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MARCOS PAULO SALGADO GOMES

CARACTERIZAÇÃO DE POLIACRILAMIDA PARCIALMENTE HIDROLISADA

EM REGIME CONCENTRADO

Trabalho submetido ao Programa de Pós-

graduação em Química, do Instituto de

Química da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, para obtenção do título de

Mestre em Química

Orientadora: Profa. Dra. Marta Costa

Natal-RN

2011

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Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN

Biblioteca Setorial do Instituto de Química

Gomes, Marcos Paulo Salgado.

Caracterização de poliacrilamida parcialmente hidrolisada em regime

concentrado / Marcos Paulo Salgado Gomes. Natal, RN, 2011.

75 f.

Orientadora: Marta Costa.

Dissertação (Mestrado em Química) - Universidade Federal do Rio Grande do

Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em

Química.

1. Poliacrilamida - Dissertação. 2. Concentração crítica de overlap -

Dissertação. 3. Potenciometria - Dissertação. 4. Massa molar – Dissertação. 5.

Grau de hidrólise- Dissertação. I. Costa, Marta. II. Universidade Federal do Rio

Grande do Norte. III. Título.

RN/UFRN/BSE- IQuímica CDU 66.095.26(043)

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A Hélio Scatena Jr.

Pois mesmo longe

Ficaram os ensinamentos

Profissionais e de vida

E a lembrança

Do seu velho caderno azul

Debaixo do braço...

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AGRADECIMENTOS

Inicialmente a minha mãe Maria de Jesus Ferreira Salgado que enfrentou todas as

dificuldades, sozinha nesses 11 anos, para que eu chegasse até aqui. A minha irmã Monique

Christine Salgado Gomes que me apoiou, conversou e por muitas vezes entendeu minhas

preocupações, grosserias e meu silêncio dentro de casa.

À minha namorada, companheira e melhor amiga Verônica Danielle Santos Ferreira por me

apoiar e por permitir que eu compartilhasse todos os meus anseios, felicidades e frustrações,

bons e maus momentos, e que com muito amor e compreensão entendeu as vezes que não

escutei, não respondi, não entendi, não lembrei, não falei e ainda falei que tinha que escrever

e terminar este trabalho.

À minha madrinha Salete Cirne que mesmo não estando presente acreditou no meu potencial

e capacidade ao longo da vida.

A Prof.ª Marta Costa pela orientação e confiança no desenvolvimento deste trabalho, mesmo

quando tudo apontava para o contrário. Também por permitir que eu tivesse acesso ao

LAQOA nos fins de semana e feriados e por deixar as caixas dos equipamentos no

laboratório, onde dormia quando necessário.

À Gustavo Fernandes Rosado Coêlho, Superintendente de Infraestrutura, que me liberou para

capacitação e muitas vezes entendeu minhas ausências. E Hérbete Hálamo Caetano Davi,

Diretor de Meio Ambiente, que entendeu a minha necessidade de 15 dias (30 dias) de férias

para que este trabalho fosse escrito.

Ao Prof. Ótom Anselmo de Oliveira, chefe do Instituto de Química, por permitir meu acesso

ao setor nos fins de semana, feriados e madrugadas.

Ao Prof. Ademir, que com presteza, fez minha análise de infravermelho em um momento de

extrema dificuldade.

A todos que contribuíram direta ou indiretamente com este mestrado ― Um muito obrigado.

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O último degrau para a

sabedoria é a simplicidade.

Khalil Gibran

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RESUMO

A poliacrilamida parcialmente hidrolisada (HPAM) é um copolímero formado por

acrilamida e acrilato de sódio. Em função de sua ampla faixa de aplicação existem diferentes

métodos para a sua quantificação e caracterização em solução. A avaliação de C* é

importante para descrever a transição do regime diluído para o semi–diluído, isto é, quando a

solução terá sua viscosidade característica, em concentrações acima de C*. Este trabalho

descreve a determinação da concentração crítica de overlap – C* por potenciometria da

poliacrilamida parcialmente hidrolisada – HPAM em meio ácido. Baseando-se na lei de ação

das massas e no tratamento adequado da constante de formação do agregado polimérico foram

calculados a massa molar, grau de hidrólise e de polimerização da HPAM empregada. O

ponto de inflexão foi determinado pelo método da interseção e a equação resultante do

desenvolvimento matemático, satisfez estatisticamente os pontos experimentais, relacionando

o número de mols de monômeros (n), constante de equilíbrio de formação do novelo (K*), pH

do meio, C* e constante de acidez do polímero (Ka). Os parâmetros viscosimétricos de C*

apresentaram uma diferença percentual em relação aos potenciométricos. Os resultados para

determinação da C*, grau de copolimerização e massa molar se mostraram uma alternativa

simples para caracterização de polímeros com monômeros protonáveis e solúveis em água.

Palavras – chave: Poliacrilamida. Concentração crítica de overlap. Potenciometria.

Massa molar. Grau de hidrólise.

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ABSTRACT

A partially hydrolyzed polyacrylamide (HPAM) is a copolymer composed of

acrylamide and sodium acrylate. Due to its wide range of applications there are different

methods for its quantification and characterization in solution systems. Evaluation of C* is

important to describe the transition from dilute to semi-dilute, behavior, when the solution

will have its characteristic viscosity at concentrations above C*. This dissertation describes

the determination of the critical concentration of overlap – C* by potentiometry of partially

hydrolyzed polyacrylamide - HPAM under acidic conditions. Based on the law of mass action

and the proper treatment of the constant of aggregate formation, polymer molecular weight,

degree of polymerization and hydrolysis were calculated. The inflection point was determined

by the intersection of the resulting equation and mathematical development, statistically

satisfy the experimental points relating the number of moles of monomers (n), equilibrium

constant of formation of the entanglements (K*), pH, C* and acidity constant of the polymer

(Ka). The viscometric parameters of C* showed a percentage difference compared to

potentiometers. The results for the determination of C*, and degree of copolymerization

molar mass proved to be a simple alternative for the characterization of polymers with

protonated monomers and water soluble.

Keywords: Polyacrylamide. Critical overlap concentration. Potentiometry. Molecular

Weight. Degree of hydrolysis.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Estrutura química da poliacrilamida parcialmente hidrolisada................... 20

Figura 2 – Equilíbrio ácido-base dos monômeros carboxilato e amida da HPAM em

solução........................................................................................................ 22

Figura 3 – Viscosímetros capilares do tipo: A – Ubbelohde; B – Ostwald; C –

Cannon-Fenske; D – Ubbelohde com diluição........................................... 25

Figura 4 – A: Viscosidade relativa r em função de c; B: Viscosidade reduzida red

em função de c. Em ambos os casos o comportamento das curvas,

dependem do sinal da constante Kv (TERAOKA, 2002)........................... 26

Figura 5 – Cadeia polimérica linear que ocupa um espaço aproximadamente

esférico de raio Rg (TERAOKA, 2002). 28

Figura 6 – Regime de concentração para polímeros flexíveis lineares: solução

diluída, c << C*; solução na concetração crítica de overlap, c ≈ C*;

solução semi-diluída, c >> C*................................................................... 28

Figura 7 – Esquema de equilíbrio químico de Guldberg-Waage................................. 31

Figura 8 – Equilíbrio entre os monômeros livres em solução e o agregado micelar... 32

Figura 9 – Micela direta do tipo esférica; estrutura idealizada para aplicação da Lei

de Guldberg-Waage no modelo de Elworthy et al. (ELWORTHY e

MYSELS, 1966) e formada após a CMC ser atingida pela espécie em

solução........................................................................................................ 32

Figura 10 – (a): Regressão linear e interseção de duas funções lineares em curva

potenciométrica; (b): Determinação de V* pelo método da 1ª Derivada

da curva [H+](V) x V................................................................................. 35

Figura 11 – Determinação do volume de equivalência (Ve) da titulação através da

primeira derivada da curva pH x Log(V).................................................... 36

Figura 12 – Regressão linear e interseção de duas funções em uma curva

viscosimétrica de pH x Log()................................................................... 37

Figura 13 – Curvas pH x V da HPAM 1%: (a) pH do titulante 1,64-2,50; (b) pH do

titulante 2,70-3,62.................................. 39

Figura 14 – Curvas [H+] x V da HPAM 1%: (a) pH do titulante 1,64-2,50; (b) pH do

titulante 2,70-3,62....................................... 39

Figura 15 – Equilíbrio ácido-base existente em cadeias de polímeros protonáveis....... 42

Figura 16 – Equilíbrio entre os monômeros da HPAM em solução e monômeros no

novelo polimérico....................................................................................... 42

Figura 17 – Regiões de retas obtidas a partir dos dados experimentais de C* e pH*.... 45

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Figura 18 – Variação do raio de giração em função de C* e pH*................................. 46

Figura 19 – Comportamento das viscosimetrias (pH x Log HPAM 1%.

Diluente com pHs: 1,91; 2,10; 2,50; 2,99;

1,60........................................................ 48

Figura 20 – Curvas viscosimétricas modeladas com as equações: (a) Kraemer; (b)

Huggins; (c) Schulz-Blaschke.................................................................... 50

Figura 21 – Espectros comparados da PAM, HPAM e HPAM–HCl............................. 54

Figura A – 1 Metodologia experimental geral: preparo das soluções e amostras sólidas,

técnicas utilizadas e análises de dados............................................................ 65

Figura B – 1 Curvas das titulações potenciométricas com pH do titulante: I-1,64; II-1,91;

III-2,09; IV-2,29; V-2,50; VI- 2,70.................................................................. 66

Figura B – 2 Curvas das titulações potenciométricas com pH do titulante: VII-2,98; VIII-

3,20; IX-3,45; X- 3,60.................................................................................... 67

Figura C – 1 Curvas de viscosimetria capilar com pHs de diluente: I-1,91; II-2,10; III-2,50;

IV-2,99; V-3,60............................................................................................. 68

Figura F – 1 Espectros de infravermelho da PAM, HPAM e HPAM-HCl............................. 71

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Valores de Km e α para a HPAM em vários solventes............................... 27

Tabela 2 – Quantitativo do preparo dos tampões para calibração do pHmetro............ 34

Tabela 3 – Concentrações e volumes iniciais de HPAM 1% (m/v) para titulação

potenciométrica........................................................................................... 34

Tabela 4 – Faixas de viscosidade cinemática e constantes (k) do viscosímetro

Cannon-Fenske translúcido......................................................................... 36

Tabela 5 – Valores de V*, C*, pH* obtidos na titulação potenciométrica e de

Log(1/C*) previamente calculados............................................................. 40

Tabela 6 – Valores dos pKb provenientes das dez titulações potenciométricas........... 41

Tabela 7 – Valores obtidos a partir da modelagem dos dados experimentais de C* e

pH* com a equação resultante da Lei de Ação das Massas........................ 44

Tabela 8 – Dados do ponto de inversão e resultados dos cálculos oriundos da

equação 29.................................................................................................. 47

Tabela 9 – Valores de C*, *, pH* obtidos por viscosimetria capilar......................... 49

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Tabela 10 – Comparativo e diferenças percentuais dos resultados de C* e pH*

obtidos por potenciometria e viscosimetria em função do pH.................... 49

Tabela 11 – Valores de k obtidos das equações de Huggins, Kraemer, Schulz-

Blaschke...................................................................................................... 51

Tabela 12 – Viscosidades intrínsecas [] e C* mensuradas por método de

extrapolação gráfica.................................................................................... 51

Tabela 13 – Valores de transmitância das bandas dos espectros da PAM, HPAM e

HPAM-HCl................................................................................................. 53

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

g – Aceleração da gravidade

h – Altura do capilar

L – Comprimento do capilar

c – Concentração

C* – Concentração crítica de overlap

[Ac¯] – Concentração de ácido desprotonado

[Ac] – Concentração de ácido

[H+] – Concentração de cátions hidrogênio em solução

[RCOA¯] – Concentração de monômero desprotonado

[RCOAH] – Concentração de monômero protonado

Ci – Concentração inicial

CMC – Concentração micelar crítica

ai – Constante da função linear pH x V

ksb – Constante de Schulz-Blaschke

kh – Constante de Huggins

kk – Constante de Kraemer

Ka – Constante de acidez

K* – Constante de agregação crítica

– Constante de agregação crítica de um tipo de monômero

K1 – Constante de agregação da acrilamida

K2 – Constante de agregação do acrilato de sódio

Kb – Constante de basicidade

– Constante de equilíbrio

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– Constante de formação direta

– Constante de formação inversa

Km – Constante de Mark-Houwink-Sakurada

– Constante do viscosímetro Cannon–Fenske

– Constante matemática de proporção circular

Kv – Constante viscosimétrica

– Densidade da solução

(%) – Diferença percentual

– Expoente de Mark-Houwink-Sakurada

x – Fator de conversão

– Força de cisalhamento

D – Gradiente de velocidade

GH – Grau de hidrólise

GP – Grau de polimerização

m – Massa da cadeia polimérica

m1 – Massa de monômeros acrilamida

m2 – Massa de monômeros acrilato de sódio

MM – Massa molar

MMti – Massa molar total de um tipo de monômero

– Massa molar viscosimétrica média

ms1 – Massa proporcional de acrilamida em solução

ms2 – Massa proporcional de acrilato de sódio em solução

msi – Massa proporcional de monômeros da HPAM em solução

X – Monômeros livres em solução

Na – Número de Avogadro

n1 – Número de mols de acrilamida

n2 – Número de mols da acrilato de sódio

n – Número de mols de monômeros livres da HPAM em solução

ni – Número de mols de um tipo de monômero presente na HPAM

N – Número de mols total da HPAM

NU – Número de monômeros (unidades) formadores da cadeia

p – Número de monômeros livres

– Número de onda

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%T – Percentual de transmitância

PAM – Poliacrilamida

HPAM – Poliacrilamida parcialmente hidrolisada

HPAM-HCl – Poliacrilamida parcialmente hidrolisada protonada em HCl

PI – Ponto de inversão

Ed – Potencial da célula da solução

Es – Potencial da célula da solução padrão

pKa – Potencial da constante de acidez

pKb – Potencial da constante de basicidade

pH – Potencial hidrogeniônico

pH* – Potencial hidrogeniônico crítico

pHd – Potencial hidrogeniônico da solução

pHs – Potencial hidrogeniônico da solução padrão

r – Raio do capilar

Rg – Raio de giração

t – Tempo de escoamento

– Viscosidade

– Viscosidade crítica

s – Viscosidade do solvente puro

sp – Viscosidade específica

inh – Viscosidade inerente

– Viscosidade intrínseca

sb – Viscosidade intrínseca de Schulz-Blaschke

h – Viscosidade intrínseca de Huggins

k – Viscosidade intrínseca de Kraemer

sc – Viscosidade intrínseca de Solomon-Ciuta

dc – Viscosidade intrínseca de Deb-Chanterjee

red – Viscosidade reduzida

r – Viscosidade relativa

V* – Volume crítico

V – Volume da solução

Ve – Volume de equivalência

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Vc – Volume do capilar

Vg – Volume hidrodinâmico

Vi – Volume inicial

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 16

1.1 OBJETIVO............................................................................................................... 18

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...................................................................................... 18

2 REVISÃO DA LITERATURA............................................................................... 20

2.1 POLIACRILAMIDAS PARCIALMENTE HIDROLISADAS..................................... 20

2.1.1 Influência do pH sobre as HPAMs........................................................................... 21

2.2 TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO DE POLÍMEROS........................................... 23

2.2.1 Espectroscopia na região do infravermelho............................................................. 23

2.2.2 Reologia................................................................................................................... 23

2.2.2.1 Viscosidade.............................................................................................................. 24

2.2.2.2 Raio de giração (Rg) e concentração crítica de overlap (C*).......................................... 27

2.2.3 Potenciometria......................................................................................................... 29

2.2.3.1 Titulação coloidal...................................................................................................... 30

2.3 LEI DE GULDBERG-WAAGE................................................................................. 31

2.3.1 Modelo de Elworthy................................................................................................ 32

3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL.................................................................... 34

3.1 MATERIAIS............................................................................................................ 34

3.2 PREPARO DAS SOLUÇÕES E AMOSTRAS............................................................ 34

3.3 TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA........................................................................ 35

3.3.1 Análise dos dados potenciométricos......................................................................... 36

3.4 VISCOSIMETRIA CAPILAR................................................................................... 37

3.4.1 Análise dos dados viscosimétricos............................................................................ 38

3.5 ESPECTROMETRIA DE INFRAVERMELHO.......................................................... 39

3.5.1 Análise dos dados de IV-TF..................................................................................... 39

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................. 40

4.1 POTENCIOMETRIA................................................................................................ 40

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4.1.1 Determinação do pKa.............................................................................................. 42

4.1.2 Modelagem de C* em função do pH........................................................................ 42

4.1.3 Raio de giração........................................................................................................ 46

4.1.4 Massa molar (MM) e grau de polimerização (GP)................................................... 48

4.2 VISCOSIMETRIA CAPILAR.................................................................................... 49

4.2.1 Determinação de C* em função do pH..................................................................... 49

4.2.2 Determinação de C* por viscosidade intrínseca []................................................. 51

4.3 ESPECTROSCOPIA DE INFRAVERMELHO........................................................... 53

5 CONCLUSÕES....................................................................................................... 56

REFERÊNCIAS...................................................................................................... 58

APÊNDICE A – Fluxogramas da metodologia experimental utilizada............................ 67

APÊNDICE B – Curvas de titulações potenciométricas da HPAM, pH x V(mL), nos pHs

de titulante estudados............................................................................ 68

APÊNDICE C – Curvas experimentais de viscosimetria capilar, pH x Log, nos pHs de

diluição estudados................................................................................. 70

APÊNDICE D – Demonstração matemática do modelo de C* em função do pH do

meio....................................................................................................... 71

APÊNDICE E – Desenvolvimento matemático do ponto de inversão (PI) e cálculo da

massa molar (MM)................................................................................. 72

APÊNDICE F – Espectros de infravermelho da PAM, poliacrilamida copolimerizada

com acrilato de sódio (HPAM) e HPAM em meio ácido (HPAM –

HCl)....................................................................................................... 73

APÊNDICE G – Equações matemáticas ilustradas e utilizadas........................................ 74

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16

1 INTRODUÇÃO

A poliacrilamida parcialmente hidrolisada (HPAM) é um copolímero formado por

acrilamida e acrilato de sódio. Em meio aquoso e neutro se comporta como um polieletrólito

aniônico, apresentando alta força iônica (GLASS, 1986; LEWANDOWSKA, 2007). Devido

às suas características físico-químicas, é amplamente utilizada em produtos alimentícios

(BRISCOE, LUCKHAM e ZHU, 1999), na fabricação de papel, mineração (SASTRY, DAVE

e VALAND, 1999; GLASS, 1986), no tratamento de água residual (YANG, 2001) e na

bioquímica com isolamento de proteínas (KAO, SAPATNEKAR, et al., 1996). Na indústria

do petróleo atua na modificação de perfil de poços (CHEN, WANG, et al., 2004) e como

viscosificante de fluidos de perfuração (ZOLFAGHARI, KATBAB, et al., 2006).

A literatura reporta diversas técnicas para a quantificação da HPAM, no entanto

somente com algumas técnicas é possível a sua caracterização. Portanto, em função de sua

ampla faixa de aplicação, é de fundamental importância o desenvolvimento de metodologias

capazes de caracterizar e determinar suas propriedades e parâmetros físico-químicos (LU e

WU, 2001).

Aly e Letey (1988) utilizaram carbono orgânico total (COT) para quantificar

derivados catiônicos, aniônicos e não iônicos da PAM floculados e adsorvidos em argilas.

Assim como no trabalho de Lecourtier, Lee e Chauveteau (1990) que usaram COT para

quantificar derivados, aniônicos e neutros, da PAM adsorvidos em minerais, como também

mensurar a PAM degradada, mecanicamente, sob a influência de pH e salinidade. No entanto

o COT necessita, previamente, dos dados de massa molar para quantificar a PAM.

Taylor (1998) aprimorou o método FIA (flow injection analysis), utilizado para

quantificar PAM e derivados em campos de petróleo. Esta técnica que é rápida e possui alta

reprodutibilidade, baseia-se na titulação por complexação dos sais de bromo com os grupos

amidas, mas é sensível a interferentes iônicos como: Na+, Ca

2+, Cr

3+, Al

3+, Zn

IV, NH4

+, Cl¯,

OH¯ e CO32–

. O grau de hidrólise, quando existente, é quantificado em separado por outra

titulação. A FIA se limita a quantificação dos grupos amidas.

Considerando a problemática de espécies interferentes na quantificação da PAM, por

métodos titulométricos, em poços de produção de petróleo, Kuehne e Shaw (1985)

desenvolveram um método turbidimétrico para medir a concetração da PAM na presença de

sufonatos. Em seu estudo foi adicionada uma etapa de extração com butanol, seguida de

titulação automática, que reduz consideravelmente o tempo de análise.

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17

A poliacrilamida é largamente utilizada na fixação de solos, consequentemente sua

aplicação se dá através da irrigação. Lentz et al. (1996) utilizaram caolinita em meio alcalino

como floculante no desenvolvimento do método de quantificação da PAM em águas de

irrigação. No seu trabalho, a suspenção resultante foi analisada por transmitância, em um

espectrofotômetro, atingindo altas correlações (r = 0,91 a 0,98) e um limite de detecção de 0,1

mg.L-1

e quantificação de 0,25 mg.L-1

.

A espectrometria de fluorescência é uma técnica bastante eficaz e sensível na

quantificação da PAM, e derivados, chegando a limites de detecção abaixo de 20 ppb.

Hendrickson e Neuman (1984), em seu trabalho, quantificaram a poliacrilamida convertendo

as amidas em aminas, utilizando NaOCl. No entanto, a poliacrilamida pode se converter em

HPAM, acarretando interferência na leitura da amostra, tornando o método bastante restrito e

de difícil utilização.

Tanaka e Sakamoto (1993), observando os baixos limites de detecção da PAM por

espectroscopia de fluorescência desenvolveram uma titulação polieletrolítica, que se baseia na

reação estequiométrica entre colóides negativamente e positivamente carregados. Em seu

trabalho foram utilizados indicadores fluorescentes e medidas as intensidades da radiação in

situ por um espectrômetro, chegando a detectar PAMs com concetrações da ordem de 10-4

N.

Em alguns métodos analíticos é necessário hidrolisar previamente a poliacrilamida,

no entanto a liberação de amônia durante a reação interfere consideravelmente no resultado

final da análise. Nesse contexto, Hawn e Talley (1981) desenvolveram uma metodologia onde

a PAM é hidrolisada com 1–fluoro–2,4–dinitrobenzeno, e a amônia liberada durante a reação

é detectada por cromatografia gasosa, quantificando por estequiometria a poliacrilamida.

Contudo, esse método não caracteriza a poliacrilamida, se limitando à quantificação da

mesma.

A voltametria também é ilustrada por Smith-Palmer et al. (1988) como uma

alternativa usual para quantificar poliacrilamidas e seus derivados em soluções diluídas. A

quantificação dá-se através da obtenção de curvas de calibração, sendo possível sua medida

também em misturas.

A HCD (Hydrodynamic chromatography) tem sido aplicada com sucesso nas

medidas de massa molar e sua distribuição de polímeros solúveis em água, o que possibilita

também medir C*. Esse método é bastante eficaz em polímeros que possuem a cadeia

carbônica mais flexível, sendo aplicável para PAM e derivados. No caso da poliacrilamida, o

solvente deve ser preparado de forma a não permitir perturbação em seu equilíbrio, visto que

alterações de pH ou salinidade mudam a conformação do polímero durante sua passagem na

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18

coluna, assim interferindo em sua caracterização por essa técnica (HOAGLAND;

PRUD'HOMME, 1988).

O método viscosimétrico é bastante utilizado para caracterizar a poliacrilamida e

seus derivados desde a década de 1960. Esta técnica permite medir a massa molar

viscosimétrica média do polímero, volume hidrodinâmico, concentração crítica de overlap,

dentre outros parâmetros (LINDSTRÖM; SÖREMARK, 1976). No entanto, polímeros de

massa molar muito elevada e em altas concentrações não podem ser analisados por

viscosimetria, pois não se comportam como fluidos newtonianos. Em adição, toda a

caracterização do polímero em solução depende de sua interação com o meio solúvel, assim

mudanças do solvente de análise acarretam variações nos parâmetros medidos, tornando esta

técnica relativa (JUNGREIS, 1981).

Hunkeler et al. (1992) utilizaram a técnica de espalhamento de luz (ES) para medir a

massa molar (MM) da poliacrilamida parcialmente hidrolisada (HPAM) em solução 0,2 M de

Na2SO4. O ES, além da MM, pode mensurar C* dentre outros parâmetros, entretanto, limita-se

a polímeros que possuem MM entre 10.000 e 1.000.000 g.mol-1

.

A literatura reporta diversos métodos para quantificar a PAM e seus derivados, nos

mais variados sistemas. No entanto, apenas alguns destes métodos são adequados para

caracterizar físico-quimicamente a HPAM e determinar a sua concentração crítica de

overlap – C*. Nesse contexto, o presente trabalho vem propor a utilização da titulação

potenciométrica, técnica aplicada nas mais diversas áreas, para caracterização físico-química

da HPAM em solução.

1.1 OBJETIVO

Uso da titulação potenciométrica para a determinação da concentração crítica de

overlap (C*) da poliacrilamida parcialmente hidrolisada (HPAM), no regime semi-diluído, em

meio ácido (HCl).

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Desenvolver modelo matemático que relacione a concentração crítica de overlap –

C* e o pH do meio e que possibilite a caracterização da HPAM através desta

correlação;

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19

Mensurar a constante de formação do novelo polimérico (K*), massa molar (MM),

grau de hidrólise (GH) e grau de polimerização (GP) da HPAM através de titulação

potenciométrica;

Analisar a correlação entre o raio de giração (Rg) e C* com a influência da variação

do pH do meio;

Determinar e analisar por viscosimetria capilar a C* da HPAM em meio ácido

através do método da interseção e de viscosidade intrínseca e, em adição, comparar

os resultados viscosimétricos e potenciométricos de C*.

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20

2 REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo está descrita a HPAM e a influência do pH do meio aquoso, assim

como a teoria das técnicas utilizadas e parâmetros estudados que permitiram o embasamento

teórico para o desenvolvimento deste trabalho.

2.1 POLIACRILAMIDAS PARCIALMENTE HIDROLISADAS

As poliacrilamidas são polímeros sintéticos, de cadeia flexível, que podem conter ou

não, em sua estrutura, grupos hidrolisados (Figura 1). Podem ser obtidas comercialmente na

forma de pó ou emulsão (BORCHARDT, 1996; NEEDHAM e DOE, 1987). Por possuir alta

viscosidade e baixa densidade, a aplicação da HPAM na indústria do petróleo ocorre mais

freqüentemente em perfuração, produção e operação de poços. Há duas décadas, inúmeros

pesquisadores vêm estudando e otimizando a sua aplicação nessas áreas (WANG, HAN, et al.,

2008).

Figura 1 – Estrutura química da poliacrilamida parcialmente hidrolisada.

Fonte: Borchardt, 1996.

Em água, os grupos carboxilatos (COO¯), presentes ao longo de sua cadeia

polimérica, aumentam o volume hidrodinâmico do novelo, corroborando para a HPAM

apresentar viscosidade máxima quando o seu grau de hidrólise (GH) está entre 30 e 35%

atingindo seu melhor desempenho em reservatórios, cuja água de formação possui uma baixa

concentração de sais dissolvidos (MELO, SILVA, et al., 2002).

Em processos de recuperação de petróleo o uso de HPAM é atrativo, pois possuem

alta massa molar, elevando significativamente a viscosidade do sistema, mesmo em

baixíssimas concentrações. Além disso, são relativamente baratas e adsorvem sobre a

superfície interna dos poros das rochas-reservatório de forma expressiva, o que influencia no

fator de resistência residual (NEEDHAM e DOE, 1987).

Em geral, polímeros de alta massa molar apresentam problemas durante a injeção em

poços (SORBIE, 1991), o que deve ser levado em conta, principalmente em formações de

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21

baixa permeabilidade (NEEDHAM e DOE, 1987). Além disso, as HPAMs de alta massa

molar são mais susceptíveis à degradação mecânica, quando submetidas a altas taxas de

cisalhamento. Estes dois fatores, baixa injetividade e degradação mecânica, são muito

importantes nos processos de recuperação de petróleo (KULICKE, BÖSE e BOULDIN,

1988).

A HPAM, por possuir grupos carboxilatos, apresenta sensibilidade aos cátions

presentes na água de reservatórios de petróleo. Essas espécies catiônicas se coordenam à

HPAM, diminuindo seu volume hidrodinâmico e, conseqüentemente, a viscosidade do

sistema. A coordenação é mais pronunciada para cátions divalentes, como o Ca2+

e Mg2+

,

ocorrendo precipitação da HPAM a 77 ºC na presença de cálcio (II) (MELO, SILVA, et al.,

2002) em águas de alta salinidade e dureza, comuns em algumas formações (TAYLOR e

NASR-EL-DIN, 1994). Para que a HPAM seja usada em reservatórios contendo uma alta

concentração dessas espécies, seu grau de hidrólise (GH) deve estar entre 10 e 15%. Essa

redução do GH evita problemas com a precipitação da HPAM (BORCHARDT, 1996), mesmo

havendo a necessidade de elevar a concentração do polímero para se atingir a viscosidade

adequada (MORADI-ARAGHI, HSIEH e WESTERMAN, 1988). Géis de HPAM com altas

massas molares, estáveis à salinidade e temperatura, vêm sendo estudadas com o uso de

agentes reticulantes orgânicos, no entanto, a toxidade desses agentes limita seu uso nas HPAM

e outros sistemas poliméricos (BORCHARDT, 1996).

No interior do poço, a HPAM é utilizada também como redutora de permeabilidade

de água, sendo fixadas nas rochas, nas paredes internas, sem alterar a dinâmica da produção

de óleo/gás. Grattoni et al. (2004) constataram que essa fixação depende da massa molar e

porosidade das rochas, sendo de fundamental importância o controle do volume

hidrodinâmico dos novelos da HPAM durante as injeções.

2.1.1 Influência do pH sobre as HPAMs

A poliacrilamida (PAM) é neutra, solúvel em água e apresenta um caráter

essencialmente não iônico. Dessa forma, existem poucas aplicações para a PAM, se

comparada às aplicações de seus derivados iônicos. A influência do pH, nas poliacrilamidas

em geral, não é bem descrito na literatura, visto que a PAM não apresenta uma forte

dependência do pH do meio em que se encontra solubilizada (YEZEK e VAN LEEUWEN,

2004).

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22

A HPAM é um de seus derivados iônicos de mais larga aplicação, em virtude de

apresentar dois monômeros protonáveis: um carboxilato e outro amida, suas propriedades

físico-químicas, em solução aquosa, são susceptíveis à variações de pH (BROMBERG,

TEMCHENKO, et al., 2005), apresentando dois equilíbrios ácido-base (Figura 2)

(SOLOMONS e FRYHLE, 2005).

Figura 2 – Equilíbrio ácido-base dos monômeros carboxilato e amida da HPAM em solução.

Fonte: Solomons e Fryhle, 2005.

Em virtude da estabilidade dos grupos pendentes amidas, a HPAM é resistente a

hidrólise, permanecendo em meios de pH 2-10 (INMAN e DINTZIS, 1969; BAJOMO,

STEINKE e BISMARCK, 2007). Mas nitrogênio da amida é um sítio ativo a reações, sendo

bastante utilizado, quando protonado, para síntese de derivados (INMAN e DINTZIS, 1969).

Em adição, a protonação desse grupo, mesmo em derivados da PAM, resulta no aumento da

solubilidade do polímero (GLASS, 1989), sensibilidade à força iônica, redução da

viscosidade, diminuição do volume hidrodinâmico e, no caso da HPAM, até insolubilidade

(pH < 2) (LI e KWAK, 2002).

A presença do grupo carboxilato na HPAM ocasiona repulsões com os grupos amidas

e os próprios carboxilatos circunvizinhos. As repulsões enfraquecem as interações

intramoleculares, aumentando o volume hidrodinâmico (Vg) e conferindo a solução uma alta

viscosidade (BIGGS, SELB e CANDAU, 1992). Logo, em meio ácido, a protonação do

carboxilato reduz as repulsões intramoleculares, diminuindo Vg e a viscosidade (LI e KWAK,

2004).

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23

2.2 TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO DE POLÍMEROS

2.2.1 Espectroscopia na região do infravermelho

A espectroscopia na região do infravermelho (IV) é um das técnicas mais utilizadas e

populares para identificar a estrutura química dos polímeros (SCHRODER, MULLER e

ARNDT, 1989). As vantagens são: requer pequenas quantidades de amostra, é rápida e

permite a estocagem e manipulação dos espectros (CHALMERS e EVERALL, 2002).

Permite a identificação qualitativa e quantificação de copolímeros, sejam pela comparação

com outros espectros ou pela identificação dos grupos funcionais presentes na cadeia

polimérica (CHALMERS, 2000).

As reações de polimerização, ou copolimerização, podem ser acompanhadas com

Attenuated total reflectance (ATR), onde o monitoramento é feito pelo consumo ou formação

de um grupo funcional específico (SIESLER e HOLLAND-MORITZ, 1980), além de reações

de degradação e reticulação (BOERIO, 2002), propriedades superficiais de polímeros,

compósitos e análises forenses (BARTICK, 2002). O IV ainda pode caracterizar misturas,

indicando se os polímeros são miscíveis entre si ou não, analisando a presença ou ausência de

bandas relacionadas com interações intermoleculares específicas (COATES, 2000).

2.2.2 Reologia

A reologia é a ciência da deformação e fluxo da matéria, e seus avanços e estudos ao

longo dos anos contribuíram para o entendimento da natureza dos sistemas coloidais. Esses

estudos têm uma enorme e crescente importância tecnológica em muitas indústrias, tais como

a de borracha, plásticos, alimentos, tintas e têxteis. A adequação e qualidade dos produtos

envolvidos são, em muitos casos, analisados em termos de suas propriedades mecânicas

(SHERMAN, 1970). Na biologia e medicina (particularmente hematologia) o comportamento

reológico também é de grande importância (SCOTT-BLAIR, 1974).

Os comportamentos reológicos mais simples são exibidos pelos fluidos newtonianos

e pelos sólidos elásticos hookeanos. No entanto, a maioria dos materiais, particularmente os

de natureza coloidal, exibe um comportamento mecânico, que é intermediário entre esses dois

extremos, tanto com características viscosas quanto elásticas. Tais materiais são chamados de

viscoelásticos (DE GENNES, 1979). O comportamento reológico de sistemas coloidais

depende principalmente dos seguintes fatores:

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24

1. Viscosidade do sistema disperso;

2. Concentração de partículas;

3. Tamanho e forma do polímero;

4. Interações polímero-polímero e polímero-solvente.

Devido às complicações envolvidas, a reologia torna-se uma ciência essencialmente

descritiva. No entanto, nos últimos anos, avanços consideráveis têm sido feitos para a

compreensão do comportamento reológico, tornando esta ciência quantitativa mais precisa

(SHAW, 1992).

2.2.2.1 Viscosidade

A viscosidade de um fluido é uma medida da resistência interna oferecida ao

movimento relativo de diferentes partes do líquido. Um sistema viscoso é descrito como

newtoniano (Equação 1) quando a força de cisalhamento por unidade de área entre dois

planos paralelos de líquido, em movimento relativo, é proporcional ao gradiente de

velocidade D entre os planos (CASTELLAN, 1983).

(1)

Onde é o coeficiente de viscosidade. A dimensão de é, portanto, (massa)

(comprimento)-1

(tempo)-1

. Para a maioria dos líquidos puros e para muitas soluções e

dispersões, é quantificado de maneira bem definida para uma dada temperatura e pressão,

sendo independente de e D, desde que o fluxo seja laminar. Nas demais soluções e

dispersões, especialmente em sistemas concentrados e compostos por partículas assimétricas

e/ou agregados são observados desvios de fluxo em relação ao modelo de Newton. As

principais causas de fluxos não–newtonianos são formações de estruturas em todo o sistema e

orientação das partículas assimétricas provocadas pelo gradiente de velocidade (SHAW,

1992).

Os métodos mais utilizados para medir viscosidades se baseiam no fluxo através de

um tubo capilar, onde a pressão sob a qual gera o fluxo dos líquidos fornece a tensão de

cisalhamento. A viscosidade relativa de dois líquidos pode ser determinada usando-se um

viscosímetro capilar simples (Figura 3) (JOHNSON, MARTIN e PORTER, 1977).

Matematicamente, a viscosidade pode ser determinada pela Lei de Poiseuille

(Equação 2), cuja dependência frente ao tempo de escoamento t e densidade do fluido , das

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25

dimensões do capilar (raio r, comprimento L, volume Vc e altura h), e da aceleração da

gravidade g, que se relaciona diretamente com a queda de pressão hidrostática entre as

extremidades do capilar (SUTERA, 1993).

(2)

Em virtude dos viscosímetros capilares possuírem tubos de passagem bem estreitos, o fluxo

sempre permanece laminar mesmo para líquidos viscoelásticos. Durante o escoamento existe

uma diferença de velocidade entre o centro do capilar e as paredes do viscosímetro em

temperatura constante, gerando uma diferença de cisalhamento e consequente imprecisão

(CASTELLAN, 1983) (SHAW, 1992).

Figura 3 – Viscosímetros capilares do tipo: A – Ubbelohde; B – Ostwald; C – Cannon-Fenske; D – Ubbelohde

com diluição.

Fonte: http://portuguese.alibaba.com

Em sistemas poliméricos os estudos de viscosidade são praticados em função da

concentração c, expressa em g/L ou múltiplos (g/dL; mg/L; etc.). Como o sistema polimérico

está disperso no líquido, o escoamento do solvente é perturbado, logo a viscosidade do

sistema () é maior se comparado com o solvente puro (s). Portanto, existe um incremento

ou variação de em relação à s, esta taxa é expressa pela viscosidade relativa (r), que é

adimensional (Equação 3) (TERAOKA, 2002).

A B C D

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26

(3)

O coeficiente linear [] é conhecido como a viscosidade intrínseca, e consiste,

numericamente, na concentração limite tendendo a zero (Equação 4) e Kv (Constante

viscosimétrica) é uma constante que descreve o comportamento do polímero em solução. A

dimensão de [] é (concentração)–1

e o coeficiente de segunda ordem Kv pode ser positivo ou

negativo (Figura 4a) e sua interpretação dependerá do modelo utilizado, como também, de sua

construção e considerações utilizadas no mesmo (TERAOKA, 2002).

(4)

Em alguns casos, a viscosidade específica sp, definida como sp ≡ r – 1 (Equação

5), como também a viscosidade reduzida red (Equação 6), que corresponde ao aumento da

viscosidade em relação a concentração do polímero, são utilizadas para descrever o

comportamento mecânico de sistemas poliméricos (TERAOKA, 2002).

(5)

(6)

A Figura 4b ilustra a viscosidade reduzida em função da concentração. Assim como

na viscosidade relativa (Figura 4a), o comportamento da curva depende do valor da constante

viscosimétrica – Kv.

Figura 4 – A: Viscosidade relativa r em função de c; B: Viscosidade reduzida red em função de c. Em ambos

os casos o comportamento das curvas, dependem do sinal da constante Kv.

Fonte: Teraoka, 2002.

A B

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27

A viscosidade intrínseca [] é um quantitativo característico do polímero em solução

e representa a viscosidade desse polímero isolado solvatado (no valor limite da concentração

tendendo a zero). E, como consequência da solvatação, quanto maior a dimensão da molécula

e sua massa molar maior o valor de [] (TERAOKA, 2002).

Diversos métodos podem ser utilizados para a determinação da massa molar,

contudo, dependem da solubilidade do polímero e de suas interações com o solvente

(STEVENS, 1990). Medidas viscosimétricas não podem ser utilizadas, através de medidas

diretas, para mensurar massas molares e, analogamente, o grau de solvatação. No entanto, se

existir variação na forma ou no fator de solvatação do polímero e, por consequência, a massa

molar e tamanho da partícula for alterado, as medições de viscosidade podem ser utilizadas

para determinar as massas molares (SHAW, 1992). Experimentalmente, a equação de Mark-

Houwink-Sakurada (Equação 7) é expressa por:

(7)

Onde Km é uma constante de unidade L/g e α é chamado de expoente de Mark-

Houwink-Sakurada. Sendo os valores de Km e α característicos de cada sistema polimérico, ou

seja, dependem do polímero e solvente e a massa molar viscosimétrica média (STEVENS,

1990; ROHN, 1995). A Tabela 1 mostra alguns valores das constantes para vários solventes

contendo a HPAM (KULICKE e HAAS, 1984).

Tabela 1 – Valores de Km e α para a HPAM em vários solventes.

Km α Solvente

0,01 0,755 Água

0,0194 0,7 0,1 M Na2SO4

0,00719 0,77 0,5 M NaCl

0,136 0,54 Etileno glicol Fonte: Kulicke e Haas, 1984.

2.2.2.2 Raio de giração (Rg) e concentração crítica de overlap (C*)

Em solução, as moléculas poliméricas preenchem um volume chamado de

hidrodinâmico (Vg), que dependerá de diversos fatores, tais como suas interações com as

moléculas de solvente e com outras moléculas poliméricas, a presença de ramificações e

grupos polares na cadeia polimérica, assim como a menor ou maior dificuldade de rotação dos

segmentos da cadeia polimérica (LUCAS, SOARES e MONTEIRO, 2001).

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28

Em uma aproximação, cada cadeia polimérica linear ocupa um espaço de uma esfera,

ou um cubo, de uma dimensão linear Rg, que no caso de uma esfera é o raio de giração (Figura

5) (TERAOKA, 2002).

Quanto maior a interação polímero–solvente, maior será a esfera (ou novelo), ou

seja, seu volume e, consequentemente Rg. À medida que as interações polímero-solvente são

reduzidas, as interações intramoleculares se tornam mais efetivas, levando a uma contração do

novelo (STEVENS, 1990).

Nas soluções poliméricas existem três faixas de concentração c: c << C*, c ≈ C* e c

>> C* (Figura 6). Em baixas concentrações, quando c é menor que C*, a solução está em

regime diluído e os novelos poliméricos estão completamente separados. Nesse regime a

solução está próxima do seu estado ideal, onde as cadeias poliméricas interagem

principalmente com as moléculas do solvente (TERAOKA, 2002).

Figura 5 – Cadeia polimérica linear que ocupa um espaço aproximadamente esférico de raio Rg em solução.

Fonte: Teraoka, 2002.

Ao se aumentar a concentração, as distâncias diminuem e, eventualmente, os

agregados começam a tocar uns nos outros. Numa determinada concentração as esferas

começam a se interpenetrar, esse ponto (c ≈ C*) é definido como concentração crítica de

overlap (C*) (Figura 6), onde todo o volume da solução é formado pelos novelos

empacotados, formando um sistema contínuo (DE GENNES, 1979).

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29

Figura 6 – Regime de concentração para polímeros flexíveis lineares: solução diluída, c << C*; solução na

concetração crítica de overlap, c ≈ C*; solução semi-diluída, c >> C*.

Fonte: Teraoka, 2002.

Existem várias equações reportadas na literatura para o cálculo de C*. Mas ao se

considerar o sistema contínuo, pode-se definir quantitativamente C* a partir de Rg (Equação

8) (TERAOKA, 2002) e viscosimetricamente por [] (Equação 9) (SIMON, DUGAST, et al.,

2003).

(8)

(9)

Onde M/NA é a massa molar da uma cadeia, com NA sendo o número de Avogadro e

[] a viscosidade intrínseca do polímero.

No regime semidiluído (c >> C*) as cadeias estão sobrepostas e entrelaçadas, e a

mobilidade dos novelos é bastante reduzida em comparação às soluções diluídas. A existência

do estado semidiluído é uma característica dos sistemas poliméricos (DE GENNES, 1979).

2.2.3 Potenciometria

Os métodos potenciométricos de análise são baseados em medidas do potencial de

células eletroquímicas na ausência de correntes elétricas. Desde o início do século XX,

técnicas potenciométricas têm sido utilizadas, preferencialmente, para as determinações dos

pontos finais em métodos de análises titulométricas envolvendo íons (SERJEANT, 1984). No

entanto, ao longo do século, o método mais importante e mais comumente utilizado é a

medida de pH através do eletrodo de membranas de vidro (SKOOG, HOLLER e NIEMAN,

2002).

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30

O fenômeno sobre o qual se baseia essa técnica foi identificado por Cremer (1906),

sendo aprimorado por Haber e Klemensiewicz (1909) alguns anos depois e, no mesmo

período, estabelecida a sua escala logarítmica por Sörensen (1909). Desde a década de trinta,

o modo mais conveniente de determinar o pH tem sido por medida de diferença de potencial

através de uma membrana de vidro. Mas somente durante os anos 1960, estudos sistemáticos

da sensibilidade de membranas de vidro de pH levaram ao desenvolvimento e

comercialização dos eletrodos atuais (SKOOG, HOLLER e NIEMAN, 2002).

A utilidade do pH como medida da acidez ou alcalinidade de meios aquosos e o

baixo custo de instrumentação, fizeram desta técnica potenciométrica uma das análises mais

comuns de toda a ciência (BATES, 1973). Havendo a necessidade da criação de padrão, o

National Institute of Standards and Technology – NIST definiu o pH de maneira operacional

(Equação 10), sendo aceito por organizações internacionais e pela International Union of

Pure and Applied Chemistry – IUPAC (SERJEANT, 1984).

(10)

Onde: pHd e Ed são, respectivamente, o pH da solução e o potencial da célula,

quando imersos na solução a ser medida; e pHs e Es são, respectivamente, o potencial

hidrogeniônico e o potencial da célula, quando imersos na solução padrão.

2.2.3.1 Titulação coloidal

A potenciometria é um dos métodos mais importantes no acompanhamento de

titulações em meios aquosos e não aquosos. Sua aplicação não se restringe apenas em indicar

o ponto final da titulação de ácidos e bases, bem como a diferenciação na análise de misturas

de substâncias. A curva de titulação potenciométrica permite acompanhar, detalhadamente, o

curso de reações entre as espécies envolvidas, oferecendo uma base sólida para a

interpretação da reação em questão. Além de estudos relacionados com o equilíbrio ácido-

base num sistema de solventes, podem ser obtidas informações acerca das estruturas de

compostos de interesse (SAFARIK e STRÁNSKY, 1986).

Existem na literatura alguns métodos para caracterizar, de alguma forma,

macromoléculas em solução, que possuem grupos protonáveis. O método mais comum é a

determinação do ponto isoelétrico (GUZMAN, SAUCEDO, et al., 2003), que consiste nas

titulações do polímero, em iguais concentrações de ácido e base, acompanhada da plotagem

das curvas em um mesmo gráfico. Uma caracterização semelhante, ao ponto isoelétrico, é

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feita em proteínas, mas em adição pode-se descrever seu comportamento no meio iônico,

mesmo na presença de sais (KENCHINGTON, 1968; RODRIGUES, 1993).

A determinação do ponto isoelétrico (ou de carga zero) é essencial em estudos

envolvendo a determinação da estabilidade e densidade superficial de carga de novelos

poliméricos através da técnica de potencial zeta (SUEYOSHI, 1994). Yezek et al. (2005)

realizaram estudos da HPAM com potencial zeta, onde quantificaram a densidade de carga

total dos sítios carregados, chegando a uma relação de dependência entre densidade de carga,

pH da solução e o pKb do polímero.

Em sínteses de derivados de HPAM, Inman e Dintzis (1969) quantificaram, com

potenciometria, o grau de derivatização para cinco compostos, como também, os rendimentos

das reações.

2.3 LEI DE GULDBERG-WAAGE

A Lei de Ação das Massas, como é comumente conhecida, é um modelo matemático

que explica e prediz o comportamento das espécies químicas em equilíbrio dinâmico. Esta lei

pode ser descrita sob o aspecto cinético (LIU, LEI e SACHTLER, 1996) ou de equilíbrio

(DONNAN, 1933), que será estudado neste trabalho.

Guldberg e Waage, em seu modelo, consideraram que as reações químicas ocorrem

parcialmente até um determinado ponto de equilíbrio (Figura 7). A proporção em que os

produtos e reagentes são formados dependem de uma constante de equilíbrio (K) que,

matematicamente, é igual à razão entre as concentrações das espécies elevadas aos seus

coeficientes estequiométricos (Equação 11) (DONNAN, 1933).

Figura 7 – Esquema de equilíbrio químico de Guldberg-Waage.

Fonte: Donnan, 1933.

(11)

Onde x é a fração de conversão dos reagentes em produtos e k1 e k2 as constantes de

formação das reações direta e inversa, respectivamente (DONNAN, 1933).

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32

2.3.1 Modelo de Elworthy

Dentre as teorias que explicam o processo de micelização, existem dois modelos que

são mais aceitos e, em ambos são possíveis medir a concentração micelar crítica (CMC), ou

seja, a concentração mínima necessária para formação de agragados micelares (SHAW,

1992). O primeiro é o termodinâmico, que relaciona entalpia, entropia e energia livre de

formação micelar com a CMC (HALL e PETHICA, 1967), no entanto, neste trabalho, não

será tratado a termodinâmica do processo. E o segundo descreve o equilíbrio entre moléculas

ou íons e micelas (SHAW, 1992).

Mesmo antes do pioneirismo de Tanford (1977), Shinoda (1970) e Mukerjee (1977),

que descreveram os princípios gerais do comportamento dos surfactantes em solução,

Elworthy e Mysels (1966), baseando-se na Lei de Guldberg-Waage, descreveram o equilíbrio

de formação micelar dos surfactantes em solução aquosa, como mostrado na Figura 8. Neste

equilíbrio p monômeros livres (X) se agregam em uma micela formada com p monômeros.

Figura 8 – Equilíbrio entre os monômeros livres em solução e o agregado micelar.

Fonte: Shaw, 1992.

Se c é a concentração estequiométrica no sistema, x é a fração de monômeros

agregados e p é o número de unidades de monômeros por micela, aplicando a Lei da Ação das

Massas temos como resultado a equação abaixo (Equação 12) (ELWORTHY e MYSELS,

1966).

(12)

Nesse modelo, para valores de p muito elevados, para estabelecer o equilíbrio, a

expressão requer um x muito pequeno e um valor de c alto. A continuidade do sistema

dependerá do valor de p, se p = ∞ tem-se uma perfeita descontinuidade. E se o sistema for

composto por espécies iônicas, a descontinuidade será mais abrupta, em comparação a

sistemas moleculares (ELWORTHY e MYSELS, 1966).

De maneira alternativa pode-se considerar que ocorre uma simples separação de fase

entre as moléculas e a sua forma micelar (Figura 9), onde a concentração das espécies livres

do sistema permanece constante após a CMC (SHAW, 1992).

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33

Figura 9 – Micela direta do tipo esférica; estrutura idealizada para aplicação da Lei de Guldberg-Waage no

modelo de Elworthy et al. e formada após a CMC ser atingida pela espécie em solução.

Fonte: s616.photobucket.com.

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34

3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL

Este capítulo descreve detalhadamente o preparo das soluções utilizadas, sua

utilização nos métodos descritos e análises de dados. O fluxograma da metodologia

experimental, de maneira geral, é ilustrado no Apêndice A (Figura A–1).

3.1 MATERIAIS

Foram utilizados bureta vidrolabor® 1/10 de 50 mL; proveta vidrolabor

® 1/10 de 500

e 50 mL; viscosímetro capilar tipo Cannon-Fenske translúcido Vidrolabor® padrão ASTM D-

445/446 nº 25, 50, 75, 100 e 150; balança Scientech® SA 210; agitador magnético Ika-Werke

®

RT-KT/C; agitador mecânico Fisatom® 712; peagâmetro Oakton

® pH 510 series; eletrodo

Mettler Toledo Inlab® Expert Pro PH; densímetro Anton-Paar

® DMA-35; Espectrômetro de

Infravermelho Jasco® FT/IR-4200A; Água destilada; Ácido clorídrico (HCl) P. A. Synth

®;

poliacrilamida/co(acrilato de sódio) (Supervis®

) System Mud®.

3.2 PREPARO DAS SOLUÇÕES E AMOSTRAS

Após titulações preliminares da HPAM, em várias concentrações, com HCl pH = 2,5

para otimização da sua concentração de trabalho, a HPAM 1% apresentou os mesmos pHs

iniciais de soluções de HPAM em concentrações superiores e baixas variações de pH durante

a titulação, maximizando o número de pontos experimentais.

A solução aquosa de HPAM 1% (m/v), para potenciometria e viscosimetria, foi

preparada sob agitação constante por 24 horas, a fim de se garantir a completa dissolução do

polímero no solvente. Devido à vigorosa agitação mecânica ocorreu evaporação da água; o

volume da solução foi controlado completando-se a diferença com água destilada,

permanecendo em repouso por mais 24 horas.

As soluções de ácido clorídrico foram preparadas a partir de uma solução estoque de

pH 0,5. A partir desta, foram feitas diluições, controladas por peagâmetro, para soluções

titulantes com pHs: 1,64; 1,91; 2,09; 2,29; 2,5; 2,7; 2,98; 3,2; 3,45 e 3,6; e soluções para a

diluição da viscosimetria capilar com pHs: 1,91; 2,1; 2,5; 2,98 e 3,6.

A calibração do peagâmetro foi feita de acordo com o procedimento especificado

pelo manual do fabricante, empregando-se as soluções tampões: ácido cítrico

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35

(C6H8O7)/fosfato dissódico (Na2HPO4) e biftalato de potássio (C8H5O4K), que foram

preparadas com suas massas previamente secas em estufa e pesadas, seguido do preparo das

soluções individuais (100 mL) de cada composto, retirada das alíquotas e mistura, resultando

nas soluções tampões de pHs 7,00 e 4,01, respectivamente (Tabela 2).

Tabela 2 – Quantitativo do preparo dos tampões para calibração do pHmetro.

Composto Massa (g) / 100 mL Alíquota (mL) pH

C6H8O7 1,9212 3,5 7,00

Na2HPO4 2,8392 16,5

C8H5O4K 1,0120 - 4,01

Para análise de espectrometria de infravermelho foram preparadas três amostras

sólidas: HPAM e PAM puras e HPAM em meio ácido (HPAM-HCl). Uma solução de HPAM

5% (m/v) foi preparada, seguido da adição da solução estoque de HCl (pH = 0,5) e filtração

simples. Procedeu-se a secagem das amostras em estufa a 70ºC durante 24 horas.

3.3 TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA

A HPAM 1% (m/v) foi titulada com as soluções de ácido clorídrico, previamente

preparadas com pHs controlados. Os volumes da solução ácida foram adicionados a fim de se

ter variação de pH no intervalo de 0,1 a 0,25 para obtenção das curvas de titulação com o

maior número de pontos possível. O volume inicial de HPAM 1% (m/v), foi determinado em

função do pH do titulante, para que o volume final da titulação não atingisse valores muito

altos (Tabela 3). Todas as titulações foram feitas em triplicata, com a mesma solução de

HPAM 1% (m/v) e ácido clorídrico, para obtenção do volume crítico (V*), cálculo do valor

médio de C*, potencial hidrogeniônico crítico (pH*), potencial da constante de acidez (pKb) e

seus respectivos desvios padrões.

Tabela 3 – Concentrações e volumes iniciais de HPAM 1% (m/v) para titulação potenciométrica.

C inicial HPAM (g/mL) pH solução HCl Vol. Inicial / final (mL)

0,0010396 1,64 100/121

0,0010044 1,91 100/144

0,0010044 2,09 75/128

0,001028 2,29 40/83

0,00101 2,50 40/137

0,00101 2,70 40/189

0,001052 2,98 40/299

0,001044 3,20 40/371

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36

0,001059 3,45 20/291

0,001059 3,60 20/372

3.3.1 Análise dos dados potenciométricos

As curvas de titulação potenciométricas foram plotadas em gráficos pH(V) x V e

[H+](V) x V, nos quais o volume crítico (V*) foi determinado separadamente, nas duas

plotagens por dois métodos distintos:

Método da interseção: a curva foi dividida em duas funções do tipo pHi(V) = ai.V +

pHi, antes e pós o ponto de interseção (Figura 10a). A regressão linear, utilizada para

determinação das equações, foi semelhante à aplicada no trabalho de Molyneux (2001). As

duas funções foram igualadas [pH1(V) = pH2(V)], permitindo o cálculo de V* (Equação 13),

de maneira análoga ao utilizado por Uslu et al. (2011). O pH* foi determinado substituindo o

valor de V* em qualquer uma das funções lineares;

(13)

Método da 1ª Derivada: o máximo da curva d[H+](V)/dV x V corresponde a V*, e o

pH* ao logaritmo do inverso de [H+], par ordenado nesse ponto (CIENFUEGOS e

VAITSMAN, 2000) (Figura 10b).

Figura 10 – (a): Regressão linear e interseção de duas funções lineares em curva potenciométrica; (b):

Determinação de V* pelo método da 1ª Derivada da curva [H+](V) x V.

(a) (b)

pH

V (mL)

Ponto de Interseção

Função 1

Função 2

[H+]

V (mL)

[H+] x V

1ª Derivada

P. de Máximo

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37

Em ambos os métodos de determinação de V*, o valor de C* foi determinado por

uma relação de diluição (Equação 14) (HARRIS, 2008), considerando o volume inicial (Vi), a

concentração inicial (Ci) de HPAM 1% (m/v) e V*.

(14)

O volume de equivalência (Ve) foi obtido por meio do ponto de máximo da primeira

derivada da curva pH(V) x Log(V). O valor de Ve possibilitou calcular o pKb, numericamente

igual ao pH correspondente à metade de Ve (HARRIS, 2008) (Figura 11), obedecendo a

relação de Hasselbach (1916). O valor do pKb resultou da média aritmética dos dez valores de

pKb oriundos das dez titulações potenciométricas da HPAM, calculou-se o desvio padrão e

erro percentual em relação a média (SPIEGEL, 1971).

Figura 11 – Determinação do volume de equivalência (Ve) da titulação através da primeira derivada da curva pH

x Log(V).

3.4 VISCOSIMETRIA CAPILAR

Para cada experimento foram utilizados 20 mL de HPAM 1% (m/v) em água e

diferentes volumes das soluções de ácido clorídrico, previamente preparadas com pHs

controlados. Da solução diluída foram retirados 7 mL para a medida no viscosímetro Cannon-

Fenske. Os volumes de solução ácida foram adicionados possibilitando a menor variação de

viscosidade (), dentro da faixa de cada viscosímetro (Tabela 4) (ASTM-D446, 2006).

pH

dp

H/d

Log

(V)

Log(V)

1ª Derivada.

Máximo - Ve

pH x Log(V)

pKb = 1/2Ve

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38

Tabela 4 – Faixas de viscosidade cinemática e constantes (k) do viscosímetro Cannon-Fenske translúcido.

Nº Viscosímetro Viscosidade (cSt) k (cSt.s-1

)

25 0,5 – 2,0 0,002

50 0,8 – 4,0 0,004

75 1,6 – 8,0 0,008

100 3,0 – 15,0 0,015

150 7,0 – 35,0 0,040 Fonte: ASTM-D446, 2006

As medidas de densidade () utilizaram 2 mL de cada solução ácida de HPAM. O

procedimento experimental foi padrão para todas as medidas viscosimétricas, de acordo com a

norma ASTM D445 (ASTM-D445, 2011), possibilitando o cálculo do valor médio de , *

pH* e seus respectivos desvios padrão.

3.4.1 Análise dos dados viscosimétricos

A viscosidade cinemática () foi calculada através da lei de Hagen–Poisseuille

(Equação 15) para viscosímetros capilares (SUTERA, 1993). Onde: é a densidade do

líquido e t é o tempo de escoamento.

(15)

Cada viscosímetro capilar possui uma constante k definida (ASTM-D446, 2006),

correspondente à sua numeração de identificação (Tabela 4). As curvas viscosimétricas foram

plotadas em gráficos de pH x Log() e separadas em duas funções lineares (Figura 12) antes e

pós ponto de interseção.

Figura 12 – Regressão linear e interseção de duas funções em uma curva viscosimétrica de pH x Log().

pH

Log()

Ponto de Interseção

Função 1

Função 2

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39

O cálculo matemático para se obter o valor de *, é análogo ao utilizado para

determinação de V* (Equação 1). A partir de * foi calculado o valor de C*. A viscosidade

intrínseca [] da HPAM foi determinada pelas equações de Schulz-Blaschke (1941), Huggins

(1942), Kraemer (1938), Solomon-Ciuta (1962) e Deb-Chanterjee (1968) (Equações 16–20),

respectivamente. Onde: red é a viscosidade reduzida; r a viscosidade relativa; inh a

viscosidade inerente; sp a viscosidade específica; C a concentração da HPAM; []i e ki a

viscosidade intrínseca e a constante proveniente de sua equação respectiva (i = sb; h; k; sp e

dc).

(16)

(17)

(18)

(19)

(20)

3.5 ESPECTROMETRIA DE INFRAVERMELHO

As amostras de poliacrilamida (PAM), poliacrilamida parcialmente hidrolisada

(HPAM) e poliacrilamida parcialmente hidrolisada solubilizada em HCl (HPAM–HCl) foram

pesadas na proporção 1:1 para o KBr. As pastilhas foram devidamente prensadas e analisadas.

Em cada medida de transmitância (%T) com varredura de número de onda ( ) na faixa de

400-4000 cm-1

, foram utilizados: resolução de 4 cm-1

e acumulação de 32 espectros.

3.5.1 Análise dos dados de IV-TF

Os espectros de IV em transmitância (%T) foram tratados com o Software Jasco®,

corrigindo-se as linhas de base, interferência do dióxido de carbono (CO2) e ruídos. Os picos

das bandas foram determinados para os espectros da PAM, HPAM e HPAM-HCl, seguido da

superposição dos mesmos para comparação.

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40

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo são apresentados os resultados, e posterior discussão, de

potenciometria, viscosimetria e espectroscopia de infravermelho, obtidos a partir da

metodologia utilizada.

4.1 POTENCIOMETRIA

As curvas potenciométricas, tanto para pH x V (Figura 13) (Figura B–1 e B–2)

quanto à [H+] x V (Figura 14), apresentaram inicialmente uma variação linear e, após C*, um

comportamento assintótico tendendo ao pH (ou concentração [H+]) do titulante.

Figura 13 – Curvas pH x V da HPAM 1%: (a) pH do titulante 1,64-2,50; (b) pH do titulante 2,70-3,62.

(a) (b)

Figura 14 – Curvas [H+] x V da 1%: (a) pH do titulante 1,64-2,50; (b) pH do titulante 2,70-3,62.

(a) (b)

2

3

4

5

6

7

8

0 50 100 150

pH

V (mL)

pH = 1,64

pH = 1,91

pH = 2,09

pH = 2,29

pH = 2,50

2,5

3,6

4,7

5,8

6,9

8

0 200 400 600

pH

V (mL)

pH = 2,70

pH = 2,99

pH = 3,20

pH = 3,45

pH = 3,62

0

0,0002

0,0004

0,0006

0,0008

0,001

0,0012

0,0014

0 200 400 600

[H+]

V (mL)

pH = 2,70

pH = 2,99

pH = 3,20

pH = 3,45

pH = 3,62

0

0,001

0,002

0,003

0,004

0,005

0,006

0,007

0,008

0 60 120 180

[H+]

V (mL)

pH = 1,64

pH = 1,91

pH = 2,09

pH = 2,29

pH = 2,50

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41

Os resultados da titulação potenciométrica V*, C* e pH* apresentaram baixo desvio

padrão, com relação ao valor médio, apresentando erros abaixo de 5% (Tabela 5). Pode-se

observar que os valores de concentração crítica (C*) mostraram uma tendência decrescente

em relação ao aumento do pH do titulante.

Tabela 5 – Valores de V*, C*, pH* obtidos na titulação potenciométrica e de Log(1/C*) previamente calculados.

pH V*(mL) ± [C*(g.mL-1

) ± x10-4

Log(1/C*) ± x10-2

pH* ± x10-2

1,64 16,48 ± 0,19 8,9248 ± 0,0151 3,0493 ± 0,0735 3,1924± 0,6050

1,91 29,99 ± 0,19 7,7262 ± 0,0114 3,1120 ± 0,0646 3,2302 ± 3,1307

2,09 35,83 ± 0,35 6,7666 ± 0,1373 3,1696 ± 0,8865 3,2649 ± 2,6515

2,29 31,08 ± 0,38 5,7844 ± 0,0314 3,2377 ± 0,2356 3,3226 ± 2,5788

2,50 67,44 ± 0,75 3,7603 ± 0,0263 3,4247 ± 0,3043 3,4565 ± 2,4834

2,70 98,93 ± 1,72 2,9081 ± 0,0363 3,5364 ± 0,5413 3,5798 ± 4,0457

2,99 169,57 ± 4,36 1,9888 ± 0,0671 3,7015 ± 1,4687 3,8507 ± 1,0207

3,20 255,91 ± 3,29 1,3578 ± 0,0151 3,8671 ± 0,4831 4,0985 ± 5,0148

3,45 204,67 ± 1,90 0,9427 ±0,00803 4,0256 ± 0,3696 4,3403 ± 0,4950

3,60 302,05 ± 7,55 0,6255 ± 0,0292 4,2039 ± 2,0316 4,5689 ± 1,6095

Ao longo do procedimento titulométrico a viscosidade da HPAM diminui

gradativamente e, após ponto de inflexão da curva [potencial hidrogeniônico crítico (pH*)]

(Tabela 5), ao entrar no comportamento assintótico, o sistema perde totalmente sua

viscosidade característica. Na HPAM o ânion carboxilato é responsável pela forte interação

polímero-água, resultando um alto volume hidrodinâmico e alta viscosidade (CAO, TAN, et

al., 2010). Com a protonação gradual desse grupo ocorre uma perda de viscosidade,

sucedendo a diminuição da força iônica do polímero (HENDERSON e WHEATLEY, 1987) e

a consequente perda das ligações de hidrogênio inter e intramoleculares (KULICKE,

KNIEWSKE e KLEIN, 1982).

A perda das interações intermoleculares polímero–polímero, e a prevalência das

interações intramoleculares da cadeia carbônica e intermoleculares água-grupos polares,

caracteriza-se como concetração crítica de overlap (C*) (RISICA, BARBETTA, et al., 2010).

Na curva potenciométrica, C* é representada pelo ponto de inflexão (Figura 13).

Portanto, a maior acidez do titulante corrobora para o aumento da concentração

crítica de overlap (C*), pois favorece uma maior protonação dos grupos carboxilatos da

HPAM, convertendo-os em ácido carboxílico, como também a formação de ligações de

hidrogênio com a água e a não exposição das cadeias carbônicas ao meio hidrofílico.

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42

4.1.1 Determinação do pKa

O pKb apresentou valores muito próximos para todas as titulações potenciométricas

(Tabela 6). O pKb assumiu valor médio de 6,101 com erro (%) de 4,47, resultando um pKa

igual a 7,899. Esse valor é condizente com a literatura, pois a HPAM é formada por um sal

derivado de ácido (acrilato de sódio, pKa 4,6) (YEZEK, DUVAL e LEEUWEN, 2005) e uma

amida, cujo pKa é muito mais elevado que 4,6.

Tabela 6 – Valores dos pKb provenientes das dez titulações potenciométricas.

pH Titulante Valores de pKb Média

3,20 6,545 6,101

2,99 6,001 Desvio padrão

2,50 5,850 ± 0,272

2,70 6,337 Erro (%)

2,29 5,999 4,47

1,91 5,697

2,09 6,117

1,64 5,840

3,45 6,236

3,62 6,390

4.1.2 Modelagem de C* em função do pH

A literatura reporta modelos que explicam o comportamento dos polímeros em

solução. Através destes modelos, ideais ou reais, é possível calcular matematicamente: raio de

giração (Rg), concentração crítica de overlap (C*), volume excluído e massa molar

(TERAOKA, 2002). No entanto, a modelagem proposta necessita de algumas considerações,

visto que se baseia no modelo micelar de Elworthy (1966). As considerações impostas partem

da limitação do experimento e do modelo adotado, são elas:

Todos os monômeros do polímero/copolímero devem ser protonáveis e estar em

equilíbrio ácido-base;

No equilíbrio ácido-base e de formação do novelo, os monômeros do polímero e

copolímero na cadeia independem um do outro, apesar de pertencerem à mesma

cadeia polimérica;

O novelo polimérico somente é formado em C* e somente por uma cadeia

polimérica;

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43

Em C* o sistema é totalmente homogêneo e contínuo;

Foi aplicada a lei de ação das massas (ELWORTHY e MYSELS, 1966) para avaliar

o comportamento, no equilíbrio, entre os monômeros dissociáveis na formação de novelos em

torno do ponto da concentração crítica de overlap (C*).

Considerando que o polímero/copolímero possui todos os seus monômeros em

equilíbrio ácido-base, admite-se que os monômeros iônicos do tipo R(COA)¯ pertencentes a

uma cadeia qualquer da HPAM estejam em equilíbrio com os prótons livres em solução

(Figura 15).

Figura 15 – Equilíbrio ácido-base existente em cadeias de polímeros protonáveis.

A constante de acidez (Ka) para o equilíbrio (Figura 15) pode ser expressa pela

Equação 21. O monômero protonado [RCOAH] é representado por concentração de ácido [Ac]

e o monômero não protonado [RCOA–] é representado por [Ac

–] (SHAW, 1992).

(21)

Na agregação pode-se considerar, que n monômeros protonados não interagem mais

com outras cadeias poliméricas, mas somente com a água, a fim de evitar interações

desfavoráveis deste solvente com a cadeia carbônica da HPAM (RASHIDI, BLOKHUS e

SKAUGE, 2010), formando um novelo (Figura 16) com n monômeros.

Figura 16 – Equilíbrio entre os monômeros da HPAM em solução e monômeros no novelo polimérico.

Na Figura 16, “c” é a concentração de monômeros no equilíbrio, x é o fator de

conversão do monômero protonado livre em novelo e n é o número de mols, envolvidos no

equilíbrio. A constante de equilíbrio (K) é expressa (Equação 22) pela razão entre a

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44

concentração dos produtos e reagentes elevados aos seus respectivos coeficientes

estequiométricos (ELWORTHY e MYSELS, 1966). Na condição de equilíbrio próxima a C*,

“c” é a concentração de monômero protonado livre ([Ac]) e “cx” é a própria concentração

crítica de overlap (C*), que, no limite de ser atingida, x tende a 1, ou seja, todos os

monômeros participam da formação do novelo. Por conseguinte a Equação 22 é reescrita,

onde K* é a constante de formação crítica do novelo polimérico (Equação 23).

(22)

(23)

Isolando-se o termo [Ac] (Equação 21) e o substituindo-se (Equação 23), obtêm-se a

Equação 24, que relaciona a formação do novelo (K*), concentração crítica (C*), acidez do

meio ([H+]) e sua constante de acidez (Ka). Como a HPAM tem características de um ácido

fraco (BAJOMO, STEINKE e BISMARCK, 2007) (Ka << 1) e como já reportado na

literatura, possui valores de C* muito pequenos (KULICKE e HAAS, 1984), logo o produto

KaC* << [H+]. Portanto, podemos considerar a seguinte aproximação: [H

+]2 – KaC* ≈ [H

+]

2

(Shaw, 1992), de maneira similar à aproximação utilizada no trabalho de Elworthy e Mysels

(1966).

(24)

Isolando-se [H+] em função de C* (Equação 24) e aplicando logaritmo de base 10,

temos como resultado a Equação 25 (Equação D–9), representando a dependência da C* em

relação ao potencial hidrogeniônico crítico de agregação (pH*) para um único tipo de

monômero protonável, ou seja, um homopolímero. No caso da HPAM, por apresentar

copolimerização, ou hidrólise, sua curva terá uma região de reta para cada tipo de monômero

protonável (acrilamida e acrilato de sódio), que se agrega, apresentando valores de n e K*

diferentes. Portanto, a expressão admite forma geral.

(25)

Onde, Ki* é a constate de formação crítica do novelo referente a um tipo de

monômero presente na cadeia polimérica; ni é o número de mols de um tipo de monômero

correspondente na formação de um novelo; pKa o potencial da constante de acidez do

polímero.

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45

Os valores obtidos experimentalmente de pH* e C* foram modelados de acordo com

a Equação 25, resultando em um gráfico de duas regiões de reta (Figura 17), cujas equações

se encontram na Tabela 7. E, por serem duas equações distintas, identificamos as constantes

da equação da acrilamida com o índice “1” e as do acrilato de sódio com o índice “2”.

Considerando que o sistema é homogêneo quando ocorre a agregação da HPAM, os valores de

ni correspondem ao número de mols de monômeros na formação de um novelo e N é o

número total de mols da cadeia polimérica (Equação 26).

(26)

A partir do valor de N (Tabela 7), calcula-se o grau de hidrólise (GH) da HPAM

(LEWANDOWSKA, 2007) (Equação G–30). Comparando-se o resultado de GH(%) e o valor

especificado pelo fabricante (Viscosificantes, 2010), atribui-se o valor de n2 à fração molar do

copolímero acrilato de sódio, pois o seu GH(%) de 32,45% corresponde ao especificado (30 –

35%). Portanto, a HPAM tem em sua composição média 32,45% de monômeros acrilato de

sódio e 67,55% de monômeros acrilamida.

Tabela 7 – Valores obtidos a partir da modelagem dos dados experimentais de C* e pH* com a equação

resultante da Lei de Ação das Massas.

Monômeros Acrilamida Acrilato de Sódio

Equações y = 0,7123x + 1,0120 y = 1,4825x – 1,6605

ni n1 n2

0,702 0,337

N 1,039

Ki K1 K2

6,6x1011

3,05x1020

K* 2,01x10

32

Em meio ácido o polímero/copolímero estão em equilíbrio, nas seguintes formas:

―[CH(CONH2)CH2]n― + nH+ ―[CH(CONH3)

+CH2]n― e

―[CH(COO)¯CH2]m― + mH+ ―[CH(COOH)CH2]m―.

Como observado na Figura 17, até o ponto de inversão (PI) (pH* 3,47, marcado em

vermelho), a concentração de prótons é alta o suficiente para converter, predominantemente, a

acrilamida na sua forma catiônica (―CH(CONH3)+CH2―) e o ânion acrilato na sua forma

molecular (―CH(COOH)CH2―). Esses dois grupos interagem predominantemente com a

água, evitando contato da cadeia hidrofóbica com o meio aquoso (RASHIDI, BLOKHUS e

SKAUGE, 2010). No entanto, o cátion contribui mais significativamente para a formação, até

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46

o pH* 3,47. O PI é o pH* no qual ocorre a mudança da predominância do monômero

―CH(CONH3)+CH2― para o ―CH(COOH)CH2 na formação do novelo de HPAM.

Figura 17 – Regiões de retas obtidas a partir dos dados experimentais de C* e pH*.

Antes e após o PI (Figura 17) ocorre a predominância de uma das formas iônicas na

C*. Em faixas menos ácidas de pH*, a concentração do carboxilato se eleva, havendo

majoritariamente ligações de hidrogênio entre a água e ―(COO)¯. Entretanto, devido ao

equilíbrio, a concentração de cátions é reduzida e a acrilamida passa a sua forma molecular.

O agregado acrilato se mostrou mais estável (Tabela 7), exibindo uma constante de

equilíbrio (K2) de ordens de grandeza superior. Essa estabilidade se deve à maior diferença de

eletronegatividade nas ligações de hidrogênio entre a água e ―(COO)¯, do que nas ligações

de hidrogênio entre a água e a amida [―(NH3)+] (RASHIDI, BLOKHUS e SKAUGE, 2010)

e menor distribuição de carga no ânion acrilato (FELDSTEIN, KISELEVA, et al., 2009).

4.1.3 Raio de giração

Os valores dos raios hidrodinâmicos (Rg) foram obtidos a partir da Equação 27

(CAPONE, COLUZZA e HANSEN, 2011), onde os dados de Rg calculados (medidos e

extrapolados) foram confrontados com C* e pH*. A extrapolação foi feita com a equação do

monômero acrilato de sódio (Tabela 7). Essa operação foi necessária devido à impossibilidade

experimental de se adquirir valores de C* em pHs mais elevados.

(27)

3,15

3,4

3,65

3,9

4,15

4,4

4,65

3 3,25 3,5 3,75 4 4,25

pH

*

Log(1/C*)

C* Acrilamida C* Acrilato de Sódio Ponto de Inversão

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47

Observa-se, na Figura 18, que o Rg aumenta em maiores valores de pH*. Em meio

mais ácido, a HPAM tem seu ânion acrilato protonado, consequentemente reduz o número de

ligações intramoleculares (KULICKE, KNIEWSKE e KLEIN, 1982) acarretando a

diminuição de Rg (HECKER, FAWELL e JEFFERSON, 1998). Os valores dos raios

hidrodinâmicos, na faixa de pH* 3,0 a 3,5 (20–25 m)e 6,5 a 7,0 (120–170 m) (Figura 18),

sugerem que existe uma alta aglomeração de moléculas poliméricas de HPAM, sendo

consistentes com os dados reportados por Hecker et al. (1998). Eles avaliaram, por

espalhamento de luz, a distribuição do raio de giração da HPAM em água deionizada, com

adição de sais e co-solventes orgânicos apresentando valores de 0,4 m para moléculas

poliméricas individuais.

Figura 18 – Variação do raio de giração em função de C* e pH*.

Quando se analisa o pH* até o PI (Figura 17), Rg varia linearmente. A amida

protonada ―CH(CONH3)+CH2―, se comporta como um polímero linear (RATH e SINGH,

1998), variando seu Rg a uma taxa constante. Após o PI, o ânion acrilato ―CH(COO)¯CH2―

se comporta como um polímero ramificado (OKIEIMEN, 2003), variando seu Rg não

linearmente em função de pH*. Esse comportamento sugere que o ânion acrilato não interage

majoritariamente com a água, mas simultaneamente e proporcionalmente com a acrilamida

protonada (HECKER, FAWELL e JEFFERSON, 1998). Nessa faixa de pH* as ligações

ânion–cátion estabilizam o novelo, K2 > K1 (Tabela 7), reduzindo a taxa de aumento do Rg

com o aumento do pH*.

3

3,5

4

4,5

5

5,5

6

6,5

7

0

2

4

6

8

10

15 48 81 114 147 180

pH

*

C*

x 1

04

(g

.cm

-3)

Rg (m)

C* x Rg Experimental C* x Rg Extrapolado pH* x Rg Experimental pH* x Rg Extrapolado

3,2

3,5

18 28

pH

*

Rg (m)

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48

4.1.4 Massa molar (MM) e grau de polimerização (GP)

No PI ocorre o encontro das duas equações de reta (Figura 17), nessa interseção o

valor de pH* é o mesmo para ambas as equações dos monômeros (Equação 25),

possibilitando o desenvolvimento matemático a partir do coeficiente angular A (Equação 28),

resultante da soma das duas expressões lineares. Resolvendo o termo entre parênteses, a soma

(n1 + n2), no numerador, pode ser substituída por N (Equação 26). Sendo o número de mols a

razão entre massa e massa molar, chegamos à relação entre massas molares dos monômeros

(MM1 e MM2), suas massas (m1 e m2), massa molar do polímero (MM) e sua massa (m)

(Equação 28)

(28)

Rearranjando e isolando a MM chegamos à Equação 29 (Equação E–10).

(29)

Em C*, a solução polimérica constitui um sistema homogêneo e contínuo (CAPONE,

COLUZZA e HANSEN, 2011). Portanto, as massas de monômeros presentes nas cadeias

poliméricas são proporcionais às dos monômeros e polímero em solução (ms1, ms2 e ms).

Dessa forma, os termos podem ser reescritos, obedecendo às relações: m1 α ms1, m2 α ms2 e m

α ms. Como os valores de ni representam o número de mols relativo a uma cadeia polimérica,

e o sistema é homogêneo e contínuo, podemos afirmar, de maneira geral, que: msi = nim/N e

ms igual a somatória de msi. A massa molar (MM) calculada (Tabela 8) é muito próxima da

massa molar especificada pelo fabricante da HPAM (Viscosificantes, 2010), que é

aproximadamente 2,0x107 g.mol

-1.

Tabela 8 – Dados do ponto de inversão e resultados dos cálculos oriundos da equação 29.

Equação y = 1,0974x – 0,32425

A (mol-1

) 1,0974

N 1,039

m (g) 0,0003389

ms (g) 0,0003389

MM (g.mol-1

) 20.492.411

NU 265.473

msi (g) ms1 ms2

0,0002289 0,0001099

MMi (g.mol-1

) MM1 MM2

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49

71,0744 94,0361

MMti (g.mol-1

) 13.841.807 6.650.603

GP 194.750 70.723

A partir de MM foi calculado o MMti, que corresponde à massa molar total de

monômeros, oriundos do produto entre MM e a composição percentual, assim como o grau de

polimerização (GPi) e o número de unidades totais (NU) da cadeia polimérica (Tabela 8).

4.2 VISCOSIMETRIA CAPILAR

4.2.1 Determinação de C*em função do pH

As curvas viscosimétricas, logaritmizadas, apresentaram duas regiões lineares

divididas por uma inflexão (C*) (Figura 19) (Figura C–1). Após a concentração crítica de

overlap a “” tende à viscosidade do solvente. Devido à proximidade dos valores de C* e a

falta de acurácia da técnica de viscosimetria capilar em relação à potenciometria, a HPAM foi

analisada somente com diluição em cinco pHs em faixas mais distantes entre si.

Figura 19 – Comportamento das viscosimetrias (pH x Log da HPAM 1%. Diluente com pHs: 1,91; 2,10; 2,50;

2,99; 1,60.

Os resultados de C* obtidos por viscosimetria, assim como na potenciometria,

apresentaram uma tendência decrescente em relação ao aumento do pH do titulante (Tabela

9). A viscosidade crítica também apresentou uma tendência decrescente, visto que, com

aumento da acidez formam-se novelos em concentrações mais altas de HPAM. O mesmo

2,5

3,5

4,5

5,5

6,5

7,5

0 0,5 1 1,5

pH

Log

pH = 1,91

pH = 2,10

pH = 2,50

pH = 2,99

pH = 3,60

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50

comportamento foi constatado por Li e Kwak (2004), que avaliaram a viscosidade da HPAM e

HPAM/SDS em função do pH, encontrando a viscosidade máxima na faixa de potencial

hidrogeniônico 4–6 para a HPAM com GH(%) e MM estudados em seu trabalho.

Tabela 9 – Valores de C*, *, pH* obtidos por viscosimetria capilar.

pH C* x10-4

(g.mL-1

) * (cSt) pH*

1,91 7,95 4,84 4,04

2,10 6,26 4,26 4,37

2,50 4,11 4,41 4,46

2,99 2,33 3,92 4,52

3,60 0,67 3,06 4,66

Analisando, comparativamente, os resultados de C* e pH*, obtidos através de

potenciometria e viscosimetria em função do pH, existe uma diferença percentual [(%)]

(Tabela 10) da viscosimetria em relação à potenciometria. O (%) foi elevado devido à falta

de uma relação matemático-físico-química direta entre pH do meio e a concentração de

HPAM, sendo necessária a determinação de C* por proporção, utilizando o ponto

experimental mais próximo. Contudo, os resultados de concentração crítica viscosimétricos

foram próximos aos potenciométricos (Tabela 10), condizendo com o modelo

potenciométrico desenvolvido neste trabalho a partir da equação de Elworthy et al. (1966).

Tabela 10 – Comparativo e diferenças percentuais dos resultados de C* e pH* obtidos por potenciometria e

viscosimetria em função do pH.

pH Viscosimetria Potenciometria (%)

C* x10-4

(g.mL-1

)

1,91 7,95 7,73 2,9

2,10 6,26 6,76 7,4

2,50 4,11 3,76 8,5

2,99 2,33 1,98 15,0

3,60 0,67 0,62 6,6

pH*

1,91 4,04 3,23 20,0

2,10 4,37 3,26 25,4

2,50 4,46 3,45 22,6

2,99 4,52 3,85 14,8

3,60 4,66 4,56 2,14

Os resultados viscosimétricos de pH* foram obtidos graficamente, e não de maneira

indireta como foi tratado C*. Em geral, as diferenças percentuais de pH* foram maiores se

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51

comparadas com C*, mas o (%) segue uma tendência decrescente para maiores valores do

pH do titulante. Esse decréscimo é devido às menores variações de pH na diluição do sistema

com maiores volumes de solução de ácido clorídrico, que reflete a sensibilidade da HPAM ao

pH do meio. Como esperado, mesmo com altos (%), o pH* apresentou um comportamento

crescente de maneira análoga à tendência observada na potenciometria.

4.2.2 Determinação de C* por viscosidade intrínseca []

As curvas originadas das equações de Kraemer (Figura 20a) e Huggins (Figura 20b)

assumiram comportamentos semelhantes, apresentando, em geral, uma baixa linearidade

(característica de fluidos não-newtonianos) e aumento da inclinação com o aumento do pH da

solução de HCl. O gráfico de Schulz-Blachke (Figura 20c), diferente dos outros modelos,

admitiu uma alta linearidade e, equivalente aos demais, aumenta sua inclinação

proporcionalmente ao pH.

Em todos os modelos somente foram utilizados pontos experimentais (5 pontos) com

valores abaixo de C* (regime diluído), para que a solução apresentasse um comportamento

próximo ao newtoniano. Acima de C* (Tabela 9) a HPAM se encontra em regime concentrado

se comportando como um fluido não-newtoniano, não correspondendo aos modelos

matemáticos (COUTINHO, DELPECH, et al., 2006).

Figura 20 – Curvas viscosimétricas modeladas com as equações: (a) Kraemer; (b) Huggins; (c) Schulz-Blaschke.

(a) (b) (c)

As constantes viscosimétricas de Kraemer (kk) e Huggins (kh) mostraram uma

tendência crescente (em módulo) com o aumento do pH do sistema diluente, em contraste

com as constantes de Schulz-Blaschke (ksb), que apresentaram um comportamento

decrescente (Tabela 11).

0

60

120

180

0 0,02 0,04 0,06 0,08

in

e

C (g/dL)

pH = 1,91

pH = 2,10

pH = 2,50

pH = 2,99

pH = 3,60

0

100

200

300

0 0,02 0,04 0,06 0,08

re

d

C (g/dL)

pH = 1,91

pH = 2,10

pH = 2,50

pH = 2,99

pH = 3,60

0

100

200

300

0 0,6 1,2 1,8 2,4

re

d

sp

pH = 1,91

pH = 2,10

pH = 2,50

pH = 2,99

pH = 3,60

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52

A tendência crescente de kh indica a melhoria do solvente para a HPAM com a

diminuição do pH, pois a constante de Huggins fornece informações sobre as interações entre

polímero e solvente, ou seja, quanto menor for o seu valor, melhor deverá ser o solvente e

mais solvatada estará a molécula (HUGGINS, 1942). Logo, para os pHs estudados, uma

maior acidez favorece uma maior solvatação e consequente protonação da HPAM, assim

como constatado pelo método potenciométrico.

As constantes mensuradas através da equação de Kraemer indicam que a HPAM

aumentou seu volume hidrodinâmico (Vg) com o aumento do pH do meio, visto que a

constante kk depende da razão entre o Vg ocupado por duas moléculas de soluto, que

interagem entre si, e o ocupado por uma macromolécula isolada (KRAEMER, 1938). Os

dados de kk corroboram com a variação do raio de giração da HPAM (Figura 18), onde o

aumento do pH do meio aumenta Rg e Vg.

As constantes de Schulz-Blaschke (Tabela 11) não se aproximaram do valor de 0,28,

valor da maioria dos sistemas poliméricos (ABDEL-AZIMA, BOUTROSA e ABDEL-

BARYB, 1998). Contudo, os valores de ksb decrescem com aumento do pH, podendo em pHs

mais elevados atingir o seu valor (0,28).

Tabela 11 – Valores de k obtidos das equações de Huggins, Kraemer, Schulz-Blaschke.

Equações pH do Titulante

1,91 2,1 2,5 2,99 3,6

k

Huggins 0,14 0,24 1,00 5,2 103,6

Kraemer –0,27 –0,50 –3,0 –35,7 –9,72

kh + kk –0,13 –0,26 –2,0 –30,5 93,85

Schulz-Blaschke 26,6 15,4 4,5 3,6 2,3

As viscosidades intrínsecas, atribuídas pelas equações de Schulz–Blaschke, Huggins

e Kraemer (Tabela 12), apresentaram uma tendência crescente para a diminuição da acidez.

Porém, as []h e []k assumiram valores negativos, resultado da alta acidez e interação

HPAM–água, variáveis desconsideradas nos modelos newtonianos (COUTINHO, DELPECH,

et al., 2006).

Tabela 12 – Viscosidades intrínsecas [] e C* mensuradas por método de extrapolação gráfica.

Equações pH do diluente

1,91 2,1 2,5 2,99 3,6

[] (dL.g-1

)

Huggins -106,1 -83,7 -65,2 -34,8 20,1

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53

Kraemer -57,5 -42,5 -26,2 -9,4 46,9

Schulz-Blaschke 0,47 0,97 6,6 12,7 64,9

C* (g.mL

-1) x10

-4

Schulz-Blaschke 211,8 102,6 15,1 7,9 1,5

Somente com o pH = 3,6, as []h e []k adquiriram valores positivos, pois ocorreu

diminuição da acidez e solvatação da HPAM. A determinação de [], pelos métodos de

Solomon–Ciuta e Deb–Chanterjee, não foi possível nos pHs estudados (Tabela 12), porque

para a aplicação dessas equações, a relação kh + kk = 0,5 (Tabela 11) deve ser obedecida

(ABDEL-AZIMA, BOUTROSA e ABDEL-BARYB, 1998).

Não foi possível calcular a massa molar viscosimétrica média ( ) pela equação de

Mark-Houwink-Sakurada, pois não há na literatura valores de Km e que variam em função

do pH. Como essas constantes dependem da natureza do solvente, temperatura e da estrutura

química do polímero (ROBINSON, ROSS-MURPHY e MORRIS, 1982), mesmo uma

aproximação é inviável.

A C* obtida através da viscosidade intrínseca ([]sb) (Tabela 12) apresentou valores

totalmente discrepantes em relação a C* determinada pelo método potenciométrico (Tabela

5), mas mostrou a mesma tendência crescente de C* com o aumento da acidez do meio, assim

como no método potenciométrico.

4.3 ESPECTROSCOPIA DE INFRAVERMELHO

A Tabela 13 mostra as principais absorções da PAM, HPAM e HPAM–HCl (Figura

F–1). Os espectros mostram, em todos os sistemas, bandas de estiramentos em torno de 3.400,

1.660, 1.410 e 1.100 cm-1

, que são, respectivamente, os estiramentos assimétricos de N–H,

C=O (carbonila de amida), C–N e as combinações de C–N com a angular no plano de N–H. O

estiramento simétrico N–H somente foi detectado na amostra de PAM, estando oculto nas

demais devido às ligações de hidrogênio da amida (OWENS III, JIAN, et al., 2007).

Todas as amostras apresentam absorções nas regiões de 2.950–2.850 cm-1

e próximo

a 1.460 cm-1

correspondentes aos estiramentos C–H das cadeias carbônicas e a vibração

angular do grupo metileno. Nos sistemas HPAM e HPAM–HCl essa vibração está coalescente

com outras vibrações fundamentais, não podendo ser observadas. Os estiramentos C–C da

cadeia carbônica, nas poliacrilamidas, geralmente estão em coalescência de sinal com as

bandas múltiplas da amida (LU e MI, 2005).

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54

O estiramento assimétrico do carboxilato foi detectado somente na HPAM, para o

grupo em 1563 cm-1

, e na HPAM–HCl, a carbonila de ácido apareceu em 1.708 cm-1

e o

estiramento C–C–O em 1.260 cm-1

. Na presença de ácido, a amida se converte em sal, assim

as bandas múltiplas não foram observadas na HPAM-HCl, mas somente o estiramento em

1.029 cm-1

[O=C–(NH3)+] e a vibração angular assimétrica em 1.626,7 cm

-1 [(NH3)

+].

Tabela 13 – Valores de transmitância das bandas dos espectros da PAM, HPAM e HPAM-HCl.

Vibrações (cm-1

) PAM HPAM HPAM-HCl Literatura

Am

ida

H–N–H (EA)/(ES) 3.428,8/3209,0 3.441,3/(NI) 3.432,7/(NI)

3.450

(STUART,

2004)/ 3.200

(LU e MI, 2005)

C=O (E) 1.654,6 1.663,4 1.657,5 1.660 (LU e MI,

2005)

C–N (E) 1.416,5 1.407,8 1.403,9 1.416 (LU e MI,

2005)

(NH3)+ (AA) - - 1.626,7

1.660-1.610

(SILVERSTEIN

e BASSLER,

2005)

C–N (E) + N–H (AP) 1.106,9 1.094,4 1.097,3 1.125 (LU e MI,

2005)

C–N (E) + N–H (AFP) 623,9 (NI) 803,2

(PAVIA,

LAMPMAN, et

al., 2009)

N–H (BM) 1.186,0 1.172,5 (NI) 1.125 (LU e MI,

2005)

O=C–(NH3)+ (E) - - 1.029,8

1.020

(UNNITHAN,

VINOD e

ANIRUDHAN,

2004)

Áci

do

Ca

rbo

xíli

co O=C–O¯ (EA)/(ES) - 1.563,0/(NI)

1.650-1.550

(SILVERSTEIN

e BASSLER,

2005)

C=O (E) - - 1.708,6

1.720 (OWENS

III, JIAN, et al.,

2007)

C–C–O (E) - - 1.260,3

1.265

(STUART,

2004)

Ca

dei

a

Hid

roca

rbô

nic

a

H–C–H (EA)/(ES) 2.926,5/2859,0 2.931,3/2.860,9 2.926,0/2.855,1 2.936/2.866 (LU

e MI, 2005)

H–C–H (AP) 1.446,4 1.442,5 1.442,5 1.452 (LU e MI,

2005)

C–H (A) 1.320,0 (NI) (NI) 1.322 (LU e MI,

2005)

(E)/(A) – Vibração tipo estiramento/angular; (ES)/(EA) – Estiramento simétrico/assimétrico;(AA) – Angular assimétrica;

(AP)/(AFP) – Vibração angular no plano/fora do plano; (BM) – Bandas múltiplas; (NI) – Não identificado.

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55

Comparando os espectros da PAM e HPAM, constata-se que na região de 1.200 cm-1

as bandas múltiplas da HPAM são menos intensas devido ao grau de hidrólise, no entanto,

com a protonação da HPAM as bandas de vibrações angulares voltam a aparecer (Figura 21).

Nas regiões de baixas freqüências (< 800 cm-1

), onde se encontram todas as outras vibrações

angulares do polímero (STUART, 2004; SILVERSTEIN e BASSLER, 2005), a PAM e a

HPAM apresentam uma banda bem intensa. Por apresentar uma alta protonação, baixa

ionização (GARCES, SIVADASAN, et al., 1994) e uma alta quantidade de ligações de

hidrogênio intramoleculares (UNNITHAN, VINOD e ANIRUDHAN, 2004), nessa região de

baixa freqüência a HPAM–HCl se compacta reduzindo suas vibrações angulares e

consequentemente a intensidade da banda. Essa compactação, ou redução do volume do

novelo polimérico, corrobora com o comportamento da HPAM em solução, onde o aumento

da acidez do meio reduz o raio de giração (Rg) (Figura 18).

Figura 21 – Espectros comparados da PAM, HPAM e HPAM–HCl.

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5 CONCLUSÕES

As curvas potenciométricas de pH x V apresentaram um comportamento assintótico

reprodutível, ausência de ruídos e erros experimentais, mesmo para titulações em diferentes

faixas de PH. A determinação da concentração crítica de overlap (C*), através do método da

interseção foi bastante precisa, visto que apresentou desvios padrão muito baixos e erros

baixos, tanto para C* quanto para o potencial hidrogeniônico crítico (pH*), como também

para o pKb determinado pelo método da primeira derivada.

O modelo matemático utilizado para relacionar a dependência entre a C* da HPAM e

o pH do meio no qual a mesma se encontra solubilizada, apresenta da maneira concisa o

vínculo entre o equilíbrio ácido-base do polímero e a formação do novelo em solução. Através

da equação obtida foi possível determinar a constante de formação (K*) do novelo polimérico,

como para os dois monômeros isoladamente, e o grau de hidrólise GH(%) com alta acurácia.

Os valores de pH* e C* possibilitaram descrever graficamente o comportamento da formação

do agregado em meio ácido. A determinação do ponto de inversão (PI), que com o

desenvolvimento matemático de A (coeficiente angular da equação do PI), permitiu modelar a

equação para mensurar precisamente a massa molar (MM) da HPAM, e a partir dessa o grau

de polimerização.

O comportamento das curvas viscosimétricas se mostraram reprodutíveis nas faixas

de pH estudadas, no entanto, como esperado, a determinação de C* não se mostrou precisa

em relação determinação por titulação potenciométrica, visto que foram detectadas diferenças

percentuais de até 15 %.

As curvas oriundas dos modelos de Kraemer, Huggins e Schulz-Blaschke confirmam

o comportamento do sistema estudado pelo método potenciométrico, mas perderam

linearidade com o aumento do pH do titulante, e os valores das constantes k e [], obtidas a

partir das equações de Huggins, Kraemer e Schulz-Blaschke, não apresentaram valores

representativos, visto que o sistema não é newtoniano. O mesmo ocorreu com C*, não

podendo, por consequência, obter-se a MM viscosimétrica média para a HPAM. Portanto, os

estudos viscosimétricos não são conclusivos, necessitando de uma investigação futura mais

detalhada e desenvolvimento de um modelo matemático que correlacione , pH do meio e

concentração.

A caracterização por infravermelho dos sistemas da PAM, HPAM e HPAM–HCl

possibilitou o entendimento da agregação da poliacrilamida/acrilato de sódio em meio ácido,

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onde o raio de giração (Rg) tem comportamento linear e ramificado. A redução das vibrações

angulares e dos valores de Rg em consequência do aumento da acidez serão objetos de estudos

futuros.

Pode-se concluir, portanto, que a técnica proposta para determinação da

concentração crítica de overlap C*, grau de hidrólise GH(%), massa molar (MM) e grau de

polimerização GP por titulação potenciométrica é uma alternativa simples e adequada para

caracterização de polímeros com monômeros protonáveis em água, como a poliacrilamida

parcialmente hidrolisada. E, em um estudo futuro, elemento de aplicabilidade na

caracterização de fluidos de perfuração de poços de petróleo.

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67

APÊNDICE A – FLUXOGRAMAS DA METODOLOGIA EXPERIMEN-

-TAL UTILIZADA.

Figura A - 1 - Metodologia experimental geral: preparo das soluções e amostras sólidas, técnicas utilizadas e

análises de dados.

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68

APÊNDICE B – CURVAS DE TITULAÇÕES POTENCIOMÉTRICAS

DA HPAM, PH X V(ML), NOS PHS DE TITULANTE ESTUDADOS.

Figura B - 1 - Curvas das titulações potenciométricas com pH do titulante: I-1,64; II-1,91; III-2,09; IV-2,29; V-

2,50; VI- 2,70.

2,0

3,8

5,7

7,5

0 10 20 30 40 50 60

pH

V (mL)

1º Exp. pH=1,64

2º Exp. pH=1,64

3º Exp. pH=1,64

2,0

3,8

5,7

7,5

0 20 40 60 80 100

pH

V (mL)

1º Exp. pH=1,91

2º Exp. pH=1,91

3º Exp. pH=1,91

2,0

3,8

5,7

7,5

0 20 40 60 80 100

pH

V (mL)

1º Exp. pH=2,09

2º Exp. pH=2,09

3º Exp. pH=2,09

2,5

4,2

5,8

7,5

0 20 40 60 80 100

pH

V (mL)

1º Exp. pH=2,29

2º Exp. pH=2,29

3º Exp. pH=2,29

2,5

3,8

5,0

6,3

7,5

0 70 140 210 280

pH

V (mL)

1º Exp. pH=2,50

2º Exp. pH=2,50

3º Exp. pH=2,50

2,5

3,8

5,0

6,3

7,5

0 90 180 270

pH

V (mL)

1º Exp. pH=2,70

2º Exp. pH=2,70

3º Exp. pH=2,70

I II

IV III

VI V

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69

Figura B - 2 - Curvas das titulações potenciométricas com pH do titulante: VII-2,98; VIII-3,20; IX-3,45; X- 3,60.

3

4,5

6

7,5

0 100 200 300 400

pH

V (mL)

1º Exp. pH=2,98

2º Exp. pH=2,98

3º Exp. pH=2,98

3

4,5

6

7,5

0 125 250 375 500

pH

V (mL)

1º Exp. pH = 3,20

2º Exp. pH = 3,20

3º Exp. pH = 3,20

3,5

4,5

5,5

6,5

7,5

0 100 200 300 400

pH

V (mL)

1º Exp. pH=3,45

2º Exp. pH=3,45

3º Exp. pH=3,45

3,5

4,5

5,5

6,5

7,5

0 200 400 600

pH

V (mL)

1º Exp. pH=3,6

2º Exp. pH=3,6

3º Exp. pH=3,6

VII VIII

X IX

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APÊNDICE C – CURVAS EXPERIMENTAIS DE VISCOSIMETRIA

CAPILAR, PH X LOG, NOS PHS DE DILUIÇÃO ESTUDADOS.

Figura C - 1 - Curvas de viscosimetria capilar com pHs de diluente: I-1,91; II-2,10; III-2,50; IV-2,99; V-3,60.

y = 4,8837x + 1,1963

R² = 0,9987

y = 2,8015x + 2,6223

R² = 0,9932

2,5

3,6

4,8

5,9

7,0

0 0,4 0,8 1,2

pH

Log

pH = 1,91

y = 4,8123x + 1,3445

R² = 0,9995

y = 2,6053x + 2,7355

R² = 0,9982

2,7

3,8

5,0

6,1

7,2

0,0 0,4 0,9 1,3

pH

Log

pH = 2,10

y = 4,6795x + 1,4444

R² = 0,9996

y = 2,2413x + 3,016

R² = 0,999

3,0

4,1

5,1

6,2

7,2

0 0,4 0,8 1,2

pH

Log

pH = 2,50

y = 4,2471x + 2,0067

R² = 0,9996

y = 1,6421x + 3,55

R² = 0,9745

3,5

4,7

6,0

7,2

0,0 0,4 0,8 1,2

pH

Log

pH = 2,99

y = 3,4063x + 3,0154

R² = 0,9959

y = 1,4229x + 3,9788

R² = 0,9932

4

4,8

5,6

6,4

7,2

0,0 0,4 0,9 1,3

pH

Log

pH = 3,60

I II

IV III

V

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71

APÊNDICE D – DEMONSTRAÇÃO MATEMÁTICA DO MODELO DE

C* EM FUNÇÃO DO PH DO MEIO.

O equilíbrio ácido-base entre [RCOA¯] e [RCOAH] tem o Ka descrito pela Equação

D-1.

(D-1)

Na Equação D-1 [RCOA¯] = [Ac¯] e [RCOAH] = [Ac] (Equação D-2).

(D-2)

Na formação do novelo (Equação D-3) tem-se.

(D-3)

Rearranjando a Equação D-3 (Equação D-4).

(D-4)

Na eminência da formação do novelo c = [Ac] e cx = C* com x → 1 (Equação D-5).

(D-5)

Isola-se [Ac] (Equação D-2) e substitui-se na Equação D-5 (Equação D-6).

(D-6)

Desenvolvendo o termo entre parêntesis (Equação D-6) se obtém a Equação D-7.

(D-7)

Como [H+]2 – KaC* ≈ [H

+]2 (Equação D-7) resulta-se a Equação D-8.

(D-8)

Com [H+] x C* aplica-se Log10, assumindo forma geral (Equação D-9).

(D-9)

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72

APÊNDICE E – DESENVOLVIMENTO MATEMÁTICO DO PONTO DE

INVERSÃO (PI) E CÁLCULO DA MASSA MOLAR (MM).

Os monômeros acrilamida (Equação E-1) e acrilato de sódio (Equação E-2) possuem

as seguintes equações gerais:

(E-1)

(E-2)

Somam-se as Equações E-1 e E-2 (Equação E-3).

(E-3)

O coeficiente angular A da Equação E-3 (Equação E-4).

(E-4)

Isolando-se e desenvolvendo o termo entre parêntesis (Equação E-5).

(E-5)

Como (n1 + n2) = N substitui-se na Equação E-5 (Equação E-6).

(E-6)

Sendo n = m/MM se obtém a Equação E-7

(E-7)

Desenvolvendo o termo entre parêntesis da Equação E-7 (Equação E-8).

(E-8)

No sistema contínuo m ms, m1 ms1 e m2 ms2. Efetuando as substituições na

Equação E-8 (Equação E-9).

(E-9)

Isolando MM na Equação E-9 (Equação E-10).

(E-10)

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73

APÊNDICE F – ESPECTROS DE INFRAVERMELHO DA PAM,

POLIACRILAMIDA COPOLIMERIZADA COM ACRILATO DE SÓDIO

(HPAM) E HPAM EM MEIO ÁCIDO (HPAM – HCL).

Figura F - 1 - Espectros de infravermelho da PAM, HPAM e HPAM-HCl.

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74

APÊNDICE G – EQUAÇÕES MATEMÁTICAS ILUSTRADAS E

UTILIZADAS.

(G-1)

(G-2)

(G-3)

(G-4)

(G-5)

(G-6)

(G-7)

(G-8)

(G-9)

(G-10)

(G-11)

(G-12)

(G-13)

(G-14)

(G-15)

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75

(G-16)

(G-17)

(G-18)

(G-19)

(G-20)

(G-21)

(G-22)

(G-23)

(G-24)

(G-25)

(G-26)

(G-27)

(G-28)

(G-29)

(G-30)