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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS JOSÉ ROBERTO DA SILVA FATORES DETERMINANTES DA ADOÇÃO DA IFRIC 12 - SERVICE CONCESSION ARRANGEMENTS PELAS SOCIEDADES ANÔNIMAS DO SETOR DE SANEAMENTO BÁSICO DO BRASIL NATAL 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

JOSÉ ROBERTO DA SILVA

FATORES DETERMINANTES DA ADOÇÃO DA IFRIC 12 - SERVICE

CONCESSION ARRANGEMENTS PELAS SOCIEDADES ANÔNIMAS DO SETOR

DE SANEAMENTO BÁSICO DO BRASIL

NATAL

2016

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JOSÉ ROBERTO DA SILVA

FATORES DETERMINANTES DA ADOÇÃO DA IFRIC 12 - SERVICE

CONCESSION ARRANGEMENTS PELAS SOCIEDADES ANÔNIMAS DO SETOR

DE SANEAMENTO BÁSICO DO BRASIL

Monografia apresentada à Coordenação do

Curso de Ciências Contábeis da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte como requisito

à obtenção do título de Bacharel em Ciências

Contábeis.

Orientador: Prof. Dr. Alexandro Barbosa

NATAL

2016

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Catalogação da Publicação na Fonte.

UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Catalogação da Publicação na Fonte.

UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Silva, José Roberto da.

Fatores determinantes da adoção da IFRIC 12 - service concession arrangements pelas sociedades

anônimas do setor de saneamento básico do Brasil/ José Roberto da Silva - Natal, RN, 2016.

62f. : il.

Orientador: Prof. Dr. Alexandro Barbosa.

Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências Contábeis.

1. Saneamento básico- Brasil - Monografia. 2. Normas internacionais de contabilidade -

Monografia. 3. Contrato de concessão – Monografia. I. Barbosa, Alexandro. II. Universidade Federal

do Rio Grande do Norte. IV. Título.

RN/BS/CCSA CDU 628(81)

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JOSÉ ROBERTO DA SILVA

FATORES DETERMINANTES DA ADOÇÃO DA IFRIC 12 - SERVICE

CONCESSION ARRANGEMENTS PELAS SOCIEDADES ANÔNIMAS DO SETOR

DE SANEAMENTO BÁSICO DO BRASIL

Monografia apresentada à Coordenação do

Curso de Ciências Contábeis da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte como requisito

à obtenção do título de Bacharel em Ciências

Contábeis.

Data da aprovação: 21/06/2016

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________

Prof. Dr. Alexandro Barbosa

Orientador

____________________________________________

Prof. Marke Geisy da Silva Dantas

Membro da Banca

____________________________________________

Prof. José Emerson Firmino

Membro da Banca

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pela força е coragem durante toda esta longa caminhada.

Aos meus pais e irmãos que, com muito carinho е apoio, não mediram esforços para

que eu chegasse até esta etapa de minha vida.

A minha namorada, Ivandeilma Marcelino pelo carinho, companheirismo, incentivos

e por ter sempre me apoiado.

Ao meu orientador, Alexandro Barbosa, por seus ensinamentos, paciência, confiança

e contribuições para minha carreira profissional.

A todos que foram meus professores no curso de Ciências Contábeis da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, por todas as aulas que contribuíram na formação dos meus

conhecimentos na área contábil.

A todos os amigos е colegas do curso e de lazer, pelo incentivo е pelo apoio

constante. Em especial agradeço a Aline Dayane e Sonaydy Lyany Dantas, e ao meu amigo

Túlio Trindade, e outros pelos conhecimentos e experiências compartilhadas.

Aos membros da banca examinadora, pela avaliação e recomendações que farão ao

trabalho.

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“Os dias prósperos não vêm por acaso; nascem de muita fadiga e persistência”.

(Henry Ford)

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RESUMO

Dada à relevância dos serviços de saneamento para a qualidade de vida da população,

impactando diretamente no desenvolvimento social, ambiental e econômico de qualquer

sociedade, assim como os efeitos gerados na classificação dos bens, direito e obrigações

relacionadas ao contrato de concessão dos concessionários após a adoção da IFRIC 12/ICPC

01, o estudo tem por objetivo identificar quais são os fatores determinantes da adoção da

IFRIC 12 - Service Concession Arrangements pelas sociedades anônimas do setor de

saneamento básico Brasileiro. A amostra foi constituída por 60 empresas que operam em

regime de sociedades anônimas no setor de saneamento e abastecimento de água brasileiro,

em um painel desbalanceado no período de 2010 a 2014. A metodologia utilizada na pesquisa

é caracterizada como descritiva, bibliográfica e documental, com abordagem quantitativa dos

dados. Para alcançar o objetivo do estudo selecionou como variável dependente a adoção da

IFRIC 12, e como variáveis independentes o Tamanho, Retorno sobre o ativo, Alavancagem,

Crescimento da receita, Crescimento do ativo, Intensidade de Capital, Empresa de Auditoria,

Listagem na BM&F Bovespa e a Forma jurídica. Utilizou a Generalized Estimating Equation

(GEE) como modelo econométrico. No geral, os resultados indicam que os fatores que

determinam a adoção da IFRIC 12 pelas sociedades anônimas do setor de saneamento básico

são o seu tamanho, se a empresa é auditada por uma Big Four, se a empresa esta listada na

BM&F Bovespa e se a empresa tem a forma jurídica de sociedade anônima (propriedade

privada).

Palavras-chave: Saneamento básico. Normas internacionais de contabilidade. Contrato de

concessão.

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ABSTRACT

Given the relevance of sanitation services to the population's quality of life, impacting directly

on social, environmental and economic development of any society, as well as the effects

generated in the classification of assets, rights and obligations related to the concession

agreement of the dealers after adoption of IFRIC 12 / ICPC 01, the study aims to identify

what are the determinants of adoption of IFRIC 12 - Service Concession Arrangements by

joint-stock companies of the Brazilian sanitation sector. The sample consisted of 60

companies operating in regime of joint-stock company in the Brazilian sanitation and water

supply sector, in an unbalanced panel in the period 2010 to 2014. The methodology used in

the research is characterized as descriptive, bibliographical and documentary, with

quantitative data approach. To achieve the objective of the study selected as the dependent

variable adoption of IFRIC 12, and as independent variables the Size, Return on assets,

Leverage, Revenue growth, Asset growth, Capital intensity, Corporate Audit, Listing on the

BM & F Bovespa and legal form. Used the Generalized Estimating Equation (GEE) as

econometric model. Overall, the results indicate that the factors that determine the adoption of

IFRIC 12 by joint-stock companies from sanitation sector are its size, the company is audited

by a Big Four, the company is listed on the BM & F Bovespa and if the company has the legal

form of joint-stock company (private property).

Keywords: Sanitation. International accounting standards. Concession contract.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Fluxo de classificação contábil de contratos de concessão pela ICPC 01 . .............. 28

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LISTA DE QUADRO

Quadro 1. Distribuição dos prestadores de serviços participantes do SNIS em 2014, que

responderam aos formulários, segundo abrangência e natureza jurídica..................................21

Quadro 2. Distribuição dos prestadores de serviços participantes do SNIS em 2014, que

responderam aos formulários completos, segundo abrangência e algumas características do

atendimento...............................................................................................................................22

Quadro 3. Níveis de atendimento com água e esgotos dos municípios cujos prestadores de

serviços são participantes do SNIS em 2014, segundo região geográfica e

Brasil.........................................................................................................................................22

Quadro 4. Investimentos realizados em 2014, de acordo com as informações dos prestadores

de serviços participantes do SNIS, segundo região geográfica e tipo de contratante das

obras..........................................................................................................................................23

Quadro 5. Tipos comuns de contratos de participação do setor privado na prestação de

serviços públicos.......................................................................................................................26

Quadro 6. Variáveis independentes da regressão .................................................................... 37

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Estatísticas QIC ....................................................................................................... 41

Tabela 2. Estatística descritiva da variável dependente – IFRIC 12 ....................................... 42

Tabela 3. Estatística descritiva das variáveis contínuas .......................................................... 42

Tabela 4. Resultados do modelo explicativo GEE – Link logit ............................................ 444

Tabela 5. Resultados do modelo explicativo GEE – Link Probit............................................48

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGESPISA Companhia de Águas e Esgotos do Piauí

BM&FBovespa Bolsa de Valores de São Paulo

CAEMA Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão

CAER Companhia de Águas e Esgotos de Roraima

CAERD Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia

CAERN Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte

CAESA Companhia de Águas e Esgotos do Amapá

CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

CAGECE Companhia de Águas e Esgotos do Estado Ceará

CAGEPA Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba

CASAL Companhia de Abastecimento D’Água e de Saneamento do Estado de Alagoas

CASAN Companhia Catarinense de Águas e Saneamento

CEDAE Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro

CESAN Companhia Espírito Santense de Saneamento

CESB Companhias Estaduais de Saneamento Básico

CODEN Companhia de Desenvolvimento de Nova Odessa

COMPESA Companhia Pernambucana de Saneamento

COPASA Companhia de Saneamento de Minas Gerais

CORSAN Companhia Riograndense de Saneamento

COSAMA Companhia de Saneamento do Amazonas

COSANPA Companhia de Saneamento do Pará

CPC Comitê de Pronunciamentos Contábeis

CVM Comissão de Valores Mobiliários

CFC Conselho Federal de Contabilidade

DAE JUNDIAÍ DAE S/A - Água e Esgoto

DESO Companhia de Saneamento de Sergipe

EMASA Empresa Municipal de Água e Saneamento Ambiental

EMBASA Empresa Baiana de Águas e Saneamento

ESAP Empresa de Saneamento de Palestina

EFRAG

European Comission em parceria com o European Financial Reporting

Advisory Group

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GEE Generalized Estimating Equation

IASB International Accounting Standards Board

IASC Accounting Standards Comitee

IAS International Accounting Standards

IFRS International Financial Reporting Standards

ICPC Interpretação Técnica

LNSB Lei de Diretrizes Nacionais do Saneamento Básico

PIB Produto Interno Bruto

PLANASA Plano Nacional de Saneamento Básico

PROLAGOS Prolagos S/A - Concessionária de Serviços Públicos e Águas de Esgotos

QIC Quasilikelihood under the independence model information criterion

SABESP Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo

SANASA Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento

SANEAGO Saneamento de Goiás

SANEATINS Companhia de Saneamento de Tocantins

SANECAP Companhia de Saneamento da Capital

SANED Companhia de Saneamento de Diadema

SANEPAR Companhia de Saneamento do Paraná

SANESSOL Saneamento de Mirassol - Sanessol S.A

SANESUL Empresa de Saneamento do Mato Grosso do Sul

SNIS Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento

PMSS Programa de modernização do setor de saneamento

SNSA Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental

IFRIC International Financial Reporting Interpretations Comitee

PPPs Lei das Parcerias Público-Privadas

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................14

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMATIZAÇÃO..................................................14

1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 16

1.2.1 Geral ......................................................................................................................... 16

1.2.2 Específicos ............................................................................................................... 16

1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 18

2.1 SANEAMENTO BÁSICO BRASILEIRO ..................................................................... 18

2.2 CONTRATO DE CONCESSÃO .................................................................................... 24

2.3 ESTUDOS ANTERIORES REALIZADOS SOBRE A INTERPRETAÇÃO ICPC 01 /

IFRIC 12................................................................................................................................29

2.4 NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE..............................................32

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................................... 35

3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA ......................................................................................... 35

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA ............................................................................................. 36

3.3 COLETA E TRATAMENTO DOS DADOS .................................................................. 36

3.3.1 Definição das Variáveis e Modelo de Regressão ..................................................... 36

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................ 42

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 47

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 48

APÊNDICES ........................................................................................................................... 53

APÊNDICE A - EMPRESAS DE SANEAMENTO DELIMITADAS NA AMOSTRA... 53

APÊNDICE B - VARIÁVEIS DA AMOSTRA EM PAINEL EMPILHADO ...................... 54

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMATIZAÇÃO

A Normatização Contábil vivencia um processo de mudanças que são impulsionadas

pelas alterações ocorridas no cenário econômico mundial, no qual a economia globalizada, o

desenvolvimento do mercado internacional e o aumento dos investimentos estrangeiros criam

a necessidade de adoção de normas e procedimentos, que possam reduzir a assimetria

informacional, assim como as diferenças das informações contábeis prestadas entre diferentes

países (NETO; DIAS; PINHEIRO, 2009).

Visando atender essa nova realidade, surgiu o Accounting Standards Comitee (IASC),

que emitia pronunciamentos chamados International Accounting Standards (IAS).

Posteriormente, esse órgão passou por um processo de reestruturação, sendo renomeado para

International Accounting Standards Board (IASB), enquanto seus pronunciamentos foram

chamados de International Financial Reporting Standards (IFRS). O órgão foi criado com o

intuito de formular e publicar de forma totalmente independente um novo padrão de normas

contábeis internacionais que possam ser mundialmente aceitas.

Atualmente, muitos países já adotam as normas internacionais de contabilidade da

IFRS. Um dos objetivos da adoção das normas IFRS é uma maior confiabilidade e

transparência da informação contábil por parte dos usuários, tendo em vista que a sua adesão

facilita a compreensibilidade dos relatórios financeiros e possibilita a redução da assimetria

informacional.

No Brasil, o processo de convergência começa com a criação do Comitê de

Pronunciamentos Contábeis (CPC), criado em 2005, subsequentemente, a sanção da Lei nº

11.638, de 28 de dezembro de 2007 e a medida provisória nº 449, de 03 de dezembro de 2008,

convertida na Lei 11.941 de 27 de maio de 2009, alteraram e revogaram dispositivos da Lei nº

6.404, de 15 de dezembro de 1976 (lei das sociedades anônimas). Essa nova legislação

determinou que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) adotasse a normatização contábil

de acordo com os padrões internacionais, e esse dispositivo legal permitiu que o CPC

passasse a ser o principal emissor de normas contábeis no país.

Assim, com o propósito de orientar os concessionários sobre a forma de contabilização

de concessões de serviços públicos a entidades privadas, o Comitê de Pronunciamentos

Contábeis emitiu a Interpretação Técnica ICPC 01 - contrato de concessão, sendo uma

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adaptação da IFRIC 12 Service Concession Arrangements, do International Financial

Reporting Interpretations Comitee (IFRIC).

Ressalta-se que a ICPC 01 é um “[...] espelho da interpretação internacional IFRIC

12” (BRUGNI; RODRIGUES; CRUZ, 2011) e que “[...] o CPC preservou a totalidade dos

dispositivos emanados pela norma internacional quando emitiu a referida interpretação”

(LIMA, 2010).

Segundo Lima (2010), a ICPC 01 foi elaborada com o objetivo de guiar, através de

diversos pronunciamentos técnicos, a forma como os concessionários de determinados tipos

de contratos de concessão de serviços públicos deve aplicar as novas normas para contabilizar

seus bens, direitos e obrigações relacionados aos seus contratos de concessão.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em 22 de dezembro de 2009, através da

deliberação nº 611 determinou a aceitação do ICPC 01 para os exercícios encerrados a partir

de dezembro de 2010. Para Scalzer (2013), vários setores da economia que atuam em regime

de concessão podem ser afetados pela escolha dessa interpretação, como distribuição de

energia, transmissão de energia, construção de rodovias, setor de saneamento, distribuição

de gás, dentre outros.

Tendo em vista que a prestação dos serviços de saneamento está vinculada a um

contrato de concessão e que as empresas do setor estão no contexto de obrigatoriedade de

acatar a ICPC 01/IFRIC 12, surgiu o seguinte problema de pesquisa: quais são os fatores que

influenciam a adoção da IFRIC 12 pelas sociedades anônimas do setor de saneamento

básico do Brasil?

Para responder o problema proposto, o trabalho encontra-se estruturado da seguinte

forma: na seção 2 será apresentada a fundamentação teórica, onde expomos a caracterização

do setor de saneamento, do contrato de concessão e acrescentado com estudos realizados

sobre esse, além de aspectos e estudos sobre as normas internacionais de contabilidade; na

seção 3 serão descritos os procedimentos metodológicos, no qual será especificado a amostra,

a coleta e tratamento dos dados, as variáveis e modelo econométrico; já no ponto 4 e 5

teremos os resultados e as considerações finais, respectivamente.

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Geral

Para responder o problema de pesquisa exposto anteriormente, elaborou-se o

seguinte objetivo geral: Identificar quais são os fatores determinantes da adoção da IFRIC 12

pelas sociedades anônimas do setor de saneamento básico do Brasil.

1.2.2 Específicos

Com o fim de atingir o objetivo geral proposto, foram definidos os seguintes

objetivos específicos:

Relacionar os dados das empresas de saneamento básico do Brasil constituídas sob a

forma jurídica de sociedade anônima;

Identificar e calcular as variáveis que serão possíveis determinantes para a adoção da

IFRIC 12 pelas sociedades anônimas do setor de saneamento básico do Brasil;

Analisar estatisticamente se existi associação das variáveis explicativas sobre a

adoção da IFRIC 12.

1.3 JUSTIFICATIVA

Existi por parte de diversos países uma grande aceitação do novo padrão de

contabilidade baseada em IFRS, isso em razão do aumento da globalização e integração

econômica, a busca por mais transparência, comparabilidade e consistência das informações

financeiras. Dessa forma, as informações contábeis de alta qualidade passam a ser

fundamentais (CALIXTO, 2010).

No Brasil, especificamente no setor de saneamento básico, muitas empresas ainda

não adotaram em sua totalidade o novo padrão de contabilidade baseada em IFRS, apesar de

ser obrigatório desde 2010. A não adoção desses novos normativos pode comprometer a

qualidade da informação contábil.

Uma vez que a prestação de serviços de saneamento está vinculada a um contrato de

concessão e o CPC emitiu a interpretação técnica ICPC 01 como forma de orientar os

concessionários de determinados tipos de contratos de concessão de serviços públicos a

entidades privadas como devem aplicar os novos normativos para contabilizar os bens,

direitos e obrigações relativas às concessões, sendo assim uma melhor forma de representar os

eventos econômicos dos mesmos, melhorando assim as informações contábeis.

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A CVM, em 22 de dezembro de 2009, com as deliberações nº 611/09 e o CFC através

da Resolução nº 1.261/09 aprovaram a ICPC 01, obrigando a adoção dessas normas por parte

dos concessionários. Nesse sentido, o estudo aproveita a oportunidade de analisar quais as

variáveis podem justificar a implementação da norma IFRIC 12/ICPC 01 pelas empresas de

saneamento, tendo visto que a obrigatoriedade não foi o suficiente para determinar a sua total

adesão por parte das empresas do setor.

A escolha do campo justifica-se pela sua relevância para a saúde pública e para

desenvolvimento econômico e social de um país. Nessa perspectiva, dados da Fundação

Nacional de Saúde (2004) afirmam que para cada real investido no setor de saneamento,

economizam-se quatro reais na área de medicina curativa, enfatizando assim a importância

nesse setor.

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18

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 O SETOR DE SANEAMENTO BRASILEIRO

Para qualquer país, a eficiência, a qualidade e a universalidade dos serviços de

saneamento básico são fundamentais para a qualidade de vida da população. Tendo impacto

direto sobre a saúde pública, o meio ambiente e o desenvolvimento econômico de um país

(MADEIRA, 2010). O mesmo autor destaca que “[...] um aumento dos investimentos no setor

pode ser considerado como parte de uma estratégia de amplo desenvolvimento econômico e

social”.

Corroborando com isso, dados divulgados pelo Ministério da Saúde afirmam que

para cada R$ 1,00 investido no setor de saneamento, economiza-se R$ 4,00 na área de

medicina curativa, confirmando assim, que os investimentos no setor se relacionam de forma

direta com as condições de saúde da população. Contribuindo com a ideia, Rodrigues (2012)

menciona que o saneamento básico é fundamental para o desenvolvimento de uma nação,

tendo em vista que está relacionado a aspectos ambientais, sociais e de saúde.

Carvalho (2014) ressalta que, a ausência desses serviços gera impactos negativos

para o meio ambiente, a economia e o desenvolvimento urbano de qualquer localidade, além

de alimentar iniquidades e acentuar abismos sociais.

No Brasil, o processo de regulamentação do saneamento básico foi instaurado pela

promulgação da Lei Federal nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, estabelecendo as diretrizes

nacionais. No seu artigo 3º, a lei traz a seguinte definição de saneamento básico:

I - saneamento básico: conjunto de serviços, infra-estruturas e instalações

operacionais de:

a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infra-

estruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água

potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos

de medição;

b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infra-estruturas e

instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final

adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu

lançamento final no meio ambiente;

c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades,

infra-estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo,

tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição

e limpeza de logradouros e vias públicas;

d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades,

infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas

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pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de

vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas

nas áreas urbanas;

Esse novo conceito introduzido pela Lei nº 11.445, apresenta-se de forma bastante

ampla, englobando, nos serviços de saneamento básico, as atividades relacionadas a resíduos

sólidos e as águas pluviais, não se restringindo apenas aos serviços de abastecimento de águas

e esgotamento sanitário. Vale salientar que neste estudo, o saneamento básico será abordado

de forma simplificada, tratando apenas dos serviços relativos ao abastecimento de água e

esgotamento sanitário.

Santos (2009, p. 3620) enfatizou que:

A adoção do conceito de saneamento básico, englobando os serviços de

abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e

manejo de resíduos sólidos urbanos e drenagem e manejo de águas pluviais

urbanas, e a previsão da integração destes serviços, parte do pressuposto de

que não basta trabalhar isoladamente cada componente.

A lei também determina os princípios a serem seguidos no processo de

regulamentação. Madeira (2010) evidencia que a lei estabelece diversos princípios, entre os

quais a universalização do acesso e a eficiência e a sustentabilidade econômica e ambiental,

princípios que, se seguidos, podem guiar uma política de saneamento básico segura para a

população e para as empresas privadas.

Rodrigues (2012) frisa ainda que a legislação se preocupou não só com os aspectos

ambientais e sociais, abarcou também os econômicos e, principalmente, os relacionados a

saúde, uma vez que o saneamento básico está intimamente atrelado com ela no que se refere a

não proliferação de doenças.

Para Depieri (2015), as diretrizes para a prestação dos serviços públicos de

saneamento básico são instituídas com fundamentos no art. 21, XX, da Constituição Federal,

e ainda que o titular dos serviços sejam os municípios, obrigatoriamente, esses devem ser

observados por todos os entes federativos e prestadores, sejam públicos ou privados.

Nos primórdios, os serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento

sanitário no Brasil eram operacionalizados por empresas privadas através de concessões. A

partir da década de 40 até a década de 60, o cenário mudou, os serviços públicos de

abastecimento de água e de coleta de esgotos foram prestados diretamente pelos municípios,

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20

por meio de departamentos ou serviços municipais de água e esgotos SAEs ou DAEs

(PEREIRA JÚNIOR, 2008).

Nesse período predominavam as cidades pequenas com baixa densidade

populacional e com baixo crescimento de urbanização. Contudo, à medida que a taxa de

urbanização foi expandindo, impulsionada pelo processo de industrialização, a demanda por

infraestrutura urbana também foi crescendo (SAIANI, 2007). Dessa forma, surgi também uma

nova procura de planejamento para o setor. A demanda por serviços de saneamento é

determinada pelo crescimento da população total e, em especial, pelo crescimento da

população urbana MPO/SEPURB/IPEA (1995, apud SAIANI, 2007).

Para atender essa nova demanda, surgiu o PLANASA, mencionada por Souza

(2011), como a principal experiência brasileira na área de investimentos em serviços públicos

de água, esgotamento e drenagem, formulado pelo Governo Federal ao longo da década de

1960 e lançado em 1970. Ainda segundo o autor, “[...] esse plano foi o responsável pela

criação de companhias estaduais e pelo arcabouço institucional que vigora até hoje na

prestação dos serviços de saneamento do país”.

Vale salientar que esse plano alcançou resultados importantes, no que se refere aos

números relativos aos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Ele

conseguiu ampliar, entre 1970 e 1991, de 32,8% para 70,7% o número de domicílios com

fornecimento de água ligado à rede geral e de 26,4% para 52,4% o número de domicílios com

esgoto ligado à rede geral ou fossa séptica (SOUZA, 2011).

A partir da década de 1980, o setor começou a perder força, isso em decorrência da

falta de investimento nele, o que culminou na extinção do PLANASA. De acordo com Souza

(2011), a recessão econômica da década de 1980 e a mudança do marco jurídico-institucional

proveniente da redemocratização brasileira, que resultou na Constituição Federal de 1988,

concorreram de forma especial para a crise que gerou o esgotamento do PLANASA. Carvalho

(2014) ressalta que o fim desse serviço proporcionou um vazio institucional que durou cerca

de duas décadas, até ser criada uma nova política capaz de retratar uma estratégia nacional

para o setor.

A promulgação da Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007, conhecida por Lei de

Diretrizes Nacionais do Saneamento Básico (LNSB), regulamentada pelo Decreto nº

7.217/2010 estabeleceram as diretrizes nacionais para o saneamento básico no Brasil. Essa lei

marca um novo momento histórico para o saneamento no país, pois proporcionou um novo

marco jurídico para o setor e trouxe, entre outras contribuições, universalização do acesso ao

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saneamento básico, caracterizando-se como um avanço social e uma reforma institucional

para essa esfera.

No Brasil, as informações do setor de águas e esgotos são alimentadas pelo Sistema

Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o qual é fruto da criação do Programa de

Modernização do Setor de Saneamento (PMSS), vinculado à Secretaria Nacional de

Saneamento Ambiental (SNSA) do Ministério das Cidades. Essas informações são publicadas

anualmente desde o ano-base de 1995 (www.snis.gov.br).

No que tange a natureza jurídica, os prestadores são classificados em Administração

direta, Autarquia, Sociedade Economia Mista, Empresa

pública, Empresa privada (Sociedade de responsabilidade limitada e Sociedade anônima) e

Organização social. Conforme exposto no quadro 1.

Quadro 1 - Distribuição dos prestadores de serviços participantes do SNIS em 2014, que responderam aos

formulários, segundo abrangência e natureza jurídica.

Abrangência

Natureza Jurídica

Administração

Direta Autarquia

Sociedade

Economia

Mista

Empresa

Pública

Empresa Privada

Organização

Social Sociedade de

Responsabilidade

Limitada

Sociedade

Anônima

Regional 0 2 24 1 0 1 0

Microrregional 0 3 0 0 1 2 0

Local 975 423 7 4 38 28 2

Brasil 975 428 31 5 39 31 2

Fonte: Adaptado do SNIS (2014)

No que se refere a abrangência de prestação dos serviços, os prestadores são

classificados em regional, microrregional e local. São classificados como regionais os que

atendem a um considerável número de municípios no mesmo estado, limítrofes uns dos outros

ou não; os classificados como abrangência microrregional são os que atendem a dois ou mais

municípios limítrofes uns dos outros no mesmo estado; e os prestadores de abrangência local

são os que atendem a um único município. De acordo com o diagnóstico do ano-base de 2014,

os dados foram distribuídos em 28 prestadores regionais, 6 prestadores microrregional e 1.474

prestadores locais. De acordo com quadro a seguir:

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Quadro 2 - Distribuição dos prestadores de serviços participantes do SNIS em 2014, que responderam aos

formulários Completos, segundo abrangência e algumas características do atendimento.

Prestador de serviços Quantidade de

municípios atendidos População urbana dos municípios

Abrangência Quantidade Água Esgotos Água Esgotos

Regional 28 4.002 1.292 126.193.641 100.547.896

Microrregional 6 18 13 686,146 625,255

Local 1.474 1.117 1.04 43.683.854 49.830.637

Brasil 1.508 5.137 2.345 170.563.641 151.003.788

Fonte: Adaptado do SNIS (2014)

Visualizando a distribuição exposta no quadro 2, verifica-se que os prestadores de

abrangência regional são responsáveis pelo atendimento da maioria dos municípios e como

também da população urbana brasileiro, sendo 4.002 municípios no que se refere ao

abastecimento de água e 1.292 para o que diz respeito ao esgotamento sanitário, tocante à

população urbana atendida, 126.193.641 para água e 100.547.896 para esgoto.

Conforme demonstra os índices de atendimento, nem todas as regiões brasileiras têm

acesso aos serviços mínimos previstos na legislação. As regiões Norte e Nordeste possuem os

menores índices de atendimento com abastecimento de água e esgotamento sanitário do

Brasil, de acordo com o evidenciado no quadro 3:

Quadro 3 - Níveis de atendimento com água e esgotos dos municípios cujos prestadores de serviços são

participantes do SNIS em 2014, segundo região geográfica e Brasil.

Região

Índice de atendimento com rede (%) Índice de tratamento dos esgotos (%)

Água Coleta de esgotos Esgotos gerados Esgotos coletados

Total Urbano Total Urbano Total Total

Norte 54,5 67,8 7,9 9,9 14,4 78,2

Nordeste 72,9 89,5 23,8 31,1 31,4 78,5

Sudeste 91,7 96,8 78,3 83,3 45,7 65,4

Sul 88,2 97,3 38,1 44,4 36,9 84,1

Centro-Oeste 88,9 96,7 46,9 51,7 46,4 91,1

Brasil 83 93,2 49,8 57,6 40,8 70,9

Fonte: Adaptado do SNIS (2014)

Observando os dados do quadro acima, identifica-se que a região Nordeste apresenta

índice de atendimento com rede de água de 72,9% e coleta de esgotos de apenas 23,8%, já a

região Norte, os índices são mais caóticos, apresentando índice de abastecimento de água de

54,5% e para esgoto de apenas 7,9%. Em ambos as regiões, os percentuais são bastante

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23

inferiores à média nacional, que é de 83% para água e de 49,8% para esgotos. Tomando por

base a universalização do acesso, que o saneamento básico deve ser um serviço mínimo

ofertado a toda população, percebe-se que existi uma grande fragilidade no setor, e isso pode

ser verificado em todas as cinco regiões do Brasil.

Outro dado importante divulgado pelos SNIS é a quantidade de investimentos

realizados pelos prestadores dos serviços, pelas prefeituras municipais e pelos governos

estaduais.

Quadro 4 - Investimentos realizados em 2014, de acordo com as informações dos prestadores de serviços

participantes do SNIS, segundo região geográfica e tipo de contratante das obras.

Região

Contratante:

prestadores de

serviços

Contratante:

municípios

Contratante:

estados Total

(R$ mil) (R$ mil) (R$ mil) (R$ mil) (%)

Norte 199,8 31,5 205,2 436,5 3,60%

1,82% 4,98% 34,53% 100%

Nordeste 2.011,70 30,3 68 2.110,00 17,30%

18,32% 4,79% 11,44% 100%

Sudeste 5.888,10 489,4 293,6 6.671,20 54,60%

53,62% 77,36% 49,40% 100%

Sul 1.709,50 67,4 9,9 1.786,70 14,60%

15,57% 10,65% 1,67% 100%

Centro-

Oeste

1.171,50 14 17,6 1.203,10 9,90%

10,67% 2,21% 2,96% 100%

Brasil 10.980,60 632,6 594,3 12.207,50 100,00%

89,90% 5,20% 4,90% 100,00% -

Fonte: Adaptado do SNIS (2014)

Segundo dados do SNIS 2014, grande parte dos investimentos foram realizados pelos

próprios prestadores de serviços correspondendo a 89,90% do total, seguido pelos

investimentos realizados pelos municípios com 5,20% e depois pelos estados com 4,90%. Ao

analisar o quadro conforme a região geográfica, percebesse que os maiores investimentos são

realizados na região sudeste com 54,60% do total, seguindo pelas regiões nordeste e sul, com

17,30% e 14,60%, respectivamente. O fato da região sudeste concentrar os maiores

investimentos é devido ser a região mais populosa do país.

Conforme a ICPC 01, os investimentos, sejam eles realizados pelos próprios

prestadores, pelos municípios ou pelos estados, devem ser classificados segundo os critérios

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dessa norma, e serem registrados com ativos intangíveis ou ativos financeiros de acordo com

o estabelecido no contrato.

2.2 CONTRATOS DE CONCESSÃO

De acordo com o descrito na ICPC 01 (2009, itens 1 e 2), historicamente, a

infraestrutura de serviços públicos – tais como estradas, pontes, túneis, prisões, hospitais,

aeroportos, redes de distribuição de água, redes de distribuição de energia, telecomunicações,

redes de distribuição de gás – foi construída, operada e mantida pelo setor público e

financiada por meio de dotações orçamentárias. No entanto, para o setor privado participar no

desenvolvimento, financiamento, operação e manutenção dessa infraestrutura, o estado teve

que introduzir contratos de prestação de serviços. Conforme esses contratos, a infraestrutura

pode já existir ou ser construída durante a vigência do contrato de serviço e geralmente

envolvem uma entidade privada (concessionário) que constrói a infraestrutura usada para

prestar os serviços públicos ou melhorá-la, além de operá-la e mantê-la durante prazo

específico e recebe pelos serviços durante a vigência do contrato (CPC, 2009).

No Brasil, a formalização para a participação do setor privado na prestação de

serviços públicos se deu através do artigo 175, da Constituição Federal de 1988, especificando

que “[...] incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão

ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”. Esse processo é

concretizado durante a década de 1990, com a sanção da Lei nº 8.987, em 13 de fevereiro de

1995, que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos,

e dá outras providências, sendo conhecida, na época, como “a Lei das Concessões”, sendo

complementada posteriormente pela Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995, que estabelece

normas para outorga, prorrogações das concessões e permissões de serviços públicos, e pela

Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004, que institui normas gerais para licitação e

contratação de parceria público-privada no âmbito da administração pública, ficando

conhecida como a Lei das Parcerias Público-Privadas.

Como forma de orientar os concessionários na contabilização de concessões de

serviços públicos a entidades privadas de acordo com o padrão internacional, o Comitê de

Pronunciamentos Contábeis (CPC) aprovou a Interpretação Técnica ICPC 01 Contratos de

Concessão, sendo elaborada com base na IFRIC 12 Service Concession Arrangements,

emitida pelo International Financial Reporting Interpretations Committee (IFRIC), em 30 de

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novembro de 2006, tendo sido aprovada pelos membros do CPC em 6 de novembro de 2009.

Posteriormente, essa interpretação foi referendada pela CVM através da Deliberação nº

611/09 e pelo CFC por meio da Resolução nº 1.261/09, tornando sua adoção obrigatória por

parte dos concessionários.

A interpretação técnica ICPC 01 estabelece os princípios gerais sobre o

reconhecimento, a mensuração das obrigações e os respectivos direitos dos contratos de

concessão de serviços públicos a entidades privadas. Além disso, orienta os concessionários

quanto a forma de contabilização dos bens inerentes à infraestrutura das concessões, sendo

aplicável quando (i) o concedente controla ou regulamenta quais serviços o concessionário

deve prestar com a infraestrutura, a quem os serviços devem ser prestados e o seu preço; e (ii)

o concedente controla – por meio de titularidade, usufruto ou de outra forma – qualquer

participação residual significativa na infraestrutura no final do prazo da concessão.

Quanto a infraestrutura utilizada na concessão de serviços públicos a entidades

privadas, tanto pode ser (i) à infraestrutura construída ou adquirida junto a terceiros pelo

concessionário para cumprir o contrato de prestação de serviços ou (i) à infraestrutura já

existente, que o concedente repassa durante o prazo contratual ao concessionário para efeitos

do contrato de prestação de serviços.

No que se refere ao tratamento dos direitos do concessionário sobre a infraestrutura,

a ICPC 01 no seu item 11, diz que essa infraestrutura seja ela adquirida, melhorada ou

construída pelo concessionário, não será registrada como ativo imobilizado do concessionário

porque o contrato de concessão não transfere ao concessionário o direito de controlar o uso

dessa infraestrutura, apenas tem acesso para operá-la em nome do concedente. Nesse caso,

independente da forma como se originou essa infraestrutura, ela será transferida ou

concedente no final do contrato de acordo com os termos estabelecidos nele.

O quadro seguinte, o qual integra a nota informativa 2, que acompanha a

Interpretação Técnica ICPC 01, mas não faz parte dela, apresenta as principais categorias de

contratos de participação do setor privado na prestação de serviços públicos, dando

referências aos pronunciamentos técnicos que se aplicam a cada tipo de contrato:

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26

Quadro 5 – Tipos comuns de contratos de participação do setor privado na prestação de serviços públicos

Categoria

Arrendatário

Provedor de serviços

Proprietário

Contratos

típicos

Arrendamento

(ex: operador

arrenda o ativo

do concedente)

Contrato de

serviço e/ou

manutenção

(tarefas

específicas,

ex: cobrança

de dívida)

Recuperar

- operar-

transferir

Construir

- operar-

transferir

Constrói

e

Operar

100%

Desinvestimento

/ privatização/

constituição

Propriedade

do ativo

Concedente

Operador

Investimento

de capital

Concedente

Operador

Risco de

demanda

Compartilhado

Concedente

Operador

e/ou

concedente

Operador

Duração

típica

8-20 anos

1-5 anos

25-30 anos

Indefinida (ou pode

ser limitada à

licença)

Interesse

residual

Concedente

Operador

CPCs

Relevantes

CPC 06

(Arrendamento

Mercantil)

CPC 30

(Receitas)

ICPC 01

(Contratos de

Concessão)

CPC 27

(Imobiliza)

Fonte: Adaptado da ICPC 01.

Quanto ao processo de reconhecimento e mensuração do valor do contrato, o item 12,

da ICPC 01, determina que “[...] nos termos dos contratos de concessão dentro do alcance desta

Interpretação, o concessionário atua como prestador de serviço”. Para isso, ele constrói ou

melhora essa infraestrutura (serviços de construção ou de melhoria) usada para prestar um

serviço público, assim como também a opera e a mantém (serviços de operação) durante o prazo

estipulado no contrato.

No item 13 é descrito como o concessionário deve reconhecer e mensurar as receitas

decorrentes dos serviços de construção ou melhoria, bem como dos serviços de operação:

O concessionário deve reconhecer e mensurar a receita dos serviços que

presta de acordo com os Pronunciamentos Técnicos CPC 17 – Contratos de

Construção e CPC 30 – Receitas. Caso o concessionário realize mais de um

serviço (p.ex., serviços de construção ou de melhoria e serviços de operação)

regidos por um único contrato, a remuneração recebida ou a receber deve ser

alocada com base nos valores justos relativos dos serviços prestados caso os

valores sejam identificáveis separadamente. A natureza da remuneração

determina seu subsequente tratamento contábil.

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27

O item 14 reforça que “[...] o concessionário deve contabilizar receitas e custos relativos

a serviços de construção ou de melhoria de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 17 –

Contratos de Construção”.

No tocante a contrapartida paga pelo concedente no item 15 da ICPC 01, diz que “[...]

se o concessionário presta serviços de construção ou de melhoria, a remuneração recebida ou a

receber pelo concessionário deve ser registrada pelo seu valor justo[...]” e essa remuneração pode

corresponder a direitos sobre:

Ativo financeiro - tratado conforme os termos estabelecidos nos pronunciamentos técnicos CPC

38, CPC 39 e CPC 40, à medida que o concessionário tem o direito contratual incondicional de

receber caixa ou outro ativo financeiro do concedente pelos serviços de construção e o

concedente tem pouca ou nenhuma opção para evitar o pagamento. Nesses casos, os valores

devidos, direta ou indiretamente, pelo concedente deve ser contabilizado de acordo com o

Pronunciamento Técnico CPC 38, devendo ser reconhecido e Mensurado como: (a) empréstimo

ou recebível; (b) ativo financeiro disponível para venda; ou (c) ativo financeiro pelo valor justo

por meio do resultado, caso sejam atendidas as condições para tal classificação no

reconhecimento inicial. O item 25 enfatiza que se “[...] contabilizado como empréstimo ou

recebível ou ativo financeiro disponível para venda o Pronunciamento Técnico CPC 38 exige

que a parcela referente aos juros calculados com base no método de taxa efetiva de juros seja

reconhecida no resultado”.

Ativo intangível - tratado conforme os termos estabelecidos no pronunciamento técnico CPC

04, à medida que recebe o direito (autorização) de cobrar os usuários dos serviços públicos. Esse

direito não constitui direito incondicional de receber caixa porque os valores são condicionados à

utilização do serviço público pelos usuários. Assim, atendido esses critérios, deve ser registrados

como ativo intangível, estando sujeito aos testes de recuperabilidade, e será amortizado ao longo

de sua vida útil econômica real ou do prazo de concessão. Dos dois, o menor.

O fluxograma seguinte, que integra a nota informativa 1, o qual acompanha a

Interpretação Técnica ICPC 01, porém não faz parte dela, resume a contabilização dos

contratos de prestação de serviços público a entidades privadas:

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Figura 1 - Fluxo de classificação contábil de contratos de concessão pela ICPC 01

Fonte: Adaptado da ICPC 01.

O item 21 trata das obrigações contratuais de recuperação da infraestrutura a um

nível específico de operacionalidade. De acordo com esse item, o concessionário pode ter

obrigações contratuais que devem ser atendidas no âmbito da sua concessão, e podem ser

relativas as seguintes situações: (a) para manter a infraestrutura com um nível específico de

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operacionalidade ou (b) recuperar a infraestrutura na condição especificada antes de devolvê-

la ao concedente no final do contrato de serviço. Tais obrigações contratuais de manutenção

ou recuperação da infraestrutura, exceto eventuais melhorias, devem ser registradas e

avaliadas de acordo com os critérios estabelecidos no Pronunciamento Técnico CPC 25, pela

melhor estimativa de gastos necessários para liquidar a obrigação presente na data do balanço,

tanto no caso de concessão reconhecida como ativo financeiro, como ativo intangível ou

como parte de uma forma e parte de outra, dependendo das particularidades de cada situação.

Sobre os custos de empréstimos incorridos pelo concessionário, o item 22 da ICPC 01,

determina que devem ser tratados de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 20 – Custos

de Empréstimos; os custos de empréstimos relativos ao ativo intangível, onde o

concessionário tenha o direito contratual de cobrar os usuários pelos serviços prestados.

Nesse caso, esses custos devem ser atribuíveis ao contrato de concessão e capitalizados

durante a fase de construção. Os demais custos de empréstimos atribuíveis ao contrato de

concessão devem ser registrados como despesa no período em que são incorridos.

2.3 ESTUDOS ANTERIORES REALIZADOS SOBRE A INTERPRETAÇÃO IFRIC 12 /

ICPC 01

A revisão de literatura sobre a IFRIC 12 / ICPC 01, realizada tanto no âmbito

nacional quanto internacional, abordam diversos assuntos sobre a norma, dentre eles,

destacam-se: a visão dos interessados sobre a IFRIC 12 / ICPC 01, as principais mudanças

ocorridas em contas ou grupos de contas, os efeitos gerados no resultado e na formação de

tarifas.

Em um estudo realizado pela European Comission em parceria com o European

Financial Reporting Advisory Group (EFRAG), através de uma pesquisa de opinião feita com

contadores, auditores e autoridades públicas de diversos países da Europa, como Alemanha,

França, Dinamarca, Itália, Espanha, Portugal, Inglaterra, Áustria, dentre outros, para avaliar a

utilidade do IFRIC 12 para os usuários da informação contábil, do total dos entrevistados

66%, acreditam que o tratamento contábil utilizado pelo IFRIC 12 é apropriado e apenas 26%

acreditam não ser apropriado.

No Brasil, o autor Paris (et al 2012) realizou um estudo semelhante ao efetuado pela

European Comission, a fim de analisar os efeitos esperados da aplicação da IFRIC 12 em

concessionárias no país, e comparar os resultados obtidos nas duas pesquisas. Foi constatado

que os resultados da pesquisa aplicada no Brasil condizem parcialmente com os resultados

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30

encontrados na pesquisa publicada pela European Commission (2008); a maioria dos

respondentes brasileiros (concessionárias listadas, Comitê de Pronunciamentos Contábeis,

Conselho Federal de Contabilidade, Comissão de Valores Mobiliários, auditores, analistas de

investimentos e estudiosos do processo de convergência internacional) se manifestaram

positivamente quanto à relevância da adoção da ICPC 01, e parcialmente em relação a

confiabilidade, comparabilidade e compreensibilidade esperadas das informações geradas

com a aplicação da Interpretação. Já os respondentes do estudo realizado pela European

Commission manifestaram expectativas majoritariamente positivas em relação as quatro

características.

Cruz, Silva e Rodrigues (2009) analisaram os efeitos da adoção inicial do ICPC 01,

por duas empresas estrangeiras que atuam no Brasil sob o regime de concessão, e que

adotaram a norma. Os resultados revelam que as contas ou grupos de contas que mais

sofreram alteração foram o ativo imobilizado, ativo intangível, contas representativas de

ativos financeiros e provisões para manutenções e reparos, bem como as contas de

reconhecimento de receitas. Foi constatado também que o principal efeito da adoção da ICPC

01 no Brasil consistirá em alterações na estrutura de composição do Ativo, uma vez que a

norma não permite o reconhecimento da infraestrutura relacionada à concessão no ativo

imobilizado das concessionárias, práticas adotadas até então no Brasil.

Lima (2010) analisou os potênciais efeitos da adoção da Interpretação Técnica ICPC

01 nas demonstrações contábeis das empresas brasileiras concessionárias de serviços

públicos, e através de um estudo de caso, realizado nos relatórios contábeis da Companhia de

Saneamento de Minas Gerais (COPASA), evidenciou que a adoção da ICPC 01 gera impactos

significativos nas demonstrações contábeis das empresas concessionárias de serviço público,

visto que altera a composição da estrutura do ativo e provoca acréscimos significativos nas

receitas e nos custos, podendo ainda resultar em elevação ou redução do lucro das mesmas.

Silberman (et al 2013) analisou os efeitos da adoção da ICPC 01 e IFRIC 12 na

formação das tarifas de duas importantes concessionárias de serviços públicos pertencentes ao

setor de saneamento básico brasileiro, COPASA e CEDAE, e ambas empresas apresentaram

resultados diferentes. Os resultados da COPASA evidenciaram que as mudanças de critério

contábil realizadas pelas empresas relacionadas à transferência do imobilizado para ativo

financeiro e intangível e à adoção do prazo de concessão para amortização da infraestrutura

pública, conforme determina ICPC 01 e IFRIC 12, influenciam no valor da depreciação e

amortização de ativos pertencente ao cálculo tarifário. Já o estudo com a CEDAE demonstrou

que o modelo utilizado para o cálculo do IRT, baseado em variáveis extraídas do fluxo de

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caixa da empresa, é inflexível aos efeitos que podem ser gerados pelas mudanças contábeis

introduzidas pela ICPC 01 e IFRIC 12, uma vez que essas variáveis não têm os seus valores

alterados em função da adoção das normas.

Andrade e Martins (2009) analisaram criticamente os normativos sobre as

contabilizações das PPPs (tendo por base a IFRIC 12) à luz das teorias de contratos,

regulação, agência e contábil, buscando esclarecer quais são os aspectos positivos e negativos

quanto da adoção dessa norma. Para isso, realizaram revisão conceitual sobre riscos dos

contratos e análise dos normativos contábeis. Os autores concluiram que, apesar da norma ter

o objetivo de dirimir os conflitos advindos dos eventos econômicos do contrato de PPPs,

ajustes deverão acontecer, tendo em vista que a norma foi omissa quanto a mensuração dos

riscos envolvidos em cada contrato.

Pereira (2012) envestigou o impacto da adoção do ICPC 01 nas demonstrações

contábeis de dez concessionárias de rodovia brasileiras. Para tanto, analisou os balanços

patrimoniais e as demonstrações de resultado, através de dois grupos de indicadores – de

lucratividade e rentabilidade e os de estrutura e endividamento – relativos ao ano de 2009,

sem e com a adoção da ICPC 01. O autor concluiu que a adoção da ICPC 01 causa impactos

relevantes na composição da estrutura do ativo, gera acréscimos significativos nas receitas e

nos custos, podendo provocar variações nos resultados (lucros/prejuízos).

Dantas (2013) estudou os fatores das variações no resultado econômico das

concessionárias de abastecimento de água e esgotamento sanitário, decorrentes dos

pronunciamentos contábeis alinhados à convergência internacional e adotados a partir do

exercício de 2010, através de um Estudo de Caso aplicado à Companhia Pernambucana de

Saneamento. Foram comparadas as demonstrações financeiras dos anos de 2010 e 2011, e os

resultados obtidos nas entrevistas e pesquisa documental. Os resultados indicam que as

variações no resultado da empresa se devem ao atendimento à Interpretação Técnica ICPC 01,

adaptada a partir da IFRIC 12 e direcionada exclusivamente para as Concessões, e os fatores

que mais repercutiram no seu resultado foi a realização de ativos operacionais com base no

prazo de vigência das concessões em substituição às taxas fiscais, e foi identificado também a

distância entre o lucro societário antes e depois da convergência das normas.

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32

2.4 NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE

Na busca por uma linguagem única de contabilidade, em que fosse possível reportar

a informação contábil de acordo com um único padrão, vários países tornaram obrigatória ou

permitiram para as empresas que neles negociam adotarem as normas internacionais de

contabilidade (IFRS). De acordo com Lima (2010), espera-se que esses países obtenham uma

série de vantagens ao convergirem para as normas contábeis IFRS, tais como: maior

transparência e comparabilidade dos demonstrativos financeiros, integração dos mercados

financeiros internacionais, consolidação de blocos econômicos, atuação de instituição e

órgãos de maneira conjunta, dentre outras.

Segundo Calixto (2010), há grandes expectativas quanto à adoção do padrão IFRS,

uma vez que resultará em mudanças fundamentais no ambiente de negócios, especificamente

em acabar com a variedade de normas contábeis que as companhias devem acompanhar em

cada país em que operam.

Um dos principais argumentos utilizados a favor da adoção das normas

internacionais de contabilidade - IFRS é o de que esse conjunto de normas possibilita a

obtenção de informação com maior qualidade, isso em consequência do uso de um conjunto

de critérios de reconhecimento e de mensuração que melhor refletem a realidade econômica

das empresas e no fornecimento de um maior número de informações nas notas explicativas

(LOURENÇO, 2015).

Visando contribuir com a revisão da literatura empírica, foram identificados vários

estudos que analisaram os fatores determinantes da adoção das IFRS, a partir de um conjunto

de características específicos das empresas.

Um dos primeiros estudos foi realizado por Dumontier e Raffournier (1998), que

analisaram oito características de empresas suíças que aderiram voluntária ao IAS em 1994,

incluindo o status de listagem, a internacionalidade, tamanho, estrutura de propriedade, a

alavancagem, intensidade de capital, rentabilidade e reputação dos auditores. Utilizando

Análise Univariada, encontraram uma influência positiva do tamanho, internacionalidade,

status de listagem, tipo de auditor e difusão da propriedade em cumprimento voluntário das

IAS. Inversamente, nenhuma relação significativa foi encontrada para alavancagem,

rentabilidade e intensidade de capital.

Murphy (1999) também analisou características de empresas suíças que usam IAS

para preparação dos relatórios financeiros em 1995; os itens testados foram: as vendas

externas, cotações bolsas estrangeiras, relação dívida/capital próprio, valor de mercado,

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tamanho e empresa de auditoria. Ele conclui que a única diferença entre os dois grupos,

adotantes voluntárias e não adotantes, são as vendas externas e a percentual de cotações em

bolsas estrangeiras, assim, as empresas com maiores níveis de atividade externa são mais

propensas a adotar padrões internacionais de contabilidade.

El-Gazzar (et al. 1999) investigou as características de empresas multinacionais que

adotam as IAS em 1995-1997, e os resultados indicam que status de listagem,

internacionalidade e alavancagem, adesão de certos blocos geográficos e comerciais na União

Europeia (UE) estão significativamente relacionadas com a adoção voluntária das IAS por

parte das empresas multinacionais. Ainda segundo El-Gazzar (et al. 1999), as empresas são

motivadas a adotar voluntariamente IAS, de modo que aumentam a sua exposição aos

mercados estrangeiros, visando melhorar o reconhecimento do cliente, garantir o capital

estrangeiro e reduzir os custos políticos de fazer negócios no exterior.

Benau e Grima (2002) analisaram as características de uma amostra de empresas da

União Europeia ,que elaboraram suas demonstrações financeiras de acordo com as normas do

IASC, em 1997. As empresas analisadas são da Itália, Alemanha, França, Finlândia, Suécia e

Dinamarca. Os resultados sugerem que de sete hipóteses analisadas, dois foram cruciais para

o cumprimento da NIC. Assim, a análise empírica mostra que a internacionalidade e o

tamanho da empresa são fatores determinantes na decisão de adotar os padrões internacionais,

obtendo-se resultados significativos para essas variáveis em todas as análises realizadas. Os

autores argumentam sobre os resultados encontrados e dizem que há uma maior consciência

por parte dos usuários para quem se dirige a informação financeira.

Em um estudo semelhante aos anteriores, mas com algumas particularidades, Tarca

(2004) examinou a adoção voluntária de IAS ou US GAAP por parte de empresas listadas em

cinco países: Reino Unido, França, Alemanha, Japão e Austrália, em 1999 e 2000. Os

resultados indicam que a escolha de US GAAP ou IAS estão relacionadas com características

que variam de acordo com o país de origem da empresa, sendo que as empresas que são

maiores, que tem mais receita estrangeira e estão listados em uma ou mais bolsas de valores

estrangeiras, tendem a utilizar as normas internacionais. US GAAP é a escolha predominante,

mas IAS são usados por muitas empresas na Alemanha e algumas no Japão. As empresas

listadas em mercados regulamentados dos Estados Unidos (NYSE e NASDAQ) são mais

propensas a escolher US GAAP, já as empresas negociadas no mercado de balcão, muitas

vezes escolhem as IAS. Outros achados revelam que a extensão de atributos da empresa e a

forma como as normas são utilizadas variam entre cada um dos cinco países. As empresas da

Alemanha, França e Japão fizeram uma maior adoção de normas internacionais do que as

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empresas do Reino Unido e Austrália. Empresas da Alemanha e do Japão foram mais

propensas a adotar, e as empresas do Reino Unido, França e Austrália eram mais propensas a

fazer uso suplementar de padrões internacionais.

Santos, Pontes e Mapurunga (2014) avaliaram o grau de conformidade (compliance)

das empresas com a divulgação requerida pelo padrão IFRS no primeiro ano de sua adoção

plena obrigatória no Brasil, a partir do exame das Notas Explicativas das 366 empresas não

financeiras listadas na bolsa de valores brasileira (BM&FBovespa), do grau de atendimento à

638 itens de divulgação requeridos por 28 normas (IFRS). Os autores mensuraram os níveis

de conformidade com a divulgação calculando um índice de conformidade, e investigaram

associações entre os níveis de divulgação e características das empresas, como potenciais

fatores explicativos do grau de conformidade com a divulgação requerida. Os resultados

indicam baixos níveis totais de conformidade com essa divulgação e que o tamanho da

empresa e auditoria por uma “Big 4” tiveram associação positiva com a variável dependente

em todos os modelos, possibilitando concluir que esses fatores produzem um impacto positivo

significativo no nível de conformidade das empresas brasileiras com a divulgação requerida

pelas IFRS.

Zonatto (et al. 2011) buscaram identificar dentro de um conjunto de características

da empresa, aquelas que melhor explicam a aderência às normas internacionais de empresas

do Setor Elétrico listadas na BM&F Bovespa. Utilizaram na análise da pesquisa as

demonstrações contábeis obrigatórias e consolidadas de 30 empresas do setor elétrico, sendo 7

estatais e 23 privadas, e a técnica da Teoria dos Conjuntos Aproximativos para verificar a

hipótese de existência de um núcleo declaratório contábil que melhor explicasse a aderência

às normas contábeis. Os resultados auferidos demonstram que dos índices analisados o

Tamanho, Necessidade de Financiamento, Endividamento Total, Imobilização e

Rentabilidade do Patrimônio Líquido são os índices que melhor explicam a aderência às

normas internacionais de contabilidade nas empresas em estudo.

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3 METODOLOGIA

O método de pesquisa é o processo utilizado para atingir um determinado fim, ou

seja, é um conjunto de procedimentos seguidos com o propósito de gerar um novo

conhecimento. Assim, neste capítulo do trabalho, serão apresentados os procedimentos

adotados para elaborá-lo.

3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA

Este trabalho utilizou a tipologia descrita por Beuren (et al. 2012), que mais se adapta

a Contabilidade, podendo ser agrupada em três categorias: tipologia de pesquisa quanto aos

objetivos (descritiva, explicativa e exploratória); tipologia de pesquisa quanto aos

procedimentos (bibliográfica, documental, estudo de caso, experimental, levantamento e

participante); e tipologia de pesquisa quanto à abordagem do problema (qualitativa e

quantitativa).

Quanto aos objetivos, esta pesquisa caracteriza-se como descritiva. Segundo Gil

(2006), a pesquisa descritiva procura estabelecer relações entre as variáveis ou a descrição das

características de determinada população. Conforme Prodanov (2013), a pesquisa descritiva é

o tipo de pesquisa que observa, registra, analisa, ordena os dados e descreve os fatos

observados sem manipulá-los, isto é, sem interferência do pesquisador.

Quanto aos procedimentos é bibliográfica e documental. Bibliográfica, pois o

levantamento de informações para dar embasamento teórico se dá através de livros, artigos,

sites, revistas e jornais, devidamente públicos. Documental, já visa coletar elementos

relevantes para a elaboração do trabalho a partir da consulta de documentos e registros para

dar sustentação aos fatos (MARTINS, 2010). Nesse caso, serão analisados os dados coletados

nas demonstrações financeiras das companhias delimitadas no estudo.

E quanto a abordagem do problema, a pesquisa é predominantemente quantitativa, que,

segundo Beuren (et al. 2012), o estudioso utilizasse de procedimentos estatísticos no

tratamento dos dados. Prodanov (2013) considera que na pesquisa quantitativa tudo pode ser

quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e

analisá-las.

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3.2 UNIVERSO E AMOSTRA

O estudo contempla as empresas que operam em regime de sociedades anônimas do

setor de abastecimento e saneamento de água brasileiro, que juntas são responsáveis pelo

atendimento de grande parte da população brasileira com os serviços citados. A amostra inclui

62 operadores, sendo 31 empresas privadas e 31 empresas de economia mista.

No entanto, foram excluídas da amostra: a Companhia de Águas e Esgotos do

Amapá (CAESA) e a Empresa Municipal de Água e Saneamento Ambiental (EMASA), pois

não foi possível a obtenção dos dados das mesmas para o período estudado, sendo ele de 2010

à 2014; em 2010 foram excluídas a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

(CAESB), Águas de Andradina, Águas de Castilho, CAB Piquete, Foz de Santa Gertrudes e

Saneaque Mairinque; em 2011, Águas de Castilho, Foz de Blumenau, Foz de Porto Ferreira e

Foz Uruguaiana; em 2012, Águas de Votorantim, Foz Aguas 5, Samar Araçatuba, Tubarão

Saneamento e Águas de Itapema; e em 2014 foram excluídas SANED e CAB Piquete. A

SANED por ter sido incorporada pela SABESP e as demais empresas pela impossibilidade de

obtenção de alguns dados nos respectivos anos estudados. Assim, a amostra final é constituída

por 60 casos, em painel desbalanceado de 2010 à 2014, e sendo demonstradas no apêndice A.

3.4 COLETA E TRATAMENTO DOS DADOS

O conjunto das demonstrações financeiras: Balanço Patrimonial, Demonstração do

resultado, Demonstração das mutações do patrimônio líquido, demonstração do fluxo de

caixa, demonstração do valor adicionado, notas explicativas e pareceres de auditoria foram

coletados no website das empresas, nos diários oficias, no site da comissão de valores

mobiliários (CVM) e em jornais de grande circulação. E, posteriormente, foram estimadas a

proxies das variáveis utilizadas na análise.

3.4.1 Definição das Variáveis e Modelo de Regressão

Tomando por base o objetivo do estudo que busca identificar quais são os fatores

determinantes da adoção da IFRIC 12 pelas sociedades anônimas do setor de saneamento

básico no Brasil, estabeleceu como variável dependente a adoção da IFRIC 12, no qual foi

atribuído “1” às empresas que adotaram a IFRIC 12 e “0” para as que não adotaram.

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Na sequência foram definidas as variáveis independente, verificadas na revisão da

literatura como possíveis fatores explicativos da adoção das IFRS, elencadas no quadro

abaixo. Vale salientar que não foram encontrados estudos que buscaram identificar, de forma

específica, determinantes da adesão da IFRIC 12, sendo, portanto, utilizados como referência

os estudos que analisaram os fatores determinantes da adoção das IFRS de forma geral.

Quadro 6 - Variáveis independentes da regressão

Variável Sigla Proxy Estudos

Tamanho LOGICPC

Logaritmo do (Total do Ativo

Imobilizado + Total do Ativo

Intangível + Total do Ativo

financeiro)

Fitò et. al., 2012; Ivan, 2013;

Papadatos e Bellas, 2011; Şenyiğit,

2014 e Zonatto et al., 2011.

Rentabilidade ROA Lucro Líquido / Ativo Total Médio Ivan, 2013.

Alavancagem ALAV

Passivo Circulante + Passivo Não

Circulante / Passivo + Patrimônio

Líquido

Santos, Pontes e Mapurunga, 2014

e Zonatto et al., 2011.

Crescimento da

Receita CRE

Percentual de Crescimento da

Receita

Affes et Callimaci, 2007; André,

Walton e Yang, 2012; Fitò et. al.,

2012; Günther et al., 2009.

Crescimento do Ativo CATV Percentual de Crescimento do

Ativo Total

Affes et Callimaci, 2007; André,

Walton e Yang, 2012; Bassemir,

2012 e Fitò et. al., 2012.

Intensidade de Capital INTC Ativo Permanente/Ativo Total

Médio

Affes e Callimaci, 2007; André,

Walton e Yang, 2012; Benau e

Grima, 2002 e Papadatos e

Bellas, 2011.

Empresa de Auditoria BIG FOUR

Atribuído 1 para empresas que são

auditadas por Big Four e 0 para as

demais empresas de auditoria

André, Walton e Yang, 2012;

Hallberg e Persson, 2011 e Santos,

Pontes e Mapurunga, 2014

Listagem na BM&F

Bovespa BOVESPA

Atribuído 1 para empresas que

estão listadas na BM&F Bovespa e

0 para as demais empresas

Fitò et. al., 2012 e Zéghal e

Sellami, 2010.

Forma jurídica

PRIV

Atribuído 1 para empresas de

forma jurídica Sociedade Anônima

(propriedade privada) e 0 para

as de forma jurídica de sociedade

de economia mista (propriedade

pública).

André, Walton e Yang, 2012 e

Bassemir, 2012.

Fonte: elaborado pelo autor

Conforme exposto no quadro anterior, as variáveis independentes investigadas no

estudo foram: Tamanho, Retorno Sobre o Ativo, Alavancagem, Crescimento da Receita,

Crescimento do Ativo, Intensidade de Capital, Empresa de Auditoria, Listagem na BM&F

Bovespa e Forma jurídica.

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A variável tamanho da empresa será mensurada pelo logaritmo da soma do total do

ativo imobilizado mais o total do ativo intangível e mais o total ativo financeiro. Esses itens

escolhidos para mensurar o tamanho da empresa deu-se em decorrência deles estarem sujeitos

a mudanças de classificação com a adoção da IFRIC 12. Segundo André, Walton e Yang

(2012), as grandes empresas, deferentemente das menores, podem ter disponibilidade de

recursos financeiros destinados à implementação de um novo conjunto de normas

internacionais. Outras pesquisas também demonstram que o tamanho de uma empresa pode

estar associado a uma maior divulgação (Ivan 2013; Papadatos e Bellas 2011; Şenyiğit, 2014;

Zonatto et al 2011 e Fitò et al, 2012). Desta forma, espera-se que a variável tamanho esteja

positivamente associada com a adoção da IFRIC 12, e assim, formula-se a seguinte hipótese:

H1: A adoção da IFRIC 12 pelas sociedades anônimas do setor de saneamento

básico do Brasil está positivamente associada ao tamanho da empresa.

O retorno sobre o ativo (ROA) é calculado com base na razão entre o lucro líquido e

o ativo total médio, demonstrando o retorno proporcionado pelo investimento em ativos na

empresa. Para Papadatos e Bellas (2011), as empresas com maior rentabilidade podem arcar

com os custos da divulgação, uma vez que dispõe de maior acesso à especialistas da área e

assim podendo facilitar a implementação das IFRS, o que não é o caso das empresas menos

rentáveis. Diante do exposto, espera-se que a variável rentabilidade esteja positivamente

associada com a adoção da IFRIC 12. Com base no exposto, temos a seguinte hipótese:

H2: A adoção da IFRIC 12 pelas sociedades anônimas do setor de saneamento básico

do Brasil está positivamente associada rentabilidade da empresa.

O crescimento CRE, por sua vez, será representado pelo percentual de crescimento

da receita, já o crescimento CATV será representado pelo percentual de crescimento do ativo

total, demostrando o potencial de crescimento da receita e do ativo total das empresas de

saneamento. Pesquisas anteriores têm sugerido o crescimento como um fator determinante no

processo de decisão (FRANCIS et al., 2008; BASSEMIR, 2012). As empresas com

oportunidades de crescimentos são mais propensas a estar buscando financiamento externo

para seus projetos com o propósito de obter benefícios no futuro, assim buscam fornecer

informações contábeis de maior qualidade para provedores de capital externo, sendo mais

motivadas a adotar o IFRS (ANDRÉ; WALTON; YANG, 2012). Espera-se também uma

associação positiva entre a adoção da IFRIC 12 e o crescimento da empresa. Diante disso,

formula-se as seguintes hipóteses:

H3: A adoção da IFRIC 12 pelas sociedades anônimas do setor de saneamento básico

do Brasil está positivamente associada ao crescimento da receita da empresa.

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H4: A adoção da IFRIC 12 pelas sociedades anônimas do setor de saneamento básico

do Brasil está positivamente associada ao crescimento do ativo total da empresa.

A intensidade de capital será medida pela razão entre ativo permanente e o ativo total

médio, representando a proporção de ativos fixos em relação aos ativos totais das empresas de

saneamento. Segundo Papadatos e Bellas (2011), muitas IFRS estão diretamente relacionadas

ao ativo permanente e causará alterações significativas em relação as normas nacionais. Sabe-

se que adesão da ICPC 01/IFRIC 12 provocará alterações significativas na classificação do

ativo permanente da empresa. Os estudos realizados por Affes e Callimaci (2007) e Papadatos

e Bellas (2011), encontram relação entre a adoção das IFRS e a intensidade de capital. Com

base no exposto, espera-se uma associação positiva entre a intensidade de capital e adoção da

IFRIC 12. Com isso, segue a hipótese:

H5: A adoção da IFRIC 12 pelas sociedades anônimas do setor de saneamento básico

do Brasil está positivamente associada à intensidade de capital da empresa.

A alavancagem será representada pela razão entre o passivo total e a soma do passivo

e patrimônio líquido, demostrando a dependência financeira das empresas de saneamento pela

utilização de capital de terceiros. As empresas que utilizam grande quantidade de capital de

terceiros podem precisar adotar IFRS para demonstrar aos credores a confiabilidade de seus

negócios, a fim de torná-lo mais transparente para se obter condições de financiamento a

custo menor (IVAN, 2013). Pelo exposto, espera-se uma associação positiva entre a

alavancagem e adoção da IFRIC 12. Assim, temos a hipótese:

H6: A adoção da IFRIC 12 pelas sociedades anônimas do setor de saneamento básico

do Brasil está positivamente associada ao grau de alavancagem da empresa.

Para a dummy empresa de auditoria será atribuído “1” para empresas que têm suas

demonstrações financeiras auditadas por uma das quatro maiores empresas de auditoria (Ernst

& Young, Deloitte, KPMG e PricewaterhouseCoopers), e “0” para as que tiveram suas

demonstrações auditadas por uma das demais empresas de auditoria. Para está variável,

espera-se uma associação positiva com adoção da IFRIC 12, uma vez que dispõe de

profissionais mais qualificados com maior competência na aplicação das normas

internacionais de contabilidade Dumontier and Raffournier (1998). Para Santos, Pontes e

Mapurunga (2014), a empresa de auditoria influencia nas políticas de divulgação das

empresas, tendo em vista que essas auditorias estão expostas ao ambiente regulatório de

diversos países e são submetidas a especial exame dos órgãos reguladores. Sendo assim,

formula-se a seguinte hipótese:

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H7: A adoção da IFRIC 12 pelas sociedades anônimas do setor de saneamento básico

do Brasil está positivamente associada à empresa ser auditada por uma das Big Four.

A listagem na BM&F Bovespa, variável dammy será atribuído “1” para empresas que

estão listadas na BM&F Bovespa e “0” para o conjunto das demais empresas. Espera-se

também uma relação positiva para as empresas listadas na BM&F Bovespa, pois estão sujeitas

a maiores pressões do mercado de capitais e as próprias exigências da bolsa podem levá-los a

aumentar o seu nível de divulgação. De acordo com Santos, Pontes e Mapurunga (2014),

empresas listadas em um dos segmentos especiais de governança corporativa da BM&F

Bovespa apresentaram um índice de conformidade com a divulgação requerida pelo IFRS

maior do que as empresas não pertencentes a esses grupos. Alguns estudiosos (TARCA,

2004; ZÉGHAL E SELLAMI, 2010; CUIJPERS E BUIJINK, 2005) encontraram associação

positiva com a empresa ser listada em uma bolsa de valor. A esse respeito, formula-se a

seguinte hipótese:

H8: A adoção da IFRIC 12 pelas sociedades anônimas do setor de saneamento básico

do Brasil está positivamente associada à empresa estar listada na BM&F Bovespa.

Com relação à forma jurídica, Bassemir (2012) e André, Walton e Yang (2012)

concluíram que as empresas com propriedade privada são mais associadas com a

implementação voluntária das IFRS. Conforme apresenta o quadro 1, a natureza jurídica das

empresas de saneamento que compõe a amostra deste estudo são sociedades anônima

(propriedade privada) e Sociedades de Economia Mista (propriedade pública), assim uma

nona hipótese pode ser testada:

H9: A adoção da IFRIC 12 pelas sociedades anônimas do setor de saneamento

básico do Brasil está positivamente associada à forma jurídica de sociedades anônimas

(propriedade privada).

Definidas as hipóteses, a partir do modelo econométrico Generalized Estimating

Equation (GEE) escolhido, utilizou o software Stata/SE® 13 for Windows para fazer proceder

ao tratamento dos dados.

De acordo com Liang e Zeger (1986), o modelo GEE é considerado apropriado para

trabalhar dados quando não há normalidade na distribuição e que são correlacionados ao

longo do tempo. Neste estudo, a variável dependente esta limitada “0” ou “1”, assim para

todas as observações só existirá duas possibilidades e, por esse motivo, não cumprem a

hipótese de normalidade da variável dependente e, no entanto os dados encontram-se

correlacionados ao longo do tempo.

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Para utilizar a equação GEE para dados correlacionados, Liang e Zeger (1986)

indicaram uma matriz de correlação de trabalho determinada por:

Agranonik (2009) especifica que dentre as principais matrizes de correlação se

destacam a permutável, estacionária, independente e auto regressiva. Barbosa (2012)

determina que uma escolha ideal da matriz de correlação de trabalho é fundamental para a

especificação do modelo. Hardin e Hilbe (2003) sugerem que a seleção da matriz de

correlação de trabalho ideal se limite a independente (independent) – quando há

independência entre as observações e o painel é pequeno em relação ao conjunto de

observações ou auto regressiva (autoregressive) – considerando que as medidas dentro do

grupo estão correlacionadas ao longo do tempo.

Pelos motivos expostos, justifica-se a escolha do GEE como modelo econométrico

explicativo para o estudo. Como opção de link, foram inseridas as funções logit e probit, pois

ambas apresentam como função de regressão a probabilidade dessa variável ser igual a 1.

Como opção de família, foi escolhida a distribuição binomial.

Após definido o modelo de regressão GEE, o passo seguinte é escolher a matriz de

correlação mais adequada entre os dois modelos possíveis. Nesse sentido, Hardin e Hilbe

(2003) recomendam utilizar o critério de Quasilikelihood under the independence model

information criterion (QIC), propondo que a matriz de correlação escolhida deve ser a que

apresente menor QIC.

Na Tabela 1 são apresentados os resultados da estatística QIC para as matrizes de

correlação possíveis dos dois modelos de regressão, tanto o link logit quanto o link probit

demonstram que a matriz de correlação de trabalho mais eficiente para o modelo

econométrico é a independente:

Tabela 1 - Estatística QIC

Matriz de

correlação QIC – Link logit QIC – Link Probit

Auto regressiva 193,753 193,708

Independente 185,624 187,802

Fonte: Dados da pesquisa

Visto que foram descrita a metodologia, a amostra, a coleta e tratamento dos dados,

as variáveis e modelo econométrico, na seção seguinte serão apresentado os resultados.

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Nesta seção serão expostos os resultados da análise estatística do confronto entre as

variáveis estudadas. A análise inicia demonstrando as estatísticas descritivas das variáveis

testadas no estudo. Na tabela seguinte são apresentados os dados da variável dependente,

sendo representada por “1” quando a empresa adota a IFRIC 12 e “0” quando a empresa não

adota:

Tabela 2 - Estatística descritiva da variável dependente – IFRIC 12

IFRIC 12

Período Sim % Não %

2010 29 63% 17 37%

2011 35 69% 16 31%

2012 40 73% 15 27%

2013 44 73% 16 27%

2014 44 76% 14 24%

Fonte: Dados da pesquisa

A análise da tabela anterior demonstra que, no transcorrer dos anos, há um aumento

no número de empresas que adotam a IFRIC 12, evidenciando que aos poucos as empresas de

saneamento estão convergindo para os padrões internacionais de contabilidade. Percebe-se

também um aumento no número de observações ao longo dos anos, isso acontece pelo fato de

muitas empresas terem iniciado suas atividades a partir de 2011.

Na tabela seguinte, pode ser verificado o comportamento das variações dos dados,

sendo demonstradas as estatísticas descritivas para os dados em painel de cada variável

contínua, assim podem ser visualizadas as médias, os desvios-padrões, o mínimo e o máximo

valor encontrado de cada variável estudada. Os valores das variáveis para todas as

observações podem ser consultados no apêndice B.

Tabela 3 - Estatística descritiva das variáveis contínuas

Variável Classe Média Desvio-padrão Mínimo Máximo Observações

LOGICPC

Geral 8,281878 0,9940845 5,737988 10,4197 N = 270

Entre

0,9904342 6,070279 10,3454 n = 60

Dentro

0,1611454 7,129059 8,775028 T-bar = 4.5

ROA

Geral 0,0236004 0,0960582 -0,5725788 0,3215176 N = 270

Entre

0,0802537 -0,2179754 0,2074832 n = 60

Dentro

0,050973 -0,3310031 0,2806326 T-bar = 4.5

ALV Geral 0,6587286 0,496381 0,0528529 2,924326 N = 270

Entre

0,4570226 0,1610812 2,76475 n = 60

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Dentro

0,1509543 0,2399547 1,91178 T-bar = 4.5

CRE

Geral 0,3211754 1,19886 -0,7980433 12,49711 N = 270

Entre

0,7691925 0,0238443 4,659588 n = 60

Dentro

1,022065 -4,380706 10,16561 T-bar = 4.5

CATV

Geral 0,2386632 0,5242449 -0,2180799 4,514768 N = 270

Entre

0,3606273 -0,0051034 1,993778 n = 60

Dentro

0,4030275 -1,696944 3,482809 T-bar = 4.5

INTC

Geral 0,7834806 0,5396843 0,0203827 9,349236 N = 270

Entre

0,2638053 0,4036578 2,61674 n = 60

Dentro

0,4658123 -0,9189567 7,515976 T-bar = 4.5

BIG FOUR

Geral 0,5222222 0,5004335 0,000000 1,00000 N = 270

Entre

0,4600264 0,00000 1,00000 n = 60

Dentro

0,2049572 -0,2777778 1,122222 T-bar = 4.5

BOVESPA

Geral 0,0740741 0,2623777 0,00000 1,0000 N = 270

Entre

0,2515489 0,00000 1,00000 n = 60

Dentro

0,000000 0,0740741 0,0740741 T-bar = 4.5

PRIV

Geral 0,462963 0,4995523 0,00000 1,00000 N = 270

Entre

0,5000678 0,00000 1,00000 n = 60

Dentro

0,0667905 -0,137037 0,862963 T-bar = 4.5

Fonte: Dados da pesquisa

Conforme verificado na Tabela 3, a amostra estudada é composta por 270

observações. No que diz respeito ao ROA, no valor de 02,36%, verifica-se que, em média, o

retorno sobre o ativo das companhias é muito baixo. A alavancagem na média de 65,87%,

revela uma grande participação de capital de terceiros na estrutura de capital das companhias

saneamento.

Em relação ao CRE, identifica-se que as receitas das empresas de saneamento

crescem em média 32,11%, já o crescimento médio do ativo total é em média 23,86%. A

intensidade de capital no valor de 78,34% revela que as companhias de saneamento têm uma

grande quantidade de capital investido em ativos permanentes.

No que se refere a empresa de auditoria, percebe-se uma grande participação das Big

Four no setor, em média 52,22% das companhias de saneamento são auditadas por uma das

quatro grandes empresas de auditoria. No tocante a BOVESPA, constata-se que poucas

empresas de saneamento são de capital aberto, em média 07,40%. Já a variável PRIV, revela

uma razoável participação do setor privado na prestação de serviços de saneamento, em média

46,29% das prestadoras desse serviço são constituídas sobre a forma jurídica de sociedade

anônima (propriedade privada).

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Na análise final, foram geradas duas regressões GEE, uma utilizando o link logit e a

outra utilizando o link probit. Sendo os resultados apresentados nas tabelas 4 e 5.

Tabela 4 - Resultados do modelo explicativo GEE – Link logit

Variável dependente: IFRIC 12

Coeficiente Erro Padrão z P > z Intervalo de Confiança 95%

LOGICPC 0,2842004 0,0912664 3,11 0,002 0,1053215 0,4630794

ROA 0,5403574 0,4412247 1,22 0,221 -0,3244272 1,405142

ALV -0,2428353 0,1984702 -1,22 0,221 -0,6318298 0,1461591

CRE 0,0133475 0,0369449 0,36 0,718 -0,0590633 0,0857582

CATV 0,1500171 0,1732312 0,87 0,386 -0,1895098 0,489544

INTC -0,0337345 0,0298313 -1,13 0,258 -0,0922028 0,0247337

BIG4 0,2854244 0,092052 3,1 0,002 0,1050059 0,465843

BOVESPA 0,1200207 0,0601442 2 0,046 0,0021403 0,2379011

PRIV 0,6830696 0,1356558 5,04 0,000 0,4171891 0,9489502

Número de Observações 270

Wald chi2(9) 59,53

Prob > chi2 0,00

Família Binomial

Correlação Independente

Link: logit

Fonte: Dados da pesquisa

De acordo com a tabela 4, identifica-se que o resultado final alcançado na regressão é

significativo, pois apresenta uma Prob > chi2 = 0,00 e Wald chi2(9) = 59,53. Esses resultados

demonstram que o modelo econométrico é robusto.

A partir dos resultados encontrados, as hipóteses H1, H7, H8 e H9 não podem ser

rejeitadas, uma vez que, as variáveis LOG ICPC, BIG4, BOVESPA e PRIV apresentaram

influência estatística significativa a um nível de 5%. A primeira hipótese denota relação

positiva entre a adoção da IFRIC 12 e tamanho da empresa, pois apresentou um p > z de

0,002, comprovando influência estatística significativa entre as variáveis, conforme o

coeficiente de elasticidade as empresas de maior porte têm 28,42% a mais de chance de

implementar a IFRIC 12, quando comparadas às empresas de menor porte. Esses resultados

corroboram com os de Santos, Pontes e Mapurunga (2014); André, Walton e Yang (2012); e

Ivan (2013).

A hipótese H7 consiste em uma influência positiva da variável BIG4 em relação a

adoção da IFRIC 12. No modelo estatístico, essa variável apresentou um p > z de 0,002,

confirmando ser estatisticamente significativa a um nível de 5%, de acordo com o coeficiente

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de elasticidade as empresas que têm suas demonstrações financeiras auditadas por uma das

quatro grandes empresas de auditoria têm 28,54% a mais de chance de implementarem a

IFRIC 12, se comparadas às empresas que são auditadas pelas demais empresas de auditoria.

Esses resultados estão de acordo com os encontrados por Santos, Pontes e Mapurunga (2014)

e André, Walton e Yang (2012), pois confirmam que as grandes empresas de auditoria

possuem interferência direta nas políticas de divulgação adotada pelos seus clientes.

Em relação a H8, constata-se uma relação positiva entre empresa ser listadas na

BM&F Bovespa e a adoção da IFRIC 12. No resultado estatístico do modelo utilizado, a

variável BOVESPA apresentou p > z de 0,046, denotando assim que há influência estatística

significativa entre as variáveis a um nível de significância de 5%, a partir do resultado do

coeficiente de elasticidade as empresas que estão listadas na BM&F Bovespa têm 12,00% a

mais de chance de implementarem a IFRIC 12, quando comparadas com as empresas que não

estão listadas na BM&F Bovespa. Esses achados são semelhantes aos encontrado por Tarca,

(2004); Zéghal e Sellami (2010); Cuijpers e Buijink (2005).

Os achados da H9 inferem-se que existi relação positiva entre a empresa ser uma

sociedade anônima (propriedade privada) e a adoção da IFRIC 12. O resultado do modelo

apresenta um p > z de 0,000, demonstrando ser significativa a um nível de 5%, consoante o

resultado do coeficiente de elasticidade as empresas de forma jurídica de sociedade anônima

(propriedade privada) têm 68,30% a mais de chance de implementarem a IFRIC 12, em

relação as empresas de forma jurídica de economia mista. Esses achados são convergentes

com os estudos realizados por Bassemir (2012) e André, Walton e Yang (2012).

A segunda hipótese tratava da relação positiva entre retorno sobre o ativo e a adoção

da IFRIC 12. Os resultados encontrados revelam que, apesar do coeficiente de elasticidade

indicar que as empresas com rentabilidade 54,03% têm maior de chance de implementarem a

IFRIC 12, do que as empresas com rentabilidade menor, o resultado da variável ROA

apresenta um p > z de 0,221 denotando que a referida variável não apresenta influência

estatística significativa a 5%.

Para as H3 e H6 os coeficientes de elasticidades são -0,2428353 e -0,0337345,

respectivamente indicam uma influência negativa em relação a adoção da IFRIC 12 caso o

coeficiente fosse significativo a 5%. Nesse caso, p > z 0,221 e 0,258 das variáveis ALV e

INTC respectivamente, confirma não ser significativo ao nível de 5%. Assim, pode-se

concluir que a empresa quanto mais alavancada e com maior intensidade de capital não

influencia na adoção da IFRIC 12.

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No que concerne às H4 e H5 que pressupunha uma relação positiva entre o

crescimento da receita, o crescimento do ativo total e a adoção da IFRIC 12, as mesmas foram

rejeitadas, tendo vista que, conforme o modelo estatístico, as variáveis CRE e CATV

apresentaram um p > z de 0,718 0,386 respectivamente. Dessa forma, identifica-se que não

existe associação estatística significativa ao nível de 5% entre essas variáveis e a adoção da

IFRIC 12.

Os resultados encontrados podem ser confirmados a partir da realização da regressão

GEE utilizando o link probit, onde pode ser evidenciada a robustez do modelo econométrico

utilizado, conforme demonstrado na tabela 5:

Tabela 5 - Resultados do modelo explicativo GEE – Link Probit

Variável dependente: IFRIC 12

Coeficiente Erro Padrão z P > z Intervalo de Confiança 95%

LOGICPC 0,3067153 0,0850374 3,61 0,000 0,140045 0,4733855

ROA 0,5791468 0,4574487 1,27 0,205 -0,3174362 1,47573

ALV -0,239347 0,1808766 -1,32 0,186 -0,5938586 0,1151647

CRE 0,0328566 0,0487538 0,67 0,500 -0,0626991 0,1284123

CATV 0,0849695 0,1751154 0,49 0,628 -0,2582505 0,4281894

INTC -0,0379452 0,0287398 -1,32 0,187 -0,0942741 0,0183837

BIG4 0,2957903 0,0819197 3,61 0,000 0,1352306 0,4563499

BOVESPA 0,1449069 0,0598297 2,42 0,015 0,0276429 0,262171

PRIV 0,6708645 0,1182062 5,68 0,000 0,4391846 0,9025444

Número de Observações 270

Wald chi2(9) 78,37

Prob > chi2 0,00

Família Binomial

Correlação Independente

Link: Probit

Fonte: Dados da pesquisa

Identifica-se que os resultados alcançados após o cálculo dos efeitos marginais são

significativos, com uma Prob > chi2 = 0,000 e Wald chi2(9) = 78,37. Os resultados

demonstram que as variáveis tamanho (LOG ICPC), Empresa de auditoria (BIG4), listagem

na BM&F Bovespa (BOVESPA) e a forma jurídica de sociedades anônimas (propriedade

privada) (PRIV) são significantes a um nível de 5%, bem como apresentam relações positivas

com a variável dependente. Esses achados corroboram com os obtidos na regressão GEE com

o link logit, podendo atestar sua conformidade.

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Como resultado final, conclui-se que as hipóteses H1, H7, H8 e H9 não podem ser

rejeitadas e as hipóteses H2, H3, H4, H5 e H6 foram rejeitadas, demonstrando que o tamanho,

a empresa de auditoria, a listagem BM&F Bovespa e a forma jurídica de sociedades anônimas

(propriedade privada) são determinantes para a adoção da IFRIC 12, enquanto que o retorno

sobre o ativo, a alavancagem, o crescimento da receita, o crescimento do ativo total e

intensidade de capital não exercem influência significativa sobre a adoção da norma pelas

sociedades anônimas do setor de saneamento básico do Brasil.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo principal identificar quais são os fatores

determinantes da adoção da IFRIC 12 pelas sociedades anônimas do setor de saneamento

básico do Brasil. A amostra final é constituída por 60 casos, sendo empresas que operam em

regime de sociedades anônimas no setor de abastecimento e saneamento de água brasileiro,

em um painel desbalanceado no período de 2010 à 2014.

Com o fim de atingir o objetivo proposto, foi realizada pesquisa descritiva,

exploratória e documental com abordagem quantitativa dos dados, a fim de identificar quais

empresas estão adotando a norma que trata dos contratos de concessões e elencar dentro de

um conjunto de características da empresa as que melhor explicam a adoção da mesma,

utilizando a análise de regressão GEE (Generalized Estimating Equation) para explicar o

modelo econométrico proposta; foram realizados dois modelos de regressão GEE, um

utilizando o link logit e o outro o link probit.

Em relação aos fatores determinantes para explicar a adoção da IFRIC 12, constatou-

se que, a partir do resultado das duas regressões apenas as variáveis tamanho, auditoria por

uma das Big four, listagem na BM&F Bovespa e a forma jurídica de sociedade anônima

(propriedade privada), possuem influência positiva em relação a variável dependente. Assim,

pode-se concluir que os fatores que determinam a adesão da IFRIC 12 pelas sociedades

anônimas do setor de saneamento básico são o seu tamanho, se a empresa é auditada por uma

das Big Four, se a empresa esta listada na BM&F Bovespa e se a empresa tem a forma

jurídica de sociedade anônima (propriedade privada). Em contrapartida, o retorno sobre o

ativo, alavancagem, crescimento da receita, crescimento do ativo total e intensidade de capital

não apresentaram associação na adoção da norma por parte das empresas de saneamento.

Expondo esses resultados de acordo com as hipóteses geradas, tem-se que as hipóteses H1,

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H7, H8 e H9 não foram rejeitadas, ao passo que as hipóteses H2, H3, H4, H5 e H6 foram

rejeitadas.

Como proposta de explorações futuras do tema, sugere-se a extensão da pesquisa para

outros setores os quais também estão inseridas no contexto de obrigatoriedade de

implementação dos pronunciamentos contábeis e ainda que se utilizem outras variáveis

relacionadas a estruturas de governo, mercado, ambiente operacional e outras, que podem ou

não influenciar a empresa na adoção dos CPC´s/IFRS.

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APÊNDICES

APÊNDICE A - Empresas de saneamento delimitadas na amostra

Empresas de Saneamento

Águas e Esgotos do Piauí S/A Companhia Pernambucana de Saneamento

Águas das Agulhas Negras Companhia de Saneamento de Minas Gerais

Águas de Andradina Companhia Rio-Grandense de Saneamento

Águas de Araçoiaba S/A Companhia de Saneamento do Amazonas

Foz de Cachoeiro S/A Companhia de Saneamento do Pará

Empresa Águas de Castilho S/A DAE S/A - Água e Esgoto

Águas Guariroba S/A Companhia de Saneamento de Sergipe

Companhia Águas de Itapema Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A.

Manaus Ambiental Empresa de Saneamento de Palestina

Companhia Águas de Joinville Fab Zona Oeste S.A.

Concessionária Águas de Juturnaíba S/A Odebrecht Ambiental – Blumenau S.A.

Odebrecht Ambiental – Limeira S.A Odebrecht Ambiental - Unidade Porto Ferreira

Águas de Niterói S/A Foz de Santa Gertrudes S.A.

CAB Águas de Paranaguá S/A Odebrecht Ambiental Mauá S.A

Águas de Votorantim S/A Odebrecht Ambiental Uruguaiana S.A.

Águas de Itu Exploração de Serviços de Água e

Esgoto S.A.

Prolagos S/A - Concessionária de Serviços Públicos

de Água e Esgoto

Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do

Norte

Companhia de Saneamento Básico do Estado de São

Paulo

Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito

Federal

Companhia de Serviço de Água, Esgoto e Resíduos

de Guaratinguetá

Companhia de Saneamento Ambiental do

Maranhão Soluções Ambientais de Araçatuba S.A.

Companhia de Águas e Esgotos de Roraima Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento

Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia Saneamento de Goiás S/A

Águas do Imperador S/A Saneaqua Mairinque S/A

Águas do Paraíba S/A CAB Cuiabá

Companhia de Água e Esgoto do Ceará Companhia de Saneamento de Diadema

Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba Companhia de Saneamento do Paraná

Companhia de Saneamento de Alagoas Saneamento de Mirassol - Sanessol S.A

Companhia Catarinense de Águas e Saneamento Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul S/A

Companhia Estadual de Águas e Esgotos Companhia de Saneamento do Tocantins

Companhia Espírito-Santense de Saneamento Prefeitura Municipal de Tubarão

Companhia de Desenvolvimento de Nova Odessa CAB Piquete

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APÊNDICE B - Variáveis da amostra em painel empilhado

Caso Ano Empresa ICPC 01 ROA ALV CRE CATV INTC BOVESPA BIG4 PRIV LOG ICPC

1 2010 ÁGUAS DE GUARIROBA 1,0 0,07112 0,64408 0,23473 0,21887 0,79322 0 1 1 8,64421

2 2010 AGESPISA 0,0 - 0,10262 1,15917 0,14328 0,02474 0,72070 0 0 0 8,77151

3 2010 SENECAP 0,0 0,01290 1,18231 0,10687 0,03018 0,41542 0 0 0 7,72939

4 2010 ÁGUAS DE PARANAGUA 1,0 0,02603 0,89434 0,44884 0,14745 0,92695 0 1 1 7,83581

5 2010 CAEMA 0,0 - 0,01561 0,40213 0,08882 0,01655 0,76481 0 0 0 8,97559

6 2010 CAER 0,0 - 0,00339 1,03747 - 0,07106 - 0,11246 0,77819 0 0 0 7,76626

7 2010 CAERD 0,0 - 0,19859 2,27568 0,15577 0,07268 0,77471 0 0 0 8,24184

8 2010 CAERN 0,0 0,00149 0,41747 0,17329 0,12632 0,67296 0 0 0 8,77199

11 2010 CAGECE 1,0 0,00911 0,39495 0,15888 0,11439 0,80240 0 1 0 9,21129

12 2010 CAGEPA 0,0 - 0,05314 0,45039 0,08289 0,02702 0,78959 0 0 0 8,88673

13 2010 ÁGUAS DO IMPERADOR 1,0 0,32152 0,43097 0,06339 0,10293 0,72115 0 0 1 7,57991

14 2010 ÁGUAS DE JUTURNAÍBA 1,0 - 0,01657 0,65317 0,15467 - 0,10305 0,75504 0 0 1 7,52401

15 2010 ÁGUAS DE JOINVILLE 1,0 0,02022 0,06141 0,07159 0,08559 0,81872 0 0 0 8,39023

16 2010 ÁGUAS DE NITERÓI 1,0 0,22749 0,52795 0,09640 0,14339 0,60644 0 0 1 8,08928

17 2010 ÁGUAS DO PARAIBA 1,0 0,17167 0,35336 0,13771 0,20083 0,71742 0 0 1 7,87249

18 2010 CASAL 0,0 0,09329 2,68109 0,05288 0,10223 0,67054 0 0 0 8,24396

19 2010 CASAN 0,0 - 0,00480 0,36777 0,08869 0,48961 0,71920 1 0 0 9,02111

20 2010 CEDAE 1,0 0,00674 0,72964 0,09061 0,00082 0,80736 0 1 0 10,03492

21 2010 CESAN 1,0 0,03461 0,41550 0,07552 0,14066 0,88333 0 0 0 9,20218

22 2010 CODEN 0,0 0,22157 0,39612 0,11416 0,25749 0,29440 0 0 0 6,42797

23 2010 COMPESA 1,0 0,00884 0,16346 0,05132 0,24824 0,84169 0 1 0 9,35782

24 2010 COPASA 1,0 0,09263 0,42758 0,05319 0,05491 0,82405 1 1 0 9,77986

25 2010 CORSAN 1,0 0,07473 0,71662 0,07895 0,10367 0,71197 0 1 0 9,27495

26 2010 COSANPA 0,0 - 0,08200 0,50454 0,01717 0,06412 0,93321 0 0 0 8,97654

27 2010 DAE 0,0 0,00354 0,17563 0,13915 - 0,00800 0,77234 0 0 0 8,28950

28 2010 DESO 0,0 - 0,15264 0,19162 0,04611 - 0,01455 0,94710 0 0 0 9,00481

30 2010 EMBASA 1,0 0,02805 0,23813 0,15588 0,04675 0,86128 0 0 0 9,69702

31 2010 ÁGUAS DE LIMEIRA 1,0 0,08702 0,59222 0,12900 0,05006 0,77196 0 1 1 7,83964

32 2010 ÁGUAS DE CACHOEIRO 1,0 0,08145 0,34064 0,16605 0,41321 0,88678 0 1 1 8,01205

33 2010 ÁGUAS DO AMAZONAS 1,0 - 0,00582 0,33078 0,03316 0,00487 0,72600 0 0 1 8,72393

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55

34 2010 PROLAGOS 1,0 0,16536 0,16892 0,04756 0,19038 0,76653 0 1 1 8,49602

35 2010 SABESP 1,0 0,07000 0,58435 0,08656 0,15068 0,80487 1 1 0 10,27295

36 2010 SANASA 0,0 0,06849 0,62032 0,16962 0,11271 0,76341 0 1 0 8,81470

37 2010 SANEAGO 1,0 0,02726 0,29820 0,15203 0,07526 0,91147 0 0 0 9,46159

38 2010 SENEATINS 1,0 0,07286 0,32803 0,17498 0,03581 0,84003 0 0 0 8,31994

39 2010 SANED 0,0 0,14660 1,36050 0,03546 0,23591 0,70490 0 0 0 7,81296

40 2010 SANEPAR 1,0 0,02553 0,58925 0,06303 0,07327 0,84332 1 0 0 9,65083

41 2010 SANESUL 1,0 0,19702 0,37507 0,11959 0,29092 0,79982 0 0 0 8,51157

42 2010 COSAMA 0,0 - 0,03241 0,49707 0,05805 - 0,12820 0,62273 0 0 0 7,10470

43 2010 FOZ MAUÁ - ECOSAMA 1,0 0,03965 0,39321 0,29810 0,07330 0,81700 0 1 1 7,72730

44 2010 ÁGUAS DE ITU 1,0 0,03671 0,74988 0,20349 0,05282 0,87367 0 1 1 7,86432

45 2010 ÁGUAS DAS AGULHAS

NEGRAS 1,0 0,03276 0,76135 0,17074 0,53809 0,78666 0 0 1 7,46645

46 2010 SAEG GUARATINGEUTÁ 0,0 0,02976 0,25348 0,11079 0,14422 0,34829 0 0 1 6,62114

47 2010 ESAP PALESTINA 1,0 0,09952 0,33547 0,14217 0,28189 0,55457 0 1 1 5,78533

48 2010 ÁGUAS DE ARAÇOIABA 1,0 -0,02135 2,01674 12,49711 4,47767 0,60955 0 0 1 6,35583

49 2010 SANESSOL 1,0 - 0,00498 0,91095 0,20758 0,74343 0,74185 0 1 1 7,00736

1 2011 ÁGUAS DE GUARIROBA 1,0 0,07707 0,60143 0,19824 0,04744 0,78372 0 1 1 8,65911

2 2011 AGESPISA 0,0 - 0,04118 1,17950 0,09475 0,09821 0,68737 0 0 0 8,79164

3 2011 SENECAP 0,0 0,09350 1,20984 0,09362 0,06304 0,37468 0 0 0 7,51586

4 2011 ÁGUAS DE PARANAGUA 1,0 - 0,02926 0,94126 0,05680 0,20056 0,85188 0 1 1 7,87852

5 2011 CAEMA 0,0 - 0,00525 0,40480 0,14482 0,02211 0,73835 0 0 0 8,96980

6 2011 CAER 0,0 0,03906 0,96804 0,02104 0,00559 0,78800 0 0 0 7,77678

7 2011 CAERD 0,0 - 0,14512 2,44524 0,09369 0,04695 0,73838 0 0 0 8,24091

8 2011 CAERN 0,0 - 0,00060 0,30374 - 0,79804 - 0,13717 0,79403 0 0 0 8,77976

10 2011 CAESB 1,0 0,00225 0,53719 0,09510 - 0,21808 0,82612 0 1 0 9,22036

11 2011 CAGECE 1,0 0,02085 0,43281 0,00771 0,09860 0,93786 0 1 0 9,25536

12 2011 CAGEPA 0,0 - 0,01425 0,47907 0,14844 0,05274 0,75261 0 0 0 8,88821

13 2011 ÁGUAS DO IMPERADOR 1,0 0,26081 0,64345 0,11356 - 0,12136 0,98543 0 0 1 7,65910

14 2011 ÁGUAS DE JUTURNAÍBA 1,0 0,02492 0,66807 0,27049 0,12973 0,75672 0 0 1 7,57795

15 2011 ÁGUAS DE JOINVILLE 1,0 0,02549 0,14142 0,09242 0,08748 0,82034 0 0 0 8,42751

16 2011 ÁGUAS DE NITERÓI 1,0 0,20859 0,53234 0,10415 0,08164 0,61070 0 0 1 8,12640

17 2011 ÁGUAS DO PARAIBA 1,0 0,13853 0,34752 0,11862 0,16762 0,72401 0 0 1 7,94376

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56

18 2011 CASAL 0,0 - 0,01583 2,58297 0,12095 0,04314 0,64281 0 0 0 8,24933

19 2011 CASAN 1,0 0,00345 0,44160 0,10288 - 0,04373 0,76435 1 0 0 9,22455

20 2011 CEDAE 1,0 - 0,01446 0,65405 0,02251 - 0,03142 0,81745 0 1 0 10,02644

21 2011 CESAN 1,0 0,01656 0,38008 0,07925 0,08561 0,88155 0 1 0 9,25331

22 2011 CODEN 0,0 0,19309 0,36776 0,18696 0,37512 0,28156 0 0 0 6,54695

23 2011 COMPESA 1,0 0,00705 0,17351 0,08084 0,14591 0,81595 0 1 0 9,40348

24 2011 COPASA 1,0 0,05686 0,45594 0,08583 0,13193 0,78633 1 1 0 9,81282

25 2011 CORSAN 1,0 0,08627 0,59184 0,09442 0,01342 0,75762 0 1 0 9,30773

26 2011 COSANPA 0,0 - 0,07050 0,58758 0,06981 0,02831 0,91740 0 0 0 8,91950

27 2011 DAE 0,0 0,02606 0,16438 0,08683 0,01829 0,79261 0 0 0 8,30952

28 2011 DESO 0,0 - 0,01561 0,19534 0,10201 0,06659 0,94120 0 0 0 9,03010

30 2011 EMBASA 1,0 0,01150 0,26658 0,07760 0,07693 0,82800 0 1 0 9,71192

31 2011 ÁGUAS DE LIMEIRA 1,0 0,13300 0,55243 0,22786 0,01264 0,78250 0 1 1 7,86377

32 2011 ÁGUAS DE CACHOEIRO 1,0 0,07076 0,48510 0,10338 0,34565 0,88254 0 1 1 8,13890

33 2011 ÁGUAS DO AMAZONAS 1,0 0,01362 0,30838 0,03905 - 0,02149 0,70048 0 1 1 8,66340

34 2011 PROLAGOS 1,0 0,07603 0,36398 0,19027 - 0,00877 0,69073 0 1 1 8,44697

35 2011 SABESP 1,0 0,04890 0,73661 0,08489 0,07408 0,81169 1 1 0 10,30765

36 2011 SANASA 0,0 0,05946 0,60461 0,03872 0,06642 0,77574 0 1 0 8,84958

37 2011 SANEAGO 1,0 - 0,00574 0,34051 0,10468 0,07837 0,87256 0 0 0 9,45192

38 2011 SENEATINS 1,0 0,04719 0,35455 0,08931 0,11211 0,88301 0 1 0 8,38752

39 2011 SANED 0,0 0,13736 1,15571 0,22507 0,22152 0,63052 0 0 0 7,85143

40 2011 SANEPAR 1,0 0,05109 0,58476 0,18407 0,04846 0,83983 1 1 0 9,66958

41 2011 SANESUL 1,0 0,08562 0,34707 0,13482 0,12195 0,79815 0 1 0 8,56063

42 2011 COSAMA 0,0 - 0,11223 0,32646 - 0,05269 - 0,03355 0,58595 0 0 0 7,06345

43 2011 FOZ MAUÁ - ECOSAMA 1,0 0,10798 0,34703 0,33097 - 0,00014 0,85239 0 1 1 7,74565

44 2011 ÁGUAS DE ITU 1,0 - 0,01352 0,80276 0,08898 0,14452 0,88353 0 1 1 7,92906

45 2011 ÁGUAS DAS AGULHAS

NEGRAS 1,0 0,01479 0,74188 0,15514 0,29345 0,81712 0 0 1 7,59469

46 2011 SAEG GUARATINGEUTÁ 0,0 0,00212 0,31384 0,09214 0,17910 0,39991 0 0 1 6,75278

47 2011 ESAP PALESTINA 1,0 0,19188 0,19705 0,13655 0,08748 0,64649 0 1 1 5,93197

48 2011 ÁGUAS DE ARAÇOIABA 1,0 - 0,04312 0,58522 0,18283 0,56978 0,74367 0 0 1 6,63809

49 2011 SANESSOL 1,0 - 0,00290 0,94540 - 0,26251 0,54868 0,86257 0 1 1 7,28571

50 2011 ÁGUAS DE ANDRADINA 1,0 - 0,02467 0,57881 6,24528 4,51477 0,69969 0 1 1 6,56324

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52 2011 CAB PIQUETE 1,0 - 0,24859 1,34712 1,04410 2,97459 0,69613 0 1 1 6,26741

53 2011 FOZ DE SANTA

GERTRUDES 1,0 - 0,15551 0,67126 3,06804 0,74742 0,68841 0 1 1 6,18127

54 2011 SANEAQUE MAIRINQUE 1,0 0,11955 0,27606 4,36792 0,20662 0,46029 0 1 1 5,73799

1 2012 ÁGUAS DE GUARIROBA 1,0 0,11785 0,82281 0,15557 0,36008 0,70297 0 1 1 8,74545

2 2012 AGESPISA 0,0 - 0,03063 1,19219 0,20196 0,09881 0,69519 0 0 0 8,83749

3 2012 SENECAP 1,0 - 0,00429 0,97266 - 0,09762 0,56312 0,82996 0 0 1 8,27230

4 2012 ÁGUAS DE PARANAGUA 1,0 0,01760 0,93794 - 0,02779 0,32136 0,91192 0 1 1 8,02912

5 2012 CAEMA 0,0 - 0,00328 0,43015 0,80311 0,03880 0,70641 0 0 0 8,96713

6 2012 CAER 0,0 - 0,19680 1,16450 0,15630 0,01845 0,79262 0 0 0 7,78981

7 2012 CAERD 0,0 - 0,14228 2,54300 0,06163 0,08636 0,68567 0 0 0 8,24472

8 2012 CAERN 0,0 0,00329 0,27055 - 0,04652 0,03350 0,81184 0 0 0 8,80371

10 2012 CAESB 1,0 0,02114 0,53238 0,14760 0,04854 0,82381 0 1 0 9,23973

11 2012 CAGECE 1,0 0,03132 0,44243 0,16098 0,06832 0,94484 0 1 0 9,28841

12 2012 CAGEPA 0,0 0,00064 0,46157 0,13480 0,05949 0,72070 0 0 0 8,89450

13 2012 ÁGUAS DO IMPERADOR 1,0 0,15087 0,61150 0,14920 0,58843 0,70124 0 0 1 7,71242

14 2012 ÁGUAS DE JUTURNAÍBA 1,0 0,09521 0,62920 0,12249 0,20442 0,69313 0 0 1 7,62060

15 2012 ÁGUAS DE JOINVILLE 1,0 0,03061 0,20037 0,11852 0,11645 0,02038 0 0 0 8,49499

16 2012 ÁGUAS DE NITERÓI 1,0 0,22791 0,70920 0,11884 0,11969 0,60557 0 0 1 8,17184

17 2012 ÁGUAS DO PARAIBA 1,0 0,16039 0,47387 0,19121 0,14006 0,71909 0 0 1 7,99773

18 2012 CASAL 0,0 - 0,05817 2,78728 0,10100 - 0,08452 0,69195 0 0 0 8,23760

19 2012 CASAN 1,0 0,00953 0,10742 0,13382 - 0,01802 0,78430 1 0 0 9,20477

20 2012 CEDAE 1,0 0,01273 0,63529 0,08661 - 0,01504 0,81383 0 1 0 10,01793

21 2012 CESAN 1,0 0,03606 0,37391 0,11831 0,08029 0,88420 0 1 0 9,28531

22 2012 CODEN 0,0 0,31738 0,16967 0,12861 0,79827 0,70341 0 0 0 7,19943

23 2012 COMPESA 1,0 0,00691 0,18271 0,15124 0,12120 0,80809 0 1 0 9,44895

24 2012 COPASA 1,0 0,05415 0,44805 0,10311 0,08683 0,77436 1 1 0 9,84283

25 2012 CORSAN 1,0 0,06276 0,57082 0,08187 0,08455 0,78480 0 1 0 9,35828

26 2012 COSANPA 1,0 - 0,09069 0,51441 - 0,06700 0,04451 0,92262 0 0 0 8,93126

27 2012 DAE 0,0 0,04366 0,15804 0,15504 0,04676 0,82795 0 0 0 8,34832

28 2012 DESO 0,0 - 0,01042 0,19909 0,12624 0,05833 0,91430 0 0 0 9,04213

30 2012 EMBASA 1,0 0,01913 0,27270 0,13707 0,04895 0,83314 0 1 0 9,73536

31 2012 ÁGUAS DE LIMEIRA 1,0 0,11130 0,84786 0,10394 0,09072 0,79878 0 1 1 7,89764

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32 2012 ÁGUAS DE CACHOEIRO 1,0 0,07341 0,67896 0,12303 0,11228 0,85278 0 1 1 8,17022

33 2012 ÁGUAS DO AMAZONAS 1,0 - 0,01135 0,33629 0,08626 0,02453 0,75960 0 1 1 8,70911

34 2012 PROLAGOS 1,0 0,09565 0,37815 0,25423 0,07569 0,77483 0 1 1 8,52855

35 2012 SABESP 1,0 0,07224 0,55735 0,07486 0,05788 0,83744 1 1 0 10,34565

36 2012 SANASA 0,0 0,06921 0,54744 0,04186 - 0,02580 0,81642 0 1 0 8,86042

37 2012 SANEAGO 1,0 0,02315 0,37561 0,13353 0,07765 0,79971 0 0 0 9,47003

38 2012 SENEATINS 1,0 0,00153 0,85008 0,13145 0,52493 0,67871 0 1 0 8,45649

39 2012 SANED 0,0 0,05678 1,18210 0,09127 - 0,01393 0,69727 0 0 0 7,88904

40 2012 SANEPAR 1,0 0,05440 0,60646 0,21896 0,10922 0,80425 1 1 0 9,69861

41 2012 SANESUL 1,0 0,19031 0,31286 0,12276 0,26072 0,68947 0 1 0 8,59769

42 2012 COSAMA 0,0 - 0,12614 0,20330 0,03165 0,01395 0,55445 0 0 0 7,04547

43 2012 FOZ MAUÁ - ECOSAMA 1,0 0,09171 0,64167 0,14845 0,89572 0,81139 0 1 1 8,00202

44 2012 ÁGUAS DE ITU 1,0 - 0,00629 0,82556 0,07572 0,09135 0,90043 0 1 1 7,98096

45 2012 ÁGUAS DAS AGULHAS

NEGRAS 1,0 0,01871 0,61240 0,12217 0,24042 0,82600 0 0 1 7,69295

46 2012 SAEG GUARATINGEUTÁ 0,0 0,01737 0,31505 0,09441 0,02783 0,42068 0 0 1 6,78662

47 2012 ESAP PALESTINA 1,0 0,20961 0,05285 0,06793 0,22878 0,61802 0 1 1 6,00303

48 2012 ÁGUAS DE ARAÇOIABA 1,0 - 0,05862 0,38309 0,24576 0,56468 0,79429 0 0 1 6,86112

49 2012 SANESSOL 1,0 - 0,00051 0,91447 0,19733 0,23428 0,81305 0 1 1 7,35145

50 2012 ÁGUAS DE ANDRADINA 0,0 0,01533 0,86680 0,17113 2,88007 0,62997 0 1 1 7,10650

51 2012 ÁGUAS DE CASTILHO 1,0 0,12547 0,75868 0,59405 2,67270 0,70685 0 1 1 6,47914

52 2012 CAB PIQUETE 1,0 - 0,03556 1,22980 0,16632 0,78714 0,62100 0 1 1 6,46997

53 2012 FOZ DE SANTA

GERTRUDES 1,0 - 0,09206 0,88063 0,20069 0,55484 0,74118 0 1 1 6,61257

54 2012 SANEAQUE MAIRINQUE 1,0 0,18283 0,26917 0,07544 0,22408 0,67280 0 1 1 6,45515

55 2012 FOZ DE BLUMENAU 1,0 - 0,00001 0,71313 0,78470 0,75015 0,81418 0 1 1 8,03434

56 2012 FOZ DE PORTO FERREIRA 1,0 - 0,02836 0,74109 7,25341 0,62457 0,73367 0 1 1 6,97271

57 2012 FOZ URUGUAIANA 1,0 - 0,03628 0,90099 1,48825 0,97612 0,82950 0 1 1 7,71167

1 2013 ÁGUAS DE GUARIROBA 1,0 0,09580 0,79088 0,08254 0,14476 0,75975 0 1 1 8,83790

2 2013 AGESPISA 0,0 - 0,01764 1,16137 0,12348 0,10306 0,67429 0 0 0 8,86684

3 2013 SENECAP 1,0 - 0,04115 0,87707 0,19110 0,34013 0,85742 0 1 1 8,41358

4 2013 ÁGUAS DE PARANAGUA 1,0 0,01610 0,83874 0,19481 0,43120 0,78784 0 1 1 8,12064

5 2013 CAEMA 0,0 - 0,01122 0,49906 - 0,13280 0,12668 0,69100 0 0 0 9,00935

6 2013 CAER 0,0 - 0,35616 1,51715 0,05445 0,02783 0,76431 0 0 0 7,78621

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7 2013 CAERD 0,0 - 0,14344 2,71643 0,07866 0,06057 0,64661 0 0 0 8,24725

8 2013 CAERN 0,0 0,04693 0,24166 5,54387 0,13238 0,79975 0 0 0 8,85118

10 2013 CAESB 1,0 0,02700 0,51934 0,13662 0,09041 0,80338 0 1 0 9,26642

11 2013 CAGECE 1,0 0,02136 0,31827 0,12913 0,10601 0,91041 0 1 0 9,31615

12 2013 CAGEPA 0,0 - 0,00498 0,43805 0,05672 0,03997 0,71442 0 0 0 8,90771

13 2013 ÁGUAS DO IMPERADOR 1,0 0,09510 0,56206 0,09543 - 0,00485 0,73650 0 0 1 7,73165

14 2013 ÁGUAS DE JUTURNAÍBA 1,0 0,10880 0,58249 0,17049 0,12620 0,70105 0 0 1 7,67716

15 2013 ÁGUAS DE JOINVILLE 1,0 0,03549 0,26371 0,13027 0,14103 0,84070 0 0 0 8,54330

16 2013 ÁGUAS DE NITERÓI 1,0 0,18055 0,64871 0,09398 0,11410 0,64198 0 0 1 8,24412

17 2013 ÁGUAS DO PARAIBA 1,0 0,19874 0,43971 0,15010 0,14990 0,79387 0 0 1 8,10136

18 2013 CASAL 0,0 - 0,18732 2,84809 0,13644 0,04965 0,67943 0 0 0 8,25072

19 2013 CASAN 1,0 0,01786 0,47603 0,07937 0,03632 0,75681 1 0 0 9,19181

20 2013 CEDAE 1,0 0,02296 0,60888 0,02820 - 0,00870 0,80014 0 1 0 10,00677

21 2013 CESAN 1,0 0,02999 0,27130 0,13445 0,11535 0,88232 0 1 0 9,31831

22 2013 CODEN 0,0 0,24466 0,13409 0,06102 0,33654 0,73957 0 0 0 7,34719

23 2013 COMPESA 1,0 0,02043 0,21127 0,05377 0,25637 0,81364 0 1 0 9,55104

24 2013 COPASA 1,0 0,04439 0,43558 0,19751 0,05155 0,80381 1 1 0 9,88087

25 2013 CORSAN 1,0 0,05063 0,65598 0,07086 0,13755 0,74323 0 1 0 9,39062

26 2013 COSANPA 1,0 - 0,09919 0,33426 0,01401 0,04538 0,92248 0 0 0 8,91580

27 2013 DAE 0,0 0,04287 0,14788 0,07005 0,04041 0,79975 0 1 0 8,35047

28 2013 DESO 0,0 - 0,01186 0,21348 0,08554 0,02514 9,34924 0 0 0 9,06083

30 2013 EMBASA 1,0 0,01122 0,29104 0,09287 0,04909 0,82373 0 1 0 8,26225

31 2013 ÁGUAS DE LIMEIRA 1,0 0,08167 0,82108 - 0,07144 0,11169 0,78491 0 1 1 7,93601

32 2013 ÁGUAS DE CACHOEIRO 1,0 0,06263 0,64506 0,15387 0,04423 0,87523 0 1 1 8,20030

33 2013 ÁGUAS DO AMAZONAS 1,0 0,01919 0,36807 0,05406 0,08318 0,73384 0 1 1 8,72883

34 2013 PROLAGOS 1,0 0,10277 0,39159 0,06179 0,17318 0,75821 0 1 1 8,58850

35 2013 SABESP 1,0 0,06803 0,54267 0,06870 0,06830 0,85044 1 1 0 10,38104

36 2013 SANASA 0,0 0,01917 0,56800 0,08140 0,07510 0,82311 0 0 0 8,88236

37 2013 SANEAGO 1,0 0,00984 0,40018 0,03092 0,06899 0,80498 0 0 0 9,50186

38 2013 SENEATINS 1,0 0,01985 0,82999 0,05295 0,54561 0,56155 0 1 0 8,56330

39 2013 SANED 0,0 0,12486 1,01624 0,03920 0,27480 0,58781 0 0 0 7,92032

40 2013 SANEPAR 1,0 0,05971 0,47142 0,11367 0,09337 0,81600 1 1 0 9,74927

41 2013 SANESUL 1,0 0,07666 0,28490 0,08598 0,09700 0,72101 0 0 0 8,65732

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42 2013 COSAMA 0,0 - 0,17872 0,17429 0,98111 0,07176 0,57479 0 0 0 7,09121

43 2013 FOZ MAUÁ - ECOSAMA 1,0 0,07051 0,71755 0,13302 0,60706 0,85483 0 1 1 8,23070

44 2013 ÁGUAS DE ITU 1,0 0,01924 0,68664 0,01825 0,16041 0,91205 0 1 1 8,04543

45 2013 ÁGUAS DAS AGULHAS

NEGRAS 1,0 0,05810 0,59895 0,24193 0,11085 0,81442 0 0 1 7,73248

46 2013 SAEG GUARATINGEUTÁ 0,0 0,05166 0,31962 0,09748 0,08943 0,39513 0 1 1 6,79660

47 2013 ESAP PALESTINA 1,0 0,27661 0,41749 0,08395 0,51772 0,58013 0 1 1 6,16613

48 2013 ÁGUAS DE ARAÇOIABA 1,0 - 0,05736 0,48848 0,13199 0,23360 0,79778 0 0 1 6,95419

49 2013 SANESSOL 1,0 0,00728 0,92497 0,08277 0,26253 0,79802 0 1 1 7,44459

50 2013 ÁGUAS DE ANDRADINA 0,0 0,04347 0,83662 0,26885 0,05817 0,77098 0 1 1 7,21877

51 2013 ÁGUAS DE CASTILHO 1,0 0,14278 0,64792 0,23160 0,25492 0,36479 0 1 1 6,59682

52 2013 CAB PIQUETE 1,0 - 0,05463 0,85542 0,09248 - 0,04082 0,69241 0 1 1 6,49914

53 2013 FOZ DE SANTA

GERTRUDES 1,0 - 0,06154 0,96923 0,38239 0,29318 0,76056 0 1 1 6,73544

54 2013 SANEAQUE MAIRINQUE 1,0 - 0,07727 0,37732 0,15412 0,04411 0,73882 0 1 1 6,51455

55 2013 FOZ DE BLUMENAU 1,0 - 0,04004 0,80113 0,59434 0,31094 0,80439 0 1 1 8,14667

56 2013 FOZ DE PORTO FERREIRA 1,0 - 0,00202 0,80525 0,17843 0,31578 0,80204 0 1 1 7,13059

57 2013 FOZ URUGUAIANA 1,0 - 0,00133 0,84535 0,16186 0,59155 0,80167 0 1 1 7,89867

58 2013 ÁGUAS DE VOTORANTIM 1,0 - 0,02872 0,88717 1,09783 0,32190 0,74016 0 0 1 7,37064

59 2013 FOZ AGUAS 5 1,0 - 0,11992 0,75781 0,53836 0,12627 0,48357 0 1 1 8,04676

60 2013 SAMAR ARAÇATUBA 1,0 - 0,02202 0,86893 9,36147 - 0,09251 0,84919 0 1 1 7,97793

61 2013 TUBARÃO SANEAMENTO 1,0 0,09736 0,70291 0,33481 1,28879 0,38842 0 0 1 6,81917

62 2013 ÁGUAS DE ITAPEMA 0,0 - 0,01378 0,98564 0,09430 0,13932 0,85673 0 0 1 7,85739

1 2014 ÁGUAS DE GUARIROBA 1,0 0,08770 0,76408 0,16997 0,23704 0,67388 0 1 1 8,87819

2 2014 AGESPISA 0,0 - 0,06705 1,20577 0,20400 0,02876 0,70372 0 0 0 8,89776

3 2014 SENECAP 1,0 - 0,04116 0,94958 0,26320 0,52303 0,74875 0 1 1 8,53743

4 2014 ÁGUAS DE PARANAGUA 1,0 0,00684 0,85041 0,18644 0,12965 0,92763 0 1 1 8,24518

5 2014 CAEMA 0,0 - 0,01357 1,45503 0,04490 0,08726 0,67960 0 0 0 9,03846

6 2014 CAER 0,0 - 0,57258 2,06821 0,08776 0,03996 0,76635 0 0 0 7,80431

7 2014 CAERD 0,0 - 0,11157 2,50740 0,13743 0,17466 0,54457 0 0 0 8,24011

8 2014 CAERN 0,0 0,00485 0,30585 0,16445 0,13146 0,78565 0 0 0 8,89710

10 2014 CAESB 1,0 0,00395 0,53847 0,07747 0,07735 0,79124 0 1 0 9,29216

11 2014 CAGECE 1,0 - 0,06673 0,34674 0,06397 0,43333 0,96792 0 1 0 9,51151

12 2014 CAGEPA 0,0 - 0,00944 0,44490 0,08981 0,04282 0,69734 0 0 0 8,91542

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13 2014 ÁGUAS DO IMPERADOR 1,0 0,08671 0,62125 0,12326 0,31421 0,64899 0 0 1 7,79541

14 2014 ÁGUAS DE JUTURNAÍBA 1,0 0,12927 0,63061 0,15371 0,31990 0,63611 0 0 1 7,75548

15 2014 ÁGUAS DE JOINVILLE 1,0 0,02199 0,27832 0,06896 0,05231 0,79034 0 0 0 8,53862

16 2014 ÁGUAS DE NITERÓI 1,0 0,12671 0,66110 0,09753 0,28953 0,59272 0 0 1 8,31990

17 2014 ÁGUAS DO PARAIBA 1,0 0,11844 0,54747 0,14355 0,43567 0,64472 0 0 1 8,16803

18 2014 CASAL 0,0 - 0,19233 2,92433 0,10319 0,06703 0,71520 0 0 0 8,30117

19 2014 CASAN 1,0 0,03103 0,46913 - 0,03407 0,78500 1 0 0 9,28378

20 2014 CEDAE 1,0 0,03525 0,58707 0,15549 0,02883 0,78769 0 1 0 10,01230

21 2014 CESAN 1,0 0,04131 0,21289 0,15092 0,03391 0,90791 0 1 0 9,34520

22 2014 CODEN 0,0 0,06071 0,10115 0,04634 - 0,02637 0,78781 0 0 0 7,36302

23 2014 COMPESA 1,0 0,02277 0,24021 0,12386 0,17363 0,83957 0 1 0 9,63420

24 2014 COPASA 1,0 0,03133 0,45478 0,04172 0,07385 0,81867 1 1 0 9,91977

25 2014 CORSAN 1,0 0,06204 0,65347 0,13979 0,13431 0,72334 0 1 0 9,43357

26 2014 COSANPA 1,0 - 0,11511 0,37273 0,08523 0,12530 0,87225 0 0 0 8,89893

27 2014 DAE 0,0 0,02326 0,15948 0,00768 0,06258 0,79796 0 1 0 8,37586

28 2014 DESO 0,0 - 0,01295 0,19075 0,04864 0,08858 0,93186 0 0 0 9,09803

30 2014 EMBASA 1,0 0,00867 0,31276 0,07998 0,06608 0,83185 0 1 0 9,66877

31 2014 ÁGUAS DE LIMEIRA 1,0 - 0,02140 0,87361 - 0,01030 0,06245 0,84092 0 1 1 7,99225

32 2014 ÁGUAS DE CACHOEIRO 1,0 0,05274 0,56820 0,09608 0,02602 0,89247 0 1 1 8,21992

33 2014 ÁGUAS DO AMAZONAS 1,0 0,03897 0,37376 0,12602 0,07606 0,69131 0 1 1 8,73228

34 2014 PROLAGOS 1,0 0,07049 0,45910 0,17022 0,24455 0,74822 0 1 1 8,67775

35 2014 SABESP 1,0 0,02975 0,56171 - 0,06653 0,07361 0,86589 1 1 0 10,41970

36 2014 SANASA 0,0 - 0,01789 0,62459 0,05769 0,09839 0,81532 0 0 0 8,93205

37 2014 SANEAGO 1,0 - 0,01233 0,40578 0,13301 0,08505 0,80467 0 0 0 9,53714

38 2014 SENEATINS 1,0 - 0,00494 0,91150 0,34775 0,35411 0,58005 0 1 0 8,70903

40 2014 SANEPAR 1,0 0,05583 0,49666 0,09966 0,11910 0,81950 1 1 0 9,80501

41 2014 SANESUL 1,0 0,05767 0,28514 0,09763 0,08137 0,81045 0 0 0 8,74207

42 2014 COSAMA 0,0 - 0,11987 0,21074 2,35783 0,38020 0,41663 0 0 0 7,09140

43 2014 FOZ MAUÁ - ECOSAMA 1,0 0,03893 0,83654 0,03204 0,44107 0,86952 0 1 1 8,39678

44 2014 ÁGUAS DE ITU 1,0 - 0,10782 0,81512 - 0,14460 0,07060 0,90462 0 0 1 8,07150

45 2014 ÁGUAS DAS AGULHAS

NEGRAS 1,0 0,03295 0,58596 0,05021 0,01087 0,83799 0 0 1 7,74957

46 2014 SAEG GUARATINGEUTÁ 0,0 0,01431 0,32258 0,03081 0,02605 0,45429 0 1 1 6,86836

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47 2014 ESAP PALESTINA 1,0 0,08695 0,78930 0,23952 2,14958 0,36650 0 1 1 6,46494

48 2014 ÁGUAS DE ARAÇOIABA 1,0 - 0,06398 0,34491 0,20569 0,32190 0,84629 0 0 1 7,10102

49 2014 SANESSOL 1,0 0,02217 0,90560 0,19047 - 0,03515 0,88637 0 1 1 7,47465

50 2014 ÁGUAS DE ANDRADINA 1,0 0,02938 0,86634 - 0,10031 0,52211 0,84439 0 1 1 7,44072

51 2014 ÁGUAS DE CASTILHO 1,0 0,10312 0,65565 0,10187 0,45337 0,80558 0 1 1 6,79692

53 2014 FOZ DE SANTA

GERTRUDES 1,0 - 0,05501 0,84520 0,28821 0,38322 0,75925 0 1 1 6,87558

54 2014 SANEAQUE MAIRINQUE 1,0 - 0,01642 0,75637 0,08082 1,39449 0,73825 0 1 1 6,89343

55 2014 FOZ DE BLUMENAU 1,0 - 0,07790 0,88653 1,03381 0,03921 0,77573 0 1 1 8,14761

56 2014 FOZ DE PORTO FERREIRA 1,0 - 0,03242 0,91239 0,18075 0,62255 0,77184 0 1 1 7,32412

57 2014 FOZ URUGUAIANA 1,0 0,02396 0,75841 0,20253 0,30191 0,83994 0 1 1 8,03350

58 2014 ÁGUAS DE VOTORANTIM 1,0 0,04625 0,76740 0,19501 0,11306 0,78842 0 0 1 7,44459

59 2014 FOZ AGUAS 5 1,0 0,00237 0,72364 0,06436 0,49245 0,51983 0 1 1 8,25207

60 2014 SAMAR ARAÇATUBA 1,0 0,01973 0,79391 - 0,04229 0,10285 0,88320 0 1 1 8,03751

61 2014 TUBARÃO SANEAMENTO 1,0 - 0,02690 0,78068 0,13427 0,20658 0,72397 0 1 1 7,17115

62 2014 ÁGUAS DE ITAPEMA 0,0 0,01017 0,97657 0,08576 0,08316 0,90080 0 0 1 7,91387

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