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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS Suzana Greffin ASSOCIAÇÃO ENTRE DOENÇA RENAL CRÔNICA E ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES EM UMA POPULAÇÃO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA NITERÓI - RJ 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

FACULDADE DE MEDICINA

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS

Suzana Greffin

ASSOCIAÇÃO ENTRE DOENÇA RENAL CRÔNICA E ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES EM UMA POPULAÇÃO DE ATENÇÃO

PRIMÁRIA

NITERÓI - RJ

2017

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SUZANA GREFFIN

ASSOCIAÇÃO ENTRE DOENÇA RENAL CRÔNICA E ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES EM UMA POPULAÇÃO DE ATENÇÃO

PRIMÁRIA

Dissertação submetida ao Programa de Pós Graduação em Ciências Médicas da Universidade Federal Fluminense como parte dos requisitos necessários à obtenção do Grau de Mestre. Área de Concentração: Ciências Médicas

Orientador: Prof. Dr. Jocemir Ronaldo Lugon

Coorientador: Prof. Dr. Jorge Paulo Strogoff de Matos

NITERÓI – RJ

2017

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G817

Greffin, Suzana Associação entre doença renal crônica e alterações cardiovasculares em uma população de atenção primária / Suzana Greffin.- Niterói, 2017.

90 f. Orientador: Jocemir Ronaldo Lugon. Co-orientador: Jorge Paulo Stroff de Matos.

Dissertação (Mestrado em Ciencias Médicas)–

Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Medicina, 2017.

1. Insuficiência renal. 2. Doenças cardiovasculares. 3. Atenção primária à saúde. 4. Programas médicos regionais. I. Titulo.

1. CDD 616.61

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SUZANA GREFFIN

ASSOCIAÇÃO ENTRE DOENÇA RENAL CRÔNICA E ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES EM UMA POPULAÇÃO DE ATENÇÃO

PRIMÁRIA

Dissertação submetida ao Programa de Pós Graduação em Ciências Médicas da Universidade Federal Fluminense como parte dos requisitos necessários à obtenção do Grau de Mestre. Área de Concentração: Ciências Médicas

Aprovado em: ___ / ___ / ____

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________________ Prof. Dr. Renato Augusto Moreira de Sá - UFF

_______________________________________________________________

Prof. Dr. Humberto Villacorta Júnior - UFF

_______________________________________________________________ Prof. Dr. Luiz Paulo Jose Marques - UNIRIO

NITERÓI – RJ

2017

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Ao meu companheiro, Gabriel Rebello Dottori, que me apoiou sempre,

mas que não pôde ver o final deste trabalho conosco.

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AGRADECIMENTOS

Aos professores, Antônio Cláudio Lucas da Nóbrega e Maria José de Andrada

Serpa, que fizeram despertar em mim o interesse científico.

Aos professores que ajudaram na realização deste trabalho: Maria Luisa

Garcia Rosa; Mauro Barros André; Jorge Paulo Strogoff de Mattos.

Aos doutores Elias Warrak, José Carlos Carraro Eduardo, Fernando Nasser,

excelentes professores, grandes exemplos e pelos quais tenho imenso carinho.

Aos meus amigos de todos os momentos Fernanda Alcázar, Raquel Mendes e

Luciano, Ingrid Hinden, Lauanny Almada e Marcos Fidry, Thays Clarindo, Valentine

Lima, Milena do Espirito Santo, Nathália Falci, Carolina Neiva, Ana Paola Safadi,

Luisa Adriana Antunes, Patrícia Moniz, Fernanda Pousa e Roberta, Alessandra

Gouveia, Peter e Priscilla Furtado.

Aos meus familiares, Iolanda Maria Dreveck e Antônio, Ana Carolina Dreveck e

Silva, Carlos Henrique Dreveck e Silva, Ana Beatriz Dreveck e Silva, Raquel

MacKormick, Maria Gorete e Andressa, Maria Inês Rebello, Pedro Hugo Dottori,

Humberto Rebello Dottori, Julia Rebello Dottori, Antônio Albo Dottori, Penny Holm e

Samuel.

Ao Dr. Jocemir Ronaldo Lugon, que é mais que um professor: um exemplo e

como um pai para mim.

Ao meu noivo, Diogo Gonçalves Ricardo e Silva, que esteve presente e me

ajudando no término desse trabalho assim como em outras dificuldades e que

estará comigo em nossas futuras batalhas e conquistas.

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Às pessoas mais importantes da minha vida: minha mãe, Célia Regina

Dreveck Greffin, e meu irmão, Allan Ricardo Greffin, sem os quais eu não teria

chegado até aqui.

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“Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que

vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas. Muitas vezes basta

ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita,

alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor

que promove. E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que

faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa,

verdadeira, pura enquanto durar. "Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende

o que ensina.”

Cora Coralina

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RESUMO

Introdução. A doença cardiovascular (DCV) é especialmente prevalente em

pacientes com doença renal crônica (DRC), com risco aumentado desde seus

estágios iniciais. No presente estudo, avaliamos o papel da DRC e da síndrome

metabólica (SM), que é um conjunto de fatores de risco cardiovascular, como

previsores de DCV.

Métodos. Estudo observacional, transversal, com uma amostra representativa

da população assistida pelo programa de atenção primária em Niterói- RJ, Brasil,

incluindo pacientes com idade igual ou maior do que 45 anos. A DRC foi

diagnosticada pelos critérios do KDOQI (do inglês, Kidney Disease Outcomes

Quality Initiative) e a SM, pelo critério harmonizado. A DCV foi diagnosticada por

uma variável composta, definida como a presença de um ou mais dos seguintes

achados: alterações ecocardiográficas (disfunção sistólica, diastólica ou hipertrofia

ventricular esquerda), história de infarto do miocárdio (IAM), acidente vascular

cerebral ou insuficiência cardíaca. Um modelo de regressão logística foi

desenvolvido para analisar os fatores de risco para DCV usando DRC como a

variável primária de interesse.

Resultados. Foram analisados 581 participantes (61,7% mulheres), com idade

média de 59,4±10,2 anos. A prevalência da DRC foi de 27,9%. Em participantes

sem DRC, a SM foi associada com um significativo aumento no risco de DCV

(OR=1,52, P=0,037); naqueles com DRC, mas sem SM o risco para DCV foi mais

significativo (OR=2,42, P=0,003); já quando ambos estavam presentes, o risco para

DCV foi de uma magnitude ainda mais elevada (OR=5,13, P<0,001).

Conclusão. Neste estudo, envolvendo uma população de um programa de

atenção primária, a DRC foi confirmada como um fator de risco independente para

DCV. A presença da SM concomitante com a DRC ampliou substancialmente este

risco.

Palavras chaves: doença renal crônica, doenças cardiovasculares, síndrome

X metabólica, atenção primária.

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ABSTRACT

Introduction. Cardiovascular disease (CVD) is especially prevalent in patients

with chronic kidney disease (CKD) with increased risk since the early stages. In the

present study, we evaluated the role of CKD and the metabolic syndrome (MS),

which is a cluster of cardiovascular risk factors, as predictors for CVD.

Methods. Observational, cross-sectional study with a random sample of

participants aged 45 or more years extracted from the population assisted by the

primary care program in Niteroi city in the state of Rio de Janeiro, Brazil. CKD was

diagnosed by the K/DOQI guidelines and MS, by the harmonized criteria. CVD was

said to be present if the participants had one or more of the following findings:

echocardiographic abnormalities, history of myocardial infarction, stroke or heart

failure. A logistic regression model was developed to analyze risk factors for CVD

using CKD as the variable of primary interest.

Results. A total of 581 participants (61.7% females) and mean age of

59.4±10.2 years were analyzed. The prevalence rate of CKD was 27.9%. In

participants without CKD, MS was associated with a significant increase in the risk

for CVD (OR=1.52, P=0.037); in those with CKD but without MS the risk for CVD

was more significant (OR=2.42, P=0.003); when both were present the risk for CVD

was substantially higher (OR=5.13, P<0.001).

Conclusion. In this study involving a population of a primary care program,

CKD was confirmed as an independent risk factor for CVD. The presence of MS

concurrent with CKD substantially amplified the risk for CVD.

Key words: chronic kidney diseases; cardiovascular diseases; metabolic

syndrome X; primary health care.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Seleção dos participantes – pág. 36

Figura 2. Pirâmide etária dos participantes – pág. 38

Figura 3. Proporção de doença renal crônica pelos critérios relação

albumina/creatinina, taxa de filtração glomerular e os dois juntos – pág.44

Figura 4. Percentuais dos critérios relação albumina/creatinina (RAC), taxa de

filtração glomerular (TFG) e ambos – pág. 45

Figura 5. Taxa de prevalência de doença cardiovascular nos participantes

segundo o estágio de doença renal crônica – pág. 46

Figura 6. Prevalência da doença renal crônica nos participantes nos quatro grupo

– pág. 50

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Critérios diagnósticos da SM, segundo algumas instituições científicas

– pág. 23

Quadro 2. Fatores de risco cardíacos na uremia crônica nos pacientes – pág. 25

Quadro 3. Estimativa de distribuição da população de Niterói ≥ 45 anos segundo

o IBGE-2009 e proposta de número de participantes por faixa etária – pág. 28

Quadro 4. Classificação de albuminúria – pág. 31

Quadro 5. Estimativa de TFG pela sCr pela fórmula CKD-EPI – pág. 32

Quadro 6. Classificação de DRC – pág. 33

Quadro 7. Definição de SM – pág. 33

Quadro 8. Definição DCV – pág. 34

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Características gerais da população – pág. 37

Tabela 2. Prevalência de doença renal crônica, síndrome metabólica e doença

cardiovascular – pág. 39

Tabela 3. Características gerais dos grupos – pág. 40

Tabela 4. Uso de drogas com ação direta no sistema cardiovascular – pág. 41

Tabela 5. Uso de drogas com ação direta no sistema cardiovascular – pág. 42

Tabela 6. Frequência de positividade dos critérios componentes da síndrome

metabólica (entre os participantes com síndrome metabólica) – pág. 43

Tabela 7. Prevalência dos estágios de doença renal crônica – pág. 46

Tabela 8. Prevalência de síndrome metabólica entre os participantes com doença

renal crônica com e sem doença cardiovascular – pág. 47

Tabela 9. Frequência de doença cardiovascular e de seus componentes na

amostra – pág. 47

Tabela 10. Frequência de doença cardiovascular e de seus componentes nos

participantes com e sem doença renal crônica – pág. 48

Tabela 11. Frequência de doença cardiovascular e de seus componentes nos

participantes nos quatro grupos – pág. 49

Tabela 12. Risco da doença cardiovascular os quatro grupos – pág. 50

Tabela 13. Regressão logística multivariada para testar a associação da doença

cardiovascular com doença renal crônica com ajuste que inclui a síndrome

metabólica ou seus componentes – pág. 51

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LISTA DE ABREVIATURAS

AAS à Ácido acetilsalicílico

ANOVA à Análise de variância

ATP III à Adult Treatment Panel III

AVC à Acidente vascular cerebral

BRA à Bloqueador do receptor de angiotensina

CKD àChronic kidney disease

CKD-EPI à Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration

CVD à Cardiovascular disease

D.P. à Desvio padrão

DAC à Doença arterial coronariana

DCV à Doença cardiovascular

DHP à Diidropiridínico

DM à Diabetes mellitus

DRC à Doença renal crônica

DRC-/SM- à Sem doença renal crônica e síndrome metabólica

DRC-/SM+ à Sem doença renal crônica mas com síndrome metabólica

DRC+/SM- à Com doença renal crônica mas sem síndrome metabólica

DRC+/SM+ à Com doença renal crônica e síndrome metabólica

EUA à Estados Unidos da América

FEVE à Fração de ejeção do ventrículo esquerdo

HAS à Hipertensão arterial sistêmica

HDL-c à HDL colesterol

HVE à Hipertrofia ventricular esquerda

IAM à Infarto agudo do miocárdio

IBGE à Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IC à Insuficiência cardíaca

IDF à International Diabetes Federation

IECA à Inibidor da enzima conversora de angiotesinogênio

IMC à Índice de massa corporal

JIS à Joint Interim Statement

KDOQI à Kidney Disease Outcomes Quality Initiative

MDRD à Modification of Diet in Renal Disease

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MS à Metabolic syndrome

NCEP à National Cholesterol Education Program

NCEP ATP IIIà National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel

III

NHANES à National Health and Nutrition Examination Survey

OMS à Organização Mundial da Saúde

OR à Odds ratio

PA à Pressão arterial

PAD à Pressão arterial diastólica

PAS à Pressão arterial sistólica

PMF à Programa Médico de Família

RAC à Relação albumina/creatinina urinária

sCr à Creatinina sérica

SM à Síndrome metabólica

SPSS à Statistical Package for Social Sciences

TFG à Taxa de filtração glomerular

TGL à Triglicerídeos

uAlb à Albumina urinária

uCr à Creatinina urinária

UFF à Universidade Federal Fluminense

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 18

2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................... 19

2.1 DOENÇA RENAL CRÔNICA ................................................................ 19

2.1.1 Epidemiologia ............................................................................... 19

2.1.2 Diagnóstico ................................................................................... 20

2.1.3 Quadro Clínico .............................................................................. 20

2.2 SÍNDROME METABÓLICA .................................................................. 20

2.2.1 Epidemiologia ............................................................................... 20

2.2.2 História e definição ...................................................................... 21

2.3 DOENÇA CARDIOVASCULAR ............................................................ 24

2.3.1 Epidemiologia da doença cardiovascular .................................. 24

2.3.2 Relação da doença cardiovascular com doença renal crônica........ ....................................................................................................... 24

3 OBJETIVOS ................................................................................................ 26

3.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................... 26

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................. 26

4 MÉTODOS .................................................................................................. 27

4.1 TIPO DE ESTUDO ................................................................................ 27

4.2 AMOSTRA ............................................................................................ 27

4.3 COLETA DE DADOS ............................................................................ 28

4.4 ANÁLISES ............................................................................................ 28

4.4.1 Avaliação clínica .......................................................................... 28

4.4.2 Avaliação laboratorial .................................................................. 29

4.4.3 Ecocardiograma transtorácico ................................................... 30

4.5 DEFINIÇÕES ........................................................................................ 30

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4.5.1 Hipertensão arterial ...................................................................... 30

4.5.2 Tabagismo .................................................................................... 30

4.5.3 Sedentarismo ................................................................................ 30

4.5.4 Diabetes ........................................................................................ 30

4.5.5 Albuminúria .................................................................................. 30

4.5.6 Insuficiência Cardíaca ................................................................. 31

4.5.7 Hipertrofia Ventricular Esquerda ................................................ 31

4.5.8 Disfunção Sistólica ...................................................................... 31

4.5.9 Disfunção Diastólica .................................................................... 31

4.5.10 Doença Renal Crônica ............................................................... 32

4.6.12 Síndrome Metabólica .................................................................... 33

4.5.11 Doença Cardiovascular ............................................................. 33

4.6 DIVISÃO EM GRUPOS ........................................................................ 34

4.7 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ......................................... 34

4.7.1 Inclusão ......................................................................................... 34

4.7.2 Exclusão ........................................................................................ 34

4.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA ....................................................................... 34

4.9 ASPECTOS ÉTICOS ............................................................................ 35

5 RESULTADOS ............................................................................................ 36

6 DISCUSSÃO ............................................................................................... 53

7 CONCLUSÃO ............................................................................................. 58

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 59

9 ANEXOS ..................................................................................................... 67

9.1 QUESTIONÁRIO DIGITALIS ................................................................ 67

9.2 APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ...................... 90

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1 INTRODUÇÃO

A prevalência de doença renal crônica (DRC) vem aumentando no mundo.

Hoje em dia, a prevalência global da DRC é estimado em cerca de 8-20%.1-4 A

epidemiologia da DRC no Brasil se crê ser semelhante à internacional, mas os

dados consistentes a este respeito são escassos.1,5

A doença cardiovascular (DCV) é a principal causa de morte nos países

desenvolvidos e é responsável por mais da metade das mortes nos pacientes em

diálise.1,6 Ela é conhecida por ser mais prevalente em pacientes com DRC 6,7 e

desde as fases iniciais da doença.8,9 Os fatores de risco para doença cardiovascular

em doentes com DRC têm sido objeto de muitos estudos. Os fatores de risco

tradicionais, derivados do estudo de Framingham, e os não-tradicionais, ligados à

própria DRC, têm sido considerados.6,10

A síndrome metabólica (SM) é um aglomerado de fatores de risco para DCV,11-

13 que também estão associados a uma maior prevalência de DRC. 14,15 A interação

entre a doença renal crônica e síndrome metabólica como determinantes de

doenças cardiovasculares tem sido abordada em alguns estudos epidemiológicos,

mas o assunto ainda é motivo de controvérsia.

Tendo em vista prevalência de pessoas com DRC e a importância da DCV na

morbimortalidade da população geral e para as pessoas com DRC, consideramos

relevante o conhecimento de mais informações sobre essas comorbidades.

No presente estudo, avaliamos o papel da doença renal crônica e a síndrome

metabólica como preditores de doença cardiovascular em uma população de

cuidados primários com 45 ou mais anos.

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19

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 DOENÇA RENAL CRÔNICA

2.1.1 Epidemiologia

A incidência de doença renal crônica (DRC) está crescendo em todo o mundo.

Estima se que haja 8 a 20% de pessoas com DRC no mundo.1-4 A DRC representa

um substancial ônus para o sistema de saúde seja em países desenvolvidos ou em

desenvolvimento. Nos Estados Unidos da América (EUA), mais de 26 milhões de

pessoas têm filtração glomerular abaixo de 60 ml/min/1,73m2 ou apresentam

albuminúria, condições que permitem classificá-las com portadoras de DRC.3,16

Além disso, os custos associados à DRC têm aumentado substancialmente.1 Ainda

nos EUA, a fração do orçamento destinada ao tratamento da falência renal

representava 5,8% do Medicare em 2000 e passou a 16% em 2009, quando o gasto

alcançou 34 bilhões de dólares.16

No Brasil, acredita se que os dados acerca da DRC pré-dialítica sejam

semelhantes aos supracitados,5 mas não há estudos recentes precisos sobre esse

tema. Em 1997, uma prevalência baixa de DRC foi mostrada, porém, o estudo

apresentava uma metodologia inadequada e foi realizado antes da disseminação

das fórmulas do MDRD (Modification of Diet in Renal Disease) e do CKD-EPI

(Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration).17 Em relação às terapias de

substituição renal, as informações, no Brasil, estão mais disponíveis. O censo

brasileiro de diálise resume dados coletados das unidades de diálise no Brasil.18-23

Ele fornece um quadro da situação e tendências da diálise no país, sendo, portanto,

útil para orientar alocação de recursos e intervenções que melhorem a qualidade do

tratamento. Os dados do relatório do censo de 2014 indicam aumento pronunciado

da população em diálise ao longo dos anos, com tendência a estabilização nos

últimos anos. O número estimado de pacientes em diálise no Brasil em 2014 foi de

112.004 em comparação com 92.091 em 2010 e 77.589 em 2009. As estimativas

das taxas de prevalência e incidência para 2014 foram de 552 e 180 pacientes em

diálise por milhão da população, respectivamente. Ambas as taxas cresceram nos

últimos anos. Em 2013, as taxas de prevalência e incidência eram de 499 e 170 por

milhão da população e, em 2011, 475 e 149 por milhão da população,

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20

respectivamente. A taxa anual de mortalidade estimada foi de 19%, 2014, enquanto

que, em 2013, foi de 17,9%, em 2012, 18,8%, em 2010, 19,9%, em 2010, 17,9% em

2009, 17,1%.18-23

As explicações para esse aumento merecem ser mais bem definidas. Contudo,

visto que diabetes mellitus (DM) e hipertensão arterial sistêmica (HAS) são as

principais causas de DRC em todo o mundo, é de se esperar que na medida em que

há aumento do número de pessoas com essas doenças, o número de pessoas com

DRC também aumente. Além disso, melhoras do sistema de saúde facilitam o

acesso e o diagnóstico desta enfermidade. Finalmente, a melhora da sobrevida do

paciente em diálise também contribui para aumento progressivo do contingente de

pessoas nessa modalidade de tratamento.

2.1.2 Diagnóstico

A DRC é definida pela presença de pelo menos uma das seguintes alterações:

• dano renal por ≥ 3 meses, identificado por anormalidades estruturais ou

funcionais dos rins, com ou sem taxa de filtração glomerular (TFG) reduzida,

manifestadas por alterações histopatológicas ou marcadores de lesões renais,

incluindo anormalidades na composição do sangue ou da urina ou alterações

nos exames de imagem;

• TFG < 60 ml/min/1,73m2 por ≥ 3 meses, com ou sem danos renais.14

2.1.3 Quadro Clínico

A doença renal crônica, na maior parte do seu curso é assintomática. Sinais e

sintomas só se tornam evidentes nas fases finais da doença.3 Entre as

complicações da DRC estão anemia, distúrbios ósseos e minerais, declínio cognitivo

e doenças cardiovasculares.1 Estas últimas tem sido grande objeto de estudo. 6-9,24-

26

2.2 SÍNDROME METABÓLICA

2.2.1 Epidemiologia

A síndrome metabólica está se tornando cada vez mais comum. Dados do

National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), referentes aos EUA

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21

no período de 1988-1994 (NHANES III), mostraram uma taxa de prevalência de

27,9% de SM pelo critério Adult Treatment Panel III (ATP III), enquanto que, no

período de 1999-2006, esta prevalência já havia se elevado para 34,1%.27 Foi

estimado que, em 1990, 50 milhões de adultos norte-americanos tinham SM

enquanto que, em 2000, esse número seria de 64 milhões, o que representa um

aumento de 28% na prevalência.28

2.2.2 História e definição

A SM, inicialmente chamada de síndrome X ou síndrome da resistência à

insulina, é um agrupamento de fatores de risco para DCV, que estão relacionados

com resistência à insulina, obesidade central, dislipidemia, hipertensão, estado

protrombótico e pró-inflamatório. Pessoas com SM tem um risco bem mais elevado

de desenvolver DCV.11,29 Embora, as definições da síndrome tenham sido feitas

mais recentemente, a discussão entre a relação dos seus fatores é descrita desde

1923 por Kylin.30

Reaven, em 1988, foi o primeiro a apresentar o conceito de "síndrome X", que

mais tarde foi renomeado para SM. O autor notou que vários fatores de risco para

DCV, como dislipidemia, hipertensão e hiperglicemia, estavam frequentemente

juntos e identificou-os como um fator de risco multiplicativo para DCV. A hipótese

era de que a resistência tecidual à ação da insulina era a característica central.11

A primeira definição da SM, após a proposta de Reaven, foi a da OMS em

1998. O órgão propôs que a SM seria definida pela presença de resistência

insulínica ou seus substitutos, intolerância à glicose ou DM tipo 2, como

componentes essenciais, juntamente com, pelo menos, dois dos seguintes

parâmetros: pressão arterial (PA) elevada, hipertrigliceridemia e/ou baixo HDL

colesterol (HDL-c), obesidade (pela circunferência abdominal ou pelo índice de

massa corporal [IMC]), e albuminúria.31

Em 2001, o National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III

(NCEP ATPIII) propôs um outro critério que considerava circunferência abdominal,

hipertrigliceridemia e/ou baixo HDL-c, pressão arterial elevada e glicemia de jejum

alterada. Os valores de corte, exceto pela glicemia de jejum, eram diferentes dos

valores de corte da definição da OMS; além disso, esta não incluía a resistência

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22

insulínica ou seus substitutos como critério essencial para o diagnóstico e não

considerava a albuminúria.32

Em 2005, a International Diabetes Federation (IDF) publicou um novo critério,

em uma tentativa de definir a síndrome mais precisamente. O objetivo da nova

definição foi permitir comparações entre resultados do estudo, na esperança de que

seria um melhor preditor de risco particularmente para doença arterial coronariana

(DAC), acidente vascular cerebral (AVC) e DM tipo 2. O IDF estabeleceu que a

obesidade abdominal seria um pré-requisito para o diagnóstico de SM, com ênfase

especial na medida circunferência abdominal como uma ferramenta de triagem

simples. Hipertrigliceridemia e/ou baixo HDL-c, pressão arterial elevada e glicemia

de jejum alterada permaneceram como componentes, embora, os dois últimos, com

valores de corte diferentes.13

Para tentar unificar os vários critérios de SM, várias organizações importantes

(International Diabetes Federation Task Force on Epidemiology and Prevention,

National Heart, Lung, and Blood Institute, American Heart Association, World Heart

Federation, International Atherosclerosis Society e International Association for the

Study of Obesity) fizeram uma declaração conjunta, o critério harmonizado - em

inglês, Joint Interim Statement (JIS). Foi acordado que não deve haver um

componente obrigatório, mas que a medição da cintura continuaria a ser uma

ferramenta útil de triagem preliminar. Três achados anormais dos 5 permitiriam

classificar uma pessoa como tendo síndrome metabólica. Os pontos de corte

usados para cada componente seriam universais, exceto para a circunferência da

cintura, particularizada para algumas etnias, um conceito ainda em evolução. Nesse

ínterim, tem sido utilizados pontos de corte para esse parâmetro de acordo com

áreas geográficas.33

O quadro 1 apresenta as diferentes definições propostas para a SM citadas

acima, com a relação entre os índices abordados e os valores de referência para

cada parâmetro.

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23

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24

2.3 DOENÇA CARDIOVASCULAR

2.3.1 Epidemiologia da doença cardiovascular

A DCV permanece sendo a maior causa de morte no mundo, apesar de seu

declínio nos últimos anos.34,35 Na Europa, cerca de 45% de todas as mortes são por

DCV, predominantemente por DAC e o AVC.34 Com o aumento da longevidade, a

DCV e as complicações relacionadas passaram a gerar uma sobrecarga ainda

maior no sistema de saúde dos países.34,35 Há uma estimativa de que os cinco

principais fatores de risco modificáveis (hipercolesterolemia, diabetes, hipertensão,

obesidade e tabagismo) sejam responsáveis por mais da metade das mortes por

DCV.36

No Brasil, as doenças cardiovasculares também são as principais causas de

morte. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em

2013, 4,2% das pessoas na população de 18 anos ou mais de idade,

correspondendo a 6,1 milhões, tiveram diagnóstico médico de DCV, variando de

2,0% a 5,4% entre as cinco regiões do país.37

2.3.2 Relação da doença cardiovascular com doença renal crônica

Parece haver uma relação direta entre função cardíaca e função renal de

forma bidirecional.38 A relação da DRC com o maior risco de DCV no seu estágio

final já é conhecida desde a década de 1970.7 Na fase pré-dialítica da DRC, estudos

epidemiológicos mostram que o óbito é mais comum do que a evolução para diálise

sendo as alterações cardiovasculares responsáveis por mais da metade desses

óbitos.1,8 Além disso, o risco anual de morte por qualquer causa e morte por DCV é

mais elevado, quanto mais avançado for o estágio da DRC.9 A relação entre DRC e

DCV não ocorre apenas em estágios avançados. Os pacientes com

microalbuminúria, mesmo quando a TFG não está alterada, já apresentam um

aumento no risco de DCV.39

A fisiopatologia desta relação e o papel de alterações metabólicas adjuvantes

ainda não estão totalmente esclarecidos.40 Fatores tradicionais, derivados a partir do

estudo de Framingham, e os não tradicionais, ligados à própria DRC, têm sido

considerados como responsáveis por essa relação entres DRC e DCV.6,41 Os

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25

fatores de risco não tradicionais podem ser alterados, que sofrem interferência, ou

relacionados à uremia, quadro 2.

A TFG estimada e a albuminúria são sinergicamente associados com o risco

de mortalidade.39 O maior risco de DCV na DRC parece estar ligada à tríade

inflamação-desnutrição-aterosclerose, com o aumento de fatores pró-inflamatórios e

dislipidemia, além da ativação do sistema renina angiotensina aldosterona

envolvidos com a fisiopatologia da DRC.42,43

Assim, com base no impacto das doenças cardiovasculares nas pessoas com

doença renal crônica, julgamos relevante o estudo da prevalência e da associação

dessas comorbidades na população adulta de nosso meio e a associação com

outros fatores, como a síndrome metabólica.

Quadro 2. Fatores de risco cardíacos na uremia crônica

Tradicionais Alterados pela uremia Relacionados à uremia

Hipertensão Dislipidemia Hipervolemia

Hiperlipidemia Lipoproteínas aumentadas Anemia

Diabetes mellitus Fatores protrombóticos Aumento do estresse

oxidativo Tabagismo Hiperhomocisteinemia Hipoalbuminemia

Sedentarismo Diálise inadequada

Acidose metabólica

Hipo/hipercalemia

[Adaptado de Parfrey PS, Foley RN. JASN 1999]6

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

- Estudar a associação entre DRC e DCV em uma população de cuidados

primários com 45 ou mais anos.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Determinar a prevalência de DRC, SM e DCV em uma população de

cuidados primários com 45 ou mais anos;

- Avaliar a correlação do estágio da DRC com a prevalência de DCV em uma

população de cuidados primários com 45 ou mais anos;

- Estudar a associação entre DRC, SM e DCV em uma população de

cuidados primários com 45 ou mais anos.

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27

4 MÉTODOS

4.1 TIPO DE ESTUDO

Estudo epidemiológico, observacional, analítico de corte transversal.

4.2 AMOSTRA

Utilizamos a base de dados do Estudo DIGITALIS, concebido originalmente

para avaliar a prevalência de insuficiência cardíaca em uma população de um

programa de cuidados primários.44,45

O desenho do estudo e a análise dos dados foram realizados no

Departamento de Medicina Clínica da Faculdade de Medicina da Universidade

Federal Fluminense.

O DIGITALIS foi um estudo observacional, transversal, com uma amostra

aleatória, com participantes com idade de 45 anos ou mais, extraídos da população

atendida pelo Programa Médico de Família (PMF) do município de Niterói, no

estado do Rio de Janeiro.44,45

Os participantes foram selecionados, estratificados por idade e sexo, a fim de

representarem a população do município de acordo com o último relatório de dados

demográficos IBGE anterior ao início do estudo.46

No período de concepção do estudo, o PMF acompanhava cerca de 133.000

moradores de Niterói, divididos em 110 setores e 33 unidades de serviço. Foram

sorteadas 10 unidades para representar as regiões administrativas da cidade.

O cálculo do tamanho da amostra foi baseado em estimativas das proporções

da população da cidade com 45 anos ou mais: 69% teriam entre 45 e 55 anos; 14%,

entre 56 e 69 anos; 10%; entre 70 e 79 anos; e 7% com 80 anos ou mais. Para

encontrar taxas de prevalência de cerca de 1% (menor prevalência entre as

condições estudadas) com uma confiança de 95% e um erro aceitável de 50%, o

cálculo do tamanho amostral apontou que seria necessário o rastreio de 307

indivíduos de 45 - 55 anos, 134 indivíduos de 56 - 69 anos, 80 indivíduos de 70 - 79,

e 52 com 80 anos ou mais, totalizando 573 participantes, quadro 3. Após a

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contabilização de uma perda de 10%, o número final de participantes foi de 632 (63

por unidade).

Quadro 3. Estimativa de distribuição da população de Niterói ≥ 45 anos segundo o IBGE-2009 e proposta de número de participantes por faixa etária

45 a 55 anos 69% 307 56 a 69 anos 14% 134 70 a 79 anos 10% 80 ≥80 anos 7% 52

IBGE=Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

4.3 COLETA DE DADOS

Os dados foram coletados prospectivamente entre agosto de 2011 e junho de

2012. Foram realizadas visitas às unidades em que os participantes foram

submetidos a uma coleta de sangue após 8h de jejum e uma amostra de urina

fresca foram obtidos. No momento da visita, foram realizados um eletrocardiograma

e um ecocardiograma Doppler. Os pacientes foram submetidos a um exame físico

padrão em que foram obtidos seu peso, circunferência da cintura, altura e pressão

arterial. Eles também responderam a um questionário abordando questões

relacionadas aos dados sociodemográficos, ao estilo de vida, à história familiar e às

comorbidades.

4.4 ANÁLISES

4.4.1 Avaliação clínica

a) Mensuração da pressão arterial

A pressão arterial (PA) foi medida, após repouso de 5 minutos, utilizando se

um esfigmomanômetro eletrônico (Hem 711AC, Omron HealthCare©, Kyoto, Japão)

em três aferições consecutivas com intervalo de um minuto. No caso de diferença

maior do que 5 mmHg, foi realizada uma quarta medida. A média da PA foi obtida

descartando a primeira medida.

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b) Peso corporal, altura, cintura abdominal e IMC

O peso corporal foi medido com uma balança digital eletrônica (PL80, Filizola

S/A, Brasil) e a altura com um estadiômetro digital portátil (Kirchnner & Wilhelm©,

Medizintechnik, Alemanha).

As medidas de cintura abdominal foram tomadas 3 vezes, com fita métrica

inextensível, com o participante em expiração na posição ortostática, em dois

pontos diferentes: no nível da crista ilíaca esquerda e no ponto médio da distância

entre a crista ilíaca e o último rebordo costal. Os valores finais adotados foram a

média das 3 aferições.

O IMC foi calculado como uma relação entre o peso (em Kg) e o quadrado da

altura (em metros).

c) Conteúdo do questionário

Foram coletados dados sociodemográficos e acerca de insuficiência cardíaca,

insuficiência renal, hipertensão, diabetes, obesidade, dislipidemia, síndrome

metabólica e outras comorbidades, hábitos de vida e história familiar, anexo 9.1.

4.4.2 Avaliação laboratorial

a) Exames de sangue

A coleta de sangue foi realizada pela manhã, após 8 horas de jejum. Os

seguintes exames foram realizados: hemograma, glicose, HDL-c, triglicerídeos

(TGL), creatinina (sCr), uréia e ácido úrico.

b) Exames de urina

As variáveis bioquímicas urinárias foram dosadas em amostra isolada de urina

casual e incluíram: creatinina (uCr), albumina (uAlb). A relação albumina/creatinina

urinária (RAC) foi calculada em uAlb/uCr e expressa em mg/g. Valores de RAC <30

mg/g foram considerados normais; RAC de 30 a 300 mg/g, microalbuminúria; e

RAC >300mg/g, macroalbuminúria.

Para determinação das variáveis bioquímicas, foi utilizado um analisador

bioquímico (Selectra®, Vital Scientific©, Dieren, Holanda).

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30

4.4.3 Ecocardiograma transtorácico

O exames de ecocardiograma transtorácico foi realizado por ecocardiografista

experiente utilizando padrões previamente estabelecidos e sem prévio

conhecimento dos resultados dos demais exames utilizando os ecógrafos Acuson

Cypress® (Siemens Medical Solutions©, Malvern, PA, EUA) e AU3 Partner®

(Biosound Esaote , Indianapolis, IN, EUA).

Todos os exames foram revistos por um segundo ecocardiografista, que emitiu

um laudo independente do primeiro. Resultados discordantes foram discutidos para

obtenção de consenso. Todos os exames foram gravados e arquivados em mídia

digital para posteriores análises ou revisões.

4.5 DEFINIÇÕES

4.5.1 Hipertensão arterial

Definida como pressão arterial sistólica (PAS) ≥140 mmHg e/ou pressão

arterial diastólica (PAD) ≥90 mmHg, ou também uso regular de anti-hipertensivos. 47

4.5.2 Tabagismo

Tabagista – Ter fumado mais de 100 cigarros (5 maços) na vida ou fumar

atualmente.48

4.5.3 Sedentarismo

Definiu-se como sedentário, o indivíduo com ausência de atividade física ou

atividade física com frequência irregular ou menor ou igual a duas vezes na

semana. Foram classificados como ativos aqueles com prática de atividade física

aeróbica regular, com duração superior a 30 minutos, por pelo menos três vezes na

semana.

4.5.4 Diabetes

Foram classificados com diabéticos os indivíduos com história de diabetes e

uso atual de antidiabéticos ou glicemia de jejum ≥126 mg/dl. Se a glicemia de jejum

estava normal e o paciente não usava antidiabéticos o diagnóstico era refutado.49

4.5.5 Albuminúria

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Para definição e classificação de albuminúria, utilizamos a relação entre uAlb

(mg) e uCr (g) em amostra única de urina (RAC), quadro 4.

Quadro 4. Classificação de albuminúria

Normoalbuminúria RAC <30 mg/g

Microalbuminúria RAC ≥30 mg/g

Macroalbuminúria RAC ≥300 mg/g

RAC= relação albumina/creatinina urinária

4.5.6 Insuficiência Cardíaca

A insuficiência cardíaca (IC) foi definida como a síndrome reconhecida com

base nos sintomas de intolerância ao exercício, nos sinais de retenção hidrossalina

e na resposta à terapêutica, de acordo com as recomendações da III Diretriz da

Sociedade Brasileira de Cardiologia para IC crônica e classificadas em IC com

disfunção sistólica e/ou disfunção diastólica.50

4.5.7 Hipertrofia Ventricular Esquerda

A definição de hipertrofia ventricular esquerda (HVE) foi feita através do

ecocardiograma, por onde foi calculada a massa do ventrículo esquerdo.51 Foram

considerados positivos os valores ≥95 g/m2 para mulheres e ≥115 g/m2 para

homens.

4.5.8 Disfunção Sistólica

Definimos disfunção sistólica como valores de fração de ejeção do ventrículo

esquerdo (FEVE) <50%.50

4.5.9 Disfunção Diastólica

Definimos disfunção diastólica como FEVE normal (≥50%) associada a

relaxamento e enchimento anormais do ventrículo esquerdo, distensibilidade

diastólica anormal ou rigidez diastólica. A gravidade e a duração da disfunção

diastólica do VE se relacionam com o volume do átrio esquerdo.52

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Assim, os critérios diagnósticos para disfunção diastólica foram volume do átrio

esquerdo indexado >34 ml/m2 ou medida de relaxamento ventricular <8 cm/s.50

4.5.10 Doença Renal Crônica

Foi diagnosticada pela presença de albuminúria patológica (RAC ≥30 mg/g) em

amostra única de urina e/ou TFG <60 ml/min/1,73m2 na ocasião da coleta do

material biológico ou pela constatação de tratamento dialítico regular na ocasião.

Para estimar a TFG com base na creatinina sérica, empregamos as equações

do CKD-EPI mostradas abaixo,53 porém, sem ajuste para raça.54

Quadro 5. Estimativa de TFG pela sCr pela fórmula CKD-EPI Se do sexo feminino

Se sCr ≤0,7 mg/dl TFG = 144 x (sCr/0,7) 0,329 x 0,993 Idade Se sCr >0,7 mg/dl TFG = 144 x (sCr/0,7) 1,209 x 0,993 Idade

Se do sexo masculino Se sCr ≤0,9 mg/dl TFG = 141 x (sCr/0,9) 0,411 x 0,993 Idade Se sCr >0,9 mg/dl TFG = 141 x (sCr/0,9) 1,209 x 0,993 Idade

TFG=taxa de filtração glomerular; sCr=creatinina sérica; CKD-EPI=Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration

Para classificar os participantes por estágio da doença renal crônica com base

na estimativa da TFG e presença de albuminúria utilizamos os critérios do KDOQI

(Kidney Disease Outcomes Quality Initiative).14

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Quadro 6. Classificação da doença renal crônica

Estágio 1 TFG ≥90 ml/min/1,73m2 com albuminúria

Estágio 2 TFG 60 – 89 ml/min/1,73m2 com albuminúria

Estágio 3 TFG 30 – 59 ml/min/1,73m2

Estágio 4 TFG 15 – 29 ml/min/1,73m2

Estágio 5 TFG <15 ml/min/1,73m2 ou em diálise

TFG= taxa de filtração glomerular

4.6.12 Síndrome Metabólica

Para esta definição, utilizamos o critério harmonizado (JIS), que mescla os

conceitos do NCEP ATP III e do IDF. O JIS se diferencia desses outros critérios por

definir padronizações dos índices de cintura abdominal conforme características

populacionais específicas e por não ser obrigatória a presença deste item para a

definição da síndrome. De acordo com o referido critério, são necessários pelo

menos 3 dos 5 parâmetros: aumento da circunferência abdominal (na América

Latina, ≥90 cm para homens e ≥80 cm para mulheres); TGL ≥150mg/dl; HDL-c <40

mg/dl para homens e < 50mg/dl para mulheres (ou uso de fibratos ou ácido

nicotínico); glicemia de jejum ≥ 110mg/dl (ou uso de antidiabéticos); pressão arterial

sistólica ≥130 mmHg e/ou diastólica ≥ 85mmHg (ou uso regular de

antihipertensivos).12

Quadro 7. Definição de síndrome metabólica (ter 3 ou mais dos 5 critérios) Circunferência abdominal ≥90cm para os homens e para as mulheres ≥80cm (América Latina) TGL ≥150 mg/dl ou uso de drogas hipolipemiantes HDL-c <40 mg/dl em homens e <50 mg/dl nas mulheres ou utilização de estatinas PAS ≥130 mmHg e/ou PAD ≥85 mmHg ou a utilização de anti-hipertensivo Glicose em jejum ≥100 mg/dl ou utilização de agentes anti-diabéticos TGL= triglicerídeos; HDL-c= HDL colesterol; PAS= pressão arterial sistólica; PAD= pressão arterial diastólica.

4.5.11 Doença Cardiovascular

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34

A DCV foi analisada como uma variável composta que incluíram: alterações no

ecocardiograma (disfunção sistólica, disfunção diastólica e HVE; e também a

história de infarto agudo do miocárdio (IAM), AVC e IC.

4.6 DIVISÃO EM GRUPOS

Os participantes foram agrupados como:

1) DRC-/SM- à Sem DRC e sem SM;

2) DRC-/SM+ à Sem DRC mas com SM;

3) DRC+/SM- à Com DRC mas sem SM;

4) DRC+/SM+ à Com as duas condições.

4.7 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

4.7.1 Inclusão

a) Idade ≥ 45 anos de idade;

b) Ser assistido pelo Programa Médico de Família de Niterói.

4.7.2 Exclusão

a) Não ter respondido todo o questionário;

b) Não ter dosada a creatinina sérica;

c) Não ter dosada a creatinina ou a albumina urinárias.

4.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Quadro 8. Definição da doença cardiovascular História de infarto agudo do miocárdio História de acidente vascular cerebral História de insuficiência cardíaca Alterações no ecocardiograma

Hipertrofia ventricular esquerda Disfunção sistólica Disfunção diastólica

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35

As variáveis contínuas são expressas como média ± D.P. em caso de

distribuição normal ou como mediana e variação em caso contrário. As variáveis

categóricas foram expressas como frequências e percentagens. Para comparar

varíáveis contínuas, foi utilizada análise de variância (ANOVA) de uma via

complementada pelo teste de Scheffé. Frequências foram comparadas pelo teste do

qui-quadrado ou exato de Fisher conforme apropriado.

Um modelo de regressão logística de dois passos foi desenvolvido para

analisar os fatores de risco para doença cardiovascular na população utilizando a

DRC como a variável de interesse primário.

Valores de P<0,05 foram considerados significantes.

O software Statistical Package for Social Sciences (SPSS®), versão 18.0 para

Windows® (IBM©, Chicago, IL, EUA), foi utilizado para análise estatística.

4.9 ASPECTOS ÉTICOS

O protocolo do DIGITALIS foi aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade

de Medicina da Universidade Federal Fluminense, sob o número CAAE

0077.0.258.000 10, em 11 de Junho de 2010, anexo 9.2.

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36

5 RESULTADOS

Um total de 942 indivíduos foram convidados para participar. Desses, 665

compareceram. Após realização dos critérios de inclusão e exclusão, um total de

581 pacientes foram selecionados. Figura 1.

Entre os 581 selecionados, 38,2% dos participantes eram do gênero masculino.

A média de idade era 59 anos. Trinta e seis vírgula três por cento eram brancos. A

mediana da renda familiar era R$1.322,50. Setenta e um vírgula três eram

hipertensos, 24,3%, diabéticos, 51,4%, tabagistas e 74%, sedentários. A média da

sCr foi 1,04 mg/dl nos homens e 0,8 mg/dl nas mulheres. O IMC médio da amostra

era 27,8 Kg/m2. A média do ácido úrico sérico entre os homens foi 6,21 mg/dl e,

entre as mulheres, 5,19 mg/dl. A TFG média da população foi 82,38 ml/min/1,73m2.

A tabela 1 contém as características gerais da população estudada.

Figura 1. Seleção dos participantes

Convidados 942

Compareceram 665

Excluídos 84

Selecionados 581

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37

A figura 2 mostra a pirâmide etária da população estudada.

Tabela 1. Características gerais da população

N 581

Masculino, N (%) 222 (38,2)

Idade, anos 59,35±10,16a

Cor branca, N (%) 210 (36,3)

Renda familiar, R$ 1.322 (0-17.000)b

HAS, N (%) 414 (71,3)

DM, N (%) 141 (24,3)

Tabagismo, N (%) 298 (51,4)

Sedentarismo, N (%) 410 (74,0)

sCr, mg/dl

Homens 1,04±0,33

Mulheres 0,80±0,18

IMC, kg/m2 27,8±5,2

Ácido Úrico, mg/dl

Homens 6,21±3,22

Mulheres 5,19±3,21

TFG (CKD-EPI), ml/min/1,73m2 82,38±17,94

aMédia±D.P.; bMediana (faixa de variação) HAS=hipertensão arterial sistêmica; DM=diabetes mellitus; sCr=creatinina sérica; IMC=índice de massa corpórea; TFG=taxa de filtração glomerular.

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Entre os homens, 17,6% tinham < 50 anos, 16,7%, de 50 a 54 anos, 22,5%, de

55 a 59 anos, 14,4%, de 60 a 64 anos, 10,4%, de 65 a 69 anos, 9,5%, de 70 a 74

anos, 5,9%, de 75 a 79 anos e 3,2%, 80 ou mais anos. Entre as mulheres, 17,0%

tinham < 50 anos, 20,3%, de 50 a 54 anos, 20,3%, de 55 a 59 anos, 15,9%, de 60 a

64 anos, 8,1%, de 65 a 69 anos, 8,4%, de 70 a 74 anos, 5,6%, de 75 a 79 anos e

4,5%, 80 ou mais anos.

Na população estudada, a taxa de prevalência de DRC foi 27,9%, a de SM,

57,8% e a de DCV, 49,6%, tabela 2.

feminnino masculino

Figura 2. Pirâmide etária dos participantes

80 anos ou mais

75 - 79 anos

70 - 74 ano

65 - 69 anos

60 - 64 anos

55 - 59 anos

50 - 54 anos

< 50 anos

feminino

masculino

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Tabela 2. Prevalência de doença renal crônica (DRC), síndrome metabólica (SM) e doença cardiovascular (DCV) - N (%)

DRC 162 (27,9)

SM 336 (57,8)

DCV 285 (49,6)

Os percentuais de cada um dos grupos de estudo na amostra encontram-se na

tabela 3, na qual suas características gerais são apresentadas. Do total de

participantes, 185 (31,8%) não tinham SM nem DRC, 234 (40,3%) tinha SM sem

DRC, 60 (10,3%) tinham DRC sem SM e 102 (17,6%) tinham ambas comorbidades.

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Não houve diferença entre os 4 grupos em relação ao sexo, à cor, à renda, ao

tabagismo, ao sedentarismo e à dosagem de sAU. Os grupos com SM tinha maior

prevalência de HAS e DM e maior IMC, e os grupos com DRC tinha menor TFG e

maior sCr (exceção no grupo de homens DRC+/SM-). Além disso, os grupos com

DRC eram mais velhos.

Tabela 3. Características gerais dos grupos

DRC-/SM- DRC-/SM+ DRC+/SM- DRC+/SM+

N (%) 185 (31,8) 234 (40,3) 60 (10,3) 102 (17,6)

Masculino, N (%) 69 (37,3) 93 (39,7) 25 (41,7) 35 (34,3)

Idade, anos 56,49±8,77 a 57,93±8,15 64,07±11,6*¥ 65,02±12,45*¥

Branca,% 69 (37,3) 83 (35,5) 21 (35,6) 37 (36,6)

Renda familiar, R$ 1.300

(0-10.000) b 1.500

(70-17.000) 1.140

(120-4.500) 1.244

(27-12.000) HAS, N (%) 90 (48,6) 189 (80,8)* 40 (66,7)*¥ 95 (93,1)*¥§

DM, N (%) 15 (8,1) 75 (32,1)* 7 (11,7)¥ 44 (43,1)*§

Tabagismo, N (%) 102 (55,1) 119 (50,9) 28 (47,5) 46 (45,1)

Sedentarismo, N (%) 132 (75,0) 164 (74,2) 43 (74,1) 71 (71,7)

sCr, mg/dl

Homens 0,96±0,12 0,99±0,15 1,15±0,28 1,23±0,71*¥

Mulheres 0,76±0,12 0,76±0,11 0,87±0,24*¥ 0,91±0,28*¥

IMC, kg/m2 25,7±4,8 30±4,7* 24±5,3¥ 28,7±4,5*§

Ácido Úrico, mg/dl

Homens 5,43±1,18 6,59±2,46 7,00±6,94 6,22±2,31

Mulheres 5,07±4,45 5,32±2,92 4,73±1,42 5,35±1,43 TFG (CKD-EPI),

ml/min/1,73m2

87,40±13,04 85,63±13,32 72,12±22,40*¥ 71,86±24,32*¥

aMédia±D.P.; bMediana (faixa de variação); *P<0,05 vs. DRC-/SM- ; ¥P<0,05 vs. DRC-/SM+; §P<0,05 vs. DRC+/SM- HAS=hipertensão arterial sistêmica; DM=diabetes mellitus; sCr=creatinina sérica; IMC=índice de massa corpórea; TFG=taxa de filtração glomerular.

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A frequência de uso de medicações com ação direta no sistema cardiovascular

pela população encontra-se na tabela 4.

Entre os medicações de ação cardiovascular, as mais frequentemente usadas

foram os inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona (40,3%) e os

diuréticos tiazídicos e de alça (33,7%). Pode-se observar um uso superior a 10%

para os betabloqueadores (16,4%), estatinas (15,3%), antiagregante plaquetário

(13,3%) e bloqueadores de canal de cálcio DHP (12,6%).

Em relação à utilização de medicamentos nos grupos, as frequências

encontram-se na tabela 5.

Tabela 4. Uso de drogas com ação direta no sistema cardiovascular - N (%)

Diurético tiazídico ou furosemida 196 (33,7)

Diuréticos poupador de potássio 7 (1,2)

Betabloqueador 95 (16,4)

IECA, BRA, alisquireno 234 (40,3)

Bloqueador canal de cálcio DHP 73 (12,6)

Bloqueador canal de cálcio não-DHP 5 (0,9)

Nitrato 13 (2,2)

Outro antiarrítmico 7 (1,2)

Digitálico 7 (1,2)

Hidralazina 5 (0,9)

Alfa-agonista central 11 (1,2)

Estatina 89 (15,3)

Fibrato 9 (1,5)

AAS ou outro antiagregante plaquetário 77 (13,3)

IECA=inibidor da enzima conversora de angiotensinogênio; BRA=bloqueador do receptor de angiotensina; DHP=diidropiridínico; AAS=ácido acetilsalicílico

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O uso de fibratos foi maior no grupo DRC-/SM+ quando comparado com o

grupo DRC-/SM- (3% vs. 0%). O uso de bloqueadores dos canais de cálcio DHP foi

maior no grupo DRC+/SM+ em relação aos outros (28,4% vs. 6,5%, 10,7%, 11,7%).

Alfa-agonistas centrais e outros medicamentos antiarrítmicos que não digitálicos e

beta-bloqueadores foram também mais frequentemente utilizados no DRC+/SM+,

mas apenas quando comparado ao grupo DRC-/SM- (5,9% vs. 0,5%). Além disso, a

utilização de inibidores do SRAA, estatinas e antiagregantes plaquetários foi mais

elevada nos grupos com SM (53,8% e 56,9% vs. 17,8% e 28,3%, 21,8% e 28,4% vs.

3,2% e 5%, e 17,9% e 24,5% vs. 3,2% e 6,7%, respectivamente). O uso de

Tabela 5. Uso de drogas com ação direta no sistema cardiovascular - N (%)

DRC-/SM- DRC-/SM+ DRC+/SM- DRC+/SM+

Diurético tiazídico ou Furosemida

28 (15,7) 104 (44,5)* 17 (28,3)*¥ 47 (46,1)*§

Diuréticos poupador de potássio

2 (1,1) 4 (1,7) 0 (0,0) 1 (1)

Betabloqueador 17 (9,2) 49 (20,9)* 10 (16,7) 19 (18,6)*

IECA, BRA, Alisquireno 33 (17,8) 126 (53,8)* 17 (28,3)¥ 58 (56,9)*§ Bloqueador canal de cálcio DHP

12 (6,5) 25 (10,7) 7 (11,7) 29 (28,4)*¥§

Bloqueador canal de cálcio não DHP

0 (0) 3 (1,3) 2 (3,3) 0 (0,0)

Nitrato 3 (1,6) 7 (3,0) 1 (1,7) 2 (2,0)

Outro antiarrítmico 0 (0,0) 2 (0,9) 1 (1,7) 4 (3,9)*

Digitálico 1 (0,5) 4 (1,7) 0 (0,0) 2 (2,0)

Hidralazina 1 (0,5) 1 (0,4) 0 (0,0) 3 (2,9)

Alfa agonista central 1 (0,5) 4 (1,7) 0 (0,0) 6 (5,9)*

Estatina 6 (3,2) 51 (21,8)* 3 (5,0)¥ 29 (28,4)*§

Fibrato 0 (0,0) 7 (3,0)* 0 (0,0) 2 (2,0) AAS ou outro antiagregante plaquetário

6 (3,2) 42 (17,9)* 4 (6,7)¥ 25 (24,5)*§

*P<0,05 vs. DRC-/SM- ; ¥P<0,05 vs. DRC-/SM+; §P<0,05 vs. DRC+/SM- IECA=inibidor da enzima conversora de angiotensinogênio; BRA=bloqueador do receptor de angiotensina; DHP=diidropiridínico; AAS=ácido acetilsalicílico

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diuréticos de alça e tiazídicos foi maior no grupo DRC+/SM- em relação ao DRC-

/SM- (28,3% vs. 15,7%), mas os grupos com SM+ (DRC-/ e DRC+/) tiveram maior

consumo dessas drogas em relação aos outros dois (44,5% e 46,1%,

respectivamente).

A prevalência dos componentes da síndrome metabólica entre os participantes

com SM encontra-se na tabela 6.

Tabela 6. Frequência de positividade dos critérios componentes da síndrome metabólica (entre os participantes com síndrome metabólica) - N (%)

Circunferência abdominal 312 (92,9)

Pressão arterial 288 (85,7)

Glicose 265 (78,9)

HDL colesterol 196 (58,3)

Triglicerídeos 169 (50,3)

Noventa e dois por cento apresentaram alteração no critério circunferência

abdominal, 85,7%, na pressão arterial, 78,9% na glicemia sérica, 58,3% no HDL-c e

50,3% nos TGL.

As frequências dos critérios utilizados no diagnóstico de DRC (RAC > 30 mg/g

e TFG ml/min/1,73m2) estão na figura 3.

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Cento e um casos (62,3%) apresentavam apenas o critério de albuminúria

(RAC > 30mg/g), 39 (24,1%), apenas o critério de TFG diminuída (<

60ml/min/1,73m2) e 22 (13,6%), ambos.

A figura 4 mostra a presença dos critérios diagnósticos de doença renal

crônica em quatro faixas etárias.

Figura 3. Proporção de doença renal crônica pelos critérios relação

albumina/creatinina (RAC), taxa de filtração glomerular (TFG) e os dois juntos

22 13,6%

101 62,3%

39 24,1%

TFG < 60 ml/min/1,73m2

RAC > 30 mg/g

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Nas faixas mais jovens, o diagnóstico de DRC foi feito principalmente pelo

critério RAC. Já nas faixas com mais idade, o diagnóstico foi feito principalmente

pela TFG.

Já em relação à classificação em estágios da DRC segundo o KDOQI, 26,5%

estavam no estágio 1, 35,8% estavam no estágio 2, 34,6% no estágio 3, 1,9% (3

participantes) no estágio 4 e 1,2% (2 participantes) no estágio 5, sendo que 1 destes

encontrava-se em tratamento dialítico, tabela 7.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

45-54anos 55-64anos 65-74anos >=75anos

RAC>30mg/g TFG<60ml/min/1,73m2 Ambos

Figura 4. Presença dos critérios diagnósticos de doença renal crônica (relação

albumina/creatinina (RAC) isolada, taxa de filtração glomerular (TFG) isolada ou

ambos) nas diversas faixas etárias da amostra.

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Tabela 7. Prevalência dos estágios de doença renal crônica - N (%)

Estágio 1 43 (26,5)

Estágio 2 58 (35,8)

Estágio 3 56 (34,6)

Estágio 4 3 (1,9)

Estágio 5 2 (1,2)

A figura 5 mostra a taxa de prevalência de DCV entre os participantes com

DRC separados pelos estágios da DRC.

Podemos observar que a taxa de prevalência de DCV foi maior nos estágios 2

e 3 em relação ao 1 e nos os estágios 4 e 5 em relação aos demais. No entanto,

44,2

78,6* 74,5*

100 100

0102030405060708090100

Estágio1 Estágio2 Estágio3 Estágio4 Estágio5

Figura 5. Taxa de prevalência de doença cardiovascular nos participantes segundo o estágio de doença renal crônica. *P<0,05 vs. Estágio 1

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houve diferença estatisticamente significante apenas entre os estágios 1 e 2 e entre

os estágios 1 e 3.

A tabela 8 mostra a comparação das taxas de prevalências de SM nos

participantes com DRC, separados segundo a presença ou não de DCV.

Tabela 8. Prevalência de síndrome metabólica (SM) entre os participantes com doença renal crônica (DRC) com e sem doença cardiovascular (DCV) - N (%)

Com SM Sem SM

Com DRC Com DCV 74 (68) 35 (32) Sem DCV 25 (50) 25 (50)

P=0,031

No grupo sem DCV, a taxa de prevalência de SM foi 50%; no grupo com DCV,

68%. Esses dados tiveram significância estatística (P = 0,031).

As frequências da DCV e dos seus componentes estão na tabela 9.

Tabela 9. Frequência de doença cardiovascular e de seus componentes na amostra - N (%)

Infarto agudo do miocárdio a 26 (4,5)

Acidente vascular cerebral a 24 (4,1)

Insuficiência cardíaca a 44 (7,6)

Hipertrofia ventricular esquerda 180 (31,3)

Disfunção sistólica 27 (4,7)

Disfunção diastólica 149 (26,1)

Doença cardiovascular b 285 (49,6) a Segundo a história clínica. b A soma das frequências é inferior à frequência da doença cardiovascular porque há participantes com mais de um componente.

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Os componentes da DCV com maiores frequências foram HVE, presente em

180 casos (31,3%), e disfunção diastólica, em 149 (26,1%) seguidos por IC,

disfunção sistólica, IAM e AVC, que acometeram 44 (7,6%), 27 (4,7%), 26 (4,5%) e

24 (4,1%) casos, respectivamente.

Na tabela 10, há a comparação das prevalências da DCV e de seus

componentes entre as participantes com e sem DRC.

Tabela 10. Frequência de doença cardiovascular e de seus componentes nos participantes com e sem doença renal crônica (DRC) - N (%)

Com DRC Sem DRC P

Infarto agudo do miocárdio a 12 (7,4) 14 (3,3) 0,034

Acidente vascular cerebral a 12 (7,4) 12 (2,9) 0,014

Insuficiência cardíaca a 17 (10,5) 27 (6,4) 0,098

Hipertrofia ventricular esquerda 65 (40,9) 115 (27,6) 0,002

Disfunção sistólica 14 (8,8) 13 (3,1) 0,004

Disfunção diastólica 67 (42,4) 82 (19,9) <0,001

Doença cardiovascular b 109 (68,6) 176 (42,3) <0,001 a Segundo a história clínica. b A soma das frequências é inferior à frequência da doença cardiovascular porque há participantes com mais de um componente.

Há maior taxa de prevalência da DCV no grupo com DRC (68,6% vs. 42,3%,

P<0,001). A prevalência no grupo também foi maior para cada um de seus

componentes: IAM (7,4% vs. 3,3%, P=0,034); disfunção sistólica (8,8% vs. 3,1%,

P=0,004); HVE (40,9% vs. 27,6%, P=0,002); AVC, (7,4% vs. 2,9%, P<0,001);

disfunção diastólica (42,4% vs. 19,9%, P<0,001). Para IC, entretanto, a diferença

não foi estatisticamente significante (10,5% vs. 6,4%, P=0,098).

Na tabela 11, foi realizada comparação entre as prevalências da DCV e de

seus componentes nos quatro grupos estudados.

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Tabela 11. Frequência de doença cardiovascular e de seus componentes nos participantes nos quatro grupos - N (%)

DRC-/SM- DRC-/SM+ DRC+/SM- DRC+/SM+

Infarto agudo do miocárdio a 5 (2,7) 9 (3,8) 4 (6,7) 8 (7,8)*

Acidente vascular cerebral a 2 (1,1) 10 (4,3) 3 (5,0) 9 (8,8)*

Insuficiência cardíaca a 7 (3,8) 20 (8,5)* 4 (6,7) 13 (12,7)*

HVE 46 (25,0) 69 (29,6) 26 (41,7)*¥ 40 (40,4)*

Disfunção sistólica 2 (1,1) 11 (4,7) 4 (6,7) 10 (10,1)*

Disfunção diastólica 31 (17,0) 51 (22,2) 23 (38,3)*¥ 44 (44,9)*¥

Doença cardiovascular b 67 (36,6) 109 (46,8) 35 (58,3)* 74 (74,7)*¥§

*P<0,05 vs. DRC /SM ; ¥P<0,05 vs. DRC /SM+; §P<0,05 vs. DRC+/SM.

a Segundo a história clínica. b A soma das frequências é inferior à frequência da doença cardiovascular porque há participantes com mais de um componente. HVE=Hipertrofia ventricular esquerda; DRC=Doença renal crônica; SM=Síndrome metabólica.

Todos os componentes foram maiores no grupo DRC+/SM+ em comparação

com o grupo DRC-/SM-. DRC-/SM- também teve diferença estatística para os

componentes IC em relação ao grupo DRC-/SM+ (3,8% vs. 8,5%), e HVE e

disfunção diastólica em relação ao grupo DRC+/SM- (25%% vs. 41,7% e 17,0% vs.

38,3%, respectivamente), com menores frequência no grupo DRC-/SM-. Também

houve diferença estatística nos componentes HVE, entre os grupos DRC+/SM- e

DRC-/SM+ e disfunção diastólica nos grupos DRC+/SM- e DRC+/SM+ em relação o

grupo DRC-/SM+, com menor frequência neste (29,6% vs. 41,7% e 17,0% vs.

38,3%, respectivamente). A disfunção diastólica foi estatisticamente mais frequente

em grupos com DRC (17% e 22,2% vs. 38,3% e 44,9%).

Pode ser observada uma tendência a um aumento gradual na taxa de

prevalência da DCV a partir do grupo DRC-/SM- para o DRC+/SM+ (DRC-/SM-

36,6%, DRC-/SM+ 46,8%, DRC+/SM- 58,3% e DRC+/SM+ 44,7%), melhor ilustrada

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na figura 6. Contudo, houve significância estatística apenas entre o grupo

DRC+/SM+ e o DRC-/SM+ e entre o grupo DRC-/SM- e os demais.

Figura 6. Prevalência da doença cardiovascular nos participantes nos quatro grupos (%).*P<0,05 vs. DRC /SM ; ¥P<0,05 vs. DRC-/SM+; §P<0,05 vs. DRC+/SM-. DRC=doença renal crônica; SM=síndrome metabólica.

Outra comparação foi feita em relação ao risco de DCV nos quatro grupos,

dessa vez, através do odds ratio (OR), usando o grupo DRC-\SM- como referência.

Os resultados podem ser vistos na tabela 12.

Tabela 12. Risco da doença cardiovascular os quatro grupos

OR (IC95%) P

DRC-/SM- (Ref.) 1,00 -

DRC-/SM+ 1,52 (1,02 - 2,26) 0,037

DRC+/SM- 2,42 (1,38 - 4,39) 0,003

DRC+/SM+ 5,13 (2,97 - 8,83) <0,001

DRC=doença renal crônica; SM=síndrome metabólica.

36,646,8*

58,3*

74,7*¥

0102030405060708090100

DRC-/SM- DRC-/SM+ DRC+/SM- DRC+/SM+

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Todos os outros grupos tiveram um risco significativamente maior para DCV

em comparação com o grupo de referência (DRC-/SM-). O grupo DRC-/SM+

apresentou um risco 1,52 vezes maior (IC95% 1,02-2,26, P=0,037) e o grupo

DRC+/SM-, um risco 2,42 vezes maior (IC95% 1,38-4,39, P=0,003). Quando DRC e

SM estão presentes simultaneamente, o risco aumenta substancialmente

alcançando 5,13 (IC95% 2,97-8,83, P< 0,001).

Para excluir a interferência de outras variáveis na análise, foram desenvolvidos

modelos de regressão logística para analisar a associação da DRC com DCV com

ajuste para idade, cor da pele, estilo de vida, tabagismo e SM (Modelo 1) ou seus

componentes (Modelo 2), tabela 13. Os componentes da SM foram incluídos como

variáveis dicotomizadas.

Tabela 13. Regressão logística multivariada para testar a associação da doença cardiovascular com doença renal crônica (DRC) com ajuste que inclui a síndrome metabólica (SM) (Modelo 1) ou seus componentes (Modelo 2)

Modelo 1 Modelo 2

OR (IC95%), P OR (IC95%), P

DRCa 2,31 (1,51–3,55), <0,001 2,31 (1,50–3,55), <0,001 Idade, anos 1,07 (1,05–1,09), <0,001 1,07 (1,04–1,09), <0,001 Sexo (masculino)a 0,71 (0,48–1,03), 0,074 0,66 (0,43–1,01), 0,054 Cor da pela (branca)a 0,79 (0,54–1,16), 0,226 0,80 (0,54–1,19), 0,266 Tabagismoa 1,09 (0,75–1,58), 0,658 1,10 (0,76–1,61), 0,605 Sedentarismoa 0,93 (0,61–1,41), 0,736 0,91 (0,68–1,392), 0,675 SMa 1,59 (1,10–2,30), 0,015

Pressão arterial a 1,18 (0,79–1,78), 0,424 Circunferência abdominala

1,21 (0,75–1,95), 0,437

Glicosea 1,18 (0,81–1,74), 0,390 HDL colesterol a 1,43 (0,95–2,16), 0,084 Triglicerídeos a 0,87 (0,57–1,31), 0,495

a Variáveis dicotomizadas. Modelo 1 – ajustado por dados demográficos, tabagismo, sedentarismo e SM. Modelo 2 ajustado por dados demográficos, tabagismo, sedentarismo e parâmetros usados para o diagnóstico de SM.

Em ambos os modelos, a DRC foi mantida como um fator de risco independente

para doenças cardiovasculares, com OR=2,31 no modelo 1 (IC95% 1,51–3,55,

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P<0,001) e OR=2,31, no modelo 2 (IC95% 1,50–3,55, P <0,001). No Modelo 1, idade

e SM também foram associados de forma independente com DCV (OR=1,07, IC95%

1,05–1,09, P<0,001 e OR=1,59, IC95% 1,10–2,30, P=0,015, respectivamente). No

Modelo 2, além de DRC, apenas a idade foi mantida como independentemente

associada com a DCV.

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6 DISCUSSÃO

A DRC e a SM são fatores de risco bem conhecidos para DCV, mas poucos

estudos têm comparado o impacto dessas duas condições associadas. O presente

estudo abordou esse assunto em 581 indivíduos com 45 anos ou mais derivados de

um programa de atenção primária.

As taxas de prevalência de HAS (71,3%), DM (24,3%), tabagismo (51,4%) e

sedentarismo (74%) foram relativamente altas em comparação com outros

estudos.1,35,37 O processo de seleção da amostra pode ter contribuído para

superestimar estas taxas de prevalência já que a nossa amostragem foi

intencionalmente composta de participantes com idade maior ou igual a 45 anos.

Além disso, indivíduos com comorbidades tem maior propensão para aceitar

participação em estudos, o que também pode ter contribuído para isso.

As taxas de prevalência de DRC (27,9%), SM (57,8%) e DCV (49,6%) também

foram elevadas. 12,37,55 As explicações acima discutidas igualmente se aplicam a

essas comorbidades. No estudo KEEP, onde a população também tinha uma grande

proporção de idosos, porém, com uma média de idade um pouco menor (53,4 vs.

59,4), por exemplo, a taxa de prevalência de DRC (27,1%) foi bem próxima ao do

presente estudo.3 Além disso, as altas taxas de prevalência de HAS, DM, tabagismo

e sedentarismo, que também são fatores de risco para essas comorbidades, podem

ter contribuído para esses achados.

Na comparação dos quatro grupos, como era esperado pelo desenho do

estudo, aqueles com SM tinham maiores taxas de prevalência de HAS e DM e maior

IMC. Pela mesma razão, os grupos com DRC tinham menor TFG. Além disso, os

grupos com DRC eram mais velhos. Como a idade é um fator de risco importante

para DRC, isso não chega a surpreender. 1

Desde 2009, quando foi feita a recomendação do emprego do critério

harmonizado (JIS), a alteração da circunferência abdominal deixou de ser um item

obrigatório para o diagnóstico de SM.12 Mesmo assim, esse achado, em

consonância com outros estudos, foi o componente da SM mais prevalente em

pacientes com essa síndrome. 55,56

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Na sua maioria, o diagnóstico de DRC foi feito por alteração isolada na RAC

(62,3%), com os participantes desse grupo se enquadrando nos estágios 1 (26,5%)

e 2 (35,8%). Sessenta e um participantes (37,7%) com DRC apresentavam

TFG<60ml/min/1,73m2, sendo o diagnóstico de DRC feito pela redução isolada da

TFG (sem a presença de albuminúria patológica) em 39 casos (24,1%). A maioria

dos casos com TFG<60ml/min/1,73m2 estavam no estágio 3 (56 casos, 34,6%). No

entanto, diferentemente de outros estudos, esse estágio não contemplava a maioria

dos participantes com DRC.57 Não podemos afirmar o motivo desta discrepância,

porém, acreditamos que possa estar relacionada com as diferenças entre as

pirâmides etárias das populações de países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Nesses últimos, a proporção de idosos, nos quais a doença renal é mais prevalente,

é, geralmente, bem inferior. Além disso, apenas 5 (3,1%) pertenciam aos estágios 4

e 5 (1,9% e 1,2%, respectivamente). Esses achados guardam similaridade com

outros estudos epidemiológicos,57 com a ressalva de que o número de participantes

nos estágios 4 e 5 no nosso estudo foi muito pequeno.

Também observamos que, nas faixas mais jovens, o diagnostico de DRC é

feito predominantemente através da RAC, enquanto que, nos mais velhos, pela

TFG. Esses dados estão em consonância com outros estudos.57

Em relação à DCV, a taxa de prevalência foi maior em pacientes com DRC do

que nos pacientes sem DRC. Tendo em vista que a maioria da população (cerca de

97%) pertencia aos estágios 1 a 3, confirmamos o que já foi apresentado em outros

estudos: que a DCV é uma complicação precoce na DRC.9,58,59 A taxa de

prevalência de DCV tendia a aumentar com as fases de DRC. O tamanho da

amostra provavelmente influenciou os resultados da análise estatística (significância

só foi encontrada entre os estágios 1 e 2 e entre os estágios 1 e 3). No entanto, o

aumento da prevalência de DCV com o avanço da DRC já está bem estabelecido na

literatura. 9,39,40

Entre os componentes da DCV, os que apresentaram taxa de prevalência

significativamente diferente entre os grupos, em favor da DRC foram: IAM, AVC,

HVE, disfunção sistólica e disfunção diastólica. Deve ser ressaltado que a frequência

de IAM em nossa amostra (7,4%) foi levemente inferior à relatada no NHANES e no

KEEP (9,2% e 10,3%, respectivamente), entretanto, a de AVC (7,4%) foi semelhante

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(7,5 e 7,7, respectivamente).57 As maiores taxas de HVE, disfunção sistólica e

disfunção diastólica também são esperadas nos participantes com DRC. As

explicações para a HVE estariam na sobrecarga de volume, na anemia, na fístula

arteriovenosa, na HAS, na arterioesclerose, etc. Os mecanismos responsáveis pela

disfunção sistólica incluem insuficiência coronariana, anemia, hiperparatireoidismo,

toxinas urêmicas, má-nutrição, sobrecarga hemodinâmica prolongada e repetidos

episódios de isquemia miocárdica durante a sessão de hemodiálise (atordoamento

miocárdico).60 Em relação à fisiopatologia da disfunção diastólica, a explicação

estaria na ativação de fatores humorais associados à hipertrofia, como elevados

níveis de angiotensina II, hormônio paratireoidiano, endotelina, aldosterona e

catecolaminas plasmáticas, e na isquemia miocárdica.52

Quando analisados os participantes com DRC, observamos que o subgrupo

com SM, quando comparado ao subgrupo sem SM, tinha taxa de prevalência

estatisticamente maior de DCV. Isso está em concordância com o fato de a SM ser

um importante fator de risco para DCV,11 inclusive na população com DRC.61

Quando comparados os 4 grupos em relação à frequência de DCV, foi

observada uma taxa de prevalência estatisticamente maior no grupo DRC+/SM- em

relação ao grupo DRC-/SM- e, também, do grupo DRC+/SM+ em relação a todos os

demais. O poder dos testes estatísticos foi, naturalmente, menor quando se

procurou avaliar diferenças entre os grupos no concernente a cada componente

utilizado para diagnóstico de DCV dado ao pequeno número de casos em cada

extrato. Apesar disso, houve diferença estaticamente significante para cada um dos

componentes entre os grupos DRC+/SM+ e DRC-/SM-. Isso já nos direciona à força

desses dois fatores de risco, DRC e SM, para DCV quando estão associados.

Para a melhor verificação deste ponto, foi realizado o odds ratio, usando o

grupo DRC-/SM- como referência. O risco de DCV foi maior nos grupos DRC+/SM- e

DRC-/SM+, mas foi substancialmente maior nos participantes que apresentavam

DRC associadamente à SM (DRC+/SM+). Esses dados são semelhantes aos

reportados em outros estudos, apesar de a maioria dos participantes de nossa

amostra pertencerem aos estágios iniciais de DRC. 48,61-63

No modelo de regressão logística multivariada, feito para levar em conta

fatores de confundimento, a idade, como esperado, apresentou-se como fator de

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risco independente de DCV com um OR semelhante aos estudos KEEP e NHANES

(1,04 e 1,06, respectivamente).57 No presente estudo, a DRC foi o fator

independente mais fortemente associado a DCV, com um OR de 2,31, maior do que

os relatados nos estudos KEEP e NHANES (1,34 e 1,37, respectivamente). A menor

disponibilidade de ferramentas diagnósticas e terapêuticas em nosso meio pode ter

influenciado na magnitude da associação com DCV nos participantes com DRC em

nosso estudo. Também pode ter contribuído para essa diferença, o fato da DCV, nos

estudos mencionados, ter sido diagnosticada apenas por história de IAM e AVC. A

presença de SM também se revelou um fator de risco independente para DCV em

nosso estudo, mas com menor impacto.

Outros estudos já relataram um maior impacto da DRC sobre a DCV em

relação à SM,41,64 mas a explicação para isso ainda é uma questão controversa.

Talvez a maior disponibilidade de ferramentas terapêuticas para o controle da SM

contribua para reduzir seu efeito. Em concordância com esta hipótese, o uso de

fármacos para a hipertensão e dislipidemia foi maior nos grupos com SM.

O aumento significativo no risco de DCV quando DRC e SM são concomitantes

merece atenção. Uma forma de doença arterial rapidamente progressiva tem sido

relatada em pacientes em diálise durante mais de 30 anos7 e podem iniciar muito

cedo no curso da DRC. O impacto de fatores não-tradicionais que predispõem à

aterosclerose, tais como distúrbios minerais, estresse oxidativo, anemia e

inflamação podem ser preponderantes nesta evolução.41,65-67 A associação de SM

sobrepõe os fatores de risco tradicionais para a aterosclerose nesses pacientes e

podem representar a explicação para o aumento substancial no risco de DCV que foi

observado em nosso estudo.

A natureza transversal do presente estudo não nos permite estabelecer a

interação exata entre DRC, SM e DCV, mas alguns estudos de coorte já sugeriram

que a presença de DRC favorece o desenvolvimento de DCV.48,68

Nosso estudo apresenta algumas limitações. Os pacientes só foram vistos uma

única vez, com realizações das análises de laboratório em amostra biológica e

medições de pressão arterial em apenas uma visita. Apesar dessas restrições,

acreditamos que estas medidas são úteis para a comparação entre indivíduos ou

grupos, especialmente em estudos epidemiológicos. Finalmente, algumas

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informações foram diretamente relatadas pelos participantes, o que pode ter gerado

vieses de informação.

Nossos resultados confirmaram a DRC como um fator de risco independente

para doenças cardiovasculares. A SM também foi confirmada como um fator de risco

independente para DCV, embora com um impacto menor do que a DRC. A

associação de SM com DRC ampliou substancialmente o risco para DCV. Estudos

futuros podem ajudar a identificar os mecanismos subjacentes aos piores desfechos

cardiovasculares com a associação de SM e DRC e ajudar a desenvolver novas

políticas de saúde pública preventivas a este respeito.

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7 CONCLUSÃO

� A taxa prevalência de DRC foi 28%, SM foi 58% e DCV foi 50%.

� A taxa de prevalência de DCV foi maior nos estágios 2 e 3 em relação ao

estágio 1.

� A DRC foi confirmada como fator de risco independente para DCV.

� A presença de SM quando associada a DRC ampliou o risco para DCV.

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65

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55. Chini, LSN, Greffin, S, Lugon, JR. Prevalence of metabolic syndrome among

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Epidemiological Association between Metabolic Syndrome and Olfactory

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58. Gobal F, Deshmukh A, Shah S, Mehta JL. Triad of metabolic syndrome,

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death by overeating. J Am Coll Cardiol 2011;57:2303-8.

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Chronic kidney disease has a more powerful impact on peripheral arterial disease

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67

9 ANEXOS

9.1 QUESTIONÁRIO DIGITALIS

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1

1)

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1.1

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CH

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___

_

1.2

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e:

1.3

Da

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e na

scim

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: _ _

/_

_ /_

_ _

_ 1

.4 S

EXO

: M(

) F

( )

1.

5 E

nder

eço

: 1.

6 B

airr

o:

1

.7 M

unic

ípio

: 1.

8 N

atu

ralid

ad

e:

1.9

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efon

e d

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onta

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1.

10.

Tele

fone

cel

ula

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IÇÃ

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2.1

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fixo

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mp

anh

eiro

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voc

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po

ssui

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____

____

____

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____

____

____

__

2.3

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do

o en

trevi

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dor

):

(1)

bra

nca

(2

)pa

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(

3) a

ma

rela

(

4)p

reta

3)

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ÇÕ

ES S

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IO-

ECO

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3.1

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ie v

ocê

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(15)

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ei

(1

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Ensin

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(13)

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(1

2) 2

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ie

(11)

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(1

0) 4

ª sér

ie

(9)

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érie

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sér

ie

(7)

7ª s

érie

(6

) 8ª

sér

ie

E

nsin

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(

5) 1

º ano

(4)

2º a

no

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3) 3

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leto

u

(1)

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3.2

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____

____

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____

____

____

____

____

____

____

____

____

____

____

____

____

____

____

____

____

____

____

____

__

3.3

Qua

l a re

nda

fam

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som

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tod

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ram

com

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men

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rias)

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____

____

_ (a

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r em

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is)

3.4

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as

pes

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ora

m n

a s

ua c

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____

____

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____

____

____

_ 3.

5 O

sen

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a) t

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(0)

Sim

(1)

o

4) S

EDEN

TARI

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4.

1 N

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DUA

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qua

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(1)

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0) N

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pa

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6]

(88

8) N

ão

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esp

ond

er

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2

5.2

Com

que

ida

de

voc

ê p

ass

ou

a fu

ma

r com

reg

ula

rida

de?

(1

) C

om__

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nos

(

888)

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spon

der

5

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tua

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voc

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ma

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s (3

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umo

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(2)

Fum

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uns

dia

s

(

1) P

are

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fum

ar

(8

88)

o se

i re

spon

der

5

.4 C

om q

ue id

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rou

―def

initi

vam

ente

‖ d

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ma

r, o

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ja, n

ão

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(

1) F

umo

atu

alm

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(2

) Pa

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___

____

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nos

( 888

) N

ão

sei r

esp

ond

er

5.5

Em to

da

a s

ua v

ida

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luin

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a u

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as

veze

s vo

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r 24

hora

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(1)

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____

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6) C

ON

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Com

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(1

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(2)

Pare

i de

beb

er

(3)

Rara

men

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de

uma

vez

por

3 m

ese

s)

(4)

Oca

siona

lmen

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eno

s d

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por

(

5) P

elo

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ve

z p

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na

(6)

Dia

riam

ente

ou

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se to

dos

os

dia

s

(88

8) N

ão

sei r

esp

ond

er

6.3

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ias,

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LTIM

A o

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que

voc

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mou

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sei r

esp

ond

er

6.3.

a) c

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ja/

chop

e

6.

3.b

) vin

ho

6.3.

c) a

gua

rden

te/

cach

aça

6.3.

d) o

utro

s

7) E

STA

DO

DE

HUM

OR

Dur

ant

e a

s úl

tima

s 2

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ana

s, c

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ue fr

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ncia

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s vo

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i inc

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o/a

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Ne

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é 50

%)

+ ½

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di

as

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até

80

%)

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7.1.

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uco

inte

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e ou

pou

co

pra

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zer a

s co

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0 1

2 3

7.2.

Se

sent

ir ―p

ara

ba

ixo‖

, dep

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o/a

ou

sem

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tiva

0

1 2

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ane

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orm

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e

0 1

2 3

7.4.

Sen

tir c

ans

ad

o/a

ou

com

po

uca

ene

rgia

0 1

2 3

7.5.

Fa

lta d

e a

pet

ite o

u co

men

do

dem

ais

0 1

2 3

7.6.

Se

sent

ir m

al c

onsig

o m

esm

o/a

— o

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voc

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ou

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epci

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ou

você

m

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o/a

0

1 2

3

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ad

e p

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conc

entra

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s co

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com

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r o jo

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0

1 2

3 7.

8 Le

ntid

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pa

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uito

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o q

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e co

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e

0 1

2 3

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m s

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e a

lgum

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ane

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u q

ue s

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mel

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sta

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1 2

3 7.

10. S

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(1)

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lda

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ificu

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(4)

Ext

rem

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de

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3

8)

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O-A

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O S

ON

O

8.1

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8.5]

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88)

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ndo

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nos

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(1

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Se

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9) E

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4

10

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10.

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) C

om 1

4 a

nos

10

.2 Q

ual a

dur

açã

o d

a s

ua m

enst

rua

ção

atu

alm

ente

?

(1)

o m

enst

ruo

ma

is

(2)

Nun

ca m

enst

ruei

(3

)1 a

3 d

ias

(4)

4 a

6 d

ias

(6

) 9

dia

s o

u m

ais

(5)

7 a

8 d

ias

(7

) irr

egul

ar

10

.3 H

ouv

e m

uda

nça

na

freq

üênc

ia e

dur

açã

o d

a s

ua m

enst

rua

ção?

(1

) N

ão

men

stru

o m

ais

(2

) N

unca

men

stru

ei

(3)

o h

ouv

e m

uda

nça

(4)

Sim

, est

ão

men

os fr

eqüe

ntes

e/o

u irr

egul

are

s e

/ou

ma

is c

urta

s (5

) Si

m, e

stã

o m

ais

freq

üent

es e

/ou

com

ma

ior f

luxo

10.4

. Qua

ntos

ano

s a

sen

hora

tinh

a q

uand

o p

aro

u d

e m

enst

rua

r?

(1)

Ain

da

men

stru

o

(2)

Nun

ca m

enst

ruei

(3)

Com

___

___

ano

s

10

.5 Q

uant

os a

nos

a s

enho

ra u

sou

horm

ônio

s fe

min

inos

(ter

ap

ia d

e re

pos

içã

o ho

rmon

al)?

(1

) N

unca

use

i ho

rmôn

ios

(2)

Men

os d

e 1

ano

(3

) D

e 1

a 2

ano

s

(5

) D

e 5

a 9

ano

s (4

) D

e 3

a 4

ano

s

(5)

10 a

14

ano

s (6

) 15

ano

s e

ma

is

10.6

Qua

ntos

filh

os a

sen

hora

teve

por

pa

rto n

orm

al s

em fó

rcep

s (v

ag

ina

l) o

____

____

____

____

____

____

_ 10

.7 Q

uant

os fi

lhos

a s

enho

ra te

ve p

or p

arto

nor

ma

l com

fórc

eps

(va

gin

al) o

___

____

____

____

____

____

___

10.8

Qua

ntos

filh

os a

sen

hora

teve

por

pa

rto c

esá

reo o

____

____

____

____

____

____

__

10.9

Na

s ul

tima

s 4

sem

ana

s vo

cê (o

u a

sen

hora

) per

ceb

eu u

m "c

aro

ço"

ou

uma

"bol

a" d

esce

ndo

na s

ua v

ag

ina

? (1

)) N

unca

(2

) O

casio

nalm

ente

(3

) À

s ve

zes

(5)

O

tem

po

tod

o

(4)

Na

ma

ior p

arte

do

tem

po

10.1

0 Q

uant

o iss

o in

com

oda

voc

ê? P

or fa

vor,

circ

ule

um n

úmer

o d

e 0

(na

da

) a 1

0 (m

uito

)

0

1

2 3

4

5

6 7

8

9

10

10.1

1 N

as

ultim

as

4 se

ma

nas

você

per

de

u (o

u te

m p

erd

ido

) urin

a?

Por f

avo

r, a

ssin

ale

tod

as a

s alte

rna

tiva

s que

se a

plic

am a

voc

ê.

(1)

Nun

ca

(2)

Perc

o a

ntes

de

cheg

ar a

o b

anh

eiro

(3

) Pe

rco

qua

ndo

tuss

o o

u e

spirr

o

(4)

Perc

o q

uand

o fa

ço

ativ

ida

des

físic

as

(5)

Perc

o q

uand

o te

rmin

ei d

e ur

ina

r e e

sto

u m

e ve

stin

do

(6

) Pe

rco

qua

ndo

est

ou d

orm

ind

o

(7)

Per

co s

em ra

zão

óbvi

a

(8)

Perc

o o

tem

po

tod

o

10

.12

Qua

nto

isso

inco

mod

a v

ocê?

Por

favo

r, ci

rcul

e um

núm

ero

de

0 (n

ad

a) a

10

(mui

to)

0

1

2 3

4

5

6 7

8

9

10

10.1

5 N

as

ultim

as

4 se

ma

nas

você

per

de

u (o

u te

m p

erd

ido

) fez

es?

(1

) M

uita

s ve

zes

(2)

Alg

uma

s ve

zes

(3)

Pouc

as

veze

s (4

) N

unca

per

di o

u p

ratic

am

ente

nun

ca p

erd

i

(5)

Nen

hum

a d

as

resp

osta

s

10.1

6 Q

uant

o iss

o in

com

oda

voc

ê? P

or fa

vor,

circ

ule

um n

úmer

o d

e 0

(na

da

) a 1

0 (m

uito

)

0 1

2

3

4 5

6

7

8 9

10

A

)Nun

ca; B

)Ra

ram

ente

ou

oca

siona

lmen

te: o

corre

men

os q

ue u

ma

vez

ao

mês

(< 1

/mês

); C

)Alg

uma

s ve

zes:

aco

ntec

e m

ais

de

uma

vez

ao

mês

, por

ém

men

os q

ue u

ma

vez

p

or se

man

a (≥

1/m

ês e

< 1

/sem

ana

); D

)Usu

alm

ente

ou

na m

aior

par

te d

o te

mp

o: o

corre

mai

s que

um

epi

sódi

o po

r sem

ana

, por

ém m

enos

que

um

a ve

z po

r dia

(≥ 1

/sem

ana

e <

1/d

ia);

E)Se

mpr

e: a

cont

ece

pelo

men

os u

ma

vez

ao d

ia (≥

1/d

ia).

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5

11

) AV

ALI

ÃO

ORI

ENTA

ÇÃ

O E

MEM

ÓRI

A

11.1

. Orie

nta

ção

(1 p

onto

por

ca

da

resp

osta

cor

reta

) N

ota

:___

_ (t

ota

l=5)

Em q

ue a

no e

sta

mo

s?

Em q

ue e

sta

ção

do

ano

est

am

os?

Em q

ue m

ês e

sta

mos

?

Em q

ue d

ia d

o m

ês e

sta

mo

s?

Em q

ue d

ia d

a s

ema

na e

sta

mos

?

Em q

ue e

sta

do

esta

mos

?

Not

a:_

___

(to

tal=

5)

Em

que

cid

ad

e es

tam

os?

Em

que

ba

irro

esta

mos

? Em

que

loca

l est

am

os?

Em

que

and

ar e

sta

mos

?

11.2

. Reg

istro

N

ota

:___

_ (t

ota

l=3

– 1

pa

ra c

ad

a

resp

osta

cor

reta

))

"V

ou d

izer t

rês

pa

lavr

as;

que

ria q

ue a

s rep

etiss

e, m

as

só d

epoi

s d

e eu

as

dize

r tod

as;

pro

cure

dec

orá

-las"

. Es

colh

a um

a da

s co

luna

s e

repe

tir a

s pa

lavr

as a

té q

ue o

par

ticip

ante

a m

emor

ize, a

té 6

vez

es, a

seg

uir p

eça

que

ele

repi

ta

Pent

e Es

cova

Pi

ncel

Li

vro

Alfa

ce

Rua

A

veni

da

Ri

ach

o Pa

red

e O

uvid

o

Azu

l A

ma

relo

Ba

rrig

a

Den

te

Bolsa

11

.3. A

tenç

ão

e C

álc

ulo.

(Se

der

um

a re

spos

ta e

rrada

mas

dep

ois

cont

inua

r a s

ubtra

ir be

m, c

onsid

eram

-se

as s

egui

ntes

com

o co

rreta

s.

Para

r ao

fim d

e 5

resp

osta

s)

Not

a:_

___

(to

tal=

5 –

1 p

ara

ca

da

re

spos

ta c

orre

ta ).

Ag

ora

, por

favo

r dig

a q

uant

o é

100

men

os 7

(rep

etir

100-

7=93

-7=8

6-7=

79-7

=72-

7=65

). Se

erra

r e re

tom

ar,

pon

tue

com

o ce

rto.

Alte

rna

tivo

: Vou

fa

lar 7

núm

eros

, pa

ra o

sen

hor(

a)

rep

etir.

Por

fa

vor,

pre

ste

ate

nçã

o p

orq

ue n

ão

pod

erei

rep

etir;

(5

8 2

6 9

4 1)

. Fa

le o

s nú

mer

os 1

vez.

Con

sider

ar o

núm

ero

de a

certo

s at

é er

rar o

prim

eiro

alg

arism

o (a

té u

m m

áxim

o de

cin

co p

onto

s). E

rrou

um n

úmer

o,

cons

ider

e o

núm

ero

de a

certo

s qu

e o

prec

edeu

. 11

.4. E

voca

ção

(1 p

onto

po

r ca

da

resp

osta

cor

reta

.) (N

ão d

esco

ntar

se fo

r for

a d

e or

dem

) N

ota

:___

_ (t

ota

l=3

- 1

pa

ra c

ad

a

pa

lavr

a –

"V

eja

se

cons

egue

dize

r as

três

pa

lavr

as

que

ped

i há

pou

co p

ara

dec

ora

r".

Pent

e Es

cova

Pi

ncel

Li

vro

Alfa

ce

Rua

A

veni

da

Ri

ach

o Pa

red

e O

uvid

o

Azu

l A

ma

relo

Ba

rrig

a

Den

te

Bolsa

11

.5. L

ing

uag

em (1

pon

to p

or c

ad

a re

spos

ta c

orre

ta)

Not

a:_

___

(to

tal=

2 - 1

pa

ra c

ad

a

pa

lavr

a)

"C

omo

se c

ham

a is

to?

Mos

trar o

s ob

jeto

s:

Reló

gio

___

_

Láp

is___

___

b

. "Re

pita

a fr

ase

que

eu

vou

dize

r: ―N

EM A

QUI

, NEM

ALI

, NEM

LA

‖.

Not

a:_

___

(to

tal=

1)

c. "Q

uand

o eu

lhe

der

est

a fo

lha

de

pa

pel

, peg

ue n

ela

com

a m

ão

dire

ita, d

obre

-a a

o m

eio

com

as

dua

s m

ãos

e p

onha

sob

re a

mes

a";

da

r a fo

lha

seg

ura

ndo

com

as

dua

s m

ãos

. N

ota

:___

_ (t

ota

l=3

- 1 p

ara

ca

da

a

ção

corre

ta)

Pe

ga

co

m a

o d

ireita

____

D

obra

ao

mei

o __

__

Col

oca

ond

e d

eve_

___

d

. "Le

ia o

que

est

á n

este

ca

rtão

e fa

ça o

que

lá d

iz". M

ostra

r um

ca

rtão

com

a fr

ase

bem

leg

ível

, "FE

CH

E O

S O

LHO

S"; s

end

o a

nalfa

be

to

lê-s

e a

fra

se. S

e fo

r ana

lfabe

to, l

er a

fras

e N

ota

:___

_ (t

ota

l=1)

Fech

ou o

s ol

hos_

___

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6

FEC

HE

OS

OLH

OS

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7

e. "E

scre

va u

ma

fra

se b

onita

aq

ui".

Not

a__

__

Fra

se:

11.6

. Ha

bili

da

de

Con

stru

tiva

Not

a__

____

Cóp

ia

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8

1

2) A

UTO

AV

ALI

ÃO

DA

SA

ÚDE

12

.1.E

m g

era

l, vo

cê d

iria

que

a s

ua s

aúd

e é

:

(1)

Exc

elen

te

(2

) M

uito

Boa

(3)

Boa

(4)

Ruim

(5

) M

uito

Rui

m

12

.2. C

omp

ara

da

a u

m a

no a

trás,

com

o vo

cê c

lass

ifica

ria s

ua s

aúd

e em

ger

al,

ag

ora

?

(1)

Mui

to m

elho

r ag

ora

do

que

a u

m a

no a

trás

(2)

Um p

ouc

o m

elho

r ag

ora

do

que

a u

m a

no a

trás

(3)

Qua

se a

mes

ma

de

um a

no a

trás

(4)

Um p

ouc

o p

ior a

gor

a d

o q

ue a

um

ano

atrá

s (5

) M

uito

pio

r ag

ora

do

que

a u

m a

no a

trás

12.3

. Os

seg

uint

es it

ens

são

sob

re a

tivid

ad

es q

ue v

ocê

pod

eria

faze

r atu

alm

ente

dur

ant

e um

dia

com

um. D

evid

o a

sua

sa

úde,

voc

ê te

m d

ificu

lda

de

pa

ra

faze

r ess

as

ativ

ida

des

? N

este

ca

so, q

uant

o?

ATI

VID

AD

ES

SIM

. D

IFIC

ULTA

M

UITO

SIM

. D

IFIC

ULTA

UM

PO

UCO

O. N

ÃO

D

IFIC

ULTA

DE

MO

DO

ALG

UM

12.3

a) A

tivid

ad

es v

igor

osa

s, q

ue e

xig

em m

uito

esf

orço

, ta

is co

mo

cor

rer,

leva

nta

r ob

jeto

s p

esa

dos

, pa

rtici

pa

r em

esp

orte

s á

rduo

s (3

) (2

) (1

)

12.3

b) A

tivid

ad

es m

oder

ad

as,

tais

com

o m

over

um

a m

esa

, pa

ssa

r asp

irad

or d

e p

ó, j

oga

r bol

a,

varre

r a c

asa

(3

) (2

) (1

)

12.3

c) L

eva

nta

r ou

carre

ga

r ma

ntim

ento

s (3

) (2

) (1

) 12

.3 d

) Sub

ir vá

rios

lanc

es d

e es

cad

a

(3)

(2)

(1)

12.3

e) S

ubir

um la

nce

de

esca

da

(3

) (2

) (1

) 12

.3 f)

Cur

var-s

e, a

joel

har-s

e o

u d

obra

r-se

(3

) (2

) (1

) 12

.3 g

) A

nda

r ma

is d

e 1

qui

lôm

etro

(3

) (2

) (1

) 12

.3 h

) A

nda

r vá

rios

qua

rteirõ

es

(3)

(2)

(1)

12.3

i) A

nda

r um

qua

rteirã

o (3

) (2

) (1

) 12

.3 j)

Tom

ar b

anh

o o

u ve

stir –

se

(3)

(2)

(1)

12.4

. Dur

ant

e a

s úl

tima

s 4

sem

ana

s, v

ocê

teve

alg

um d

os s

egui

ntes

pro

ble

ma

s co

m o

seu

tra

ba

lho

ou

com

alg

uma

ativ

ida

de

diá

ria re

gul

ar,

com

o

cons

eqüê

ncia

de

sua

sa

úde

físic

a?

PRO

BLEM

AS

SIM

N

ÃO

12

.4 a

) Voc

ê d

imin

uiu

a q

uant

ida

de

de

tem

po

que

se

ded

ica

va a

o se

u tra

ba

lho

ou a

out

ras

ativ

ida

des

?

(1)

(0)

12.4

b) R

ealiz

ou

men

os ta

refa

s d

o q

ue v

ocê

gos

taria

?

(1)

(0)

12.4

c) E

stev

e lim

itad

o no

se

u tip

o d

e tra

ba

lho

ou e

m o

utra

s a

tivid

ad

es ?

(1

) (0

) 12

.4 d

) Tev

e d

ificu

lda

de

de

faze

r seu

tra

ba

lho

ou

outra

s a

tivid

ad

es (p

or

exem

plo

: nec

essit

ou d

e um

esf

orç

o ex

tra) ?

(1

) (0

)

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9

12.5

. Dur

ant

e a

s úl

tima

s 4

sem

ana

s, v

ocê

teve

alg

uns

dos

seg

uint

es p

rob

lem

as

com

o s

eu tr

ab

alh

o o

u ou

tra a

tivid

ad

e re

gul

ar d

iária

, co

mo

con

seq

üênc

ia d

e a

lgum

pro

ble

ma

em

ocio

nal (

com

o se

ntir

a s

e d

ep

rimid

o ou

ans

ioso

) ?

PRO

BLEM

AS

SIM

N

ÃO

12

.5 a

) Voc

ê d

imin

ui a

qua

ntid

ad

e d

e te

mp

o q

ue s

e d

edic

ava

ao

seu

trab

alh

o ou

a o

utra

s a

tivid

ad

es ?

(1

) (0

) 12

.5 b

) Rea

lizo

u m

enos

tare

fas

do

que

voc

ê g

ost

aria

?

(1)

(0)

12.5

c) N

ão

trab

alh

ou o

u nã

o fe

z q

ualq

uer d

as

ativ

ida

des

com

tant

o c

uid

ad

o co

mo

ger

alm

ente

faz?

(1

) (0

) 12

.6. D

ura

nte

as

últim

as

4 se

ma

nas,

de

que

ma

neira

sua

sa

úde

físic

a o

u p

rob

lem

as

emoc

iona

is in

terfe

rira

m n

as

sua

s a

tivid

ad

es s

ocia

is no

rma

is, e

m re

laçã

o a

fa

mília

, vi

zinho

s, a

mig

os o

u e

m g

rup

o ?

(1)

De

form

a a

lgum

a

(2)

Lig

eira

men

te

(3)

Mod

era

da

men

te

(

4) B

ast

ant

e

(

5) E

xtre

ma

men

te

12.7

. Qua

nta

dor

no

cor

po

você

teve

dur

ant

e a

s úl

tima

s 4

sem

ana

s ?

(1)

Nen

hum

a

(

2) M

uito

Lev

e

(

3) L

eve

(

4) M

oder

ad

a

(

5) G

rave

(6

) M

uito

Gra

ve

12.1

2. D

ura

nte

as

últim

as

4 se

ma

nas

, qua

nto

a d

or in

terfe

riu c

om o

se

u tra

ba

lho

norm

al (

incl

uind

o ta

nto

o tra

ba

lho,

fora

e d

entro

de

casa

) ?

(1)

De

ma

neira

alg

uma

(2)

Um

pou

co

(

3) M

oder

ad

am

ente

(4)

Ba

sta

nte

(5)

Extre

ma

men

te

12.1

2. E

sta

s q

uest

ões

são

sob

re c

omo

você

se

sent

e e

com

o tu

do

tem

aco

ntec

ido

com

voc

ê d

ura

nte

as

últim

as

4 s

ema

nas.

Pa

ra c

ad

a q

uest

ão

, por

favo

r d

ê um

a re

spo

sta

que

ma

is se

ap

roxi

me

da

ma

neira

com

o vo

cê s

e s

ente

em

rela

ção

as

4 ÚL

TIM

AS

SEM

AN

AS.

Com

o V

ocê

Se S

ente

To

do

tem

po

A

ma

ior

pa

rte

tem

po

Uma

boa

pa

rte

do

tem

po

A

lgum

a p

arte

d

o te

mp

o

Uma

peq

uena

p

arte

do

tem

po

Nun

ca

12.9

a) Q

uant

o te

mp

o vo

cê te

m s

e se

ntid

o ch

eio

de

vig

or, c

heio

de

vont

ad

e, c

heio

de

forç

a ?

(1

) (2

) (3

) (4

) (5

)

(6

) 12

.9 b

) Qua

nto

tem

po

você

tem

se

sent

ido

uma

pes

soa

m

uito

ner

vosa

?

(6)

(5)

(4)

(3)

(2)

(1)

12.9

c) Q

uant

o te

mp

o vo

cê te

m s

e se

ntid

o tã

o d

eprim

ido

que

na

da

po

de

ani

lo?

(6

) (5

) (4

) (3

) (2

) (1

)

12.9

d) Q

uant

o te

mp

o vo

cê te

m s

e se

ntid

o ca

lmo

ou

tranq

üilo

?

(1)

(2)

(3)

(4)

(5)

(6)

12.9

e) Q

uant

o te

mp

o vo

cê te

m s

e se

ntid

o co

m m

uita

en

erg

ia ?

(1

) (2

) (3

) (4

) (5

) (6

)

12.9

f) Q

uant

o te

mp

o vo

cê te

m s

e se

ntid

o d

esa

nim

ad

o e

ab

atid

o?

(6)

(5)

(4)

(3)

(2)

(1)

12.9

g) Q

uant

o te

mp

o vo

cê te

m s

e se

ntid

o e

sgo

tad

o ?

(6)

(5)

(4)

(3)

(2)

(1)

12.9

h) Q

uant

o te

mp

o vo

cê te

m s

e se

ntid

o um

a p

esso

a

feliz

?

(1)

(2)

(3)

(4)

(5)

(6)

12.9

i) Q

uant

o te

mp

o vo

cê te

m s

e se

ntid

o ca

nsa

do?

(6

) (5

) (4

) (3

) (2

) (1

)

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10

12.1

0. D

ura

nte

as

últim

as

4 se

ma

nas

, qua

nto

do

seu

tem

po

a s

ua s

aúd

e fís

ica

ou

pro

ble

ma

s e

moc

iona

is in

terfe

rira

m c

om a

s su

as

ativ

ida

des

so

cia

is (c

omo

vi

sita

r am

igos

, pa

rent

es, e

tc.)

(5)

Tod

o o

tem

po

(

4) A

ma

ior p

arte

do

tem

po

(3

) A

lgum

a p

arte

do

tem

po

(2)

Um

a p

eque

na p

arte

do

tem

po

(1

) N

enhu

ma

pa

rte d

o te

mp

o

12.1

1. O

qua

nto

verd

ad

eiro

ou

falso

é c

ad

a u

ma

da

s a

firm

açõ

es p

ara

voc

ê ?

AFI

RMA

ÇO

ES

D

efin

itiva

men

te

verd

ad

eiro

A

ma

ioria

da

s ve

zes

verd

ad

eiro

N

ão

sei

A m

aio

ria

da

s ve

zes

falsa

Def

initi

va a

m

ente

falsa

12.1

1 a

) Eu

cos

tum

o a

do

ecer

um

pou

co

ma

is fa

cilm

ente

que

as

outra

s p

esso

as.

(5

) (4

) (3

) (2

) (1

)

12.1

1 b

) Eu

sou

tão

saud

áve

l qua

nto

qua

lque

r pe

ssoa

que

eu

conh

eço

. (1

) (2

) (3

) (4

) (5

)

12.1

1 c

) Eu

ach

o q

ue a

min

ha s

aúd

e va

i pio

rar.

(5)

(4)

(3)

(2)

(1)

12.1

1 d

) Min

ha s

aúd

e é

exc

elen

te.

(1)

(2)

(3)

(4)

(5)

1ª m

edid

a

V

alo

res

2ª m

edid

a

Va

lore

s 3ª

med

ida

V

alo

res

4ª m

edid

a

Se d

ifere

nça

ent

re 1

ª, 2ª

OU

3a P

AS

ou

PAD

>5m

mH

g

Va

lore

s

13.2

a) P

AS

13.2

b) P

AS

13

.2 c

) PA

S

13.2

d) P

AS

13.3

a) P

AD

13

.3 b

) PA

D

13

.3 c

) PA

D

13

.3 d

) PA

D

13.4

a) F

C

13.4

b) F

C

13

.4 c

) FC

13.4

d) F

C

13.5

a)

Alt.

d

e rit

mo?

13

.5 b

) A

lt.

de

ritm

o?

13

.5 c

) A

lt.

de

ritm

o?

13

.5 d

) A

lt. d

e rit

mo?

13)P

RESS

ÃO

ART

ERIA

L – BR

O E

SQUE

RDO

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11

14)

HIS

TÓRI

A P

ATO

LÓG

ICA

PRE

GRE

SSA

E A

NTE

CED

ENTE

FA

MIL

IARE

S A

gora

vam

os fa

lar s

obre

a s

ua s

aúde

e d

e su

a fa

míli

a:

Con

diç

ão

O

sen

hor (

a),

ou a

lgum

pa

rent

e se

u (p

ai,

e,

irmã

o o

u fil

hos)

N

o to

tal d

e irm

ãos

:___

____

____

_ N

o to

tal d

e fil

hos

: _

____

____

__

Do

ent

revi

sta

do

pa

i (s

) (n)

(i)

e (s

) (n)

(i)

Num

Irm

ãos

sim

Num

Fi

lhos

Si

m

(s) (

n) (i

) Id

ad

e in

icio

Id

ad

e―c

ura

14.1

ASM

A

14.1

a)

Alg

um m

édic

o já

lhe

diss

e q

ue o

se

nhor

(a) t

eve

asm

a?

14.2

DPO

C

14.2

a)

Alg

um m

édic

o já

lhe

diss

e q

ue o

se

nhor

(a) t

eve

pro

ble

ma

de

pul

o –

doe

nça

pul

mon

ar o

bst

rutiv

a c

rôni

ca?

__

____

__

____

____

__

____

__

____

____

14.2

b) F

oi fe

ito a

lgum

exa

me

de

ima

gem

p

ara

―ve

r‖ e

sse

pro

ble

ma

?

____

____

__

____

__

____

____

__

____

__

14.3

Dep

ress

ão

14

.3 A

lgum

méd

ico

já lh

e d

eu o

dia

gno

stic

o d

e d

epre

ssã

o?

14.4

Hip

erte

nsã

o

14.4

Alg

um m

édic

o já

lhe

diss

e q

ue o

sen

hor

(a) t

em h

iper

tens

ão

(pre

ssã

o a

lta)?

14.5

Dia

bet

es

14.5

Alg

um m

édic

o já

lhe

diss

e q

ue o

sen

hor

(a) t

em d

iab

etes

(aç

úca

r alto

no

sang

ue)?

14.6

Dis

lipid

emia

14

.6 A

lgum

méd

ico

já lh

e d

isse

que

o s

enho

r (a

) est

eve

com

col

este

rol a

lto (g

ord

ura

alta

no

sa

ngue

)?

14.7

Ob

esid

ad

e

14.7

Alg

um m

édic

o já

lhe

diss

e q

ue o

sen

hor

(a) e

stev

e c

om

ob

esid

ad

e?

14.8

Doe

nça

s d

a

tireó

ide

14.8

a)

Alg

um m

édic

o já

lhe

diss

e q

ue o

se

nhor

(a) t

eve

pro

ble

ma

de

tireó

ide?

14.8

b) O

sen

hor(

a) f

ez

alg

uma

ciru

rgia

na

tir

eóid

e (a

pon

tar o

loca

l da

tire

óid

e)

14.8

1 D

oenç

a d

a

pro

sta

ta

14.8

1 a

) A

lgum

méd

ico

já lh

e d

isse

que

o

senh

or(a

) tev

e d

oenç

a d

e p

rost

ata

? Se

+: p

____

____

14.8

1 b

) Ess

a d

oenç

a fo

i ben

igna

ou

ma

ligna

?

(0)

ben

igna

(

1) m

alig

na

(

888)

o se

i re

spon

der

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12

Con

diç

ão

O

sen

hor (

a) s

eu

pa

i, m

ãe,

irm

ão

ou

filho

s D

o e

ntre

vist

ad

o p

ai

(s) (

n) (i

) m

ãe

(s) (

n) (i

) N

º Irm

ãos

sim

N

º Filh

os

Sim

(s

) (n)

(i)

Ida

de

iníc

io

Ida

de

―cu

ra‖

14.9

Doe

nça

re

nal

14.9

a)

Alg

um m

édic

o já

lhe

diss

e q

ue o

sen

hor t

em d

oenç

a

rena

l (d

os

rins)

l?

__

____

__

____

____

__

____

__

____

____

14.9

b)

Alg

um m

édic

o já

lhe

diss

e q

ue o

sen

hor t

eve

sang

ue

na u

rina

em

alg

um e

xam

e?

__

____

__

____

____

__

____

__

____

____

14.9

c)O

sen

hor j

á o

bse

rvou

que

sua

urin

a e

sta

va v

erm

elha

(s

ang

ue)?

____

____

__

____

__

____

____

__

____

__

14.9

d)A

lgum

méd

ico

já lh

e d

isse

que

o s

enho

r est

ava

com

cr

eatin

ina

ou

uréi

a e

leva

da

no

sang

ue?

__

____

__

____

____

__

____

__

____

____

14.9

e)O

sen

hor t

eve

urin

a e

spum

osa

?

____

____

__

____

__

____

____

__

____

__

14.9

f)O

sen

hor f

ez o

u fa

z d

iális

e?

__

____

__

____

____

__

____

__

____

____

14.9

g)S

ab

e a

ca

usa

da

doe

nça

rena

l que

levo

u à

diá

lise?

Se

+ q

ual?o

____

____

____

____

____

____

__

14.9

h)O

sen

hor j

á fo

i tra

nsp

lant

ad

o ?S

e +p

14.9

i) Q

ual ó

rgã

o fo

i tra

nsp

lant

ad

oo

____

____

____

____

____

____

____

____

14

.9 i)

O se

nhor

‗tev

e ne

frite

?

____

____

__

____

__

____

____

__

____

__

14.9

j)O

sen

hor

teve

inch

aço

nos

olh

os q

ue m

elho

ra a

o lo

ngo

do

dia

?

____

____

__

____

__

____

____

__

____

__

14.9

l) A

lgum

a v

ez te

ve p

edra

nos

rins

?

__

____

__

____

____

__

____

__

____

____

14.9

m) E

xpel

iu a

lgum

a p

edra

qua

ndo

urin

ava

?

__

____

__

____

____

__

____

__

____

____

14.9

n) Q

uant

as

veze

s te

ve p

edra

nos

rins

? o

____

____

____

____

____

____

____

____

____

____

____

____

__

14.9

o)H

ouv

e a

lgum

exa

me

que

mos

trou

ped

ra n

os ri

ns?

Se+,

qua

l? o

____

____

____

____

____

____

__

14.9

p)C

ost

uma

leva

nta

r a s

e a

noi

te p

ara

urin

ar?

Se+

: p

____

____

__

____

__

____

____

__

____

__

____

____

14.9

q)

Atu

alm

ente

,em

méd

ia, s

e le

vant

a q

uant

as

veze

s? o

___

____

____

____

____

_ 14

.10

Ped

ra n

a

vesí

cula

14

.10

a)

Alg

um m

édic

o d

isse

que

tinh

as

ped

ra n

a v

esíc

ula

? Se

+:p

____

____

__

____

__

____

____

__

____

__

____

____

14.1

0 b

) Ho

uve

alg

um e

xam

e q

ue m

ostro

u p

edra

na

ves

ícul

a?

Se+,

qua

l? o

____

____

____

____

____

____

__

14.1

1Câ

ncer

14

.11

a) T

eve

ou

tem

ncer

? Se

+: p

14.1

1 b

) Ao

nde?

___

____

____

____

____

_ 14

.11

c) F

ez q

uim

iote

rap

ia?

(1)

sim

(0

) n

ão

14

.12

D.

Cor

ona

riana

14

.12

a) J

á te

ve d

or n

o p

eito

que

se

inic

ia (o

u) p

or

esfo

rço

físic

o o

u em

oçã

o fo

rte?

Se+:

p

__

____

__

____

____

__

____

__

____

____

14.1

2 b

) Fic

ou

inte

rna

do?

Se+

: p

__

____

__

____

____

__

____

__

____

____

__

____

__

____

____

14.1

2 c

) Qua

nto

tem

po?

____

____

____

____

__

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE … · 2019-12-18 · Co-orientador: Jorge Paulo Stroff de Matos. Dissertação (Mestrado em Ciencias Médicas)– Universidade Federal

13

Con

diç

ão

O

sen

hor (

a) s

eu

pa

i, m

ãe,

irm

ão

ou

filho

s D

o e

ntre

vist

ad

o p

ai

(s) (

n) (i

) m

ãe

(s) (

n) (i

) N

º Irm

ãos

sim

N

º Fi

lhos

Si

m

(s) (

n) (i

) Id

ad

e in

ício

Id

ade

―cu

ra‖

14.1

2 D

. C

oron

aria

na

14.1

2 d

) Foi

dia

gno

stic

ad

o a

ngin

a?

Se+

:p

14.1

2 e

) Fo

i dia

gno

stic

ad

o in

farto

?

Id

ad

e:

Ida

de

:

14.1

2 f)

col

ocou

ste

nt?

__

____

__

____

____

__

____

__

____

____

__

____

__

____

__

14.1

2 g

) Já

col

oco

u m

arc

ap

ass

o?

__

____

__

____

____

__

____

__

____

____

__

____

__

____

__

14.1

2 h)

fez

ciru

rgia

de

cora

ção?

____

____

__

____

__

____

____

__

____

__

____

____

__

____

14.1

3 A

VC

14

.13

a) J

á te

ve ―

der

ram

e‖, f

ica

ndo

―boc

a

torta

‖, c

om p

erd

a d

e fo

rça

no

bra

ço o

u p

erna

?Se+

: p p

____

____

__

____

__

____

____

__

____

__

____

___

14.1

3 c)

Em

qua

nto

tem

po

mel

horo

u? o

___

____

____

____

____

____

____

____

____

_ (in

sist

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foi e

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9.2 APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA