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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA CAMILA MARTINS DA ROCHA E MOURA GABRIELA DE ALBUQUERQUE SILVA AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DA METANAÇÃO DE COPARA O CONTROLE DAS EMISSÕES NOCIVAS À ATMOSFERA. NITERÓI JULHO, 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA

CAMILA MARTINS DA ROCHA E MOURA

GABRIELA DE ALBUQUERQUE SILVA

AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DA METANAÇÃO DE CO₂ PARA O

CONTROLE DAS EMISSÕES NOCIVAS À ATMOSFERA.

NITERÓI

JULHO, 2015

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i

CAMILA MARTINS DA ROCHA E MOURA

GABRIELA DE ALBUQUERQUE SILVA

AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DA METANAÇÃO DE CO₂ PARA O

CONTROLE DAS EMISSÕES NOCIVAS À ATMOSFERA

Projeto final de curso apresentado à Universidade Federal Fluminense como requisito parcial à obtenção

do título de bacharel em Engenharia Química.

ORIENTADORAS Prof. Dra : LUCIANE PIMENTEL

COSTA MONTEIRO.e Prof. Dra : RITA DE CÁSSIA

COLMAN SIMOES

NITERÓI

JULHO, 2015

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Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Engenharia e Instituto de Computação da UFF

M929 Moura, Camila Martins da Rocha e

Avaliação da utilização da metanação de CO2 para o controle das emissões nocivas à atmosfera. / Camila Martins da Rocha e Moura, Gabriela de Albuquerque Silva. – Niterói, RJ : [s.n.], 2015.

57 f. Trabalho (Conclusão de Curso) – Departamento de Engenharia

Química e de Petróleo – Universidade Federal Fluminense, 2015. Orientadoras: Luciane Pimentel Costa Monteiro, Rita de Cássia Colman Simões.

1. Dióxido de carbono. 2. Metanação. 3. Níquel. 4. Óxido de

cério. 5. Emissão de gases. 6. Controle de poluição. I. Silva, Gabriela de Albuquerque. II. Título.

CDD 665.89

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ii

AGRADECIMENTOS

Eu, Camila Martins da Rocha e Moura, agradeço a Deus por minha vida e por me dar

força para seguir em frente rumo aos meus sonhos. Por me guiar em cada oração me fazendo

acreditar que era possível tudo que estou recebendo hoje como vitória.

A meus pais, Antonio Bandeira de Moura e Solaneide Martins da Rocha e Moura, por

toda dedicação a minha educação e por acreditarem em mim em todos os momentos da minha

vida. Essa vitória não é só minha, é em particular de vocês, pois sei que não foi fácil todos

esses anos de luta para me manter em outra cidade, longe dos seus olhos e proteção. Muito

obrigada por cada palavra de apoio e até mesmo as broncas para me fazer enxergar que eu era

capaz e forte o suficiente para enfrentar todos os desafios.

A minha irmã, Vanessa Martins e Moura Castex, pela compreensão nos momentos

difíceis, por sempre me ajudar e me apoiar incondicionalmente. Muitas vezes fazendo papel

não só de irmã, mas também de mãe.

A todos os meus familiares que direta e indiretamente me ajudaram em todos esses

anos de faculdade, sempre com uma palavra doce e recheada de carinho pela minha vitória e

felicidade. Em especial a meu cunhado, Marcus Vinicius de Gouveia Castex, pela paciência,

amizade e ajuda na revisão em inglês. Thanks, Marquinho!

As minhas amigas, Amanda França, Heloisa Souza, Melyssa Motta e Tatiane Martins,

pela amizade sincera, pelo apoio de todas as horas e por ter dividido comigo os melhores

momentos da minha vida nesses anos de faculdade durante as aulas e na convivência na

república Afra’s Girls. Muito obrigada, meninas!

A minha amiga e companheira de TCC, Gabriela de Albuquerque e Silva, por ter

acreditado na nossa capacidade e por sempre confiar que daria certo mesmo nos momentos

mais difíceis da faculdade. Muito obrigada por dividir comigo momentos tão especiais nesses

anos de UFF. Finalmente, conseguimos, Gabi, engenheiras químicas‼!

À Universidade Federal Fluminense por me proporcionar a oportunidade de um ensino de

qualidade para a minha formação profissional. Às professoras, Rita de Cássia Colman Simões

e Luciane Pimentel Costa Monteiro, pela orientação no desenvolvimento deste trabalho, pela

confiança e paciência.

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iii

Eu, Gabriela de Albuquerque Silva, primeiramente, agradeço a Deus pela sua presença

em minha vida, sempre me dando força para seguir em frente e não desistir. Agradeço por me

guiar e proteger nos momentos que mais precisei.

Agradeço a minha mãe e minha irmã, Selma e Ana Carolina por toda a dedicação e

incentivo para que eu chegasse ao final, só nos sabemos o quanto foi difícil chegar até aqui

Obrigada por cada palavra de apoio, por cada minuto de paciência nos meus momentos de

estresse e por todo o carinho. Obrigada por vocês serem um grande exemplo para mim. Vocês

são parte fundamental dessa vitória, pois estiveram ao meu lado todo o tempo.

Ao meu pai José Augusto, pelo apoio e preocupação. Sei que mesmo não estando

presente em todos os momentos você estava torcendo por mim, sempre me dizendo para ficar

calma e ter paciência que tudo ia dar certo.

Ao meu noivo Rafael, que esteve ao meu lado todo esse tempo me dando forças para

seguir em frente, para lutar pelos meus sonhos, para não desistir nas horas difíceis. Obrigada

por ser tão compreensivo, por tantas vezes que estive ausente por conta de uma prova ou um

trabalho da faculdade. Acima de tudo, obrigada, pelo companheirismo.

Às minhas amigas itapucats, por toda a compreensão ao longo desses anos, quando estive

ausente em vários momentos. Agradeço por sempre acreditarem que eu chegaria ao final, por

me darem palavras de apoio, por brigar comigo quando necessário e por ouvir sempre as

minhas reclamações.

Às orientadoras Rita Colman e Luciane Monteiro pela competência, pela paciência em

tirar todas as nossas dúvidas e pela disponibilidade de nos ajudar sempre.

Gostaria de agradecer especialmente a minha companheira de projeto final, Camila

Martins. Uma pessoa que conheci ao longo da faculdade e se tornou uma grande amiga e

companheira. Compartilhamos de muitos momentos bons e ruins, muitas tensões antes das

provas e muitas alegrias ao final dos períodos. Muito obrigada por toda compreensão e

paciência.

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iv

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ........................................................................................................... ii

SUMÁRIO …………………………………………………………………………………….iv

LISTA DE ILUSTRAÇÕES .................................................................................................. v

LISTA DE TABELAS ......................................................................................................... vii

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBULOS. .................................................... viii

RESUMO ... …………………………………………………………………………………...ix

ABSTRACT .......................................................................................................................... x

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 15 2.1 Emissões de CO2......................................................................................................... 15

2.1.1 Visão Geral ................................................................................................................. 15 2.1.2 Emissões de CO2 no Brasil. ......................................................................................... 19

2.2 Reações de conversão de CO2 ..................................................................................... 22 2.3 Reação de Metanação ................................................................................................. 25

2.3.1 Catalisadores empregados na reação de metanação de CO2. ........................................ 27

3 ESTUDO DE CASO ................................................................................................... 29

3.1 Estudo de caso 1: Ni/CeO2 catalysts with high CO2 methanation activity and high CH4

selectivity at low temperatures. ................................................................................... 29

3.2 Estudo de caso 2: Nickel supported on rice husk ash-activity and selectivity in CO2

methanation. ............................................................................................................... 36

4 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 46

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 47

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v

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 2.1- Atmosfera Terrestre. .......................................................................................... 15

Figura 2.2- Exemplificação do Efeito Estufa. ....................................................................... 16

Figura 2.3- Aumento das concentrações de CO2 por ano. ..................................................... 17

Figura 2.4- Índice de Temperatura Global da Terra/Oceano. ................................................ 18

Figura 2.5- Cenário da Emissão de CO2 até 2030. ................................................................ 20

Figura 2.6- Evolução das Emissões Brutas de Gases de Efeito Estufa de Cada Setor ............ 22

Figura 2.7- As Possíveis Aplicações de CO2 na Síntese Química. ......................................... 23

Figura 3.1- Efeito do suporte em (a) conversão de CO2 e (b) seletividade de CH4 em Ni/CeO2,

Ni/α-Al₂O₃, Ni/TiO₂ e Ni/MgO. .......................................................................................... 30

Figura 3.2- Perfis de TPD CO2- de Ni/ CeO2 e Ni/α-Al2O3 reduzidos a 600°C. .................... 32

Figura 3.3- Difratogramas de raio X de (a) Ni/α-Al₂O₃ antes da redução, (b) Ni/α-Al₂O₃

reduzido a 600°C, (c) Ni/CeO₂ antes da redução e (d) Ni/CeO₂ reduzido a 600°C. JCPDS:

NiO (44-1159), Ni (04-0850), α-Al₂O₃ (50-1496), CeO₂ (71-4199). ..................................... 33

Figura 3.4- Perfis TPR de Ni/CeO2 e CeO2........................................................................... 34

Figura 3.5- Mecanismo de redução do CeO2......................................................................... 35

Figura 3.6- Efeito do suporte na atividade da reação de metanação sobre Ni/CeO2 e Ni/ α-

Al2O3. .................................................................................................................................. 36

Figura 3.7– Perfis de TPR de NiO não suportado e suportado em cinza de casca de arroz. ... 38

Figura 3.8- Comparação da conversão e rendimento da metanação de CO2 em Ni/SiO2-RHA e

Ni/SiO2-gel .......................................................................................................................... 40

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Figura 3.9- Comparação da seletividade de CH4 na reação de metanação de CO2 em

catalisador com 5% em peso de Ni/SiO2-RHA e 5% em peso de Ni/SiO2-gel. ...................... 40

Figura 3.10- Perfis de TPR de NiO suportado em SiO2-RHA e SiO2-gel. ............................. 44

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vii

LISTA DE TABELAS

Tabela 2-1- Possíveis reações envolvendo metanação dos óxidos de carbono. ...................... 26

Tabela 3-1- Seletividade do CH4 na metanação de CO2 a 773K e propriedades do catalisador

de Ni/SiO2-RHA com diferentes teores (Dados obtidos pela técnica TPD) ........................... 39

Tabela 3-2-Valores termodinâmicos para metanação. ........................................................... 41

Tabela 3-3- Comparação das propriedades de SiO2-RHA e SiO2-gel. ................................... 42

Tabela 3-4- Propriedades da superfície dos catalisadores Ni/SiO2-RHA e Ni/SiO2-gel. ........ 43

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBULOS.

CO2e- Dióxido de Carbono Equivalente

COP 17- 17ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima

GEE- Gás do Efeito Estufa

TPD- Dessorção à temperatura programada

TPR- Redução à temperatura programada.

u.a. – unidade de área

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RESUMO

O dióxido de carbono (CO2) é um gás muito importante para a sobrevivência humana,

porém as excessivas emissões desse gás, resultantes da queima de combustíveis fósseis,

aumentam a concentração de CO2 na atmosfera, modificando o fenômeno natural do efeito

estufa e tornam-se um problema ambiental de grandes proporções. Essas emissões de dióxido

de carbono ainda irão contribuir para esse efeito por um longo tempo, em virtude do aumento

do uso de combustíveis fósseis nos países desenvolvidos e emergentes. No Brasil, várias

atividades são causadores dos lançamentos de gás carbônico na atmosfera, sendo os maiores

contribuintes os setores de mudanças do uso da terra e energia. Nesse contexto, fica evidente a

necessidade de diminuir os impactos causados pelas altas concentrações de CO2 no meio

ambiente e uma alternativa para a redução do dióxido de carbono seria a reutilização do

mesmo como matéria-prima em processos que podem gerar produtos atrativos ao mercado.

No presente trabalho, foi analisada a viabilidade da reação de metanação de CO2 como

possibilidade para o controle das emissões de gás carbônico na atmosfera. Nessa reação, o

dióxido de carbono é convertido via hidrogenação catalítica em metano e água. E, para essa

análise, foi realizado o estudo do desempenho dos catalisadores de Ni suportado em óxido de

cério e em cinza de casca de arroz, por meio da avaliação da conversão, seletividade e

formação de subprodutos em função da temperatura. Através desse estudo, constatou-se que o

catalisador de Ni/CeO2 apresentou resultados mais satisfatórios, mostrando uma alta

conversão e seletividade em menores temperaturas, além de não exibir formação de produtos

indesejáveis. Portanto, a reação de metanação de dióxido de carbono é uma opção viável para

o controle das emissões de CO2 na atmosfera.

Palavras-chave: CO2, metanação, níquel, óxido de cério, cinza de casca de arroz.

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x

ABSTRACT

The carbon dioxide(CO2) is an important gas for the human survivor, however

excessive emissions of this gas from burning fossil fuels, enhances the CO2 concentration in

the atmosphere, modifying the natural greenhouse effect. These emissions of carbon dioxide

will keep contributing for a long time to the greenhouse effect due to increasing use of fossil

fuels from the emergent and developed country. In Brazil, many activities are responsible for

these emissions, and it's largest contributors are the changing of land use and energy sectors.

In this context, the necessity to reduce the impact caused by high concentrations of CO2 in the

environment becomes obvious. An alternative for that is to use CO2 as reagent to useful

products for the market. In this study, the methanation reaction was analyzed as a viable

alternative to control CO2 emissions. In this reaction, the carbons dioxide is converted by

catalytic hydrogenation of CO2 into methane and water. And, for this analysis, a study of Ni

catalysts supported on cerium oxide on rice husk ash performance was made by evaluating the

conversion, selectivity and by-products creations as a function of temperature. Through this

study, became evident that the catalytic Ni/CeO2 showed more satisfactory results, leading to

high conversion and selectivity at lower temperatures with no undesirable products.

Therefore, the reaction of CO2 methanation is a viable option to control CO2 emissions to

atmosphere.

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1 INTRODUÇÃO

Na atmosfera terrestre encontram-se cerca de 0,03% de dióxido de carbono, que é um

gás extremamente importante para a sobrevivência humana na Terra, pois contribui na função

de manter o planeta aquecido no processo natural chamado efeito estufa. Entretanto, as

demasiadas emissões de CO2 decorrentes da ação humana, fazem com que a concentração

deste gás fique cada vez mais alta na atmosfera, transformando o efeito em um problema

ambiental de proporções muito prejudiciais ao meio ambiente (GRIMM,1999;

OLIVEIRA,2014).

A partir do período pré-industrial, a queima de combustíveis fósseis tais como carvão,

petróleo e gás natural obteve importância relevante no aumento das emissões de CO2. Neste

período as concentrações de dióxido de carbono eram de 278 partes por milhão e atingiram no

ano de 2014 cerca de 400 ppm. O grande acúmulo deste gás na atmosfera ocorre devido ao

fato do CO2 não realizar reações químicas no ambiente. Com isso, o clima na Terra está

sofrendo expressivas modificações, principalmente na temperatura do ar e dos oceanos.

Segundo pesquisas da NASA, o ano de 2014 foi o mais quente desde 1880. Esse aquecimento

tem ocasionado o aumento da severidade e da frequência dos eventos climáticos, afetando o

equilíbrio do planeta (KENNEDY,2009; WMO,2014(1); NASA,ANO(4); NASA,ANO(5);

KUGER,2006).

Atualmente as fontes de energia do mundo ainda são altamente baseadas nos

combustíveis fósseis, totalizando cerca de 80-85%. Essa contribuição continuará

representativa por um longo período, devido ao expressivo aumento do uso desses

combustíveis nos países emergentes como China e Índia. Além desses dois países, Estados

Unidos, Rússia e Japão completam a lista dos cincos maiores emissores dos gases do efeito

estufa. Sendo estes cinco os responsáveis por mais da metade das emissões de CO2 na

atmosfera (ARESTA,2010; GLOBO,2011).

No Brasil, diversas atividades são responsáveis pelas emissões de dióxido de carbono.

A principal contribuição é proveniente da mudança do uso da terra, que no período de 1990 a

2012 foi correspondente a 61% das emissões totais do país. Esse setor é caracterizado

principalmente pela transformação das terras florestais para agricultura, pastagem e

assentamentos (BRANDÃO et al.,2014; AVZARADEL et al.,2010).

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Outros setores também colaboram consideravelmente para essas emissões, como a

agropecuária que representa em torno de 30% do total dos lançamentos de CO2 na atmosfera.

No setor de energia, a queima de combustíveis fósseis e as emissões fugitivas da indústria do

petróleo destacam-se como os principais contribuintes. Já a área de processo industrial, foi

responsável por 3,4% dos lançamentos brutos de CO2. E no setor de resíduos, as emissões são

decorrentes da incineração de resíduos sólidos e disposição dos mesmos em aterros e lixões

assim como, os tratamentos de efluentes domésticos e industriais (BIDERMAN,2014;

FERREIRA et al.,2014; SANTOS, SOUZA, CRUZ,2013; MORGADO, LALOË,

SMITH,2014).

Deste modo, alternativas para a diminuição da concentração de CO2 na atmosfera se

fazem necessárias. As opções para que isso ocorra estão relacionadas com a utilização de

novas tecnologias bem como, o uso de fontes renováveis. Para maior viabilidade dessa

estratégia é necessário que parâmetros como desempenho, custo, segurança, aspectos

ambientais e receptividade no mercado tenham bons resultados. Além disso, a reutilização do

dióxido de carbono industrial aplicado como matéria-prima em processos pode gerar produtos

úteis e relevantes ao mercado (ARESTA, 2010; AQUINO, 2008; BECKMAN,2004).

Algumas pesquisas empregando o CO2 como reagente ainda estão em fase de

laboratório, no entanto, pode-se destacar como uma possível técnica para a sua aplicação à

reforma seca do metano. Sendo essa reação caracterizada por utilizar metano e dióxido de

carbono como reagentes, principais gases do efeito estufa, e produzir uma mistura H2 e CO

que podem participar de outras sínteses. Vale ressaltar também, a síntese de metanol via

hidrogenação. Essa tem como base a produção de metanol verde, gerado a partir de CO2 ao

invés de CO (gás tóxico), reduzindo o impacto ambiental do processo (ARESTA, 2010;

AQUINO, 2008).

Este trabalho tem como objetivo fazer uma análise da reação de metanação de CO2

como alternativa para o controle das emissões de dióxido de carbono na atmosfera. Nesta

reação gás carbônico é convertido via hidrogenação em CH4 e água. O metano produzido tem

grande importância comercial por ser o principal componente do gás natural. Visando a

atingir uma conversão industrial satisfatória, é necessário analisar com atenção impedimentos

termodinâmicos. Também serão analisados resultados de estudos envolvendo os catalisadores

mais pertinentes para reação de hidrogenação do CO2. Mais especificamente, serão estudados

os catalisadores de níquel suportados em óxido de cério e cinza de casca de arroz. Com a

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análise do desempenho catalítico pretende-se avaliar a viabilidade da reação de metanação de

dióxido de carbono, através do estudo da conversão e seletividade em cada suporte em função

da temperatura. E verificar a formação de subprodutos ao final da reação (GOODMAN, 2013;

FIGUEIREDO, RIBEIRO,1989; JUNAEDI et al.,2011).

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15

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Emissões de CO2

2.1.1 Visão Geral

A atmosfera terrestre é uma camada fina composta por gases e material particulado

que têm a função de proteger o planeta dos altos níveis de radiação ultravioleta e está

representada na Figura 2.1. Nela estão contidos cerca de 0,03% de dióxido de carbono, gás

essencial para a vida. Por ser um bom absorvedor de radiação infravermelha, a energia

emitida pela Terra, o CO2 possui o papel importante de manter a superfície do planeta

aquecida, especialmente à noite (GRIMM, 1999).

Figura 2.1- Atmosfera Terrestre (Adaptado de NASA, ANO(1)).

Apenas 51% da energia solar que atinge o topo da atmosfera alcança a superfície do

planeta, já que todo o restante é irradiada novamente para atmosfera. Essa radiação terrestre

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(infravermelha) tem comprimento de onda maior que a do Sol (ultravioleta) e por isso a Terra

é considerada a principal fonte de calor para atmosfera. A radiação infravermelha aquece a

atmosfera e irradia esta energia para cima e para baixo, onde uma parte é absorvida pela Terra

e a outra mais uma vez retorna à atmosfera e assim por diante. Logo, a superfície do planeta é

incessantemente suprida por radiação atmosférica e solar. E essa alternância entre as radiações

faz com que os gases absorvedores (como o vapor d’água e CO2) da atmosfera convertam a

radiação em calor tornando assim, a Terra própria para à vida (GRIMM, 1999).

A quantidade de dióxido de carbono vem crescendo cada vez mais devido à queima de

combustíveis fósseis tais como carvão, petróleo e gás natural. Como nem todo CO2 é

absorvido pelos oceanos ou usado no processo de fotossíntese das plantas, muito desse gás

permanece no ar. Esta quantidade excessiva na atmosfera faz com que a superfície da Terra

aqueça mais que o normal através do fenômeno chamado efeito estufa, que é demonstrado na

Figura 2.2. Esse fenômeno é considerado por muitos cientistas como um dos mais graves

problemas ambientais do século XXI, fazendo do CO2 um dos principais gases do efeito

estufa (GRIMM, 1999; OLIVEIRA, 2014).

Figura 2.2- Exemplificação do Efeito Estufa (Adaptado de NASA, ANO(2)).

O efeito estufa natural e tão importante para a sobrevivência na Terra vem sendo

modificado com o passar dos anos devido as grandes emissões antrópicas de dióxido de

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carbono. Desde a Revolução Industrial, as emissões de CO2 ganharam grandes proporções,

graças ao aumento da queima de combustíveis fósseis. A Figura 2.3 mostra a evolução das

concentrações de CO2 com o passar dos anos (KENNEDY, 2009; WMO, 2014(1)).

Figura 2.3- Aumento das concentrações de CO2 por ano (Adaptado de KENNEDY, 2009).

Segundo o WMO’s Greenhouse Gas Bulletin (2014(1)), a concentração de CO2 no

período pré-industrial era de 278 partes por milhão, em 2012 atingiu 393,1 ppm e no ano de

2014, pela primeira vez, as concentrações superaram 400 partes por milhão como mostra a

Figura 2.3. Essa demasiada emissão faz com que o gás carbônico acumule na atmosfera, já

que o mesmo não realiza reações químicas no ambiente, em virtude da sua alta estabilização.

Apresentando assim, uma expectativa de vida extensa de no mínimo 100 anos (KENNEDY,

2009).

Por haver grande quantidade acumulada de gás carbônico na atmosfera, o clima na

Terra está cada vez mais modificado. Essas mudanças podem ser visualizadas no mundo todo,

sendo o aumento da temperatura o mais expressivo dos fatos. A Figura 2.4 mostra a variação

de temperatura com os anos (PRESSE, 2015; WMO, 2014(1)).

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Figura 2.4- Índice de Temperatura Global da Terra/Oceano (Adaptado de NASA, ANO(3)).

De acordo com os cientistas da NASA, nove dos dez anos mais quentes desde 1880

ocorreram de 2002 em diante. O ano de 2014 foi considerado o mais quente da história. A

temperatura média global do ar na superfície do planeta foi de 0,57ºC acima da média. Cabe

destacar que o registro foi feito na ausência do efeito “El Niño”, ou seja, sem o fenômeno que

acontece no mar do leste do Pacífico que reaquece o clima. Além disso, 93% do calor que é

preso pelos gases absorvedores são depositados nos oceanos aquecendo a água

vertiginosamente (NASA, ANO(4); PRESSE, 2015; WMO, 2014 (2)).

O aquecimento do planeta devido aos gases do efeito estufa está aumentando a

severidade e a frequência dos eventos climáticos. A trivialidade em que emergências

climáticas vêm ocorrendo, mostra o quanto o equilíbrio do planeta está sensibilizado.

Vigorosas chuvas causadas pela a imensa evaporação da água do mar, originadas pela

anomalia da temperatura dos oceanos, estão caindo em lugares diferentes dos normalmente

esperados. Um grande exemplo disso aconteceu em 2011 na região serrana do estado do Rio

de Janeiro, onde inundações infelizmente fizeram várias vítimas (NASA, ANO(5); KLUGER,

2006).

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Adicionalmente, a situação oposta também acontece, como a seca que dificulta o

abastecimento de água na região sudeste do Brasil. A chuva que geralmente era frequente em

certos lugares, está se deslocando para outras áreas, caindo de forma concentrada em pontos

isolados tal qual ocorre hoje em dia no centro da cidade de São Paulo e não nas regiões onde

estão localizados os reservatórios. O sistema Cantareira apresenta níveis baixíssimos e

somente vai recuperar o seu volume adequado em mais ou menos quatro anos (NASA,

ANO(5); KLUGER, 2006; RODRIGUES, GERAQUE, LOBEL, 2014).

2.1.2 Emissões de CO2 no Brasil.

De acordo com Aresta (2010), recentes pesquisas mostram que os combustíveis

fósseis, que atualmente representam 80 - 85% das fontes de energia do mundo irão continuar

a desempenhar este papel, pelo menos a curto e médio prazo. A Figura 2.5 mostra uma visão

geral das emissões mundiais de dióxido de carbono.

Os cinco países que lideram o ranking das emissões dos gases de efeito estufa de

acordo com a lista divulgada na COP 17 são: China, Estados Unidos, Índia, Rússia e Japão.

Sendo o significativo crescimento das economias emergentes como China e Índia responsável

pelo o aumento da demanda energética global a uma taxa nunca antes verificada. Esses cinco

países são responsáveis por mais da metade das emissões de CO2 liberados na atmosfera. No

ano de 2011 a China e Estados Unidos responderam por 42,4% das emissões mundiais

(GLOBO, 2011; ARESTA, 2010).

Já a sexta posição é ocupada pelo Brasil. Sem considerar as contribuições do

desmatamento, o país teve uma produção em 2011 de 1.144 megatoneladas de CO2-

equivalente (CO2e), uma medida métrica usada para a comparação das emissões dos gases de

efeito estufa (GEE) com base no potencial de aquecimento global de cada um dos gases

(GLOBO, 2011; IPAM, ANO; MME, 2013).

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Figura 2.5- Cenário da Emissão de CO2 até 2030 (Adaptado de ARESTA, 2010).

As emissões brasileiras de CO2 são provenientes de diversas atividades, sendo a maior

parte delas oriundas da mudança do uso da terra. No período de 1990-2012, foram

contabilizadas as emissões de 28 bilhões de toneladas de CO2-equivalentes nesse setor, o que

equivale a 61% das emissões totais do país. Além deste, destacam-se outros setores de grande

importância como: agropecuária, energia, processos industriais e resíduos (BRANDÃO et al.,

2014).

O setor agropecuário está entre os principais emissores de CO2-equivalente, sendo

responsável por aproximadamente 30% do total das emissões. Este setor se destaca por

apresentar uma atividade produtiva que ocupa a maior área do território nacional, além de ser

de extrema importância na economia brasileira. As emissões se originam da fermentação

entérica dos animais e do manejo dos mesmos, do cultivo do arroz, da queima de resíduos

agrícolas e da fertilização dos solos agrícolas (BIDERMAN, 2014; PIATTO, VOIVODIC,

PINTO, 2013).

Já o setor de Energia abrange o lançamento de CO2-equivalente por queima de

combustíveis fósseis e as emissões fugitivas da indústria de petróleo como gás e carvão

mineral. No ano de 2012, este domínio teve como substanciais fontes de energia primária

empregadas o petróleo (39,2%), a cana de açúcar (15,4%), a hidráulica (13,8%), gás natural

(11,5%) e lenha (9,1%). Todas as outras fontes representam 11%. Apesar do alto índice do

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petróleo e gás natural, a matriz energética do país possui uma extensa participação de fontes

renováveis (42,4%) como a hidráulica (76,9%), biomassa (6,8%) e eólica (0,9%) (FERREIRA

et al., 2014; SANTOS, SOUZA, CRUZ, 2013).

Outro importante emissor de CO2 no país é o Processo Industrial que não vem da

consequência da queima de combustíveis fósseis. As emissões deste setor são originadas

puramente do processo físico e químico dos materiais na produção de ferro, aço, alumínio,

cimento, cal, calcário, dolomita, barrilha e sistemas de refrigeração e ar condicionado. No

período de 1990-2012, foram lançados pelo setor 1,55 bilhões de toneladas de CO2-

equivalente ou 3,4% do bruto nacional das emissões. Nesta fase o setor em questão sofreu um

aumento de 65%, passando de 50,9 para 84 milhões de toneladas de CO2-equivalente.

(SANTOS, SOUZA, CRUZ, 2013; KISHINAMI, WATANABE, BARÃO, 2014).

As emissões de CO2-equivalentes por mudanças do uso da terra são caracterizadas

pela transformação de terras florestais para outras práticas como, por exemplo: agricultura,

pastagens e assentamentos. Outros aspectos contabilizados são a queima de biomassa e o

emprego de calcário em solos agrícolas. Além disso, a absorção de carbono por intermédio do

reflorestamento influência igualmente no nível líquido de emissões de CO2-equivalente, sendo

nesse caso subtraído da contagem (BRANDÃO et al., 2014, SANTOS, SOUZA, CRUZ,

2013, AVZARADEL et al., 2010).

E no setor de resíduos as emissões de CO2-equivalente são provenientes da

incineração de resíduos sólidos e disposição dos mesmos em aterros e lixões. Além disso, os

tratamentos de efluentes domésticos e industriais também fazem parte das contribuições desse

setor. A Figura 2.6 apresenta a evolução das emissões brutas de gases de efeito estufa nesses

setores (MORGADO, LALOË, SMITH, 2014).

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Figura 2.6- Evolução das Emissões Brutas de Gases de Efeito Estufa de Cada Setor (Dados utilizados: AZEVEDO,

2014).

Nesse período de 22 anos tem-se uma variação significativa das emissões de alguns

setores. O intervalo de 1990-2004 exibe um crescimento das emissões totais, com um ápice

em 2004 devido ao desmatamento na Amazônia. Outra fase de destaque é entre 2005 e 2009

em que houve uma grande queda das emissões provenientes da mudança do uso da terra.

Além disso, entre os anos de 2009 e 2012 também tem grande importância em virtude do

decréscimo das emissões do desmatamento e do crescimento das emissões em quase todos os

setores (SPITZCOVSKY, 2013).

2.2 Reações de conversão de CO2

Para diminuir as emissões nocivas de CO2 na atmosfera é preciso que seu uso seja

direcionado para fontes renováveis de energia e para o seu emprego como alternativa de

matéria-prima para indústria química. Essa manipulação do gás é possível porque o dióxido

de carbono apresenta características que o faz vantajoso em seu emprego, pois ele é

naturalmente abundante e não inflamável, sendo considerado seguro e barato. A Figura 2.7

0

500

1000

1500

2000

2500

1990 1995 2000 2005 2010 2011 2012

Agropecuária

Energia

Mudança do uso da terra

Processos Industriais

Resíduos

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apresenta prováveis reações envolvendo CO2 (ARESTA, 2010; AQUINO, 2008; BECKMAN,

2004).

A introdução de novas soluções tecnológicas para o uso de CO2 necessita de uma vasta

pesquisa para identificar as possíveis barreiras, bem como encontrar resultados que

aprimorem desempenho, custo, segurança, aspectos ambientais e a receptividade do mercado.

Um fato importante que merece grande atenção na utilização do dióxido de carbono como

matéria prima é a etapa de captura e tratamento do gás, já que é preciso separá-lo da corrente

do processo emissor. Os custos implicados na captura, separação, purificação e a energia

necessária para a conversão são os principais desafios no sequestro químico de gás carbônico

Portanto, é crucial que as novas aplicações de CO2 sejam energeticamente mais vantajosas que

as existentes (ARESTA, 2010; AQUINO, 2008).

Figura 2.7- As Possíveis Aplicações de CO2 na Síntese Química. (Adaptado de ARESTA, 2010).

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O dióxido de carbono é capaz de ser empregado como reagente em processos de

catálise homogêneas ou heterogêneas, de redução fotocatalítica, conversões eletrocatalíticas e

em processos bioquímicos, porém em muito desses casos a escala é apenas de laboratório. As

reações realizadas no meio industrial para produzir produtos químicos importantes são as que

estão exemplificadas na Figura 2.7, onde os carboxilatos, carbonatos e carbamatos em rotas A

e B, são alcançados pela incorporação de toda a molécula de CO2. Essas reações são

realizadas a temperatura ambiente ou até mesmo inferior, pois são de baixo conteúdo

energético. Já as rotas C e D exigem uma entrada de energia para produzir as moléculas C1

até Cn. (XU et al., 2005; ARESTA, 2010).

Para elucidar a grande importância do CO2 na síntese química, a partir desse ponto

serão citados dois processos que utilizam o gás carbônico como reagente, além da

apresentação da reação de metanação. E a primeira rota a ser exposta é a formação do gás de

síntese.

Nos últimos anos, o interesse pela reforma catalítica do CH4 com dióxido de carbono,

a chamada reforma seca do metano, para a produção de gás de síntese pela Equação (2.1) vem

crescendo bastante, em razão da mistura produzida de H2 e CO apresenta um grande potencial

para as sínteses de hidrocarbonetos, compostos oxigenados, policarbonatos e síntese do

metanol via Fisher-Tropsch que será abordado ainda neste trabalho. A grande vantagem desse

processo é a baixa razão H2/CO produzida (1:1 ou menor) facilitando a produção de

compostos oxigenados (CHEN et al., 2004; PACÍFICO et al., 2008; LIMA, ASSAF, 2007).

₂ ₂ Equação (2.1)

Todo sucesso no desenvolvimento e aplicação possível da reação acima, significará a

obtenção da redução do acúmulo dos gases do efeito estufa (CH e CO₂) na atmosfera e um

melhor uso dos recursos do carbono como a produção de hidrocarbonetos superiores (HHCs)

ou a produção de álcoois pela via de gás de síntese. Entretanto, a reforma do metano com

dióxido de carbono possui dois problemas para a comercialização, pois é uma reação

extremamente endotérmica ( ), que exige muita energia e os catalisadores

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usados podem sofrer desativação com a deposição de coque (ELIASSON, LIU,

KOGELSCHATZ, 2000; LIMA, ASSAF, 2007).

Outra reação que exemplifica o uso do dióxido de carbono na indústria química, é a

síntese do metanol via hidrogenação do CO₂, Equação (2.2). Essa é uma aplicação bastante

atrativa, uma vez que o metanol pode ser adotado como aditivo para combustíveis e também

por ele ser considerado um precursor de muitos produtos químicos como formaldeído, ácido

acético, metil-metacrilato, dimetil-tercbutil éter e dimetil carbonato. Esse último produto pode

ser utilizado como solvente, booster de octanagem de gasolina e igualmente usado para

matéria-prima para síntese orgânica (AQUINO, 2008).

₂ ₂ ₃ ₂ Equação (2.2)

A hidrogenação do CO2 a metanol acontece com o uso de catalisadores de Cu e Zn. A

estabilidade térmica dos catalisadores é alcançada através do uso de metais tais como Al, Si,

Zr, Ga, Pd e Cr. Com isso, a produção do metanol verde, ou seja, aquele que é gerado a partir

do uso da queima de combustíveis fósseis tem perspectiva de realização. Fazendo assim, o

CO2 uma boa substituição para o uso de CO (gás tóxico) usado na rota tradicional,

diminuindo a contribuição do impacto ambiental do processo. (MOTA et al., 2013, AQUINO,

2008).

2.3 Reação de Metanação

No presente trabalho, o enfoque será a reação de metanação, que consiste na

conversão de dióxido de carbono em metano e água, como visualizado na Equação (2.3),

observada pela primeira vez pelo químico francês Paul Sabatier em 1902 (GOODMAN,

2013).

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CO2 (g)+4H2 (g)→CH (g)+2H2O(g) ΔH298K = -165kJ/mol Equação (2.3)

O metano é o fundamental componente do gás natural, e por esse motivo a sua

produção a partir do CO2 é de grande interesse. Porém, o dióxido de carbono apresenta

limitação para dissociação em CO e O₂, por sua alta estabilidade devido às ligações duplas de

C-O, exigindo assim grande energia (ΔH=293kJ/mol a 298K e 1atm). O CO2 possui o átomo

de carbono com o estado de oxidação mais alto, deixando o dióxido de carbono

termodinamicamente desfavorável, ou seja, uma barreira importante que precisa ser vencida

para o processo industrial acontecer. Adicionalmente, a elevada energia livre de Gibbs do H₂

faz com que a reação de metanação aconteça de forma mais viável do ponto de vista

termodinâmico, já que a deixa exotérmica (JACQUEMIN, BEULS, RUIZ, 2010 apud

GOODMAN, 2013; FECHETE, VEDRINE, 2015).

Visando a uma melhor compreensão da reação de metanação de CO2, é necessário

entender a formação dos possíveis componentes envolvidos na metanação dos óxidos de

carbono (CO e/ou CO2). Na Tabela 2-1 são apresentadas as prováveis reações de metanação.

Tabela 2-1- Possíveis reações envolvendo metanação dos óxidos de carbono (Adaptado GOODMAN, 2013).

Número da Reação ΔH 298 K (kJ mol-1

)

R1 CO + 3H2 ↔ CH4 + H2O -206.1

R2 CO2 + 4H2 ↔ CH4 + 2H2O -165.0

R3 2CO + 2H2 ↔ CH4 + CO2 -247.3

R4 2CO ↔ C + CO2 -172.4

R5 CO + H2O ↔ CO2 + H2 -41.2

R6 CH4 ↔ 2H2 + C 74.8

R7 CO + H2 ↔ C + H2O -131.3

R8 CO2 + 2H2 ↔ C + 2H2O -90.1

R9 nCO + (2n+1)H2 ↔ CnH2n + nH2O ___

R10 nCO + 2nH2 ↔ CnH2n + nH2O ___

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A metanação de CO2, a Equação (2.3), produz CO como intermediário conforme é

mostrado na Equação (2.5), conhecida como RWGS, sigla em inglês para reação reversa de

deslocamento de gás-água, que possui natureza endotérmica, ou seja, precisa de altas

temperaturas para obter melhores resultados termodinâmicos e cinéticos. Porém, a Equação

(2.4), de metanação de CO, é exotérmica logo, é favorecida em baixas temperaturas. Como

essas reações apresentam diferenças termodinâmicas, é importante aumentar a taxa de reação

de RWGS e trabalhar em baixas temperaturas na metanação do monóxido de carbono para

atingir elevada conversão de CO2 (TADA et al., 2012).

₂ ₂ Equação (2.4)

₂ ₂ ₂ Equação (2.5)

2.3.1 Catalisadores empregados na reação de metanação de CO2.

A reação de metanação de CO2, assim como todas as reações que possuem

importância industrial, precisa ser rápida. E para isso ocorrer, frequentemente se faz uso de

um catalisador. Mas a escolha deve ser cautelosa, porque às vezes, o mesmo pode

proporcionar produtos intermediários menos estáveis termodinamicamente. Por isso,

considerá-lo como uma das variáveis do processo juntamente como a temperatura, pressão,

composição e tempo de contato, é algo importante para um processo bem executado

(FIGUEIREDO, RIBEIRO, 1989).

Com a participação de catalisadores, o dióxido de carbono reage com o hidrogênio

para formar metano e água, como é mostrado na Equação (2.3). Podendo ocorrer também à

reação do monóxido de carbono com H2 e gerar os mesmos produtos, Equação (2.4). Porém, a

Equação (2.5), de deslocamento do gás água, e a indesejável Equação (2.6) de redução de CO2

produzindo carbono sólido são reações que podem competir com a principal e diminuir a

seletividade do processo. A produção de carbono afeta diretamente a atividade do catalisador,

pois o mesmo deposita-se sobre a superfície do catalisador desativando-o (JUNAEDI et al.,

2011).

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₂ ₂ ₂ Equação (2.6)

Para desenvolver a metanação em escala industrial é preciso usar catalisadores

eficientes que atendam a requisitos importantes como custo, atividade, seletividade,

estabilidade, possibilidade de reutilização e manuseio. Usualmente os catalisadores utilizados

nessa reação são os metais de transição, em virtude da subcamada d ser parcialmente

preenchida, podendo assim, receber elétrons para a formação de ligações através da

quimissorção. O metal tradicionalmente mais utilizado desde 1897, quando Paul Sabatier

descobriu o processo para a produção de metano, é o níquel. Isto se justifica pelo fato de o

catalisador à base de Ni apresentar alta atividade, elevada seletividade para o metano, grande

estabilidade térmica e baixo custo. Entretanto, exibe sinterização durante a reação e por isso, é

de grande importância o uso de um dopante adequado para que o catalisador tenha uma

atividade catalítica duradoura (FRY, 2013).

Neste contexto, serão analisados dois estudos que utilizam catalisadores à base de

níquel, de formas distintas na reação de metanação de CO2.

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3 ESTUDO DE CASO

Neste estudo de caso, serão apresentados os resultados de duas pesquisas sobre a

metanação de dióxido de carbono utilizando catalisadores de níquel, que é atrativo do ponto

de vista econômico para produção em escala industrial por apresentar um menor custo.

O primeiro artigo aborda resultados alcançados por Tada et al.,(2012) com

catalisadores de Ni suportados em CeO2, α-Al2O3, MgO e TiO2. O segundo estudo relata os

principais resultados obtidos para o processo de produção de metano a partir da hidrogenação

do CO2, por Chang et al.,(1997) com catalisadores de níquel suportados em cinza de casca de

arroz e gel de sílica.

3.1 Estudo de caso 1: Ni/CeO2 catalysts with high CO2 methanation

activity and high CH4 selectivity at low temperatures.

Shohei Tada, Teruyuki Shimizu, Hiromichi Kameyama, Takahide Haneda, Ryuji

Kikuchi.

International Journal of Hydrogen Energy 37 (2012), pg. 5527-5531.

Os catalisadores estudados no presente artigo foram preparados pelo método de

impregnação úmida. Com CeO2, α-Al2O3, MgO e TiO2 calcinados por γ-Al2O3 a 1100°C por

48h e impregnados com uma solução aquosa de Ni(NO3)2.6H2O. Cada amostra foi seca a

100°C e, logo após, Ni/CeO2 e Ni/α-Al2O3 foram calcinados a 600°C por 3h em ar e Ni/MgO

e Ni/TiO2 a 500°C durante 3h em ar. O desempenho catalítico da hidrogenação de CO2 para

produção de metano foi examinado em um reator de leito fixo de quartzo tubular a pressão

atmosférica. 300mg de catalisador foram reduzidos a 600°C durante 30 minutos em 5% de

fluxo H2/ar. A alimentação da mistura reacional foi 20% de CO2/H2 a uma velocidade espacial

de 10,000 h-1

.

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Neste estudo foram utilizados quatro catalisadores de níquel suportados: Ni/CeO₂,

Ni/α-Al₂O₃, Ni/TiO₂ e Ni/MgO todos com 10% em peso de Ni. Os autores evidenciaram a

influência de cada suporte na conversão de CO2 e na seletividade para CH4 em função da

temperatura de reação como pode ser visualizado na Figura 3.1.

Figura 3.1- Efeito do suporte em (a) conversão de CO2 e (b) seletividade de CH4 em Ni/CeO2, Ni/α-Al₂O₃, Ni/TiO₂ e

Ni/MgO (Adaptado de TADA et al. , 2012).

Na Figura 3.1a, fica claro que o catalisador de Ni/CeO2 apresenta rápido crescimento

até 350°C e logo após alcança a curva de equilíbrio, que foi calculada levando em conta as

reações de metanação de CO2 e RWGS. Enquanto os catalisadores Ni/α-Al₂O₃, Ni/TiO₂ e

Ni/MgO apresentam um aumento gradual até 450°C e logo depois se aproximam da curva de

equilíbrio. Em relação à seletividade do metano (Figura 3.1b), os catalisadores de Ni/CeO2 e

de Ni/TiO₂ apontaram uma conversão a CO praticamente inexistente na saída do reator, ou

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seja, seletividade perto de 1 em baixas temperaturas. Em contrapartida, a seletividade de Ni/α-

Al₂O₃ e Ni/MgO foi de 0,9 e 0,7 respectivamente até 250°C com aumento gradual até 400°C.

Segundo os autores, os melhores resultados foram encontrados com o óxido de cério,

possivelmente em virtude da sua interação com o metal. Cabe destacar que o CeO₂ é um

óxido básico que permite promover transferência de elétrons parciais entre o suporte e o metal

ativo carente de elétrons como é o níquel. Com isso, o metal consegue doar elétrons para o

orbital π do CO, aumentando a sua adsorção no Ni, deixando a ligação do metal com o

carbono reforçada e, por conseguinte, a ligação C-O do monóxido de carbono enfraquecida.

Desse modo, o mecanismo reacional é modificado, já que a adsorção do hidrogênio no

níquel é enfraquecida e a reação de metanação de CO promovida, devido a dissociação da

ligação C-O no suporte e o aumento da cobertura de H2 sobre o metal. Além disso, o óxido de

cério é um semicondutor do tipo-n, que é caracterizado por ter um déficit de oxigênio na

malha, isto é, cede O₂ da rede formando assim lacunas sem oxigênio. E também se descreve

por exibir cátion com o seu estado de oxidação mais elevado. Isto possibilita uma força motriz

adicional para a conversão de CO2 a CO em atmosfera redutora, sendo uma importante etapa

da metanação do dióxido de carbono (FIGUEIREDO, RIBEIRO, 1989).

O óxido de cério é um suporte muito empregado por apresentar uma característica

específica de grande capacidade de capturar O2 das reações e armazená-lo. Com isso, a

adsorção do oxigênio do CO2 que está na superfície do suporte acontece com mais facilidade.

Além disso, a sua presença também beneficia o desempenho do catalisador melhorando as

seguintes propriedades: dispersão da fase ativa, estabilidade térmica do suporte, promover

redução e oxidação dos metais suportados, aprimorar o comportamento catalítico do metal e

capacidade de estocar e liberar O2, contribuindo na diminuição da deposição de carbono na

superfície do catalisador graças às vacâncias de oxigênio na interface metal-CeO2

(FIGUEIREDO, RIBEIRO, 1989; DANTAS, 2011; WANG, LU, 1998, ABREU, 2007; RAO,

MISHRA, 2003).

Como os resultados encontrados na Figura 3.1, Tada et al.,(2012) optaram pelo estudo

mais aprofundado com os suportes Ni/CeO2 e Ni/α-Al₂O₃. Essa preferência é explicada pelo

fato dos dois catalisadores terem exibido alta conversão de CO2. Já o suporte de titânio,

mesmo apresentando elevada seletividade para metano, não mostrou uma conversão relevante

de dióxido de carbono, dificultando assim a sua escolha para o processo. E por fim, o Ni/MgO

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não expressou bons resultados nas duas análises demonstradas pela figura em questão. Logo,

os catalisadores de Ni/CeO2 e Ni/α-Al₂O₃ apresentaram maior atividade para metanação.

Afim de compreender suas estruturas, os catalisadores foram caracterizados pelo método BET

apresentando área específica de 46 e 7 m2g

-1 respectivamente. Além disso, os dois

catalisadores também foram analisados pela técnica de dessorção à temperatura programada,

TPD. Os resultados são apresentados na Figura 3.2 abaixo.

Figura 3.2- Perfis de TPD CO2- de Ni/ CeO2 e Ni/α-Al2O3 reduzidos a 600°C (Adaptado de TADA et al. ,2012).

De acordo com as análises de TPD de CO2, é de fácil entendimento que o catalisador

Ni/CeO2 apresentou uma intensidade de dessorção muito maior que a do catalisador Ni/α-

Al2O3, apresentando o pico máximo na faixa de temperatura de 150°C, enquanto o segundo

catalisador permaneceu praticamente inalterado na maior parte do tempo do teste. Isto

evidencia que a quantidade de CO2 adsorvido no catalisador de níquel suportado pelo óxido

de cério foi consideravelmente superior a de alumina. E, consequentemente, a melhor

cobertura de CO2 sobre o catalisador leva a uma reação de metanação superior.

O estudo das fases cristalinas de cada material foi feito através de análises de difração

de raios X (DRX) do Ni/CeO2 e Ni/α-Al2O3, com os picos identificados por JCPDS conforme

é mostrado na Figura 3.3. A identificação e a medição do tamanho das nanopartículas de

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catalisadores metálicos suportados são características importantes que podem ajudar a

entender o desempenho catalítico do sistema (SCHMAL, 2011).

Figura 3.3- Difratogramas de raio X de (a) Ni/α-Al₂O₃ antes da redução, (b) Ni/α-Al₂O₃ reduzido a 600°C, (c) Ni/CeO₂

antes da redução e (d) Ni/CeO₂ reduzido a 600°C. JCPDS: NiO (44-1159), Ni (04-0850), α-Al₂O₃ (50-1496), CeO₂ (71-

4199) (Adaptado de TADA et al., 2012).

Analisando a Figura 3.3, observa-se que as fases cristalinas dos suportes não foram

alteradas pela redução do pré-tratamento pelo qual foram submetidos. Antes da redução a

600°C, ambos os casos apresentaram picos de NiO sem níquel metálico, e após a redução, os

picos de NiO não foram mais encontrados. Em contrapartida, os picos de Ni metálico foram

observados. As dimensões dos cristalitos dos dois catalisadores, reduzidos a 600°C foram de

17 nm para o Ni/CeO₂ e de18 nm para o de Ni/α-Al₂O₃, valores esses calculados utilizando a

equação de Scherrer (Equação 4).

Equação (3.1)

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34

Os resultados encontrados mostraram que não existe diferença significativa entre os

tamanhos dos cristalitos que explique a discrepância no comportamento dos dois catalisadores

nas análises de TPD.

Deste modo, foram realizados também análises de redução à temperatura programada

(TPR), que é representado na Figura 3.4.

Figura 3.4- Perfis TPR de Ni/CeO2 e CeO2 (Adaptado de TADA et al., 2012).

O perfil TPR de Ni/CeO2 mostrou que nas temperaturas de 340° e 420°C ocorrem dois

picos, e através das suas áreas foi possível calcular um consumo de 2600 μmolgcat-1

de gás

hidrogênio para a redução do óxido de níquel. Porém, a redução total de NiO a Ni metálico

sobre CeO2 tem o consumo geralmente observado pela literatura de 1700 μmolgcat-1

, o que

caracteriza a existência de mais de uma redução, ou seja, uma parte do óxido de cério também

é reduzido em temperaturas menores que 600°C, como é mostrado no perfil do TPR de CeO2

a uma temperatura de 470°C onde apresenta um pico de redução.

A relação entre H2 e CeO2 faz com que produza grupos hidroxilas através da

dissociação do H2, e além disso, vacâncias aniônicas são geradas como resultado da redução

dos cátions vizinhos como é mostrado na Figura 3.5. Outra forma que também pode reduzir o

óxido de cério é o monóxido de carbono. Onde a adsorção de monóxido de carbono em CeO2

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é acompanhada da redução de átomos de oxigênio da superfície com a criação de vacâncias de

oxigênio. A importante capacidade de armazenar e liberar oxigênio do CeO2 faz com que seja

possível ciclos redox. A redução do CeO2 a Ce2O3 abrange a criação de vacâncias

(FERREIRA, 2013).

Figura 3.5- Mecanismo de redução do CeO2 (Adaptado de RAO, MISHRA, 2003).

Após todas estas analises de caracterização, os autores relataram que o pré-tratamento

do catalisador aumenta a velocidade de decomposição de CO2 em CO, em consequência, da

redução a temperaturas de até 600°C. Como a metanação do monóxido de carbono é um

importante passo para a seletividade a metano, Tada et al.,(2012) pesquisaram a atividade

dessa reação sobre os catalisadores Ni/CeO2 e Ni/ α-Al2O3 com as condições de operação

igual a 5% em volume de CO, 95% em volume de H2 e velocidade espacial de 10,000h-1

conforme apresentado na Figura 3.6.

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Figura 3.6- Efeito do suporte na atividade da reação de metanação sobre Ni/CeO2 e Ni/ α-Al2O3 (Adaptado de. TADA

et al., 2012).

A Figura 3.6 apresenta a conversão de CO em função da temperatura. É possível

visualizar que a 275°C o catalisador de Ni/ α-Al2O3 atinge apenas 43% da conversão de

monóxido de carbono, enquanto o catalisador Ni/CeO2 apresenta-se muito mais ativo por

totalizar quase 100% de conversão a mesma temperatura. Logo, com o catalisador Ni/CeO2 a

metanação do CO ocorre proporcionando alta seletividade do produto desejado. Ou seja, o

catalisador suportado com óxido de cério consegue exibir excelente atividade em uma

temperatura menor que catalisador suportado em alfa alumina. Isto é, em temperaturas mais

baixas a metanação de monóxido de carbono possui uma taxa mais rápida que a formação do

mesmo. O CO é consumido tão rapidamente quanto ele é formado, sem ser observado na

corrente de saída do reator (FECHETE, VEDRINE, 2015).

3.2 Estudo de caso 2: Nickel supported on rice husk ash-activity and

selectivity in CO2 methanation.

Feg-Wen Chang, Tyng-Jer Hsiao, Shih-Wu Chung, Jen-Jon Lo.

Applied Catalysis A: General 164 (1997) pg.225-236

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Neste artigo foram estudados catalisadores de níquel suportados em cinzas de casca de

arroz (50-56m2/g; SiO2-RHA) e sílica gel (422m

2/g; SiO2-gel). Para a preparação das

amostras, as sílicas foram impregnadas com a solução aquosa de Ni(NO3)2.6H2O e pré-

tratadas a 117,85°C por 12h. As amostras foram secas a 99,85°C durante 12h num forno de ar

e calcinadas em uma fornalha. Aproximadamente 50mg de amostra foram reduzidas numa

corrente de H2/ar (5/95) a 599,85°C durante duas horas com taxa de aquecimento de

10°C/min. A reação de metanação de CO2 foi realizada no microrreator de leito fixo a pressão

atmosférica.

A cinza de casca de arroz, também conhecida como sílica amorfa, apresenta grande

área específica e alta porosidade. A casca de arroz é um subproduto da moagem e dos

resíduos da indústria da agricultura, onde as cinzas podem ser produzidas através dos

processos de pirólise, gaseificação e/ou combustão. Quando a casca de arroz é gerada por

combustão em temperaturas moderadas, o produto final é a sílica amorfa (SiO2), uma

estrutura composta de átomos de orientação apenas de curta distância, com possibilidade de

pureza de até 99,9% e ampla seletividade na reação de metanação de dióxido de carbono

(CHANG et al., 2003; ANGEL et al., 2009).

Os autores avaliaram o grau interação do Ni com o suporte do catalisador Ni/SiO2-

RHA através da análise de redução à temperatura programada. A Figura 3.7 mostra os

resultados obtidos para TPR de NiO e de diferentes teores (%peso) de níquel suportados em

cinzas de casca de arroz.

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Figura 3.7– Perfis de TPR de NiO não suportado e suportado em cinza de casca de arroz (Adaptado de Chang et al.,

1997).

Pode-se observar na Figura 3.7 que os picos de redução acontecem em duas

temperaturas, sendo uma delas entre 300 e 400°C e a outra aproximadamente a 500°C. No

pico de menor temperatura, ocorre redução dos grandes cristalitos de óxido de níquel,

possuindo assim fraca interação com suporte ou até ausência da mesma. Enquanto no pico de

maior temperatura, a redução acontece nos menores cristalitos, onde há forte interação do

metal com o suporte (MILE et al., 1988 apud CHANG et al., 1997).

Neste estudo, a Tabela 3.1 mostra a seletividade para CH4 na metanação do CO2 a

500°C, bem como a dispersão e a área metálica com diferentes teores de níquel por

catalisador Ni/SiO2-RHA.

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39 Tabela 3-1- Seletividade do CH4 na metanação de CO2 a 773K e propriedades do catalisador de Ni/SiO2-RHA com diferentes teores (Dados obtidos pela técnica TPD) (Adaptado CHANG et al., 1997)

Propriedade Teor de Ni (%)

1 5 10 20 30

Área do metal (m2/gNi) 26.28 29.09 15.12 8.42 6.22

Dispersão 5.26 5.82 3.02 1.69 1.24

Seletividade a CH4 0.913 0.907 0.841 0.857 0.796

De acordo com a Tabela 3-1, o catalisador com 5% em peso de Ni apresenta a maior

área metálica e o maior grau de dispersão do níquel no suporte de cinza da casca de arroz.

Além disso, é possível perceber o aumento da seletividade a metano na reação conforme o

teor de níquel no catalisador diminui. Tendo em vista que nos teores de 1% e 5% os metais se

encontram mais dispersos no suporte, o desempenho do catalisador é melhor. Possivelmente,

com teores mais elevados ocorre aglomeração de partículas de Ni, o que é evidenciado pela

diminuição da área metálica.

Chang et al.,(1997) compararam os catalisadores Ni/SiO2-RHA com o Ni/SiO2-gel,

em termos de conversão, rendimento, temperatura de reação e seletividade. A Figura 3.8

apresenta a conversão e o rendimento de cada catalisador com 5% em peso de níquel em cada

suporte em função da temperatura. A Figura 3.9 exibe a seletividade para metano destes

catalisadores na faixa de temperatura de 300°C a 700°C.

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Figura 3.8- Comparação da conversão e rendimento da metanação de CO2 em Ni/SiO2-RHA e Ni/SiO2-gel (Adaptado

de CHANG et al.,1997)

Figura 3.9- Comparação da seletividade de CH4 na reação de metanação de CO2 em catalisador com 5% em peso de

Ni/SiO2-RHA e 5% em peso de Ni/SiO2-gel (Adaptado de CHANG et al., 1997).

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Analisando a região 500°C da Figura 3.8, a pesar da conversão CO2 do catalisador

Ni/SiO2-gel ter sido maior, quando é observado em termos de rendimento a CH4 esse

catalisador não leva a um resultado satisfatório. Então, mesmo o catalisador Ni/SiO2-RHA

apresentando uma conversão de CO2 um pouco menor, este exibe um melhor rendimento de

CH4. Além disso, na Figura 3.9 verifica-se que na região de 500°C a seletividade a metano em

Ni/SiO2-RHA é muito maior.

Nas Figuras 3.8 e 3.9 pode-se observar que o rendimento de metano na reação com

cada catalisador aumenta com a elevação da temperatura até 500°C, promovendo elevada

velocidade de reação. Logo, essa temperatura é considerada ideal para a reação de metanação

de dióxido de carbono. Além disso, a Tabela 3-2 fornece os valores termodinâmicos que

também evidenciam o efeito da temperatura na conversão e seletividade durante a reação.

Tabela 3-2-Valores termodinâmicos para metanação (Adaptado de CHANG et al., 1997).

Temp. (K) Reação

1a

2b

3c 4

d 5

e

Calor de Reação ΔH0

f (kcal/mol)

600 -42.792 -9.292 -52.008 -61.376 -41.46

700 -43.68 -9.05 -52.73 -61.78 -41.35

800 -44.449 -8.799 -53.248 -62.047 -41.19

900 -45.105 -8.549 -53.654 -62.203 -40.996

1000 -45.653 -8.304 -53.957 -62.261 -40.729

aCO2+4H2→CH4+2H2O

bCO+H2O→CO2+H2

cCO+3H2→CH4+H2O

d2CO+2H2→CH4+CO2

e2CO→CO2+C

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Após a temperatura de 500°C, inicia-se o processo de desativação na extensão do

catalisador e consequentemente a diminuição da seletividade da produção de metano em

ambos os processos. Essa desativação é ocasionada pelo sobreaquecimento do sistema, devido

ao calor liberado nas reações de metanação de CO2, que são exotérmicas como é mostrado na

Tabela 3-2. Além disso, o rendimento de CH4 é afetado porque ocorre uma diminuição na

proporção dos reagentes, devido às possíveis reações secundárias que acarretam a uma menor

seletividade a metano.

A comparação das principais propriedades dos suportes e catalisadores foi apresentada

nas Tabelas 3-3 e 3-4.

Tabela 3-3- Comparação das propriedades de SiO2-RHA e SiO2-gel (Adaptado de CHANG et al 1997).

Propriedades SiO2-RHA SiO2-gel

Área Específicaa

50-56m2/g 422m

2/g

Tamanho Médio dos Poros 90 Å 60 Å

Tamanho de Partícula 100-270 malha 35-70 malha

Volume de Porob

1.9cm3/g 1.8cm

3/g

Purezac

>99% SiO2 ~99.9% SiO2

Estruturad

amorfo amorfo

aObtido a partir do método BET

bObtido pela técnica de umidade incipiente

cObtido a partir de ICP-MS e técnica EA

dObtida a partir da análise de DRX

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43 Tabela 3-4- Propriedades da superfície dos catalisadores Ni/SiO2-RHA e Ni/SiO2-gel (Adaptado de CHANG et al.,

1997).

Ni/SiO2-RHA Ni/SiO2-gel

% em peso de Ni 5 5

Área do metal (m2/gNi) 29.09 9.49

Dispersão (%) 5.82 1.89

Ao analisar a Tabela 3-3 pode-se verificar que a área superficial de SiO2-gel é cerca de

7 vezes maior que do SiO2-RHA. Deste modo, espera-se que uma maior área superficial leve

à melhor dispersão e maior quantidade de sítios ativos. Entretanto, este fenômeno não é

observado neste estudo, visto que o suporte de sílica gel possui um tamanho médio de poros

menor que o de cinza de casca de arroz. Neste caso, verifica-se uma diminuição da área

superficial ativa, mesmo tendo uma área superficial média maior. Isso ocorre possivelmente

pela obstrução dos pequenos poros de SiO2-gel por grandes cristais do metal.

Além disso, a Tabela 3-4 evidencia que a área metálica de Ni/SiO2-RHA apresenta um

valor mais elevado, ou seja, cristalitos menores na superfície do suporte e consequentemente

uma maior dispersão, o que leva a melhores resultados no se refere à seletividade. Também

foram comparados os perfis de TPR dos dois catalisadores. Os resultados são mostrados na

Figura 3.10.

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Figura 3.10- Perfis de TPR de NiO suportado em SiO2-RHA e SiO2-gel (Adaptado de Chang et al., 1997).

Com estudo dos perfis de TPR da Figura 3.10, pode-se observar que o primeiro pico

de redução de NiO/SiO2-gel está na mesma faixa de temperatura do óxido de níquel, o que

evidencia uma fraca interação do Ni com o suporte. Enquanto que em NiO/SiO2-RHA, nota-

se uma redução contínua em duas etapas, devido a forte interação do metal com o suporte.

Dessa maneira, a cinza da casca de arroz é um suporte considerado melhor que o de sílica em

gel para a reação de metanação de dióxido de carbono.

Analisando os dois trabalhos, com foco no catalisador à base de níquel com suportes

distintos, foi possível fazer uma comparação dos resultados encontrados em termos de

desempenho catalítico. No primeiro estudo de caso, o catalisador que apresentou melhor

desempenho foi o Ni/CeO2 com 10% em peso de níquel, exibindo uma conversão de CO2 de

aproximadamente 90% em temperaturas em torno de 350°C. E uma seletividade a metano

bem perto de 100% na faixa de temperatura de 250°C a 400°C. Além disso, esse catalisador

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mostrou não apresentar subprodutos na corrente de saída do reator, pois a partir de 275°C a

conversão da metanação de CO é cerca de 100%.

No segundo estudo de caso, os autores utilizaram o catalisador de Ni/SiO2-RHA com

5% em peso de níquel, apresentando uma conversão de CO2 em torno de 60% em 500°C e

uma seletividade a metano de aproximadamente 90% na mesma temperatura. Na reação com

esse catalisador podem ocorrer reações secundárias que levam a formação de subprodutos em

temperaturas acima de 500°C, ocasionando redução da seletividade a metano e desativação do

catalisador.

Neste contexto, uma boa alternativa seria estudar em laboratório o catalisador de

Ni/CeO2, visto que este catalisador apresentou resultados mais satisfatórios em relação a

conversão, seletividade e temperatura de reação. Esse estudo em laboratório poderia ser feito

variando o teor de níquel sobre o suporte e também com outros métodos de preparação do

catalisador.

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4 CONCLUSÃO

Ao término desse trabalho foi possível chegar as seguintes conclusões:

A reação de metanação de CO2 é uma alternativa viável para o controle das emissões de dióxido

de carbono na atmosfera.

Diversos suportes podem ser utilizados na reação em questão.

O catalisador de Ni/CeO2 apresentou uma alta conversão de CO2 aproximadamente de 90% na

temperatura de 300°C , uma seletividade a metano próxima de 100% na faixa de temperatura de

250°C a 400°C e não apresentou subprodutos na corrente de saída do reator.

O catalisador de Ni/SiO2-RHA exibiu uma conversão de CO2 em torno de 60% em 500°C, uma

seletividade a metano em torno de 90% a mesma temperatura. Porém, com este catalisador podem

ocorrer reações secundárias que levam a formação de subprodutos diminuindo a atividade do

catalisador.

O catalisador de Ni/CeO2 apresentou melhores resultados, exibindo uma alta conversão de CO2 e

seletividade a CH4 em menores temperaturas.

Como sugestão para estudos futuros, seria uma análise prática variando o teor de metal no suporte

de Ni/CeO2 e também a utilização de outros métodos de preparação do catalisador.

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