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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM ANA PAULA NUNES DE LIMA FERNANDES GRAVIDADE DO OLHO SECO EM PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: ANÁLISE DE CONCEITO E CONSTRUÇÃO DE DEFINIÇÕES NATAL/RN 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

ANA PAULA NUNES DE LIMA FERNANDES

GRAVIDADE DO OLHO SECO EM PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE

DE TERAPIA INTENSIVA: ANÁLISE DE CONCEITO E CONSTRUÇÃO DE

DEFINIÇÕES

NATAL/RN

2015

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ANA PAULA NUNES DE LIMA FERNANDES

GRAVIDADE DO OLHO SECO EM PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE

DE TERAPIA INTENSIVA: ANÁLISE DE CONCEITO E CONSTRUÇÃO DE

DEFINIÇÕES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Enfermagem. Área de Concentração: Enfermagem na Atenção à Saúde. Linha de pesquisa: Enfermagem na vigilância à saúde Orientador: Prof.ª Dr.ª Allyne Fortes Vitor

NATAL/RN

2015

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GRAVIDADE DO OLHO SECO EM PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE

DE TERAPIA INTENSIVA: ANÁLISE DE CONCEITO E CONSTRUÇÃO DE

DEFINIÇÕES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem do

Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Enfermagem.

PRESIDENTE DA BANCA:

Professora Dra. Allyne Fortes Vitor (Departamento de Enfermagem/UFRN)

BANCA EXAMINADORA:

Profa. Dra. Allyne Fortes Vitor – Orientadora (Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN)

Prof. Dr. Marcos Antonio Ferreira Júnior (Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN)

Profa. Dra. Elizabeth Barichello – Externa ao Programa (Universidade Federal do Triângulo Mineiro/UFTM)

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DEDICATÓRIA

À minha família, meu amor maior, que me deu suporte e incentivos necessários

para concretização desta etapa.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter mantido viva a minha fé, em todos os momentos em que

precisei.

Aos meus pais Paulo e Alzenice, à minha irmã Fernanda, por acreditarem nos

meus sonhos e estarem do meu lado em todos os momentos em que precisei.

A vocês eu devo a vida e tudo o que sou.

Ao meu esposo Ênio e nossa filha Ana Júlia, por todo o apoio,

companheirismo, compreensão das ausências e por serem o combustível da

minha vida. Sem vocês eu não conseguiria.

À minha orientadora, Professora Doutora Allyne Fortes Vitor, a quem eu devo

todo o meu crescimento. Aprendi com a senhora valores e atitudes que vão

muito além da trajetória acadêmica. A senhora, com todo respeito e paciência,

permitiu que um laço forte fosse criado e por meio deste chegamos aqui. Terás

sempre a minha gratidão.

A toda a minha família, em especial à minha avó Aldeniza, um dos meus

grandes amores, que devotava orações diárias para que eu lograsse êxito.

Muito obrigada por sua bênção.

Aos Professores Doutores Marcos Antonio Ferreira Júnior e Elizabeth

Barichello, por aceitarem contribuir para a construção e refinamento deste

estudo, em especial ao Professor Marcos, por tantos ensinamentos durante o

convívio diário.

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Ao Grupo de Trabalho do Olho Seco, em especial a Vanessa Câmara, Vanessa

Barreto, Danielly e Alyson, que foram peças fundamentais para a conclusão

deste trabalho.

A Jéssica Naiara e Fabiane Botarelli, minhas irmãs acadêmicas. Qualquer

agradecimento seria pequeno perto do que representam para mim. Aprendo

diariamente com nosso convívio, vocês são presentes de Deus.

À turma de mestrado e doutorado 2014 do Programa de Pós-Graduação em

Enfermagem da UFRN, por todos os conhecimentos compartilhados.

A todos os meus amigos, que, independente da época em que entraram na

minha vida, sempre estão presentes para apoiar.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq

pelo financiamento da pesquisa.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES

pela bolsa de estudos de Mestrado.

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FERNANDES, A.P.N.L. Gravidade do Olho Seco em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva: análise de conceito e construção de definições. 106p. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Departamento de Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015.

RESUMO

A Síndrome do Olho Seco é uma doença multifatorial do filme lacrimal,

resultado da instabilidade da unidade funcional lacrimal que produz alteração

de volume, composição ou distribuição da lágrima. Em pacientes internados em

terapia intensiva a causa é potencializada devido aos diversos fatores de risco,

como ventilação mecânica, sedação, lagoftalmia, baixas temperaturas, entre

outros. O estudo tem por objeto a construção de um instrumento de avaliação

da Gravidade do Olho Seco em pacientes internados em unidades de terapia

intensiva com base na Sistematização da Assistência de Enfermagem e seus

sistemas de classificação. O objetivo geral deste estudo é construir um

instrumento de avaliação da Gravidade do Olho Seco em pacientes internados

em Unidade de Terapia Intensiva. Trata-se de um estudo metodológico

realizado em três etapas, a saber: análise de contexto, análise de conceito,

construção das definições e magnitudes operacionais do resultado de

enfermagem. Para a primeira etapa utilizou-se o referencial metodológico de

Hinds, Chaves e Cypress (1992). Para a segunda etapa foram empregados o

modelo de Walker e Avant e uma revisão integrativa segundo Whitemore, Knalf

(2005). Esta etapa possibilitou a identificação dos atributos do conceito, os

antecedentes e os consequentes e fundamentou a construção das definições

para o resultado de enfermagem gravidade do olho seco. Para a construção

das definições e magnitudes operacionais, foi utilizada a Psicometria proposta

por Pasquali (1999). Como resultado da análise de contexto, visualizou-se a

partir da reflexão que o assunto deve ser discutido e que a enfermagem

necessita atentar para a problemática das lesões oculares, para que sejam

criadas estratégias de minimização deste evento com elevada prevalência.

Com a revisão integrativa foram localizados a partir dos cruzamentos 19.853

títulos, e selecionados 215, e a partir dos resumos 96 artigos foram lidos na

íntegra Com a leitura 10 foram excluídos, o que culminou na amostra de 86

artigos utilizados para analisar o conceito e construção das definições. Os

artigos selecionados foram encontrados em maior número na base de dados

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Scopus (55,82%), realizados nos Estados Unidos da América (39,53%), e

publicados principalmente nos últimos 5 anos (48,82%). Em relação à análise

de conceito identificaram-se como antecedentes: idade, lagoftalmia, fatores

ambientais, uso de medicamentos, doenças sistêmicas, ventilação mecânica e

cirurgias oftálmicas. Como atributos: TBUT< 10s, teste de Schimer I < 5mm,

teste de Schimer II < 10mm, osmolaridade diminuída. Como consequentes:

dano à superfície ocular, desconforto ocular, instabilidade visual. As definições

foram construídas e acrescidos indicadores como: mecanismo de piscar

diminuído e fadiga ocular.

Palavras-chave: Síndromes do olho seco. Ceratoconjuntivite Seca. Fatores de risco. Unidades de terapia intensiva.

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FERNANDES, A.P.N.L. Dry Eye severity in patients admitted to the Intensive Care Unit: Concept analysis and build settings. 106p. Dissertation (Master's in Nursing) - Nursing Department, Federal University of Rio Grande do Norte, 2015.

ABSTRACT

Dry eye syndrome is a multifactorial disease of the tear film, resulting from the instability of the lacrimal functional unit that produces volume change, up or tear distribution. In patients in intensive care the cause is enhanced due to various risk factors, such as mechanical ventilation, sedation, lagophthalmos, low temperatures, among others. The study's purpose is to build an assessment tool of Dry Eye Severity in patients in intensive care units based on the systematization of nursing care and their classification systems. The aim of this study is to build an assessment tool of Dry Eye Severity in hospitalized patients in Care Unit Intensiva.Trata is a methodological study conducted in three stages, namely: context analysis, concept analysis, construction of operational definitions and magnitudes of nursing outcome. For the first step we used the methodological framework for Hinds, Chaves and Cypress (1992). For the second step we used the model of Walker and Avant and an integrative review Whitemore seconds, Knalf (2005). This step enabled the identification of the concept of attributes, background and consequent ground and the construction of the settings for the result of nursing severity of dry eye. For the construction of settings and operational magnitudes, it was used Psicometria proposed by Pasquali (1999). As a result of context analysis, visualized from the reflection that the matter should be discussed and that nursing needs to pay attention to the problem of eye injury, so minimizing strategies are created this event with a high prevalence. With the integrative review were located from the crosses 19 853 titles, selected 215, and from the abstracts 96 articles were read in full. From reading 10 were excluded culminating in the sample of 86 articles that were used to analyze the concept and construction of settings. Selected articles were found in greater numbers in the Scopus database (55.82%), performed in the United States (39.53%), and published mainly in the last five years (48.82). Regarding the concept of analysis were identified as antecedents: age, lagophthalmos, environmental factors, medication use, systemic diseases, mechanical ventilation and ophthalmic surgery. As attributes: TBUT <10s, Schimer I test <5 mm in Schimer II test <10mm, reduced osmolarity. As consequential: the ocular surface damage, ocular discomfort, visual instability. The settings were built and added indicators such as: decreased blink mechanism and eyestrain.

Keywords: Dry eye syndrome. Keratoconjunctivitis Sicca. Risk factors. Intensive Care Units.

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LISTA DE SIGLAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CINAHL Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature

COFEN Conselho Federal de Enfermagem

DE Diagnósticos de Enfermagem

DECS Descritores em Ciências da Saúde

LILACS Latin American and Caribean Health Science Literature Database

MESH Medical Subject Headings

NANDA-I NANDA Internacional

NIC Nursing Intervetions Classification

NOC Nursing Outcomes Classification

NSP Núcleo de Segurança do Paciente

OMS Organização Mundial de Saúde

PE Processo de Enfermagem

PGENF Programa de Pós-Graduação em Enfermagem

PNSP Política Nacional de Segurança do Paciente

PSP Plano de Segurança do Paciente

PUBMED Public Medline

RE Resultados de Enfermagem

SAE Sistematização da Assistência de Enfermagem

UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UTI Unidade de Terapia Intensiva

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Resultado de enfermagem Gravidade do Olho

Seco.....................................................................................

22

Quadro 2 Descritores utilizados na etapa 2: Busca na

Literatura...............................................................................

32

Quadro 3 Estratégias de busca............................................................ 32

Artigo

02

Quadro 1 Síntese das principais definições de olho

seco.........................................................................................

62

Artigo

03

Quadro 1 Síntese dos estudos selecionados pela Revisão

Integrativa...............................................................................

80

Quadro 2 Síntese dos estudos selecionados pela busca reversa e

literatura abrangente...............................................................

81

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Distribuição dos estudos por país e ano de

publicação.................................................................................

41

Tabela 2 Distribuição dos estudos por idioma, tipo de revista científica,

metodologia empregada e tipo de

abordagem................................................................................

43

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Esquema explicativo do referencial metodológico adotado na

pesquisa...........................................................................

28

Figura 2 Passos para revisão integrativa da literatura propostos por

Walker e Avant (2005) ..........................................................

30

Figura 3 Estratégias de busca............................................................ 41

Artigo

02

Figura 1 Fluxograma de resultados por fase de seleção dos

artigos.......................................................................................

61

Artigo

03

Figura 1 Síntese do processo de identificação, triagem, elegibilidade

e inclusão...............................................................................

79

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 16

1.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA................................................. 23

1.2 JUSTIFICATIVA................................................................................... 23

2 OBJETIVOS......................................................................................... 25

2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................. 25

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................ 25

3 MATERIAIS E MÉTODO..................................................................... 26

3.1 ANÁLISE DE CONTEXTO................................................................... 28

3.2 REVISÃO INTEGRATIVA.................................................................... 29

3.3 ANÁLISE DE CONCEITO.................................................................... 34

3.3.1 Primeira etapa: Seleção do Conceito............................................... 34

3.3.2 Segunda etapa: Determinação dos objetivos ou fins da análise.. 34

3.3.3 Terceira etapa: Identificação dos atributos do conceito................ 35

3.3.4 Quarta etapa: Definição das referências empíricas....................... 35

3.3.5 Quinta etapa: Determinação dos atributos que definem............... 36

3.3.6 Sexta etapa: Identificação de um caso modelo.............................. 36

3.3.7 Sétima etapa: Identificação de um caso limite, um caso relacionado, um caso contrário, um caso inventado e um caso ilegítimo...............................................................................................

37

3.3.8 Oitava etapa: Identificação dos antecedentes e consequentes.... 38

3.4 CONSTRUÇÃO DO INSTRUMENTO PARA AVALIAR A GRAVIDADE DO OLHO SECO...........................................................

38

4 RESULTADOS.................................................................................... 40

4.1 RESULTADO DA REVISÃO INTEGRATIVA....................................... 40

4.2 ARTIGO 01: O contexto da enfermagem na ocorrência do olho seco em pacientes internados em terapia intensiva....................................

45

4.2 ARTIGO 02: Análise de Conceito do Olho Seco em Unidade de Terapia Intensiva.................................................................................

57

4.3 ARTIGO 03: Construção de instrumento para avaliação da Gravidade do Olho Seco em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva..................................................................................

74

REFERÊNCIAS................................................................................... 98

APÊNDICES........................................................................................ 105

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1 INTRODUÇÃO

Este estudo tem como objeto a construção de um instrumento de avaliação

da Gravidade do Olho Seco em pacientes internados em terapia intensiva[,] com

base no Resultado de Enfermagem de mesmo nome pertencente à Nursing

Outcomes Classification.

A motivação partiu da prática clínica em Unidade de Terapia Intensiva, onde

pode-se identificar que o cuidado ocular é postergado ou mesmo subestimado em

detrimento de cuidados de maior urgência. Outro motivo propulsor para o estudo da

temática foi a inclusão do Resultado de Enfermagem (RE) Gravidade do Olho Seco

na taxonomia Nursing Outcomes Classification, que permite avaliar as ações de

enfermagem no cuidado ocular (MOORHEAD; JOHNSON; MAAS, 2013).

A Síndrome do Olho Seco, também conhecida como Ceratoconjuntivite Seca

ou Síndrome da Lágrima Disfuncional, é uma condição multifatorial do filme lacrimal

e da superfície ocular predisponente a desconforto, distúrbios visuais e instabilidade

do filme lacrimal, com possíveis danos à superfície do olho. É resultado da

instabilidade de qualquer componente da unidade funcional lacrimal com alteração

de volume, composição ou distribuição da lágrima (FONSECA; ROCHA; ARRUDA,

2010).

Existem duas causas para o desenvolvimento do Olho Seco decorrentes da

deficiência na produção do filme lacrimal e de um mecanismo referente ao aumento

da evaporação. No tocante às Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), o filme lacrimal

encontra-se comprometido em virtude da desordem nos mecanismos responsáveis

pela lubrificação e proteção ocular (FONSECA; ROCHA; ARRUDA, 2010).

Os pacientes internados nesses setores apresentam o risco para

desenvolver o Olho Seco e por isso tem-se identificado progressivamente uma

busca incessante por modelos e tecnologias assistenciais que amenizem os danos

oferecidos ao paciente em ambiente hospitalar.

A preocupação com a segurança do paciente e com a qualidade do cuidado

emerge em todo o âmbito hospitalar. Tal atenção foi dada a partir da última década

do século XX, após publicação de relatório nos Estados Unidos da América com o

demonstrativo do número expressivo de mortes relacionadas a eventos adversos

(KOHN; CORRIGNAN; DONALDSON, 2001).

A partir de 2000, a Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu esta

questão em pauta e criou a Aliança Mundial para Segurança do Paciente no intuito

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de socializar os conhecimentos relacionados à temática, sensibilizar e estabelecer

acordos políticos com a proposta de novos programas e políticas atrelados à

promoção da segurança do paciente (OMS, 2000).

Com o advento da criação da Aliança Mundial para a Segurança do

Paciente, a OMS traçou como metas identificar os pacientes corretamente; melhorar

a comunicação efetiva; aprimorar a segurança de medicações de alta vigilância;

garantir a segurança das cirurgias; reduzir o risco de infecções associadas aos

cuidados de saúde; reduzir o risco de lesões aos pacientes (SILVA, 2010).

Com o propósito de minimizar os eventos adversos à saúde do paciente, o

Ministério da Saúde elaborou a Política Nacional de Segurança do Paciente (PNSP),

publicada pela Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013, a fim de caracterizar a

segurança do paciente pela redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano

desnecessário associado ao cuidado em saúde. Por entender o enfoque do Olho

Seco em UTI como um evento propensor a um dano desnecessário, o enfermeiro

deve atuar por meio de estratégias de promoção e prevenção específicas a esta

ameaça (BRASIL, 2013).

Ao analisar uma das metas da Organização Mundial de Saúde, cuja

proposta envolve a redução do risco de lesões aos pacientes, torna-se relevante a

discussão da problemática das lesões oculares. Revestem-se de particular

importância quando resultados de estudos de âmbito global revelam que a

incidência de lesões oculares varia amplamente de 3% a 60% nos pacientes

internados nas UTIs, e tal dano relaciona-se diretamente com a secura ocular

(WERLI-ALVARENGA, 2010). Em um estudo realizado a Síndrome do Olho Seco foi

a afecção ocular mais frequente, com incidência de 72,2% em Unidades de Terapia

Intensiva (OH et al.,2009).

Portanto, considera-se que há grande impacto deste tipo de agravo

prevenível na vida do paciente e de seus familiares, pois afeta sua reinserção na

sociedade, assim como as suas relações interpessoais. A negligência no cuidado

ocular pode ocasionar graves consequências, como a impossibilidade de ser um

doador de córnea ou até mesmo a perda de visão do paciente.

A Unidade de Terapia Intensiva configura-se como um setor de atendimento

a pacientes com maior dependência de cuidados por apresentarem uma condição

de saúde grave ou de risco. Essas unidades dispõem de profissionais de saúde das

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mais diversas áreas e especialidades, que empregam as mais variadas tecnologias

destinadas ao diagnóstico e terapêutica no ambiente hospitalar (BRASIL, 1998).

Pacientes internados nesse setor estão em situação de saúde crítica,

geralmente dependentes de aparatos tecnológicos, e utilizam diversos

medicamentos para a manutenção da vida. Um dos profissionais que prestam por

maior tempo assistência a estes pacientes e que executam atividades fundamentais

nesse setor é o enfermeiro (ALAVI et al.,2013).

Dentre as suas diversas responsabilidades, percebe-se a priorização de

procedimentos imediatos para o paciente crítico em detrimento de determinados

cuidados de fácil acesso, como, por exemplo, o cuidado ocular. Isto pode ser

atribuído à deficiência de conhecimento do enfermeiro e da equipe multiprofissional

sobre anatomia, fisiologia, avaliação ocular, cuidados a serem implementados e

consequências de um cuidado ocular inadequado ou inexistente (WERLI-

ALVARENGA, 2010).

O olho, diferente de muitos órgãos do corpo, encontra-se facilmente

disponível e acessível à avaliação clínica. Contudo, verifica-se que a literatura ainda

expõe diferentes conotações sobre o desenvolvimento do Olho Seco, por

conseguinte, seus fatores de risco e as consequências do seu desenvolvimento.

A partir do exposto, o enfermeiro deve prestar a assistência integral, para

evitar quaisquer eventos indesejados quanto à integridade da saúde do paciente. O

profissional precisa adotar ações que minimizem os riscos aos quais o paciente está

exposto. Conforme sabe-se também, avaliação e o cuidado ocular para este

paciente devem ser efetuados de forma periódica e com a continuidade necessária

entre os membros da equipe. Essa afirmativa requer do profissional um

embasamento metodológico organizado e que propicie à equipe uma linguagem

uniforme para avaliar, planejar e executar cuidados que promovam a saúde ocular.

Esta implementação é possibilitada pela Sistematização da Assistência de

Enfermagem (SAE) (PEREIRA; STUCHI; ARREGUY-SENA, 2010).

O Processo de Enfermagem (PE), que, por sua vez, torna operacional a SAE

em cinco etapas (histórico, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação),

conta com sistemas de classificação para uniformizar a linguagem empregada

(TANNURE; PINHEIRO,2010). Quanto a isso, existem sistemas de classificação

relacionados a algumas etapas do processo de enfermagem: diagnósticos de

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enfermagem – NANDA-I, intervenções de enfermagem – Nursing Intervention

Classification e resultados de enfermagem – Nursing Outcomes Classification.

O Processo de Enfermagem tem o intuito de promover a ação humanizada e

inclusiva, porquanto objetiva alcançar resultados individuais do paciente, baseados

em suas reais necessidades, além de impulsionar uma autoavaliação da assistência

por parte do profissional (ALFARO-LEFÈVRE, 2005). Outro aspecto emancipatório

deste método, descrito por Garcia e Nóbrega (2000), é a possibilidade de

proporcionar ao profissional identificar, compreender, descrever e explicar como o

indivíduo responde aos problemas de saúde ou aos processos vitais, além de

determinar quais aspectos dessas respostas exigem uma intervenção.

Com relação à temática da segurança do paciente, destacam-se os

diagnósticos de enfermagem pertencentes ao Domínio Segurança/Proteção da

taxonomia NANDA-I, referentes a o indivíduo estar livre de perigo, lesão física ou

dano do sistema imunológico, preservação contra perdas e proteção da segurança e

seguridade (HERDMAN; KAMITSURU, 2015). Notadamente, este domínio assume

notória expressão quando aplicado a pacientes hospitalizados, por apresentarem

vulnerabilidade para lesões físicas e comprometimento imunológico.

Na edição 2012-2014, foi inserido nesta taxonomia o Diagnóstico de

Enfermagem (DE) Risco de Olho Seco, definido como “Vulnerabilidade para

desconforto ocular ou dano à córnea e à conjuntiva devido à quantidade reduzida ou

qualidade das lágrimas para hidratar o olho, o que pode comprometer a saúde”

(HERDMAN; KAMITSURU, 2015). Este diagnóstico pertence ao Domínio

Segurança/Proteção e à Classe Lesão Física e sua inserção trouxe maior

fundamentação científica à enfermagem para discutir o fenômeno e o cuidado de

enfermagem à região ocular.

Os fatores de risco do DE Risco de Olho Seco compreendem a idade, sexo

feminino, ventilação mecânica, lentes de contato, dano à superfície ocular, fatores

ambientais (ar condicionado, vento excessivo, exposição à luz solar, poluição do ar,

baixa umidade), doenças autoimunes (artrite reumatoide, diabetes mellitus, doença

da tireoide, gota, osteoporose, etc.), lesão neurológica com perda sensorial reflexa

motora (lagoftalmia – falta de reflexo espontâneo de piscar devido à consciência

reduzida ou outras condições médicas), efeitos secundários a tratamento (ex.

medicamentos como inibidores da enzima conversora da angiotensina, anti-

histamínicos, diuréticos, esteroides, antidepressivos, tranquilizantes, analgésicos,

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sedativos, agentes bloqueadores neuromusculares, operações cirúrgicas), história

de alergia, deficiências hormonais, deficiência de vitamina A (HERDMAN;

KAMITSURU, 2015).

A construção deste conhecimento não foi delimitada somente à taxonomia

de diagnósticos. Na Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC), o

Resultado de Enfermagem Gravidade do Olho Seco é sugerido como medida

avaliativa do DE Risco de Olho Seco. Trata-se de uma taxonomia complementar aos

sistemas de classificação NANDA-I e NIC e contém uma listagem de resultados

sugeridos para cada diagnóstico de enfermagem.

Estudos demonstram que no Brasil existe uma maior tendência em

concentrar as pesquisas na taxonomia NANDA-I e há uma expressiva necessidade

de investigações para aprofundar o conhecimento e refinar elementos de outras

classificações referentes ao processo de enfermagem, para subsidiar a prática

deliberada e precisa do PE (CHAVES; CARVALHO; ROSSI, 2008).

Dentre as taxonomias de enfermagem, é necessário que sejam aplicados e

investigados preferivelmente os constituintes dos resultados de enfermagem por

oportunizar a visibilidade do efetivo impacto dos cuidados de enfermagem.

O sistema de classificação dos resultados de enfermagem oferece as

seguintes vantagens: contribui para o aprimoramento de uma linguagem comum

para a profissão; fornece um conjunto uniforme de dados de enfermagem para

fundamentar decisões; estabelece medidas, definições e classificações

padronizadas para o sistema de prestação de cuidados; oferece subsídio para uma

avaliação da qualidade dos cuidados de enfermagem; avalia a eficiência geral da

atuação da enfermagem; estimula e analisa inovações na área; permite a

participação de cuidados interdisciplinares; além de contribuir para o

aperfeiçoamento do corpo de conhecimentos da enfermagem (MOORHEAD;

JOHNSON; MAAS, 2013).

Cada Resultado de Enfermagem apresenta uma estrutura composta por um

nome identificador; uma definição; um conjunto de indicadores descritores do estado

de saúde do paciente, comunidade ou família; uma escala do tipo Likert para a

medida da avaliação; e a bibliografia utilizada para elaboração do resultado. Esta

escala varia de um valor menos desejado (1) para o mais desejado (5), e oferece

indicadores que permitem abranger a variabilidade no estado fisiológico,

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comportamento ou percepção do paciente, descritos pela NOC (MOORHEAD;

JOHNSON; MAAS, 2013).

Os indicadores auxiliam o enfermeiro a definir o estado de saúde dos

pacientes. As pontuações da escala de Likert são correspondentes a cada indicador,

cuja soma determina a medida basal ou derivada de uma intervenção de

enfermagem. Entretanto, não são suficientes para estimar as reais condições de

saúde do paciente de maneira concreta, pois são pontuados sob a ótica de cada

avaliador e isso torna a avaliação ainda abstrata (MOORHEAD; JOHNSON; MAAS,

2013).

Portanto, no intuito de concretizar e uniformizar as notas atribuídas por mais

de um avaliador sobre o estado de saúde de um mesmo paciente, é recomendada a

construção de definições constitutivas, definições e magnitudes operacionais

referentes a cada um dos indicadores do Resultado de Enfermagem selecionado

(MOORHEAD; JOHNSON; MAAS, 2013).

Em termos práticos, após a elaboração dos diagnósticos de enfermagem o

enfermeiro encontrará na taxonomia NOC o resultado mais adequado para avaliar o

estado de saúde do paciente sob seus cuidados. A taxonomia oferece sugestões de

ligações entre si e a classificação NANDA-I e apresenta ainda resultados sugeridos

e adicionais associados. No tocante aos resultados de risco são elencados apenas

os resultados sugeridos (TANNURE; PINHEIRO, 2011).

Quanto à ligação entre o DE Risco de Olho Seco da NANDA-I e a NOC, foi

selecionado desta taxonomia o resultado Gravidade do Olho Seco, ao possibilitar

uma mensuração consistente do fenômeno em tela (MOORHEAD; JOHNSON;

MAAS, 2013).

Esse resultado faz parte do Domínio (5) – Saúde Percebida, definido como:

resultados que descrevem o estado de saúde e as circunstâncias de vida individuais

percebidas. É pertencente à Classe (5) – Estado do Sintoma, que abrange

resultados que descrevem indicações individuais de uma doença, lesão ou perda.

Foi desenvolvido para avaliar a gravidade dos sinais e sintomas da insuficiência

lacrimal e por isso considerou-se adequado adotá-lo para avaliar o (risco) Olho Seco

de indivíduos internados em unidades de terapia intensiva (MOORHEAD;

JOHNSON; MAAS, 2013).

A construção das definições de indicadores para o resultado torna-se

relevante pela possibilidade de oferecer uma ferramenta atual, ampla e confiável

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para a mensuração da Gravidade do Olho Seco e para a prevenção precoce de

condições patológicas, como a lesão de córnea e até mesmo a cegueira.

A definição constitutiva oferece uma variável ou conceito com significado

conotativo (abstrato, compreensivo, teórico), estabelecido por intermédio da análise

de conceito, derivação de conceito ou síntese de conceito (BURNS; GROVE, 1995).

A definição operacional descreve o item a ser medido e como será executada sua

mensuração, aumenta a fidedignidade e validade dos dados, facilita a reprodução da

pesquisa e proporciona ao pesquisador relatar novos achados. Por conseguinte, as

magnitudes operacionais são as estratificações das definições operacionais em

níveis graduados de avaliação, medida, frequência ou observação. Portanto, a

construção das definições constitutivas e operacionais e magnitudes do resultado é

indispensável para a avaliação da gravidade (GRANT; KINNEY, 1991).

Quadro 1: Resultado de Enfermagem Gravidade do Olho Seco

Gravidade do Olho Seco

Resultado alvo da classificação: Manter em_____ Aumentar para _____

Resultado

geral

Gravemente

comprometido

1

Muito

comprometido

2

Moderadamente

comprometido

3

Levemente

comprometido

4

Não

comprometido

5

Indicadores

211001 Diminuição da produção lacrimal 1 2 3 4 5 NA

211002 Fechamento palpebral incompleto 1 2 3 4 5 NA

211003 Sensação de ardor nos olhos 1 2 3 4 5 NA

211004 Vermelhidão da conjuntiva 1 2 3 4 5 NA

211005 Sensação de prurido ocular 1 2 3 4 5 NA

211006 Sensação arenosa 1 2 3 4 5 NA

211007 Sensação de corpo estranho 1 2 3 4 5 NA

211008 Dor nos olhos 1 2 3 4 5 NA

211009 Lacrimejamento excessivo 1 2 3 4 5 NA

211010 Visão turva 1 2 3 4 5 NA

211011 Excesso de secreção mucosa 1 2 3 4 5 NA

211012 Sensibilidade à luz 1 2 3 4 5 NA

Fonte: NOC – Nursing Outcomes Classification (MOORHEAD; JOHNSON; MAAS, 2013).

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23

1.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA

De acordo com o percebido no contexto clínico, o enfermeiro aplica em sua

avaliação do estado de saúde do paciente um complexo e extenso conjunto de

indicadores clínicos que implica uma avaliação subjetiva, por se tratar de taxonomias

com alto nível de abstração.

Na busca pela consolidação das terminologias de enfermagem, a revisão

contínua dos sistemas de linguagem torna-se necessária e no Brasil é verificada

uma maior frequência de estudos desta natureza (OLIVEIRA et al., 2013)

O incipiente conhecimento por parte da equipe de enfermagem sobre o

assunto pode impactar negativamente na condução da assistência. A falta de

conhecimento sobre as lesões oculares e a recorrente negligência dos cuidados

pode levar a consequências graves, desde o Olho Seco até a perda da visão, com

sequelas irreversíveis e necessidade de submissão à fila de transplante de córnea.

Ao considerar a taxonomia NOC apropriada para oferecer indicadores

quantitativos como mecanismo de avaliação e assinalados de acordo com a

subjetividade do profissional, a mensuração desses indicadores torna-se pouco

concreta e pode comprometer a continuidade da avaliação e dos cuidados por parte

de toda a equipe.

1.2 JUSTIFICATIVA

Diante disso, este estudo justifica-se com base nos seguintes pontos:

A necessidade de pesquisas sobre as recomendações do Programa

Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) quanto à prevenção de

eventos adversos provenientes da assistência em saúde,

principalmente quanto à implementação de métodos, protocolos e

processos como instrumentos tecnológicos de avaliação e vigilância;

A constatação de que os cuidados de fácil acesso e baixo custo, a

exemplo do ocular, são negligenciados em detrimento das ações de

maior urgência e consideradas prioritárias pelos profissionais, e isso

predispõe o paciente ao risco de lesões provenientes do ressecamento

ocular;

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A incorporação do diagnóstico de enfermagem Risco de Olho Seco à

taxonomia NANDA-I e a consequente exigência de um conhecimento

mais profundo sobre o construto "Olho Seco";

As diferentes conotações na literatura sobre o conceito e o

desenvolvimento do Olho Seco, por conseguinte, as indefinições

quanto à sua classificação diante da Classificação Internacional de

Segurança do Paciente da Organização Mundial de Saúde;

A necessidade de identificar os atributos, antecedentes e

consequentes do Olho Seco em pacientes, internados em Unidade de

Terapia Intensiva;

A inserção do Resultado de Enfermagem Gravidade do Olho Seco na

taxonomia NOC e a necessidade na construção das definições

constitutivas, definições operacionais e magnitudes operacionais;

A necessidade em construir instrumentos com o rigor científico

necessário para nortear a assistência de enfermagem e promover uma

avaliação cada vez mais acurada.

Desse modo, surgiram as seguintes questões norteadoras:

1) Qual a definição para Olho Seco existente na literatura?

2) Quais os elementos que caracterizam a presença do Olho Seco?

3) Quais os fatores que antecedem e as consequências do Olho Seco,

conforme a literatura pertinente?

4) Como mensurar a Gravidade do Olho Seco em unidade de terapia

intensiva?

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25

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Construir um instrumento de avaliação da Gravidade do Olho Seco em

pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva com base na

classificação dos resultados de enfermagem – Nursing Outcomes

Classification (NOC).

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Analisar o contexto da enfermagem na ocorrência do evento adverso do Olho

Seco em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva;

Analisar o conceito de Olho Seco em pacientes internados em UTI;

Construir definições constitutivas, definições e magnitudes operacionais para

o Resultado de Enfermagem Gravidade do Olho Seco em pacientes

internados em UTI.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Este estudo se configura como metodológico, porquanto esse tipo de

pesquisa destina-se à verificação de métodos de obtenção, organização e análise de

dados para elaborar, validar ou avaliar instrumentos e técnicas para a pesquisa e a

prática (POLIT; BECK; HUNGLER, 2011). A admissão desse tipo de desenho

metodológico decorre do interesse do pesquisador em identificar um construto

intangível e torná-lo tangível mediante a construção ou refinamento de um protocolo

ou uma ferramenta de avaliação (LOBIONDO-WOOD; HABER, 2001).

O modelo de validação de Hoskins (1989) é considerado um método

simples, que descreve de forma sucinta as etapas fundamentais do processo de

validação de elementos pertencentes a taxonomias. É um modelo dividido em três

passos metodológicos:

1- Análise do Conceito: É a etapa do processo de validação que identifica

os atributos e características do conceito ao incorporar a revisão da

literatura e a construção do conhecimento. Foi adotado o modelo de

Walker e Avant (2011) para execução desta etapa.

2- Validação por especialistas: Após a análise do conceito e a geração da

lista de características determinantes, é recomendada a validação por

especialistas para definir a correspondência entre o encontrado na

literatura e o conceito. Para esta etapa Hoskins (1989) sugere os

direcionamentos preconizados por Fehring (1987).

3- Validação clínica: Esta etapa é realizada em um ambiente clínico com

vistas a aferir a presença ou ausência das características definidoras

desenvolvidas a partir da análise de conceito e da validação por

especialistas. Deve ser desenvolvida por pelo menos dois enfermeiros. É

recomendado também o modelo de Fehring (1987) para subsidiar a

execução.

No presente estudo, selecionou-se o primeiro passo metodológico instituído

por Hoskins (1989) como base para a definição do conceito do fenômeno Olho Seco

e para a identificação das características do Resultado de Enfermagem Gravidade

do Olho Seco em pacientes de UTI.

Para a análise de conceito, foi seguido o referencial sugerido de Walker e

Avant (2011). Ao reportar-se à análise de conceito descrita por tais autores,

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percebeu-se uma proposta de análise de conceito simplificada a partir de um modelo

clássico de análise de conceito anterior, proposto por Wilson (2005).

Segundo Wilson (2005), cujo modelo precede Walker e Avant (2011),

nenhum conceito é definido na abstração, mas influenciado pelo contexto social. Por

esse motivo, realizou-se uma análise de contexto para anteceder a análise de

conceito, conforme preconizado por Walker e Avant (2011).

Para tanto, foi utilizado o referencial de Hinds, Chaves e Cypress (1992),

que pondera sobre o fenômeno estudado mediante os contextos nos quais está

inserido e permite ainda uma compreensão global sobre o Olho Seco em UTI.

Posterior à análise de contexto, foram executados os oito passos indicados

por Walker e Avant (2011) para a realização da análise de conceito, a saber:

1. Seleção de um conceito.

2. Determinação dos objetivos ou fins da análise.

3. Identificação de usos do conceito.

4. Definição das referências empíricas

5. Determinação dos atributos que o definem.

6. Identificação de um caso modelo.

7. Identificação de um caso limite, um caso relacionado, um caso

contrário, um caso inventado e um caso ilegítimo.

8. Identificação dos antecedentes e consequentes (WALKER e AVANT,

2011).

As etapas 1 e 2 foram determinadas antes da execução dos passos

seguintes. Em concomitância com as fases seguintes são construídos um caso

modelo e um caso contrário que correspondem às etapas 6 e 7; esta sexta etapa é

considerada pelos autores como auxiliar, dessa forma foi construído apenas o caso

contrário.

Para a operacionalização das etapas 3, 4, 5 e 8 da análise de conceito, foi

utilizado o método de revisão integrativa, proposto por Withemoore e Knalf (2005).

Este método é composto pelas seguintes etapas:

1. Identificação da questão de pesquisa;

2. Busca na literatura;

3. Avaliação dos dados;

4. Análise dos resultados;

5. Apresentação da revisão.

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A revisão integrativa viabilizou a definição do conceito, seus atributos,

antecedentes, consequentes, bem como a construção das definições constitutivas,

operacionais e as magnitudes operacionais do Resultado de Enfermagem Gravidade

do Olho Seco.

Para o refinamento do Resultado de Enfermagem e a construção das

definições constitutivas, definições e magnitudes operacionais, foi utilizada a

Psicometria proposta por Pasquali (1999).

A Psicometria é uma área da psicologia que se caracteriza por expressar o

fenômeno psicológico por meio de números. Baseia-se em três grandes polos,

denominados de procedimentos teóricos, procedimentos empíricos (experimentais) e

procedimentos analíticos (estatísticos) (PASQUALI, 1997). Neste estudo, foram

executados apenas os procedimentos teóricos, com a respectiva análise.

Em síntese, a Figura 1 demonstra o arcabouço estrutural do referencial

metodológico da pesquisa.

Figura 1 – Esquema explicativo do referencial metodológico adotado na pesquisa. Natal, 2015

Este estudo contou com financiamento do Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq com o processo no 444290/2014-

1.

3.1 ANÁLISE DE CONTEXTO

Psicometria (PASQUALI, 1999)

Critérios para o refinamento do resultado e a construção das definições constitutivas e operacionais

Walker & Avant (2011)/ Withemoore e Knalf (2005)

Análise de conceito e Revisão integrativa

Hoskins (1989)

Orientação para a divisão da pesquisa nas fases para validação de taxonomias: análise de conceito

Wilson (2005) / Hinds, Chaves e Cypress(1992)

Análise do contexto

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Segundo Wilson (2005) a linguagem não é usada no abstrato, portanto, o

conceito sempre está atrelado ao contexto social em que o fenômeno ocorre. Assim,

realizou-se uma análise do contexto do Olho Seco em pacientes internados em

Unidade de Terapia Intensiva.

Trata-se de uma análise de contexto efetuada por meio de um ensaio

teórico, compreendido como um recurso reflexivo, argumentativo, de exposição

lógica e cabível de julgamento pessoal sobre o contexto da enfermagem na

ocorrência do Olho Seco (SEVERINO, 2007).

Para a sua realização, utilizou-se o referencial teórico-metodológico de

Hinds, Chaves e Cypress (1992), que considera o fenômeno escolhido para ser

estudado por meio de contextos nos quais esteja inserido, de forma a permitir a

compreensão global do objeto de estudo. Este referencial traz quatro contextos à

discussão: o contexto imediato, o contexto específico, o contexto geral e o

metacontexto. Nesta reflexão, considerou-se como contexto imediato o trabalho da

enfermagem e o fenômeno do Olho Seco; como contexto específico, a problemática

das lesões oculares; como contexto geral, o cuidado ocular nas unidades de terapia

intensiva; e como metacontexto, as políticas públicas de saúde que envolvem o

fenômeno.

Para permear a reflexão e seguir o preconizado pelo referencial, realizou-se

o ensaio teórico a partir de uma revisão bibliográfica narrativa efetuada no período

de abril a junho de 2014.

Serviram como base os livros do referencial teórico discutido e artigos que

abordaram a temática, captados por meio de busca em base de dados com o uso

dos descritores não controlados: dry eye sindromes, intensive care, nursing.

As bases de dados utilizadas foram: Scopus, Cinahl (Cumulative Index to

Nursing and Allied Health Literature), Pubmed (Public Medline), Lilacs (Latin

American and Caribean Health Science Literature Database), Cochrane, Web of

Science e Science Direct; além da utilização de discussões teóricas realizadas na

disciplina “Bases Filosóficas e Teóricas da Enfermagem”, do Programa de Pós-

Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(PGENF-UFRN).

As categorias correspondentes aos contextos emergiram a partir de leitura

exaustiva do material encontrado na busca e foram agrupadas por similaridade de

informações.

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30

3.2 REVISÃO INTEGRATIVA

De acordo com o que preconiza o terceiro passo do modelo de Walker e

Avant (2011), deve ser realizada uma revisão de literatura ampla e abrangente.

Dentre as revisões mais utilizadas estão a sistemática e a meta-análise, embora não

contemplem questões da enfermagem relacionadas a conceitos e definição de

componentes (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010). Neste caso, a revisão mais

ampla para a inclusão de estudos de diversos desenhos metodológicos, em busca

de incluir simultaneamente abordagens que proporcionam maior compreensão do

conceito selecionado, foi a revisão integrativa.

Esta estratégia adotada proporcionou a síntese do conhecimento e

aplicabilidade de resultados de estudos expressivos para a prática. Neste tipo de

abordagem são incluídos estudos de diversas abordagens metodológicas e

propósitos (WHITTEMORE; KNALF, 2005). Dessa forma, ocorre a junção de

múltiplos estudos, com características metodológicas distintas, para a formulação de

conclusões gerais a respeito do fenômeno de interesse (POMPEO; ROSSI;

GALVÃO, 2009).

Para a elaboração da revisão integrativa foram seguidas as etapas

preconizadas na literatura por Whittemore e Knalf (2005), o que permitiu a

sistematização do conhecimento produzido sobre o conceito de Olho Seco e a

mensuração da gravidade em pacientes internados em terapia intensiva (Figura 2).

Figura 2 – Passos para revisão integrativa da literatura, propostos por Whittmore e Knalf (2005)

Apresentação da revisão

5o Passo

Análise dos

resultados

4o Passo

Avaliação dos dados

3o Passo

Busca na literatura

2o Passo

Identificação da questão de

pesquisa

1o Passo

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Os passos que foram executados na revisão integrativa estão descritos a

seguir (WHITTEMORE; KNALF, 2005):

1º Passo - Identificação da questão de pesquisa: A questão de pesquisa e o

objetivo devem estar bem descritos e definidos para facilitar a execução das etapas.

Nesta etapa é importante que ocorra adequação entre as palavras ou conceitos-

chave que estão presentes na metodologia empregada.

2º Passo - Busca na Literatura: A busca consiste em um levantamento da

literatura. Nas revisões integrativas estas buscas são executadas geralmente em

base de dados, pois têm-se mostrado eficazes quando comparadas a outros tipos de

acervos. Nesta etapa são definidos os descritores, idiomas, critérios de inclusão e

exclusão. A busca deve ser bem planejada e para tanto é necessária uma estratégia

bem definida a fim de torná-la mais confiável. Esta deve ser executada por pares, no

mesmo horário e em computadores diferentes. A estratégia de busca deve ser

formulada para recrutar o número máximo de estudos elegíveis.

3º Passo - Avaliação dos resultados: Nesta etapa é avaliado se há

adequação ou não dos estudos selecionados a fazerem parte da amostra. Há uma

necessidade de avaliá-los de forma criteriosa diante da diversidade metodológica

existente, com enfoque na qualidade. Para este estudo não se utilizou a avaliação

metodológica, por tratar-se de uma análise do conceito e construção de definições,

em que a validade interna dos estudos não interfere diretamente.

4º Passo - Análise dos resultados: Esta etapa é discutida pelos autores

subdividida em três fases – divisão, visualização e comparação:

a) Divisão dos dados: O primeiro passo é classificar os dados por desenho

metodológico, ano e local de publicação, características de amostragem

e classificação conceitual.

b) Visualização dos dados: Os dados devem ser apresentados em forma de

gráficos, diagramas, tabelas, para facilitar na visualização para fins de

comparação.

c) Comparação dos dados: Nesta etapa os dados são comparados para

que sejam expressas as convergências, divergências e relações com o

tema de pesquisa.

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32

5º Passo - Apresentação da revisão: Este último passo consiste na

exposição dos dados. É importante ressaltar as contribuições da revisão para a

construção de novos conhecimentos relacionados ao fenômeno.

Ao considerar os métodos da revisão integrativa descritos anteriormente, a

execução da revisão integrativa fundamentou-se nas seguintes questões

norteadoras: Qual o conceito de Olho Seco? Quais os atributos para o Olho Seco

em UTI? Quais os antecedentes e consequentes do Olho Seco? Quais as definições

constitutivas, operacionais e magnitudes operacionais do Resultado de Enfermagem

Gravidade do Olho Seco em pacientes internados em UTI, presentes na literatura?

Durante a busca bibliográfica, cada base foi acessada por um par de

pesquisadores em um único dia, em computadores distintos, sem comunicação e até

haver esgotamento da busca por publicações, de acordo com o protocolo da revisão

(APÊNDICE A).

Foram realizadas buscas nas bases de dados: Science Direct, Scopus,

Cinahl (Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature), Pubmed (Public

Medline), Lilacs (Latin American and Caribean Health Science Literature Database),

Cochrane, Web of Science. O acesso a estas bases foi executado por meio do portal

da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Para o levantamento dos artigos foram utilizados os descritores indexados

no MeSH (Medical Subject Headings) e DeCS (Descritores em Ciências da Saúde)

nos idiomas português, inglês e espanhol.

Quadro 2 – Descritores utilizados na etapa 2: Busca na Literatura

Descritores MeSH e DeCS

Português Inglês Espanhol

1#Ceratoconjuntivite

Seca

Keratoconjuntivite Sicca Queratoconjuntivite Seca

2#Fatores de Risco Risk Factors Factores de Riesgo

3#Síndromes do

Olho Seco

Dry eye Syndromes Sindromes de Ojo seco

4# Unidades de

Terapia Intensiva

Intensive Care Units Unidades de Cuidados

Intensivos

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As buscas foram realizadas com o uso dos seguintes cruzamentos:

Quadro 3– Estratégias de busca

Base de Dados Estratégia de Busca

Science Direct 1# AND 2#; 1# AND 3#; 1# AND 4#;2# AND 3#; 3# AND 4#.

Scopus 1# AND 2#; 1# AND 3#; 1# AND 4#;2# AND 3#; 3# AND 4#.

Cinahl 1# AND 2#; 1# AND 3#; 1# AND 4#;2# AND 3#; 3# AND 4#.

Pubmed 1# AND 2#; 1# AND 3#; 1# AND 4#;2# AND 3#; 3# AND 4#.

Lilacs 1# AND 2#; 1# AND 3#; 1# AND 4#;2# AND 3#; 3# AND 4#.

Cochrane 1# AND 2#; 1# AND 3#; 1# AND 4#;2# AND 3#; 3# AND 4#.

Web of Science 1# AND 2#; 1# AND 3#; 1# AND 4#;2# AND 3#; 3# AND 4#.

Não foram realizados os cruzamentos entre os descritores “Fatores de risco”

e “Unidades de terapia intensiva”, por ter sido verificado um grande quantitativo de

material sem similaridade com a temática investigada.

Os critérios de inclusão foram: artigos disponíveis na íntegra nas bases de

dados selecionadas, disponíveis nos idiomas português, inglês ou espanhol; estudos

que respondam as questões norteadoras deste estudo. Os critérios de exclusão

foram: editoriais e cartas ao editor. Por tratar-se de um estudo de análise de

conceito que busca apreender definições e conceitos sobre o fenômeno estudado,

admitiu-se a inclusão de estudos secundários, como as revisões bibliográficas em

geral.

Realizou-se a seleção dos artigos nos meses de abril a julho de 2015, sem

limite temporal, mediante aplicação do Teste de Relevância de Olsen (1995), que

contém critérios de inclusão, exclusão e questões norteadoras (APÊNDICE A).

A extração de informações dos artigos selecionados pelo Teste de

Relevância foi concretizada pela aplicação do instrumento ora elaborado. O

instrumento contém informações sobre a identificação da publicação; local de

realização do estudo; tipo de periódico científico; aspectos metodológicos, conteúdo

do estudo e indicadores do Resultado de Enfermagem Gravidade do Olho Seco

(APÊNDICE B).

A apresentação dos resultados foi feita de forma descritiva, ilustrada de

quadros, para melhor compreensão dos estudos que foram avaliados. Para análise e

discussão das informações obtidas efetuou-se uma comparação entre indicadores

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clínicos encontrados na revisão e os existentes no Resultado de Enfermagem

Gravidade do Olho Seco contidos na taxonomia NOC, e foram construídas as suas

definições por meio dos critérios psicométricos.

3.3 ANÁLISE DE CONCEITO

Para a consecução da análise de conceito, utilizou-se o modelo proposto por

Walker e Avant (2011), com uma abordagem filosófica, cuja proposta considera o

conceito como uma abstração, expressa de alguma forma. Para este modelo,

conceitos são detentores de características ou atributos definidores que decidem

quais fenômenos correspondem a si. O esforço deve ser concentrado para

apresentar o conjunto de atributos mais frequentemente associado ao conceito e

que permitem ao analista ter a mais ampla visão sobre o conceito (WALKER e

AVANT, 2011).

Sobre isso, Walker e Avant (2011) propõem oito etapas adaptadas e

simplificadas a partir das 11 sugeridas por Wilson (2005) para captar e aplicar a

essência do processo da análise de conceito ao escopo das taxonomias de

enfermagem. Tais fases abordam: 1. Seleção de um conceito; 2. Determinação dos

objetivos ou fins da análise; 3. Identificação de usos do conceito; 4. Determinação

dos atributos que o definem; 5. Identificação de um caso modelo; 6. Identificação de

um caso limite, um caso relacionado, um caso contrário, um caso inventado e um

caso ilegítimo; 7. Identificação dos antecedentes e consequentes; 8. Definição das

referências empíricas (WALKER; AVANT, 2011).

3.3.1 Primeira etapa: Seleção do Conceito

A seleção do conceito deve ocorrer diligentemente, baseada no interesse do

pesquisador, sua prática ou problema de pesquisa. As fases desta análise são, em

última instância, um exame cuidadoso e descritivo de uma palavra ou expressão e

de seu uso na linguagem, juntamente com uma explicação de como ele é e como

não é relacionado a outras palavras ou termos, para transmitir significados reais.

Esta primeira etapa é considerada uma das mais decisivas e, no caso deste

estudo, a seleção do conceito de Olho Seco em UTI baseou-se na necessidade de

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conhecimento sobre o fenômeno, diante da alta prevalência de 72,2% dos pacientes

com secura ocular em unidade de terapia intensiva (OH et al., 2009).

3.3.2 Segunda etapa: Determinação dos objetivos ou fins da análise

Em essência, o objetivo da análise de conceito deve responder à pergunta:

"Por que esta análise será executada?". Além disso, deve ser selecionado pelo

próprio pesquisador, com antecedência, para orientá-lo durante toda a análise

(WALKER; AVANT, 2011).

Existem diversas possibilidades de objetivos na análise de conceito e, dentre

as elencadas pelos autores, estão a definição de atributos do conceito; a distinção

entre o uso normal e científico do conceito selecionado; esclarecimento do

significado de um conceito existente e desenvolvimento de uma definição

operacional ou para adicionar algo ao que já existe (WALKER; AVANT, 2011).

Para este estudo, os objetivos para a análise de conceito foram definir o

conceito de Olho Seco, seus atributos, antecedentes e consequentes em pacientes

internados em UTI.

3.3.3 Terceira etapa: Identificação dos atributos do conceito

Segundo o referencial teórico metodológico adotado, é recomendado o uso

de dicionários, enciclopédias e toda a literatura disponível para verificar as

possibilidades de identificação dos diversos atributos do conceito (WALKER;

AVANT, 2011).

Conforme é preconizado, nesta fase inicial não se deve limitar apenas a um

aspecto do conceito, mas sim considerar todos os usos do termo. É importante

determinar os atributos do conceito sob as diversas perspectivas, não apenas sob a

ótica da enfermagem ou literatura médica, para não gerar viés na compreensão de

sua natureza.

A revisão de literatura é considerada um valioso suporte para a identificação

dos atributos do conceito. Para operacionalizar esta etapa, foi escolhido o método da

revisão integrativa com os passos já descritos. A opção por este método deu-se pela

viabilidade em sintetizar achados sobre um determinado fenômeno investigado em

estudos (SOARES et al., 2014).

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36

3.3.4 Quarta etapa: Definição das referências empíricas

Esta etapa consistiu em determinar as referências empíricas para os

atributos, consideradas classes ou categorias de fenômenos reais, que por sua

existência demonstrem a ocorrência do conceito (WALKER; AVANT, 2011).

Uma vez identificadas, as referências empíricas são úteis no

desenvolvimento de instrumentos, por estarem claramente ligadas à base teórica do

conceito. Além de subsídio teórico, possuem utilidade na clínica por tratarem de

fenômenos observáveis para determinar a existência do conceito em pacientes.

É imprescindível levantar toda a evidência empírica disponível sobre o

fenômeno, buscar sistematizá-la e assim chegar a uma síntese norteadora para a

elaboração de um instrumento de medida para tal construto.

A elaboração desta etapa foi igualmente realizada a partir da revisão

integrativa descrita no item 3.2.

3.3.5 Quinta etapa: Determinação dos atributos que definem

Esta etapa é considerada por Walker e Avant (2011) como o cerne da

análise de conceito. Mediante esta etapa, pretende-se apresentar o conjunto de

atributos mais frequentemente associados ao conceito, e isso permite ao analista um

entendimento mais amplo. Determinar quais os atributos definidores do conceito

consiste em delimitar as características que afirmam se o conceito está presente ou

não e permite a diferenciação de outros semelhantes.

Estes atributos definidores são dinâmicos e podem se modificar de acordo

com o entendimento sobre o conceito.

3.3.6 Sexta etapa: Identificação de um caso modelo

Nesta etapa elaborou-se um caso modelo constituído de um exemplo da

utilização do conceito, onde se demonstram todos os atributos definidores, ou seja,

um caso puro, onde a instância do conceito é iminente.

Casos modelos podem surgir a partir de exemplos do cotidiano, encontrados

na literatura ou mesmo criados. Conforme sugerido por Wilson (2005), o caso é um

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modelo no qual o analista pode dizer: "Bem, se isso não é um exemplo de que é,

então nada é.".

O caso modelo deste estudo foi criado baseado na experiência clínica e

conhecimento adquirido sobre o fenômeno após a construção da revisão integrativa.

3.3.7 Sétima etapa: Identificação de um caso limite, um caso

relacionado, um caso contrário, um caso inventado e um caso ilegítimo

Esta etapa, também denominada como “Identificar casos adicionais”, tem

como finalidade básica ajudar a decidir o que é mais relevante como atributo para

definição do conceito de interesse e o que é irrelevante (WALKER;AVANT, 2011).

Estes casos, assim como os casos modelos, podem vir da literatura, ser construídos

pelo próprio pesquisador ou surgir a partir da realidade.

O caso limite contém a maioria dos atributos definidores do conceito porém

alguns se diferenciam. Esta diferenciação o torna inconsistente, o que ocorre em

relação ao comprimento de tempo ou potencialidade de cada atributo. A

inconsistência atribuída ao caso limite ajudará a esclarecer o quão consistente é o

caso modelo e dessa forma permite visualizar os atributos que realmente definem o

conceito.

O caso relacionado é um exemplo de conceito relacionado aos conceitos

estudados, mas não contém todos os atributos definidores. Este tipo de caso

possibilita o entendimento de como o conceito se encaixa na rede de conceitos

adjacentes, demonstra ideias muito semelhantes ao conceito principal, mas que se

diferenciam ao serem examinadas com mais diligência.

O caso contrário é um exemplo de negação ao conceito. Segundo Wilson

(2005) é um caso para verificar e pensar que, certamente, qualquer que seja o

conceito, o caso contrário não é exemplo deste. Casos contrários são muito úteis,

pois muitas vezes é mais fácil identificar algo que não é o conceito do que algo que

realmente é.

O caso inventado versa sobre um caso constituído de ideias fora da

experiência, comumente lido como ficção. Como pretendeu-se construir um conceito

claro e casos auxiliares à sua delimitação, este tipo de caso não foi necessário neste

estudo.

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O caso ilegítimo consiste de casos, exemplos do conceito utilizado de forma

inadequada ou fora de contexto, no intuito de ser percebida a dependência do

conceito em relação ao contexto.

Segundo Walker e Avant (2011), os casos citados nesta etapa são auxiliares

e opcionais, embora o caso contrário apresente bastante utilidade para representar o

inverso do conceito, pois esclarece os atributos definidores. Dessa forma, nesta

etapa construiu-se um caso contrário fictício baseado na leitura realizada.

3.3.8 Oitava etapa: Identificação dos antecedentes e consequentes

Para identificar os antecedentes e consequentes, este estudo utilizou o

método de Revisão Integrativa, somado aos passos recomendados pelo modelo de

análise de conceito, conforme detalhados a seguir, de Walker e Avant (2011).

Antecedentes são os acontecimentos ou incidentes que devem ocorrer ou

estão na ocorrência do conceito. É importante ressaltar que um incidente não pode

ser um atributo de definição para o mesmo conceito.

Consequentes são os acontecimentos ou incidentes resultantes da

ocorrência do conceito.

Antecedentes e consequentes possuem utilidade teórica. Antecedentes são

úteis para ajudar na verificação de pressupostos subjacentes ao conceito estudado,

enquanto que os consequentes são úteis para determinar ideias que podem render

novas direções de pesquisa.

3.4 CONSTRUÇÃO DO INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DA

GRAVIDADE DO OLHO SECO

Para LoBiondo-Wood e Haber (2001), o aspecto mais significativo e

criticamente expressivo para abordar a pesquisa metodológica em mensuração é a

Psicometria.

A Psicometria é uma área da psicologia inserida em discussões

epistemológicas que buscam a utilização do símbolo matemático no estudo científico

dos fenômenos naturais. Baseia-se nos três grandes polos, denominados de

procedimentos teóricos, procedimentos empíricos (experimentais) e procedimentos

analíticos (estatísticos) (PASQUALI, 1997).

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Os procedimentos teóricos recomendados por este modelo na elaboração do

instrumento devem fundamentar qualquer empreendimento científico, ou seja, a

explicitação da teoria sobre o construto ou objeto psicológico para o qual pretende-

se desenvolver um instrumento de medida, bem como a operacionalização do

construto em itens. Os procedimentos teóricos devem ser elaborados para cada

instrumento, a depender da literatura existente sobre o construto que o instrumento

pretende medir.

Os procedimentos empíricos buscam definir as etapas e técnicas de aplicação

do instrumento preliminar e de coleta da informação para proceder à avaliação da

qualidade psicométrica do instrumento. Realiza-se a análise da dificuldade, da

discriminação e da validade dos itens a partir dos dados coletados de uma amostra

de sujeitos representativa da população para a qual o instrumento é construído, ao

empregar análises estatísticas (PASQUALI, 1997).

Os procedimentos analíticos estabelecem análises matemáticas sobre os

dados para estimar a validade e precisão do instrumento e estabelecer a validação[,]

caso seja necessário.

Neste estudo, a Psicometria embasou a elaboração do instrumento,

mediante regras aplicadas para a construção individual de cada item. Para este tipo

de pesquisa, estas regras são empregadas no formato dos seguintes critérios:

objetividade ou desejabilidade, simplicidade, clareza, relevância, precisão e

amplitude.

1. Critério de objetividade ou desejabilidade: para escalas de aptidão, os

itens devem cobrir comportamentos que permitam opções de resposta

certa ou errada.

2. Critério de simplicidade: um item deve expressar uma única ideia.

3. Critério de clareza: o item deve ser inteligível.

4. Critério de relevância: o item deve ser consistente e com o traço definido

para relacionar-se adequadamente ao que se pretende medir.

5. Critério de precisão: o item deve possuir uma posição definida, e ser

distinto dos demais.

6. Critério de amplitude: este critério afirma que o conjunto de itens

referentes ao mesmo atributo deve cobrir toda a extensão de magnitude

do contínuo deste atributo (PASQUALI,1999).

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4 RESULTADOS

4.1 RESULTADO DA REVISÃO INTEGRATIVA

Este estudo contou com uma equipe formada por cinco pessoas, uma com

título de doutor, uma enfermeira e três acadêmicas de enfermagem. A equipe para a

realização desta revisão foi formada conforme recomendação dos autores Whittmore

e Knalf (2005).

Antes de iniciar a etapa de coleta de dados, a equipe reuniu-se e planejou

todos os passos requeridos para a execução da revisão integrativa. No intuito de

instrumentalizar os pesquisadores envolvidos nesta investigação, foram revisados

documentos como: o protocolo da revisão, teste de relevância e formulário de

extração de dados.

As buscas foram realizadas por um par de pesquisadores, no mesmo dia e

horários, em computadores diferentes e sem comunicação. A coleta ocorreu no

período de abril a julho de 2015.

Na sequência, iniciou-se a busca pela Scopus, com localização de 6.024

títulos a partir dos cinco cruzamentos; na Cinahl foram localizados 49; na Pubmed,

1.583; Lilacs, cinco; Cochrane, 58; Science Direct, 11.437; e na Web of Science, 700

títulos.

Dos 19.856 artigos encontrados, 217 foram incluídos na primeira seleção por

leitura de títulos e resumos. Destes selecionados, 131 foram excluídos por estarem

duplicados nas bases de dados, 96 foram elencados para leitura do texto completo,

dos quais dez foram excluídos por não atenderem as questões norteadoras

adotadas. Na maioria, os artigos foram excluídos por não corresponderem à

temática proposta, por apresentarem idiomas distintos aos propostos, ou estarem

em formato de editorial e cartas ao editor. De tal modo, a amostra final foi composta

por 86 artigos, como indica a figura a seguir:

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Figura 3: Representação dos resultados por fase de seleção dos artigos. Natal, 2015

Uma vez selecionados, os 86 artigos foram distribuídos entre a equipe

previamente treinada quanto ao preenchimento do formulário para o processo de

extração dos dados. O formulário contou com informações características do artigo,

informações metodológicas, atributos definidores do Olho Seco, antecedentes e

consequentes, indicadores do Resultado de Enfermagem Gravidade do Olho Seco e

um espaço para inclusão de novos indicadores sugeridos na literatura. Munidos

destas informações, o conceito de Olho Seco em UTI foi analisado e as definições

constitutivas, operacionais e as magnitudes operacionais foram construídas.

As Tabelas 1 e 2 abaixo apresentam o consolidado dos estudos incluídos na

revisão.

Tabela 1. Distribuição dos estudos conforme país e ano de publicação. Natal, 2015

Variáveis Frequência %

País do estudo EUA 34 39,53%

Japão 8 9,30% Reino Unido 8 9,30%

Índia 4 4,66% Brasil 4 4,66%

Taiwan 3 3,49% Inglaterra 3 3,49% Turquia 2 2,33%

26 artigos na WEB OF

SCIENCE

7 artigos na WEB OF SCIENCE

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Canadá 2 2,33% Alemanha 2 2,33% Espanha 2 2,33% Nigéria 2 2,33%

Austrália 1 1,16% China 1 1,16%

Croácia 1 1,16% Coreia 1 1,16%

Dinamarca 1 1,16% França 1 1,16%

Indonésia 1 1,16% Irã 1 1,16%

Irlanda 1 1,16% Israel 1 1,16% Itália 1 1,16%

Tailândia 1 1,16% Total 86 100%

Ano de publicação 2015 7 8,14% 2014 9 10,46% 2013 13 15,11% 2012 6 6,97% 2011 7 8,14% 2010 7 8,14% 2009 3 3,49% 2008 8 9,30% 2007 2 2,33% 2006 1 1,16% 2005 1 1,16% 2004 3 3,49% 2003 4 4,66% 2002 2 2,33% 2001 4 4,66% 2000 2 2,33% 1997 3 3,49% 1996 1 1,16% 1995 1 1,16% 1992 1 1,16% 1989 1 1,16% Total 86 100%

De acordo com a Tabela 1, observa-se a diversidade de locais de

desenvolvimento da pesquisa dos estudos na temática. Entre os 24 diferentes

países, destacam-se os Estados Unidos da América (EUA) com 34 artigos

produzidos (39,53%). Ao observar nominalmente os países em que foram

publicados, percebe-se uma alta concentração de países asiáticos como: Japão,

Índia, Taiwan, Turquia, China, Coreia, Indonésia, Irã, Israel e Tailândia.

Juntos, os países asiáticos somam 23 artigos e representam 26,74% da

amostra. Uma maior incidência é observada em pacientes chineses, hispânicos,

asiáticos e das Ilhas do Pacífico (KASTELAN et al., 2013).

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Quanto ao ano de publicação, os artigos datam de 1989 a 2015 e, destes,

56,98% foram publicados nos últimos cinco anos, o que expressa um maior

interesse recente por esta problemática.

Tabela 2. Distribuição dos estudos conforme idioma, tipo de revista científica, metodologia

empregada e tipo de abordagem. Natal, 2015

Variáveis Frequência %

Idioma Inglês 83 96,51%

Espanhol 2 2,33% Português 1 1,16%

Total 86 100%

Tipo de revista científica Outras áreas 83 96,51%

Especialidade em enfermagem 3 3,49% Total 86 100%

Metodologia em empregada Revisão Narrativa 37 43,02%

Estudo Transversal 25 29,07% Estudo Experimental 9 10,45%

Caso-controle 7 8,14% Coorte 5 5,81%

Revisão Sistemática 2 2,33% Estudo metodológico 1 1,16%

Total 86 100%

Tipo de abordagem Quantitativa 49 56,98% Qualitativa 37 43,02%

Total 86 100%

Na Tabela 2, pode-se verificar que 96,51% dos trabalhos estavam no idioma

inglês e não foram publicados em periódicos específicos à enfermagem, e, sim, em

periódicos médicos.

Quanto ao método utilizado pelos estudos constituintes da amostra final,

43,02% fundamentaram-se em estudos de revisão narrativa; 29,07%, em estudos

transversais; 10,45%, em estudos experimentais; 8,14%, em casos-controle; 5,81%,

em coortes; 2,33%, em revisões sistemáticas; e 1,16%, em estudo metodológico.

Sobre o tipo de abordagem, a maioria (56,98%) consistiu em pesquisas

quantitativas.

A seguir, na seção dos resultados encontram-se três artigos produto deste

estudo. O primeiro versa sobre a análise de contexto e foi submetido à Revista

Gaúcha de enfermagem, de extrato B1 no Qualis CAPES, conforme exigido pelo

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte.

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O segundo artigo consiste na análise de conceito, foi escrito e formatado

segundo as normas do Journal Advanced Nursing (JAN) de extrato A1 no Qualis

CAPES. A escolha por este periódico deu-se por ser de periodicidade mensal e ter

uma seção de publicação de análise de conceito.

O terceiro artigo produto deste estudo é sobre a construção do instrumento

para mensurar a Gravidade do Olho Seco, foi escrito e formatado no modelo do

International Journal of Nursing Studies (IJNS) de extrato A1 no Qualis CAPES. A

escolha se deu por ser um periódico mensal e por publicar uma média de três

artigos por mês com esta metodologia.

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4.2 ARTIGO 1

O CONTEXTO DA ENFERMAGEM NA OCORRÊNCIA DO OLHO SECO

EM PACIENTES INTERNADOS EM TERAPIA INTENSIVA

THE CONTEXT OF NURSING IN DRY EYE OCCUR IN HOSPITALIZED

PATIENTS IN INTENSIVE CARE

EL CONTEXTO DE LA ENFERMERÍA EN LA OCURRENCIA DE UN OJO

SECOEN PACIENTESHOSPITALIZADOS EN CUIDADOS INTENSIVOS

Ana Paula Nunes de Lima Fernandes – Enfermeira. Discente de Mestrado do Programa de

Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal,

Brasil. [email protected]

Bertha Cruz Enders – Enfermeira. PhD em Enfermagem na Texas Woman's University,

Dallas, Tx, USA. Docente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte. Natal, Brasil. E-mail: [email protected]

Rejane Maria Paiva de Menezes – Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente do

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte. Natal, Brasil. Email: [email protected]

Soraya Maria de Medeiros – Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente do Programa

de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal,

Brasil. Email: [email protected]

Marcos Antonio Ferreira Júnior – Enfermeiro. Doutor em Saúde e Desenvolvimento na

Região Centro-Oeste. Docente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, Brasil. Email:

[email protected]

Allyne Fortes Vitor – Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente do Programa de Pós-

Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, Brasil.

E-mail: [email protected]

RESUMO

Este estudo tem como objetivo analisar o contexto da enfermagem na ocorrência do evento

adverso do Olho Seco em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva. Trata-se de

uma análise de contexto realizada por meio ensaio teórico, compreendido como um recurso

reflexivo, argumentativo, de exposição lógica e cabível de julgamento pessoal acerca do

contexto da enfermagem na ocorrência do Olho Seco, realizado por meio de pesquisas

teóricas e discussões previamente adquiridas. A reflexão sobre a temática possibilitou a

visualização da relação entre a enfermagem e a ocorrência do Olho Seco. A partir da reflexão

pode-se perceber que o assunto deve ser discutido e que a enfermagem necessita atentar para a

problemática das lesões oculares, para que sejam criadas estratégias de minimização deste

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evento com elevada prevalência. Descritores: Enfermagem, Processos de Enfermagem,

Síndromes do Olho Seco, Cuidados Críticos.

ABSTRACT

This study aims to analyze the context of nursing in the occurrence of the adverse event dry

eye in critically ill patients. This is a theoretical essay, understood as a reflective,

argumentative resource in a logical and appropriate exposure of personal judgment about the

context of nursing in the occurrence of dry eye, accomplished through theoretical research

and previously acquired discussions. The reflection on the topic enabled the visualization of

the relationship between nursing and the occurrence of dry eye. From the reflection can be

seen that the matter should be discussed and that nursing needs to pay attention to the

problem of eye damage, so that minimization strategies are created this event with a high

prevalence. Descriptors:Nursing, NursingProcess, DryEyeSyndromes, CriticalCare.

RESUMÉN

Este estúdio tiene como objetivo analizarel contexto de laenfermería em laocurrenciadel

evento adverso ojo seco en pacientes críticamente enfermos. Este es um ensayo teórico,

entendido como un recurso reflexivo, argumentativo en una exposición lógica y apropiada de

juiciopersonal sobre el contexto de laenfermería em laaparición de ojo seco, logrado a través

de lainvestigación teórica y discusiones previamente adquiridos. La reflexión sobre el tema

activarlavisualización de larelación entre laenfermería y laaparición de ojo seco. A partir de

lareflexiónpuede verse que el assunto debe ser discutido y que laenfermeríatiene que prestar

atención al problema de daños em losojos, por lo que lasestrategias de minimización se crean

este evento con una alta prevalência .Descriptores: Enfermería, Proceso de Enfermería,

síndromes delojo seco, Cuidados Críticos.

INTRODUÇÃO

A preocupação com a segurança do paciente e a qualidade do cuidado é notória em

todo o âmbito hospitalar. Tal atenção foi dada a partir da última década do século XX, após

publicação de relatório, nos EUA (2000), que demonstrou número expressivo de 100 mil

mortes relacionadas a eventos adversos, e apontou ainda prejuízos financeiros em grande

escala aos setores de saúde.1

A partir daquele ano a Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu esta questão

em pauta e criou em 2004 a Aliança Mundial para Segurança do Paciente, com a finalidade de

socializar os conhecimentos com relação à temática, sensibilizar e estabelecer alianças

políticas com propostas de programas e políticas atrelados à promoção da segurança do

paciente.2

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Com o advento da criação da Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, a OMS

traçou como principais metas para o paciente seguro: Identificar os pacientes corretamente;

Melhorar a comunicação efetiva; Melhorar a segurança de medicações de alta vigilância;

Assegurar cirurgias; Reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados de saúde; Reduzir o

risco de lesões aos pacientes.3

A criação dessas metas gerou uma crescente discussão sobre estratégias para

diminuir o risco oferecido ao paciente e campanhas para intervenções embasadas nestas têm

aumentado a realização de boas práticas.4

Para prestar um cuidado de qualidade e evitar eventos indesejados quanto à

integridade da saúde, o profissional deve por bem adotar metodologias que minimizem os

riscos a que o sujeito está exposto. Quando trata-se do profissional enfermeiro, essa afirmativa

demonstra a necessária implementação de um método sistemático e deliberado para execução

do cuidado, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), que fornece uma

assistência individualizada que resulta na melhora da segurança do paciente.5

Conforme a OMS, uma das metas propõe a redução do risco de lesões aos pacientes

por meio da discussão da problemática das lesões oculares, pois estas revestem-se de

particular importância quando resultados de estudos revelam que, no âmbito global, a

incidência de lesões oculares varia amplamente de 3% a 60% nos pacientes internados nas

Unidade de Terapia Intensiva. No entanto, em pacientes sedados e com o uso de ventilação

mecânica esta variação eleva-se de 40% a 60%.6

O Olho Seco é caracterizado pela hiperosmolaridade do filme lacrimal ou baixa

qualidade da lágrima, que pode gerar um dano ocular na córnea com incidência de 59% entre

os pacientes internados em unidade de terapia intensiva, e que pode ser evitado por condutas

de baixa complexidade.6Ao considerar este prevalente fenômeno em pacientes internados em

UTI, deve-se analisá-lo ampla e profundamente a fim de conhecer suas relações com a

enfermagem.

Nessa perspectiva, traz-se como questão norteadora da presente reflexão: Qual o

contexto da enfermagem na ocorrência do Olho Seco em pacientes internados em UTI?

OBJETIVO

Analisar o contexto da enfermagem na ocorrência do evento adverso do Olho Seco

em pacientes internados em UTI.

METODOLOGIA

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Trata-se de uma análise de contexto realizada por meio de um ensaio teórico,

compreendido como um recurso reflexivo, argumentativo, de exposição lógica e cabível de

julgamento pessoal acerca do contexto da enfermagem na ocorrência do Olho Seco.7

Para a sua realização foi utilizado o referencial teórico-metodológico de Hinds,

Chaves e Cypress8, que considera o fenômeno escolhido para ser estudado por meio de

contextos em que está inserido, de forma a permitir a compreensão global do objeto de estudo.

Este referencial traz a discussão de quatro contextos: o contexto imediato, o contexto

específico, o contexto geral e o metacontexto. Nesta reflexão foi considerado como contexto

imediato o trabalho da enfermagem e o fenômeno do Olho Seco; como contexto específico, a

problemática das lesões oculares; como contexto geral, o cuidado ocular nas unidades de

terapia intensiva; e como metacontexto, as políticas públicas de saúde que envolvem o

fenômeno.

Para permear a reflexão e seguir o preconizado pelo referencial, o ensaio teórico foi

realizado a partir de uma revisão bibliográfica narrativa efetuada no período de abril a junho

de 2014.

Serviram como base os livros do referencial teórico discutido e artigos que

abordaram a temática, captados por meio de busca em base de dados com o uso dos

descritores não controlados: dry eye sindromes, Intensive care, nursing.

As bases de dados utilizadas foram: Scopus, Cinahl (Cumulative Index to Nursing

and Allied Health Literature), Pubmed (Public Medline), Lilacs (Latin American and

Caribean Health Science Literature Database); além da utilização de discussões teóricas

realizadas na disciplina “Bases Filosóficas e Teóricas da Enfermagem”, do Programa de Pós-

Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PGENF-

UFRN).

As categorias que formaram os contextos emergiram a partir de leitura exaustiva do

material encontrado na busca e foram agrupadas por similaridade de informações.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Contextualização das Políticas Públicas de Saúde

No Brasil, ao considerar a necessidade da prioridade conferida à segurança do

paciente em serviços de saúde pela Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013, instituiu-se o

Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), lançado pelo Ministério da Saúde e a

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Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para contribuir com a qualificação do

cuidado à saúde em todos os estabelecimentos do território nacional, a fim de evitar os

eventos adversos provenientes dessa assistência.9

No PNSP eventos adversos são conceituados como eventos ou circunstâncias que

poderiam resultar ou que resultaram em um dano, com comprometimento à estrutura ou

função do corpo e/ou qualquer efeito dele oriundo. 9

As estratégias criadas para implementar este programa são articuladas com a

elaboração e implementação de protocolos de segurança, inclusão de métodos de gestão,

capacitação profissional da assistência, campanhas e promoção da cultura de segurança, com

envolvimento de profissionais e pacientes na prevenção de incidentes, com exclusão da

responsabilização individual. 9

Como recomendação da ANVISA os serviços de saúde deverão estruturar o Núcleo

de Segurança do Paciente (NSP) e este deverá desenvolver um Plano de Segurança do

Paciente (PSP), que terá como princípios norteadores a melhoria e operacionalização contínua

dos processos de cuidado e do uso de tecnologias da saúde, a disseminação sistemática da

cultura de segurança, a articulação e a integração dos processos de gestão de risco. 9

As estratégias para a criação de programas para a promoção e prevenção de riscos e

agravos devem ter como objetivo a transformação do modelo assistencial em vigor no sistema

de saúde e a melhoria da qualidade de vida dos usuários, ao considerar que grande parte

desses agravos que acometem a população é passível de prevenção.

Nesse sentido, as instituições de saúde devem se tornar um ambiente de produção de

ações de saúde nos territórios da promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde dos

indivíduos, com o estabelecimento de vínculo entre profissional de saúde e beneficiários.

Devem desenvolver ainda a corresponsabilidade do cidadão num sentido amplo, ao incluir sua

participação na reivindicação, proposições e acompanhamento da promoção de ambientes

seguros e comportamentos saudáveis relacionados à prevenção de acidentes.10

O cuidado ocular no contexto das Unidades de Terapia Intensiva

Muitos avanços científicos gradualmente foram incorporados na assistência à saúde

ao paciente crítico. A informatização e o surgimento de aparelhos especializados contribuíram

significativamente na resolutividade de problemas, porém, tornaram alguns cuidados

essenciais como não prioritários.11

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A partir da necessidade de unidades de tratamentos especiais na década de 70, foram

criadas no Brasil as Unidades de Terapia Intensiva, que consistem atualmente em um setor

hospitalar de área física específica e equipe multiprofissional qualificada e especializada para

prestar assistência contínua e sem interrupção de alta complexidade.12

A equipe multidisciplinar neste âmbito assume a responsabilidade da articulação e

execução dos processos de trabalho que visam garantir a segurança e a excelência na

qualidade do serviço prestado. Especificamente para a enfermagem, a Lei nº 7.498/86,

regulamentadora do exercício profissional, em seu artigo 11, atribui ao enfermeiro a prestação

de cuidados aos pacientes graves e salienta a importância da prevenção e do controle de

complicações durante a assistência prestada.13

Diante da complexidade da condição clínica destes pacientes, toda a assistência

prestada deve ser igualmente considerada, quer seja ela de menor ou maior complexidade e

isenta de riscos. Um cuidado inadequado ou omitido pela equipe multiprofissional de saúde

pode transgredir o princípio de segurança do paciente e gerar prejuízos reais ou potenciais e

colocar em risco a sua própria vida.14

Particularmente no cenário da terapia intensiva, em virtude da priorização de

cuidados complexos para estabilização de órgãos vitais, cuidados básicos como o ocular são

desfavorecidos, o que predispõe o paciente ao risco de lesões oculares graves que são

iniciadas por um processo de ressecamento que culmina em uma condição fisiopatológica

denominada Olho Seco. Esta priorização pode estar relacionada a fatores como: sobrecarga de

trabalho, recursos humanos e materiais insuficientes, falta de conhecimento da equipe sobre o

fenômeno, dentre outros.6

A problemática das lesões oculares

As lesões oculares ganham importância no cenário da terapia intensiva, uma vez que

a incidência varia amplamente de 3% a 60% nos pacientes internados nas UTIs.6

Um estudo realizado com pacientes internados nas UTIs revelou que, dentre os 254

pacientes analisados, 55,1% apresentaram lesões do tipo puntacta e 11,8%, lesões do tipo

ulcerativas da córnea, com tempo médio de aparecimento de 8,9 dias. 6

Os pacientes admitidos nas UTIs estão predispostos a perderem seus mecanismos

naturais de proteção ocular por apresentarem condições clínicas graves que requerem suporte

ventilatório mecânico e sedação como métodos para garantir a manutenção de parâmetros

vitais e promoverem o conforto e auxílio terapêutico.15

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Do mesmo modo, a sedação pode reduzir os movimentos oculares, ocasionar perda

parcial ou total do reflexo palpebral e provocar inadequado fechamento da pálpebra, que

interfere sobremaneira na qualidade do filme lacrimal, o que predispõe o olho à exposição e

consequente evaporação e ressecamento.15

Quando expostos aos fatores de risco, os pacientes estão susceptíveis a desidratação

da córnea, abrasão, perfuração, infecção e logo dependem de cuidados específicos para

manter a integridade da superfície ocular. Assim, o papel a ser desempenhado pela

enfermagem é influente e determinante na monitorização e na predição dos fatores de risco,

avaliação clínica dos olhos, adoção de medidas de prevenção, fornecimento dos cuidados

oculares e das complicações.6

Para gerir esse risco é necessária a adoção de estratégias que possibilitem a

eliminação ou diminuição da ocorrência de um determinado evento adverso, estratégias estas

que devem ser mais bem exploradas em estudos.

Nesse sentido, torna-se imperativa a operacionalização organizada do trabalho em

saúde e enfermagem quanto ao método, profissionais, instrumentos necessários e

nomenclatura unificada para efetivar a avaliação ocular dos indivíduos, mensurar os riscos e o

nível dos riscos que apresentam, para então delinear e executar as medidas de prevenção.

O trabalho da Enfermagem e o Olho Seco

As crenças e valores que permeiam o contexto histórico da enfermagem exercem

influências na enfermagem moderna. A enfermagem como prática empírica é caracterizada

pela supervalorização do tecnicismo, abordagem que ainda é vista no cotidiano da

enfermagem atual. Esses valores fazem com que a profissão não se aproprie da sua matriz

disciplinar e da enfermagem como ciência, traduzida pela utilização da SAE e seus sistemas

de classificação.16

Para a organização do trabalho da enfermagem e a padronização de linguagem, a

Sistematização da Assistência de Enfermagem, bem como seus Sistemas de Classificação

conferem ao enfermeiro autonomia e ferramentas que orientam o processo de trabalho de

enfermagem e a documentação da prática. Neste aspecto, a SAE confere ao enfermeiro a

propriedade e responsabilidade em identificar o diagnóstico de Risco de Olho Seco por meio

da avaliação ocular e dos fatores de risco que expõem os pacientes a este agravo.17

A Resolução 358/2009 do Conselho Federal de Enfermagem – COFEN, ao dispor

sobre a SAE considera seu caráter operacional e teórico para organizar o trabalho do

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profissional frente ao método, sua equipe e instrumentos, mediante a implementação do

Processo de Enfermagem.18

Concernente a este último, os diagnósticos de enfermagem constituem etapa e

elemento central do Processo de Enfermagem em virtude do v nculo direto com o

plane amento da assist ncia de enfermagem, ao fornecer a ase para a sele o das

interven es de enfermagem com vistas a atingir os resultados pelos quais o enfermeiro

respons vel 19

Objeto essencial do sistema de classificação da NANDA Internacional (NANDA-I),

o diagnóstico de enfermagem refere-se ao processo de decisão/julgamento clínico das

respostas de indivíduo, família ou coletividade para problemas de saúde ou processos vitais

reais ou potenciais, que proporciona a base para as intervenções e os resultados pelos quais o

enfermeiro é responsável, ou seja, um instrumento de planejamento direcionado para as

necessidades de cuidados em situações clínicas específicas. 19

Para esta reflexão, sobressaem-se os diagnósticos de enfermagem da NANDA-I

alusivos ao Domínio Segurança/Proteção que, por sua vez, referem-se ao indivíduo estar livre

de perigo, lesão física ou dano do sistema imunológico, preservação contra perdas e proteção

da segurança e seguridade.19

Este Domínio assume notória expressão na população internada

em hospital, uma vez que é mais vulnerável a lesões físicas e imunológicas, o que torna

importante a realização de estudos mais específicos de avaliação do seu estado de saúde,

especialmente sobre a segurança e proteção.

No tocante à Classe 2 (Lesão física), descrita como dano ou ferimento ao organismo,

um grande avanço foi constatado com a inclusão do diagnóstico de enfermagem Risco de

Olho Seco na taxonomia NANDA-I, como subsídio para a avalição ocular, até então adstrita.

Trata-se de um diagnóstico potencial e possui a seguinte definição: “Vulnera ilidade para

desconforto ocular ou dano à córnea e à conjuntiva devido à quantidade reduzida ou qualidade

das lágrimas para hidratar o olho, o que pode comprometer a saúde”.19

Encontram-se elencados diversos fatores de risco identificáveis para a prevenção do

Olho Seco e consequente agravo à saúde ocular: dano à superfície ocular; deficiência de

vitamina A; doenças autoimunes; efeitos secundários a tratamento; envelhecimento; estilo de

vida; fatores ambientais; história de alergias; hormônios; lentes de contato; lesões

neurológicas com perda sensorial reflexa motora; local onde mora; sexo feminino; e terapia

com ventilação mecânica.19

O olho, diferente de muitos órgãos do corpo, encontra-se mais facilmente disponível

e acessível à avaliação clínica. ontudo, verifica-se que a literatura ainda e p e diferentes

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conotações sobre o desenvolvimento do Olho Seco, por conseguinte, os preditores cl nicos

para o diagnóstico de enfermagem isco de Olho Seco n o se encontram em definidos, o

que dificulta o ulgamento cl nico e assim necessita de uma investigação mais assertiva de

seus componentes.20

Ademais, conforme se tem percebido no contexto clínico, o enfermeiro se depara

com um complexo e extenso conjunto de indicadores clínicos que por vezes ainda não

constam na NANDA-I, e assume a tarefa de julgar e selecionar o diagnóstico que melhor

representa determinada condição real ou de risco. Por isso, ainda enfrenta muitas dificuldades

em estabelecer a resposta humana mais adequada, em especial ao identificar fatores de risco e

diagnósticos potenciais. 20

O enfermeiro tem habilidade de monitorar e supervisionar o cuidado prestado

diariamente aos pacientes. Ao pensar o Processo de Enfermagem, a taxonomia composta por

conjunto de indicadores clínicos que é capaz de mensurar situação de saúde do paciente é a de

resultados de enfermagem da Nursing Outcomes Classification (NOC). 20

No tocante à temática, foi inserido na última edição o Resultado de Enfermagem

Gravidade do Olho Seco, que foi desenvolvido para avaliar a gravidade dos sinais e sintomas

da insuficiência lacrimal. Faz parte do Domínio (5) Saúde Percebida, definido como:

Resultados que descrevem o estado de saúde e as circunstâncias de vida individuais

percebidas. É pertencente à classe (5) Estado do Sintoma, que abrange resultados que

descrevem indicações individuais de uma doença, lesão ou perda. 20

Após inserção deste resultado na 5ª edição da NOC, foi possibilitado ao profissional

mensurar a Gravidade do Olho Seco por meio dos indicadores: Diminuição da produção

lacrimal; Fechamento palpebral incompleto; Sensação de ardor nos olhos; Vermelhidão da

conjuntiva; Sensação de prurido ocular; Sensação arenosa; Sensação de corpo estranho; Dor

nos olhos; Lacrimejamento excessivo; Visão turva; Excesso de secreção mucosa;

Sensibilidade à luz.20

Pode-se perceber que a enfermagem já suscita discussões sobre o fenômeno como

parte das suas taxonomias, embora haja pouco conhecimento dos profissionais, uma vez que

há uma alta incidência nas unidades de terapia intensiva.

Dessa forma, é notório que há incipiência na discussão da temática, bem como é

necessário que haja maior profundidade em pesquisas com esse objeto de estudo, para

conferir confiabilidade nas ações de enfermagem. A SAE e seus sistemas de classificação são

elementos da matriz disciplinar da enfermagem e devem ser mais bem discutidos para que a

problemática das lesões oculares seja minimizada e ganhe a devida importância e notoriedade.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O PNSP, numa perspectiva de Integralidade da Saúde, discute estratégias para

minimizar o risco e assegurar a qualidade da assistência com comprometimento dos

profissionais, familiares, paciente e instituições de ensino, especialmente nos contextos

hospitalares.

Traz como uma forte premissa fomentar a inclusão da discussão dos eventos

adversos na formação acadêmica e na prática clínica, bem como implementar o

gerenciamento de risco, e nessa perspectiva a problemática das lesões oculares se destaca pela

grande incidência e frágil discussão.

O Olho Seco se desenvolve pela hiperosmolaridade do filme lacrimal, que culmina

em consequências oculares graves, como lesões puntactas e ulcerativas de córnea, onde

evidencia-se uma incidência de 59% nos pacientes internados em terapia intensiva, e isso

pode ser evitado por cuidados de simples execução que são negligenciadas em detrimento dos

procedimentos de alta complexidade presentes nas Unidades de Terapia Intensiva.

A SAE e seus sistemas de classificação possibilitam que o enfermeiro possa executar

o cuidado em suas diversas perspectivas com subsídio das taxonomias de enfermagem. As

taxonomias norteiam e indicam condutas para o não desenvolvimento do fenômeno Olho

Seco, como a utilização da lubrificação ocular e da oclusão como medidas profiláticas, que

são cuidados considerados de fácil acesso e não podem ser negligenciados.

Conclui-se que a reflexão sobre a temática possibilitou visualizar a relação entre a

enfermagem e a ocorrência do evento adverso Olho Seco, e isso mostra que o assunto deve ser

discutido e que a enfermagem como ciência deve trabalhar a problemática das lesões oculares

como o seu objeto de cuidado, para que sejam criadas estratégias de minimização de um

evento tão prevalente quanto este.

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4.3 ARTIGO 02

ANÁLISE DE CONCEITO DO OLHO SECO EM UNIDADE DE TERAPIA

INTENSIVA

RESUMO

Objetivo: Analisar o conceito de Olho Seco em pacientes internados em Unidade de

Terapia Intensiva. Fundamentação: Frente à prevalência de 72,2% de secura

ocular em pacientes internados em unidade de terapia intensiva, torna-se premente

analisar este conceito. Desenho: Uma análise de conceito. Fonte dos dados: Foi

realizada uma revisão integrativa com buscas nas bases Science Direct, Scopus,

Cinahl, Pubmed, Lilacs, Cochrane e Web of Science por meio de descritores

indexados. Método: Utilizou-se o procedimento de análise de conceito desenvolvido

por Walker & Avant (2011). Resultados: Identificaram-se como antecedentes: idade,

lagoftalmia, fatores ambientais, uso de medicamentos, doenças sistêmicas,

ventilação mecânica e cirurgias oftálmicas. Como atributos apresentam-se TBUT<

10s, teste de Schimer I < 10mm, teste de Schimer II < 5mm e sinais e sintomas.

Como consequentes consideram-se dano à superfície ocular, desconforto ocular,

instabilidade visual. Conclusão: O presente artigo promove clareza sobre o

entendimento do fenômeno e permite verificar que é um fenômeno evitável apesar

de recorrente, principalmente quando a condição é adquirida na UTI. Palavras-

chave: Ceratoconjuntivite Seca, Fatores de Risco, Síndromes do Olho Seco e

Unidades de Terapia Intensiva.

INTRODUÇÃO

A Síndrome do Olho Seco, também conhecida como Ceratoconjuntivite seca,

ou síndrome da lágrima disfuncional, é uma doença multifatorial causada pela

produção lacrimal inadequada e/ou rápida evaporação do filme lacrimal como

resultado de fatores diversos, como a doença inflamatória, fatores ambientais,

alterações hormonais, ou idade (Yeh et al. 2015).

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Existem duas causas para o desenvolvimento do Olho Seco. Uma delas

ocorre pela deficiência na produção do filme lacrimal e o outro mecanismo refere-se

ao aumento da evaporação. No tocante às Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), o

filme lacrimal está comprometido em virtude da desordem nos mecanismos

responsáveis pela lubrificação e proteção ocular (Fonseca & Rocha & Arruda 2010).

Em um estudo realizado, a Síndrome do Olho Seco foi a afecção ocular mais

frequente, com incidência de 72,2% em Unidades de Terapia Intensiva (Oh et al.

2009).

A Unidade de Terapia Intensiva configura-se como um setor de atendimento

a pacientes com maior dependência de cuidados por apresentarem uma condição

de saúde grave ou de risco. Essas unidades dispõem de profissionais de saúde das

mais diversas áreas e especialidades, que empregam as mais variadas tecnologias

destinadas ao diagnóstico e terapêutica no ambiente hospitalar (Brasil 1998).

Pacientes internados nesse setor estão em situação de saúde crítica,

geralmente dependentes de aparatos tecnológicos, e utilizam diversos

medicamentos para a manutenção da vida. Um dos profissionais que prestam por

maior tempo assistência a estes pacientes e que executam atividades fundamentais

nesse setor é o enfermeiro (Alavi et al. 2013).

Diante da profusão de informações existentes na literatura e da necessidade

de estabelecer consensos quanto à ocorrência deste fenômeno nas UTIs, se fez

essencial analisar este conceito.

Desse modo, surgiram as seguintes questões norteadoras: Qual a definição

para Olho Seco existente na literatura? Quais os elementos que caracterizam a

presença do Olho Seco? Quais os fatores que antecedem e as consequências do

Olho Seco, conforme a literatura pertinente?

Este estudo tem como objetivo analisar o conceito de Olho Seco em

pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva.

FUNDAMENTAÇÃO

O conhecimento da definição de Olho Seco, os elementos que caracterizam

sua presença e os fatores que antecedem e precedem este fenômeno são de

extrema valia para a realização de uma assistência de enfermagem qualificada e

direcionada à prevenção deste potencial evento adverso.

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A exposição e a secura ocular podem resultar em diversas complicações, que

incluem queratopatia superficial e doenças inflamatórias na córnea que resultam em

acometimento da superfície epitelial e posterior exposição corneana. Assim, pode

ocasionar subsequente ulceração ou perfuração que geram dano e redução da

qualidade de vida do paciente (Werli-Alvarenga et al. 2011).

Nesse contexto, pacientes internados em UTIs apresentam risco elevado para

o desenvolvimento do Olho Seco, pois se encontram, na maioria das vezes, em

condições clínicas graves, com uso de inúmeros medicamentos, sedação e suporte

ventilatório, além de outros tipos de tecnologias para manutenção dos parâmetros

vitais, promoverem o conforto e auxílio terapêutico. Portanto, estão predispostos a

perder seus mecanismos naturais de proteção ocular e necessitam de assistência

eficaz por parte da equipe de saúde, com ênfase na enfermagem (Grixti, Sadri &

Datta 2012).

Dentre as diversas responsabilidades do enfermeiro, pode-se perceber que

existe a priorização de procedimentos imediatos para o paciente crítico em

detrimento de determinados cuidados de fácil acesso, como, por exemplo, o cuidado

ocular. Isto pode ser atribuído a fatores como deficiência de conhecimento do

enfermeiro e da equipe multiprofissional sobre anatomia, fisiologia, avaliação ocular

e cuidados a serem implementados e as consequências de um cuidado ocular

inadequado ou inexistente (Werli-Alvarenga et al. 2011). Assim, torna-se essencial a

clarificação deste conceito para o desenvolvimento de um suporte teórico que

fundamente a prática de enfermagem direcionada à prevenção do Olho Seco em

pacientes internados em UTIs.

Por ser uma abordagem estruturada e sistemática, no presente estudo foi

utilizado para a análise do conceito o referencial proposto por Walker & Avant

(2011). Este modelo esclarece o conceito em oito passos: (1) Seleção do conceito

de Olho Seco em unidade de terapia intensiva; (2) Objetivo da análise, que foi

analisar o Olho Seco em pacientes internados em unidades de terapia intensiva; (3)

Uso do conceito do Olho Seco em UTI; (4) Identificação dos referenciais empíricos;

(5) Determinação dos atributos que definem o Olho Seco em UTI; (6) Identificação

de um caso modelo e caso contrário com auxílio da literatura estudada; (7)

Construção do caso contrário; (8) Identificação dos antecedentes e consequentes do

fenômeno.

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Os autores trazem na sexta etapa que vários exemplos de casos que

exemplifiquem o uso do conceito em suas diversas perspectivas sejam construídos,

porém tratam os casos como auxiliares, e por este motivo foi construído apenas um

caso contrário para exemplificar os elementos contrários ao conceito estudado.

FONTE DOS DADOS

Para operacionalizar a análise de conceito elaborou-se uma revisão

integrativa. Seguiram-se as etapas preconizadas na literatura por Whittemore &

Knalf (2005), o que permitiu a sistematização do conhecimento produzido sobre o

conceito de Olho Seco. As etapas consistiram em: identificação da questão de

pesquisa, busca na literatura, avaliação dos dados, análise dos resultados e

apresentação da revisão.

Elaboraram-se as seguintes questões de pesquisa: Qual o conceito de Olho

Seco? Quais os atributos para o Olho Seco em UTI? Quais os antecedentes e

consequentes do Olho Seco?

A busca foi realizada no período de abril a julho de 2015 por um par de

pesquisadores nas bases de dados: Science Direct, Scopus, Cinahl (Cumulative

Index to Nursing and Allied Health Literature), Pubmed (Public Medline), Lilacs (Latin

American and Caribean Health Science Literature Database), Cochrane, Web of

Science.

O acesso a estas bases citadas foi executado por meio do portal da

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Procedeu-se à busca de forma não controlada, por meio de descritores

indexados no MeSH (Medical Subject Headings) e DeCS (Descritores em Ciências

da Saúde) nos idiomas português, inglês e espanhol: Keratoconjuntivite Sicca, Risk

Factors, Dry eye Syndromes e Intensive Care Units.

A seleção dos estudos foi mediada pelo teste de relevância (Olsen 1995) ao

respeitar os seguintes critérios de inclusão: artigos disponíveis na íntegra nas bases

de dados selecionadas, disponíveis nos idiomas português, inglês ou espanhol;

estudos que respondam as questões norteadoras deste estudo. Aplicaram-se os

seguintes critérios de exclusão: notas prévias, protocolos, pesquisas em andamento,

resenhas, editoriais e cartas ao editor. Por tratar-se de um estudo de análise de

conceito que busca apreender definições e conceitos sobre o fenômeno estudado,

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admitiu-se a inclusão de estudos secundários, como as revisões bibliográficas em

geral. A exclusão deste tipo de publicação poderia constituir uma expressiva

redução de informações significativas a serem utilizadas nesta análise.

Localizaram-se 19.856 títulos nas diversas bases de dados. Com a aplicação

do teste de relevância, selecionaram-se 191 publicações para a segunda etapa da

seleção. A partir da leitura dos resumos, foram excluídos 131 por duplicação e

selecionados 96. Devido à exclusão de dez artigos mediante a leitura integral, o

estudo contou com uma amostra de 86 artigos obtidos de acordo com o esquema a

seguir:

Figura 1: Representação dos resultados por fase de seleção dos artigos. Natal,

2015

Após obter a amostra, iniciou-se a extração dos dados por meio de um

formulário que continha informações metodológicas do estudo e itens relacionados à

análise de conceito. Ao serem extraídos, os dados foram sintetizados em quadros e

posteriormente agrupados em categorias por ideias e conceitos semelhantes.

RESULTADOS

Identificação do uso do conceito

26 artigos na WEB OF

SCIENCE

7 artigos na WEB OF SCIENCE

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Segundo o referencial teórico metodológico adotado, é recomendado o uso

de dicionários, enciclopédias e toda a literatura disponível para verificar as

possibilidades de identificação dos diversos atributos do conceito. Conforme é

preconizado, nesta fase inicial não se deve limitar apenas a um aspecto do conceito,

e sim considerar todos os usos do termo (Walker & Avant 2011). Dessa forma,

destacam-se as principais e mais recentes definições do “Olho Seco”.

Quadro 1 – Síntese das principais definições do Olho Seco

DEFINIÇÃO AUTORES/ANO FONTE DE

PESQUISA

O olho seco refere-se a uma doença com múltiplas etiologias. A característica comum das várias manifestações é um filme lacrimal anormal. Anormalidades filme lacrimal associadas à doença do olho seco são a deficiência de lágrima, devido à oferta insuficiente ou excessiva perda, e composição da lágrima anormal.

(Johnson & Murphy 2004)

Pubmed

O olho seco é uma doença multifatorial do filme lacrimal e da superfície ocular, que pode ser devido à produção de lágrimas reduzida ou evaporação excessiva da lágrima resultando em desconforto, distúrbios visuais e instabilidade do filme lacrimal com um potencial de danos à superfície ocular.

(Rege, Kulkami;

Puthran & Khandgave

2013)

Scopus

Doença do olho seco (DED) é uma doença multifatorial causada pela produção inadequada de lágrimas e/ou rápida evaporação do filme lacrimal como um resultado de doenças inflamatórias, fatores ambientais, alterações hormonais, idade, outros.

(Yeh et al. 2015) Pubmed

Identificação dos referenciais empíricos

Esta etapa consistiu em determinar as referências empíricas para os

atributos, consideradas classes ou categorias de fenômenos reais que, por sua

existência, demonstrem a ocorrência do conceito (Walker & Avant 2011).

Existem quatro principais formas de determinar o olho seco: (1) O tempo de

rotura do filme lacrimal; (2) Teste de Schirmer I e II; (3) Teste de Fluoresceína, Rosa

Bengala e Lissamina Verde; (4) Avaliação ocular dos sinais e sintomas.

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Tempo de rotura do filme lacrimal

Mais conhecido como Tear Break-up Time (TBUT), o tempo de rotura do

filme lacrimal é um teste para avaliar a evaporação do filme lacrimal que implica na

inferência da qualidade da lágrima. O procedimento é iniciado com a inserção de

uma tira de fluoresceína a 2%, umedecida com uma gota de lubrificante no fórnix

conjuntival inferior entre o exterior e o terço médio da pálpebra inferior por um

minuto. Após a inserção da tira, o paciente é instruído a piscar naturalmente e em

seguida manter os olhos abertos. Por meio de um feixe de luz de cobalto o filme

lacrimal será examinado até que apareçam manchas escuras. Um cronômetro deve

ser acionado quando o paciente parar de piscar e desativado ao aparecimento da

primeira mancha escura (Onwubiko 2014).

Teste de Schirmer I e II

Um dos métodos comumente utilizados para medir a produção aquosa da

lágrima, também denominada volumetria do filme lacrimal, é o teste de Schirmer.

Este teste consiste na colocação de pequenas tiras de papel filtro estéril sob a

pálpebra, no fórnix inferior próximo ao canto lateral, longe da córnea. Realiza-se o

fechamento da pálpebra por cinco minutos e mede-se a porção molhada da tira em

milímetros (Alavi et al. 2014).

Existem dois tipos de Testes de Schirmer, I e II. No teste de Schirmer I avalia-

se a secreção reflexa da lágrima em resposta à estimulação nasal e ao estímulo

conjuntival, o que torna um Schirmer I menor que 10 milímetros positivo para Olho

Seco. O Schirmer II é realizado após a instilação de um anestésico tópico, e permite,

assim, a medição do componente basal do filme lacrimal; considera-se ausente o

componente reflexo, o que implica que um Schirmer II menor que 5 milímetros é

considerado positivo para Olho Seco (Zeev, Miller & Latkany 2014).

Teste de Fluoresceína, Rosa Bengala e Lissamina Verde

O corante fluoresceína tem utilidade na avaliação do Olho Seco ao verificar a

integridade do epitélio da córnea e conjuntiva, em cujo epitélio íntegro não surgem

manchas, por conta da presença da camada mucínica do filme lacrimal. A avaliação

deve ser sistematicamente executada pelo uso da luz de cobalto após dois minutos

de utilização do corante e a identificação de manchas evidencia a ausência da

camada protetora e consequente presença do Olho Seco (Kastelan et al. 2013).

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O corante rosa bengala é derivado da fluoresceína, usado em formato de

tiras, umedecido com lágrima artificial e tem função semelhante, mas é um teste de

baixa sensibilidade e causa grande irritabilidade ocular. É capaz de captar células

desvitalizadas da conjuntiva e córnea resultantes da ausência da camada mucínica

do filme lacrimal (Javadi & Feizi 2011).

Verde lissamina é um corante empregado para avaliar o segmento anterior do

olho e é usado para pigmentar as células mortas ou degeneradas ao seguir a

mesma forma de aplicação, e produz menos irritação em comparação com corante

rosa bengala (Kastelan et al. 2013).

Avaliação ocular dos sinais e sintomas.

A avaliação ocular dos sinais e sintomas é feita mediante um conjunto de

estratégias para verificar as alterações que possam ocorrer a nível ocular. Deve ser

iniciada por meio do histórico para que fatores predisponentes sejam identificados

logo na admissão.

Uma vez coletados os dados, os sinais devem ser verificados de acordo com

o método correspondente, já os sintomas devem ser questionados quanto à

existência, à frequência, intensidade e nível de limitação causado. Dessa forma,

sintomas comuns como hiperemia, fechamento palpebral incompleto, diminuição do

mecanismo de piscar, sensação de areia, sensação de corpo estranho, dor ocular,

sensibilidade à luz, entre outros (Yao et al. 2011).

Atributos críticos

Atributos são componentes que definem o conceito, ou seja, características

que vão determinar a condição de Olho Seco na Unidade de Terapia intensiva. Os

quatro atributos críticos do “Olho Seco em UTI” identificados por meio da análise de

conceito são: (1) Rotura do filme lacrimal precipitada; (2) Volumetria insuficiente; (3)

Manchas na utilização de corantes da superfície ocular; (4) Anamnese ocular.

Rotura do filme lacrimal precipitada

O intervalo de tempo entre a última frequência de piscar até o aparecimento

da primeira mancha será o tempo de rotura do filme lacrimal, que é considerado

Olho Seco quando este é inferior a 10 segundos (Onwubiko 2014).

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Volumetria insuficiente

Para identificar o volume do filme lacrimal é necessária a realização do teste

de Schirmer I ou II. Valores abaixo de 10 mm no teste de Schirmer I indicam secura

ocular, bem como valores abaixo de 5 mm no teste de Schirmer II.

Este teste mede o volume/quantidade do filme lacrimal e torna-se capaz de

identificar a volumetria insuficiente deste componente ocular (Alavi et al. 2013).

Manchas na utilização de corantes da superfície ocular

Os principais corantes vitais utilizados para avaliar a superfície ocular e para

auxiliar na detecção do Olho Seco são: a fluoresceína, o rosa bengala e a lissamina

verde. O aparecimento de manchas na realização dos três testes implica na

inferência do Olho Seco.

Todos os corantes vitais apresentam funções semelhantes e são indicativos

da secura ocular, principalmente no que tange à redução da camada lipídica do filme

lacrimal. Porém, conforme evidenciado, o uso isolado de um destes testes não é

capaz de inferir o diagnóstico de Olho Seco, sendo necessária a conjunção com o

atributo seguinte (Kastelan et al. 2013).

Anamnese ocular

A avaliação ocular composta por anamnese e exame físico consiste em uma

etapa primordial na identificação do Olho Seco e recomenda-se a sua realização em

concomitância com os testes para concluir esta detecção.

Mediante o histórico, avaliam-se os sintomas prévios, o ambiente de trabalho,

a ansiedade, doenças sistêmicas, doenças autoimunes, infecção como hepatite e o

vírus da imunodeficiência humana (HIV), história vascular, medicações (Mesmer

2015).

Por conta das características dos pacientes internados e do ambiente da

Unidade de Terapia Intensiva, alguns elementos requerem do profissional uma

avaliação recorrente, como: sedação, lagoftalmia, baixa umidade, terapia com vários

fármacos, doenças sistêmicas de base. Conforme evidenciado, as pessoas expostas

a estes ambientes apresentam aceleração no processo de desenvolvimento do

fenômeno (Alavi et al. 2013).

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Ao exame físico, é possível identificar o fechamento incompleto da pálpebra,

intervalo reduzido entre piscadas, hiperemia, queimação, sensação de arenosidade,

sensação de corpo estranho, entre outros sinais (Yao et al. 2011).

Conforme verificado, outros testes são indicados, como a osmolaridade do

filme lacrimal, medições de sensibilidade da córnea, impressão da citologia, biópsia

do tecido conjuntival, ensaios de fluídos de proteínas destacáveis e drenagem

lacrimal de fluoresceína. Apesar da existência destes testes comuns em pesquisas,

é importante ressaltar que os atributos ora expostos para determinação o Olho Seco

em UTI são os mais aplicados na prática clínica.

Antecedentes e consequentes

O próximo passo proposto por Walker & Avant (2011) é a identificação

dos antecedentes e consequentes. Segundo este modelo, antecedentes são eventos

comumente ocorridos antes da identificação do fenômeno e contribuem para a sua

consolidação. Em contraponto, os consequentes são identificados ou mesmo

previstos quando há a conjunção de fatores de diversas naturezas na presença do

fenômeno[,] uma vez desenvolvido e não tratado (Walker & Avant 2011).

Sobre isto, alguns fatores intrínsecos predispõem o Olho Seco independente

do ambiente no qual paciente esteja inserido: idade superior a 40 anos, sexo

feminino acima de 50 anos, jovens do sexo masculino, ansiedade, hipovitaminoses,

desequilíbrio hormonal, doenças autoimunes (Artrite Reumatoide, Lúpus, Miastenia

Gravis, Síndrome de Sjögren), doenças sistêmicas (Acidente Vascular Encefálico,

Hiperlipdemia, Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica), infecções como

HIV e Hepatites (Alavi et al. 2013, Kastelan et al. 2013).

Elementos ambientais intervenientes no aumento da taxa de evaporação do

filme lacrimal são percussores importantes da secura ocular, ocorrendo isolados ou

em conjunção com os fatores intrínsecos, a saber: grande altitude, temperatura,

fumaça, vento forte, poluição ambiental, baixa umidade, luz solar e radiação.

Comum na Unidade de Terapia Intensiva, um outro antecedente expressivo é o uso

de medicamentos como diuréticos, betabloqueadores, antidepressivos, anti-

histamínicos, ansiolíticos e colírios para glaucoma.

Ainda com relação à UTI, verifica-se um ambiente privativo dotado de

terapêutica específica a pacientes que necessitam de cuidados intermitentes. Neste

campo, fatores intrínsecos e extrínsecos estão presentes e podem preceder a

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ocorrência do Olho Seco, como: presença de doenças sistêmicas, uso associado de

vários fármacos, lagoftalmia, sedação, frequência de piscar insuficiente, tempo de

internação, emprego frequente de aparatos tecnológicos em saúde, aplicação de

ventilação mecânica e fatores ambientais como baixa umidade e baixa temperatura

(Alavi et al. 2013).

Por considerar os consequentes resultantes da ocorrência do conceito, esta

análise revelou a existência de severas implicações da ocorrência do Olho Seco em

UTI. Os consequentes identificados foram: dano à superfície ocular, perda da visão,

diminuição da qualidade de vida e sinais e sintomas específicos ao Olho Seco.

Em pacientes internados na UTI, os mecanismos de lubrificação e proteção

ocular podem estar ineficientes ou mesmo comprometidos e aumentam a

susceptibilidade para desenvolver o Olho Seco. Uma vez o fenômeno estabelecido,

a córnea é a primeira estrutura ocular a sofrer com a ineficiência do filme lacrimal,

com consequente dano à superfície ocular e possível comprometimento grave à

visão do paciente, conforme o aumento e extensão dos danos (Werli-Alvarenga et al.

2011). Para avaliar esse dano, são utilizados os corantes vitais fluoresceína, rosa

bengala e lissamina verde discutidos anteriormente.

A perda da visão é um grave consequente do Olho Seco, ocorre quando o

indivíduo obtém prejuízo de acuidade visual a ponto de torná-lo incapaz de exercer

suas atividades de rotina. As duas formas de medir a perda da visão são feitas por

meio de exames oftalmológicos específicos para aferir a diminuição da acuidade e

do campo visual (Brasil 2012).

Outro consequente identificado foi a diminuição da qualidade de vida em

decorrência da dificuldade de execução das atividades da vida diária pelos efeitos

prejudiciais do Olho Seco, como instabilidade visual, dor, sensação de arenosidade

e diminuição da acuidade visual. Para avaliar a qualidade de vida especificamente

nessas pessoas, recomenda-se a aplicação do Impact of Dry Eye on Everyday Life

(IDEEL), um questionário confiável, válido, com questões relevantes e abrangentes,

capazes de avaliar o impacto efetivo deste fenômeno (Abetz et al.2011).

O IDEEL é um instrumento com 27 itens e composto por três principais

domínios: limitações diárias de atividades diárias, bem-estar emocional e limitações

de trabalho. Todos os domínios oferecem uma pontuação calculada de zero

(representa comprometimento total) a 100 (representa nenhum comprometimento)

(Camp et al.2015).

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Caso Modelo

O caso modelo é constituído de um exemplo da utilização do conceito, onde

se demonstram todos os atributos definidores, ou seja, um caso puro, onde a

instância do conceito é iminente (Walker & Avant 2011). Para esta etapa este caso

fictício foi construído:

Senhora Maria, 56 anos, no 5o dia de internação na Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) por Acidente Vascular Encefálico (AVE), possui Hipertensão Arterial

Sistêmica (HAS). A paciente encontra-se entubada, sob ventilação mecânica

invasiva, sedada e apresentando lagoftalmia. Está em uso de diuréticos e

betabloqueador. Na avaliação ocular, verificou-se a presença de hiperemia, edema

palpebral e excesso de secreção mucosa. O tempo de rotura do filme lacrimal foi de

cinco segundos, o teste de Schirmer I apresentou resultado de seis milímetros. Foi

avaliada a superfície ocular com a fluoresceína e a lissamina verde e evidenciaram-

se manchas aleatórias.

Caso contrário

O caso contrário é um exemplo de negação ao conceito. Segundo Wilson

(2005), é um caso para verificar e pensar que, certamente, qualquer que seja o

conceito, o caso contrário não é exemplo deste, como descrito a seguir:

Senhor João, 37 anos, no 1o dia de internação na Unidade de Terapia

Intensiva no pós-operatório de cirurgia bariátrica, sem comorbidades associadas.

Consciente, orientado, respirando oxigênio ambiente. Em uso de analgésicos,

protetor gástrico e antibioticoterapia profilática. Na avaliação ocular, encontra-se

com ausência de alterações na superfície do olho. Tempo de rotura do filme lacrimal

foi de 15 segundos, teste de Schirmer I de 25 milímetros. A superfície ocular foi

avaliada com os corantes vitais fluoresceína e lissamina verde e evidenciou-se a

ausência de manchas.

Ressalta-se que os casos acima são fictícios, e foram construídos com os

atributos encontrados na literatura quanto ao Olho Seco desenvolvido em pacientes

internados em UTI.

DISCUSSÃO

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O fenômeno Olho Seco é bastante discutido e, conforme evidenciado neste

estudo, as pesquisas são realizadas frequentemente com delineamentos de estudos

de prevalência, investigações experimentais, revisões sistemáticas com metanálise,

elaboração de diretrizes e protocolos. Verificou-se produção mais frequente nos

últimos cinco anos e aplicação de várias abordagens sobre o mesmo problema.

Todo esse avanço na temática possibilitou o reconhecimento dos seus

fatores de risco, formas de detecção, mensuração e implicações. Este estudo

propôs-se a responder um questionamento quanto à clareza do conceito do Olho

Seco no ambiente da terapia intensiva e explorar os diversos fatores predisponentes

ao seu surgimento.

Diferente de muitos órgãos do corpo e apesar de o olho encontrar-se

facilmente disponível e acessível à avaliação clínica, as pesquisas ainda expõem

diferentes conotações sobre o desenvolvimento do Olho Seco, fatores de risco e

consequências e, por conseguinte, tornou-se necessária a construção de uma

síntese que subsidiasse o esclarecimento sobre este conceito.

Fatores como sedação, uso de combinações medicamentosas, ventilação

mecânica, tempo de internamento prolongado, baixa umidade, baixa temperatura e

lagoftalmia são exemplos de fatores de risco frequentemente presentes na UTI e

favorecem, assim, uma prevalência de mais de 70% dos pacientes com secura

ocular em até cinco dias de internação (Oh et al.2009).

Apesar de não existir um consenso claro para definir a melhor forma de

tratamento e qual a mais empregada, recomenda-se a aplicação de algumas

substâncias como ciclosporina tópica, ácido linoleico, ácidos graxos ômega-3,

andrógenos, alguns tipos de tetraciclinas e esteroides, todos de prescrição médica

(Alves 2010).

O papel da enfermagem refere-se notadamente à sua prevenção e a melhor

alternativa neste aspecto refere-se a procedimentos de cuidados oculares por meio

da formação de um filme lacrimal com o uso de colírios, lubrificantes, lágrimas

artificiais ou constituição de câmara de umidade pela oclusão com filme de

polietileno (Werli-Alvarenga et al.2011). Outra opção de prevenção é o fechamento

ocular por meio de gazes, adesivos ou mesmo suturas (Werli-Alvarenga et al.2011).

Conforme verificado, as opções de prevenção são procedimentos de fácil

acesso, simples manuseio e baixo custo, motivo pelo qual questiona-se sobre os

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motivos da alta prevalência do Olho Seco em terapia intensiva, porquanto os

pacientes internados neste ambiente são cuidados de maneira global e intermitente.

Estudos para investigar a realização dos cuidados oculares devem ser

realizados a fim de diagnosticar quais elementos do cuidado da equipe de

enfermagem podem ser revistos frente à relevância deste fenômeno.

LIMITAÇÕES

Este estudo versa sobre a análise do conceito do Olho Seco em UTI e,

durante os procedimentos de construção e finalização, foram identificadas duas

limitações. A primeira se refere ao método de revisão integrativa escolhido para

operacionalizar a análise de conceito.

Este método permite que o pesquisador sintetize as informações obtidas por

meio de artigos localizados em bases de dados. Dessa forma, o material utilizado

restringiu-se ao localizado nas bases, publicado nos idiomas previamente

selecionados e pelo fato de não se ter considerado literatura cinzenta, como

dissertações e teses.

Outra limitação refere-se à não avaliação da qualidade metodológica, pois

permitiu a inclusão de estudos considerados de baixa evidência científica, como as

revisões narrativas. Porém, diante da necessidade de sintetizar definições e

identificar diversos conceitos, foi necessário admiti-los.

CONCLUSÃO

Esta análise do conceito de Olho Seco em Unidades de Terapia Intensiva

propôs um significado claro do conceito selecionado. Permitiu verificar que é um

fenômeno evitável apesar de recorrente, principalmente quando a condição é

adquirida na UTI.

Os antecedentes e consequentes constatados a partir da revisão integrativa e

análise do conceito indicam que a Unidade de Terapia Intensiva é um ambiente

predisponente ao desenvolvimento do Olho Seco. A partir dos consequentes

evidencia-se que é uma condição limitante em aspectos físicos e psicológicos,

intervenientes na diminuição da qualidade de vida de seus portadores, além da

possibilidade de causar danos irreversíveis.

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Esta análise reveste-se de importância, pois versa sobre uma condição

prejudicial, passível de ser evitada mediante procedimentos de lubrificação

considerados simples e de fácil acesso. Portanto, este estudo pode representar um

avanço para a literatura da temática ao sintetizar, definir e analisar o fenômeno do

Olho Seco em um ambiente específico e fortemente propensor.

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4.3 ARTIGO 03

CONSTRUÇÃO DE INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE DO OLHO SECO EM PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

RESUMO

Fundamentação: Doença do olho seco (DED) é uma doença multifatorial causada pela produção inadequada de lágrimas e a rápida evaporação do filme lacrimal. A alta prevalência de secura ocular é observada nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), por acometer um perfil de pacientes em uso de sedativos, ventilação mecânica, relaxantes musculares, em exposição do globo ocular, sob baixas temperaturas e baixa umidade. Objetivo: Construir definições constitutivas, definições e magnitudes operacionais para o resultado de enfermagem Gravidade do Olho Seco em pacientes internados em UTI. Método: Trata-se de um estudo metodológico realizado por meio de uma revisão integrativa. Foram realizadas buscas nas bases de dados: Science Direct, Scopus, Cinahl, Pubmed, Lilacs, Cochrane e Web of Science por meio dos descritores indexados no MeSH Keratoconjuntivite Sicca, Risk Factors, Dry eye Syndromes, Intensive Care Units. Para construção do instrumento foi utilizada a Psicometria, mediante regras aplicadas para a construção de cada item individualmente. Foram utilizados os seguintes critérios psicométricos: critério de objetividade ou desejabilidade, simplicidade, clareza, relevância, precisão e amplitude. Resultados: Foram encontrados 19.853 títulos e a amostra final de 19 artigos. Provida do quantitativo de 19 estudos, a equipe fez uma leitura profunda e abrangente em busca de localizar as definições, de modo a identificar as definições constitutivas, definições operacionais e suas magnitudes para os indicadores: diminuição da produção lacrimal; fechamento palpebral incompleto; sensação de ardor nos olhos; vermelhidão da conjuntiva; sensação de prurido ocular; sensação arenosa; sensação de corpo estranho; dor nos olhos; lacrimejamento excessivo; visão turva; excesso de secreção mucosa; sensibilidade à luz. Os indicadores fadiga ocular e diminuição no mecanismo de piscar foram adicionados e o instrumento construído com base na Psicometria.

1. FUNDAMENTAÇÃO

O Olho seco é definido como uma condição multifatorial que acomete a

superfície ocular e a produção das lágrimas, propensora de sintomas como

desconforto visual, perturbação e instabilidade do filme lacrimal e potenciais danos.

Caracteriza-se por um aumento da osmolaridade do filme lacrimal e inflamação da

superfície ocular (Folks e Pflugfelder, 2014).

A alta prevalência de secura ocular é observada nas Unidades de Terapia

Intensiva (UTI), por acometer um perfil de pacientes em uso de sedativos, ventilação

mecânica, relaxantes musculares, em exposição do globo ocular, sob baixas

temperaturas e baixa umidade (Oh et al., 2009).

O conjunto das características supracitadas estimula a predisposição à

secura ocular e demanda da equipe de enfermagem constante atenção para este

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fenômeno, pois ações de prevenção e avaliação ocular são eficazes para o não

desenvolvimento do olho seco (Werli-Alvarenga et al., 2011).

A partir do exposto, o enfermeiro deve prestar a assistência integral, para

evitar quaisquer eventos indesejados quanto à integridade da saúde do paciente.

Conforme sabe-se ainda, a avaliação e o cuidado ocular para este paciente devem

ser efetuados de forma periódica e com a continuidade necessária entre os

membros da equipe. Essa afirmativa requer deste profissional um embasamento

metodológico que propicie à equipe um método e uma linguagem uniforme para

avaliar, planejar e executar cuidados que promovam a saúde ocular. Esta

organização é possibilitada pela Sistematização da Assistência de Enfermagem

(SAE) e seus sistemas de classificação, igualmente denominados de taxonomias

(Pereira, Stuchi e Arreguy-Sena, 2010).

Dentre os sistemas de classificação de enfermagem, defende-se que

preferivelmente sejam empregadas as taxonomias dos resultados de enfermagem

para avaliar os fenômenos, por oportunizar a visibilidade do impacto dos cuidados

de enfermagem (Moorhead, Johnson e Maas, 2013).

Cada resultado de enfermagem possui uma estrutura composta por um

nome identificador; uma definição; um conjunto de indicadores descritores do estado

de saúde do paciente, comunidade ou família; uma escala do tipo Likert para a

medida da avaliação; e a bibliografia utilizada em sua elaboração. Esta escala varia

de um valor menos desejado (1) para o mais desejado (5), e oferece indicadores

abrangentes o suficiente para medir a variabilidade no estado fisiológico,

comportamento ou percepção do paciente, descritos pela NOC (Moorhead, Johnson

e Maas, 2013).

Portanto, para uniformizar as notas atribuídas por mais de um avaliador

sobre o estado de saúde de um mesmo paciente, é recomendada a construção de

definições constitutivas, definições e magnitudes operacionais para cada um dos

indicadores do resultado de enfermagem.

Em relação ao fenômeno olho seco, foi selecionado o resultado: Gravidade

do Olho Seco, por possibilitar uma mensuração consistente do fenômeno em tela.

Esse resultado faz parte do Domínio (5) – Saúde Percebida, definido como:

resultados que descrevem o estado de saúde e as circunstâncias de vida individuais

percebidas. É pertencente à Classe (5) – Estado do Sintoma, que abrange

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resultados que descrevem indicações individuais de uma doença, lesão ou perda

(Moorhead, Johnson e Maas, 2013).

O resultado de enfermagem Gravidade do Olho Seco foi desenvolvido para

avaliar a gravidade dos sinais e sintomas da insuficiência lacrimal e condição da

superfície ocular. Por isso, achou-se por bem adotar esse resultado para avaliar o

olho seco em indivíduo internado em unidades de terapia intensiva (Moorhead,

Johnson e Maas, 2013).

Ao considerar os indicadores quantitativos oferecidos pela taxonomia NOC

como mecanismo de avaliação, assinalados de acordo com a subjetividade do

profissional, entende-se que esta mensuração mostra-se ainda pouco concreta e

pode comprometer a continuidade da avaliação e dos cuidados pela equipe. Por

este motivo, torna-se essencial a construção das definições e magnitudes do

resultado de enfermagem ora selecionado.

Este estudo tem como objetivo: Construir definições constitutivas, definições

e magnitudes operacionais para o resultado de enfermagem Gravidade do Olho

Seco em pacientes internados em UTI.

2. MÉTODO

Trata-se de um estudo do tipo metodológico cujo desenho propõe a

elaboração, validação e avaliação de instrumentos e técnicas para a pesquisa ou

para a prática clínica (Polit, Beck e Hungler, 2011). Para construção do instrumento

foi realizada uma revisão integrativa.

Esta estratégia adotada proporcionou a síntese do conhecimento e

aplicabilidade de resultados de estudos. Neste tipo de abordagem são incluídos

estudos de diversas abordagens metodológicas e propósitos (Whittemore e Knalf,

2005). Dessa forma, ocorre a conjunção de múltiplos estudos, com características

metodológicas distintas, com vistas à síntese e formulação de conclusões gerais a

respeito do fenômeno de interesse (Pompeo, Rossi e Galvão, 2009).

Para a elaboração da revisão integrativa foram seguidas as etapas:

identificação da questão de pesquisa; busca na literatura; avaliação dos dados;

análise dos resultados; apresentação da revisão (Whittemore e Knalf, 2005).

Este estudo contou com uma equipe formada por cinco pesquisadores, um

com título de doutor, um enfermeiro e três acadêmicos de enfermagem, sob

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coordenação do professor doutor, conforme recomendação dos autores Whittmore e

Knalf (2005).

Antes de iniciar a etapa de coleta de dados, reuniu-se a equipe para

planejamento de todos os passos requeridos para a execução da revisão integrativa.

Com o intuito de instrumentalizar os pesquisadores envolvidos no estudo, procedeu-

se à revisão de instrumentos como o protocolo da revisão, teste de relevância e

formulário de extração de dados.

A construção do instrumento abalizou-se no seguinte questionamento: Quais

as definições constitutivas, operacionais e magnitudes operacionais do resultado de

enfermagem Gravidade do Olho Seco em pacientes internados em UTI presentes na

literatura?

3. BUSCA NA LITERATURA

Foram realizadas buscas nas bases de dados: Science Direct, Scopus,

Cinahl (Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature), Pubmed (Public

Medline), Lilacs (Latin American and Caribean Health Science Literature Database),

Cochrane e Web of Science. O acesso a estas bases citadas foi executado por meio

do portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(CAPES).

Para o levantamento das publicações, foram utilizados os descritores

indexados no MeSH (Medical Subject Headings) e DeCS(Descritores em Ciências

da Saúde): Keratoconjuntivite Sicca, Risk Factors, Dry eye Syndromes, Intensive

Care Units, nos idiomas português, inglês e espanhol.

Esta coleta foi executada por um par de pesquisadores, no mesmo dia e

horários, em computadores diferentes e sem comunicação. As buscas ocorreram no

período de abril a julho de 2015, nos dias de terças, quartas e quintas-feiras, com

início às 13 horas e término quando esgotava-se o cruzamento iniciado.

Os critérios de inclusão foram: artigos disponíveis na íntegra nas bases de

dados selecionadas, disponíveis nos idiomas português, inglês ou espanhol; estudos

que respondam as questões norteadoras deste estudo. Os critérios de exclusão

foram: editoriais e cartas ao editor. Por tratar-se de um estudo de análise de

conceito que busca apreender definições e conceitos sobre o fenômeno estudado,

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admitiu-se a inclusão de estudos secundários, como as revisões bibliográficas em

geral.

Iniciou-se a busca pela Scopus, com localização de 6.024 títulos e, a partir

dos cinco cruzamentos, na Cinahl foram localizados 49; na Pubmed, 1.583; Lilacs, 5;

Cochrane, 58; Science Direct, 11.437; e Web of Science com 700 títulos.

Dos 19.856 artigos encontrados, 217 foram incluídos na primeira seleção por

leitura de títulos e resumos. Destes selecionados, 131 foram excluídos por estarem

duplicados nas bases de dados, 96 foram elencados para leitura do texto completo,

dos quais 85 foram excluídos por não apresentarem com clareza as definições

buscadas, não corresponderem à temática proposta, por apresentarem idiomas

distintos aos que foram propostos, ou estarem em formato de editorial e cartas ao

editor. A amostra neste momento foi constituída por 11 artigos.

Os artigos selecionados foram suporte para construção das definições

constitutivas, operacionais e magnitudes operacionais de alguns indicadores, bem

como identificaram-se novos itens a compor o instrumento para mensurar a

Gravidade do Olho Seco em Unidade de Terapia Intensiva.

Aquelas definições não encontradas por meio dos artigos selecionados(,)

foram construídas com artigos localizados mediante a busca reversa da literatura, ou

seja, ao proceder exploração das referências dos artigos já acessados. Quando

necessário, utilizaram-se materiais de livros-texto e guidelines disponíveis online.

As 11 publicações localizados na revisão integrativa foram somadas às oito

selecionadas pela busca reversa e, dessa forma, este estudo obteve amostra de 19

trabalhos para construção do instrumento para avaliação da Gravidade do Olho

Seco, a partir da taxonomia NOC (Moorhead, Johnson e Maas, 2013).

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Figura 1 – Síntese do processo de identificação, triagem, elegibilidade e inclusão

4. AVALIAÇÃO DOS DADOS

Nesta etapa é avaliada a adequação dos estudos selecionados, condição

para compor a amostra. Há uma necessidade de avaliá-los de forma criteriosa diante

da diversidade metodológica existente, com enfoque na qualidade destes. Para este

estudo não foi utilizada a avaliação da qualidade metodológica, por tratar-se de uma

construção de definições a partir de pesquisas, cuja validade interna não interfere

diretamente no produto pretendido.

Provida do quantitativo de 19 estudos, a equipe fez uma leitura profunda e

abrangente em busca de localizar as definições, de modo a identificar as definições

constitutivas, definições operacionais e suas magnitudes para os indicadores:

diminuição da produção lacrimal; fechamento palpebral incompleto; sensação de

ardor nos olhos; vermelhidão da conjuntiva; sensação de prurido ocular; sensação

arenosa; sensação de corpo estranho; dor nos olhos; lacrimejamento excessivo;

visão turva; excesso de secreção mucosa; sensibilidade à luz.

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5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Cada uma das 19 publicações constituintes da amostra foi lida de forma

crítica e profunda, de modo que os detalhes foram extraídos e resumidos, o que

permitiu a exposição de informações pertinentes como: autores, ano, local de

realização do estudo, metodologia utilizada, principais objetivos e o indicador que o

estudo foi utilizado para a construção das definições (Quadros 1 e 2).

Quadro 1 – Síntese dos estudos selecionados pela revisão integrativa

PUBLICAÇÕES PROVENIENTES DA REVISÃO INTEGRATIVA

Autores/

Ano/ Local

Base de

Dados

Método Objetivos Indicador da Gravidade do

Olho Seco que descreve

Anthony J.

Bron, 2009

(Reino

Unido)

Science

Direct

Revisão

Narrativa

Revisar o conhecimento atual sobre a

fisiopatologia do olho seco e prever

que o quadro clínico na doença tardia

difere tanto em gravidade, como em

qualidade, do início da doença.

Diminuição da produção

lacrimal; Lacrimejamento

excessivo.

Anthony J.

Bron; L. S.

Mengher,

1989

(Inglaterra)

Pubmed Revisão

Narrativa

Discutir os fatores que levam às

alterações da superfície ocular na

ceratoconjuntivite seca.

Diminuição da produção

lacrimal

Arturo

Kantor P,

2010

(Espanha)

Science

Direct

Revisão

Narrativa

Determinar a prevalência dos subtipos

de olho seco, para correlacionar com

resultados do questionário McMonnies

teste de olho seco e estudar a

especificidade e sensibilidade dos

testes clínicos.

Fechamento palpebral

incompleto

Biljana

Miljanovic

et al, 2007

(Estados

Unidos)

Scopus Ensaio

Clínico

Verificar o impacto da síndrome de

olho seco na qualidade de vida.

Inclusão do indicador:

Fadiga Ocular.*

Elisabeth

M.

Messmer,

2015

(Alemanha

)

Science

Direct

Revisão

Narrativa

Aprender que a doença do olho seco

tem muito em comum com as doenças

autoimunes. Entender os

procedimentos de diagnóstico moderno

para doença do olho seco requer, além

de cuidado anamnese e exame, testes

específicos para distingui-la de outras

doenças da superfície ocular, tais

como alergias e infecções.

Capacitar sobre a implementação de

uma terapêutica sofisticada e regime

Diminuição da produção

lacrimal

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em que a terapia anti-inflamatória

desempenha um papel importante.

Fonseca,

Arruda,

Rocha,

2010

(Brasil)

Scopus Revisão

Narrativa

Apresentar a etiopatogenia do olho

seco e os tratamentos encontrados na

literatura.

Diminuição da produção

lacrimal; Fechamento

palpebral incompleto.

Bhatnagar

et al, 2015

(Índia)

Scopus Estudo

transversal

Estudar a prevalência de olho seco

através do questionário validado de

MacMonnies e comparar os resultados

com os de testes objetivos.

Estudar o efeito de fatores ambientais

e pessoais sobre os sintomas de olho

seco em um distrito industrial no oeste

da Índia.

Diminuição da produção

lacrimal

Terry

M.A., 2001

(Estados

Unidos)

Cinahl Revisão

Narrativa

Compreender a fisiologia normal da

produção e manutenção lágrima a fim

de identificar os fatores patológicos

subjacentes para o sucesso do

tratamento de cada paciente com olho

seco.

Diminuição da produção

lacrimal; Fechamento

palpebral incompleto;

Vermelhidão da conjuntiva;

Dor nos olhos. Inclusão do

indicador: Mecanismo de

piscar diminuído.

Lemp

M.A,2008

(Estados

Unidos)

Pubmed Revisão

Narrativa

Apresentar evidências da literatura

e reuniões científicas para apoiar

mudanças fundamentais em conceitos

a respeito da prevalência, patogênese,

definição, diagnóstico, tratamento da

doença do olho seco (DOS) e as

perspectivas para o desenvolvimento

de novas terapias.

Inclusão do indicador:

Mecanismo de piscar

diminuído.

Uchino et

al, 2008

(Japão)

Science

Direct

Estudo

transversal

Determinar a prevalência da doença do

olho seco (DOS) e fatores de risco

entre os trabalhadores jovens de um

escritório japonês e os de meia-idade

usando terminais de exibição visuais

(TEVs).

Inclusão do indicador:

Mecanismo de piscar

diminuído.

Constad,

W.H.,

Bhagat

1997

(Estados

Unidos)

Scopus Revisão

Narrativa

Realizar a diferenciação entre

síndrome do olho seco e

ceratoconjuntivite seca.

Diminuição da produção

lacrimal; Sensação de corpo

estranho; Visão turva.

Inclusão do indicador:

Mecanismo de piscar

diminuído; Fadiga Ocular.

*Os termos sublinhados correspondem aos novos indicadores inseridos no instrumento.

Quadro 2 – Síntese dos estudos selecionados pela busca reversa e literatura abrangente

PUBLICAÇÕES PROVENIENTES DA BUSCA REVERSA E LITERATURA ABRANGENTE

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Autores/

Ano/ Local

Base de

Dados

Método Objetivos Indicador da Gravidade

do Olho Seco que

descreve

Dry Eye

Workshop

(DEWS),

2007

(EstadosUn

idos)

Science

Direct

Relatório O objetivo do DEWS é fornecer uma

definição contemporânea da doença do

olho seco apoiada dentro de uma

estrutura e classificação abrangente.

Diminuição da produção

lacrimal; Sensação de

ardor; Sensação arenosa;

Sensação de corpo

estranho; Visão turva;

Sensibilidade à luz.

Hyon et al,

2014

(Coreia)

Pubmed Estudo de

Coorte

Avaliar a eficácia clínica das diretrizes

recentemente desenvolvidas para o

diagnóstico e tratamento do olho seco.

Diminuição da produção

lacrimal; Sensação de

ardor.

Knaski;

Bownling,

2012.

Livro-

Texto

Livro-Texto Abordar sistematicamente a

oftalmologia clínica.

Excesso de secreção

mucosa.

Kuruvilla et

al, 2015

(Estados

Unidos)

Science

Direct

Estudo de

Coorte

Determinar a incidência, fatores de

risco e tempo de resolução da

ceratopatia de exposição em pacientes

críticos.

Fechamento Palpebral

Incompleto

Mourão;

Filho, 2011.

(Brasil)

Lilacs Ensaio

Clínico

Avaliar o teste de provocação

conjuntival com alérgenos de ácaros e

pólen de gramínea (TPCA) no

diagnóstico de conjuntivite alérgica

(CA).

Hiperemia; Sensação de

prurido ocular; Visão turva;

Lacrimejamento

excessivo; Quemose.

Nunes et al,

2015.

(Brasil)

Scielo Estudo

metodológic

o

Traduzir e adaptar transculturalmente o

questionário COVD-QoL para a língua

portuguesa e avaliar as propriedades

psicométricas do questionário

traduzido.

Fadiga ocular.

Vieira et al,

2014.

(Brasil)

Pubmed Ensaio

Clínico

Avaliar a redução da dor pós-operatória

de amigdalectomia através do

eletrocautério monopolar.

Dor nos olhos.

Werli-

Alvarenga

et al, 2011

(Brasil)

Web of

Science

Estudo de

Coorte

Estimar a incidência das lesões na

córnea, identificar os fatores de risco e

propor modelo de predição de risco

para o desenvolvimento de lesão na

córnea, em pacientes adultos, em

unidade de terapia intensiva, de um

hospital público.

Mecanismo de piscar

diminuído

De acordo com os quadros, observa-se a diversidade de locais onde foram

realizados estudos na temática. Entre os países destaca-se os Estados Unidos da

América (EUA) com sete artigos (36,82%).

Quanto ao ano de publicação, os estudos datam de 1989 a 2015, sendo

52,62% divulgados nos últimos cinco anos, e expressam um interesse crescente

pela problemática.

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Dos estudos utilizados para construir as definições para os indicadores, pode-

se observar uma maior frequência de revisões narrativas (42,10%), seguidas de

ensaios clínicos (15,80%), estudos de coorte (15,80%), estudos transversais

(10,52%), seguidos de relatórios, livros e estudos metodológicos, todos com 5,26%

da representação da amostra.

Cada estudo acima corresponde a contribuições para a efetiva construção de

cada indicador do resultado de enfermagem Gravidade do Olho Seco, bem como

para a identificação de novos indicadores relevantes para a mensuração deste

fenômeno. Portanto, além dos indicadores já existentes na taxonomia, o instrumento

elaborado conta com novos indicadores como: mecanismo de piscar diminuído e

fadiga ocular.

Após a identificação dos conceitos essenciais para a construção das

definições constitutivas, operacionais e magnitudes operacionais, o instrumento foi

construído por meio dos critérios da Psicometria.

Para construção do instrumento foi utilizado este referencial, mediante regras

aplicadas para a construção de cada item individualmente. Foram utilizados os

seguintes critérios: critério de objetividade ou desejabilidade, simplicidade, clareza,

relevância, precisão e amplitude (Pasquali,1999).

Critério de objetividade ou desejabilidade: para escalas de aptidão, os itens

devem cobrir comportamentos que permitam opções de resposta certa ou errada.

Critério de simplicidade: um item deve expressar uma única ideia. Critério de

clareza: o item deve ser inteligível. Critério de relevância: o item deve ser consistente

e com o traço definido. Critério de precisão: o item deve possuir uma posição

definida, e ser distinto dos demais. Critério de amplitude: este critério afirma que o

conjunto de itens referentes ao mesmo atributo deve cobrir toda a extensão de

magnitude do contínuo deste atributo (Pasquali,1999).

Todo esse processo da revisão integrativa proporcionou a busca, seleção,

extração e síntese dos dados para compor a construção das definições do

instrumento para avaliação da Gravidade do Olho Seco, finalizada com a aplicação

dos critérios psicométricos e com base consolidada taxonomia Nursing Outcomes

Classification (NOC) (APÊNDICE A).

6. DISCUSSÕES

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A construção das definições de indicadores para o resultado torna-se

relevante pela possibilidade de oferecer uma ferramenta atual, ampla e confiável

para a mensuração da Gravidade do Olho Seco e para a prevenção precoce de

condições patológicas, como a lesão de córnea e até mesmo a cegueira.

A definição constitutiva oferece uma variável ou conceito com significado

conotativo (abstrato, compreensivo, teórico), estabelecida por intermédio da análise

de conceito, derivação de conceito ou síntese de conceito (Burns and Grove, 1995).

A definição operacional descreve o item a ser medido e como será executada sua

mensuração, aumenta a fidedignidade e validade dos dados, facilita a reprodução da

pesquisa e proporciona ao pesquisador relatar novos achados. Por conseguinte, as

magnitudes operacionais são as estratificações das definições operacionais em

níveis graduados de avaliação, medida, frequência ou observação. Portanto, a

construção das definições constitutivas e operacionais e magnitudes do resultado

torna-se indispensável para a avaliação da gravidade (Grant e Kinney, 1991).

Para esta construção, realizou-se esta revisão integrativa. Dentre os resultados

encontrados surgiram duas categorias para a construção do olho seco: sinais de

secura ocular e sintomas do olho seco.

Componentes do instrumento, os sinais de secura ocular caracterizam a

diminuição da produção lacrimal e o mecanismo de piscar diminuído. Conforme é

entendido, o filme lacrimal é responsável pela manutenção e lubrificação das

estruturas oculares, constituído de um volume fisiológico em sua composição. Na

ocorrência da diminuição deste volume de produção lacrimal, a manutenção e

lubrificação das estruturas ficam comprometidas (Dews,2007).

O mecanismo de piscar é a ação física da pálpebra que proporciona a

lubrificação do globo ocular por meio da distribuição do filme lacrimal. Indivíduos que

piscam de cinco a 50 vezes por minuto estão na faixa de normalidade e a diminuição

deste mecanismo favorece o aumento da evaporação do filme lacrimal por fatores

ambientais (Werli-Alvarenga et al.,2011).

Os sintomas identificados descrevem o fechamento palpebral incompleto,

sensação de ardor nos olhos, vermelhidão na conjuntiva, sensação de prurido

ocular, sensação arenosa, sensação de corpo estranho, dor nos olhos,

lacrimejamento excessivo, fadiga ocular, visão turva, excesso de secreção mucosa,

sensibilidade à luz.

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O fechamento palpebral incompleto ocorre devido a alterações causadas no

músculo orbicular, alterações advindas de lesões neurológicas ou uso de

medicamentos inibidores da ação deste músculo e contribuem para uma

suscetibilidade à evaporação do filme lacrimal e consequente secura ocular

(Kuruvilla et al., 2015).

Sintomas como sensação de ardor nos olhos, fadiga ocular, prurido ocular,

sensação arenosa e presença de corpo estranho ocorrem pela interação mecânica

da conjuntiva palpebral e da superfície da córnea ressecada e suscitam a ocorrência

de incômodos e limitações nas atividades de vida diária (Hyon et al., 2014).

A dor ocular é uma experiência subjetiva possivelmente associada a dano real

ou potencial nos tecidos e, no caso dos olhos, é mensurada por uma escala visual

analógica variante de zero (nenhuma dor) a 10 (maior dor sentida) (Dews, 2007).

A vermelhidão na conjuntiva, igualmente denominada hiperemia ocular,

consiste na presença de vasos sanguíneos dilatados na superfície do olho causada

por falta do bom funcionamento das estruturas responsáveis pela manutenção e

lubrificação (Dews, 2007).

Visão turva refere-se a uma alteração visual caracterizada pela visão

embaçada e/ou desfocada, geralmente originada pelo olho seco e por algum tipo de

dano à superfície ocular (Dews,2007).

Lacrimejamento excessivo é um sintoma comum na presença de obstrução do

canal lacrimal, decorrente da secura ocular e acúmulo da camada mucínica,

caracterizado pelo excesso de lágrimas no globo ocular ou na face (Mourão e Filho,

2011).

O excesso de secreção mucosa representa o excesso de atividade das

glândulas caliciformes conjuntivais perante uma irritação. É uma secreção

conjuntival, de coloração esbranquiçada, habitualmente pouco abundante e com

características filamentares e, a depender da gravidade, pode evoluir para uma

característica muco-purulenta ou purulenta (Knaski, 2012).

A sensibilidade à luz consiste na sensação de desconforto durante exposição à

luz, por perdas na capacidade de absorção da luz e torna este processo um

incômodo e também um limitante na vida do indivíduo (Dews, 2007).

Um fato que requer ênfase foi a inclusão de dois novos indicadores: Fadiga

ocular e Mecanismo de piscar diminuído. Ao serem incluídos, estes conferirão maior

precisão na mensuração do impacto das ações de enfermagem, pois são

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indicadores que anteriormente não eram percebidos como indicativos da Gravidade

do Olho Seco nessa taxonomia.

O conjunto de todos os sinais e sintomas ora discutidos permitiu a construção

do instrumento de avaliação do estado de saúde de pacientes internados em

Unidade de Terapia Intensiva, referente à Gravidade do Olho Seco.

7. CONCLUSÃO

Conclui-se que este estudo permitiu a construção das definições

constitutivas, definições operacionais e magnitudes operacionais do resultado de

enfermagem NOC Gravidade do Olho Seco, gerador de um instrumento direcionado

a mensurar este fenômeno por meio dos sinais e sintomas mais prevalentes de

secura ocular. Além de construir as definições, a pesquisa oportunizou a inclusão de

dois indicadores que permitirão uma maior precisão na mensuração do impacto das

ações de enfermagem.

A elaboração deste instrumento possibilitará à equipe de enfermagem o

acesso a uma escala demonstrativa do impacto dos cuidados oculares realizados

por estes profissionais e, dessa forma, verificará o êxito das prescrições adotadas.

Como a taxonomia NOC dispõe de um alto nível de abstração, não há como

garantir a continuidade do cuidado, devido à grande subjetividade que os

indicadores fornecem. Diante disso, este estudo propôs preencher uma forte

demanda apontada pela própria taxonomia mediante a construção das definições e

inclusão de novos indicadores para mensurar a Gravidade do Olho Seco.

A não avaliação da qualidade metodológica no momento da elegibilidade é

uma limitação deste estudo. Optou-se por isto diante da necessidade de encontrar

material substancial para construção de definições, mesmo sabendo que estudos de

baixa evidência seriam utilizados.

Ainda sugere-se que, adicionalmente, este instrumento seja validado quanto

à sua aparência, semântica, conteúdo e clínica, segundo os mesmos critérios

psicométricos aplicados em sua elaboração, a fim de verificar estatisticamente a sua

eficácia na mensuração da Gravidade do Olho Seco, bem como a sua efetividade na

continuidade do cuidado respectivo pela equipe de saúde.

8. CONFLITO DE INTERESSES

Os autores declaram que não há conflito de interesses.

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9. REFERÊNCIAS

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Bron, A.J., Yokoi, N., Gafney, E., Tiffany, J.M. 2009. Predicted Phenotypes of Dry Eye: Proposed Consequences of Its Natural History. Ocular Surf. 7(2). 78-92.

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Burns, N., Grove, S.K. 1995. Understanding Nursing Research. Philadelphia: W. B. Saunders Company.

Constad, W.H., Bhagat, N. 1997. Keratitis sicca and Dry Eye Syndrome. Ocular

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10. APÊNDICE

APÊNDICE A – Instrumento construído a partir da Revisão Integrativa e Psicometria

GRAVIDADE DO OLHO SECO

Definição: Gravidade dos sinais e sintomas da insuficiência lacrimal

Escala: 1- Gravemente comprometido; 2 – Muito comprometido; 3 –

Moderadamente comprometido; 4 – Levemente comprometido; 5 - Não

comprometido

INDICAD

OR

DEFINIÇÃO

CONSTITUTIVA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

MAGNITUDE DA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

1 -

Diminuiçã

o da

produção

lacrimal

É a denominação

dada à redução

de produção da

lágrima por

alteração nos

mecanismos

oculares

responsáveis.

Mede-se a partir do

Teste de Schirmer I:

coloca-se uma

pequena tira de

papel filtro estéril

sob a pálpebra, no

fórnix conjuntival

inferior próximo ao

canto lateral, longe

da córnea. Realiza-

se o fechamento da

pálpebra por cinco

minutos e mede-se

a porção molhada

da tira em

milímetros.

1 ≤ 2,0 mm

2 ≤ 5 mm

3 ≤ 10 mm

4 ≤ 15 mm

5 > 15 mm

INDICAD

OR

DEFINIÇÃO

CONSTITUTIVA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

MAGNITUDE DA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

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90

2 -

Fechame

nto

palpebral

incomplet

o

É a denominação

dada ao

fechamento

ocular

incompleto

devido a

alterações

causadas no

músculo

orbicular.

Avaliar por meio de

inspeção o grau de

exposição ocular

pela falha do

mecanismo de

proteção palpebral.

1 Córnea

completamente

exposta

2 1/2 da córnea exposto

(íris + pupila)

3 1/3 inferior da córnea

exposto (íris)

4 Conjuntiva exposta

(apenas esclera

visível)

5 Fechamento palpebral

completo

INDICAD

OR

DEFINIÇÃO

CONSTITUTIVA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

MAGNITUDE DA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

3 -

Sensação

de ardor

nos olhos

É a denominação

dada ao

sentimento de

queimação

ocular causado

pelo

ressecamento.

Questionar da

seguinte forma:

Sente os seus olhos

arderem?

Se sim, isto te

incomoda com que

frequência?

Que tipo de

limitações esta

sensação causa?

1 Incapacita as

atividades diárias.

2 Sempre incomoda e

limita as atividades

diárias

3 Frequentemente

incomoda ou limita as

atividades diárias.

4 Incomoda algumas

vezes, na condição de

exposição a fatores

predisponentes.

5 Ausente

INDICAD

OR

DEFINIÇÃO

CONSTITUTIVA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

MAGNITUDE DA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

É a denominação Inspecionar o globo 1 Vasos sanguíneos

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91

4 –

Vermelhid

ãoda

conjuntiva

que se dá devido

à presença de

vasos

sanguíneos

dilatados na

superfície ocular.

ocular para

verificação de sinais

de hiperemia.

Importante observar

o número, extensão

e área hiperemiada.

numerosos e dilatados

dispersos por toda a

superfície ocular

2 Vasos sanguíneos

numerosos e

obviamente dilatados

na conjuntiva e início

da córnea

3 Vasos sanguíneos

dilatados nas regiões

conjuntival e

perilimbar

4 Hiperemia superficial

(dilatação dos vasos

da superfície

conjuntival afastada

da córnea)

5 Ausente

INDICAD

OR

DEFINIÇÃO

CONSTITUTIVA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

MAGNITUDE DA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

5 -

Sensação

de prurido

ocular

É a denominação

dada ao

sentimento de

prurido nos

olhos.

Questionar da

seguinte forma:

Sente prurido

ocular?

Se sim, isto te

incomoda com que

frequência?

Com que frequência

você deseja esfregar

os olhos?

1 Prurido ocular

incapacitante (o

indivíduo insiste em

esfregar os olhos)

2 Prurido ocular intenso

(consciência

constante da

sensação de prurido,

com desejo de

esfregar os olhos)

3 Prurido ocular leve e

contínuo (consciência

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92

constante da

sensação de prurido,

sem desejo de

esfregar os olhos)

4 Prurido intermitente

5 Ausente

INDICAD

OR

DEFINIÇÃO

CONSTITUTIVA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

MAGNITUDE DA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

6 -

Sensação

arenosa

É a denominação

dada ao

sentimento de

areia nos olhos

causado pela

interação

mecânica da

conjuntiva

palpebral e da

superfície da

córnea com

secura.

Questionar da

seguinte forma:

Sente areia nos

olhos?

Se sim, isto te

incomoda com que

frequência?

Que tipo de

limitações esta

sensação causa?

1 Incapacita as

atividades diárias.

2 Sempre incomoda e

limita as atividades

diárias

3 Frequentemente

incomoda ou limita as

atividades diárias.

4 Incomoda algumas

vezes, na condição de

exposição a fatores

predisponentes.

5 Ausente(.)

INDICAD

OR

DEFINIÇÃO

CONSTITUTIVA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

MAGNITUDE DA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

7 -

Sensação

de corpo

Sentimento de

corpo nos olhos

causado pela

interação

mecânica da

conjuntiva

palpebral e da

superfície da

Questionar da

seguinte forma:

Sente como se

tivesse algo nos

seus olhos?

Se sim, isto te

incomoda com que

1 Incapacita as

atividades diárias.

2 Sempre incomoda e

limita as atividades

diárias.

3 Frequentemente

incomoda ou limita as

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93

estranho córnea com

secura.

frequência?

Que tipo de

limitações esta

sensação causa?

atividades diárias.

4 Incomoda algumas

vezes, na condição de

exposição a fatores

predisponentes.

5 Ausente

INDICAD

OR

DEFINIÇÃO

CONSTITUTIVA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

MAGNITUDE DA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

8- Dor

nos olhos

É a denominação

dada

à experiência

subjetiva que

pode estar

associada a

dano real ou

potencial nos

tecidos, neste

caso

especificamente

nos olhos.

Escala visual

analógica:

Instrumento

unidimensional para

a avaliação da

intensidade da dor.

Trata-se de uma

linha com as

extremidades

numeradas de 0 a

10. O paciente

avalia e marca a dor

presente naquele

momento. Trata-se

de uma régua de

100 mm com um

cursor móvel.

1 9-10: pior dor possível,

insuportável

2 7-8: intensa, terrível,

horrível

3 5-6: moderadamente

aflitiva, miserável

4 1-4: levemente irritante,

desconfortável

5 Ausente

INDICAD

OR

DEFINIÇÃO

CONSTITUTIVA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

MAGNITUDE DA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

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9 -

Lacrimeja

mento

excessivo

É a denominação

dada ao

excesso

aparente da

produção

lacrimal pelo

lacrimejamento

reflexo,

evidenciado por

grande volume

de lágrima.

Estimado pela

inspeção dos sinais

e/ou sintomas da

presença lacrimal.

1 Lágrimas correndo

pela face

intermitentemente.

2 Lágrimas correndo

pela face,

3 Coriza ocasional

4 Olhos levemente

molhados

5 Ausente

INDICAD

OR

DEFINIÇÃO

CONSTITUTIVA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

MAGNITUDE DA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

10 - Visão

turva

É a denominação

dada à visão

embaçada e/ou

desfocada.

Questionar da

seguinte forma:

Como está a sua

visão?

Você a sente turva

ou embaçada?

Se sim, isto te

incomoda com que

frequência?

Que tipo de

limitações isto te

causa?

1 Incapacita as

atividades diárias.

2 Sempre incomoda e

limita as atividades

diárias.

3 Frequentemente

incomoda ou limita as

atividades diárias.

4 Incomoda algumas

vezes, na condição de

exposição a fatores

predisponentes.

5 Ausente

INDICAD

OR

DEFINIÇÃO

CONSTITUTIVA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

MAGNITUDE DA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

Representa o Verificar na 1 Secreção purulenta

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11 -

Excesso

de

secreção

mucosa

excesso de

atividade das

glândulas

caliciformes

conjuntivais

perante uma

irritação. É uma

secreção

conjuntival, de

coloração

esbranquiçada,

habitualmente

pouco abundante

e com

características

filamentares, que

dependendo da

gravidade pode

evoluir para uma

carcterística

muco-purulenta

ou purulenta.

avaliação ocular a

presença de:

Filamentos

mucoides:

pequenos fios de

muco alinhados com

o epitélio e presos

por uma das

extremidades da

superfície corneana.

Placas mucosas:

placas elevadas, de

vários tamanhos,

branco-acinzentadas

e semitransparentes

que associam-se

aos filamentos.

Secreção muco-

purulenta:

associação de

filamentos mucoides

com secreção

purulenta

Secreção

purulenta: espessa,

abundante,

amarelada ou

esverdeada,

indicando infecção

associada.

2 Secreção muco-

purulenta

3 Placas mucosas

4 Filamentos mucoides

5 Ausente

INDICAD

OR

DEFINIÇÃO

CONSTITUTIVA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

MAGNITUDE DA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

Sensibilidade à

luz consiste no

sentimento de

desconforto

Questionar da

seguinte forma:

Como você se sente

quando vai ao sol,

1 Incapacita as

atividades diárias.

2 Sempre incomoda e

limita as atividades

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12 -

Sensibilid

ade à luz

durante

exposição à luz.

ou ao ligarem uma

luz?

Isto te incomoda

com que

frequência?

Traz-te que tipo de

incômodo?

Que tipo de

limitações esta

sensação causa?

diárias.

3 Frequentemente

incomoda ou limita as

atividades diárias.

4 Incomoda algumas

vezes, na condição de

exposição a fatores

predisponentes.

5 Ausente

INDICAD

OR

DEFINIÇÃO

CONSTITUTIVA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

MAGNITUDE DA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

13–

Fadiga

ocular

É visualização

inadequada de

objetos causada

por um esforço

constante do

sistema visual.

Questionar da

seguinte forma:

Como você sente a

visão ao fim do dia?

Sente algum tipo de

cansaço? Enxerga

algum objeto com

formato diferente?

Isto te incomoda

com que

frequência?

Que tipo de

limitações este

cansaço ocular te

causa?

1 Incapacita as

atividades diárias.

2 Sempre incomoda e

limita as atividades

diárias.

3 Frequentemente

incomoda ou limita as

atividades diárias.

4 Incomoda algumas

vezes, na condição de

exposição a fatores

predisponentes.

5 Ausente

INDICAD

OR

DEFINIÇÃO

CONSTITUTIVA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

MAGNITUDE DA

DEFINIÇÃO

OPERACIONAL

( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5

14 –

É a denominação

que se dá para a

diminuição dos

Espere o paciente

se distrair, acione o

cronômetro e conte

1 ≤ 2 vezes por minuto

2 3 vezes por minuto

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Mecanism

o de

piscar

diminuído

movimentos de

abertura e

fechamento

palpebral.

quantos movimentos

de piscar ele faz por

minuto, sem que ele

perceba que isto

está sendo aferido.

3 4 vezes por minuto

4 5 vezes por minuto

5 >5 vezes por minuto

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Protocolo da busca da Revisão integrativa

REVISÃO INTEGRATIVA – PROTOCOLO

Tema: Conceito de Olho Seco, e construção das definições para o Resultado de Enfermagem Gravidade do Olho Seco.

1) Objetivo: Construir um instrumento de avaliação da Gravidade do Olho Seco em pacientes internados em terapia intensiva.

2) Questões norteadoras:

Qual o conceito de Olho Seco? Quais os atributos que definem Olho Seco em UTI? Quais os antecedentes e consequentes do Olho Seco? Quais as definições constitutivas, operacionais, e magnitudes operacionais do Resultado de Enfermagem Gravidade do Olho Seco em pacientes de UTI?

3) Estratégias para buscar as pesquisas:

Base de dados

Base de dados 1: Scopus Base de dados 2: Cinahl Base de dados 3: Pubmed Base de dados 4: Lilacs Base de dados 5: Cochrane Base de dados 6: Science Direct Base de dados 7: Web of Science

Descritores indexados:

1# Keratoconjuntivite Sicca; Queratoconjuntivite Seca; Ceratoconjuntivite Seca.

2# Risk Factors; Factores de Riesgo; Fatores de Risco

3# Dry Eye Syndromes; Síndromes de Ojo Seco; Síndromes do Olho Seco

4# Intensive Care Units; Unidades de Cuidados Intensivos; Unidades de Terapia Intensiva

5# Intensive Care; Cuidados Intensivos; Terapia Intensiva.

Cruzamentos: Scopus: 1# AND 2#; 1# AND 3#; 1# AND 4#;2# AND 3#; 3# AND 4#. Cinahl: 1# AND 2#; 1# AND 3#; 1# AND 4#;2# AND 3#; 3# AND 4#. Pubmed: 1# AND 2#; 1# AND 3#; 1# AND 4#;2# AND 3#; 3# AND 4#. Lilacs: 1# AND 2#; 1# AND 3#; 1# AND 4#;2# AND 3#; 3# AND 4#. Cochrane: 1# AND 2#; 1# AND 3#; 1# AND 4#;2# AND 3#; 3# AND 4#. Science Direct: 1# AND 2#; 1# AND 3#; 1# AND 4#;2# AND 3#; 3# AND 4#. Web of Science: 1# AND 2#; 1# AND 3#; 1# AND 4#;2# AND 3#; 3# AND 4#.

4) Seleção dos estudos

Critérios de inclusão: Artigos completos disponíveis nas bases de dados selecionadas; Artigos disponíveis nos idiomas Português, Inglês ou Espanhol; Artigos que abordem o desenvolvimento do Olho Seco e os fatores de risco

associados.

Critérios de exclusão: Editoriais; cartas ao editor; resumos; opinião de especialistas; artigos que não

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abordem uma temática relevante ao alcance do objetivo da revisão.

Teste de Relevância

Código do artigo: Avaliador:

Sim Não

Questão Norteadora: Qual o conceito de

Olho Seco? Quais os atributos que

definem Olho Seco em UTI? Quais os

antecedentes e consequentes do Olho

Seco? Quais as definições constitutivas,

operacionais, e magnitudes

operacionais do Resultado de

Enfermagem Gravidade do Olho Seco

em pacientes de UTI?

Critérios de inclusão:

Artigos completos disponíveis nas bases de dados selecionadas;

Artigos disponíveis nos idiomas Português, Inglês ou Espanhol;

Artigos que abordem o desenvolvimento do Olho Seco e os fatores de risco associados.

Critérios de exclusão:

Editoriais; cartas ao editor; resumos; opinião de especialistas; revisões; artigos que não abordem uma temática relevante ao alcance do objetivo da revisão.

DECISÃO:

5) Estratégia para extração de dados dos estudos

Instrumento contendo informações sobre a identificação da publicação; local de realização do estudo; tipo de revista científica; e aspectos metodológicos e de conteúdo do estudo.

6) Estratégia para avaliação crítica dos estudos

Será realizada leitura flutuante dos artigos e posterior categorização por meio de repetição de ideias.

7) Sínteses dos dados

Descrição em quadros e tabelas.

APÊNDICE B – Instrumento para coleta dos dados da revisão integrativa

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1- Identificação da publicação

Título do artigo

Bases de dados indexadas

Autores

País

Idioma

Ano de publicação

2. Locais de realização do estudo

País

Tipo de instituição (pública-federal/estadual-/privada)

Pós-graduação

3. Tipo de revista científica

Publicação de enfermagem geral

Publicação de educação em enfermagem

Publicação de especialidade em enfermagem

Publicação de outras áreas da saúde

4. Aspectos metodológicos e de conteúdo do estudo

Metodologia empregada

Tipo de abordagem

Objetivo ou questão de investigação

Fatores de risco para o desenvolvimento do Olho Seco

Conceito do Olho Seco

Consequentes do Olho Seco

5. Indicadores da Gravidade do Olho Seco

Diminuição da produção lacrimal

Fechamento palpebral incompleto

Sensação de ardor nos olhos

Vermelhidão da conjuntiva

Sensação de prurido ocular

Sensação arenosa

Sensação de corpo estranho

Dor nos olhos

Lacrimejamento excessivo

Visão turva

Excesso de secreção mucosa

Sensibilidade à luz

Outros indicadores