universidade federal do rio grande do norte centro de ... · nas últimas décadas por causa do...

106
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Open Innovation: Elementos para sua Prática nos Setores de Energia Solar e Eólico Edicleide da Silva Marinho Natal - RN 2017

Upload: others

Post on 03-Jun-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Open Innovation: Elementos para sua Prática nos Setores de Energia Solar e

Eólico

Edicleide da Silva Marinho

Natal - RN

2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Open Innovation: Elementos para sua Prática nos Setores de Energia Solar e

Eólico

Dissertação de mestrado apresentada à

Pós-Graduação em Engenharia de

Produção da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte para obtenção do título

de mestre em Engenharia de Produção.

Grande Área: Engenharias

Área: Engenharia de Produção

Orientador Prof. Dr. Mario Orestes

Aguirre González

Edicleide da Silva Marinho

Natal - RN

2017

Reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Prof.ª Drª Ângela Maria Paiva Cruz

Diretor do Centro de Tecnologia

Prof. Dr. Luiz Alessandro Pinheiro da Câmara de Queiroz

Coordenador da Pós Graduação em Engenharia de Produção

Prof. Dr. Mario Orestes Aguirre González

Orientação

Prof. Dr. Mario Orestes Aguirre González

AGRADECIMENTOS

Agradeço a deus, em primeiro lugar, pela vida, saúde, serenidade, calma, paciência,

otimismo e oportunidades a mim concedidas.

Aos meus pais, Eriberto Marinho e Maria Inês, por tudo que sou e por está presente em

todos os momentos da minha vida, aconselhando, apoiando e incentivando, sempre com

palavras sinceras.

Aos professores Carla Almeida Vivacqua, José Guilherme Da Silva Santa Rosa e Raoni

Barros Bagno pela contribuição à minha pesquisa e ao Prof. Dr. Mario Orestes Aguirre

González, por mais essa oportunidade

A amiga Ana Cláudia Costa de Araújo por ter colaborado com seu conhecimento

durante o processo de construção, na parte do design, da figura final da pesquisa. Aos

amigos: Ana Cláudia Costa de Araújo, George André Souza Santiago, Marcela Silva

Cavalcanti Rosa, Rafael Monteiro, Raimundo Alberto Rego Junior e Vanessa Stephanie

de Azevedo Arruda por terem me acompanhado e apoiado durante toda essa etapa de

construção de conhecimento e pelos momentos de descontração.

RESUMO

O objetivo deste estudo é identificar os elementos da open innovation que devem ser

considerados na implantação no setor de energias renováveis eólica e solar. A pesquisa

foi realizada em quatro etapas e caracteriza-se como Qualitativa-quantitativa, com

procedimento de pesquisa tipo survey. A primeira contempla uma revisão bibliográfica

sistemática sobre open innovation e uma pesquisa exploratória no setor de estudo

(eólico e solar) com a finalidade de identificar princípios e práticas da inovação aberta

utilizadas no desenvolvimento de tecnologias do setor. A segunda é referente à survey,

na qual teve como objetivo identificar quais elementos eram relevantes para o processo

de inovação no setor. A terceira e a quarta foram, respectivamente, o tratamento dos

dados e análise e interpretação dos dados. Os resultados apresentam quatro fatores e 14

elementos que devem ser considerados na implantação da open innovation no setor em

estudo são eles: Fator 1 –Adoção de Práticas, Ferramentas ou Métodos para Gestão da

OI, Características do Processo, Considerações Tecnológicas e Inteligência Coletiva e

Plataforma de Troca de Conhecimento; Fator 2 – Capacidade de Absorver

Conhecimento, Capacidade de Integrar Conhecimento no Processo de Inovação,

Programa de Capacitação; Fator 3 – Critérios para Selecionar Colaboradores, Criação de

um Time de Inovação, Indicadores para Medir Inovação; Fator 4 – Política de Apoio a

Inovação, Política de Inserção dos Elos da Cadeia no Processo de Inovação, Critérios

para Atrair Colaboradores, Parcerias.

Palavras-Chave: Inovação Aberta, Energia renovável, Desenvolvimento.

ABSTRACT

The objective of this study is to identify the elements of open innovation that should be

considered in the deployment of renewable energy in wind and solar. The research was

carried out in four stages and is characterized as Qualitative-quantitative, with research

procedure type survey. The first one contemplates a systematic literature review on

open innovation and an exploratory research in the field of study (wind and solar) in

order to identify principles and practices of open innovation used in the development of

technologies of the sector. The second one refers to the survey, in which the objective

was to identify which elements were relevant to the innovation process in the sector.

The third and fourth were, respectively, data processing and data analysis and

interpretation. The results present four factors and 14 elements that should be

considered in the implementation of open innovation in the sector under study are:

Factor 1 - Adoption of Practices, Tools or Methods for OI Management, Process

Characteristics, Technological Considerations and Collective Intelligence and

Knowledge Exchange Platform; Factor 2 - Capacity to Absorb Knowledge, Ability to

Integrate Knowledge into the Innovation Process, Training Program; Factor 3 - Criteria

for Selecting Employees, Creation of an Innovation Team, Indicators for Measuring

Innovation; Factor 4 - Policy for Innovation Support, Policy for the insertion of chain

links in the Innovation Process, Criteria for Attracting Employees, Partnerships

Keywords: Open Innovation, Renewable Energy, Development.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Capacidade Eólica Instalada no Mundo por Ano........................................12

Figura 2.1 - Etapas do Método de Pesquisa....................................................................19

Figura 3.1 - Processos: Outside-in (de fora para dentro), Inside-out (de dentro para fora)

e Couple (acoplado)........................................................................................................31

Figura 4.1 - Cadeia de Valores de Bens e Serviços........................................................53

Figura 5.1 - Fatores e seus Componentes.......................................................................75

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 5.1 - Número de Respondentes por Gênero ......................................................65

Gráfico 5.2 - Características dos Respondentes quanto à Escolaridade.........................66

LISTA DE QUADROS

Quadro 2.1 - Caracterização do Método de Pesquisa......................................................17

Quadro 3.1 - Definição de Inovação................................................................................23

Quadro 3.2 - Definição de Open Innovation...................................................................27

Quadro 3.3 - Definições de Outside-in............................................................................32

Quadro 3.4 - Definições de Inside-out.............................................................................32

Quadro 3.5- Definição de Couple....................................................................................32

Quadro 3.6 - Principais Características dos Processos....................................................33

Quadro 3.7 - Perspectiva Atual e Futura.........................................................................34

Quadro 3.8 - Processo Genérico para o Gerenciamento de Fontes Externas de

Informação para Inovação...............................................................................................39

Quadro 3.9 - Práticas de Inovação Referentes à Abordagem Open Innovation............ 41

Quadro 3.10 - Elementos de Estudo................................................................................42

Quadro 3.11- Indicadores para Examinar as Práticas de Inovação Aberta.....................47

Quadro 4.1 - Aplicações de Energia Solar... ..................................................................52

Quadro 4.1 - Tecnologia Solar com Suporte da Open Innovation..................................53

Quadro 4.2 - Tecnologia Eólica com Suporte da Open Innovation................................55

LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 - Principais Fontes de Conhecimentos .......................................................... 42

Tabela 5.1 - Setor de Atuação dos Respondentes ........................................................... 73

Tabela 5.2 - Cargo dos Respondentes ............................................................................ 74

Tabela 5.3 - Resultado do Teste KMO ........................................................................... 75

Tabela 5.4 - Nível de Importâncias dos Elementos ........................................................ 75

Tabela 5.5 - Component Matrix ...................................................................................... 70

Tabela 5.6 - Matriz de Componentes Rotacionados ....................................................... 77

Sumário CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO .................................................................................... 14

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO.................................................................................... 14

1.2. OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 17

1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................... 17

1.4. JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 17

1.5. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ................................................................... 19

CAPÍTULO 2 - MÉTODO DE PESQUISA................................................................... 20

2.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .............................................................. 20

2.2. PROCEDIMENTO DA PESQUISA ................................................................... 21

2.2.1. DETALHAMENTO DO PROCEDIMENTO DA PESQUISA .................... 22

CAPÍTULO 3 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................... 27

3.1. INOVAÇÃO ........................................................................................................ 27

3.2. OPEN INNOVATION ......................................................................................... 30

3.3. PERSPECTIVAS PASSADAS, PRESENTES E FUTURAS DA OPEN

INNOVATION ............................................................................................................. 37

3.4. OPEN INNOVATION COMO MODELO DE PRÁTICAS INTERATIVAS ..... 39

3.4.1. OPEN INNOVATION E AS FONTES DE CONHECIMENTO ................... 40

3.4.2. PRÁTICAS DE OPEN INNOVATION ......................................................... 43

3.4.3. ELEMENTOS CONSIDERADOS NA OPEN INNOVATION .................... 46

CAPÍTULO 4 - O SETOR EM ESTUDO ...................................................................... 55

4.1. ENERGIA EÓLICA ............................................................................................ 55

4.2. ENERGIA SOLAR .............................................................................................. 57

4.3. DESENVOLVIMENTO TECNOLOGIAS SOLAR E EÓLICA COM O

SUPORTE DO OPEN INNOVATION ........................................................................ 60

4.3.1 DESCRIÇÃO DAS TECNOLOGIAS SOLAR ............................................. 63

4.3.2. DESCRIÇÃO DAS TECNOLOGIAS EÓLICA........................................... 67

4.3.3. ANÁLISE DAS TECNOLOGIAS SOLAR E EÓLICA ABORDADAS ..... 70

CAPÍTULO 5 - RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................... 72

5.1. ANÁLISE CRÍTICA DO QUESTIONÁRIO ...................................................... 72

5.2. CARACTERIZAÇÃO DOS RESPONDENTES ................................................ 72

5.3. TESTES ESTATÍSTICOS ................................................................................... 74

5.4. ANÁLISE DOS RESULTADOS ESTATÍSTICOS ............................................ 75

5.4.1 ANÁLISE DE FREQUÊNCIA ...................................................................... 75

5.4.2. ANÁLISE FATORIAL ................................................................................. 76

5.5. INFORMAÇÕES QUALITATIVAS LEVANTADAS NA PESQUISA DE

CAMPO ...................................................................................................................... 78

5.6. IDENTIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS E FATORES ....................................... 81

CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

........................................................................................................................................ 84

6.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 84

6.2. CONCLUSÕES ................................................................................................... 86

6.3 RECOMENDAÇÕES ........................................................................................... 87

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 88

APÊNDICE A - CONVITE ............................................................................................ 97

APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO ................................................................................ 98

APÊNDICE C - MATRIZ DE AFINIDADE ............................................................... 101

APÊNDICE D - MATRIZ ANTIIMAGEM ................................................................. 103

APÊNDICE E - NOVOS ELEMENTOS ..................................................................... 105

14

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO

A energia elétrica tornou-se um componente importante, ao longo dos séculos, para o

desenvolvimento humano, resultando na sua dependência para diversas atividades do

cotidiano das pessoas, empresas, indústrias ou organizações. Nas mais diversas “áreas”

da vida do homem, esse recurso se faz presente para o desenvolvimento de suas

atividades. De acordo com Çetin e Egrican (2011) a energia é vital, uma vez que é um

dos maiores inputs para a indústria e para a sociedade, ao passo que está presente em

todos os lares e atividades cotidianas, como, por exemplo, na preparação de alimentos,

iluminação, transporte, lazer, dentre outras.

Diante disso, a sua utilização tem sido de extrema importância para o desenvolvimento

da sociedade humana tanto no aspecto social quanto econômico. Consoante a

Pianezzola (2006) a evolução do mundo após a energia elétrica passou a ser

indispensável e estratégico para o desenvolvimento socioeconômico de países e regiões.

Entretanto, o aumento populacional, o avanço tecnológico e a modernidade fizeram com

que o consumo de energia global aumentasse consideravelmente. Esse excesso de

demanda tem levantado hipóteses de esgotamento, no futuro, dos recursos não

renováveis até então utilizados como fontes geradoras de energia. De acordo com

Mekhilefa et al. (2011), o consumo de energia tornou-se uma preocupação fundamental

nas últimas décadas por causa do rápido aumento na demanda de energia. Isso tem

causado, principalmente nas últimas décadas, o levantamento de temores acerca do

esgotamento de reservas de petróleo e de outros recursos no futuro (SHARMA et al.

2012).

Segundo Parida et al. (2011), com os combustíveis fósseis na beira da exaustão, as

fontes renováveis estão destacando-se cada vez mais como potenciais recursos para a

geração de energia. Além disso, as questões ambientais de recursos energéticos

convencionais, tais como as alterações climáticas e o aquecimento global vêm

continuamente forçando-nos para fontes alternativas de energia (MEKHILEF et al.

2011).

15

Diante desse contexto, o desafio energético está se tornando cada vez mais importante e

requer o uso racional dos recursos e da gestão dos impactos ambientais decorrentes da

emissão de poluentes e do consumo de recursos não renováveis (KIM et al. 2014). Isso

reforça o interesse das organizações pela pesquisa e desenvolvimento de produtos e

tecnologias que atendam a essa demanda.

Uma forma de captação de energia é a solar que, de acordo com Mundo-Hernández et

al. (2014), é um recurso totalmente renovável e abundante, com rápido declínio de

custos de conversão podendo ser uma potencial opção popular para geração de energia

elétrica nos próximos anos. Além disso, essa fonte primária de energia mostra-se como

possível solução para atender a demanda energética devido a sua disponibilidade,

empregabilidade e sua forma não impactante ao meio ambiente. Outra forma é a

energia eólica, o qual tem crescido consideravelmente como mostra a Figura 1.1, nos

últimos anos. Esse progresso pode ser explicado tanto pela disponibilidade do recurso

vento, como pelo rápido desenvolvimento da alta tecnologia, em comparação com o

resto das energias renováveis (ESTEBAN et al. 2011).

Figura 3.1 - Capacidade Eólica Instalada no Mundo por Ano

Fonte: http://cerne.org.br/energia-eolica/

Entretanto, para que a utilização desses recursos resultem no seu maior aproveitamento,

é necessário o desenvolvimento de tecnologias e da sua cadeia produtiva que atendam a

essa demanda de forma eficiente. É nessa perspectiva que novos materiais e formas de

aplicações podem ser pesquisados com o objetivo de proporcionar uma maior eficiência

dos equipamentos a um preço mais acessível e para explanar o leque de opções de

aplicações desses recursos.

16

Para tanto, o desenvolvimento de projetos cooperativos entre empresas e instituições de

ciência e tecnologia (ICT), visando agregar valor aos produtos e ao desenvolvimento de

processos e produtos na cadeia produtiva do setor se faz necessário (Centro de Gestão e

Estudos Estratégicos - CGEE, 2010). Além disso, o documento técnico desenvolvido

por esse mesmo centro de gestão retrata que a interação entre a indústria, universidades,

institutos federais, órgãos regulamentadores e sociedade, torna-se importante para

desenvolver mecanismos que promovam o desenvolvimento da cadeia produtiva, em

especial com projetos cooperativos (CGEE, 2010).

Nesse contexto, que se configura um ambiente que implica necessariamente em criar,

ou, pelo menos, adotar soluções tecnológicas inovadoras e/ou novos modelos

organizacionais, a open innovation mostra-se como uma abordagem para estimular a

inovação e o crescimento desse setor. A open innovation utiliza conhecimentos internos

e externos para acelerar o processo de inovação e expandir o mercado. Ela não engloba

só o envolvimento dos clientes, fornecedores e usuários, mas também, tem o objetivo de

explorar o conhecimento gerado pelos concorrentes, grupos de pesquisa, universidades e

de maneira geral das partes interessadas.

De acordo com Mortara e Minshall (2011), a adoção da abordagem open innovation,

em que organizações fazem uso de fontes internas e externas para direcionar seus

processos de inovação, é considerado por muitas empresas contemporâneas como um

caminho para aumentar a capacidade inovativa e promover desenvolvimento. Esses

mesmos autores enfatizam que mesmo sendo considerada por muitas empresas

contemporâneas uma forma de melhorar as capacidades de inovação e apesar do

crescente interesse nessa abordagem, existem ainda lacunas relacionadas ao

entendimento sobre sua adoção.

Nessa perspectiva Huizingh (2011) e Mortara e Minshall (2011) expõem as

dificuldades enfrentadas por empresas para gerir as práticas da open innovation. Esses

autores concluíram a necessidade de estudos relacionados em como o processo de

inovação aberto acontece nas empresas, a fim de identificar fatores ou determinantes

que auxiliem na construção de um modelo referência para melhor operacionalizar o

processo inovativo. De acordo com Huizingh (2011, p.7), "o que está faltando é um

17

livro de receitas coerente, uma estrutura integradora que ajuda os gestores a decidir

quando e como implantar as práticas de inovação aberta".

É nessa vertente que o estudo parte do seguinte problema de pesquisa: Quais os

elementos da open innovation devem ser considerados para sua implantação no

setor de energias eólico e solar?

1.2. OBJETIVO GERAL

Para responder o problema de pesquisa, o objetivo geral da dissertação é: Identificar os

elementos da open innovation para implantação no setor de energias renováveis solar e

eólica.

1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Para alcançar o objetivo geral proposto foram necessários os seguintes objetivos

específicos:

Conhecer o estado da arte sobre o tema open innovation por meio de uma

revisão bibliográfica sistemática e pesquisa teórica tradicional;

Identificar os elementos presentes da abordagem open innovation na literatura;

Validar os elementos da open innovation mediante survey direcionada aos

envolvidos nas cadeias de energia eólica e solar;

Agrupar os elementos da open innovation e modelar seus relacionamentos.

1.4. JUSTIFICATIVA

O crescente consumo de eletricidade vem impulsionando pesquisas referentes à

temática, com a finalidade de mostrar que a utilização de energia limpa pode

proporcionar benefícios no tocante à economia e estabilidade energética mundial, além

de reduzir perdas ambientais irreversíveis. A busca por alternativas para o

aproveitamento energético, também vem sendo realizada, principalmente pelo fato de

que a demanda atual é suprida em sua grande parte por recursos que degradam o meio

ambiente e são passíveis de esgotamento.

18

É nesse contexto que a energia solar e eólica aparecem como um recurso alternativo, o

qual visa atender a demanda de energia elétrica. Contudo, para promover essa indústria,

é necessário considerar a questão a partir da perspectiva integratista. De acordo com

Chen et al. (2014), essa perspectiva é uma integração de uma variedade de partes,

incluindo pesquisadores acadêmicos, governos e fornecedores de equipamentos com um

objetivo de desenvolver o setor.

É nesse aspecto, que a open innovation surge como uma alternativa na qual permite que

a troca de informações e conhecimentos ultrapasse os limites organizacionais, podendo

ser uma abordagem aplicada com a finalidade de gerar soluções inovadoras que

minimize ou elimine os problemas presentes nas cadeias produtivas de energia eólica e

solar. A open innovation, tem em sua estrutura a valorização da parceria entre empresa,

cliente, fornecedores, universidades, instituições e outras fontes externas a fim de

entender o mercado e desenvolver tecnologias compatíveis e mais efetivas com as suas

necessidades.

Setores como o de alimentos, telecomunicação, de produtos eletrônicos, farmacêutica, e

de serviços já estão fazendo uso da abordagem open innovation para melhoria de seus

processos inovativos. Contudo, a literatura não fornece de forma clara, uma base

empírica das práticas de inovação aberta e uma análise detalhada dessas atividades.

Assim, pesquisar sobre a open innovation objetivando identificar elementos que

potencializem o desenvolvimento setorial faz-se necessário para direcionar a

organização na elaboração de estratégias e políticas para geri-la e, ao identificar esses

elementos, possibilitará a unidade adotante dessa abordagem implantar um ambiente

colaborativo, o qual irá promover a competitividade e a adequação e melhoria da cadeia

produtiva de forma que esses promovam uma cultura colaborativa e inovadora.

Conforme citado anteriormente e por ser tema relevante na atualidade à pesquisa se

justifica na perspectiva acadêmica, social e setorial. Na primeira o estudo irá contribuir

para o avanço no conhecimento da temática de estudo aplicada ao setor de energia solar

e eólica; para a segunda, a disponibilização das práticas o qual envolvem a abordagem

da open innovation, possibilitarão as organizações desenvolverem tecnologias

direcionadas a geração de energia limpa, trazendo condições favoráveis para as gerações

atuais e futuras; e na terceira perspectiva, o estudo proporcionará aos gestores um

19

instrumento facilitador para os setores obterem competitividade por meio de uma

rede de inovação colaborativa, além de ser beneficiada pela redução de custos.

1.5. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

A pesquisa está dividida em seis capítulos. O primeiro capítulo apresentou a introdução

sobre o tema estudado, a problemática da pesquisa, os objetivos deste estudo e a

justificativa.

O capitulo dois apresenta o método de pesquisa no qual é dividido em duas partes. A

primeira refere-se à caracterização da pesquisa. Já a segunda apresenta o detalhamento

das etapas que foram necessárias para o desenvolvimento da pesquisa, as quais incluiu a

revisão bibliográfica, identificação dos elementos, pesquisa de campo, tabulação de

dados, tratamento estatístico e análise de dados e resultados.

O terceiro capítulo aborda fundamentação teórica acerca de open innovation. São

mostradas as fontes de conhecimento, práticas e competências que fazem parte dessa

abordagem e os elementos pertencentes à abordagem Open Innovation.. No capítulo 4,

alguns produtos desenvolvidos, no setor de solar e eólico, a partir de práticas

colaborativas são apresentados.

O quinto capítulo refere-se aos resultados e discussão. Nele são apresentadas as

informações coletadas a partir da aplicação do instrumento de pesquisa, assim como a

análise dos resultados obtidos. O capítulo seis tece as considerações finais e as

potenciais propostas de pesquisas futuras a serem desenvolvidas na temática open

innovation direcionada ao setor de energias renováveis.

20

CAPÍTULO 2 - MÉTODO DE PESQUISA

Este capítulo descreve o método da pesquisa, para isso subdivide a sua explicação em:

caracterização do método de pesquisa e; procedimento adotado no desenvolvimento da

pesquisa.

2.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa científica consiste em um procedimento formal, com método de pensamento

reflexivo, que requer tratamento científico para conhecer a realidade e descobrir novos

fatos, relações ou leis (GONZÁLEZ, 2010). Neste trabalho, o método de pesquisa é

dividido em dois tópicos: 1) caracterização do método de pesquisa tendo como

referência a bibliografia sobre metodologia de pesquisa e 2) o procedimento seguido na

realização da pesquisa. O Quadro 2.1 apresenta a caracterização do método de pesquisa

.

Critério Classificação\Tipo Escolha

Quanto ao gênero da pesquisa

(DEMO, 2000)

Teórica x

Metodológica

Empírica x

Prática

Quanto ao objetivo da pesquisa

(YIN, 2001)

Exploratória x

Descritiva x

Explicativa

Quanto ao tipo de argumentação

lógica (MARCONI;LAKATOS,

2003)

Indutivo x

Dedutivo x

Hipotético-Dedutivo

Dialético

Quanto à abordagem de pesquisa

(YIN, 2001)

Quantitativo

Qualitativo

Quantitativo-Qualitativo x

Quanto ao método do

procedimento de pesquisa (YIN,

2001)

Survey x

Simulação

Pesquisa-Ação

Estudo de Caso Único

Estudo de Casos

Quadro 2.2 - Caracterização do Método de Pesquisa

Fonte: González (2010)

No que diz respeito ao gênero, a pesquisa realizada pode ser caracterizada como teórica

e empírica (DEMO, 2000). Quanto ao tipo de argumentação lógica, foi caracterizado

como indutivo e dedutivo (MARCONI;LAKATOS, 2003). Quanto ao seu objetivo

como exploratória e descritiva (YIN, 2001), quanto à abordagem científica como quali-

quantitativa (CRESWELL, 2010), e como survey quanto ao procedimento técnico

utilizado (YIN, 2001).

21

2.2. PROCEDIMENTO DA PESQUISA

No procedimento da pesquisa são descritas as etapas que possibilitaram o

desenvolvimento do estudo. Na Figura 2.2 são apresentadas as fases que foram seguidas

para realizar o estudo.

Para a elaboração desta pesquisa, foram utilizadas quatro etapas. A primeira consistiu

em uma Revisão Bibliográfica Sistemática (RBS), no qual foram obtidos os principais

conteúdos do tema open innovation. A RBS é definida como sendo uma abordagem de

pesquisa confiável, uma vez que abrange e apresenta explicitamente os meios utilizados

e os resultados obtidos (MEKHILEF et al. 2011). Além disso, Webster e Watson (2002)

afirmam que a revisão bibliográfica sistemática objetiva gerar conhecimentos

estruturados acerca de um tema de pesquisa. Já a revisão bibliográfica tradicional

quando comparada à Revisão Bibliográfica Sistemática, segundo Cordeiro et al. (2007),

não exige um protocolo rígido para sua confecção.

Em seguida foi realizada uma pesquisa exploratória para identificar as inovações que

estavam sendo desenvolvidas nos setores objeto de estudo e verificar se no processo

existia o uso de práticas colaborativas. De acordo com Forza (2002, p.155) a pesquisa

exploratória é definida como:

Pesquisa que ocorre durante os estágios iniciais da investigação sobre um

fenômeno, quando o objetivo é obter uma visão preliminar sobre um tema, e

fornece a base para uma pesquisa mais aprofundada. Geralmente não há

modelo, e os conceitos de interesse precisam ser melhor compreendidos e

medidos.

Posteriormente, foram identificados os elementos que fazem parte da abordagem Open

Innovation. A segunda etapa refere-se à pesquisa de campo no qual foram definidos o

universo e amostra da pesquisa; o instrumento de coleta de dados e o processo de coleta

desses dados. Por fim dessa etapa, realizou-se a aplicação do questionário. No terceiro

momento, fez-se o registro, organização, tratamento estatístico. Por fim, realizou-se a

análise e interpretação dos dados coletados, considerações finais e propostas de

pesquisas.

22

Figura 4.2 - Etapas do Método de Pesquisa

2.2.1. DETALHAMENTO DO PROCEDIMENTO DA PESQUISA

Para alcançar os objetivos da pesquisa foram desenvolvidas etapas e subetapas. A

primeira etapa corresponde à pesquisa bibliográfica na qual é subdividida em revisão

bibliográfica sistemática (quatro subetapas) e pesquisa exploratória (uma subetapa).

Etapa 1 - A primeira refere-se à seleção das palavras-chaves, sua composição para a

busca: "open innovation" + "practice" e "open innovation" + "tool" e escolha da base de

dados. Com essas palavras-chave se inseriu na base de dados scopus. O período

estabelecido para coleta de publicações foi de 2003 a 2015. O período inicial definido

foi escolhido pelo fato de que o termo surgiu nesse ano. Como resultado, obteve-se um

total de 119 artigos.

Na segunda subetapa, foi realizada uma análise preliminar dos 119 artigos por meio da

leitura do título e resumo. Em seguida foi feita a aplicação do primeiro filtro de

exclusão, no qual eliminou os documentos que não disponibilizam o material completo

e os que eram repetidos, reduzindo o montante para 107.

Na terceira subetapa, fez-se a leitura detalhada dos artigos coletados para verificar

dentro da temática open innovation as práticas e ferramentas que possibilitassem a

identificação de elementos chaves para a implantação dessa abordagem. Em seguida foi

aplicado o segundo filtro de exclusão no qual foram retirados textos que não atendiam a

esse critério e no qual a temática não era tratada como relevante ao estudo. Assim, 101

trabalhos foram considerados significativos para o estudo.

Na quarta subetapa fez-se a classificação dessas fontes quanto à sua estrutura e

conteúdo, na qual se criou uma planilha a fim de organizar os principais pontos

23

destacados nos artigos por assuntos afins. Além da RBS, onde se analisou artigos

científicos, também se conduziu leitura de dissertações e teses relacionadas ao tema de

open innovation.

A quinta subetapa buscou analisar a aplicação da abordagem de inovação aberta no

setor de estudo com o objetivo de identificar as tecnologias que estão surgindo nos

setores de estudo com o suporte da open innovation. Para isso, foi realizado um estudo

exploratório por meio de uma pesquisa em artigos, teses e noticias que tratassem de

inovações na indústria solar e eólica. A escolha desse método justifica-se em virtude da

necessidade de verificar as práticas de open innovation que podem ser determinantes

para compreender como funciona a inovação aberta no setor. Posteriormente, realizou

uma análise dos resultados obtidos relacionando com as práticas identificadas na

primeira etapa da pesquisa. Após a análise conjunta dos artigos da revisão bibliográfica

sistemática, foi elaborado um diagrama de afinidades (Apêndice C) com o objetivo de

identificar os elementos necessários dentro de uma abordagem open innovation tratados

por cada autor.

Etapa 2 - A segunda etapa refere-se à pesquisa de campo. Para tanto, com o objetivo de

responder o questionamento da pesquisa, definiu como público alvo: pesquisadores,

fornecedores, fabricantes, institutos de pesquisa, empresas de consultoria, associações e

concessionárias que atuam no setor solar e eólico em todo o território Brasileiro.

Em seguida, para a coleta de dados foi definido como instrumento de pesquisa o

questionário. Ele foi desenvolvido tomando como referência o resultado da revisão da

literatura realizada na Etapa 1. O questionário (Apêndice B) teve 20 perguntas divididas

em duas seções: a primeira é composta por quatro questões que caracterizam o perfil

dos respondentes e uma referente ao conhecimento da temática; a segunda seção é

composta por 14 perguntas fechadas de múltipla escolha e é baseada na escala de Likert

de cinco pontos, no qual o respondente assinala nota de 1 a 5 para cada questionamento

feito, e uma pergunta aberta que tem a finalidade de identificar outros elementos que

não estão inseridos no escopo de elementos encontrados na literatura e que podem ser

mais específicos para o setor. Para verificar a confiabilidade do questionário utilizou-se

o Alpha de Cronbach.

24

Além do questionário, foi enviada uma carta convite (Apêndice A) para os potenciais

colaboradores. A população considerada na pesquisa são participantes dos setores de

energia eólica e solar do Brasil.

Para a pesquisa, a determinação da amostra seguiu o cálculo da amostra mínima, no

qual segundo Hair et al. (2005, p. 98), "o mínima é ter pelo menos cinco vezes mais

observações do que o número de variáveis a serem analisadas". Assim, como foram

obtidas 14 variáveis obtidas da revisão da literatura para análise, isso representou uma

amostra mínima de 70 respondentes.

Após essas definições, buscaram-se em sites de institutos de pesquisas, associações e

centros de referências, potenciais colaboradores para o estudo. Os contatos foram

registrados em uma planilha para que posteriormente fosse enviado o convite para

participar da pesquisa. Antes de ser distribuído para os respondentes, foi realizado um

teste piloto do questionário com cinco respondentes. Esses foram escolhidos de forma

aleatória, a partir do banco de dados registrados na planilha, e antes de ser enviado o

questionário foi enviado um convite para saber se os mesmos teriam disponibilidade de

fazer parte da pesquisa. Em seguida, era enviado o questionário. Após a análise das

respostas manteve-se as 14 variáveis.

Em seguida, enviou o convite aos colaboradores por email e aqueles que se

disponibilizavam a participar , era enviado o questionário da pesquisa. Realizaram-se

três rodadas para coletar do questionário. Na primeira, foi recebido um total de 40

questionários. Na segunda rodada, foi enviado novamente o convite para aqueles que

não haviam respondido e obteve-se um total de 43 questionários. Na terceira, enviou-se

mais uma vez o convite e foram recebidos 19 questionários, totalizando 102

questionários.

Etapa 3 - A etapa três corresponde à tabulação dos dados, tratamento estatístico e

análise e interpretação dos dados. Após a aplicação do questionário, as informações

foram registradas, agrupadas e organizadas em uma planilha eletrônica. Para o

procedimento estatístico foi utilizado o software SPSS para windows, no qual foi

realizada a análise fatorial com o objetivo de identificar os agrupamentos das variáveis

em termos de dimensões mais gerais.

25

A análise fatorial "aborda o problema de analisar a estrutura das inter-relações

(correlação) entre um grande número de variáveis, definindo um conjunto de dimensões

latentes comuns chamadas de fatores (HAIR et al. 2005, p. 91)". Segundo Corrar et al.

(2011) a análise fatorial tem como objetivo descrever um quantidade de variáveis

originais por meio de dimensões ou fatores. De acordo com esses mesmos autores, o

método estatístico permite simplificar estruturas complexas de relacionamento

possibilitando assim, um melhor entendimento da estrutura de dados.

No tocante ao procedimento estatístico, inicialmente inseriu os dados no software SPSS

e a escolha dos componentes necessários para a realização dos cálculos. Assim, foi

realizado calculo de estatística descritiva (frequência) a fim de identificar o nível de

importância para os respondentes. Em seguida calculou-se o Kaiser Meyer Olkin

(KMO) o qual "permite avaliar se os dados originais viabilizam a utilização da análise

fatorial de forma satisfatória (CORRAR, 2011. p.100)". De acordo com Hair et al.

(2005), valores acima de 0,50 para a matriz toda ou para uma variável individual

indicam tal adequação. O resultado obtido do estudo obtido para o KMO foi de 0,828.

Além disso, para que seja possível a aplicação da Análise fatorial é importante que o

valor de sig. (teste de significância) não ultrapasse 0,05 (CORRAR, 2011. p.102). O

valor obtido do teste de significância para o estudo foi de 0,000 indicando a

possibilidade de aplicação da análise fatorial.

Também foi gerada a matriz antiimagem (Apêndice D) de correlação com o objetivo de

verificar se alguma variável deveria ser retirada. A diagonal principal da tabela

apresenta o MSA (medida de adequação da amostra), na qual os valores inferiores a

0,50 são considerados muito pequenos para análise e nesses casos indicam variáveis

que podem ser retiradas da análise (CORRAR, 2011. p.102). Na matriz antiimagem de

correlação gerada constatou-se que não era necessário retirar nenhuma variável, pois os

valores são superiores a 0,50. Após, por meio da tabela component Matrix foi possível

identificar a quantidade de fatores que agrupam as variáveis determinantes da inovação

aberta.

26

Etapa 4 - A quarta etapa contemplou a interpretação dos dados quantitativos, utilizando

o resultado da análise fatorial, assim como a modelagem de relacionamento entre os

elementos e fatores.

27

CAPÍTULO 3 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo faz uma revisão bibliográfica acerca da temática estudada, sendo

estruturado em quatro tópicos: o primeiro fala sobre inovação; o segundo e o terceiro

abordam, respectivamente uma visão geral do tema open innovation e as perspectivas

passadas, presentes e futuras do tema; o quarto tópico trata das fontes de conhecimento,

práticas, elementos considerados da abordagem de estudo e algumas tecnologias

desenvolvidas a partir de práticas open innovation.

3.1. INOVAÇÃO

As mudanças tecnológicas, a crescente exigência dos clientes por produtos com maior

qualidade e a redução do ciclo de vida dos produtos são alguns fatores que induzem o

mercado a uma nova dinâmica. Isso provoca nas empresas a busca por novas

estratégias, no qual está incluída a inovação, um fator essencial considerado estratégico

para aquisição de vantagem competitiva e promoção do crescimento organizacional.

Tomala e Sénéchal (2004) elencam algumas vantagens proporcionadas pela inovação:

Possibilita conhecer novas necessidades dos consumidores;

Oferece uma ampla gama de produtos e serviços;

Aumenta a qualidade e a fiabilidade dos produtos existentes;

Conquista novos mercados;

Reduz os danos ambientais;

Aumenta a flexibilidade de produção;

Reduz os custos;

Melhora o desempenho dos vários produtos ligados a serviços.

A inovação significa mudança e de acordo com Schumpeter (1934), pode assumir a

forma de novos produtos, novos processos ou métodos de produção, novos mercados ou

até mesmo novas fontes de abastecimento. Na visão de Galanakis (2006), além da

inovação favorecer a criação de novos produtos, processos, conhecimentos ou serviços

a partir do conhecimento científico ou tecnológico novo ou existente, proporciona um

grau de novidade, quer para o desenvolvedor, o setor industrial, a nação ou o mundo e

tenha sucesso no mercado.

28

O conceito de inovação tem evoluído (Quadro 3.1) e atualmente sua definição não é

compreendida apenas como resultado de ações específicas individuais, mas como um

processo (HIDALGO e ALBORS, 2008).

Quadro 3.1 - Definição de Inovação

Autor Definição

Dosi, 1982 Um processo de resolução de problemas

Kline e

Rosenberg, 1986

Um processo interativo envolvendo os relacionamentos entre empresas com

diferentes atores

Patel e Pavitt,

1994 Um processo que envolve a troca de conhecimento codificado e tácito

Bruno et al.

(2011)

A inovação é o processo de transformar novas ideias em novos produtos ou novos

procedimentos que levem a ganhos de produtividade

Wallin e Von

Krogh, 2010

Um processo que abrange a criação e utilização do conhecimento para o

desenvolvimento e introdução de algo novo e útil

No tocante ao processo de inovação, vários autores propuseram uma variedade de fases

específicas, o que resulta em um número crescente de processos de inovação que

contam com o mundo exterior para criar oportunidades e, em seguida, escolher o melhor

dentre estas alternativas para um melhor desenvolvimento (TERWIESCH e XU, 2008).

Inauen e Schenker-Wicki (2011) apresentam o processo de inovação , em pesquisa e

desenvolvimento, proposto por Gassmann e Enkel (2004). A realização dessas etapas é

feita mediante três principais processos: o primeiro é chamado de fora para dentro

(outside-in) e inclui todas as atividades de fornecimento de tecnologia externa. O

segundo processo, chamado processo de dentro para fora (inside-out), refere-se à

transferência de tecnologias exteriores. O terceiro, chamado de acoplamento (coupled),

combina os dois processos anteriormente citados e utiliza parceria como prática para a

realização das atividades presentes no processo.

Ades et al. (2013) mostra um modelo proposto por Mortara et al. (2009) no qual é

integrado uma terceira etapa (comercialização) as anteriormente citadas. É representado

por linhas tracejadas, indicando que os limites são permeáveis. Além disso, o modelo

mostra os processos outside-in e inside-in, relacionados com a transferência de

conhecimentos e resultados da pesquisa e desenvolvimento para a comercialização

externa.

Jacobfeuerborn (2014) mostra em seu estudo um modelo proposto por Greenhalgh et

al (2010), que integra uma quarta etapa na geração de inovação, a difusão. A pesquisa e

desenvolvimento é composta por três subetapas que envolvem a pesquisa básica,

29

pesquisa aplicada e agrupamento de informações e testes. A terceira etapa é denominada

de investimento, é nela que acontece a inovação, pois o produto ou novo processo serão

passiveis de comercialização. A fase de comercialização promove o início de uma

cadeia de eventos, amplamente caracterizada como de difusão (etapa 4). Nela estão

presentes a adoção ou decisão de venda, inserção no mercado e melhoria do produto ou

processo.

Bueno e Balestrin (2012) apresentam uma nova nomenclatura para as fases do processo

inovativo: Pesquisa (mapeamento dos cenários), Desenvolvimento (exploração do

conceito da ideia, desenho do conceito, desenvolvimento do protótipo) e

Comercialização (decisão de lançamento). É uma sintese do processo colaborativo da

construção do fiat mio, no qual a dinâmica de inovação foi composta por um amplo

processo de colaboração em rede. O desenvolvimento do produto contempla cinco fases

e tem como objetivo criar um carro por meio de um processo aberto, utilizando

coloboradores externos no processo de desenvolvimento do produto. O projeto tem a

participação de diversos fontes exernas de conhecimento, contudo, o colaborador chave

nesse projeto é o consumidor, que teve sua maior interatividade nas fases de geração de

ideias e lançamento do produto.

Mount e Martinez (2014) retomam as etapas citadas nos modelos anteriormente citados,

porém, inserido um processo de ideação antes da fase de pesquisa. O processo tem

como foco o uso da mídia social em todas as etapas do funil de inovação: ideação,

pesquisa e desenvolvimento e comercialização. Na fase da ideação, a mídia social é

usada para a geração de novas ideias e troca de informações entre os participantes. Na

fase de pesquisa e desenvolvimento, a ferramenta pode ser útil para gerar novos insights

e identificar tendências que auxiliem na melhoria dos processos internos de

desenvolvimento. Já na parte de comercialização, o uso das mídias sociais pode ser vista

como uma ferramenta que auxiliará a inserção do produto no mercado. A pesquisas de

opinião, páginas de votação, imagens, e tópicos de conversação são meios que

proporcionarão a empresa o feedback dos clientes acerca de melhoria dos produtos já

consolidados no mercado ou que serão lançados.

Mergel (2015) sugere cinco fases do processo de inovação aberta utilizadas no setor

público. A primeira é denominada de pré-fase, nela é definido o problema que irá ser

trabalhado. A segunda é composta pela geração de ideia, nessa está inserido

30

comercialização e distribuição de requisitos do "concurso". Na terceira, os participantes

votam nos projetos mais relevantes e colaboram com as ideias apresentadas. Na fase de

validação os projetos são selecionados e avaliados levando em consideração a

legalidade, viabilidade e sustentabilidade. A última fase refere-se à implementação, essa

é composta por três subetapas: refinamento, implementação e institucionalização.

Diante disso, observa-se que a inovação pode assumir um caráter complexo e dinâmico

apoiado na natureza incerta e não-convencional de indivíduos e organizações, o que

exige novas estratégias e decisões de gestores para a exploração de atividades

inovadoras as quais abranjam práticas e ferramentas que auxiliem no desenvolvimento e

gestão da inovação no ambiente organizacional para que a empresa adquira capacidade

de integrar, desenvolver e reconfigurar recursos internos e externos para responder

rapidamente às mudanças no mercado. Dessa forma, seu processo requer a integração de

diferentes áreas do conhecimento e uma metodologia que ajude a visualizar o melhor

modo de obter resultados positivos.

3.2. OPEN INNOVATION

Dado o contexto cada vez mais competitivo da economia contemporânea, assim como a

equivalência em termos de oferta nos mais diversos segmentos de mercado, Medeiros et

al. (2014) argumenta que a inovação pode suportar a diferenciação e gerar vantagem

competitiva sustentável para as organizações.

Como parte central do processo de inovação tem-se a busca de novas ideias com

potencial comercial (LAURSEN e SALTER, 2006). Em resposta a isso, as empresas

costumam investir uma quantidade considerável de tempo, dinheiro e outros recursos

na busca de novas oportunidades inovadoras. Tal investimento eleva a capacidade de

criar, usar, e recombinar conhecimentos novos e existentes.

A visão tradicional da empresa industrial tem fortes laços com o paradigma da inovação

fechada ou o modelo de integração vertical, no qual as atividades de pesquisa e

desenvolvimento de uma organização são consideradas processos estritamente internos

que devem ser guardados à influência externa (WESTERGREN e HOLMSTRÖM,

2012). Na visão clássica de inovação na indústria, as empresas usam sua mão de obra

qualificada, investem em pesquisa e desenvolvimento (criação de conhecimento

31

interno) e usam mecanismos de proteção à propriedade intelectual para se apropriar de

retornos de tais atividades e investimentos (WALLIN e KROGH, 2010).

De acordo com Van de Vrande et al. (2009), em muitas indústrias, os laboratórios

internos de pesquisa e desenvolvimento eram considerados ativos estratégicos e

representavam uma considerável barreira de entrada para potenciais concorrentes.

Contudo, o contexto industrial mudou nas últimas décadas. Gasmann e Enkel (2004)

argumentam que isso é decorrente dos curtos ciclos de vida dos produtos, aumento dos

custos de Pesquisa e Desenvolvimento e escassez de recursos. Essas mudanças levaram,

consequentemente, para a erosão do paradigma da inovação tradicional por meio de

quatro fatores: aumento da disponibilidade e mobilidade de trabalhadores qualificados,

a ascensão do mercado de capital de risco, no qual ajudava a financiar novas empresas e

seus esforços para comercializar novas ideias, as opções externas para gerações de

ideias e aumento da capacidade de fontes externas (CHESBROUGH, 2003). Isso fez

com que as empresas já não pudessem se dar ao luxo de inovar por conta própria, mas

precisassem buscar práticas de inovação alternativas (VAN DE VRANDE et al. 2009).

Diante disso, as empresas começam a tomar consciência de que nem todas as boas

ideias eram originadas no ambiente interno da organização, nem todas as inovações

criadas dentro da empresa podem ser comercializados com sucesso (CHESBROUGH e

CROWTHER, 2006) e que a inovação não precisa ocorrer no ambiente interno das

empresas (GASSMANN e ENKEL, 2004). Assim, durante a última década, um número

crescente de empresas começaram a envolver clientes, fornecedores e outras partes

interessadas em inovação de produtos e processos (WALLIN e VON KROGH, 2010).

Considerando esses fenômenos, o termo Open Innovation foi proposto por Chesbrough

(2003) e definido pelo autor como o uso de entrada e saída de conhecimento para

acelerar a inovação interna e expandir o mercado para uso externo de inovação. O

Quadro 3.2 apresenta definições de diferentes autores sobre a inovação aberta.

Quadro 3.2 - Definição de Open Innovation

Autor Definição

Chesbrough

(2003)

A Open Innovation é um processo de inovar com parceiros, ou seja, as empresas são

capazes de usar ideias, recursos e caminhos internos e externos para a comercialização.

Gassmann e

Enkel (2004)

A inovação aberta significa que a empresa precisa abrir as suas fronteiras sólidas para

permitir que o conhecimento valioso flua a partir do meio externo, a fim de criar

oportunidades para os processos de inovação baseado na cooperação com parceiros,

clientes e/ou fornecedores.

Chesbrough e Open Innovation inclui entrada e saída de atividades tecnológicas.

32

Autor Definição

Crowther

(2006)

Perkmann e

Walsh (2007)

A inovação aberta é uma resultante de redes interorganizacionais distribuídas, em vez

de partir de firmas individuais.

Wallin e Von

Krogh (2010)

Inovação aberta refere-se a empresas que trocam ideias, conhecimento e tecnologia

com outras pessoas externas, a fim de melhorar a eficiência, a eficácia e a gestão do

risco no processo de inovação.

Huizingh

(2011)

A inovação aberta é uma ferramenta prática, que exige novas estratégias e decisões de

gestores para a exploração de atividades inovadoras.

Colombo et al.

(2011)

A inovação aberta é a troca de conhecimentos e tecnologias com uma grande

população de organismos externos, como universidades, clientes, concorrentes,

empresas de outras indústrias, indivíduos, prestadores de serviços e fornecedores.

Westergren e

Holmström

(2012)

A inovação aberta é centrada no conceito de fluxos de conhecimento entre empresas e

indivíduos, e diferentes tipos de vínculos de rede fornecem uma variedade de maneiras

em que o conhecimento pode ser criado e comunicado.

Arnold e

Barth (2012)

A inovação aberta é um processo que combina competências externas e internas dentro

do processo de inovação, utilizando diferentes ferramentas.

Bellantuono et

al. (2013)

A inovação aberta é descrita como uma maneira de adicionar experiências e

competências tecnológicas que não estão disponíveis no ambiente organizacional

interno, para reduzir os custos de inovação e, ao mesmo tempo, compartilhar os riscos.

Martínez-

Torres (2013)

A inovação aberta é um paradigma emergente pelo qual as organizações fazem uso de

recursos internos e externos para realizar o seu processo de inovação.

Razak et al.

(2014)

A inovação aberta é um processo pelo qual as relações sociais em rede são

estabelecidas entre agentes da inovação que levam à práticas inovadoras e sucesso na

comercialização.

Em resumo, a inovação aberta pode ser considerada como uma abordagem que realiza

de forma sistemática a exploração de conhecimento por meio de cooperação\parceria,

redes interorganizacionais ou por diferentes ferramentas de relações sociais com o

objetivo de adicionar e combinar experiências e competências internas e externas para

melhorar o desempenho de uma área funcional, organização, setor ou região.

Entretanto, a noção de inovação aberta não é nova. Na década de 1980 alguns autores já

falavam sobre a forma como a abordagem para a inovação mudou a partir de um

modelo fechado para um modelo em que as empresas de todos os setores começaram a

contar cada vez mais com a aquisição de tecnologias externas para complementar seus

portfólios de tecnologia (PISANO, 1990; LANE e LUBATKIN, 1998).

De acordo com Christensen et al. (2005) a contribuição de Chesbrough (2003), além do

termo proposto, foi estudar de forma mais abrangente e sistemática os modos

corporativos internos de gestão desses processos orientados para gerar inovação a partir

de uma demanda externa.

Chesbrough (2003) propõe que as organizações em ambiente competitivo, como o de

hoje, devem ter uma abordagem de inovação aberta, combinando componentes internos

33

e externos de uma organização para desenvolver com sucesso as inovações e ganhar

vantagem competitiva. Assim, a inovação aberta proporciona benefícios como

(WALLIN e VON KROGH, 2010):

Ajuda as empresas a agilizarem o tempo de resposta ao mercado;

Acessa o conhecimento externo à empresa;

Reduz os custos da inovação;

Adapta produtos e serviços às necessidades dos clientes;

Utiliza de forma comercial o conhecimento ou tecnologia que de outra forma

teria sido desperdiçado;

Compartilha o risco no desenvolvimento de produtos e serviços.

A Open Innovation fornece uma ampla gama de vantagens para lidar com os desafios

contemplados, a fim de manter a competitividade neste ambiente em rápida mutação.

Portanto, métodos para explorar as tecnologias por meio de inovações e para aumentar o

leque de oportunidades de inovação podem ser integrados, resultando na vantagem

mais importante que é a possibilidade de aumentar a produtividade da pesquisa e

desenvolvimento (ILI et al. 2010).

O modelo de inovação aberto enfatiza a razão das empresas adquirirem recursos do

meio externo para o desenvolvimento de produtos e serviços, porém, existe uma lacuna

em como é feito esse processo de partilha de conhecimento entre as empresas. Hsieh e

Tidd (2012) argumentam que as empresas devem desenvolver rotinas para que o fluxo

de conhecimento flua entre as unidades empresariais de modo que isso possa contribuir

para desenvolvimento de novos serviços e produtos. Portanto, a gestão de diferentes

tipos e graus de relacionamento entre as empresas com empresas externas, a fim de criar

valor, irá envolver diferentes graus de abertura para fins de inovação (VAN DE

VRANDE et al. 2006).

Dessa forma, é importante entender e estudar os diferentes graus e tipos de abertura que

estarão presentes nas etapas do processo de inovação. Isso se faz relevante, pois a

abertura pode ser considerada uma força ou uma fraqueza potencial. Portanto, tem de

ser devidamente gerida de forma a maximizar o valor potencial e diminuir os riscos

potenciais (WESTERGREN e HOLMSTRÖM, 2012).

34

No tocante a sua implantação, é importante ressaltar alguns elementos chaves que fazem

parte desse processo. A open innovation não precisa apenas do apoio dos gestores,

mas também de uma mudança cultural em toda a empresa (MORTARA et al. 2010).

Com relação a isso, Mortara et al. (2010) apresenta quatro tipos de culturas

organizacional - role (burocracy), power (adhocracy), achievement (task) e support

(person) - no qual essas são caracterizadas de acordo com a estrutura organizacional

vigente. Além disso, esses mesmos autores falam que a cultura organizacional está

intrinsecamente relacionada com a motivação. Dessa forma é importante compreender

como as pessoas podem ser motivadas a adotar um modelo de Open innovation.

Além disso, devem-se levar em consideração características das empresas,

considerações de tecnologia e condições ambientais externas (GASSMANN e ENKEL,

2004; PERKMANN e WALSH, 2007). As características das empresas desempenham

um papel importante na determinação da adoção da Open Innovation. Para muitas

empresas, alterações na estrutura organizacional e processos existentes devem ocorrer, a

fim de facilitar a adoção dessa abordagem (DODGSON et al. 2006). Além de

características das empresas, o tipo de tecnologia utilizada pela empresa também

impacta na adoção de uma estratégia de Open Innovation (GIANIODIS et al. 2010) .

Um outro fator diz respeito às condições ambientais externas. Segundo Chesbrough e

Crowther (2006), as características da indústria, como a velocidade da indústria

(duração dos ciclos de vida dos produtos, frequência de mudanças na estrutura da

indústria e o desenvolvimento de novos mercados) e a alta ou baixa tecnologia são

prováveis antecedentes da decisão de adotar estratégias de Open Innovation.

Assim, desenvolver um ambiente e estratégias que proporcionem a colaboração entre

empresa, cliente, fornecedores, universidades, instituições e outras fontes externas a fim

de entender o mercado e desenvolver tecnologias compatíveis e mais efetivas com as

suas necessidades é essencial para facilitar introdução e implementação desse modelo.

Contudo, por ser um modelo que mudanças consideráveis no modelo global de negócios

e processos (PARIDA et al. 2009), a adoção do processo de inovação aberta agrega

alguns desafios que dificultam a transição de um modelo fechado para um modelo mais

aberto. Nessa perspectiva, Mortara et al. (2010) destaca em seu estudo algumas

dificuldades: o medo de perder; resistência para compartilhar as ideias; limitação

cultural que pode afetar não só a inovação aberta mas também qualquer forma de

35

inovação; o processo de mudança cultural é lenta; falta de reconhecimento das

contribuições "abertas" à inovação; aversão ao risco. Para superarem esses obstáculos

os autores apresentam três ações: transmitir uma imagem positiva, dando exemplos

práticos de empresas que obtiveram sucessos com a implantação da open innovation;

incentivar a abertura interna; fornecer as competências necessárias.

Em relação aos processos chave presentes, Gasmann e Enkel (2004) realizaram uma

pesquisa que analisava as atividades das empresas em quatro áreas relacionadas com o

processo de inovação o qual englobaram gestão da propriedade intelectual,

conhecimento externo, pesquisa e desenvolvimento descentralizado e inovação outside-

in. Como resultado da pesquisa os autores resumiram o processo de inovação em três

tipos: outside-in, inside-ou e couple. Além disso, os autores observaram que as

empresas escolhem um processo primário e integram elementos dos outros dois

processos, conforme mostra a Figura 3.1.

Figura 3.1 - Processos: Outside-in (de fora para dentro), Inside-out (de dentro para fora) e Couple

(acoplado)

Fonte: Enkel e Gasmann (2004)

Mediante as publicações analisadas, Gianiodis et al. (2010), Inauen e Schenker-Wicki

(2011), Ebersberger et al. (2012), Lee et al. (2012), Ades et al. (2013), Dąbrowska et al.

(2013), Wikhamn (2013), Wynarczyk (2013 ), Arcese et al. (2015) apresentam

conceitos que formalizam os processos que compõem o modelo teórico formulados por

Gassmann e Enkel. O Quadro 3.3, 3.4 e 3.5 mostra a definição desses três processos.

36

Quadro 3.3 - Definições de Outside-in

OUTSIDE-IN

Autor Definição Referência

Gassmann e

Enkel (2004)

Concentra na expansão de base de conhecimento da empresa através

da integração de recursos externos, como a indústria, as

universidades, fornecedores e clientes. No geral, os inovadores que

incidem sobre o processo, de fora para dentro, são aqueles que

integram essas fontes externas em seus processos de inovação para a

estratégia competitiva.

Arcese et al

(2015),

Wikhamn

(2013),

Dąbrowska

et al (2013),

Lee et al (2012),

Ebersberger

et al (2012),

Gianiodis et

al (2010)

Gassmann e

Enkel (2006)

Relativas à internalização do conhecimento e recursos relacionado

ideias e tecnologia, licença-in (licenciamento), aquisição de produtos

e co-branding (parceria entre duas ou mais marcas)

Ades et al

(2013)

Enkel et al.

(2009)

É baseado no pressuposto de que a empresa contribui para a sua

própria base de conhecimento através de ligações interfirmas com

fornecedores, clientes e / ou colaboração com outras instituições

externas (por exemplo, universidades).

Wynarczyk

(2013)

Quadro 3.4 - Definições de Inside-out

INSIDE-OUT

Autor Definição Referência

Gassmann e

Enkel (2004)

Centra-se na colocação de alguns dos ativos da empresa fora das suas

"paredes" organizacionais, transferindo suas ideias para o ambiente

externo.

Arcese et al

(2015),

Wikhamn

(2013),

Dąbrowska

et al (2013),

Lee et al (2012),

Ebersberger

et al (2012),

Gianiodis et

al (2010)

Gassmann e

Enkel (2006)

Está relacionada com a transferência de conhecimentos e resultados

da pesquisa e desenvolvimento para a comercialização externa.

Ades et al

(2013)

Enkel et al.

(2009)

Refere-se a gerar e acelerar os lucros transferindo ideias inovadoras

para o mercado, através, por exemplo, vender ou licenciar a

propriedade intelectual.

Wynarczyk

(2013)

Quadro 3.5- Definição de Couple

COUPLE

Autor Definição Referência

Gassmann e Enkel (2004) Centra-se na combinação dos

processos de fora para dentro e

de dentro para fora, trabalhando

com parceiros complementares

através de alianças, cooperação e

joint ventures.

Arcese et al (2015), Wikhamn

(2013), Dąbrowska et al (2013),

Lee et al (2012), Ebersberger et

al (2012), Gianiodis et al (2010)

Gassmann e Enkel (2006) Partilha de recursos entre os

parceiros.

Ades et al (2013)

Enkel et al. (2009) Combinação do "processo de Wynarczyk (2013)

37

fora para dentro" (a fonte de

conhecimento externo e

tecnologia) com o "processo de

dentro para fora" (trazendo

ideias inovadoras para o

mercado) e, ao fazê-lo,

desenvolver e comercializar a

inovação em conjunto.

Para cada arquétipo, Gassmann e Enkel (2004) identificaram as principais

características (Quadro 3.6) de empresas que usam esses processos como parte

estratégica da inovação aberta, assim como as práticas usadas, além de destacar a

importância dos processos básicos necessários (arquétipos) para seguir com sucesso

uma estratégia de inovação aberta de acordo com características e capacidades das

empresas.

Quadro 3.6 - Principais Características dos Processos

Processo Característica Prática

Outside-in

Indústria de baixa tecnologia;

Agem como agentes de

conhecimento e/ou criadores de

conhecimento;

Produtos altamente modulares;

Alta intensidade de conhecimento.

Integração do fornecedor;

Cliente no co-desenvolvimento;

Fornecimento e integração do

conhecimento externo;

Licenciamento e compra de patentes.

Inside-out

Empresa voltada para a pesquisa;

Objetivo de diminuir os custos

fixos de pesquisa e

desenvolvimento.

Levar ideias para o mercado;

Out-licensing e/ou venda de

propriedade intelectual;

Multiplicar tecnologia por meio de

diferentes aplicações.

Couple

Definição de normas;

Retornos crescentes;

Aliança com parceiros

complementares;

Produtos complementares;

Visão relacional da empresa.

Combinação dos processos Inside-out e

Outside-in;

Integrar o conhecimento e as

competências externas e externalização

dos próprios conhecimentos e

competências.

Fonte: Gassmann e Enkel (2004)

3.3. PERSPECTIVAS PASSADAS, PRESENTES E FUTURAS DA OPEN

INNOVATION

Open Innovation é um fenômeno que tem se tornado cada vez mais importante no

contexto acadêmico e empresarial (FICHTER, 2009; PARIDA et al. 2009) e por esse

motivo estudos referentes a essa temática tem sido desenvolvidos a fim de entender e

identificar componentes essenciais para adotar e gerir esse modelo. Alguns estudos

teóricos apresentam tendências e direcionamentos para potenciais pesquisas futuras com

base na literatura sobre open innovation.

38

Elmquist et al. (2009) propuseram um modelo que pode auxiliar nas futuras pesquisas

sobre inovação aberta. Esse modelo é composto por duas dimensões: lócus do processo

de inovação e extensão da colaboração. Huizingh (2011) aborda a compreensão do

conceito de open innovation a partir das questões "o que" (o conteúdo de inovação

aberta), "quando" (a dependência de contexto) e "como" (o processo). De acordo com

esse autor a inovação aberta pode ser implementada de muitas maneiras diferentes, no

entanto é importante identificar e entender as características do ambiente interno e

externo que afetam o desempenho e o processo de inovação aberta tanto no que se

refere à inovação aberta, e as suas várias práticas. Gassmann et al (2010) apresentam

nove perspectivas necessárias para desenvolver uma teoria de inovação aberta e

algumas tendências referentes a essa abordagem. Uma síntese dessas propostas é

mostrada no Quadro 3.7.

Quadro 3.7 - Perspectiva Atual e Futura

Autor Perspectiva Atual

Perspectiva Futura Revisão da Literatura Survey

Elmquist

et al.

(2009)

Noção da Open

Innovation;

Modelo de Negócio;

Design da Organização e

limites da empresa;

Liderança e Cultura;

Ferramentas e

Tecnologias;

Propriedade Intelectual,

Patente e apropriação;

Dinâmica industrial e

Manufatura.

Open Innovation como

modelo de inovação;

Perspectiva de

contingência;

Implementando e

usando a Open

Innovation;

O papel da Gestão na

Open Innovation;

Pesquisa referente ao lado

humano (alterações cognitivas

na mentalidade do líder) e ao

lado organizacional

(adaptação das organizações

para permitir um eficiente

processo de inovação aberta)

da inovação aberta.

Gassmann

et al.

(2010)

Perspectiva espacial;

Perspectiva estrutural;

Perspectiva do usuário;

Perspectiva do

fornecedor;

Perspectiva de

alavancagem;

Perspectiva dos

processos;

Perspectiva ferramenta;

Perspectiva

institucional;

Perspectiva cultural;

-

Inserção da indústria: de

pioneiros a corrente principal;

Intensidade de Pesquisa e

Desenvolvimento: de alta

para baixa tecnologia;

Tamanho: de grandes

empresas às Pequenas e

Médias Empresas;

Processos: do stage gate ao

probe-and-learn;

Estrutura: de autônomo para

alianças;

Universidades: "de torres de

marfim para corretores de

conhecimento";

Processos: de amadores a

profissionais;

Conteúdo: de produtos para

serviços;

Propriedade intelectual: de

proteção a um bem

negociáveis.

Huizingh Conteúdo da Open - Estudos quantitativos que

39

(2011) Innovation

-Classificação da

Openess;

-Entrada (Inbound)

versus -Saída

(outbound) de inovação;

-Eficácia

Contexto da Open

Innovation

-Características de

contexto interno;

-Características de

contexto externo;

Processo de Inovação

Aberto

-Em direção a Open

Innovation ;

-Práticas de Open

Inoovation.

envolvem diversos setores e

países, que não só EUA e

Europa, para determinar a

frequência e importância de

várias práticas e fatores de

contexto;

Estudos que incluam medidas

de desempenho,

independentemente deles

envolverem estudos de caso

ou pesquisas;

Estudos para determinar o

desempenho nas fases iniciais

e finais da inovação aberta;

Estudos de casos podem

contrastar o alto e o baixo

desempenho adotado na

inovação aberta para aumentar

a compreensão de como e por

que a eficácia de certas

práticas é dependente do

contexto;

Estudos quantitativos baseada

em surveys, dados de patentes,

dados financeiros ou de

análise de conteúdo que

permita quantificar a

importância relativa das

práticas e dos fatores, para

construir a trajetória do

modelo incluindo mediadores

para entender os efeitos da

cadeia, e para estimar modelos

mais complexos, incluindo

moderadores para testar

formalmente dependências de

contexto.

De acordo com Mortara et al. (2010) questões relacionadas a como ganhar e medir

valor por meio de projetos de Open Innovation, como construir e gerenciar parcerias,

ganhar as habilidades e cultura apropriada e necessárias para a implementação de uma

abordagem aberta à inovação estão em grande parte sem solução. Alguns estudos de

caso têm mostrado que, geralmente, questões relacionadas com questões operacionais,

em especial, questões relativas à gestão da propriedade intelectual, gerenciamento de

expectativa e desenvolvimento de competências, são deixados sem solução

(MINSHALL e MORTARA, 2007).

3.4. OPEN INNOVATION COMO MODELO DE PRÁTICAS INTERATIVAS

Inovação aberta é um conceito amplo que envolve uma variedade de práticas

relacionadas com a inovação e processos nas empresas. Essas práticas envolvem a

40

obtenção de conhecimento por meio de licenciamento, venturing, compra externa de

conhecimento (SPITHOVEN et al. 2013) e terceirização de pesquisa e conhecimento

para adquirir conhecimento (VAN DE VRANDE et al. 2009). Em contrapartida, a

empresa pode desenvolver caminhos externos (patentes e spin-offs) para transformar a

tecnologia previamente desenvolvida internamente.

Contudo, a adoção dessas práticas não implica que as atividades de pesquisa e

desenvolvimento realizados internamente irão acabar. Essa nova perspectiva de gerar

inovação utiliza pesquisa e desenvolvimento para inventar novas oportunidades, tanto

por meio do conhecimento interno quanto externo (TSAI e LIAO, 2014), pode ser

considerada um meio complementar para as atividades organizacionais de inovação

existente. Assim, a geração de ideias direcionada a inovação pode ser desenvolvida no

ambiente interno ou externa a organização e com a parceria de atores externos.

Dentre esses atores, Cervantes e Meissner (2014) destacam alguns. Os clientes,

considerados uma das fontes mais relevantes e cada vez mais importante de ideias;

universidades e instituições de pesquisa públicas, uma fonte importante para as

empresas quando se trata de contratação de pessoal qualificado e obtenção de know-

how; Fornecedores, no qual estão ganhando importância como uma fonte para a

inovação, pois possuem capacidades especializadas em materiais e pesquisa e

desenvolvimento; e Start-ups, consultores e empresas de engenharia, porém são

considerados uma fonte menos importante para os inovadores e só são selecionados de

forma oportunista.

3.4.1. OPEN INNOVATION E AS FONTES DE CONHECIMENTO

Considerada por muitas empresas contemporâneas, como forma de melhorar as

capacidades de inovação (MORTARA e MINSHALL, 2011), o processo de gerar

inovação, a partir da abordagem open innovation, requer a participação de múltiplos

atores que trabalham em conjunto para inovar. De acordo com Inauen e Schenker-Wicki

(2011), uma mudança organizacional que surge com o desenvolvimento atual para a

inovação aberta é a capacidade de colaborar com múltiplas partes.

Na visão de Michelino et al. (2015), os limites das empresas estão de fato mudando. De

acordo com esses autores, na última década, colaborações interempresas para pesquisa e

desenvolvimento, alianças tecnológicas estratégicas, desenvolvimento conjunto com

41

universidades e grupos de pesquisa e redes de inovação foram incorporadas nas

estratégias empresariais, pois possibilitam o acesso a diferentes bases de conhecimento

e novos recursos.

Consoante a Gianiodis et al. (2010), as empresas têm adotado uma abordagem mais

aberta para a inovação e isso tem sido feito por meio de intercâmbio de conhecimentos,

recursos ou de capacidades com parceiros externos. É nesse contexto que as empresas

reconhecem a importância do uso de todos os tipos de fontes de informação - internos e

externos. Como consequência, as empresas elevam sua capacidade de inovar.

Para Grotnes (2009) com a ampla difusão das informações, todo o conhecimento

necessário para a criação de inovações não está mais presente dentro dos limites da

empresa. Eles precisam adquirir conhecimento de outras fontes. Assim, o estoque de

informação e conhecimento capturado além dos limites organizacionais são transferidos

para a empresa e torna-se uma ferramenta útil para criação de valor de produtos e

processos, proporcionando o crescimento da organização, a conquista de novos

mercados e contribuindo para o aumento do desempenho e dos lucros. Além disso, a

cooperação com fontes externas de tecnologia torna-se uma opção interessante, pois os

riscos de investimento podem ser compartilhados conjuntamente pelas empresas

(GOMES e KRUGLIANSKAS, 2009 ).

Dessa forma, a tendência é que as equipes de pesquisa e desenvolvimento trabalhem

integradamente e realizem ações colaborativas entre diversos agentes, tanto no sentido

vertical da cadeia quanto no sentido horizontal (entre empresas de um mesmo

segmento) (BUENO e BALESTRIN, 2012)

Portanto, observa-se a importância das fontes externas de conhecimento para gerar

inovação é bem estabelecida em diversas vertentes da literatura e identifica-las é um

dos mais importantes métodos de obtenção de novas ideias para o desenvolvimento ou

melhoria de produtos, processos ou serviços.

Diversos são os agentes externos que podem contribuir para o processo de inovação. De

acordo com TSAI e LIAO (2014) e BUENO e BALESTRIN (2012), os agentes

externos podem ser fornecedores, clientes, concorrentes, laboratórios de pesquisa e

universidades. Essas parcerias formam uma rede de colaboração que proporciona

42

benefícios mútuos. Em um estudo realizado por Lee et al. (2012), em pequenas e

médias empresas, listam os tipos de fontes de informação, a proporção que as empresas

já usaram e a avaliação quanto a sua importância. A pesquisa mostra que as

organizações estudadas reconhecem a importância desses atores, porém, poucos deles

usam as informações em seu processo de inovação.

Já Gomes e Kruglianskas (2009), a fim de estabelecer um quadro de referência para o

estudo, elabora uma lista contendo as principais fontes de informação tecnológicas

identificadas a partir de um conjunto de referências mencionadas na literatura, sendo

agrupados de acordo com o objetivo das práticas inovativas.

Diante desse contexto, foram identificados os principais atores externos que podem

contribuir na geração de ideias e consequentemente gerar inovação. A Tabela 3.1

apresenta as três principais fontes de conhecimento que foram encontradas na literatura

estudada. Com 60,2%, observa-se que os clientes são a fonte de conhecimento mais

presente nos textos estudados. Isso é decorrente da capacidade desses colaboradores

poderem identificar uma nova demanda, gerar ideias para um produto desejado e até

mesmo desenvolver um produto ou encontrar um fornecedor adequado (STOETZEL,

2015). Além disso, os clientes podem ter diferentes papéis no processo de inovação.

Eles podem estar ativos na geração de ideias, podem ajudar no desenvolvimento de

protótipos, testar lançamentos e até mesmo configurar produtos existentes e avaliar a

comercialidade de inovações (PAASI et al. 2014).

Tabela 3.1 - Principais Fontes de Conhecimentos

Principais Fontes de Conhecimento

Clientes Fornecedores Universidades

60, 2% 40, 82% 35,71%

Contudo, não basta apenas identificar quem irá participar do processo inovativo. É

necessário traçar estratégias adequadas que possibilitem a gestão eficaz do

conhecimento gerado que poderão contribuir para o sucesso e a competitividade

resultando na concretização de ideias em novos produtos ou processos.

Nesse sentido, Gomes e Kruglianskas (2009) realizam um estudo sobre a relação entre

as práticas para a gestão de fontes externas de informação e o desempenho inovador da

empresa. As conclusões do estudo sugerem muitas relações significativas entre o

43

desempenho inovador da empresa e tipo de fontes de informação tecnológica utilizada,

bem como com as modalidades de acesso a essas fontes externas.

Chatterji (1996) desenvolveu um modelo conceitual que define os principais elementos

que configuram o processo de gestão de fontes externas de informação para inovação,

como mostrado no Quadro 3.8.

Quadro 3.8 - Processo Genérico para o Gerenciamento de Fontes Externas de Informação para Inovação

Estágios

1 Definir as necessidades do negócio em relação a fontes externas de tecnologia

2 Organizar a infra-estrutura interna e os recursos necessários - estrutura, processos, informações e

pessoas para a gestão de oportunidades de inovação.

3 Identificar e coordenar oportunidades de inovação através de redes formais e informais, dentro da

empresa e externa-la;

4 Avaliar o mérito técnico e comercial das oportunidades identificadas para a tomada de decisões

sobre a compra de tecnologia ou não;

5 Negociar aspectos técnicos, comerciais e legais com a equipe e os parceiros. Integrando a

tecnologia adquirida e o resultado desejado nesta etapa do processo;

6 Observar as falhas e sucessos em cada fase e incorporando as lições em um processo de

aprendizagem e melhoria contínua.

Fonte: Adaptado de Chatterji (1996)

Assim, a capacidade de uma empresa para reconhecer o valor de novas informações a

partir do exterior, assimilá-la e aplicá-lo para fins comerciais, é fundamental para a sua

capacidade de inovar. Os benefícios do conhecimento não dependem apenas da

qualidade da fonte de tecnologia, mas, especialmente, sobre a capacidade da

organização para absorvê-la (GOMES e KRUGLIANSKAS, 2009).

3.4.2. PRÁTICAS DE OPEN INNOVATION

A inovação pode ser gerada com a complementaridade de habilidade de recursos e

capacidade de diferentes organizações. É por meio dessa relação colaborativa que o

acesso a uma grande quantidade de conhecimento para os processos de inovação, torna-

se viável (HUIZINGH, 2011), permitindo à empresa ter acesso a novas ideias do

ambiente externo (REED, STORRUD-BARNES e JESSUP, 2012) e capacitar a

organização a desenvolver modelos conjunto de Pesquisa e Desenvolvimento e novas

práticas de cocriação de valor (HUSTON e SAKKAB, 2006).

A colaboração, portanto, desempenha um papel fundamental no modelo de negócio

aberto, proposto por meio do uso de recursos mútuos que estão focados na criação e

entrega de valor (WEIBLEN, 2014).

44

Os modelos de inovação colaborativos são capazes de adicionar valor e possibilitam a

adaptação ao longo do tempo. É por meio dele, que as organizações conseguem obter

acesso a novas ideias, captar e transferir conhecimento e tecnologia entre os diversos

atores, para promover à inovação à medida que o ciclo de vida do produto reduz, há

intensificação da concorrência mundial e os custos de pesquisa e desenvolvimento

aumentam.

Dessa forma, para que esse processo aconteça é necessário incorporar ao processo

inovativo práticas, métodos ou ferramentas que possibilitem um bom desempenho das

atividades presentes nas diversas etapas do processo de inovação além de que, essas

ferramentas ou toolkits, vão auxiliar o usuário na construção de sua ideia, pois são

capazes de comunicar o conhecimento de diferentes partes interessadas.

As práticas de inovação aberta são todos os métodos que vão além da forma tradicional

de inovar e mostram um alto nível de integração e interação e isso inclui workshops de

inovação aberta, grupos de discussão, comunidades de inovação, competições de ideias

e toolkits (ARNOLD e BARTH, 2012), e isso permitem às empresas combinarem

ideias externas e internas, conhecimento e tecnologia, e usar caminhos internos e

externos para o mercado, por meio da colaboração com outras empresas e instituições a

nível local, nacional e internacional (WYNARCZYK, 2013).

De acordo com Bueno e Balestrin (2012), o conhecimento gerado pode fluir para fora

da organização por meio de licenciamentos, tecnologias e spin-offs, resultando em um

novo produto desenvolvido para o mercado atual da empresa, um novo produto para

um novo mercado ou ainda um produto para ser integrado ao portfólio de outra empresa

por meio do licenciamento de patentes.

A literatura apresenta alguns casos de adoção (Procter & Gamble, IBM, FiatMio)

referentes ao modelo de inovação aberta. Contudo, ainda são poucas as organizações

que têm uma estratégia orientada para a gestão destas fontes, sendo frequentemente

realizadas informalmente e em uma abordagem caso a caso (GOMES e

KRUGLIANSKAS, 2009) ou não fazem de uma forma estruturada e sistemática e nem

aplicam a todo o negócio.

É nessa perspectiva que estudos referentes a práticas colaborativas de inovação vêm

sendo abordada com a finalidade de identificar, analisar e compreender quais ações e

45

critérios podem ser usados como suporte para selecionar a prática de inovação a ser

implantada de acordo com o contexto de inovação. O Quadro 3.9 apresenta as práticas

de inovação aberta presentes nos textos estudados.

Quadro 3.9 - Práticas de Inovação Referentes à Abordagem Open Innovation

Práticas Descrição Ferramenta\Ação Colaborativa

Parceria com

Sistema Cientifico e

Tecnológico

Pesquisas realizadas nas universidades,

centros e instituições de pesquisa em

parceria com o agente solicitador

(PERKMANN e WALSH, 2007).

Parceria e serviços de pesquisa, transferência de

recurso humano, interação informal,

comercialização de direitos de propriedade e

publicações científicas.

Integração de

Colaboradores da

Cadeia (clientes,

fornecedores,

outros) no Processo

de Inovação

Colaborador envolvido no processo de

inovação a fim de potencializar o

negócio (BRUNSWICKER e

VANHAVERBEKE, 2015).

Plataforma na web, Implantação de caixas de ideia,

concursos, workshops de inovação aberta, grupos de

discussão, competições de ideias, toolkits.

Outsourcing

Compra de serviços, de uma

determinada área, de outras

organizações, como universidades,

organizações de pesquisa públicas,

engenheiros comerciais ou

fornecedores (VAN DE VRANDE et

al, 2009).

Aquisição de produtos pré-fabricados / serviços

desenvolvidos por terceiros; aquisição de processos

criados por terceiros; terceirização de atividades de

pesquisa e desenvolvimento; aquisição de soluções

inovadoras desenvolvidas externamente, máquinas,

equipamentos e software; aquisição de

conhecimento externo por meio de licenças ou

outros tipos de contratos.

Venturing

É uma modalidade no qual uma

empresa utiliza sua tecnologia e

conhecimento atual para criar uma

nova organização (TSAI e LIAO,

2014; VAN DE VRANDE et al,

2009).

-

Comunidade de

Inovação

Rede em que qualquer pessoa pode

propor problemas e / ou oferecer

soluções (BELLANTUONO et al,

2013).

Plataforma na web, Colaboração virtual em

comunidades online, toolkits construídas para

usuários enviarem suas ideias, inclusão de

ferramenta para comentar e votar em projetos

diferentes, uso das mídias sociais no processo de

inovação.

Aquisição de

licenciamento de

Propriedade

Intelectual (inward

IP)

Compra ou uso de propriedade

intelectual de outras organizações para

beneficiar-se do conhecimento

externo. (VAN DE VRANDE et al,

2009)

Compra de patentes.

Comercialização de

licenciamento de

Propriedade

Intelectual

I(outward IP)

Venda ou oferta de licenças a outras

organizações (VAN DE VRANDE et

al, 2009).

Venda de patentes, direitos autorais e marcas.

Crowdfunding

Financiamento colaborativo

(ARCESE, 2015).

-

Envolvimento dos

Trabalhadores

Aproveita o conhecimento e iniciativa

dos funcionários (VAN DE VRANDE

et al, 2009).

Sistemas de sugestão, tais como caixas de ideia e

concursos internos.

Shopping de

Inovação

Lugar em que qualquer empresa pode

postar um problema e qualquer pessoa

pode propor soluções, sucessivamente

selecionados pela empresa

(BELLANTUONO et al, 2013).

-

46

Práticas Descrição Ferramenta\Ação Colaborativa

Círculo de Elite

Grupo selecionado de especialistas

escolhidos pela empresa para resolver

um problema específico

(BELLANTUONO et al, 2013).

-

Consórcio

É um grupo de organizações que

selecionam conjuntamente os

problemas e escolher soluções

(BELLANTUONO et al, 2013).

-

Diante dos estudos analisados observou-se que existe uma grande diversidade de

ferramentas de inovação aberta presentes na literatura, sendo a Integração de

Colaboradores da Cadeia (clientes, fornecedores, outros) no Processo de Inovação, a

prática mais citada nos texto. Contudo, mesmo sendo apresentadas como meio de

transferir e absorver conhecimento e tecnologia para auxiliar no processo de inovação, é

importante ter uma visão clara do que são essas ferramentas, compreender suas

principais características e propósitos para melhor utiliza-las e entender o contexto de

inovação para definir a tática de inovação aberta mais adequada.

3.4.3. ELEMENTOS CONSIDERADOS NA OPEN INNOVATION

Como resultado da Revisão Bibliográfica Sistemática foi elaborado um diagrama de

afinidade (Apêndice C), no qual foram listados elementos necessários na implantação

dessa abordagem em uma organização (Quadro 3.10).

Quadro 3.10 - Elementos de Estudo

Elementos de Estudo Descrição

Política de apoio a Inovação A organização apresenta mecanismos adequados para

apoiar e incentivar a inovação

Política de inserção dos

departamentos no processo de

inovação

A organização possui mecanismos que possibilite o

envolvimento dos departamentos no desenvolvimento de

produtos e processos

Critérios para atrair

colaboradores

A organização apresenta estratégias que possibilitam atrair

colaboradores para participar do processo de inovação

Capacidade de Absorver

Conhecimento

A organização apresenta atividades que possibilitam a

identificação e aprendizagem de novos conhecimentos

para gerar produto, serviço ou oportunidades de mercado

Capacidade de Integrar

Conhecimento no processo de

Inovação

A organização tem mecanismos adequados que

possibilitem a aplicação do conhecimento no processo de

inovação

Criação de um time de inovação A organização tem uma equipe responsável pela gestão do

processo de inovação

Parceria com Empresas,

Universidades, Instituto de

Pesquisa, Clientes e

Fornecedores

A organização desenvolve parceria com empresas,

universidades, instituto de pesquisa, clientes e

fornecedores para a identificar e explorar novos conceitos,

desenvolver novos produtos e processos e acessar

diferentes bases de conhecimento e novos recursos

Indicadores para medir a

Inovação

A organização tem parâmetros que possibilitam a

avaliação do processo de inovação

47

Programa de Capacitação para a

Inovação Aberta

A organização proporciona a seus colaboradores

treinamento para o desenvolvimento de suas habilidades e

competências

Adoção de Práticas, Ferramentas

ou Métodos para Gestão da

Open Innovation

A organização possui mecanismos para gerir o processo de

inovação

Características de Processo Durante o processo de inovação a organização identifica as

práticas da inovação aberta e os potenciais colaboradores

Considerações Tecnológicas Durante o processo de inovação a organização identifica o

tipo de tecnologia a ser utilizada

Inteligência Coletiva e oferta de

uma Plataforma que pode ser

Estendido para Parceiros

Externos

A organização tem mecanismos que servem de interface

para a empresa com colaboradores para captar ideias e

partilhar conhecimento

Critérios para selecionar

colaboradores

A organização tem definido o processo para selecionar os

colaboradores que apoiem e participem do processo de

inovação

Política de apoio a Inovação

A implementação da Open Innovation exige o desenvolvimento de ações que

preencham todos os requisitos para a inovação aberta: a cultura da empresa, as

competências das pessoas envolvidas em atividades relacionadas com a OI e a sua

motivação para alcançar resultados por meio dessa abordagem (MORTARA et al,

2009). Isso faz com que o processo de inovação seja acompanhado por diversos

desafios, organizacionais ou gerenciais, sendo necessário incentivo e recursos da alta

direção para que o processo alcance os resultados esperados.

De acordo com Mortara et al. (2009) e Ades et al. (2013), a alta gestão dá o impulso

fundamental para estabelecer uma equipe de implementação de OI, e seu apoio é

fundamental para alcançar a sua implantação em toda a organização.

Esses mesmos autores argumentam que quando demonstrado compromisso e apoio, a

alta gestão torna-se a chave fundamental para influenciar a opinião daqueles os quais

tem dúvida em aceitar ou não a nova abordagem à inovação. Além disso, Brunswicker

e Ehrenmann (2013) também citam a criação de um modelo para a abertura e

colaboração na gestão da inovação (isto é, um forte compromisso da alta gestão) como

um fator importante na implantação de processo de inovação aberta. Dessa forma, os

líderes têm que promover a inovação e uma cultura empresarial em toda a organização

proporcionando total apoio a inovação.

48

Política de inserção dos departamentos no processo de inovação

Como um fator que auxilie na implantação da abordagem da inovação aberta Ades et al.

(2013) cita a integração entre os departamentos por meio de mecanismos que

possibilitem o envolvimento no desenvolvimento de produtos e processos. De acordo

com Mortara et al. (2009), um aspecto fundamental envolvido na implementação da OI

é a maneira em que a responsabilidade deste processo é atribuído a unidades

organizacionais da empresa que pode ser divulgada pelos departamentos e funções ou

centralizada em um grupo, departamento ou função.

Assim, esses autores consideram que dependendo da complexidade da empresa e da

natureza colaborativa das atividades realizadas nos vários departamentos, o processo de

uma estrutura centralizada pode ser o mecanismo mais adequado, a fim de integrar a

visão da OI dentro da empresa.

Critérios para atrair colaboradores

A inovação aberta trabalha com a participação de múltiplos atores em seu processo e,

portanto, precisa de estratégias que possibilitem atrair parceiros para colaborar no

processo inovativo. Diante disso, Hartman e Renold (2010), a partir de estudos de caso

destacam como critério ter algo novo, interessante e que proporcione vantagens e

benefícios para o colaborador.

Capacidade de Absorver Conhecimento

Cohen e Levinthal (1990) argumentam que a capacidade de uma empresa para

reconhecer o valor da informação nova, externa, assimilá-la e aplicá-lo para fins

comerciais é fundamental para a sua capacidade de inovação. Este tipo de capacidade é

percebido como crucial para as capacidades globais de inovação das empresas e,

consequentemente, a sua competitividade (Ooms et al. 2015).

Portanto, o conceito de capacidade de absorção é a chave para a compreensão da

inovação bem sucedida de entrada aberta, o qual é caracterizado pela dependência de

conhecimento externo (SPITHOVEN et al. 2013).

Capacidade de Integrar Conhecimento no Processo de Inovação

A inovação envolve a colaboração de pessoas e equipes com conhecimentos em vários

domínios e práticas. Assim, Wallin e Von Krogh (2010) argumentam que a inovação é

49

uma questão de identificar e integrar esses diferentes conhecimentos ao longo do

processo de inovação.

Para tanto os autores apresentam um modelos o qual mostra o processo de integração do

conhecimento para a abordagem de inovação aberta: definir as etapas do processo de

inovação, identificar os conhecimentos relevantes para a inovação, escolha um

mecanismo de integração adequado, criação de mecanismos para governança eficaz,

balanço de incentivos e controles.

Criação de um time de inovação

No contexto da inovação aberta, duas ou mais parceiros estão mutuamente envolvidos

em um esforço coordenado. Assim, a fim de criar novas ideias e transformá-las em uma

inovação, é importante a combinação de diferentes tipos de tecnologia, conceitos e

habilidades.

Diante disso e dada à importância dos projetos de inovação aberta para as organizações,

é fundamental definir as competências dos profissionais que atuam em equipes de

inovação aberta, a fim de permitir que as empresas prepararem seus profissionais para

as equipes de inovação aberta.

A equipe OI deve ser formado por indivíduos cujas experiências são diferentes, mas que

prendem um bom conhecimento sobre o negócio da empresa, e também sobre o

mercado em que operam (MORTARA et al. 2009). Pode-se notar que a equipe é em

grande parte responsável pela articulação e promoção de OI por meio de envolvimento,

treinamento e suporte para funções relacionadas, e pelo alinhamento entre a estratégia e

a visão da Open Innovation adotado (ADES et al. 2013)

É nesse contexto que Chatenier et al. (2010) analisam as competências necessárias para

trabalhar em equipes de inovação aberta e para lidar com os desafios que enfrentam. A

competência é visto como um conjunto específico de atributos, combinando

competência funcional (conhecimentos e habilidades) e competência comportamental

(metacognição e atitudes) (DELAMARE LE DEÍSTA E WINTERTON, 2005). Em

outras palavras, a competência é definida como o conjunto integrado de conhecimentos,

atitudes e habilidades de uma pessoa (MULDER, 2007). Um perfil de competências

pode ser descrito como a descrição dos elementos essenciais de competência

profissional necessárias para um desempenho eficaz Chatenier et al. (2010).

50

Chatenier et al. (2007) realizaram um estudo extenso na literatura sobre as atividade

que os profissionais têm que executar em equipes de inovação aberta, revelando três

tarefas principais: (1) gestão interorganizacional do processo de colaboração, (2)

gestão do processo global de inovação, e (3) a criação de novos conhecimento de forma

colaborativa.

Diante disso, observa-se a importância dos projetos de inovação aberta para as

organizações, sendo fundamental definir as competências requeridas dos profissionais

que atuam em equipes de inovação aberta, a fim de permitir que as empresas

prepararem seus profissionais para as equipes de inovação aberta (Chatenier et al.

2010).

Parcerias

O processo de inovação possibilita a integração entre os mais variados atores presentes

na cadeia produtiva de um setor. Dentre eles estão as universidades, clientes,

fornecedores e até mesmo empresas os quais podem auxiliar no processo de

desenvolvimento de um determinado produto. Em relação às universidades pode-se

dizer que elas estão cada vez mais desempenhando um papel importante na inovação.

A colaboração entre empresa e meio científica proporciona a organização o acesso a

diferentes bases de conhecimento e novos recursos (MICHELINO et al. 2015). Assim,

as universidades e instituições de pesquisa públicas são uma fonte importante para as

empresas quando se trata de contratação de pessoal qualificado e obtenção de know-how

(CERVANTES e MEISSNER, 2014).

Já com relação aos clientes e fornecedores, Gassmann (2006) afirma que a abertura do

processo de inovação para esses dois atores é importante para a inovação aberta. Essa

parceria possibilita reduzir os riscos de produtos por meio da concepção de produtos

que se encaixam em necessidades e / ou preferências do cliente (TSAI e LIAO, 2014).

Programa de Capacitação

Para a melhoria contínua dos processos e desenvolvimento do conhecimento dos

funcionários faz-se relevante a implantação de um programa de capacitação, pois irá

51

apoiar a abertura interna e o desenvolvimento de uma linguagem interna para OI.

(LAPOINTE e GUIMONT, 2015; MORTARA e MINSHALL, 2011).

Corroborando com esse autor, Ades et al. afirmam que esses programas de treinamento

possibilitam apoio e desenvolvimento de habilidades técnicas e introspectiva (análise de

negócios internos), habilidades "extrospectiva" (análise externa) e interativa (conexões

internas e externas).

Adoção de Práticas, Ferramentas ou métodos para gestão da Open Innovation

Uma vez que as áreas-chave que os gerentes precisam gerenciar em suas empresas são

conhecidas, a principal preocupação será a forma de apoiar essas áreas e como

desenvolvê-las (ALBORS e HERVAS-OLIVER, 2010). Nesse contexto, as práticas

organizacionais integrativas podem estar presentes em diferentes fases do processo de

inovação e se relacionar com diferentes estágios do fornecimento de conhecimento

externo.

Brunswicker e Vanhaverbeke (2015) argumentam que há quatro práticas

organizacionais internas para a inovação que ajudam a apoiar e permitir o conhecimento

externo e o alinhamento do conhecimento externo em níveis estratégicos e operacionais:

atividades de investimento de longo prazo, processos de estratégia de inovação,

processos de desenvolvimento de inovação e controle do projeto de inovação.

Indicadores para medir a Inovação

Para melhor gerir o processo inovativo as empresas precisam de um sistema de medição

que lhes permita dirigir todo o processo de inovação, desde a ideia até o produto

comercializável. Diante disso, Ebersberger et al. (2012) desenvolveu um estudo o qual

apresenta alguns indicadores (Quadro 3.11) para examinar as práticas de inovação

aberta.

Quadro 3.11- Indicadores para Examinar as Práticas de Inovação Aberta

Indicador Definição Largura Profundidade

Sourcing Este indicador capta as

práticas de abastecimento

das empresas. Ele inclui

tanto a dependência de

fontes externas para o

Descreve a heterogeneidade das

fontes de alimentação em

processo de desenvolvimento de

produtos e comercialização da

empresa, tais como a compra de

Descreve o quão

intensa é a contribuição

externa focando em um

alto nível de

envolvimento.

52

desenvolvimento de

produtos e processos e

compras de conhecimento

externo para atividades de

desenvolvimento in-house

R externo & D, máquinas e

aparelhos para a inovação e

outras preparações para o

processo de inovação e co-

desenvolvimento de inovações

de produtos ou inovações de

processo por atores externos.

Despesas de R & D

externo, para as

máquinas e para outras

preparações são

avaliados em relação

ao nível setorial

Search Estratégias de inovação

aberta e práticas

relacionadas com o

emprego para torna uma

empresa mais porosa afim

de absorver ideias

externas

Dá uma variedade de canais de

informação que são utilizados

em atividades de inovação da

empresa

Resume a intensidade

dos canais de

informação e sua

importância

Collaboration A colaboração é vista

como uma maneira de

acessar os ativos

complementares e

internalizar o

conhecimento obtido

Representa a dimensão de

colaboração no âmbito das

práticas de inovação aberta

na captura de uma variedade de

tipos de parceiros diferentes, tais

como clientes, fornecedores,

concorrentes, etc

Representa alta

intensidade da

colaboração com um

certo tipo de parceiro,

onde a alta intensidade

significa colaboração

com pelo menos um

parceiro doméstico e

um parceiro

internacional

Protection Proteção IP é uma prática

fundamental para garantir

retornos econômicos

positivos a partir do

processo insideout

Registro de IP pode ser usado

como uma ferramenta para

mercantilizar conhecimento

proprietário e, potencialmente,

facilitar uma maior interação.

-

Características de processo

Característica de processo é considerada como um dos principais fatores que

determinam a eficácia das práticas de inovação aberta (HUIZINGH, 2011). Fatores de

processo contêm decisões sobre como as práticas de inovação aberta e parceiros são

escolhidos (HUIZINGH, 2011).

53

Considerações Tecnológicas

Além das características da empresa, é importante levar em consideração o tipo de

tecnologia que será utilizada, pois ela impactará na adoção da estratégia de open

innovation (GIANIODIS et al. 2010).

Inteligência Coletiva e Oferta de uma Plataforma que pode ser Estendido para

Parceiros Externos

Em um mundo cada vez mais interligado por meio de tecnologias, novos desafios e

oportunidades surgem para gerenciar o processo de inovação. Uma delas é a expansão

das tecnologias da Web 2.0 que promove novos serviços sociais sob a forma de

plataformas as quais oferece uma gama de benefícios (FLORES et al. 2015): partilha de

informação, ferramentas de comunicação e colaboração entre os usuários. Essa sinergia

de conhecimento que emergem da colaboração de uma multidão (MOUNT e

MARTINEZ, 2015) refere-se à inteligência coletiva. Essa lógica é derivada do

pressuposto de que o acesso a uma variada gama de habilidades, capacidades e

conhecimento permite aos participantes misturar soluções díspares de maneiras

inovadoras (EBERSBERGER, et al. 2012; FLORES et al. 2015).

Além disso, as empresas que procuram ter contribuições de indivíduos terão de motivar

a apresentação de ideias, inovações ou projetos. Uma forma de motivar a participação

em uma plataforma de inovação aberta é por meio da oferta de recompensas extrínsecas,

tais como pagamentos em dinheiro em um concurso de inovação (SEIDEL e LAGNER,

2015), além de objetivarem a comunicação e interação (PILLER e WALCHER, 2006).

Essas plataformas podem ser regidas por um único jogador que convida outros atores

de participar na criação de valor e de troca, ou compartilhado por uma rede de atores

organizados (WIKHAMN, 2013).

Critérios para selecionar colaboradores

As atividades de cooperação no processo de inovação são consideradas um meio

eficiente para a organização por oportunidades de acesso a recursos humanos e

tecnológicos. Portanto, para obter o bom desempenho das atividades é importante um

processo para seleção de parceiros o qual devem ser implementada para encontrar

colaboradores adequados que podem apoiar os pontos fracos referentes às capacidades

tecnológicas (YOON e SONG, 2014). Hartman e Renold (2010) citam três critérios

54

importantes na busca por colaboradores: deve estar interessado, ter competências

adequadas e ser capaz de pagar por isso.

Já Ávila et al. (2012) identificaram cinco grandes critérios de seleção: qualidade,

financeiro, sinergias, custo e sistema de Produção e em cada critério foram identificados

cinco subcritérios. A definição desses fatores possibilitou os autores realizarem junto as

empresas de estudo uma pesquisa para compreender quais têm maior peso em suas

decisões para escolher os colaboradores. Como resultado, foi proposto um modelo de

referência para seleção o qual pode representar uma orientação/padrão para uma tomada

de decisão sobre o processo de seleção de parceiros.

Verma e Pullman (1998) estudaram o nível de importância da qualidade, desempenho

de entrega, custo e prazo de entrega e flexibilidade na seleção de parceiros. Já Chang et

al. (2006) apresenta uma abordagem de seleção de colaboradores, em seu estudo, no

qual cinco critérios são levados em consideração: pesquisa e desenvolvimento, custo,

qualidade serviço e resposta

Nesse capítulo foi considerada a revisão da literatura sobre a inovação aberta na qual

contemplou tópicos referentes às práticas e fontes de conhecimento. Foram identificadas

diversas práticas e potenciais fontes que podem fazer parte do processo inovativo.

Contudo, observou-se que mesmo o modelo de inovação aberta ser recente e a adoção

dessa abordagem pelas empresas seja viável como meio de estimular a inovação, ainda

precisa ser realizada melhorias no que tange a divulgação e sistematização do processo.

O capítulo seguinte apresenta o setor de estudo, além de casos de tecnologias

desenvolvidas com o auxilio da open innovation.

55

CAPÍTULO 4 - O SETOR EM ESTUDO

Este capítulo apresenta o setor de estudo casos de tecnologias desenvolvidas com o

auxilio da inovação aberta e é estruturada em três tópicos: o primeiro e o segundo fazem

uma introdução sobre a energia eólica e solar; o terceiro item subdivide em três tópicos

os quais os dois primeiros apresentam exemplos de produtos que foram desenvolvidos

com o auxilio da open innovation e o terceiro mostra uma análise desses casos. Por fim,

apresenta-se o instrumento de pesquisa de campo.

4.1. ENERGIA EÓLICA

Energia é o ingrediente principal para o desenvolvimento social e crescimento

econômico mundial, sendo que as energias renováveis, em particular, fornecem uma

variabilidade de opções favoráveis ao meio ambiente e à segurança energética dos

países, no momento em que as reservas mundiais de combustíveis fósseis estão se

esgotando (ELTAWIL et al. 2009) e a necessidade de energia elétrica aumentando

(COLAK et al. 2012).

De acordo com Colak et al. (2012) esse panorama, cada vez mais atual, conduz à

utilização das energias renováveis, em especial a energia eólica, aquela obtida através

da força dos ventos, devido a suas significantes vantagens em termos de custo de

instalação e operação. Prova disso é o indicador apresentado por Sawyer e Rave (2010)

referente à taxa de utilização de energia eólica, que obteve crescimento médio de anual

de 30%, passando de 6.1 GW de capacidade mundial acumulada em 1996 para 197.039

GW em 2010.

A energia eólica é a produção de energia elétrica a partir da energia cinética do vento.

Na última década, teve crescimento significativo no mundo principalmente na China,

Estados Unidos da América, Alemanha. Essa expansão em escala mundial da energia

eólica também atingiu o Brasil. Em 2006 o Brasil possuía menos de 1 GW de potência

instalada, já em 2016 passou de 10 GW (ABEEOLICA, 2016).

Manwell et al. (2002) e Ceiwep (2007) defendem que a geração de energia elétrica por

fonte eólica não produz gases tóxicos, não contribui diretamente para o aumento do

56

efeito estufa, não agride a camada de ozônio, não produz chuva ácida e não origina

produtos secundários nem resíduos contaminantes.

Atualmente, segundo dados mais recentes da ABEEOLICA (2017), o Brasil possui 432

parques instalados em todo o seu território, o que corresponde a uma capacidade de geração

de energia elétrica equivalente a 10,79 GW, representando 7,1% da matriz energética

brasileira.

Para a instalação desses parques diversos serviços fazem parte da cadeia produtiva

eólica, os quais podem ser classificados de acordo com a fase do projeto. De acordo

com a ABDI - Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (2014), os projetos de

parques eólicos seguem basicamente quatro grandes fases: desenvolvimento do projeto,

negociação, execução ou implantação, e operação e manutenção.

Já a cadeia de valor de bens e serviços compreende as seguintes atividades principais

(ABDI, 2014): fornecimento de materiais (para os aerogeradores), fornecimento de

componentes e subcomponentes, montagem do aerogerador (manufatura), fornecimento

de serviços (logística e operações), produção ou geração de energia, distribuidores de

energia (uso final) e pesquisa e desenvolvimento. A Figura 4.1 apresenta uma visão

esquemática dessa cadeia.

Figura 4.1 - Cadeia de Valores de Bens e Serviços

Fonte: ABDI, 2014

A respeito do que vem sendo discutido na academia no campo da energia eólica, sob a

perspectiva de aplicação ou discussão teórica, podemos verificar os seguintes trabalhos

nos seguintes segmentos: aerodinâmica, aeroacústica, conceitos de conversão de energia

eólica (WARD; JORBA, 2013; LUBITZ, 2014; SEDAGHAT, 2014), estruturas, cargas,

componentes mecânicos (SOYOZE e AUDIN, 2013; FISCHER et al. 2014; SAHA et

al. 2014), previsão do tempo, recursos eólicos, modelagem de turbulência e

57

anemometria (BEDARD et al,. 2013; LIU et al. 2014), conexão à rede e seus

componentes elétricos (LIN, 2013), usinas eólicas (BORHAN et al. 2013; HUANG et

al. 2014), sistemas eólicos ligados à rede (ANGELES et al. 2013; CHEN, 2014).

4.2. ENERGIA SOLAR

Segundo KIM et al. (2014), a energia solar pode ser considerada uma alternativa para

substituir as energias convencionais como, por exemplo, o carvão e o petróleo.

Chamada de "energia alternativa" para substituição de fontes de energia provenientes de

combustíveis fósseis, como petróleo e carvão (SOLANGI et al. 2011), a geração de

energia solar é essencial para um fornecimento de energia sustentável no futuro (AB

KADIR et al. 2010).

O potencial energético do sol alcança níveis satisfatórios para o seu aproveitamento e

isso faz com que esse recurso surja como uma fonte alternativa para a geração de

energia elétrica em meio aos agraves proporcionados pelas fontes convencionais de

geração de energia. Além de contribuir para a segurança do abastecimento de energia no

futuro (YUE e HUANG, 2011).

Muitos países foram forçados a mudar para fontes de energia amigas do ambiente e têm

escolhido a energia solar como fonte de energia alternativa, porque tem o impacto

negativo mínimo sobre o meio ambiente (SOLANGI et al. 2011). Quanto às aplicações,

estudos apontam que a Energia Solar tem sido amplamente utilizada em diversas áreas,

como apresentado no Quadro 4.1.

58

Quadro 4.1 - Aplicações de Energia Solar

Soysa

l;S

oysa

l (2

008)

Shar

ma

et a

l.

(2012)

Kubin

et

al,

(2

008)

Aln

unu e

t al.

(2

012)

Góm

ez-A

mo

et

al.

(2004)

Kal

kan

et

al.

(2

011)

Par

ida

et a

l. (2

011)

Ord

óñez

et

al.

(2

010)

Dev

abhak

tuni

et

al.

(2013)

Mek

hil

efa

et a

l. (

2011)

Liu

(2014)

Hose

nuzz

aman

et

al

(2015)

Ap

licações

Iluminação de

pequenas edificações x x

Produção de energia

para o abastecimento

de sistemas de

informação e

monitoramento de uma

pequena cidade

x

Criação de um

protótipo de carro

movido a energia solar

x

Prédios universitários x x

Sistemas integrados x x x

No espaço, com painéis

solares espaciais x

Indústria x

Sistema de iluminação

pública x

Agricultura x

Bombas para irrigação x x

Sistemas domésticos de

energia solar

x

No tocante a indústria de energia solar apresenta uma cadeia de abastecimento que

engloba o processamento de certos materiais e isso inclui cinco etapas: Upstream - (1)

materiais de silício bruto, (2) bolachas / lingotes (wafers); Midstream - (3) células

fotovoltaicas; Downstream - (4) módulos fotovoltaicos e (5) um sistema de PV (SHIUE

e LIN, 2012).

O upstream engloba basicamente o design e produção de silício e wafers (JIA et al.

2016). O midstream contém a produção de células solares. Existem vários tipos de

células solares fotovoltaicos. As mais convencionais são as células de silício cristalino

que engloba as células monocristalina e policristalina. Contudo, a inovação

proporcionou o surgimento das células de película fina que incluem silício amorfo,

células de disseleneto de cobre e índio, célula de telureto de cádmio e, células

fotovoltaicas concentradas.

59

Na última etapa da cadeia encontra-se o downstream, o qual inclui a construção dos

módulos, instalação do dispositivo e manutenção. Em uma cadeia de fornecimento PV,

os módulos solares são os componentes centrais de um sistema solar fotovoltaico ou

estação (CHEN e SU, 2014). Os módulos solares em conjunto com baterias,

controladores, inversores e trackers são então montados para compor o sistema solar

fotovoltaico que, por conseguinte, são disponibilizados para o mercado (CHEN e SU,

2014; JIA et al. 2016).

As empresas pertencentes ao downstream podem alcançar vantagens competitivas a

partir da integração vertical e cooperação (SU, 2013). Um exemplo disso é a empresa

First Solar, o qual formou uma joint venture com a alemã Belectric em 2013 para

desenvolvimento de projetos fotovoltaicos na Europa, Norte de África e EUA, enquanto

Belectric oferece seu Balanço avançado de Sistemas (BOS) e uma gama de capacidades

de serviço. Eles colaboram no desenvolvimento do 128 MW de Parque Solar Templin,

na Alemanha, a maior implantação de primeiros módulos solares na Europa (JIA et al.

2016).

Diante disso, verifica-se a relevância de se realizar integração entre as empresas como

forma de se obter partilha de conhecimento. No entanto, para que a colaboração na

cadeia de suprimento tenha sucesso é necessário definir alguns pontos críticos. Cheng e

Pang (2010) realizam uma pesquisa com o objetivo de analisar formas adequadas de

organização para a gestão de conhecimento com a finalidade de distribuir o

conhecimento existente e gerar novos conhecimentos. Para tanto os autores identificam

características críticas de sucesso do setor fotovoltaico na China: alinhamento relacional

(culturas compatíveis, propensão a mudar, orientação a longo prazo, relacionamento,

confiança, comprometimento, atitude, serviço), o alinhamento tecnológico

(Tecnológicas e de mercado complementaridades, sobrepondo baseada no

conhecimento, habilidade, R & D, produtos de melhoria), a vantagem design (Design,

apoio na simplificação de produto, suporte na seleção de componentes, suporte em

design para a fabricação atividades, R & D), entrega (Tempo, velocidade, entrega, prazo

de entrega, flexibilidade), custos (Custo, finanças, preço, estoque, flexibilidade,

disponibilidade), qualidade (Qualidade, consistência, confiabilidade), alinhamento

60

estratégico (Motivação correspondência, objetivo, orientação a longo prazo), recursos

(Proximidade, recursos, experiências) e instalações (Instalação).

Diante das considerações apresentadas, pode-se notar a importância do recurso solar e

sua implantação nos diversos meios, principalmente no que se refere a conversão direta

da energia solar em energia elétrica. Essa conversão é possível devido ao poder de

condutividade elétrica de determinados materiais, os semicondutores, parte principal da

célula fotovoltaica. Estas que têm atraído cada vez mais atenção nos últimos anos como

uma tecnologia capaz de proporcionar o fornecimento de eletricidade sustentável e

reduzir a carga de combustíveis fósseis no ambiente (JACKSON e OLIVER, 2000),

contribuindo assim para economia de energia elétrica e preservação do meio ambiente.

4.3. DESENVOLVIMENTO TECNOLOGIAS SOLAR E EÓLICA COM O

SUPORTE DO OPEN INNOVATION

A partir das inovações que estão sendo desenvolvidas no setor de estudo, buscou-se

identificar quais produtos foram desenvolvidos com o suporte da open innovation.

Foram encontrados 27 produtos, como mostrado nos Quadros 4.2 e 4.3, que utilizaram

em seu processo de desenvolvimento alguma prática de open innovation.

Quadro 4.2 - Tecnologia Solar com Suporte da Open Innovation

Produto Descrição Local Tipo de Colaboração

Destilador de

água a energia

solar

Destilador que produz água de alta pureza com baixo

custo de produção e é ambientalmente correto. O

produto usa como fonte de aquecimento a radiação solar

que produz a vaporização da água e posteriormente,

condensada em um sistema resfriado a gás

Brasil Crowdfunding

Conversor para

ligar painéis

solares à rede

elétrica

Conversor eletrônico capaz de conectar painéis solares

diretamente à rede elétrica Brasil Crowdfunding

Spray

Spray que transforma a luz do sol em eletricidade. Basta

uma borrifada em uma superfície plástica para tornar a

energia solar em elétrica.

Brasil

Parceria com sistema

cientifico e

tecnológico

Estação de

metrô com

captação de

energia solar

Placas fotovoltaicas instaladas na estação de metrô com o

objetivo de abastecer as plataformas e bilheterias do local Brasil

Integração/Parceria de

Colaboradores da

Cadeia (clientes,

fornecedores, outros)

no Processo de

Inovação

Telhas Solares

Fotovoltaicas

permite produzir

energia

Filme depositado nos revestimentos cerâmicos,

conseguem captar a energia emitida pelo sol, armazená-

la e transformá-la em energia elétrica.

Portugal Consórcio

61

Estrada

inovadora feita a

partir de painel

solar

Estradas feitas a partir de painéis solares com a função

de transferir às casas próximas e aos veículos elétricos a

energia solar utilizada

EUA Crowdfunding

Barraca

inteligente

Barraca cujo tecido traz células de captação de energia

solar. A energia coletada é empregada na iluminação,

aquecimento, comunicação e carregamento de dispositivos

eletrônicos portáteis

EUA Crowdfunding

Carregador

solar de bolso

Composto por uma placa solar e uma bateria de íon-lítio

de 5.200 mAh, o Spor permite que o usuário utilize a

energia captada e armazenada para recarregar seus

dispositivos eletrônicos portáteis

EUA Crowdfunding

Camisa solar

Camisa que permite recarregar dispositivos eletrônicos

portáteis de forma sustentável. Para funcionar, o

vestuário utiliza 120 células solares de película fina,

integradas no tecido, o qual é capaz de produzir um watt

de energia quando exposto ao sol

Holanda

Parceria com sistema

cientifico e

tecnológico

Ciclovia Solar

Ciclovia que capta luz solar e a transforma em energia

elétrica. é feita de uma base de concreto que varia de 2,5

a 3,5 metros de largura coberta por uma camada de

células solares de silício.

Holanda

Parceria com sistema

cientifico e

tecnológico

Flor amarela A little sun é uma lâmpada de LED portátil recarregável

com energia solar África

Integração/Parceria de

Colaboradores da

Cadeia (clientes,

fornecedores, outros)

no Processo de

Inovação

Carro movido a

energia solar Carro conceito híbrido movido à energia solar e gasolina

Bélgica

e EUA

Integração/Parceria de

Colaboradores da

Cadeia (clientes,

fornecedores, outros)

no Processo de

Inovação

Celular que pode

ser abastecido

por energia solar

Celular capaz de ser abastecido a partir de energia solar.

Com um conceito inovador de recarga o aparelho dispõe

a célula de captação entre o display em LCD de 5

polegadas e o painel sensível ao toque do telefone.

Japão e

França

Integração/Parceria de

Colaboradores da

Cadeia (clientes,

fornecedores, outros)

no Processo de

Inovação

Impressora de

painel solar

Equipamento capaz de imprimir até painéis solares.

Utiliza técnicas já conhecidas de impressão ela é capaz

de colar em painéis (de plástico ou aço) um polímero

composto especialmente de um novo tipo de célula

orgânica que obtém energia solar.

Austrália Consórcio

Escova de dente

Escova de dente que utiliza os raios solares como

catalisadores para uma reação química capaz de deixar

os dentes limpos. O modelo é composto por um mini

painel solar (projetado a partir da base do cabo da

escova).

Canadá

Integração/Parceria de

Colaboradores da

Cadeia (clientes,

fornecedores, outros)

no Processo de

Inovação

62

Quadro 4.2 - Tecnologia Eólica com Suporte da Open Innovation

Produto Descrição Local Tipo de Colaboração

Turbina Micro

Vento

Turbina micro vento projetado

para capturar a energia do vento em ambientes urbanos e

rurais

China Parceria com sistema

cientifico e tecnológico

Novo Design para

as lâminas das

turbinas eólicas

Lâminas das turbinas eólicas em forma de nadadeiras da

baleia jubarte EUA

Parceria com sistema

cientifico e

tecnológico;

Integração\Parceria de

Colaboradores da

Cadeia (clientes,

fornecedores, outros)

no Processo de

Inovação

Trinity Turbina eólica portátil EUA Crowdfunding

INVELOX Turbina eólica em formato de túnel EUA Parceria com sistema

cientifico e tecnológico

Nova forma de

tecnologia de

turbinas eólicas

Turbina eólica de eixo vertical que pode absorver a energia

do vento, independentemente da direção do vento Suécia

Parceria com sistema

cientifico e

tecnológico;

Integração\Parceria de

Colaboradores da

Cadeia (clientes,

fornecedores, outros)

no Processo de

Inovação

Turbina eólica de

eixo vertical

São silenciosas, não precisa de serviços e pode produzir

relativamente mais energia Suécia

Integração\Parceria de

Colaboradores da

Cadeia (clientes,

fornecedores, outros)

no Processo de

Inovação

Turbina eólica

vertical

Turbina eólica vertical, cujo principal diferencial são suas

pás articuladas e dobráveis, que se movem conforme a

direção do vento.

Brasil

Parceria com sistema

cientifico e

tecnológico;

Integração\Parceria de

Colaboradores da

Cadeia (clientes,

fornecedores, outros)

no Processo de

Inovação

Rotor

aerodinâmico

para turbinas de

energia eólica

Rotor aerodinâmico usada em turbinas eólicas Brasil

crowdfunding

Integração\Parceria de

Colaboradores da

Cadeia (clientes,

fornecedores, outros)

no Processo de

Inovação

Gerador Eólico

Inovador Gerador eólico de cilindros Brasil

Parceria com sistema

cientifico e tecnológico

63

Vortex Turbina eólica sem pás (ou hélices) parecida com um

"canudo gigante" Espanha Crowdfunding

Turbina eólica

offshore Estrutura submarina gravitacional para turbinas eólicas

offshore Europa Consórcio

Windwheel Imóvel projetado que serve como uma turbina de vento Holanda

Integração\Parceria de

Colaboradores da

Cadeia (clientes,

fornecedores, outros)

no Processo de

Inovação

4.3.1 DESCRIÇÃO DAS TECNOLOGIAS SOLAR

Destilador de água a energia solar

Com o objetivo de encontrar alternativas para o gasto excessivo, tanto de água

como de energia elétrica, o professor Marcos Yassuo Kamogawa, da Escola

Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, desenvolveu um

destilador que produz água de alta pureza com baixo custo de produção e

ambientalmente correto. De acordo com o professor "O produto proposto emprega

como fonte de aquecimento a radiação solar que produz a vaporização da água

sendo posteriormente condensada em um sistema resfriado a gás". Além disso,

estima-se que os custos referentes ao produto sejam reduzidos em até 20 vezes

quando se comparado aos sistemas convencionais.

Conversor para ligar painéis solares à rede elétrica

Os sistemas on-grid são conectados a inversores os quais fazem a conversão da corrente

contínua (DC) para corrente alternada (AC). Para o uso em painéis fotovoltaicos não

existe equipamento nacionais que realizem essa função, causando dependência de

tecnologia importada. Perante isso, Engenheiros da Unicamp criaram o primeiro

conversor eletrônico brasileiro capaz de conectar painéis solares diretamente à rede

elétrica. O produto tem potência trifásica e um grau de eficiência de 85%.

Inovação com Telhas Solares Fotovoltaicas permite produzir energia

Os sistemas fotovoltaicos Integrados a Edifícios (BIPV) incorporam propriedades

fotovoltaicos em materiais de construção, tais como telhados, paredes e vidro e, assim,

oferecem vantagens em custo e aparência pois são substituídos por materiais

convencionais em construção nova. Além disso, as instalações BIPV são

64

arquitetonicamente mais atraentes do que estruturas fotovoltaicos montados no telhado.

(Parida et al. 2011).

Diante disso, o projeto "solar tiles", desenvolvido na Universidade do Minho, vem com

o propósito de integrar equipamentos geradores (painéis fotovoltaicos) de uma forma

estética e harmoniosa na construção de edifícios. De acordo com o coordenador do

projeto as células solares são sobrepostas em materiais utilizados na construção,

chamados de cerâmicos convencionais, usuais no revestimento das coberturas e

fachadas .

Spray

Com o objetivo de gerar novas formas de desenvolver células fotovoltaicas,

pesquisadores de campinas desenvolveram a terceira geração de placas que transformam

luz do sol em energia elétrica. A tinta que possibilita a criação de células solares pode

utilizar como meio de transferência desse produto para a surpefície plástica por meio de

um spray ou impressora gráfica. O produto foi criado a partir da mistura de minúsculos

cristais com semicondutores nos quais juntos absorvem luz e geram corrente elétrica.

De acordo com o coordenador do projeto o produto apresenta como vantagem a

utilização em diversos meios como: janelas, fachadas de prédio, paredes internas de

edifício ou residências. Além disso, por poder ser colorida, o produto também pode

proporcionar um aspecto de decoração.

Estrada inovadora feita a partir de painel solar

A fim de ampliar o campo de aplicação da energia solar a startup Roadways teve a

iniciativa de desenvolver um projeto com o objetivo de construir estradas feitas a partir

de painéis solaras. Essa iniciativa tem como finalidade reduzir o uso do asfalto e

modernizar a construção das vias. Ademais, os painéis poderiam transferir a energia

gerada para as casas próximas e veículos que transitam no local. Como composição, a

estrada integra várias camadas e inclui uma parte de aquecimento para evita acumulo de

neve na pista e as sinalizações são mostradas por meio de luzes de LED o qual podem

também ter a função de publicidade.

Camisa solar

A moda que antes era feito para proporcionar o embelezamento do individual, hoje, esse

conceito integra em sua estrutura o termo funcionalidade. É nesse contexto que novos

65

tecidos estão sendo desenvolvidos e tecnologias estão sendo integradas a fim de

proporcionar algo mais que o embelezamento. É nessa perspectiva que a design Pauline

Van Dongen em colaboração com o Hostel Center e o TNO (Instituição de Pesquisa

Independente) desenvolveram a camisa solar, que permite recarregar dispositivos

eletrônicos portáteis. Composta por 120 células solares de película fina a

vestimenta é capaz de gerar um watt de energia quando exposto ao sol. Não

diferentemente de uma roupa convencional, o tratamento realizado para a limpeza

do produto não precisa de cuidados especiais.

Metrô movido apenas com o poder do sol

Desenvolvida a partir de uma parceria entre o metrô-DF e uma empresa chinesa, as

placas fotovoltaicas serão instaladas na estação de metrô localizada em Guariroba. A

iniciativa proporcionará o abastecimento das bilheterias e plataformas do local.

Flor amarela

Mesmo sendo considerada um recurso básico ainda existem algumas regiões no qual o

acesso à energia elétrica é dificultada. Foi pensando nisso que o artista Olafur Eliasson e

o engenheiro Frederik Ottesen desenvolveram uma lâmpada recarregável com energia

solar de baixo custo que promete levar uma fonte alternativa de luz às comunidades que

ainda não tem energia elétrica.

Barraca inteligente

Pensando em proporcionar maior conforto e tranquilidade aos fãs de festivais de

musicas, a companhia de telefonia Orange e os designers da Kascope desenvolveram

um conceito, em 2009, que promete ao usuário conforto e modernidade. A barraca cujo

tecido traz células fotovoltaicas, capta energia e essa é empregada na iluminação,

aquecimento, comunicação e carregamento de gadgets. O sistema de iluminação é

ativado a partir de um cartão RFID, o carregamento do wifi é feito a partir de um bolsão

especifico que gera um campo magnético para alimentar as baterias, ademais, o produto

conta com um sistema de localização.

Carregador solar de bolso

O projeto Spor vem com uma nova proposta de carregador de gadgets. Composto por

uma placa solar e uma bateria de íon-lítio, o produto possibilita ao usuário captar

66

energia e armazenar para utilizar da maneira que achar mais conveniente. Além da

energia solar o aparelho também possibilita o carregamento via tomada tradicional.

Ciclovia Solar

A organização Holandesa de pesquisa cientifica aplicada (TNO) juntamente com a

empresa de tecnologia Imetech desenvolveram o solaroad, uma ciclovia que capta

energia solar e transforma-a em energia elétrica. O protótipo inaugurado em 2014

apresenta uma extensão de 7Km, uma base de concreto coberta por uma camada de

células solares de silício. Nos seis primeiros meses de teste a estrada gerou mais de

3000kWh, o necessário para um scooter elétrico dar 2,5 voltas ao redor do mundo ou

abastece uma casa por ano. Como expectativas futuras, o autores pretendem ampliar o

projeto para ruas e estradas que incluam outros veículos.

Carro movido à energia solar

A FORD em parceria com a Georgia Tech e Sunpower desenvolveu um conceito de

carro híbrido movido a energia solar e gasolina. O carro tem como característica a

capacidade de armazenar uma recarga de quatro horas, consegue acompanhar a

movimentação do sol e tem autonomia máxima de 993,6km usando os dois

combustíveis.

Celular que pode ser abastecido por energia solar

A Kyocera em parceria com a Sunpartner Technologies criaram um celular que pode ser

abastecido por energia solar. O protótipo o qual foi apresentado em 2015 no Mobile

World Congress faz uso de um conceito inovador: a célula de captação em vez de ficar

posicionada junto as bordas é disposta entre o display e o painel sensível ao toque.

Impressora de painel solar

A partir de um consórcio formado pela foi possível desenvolver um projeto que

apresenta um novo tipo de impressora. O projeto consiste em um grande equipamento

capaz de imprimir até 10m de painéis solares por minuto utilizando técnicas de

impressão já conhecidas. O diferencial do produto é que ele consegue colar em painéis

de plástico ou aço um polímero composto de um novo tipo de célula orgânica a qual

obtém energia solar.

67

Escova de dente

A colaboração entre um professor de odontologia e mecânica possibilitou a criação de

um modelo de escova o qual usa raios solares como catalisadores para uma reação

química capaz de deixar os dentes mais limpos do que uma escova comum, pois a

remoção de placas é realizada de uma maneira mais eficiente do que a combinação

tradicional de uma escova comum com creme dental. O modelo é composto por um

mini-painel solar projetado a partir da base do cabo da escova.

4.3.2. DESCRIÇÃO DAS TECNOLOGIAS EÓLICA

Turbina Micro Vento

A turbina micro vento foi projetada para capturar a energia do vento em ambientes

urbanos e rurais. Tem como característica a flexibilidade em seu tamanho, é ligada a

pequenos geradores que geram eletricidade no local de fácil aplicação e pode ser

acionado por uma velocidade de vento de partir de 2 m/s. Além disso, apresentam à

composição de plástico nas lâminas e isso faz com que o sistema seja de baixo custo

(GONZÁLEZ et al. 2012).

Novo Design para as Lâminas das Turbinas Eólicas

A partir de um estudo realizado pelo Dr. Frank Fish sobre as nadadeiras da baleia

jubarte, foi desenvolvido um design completamente novo para as lâminas das turbinas

eólicas, sendo em forma de nadadeiras da baleia jubarte (HARTMAN e RENOLD,

2010).

Trinity

Composta por três pés e três pás giratórias, a estrutura externa do produto é feita de um

material de plástico durável e tem como objetivo recarregar baterias de smarthphone. O

aparelho apresenta quatro modelos (50W, 400W, 1000W e 2500W) e para iniciar seu

funcionamento é necessário ventos de no mínimo 6,5 km/h. Além disso, seu controle é

realizado por meio de um aplicativo no smartphone.

68

INVELOX

O Invelox é uma turbina eólica em formato de túnel o qual funciona por meio da captura

de brisas do nível do solo que são conduzidas através de uma passagem que vai

afinando e acelera naturalmente o fluxo do vento.

Nova Forma de Tecnologia de Turbina Eólica

A turbina eólica de eixo vertical (VAWT) tem em sua característica a capacidade de

absorver a energia do vento, independentemente da sua direção (HARTMAN e

RENOLD, 2010).

Turbina Eólica de eixo Vertical

Diferentemente das turbinas tradicionais, a turbina de eixo vertical apresenta como

características: são silenciosos, não precisa de serviços, pode produzir relativamente

mais energia e diferem na colocação do gerador e no tamanho / aplicação (HARTMAN

e RENOLD, 2010).

Turbina Eólica Vertical

Apresentando em sua estrutura pás articuladas e dobráveis os quais se movimentam

conforme a direção do vento, a turbina eólica vertical foi proposta com finalidade

produzir energia com ventos de baixa intensidade. Como vantagem, o produto tem uma

estrutura leve, menor custo de produção e manutenção.

Rotor Aerodinâmico para Turbinas De Energia Eólica

Projetado por pesquisadores brasileiros da Poli USP em parceria com empresas, o rotor

aerodinâmico 100% nacional é direcionado para as turbinas eólicas de 10 kW.

Diferentemente das turbinas eólicas de pequeno porte convencionais existentes no

mercado, o rotor proposto tem como instrumento o controle automático do giro das pás

em torno do seu eixo longitudinal, resultando em melhor ajuste do controle da

velocidade e da potência. Composto por um conjunto de pás e um eixo, que é acoplado

a um gerador elétrico e colocado no alto de uma torre, o equipamento é ideal para áreas

isoladas que não dispõe de rede de transmissão.

69

Gerador Eólico

Desenvolvido por uma empresa gaúcha em parceria com uma universidade, foi

desenvolvido um gerador eólico de cilindros que utiliza componentes nacionais, sistema

simples e barato. O produto pode ser inserido em prédios\condomínios residenciais ou

comerciais com a finalidade de abastecimento das áreas condominiais ou no

bombeamento de água em lavouras irrigadas.

Vortex

O vortex é uma turbina eólica que não possui em sua estrutura pás. Idealizada a partir de

um vídeo assistido por um dos criadores no qual era mostrado uma ponte oscilando com

a força do vento, o modelo foi desenvolvido com a finalidade de garantir que os ventos

giratórios percorram a expansão do mastro em sintonia para obter um bom desempenho.

O protótipo tem em sua estrutura fibra de vidro e de carbono, permitindo uma maior

vibração, na base do cone existem dois imãs repelentes que funcionam como um motor

não elétrico. Além disso, a estrutura não necessita de engrenagens, parafuso ou peças

mecânicas, reduzindo o custo de manutenção e produção.

Estrutura Submarina Gravitacional para Turbinas Eólicas Offshore

O projeto tem como objetivo demonstrar em um ambiente real uma Estrutura

Submarina Gravitacional para Turbinas Eólicas Offshore. Com uma estrutura flutuante

de base gravitacional e fundação feita de betão e aço, a principal inovação referente ao

produto é que não precisa de navios de grande capacidade para ancorar e montar os

elementos turbina. Toda a estrutura e elementos são montados onshore e após, levados

ao local onde ficará a turbina.

Windwheel

O Windwheel é um imóvel projetado com a capacidade de abrigar apartamentos, quartos

de hotéis e salas comerciais em sua estrutura de aço e vidro circular, além de uma

turbina de vento silenciosa e imóvel. Com o objetivo de aliar tecnologia, design e

sustentabilidade, o projeto do conversor de energia eólica eletrostática foi desenvolvido

por meio de parceria entre empresas e converte a energia eólica em eletricidade sem

70

peças mecânicas em desenvolvimento, resultando na ausência de ruídos e facilidade de

manutenção.

4.3.3. ANÁLISE DAS TECNOLOGIAS SOLAR E EÓLICA ABORDADAS

No contexto atual, a utilização de novas fontes de energias sustentáveis vem se

apresentando como uma alternativa viável mediante o aumento do consumo energético

e os impactos ambientais ocasionados pelas fontes de energia convencionais e seu

esgotamento. É nessa perspectiva que a energia solar e eólica surgem como potencial

fonte alternativa de geração de energia perante a busca por meios que agridam

minimamente o meio ambiente, racionalizem a energia e promovam a redução de

custos. Contudo, para promover essa indústria é importante considerar o uso de atores

externos integrados ao processo inovativo para tornar o setor mais viável tanto na

perspectiva social quanto econômica.

Ao analisar os dados das inovações ocorridas no setor de energia solar e eólica

observou-se que algumas práticas já estão sendo utilizada como forma de promover o

setor. Integração de Colaboradores da Cadeia (clientes, fornecedores, outros) no

Processo de Inovação, Consórcio, Parceria Com Sistema Cientifico e Tecnológico,

Crowdfunding foram algumas das práticas utilizas no desenvolvimento de produtos

apresentados na Quadro 4.2 e 4.3.

Essa integração possibilitou o desenvolvimento de produtos que possuíssem em sua

estrutura um elemento capaz de captar a energia solar e eólico e, consequentemente,

ampliação desse recurso no tocante a sua aplicação. Como benefício isso proporcionará

futuramente uma maior acessibilidade para uso dessa fonte energética. Entretanto,

quando verifica o local de desenvolvimento desses produtos percebe-se que parte deles

não foram desenvolvidas no Brasil, o que mostra que o setor, apesar de apresentar

potencialidade ainda não existe um incentivo a cultura de inovação que promova a

parceria e consequentemente o crescimento do setor.

Como visto nas pesquisas, a maioria das tecnologias desenvolvidas observadas são

originadas da integração\Parceria de Colaboradores da Cadeia (clientes, fornecedores,

outros) no Processo de Inovação.

71

De acordo com Chesbrough (2003) vivemos em um período de oportunidade para

inovação, porém ameaças também se tornam cada vez mais presentes, pois a

dinamicidade com que ocorrem as transformações na sociedade também cresce. Assim,

as empresas da cadeia da indústria do setor de energia solar e eólica, podem ter, com a

inovação, a oportunidade de serem mais produtivas e se sustentarem no mercado

competitivo. O seguinte capítulo descreve a análise da pesquisa de campo realizada com

os integrantes do setor de energia eólica e solar do Brasil.

72

CAPÍTULO 5 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este capítulo apresenta a análise de campo realizada com os participantes. O capítulo

está dividido em cinco tópicos: Análise crítica do questionário, caracterização dos

respondentes, testes estatísticos, resultados qualitativos dos elementos e identificação

dos elementos.

5.1. ANÁLISE CRÍTICA DO QUESTIONÁRIO

Como meio de medir a confiabilidade do questionário utilizou-se o Alpha de Cronbach

na qual varia de 0 a 1, na qual de acordo com Santos (1999), valores acima de 0,70

indica alta confiabilidade do questionário. Assim, para o questionário desenvolvido, e

usando o software SPSS como ferramenta, obteve-se um valor equivalente a 0,868 e

com valor padronizado 0,873, indicando que o instrumento de pesquisa apresenta uma

confiabilidade relevante.

5.2. CARACTERIZAÇÃO DOS RESPONDENTES

Para definir o perfil dos participantes foram determinadas as seguintes características:

escolaridade, sexo, setor em que atua na organização e o cargo que ocupa. Quanto ao

gênero, observou-se um alto número para o sexo masculino o qual apresentou 83,33%

da amostra. O sexo feminino que representou 16,67%, conforme descrito no Gráfico

5.1.

Gráfico 5.3 - Número de Respondentes por Gênero

MASC

FEM 83,33%

16,67%

73

Quanto à escolaridade, observa-se no Gráfico 5.2 que a maioria dos participantes tem

superior completo (49,02%). No nível de mestrado os colaboradores representam

28,43%, enquanto que especialização e MBA o qual juntos somam 7,84% do total,

seguidos de doutorado e superior incompleto os quais têm respectivamente 6,86% e

5,88% e ensino médio tem-se 1,96%.

Gráfico 5.4 - Características dos Respondentes quanto à Escolaridade

No que se refere ao setor de atuação na empresa (Tabela 5.1), verificou-se que o

segmento de maior atuação é no setor de Educação (15,69%), seguida da Engenharia

(14,71%) e Comercial (11,76%). No tocante ao cargo que ocupam (Tabela 5.2), foi

observado que os principais cargos exercidos são de Diretor (30,39%), Gerente

(16,67%) e pesquisador (15,69%).

Tabela 5.1 - Setor de Atuação dos Respondentes

Setor Frequência %

Educação 16 15,69

Engenharia 15 14,71

Comercial 12 11,76

Diretoria 11 10,78

Desenvolvimento 7 6,86

Gestão 7 6,86

Técnico 5 4,90

Tecnologia 4 3,92

Pesquisa 3 2,94

Marketing 3 2,94

Energias Renováveis 3 2,94

Manutenção e Operação 2 1,96

0

10

20

30

40

50

60

%

74

Setor Frequência %

Administrativo 2 1,96

Eficiência Energética 2 1,96

Projeto 2 1,96

Comercial, Administrativo-

Financeiro 1 0,98

Jurídico e Operacional 1 0,98

Logística 1 0,98

Meio Ambiente 1 0,98

Planejamento 1 0,98

Departamento de

Aeroespacial, Energia e Defesa

1 0,98

Manutenção 1 0,98

Treinamento 1 0,98

Tabela 5.2 - Cargo dos Respondentes

Cargo Frequência %

Diretor 31 30,39

Gerente 17 16,67

Pesquisador 16 15,69

Coordenador 12 11,76

Engenheiro 9 8,82

Analista 8 7,84

Consultor 2 1,96

Professor 2 1,96

Especialista em aerogeradores 1 0,98

Instrutor 1 0,98 Técnico 1 0,98

Supervisor 1 0,98 Desenvolvedor de Soluções de

Energias Renováveis 1 0,98

Com relação à região a qual os participantes estavam localizados. Ficou caracterizado

que a maioria dos respondentes é da Região Sudeste com 42,16%, enquanto que

Nordeste representou o equivalente a 41,18% e Sul e Centro Oeste obtiveram os

respectivos percentuais: 14,71% e 1,96%.

5.3. TESTES ESTATÍSTICOS

O questionário para determinação e análise dos elementos foi composto por 14

perguntas fechadas e uma aberta. Para validar o instrumento utilizou o Alpha de

Cronbach como mostrado no tópico 5.1. Além disso, para maior confiabilidade nos

resultados fornecidos foi realizado o teste KMO para verificar a adequação da análise

fatorial (Tabela 5.3).

75

Tabela 5.3 - Resultado do Teste KMO

KMO

KMO (Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy) 0,828

Sig. 0,000

O calculo do Kaiser Meyer Olkin (KMO) "permite avaliar se os dados originais

viabilizam a utilização da análise fatorial de forma satisfatória (CORRAR, 2011.

p.100)". De acordo com Hair et al. (2005), valores acima de 0,50 para a matriz toda ou

para uma variável individual indicam tal adequação.

Além dos testes anteriormente citados, também foi verificado a matriz antiimagem de

correlação (Apêndice D) com a finalidade de verificar se seria necessária a exclusão de

alguma variável. Por apresentarem valores superiores a 0,50 não ocorreu à omissão de

nenhuma variável.

5.4. ANÁLISE DOS RESULTADOS ESTATÍSTICOS

5.4.1 ANÁLISE DE FREQUÊNCIA

A frequência atribuída a cada elemento pelos respondentes é apresentada na Tabela 5.4.

Analisando o nível de importância atribuída aos elementos da inovação aberta, percebe-

se que a política de apoio à inovação, Política de Inserção dos Elos da Cadeia no

processo de inovação, Parcerias com universidades, clientes, fornecedores, institutos de

pesquisas ou outros, Capacidade de Absorver Conhecimento e Programa de Capacitação

os cinco principais elementos relevantes na opinião dos colaboradores respondentes.

Constatou-se com os resultados que existe uma preocupação dos colaboradores com a

necessidade das empresas manterem relações integradas, pois o conhecimento

compartilhado é um fator crítico que irá afetar a dinâmica e o crescimento da indústria.

Assim, é importante desenvolver uma política estratégica que proporcione a empresa

absorver e criar conhecimento e por consequência, obter vantagem competitiva.

Tabela 5.4 - Nível de Importâncias dos Elementos

Elemento Nome do Elemento 1 2 3 4 5

A1 Política de Apoio a Inovação 0 0 1 14 87

A2 Política de Inserção dos Elos 0 1 3 31 67

76

da Cadeia no processo de

inovação

A8 Parcerias 0 0 6 29 67

A10 Programa de capacitação 0 1 2 35 64

A5 Capacidade de Absorver

Conhecimento 0 0 1 40 61

A6

Capacidade de Integrar o

Conhecimento no Processo

de Inovação

0 2 4 36 60

A4 Critérios para Atrair

Colaboradores 0 0 7 45 50

A14

Inteligência Coletiva e

plataforma de troca de

Conhecimento

0 2 12 39 49

A13 Considerações Tecnológicas 0 2 7 47 46

A11

Adoção de Práticas,

Ferramentas ou Métodos para

Gestão da OI

0 3 16 43 40

A9 Indicadores para medir a

Inovação 1 3 17 42 39

A12 Características do Processo 1 0 20 46 35

A7 Criação de um Time de

Inovação 3 9 14 47 29

A3 Critérios para Selecionar

Colaboradores 0 6 25 50 21

5.4.2. ANÁLISE FATORIAL

Para determinação da quantidade de fatores utilizou o critério de raiz latente que é uma

técnica utilizada na análise de componentes e considera apenas os fatores que tem raízes

latentes ou autovalores maiores que 1 são considerados significantes (HAIR et al.

2005). Assim, os quatro fatores selecionados correspondem a 62,48% da variabilidade.

Com base na Tabela 5.5 "Component Matrixa" identificou a quantidade e quais fatores

explicam melhor cada um dos indicadores considerados. Contudo, observa-se que a

matriz causa dúvida quanto à composição de cada fator, no tocante a quais fatores

podem ser considerados uma dimensão representativa de um conjunto x das variáveis de

estudo.

77

Tabela 5.5 - Component Matrix

1 2 3 4

A1 - Política de Apoio a Inovação 0,425 0,205 0,679 -0,122

A2 - Política de Inserção dos Elos da

Cadeia no Processo de Inovação

0.580 -0,487 0,386 0,209

A3 - Critérios para Selecionar

Colaboradores

0,521 0,194 0,004 0,440

A4 - Critérios para Atrair Colaboradores 0,679 0,001 0,174 0,000

A5 - Capacidade de Absorver

Conhecimento

0,677 0,450 0,074 0,008

A6 - Capacidade de Integrar

Conhecimento no Processo de Inovação

0,713 0,301 -0,256 -0,065

A7 - Criação de um Time de Inovação 0,644 0,004 -0,302 0,368

A8 - Parcerias 0,646 -0,236 0,326 0,025

A9 - Indicadores para Medir Inovação 0,610 -0,125 -0,203 0,511

A10 - Programa de Capacitação 0,533 0,481 0,058 -0,043

A11 - Adoção de Praticas, Ferramentas

ou Métodos para Gestão da OI

0,683 -0,190 -0,126 -0,351

A12 - Características do Processo 0,655 -0,136 -0,035 -0,392

A13 - Considerações Tecnológicas 0,570 0,129 -0,267 -0,360

A14 - Inteligência Coletiva e Plataforma

de Troca de Conhecimento

0,643 -0,484 -0,252 -0,151

De acordo com Corrar et al. (2011, p.113), quando isso acontece "cabe a verificação dos

valores após a aplicação da rotação dos fatores", no qual foi realizado pelo critério

varimax (8 interações) (Tabela 5.6). Assim, a Tabela 5.6 apresenta melhor o

agrupamento dos fatores e seus respectivos elementos.

Tabela 5.6 - Matriz de Componentes Rotacionados

1 2 3 4

A1 - Política de Apoio a Inovação -0,019 0,499 -0,167 0,649

A2 - Política de Inserção dos Elos da

Cadeia no Processo de Inovação

0.226 -0,105 0,342 0,766

A3 - Critérios para Selecionar

Colaboradores

-0,028 0,362 0,578 0,193

A4 - Critérios para Atrair Colaboradores 0,330 0,352 0,264 0,434

A5 - Capacidade de Absorver

Conhecimento

0,211 0,719 0,267 0,183

A6 - Capacidade de Integrar 0,461 0,566 0,368 -0,020

78

Conhecimento no Processo de Inovação

A7 - Criação de um Time de Inovação 0,277 0,219 0,716 0,062

A8 - Parcerias 0,315 0,154 0,231 0,636

A9 - Indicadores para Medir Inovação 0,174 0,090 0,785 0,189

A10 - Programa de Capacitação 0,153 0,681 0,160 0,092

A11 - Adoção de Praticas, Ferramentas

ou Métodos para Gestão da OI

0,734 0,186 0,126 0,232

A12 - Características do Processo 0,686 0,239 0,040 0,270

A13 - Considerações Tecnológicas 0,620 0,385 0,089 -0,052

A14 - Inteligência Coletiva e Plataforma

de Troca de Conhecimento

0,739 -0,128 0,337 0,240

5.5. INFORMAÇÕES QUALITATIVAS LEVANTADAS NA PESQUISA DE

CAMPO

Além desses elementos encontrados na literatura a pesquisa também buscou identificar

junto aos respondentes outros elementos que pudessem colaborar para o processo de

inovação no setor de forma a desenvolvê-lo. Diante disso, foi inserido o seguinte

questionamento "Existe algum elemento que não foi mencionada neste questionário e

que você considere importante para o desenvolvimento do setor de energia eólico e

solar?".

Como resultado, 43% dos indivíduos fizeram comentários sobre outros elementos que

poderiam fazer parte desse processo (Apêndice E).

No tocante a colaboração, observou-se a partir das respostas dos colaboradores, que

parcerias já existem, porém são pouco utilizadas e muitas vezes desconhecidas pelas

instituições de ensino e pesquisa. O que torna necessário a ampliação e divulgação de

como essas parcerias ocorrem tanto no meio acadêmico como no meio empresarial. Isso

pode ser realizado por intermédio de um levantamento de possibilidades de parcerias

para que aqueles que forem fazer parte dessa corrente pudesse entender o

funcionamento e as opções de interações entre os elos.

Além disso, outro elemento citado pelos respondentes está relacionado aos incentivos

econômicos financeiros públicos ou privados. Identificou a importância de mudanças

políticas e na legislação do setor com a finalidade de garantir maior competitividade ao

79

setor e atrair empresas pertencentes aos elos da cadeia, inclusive nas equipes de

inovação.

Outro fator citado foram os incentivos fiscais e tributário, relacionados à fabricação e

importação dos equipamentos e também para redução de preços dos produtos e

componentes com o objetivo de viabilizar investimentos para aplicação de soluções

economicamente acessíveis à população. Políticas claras com regras que os investidores

possam seguir sem receio, isenção de impostos, dispensa tributária para o

desenvolvimento da cadeia produtiva nacional, a fim de estabelecer uma linha de

produtos nacionais, incentivo político e governamental como forma de viabilizar a

entrada de mercadorias importadas, estimulo a produção local, incentiva às linhas de

crédito para pessoas físicas e para a compra dos sistemas de microgeração solar e

eólico, apoio a pesquisas em universidades, também foram citados durante a pesquisa.

A falta de incentivo e financiamentos para aquisição do produto por parte do governo

para os clientes finais foi outro elemento mencionado na pesquisa. Segundo um dos

respondentes, o custo Brasil ainda é muito alto para tentar desenvolver produtos

relacionados ao setor eólico e solar, principalmente quando se trata de sistemas de

pequeno porte.

Durante a pesquisa observou-se que um dos elementos citados está relacionado com as

linhas de financiamento. Existe uma carência de boas opções para o cidadão comum e

para o financiamento de equipamentos o qual torna isso um dos principais gargalos do

setor.

No tocante a inovação, além de seu incentivo na parte de regulação, análise ambiental e

desenvolvimento de metodologias de fomento para a inovação e incentivo ao espírito

empreendedor e de gestor dentro desse setor, foi citado por um dos colaboradores à

importância de existir uma forma de inovação puxada, no qual essa seria orientada pelas

necessidades dos envolvidos na cadeia produtiva do setor, não só na relação entre eles,

mas também nas necessidades específicas de cada um dos elos. Além disso, é

importante a disseminação do conceito de inovação e que essa tenha que ter como

objetivo claro trazer maior desenvolvimento ao setor, melhorando sua competitividade,

qualidade, confiabilidade, performance na geração de energia e agilidade na construção

de centrais eólicas e solares.

80

O setor de energia solar é mais recente do que o eólico principalmente no que se refere a

subsídios governamentais. Assim, os dois setores estão em momentos diferentes. Isso

faz com que o setor solar esteja aprendendo como deve ser formatado no Brasil e para

tanto vem se utilizando de exemplos de outros países e adequando suas metodologias e

formas de implantação a realidade local, principalmente no que diz respeito a políticas

públicas. Diante disso, a pesquisa traz como um fator importante à união entre os elos

da cadeia (Governo, Concessionárias de Energia, Universidades, institutos, Fabricantes

de equipamentos, fornecedores, clientes e outros), não só no âmbito nacional como

também, internacional, pois existem conhecimento e experiência em estágio mais

avançado em outros países nos quais as tecnologias - eólica ou solar - já estão em

funcionamento há mais tempo. Essa colaboração deve ter como objetivo desenvolver o

mercado por meio da cooperação, comunicação simples, direta e continua entre a

indústria de manufatura, os desenvolvedores de projetos, a academia e o governo para

que o processo de inovação implantado seja eficiente e eficaz.

O incentivo a pesquisa também foi outro fator citado, assim como a criação de um

centro integrado com todas as faculdades brasileiras para juntas desenvolverem um

equipamento de autorrendimento, baixo custo, totalmente nacional e acessível aos

pequenos produtores.

Implementação de obras de energia renovável em todas as classes sociais, facilitação e

proteção das patentes, desenvolvimento de mecanismo para reciclar todos os materiais

utilizados na energia solar e eólica, métodos/técnicas de previsão mais acurados para se

estimar a densidade de probabilidade de ventos e intensidade de radiação e programas e

metas do governo de incentivos da área foram alguns outros elementos mencionados na

survey.

Contudo, para que os processos ocorram de forma produtiva é importante à capacitação

constante das pessoas que fazem parte do setor. A conscientização ambiental e social

também forma referidos na lista de elementos importantes para o crescimento do setor,

segundo os respondentes. Para o desenvolvimento do setor de energia eólico e solar é

essencial que sejam debatidos e expostos os impactos ambientais (sociais, econômicos e

biológicos) de todas as fontes de energia, renováveis ou não, incluindo as fontes eólica e

solar. É necessário que se estimule a desmistificação e melhor divulgação do que são

impactos ambientais e como eles se encontram em todas as áreas onde há atividade

81

humana. Este tipo de ação não só permite a melhor elaboração de métodos e tecnologias

(inovação de equipamentos e processos), como permite que a visão do que é o mercado

em si e o mercado de trabalho se abra, mostrando que o mercado, qualquer que seja,

existe para atender gostos humanos e, portanto, deve estar em harmonia com nossos

desejos e necessidades.

Por fim, foi sugerida a implantação curricular nas engenharias de uma disciplina

relacionada ao Desenvolvimento Sustentável, onde seja interessante apontar a

necessidade de criação de mecanismos/processos/produtos inovadores para as áreas. De

acordo com um dos respondentes, é necessário o início do conhecimento desde as bases

educacionais para que haja um desenvolvimento na forma de pensar.

5.6. IDENTIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS E FATORES

O primeiro Fator foi chamado de Processo de Inovação e é composto por A11 -

Adoção de Práticas, Ferramentas ou Métodos para Gestão da OI, A12 - Características

do Processo, A13 - Considerações Tecnológicas e A14 - Inteligência Coletiva e

Plataforma de Troca de Conhecimento. Nesse conjunto é apresentado elementos

relacionados aos métodos ou ferramentas de gestão utilizadas durante o processo de

inovação aberta.

Consoante a Albors e Hervas-Oliver (2010), a gestão da inovação é uma das

preocupações mais importantes na gestão das empresas e por esse motivo, técnicas de

gestão da inovação surgem como uma gama de ferramentas e metodologias que ajudam

as empresas a se adaptarem às circunstâncias e enfrentar os desafios do mercado de

forma sistemática.

O segundo fator foi denominado de Competências e reuniu os seguintes elementos: A5

- Capacidade de Absorver Conhecimento, A6 - Capacidade de Integrar Conhecimento

no Processo de Inovação, A10 - Programa de Capacitação. O agrupamento dessas

variáveis esta relacionada com a captação e disseminação de conhecimento. Ooms et al

(2015) ressaltam que as empresas o qual pretendem se beneficiar das práticas de

inovação abertas precisam criar capacidades para assimilar e absorver a entrada e os

resultados.

82

O terceiro fator foi denominado de Indicadores e agrupou os elementos A3 - Critérios

para Selecionar Colaboradores, A7 - Criação de um Time de Inovação, A9 - Indicadores

para Medir Inovação. Nesse agrupamento observa-se a necessidade de controle do

processo. De acordo Albors e Hervas-Oliver (2010), embora o desempenho de uma

organização em termos de inovação não seja fácil de determinar, e os gerentes

reconhecem as dificuldades, há uma necessidade de desenvolver um sistema de medição

apropriado.

O quarto fator recebeu o nome de Políticas e Estratégias para inovação e associou

quatro variáveis: A1 - Política de Apoio a Inovação, A2 - Política de Inserção dos Elos

da Cadeia no Processo de Inovação, A4 - Critérios para Atrair Colaboradores, A8 -

Parcerias. Esse fator objetiva definir "o que" e "como" será possível alcançar as metas

propostas e aponta a importância de estratégias que proporcionem a parceria e

colaboração entre os colaboradores. A Figura 5.1 resume os fatores e seus componentes.

Figura 5.1 - Fatores e seus Elementos

Assim, para que as práticas de inovação aberta nos setores eólico e solar sejam eficaz,

devem-se levar em consideração as seguintes diretrizes:

A implementação deve estar alinhado com as estratégias definidas para o setor.

Essas estratégias devem estar em sintonia com as políticas estabelecidas pelo

governo, como por exemplo, políticas de subsidio favoráveis para o

desenvolvimento do setor, desde o financiamento para os investidores,

incentivos para o desenvolvimento da cadeia produtiva do setor e

desenvolvimento de tecnologia e inovação. Ainda se houver uma política do

83

governo que incentive parcerias entre o setor produtivo e centros de pesquisa, de

uma forma colaborativa, influenciaria na eficácia de práticas de open innovation

no setor.

Operacionalizar sua implementação com visão de processo e com o auxilio de

ferramentas e métodos adequados e customizados para o setor

Requer uma sistemática de desenvolvimento de competências pela capacidade

de absorção e de integração de conhecimentos externos a fim de aumentar a sua

capacidade inovadora.

Estabelecer unidades de treinamentos\capacitação em parcerias com

universidades, com a finalidade de formar profissionais para atuarem no setor;

Realizar análise crítica, na qual devem ser usados indicadores para analisar o

processo e os resultados gerados. Essa análise é fundamental para que as

Competências, o Processo, as Políticas e estratégias sejam redirecionadas ou

continuadas.

.

84

CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS,

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Finalizando a pesquisa, este capítulo traz as considerações e perspectivas futuras acerca

do estudo realizado.

6.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A criação e entrega de valor por meio da inovação aberta tornou-se a regra para as

empresas pós-modernas, impulsionado principalmente por duas forças, a complexidade

e a taxa de mudança. Diante disso, a "movimentação" das empresas entre mercados

dinâmicos direciona para a busca de competência e capacidades para integrar,

desenvolver e reconfigurar produtos e processos que respondam de forma ágil as

mudanças do mercado.

De acordo com Inauen e Schenker-Wicki (2011), para as organizações em todos os

setores, uma ênfase excessiva em fontes internas pode levar a desvantagens

competitivas e uma maior probabilidade de perder oportunidades. É nesse contexto, no

qual as tecnologias se tornaram mais complexas e as necessidades do mercado mudam

de forma dinâmica, que a inovação aberta surge como uma alternativa para as

organizações enfrentarem o desafio de acesso e difusão do conhecimento.

É um modelo que se utiliza de práticas como meio para melhorar os resultados da

inovação com o auxilio de conhecimento provenientes do ambiente interno ou externo a

organização, o que ratifica a importância das relações interorganizacionais entre

organismos públicos e privados na condução de processos de inovação.

Mediante a realização de uma pesquisa bibliográfica, foi possível abranger o

conhecimento sobre como a temática está sendo abordada nos últimos anos, assim como

os elementos práticas e ferramentas que estão sendo utilizados nos mais variados setores

com a finalidade de melhoria de seus processos inovativos.

Os estudos realizados nas pesquisas analisadas demonstram a importância dessa

abordagem nos mais variados setores da economia, contudo quando direcionado para o

setor de energias renováveis, verifica que as pesquisas ainda são um pouco escassas e

que o conceito precisa ser mais difundido entre os que fazem parte da cadeia produtiva

85

do setor. Isso foi verificado durante a pesquisa quando perguntado aos respondentes se

eles conheciam o termo. Apenas 35% conheciam, contrastando com 68,34% que

disseram que não tinham conhecimento sobre abordagem open innovation.

Observou-se também, que existe o uso de parcerias na implantação de projetos de

energia solar e eólico, no qual participam os mais variados atores (governo,

fornecedores, institutos de pesquisa, outros). Contudo, verifica-se uma lacuna no

tocante a colaboração para pesquisa e desenvolvimento. Além disso, foi possível

constatar que a literatura referente à inovação aberta contempla "o que deve ser feito",

mas não considera ou falta "o como deve ser praticado" com métodos, técnicas e

ferramentas principalmente quando se refere aos setores de estudo. Isso remete a

importância de se desenvolver competências essenciais que apoiem a inovação aberta

nos setores estudados.

Sendo assim, o propósito central da pesquisa foi identificar os elementos da open

innovation para implantação no setor de energias renováveis (solar e eólica). Dessa

forma, a partir de uma RBS foi possível obter elementos presentes nos documentos

analisados e com eles realizar uma pesquisa de campo com organizações dos setores.

Portanto, como resultado pode-se constatar que a resposta à problemática foi respondida

de forma satisfatória, uma vez que foram identificados os elementos determinantes da

abordagem inovação aberta para o setor de estudo na visão dos colaboradores os quais

participaram diretamente da pesquisa.

A pesquisa teve uma dimensão quantitativa e foi obtida a partir da confirmação dos

elementos propostos. Esses foram encontrados na literatura e totalizaram 14. As

variáveis que apresentaram maiores níveis de relevância foram: A1 - Política de Apoio a

Inovação; A2 - Política de Inserção dos Elos da Cadeia no processo de inovação; A8 -

Parcerias; A5 - Capacidade de Absorver Conhecimento e A10 - Programa de

capacitação.

Além disso, os resultados da análise fatorial possibilitaram estruturar as quatro

dimensões principais: Processo de inovação, Competências, Indicadores e Políticas e

Estratégias de Inovação. Os resultados da análise fatorial destacaram os quatro

principais fatores que resumem o conjunto de variáveis estudadas no qual podem ser

traduzidas como práticas de inovações decisivas no processo de inovação aberta para o

setor de estudo, além de ser considerado como referência para os gestores durante a

86

tomada de decisão e obtenção de respostas satisfatória durante o processo inovativo e

seu gerenciamento.

As evidências de campo também identificaram 38 elementos relevantes os quais podem

ser inseridos no processo de implantação dessa abordagem. Esta pesquisa também

apontou para o interesse dos colaboradores com relação à inovação aberta.

As considerações apresentadas, também, contribuem para a discussão do tema

abordado. Além disso, observou-se que a open innovation é praticada de modo informal

e não estruturada, como mostrada nos exemplos encontrados no setor de energia eólica e

solar. Dentro desse contexto ressalta que a abordagem proposto por Henry Chesbrough

(2003), é viável e pode ser adotado como estratégia pelas organizações do setor como

forma de explorar o potencial do mercado, melhorar e desenvolver o setor e,

consequentemente, promover a troca de conhecimento entre as partes envolvidas.

6.2. CONCLUSÕES

Considera-se que os objetivos propostos na pesquisa foram cumpridos:

O primeiro objetivo específico: Conhecer o estado da arte em open innovation por meio

de uma revisão bibliográfica sistemática e pesquisa teórica tradicional. Este objetivo foi

cumprido e descrito no capítulo 3 e 4, assim como serviu de base para os demais

capítulos da dissertação.

O segundo objetivo específico: Identificar os elementos presentes na abordagem open

innovation, foram identificados pela análise minuciosa da revisão de 101 artigos

científicos, teses, dissertações e livros.

O terceiro objetivo específico: Validar os elementos da open innovation mediante

survey direcionado aos colaboradores pertencentes às cadeias de energia eólica e solar,

foi alcançado ao realizar a pesquisa com 102 participantes, os quais contribuíram com

suas experiências no setor de estudo desta dissertação.

Quarto objetivo específico: Agrupar os elementos da open innovation e modelar seus

relacionamentos, foi alcançado por meio da análise fatorial o qual possibilitou

identificar quais elementos pertenciam aos fatores definidos. Finalmente, podemos

87

concluir que o objetivo geral “Identificar os elementos da open innovation para

implantação no setor de energias renováveis solar e eólica” foi cumprida e atende a:

Fator 1 – por A11 - Adoção de Práticas, Ferramentas ou Métodos para Gestão da

OI, A12 - Características do Processo, A13 - Considerações Tecnológicas e A14

- Inteligência Coletiva e Plataforma de Troca de Conhecimento;

Fator 2 – A5 - Capacidade de Absorver Conhecimento, A6 - Capacidade de

Integrar Conhecimento no Processo de Inovação, A10 - Programa de

Capacitação;

Fator 3 – A3 - Critérios para Selecionar Colaboradores, A7 - Criação de um

Time de Inovação, A9 - Indicadores para Medir Inovação;

Fator 4 – A1 - Política de Apoio a Inovação, A2 - Política de Inserção dos Elos

da Cadeia no Processo de Inovação, A4 - Critérios para Atrair Colaboradores,

A8 - Parcerias.

6.3 RECOMENDAÇÕES

Mediante os resultados apresentados, propõe-se os seguintes temas para pesquisas: 1) o

estudo da relevância dos novos elementos propostos pelos colaboradores, por meio de

uma pesquisa-ação com o objetivo de identificar como elas contribuem para o setor; 2)

desenvolver uma ferramenta que considere os fatores e elementos encontrados nesta

dissertação; 3) realizar estudo de casos de open innovation nos setores de energia eólica

e solar.

88

REFERÊNCIAS

AB KADIR, M. Z. A., RAFEEU, Y., ADAM, N. M. Prospective scenarios for the full solar energy

development in Malaysia. Renewable and Sustainable Energy Reviews. Volume 14, p. 3023-3031,

2010.

ABEEOLICA – Associação Brasileira de Energia Eólica. Dados Mensais. Disponível em: <

http://www.abeeolica.org.br/wp-content/uploads/2017/02/Dados-Mensais-ABEEolica-02.2017.pdf>.

Acesso em: 08/03/2017.

ABDI - Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Mapeamento da Cadeia Produtiva da

Indústria Eólica no Brasil. Disponível em: <

http://www.abdi.com.br/Estudo_Backup/Mapeamento%20da%20Cadeia%20Produtiva%20da%20Ind%C

3%BAstria%20E%C3%B3lica%20no%20Brasil.pdf>. Acesso em: 08/03/2017.

ADES, C.; FIGLIOLI, A.; BRAGIA, R.; PORTO, G.; PLONSKI, G. A.; CELADON, K. Implementing

Open Innovation : The Case of Natura, IBM and Siemens. Journal of Technology Management &

Innovation. v. 8, p. 12–25, 2013.

ALBORS, J.; HERVAS-OLIVER, J. L. How Innovation Management Techniques Support an Open

Innovation Strategy. Research Technology Managemnt. v.53, p. 41-52, 2010.

ALNUNU, N.; SAID, S.; AL-SHARMA, S.; AL-IBRAHIMI, A.; ABDULAZIZ, A.; AL HELLABI, M.;

TOUATI, F.; GHANI, S.; MAHDI, E.; BENAMMAR, M. Design of Qatar University’s first solar car for

Shell Eco-marathon competition. 2012 First International Conference on Renewable Energies and

Vehicular Technology, p. 49–54, 2012.

ANGELES, M.; USAOLA, J.; BUENO, M. Assessing the economic benefit of a bidding decision support

tool for wind power producers. IET Renewable Power Generation, v. 7, p. 707-716, 2013.

ARANHA, E. A; GARCIA, N.A.P; CORRÊA, G. Open Innovation and Business Model: A Brazilian

Company Case Study. Journal Technology Management Innovation. v.10, p. 91-98, 2015.

ARCESE, G.; FLAMMINI, S.; LUCCHETTI, M. C.; MARTUCCI, O. Practices in the Food Sector.

Sustainability. v. 7, p. 8067–8090, 2015.

ARNOLD, M.; BARTH, V. Open innovation in urban energy systems. Energy Efficiency. v. 2011, p.

351–364, 2012.

ÁVILA, P.; MOTA, A.; PIRES, A.; BASTOS, J.; PUTNIK, G.; TEIXEIRA,J. Supplier’s selection model

based on an empirical study. Procedia Technology. v.5, p.625-634, 2012.

BELLANTUONO, N.; PONTRANDOLFO, P.; SCOZZI, B. Different practices for open innovation : a

context-based approach. Journal of Knowledge Management. v.17, p.558-568, 2013.

BEDARD, J.; YU, W.; GAGNON, Y.; MASSON C. Development of a geophysic model output statistics

module for improving short-term numerical wind predictions over complex sites. Wind Energy, v. 16, p.

1131-1147, 2013.

BORHAN, H.; ROTEA, M.; VIASSOLO,D. Optimization-based power management of a wind farm with

battery storage. Wind Energy , v. 16, p. 1197-1211, 2013.

89

BRUNO, Flavio da Silveira; NETO, Henrique Fonseca; BRUNO, Ana Cristina Martins. Aspectos

Impulsionadores do Potencial Inovador da Indústria Têxtil e de Confecção no Distrito Criativo de

Flandres: Inspirações Para a Formulação de Políticas no Brasil. Revista Produção Online. v.11, p. 1028-

1058, 2011.

BRUNSWICKER, S.; EHRENMANN, F. Managing Open Innovation in SMEs : A Good Practice

Example of a German Software Firm. International Journal of Industrial Engineering and

Management. v. 4, p. 33–41, 2013.

BRUNSWICKER, S.; VANHAVERBEKE, W. Enterprises ( SMEs ): External Knowledge Sourcing

Strategies and Internal Organizational Facilitators. v. 53, n. 4, p. 1241–1263, 2015.

BUENO, B; BALESTRIN, A. Inovação colaborativa: uma abordagem aberta no desenvolvimento de

novos produtos. RAE. v. 52, p. 517–530, 2012.

Capacidade Eólica Instalada no Mundo por Ano. Disponível em: http://cerne.org.br/energia-eolica/.

Acessado em: 16 de novembro de 2016.

CEIWEP - Committee on Environmental Impacts of Wind Energy Projects - Environmental Impacts Of

Wind-Energy Projects. National Research Council. Washington, 2007.

CERVANTES, M.; MEISSNER, D. Commercialising Public Research under the Open Innovation Model:

New Trends. Foresight. v. 8, p. 70–81, 2014.

ÇETIN, M.; EĞRICAN, N. Employment impacts of solar energy in Turkey. Energy Policy, v. 39, n. 11,

p. 7184–7190, 2011.

CHANG, S.L.; WANG, R.C.; WANG, S.Y. Applying fuzzy linguistic quantifier to select supply chain

partners 348–359, 2006.

CHATENIER, E.; BIEMANS, H.J.A.; VERSTEGEN, J.A.A.M.; MULDER, M. Collaborative knowledge

creation in open innovation teams. Paper presented at the Eighth International Conference on HRD

Research and Practice Across Europe, 27–29 June, Oxford, UK, 2007.

CHATENIER, E.; VERSTEGEN, J. A. A. M.; BIEMANS, H. J. A.; MULDER, M.; OMTA, O. S. W. F.

Identification of competencies for professionals in open innovation teams. v. 40, p. 271–280, 2010.

CHATTERJI, D. Accessing external sources of technology. Research Technology Management. v. 39,

p. 48–56, 1996.

CHEN, H. H.; LEE, A. H. I.; CHEN, S. Strategic policy to select suitable intermediaries for innovation

to promote PV solar energy industry in China. Applied Energy. v. 115, p. 429-437, 2014.

CHEN, Z.; SU, S. L. I. Photovoltaic supply chain coordination with strategic consumers in China.

Renewable Energy. v. 68, p. 236–244, 2014.

CHEN, H. H.; PANG, C. Organizational forms for knowledge management in photovoltaic solar energy

industry. Knowledge-Based Systems. v. 23, p. 924–933, 2010.

CHESBROUGH, H. W. The Era of Open Innovation. MITSloan Management Review. v. 44, n. 3,

2003.

90

CHESBROUGH, H.; CROWTHER, A. K. Beyond high tech : early adopters of open innovation in other

industries. R&D Management. v.36, p. 229–236, 2006.

CHRISTENSEN, J. F.; OLESEN, M. H.; KJÆR, J. S. The industrial dynamics of Open Innovation —

Evidence from the transformation of consumer electronics. Research Policy. v. 34, p. 1533–1549, 2005.

COHEN, W.M.; LEVINTHAL, D.A. Absorptive capacity: a new perspective on learning and innovation.

Administrative Science Quarterly. v. 35, 128–152, 1990.

COLAK, I.; SAGIROGLU, S.; YESILBUDAK, M. Data mining and wind power prediction: A literature

review. Renewable Energy, v. 46, p. 241–247, out. 2012

COLOMBO, G.; DELL'ERA, C.; FRATTINI, F. New product development service suppliers in open

innovation practices : processes and organization for knowledge exchange and integration. International

Journal of Innovation Management. v. 15, p. 165–204, 2011.

CORDEIRO, A.; OLIVEIRA, G.; RENTERÍA, M.; GUIMARÃES, C.. Revisão sistemática: uma revisão

narrativa. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. v. 34, n. 5, p. 428-431, 2007.

CORRAR, L. J.; PAULO, E.; DIAS FILHO, J. M. Análise Multivariada.São Paulo: Atlas. 1ª edição,

2011.

CRESWELL, J. W. Projeto de Pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 3ª ed. Porto

Alegre: Artmed, 2010.

DĄBROWSKA, J.; FIEGENBAUM, I.; KUTVONEN, A. Mapping the perception and reality of Open

innovation. International Journal of Innovation Management. v. 17, p. 1-17, 2013.

DELAMARE LE DEIST, F.; WINTERTON, J. What is competence?. Human Resource Development

International. v. 8, p. 27–46, 2005.

DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.

DEVABHAKTUNI, V.; ALAM, M.; DEPURU, S. S. S. R.; .GREEN, R. C, NIMS, D.; NEAR, C. Solar

energy: Trends and enabling technologies. Renewable and Sustainable Energy Reviews. v. 19, p. 555–

564, 2013.

DODGSON, M.; GANN, D.; SALTER, A. The role of technology in the shift towards open innovation :

the case. R&D Management. v.36, p. 333–346, 2006.

DOSI, G. Technological paradigms and technological trajectories: A suggested interpretation of the

determinants and directions of technical change. Research Policy. v. 11, p. 147-162, 1982.

EBERSBERGER, B.; BLOCH, C.; HERSTAD, S. J.; VELDE, E. V. Open Innovation Practices and Their

Effect. International Journal of Innovation and Technology Management. v. 9, n. 6, 2013.

ELMQUIST, M.; FREDBERG, T.; OLLILA, S. Exploring the field of open innovation. European

Journal of Innovative Management. v. 12, p. 326-345, 2019.

ELTAWIL, M. A.; ZHENGMING, Z.; YUAN, L. A review of renewable energy technologies integrated

with desalination systems. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 13, n. 9, p. 2245–2262, dez.

2009.

91

Energia solar fotovoltaica no Brasil: subsídios para tomada de decisão: Serie Documentos técnicos 2.

Brasília, DF : Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, 2010.

ENKEL, E.;GASSMANN, O.; CHESBROUGH, H. Open R&D and open innovation: exploring the

phenomenon. R&D Management. n. 4, p. 311-316, 2009.

ESTEBAN, M. D.; DIEZ, J. J.; LÒPEZ, J. S.; NEGRO, V. Why offshore wind energy?. Renewable

Energy. v. 36, p. 444-450, 2011.

FLORES, R. L.; BELAUD, J. B.;LANN J. L.;NEGNY, S. Using the Collective Intelligence for

inventive problem solving: A contribution for Open Computer Aided Innovation. Expert Systems With

Applications. v.42, p. 9340–9352, 2015.

FICHTER, K. Innovation communities : the role of networks of promotors in Open Innovation. R&D

Management. v.39, p. 357–371, 2009.

FISCHER, GR.; KIPOUROS, T.; SAVILL, A. Multi-objective optimisation of hori- zontal axis wind

turbine structure and energy production using aerofoil and blade properties as design variables.

Renewable Energy. v. 62, p. 506-515, 2014.

FORZA, C. Survey research in operations management: a process-based perspective. International

Journal of Operations & Production Management. v.22, p. 152–194, 2002.

GALANAKIS, K. Innovation process. Make sense using systems thinking. Technovation. v. 26, p.

1222–1232, 2006.

GASSMANN, O.; ENKEL, E. Towards a theory of open innovation: three core process archetypes,

Proceedings of the R&D Management Conference. p. 6-9, 2004.

GASSMANN, O. Opening up the innovation process: Towards an agenda. R&D Management, v.36,

223–228, 2006.

GASSMANN, O.; ENKEL, E.; CHESBROUGH, H. The future of open innovation. R&D Management.

v.40, p. 213–221, 2010.

GIANIODIS, P. T.; ELLIS, S. C.; SECCHI, E. Advancing a typology of open innovation. International

Journal of Innovation Management. v. 14, n. 4, p. 531–572, 2010.

GONZÁLEZ, M. O. A. Processo para Gerenciar a Integração de Clientes no Processo de

Desenvolvimento de Produto. 2010. 258f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Centro de

Ciências Exatas e de Tecnologia, Universidade Federal de São Carlos, São Paulo. 2010.

GONZÁLEZ, M. O. A.; GALVÃO, M. S.; FALANI, S. Y. A.; GONÇALVES, J. S.; SILVA, L. T. S.

Open innovation practices in the development of wind energy supply chain : an exploratory analysis of

the literature. p. 104–111, 2012.

GOMES, C. M.; KRUGLIANSKAS, I. Management of External Sources of Technological Information

and Innovation Performance. International Journal of Innovation and Technology Management. v.

6, p. 207–226, 2009.

GÓMEZ-AMO, J. L.; TENA, F.; MARTINEZ-LOZANO, J. A.; UTRILLAS, M. P.; Energy saving and

solar energy use in the University of Valencia (Spain). Renewable Energy. v. 29, n. 5, p. 675–685,

2004.

92

GREENHALGH, CH., ROGERS, M.: Innovation, intellectual property, and economic growth.

Princeton University Press, Princeton, 2010.

GRØTNES, E. . Standardization as open innovation : two cases from the mobile industry. Information

Technology & People. v. 22,p. 367-381, 2009.

HAIR JÚNIOR, J. F.; ANDERSON, R. E.; TATHAM, R. L; BLACK,W. C. Análise Multivariada de

Dados. Porto Alegre: Bookman, 5ª edição, 2005.

HARTMAN, D.; RENOLD, E. Open Innovation in SMEs - Exploring the wind turbine industry

Sammanfattning. 2010.

HIDALGO, A.; ALBORS, J. Innovation management techniques and tools: a review from theory and

practice. R&D Management. v.38, p. 113–127, 2008.

HOSENUZZAMAN, M.; RAHIM, N. A.; SELVARAJ, J.; HASANUZZAMAN, M.; MALEK, A. B. M.

A.; NAHAR,A. Global prospects, progress, policies, and environmental impact of solar photovoltaic

power generation. Renewable and Sustainable Energy Reviews. v. 41, p. 284-297, 2015.

HSIEH, K.; TIDD, J. Open versus closed new service development : The influences of project novelty.

Technovation, v. 32, p. 600–608, 2012.

HUANG, J.; LU, X.; MCELROY, M. Meteorologically defined limits to reduction in the variability of

outputs from a coupled wind farm system in the Central US. Renewable Energy, v. 62, p. 331-340, 2014.

HUIZINGH, E. K. R. E. Open innovation: State of the art and future perspectives. Technovation, v. 31,

p. 2-9, 2011.

HUSTON, L; SAKKAB, N. Connect and Develop: Inside Procter & Gamble’s new model for innovation.

Harvard Business Review, v. 84, n. 3, p. 58-66, 2006.

ILI, S.; ALBERS, A.; MILLER, S. Open innovation in the automotive industry. R&D Management.

v.40, p. 246–255, 2010.

INAUEN, M.; SCHENKER-WICKI, A. The impact of outside-in open innovation on innovation

performance. European Journal of Innovation Management. v.14, p. 496-520, 2011.

JACOBFEUERBORN, B. An Informational Model of Open Innovation. Intelligent Tools for Building

a Scientific Information Platform: From Research to Implementation. v.541, p. 15–25, 2014.

JIA , F.; SUN, H.; KOH, L. Global Solar Photovoltaic Industry: An overview and national

competitiveness of Taiwan. Cleaner Production. v. 126, p. 550–562, 2016.

KALKAN, N. et al. A renewable energy solution for Highfield Campus of University of Southampton.

Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 15, n. 6, p. 2940–2959, 2011.

KIM, H.; PARK, E.; KWON, S. J.; OHM, J.Y.; CHANG, H. J. An integrated adoption model of solar

energy technologies in South Korea. Renewable Energy. v 66, p. 523-531, 2014.

KLINE, S.J.; ROSENBERG, N. An Overview of Innovation. In Landau, R.; Rosenberg, N. The Positive

Sum Strategy. Harnessing Technology for Economic Growth. Washington, DC: National Academy Press,

pp. 275-306, 1986.

93

KUBIN, J. The measurement on the solar cells in Liberec city. 2008 13th International Power

Electronics and Motion Control Conference, p. 1815–1818, 2008.

LANE, P., LUBATKIN, M., 1998. Relative absorptive capacity and interorganizational learning.

Strategic Management Journal 19, 461–477.

LAPOINTE, D.; GUIMONT, D. Open innovation practices adopted by private stakeholders : perspectives

for living labs. Info. v.17, p. 67-80, 2015.

LAURSEN, K.; SALTER, A. Open for Innovation : the role of openness in explaining innovation

performance among U.K . manufacturing firms. Strategic Management Journal. v. 150, p. 131–150,

2006.

LEE, S. M.; HWANG, T.; CHOI, D. Open innovation in the public sector of leading countries.

Management Decision. v. 50, p. 147-162, 2012.

LIN, C.. Recurrent modified Elman neural network control of permanent magnet synchronous generator

system based on wind turbine emulator. Journal of Renewable and Sustainable Energy, v. 5, 2013

LIU, D.; NIU, D.; WANG, H.; FAN, L. Short-term wind speed forecasting using wavelet transform and

support vector machines optimized by genetic al- gorithm. Renewable Energy, v. 62, p. 592-597, 2014.

LIU, G. Sustainable feasibility of solar photovoltaic powered street lighting systems. Electrical Power

and Energy Systems. v. 56, p. 168-174, 2014.

LUBITZ, WD. Impact of ambient turbulence on performance of a small wind turbine. Renewable

Energy. v. 61, p. 69 –73, 2014.

MANWELL, J.,F.; MCGOWAN, J.,G.; ROGERS, A.,L. - Wind Energy Explained: Theory, Design

and Application. University of Massachusetts, 2002.

MARTÍNEZ-TORRES, R. Análisis de las comunidades de innovación abierta desde la perspectiva del

Análisis de Redes Sociales. Intagible Capital. v. 9, p. 46–64, 2014.

MEDEIROS, J. F.; RIBEIRO, J. L. D.; CORTIMIGLIA, M. N. Success factors for environmentally

sustainable product innovation : a systematic literature review. Journal of Cleaner Production, v. 65, p.

76–86, 2014.

MEKHILEFA, S.; SAIDURB, R.; SAFARI, A. A review on solar energy use in industries. Renewable

and Sustainable Energy Reviews. v 15, p. 1777-1790, 2011.

MERGEL, I. Opening Government: Designing Open Innovation Processes to Collaborate With External

Problem Solvers. Social Science Computer Review. v. 33, p. 599-612, 2015.

MICHELINO, F.; CAMMARANO, A.; LAMBERTI, E.; CAPUTO, M. Knowledge Domains ,

Technological Strategies and Open Innovation. Journal Technology Management Innovation. v. 10, p.

50–78, 2015.

MINSHALL, T., L. MORTARA. Implementing open innovation: Challenges in linking strategic and

operational factors for large firms working with htsfs. The HTSFs Conference Manchester. 2007.

MORTARA, L. NAPP, J.J., SLACIK, I., MINSHALL, T. How to implement open innovation: lessos

from studying large multinational companies. University of Cambridge, IFM: 2009.

94

MORTARA, L.; SLACIK, I.; NAPP,J. J.; MINSHALL, T. Implementing open innovation: Cultural

issues. v.11, p. 369-397, 2010.

MORTARA, L.; MINSHALL, T. How do large multinational companies implement open innovation?.

Technovation, Vol. 31, p. 586-597, 2011.

MOUNT, M.; MARTINEZ, M. G. Social Media: A Tool for Open Innovation. California Management

Review. v. 56, p. 124-143, 2014.

MULDER, M. Competence: the essence and use of the concept in ICVT. European Journal of

Vocational Training, v. 40, p.5–22, 2007.

MUNDO-HERNÁNDEZ, J; ALONSO, B. C.; HERNÁNDEZ-ÁLVAREZ, J.; CELIS-CARRILLO, B.

An overview of solar photovoltaic energy in Mexico and Germany. Renewable and Sustainable Energy

Reviews. v 31, p. 639-640, 2014.

OOMS, W.; BELL, J.; KOK, R. A. W. Use of Social Media in Inbound Open Innovation: Building

Capabilities for Absorptive Capacity. Creativity and Innovation Management. v 24, p. 136-150, 2015.

ORDÓÑEZ, J.; JADRAQUE, E.; ALEGRE, J.; MARTÍNEZ, G. Analysis of the photovoltaic solar

energy capacity of residential rooftops in Andalusia (Spain). Renewable and Sustainable Energy

Reviews. v.14, p. 2122-2130, 2010.

PAASI, J., LAPPALAINEN, I., RANTALA, T., PIKKARAINEN, M. Challenges for Product and

Service Providers in Open Innovation with Customers in Business-To-Business Market. International Journal of Innovation Management. v. 18, p. 1-27, 2014.

PARIDA, V.; JOHANSSON, C.; LARSSON, T. C. Implementation of open innovation practices in

swedish manufacturing industry. International Conference on Engineering Design. v.1, p. 435-446,

2009.

PARIDA, B., INIYAN, S., GOIC, R. A review of solar photovoltaic Technologies. Renewable and

Sustainable Energy Reviews. v.15, p. 1625-1636, 2011.

PATEL, P; PAVITT, K. National innovation systems: why they are important and how they might be

measured and compared. Economics of Innovation and New Technology, v. 3, p. 77-95, 1994

PERKMANN, M.; WALSH, K. relationships and open innovation : Towards a research agenda.

International Journal of Management Reviews. v. 9, p. 259–280, 2007.

PIANEZZOLA,G. Mapas de Complementaridade dos Potenciais Solar e Eólico no Estado do Rio

Grande do Sul. Dissertação – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.

PILLER, F.; WALCHER, D. Toolkits for idea competitions: a novel method to integrate users in new

product development. R&D Management. v. 36, p. 307–318, 2006.

PISANO, G., 1990. The R&D boundaries of the firm: an empirical analysis. Administration Science

Quarterly 35, 153–176.

RAZAK, A. A.; MURRAY, P. A.; ROBERTS, D. Open Innovation in Universities : The Relationship

Between Innovation and Commercialisation. Knowledge and Process Management. v. 21, p. 260–269,

2014.

95

REED, R; STORRUD-BARNES, S; JESSUP, L. How open innovation affects the drivers of competitive

advantage: Trading the benefits of IP creation and ownership for free invention. Management Decision, v.

50, n. 1, p. 58-73, 2012.

SANTOS, J. R. Cronbach´s Alpha: A tool for assessing the reliability of scales. Journal of extension.

v.37, n.2, 1999.

SAHA, N.; GAO, Z.; MOAN, T.; NAESS, A. Short-term extreme response analysisof a jacket supporting

an offshore wind turbine. Wind Energy, v. 17, p. 87-104, 2014.

SAWYER, S.; RAVE, K. Global wind report: annual market update 2010. Global Wind Energy Council,

Bruxelas, 2011. Disponível em: <http://gwec.net/wp-

content/uploads/2012/06/GWEC_annual_market_update_2010_-_2nd_edition_April_2011.pdf>. Acesso

em: 16/09/2015.

SEDAGHAT, A. Magnus type wind turbines: Prospectus and challenges in design and modelling.

Renewable Energy. V. 62, 2014.

SOYOZ, S.; AUDIN, C. Effects of higher wave harmonics on the response of monopile type offshore

wind turbines. Wind Energy, v. 16, p. 1277-1286, 2013.

supporting an offshore wind turbine. Wind Energy, v. 17, p. 87-104, 2014.

SEIDEL, V. P.; LANGNER, B. Using an online community for vehicle design : project variety and

motivations to participate. Industrial and Corporate Change. v. 24, p. 635–653, 2015.

SILVA, E. L.; MENEZES, E. M.. Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação. 3 ed. rev.

atual. Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2001.

SHARMA, N. K.; TIWARI, P. K.; SOOD, Y. R. Solar energy in India: Strategies, policies, perspectives

and future potential. Renewable and Sustainable Energy Reviews. v 16, p.933-941, 2012.

SHIUE, Y. C.; LIN, C.Y. Applying Analytic Network Process to Evaluate the Optimal Recycling

Strategy in Upstream of Solar Energy Industry. Energy and Buildings. v. 54, p. 266-277, 2012.

SCHUMPETER, J. The Theory of Economic Development. An inquiry into Profits, Capital, Credit,

Interest, and the Business Cycle. Cambridge: Harvard University Press. 1934

SOLANGI, K.H.; ISLAM, M.R.; SAIDUR, R.; RAHIM, N.A.; FAYAZ, H. A review on global solar

energy policy. Renewable and Sustainable Energy Reviews. v. 15, p. 2149 - 2163, 2011.

SOYSAL, O. A.; SOYSAL, H. S. A Residential Example of Hybrid Wind-Solar Energy System : WISE.

Power and Energy Society General Meeting - Conversion and Delivery of Electrical Energy in the

21st Century, p. 1–5, 2008.

STOETZEL, M. Engaging Mass Customization Customers beyond Product Configuration : Opportunities

from the Open Innovation. International Journal of Industrial Engineering and Management. v.3, p.

241-251, 2015.

SPITHOVEN, A.; VANHAVERBEKE, W.; ROIJAKKERS, N. Open innovation practices in SMEs and

large enterprises. Small Business Economics. v. 41, p. 537–562, 2013.

SU, Y. S. Competing in the Global Solar Photovoltaic Industry: The Case of Taiwan. International

Journal of Photoenergy. v. 2013, p. 1–12, 2013.

TERWIESCH, C.; XU, Y. Problem Solving Innovation Contests, and multiagent problem solving.

Management Science. n.54, p. 1529-1543, 2008.

96

TOMALA, F.; SÉNÉCHAL, O. Innovation management: a synthesis of academic and industrial points of

view. International Journal of Project Management. v. 22, p. 281–287, 2004.

TSAI, C.; LIAO, W. A framework for open innovation. International Journal of Innovation

Management. v. 18, 2014.

VAN DE VRANDE, V.; JONG, J. P. J.; VANHAVERBEKE, W.; ROCHEMONT, M. Open innovation

in SMEs : Trends , motives and management challenges. Technovation. v. 29, p. 423–437, 2009.

VERMA, R.; PULLMAN, M. E. An Analysis of the Supplier Selection Process. Omega. v. 26, p. 739–

750, 1998.

WALLIN, M. W.; VON KROGH, K. Organizing for Open Innovation : Focus on the Integration of

Knowledge. Organizational Dynamics, v. 39, p. 145–154, 2010.

WARD, A.; JORBA, J. Harmonic buffeting in a high-altitude ridge-mounted triblade Horizontal Axis

Wind Turbine. Journal of Wind Engineering and Industrial Aerodynamics, v. 121, p. 106-115, 2013.

WEBSTER, J.; WATSON, R. T. Analyzing the past to prepare for the future: writing a literature review.

MIS Quarterly, v. 26, n. 2, p. 13-23, 2002.

WEIBLEN, T. The open business model: understanding an emergent concept. Journal of Multi Business

Model Innovation and Technology. v. 2, p. 35-66, 2014.

WESTERGREN, U. H.; HOLMSTRÖM, J. Information and Organization Exploring preconditions for

open innovation : Value networks in industrial firms. Information and Organization. v. 22, p. 209–226,

2012.

WIKHAMN, B. R. Two Different Perspectives on Open Innovation – Libre versus Control. Creativity

and Innovation Management. v. 22, p. 375–389, 2013.

WYNARCZYK, P. Open innovation in SMEs. Journal of Small Business and Enterprise

Development. v. 20, p. 258-278, 2013.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2 ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

YOON, B.; SONG, B.. A systematic approach of partner selection for open innovation. Industrial

Management & Data Systems. v. 114, p. 1068-1093, 2014.

YUE C. D.; HUANG G. R. An evaluation of domestic solar energy potential in Taiwan incorporating

land use analysis. Energy Policy. v. 39, p.7988–8002, 2011.

97

APÊNDICE A - CONVITE

Prezado(a) Senhor(a), sou mestranda do programa de pós-graduação de engenharia de

produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e estou desenvolvendo uma

pesquisa referente à minha dissertação no qual o tema trata da " inovação aberta

aplicada ao setor de energias renováveis - solar e eólico".

Dessa forma, gostaria de convidá-los a participar do grupo de colaboradores desta

pesquisa. Se puderem colaborar, gostaria de saber com quem posso entrar em contato

para enviar o questionário. Ele é bem simples e leva de 5 a 10 minutos para ser

respondido.

Agradeço desde já a sua colaboração e qualquer dúvida pode entrar em contato.

Edicleide Marinho

Pesquisadora

98

APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Pesquisadora: Edicleide da Silva Marinho

Orientador: Prof. Dr. Mario Orestes Aguirre González

O questionário tem como objetivo identificar os elementos da inovação aberta (Open

Innovation) que devem ser considerados para a implantação no setor de energias

renováveis - Eólico e Solar. Esta pesquisa tem finalidade acadêmica para a conclusão do

mestrado em Engenharia de Produção da UFRN. Sua participação é voluntária e

anônima e as respostas fornecidas serão tratadas com sigilo. Qualquer dúvida ou

sugestão acerca do questionário, por favor, entrar em contato com:

[email protected]. Obrigada pela sua colaboração.

1. Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2. Escolaridade ( ) Ensino Fundamental Incompleto

( ) Ensino Fundamental Completo

( ) Ensino Médio Incompleto

( ) Ensino Médio Completo

( ) Superior Incompleto

( ) Superior Completo

( ) Mestrado

( ) Doutorado

( ) Outro:

3. Qual o setor em que você atua na organização?

4. Qual o cargo que você ocupa atualmente na organização?

5. Você conhece a abordagem "Open Innovation*" ( ) Sim ( ) Não

99

*Open Innovation é o uso de entrada e saída de conhecimento para acelerar a inovação interna e expandir

o mercado para uso externo de inovação (Chesbrough, 2003).

Para responder, use as codificações nas colunas à direita e marque a alternativa

que representa a sua opinião.

1 Discordo Totalmente

2 Discordo

3 Não Concordo Nem Discordo

4 Concordo

5 Concordo Totalmente Legenda

1 2 3 4 5

A1. No setor de energia renovável (eólico e solar) devem existir mecanismos para

apoiar e incentivar a inovação.

A2. No setor de energia renovável (eólico e solar) devem existir mecanismos que

possibilite o envolvimento entre os elos da cadeia produtiva.

A3. No setor de energia renovável (eólico e solar) deve existir um processo definido

para selecionar os colaboradores que apoiem e participem do processo de inovação.

A4. No setor de energia renovável (eólico e solar) devem existir estratégias que

possibilitem atrair colaboradores para participar do processo de inovação.

A5. Tem que existir, no setor de energia renovável (eólico e solar), atividades de

identificação e aprendizado de novos conhecimentos para gerar produtos, serviços e

oportunidades de mercado.

A6. No setor de energia renovável (eólico e solar) devem existir mecanismos para a

aplicação do conhecimento gerado no processo de inovação.

A7. No setor de energia renovável (eólico e solar) deve existir uma equipe

responsável pela gestão do processo de inovação.

A8. Devem existir, no setor de energia renovável (eólico e solar), processos que

auxiliem a desenvolver parcerias com universidades, institutos e centros de pesquisa,

fornecedores e clientes com a finalidade de acessar diferentes bases de

conhecimentos e novos recursos.

A9. No setor de energia renovável (eólico e solar) devem existir critérios para a

avaliação do processo de inovação.

A10. O desenvolvimento de competências e habilidades dos colaboradores é

fundamental para setor de energia renovável (eólico e solar).

A11. É necessário o uso de práticas ou ferramentas colaborativas para o

desenvolvimento do setor de energia renovável (eólico e solar).

A12. Para realizar o processo de inovação é importante a identificação das práticas de

inovação aberta e os potenciais colaboradores.

A13. Para realizar o processo de inovação é importante a identificação de tecnologias

que irão ser utilizadas no desenvolvimento de produtos ou serviços para o setor de

energia renovável (eólico e solar).

A14. Devem existir ferramentas que possibilitem a partilha de conhecimento entre os

elos da cadeia produtiva do setor de energia renovável (eólico e solar).

A15. Existe algum elemento\ fator que não foi mencionada neste questionário e que você considere

importante para o desenvolvimento do setor de energia eólico e solar?

100

Este questionário deve ser devolvido para o e-mail: [email protected]

101

APÊNDICE C - MATRIZ DE AFINIDADE

Elementos Autores

Política de apoio a Inovação

Dodgson et al (2006); Broring e Herzog (2008); Elmquist et al

(2009); Mortara et al (2009); Gassmann et al (2010); Ili et al (2010);

Lee et al (2010); Savitskaya et al (2010); Mortara e Minshall (2011);

Ades et al (2013); Brunswicker e Ehrenmann (2013); Mergel e Souza

(2013); Lapointe e Guimont (2015)

Política de inserção dos

departamentos no processo de

inovação

Mortara et al. (2009); Ades et al (2013)

Critérios para atrair

colaboradores

Hartman e Renold (2010)

Capacidade de Absorver

Conhecimento

Laursen e Salter (2006); Piller e Walcher (2006); Lichtenthaler

(2008); Spithoven et al (2010); Wikhamn (2013); Ooms et al (2015)

Capacidade de Integrar

Conhecimento no processo de

Inovação

Wallin e Von Krogh (2010)

Criação de um time de inovação Chatenier et al. (2007); Mortara et al (2009); Chatenier et al 2010;

Ades et al. (2013)

Parceria com Empresas,

Universidades, Instituto de

Pesquisa, Clientes e

Fornecedores

Christensen et al (2005); Gassmann (2006); Dittrich e Duysters

(2007); Perkmann e Walsh (2007); Sarkar e Costa (2008); GOMES et

al (2009); Holmes e Smart (2009); Dahlander e Gann (2010); Enkel e

Gasmann (2010); Gassmann et al (2010); Ili et al (2010); Lazzarotti

et al (2010); Lee et al (2010); Li (2010); Mayer (2010); Mortara et al

(2010); Niehaves (2010); Santamaría et al (2010); Sjödin e Eriksson

(2010); Spithoven et al (2010); Wallin e Von Krogh (2010); Buganza

et al (2011); Inauen e Schenker-Wicki (2011); Lazzarotti e Manzini

(2011); Mention (2011); Dias e Escoval (2012); Ebersberger et al

(2012); Hsieh e Tidd (2012); Inauen e Schenker-Wicki (2012); Lee et

al (2012); Stoetzel (2012); Westergren e Holmström (2012);

Bellantuono et al (2013); Bueno e Balestrin (2013); Dąbrowska et al

(2013); Grimaldi et al (2013); Spithoven (2013); Wynarczyk (2013);

Breunig et al (2014); Cervantes e Meissner (2014); Dijk et al (2014);

Jacobfeuerborn (2014); Mina et al (2014); Paasi et al (2014); Razak

et al (2014); Tsai e Liao(2014); Arcese et al (2015); Aranha et al

(2015); Brunswicker e Vanhaverbeke (2015); Cagno et al (2015);

Lapointe e Guimont (2015); Michelino et al (2015); Olaru et al

(2015);

Indicadores para medir a

Inovação

Ebersberger et al (2012)

Programa de Capacitação Lee et al (2010); Mortara e Minshall (2011); Ades et al (2013);

Lapointe e Guimont (2015)

Adoção de Práticas,

Ferramentas ou métodos para

gestão da Open Innovation

Bergman et al (2009); Elmquist et al. (2009); Albors e Hervas-Oliver

(2010); Bianchi et al. (2010); Gassmann et al (2010); Sjödin e

Eriksson (2010); Slowinski e Sagal (2010); Stoetzel (2012);

Bellantuono et al. (2013); Breunig et al. (2014); Cervantes e Meissner

(2014); Brunswicker e Vanhaverbeke (2015)

Características de Processo Huizingh (2011); Theyel (2012)

Considerações Tecnológicas Gianiodis et al (2010)

Inteligência Coletiva e oferta de

uma Plataforma que pode ser

Estendido para Parceiros

Externos

Piller e Walcher (2006); Sarkar e Costa (2008); Ebner et al (2009);

Gomes et al (2009); Grøtnes (2009); Antikainen et al (2010); Ili et al

(2010); Arnold e Barth (2012); Ebersberger et al. (2012); Giangi

(2012); Hossain (2012); Lee et al (2012); Marjanovic et al (2012);

Bueno e Balestrin (2013); Leitner (2013); Martínez-Torres (2013);

Wikhamn (2013); Dijk et al (2014); Mina et al (2014); Mount e

102

Martinez (2014); Flores et al (2015); Mergel (2015); Seidel e

Langner (2015);

Critérios para selecionar

colaboradores

Keupp e Gasmann (2009); Albors e Hervas-Oliver (2010); Hartman e

Renold (2010); Yoon e Song (2014)

103

APÊNDICE D - MATRIZ ANTIIMAGEM

Po

líti

ca_

de_

Apo

io_

a_In

ov

ação

Po

líti

ca_

de_

Inse

rção_

do

s_E

los

_d

a_C

adeia

_n

o_

pro

cess

o_

de

_in

ovaçã

o

Cri

téri

os_

para

_S

eleci

on

ar_

Co

labo

rado

res

Cri

téri

os_

para

_A

trair

_

Co

labo

rado

res

Cap

acid

ade_d

e_A

bso

rver_

Co

onh

ecim

ento

Cap

acid

ade_d

e_In

teg

rar_

o_

Co

nhecim

en

to_n

o_

Pro

ces

so_

d

e_

Inov

ação

C

riaçã

o_

de_u

m_

Tim

e_de

_In

ovaçã

o

Parc

eria

s

Indic

ado

res_

par

a_m

edir

_a_I

no

vaçã

o

Pro

gra

ma_d

e_C

apaci

tação

Ad

oçã

o_

de_

Prá

tica

s_

Ferr

am

enta

s_ou

_M

étod

os_

para

_G

est

ão_

da_

OI

Cara

cteri

stic

as_

do_

Pro

ces

so

Co

nsi

der

ações_

Tec

no

log

icas

Inte

lig

ência

_C

ole

tiva_e

_p

lata

form

a_d

e_tr

oca

_d

e_C

on

heci

mento

Política_de_Apoio_a_Inovação ,751a -,282 -,071 ,025 -,222 -,081 ,194 -,032 -,004 -,006 ,039 -,188 -,045 ,161

Política_de_Inserção_dos_Elos_d

a_Cadeia_no_processo_de_inova

ção

-,282 ,764a ,022 -,209 ,094 ,151 -,215 -,295 -,056 -,050 ,025 ,069 ,135 -,344

Critérios_para_Selecionar_Colab

oradores

-,071 ,022 ,870a -,248 -,003 -,044 -,141 -,017 -,207 ,009 -,078 ,055 -,048 ,128

Critérios_para_Atrair_Colaborad

ores

,025 -,209 -,248 ,855a -,233 -,224 ,116 -,097 ,017 ,145 -,121 -,183 ,077 ,047

Capacidade_de_Absorver_Coonh

ecimento

-,222 ,094 -,003 -,233 ,842a -,204 -,224 -,158 ,022 -,197 ,156 ,028 -,240 ,025

Capacidade_de_Integrar_o_Conh

ecimento_no_Processo_de_Inova

ção

-,081 ,151 -,044 -,224 -,204 ,818a -,103 ,186 -,131 -,301 -,301 ,191 -,097 -,219

Criação_de_um_Time_de_Inova

ção

,194 -,215 -,141 ,116 -,224 -,103 ,845a ,040 -,306 -,008 -,024 -,155 -,064 ,039

Parcerias -,032 -,295 -,017 -,097 -,158 ,186 ,040 ,868a -,104 -,186 -,193 ,026 -,066 -,077

104

Indicadores_para_medir_a_Inova

ção

-,004 -,056 -,207 ,017 ,022 -,131 -,306 -,104 ,860a -,049 ,128 -,041 ,096 -,215

Programa_de_Capacitação -,006 -,050 ,009 ,145 -,197 -,301 -,008 -,186 -,049 ,817a -,045 -,129 -,003 ,219

Adoção_de_Práticas_Ferramenta

s_ou_Métodos_para_Gestão_da_

OI

,039 ,025 -,078 -,121 ,156 -,301 -,024 -,193 ,128 -,045 ,825a -,410 ,059 -,196

Caracteristicas_do_Processo -,188 ,069 ,055 -,183 ,028 ,191 -,155 ,026 -,041 -,129 -,410 ,823a -,183 -,107

Considerações_Tecnologicas -,045 ,135 -,048 ,077 -,240 -,097 -,064 -,066 ,096 -,003 ,059 -,183 ,843a -,300

Inteligência_Coletiva_e_platafor

ma_de_troca_de_Conhecimento

,161 -,344 ,128 ,047 ,025 -,219 ,039 -,077 -,215 ,219 -,196 -,107 -,300 ,792a

105

APÊNDICE E - NOVOS ELEMENTOS

Maior utilização

das parcerias Incentivo fiscal

Integração

entre as partes

da cadeia

produtiva

Disseminar o

conceito de

inovação e

participação entre

todos os seus

colaboradores

Debater e expor

os impactos

ambientais

(sociais,

econômicos e

biológicos)

Divulgação de

parcerias para

institutos de

ensino e pesquisa

Capacitação dos

Funcionários

Incentivos

tributário

Desenvolver

mecanismo para

reciclar todos os

materiais

utilizados na

energia solar e

eólica

Metodologias

de fomento para

inovação

Listamento de

possibilidades de

parceria

público/público e

público/privado

Discutir os processos de

obtenção e de novas

tecnologias

Comunicação

entre os elos da

cadeia

Compartilhamento

de resultados

Cooperação

entre os elos da

cadeia

Incentivo a

pesquisas

Incentivos

econômicos/financeiros

Divulgar o que

são os

impactos e

como eles

estão presentes

nas atividades

Colaboração

internacional entre

as universidades e

centros de

pesquisas

Conscientização

ambiental e

social

Mudanças na

política e

legislação do setor

Inovação na parte de

regulação Políticas claras Inovação “puxada”

Incentivo e

financiamento

por parte do

governo para

aquisição do

produto

Incentivos a

Inovação Isenção de impostos

Dispensa

tributária para

toda cadeia

‘Downstream

Programas e metas

do governo de

incentivos da área

Implementação

de obras de

energia

renovável em

todas as classes

sociais

Implantação

curricular nas

engenharias

voltada ao

Desenvolvimento

Sustentável

Facilitação e proteção

das patentes

Incentivo ao

espírito

empreendedor

e de gestor

Métodos/técnicas

de previsão mais

acurados para se

estimar a

densidade de

probabilidade de

ventos

Linhas de

Financiamento

Métodos/técnicas

de previsão mais

acurados para se

estimar a

intensidade de

radiação

Imposto zero para os

equipamentos de

produção

Inovação na

parte de

análise

ambiental

106