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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PAULO VICTOR OLIVEIRA DE MELO DETERMINANTES DA MOTIVAÇÃO DE ADOÇÃO DE MOEDAS DIGITAIS - BITCOIN NATAL/RN 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

PAULO VICTOR OLIVEIRA DE MELO

DETERMINANTES DA MOTIVAÇÃO DE ADOÇÃO DE MOEDAS DIGITAIS -

BITCOIN

NATAL/RN

2017

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PAULO VICTOR OLIVEIRA DE MELO

DETERMINANTES DA MOTIVAÇÃO DE ADOÇÃO DE MOEDAS DIGITAIS –

BITCOIN

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Coordenação do curso de graduação em Administração da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com

requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em

Administração.

Orientador: Anatalia Saraiva Martins Ramos

NATAL/RN

2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

DETERMINANTES DA MOTIVAÇÃO DE ADOÇÃO DE MOEDAS DIGITAIS –

BITCOIN

PAULO VICTOR OLIVEIRA DE MELO

Monografia apresentada e aprovada em 11/12/2017 pela Banca Examinadora composta

pelos seguintes membros:

_______________________________________________

Profa. Anatalia Saraiva Martins Ramos

Orientadora

_______________________________________________

Prof. Gabriel Martins de Araujo Filho

Examinador

______________________________________________

Prof. Fernando Roberto Cavalcante Bandeira do Amaral

Examinador

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Dedico este trabalho a todos que estiveram do

meu lado por todo esse percurso me apoiando e

acreditando em mim, em especial para minha

família que sempre fez de tudo para que eu

tivesse uma boa educação.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado força para seguir em frente mesmo

diante das adversidades da vida, por ter me proporcionado as oportunidades que eu tive, e por

ter me feito como eu sou;

Agradeço a minha Vó Nassis por ter sido essa mãezona de coração enorme, que não

desistiu de mim e sempre batalhou para que eu tivesse um futuro digno. E pela maior e melhor

herança que ela vai me deixar na vida, a fé.

Agradeço ao meu pai Aluízio, por ter ajudado a construir meu caráter, minha

personalidade, e o homem que hoje eu sou a partir de suas palavras e de suas atitudes quando

eu ainda era uma criança, e também por me apoiar nas minhas escolhas.

Agradeço a minha mãe Conceição, por não ter deixado faltar o essencial para que eu

buscasse o que me restava para alcançar meus objetivos;

Agradeço aos meus padrinhos, Wellington e Maria das Graças, por serem meus Pais,

quando precisei, por cuidarem de mim, pelo carinho e pelas broncas nos momentos de

necessidade, que sempre almejaram o melhor para o meu futuro e me incentivaram a buscar

meus objetivos.

Agradeço a minha orientadora Anatália Saraiva Martins Ramos, por toda atenção e

paciência que teve comigo durante todo o processo de orientação. Por todos os ensinamentos,

pelo conhecimento, e pela disposição em sempre me ajudar. Obrigado pela oportunidade, por

ter acreditado no meu trabalho, e principalmente por ter acreditado em mim.

Agradeço ao professor Gabriel Martins pela oportunidade no projeto de monitoria, que

foi de grande importância para o meu aprendizado e para a conclusão do meu curso. Obrigado

pelo apoio com a minha pesquisa, e por sempre estar disposto a ajudar.

Agradeço aos meus amigos de verdade, que de sua forma me ajudaram a superar as

adversidades, e estiveram sempre me apoiando nos meus projetos.

Agradeço aos professores da graduação que se mostraram disponíveis em me apoiar e

me ajudar em minhas decisões acadêmicas;

Agradeço a ADM Consult, empresa júnior do curso de Administração da UFRN, e aos

membros com quem pude conviver, aprender e evoluir profissionalmente e pessoalmente.

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Agradeço à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, por me proporcionar toda

estrutura e oportunidades para que eu pudesse realmente crescer, aprender, e me desenvolver

profissionalmente.

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“O maior erro é não arriscar por

medo de errar” - Flávio Augusto

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RESUMO

Recentemente um sistema de pagamento descentralizado conhecido por moedas virtuais tem

atraído a atenção de muitos pesquisadores acadêmicos e investidores. Tendo em vista um

crescimento exponencial do número de transações e do crescimento e modernização do e-

commerce. Apesar da grande valorização do Bitcoin nos últimos anos, ainda há poucas

pesquisas voltadas em descobrir os fatores que influenciam pessoas a aceitarem ou rejeitarem

inovações desse tipo. E é com o objetivo de preencher essa lacuna que a pesquisa será

desenvolvida, buscando assim encontrar fatores determinantes ou inibidores do uso do Bitcoin.

Com base no Modelo de Aceitação da Tecnologia, na Teoria do Comportamento Planejado e

em uma revisão de literatura, foram integrados os benefícios e riscos do Bitcoin. Foi aplicado

um questionário com base nas principais variáveis e nos modelos e teorias estudados, para

descobrir o que influencia a decisão de adoção do Bitcoin.

Palavras-chave: Bitcoin; E-moeda; Moeda; Criptomoeda; BlockChain; Network; Nodes;

Proof-of-Work; TimeStamp;

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ABSTRACT

Recently a decentralized payment system known as virtual currencies has attracted the attention

of many academic researchers and investors. And the reazon is an exponential growth in the

number of transactions and the growth and modernization of e-commerce. Despite the great

appreciation of Bitcoin in recent years, there is still little research to discover the factors that

influence people to accept or reject innovations of this type. And with the intention of filling

this gap that the research will be developed, in order to find determinants or inhibitors of the

use of Bitcoin. Based on the Technology Acceptance Model, the Theory of Planned Behavior

and a literature review, the benefits and risks of Bitcoin were integrated. A questionnaire was

applied based on the main variables and the models and theories studied, to find out what

influences Bitcoin's adoption decision.

Keywords: Bitcoin; E-moeda; Moeda; Criptomoeda; BlockChain; Network; Nodes; Proof-of-

Work; TimeStamp;

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - TPB .......................................................................................................................... 19

Figura 2 - TAM ........................................................................................................................ 21

Figura 3 - Escambo ................................................................................................................... 22

Figura 4 - Moedas Metálicas .................................................................................................... 23

Figura 5 - Papel Moeda ............................................................................................................ 25

Figura 6 - P2P ........................................................................................................................... 29

Figura 7 - Blockchain ............................................................................................................... 30

Figura 8 - TimeStamp ............................................................................................................... 30

Figura 9 - Proof-of-Work ......................................................................................................... 31

Figura 10 - Mineração .............................................................................................................. 33

Figura 11 - Tendência de Bitcoin ............................................................................................. 38

Figura 12 - Fluxograma de Pesquisa ........................................................................................ 41

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Gênero .................................................................................................................... 46

Gráfico 2 - Idade ....................................................................................................................... 48

Gráfico 3 - Estado Civil ............................................................................................................ 49

Gráfico 4 - Renda Familiar ....................................................................................................... 50

Gráfico 5 - Conta Bancária ....................................................................................................... 51

Gráfico 6 - Cartão de Crédito ................................................................................................... 52

Gráfico 7 – Smartphone ............................................................................................................ 53

Gráfico 8 - Grau de Formação .................................................................................................. 54

Gráfico 9 - Ouviu falar sobre Moedas Virtuais ........................................................................ 55

Gráfico 10 - Ouviu falar sobre Bitcoin ..................................................................................... 55

Gráfico 11 - Outras Moedas Virtuais ....................................................................................... 56

Gráfico 12 - Leitura sobre Bitcoin ............................................................................................ 58

Gráfico 13 - Conhece quem utiliza ........................................................................................... 59

Gráfico 14 - Conhece lojas que aceitam ................................................................................... 60

Gráfico 15 - Conhece Sistema de Segurança............................................................................ 61

Gráfico 16 - Sabe o que é BlockChain ..................................................................................... 61

Gráfico 17 - Sabe sobre verificação de transações ................................................................... 63

Gráfico 18 - Conhece o que determina o valor ......................................................................... 64

Gráfico 19 - Usa ou já usou ...................................................................................................... 65

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Conhecimento Técnico ............................................................................................ 66

Tabela 2 - Confiabilidade Conhecimento Técnico ................................................................... 67

Tabela 3 - Benefício Percebido ................................................................................................ 67

Tabela 4 - Confiabilidade Benefício Percebido ........................................................................ 69

Tabela 5 - Risco Percebido ....................................................................................................... 69

Tabela 6 - Confiabilidade Risco Percebido .............................................................................. 71

Tabela 7- KMO e teste de Bartlett para o fator Conhecimento Técnico. ................................. 72

Tabela 8 - Variância total explicada do fator conhecimento técnico ....................................... 72

Tabela 9 - KMO e teste de Bartlett para o fator Benefício Percebido ...................................... 73

Tabela 10 - Variância total explicada do fator benefício percebido ......................................... 74

Tabela 11 - KMO e teste de Bartlett para o fator Risco Percebido .......................................... 74

Tabela 12 - Variância total explicada do risco benefício percebido......................................... 75

Tabela 13 - Coeficientes de correlação geral entre os fatores e a atitude ................................. 76

Tabela 14 - Coeficientes de correlação gênero masculino, fatores e atitude ............................ 77

Tabela 15 - Coeficientes de correlação gênero feminino, fatores e atitude .............................. 78

Tabela 16 - Comunalidade do construto Conhecimento Técnico............................................. 99

Tabela 17 - Comunalidade do construto Benefício Percebido ............................................... 100

Tabela 18 - Comunalidade do construto Risco Percebido ...................................................... 102

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 15

1.1 Contextualização e Problema ..................................................................................... 15

1.2 Objetivos .................................................................................................................... 16

1.3 Justificativa do Estudo ............................................................................................... 16

1.4 Estrutura do Trabalho ................................................................................................ 18

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 18

2.1 Teorias determinantes para aceitação da inovação .................................................... 18

2.1.1 Teoria do Comportamento Planejado ................................................................. 19

2.1.2 Modelo de Aceitação de Tecnologias ................................................................. 20

2.2 Origem e Evolução das Moedas ................................................................................ 22

2.2.1 Surgimento das Moedas virtuais ........................................................................ 26

2.3 Adoção de Bitcoin ..................................................................................................... 27

2.3.1 Bitcoin e sua estrutura ........................................................................................ 27

2.3.2 Criptografia ......................................................................................................... 28

2.3.3 BlockChain ......................................................................................................... 29

2.3.4 Time Stamp ........................................................................................................ 30

2.3.5 Proof of Work (PoW) ......................................................................................... 31

2.3.6 Mineração ........................................................................................................... 32

2.3.7 Benefícios e Riscos ............................................................................................. 33

2.3.8 Conversão e Tendência de uso de Bitcoin .......................................................... 37

2.3.9 Regulamentação das Moedas Virtuais ................................................................ 38

2.4 modelo da pesquisa .................................................................................................... 39

2.4.1 HIPÓTESES ....................................................................................................... 40

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................................... 40

3.1 Caracterização da pesquisa ........................................................................................ 41

3.2 População e Amostra ................................................................................................. 42

3.2.1 Operacionalização das Variáveis e Elaboração do Instrumento de Pesquisa ..... 42

3.3 Coleta de dados .......................................................................................................... 45

3.4 tratamento estatístico e forma de analise ................................................................... 45

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......................................................... 45

4.1 Análise descritiva do perfil demográfico da amostra ................................................ 46

4.2 Caracterização quanto ao nível de conhecimento sobre moedas digitais .................. 54

4.3 Análise descritiva das variáveis ................................................................................. 65

4.4 ANÁLISE FATORIAL CONFIRMATÓRIA ........................................................... 71

4.4.1 REGRESSÃO LINEAR ..................................................................................... 75

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 79

5.1 limitações ................................................................................................................... 80

5.2 Direcionamento para pesquisas futuras ..................................................................... 80

5.3 Implicações Gerenciais .............................................................................................. 80

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 80

APÊNDICE I - Estudos Internacionais e Nacionais relacionados com adoção de Bitcoin ...... 91

APÊNDICE II - Definição Operacional das Variáveis ............................................................ 97

APÊNDICE III - Tabelas de análise e discussão dos resultados .............................................. 99

APÊNDICE IV - Instrumento de Pesquisa ............................................................................. 104

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA

Por muitas décadas o Estado vem monopolizando a moeda, tendo em vista o controle

monetário com a justificativa de evitar uma anarquia e desordem na economia. Mas não é

segredo que a sua intenção implícita é manter uma situação extremamente controladora e

burocrática na economia, dessa forma apenas os que estão no alto nível de poder no governo e

os empresários proprietários de Bancos que se beneficiam dessa situação. Algumas formas de

desburocratizar o sistema e de melhorias foram propostos muitas vezes por mentes brilhantes,

mas o Estado e os beneficiários da situação atual ignoraram por causa da situação confortável

de poder em que se encontravam. Desprezando as necessidades da população e também o

potencial de melhoria que os avanços tecnológicos poderiam proporcionar para todos.

Mas em 2008, houve uma revolução do conceito de moeda. Uma pessoa com codinome

de Satoshi Nakamoto, detinha alto conhecimento em criptografia e programação de software e

resolveu criar uma moeda criptografada, chamada de Bitcoin. Que foi criada com o objetivo de

descentralizar a economia e tirar o poder monetário das mãos de um centralizador, reduzir as

taxas de transações e custos, além de proporcionar liberdade e segurança do dinheiro, onde

ninguém além dos proprietários poderiam mexer em suas propriedades monetárias.

Desde sua criação curiosos e investidores se arriscaram a comprar algumas moedas e

começaram a estudar suas formas de utilização. E desde então o Bitcoin tem se valorizado de uma

maneira extremamente rápida, atraindo cada vez mais investidores.

Quem comprou R$ 100 em bitcoins há seis anos hoje tem R$ 120 mil. Há seis anos,

o valor de uma Bitcoin era de 15 reais. Hoje, uma unidade da moeda virtual sai por

18 mil reais. Isso significa que se você tivesse comprado 100 reais em bitcoins lá atrás,

o que dariam 6,67 unidades, elas valeriam atualmente 120 mil reais (FIGO , 2017)

Dessa forma estudos como o de (BASHIR , STRICKLAND e BOHR, 2016) surgiram para identificar

quais são os fatores que motivam os atuais usuários dos Bitcoins, na tentativa de descobrir se eram fatores sociais,

individuais, ou mesmo por causa das particularidades oferecidas pela moeda virtual.

E outros pesquisadores começaram a se aprofundar nos estudos sobre essa moeda virtual promissora,

pesquisando sobre seus benefícios e riscos que é o caso do estudo de (ABRAMOVA e BÖHME, 2016), onde os

autores buscam uma relação mais embasada em teorias comportamentais como o Modelo de Aceitação da

Tecnologia, que também é o mesmo modelo utilizado na pesquisa de (FOLKINSHTEYN e LENNON, 2017).

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Através desses estudos anteriores é possível ter uma noção de que a segurança e a falta de uma legislação específica

que ampare os usuários é o ponto mais comentado entre os usuários atuais e os possíveis futuros usuários do

sistema de Bitcoin. E os benefícios estão sempre sendo comentados, como a inclusão financeira de pessoas que

não possuem cartão de crédito, como também possibilidade de transferências internacionais, investimento,

liberdade sobre o seu próprio dinheiro entre vários outros benefícios (ULRICH, 2014). Outro ponto importante é

a valorização da moeda que tem chamado muita atenção. Em setembro de 2017, havia mais de 16,58 milhões de

Bitcoins em circulação, equivalente a mais de 65 bilhões de Dólares. (BLOCKCHAIN LUXEMBOURG S.A.,

2017)

Quanto a delimitação do estudo, pretende-se abordar conceitos das teorias de estudos

do comportamento do consumidor diante das inovações tecnológicas. Portanto, a atenção ficará

voltada para o estabelecimento dessa relação entre os possíveis usuários das moedas virtuais e

as variáveis mais influentes para o início dessa aceitação.

Apesar desse crescimento explosivo, ainda é possível perceber uma lacuna de

conhecimentos sobre as motivações de quem usa ou não Bitcoin, além disso quais as

consequências desse crescimento para a sociedade. Nesse sentido o questionamento que gera a

problemática desta pesquisa: o que determina a motivação de adoção das moedas virtuais?

1.2 OBJETIVOS DE PESQUISA

1.2.1 Objetivo geral

Identificar os principais fatores determinantes que motivam a adoção das moedas

virtuais.

1.2.2 Objetivos Específicos

Identificar o nível de conhecimento individual para com as moedas virtuais;

Identificar os fatores motivadores de adoção do Bitcoin;

Identificar os fatores inibidores de adoção do Bitcoin;

Analisar relação dos fatores estudados e a intenção ou real adoção dos bitcoins.

1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

Diante das inúmeras inovações tecnológicas, tem sido extremamente importante compreender os

impactos as consequências da tecnologia da informação na sociedade, e como funciona a interação dos indivíduos

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com tais tecnologias (GONZALES e ET AL., 2017). A moeda virtual, em particular o Bitcoin é uma inovação

tecnológica que promete redução de custos operacionais, privacidade, descentralização do controle monetário,

facilidade, agilidade nas transações além de vários outros benefícios propostos por Nakamoto em 2008 em seu

artigo “Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System”, que explica o funcionamento da moeda. Os estudos

publicados sobre Bitcoin ainda são escassos na literatura nacional. Foram encontrados apenas o livro de Fernando

Ulrich (2014), que se trata de um livro que aborda a moeda virtual de uma forma simplificada para que todos

possam compreender do que se trata, e o estudo de Oliveira, Totti e Ney (2014) que é um artigo breve e aborda

uma linguagem mais técnica sobre o a estrutura do Bitcoin alertando para as suas limitações e riscos também.

Assim como também um estudo recente sobre o conceito jurídico da moeda virtual, proposto por Dyjann Varela

(2015).

No âmbito internacional, as pesquisas sobre as moedas virtuais já estão em um patamar um pouco mais

avançado. Porém ainda há poucas pesquisas que buscam identificar a influência dos benefícios e riscos percebidos

na adoção do Bitcoin, dentro dessa vertente foi possível encontrar o estudo de Abramova e Böhme (2016). E o

estudo de Bashir e Strickland (2016).

A moeda virtual surgiu como forma alternativa eliminar o monopólio dos bancos e agentes centralizadores

sobre as transações financeiras, eliminando assim as diversas taxas operacionais obrigatórias nas movimentações

(ULRICH, 2014). A atenção começou a se voltar para as moedas virtuais à medida que a mesma se valorizava,

investidores, pesquisadores e curiosos começaram a dar mais credibilidade a essa tecnologia inovadora. E então

começou uma busca por conhecimento sobre a criptomoeda mais comentada nos últimos anos. Algumas pesquisas

foram feitas, e respostas e suposições foram adquiridas.

Porém nesses estudos ainda há uma lacuna no que diz respeito aos principais fatores determinantes da

aceitação ou da rejeição dessas moedas por parte da população atual. E uma boa maneira de entender o quão

abertas as pessoas estão a tal tecnologia no momento, é explorando essa lacuna neste estudo.

Como contribuições acadêmicas, este estudo visa oferecer mais conhecimento sobre o assunto, tendo em

vista que ainda é uma tecnologia pouco explorada no meio acadêmico. O trabalho enriquecerá a área de marketing

aliado às ferramentas de tecnologia da informação, assim como os estudos que investigam o comportamento das

pessoas em relação à determinada tecnologia. Espera-se que com o resultado do estudo, seja possível identificar

com mais clareza as principais influências de comportamento no que diz respeito a adoção das e-moedas, e dessa

forma possa dar suporte aos futuros estudos e a profissionais que buscam entender melhor sobre o assunto.

As moedas virtuais também vieram para facilitar, apesar de ser uma tecnologia complexa para quem não

possui um conhecimento básico em computação e criptografia, ao estudar um pouco melhor sua estrutura de

funcionamento é possível perceber que apenas é necessário um Smartphone, um aplicativo e acesso à internet para

utilizar e armazenar as criptomedas. Podendo ser uma ferramenta de inclusão para grande parte da população que

não possui acesso a conta bancária por diversos motivos. As moedas também servem para fazer pagamentos,

receber dinheiro ou fazer transferências locais ou internacionais em questão de minutos, sem esperar autorização

de banco, ou o funcionamento em dias úteis, apenas é preciso estar conectado à internet. E trazer esse conhecimento

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básico sobre a estrutura das criptomoedas é mais uma contribuição que esse estudo pode fazer para quem

desconhece o assunto.

Quanto à relevância prática, o estudo auxiliará os profissionais da área de marketing, de publicidade,

gestores e também empreendedores através do conhecimento de quais as principais determinantes que influenciam

a aceitação ou rejeição de moedas virtuais, em particular o Bitcoin, assim como ampliação do conhecimento sobre

o perfil do público de usuários. Por fim, o estudo também se justifica pela motivação pessoal do pesquisador de

estudar áreas de seu interesse como, marketing, e o comércio eletrônico, que hoje é o principal meio de utilização

das e-moedas. Além de ter curiosidade sobre investimentos, tendo em vista a gigantesca valorização do Bitcoin

nos últimos anos.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está estruturado em 5 capítulos. No primeiro é exposto a parte introdutória do estudo

(contextualização e problema de pesquisa, objetivo geral, objetivos específicos e a justificativa). No segundo

capítulo apresenta-se o referencial teórico, neste consta a revisão da literatura, com os principais autores e estudos

que foram encontrados acerca do tema estudado e, que servirão para a realização da pesquisa. Em seguida o terceiro

capítulo expõe a metodologia que foi utilizada nesta pesquisa, abordando as características da pesquisa, população

e amostra, operacionalização das variáveis, instrumento e coleta de dados e processo de análise dos dados. Após

ter coletado os dados por meio da divulgação dos questionários, no quarto capítulo foi realizada a apresentação e

análise dos resultados. No quinto capítulo, foi demonstrada as considerações finais do trabalho, bem como as

possíveis limitações e estudos futuros. Por fim, têm-se as referências bibliográficas que foram empregadas na

realização do trabalho e os apêndices com alguns elementos como: definição operacional das variáveis, carta de

apresentação e instrumento de pesquisa (questionário aplicado para coleta de dados) e questões de avaliação (pré-

teste).

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 TEORIAS DETERMINANTES PARA ACEITAÇÃO DA INOVAÇÃO

Diante dos constantes avanços tecnológicos nas mais diversas áreas, percebe-se a

necessidade de compreender o comportamento das pessoas diante das inovações tecnológicas,

e entender também o impacto dessa tecnologia na sociedade. Dessa forma é possível entender

também como essas tecnologias surgem e deixam de ser utilizadas.

Foram desenvolvidas várias pesquisas nessa área de comportamento humano com o

objetivo de descobrir os fatores que influenciam indivíduos a aceitação e adoção da tecnologia,

e diversos modelos e teorias também foram criadas nesse sentido, como por exemplo o Modelo

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de Aceitação da Tecnologia, Teoria do Comportamento Planejado e a Teoria da Difusão da

Inovação.

2.1.1 Teoria do comportamento planejado

A Teoria do Comportamento Planejado (TPB) é uma extensão da Teoria da Ação

Racionalizada (TRA). A TPB apresentada por Ajzen em 1985, propõe agora três fatores

determinantes independentes da intenção. O primeiro é a Atitude em relação ao comportamento

e refere-se ao grau em que uma pessoa é favorável ou desfavorável levando em consideração a

avaliação do comportamento em questão. O segundo é o Fator Social, denominado

originalmente de Norma Subjetiva, que se refere à percepção sobre a pressão social para

executar ou não um determinado comportamento. O terceiro fator determinante da intenção é o

Controle Comportamental percebido, que se refere à facilidade ou dificuldade percebida de

realizar um comportamento, onde a tomada de decisão levará em consideração as informações

que estão disponíveis, bem como as consequências positivas e negativas, sendo assim uma ação

racionalizada. Ou seja, quanto mais favorável a Atitude, o Fator Social, e maior for o Controle

Comportamental Percebido sobre um determinado comportamento, consequentemente a

intenção de um indivíduo em realiza-lo será muito mais forte (AJZEN, 1991).

Figura 1 - TPB

Fonte: Ajzen 2002

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2.1.2 Modelo de aceitação de tecnologias

O Modelo de Aceitação de Tecnologia (TAM), proposto por Davis em 1989 é utilizado

por pesquisadores e profissionais para prever e explicar a aceitação das tecnologias da

informação pelos possíveis usuários.

E a partir desse modelo pode-se captar as intenções de uso da tecnologia com base

Utilidade Percebida e na Facilidade de Uso Percebida. (DAVIS, 1989)

O TAM utiliza parâmetros para avaliar o comportamento das pessoas em relação a

aceitação de determinada tecnologia, buscando associar esse comportamento com a Utilidade

Percebida e com a Facilidade de Uso de tais inovações. (DISHAW e STRONG , 1999)

Segundo Davis (1989) é possível prever a utilização das inovações a partir de construtos

como normas subjetivas, facilidade de uso percebida e utilidade percebida. Dessa forma seria

possível explicar também o nível de interesse dessas pessoas em adotar tal tecnologia. O modelo

proposto por Davis explica que há uma série de variáveis que podem influenciar a decisão nesse

caso.

Outro ponto muito importante é a consideração do Risco Percebido como um fator

inibidor nas transações financeiras realizadas na internet. E que vem sendo bastante explorada

na literatura acadêmica. Segundo Featherman e Pavlou (2003), a incerteza quanto a possíveis

consequências negativas da utilização de um produto pode afetar definitivamente a decisão de

uma pessoa em relação a aceitação de uma determinada tecnologia.

Conforme Cunningham (FEATHERMAN e PAVLOU , 2003) os riscos percebidos são

divididos em seis dimensões: Risco de desempenho; Risco financeiro; Risco de perda de

Tempo; Risco de Segurança; Risco Social; Risco Psicológico. E também fez uma observação

de que todos os riscos derivam do risco de desempenho.

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Quadro 1 - Riscos Percebidos

Risco Percebido Definição

1. Risco de

desempenho

Risco de o produto não corresponder ao que foi prometido,

consequentemente não oferecendo os benefícios desejados.

2. Risco

Financeiro

Desembolso inicial, assim como as despesas de manutenção do

produto.

3. Risco de

perda de

tempo

Perda de tempo ao pesquisar ou aprender a usar um produto ou

serviço que não venha atender as necessidades e expectativas do

cliente.

4. Risco

Psicológico

Risco de que a escolha ou desempenho do produto venha a causar

um impacto negativo sobre a paz de espírito do consumidor,

gerando perda de autoestima por não corresponder ao objetivo da

compra.

5. Risco Social Perda de status social ocasionado pela adoção de um produto ou

serviço, parecendo tolo ou negligente.

6. Risco de

Privacidade

Perda de controle sobre informações pessoais, que podem ser

usadas por terceiros mal-intencionados.

7. Risco Geral Uma medida geral do risco percebido quando todos os critérios

são avaliados em conjunto.

Fonte: Baseada em Featherman e Pavlou ( 2003)

Outro ponto a ser considerado nos estudos é sobre a Confiança, explorada também nas

pesquisas de Pavlou (2003), ele comenta que a confiança tem sido considerada um estímulo

fundamental nas relações entre comprador e vendedor. Sendo assim uma propriedade

determinante da maioria das interações econômicas e sociais pelo fato de que tem o poder de

influenciar o comportamento do consumidor. E praticamente todas as interações necessitam de

um elemento de confiança, especialmente aquelas conduzidas no ambiente percebido pelos

consumidores como “inseguro”, que é caso do comércio eletrônico. Segundo sua tese, Pavlou

chega à conclusão de que a confiança e os riscos percebidos estão de alguma forma conectados

e são consequentemente os fatores mais relevantes quando se diz respeito a prever o

comportamento de aceitação ou rejeição do comercio eletrônico.

Dessa forma podemos fazer uma relação do comportamento do consumidor, não apenas

com o comercio eletrônico em si, mas com qualquer tipo de tecnologia inovadora que venha a

surgir no mercado. Que no caso desse estudo, será relacionado com as moedas virtuais.

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Figura 2 - TAM

Fonte: Davis, 1989.

2.2 ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS MOEDAS

Nesta sessão será introduzido um pouco da história da moeda, que abrange suas fases desde o escambo,

e a sua constante evolução até os dias de hoje, chegando à tão comentada moeda digital.

2.2.1 Escambo

A moeda que conhecemos hoje é o resultado de uma longa evolução. À princípio não era com moedas

que a população adquiria seus bens ou alimentos. As pessoas adquiriam produtos através de trocas, de mercadorias

por outras mercadorias, prática popular chamada de escambo. Essas mercadorias eram trocadas sem levar em conta

equivalência de valor. Porém por não haver uma medida comum de valor entre os produtos a serem permutados,

começaram a ocorrer problemas.

Então alguns produtos, devido a sua utilidade, naturalmente começaram a ser mais procurado do que

outros. Uma forma de Moeda-Mercadoria, que era aceita por todos, assumindo o papel de uma moeda, e servia

também para avaliar o valor das trocas. Alguns exemplos dessas Moedas-Mercadorias são: O gado; o sal, usado

em Roma também para pagar serviços prestados e que acabou dando origem ao nome salário; o tabaco; o açúcar;

tecido; entre outros. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2017)

Algum tempo depois, começou a se tornar inviável usar mercadorias como meio de troca, por causa da

oscilação de seu valor, por algumas mercadorias serem perecíveis, ou simplesmente pela dificuldade em se

fracionar ou acumular esse tipo de “Moeda-Mercadoria”.

Figura 3 - Escambo

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Fonte: Banco Central do Brasil, 2017

2.2.2 Moeda de metal

Em seguida, com a descoberta dos metais consequentemente o homem percebeu os benefícios dos metais

como, raridade, divisibilidade, facilidade de transporte, beleza, então começaram a usar como principal padrão de

valor. Inicialmente utilizado para permutas em seu estado natural, e posteriormente sob forma de barras ou sob

formas de objetos como joias.

E assim no século VII, surgiram as primeiras moedas com características das moedas da atualidade, eram

pequenas peças de metal, com valor definido e cunhadas com a marca oficial de quem as emitiu.

O ouro e a prata foram os metais inicialmente utilizados na cunhagem das primeiras moedas de metal.

Não apenas pelas suas propriedades físicas de beleza, imunidade a corrosão, raridade, mas também por costumes

religiosos. No início das civilizações, sacerdotes ensinavam ao povo que existia uma ligação entre o ouro e o sol,

a prata e a lua.

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Figura 4 - Moedas Metálicas

Fonte: Banco Central do Brasil, 2017

Houveram também outros sistemas de pagamentos pouco conhecidos, mas que foram relatados por Martin

(2013), como o da ilha de Yap, no oceano Pacífico. Yap tinha um sistema altamente desenvolvido de dinheiro.

Consistia em fei – Significava, rodas de pedra grandes, sólidas e espessas, onde o diâmetro vai de trinta centímetros

a quatro metros, tendo ao centro um buraco que a dimensão varia de acordo com o diâmetro da pedra, dentro do

qual podia se inserir um tipo de suporte para facilitar o manuseio e o transporte. O valor das moedas dependia do

seu tamanho, mas também da sua textura e da brancura da pedra calcária.

Apesar da inconveniência no transporte de tais moedas devido ao seu peso, esse sistema de crédito era

organizado de uma forma que raramente fosse necessário remover as pedras de lugar, acumulando dívidas e

anulando-as ao chegar em um valor equivalente a determinada que o cidadão possuir.

2.2.3 Moeda de papel

Na Idade Média, houve mais um avanço quanto ao meio de utilização da moeda. Como uma forma de

simplificar e facilitar as transações, os objetos e as joias eram confiadas a um ourives, que emitia um papel

garantindo o valor de seus bens, esse documento por sua vez utilizado para as permutas como forma de pagamento.

Desse processo participaram ativamente antigos ourives, aos quais muitos indivíduos

confiavam a guarda de suas moedas e pertences de valor. Em contrapartida à entrega

de tais bens eram emitidos recibos e certificados, que, por corresponderem a depósitos

monetários, passaram a ser aceitos em transações comerciais. Eram papéis exercendo

a função de moeda. Aos poucos foi ficando claro que os referidos recibos circulavam

largamente, mas apenas um volume modesto era apresentado em troca de metais. Em

poucas palavras, daí foi apenas um pulo para que os ourives percebessem que os ativos

que lhes eram confiados em depósitos podiam ser emprestados, desde que

determinada parcela permanecesse retida, de maneira a permitir o atendimento de

eventuais solicitações de resgate, ou seja, a devolução de bens depositados (SENNA,

2010)

E então esse sistema criado pelos ourives, logo deu origem ao desenvolvimento da base do sistema

bancário atual. Naturalmente a partir dessas práticas que o dinheiro em cédulas e os cheques modernos surgiram

posteriormente, e sempre com um agente centralizador para garantir a emissão, o valor, e a aceitação desse

dinheiro.

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Segundo Bonder (1991), apesar das variadas formas de dinheiro, é preciso que haja fé para que o dinheiro

funcione de acordo com seu propósito, é preciso ter fé no sistema financeiro, ou fé nas instituições governamentais,

ou fé no Estado, mas é necessário que haja absoluta fé.

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Figura 5 - Papel Moeda

Fonte: Banco Central do Brasil, 2017

2.2.4 Surgimento das Moedas Virtuais

a) Surgimento da Internet

A estrutura básica da internet, anteriormente chamada de Arpanet, foi desenvolvida por militares entre os

anos 1959 e 1969, e foi implementada por um grupo de cientistas e engenheiros em parceria com universidades

como MIT (Massachusetts Institute of Technology), e outros institutos e importantes organizações de pesquisa.

“O objetivo principal da Arpanet era proporcionar um sistema de comunicações distribuído por computadores que

pudesse sobreviver a um ataque, de maneira, que mesmo se uma parte do sistema fosse destruída, o resto da rede

ainda funcionaria. ” (LYNCH e LUNDQUIST, 1996, p. XIV)

Uma das características mais interessantes da internet desde sua criação é o seu ambiente de livre

expressão e cooperação intensa, que começou com acadêmicos e pesquisadores, que foram os primeiros não-

militares, a utilizarem essa tecnologia. Porém no que se refere a transações financeiras, sempre existiu uma

preocupação maior quanto a segurança das transações e a privacidade dos usuários.

Sobre a segurança das transações, Lynch (1996) comenta que mesmo comprando com cartões de crédito,

sem ferramentas de criptografia para garantir a segurança da transação, poderia ser uma má ideia. Pelo fato de

existirem muitas pessoas desonestas que podem roubar facilmente as informações do seu cartão e utilizar de má

fé.

E alguns estudiosos e visionários já podiam prever que com o crescimento do comércio eletrônico,

consequentemente estimularia o avanço das tecnologias a um nível em que a criptografia seria essencial para

transações financeiras seguras.

Dentro de alguns anos, entretanto, a comunidade Internet provavelmente se unirá para

criação de padrões que possibilitem transações seguras com cartão de crédito e com

dinheiro. Já começaram a ser feitos alguns esforços nesse sentido. Na verdade, alguns

desses padrões podem surgir e coexistir, todos em benefício do cliente.(LYNCH e

LUNDQUIST, 1996, p. 13)

b) Movimento Cypherpunk

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O movimento Cypherpunk surgiu na década de 1990, e foi um movimento que tinha como principais

protagonistas Hackers e seus princípios eram libertários. “O Cypherpunk é um ativista que defende o uso

generalizado da criptografia forte como caminho para a mudança social e política.” (SILVEIRA, 2015, p. 2)

Os grupos de Cypherpunks estão crescendo cada dia mais e sendo convidados a se unirem na luta política

para buscar a defesa da privacidade, anonimato e liberdade dentro das redes digitais. E os Cypherpunks possuem

uma serie de convicções que é possível perceber em fóruns e discussões pela internet que são: Defender que o

governo não deve ser capaz de espionar as atividades das pessoas; A proteção de conversas e negociações é um

direito básico; E que esses direitos estarão melhor assegurados pela tecnologia do que pela própria lei; e que a

tecnologia tem o poder de mudar o cenário político.

Nós, os Cypherpunks, estamos dedicados a construir sistemas anônimos. Estamos

defendendo nossa privacidade com criptografia, com sistemas anônimos de

encaminhamento de correio, assinaturas digitais e dinheiro eletrônico. (HUGHES,

1993)

E foi então com esses princípios que surgiu a ideia da criação de uma moeda onde o Estado não pudesse

controlar, reter, taxar, ou invadir a privacidade das negociações. Ou seja, uma moeda descentralizada e que

garantisse a privacidade e a segurança de quem a utiliza por meio da criptografia.

2.3 ADOÇÃO DE BITCOIN

2.3.1 Bitcoin e sua estrutura

Bitcoin é um tipo de moeda virtual. E para melhor compreensão, “Uma moeda virtual é

um tipo não regulamentado, de moeda digital, que é emitido e geralmente controlado por seus

desenvolvedores, usado e aceito entre membros de uma comunidade virtual específica.”

(Tradução livre) (Banco Central Europeu, 2012).

Essas moedas utilizam tecnologia de transferência de dados por modelo peer-to-peer

(P2P), ou seja, de pessoa para pessoa. Essa tecnologia permite que as informações sejam

trocadas diretamente sem a necessidade de uma autoridade central ou banco. As transações com

bitcoins são gerenciadas coletivamente pelos usuários da rede. O Bitcoin não tem proprietário,

nem terceiros controlando o sistema. E qualquer um pode utilizar. (NAKAMOTO, 2008)

Fernando Ulrich, autor do livro “Bitcoin – A moeda na era digital” simplifica a

compreensão do Bitcoin. Segundo ele, “[...] o Bitcoin é uma forma de dinheiro, assim como o

real, o dólar ou o euro, com a diferença de ser puramente digital e não ser emitido por nenhum

governo. O seu valor é determinado livremente pelos indivíduos no mercado” (ULRICH, 2014,

p. 15)

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Ainda em seu livro, Ulrich destaca que várias outras moedas similares foram criadas

anteriormente e fracassaram porque não resolviam os principais problemas econômicos e ainda

possuíam falhas comuns de arquivos digitais. Os dois principais problemas apresentados pelas

antigas moedas virtuais e posteriormente resolvidos com a tecnologia do Bitcoin foram: “1)

eram usualmente detidas de forma proprietária por uma empresa comercial e, portanto,

apresentavam um ponto centralizado de falha; ou 2) não superavam o chamado problema do

“gasto duplo”. (ULRICH, 2014, p. 14)

2.3.2 Criptografia

A criptografia remete a estudos inovadores, porém é extremamente relevante falar de um professor

visionário e empreendedor chamado Daniel Lynch. Lynch foi um dos fundadores da CyberCash e foi um dos

poucos na década de 1990 a apostar nessa tecnologia e no avanço das formas de compras. Em seu livro publicado

em 1996, Lynch já previa a evolução do comércio.

Dentro de alguns anos, entretanto, a comunidade Internet provavelmente se unirá para

criar padrões que possibilitem transações seguras com cartão de crédito e com

dinheiro. Já começaram a ser feitos alguns esforços nesse sentido. Na verdade, alguns

desses padrões podem surgir e coexistir, todos em benefício do cliente. (LYNCH e

LUNDQUIST, 1996, p. 13)

A criptografia exerce um papel de extrema importância no que se refere a segurança nas transações por

meio do dinheiro virtual e ao comércio eletrônico. Criptografia é uma tecnologia de nível militar, que funciona

como um conjunto de regras que servem para codificar uma determinada informação, mantendo a privacidade das

partes envolvidas. Abordando o tema de uma maneira mais simples, “Criptografia é o processo de disfarçar uma

mensagem de modo a ocultar seu conteúdo, um processo de criação de uma escrita secreta.” (LYNCH e

LUNDQUIST, 1996, p. 55)

As transações do sistema de Bitcoin são protegidas por criptografia. E o protocolo de

encriptação utilizado nesse sistema é a encriptação assimétrica, que segundo (STALLINGS,

2015), “é usada para ocultar pequenos blocos de dados, como valores de função de hash e

chaves de encriptação, que são usados em assinaturas digitais.” Sendo essencial para criação de

uma moeda virtual. Ou seja, ninguém consegue fazer pagamentos por você ou sacar seu

dinheiro sem ter acesso à senha da sua carteira. Dessa forma, se você seguir os passos

recomendados para proteger a sua carteira, o sistema lhe fornecerá controle sobre o seu dinheiro

e um alto nível de proteção contra vários tipos de fraudes.

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Para exemplificar melhor o método da criptografia, observa-se a imagem abaixo que

representa esse método na prática.

Figura 6 - P2P

Fonte: (GULTE, 2017)

2.3.3 Blockchain

Outra coluna essencial para a base estrutural de segurança do Bitcoin, é chamada de BlockChain, que é

uma tecnologia em estágios iniciais de desenvolvimento, mas é notável o interesse pela maior parte de

organizações importantes no setor financeiro, e apresenta um grande potencial devido a sua capacidade de

manutenção de registros robusta e verificável. (FOLKINSHTEYN e LENNON, 2017)

O Bitcoin se tornou a mais popular e mais promissora moeda virtual no mundo, o que

poucos sabem é que uma das tecnologias mais importantes para que esse sistema funcione é o

BlockChain (Cadeia de blocos, ou simplesmente um livro de registro público de transações),

pois é nele que são armazenadas todas as transações financeiras desde o início do sistema, e

seguindo esse raciocínio é a garantia de que o valor transferido é real. Nele são registradas todas

as movimentações de forma online e a cada nova transação, ela é registrada simultaneamente

no BlockChain de todos os usuários conectados à rede de Bitcoin.

BlockChain é basicamente um livro público de alcance mundial, descentralizado, que

possui muito mais utilidades do que apenas as transferências monetárias. Ele serve também

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como sistema de registro, inventário, rastreamento, monitoramento e muitas outras

funcionalidades ainda serão descobertas para essa tecnologia totalmente inovadora. (SWAN,

2015)

Figura 7 - Blockchain

Fonte: (Proof, 2017)

2.3.4 TIME STAMP

O gasto duplo é uma das principais preocupações quando se trata de dinheiro transferido eletronicamente.

E pensando nisso Satoshi Nakamoto propôs no modelo do Bitcoin algumas soluções para esse problema. Uma

delas é o TimeStamp, que é um processo para provar no ambiente digital que determinadas informações existiram

em um determinado momento impedindo qualquer fraude temporal. (LUCENA e HENRIQUE, 2016)

O TimeStamp é dividido em dois métodos básicos, onde em um é necessário um agente mediador ou uma

terceira parte confiável, e o outro método é baseado no conceito de confiança distribuída. Esse último método

consiste em tornar os documentos datados e assinados por um grande número de pessoas para que sua veracidade

seja constatada, com o objetivo de convencer os verificadores de que seria impossível corromper todas as pessoas.

(MASSIAS e AVILA, 1999)

Figura 8 - TimeStamp

Fonte: (HEIDISQL, 2013)

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2.3.5 Proof of work (POW)

Para implementar um servidor TimeStamp distribuído, com base no sistema de transferência peer-to-peer,

era necessário usar um sistema Proof-of-Work similar ao usado no HashCash.

Proof-of-work funciona como um protocolo e se resume a um valor encontrado pelo um minerador por

meio de um processo matemático que vai permitir a alocação de um novo bloco no BlockChain. “É um protocolo

no qual demonstra-se que foi gasto um certo nível de esforço computacional em um determinado intervalo de

tempo” (JAKOBSSON e JUELS, 1999)

Uma vez que o bloco for inserido no BlockChain, ele não pode ser alterado sem que esse trabalho seja

refeito. E como todos os blocos posteriores são acorrentados, o trabalho para alterar um bloco incluiria refazer

todos os blocos inseridos depois dele. (NAKAMOTO, 2008)

Figura 9 - Proof-of-Work

Fonte: (PEYROTT, 2017)

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2.3.6 Mineração

A mineração é o processo pelo qual a moeda virtual Bitcoin é “fabricada”. Com o Bitcoin, os mineradores

usam um software especial para resolver problemas matemáticos para que uma transação seja aprovada e o

minerador recebe recompensa em Bitcoin por esse trabalho. Esse sistema proporciona uma maneira inteligente de

emitir a moeda e também cria um incentivo para mais pessoas começarem a minerar.

A mineração é uma das maneiras de adquirir Bitcoins, e não é necessário conhecimento avançado em

cálculo. Apenas é preciso ter capital para investir em uma boa máquina, e o cálculo realizado no processo de

mineração é feito através do software gratuito. Porém os resultados dependem do desempenho do computador,

quanto melhor e mais rápido, mais chances de obter Bitcoins (SILVA, BENÍCIO e CRUZ, 2014).

A mineração de Bitcoin é o processo para adicionar registros de transações ao livro de registro público

de transações na rede de Bitcoin, conhecido como BlockChain. Esse livro de registro é basicamente uma cadeia

de blocos interligados de todas as transações efetuadas dentro do sistema. O BlockChain serve para confirmar as

transações para o resto da rede como uma garantia de que aquela transação realmente ocorreu. Uma vez confirmada

a transação, não há como ser revertida ou cancelada, evitando fraudes conhecidas como gastos duplos, pois

qualquer erro ou diferença nos problemas matemáticos gerados para os mineradores a transação não será concluída.

Nakamoto desenvolveu esse método baseado em cálculos matemáticos, que são realizados pelo minerador

e processo ocorre por meio do algoritmo hash. Esse método faz com que o minerador trabalhe para descobrir um

número, chamado de nonce, capaz de resolver o problema matemático em função desse algoritmo.

A única forma de encontrar esse número é por meio de múltiplas tentativas, e o nível de dificuldade é

ajustado pelo algoritmo para garantir que apenas, um bloco de transações verificadas e validadas seja acrescentado

à BlockChain a cada 10 minutos.

Quando o Bitcoin foi lançado, seu reward era de 50,0 BTC. Esse valor de reward é

dividido por 2 a cada 230.000 blocos minerados na rede, ou, aproximadamente, a cada

quatro anos, já que cada bloco leva cerca de dez minutos para ser minerado. Esse

ajuste é conhecido como halving. O Bitcoin já passou por um halving e, atualmente,

cada bloco minerado é compensado com 25,0 BTC.(SILVA e RODRIGUES, 2016)

No ano de 2016 mesmo houve um outro ajuste no valor do reward, e o valor da recompensa por blocos

minerados caiu para 12,5 BTC.

“Emissão de bitcoins cai pela metade pela 2ª vez na história da moeda: Liberação de

novas moedas cai de 25 bitcoins para 12,5 bitcoins. Alteração está no código do sistema de

pagamento, criado em 2009.” (GOMES, 2016)

Na figura abaixo, temos um exemplo de como o processo de transação de Bitcoin é

realizado e verificado pelos mineradores. Onde o vendedor X, vende uma determinada

mercadoria para os compradores A, B e C em troca de Bitcoins, moeda utilizada para a

transação comercial em questão. O minerador é o responsável por verificar e validar as

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transações, criando um bloco dessas transações, e em seguida acrescentando ao BlockChain já

existente. Ao realizar esse processo de criação de um bloco de transações, o minerador é

recompensado com 12,5 (Valor já atualizado) novas moedas.

Figura 10 - Mineração

Fonte: (GOYAL, 2017)

2.3.7 Benefícios e riscos

O primeiro questionamento que muitas pessoas fazem quando aprendem sobre o

Bitcoin, é o motivo de usar as moedas virtuais ao invés das moedas tradicionais como o Real,

Dólar, Euro entre outras. Com o objetivo de responder esse tipo de questão, será apresentado

nessa sessão os principais benefícios e os riscos das criptomoedas. E dessa forma elaborar os

construtos, baseados nessa revisão.

A partir da investigação em estudos anteriores, no que se refere ao uso do Bitcoin como sistema de

pagamento alternativo para compras legítimas e transferências financeiras, os benefícios e riscos percebidos são

os principais fatores que influenciam esse uso. (ABRAMOVA e BÖHME, 2016)

a) Benefícios do Bitcoin

Os benefícios são todos importantes de certa forma, mas o que chamou bastante atenção para essa

tecnologia quando surgiu, foi o fato de ser descentralizada. O sistema de moeda virtual não depende de um agente

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centralizador, banco ou de um mediador para que a transação ocorra com segurança e com sucesso (NAKAMOTO,

2008).

O Bitcoin é uma moeda descentralizada totalmente digital. Sua natureza disruptiva e independentes de

intermediários junto com o BlockChain trouxe a promessa de transações mais rápidas, baratas, confiáveis e de

usuário para usuário, e vem ganhando notoriedade mundial nos últimos anos. (FOLKINSHTEYN e LENNON,

2017)

As moedas virtuais são transferidas de usuário para usuário, ou seja, há um controle do próprio dinheiro.

E por causa dessa eliminação de intermediários, os custos baixos de transações são uma consequência desse

sistema. Não há nenhuma taxa obrigatória, com exceção de transferência de valores muito baixos. Se o usuário

quiser uma confirmação mais rápida do processamento ele pode pagar uma taxa optativa, e a confirmação

acontecera mais rápido. E essa também é uma forma de incentivar os mineradores, que são os operadores

encarregados de analisar e verificar as transações (FOLKINSHTEYN e LENNON, 2017).

O dinheiro não pode ficar retido no banco, nem mesmo por uma ordem superior do Estado, e também não

há limite de valor ou quantidade de transferências diárias. Apenas o próprio usuário tem acesso a sua carteira

online.

Tendo em vista que as transferências são feitas de usuário para usuário, a agilidade é

mais um ponto positivo nesse tipo de sistema. Transações internacionais podem ser feita em

minutos.

Com esse sistema de pagamento, não é necessário catão de crédito, cadastro, ou digitar senhas. A

facilidade de uso é uma das características dessa moeda. A transação pode ser feita apenas por meio de um

aplicativo, permitindo que a compra ou venda seja efetuada por meio de dois passos simples "Scan-and-Pay". Essa

opção gera um código QR, que deve ser exibido e lido no celular do recebedor e pagador consequentemente

(DARLINGTON, 2014).

Prevenção de fraudes com cartão de crédito clonados, pois não há utilização de número

do cartão de crédito. Que geralmente é copiado ou retido através de meios ilícitos por pessoas

mal-intencionadas para usar se passando por você.

A privacidade é mais um ponto positivo para os usuários. Sendo possível enviar um

pagamento sem revelar a identidade do comprador, assim como com dinheiro real. Da mesma

forma que em todas as formas de tecnologias, existem pessoas que usam desse benefício para

realizar coisas legais e existem as pessoas que a utilizam para realizar coisas ilegais.

Segundo (BASHIR , STRICKLAND e BOHR, 2016) as principais motivações

comportamentais em relação à adoção dos Bitcoin estão positivamente relacionadas com

características individuais da personalidade, além de fator social e benefícios como privacidade,

habilidades técnicas e escopo internacional.

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Quadro 2 - Benefícios Bitcoin

Benefício Referência

Agilidade de Transferência (FOLKINSHTEYN e LENNON, 2017)

(NAKAMOTO, 2008) (ABRAMOVA e BÖHME,

2016)

Baixo Custo de Transações

Controle do Próprio Dinheiro

Descentralização

Eliminação de intermediários

Escopo Internacional

Facilidade de Uso

Prevenção de Fraudes

Privacidade

Fonte: Elaborada própria, 2017.

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b) Riscos do Bitcoin

Como qualquer outro sistema de pagamento, há riscos envolvidos também no sistema de Bitcoin. E

fazendo uma analogia com os riscos percebidos no sistema de Internet Banking, os riscos são um reflexo da

percepção do consumidor sobre a incerteza das informações de determinado produto antes de tomar qualquer

decisão de compra. Se os clientes identificarem alguma diferença entre sua experiência real de compra e a

expectativa, eles perceberão maiores riscos e, portanto, eles podem evitar o uso do produto em questão

(KESHARWANI e BISHT, 2012). Além disso outros fatores como o conservadorismo também podem influenciar

na percepção dos riscos. Segundo (BASHIR , STRICKLAND e BOHR, 2016), pessoas mais conservadoras tem a

tendência a perceber um risco maior na decisão de adotar novas tecnologias.

No que se refere aos riscos do sistema de Bitcoin, foi feito uma analogia aos estudos de Pavlou (2003),

para classificar de forma mais clara os riscos existentes na utilização da moeda virtual.

É apresentado um certo nível de Risco Financeiro, por apresentar grande volatilidade em seu valor no

mercado.

O sistema de Bitcoin é uma tecnologia que foi desenvolvida com a intenção de eliminar agentes

intermediários, mas não se sabe ao certo se o Estado aceitará que a moeda virtual continue circulando sem tentar

controlar, ou taxar os usuários. Esse risco pode se enquadrar em Risco de Desempenho, pois se o governo decidir

intervir na utilização das moedas virtuais por meio do controle estará retirando uma das mais importantes

características do Bitcoin. Por consequência dessa possível intervenção Estatal, os usuários podem desistir da

utilização da moeda e sentir que a adoção de tal tecnologia foi uma perda de tempo. E também, diante de uma

possível regulamentação da moeda virtual, não é possível prever quais as implicações sobre a privacidade dos

atuais usuários.

De acordo com o comunicado nº 31.379, de 16 de novembro de 2017, emitido pelo Banco Central do

Brasil, as denominadas moedas virtuais não possuem amparo na legislação, ou seja, todos riscos incluindo riscos

de segurança ao utilizar tais moedas são de total responsabilidade dos detentores (BACEN, 2017).

Quadro 3 - Riscos Bitcoin

Riscos Referência

Risco Financeiros (PAVLOU, 2003) (ABRAMOVA e BÖHME,

2016) (FOLKINSHTEYN e LENNON, 2017)

Risco de Desempenho

Risco de Perda de tempo

Risco de Privacidade

Risco de Segurança

Fonte: Elaboração Própria, 2017.

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37

2.3.8 Conversão e tendência de uso de Bitcoin

Nesta sessão será abordado de forma breve o meio mais utilizado para a conversão de moedas virtuais em

dinheiro físico e quais as regiões em que as moedas virtuais mais são pesquisadas pela internet. E para descobrir

essa tendência foi utilizada uma ferramenta chamada Google Trends.

a) Conversão de Bitcoin em Dinheiro Físico

Desde o surgimento da moeda virtual, esse questionamento circula as discussões sobre o assunto. E não

apenas as formas de compra das criptomoedas, mas principalmente formas de conversão das moedas virtuais em

dinheiro real foram aparecendo. Tendo em vista que a legislação ainda não achou formas de legalizar a moeda,

não existe uma lei que obrigue ninguém a aceita-la como forma de pagamento.

Mas a sua conversão já ocorre da seguinte maneira: através de sites que realizam essa conversão online

por uma taxa cobrada pelo serviço, ou recorrendo a uma ATM, que são maquinas parecidas com caixas eletrônicos,

onde se pode trocar bitcoins e dinheiro.

b) Regiões mais propensas a adoção de Bitcoin

Tendo em vista que o Bitcoin é relativamente novo no mercado mundial, e com todas

as suas barreiras e incertezas com a regulamentação Estatal, não existe um método que possa

verificar a taxa exata de adoção da moeda, e devido à natureza complexa da rede de Bitcoin

dificilmente essa taxa será mensurada com 100% de exatidão.

Porém uma das formas iniciais de começar a ter noção e entender o interesse mundial

pelas criptomoedas é usando a ferramenta do Google Trends. Com essa ferramenta podemos

chegar a uma estimativa de popularidade do Bitcoin por países.

De acordo com o gráfico apresentado na figura 11 podemos perceber claramente na

Nigéria está ocorrendo um grande número de pesquisas a respeito do Bitcoin, e em seguida com

uma diferença pequena podemos perceber que por ordem, China, Bolívia, Gana, Eslovênia,

também vem aumentando significativamente o interesse pelas moedas nos últimos tempos.

Diferente de 3 anos atrás onde os líderes de popularidade nas pesquisas de Bitcoins eram os

países da Europa, com exceção apensa da China que mantém a sua popularidade de buscas e

pesquisas na rede a respeito do Bitcoin (DARLINGTON, 2014).

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38

Figura 11 - Tendência de Bitcoin

Fonte: Google Trends, 2017.

2.3.9 Regulamentação das moedas virtuais

As moedas virtuais foram criadas como uma forma de expressar a insatisfação da

população em relação à demasiada intervenção do Estado nos negócios. Moeda que veio para

proporcionar custos menores nas transações, menos burocracia, e mais autonomia dos utilitários

dessa tecnologia, pois não existe um intermediário ou banco para autorizar e limitar suas

transações.

No Brasil a legislação é um tanto atrasada no que se refere a tecnologias se comparada

a países da Europa, que definem claramente na legislação a sua definição. Segundo o Banco

Central Europeu, a moeda virtual é um tipo de moeda digital, não regulamentada que é emitida

e geralmente controlada por seus desenvolvedores, usada e aceita dentro de membros de uma

comunidade virtual específica.

De acordo com a legislação brasileira, tais criptomoedas não são classificadas como

Moedas de fato, pois não possuem todos os requisitos exigidos pela legislação para serem

classificadas como tal. E também não se confundem com as moedas eletrônicas citadas na Lei

0

20

40

60

80

100

120

Bitcoin: (12/09/2016 – 12/09/2017)

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39

nº 12.865, de 9 de outubro de 2013, pois tais moedas são recursos reais armazenados em

dispositivos eletrônicos. (BRASIL, 2013)

Recentemente foi emitido pelo Banco Central do Brasil o Comunicado nº 31.379, de

16/11/2017, que esclarece melhor essa questão e deixa claro que as moedas virtuais não são

emitidas nem garantidas por nenhuma autoridade monetária, não há uma garantia de conversão

para a moeda nacional, e também não há lastros em ativo real de qualquer espécie.

O que se convencionou chamar de moedas virtuais – considerando as legislações

referenciadas que compõem o ordenamento jurídico pátrio – não são moedas, pois

incorporam características essenciais dos títulos creditícios, por mais que sejam

impróprios, e a assertiva de considerá-las como dinheiro expurga-as da ordem jurídica

devido à observação da legalidade e da ordem constitucional. (VARELA, 2015, p.

13)

O conceito jurídico em que se pode inserir a moeda virtual dentro do ordenamento

jurídico Brasileiro é de Título de Crédito, devido a suas características e funcionalidades. E o

Bitcoin por exemplo, é denominado Título de Crédito impróprio por ser um título que não

possuem uma autonomia suficiente, pois ainda precisam ser regulamentados pelo Estado.

Dessa forma, para atingir o conceito de título de crédito próprio, a e-moeda deve sofrer

as seguintes alterações: o programa gerador deve ser devidamente registrado e

submetido às normas do Comitê Gestor da ICP-Brasil; deve ser criada uma legislação

especial que discipline e permita que desde sua origem seja em suporte

eletronicamente ambientado; e, assim, haja o cadastramento de Autoridades

Certificadoras junto à Autoridade Certificadora Raiz para assegurar a validade das

assinaturas digitais de seus negociadores e a verificação destas na escritura de cada

título encriptado, caso a legislação firme-as como nominativas.(VARELA, 2015, p.

15)

Ou seja, quanto mais rápido o governo aceitar a natureza da criptomoeda como de fato

um título de crédito, será mais fácil de encontrar formas inteligentes para que seja

regulamentada, e o Estado conseguirá fiscalizar de forma mais eficaz o uso das e-moedas nos

casos de uso para fins ilegais. Além de garantir a segurança e a aceitação desses títulos de

créditos para seus usuários.

2.4 MODELO DA PESQUISA

O modelo adotado neste estudo será o Modelo de Aceitação da Tecnologia (TAM), desenvolvido por

Davis (DAVIS, 1989) e a Teoria do Comportamento Planejado (TPB), desenvolvida por Ajzen (AJZEN, 1991). O

foco da pesquisa são as variáveis independentes, todavia alguns testes serão realizados para identificação de

diferenças estatisticamente significativas entre os construtos independentes e dependentes.

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2.4.1 Hipóteses

Segundo (SANTOS, 2003) a hipótese é uma suposição, um tipo de afirmação provisória que por sua

natureza necessita ser confirmada ou rejeitada, por meio de estudos metódicos. Sendo assim, em caso de rejeição

da hipótese o procedimento deverá ser repetido ou a hipótese será entendida como falsa. Caso a hipótese seja

confirmada, o problema está resolvido. E elas servem de orientação para ao estudo e mostram o que estamos

tentando comprovar. De maneira resumida, elas são respostas provisórias para as perguntas da pesquisa

(SAMPIERI, COLLADO e LUCIO, 2013).

Antes de construir a metodologia de pesquisa, foram selecionados alguns modelos teóricos para dar base

a pesquisa, a teoria do comportamento planejado (TPB) proposta por Ajzen em 1985, o modelo de aceitação de

tecnologias proposto (TAM) por Davis em 1989, e o Modelo de Difusão de Inovação proposto por Rogers.

Quadro 4 - Hipóteses de Pesquisa

H DEFINIÇÃO DAS HIPÓTESES

H1 Homens e mulheres têm percepções diferentes quanto aos benefícios e riscos de usar

moedas digitais

H2 O conhecimento mais especializado influencia a atitude quanto ao uso do Bitcoin

H3 A percepção de benefício de usar bitcoin influencia a atitude quanto ao uso de bitcoin

H4 A percepção de risco de usar bitcoin influencia a atitude quanto ao uso de bitcoin

Fonte: Elaboração Própria, 2017.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Os tópicos desta seção apresentam os procedimentos metodológicos aplicados durante a realização desta

pesquisa, descrevendo as características quanto à sua natureza, aos fins, os meios, a abordagem e a tipologia.

Também é descrita a população e amostra, assim como os instrumentos de coleta de dados e a técnica utilizada na

coleta e na análise dos dados. A figura abaixo representa o fluxograma da pesquisa:

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41

Figura 12 - Fluxograma de Pesquisa

Fonte: Elaboração própria, 2017.

A seguir, serão apresentados os procedimentos metodológicos utilizados para a realização da pesquisa.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Este estudo é classificado, quanto à natureza, como uma pesquisa descritiva. Segundo Vergara (2011), a

pesquisa descritiva deve expor características de um determinado fenômeno ou população, podendo ampliar-se e

também definir relação entre as variáveis e sua natureza.

A presente pesquisa tem como objetivo geral compreender quais os principais fatores determinantes da

motivação da adoção de moedas virtuais. Portanto, este estudo é classificado quanto aos fins como exploratório e

descritivo, pois o objeto de estudo é relativamente novo, desse modo há pouco conhecimento acumulado e

sistematizado, e também descreverá as características de uma população e um local específicos. (VERGARA,

2011)

Quanto aos meios, a pesquisa será bibliográfica e de campo. Bibliográfica, porque para fundamentação

teórico-metodológica do estudo será necessário realizar uma investigação sobre os seguintes assuntos: História e

evolução das moedas, teorias e modelos de aceitação de tecnologias, estrutura e funcionamento de moedas virtuais,

conceito jurídico de moedas virtuais. A investigação também será de campo, porque coletará dados demográficos

e dados de conhecimento sobre a moeda virtual dentro da UFRN. (VERGARA, 2011)

1ª Fase

•Revisão de literatura

•Elaboração de um modelo teórico e objetivos de pesquisa

•Caracterização da pesquisa, descrição da população

2ª Fase

•Elaboração do instrumento de pesquisa

•Tradução e adaptação do questionário

3ª Fase

•Pré-teste do questionário com membros da base de pesquisa

•Elaboração do questionário final

•Aplicação do questionário com o público alvo

•Coleta de dados

4ª Fase

•Processo de análise de dados

•Análise dos Resultados

•Considerações finais (Conclusão, contribuição de pesquisa, limitações e sugestões de estudos futuros)

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3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população amostral ou amostra é definida por (VERGARA, 2011) como sendo uma

parte do universo (população) escolhida depois de definir um determinado critério de

representatividade. Já (SAMPIERI, COLLADO e LUCIO, 2013) especifica, “Para o processo

quantitativo a amostra é um subgrupo da população de interesse sobre o qual os dados serão

coletados, e que deve ser definido ou delimitado anteriormente com precisão, pois será

representativo dessa população.”

A amostra foi composta por universitários de diversos cursos em aleatório, que fazem

parte da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Como a variedade de cursos

foi grande, optou-se por agrupá-los em área do conhecimento, como uma forma de compactar

os dados coletados. Os cursos ficaram agrupados da seguinte maneira: Ciências Biológicas;

Ciências da Saúde; Ciências Exatas e da Terra; Ciências Humanas; Ciências Sociais Aplicadas;

Engenharias e Tecnologias; Outros.

A escolha do público alvo tem como justificativa os seguintes fatores: primeiro

representa uma amostra sucinta e de jovens que possuem familiaridade com tecnologias e com

o mercado eletrônico. De acordo com o Sebrae, os consumidores entre 25 e 34 anos somam

32% das compras realizadas de forma eletrônica. (SEBRAE NACIONAL, 2016)

O segundo fator decisivo para a escolha é referente ao acesso de forma facilitada pelo

pesquisador à instituição a de Ensino Superior escolhida para coleta de dados da pesquisa.

Por último, outros estudos internacionais relacionados a adoção de moedas virtuais

também foram realizados com estudantes universitários, mostrando a relevância desse

segmento para os estudos. (ABRAMOVA e BÖHME, 2016) (BASHIR , STRICKLAND e

BOHR, 2016) (FOLKINSHTEYN e LENNON, 2017)

3.2.1 Operacionalização das variáveis e elaboração do instrumento de pesquisa

A definição operacional das variáveis apresenta os códigos utilizados para análise e a origem dos

construtos que foram utilizados no instrumento de coleta de dados. Os itens utilizados para mensurar os construtos

foram adaptados a partir de estudos anteriores com o objetivo de se ajustarem ao contexto do presente estudo.

Os dados da pesquisa foram obtidos através da aplicação de um questionário semiestruturado, contendo

perguntas fechadas, dicotômicas e uma questão aberta. Segundo (SAMPIERI, COLLADO e LUCIO, 2013) um

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43

questionário é um conjunto de perguntas a respeito de uma ou mais variáveis que serão utilizadas para mensurar

características importantes sobre indivíduos, empresas, ou determinado fenômeno que seja o objeto de estudo.

Bloco I: Conhecimento prévio sobre Bitcoin

Bloco II: Questões sobre benefícios e riscos do Bitcoin

Bloco III: Perfil dos respondentes

O primeiro bloco do questionário é composto por 11 questões e foi elaborado com o intuito de identificar

o nível de conhecimento prévio dos respondentes a respeito das moedas virtuais, em particular, sobre o Bitcoin.

O segundo bloco teve como objetivo apresentar características importantes sobre a natureza estrutural e

de segurança do Bitcoin, fornecendo esse conhecimento através de assertivas contextualizadas. Foram alocadas

estrategicamente duas questões sobre a atitude, uma antes do segundo bloco e outra posterior ao segundo bloco,

buscando dessa forma observar a influência desse conhecimento sobre o comportamento dos participantes em

relação ao Bitcoin. De modo geral o segundo bloco possui 21 (vinte e uma) assertivas, sendo 19 sobre benefícios

e riscos envolvendo as moedas virtuais, e 2 sobre a atitude prévia e posterior frente ao uso de moedas virtuais.

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Quadro 5 - Construtos de Pesquisa

Fonte: Elaboração Própria, 2017.

O terceiro bloco objetivou identificar o perfil dos respondentes, quanto ao gênero, faixa etária, curso, grau

de formação e renda. A questão sobre o curso foi aberta, desse modo os respondentes puderam colocar o seu curso

ao invés de responder apenas a área do conhecimento.

COD. CONSTRUTO QUESTÕES

BE6 Agilidade de TransferênciaTransação financeira para qualquer lugar do mundo em poucos minutos, até em feriados ou finais de

semana

BE9 SegurançaBitcoin foi desenvolvido com tecnologia de criptografia e um sistema de verificação que evita a

falsificação ou duplicação do Bitcoin

BE1 Eliminação de intermediários Acesso exclusivo à própria carteira de Bitcoin

BE2 Eliminação de intermediários Estado não pode confiscar o dinheiro sem a senha da carteira de Bitcoin

BE3 Eliminação de intermediários Dispensa agentes intermediários para garantir a segurança das transações

BE4 Escopo Internacional Transferência de dinheiro para qualquer lugar do mundo a qualquer hora

BE5 Escopo Internacional Transações internacionais sem necessitar de autorização de agentes intermediários ou Estado

BE7 Baixo Custo Operacional Custos operacionais são muito mais baixos do que nos sistemas bancários atuais

BE8 Baixo Custo Operacional Não existe nenhuma taxa obrigatória para uso do sistema de Bitcoin

BE10 Facilidade de UsoEnvio / Recebimento de dinheiro, apenas por meio de um aplicativo, sem necessidade de contas

bancárias ou números de cartões de crédito

BE11 Facilidade de Uso Pode receber ou efetuar um pagamento apenas por meio da leitura de um código QR

RI5 Risco de Desempenho Individual Usuário é único responsável pelos erros cometidos com a utilização de Bitcoin

RI6 Risco de Desempenho Individual Usuário é único responsável por armazenar senha de forma segura

RI7 Risco de Desempenho Individual Não há como cancelar uma transação que foi confirmada

RI2 Risco FinanceiroPossui os mesmos riscos de uma moeda física, uma vez gasto/perdido/roubado não há como recuperá-lo

RI3 Risco LegalPossui uma política de privacidade nas transações e que pode dificultar ou até mesmo impossibilitar o

rastreamento dos usuários

RI4 Risco LegalA política de privacidade do Bitcoin é muito usada em transações ilegais e referentes ao “mercado negro”

RI8 Risco Legal Incerteza sobre a regulamentação das moedas virtuais

RI1 Volatilidade Valor do Bitcoin é determinado de acordo com sua utilização no mercado

AT1 Atitude Atitude prévia frente ao uso de Bitcoin

AT2 Atitude Atitude posterior frente ao uso de Bitcoin (após conhecer características)

BENEFÍCIOS PERCEBIDOS

RISCOS PERCEBIDOS

COMPORTAMENTO PLANEJADO

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3.3 Coleta de dados

A coleta de dados foi feita por meio de um questionário disposto no site www.docs.google.com. O Google

Docs é um pacote de aplicativos do Google que funciona totalmente online e diretamente no brownser. Dentre os

aplicativos, o Google formulários é o mais utilizado para elaborar questionários, permitindo elaboração, edição e

análise básica dos resultados. O questionário ficou disponível do dia 7 ao dia 20 de novembro. O link do

questionário foi divulgado em grupos, páginas e perfis de universitários do Facebook e também pelo Whatsapp.

Antes de ser divulgado, o questionário por um pré-teste, que tem como objetivo identificar as falhas, e

melhorar a precisão do instrumento de pesquisa.

O pré-teste foi realizado com 4 alunos, sendo dois da graduação de administração e dois do doutorado da

UFRN.

De acordo com o feedback obtido através do pré-teste, algumas alterações no enunciado

das questões foram feitas, e outras alterações também na descrição do questionário, com o

objetivo de uma melhor compreensão dos respondentes e maior precisão nas respostas.

3.4 Tratamento estatístico e forma de analise

Em relação ao tratamento estatístico, os dados coletados foram tabulados no Excel, e

em seguida exportados e recodificados no software SPSS (Statistical Package for the Social

Sciences) versão 24 para efetuar as análises. Na primeira etapa da análise dos resultados

utilizou-se técnicas da estatística descritiva para fornecer uma descrição do perfil dos

pesquisadores quanto a idade, gênero, renda, curso e grau de formação. Segundo (FERREIRA,

2005), a estatística descritiva tem como sua principal característica a descrição de dados, sejam

eles de uma amostra ou de uma população.

Na segunda etapa de análise dos dados foram utilizadas as técnicas de estatística

inferencial para verificar as relações das variáveis do TAM e TPB com a propensão ao uso de

moedas virtuais e com a variável dependente. Dentro da estatística inferencial, foram utilizadas

as técnicas Análise fatorial confirmatória, e regressão linear múltipla.

O processo de análise fatorial foi utilizado com o objetivo de verificar a influência dos

itens relacionados a cada construto do modelo de pesquisa. E para testar as hipóteses do modelo,

foi realizada uma análise de regressão linear múltipla. De acordo (SIEGEL e JR., 2006) esse é

um modelo teórico utilizado para estimar a influência de uma variável sobre a outra.

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46

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos com base na amostra coletada que corresponde a

um total de 84 questionários válidos. Essa pesquisa foi aplicada com universitários de cursos aleatórios,

especificamente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O capítulo divide-se em 3 partes, a primeira é

voltada para descrição das características do perfil dos respondentes. Na segunda parte são apresentados os

resultados da análise fatorial que classifica as assertivas dos construtos em fatores. E na última parte da análise é

referente aos resultados da regressão linear múltipla. O quadro 6 resume a situação das hipóteses após a realização

das análises estatísticas.

Quadro 6 - Situação de Hipóteses

H DEFINIÇÃO DAS HIPÓTESES SITUAÇÃO

H0 Homens e mulheres não diferem na percepção dos benefícios

e riscos de usar moedas virtuais

REJEITADA

H1 Homens e mulheres têm percepções diferentes quanto aos

benefícios e riscos de usar moedas digitais

CONFIRMADA

H2 O conhecimento mais especializado influencia a atitude

quando ao uso do Bitcoin

CONFIRMADA

H3 A percepção de benefício de usar bitcoin influencia a atitude

quanto ao uso de bitcoin

CONFIRMADA

H4 A percepção de risco de usar bitcoin influencia a atitude

quanto ao uso de bitcoin

CONFIRMADA

Fonte: Elaboração própria, 2017.

4.1 ANÁLISE DESCRITIVA DO PERFIL DEMOGRÁFICO DA AMOSTRA

De acordo com o gráfico 1, dos 84 respondentes, 48,8 são do gênero feminino e 51,2 são do gênero

masculino. Dessa forma há um equilíbrio entre os respondentes, mais ainda uma leve predominância de

respondentes do gênero masculino.

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Gráfico 1 - Gênero

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

No que se refere à idade, 75,00% dos respondentes estão entre 21 e 30 anos de idade. Esse fator ocorre

pelo fato do público alvo ser universitários.

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Gráfico 2 - Idade

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Quanto ao estado civil dos participantes da pesquisa, há uma predominância pessoas solteiras

correspondendo a 85,71% da amostra, como pode ser visto no gráfico 3. Esse resultado está diretamente

relacionado com o resultado da variável da faixa etária, apresentada no gráfico anterior, no qual é possível observar

uma predominância de respondentes jovens.

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Gráfico 3 - Estado Civil

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

No que se refere a renda familiar bruta, com o resultado das pesquisas observa-se 35,71% dos

respondentes, é possível perceber que grande parte dos alunos possuem uma renda familiar entre R$ 1.874 a R$

4.685 (Entre 2 e 5 salários mínimos). E observa-se também que 14,29% afirmaram ter renda familiar acima de R$

9.370 (mais de 10 salários.)

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Gráfico 4 - Renda Familiar

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

No gráfico 5 percebe-se que a grande maioria, representada por 98,8% dos respondentes, possuem conta

bancária.

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Gráfico 5 - Conta Bancária

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

No gráfico 6 observa-se a relação dos respondentes com o uso de cartão de crédito, prevalecem os

respondentes que utilizam o próprio cartão de crédito, com 91,7%. Esse resultado pode ser explicado também pela

variável observada no gráfico 5.

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Gráfico 6 - Cartão de Crédito

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Quanto ao uso de smartphone, 95,24% das pessoas que responderam a pesquisa, relataram que

possuem smartphone.

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Gráfico 7 – Smartphone

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Em relação ao grau de formação, no gráfico abaixo é possível observar que 59,52%, ou seja, a maioria

dos respondentes são graduandos. Os percentuais encontrados estão relacionados com a maior quantidade de

alunos da graduação atualmente ativos na universidade.

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Gráfico 8 - Grau de Formação

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

4.2 CARACTERIZAÇÃO QUANTO AO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE

MOEDAS DIGITAIS

Nesta sessão será apresentado os resultados da pesquisa no que se refere ao grau de

conhecimento dos respondentes acerca das moedas virtuais. No gráfico 9, observa-se que quase

todos os respondentes, cerca de 92,8%, já ouviram falar de moedas virtuais.

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Gráfico 9 - Ouviu falar sobre Moedas Virtuais

O gráfico 10 possui relação com o gráfico anterior, mas especifica o assunto, perguntando sobre a moeda

virtual chamada de Bitcoin. E o resultado foi que 83,3% das pessoas que responderam já ouviram falar em Bitcoin.

Gráfico 10 - Ouviu falar sobre Bitcoin

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

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Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Apesar do Bitcoin ser a moeda virtual mais popular mundialmente, outras moedas também surgiram na

mesma época de sua criação, e outras posteriormente. No gráfico 11 está representado a porcentagem das pessoas

que ouviram falar em outras além do Bitcoin. E a porcentagem de respondentes que conhecem outras moedas é de

44%. Em contrapartida 40% nunca ouviu falar em outros tipos de criptomoedas.

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Gráfico 11 - Outras Moedas Virtuais

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Também relacionado com os gráficos anteriores, observa-se no gráfico 12 que 54,8% dos respondentes,

tiveram acesso a algum tipo de informação sobre criptomoedas através da leitura.

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58

Gráfico 12 - Leitura sobre Bitcoin

Uma das formas mais fáceis de se obter conhecimento e mais confiança com qualquer

produto que seja é através de algum conhecido que já utilize o produto. No grafico 13, observa-

se que 53,6% não conhecem pessoas que já utilizem Bitcoin. E 42,9% de fato conhecem.

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

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59

Gráfico 13 - Conhece quem utiliza

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

No que se refere a lojas que aceitam o Bitcoin, apenas 17,9% conhecem lojas que

trabalham com a moeda virtual.

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60

Gráfico 14 - Conhece lojas que aceitam

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Um ponto muito importante para que a moeda seja vista de forma mais positiva é

fazendo com que a população compreenda o mecanismo de segurança do Bitcoin, que por ser

uma tecnologia nova 75% dos respondentes não sabem como funciona.

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61

Gráfico 15 - Conhece Sistema de Segurança

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

De certa forma, para compreender o mecanismo de segurança do Bitcoin, faz-se

necessário entender também o que é BlockChain, que funciona como uma base estrutural para

a segurança e armazenamento da moeda. Mesmo assim, 73% dos respondentes não sabem o

que significa o BlockChain.

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62

Gráfico 16 - Sabe o que é BlockChain

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Outra questão que envolve a segurança do sistema, é a questão das validações e

verificações das transações. Que de acordo com o gráfico 17 72,8%, não sabem como funciona.

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63

Gráfico 17 - Sabe sobre verificação de transações

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

No gráfico 18, pode-se notar que 82,1% não sabe como se estabelece o valor do Bitcoin

no mercado atualmente.

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64

Gráfico 18 - Conhece o que determina o valor

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Dentre todos os respondentes, apenas 11,9% utilizam, ou já utilizaram a moeda em

algum momento.

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65

Gráfico 19 - Usa ou já usou

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

4.3 ANÁLISE DESCRITIVA DAS VARIÁVEIS

Na avaliação das variáveis de forma descritiva foram avaliadas média, mediana e desvio padrão. A média

e a mediana são classificadas como medidas de tendência central. Segundo Corrar (2009), é importante em uma

análise descritiva de uma distribuição estatística, conhecer além das medidas de tendência central, também tomar

conhecimento da dispersão dos dados. O desvio padrão é classificado como medida de variabilidade. Corrar (2009)

Serão apresentadas as médias, medianas e desvio padrão referentes aos indicadores de cada construto.

Vale destacar que os itens referentes ao fator de conhecimento prévio foram avaliados em uma escala de 1 a 3

pontos. E os itens referentes aos fatores de benefício percebido e risco percebidos foram avaliados em uma escala

de 1 a 5 pontos.

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66

Os resultados da tabela 1 apontam que a mediana foi igual para todos os itens do fator de conhecimento,

e a média foi muito próxima indicando que a maioria das respostas estão entre o ponto “Não” (Um) e o ponto Não

lembro (dois), tendo destaque apenas do item CO10 “conhece o fator que determina o valor do Bitcoin no

mercado”, que apresentou a média no valor de 1,29, indicando que a maioria das respostas tendem mais ao ponto

“Não” (Um). Com relação ao desvio padrão os itens também possuem um equilíbrio, tendo apenas o CO10

novamente como destaque abaixo dos demais itens, apresentando um desvio padrão de 0,651.

Tabela 1 - Conhecimento Técnico

Estatísticas

N

Média Mediana Desvio Padrão Válido Omisso

CO7-Sabe como funciona o

sistema de segurança do

Bitcoin

84 0 1,48 1,00 ,843

CO8-Sabe o que é

BlockChain

84 0 1,50 1,00 ,857

CO9-Sabe como as

transações financeiras são

verificadas e autorizadas

84 0 1,48 1,00 ,814

CO10-Conhece o fator que

determina o valor do Bitcoin

no mercado

84 0 1,29 1,00 ,651

Fonte: Resultados da pesquisa, 2017.

Em seguida foi realizado o teste de consistência interna por meio do teste do alfa de

Cronbach, resultando no índice de 0,889, considerado um valor satisfatório para a pesquisa.

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67

Tabela 2 - Confiabilidade Conhecimento Técnico

Estatísticas de

confiabilidade

Alfa de

Cronbach N de itens

,889 4

Fonte: Resultados da pesquisa, 2017.

A partir dos resultados da tabela 3, observa-se que de acordo com a mediana todos os itens do fator de

benefício percebido, todos os itens apresentam uma mediana igual. E apresentam também médias muito próximas

do ponto 4 (Concordo) ao ponto 5 (Concordo totalmente). Tendo destaque no item “BE4 – Transferência de

dinheiro para qualquer lugar do mundo a qualquer hora” que apresentou uma média de 3,75 representando uma

tendência das respostas do ponto neutro (Três) ao ponto concordo (quatro). Apresenta um desvio padrão

consideravelmente menor no item BE1 – “ Acesso exclusivo à própria carteira de Bitcoin”.

Tabela 3 - Benefício Percebido

Estatísticas

N

Média Mediana Desvio Padrão Válido Omisso

BE1-Acesso exclusivo à

própria carteira de Bitcoin

84 0 4,10 4,00 ,873

BE2-Estado não pode

confiscar o dinheiro sem a

senha da carteira de Bitcoin

84 0 3,96 4,00 1,113

BE3-Dispensa agentes

intermediários para garantir

a segurança das transações

84 0 3,75 4,00 1,085

BE4-Transferência de

dinheiro para qualquer lugar

do mundo a qualquer hora

84 0 4,13 4,00 ,991

BE6-Transação financeira

para qualquer lugar do

mundo em poucos minutos,

até em feriados ou finais de

semana

84 0 4,04 4,00 1,080

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68

BE7-Custos operacionais

são muito mais baixos do

que nos sistemas bancários

atuais

84 0 4,18 4,00 ,894

BE8-Não existe nenhuma

taxa obrigatória para uso do

sistema de Bitcoin

84 0 4,06 4,00 1,010

BE9-Bitcoin foi desenvolvido

com tecnologia de

criptografia e um sistema de

verificação que evita a

falsificação ou duplicação do

Bitcoin

84 0 4,05 4,00 1,005

BE10-Envio / Recebimento

de dinheiro, apenas por

meio de um aplicativo, sem

necessidade de contas

bancárias ou números de

cartões de crédito

84 0 4,01 4,00 ,988

BE11-Pode receber ou

efetuar um pagamento

apenas por meio da leitura

de um código QR

84 0 3,93 4,00 1,027

Fonte: Resultados da pesquisa, 2017.

Foi realizado também o teste de consistência interna por meio do teste do alfa de

Cronbach, resultando no índice de 0,956, considerado um valor satisfatório para a pesquisa.

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69

Tabela 4 - Confiabilidade Benefício Percebido

Estatísticas de

confiabilidade

Alfa de

Cronbach N de itens

,956 10

Fonte: Resultados da pesquisa, 2017.

De acordo com os resultados da tabela 5, observa-se que os Itens RI1, RI2, RI5, RI6 apresentam mediana

4 e RI3, RI4, RI7 e RI8 apresentam mediana 3. O item que apresenta maior média é o RI4 – “A política de

privacidade do Bitcoin é muito usada em transações ilegais e referentes ao mercado negro”, com uma média de

2,79, indicando que a maioria dos respondentes estão entro o ponto discordo (dois) e o ponto neutro (3). E o item

que possui maior média é o item RI6 – “Usuário é único responsável por armazenar senha de forma segura”, com

uma média de 3,90, representando a maioria das respostas do ponto neutro (Três) ao ponto concordo (quatro).

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70

Tabela 5 - Risco Percebido

Estatísticas

N

Média Mediana Desvio Padrão Válido Omisso

RI1-Valor do Bitcoin é

determinado de acordo com

sua utilização no mercado

84 0 3,65 4,00 1,114

RI2-Possui os mesmos

riscos de uma moeda física,

uma vez

gasto/perdido/roubado não

há como recuperá-lo

84 0 3,54 4,00 1,103

RI3-Possui uma política de

privacidade nas transações

e que pode dificultar ou até

mesmo impossibilitar o

rastreamento dos usuários

84 0 3,21 3,00 1,233

RI4-A política de privacidade

do Bitcoin é muito usada em

transações ilegais e

referentes ao “mercado

negro”

84 0 2,79 3,00 1,262

RI5-Usuário é único

responsável pelos erros

cometidos com a utilização

de Bitcoin

84 0 3,60 4,00 1,110

RI6-Usuário é único

responsável por armazenar

senha de forma segura

84 0 3,90 4,00 1,071

RI7-Não há como cancelar

uma transação que foi

confirmada

84 0 2,87 3,00 1,269

RI8-Incerteza sobre a

regulamentação das moedas

virtuais

84 0 3,06 3,00 1,283

Fonte: Resultados da pesquisa, 2017.

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71

Foi realizado também o teste de consistência interna por meio do teste do alfa de

Cronbach, resultando no índice de 0,900, considerado um valor satisfatório para a pesquisa.

Tabela 6 - Confiabilidade Risco Percebido

Estatísticas de

confiabilidade

Alfa de

Cronbach N de itens

,900 8

Fonte: Resultados da pesquisa, 2017.

4.4 ANÁLISE FATORIAL CONFIRMATÓRIA

A análise fatorial é um método estatístico multivariado que tem como objetivo a definição da estrutura

subjacente em uma matriz de dados.

Inicialmente, foi usado um teste de confiabilidade. Esse teste é basicamente uma avaliação de consistência

entre múltiplas medidas de uma variável. Foi utilizado o Alfa de Cronbach por ser uma das medidas mais

utilizadas nessa avaliação da consistência.

Os resultados dos testes remeteram a um alfa de Conbach de 0,949 para os 29 itens que integram os

construtos da pesquisa, o que pode ser visualizado no quadro abaixo.

Quadro: Alfa de Cronbach de todos os itens

Fonte: Resultados da pesquisa, 2017.

Depois de verificada a consistência dos dados, iniciou-se a análise fatorial confirmatória do estudo com

intuito de gerar variáveis latentes que explicassem as correlações de cada um dos construtos teóricos no modelo

de pesquisa. O primeiro processo de análise fatorial agrupou os itens referentes ao construto Conhecimento

Técnico (CO), tais itens foram agrupados de modo a formar uma variável latente. Foram incluídos 4 itens, o CO7,

CO8, CO9 e CO10. O resultado desse construto apresentou um Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) igual a 0,835 e o valor

do teste de esfericidade de Bartlett’s obteve o nível de significância de 0,000 tais resultados indicam que a análise

Estatísticas de confiabilidade

Alfa de Cronbach

Alfa de Cronbach

com base em itens

padronizados N de itens

0,949 0,947 29

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72

fatorial foi satisfatória. Segundo Corrar (2009) o KMO menor do que 0,5 não leva a análise satisfatória,

significando que os fatores encontrados não conseguem descrever satisfatoriamente as variações dos dados

originais. No teste de Bartlett, o valor de sig. Não deve ultrapassar 0,05 para que exista relação suficiente entre os

indicadores para uma explicação da análise fatorial. A tabela 7 mostra o KMO e o teste de Bartlett’s do fator

Conhecimento Técnico.

Tabela 7- KMO e teste de Bartlett para o fator Conhecimento Técnico.

Teste de KMO e Bartlett

Medida Kaiser-Meyer-Olkin de adequação de amostragem. ,835

Teste de esfericidade de Bartlett Qui-quadrado aprox. 189,361

df 6

Sig. ,000

Fonte: Resultados da pesquisa, 2017.

O KMO de um fator é afetado quando apresenta baixos índices de correlação matriz

anti-imagem, que são concebidos com valores inferiores a 0,5 e são considerados muito

pequenos para a análise. Analisando tal matriz, verificou-se que dos itens apresenta carga

inferior a 0,5, sendo as cargas deles superiores a 0,7. Outro ponto importante nos resultados da

análise fatorial é o poder de explicação que uma variável obteve pela análise fatorial, ou seja,

as comunalidades. As comunalidades menores que 0,5 não possuem uma explicação suficiente.

Constatou-se que todos os itens possuem índices de comunalidade acima de 0,7 (vide apêndice

III), o que corresponde a correlações fortes entre os quatro itens e o fator criado.

Outro resultado obtido foi a variância. Pois a variância total de um método deve ser

próxima de 60%.

Tabela 8 - Variância total explicada do fator conhecimento técnico

Variância total explicada

Componente

Somas de extração de carregamentos ao

quadrado

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73

Total

% de

variância

%

cumulativa

1 3,027 75,669 75,669

Fonte: Resultados da pesquisa, 2017.

O segundo processo fatorial criou a variável latente “Benefício Percebido” o que

remeteu ao agrupamento e inserção de 10 itens, sendo eles BE1, BE2, BE3, BE4, BE6, BE7,

BE8, BE9, BE10 e BE11. A tabela 9 abaixo mostra o KMO e o teste de Bartlett. O KMO

encontrado foi de 0,937 sendo superior ao mínimo indicado na literatura e o teste de Bartlett

obteve o nível de significância de 0,000 o que indica que a análise fatorial foi adequada.

Tabela 9 - KMO e teste de Bartlett para o fator Benefício Percebido

Teste de KMO e Bartlett

Medida Kaiser-Meyer-Olkin de adequação de amostragem. ,937

Teste de esfericidade de Bartlett Qui-quadrado aprox. 803,745

df 45

Sig. ,000

Fonte: Resultados da pesquisa, 2016.

As análises da matriz anti-imagem mostram que os 10 itens apresentam correlações

superiores a 0,5 demonstrando uma forte correlação entre os itens, que também não afetou o

índice de KMO. Outro resultado relevante são os índices de comunalidade (vide apêndice III),

em que todos os itens foram superiores a 0,5 que remete a explicações suficientes das variáveis.

A tabela 10 mostra a variância total explicada dos itens do fator benefício percebido que

foi de 72,808%, ficando acima do identificado na literatura como satisfatório.

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74

Tabela 10 - Variância total explicada do fator benefício percebido

Variância total explicada

Componente

Somas de extração de carregamentos ao

quadrado

Total

% de

variância

%

cumulativa

1 7,281 72,808 72,808

Fonte: Resultados da pesquisa, 2017.

O terceiro e último processo da análise fatorial, foi referente a formação do fator para o construto risco

percebido. Foram agrupados 8 itens nesse fator, o RI1, RI2, RI3, RI4, RI5, RI6, RI7, RI8. O KMO e o teste de

Bartlett estão expressos no quadro abaixo. O valor do KMO foi de 0,860 e o teste de Bartlett teve uma significância

de 0,000, tais valores são satisfatórios e demonstram a significância do fator.

E quanto aos resultados referentes a comunalidade relacionadas ao construto de risco percebido (vide

apêndice III), apenas o RI5 que ficou com o índice 0,495, porém por se aproximar muito do mínimo (0,5) requerido,

também foi considerado junto aos outros que possuem índice maiores do que 0,5.

Tabela 11 - KMO e teste de Bartlett para o fator Risco Percebido

Teste de KMO e Bartlett

Medida Kaiser-Meyer-Olkin de adequação de amostragem. ,860

Teste de esfericidade de Bartlett Qui-quadrado aprox. 365,918

df 28

Sig. ,000

Fonte: Resultados da pesquisa, 2016.

A tabela 12 mostra a variância total explicada dos itens do fator risco percebido que foi

de 58,813%, sendo considerada como satisfatória por se aproximar de 60% como sugerido na

literatura para ter um índice satisfatório.

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75

Tabela 12 - Variância total explicada do risco benefício percebido

Variância total explicada

Componente

Somas de extração de carregamentos ao

quadrado

Total

% de

variância

%

cumulativa

1 4,705 58,813 58,813

Fonte: Resultados da pesquisa, 2017.

4.4.1 Regressão linear

A regressão linear é um modelo teórico para mensurar o efeito de uma variável sobre a outra. Sendo

possível prever as pontuações de uma variável pegando as pontuações da outra variável. Quanto maior for a

correlação entre as variáveis, maior capacidade de precisão. (SAMPIERI, COLLADO e LUCIO, 2013)

Após a análise fatorial, a qual resultou na criação de três variáveis latentes, foi realizada a análise de

regressão. As variáveis geradas pela análise fatorial que correspondem aos construtos do modelo foram incluídas

na regressão para verificação das relações casuais entre elas e a confirmação das hipóteses.

A princípio foi feita a regressão linear com o intuito de encontrar uma correlação entre os três fatores, a

atitude prévia e posterior ao acesso as informações por meio das assertivas. No quadro abaixo é possível fazer uma

comparação da influência da percepção dos fatores sobre a atitude dos respondentes. Podemos observar que o risco

percebido e o conhecimento técnico possuem influência nessa atitude prévia, porem o risco percebido é o fator de

mais significância com o limite superior de 0,697.

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76

Tabela 13 - Coeficientes de correlação geral entre os fatores e a atitude

Fonte: Resultados da pesquisa, 2017.

Na segunda etapa da análise de regressão linear, ela foi feita isolando o gênero masculino e foi constatada

estatisticamente que os fatores que possuem influência significativa na atitude prévia dos homens é o risco

percebido e o conhecimento técnico. O risco percebido foi o que apresentou o maior coeficiente, no valor de

0,612. Já na atitude posterior apenas o risco percebido ficou como o mais relevante, com o coeficiente no valor de

0,877.

Limite

inferior

Limite

superior

Limite

inferior

Limite

superior

(Constant

e)3,395 3,814

(Constant

e)3,669 3,974

FAT3-

Riscos

percebido

s

0,428 0,851

FAT3-

Riscos

percebido

s

0,54 0,847

(Constant

e)3,404 3,805

(Constant

e)3,673 3,97

FAT3-

Riscos

percebido

s

0,22 0,697

FAT3-

Riscos

percebido

s

0,259 0,722

FAT1-

Conhecim

ento

prévio

0,104 0,577

FAT2-

Benefícios

percebido

s

0,035 0,497

Coeficientesa

Modelo

Intervalo de confiança

95,0% para B

1

2

a. Variável dependente: AT2-Atitude posterior

frente ao uso de Bitcoin (após conhecer

Coeficientesa

Modelo

Intervalo de confiança

95,0% para B

1

2

a. Variável dependente: AT1-Atitude prévia

frente ao uso de Bitcoin

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77

Tabela 14 - Coeficientes de correlação gênero masculino, fatores e atitude

Fonte: Resultados da pesquisa, 2017.

Limite

inferior

Limite

superior

Limite

inferior

Limite

superior

(Constant

e)3,613 4,038

(Constant

e)3,647 4,027

FAT3-

Riscos

percebido

s

0,377 0,795

FAT3-

Riscos

percebido

s

0,503 0,877

(Constant

e) 3,582 3,975

FAT3-

Riscos

percebido

s

0,140 0,612

FAT1-

Conhecim

ento

prévio

0,100 0,490

b. Seleção apenas casos para os quais

Gênero = Masculino

Coeficientesa,b

Modelo

Intervalo de confiança

95,0% para B

1

a. Variável dependente: AT2-Atitude posterior

frente ao uso de Bitcoin (após conhecer

características)

b. Seleção apenas casos para os quais

Gênero = Masculino

a. Variável dependente: AT1-Atitude prévia

frente ao uso de Bitcoin

Coeficientesa,b

Modelo

Intervalo de confiança

95,0% para B

1

2

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78

Em seguida foi feita a regressão isolando o gênero feminino e ficou claro através do resultado estatístico

apenas os riscos percebidos tomam proporção significante na influência da atitude prévia das mulheres, gerando

um coeficiente de 0,945. Observa-se também na tabela 15 que em relação a atitude posterior às informações

fornecidas nas assertivas apenas o benefício percebido apresentou significância nessa análise, com o coeficiente

no valor de 0,753.

Tabela 15 - Coeficientes de correlação gênero feminino, fatores e atitude

Fonte: Resultados da pesquisa, 2017.

Limite

inferior

Limite

superior

Limite

inferior

Limite

superior

(Constant

e)2,946 3,750

(Constant

e)3,435 3,961

FAT3-

Riscos

percebido

s

0,105 0,945

FAT2-

Benefícios

percebido

s

0,318 0,753

Coeficientesa,b

Modelo

Intervalo de confiança

95,0% para B

1

a. Variável dependente: AT1-Atitude prévia

frente ao uso de Bitcoin

b. Seleção apenas casos para os quais

Gênero = Feminino

1

a. Variável dependente: AT2-Atitude posterior

frente ao uso de Bitcoin (após conhecer

características)b. Seleção apenas casos para os quais

Gênero = Feminino

Coeficientesa,b

Modelo

Intervalo de confiança

95,0% para B

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79

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa investigou fatores que determinam a intenção de uso de moedas virtuais, tomando como

referência o Bitcoin. Pelo fato de ser a moeda virtuais mais popular e mais valorizada até o momento, e também

pelo motivo de que as outras moedas virtuais normalmente possuem as mesmas características do Bitcoin. O

trabalho foi desenvolvido com base no modelo TAM desenvolvido por Davis (DAVIS, 1989), TPB e o Modelo de

Difusão da Inovação. A escolha desses modelos se deu pelo fato de serem dois dos modelos mais conhecidos e

difundidos quando se trata de adoção de novas tecnologias. Nesta pesquisa as variáveis determinantes foram

Benefícios Percebidos, Riscos Percebidos, e Conhecimento Técnico.

Através da coleta e análise dos dados foi possível classificar e caracterizar o perfil dos respondentes, em

gênero, renda, idade e grau de formação, comparar a diferença de comportamento entre os gêneros e compreender

os fatores que mais influenciam a aceitação das tecnologias tanto para homens quanto para mulheres.

A análise mostrou que 51,2% dos pesquisados é do sexo masculino e 48,8% pertence ao sexo feminino.

Quanto a idade dos participantes da pesquisa, observou-se que a idade deles representa uma amostra jovem e que

75% deles tem entre 21 e 30 anos.

Com a intenção de alcançar o primeiro objetivo específico, que está relacionado à aspectos de

conhecimento sobre Bitcoin foi realizada uma análise descritiva para observar o nível de prévio de conhecimento

dos respondentes acerca das moedas virtuais. Cerca de 83,3% dos respondentes já ouviram falar sobre Bitcoin,

porém outro resultado importante é que 75% não sabem como funciona o sistema de segurança por trás dessa

tecnologia. Por outro lado, 54,8% dos participantes da pesquisa já leram artigos sobre a criptomoeda, o que

significa que há uma procura significativa para preencher essa lacuna de informações sobre a natureza da moeda

virtual.

O segundo e terceiro objetivo específico, foi atingindo por meio da realização da análise fatorial que

confirmou a consistência de 22 dos 29 itens com seus respectivos construtos propostos pelos modelos TAM e TPB,

os itens BE5, CO1, CO2, CO3, CO4, CO5 e CO6 foram excluídos do modelo devido ao baixo índice de

comunalidade. Através das análises fatoriais, também foi possível verificar que os fatores mais influentes na atitude

de utilizar as moedas virtuais dentro do contexto populacional da pesquisa, são os riscos percebidos, os benefícios

percebidos, e o conhecimento técnico sobre as criptomoedas.

Com o objetivo de testar as hipóteses foi realizada a regressão linear, e então foi possível observar através

da análise que os fatores que influenciam o comportamento diante a utilização de moedas virtuais atuam com

forças diferentes para homens e para mulheres rejeitando a hipótese nula (H0), e confirmando a hipótese H¹, onde

ela diz que há uma diferença para homens e mulheres na percepção de benefícios e riscos ligados a adoção de

moedas virtuais.

Para os homens os fatores mais influentes antes de obter conhecimento sobre as criptomoedas, são os

riscos percebidos, e o conhecimento técnico. E os fatores mais fortes na influência do comportamento posterior a

obtenção das informações, é o risco percebido.

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80

Já para as mulheres os fatores mais fortes na influência do comportamento antes de se obter conhecimento

sobre as moedas virtuais é o risco percebido. E o posterior a essas informações o fator de maior peso é o benefício

percebido.

5.1 LIMITAÇÕES

As limitações da pesquisa estão relacionadas com a amostra limitada apenas aos universitários, pois eram

os mais acessíveis para o pesquisador no momento da pesquisa. E a forma com que o questionário foi divulgado

também se enquadra em uma limitação, visto que muitos dos participantes da pesquisa fazem parte da rede de

contatos do pesquisador e também relacionado ao tempo limitado para a aplicação não foi possível realizar uma

divulgação mais efetiva.

5.2 DIRECIONAMENTO PARA PESQUISAS FUTURAS

Com a finalidade de investigar melhor alguns pontos que foram evidenciados na pesquisa, sugere-se um

estudo direcionado para identificar se o conhecimento técnico sobre a natureza e a segurança das moedas virtuais

tem o poder de eliminar os riscos percebidos, ou se os riscos permanecerão, independente do conhecimento prévio

no que se refere a adoção das moedas virtuais.

5.3 IMPLICAÇÕES GERENCIAIS

O presente estudo pode servir como guia dos principais fatores motivadores do uso de moedas virtuais,

visto que essa tecnologia está tomando popularidade a nível mundial de uma forma muito rápida. Já começaram a

instalar caixas eletrônicos de Bitcoin em algumas cidades do Brasil, e a tendência é aumentar, consequentemente

comerciantes e lojistas terão que ficar atento para esse novo modelo de dinheiro. Além disso, essa popularização

da moeda virtual tem um impacto social que deve ser levado em consideração. O acesso a formas de transferência

de dinheiro por pessoas que não possuem conta bancária é um desses impactos sociais.

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91

APÊNDICE I - Estudos Internacionais e Nacionais relacionados com adoção de Bitcoin

Estudos nacionais sobre benefícios e riscos do Bitcoin

TÍTULO AUTOR/ANO

FATORES

IDENTIFICADOS RESULTADO / CONCLUSÃO DO ESTUDO

Análise dos benefícios sociais

da bitcoin como moeda

(BOFF e

FERREIRA, 2016) Benefício Social

A partir de uma revisão literária o autor comenta sobre

a incerteza de regulamentação da moeda por ser uma

tecnologia muito recente. E conclui que a moeda virtual

apresenta muito receio na população por causa da sua

natureza complexa e que muitas pessoas não sabem

como funciona sua estrutura baseada em criptografia e

algoritmos, pois exige um certo conhecimento técnico

para essa compreensão. E embora traga alguns

questionamentos com relação ao uso em meios ilícitos,

também traz benefícios sociais como a universalização

de serviços financeiros, proteção contra inflação, e

contra o confisco governamental, taxas abusivas, entre

outros.

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Bitcoin - Uma moeda para a era

digital

(RUSSIANO,

2016)

Benefício percebido;

Risco relacionado a

Volatilidade

O autor conclui a partir de uma revisão de literaturas as

vantagens como descentralização, acessibilidade,

baixos custos, podem ser uma oportunidade de

empreender. Mas também comenta sobre os riscos

envolvidos com a oscilação do valor de mercado do

Bitcoin.

Bitcoin – Inovações, Impactos

no campo jurídico e

Regulação para evitar crimes na

Internet

(DA SILVA,

FERREIRA e

BOFF, 2015)

Riscos Financeiros;

Riscos de Segurança

Diante das barreiras da legislação brasileira no que se

refere a regulamentação das moedas virtuais devido a

sua natureza complexa e de característica anônima que

dificulta o rastreio, além de incentivar o uso em

atividades ilegais, o autor apresenta quais são as

principais dificuldades e quais seriam as medidas

adequadas a serem tomadas no campo jurídico.

O Bitcoin é alternativo aos

meios de pagamento

tradicionais? (CAMARA, 2014) Conhecimento Técnico

O autor apresenta aspectos teóricos que dão base

afirmação de que o Bitcoin apresenta uma resistência

na aceitação, possivelmente por motivos culturais, por

envolver um conhecimento técnico específico para a

compreensão de seu funcionamento, e esses pontos

podem ter influência sobre a aceitação das moedas.

Quem tem medo do Bitcoin? O

funcionamento das moedas

criptografadas e algumas

perspectivas de inovações

institucionais (MARTINS, 2016) Benefícios Percebidos

O autor faz uma analogia ao surgimento as músicas em

mp3 na internet, e que estavam em conflito com a

legislação, assim como o Bitcoin, porém o Estado não

conseguiu inibir o uso. Forçando as instituições a se

adaptarem à nova realidade. Como por exemplo, a

criação de plataformas de músicas em mp3 como o

Spotfy. E outras que podem ser gratuitas, mas que

lucram com a publicidade. Em seguida o autor destaca

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o poder dos benefícios dessa moeda promissora.

Descentralização Monetária:

Um estudo sobre o Bitcoin (PREVIDI, 2014)

Benefícios Sociais;

Riscos Financeiros

O autor destaca as vantagens que a moeda virtual possui

em relação as moedas virtuais, como baixo custo

operacional, porém conclui que não há elementos

suficientes para garantir que a moeda virtual poderá

substituir a moeda tradicional, seja no curto ou médio

prazo.

Aspectos inovativos do Bitcoin,

microestrutura de mercado e

volatilidade de retornos

(FRASCAROLI e

PINTO, 2016) Riscos Financeiros

A partir de dados estatísticos o autor analisou aspectos

institucionais e operacionais do Bitcoin e identificou

que os reflexos da crise financeira originada nos EUA

na mesma época da criação da moeda virtual, que

possivelmente contribuiu para a difusão dessa inovação

em proporção mundial.

Do Conceito Jurídico da E-

moeda (VARELA, 2015) Risco Legal

O autor analisa a natureza da moeda virtual a partir da

legislação já existente e destaca que suas características

classificam o Bitcoin como título de crédito impróprio,

pois não possuem autonomia suficiente ainda. E conclui

que para atingir o conceito de título de crédito próprio,

o software gerador de Bitcoin deve ser devidamente

registrado e submetido às normas do Comitê Gestor da

ICP-Brasil; deve ser criada uma legislação especial que

discipline e permita que desde sua origem seja em

suporte eletronicamente ambientado; e, assim, haja o

cadastramento de Autoridades Certificadoras junto à

Autoridade Certificadora Raiz para assegurar a

validade das assinaturas digitais de seus usuários e a

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verificação destas na escritura de cada título encriptado,

caso a legislação firme-as como nominativas.

Estudos Internacionais sobre benefícios e riscos do Bitcoin

TÍTULO AUTOR/ANO

FATORES

IDENTIFICADOS RESULTADO / CONCLUSÃO DO ESTUDO

What Motivates People to Use

Bitcoin?

(BASHIR ,

STRICKLAND e

BOHR, 2016)

Benefícios Percebidos;

Riscos Percebidos;

Conhecimento Técnico

Dentro dos resultados do artigo, foi possível observar

que as principais motivações comportamentais estão

positivamente relacionadas com o individualismo,

ideologia libertária, habilidades técnicas básicas, fator

social, anonimato, transferências sem fronteiras, e

inovação tecnológica. Por outro lado, a pesquisa

apresentou o lado negativo também da percepção

quanto ao Bitcoin. Um dos principais destaques nos

resultados desse artigo é que as pessoas com ideologias

libertárias eram mais de duas vezes mais propensos a

possuírem Bitcoins em comparação com aqueles que se

identificam como moderados, entendidos como mais

conservadores.

Perceived Benefit and Risk as

Multidimensional Determinants

of Bitcoin Use: A Quantitative

Exploratory Study.

(ABRAMOVA e

BÖHME, 2016)

Benefícios; Riscos

Percebidos

O autor afirma que tanto para desenvolvedores quanto

para usuários comuns, Bitcoin apresenta uma

quantidade significativa de fatores positivos no que diz

respeito a Facilidade de Uso Percebida e a em relação a

Utilidade Percebida, decorrente de sua natureza livre de

código aberto, usuário no controle, e eficiência das

transações financeiras.No entanto, traz consigo também

uma série de riscos ligados aos requisitos de

competência de controle, por não haver como reverter

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erros cometidos por usuários ou violações na

segurança.

Braving Bitcoin: A technology

acceptance model (TAM)

analysis

(FOLKINSHTEYN

e LENNON, 2017)

Utilidade Percebida;

Riscos Percebidos;

Facilidade de Uso

Percebida

O estudo mostra que o Bitcoin possui um número

significativo de fatores positivos relacionados a

Facilidade de Uso percebida e a Utilidade Percebida,

decorrentes de sua natureza livre de código aberto, que

coloca o usuário no controle e o aumento da eficiência

das transações. No entanto, também traz consigo uma

série de riscos significativos, como a perda definitiva

de Bitcoin causada por erro individual dos usuários.

The Future of Bitcoin: Mapping

the Global Adoption of World’s

Largest Cryptocurrency

Through Benefit Analysis

(DARLINGTON,

2014) Benefícios Percebidos

O autor afirma que a moeda pode servir de alternativa

para países em dificuldades, gerando oportunidade para

a transformação econômica e dá aos cidadãos mais

opções no gerenciamento de suas próprias finanças. E

conclui que seja por meio do Bitcoin ou não, a

criptografia entrou no setor financeiro para permanecer

e mudou o cenário econômico global para sempre.

A bit risky? A comparison

between

Bitcoin and other assets using an

intraday Value at Risk approach

(VAGSTAD e

VALSTAD, 2014) Riscos Pecebidos

O estudo mostra através de análises a comparação dos

riscos relacionados a taxa de câmbio entre Bitcoin,

Euro, o próprio Ouro, e outras moedas. E os resultados

concluem que leva consideravelmente menos tempo

para mover o preço do Bitcoin, do que mover o preço

do Ouro, Euro ou USD.

Internet Protocol Adoption:

Learning from Bitcoin (BÖHME, 2013)

Utilidade Percebida;

Riscos Percebidos

O autor aborda os alguns fatores significantes para

adoção de Bitcoin relacionados com a economia na

rede.

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Evolution of Bitcoin and

Security Risk in Bitcoin

Wallets

(KAUSHAL,

BAGGA e SOBTI,

2017) Benefícios Sociais

O autor conclui que as pessoas necessitam entender

melhor as criptomoedas, como surgem e como seu

valor é estabelecido. Pois destaca que a insuficiência de

conhecimento sobre as criptomoedas podem fazer as

pessoas atrasarem ou destruírem a economia criada pela

moeda virtual.

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APÊNDICE II - Definição Operacional das Variáveis

BENEFÍCIOS PERCEBIDOS

CONSTRUTO QUESTÕES AUTORIA

Agilidade de Transferência

Transação financeira para qualquer lugar do mundo

em poucos minutos, até em feriados ou finais de

semana

(ABRAMOVA e BÖHME, 2016)

(BASHIR , STRICKLAND e BOHR, 2016) (NAKAMOTO,

2008) (FOLKINSHTEYN

e LENNON, 2017)

Segurança Bitcoin foi desenvolvido com tecnologia de

criptografia e um sistema de verificação que evita a

falsificação ou duplicação do Bitcoin

Eliminação de intermediários

Acesso exclusivo à própria carteira de Bitcoin

Estado não pode confiscar o dinheiro sem a senha

da carteira de Bitcoin

Dispensa agentes intermediários para garantir a

segurança das transações

Escopo Internacional

Transferência de dinheiro para qualquer lugar do

mundo a qualquer hora

Transações internacionais sem necessitar de

autorização de agentes intermediários ou Estado

Baixo Custo Operacional

Custos operacionais são muito mais baixos do que

nos sistemas bancários atuais

Não existe nenhuma taxa obrigatória para uso do

sistema de Bitcoin

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Facilidade de Uso

Envio / Recebimento de dinheiro, apenas por meio

de um aplicativo, sem necessidade de contas

bancárias ou números de cartões de crédito

Pode receber ou efetuar um pagamento apenas por

meio da leitura de um código QR

RISCOS PERCEBIDOS

Risco de Desempenho Individual

Usuário é único responsável pelos erros cometidos

com a utilização de Bitcoin

(ABRAMOVA e BÖHME, 2016)

(BASHIR , STRICKLAND e BOHR, 2016)

(FOLKINSHTEYN e LENNON,

2017)

Usuário é único responsável por armazenar senha de

forma segura

Não há como cancelar uma transação que foi

confirmada

Risco Financeiro Possui os mesmos riscos de uma moeda física, uma

vez gasto/perdido/roubado não há como recuperá-lo

Risco Legal

Possui uma política de privacidade nas transações e

que pode dificultar ou até mesmo impossibilitar o

rastreamento dos usuários

A política de privacidade do Bitcoin é muito usada

em transações ilegais e referentes ao “mercado

negro”

Incerteza sobre a regulamentação das moedas

virtuais

Volatilidade Valor do Bitcoin é determinado de acordo com sua

utilização no mercado

COMPORTAMENTO PLANEJADO

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Atitude

Atitude prévia frente ao uso de Bitcoin (BASHIR , STRICKLAND e BOHR, 2016)

(BÖHME, 2013)

Atitude posterior frente ao uso de Bitcoin (após

conhecer características)

APÊNDICE III - Tabelas de análise e discussão dos resultados

Tabela 16 - Comunalidade do construto Conhecimento Técnico

Comunalidades

Itens Extração

CO7-Sabe como funciona o sistema de segurança do Bitcoin ,712

CO8-Sabe o que é BlockChain ,767

CO9-Sabe como as transações financeiras são verificadas e autorizadas

,821

CO10-Conhece o fator que determina o valor do Bitcoin no mercado ,727

Fonte: Resultados da Pesquisa (2017)

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Tabela 17 - Comunalidade do construto Benefício Percebido

Comunalidades

Extração

BE1-Acesso exclusivo à própria carteira de Bitcoin ,741

BE2-Estado não pode confiscar o dinheiro sem a senha da carteira de Bitcoin

,545

BE3-Dispensa agentes intermediários para garantir a segurança das transações

,537

BE4-Transferência de dinheiro para qualquer lugar do mundo a qualquer hora

,876

BE6-Transação financeira para qualquer lugar do mundo em poucos minutos, até em feriados

ou finais de semana ,789

BE7-Custos operacionais são muito mais baixos do que nos sistemas bancários atuais

,777

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BE8-Não existe nenhuma taxa obrigatória para uso do sistema de Bitcoin

,832

BE9-Bitcoin foi desenvolvido com tecnologia de criptografia e um sistema de verificação que

evita a falsificação ou duplicação do Bitcoin ,763

BE10-Envio / Recebimento de dinheiro, apenas por meio de um aplicativo, sem necessidade

de contas bancárias ou números de cartões de crédito

,775

BE11-Pode receber ou efetuar um pagamento apenas por meio da leitura de um código QR

,646

Fonte: Resultados da Pesquisa (2017)

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Tabela 18 - Comunalidade do construto Risco Percebido

Comunalidades

Extração

RI1-Valor do Bitcoin é determinado de acordo com sua utilização no mercado ,548

RI2-Possui os mesmos riscos de uma moeda física, uma vez gasto/perdido/roubado não há

como recuperá-lo ,584

RI3-Possui uma política de privacidade nas transações e que pode dificultar ou até mesmo

impossibilitar o rastreamento dos usuários ,565

RI4-A política de privacidade do Bitcoin é muito usada em transações ilegais e referentes ao

“mercado negro” ,652

RI5-Usuário é único responsável pelos erros cometidos com a utilização de Bitcoin

,495

RI6-Usuário é único responsável por armazenar senha de forma segura ,525

RI7-Não há como cancelar uma transação que foi confirmada ,646

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RI8-Incerteza sobre a regulamentação das moedas virtuais ,690

Fonte: Resultados da Pesquisa (2017)

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APÊNDICE IV - Instrumento de Pesquisa

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