode ser lida

garantindo a troca de dados?

I. Administração de medicamentos

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

II. Identificação e rastreabilidade dos pacientes

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

III. Controle de ativos (equipamentos)

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

IV. Controle de insumos hospitalares

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

9) Como é avaliada a frequência de operação dos componentes RFID?

I. Administração de medicamentos

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

II. Identificação e rastreabilidade dos pacientes

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

III. Controle de ativos (equipamentos)

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

IV. Controle de insumos hospitalares

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

10) Como é avaliado o tempo de resposta da RFID? (atraso de comunicação do leitor e

etiqueta)

I. Administração de medicamentos

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

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II. Identificação e rastreabilidade dos pacientes

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

III. Controle de ativos (equipamentos)

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

IV. Controle de insumos hospitalares

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

11) Como é avaliado o desempenho do sistema, que diminui com a ocorrência de colisões

das etiquetas, quando mais de uma delas tenta se comunicar com o leitor?

I. Administração de medicamentos

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

II. Identificação e rastreabilidade dos pacientes

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

III. Controle de ativos (equipamentos)

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

IV. Controle de insumos hospitalares

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

12) Como é avaliada a facilidade de uso do sistema RFID?

I. Administração de medicamentos

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

II. Identificação e rastreabilidade dos pacientes

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

III. Controle de ativos (equipamentos)

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

IV. Controle de insumos hospitalares

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

13) Como é avaliado o atributo do consumo energético oriundo das leituras das etiquetas?

I. Administração de medicamentos

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

II. Identificação e rastreabilidade dos pacientes

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

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III. Controle de ativos (equipamentos)

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

IV. Controle de insumos hospitalares

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

14) Como é avaliada a segurança e a privacidade dos dados com a RFID?

I. Administração de medicamentos

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

II. Identificação e rastreabilidade dos pacientes

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

III. Controle de ativos (equipamentos)

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

IV. Controle de insumos hospitalares

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

15) Como é avaliada a capacidade de armazenamento de informações da etiqueta?

I. Administração de medicamentos

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

II. Identificação e rastreabilidade dos pacientes

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

III. Controle de ativos (equipamentos)

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

IV. Controle de insumos hospitalares

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

16) Como é avaliado o uso da RFID com outras tecnologias?

I. Administração de medicamentos

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

II. Identificação e rastreabilidade dos pacientes

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

III. Controle de ativos (equipamentos)

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

IV. Controle de insumos hospitalares

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( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

ECONÔMICO: Considera-se os benefícios econômicos e os custos.

17) Como são avaliados os custos com a implantação da tecnologia?

I. Administração de medicamentos

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

II. Identificação e rastreabilidade dos pacientes

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

III. Controle de ativos (equipamentos)

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

IV. Controle de insumos hospitalares

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

18) Como é avaliada a rentabilidade do sistema implantado?

I. Administração de medicamentos

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

II. Identificação e rastreabilidade dos pacientes

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

III. Controle de ativos (equipamentos)

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

IV. Controle de insumos hospitalares

( ) muito baixa ( ) baixa ( ) médio ( ) alta ( ) muito alta

19) Quanto reduziu ou aumentou dessa rentabilidade?

I. Administração de medicamentos:

II. Identificação e rastreabilidade dos pacientes:

III. Controle de ativos (equipamentos):

IV. Controle de insumos hospitalares: