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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EXTENSÃO RURAL
JALDO PEREIRA LOPES
WEBTV-APP
APLICATIVO PARA DIVULGAÇÃO DO CONTEÚDO CIENTÍFICO
DA TV CAATINGA NA ZONA RURAL
JUAZEIRO – BA
2018
JALDO PEREIRA LOPES
WEBTV-APP APLICATIVO PARA DIVULGAÇÃO DO CONTEÚDO CIENTÍFICO
DA TV CAATINGA NA ZONA RURAL
Dissertação apresentada a Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, Campus Espaço Plural – Juazeiro - BA, como requisito para obtenção do título de Mestre em Extensão Rural, com ênfase na linha de pesquisa II – Processos de Inovação Sócio Tecnológicas e Ação Extensionista.
Orientadora: Prof.ª Ana Isabel A. de Andrade Co-orientadora: Prof.ª Márcia Bento Moreira
JUAZEIRO – BA 2018
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Integrado de Biblioteca SIBI/UNIVASF Bibliotecário: Márcio Pataro
Lopes, Jaldo P.
P436w Webtv-app aplicativo para divulgação do conteúdo científico da TV Caatinga
na zona rural / Jaldo Pereira Lopes. –- Juazeiro, 2018.
xi, 54 f.: 29 cm. Dissertação (Mestrado em Extensão Rural) - Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus Juazeiro - BA, 2018.
Orientador (a): Prof.ª Me. Ana Isabel A. de Andrade.
1. Extensão Rural. 2. Aplicativo Móvel. 3. Democratização do Conhecimento. I. Título. II. Andrade. Ana Isabel A. III. Universidade Federal do Vale do São Francisco. CDD 630.71
“Porque Dele e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém.’
(Romanos 11:36)
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Manoel Antonio e Analia por tudo que representam e fizeram
por mim, especialmente pela minha formação.
A minha esposa Anne Cristina pelo apoio incondicional em todos os meus
projetos.
Aos meus filhos, Ademir Victor, Arthur Vinicius e Anna Valentina pela
paciência e incentivo durante essa jornada.
A Adelia dos Santos minha sogra por sempre acreditar nos meus projetos.
A minha família (esposa, filhos, pais, irmãos, sobrinhos e primos) a minha
base de sustentação, apoio sempre presente em todos momentos da minha vida.
Enfim, aos meus irmãos da Igreja Batista Yerushalaim, pelo apoio que recebi
durante essa jornada.
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da vida, por ter me dado condições de iniciar e concluir mais
este projeto, por ter colocado no meu caminho pessoas especiais, novos amigos que
me ajudaram durante o mestrado.
À Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) e o Programa
de Pós-Graduação em Extensão Rural por ter me dado a oportunidade de estudar
nesta grandiosa instituição e adquirir novos conhecimentos, permitindo que eu
pudesse continuar me qualificando; sou muito grato por essa oportunidade.
A minha orientadora Prof.ª Ana Isabel pela confiança, orientação ao longo dos
estudos e toda ajuda para realização e concretização deste sonho que hoje se torna
realidade: o de poder fazer de meu trabalho um campo de aprendizado contínuo.
A minha co-orientadora Prof.ª Marcia Bento, pelo otimismo e apoio constante.
Aos demais professores do Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural
pela contribuição na minha nova formação.
Ao meu amigo Fabio Cardoso, um orientador incentivador e parceiro em
vários projetos da TV Caatinga.
Aos membros da banca examinadora, pelo interesse e disponibilidade em
participar deste momento tão importante: Prof. Wagner Pereira Felix e Prof. Alfredo
José Muniz de Andrade.
A toda a equipe da TV Caatinga, em especial a Fabíola Moura, pela ajuda
que sempre recebi; pelo companheirismo e parceria presente no nosso dia a dia.
A todos da minha turma do mestrado, especialmente aos amigos(as)
arretados(das) com os(as) quais aprendi bastante.
RESUMO
Os avanços tecnológicos na área da comunicações têm permitido uma maior
conectividade entre as pessoas e comunidades, tal fato tem gerado grandes
transformações na sociedade. O smartphone é o dispositivo mais utilizado para o
acesso à internet, a descoberta do ciberespaço, das redes sociais, facilitando o
entretenimento, a educação. A popularização dos smartphones tem facilitado o uso
das tecnologias de informação e comunicado (TIC), ajudado na inclusão digital e
principalmente para o acesso ao conhecimento, caminho imprescindível para o
desenvolvimento da sociedade e emancipação dos indivíduos. Os serviços dos
websites estão migrando para os dispositivos moveis através dos aplicativos (APP),
permitindo que os usuários acessem os serviços em qualquer lugar que exista uma
conexão disponível. Todos estes recursos têm transformado a sociedade,
principalmente na forma de acesso a informação. Dentro deste contexto, a presente
pesquisa propôs o desenvolvimento de um app que contribuísse para
democratização do conhecimento cientifico na zona rural; região essa onde o acesso
à internet se dá principalmente pelo telefone celular. Para tanto, foi desenvolvido um
aplicativo com software livre para smartphone para o sistema Android, com interface
amigável e de fácil uso para que a população da zona rural acesse ao conhecimento
científico da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) por meio
das produções da TV Caatinga.
Palavras-chave: Smartphone, Aplicativo, TIC, Acesso ao Conhecimento,
Zona Rural, WebTV.
ABSTRACT
The technological advancements in communication media have allowed greater
connectivity between people and communities, this fact has generated major
changes in society. The smartphone is the device most used for internet access, the
discovery of cyberspace, of social media, facilitating entertainment, education. The
smartphones popularization has facilitated the use of information and
communications technology (ICT) helped in digital inclusion and, especially, for
access to knowledge, an indispensable way for the development of society and
emancipation of individuals. Website services are migrating to mobile devices
through apps, allowing users to access services anywhere on an existing connection
available. Thus, it can be said that all these resources have transformed society,
mainly in the form of access to information. Within this context, the present research
proposed the development of an app that contributes to the democratization of the
scientific knowledge in the rural zone; a region where Internet access is mainly
through cell phones. In order to do so, an application was developed with free
software for smartphone for the Android system, with friendly interface and easy to
use so that the population of the rural zone accesses the scientific knowledge of the
Federal University of the Valley of the São Francisco (UNIVASF) through the
productions of the Caatinga TV.
Keywords: Smartphone, Application, TIC, Access to Knowledge, Rural Area,
WebTV.
.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10
1.1. Justificativa .................................................................................................. 12
1.2. Problema da pesquisa ................................................................................. 13
1.3. Objetivos ....................................................................................................... 14
1.3.1. Objetivo Geral ..................................................................................... 14
1.3.2. Objetivos Específicos ......................................................................... 14
2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 14
2.1. O Acesso à Internet na Zona Rural ............................................................. 14
2.2. O Uso do Smartphone como Tecnologia da Informação e Comunicação
(TIC) para o Acesso a Informação ......................................................................... 19
2.3. A importância da TV Universitária na Divulgação Científica ................... 24
2.4. TV CAATINGA: A WEBTV DA UNIVASF ..................................................... 28
2.4.1. Como surgiu a WebTV ........................................................................ 28
2.4.2. A atuação nas redes sociais ............................................................. 30
2.4.3. Infraestrutura....................................................................................... 33
2.4.4. A programação.................................................................................... 33
3. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 37
3.1. Etapas da Pesquisa e criação do Aplicativo .............................................. 37
3.1.1. Primeira e Segunda Etapa .................................................................. 37
3.1.2. Terceira Etapa ..................................................................................... 38
3.1.3. Quarta Etapa........................................................................................ 38
3.1.4. Quinta e Sexta Etapa .......................................................................... 38
4. RESULTADOS ...................................................................................................... 41
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 47
5.1. Trabalhos Futuros ........................................................................................ 48
6. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 49
10
1. INTRODUÇÃO
Os avanços tecnológicos na área da comunicação têm permitido uma maior
conectividade entre as pessoas e comunidades, tal fato tem gerado grandes
transformações na sociedade, a exemplo da popularização das Tecnologias de
Informação e Comunicação (TIC); recursos estes cada vez mais utilizados no
processo de ensino-aprendizagem, principalmente para o acesso ao conhecimento,
caminho imprescindível para o desenvolvimento da sociedade e emancipação dos
indivíduos (BRAGA, 2001; OLIVEIRA e MOURA, 2015).
Na sociedade atual, denominada sociedade da informação1 vivemos cada vez
mais conectados, usando computadores, dispositivos moveis e sistemas
informatizados; neste contexto, as relações entre o saber e poder são diretamente
proporcionais ao acesso e ao conhecimento, uma vez que o conhecimento
proporciona vantagens aos que o detêm (LEVY, 1999). Embora sejam grandes as
vantagens na sociedade da informação, existem vários impactos negativos, dentre
eles o das populações que ficam a margem de toda essa tecnologia, os excluídos
socioeconomicamente e os analfabetos digitais (SILVA e PESTANA, 2007). Diante
deste problema o Governo Federal por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovação e Comunicações (MCTIC) e do Ministério da Educação (MEC) criou vários
programas com ações para democratização do conhecimento e inclusão digital2.
A democratização do conhecimento é um dos caminhos para uma sociedade
mais justa e igualitária, neste processo as TIC são ferramentas importantes e o seu
uso é reconhecido mundialmente. Inicialmente, eram utilizados apenas
computadores, mas com os avanços tecnológicos o Smartphone3 se tornou o
principal aparelho para o acesso à internet. Isto implica dizer que toda e qualquer
ação para democratização do conhecimento deva considerar a importância deste
aparelho. São aparelhos celulares diferenciados devido aos recursos avançados que
apresentam em sua constituição, permitindo uma facilidade ao uso com custo mais
acessível quando comparados aos computadores. De acordo com Fujivara e
1 A Sociedade da informação está baseada nas tecnologias de informação e comunicação
que envolvem a aquisição, o armazenamento, o processamento e a distribuição da informação por meios electrónicos, como a rádio, a televisão, telefone e computadores, entre outros. (GOUVEIA 2004)
2 Disponível em: https://portal.tcu.gov.br/biblioteca-digital/acoes-governamentais-em-inclusao-digital.htm
3 Em tradução literal, smartphone significa “telefone inteligente”
11
Cândido (2014) O smartphone que utilizamos para fazer as ligações, trocar
mensagens e navegar na internet é uma ferramenta completa de TIC de grande
utilidade para sociedade.
Vivemos em uma sociedade que busca cada vez mais a mobilidade, seja pelo
uso das redes sem fio ou de tecnologias que permitam maior flexibilidade para o
acesso à informação em qualquer momento e/ou local. A quantidade de dispositivos
móveis com acesso à internet torna cada vez mais a sociedade conectada. Para
Santaella (2013, p. 22-23) uma geração de conexão contínua:
...A medida em que a comunicação entre as pessoas e a conexão com a internet começaram a se desprender dos filamentos de suas âncoras geográficas - espaços públicos, ruas, parques, todo o ambiente urbano foi adquirindo um novo desenho que resulta da intromissão de vias virtuais de comunicação e acesso à informação enquanto a vida vai acontecendo. Assim, a revolução digital encontra-se hoje em plena era da mobilidade, que também chamo de tecnologias comunicacionais da conexão contínua constituídas por uma rede móvel de pessoas e de tecnologias nômades que operam em espaços físicos não contíguos.
Segundo a 28º Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da
Informação nas Empresas, realizada pelo Centro de Tecnologia de Informação
Aplicada (Gvcia) da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), o Brasil no
primeiro trimestre de 2017 tinha registrado 198 milhões de celulares inteligentes em
uso, ultrapassando assim o número de computadores. De acordo com a pesquisa o
Brasil chegaria no final de 2017 com a base instalada de 208 milhões de aparelhos
em uso, registrando a marca de um smartphone por habitante. Todos estes números
mostram que o dispositivo tornou-se indispensável e está cada vez mais presente no
cotidiano das pessoas e organizações (KAHL et al, 2011).
Foi-se o tempo em que os aparelhos celulares serviam apenas para fazer e
receber ligações. Atualmente, os diversos modelos de Smartphones possuem
recursos promovidos ou não por aplicativos para as mais diversas utilidades; seja
para o uso pessoal, trabalho, comércio, entretenimento, relacionamentos, saúde e
educação. Os telefones Inteligentes – Smartphones - surgiram da combinação do
telefone celular com os recursos das agendas eletrônicas, possuem um sistema
operacional que permite a instalação de aplicativos, os Apps4 (MARTINS, 2010).
Com a expansão do mercado dos Smartphones veio também a popularização dos
4 Apps é a abreviação da palavra “applications”, ou aplicativos.
12
aplicativos, softwares que podem ser instalados nos dispositivos móveis, podendo
ser de distribuição gratuita ou paga. O mercado de desenvolvimento de aplicativos
vem registrando crescimento ascendente e exponencial, sendo possível encontrar
aplicativos para as mais diversas áreas e finalidades.
A pesquisa da TIC Educação 2016 realizada pelo Comitê Gestor da Internet
no Brasil (CETIC.BR) investigou pela primeira vez a utilização do celular como
ferramenta pedagógica; os participantes foram alunos do 5º ao 9º ano do ensino
fundamental e do 2º ano do ensino médio provenientes de escolas localizadas em
áreas urbanas. Os dados obtidos mostraram um crescente uso do aparelho celular
para atividades escolares pela população estudada, sendo que 49% dos professores
e 31% dos alunos afirmaram que utilizam a internet do celular para este fim. As TIC
têm sido cada vez mais utilizadas nas escolas e vêm gerando uma tendência na
mudança de paradigma no ensino-aprendizagem. Para Moran (2000) ensinar
fazendo uso das novas mídias e com recursos que aproximam mais os professores
dos alunos possibilita uma mudança de paradigmas, gerando assim uma revolução
na forma de ensino. Sendo por meio do smartphone a possibilidade de estender a
aprendizagem, numa característica móvel, para locais onde bibliotecas e
computadores não sejam suficientes ou mesmo não sejam presentes (PICCINI,
DENARDI e FOCKING, 2011). Todos estes recursos tecnológicos contribuem para
que a informação tenha grande difusão ao possibilitar o acesso virtual e não
somente físico; permitindo dessa maneira atender também à zona rural, região essa
menos favorecida pelas políticas públicas de inclusão digital.
Diante do exposto a presente pesquisa foi realizada no intuito de desenvolver
um aplicativo para o sistema Android dos Smartphones que permitisse que as
pessoas das comunidades rurais, explorando os recursos da telefonia móvel,
pudessem ter acesso aos conteúdos presentes na programação da TV Caatinga da
Universidade Federal do Vale do São Francisco.
1.1. Justificativa
Devido a necessidade existente da divulgação científica, onde a sociedade
deve ter acesso ao conhecimento produzido dentro das Universidades. Um dos
grandes desafios na sociedade da informação é a democratização do conhecimento,
de forma que não apenas um grupo privilegiado tenha acesso a informação. O
13
acesso ao conhecimento é necessário para o desenvolvimento humano, formação
do senso crítico para participação ativa na construção da sociedade (LEVY, 1999;
GONÇALVES, 2012).
A democratização do conhecimento é um dos caminhos para popularização
da ciência, muitas instituições de ensino têm trabalhado para que sua produção
científica chegue a sociedade. Diversas ações são implementadas para um dialogo
maior entre a comunidade cientifica e a sociedade, ultrapassando o modelo de
comunicação cientifica que se restringia aos seus pares (FENERICK, 2017).
A produção audiovisual tem sido grandemente utilizada para este propósito,
por meio do jornalismo científico, uma forma de difusão que inicialmente era
produzido apenas para TV Educativa em canal aberto (BUENO, 2010). Com a
chegada da internet e os avanços tecnológicos tivemos uma ampliação nos meios
de comunicação, nos recursos de multimídia, e o conteúdo audiovisual agora é
produzido para web. Utilizando-se destes recursos algumas instituições de ensino
criaram suas WebTVs para difusão científica na rede, é o caso da TV Caatinga da
UNIVASF (BALAN, 2015; LIMA, 2009; SANTOS, 2018).
Embora seja possível encontrar parte da produção científica da UNIVASF na
web, devido a desigualdade na forma de acesso à internet, grande parte das
comunidades na zona rural no Vale do São Francisco não tem como acessar esses
conteúdos pelo computador, dada a ausência dos serviços de internet banda larga
fixa.
Por este motivo a realização deste trabalho justificou-se pelo desenvolvimento
de um aplicativo para celular que facilitou o acesso a produção cientifica e conteúdo
contextualizado da TV Caatinga da UNIVASF.
1.2. Problema da pesquisa
Essa pesquisa busca contribuir para solução da seguinte pergunta: Como
fazer para que os moradores das comunidades na zona rural no Vale do São
Francisco tenham acesso a produção cientifica da UNIVASF?
14
1.3. Objetivos
1.3.1. Objetivo Geral
Desenvolver um aplicativo para Smartphones (sistema Android) que
possibilite as pessoas das comunidades rurais o acesso à produção científica da
UNIVASF por meio da programação da TV Caatinga.
1.3.2. Objetivos Específicos
• Coletar informações das bases de dados sobre as temáticas centrais:
os Aplicativos, as WebTV e a inclusão digital no meio rural;
• Pesquisar, identificar e relacionar a s políticas públicas de expansão da
internet na zona rural;
• Relacionar e selecionar os programas produzidos pela TV Caatinga
relacionados ao meio rural;
2. REVISÃO DE LITERATURA
A revisão de literatura que fundamenta essa pesquisa foi dividida em temas
possibilitando ampliar o conhecimento a respeito da temática central deste estudo.
Segundo Gil (2002) o levantamento bibliográfico é feito a partir de material já
publicado sobre a temática da pesquisa e tem como fonte: livros e artigos científicos
extraídos de periódicos; sejam eles de uso físico ou encontrados na internet.
2.1. O Acesso à Internet na Zona Rural
A expansão do serviço de banda larga e popularização dos dispositivos
moveis colocou o Brasil na 4ª posição do ranking mundial de usuários de internet de
acordo com relatório da Conferência das Nações Unidas, sobre Comércio e
Desenvolvimento, divulgado em 2017. Embora o país tenha registrado o número de
120 milhões de brasileiros conectados, apenas 54% da população tem acesso à
internet (TIC DOMICÍLIOS, 2016); e quando averígua-se a localidade desta
população conectada os resultados mostram que há uma desigualdade na
acessibilidade à internet em relação as diferentes regiões do país; sendo analisado
mais a fundo é possível relacionar essa desigualdade como sendo uma das
15
barreiras encontradas pelo desenvolvimento. Uma vez que a exclusão digital
contribui para o aumento da exclusão social privando as pessoas da igualdade de
oportunidades sociais, econômicas e culturais. O maior desafio na sociedade da
informação é o problema da falta de uma infraestrutura de telecomunicação
(GOMES, 2002). Ainda segundo a autora:
“É neste contexto que se aplica o termo exclusão digital, privando, seja por
motivos sociais, econômicos, políticos e/ou culturais, o acesso às vantagens e aos benefícios trazidos por essas novas TIC.” (GOMES, 2002, p.1)
Para Levy (2002) a internet é um instrumento de desenvolvimento social.
Neste contexto a desigualdade no acesso à internet é uma privação de capacidade,
uma forma de não liberdade (SEN, 1998). A privação do acesso nesta nova
sociedade, a este respeito Bertolho afirma:
“Porque a internet (...) não é apenas uma tecnologia. É a ferramenta tecnológica e a forma organizacional que distribui informação, poder, geração de conhecimento e capacidade de interconexão em todas as esferas de atividade. (...) estar desconectado ou superficialmente conectado com a internet equivale a estar à margem do sistema global, interconectado. Desenvolvimento sem a internet seria o equivalente a industrialização sem eletricidade na Era Industrial.” (BERTOLLO, 2015, p.5, apud CASTELLS, 2003, p. 220)
Diversos estudos comprovam que o aumento no acesso à internet tem
impacto na economia; um exemplo disso é o estudo do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada que mostra que cada 1% de aumento no acesso da internet
resulta no crescimento de até 0,19% do PIB. A internet é uma das principais
ferramentas que impulsionou o uso das TIC como uma nova forma de obter
informação para construção do conhecimento, para emancipação do indivíduo e
superação das desigualdades. Segundo Camara é adquirindo conhecimento que
temos capacidade de alterar as condições de vida.
“Emancipar-se na sociedade da informação é criar conhecimento e capacidade de modificar o estado atual de exclusão, para um novo estágio de desenvolvimento capaz de alterar as condições de vida nos aspectos sociais, culturais e econômicos.” (CAMARA 2010, p.1 apud CATTANI 2003)
Para Levy com recursos tecnológicos passamos a ter acesso a um mundo de
oportunidades.
16
“As telecomunicações são de fato responsáveis por estender de uma ponta à outra do mundo as possibilidades de contato amigável, de transações contratuais, de transmissões de saber, de trocas de conhecimentos, de descoberta pacífica das diferenças, representando não apenas mais uma tecnologia de informação, mas um verdadeiro veículo de socialização.” (LEVY, 1999, p. 14)
Os dados da pesquisa TIC Domicílios 2016 mostra que a universalização do
acesso à internet ainda é uma realidade distante no Brasil. Antes do Marco Civil da
Internet (Lei no 12.965/2014) assegurar seu Art. 7º que diz que “O acesso à internet
é essencial ao exercício da cidadania”; o decreto de nº 4733/2003, no Art. 4º que já
estabelecia, no inciso II, a garantia do acesso à Internet a todos os cidadãos e no
inciso III o atendimento às necessidades das populações rurais.
A pesquisa TIC Domicílios 2016 mostra que mesmo com crescimento no
acesso à internet ainda existe desigualdade na oferta do serviço entre as regiões do
país (Figura 1)
Figura 1 – Mapa do acesso à internet por região do país. Fonte: CGI.br/NIC.br (2016)
Apesar de não parecer ser gritante em porcentagem apresentada na figura 1
ao compararmos as regiões do país, ao ser feita uma comparação entre área urbana
e rural aí sim os resultados da pesquisa mostram que essa desigualdade ao acesso
à internet torna-se mais evidente e significativa como é possível ser observado no
gráfico abaixo (CGI.br/NIC.br, 2016).
17
Figura 2 – Diferença no acesso à internet entre a área urbana e rural. Fonte: Adaptado de CGI.br/NIC.br (2016)
O não atendimento à zona rural pelas empresas de telefonia celular parecem
ter origem mais financeira do que tecnológica. Para as populações da zona rural o
acesso aos serviços de comunicação é de suma importância, principalmente para as
atividades da agricultura, comércio, educação e saúde. A comunicação entre as
zonas rural e urbanas superam as barreiras geográficas e permitem o
desenvolvimento regional. Para Viero (2009, p.30) “as redes possibilitam que os
agricultores tenham acesso ao conhecimento disponível em qualquer parte do
planeta sem precisar sair de suas propriedades”.
Somente com a criação de políticas públicas especificas será possível mudar
o cenário onde uma grande parte da zona rural continua desconectada das novas
tecnologias (KNIGHT, FEFERMAN e FODITSCH, 2016).
Diversas políticas públicas foram implementadas pelos governos nas esferas
federal, estadual e municipal, assim como em parcerias com a iniciativa privada,
ONGs e entidades da sociedade civil visando a inclusão digital. Para o governo
todas essas ações implementadas buscavam diminuir a distância que separa as
classes sociais, permitindo assim que as classes menos favorecidas tivessem direito
no que diz respeito ao acesso a informação. Em 2000 um importante passo foi
dando neste sentido quando a Lei Geral de Telecomunicações – LGT, foi
18
complementada pela Lei no 9.998, criando o Fundo de Universalização dos Serviços
de Telecomunicações - FUST.
O FUST foi criando para universalizar a oferta dos serviços de comunicações,
principalmente superando as barreiras físicas e socioeconômicas, tornando possível
a popularização da internet, evitando a exclusão tecnológica e consequentemente
diminuindo a desigualdade social (SANTINI, 2010). Os recursos do fundo, oriundos
da cobrança de 1% sobre a receita bruta das empresas de telecomunicações,
financiarão parte da expansão dos serviços de telefonia e rede de internet nas
regiões periféricas, na zona rural e nas comunidades mais insoladas do país.
Diversas ações do governo (Quadro 1) foram implementadas para que o uso das
TIC e a inclusão digital chegasse a uma parcela maior da população (CRUZ e
SILVA, 2013). Tais politicas incentivam o uso dessas tecnologias começando nas
escolas do ensino básico e contribuem para melhorias no processo de ensino
aprendizagem (SIMÂO e HOEPERS, 2017).
Quadro 1 – Principais ações do governo federal para inclusão digital.
Fonte: Adaptado de acoes-governamentais-em-inclusao-digital (2017).
Inicialmente os projetos do governo para inclusão digital eram baseados no
acesso aos computadores, atualmente com a redução no preço destes
equipamentos e principalmente dos dispositivos moveis, os projetos do governo
também visam levar o acesso à internet, com esse objetivo em 2010 foi lançado o
Programa Nacional de Banda Larga. Recentemente o governo lançou o Programa
19
de Inovação Educação Conectada5 anunciou o Programa Internet para Todos6, que
utiliza o Satélite (SGDC)7 lançado em 2017 para oferecer conectividade as regiões
sem acesso à banda larga.
2.2. O Uso do Smartphone como Tecnologia da Informação e Comunicação
(TIC) para o Acesso a Informação
As Tecnologias da Informação e Comunicação são um conjunto de recursos
tecnológicos que podem ser utilizadas para acessar e compartilhar informações,
possibilitando uma maior velocidade no binômio ensino-aprendizagem. para essa
geração conectada, uma oportunidade para os excluídos digitais. A utilização dessas
tecnologias permite criar novas maneiras para a construção do conhecimento,
alunos e professores experimentando aulas diversificadas e inovadoras com
recursos digitais (OLIVEIRA e MOURA, 2015). Mesmo com a sua popularização as
TIC ainda são vistas com resistência por alguns setores da educação (LIMA,
ANDRADE e DAMASCENO, 2010).
No livro Sociedade em Rede o autor coloca que a revolução da tecnologia
não se baseia na centralidade do conhecimento, e sim na utilização deste
conhecimento gerando uma inovação na pratica (CASTELLS, 2002). Desta forma as
tecnologias de comunicação e informação influenciam as instituições públicas e
privadas, seja nas ações governamentais ou comerciais, na educação, na cultura e
nas relações sociais. As TIC podem dar mobilidade social e econômica por meio do
acesso a informação para aqueles que foram privados deste direito (GOMES, 2002).
De acordo com Pereira e Silva (2010), o uso das TIC impulsiona o desenvolvimento
local (Quadro 2).
5 O Programa de Inovação Educação Conectada ação em conjunto entre órgãos e entidades
públicas, escolas, setor empresarial e sociedade civil para assegurar as condições necessárias para a inserção da tecnologia como ferramenta pedagógica de uso cotidiano nas escolas públicas de educação básica. < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/D9204.htm>
6 O programa Internet para Todos é uma ampliação do GESAC, Programa Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão, responsável por conectar à internet escolas, hospitais, postos de saúde, aldeias indígenas, postos de fronteira e quilombos, em áreas remotas que não têm outro meio de serem inseridas no mundo das tecnologias da informação e comunicação.<http://www.mctic.gov.br/mctic/opencms/comunicacao/SETEL/inclusao_digital/internet_para_todos/internet_para_todos.html>
7 SGDC é um programa do Governo Federal com o objetivo de prover, como parte do Plano Nacional de Banda Larga, cobertura de serviços de Internet a 100% do território nacional de forma a promover a inclusão digital para todos os cidadãos brasileiros. < http://www.visionaespacial.com.br/sgdc>
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Quadro 2 – Apresenta as TIC e o fomento ao desenvolvimento local.
Fonte: Adaptado de Pereira e Silva (2010)
Desde o início do século XXI, aqui no Brasil, as TIC têm o seu valor
reconhecido pelos gestores públicos como meio para construção do futuro e
desenvolvimento; por este motivo passou-se então a criar políticas públicas para
ampliação da sua utilização (PEREIRA e SILVA, 2010).
Na sociedade da informação as TIC e a inclusão digital são assuntos bastante
discutidos e que estão ligados de forma que não se pode dissociar; juntos
promovem a inclusão digital. A inclusão digital consiste em programas ou projetos
que visam dar oportunidade de crescimento para que homens, mulheres e jovens
sejam capacitados podendo conhecer e usar de forma eficiente todas essas novas
tecnologias digitais, internet, softwares e dispositivos para o exercício da sua
cidadania. Isso nada mais é que a democratização da informação para os excluídos
digitais. De acordo com Rodrigo Assumpção conforme citado por Gomes.
“Inclusão digital é dar oportunidade às comunidades de se inserirem na sociedade da informação como agentes. Conhecimento é a chave dos programas que vêm obtendo sucesso. Tem que ter o computador, acesso à internet, softwares adequados e, principalmente, orientação, não apenas aulas de informática”. (ASSUMPÇÂO, p.4, apud GOMES, 2002)
Atualmente um dos dispositivos mais utilizados para este fim é o smartphone,
conectando pessoas pelas redes sociais, permitindo o acesso a informação e
gerando oportunidade para inserção no mercado de trabalho (JESUS et al, 2017).
Em 2015 o telefone celular (smartphone) se consolidou como o principal meio
para acesso à internet no Brasil (PNAD). Dados da TIC Domicílios 2016 mostra que
continua crescendo a proporção de domicílios brasileiros com acesso à internet sem
computador, ou seja, com acesso pelo celular. Essa migração do uso do computador
para o celular no acesso à internet faz parte do processo da convergência midiática,
21
onde a necessidade do usuário alterou a forma de acesso em busca da informação
(FELIZOLA et al, 2017). Alguns fatores são responsáveis pela expansão no uso dos
smartphones, tais como a queda no preço de aparelhos com modelos mais simples
e acessíveis; assim como o crescimento da oferta de banda larga móvel. De acordo
como MCTIC a cobertura do serviço com a tecnologia 4G já atende 1.691 municípios
brasileiros e registrou no um crescimento de 120% no último ano. A cobertura com a
tecnologia 3G é de 4.994 munícipios atendidos. Em 2016, 43% dos 120 milhões
brasileiros conectados, usavam exclusivamente o celular para o acesso à internet de
acordo com o gráfico abaixo:
Figura 3 – Percentual sobre o total de usuários de internet, com acesso por tipo de dispositivo. Fonte: Adaptado de CGI.br/NIC.br (2016)
De acordo com a Figura 4 o acesso à internet nas zonas rurais e entre as
classes menos favorecidas é feito principalmente pelo smartphone.
22
Figura 4 – Percentual sobre o total de usuários de internet, com acesso por tipo de dispositivo, área e classe social. Fonte: Adaptado de CGI.br/NIC.br (2016)
Outro dado importante revelado pela TIC Educação feita pelo Cetic.br8, é por
qual equipamentos os alunos acessam à internet, para 77% dos entrevistados o
smartphone é o dispositivo escolhido (Figura 5). Os dados obtidos mostraram que é
crescente o uso do celular para atividades escolares, sendo que 49% dos
professores e 31% dos alunos afirmaram que usam a internet do celular para este
fim. Tal fato tem influenciado as escolas e gerado uma transformação no modelo de
ensino-aprendizagem. Para Moran (2000) Ensinar fazendo uso das novas mídias e
recursos que aproximam mais os professores dos alunos possibilita uma mudança
de paradigmas, gerando assim uma revolução na forma de ensino.
8 Comitê Gestor da Internet no Brasil
23
Figura 5 – Equipamentos mais usado para à internet pelos alunos da pesquisa. Fonte: Adaptado de CGI.br/NIC.br/Cetic.br/TIC Educação (2016).
A pesquisa mostra ainda que entre os alunos entrevistados os adolescentes
são os que mais usam a internet. A este respeito Castells et al (2009) nos
asseguram que:
“É necessário entender que a cultura jovem encontrou no telefone celular uma ferramenta adequada para expressar suas demandas por autonomia, conectividade onipresente e redes de práticas sociais compartilhadas.”
As tecnologias de informação e comunicação tem um grande potencial em
despertar a curiosidade do usuário, de forma a aumentar a sua criatividade e
crescimento, especificamente o smartphone possibilita o aprendizado dentro e fora
da sala de aula (FONSECA, 2013).
A maioria das comunidades nas zonas rurais do Vale do São Francisco não
possuem os serviços de internet banda larga fixa, o que impossibilita o acesso a
informação pelo computador. Por diversas questões os serviços de internet cabeada
somente atendem a área urbana dos municípios, gerando uma barreira ao
desenvolvimento das demais localidades. Segundo Weisz (2009):
“A inovação tecnológica só ocorre quando a tecnologia desenvolvida atende a necessidade ou desejos humanos, isto é, quando ela se incorpora as atividades humanas.”
24
No entanto aos poucos a internet tem chegado nas comunidades rurais, com
a expansão do serviço de telefonia celular. É por meio do smartphone que muitos
usuários estão tendo o primeiro contato com a internet, o que antes era feito pelo
computador. Desta forma podemos considerar este dispositivo um relevante
instrumento para a inclusão digital principalmente para alcançar as populações das
zonas rurais. Observamos a expansão da telefonia celular quando comparamos com
o uso das outras TIC como rádio, TV, computador e principalmente pela presença
crescente deste dispositivo nos domicílios brasileiros (SCHWARTZ, 2012). Ainda
segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL, 2006), conforme
citado por Schwartz (2012, p. 101) o crescimento da telefonia celular já vem se
destacando a mais de uma década:
“Nenhum outro serviço regulado pelo Estado brasileiro chegou tão longe. Nem mesmo a radiodifusão aberta (televisão e rádio), apesar da grande penetração, serve como base de comparação com o fenômeno da comunicação móvel. A radiodifusão caracteriza-se pelo acesso gratuito do usuário, sem compromisso de natureza comercial com prestadora – ao contrário do que acontece na telefonia celular.” (ANATEL, 2006).
O crescimento no mercado dos smartphones impulsionou o mercado dos
aplicativos que são desenvolvidos para os mais diversos fins. Os dois maiores
fabricantes de smartphones disponibilizam os aplicativos nas suas lojas virtuais,
sendo as maiores a Google Play Store e Apple App Store (CANTELLE, 2016).
O crescimento do mercado de aplicativos é registrado pelo grande volume
nas lojas virtuais, a Google Play Store em 2017 disponibilizou 3,6 milhões de
aplicativos9 e teve 19 bilhões de downloads no quarto trimestre de 201710.
2.3. A importância da TV Universitária na Divulgação Científica
Em 18 de setembro de 1950 aconteceu a primeira transmissão televisiva no
Brasil, surgindo em São Paulo, a TV Tupi Difusora; uma emissora pertencente ao
grupo do jornalista e empresário Assis Chateaubriand (LEAL, 2009). No início, o
televisor era considerado um item de luxo pertencente apenas a elite econômica. Foi
a partir de 1964 que começou a popularização da TV no país, no período da
9 9Disponível em: https://www.tecmundo.com.br/software/128979-pesquisa-play-store-
aumentou-30-app-store-diminuiu-5-2017.htm 10 Disponível em: https://www.tecmundo.com.br/software/126553-play-store-registra-19-
bilhoes-downloads-4-trimestre-de-2017.htm
25
industrialização com capital estrangeiro (MATTOS, 2009). A transmissão da Copa no
México (1970) e a chegada dos aparelhos coloridos (1972) impulsionaram as vendas
de forma que o censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) já registrava 27% dos domicílios equipados com TV. Em 1975 o país já tinha
aproximadamente 10 milhões de aparelhos de televisão, 75% destes concentrados
no eixo Rio – São Paulo (MATTOS, 2009; LIMA, 2013).
Para Junior (2002), a importância da televisão para o brasileiro é demostrada
desde o censo demográfico do IBGE de 1999, que registrou mais televisores
(87.7%) do que geladeiras (82.8%) nos domicílios brasileiros. Após seis décadas da
criação da televisão este número subiu para 98% segundo dados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) contínua realizada pelo IBGE, em 2016.
A televisão chegou no Brasil no modelo comercial, pela iniciativa privada, com
influência norte americana, baseado no entretenimento e visando lucro. Em 1967,
com criação do Ministério das Comunicações surgiu o sistema de TV educativas,
com o decreto nº 236, de 28 de fevereiro de 1967 (DL236/67)11 que distingue a
radiodifusão comercial da educativa (MARTELLI, 2012). O decreto no seu artigo 13
estabelece que:
“A televisão educativa se destinará à divulgação de programas educacionais, mediante a transmissão de aulas, conferências, palestras e debates”.
A primeira TV Educativa no Brasil foi criada por meio da Lei 5.198 de 1967, a
TVU Recife, canal 11, da Universidade Federal de Pernambuco, entrando em
funcionamento em 22 de novembro de 1968 (JAMBEIRO, 2002). A TVU Recife
surgiu com o objetivo de contribuir para popularização do conhecimento, levando o
ensino, pesquisa e extensão para sociedade, difundindo a ciência para formação e
cultura cidadã no período em que o índice de analfabetismo ultrapassava os 50% no
país (LIMA, 2009).
A respeito da TVU é necessário destacar que estamos falando de um canal
com concessão educativa, sem fins comerciais, ou seja, de interesse público. A sua
programação e linha editorial deve ser diferente da TV comercial.
11 http://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1960-1969/decreto-lei-236-28-fevereiro-1967-376046-
normaatualizada-pe.html
26
No estatuto da Associação Brasileira de Televisão Universitária - ABTU12, a
TV Universitária tem o seu papel voltado estritamente à promoção da Educação,
Ciência, Cultura e Cidadania, sendo uma alternativa para os telespectadores em
diversidade de formatos e propostas e, principalmente, na oferta de conteúdo mais
aprofundado e dirigido. Ainda na definição da ABTU, uma TV Universitária é
produzida ou coordenada pelas Instituições de Ensino Superior (IES), formada pela
participação de discentes, docentes, técnicos e funcionários, podendo estar ligada
aos cursos de Comunicação Social e que tem a sua programação exibida em canais
abertos, no sinal a cabo, via satélite, em circuitos fechados ou na internet
(MARTELLI, 2012).
“A TV universitária tem o papel de promover a democratização da informação
e difusão do conhecimento científico” (ACCIOLY, 2012, p.25). A difusão do
conhecimento é tão importante quanto a sua produção, o conhecimento produzido
pela universidade não deve ficar restrito à sala de aula e laboratórios (MOREIRA,
2016). A produção de conhecimento de uma IES deve ser divulgada para sociedade,
a TVU deve ser o instrumento para o intercâmbio entre a universidade e a
sociedade, promovendo por meio da tecnologia uma relação dialógica para troca de
diferentes saberes (LIMA, 2009; FREIRE, 1979; SOARES et al. 2017). Para
Diógenes (2007, p.97 apud TERESA FREIRE 2000):
“É nos meios de comunicação que a educação encontra sua democratização, a sua popularização, pois suas atividades, suas transformações e conquistas ultrapassam os espaços das discussões.”
A produção audiovisual de uma TVU deve ser baseada no tripé ensino,
pesquisa e extensão da instituição a qual pertence, e deve ser colocada em uma
linguagem apropriada que facilite o processo de ensino-aprendizagem, aproximando
assim a universidade da sociedade (ACCIOLY, 2012; MAGALHÃES et al, 2014).
Como um veículo para extensão do ensino superior, que leva para sociedade de
forma democrática o que é produzindo na instituição (RAMALHO, 2011).
O processo para obtenção da outorga de um canal de TV educativa é
burocrático, moroso e concedido prioritariamente para entidades políticas, as
universidades e fundações precisavam comprovar que tinham recurso para
12 https://www.abtu.org.br/
27
implantar e manter o canal de TV de acordo com a DL236/67. Este foi um dos
motivos pelo qual até 1995 somente 15 instituições de ensino tinham obtido
concessão de um canal de TV aberta (LIMA, 2009).
A expansão deste seguimento de difusão científica veio a partir de 1995 com
a criação da Lei do Cabo. As TV universitárias passaram a ganhar força com um
crescimento de 700% depois da lei do cabo; em 2010 a produção televisiva já estava
presente em 151 instituições de ensino superior (RAMALHO, 2011).
Depois da lei do cabo, outro momento de expansão da difusão cientifica veio
com o crescimento da velocidade da internet banda larga no Brasil. O que
impulsionou a popularização dos serviços de distribuição de vídeo na internet e
alterou os métodos e processos na produção televisiva (ANGELUCI et al. 2011).
Desde a criação do Youtube13 em 2005, observamos uma transformação na forma
de consumir, armazenar e compartilhar os conteúdos audiovisuais (BARBOSA,
2014). Com a utilização dos recursos de multimídia a internet se tornou um novo
meio de entretenimento e informação que vem transformando a forma de se assistir
TV. É crescente o número de usuários das plataformas online com serviços de
distribuição de conteúdo de vídeo, sendo amplamente utilizada no segmento
comercial, do entretenimento e educativo. Cada vez mais as IES públicas e privadas
utilizam a produção audiovisual como uma ferramenta importante para difusão do
ensino, pesquisa e extensão. Por este motivo algumas destas instituições
implantaram suas WebTV e passaram a utilizar essa tecnologia como um novo canal
para difusão do conhecimento produzido no âmbito institucional.
Para Machado et al. (2015) “a caracterização da WebTV14 dá-se pela
transformação de conteúdo televisivo para a mídia digital, sendo acessada em
computadores, tablets ou smartphones”. Uma WebTV produz conteúdo audiovisual
para web, tem programação própria, sua produção fica disponível em um repositório
virtual (MAGALHÃES et al. 2014). Muitas WebTV nasceram com a necessidade de
transmissão dos eventos institucionais na internet. As transmissões streaming15 de
13 YouTube é um site de compartilhamento de vídeos enviados pelos usuários através da
internet. 14 WebTV é a transmissão de sinais televisivos pela internet podendo ser sob a forma de Vídeo sob demanda ou Streaming em tempo real. 15 Streaming é uma forma de transmissão instantânea de dados de áudio e vídeo através de
redes, podendo ser ao vivo ou gravada
28
vídeo são feitas com um software encoder16 específico, os softwares gratuitos (free)
mais conhecidos são Windows Media Encoder, Flash Live Media Encoder, VLC e
OBS Studio.
As WebTV universitárias são ferramentas importantes para difusão do
conhecimento principalmente por:
• Ter amplo alcance na rede mundial de computadores permitindo o acesso a
informação e a democratização do conhecimento;
• Ter conteúdo disponível no site para serem vistos e baixados a qualquer
momento;
• Ter maior interatividade onde o web-telespectador pode colaborar com maior
liberdade para escolher e sugerir por e-mail e redes sociais;
• Ter a possibilidade de acesso por dispositivos móveis principalmente pelos
jovens universitários;
• Ser usada como ferramenta educacional para aprendizagem em múltiplos
espaços;
• Ser uma fonte confiável de conteúdo educacional.
2.4. TV CAATINGA: A WEBTV DA UNIVASF
A Universidade Federal do Vale do São Francisco, com sede em Petrolina-PE
vem atuando no Semiárido nordestino desde 2002 com campi nos estados da Bahia,
Pernambuco e Piauí. A UNIVASF implantou a TV Caatinga como uma ferramenta de
comunicação para difusão do conhecimento científico aproximando a universidade
da comunidade civil e acadêmica, interligando os campi e a sociedade por meio das
produções audiovisuais.
2.4.1. Como surgiu a WebTV
O projeto da TV Caatinga foi desenvolvido por dois servidores17 da UNIVASF,
que idealizaram um canal de TV pela internet para:
16 Encoder é um software que envia o conteúdo digital para o servidor de streaming. 17 Fabíola Moura Reis Santos - Jornalista, Mestre em Educação, Cultura e Territórios Semiáridos,
Professora Assistente do curso de Jornalismo em Multimeios da UNEB e Coordenadora de Programação e Jornalismo da TV Caatinga e por Jaldo Pereira Lopes - Mestrando em Extensão Rural pela UNIVASF e Diretor Técnico da TV Caatinga.
29
• Produção audiovisual contextualizada com conteúdo educativo, cultural e de
entretenimento, disponibilizando para sociedade acadêmica e civil uma
produção sem interesse comercial;
• Transmissão ao vivo de eventos científicos tais como: seminários, encontros,
congressos, workshop, palestras, dentre outros; permitindo o acesso a
informação para o público interno e externo a universidade;
• Difusão do conhecimento cientifico e fortalecimento da instituição, por
aumentar sua visibilidade;
• Valorização local e desconstrução da visão estereotipada atribuída ao
Semiárido nordestino.
O projeto iniciou suas atividades em 26 de agosto de 2012 fazendo a
transmissão ao vivo do Fórum Petrolina Sustentável, o evento transmitido pode ser
assistido no site www.rtvcaatinga.univasf.edu.br em fase de testes. As primeiras
transmissões foram feitas com equipamentos emprestados da Secretaria de
Educação a Distância (SEaD), com o apoio da Secretaria de Tecnologia da
Informação (STI) e colaboração de Fabio Cardoso, Web Designer, mestre em TV
Digital e funcionário da TV UNESP de Bauru – SP que disponibilizou o servidor de
streaming. Logo a comunidade acadêmica despertou o interesse pelo serviço
oferecido pela WebTV e em seis meses de funcionamento foram transmitidos 19
eventos acadêmicos.
Em 2013 com a contratação de duas estagiarias (Figura 6), alunas do curso
de comunicação social da Universidade Estadual do Estado da Bahia (UNEB)
campus Juazeiro – BA; fato este que permitiu o início a produção das matérias
jornalísticas e dos programas.
Figura 6 - Primeiras reportagens feitas na TV Caatinga com a contratação das estagiarias. Fonte: https://www.youtube.com/channel/UCCNEfhme3KlBhqB7LFPd7vg (2013)
30
2.4.2. A atuação nas redes sociais
Visando se aproximar cada vez mais da comunidade acadêmica e civil, a TV
Caatinga começou a utilizar as principais redes sociais:
Youtube - O canal com 12 mil inscritos é utilizado como principal repositório
dos vídeos da TV; sendo o conteúdo organizado por playlists18 (Figura 7).
Figura 7 – Imagem do canal da TV Caatinga no Youtube. Fonte: https://www.youtube.com (2018)
Facebook19 - A fanpage20 já ultrapassou os 11 mil seguidores, é a rede social
com maior interatividade (Figura 8).
18 Playlists – é uma lista de reprodução que designa uma determinada lista de programas,
que podem ser assistidos em sequência ou aleatório. 19 Facebook um rede social criada em 2004 fundada por Mark Zuckerberg que permite a
postagem de publicações, fotos e vídeo, podendo ser curtida e comentada por outros usuários. 20 Fanpage é uma página dentro do facebook para comunicação direta com clientes ou fãs.
31
Figura 8 – Imagem da fanpage da TV Caatinga. Fonte: https://www.facebook.com/rtvcaatinga/ (2018)
Instagram - Uma das redes sociais que registra maior crescimento de acordo
com o relatório Mídias Sociais 360º da Fundação Armando Alvares Penteado –
FAAP. O Instagram permite a postagem de fotos, vídeos com duração de até 1 (um)
minuto e transmissões ao vivo (Live video)21 com duração de até 1 (uma) hora, o
conteúdo transmitido ao vivo ficar disponível por 24 horas no stories22. (Figura 9).
21 Live vídeo – recurso que permite a transmissão de vídeo ao vivo na rede social. 22 Stories – Recurso de criar vídeos que desaparecem após 24 horas da sua publicação.
32
Figura 9 – Imagem da conta da TV Caatinga no Instagram. Fonte: https://www.instagram.com/rtvcaatinga/ (2018)
Site - Em 2015 quando a TV Caatinga completou três anos foi lançado um
novo site (Figura 10), agora com todas as informações sobre as produções e
interligando com as redes sociais.
Figura 10 – Imagem mostrando a pagina principal do site da TV Caatinga. Fonte: www.rtvcaatinga.univasf.eud.br (2018)
33
2.4.3. Infraestrutura
• Física – Em 2015 foi inaugurado o novo espaço da TV com Redação do
Jornalismo, Ilhas de edição, Pós-produção, Central Técnica e Estúdios;
• De Equipamentos – A TV Caatinga nasceu digital, com equipamentos
profissionais, sua infraestrutura tecnológica é composta por: 02 (dois) kits
para equipe externa (câmera, tripé, microfones e iluminação); 04 (quatro) ilhas
de edição Apple com software Final Cut Pro23; 02 (dois) switcher24 de vídeo;
01 (uma) mesa de áudio digital, 01 (um) gerador de caractere; 01 (um)
exibidor de vídeo; 02 (dois) kits contendo câmeras, tripé e teleprompter25; 04
(quatro) microfones de lapela; 02 (dois) microfones boom; 01 (um) sistema de
gerenciamento / armazenamento de vídeo; 01 (uma) unidade para produção /
transmissão ao vivo pela internet, além de 02 (dois) veículos, uma
caminhonete para as reportagens e um furgão para as transmissões ao vivo.
• De Pessoal - Atualmente (2018) o quadro funcional da TV Caatinga é
formado por 03 (três) servidores concursados, 03 (três) estagiários e uma
equipe de terceirizados composta por 02 (dois) jornalistas, 03 (três) editores
de imagem, 03 (três) cinegrafistas e 01 (um) auxiliar técnico.
2.4.4. A programação
A TV Caatinga produz coberturas jornalísticas, documentários e 13 programas
educativos voltados a interdisciplinaridade que abordam a ciência, cultura, saúde e
meio ambiente local. Parte da produção da TV é exibida em rede nacional e outros
estados através parcerias com as emissoras TV NBR, Canal Futura, TV Brasil, TV
Cultura, TV UFMA e TV UNIFOR. Para Santos (2018) essas parcerias ampliam a
visibilidade das produções da TV Caatinga para mostram a representação do
Semiárido sem distorções.
A grade de programação (2018.1) é composta pelos seguintes programas:
23 Cut Pro - é um software profissional de edição de vídeo não linear desenvolvido pela Apple
Computer para seu sistema operacional Mac OS X. 24 Switch – Equipamento utilizado para selecionar varias entradas de vídeo, conhecido
também como Mixer de Video ou Mesa de Corte. 25 Teleprompter - é um equipamento acoplado às câmeras de vídeo que exibe o texto a ser
lido pelo apresentador.
34
Ciência no Semiárido - Programa que mostra a produção cientifica na região
e a importância dessas pesquisas para sociedade. Ele é apresentado pelo
pesquisador e normalmente um aluno que ajuda no desenvolvimento do estudo. É o
primeiro programa da TV Caatinga com intepretação em Libras (Língua Brasileira de
Sinais), o que permite ser assistido pela comunidade surda. O programa tem
duração em média de oito minutos;
Sertão Saudável - Programa sobre saúde com informações e
esclarecimentos de tratamentos que vão da medicina tradicional a medicina popular.
O programa tem duração em média de quinze minutos;
Meu Ambiente - Programa de educação ambiental com informações sobre
preservação, sustentabilidade, qualidade de vida e bem-estar. O objetivo da
produção é ouvir as causas e possíveis soluções para os problemas ambientais que
atingem diretamente a população. O programa tem duração em média de dez
minutos;
UNIVASF Debate - Programa de entrevistas gravado em estúdio com dois
convidados para debater temas da atualidade. O programa tem duração em média
de trinta minutos;
Viva Caatinga! – Programa que apresenta a fauna e flora da Caatinga, além
de personagem que vivem no Semiárido. O programa tem duração em média de
dois minutos.
Memória Sertão – Programa que apresenta o acervo cultural da região
mostrando os museus, monumentos, manifestações populares, com informações
para visitação. O programa tem duração em média de cinco minutos.
Nossa Rua – Programa que mostra a história dos personagens que deram
nome as de vias públicas e suas contribuições para sociedade. O programa tem
duração em média de seis minutos;
Quero ser – Programa que apresenta os cursos de graduação da UNIVASF e
discute o mercado de trabalho de cada área. É voltado para os candidatos que vão
prestar o Enem. O programa tem duração em média de vinte e cinco minutos;
Sou Sertão – Programa de entrevista com pesquisadores, artistas ou
personalidades que nasceram no Semiárido e se destacaram por seu trabalho. O
programa tem duração em média de vinte minutos;
35
É assim que eu falo – Programa que apresenta a lexicografia do Semiárido,
é uma animação que ensina de forma lúdica o significado das palavras comum na
região. O programa tem duração em média de um minuto;
O causo é sério – Programa apresentado por contador de “causos” que
aborda de forma humorada temas relevantes para construção de uma sociedade
melhor. O programa tem duração em média de oito minuto;
Sabores da Caatinga – Programa que apresenta a culinária da região com
receitas tradicionais ou contemporâneas encontradas no Semiárido, informando as
características e origem de principais ingredientes do prato. O programa tem
duração em média de cinco minuto;
Entre um Café, uma Prosa – Programa de entrevista com pesquisadores,
artistas ou personalidades que não são do Semiárido. O programa tem duração em
média de vinte minuto.
Em cinco anos de funcionamento, a TV Caatinga tem se destacado como
uma das maiores produtoras de conteúdo da região, de acordo com os números no
canal do Youtube, neste período produziu 1408 vídeos, sendo 850 edições dos seus
programas, 489 reportagens e fez a transmissão de 69 eventos institucionais ao vivo
pela internet. O número expressivo das visualizações do conteúdo na internet
mostra que a TV Caatinga vem se consolidado como um importante veículo de
comunicação para difusão científica e valorização cultural aproximando cada vez
mais a universidade da sociedade. O canal no Youtube registra 2 milhões, 699 mil e
780 visualizações (Figura 11).
36
Figura 11 – Mostra o número de visualizações no Youtube da TV Caatinga. Fonte: https://www.youtube.com/channel/UCCNEfhme3KlBhqB7LFPd7vg (2018)
A fanpage registra 701 mil visualizações (Figura 12).
Figura 12 – Mostra o número de visualizações na fanpage da TV Caatinga. Fonte https://www.facebook.com/rtvcaatinga/ (2018)
37
3. MATERIAL E MÉTODOS
O estudo desenvolvido foi realizado com a utilização da pesquisa bibliográfica
exploratória. A pesquisa bibliográfica tem a finalidade de ampliar e explicar ideias,
com objetivo de proporcionar uma visão global de determinado assunto (GIL, 2008).
A pesquisa foi desenvolvida em seis etapas: a primeira etapa (a) incidiu na
coleta de informações sobre as temáticas centrais: os Aplicativos, as WebTV e a
inclusão digital no meio rural; a segunda etapa (b) foi à compilação desses dados,
separados e direcionados para a confecção de cada capítulo deste manuscrito. A
terceira etapa (c) foi compreendida pelo conhecimento do conteúdo programático e
científico produzido pela TV Caatinga relacionado ao meio rural e a compilação
desses dados a respeito da WebTV; já a quarta etapa (d) correspondeu à pesquisa
em sites de domínio público para identificar qual a forma de acesso e as políticas
públicas para expansão da internet na zona rural. A quinta etapa (e) correspondeu
na criação do aplicativo com os conteúdo da TV Caatinga. Sendo a etapa final, sexta
etapa (f), posterior apresentação deste produto ao PPGExR e a disponibilização do
aplicativo para download na loja Play Store26 do Google.
3.1. Etapas da Pesquisa e criação do Aplicativo
Estas foram as etapas seguidas na pesquisa e no processo de criação do
aplicativo.
3.1.1. Primeira e Segunda Etapa
Esta primeira etapa incidiu na coleta de informações sobre as temáticas
centrais: os Aplicativos, as WebTV e a inclusão digital no meio rural; pesquisando na
base de dados Google Acadêmico e em artigos científicos indexados nas bases de
dados, Scielo e Periódico Capes, durante o período de 2007 à 2017, nos idiomas
português, inglês ou espanhol, e com as palavras-chave: ‘Tecnologia da informação
e comunicação’, ‘Democratização do conhecimento científico’, ‘Desenvolvimento de
aplicativos’, ‘Acesso a informação’, ‘Jornalismo cientifico’ e ‘TV Universitária’. Com
26Play Store - é um serviço de distribuição digital de aplicativos, jogos, filmes, programas de
televisão, músicas e livros, desenvolvido e operado pela Google. Ela é a loja oficial de aplicativos para o sistema operacional Android, além de fornecer conteúdo digital.
38
isso, foram selecionadas, criteriosamente, todas as bibliografias consideradas
relevantes e pertinentes para alcançar o objetivo da pesquisa e, que, estão listadas
no capítulo ‘Referências’ deste trabalho. Na segunda etapa foi compilado e separar
os dados para a confecção de cada capítulo deste manuscrito.
3.1.2. Terceira Etapa
A terceira etapa foi compreendida pelo conhecimento do conteúdo
programático e científico produzido pela TV Caatinga relacionado ao meio rural; para
tanto foi necessário acessar o site no endereço www.rtvcaatinga.univasf.edu.br e
coletar todas as informações disponibilizadas no domínio público; assim como foi
necessário posteriormente uma visita a própria sede da WebTV, que fica no campus
sede da UNIVASF no centro do município de Petrolina-PE, no intuito de coletar
informações adicionais que não estivessem disponibilizadas no próprio site. Na
sequência foi realizada a compilação desses dados e seleção de programas
relacionados ao meio rural que estivessem relacionados no conteúdo programático
visitado. Ao serem identificados estes programas eram selecionados e separados
por relevância e data de publicação. Sendo agrupado e armazenado em formato
digital para posteriormente auxiliar na execução de cada fase necessária para a
criação do aplicativo.
3.1.3. Quarta Etapa
A presente etapa correspondeu à pesquisa em sites de domínio público para
identificar qual a forma de acesso e as políticas públicas para expansão da internet
na zona rural. Sites estes como o do Ministério de Ciências, Tecnologia, Inovação e
Comunicações e o próprio Google.
3.1.4. Quinta e Sexta Etapa
A quinta etapa que compreendeu a criação aplicativo foi necessário,
primeiramente, a criação de um protótipo utilizando todas as informações e dados
coletados nas etapas anteriores para, em seguida, dar-se início a integração do App
ao conteúdo programático da TV Caatinga.
39
No desenvolvimento do aplicativo foi utilizado o HTML527 e optou-se por
softwares de distribuição gratuita (figura 13), o Cordova Mobile Framework28 por
utilizar as linguagens (web) HTML, CSS e JavaScript, por permitir trabalhar com
várias plataformas e pela ampla documentação disponível na internet. Para criar a
interface do aplicativo foi escolhido o Framework729 que utiliza a linguagem HTML,
como editor de código utilizou-se o Notepad++ e também o Android Studio como
ferramenta de SDK30. Os testes da interface foram feitos diretamente com um
smartphone da Xiaomi modelo Mi5. O aplicativo foi desenvolvido em parceria com
Fabio Cardoso, Web Designer e mestre em TV Digital pela Unesp-SP.
Figura 13 – Pacote de Softwares escolhidos para a criação do aplicativo. Fonte: Adaptado do Google pelo próprio Autor (2017)
A plataforma escolhida para desenvolvimento foi o Android por ser o sistema
operacional para smartphone mais utilizado no mundo. Segundo Lecheta (2010):
“Android consiste em uma nova plataforma de desenvolvimento para aplicativos móveis, baseado em um sistema operacional Linux, com diversas aplicações já instaladas e, ainda, um ambiente de desenvolvimento bastante poderoso, ousado e flexível”.
27 HTML5 é uma linguagem para desenvolvimento de aplicações para a World Wide Web e já
está na sua quinta versão. 28 Cordova é um framework de código aberto gratuito para a criação de aplicativos para
dispositivos moveis usando tecnologias web. 29 Framework7 é um framework de código aberto gratuito para a criação de aplicações
mobile hibridas. 30 SDK é um kit de ferramentas para desenvolvimento de software para Android.
40
O sistema operacional Android da Google domina o mercado dos
Smartphones, segundo pesquisa realizada no primeiro trimestre de 2017 pela
International Data Corporation - IDC os dados mostram que o Android detém 85% do
mercado de dispositivos móveis (Figura 14).
Figura 14 – O sistema Android domina o mercado de smartphones no período de 2104 a 2017. Fonte: IDC (2017)
Uma pesquisa da Kantar Brasil Insights31 mostra que no período de Dez/2016
a Fev/2017 o sistema Android tinha alcançado 93,2% do mercado de smartphone no
Brasil, por este motivo o aplicativo proposto nesta pesquisa foi desenvolvido
exclusivamente para plataforma Android.
Na sexta etapa depois do teste de funcionalidade o aplicativo foi
disponibilizado para uso.
31 Kantar Brasil Insights é uma empresa de analise de dados. A pesquisa está disponível em:
https://www.kantarworldpanel.com/global/smartphone-os-market-share/intro
41
4. RESULTADOS
Foram utilizadas as bases de dados Scielo e Google Acadêmico, para a
busca da literatura existente sobre as temáticas: aplicativos, WebTV e inclusão
digital no zona rural; durante a busca foram encontrados 5.940 resultados que de
alguma forma citou o termo ‘aplicativo’; em seguida, foi realizada uma segunda
triagem utilizando a inserção do termo ‘android’ e com isso foram obtidos 1.070
resultados envolvendo a primeira temática. Já em relação a temática WebTV,
utilizando os termos ‘tecnologia da informação e comunicação” foram encontrados
durante a busca 1.430 artigos que de alguma maneira citava esses termos; em
seguida foi realizada uma segunda triagem estabelecendo a escala temporal foram
obtidos 689 artigos que de uma maneira ou de outra citavam esses termos durante
esse período. Que em uma terceira triagem utilizando o termo ‘rural’ reduziu os
artigos para 204. E em relação a terminologia ‘acesso a informação’ foram
encontrados 778 artigos que de alguma maneira citou este termo; em seguida, foi
realizada uma segunda triagem utilizando o termo ‘inclusão digital’ e esse
quantitativo diminuiu para 353 artigos.
Ao finalizar a parte de coleta, análise e divisão do material coletado na
internet pelas bases de dados, deu-se início a escrita deste trabalho em capítulos.
Em seguida, iniciou-se a busca pelo conteúdo programático produzido pela WebTV,
TV Caatinga; sendo este conteúdo delimitado para o público-alvo.
Na TV Caatinga o conteúdo envolvendo o meio rural é recorrente devido a
sua importância para o desenvolvimento regional e o aumento na qualidade de vida
do homem do campo. Segundo Santos (2018)
“a TV Caatinga além da difusão do conhecimento científico vem atuando para promover as viabilidades do semiárido valorizando a cultura, o turismo e conhecimento local por meio do jornalismo contextualizado.”.
Para o conteúdo do aplicativo foram selecionadas as matérias jornalísticas e
programas que abordavam a produção de conhecimento cientifico com as diversas
temáticas envolvendo o Semiárido, agroecologia, educação do campo e direitos
sociais.
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Dentre os conteúdos encontrados pode-se citar: a Ciência no Semiárido
(Figura 15), Sertão Saudável (Figura 16), Meu Ambiente (Figura 17), UNIVASF
Debate (Figura 18), Matérias Jornalística (Figura 19).
Figura 15 – Alguns dos conteúdos apresentados no programa Ciência no Semiárido. Fonte: www.rtvcaatinga.univasf.edu.br (2017).
Figura 16 – Alguns dos conteúdos apresentados no programa Sertão Saudável. Fonte: www.rtvcaatinga.univasf.edu.br (2017).
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Figura 17 – Alguns dos conteúdos apresentados no programa Meu Ambiente. Fonte: www.rtvcaatinga.univasf.edu.br (2017).
Figura 18 – Alguns dos conteúdos apresentados no programa UNIVASF Debate. Fonte: www.rtvcaatinga.univasf.edu.br (2017).
Figura 19 – Alguns dos conteúdos apresentados nas Matérias Jornalísticas. Fonte: www.rtvcaatinga.univasf.edu.br (2017).
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O aplicativo importa as Playlits do canal no Youtube com o conteúdo
escolhido. Foi construído com um player de vídeo que adaptar-se a velocidade da
conexão da internet visando permitir que os usuários da telefonia móvel 3G possam
facilmente acessar a produção audiovisual da TV Caatinga. Foram implementadas
as seguintes funcionalidades para que o usuário possa navegar pelos conteúdos de
forma rápida e eficiente:
• Menu de acesso aos programas;
• Vídeos recentes;
• Vídeos mais assistidos;
• Busca no canal;
• Comentar vídeo;
• Curtir vídeo;
• Compartilhar vídeo nas redes sociais.
O aplicativo foi construído com uma interface moderna de fácil utilização onde
os vídeos são organizados por programas. O usuário pode fazer busca no canal,
comentar, curtir e principalmente interagir com outras pessoas compartilhando o
vídeo pelas redes sociais.
A seguir serão apresentados os recursos oferecidos pelo aplicativo com uma
breve descrição das funcionalidades juntamente com a figura das telas do protótipo.
Tela Inicial
Uma vez iniciado o aplicativo o usuário tem a opção de uma navegar linear
nos últimos vídeos adicionados ao canal, nos vídeos mais vistos e acessar o menu
principal.
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Figura 20 – Apresenta os recursos da tela inicial do aplicativo. Fonte: Próprio Autor (2018)
Menu Principal
Por meio de um menu de gaveta (Navigation Drawer) o usuário pode escolher
qual categoria acessar (programas ou reportagens).
Figura 21 – Apresenta os recursos da tela do menu principal do aplicativo Fonte: Próprio Autor (2018)
Tela dos Programas
Depois de acessar uma categoria o usuário pode navegar dentro dela e
escolher qual vídeo assistir.
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Tela do Vídeo
Quando selecionado o vídeo vai iniciar automaticamente. Além poder
controlar a reprodução o aplicativo permite o usuário curtir, comentar e
principalmente compartilhar o vídeo com seus contatos e nas redes sociais. Nesta
tela o usuário encontra maiores informações sobre o vídeo, número de exibição,
comentários e curtidas.
Figura 21 – Apresenta dos recurso de navegação na tela dos programas do aplicativo Fonte: Próprio Autor (2018)
Figura 22 – Apresenta o vídeo selecionado e as opções de reprodução, compartilhamento e comentário. Fonte: Próprio Autor (2018)
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento deste trabalho possibilitou visualizar as desigualdades
existentes no acesso à internet nas regiões do país, principalmente no norte e
nordeste. Sendo este um dos motivos da exclusão digital, ou no conceito de
Castells (2002) a info-exclusão, onde a pessoa não está inserida no mundo digital,
por sua vez sem acesso as tecnologias a informação e comunicação.
A necessidade da democratização do conhecimento implica dizer que existe
desigualdades no acesso a informação (TEXEIRA e BRANDÃO, 2002). Garantir o
acesso a internet deve ser prioridade para que o cidadão possa fazer parte do
mundo digital, da cibercultura, podendo utilizar todos estes recursos tecnológicos
para comunicação e desenvolvimento pessoal (LEVY, 1999).
A produção científica de uma universidade deve obrigatoriamente transpor os
muros da academia, chegando a sociedade, contribuído para o desenvolvimento da
comunidade local. Pela internet e com os recursos tecnológicos a academia poder
levar aos locais nos mais distantes o conhecimento. Para tal o smartphone pela sua
popularização e cobertura das redes de telefonia móvel é um grande aliado. Os
aplicativos móveis são acessíveis e importantes para divulgação das mais diversas
áreas do conhecimento (CANTELLE, 2016).
Considerando que encontramos apenas quatro aplicativos disponíveis na
Google Play Store relacionados a UNIVASF32, e que os apps existente são voltados
para informar o funcionamento da universidade e serviços para os discentes. O
desenvolvimento do produto desta pesquisa, o aplicativo WEBTV-APP foi possível e
apresentou-se como uma potencial ferramenta para divulgação da produção
científica da UNIVASF na zona rural onde o acesso à internet é feito principalmente
pelo celular. Por meio de uma interface amigável e de fácil utilização, os usuários
terão acesso aos conteúdos científicos e contextualizados, podendo aplicar os novos
conhecimentos para aumento da produção agrícola, desenvolvimento pessoal e
melhoria da qualidade de vida. Desta forma, voltando ao problema norteador da
pesquisa: “Como fazer para que os moradores das comunidades na zona rural no
32 Pesquisa feita no site da Google Play Store, disponível em:
https://play.google.com/store/search?q=univasf
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Vale do São Francisco tenham acesso a produção cientifica da UNIVASF?”, conclui-
se que tal aplicativo vai ser útil na solução deste problema, contribuindo para
democratização do conhecimento científico.
5.1. Trabalhos Futuros
Com relação a possibilidade de trabalhos futuros, diversas ações visando o
aperfeiçoamento podem ser implementadas:
• Monitorar o uso do aplicativo através da versão gratuita do Google
Analytics e verificar a o alcance do mesmo;
• Disponibilizar o aplicativo para outros sistemas operacionais de
smartphones;
• Ampliar o conteúdo do aplicativo disponibilizando toda a produção da
TV Caatinga ligadas as mais diversas áreas do conhecimento;
• Incluir a possibilidade de download do vídeo podendo ser reproduzido
sem a conexão com a internet;
• Incluir a possibilidade de assistir as transmissões ao vivo da TV
Caatinga direto do aplicativo;
• Incluir noticias ligadas a administração da UNIVASF.
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6. REFERÊNCIAS
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