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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
EFEITO DO KINESIO TAPING® NO DESEMPENHO
NEUROMUSCULAR DO QUADRÍCEPS E NO EQUILÍBRIO EM
SUJEITOS SUBMETIDOS À RECONSTRUÇÃO DO LIGAMENTO
CRUZADO ANTERIOR: ENSAIO CLÍNICO E RANDOMIZADO
ARAKEN KLEBER AZEVEDO DE OLIVEIRA
Natal 2014
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
EFEITO DO KINESIO TAPING® NO DESEMPENHO NEUROMUSCULAR DO
QUADRÍCEPS E NO EQUILÍBRIO EM SUJEITOS SUBMETIDOS À
RECONSTRUÇÃO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR: ENSAIO CLÍNICO E
RANDOMIZADO
ARAKEN KLEBER AZEVEDO DE OLIVEIRA
Dissertação de mestrado apresentada ao
Programa de Pós Graduação em Fisioterapia
da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, para a obtenção do título de Mestre em
Fisioterapia.
Orientador: Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro
Natal 2014
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
EFEITO DO KINESIO TAPING® NO DESEMPENHO NEUROMUSCULAR DO
QUADRÍCEPS E EQUILÍBRIO EM SUJEITOS SUBMETIDOS À RECONSTRUÇÃO
DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR: ENSAIO CLÍNICO E RANDOMIZADO
BANCA EXAMINADORA
____________________________________
Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro – Presidente - UFRN
____________________________________
Prof. Dr. Fábio Viadanna Serrão – 1º Examinador - UFSCar
____________________________________
Prof. Dr. Wouber Érickson de Brito Vieira – 2º Examinador - UFRN
Aprovada em ___/___/___
vi
vi
Dedicatória
Aos meus pais, Arlindo e Célia,
minha esposa, Palomma
e especialmente ao meu filho, Arthur:
alicerces da minha vida.
vii
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Agradecimentos
À Deus, pois sem a Tua presença e bênçãos tenho certeza que não seria
capaz de cumprir este desafio;
Aos meus pais, Arlindo e Célia, pois mesmo sem ter ideia da dimensão desta
conquista foram, são e sempre serão a pedra fundamental da obra da minha vida;
A minha esposa, Palomma Oliveira por estar sempre ao meu lado me
proporcionando força, equilíbrio e confiança ao longo de toda a jornada e ter
compreendido a minha ansiedade e alterações de humor;
Ao meu filho Arthur Oliveira que paradoxalmente me consumia as escassas
energias ao final do dia e as devolvia em dobro com um simples sorriso;
Ao orientador e amigo, Prof. Jamilson Brasileiro por aceitar e confiar no êxito
deste desafio, além de me proporcionar valiosos conhecimentos ao longo dos anos;
Aos colegas do Laboratório, especialmente Daniel Borges, Rafael Cavalcanti,
Caio Alano e Liane Brito que estiveram juntos no dia a dia das coletas, sempre com
muita solicitude, boa vontade, conhecimento e consideração fraterna;
Aos professores Álvaro Campos e Gildásio Lucena, pelos conhecimentos
repassados e incentivos gratuitos;
À Clínica Trauma Center, Clínica de Fraturas e todos os seus fisioterapeutas
que gentilmente colaboraram para a coleta dos dados;
E principalmente a todos os voluntários que participaram da pesquisa e
entenderam o valor de suas colaborações para a ciência e para o próximo.
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Sumário
Dedicatória........................................................................................................... v
Agradecimentos................................................................................................... vi
Lista de figuras.................................................................................................... ix
Lista de tabelas................................................................................................... x
Resumo................................................................................................................ xi
Abstract................................................................................................................ xii
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 1
1.1 Justificativa..................................................................................................... 4
1.2 Objetivos........................................................................................................ 5
1.2.1 Objetivo geral............................................................................................. 5
1.2.2 Objetivos específicos.................................................................................. 5
1.3 Hipótese científica......................................................................................... 5
2 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................ 6
2.1 Delineamento e local da pesquisa................................................................. 7
2.2 Caracterização da amostra e processo de alocação..................................... 7
2.3 Aspectos éticos.............................................................................................. 8
2.4 Instrumentos................................................................................................... 8
2.4.1 Dinamômetro isocinético computadorizado modelo Multi-Joint System 4 (Biodex®, USA).....................................................................................................
8
2.4.2 Módulo condicionador de sinais de 4 canais - MCS 1000 (EMG System®, Brasil) com conversor Analógico/Digital (A/D) CAD, 12/36-60K com resolução de 12 bits..............................................................................................................
9
2.4.3 Baropodômetro computadorizado............................................................... 10
2.4.4 Eletrodos autoadesivos de superfície......................................................... 10
2.4.5 Bicicleta ergométrica................................................................................... 11
2.5 Procedimentos de avaliação.......................................................................... 11
2.5.1 Avaliação inicial........................................................................................... 11
2.5.1.1 Avaliação do equilíbrio postural............................................................... 11
2.5.1.2 Registro da atividade eletromiográfica.................................................... 12
2.5.1.3 Registro das variáveis dinamométricas e SPA........................................ 13
2.5.2 Aplicação do protocolo................................................................................ 15
2.5.3 Avaliação final............................................................................................ 16
ix
ix
2.6 Análise do sinal eletromiográfico................................................................... 16
2.6.1 Procedimentos para normalização.............................................................. 16
2.6.2 RMS da avaliação concêntrica e excêntrica............................................... 17
2.7 Desenho do estudo........................................................................................ 18
2.8 Análise estatística.......................................................................................... 19
3 RESULTADOS.................................................................................................. 20
3.1 Baropodometria.............................................................................................. 22
3.2 Eletromiografia de superfície.......................................................................... 22
3.3 Dinamometria................................................................................................. 24
4 DISCUSSÃO..................................................................................................... 29
4.1 Eletromiografia de superfície.......................................................................... 30
4.2 Dinamometria................................................................................................. 30
4.3 Baropodometria.............................................................................................. 33
5 CONCLUSÃO E CONSIFERAÇÕES FINAIS................................................... 35
6 REFERÊNCIAS................................................................................................. 37
7 ANEXO.............................................................................................................. 42
Apêndices
x
x
Lista de figuras
Figura 1 Sistema de Dinamometria Isocinética utilizado no experimento (Multi-joint System 4 Pro, Biodex)...............................................
9
Figura 2 Conversor analógico-digital.......................................................... 9
Figura 3 Sistema de baropodometria computadorizada utilizado no estudo (Modelo Eclipse 3000; Guy-Capron AS, França)............
10
Figura 4 Eletrodos autoadesivos de superfície........................................... 10
Figura 5 Bandagem elástica funcional (Kinesio Tex Gold®)....................... 11
Figura 6 Avaliação do equilíbrio postural.................................................... 12
Figura 7 Registro da atividade eletromiográfica......................................... 13
Figura 8 Avaliação do Senso de Posição Articular..................................... 14
Figura 9 Aplicação do Kinesio Taping®....................................................... 16
Figura 10 Sinal eletromiográfico do músculo vasto lateral na avaliação concêntrica....................................................................................
17
Figura 11 Média e desvio-padrão do valor da RMS normalizado (%) do músculo vasto lateral durante a contração concêntrica pré e pós aplicação do protocolo..................................................................
23
Figura 12 Média e desvio-padrão do valor da RMS normalizado (%) do músculo vasto lateral durante a contração excêntrica pré e pós aplicação do protocolo..................................................................
23
Figura 13 Média e desvio-padrão do pico de torque normalizado pelo peso corporal (PT/BW) da avaliação concêntrica pré e pós-aplicação do protocolo................................................................
24
Figura 14 Média e desvio-padrão do pico de torque médio (N-m) da avaliação concêntrica pré e pós aplicação do protocolo..............
25
Figura 15 Média e desvio-padrão da potência (Watts) da avaliação concêntrica pré e pós aplicação do protocolo..............................
25
Figura 16 Média e desvio-padrão do pico de torque normalizado pelo peso corporal (PT/BWx100) da avaliação excêntrica pré e pós aplicação do protocolo.................................................................
26
Figura 17 Média e desvio-padrão do pico de torque médio (N-m) da avaliação excêntrica pré e pós aplicação do protocolo................
27
Figura 18 Média e desvio-padrão da potência (watts) da avaliação excêntrica pré e pós aplicação do protocolo................................
27
Figura 19 Média e desvio-padrão do senso de posição articular (erro absoluto) na avaliação pré e pós aplicação do protocolo.............
28
xi
xi
Lista de tabelas
Tabela 1 Caracterização da amostra. Valores da média (desvio padrão) da idade (em anos), massa corporal (em Kg), altura (em centímetros) e índice de massa corporal - IMC (em Kg/m2) de cada grupo, com o P valor do teste Anova one-way..................
8
Tabela 2 Valores da média (desvio padrão) da amplitude ântero-posterior (amp AP), amplitude médio-lateral (amp ML), pico de torque normalizado pelo peso corporal (PT/BWx100), pico de torque médio (PT MED), potência e SPA dos três grupos a avaliação inicial...........................................................................
21
Tabela 3 Valores da amplitude do centro de pressão ântero-posterior e médio-lateral (média e desvio padrão), pré e pós aplicação do protocolo nos três grupos...........................................................
22
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Resumo
Objetivo: Investigar os efeitos imediatos do Kinesio Taping® no desempenho neuromuscular do Quadríceps Femoral (QF) e equilíbrio em indivíduos submetidos à reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior (LCA). Metodologia: trata-se de um ensaio clínico e randomizado composto por 45 indivíduos do sexo masculino que se encontravam entre 12ª e 17ª semanas após reconstrução do LCA. Todos foram submetidos a uma avaliação inicial composta pela análise do equilíbrio postural, através da baropodometria; determinação do Senso de Posição Articular (SPA), seguidas das avaliações isocinéticas excêntricas e concêntricas a 600/s, concomitante com a captação do sinal eletromiográfico do músculo Vasto Lateral (VL). Posteriormente foram alocados de forma aleatória em Grupo Controle (GC), Grupo Placebo (GP) e Grupo Experimental (GE). Os indivíduos do GE foram submetidos ao protocolo sugerido (aplicação do Kinesio Taping® no QF do membro acometido), enquanto os do GP utilizaram a aplicação do Kinesio Taping® sem as recomendações propostas pelo método. Já os indivíduos do GC permaneceram em repouso por dez minutos, sendo todos os indivíduos submetidos a uma reavaliação de forma idêntica à primeira. Foram analisadas as seguintes variáveis: pico de torque médio, pico de torque/peso corporal, potência muscular e erro absoluto do SPA para a dinamometria; amplitude ântero-posterior e médio-lateral para a baropodometria; e a amplitude de ativação muscular (Root Means Square - RMS) por meio da eletromiografia de superfície. Resultados: Nenhuma das variáveis analisadas apresentou diferenças intergrupo ou intragrupo. Conclusão: O Kinesio Taping® não altera o desempenho neuromuscular do quadríceps femoral de indivíduos submetidos à reconstrução do LCA para nenhuma das variáveis analisadas.
Palavras-chave: eletromiografia, torque, dinamometria.
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Abstract
Objective: To assess the immediate effects of Kinesiotaping® on neuromuscular performance of Quadriceps Femoris (QF) of patients undergoing ACL reconstruction. Methodology: This is a randomized clinical trial consisting of 45 males, who were between 12th and 17th weeks after ACL reconstruction. All patients underwent an initial evaluation consisting of the analysis of postural balance through baropodometry, determination of the Joint Position Sense (JPS) followed by eccentric and concentric isokinetic evaluations at 60º/s with concomitant uptake of the electromyographic signal of the vastus lateralis muscle (VL). Subsequently were randomly divided into control group (CG), Placebo Group (PG) and Experimental Group (EG). The GE subjects were submitted to the suggested protocol (application of Kinesiotaping ® in QF of the affected limb), while the GP used the application of Kinesiotaping ® without the recommendations proposed by the method. Finally GC individuals remained at rest for ten minutes. All subjects repeated the baseline evaluations. The following variables were analyzed: anteroposterior and mediolateral amplitude for baropodometry, average peak torque, peak torque / body weight, muscle power and absolute error of the JPS for the dynamometry and muscle activation amplitude (RMS) through surface electromyography. Results: None of the variables analyzed showed intragroup or intergroup differences. Conclusion: The Kinesiotaping® does not alter the neuromuscular performance of the quadriceps femoris of patients undergoing ACL reconstruction, for any of the variables.
Keywords: electromyography, torque, dinamometry.
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1 INTRODUÇÃO
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A medicina desportiva e de reabilitação tem buscado constantemente
desenvolver e aplicar recursos que possam prevenir lesões ou acelerar o tratamento
de indivíduos acometidos por traumatismo musculoesqueléticos.
Nessa perspectiva, o fisioterapeuta Kenzo Kase desenvolveu o Kinesio
Taping® (KT). Trata-se de uma bandagem elástica elaborada com características
específicas, fabricada com tecido especial e viscosidade que permite ventilação e
resistência à água, que proporciona pouco desconforto à pele e vem sendo sugerida
como proposta terapêutica desde 1996. A técnica consiste na aplicação da
bandagem elástica funcional que pode ser distendida em até 150% do seu tamanho
original, sobre ou ao redor de praticamente qualquer músculo esquelético ou
articulação do corpo com o objetivo de dar suporte funcional, melhorar o
desempenho muscular, aliviar a dor e melhorar o fluxo sanguíneo e linfático1.
Especificamente para músculos cronicamente enfraquecidos, onde o
aumento da força é desejado, a bandagem deve ser aplicada no sentido da origem-
inserção com distensão superior a 25%1. A neurofacilitação parece ser o possível
mecanismo de aumento da atividade muscular durante a aplicação do KT 2,3,4 . O
estímulo da pele por meio da bandagem elástica terapêutica proporciona ativação de
áreas do córtex somatossensorial primário para se obter melhor resposta motora.
Assim, o comportamento excitatório das unidades motoras pode ser influenciado por
estímulos de mecanoceptores da pele proporcionados pela força elástica e reativa
das bandagens. O córtex somatossensorial recebe as aferências sensitivas e em
seguida o córtex de associação reconhece e interpreta as sensações e, a partir da
área de planejamento motor e do córtex motor primário, os estímulos poderão
participar da composição e sequenciamento do movimento5. Kaelin-lang et al.6
observaram que a estimulação somatossensorial aumenta a excitabilidade cortical
em áreas de representação corticomotora do segmento estimulado em indivíduos
saudáveis, podendo se traduzir em melhora do desempenho motor. Amo et al.7
observaram aumento dos estímulos no córtex motor quando realizada a estimulação
tátil passiva da mão.
Vários estudos investigaram o efeito do Kinesio Taping® sobre a ativação
muscular por meio da eletromiografia3,8, propriocepção4, força muscular (por
dinamometria) e função em sujeitos saudáveis, revelando resultados divergentes
nas variáveis analisadas2,9,10,11,12,13,14,15,. O estudo de Vithoulka et al.11, por exemplo,
3
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evidenciou aumento do pico de torque excêntrico em mulheres saudáveis não
atletas, quando aplicado o Kinesio Taping® no quadríceps femoral, o que não
aconteceu em alguns estudos como o de Fu et al.9 e Lins et al.12.
Em se tratando da aplicação de bandagens e seus efeitos em sujeitos com
desordens musculoesqueléticas, alguns estudos apontam resultados benéficos no
que diz respeito ao aumento da atividade muscular e diminuição da dor16,17,18. A
investigação de Murray (2000) apontou um aumento na atividade eletromiográfica do
Quadríceps Femoral (QF) durante a aplicação do Kinesio Taping® em pacientes
após reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior (LCA)19. Porém, segundo Basser
et al.20 em sua revisão sistemática, dos 321 estudos avaliados pela escala PEDro,
apenas dois apresentaram alta qualidade metodológica, comprometendo a
confiabilidade dos resultados.
Parece haver uma inconsistência nos resultados obtidos a partir dos estudos
realizados em indivíduos saudáveis e questionamentos quanto à qualidade
metodológica dos estudos realizados em indivíduos com desordens
musculoesqueléticas. Além disso, a condição de desempenho neuromuscular do
quadríceps após reconstrução do LCA revela um modelo pouco estudado quando se
trata dos efeitos do Kinesio Taping®, pois sua fase pós-operatória é acompanhada
de alterações tanto nos componentes sensitivos, quanto nos componentes motores
da articulação do joelho. Essas alterações se refletem em diminuição ou alteração
de informações proprioceptivas que comprometem, dentre outras coisas, a
percepção cinestésica e os movimentos da articulação, bem como reduz a força
muscular do quadríceps, provavelmente devido a uma Inibição Muscular Artrogênica
(IMA)21,22,23.
No estudo de Drechsler et al.24, foram observadas alterações do sinal da
eletromiografia - EMG - (freqüência média e amplitude) do músculo reto femoral no
período entre um e três meses em indivíduos submetidos à reconstrução do LCA.
Keays et al.25 observaram também um déficit da força isocinética máxima do
quadríceps à 60o/s, do membro cirurgiado, de 7,3% antes da cirurgia e de 12% seis
meses após a cirurgia quando comparado ao membro contralateral.
Analogamente ao princípio da treinabilidade, o qual pressupõe que quanto
mais treinado seja o indivíduo, mais difícil de lograr êxito, é possível que em
condições musculares debilitadas o efeito do Kinesio Taping® seja melhor
4
4
evidenciado. Para esta investigação são recomendados procedimentos de avaliação
do desempenho dos músculos que agem sobre o joelho utilizando-se de testes
isocinéticos26,27,28 e análise do sinal eletromiográfico, pois a diminuição do
desempenho neuromuscular com evidente perda de trofismo e força tornam-se uma
das principais preocupações na fase de reabilitação.
Desta forma, o presente estudo se propõe a investigar os efeitos imediatos
do Kinesio Taping® no desempenho muscular do quadríceps de indivíduos
submetidos à reconstrução do LCA através da dinamometria isocinética e
eletromiografia, bem como sua interferência no equilíbrio postural analisada pela
baropodometria.
1.1 Justificativa
O Kinesio Taping® vem se tornando uma ferramenta bastante utilizada na
prática desportiva, facilmente percebida em eventos esportivos mundiais, com o
propósito de melhorar o desempenho neuromuscular. Apesar de muito utilizado, os
dados disponíveis na literatura fornecem resultados controversos e evidências de
baixa qualidade metodológica nos estudos.
Especificamente em indivíduos portadores de desordens
musculoesqueléticas, como aqueles submetidos à reconstrução do LCA, a literatura
é bastante escassa no que diz respeito aos efeitos do Kinesio Taping®. É possível
que em um modelo muscular apresentado por indivíduos nesta condição, o
comportamento das variáveis dinamométricas, eletromiográficas e baropodométricas
possam evidenciar os efeitos a que se propõe o uso do Kinesio Taping®.
Nessa perspectiva, justifica-se uma investigação em indivíduos submetidos à
reconstrução cirúrgica do LCA com o propósito de analisar se a técnica de utilização
do Kinesio Taping® altera o desempenho neuromuscular em um grupo debilitado, por
consequência deste procedimento. Ao se considerar a melhora das variáveis já
citadas, provavelmente as condições ideais de retorno desses sujeitos à prática
desportiva sejam antecipadas.
5
5
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo geral
Analisar os efeitos imediatos da aplicação do Kinesio Taping® no
desempenho neuromuscular do quadríceps femoral, em pacientes submetidos à
reconstrução do LCA.
1.2.2 Objetivos específicos
Avaliar o efeito do Kinesio Taping® na força muscular concêntrica e
excêntrica do músculo quadríceps através das variáveis pico de torque,
pico de torque médio e potência;
Avaliar o efeito do Kinesio Taping® na magnitude de ativação do músculo
Vasto Lateral (VL) através da análise da RMS por meio da
eletromiografia;
Avaliar o efeito do Kinesio Taping® no senso de posição articular através
do erro absoluto e no equilíbrio estático unipodal por meio das
amplitudes de deslocamento ântero-posterior e médio-lateral do centro
de pressão através da baropodometria.
1.3 Hipótese científica
Nós hipotetisamos que o Kinesio Taping® melhora o desempenho das
variáveis neuromusculares no quadríceps bem como o equilíbrio postural unipodal
em sujeitos submetidos à reconstrução do LCA.
6
6
2 MATERIAIS E MÉTODOS
7
7
2.1 Delineamento e local da pesquisa
Trata-se de um ensaio clínico randomizado, desenvolvido no Laboratório de
Análise da Performance Neuromuscular (LAPERN) do Departamento de Fisioterapia
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
2.2 Caracterização da amostra e processo de alocação
A amostra foi constituída por 47 voluntários do sexo masculino, submetidos à
reconstrução do LCA por enxerto de tendões dos músculos grácil e semitendíneo
concomitante ou não à meniscectomia, recrutados por conveniência em clínicas de
fisioterapia da cidade de Natal-RN, no período de março a dezembro de 2013.
Os critérios de inclusão para a referida pesquisa foram: indivíduos do sexo
masculino; idade entre 20 e 40 anos; submetidos à reconstrução de LCA com ou
sem meniscectomia associada, que se encontravam no período pós-operatório entre
12ª e 17ª semanas; sem dor ou sinais flogísticos (calor, rubor ou edema/derrame) na
articulação avaliada; ausência de patologias labirínticas e neurológicas; que
apresentavam Amplitude de Movimento (ADM) maior que 90o de flexão e extensão
completa; indivíduos ativos recreacionais (que tenham realizado atividade física
recreacional ou amadora 2 a 3 vezes por semana, sem treinamento em nível
competitivo antes da lesão); sem história prévia de cirurgia no membro inferior
referido nos seis meses anteriores à lesão. Foram utilizados como critérios de
exclusão a incapacidade de compreender e/ou realizar as manobras exigidas nas
avaliações, presença de dor no momento da avaliação ou qualquer intercorrência
que impediu a coleta. Dois indivíduos foram excluídos por apresentarem dor durante
a avaliação e 45 concluíram os procedimentos propostos.
Os indivíduos foram distribuídos aleatoriamente em três grupos distintos de
15 indivíduos, sendo um Grupo Controle (GC), Grupo Placebo (GP) e um Grupo
Experimental Kinesio Taping® (GE).
A caracterização da amostra no início do estudo está representada na tabela
1. Não foi observada diferença em nenhuma das variáveis entre os três grupos.
8
8
Tabela 1 - Caracterização da amostra. Valores da média (desvio padrão) da idade
(em anos), massa corporal (em Kg), altura (em centímetros) e índice de massa
corporal (IMC, dado em Kg/m2) de cada grupo com o P valor do teste Anova one-
way.
Grupo
controle
n=15
Grupo
placebo
n=15
Grupo
experimental
n=15
P valor
Média (DP) Média (DP) Média (DP)
Idade (anos) 28,8 (6,8) 28,2 (6,0) 29,0 (5,6) 0,42
Massa corporal (Kg) 81,2 (8,7) 90,4 (12,5) 76,7 (15,9) 0,48
Altura (cm) 176,0 (7,8) 179,0 (4,6) 173 (5,6) 0,58
IMC (kg/m2) 26,0 (2,2) 28,3 (3,3) 25,5 (5,0) 0,66
2.3 Aspectos Éticos
Este trabalho foi submetido à apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa
(CEP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte através da interface
nacional Plataforma Brasil, tendo sido aprovado com número 392.477 (Anexo I). A
presente pesquisa contempla os aspectos éticos baseados na Resolução 466/12 do
Conselho Nacional de Saúde e na Declaração de Helsinki29. Todos os indivíduos
concordaram em participar voluntariamente do estudo e assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (Apêndice I) que continha informações
sobre os propósitos, riscos e benefícios da pesquisa.
2.4 Instrumentos
Foram utilizados como instrumentos desse estudo:
2.4.1 Dinamômetro isocinético computadorizado modelo Multi-Joint System 4
(Biodex®, USA) para o registro do desempenho muscular (Figura 1).
9
9
Figura 1 - Sistema de Dinamometria Isocinética utilizado no
experimento (Multi-joint System 4 Pro, Biodex).
2.4.2 Módulo condicionador de sinais de 4 canais - MCS 1000 (EMG System®,
Brasil) com conversor Analógico/Digital (A/D) CAD, 12/36-60K com resolução de 12
bits (Figura 2).
O equipamento tem uma Razão de Rejeição de Modo Comum (RRMC) > 80
dB, com frequência de amostragem configurada em 2000 Hz e o sinal foi filtrado
entre 20 e 500Hz. Como o ganho programado no conversor é de 50 vezes e de 20
vezes nos eletrodos, os sinais foram amplificados em 1000 vezes. O eletromiógrafo
foi alimentado por uma bateria e conectado a um computador pessoal, que recebeu
o sinal eletromiográfico e o armazenara em arquivo. O software EMGLab (EMG
System do Brasil®, Brasil) foi utilizado para análise digital dos sinais.
Figura 2 - Conversor analógico/digital
10
10
2.4.3 Baropodômetro computadorizado Eclipse 3000 (Guy-Capron® SA, França)
superfícies de 40 x 40cm (Figura 3)
Foi utilizado para analisar o equilíbrio postural por meio da quantificação das
oscilações do corpo e sua aplicação (estabilometria). Esta análise permite
informações da área de oscilação do Centro de Pressão do corpo no sentido ântero-
posterior (eixo y) e médio-lateral (eixo x), expressa em milímetros. Foi utilizada uma
frequência de aquisição de 20Hz.
Figura 3 - Sistema de baropodometria computadorizada utilizado no estudo
(modelo Eclipse 3000; Guy-Capron® SA, França).
2.4.4 Eletrodos descartáveis autoadesivos de superfície passivos com uma
distância inter-eletrodo de 2cm (HAL Indústria e Comércio® LTDA) composto por
cloreto de prata (Ag/AgCl), acoplado a um pré-amplificador, além de um eletrodo de
referência monopolar de mesma característica (Figura 4).
Figura 4 - Eletrodos autoadesivos de superfície
11
11
2.4.5 Bicicleta Ergométrica Ergo 167 Cycle (ERGO FIT®) para proporcionar o
aquecimento prévio; bandagem elástica funcional (Kinesio Tex Gold®) com 5cm de
largura na cor preta, com elasticidade de 150% (Figura 5).
Figura 5 - Bandagem elástica funcional (Kinesio Tex Gold®)
2.5 Procedimentos de avaliação
Inicialmente foi realizado um estudo piloto com o intuito de treinar as funções
dos avaliadores e ordenar a sequência do protocolo. Foi utilizada uma ficha
(Apêndice II) contendo dados sociodemográficos, antropométricos, critérios de
inclusão e informações referentes à avaliação da baropodometria, eletromiografia e
dinamometria. Após identificação e registro antropométrico, os indivíduos foram
alocados de forma aleatória, não probabilística, através do site
www.randomization.com30, contendo 15 indivíduos em cada grupo: Grupo Controle
(GC), Grupo Placebo (GP) e Grupo Experimental (GE) e se submeteram a um
aquecimento por cinco minutos na Bicicleta Ergométrica com selim ajustado na
altura do trocânter maior do fêmur. Em seguida, todos os indivíduos foram
submetidos aos procedimentos de avaliação no membro acometido.
2.5.1 Avaliação Inicial (AI)
2.5.1.1 Avaliação do equilíbrio postural
Para a coleta dos dados referentes ao equilíbrio postural, os indivíduos foram
posicionados em pé no baropodômetro com apoio no membro acometido e o joelho
mantido a 20º de flexão, utilizando um goniômetro universal. O indivíduo foi instruído
12
12
a manter a cabeça na posição neutra, com o olhar em um ponto fixo, o tronco em
posição ereta e confortável, com os membros superiores apoiados no quadril. O
membro inferior não acometido permaneceu com o quadril a 0º e o joelho a 90º de
flexão. A aquisição dos dados foi de dez segundos com período de repouso de um
minuto entre cada teste. Cada condição foi repetida por duas vezes sendo
considerada para análise a melhor medida da amplitude de deslocamento do centro
de pressão31. A perda de equilíbrio e a não manutenção da angulação no membro
anulariam os testes (Figura 6).
Figura 6 - Avaliação do equilíbrio postural
2.5.1.2 Registro da atividade eletromiográfica
Para a realização deste procedimento o indivíduo recebeu a preparação da
pele por tricotomia e limpeza da região com álcool a 70% para colocação dos
eletrodos. A captação da atividade eletromiográfica do músculo Vasto Lateral (VL),
conforme critérios da Surface ElectroMyoGraphy for the Non-Invasive Assessment of
Muscles (SENIAM), foi realizada com o eletrodo de referência posicionado na
tuberosidade anterior da tíbia oposta ao membro avaliado. Já o eletrodo de registro
no músculo VL foi colocado numa distância de 2/3 da linha imaginária que segue da
espinha ilíaca ântero-superior ao bordo lateral da patela do membro avaliado. Foi
13
13
registrada a amplitude de ativação muscular (Root Mean Square - RMS) concêntrica
e excêntrica para o músculo vasto lateral. Este registro foi captado simultaneamente
à avaliação do registro do pico de torque extensor isocinético (Figura 7).
Figura 7 - Registro da atividade eletromiográfica
2.5.1.3 Registro das variáveis dinamométricas e senso de posição articular.
As variáveis dinamométricas e senso de posição articular (SPA) foram obtidos
com o indivíduo sentado na cadeira do dinamômetro e estabilizado através de cintos
nas regiões do tórax, pelve e coxa do membro não avaliado. Todos os ajustes
seguiram recomendações preconizadas por Dvir32, de modo que o eixo de rotação
do dinamômetro fora alinhado com o epicôndilo lateral do fêmur (eixo de rotação
anatômico do joelho) do membro avaliado e o braço de alavanca ajustado e fixado
na região distal da perna (5cm acima do maléolo medial do tornozelo). O fator de
correção da gravidade foi realizado pelo próprio dinamômetro, sendo corrigido pelo
peso do membro inferior relaxado em 60° de flexão do joelho.
Em relação ao SPA, os indivíduos foram instruídos a realizar uma extensão
ativa de joelho a uma velocidade constante de 2º/s, com o membro partindo de 90º
de flexão. O dinamômetro permaneceu imóvel durante cinco segundos ao alcançar a
angulação de 45º para que o indivíduo percebesse a posição, tornando-se, esse, o
ângulo-alvo. Foi solicitada em seguida uma extensão ativa a partir de 90º de flexão
do joelho (2°/s) até o ângulo-alvo, segundo julgamento do próprio indivíduo, onde o
14
14
mesmo acionou um dispositivo que trava o equipamento no ponto desejado. Esse
procedimento foi realizado apenas uma única vez para cada indivíduo.
Nessa avaliação foram utilizados protetores a fim de bloquear o feedback
visual. Foi analisado o erro absoluto (em graus), dada pela diferença entre o ângulo
alvo e o atingido (Figura 8).
Figura 8 - Avaliação do Senso de Posição Articular
Logo após, foram solicitadas 5 contrações concêntricas máximas para
extensão do joelho acometido à 60o /s, partindo de 90o de flexão até a extensão total.
Em seguida, foram realizadas 5 contrações excêntricas máximas dos extensores do
joelho na mesma velocidade, partindo de 30o até 90o de flexão de joelho. Ambas as
avaliações foram precedidas de testes de familiarização através de duas contrações
submáximas, mantendo-se um repouso de 60 segundos para o início da avaliação
concêntrica e 120 segundos para o da excêntrica. Com o propósito de minimizar os
efeitos da fadiga muscular, o indivíduo permaneceu em repouso também por dois
minutos entre as séries. As variáveis avaliadas foram: pico de torque normalizado
pelo peso corporal (PT/BW), média do pico de torque (PTM) e potência (POT). O
encorajamento verbal e o feedback visual através do monitor do dinamômetro foi
utilizado durante toda a avaliação.
15
15
2.5.2 Aplicação do protocolo
O segundo avaliador instruiu e aplicou o protocolo de acordo com os grupos
Controle (GC), Placebo (GP) e Experimental Kinesio Taping® (GE).
Os indivíduos dos GC permaneceram por 10 minutos em repouso, tempo
necessário para a aplicação do Kinesio Taping® nos indivíduos do GP e GE, na
posição semelhante à adotada aos demais grupos.
Os indivíduos do GE foram submetidos à aplicação do Kinesio Taping®, por
intermédio do segundo avaliador, no quadríceps femoral do membro submetido à
reconstrução do ligamento cruzado anterior. Foi realizada a tricotomia da pele e em
seguida a aplicação nos músculos Reto Femoral (RF), Vasto Lateral (VL) e Vasto
Medial (VM) no sentido longitudinal, de proximal para distal. Para o músculo RF a
âncora proximal foi aplicada 5cm abaixo da espinha ilíaca ântero-superior e a âncora
distal no bordo superior da patela. No músculo VL a âncora proximal e distal foi
fixada no trocânter maior do fêmur e no bordo lateral da patela, respectivamente. Já
para o músculo VM a âncora proximal foi aplicada no terço médio da região medial
da coxa e a âncora distal no bordo medial da patela. Para os três músculos em
questão as âncoras foram aplicadas com 0% de tensão e a zona terapêutica (região
entre as âncoras) seguiu sobre o ventre dos músculos com uma tensão de 50%.
Essa aplicação foi realizada por avaliador com comprovada experiência da técnica e
com os indivíduos em pé com apoio unipodal e quadril do membro avaliado a 0° e
joelho em flexão máxima - posição de alongamento (Figura 9).
16
16
Figura 9 - Aplicação do Kinesio Taping®
Para os indivíduos do GP, a aplicação do Kinesio Taping® se deu da mesma
forma que o GE, porém sem a tensão de 50% da qual se preconiza a técnica.
2.5.3 Avaliação Final (AF)
Concluído o protocolo, os indivíduos foram submetidos imediatamente à
avaliação final que foi realizada pelo primeiro avaliador no membro inferior
acometido. Os procedimentos foram os mesmos da avaliação inicial, exceto que não
foram realizados os testes de familiarização que precederam as avaliações
isocinéticas.
2.6 Análise do sinal eletromiográfico
2.6.1 Procedimentos para normalização
Para normalização do valor da Root Means Square (RMS) do músculo VL
foram utilizadas duas contrações isométricas voluntárias máximas33 para o
movimento de extensão de joelho, com o mesmo posicionado a 60o de flexão
17
17
durante 5 segundos, respeitando o intervalo de 60 segundos entre as contrações33.
Dentre as duas contrações, a contração de maior torque isométrico registrado pelo
dinamômetro isocinético, foi a correspondente para a análise do sinal
eletromiográfico do VL. Nesta pesquisa os dados foram normalizados conforme as
recomendações preconizadas por DeLuca34.
2.6.2 RMS da avaliação concêntrica e excêntrica
Para a análise da RMS na avaliação concêntrica e excêntrica, foi considerado
o sinal eletromiográfico de maior torque dentre as 5 contrações registradas pelo
gráfico do dinamômetro isocinético (Figura 10).
Figura 10 - Sinal eletromiográfico do músculo Vasto Lateral na avaliação concêntrica
18
18
2.7 Desenho do estudo
Exclusão: 2 voluntários.
Motivo: dor
47 VOLUNTÁRIOS
AVALIAÇÃO INICIAL (AV1)
EQUILÍBRIO (baropodometria)
SPA – 2°/s, ângulo-alvo 45°
AVALIAÇÃO CONCÊNTRICA – 5 repetições, extensores, 60°/s
AVALIAÇÃO EXCÊNTRICA – 5 repetições, extensores, 60°/s
EMG – músculo vasto lateral (RMS)
APLICAÇÃO DO PROTOCOLO
GRUPO CONTROLE
10 min Repouso
n = 15
GRUPO PLACEBO
Aplicação do Kinesio Taping®
sem tensão (RF, VL, VM)
n = 15
GRUPO EXPERIMENTAL
Aplicação do Kinesio
Taping® com tensão (RF, VL,
VM)
n = 15
AVALIAÇÃO FINAL (AV2) IDENTICA A INICIAL
EQUILÍBRIO (baropodometria)
SPA – 2°/s, ângulo-alvo 45°, 1 tentativa
CONCÊNTRICA – 5x, extensores, 60°/s
EXCÊNTRICA – 5x, extensores, 60°/s
EMG – músculo vasto lateral (VL)
19
19
2.8 Análise estatística
A análise estatística foi realizada por meio do software Statistical Package for
the Social Sciences (SPSS) versão 20.0 para Windows atribuindo-se o nível de
significância de 5%. Na análise estatística inferencial foi utilizado o teste
Kolmogorov-Smirnov para a verificação da normalidade dos dados e a Análise de
Variância (ANOVA) one-way para verificar a homogeneidade dos grupos. A Análise
de Variância two-way foi aplicada para verificar se houve diferença entre os grupos e
entre a primeira e a segunda avaliação.
20
20
3 RESULTADOS
21
21
A tabela 2 demonstra a homogeneidade inicial entre os grupos para as
variáveis analisadas.
Tabela 2 - Valores da média e desvio-padrão da amplitude ântero-posterior (amp
AP), amplitude médio-lateral (amp ML), RMS, pico de torque normalizado pelo peso
corporal (PT/BW), pico de torque médio (PT MED), potência (POT) e Senso de
Posição articular (SPA) dos três grupos na avaliação inicial.
VARIÁVEIS GRUPO
CONTROLE
GRUPO
PLACEBO
GRUPO
EXPERIMENTAL P
n= 15 n= 15 n= 15
AMP A/P (mm) 17,5 ± 5,4 17,5 ± 6,9 15,7 ± 4,3 0,41
AMP M/L (mm) 10,2 ± 2,4 8,4 ± 3,0 8,3 ± 3,5 0,15
RMS CON (%) 119,4 ± 39 107,1 ± 20,6 111,5 ± 28,6 0,60
RMS EXC (%) 105,9 ± 21,7 105,2 ± 15 108,3 ± 27 0,53
PT/BW CON (%) 193,2 ± 53 190,3 ± 61 153,9 ± 59 0,34
PT/BW EXC (%) 262,4 ± 58,6 274,4 ± 89 216,7 ± 96,5 0,64
PT MÉD CON (Nm) 148,4 ± 42 135,6 ± 41,9 117,7 ± 39,1 0,20
PT MÉD EXC (Nm) 199,7 ± 47,3 194 ± 52,8 154,2 ± 65,7 0,63
POT CONC (Watts) 101,3 ± 38,7 95,1 ± 32,7 83,6 ± 27,1 0,43
POT EXC (Watts) 72,8 ± 26,2 75,2 ± 27,8 53,9 ± 24,9 0,38
SPA (graus) 2,7 ± 2,6 5,1 ± 3 4,5 ± 4,4 0,99
Teste Anova one-way demonstrando que não houve diferença na comparação
intergrupos das variáveis na avaliação inicial.
Observa-se que não foi verificada variação significativa entre os grupos para
as variáveis analisadas antes da aplicação do protocolo, evidenciando a
22
22
homogeneidade entre os grupos. As comparações intragrupos e intergrupos estão
descritas a seguir:
3.1 Baropodometria
Amplitude ântero-posterior e lateral
Na Tabela 3 observam-se os valores de média e desvio padrão para as
variáveis amplitude ântero-posterior e médio-lateral. Não foram observadas
diferenças entre os grupos (p = 0,74).
Tabela 3 - Valores da amplitude de deslocamento do Centro de Pressão ântero-
posterior e médio-lateral (média e desvio padrão), pré e pós-aplicação do protocolo.
GRUPO
CONTROLE
GRUPO
PLACEBO
GRUPO
EXPERIMENTAL
P
PRÉ PÓS PRÉ PÓS PRÉ PÓS
Amplitude
A/P (mm)
17,5±5,4 16,0±3,5 17,5±6,9 14,9±5,5 15,7±4,3 13,6±6,4 0,40
Amplitude
M/L (mm)
10,2±2,4 8,2±2,9 8,4±3,0 9,0±3,3 8,3±3,5 7,2±3,0 0,08
3.2 Eletromiografia de Superfície
RMS normalizado do músculo VL durante a avaliação concêntrica
A Figura 11 ilustra o comportamento da variável RMS concêntrica
normalizada pré e pós-aplicação do protocolo, nos três grupos avaliados. Não houve
diferença entre os grupos(p=0,58) e intragrupos (p=0,42).
23
23
Figura 11 - Média e desvio padrão do valor de RMS normalizado (%) do músculo
Vasto Lateral durante a contração concêntrica pré e pós-aplicação do protocolo.
RMS normalizado do músculo VL durante a avaliação excêntrica
A Figura 12 ilustra o comportamento da variável RMS excêntrica normalizada
nos três grupos avaliados. Não houve diferença entre os grupos (p = 0,91) e
intragrupos (p = 0,25).
Figura 12 - Média e desvio padrão do valor de RMS normalizado (%) do músculo
Vasto Lateral durante a contração excêntrica pré e pós-aplicação do protocolo.
24
24
3.3 Dinamometria
Pico de torque normalizado pelo peso corporal (PT/BW) concêntrico
A análise do pico de torque normalizado pelo peso corporal da avaliação
concêntrica segue ilustrada na Figura 13. Não foram identificadas diferenças
significativas entre os grupos (p = 0,96) e intragrupos. (p = 0,21).
Figura 13 - Média e desvio padrão do pico de torque normalizado pelo peso corporal
(PT/BW) da avaliação concêntrica pré e pós-aplicação do protocolo.
Pico de torque médio concêntrico
A análise do pico de torque médio concêntrico segue ilustrada na Figura 14.
Não foram identificadas diferenças significativas entre os grupos (p = 0,83) e
intragrupos. (p = 0,10).
25
25
Figura 14 - Média e desvio padrão do pico de torque médio (N-m) da avaliação
concêntrica pré e pós-aplicação do protocolo.
Potência concêntrica
A figura 15 ilustra a análise a potência (Watts) concêntrica. Não foram
observadas diferenças significativas entre os grupos (p = 0,32) e intragrupos (p =
0,5).
Figura 15 - Média e desvio padrão da potência (Watts) da avaliação concêntrica pré
e pós-aplicação do protocolo.
26
26
Pico de torque normalizado pelo peso corporal (PT/BW) excêntrico
A análise do pico de torque normalizado pelo peso corporal da avaliação
excêntrica segue ilustrada na Figura 16. Não foram identificadas diferenças
significativas entre os grupos (p = 0,27) e intragrupos. (p = 0,26).
Figura 16 - Média e desvio padrão do pico de torque normalizado pelo peso corporal
(PT/BW) da avaliação excêntrica pré e pós-aplicação do protocolo.
Pico de torque médio excêntrico
A análise do pico de torque médio excêntrico segue ilustrada na Figura 17.
Não foram identificadas diferenças significativas entre os grupos (p = 0,49) e
intragrupos. (p = 0,42).
27
27
Figura 17 - Média e desvio padrão do pico de torque médio (N-m) da avaliação
excêntrica pré e pós-aplicação do protocolo.
Potência excêntrica
A figura 18 ilustra a análise da potência (Watts) excêntrica. Não foram
identificadas diferenças significativas entre os grupos (p=0,64) e intragrupos (p =
0,67).
Figura 18 - Média e desvio padrão da potência (Watts) da avaliação excêntrica pré e
pós-aplicação do protocolo.
28
28
Senso de posição articular (SPA)
A Figura 19 ilustra o comportamento da variável SPA (dada pelo erro absoluto
em graus) pré e pós-aplicação do protocolo nos três grupos avaliados. Não foram
identificadas diferenças significativas entre os grupos (p = 0,62) e intragrupos. (p =
0,12).
Figura 19 - Média e desvio padrão do senso de posição articular (erro absoluto) na
avaliação pré e pós-aplicação do protocolo.
29
29
4 DISCUSSÃO
30
30
4.1 Eletromiografia de superfície
RMS concêntrica e excêntrica do músculo vasto lateral
O presente estudo não observou diferenças significativas no valor da RMS
normalizada do músculo VL antes e logo após aplicação do protocolo, em nenhum
dos três grupos avaliados, indicando que a aplicação do KT no quadríceps femoral
de indivíduos submetidos à reconstrução do LCA não altera o recrutamento
neuromuscular deste músculo, quer durante contrações concêntricas ou excêntricas.
A ativação dos receptores cutâneos provocada pelo estímulo tátil da aplicação
da bandagem e o aumento do espaço intersticial com possível melhora do fluxo
sanguíneo seriam algumas das teorias que poderia explicar de que forma o KT
aumentaria o recrutamento neuromuscular1. Porém, os estudos não deixam claro se
a aplicação do KT aumenta de fato o fluxo sanguíneo local, talvez pelo fato da não
utilização de instrumentação válida e confiável. Além disso, mesmo ocorrendo
aumento do fluxo, vários estudos não tem evidenciado aumento significativo da
ativação muscular após a aplicação do KT8,10,12. O resultado do presente estudo
diverge do resultado de outros estudos realizados em população com déficits
neuromusculares onde os mesmos constataram aumento da atividade
eletromiográfica16,18,19. O estudo de Murray et al.19 trata-se de um estudo preliminar
e foi realizado apenas com dois sujeitos e os métodos de registro adotados não
foram claramente expostos. Hsu et al.16 encontrou resultado similar quando aplicado
o KT no músculo trapézio inferior em atletas portadores de síndrome do impacto do
ombro. A diferença dos resultados pode ser atribuída a diferenças metodológicas
como tamanho da amostra, o músculo estudado e suas condições de desempenho.
Possivelmente o estímulo proporcionado pelo KT não tenha sido suficiente para se
observar tal diferença ou seu efeito se daria mais tardiamente após a aplicação.
4.2 Dinamometria
Pico de torque normalizado pelo peso corporal (PT/BW) e pico de torque médio
concêntrico e excêntrico
Em nosso estudo não foram observadas diferenças significativas envolvendo
as variáveis PT/BW e pico de torque médio (média dos picos de torque) concêntrico
e excêntrico, quando comparadas as avaliações inicial e final.
31
31
Torque é o momento de força aplicado em uma alavanca durante o
movimento rotacional e é dado pelo produto da força aplicada em um ponto da
alavanca pela distância perpendicular desse ponto ao eixo de rotação35. Há
evidências de que o peso corporal exerce influência sobre a intensidade dos
parâmetros fornecidos pelo teste isocinético; daí a importância da normalização pelo
peso corporal para permitir comparações entre indivíduos36. O pico de torque é o
maior torque atingido dentre as contrações enquanto que o pico de torque médio
trata-se da média ponderada dos picos de torque em cada contração e representa
outra perspectiva de análise já que é uma variável que considera a série de
contrações e não só uma contração isolada.
Em relação ao PT/BW concêntrico, em vários estudos a aplicação do KT não
têm apontado diferenças significativas para esta variável, avaliada em sujeitos
saudáveis, pois nessa população a técnica poderia não potencializar de imediato o
desempenho muscular pelo fato da mesma não apresentar déficits evidentes9,11,12.
Embora o presente estudo tenha sido realizado em um grupo muscular com
desordem musculoesquelética, também não foram evidenciadas diferenças
significativas. Schleip et al.37 afirma que os mecanoreceptores cutâneos podem ser
ativados por uma estimulação rápida e induzir um maior recrutamento muscular.
Baseado nessa premissa esperava-se que o estímulo tátil proporcionado pelo KT
fosse suficiente para provocar tal diferença. Entretanto, contrariando a alegação de
que a bandagem aplicada sobre tensão na direção das fibras musculares facilitaria a
força muscular1, nosso estudo não evidenciou tal efeito.
Em relação ao PT/BW excêntrico, Vitoulka et al.11 verificaram em seu estudo
diferença significativa nessa variável em mulheres saudáveis. Esses autores
sugerem que o KT seria um facilitador proprioceptivo e que juntamente com a fáscia,
desempenharia um papel importante na transmissão da tensão mecânica gerada por
contração muscular ou força externa e que, sob influência do KT, poderia sofrer
tensão e consequentemente influenciar os componentes elásticos e a dinâmica
musculoesquelética. Porém, o nosso estudo não sustenta essas proposições.
32
32
Potência concêntrica e excêntrica
Não foram observadas neste estudo diferenças significativas envolvendo a
variável potência concêntrica ou excêntrica, quando comparadas as avaliações
inicial e final.
Potência pode ser definida como o produto da força aplicada por seu
deslocamento (Trabalho) dividido pelo tempo, ou seja, a velocidade com que a
musculatura é capaz de gerar trabalho e é expressa em Watts38. Estudos anteriores
não têm investigado a relação dos efeitos do Kinesio Taping® com a variável
potência muscular. Porém o estudo de Wong et al.15 analisou a variável trabalho
total normalizado em relação aos efeitos da aplicação do KT em indivíduos
saudáveis. A alteração dos valores dessa variável também modificaria a variável
potência. Entretanto, no referido estudo, os autores não observaram diferença
significativa na variável trabalho total normalizado. Em nosso estudo, também não
observamos diferenças significativas na variável potência. O estímulo tátil gerado
pelo KT pode não ter sido suficiente para alterar instantaneamente a potência
muscular, mesmo em indivíduos com alterações musculoesqueléticas.
Senso de Posição Articular
Este estudo não revelou diferenças significativas entre a avaliação inicial e
final do SPA em nenhum dos grupos avaliados se contrapondo aos resultados
encontrados por Murray et al.2, os quais evidenciaram melhora do SPA da
articulação do tornozelo após aplicação do KT em mulheres saudáveis. Halsethet et
al.4 observaram que a aplicação do KT nos flexores plantares do tornozelo parece
não alterar o SPA em sujeitos saudáveis. O estudo de Bonfim et al.39 demonstrou
que há prejuízo proprioceptivo em indivíduos submetidos a reconstrução do LCA e
concluiu que a utilização de informação sensorial adicional, neste caso a bandagem
infrapatelar, propicia uma melhora na detecção de movimento passivo da articulação
do joelho nesses indivíduos, provavelmente decorrente do estímulo aos receptores
superficiais da pele e pelos baroceptores locais. Nesse estudo, a bandagem foi
aplicada na face anterior do joelho. Lins et al.12 em seu estudo não observaram
diferenças do SPA em joelho após a aplicação do KT no quadríceps femoral de
mulheres saudáveis atribuídas provavelmente a insuficiência do KT em proporcionar
33
33
estímulo aos receptores cutâneos capaz de alterar a resposta proprioceptiva ou pelo
fato das mesmas não apresentarem déficits proprioceptivos. Embora em nosso
estudo os sujeitos apresentassem déficit proprioceptivo, não observamos diferenças
significativas no SPA realizado de forma ativa, preferida por, teoricamente, exercer
maior influência nos componentes musculares. É possível que o estímulo
desempenhado pelo KT não tenha sido forte o suficiente para promover estímulos
sensoriais aos fusos musculares.
Diante do exposto, inferimos que os resultados do nosso estudo não
demonstraram diferenças significativas no SPA após a aplicação do KT no
quadríceps femoral e, portanto, essa técnica não seria capaz de produzir estímulo
suficiente para promover melhora nessa variável.
4.3 Baropodometria
Amplitude ântero-posterior e médio-lateral
Amplitude de deslocamento é a distância (em milímetros) que o Centro de
Pressão se desloca em uma determinada superfície. No presente estudo essas
variáveis não apresentaram diferenças significativas quando comparadas as
avaliações inicial e final. Esses dados se contrapõe aos resultados encontrados por
Bonfim et al.39 que observaram diferenças significativas nas amplitudes ântero-
posterior e médio-lateral, quando aplicada a bandagem infrapatelar em pacientes
submetidos a reconstrução do LCA. A divergência dos resultados pode ser atribuída
a diferenças metodológicas. O tempo de aferição (10 segundos no presente estudo
e 30 no estudo anterior) e o local da aplicação da bandagem foram diferentes nos
dois estudos. Ademais o estudo anterior utilizou-se do bloqueio da visão como forma
de aumentar o desafio do procedimento.
Naranjo e Rodrígues-Fernandéz40 também observaram melhora significativa
no deslocamento ântero-posterior do Centro de Pressão imediatamente após a
aplicação do KT. Nesse estudo, o KT fora aplicado sobre o ventre dos músculos
glúteo médio, reto femoral, isquiotibiais e gastrocnêmio. Uma das hipóteses
levantadas pelos autores é a influência do KT na força muscular e sua relação com
um maior controle postural. Em nosso estudo, não foi observada diferenças
significativas em nenhuma variável que sustente essa hipótese.
34
34
Utilizando-se de um protocolo semelhante ao presente estudo, Lins et al.12
também não observaram diferenças significativas quando aplicado KT e
esparadrapo no quadríceps femoral em mulheres jovens saudáveis; os autores
atribuíram os resultados ao fato do estudo ter sido realizado em uma população
saudável, sem déficits articulares e musculares que comprometessem o equilíbrio
postural. Embora o presente estudo tenha se utilizado de uma população com
déficits neuromusculares e provável comprometimento do equilíbrio postural,
também não se observou diferenças significativas nos resultados.
Deste modo, os dados deste estudo não evidenciaram melhora significativa
no equilíbrio postural avaliado pela baropodometria na variável amplitude de
deslocamento ântero-posterior e médio-lateral, contrariando a nossa hipótese
científica de que a aplicação do KT promoveria melhora nesse aspecto.
35
35
5 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS
36
36
Os resultados do presente estudo sugerem que o uso do Kinesio Taping® no
quadríceps femoral de indivíduos submetidos à reconstrução do LCA não é capaz de
melhorar significativamente o desempenho do referido músculo de forma imediata,
rejeitando a nossa hipótese científica de que a sua aplicação promoveria melhora na
performance isocinética ou na propriocepção dos sujeitos. Concluímos assim que o
efeito da aplicação do KT, nas condições realizadas, não é suficiente para promover
alteração no desempenho muscular, divergindo das teorias que justificariam o uso
dessa técnica.
Ressaltamos que o presente estudo envolveu a investigação do efeito
imediato do Kinesio Taping® e sugerimos que futuros estudos avaliem o efeito
crônico associado ou não a protocolos de treinamento, já que os mecanismos pelos
quais sua aplicação poderia alterar a performance muscular ainda não estão
esclarecidos.
37
37
6 REFERÊNCIAS
38
38
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19 - Murray H. Kinesio Taping, muscle strength and ROM after ACL Repair. Journal Orthopaedic and Sports Physical Therapy 2000; 30:1.
20 - Basset KT, Lingman SA, Ellis RF. The use and treatment efficacy of kinaesthetic taping for musculoskeletal conditions: a sistematic review. New Zealand Journal of physiotherapy 2010; 38(2):56-62
21 - Bonfim TR, Paccola CAJ, Barela JA. Proprioceptive and behavior impairments in individuals with anterior cruciate ligament reconstructed knees. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation 2003; (84):1217-1223.
22 - Palmieri RM, Weltman A, Edwards JE, Tom JA, Saliba EN, Mistry DJ, Ingersoll CD. Pre-synaptic modulation of quadriceps arthrogenic muscle inhibition. Knee Surgery, Sports Traumatology, Arthroscopy 2005; 13(5):370-376.
23 - Williams GN, Snyder-Mackler L, Barrance PJ, Axe MJ, Buchanan TS. Neuromuscular function after anterior cruciate ligament reconstruction with autologous semitendinosus-gracilis graft. Journal Electromyography & Kinesiology 2005; 15(2):170-80.
24 - Drechsler WI, Cramp MC, Scott OM. Changes in muscle strength and EMG median frequency after anterior cruciate ligament reconstruction. European Journal of Applied Physiology 2006; 98(6):613-623.
25 - Keays SL, Bullock-Saxton J, Keays AC, Newcombe P. Muscle strength and function before and after anterior cruciate ligament reconstruction using semitendonosus and gracilis. The Knee 2001; 8:229-234.
40
40
26 - Mangine R. Physical therapy of the knee. 2nd ed. New York: Churchill Livingstone, 1995. p. 263-89.
27 - Sapega AA. Muscle performance evaluation in orthopaedic practice. The Journal of Bone & Joint Surgery American. 1990; 72-A(10):1562-1574.
28 - Fu FH, Bennett CH, Lattermann C, Ma CB. Current trends in anterior cruciate ligament reconstruction. Part 1: Biology and biomechanics of reconstruction. The American Journal of Sports Medicine 1999; 27(6):821-830.
29 - Brasil. Conselho Nacional de Saúde. Resolução 466/12. Diretrizes e Normas regulamentadoras de Pesquisas envolvendo Seres Humanos. Brasília: Diário Oficial da União, 2013.
30 - Randomization.com. Disponível em: www.randomization.com
31 - Ageberg E, Roberts D, Holmström E, Fridén T. Balance in single-limb stance in patients with anterior cruciate ligament injury: relation to knee laxity, proprioception muscle strength and subjective function. The American Journal of Sports Medicine 2005; 33:1528-1535.
32 - Dvir Z. Isokinetcs - muscle testing, interpretation and clinical applications. 2nd ed. UK: Churchill Livingstone; 2004.
33 - Burden A. How should we normalize electromyograms obtained from healthy participants? What we have learned from over 25 years of research. Journal of Electromyography and Kinesiology 2010; 20:1023-1035 34 - De Luca CJ. The use of surface electromyography in biomechanics. Journal of Applied Biomechanics 1997; 13:135-163. 35 - Oman J. Isokinetics in rehabilitation. In: Prentice WE. Rehabilitation Techniques in Sports Medicine. 3rd ed. New York: McGraw-Hill, 1999. p.146-156. 36 - Aquino CF, Vaz DV, Brício RS, Silva PLP, Oscarino JM, Fonseca STA. Utilização da dinamometria isocinética nas ciências do esporte e reabilitação. Revista Brasileira de Ciência e Movimento 2007; 15(1):93-100. 37 - Schleip R. Fascial plasticity a new neurobiological explanation: Part 1. Journal of Bodywork and Movement Therapies 2003; 7(1):11-19. 38 - Baltzopoulos V, Brodie, DA. Isokinetic dynamometry applications and limitations. Sports Medicine 1989; 8(2):101-116.
39 - Bonfim TR, Grossi DB, Pacolla CAJ, Barela JA. Efeito da informação sensorial adicional na propriocepção e equilíbrio de indivíduos com lesão do LCA. Acta Ortopédica Brasileira 2009; 17(5):291-296.
41
41
40 - Naranjo E, Rodríguez-Fernández AL. El método Kinesio taping mejora inmediatamente el equilibrio monopodal en deportistas mayores sanos. Fisioterapia. 2013. http://dx.doi.org/10.1016/j.ft.2013.02.002
.
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7 ANEXO
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ANEXO I - Parecer 387.826
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Apêndices
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APÊNDICE I – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
ESCLARECIMENTOS:
Este é um convite para você participar da pesquisa Influência do Kinesio
Taping® no desempenho neuromuscular do quadríceps femoral em sujeitos
submetidos à reconstrução do ligamento cruzado anterior: ensaio clínico e
randomizado, que será coordenada pelo Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro.
Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a
qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum
prejuízo ou penalidade.
Esta pesquisa procura analisar os efeitos da aplicação do Kinesio Taping®
(tipo de bandagem elástica) no desempenho dos músculos da coxa, isto se dará por
meio da avaliação do desempenho muscular por meio de um dinamômetro
isocinético, onde serão avaliadas as variáveis pico de torque pelo peso corporal,
pico de torque médio, potência muscular, tempo de pico de torque, juntamente com
análise da atividade eletromiográfica (amplitude de ativação) dos músculos
anteriores da coxa e da baropodometria, que se trata de uma avaliação do equilíbrio
postural. Caso decida aceitar o convite, você será submetido(a) ao(s) seguinte(s)
procedimentos: tricotomização (depilação) e limpeza de uma pequena região da pele
na região anterior da coxa; fixação de eletrodos auto-adesivos para captação da
atividade dos músculos anteriores da coxa antes e durante a realização de uma
série de atividades aos quais o senhor será solicitado a realizar, seguindo as
orientações dos pesquisadores. Através de um pré-sorteio o senhor será distribuído
a um dos 3 grupos existentes na pesquisa: controle (não realizará aplicação do
Kinesio Taping®), placebo ou experimental (realizará aplicação do Kinesio Taping®
na região anterior da coxa). Antes e após a realização da atividade determinada pelo
grupo o senhor será avaliado no baropodômetro, eletromiógrafo e no dinamômetro
isocinético, que são equipamentos destinados a coletar os dados do seu
desempenho muscular. Os riscos envolvidos com sua participação serão mínimos,
podendo ocorrer dor leve e desconforto muscular no membro inferior avaliado,
semelhante àquela que aparece após uma sessão de exercícios, podendo persistir
por alguns dias. Esses riscos serão minimizados através das orientações dadas no
início das atividades, porém se os sintomas persistirem, estará assegurado o
48
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acompanhamento clínico necessário no Departamento de Fisioterapia da UFRN, até
que seja garantido o seu total restabelecimento.
Ao participar dessa pesquisa o senhor terá como benefício o conhecimento
sobre o seu desempenho muscular, nas medidas avaliadas e poderá contribuir para
esclarecer qual a influência do Kinesio Taping® no desempenho muscular do
membro inferior.
Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será
identificado em nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e a
divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os voluntários. As
informações coletadas serão arquivadas no Departamento de Fisioterapia pelo
pesquisador responsável, Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro, pelo prazo de cinco
anos.
O senhor fica ciente que não receberá nenhuma forma de remuneração
financeira pela participação nesse estudo, mas as despesas decorrentes da sua
participação na pesquisa serão ressarcidas.
Em qualquer momento, se você sofrer algum dano associado ou
comprovadamente decorrente desta pesquisa, você terá direito a indenização.
Você ficará com uma cópia deste Termo e toda a dúvida que você tiver a
respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente ao Prof. Dr. Jamilson Simões
Brasileiro, no endereço Av. Salgado Filho, 3000 Campus Universitário ou pelo
telefone (84) 3342-2008.
Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao
Comitê de Ética em Pesquisa do HUOL (CEP-HUOL) no endereço Av. Nilo Peçanha,
620 - Petrópolis, Natal/RN ou pelo telefone (084) 3202-3719, ramal 24.
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO:
Eu declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será
realizada, os riscos e benefícios envolvidos e concordo em participar
voluntariamente da pesquisa Influência do Kinesio Taping® no desempenho
neuromuscular do quadríceps femoral em sujeitos submetidos à reconstrução
do ligamento cruzado anterior: ensaio clínico, controlado, randomizado.
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49
Assinatura:__________________________________Data:__/__/__
PESQUISADOR RESPONSÁVEL:
___________________________________________________
Jamilson Simões Brasileiro - Professor Orientador
Endereço profissional: Av. Salgado Filho, 3000. Campus Universitário
CEP: 59078-970 Natal - RN. Telefone: (84) 3342-2008 e-mail: [email protected]
___________________________________________________
Araken Kleber Azevedo de Oliveira - Aluno pesquisador
Endereço: Rua Dep. Arnóbio Abreu, 27, Jardim das Nações, Parnamirim-RN,
CEP:59158-178 Telefone: (84) 9983-6290 e-mail: [email protected]
50
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APÊNDICE II - Ficha de Avaliação
FICHA DE AVALIAÇÃO
Nº _____
Data da avaliação: ___/___ /___ Grupo:__________________
Nome:______________________________________________________________
___
CPF_____________________________ Data de Nasc.: _____/_____/_____
Telefone:________________ e-
mail:_______________________________________
Idade: _______ Massa corporal: _______kg Altura: _________m IMC:
______
Data da cirurgia?___/___/____
Dominância: ( ) Esquerdo ( ) Direito
Realiza algum tipo de atividade física? ( ) Não ( ) Sim
Modalidade: __________________ Frequência: __________________
Faz uso de algum medicamento? ( ) Não ( ) Sim
Doenças Neurológicas ou Labirínticas? ( ) Não ( ) Sim
Qual?_________________
Hipertensão: ( ) Não ( ) Sim
Alteração de sensibilidade em MMSS: ( ) Não ( ) Sim
História de lesão, trauma ou doença no MMII nos últimos 6 meses: ( ) Não ( ) Sim
Presença de dor na articulação do joelho?
( ) Não ( ) Sim Local: ________________________________________
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Baropodometria pré e pós protocolo
ÂNTERO-
POST PRÉ
MÉDIO-LAT
PRÉ
ÂNTERO-
POST PÓS
MÉDIO-LAT
PÓS
AMPLIT AMPLIT AMPLIT AMPLIT
Dinamometria pré e pós protocolo
Concêntrica Pré
PT/BW PT médio Tempo PT Potência
Excêntrica Pré
PT/BW PT médio Tempo PT Potência
Concêntrica Pós
PT/BW PT médio Tempo PT Potência
Excêntrica Pós
PT/BW PT médio Tempo PT Potência
SPA
SPA Pré SPA Pós
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52
Eletromiografia
Concêntrica Pré
RMS VL
Concêntrica Pós
RMS VL
Excêntrica Pré
RMS VL
Excêntrica Pós
RMS VL