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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO THAYS LINS GALVÃO DE ALBUQUERQUE BASTOS PROPOSTA DE UM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA UMA EMPRESA DE PANIFICAÇÃO E CONFEITARIA DE NATAL/RN. Natal, RN 2013

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1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

THAYS LINS GALVÃO DE ALBUQUERQUE BASTOS

PROPOSTA DE UM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA UMA EMPRESA DE

PANIFICAÇÃO E CONFEITARIA DE NATAL/RN.

Natal, RN

2013

2

Thays Lins Galvão de Albuquerque Bastos

PROPOSTA DE UM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA UMA EMPRESA DE

PANIFICAÇÃO E CONFEITARIA DE NATAL/RN.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Coordenação do curso de graduação em

Administração da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, com requisito parcial para a

obtenção do título de Bacharel em Administração.

Orientador: Daniel de Araujo Martins, D.Sc.

Natal, RN

2013

3

Catalogação da Publicação na Fonte.

UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Bastos, Thays Lins Galvão de Albuquerque. Proposta de um planejamento estratégico para uma empresa de panificação e

confeitaria de Natal/RN / Thays Lins Galvão de Albuquerque Bastos. – Natal,

RN, 2013.

80f.

Orientador: Prof. Dr. Daniel Martins de Araújo Filho.

Monografia (Graduação em Administração) – Universidade Federal do Rio

Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de

Ciências Administrativas.

1. Administração – Monografia. 2. Planejamento estratégico – Monografia. 3. Plano de ação – Monografia. 3. Panificadora – Monografia. I. Araújo Filho,

Dabriel Martins de. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III.

Título.

RN/BS/CCSA CDU 658.012.2

4

Thays Lins Galvão de Albuquerque Bastos

PROPOSTA DE UM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO FUNDAMENTADO EM

TENDÊNCIAS SETORIAIS PARA UMA EMPRESA DE PANIFICAÇÃO E

CONFEITARIA DE NATAL/RN.

Monografia apresentada à Coordenação do

curso de Administração da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, composta

pelos seguintes membros:

Aprovada em: 20/12/2013

_______________________________________________

Prof. Dr. Daniel Martins de Araújo

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Orientador

_______________________________________________

Examinador Prof. Dr. Carlos David Cequeira

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

_______________________________________________

Examinador Prof. Msc. Leandro Trigueiro Fernandes

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

5

Dedico esse trabalho, aos meus pais, Socorro Lins e Tácito Augusto,

pelo esforço, pelo carinho e amor incondicional e a dedicação pelo

crescimento da nossa família. Ao meu Deus, pela dádiva da vida e por

abençoar minha trajetória.

6

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me reservar tantas oportunidades, por não me deixar desistir, e por

me cuidar, afastando de mim todos os males.

Agradeço ao meu pai, Tácito, por sempre acreditar no meu potencial, pelo apoio as

minhas decisões e pela sua prontidão ao meu atendimento.

Agradeço a minha mãe, Socorro, pelo seu amor eterno, fazendo-se presente em todos

meus momentos.

Agradeço especialmente a minha avó, Dinazilda, que dedicou todo o seu ser para formar

uma família de bem e de doação para o outro.

Agradeço a minha amiga, Sinara, por sua presença, mesmo quando parecia ser

impossível.

Agradeço ao meu irmão, Emanuel, pela amizade e companheirismo de sempre.

Agradeço ao meu namorado, Daniel Gomes, pelo amor, apoio nos momentos

necessários e pela motivação para realização desse trabalho.

Agradeço a minha família e amigos pelo amor e carinho dedicado a mim.

Agradeço ao meu orientador, Prof. Daniel Martins, pela atenção, paciência e

contribuição essencial na elaboração desse trabalho.

Agradeço a todos os docentes pela dedicação e empenho.

Agradeço a UFRN pelo ensino de qualidade e por me proporcionou a oportunidade de

realização de um grande objetivo em minha vida.

7

“Nunca mais direi que estou derrotado,

porque Deus em Cristo sempre me conduz em triunfo”

II Coríntios 2:14

8

RESUMO

Por meio do entendimento da lógica do mercado e da lógica organizacional, a gestão

estratégica dispõe de ferramentas que podem antecipar interações entre a organização e o seu

meio envolvente e preparar a empresa para lidar com eventos futuros, sendo assim

fundamental para qualquer organização, pois a administração que não se planeja, não tem

direção. Analisando a relevância do planejamento estratégico para o futuro das organizações,

este trabalho constitui-se em uma pesquisa ação realizada para uma empresa de panificação e

confeitaria de Natal/RN, com o propósito de entregar-lhes uma proposta de planejamento

estratégico. Na pesquisa, efetuou-se um estudo exploratório sobre os estágios que compõe a

formulação do plano através de uma revisão bibliográfica e uma investigação descritiva a fim

de conhecer as características do meio em que a empresa está envolvida. Os principais

resultados reconhecidos foram o estabelecimento do negócio empresarial, missão, visão,

valores, fatores críticos de sucesso, análise do macro e microambiente, investigação do

ambiente interno, elaboração da matriz SWOT e delimitação dos objetivos e estratégias

alinhados aos planos de ações. Concluiu-se que a organização, objeto deste estudo, mantém

uma atitude reativa ao mercado, especialmente no tocante à estratégia para fazer frente aos

seus concorrentes. A partir dessa conclusão, formulou-se um plano estratégico apto a orientar

o alinhamento dos recursos organizacionais às movimentações do mercado, com o propósito

de assegurar-lhe uma posição de destaque no setor de alimentação e panificação.

Palavras-chave: Planejamento Estratégico; Estratégia; Análise ambienta; Objetivos ; Plano

de ação.

9

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Estratégias deliberadas e emergentes............................................................ 21

Figura 2 - Estratégias Genéricas.................................................................................... 23

Figura 3 - Estruturação do roteiro prático do planejamento estratégico........................ 28

Figura 4 - Forças que dirigem a concorrência na indústria..................................................... 37

Figura 5 - Matriz Swot.................................................................................................. 40

Gráfico 1 - Consumo per capita pães/ano........................................................................ 55

Gráfico 2 - Pães consumidos no Brasil (por kg).............................................................. 55

10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Exemplos de visão míope e visão estratégica no negócio........................... 30

Tabela 2 - Modelo de plano de ação............................................................................. 44

Tabela 3 - Análise PEST Panificadora Laryssa............................................................ 57

Tabela 4 - Matriz SWOT Panificadora Laryssa........................................................... 63

Tabela 5 - Plano de ação para objetivo I...................................................................... 68

Tabela 6 - Plano de Ação para objetivo II.................................................................... 71

Tabela 7 - Plano de Ação para objetivo III................................................................... 74

Tabela 8 - Plano de Ação para objetivo IV.................................................................. 75

Tabela 9 - Plano de Ação para objetivo V.................................................................... 76

11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 13

1.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA........................................................ 14

1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA.................................................. 16

1.3 OBJETIVOS.................................................................................................. 18

1.3.1 Geral.............................................................................................................. 18

1.3.2 Específicos..................................................................................................... 19

1.4 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO................................................................... 19

2 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................... 20

2.1 CONCEITO DE ESTRATÉGIA................................................................... 20

2.2 ESTRATÉGIA COMPETITIVA................................................................... 23

2.3 PLANEJAMENTO ESTRATEGICO............................................................ 26

2.3.1 Formulação do Planejamento estratégico.................................................. 27

2.4

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO

ESTRATÉGICO ........................................................................................... 29

2.4.1 Etapa Preparatória...................................................................................... 29

2.4.2 Etapa de visão Geral da Empresa.............................................................. 30

2.4.2.1 Definição do Negócio .................................................................................. 30

2.4.2.2 Definição da Missão .................................................................................... 32

2.4.2.3 Definição da Visão....................................................................................... 33

2.4.2.4 Definição dos Valores.................................................................................. 34

2.4.3 Etapa de Análise Ambiental........................................................................ 35

2.4.3.1 Análise do Ambiente.................................................................................... 35

2.4.3.1.1 Ambiente externo......................................................................................... 36

2.4.3.1.1.1 Modelo das cinco forças de Porter............................................................. 36

2.4.3.1.1.2 Análise PEST............................................................................................... 39

2.4.3.1.2 Análise do ambiente interno....................................................................... 40

2.4.3.1.3 Matriz SWOT............................................................................................... 40

2.4.3.1.4 A determinação dos fatores críticos de sucesso......................................... 42

2.4.4 Definição de objetivos e metas.................................................................... 44

2.4.5 Elaboração das estratégias.......................................................................... 43

2.4.6 Elaboração do Plano de Ação..................................................................... 44

12

3 METODOLOGIA........................................................................................ 46

3.1 TIPO DE PESQUISA.................................................................................... 46

3.2 DELIMITAÇÃO DO UNIVERSO DA PESQUISA.................................... 47

3.4 ANÁLISE DE DADOS................................................................................. 47

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..................................... 48

4.1 PREPARAÇÃO............................................................................................ 48

4.2 VISÃO GERAL DA EMPRESA................................................................... 48

4.2.1 Negócio........................................................................................................... 48

4.2.2 Missão............................................................................................................ 49

4.2.3 Visão............................................................................................................... 50

4.2.4 Valores........................................................................................................... 51

4.3 ANÁLISE DO AMBIENTE........................................................................ 52

4.3.1 Análise Externa............................................................................................. 52

4.3.1.1 Panificação e Confeitaria............................................................................. 52

4.3.1.1.1 História.......................................................................................................... 52

4.3.1.1.2 Setor de panificação e confeitaria brasileiro.............................................. 54

4.3.1.1.3 Setor de Panificação e Confeitaria do RN.................................................. 56

4.3.1.2 Análise PEST................................................................................................ 56

4.3.1.3 Análise das cinco forças de Porter.............................................................. 58

4.3.2 Análise Interna.............................................................................................. 60

4.3.3 SWOT............................................................................................................ 62

4.3.4 Fatores críticos de sucesso........................................................................... 64

4.4 Objetivos e metas.......................................................................................... 64

4.5 Estratégia....................................................................................................... 65

4.6 Planos de Ação.............................................................................................. 66

5 CONCLUSÃO............................................................................................... 77

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................... 79

1 INTRODUÇÃO

13

O mercado, em sua feição atual – sem fronteiras, sem padrões e volátil- põe em

questionamento os modelos e processos de negócio por meio de dinâmicas de movimento, as

quais estão relacionadas às constantes alterações de comportamento do ambiente no qual

estão insertas as organizações.

Para atuar fazendo frente a essas dinâmicas de movimento, é imprescindível as

organizações empresariais estarem preparadas para dar respostas rápidas às interações com o

ambiente externo, manifestar comportamentos antecipatórios sobre a estrutura do setor que

atua, e apresentar competências essenciais capazes de conceber uma posição de valor único

em sua área de atuação.

Influenciar o setor, reagir sinergicamente às mudanças do ambiente e conservar

vantagens competitivas dependem necessariamente da maneira como os recursos

organizacionais estão articulados.

O ajustamento dos recursos às necessidades de sustentação e desenvolvimento das

organizações é a proposta da estratégia gerencial, definida, por vertentes distintas, como modo

de direção futura, modelo, trajetória, posicionamento, perspectiva, armadilha. A literatura nos

cerca de variados conceitos, que, em geral, convergem para o foco no futuro das

organizações, sendo oportuno lembrar a consagrada expressão de Peter Drucker: “O

planejamento não diz respeito às decisões futuras, mas as implicações futuras das decisões

presentes”. (DRUCKER, 1962, p. 131)

Essa abordagem administrativa voltada para a formulação de estratégias no

enfrentamento do futuro possui enfoque sistêmico, visto que é responsável pelo

posicionamento e interação entre a organização e o meio externo.

Possuindo ainda um tratamento comportamental, a gestão estratégica se dispõe a

canalizar os esforços de todos os seus membros em uma só direção, um só rumo, conduzindo

a organização ao desenvolvimento, por meio da criação de uma identidade única, vivenciada

em todos os seus níveis estruturais, fato a demandar um processo contínuo de planejamento,

aprendizado e incentivo à criatividade.

“A estratégia é uma necessidade para qualquer empresa, não importa de que

tamanho. De certo modo, talvez seja ainda mais importante para as empresas menores, uma vez que as grandes empresas têm mais margem de manobra – porque

seus recursos e sua inércia são maiores – e conseguem sobreviver mesmo com uma

estratégia ruim. Para as empresas pequenas, o único modo de sobreviver é ter noção

14

clara do nicho de mercado em que trabalho e a maneira de se diferenciar dos

concorrentes”. (PORTER, 2002, p.190)

Concernente a esses entendimentos, o presente trabalho tem como objetivo direcionar

as estratégias empresariais por meio de uma proposta de planejamento estratégico para ser

implantado em uma pequena empresa de panificação e confeitaria na cidade de Natal/RN.

Para tanto, será feito uma pesquisa ação na Panificadora Laryssa.

A estrutura do trabalho é composta por cinco, sendo o primeiro deles a apresentação,

em que é feita a caracterização da empresa, contextualização do problema, apontamento dos

objetivos e justificativa do trabalho. No segundo capítulo, é apresentado o referencial teórico,

o qual representa a revisão da literatura a cerca do tema. No terceiro capítulo, apresenta-se a

metodologia escolhida para o desenvolvimento deste estudo. Dentro do capítulo quatro é

apresentado o resultado da pesquisa. No quinto capítulo, têm-se as considerações finais. Por

fim, são expostas todas as Fontes bibliográficas que embasaram todo esse estudo.

1.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

De propriedade do Senhor Tácito Augusto Bastos, a panificadora Laryssa é uma micro

empresa atuante na indústria de panificação e confeitaria, localiza-se no bairro de Lagoa nova

há 14 anos e emprega 13 colaboradores, sendo seis na produção e sete atuando na loja.

Ao longo do dia são oferecidos os serviços de café da manhã, almoço, ceia. A

especialidade desta padaria são as sopas e caldos. Itens como pãozinho francês disputa espaço

com outras trinta variedades de pães, a exemplo dos feitos com macaxeira e inhame, bolos

regionais e recheados, lanches e sobremesas. Dentre os doces, o pudim de leite condensado e

o pavê de abacaxi se sobressaem.

Sua história começa no ano de 1989. Com a experiência que havia adquirido após

assumir cargos de nível gerencial em empresas como Americanas, Hiper Bompreço, Xerox do

Brasil, o senhor Tácito resolveu abrir seu próprio negócio, investido todo o capital que tinha

recebido em suas recisões e economias.

Incentivado pelo seu irmão mais velho, Antônio, o qual já possuía experiência no

ramo de padaria e alguns maquinários ociosos a serem cedidos, Augusto instituiu sua empresa

de padaria e confeitaria chamada Nossa Senhora das Dores no loteamento do Gancho, Zona

Norte de Natal/RN.

15

Esse primeiro momento do negócio do Sr. Augusto não logrou êxito, infelizmente, em

meados 1991, a empresa passou a compor o censo de mortalidade de empresas no país. O

limitado capital de giro, uma marca não firmada, insuficiente poder de barganha frente aos

fornecedores e a falta de conhecimento do negócio foram as principais causas do desempenho

sofrível da organização.

No ano seguinte, em 1992, com o auxílio da sogra, que se prontificou a injetar capital

no negócio e arcar com o aluguel de um novo ponto, o pequeno empresário volta ao setor de

panificação, agora no bairro de Potilândia.

O cenário do setor panificação até o início dos anos 2000 era de insignificante

diversificação entre as empresas, as atividades e produtos baseavam-se na produção e venda

de pão francês e “de folha”, bolos e bolachas. A disputa pelo cliente era vencida por aquele

que garantisse o menor preço, já que essas organizações não apresentavam vantagens

comparativas.

Nessa perspectiva, pode-se imaginar que os lucros do setor sofriam baixas constantes,

a competição entre as padarias se tornou cada vez mais acirrada. Diante desta situação, o Sr.

Tácito até o ano 1997 incrementava sua renda com entrega de pães por toda a cidade,

inclusive toda a logística era feita por ele mesmo.

Após seis anos instalada no bairro de Potilândia, o Sr. Tácito, guiado por sua intuição,

resolve estabelecer o seu negócio no bairro de Lagoa Nova, no imóvel em que residia com sua

família. A ideia era adquirir uma outra propriedade para acomodar a família e reestruturar a

padaria em sua antiga residência. E assim foi feito.

No ano de 1998, foi inaugurada a padaria em seu novo endereço, com uma

particularidade, começaria a se chamar Laryssa, em homenagem a filha mais nova, naquele

ano, completava 3 (três) anos de idade. O empresário acreditava que o negócio se

desenvolveria conforme a criança crescesse.

A empresa, além dos produtos panificados, começava a comercializar lanches,

produtos de mercearia, frios e bebidas, porém os primeiros anos foram marcados por muita

insegurança e pouco resultado financeiro.

Essa situação de insegurança e limitado rendimento, no entanto, começava a se

resolver no ano de 2000. Uma notícia na área da saúde se apresentava como uma grande

oportunidade para o negócio do Sr. Augusto. O hospital do coração de Natal/RN foi

construído quase em frente à sua padaria, como um hospital de referência no estado, atraiu um

grande fluxo de pessoas para aquela localidade.

16

Anterior à inauguração do HC, os clientes da Laryssa restringiam-se aos moradores do

bairro, cujas compras limitavam-se, genericamente, a pão e leite. Com a oportunidade

lançada, o Sr. Augusto sentiu-se obrigado a se adaptar as demandas daqueles clientes que

antes ou logo após compromisso no hospital buscavam a panificadora para um lanche ou

refeição, além de levarem pães e outros produtos para suas casas.

A partir das necessidades desses novos clientes, a empresa começou a oferecer café da

manhã e almoço, aumentou o número de produtos de confeitaria e pastelaria, passou a

oferecer uma maior quantidade de produtos para lanches rápidos e feitos na hora, como

torradas, sucos e sanduíches, e adaptou sua estrutura física para propiciar mais conforto ao seu

consumidor.

Ao longo dos anos 2000, percebendo o potencial a acomodar da região, já que uma

dezena de clínicas de saúde, como também uma escola de grande porte, escritórios e comércio

de serviços também foram se dispondo por ali, novas empresas do setor alimentício foram se

inserido nas proximidades, o que ocasionou queda nas vendas, consequentemente diminuição

no faturamento para a padaria.

Em face da competição estabelecida na vizinhança e das novas exigências dos clientes,

a Laryssa tem hoje dificuldades em se posicionar estrategicamente, se modernizar e crescer.

O proprietário, o senhor Tácito, centraliza para si as funções de gestão de pessoas, DP,

do financeiro e compras, e nenhum dos seus possuem conhecimento técnico em gestão,

portanto, não existe tempo, pessoas qualificadas nem conhecimento para ao planejamento,

tampouco para estratégia.

1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA

Assim como os demais setores da economia, o de panificação e confeitaria está se

modernizando progressivamente: além de mudanças na conjuntura externa, a enfraquecida

gestão amadora e de caráter predominantemente familiar que permeava a rotina de trabalho

hoje cede espaço às técnicas da administração científica.

As atividades e práticas que faziam parte do processo administrativo e produtivo das

padarias e confeitarias fundavam-se em métodos artesanais, os quais passavam de pais para

filhos ou de mestres para aprendizes, inexistindo técnica profissional.

17

Esse modelo, posto antiquado, encontra-se em reestruturação há, em média, uma

década, através do aperfeiçoamento dos processos produtivos, gerenciais e dos produtos.

As inovações observadas no espaço produtivo decorreram da padronização de

receitas, inclusão da pré-pesagem, fluxo eficiente de trabalho, substituição do forno à lenha

pelo forno elétrico, uso de matéria prima de melhor qualidade, inclusão de novas tecnologias

como câmaras frigoríficas, linhas automáticas para fabricação de salgados, etc.

Noutro passo, nos processos gerenciais, as inovações são percebidas através da

implantação de softwares de gestão, planejamento financeiro, ferramentas de controle de

produção e vendas, métodos de marketing, investimento em pessoal, entre outras.

O antigo modelo de negócios donde só havia lugar para o pão francês, bolos e

bolachas foi substituído por centros gastronômicos, destacando-se como referência em

alimentação fora do lar. Conforme estudos do ITPC - Instituto tecnológico da Panificação e

Confeitaria, SEBRAE e ABIP – Associação brasileira de panificação, com oferecimento de

refeições prontas ou congeladas, as padarias já representam 36,05% (trinta e seis inteiros e

cinco centésimos por cento) do setor de food service. (ITPC, 2012)

A introdução de serviços de cafeteria e doceria, ampliação do mix de produtos de

produção própria e de mercearia, frios e laticínios, a inserção de ingredientes mais saudáveis

no receituário, implantação de programas de alimentos seguros, ambientes mais acolhedores e

a qualidade no atendimento são alguns dos fatores a contribuir com o crescimento do setor

alimentício no país.

Hoje, a panificação e confeitaria é comprovadamente um segmento forte e

competitivo dentro da economia nacional. Sua participação no PIB brasileiro foi de 1,52%

(um inteiro e cinquenta e dois centésimos por cento) em 2006 e se prevê uma representação

de 1,73% (um inteiro e setenta e três centésimos por cento) para 2013 (ABIP; ITPC;

SEBRAE; 2012).

Em 2012, havia mais de 63 mil (sessenta e três mil) empresas compondo o setor,

empregando mais de 882 mil (oitocentos e oitenta e dois) pessoas diretamente e 1,85 mil (um

mil e oitocentos e cinquenta) indiretamente, recebendo cerca de 44 milhões (quarenta e quatro

milhões) de clientes no ano de 2012, representando quase 800 mil pessoal a mais que em

2011(ABIP;ITPC;SEBRAE,2012)

Destacando-se como um dos segmentos industriais que mais cresce no Brasil,

registrando um crescimento de 11,6% (onze inteiros e seis centésimos por cento) em 2012

(ABIP; ITPC; SEBRAE, 2012), ele experimenta um período de intensa competição. Além das

ameaças de novos entrantes, a maior parte das movimentações que ocorrem no setor

18

concentra-se em poucas empresa, existindo dificuldade em se estruturar por falta de

conhecimento e visão de longo prazo.

Ademais, a escassez de recursos, carência de mão de obra, concorrência desleal com

supermercados, dentre outros fatores como pouco incentivo fiscal e ao empreendedorismo

dificultam as reestruturações das pequenas empresas.

Nesse sentido, busca-se a introdução dos conceitos da gestão estratégica para a

elaboração de táticas, quase militares, para: a) lidar com a concorrência, b) satisfazer, fidelizar

e ampliar o catálogo de clientes, c) firmar parcerias com fornecedores, d) promover novos

produtos e serviços, e) estar alinhado com o desenvolvimento de novas tecnologias, f)

proporcionar um ambiente favorável à inovação e motivador para os colaboradores, g)

fomentar o melhoramento dos processos internos e, o seu ponto alto, h) estimular a criação de

valor para os pequenos empresários da panificação.

Diante do proposto, dada a necessidade de atuar proativamente no mercado, a partir

da formulação de soluções para neutralizar ameaças e potencializar oportunidades, assim

como ações para aproveitar eficientemente todos os pontos fortes e suprir as deficiências

internas de uma organização, o presente trabalho consiste em uma pesquisa ação na intenção

de formular um plano estratégico para uma panificadora e confeitaria de pequeno porte em

Natal – RN e apresenta como problema a seguinte questão:

“Quais principais estratégias devem ser abordadas no planejamento estratégico

para que se obtenha melhora contínua nos processos e desempenho, no afã de alcançar

maior resultado financeiro?”

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Geral

• Elaborar uma proposta de planejamento estratégico a contribuir com a melhoria do

desempenho organizacional e posicionamento da empresa no mercado.

19

1.3.2 Específicos

• Definir a visão, missão e princípios norteadores da empresa;

• Definir o foco da empresa, ou seja: o negócio;

• Identificar e analisar o ambiente;

• Definir objetivos e metas estratégicas;

• Elaborar os planos de ação conforme o cenário analisado;

1.4 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

Embora o conhecimento sobre o tema planejamento estratégico esteja solidificado e

disseminado na academia, existe escassez de trabalhos científicos aplicados a contribuir com a

melhoria do desempenho organizacional e posicionamento das empresas no mercado, bem

como com a reversão de conhecimento científico em benefícios econômicos para os

empresários.

Logo, na medida em que confirma os ensinamentos teóricos dentro de um contexto

real, estreitando a relação entre a teórica e prática, essa investigação científica apresenta

legítimo valor acadêmico.

De igual modo, representa importância para a empresa deste estudo, dado que o

planejamento estratégico, quando implementado, auxiliar-lhe-á na adequação e no

alinhamento dos recursos organizacionais com o propósito de neutralizar ameaças e

potencializar oportunidades, ampliar e dar sustentabilidade as vantagens competitivas e

estabelecer um posicionamento eficaz no setor em que atua, contribuindo, assim, para

melhores resultados operacionais e financeiros.

Outrossim, este trabalho imprime os interesses do investigador no estudo do

problema, uma vez expressar afeição pelo objeto da pesquisa e visualiza crescimento e uma

janela de oportunidades para o setor de food service, no qual se incluem as padarias.

Ademais, os conhecimentos prévios do pesquisador sobre o ambiente que permeia o

universo deste estudo e a facilidade de acesso aos dados viabilizaram materialmente e

temporalmente esse trabalho científico.

20

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CONCEITO DE ESTRATÉGIA

Os primeiros movimentos estratégicos são percebidos desde o período pré-histórico.

Naquele momento, o desenvolvimento de ações estratégicas era fundamental para a

sobrevivência da espécie humana. Não obstante, as práticas estratégicas efetivamente

deliberadas e racionais, bem como o uso legítimo do termo, datam-se a partir das iniciativas

de guerra diplomáticas e militares, na medida em que os chefes do poder necessitavam avaliar

os meios que dispunham para atacar ou se defender do inimigo.

O próprio termo estratégia deriva da palavra grega estrátegos, que se vincula a uma

posição, a qual era atribuída ao general no comando de um exército, criada para caracterizar a

“arte dos generais”.

De acordo com Maximiliano (2004, p. 161),

O conceito de estratégia nasceu da guerra, em que a realização de objetivos significa

superar um concorrente, que fica impedido de realizar os seus. Cada um dos dois

lados quer derrotar o outro. Vem aí a definição de Aristóteles, segundo a qual a

finalidade da estratégia é a vitória. A estratégia é o meio (ou conjunto de meios) para

alcançar um fim (ou objetivos), que é a vitória sobre um oponente.

Todavia, com o progresso e complexidade das relações humanas e consequentemente

da sociedade, a estratégia ampliou os seus limites, sofrendo influência de distintas disciplinas,

e hoje domina o jargão empresarial.

Consoante ao pensamento de “guerra”, no universo das empresas, pode-se dizer que

o meio envolvente a uma organização é o campo de batalha; os concorrentes são os seus

inimigos; as habilidades, conhecimento e recursos são suas armas; e a forma pela qual se usa

essas armas para atacar, enganar e se posicionar frente ao inimigo corresponde à estratégia

empresarial.

A estratégia atua como um meio pelo qual a administração estabelece objetivos e

persegue propostas.

De modo mais sucinto, Mintzberg et al. (2000, p.17), define “estratégia é uma

direção, um guia ou curso de ação para o futuro, um caminho para ir daqui até ali”.

21

Segundo Oliveira (2007), a estratégia é concebida como uma manifestação singular

ajustada competitivamente ao ambiente onde atua para o alcance dos objetivos, metas e

desafios organizacionais.

A significação da estratégia pode ainda está inter-relacionada com a regulação,

segundo a direção de um composto de normas, do comportamento organizacional (ANSOFF;

MCDONELL, 1993).

Não cabe a apenas uma definição do que se trata a estratégia, não há um consenso na

literatura especializada. Sobre esse tema, a autora Isabel Nicolau (2001) publicou um artigo

intitulado de “O conceito da estratégia”. Nele, discorre sobre as diversas concepções da

estratégia, na visão de diferentes estrategistas, e sua intenção é analisar as convergências e

divergências dos autores em razão do assunto.

De acordo com Isabel, a significação da palavra estratégia compreende duas

convergências principais: a inseparabilidade da organização com o seu meio envolvente e

importância das decisões estratégicas para o futuro da organização. Não se restringindo a

essas duas perspectivas, admite ainda que há concordância a respeito da configuração que a

estratégia assume em uma organização, sua presença em todos os níveis administrativos –

estratégico, tático e operacional, e que existem, em toda organização, estratégias implícitas e

explicitas.

No que tange às divergências acerca desse objeto, Nicolau (2001) declara que alguns

autores separam a definição dos objetivos e a formulação da estratégia, o que seria

inaceitável, já que a estratégia compreende a escolha dos meios e articulação de recursos para

atingir os objetivos (Nicolau, 2001 apud Hofer e Schendel, 1978; Thietart, 1984).

Apesar das convergências e divergências analisadas, sob o ponto de vista da Nicolau,

dois aspectos são primordialmente importantes à conceituação da estratégia: “O primeiro é

que a estratégia diz respeito ao futuro da empresa. O segundo é que, na gestão das

organizações, os processos de definição dos objetivos, dos meios e das formas dos atingir,

bem como a sua concretização na prática, não podem ser desligados, mas devem ser pensados

como um conjunto de processos integrados e coerentes”.

Contudo, a estratégia também deve ser percebida como uma tentativa de formatação

de vantagens competitivas, por meio da definição de fatores críticos de sucesso e de um

posicionamento, no mercado, superior ao dos concorrentes; Para Mintzberg e Quinn (2001,

p.20), “uma estratégia bem formulada ajuda a ordenar e alocar os recursos de uma

organização para uma postura singular e viável”.

22

Pertinente a essa concepção, à luz do pensamento de Porter (2002), a estratégia é a

decisão deliberada de uma série de atividades distintas com o objetivo de proporcionar um

conjunto singular de valores para uma organização. Segundo o autor, a estratégia é a criação

de um posicionamento exclusivo no mercado, por meio de diferentes ações, visando o

estabelecimento de uma posição lucrativa e sustentável contra as forças que determinam a

competição industrial. Tal posição traduz-se no aperfeiçoamento de recursos e competências

para a produção de vantagens competitivas.

Não obstante, a estratégia não pode ser classificada exclusivamente como uma

decisão deliberada, pois dependendo do seu processo de formação também é tida como

estratégias emergentes, conforme mostra a figura 1, ou seja, aquelas que não haviam sido

previstas, decorrentes de uma situação de oportunidade ou ameaça latente, e nasce

naturalmente da experiência dos envolvidos.

“Assim como poucas estratégias – ou nenhuma – são puramente deliberadas, assim

como poucas são totalmente emergentes (MINTZBERG at al., 2000, p.27)”. Uma significa

aprendizado zero, a outra significa controle zero. Todas as estratégias da vida real precisam

misturar esses dois aspectos de alguma forma: exercer controle fomentando o aprendizado.

Figura 1 - Estratégias deliberadas e emergentes

Fonte: Mintzberg (2000, p.19)

Por fim, Mintzberg (2003, p.132) faz uma metáfora que pode ser relacionada às

organizações:

“Nosso artesão tenta fazer uma forma escultural livre. Isso não funciona, então ele

arredonda um pouco aqui, nivela um pouco ali. O resultado parece melhor, mais

23

ainda não totalmente correto. Ele tenta mais uma vez, e mais uma, e mais uma. No

final, depois de dias ou meses ou anos, ele finalmente tem aquilo que queria. Ele tem

uma nova estratégia.”

2.2 ESTRATÉGIA COMPETITIVA

A disputa entre organizações empresariais é o ponto de partida para o entendimento

da formulação de estratégias competitivas prontas a assegurar vantagens sustentáveis e em

crescimento frente aos concorrentes.

O ambiente competitivo sofre impacto de cinco forças externas básicas: rivalidade

entre as empresas existentes,ameaça de novos entrantes, ameaça de produtos substitutos,

poder de barganha dos fornecedores e poder de barganha dos compradores.

Para Porter (1989), essas forças externas refletem o fato de que a concorrência não se

limita aos participantes já estabelecidos no mercado. Clientes, fornecedores, substitutos e

novos participantes potenciais são todos “concorrentes” para a indústria e podem ter maior ou

menor importância, dependendo das circunstâncias particulares.

As cinco forças exercem destacada importância no processo de definição da

estratégia, pois determinam o grau de concorrência em um setor, bem como a sua influencia

sobre o retorno dos investimentos realizados, logo, a sua compreensão é fundamental para o

posicionamento estratégico da empresa, tendo em vista que o seu uso de forma favorável, por

meio de articulações estratégicas, é essencial à garantia de vantagens competitivas.

A razão de ser da vantagem competitiva é a proposição de valor enraizada no seu

conceito, portanto uma empresa é diferente das demais, por entregar mais valor sob o ponto

de vista dos clientes, destarte diferenciando-se da concorrência e, por isso, obtendo vantagens

no mercado.

A vantagem competitiva está comprometida com a agregação de valor que a empresa

entrega ao cliente.

A articulação de estratégias que assegurem vantagens competitivas sustentáveis e

impares exercerá efeitos sobre o desempenho organizacional. Dependendo do posicionamento

da empresa, a orientação da estratégia, em relação à aplicação dessas vantagens, poderá

significar em maior participação de mercado ou em maior lucratividade.

A empresa que enfrentar as cinco forças, superando os seus concorrentes e

influenciá-las a seu favor poderá usufruir de melhores posições no setor.

24

A fim de encarar essas forças competitivas da indústria, Porter, em 1989, estabelece

um modelo de três abordagens estratégicas - observado na figura 2, o qual denomina de

estratégias genéricas, são elas:

• Liderança de custo

“Consiste em atingir a liderança no custo total em uma indústria por meio de um

conjunto de políticas funcionais orientadas para esse objetivo básico” (PORTER, 2004, p.37),

ou seja, a estratégia visa à atração de clientes sensíveis aos preços. A empresa que opta por

esse tipo de liderança, no seu setor de atuação, promete fornecer o produto ou serviço com o

menor preço; Os produtos assumem uma forma padrão e geralmente seu âmbito de atuação é

amplo, o que exige uma extensiva capacidade produtiva para atender grandes demandas,

aproveitando-se assim de economias de escala;

• Diferenciação

Diferenciar o produto ou serviço oferecido pela empresa, criando algo que seja

considerado único no âmbito de toda a indústria. “Através da diferenciação, a empresa

identifica quais atributos os compradores em uma indústria consideram importantes,

selecionando-os e, assim, posicionando-se de forma singular para satisfazer estas

necessidades” (PORTER, 2004, p.39).

Logo, adotar a estratégia de diferenciação significa encarrega-se por entregar um

valor único aos clientes, primordialmente nos aspectos de maior importância para estes

últimos. Conforme o entendimento de Porter, a exclusividade oferecida permitirá à empresa

obter uma recompensa através de um “preço-prêmio”, o qual deverá ser maior do que os

custos incorridos para a diferenciação.

A diferenciação produz margens mais altas com as quais é possível lidar com o poder

dos fornecedores e claramente ameniza o poder dos compradores, dado que lhes faltam

alternativas compatíveis, sendo assim, menos sensíveis aos preços(Porter, 2004,39);

Enfoque

A centralização ou condensação das atenções em um segmento de produtos, ou em um

universo específico de compradores, ou em determinada área espacial. A determinação do

25

enfoque poderá acontecer de distintas maneiras, mantendo o foco no atendimento eficiente de

um propósito específico;

Portanto, “optar pela estratégia de enfoque, significa atender seu alvo estratégico

estreito mais efetiva ou eficientemente do que os concorrentes que estão competindo de forma

mais ampla” (PORTER, 2004, p.40).

A estratégia adotada só se converterá em vantagem competitiva caso o serviço ou

produto seja de qualidade e o seu preço compatível com o valor esperado pelo cliente.

Cumpre ressaltar que a opção por uma das três estratégias competitivas dependerá também da

estrutura, orçamento de capital e restrições de cada empresa.

Figura 2: Estratégias Genéricas

Fonte: Porter (2004, p.41)

Em busca de vantagem competitiva, buscam-se caminhos únicos para cada estratégia

competitiva no mercado, considerando, segundo pensamento de Porter, que a opção por todos

os tipos de posicionamento seria um equívoco. Todavia, desprezar os outros tipos de

posicionamento poderia inviabilizar o negócio.

Consoante o pensamento de Porter (1989, p. 10), “ser tudo para todos” é uma receita

para a mediocridade estratégica e para um desempenho abaixo da média, pois normalmente

significa que uma empresa não tem absolutamente qualquer vantagem competitiva.

2.3 PLANEJAMENTO ESTRATEGICO

26

Padrões do passado podem ser simplesmente desconstruídos, não se configuram

determinados nem no presente tampouco no futuro. Schumpeter, em 1942, introduzia o

conceito da “destruição criativa”, uma espécie de esfacelamento de paradigmas, modelos e

padrões, marcado pela emancipação com o passado no futuro. De acordo com o autor, o

processo de destruição criativa promove as empresas inovadoras, que respondem às novas

solicitações do mercado, e fecha as empresas sem agilidade para acompanhar as mudanças.

Contudo, o futuro não rompe totalmente com o pretérito, um padrão anterior pode ser

adequado às mudanças no cenário organizacional, desde que as variáveis que lhes são

intrínsecas moldem-se às novas conjunções. Para o enfrentamento do futuro, devem-se incluir

bases sobre performances passadas e da situação atual, favorecendo a determinação de

variadas alternativas de ação, ao invés de descartar os enfoques antecedentes, assimila os seus

elementos mais valiosos e condizentes com as mudanças.

O diálogo acerca do futuro torna-se necessário em razão da sua incerteza e

indeterminação. A preparação para o novo e para suas implicações depende da execução de

um planejamento com a finalidade de se construir estratégias de ação a fim de fazer frente às

emergentes oportunidades, necessidades e exigências do meio.

O planejamento estratégico se propõe a diminuir as dúvidas que o cercam, a partir do

ajustamento e preparação das competências organizacionais às novas demandas do ambiente e

da organização.

Atentando que, caso não existisse competição, o esforço estratégico para o futuro

insignificante seria. O planejamento estratégico faz-se fundamental à organização em vista a

torná-la hábil para o sucesso, mediante uma vantagem sustentável sobre seus concorrentes.

Fayol, o precursor da teoria da administração clássica, em seus trabalhos, definia o

planejamento como uma das funções do administrador. consiste na tarefa de traçar as linhas

gerais das coisas que devem ser feitas e dos métodos de fazê-las, a fim de atingir os objetivos

da empresa.

O planejamento estratégico vai além de o simples delinear de um curso de ação,

intencional e planejado, através do qual se buscam atingir objetivos predeterminados;

contribui para perfeita adaptação às mudanças ambientais e para o posicionamento que a

empresa almeja.

“Um processo gerencial de desenvolver e manter um ajuste viável entre objetivos,

habilidades e recursos de uma organização e as oportunidades de mercado em

continua mudanças. Para isso, é preciso ter um planejamento estratégico, ou seja, dar

27

forma aos negócios e produtos de uma empresa de forma que eles possibilitem os

lucros e crescimentos almejados”. (KOTLER, 2000, p.86)

Concernente ao pensamento de Pagnoncelli e Vasconcellos (2001), o planejamento

estratégico é um curso de ação proativo pelo qual a organização se movimenta a construir seu

futuro para o sucesso, considerando seu ambiente atual e futuro.

Para Porter (1989), o planejamento estratégico visa proporcionar benefícios

significativos ao tornar explícito o processo de estratégia, de forma a alinhar, coordenar e

dirigir o conjunto de metas.

“A finalidade das estratégias é estabelecer quais serão os caminhos, os cursos, os

programas de ação que devem ser seguidos para serem alcançados os objetivos, metas e

desafios estabelecidos” (OLIVEIRA, 2007, p.177).

O processo de planejamento estratégico trata-se algo essencial para assertiva

continuação das atividades de uma organização, o seu resultado geralmente é apresentando de

forma explícita por meio de um plano.

Cita-se oportunamente que o planejamento estratégico não garante a hegemonia

empresarial, um plano não implantado é só um plano, portanto precisa ser executado e

controlado.

2.3.1 Formulação do Planejamento estratégico

A bibliografia acerca da metodologia para a elaboração planejamento estratégico é

extensa e apresenta muitos modelos prescritivos de estágios a serem perseguidos. Constata-se

que os modelos vêm sendo adaptados com a inserção de novas variáveis e abordagens, na

tentativa de desenvolvimento do modelo ideal.

Kaplan e Norton(2004, p.5) afirmam que “não existem duas organizações que pensem

sobre estratégia da mesma maneira, o que leva a concluir que o modelo a ser escolhido deve

seguir a linha de cultura, aprendizado e conhecimento da organização.”

A formulação do planejamento estratégico inclui atividades que envolvem o

desenvolvimento de estratégias que possibilitem o sucesso das operações no seu meio, tendo

impacto significativo em longo prazo, no intento de harmonizar a relação existente entre a

organização com o seu meio envolvente.

28

O modelo apresentado por Certo e Peter (1993), estabelece que a formulação do

planejamento estratégico siga as seguintes etapas: planejamento, implementação e controle.

Na primeira etapa, é necessário fazer a análise do ambiente interno e externo com intuito de

buscar novas oportunidades avaliando também os riscos. Enquanto na segunda etapa do

planejamento, é necessário fazer uma reflexão sobre os resultados apurados na primeira etapa,

para em seguida estabelecer a missão e objetivos da organização. Por fim, na terceira etapa,

apresentada como formulação da estratégia será utilizado novamente os dados da primeira

etapa, para assim pontuar os pontos fortes e fracos, além das ameaças e oportunidades..

Para Chiavenato e Sapiro (2003), a técnicas de planejamento estratégico possui:

declaração da missão, visão de negócios, diagnóstico estratégico externo, diagnóstico

estratégico interno, fatores-chave de sucesso, sistemas de planejamento estratégico, definição

dos objetivos, análise dos públicos de interesse e formalização.

O autor Oliveira (2007), desdobra a formulação estratégica e as dividem em etapas.

As fases são sequenciais e dizem respeito ao diagnóstico empresarial, estabelecimento da

missão, instrumentos prescritivos e quantitativos e a por fim ao controle e avaliação. O

diagnóstico Estratégico caracteriza-se pelo levantamento de informações da conjuntura

interna e externa à organização, devendo ser realizado da forma mais real possível. A segunda

fase do processo de Planejamento Estratégico é o estabelecimento da missão da organização,

a determinação da sua razão de ser e de seu posicionamento estratégico. O levantamento dos

instrumentos prescritivos e qualitativos indica como se chegar à situação futura desejada.

Enquanto os Instrumentos prescritivos representam as medidas que devem ser tomadas pela

organização para que seus esforços sejam direcionados ao alcance dos propósitos da sua

missão. E a fase de controle e avaliação diz respeito à verificação de como a empresa está

desempenhando suas atividades, comparando as situações alcançadas com as previstas.

Segundo um estudo feito por Terence (2002), de forma geral, as diversas

metodologias que abordam o processo de planejamento estratégico apresentam muitos pontos

em comuns e pequenas variações. A mesma autora afirma que, na literatura, a forma e a

ordem de apresentação do processo estratégico é diferente , mas existe um certo consenso

quanto às etapas e atividades necessárias ao desenvolvimento do processo.

A partir de uma revisão bibliográfica sobre as metodologias para o desenvolvimento

de um planejamento estratégico, assim como uma pesquisa sobre as características das

pequenas empresas e também sobre as características do planejamento estratégico para

pequenas empresas, Terence (2002) desenvolveu estruturar um roteiro prático voltado para

auxiliar o pequeno empresário no processo de elaboração do planejamento estratégico,

29

considerando todas as peculiaridades que envolvem esse tipo de organização. Assim como

demonstra a figura 3.

Figura 3: Estruturação do roteiro prático do planejamento estratégico

Fonte: TERENCE (2002, p.86)

A metodologia abordada por essa autora é a que será utilizada para a construção da

proposta do plano estratégico, o qual se propõe este trabalho.

2.4 ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

A formulação do planejamento estratégico segue as seguintes etapas:

2.4.1 Etapa Preparatória

A primeira etapa denominada de preparatória tem o intuito de conscientizar o

empresário e prepará-lo para o processo, visto que é comum que desconheça ou não acredite

que possuam uma estratégia, que lhe falta visão de longo prazo, dificuldade do em aceitar

mudanças, entre outras características que vão variar conforme a gestão individualizada.

30

Esse estágio de preparação faz-se importante devido à necessidade de reflexão da

situação atual do negócio e dos planos futuros, já que, ao se conscientizar, o gestor se informa

da importância do planejamento estratégico e se manterá engajado para aplicá-lo na prática,

como também utilizar o tempo com atividades de planejamento.

Segundo Terence (2002), em uma releitura do trabalho de Almeida e Fischmann

(1991), essa fase compõe-se da apresentação da importância e etapas do planejamento

estratégico, através de exemplos didáticos como palestras, livros, estudos dirigidos e a

aplicação prática de estratégias individuais ou coletivas.

Caso essa fase não seja levada em consideração, corre-se o risco da não implantação e

continuidade do plano estratégico.

2.4.2 Etapa de visão Geral da Empresa

A etapa que segue após a de preparação, visão geral da empresa, corresponde

desenvolvimento das atividades de definição de negocio, missão, visão e valores da empresa.

2.4.2.1 Definição do Negócio

Definir o negócio significa evidenciar o horizonte de atuação da organização, ou

seja, o escopo do negócio.

A tendência natural é limitar a definição do negócio às opções de produtos os

serviços, o que é chamado de visão míope, visto que reduz a capacidade de percepção de

ameaças e oportunidades. Logo, deve-se focar a análise da definição do benefício entregue ao

cliente, dado que ao adquirir um produto está se adquirindo algo mais – o benefício do

produto –. A tabela 2 exemplifica a diferença entre a visão mais estreita do negócio, a míope,

e a mais ampla.

De acordo com Tavares (1991), o negócio de uma organização não se determina pelos

produtos ou serviços a ofertar, diz respeito ao atendimento dos desejos ou necessidades do

cliente. Assim, um negócio precisa ser visto como um processo de satisfação do cliente. “Os

31

produtos são transitórios, mas as necessidades básicas e os grupos de clientes são eternos”

(KOTLER, 2000, p. 89).

Tabela 1: Exemplos de visão míope e visão estratégica no negócio.

Empresa

Negócio

Visão Míope Visão Estratégica

(Produto ou Serviço) (Benefício)

Xerox Copiadoras Automação de escritório

Mercedes Benz Veículos Soluções de transporte

Estrela Brinquedos Alegria

Citibank Serviços Financeiros Soluções Financeiras

Produtoras de Hollywood Filmes Diversão e cultura

Randon Veículos Soluções para o transporte

IBM Computadores Informação

Arisco Temperos Alimentos

SLC Máquinas Agrícolas Tecnologia para a agricultura

Avon Cosméticos Beleza

Kopenhagen Chocolate Presentes

Telesp Serviços Telefônicos Transporte de Informação

Localiza Aluguel de carro Solução em transporte

Fonte: Pagnoncelli e Vasconcellos (2001, p.57-58), adaptado pelo autor.

Como um resumido exemplo do caso da empresa da natura, tem-se que o negócio da

organização é definido como “bem estar/ estar bem”, caso limita-se o seu negócio a

“cosméticos” (visão míope) restringiria suas estratégias de diferenciação, ou melhor, as suas

decisões de posicionamento frente ao mercado.

A partir da definição do negócio torna-se possível as decisões estratégicas sobre o

negócio, já que se delineia o âmbito da atividade empresarial: seus verdadeiros clientes,

concorrentes, enfim todos os fatores que interferem no seu desenvolvimento.

Mesmo que a etapa de definição do negócio seja mais definitiva, isto não significa

dizer que imobilizará a ação organizacional, assim como a sua abrangência. Faz-se necessário

rever a posição do negócio, buscando se adequar as novas demandas das variáveis externas.

32

2.4.2.2 Definição da missão

O estabelecimento da missão diz respeito à delimitação da razão de ser da

organização - o motivo especial pela qual existe- devendo ser uma declaração breve e sucinta

do “por que” e “para que” ela existe.

Conforme a ótica de Peter Drucker (1980, p.37),

“Uma empresa não se define pelo seu nome, estatuto, produto que faz ou serviço que

realiza, ela se define pela sua missão. Somente uma definição clara da missão é a

razão de existir da organização e torna possíveis, claros e realistas os objetivos da

empresa. Tem-se, então, que a missão conduz a demarcação dos fins

organizacionais, e igualmente contribui na seleção das decisões estratégicas.”

De tal modo, definir a missão significa entender qual necessidade do mercado a

organização satisfaz. A missão deve ser definida orientada para a finalidade ou utilidade da

organização e não apenas pelo seu produto ou serviço (MAXIMIANO, 2000),

Em uma perspectiva mais abrangente, “uma declaração de missão bem declarada

proporciona aos funcionários um senso único de propósito, direção e oportunidade, atua como

uma “missão invisível” que orienta a realizar coletivamente as metas da organização.”

(KOTLER, 1998, p. 76),

Assim sendo, a missão atua como um guia, orientando e demarcando as ações

organizacionais, criando um senso único de direção. Logo, a missão poderá ser um potencial

ponto de unificação e incentivo para os membros da organização.

A fim de auxiliar o processo de declaração da missão, Vasconcelos e Pagnoncelli

(2001) propões que a empresa deve responder às seguintes perguntas:

O que a empresa deve fazer?

Para quem deve fazer?

Para que deve fazer?

Como deve fazer?

Onde deve fazer?

Qual responsabilidade social deve ter?

33

2.4.2.3 Definição da visão

A declaração da visão de uma organização consiste simplistamente na determinação

do que ela quer ser no futuro, logo para se criar o futuro é preciso imaginá-lo

(HAMEL;PRAHALAD,1995).

É preciso idealizar o futuro através de um “alvo” que se espera alcançar em um

determinado tempo no futuro, especificando o que a organização quer ser ou se tornar nos

próximos anos.

Nesse sentido, Oliveira (2005, p.88) define:

“Visão é conceituada como os limites que os proprietários e principais executivos da

empresa conseguem enxergar dentro de um período de tempo mais longo e uma

abordagem mais ampla. Nesse contexto, a visão proporciona o grande delineamento

do planejamento estratégico a ser desenvolvido e implementado pela empresa. A

visão representa o que a empresa quer ser”.

Na qualidade de dimensionamento do futuro, a visão deve expor um propósito tão

audacioso quanto realista. Sendo instigante, precisa e adaptável a fim de conduzir

efetivamente as pessoas, mas dando-lhes certa margem de liberdade para tomarem suas

iniciativas. E ainda inspiradora, construindo, na mente das pessoas, um sonho – uma imagem

do futuro desejado - de tal forma a instigar todos os membros da organização a cumprir a

missão.

Servindo de foco para os trabalhadores, para Tavares (2005, p. 98), “a visão é uma

projeção das oportunidades futuras do negócio da organização, para permitir uma

concentração de esforços na sua busca”.

Dessa forma, a visão deve agir como um fator motivador e de coesão para todas as

pessoas da instituição. Conforme Senge (1990, p. 2008), “uma visão compartilhada (por

todos) é o primeiro passo para permitir que pessoas que desconfiavam umas das outras

comecem a trabalhar juntas. Ela cria uma identidade comum”. Na verdade, o sentido

compartilhado de propósito, visão e valores estabelece o nível mais básico de comunidade.

A ausência ou uma má formulação da visão decorrerá na falta de foco organizacional,

resultando numa falta de harmonia entre o que se espera ou propõe e o que realmente pratica.

34

2.4.2.4 Definição dos Valores

A genuína diversidade entre os seres sucinta aos diversos valores apreendidos e

experimentados ao longo da vida.

Valores são parâmetros extremamente enraizados os quais exercem influência em

praticamente todas as perspectivas da existência humana, caracterizando seu comportamento e

postura quanto à moralidade, ética, compromisso, respostas ao ambiente entre outras. De igual

modo, Chiavenato e Sapiro (2003, p.90), conceituam:

“Conjunto de conceitos, filosofias e crenças gerais que a organização respeita e

pratica, e está acima das práticas cotidianas para a busca de ganhos de curto prazo.

São os ideais eternos, servindo de orientação e inspiração para todas as gerações futuras de pessoas dentro da organização. Os princípios dizem respeito a tudo que

não se está disposto a abrir mão, como ética e honestidade. Os valores

organizacionais correspondem aos atributos e às virtudes prezados pela organização,

como prática da transparência, respeito à diversidade, cultura para a qualidade ou

respeito ao meio ambiente”.

As organizações conservam valores fundamentais e convicções imprescindíveis, em

torno dos quais foi concebida, sendo aquilo em que a maioria das pessoas acredita,

influenciam o seu comportamento, contribuindo, portanto, para a unidade e a coerência no

trabalho.

Assim sendo, favorecem o compromisso dos membros dentro da organização, entre

elas e a comunidade e entre elas e a sociedade, logo, a concordância coletiva sobre os valores

possibilita a efetivação dos objetivos da instituição.

Se não houver valores institucionais bem definidos e explícitos, as relações internas e

externas estão sujeitas a mais riscos, visto que os valores pessoais podem se chocar,

permitindo que os indivíduos sintam-se falhos por não atingir o resultado da instituição.

Os valorem devem seguir como guia para o processo decisório, como também para

orientar o comportamento. Nesse sentido, os valores devem ser indiscutivelmente respeitados.

“Os valores, sendo efetivamente verdadeiro e possuindo forte interação com a moral

e a ética de uma organização, poderão ser sustentação de vantagem competitiva da

empresa” (OLIVEIRA,2005, p.89).

Os benefícios resultantes da declaração de valores é a criação de diferencial

competitivo perante o mercado (PAGNONCELLI;VASCONCELLOS;2001)

35

2.4.3 Etapa de Análise Ambiental

A etapa de análise ambiental segmenta-se em duas partes, uma é a análise do

ambiente tanto interno quanto externo, e a outra diz respeito à determinação dos fatores

críticos de sucesso.

2.4.3.1 Análise do Ambiente

Impactando direta e indiretamente as organizações, o ambiente funciona como um

espaço de manifestação de variáveis que se influenciam reciprocamente.

Ao se analisar o ambiente, pretende-se reconhecer e fazer vigilância a variáveis

competitivas que empregam forma ao desempenho organizacional (VASCONCELLOS e

PAGNONCELLI, 2001).

“A análise ambiental corresponde ao estudo dos diversos fatores e forças do

ambiental, às relações entre eles ao longo do tempo e seus efeitos ou potenciais

efeitos sobre a empresa, sendo baseada nas percepções das áreas em que as decisões

estratégicas da empresa deverão ser tomadas e que apresenta como finalidade

colocar em evidência as deficiências e qualidades da empresa que está sendo

analisada” (Oliveira, 2007, p.72).

A análise ambiental depende do entendimento da relação existente entre a

organização e o meio que a envolve, atentando aos efeitos que um exerce sobre o outro.

“Se conhecermos o inimigo (ambiente externo) e a nós mesmos (ambiente interno),

não precisamos temer o resultado de uma centena de combates. Se nos conhecemos,

mas não ao inimigo, para cada vitória sofreremos uma derrota. Se não conhecemos

nem ao inimigo, sucumbiremos em todas as batalhas”. (ZUN TSU,2004, p.26)

Para o alcance do sucesso de uma organização, os recursos internos devem estar

harmonicamente empregados a fazer face aos movimentos do ambiente.

36

2.4.3.1.1 Ambiente externo

Partindo do princípio que as organizações são sistemas abertos, visto que são

marcadas pela interação e intercâmbio com o ambiente, a análise externa é o momento em que

a organização centraliza sua atenção para fora, verificando as ameaças e oportunidades que a

circundam.

A compreensão do ambiente externo macroambiental (geral) e microambiental

(setorial), fundamenta o entendimento do encadeamento sistêmico envolvendo a organização

e o seu meio externo.

O macrombiente “é o ambiente mais amplo e genérico em que estão todas as

organizações envolvidas direta ou indiretamente na atividade da organização que se pretende

estudar. É o ambiente genérico e que influencia de maneira semelhante a todas as

organizações”. (CHIAVENATO & SAPIRO, 2004, p. 81). As variáveis de nível macro, tais

como as econômicas, sociais, culturais, demográficas, políticas, tecnológicas, legais,

impactam de modo geral sobre todas as organizações, interferindo nos seus funcionamentos,

todavia, não sofrem influência às ações da empresa.

O microambiente, por sua vez, “é o setor especifico de negócios da organização”, ou

melhor, “é o ambiente mais próximo e imediato da organização e é onde ela obtém seus

recursos e coloca seus produtos e serviços”(CHIAVENATO & SAPIRO, 2004, p. 81),

portanto, representa o setor em que a organização desenvolve suas atividades operacionais,

envolvendo pessoas, grupos de pessoas, órgãos públicos, entidades e empresas que mantêm

um processo de intercâmbio com a organização, como fornecedores, clientes e concorrentes,

os quais apresentam possíveis reações às ações da empresa.

Na intenção de analisar o macroambiente, será adotada a análise PETS e para a

análise do microambiente, o modelo das cinco forças de Porter.

2.4.3.1.1.1 Modelo das cinco forças de Porter

A disputa entre organizações sofre impacto de forças externas a atuar conjuntamente,

devendo ser avaliadas perante o ambiente setorial.

37

Porter(1986), desenvolveu um modelo chamado de cinco forças competitivas para

verificar a situação da organização em seu ramo de atuação, pois, segundo ele, “a estrutura

industrial tem uma forte influência na determinação das regras competitivas do jogo, assim

como das estratégias potencialmente disponíveis para a empresa” (PORTER,1986,p.22).

Definiu, então, as cinco forças, como:

Novos Entrantes: Esta força relaciona-se ao estágio de competitividade do mercado

ou às barreiras e dificuldades existentes para empresas que estão entrando na competição para

concorrer por clientes. Segundo o pensamento de Porter(1986, p.13), os novos entrantes em

um setor trazem novas capacidades, o desejo de ganhar participações no mercado e, em geral,

recursos substanciais. Por outro lado, existem duas expectativas dos entrantes em relação às

barreiras: a existência já consolidada de barreiras de entrada e a ameaça de reação dos

competidores já estabelecidos.

Produtos substitutos: As empresas competem com aquelas que fabricam produtos ou

serviços substitutos aos seus, em um mercado de numerosa concorrência. A qualidade dos

produtos ou serviços será a tática que irá substanciar a decisão de compra. Outra tendência

que pode impactar na competitividade do setor é o aumento da concorrência de formatos

substitutos, pois esta não é mais apenas exercida entre varejistas do mesmo formato e porte,

como no caso padarias versus padarias ou hipermercados versus hipermercados, mas entre

diversos tipos diferentes de varejos.

Poder de negociação dos fornecedores: Fornecedores com elevado potencial de

controle afetam nitidamente a rentabilidade e o desempenho de um setor, visto que podem

impor preços, condições de pagamento, prazos de entrega e qualidade dos produtos. Quanto

menor for a importância do setor consumidor para os fornecedores e maiores forem os custos

de mudança de fornecedor, maior será o potencial de impacto negativo no desempenho. Por

outro lado, se a importância dos produtos fornecidos para os clientes for baixa, ou se existirem

produtos substitutos para os dos fornecedores, o setor receberá um menor impacto dessa força.

Poder de negociação dos consumidores: Os consumidores são capazes de movimentar

toda a lógica que movimenta um mercado, exigindo redução de preços, exigir melhor

qualidade, melhores formas de pagamento e maior prestação de serviços. O poder de

38

negociação dos consumidores tende a ser maior quando existe concentração da indústria dos

consumidores ou quando a importância da indústria consumidora for alta.

Rivalidade entre as empresas existentes: Os concorrentes existentes em um setor

disputam um posicionamento mais rentável do que as outras. Os movimentos de uma empresa

exercem influência significativa em seus concorrentes. Quanto maior for a rivalidade maior

será a possibilidade de ocorrência de guerras de preços, disputas publicitárias, investimentos

em qualidade etc.

As cinco forças (figura 6) exercem destacada importância o processo de definição do

estratégico, pois determinam o grau de concorrência em um setor, bem como a sua influencia

sobre o retorno dos investimentos realizados, logo, a sua compreensão é fundamental para o

posicionamento estratégico da empresa, tendo em vista que o seu uso de forma favorável, por

meio de articulações estratégicas, é essencial à garantia de vantagem competitiva.

Forças externas a indústria são significativas principalmente em sentido relativo;

uma vez que as forças externas em geral afetam todas as empresas na indústria, o

ponto básico encontra-se nas diferentes habilidades das empresas em lidar com elas (PORTER, 2004, p. 3)

A empresa que identificar as origens das cinco forças e influenciá-las a seu favor,

poderá usufruir de melhores posições no setor.

Figura 4: Forças que dirigem a concorrência na indústria.

Fonte: Poter (1986, p. 23).

39

2.4.3.1.1.2 Análise PEST

O macroambiente constitui-se de diversas variáveis as quais influenciam o

funcionamento das organizações, dentre elas a política, economia, cultura, demografia,

contudo, as empresas não possuem a mesma capacidade de lhes causar impacto. Tem-se como

exemplo a taxa de juros, ela é capaz de influenciar as operações da organização, mas o

contrário não é verdadeiro.

“O acrônimo PEST é utilizado para identificar quatro dimensões de análise ambiental

de natureza qualitativa de fenômenos dificilmente quantificáveis: a Política, a Econômica, a

Social e a Tecnológica (CASTOR, 2000, p. 05)”

Segundo classificação de Wright, Kroll e Parnell (2000), tem-se:

Variáveis político/legais: são determinadas pelas políticas públicas e mudanças

nas leis a provocar mudanças estruturais nas organizações e seus setores, como

legislação concorrencial e ambiental;

Variáveis econômicas: são caracterizadas provocar mudanças nos agentes

econômicos, destaca-se a definição da taxa de juros e as políticas: fiscal, monetária e

cambial;

Variáveis socioculturais: são inclusos aspectos de valores, cultura, educação,

demográficos (a, migrações, distribuição do rendimento, mobilidade na pirâmide

social, mudanças no estilo de vida) referentes à sociedade ;

Variáveis tecnológicas: trata-se das inovações que alteram o todo ou em parte

a estrutura de mercado ou ambiente do negócio, provocando mudanças na gestão das

empresas, tem-se, por exemplo, novas descobertas e desenvolvimentos, velocidade

de transferência tecnológica, taxas de obsolescência, políticas de qualidade;

40

2.4.3.1.2 Análise do ambiente interno

“É preciso também conhecer profundamente a organização, suas potencialidades e

suas fragilidades” (CHIAVENATO; SAPIRO, 2003, p.139)

O estudo do ambiente interno abrange uma análise da estrutura organizacional e dos

recursos que a organização dispõe para suas atividades presentes e futuras, ou seja, analisa o

ambiente sob as perspectivas financeiras, de marketing, recursos humanos e produção,

chamadas de áreas funcionais da empresa (MAXIMIANO, 2000).

Enquanto os pontos fortes representam as forças propulsoras internas as quais

favorecem o alcance dos objetivos organizacionais, então devem ser evidenciados, os pontos

fracos correspondem às deficiências que atravancam ou inibem a obtenção dos resultados

desejados, além disso. Estes últimos devem ser superados.

“Cada negócio precisa avaliar periodicamente suas forças e fraquezas internas. Como

também afirma que o negócio não precisa corrigir todos os seus pontos fracos, nem deve se

vangloriar de todos os seus pontos fortes.” (KOTLER, 2000, p.101)

Como consequência dessa investigação que a empresa faz sobre suas fragilidades e

fortalezas, as empresas compreendem quais recursos dispõem para fazer frente às ameaças,

potencializar oportunidades e criar diferenciais competitivos. Nesse sentido, Santos (1992)

declara que a análise interna equivale à avaliação do melhor posicionamento da empresa, de

maneira que se possam maximizar as potencialidades e reduzir as vulnerabilidades frente ao

ambiente, que é complexo.

2.4.3.1.3 Matriz SWOT

A ferramenta mais simples e habilitada para sintetizar as análises internas e externas

de uma organização é a matriz SWOT, também chamada de matriz FOFA em português, a

partir da qual é possível estabelecer prioridades de atuação estratégica.

Para Chiavenato e Sapiro (2003, p. 188), a função da matriz SWOT é:

“cruzar as oportunidades e as ameaças externas à organização com seus pontos

fortes e fracos. Esse cruzamento forma uma matriz com quatro células, e para cada

célula haverá uma indicação de que rumo tomar. A avaliação estratégica realizada a

41

partir da matriz SWOT é uma das ferramentas mais utilizadas na gestão estratégica

competitiva. Trata-se de relacionar as oportunidades e ameaças presentes no

ambiente externo com as forças e fraquezas mapeadas no ambiente interno da

organização”

Conforme Oliveira (2005), ela se divide em quatro análises, são elas:

Strenghts - Pontos Fortes: Variáveis internas e controláveis que propiciam uma

condição favorável para a empresa, em relação ao seu ambiente;

Weaknesses - Pontos Fracos: Variáveis internas e controláveis que provocam uma

situação desfavorável para a empresa, em relação ao seu ambiente;

Oportunities - Oportunidades: Variáveis externas e não controláveis pela empresa,

que podem criar condições favoráveis para a mesma, desde que a própria tenha

condições e/ou interesse de usufruí-las;

Threats - Ameaças: Variáveis externas e não controláveis pela empresa que podem

criar condições desfavoráveis para a mesma.

Figura 5: Matriz SWOT

Fonte: Elaborado pelo autor

Este instrumento administrativo proporciona uma análise sistêmica sobre as

oportunidades e ameaças do ambiente externo, forças e fraquezas inerentes à organização,

com a finalidade de propiciar à instituição um posicionamento no tocante às oportunidades a

serem potencializada, ameaças anuladas.

Interno Externo

+ Pontos Fortes Oportunidades

- Pontos Fracos Ameaças

42

2.4.3.1.4 A determinação dos fatores críticos de sucesso

A definição dos fatores críticos de sucesso correlaciona-se com as análises

ambientais, dado que poderão influenciar no resultado e posicionamento da organização no

mercado.

Os FCS podem ser identificados através da análise ambiental, pois são chave de

sucesso para provocar o desenvolvimento de oportunidades trabalhadas sobre os pontos

fortes.

Sob a ótica de Terence (2002,p.95), os fatores críticos de sucesso

“são condições fundamentais que precisam ser satisfeitas para melhor atuação da

empresa no mercado e relacionam-se com alguns itens que podem ser classificados

da seguinte forma: tecnologia empregada e em desenvolvimento, processo

produtivo, fator humano, organização, serviços, produtos, distribuição, assistência

técnica, localização,marketing, entre outros”.

Desta forma, nesta atividade, o dirigente deverá identificar, entre as categorias

citadas anteriormente, quais seriam os fatores mais relevantes para a empresa ter sucesso em

seu ramo de atuação baseadas na análise do setor e nas forças estruturais do seu negócio.

2.4.4 Definição de objetivos e metas

Metas e objetivos podem ser compreendidos como demarcadores do resultado

previsto em virtude das estratégias planejadas, assinalam de forma clara e explícita o que a

empresa almeja e pretende alcançar, ou seja, desdobra a visão em fins os quais a organização

quer atingir.

Segundo Costa (2007, p.29), “Objetivos e metas referem-se aos parâmetros-chave,

qualitativos ou quantitativos, que se pretende atingir ou manter em um dado momento ou

período de tempo futuro preestabelecido”.

Logo, a etapa de definição de objetivos e metas fundamenta-se na identificação de

padrões de referência, os quais devem ser alcançados em um período estipulado, devendo ser

desafiantes, porém viáveis, mensuráveis e ser coerentes entre si.

43

Para Oliveira (2007, p.141), “objetivo é o alvo ou ponto quantificado, com prazo de

realização e responsável estabelecidos, que se pretende alcançar através de esforço extra” e

metas são “passos ou etapas, perfeitamente quantificados e com prazos para alcançar os

desafios e objetivos”.

A meta é uma segmentação do objetivo, em que o aspecto quantitativo tem uma

importância maior, ou seja, é mais preciso em valor e em data.

As metas têm de anunciar até que ponto os resultados são minimamente aceitáveis,

representando o estabelecimento de valores ideais dos indicadores ao longo do tempo, tendo

por base os valores atuais.

Uma vez que as metas devem ser quantificáveis em relação aos resultados, conter

prazos de execução e definição de responsabilidade finais e intermediários esperados

promovem um melhor controle desempenho. Conclui-se que as metas são as entradas para

avaliação e mensuração do desempenho institucional.

No que diz respeito aos objetivos, eles são resultados mais gerais pretendidos pela

organização para concretizar sua visão, sendo competitiva no ambiente atual e no futuro.

(PAGNONCELLI; VASCONCELLOS,2001).

2.4.5 Elaboração das estratégias

“A estratégia é definida como um caminho, ou maneira, ou ação formulada e

adequada para alcançar, preferencialmente de maneira diferenciada, as metas, os desafios e os

objetivos estabelecidos, no melhor posicionamento da empresa perante seu ambiente.”

(OLIVEIRA, 2007, p. 181)

Nessa fase que contempla a elaboração da estratégia, deverá ser identificar a

estratégia atual, mesmo que seja implícita, visto que as ações e decisões passadas influenciam

o presente (TERENCE, 2002) e as suas estratégias futuras.

Após o levantamento da estratégia atual, a empresa está apta a escolher qual

estratégia irá adotar condizente com a sua realidade e com a agregação de valor que está

disposta a entregar aos seus clientes internos e externos.

Faz-se, portanto, uma escolha por uma proposição de valor diferenciada no mercado,

utilizando adequadamente os recursos físicos, financeiros e humanos (OLIVEIRA, 2007).

44

A escolha por uma proposição de valor diferenciada procede de um processo de

elaboração mental, no qual organização decide suas intenções: o que quer ou não fazer, para

atingir os seus objetivos e efetivar sua visão, obedecendo aos valores, destinando-se a cumprir

a missão do seu negócio (PAGNONCELLI; VASCONCELLOS,2001).

“Uma estratégia bem formulada ajuda a ordenar e alocar os recursos de uma

organização para uma postura singular e viável, com base em suas competências internas e relativas, mudanças no ambiente antecipadas e providências contingentes

realizadas por oponentes” (MINTZBERG; QUINN, 2001, p.20)

Isto posto, a estratégia deve estar alinhadas a missão, visão, valores e conectada com

o ambiente, especialmente no que diz respeito a ameaças, oportunidades, pontos fortes e

pontos fracos, pois, quando bem formulada atentando a esses aspectos, resulta em um plano a

alcançar o seu alvo – efetivação dos seus objetivos estratégicos.

2.4.6 Elaboração do Plano de Ação

Os objetivos eleitos desdobram-se em ações operacionais, cronogramas e projetos

através do plano de ação, que apresenta como finalidade desenvolver ou ajustar vantagens

competitivas.

Segundo Tavares (2005, p.311):

A elaboração dos planos de ação precisa identificar e determinar – a partir dos

objetivos estipulados – os recursos críticos a serem alocados, quando e por quem.

Alguns planos de ação são dependentes apenas de recursos e poder, outros de recursos econômicos, outros de capacidade organizacional e de recurso ecnológicos

e outros, ainda, de alguma combinação dos recursos mencionados.

Por meio desse conjunto de escolhas o plano de ação deverá ser implantado a fim de

atingir os objetivos organizacionais. Para cada objetivo estratégico, devem-se estabelecer

atividades associando-as com as metas delimitadas.

A ferramenta mais utilizada para elaborar um plano de ação é a 5W1H, sigla em

inglês, uma ferramenta de qualidade, a qual se popularizou na linguagem empresarial.

Rossato (1996, p.1) declara que o método 5W1H auxilia na organização com a

identificação de ações e responsabilidades de forma precisa, definindo as ações e

responsabilidades de execução para uma tarefa.

45

Através da aplicação desta ferramenta, é possível determinar quais serão as ações a

serem tomadas e também se pode analisar de que forma os recursos serão alocados. Como

ilustra a tabela 2.

A sigla em inglês representa:

What (o que): o que deve ser feito, ou seja, que ação deve ser realizada.

Who (quem): quem será o responsável pela realização da ação.

When (quando): qual o prazo para a realização desta ação.

Where (onde): local ou setor a ser realizada esta ação.

Why (por que): o propósito da realização desta ação.

How (como): de que forma a ação será realizada.

A ferramenta da qualidade 5W1H admite que todas as tarefas a serem executadas

sejam escaladas de forma cuidadosa e objetiva, assegurando sua implementação de forma

organizada.

A partir do momento em que se define o plano de ação é possível enxergar os pontos

em que haverá enfoque no sentido de conduzir o trabalho de uma forma mais organizada, esta

ferramenta possibilita resolver problemas que possam ocorrer no inicio do processo.

Tabela 2: Modelo de plano de ação

Plano de Ação

Objetivo Geral:

O Quê? (What?) Por Quê (Why?) Como? (How?

Onde? (Where)

Responsável? (Who)

Prazo? (When)

Fonte: Elaborado pelo autor

46

3 METODOLOGIA

A pesquisa científica pode ser traduzida em uma investigação racional, por meio da

coleta e mineração de dados, como também pela observação e análise de fatos e fenômenos,

que busca o conhecimento sobre um ou mais aspectos referentes a um universo ou um objeto

de estudo.

Os procedimentos metodológicos para o desenvolvimento da pesquisa científica

podem variar, de acordo com alguns fatores, como, por exemplo, os objetivos, fins,

abordagem.

A metodologia adotada para o desenvolvimento da pesquisa foi a pesquisa-ação a qual

exige uma relação entre o pesquisador e o campo da prática.

“Uma pesquisa pode ser qualificada de pesquisa-ação quando houver realmente uma

ação por parte das pessoas implicadas no processo investigativo, visto partir de um

projeto de ação social ou da solução de problemas coletivos e estar centrada no agir

participativo e na ideologia de ação coletiva.” (Baldissera, 2001, pág. 2)

3.1 TIPO DE PESQUISA

A metodologia utilizada para a investigação desenvolvida neste trabalho foi a

pesquisa-ação, tendo por finalidade modificar a realidade que afeta as pessoas envolvidas. As

principais característica desse tipo de pesquisa são a estreita interação entre prática e

investigação, como também a superação do distanciamento entre o pesquisador e a ação.

Para a investigação do ambiente prático e a resolução do problema de pesquisa com

base empírica, houve o envolvimento ativo do pesquisador, no último caso, assumindo o

papel de estrategista.

A pesquisa-ação pode ajudar nas análises das empresariais, ao detectar problemas de

gestão, especialmente de forma participativa (THIOLLENT, 1997),

Conforme entendimento de Thiollent (1997), maior objetivo da pesquisa-ação é

proporcionar novas informações, gerar e produzir conhecimento que traga melhorias e

soluções para toda a organização.

47

3.2 DELIMITAÇÃO DO UNIVERSO DA PESQUISA

O universo a ser pesquisado é a Panificadora Laryssa localizada em Natal/RN. A

estreita relação entre a realidade e o investigador, bem como o grau de parentesco desse

último como gestor foi fundamental para a seleção a delimitação.

3.3 ANÁLISE DE DADOS

Análise dos dados é realizada através de um processo indutivo apoiando-se na

experiência: o pesquisador não tem a preocupação de comprovar hipóteses ou responder

perguntas previamente formuladas e inertes (TAYLOR; BOGDAN, 1984). Segundo Ruiz

(1996), a utilização do método indutivo é feito em pesquisas qualitativas visto que, a começar

da apreciação da realidade, a mente do homem está propensa a deduzir conclusões genéricas.

48

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O intuito deste capítulo é apresentar o plano estratégico proposto para uma empresa

de panificação e confeitaria da cidade de Natal/RN. A metodologia adotada para a formulação

do plano seguiu o roteiro sugerido por Terence (2002) e as propostas conceituais dos autores

pesquisados na revisão bibliográfica.

4.1 PREPARAÇÃO

Dado que o principal objetivo desse estágio é preparar e conscientizar o gestor sobre

a importância do planejamento estratégico para o futuro das organizações, esta fase foi

desconsiderada, em razão do pesquisador ser o próprio estrategista, principal interessado no

resultado do estudo e ciente da necessidade de atuar no presente almejando melhores

resultados no futuro.

4.2 VISÃO GERAL DA EMPRESA

Esta etapa, assim como descreve Terence (2002), trata-se da definição do negócio,

missão, visão e valores.

4.2.1 Negócio

Ao se definir um negócio pretende-se explicitar o âmbito de atuação da empresa

alicerçado em quais necessidades e desejos do cliente se propõe a atender, contudo, existe

uma tendência natural em restringir o negócio aos produtos ou serviços que ela oferece aos

clientes, conforme entendimento de Tavares (1991).

49

Em uma visão míope, concentrando-se apenas em uma definição baseada nos

produtos e serviços que a oferece, descuidando-se do cliente, tem-se que o negócio da padaria

é:

“Produzir e comercializar alimentos.”

Todavia, admitindo que a definição do negócio não deva se limitar apenas aos

esforços de uma organização, mas sim contemplar os benéficos que entrega ao cliente, tem-se

como negócio:

“Demonstração de afeto que fazem as pessoas se sentirem felizes”

O benefício, o qual se quer imprimir, é a sensação de felicidade e prazer sentida pelos clientes

ao saborear um alimento preparado com amor e cuidado, cuidado este que se reflete desde a

escolha da matéria prima até o último momento da compra.

4.2.2 Missão

Amparando-se nos conceitos já abordados, a manifestação explícita da missão de

uma empresa deve envolver o motivo especial pela qual ela existe não se reduzindo tão

somente aos seus produtos ou serviços, à vista disso, a partir da proposta facilitadora de

Vasconcelos Filho e Pagnoncelli (2001), respondeu-se:

O que a empresa deve fazer? Produzir e servir alimentos saborosos e

surpreendentes em sabor, cor e textura;

Onde deve fazer? Em um ambiente aconchegante e acolhedor;

Para quem deve fazer? População de Natal;

Para que deve fazer? Propiciar momentos de prazer e felicidade aos clientes e

rentabilidade para o proprietário;

Como deve fazer? Com carinho;

50

Qual responsabilidade social deve ter? Respeitar fornecedores, colaboradores,

comunidade e clientes.

Após formatação, apresenta-se, em texto, a proposta de missão da panificadora

Laryssa:

“Produzir e servir com carinho serviços alimentos saborosos e surpreendentes”

Visando o lucro para o empresário, o propósito da empresa é satisfazer os clientes

através da comercialização de alimentos saborosos e surpreendentes e provocar-lhes uma

sensação de bem estar ao oferecer um ambiente agradável e com bom atendimento.

Para a realização do seu propósito empresarial, as decisões e práticas da padaria

serão sempre pautadas pelo respeito nas relações com os stakeholders.

4.2.3 Visão

Assim como ensina Prahalad e Hamel (1995), para se criar o futuro, é preciso

imaginá-lo, isto posto, a visão da empresa deve explicitar o que a organização pretende ser ou

se tornar no futuro.

Dessa forma, ao se definir a missão, revelaram-se os desejos e aspirações do

estrategista para a panificadora Laryssa, são eles:

“Ser a padaria mais lembrada da cidade de Natal/RN, referência em qualidade, bom

gosto, atendimento e gestão, a possuir a maior participação no mercado.”

4.2.4 Valores

Os valores são códigos de conduta a orientar o comportamento e a tomada de decisão

empresarial em direção ao alcance dos seus objetivos, conforme o entendimento sobre a

proposta conceitual dos autores abordados nessa pesquisa.

51

Para se definir os valores que nortearam a ação empresarial da Panificadora Laryssa,

levou-se em consideração à ética e o que ela se propõe a fazer e a entregar aos clientes,

fornecedores e funcionários.

Desta forma, os valores foram definidos como:

“Paixão pelo que faz, confiabilidade, respeito, incentivo às práticas de inovação, e

reconhecimento do desenvolvimento individual, cuidado consigo mesmo, com o outro e com

os detalhes”.

Paixão pelo que faz: Entender a importância e sentido naquilo que atua,

trabalhando com paixão pelo que faz, pela empresa, pela equipe, pelo cliente e por si;

Confiabilidade: Ser verdadeiro com os clientes, colegas de trabalho, fornecedores e

administração;

Respeito: Cuidado e consideração com as pessoas e a empresa;

Incentivo às práticas de inovação: Estabelecer um ambiente positivo que estimule a

criatividade, motivando as pessoas a participar ativamente nos processos de

mudança;

Reconhecimento do desenvolvimento individual: Valorização social dos membros

da empresa, dando condições e estímulo para que desempenhe sua função da melhor

forma e se sinta estimulado;

Cuidado consigo mesmo, com o outro e com os detalhes: Zelar, dar atenção e ter

consciência daquilo que se faz a si próprio e ao outro.

4.3 ANÁLISE DO AMBIENTE

Segundo Terence (2002), essa fase desdobra-se em análise do ambiente interno e

externo e na determinação dos fatores críticos de sucesso.

52

4.3.1 Análise Externa

Considerando o dinamismo do conjunto de variáveis macroambientais e

microambientais que atuam no meio exterior à organização, a análise externa consiste na

verificação das ameaças e oportunidades que influenciam o desempenho de uma organização.

Para esse estudo, inicialmente, foi feito um estudo sobre a realidade da panificação e

confeitaria de do Brasil e do rio grande de Norte, e, em seguida, a análise do comportamento

do macroambiente através da análise PEST, em que foram investigados quatro fatores:

político-legal, sócio cultural, econômico e tecnológico, por fim, o microambiente foi

investigado por meio do modelo das cinco forças de Porter.

4.3.1.1 Panificação e Confeitaria

4.3.1.1.1 História

A cultura do trigo foi a primeira a ser desenvolvida pela humanidade, segundo

historiadores,têm-se os primeiros cultivos por volta de 9000 a.C.

Datada do período mesolítico, acreditam que a panificação é uma das artes culinárias

mais antigas do mundo, arqueólogos encontram no Egito fragmentos do que haveria sido a

padaria mais antiga do mundo de aproximadamente 3000 a.C.

Nessa época, comia-se pão duro, pois a fermentação só foi conhecida tempos depois,

inclusive, sem pretensão, quando um padeiro esqueceu a massa ao relento por vários dias.

Resultado do cozimento de uma massa feita com farinha de certos cereais,

principalmente trigo, água e sal, acredita-se que os pães apresentavam formato oval e

achatado, similar a uma panqueca, assados sobre rochas e aquecido sobre o sol,

O pão era comida dos reis, povo e deuses, aponta-se que também era usado como

moeda em troca do trabalho.

As gravuras deixadas nas tumbas dos faraós demonstram o grau de importância desse

alimento para aquela sociedade. Nessas imagens os pães são ofertados aos deuses, ilustrando

53

o seu caráter sagrado. Nos dias atuais, ainda é considerado um alimento sagrado, esteve

presente na mesa da última ceia, representando o corpo de Cristo.

Mas, foi em Roma que esse produto se tornou popular com a política do pão e circo,

cujo objetivo era manter o povo fiel aos lideres, através da distribuição gratuita de pães aos

homens adultos.

No Brasil, a história da panificação iniciou-se com a colonização portuguesa. A

instalação da família real no Rio de Janeiro permitiu um aprimoramento no modo de

produção, já que o rei trouxe comodidades e modernidades para a indústria de panificação.

Em 1889, foi fundado o primeiro moinho brasileiro, o moinho fluminense, o qual teve seu

alvará de funcionamento concedido pela princesa Isabel.

Mas foi com a imigração dos italianos, portugueses e alemães, no século XX ,que a

indústria se desenvolveu no país.

No inicio, os processos de fabricação de pães eram basicamente artesanais. O padeiro

produzia em casa e comercializava os pães de porta em porta com um carrinho.

Nas décadas de 30 e 40, com a descoberta da fermentação industrial, inovações

tecnológicas, como a criação do forno a lenha e a profissionalização da mão de obra, a

panificação sofreu uma grande revolução.

A partir de meados dos anos 90 (noventa), os supermercados e hipermercados

sofreram uma reestruturação comercial que afetou drasticamente o segmento anteriormente

exclusivo das padarias. Os hiper e supermercados instalaram padarias em suas lojas e

passaram a ofertar pães e baguetes a preços baixos, os quais as padarias não conseguiam

competir.

Ademais, as mudanças nos hábitos de consumo provocadas pelas transformações

sociais e econômicas impuseram alterações na dinâmica e contexto do setor de panificação.

Reativamente, as panificadoras e confeitarias responderam as movimentações do

ambiente com o investimento na inovação de produtos, serviços, marketing, processos e

equipamentos.

A inclusão de novos procedimentos e ferramentas na administração da rotina das

padarias, tanto por iniciativas modernas quanto pela introdução de procedimentos simples,

foram responsáveis pela reestruturação do setor.

Hoje, a panificação brasileira está entre as seis maiores do ramo da indústria O

modelo de negócio que aqui foi estabelecido, conhecido como Brasilian Bakery, é exportado,

tornando-se referência em países como China, França, Portugal e Bélgica.

54

4.3.1.1.2 Setor de panificação e confeitaria brasileiro

Segundo dados de 2009, apesar do crescimento do consumo de pães entre os

brasileiros, o nível de consumo está muito aquém se considerado o recomendado pela

Organização Mundial da Saúde (OMS), órgão da ONU. Enquanto o brasileiro consome

aproximadamente 33,5 quilos (trinta e três quilos e meio) por habitante em um ano, a OMS

prescreve 60 (sessenta) quilos.

E se comparado a países com condições sócio-econômicas similares às do Brasil,

como Chile e Argentina, onde se consomem mais de 90 e 70 quilos por ano respectivamente,

o consumo de pães no Brasil apresenta-se ainda mais tímido (ABIP; SEBRAE, 2009).

Há potencial espaço para o crescimento do seu consumo, para tanto será necessário

melhoria na qualidade dos pães na intenção de ser mais apreciado pelo consumidor.

Os pães artesanais são predominantes na mesa do brasileiro, representam 83%

(oitenta e três por cento) de todo o pão comercializado, deles 46% (quarenta e seis por cento)

correspondem ao consumo de pães artesanais, conforme demonstra o gráfico 2 (ABIP,2013).

O setor de panificação e confeitaria brasileiro é o segundo maior canal de vendas do

país, em razão da receita, ficando atrás apenas dos supermercados e hipermercados

Contudo, enquanto algumas reder de supermercado tiveram média de crescimento

entre 8,1% (oito inteiros e dez centésimos por cento) e 8,5% (oito inteiros e cinquenta

centesimos por cento), as padarias cresceram 11,04% (onze inteiros e quatro centésimos por

cento) em comparação ao ano anteriores, segundo à associação brasileira de Panificação –

ABIP; SEBRAE; ITPC (2012).

Atualmente, somam-se aproximadamente 63 (sessenta e três) mil panificadoras das

quais 60 (sessenta) mil são micro e pequenas empresas (ABIP, 2013) em que atuam cerca de

127 (cento e vinte sete) mil empresários.

55

Gráfico 1: Consumo per capita pães/ano

Fonte: ABIP; SEBRAE (2009, p.13)

Em 2012, foram ocupados 882 (oitocentos e oitenta e dois) mil postos de trabalho

diretos com um salário médio de R$ 1.025,00 (um mil e vinte cinco reais). As empresas

empregam, em média, 12 funcionários por loja.

Nesse mesmo ano, o faturamento do setor foi estimado em R$ 70,29 bilhões (setenta

bilhões e duzentos e noventa milhões reais), desse total, 54,5%(cinquenta e quanto inteiro e

cinquenta centésimos) representam as vendas de produtos de fabricação própria.

Gráfico 2: Pães consumidos no Brasil (por kg)

FONTE: ABIP (2013), elaborado pelo autor.

56

4.3.1.1.3 Setor de Panificação e Confeitaria do RN

A indústria de panificação e confeitaria do Rio Grande do Norte registra um

crescimento de 4% (quatro por cento) anual, enquanto o setor de panificação brasileira cresce

11,04% (onze inteiros e quatro centésimos por cento) - (SINDIPAN, 2023).

Movimentando cerca de 1,3 (um bilhão e trezentos milhões) de reais, as

panificadoras recebem 920,8 mil (novecentos e vinte mil e oitocentos) frequentadores por dia.

Segundo dados de 2012, divulgados pela Associação dos Industriais de Panificação e

Confeitaria do Rio Grande do Norte (AIPAN) e o Sindicato da Indústria da Panificação e

Confeitaria do Rio Grande do Norte (SINDIPAN), o estado, conta com aproximadamente

1500 (um mil e quinhentos) padarias formais. Mas, apenas 210 (duzentos e dez) são

credenciados ao sindicato ou associação.

A informalidade do setor no estado chega a 10% (dez por cento), sendo uma das

maiores ameaças para as empresas formais, já que, devido à informalidade, essas

organizações deixam de pagar impostos, consequentemente conseguem ofertar um produto a

um custo menor (SEBRAE/2012).

A fim de combater a falta de mão de obra qualificada no setor, o SENAI-RN

inaugurou, em 2012, a Escola-Modelo de Panificação e Confeitaria, que é a primeira do Rio

Grande do Norte e tem capacidade de receber 300 alunos por dia.

4.3.1.2 Análise PEST

A análise PEST é uma ferramenta estratégica usada no reconhecimento qualitativo

dos fatores ambientais os quais devem ser tomados em consideração pela empresa. Essa

ferramenta estuda o mercado sob quatro perspectivas – político, legal, econômico,

socioculturais e tecnológicos. Fundamentado pelos conceitos abordados na revisão

bibliográfica, tem-se:

57

Tabela 3: Análise PEST Panificadora Laryssa

Indicadores de ameaças ou oportunidades

Variáveis Político-Legais

Comércio Internacional

Para suprir a demanda nacional, o Brasil depende da importação do trigo.

Com o objetivo fortalecer o comércio com o MERCOSUL, a estratégia

adotada pelo governo foi limitar a entrada de produtos do hemisfério norte,

contudo, a quebra de safra argentina, principal fornecedor do trigo

consumido aqui, obrigou o país a importar o grão do EUA. A alta da moeda

americana pressiona o preço do pão francês, afetando o consumo para baixo.

Regulação da Agência Sanitária e Ministério da

Saúde

As Resolução RDC 216/04 e Portarias SVS/MS 326/97 e CVS 6-99

estabelecem procedimentos de Boas Práticas para serviços de alimentação a fim de garantir as condições higiênico-sanitárias do alimento preparado

destinado ao consumo humano, tornando obrigatório as BPF em padarias.

Além de ser uma barreira para os novos entrantes, estas regulamentações

representam oportunidades para as padarias que pretendem se qualificar e

oferecer produtos dentro das normas higienico-sanitárias. Quando

implantadas e implementadas as boas práticas, atesta-se a qualificação por

meio de um selo o qual poderá ser utilizado como estratégia de marketing.

Regulamentação do Ministério do Trabalho

As padarias terão que se adequar a norma regulamentadora NR12 que trata

das adequações no uso de máquinas e equipamentos de trabalho que visam

garantir a segurança e a integridade dos trabalhadores. Obrigará os empresários a fazer investimentos em máquinas e em treinamento técnicos.

Política Tributária

Existe um projeto de lei, o PLS 63/2011, que exclui da base de cálculo do

SIMPLES NACIONAL as receitas decorrentes da venda de pão, se aprovada

a desoneração, as padarias de pequeno porte terão o custo do pão reduzido e

poderá repassar ao consumidor, favorecendo o crescimento do consumo de

pães.

Variáveis Econômicas

Renda

A expansão da renda da classe C na sociedade brasileira possibilita o acesso

a novos padrões de consumo, é um fator para o crescimento do Food Service

no Brasil.

Estabilidade Econômica A alta da inflação e do dólar e o baixo crescimento econômico põe em risco

a estabilidade econômica do Brasil e possivelmente reduz a propensão ao

consumo.

Taxa de Juros A alta da taxa básica de juros (SELIC) afeta diretamente o nível de

investimento privado

Variáveis Socioculturais

Participação das mulheres no mercado

A maior participação das mulheres na população economicamente ativa

contribuiu para a alteração nos hábitos alimentares das famílias. A rotina do

preparo e realização de refeições pelas mulheres foi substituída pela

aquisição de produtos industrializados ou de comidas rápidas para o

consumo por todos os membros da família.

Envelhecimento da População

O Brasil está saindo de uma estrutura etária jovem para uma estrutura adulta

e caminha para uma estrutura etária envelhecida, a introdução e

diversificação de produtos para atender a necessidade específica desse

público, representam oportunidades para o setor de food service.

Hábitos Saudáveis

A busca pela ampliação da qualidade de vida e a preocupação com o bem

estar traz inquietações com relação à alimentação saudável, especialmente

fora de casa. Uma das maiores preocupações dos empresários de panificação

é com a imagem de vilão que o pão apresenta na alimentação.

58

4.3.1.3 Análise das cinco forças de Porter

Segundo Porter(1986), a análise do ambiente industrial é feito através da pesquisa a

respeitos das cinco forças competitivas que regem a concorrência e a rentabilidade de um

setor, são elas: novos entrantes, ameaça de produtos substitutos, rivalidade entre os

concorrentes, poder de barganha dos fornecedores e poder de barganha dos clientes.

Concernente ao trabalho de Porter, nesta pesquisa foi-se investigado as forças competitivas

industriais a influenciar o ambiente de negócio da Laryssa:

a) Novos Entrantes:

Em função do potencial de crescimento do setor de food service no Brasil, existem

ameaças de novos entrantes no setor de padarias. A proposta de centros gastronômicos, com a

implantação de serviços como de cafeterias e Buffet auto serviço, tornam o negócio muito

mais atrativo para a entrada de novos competidores, além de iniciativas como a do SEBRAE e

ABIP(associação brasileira de industria de panificação) para promover a industria, facilitando

os acessos por meio de apoios técnicos e gerenciais.Todavia, a quantidade de empresas já

existentes, altos custos no processo de implantação da estrutura, que requer altos

Mercado de trabalho

A instalação de uma padaria modelo em Natal/RN pelo SENAC/RN

oferecendo cursos técnicos de padeiro e confeiteiro é uma excelente

oportunidade para a qualificação da mão de obra local.

Tamanho das Famílias

Além do crescimento do número de pessoas morando sozinhas, as famílias

brasileiras estão cada vez menores. Essa tendência mostra que as porções

menores e individuais devem ser mais exploradas.

Tecnológicas

Inovação em Serviços

A proposta conceitual das padarias foi ampliada, elas se especializaram em

alimentação transformando-se em verdadeiros espaços gourmet, nele o

cliente encontra de tudo, com comodidade e praticidade.

Inovação em Processos Os processos produtivos foram reestruturados através da padronização,

formalização e controle de produção.

Inovação em Equipamentos As novas tecnologias aplicadas aos equipamentos de panificação têm

considerável participação para a melhor qualidade, desempenho da equipe e

permitem a realização de tarefas de forma mais econômica.

59

investimentos em máquinas, equipamentos, instalações e divulgação, bem como a falta de

experiência e a diversidade de exigências sanitárias são barreiras aos novos entrantes;

b) Ameaça de produtos substitutos:

A ameaça de produtos substitutos é relativamente baixa.

Os pães comumente consumidos no café da mãe, lanches e jantar podem ser

substituídos por cereais matinais, macaxeira, batata doce, inhame, cuscuz, tapioca, porém,

todos eles são também são encontrados no Buffet auto serviço da padaria.

De igual modo, a panificadora Laryssa também oferecem lanches rápidos, como

sucos, sanduíches frios e quentes, em substituição as refeições.

As opções por produtos industrializados em detrimento dos panificados em geral,

dentre eles bolos em bolachas, da mesma forma são oferecidos no setor de mercearia.

À medida que são aprimorados os serviços de alimentação, as padarias se fortalecem

no mercado de alimentação fora de casa, portanto, uma nova proposta para esse modelo de

negócio, as padarias se tornam centro gastronômicos atendendo significativamente quase

todas as necessidades dos consumidores em alimentos.

c) Rivalidade entre os concorrentes:

O número elevado de panificadoras na cidade de Natal/RN concorrendo pelo mesmo

público obriga a padaria a investir em diversificação e qualidade dos produtos e na prestação

de serviços, já que competir por preço deixou de ser uma estratégia para as padarias em geral,

dado que a partir de meados dos anos 90 (noventa), os supermercados instalaram padarias em

suas lojas e passaram a ofertar pães e baguetes a preços baixos, os quais as padarias não

conseguem competir.

Além dos supermercados, os restaurantes, fast foods, cafeterias e lanchonetes são

também classificados como concorrentes diretos da Laryssa, como também as denominadas

“Casa do Bolo”.

Ademais, no Rio grande do Norte, a taxa de informalidade entre as padarias é de

10% do total (SEBRAE,2012). As empresas que não são formalizadas tornam a competição

injusta, já que conseguem vender produtos a um custo menor em razão de não recolher

tributos.

d) Poder de barganha dos fornecedores:

60

O principal insumo para as padarias é a farinha de trigo, por ser esta uma commoditie,

não há diferenciação dos produtos oferecidos entre os fornecedores e não há custo de

mudança, a decisão de compra é motivada em razões de pontualidade na entrega,

atendimento, condições de pagamento e preço.

Em relação aos fornecedores das demais matérias primas, a situação é idêntica.

Existem na região da grande Natal três atacadistas (Macro, Atacadão, Super Fácil) que

vendem produtos industrializados de marcas idênticas ou similares, além disso, a CEASA

oferece alternativas para aquisição de hortifrutigranjeiro, como também embalagens e carnes

em geral.

Portanto, o grande número de fornecedores caracterizam uma competição entre as

indústrias que suprem a atividade do setor, desse modo, a força dos fornecedores é

relativamente baixa.

e) Poder de barganha dos clientes:

Os principais clientes da padaria são os moradores do bairro de Lagoa Nova e Nova

Descoberta; os funcionários e clientes de empresas instaladas nas proximidades (salão de

beleza, escritório de advocacia e contabilidade, entre outros); e aqueles que frequentam, como

visitantes, pacientes, colaboradores, fornecedores, o hospital do Coração.

O poder de barganha dos clientes é alto, em razão da quantidade de empresas na

redondeza que oferecem serviços de alimentação, como supermercados, posto de pães,

lanchonetes e restaurantes.

4.3.2 Análise Interna

Segundo MAXIMIANO (2000), a proposta do estudo sobre a estrutura interna de uma

organização está relacionada com as macro funções de uma empresa: marketing, finanças,

produção e recursos humanos. Considerando esses ensinamentos, tem-se como resultado:

a) Finanças:

61

Apesar dos processos de tesouraria (contas a pagar, contar a receber, fluxo de caixa,

etc.) serem registrados, mesmo que informalmente, não há dados que possam subsidiar uma

análise sobre a saúde financeira da empresa. Para o empresário, Sr. Augusto, não há limites

entre o que é da empresa e o que é privado a ele, dessa forma, as saídas de caixa se

confundem.

Os recursos financeiros são suficientes apenas para manter a atividade diária da

padaria e estoque, ou melhor, existe capital de giro disponível para condução do negócio,

porém para investimento, ele é escasso.

Mesmo não usado no presente, a empresa possui um sistema informacional,

considerado o melhor para padarias no Brasil – SatWin, que oportunamente é uma solução

para o seu controle financeiro.

b) Marketing:

A oferta de produtos diversificados pela panificadora Laryssa é alta em relação aos

concorrentes, os aspectos sensoriais dos produtos, como gosto, sabor e textura apresentam-se

como diferencial competitivo e os preços são competitivos.

Todavia, a falta políticas para o desenvolvimento de novos produtos, a ausência de

estacionamento disponível aos clientes e uma estrutura física precisando de reformas para

receber melhor os clientes são fatores que influenciam na competitividade da empresa.

Em relação à publicidade e propaganda, as ações são escassas, pode-se dizer que se

restringem as datas comemorativos – natal, dia do pão, dia das mães – as quais garantem um

alavanque nas vendas nesses períodos, mas poderiam ser usufruídas naqueles em que

historicamente as vendas decrescem.

c) Produção:

Os processos produtivos são controlados pelos funcionários, visto que não há

receituário padrão, divisão de tarefas, tampouco controles básicos de produção, deixando o

empresário e a qualidade do produto dependente do colaborador que irá executar a tarefa.

Ademais, a falta de controle, impossibilita a possível analise dos custos da matéria prima, o

rendimento final e perdas.

62

O elevado número de desperdícios, decorrente dessa falta de controles produtivos, é

um problema detectado na padaria o qual afeta consideravelmente a sua lucratividade.

As máquinas e equipamento da panificação, em sua maioria, já possuem mais de 15

anos e só recebem manutenção corretiva, assim sendo, não colaboram com a melhora do

desempenho da equipe, com a redução do desperdício de ingredientes e com a economia no

consumo de energia.

No que diz respeito ao ambiente de trabalho, o espaço físico não é ordenado de

forma a minimizar os esforços e a fadiga dos colaboradores, além disso, o desconforto

térmico afeta a performance dos funcionários.

A Laryssa possui todo o material e seus funcionários são treinados para implementar

as boas práticas de fabricação, porém falta atualização das novas exigências legais impostas

pela vigilância Sanitária.

d) Pessoal:

Alguns problemas de gerenciamento de pessoas acontecem desde o processo de

recrutamento e seleção. Essa fase é feita de forma completamente informal, não existe

nenhum sistema de avaliação, o critério de admissão é a necessidade do momento. Pessoas

qualificadas e muitas desqualificadas são colocadas a trabalhar sem passar por treinamento e

integração, o que resulta é um elevado turn over.

Não existe política de remuneração, porém todos os compromissos que dizem respeito

a salário, benefícios e vantagens obedecem às leis do trabalho e convenções coletivas.

A padaria não investe em treinamento do seu pessoal, pois o seu proprietário ainda

acredita que se trata de mais um custo.

4.3.3 SWOT

A matriz swot é um método administrativo capacitado a sintetizar as análises internas

e externas de uma organização, indicando quais são seus pontos fortes e fracos e as

oportunidades e ameaças às quais ela esta exposta.

Após a avaliação do ambiente interno e externo, traduziu-se o seu resultado na tabela

4:

63

Tabela 4: Matriz SWOT Panificadora Laryssa

Fonte: Elaborada pelo autor.

Pontos Fortes Oportunidades

Qualidade dos produtos Utilização de equipamentos modernos

Expansão da classe C

Diversificação dos produtos Crescimento da participação das mulheres no

mercado

Preços competitivos Produtos específicos para idosos

Sistema de automação Alimentação saudável

Material e treinamento para as BPF Qualificação da mão de obra

Pagamento da remuneração dos funcionários conforme legislação

Estruturação do processo produtivo

Porções individuais e menores

Espaço gourmet

Projeto de lei que desonera a venda de pães

Pontos Fracos Ameaças

Turn over Elevado Oscilação do preço da farinha de trigo

Falta de profissionais qualificados Novas exigências da vigilância sanitária

Máquinas e equipamentos velhos Norma regulamentadora NR12

Elevado desperdício Alta da SELIC

Formalização e controle de processos Alta da Inflação e dolar

Layout de produção ineficiente Número de concorrentes

Atualização das novas exigências da vigilância sanitária Supermercados

Desconforto térmico na produção Restaurantes

Sistema financeiro Cafeterias

Formalização das rotinas de recrutamento e seleção de pessoas Docerias

Estrutura física

Estacionamento

Ações de publicidade e propaganda restritas a datas comemorativa

64

4.3.4 Fatores críticos de sucesso

Os fatores críticos de sucesso, quando satisfeitos, ajudam a melhorar o desempenho

da organização (TERENCE,2002), atentando a esse entendimento, definiu-se como os fatores

críticos de sucesso para a panificadora Laryssa:

Atender bem;

Controlar as sobras e desperdícios;

Desenvolver as pessoas;

Cuidar da higienização do ambiente

Utilizar de insumos de boa qualidade;

Controlar os processos produtivos e financeiros;

Respeitar os clientes internos e externos;

Proteger a imagem da empresa;

Dar condições de trabalho aos trabalhadores.

4.4 Objetivos e metas

A definição das metas e objetivos compreende a tradução da visão em termos

qualitativos e temporais. No entendimento de Oliveira (2007), os objetivos são as situações

futuras a se alcançar e as metas o desdobramento dos objetivos em alvos mensuráveis e com

tempo certo para serem superadas.

Em razão da inexistência de dados a basear a definição dos padrões de referência

mínimos que deverão ser aceitáveis, a determinação das metas para a panificadora Laryssa

ficaram comprometidas.

Contudo, os objetivos estratégicos não sofreram nenhum prejuízo, logo, foram

definidos como:

Objetivo I: “Melhorar continuamente o desempenho operacional com consequentes ganhos

na qualidade dos produtos, custos, produtividade e redução de desperdícios”.

65

Objetivo II: “Aumentar ao rentabilidade e o market share”.

Objetivo III: “Dispor de um ambiente agradável para receber os clientes com mais conforto e

segurança”.

Objetivo IV: “Prover meios que visem valorizar o capital humano e fomentar uma cultura

com foco nos processos e resultados”

Objetivo V: “Garantir o equilíbrio econômico-financeiro, assegurando a aplicação adequada

dos recursos da empresa e a afirmação dos compromissos além de ampliar os lucros sobre

investimentos.”.

4.5 Estratégia

A escolha das estratégias se fundamenta na delimitação de linhas de ações para o

alcance dos objetivos, traçando-se uma trajetória para alcançá-los. Nessa fase, decide-se o que

fazer ou não fazer, através do uso racional dos recursos internos e aproveitamento das

oportunidades e atenuação das ameaças.

Antes de se definir as estratégias futuras, deve ser feito o levantamento da estratégia

atual, como afirma Terence (2002), mesmo que estas sejam implícitas.

No caso da Panificadora Laryssa, não houve, nem existe qualquer esforço para

explicitar a estratégia empresarial, o que se observa é que as estratégias são voltadas

permanecer no mesmo mercado atual, por meio da exploração de produtos tradicionais com

uma política de preços reativa aos concorrentes e focando os seus processos para a redução de

custos.

Condizente com sua realidade atual, com a análise do ambiente interno e externo, a

missão, visão e fatores críticos de sucesso da Padaria foram formuladas estratégias para a

concretização dos objetivos formulados, são elas:

66

Estratégia I: “Estabelecer a administração da produção baseando-se nos princípios de

eficiência e produtividade a melhorar o aproveitamento dos colaboradores, máquinas,

matéria, energia, o que deverá ser feito através do gerenciamento de custos, planejamento de

capacidades, ordenamento do fluxo produtivo, instituir padrões, enfim, organizar a produção

para atender as demandas e ser competitivo".

Estratégia II: "Entregar aos clientes produtos e serviços com maior valor agregado, buscando

de forma proativa atender as suas necessidades, criar desejos e surpreendê-los, em um

esforço constante de satisfazê-los e lhes fidelizar".

Estratégia III: "Melhorar a estrutura física através de reforma, ambientação e aprimoramento

dos serviços na área de vendas".

Estratégia IV: “Agregar a gestão de pessoas à administração, a atrair, desenvolver, manter e

valorizar o capital humano, em uma atuação pautada na criação de um clima motivador e

orientada para os resultados empresariais”.

Estratégia V: "Inserção de ferramentas de planejamento, controle e análise de recursos de

capital, através da implementação eficiente da gestão financeira, no intuito de melhorar os

resultados e lucro líquido, controlar o saldo de caixa e manter o cumprimento de obrigações

e angariar recursos para investimento.”.

4.6 Planos de Ação

Para se atingir os objetivos esperados, é necessário planejar ações a alcançar esse

fim, identificando e relacionando as atividades. O plano de ação é uma ferramenta para

traduzir esses objetivos em ações operacionais, cronogramas e projetos.

Nessa pesquisa, foi-se utilizado a metodologia do 5W1H para auxiliar na elaboração

do plano de ação, a qual deixa claro o que deverá ser feito, em que momento, quem será

o responsável por cada ação, os porquês da sua realização, como deverão ser feitas e onde

serão feitas. Tem-se como resultado:

68

Tabela 5: Plano de Ação para objetivo I

Plano de Ação I

Objetivo Geral: Melhorar continuamente o desempenho operacional com consequentes ganhos na qualidade dos produtos, custos, produtividade e redução de desperdícios.

Nª O Quê? (What?) Por Quê (Why?) Como? (How? Onde? (Where)

Responsável? (Who)

Prazo? (When)

1 Mapear todos (cem por cento) os procedimentos e atividades realizadas

Para Identificar os postos de trabalho e as tarefas por setor. (divisão de tarefas)

1) Entrevistas com os colaboradores 2) Observar o desenvolvimento das atividades 3) Elaborar fluxograma 4) Entregar fichas de descrição de cargos e funções

Produção e área de vendas

Eng. Produção a contratar

como prestador de

serviço

1 mês

2 Adequar o layout de Produção aos processos produtivos.

Proporcionar um ambiente de trabalho mais dinâmico, eficiente e eficaz, a evitar fadigas e reduzir estresse, erros e acidentes.

1) Após o mapeamento das atividades, organizar os equipamento de trabalho de forma ordenada de acordo com os processos de trabalho.

Produção Eng. Produção a contratar

como prestador de

serviço e gerente.

1 ano

3 Melhorar o conforto térmico dos funcionários.

Evitar fadigas, reduzir estresse e cansaço. 1) Aquisição de equipamentos de ar condicionado e coifas

Produção Gerente 2 anos

69

4 Elaborar receituário padrão Garantir que os produtos mantenham o mesmo padrão de qualidade, independente do colaborador que irá executar a tarefa e analisar os custos da matéria prima, o peso bruto e o peso líquido de cada ingrediente, suas quebras (perdas), bem como o rendimento final.

1) Acompanhar a elaboração de cada produto por no mínimo três vezes. 2) Elaborar receituário padrão 3) Lançar no sistema operacional

Produção Eng. Produção a contratar

como prestador de

serviço

4 meses

5 Fragmentar as receitas (separá-la em medidas correspondentes ao volume de vendas)

Descentralizar o controle de produção, já que não é mais necessário o gerente calcular receita por receita, reduz o desperdício e confere maior agilidade ao processo.

Após a padronização das receitas, fragmentá-la em medidas correspondentes ao volume de venda( quatro medidas para baixo e quatro para cima em relação à receita padrão)

Produção Eng. Produção a contratar

como prestador de

serviço

6 meses

6 Inserir o procedimento de pré- presagem ( sistema em que se faz a preparação prévia dos ingredientes de uma receita, quantidade solicitada pela loja, feita em um local apropriado e por uma pessoa treinada para exercer tal função)

Melhorar a organização do setor, limpeza, aperfeiçoa a produção,reduz o desperdício de matéria prima e economia de tempo dos funcionários de produção, pois enquanto padeiro costuma demorar, em média, de 1 a 8 minutos para pesar uma receita, o responsável pela pré-pesagem demora cerca de 3 a 4 minutos.

1) Disponibilizar um espaço e materiais necessários (balança, utensílios, etc) 2) Selecionar um novo colaborador para atuar na pré- pesagem 3) Treiná-lo

Produção Eng. Produção a contratar

como prestador de

serviço e gerente.

1 ano e meio

70

7 Atualizar os procedimentos de Boas Práticas de Fabricação (conjunto de princípios e regras para a correta manipulação de alimentos, considerando desde a matéria-prima até o produto final, envolvendo as condições de armazenamento, condições estruturais de edifícios, condições de equipamentos, sanificação de equipamentos e estabelecimentos, controle de pragas, higiene pessoal e tratamento de efluentes)

Aumentar a qualidade do produto final; preocupação com a saúde do cliente e colaboradores; promover um ambiente limpo e saudável.

1) Atualizar o manual de BPF 2) Atualizar os POP's (procedimentos operacionais padrões) 3) Renovar o treinamento da equipe 4) Adquirir novos utensílios, materiais e produtos de limpeza 5) Estabelecer rotinas de higienização e sanitização 6) Estabelecer controles de procedimentos

Produção e área de vendas

Nutricionista a contratar e

gerente.

7 meses

8 Introduzir técnicas de congelamento Elevar a produtividade por funcionário, reduzir a ruptura,aproveitar a matéria prima total aplicada e principalmente preservar produtos perec´veis

1) Adquirir um ultra congelador 2) Treinar funcionários

Produção e Gerente

Eng. Produção a contratar

como prestador de

serviço

2 anos

9 Adoção de formulários e ferramentasde controle gerencial

Conhecer e controlar integralmente os processos internos da industria, tornando possível promover melhorias que resultam em aumento de produtividade e redução de custos e gargalos de produção. (informações para tomada de decisão eficiente)

1) Fazer o levantamento da capacidade de produção 2)Elaborar o planejamento e calendário de produção 3)Elaborar o controle de perdas 4) Elaborar controle de cozimento de produtos 5) Elaborar avaliação da qualidade dos produtos acabados 4)Identificar indicadores

Produção Eng. Produção a contratar

como prestador de

serviço

2 anos

10 Fazer revisão nas máquinas e equipamentos e trocar os que não estiverem em pleno funcionamento

Melhorar o desempenho da equipe, reduzir desperdícios, e economia em energia.

1) Contratar profissional especializado para diagnóstico 2) Solicitar orçamentos aos fornecedores 3) Fazer mudanças na medida em que o orçamento permitir.

Produção Eng. Produção a contratar

como prestador de

serviço

5 anos

Fonte: Elaborada pelo autor.

71

Tabela 6: Plano de Ação para objetivo II

Plano de Ação II

Objetivo Geral: Aumentar o rendimento e o market share.

Nª O Quê? (What?) Por Quê (Why?) Como? (How? Onde? (Where)

Responsável? (Who)

Prazo? (When)

1 Introduzir serviço de cafeteria e especialmente apostar em cafés especiais de maior valor agregado, incrementados com chantilly ou chocolate.

Uma das bebidas mais consumidas pelo brasileiro, o café, além de ser é um ótimo item de venda, incentiva a venda de acompanhamentos, como biscoitos, bolos e chocolate e ainda aumentam o tempo de permanência do consumidor na loja, incrementando as vendas e a rentabilidade.

1) Adquirir cafeteira Italiana profissional 2)Buscar parcerias com fornecedores 3) Adquirir e persolanizar utensílios 4) Contratar profissional especializado 5) Montar cardápio 6) Investir em treinamento.

Área de vendas

Nutricionista e Gerente

8 meses

2 Introduzir serviços de confeitaria fina Torna a loja especial, agrega valor à marca da padaria, incrementa as vendas e rentabilidade.

1) Adquirir dosadores para rechear bolos, pães de ló e tortas 2) Buscar parcerias com distribuidores nestle 3) Personalizar embalagens 4) Contratar dois profissionais qualificados 5) Investir em treinamento

Área de vendas

Nutricionista e Gerente

9 meses

3 Reduzir as porções dos alimentos e oferecer monoporções

Crescimento do número de pessoas morando sozinhas, as famílias brasileiras estão cada vez menores

1) Pesquisar conjuntamente com o fornecedor opções menores de embalagens. 2) Elaborar padrões de peso para cada tipo de embalagem 3) Treinar funcionários.

Produção Gerente e supervisor

2 meses

72

4 Produzir produtos mais sofisticados, de alta qualidade e com maiores valores agregados.

O consumidor aprecia a variedade de produtos, lançamentos e novidades, produtos especiais (gourmet, premium, delicatessen) trazem resultados positivos em termos de faturamento e preçoportanto, deve-se investir na diversificação dos produtos, ampliando ou variando os ingredientes, formatos e acabamentos.

1) Buscar parceria com escola de gastronomia 2) Treinar funcionário 3) Estabelecer receituário 4) Estabalecer plano de produção 5) Adquirir insumos com maior valor agregado

Produção Gerente e nutricionista

6 meses

5 Produzir alimentos com apelo saudável A introdução e diversificação de produtos mais saudáveis, contendo cereais integrais, ingredientes de melhor qualidade, orgânicos, com ingredientes naturais, e menos óleo e açúcar nas receitas, para atender as necessidades dos idosos, como também dos jovens que buscam maior qualidade de vida e bem estar.

1) Buscar parceria com escola de gastronomia 2) Treinar funcionário 3) Estabelecer receituário 4) Estabalecer plano de produção

Produção Gerente e nutricionista

4 meses

5 Qualificar os serviços oferecidos no buffet O aumento tempo de deslocamento nos centros urbanos impedindo que as pessoas possam ir se alimentar em casa; acesso a novos padrões de consumo pela classe C e a rotina do preparo e realização de refeições pelas mulheres foi substituída pela alimentação fora de casa impulsionam as vendas do buffet, por ser uma potencial oportunidade para o alavanque das vendas,é necessário remodelar o serviço.

1) Buscar parceria com escola de gastronomia 2) Treinar funcionário 3) Estabelecer receituário 4) Estabalecer plano de produção

Produção Gerente e

nutricionista 4 meses

73

6 Realizar festivais Estimular o consumo dos produtos panificados, atrair mais clientes e promover os produtos próprios da padaria.

1)Planejar ações 2)Buscar parceiras com fornecedores 2)Definir o calendário de produção 3) Aquirir materiais promocionais 4) Investir em publicidade online

Vendas Gerente 2 meses

7 Realizar degustações A forma mais barata e rápida de divulgação dos produtos, permite que os clientes conhecem os produtos ainda desconhecidos - ótima para lançar produtos.

1) Planeja ações 2) Orientar funcionária de vendas

Vendas Nutricionista 10 dias

8 Investir em mídias sociais Por meio das mídias sociais, as padarias podem divulgar novidades na loja, os seus produtos, como por exemplo, avisar que saiu uma fornada: ”Saindo pão quentinho agora”, promoções, divulgar a marca e ficar atento à sua imagem.

1) Criar perfis nas redes sociais 2) Planejar as açõs de publicidade e propaganda 3) Mantê-los sempre atualizados e monitorados

Vendas Gerente 10 dias

9 Forneamento na loja Um produto fresco sempre conquista o cliente,os consumidores são estimulados a comprar também pelo aroma do pão fresquinho.

1) Remanejar o processo de forneamento da área de produção para a de vendas 2) Adquirir um forno de lastro pequeno 3) treinar funcionário específico para o forneamento

Produção e vendas

Eng. Produção a contratar

como prestador de

serviço 3 anos

Fonte: Elaborada pelo autor.

74

Tabela 7: Plano de Ação para objetivo III

Plano de Ação III

Objetivo Geral: Melhorar a estrutura física para receber os clientes com mais conforto e segurança.

Nª O Quê? (What?) Por Quê (Why?) Como? (How? Onde? (Where) Responsável? (Who)

Prazo? (When)

1 Reforma da área de vendas A loja precisa assegurar o conforto para os clientes, transmitir limpeza e higiene e permitir um fluxo de clientes de modo mais confortável, objetivo e envolvente no processo de compra.

1) Contratar arquiteta 2) Prospectar orçamentos 3) Levantar capital 4) Contratar empresa prestadora de serviço para obras

Vendas Gerente 5 anos

2 Disponibilizar estacionamento Visibilizar o acesso do cliente até a loja com segurança.

1) Pesquisar prestadores de serviços de estacionamento 2) Fazer parcerias com outros estabelecimentos comercias

Área administrativa

Gerente 5 anos

3 Disponibilizar Wifi para consumidores Aumentar o tempo do consumidor na loja e conquistar o cliente

1) Pesquisar soluções com os provedores de internet Área

administrativa Gerente 2 meses

4 Disponibilizas jornais e revistas para clientes

Aumentar o tempo do consumidor na loja e conquistar o cliente

1) Fazer assinatura de jornais e revistas Área administrativa

Gerente 2 meses

5 Intalação de Televisão. Aumentar o tempo do consumidor na loja. Na copa, será uma excelente oportunidade para atrair novos clientes.

1) Adquirir Tv 2) Realizar contrato para assinatura dos canais de Tv

Área administrativa

Gerente 6 meses

Fonte: Elaborada pelo autor.

75

Tabela 8: Plano de Ação para objetivo IV

Fonte: Elaborada pelo autor.

Plano de Ação IV

Objetivo Geral: Prover meios que visem valorizar o capital humano e fomentar uma cultura com foco nos processos e resultados

Nª O Quê? (What?) Por Quê (Why?) Como? (How? Onde? (Where) Responsável? (Who)

Prazo? (When)

1 Formalizar os processos de recrutamento e seleção

Contratar os melhores dentre os candidatos,garantindo a entrada de pessoas de alto potencial e qualidade na organização.

1 ) Contratar empresa terceirizado para prestar o serviço Área

Administrativa Gerente 3 meses

2 Implantar políticas para gestão de desempenho

Meio de incentivar e bonificação dos funcionários de forma diferenciada e meritocrática.

1) Benchimarketing 2) Definição do plano de metas 3) Elaborar ferramenta para avaliação de desempenho 4) Definir ciclo avaliatorio 5) Controlar resultados

Área Administrativa

Gerente 10 meses

3 Implantar políticas de retenção de talentos

Gerar desejo nos colaboradores em fazer parte da equipe de trabalho.

1) Manter salários em dia 2) Definir benefícios (assistência média e cesta básica) 3) Definir ações para valorizar o funcionário (reconhecimento pelo que faz) 4)Definir plano de cargos e salários

Área Administrativa

Gerente 6 meses

4 Treinar pessoas Desenvolver as habilidades e a aprendizagem para a correta execução de tarefas e operações.

1) Parceria com escola modelo de panificação e confeitaria do SENAC/RN 2) Avaliarr possibilidades de acesso aos cursos pelo PRONATEC

Área Administrativa

Gerente 2 meses

76

Tabela 9: Plano de Ação para objetivo V

Plano de Ação V

Objetivo Geral: Garantir o equilíbrio econômico-financeiro, assegurando a aplicação adequada dos recursos da empresa e a afirmação dos compromissos além de ampliar os lucros sobre investimentos.

Nª O Quê? (What?) Por Quê (Why?) Como? (How? Onde? (Where) Responsável? (Who)

Prazo? (When)

1 Gestão do capital de giro Mantem o nível satisfatório de caixa para honrar seus compromissos

1) Administração do caixa 2)Administração das contas a receber 4) Administração de contas a pagar 5)Controle bancário 6)Controle Mensal de Despesas: 7)Controle financeiro do estoque

Área administrativa

Gerente 3 meses

2 Desenvolver Orçamento para os próximos 5 anos

Estima os recursos a serem capazes de conduzir a empresa aos seus objetivos,

1)Prever vendas 2) Planejar os custos e despesas operacionais e administrativas 3) Prever o fluxo de caixa

Área administrativa

Gerente 5 meses

3 Controles financeiros Permite ao administrador planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros em um determinado período.

a) Implantar controle diário de vendas b) Implantar Controle de estoque c) Implantar Controle mensal de despesas

Área administrativa

Gerente 3 meses

4 Definir retirada do empresário Evita que o empresário confunda renda pessoal com o dinheiro da empresa

1) Pesquisar no mercado o salário pago a um gerente geral Área

administrativa Gerente 1 mês

Fonte: Elaborada pelo autor.

77

5 CONCLUSÃO

Ao se construir esse trabalho de pesquisa, a pretensão foi revisar a literatura no

intento de alicerçar a formulação de um plano estratégico a ser recomendado a uma empresa

de panificação e confeitaria de Natal/RN, com o compromisso de sugerir ajustamentos dos

recursos internos às demandas efetivas e emergentes do ambiente no qual está envolvida. Para

tanto, foi feito uma pesquisa ação na Panificadora Laryssa.

Condizentes com os planos futuros, desejos e aspirações do pesquisador para a

empresa, já que este assumirá a administração da empresa, foram definidas a missão, visão,

valores e o negócio da empresa concentrando-se na produção de alimentos e prestação de

serviços com qualidade, carinho e atenção a fim de garantir um posicionamento futuro

compatível com a proposta de ser a padaria referência e mais lembrada da cidade de

Natal/RN, além de acrescentar mais valor ao empresário.

Através da análise ambiental a qual foi feita utilizando a análise PEST, o modelo de

cinco forças competitivas de Porter e uma análise do meio interno fundamentada sob os

aspectos financeiros, de marketing, recursos humanos e produção, constatou-se que a

empresa, objeto desse estudo, precisa reestruturar sua gestão, pois não está preparada para

atender as novas demandas dos consumidores e do ambiente em geral baseando-se apenas em

uma estratégia reativa, tampouco estruturada para alcançar a visão a ser alcançada no futuro e

cumprir sua missão.

Logo, depois do confrontamento entre pontos fortes e pontos fracos, ameaças e

oportunidades e levantamento dos fatores críticos de sucesso, foram definidos cinco objetivos

estratégicos que delinearam a posição futura a se alcançar.

O primeiro objetivo trata da reestruturação da gestão da produção acompanhada da

inserção de novas tecnologias. As padarias brasileiras são um segmento industrial que

apresenta atraso na administração dos processos produtivos, urge-se, portanto, a necessidade

de transformar essa realidade, pois, além de garantir o desenvolvimento de vantagens

competitivas, a gestão da produção efetiva se traduz em bons resultados financeiros. Nesse

sentido, procurou-se então valorizar ações com propostas conceituais voltadas para a

eficiência e produtividade, como por exemplo, a instituição do procedimento de pré-pesagem.

Em referência ao segundo e ao terceiro objetivo, o qual se dedica ao aumento da

rentabilidade, participação no mercado e aprimoramento da estrutura física da área de vendas,

78

foram demarcadas ações direcionadas especialmente ao incremento do marketing, já que, com

base na análise ambiental, perceberam-se promissoras oportunidades no mercado e algumas

fraquezas internas as quais podem ser usufruídas ou superadas, respectivamente, com a

diversificação dos produtos e serviços, ambientação da loja, entre outras.

Por fim, os últimos objetivos, são claros quanto a sua abordagem. O quarto objetivo

faz alusão à implantação de práticas de gestão de pessoas, visto que não existem processos

formais de DP tampouco de desenvolvimento de pessoas. E o quinto diz respeito ao

acréscimo de esforços orientados a gestão financeira, tendo em vista à necessidade da padaria

de continuar mantendo o capital de giro disponível à preservação das atividades empresariais,

bem como obter recursos para investimentos e aumentar sua liquidez.

Este estudo conferiu a empresa Panificadora Laryssa dados sobre o seu

macroambiente, meio setorial e interno, sintetizando informações a respeito do

comportamento do seu envolvente. Concedeu ainda definições de objetivos, estratégias e

plano de ação, enfim, a pesquisa cumpriu o seu objetivo específicos e geral - propor um

planejamento estratégico a contribuir com a melhoria do desempenho e posicionamento da

empresa no mercado.

79

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