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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
FELIPE MORAIS DE MELO
DIMENSIONAMENTO DE UMA ESTRUTURA DE MEZANINO CONSIDERANDO
DIFERENTES LIGAÇÕES ENTRE PILARES E VIGAS
Niterói
2017
FELIPE MORAIS DE MELO
DIMENSIONAMENTO DE UMA ESTRUTURA DE MEZANINO CONSIDERANDO
DIFERENTES LIGAÇÕES ENTRE PILARES E VIGAS
Trabalho de conclusão de curso
apresentado ao curso de Graduação em
Engenharia Civil da Universidade Federal
Fluminense, como requisito parcial para a
obtenção do título de Engenheiro Civil.
Orientadora:
Prof.ª Janine Domingos Vieira
Co-orientador:
Prof. Roberto Possolo Jermann
Niterói
2017
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradeço a Deus por me guiar e sustentar ao longo da vida com
saúde, amor, sabedoria e muita alegria.
A minha família pelo apoio, incentivo, amor e por não medirem esforços para que eu
possa realizar meus sonhos.
Ao meu melhor amigo Aldric J-W, a quem sou eternamente grato, por todo apoio e
incentivo, não somente na Alemanha, mas principalmente aqui no Brasil.
Aos professores Janine e Jermann pela paciência, amizade e todo o tempo dedicado.
Excelentes orientadores, profissionais e, sobretudo, pessoas, que me proporcionaram todo o
apoio necessário neste trabalho.
Aos professores sou eternamente grato, não somente pelo conhecimento didático,
mas também pela amizade.
Agradeço também aos meus amigos pelos momentos felizes, por me acolherem, me
ajudarem sempre que possível e por continuarem presentes em minha vida, pois juntos somos
fortes.
Por fim, a todos aqueles que contribuíram mesmo que indiretamente para conclusão
da minha graduação.
“None of us is as good as all of us.”
(“Nenhum de nós é tão bom, quanto todos nós juntos”)
Ray Kroc
RESUMO
Com base no AISC 9ª edição de 1989, o presente trabalho objetiva o
dimensionamento das vigas e pilares de um mezanino pelo método ASD (Allowable Stress
Design), para se verificar as diferenças entre os perfis metálicos e a distribuição dos esforços
para dois modelos de análise estrutural propostos, cuja diferença consiste em considerar
ligações rígidas entre determinados pilares e vigas em um primeiro momento, que serão
consideradas ligações flexíveis em uma segunda análise, possibilitando a comparação dos
resultados finais.
Palavras-chave: Mezanino; ligações rígidas; ligações flexíveis.
ABSTRACT
Based on the AISC 9th edition of 1989, the present work aims at the design of beams
and columns of a mezzanine by the ASD (Allowable Stress Design) method, to investigate the
differences between the metallic profiles designed and the internal forces distribution of two
analytical models, which were proposed. The first one considers rigid connections elements
between some columns and beams and in the second one, the rigid connections are switched
for flexible connections, allowing the analysis of the final results.
Keywords: mezzanine; rigid connections elements; flexible connections elements.
SUMÁRIO
1. Introdução....................................................................................................................... 19
1.1. Motivação ................................................................................................................... 19
1.2. Objetivos .................................................................................................................... 19
2. As ligações em estruturas de aço .................................................................................. 20
3. Métodos de Cálculo ........................................................................................................ 25
4. Estrutura estudada ........................................................................................................ 28
5. Levantamento das cargas permanentes ....................................................................... 32
5.1. Piso do mezanino........................................................................................................ 32
5.2. Painel Eucatex ............................................................................................................ 35
6. Levantamento das cargas nas vigas V1 a v9 ................................................................ 37
7. Dimensionamento da viga V2 à flexão simples ............................................................ 40
7.1. Pré-Dimensionamento ................................................................................................ 40
7.2. Verificação das flechas em serviço ............................................................................ 42
7.3. Verificação da resistência à flexão ............................................................................. 43
7.3.1. Flambagem local .............................................................................................. 44
7.3.2. Flambagem lateral da mesa comprimida .......................................................... 44
7.3.3. Tensão admissível à flexão (Fbx) ..................................................................... 45
7.3.4. Cálculo da máxima tensão normal solicitante .................................................. 45
7.4. Resistência ao cisalhamento ....................................................................................... 46
7.4.1. Cálculo da tensão admissível ao cisalhamento ................................................. 46
7.4.2. Cálculo da tensão solicitante de cisalhamento (fv)........................................... 46
8. Correção das Cargas com peso próprio das vigas ...................................................... 48
9. Cargas em V10 e V11 ..................................................................................................... 49
10. Modelo com ligações rígidas entre os pilares e as vigas V10, V11, V12 e V13.... 50
10.1. Levantamento dos esforços para o caso 1 ................................................................ 50
10.2. Levantamento dos esforços para o caso 2 ................................................................ 57
10.3. Verificação de V5 à esforços combinados ............................................................... 67
10.3.1. Verificação da flecha máxima para V5 ............................................................ 69
10.3.2. Verificação da resistência da viga V5 .............................................................. 70
10.3.2.1. Verificação à flexo-tração ........................................................................ 70
10.3.2.2. Verificação à flexo-compressão ............................................................... 71
10.3.3. Resistência ao cisalhamento ............................................................................. 73
10.4. Verificação da viga V16 à compressão simples ....................................................... 73
10.4.1. Cálculo da tensão normal admissível à compressão (Fa) ................................. 75
10.4.2. máxima Tensão normal devido a compressão (fa): .......................................... 76
10.4.3. Flambagem local .............................................................................................. 77
10.5. Verificação da viga V10 e V11 à flexo-compressão ................................................ 78
10.5.1. Cálculo da tensão normal admissível à compressão (Fa) ................................. 79
10.5.2. Cálculo da tensão normal admissível à flexão (Fbx) ........................................ 81
10.5.2.1. Flambagem local ...................................................................................... 81
10.5.2.2. Flambagem lateral da mesa comprimida .................................................. 82
10.5.2.3. Tensão admissível à flexão (Fbx) para seção compacta e sem apoio lateral
completo 83
10.5.3. máxima Tensão normal de compressão (fa): ................................................... 84
10.5.4. Tensão normal devido a flexão (f bx) : ............................................................ 84
10.5.5. Tensões combinadas ......................................................................................... 85
10.5.6. Resistência ao cisalhamento ............................................................................. 85
10.6. Determinação do coeficiente “k” para o comprimento de flambagem dos pilares .. 86
10.7. Verificação de P1 e P3 à flexo-compressão ............................................................. 90
10.7.1. Cálculo da tensão normal admissível de compressão (Fa) ............................... 92
10.7.2. Cálculo da tensão normal admissível de flexão (Fbx) ...................................... 93
10.7.2.1. Flambagem local ...................................................................................... 93
10.7.2.2. Flambagem lateral da mesa comprimida .................................................. 94
10.7.2.3. Tensão admissível à flexão (Fbx) para seção compacta e sem apoio lateral
completo 95
10.7.3. Cálculo da tensão admissível à flexão (Fby) em relação ao eixo menor ......... 96
10.7.4. Tensão normal máxima solicitante de compressão (fa): .................................. 98
10.7.5. Tensão normal máxima devido à flexão (f bx) :............................................... 98
10.7.6. Tensão normal máxima devido a flexão (f by) : .............................................. 98
10.7.7. Tensões combinadas ......................................................................................... 98
10.7.8. Resistência ao cisalhamento ............................................................................. 99
10.8. Verificação de P2 à flexo-compressão ................................................................... 100
10.8.1. Cálculo da tensão normal admissível de compressão (Fa) ............................. 103
10.8.2. Cálculo da tensão normal admissível à flexão (Fbx) ...................................... 103
10.8.2.1. Flambagem local .................................................................................... 103
10.8.2.2. Flambagem lateral da mesa comprimida ................................................ 104
10.8.2.3. Tensão admissível à flexão (Fbx) para seção compacta e sem apoio
lateral completo ........................................................................................................ 105
10.8.3. Cálculo da tensão admissível à flexão (Fby) em relação ao eixo menor ....... 106
10.8.4. Tensão normal máxima solicitante de compressão (fa): ................................ 107
10.8.5. Tensão normal máxima devido a flexão (f bx) :............................................. 108
10.8.6. Tensão normal máxima devido à flexão (f by) : ............................................ 108
10.8.7. Tensões combinadas ....................................................................................... 108
10.8.8. Resistência ao cisalhamento ........................................................................... 110
10.9. Verificação das Flechas .......................................................................................... 111
11. Modelo com ligações flexíveis entre os pilares e as vigas V10, V11, V12 e V13 114
11.1. Levantamento dos esforços para o caso 1 .............................................................. 114
11.2. Levantamento dos esforços para o caso 2 .............................................................. 120
11.3. Verificação de V5 à esforços combinados ............................................................. 128
11.4. Verificação da viga V16 à compressão simples ..................................................... 128
11.5. Verificação da viga V10 e V11 à flexão simples ................................................... 129
11.5.1. Cálculo da tensão normal admissível à flexão (Fbx) ...................................... 130
11.5.1.1. Flambagem local .................................................................................... 130
11.5.1.2. Flambagem lateral da mesa comprimida ................................................ 131
11.5.1.3. Tensão admissível à flexão (Fbx) para seção compacta e sem apoio lateral
completo 132
11.5.2. Tensão normal devido a flexão (f bx) : .......................................................... 133
11.5.3. Resistência ao cisalhamento ........................................................................... 133
11.6. Verificação de P1 e P3 à flexo-compressão ........................................................... 134
11.6.1. Cálculo da tensão normal admissível de compressão (Fa) ............................. 137
11.6.2. Cálculo da tensão admissível à flexão (Fby) em relação ao eixo menor ....... 137
11.6.3. Tensão normal máxima solicitante de compressão (fa): ................................ 139
11.6.4. Tensão normal máxima devido à flexão (f by) : ............................................ 139
11.6.5. Tensões combinadas ....................................................................................... 139
11.6.6. Resistência ao cisalhamento ........................................................................... 140
11.7. Verificação de P2 à flexo-compressão ................................................................... 141
11.7.1. Cálculo da tensão normal admissível de compressão (Fa) ............................. 142
11.7.2. Cálculo da tensão admissível à flexão (Fby) em relação ao eixo menor ....... 142
11.7.3. Tensão normal máxima solicitante de compressão (fa): ................................ 142
11.7.4. Tensão normal máxima devido à flexão (f by) : ............................................ 142
11.7.5. Tensões combinadas ....................................................................................... 143
11.7.6. Resistência ao cisalhamento ........................................................................... 144
11.8. Verificação das Flechas .......................................................................................... 144
12. Conclusão ................................................................................................................ 148
13. Referências Bibliográficas ..................................................................................... 150
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 2.1 Ligação rígida e flexível (MARCON; CHAMBERLAIN, 2012, p.3). ................... 20
Figura 2.2 Curvas relativas às ligações rígida, semirrígida e flexível, que relaciona momentos
e rotações nos apoios para uma viga submetida à carga uniformemente distribuída.
(MARCON; CHAMBERLAIN, 2012, p.4 apud INSTITUTO BRASILEIRO DE
SIDERURGIA, 2004). .............................................................................................................. 21
Figura 2.3 Tipos de perfis mais utilizados em peças tracionadas: (a) barra redonda; (b) barra
chata; (c) perfil laminado simples do tipo cantoneira; (d) seções compostas de dois perfis
laminados (PFEIL, 2009 p.48) ................................................................................................. 22
Figura 2.4 Exemplo de um nó em treliça metálica - cantoneiras duplas ligadas a uma chapa
gusset (PFEIL, 2009 p.48). ....................................................................................................... 22
Figura 2.5 Rebite. (a) colocação do rebite no furo após seu aquecimento; (b) formação da
cabeça arredondada; (c) encolhimento do rebite com o resfriamento; (d) ação da carga externa
sobre o rebite. (PFEIL, 2009 p.63) .......................................................................................... 23
Figura 2.6 Parafuso com porca sextavada e arruelas (PFEIL, 2009 p.64) ............................... 23
Figura 2.7 Formas típicas de ligações parafusadas (MARCON; CHAMBERLAIN, 2012, p.2)
.................................................................................................................................................. 24
Figura 3.1 Tensões normais de flexão e plastificação progressiva (PFEIL, 2009, p.36) ......... 26
Figura 4.1 Proriedades mecânicas (adaptado de GERDAU, p.3) ............................................. 28
Figura 4.2 Planta baixa, nível +3,00 m (Revit) ........................................................................ 28
Figura 4.3 Elevação nos eixos 1, 5 e 9 (Revit) ......................................................................... 29
Figura 4.4 Elevação nos eixos A e B(Revit) ............................................................................ 29
Figura 4.5 Vista em perspectiva (Revit) ................................................................................... 30
Figura 4.7 modelo arquitetônico em perspectiva– a escada não se apoia no mezanino (Revit)
.................................................................................................................................................. 31
Figura 4.8 modelo arquitetônico renderizado – a escada não se apoia no mezanino (Revit) ... 31
Figura 5.1 Instalação do Painel na Estrutura (adaptado de ETERNIT, 2014, p.8) ................... 33
Figura 5.2 Exemplo de fixação de Painel Wall (dimensões em centímetros) .......................... 33
Figura 5.3 Sistema de fixação para perfis laminados (adaptado de ETERNIT, 2014, p.9)..... 34
Figura 5.4 Acabamento em piso vinílico (adaptado de ETERNIT, 2014, p.10) ..................... 34
Figura 5.5 Painéis e portas sistema de divisórias Divilux (adaptado de EUCATEX, p.4) ...... 35
Figura 5.7 Pesos e dimensões das divisórias Divilux (adaptado de EUCATEX, p.13) ........... 36
Figura 6.1 Planta baixa, nível +3,00 m ..................................................................................... 37
Figura 6.2 Carga distribuída nas vigas dos eixos de 1 a 9, para uma faixa de 1m de largura e
placas de Painel Wall com três apoios e 2,5 m de comprimento conforme a Figura 5.1
(adaptado de FTOOL) .............................................................................................................. 38
Figura 6.3 Caso 1 (carga permanente de 0,34 kN/m² e acidental de 3kN/m² em ambos os lados
da estrutura) .............................................................................................................................. 38
Figura 6.4 Caso 2 (carga acidental em apenas um dos lados da estrutura) .............................. 38
Figura 7.1 Perfil estrutural W310 x 23,8 Gerdau (adaptado de GERDAU, p.2) ...................... 41
Figura 7.2 Flecha máxima em V2 devido o carregamento total (FTOOL) .............................. 42
Figura 7.3 Flecha máxima em V2 devido o carregamento acidental (FTOOL) ....................... 43
Figura 10.1 Portico composto pelas vigas V10 e V11 e pilares P1, P2 e P3 (Revit) .............. 50
Figura 10.2 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL) ...................... 50
Figura 10.3 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL) ................................................ 51
Figura 10.4 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL) ..................................................... 51
Figura 10.5 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL) ................................................... 52
Figura 10.6 Porticos em destaque para obtenção dos esforços solicitantes (Revit) ................. 52
Figura 10.7 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL) ...................... 53
Figura 10.8 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL) ................................................ 53
Figura 10.9 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL) ..................................................... 54
Figura 10.10 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL) ................................................. 54
Figura 10.11 Portico em destaque para obtenção dos esforços solicitantes (Revit) ................. 55
Figura 10.12 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL) .................... 55
Figura 10.13 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL) .............................................. 56
Figura 10.14 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL) ................................................... 56
Figura 10.15 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL) ................................................. 57
Figura 10.16 Portico composto pelas vigas V10 e V11 e pilares P1, P2 e P3 (Revit) ............ 57
Figura 10.17 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL) .................... 58
Figura 10.18 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL) .............................................. 58
Figura 10.19 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL) ................................................... 58
Figura 10.20 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL) ................................................. 59
Figura 10.21 Portico em destaque para obtenção dos esforços solicitantes (Revit) ................. 59
Figura 10.22 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL) .................... 60
Figura 10.23 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL) .............................................. 60
Figura 10.24 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL) ................................................... 61
Figura 10.25 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL) ................................................. 61
Figura 10.26 Portico em destaque para obtenção dos esforços solicitantes (Revit) ................. 62
Figura 10.27 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL) .................... 62
Figura 10.28 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL) .............................................. 63
Figura 10.29 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL) ................................................... 63
Figura 10.30 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL) ................................................. 64
Figura 10.31 Portico em destaque para obtenção dos esforços solicitantes (Revit) ................. 64
Figura 10.32 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL) .................... 65
Figura 10.33 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL) .............................................. 65
Figura 10.34 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL) ................................................... 66
Figura 10.35 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL) ................................................. 66
Figura 10.36 vigas V1, V5 e V9 em destaque (Revit) .............................................................. 67
Figura 10.37 Modelo de análise estrutural para as vigas V1, V5 e V9 .................................... 67
Figura 10.38 Perfil estrutural W310 x 23,8 Gerdau (adaptado de GERDAU, p.2) .................. 68
Figura 10.39 flecha máxima de 8,22 mm em V5 para um carregamento uniformemente
distribuído de 3,58 kN/m (FTOOL) ......................................................................................... 70
Figura 10.40 Viga V16 em destaque (Revit) ............................................................................ 74
Figura 10.41 Perfil estrutural W310 x 23,8 Gerdau (adaptado de GERDAU, p.2) .................. 74
Figura 10.42 Perfil estrutural W310 x 23,8 Gerdau (adaptado de GERDAU, p.2) .................. 78
Figura 10.43 Comprimento efetivo de flambagem caso1 ........................................................ 79
Figura 10.44 Comprimento efetivo de flambagem caso2 ........................................................ 80
Figura 10.45 diagrama de alinhamento (BELLEI, 1994, p.374) .............................................. 87
Figura 10.46 Pórtico com ligações rígidas para o cálculo de “k”............................................. 87
Figura 10.47 diagrama de alinhamento (adaptado de BELLEI, 1994, p.374) .......................... 88
Figura 10.48 Estrutura aporticada com comportamento de ligações rígidas ............................ 89
Figura 10.49 diagrama de alinhamento (adaptado de BELLEI, 1994, p.374) .......................... 90
Figura 10.50 Perfil estrutural W310 x 38.7 Gerdau (adaptado de GERDAU, p.2) .................. 91
Figura 10.51 Perfil estrutural W310 x 38.7 Gerdau (adaptado de GERDAU, p.2) ................ 102
Figura 10.52 Portico composto pelas vigas V10 e V11 e pilares P1, P2 e P3 (Revit) .......... 111
Figura 10.53 Flechas máximas para o caso 1 (adaptado de FTOOL) .................................... 112
Figura 10.54 Flechas máximas para o caso 2 (adaptado de FTOOL) .................................... 112
Figura 10.55 Portico em destaque para obtenção dos esforços solicitantes (Revit) ............... 113
Figura 10.56 Flechas máximas (adaptado de FTOOL) .......................................................... 113
Figura 11.1 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL) .................... 114
Figura 11.2 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL) .............................................. 115
Figura 11.3 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL) ................................................... 115
Figura 11.4 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL) ................................................. 115
Figura 11.5 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL) .................... 116
Figura 11.6 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL) .............................................. 116
Figura 11.7 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL) ................................................... 117
Figura 11.8 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL) ................................................. 117
Figura 11.9 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL) .................... 118
Figura 11.10 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL) ............................................ 118
Figura 11.11 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL) ................................................. 119
Figura 11.12 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL) ............................................... 119
Figura 11.13 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL) .................. 120
Figura 11.15 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL) ................................................. 121
Figura 11.16 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL) ............................................... 121
Figura 11.17 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL) .................. 122
Figura 11.18 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL) ............................................ 122
Figura 11.19 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL) ................................................. 123
Figura 11.20 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL) ............................................... 123
Figura 11.21 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL) .................. 124
Figura 11.22 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL) ............................................ 124
Figura 11.23 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL) ................................................. 125
Figura 11.24 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL) ............................................... 125
Figura 11.25 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL) .................. 126
Figura 11.26 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL) ............................................ 126
Figura 11.27 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL) ................................................. 127
Figura 11.28 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL) ............................................... 127
Figura 11.29 Modelo de análise estrutural para as vigas V1, V5 e V9 (FTOOL) .................. 128
Figura 11.30 Perfil estrutural W310 x 23,8 Gerdau (adaptado de GERDAU, p.2) ................ 129
Figura 11.31 Perfil estrutural W310 x 38.7 Gerdau (adaptado de GERDAU, p.2) ................ 136
Figura 11.34 Portico composto pelas vigas V10 e V11 e pilares P1, P2 e P3 (Revit) .......... 145
Figura 11.35 Flechas máximas para o caso 1 (adaptado de FTOOL) .................................... 145
Figura 11.36 Flechas máximas para o caso 2 (adaptado de FTOOL) .................................... 145
Figura 11.37 Portico em destaque para obtenção dos esforços solicitantes (Revit) ............... 146
Figura 11.38 Flechas máximas (adaptado de FTOOL) .......................................................... 147
LISTA DE TABELAS
Tabela 5.1 Características físicas Painel Wall Eternit (adaptado de ETERNIT, 2014, p.3) .... 32
Tabela 5.2 Pesos e dimensões Painel Wall Eternit (adaptado de ETERNIT, 2014, p.4) ......... 32
Tabela 5.3 Resumo das características do Painel Wall escolhido ........................................... 35
Tabela 5.4 Resumo das características das divisórias .............................................................. 36
Tabela 6.1 Cargas nas vigas ..................................................................................................... 39
Tabela 7.1 Dados Perfil estrutural W310 x 23,8 (adaptado de GERDAU, p.2) ....................... 41
Tabela 7.2 limites de esbeltez para perfis I .............................................................................. 44
Tabela 8.1 Cargas nas vigas ..................................................................................................... 48
Tabela 9.1 RV são as reações das vigas V1 a V9 nas vigas em que se apoiam V10 e V11. .... 49
Tabela 10.1 Resumo dos máximos esforços solicitantes para a viga V5 ................................. 68
Tabela 10.2 Dados Perfil estrutural W310 x 23,8 (adaptado de GERDAU, p.2) ..................... 69
Tabela 10.3 Dados Perfil estrutural W310 x 23,8 (adaptado de GERDAU, p.2) ..................... 75
Tabela 10.4 Resumo dos máximos esforços solicitantes para as vigas V10 e V11 ................. 78
Tabela 10.4 Dados Perfil estrutural W310 x 23,8 (adaptado de GERDAU, p.2) ..................... 79
Tabela 10.5 limites de esbeltez para perfis I ............................................................................ 82
Tabela 10.6 Dados dos elementos estruturais ........................................................................... 87
Tabela 10.7 Cálculo dos fatores de rigidez (I/L) para vigas e pilares ...................................... 88
Tabela 10.8 Cálculo de kx com o auxílio da Figura 10.37 ....................................................... 88
Tabela 10.9 Cálculo dos fatores de rigidez (I/L) para vigas e pilares ...................................... 89
Tabela 10.10 Cálculo de ky com o auxílio da Figura 10.39 ..................................................... 89
Tabela 10.11 Esforços solicitantes máximos ............................................................................ 91
Tabela 10.12 Dados Perfil estrutural W310 x 38,7 (adaptado de GERDAU, p.2) ................... 92
Tabela 10.13 limites de esbeltez para perfis I .......................................................................... 94
Tabela 10.14 Esforços solicitantes máximos .......................................................................... 101
Tabela 10.15 Dados Perfil estrutural W310 x 38,7 (adaptado de GERDAU, p.2) ................. 102
Tabela 10.16 Limites de esbeltez para perfis I ....................................................................... 104
Tabela 10.17 Verificação das flechas das Figuras 10.53 e 10.54 ........................................... 112
Tabela 10.18 Verificação das flechas da Figura 10.56 ........................................................... 113
Tabela 11.1 Resumo dos máximos esforços solicitantes para a viga V5 ............................... 128
Tabela 11.2 Resumo dos máximos esforços solicitantes para as vigas V10 e V11 ............... 129
Tabela 11.3 Dados Perfil estrutural W310 x 23,8 (adaptado de GERDAU, p.2) ................... 129
Tabela 11.4 limites de esbeltez para perfis I .......................................................................... 131
Tabela 11.5 Esforços solicitantes máximos ............................................................................ 135
Tabela 11.6 Dados Perfil estrutural W310 x 38,7 (adaptado de GERDAU, p.2) ................... 136
Tabela 11.7 Esforços solicitantes máximos ............................................................................ 141
Tabela 11.8 Verificação das flechas das Figuras 11.35 e 11.36 ............................................. 146
Tabela 11.9 Verificação das flechas da Figura 11.38 ............................................................. 147
Tabela 12.1 Resumo dos perfis para os dois modelos estruturais analisados......................... 149
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AISC American Institute of Steel Construction
ASD Allowable Stress Design
ASTM American Society for Testing and Materials
LRFD Load and Resistance Factor Design
19
1. INTRODUÇÃO
Com o aumento da demanda por racionalização nas obras em projetos mais
ecoeficientes, é crescente o uso de estruturas metálicas em todo o mundo, sendo essa ainda
uma escolha muitas vezes feita pelos clientes. No entanto, o emprego do aço como alternativa
estrutural se intensificou no Brasil apenas nas últimas décadas, mas esse percentual é ainda
muito baixo em relação ao concreto, a base da cultura construtiva nacional.
1.1. MOTIVAÇÃO
Devido à necessidade de se executar as estruturas com maior rapidez e custos
reduzidos, desenvolveram-se técnicas que utilizam vigas e pilares de aço, que em comparação
com o concreto armado, possui vantagens como menor tempo de execução demandado e a
eliminação de custos de escoramentos, por exemplo. No entanto, as considerações acerca das
ligações entre os elementos em estruturas metálicas, podem ser um fator complicador no
dimensionamento, pois os modelos de análise estrutural podem apresentar solicitações
diferentes em decorrência do tipo de vínculo considerado entre as peças. Assim, é muito
importante a construção do conhecimento não apenas acerca do dimensionamento dos
elementos, mas também o estudo de como as ligações podem influenciar na distribuição dos
esforços e, consequentemente, no dimensionamento de cada elemento estrutural.
1.2. OBJETIVOS
O presente trabalho tem como objetivo o dimensionamento das vigas e pilares de um
mezanino para uma suposta livraria, com o fim acadêmico de se verificar as diferenças entre
os perfis metálicos obtidos para dois modelos de análise estrutural, cuja diferença consiste em
adotar ligações rígidas entre determinados pilares e vigas em um primeiro momento, que
foram substituídas por ligações flexíveis em uma segunda análise. Para isso, foram analisadas
as diversas cargas, permanentes e acidentais, que solicitam a estrutura e foram calculadas as
solicitações devido aos momentos e esforços cortante e normal, para ambos os modelos
estruturais propostos. Por fim, são calculadas as tensões normais e cisalhantes solicitantes e
admissíveis, para o dimensionamento e verificação dos elementos estruturais com base no
AISC - 9ª edição de 1989.
20
2. AS LIGAÇÕES EM ESTRUTURAS DE AÇO
As ligações em estruturas de aço podem ser projetadas e executadas em soldas,
parafusos ou pinos, podendo haver enrijecedores, chapas ou cantoneiras. Segundo
Chamberlain Pravia et al. (2013, p.89), as uniões em estruturas de aço devem ser
convenientemente concebidas e dimensionadas conforme definido no modelo estrutural, pois
podem apresentar comportamentos diferentes em termos de deslocamentos e rotações. A
Figura 2.1a ilustra uma ligação rígida que impede a rotação relativa entre pilar e viga após o
carregamento, por outro lado, a Figura 2.1b apresenta uma ligação flexível cuja vinculação
permite a rotação relativa entre elementos, permitindo apenas a transferência de esforços
normais e cortantes.
Figura 2.1 Ligação rígida e flexível (MARCON; CHAMBERLAIN PRAVIA, 2012, p.3).
Para Chamberlain Pravia et al. (2013, p.89), a ligação rígida proporciona uma
restrição à rotação relativa entre os elementos estruturais de no mínimo 90% da teoricamente
necessária, enquanto que as ligações flexíveis devem proporcionar a mínima restrição
possível da rotação relativa, apresentando pelo menos 80% da rotação teórica.
Na análise estrutural elástica, uma união viga-pilar pode ser considerada
rotulada se 𝑆𝑖 ≤ 0,5𝐸𝐼𝑣/𝐿𝑣, e pode ser considerada rígida se 𝑆𝑖 ≥ 0,5𝐸𝐼𝑣/𝐿𝑣·; onde
𝑆𝑖 é a rigidez da união correspondente a 2/3 do momento resistente de cálculo da
união e 𝐼𝑣 e 𝐿𝑣 são o momento de inércia da seção transversal no plano da estrutura e
o comprimento da viga conectada à ligação, respectivamente.
Em qualquer caso, para análise elástica, a união pode ser considerada
semirrígida, com rigidez 𝑆𝑖 constante durante todo o carregamento.
21
Se 𝑆𝑖 ≥ 0,5𝐸𝐼𝑣/𝐿𝑣·, mas 𝐾𝑣/𝐾𝑝 < 1, onde 𝐾𝑣 é o valor médio de 𝐼𝑣/𝐿𝑣
para todas as vigas no topo do andar e 𝐾𝑝 é o valor médio de 𝐼𝑝/𝐿𝑝 para todos os
pilares do andar, a união dever considerada semirrígida. (CHAMBERLAIN
PRAVIA et al, 2013, p.90).
De acordo com Marcon; Chamberlain Pravia (2012, p.4), a ligação semirrígida,
permite rotações entre os limites das ligações rígida e flexível, sendo a determinação da
relação momento resistente e rotação a principal dificuldade para o emprego desse tipo de
união. A Figura 2.2 apresenta de forma esquemática curvas que representam o
comportamento das ligações rígidas, semi-rígidas e flexíveis.
Figura 2.2 Curvas relativas às ligações rígida, semirrígida e flexível. (Adaptado de
MARCON; CHAMBERLAIN, 2012, p.4 apud INSTITUTO BRASILEIRO DE SIDERURGIA,
2004).
As ligações devem ser convenientemente concebidas e dimensionadas para que
apresentem deslocamentos e rotações compatíveis com o modelo estrutural adotado. Assim,
deve haver compatibilidade entre os graus de rigidez analítico e o projetado.
Os perfis tracionados podem ser concebidos com barras redondas, chatas ou perfis
laminados, com seções simples ou compostas (Figura 2.3), sendo as ligações das
extremidades por soldagem, barras rosqueadas e conectores do tipo pino ou parafusos e
porcas (Figura 2.4).
22
Figura 2.3 Tipos de perfis mais utilizados em peças tracionadas: (a) barra redonda; (b)
barra chata; (c) perfil laminado simples do tipo cantoneira; (d) seções compostas de dois
perfis laminados (PFEIL, 2009 p.48)
Figura 2.4 Exemplo de um nó em treliça metálica - cantoneiras duplas ligadas a uma chapa
gusset (PFEIL, 2009 p.48).
Comuns ou de alta resistência, os rebites e os parafusos são conectores que requerem
furos feitos nas chapas. Sendo as ligações por parafusos ou soldas geralmente mais
empregadas na construção civil em relação as ligações por rebites. Os rebites devem ser
executados a quente, para que após o resfriamento as chapas possam ser pressionadas entre si,
gerando de certa forma uma força de contato a ser desprezada nos cálculos para o
dimensionamento e verificações (Figura 2.5). De modo similar aos rebites, para os parafusos
comuns, quando calculados, não se deve considerar o aperto entre as chapas, o que não se
aplica quando se usa parafusos de alta resistência (Figura 2.6).
23
Figura 2.5 Rebite. (a) colocação do rebite no furo após seu aquecimento; (b) formação da
cabeça arredondada; (c) encolhimento do rebite com o resfriamento; (d) ação da carga
externa sobre o rebite. (PFEIL, 2009 p.63)
Figura 2.6 Parafuso com porca sextavada e arruelas (PFEIL, 2009 p.64)
De forma ilustrativa, a Figura 2.7 apresenta alguns exemplos de ligações parafusadas
entre perfis metálicos dos tipo I.
24
Figura 2.7 Formas típicas de ligações parafusadas (MARCON; CHAMBERLAIN, 2012, p.2)
25
3. MÉTODOS DE CÁLCULO
De acordo com Pfeil (2009, p.35), um projeto estrutural deve evitar o colapso da
estrutura ou deslocamentos, vibrações e danos locais excessivos, garantindo-se, assim, a
segurança e o bom desempenho da estrutura. Assim, os engenheiros se orientam em
documentos normativos, constituídos por regras e recomendações que estabelecem bases para
o dimensionamento e possíveis verificações da estrutura.
As normas para o dimensionamento de estruturas metálicas podem se basear no
Método dos Estados Limites (conhecido como Load and Resistance Factor Design (LRFD)
nos Estados Unidos) ou no Método das Tensões Admissíveis (Allowable Stress Design
(ASD)) adotado neste trabalho. Segundo Pfeil (2009, p.35), para normas e recomendações
aplicadas a edificações, a NBR 8800/2008, baseia-se no Método dos Estados Limtes, com
fatores aplicados às cargas e às resistências, enquanto as normas norte-americanas, AISC
(American Institute of Steel Construction), mantiveram os dois métodos.
No Método dos Estados Limites, a segurança é garantida por fatores de ponderação
dos esforços solicitantes e fatores de redução das resistências, podendo ser divididos em
Estados Limites Últimos e Estados Limites de Utilização.
Os estados limites últimos estão associados à ocorrência de cargas
excessivas e consequente colapso da estrutura devido, por exemplo a
- perda de equilíbrio como corpo rígido;
- plastificação total de um elemento estrutural ou de uma seção;
- ruptura de uma ligação ou seção;
- ruptura por fadiga.
Os estados limites de utilização (associados a cargas em serviço) incluem
- deformações excessivas;
- vibrações excessivas. (PFEIL, 2009, p.35)
A Resistência dos Materiais em regime elástico fundamenta o Método das Tensões
Admissíveis, com base na seguinte equação:
𝜎𝑠𝑜𝑙,𝑚𝑎𝑥 ≤𝜎𝑟𝑒𝑠𝛾 (3.1)
Onde, 𝜎𝑠𝑜𝑙,𝑚𝑎𝑥 é a máxima tensão solicitante, 𝜎𝑟𝑒𝑠 a tensão resistente na ruptura e 𝛾
o coeficiente de segurança.
26
Assim, considera-se o dimensionamento satisfatório caso a equação 3.1 seja
atendida, sendo 𝜎𝑟𝑒𝑠/ 𝛾 a tensão admissível, que leva em consideração as características dos
materiais, as imperfeições de fabricação e execução, as diferenças entre estrutura real e
modelo estrutural e, principalmente, incertezas.
O Método das Tensões Admissíveis possui as seguintes limitações:
a) Utiliza-se de um único coeficiente de segurança para expressar todas
as incertezas, independentemente de sua origem. Por exemplo, em
geral a incerteza quanto ao valor especificado de carga de peso
próprio é menor do que a incerteza associada a uma carga
proveniente do uso da estrutura.
b) Em sua origem o método previa a análise estrutural em regime
elástico com limite de resistência associado ao início de plastificação
da seção mais solicitada. Não se consideravam reservas de resistência
existentes após o início da plastificação, nem a redistribuição de
momentos fletores causada pela plastificação de uma ou mais seções
de estrutura hiperestática.
Esta última foi apontada na década de 1930 quando foi desenvolvida a
Teria Plástica de Dimensionamento. (PFEIL, 2009, p.37)
σ (tensão solicitante devido ao peso próprio e cargas externas)
𝑓𝑦 (tensão de escoamento do material)
𝑀 (momento solicitante devido ao peso próprio e cargas externas)
𝑀𝑦 (momento que caracteriza o início da plastificação)
𝑀𝑝 (momento de plastificação total)
Figura 3.1 Tensões normais de flexão e plastificação progressiva (PFEIL, 2009, p.36)
27
Na Figura 3.1a, a viga está sujeita a um momento fletor M solicitante que gera na
seção transversal da Figura 3.1b uma distribuição de tensões normais, quando no regime
elástico, conforme a Figura 3.1c, sendo a máxima tensão solicitante inferir a tensão de
escoamento do material. Devido ao aumento progressivo do momento M, quando M = My
caracteriza-se a mudança do regime elástico para o plástico, sendo σ = fy. Assim, com o
contínuo aumento de M, a seção continua a sofrer os efeitos da plastificação até a sua
plastificação total conforme a Figura 3.1g, sendo Mp −My uma reserva de resistência em
relação ao início de plastificação que é considerada na teoria plástica de dimensionamento,
não abordada neste trabalho.
28
4. ESTRUTURA ESTUDADA
Para este trabalho foi proposta a concepção estrutural de um mezanino para uma
suposta livraria, considerando dois modelos de análise estrutural, utilizando o método das
tensões admissíveis (AISC – 9 edição, 1989). Para o projeto serão utilizados perfis laminados
Gerdau ASTM A 572 Grau 50 (Figura 4.1), cujo limite de escoamento é 𝐹𝑦 = 345 𝑀𝑃𝑎.
Figura 4.1 Proriedades mecânicas (adaptado de GERDAU, p.3)
Abaixo são apresentadas a planta baixa do piso do mezanino (Figura 4.2), as
elevações dos eixos 1, 5 e 9 (Figura 4.3) e as elevações nos eixos A e B (Figura 4.4).
Figura 4.2 Planta baixa, nível +3,00 m (Revit)
29
Figura 4.3 Elevação nos eixos 1, 5 e 9 (Revit)
Figura 4.4 Elevação nos eixos A e B(Revit)
Em seguida, têm-se a vista em perspectiva da estrutura (Figura 4.5), a
estrutura renderizada (Figura 4.6) e os modelos arquitetônicos em perspectiva
(Figura 4.7) e renderizado (Figura 4.8), sendo que a escada é meramente ilustrativa,
pois não está apoiada no mezanino.
30
Figura 4.5 Vista em perspectiva (Revit)
Figura 4.6 Estrutura 3D renderizada (Revit)
31
Figura 4.7 modelo arquitetônico em perspectiva– a escada não se apoia no mezanino (Revit)
Figura 4.8 modelo arquitetônico renderizado – a escada não se apoia no mezanino (Revit)
32
5. LEVANTAMENTO DAS CARGAS PERMANENTES
5.1. PISO DO MEZANINO
Para o piso do mezanino foram escolhidas placas de Painel Wall no catálogo técnico
da fabricante Eternit. “O produto é composto de miolo de madeira laminada ou sarrafeada,
contraplacando em ambas as faces por lâminas de madeira e externamente por placas
cimentícias em CRFS (Cimento Reforçado com Fio Sintético) prensadas” (ETERNIT, 2014,
p.3).
No sistema estrutural, as placas de Painel Wall estão a cada 1,25 metros entre eixos 1
e 9, conforme a Figura 5.1. Além disso, pela tabela 5.1, a carga recomendada pelo fabricante
não deve exceder a 500𝑘𝑔𝑓/𝑚² ≅ 5𝑘𝑁/𝑚², sendo a carga acidental adotada inferior,
3𝑘𝑁/𝑚². Assim, foi escolhido o Painel Wall com espessura de 40 mm de espessura, 1,2
metros de largura e 2,5 metros de comprimento (Tabela 5.2).
Tabela 5.1 Características físicas Painel Wall Eternit (adaptado de ETERNIT, 2014, p.3)
Tabela 5.2 Pesos e dimensões Painel Wall Eternit (adaptado de ETERNIT, 2014, p.4)
33
Figura 5.1 Instalação do Painel na Estrutura (adaptado de ETERNIT, 2014, p.8)
Conforme a Figura 5.3, a fixação das chapas de Painel Wall aos perfis deve ser feitas
por parafusos, cuja fixação deve respeitar as distâncias mínimas de 1/5 da largura (25 cm) em
relação às bordas laterais das placas (Figura 5.2). Assim, como os furos serão realizados a
25cm de distância em relação as bordas das placas, pode-se determinar o comprimento
destravado (𝐿𝑏), das vigas V1 a V9, a maior distância entre parafusos, 𝐿𝑏 = 70 𝑐𝑚.
Figura 5.2 Exemplo de fixação de Painel Wall (dimensões em centímetros)
34
Figura 5.3 Sistema de fixação para perfis laminados (adaptado de ETERNIT, 2014, p.9)
Para o acabamento foi escolhido piso vinílico (Figura 5.4) e forro em lã de vidro com
filme PVC, com carga máxima de 0,01 kN/m², sendo este um valor usualmente adotado em
projetos.
Figura 5.4 Acabamento em piso vinílico (adaptado de ETERNIT, 2014, p.10)
35
Tabela 5.3 Resumo das características do Painel Wall escolhido
Painel Wall 40mm
Sistema estrutural Três apoios, afastados a 1,25 metros entre eixos
Resistência à carga distribuída 5 𝑘𝑁/𝑚²
Peso próprio 32 𝑘𝑔/𝑚² = 0,32𝑘𝑁/𝑚²
Piso vinílico (acabamento) 0,01𝑘𝑁/𝑚²
Forro em lã de vidro (acabamento) 0,01 𝑘𝑁/𝑚²
Comprimento de contenção lateral (𝑳𝒃) 70 cm
5.2. PAINEL EUCATEX
O sistema de divisórias Divilux Eucatex possibilita uma grande variedade de
combinações para a divisão de espaços (Figuras 5.5 e 5.6). Por isso, foi escolhida a Eucaplac,
cujos dados fornecidos no Figura 5.7 possibilitaram a obtensão da carga distribuída
linearmente devido ao peso próprio da divisória para um pé diretito de 2,5m (tabela 5.4).
Figura 5.5 Painéis e portas sistema de divisórias Divilux (adaptado de EUCATEX, p.4)
36
Figura 5.6 Modulação das divisórias Divilux (adaptado de EUCATEX, p.19)
Figura 5.7 Pesos e dimensões das divisórias Divilux (adaptado de EUCATEX, p.13)
Tabela 5.4 Resumo das características das divisórias
Painel Eucaplac
Dimensões 0,035 x 1,202 x 2,110 m
Volume 0,089 m³
Peso teórico / peça 19 kg
Pé direito 2,5 m
Cálculo da carga distribuída
devido ao peso próprio
19𝑘𝑔
(1,202𝑚 × 2,110𝑚)× 2,5𝑚 =
18,729𝑘𝑔
𝑚=0,187𝑘𝑁
𝑚
Carga adotada 0,20 𝑘𝑁/𝑚
37
6. LEVANTAMENTO DAS CARGAS DAS VIGAS V1 A V9
Para o levantamento das cargas linearmente distribuídas nas vigas de V1 a V9,
adotou-se uma faixa de 1m de largura no piso do Mezanino (Figura 6.1), composto por placas
de Painel Wall tri-apoiados (Figura 5.1). A Figura 6.2 apresenta o modelo de análise estrutural
do piso do mezanino e a distribuição das cargas para as vigas quando sob a ação de uma carga
distribuída de 1kN/m², cujas as reações nos apoios esquematizados são as cargas linearmente
distribuídas nas vigas em que os painéis se apoiam. Além disso, sendo a carga acidental
3kN/m² e a permanente 0,34 kN/m² (Tabela 5.3: peso próprio do Painel Wall 0,32 kN/m² +
forro em fibra de vidro 0,01 kN/m² + e acabamento em piso vinílico 0,01kN/m²), para a
obtenção da carregamentos nas vigas foram considerados dois casos:
- Caso 1: Carga acidental e permanente em toda a estrutura (Figura 6.3);
- Caso 2: Carga acidental em apenas um dos lados e permanente em toda a estrutura
(Figura 6.4).
Figura 6.1 Planta baixa, nível +3,00 m
38
Figura 6.2 Carga distribuída nas vigas dos eixos de 1 a 9, para uma faixa de 1m de largura e
placas de Painel Wall com três apoios e 2,5 m de comprimento conforme a Figura 5.1
(adaptado de FTOOL)
Figura 6.3 Caso 1 (carga permanente de 0,34 kN/m² e acidental de 3kN/m² em ambos os
lados da estrutura)
Figura 6.4 Caso 2 (carga acidental em apenas um dos lados da estrutura)
39
Tabela 6.1 Cargas nas vigas
Caso1 Caso2 𝒒 𝒑𝒆𝒓 𝒒 𝟏 𝒒𝟐
viga (kN/m) (kN/m) (kN/m) (kN/m) (kN/m)
V1 0,47 × 3,34 = 1,57 0,47 × 3,34 = 1,57 0,200 1,77 1,77
V2 1,56 × 3,34 = 5,21 1,56 × 3,34 = 5,21 - 5,21 5,21
V3 0,94 × 3,34 = 3,14 0,94 × 3,34 = 3,14 - 3,14 3,14
V4 1,56 × 3,34 = 5,21 1,56 × 3,34 = 5,21 - 5,21 5,21
V5 0,94 × 3,34 = 3,14 0,47 × (3,34 + 0,34) = 1,73 0,200 3,34 1,93
V6 1,56 × 3,34 = 5,21 1,56 × 0,34 = 0,53 - 5,21 0,53
V7 0,94 × 3,34 = 3,14 0,94 × 0,34 = 0,32 - 3,14 0,32
V8 1,56 × 3,34 = 5,21 1,56 × 0,34 = 0,53 - 5,21 0,53
V9 0,47 × 3,34 = 1,57 0,47 × 0,34 = 0,16 0,200 1,77 0,36
𝑞 𝑝𝑒𝑟 (carga permanente decorrente das divisórias Divilux –Tabela 5.4);
𝑞 1 (caso 1 + 𝑞 𝑝𝑒𝑟);
𝑞 2 (caso 2 + 𝑞 𝑝𝑒𝑟).
A Tabela 6.1 apresenta as cargas 𝑞 1 e 𝑞 2 finais, linearmente distribuídas, para as
vigas de V1 a V9. Dessa forma, observa-se que as vigas V2, V4, V6 e V8 representam o caso
mais crítico de carga solicitante, 5,21 kN/m, sendo a viga V2 escolhida para o
dimensionamento, pois o perfil metálico para ela encontrado é aplicável às demais vigas,
cujas as solicitações são em relação à V2.
40
7. DIMENSIONAMENTO DA VIGA V2 À FLEXÃO SIMPLES
7.1. PRÉ-DIMENSIONAMENTO
Sabendo que:
𝐹𝑦 = 345 𝑀𝑃𝑎 = 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² (tensão de escoamento, aço ASTM A572 Grau 50);
𝐸 = 200 𝐺𝑃𝑎 = 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚² (módulo de elasticidade do aço)
𝐿 = 7,2 𝑚 (comprimento da viga)
𝐿𝑏 = 0,7 𝑚 (distância entre apoios laterais, Tabela 5.3)
Carregamento devido a carga acidental e permanente:
𝑞𝑔,𝑉2 = 5,21 𝑘𝑁/𝑚
Estimando o peso próprio do perfil metálico :
𝑞𝑝𝑝,𝑉2 = 0,5 𝑘𝑁/𝑚
Assim, o carregamento total estimado atuante sobre a viga V2:
𝑞𝑡,𝑉2 = 𝑞𝑔,𝑉2 + 𝑞𝑝𝑝,𝑉2 = 5,21 + 0,5 = 5,71 𝑘𝑁/𝑚
Cálculo da Flecha máxima admissível devido a carga total:
𝛥𝑐𝑡,𝑎𝑑𝑚 =𝐿𝐿
300=7200𝑚𝑚
300= 24 𝑚𝑚
Cálculo do momento de inércia necessário devido a carga total, sendo a viga
biapoidada:
𝐼𝑥,𝑛𝑒𝑐 =5 × 𝑞𝑐𝑡,𝑉2 × 𝐿
4
384 × 𝐸 × 𝛥𝑐𝑡,𝑎𝑑𝑚 (7.1)
𝐼𝑥,𝑛𝑒𝑐 =5 × 5,71𝑘𝑁/𝑚 × (7,2 𝑚)4
384 × 2 × 108𝑘𝑃𝑎 × 24 × 10−3𝑚= 4,16 × 10−5 𝑚4 = 4162 𝑐𝑚4
O perfil W310x23,8 do catálogo da Gerdau (Figura 7,1 e Tabela 7.1) possui momento
de inércia 𝐼𝑥 = 4346 𝑐𝑚4 superior à 𝐼𝑥,𝑛𝑒𝑐, atendendo satisfatoriamente a flecha e
provavelmente as demais verificações.
41
Figura 7.1 Perfil estrutural W310 x 23,8 Gerdau (adaptado de GERDAU, p.2)
Tabela 7.1 Dados Perfil estrutural W310 x 23,8 (adaptado de GERDAU, p.2)
Perfil: W310x23,8 Bitola (mm x kg/m)
𝒑𝒑 = 𝟎, 𝟐𝟑𝟖 𝒌𝑵/𝒎 Peso próprio dos perfis
𝒅 = 𝟑𝟎𝟓 𝒎𝒎 Altura do externa perfil
𝒃𝒇 = 𝟏𝟎𝟏 𝒎𝒎 Largura da aba
𝒕𝒘 = 𝟓, 𝟔𝟎 𝒎𝒎 Espessura da alma
𝒕𝒇 = 𝟔, 𝟕𝟎𝒎𝒎 Espessura da aba
𝒅′ = 𝟐𝟕𝟐 𝒎𝒎 Altura livre da alma
𝑰𝒙 = 𝟒𝟑𝟒𝟔 𝒄𝒎𝟒 Momento de inércia em relação ao eixo x
𝑾𝒙 = 𝟐𝟖𝟓 𝒄𝒎𝟑 Módulo de resistência em relação ao eixo x
𝒓𝒕 = 𝟐, 𝟒𝟓 𝒄𝒎 Raio de giração polar
𝑰𝒕 = 𝟒, 𝟔𝟓 𝒄𝒎𝟒 Momento de inércia polar
𝝀𝒇 = 𝟕, 𝟓𝟒 Índice de esbeltez da aba
𝝀𝒘 = 𝟒𝟖, 𝟓 Índice de esbeltez da alma
42
𝑞𝑎𝑐 = 1,56 𝑘𝑁/𝑚 × 3 = 4,68𝑘𝑁/𝑚 (carga acidental)
𝑞𝑔,𝑉2 = 5,21𝑘𝑁/𝑚 (carga total caso 1 sem o peso próprio do perfil)
𝑞𝑝𝑝,𝑉2 = 0,238 𝑘𝑁/𝑚 (peso próprio do perfil W310x23,8)
𝑞𝑡,𝑉2 = 𝑞𝑔,𝑉2 + 𝑞𝑝𝑝,𝑉2 = 5,21𝑘𝑁/𝑚 + 0,238𝑘𝑁/𝑚 = 5,45𝑘𝑁/𝑚 (carga total com peso
próprio do perfil)
𝐿 = 7,2 𝑚 (comprimento da viga)
𝐿𝑏 = 0,7 𝑚 (distância entre apoios laterais, Tabela 5.3).
7.2. VERIFICAÇÃO DAS FLECHAS EM SERVIÇO
Verificação da flecha máxima no meio do vão devido ao carregamento total, sendo o
perfil W310x23,8 e a flecha admissível 𝐿/300 = 720𝑐𝑚/300 = 2,4𝑐𝑚.
𝛥𝑦𝑡𝑜𝑡 =5 × 𝑞𝑡,𝑉2 × 𝐿
4
384 × 𝐸 × 𝐼𝑥 (7.2)
Sendo 𝐸 = 200𝐺𝑃𝑎 :
𝛥𝑦𝑡𝑜𝑡 =5 × 5,45𝑘𝑁/𝑚 × (7,2𝑚)4
384 × (200 × 106𝑘𝑃𝑎) × (4346 × 10−8 𝑚4)= 0,0219 𝑚 = 2,19𝑐𝑚 < 2,4𝑐𝑚
A Figura 7.2 apresenta valor de flecha equivalente, obtido pelo programa FTOOL.
Figura 7.2 Flecha máxima em V2 devido o carregamento total (FTOOL)
43
Verificação da flecha máxima no meio do vão devido ao carregamento acidental,
sendo o perfil W310x23,8 e a flecha admissível 𝐿/350 = 720𝑐𝑚/350 = 2,06𝑐𝑚.
𝛥𝑦𝑎𝑐 =5 × 𝑞𝑎𝑐 × 𝐿
4
384 × 𝐸 × 𝐼𝑥 (7.3)
𝛥𝑦𝑎𝑐 =5 × 4,68𝑘𝑁/𝑚 × (7,2𝑚)4
384 × (200 × 106𝑘𝑃𝑎) × (4346 × 10−8 𝑚4)= 0,0188 𝑚 = 1,88𝑐𝑚 < 2,06𝑐𝑚
A Figura 7.3 apresenta valor de flecha equivalente, obtido pelo programa FTOOL.
Figura 7.3 Flecha máxima em V2 devido o carregamento acidental (FTOOL)
O perfil W310x23,8 atende às flechas admissíveis de serviço.
7.3. VERIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA À FLEXÃO
Os dois fatores que comandam a resistência à flexão são a flambagem local e a
flambagem lateral da mesa comprimida. Para a flambagem local, a AISC classifica as seções
em compactas, não-compactas ou esbeltas. A seção compacta representa a condição mais
desejável no dimensionamento, pois pode atingir a plastificação total antes de qualquer outra
instabilidade. Quanto a flambagem lateral da mesa comprimida, as vigas podem ser
44
classificadas em contidas ou não-contidas lateralmente, o que depende dos espaçamentos
entre os apoios laterais.
7.3.1. FLAMBAGEM LOCAL
Da Tabela 7.1 têm-se:
𝜆𝑤 = 48,5 (índice de esbeltez da alma)
𝜆𝑓 = 7,54 (índice de esbeltez da aba)
Sendo 𝐹𝑦 = 345 𝑀𝑃𝑎 = 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚²:
Tabela 7.2 limites de esbeltez para perfis I
Compacta Não-compacta
Alma 170
√𝐹𝑦=170
3,88= 86,3
200
√𝐹𝑦=200
3,88= 101
Aba 17
√𝐹𝑦=
17
3,88= 8,63
25
√𝐹𝑦=
25
3,88= 12,7
𝜆𝑤 = 48,5 < 86,3 , a alma é compacta.
𝜆𝑓 = 7,54 < 8,63 , a aba é compacta.
Assim, sendo a alma e a aba ambas compactas, conclui-se que a seção é compacta.
7.3.2. FLAMBAGEM LATERAL DA MESA COMPRIMIDA
A AISC considera que a viga está contida lateralmente quando a distância 𝐿𝑏 entre os
apoios laterais não excede o menor dos seguintes valores:
20 × 𝑏𝑓
√𝐹𝑦=20 × 𝑏𝑓
√𝐹𝑦=20 × 10,1𝑐𝑚
√3,88= 103 𝑐𝑚 (7.4)
45
1406
𝑑𝐴𝑓× 𝐹𝑦
=1406
30,5 𝑐𝑚10,1 𝑐𝑚 × 0,67𝑐𝑚 × 3,88
= 80,4 𝑐𝑚 (7.5)
𝑏𝑓 = 10,1 𝑐𝑚 (largura da aba)
𝑑 = 30,5 𝑐𝑚 (altura externa perfil)
𝑡𝑓 = 0,670 𝑐𝑚 (espessura da aba)
𝐴𝑓 = 𝑏𝑓 × 𝑡𝑓 (área da aba)
𝐿𝑏 = 70𝑐𝑚 < 80,4 𝑐𝑚, logo a viga está contida lateralmente.
7.3.3. TENSÃO ADMISSÍVEL À FLEXÃO (𝑭𝒃𝒙)
Dependendo do tipo de seção e da existência ou não de apoio lateral completo, têm-
se valores diferentes para a tensão admissível à flexão. Assim, como a seção é compacta e a
viga está contida lateralmente :
𝐹𝑏𝑥 = 0,66 × 𝐹𝑦 = 0,66 × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² = 2,56 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (7.6)
7.3.4. CÁLCULO DA MÁXIMA TENSÃO NORMAL SOLICITANTE
𝑞𝑡𝑜𝑡 = 5,45𝑘𝑁/𝑚 (carga total – peso próprio, cargas permanente e acidental)
𝐿 = 7,2 𝑚 (comprimento da viga)
𝑊𝑥 = 285 𝑐𝑚3 (módulo de resistência em relação ao eixo x)
Para uma viga biapoiada sob carga uniformemente distribuída, o máximo momento
solicitante é dado por:
𝑀𝑡𝑜𝑡,𝑠𝑜𝑙 =𝑞𝑡,𝑉2 × 𝐿
2
8=5,45 × 7,2²
8= 35,3 𝑘𝑁.𝑚 = 397 𝑡𝑓. 𝑐𝑚 (7.7)
Assim, a máxima tensão normal solicitante pode ser calculada:
46
𝑓𝑏𝑥 = 𝑀𝑡𝑜𝑡,𝑠𝑜𝑙
𝑊𝑥= 397 𝑡𝑓. 𝑐𝑚
285 𝑐𝑚³= 1,39
𝑡𝑓
𝑐𝑚2 < 2,56
𝑡𝑓
𝑐𝑚2 (7.8)
Sendo 𝑓𝑏𝑥 < 𝐹𝑏𝑥, o perfil W310x23,8 atende às solicitações devido a flexão.
7.4. RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO
7.4.1. CÁLCULO DA TENSÃO ADMISSÍVEL AO CISALHAMENTO
Para:
100
√𝐹𝑦=
100
√3,88= 50,8 (7.9)
e o índice de esbeltez da alma
ℎ
𝑡𝑤= 𝜆𝑤 = 48,5 < 50,8
a tensão admissível ao cisalhamento (𝐹𝑣) pode ser calculada da seguinte forma:
𝑠𝑒 ℎ
𝑡𝑤<100
√𝐹𝑦 ⟹ 𝐹𝑣 = 0,4 𝐹𝑦 (7.10)
𝐹𝑣 = 0,4 × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² = 1,55 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
7.4.2. CÁLCULO DA TENSÃO SOLICITANTE DE CISALHAMENTO (𝒇𝒗)
𝑞𝑡𝑜𝑡 = 5,45𝑘𝑁/𝑚 (carga total – peso próprio, cargas permanente e acidental)
𝐿 = 7,2 𝑚 (comprimento da viga)
𝑑 = 30,5 𝑐𝑚 (altura externa perfil)
𝑡𝑤 = 0,560 𝑐𝑚 (espessura da aba)
Para perfis laminados:
𝑓𝑣 =𝑉𝑚𝑎𝑥𝑑 × 𝑡𝑤
(7.11)
47
Sendo, para uma viga biapoiada:
𝑉𝑚𝑎𝑥 =𝑞𝑡𝑜𝑡 × 𝐿
2=
5,45𝑘𝑁𝑚 × 7,2𝑚
2= 19,6 𝑘𝑁 = 2,21 𝑡𝑓 (7.12)
𝑓𝑣 =2,21 𝑡𝑓
30,5𝑐𝑚 × 0,56𝑐𝑚= 0,129 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
Assim, 𝑓𝑣 < 𝐹𝑣 e o perfil W310x23,8 atende satisfatoriamente a verificação ao
cisalhamento.
48
8. CORREÇÃO DAS CARGAS COM PESO PRÓPRIO DAS VIGAS
Pelo dimensionamento da viga V2, chegou-se ao perfil W310x23,8 que será aplicado
as demais vigas, de V1 a V9, com isso deve-se inserir uma coluna, 𝑞 𝑝𝑝, a mais na Tabela 7.1
com o peso próprio das vigas:
Tabela 8.1 Cargas nas vigas
Caso1 Caso2 𝒒 𝒑𝒑 𝒒 𝒑𝒆𝒓 𝒒 𝟏 𝒒𝟐
viga (kN/m) (kN/m) (kN/m) (kN/m) (kN/m) (kN/m)
V1 0,47 × 3,34 = 1,57 0,47 × 3,34 = 1,57 0,238 0,200 2,01 2,01
V2 1,56 × 3,34 = 5,21 1,56 × 3,34 = 5,21 0,238 - 5,45 5,45
V3 0,94 × 3,34 = 3,14 0,94 × 3,34 = 3,14 0,238 - 3,38 3,38
V4 1,56 × 3,34 = 5,21 1,56 × 3,34 = 5,21 0,238 - 5,45 5,45
V5 0,94 × 3,34 = 3,14 0,47 × (3,34 + 0,34) = 1,73 0,238 0,200 3,58 2,17
V6 1,56 × 3,34 = 5,21 1,56 × 0,34 = 0,53 0,238 - 5,45 0,77
V7 0,94 × 3,34 = 3,14 0,94 × 0,34 = 0,32 0,238 - 3,38 0,56
V8 1,56 × 3,34 = 5,21 1,56 × 0,34 = 0,53 0,238 - 5,45 0,77
V9 0,47 × 3,34 = 1,57 0,47 × 0,34 = 0,16 0,238 0,200 2,01 0,60
𝑞 𝑝𝑝 (peso próprio da viga);
𝑞 𝑝𝑒𝑟 (carga permanente decorrente das divisórias Divilux - Tabela 5.4);
𝑞 1 (caso 1 + 𝑞 𝑝𝑝 + 𝑞 𝑝𝑒𝑟);
𝑞 2 (caso 2 + 𝑞 𝑝𝑝 + 𝑞 𝑝𝑒𝑟).
A Tabela 8.1 apresenta as cargas 𝑞 1 e 𝑞 2 finais, linearmente distribuídas, para as
vigas de V1 a V9.
49
9. CARGAS EM V10 E V11
Tabela 9.1 𝑅𝑉 são as reações das vigas V1 a V9 nas vigas em que se apoiam V10 e V11.
CASO 1 CASO 2
viga Carga
(kN/m)
𝑹𝑽
(kN)
Carga
(kN/m)
𝑹𝑽
(kN)
V1 2,01 - 2,01 -
V2 5,45 19,62 5,45 19,62
V3 3,38 12,17 3,38 12,17
V4 5,45 19,62 5,45 19,62
V5 3,58 - 2,17 -
V6 5,45 19,62 0,77 2,77
V7 3,38 12,17 0,56 2,02
V8 5,45 19,62 0,77 2,77
V9 2,01 - 0,6 -
Para as verificações pode se estimar o peso próprio das vigas e dos pilares em 0,5
kN/m, desde que o perfil adotado ao final não possua peso superior. Além disso, as vigas V10
e V11 estão sujeitas a uma carga de 0,2 kN/m, proveniente das divisórias Divilux, resultando
assim em 0,7 kN/m quando adicionado o peso próprio estimado para o perfil metálico.
50
10. MODELO COM LIGAÇÕES RÍGIDAS ENTRE OS PILARES E AS VIGAS
V10, V11, V12 E V13
10.1. LEVANTAMENTO DOS ESFORÇOS PARA O CASO 1
A seguir são apresentados os resultados dos esforços solicitantes da estrutura devido
ao caso 1, em que a carga acidental e permanente são aplicadas em todo o piso do mezanino.
Considerando o pórtico em destaque na Figura 10.1, a Figura 10.2 ilustra o modelo estrutural
e cargas, sendo os esforços solicitantes devido a momento fletor ( Figura 10.3), esforço
normal (Figura 10.4) e esforço cortante (Figura 10.5), apresentados em seguida:
Figura 10.1 Portico composto pelas vigas V10 e V11 e pilares P1, P2 e P3 (Revit)
Figura 10.2 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL)
51
Figura 10.3 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL)
Figura 10.4 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL)
52
Figura 10.5 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL)
Consecutivamente, considerando os pórticos em destaque na Figura 10.6 iguais e sob
as mesmas solicitações, a Figura 10.7 ilustra o modelo estrutural e cargas, sendo os esforços
solicitantes devido a momento fletor (Figura 10.8), esforço normal (Figura 10.9) e esforço
cortante (Figura 10.10), apresentados em seguida:
Figura 10.6 Porticos em destaque para obtenção dos esforços solicitantes (Revit)
53
Figura 10.7 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL)
Figura 10.8 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL)
54
Figura 10.9 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL)
Figura 10.10 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL)
55
Finalmente, ainda no caso 1 de carregamento, considerando os pórtico em destaque
na Figura 10.11, a Figura 10.12 ilustra o modelo estrutural e cargas, sendo os esforços
solicitantes devido a momento fletor (Figura 10.13), esforço normal (Figura 10.14) e esforço
cortante (Figura 10.15), apresentados em seguida:
Figura 10.11 Portico em destaque para obtenção dos esforços solicitantes (Revit)
Figura 10.12 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL)
56
Figura 10.13 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL)
Figura 10.14 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL)
57
Figura 10.15 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL)
10.2. LEVANTAMENTO DOS ESFORÇOS PARA O CASO 2
A seguir são apresentados os resultados dos esforços solicitantes da estrutura devido
ao caso 2, em apenas a carga permanente é aplicada em todo piso do mezanino, sendo a
acidental aplicada em apenas uma das salas. Considerando o pórtico em destaque na Figura
10.16, a Figura 10.17 ilustra o modelo estrutural e cargas, sendo os esforços solicitantes
devido a momento fletor (Figura 10.18), esforço normal (Figura 10.19) e esforço cortante
(Figura 10.20), apresentados em seguida:
Figura 10.16 Portico composto pelas vigas V10 e V11 e pilares P1, P2 e P3 (Revit)
58
Figura 10.17 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL)
Figura 10.18 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL)
Figura 10.19 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL)
59
Figura 10.20 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL)
Considerando o pórtico em destaque na Figura 10.21, a Figura 10.22 ilustra o modelo
estrutural e cargas, sendo os esforços solicitantes devido a momento fletor (Figura 10.23),
esforço normal (Figura 10.24) e esforço cortante (Figura 10.25), apresentados em seguida:
Figura 10.21 Portico em destaque para obtenção dos esforços solicitantes (Revit)
60
Figura 10.22 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL)
Figura 10.23 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL)
61
Figura 10.24 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL)
Figura 10.25 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL)
62
Considerando o pórtico em destaque na Figura 10.26, a Figura 10.27 ilustra o modelo
estrutural e cargas, sendo os esforços solicitantes devido a momento fletor (Figura 10.28),
esforço normal (Figura 10.29) e esforço cortante (Figura 10.30), apresentados em seguida:
Figura 10.26 Portico em destaque para obtenção dos esforços solicitantes (Revit)
Figura 10.27 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL)
63
Figura 10.28 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL)
Figura 10.29 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL)
64
Figura 10.30 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL)
Considerando o pórtico em destaque na Figura 10.31, a Figura 10.32 ilustra o modelo
estrutural e cargas, sendo os esforços solicitantes devido a momento fletor (Figura 10.33),
esforço normal (Figura 10.34) e esforço cortante (Figura 10.35), apresentados em seguida:
Figura 10.31 Portico em destaque para obtenção dos esforços solicitantes (Revit)
65
Figura 10.32 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL)
Figura 10.33 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL)
66
Figura 10.34 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL)
Figura 10.35 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL)
67
10.3. VERIFICAÇÃO DE V5 À ESFORÇOS COMBINADOS
O perfil W310x23,8 da Gerdau atende as máximas solicitações e flechas da viga V2,
assim, decidiu se que as demais vigas, de V1 à V9, também possuiriam esse mesmo perfil,
possibilitando a perfeita instalação das placas de Painel Wall. No entanto, as vigas V1, V5 e
V9 (Figura 10.36) não são simplesmente biapoiadas como as demais, pois estão aporticadas
aos pilares, conforme a Figura 10.37.
Figura 10.36 vigas V1, V5 e V9 em destaque (Revit)
Figura 10.37 Modelo de análise estrutural para as vigas V1, V5 e V9
68
Com base nos diagramas dos esforços solicitantes, o pórtico formado pela viga V5 e
os pilares P2 e P5 apresenta as maiores solicitações em relação aos demais de mesmo modelo
estrutural (Figura 10.36), quando sob uma carga linear de 3,58 kN/m (Tabela 9.1 e Figura
10.12) para o caso 1, apresentando as seguintes solicitações (Tabela 10.1):
Tabela 10.1 Resumo dos máximos esforços solicitantes para a viga V5
Esforço solicitante Flexo-tração Flexo-compressão
Momento fletor - 0,72 kN.m -14,7 kN.m
Esforço normal 7,93 kN (tração) -2,88 kN (compressão)
Esforço cortante 2,27 kN 10,0 kN
𝐹𝑦 = 345 𝑀𝑃𝑎 = 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² (tensão de escoamento, aço ASTM A572 Grau 50);
𝐸 = 200 𝐺𝑃𝑎 = 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚² (módulo de elasticidade do aço)
𝐿 = 7,2 𝑚 (comprimento da viga)
𝐿𝑏 = 0,7 𝑚 (distância entre apoios laterais, Tabela 5.3)
Figura 10.38 Perfil estrutural W310 x 23,8 Gerdau (adaptado de GERDAU, p.2)
69
Tabela 10.2 Dados Perfil estrutural W310 x 23,8 (adaptado de GERDAU, p.2)
Perfil: W310x23,8 Bitola (mm x kg/m)
𝒑𝒑 = 𝟎, 𝟐𝟑𝟖 𝒌𝑵/𝒎 Peso próprio dos perfis
𝒅 = 𝟑𝟎𝟓 𝒎𝒎 Altura do externa perfil
𝒃𝒇 = 𝟏𝟎𝟏 𝒎𝒎 Largura da aba
𝒕𝒘 = 𝟓, 𝟔𝟎 𝒎𝒎 Espessura da alma
𝒕𝒇 = 𝟔, 𝟕𝟎𝒎𝒎 Espessura da aba
𝒅′ = 𝟐𝟕𝟐 𝒎𝒎 Altura livre da alma
𝑰𝒙 = 𝟒𝟑𝟒𝟔 𝒄𝒎𝟒 Momento de inércia em relação ao eixo x
𝑾𝒙 = 𝟐𝟖𝟓 𝒄𝒎𝟑 Módulo de resistência em relação ao eixo x
𝒓𝒙 = 𝟏𝟏, 𝟖𝟗 𝒄𝒎 Raio de giração em relação ao eixo x
𝒓𝒚 = 𝟏, 𝟗𝟒 𝒄𝒎 Raio de giração em relação ao eixo y
𝒓𝒕 = 𝟐, 𝟒𝟓 𝒄𝒎 Raio de giração polar
𝑰𝒕 = 𝟒, 𝟔𝟓 𝒄𝒎𝟒 Momento de inércia polar
𝝀𝒇 = 𝟕, 𝟓𝟒 Índice de esbeltez da aba
𝝀𝒘 = 𝟒𝟖, 𝟓 Índice de esbeltez da alma
Á𝒓𝒆𝒂 = 𝟑𝟎, 𝟕𝒄𝒎² Área da seção transversal
10.3.1. VERIFICAÇÃO DA FLECHA MÁXIMA PARA V5
Verificação da flecha máxima no meio do vão devido ao carregamento total, sendo a
flecha admissível 𝐿/300 = 7200𝑚𝑚/300 = 24𝑚𝑚. O perfil dos Pilares é W310x38,7 na
direção do eixo menor e as vigas W310x23,8 na direção do eixo maior.
70
Figura 10.39 flecha máxima de 8,22 mm em V5 para um carregamento uniformemente
distribuído de 3,58 kN/m (FTOOL)
8,22 mm < 24 mm (Figura 10.39), o perfil W310x23,8 atende à flecha admissível.
10.3.2. VERIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA DA VIGA V5
De acordo com o item 6.2.3. é conhecida a tensão admissível à flexão (𝐹𝑏𝑥) para o
perfil W310x23,8, pois a seção é compacta e a viga é contida lateralmente:
𝐹𝑏𝑥 = 0,66 × 𝐹𝑦 = 0,66 × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² = 2,56 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.1)
10.3.2.1. VERIFICAÇÃO À FLEXO-TRAÇÃO
Cálculo da tensão admissível à tração (𝑭𝒕):
𝐹𝑡 = 0,6 × 𝐹𝑦 = 0,6 × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² = 2,33 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.2)
71
Cálculo da tensão normal máxima de tração (𝒇𝒕):
|𝑁𝑚𝑎𝑥| = 7,93 𝑘𝑁 = 0,891𝑡𝑓 (esforço de tração máximo)
Á𝑟𝑒𝑎 = 30,7𝑐𝑚² (Área da seção transversal)
𝑓𝑡 = |𝑁𝑚𝑎𝑥|
Á𝑟𝑒𝑎=0,891
30,7= 0,029𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.3)
Cálculo da máxima tensão normal devido à flexão (𝒇 𝒃𝒙):
𝑊𝑥 = 285 𝑐𝑚3 (módulo de resistência em relação ao eixo x)
|𝑀𝑠𝑜𝑙| = 0,72 𝑘𝑁.𝑚 = 8,09 𝑡𝑓. 𝑐𝑚 (momento fletor máximo para o tracionado)
𝑓 𝑏𝑥 = |𝑀𝑠𝑜𝑙|
𝑊𝑥= 8,09 𝑡𝑓. 𝑐𝑚
285 𝑐𝑚³= 0,028𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.4)
Finalmente:
𝑓𝑡𝐹𝑡+𝑓 𝑏𝑥𝐹𝑏𝑥
≤ 1 (10.5)
0,029𝑡𝑓/𝑐𝑚2
2,33 𝑡𝑓/𝑐𝑚²+0,028𝑡𝑓/𝑐𝑚²
2,56 𝑡𝑓/𝑐𝑚²= 0,024 ≤ 1 (o perfil W310x23,8 passou)
10.3.2.2. VERIFICAÇÃO À FLEXO-COMPRESSÃO
Cálculo da tensão admissível à compressão (𝑭𝒂):
𝑘𝑥 × 𝐿𝑥 = 𝐿 = 720 𝑐𝑚 (comprimento efetivo de flambagem na direção x)
𝑘𝑦 × 𝐿𝑦 = 𝐿𝑏 = 70 𝑐𝑚 (comprimento efetivo de flambagem na direção y)
𝑟𝑥 = 11,89 𝑐𝑚 (Raio de giração em relação ao eixo x)
𝑟𝑦 = 1,94 𝑐𝑚 (Raio de giração em relação ao eixo y)
(𝑘 × 𝐿)/𝑟 (índice de esbeltez)
72
𝑂 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝐹𝑎 :
{
𝑘𝑥 × 𝐿𝑥
𝑟𝑥=1 × 720𝑐𝑚
11,89𝑐𝑚= 60,6
𝑘𝑦 × 𝐿𝑦
𝑟𝑦=1 × 70𝑐𝑚
1,94𝑐𝑚= 36,1
≤ 200 (10.6)
(𝑘 × 𝐿)/𝑟 deve ser menor ou igual a 200 para peças comprimidas:
𝑘 × 𝐿
𝑟= 60,6 < 200
𝐶𝑐 = √2𝜋² × 𝐸
𝐹𝑦= √
2𝜋² × 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚²= 107 (10.7)
Como (𝑘 × 𝐿)/𝑟 < 𝐶𝑐, colunas curtas, os valores teóricos da carga crítica de
flambagem não coincidem com os ensaiados devido a efeitos de curvaturas iniciais,
excentricidades acidentais, condições de extremidade, flambagem local e tensões residuais.
Assim, o AISC propôs as seguintes equações:
𝐹𝑠 = 5
3+3 × (
𝑘 × 𝐿𝑟 )
8 × 𝐶𝑐−(𝑘 × 𝐿𝑟 )
3
8 × 𝐶𝑐3 =
5
3+3 × (60,6)
8 × 107−(60,6)3
8 × 1073= 1,86 (10.8)
𝐹𝑎 = [1 −(𝑘 × 𝐿𝑟 )
2
2 × 𝐶𝑐2] ×
𝐹𝑦
𝐹𝑠= [1 −
(60,6)2
2 × 107²] ×
3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
1,86= 1,75 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.9)
Tensão normal máxima devido a compressão (𝒇𝒂):
|𝑁𝑚𝑎𝑥| = 2,88 𝑘𝑁 = 0,324𝑡𝑓 (esforço de compressão máximo)
Á𝑟𝑒𝑎 = 30,7𝑐𝑚² (área da seção transversal)
𝑓𝑎 = |𝑁𝑚𝑎𝑥|
Á𝑟𝑒𝑎=0,324
30,7=0,011𝑡𝑓
𝑐𝑚2 (10.10)
73
Tensão normal máxima devido a flexão (𝒇 𝒃𝒙) :
𝑊𝑥 = 285 𝑐𝑚3 (módulo de resistência em relação ao eixo x)
|𝑀𝑠𝑜𝑙| = 14,7 𝑘𝑁.𝑚 = 165 𝑡𝑓. 𝑐𝑚 (momento fletor solicitante)
𝑓 𝑏𝑥 = |𝑀𝑠𝑜𝑙|
𝑊𝑥= 165 𝑡𝑓. 𝑐𝑚
285 𝑐𝑚³= 0,58𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.11)
Como 𝑓𝑎𝐹𝑎=0,011𝑡𝑓/𝑐𝑚2
1,75 𝑡𝑓/𝑐𝑚²= 0,006 < 0,15, baixo nível de compressão:
𝑓𝑎𝐹𝑎+𝑓 𝑏𝑥𝐹𝑏𝑥
≤ 1 (10.12)
0,011𝑡𝑓/𝑐𝑚2
1,75 𝑡𝑓/𝑐𝑚²+0,58𝑡𝑓/𝑐𝑚²
2,56 𝑡𝑓/𝑐𝑚²= 0,233 ≤ 1 (o perfil W310x23,8 passou)
10.3.3. RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO
No item 6.3 o perfil W310x23,8 atende a um esforço cortante de 19,6 kN para a viga
V2, portanto também atenderá aos esforços de 2,27 kN e 10 kN de V5.
10.4. VERIFICAÇÃO DA VIGA V16 À COMPRESSÃO SIMPLES
Na concepção da viga V16 (Figura 10.40), adotou-se o mesmo perfil que a viga V5,
W310x23,8. Os esforços solicitantes máximos são 𝑀𝑚𝑎𝑥 = 0,04 𝑘𝑁.𝑚, 𝑁𝑚𝑎𝑥 = 15,42 𝑘𝑁
(compressão) e 𝑉𝑚𝑎𝑥 = 0,14 𝑘𝑁. Observa-se que o esforço normal se destaca em relação aos
demais, assim para as verificações das tensões é considerado apenas o esforço normal,
adotando 𝑁𝑎𝑑 = 16 𝑘𝑁 = 1,80 𝑡𝑓.
74
Figura 10.40 Viga V16 em destaque (Revit)
Figura 10.41 Perfil estrutural W310 x 23,8 Gerdau (adaptado de GERDAU, p.2)
75
Tabela 10.3 Dados Perfil estrutural W310 x 23,8 (adaptado de GERDAU, p.2)
Perfil: W310x23,8 Bitola (mm x kg/m)
𝒑𝒑 = 𝟎, 𝟐𝟑𝟖 𝒌𝑵/𝒎 Peso próprio dos perfis
𝒅 = 𝟑𝟎𝟓 𝒎𝒎 Altura do externa perfil
𝒃𝒇 = 𝟏𝟎𝟏 𝒎𝒎 Largura da aba
𝒕𝒘 = 𝟓, 𝟔𝟎 𝒎𝒎 Espessura da alma
𝒕𝒇 = 𝟔, 𝟕𝟎𝒎𝒎 Espessura da aba
𝒅′ = 𝟐𝟕𝟐 𝒎𝒎 Altura livre da alma
𝑰𝒙 = 𝟒𝟑𝟒𝟔 𝒄𝒎𝟒 Momento de inércia em relação ao eixo x
𝑾𝒙 = 𝟐𝟖𝟓 𝒄𝒎𝟑 Módulo de resistência em relação ao eixo x
𝒓𝒙 = 𝟏𝟏, 𝟖𝟗 𝒄𝒎 Raio de giração em relação ao eixo x
𝒓𝒚 = 𝟏, 𝟗𝟒 𝒄𝒎 Raio de giração em relação ao eixo y
𝒓𝒕 = 𝟐, 𝟒𝟓 𝒄𝒎 Raio de giração polar
𝑰𝒕 = 𝟒, 𝟔𝟓 𝒄𝒎𝟒 Momento de inércia polar
𝝀𝒇 = 𝟕, 𝟓𝟒 Índice de esbeltez da aba
𝝀𝒘 = 𝟒𝟖, 𝟓 Índice de esbeltez da alma
Á𝒓𝒆𝒂 = 𝟑𝟎, 𝟕𝒄𝒎² Área da seção transversal
𝐹𝑦 = 345 𝑀𝑃𝑎 = 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² (tensão de escoamento, aço ASTM A572 Grau 50);
𝐸 = 200 𝐺𝑃𝑎 = 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚² (módulo de elasticidade do aço)
𝐿 = 1,13 𝑚 (comprimento da viga)
𝐿𝑏 = 𝐿 = 1,13 𝑚 (distância entre apoios laterais)
10.4.1. CÁLCULO DA TENSÃO NORMAL ADMISSÍVEL À COMPRESSÃO (𝑭𝒂)
𝑘𝑥 × 𝐿𝑥 = 𝐿 = 113 𝑐𝑚 (comprimento efetivo de flambagem na direção x)
𝑘𝑦 × 𝐿𝑦 = 113 𝑐𝑚 (comprimento efetivo de flambagem na direção y)
𝑟𝑥 = 11,89 𝑐𝑚 (Raio de giração em relação ao eixo x)
𝑟𝑦 = 1,94 𝑐𝑚 (Raio de giração em relação ao eixo y)
(𝑘 × 𝐿)/𝑟 (índice de esbeltez)
76
𝑂 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝐹𝑎 :
{
𝑘𝑥 × 𝐿𝑥
𝑟𝑥=1 × 113𝑐𝑚
11,89𝑐𝑚= 9,50
𝑘𝑦 × 𝐿𝑦
𝑟𝑦=1 × 113𝑐𝑚
1,94𝑐𝑚= 58,3
≤ 200 (10.13)
(𝑘 × 𝐿)/𝑟 deve ser menor ou igual a 200 para peças comprimidas:
𝑘 × 𝐿
𝑟= 58,3 ≤ 200 (10.14)
𝐶𝑐 = √2𝜋² × 𝐸
𝐹𝑦= √
2𝜋² × 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚²= 107 (10.15)
Como (𝑘 × 𝐿)/𝑟 < 𝐶𝑐, colunas curtas, os valores teóricos da carga crítica de
flambagem não coincidem com os ensaiados devido a efeitos de curvaturas iniciais,
excentricidades acidentais, condições de extremidade, flambagem local e tensões residuais.
Assim, o AISC propôs as seguintes equações:
𝐹𝑠 = 5
3+3 × (
𝑘 × 𝐿𝑟 )
8 × 𝐶𝑐−(𝑘 × 𝐿𝑟 )
3
8 × 𝐶𝑐3 =
5
3+3 × (58,3)
8 × 107−(58,3)3
8 × 1073= 1,85 (10.16)
𝐹𝑎 = [1 −(𝑘 × 𝐿𝑟 )
2
2 × 𝐶𝑐2] ×
𝐹𝑦
𝐹𝑠= [1 −
(58,3)2
2 × 107²] ×
3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
1,85= 1,78 𝑡𝑓/𝑐𝑚 ² (10.17)
10.4.2. MÁXIMA TENSÃO NORMAL DEVIDO A COMPRESSÃO (𝒇𝒂):
|𝑁𝑎𝑑| = 16 𝑘𝑁 = 1,80 𝑡𝑓 (esforço de normal compressão adotado)
Á𝑟𝑒𝑎 = 30,7𝑐𝑚² (área da seção transversal)
𝑓𝑎 = |𝑁𝑚𝑎𝑥|
Á𝑟𝑒𝑎=1,80
30,7= 0,059𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.18)
77
𝐹𝑎 = 1,78 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
Assim, o perfil W310x23,8 passou, pois 𝑓𝑎 < 𝐹𝑎 .
10.4.3. FLAMBAGEM LOCAL
Flambagem local da alma:
𝑓𝑎𝐹𝑎=0,059𝑡𝑓/𝑐𝑚2
1,78 𝑡𝑓/𝑐𝑚²= 0,015 < 0,16 (10.19)
A seguinte condição deve ser satisfeita:
𝜆𝑤 (índice de esbeltez da alma)
𝜆𝑤 <170
√𝐹𝑦× (1 − 3,74 ×
𝑓𝑎𝐹𝑦) (10.20)
170
√𝐹𝑦× (1 − 3,74 ×
𝑓𝑎𝐹𝑦) =
170
√3,88× (1 − 3,74 ×
0,059
3,88) = 81,5
𝜆𝑤 = 48,5 < 81,5, a alma não sofre flambagem local
Flambagem local da aba:
A seguinte condição deve ser satisfeita:
𝜆𝑓 (índice de esbeltez da aba)
𝜆𝑓 < 25
√𝐹𝑦 (10.21)
25
√𝐹𝑦=
25
√3,88= 12,7
𝜆𝑤 = 7,54 < 12,7, a aba não sofre flambagem local
78
10.5. VERIFICAÇÃO DA VIGA V10 E V11 À FLEXO-COMPRESSÃO
Com base nos diagramas de esforços apresentados nos itens 10.1. e 10.2., observa-se
que a viga V10 apresenta valores de solicitações mais críticos em relação a viga V11, sendo o
perfil W310x23,8 para ambas as vigas inicialmente arbitrado, têm-se:
Tabela 10.4 Resumo dos máximos esforços solicitantes para as vigas V10 e V11
Viga Esforços Caso 1 Caso 2
V10
Momento fletor 30,6 kN.m 26,7 kN.m
Esforço normal 10,4 kN (compressão) 10,6 kN (compressão)
Esforço cortante 29,4 kN 28,4 kN
V11
Momento fletor 30,6 kN.m 9,78 kN.m
Esforço normal 10,4 kN (compressão) 1,78 kN (compressão)
Esforço cortante 29,4 kN 6,90 kN
Assim, para as verificações das tensões 𝑀𝑚𝑎𝑥 = 30,6 𝑘𝑁.𝑚, 𝑁𝑚𝑎𝑥 = 10,6 𝑘𝑁 e
𝑉𝑚𝑎𝑥 = 29,4 𝑘𝑁.
Figura 10.42 Perfil estrutural W310 x 23,8 Gerdau (adaptado de GERDAU, p.2)
79
Tabela 10.4 Dados Perfil estrutural W310 x 23,8 (adaptado de GERDAU, p.2)
Perfil: W310x23,8 Bitola (mm x kg/m)
𝒑𝒑 = 𝟎, 𝟐𝟑𝟖 𝒌𝑵/𝒎 Peso próprio dos perfis
𝒅 = 𝟑𝟎𝟓 𝒎𝒎 Altura do externa perfil
𝒃𝒇 = 𝟏𝟎𝟏 𝒎𝒎 Largura da aba
𝒕𝒘 = 𝟓, 𝟔𝟎 𝒎𝒎 Espessura da alma
𝒕𝒇 = 𝟔, 𝟕𝟎𝒎𝒎 Espessura da aba
𝒅′ = 𝟐𝟕𝟐 𝒎𝒎 Altura livre da alma
𝑰𝒙 = 𝟒𝟑𝟒𝟔 𝒄𝒎𝟒 Momento de inércia em relação ao eixo x
𝑾𝒙 = 𝟐𝟖𝟓 𝒄𝒎𝟑 Módulo de resistência em relação ao eixo x
𝒓𝒙 = 𝟏𝟏, 𝟖𝟗 𝒄𝒎 Raio de giração em relação ao eixo x
𝒓𝒚 = 𝟏, 𝟗𝟒 𝒄𝒎 Raio de giração em relação ao eixo y
𝒓𝒕 = 𝟐, 𝟒𝟓 𝒄𝒎 Raio de giração polar
𝑰𝒕 = 𝟒, 𝟔𝟓 𝒄𝒎𝟒 Momento de inércia polar
𝝀𝒇 = 𝟕, 𝟓𝟒 Índice de esbeltez da aba
𝝀𝒘 = 𝟒𝟖, 𝟓 Índice de esbeltez da alma
Á𝒓𝒆𝒂 = 𝟑𝟎, 𝟕𝒄𝒎² Área da seção transversal
10.5.1. CÁLCULO DA TENSÃO NORMAL ADMISSÍVEL À COMPRESSÃO (𝑭𝒂)
O comprimento efetivo de flambagem na direção x, foi obtido pelas diagramas de
momento fletor do caso 1 (Figura 10.43) e do caso 2 (Figura 10.44), sendo escolhido o maior
dos comprimentos, 3,2 metros.
Figura 10.43 Comprimento efetivo de flambagem caso1
80
Figura 10.44 Comprimento efetivo de flambagem caso2
𝐹𝑦 = 345 𝑀𝑃𝑎 = 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² (tensão de escoamento, aço ASTM A572 Grau 50);
𝐸 = 200 𝐺𝑃𝑎 = 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚² (módulo de elasticidade do aço)
𝐿 = 5𝑚 (comprimento da viga)
𝐿𝑏 = 1,25 𝑚 (distância entre apoios laterais)
𝑘𝑥 × 𝐿𝑥 = 320 𝑐𝑚 (comprimento efetivo de flambagem na direção x)
𝑘𝑦 × 𝐿𝑦 = 𝐿𝑏 = 125 𝑐𝑚 (comprimento efetivo de flambagem na direção y)
𝑟𝑥 = 11,89 𝑐𝑚 (Raio de giração em relação ao eixo x)
𝑟𝑦 = 1,94 𝑐𝑚 (Raio de giração em relação ao eixo y)
(𝑘 × 𝐿)/𝑟 (índice de esbeltez)
𝑂 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝐹𝑎 :
{
𝑘𝑥 × 𝐿𝑥
𝑟𝑥=1 × 320𝑐𝑚
11,89𝑐𝑚= 26,9
𝑘𝑦 × 𝐿𝑦
𝑟𝑦=1 × 125𝑐𝑚
1,94𝑐𝑚= 64,4
≤ 200 (10.22)
(𝑘 × 𝐿)/𝑟 deve ser menor ou igual a 200 para peças comprimidas:
𝑘 × 𝐿
𝑟= 64,4 ≤ 200
𝐶𝑐 = √2𝜋² × 𝐸
𝐹𝑦= √
2𝜋² × 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚²= 107 (10.23)
Como (𝑘 × 𝐿)/𝑟 < 𝐶𝑐, colunas curtas, os valores teóricos da carga crítica de
flambagem não coincidem com os ensaiados devido a efeitos de curvaturas iniciais,
81
excentricidades acidentais, condições de extremidade, flambagem local e tensões residuais.
Assim, o AISC propôs as seguintes equações:
𝐹𝑠 = 5
3+3 × (
𝑘 × 𝐿𝑟 )
8 × 𝐶𝑐−(𝑘 × 𝐿𝑟 )
3
8 × 𝐶𝑐3 =
5
3+3 × (64,4)
8 × 107−(64,4)3
8 × 1073= 1,86 (10.24)
𝐹𝑎 = [1 −(𝑘 × 𝐿𝑟 )
2
2 × 𝐶𝑐2] ×
𝐹𝑦
𝐹𝑠= [1 −
(64,4)2
2 × 107²] ×
3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
1,86= 1,70 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.25)
10.5.2. CÁLCULO DA TENSÃO NORMAL ADMISSÍVEL À FLEXÃO (𝑭𝒃𝒙)
Os dois fatores que comandam a resistência à flexão são a flambagem local e a
flambagem lateral da mesa comprimida. A AISC considera as seções compactas, não-
compactas ou esbeltas quanto a flambagem local, sendo a seção dita compacta quando pode
atingir a plastificação total antes de qualquer outra instabilidade, sendo esta a condição mais
desejável no dimensionamento . Além disso, devido à flexão, as vigas podem sofrer
flambagem lateral da mesa comprimida à depender dos espaçamentos entre os apoios laterais,
sendo estas classificadas em contidas quando apresenta apoios laterais convenientemente
espaçados ou não-contidas lateralmente.
10.5.2.1. FLAMBAGEM LOCAL
𝜆𝑤 = 48,5 (índice de esbeltez da alma)
𝜆𝑓 = 7,54 (índice de esbeltez da aba)
Sendo 𝐹𝑦 = 345 𝑀𝑃𝑎 = 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² :
82
Tabela 10.5 limites de esbeltez para perfis I
Compacta Não-compacta
Alma 170
√𝐹𝑦=170
3,88= 86,3
200
√𝐹𝑦=200
3,88= 101
Aba 17
√𝐹𝑦=
17
3,88= 8,63
25
√𝐹𝑦=
25
3,88= 12,7
𝜆𝑤 = 48,5 < 86,3 a alma é compacta
𝜆𝑓 = 7,54 < 8,63 a aba é compacta
Assim, sendo a alma e a aba ambas compactas, conclui-se que a seção é compacta.
10.5.2.2. FLAMBAGEM LATERAL DA MESA COMPRIMIDA
A AISC considera que a viga está contida lateralmente quando a distância 𝐿𝑏 entre os
apoios laterais não excede o menor dos seguintes valores:
𝑏𝑓 = 10,1 𝑐𝑚 (largura da aba)
𝑑 = 30,5 𝑐𝑚 (altura do externa perfil)
𝑡𝑓 = 0,670 𝑐𝑚 (espessura da aba)
𝐴𝑓 = 𝑏𝑓 × 𝑡𝑓 (área da aba)
20 × 𝑏𝑓
√𝐹𝑦=20 × 𝑏𝑓
√𝐹𝑦=20 × 10,1𝑐𝑚
√3,88= 103 𝑐𝑚 (10.26)
1406
𝑑𝐴𝑓× 𝐹𝑦
=1406
30,5 𝑐𝑚10,1 𝑐𝑚 × 0,67𝑐𝑚 × 3,88
= 80,4 𝑐𝑚 (10.27)
Assim, 𝐿𝑏 = 125𝑐𝑚 > 80,4 𝑐𝑚, a viga não está contida lateralmente.
83
10.5.2.3. TENSÃO ADMISSÍVEL À FLEXÃO (𝑭𝒃𝒙) PARA SEÇÃO COMPACTA E
SEM APOIO LATERAL COMPLETO
Dependendo do tipo de seção e da existência ou não de apoio lateral completo, têm-
se valores diferentes para a tensão admissível à flexão.
𝐿𝑏𝑟𝑡=125𝑐𝑚
2,45𝑐𝑚= 51,0
𝐶𝑏 = 1 , coeficiente que leva em consideração a influência favorável da forma do
diagrama de momentos fletores, considerá-lo igual a1 é mais conservador e favorável à
segurança da estrutura.
√7171 × 𝐶𝑏
𝐹𝑦 ≤
𝐿𝑏𝑟𝑡 ≤ √
35858 × 𝐶𝑏𝐹𝑦
(10.28)
√7171 × 1
3,88 ≤
𝐿𝑏𝑟𝑡 ≤ √
35858 × 1
3,88
Como 𝐿𝑏
𝑟𝑡⁄ = 51,0
43,0 ≤ 𝐿𝑏𝑟𝑡 ≤ 96,2
Logo:
𝐹′𝑏𝑥 =
[ 2
3−
𝐹𝑦 × (𝐿𝑏𝑟𝑡)2
107567 × 𝐶𝑏] × 𝐹𝑦 ≤ 0,6 × 𝐹𝑦 (10.29)
0,6 × 𝐹𝑦 = 0,6 × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 = 2,33𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.30)
84
𝐹′𝑏𝑥 = [2
3−3,88 × (51,0)2
107567 × 1] × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 = 2,22 𝑡𝑓/𝑐𝑚2
Para qualquer valor de 𝐿𝑏
𝑟𝑡⁄ :
𝐹′′𝑏𝑥 =843 × 𝐶𝑏
𝐿𝑏 ×𝑑𝐴𝑓 ≤ 0,6 × 𝐹𝑦 (10.31)
𝐴𝑓 = 𝑏𝑓 × 𝑡𝑓 = 10,1 𝑐𝑚 × 0,67𝑐𝑚 = 6,77𝑐𝑚² (área da aba)
𝐹′′𝑏𝑥 = 843 × 1
125𝑐𝑚 ×30,5𝑐𝑚6,77𝑐𝑚²
= 1,50 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
𝐹𝑏𝑥 é o maior valor entre 𝐹′𝑏𝑥 e 𝐹′′𝑏𝑥
𝐹𝑏𝑥 = 2,22 𝑡𝑓/𝑐𝑚2
10.5.3. MÁXIMA TENSÃO NORMAL DE COMPRESSÃO (𝒇𝒂):
|𝑁𝑚𝑎𝑥| = 10,6 𝑘𝑁 = 1,19𝑡𝑓 (máximo esforço de compressão)
Á𝑟𝑒𝑎 = 30,7𝑐𝑚² (área da seção transversal)
𝑓𝑎 = |𝑁𝑚𝑎𝑥|
Á𝑟𝑒𝑎=1,19
30,7= 0,039𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.32)
10.5.4. TENSÃO NORMAL DEVIDO A FLEXÃO (𝒇 𝒃𝒙) :
𝑊𝑥 = 285 𝑐𝑚3 (módulo de resistência em relação ao eixo x)
|𝑀𝑚𝑎𝑥| = 30,6 𝑘𝑁.𝑚 = 344 𝑡𝑓. 𝑐𝑚 (máximo momento fletor solicitante)
𝑓 𝑏𝑥 = |𝑀𝑚𝑎𝑥|
𝑊𝑥= 344 𝑡𝑓. 𝑐𝑚
285 𝑐𝑚³= 1,21𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.33)
85
10.5.5. TENSÕES COMBINADAS
Como,𝑓𝑎𝐹𝑎=0,039𝑡𝑓/𝑐𝑚2
1,70 𝑡𝑓/𝑐𝑚²= 0,023 < 0,15, baixo nível de compressão:
𝑓𝑎𝐹𝑎+𝑓 𝑏𝑥𝐹𝑏𝑥
≤ 1 (10.34)
0,039𝑡𝑓/𝑐𝑚2
1,70 𝑡𝑓/𝑐𝑚²+1,21𝑡𝑓/𝑐𝑚²
2,22 𝑡𝑓/𝑐𝑚²= 0,568 ≤ 1 (o perfil W310x23,8 passou)
10.5.6. RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO
Cálculo da tensão admissível ao cisalhamento
100
√𝐹𝑦=
100
√3,88= 50,8
Sendo o índice de esbeltez da alma
ℎ
𝑡𝑤= 𝜆𝑤 = 48,5 < 50,8
a tensão admissível ao cisalhamento (𝐹𝑣) pode ser calculada da seguinte forma:
ℎ
𝑡𝑤<100
√𝐹𝑦 ⟹ 𝐹𝑣 = 0,4 𝐹𝑦 (10.35)
𝐹𝑣 = 0,4 × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² = 1,55 𝑡𝑓/𝑐𝑚 ² (10.36)
Cálculo da tensão solicitante média de cisalhamento (𝒇𝒗)
𝑉𝑚𝑎𝑥 = 29,4 𝑘𝑁 = 3,31 𝑡𝑓 (máximo esforço cortante)
𝑑 = 30,5 𝑐𝑚 (altura do externa perfil)
𝑡𝑤 = 0,560 𝑐𝑚 (espessura da aba)
86
Para perfis laminados:
𝑓𝑣 =𝑉𝑚𝑎𝑥𝑑 × 𝑡𝑤
(10.37)
𝑓𝑣 =3,31 𝑡𝑓
30,5𝑐𝑚 × 0,56𝑐𝑚= 0,217 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 < 𝐹𝑣
Assim, 𝑓𝑣 < 𝐹𝑣 e o perfil W310x23,8 atende satisfatóriamente a verificação ao
cisalhamento.
10.6. DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE “K” PARA O COMPRIMENTO DE
FLAMBAGEM DOS PILARES
As estruturas em pórtico são formadas por vigas e colunas rigidamente
ligadas entre si.(...) Fa e F’e são determinadas em função do comprimento de
flambagem kL, onde “k” está relacionado com o tipo de engastamento nas
extremidades da barra, que por outro lado depende da rigidez do conjunto da
estrutura. (BELLEI, 1994, p.373).
De acordo com Bellei (1194, p.373), para pórticos deslocáveis, “k” pode ser
determinado pelo diagrama de alinhamento da Figura 10.45, sendo A e B referentes aos nós
extremos do pilar que está sendo calculado e G definido por:
𝐺 =
∑𝐼𝑝𝐿𝑝
∑𝐼𝑣𝐿𝑣
(10.38)
Onde ∑ indica o somatório de todos os elementos rigidamente ligados ao
nó e que pertencem ao plano de flambagem da coluna em consideração. I é o
momento de inércia e L o comprimento livre das vigas e colunas que chegam no nó.
Para extremidades de colunas não rigidamente ligadas à base (rotuladas),
G é teoricamente infinito, mas deve ser considerado como “10” para
dimensionamento prático. Se a extremidade da coluna é rigidamente ligada à base
(engastada), G pode ser considerado igual a “1,0” e valores menores, somente se
justificado por análise reconhecida. (BELLEI, 1994, p.374).
87
Figura 10.45 diagrama de alinhamento (BELLEI, 1994, p.374)
Assim, com base nos dados da Tabela 10.6, “𝑘𝑥” é calculado para os pilares do o
pórtico da Figura 10.46, conforme as ilustram as Tabelas 10.7 e 10.8 e o diagrama de alinha
mento da Figura 10.47.
Tabela 10.6 Dados dos elementos estruturais
Vigas V1, V5, V9, V10 e V11 Perfil: W310x23,8 𝑰𝒙 = 𝟒𝟑𝟒𝟔 𝒄𝒎𝟒
Pilares P1, P2 e P3 Perfil: W310x38,7 𝐼𝑥 = 8581 𝑐𝑚4
𝐼𝑦 = 727 𝑐𝑚4
Figura 10.46 Pórtico com ligações rígidas para o cálculo de “k”
88
Tabela 10.7 Cálculo dos fatores de rigidez (I/L) para vigas e pilares
𝑽𝟏𝟎 = 𝑽𝟏𝟏 𝑾𝟑𝟏𝟎 × 𝟐𝟑, 𝟖 𝑰𝒗𝑳𝒗=𝑰𝒙,𝑽𝟏𝟎𝑳𝑽𝟏𝟎
=𝟒𝟑𝟒𝟔 𝒄𝒎𝟒
𝟓𝟎𝟎 𝒄𝒎= 𝟖, 𝟔𝟗 𝒄𝒎𝟑
𝑷𝟏 𝑊310 × 38,7 𝐼𝑝
𝐿𝑝=𝐼𝑥,𝑃1𝐿𝑃1
=8581 𝑐𝑚4
300 𝑐𝑚= 28,6 𝑐𝑚3
𝑷𝟐 𝑊310 × 38,7 𝐼𝑝
𝐿𝑝=𝐼𝑥,𝑃2𝐿𝑃2
=8581 𝑐𝑚4
300 𝑐𝑚= 28,6 𝑐𝑚3
𝑷𝟑 𝑊310 × 38,7 𝐼𝑝
𝐿𝑝=𝐼𝑥,𝑃3𝐿𝑃3
=8581 𝑐𝑚4
300 𝑐𝑚= 28,6 𝑐𝑚3
Tabela 10.8 Cálculo de 𝑘𝑥 com o auxílio da Figura 10.37
𝑷𝒊𝒍𝒂𝒓 𝑮𝑨 = 𝑮𝒃𝒂𝒔𝒆 𝑮𝑩 = 𝑮𝒕𝒐𝒑𝒐 𝒌𝒙
𝑷𝟏 = 𝑷𝟑 1,0 (𝑒𝑛𝑔𝑎𝑠𝑡𝑒) ∑𝐼𝑝𝐿𝑝
∑𝐼𝑣𝐿𝑣
=
𝐼𝑃1𝐿𝑃1𝐼𝑉10𝐿𝑉10
=28,6
8,69= 3,3 1,6
𝑷𝟐 1,0 (𝑒𝑛𝑔𝑎𝑠𝑡𝑒) ∑𝐼𝑝𝐿𝑝
∑𝐼𝑣𝐿𝑣
=
𝐼𝑃2𝐿𝑃2
𝐼𝑉10𝐿𝑉10
+𝐼𝑉11𝐿𝑉11
=28,6
8,69 + 8,69= 1,6 1,4
Figura 10.47 diagrama de alinhamento (adaptado de BELLEI, 1994, p.374)
89
Ainda, com base nos dados da Tabela 10.6, “𝑘𝑦” é calculado para os pilares do o
pórtico da Figura 10.48, conforme as ilustram as Tabelas 10.9 e 10.10 e o diagrama de alinha
mento da Figura 10.49.
Figura 10.48 Estrutura aporticada com comportamento de ligações rígidas
Tabela 10.9 Cálculo dos fatores de rigidez (I/L) para vigas e pilares
𝑽𝟏 = 𝑽𝟓 = 𝑽𝟗 𝑾𝟑𝟏𝟎 × 𝟐𝟑, 𝟖 𝑰𝒗𝑳𝒗=𝑰𝒙,𝑽𝟏𝑳𝑽𝟏
=𝟒𝟑𝟒𝟔 𝒄𝒎𝟒
𝟕𝟐𝟎 𝒄𝒎= 𝟔, 𝟎𝟑 𝒄𝒎𝟑
𝑷𝟏 𝑊310 × 38,7 𝐼𝑝
𝐿𝑝=𝐼𝑦,𝑃1
𝐿𝑃1=727 𝑐𝑚4
300 𝑐𝑚= 2,42 𝑐𝑚3
𝑷𝟐 𝑊310 × 38,7 𝐼𝑝
𝐿𝑝=𝐼𝑦,𝑃2
𝐿𝑃2=727 𝑐𝑚4
300 𝑐𝑚= 2,42 𝑐𝑚3
𝑷𝟑 𝑊310 × 38,7 𝐼𝑝
𝐿𝑝=𝐼𝑦,𝑃3
𝐿𝑃3=727 𝑐𝑚4
300 𝑐𝑚= 2,42 𝑐𝑚3
Tabela 10.10 Cálculo de 𝑘𝑦 com o auxílio da Figura 10.39
𝑷𝒊𝒍𝒂𝒓 𝑮𝑨 = 𝑮𝒃𝒂𝒔𝒆 𝑮𝑩 = 𝑮𝒕𝒐𝒑𝒐 𝒌𝒚
𝑷𝟏 = 𝑷𝟐 = 𝑷𝟑 10 (𝑟𝑜𝑡𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜) ∑𝐼𝑝𝐿𝑝
∑𝐼𝑣𝐿𝑣
=
𝐼𝑃1𝐿𝑃1𝐼𝑉10𝐿𝑉10
=2,42
6,03= 0,4 1,8
90
Figura 10.49 diagrama de alinhamento (adaptado de BELLEI, 1994, p.374)
10.7. VERIFICAÇÃO DE P1 E P3 À FLEXO-COMPRESSÃO
Para o perfil W310x32,7:
𝑂 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝐹𝑎 :
{
𝑘𝑥 × 𝐿𝑥
𝑟𝑥=1,5 × 300𝑐𝑚
12,5= 36,1
𝑘𝑦 × 𝐿𝑦
𝑟𝑦=1,75 × 300𝑐𝑚
2,13𝑐𝑚= 246
≤ 200 (10.39)
𝑘 × 𝐿
𝑟≥ 200
O perfil W310x32,7 não atenderia, assim, será verificado o perfil W310x38,7.
A Tabela 10.11 apresenta os máximos esforços solicitantes para os pilares P1 e P3:
91
Tabela 10.11 Esforços solicitantes máximos
Pilar Perfil Esforços caso 1 caso 2
P1 W310x38,7
Momento fletor em x 21,02 kN.m 22,14 kN.m
Momento fletor em y 3,58 kN.m 3,58 kN.m
Esforço normal 34,67 kN (compressão) 35,66 kN (compressão)
Esforço cortante em x 4,48 kN 4,48 kN
Esforço cortante em y 10,35 kN 10,57 kN
P3 W310x38,7
Momento fletor em x 21,02 kN.m 2,95 kN.m
Momento fletor em y 3.58 kN.m 1.11 kN.m
Esforço normal 34,67 kN (compressão) 8,20 kN (compressão)
Esforço cortante em x 4.48 kN 1.39 kN
Esforço cortante em y 10,35 kN 1,78 kN
Assim, para as verificações das tensões serão adotados:
𝑴𝒙,𝒎𝒂𝒙 = 𝟐𝟐, 𝟏𝟒 𝒌𝑵.𝒎
𝑴𝒚,𝒎𝒂𝒙 = 𝟑, 𝟓𝟖 𝒌𝑵.𝒎
𝑵 𝒎𝒂𝒙 = 𝟑𝟓, 𝟔𝟔 𝒌𝑵
𝑽𝒙,𝒎𝒂𝒙 = 𝟒, 𝟒𝟖 𝒌𝑵
𝑽𝒚,𝒎𝒂𝒙 = 𝟏𝟎, 𝟓𝟕 𝒌𝑵
Figura 10.50 Perfil estrutural W310 x 38.7 Gerdau (adaptado de GERDAU, p.2)
92
Tabela 10.12 Dados Perfil estrutural W310 x 38,7 (adaptado de GERDAU, p.2)
Perfil: W310x38,7 Bitola (mm x kg/m)
𝒑𝒑 = 𝟎, 𝟑𝟖𝟕 𝒌𝑵/𝒎 Peso próprio dos perfis
𝒅 = 𝟑𝟏𝟎 𝒎𝒎 Altura do externa perfil
𝒃𝒇 = 𝟏𝟔𝟓 𝒎𝒎 Largura da aba
𝒕𝒘 = 𝟓, 𝟖𝟎 𝒎𝒎 Espessura da alma
𝒕𝒇 = 𝟗, 𝟕𝟎𝒎𝒎 Espessura da aba
𝒅′ = 𝟐𝟕𝟐 𝒎𝒎 Altura livre da alma
𝑰𝒙 = 𝟖𝟓𝟖𝟏 𝒄𝒎𝟒 Momento de inércia em relação ao eixo x
𝑰𝒚 = 𝟕𝟐𝟕 𝒄𝒎𝟒 Momento de inércia em relação ao eixo y
𝑾𝒙 = 𝟓𝟓𝟑, 𝟔 𝒄𝒎𝟑 Módulo de resistência em relação ao eixo x
𝑾𝒚 = 𝟖𝟖, 𝟏 𝒄𝒎𝟑 Módulo de resistência em relação ao eixo y
𝒓𝒙 = 𝟏𝟑, 𝟏𝟒 𝒄𝒎 Raio de giração em relação ao eixo x
𝒓𝒚 = 𝟑, 𝟖𝟐 𝒄𝒎 Raio de giração em relação ao eixo y
𝒓𝒕 = 𝟒, 𝟑𝟖 𝒄𝒎 Raio de giração polar
𝑰𝒕 = 𝟏𝟑, 𝟐 𝒄𝒎𝟒 Momento de inércia polar
𝝀𝒇 = 𝟖, 𝟓𝟏 Índice de esbeltez da aba
𝝀𝒘 = 𝟒𝟔, 𝟕 Índice de esbeltez da alma
Á𝒓𝒆𝒂 = 𝟒𝟗, 𝟕𝒄𝒎² Área da seção transversal
10.7.1. CÁLCULO DA TENSÃO NORMAL ADMISSÍVEL DE COMPRESSÃO (𝑭𝒂)
𝐹𝑦 = 345 𝑀𝑃𝑎 = 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² (tensão de escoamento, aço ASTM A572 Grau 50);
𝐸 = 200 𝐺𝑃𝑎 = 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚² (módulo de elasticidade do aço)
𝐿 = 3𝑚 (comprimento dos pilares)
𝐿𝑏 = 𝐿 = 3 𝑚 (distância entre apoios laterais)
𝑘𝑥 = 1,6 (Tabela 10.8)
𝑘𝑦 = 1,8 (Tabela 10.10)
93
𝑂 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝐹𝑎 :
{
𝑘𝑥 × 𝐿𝑥
𝑟𝑥=1,6 × 300𝑐𝑚
13,14𝑐𝑚= 36,5
𝑘𝑦 × 𝐿𝑦
𝑟𝑦=1,8 × 300𝑐𝑚
3,82𝑐𝑚= 142
≤ 200 (10.40)
(𝑘 × 𝐿)/𝑟 deve ser menor ou igual a 200 para peças comprimidas:
𝑘 × 𝐿
𝑟= 142 ≤ 200
𝐶𝑐 = √2𝜋² × 𝐸
𝐹𝑦= √
2𝜋² × 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚²= 107 (10.41)
Como (𝑘 × 𝐿)/𝑟 < 𝐶𝑐, colunas curtas, os valores teóricos da carga crítica de
flambagem não coincidem com os ensaiados devido a efeitos de curvaturas iniciais,
excentricidades acidentais, condições de extremidade, flambagem local e tensões residuais.
Assim, o AISC propôs as seguintes equações:
𝐹𝑠 = 5
3+3 × (
𝑘 × 𝐿𝑟 )
8 × 𝐶𝑐−(𝑘 × 𝐿𝑟 )
3
8 × 𝐶𝑐3 =
5
3+3 × (142)
8 × 107−
(142)3
8 × 1073= 1,87 (10.42)
𝐹𝑎 =12𝜋² × 𝐸
23 × (𝑘 × 𝐿𝑟 )
2 =12𝜋² × 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
23 × (142)2= 0,579 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.43)
𝐹𝑎 = 0,579 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
10.7.2. CÁLCULO DA TENSÃO NORMAL ADMISSÍVEL DE FLEXÃO (𝑭𝒃𝒙)
10.7.2.1. FLAMBAGEM LOCAL
Sendo 𝐹𝑦 = 345 𝑀𝑃𝑎 = 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² , os limites de esbeltez são apresentados na
Tabela 10.13:
94
Tabela 10.13 limites de esbeltez para perfis I
Compacta Não-compacta
Alma 170
√𝐹𝑦=170
3,88= 86,3
200
√𝐹𝑦=200
3,88= 101
Aba 17
√𝐹𝑦=
17
3,88= 8,63
25
√𝐹𝑦=
25
3,88= 12,7
𝜆𝑤 = 46,7 < 86,3 a alma é compacta
𝜆𝑓 = 8,51 < 8,63 a aba é compacta
Assim, sendo a alma e a aba ambas compactas, conclui-se que a seção é compacta.
10.7.2.2. FLAMBAGEM LATERAL DA MESA COMPRIMIDA
A AISC considera que a viga está contida lateralmente quando a distância 𝐿𝑏 entre os
apoios laterais não excede o menor dos seguintes valores:
𝑏𝑓 = 16,5 𝑐𝑚 (largura da aba)
𝑑 = 31 𝑐𝑚 (altura do externa perfil)
𝑡𝑓 = 0,97 𝑐𝑚 (espessura da aba)
𝐴𝑓 = 𝑏𝑓 × 𝑡𝑓 (área da aba)
20 × 𝑏𝑓
√𝐹𝑦=20 × 𝑏𝑓
√𝐹𝑦=20 × 16,5𝑐𝑚
√3,88= 168 𝑐𝑚 (10.44)
1406
𝑑𝐴𝑓× 𝐹𝑦
=1406
31 𝑐𝑚16,5 𝑐𝑚 × 0,97𝑐𝑚
× 3,88= 187 𝑐𝑚 (10.45)
Assim, 𝐿𝑏 = 𝐿 = 300𝑐𝑚 > 80,4 𝑐𝑚, a viga não está contida lateralmente.
95
10.7.2.3. TENSÃO ADMISSÍVEL À FLEXÃO (𝑭𝒃𝒙) PARA SEÇÃO COMPACTA E
SEM APOIO LATERAL COMPLETO
Dependendo do tipo de seção e da existência ou não de apoio lateral completo, têm-
se valores diferentes para a tensão admissível à flexão.
𝐿𝑏𝑟𝑡=300𝑐𝑚
4,38𝑐𝑚= 68,5
𝐶𝑏 = 1 , coeficiente que leva em consideração a influência favorável da forma do
diagrama de momentos fletores, considerá-lo igual a1 é mais conservador e favorável à
segurança da estrutura.
√7171 × 𝐶𝑏
𝐹𝑦 ≤
𝐿𝑏𝑟𝑡 ≤ √
35858 × 𝐶𝑏𝐹𝑦
(10.46)
√7171 × 1
3,88 ≤
𝐿𝑏𝑟𝑡 ≤ √
35858 × 1
3,88
Como 𝐿𝑏
𝑟𝑡⁄ = 68,5
43,0 ≤ 𝐿𝑏𝑟𝑡 ≤ 96,2
Logo:
𝐹′𝑏𝑥 =
[ 2
3−
𝐹𝑦 × (𝐿𝑏𝑟𝑡)2
107567 × 𝐶𝑏] × 𝐹𝑦 ≤ 0,6 × 𝐹𝑦 (10.47)
0,6 × 𝐹𝑦 = 0,6 × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 = 2,33𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.48)
𝐹′𝑏𝑥 = [2
3−3,88 × (68,5)2
107567 × 1] × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 = 1,93 𝑡𝑓/𝑐𝑚2
96
Para qualquer valor de 𝐿𝑏
𝑟𝑡⁄ :
𝐹′′𝑏𝑥 =843 × 𝐶𝑏
𝐿𝑏 ×𝑑𝐴𝑓 ≤ 0,6 × 𝐹𝑦 (10.49)
𝐴𝑓 = 𝑏𝑓 × 𝑡𝑓 = 16,5 𝑐𝑚 × 0,97𝑐𝑚 = 16,0𝑐𝑚² (área da aba)
𝐹′′𝑏𝑥 = 843 × 1
300𝑐𝑚 ×31𝑐𝑚16𝑐𝑚²
= 1,45 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
𝐹𝑏𝑥 é o maior valor entre 𝐹′𝑏𝑥 e 𝐹′′𝑏𝑥
𝐹𝑏𝑥 = 1,93 𝑡𝑓/𝑐𝑚2
10.7.3. CÁLCULO DA TENSÃO ADMISSÍVEL À FLEXÃO (𝑭𝒃𝒚) EM RELAÇÃO AO
EIXO MENOR
Cálculo de 𝐹𝑏𝑦 para perfis simétricos, soldados ou laminados:
𝑘𝑐 = {
1 𝑠𝑒 𝜆𝑤 ≤ 70
4,05
(𝜆𝑤)0,46 𝑠𝑒 𝜆𝑤 > 70
(10.50)
Sendo o índice de esbeltez da alma 𝜆𝑤 = 46,7:
𝑘𝑐 = 1.
97
𝑄𝑠 =
{
1 𝑠𝑒 𝜆𝑓 ≤
25
√𝐹𝑦
𝑘𝑐
1,293 − 0,01165 × 𝜆𝑓 × √𝐹𝑦
𝑘𝑐 𝑠𝑒
25
√𝐹𝑦
𝑘𝑐
≤ 𝜆𝑓 ≤52
√𝐹𝑦
𝑘𝑐
1,84×𝑘𝑐
𝐹𝑦×(𝜆𝑓)2 𝑠𝑒 𝜆𝑓 >
52
√𝐹𝑦
𝑘𝑐
(10.51)
25
√𝐹𝑦𝑘𝑐
= 25
√3,881
= 12,7
Sendo o índice de esbeltez da aba 𝜆𝑓 = 8,51 < 12,7:
𝑄𝑠 = 1.
𝐹𝑏𝑦 =
{
0,75 × 𝐹𝑦 𝑠𝑒 𝜆𝑓 ≤
17
√𝐹𝑦
𝐹𝑦 × (1,075 − 0,0188 × 𝜆𝑓 ×√𝐹𝑦) 𝑠𝑒 17
√𝐹𝑦< 𝜆𝑓 ≤
25
√𝐹𝑦
𝑘𝑐
0,6 × 𝐹𝑦 × 𝑄𝑠 𝑠𝑒 𝜆𝑓 >25
√𝐹𝑦
𝑘𝑐
(10.52)
17
√𝐹𝑦=
17
√3,88= 8,63
𝜆𝑓 = 8,51 < 8,63, assim, 𝐹𝑏𝑦 = 0,75 × 𝐹𝑦 = 0,75 × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 = 2,91 𝑡𝑓/𝑐𝑚2
𝐹𝑏𝑦 = 2,91 𝑡𝑓/𝑐𝑚2
98
10.7.4. TENSÃO NORMAL MÁXIMA SOLICITANTE DE COMPRESSÃO (𝒇𝒂):
|𝑁𝑚𝑎𝑥| = 35,7 𝑘𝑁 = 4,01𝑡𝑓 (esforço de compressão máximo)
Á𝑟𝑒𝑎 = 49,7𝑐𝑚² (área da seção transversal)
𝑓𝑎 = |𝑁𝑚𝑎𝑥|
Á𝑟𝑒𝑎=4,01
49,7= 0,081𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.53)
10.7.5. TENSÃO NORMAL MÁXIMA DEVIDO À FLEXÃO (𝒇 𝒃𝒙) :
𝑊𝑥 = 554 𝑐𝑚3 (módulo de resistência em relação ao eixo x)
|𝑀𝑥,𝑚𝑎𝑥| = 22,2 𝑘𝑁.𝑚 = 249 𝑡𝑓. 𝑐𝑚 (máximo momento fletor solicitante em x)
𝑓 𝑏𝑥 = |𝑀𝑥,𝑚𝑎𝑥|
𝑊𝑥= 249 𝑡𝑓. 𝑐𝑚
554 𝑐𝑚³= 0,45 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.54)
10.7.6. TENSÃO NORMAL MÁXIMA DEVIDO A FLEXÃO (𝒇 𝒃𝒚) :
𝑊𝑦 = 88,1 𝑐𝑚3 (módulo de resistência em relação ao eixo y)
|𝑀𝑦,𝑚𝑎𝑥| = 3,58 𝑘𝑁.𝑚 = 40,2 𝑡𝑓. 𝑐𝑚 (máximo momento fletor solicitante em y)
𝑓 𝑏𝑦 = |𝑀𝑦,𝑚𝑎𝑥|
𝑊𝑦= 40,2 𝑡𝑓. 𝑐𝑚
88,1 𝑐𝑚³= 0,457 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.55)
10.7.7. TENSÕES COMBINADAS
Como,𝑓𝑎𝐹𝑎=0,081𝑡𝑓/𝑐𝑚2
0,579 𝑡𝑓/𝑐𝑚²= 0,139 < 0,15, baixo nível de compressão:
𝑓𝑎𝐹𝑎+𝑓 𝑏𝑥𝐹𝑏𝑥
+𝑓 𝑏𝑦
𝐹𝑏𝑦≤ 1 (10.56)
99
0,081𝑡𝑓/𝑐𝑚2
0,579 𝑡𝑓/𝑐𝑚²+0,45 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
1,93 𝑡𝑓/𝑐𝑚²+0,457𝑡𝑓/𝑐𝑚²
2,91 𝑡𝑓/𝑐𝑚²= 0,529 ≤ 1 (o perfil W310x38,7 passou)
10.7.8. RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO
Cálculo da tensão admissível de cisalhamento
100
√𝐹𝑦=
100
√3,88= 50,8
Sendo o índice de esbeltez da alma
ℎ
𝑡𝑤= 𝜆𝑤 = 46,7 < 50,8
Assim, a tensão admissível ao cisalhamento (𝐹𝑣) pode ser calculada da seguinte forma:
ℎ
𝑡𝑤<100
√𝐹𝑦 ⟹ 𝐹𝑣 = 0,4 𝐹𝑦 (10.57)
𝐹𝑣 = 0,4 × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² = 1,55 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
Cálculo da tensão solicitante média de cisalhamento (𝒇𝒗,𝒚)
𝑉𝑦,𝑚𝑎𝑥 = 10,6 𝑘𝑁 = 1,19 𝑡𝑓
Para perfis laminados:
𝑓𝑣,𝑦 =𝑉𝑦,𝑚𝑎𝑥
𝑑′ × 𝑡𝑤 (10.58)
100
𝑓𝑣,𝑦 =3,31 𝑡𝑓
27,1𝑐𝑚 × 0,58𝑐𝑚= 0,076 𝑡𝑓/𝑐𝑚2
Cálculo da tensão solicitante média de cisalhamento (𝒇𝒗,𝒙)
𝑉𝑥,𝑚𝑎𝑥 = 4,48 𝑘𝑁 = 0,504 𝑡𝑓
Para perfis laminados:
𝑓𝑣,𝑥 =𝑉𝑥,𝑚𝑎𝑥
2 × 𝑏𝑓 × 𝑡𝑓 (10.59)
Pois esta ligação possui enrijecedores que transferem o esforço cortante solicitante
para as abas, assim:
𝑓𝑣,𝑥 =0,504 𝑡𝑓
2 × 16,5 × 0,97= 0,016 𝑡𝑓/𝑐𝑚2
Assim, sendo 𝐹𝑣 = 1,55 𝑡𝑓/𝑐𝑚², com 𝑓𝑣,𝑥 < 𝐹𝑣 e 𝑓𝑣,𝑦 < 𝐹𝑣 , o perfil W310x38,7
atende satisfatoriamente a verificação ao cisalhamento.
10.8. VERIFICAÇÃO DE P2 À FLEXO-COMPRESSÃO
Para o perfil W310x32,7
𝑘𝑦 × 𝐿𝑦
𝑟𝑦=1,75 × 300𝑐𝑚
2,13𝑐𝑚= 246 (10.60)
𝑘 × 𝐿
𝑟> 200
O perfil W310x32,7 não atenderia, assim, será verificado o perfil W310x38,7, sendo
os esforços solicitantes apresentados na Tabela 10.14.
101
Tabela 10.14 Esforços solicitantes máximos
CASO 1 CASO 2
P2
Momento fletor em x 0 kN.m 16,91 kN.m
Momento fletor em y 6.34 kN.m 3,87 kN.m
Esforço normal 73,49 kN (compressão) 44,96 kN (compressão)
Esforço cortante em x 7.93 kN 4,83 kN
Esforço cortante em y 0 kN 8,79 kN
Assim, para as verificações das tensões:
𝑴𝒙,𝒎𝒂𝒙 = 𝟏𝟔, 𝟗𝟏 𝒌𝑵.𝒎
𝑴𝒚,𝒎𝒂𝒙 = 𝟔, 𝟑𝟒 𝒌𝑵.𝒎
𝑵 𝒎𝒂𝒙 = 𝟕𝟑, 𝟒𝟗 𝒌𝑵
𝑽𝒙,𝒎𝒂𝒙 = 𝟕, 𝟗𝟑 𝒌𝑵
𝑽𝒚,𝒎𝒂𝒙 = 𝟖, 𝟕𝟗 𝒌𝑵
𝐹𝑦 = 345 𝑀𝑃𝑎 = 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² (tensão de escoamento, aço ASTM A572 Grau 50);
𝐸 = 200 𝐺𝑃𝑎 = 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚² (módulo de elasticidade do aço)
𝐿 = 3𝑚 (comprimento dos pilares)
𝐿𝑏 = 𝐿 = 3 𝑚 (distância entre apoios laterais)
𝑘𝑥 = 1,4 (Tabela 10.8)
𝑘𝑦 = 1,8 (Tabela 10.10)
102
Figura 10.51 Perfil estrutural W310 x 38.7 Gerdau (adaptado de GERDAU, p.2)
Tabela 10.15 Dados Perfil estrutural W310 x 38,7 (adaptado de GERDAU, p.2)
Perfil: W310x38,7 Bitola (mm x kg/m)
𝒑𝒑 = 𝟎, 𝟑𝟖𝟕 𝒌𝑵/𝒎 Peso próprio dos perfis
𝒅 = 𝟑𝟏𝟎 𝒎𝒎 Altura do externa perfil
𝒃𝒇 = 𝟏𝟔𝟓 𝒎𝒎 Largura da aba
𝒕𝒘 = 𝟓, 𝟖𝟎 𝒎𝒎 Espessura da alma
𝒕𝒇 = 𝟗, 𝟕𝟎𝒎𝒎 Espessura da aba
𝒅′ = 𝟐𝟕𝟐 𝒎𝒎 Altura livre da alma
𝑰𝒙 = 𝟖𝟓𝟖𝟏 𝒄𝒎𝟒 Momento de inércia em relação ao eixo x
𝑰𝒚 = 𝟕𝟐𝟕 𝒄𝒎𝟒 Momento de inércia em relação ao eixo y
𝑾𝒙 = 𝟓𝟓𝟑, 𝟔 𝒄𝒎𝟑 Módulo de resistência em relação ao eixo x
𝑾𝒚 = 𝟖𝟖, 𝟏 𝒄𝒎𝟑 Módulo de resistência em relação ao eixo y
𝒓𝒙 = 𝟏𝟑, 𝟏𝟒 𝒄𝒎 Raio de giração em relação ao eixo x
𝒓𝒚 = 𝟑, 𝟖𝟐 𝒄𝒎 Raio de giração em relação ao eixo y
𝒓𝒕 = 𝟒, 𝟑𝟖 𝒄𝒎 Raio de giração polar
𝑰𝒕 = 𝟏𝟑, 𝟐 𝒄𝒎𝟒 Momento de inércia polar
𝝀𝒇 = 𝟖, 𝟓𝟏 Índice de esbeltez da aba
𝝀𝒘 = 𝟒𝟔, 𝟕 Índice de esbeltez da alma
Á𝒓𝒆𝒂 = 𝟒𝟗, 𝟕𝒄𝒎² Área da seção transversal
103
10.8.1. CÁLCULO DA TENSÃO NORMAL ADMISSÍVEL DE COMPRESSÃO (𝑭𝒂)
𝑂 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝐹𝑎 :
{
𝑘𝑥 × 𝐿𝑥
𝑟𝑥=1,4 × 300𝑐𝑚
13,14𝑐𝑚= 32,0
𝑘𝑦 × 𝐿𝑦
𝑟𝑦=1,8 × 300𝑐𝑚
3,82𝑐𝑚= 142
≤ 200 (10.61)
(𝑘 × 𝐿)/𝑟 deve ser menor ou igual a 200 para peças comprimidas:
𝑘 × 𝐿
𝑟= 142 ≤ 200
𝐶𝑐 = √2𝜋² × 𝐸
𝐹𝑦= √
2𝜋² × 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚²= 107 (10.62)
Como (𝑘 × 𝐿)/𝑟 > 𝐶𝑐, a fórmula de Euler (flambagem elástica) comanda a carga
crítica de flambabem para colunas esbeltas:
𝐹𝑠 =12
23= 0,52
𝐹𝑎 =12𝜋² × 𝐸
23 × (𝑘 × 𝐿𝑟 )
2 =12𝜋² × 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
23 × (142)2= 0,579 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.63)
𝐹𝑎 = 0,579 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.64)
10.8.2. CÁLCULO DA TENSÃO NORMAL ADMISSÍVEL À FLEXÃO (𝑭𝒃𝒙)
10.8.2.1. FLAMBAGEM LOCAL
Sendo 𝐹𝑦 = 345 𝑀𝑃𝑎 = 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² , sendo os limites de esbeltez apresentados na
tabela 10.16:
104
Tabela 10.16 Limites de esbeltez para perfis I
Compacta Não-compacta
Alma 170
√𝐹𝑦=170
3,88= 86,3
200
√𝐹𝑦=200
3,88= 101
Aba 17
√𝐹𝑦=
17
3,88= 8,63
25
√𝐹𝑦=
25
3,88= 12,7
𝜆𝑤 = 46,7 < 86,3 a alma é compacta
𝜆𝑓 = 8,51 < 8,63 a aba é compacta
Assim, sendo a alma e a aba ambas compactas, conclui-se que a seção é compacta.
10.8.2.2. FLAMBAGEM LATERAL DA MESA COMPRIMIDA
A AISC considera que a viga está contida lateralmente quando a distância 𝐿𝑏 entre os
apoios laterais não excede o menor dos seguintes valores:
𝑏𝑓 = 16,5 𝑐𝑚 (largura da aba)
𝑑 = 31 𝑐𝑚 (altura do externa perfil)
𝑡𝑓 = 0,97 𝑐𝑚 (espessura da aba)
𝐴𝑓 = 𝑏𝑓 × 𝑡𝑓 (área da aba)
20 × 𝑏𝑓
√𝐹𝑦=20 × 𝑏𝑓
√𝐹𝑦=20 × 16,5𝑐𝑚
√3,88= 168 𝑐𝑚 (10.65)
1406
𝑑𝐴𝑓× 𝐹𝑦
=1406
31 𝑐𝑚16,5 𝑐𝑚 × 0,97𝑐𝑚
× 3,88= 187 𝑐𝑚 (10.66)
Assim, 𝐿𝑏 = 𝐿 = 300𝑐𝑚 > 80,4 𝑐𝑚, a viga não está contida lateralmente.
105
10.8.2.3. TENSÃO ADMISSÍVEL À FLEXÃO (𝑭𝒃𝒙) PARA SEÇÃO COMPACTA E
SEM APOIO LATERAL COMPLETO
Dependendo do tipo de seção e da existência ou não de apoio lateral completo, têm-
se valores diferentes para a tensão admissível à flexão.
𝐿𝑏𝑟𝑡=300𝑐𝑚
4,38𝑐𝑚= 68,5
𝐶𝑏 = 1 , coeficiente que leva em consideração a influência favorável da forma do
diagrama de momentos fletores, considerá-lo igual a1 é mais conservador e favorável à
segurança da estrutura.
√7171 × 𝐶𝑏
𝐹𝑦 ≤
𝐿𝑏𝑟𝑡 ≤ √
35858 × 𝐶𝑏𝐹𝑦
(10.67)
√7171 × 1
3,88 ≤
𝐿𝑏𝑟𝑡 ≤ √
35858 × 1
3,88
Como 𝐿𝑏
𝑟𝑡⁄ = 68,5
43,0 ≤ 𝐿𝑏𝑟𝑡 ≤ 96,2
Logo:
𝐹′𝑏𝑥 =
[ 2
3−
𝐹𝑦 × (𝐿𝑏𝑟𝑡)2
107567 × 𝐶𝑏] × 𝐹𝑦 ≤ 0,6 × 𝐹𝑦 (10.68)
0,6 × 𝐹𝑦 = 0,6 × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 = 2,33𝑡𝑓/𝑐𝑚2
106
𝐹′𝑏𝑥 = [2
3−3,88 × (68,5)2
107567 × 1] × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 = 1,93 𝑡𝑓/𝑐𝑚2
Para qualquer valor de 𝐿𝑏
𝑟𝑡⁄ :
𝐹′′𝑏𝑥 =843 × 𝐶𝑏
𝐿𝑏 ×𝑑𝐴𝑓 ≤ 0,6 × 𝐹𝑦 (10.69)
𝐴𝑓 = 𝑏𝑓 × 𝑡𝑓 = 16,5 𝑐𝑚 × 0,97𝑐𝑚 = 16,0𝑐𝑚² (área da aba)
𝐹′′𝑏𝑥 = 843 × 1
300𝑐𝑚 ×31𝑐𝑚16𝑐𝑚²
= 1,45 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
𝐹𝑏𝑥 é o maior valor entre 𝐹′𝑏𝑥 e 𝐹′′𝑏𝑥
𝐹𝑏𝑥 = 1,93 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.70)
10.8.3. CÁLCULO DA TENSÃO ADMISSÍVEL À FLEXÃO (𝑭𝒃𝒚) EM RELAÇÃO AO
EIXO MENOR
Cálculo de 𝐹𝑏𝑦 para perfis simétricos, soldados ou laminados:
𝑘𝑐 = {
1 𝑠𝑒 𝜆𝑤 ≤ 70
4,05
(𝜆𝑤)0,46 𝑠𝑒 𝜆𝑤 > 70
(10.71)
Sendo o índice de esbeltez da alma 𝜆𝑤 = 46,7 < 70, assim:
𝑘𝑐 = 1.
107
𝑄𝑠 =
{
1 𝑠𝑒 𝜆𝑓 ≤
25
√𝐹𝑦
𝑘𝑐
1,293 − 0,01165 × 𝜆𝑓 × √𝐹𝑦
𝑘𝑐 𝑠𝑒
25
√𝐹𝑦
𝑘𝑐
≤ 𝜆𝑓 ≤52
√𝐹𝑦
𝑘𝑐
1,84×𝑘𝑐
𝐹𝑦×(𝜆𝑓)2 𝑠𝑒 𝜆𝑓 >
52
√𝐹𝑦
𝑘𝑐
(10.72)
25
√𝐹𝑦𝑘𝑐
= 25
√3,881
= 12,7
Sendo o índice de esbeltez da aba 𝜆𝑓 = 8,51 < 12,7:
𝑄𝑠 = 1.
𝐹𝑏𝑦 =
{
0,75 × 𝐹𝑦 𝑠𝑒 𝜆𝑓 ≤
17
√𝐹𝑦
𝐹𝑦 × (1,075 − 0,0188 × 𝜆𝑓 ×√𝐹𝑦) 𝑠𝑒 17
√𝐹𝑦< 𝜆𝑓 ≤
25
√𝐹𝑦
𝑘𝑐
0,6 × 𝐹𝑦 × 𝑄𝑠 𝑠𝑒 𝜆𝑓 >25
√𝐹𝑦
𝑘𝑐
(10.73)
17
√𝐹𝑦=
17
√3,88= 8,63
𝜆𝑓 = 8,51 < 8,63, assim, 𝐹𝑏𝑦 = 0,75 × 𝐹𝑦 = 0,75 × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 = 2,91 𝑡𝑓/𝑐𝑚2
𝐹𝑏𝑦 = 2,91 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.74)
10.8.4. TENSÃO NORMAL MÁXIMA SOLICITANTE DE COMPRESSÃO (𝒇𝒂):
|𝑁𝑚𝑎𝑥| = 73,5 𝑘𝑁 = 8,26𝑡𝑓 (esforço de compressão máximo)
Á𝑟𝑒𝑎 = 49,7𝑐𝑚² (área da seção transversal)
108
𝑓𝑎 = |𝑁𝑚𝑎𝑥|
Á𝑟𝑒𝑎=8,26
49,7= 0,166𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.75)
10.8.5. TENSÃO NORMAL MÁXIMA DEVIDO A FLEXÃO (𝒇 𝒃𝒙) :
𝑊𝑥 = 554 𝑐𝑚3 (módulo de resistência em relação ao eixo x)
|𝑀𝑚𝑎𝑥| = 16,9 𝑘𝑁.𝑚 = 190 𝑡𝑓. 𝑐𝑚 (máximo momento fletor )
𝑓 𝑏𝑥 = |𝑀𝑚𝑎𝑥|
𝑊𝑥= 190 𝑡𝑓. 𝑐𝑚
554 𝑐𝑚³= 0,343 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.76)
10.8.6. TENSÃO NORMAL MÁXIMA DEVIDO À FLEXÃO (𝒇 𝒃𝒚) :
𝑊𝑦 = 88,1 𝑐𝑚3 (módulo de resistência em relação ao eixo x)
|𝑀𝑚𝑎𝑥| = 6,34 𝑘𝑁.𝑚 = 71,3 𝑡𝑓. 𝑐𝑚 (momento máximo solicitante)
𝑓 𝑏𝑦 = |𝑀𝑚𝑎𝑥|
𝑊𝑦= 71,3 𝑡𝑓. 𝑐𝑚
88,1 𝑐𝑚³= 0,809 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.77)
10.8.7. TENSÕES COMBINADAS
Como,𝑓𝑎𝐹𝑎=0,081𝑡𝑓/𝑐𝑚2
0,579 𝑡𝑓/𝑐𝑚²= 0,166 > 0,15, alto nível de compressão:
Cálculo do fator de amplificação:
𝐹𝑒,𝑥 =12𝜋² × 𝐸
23 × (𝑘𝑥 × 𝐿𝑏𝑟𝑥
)2 =
12𝜋² × 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
23 × (1,4 × 300𝑐𝑚13,1𝑐𝑚 )
2 = 11,3 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.78)
109
𝐹𝑒,𝑦 =12𝜋² × 𝐸
23 × (𝑘𝑦 × 𝐿𝑏𝑟𝑦
)2 =
12𝜋² × 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
23 × (1,8 × 300𝑐𝑚3,82𝑐𝑚 )
2 = 0,579 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (10.79)
Para membros comprimidos em estruturas deslocáveis:
𝐶𝑚,𝑥 = 𝐶𝑚,𝑦 = 0,85 (10.80)
Assim, as seguintes condições devem ser satisfeitas:
𝑓𝑎𝐹𝑎+
𝐶𝑚,𝑥 × 𝑓 𝑏𝑥
(1 −𝑓𝑎𝐹𝑒,𝑥
) × 𝐹𝑏𝑥
+𝐶𝑚,𝑦 × 𝑓 𝑏𝑦
(1 −𝑓𝑎𝐹𝑒,𝑦
) × 𝐹𝑏𝑦
≤ 1 (10.81)
𝑓𝑎0,6 × 𝐹𝑎
+𝑓 𝑏𝑥𝐹𝑏𝑥
+𝑓 𝑏𝑦
𝐹𝑏𝑦≤ 1 (10.82)
𝑓𝑎𝐹𝑎+
𝐶𝑚,𝑥 × 𝑓 𝑏𝑥
(1 −𝑓𝑎𝐹𝑒,𝑥
) × 𝐹𝑏𝑥
+𝐶𝑚,𝑦 × 𝑓 𝑏𝑦
(1 −𝑓𝑎𝐹𝑒,𝑦
) × 𝐹𝑏𝑦
0,166 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
0,579 𝑡𝑓/𝑐𝑚²+
0,85 × 0,343𝑡𝑓/𝑐𝑚²
(1 −0,166 𝑡𝑓/𝑐𝑚²11,3𝑡𝑓/𝑐𝑚²
) × 1,93𝑡𝑓/𝑐𝑚²
+0,85 × 0,809𝑡𝑓/𝑐𝑚²
(1 −0,166 𝑡𝑓/𝑐𝑚²0,579𝑡𝑓/𝑐𝑚²
) × 2,91𝑡𝑓/𝑐𝑚²
= 0,772 < 1
𝑓𝑎0,6 × 𝐹𝑎
+𝑓 𝑏𝑥𝐹𝑏𝑥
+𝑓 𝑏𝑦
𝐹𝑏𝑦=
0,166 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
0,6 × 0,579 𝑡𝑓/𝑐𝑚²+0,343𝑡𝑓/𝑐𝑚²
1,93𝑡𝑓/𝑐𝑚²+0,809𝑡𝑓/𝑐𝑚²
2,91𝑡𝑓/𝑐𝑚²= 0,528 < 1
O perfil W310x38,7 passou
110
10.8.8. RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO
Cálculo da tensão admissível ao cisalhamento
100
√𝐹𝑦=
100
√3,88= 50,8
Sendo o índice de esbeltez da alma
ℎ
𝑡𝑤= 𝜆𝑤 = 46,7 < 50,8
Assim, a tensão admissível ao cisalhamento (𝐹𝑣) pode ser calculada da seguinte forma:
ℎ
𝑡𝑤<100
√𝐹𝑦 ⟹ 𝐹𝑣 = 0,4 𝐹𝑦 (10.83)
𝐹𝑣 = 0,4 × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² = 1,55 𝑡𝑓/𝑐𝑚² (10.84)
Cálculo da tensão solicitante média de cisalhamento (𝒇𝒗,𝒚)
𝑉𝑦,𝑚𝑎𝑥 = 8,79 𝑘𝑁 = 0,988 𝑡𝑓 (máximo esforço cortante na direção y)
Para perfis laminados:
𝑓𝑣,𝑦 =𝑉𝑦,𝑚𝑎𝑥
𝑑′ × 𝑡𝑤 (10.85)
𝑓𝑣,𝑦 =0,988 𝑡𝑓
27,1𝑐𝑚 × 0,58𝑐𝑚= 0,063 𝑡𝑓/𝑐𝑚2
Cálculo da tensão solicitante média de cisalhamento (𝒇𝒗,𝒙)
𝑉𝑥,𝑚𝑎𝑥 = 7,93 𝑘𝑁 = 0,891 𝑡𝑓 (máximo esforço cortante na direção x)
111
Para perfis laminados:
𝑓𝑣,𝑥 =𝑉𝑥,𝑚𝑎𝑥
2 × 𝑏𝑓 × 𝑡𝑓 (10.85)
Pois esta ligação possui enrijecedores que transferem o esforço cortante solicitante
para as abas, assim:
𝑓𝑣,𝑥 =0,891 𝑡𝑓
2 × 16,5 × 0,97= 0,028 𝑡𝑓/𝑐𝑚2
Assim, sendo 𝐹𝑣 = 1,55 𝑡𝑓/𝑐𝑚², com 𝑓𝑣,𝑥 < 𝐹𝑣 e 𝑓𝑣,𝑦 < 𝐹𝑣 , o perfil W310x38,7
atende satisfatoriamente a verificação ao cisalhamento.
10.9. VERIFICAÇÃO DAS FLECHAS
Primeiramente são verificadas as flechas pra o pórtico em destaque na Figura 10.52,
sendo as flechas máximas para o caso 1 (Figura 10.53) e caso 2 (Figura 10.54) obtidas pelo
programa FTOOL e os resultados finais apresentados na Tabela (10.17).
Figura 10.52 Portico composto pelas vigas V10 e V11 e pilares P1, P2 e P3 (Revit)
112
Figura 10.53 Flechas máximas para o caso 1 (adaptado de FTOOL)
Figura 10.54 Flechas máximas para o caso 2 (adaptado de FTOOL)
Tabela 10.17 Verificação das flechas das Figuras 10.53 e 10.54
Flecha admissível Flecha máxima
FTOOL verificação
Pilar 𝐿
300=3000𝑚𝑚
300= 10 𝑚𝑚 0,43 mm ok
Viga 𝐿
300=5000𝑚𝑚
300= 16,7 𝑚𝑚 3,73 ok
Por fim, são verificadas as flechas pra o pórtico em destaque na Figura 10.55, sendo
as flechas máximas para o caso 1 (Figura 10.56) obtida pelo programa FTOOL e os resultados
finais apresentados na Tabela (10.18).
113
Figura 10.55 Portico em destaque para obtenção dos esforços solicitantes (Revit)
Figura 10.56 Flechas máximas (adaptado de FTOOL)
Tabela 10.18 Verificação das flechas da Figura 10.56
Flecha admissível Flecha máxima FTOOL verificação
Pilar 𝐿
300=3000𝑚𝑚
300= 10 𝑚𝑚 3,07 mm ok
Viga 𝐿
300=7200𝑚𝑚
300= 24 𝑚𝑚 8,22 ok
114
11. MODELO COM LIGAÇÕES FLEXÍVEIS ENTRE OS PILARES E AS VIGAS
V10, V11, V12 E V13
11.1. LEVANTAMENTO DOS ESFORÇOS PARA O CASO 1
A seguir são apresentados os resultados dos esforços solicitantes da estrutura devido
ao caso 1, em que a carga acidental e permanente são aplicadas em todo o piso do mezanino.
Considerando o mesmo pórtico em destaque na Figura 10.1, mas agora com as ligações entre
pilares e vigas, a Figura 11.1 ilustra o modelo estrutural e cargas, sendo os esforços
solicitantes devido a momento fletor ( Figura 11.2), esforço normal (Figura 11.3) e esforço
cortante (Figura 11.4), apresentados em seguida:
Figura 11.1 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL)
115
Figura 11.2 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL)
Figura 11.3 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL)
Figura 11.4 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL)
Consecutivamente, considerando os mesmos pórticos em destaque na Figura 10.6
iguais e sob as mesmas solicitações, a Figura 11.5 ilustra o modelo estrutural e cargas, sendo
os esforços solicitantes devido a momento fletor (Figura 11.6), esforço normal (Figura 11.7) e
esforço cortante (Figura 11.8), apresentados em seguida:
116
Figura 11.5 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL)
Figura 11.6 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL)
117
Figura 11.7 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL)
Figura 11.8 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL)
Finalmente, ainda no caso 1 de carregamento, considerando o mesmo pórtico em
destaque na Figura 10.11, a Figura 11.9 ilustra o modelo estrutural e cargas, sendo os esforços
solicitantes devido a momento fletor (Figura 11.10), esforço normal (Figura 11.11) e esforço
cortante (Figura 11.12), apresentados em seguida:
118
Figura 11.9 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL)
Figura 11.10 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL)
119
Figura 11.11 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL)
Figura 11.12 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL)
120
11.2. LEVANTAMENTO DOS ESFORÇOS PARA O CASO 2
A seguir são apresentados os resultados dos esforços solicitantes da estrutura devido
ao caso 2, em que apenas a carga permanente é aplicada em todo piso do mezanino, sendo a
acidental aplicada em apenas uma das salas. Considerando o mesmo pórtico em destaque na
Figura 10.16, mas com ligações rotuladas entre pilares e vigas, a Figura 11.13 ilustra o
modelo estrutural e cargas, sendo os esforços solicitantes devido a momento fletor (Figura
11.14), esforço normal (Figura 11.15) e esforço cortante (Figura 11.16), apresentados em
seguida:
Figura 11.13 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL)
Figura 11.14 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL
121
Figura 11.15 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL)
Figura 11.16 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL)
Considerando o mesmo pórtico em destaque na Figura 10.21, a Figura 11.17 ilustra o
modelo estrutural e cargas, sendo os esforços solicitantes devido a momento fletor (Figura
11.18), esforço normal (Figura 11.19) e esforço cortante (Figura 11.20), apresentados em
seguida:
122
Figura 11.17 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL)
Figura 11.18 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL)
123
Figura 11.19 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL)
Figura 11.20 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL)
Considerando o pórtico em destaque na Figura 10.26, a Figura 11.21 ilustra o modelo
estrutural e cargas, sendo os esforços solicitantes devido a momento fletor (Figura 11.22),
esforço normal (Figura 11.23) e esforço cortante (Figura 11.24), apresentados em seguida:
124
Figura 11.21 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL)
Figura 11.22 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL)
125
Figura 11.23 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL)
Figura 11.24 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL)
Considerando o pórtico em destaque na Figura 10.31, a Figura 11.25 ilustra o modelo
estrutural e cargas, sendo os esforços solicitantes devido a momento fletor (Figura 11.26),
esforço normal (Figura 11.27) e esforço cortante (Figura 11.28), apresentados em seguida:
126
Figura 11.25 Cargas devido ao peso próprio, acidental e permanente (FTOOL)
Figura 11.26 Diagrama de momento fletor em kN.m (FTOOL)
127
Figura 11.27 Diagrama de esforço normal em kN (FTOOL)
Figura 11.28 Diagrama de esforço cortante em kN (FTOOL)
128
11.3. VERIFICAÇÃO DE V5 À ESFORÇOS COMBINADOS
De acordo com a Tabela 11.1, V5 está sujeita aos mesmos esforços que o item 10.3.,
portanto, já foi constatado que o perfil W310x23,8 atende à todas as verificações, sendo
satisfatório para as demais vigas V1 e V9.
Figura 11.29 Modelo de análise estrutural para as vigas V1, V5 e V9 (FTOOL)
Tabela 11.1 Resumo dos máximos esforços solicitantes para a viga V5
Esforço solicitante Flexo-tração Flexo-compressão
Momento fletor - 0,72 kN.m -14,7 kN.m
Esforço normal 7,93 kN (tração) -2,88 kN (compressão)
Esforço cortante 2,27 kN 10,0 kN
11.4. VERIFICAÇÃO DA VIGA V16 À COMPRESSÃO SIMPLES
Os esforços solicitantes máximos são 𝑀𝑚𝑎𝑥 = 0,04 𝑘𝑁.𝑚, 𝑁𝑚𝑎𝑥 = 15,42 𝑘𝑁
(compressão) e 𝑉𝑚𝑎𝑥 = 0,14 𝑘𝑁. Observa-se que o esforço normal se destaca em relação aos
demais, assim para as verificações das tensões consideraremos apenas o esforço normal,
adotando 𝑁𝑎𝑑 = 16 𝑘𝑁 = 1,80 𝑡𝑓. Portanto, V16 (Figura 10.40) está sujeita aos mesmos
esforços que o item 10.4., portanto, já foi constatado que o perfil W310x23,8 atende à todas as
verificações.
129
11.5. VERIFICAÇÃO DA VIGA V10 E V11 À FLEXÃO SIMPLES
Com base nos diagramas de esforços apresentados nos itens 11.1. e 11.2., observa-se
que a viga V10 apresenta valores de solicitações mais críticos em relação a viga V11, sendo o
perfil W310x23,8 para ambas as vigas inicialmente arbitrado, têm-se:
Tabela 11.2 Resumo dos máximos esforços solicitantes para as vigas V10 e V11
Viga Esforços Caso 1 Caso 2
V10
Momento fletor 41,9 kN.m 41,9 kN.m
Esforço normal 0 0
Esforço cortante 27,5 kN 27,5 kN
V11
Momento fletor 41,9 kN.m 8,18 kN.m
Esforço normal 0 0
Esforço cortante 27,5 kN 5,53 kN
Assim, para as verificações das tensões 𝑀𝑚𝑎𝑥 = 41,9 𝑘𝑁.𝑚 e 𝑉𝑚𝑎𝑥 = 27,5𝑘𝑁.
Figura 11.30 Perfil estrutural W310 x 23,8 Gerdau (adaptado de GERDAU, p.2)
Tabela 11.3 Dados Perfil estrutural W310 x 23,8 (adaptado de GERDAU, p.2)
130
Perfil: W310x23,8 Bitola (mm x kg/m)
𝒑𝒑 = 𝟎, 𝟐𝟑𝟖 𝒌𝑵/𝒎 Peso próprio dos perfis
𝒅 = 𝟑𝟎𝟓 𝒎𝒎 Altura do externa perfil
𝒃𝒇 = 𝟏𝟎𝟏 𝒎𝒎 Largura da aba
𝒕𝒘 = 𝟓, 𝟔𝟎 𝒎𝒎 Espessura da alma
𝒕𝒇 = 𝟔, 𝟕𝟎𝒎𝒎 Espessura da aba
𝒅′ = 𝟐𝟕𝟐 𝒎𝒎 Altura livre da alma
𝑰𝒙 = 𝟒𝟑𝟒𝟔 𝒄𝒎𝟒 Momento de inércia em relação ao eixo x
𝑾𝒙 = 𝟐𝟖𝟓 𝒄𝒎𝟑
Módulo de resistência em relação ao eixo
x
𝒓𝒙 = 𝟏𝟏, 𝟖𝟗 𝒄𝒎 Raio de giração em relação ao eixo x
𝒓𝒚 = 𝟏, 𝟗𝟒 𝒄𝒎 Raio de giração em relação ao eixo y
𝒓𝒕 = 𝟐, 𝟒𝟓 𝒄𝒎 Raio de giração polar
𝑰𝒕 = 𝟒, 𝟔𝟓 𝒄𝒎𝟒 Momento de inércia polar
𝝀𝒇 = 𝟕, 𝟓𝟒 Índice de esbeltez da aba
𝝀𝒘 = 𝟒𝟖, 𝟓 Índice de esbeltez da alma
Á𝒓𝒆𝒂 = 𝟑𝟎, 𝟕𝒄𝒎² Área da seção transversal
𝐹𝑦 = 345 𝑀𝑃𝑎 = 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² (tensão de escoamento, aço ASTM A572 Grau 50);
𝐸 = 200 𝐺𝑃𝑎 = 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚² (módulo de elasticidade do aço)
𝐿 = 5𝑚 (comprimento da viga)
𝐿𝑏 = 1,25 𝑚 (distância entre apoios laterais)
11.5.1. CÁLCULO DA TENSÃO NORMAL ADMISSÍVEL À FLEXÃO (𝑭𝒃𝒙)
11.5.1.1. FLAMBAGEM LOCAL
𝜆𝑤 = 48,5 (índice de esbeltez da alma)
𝜆𝑓 = 7,54 (índice de esbeltez da aba)
Sendo 𝐹𝑦 = 345 𝑀𝑃𝑎 = 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² , a Tabela 11.4 apresenta os limites de
esbeltez para perfis I:
131
Tabela 11.4 limites de esbeltez para perfis I
Compacta Não-compacta
Alma 170
√𝐹𝑦=170
3,88= 86,3
200
√𝐹𝑦=200
3,88= 101
Aba 17
√𝐹𝑦=
17
3,88= 8,63
25
√𝐹𝑦=
25
3,88= 12,7
𝜆𝑤 = 48,5 < 86,3 a alma é compacta
𝜆𝑓 = 7,54 < 8,63 a aba é compacta
Assim, sendo a alma e a aba ambas compactas, conclui-se que a seção é compacta.
11.5.1.2. FLAMBAGEM LATERAL DA MESA COMPRIMIDA
A AISC considera que a viga está contida lateralmente quando a distância Lb entre
os apoios laterais não excede o menor dos seguintes valores:
𝑏𝑓 = 10,1 𝑐𝑚 (largura da aba)
𝑑 = 30,5 𝑐𝑚 (altura do externa perfil)
𝑡𝑓 = 0,670 𝑐𝑚 (espessura da aba)
𝐴𝑓 = 𝑏𝑓 × 𝑡𝑓 (área da aba)
20 × 𝑏𝑓
√𝐹𝑦=20 × 𝑏𝑓
√𝐹𝑦=20 × 10,1𝑐𝑚
√3,88= 103 𝑐𝑚 (11.1)
1406
𝑑𝐴𝑓× 𝐹𝑦
=1406
30,5 𝑐𝑚10,1 𝑐𝑚 × 0,67𝑐𝑚 × 3,88
= 80,4 𝑐𝑚 (11.2)
Assim, 𝐿𝑏 = 125𝑐𝑚 > 80,4 𝑐𝑚, a viga não está contida lateralmente.
132
11.5.1.3. TENSÃO ADMISSÍVEL À FLEXÃO (𝑭𝒃𝒙) PARA SEÇÃO COMPACTA E
SEM APOIO LATERAL COMPLETO
Dependendo do tipo de seção e da existência ou não de apoio lateral completo, têm-
se valores diferentes para a tensão admissível à flexão.
𝐿𝑏𝑟𝑡=125𝑐𝑚
2,45𝑐𝑚= 51,0
𝐶𝑏 = 1 , coeficiente que leva em consideração a influência favorável da forma do
diagrama de momentos fletores, considerá-lo igual a1 é mais conservador e favorável à
segurança da estrutura.
√7171 × 𝐶𝑏
𝐹𝑦 ≤
𝐿𝑏𝑟𝑡 ≤ √
35858 × 𝐶𝑏𝐹𝑦
(11.3)
√7171 × 1
3,88 ≤
𝐿𝑏𝑟𝑡 ≤ √
35858 × 1
3,88
Como 𝐿𝑏
𝑟𝑡⁄ = 51,0
43,0 ≤ 𝐿𝑏𝑟𝑡 ≤ 96,2
Logo:
𝐹′𝑏𝑥 =
[ 2
3−
𝐹𝑦 × (𝐿𝑏𝑟𝑡)2
107567 × 𝐶𝑏] × 𝐹𝑦 ≤ 0,6 × 𝐹𝑦 (11.4)
0,6 × 𝐹𝑦 = 0,6 × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 = 2,33𝑡𝑓/𝑐𝑚2
𝐹′𝑏𝑥 = [2
3−3,88 × (51,0)2
107567 × 1] × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 = 2,22 𝑡𝑓/𝑐𝑚2
133
Para qualquer valor de 𝐿𝑏
𝑟𝑡⁄ :
𝐹′′𝑏𝑥 =843 × 𝐶𝑏
𝐿𝑏 ×𝑑𝐴𝑓 ≤ 0,6 × 𝐹𝑦 (11.5)
𝐴𝑓 = 𝑏𝑓 × 𝑡𝑓 = 10,1 𝑐𝑚 × 0,67𝑐𝑚 = 6,77𝑐𝑚² (área da aba)
𝐹′′𝑏𝑥 = 843 × 1
125𝑐𝑚 ×30,5𝑐𝑚6,77𝑐𝑚²
= 1,50 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
𝐹𝑏𝑥 é o maior valor entre 𝐹′𝑏𝑥 e 𝐹′′𝑏𝑥
𝐹𝑏𝑥 = 2,22 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (11.6)
11.5.2. TENSÃO NORMAL DEVIDO A FLEXÃO (𝒇 𝒃𝒙) :
𝑊𝑥 = 285 𝑐𝑚3 (módulo de resistência em relação ao eixo x)
|𝑀𝑚𝑎𝑥| = 30,6 𝑘𝑁.𝑚 = 344 𝑡𝑓. 𝑐𝑚 (máximo momento fletor solicitante)
𝑓 𝑏𝑥 = |𝑀𝑚𝑎𝑥|
𝑊𝑥= 471 𝑡𝑓. 𝑐𝑚
285 𝑐𝑚³= 1,65 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (11.7)
𝐹𝑏𝑥 = 2,22 𝑡𝑓/𝑐𝑚2
𝑓𝑏𝑥 < 𝐹𝑏𝑥, o perfil W310x23,8 passou
11.5.3. RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO
Cálculo da tensão admissível ao cisalhamento
134
100
√𝐹𝑦=
100
√3,88= 50,8
Sendo o índice de esbeltez da alma
ℎ
𝑡𝑤= 𝜆𝑤 = 48,5 < 50,8
a tensão admissível ao cisalhamento (𝐹𝑣) pode ser calculada da seguinte forma:
ℎ
𝑡𝑤<100
√𝐹𝑦 ⟹ 𝐹𝑣 = 0,4 𝐹𝑦 (11.8)
𝐹𝑣 = 0,4 × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² = 1,55 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (11.9)
Cálculo da tensão solicitante média de cisalhamento (𝒇𝒗)
𝑉𝑚𝑎𝑥 = 27,5 𝑘𝑁 = 3,09 𝑡𝑓 (máximo esforço cortante)
𝑑 = 30,5 𝑐𝑚 (altura do externa perfil)
𝑡𝑤 = 0,560 𝑐𝑚 (espessura da aba)
Para perfis laminados:
𝑓𝑣 =𝑉𝑚𝑎𝑥𝑑 × 𝑡𝑤
(11.10)
𝑓𝑣 =3,09 𝑡𝑓
30,5𝑐𝑚 × 0,56𝑐𝑚= 0,203
𝑡𝑓
𝑐𝑚2< 𝐹𝑣 (11.11)
Assim, 𝑓𝑣 < 𝐹𝑣 e o perfil W310x23,8 atende satisfatóriamente a verificação ao
cisalhamento.
11.6. VERIFICAÇÃO DE P1 E P3 À FLEXO-COMPRESSÃO
Para o perfil W310x32,7
135
𝑂 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝐹𝑎 :
{
𝑘𝑥 × 𝐿𝑥
𝑟𝑥=2 × 300𝑐𝑚
12,5= 48
𝑘𝑦 × 𝐿𝑦
𝑟𝑦=1,75 × 300𝑐𝑚
2,13𝑐𝑚= 246
≤ 200 (11.12)
𝑘 × 𝐿
𝑟≥ 200
O perfil W310x32,7 não atenderia, assim, será verificado o perfil W310x38,7.
A Tabela 11.5 apresenta os máximos esforços solicitantes para os pilares P1 e P3:
Tabela 11.5 Esforços solicitantes máximos
Pilar Esforços caso 1 caso 2
P1 W310x38,7
Momento fletor em x 0 0
Momento fletor em y 3,58 kN.m 3,58 kN.m
Esforço normal 36,6 kN (compressão) 36,6 kN (compressão)
Esforço cortante em x 4,48 kN 4,48 kN
Esforço cortante em y 0 0
P3 W310x38,7
Momento fletor em x 0 0
Momento fletor em y 3,58 kN.m 1.11 kN.m
Esforço normal 36,6 kN (compressão) 9,57 kN (compressão)
Esforço cortante em x 4,48 kN 1.39 kN
Esforço cortante em y 0 0
Assim, para as verificações das tensões serão adotados:
𝑴𝒙,𝒎𝒂𝒙 = 𝟎
𝑴𝒚,𝒎𝒂𝒙 = 𝟑, 𝟓𝟖 𝒌𝑵.𝒎
𝑵 𝒎𝒂𝒙 = 𝟑𝟔, 𝟔 𝒌𝑵
𝑽𝒙,𝒎𝒂𝒙 = 𝟒, 𝟒𝟖 𝒌𝑵
𝑽𝒚,𝒎𝒂𝒙 = 𝟎
136
𝐹𝑦 = 345 𝑀𝑃𝑎 = 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² (tensão de escoamento, aço ASTM A572 Grau 50);
𝐸 = 200 𝐺𝑃𝑎 = 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚² (módulo de elasticidade do aço)
𝐿 = 3𝑚 (comprimento dos pilares)
𝐿𝑏 = 𝐿 = 3 𝑚 (distância entre apoios laterais)
𝑘𝑥 = 2 (condição de fixação de extremidade: rotação e translação livres)
𝑘𝑦 = 1,8 (Tabela 10.10)
Figura 11.31 Perfil estrutural W310 x 38.7 Gerdau (adaptado de GERDAU, p.2)
Tabela 11.6 Dados Perfil estrutural W310 x 38,7 (adaptado de GERDAU, p.2)
Perfil: W310x38,7 Bitola (mm x kg/m)
𝒑𝒑 = 𝟎, 𝟑𝟖𝟕 𝒌𝑵/𝒎 Peso próprio dos perfis
𝒅 = 𝟑𝟏𝟎 𝒎𝒎 Altura do externa perfil
𝒃𝒇 = 𝟏𝟔𝟓 𝒎𝒎 Largura da aba
𝒕𝒘 = 𝟓, 𝟖𝟎 𝒎𝒎 Espessura da alma
𝒕𝒇 = 𝟗, 𝟕𝟎𝒎𝒎 Espessura da aba
𝒅′ = 𝟐𝟕𝟐 𝒎𝒎 Altura livre da alma
𝑰𝒙 = 𝟖𝟓𝟖𝟏 𝒄𝒎𝟒 Momento de inércia em relação ao eixo x
𝑰𝒚 = 𝟕𝟐𝟕 𝒄𝒎𝟒 Momento de inércia em relação ao eixo y
𝑾𝒙 = 𝟓𝟓𝟑, 𝟔 𝒄𝒎𝟑 Módulo de resistência em relação ao eixo x
𝑾𝒚 = 𝟖𝟖, 𝟏 𝒄𝒎𝟑 Módulo de resistência em relação ao eixo y
𝒓𝒙 = 𝟏𝟑, 𝟏𝟒 𝒄𝒎 Raio de giração em relação ao eixo x
𝒓𝒚 = 𝟑, 𝟖𝟐 𝒄𝒎 Raio de giração em relação ao eixo y
𝒓𝒕 = 𝟒, 𝟑𝟖 𝒄𝒎 Raio de giração polar
𝑰𝒕 = 𝟏𝟑, 𝟐 𝒄𝒎𝟒 Momento de inércia polar
𝝀𝒇 = 𝟖, 𝟓𝟏 Índice de esbeltez da aba
𝝀𝒘 = 𝟒𝟔, 𝟕 Índice de esbeltez da alma
Á𝒓𝒆𝒂 = 𝟒𝟗, 𝟕𝒄𝒎² Área da seção transversal
137
11.6.1. CÁLCULO DA TENSÃO NORMAL ADMISSÍVEL DE COMPRESSÃO (𝑭𝒂)
𝑂 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝐹𝑎 :
{
𝑘𝑥 × 𝐿𝑥
𝑟𝑥=2 × 300𝑐𝑚
13,14𝑐𝑚= 45,7
𝑘𝑦 × 𝐿𝑦
𝑟𝑦=1,8 × 300𝑐𝑚
3,82𝑐𝑚= 142
(11.13)
(𝑘 × 𝐿)/𝑟 deve ser menor ou igual a 200 para peças comprimidas:
𝑘 × 𝐿
𝑟= 142 ≤ 200
𝐶𝑐 = √2𝜋² × 𝐸
𝐹𝑦= √
2𝜋² × 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚²= 107 (11.14)
Como (𝑘 × 𝐿)/𝑟 > 𝐶𝑐, a fórmula de Euler (flambagem elástica) comanda a carga
crítica de flambabem para colunas esbeltas:
𝐹𝑠 =12
23= 0,52 (11.15)
𝐹𝑎 =12𝜋² × 𝐸
23 × (𝑘 × 𝐿𝑟 )
2 =12𝜋² × 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
23 × (142)2= 0,579 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (11.16)
𝐹𝑎 = 0,579 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
11.6.2. CÁLCULO DA TENSÃO ADMISSÍVEL À FLEXÃO (𝑭𝒃𝒚) EM RELAÇÃO AO
EIXO MENOR
Cálculo de 𝐹𝑏𝑦 para perfis simétricos, soldados ou laminados:
𝑘𝑐 = {
1 𝑠𝑒 𝜆𝑤 ≤ 70
4,05
(𝜆𝑤)0,46 𝑠𝑒 𝜆𝑤 > 70
(11.17)
138
Sendo o índice de esbeltez da alma 𝜆𝑤 = 46,7 < 70, assim:
𝑘𝑐 = 1.
𝑄𝑠 =
{
1 𝑠𝑒 𝜆𝑓 ≤
25
√𝐹𝑦
𝑘𝑐
1,293 − 0,01165 × 𝜆𝑓 × √𝐹𝑦
𝑘𝑐 𝑠𝑒
25
√𝐹𝑦
𝑘𝑐
≤ 𝜆𝑓 ≤52
√𝐹𝑦
𝑘𝑐
1,84×𝑘𝑐
𝐹𝑦×(𝜆𝑓)2 𝑠𝑒 𝜆𝑓 >
52
√𝐹𝑦
𝑘𝑐
(11.18)
25
√𝐹𝑦𝑘𝑐
= 25
√3,881
= 12,7
Sendo o índice de esbeltez da aba 𝜆𝑓 = 8,51 < 12,7:
𝑄𝑠 = 1.
𝐹𝑏𝑦 =
{
0,75 × 𝐹𝑦 𝑠𝑒 𝜆𝑓 ≤
17
√𝐹𝑦
𝐹𝑦 × (1,075 − 0,0188 × 𝜆𝑓 ×√𝐹𝑦) 𝑠𝑒 17
√𝐹𝑦< 𝜆𝑓 ≤
25
√𝐹𝑦
𝑘𝑐
0,6 × 𝐹𝑦 × 𝑄𝑠 𝑠𝑒 𝜆𝑓 >25
√𝐹𝑦
𝑘𝑐
(11.19)
17
√𝐹𝑦=
17
√3,88= 8,63
𝜆𝑓 = 8,51 < 8,63, assim, 𝐹𝑏𝑦 = 0,75 × 𝐹𝑦 = 0,75 × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 = 2,91 𝑡𝑓/𝑐𝑚2
𝐹𝑏𝑦 = 2,91 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (11.20)
139
11.6.3. TENSÃO NORMAL MÁXIMA SOLICITANTE DE COMPRESSÃO (𝒇𝒂):
|𝑁𝑚𝑎𝑥| = 36,6 𝑘𝑁 = 4,11 𝑡𝑓 (esforço de compressão máximo)
Á𝑟𝑒𝑎 = 49,7𝑐𝑚² (área da seção transversal)
𝑓𝑎 = |𝑁𝑚𝑎𝑥|
Á𝑟𝑒𝑎=4,11
49,7= 0,083𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (11.21)
11.6.4. TENSÃO NORMAL MÁXIMA DEVIDO À FLEXÃO (𝒇 𝒃𝒚) :
𝑊𝑦 = 88,1 𝑐𝑚3 (módulo de resistência em relação ao eixo x)
|𝑀𝑚𝑎𝑥| = 3,58 𝑘𝑁.𝑚 = 40,2 𝑡𝑓. 𝑐𝑚 (momento máximo solicitante)
𝑓 𝑏𝑦 = |𝑀𝑚𝑎𝑥|
𝑊𝑦= 40,2 𝑡𝑓. 𝑐𝑚
88,1 𝑐𝑚³= 0,457 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (11.22)
11.6.5. TENSÕES COMBINADAS
Como,𝑓𝑎𝐹𝑎=0,083𝑡𝑓/𝑐𝑚2
0,579 𝑡𝑓/𝑐𝑚²= 0,143 < 0,15, baixo nível de compressão:
𝑓𝑎𝐹𝑎+𝑓 𝑏𝑦
𝐹𝑏𝑦≤ 1 (11.23)
0,083𝑡𝑓/𝑐𝑚2
0,579 𝑡𝑓/𝑐𝑚²+0,457𝑡𝑓/𝑐𝑚²
2,91 𝑡𝑓/𝑐𝑚²= 0,3 ≤ 1 (o perfil W310x38,7 passou)
140
11.6.6. RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO
Cálculo da tensão admissível ao cisalhamento
100
√𝐹𝑦=
100
√3,88= 50,8
Sendo o índice de esbeltez da alma
ℎ
𝑡𝑤= 𝜆𝑤 = 46,7 < 50,8
Assim, a tensão admissível ao cisalhamento (𝐹𝑣) pode ser calculada da seguinte forma:
ℎ
𝑡𝑤<100
√𝐹𝑦 ⟹ 𝐹𝑣 = 0,4 𝐹𝑦 (11.24)
𝐹𝑣 = 0,4 × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² = 1,55 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (11.25)
Cálculo da tensão solicitante média de cisalhamento (𝒇𝒗,𝒙)
𝑉𝑥,𝑚𝑎𝑥 = 4,48 𝑘𝑁 = 0,504 𝑡𝑓
Para perfis laminados:
𝑓𝑣,𝑥 =𝑉𝑥,𝑚𝑎𝑥
2 × 𝑏𝑓 × 𝑡𝑓 (11.26)
Pois esta ligação possui enrijecedores que transferem o esforço cortante solicitante
para as abas, assim:
𝑓𝑣,𝑥 =0,504 𝑡𝑓
2 × 16,5 × 0,97= 0,016 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (11.27)
Assim, sendo 𝐹𝑣 = 1,55 𝑡𝑓/𝑐𝑚², com 𝑓𝑣,𝑥 < 𝐹𝑣 , o perfil W310x38,7 atende
satisfatoriamente a verificação ao cisalhamento.
141
11.7. VERIFICAÇÃO DE P2 À FLEXO-COMPRESSÃO
Para o perfil W310x32,7
𝑘𝑦 × 𝐿𝑦
𝑟𝑦=1,75 × 300𝑐𝑚
2,13𝑐𝑚= 246 (11.28)
𝑘 × 𝐿
𝑟> 200
O perfil W310x32,7 não atenderia, assim, será verificado o perfil W310x38,7, sendo
os esforços solicitantes apresentados na Tabela 11.7.
Tabela 11.7 Esforços solicitantes máximos
CASO 1 CASO 2
P2
Momento fletor em x 0 0
Momento fletor em y 6.34 kN.m 3,87 kN.m
Esforço normal 69,7 kN (compressão) 42,7 kN (compressão)
Esforço cortante em x 7.93 kN 4,83 kN
Esforço cortante em y 0 0
Assim, para as verificações das tensões:
𝑴𝒚,𝒎𝒂𝒙 = 𝟔, 𝟑𝟒 𝒌𝑵.𝒎
𝑵 𝒎𝒂𝒙 = 𝟔𝟗, 𝟕 𝒌𝑵
𝑽𝒙,𝒎𝒂𝒙 = 𝟕, 𝟗𝟑 𝒌𝑵
𝐹𝑦 = 345 𝑀𝑃𝑎 = 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² (tensão de escoamento, aço ASTM A572 Grau 50);
𝐸 = 200 𝐺𝑃𝑎 = 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚² (módulo de elasticidade do aço)
𝐿 = 3𝑚 (comprimento dos pilares)
𝐿𝑏 = 𝐿 = 3 𝑚 (distância entre apoios laterais)
𝑘𝑥 = 2 (condição de fixação de extremidade: rotação e translação livres)
𝑘𝑦 = 1,8 (Tabela 10.10)
142
11.7.1. CÁLCULO DA TENSÃO NORMAL ADMISSÍVEL DE COMPRESSÃO (𝑭𝒂)
Da equação (11.16) tem-se:
𝑭𝒂 = 𝟎, 𝟓𝟕𝟗 𝒕𝒇/𝒄𝒎²
11.7.2. CÁLCULO DA TENSÃO ADMISSÍVEL À FLEXÃO (𝑭𝒃𝒚) EM RELAÇÃO AO
EIXO MENOR
Da equação (11.20) tem-se:
𝑭𝒃𝒚 = 𝟐, 𝟗𝟏 𝒕𝒇/𝒄𝒎𝟐
11.7.3. TENSÃO NORMAL MÁXIMA SOLICITANTE DE COMPRESSÃO (𝒇𝒂):
|𝑁𝑚𝑎𝑥| = 69,7 𝑘𝑁 = 7,84 𝑡𝑓 (esforço de compressão máximo)
Á𝑟𝑒𝑎 = 49,7𝑐𝑚² (área da seção transversal)
𝑓𝑎 = |𝑁𝑚𝑎𝑥|
Á𝑟𝑒𝑎=7,84
49,7= 0,158𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (11.29)
11.7.4. TENSÃO NORMAL MÁXIMA DEVIDO À FLEXÃO (𝒇 𝒃𝒚) :
𝑊𝑦 = 88,1 𝑐𝑚3 (módulo de resistência em relação ao eixo x)
|𝑀𝑚𝑎𝑥| = 6,34 𝑘𝑁.𝑚 = 71,3 𝑡𝑓. 𝑐𝑚 (momento máximo solicitante)
𝑓 𝑏𝑦 = |𝑀𝑚𝑎𝑥|
𝑊𝑦= 71,3 𝑡𝑓. 𝑐𝑚
88,1 𝑐𝑚³= 0,809 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (11.30)
143
11.7.5. TENSÕES COMBINADAS
Como,𝑓𝑎𝐹𝑎=0,158𝑡𝑓/𝑐𝑚2
0,579 𝑡𝑓/𝑐𝑚²= 0,272 > 0,15, alto nível de compressão:
Cálculo do fator de amplificação:
𝐹𝑒,𝑦 =12𝜋² × 𝐸
23 × (𝑘𝑦 × 𝐿𝑏𝑟𝑦
)2 =
12𝜋² × 2248 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
23 × (1,8 × 300𝑐𝑚3,82𝑐𝑚
)2 = 0,579 𝑡𝑓/𝑐𝑚
2 (11.31)
Para membros comprimidos em estruturas deslocáveis:
𝐶𝑚,𝑦 = 0,85 (11.32)
Assim, as seguintes condições devem ser satisfeitas:
𝑓𝑎𝐹𝑎+
𝐶𝑚,𝑦 × 𝑓 𝑏𝑦
(1 −𝑓𝑎𝐹𝑒,𝑦
) × 𝐹𝑏𝑦
≤ 1 (11.33)
𝑓𝑎0,6 × 𝐹𝑎
+𝑓 𝑏𝑦
𝐹𝑏𝑦≤ 1 (11.34)
𝑓𝑎𝐹𝑎+
𝐶𝑚,𝑦 × 𝑓 𝑏𝑦
(1 −𝑓𝑎𝐹𝑒,𝑦
) × 𝐹𝑏𝑦
0,158𝑡𝑓/𝑐𝑚2
0,579 𝑡𝑓/𝑐𝑚²+
0,85 × 0,809 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
(1 −0,158 𝑡𝑓/𝑐𝑚²0,579𝑡𝑓/𝑐𝑚²
) × 2,91𝑡𝑓/𝑐𝑚²
= 0,597 < 1
𝑓𝑎0,6 × 𝐹𝑎
+𝑓 𝑏𝑦
𝐹𝑏𝑦=
0,158𝑡𝑓/𝑐𝑚2
0,6 × 0,579 𝑡𝑓/𝑐𝑚²+0,809 𝑡𝑓/𝑐𝑚²
2,91𝑡𝑓/𝑐𝑚²= 0,346 < 1
O perfil W310x38,7 passou
144
11.7.6. RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO
Cálculo da tensão admissível ao cisalhamento
𝐹𝑣 = 0,4 × 3,88 𝑡𝑓/𝑐𝑚² = 1,55 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (11.35)
Cálculo da tensão solicitante média de cisalhamento (𝒇𝒗,𝒙)
𝑉𝑥,𝑚𝑎𝑥 = 7,93 𝑘𝑁 = 0,891 𝑡𝑓 (máximo esforço cortante na direção x)
Para perfis laminados:
𝑓𝑣,𝑥 =𝑉𝑥,𝑚𝑎𝑥
2 × 𝑏𝑓 × 𝑡𝑓 (11.36)
Pois esta ligação possui enrijecedores que transferem o esforço cortante solicitante
para as abas, assim:
𝑓𝑣,𝑥 =0,891 𝑡𝑓
2 × 16,5 × 0,97= 0,028 𝑡𝑓/𝑐𝑚2 (11.37)
Assim, sendo 𝐹𝑣 = 1,55 𝑡𝑓/𝑐𝑚², com 𝑓𝑣,𝑥 < 𝐹𝑣 , o perfil W310x38,7 atende
satisfatoriamente a verificação ao cisalhamento.
11.8. VERIFICAÇÃO DAS FLECHAS
Primeiramente são verificadas as flechas pra o pórtico em destaque na Figura 11.34,
sendo as ligações entre pilares e vigas rotuladas, as flechas máximas para o caso 1 (Figura
11.35) e caso 2 (Figura 11.36) obtidas pelo programa FTOOL e os resultados finais
apresentados na Tabela (11.8).
145
Figura 11.34 Portico composto pelas vigas V10 e V11 e pilares P1, P2 e P3 (Revit)
Figura 11.35 Flechas máximas para o caso 1 (adaptado de FTOOL)
Figura 11.36 Flechas máximas para o caso 2 (adaptado de FTOOL)
146
Tabela 11.8 Verificação das flechas das Figuras 11.35 e 11.36
Flecha admissível Flecha máxima FTOOL verificação
Pilar 𝐿
300=3000𝑚𝑚
300= 10 𝑚𝑚 0 mm ok
Viga 𝐿
300=5000𝑚𝑚
300= 16,7 𝑚𝑚 12,5 mm ok
Por fim, são verificadas as flechas pra o pórtico em destaque na Figura 11.37, sendo
as flechas máximas para o caso 1 (Figura 11.38) obtida pelo programa FTOOL e os resultados
finais apresentados na Tabela (11.9).
Figura 11.37 Portico em destaque para obtenção dos esforços solicitantes (Revit)
147
Figura 11.38 Flechas máximas (adaptado de FTOOL)
Tabela 11.9 Verificação das flechas da Figura 11.38
Flecha admissível Flecha máxima FTOOL verificação
Pilar 𝐿
300=3000𝑚𝑚
300= 10 𝑚𝑚 3,07 mm ok
Viga 𝐿
300=7200𝑚𝑚
300= 24 𝑚𝑚 8,22 ok
148
12. CONCLUSÃO
Neste trabalho foram dimensionados vigas e pilares de um mezanino. Primeiramente,
foram analisadas as cargas permanentes e acidentais atuantes na estrutura, em dois casos de
carregamento acidental, bem como os respectivos esforços solicitantes e tensões gerados. Para
o primeiro caso, denominado caso 1, a carga acidental foi aplicada sobre todo o piso superior,
primeiro pavimento. Em um segundo momento, caso 2, a carga acidental foi aplicada em
apenas um dos lados do piso superior, justificável quando apenas uma das salas estiver
ocupada. No entanto, baseado no AISC - 9ª edição de 1989, o principal objetivo deste
trabalho foi verificar as diferenças entre os perfis metálicos obtidos para dois modelos de
análise estrutural, cuja diferença consiste em adotar ligações rígidas entre determinados
pilares e vigas em um primeiro momento, que foram substituídas por ligações flexíveis em
uma segunda análise.
Primeiramente, as ligações entre os pilares e as vigas V10, V11, V12 e V13, foram
consideradas rígidas para a obtenção dos esforços para o dimensionamento, sendo essas
ligações posteriormente consideradas flexíveis, rotuladas, para um segundo dimensionamento.
A Tabela 12.1 apresenta os resultados dos perfis finais para ambos os modelos estudados, não
se verificando nenhuma diferença em se considerar a ligação inicialmente rígida e
posteriormente flexível.
149
Tabela 12.1 Resumo dos perfis para os dois modelos estruturais analisados
comprimento Ligação rígida Ligação flexível
V1 7,2 m - W310x23,8
V2 7,2 m - W310x23,8
V3 7,2 m - W310x23,8
V4 7,2 m - W310x23,8
V5 7,2 m - W310x23,8
V6 7,2 m - W310x23,8
V7 7,2 m - W310x23,8
V8 7,2 m - W310x23,8
V9 7,2 m - W310x23,8
V10 5,0 m W310x23,8 W310x23,8
V11 5,0 m W310x23,8 W310x23,8
V12 5,0 m W310x23,8 W310x23,8
V13 5,0 m W310x23,8 W310x23,8
V14 1,13 m - W310x23,8
V15 1,13 m - W310x23,8
V16 1,13 m - W310x23,8
V17 1,13 m - W310x23,8
V18 1,13 m - W310x23,8
V19 1,13 m - W310x23,8
P1 3,0 m W310x38,7 W310x38,7
P2 3,0 m W310x38,7 W310x38,7
P3 3,0 m W310x38,7 W310x38,7
P4 3,0 m W310x38,7 W310x38,7
P5 3,0 m W310x38,7 W310x38,7
P6 3,0 m W310x38,7 W310x38,7
Após todas as análises realizadas, não foram constatadas mudanças nas seções dos
perfis dos pilares, para ambos os modelos estruturais estudados, devido ao fato de o índice de
esbeltez mínimo para elementos comprimidos ser 200 e as cargas serem baixas.
150
13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMERICAN INSTITUTE OF STEEL CONSTRUCTION AISC nineth Edition –
Specification for Steel Structural Buildings. United States of America, 1989.
BELLEI, Ildony H.. Edifícios industriais em aço: projeto e cálculo. São Paulo: Pini, 1994.
489 p.
CHAMBERLAIN PRAVIA, Zacarias M et al. Projeto e Cálculo de Estruturas de Aço –
Edifício Industrial Detalhado. Elsevier. Rio de Janeiro, 2013. 238p.
CHEN,Wai-Fah.; LIEW, J.Y. Richard. The civil engineering handbook. 2.ed.United States of
America: CRC Press, 2003.
ETERNIT. Painel Wall: catálogo técnico. São Paulo: 2014. Disponível em:
<http://www.esplane.com.br/pdf/catalago_brasilit_painel_wall.pdf>. Acesso em: 03 mai.
2017. 32.p.
EUCATEX. Sistema de divisórias divilux. Disponível em: < http://www.eucatex.com.br/uploads/arquivos/manual_divisorias_divilux.pdf>. Acesso em: 06
mai. 2017. 37.p.
GERDAU. Perfis estruturais Gerdau: tabela de bitolas. Disponível em: < http://www.skylightestruturas.com.br/downloads/perfil-estrutural-tabela-de-bitolas.pdf>.
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INSTITUTO BRASILEIRO DE SIDERURGIA. Ligações em Estruturas Metálicas. 3.ed. Rio
de Janeiro: IBS/CBCA, 2004. 88p.
MARCON, Emmyle; CHAMBERLAIN PRAVIA, Zacarias M. Cálculo de Ligações em
Estrutura Metálica. In: CONGRESSO LATINO AMERICANO DA CONSTRUÇÃO
METÁLICA (CONSTRU METAL), 2012, São Paulo. Associação Brasileira da Construção
Metálica , 2012. Disponível em: < http://www.abcem.org.br/construmetal/2012/arquivos/
Cont-tecnicas/17-Construmetal2012-calculo-de-ligacoes-em-estrutura-metalica.pdf >. Acesso
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PFEIL, Walter; PFEIL, Michèle. Estruturas de aço: dimensionamento prático. 8.ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2009. 382p.