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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes Departamento de Comunicação Social Ética Jornalística Docente: Maria Aparecida Danielle Pontes Élmano Ricarte Maria Alice Marília Graziella Lissa Fernandes

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Page 1: Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes Departamento de Comunicação Social Ética Jornalística Docente: Maria

Universidade Federal do Rio Grande do NorteCentro de Ciências Humanas, Letras e Artes

Departamento de Comunicação SocialÉtica Jornalística

Docente: Maria AparecidaDanielle PontesÉlmano Ricarte

Maria AliceMarília Graziella

Lissa Fernandes

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Comunicações no Brasil: Novos e velhos atores

Venício A. de Lima

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1.Introdução

• Concentração de propriedade;

• Reduzido número de megaempresas mundiais: diluição de fronteiras, mass midia e informática;

• O primeiro nível, dez enormes conglomerados, a segundo, 40 empresas ligadas as primeiras;

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• (...) “A consolidação vertical e horizontal das diferentes formas de mídia, resultando em simbiose cada vez maior com o poder político e econômico, diluição de conteúdo e autocensura”;

• Oligopolização;

•Duas consequências: mass midia -única política de comunicações; novos global players e organismos internacionais;

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• Leis de abertura para novos global players;

• Ações internacionais não ateraram a estrutura das comunicações no Brasil... domínio histórico por grupos familiares e elites políticas; novo e poderoso ator naciona: igrejas; ainda hegemonia de um grupo nacional: Organizações Globo;

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2. Padrão Universal: Concentração de propriedade

Monopólio do Estado -> Oligopólios privados e industrias de informática

Global playeres /

No Brasil:• A ineficácia da norma legal, que limita a participação societária de “entidades” de radiodifusão a cinco concessões em VHF, em nível nacional, e a duas em UHF, em nível regional (estadual).• O período de carência legal para venda das concessões de radiodifusão, isto é , para a troca legal de proprietários, é de apenas cinco anos e, mesmo assim, é sabido que existem vendas antecipadas mediante a conhecida prática dos “contratos de gaveta”.• Não há normas ou restrições legais para a “afiliação” de emissoras de radio difusão, isto é, para a formação de redes nacionais e/ou regionais.

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2.1 Concentração horizontalTrata-se da oligopolização ou monopolização que se

produz dentro de uma mesma área do setor.

• TV paga: Mercado de tv paga • TV aberta:Redes comerciais de TV

aberta

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2.2 Concentração verticalIntegração das diferentes etapas da cadeia de produção e distribuição.

Ex: Rede Globo.

Produz a novela-> distribui (exibe)-> comercializa para outros países -> divulga “o pacote” por sua rede de TV, seus jornais, suas revistas, suas emissoras de rádio e etc.

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2.3 Propriedade CruzadaTrata-se da propriedade, pelo mesmo grupo, de diferentes

tipos de mídia do setor da comunicação.

Ex: Grupo RBS• 6 jornais• 24 emissoras AM e FM• 21 canais de TV• Um portal de internet• Uma empresa de marketing• Um projeto na área rural• Sócio operadora de TV a cabo NET

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2.4 Monopólio em cruzTrata-se de uma reprodução em nível local e regional dos oligopólios da “propriedade cruzada”, constituindo o que se chamou “monopólio em cruz”.

Geralmente os sistemas regionais decomunicações são formados pordois “braços” principais, geralmenteligados às organizações globo.

O monopólio em cruz se manifesta em pelo menos 18 dos 26 estados brasileiros: Rio de Janeiro, Paraná, Acre, Maranhão, Paraíba, Alagoas, Pará, Amazonas, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Tocantíns, Goiás, Sergipe, Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

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3. O padrão histórico brasileiro: famílias e elites políticas

3.1 Os grupos familiares• As constituições brasileiras têm

restringido a propriedade de empresas jornalísticas e de radiodifusão por parte de pessoas jurídicas.

• Conseqüência: Controle histórico do setor por empresas familiares.

• Em 2003, o Ministério das Comunicações tornou público a composição societária das emissoras de rádio e TV do Brasil.

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• Desde 2001: crise financeira no setor de comunicações e, certamente, os grupos familiares.

• Vários grupos familiares promoveram ou ainda promovem uma reestruturação do seu negócio.

• Estimativa feita por Nuzzi (1995) indicava que cerca de 90% da mídia brasileira era controlada por apenas 15 grupos familiares.

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NACIONAIS TV RADIOMarinho (Globo) 32 20Saad (Band) 12 21Abravanel (SBT) 10 -REGIONAIS TV RADIOSirotsky (RBS – Sul) 21 34Câmara (Centro-Oeste)

08 13

Daou (Norte) 05 04Zahran (Mato Grosso)

04 02

Jereissati (Nordeste) 01 05

GRUPOS FAMILIARES NA RADIODIFUSÃO BRASILEIRA

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3.2 As elites políticas

• “Coronelismo eletrônico” ou “Cartórios eletrônicos”

• (...) “O vínculo entre as comunicações e as elites políticas, sobretudo regionais e locais, deixou raízes profundas no país.”

• Dados de 1995 indicava que 31,12% das emissoras de rádio e televisão no Brasil eram controladas por políticos.

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• Estados onde é notória a presença de políticos no controle das comunicações. No Norte-Nordeste, os estados da Bahia (Grupo de Antônio Carlos Magalhães), Maranhão (Grupo de José Sarney) e o Rio Grande do Norte (Grupo de Aluízio Alves).

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• Políticos com vínculo direto com a mídia concorrem como candidatos aos diferentes mandatos públicos.

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• Veículos de mídia controlados por políticos. Parlamentares por estado:

- RN com 15 veículos (8 rádios, 5 jornais e 2 emissoras de televisão).

- Bahia com 14 (9 rádios, 2 jornais e 3 emissoras de televisão).

- São Paulo com 10 (6 rádios, 1 jornal e 3 emissoras de televisão).

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4. Uma nova tendência: as igrejas na mídia

• - Década de 90 marca início da nova tendência • -1990 Igreja Universal compra a Record do Grupo Silvio Santos

-1995 entra em funcionamento a Rede vida, ligada a igreja católica • -1998 TV Record abrange 80% do território nacional e o jornal Folha

Universal com tiragem de 1,5 milhões• -1992 Rede Vida alcança 500 cidades brasileiras e estava presente

em duas TVs pagas

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Segundo pesquisas acadêmicas:

-Evangélicos controlam mais de 300 emissoras de rádio e canais de TV (faturamento: 500 milhões/ano)

-2002 tinham 96 gravadoras, 1.000 artistas e bandas e 5 Cds/ mês (faturamento: 200 milhões/ano)

-Editoras com vendas de bíblias, livros e publicações (faturamento: 300 milhões/ano)

-Bancada Evangélica no congresso com mais de 56 Dep. Federais e 4 senadores.

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• - Mídia e religião: busca pelo lucro ou valores? • -Comunicação gerando dinheiro

- Código de Ética dos Jornalistas

• Capítulo II - Da conduta profissional do jornalista • Art. 6º É dever do jornalista: • XIV - combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos,

religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual,  condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza.

• Capítulo III - Da responsabilidade profissional do jornalista • Art. 12. O jornalista deve: • VI - promover a retificação das informações que se revelem falsas ou inexatas e defender o direito de

resposta às pessoas ou organizações envolvidas ou mencionadas em matérias de sua autoria ou por cuja publicação foi o responsável;VII - defender a soberania nacional em seus aspectos político, econômico, social e cultural;VIII - preservar a língua e a cultura do Brasil, respeitando a diversidade e as identidades culturais;

• -Em nome de Deus • -Revisão de conceitos

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5. A permanência de um grupo hegemônico

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5.1 Mudanças

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5.2 Permanência Garantida

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6. Novas e velhas questões