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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIA AMBIENTAL Camila Américo dos Santos SENSORIAMENTO REMOTO APLICADO AO ESTUDO DA EVOLUÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA DINÂMICA VEGETAL DO MANGUEZAL EM BARRA DE GUARATIBA RJ Niterói, 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIA AMBIENTAL

Camila Américo dos Santos

SENSORIAMENTO REMOTO APLICADO AO ESTUDO DA

EVOLUÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA DINÂMICA VEGETAL DO

MANGUEZAL EM BARRA DE GUARATIBA – RJ

Niterói, 2017

Universidade Federal Fluminense

Camila Américo dos Santos

Sensoriamento Remoto aplicado ao estudo da evolução espaço-temporal da

dinâmica vegetal do Manguezal em Barra de Guaratiba – RJ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Universidade Federal Fluminense como

requisito parcial para a obtenção do grau

Bacharel em Ciência Ambiental orientado pelo

Prof. Dr. Paulo Roberto Alves dos Santos.

Niterói, 2017

iii

iv

Sensoriamento Remoto aplicado ao estudo da evolução espaço-temporal da

dinâmica vegetal do Manguezal em Barra de Guaratiba – RJ

Camila Américo dos Santos

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Universidade Federal Fluminense como

requisito parcial para a obtenção do grau

Bacharel em Ciência Ambiental, orientado pelo

Prof. Dr. Paulo Roberto Alves dos Santos.

Monografia defendida e aprovada, em 12/01/2017 pela banca examinadora:

Professor Doutor Paulo Roberto Alves dos Santos

Orientador

Professor Doutor Fabio Ferreira Dias

Co-orientador

Professor Doutora Marli Cigagna

Professor Especializado Anderson dos Santos Passos

v

Dedico esse trabalho a minha família por

todo incentivo e ajuda para que isso se tornasse possível.

Ao Breno, pela sua paciência comigo e para a Morgana, minha linda.

vi

Agradeço ao Profº Dr. Paulo Roberto Alves dos Santos pela paciência e por me permitir

participar do projeto que também teve como resultado esse trabalho, lembrar sempre da

Morgana e, novamente, ser muito paciente comigo.

Ao Profº Dr. Fábio Ferreira Dias por ter feito a ponte para que conhecesse o Profº Paulo

e por abrir as portas do NEAC.

As pessoas que fazem/fizeram parte do NEAC, por também ajudarem no projeto, nesse

trabalho de conclusão de curso e pelos bolos daquela Vó de todos nós.

A Universidade Federal Fluminense, a Pró Reitoria de Extensão – PROEX, pela bolsa do

projeto em 2015, que conseguimos realizar grande parte desse estudo.

A todos os demais Professores do Curso de Bacharelado em Ciência Ambiental pela

paciência, pelo conhecimento e por tudo que aprendi e me tornei depois do curso.

Aos meus amigos do curso: Cristiano Fortuna, Monique Willeman e Raphael Chermont

por ainda escutarem minhas chatices e reclamações até esse momento, sempre me apoiando

nessa longa caminhada que foi a C.A., esperando que ainda me aturem por um longo tempo.

Ao pessoal do Instituto que me dá bom dia, perguntam como estamos, que sempre está à

disposição, esse pessoal que sempre está feliz e ajuda todo mundo.

Aos meus amigos do tempo do ensino médio, que só falo via mensagem, mas tenho

certeza que não deixam de acreditar em mim.

As pessoas que passaram pela minha vida e me deram apoio e incentivo.

A minha mãe, que me aguenta desde sempre atazanando seu juízo, pelo seu amor e

dedicação por ter cuidado das minhas irmãs e de mim, e que agora também ajuda a cuidar da

Morgana.

Ao meu pai, que mesmo longe, tenho certeza que não se esquece de mim, que sempre fez

de tudo para cuidar das minhas irmãs e de mim.

As minhas irmãs, que mesmo não conversando muito e sendo muito diferentes, estão do

meu lado quando preciso.

A minha mais nova família: Breno e Seu Afonso, que me ajudam e me dão apoio desde

que me conheceram, me amam mesmo não dando motivo para tanto, às vezes, que não desistem

de mim.

A minha filha, Morgana, meu presente iluminado.

vii

"É possível encontrar a felicidade mesmo nas horas mais sombrias, se lembrar de

acender a luz." – (J.K. Rowling)

viii

RESUMO

O manguezal é considerado um ecossistema de grande importância ecológica, social e

econômica, que está distribuído ao longo da linha costeira brasileira. Característico de regiões

tropicais e subtropicais, possuindo funções fundamentais como: manutenção da qualidade da

água, fixação do sedimento, fornecimento de produção primária no seu entorno e manutenção

da biodiversidade, além de servir de berçário e área de refúgio para espécies de interesse

comercial e artesanal, prestando grandes serviços ambientais. Este ecossistema vem sofrendo

com o crescimento desordenado das áreas urbanas e suas atividades potencialmente poluidoras,

além das alterações ambientais e climáticas em todo o globo. Seu estudo é de grande

importância para melhor entendermos sua dinâmica e fatores que os influenciam e modificam,

além de sua preservação. As ferramentas das geotecnologias são de suma importância para

estudos de monitoramento e avaliação ambiental, sendo formas eficientes e ágeis para a

caracterização do uso do solo, oferecendo facilidade na aquisição e manipulação de dados,

repetitividade na coleta de informações e atualizações constantes das áreas analisadas. O

objetivo deste trabalho foi a realização de um estudo da dinâmica da vegetação característica

de manguezal da Região de Barra de Guaratiba, Rio de Janeiro, bem como a ocupação

desordenada da região, com um corte temporal de 25 anos (1990 até 2015). Foram utilizadas

como documentação básica, fotografias aéreas, imagens orbitais multiespectrais oriundas dos

satélites da série Landsat (de média resolução) complementadas com pesquisas de campo na

área de manguezal. A área de estudo proposta localiza-se em Barra de Guaratiba, bairro

litorâneo da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro.

Palavras-chave: Manguezal, Geotecnologias, Barra de Guaratiba

ix

ABSTRACT

The mangrove is considered an ecosystem of great ecological, social and economic,

which is distributed along the Brazilian coastline. Characteristic of tropical and subtropical

regions, having basic functions such as water quality maintenance, sediment fixing, supply of

primary production in their environment, maintenance of biodiversity, as well as serve as

nursery and refuge area for species of commercial interest and craft , providing major

environmental services. This ecosystem has suffered from the uncontrolled growth of urban

areas and their potentially polluting activities, in addition to environmental and climate change

around the globe. Their study is of great importance to better understand its dynamics and

factors that influence and modify, as well as its preservation. The tools of geotechnology are

very important for monitoring studies and environmental assessment, and efficient and agile

ways to characterize the land use, offering ease of acquisition and manipulation of data,

repetitiveness in the collection of information and constant updates of the analyzed areas. The

objective of this study was to conduct a study of the dynamics of mangrove vegetation

characteristic of Barra de Guaratiba Region, Rio de Janeiro, and the disorderly occupation of

the region, with a time cut of 25 years (1990 to 2015). We used as basic documentation, aerial

photographs, multispectral orbital images from the Landsat series (medium resolution) satellites

complemented with field surveys in the mangrove area. The proposed study area is located in

Barra de Guaratiba, a coastal district in the West Zone of the city of Rio de Janeiro.

Keywords: Mangrove, Geotechnology, Barra de Guaratiba.

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Esquema para obtenção de imagens com o Sensoriamento Remoto. / Fonte:

FLORENZANO, G. T.; p. 1 ............................................................................................. 16

Figura 2- Espectro Eletromagnético / Fonte: Teoria na teia (2015) ....................................... 17

Figura 3- Equação NDVI. /Fonte: Anderson Medeiros Consultor em Geotecnologias. ........ 19

Figura 4- Esquema de manguezal. /Fonte: Brasil Bioma Estudos Ambientais ...................... 22

Figura 5- Local do Estudo / Fonte: Elaborado pela autora ..................................................... 25

Figura 6- Barra de Guaratiba: Manguezal e apicum /Fonte: NEAC ...................................... 26

Figura 7- Barra de Guaratiba: Manguezal e apicum /Fonte: NEAC ...................................... 26

Figura 8- Expansão Urbana em Barra de Guaratiba / Fonte: NEAC ...................................... 27

Figura 9- Imagens usadas para vetorização, Composição RGB :1990, 2000: 5,4,3; 2015: 6,5,4.

/Fonte: USGS ........................................................................................................................... 30

Figura 10- Combinações de bandas nos satélites Landsat. /Fonte: ForestGis. ...................... 31

Figura 11- Reprojetando bandas. /Fonte: A autora. .............................................................. 32

Figura 12- Criando novo shape. /Fonte: A autora .................................................................. 32

Figura 13- Elaborando os shapes. /Fonte: A autora ............................................................... 33

Figura 14- Ferramenta Raster Calculator. /Fonte: A autora ................................................... 34

Figura 15- Classificação de Barra de Guaratiba - 1990. /Fonte: A autora. ........................... 35

Figura 16- Classificação de Barra de Guaratiba - 2000. / Fonte: A autora. ........................... 36

Figura 17- Classificação de Barra de Guaratiba - 2015. /Fonte: A autora. ............................ 37

Figura 18- Composição Com NDVI Barra de Guaratiba 1990. /Fonte: A autora. ................. 40

Figura 19- Composição com NDVI de Barra de Guaratiba 2000. /Fonte: A autora. ............. 41

Figura 20- Composição com NDVI de Barra de Guaratiba 2015. /Fonte: A autora. ............. 42

xi

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Comparação multitemporal das áreas totais de Barra de Guaratiba. /Fonte: A autora

.......................................................................................................................................... 38

xii

LISTA DE ABREVIAÇÕES

CETEx Centro Tecnológico do Exército

FEMAR Fundação de Estudos do Mar

GPS Global Position System

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INEA Instituto Estadual do Ambiente

INPE Instituto de Pesquisas Espaciais

NDVI Normalized Difference Vegetation Index

RBAG Reserva Biológica e Arqueológica de Guaratiba

RBG Reserva Biológica Estadual de Guaratiba

SIG Sistema de Informação Geográfica

SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação

USGS United States Geological Survey

xiii

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 14

1- REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 16

1.1- Sensoriamento Remoto ................................................................................................... 16

1.2- Manguezal e Apicuns (Planícies hipersalinas) ................................................................ 20

1.3- SIGs e Manguezais .......................................................................................................... 23

2- ÁREA DE ESTUDO ......................................................................................................... 24

3- OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA ................................................................................... 28

4- MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................. 28

4.1- Vetorização e Classificação............................................................................................. 29

4.2- NDVI ............................................................................................................................... 33

5- RESULTADO E DISCUSSÃO ........................................................................................ 34

5.1- Classificação .................................................................................................................... 35

5.2- NDVI ............................................................................................................................... 40

6- CONCLUSÃO ................................................................................................................... 44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 45

ANEXOS: ................................................................................................................................ 51

ANEXO A - Análise dos impactos ambientais no manguezal em Barra de Guaratiba: uma

contribuição para educação ambiental na região: ................................................................... 51

ANEXO B - Análise da dinâmica da cobertura da vegetação característica de manguezal em

Barra de Guaratiba: uma contribuição para educação ambiental na região. ........................... 52

14

INTRODUÇÃO

___________________________________________________________________________

Pode-se considerar que o grande salto de desenvolvimento do Sensoriamento Remoto

começa nos anos 60, onde ocorre a multiplicidade dos sistemas sensores. O que se tornou

determinante para que esses sistemas existissem foi a evolução da capacidade de imageamento

dos sensores e o acesso à tecnologia. Com base nas análises das imagens geradas a partir dessa

ferramenta, pôde-se acelerar resultados e reduzir custos de mapeamentos e detecção de

mudanças, como exemplo estão entre elas: urbanas, agrícolas, geológicas, ecológicas,

florestais, cartográficas, oceanográficas, hidrológicas, militares, dentre muitas outras.

(GRIGIO, 2003; OLIVEIRA, FREITAS, 2015)

Concomitantemente ao desenvolvimento das tecnologias, o geoprocessamento aproximou

os usuários dos dados de sensoriamento remoto, além do processo de desenvolvimento de suas

aplicações, para fornecer ferramentas de análise espacial que agregam valor às informações.

Contudo, para que informações sejam extraídas com mais eficiência das imagens orbitais, são

necessárias técnicas de processamento digital de imagens de sensores remotos. (CARVALHO,

2015)

O manguezal é considerado um ecossistema de grande importância ecológica, social e

econômica, que está distribuído ao longo da linha costeira brasileira. É característico de regiões

tropicais e subtropicais, possuindo grande importância sócio-econômica-ambiental relacionada

a suas funções fundamentais, sendo elas grandes serviços ambientais prestados por este

ecossistema. Dentre estas funções, pode-se mencionar a manutenção da qualidade da água,

fixação do sedimento, fornecimento de produção primária no seu entorno e manutenção da

biodiversidade, além de servir de berçário e área de refúgio para espécies de interesse comercial

e artesanal. (COSTA, et. al., 2006; KRUG, et. al., 2007).

Este ecossistema vem sofrendo com o crescimento desordenado das áreas urbanas e suas

atividades potencialmente poluidoras, além das alterações ambientais e climáticas em todo o

globo. Seu estudo é de grande importância para melhor entendermos sua dinâmica e fatores que

os influenciam e modificam, além de sua preservação. Estudos de sua cobertura vegetal, assim

como sua evolução no espaço-tempo, tornam-se um importante mecanismo de análise, gestão

e planejamento ambiental. Com isso, será possível compreender os fenômenos recorrentes nas

regiões estudadas. (ALMEIDA, 2010; SILVA, MOREIRA, 2011; CARVALHO, 2015)

15

Um dos principais remanescentes de manguezal do município do Rio de Janeiro está

localizado na Baía de Sepetiba. Neste local, ele é composto por duas feições: a floresta de

mangue e planícies hipersalinas, mais conhecidas como apicuns. Estas feições são intimamente

integradas do ponto de vista estrutural, funcional e de sua dinâmica. Os manguezais da área de

Guaratiba, de Barra de Guaratiba até o Rio Piraquê, merecem maior atenção, por possuirem

florestas bem conservadas e uma paisagem com sistemas integrados, que fazem parte da

Reserva Biológica Estadual de Guaratiba (RBG). Percebe-se que já existe uma forte pressão

urbana na região, como, por exemplo, a construção de estradas nos mangues e apicuns, que

acabam por interferir na dinâmica das inundações pelas marés. O Centro Tecnológico do

Exército (CETEx) foi construído dentro da RBG, sobre os manguezais e apicuns. Essa região

torna-se bastante vulnerável, por se tratar da próxima “fronteira” para a expansão urbana da

Cidade do Rio de Janeiro. (SOARES, 2007)

Com isso, a área de estudo proposta localiza-se em Barra de Guaratiba, bairro litorâneo

da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Seus bairros limítrofes são Guaratiba, Vargem

Grande, Recreio dos Bandeirantes e Grumari. É um bairro praiano, composto também por

grandes áreas de mangue.

O objetivo desse trabalho foi a realização de um estudo da dinâmica da vegetação

característica de manguezal da região, bem como a ocupação desordenada, com um corte

temporal de 25 anos (1990 até 2015). Foram utilizadas como documentação básica: fotografias

aéreas, imagens orbitais multiespectrais oriundas dos satélites da série Landsat (de média

resolução), complementadas com pesquisas de campo na área de manguezal.

16

1- REFERENCIAL TEÓRICO

1.1- Sensoriamento Remoto

O sensoriamento remoto consiste na obtenção de informações dos fenômenos e feições

terrestres para possíveis mapeamentos e avaliações dos recursos terrestres, como também para

o monitoramento ambiental. Utiliza-se de equipamentos de captação e transmissão de dados

que ficam a bordo de aeronaves, espaçonaves ou qualquer outra plataforma, sem que haja

contato direto com a área ou fenômeno investigado (IBGE, 2000; FIGUEIREDO, 2005;

FLORENZANO; NOVO, 2010). Para que ocorra a obtenção de dados, o alvo que está na

superfície terrestre precisa captar e refletir a energia eletromagnética, proveniente do Sol, para

que ocorra uma interação entre alvo e sensor (Figura 1). Sendo assim a energia eletromagnética

será emitida, ou refletida, e registrada pelos sensores remotos para a detecção, aquisição e

análise (interpretação e extração de informações) de dados. Estes serão enviados e registrados

em estações de recepção na Terra. Tais sinais serão transformados em gráficos, tabelas ou

imagens para que se colete as informações cabíveis. (IBGE, 2000; FLORENZANO; MORAES,

2001)

Figura 1- Esquema para obtenção de imagens com o Sensoriamento Remoto. / Fonte:

FLORENZANO, G. T.; p. 1

17

A radiação eletromagnética é a energia que se propaga por ondas eletromagnéticas com a

velocidade da luz. Ela pode ser medida por sua frequência e seu comprimento da onda. A

frequência de onda é o número de vezes que uma onda se repete por unidade de tempo e o

comprimento de onda é a distância entre dois picos de ondas sucessivos: quanto mais distantes,

maior é o comprimento e, quanto menos distantes, menor será o comprimento de onda

(FLORENZANO, S/D).

O espectro eletromagnético é a ordenação, de maneira contínua em função do

comprimento de onda ou frequência, da energia eletromagnética em subdivisões de acordo com

as características de cada região. Estende-se dos comprimentos de ondas mais curtos (raios

cósmicos), até as ondas de rádio de comprimentos mais longos (Figura 2). O intervalo que o

olho humano consegue detectar é a faixa do visível. As janelas atmosféricas são faixas do

espectro eletromagnético que permitem a passagem total, ou parcial, da REM. Os sensores dos

satélites devem operar nas faixas do espectro onde a atmosfera é transparente (nas janelas

atmosféricas) a energia solar (IBGE, 2001). Geralmente, as faixas trabalhas em sensoriamento

remoto estão compreendidas do visível até as micro-ondas.

Figura 2- Espectro Eletromagnético / Fonte: Teoria na teia1 (2015)

Como resultado da coleta de informações dos sensores remotos temos, entre outros, a

imagem digital. A mesma é constituída por um arranjo de elementos (dígitos) sob a forma de

malha, onde cada célula tem sua localização definida por um sistema de coordenadas “x,y”,

1 Imagem retirada do site teorianateia.com.br. Laser estoura sequência de balões. Imagem 1. Acessado em: 11

de julho de 2016. Disponível em: < http://teorianateia.com.br/2015/06/21/laser-estoura-sequencia-de-baloes/ >

Link direto para a imagem: <http://teorianateia.com.br/wp-

content/uploads/2015/06/espectro_eletromagnetico.jpg>

18

representadas por colunas e linhas. Cada pixel possui um valor numérico associado, onde cada

valor corresponde a intensidade da REM da área da superfície terrestre correspondente ao pixel.

Tal intensidade denomina-se Nível de cinza (NC), representada por tonalidades de cinza que

variam do preto (nível máximo de absorção) ao branco (nível máximo de reflectância). (IBGE,

2001)

Hoje possuímos uma vasta constelação de satélites orbitando a Terra, onde cada um deles

oferece diferentes serviços de imagem, atendendo a diferentes demandas dos usuários das

geoinformações. No estudo de caso, o interesse maior estava no monitoramento da dinâmica da

paisagem local, fazendo-se necessário a aquisição de informações de satélites que tenham maior

revisita à área em questão, por um maior período de tempo. Uma forma de abordar as

potencialidades de um sensor é pelo dimensionamento de suas resoluções. Devido a limitação

dos sensores orbitais em transmitir um grande volume de dados para as estações terrestres,

imagens que recobrem grandes áreas são associadas a resoluções menores (de 30 a 20 metros),

e as imagens que recobrem pequenas áreas são associadas a resoluções espaciais grandes (1 a

6 metros). Resoluções pequenas são comumente usadas para escalas mais regionais, por não

mostrarem características mais detalhadas da região, enquanto as imagens de resoluções

maiores serão usadas para estudos locais, onde exigem mais detalhamentos. (MENESES;

ALMEIDA; UNB, 2012, P.24)

A escolha do sensor para o estudo é de fundamental importância por se tratar de uma

classificação onde será observada a dinâmica da vegetação em série temporal. Como os

sensores da série Landsat estão em órbita por mais tempo, disponibilizando o mais longo

registro da superfície terrestre, e por proporcionar aquisição repetitiva de dados multiespectrais

calibrados, foram tomadas como imagens base para o estudo. A série está em órbita desde 1972

até hoje, fornecendo dados para a comunidade científica desde então. O Brasil utiliza os dados

deste sistema orbital desde 1973.

As ferramentas das geotecnologias, entendendo como tal: Sensoriamento Remoto,

Geoprocessamento, SIGs; são de suma importância para estudos de monitoramento e avaliação

ambiental. Segundo Azevedo e Mangabeira (2001) são formas eficientes e ágeis para a

caracterização do uso do solo, oferecendo facilidade na aquisição e manipulação de dados,

repetitividade na coleta de informações e atualizações constantes das áreas analisadas. Ou seja,

tornam-se indispensáveis para o estudo proposto, por ser tratar de uma avaliação espaço-

temporal da vegetação típica de manguezal.

19

O Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) mostra, a partir de medidas

espectrais, dados quantitativos e qualitativos de fatores diretamente relacionados com a

cobertura vegetal, como biomassa e dinâmica entre solo e vegetação (LOURENÇO; LANDIM,

2004). É o índice mais empregado no tipo de análise que será realizado.

Figura 3- Equação NDVI. /Fonte: Anderson Medeiros Consultor em Geotecnologias2.

O NDVI é um indicador numérico que varia entre -1 e 1, onde -1 significa uma área com

vegetação sem folhas, sofrendo estresse hídrico por déficit de água no solo, e 1 significa que a

vegetação possui folhas, com suas funções metabólicas e fisiológicas em pleno funcionamento,

sem estresse hídrico. O mesmo é calculado usando a energia eletromagnética refletida pela

vegetação nas bandas do vermelho e infravermelho próximo, baseando-se no princípio físico

da assinatura espectral das plantas. A radiação absorvida na banda do vermelho e refletida na

banda do infravermelho sofrem variações de acordo com as condições da vegetação. Se a

vegetação tiver todas as condições favoráveis para seu sustento, maior será a absorção no

vermelho e reflectância no infravermelho. Assim a diferença entre as reflectâncias das bandas

do vermelho (Red) e do infravermelho (NIR) será tanto maior quanto mais verde for a

vegetação3.

2 Anderson Medeiros Consultor em Geotecnologias. Como calcular NDVI no QGIS. Acessado em: 22 de

dezembro de 2016. Disponível em: < http://andersonmedeiros.com/qgis-fazer-ndvi/ >

3 Instituto Nacional do Semiárido – INSA. Índice De Vegetação Por Diferença Normalizada. Acessado em: 10

de julho de 2016. Disponível em: < http://www.insa.gov.br/ndvi/#.V4LMLlQrKUk >

20

1.2- Manguezal e Apicuns (Planícies hipersalinas)

Dugan (1990) diz que é de fundamental importância que a sociedade reconheça os valores

das zonas úmidas costeiras, por sua relevância na saúde e no bem-estar das comunidades que

residem em seu entorno. Ou seja, que entendam e apreciem seu significado para o ambiente.

São consideradas como uma das áreas mais produtivas do mundo. Diz, também, que não há

informações suficientes sobre tais zonas, sendo preciso melhorá-las em qualidade e quantidade.

Ocorre que as zonas úmidas costeiras são modificadas por falta de conhecimento de seus

valores, não são reconhecidos os serviços ambientais proporcionados sem custo para a

população em geral. Com sua conservação, estarão garantidos a sustentabilidade da pesca,

ecoturismo, acesso igualitário aos recursos, redução de conflitos sociais, manutenção das

funções dos ecossistemas e dos valores culturais e espirituais, a médio e longo prazo (LIGNON,

2005).

Dentre as zonas úmidas costeiras, o manguezal aparece como uma das mais importantes. É

um ecossistema de grande importância ecológica, social e econômica, dominante na extensão

litorânea brasileira, estando distribuído ao longo da mesma. Possuem como característica maior

a complexidade e alta resiliência, sofrem influência da salinidade, controlados por fluxos de

rios e marés, taxas de sedimentação e evaporação. Possuem espécies vegetais adaptadas

morfologicamente, fisiologicamente e reprodutivas comuns, que as permitem desenvolver-se

em ambientes instáveis e estressantes. Como papel principal deste ecossistema, temos: a

proteção da linha da costa, a exportação da matéria orgânica para os estuários, o que ajuda na

produtividade primária da costa. Com isso, é considerado um dos grandes berçários naturais,

tanto para fauna marinha quanto a terrestre, que encontram condições ideais para os primeiros

estágios de suas vidas e sua reprodução. (LIGNON, 2005; COSTA, 2006; CARVALHO,; 2007;

KRUG, et al., 2007; ESPINOZA, 2008; SILVA E MOREIRA, 2011).

Existem três gêneros de árvores que constituem as florestas de mangues brasileiros:

Rhizophora, Avicennia e Laguncalaria, com seis espécies: (R. mangle, R. racemosa, R.

harisonii, A. shaueriana, A. germinans e L. racemosa). Dentre elas, três dessas espécies

apresentam grande distribuição: O mangue vermelho (R. mangle), o mangue branco (L.

racemosa) e o mangue preto ou seriba (A. shaueriana). Além das árvores, também possuem

plantas do tipo samambaia do mangue, hibisco e a gramínea Spartina. Também ocorrem algas

no nível de suas raízes aéreas e na faixa coberta pela maré. No Rio de Janeiro, existem quatro

21

espécies que podem ser encontradas: o mangue vermelho (R. mangle), o mangue branco (L.

racemosa), o mangue seriba (A. shaueriana, A. germinians) e o mangue de botão (Conocarpus

erecta). (FRUEHAUF, 2005; SOUZA, S/D)

Plantas que possuem como característica a tolerância de sobreviver em ambientes salinos ou

salobros, são denominadas de halófitas. Estas possuem dois sistemas de controle de

concentração de sal em seus tecidos que é chamado de osmorregulação. Com isso, elas tentam

expulsar o sal para o seu exterior. Também há a ocorrência de plantas epífitas, que são plantas

fixas a outras, por exemplo: as algas, líquens e samambaias (FEMAR, 2001).

O manguezal também pode ser usado como indicador biológico, por função da alta resposta

das espécies vegetais a qualquer alteração do ambiente. É um sistema bastante produtivo, porém

muito vulnerável aos efeitos da degradação ambiental. Esse ecossistema está seriamente

ameaçado pela expansão urbana, obras de engenharia, lixões, marinas, aterros e cultivo de

camarões. Também possui várias funções importantes para o equilíbrio ambiental, podendo ser

apontado como um indicador biológico, por função da sua rápida reposta das suas espécies

vegetais a qualquer alteração no ambiente.

A localização dos manguezais está diretamente ligada às áreas de maior interesse para a

sociedade, causando sua degradação por diferentes motivos. Um de seus produtos que foi mais

explorado é a madeira. No Rio de Janeiro, por exemplo, os manguezais ocupavam grande parte

da cidade, porém foram aterrados com o propósito de aumentar a área urbana (ALMEIDA,

2010).

Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais –

INPE (2015), os remanescentes e ecossistemas associados à Mata Atlântica, no Estado do Rio

de Janeiro, cobriam em seu território, em 2014, um total de 819.969 ha de mata, 41.147 ha de

restinga e 11.017 ha de manguezais.

22

Figura 4- Esquema de manguezal. /Fonte: Brasil Bioma Estudos Ambientais4

Pellegrini (2000) descreve as várias formas de possíveis ocorrências dos apicuns, estes

localizados nos manguezais, em zonas que sofrem fortemente com a interação das ações de

marés de sizígia, e ação do clima mais seco, ou ocasionalmente mais seco, na região. O

resultado disso seriam os acúmulos de sal que excedem a capacidade de recuperação dos

manguezais. Estes eventos podem ser verificados em vários locais do Globo, como:

Madagascar, Senegal, Índia, Gabão, Papua-Nova-Guiné, Nicarágua, Equador, Nova Caledônia

e México. (HADLICH, G. M; UCHA, J. M.; 2009). Mesmo sendo relacionados, em parte, aos

grandes conjuntos de hipersalinas, os sabkhas, depressões salinas em ambientes áridos, estão

ligados aos manguezais, mas sua forma de ocorrência é diferente. (LEBIGRE, 2007).

Zack & Román-Mas (1988, apud PELLEGRINI, 2000), explicam que as áreas dentro dos

manguezais onde a inundação é realizada somente pelas marés, se tornando a fonte de aporte

de água. Aliam-se a isso altas temperaturas e radiação solar com taxas de evaporação elevadas,

combinadas com uma pequena entrada de água doce e frequência de inundação por marés

4 Imagem retirada do site Brasil Bioma Estudos Ambientais. Disponível em: <

http://brasilbioma.com.br/manguezais-e-alteracoes-do-clima/ >

23

baixas, transformam-se em fatores determinantes para a ocorrência de zonas hipersalinas, os

apicuns.

Blasco (1984) mostra que locais com baixa precipitação associados as elevadas taxas de

evaporação, tornam a ocorrência de apicuns mais frequentes. Já Leeuw et al. (1991, apud

PELLEGRINI, 2000), diz que deve haver algum ponto da região entre marés que a ação do

clima não implica em uma grande influência, sendo a explicação para a ocorrência dos apicuns

somente as variações de salinidade no sedimento, tornando-o principal fator para o evento. Tais

autores também descrevem que as frequências das inundações, mais que sua duração, são

fatores que implicam no impacto do clima na salinidade do sedimento, sendo inversamente

proporcionais, ou seja, quanto maior a frequência das inundações, menor é a influência das

condições climáticas.

1.3- SIGs e Manguezais

Ocorrem com frequência intensas mudanças na cobertura e uso das terras, causando

grandes impactos ambientais. No Rio de Janeiro, tais impactos têm provocado grande

degradação da vegetação nativa (Mata Atlântica e seus ecossistemas associados), a erosão

hídrica e eólica, a diminuição na vazão dos rios que drenam a região, os assoreamentos e

aumento das queimadas, as perdas de habitats, as alterações em povoamentos e populações

faunísticas, a erosão genética e a redução da biodiversidade, dentre outros5.

Estudos sobre tal tema abrangem análises e mapeamentos, tornando-se de grande utilidade

na atualização das formas de uso e ocupação do espaço. No contexto desse trabalho, essa

ferramenta fornece subsídios para as análises e avaliações dos impactos ambientais, por

exemplo, na perda da biodiversidade e impactos gerados pela intensa urbanização (IBGE,

2013). Seu monitoramento representa um aspecto relevante e indispensável para o planejamento

e para formulação e aplicação de uma política ambiental coerente e eficiente.

5 Instituto Estadual do Ambiente – INEA. Cobertura vegetal e uso da terra. Acessado em: 23 de julho de 2016.

Disponível em: <

http://www.inea.rj.gov.br/Portal/MegaDropDown/Monitoramento/Coberturavegetaleusodaterra/index.htm&lang

= >

24

Em 2007, o INEA realizou um monitoramento da cobertura vegetal e uso da terra multi-

escalar – 1:100.000 e 1:25.000, com método de classificação orientada por objetos em imagens

Landsat referentes aos períodos de junho a setembro, com mapa base do ano de 20076.

Lignon (2008) diz que estudos do ecossistema manguezal, junto a utilização de escalas

espaço-temporais diferentes, auxilia no gerenciamento das zonas costeiras. Dito isso, as

técnicas de sensoriamento remoto, SIG (Sistema de Informação Geográfica) e o uso dos GPS

(Sistema de Posicionamento Global), fornecem informações que subsidiam comparações

temporais em uma mesma área, mostrando o estado das mesmas, para possibilitar estudos de

alterações provocadas na região. Tais alterações podem sofrer processos antrópicos ou naturais.

Dessa forma, ajudando na adoção de medidas mitigadoras para a recuperação da região.

2- ÁREA DE ESTUDO

___________________________________________________________________________

A área de estudo está localizada em Barra de Guaratiba, bairro litorâneo da Zona Oeste da

cidade do Rio de Janeiro (Figura 5). É basicamente tratado como um bairro praiano, mas

também existem grandes áreas de manguezais na área. Também foi incluído no estudo a

Reserva Biológica Estadual de Guaratiba – RGB. Esta foi criada pelo Decreto Estadual nº

7.549, de 20 de novembro de 1974, tendo como objetivo a preservação dos manguezais e sítios

arqueológicos da região. Antes era nomeada como Reserva Biológica e Arqueológica de

Guaratiba – RBAG. Recentemente, a Lei Estadual nº 5.842, de 3 de dezembro de 2010, foi

recategorizada, seguindo as categorias preconizadas pela Lei nº 9.985/2000, que instituiu o

Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Possui 3.360 hectares e protege um

dos mais importantes remanescentes de manguezal da região metropolitana do Rio de Janeiro.

6 Idem ao 5.

25

Figura 5- Local do Estudo / Fonte: Elaborado pela autora

Barra de Guaratiba e Guaratiba possuem manguezais, assim como todo os remanescentes

localizados no entorno da baía de Sepetiba, compostos por florestas e apicuns. Soares (2007),

descreve em seu estudo que toda a área de Guaratiba merece a devida atenção por ainda estarem

bem conservados e ainda conseguem ter seus sistemas integrados. Toda essa área faz parte da

RBG.

26

Figura 6- Barra de Guaratiba: Manguezal e apicum /Fonte: NEAC

O clima, segundo a classificação de Köppen, é dividido em Aw (tropical com inverno

seco), e Af (tropical úmido). Possui temperatura média anual de 23,5°C e precipitação anual

média de 1067 mm, com maiores precipitações entre janeiro e março e menores entre junho e

agosto (ESTRADA, 2009).

Figura 7- Barra de Guaratiba: Manguezal e apicum /Fonte: NEAC

Almeida (2010) diz que a região vem sofrendo grandes transformações, seja em virtude do

crescimento industrial no entorno da baía de Sepetiba, ou pela intensa expansão urbana da zona

27

oeste, principalmente pelos bairros da Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes. Tais bairros

se tornaram os novos queridos pela população de classe média alta do Rio de Janeiro, fazendo

com que a população mais carente, geralmente utilizada como mão de obra para as construções

e serviços, fosse encontrar moradia nos bairros adjacentes. Os bairros de Guaratiba e Barra de

Guaratiba cresceram rapidamente e de forma desorganizada. Soares (2007) cita que existem

estradas em locais específicos que cortam grandes áreas dos mangues e apicuns, dividindo-nos

ao meio, causando empecilhos na frequência das inundações das marés nessas áreas.

Figura 8- Expansão Urbana em Barra de Guaratiba / Fonte: NEAC

No Censo 2000, já era possível identificar o rápido crescimento da área que acontecia de

forma desorganizada e sem oferecer a infraestrutura apropriada. O mesmo apontou um

crescimento populacional na região administrativa de Guaratiba de mais de 20% (a maior classe

de crescimento), mas a região possui um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano

para o Estado e estava na menor classe para o número de domicílios ligados a rede geral de

esgoto. Barra de Guaratiba contava com 9,44 km² e uma população de 4.380 pessoas.

O Censo demográfico de 2010 mostra que a população de Barra de Guaratiba diminuiu,

caindo para 3.577 habitantes, ocorrendo o mesmo em Pedra de Guaratiba. Mas os habitantes de

Guaratiba cresceram, assim como a maioria dos bairros da Zona Oeste da cidade do Rio de

Janeiro, tendo bairros crescendo até 150%7. O censo mostra que Barra de Guaratiba ainda

possui uma grande gama de pessoas expostas aos esgotos a céu aberto, com 13,96% de sua

população exposta (MOREIRA, 2014).

7 G1.Globo. Bairros na Zona Oeste do Rio crescem até 150% em uma década, diz IBGE. Publicado em: 01

de julho de 2011. Acessado em: 20 de dezembro de 2016. Disponível em:

<http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/07/ibge-bairros-na-zona-oeste-do-rio-crescem-ate-150.html>

28

3- OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA

___________________________________________________________________________

O objetivo geral desta pesquisa consistiu na realização do estudo da dinâmica da vegetação

característica de manguezal em Barra de Guaratiba e Reserva Biológica Estadual de Guaratiba

– RBG, além de uma análise da expansão da ocupação urbana no período de 1990 a 2015 da

área de estudo.

Como objetivo específico, foi realizada uma classificação visual em meio digital das

imagens orbitais dos sensores remotos Landsat 5TM, Landsat 7ETM+ e Landsat 8 OLI com

resolução espacial de 30 m, das cenas que recobrem a área, no sentido de separar as áreas de

manguezal das áreas construídas e áreas de apicuns, em um corte temporal de 25 anos.

Fotografias aéreas, imagens coletadas no Google Earth, mapas e informações existentes, foram

utilizadas para complementação. Também foi realizado um levantamento em campo para

posterior confronto dos polígonos da classificação da vegetação de manguezal e áreas

construídas com a verdade terrestre.

O NDVI foi realizado a partir das imagens orbitais dos mesmos sensores usados na

classificação, para conseguir melhor visualização da vegetação e poder verificar se a mesma

passou por processos que afetem seu ecossistema. São utilizadas as bandas do infravermelho

próximo, onde a vegetação reflete mais energia eletromagnética, e a do vermelho, onde a

mesma emite menos energia. Com o resultado, se espera fazer uma composição colorida.

A principal justificativa deste estudo remonta à necessidade de identificação do

comportamento da dinâmica da vegetação típica de manguezal na área de Guaratiba, bem como

o avanço das áreas construídas no período de 25 anos (1990-2015), possibilitando assim

estabelecer um modelo que dê suporte a futuras ações de preservação do meio ambiente.

4- MATERIAL E MÉTODOS

___________________________________________________________________________

O presente estudo é um dos resultados do projeto de extensão realizado no ano de 2015,

onde foi realizada a pesquisa de verificação da dinâmica da vegetação de manguezal na região

de Barra de Guaratiba e adjacências, conjuntamente com a expansão urbana. O estudo é feito a

29

partir de um corte temporal de 25 anos (1990 a 2015), onde foram utilizadas imagens de satélites

e fotografias aéreas dos anos de 1990, 2000, 2005 (somente como apoio) e 2015 (Landsat e

Google Earth).

4.1- Vetorização e Classificação

Para a realização da vetorização e classificação das áreas, foram procuradas imagens do

local de estudo. Tais imagens foram buscadas no site U.S. Geological Survey8 (USGS), através

do Earthexplorer9. Elas são multiespectrais orbitais da série de satélites Landsat, que foi

escolhido por ser uma das séries que está mais tempo em órbita, possibilitando assim encontrar

imagens de vários anos. São elas: Órbita/ponto 217/76, imagens de 08 de fevereiro de 1990, do

Landsat 5 TM; 08 de fevereiro de 2000, do Landsat 7 ETM; e 12 de janeiro de 2015, do Landsat

8 OLI (Figura 9).

8 Endereço eletrônico: https://www.usgs.gov/. 9 Endereço eletrônico: http://earthexplorer.usgs.gov/.

30

Figura 9- Imagens usadas para vetorização, Composição RGB :1990, 2000: 5,4,3; 2015: 6,5,4.

/Fonte: USGS

Como imagens de apoio, foram usadas ortofotografias aéreas do ano de 2005 e imagens

orbitais do Google Earth do ano de 2015, pois as mesmas possuem resolução maior que as

imagens do Landsat. Após a escolha, as imagens foram tratadas no software Arcgis 10.2, no

ambiente ArcMap. As composições de bandas usadas foram 5(R), 4(G) e 3(B) para o Landsat

5 e Landsat 7, e composição 6(R), 5(G) e 4(B) no Landsat 8 (Figura 10). As duas composições

são as mesmas, falsa cor, mas houve a adição de duas novas bandas no Landsat 8, a ultra – azul

(banda 1), que podem ser usadas para estudos costeiros e aerossol; e a cirrus (banda 9), que

podem ser utilizadas para detecção de nuvens. Com isso as combinações de bandas foram

alteradas do Landsat 5 e 7, para o 8.

31

Figura 10- Combinações de bandas nos satélites Landsat. /Fonte: ForestGis10.

Uma etapa foi acrescentada no processamento digital das imagens, pois elas estão

orientadas apenas para o norte verdadeiro, sendo reprojetadas para Zona 23S. A reprojeção foi

feita através do ArcMap, na ferramenta Project raster, sendo utilizado o sistema de coordenadas

WGS_1984_UTM_ZONE_23S, nas bandas usadas nas classificações de todas as imagens

usadas no trabalho (Figura 11).

10 ForestGis: Gis ao seu alcance. Combinação de bandas no Landsat 8. Publicado em: 3 de junho de 2015.

Acessado em: 20 de dezembro de 2016. Disponível em: < http://www.forest-gis.com/2013/06/nova-combinacao-

de-bandas-no-landsat-8.html >

32

Figura 11- Reprojetando bandas. /Fonte: A autora.

A vetorização e classificação das áreas de interesse foram feitas também no ArcMap,

realizadas manualmente, através da criação de polígonos nas imagens. Como não haviam

shapefiles das classificações pré-existente do local, os mesmos foram criados através da

ferramenta catalog em fomato de polígonos (polygon), com o sistema de coordenadas igual ao

das imagens (Figura 12). Os polígonos foram colocados com a ferramenta editor, clicando em

start editing, desenhados manualmente com o mouse, salvo em save edits (Figura 13).

Figura 12- Criando novo shapefile. /Fonte: A autora

33

Figura 13- Elaborando os shapefiles. /Fonte: A autora

A classificação usada nas imagens orbitais foi: Vegetação, que aqui representa a

vegetação típica de manguezal; Apicum; Área construída; Areia; Vegetação/areia, para as áreas

onde não se conseguia distinguir uma da outra, também estão ligadas à área de restinga; áreas

inundáveis, e águas (Figura 13). Em seguida foram calculadas as áreas totais de cada uma das

classificações no próprio software e realizada a comparação entre os três anos utilizados no

estudo.

Para complementar as classificações, foi realizada uma visita a campo, onde foi possível

a obtenção de informações para complementar as interpretações das imagens orbitais, além de

conhecer o local de estudo. Foi possível conseguir imagens das vegetações e de parte da área

construída que estava invadindo o manguezal em algumas partes.

4.2- NDVI

A segunda parte do trabalho foi a elaboração do NDVI na área de estudo. Como já dito

anteriormente, o NDVI é um indicador numérico que varia de -1 a +1, calculado usando a

energia eletromagnética refletida pela vegetação nas bandas do vermelho e infravermelho

próximo. No caso dos satélites Landsat 5 e 7, essas bandas correspondem às bandas 4

(infravermelho próximo) e 3 (vermelho). Já no Landsat 8, tais bandas correspondem ao 5

34

(infravermelho próximo) e 4 (vermelho). Para realizar essa operação no Arcgis as duas bandas

devem ser abertas no programa, a do infravermelho próximo e a do vermelho. Vamos usar a

ferramenta Raster Calculator para realizar a operação. Usa-se o termo “float” por se tratar de

uma operação que lida com valores de imagens decimais, com vários termos antes da vírgula,

tendo de ser garantido que todos os números serão trabalhados (Figura 14).

Figura 14- Ferramenta Raster Calculator. /Fonte: A autora

Com o produto do cálculo do NDVI, foram feitas composições coloridas em falsa cor para

o destaque da vegetação em verde, com a seguinte disposição: R(6)G(NDVI)B(4).

5- RESULTADO E DISCUSSÃO

___________________________________________________________________________

Como resultado do estudo temos seis mapas: três mapas com as classificações das áreas

de estudo dos anos 1990, 2000 e 2015, com sua respectiva tabela de valores totais das

classificações que mais interessa ao estudo, mostrando os valores totais encontrados para os

três anos estudados; e três mapas de composição colorida “falsa cor” com NDVI.

35

5.1- Classificação

Figura 15- Classificação de Barra de Guaratiba - 1990. /Fonte: A autora.

36

Figura 16- Classificação de Barra de Guaratiba - 2000. / Fonte: A autora.

37

Figura 17- Classificação de Barra de Guaratiba - 2015. /Fonte: A autora.

38

Tabela 1- Comparação multitemporal das áreas totais de Barra de Guaratiba. /Fonte: A autora

Classificação Áreas Totais

Ano 1990 Ano 2000 % Ano 2015 %

Vegetação 24.376,30 18.866,90 -22,6 19.594,00 3,8

Apicum 8.232,26 9.351,00 13,6 7.752,94 -17,1

Áreas Construídas 1.465,25 2.049,45 39,9 2.355,00 14,9

Comparando os resultados dos três anos estudados (Figuras 15, 16 e 17), pode-se

perceber uma grande variação nas áreas de vegetação, com uma considerável queda no ano de

2000 e com um ligeiro aumento no ano de 2015. Já a área de apicum aumenta, para depois cair

consideravelmente (Tabela 1).

A elevação das áreas de apicuns contribuiu para a queda das áreas de vegetação, além do

aumento das áreas construídas. Almeida, et.al, (2008) percebe variações parecidas com as

encontradas no estudo, mostrando declínio da vegetação e aumento das áreas de apicuns,

dizendo que essa variação ocorre, além do aumento da área construída nos locais onde não há

proteção legal, por uma baixa pluviosidade, afetando a ocorrência de águas doces no interior

dos manguezais, contribuindo no aumento da salinidade nas zonas de apicuns, fazendo

aumentar seu tamanho. Também mostra o mesmo aumento nas áreas de vegetação e diminuição

nas áreas de apicuns, explicando que a partir de certo momento a pluviosidade volta a crescer,

além da criação de projetos de reflorestamento dentro das áreas protegidas, nas zonas de

apicuns, especialmente.

Com a ida ao campo realizada em 2015, pode-se observar que existem construções nas

áreas de manguezais, como residências e empreendimentos locais. Também foi visto o

lançamento de rejeitos in natura no manguezal.

Soares, et. al., diz que a área em questão, que faz parte de Guaratiba e da RBG, merece

destaque por manter florestas de manguezais bem conservadas, bem como seus sistemas

integrados: oceano – estuário – rios e florestas de mangue – planícies hipersalinas – brejos. Em

Barra de Guaratiba ocorre uma forte pressão através da ocupação urbana. Também ocorrem

estradas que vão da região da Grota Funda até Pedra de Guaratiba, dividindo os manguezais e

apicuns, afetando a frequência de inundação, ou cortam os brejos, afetando o fluxo de água

39

doce. Ali se encontra, também, um Centro Tecnológico do Exército (CTEx), construído sobre

as florestas de mangue e apicuns. Em outras regiões de Guaratiba, como: A porção leste da

restinga de Marambaia; a oeste da RGB, localidade que vai da margem direita do Rio Piraquê

até Pedra de Guartiba; e na Baía de Sepetiba; encontram-se florestas de mangue relacionadas à

apicuns, ou alguns remanescentes do mesmo, mas que sofrem grande pressão antrópica, seja

por empreendimentos imobiliários, seja por plantas industriais.

40

5.2- NDVI

Figura 18- Composição Com NDVI Barra de Guaratiba 1990. /Fonte: A autora.

41

Figura 19- Composição com NDVI de Barra de Guaratiba 2000. /Fonte: A autora.

42

Figura 20- Composição com NDVI de Barra de Guaratiba 2015. /Fonte: A autora.

43

O NDVI é usado para mostrar as condições da vegetação na área de estudo com o

sensoriamento remoto. Com o processo de transformar as imagens do infravermelho próximo

e vermelho em NDVI, conseguimos três produtos diferentes, um para cada ano de estudo. Aqui

temos o resultado para cada um dos anos estudados (Figura 18, 19 e 20).

Tais composições mostram as variações de vegetação ocorridas na região. Como já se é

sabido, no NDVI os valores positivos são referentes à vegetação sadia que aqui aparecem em

verde mais escuro, porque o produto do NDVI foi colocado na banda do verde nessa

composição colorida. Já as áreas onde não existe vegetação, aparecem em magenta, ou em uma

variação dessa cor, por se tratar de locais onde a vegetação está ficando defasada. No caso desse

estudo, tais áreas correspondem aos apicuns, áreas construídas, areia e áreas que podem estar

sofrendo um processo de urbanização ou passando por estresse hídrico.

É perceptível que grandes áreas de apicuns ou vão diminuindo de tamanho, ou vão

ganhando uma cor mais escura com o passar dos anos. Em 1990 (Figura 17) essas áreas são

maiores e com colorações muito claras, principalmente no interior dessas áreas. Isso pode ser

atribuído pelo fato de que as bordas sofrem mais influência da interação com a vegetação do

manguezal. As áreas construídas são mais pontuais, aparecem em maior quantidade nos cantos

das imagens ou ao longo de algumas estradas. No ano 2000 (Figura 18) ainda temos muitas

áreas de apicuns, mas muitas delas mudaram de coloração, passando a ficar em um tom mais

escuro do que o magenta. As áreas construídas aumentam perto das estradas e canais. Também

é possível observar que as áreas onde a vegetação estava sofrendo algum tipo de estresse

aumentam. Por fim, no ano de 2015 (figura 19), as áreas de apicuns que estavam com uma

coloração mais escura foram suprimidas, dando a entender que as mesmas passaram por um

processo de regeneração da vegetação de manguezal. Os tons mais escuros nas bordas dos

apicuns mostram que eles estavam mais úmidos, propiciando a entrada da vegetação em sua

direção. As áreas urbanas crescem muito onde não há áreas de proteção ambiental, ou no

entorno delas, acontecendo de surgirem loteamentos em locais irregulares (VIEIRA, 2010), que

é onde a vegetação perde mais espaço nos anos 2000 e 2015.

44

6- CONCLUSÃO

___________________________________________________________________________

Com as imagens de satélite da região de Barra de Guaratiba, RGB e alguns dos locais do

entorno, foi possível realizar a classificação através da vetorização por meio de polígonos feitos

em ambiente digital, tendo como resultado as áreas totais de vegetação, apicuns e área

construída. Além disso, foi possível realizar imagens com dados NDVI, mostrando os locais

onde a vegetação está mais sadia e onde não há nenhum tipo de vegetação.

Pode-se perceber que o local possui uma extensa área de vegetação característica de

manguezal, mesmo com as pressões antrópicas em seu entorno. Isso pode ser atribuído à RBG

(SOARES, et. al.), além da caracterização desse tipo de vegetação como área de preservação

permanente (APP). As áreas de apicuns também tiveram alterações, mas as mesmas podem ser

explicadas não só pelas pressões antrópicas, mas, também, pela variabilidade climática na

região.

Fazendo a análise dos dois métodos de estudo, se conclui que mesmo ocorrendo a diminuição

das áreas de vegetação típica de manguezal e o aumento das áreas de apicuns em um certo

período, as mesmas sofrem processos contrários no período seguinte, principalmente dentro das

áreas de proteção ambiental da região. Isso mostra como é de suma importância a criação dessas

áreas para a resiliência do ecossistema. Outra conclusão para este estudo é que o sensoriamento

remoto se torna uma ótima ferramenta em estudos de dinâmica da vegetação, ainda mais em

grandes áreas que sofrem com impactos antrópicos, revelando as alterações decorrentes dos

anos.

Com esses dados, órgãos ambientais e governamentais podem criar planos de gestão mais

eficientes para a conservação e regeneração da vegetação do local. Dar continuidade a esse tipo

de estudo mostra os resultados que áreas de proteção ambiental, planos de gestão, ou produtos

disso, estão sendo eficientes em seu propósito, ou não, podendo remodelar seus planos para

torna-los algo mais eficiente no futuro.

45

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50

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51

ANEXOS:

ANEXO A - Análise dos impactos ambientais no manguezal em Barra de Guaratiba: uma

contribuição para educação ambiental na região:

52

ANEXO B - Análise da dinâmica da cobertura da vegetação característica de

manguezal em Barra de Guaratiba: uma contribuição para educação ambiental na

região.

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Cobertura Da Vegetação Característica De Manguezal Em Barra De Guaratiba: Uma

53

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