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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE SENSIBILIDADE DA CINÉTICA DO ZINCO E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM CRIANÇAS SUBMETIDAS AO TESTE VENOSO DE TOLERÂNCIA AO ZINCO LÚCIA DANTAS LEITE Natal - RN 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

SENSIBILIDADE DA CINÉTICA DO ZINCO E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM

CRIANÇAS SUBMETIDAS AO TESTE VENOSO DE TOLERÂNCIA AO ZINCO

LÚCIA DANTAS LEITE

Natal - RN 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

SENSIBILIDADE DA CINÉTICA DO ZINCO E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM

CRIANÇAS SUBMETIDAS AO TESTE VENOSO DE TOLERÂNCIA AO ZINCO

¨

Lúcia Dantas Leite

Orientador: Prof. Dr. José Brandão Neto

Natal - RN 2008

ii

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, como requisito para obtenção do Título

de Doutor em Ciências da Saúde.

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L533s

Leite, Lúcia Dantas.

Sensibilidade da cinética do zinco e avaliação nutricional em crianças submetidas ao teste

venoso de tolerância ao zinco / Lúcia Dantas Leite ___ Natal-RN, 2008.

66p.

Orientador: Prof. Dr. José Brandão Neto.

Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Centro de

Ciências da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

1. Zinco - tese. 2. Cinética - tese. 3. Avaliação nutricional - criança - tese. 4. Criança -

Avaliação nutricional - tese. I. Brandão Neto, José. II. Título

RN-UF/BS-CCS CDU: 615.32:57.08(043.3)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde:

Profa. Dra. Técia Maria de Oliveira Maranhão

Natal - RN 2008

iii

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

SENSIBILIDADE DA CINÉTICA DO ZINCO E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM

CRIANÇAS SUBMETIDAS AO TESTE VENOSO DE TOLERÂNCIA AO ZINCO

BANCA EXAMINADORA

Presidente da Banca: Prof. Dr. José Brandão Neto

Membros da Banca:

Prof. Dr. José Brandão Neto – UFRN

Prof. Dr. José Garrofe Dórea – UnB

Profa. Dra. Teresa Helena Macêdo da Costa – UnB

Profa. Dra. Ana Maria de Oliveira Ramos – UFRN

Profa. Dra. Técia Maria de Oliveira Maranhão – UFRN

Natal - RN 2008

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DEDICATÓRIA

v

À LourdesMinha nutriz

Minha mestra primevaMinha confiança

Minha admiraçãoMeu exemploMeu conforto

Meu apoioMeu valor

Minha MÃE

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por existir, por ser real e por ter me alcançado com seu amor

imensurável, incondicional e imerecido. Que os louros colhidos regressem a

Ele, fonte de toda inspiração, capacidade, possibilidade e conquista.

Aos meus pais que se doaram para que eu pudesse me construir e me

constituir enquanto pessoa, filha, irmã, mãe, amiga, cidadã, e profissional.

Obrigada por ser e ter um pouco de vocês.

À minha filha, Júlia, por ser o motivo do meu sorriso.

Aos meus irmãos pelo amor compartilhado, pelo apoio concedido, pela

cumplicidade experimentada e pelo exemplo testemunhado.

Aos meus amigos pela companhia valorosa e pelos momentos intensos de

alegria.

Ao meu orientador, Prof. Dr. José Brandão Neto, pelo crédito a mim conferido,

pela dedicação dispensada, pelo conhecimento compartilhado, pelas lições

acrescentadas, por me fazer enxergar o despercebido e me ensinar a ler as

entrelinhas da vida.

Às crianças participantes deste trabalho, pela sua confiança em nós depositada

e pelo carinho concedido que tornaram aqueles dias especiais.

A todos que contribuíram, direta ou indiretamente, para a realização deste

trabalho: professores, funcionários e colaboradores.

vi

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA v

AGRADECIMENTOS vi

RESUMO viii

1. INTRODUÇÃO 1

2. REVISÃO DA LITERATURA 3

3. ANEXAÇÃO DE ARTIGO 13

4. COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E SUGESTÕES 37

5. REFERÊNCIAS 45

6. APÊNDICE 51

7. ABSTRACT 60

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RESUMO

O zinco é um micronutriente essencial à vida, com inúmeras funções no organismo

humano, acarretando prejuízos significativos na sua deficiência. Embora existam

vários parâmetros para detectar a sua deficiência, nenhum é fidedigno,

principalmente quando essa é subótima. As crianças por estarem em intenso

crescimento e desenvolvimento constituem um grupo de risco para a deficiência

subótima desse micronutriente. Diante disso, este estudo, de caráter multidisciplinar,

objetivou investigar a sensibilidade da cinética do zinco em detectar alterações do

seu estado corporal, induzida pela suplementação oral de 5 mg do elemento zinco

por dia. Para tanto, realizou-se o Teste Venoso de Tolerância ao Zinco em crianças

de 6 a 9 anos oriundas da rede municipal de ensino. Além disso, verificou-se o

estado nutricional dessas crianças mediante o Índice de Massa Corporal e a

ingestão de calorias, proteínas, lipídios, carboidratos, fibras, cálcio, ferro e zinco.

Esses dados foram coletados em momentos distintos - antes e após a

suplementação trimestral de zinco - de forma que as crianças foram controles delas

mesmas. Dentre as 42 crianças estudadas, 76,2% apresentaram peso saudável. No

período do estudo não houve variação da ingestão alimentar e apenas o consumo

de calorias, cálcio e fibras estiveram abaixo das recomendações. Embora verificado

normalidade nos níveis séricos e da depuração de zinco antes da suplementação,

observou-se aumento significativo desses níveis após suplementação oral. Concluiu-

se que a cinética do zinco é um parâmetro sensível para detectar alterações no seu

estado corporal, mesmo em crianças sem deficiência desse mineral. Ademais, a

cinética mostrou uma resposta positiva à suplementação, podendo ser um

parâmetro avaliador para eficácia dessa terapia.

Palavras-chave: zinco, cinética, teste venoso de tolerância ao zinco, avaliação

nutricional, crianças.

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1. INTRODUÇÃO

O zinco é um abundante elemento traço encontrado no reino vegetal e animal,

sendo essencial à vida. A compreensão da sua importância teve marco com Raulin

em 1869 que descreveu, pela primeira vez, a necessidade desse micronutriente para

o crescimento do fungo Aspergillus niger 1. Desde então, tem se multiplicado o

conhecimento sobre o zinco, assim como sua aplicabilidade em diversas áreas,

inclusive na esfera da saúde. Estudos científicos têm pretendido descortinar cada

vez mais a atuação desse elemento traço no organismo, suas alterações e seus

efeitos em condições clínicas específicas, abrangendo os diferentes ciclos da vida e

inúmeras co-morbidades.

As crianças de baixa renda dos países em desenvolvimento, e em idade

escolar, constituem um grupo de risco para a deficiência de zinco. A carência desse

micronutriente nessa faixa etária pode trazer conseqüências como atraso no

crescimento e desenvolvimento, hiporexia, supressão do sistema imune e dano a

função cognitiva, dentre outras. A magnitude dessas conseqüências é proporcional à

severidade da sua deficiência 2. Nos países em desenvolvimento essa deficiência é

um dos dez fatores mais importantes para o agravamento de doenças com alta

mortalidade. Além disso, a suplementação de zinco pode reduzir a mortalidade

infantil no mundo em 63% 3.

Diversos parâmetros laboratoriais avaliam o estado corporal de zinco (no

plasma, soro, eritrócito, plaqueta, leucócito, cabelo, suor, urina e as atividades de

enzimas zinco dependentes). Mas, nenhum deles é completamente fidedigno,

principalmente na detecção de uma deficiência subótima desse micronutriente.

Concentrações séricas e plasmáticas de zinco são índices convenientes, mas pouco

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sensíveis, podendo não refletir seu estado corporal 4. Dessa forma, com a

inexistência de um padrão-ouro, surgem os estudos de cinética como ferramenta

versátil na tentativa de avaliar de forma mais precisa o estado corporal de zinco 5,6.

Motivados a testar a hipótese de que a cinética é um parâmetro sensível para

avaliar alterações do estado corporal de zinco, e considerando a importância de sua

aplicabilidade na detecção da deficiência subótima em grupos de risco, justificamos

a realização do presente estudo multidisciplinar prospectivo de intervenção.

Estudamos 42 crianças de 6 a 9 anos, oriundas da rede municipal de ensino

(Escola Municipal Laura Maia – Natal/RN), antes e após a suplementação oral

trimestral de zinco (5 mg/dia). O desenho experimental aplicado permitiu estudar o

mesmo grupo em momentos distintos, possibilitando que ele fosse controle dele

mesmo. A cinética foi baseada em modelo de um compartimento, mediante

execução do Teste Venoso de Tolerância ao Zinco (TVTZn), injetando 0,065

mg/Zn/kg de peso corporal. Além disso, foi avaliado o estado nutricional dessas

crianças mediante o Índice de Massa Corporal (IMC) e consumo alimentar, como

possíveis variáveis influenciadas e/ou influenciadoras do estado corporal de zinco.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. características químicas do zinco

O zinco é um metal sólido, branco-azulado, praticamente insolúvel em álcool

e água, mas solúvel em ácidos diluídos. Ele compõe o grupo IIB da tabela periódica,

com o número atômico 30 e massa atômica 65.380. Possui ponto de fusão a

419,5 °C e ponto de ebulição a 908 °C 7.

O zinco difere dos outros metais de transição, pois não participa de reações

redox e age como ácido de Lewis para aceitar um par de elétrons, fazendo com que

seja um íon estável. Ele ocorre naturalmente como 5 isótopos estáveis: 64Zn, 66Zn,

67Zn, 68Zn, 70Zn. Geralmente se complexa com aminoácidos, peptídios e

nucleotídios, e tem afinidade com grupos tióis e hidrogênio 8.

2.2. Distribuição corporal do zinco

Do ponto de vista nutricional, o zinco é um dos mais importantes

micronutrientes do organismo humano. Um indivíduo adulto possui cerca de 1,5 a

2,5 g de zinco, distribuído em todos os órgãos, tecidos, fluidos e secreções 9. No

entanto, a sua maior parte encontra-se nos músculos e nos ossos, atingindo em

torno de 83% do zinco corporal total 10.

No sangue, cerca de 80% do zinco é encontrado nos eritrócitos e 16% no

plasma, ligado principalmente à albumina. Sua concentração plasmática normal é

aproximadamente 100 mg/dL. Apesar de representar aproximadamente 0,1% do

conteúdo corporal, o zinco plasmático é a fonte primária desse mineral para todas as

células, tendo uma dinâmica rápida e estando sob controle homeostático

constante 8.

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O trato gastrintestinal é o maior sítio de regulação da homeostase do zinco

devido aos ajustes na absorção e excreção fecal desse mineral. Todavia, a sua

excreção renal, sob influência de ingestões extremas, também participa desse

controle, o qual é complementado pela sua redistribuição celular e tecidual 11.

Na ingestão muito baixa de zinco a longo prazo, esses controles

homeostáticos podem não ser suficientes para reparar sua deficiência, ocasionando

um balanço negativo desse micronutriente. No entanto, a sua perda não é uniforme

dentre os tecidos. As suas concentrações no cabelo, na pele, no coração e no

músculo esquelético permanecem constantes a priori, enquanto as do plasma,

fígado e ossos caem significantemente, exceto em casos de deficiência subótima 11,

onde uma rápida mobilização de zinco é constatada 12.

2.3. Funções do zinco

O zinco apresenta múltiplas funções metabólicas e fisiológicas no organismo

humano. Ele está envolvido na atividade de mais de 300 metaloenzimas,

desempenhando papel catalítico, estrutural, regulatório ou, simplesmente, de

estabilização 1.

Dentre as principais funções do zinco no organismo, destacam-se a

participação no metabolismo de macronutrientes e ácidos nucléicos, no crescimento

e desenvolvimento normais, no funcionamento adequado do sistema imunológico,

na defesa antioxidante, na função neurosensorial como a palatabilidade e a olfação,

e na transcrição e tradução de polinucleotídios 13.

Na literatura encontramos a importante atuação do zinco na endocrinologia 14,

na imunidade 15, na neurotransmissão 16, no controle do apetite 17, e na apoptose 18.

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2.4. Deficiência e toxicidade do zinco

Considerando as diversas funções do zinco no organismo torna-se fácil

compreender as repercussões danosas de sua deficiência. Numa deficiência

subótima desse micronutriente o organismo mobiliza as reservas corporais e tenta

manter o equilíbrio homeostático mediante aumento da taxa de absorção e

diminuição da excreção. Todavia, uma deficiência grave pode gerar: anorexia,

retardo no crescimento e desenvolvimento, prejuízo na cicatrização, intolerância à

glicose, hipogonadismo, impotência sexual e atrofia testicular, atraso na maturação

sexual e esquelética, restrição da utilização de vitamina A, fragilidade osmótica dos

eritrócitos, diminuição da atividade da interleucina-2, imunossupressão, hipogeusia,

desordens de comportamento, aprendizado, memória e humor, diarréia, dermatite, e

alopécia 8,10.

A toxicidade do zinco em humanos é rara. O organismo não estoca grandes

quantidades, pois o excesso ingerido está relacionado a uma maior excreção

fecal 18. Porém, quando ocorre promove sintomas tóxicos como gosto metálico,

náusea, vômitos, dor epigástrica, diarréia, letargia, fadiga, mialgia, febre e

imunossupressão. Além disso, o excesso de zinco pode provocar diminuição do

colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL), redução das concentrações

plasmáticas de cobre e ferro 9.

2.5. Metabolismo do zinco

As principais fontes alimentares de zinco são leite, ovos, carnes vermelhas e

frutos do mar, principalmente a ostra 8. A sua biodisponibilidade é influenciada pela

proteína da dieta, pelo conteúdo de hexafosfato de inositol (fitato), e pelas interações

com competidores antagonistas 19. A sua absorção é otimizada por uma dieta rica

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em proteínas de origem animal, consideradas de alto valor biológico. Em

contrapartida, os fitatos, presentes em cereais, leguminosas e outros vegetais, têm

efeito depressivo sobre a absorção desse micronutriente em humanos devido à

capacidade de se quelar a esse mineral induzindo sua excreção. Quanto às

interações verifica-se que pode haver competição pré-absortiva entre zinco e ferro,

zinco e cálcio, zinco e cádmio, e zinco e cobre 20.

Apenas 20-30% do zinco ingerido é absorvido, principalmente no duodeno

distal e jejuno proximal. A maior parte é absorvida ativamente mediante processo

saturável. Entretanto, numa ingestão elevada desse micronutriente observa-se

também uma absorção passiva 21. Nesses processos há relevante participação dos

transportadores de zinco, inclusive sobre o controle homeostático 22. A expressão

gênica desses transportadores é modulada em resposta à oferta de zinco 23.

Após a absorção, o zinco é liberado pela célula intestinal para os capilares

mesentéricos até o sangue portal, sendo captado rapidamente pelo fígado e

distribuído aos tecidos. A albumina é a principal proteína transportadora do zinco

plasmático, de forma que 70% estão ligados a ela na circulação sanguínea. A sua

excreção ocorre principalmente por meio dos rins, do intestino e da pele. As perdas

endógenas intestinais variam de 0,5 a 3,0 mg/dia. As perdas urinárias variam de

300-600 mg/dia. No entanto, 95% do zinco são reabsorvidos na parte distal do

túbulo renal 8.

2.6. Crianças como grupo de risco para deficiência de zinco

A deficiência subótima de zinco é um problema nutricional comum ao redor do

mundo, e especialmente em crianças de países em desenvolvimento. Todavia, é de

identificação difícil 24. Devido ao seu papel essencial no crescimento, as crianças

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possuem maior requerimento desse mineral (por kg de peso corporal) que os

adultos 25,26. Por conseguinte, sabe-se há certo tempo que a deficiência subótima de

zinco pode ocorrer mesmo em crianças consideradas saudáveis 27. Essa deficiência

tem sido relatada em crianças de baixa renda de vários países, ocasionando limites

no crescimento e desenvolvimento, além de danos à função cognitiva e maior

morbidade 28,29,30,31.

Pesquisadores avaliaram o nível de zinco e sua relação com os percentis de

crescimento de 114 crianças de 6 a 14 meses. Eles encontraram que 37% dessas

crianças estavam abaixo do percentil 10, para idade e altura, e peso e altura, e

apresentavam baixo nível de zinco plasmático 32.

Em estudo verificou-se a existência de uma significativa deficiência moderada

de zinco em crianças rurais mexicanas, cuja causa principal era uma dieta rica em

alimentos de origem vegetal. As conseqüências mais observadas foram maior

suscetibilidade a infecções, diarréia freqüente, alterações no crescimento e no

desenvolvimento cognitivo 33.

Em outro estudo, também foi observado alta prevalência de deficiência de zinco

em crianças mexicanas, sendo maior na faixa etária inferior a 2 anos (34%) que em

idade escolar (19-24%) 34.

No Brasil, poucos estudos populacionais sobre o estado corporal de zinco têm

sido publicados, e os existentes mostram ocorrência significativa de baixas

concentrações desse micronutriente no cabelo ou no plasma de indivíduos

estudados, sendo estes principalmente crianças 35.

Ainda no Brasil, em estudo mais recente, verificou-se que dentre as 58 crianças

estudadas, com idade média de 23,5 meses, todas apresentaram baixos níveis de

zinco plasmático (< 70 μg/dL) no início do estudo. Esse quadro foi revertido no grupo

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suplementado com 10mg de sulfato de zinco por período de 4 meses 36. Todavia, em

estudo transversal de 1 ano, avaliando-se grupo de 182 crianças, observou-se baixa

prevalência de deficiência de zinco, atingindo apenas 0,5% da amostra, com nível

sérico de zinco < 65 μg/dL 37. Provavelmente os resultados contraditórios desses

estudos devem-se a inexistência de um marcador biológico confiável para esse

micronutriente.

As possíveis causas relativas à deficiência subótima de zinco, em crianças de

países em desenvolvimento, englobam a baixa ingestão alimentar desse

micronutriente, a presença de fatores que afetem sua biodisponibilidade ou as

necessidades aumentadas, como o fato das crianças estarem em crescimento e

desenvolvimento. A prevenção e o tratamento dessa deficiência podem ser

alcançados por meio de uma orientação nutricional adequada, da fortificação de

alimentos ou mesmo da suplementação de zinco 10.

Muitos estudos, realizados em vários países, têm objetivado avaliar o efeito da

suplementação de zinco no crescimento de crianças. No entanto, esses estudos

ainda são controversos. Possivelmente a variabilidade de seus resultados é

decorrente do seu estado corporal antes da suplementação, da quantidade e da sua

biodisponibilidade na dieta local, além da incidência de infecções entre as crianças.

Ademais, aspectos metodológicos como dose, forma química do zinco e duração da

suplementação são fatores que também podem influenciar os resultados 38.

Considerando que o atraso no crescimento e na maturação sexual de crianças

com anemia falciforme pode ser devido, em parte, à deficiência moderada de zinco,

Zemel et al. suplementaram 10 mg de zinco/dia em crianças de 4 a 10 anos de

idade, com essa condição clínica. Os autores observaram que, após 12 meses, o

grupo suplementado apresentou significativamente melhor crescimento que o grupo

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controle 39. O zinco plasmático também é um parâmetro insensível para avaliar seu

estado corporal em crianças com anemia falciforme. Assim sendo, a sua

suplementação é sugerida nessas crianças com atraso no crescimento, mesmo

possuindo níveis plasmáticos normais 40.

O efeito da suplementação de zinco no crescimento linear parece depender se

esse micronutriente é limitante na dieta. Em estudo duplo-cego, Fahmida et al.

estudaram o efeito da suplementação de zinco, isolado (10mg Zn /dia) ou associado

com ferro (10mg Zn + 10 mg Fe/dia), ou ainda com ferro e vitamina A (10mg Zn + 10

mg Fe + 1000 UI vitamina A/dia), em 800 crianças com 3 a 6 meses de vida, durante

6 meses. Os autores observaram que as crianças com atraso no crescimento que

receberam a suplementação de zinco associado ao ferro, com ou sem vitamina A,

cresceram 1,1 a 1,5 cm mais que aquelas que receberam o placebo 41.

No entanto, em estudo anterior, a suplementação combinada de zinco e ferro

melhorou o estado corporal desses micronutrientes em crianças, mas não houve

diferença significativa no crescimento das crianças que receberam suplemento de

zinco isolado ou combinado ao ferro 42. Resultados semelhantes foram observados

por Wasantwisut et al. Segundo eles, a suplementação combinada de zinco e ferro

deve ser preferível à isolada, entretanto, as interações entre esses compostos

precisam ser consideradas 43.

Diversos estudos têm avaliado o efeito da suplementação de zinco, seja isolada

ou não, sobre o crescimento de crianças. Geralmente o tempo médio de

suplementação é em torno de 6-7 meses. Observa-se que o efeito parece ser

positivo em crianças com deficiência desse micronutriente ou com atraso no

crescimento. Todavia, a magnitude desse efeito depende de inúmeros fatores. O

crescimento é um processo influenciado por diversos determinantes nutricionais e

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não-nutricionais que interagem entre si e essa interação ainda não é completamente

compreendida 44.

2.7. Avaliação do estado corporal de zinco e estudos de cinética

Não é novidade que os diversos parâmetros existentes para avaliação do

estado corporal de zinco, sejam medidas estáticas, testes funcionais ou cinéticos,

apresentem desvantagens que interfiram na fidedignidade dos mesmos 6.

Consequentemente, a detecção absoluta de uma deficiência de zinco carece de um

parâmetro clínico fiel até os dias atuais 37.

O zinco plasmático é amplamente utilizado como biomarcador do seu estado

corporal, mas possui baixa sensibilidade e especificidade, devido ao grande controle

homeostático existente. Apenas numa deficiência grave é que há redução

significativa dos níveis plasmáticos desse mineral 45. A resposta clínica a uma

suplementação de zinco, em grupos de risco, parece ser uma boa forma de se

detectar uma deficiência. O crescimento já é observado como resposta positiva à

suplementação de zinco, mesmo em crianças com níveis plasmáticos iguais a 70

mg/dL 38,46.

Entretanto, outros parâmetros têm surgido com perspectivas promissoras. A

genômica e a proteômica têm sido alvo de estudos para avaliar os genes regulados

pelos níveis de zinco, tornando sua expressão e seus produtos protéicos possíveis

marcadores do seu estado corporal. Acredita-se que essas investigações ajudarão a

avançar o conhecimento sobre a sua homeostasia celular e definir marcadores mais

precisos para avaliação do estado desse micronutriente. Segundo Wood, dois genes

de leveduras correlativos a genes de mamíferos merecem atenção minuciosa como

possível biomarcador do estado de zinco 47. Já Andree et al. (2004) sugerem a

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expressão do gene transportador de zinco (ZIP1) como possível biomarcador do seu

estado corporal em humanos 48.

Na tentativa de obter sensibilidade e especificidade na avaliação do estado

corporal de zinco, os estudos de cinética, não muito recentes, também têm

contribuído para uma melhor compreensão do metabolismo de zinco em humanos e

animais.

A cinética é o estudo do comportamento de uma determinada substância num

organismo em um determinado tempo. Administrando uma substância em um

sistema é possível conhecer, mediante equações matemáticas, informações sobre

sua flutuação, sua concentração e suas taxas de transporte e excreção no decorrer

de um determinado tempo. Essas informações cinéticas podem ser influenciadas por

fatores dietéticos, ambientais, genéticos e fisiopatológicos. Os estudos de cinética

são compostos pelas etapas de administração, mensuração e análise, e podem

envolver um ou mais compartimentos orgânicos 49.

Alterações no metabolismo do zinco ocorrem em várias circunstâncias

fisiopatológicas e os estudos de cinética podem ser utilizados para identificar esses

sítios de alteração, compreendendo melhor a flutuação, a distribuição e a

homeostasia desse micronutriente 49.

O TVTZn é uma forma de se avaliar a cinética do zinco, mediante o modelo

de um compartimento. Nesse teste, após a sua administração venosa, são coletados

parâmetros como concentrações sérica e urinária em tempos seqüenciais. Esses

dados primários são aplicados em equações matemáticas e geram parâmetros

cinéticos, como a constante de eliminação (Kel), o volume de distribuição (Vd) e a

depuração de zinco (CZn), dentre outros.

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Primeiramente, Nakamura et al. estudaram parâmetros cinéticos do zinco em

pacientes com doença de Crohn 5. Dando prosseguimento, eles avaliaram a sua

cinética em crianças com diabetes mellitus tipo I e propuseram que a avaliação da

depuração de zinco corporal total, após injeção de 0,065 mg Zn/kg peso corporal,

pudesse ser um eficiente parâmetro para caracterizar sua deficiência subótima ou

grave 50. Posteriormente, eles afirmaram que uma deficiência subótima e moderada

de zinco pode ser detectada com CZn ≥ 20mL/kg/h 51.

Baseados nos estudos de Nakamura, Kaji et al. 52 encontraram CZn ≥

20mL/kg/h em 9 crianças, dentre as 30 estudadas, mesmo com valores normais de

zinco sérico. Eles concluíram que o parâmetro de CZn é mais sensível que o sérico

para detectar uma deficiência subótima desse micronutriente 51.

Esses foram os principais estudos que motivaram a realização desta pesquisa

e fundamentaram nossa discussão teórica.

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3. ANEXAÇÃO DE ARTIGO

Periódico: Journal of the American College of Nutrition

ISSN: 0731-5724

Qualis: Internacional A (Medicina II da CAPES)

Fator de impacto: 2,45

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Title:

Sensitivity of zinc kinetics and nutritional assessment of children submitted to venous

zinc tolerance test

Running title:

Zinc kinetics in children

Authors:

Lúcia Dantas Leite1, Nutr, PhD fellow

Érika Dantas de Medeiros Rocha1, Nutr, Masters fellow

Maria das Graças Almeida2, Pharm, PhD

Adriana Augusto Rezende2, Chem, PhD

Aldo da Cunha Medeiros3, MD, PhD

Carlos Antônio Bruno da Silva4, MD, PhD

Mardone Cavalcante França5, BStat, PhD

Júlio Sérgio Marchini6, MD, PhD

José Brandão-Neto7*, MD, PhD

1Postgraduate Program in Health Sciences (PPGCSA), Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN), Natal-RN, Brazil 2Department of Clinical Analyses, UFRN 3Department of Surgery, UFRN 4Department of Nutrition, UNIFOR 5Department of Statistics, UFRN6Division of Clinical Nutrition, USP-RP 7Department of Internal Medicine, UFRN

*Address reprint request to: José Brandão-Neto, MD, PhD, Department of Internal

Medicine, CCS-UFRN, Av. Gal. Gustavo Cordeiro de Farias, s/n, Petrópolis, CEP 59

010-180, Natal/RN, Brazil, E-mail [email protected]

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Abstract

Objective: The purpose of this study was to investigate the kinetics of this

micronutrient in schoolchildren between the ages of 6 and 9 years, of both sexes, and to

verify its sensitivity in detecting alterations in body zinc status.

Methods: Nutritional assessment was performed by body mass index. Food intake,

venous zinc tolerance test and zinc kinetics were carried out before and after 3-month

oral zinc supplementation.

Results: Of the 42 children studied, 76.2% had healthy weight. Only energy, calcium

and fiber intake were suboptimal before and after oral zinc supplementation. Serum zinc

and total-body zinc clearance, although at normal levels, increased significantly after

zinc supplementation.

Conclusion: We concluded, therefore, that kinetics is a sensitive tool for detecting

changes in body zinc status, even in children without a deficiency of this mineral.

Furthermore, kinetics showed a positive response to supplementation and may be a

sensitive parameter to evaluate the efficacy of this therapy.

Keywords: zinc kinetics, venous zinc tolerance test, nutrition, children

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INTRODUCTION

The interest of zinc in human nutrition has been steadily increasing in the last few

decades. Zinc has several recognized functions in metalloenzymes, including catalytic,

structural, regulatory and noncatalytic roles [1]. It participates in the regulation of

genetic expression, cell division and in important biochemical pathways [2]. Zinc acts

as a transcription factor, antioxidant, anti-inflammatory, and immunomodulator. Zinc

fingers have a structural role in transcription factors, and are an essential part of gene

expression and regulation. Besides this activity, they act in signal transduction, cell

proliferation and apoptosis [3]. As an antioxidant, zinc protects biological structures

from damage caused by free radicals. It maintains an adequate level of metallothioneins,

is an essential component of superoxide desmutase, is a protective agent for thiols, and

prevents the interaction between chemical groups with iron to form free radicals [4].

Zinc affects both nonspecific and specific immune function at a variety of levels. In

terms of nonspecific immunity, zinc affects the integrity of the epithelial barrier,

neutrophil function, natural killer cells, monocytes, and macrophages. With regard to

specific immunity, lymphopenia and declined lymphocyte function occur, as do

alterations in the balance of T helper cell populations (TH1 and TH2) and cytokine

production. All kinds of immune cells show decreased function after zinc depletion

[2,5].

In addition, zinc also plays an important role in growth and development, and in

optimizing the sense of smell, taste and appetite. Thus, the deficiency of this

micronutrient can lead to serious health problems [6,7].

Zinc deficiency may be caused by low intake, by a diet low in animal protein, or high in

phytates, which compromises its bioavailability [8,9]. The presence of preabsorption

antagonists such as iron, calcium, cadmium and copper, may also compromise its

absorption. In addition to these factors, zinc deficiency may be caused or intensified by

clinical conditions where there is absorption compromise, above normal losses or

increased demands, such as in pregnant and nursing women, growing children, protein-

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calorie malnutrition, hypermetabolism, and specific diseases such as sickle cell anemia

and diabetes mellitus [10-12].

Preventive measures or correction of zinc deficiency consist of food intervention, food

fortification and supplementation. Several studies have shown the benefits of zinc

supplementation in children with risk of zinc deficiency [13-15]. To achieve these

benefits, correct planning in type of supplement, its pharmacological form, dosage, and

administration frequency is essential, considering the need or not of an association with

other nutrients [2].

There is still a lack of studies that assess the effectiveness of zinc supplementation in

children, by comparing daily or weekly frequency, as well as binomial duration/dose.

The Recommended Dietary Allowances (RDA) of zinc for children aged 4 to 8 years

and 9 to 13 years is 5 mg/day and 8 mg/day, respectively [16]. These values correspond

to the recommended daily food ingestion. The International Zinc Nutrition Consultative

Group (IZiNCG), in turn, suggests supplementation of 10 mg of zinc/day for children

and adolescents between the ages of 4 and 18 years with risk of zinc deficiency [2].

Zinc deficiency and its effects have been studied in a child population as well as the

effect of supplementation as an intervention measure [17]. Although some symptoms of

insufficient zinc intake are not specific of its deficiency per se, it is important to

investigate this possibility.

Different approaches try to assess body zinc status, such as zinc in plasma, serum,

erythrocytes, platelets, leukocytes, hair, sweat, urine and metalloenzyme activities.

However, there is no “gold standard”, since homeostatic control of the organism makes

it impossible to measure deficiency [18]. Therefore, detecting and diagnosing a

marginal deficiency of this micronutrient is difficult because of the unreliability of these

parameters [19,20].

In this context, kinetic studies have been used as versatile tools for assessing body zinc

status more accurately [21,22]. Kinetic parameters based on compartmental models

evaluate absorption, distribution and body zinc excretion. They provide data on sudden

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changes in zinc status that would not be detected in other known parameters, mainly if

used individually [2]. Kinetic studies are also important to understand the

physiopathological aspects of zinc metabolism on marginal child deficiency.

The venous zinc tolerance test (VZnTT) was first described in the study of a number of

zinc kinetic parameters in human beings [23]. It was used to determine if it was more

reliable than serum zinc and other biological materials in estimating a marginal status of

zinc nutrition. This test can be used in any population of children. It is not very

invasive, and is easy and quick to apply.

In a study of zinc kinetics in children with type I diabetes mellitus, researchers proposed

the assessment of total-body zinc clearance (CZn), after injection of 0.066 mg Zn/kg

body weight, as an efficient parameter for characterizing marginal or severe zinc

deficiency [24].

Given the role of zinc, the seriousness of its deficiency in children and the nonexistence

of an ideal method for assessing its real body status, the purpose of this research was to

report the kinetic results of this micronutrient in children aged 6 to 9 years, before and

after oral zinc supplementation.

MATERIAL AND METHODS

Subjects

The sample comprised 42 children, aged from 6 to 9 years, of both sexes, from three

municipal schools in the city of Natal, Brazil, who were authorized by their parents or

guardians to take part in the study. Children with acute, chronic, infectious or

inflammatory diseases and those who had undergone surgery or were using vitamin-

mineral supplements were excluded. The project was approved by the Research Ethics

Committee of Onofre Lopes University Hospital (CEP-HUOL) at UFRN, Brazil.

Experimental Design

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In this study, all 42 children were submitted to VZnTT and nutritional assessment,

before and after 3-month oral zinc supplementation. The same children were submitted

to total-body zinc clearance during VZnTT. All procedures were performed between

7:00 and 10:00 a.m. (Fig. 1).

Nutritional Assessment

Anthropometric measurement

The assessment of nutritional status was based on body mass index (BMI). BMI is

calculated using child’s weight and height and is then used to find the corresponding

BMI-for-age percentile for child’s age and sex. We collected weight, height and age

data, as per literature recommendations [25]. Growth curves published by the Centers

for Disease Control and Prevention (CDC) for individuals from 2 to 20 years of age

were used as reference [26]. Calculations and classificatory results were performed and

obtained using the online BMI calculator on the CDC website

(http://apps.nccd.cdc.gov/dnpabmi/Calculator.aspx).

BMI-for-age weight status categories and the corresponding percentiles are:

underweight category (less than 5th percentile); healthy weight category (5th percentile

to less than 85th percentile); risk of overweight category (85th percentile to less than 95th

percentile); overweight category (95th percentile or greater).

Food intake evaluation

Energy, protein, lipid, carbohydrate, fiber, calcium, iron and zinc intake were assessed

using the 3-day prospective food diary. During this period, the parents or guardians

recorded all the food items consumed by the children. A composition analysis of the

diet was then performed using NutWin 1.5 software from the Department of Health

Information Technology of the Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM, Brazil).

Venous zinc tolerance test

This test was initiated at 7:00 a.m. after a 12-h fast. All subjects remained in dorsal

decubitus throughout the test. An antecubital vein in each forearm was punctured and an

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infusion device was installed and maintained with physiological saline (zinc free). The

bladder was emptied and the urine discarded, and the time was recorded. Intravenous

administration of 0.06537 mg/Zn/kg of body weight (1 μmol ZnSO47H2O) over a period

of 1 min was started at time 0 min (8:00 a.m.). Next, 2.5 mL of blood samples were

collected from the contralateral arm at -30 (before zinc injection), 30, 60, 90 and 120

min [24]. During this period, each child ingested 4 mL of ultra pure water/kg body

weight (Milli-Q Plus, Millipore, Billerica, MA, USA), to facilitate urine collection 120

minutes after zinc injection (Fig. 2). Urine volume was then determined in metal-free

measuring cylinders.

Kinetic approach

The procedures were performed between 8:00 and 10:00 a.m. after anthropometric

assessment, and consisted of emptying the bladder, ingesting ultra pure water and the

puncture of a forearm vein without a tourniquet [27]. More details are specified in the

venous zinc tolerance test.

Serum zinc level declined exponentially for up to 120 min after intravenous injection.

Total body zinc clearance (CZn) was calculated using the following equation:

CZn = Kel x Vd

where Kel is the elimination constant of serum zinc and Vd is distribution volume. ΔCo,

Kel, and Vd were calculated as follows:

ΔCo = Cp - Co

Kel = 0.693/T1/2

Vd = dose i.v./ ΔCo

Cp is the theoretical serum zinc concentration immediately after the injection, as

calculated from the serum concentration versus the time profile; Co is the basal serum

zinc concentration; ΔCo means the difference between Cp and Co; T1/2 is the biological

half-life of serum zinc calculated directly from the serum concentration versus the time

profile [24].

Zinc supplementation

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All children were supplemented with 5 mg Zn/day for 3 months, i.e., exactly 90 d. Five

drops were added to milk or juice every morning. Zinc ingestion was controlled every

two weeks by the same observer. The follow-up visit occurred immediately after the

zinc supplementation period.

Drugs, sample collection, and analysis

ZnSO4.7H2O was purchased from Merck (Darmstadt, Germany). The ampoules were

prepared at the InjectCenter – Manipulação de Injetáveis, Ribeirão Preto - SP, Brazil.

Each ampoule contained 5 mL = 40 μmol ZnSO4.7H2O. The syrups were prepared at the

Pharmacotechnical Laboratory of the Department of Pharmacy, UFRN. Each drop

contained 1 mg of elemental zinc.

Blood samples were obtained by puncturing a forearm vein without a tourniquet.

Samples showing hemolysis were discarded because erythrocytes are rich in zinc [28].

All procedures related to manipulation of zinc samples were performed according to

international standards for prevention of zinc contamination of the environment [29].

The blood samples were placed in metal-free tubes without anticoagulants and kept at

37oC for 120 min in the sterilizer until clot formation. After that, 500 μL of the serum

was collected with metal-free plastic pipettes and transferred to metal-free plastic tubes

containing 2000 μL of ultra pure water to dilute the serum. The samples were kept at -

20 oC until analysis [30].

SZn was measured by atomic absorption spectrophotometer (Spech AA-200, Varian,

Victoria, Australia) according to the manufacturer’s instructions. Sensitivity was 0.01

μg/mL, intra-assay coefficient of variation was 2.37%, and reference values were 70 to

120 μg/dL. No side effects were reported after intravenous zinc administration.

Other biochemical parameters such as total protein, hematocrit, hemoglobin, serum and

urinary creatinine, were determined using standard clinical laboratory methods:

hemogram (Micros 60-OT, ABX Diagnostics, Montpellier, France) biochemical

parameters (RA-50, Bayer Diagnostics, Dublin, Ireland), and urine analysis (RA-50,

Bayer Diagnostics, Dublin, Ireland).

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Statistical analysis

We used Student’s t-test for paired samples (before and after supplementation), using

GraphPad Prism 5.0 (GraphPad Software, Inc, San Diego, CA, USA). A p-value of <

0.05 was accepted as significant.

RESULTS

A total of 42 schoolchildren, aged between 6 and 9 years were studied. Forty-eight

percent (n=20) were boys and fifty-two percent (n=22) were girls. According to BMI,

21.4% (n=9) had low weight, 76.2% (n=32) had healthy weight, 2.4% (n=1) were

borderline overweight, and none were overweight (Fig. 3). Food intake, consisting of

energy, macronutrients, fibers, calcium, iron, and zinc, showed no significant difference

before and after zinc supplementation, remaining constant during the 3-month study.

However, we found that energy, calcium, and fiber consumption was suboptimal, given

that it was below recommended levels (Table 1).

All the pharmacokinetic parameters studied (SZn, T½, Kel, Vd and CZn), were

significantly different before and after zinc supplementation, except Vd (Fig. 4 and 5,

Table 2).

Other serum biochemical parameters, before and after zinc supplementation, such as

total protein and creatinine, were in the normal range. Hematocrit, hemoglobin and

urinary creatinine were also normal (data not show).

DISCUSSION

We found a large percentage of children with healthy weight (Fig. 3), even children

from low- income families in this developing country. In recent decades, Brazil has

undergone a nutritional transition process, where overweight and obesity, previously

uncommon in low- income populations, has become increasingly widespread [31]. The

children’s families had mean monthly income of US$ 72.22, below the limit of US$

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105.55 established by the United Nations Development Program – Atlas of Human

Development in Brazil, 2000 (UNDP).

However, increasing overweight and decreasing low weight in low income social class

individuals does not indicate an improved socioeconomic situation, but rather

inadequate nutritional patterns. Their diet may provide the necessary calories, but is

often of low nutritional value and generally rich in simple carbohydrates, saturated and

hydrogenated fats, in addition to being poor in fibers and micronutrients [32,33].

Thus, a diagnosis tool based only on proper weight does not necessarily imply good

nutritional status, since poor eating habits lead to insufficient intake of some nutrients

and excessive of others. This being so, food consumption in children has been the focus

of many studies, given the importance of nutrition in health and in disease prevention

[34, 35].

We observed low energy intake (Table 1), despite the satisfactory percentage

distribution of macronutrients. However, we found a preference for food rich in simple

carbohydrates and poor in unsaturated fat. We also found low vegetable, grain and

whole food intake; therefore, low fiber ingestion. Among the analyzed micronutrients,

we found low calcium intake, which may have serious long-term health effects.

However, zinc and iron intake were adequate (Table 1). A number of studies on food

consumption in children and/or adolescents corroborate our results, in terms of the

nutritional imbalance of the food consumed by this population [33,36,37].

Although some studies have pointed to the positive effects of zinc supplementation on

the sense of smell and of taste, and consequent increase in appetite and food ingestion

[17], we did not observe greater food consumption after 3-month zinc supplementation

(Table 1). Perhaps the economic limitation for acquiring food items contributed to the

unaltered food consumption. Furthermore, the effect of zinc on taste, appetite and food

intake seems to be greater in cases of anorexia caused by zinc deficiency [38].

The lower normality limit of serum zinc suggested for children under the age of 10

years is 65 μg/dL, regardless of whether the morning blood sample was collected after

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overnight fast or not [2]. According to this reference, our children did not have low SZn

levels before or after supplementation (Fig. 4, Table 2). Total protein, hematocrit and

hemoglobin values were normal (data not show).

Our results disagree with those of a number of studies described in the literature. For

example, researchers found plasma zinc values less than 70 μg/dL in 13% of 126

children between the ages of 2 and 7 years from the city of Ribeirão Preto, Brazil [39].

Others have also reported plasma zinc levels less than 72 μg/dL in 38.4% of 159

Venezuelan children aged 3 months to 8 years and belonging to low income families

[40].

The normal SZn levels found in our study agreed with the food pattern analyzed, given

that the satisfactory ingestion of animal protein, of zinc itself and low phytate

consumption, certainly contributed to the better bioavailability of this mineral. The

increase in SZn levels confirmed better body zinc status, as a positive response to

supplementation (Fig. 4, Table 2), since food consumption was constant over the study

period (Table 1).

After supplementation with this micronutrient, there was an increase of CZn (Fig. 5)

due to its better reserves in the body and the maintaining of organic homeostasis.

Marginal or moderate zinc deficiency may be detected with CZn ≥ 20mL/kg/h [13].

Nakamura et al. [24] comparing the CZn of 17 insulin-dependent diabetic patients and

15 control subjects, with mean age of 11.5 years, observed values of 24.6 ± 1.8 and 15.1

± 0.6 mL/kg/h, respectively (p<0.01). These data showed marginal zinc deficiency in

diabetic patients despite their having normal SZn values. We are the first to perform

VZnTT after 3 months oral zinc supplementation. We believe that this time period is

sufficient to reach the optimum effect, given that changes in enzymatic activities occur

slowly [2].

Corroborating Nakamura et al. data [24], Kaji et al. [41], in a sample of 30 children with

mean age of 10 years, found 9 cases of elevated CZn value (≥20mL/kg/h) with normal

SZn concentrations, indicating marginal zinc deficiency. They concluded that CZn

concentrations were more useful than SZn concentrations in diagnosing marginal zinc

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deficiency. In our study, all the children had normal basal SZn levels and CZn levels

lower than 20 mL/Kg/h (Table 2). It is likely that no child had a marginal deficiency of

this micronutrient. However, after 3 months of zinc supplementation, a significant

improvement in SZn levels was observed, even so, within the normal range. The same

occurred with CZn, without exceeding the value of 20 mL/kg/h. It is the first time that

this experimental model, using zinc supplementation, is used in humans.

CONCLUSION

As zinc is an essential trace element in human nutrition, there is a need for body zinc

status evaluation in some clinical situations. In light of this, we conclude that the most

important finding in this paper, previously not shown in the literature, was to prove

kinetic sensitivity in detecting changes in body zinc status, even in children without a

deficiency of this micronutrient. Furthermore, kinetics showed a positive response to

supplementation and may be considered a sensitive parameter for evaluating the

efficacy of this therapy.

ACKOWLEDGEMENTS

This study was supported by CNPq grant n° 304514/03-9 and by CAPES grant n°

200587544. We thank the pharmacists Dina Maria de Araújo, Teresa Cristina Paiva da

Silva and Francisco Paulo Freire Neto for their technical assistance.

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FIGURE 1

Fig. 1. Experimental design, aimed at the study of zinc kinetics, of nutritional

assessment and the venous zinc tolerance test (VZnTT) in 42 children.

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FIGURE 2

Fig. 2. Schedule of VZnTT to evaluate the kinetic approach in 43 children from low-

income families

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FIGURE 3

Fig. 3. Nutrition status expressed by BMI before oral zinc supplementation in 42

children.

U HW RO O0

5

10

15

20 Boys

Girls

n=6

n=3

n=13

n=19

n=1

U = UnderweightHW = Healthy W eightRO = Risk of OverweightO = Overweight

Num

ber

of c

hild

ren

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FIGURE 4

Fig. 4. Serum zinc levels before and after oral zinc supplementation in 42 children.

Significant differences were observed at both moments (p < 0.0001). Mean ± SD before

(102.4 ± 10.5) and after (122.0 ± 19.5) zinc supplementation.

Before After0

50

100

150

200p < 0.0001

SZ

n ( μ

g/dL

)

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FIGURE 5

Fig. 5. Total-body zinc clearance before and after oral zinc supplementation in 42

children. Significant differences were observed at both moments (p = 0.0002). Mean ±

SD before (5.50 ± 1.20) and after (6.20 ± 1.05) zinc supplementation.

CZn Before CZn After0

2

4

6

8

10p = 0.0002

CZ

n (m

L/kg

/h)

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TABLE 1

Table 1. Energy, nutrient intake and amount of energy or nutrient recommended by age

and sex before and after oral zinc supplementation in 42 children.

No significant differences were observed between energy and nutrients intake before and after oral zinc

supplementation (p > 0.05). 1Energy requirements during growth [42] 2Acceptable macronutrient distribution ranges [43] 3Recommended Dietary Allowance [43] 4Not determinable (ND) [43] 5Adequate Intake [43] 6Adequate Intake [44] 7Recommended Dietary Allowance [16]

Before

supplementation

After

supplementation

Recommendations

Energy (Kcal) 1313 ± 313.9 1378 ± 350.1 6-9 years (for boys): 1573 to 1978 kcal/day1

6-9 years (for girls): 1428 to 1854 kcal/day1

Protein

(%)

(g)

14.6

48.01 ± 12.29

15.8

54.16 ± 13.73

10 – 30%2

4-8 years (both sexes): 19 g/day3

9-13 years (both sexes): 34 g/day3

Fat

(%)

(g)

26.7

38.90 ± 13.66

28.8

43.90 ± 25.32

25 – 35%2

ND4

Carbohydrate

(%)

(g)

58.7

192.40 ± 48.36

55.4

190.50 ± 59.48

45 – 65%2

130 g/day3

Fiber (g) 11.7 ± 2.8 12.7 ± 4.1

4-8 years (both sexes): 25 g/day5

9-13 years (for girls): 26 g/day5

9-13 years (for boys): 31 g/day5

Calcium (mg) 515.9 ± 209.9 563.0 ± 230.8 4-8 years (both sexes): 800 mg/day6

9-13 years (both sexes): 1,300 mg/day6

Iron (mg) 8.8 ± 2.3 9.1 ± 2.8 4-8 years (both sexes): 10 mg/day7

9-13 years (both sexes): 8 mg/day7

Zinc (mg) 6.4 ± 1.7 6.7 ± 1.7 4-8 years (both sexes): 5 mg/day7

9-13 years (both sexes): 8 mg/day7

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TABLE 2

Table 2. Kinetics parameters of VZnTT before and after oral zinc supplementation in 42

children.

P values expressed differences among all the parameters (p < 0.05), except for Vd (p > 0.05).

Values are means ± SD

* Statistical significance (p < 0.05)

SZn

(μμμμg/dL)

T ½

(h)

Kel

(Kel/h)

Vd

(L/kg)

CZn

(mL/kg/h)

Before

supplementation

(n=42)

102 ± 10.1 2.73 ± 0.597 0.265 ± 0.051 0.0209 ± 0.0028 5.52 ± 1.20

After

supplementation

(n=42)

122 ± 19.5 2.39 ± 0.261 0.294 ± 0.033 0.0211 ± 0.0022 6.22 ± 1.05

Student’s t-test

(p value) p < 0.0001* p = 0.0006* p = 0.0004* p = 0.6432 p = 0.0002*

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4. COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E SUGESTÕES

A temática do nosso anteprojeto inicial gerou os seguintes trabalhos

publicados em anais de congressos:

Leite LD, Rocha EDM, Marcos CMP, Moura JE, Brandão-Neto J. Efeito da

suplementação de zinco sobre o crescimento de crianças desnutridas de 6 a 9 anos

- Natal/RN. In: Congresso Brasileiro de Nutrição Integrada - Ganepão. Revista

Brasileira de Medicina 2005; 62:88-9.

Leite LD, Rocha EDM, Brandão-Neto J. Diferentes padrões classificatórios de

antropometria modificam o resultado do estado nutricional em crianças? In: II

Congresso Brasileiro de Nutrição Integrada 2007. Revista Brasileira de Medicina

2007; 64:122.

Leite LD, Rocha EDM, Santos MGN, Baracho MFP, Moura JE, Brandão-Neto J.

Efeito da Suplementação de zinco sobre o consumo alimentar de portadores de

lipodistrofia generalizada congênita, Natal/RN. In: II Congresso Brasileiro de Nutrição

Integrada. Revista Brasileira de Medicina 2007; 64:120.

Além disso, as leituras científicas inerentes ao zinco associadas ao

conhecimento prévio e paralelo adquiridos nos motivaram a escrever sobre a

“regulação da ingestão alimentar” e “obesidade: uma doença inflamatória”. O

primeiro tema será alvo de capítulo de livro e um artigo científico, ambos em fase de

finalização. O segundo tema gerou um artigo científico encaminhado à Revista de

Nutrição, indexada no LILACS e SciELO, encontrando-se na fase de espera do

aceite.

O modelo metodológico do presente estudo prospectivo de intervenção foi

cuidadosamente delineado com finalidade de precisão, fidedignidade e

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reprodutibilidade. Embora meticuloso, sua realização foi satisfatória e, juntamente

com a equipe multidisciplinar envolvida, atingiu as expectativas geradas.

Os objetivos iniciais do modelo proposto no anteprojeto foram: avaliar o

estado nutricional das crianças por meio dos indicadores de peso por idade, estatura

por idade e peso por estatura; verificar a adequação do consumo alimentar quanto a

calorias, proteínas, cálcio, ferro e fibras; observar a presença de sinais e sintomas

de deficiência de zinco, mediante exame físico; e detectar a deficiência de zinco

através do TVTZn.

O estado nutricional foi avaliado, considerando apenas o indicador de peso

por estatura, correspondendo ao parâmetro do Índice de Massa Corporal (IMC) cuja

nova classificação para indivíduos de 2 a 20 anos foi publicada recentemente, com

melhor respaldo metodológico 53.

A adequação do consumo alimentar foi realizada da forma prevista, no

entanto, inclui-se também a avaliação dos lipídios e carboidratos, com a finalidade

de traçar o perfil completo dos macronutrientes ingeridos.

O exame físico para verificação de possíveis sinais carenciais de zinco foi

realizado com algumas crianças no início do estudo, no entanto houve

descontinuidade dessa ação. Para tal feito contávamos com apoio de residentes do

curso de medicina que não puderam manter sua constância ao longo do estudo.

Ademais, nas primeiras crianças avaliadas, nenhum sinal físico foi observado.

Julgamos, então, que a concretização desse objetivo não era primordial para o cerne

da pesquisa. Além disso, a interrupção dessa ação não interferiu, felizmente, na

execução ou nos resultados esperados.

Finalizando os objetivos propostos, o TVTZn foi realizado com êxito, antes e

após a suplementação de zinco. Descobrimos que sua contribuição meritória não foi

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detectar a deficiência de zinco em si, mas ser um parâmetro sensível para avaliar

alterações do estado corporal de zinco, a qual se observou após sua suplementação

oral.

Outra modificação ocorrida refere-se ao fato de que inicialmente pensamos

em trabalhar com grupos de crianças desnutridas e eutróficas, analisando os dados

separadamente, observando e comparando suas respectivas respostas. No entanto,

nos deparamos com resultados similares entre elas. Todas as crianças faziam parte

de um mesmo universo de estudo, compunham uma faixa etária previamente

definida e tinham condições sócio-econômicas semelhantes, contribuindo para a

homogeneidade da amostra. Outro ponto importante é que embora os parâmetros

antropométricos gerem a classificação de eutrofia e desnutrição, a definição de um

estado nutricional não deve ser baseada apenas nesse método. Muitas vezes o

peso pode estar adequado para a altura e idade, mas o consumo alimentar e dados

bioquímicos podem indicar carência de proteínas e micronutrientes, se contrapondo

a um estado de eutrofia. Devido a esses aspectos, resolvemos reunir as crianças

num só grupo, sendo este avaliado em dois momentos, antes e após a intervenção

da suplementação oral com zinco. O grupo foi controle dele mesmo.

Outro fato relevante é que nosso intento inicial era trabalhar com um “n”

amostral de 20 crianças, todavia verificamos a necessidade de aumentar essa

amostra a fim de gerar resultados estatísticos mais seguros.

Diante disso, o que estava proposto no anteprojeto inicial foi executado com

devidos ajustes os quais contribuíram para qualificação do trabalho e realização

satisfatória dentro das circunstâncias vivenciadas.

Inicialmente o projeto piloto foi realizado com 5 crianças que, posteriormente,

foram absorvidas na amostra da pesquisa. A análise estatística do nosso estudo foi

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realizada cuidadosamente, mediante escolha adequada de testes e orientação de

profissional com respaldo técnico para tanto. Ela mostrou-se relevante em nosso

estudo, pois assegurou, mediante sua significância, as conclusões geradas.

Ao longo da realização desse trabalho percebemos que trabalhar com

humanos, sobretudo crianças, não é simples, principalmente quando se trata de um

estudo prospectivo de intervenção, que requer testes dinâmicos e coletas

sucessivas de materiais biológicos. Porém, tivemos uma excelente adesão das

crianças, dos responsáveis e um prestimoso apoio dos diretores e professores das

escolas participantes.

O prazo proposto no cronograma do anteprojeto foi elastecido devido aos

pormenores intrínsecos ao seguimento do estudo. No entanto, a viabilidade da

pesquisa, o apropriado delineamento metodológico, a adesão dos participantes, o

envolvimento do grupo de pesquisa e o apoio físico e técnico encontrado dentro da

instituição contribuíram para o cumprimento de todas as atividades descritas

inicialmente e conclusão do trabalho em tempo hábil.

Pela primeira vez na literatura científica um estudo como este foi realizado,

ressaltando sua originalidade e mérito. O aceite para publicação do primeiro

manuscrito oriundo desta pesquisa foi alcançado com esmero em revista com Qualis

Internacional A e Fator de Impacto igual a 2,45.

Esses primeiros resultados são motivadores para a extensão da investigação.

Nesse campo, o modelo experimental pode ser reproduzido com grupos

populacionais diferentes, com maior amostra e tempo de suplementação maior. A

depuração do zinco, como marcador sensível do estado corporal desse

micronutriente, pode ser comparado com as formas clássicas existentes, como zinco

eritrocitário e enzimas zinco-dependentes. Além disso, a tendência promissora seria

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envolver perspectivas da biologia molecular aplicada à nutrição para estudar a

interferência do perfil alimentar sobre a expressão de genes relacionados ao zinco

(nutrigenômica) e diferentes respostas de polimorfismos genéticos à intervenção

nutricional, como por exemplo, uma suplementação de zinco (nutrigenética).

A contribuição dessa primeira publicação em andamento já se faz notória ao

nosso grupo de pesquisa, uma vez que concorre para novos conhecimentos e

descortina outros caminhos a serem percorridos. Por sua originalidade, acreditamos

na nossa colaboração intelectual à ciência e aos pesquisadores que estudam temas

semelhantes ou relacionados. Essa será verificada nas citações vindouras.

Esta pesquisa ainda possui dados relevantes a serem divulgados, o que

possibilitará outras publicações. Dentre eles, destacamos as dosagens de ferro e a

bioimpedância realizadas em paralelo. Além disso, mediante programa específico

(PK Solution Pharmacokinetic Software), cuja compra encontra-se em andamento,

outras mensurações cinéticas serão geradas brevemente.

Ainda diante de perspectivas enriquecedoras, trabalhos recentemente

publicados motivarão a ampliação da nossa investigação. Cole e Lifshitz abordam o

retardo no crescimento de causa nutricional, envolvendo déficits não só de macro,

mas também de micronutrientes 54. A desaceleração do crescimento ocorre como

uma resposta adaptativa a uma nutrição subótima que impede o suprimento

adequado para alcançar um determinado potencial genético de crescimento. A

carência subótima de micronutrientes, como o zinco, é de difícil avaliação e muitas

vezes não condiz com o diagnóstico de uma antropometria. Além disso, muitas

nucleoproteínas que contém zinco estão envolvidas na expressão de proteínas

importantes para o crescimento. A deficiência de zinco reduz a produção do fator de

crescimento insulina símile 1 (IGF-1) e pode diminuir sua ação. Isso pode explicar

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porque o estado corporal de zinco em crianças com deficiência do hormônio de

crescimento (GH) afeta a resposta ao tratamento com esse hormônio.

Estimulados, então, pelo exposto, objetivamos aprofundar nossa investigação

inicial repetindo o modelo experimental do presente trabalho para estudar a relação

do zinco com os níveis séricos de GH, durante o TVTZn, antes e após a

suplementação de zinco, em crianças com o mesmo perfil das incluídas neste

trabalho.

Além de autora da presente tese, minha atuação enquanto aluna e bolsista de

doutorado, também abrange a participação como integrante de outros trabalhos de

mestrado e doutorado. São eles: “Proposta de intervenção dietoterápica em

portadores de lipodistrofia generalizada congênita cadastrados na Associação dos

Portadores da Síndrome de Berardinelli do Rio Grande do Norte – ASPOSBERN”,

da mestranda Érika Dantas de Medeiros Rocha; “Estudo da resistência à insulina em

pacientes portadores de lipodistrofia generalizada congênita, antes e após o teste

oral de tolerância ao zinco”, da doutoranda Maria Goretti do Nascimento Santos; e

“Avaliação neuropsicológica de crianças com carência de zinco”, do doutorando

José Edson de Moura.

Em adição, enquanto nutricionista voluntária, componho a equipe

multidisciplinar do Ambulatório de Esclerose Lateral Amiotrófica do Hospital

Universitário Onofre Lopes (HUOL) da UFRN. O objetivo do ambulatório é tratar e

acompanhar os pacientes e desenvolver pesquisas que possibilitem troca de

conhecimento com outros centros de referência. Essa ação faz parte de um projeto

de extensão cadastrado na Pró-reitoria de Extensão da UFRN nominado “Formação

do centro de referência em assistência aos portadores de Esclerose Lateral

Amiotrófica”. Como fruto inicial, apresentamos, em agosto de 2008, o trabalho

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“Avaliação do estado nutricional num grupo de indivíduos portadores de ELA” no

XXIII Congresso Brasileiro de Neurologia.

Minha atuação, nos últimos dois anos, também como professora substituta da

disciplina de Nutrição Clínica do curso de graduação em Nutrição da UFRN, me

agregou melhor conhecimento da vida acadêmica, assim como, maior experiência

no ensino, na orientação de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e na

participação de bancas de defesa.

Atualmente estou responsável pela orientação de Trabalho de Conclusão de

Curso em andamento, da aluna de graduação do Curso de Nutrição Monique Ingrid

dos Santos Gonçalves. Esse compreende uma revisão bibliográfica cujo título é

“Importância do zinco na prevenção e no tratamento do câncer”. Certamente essa é

a primeira orientação de outras que virão, inclusive, de trabalhos de pós-graduação.

Foi cogitada no nosso grupo de pesquisa a necessidade de um centro de

referência sobre crescimento e desenvolvimento, objetivando apoiar a base de

pesquisa já existente a respeito desse tema.

Um desejo especial que tenho é criar uma base de pesquisa sobre genômica

nutricional que visa estudar a interação entre genes e nutrientes com aplicabilidades

variadas na área de saúde. Na era pós-genoma e com os avanços na área da

biologia molecular, acredito que essa é uma área de extremo potencial

enriquecedor.

Com a experiência vivenciada ao longo desses anos, constatamos a

importância da multidisciplinaridade, onde profissionais de áreas distintas

contribuíram com conhecimentos específicos e óticas peculiares para o

conhecimento mútuo e articulado. A multidisciplinaridade existente em nosso

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trabalho promoveu inter-relações entre diferentes áreas do conhecimento

enobrecendo nossos saberes enquanto seres humanos e pesquisadores.

Indubitavelmente o aprendizado teórico-prático, fruto de uma orientação

efetiva e substancial, contribuiu para um enriquecimento científico recompensador.

Todavia, o conhecimento como processo dinâmico, é acumulado pouco a pouco no

transcorrer do tempo. Nessa jornada, orientações, envolvimento com outros grupos

de pesquisa, valorização da multi e interdisciplinaridade, fundação de base de

pesquisa e publicações internacionais são desafios a serem abraçados e

conquistados ao longo da vida acadêmica.

O término de uma tese premiada com a obtenção do título de doutor significa

um galardão cuja conquista é árdua. Todavia, não estagna o desejo e a necessidade

de abarcar as ramificações do que foi gerado, assim como novos projetos. Ainda

nessa estrada incessante, novas possibilidades surgirão, devendo ser aproveitadas

ao seu tempo. A capacitação adquirida, embora não concluída, traduz-se num

preparo mais seguro para o seguimento da carreira acadêmica (ensino, pesquisa e

extensão), e o vislumbrar do pós-doutorado como nova meta a ser alcançada.

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6. APÊNDICE

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EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE ZINCO SOBRE O CRESCIMENTO DE CRIANÇAS DESNUTRIDAS DE 6 A 9 ANOS - NATAL/RN

Introdução: Nas últimas décadas o zinco tem se destacado na nutrição humana por sua ampla atuação no organismo. Este micronutriente atua como cofator de mais de 300 enzimas, participando de funções catalíticas, estruturais e regulatórias. É demonstrado na literatura que o atraso no crescimento e desenvolvimento é um sintoma carencial clássico em crianças de baixa renda com deficiência de zinco. O crescimento ocorre através da divisão celular, necessitando da síntese de DNA, RNA e proteína. Este evento é regulado por sistemas hormonais complexos, nos quais destacam-se o hormônio do crescimento (GH) e o fator de crescimento insulina símile (IGF-1). O zinco, por sua vez, é elemento chave nos sistemas enzimáticos envolvidos nesse processo, sendo, portanto, capaz de afetar o processo de crescimento em quadros de carência. Trabalhos experimentais têm verificado que a deficiência de zinco causa redução da produção e da atividade do GH e do IGF-1. Desta forma, prejudica o crescimento, revertendo o processo apenas com sua suplementação. Este curioso fato aponta que o crescimento não depende apenas de estímulo hormonal. Sabe-se que o GH contém sítio zinco-receptor com função estrutural e funcional importante. O zinco participa também na regulação da produção hepática do IGF-1 por conter numerosos zinc-fingers, os quais atuam nos processos de transcrição. Portanto, a regulação de genes específicos pode ser influenciada pela disponibilidade de zinco. Outro ponto meritório está na participação do zinco na estrutura do osso. É indispensável para a atividade osteoblástica, formação de enzimas ósseas, calcificação, fatores esses necessários ao processo de crescimento.

Objetivo: Verificar o efeito da suplementação de zinco sobre o crescimento de crianças desnutridas de 6 a 9 anos.

Metodologia: As crianças estudadas foram provenientes de escolas municipais de Natal/RN. Os critérios de inclusão foram pertencer a faixa etária de 6 a 9 anos, apresentar desnutrição segundo os índices de Peso/Idade, Altura/Idade e Peso/Altura, preconizados pelo National Center for Health Statistics (NCHS); além do mais, não estarem sob nenhum tratamento cirúrgico ou medicamentoso, e terem o consentimento por escrito dos pais ou responsáveis. Foi realizada avaliação nutricional antropométrica nas crianças antes e após a suplementação com 5 mg/Zn++/dia (utilizando-se o sulfato de zinco heptahidratado), durante três meses.

Resultados: Foram estudadas 12 crianças, sendo 58% (n=7) do sexo masculino e 42% (n=5) do feminino. Da amostra total 42% (n=5) apresentavam desnutrição pregressa, 33% (n=4) desnutrição atual e 25% (n=3) desnutrição crônica. Após a suplementação de zinco observou-se ganho estatural em todas as crianças, onde 50% (n=6) cresceram de 2 a 3 cm, 25% (n=3) de 3 a 4 cm, 17% (n=2) de 1 a 2 cm, e 8% (n=1) de 0 a 1 cm.

Conclusão: Foi verificado que a suplementação de zinco nas crianças desnutridas, na faixa etária compreendida entre 6 e 9 anos de idade, surtiu efeito positivo sobre o crescimento, de forma que este foi superior à média do crescimento estimada.

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EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE ZINCO SOBRE O CONSUMO ALIMENTAR DE PORTADORES DE LIPODISTROFIA GENERALIZADA CONGÊNITA, NATAL/RN.

Objetivo: A lipodistrofia generalizada congênita (síndrome de Berardinelli-Seip) é uma doença genética com transmissão autossômica recessiva caracterizada pela escassez de tecido adiposo. Esta enfermidade acarreta disfunção no metabolismo glicídico e lipídico, gerando resistência insulinínica, diabetes mellitus, dislipidemia, esteatose hepática, hiperfagia e níveis reduzidos de leptina e adiponectina. Considerando o importante papel do zinco no organismo, sobretudo sua participação no metabolismo energético e na regulação do apetite, objetivou-se verificar o efeito da suplementação desse mineral sobre o consumo alimentar de portadores de lipodistrofia generalizada congênita.

Materiais e métodos: Participaram do estudo 10 portadores da lipodistrofia generalizada congênita, previamente diagnosticados. Os participantes concordaram em participar do estudo mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa vinculado ao Hospital Universitário Onofre Lopes da UFRN. Foi verificado o consumo alimentar desses pacientes antes e após suplementação oral de 25mg de sulfato de zinco heptahidratado, por dia, por um perído de três meses. Para análise do consumo alimentar utilizou-se a média do registro alimentar prospectivo de três dias. Calorias, macronutrientes, cálcio, ferro e zinco foram analisados por intermédio do programa informatizado NUTWIN, elaborado pelo serviço de nutrição da Escola Paulista de Medicina.

Resultados: Dos 10 pacientes estudados, 60% (n=6) eram do sexo feminino e 40% (n=4) eram do sexo masculino, com faixa etária compreendida entre 15 a 37 anos. O consumo alimentar médio diário antes e após a suplementação de zinco está descrita a seguir. Calorias: 4020Kcal vs. 2318Kcal (p<0,001); Proteínas: 168g vs. 116g (p=0,003); Lipídios: 101g vs. 68g (p<0,001); Carboidratos: 629g vs. 340g (p=0,001); Fibras: 20g vs. 15g (p=0,155); Cálcio: 1671mg vs. 845mg (p=0,022); Ferro: 29mg vs. 20mg (p=0,0058); e Zinco: 15mg vs. 10mg (p<0,001).

Conclusão: A suplementação trimestral com zinco contribuiu para controle da hiperfagia presente nesses pacientes, verificado na redução do consumo alimentar, com significância estatística para todos os nutrientes, exceto a fibra alimentar. Pressupõe-se que o zinco atuando como modulador da expressão gênica da leptina tenha promovido aumento da sua produção ou melhora da sua ação, repercutindo numa maior saciedade e redução do apetite nesses indivíduos. Estudos mais aprofundados, envolvendo biologia molecular e nutrigenômica devem ser realizados para melhor compreensão dos mecanismos envolvidos nesse aspecto.

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DIFERENTES PADRÕES CLASSIFICATÓRIOS DE ANTROPOMETRIA MODIFICAM O RESULTADO DO ESTADO NUTRICIONAL EM CRIANÇAS?

Objetivos: A antropometria é um dos parâmetros de avaliação do estado nutricional e consiste numa ferramenta importante para verificar o balanço energético do indivíduo. O acompanhamento do peso e da altura em relação à idade é essencial em crianças, uma vez que estão em intenso crescimento e desenvolvimento. Este trabalho teve como objetivo comparar os resultados do estado nutricional utilizando os parâmetros de A/I e P/A (NCHS, 1977); a classificação de Waterlow modificada por Batista (1976); e o IMC para crianças (CDC, 2000).

Materiais e métodos: Participaram do estudo 61 crianças de 7 a 10 anos, provenientes de uma escola municipal na zona leste de Natal/RN. A inclusão dessas crianças baseou-se na concordância dos responsáveis mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, enquanto que a presença de doenças crônicas, agudas e cirurgias nos últimos cinco anos foram definidos como critérios de exclusão. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa vinculado ao Hospital Universitário Onofre Lopes da UFRN. A idade das crianças foi calculada mediante data de nascimento existente no registro escolar. O peso foi verificado em balança antropométrica digital Filizola, com capacidade de 180kg e divisão de 100g. A altura foi verificada utilizando-se um antropômetro vertical fixo à balança.

Resultados: Das 61 crianças estudadas, 54% (n=33) foram do sexo masculino e 46% (n=28) do sexo feminino. Segundo o parâmetro de A/I, 80,3% (n=49) das crianças estavam eutróficas ou com altura adequada para idade, 14,8% (n=9) em risco nutricional, 3,3% (n=2) com altura elevada para idade e 1,6% (n=1) com altura baixa para idade. Já o parâmetro de P/A detectou que 82,0% (n=50) das crianças estavam eutróficas ou com peso adequado para altura, 11,4% (n=7) em risco nutricional, 3,3% (n=2) com peso elevado para altura e 3,3% (n=2) com peso baixo para altura. Segundo a classificação de Waterlow/Batista, 57,4% (n=35) estavam eutróficas e 42,6% (n= 26) apresentavam algum tipo de desnutrição, a saber, desnutrição pregressa (21,3%; n=13), desnutrição atual (16,4%; n=10) e desnutrição crônica (4,9%; n=3). Segundo o IMC verificou-se que 82% (n=50) das crianças estavam eutróficas, 13,1% (n=8) com baixo peso, 1,6% (n=1) com risco de sobrepeso e 3,3% (n=2) com sobrepeso.

Conclusão: Observamos que houve grande diferença entre os resultados encontrados. Esse fato certamente gera dúvidas entre os profissionais da saúde na escolha do parâmetro a ser utilizado. Comenta-se na literatura as falhas metológicas existentes no estudo do NCHS (1977), repercutindo, consequentemente, na fidedignidade da classificação de Waterlow/Batista (1976) que utiliza os parâmetros de A/I e P/A adotados pelo NCHS. Por outro lado, considerando o fato do CDC (2000) ser fruto de uma revisão corregedora dessas falhas, no tocante a ampliação das amostras, representatividade racial e étnica, padronização da coleta dos dados e aprimoramento das técnicas estatísticas, a literatura aponta que a utilização dessa padronização mais recente tenha uma indicação mais plausível. Contudo, o NCHS (1977) ainda está sendo utilizado e recomendado como padrão internacional de referência. Com base em nossos resultados e na literatura existente sobre o tema, concluímos que, independente da classificação a ser adotada, deve-se haver cautela em usar estes métodos antropométricos isolados para diagnosticar o estado nutricional de crianças, sendo mais valorosa a utilização desses parâmetros para rastrear crianças em risco nutricional.

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AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL NUM GRUPO DE INDIVÍDUOS PORTADORES DE ELA

Introdução: A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença caracterizada pela perda dos neurônios motores, superior e inferior, provocando fraqueza e atrofia progressiva dos músculos esqueléticos, levando o paciente à morte. Disfagia por paralisia bulbar, hipermetabolismo e disfunção das mitocôndrias, são, dentre outras, causas para desnutrição nesses pacientes. Como a desnutrição é um fator independente para sobrevida, grande importância tem sido dada ao estado nutricional dos mesmos.

Objetivos: Avaliar o estado nutricional nos pacientes com ELA acompanhados em um ambulatório multidisciplinar.

Metodologia: Avaliou-se o estado nutricional de pacientes atendidos no ambulatório multidisciplinar de DNM/ELA do Hospital Universitário Onofre Lopes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), no período de abril/2007 a abril/2008. Utilizaram-se parâmetros antropométricos, como Índice de Massa Corporal (IMC), Prega Cutânea do Tríceps (PCT) e Área Muscular do Braço (AMB); além da bioimpedância como parâmetro avaliativo da composição corporal. Essa forneceu os percentuais de Massa Magra (MM), Massa Gorda (MG) e Água Corporal (AC). Os dados tabulados corresponderam aqueles coletados na primeira consulta. Nos pacientes impossibilitados de serem pesados não pôde ser aferido o peso. Consequentemente não foi calculado o IMC e a composição corporal deles. Nesses casos, utilizou-se apenas a PCT e a AMB.

Resultados: Foram avaliados 15 pacientes com ELA, dos quais 13 (86,7%) de início espinal e 2 (13,3%) de início bulbar. Dentre os pacientes, 8 (53%) foram do gênero masculino e 7 (47%) do gênero sexo feminino, com idade média de 54,6 ± 12,13 anos. Quanto ao IMC, verificou-se que 8 (53,3%) pacientes se encontravam eutróficos, enquanto 2 (13,3%) apresentaram sobrepeso e apenas 1 (6,6%) estava com baixo peso. Quatro pacientes foram excluídos porque não puderam ser pesados. Na mensuração da PCT observou-se que 12 (80%) pacientes estavam eutróficos, 2 (13%) com risco de depleção e 1 (6,7%) com depleção severa. Já na avaliação da AMB, 11 (73,3%) pacientes estavam eutróficos, 2 (13,3%) estavam com depleção, 1 (6,7%) estava com risco de depleção e 1 (6,7%) estava com depleção severa. Mediante a bioimpedância, verificou-se que o percentual de MM estava abaixo do recomendado em 6 (60%) dos pacientes, normal em 3 (30%) e acima em 1 (10%). O percentual de MG estava abaixo do recomendado em 1 (10%) paciente, normal em 3 (30%) e acima em 6 (60%). O percentual de AC estava abaixo do recomendado em 2 (20%) pacientes e normal em 8 (80%). Quanto ao ângulo de fase a média encontrada foi de 5,2 ± 1,83.

Conclusão: A preponderância de eutrofia nos parâmetros antropométricos foi um fato surpreendente e não esperado. Acreditamos que um peso habitual elevado (anterior à doença) contribuiu para que os pacientes, mesmo com uma perda de peso significativa, permanecessem no estado de eutrofia logo após o diagnóstico da doença. Esse fato, de certa forma positivo, nos leva a um estado maior de vigilância junto ao paciente, no sentido tentar manter o peso eutrófico e minimizar a perda de peso durante a progressão da doença, uma vez que a perda ponderal é freqüente e está relacionada a um pior prognóstico. Contrastando com os parâmetros antropométricos utilizados, a bioimpedância detectou uma depleção de massa magra na maioria dos pacientes, sendo, portanto, um parâmetro mais sensível e fidedigno para avaliação do estado nutricional nesses pacientes. A média encontrada do ângulo de fase, embora baixo, não ultrapassou o valor de 4 que está associado a uma redução na sobrevida desses pacientes.

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7. ABSTRACT

Zinc, an essential micronutrient for life, has innumerable functions in the human

organism, and its deficiency can cause significant harm. Although there are several

parameters for detecting zinc deficiency, none is reliable, mainly when the deficiency

is marginal. Because children are in a phase of intense growth and development,

they belong to a high-risk group for marginal zinc deficiency. Accordingly, this

multidisciplinary study aimed at investigating the sensitivity of zinc kinetics in

detecting alterations in body zinc status induced by oral supplementation of zinc

sulphate (5 mg/day). The venous zinc tolerance test was carried out with children

aged 6 to 9 years, from the municipal school system. Moreover, the nutritional status

of these children was determined using body mass index and the ingestion of

calories, proteins, lipids, carbohydrates, fibers, calcium, iron and zinc. These data

were collected at different moments – before and after quarterly zinc

supplementation – in such a way that the children were their own controls. Of the 42

children studied, 76.2% had normal weight. During the study period there was no

change in food ingestion and only calorie, calcium and fiber consumption were

inadequate. Although serum zinc and renal zinc clearance levels were found to be

normal before supplementation, a significant increase in these levels was observed

after oral supplementation. It was concluded that zinc kinetics is a sensitive

parameter for detecting alterations in zinc body status, even in children without a

deficiency of this mineral. In addition, kinetics showed a positive response to

supplementation, and may be an evaluation parameter for the efficacy of this

therapy.

Keywords: zinc, kinetics, venous zinc tolerance test, nutritional assessment, children.

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