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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS JEAN CARLOS SILVA ANDRADE SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE PIGMENTOS NANOMÉTRICOS ENCAPSULADOS PELOS MÉTODOS DOS PRECURSORES POLIMÉRICOS, HIDROTERMAL DE MICROONDAS E CO-PRECIPITAÇÃO ASSOCIADO À QUÍMICA SOL-GEL CONVENCIONAL Tese N° 135 PPgCEM Natal 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS

JEAN CARLOS SILVA ANDRADE

SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE PIGMENTOS NANOMÉTRICOS

ENCAPSULADOS PELOS MÉTODOS DOS PRECURSORES POLIMÉRICOS,

HIDROTERMAL DE MICROONDAS E CO-PRECIPITAÇÃO ASSOCIADO À

QUÍMICA SOL-GEL CONVENCIONAL

Tese N° 135 PPgCEM

Natal 2014

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JEAN CARLOS SILVA ANDRADE

SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE PIGMENTOS NANOMÉTRICOS

ENCAPSULADOS PELOS MÉTODOS DOS PRECURSORES POLIMÉRICOS,

HIDROTERMAL DE MICROONDAS E CO-PRECIPITAÇÃO ASSOCIADO À

QUÍMICA SOL-GEL CONVENCIONAL

Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em

Ciências e Engenharia de Materiais da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte como parte dos

requisitos necessários para obtenção do título de

Doutor em Ciências e Engenharia de Materiais

Área de concentração: Materiais Cerâmicos

Orientador: Prof. Dr. Eng. Carlos Alberto Paskocimas

Co-orientador: Prof. Dr. Eng. Rubens Maribondo do Nascimento

Natal 2014

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Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / SISBI / Biblioteca Setorial

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DEDICATÓRIA

A minha mãe Josefa Macena e a minha esposa Ana Rúbia

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que me iluminou e acompanhou durante todo este percurso, dando-me

forças e benções para realizar este objetivo.

Ao amor da minha vida, Ana Rúbia, pelo companheirismo, cumplicidade,

paciência, amizade e compreensão em todos os momentos a que precisei.

Aos meus pais, Josefa Macena e Carlos Andrade, minha irmã, Janaina

Andrade, e meu irmão, Jeferson Andrade pelo amor, incentivo e força em todos os

momentos a que precisei meu eterno agradecimento.

Ao Professor e orientador Carlos Alberto Paskocimas, pela amizade, apoio,

orientações e aprendizado, fundamentais para a concretização deste trabalho.

Ao Professor Rubens Maribondo, pela amizade, atenção, orientação e apoio

nos momentos que precisei durante em todo período acadêmico.

Ao Professor, Daniel Macedo, pela amizade, confiança, orientações, e por fazer

parte da banca examinadora;

A Graziele Lopes Macedo, pela amizade, auxílio nas análises, recomendações

e parcerias acadêmicas, fundamentais para a realização deste trabalho.

A Professora Fabiana Villela, Professora Maria Carolina e Professor Maurício

Bomio, pelas orientações e atenção.

Aos colegas Laís Chantelle, Suelen Alves, Kiko e Gulherme do (Laboratório de

Combustíveis e Materiais – LACOM / UFPB) e Ricardo Tranquilin (Laboratório

Interdisciplinar de Eletroquímica e Cerâmica – LIEC / UFSCar), pela realização de

ensaios e análises, que contribuíram diretamente para a elaboração deste trabalho.

Ao secretário da pós-graduação do PPGCEM/UFRN, Ismael Torquato, pela

amizade e solidariedade.

Aos colegas e amigos de convivência no Prédio de Engenharia de Materiais

“Luciano Bet” e Laboratório de Cerâmica e Compósitos, José Carlos, Osvaldo Cruz,

João José, Claúdio Romero, César Rogério, Ismar Andrade, Eduardo Dultra, Elenise

Barreto, Ednaldo, Elvio Guimarães, Tharsia Cristina, Mara Tatiane, Querem Apuque,

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Raimison, Hugo, Gudson, Beatriz Simão, Erik, Caio, Ana Claúdia, Laurênia, Hudson,

João Grilo, Paulo Justus, e outros (as) sem dúvida, pelo auxílio de ensaios/análises,

pela motivação, pelos momentos de interação/descontração e amizade.

Por fim, a CAPES e ao CNPq, pelo apoio financeiro, na forma de concessão de

bolsa e ao Departamento de Engenharia de Materiais da UFRN pela disposição,

apoio e instalações.

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“A educação é a arma mais poderosa

que se pode usar para mudar o

mundo”

Nelson Mandela

"A principal meta da educação é criar

homens que sejam capazes de fazer

coisas novas, não simplesmente repetir

o que outras gerações já fizeram.

Homens que sejam criadores,

inventores, descobridores. A segunda

meta da educação é formar mentes

que estejam em condições de criticar,

verificar e não aceitar tudo que a elas

se propõe."

Jean Piaget

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RESUMO A demanda por materiais com alta homogeneidade obtidos a temperaturas

relativamente baixas vem alavancando a busca por processos químicos substituintes

do método cerâmico convencional. Esse trabalho tem como objetivo a obtenção de

pigmentos nanométricos encapsulados (core-shell) a base de TiO2, dopados com

íons de metais de transição (Fe, Co, Ni, Al) através de 3 (três) métodos de síntese:

precursores poliméricos (Pechini); hidrotermal de microondas; e co-precipitação

associado à química sol-gel. O estudo foi motivado pela simplicidade, rapidez e

baixo consumo de energia característicos desses métodos. Os sistemas de custos

são acessíveis, pois que permitem atingir um bom controle da microestrutura, aliada

a elevada pureza, com controle estequiométrico e de fases permitindo obter

partículas de tamanho nanométrico. As propriedades físicas, químicas, morfológicas,

ópticas e estruturais dos materiais obtidos foram analisadas utilizando diferentes

técnicas de caracterização de materiais. Os pós pigmentantes foram testados na

descoloração e degradação utilizando um fotoreator, através da solução do corante

remazol amarelo ouro (RNL), a partir da filtração destas, resultando na separação da

solução filtrante e dos pigmentos, para posterior realização de medidas de UV-Vis.

As diferentes temperaturas de calcinação adotadas após a obtenção dos pós, nos

diferentes métodos foram: 400 ºC a 1000 ºC. Utilizando uma concentração fixa de

10% (Fe, Al, Ni, Co) em massa em relação à massa do titânio, viabilizando

tecnologicamente e economicamente o estudo. Através da técnica de microscopia

eletrônica de transmissão (MET) foi possível analisar e confirmar a formação

estrutural das partículas de pigmentos nanométricos encapsulados, apresentando

diâmetro dos pós de TiO2 entre 20 nm e 100 nm, e espessura da camada recoberta

de Fe, Ni e Co entre 2 nm e 10 nm. O método de síntese mais eficiente entre os

estudados no trabalho foi o co-precipitação associado à química sol-gel, no qual

foram obtidos os melhores resultados, sem a necessidade da obtenção de pós pelo

processo de calcinação.

Palavras-chaves: titânia, pigmento nanométrico, óxidos metálico, co-precipitação,

sol-gel e calcinação

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ABSTRACT The demand for materials with high consistency obtained at relatively low

temperatures has been leveraging the search for chemical processes substituents of

the conventional ceramic method. This paper aims to obtain nanosized pigments

encapsulated (core-shell) the basis of TiO2 doped with transition metals (Fe, Co, Ni,

Al) through three (3) methods of synthesis: polymeric precursors (Pechini);

hydrothermal microwave, and co-precipitation associated with the sol-gel chemistry.

The study was motivated by the simplicity, speed and low power consumption

characteristic of these methods. Systems costs are affordable because they allow

achieving good control of microstructure, combined with high purity, controlled

stoichiometric phases and allowing to obtain particles of nanometer size. The

physical, chemical, morphological, structural and optical properties of the materials

obtained were analyzed using different techniques for materials characterization. The

powder pigments were tested in discoloration and degradation using a photoreactor

through the solution of Remazol yellow dye gold (NNI), such as filtration, resulting in

a separation of solution and the filter pigments available for further UV-Vis

measurements . Different calcination temperatures taken after obtaining the post, the

different methods were: 400 º C and 1000 º C. Using a fixed concentration of 10%

(Fe, Al, Ni, Co) mass relative to the mass of titanium technologically and

economically enabling the study. By transmission electron microscopy (TEM)

technique was possible to analyze and confirm the structural formation nanosized

particles of encapsulated pigment, TiO2 having the diameter of 20 nm to 100 nm,

and thickness of coated layer of Fe, Ni and Co between 2 nm and 10 nm. The

method of synthesis more efficient has been studied in the work co-precipitation

associated with sol-gel chemistry, in which the best results were achieved without the

need for the obtainment of powders the calcination process.

Keywords: titania, encapsulated pigment, metal oxides, sol-gel, co-precipitation,

calcination

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Estruturas cristalinas dos dióxidos de titânio rutilo, anatase e brookita. ........... 19

Figura 1.2 - Diagrama de fases do sistema térnário Fe-Fe2O3-TiO2. ................................... 21

Figura 2.1 - Camadas da Epiderme. ................................................................................... 28

Figura 2.2 - Encapsulamento de partículas A por B ............................................................ 33

Figura 2.3 - A luz visível no espectro eletromagnético. ....................................................... 35

Figura 2.4 - Diagrama de cromaticidade CIE exibindo o gamut do modelo RGB. ................ 36

Figura 2.5 - Representação da distribuição espacial da cor ................................................ 36

Figura 2.6 - Imagens de TEM de nanopartículas de óxido de ferro (Fe3O4) com crescimento controlado de 6-13 nm ......................................................................................................... 41

Figura 2.7 - Etapas de condensação que levam a formação da ligação M-O-M em processos Sol-gel Não aquoso [(Eq.1) eliminação de haleto de alquila, (Eq.2) eliminação de éter, (Eq.3) eliminação de éster, (Eq.4) condensação do tipo aldol...................................... 43

Figura 2.8 - Imagens de TEM (a) nanopartículas esféricas de CoFe2O4 utilizadas como sementes e (b) Nanopartículas cúbicas de CoFe2O4, (c) nanopartículas cúbicas e (d) nanopartículas com formato de poliedro de MnFe2O4. (e) Imagem de TEM de nanocristais de ZnO com formato cônico. (f) Imagem de TEM de nanorods de TiO2. (g) Imagem de TEM de multipods de MnO. (h) Imagem de TEM de nanorods de óxido de tungstênio ..................... 44

Figura 3.1 - Fluxograma da síntese dos precursores poliméricos (MPP)............................. 47

Figura 3.2 - Fluxograma da síntese hidrotermal assistido por microondas (MHM). ............. 50

Figura 3.3 - Equipamento hidrotermal de microondas ......................................................... 52

Figura 3.4 - Imagens MEV (a & b) e MET (c & d) do Si-2 e Si-2-IL-HSO4............................ 54

Figura 3.5 - Fluxograma da síntese de Titânia (ST-MCSG)................................................. 56

Figura 3.6 - Fluxograma da síntese para a obtenção de pigmentos com estrutura core-shell (SPN-MCSG) ....................................................................................................................... 58

Figura 3.7 - Fórmula estrutural do Remazol Amarelo Ouro (RNL) ....................................... 61

Figura 3.8 - Placas de Petri contendo corante e pigmento, dentro do fotoreator ................. 61

Figura 3.9 - Sistema reacional do reator ............................................................................. 62

Figura 4.1 - Curvas TG da resina polimérica expandida sem moagem do pigmento (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 ................................................................................................................... 67

Figura 4.2 - Curvas TG da resina polimérica expandida com moagem atritor do pigmento (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 ................................................................................................................... 68

Figura 4.3 - Difratogramas de raios X das amostras do pigmento (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 obtidos através da rota normal. ........................................................................................................ 69

Figura 4.4 - Difratogramas de raios X das amostras do pigmento (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 obtidos através da rota com moagem .............................................................................................. 70

Figura 4.5 - Difratogramas de raios X das amostras do pigmento (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 obtidos através da rota modificada com moagem ............................................................................ 71

Figura 4.6 - Micrografias do pigmento (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 via mistura (sem moagem) calcinado a 600 ºC: (a) 100x; (b) 4000x e (c) 15000x .......................................................................... 73

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Figura 4.7 - Micrografias do pigmento (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 via mistura (sem moagem) calcinado a 700 ºC: (a) 100x; (b) 4000x e (c) 15000x .......................................................................... 74

Figura 4.8 - Micrografias do pigmento (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 via mistura (sem moagem) calcinado a 800 ºC: (a) 97x; (b) 4000x e (c) 15000x ............................................................................ 75

Figura 4.9 - Micrografias do pigmento (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 via mistura (sem moagem) calcinado a 900 ºC: (a) 100x; (b) 4000x e (c) 15000x .......................................................................... 76

Figura 4.10 - Micrografias do pó precursor polimérico modificada FAT (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 pré-calcinado a 350 ªC: EDS – 500x (a) e 3000x (b) com o % em peso dos elementos (c) ........ 77

Figura 4.11 - Micrografias do pó precursor polimérico modificada FAT (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 pré-calcinado a 500 ªC: EDS – 500x (a) e 3000x (b) com o % em peso dos elementos (c) ........ 78

Figura 4.12 - Micrografias do pó precursor polimérico modificada FAT (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 pré-calcinado a 600 ªC: EDS – 500x (a) e 3000x (b) com o % em peso dos elementos (c) ........ 79

Figura 4.13 - Micrografias do pó precursor polimérico modificada FAT (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 pré-calcinado a 700 ªC: EDS – 800x (a) com o % em peso dos elementos (b) .......................... 80

Figura 4.14 - Micrografias do pó precursor polimérico modificada FAT (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 pré-calcinado a 800 ªC: EDS – 500x (a) com o % em peso dos elementos (c) .......................... 81

Figura 4.15 - Micrografias do pó precursor polimérico modificada FAT (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 pré-calcinado a 900 ªC: EDS – 500x (a) e 7000x (b) com o % em peso dos elementos (c) ........ 82

Figura 4.16 - Difratogramas de raios X da amostra de pigmento Al0,1Ti0,9 ........................... 83

Figura 4.17 - Difratogramas de raios X da amostra de pigmento Fe0,1Ti0,9 .......................... 84

Figura 4.18 - Curva TG e DTA do TiO2 xerogel ................................................................... 86

Figura 4.19 - Difratogramas de raios X de raios X do titânio xerogel: (a) amostra seca, (b) amostra calcinada a 400 ºC e (c) refinamento da amostra (b) pelo método Rietveld ........... 87

Figura 4.20 - Espectros de infravermelho do pó de titãnio xerogel (TiO2) calcinados nas temperaturas de 400 ºC, 600 ºC e 800 ºC ............................................................................ 88

Figura 4.21 - Isoterma de adsorção/dessorção de N2 para o pó de titânio xerogel sintetizada pela ST-MCSG, indicando tipo, ciclo de histeresee e geometria de poros ........................... 90

Figura 4.22 - Micrografia do titânio xerogel (TiO2) calcinado a 400 ºC: EDS – 1000x (a), 7000x (b), 100000X (c) e com o % em peso dos elementos (d). .......................................... 91

Figura 4.23 - Difratogramas de raios X do pigmento Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400 ºC, 600 ºC e 800 ºC pelas rotas de síntese R1NX. ................................................................................... 93

Figura 4.24 - Difratogramas de raios X do pigmento Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400 ºC, 600 ºC e 800 ºC pelas rotas de síntese R2MX ................................................................................... 94

Figura 4.25 - Difratogramas de raios X do pigmento Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400 ºC, 600 ºC e 800 ºC pelas rotas de síntese R2MC. .................................................................................. 95

Figura 4.26 - Difratogramas de raios X do pigmento Ti0,9Ni0,1 calcinados a 400 ºC, 600 ºC e 800 ºC pela rota de síntese R2MC . ..................................................................................... 96

Figura 4.27 - Difratogramas de raios X do pigmento Ti0,9Co0,1 calcinados a 400 ºC, 600 ºC e 800 ºC pela rota de síntese R2MC . ..................................................................................... 97

Figura 4.28 - Espectros de infravermelho dos pigmentos Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400 ºC, 600 ºC e 800 ºC pelas rotas de síntese R1NX (a), R2MX (b) e R2MC (c). .................................. 99

Figura 4.29 - Isotermas encontradas na análise de BET das amostras de pigmentos Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400 ºC, 600 ºC e 800 ºC pela rota de síntese R1NX ....................... 101

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Figura 4.30 - Isotermas encontradas na análise de BET das amostras de pigmentos Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400 ºC, 600 ºC e 800 ºC pela rota de síntese R2MX ....................... 102

Figura 4.31 - Isotermas encontradas na análise de BET das amostras de pigmentos Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400 ºC, 600 ºC e 800 ºC pela rota de síntese R2MC....................... 103

Figura 4.32 - Espectros de reflectância na região do UV-Vis em função do comprimento de onda dos pós pigmentantes Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400 ºC, 600 ºC e 800 ºC pelas rotas de síntese R1NX (a), R2MX (b) e R2MC (c). .......................................................................... 105

Figura 4.33 - Espectros de reflectância na região do UV-Vis em função do comprimento de onda dos pós pigmentantes Ti0,9Ni0,1 calcinados a 400 ºC, 600 ºC e 800 ºC pela rota de síntese R2MC ................................................................................................................... 106

Figura 4.34 - Espectros de reflectância na região do UV-Vis em função do comprimento de onda dos pós pigmentantes Ti0,9Co0,1 calcinados a 400 ºC, 600 ºC e 800 ºC pela rota de síntese R2MC (c) ............................................................................................................... 107

Figura 4.35 - Localização dos pigmentos no diagrama cromático CIELab ........................ 110

Figura 4.36 - Espectros de UV-Vis das soluções antes dos testes de fotodegradação ..... 111

Figura 4.37 - Micrografias do pigmento Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400 ºC (a) e (b), 600 ºC (c) e (d), e 800 ºC (e) e (f) pela rota de síntese R1NX .............................................................. 114

Figura 4.38 - Micrografias do pigmento Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400 ºC (a) e (b), 600 ºC (c) e (d), e 800 ºC (e) e (f) pela rota de síntese R2MX ............................................................... 116

Figura 4.39 - Micrografias do pigmento Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400 ºC, (a) e (b), 600 ºC (c) e (d), e 800 ºC (e) e (f) pela rota de síntese R2MC .............................................................. 117

Figura 4.40 - Micrografias do pigmento Ti0,9Ni0,1 calcinados a 400 ºC, 600 ºC e 800 ºC pela rota de síntese R1NX ......................................................................................................... 118

Figura 4.41 - Micrografias do pigmento Ti0,9Co0,1 calcinados a 400 ºC, 600 ºC e 800 ºC pela rota de síntese R1NX ......................................................................................................... 119

Figura 4.42 - Micrografias de MET do pigmento Ti0,9Fe0,1 calcinado a 800 ºC (a) e (b) pela rota de síntese R1NX ......................................................................................................... 120

Figura 4.43 - Micrografias de MET do pigmento Ti0,9Fe0,1 calcinado a 800 ºC (a) e (b) pela rota de síntese R2MX ........................................................................................................ 121

Figura 4.44 - Micrografias de MET do pigmento Ti0,9Fe0,1 calcinado a 800 ºC (a) e (b) pela rota de síntese R2MC ........................................................................................................ 121

Figura 4.45 - Micrografias de MET do pigmento Ti0,9Ni0,1 calcinado a 800 ºC (a) e (b) pela rota de síntese R2MC ........................................................................................................ 122

Figura 4.46 - Micrografias de MET do pigmento Ti0,9Co0,1 calcinado a 800 ºC (a) e (b) pela rota de síntese R2MC ........................................................................................................ 123

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 - Classificação estrutural dos pigmentos cerâmicos. .......................................... 31

Tabela 3.1 - Classificação dos reagentes utilizados (PP). ................................................... 46

Tabela 3.2 - Classificação dos reagentes utilizados (MHM). ................................................ 51

Tabela 3.3 - Classificação dos reagentes utilizados (ST-MCSG) ......................................... 56

Tabela 3.4 - Classificação dos reagentes utilizados nas sínteses core-shell (SPN-MCSG). 57

Tabela 4.1 - Resultados da análise química da amostra de pigmento Ti0,9Al0,1.. .................. 83

Tabela 4.2 - Resultados da análise química da amostra de pigmento Ti0,9Fe0,1.. ................. 84

Tabela 4.3 - Tamanho do cristalito (nm), área superficial (SBET), e diâmetro (Dporo) e volume de poro (Vporo) e diâmetro esférico médio equivalente (dBET) obtidos pelo método de BET do titãnio xerogel ...................................................................................................................... 89

Tabela 4.4 - Identificação das fases, estruturas cristalinas e fichas ICSD dos pigmentos Ti0,9Fe0,1 .............................................................................................................................. 92

Tabela 4.5 – Quantificação de fases resultante do refinamento Rietveld. ............................ 95

Tabela 4.6 - Tamanho do cristalito (nm), área superficial (SBET), e diâmetro (Dporo.) e volume de poro (Vporo) e diâmetro esférico médio equivalente (dBET) obtidos pelo método de BET das amostras de pigmentos Ti0,9Fe0,1 ........................................................................................ 100

Tabela 4.7- Dados colorimétricos das amostras no sistema CIELab,1 ............................... 108

Tabela 4.8 - Cores dos pigmentos encapsulados (Ti0,9Fe0,1, Ti0,9Ni0,1, e Ti0,9Co0,1) sintetizados (R1NX, R2MX e R2MC), em função da temperatura de calcinação ............... 109

Tabela 4.9 - Resultados de descoloração referente à banda em 411 nm do grupo azo (-N=N-) ......................................................................................................................................... 112

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DRX Difração de raios X

FTIR Espectroscopia na Região do Infravermelho com Transformada de Fourier

UV-vis Espectroscopia de Absorção na Região do Ultravioleta

NPs Nanopartículas

MEV/EDS Microscopia eletrônica de varredura com energia dispersiva

FE-MEV Microscópio eletrônico (MEV) com fonte de emissão eletrostática

TG Termogravimetria

DTA Análise térmica diferencial

MPP Método dos precursores poliméricos

FeTiO3@Al2O3 Titanato de ferro encapsulado com alumina

PPP Pó precursor polimérico

ADD. Adicionado

RMM Rota modificada com moagem

AC Ácido cítrico

EG Etilenoglicol

Ti-P Isopropóxido de Ti

MHM Método hidrotermal assistida por microondas

MCSG Método de co-precipitação associado à química sol-gel

ST-MCSG Síntese de titânia através do método de co-precipitação associado à química

SPN-MCSG Síntese de pigmento nanométrico através do método de co-precipitação

associado à química

R1NX Rota 1 (normal) com titânio xerogel

R2MX Rota 2 (modificado) com titânio xerogel

R2MC Rota 2 (modificado) com titânio comercial

DCMA Associação dos Fabricantes de Cores Secas

RPM Rotação por minuto

A Área

D Diâmetro

m Massa

N Número de átomos por partículas

Nm Número de moléculas

T Temperatura

P Patamar

V Volume

δ Deslocamento isométrico

λ Comprimento de onda

nm Nanômetro

UV Ultravioleta

SBET Área superficial

DPORO Diametro do poro

VPORO Volume do poro

dBET Diâmetro esférico médio equivalente

ρ Dendidade teórica

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 18

CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 24

2.1. NANOTECNOLOGIA .................................................................................................... 25

2.1.1. Definição “Nanotecnologia” ........................................................................................ 25

2.1.2. Nanotecnologia em cosméticos ................................................................................. 26

2.2. PIGMENTOS ................................................................................................................ 30

2.2.1. Pigmentos inorgânicos............................................................................................... 30

2.2.2. Pigmentos encapsulados ........................................................................................... 32

2.3. ENCAPSULAMENTO DE PARTÍCULAS ....................................................................... 32

2.4. COR .............................................................................................................................. 34

2.5. MÉTODOS DE SÍNTESES ........................................................................................... 37

2.5.1. Método dos precursores poliméricos (Pechini) .......................................................... 37

2.5.2. Método hidrotermal por microondas........................................................................... 38

2.5.3. Método sol-gel hidrolítica (não aquosa) ..................................................................... 38

2.5.4. Método de co-precipitação associado à química sol-gel ............................................ 40

CAPÍTULO 3 - MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................... 45

3.1. SÍNTESE PELO MÉTODO DOS PRECURSORES POLIMÉRICOS – (MPP) ............... 46

3.2. SÍNTESE PELO MÉTODO HIDROTERMAL POR MICROONDAS – (MHM) .................. 50

3.3. SÍNTESE PELO MÉTODO DE CO-PRECIPITAÇÃO ASSOCIADO À QUÍMICA SOL-GEL

– (MCSG). ............................................................................................................................ 53

3.3.1. Síntese de Titânia e obtenção de pós – (ST-MCSG) ................................................. 55

3.3.2. Síntese de pigmentos nanométricos com estrutura do tipo casca-núcleo (core-shell) à

base de titânia (TIO2) – (SPN-MCSG) .................................................................................. 57

3.4. FOTODEGRADAÇÃO................................................................................................... 60

3.4.1. Corante ...................................................................................................................... 60

3.4.2. Reação de fotodegradação ....................................................................................... 61

3.4.3. Sistema Reacional .................................................................................................... 62

3.5. TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO ............................................................................ 62

3.5.1. Análises Térmicas (TG e DTA) .................................................................................. 62

3.5.2. Difração de Raios X (DRX) ........................................................................................ 63

3.5.3. Microscopia eletrônica de varredura com energia dispersiva (MEV/EDS) .................. 63

3.5.4. Microscopia eletrônica de varredura com fonte de emissão eletrostática (FE-MEV) .. 63

3.5.5. Microscopia eletrônica de transmissão (MET) ........................................................... 64

3.5.6. Espectroscopia na região do infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) ...... 64

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3.5.7. Análise superficial espefícica (BET) ........................................................................... 64

3.5.8. Espectroscopia na região do ultravioleta do visível (UV-Vis)...................................... 65

3.5.9. Coordenadas colorimétricas ...................................................................................... 65

CAPÍTULO 4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 66

4.1. CARACTERIZAÇÃO DOS PIGMENTOS OBTIDOS ATRAVÉS DA SÍNTESE PELO MÉTODO

DOS PRECURSORES POLIMÉRICOS (MPP) .................................................................................. 67

4.1.1. Análises de TG/DTG (MPP) ....................................................................................... 67

4.1.2. Análises de DRX (MPP) ............................................................................................. 69

4.1.3. Análises de MEV/EDS (MPP) .................................................................................... 72

4.1.3. 1. Via mistura (sem moagem) – MEV ......................................................................... 72

4.1.3. 2. Via moagem (rota modificada) – MEV/EDS ............................................................ 76

4.2. CARACTERIZAÇÃO DOS PIGMENTOS OBTIDOS ATRAVÉS DA SÍNTESE PELO MÉTODO

HIDROTERMAL POR MICROONDAS (MHM) ................................................................................... 82

4.2.1. Análises de FRX/DRX (MHM) .................................................................................... 82

4.3. CARACTERIZAÇÃO DOS PIGMENTOS OBTIDOS ATRAVÉS DA SÍNTESE PELO MÉTODO

DE CO-PRECIPITAÇÃO ASSOCIADO À QUÍMICA SOL-GEL (MCSG) .......................................... 85

4.3.1. Síntese de Titânia e obtenção de pós (ST-MCSG) ................................................... 85

4.3.1.1. Análise de TG/DTA (ST-MCSG) ............................................................................ 85

4.3.1.2. Análise de DRX (ST-MCSG) .................................................................................. 86

4.3.1.3. Análise de FTIR (ST-MCSG) .................................................................................. 88

4.3.1.4. Análise de BET (ST-MCSG) ................................................................................... 89

4.3.1.5. Análise de FE-MEV/EDS (ST-MCSG) .................................................................... 90

4.3.2. Síntese de pigmentos nanométricos com estrutura do tipo casca-núcleo (core-shell) à

base de titânia (TiO2) (SPN-MCSG) .................................................................................... 91

4.3.2.1. Análises de DRX (SPN-MCSG) ............................................................................. 91

4.3.2.2. Análises de FTIR (SPN-MCSG) ............................................................................. 97

4.3.2.3. Análises de BET (SPN-MCSG) .............................................................................. 99

4.3.2.4. Análises de UV-Vis (SPN-MCSG) ........................................................................ 104

4.3.2.5. Colorimetria (SPN-MCSG) ................................................................................... 107

4.3.2.6. Fotodegradação do azo-corante (ST-MCSG) ....................................................... 110

4.3.2.7. Análises de FE-MEV (SPN-MCSG) ...................................................................... 113

4.3.2.8. Análises de MEV (SPN-MCSG) ........................................................................... 117

4.3.2.9. Análises de MET (SPN-MCSG) ........................................................................... 120

CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES ......................................................................................................... 124

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 127

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CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

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18 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento de novos materiais nanoestruturados tem sido nas últimas

décadas, um tópico ativo e estimulante no domínio da Ciência e Engenharia de

Materiais. Os conhecimentos fundamentais adquiridos sobre os nanomateriais, o

desenvolvimento e otimização de novos métodos de síntese, e a disponibilidade de

técnicas de caracterização e processamento avançadas, colocaram à disposição

dos pesquisadores novas ferramentas, que permitem o controle estrutural dos

materiais à escala nanométrica.

O mercado global vem passando por períodos de grandes competições

científicas e tecnológicas, principalmente após a nanociência e a nanotecnologia

terem sido reconhecidas como uma tendência chave na ciência e tecnologia do

século XXI, o que tem ocasionado um aumento nos recursos humanos e financeiros

na indústria mundial. A National Science Fundation estima que a nanotecnologia

alcançará um impacto na economia global de cerca de 1 trilhão de dólares até 2015,

requerendo aproximadamente dois milhões de trabalhadores [1-2].

O maior nível de desenvolvimento em nanotecnologia é verificado nos

Estados Unidos, União Européia e Japão, que investem cerca de um bilhão de

dólares ao ano, concentrando juntos cerca da metade dos investimentos no mundo.

No entanto, países como a Rússia, China, Índia e Brasil têm realizado investimentos

significativos no setor nos últimos anos, sendo que o governo brasileiro já investiu

R$ 140 milhões entre 2001 e 2006 em redes de pesquisa e projetos na área de

nanotecnologia [3-1].

A nanotecnologia fundamenta-se na habilidade de caracterizar, manipular e

organizar materiais em escala nanométrica. Trata-se de um campo científico

multidisciplinar que se aplica a praticamente todos os setores da pesquisa, da

engenharia de materiais e processos e de mercado [4-5]. O princípio dessa nova

ciência é que os materiais nesta escala nanométrica podem apresentar propriedades

químicas, físico-químicas e comportamentais diferentes daquelas apresentadas em

escalas maiores [6].

A nanotecnologia é um fenômeno recente e vêm sendo mais extensivamente

estudada e regulamentada principalmente nas duas últimas décadas. Esta

tecnologia está promovendo uma revolução científica e tecnológica de proporções

ainda não totalmente conhecidas [4].

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19 INTRODUÇÃO

O uso de componentes orgânicos no processo químico de difusão, em

particular, proporciona a produção de pós-precursores cujos grãos alcançam

dimensão nanométrica [7-8]. Pigmentos heteromórficos, também conhecidos por

encapsulados ou de oclusão, são aqueles em que o elemento cromóforo é protegido

por uma matriz encapsuladora, a qual o torna estável química e termicamente a

altas temperaturas. Um dos pigmentos mais estudados é o óxido de titânio (TiO2).

Partículas de TiO2 cristalizam naturalmente em três formas: rutilo, anatase e

brookite. Rutilo é o mais comum e mais estável, quimicamente inerte e pode ser

excitado por tanto visível e ultravioleta (UV) (λ de onda menor do que 390 nm) [9-

10]. Anatásio só é excitada por luz UV e pode ser transformada em rutilo a altas

temperaturas (550-600 ºC). Ambos rutilo e anatase tem um sistema cristalino

dipyramidal ditetragonal tetragonal, mas têm diferentes reticulados grupo espaço.

Brookita não é excitado pela luz UV, mas o seu sistema cristalino ortorrômbico pode

ser transformado em rutilo com a aplicação de calor. A Figura 1.1 mostra os modelos

estruturais dos diferentes sistemas de treliça tetragonal para rutilo, anatásio e

brookita [9-11]. Deve notar-se que o volume para os três reticulados são de

aproximadamente 62, 136, e 257 x 106 pm3, respectivamente. Os átomos de titânio

são cinza e os átomos de oxigênio são vermelhos.

Figura 1.1 - Estruturas cristalinas dos dióxidos de titânio rutilo, anatase e brookita [9-

11]

É um dos mais importantes pigmentos brancos produzidos e muito utilizado

em diversos campos, como na indústria de cosméticos, etc, por sua capacidade de

opacificar e branquear o meio em que está disperso e baixo índice de descoloração

por raios UV. Pode ser utilizado como função de bloqueador da radiação UV

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20 INTRODUÇÃO

aumentando o fator de proteção solar de um produto cosmético, atingindo um

espectro entre a radiação UVB e UVA. É insolúvel em água e em óleo, sendo

apenas dispersível nestes meios ou em silicone.

O dióxido de titânio micronizado pode influenciar a viscosidade das

formulações promovendo o seu aumento, uma vez que eleva a densidade da fase

interna das emulsões. Para protetores solares é utilizado uma concentração de 1 a

10% de TiO2 [12]

Óxido de Ferro como pigmentante engloba a maior família de pigmentos

inorgânicos coloridos usados atualmente. Por suas propriedades, são consumidos

mais do que todos os outros pigmentos juntos, com exceção do TiO2 (pigmento

branco) [13].

Entre os principais pigmentos deste grupo podemos citar os óxidos naturais e

sintéticos listados abaixo [13-14]:

- α-Fe2O3, hematita, muda de cor com o aumento do tamanho de partícula do

vermelho claro para o violeta escuro;

- γ-Fe2O3, maghemite, cor marrom;

- Fe3O4, magnetite, cor preto;

- α-FeOOH, goethita, mudança de cor com o aumento do tamanho de

partícula do verde amarelado para o marrom amarelado;

- γ-FeOOH, lepidocrocite, mudança de com o aumento do tamanho de

partícula de amarelo para o laranja;

- (Fe2O3-H2O), limonita, possui coloração amarela na forma natural e marrom

quando calcinada;

Os óxidos de ferro naturais são usados como pigmentos de cores primárias

em tintas industriais, plásticos, papel e cerâmica. Suas propriedades variam de

acordo com a fonte de onde são extraídos. Alguns deles precisam ser submetidos a

tratamentos específicos como calcinação, moagem aquosa etc, para a eliminação de

impurezas [15].

A frequência do uso industrial não somente devido a problemas de

instabilidade, mas também devido à limitada gama de colorações possíveis de

serem obtidas e ao uso crescente dos pigmentos sintéticos de maior estabilidade

cromática.

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21 INTRODUÇÃO

Já os pigmentos sintéticos têm como propriedades de destaque o alto grau de

pureza e uniformidade, a obtenção de cores não encontradas em pigmentos

naturais, maior estabilidade térmica e química em relação aos naturais [14]. Os

pigmentos sintéticos produzidos são das cores vermelho, amarelo, laranja e preto,

que correspondem aos minerais, hematita, goetita, lepidocrocita e magnetita,

respectivamente. Já os pigmentos marrons são formados normalmente através de

misturas de vermelhos e/ou amarelos e/ou pretos. Em quantidades menores do que

as anteriores, fases homogêneas de marrom são produzidas por (Fe-Mn)2O3 e γ–

Fe2O3 [13-14].

Diagrama de fases de equilíbrio – Fe-Ti

Na Figura 1.2 está apresentado o diagrama de fases de equilíbrio do sistema

ternário de FeO-Fe2O3-TiO2, onde as regiões de estabilidade dos óxidos de Fe-Ti

são especificados.

Figura 1.2 - Diagrama de fases do sistema ternário FeO-Fe2O3-TiO2 [16]

No sistema ternário representado na Figura 1.2, devem-se distinguir, pela sua

importância, os óxidos cúbicos Magnetita (Fe3O4), Maghemita (y-Fe2O3) e as

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22 INTRODUÇÃO

soluções sólidas de Magnetita em Ulvospinel (Fe2TiO4), denominadas

titanomagnetitas. Para além destas temos ainda os minerais romboédricos como a

Hematita (α – Fe2O3) e as suas soluções sólidas com a Ilmenita (FeTiO3),

designadas por titano-hematitas e a pseudobrookita (Fe1+xTi2-xO5) [16].

A síntese de pigmentos pelo método cerâmico tradicional exige em muitos

casos o uso de agentes mineralizadores. Isto ocorre porque, nestes casos, a síntese

é limitada por uma barreira de difusão que impede o controle da homogeneidade

estrutural, os processos de nucleação e crescimento e, consequentemente, a

reatividade do sistema. Para se conseguir uma inclusão efetiva do agente cromóforo

na matriz hospedeira, a cristalização e sinterização da matriz terá que ser

sincronizada com a nucleação e crescimento da fase contendo o cromóforo, isto é,

os processos de inclusão, cristalização e sinterização terão que ocorrer

simultaneamente [17].

Segundo a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Resolução nº

79/2000 e com base na Lei 6360/1976 [18], os componentes usados nas

formulações de cosméticos para área dos olhos e lábios devem seguir

especificações de identidade e pureza, estabelecidas por organismos internacionais.

Os corantes inorgânicos são permitidos desde que sejam insolúveis em água. As

normas americanas (do FDA - Food and Drugs Administration) [19] determinam que

toda coloração usada em cosméticos para a área dos olhos e lábios deve ter origem

em pigmentos inorgânicos ou corantes naturais.

Os pigmentos devem ser purificados e insolúveis em água. As cores são

consequências do uso de corantes e pigmentos inorgânicos, sendo os pigmentos

inorgânicos geralmente óxidos de metais. Pigmentos como óxido de ferro, dióxido de

titânio, pó de cobre, óxido ou hidrato de cromo, entre outros, são usados em

sombras.

Os batons (sem proteção solar) e sombras para área dos olhos são indicados

como produtos de grau 1, pela ANVISA,[18] no que tange aos riscos a saúde. Nos

rótulos destes produtos não é obrigado constar indicações específicas, comprovação

de segurança e eficácia, informações de cuidados, modo e restrições de uso. O

batom com protetor solar é indicado como produto de grau 2, devendo constar no

seu rótulo as especificações citadas acima. É importante salientar que não existe

legislação específica quanto a resíduos de elementos tóxicos tais como As, Cd, Co,

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23 INTRODUÇÃO

Cr, Cu, Ni, Pb e Hg em sombra e batom. Não existe legislação no Brasil e tampouco

no exterior.

Esse trabalho tem como objetivo obter e comparar pigmentos nanométricos

encapsulados a base de TiO2 dopados com íons de metais de transição (Fe, Co, Ni,

Al) através de 3 (três) métodos de síntese: precursores poliméricos (Pechini);

hidrotermal de microondas; e co-precipitação associado à química sol-gel. Definir os

parâmetros de síntese para a obtenção de pigmentos encapsulados a base do óxido

de titânio; Sintetizar pelo método dos precursores poliméricos e caracterizar os

pigmentos cerâmicos: [(Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9]; Sintetizar pelo método hidrotermal por

microondas e caracterizar os pigmentos cerâmicos: [Ti0,9Al0,1] e [Ti0,9Fe0,1]; Sintetizar

pelo método de co-precipitação associado à química sol-gel, obter e caracterizar

nanopartículas de óxidos de titânio (TiO2) xerogel; Sintetizar pelo método de co-

precipitação associado à química sol-gel através de duas rotas de síntese (1 normal

e 2 modificada), e caracterizar pigmentos nanométricos à base de Titânio xerogel e

Titânio comercial (rutilo): [Ti0,9Fe0,1]; [Ti0,9Ni0,1]; [Ti0,9Co0,1]; Estudar as propriedades

físicas, químicas, morfológicas, ópticas e estruturais de todos os pós pigmentantes

resultantes das calcinações adotadas (400 ºC, 500 ºC, 600 ºC, 700 ºC, 800 ºC, 900

ºC e 1000 ºC), e assim avaliar através de técnicas de caracterização; Desenvolver

uma metodologia de síntese de pigmentos inorgânicos nanométricos tendo como

base TiO2, com distribuição de tamanhos de partículas a princípio na faixa de 20 nm

até 80 nm; Realizar um estudo comparativo entre os métodos de síntese com TiO2

xerogel e TiO2 comercial.

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CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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25 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. NANOTECNOLOGIA

2.1.1. Definição “Nanotecnologia”

A nanotecnologia refere-se à tecnologia na qual a matéria é manipulada em

escala atômica e molecular para criar novos materiais e processos com

características funcionais diferentes dos materiais comuns. A nanotecnologia não

trata apenas do estudo dessas entidades tão pequenas, mas da aplicação desse

conhecimento [21]

Nano é um prefixo que corresponde à bilionésima parte de alguma grandeza.

O prefixo “nano” vem do grego e significa “anão”. Um nanômetro é a medida

correspondente à bilionésima parte do metro ou a milionésima do milímetro. Um fio

de cabelo humano tem espessura de 80 mil nanômetros e um átomo, em média, 0,2

nanômetro [21].

Para efeito de patentes tem sido adotada, principalmente nos Estados Unidos,

a definição que, além de levar em conta as dimensões, considera também às

propriedades inovadoras destas entidades decorrentes da nanoescala [20;21].

O físico Richard Feynman é considerado o pai da nanotecnologia. Em 1959,

em uma conferência no encontro anual da Sociedade Americana de Física,

Feynman falou pela primeira vez do controle e da manipulação da matéria na escala

atômica. Feynman defendeu que não existia nenhum obstáculo teórico à construção

de dispositivos diminutos constituídos por elementos muito pequenos, no limite

formado por átomo-a-átomo. Ele defendeu que, num futuro não muito distante, os

cientistas poderiam tomar átomos e colocá-los onde bem entendessem, desde que

não fossem violadas as leis da natureza. Com isso, poderiam ser criados materiais

com propriedades inteiramente novas [21]

A nanotecnologia é verdadeiramente uma ciência multidisciplinar. Cientistas e

engenheiros trabalham ao lado de biólogos, físicos e químicos. Essa união na

pesquisa da nanoescala deve-se à necessidade de partilhar conhecimento sobre

ferramentas e técnicas, assim como sobre conhecimentos periciais em matéria de

interações atômicas e moleculares, nesta nova fronteira científica [21]

A nanotecnologia e a nanociência têm diversas plataformas de complexidade.

A incorporação em têxteis é algo que se pode fazer já tecnologicamente, mas outro

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26 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

patamar superior é a fabricação de máquinas, robôs em escala molecular, das quais

já existem protótipos, mas ainda não desempenham funções específicas. A

nanotecnologia está associada à diversas áreas, como medicina, eletrônica, ciência

da computação, química, biologia e mecânica, por meio dos nanomateriais, ou seja,

materiais com propriedades especiais devido à sua escala nanométrica [21]

Esses materiais podem variar quanto ao tamanho, composição química,

forma e superfície. Na escala nanométrica, as propriedades dos materiais podem

mudar de forma drástica, denominando-se “efeitos quânticos” a essas mudanças. Os

átomos passam a revelar características peculiares, podendo apresentar

condutividade elétrica, elasticidade, maior reatividade química, maior resistência,

cores diferentes, entre outras características, apenas reduzindo o tamanho, sem

mudar a substância [21].

2.1.2. Nanotecnologia em cosméticos

Dentre as diversas definições para nanotecnologia possíveis de serem

encontradas, destaca-se, aquela utilizada pele Rede de Nanocosméticos, definida

pela National Science Foundation como sendo,

(...) o desenvolvimento de pesquisa e tecnologia nos níveis atômico,

molecular ou macromolecular na faixa de dimensões entre 1 e 100

nanômetros para fornecer um entendimento fundamental dos

fenômenos e materiais na nanoescala e criar e usar estruturas,

dispositivos e sistemas que tenham novas propriedades e funções

devido ao seu tamanho pequeno ou intermediário. As propriedades e

funções novas e diferenciadas são desenvolvidas em uma escala

crítica de dimensão da matéria tipicamente abaixo de 100 nm (...) [22].

A empresa pioneira a introduzir um cosmético de base nanotecnológica, no

âmbito internacional, foi a Lancôme, divisão de luxo da L`Oréal, em 1995, com o

lançamento de um creme para o rosto constituído por nanocápsulas de vitamina E

pura, para combater o envelhecimento da pele. Diversas outras empresas

internacionais renomadas também passaram a investir em pesquisa para

desenvolver produtos nesta linha [23]. Empresas como Christian Dior, Anna Pegova,

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27 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Procter & Gamble, Revlon, Dermazone Solution, Chanel, Skinceuticals, Estee

Lauder, Shiseido, Garnier, Johnsons e Johnsons exemplificam grandes

empreendedoras do setor que vieram a lançar produtos baseados em

nanotecnologia.

No Brasil, a primeira empresa a desenvolver e colocar no mercado um

nanocosmético foi O Boticário, com um creme anti-sinais para a área dos olhos,

testa e contorno dos lábios, chamado Nanoserum. A composição nanoestruturada

leva ativos como vitamina A, C e K e um produto para clareamento. A tecnologia,

desenvolvida em parceria com o laboratório francês Comucel, teve investimentos de

R$ 14 milhões e faz parte da linha Active, que começou a ser vendida em 2005. Em

2007, lançou o VitActive Nanopeeling Renovador Microdermoabrasão, cosmético

anti-sinais com nanotecnologia aplicada. Outros itens incluem o Liftserum Anti-Sinais

e o Sistema Avançado Anti-Sinais 65+. A Natura, por sua vez, lançou em 2007 um

produto para hidratação corporal, chamado Brumas de Leite, com partículas da

ordem de 150 nm. No mesmo ano também colocou no mercado o Spray Corporal

Refrescante para o público masculino [23].

A nanotecnologia voltada para a cosmética tem como foco, sobretudo, os

produtos destinados à aplicação na pele do rosto e do corpo, com ação

antienvelhecimento e de fotoproteção, capazes de penetrar nas camadas mais

profundas da pele, potencializando os efeitos do produto [23].

De acordo com Fronza et al [22] a seguinte definição pode ser aplicada para

um nanocosmético: “uma formulação cosmética que veicula ativos ou outros

ingredientes nanoestruturados e que apresenta propriedades superiores quanto a

sua performance em comparação com produtos convencionais”.

No setor cosmético, nanomateriais, como as nanopartículas, estão presentes

em xampus, condicionadores, pastas de dentes, cremes anti-rugas, cremes

anticelulites, clareador de pele, hidratantes, pós-faciais, loções pós-barba,

desodorantes, sabonetes, foto protetores, maquiagens de modo geral, perfumes e

esmaltes [22].

Em se tratando de produtos cosméticos, entretanto, é necessária uma

escolha cuidadosa do tipo de carreador a ser utilizado para uma determinada

substância ativa, tendo em vista o objetivo a que seu uso se propõe. Produtos que

se destinam a permanecer na pele, sem que ocorra sua absorção, como é o caso

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28 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

dos filtros solares, por exemplo, devem ser formulados para atenderem a esse fim.

Dessa forma, a melhor forma de aumentar o desempenho de um ativo em uma

formulação cosmética é o desenvolvimento de sistemas de liberação apropriados

[24].

Alvarez-Román e colaboradores [25] pesquisaram a penetração cutânea

passiva e a permeação de produtos altamente lipofílicos, como o protetor solar

octilmetoxicinamato (OMC) e o corante fluorescente Nile red (NR), encapsulados em

nanopartículas biodegradáveis de poli(£)caprolactona, comparativamente aos

mesmos produtos não encapsulados. Os autores observaram que o encapsulamento

nanoparticulado produziu um aumento de 3,4 vezes no nível de OMC dentro do

estrato córneo, embora o uso de nanopartículas não tenha propiciado aumento na

permeação do mesmo na pele, mas sim um aumento na sua disponibilidade no

estrato córneo. Em nanopartículas contendo NR, a fluorescência foi perceptível a

profundidades maiores (acima de 60 μm) dentro da pele, comparativamente quando

dissolvido em propilenoglicol, e que a alteração de distribuição foi devida, ao menos

em parte, a atividade termodinâmica alterada que resultou em um aumento de seu

coeficiente de partição no estrato córneo.

Na Figura 2.1 estão evidenciadas as camadas da pele com suas respectivas

dimensões, com base em trabalho de Chien [26], permitindo a visualização dos

diferentes graus de penetração de produtos nanoparticulados na pele.

Figura 2.1 - Camadas da Epiderme [23].

Por outro lado, quando se pretende um maior grau de penetração podem ser

utilizados certos ativos para atender a esta finalidade; é neste âmbito que também

se aplicam as nanopartículas. Os primeiros produtos que prometiam combater as

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29 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

rugas, tomando-os como exemplos eram limitados a esfoliar a área mais superficial

da epiderme, a camada córnea. Na década de 70, surgiram cremes cujas

formulações continham substâncias que conseguiam penetrar na pele, porém

apenas na camada córnea. Já nos anos 80, surgiram os alfa-hidroxiácidos, com

capacidade de penetração um pouco maior. Em 1990, surgiram os lipossomas,

minúsculas partículas compostas de gordura e água, que chegavam ainda mais

fundo na pele, mas não na camada basal [23].

Pesquisas realizadas pela Faculdade de Engenharia Química da Unicamp

demonstram que atualmente vêm sendo dada uma maior ênfase a dermocosméticos

com ação diferenciada, como é o caso dos nanocosméticos, em que se espera, por

exemplo, uma ação mais eficaz em rugas e preenchimentos, pela penetração mais

profunda das partículas na pele, sem o risco de alcançar a corrente sanguínea. Isto

porque, quando as moléculas dos princípios ativos dos cremes possuem tamanhos

maiores elas ficam apenas na superfície da pele, protegendo-a da perda de água,

tendo efeito puramente cosmético [23].

Segundo Sonia Tuccori, doutoura em Química que trabalha com a área de

nanotecnologia na empresa Natura, “Os produtos cosméticos nano têm três apelos

irresistíveis: melhor absorção, ação prolongada e um toque mais leve” [27]. Além

disso, novas nuances são fortes tendências, como explica a pesquisadora Silvia

Guterres, da Rede de Nanocosméticos, que acredita que “serão obtidas tonalidades

de cores nunca vistas antes, com muito mais nuances” [23].

Além destas características, Wissing e Müller [28] também destacam que as

nanopartículas são vantajosas para aplicações cosméticas por atuarem como

agentes oclusivos e também pelo potencial bloqueador das radiações ultra-violeta,

atuando como filtros físicos, podendo estar combinados a filtros químicos com o

propósito de melhorar a fotoproteção.

Nos protetores solares, as gotículas são pigmentos de um branco brilhante

que refletem luz de todos os comprimentos de onda. Porém, nanopartículas de TiO2

não refletem a luz visível por serem transparentes, porém ainda bloqueiem a luz

UV.[30-31] Assim, partículas de TiO2 em nanoescala proporcionam excelente

proteção UV nas aplicações de filtro solar. Portanto, na forma de nanopartículas,

além da maior eficiência, não há o aspecto esbranquiçado típico provocado pela luz

espalhada após a aplicação do protetor [23;29].

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30 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O setor cosmético vem fazendo uso desta tecnologia devido às diversas

vantagens da sua aplicação, principalmente no que concerne a uma maior

capacidade de penetração dos ativos nas camadas da pele [32]. Porém, apenas em

um futuro próximo, com um maior e mais efetivo desenvolvimento desta tecnologia,

é que se poderá ver com mais clareza seus reais benefícios e a segurança dos

produtos oferecidos com este apelo [33-34] Os possíveis riscos na aplicação de

nanopartículas incluem uma possível toxicidade e uma possível ausência de

biocompatibilidade dos materiais utilizados. Não menos importante é considerar os

impactos ambientais que também pode vir a ocasionar, caso este aspecto não seja

alvo de estudos [34].

2.2. PIGMENTOS

Define-se pigmento como um particulado sólido, orgânico ou inorgânico,

branco, preto, colorido ou fluorescente, que seja insolúvel no substrato no qual

venha a ser incorporado e que não reaja quimicamente ou fisicamente com este [35-

36]. A produção de pigmentos inorgânicos pode ser alcançada por diversos métodos

ou por uso dos pigmentos minerais (minerais coloridos ou que servem de base à

obtenção de outros pigmentos inorgânicos) que devem ser devidamente preparados,

por meio de técnicas de beneficiamento mineral, antes da utilização como pigmento.

Estruturalmente, um pigmento inorgânico é formado por uma rede hospedeira, na

qual se integra o componente cromóforo (normalmente um cátion de metal de

transição) e os possíveis componentes modificadores, que estabilizam, conferem ou

reafirmam as propriedades pigmentantes [37].

2.2.1. Pigmentos inorgânicos

Os pigmentos sintéticos, também conhecidos como pigmentos

inorgânicos complexos, se diferenciam por serem preparados mediante

procedimentos químicos. Os inorgânicos sintéticos são os mais utilizados por

apresentarem uma excelente estabilidade química e térmica e também, em geral,

uma menor toxicidade para os seres humanos e para o meio ambiente [38]. Entre as

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31 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

propriedades apresentadas pelos pigmentos as mais importantes, naturalmente, são

as óticas, principalmente a capacidade de fornecer cor e opacidade [39].

A cor pode ser definida como uma manifestação física da luz modificada,

resultante da absorção/reflexão de parte da radiação visível que incide sobre um

objeto e, consequentemente, resposta dos seres humanos ao estimulo físico-

psicológico provocado [40]. Os pigmentos inorgânicos produzem cor por ação de

íons cromóforos que absorvem a radiação visível de forma seletiva e sendo

estabilizados por mecanismos químicos apropriados conseguem manter sua ação

pigmentante, sob condições químicas e de temperatura desfavoráveis [41-42].

Considerando-se pigmentos inorgânicos, o mecanismo de estabilização

da cor é bastante variado, mas sinteticamente, podem-se considerar três tipos

segundo o modo de estabilização do íon cromóforo: pigmento cerâmico, pigmento

encapsulado e soluções sólidas [43].

A Associação dos Fabricantes de Cores Secas dos Estados Unidos

(DCMA) [44] classificou estruturalmente diversos sistemas de pigmentos cerâmicos

(Tabela 2.1).

Tabela 2.1 – Classificação estrutural dos pigmentos cerâmicos [44].

Pigmento

Cor Estrutura

Vermelho (Co, Mg)B2O3; LiCoPO4

Azul Co2SiO4; CoAl2O4; (Zr,V)SiO4

Verde Ni2SiO4; Co2TiO4

Amarelo Pb2Sb2O7; (Ni, Ti, Nb)O2; (Zr,Pr)SiO4

Rosa (Al,Cr)2O3; (Zr,Fe)SiO4

Marrom Fe2TiO4; NiFe2O4

Negro CuCr2O4

Branco TiO2

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32 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.2.2. Pigmentos encapsulados

São pigmentos onde a partícula do cromóforo é ocluída numa matriz

termicamente estável, o íon cromóforo não faz parte da estrutura cristalina da matriz,

atuando esta última como uma partícula protetora que o envolve.

Na seleção do opacificante é necessário levar em consideração outro fator, tal

como a variação de propriedades químicas provocada por aquecimento. Por

exemplo, o óxido de titânio, dado o seu elevado índice de refração na forma

cristalina anatásio, é o agente opacificante quase sempre selecionado para o

emprego a temperaturas inferiores a 850°C. A aproximadamente 900°C, o anatásio

se transforma em rutilo absorvendo na região do visível e originando uma

pronunciada cor creme. Portanto, embora o TiO2 seja um excelente opacificante não

deve ser utilizado em elevadas temperaturas quando sua capacidade de

branqueamento também for desejada [45].

A fase amorfa da sílica (SiO2), bem como a própria sílica, que tem como uma

característica importante, a facilidade de sinterização a temperaturas relativamente

baixas, é muito utilizada, na síntese de pigmentos encapsulados [46-47]

2.3. ENCAPSULAMENTO DE PARTÍCULAS

O encapsulamento é uma técnica largamente empregada nas indústrias de

produtos farmacêuticos, agrícolas, cosméticos e de revestimentos. Encapsular é

simplesmente a ação de recobrir um material com uma camada. Uma entidade

nanométrica, quando recoberta com uma camada de um outro material compatível,

transforma-se em um nanocompósito. Portanto, um nanocompósito corresponde a

uma combinação de duas ou mais diferentes substâncias de tamanho nanométrico.

Um nanocompósito é um material que geralmente apresenta propriedades melhores

ou específicas devido à combinação das propriedades e/ou efeitos estruturais dos

componentes [48].

Os materiais são recobertos por uma série de motivos: o encapsulamento

pode tornar uma substância biocompatível, acrescentar ao material estabilidade

química, térmica e mecânica, oferecer proteção ao desgaste, aumentar a

durabilidade ou tempo de vida, inibir a corrosão ou ainda alterar as propriedades

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33 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

físico-químicas e biológicas do material [45]. O encapsulamento é também muitas

vezes utilizado por razões de toxicidade, para mascarar gosto e odor, ou para

facilitar a estocagem e o transporte do produto encapsulado [49].

Quando os materiais a serem recobertos são da ordem nanométrica ou

micrométrica, o processo sol-gel, que pode ser conduzido em solução, é muito

atraente. A técnica sol-gel pode ser aplicada a sistemas delicados sem destruir sua

estrutura ou funcionalidade. A superfície dos óxidos pode ser modificada [50] pelo

processo sol-gel, ampliando-se as possibilidades de aplicação dos mesmos. Estudos

mostram favoráveis encapsulamentos com sílica não apenas por razões de

estabilidade, mas também pelo ajuste das propriedades ópticas. Os efeitos ópticos

podem ser controlados pelo controle da espessura das camadas.

No caso do encapsulamento de pigmentos, o objetivo principal é promover

uma melhor interação entre o material inorgânico (pigmento) e a matriz

encapsuladora, melhorando desta forma as propriedades mecânicas e ópticas do

sistema composto, além de diminuir a tendência à aglomeração e crescimento das

partículas. A aglomeração de pigmentos provoca um prejuízo ainda maior nas

indústrias de tintas, onde a característica óptica do pigmento é desejada. Através do

encapsulamento pode-se melhorar as propriedades ópticas, eletrônicas e

magnéticas do sistema ou ainda aumentar a estabilidade das partículas, ampliando-

se a faixa de aplicação dos produtos.

Na literatura [51-52] encontra-se frequentemente a denotação A@B para

designar o encapsulamento de uma substância A (núcleo) por uma B (casca), ou

seja uma estrutura do tipo core-shell. A Figura 2.2 mostra um esquema genérico

representativo do encapsulamento de partículas.

Figura 2.2 – Encapsulamento de partículas A por B [51].

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34 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.4. COR

Os espectrofotômetros e os colorímetros de refletância são os dois tipos

principais de instrumentos para medir cor. Os espectrofotômetros de refletância

medem o montante de luz refletida por uma amostra em muitos intervalos de banda

curta no comprimento de onda, resultando em um espectro de refletância.

A vantagem de se usar dados de refletância ou transmitância espectral para

se obter a cor de um objeto, é que estes dados espectrais podem ser calculados

para diferentes iluminantes e observadores padrões e computados para vários

sistemas de espaço de cor. Em contraste, colorímetros tristímulos empregam três

filtros de banda larga para obter três números que podem ser convertidos

diretamente para valores tristímulos, consequentemente, os colorímetros não podem

providenciar dados de refletância espectral [53].

As ondas de luz são tridimensionais, têm uma frequência, um comprimento de

onda e uma velocidade. Mas, e ao contrário do que acontece com o som, não

precisam de um meio para se propagar. A luz visível - aquela que os olhos humanos

são sensíveis tem uma frequência muito elevada, cerca de 600 trilhões (6x1014) de

ondas atingem o globo ocular a cada segundo [54].

Do mesmo modo que diferentes frequências de som são percebidos pelos

seres humanos como timbres musicais, também diferentes frequências de luz são

percebidas como diferentes cores. A luz vermelha tem uma frequência de 460

trilhões (4,6 x 1014) de ondas por segundo, a luz violeta cerca de 710 trilhões (7,1 x

1014) de ondas por segundo. Entre as duas estão às conhecidas cores do arco-íris. A

cada cor corresponde uma frequência [54].

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35 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Figura 2.3 - A luz visível no espectro eletromagnético [54].

Os pigmentos mais utilizados na indústria cerâmica são aqueles compostos

por elementos de transição, os quais se caracterizam por apresentar os orbitais d

(para o metais de transição) ou f (para os terras raras) incompletos. A cor de um

pigmento pode variar em função do número de coordenação do metal, das

transições de elétrons associadas com os defeitos no cristal, da estrutura cristalina,

geometria e tamanho da partícula [54].

Medir a sensação visual da cor consiste em determinar as grandezas que

correspondem às respostas dos receptores do olho humano. No olho existem três

tipos de receptores de sensibilidades espectrais diferentes. Estas áreas de

sensibilidade foram determinadas por ensaios da Comissão Internacional de

Iluminação (CIE – Commission Internationale de I’Eclairage). Existem muitos

métodos para medir, matematicamente, a cor, porém, na área de cerâmica, o

método CIE-L*a*b* é usualmente o mais aceito. O sistema CIE-L*a*b* foi

desenvolvido na França, em 1976, pela CIE [55]. Neste sistema, o espaço de cor é

um sistema coordenado cartesiano definido por três coordenadas colorimétricas: L*,

a* e b*. A Figura 2.4 representa o diagrama de cromaticidade CIE, e exibe o modelo

de espaço de cores RGB (vermelho-verde-azul), e a Figura 2.5 a distribuição

espacial para as coordenadas cromáticas L*, a* e b* [56].

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36 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Figura 2.4 - Diagrama de cromaticidade CIE exibindo o gamut do modelo

RGB [56]

Figura 2.5 - Representação da distribuição espacial da cor [56].

As coordenadas colorimétricas a* e b* recebem o nome de cromaticidade e

junto com a claridade, L*, definem a cor de um estímulo. Quando o valor do termo

“a” é negativo, a cor se desvia no sentido da tonalidade verde e quando o valor

desta coordenada é positivo, tem-se um desvio para a cor vermelha. O eixo azul-

amarelo é designado pelo termo “b”, que, quando apresenta valor negativo, desvia-

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37 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

se no sentido do azul e, enquanto mostra sinal positivo, aproxima-se da tonalidade

amarela [57].

As diferenças de cores em cada eixo podem ser transformadas em uma

diferença total de cor chamada de ΔE, que é obtida através da seguinte equação 01:

222*)(** baLE Eq. 01

Em que:

ΔL* : Diferença de luminosidade;

Δa* : Diferença entre as cores vermelho e verde;

Δb* : Diferença entre as cores azul e amarelo

2.5. MÉTODOS DE SÍNTESES

2.5.1. Método dos precursores poliméricos (Pechini)

O método dos precursores poliméricos foi desenvolvido e patenteado por M.

Pechini em 1967 com o objetivo de promover sínteses de pós provenientes de

óxidos multicomponentes. Consiste na formação de uma rede polimérica a partir de

um ácido hidroxicarboxílico (como exemplo, ácido cítrico), formando quelatos com

óxidos metálicos distribuídos de forma homogênea por toda a rede. Adiciona-se um

álcool polihidroxi (como exemplo, etilenoglicol) para que haja a polimerização da

rede, que sob agitação constante e aquecimento moderado, sofre condensação. O

aumento da taxa de aquecimento reduz o excesso de solvente por evaporação e,

assim forma uma resina polimérica com alta viscosidade [58].

O método Pechini foi destacado em relação aos outros métodos de síntese

química por Singhal em 1999 por garantir uma composição química reprodutível,

com granulometria controlada, estrutura cristalina estável e alta pureza. No entanto,

possui algumas limitações, devido à solubilidade dos cátions metálicos na matriz

polimérica e, também, devido à reação de condensação entre ácido cítrico (AC) e

etilenoglicol (EG), que pode ocorrer em qualquer carboxila do AC sendo difícil a

previsão de processos como aumento da cadeia polimérica [59-60]. Outro problema

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38 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

encontrado no método é a remoção efetiva de grandes quantidades de orgânicos e a

grande perda de massa durante o tratamento térmico.

2.5.2. Método hidrotermal por microondas

Nas últimas décadas, o forno de micro-ondas tornou-se um acessório comum

na maioria das cozinhas domésticas e industriais, pois apresenta como principais

benefícios à rápida taxa de aquecimento e a economia de energia quando

comparado com os métodos convencionais de cozimento. No entanto, desde a

década de 60 a sua utilização tem crescido bastante na área científica e tecnológica,

visando ao processamento de materiais, em virtude de uma série de vantagens em

relação aos métodos convencionais de aquecimento. No processamento de

materiais cerâmicos, o forno de micro-ondas vem ganhando cada vez mais destaque

e importância em diversas aplicações como: síntese, secagem, calcinação, e

sinterização, devido às vantagens oferecidas, tais como a redução de energia, o

tempo menor de processamento e a melhoria da microestrutura dos materiais [61].

Os materiais cerâmicos são em geral transparentes as micro-ondas, mas são

também materiais dielétricos e o aquecimento do dielétrico é obtido através da

interação do material com as ondas eletromagnéticas. A transformação da energia

eletromagnética em calor, no interior do material, ocorre por um conjunto de

mecanismos em escala atômica e molecular, entre os quais, sobressaem-se a

condução iônica e a rotação dipolar [62]. Em processos de secagem de materiais em

fornos de micro-ondas, o principal fenômeno responsável pelo aquecimento e

consequente extração de água, é a rotação dipolar. Pode-se descrever sucintamente

esse fenômeno admitindo-se que a molécula de água apresenta-se como um dipolo

elétrico. Sob a ação de um campo elétrico externo, esse dipolo tende a girar,

orientando-se na direção do campo elétrico. Essa rotação do dipolo encontra

resistência e resulta em dissipação de energia sob a forma de calor, com o

consequente aumento da temperatura (62).

2.5.3. Método sol-gel não hidrolítica (não aquosa)

O método foi escolhido é porque este constitui um dos mais versátil e eficaz

método de síntese para obtenção de óxidos metálicos nanocristalinos com

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39 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

composição homogênea e alta pureza, além do protocolo de síntese ser simples

envolvendo precursores dos óxidos metálicos almejados e um solvente orgânico

(como o álcool propílico ou isopropílico), e os nanocristais obtidos apresentam uma

variedade de formatos e tamanho.

A literatura apresenta um grande número de artigos de revisão sobre a

síntese de materiais nanoestruturados, como nitretos, semicondutores, metais e

óxidos metálicos [63:67]. Em geral, dois tipos de metodologia de síntese são

utilizados para se obter nanoestruturas desses materiais [68]. Os métodos

mencionados são denominados por abordagem “de cima pra baixo” (Top down)

referente à maneira de se obter estruturas por meio da física do estado sólido e “de

baixo pra cima” (Bottom-up), geralmente em razão dos métodos químico-

moleculares de se obter materiais.

Na aproximação do tipo “Top-down” parte-se de um material previamente

preparado, em escala micrométrica ou mesmo nanométrica, e por processos de

abrasão ou moagem de alta energia, obtém-se o material nanoestruturado com

dimensões reduzidas. Esta metodologia apresenta vantagens de se obter

nanomateriais com alta pureza e podem ser prontamente adaptados para produção

em larga escala. No entanto, pode apresentar defeitos na superfície da estrutura e

tais imperfeições teriam um impacto significativo nas propriedades físicas e na

química de superfície das nanoestruturas, já que a razão superfície:volume nos

nanomateriais é muito grande [69].

Entretanto, o controle de tamanho e a síntese de nanopartículas

monodispersas são dificilmente obtidos por tal método. As aproximações do tipo

“Bottom-up” consistem no caminho inverso. Esta metodologia utiliza-se de

precursores moleculares ou iônicos como materiais de partida, que são submetidos

a um processo de nucleação e crescimento de partícula a fim de formar o material

de interesse. De maneira geral, com este tipo de aproximação menor quantidade do

produto desejado é produzida. Por outro lado, o controle quanto à formação de fase,

forma e tamanho de partícula são superiores às metodologias do tipo “Top-Down”.

Como o presente trabalho tem interesse na obtenção de óxidos metálicos

com controle de formato e tamanho de partícula, a seguir destacam-se alguns

métodos do tipo “Bottom-up”, como o método dos precursores polimérico, o método

por microondas, e a co-precipitação associada ao método sol-gel não hidrolítico (não

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40 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

aquoso), síntese essa não controlada pelo solvente (ou simplesmente sem adição

de surfactantes).

A co-precipitação de cátions metálicos como carbonatos, oxalatos, dentre

outros seguido de um tratamento térmico é um método comum no preparo de

nanopartículas de óxidos (63).

2.5.4. Método de co-precipitação associado à química sol-gel

Os processos não aquosos são divididos em duas vertentes: rota assistida

por surfactantes e rota controlada pelo solvente (sem adição de surfactantes).

De maneira geral, métodos de formação de nanocristais coloidais por rota não

aquosa assistida por surfactantes consistem de três componentes: o solvente,

precursores e surfactantes [70-71]. Normalmente este tipo de metodologia produz

nanocristais dispersos em um solvente, estabilizados por uma monocamada de

compostos orgânicos (surfactante) ligados na superfície dos mesmos [72]. A

presença deste surfactante previne a aglomeração, pois gera um impedimento

estérico entre as superfícies de duas ou mais partículas. A denominação de método

solvotermal também é empregada, tendo em vista que o tratamento térmico dos

precursores ocorre em um meio solvente [73-74]. No caso específico de solventes

orgânicos, utiliza-se a denominação solvotermal [75-77].

Os surfactantes são uma peça chave neste tipo de metodologia, por serem

responsáveis pela não aglomeração das partículas. Em geral são moléculas

anfifílicas que contém um grupo polar, que se liga na superfície da partícula, e ligado

a este grupo está uma cadeia carbônica responsável pelo impedimento estérico

entre os nanocristais [78]. Outro fator relevante do método não aquoso assistido por

surfactante é que estes permitem a síntese de nanomateriais com distribuição

estreita de tamanho de partícula ou até mesmo de amostras monodispersas com

excelente controle de tamanho, de acordo com a Figura 2.6 Isto é possível em

virtude deste método permitir a separação das etapas de nucleação e crescimento

das partículas. Desta forma, todos os núcleos de cristalização crescem de maneira

homogênea.

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41 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Figura 2.6 - Imagens de TEM de nanopartículas de óxido de ferro (Fe3O4) com

crescimento controlado de 6-13 nm [64].

Esta metodologia proporciona um excelente controle de tamanho com

partículas desaglomeradas em razão da estabilização estérica bem como um bom

controle morfológico e alto grau de homogeneidade. O processo sol-gel não aquoso

(ou não hidrolítico) em solventes orgânicos sem a presença de água é capaz de

superar algumas das principais limitações de sistemas aquosos. As vantagens estão

intimamente relacionadas ao papel múltiplo dos componentes orgânicos na mistura

reacional. Uma vez que atuam não somente como o agente fornecedor de oxigênio

para o óxido, mas também influenciam fortemente o tamanho de partícula, a forma,

as propriedades da superfície e de automontagem, e, em alguns casos, até mesmo

a composição e a estrutura do cristal [68;72]. As lentas velocidades de reação,

principalmente em razão da moderada reatividade da ligação C-O, em combinação

com o efeito estabilizante das espécies orgânicas, que conduzem à formação dos

produtos altamente cristalinos que são frequentemente caracterizados por

morfologias e tamanhos de partícula uniformes com dimensões da ordem de apenas

alguns nanômetros [68;72].

Em geral, o precursor pode tanto ser um sal metálico inorgânico como

nitratos, carbonatos ou sulfatos ou espécies do tipo organometálicos como um

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42 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

alcóxido metálico ou acetilacetonato metálico. Em sistemas aquosos, os alcóxidos

metálicos são os precursores mais amplamente usados, e sua transformação

química na rede do óxido metálico envolve reações de hidrólise e condensação [60].

Em processos sol-gel aquosos, o oxigênio para a formação do óxido é

fornecida pelas moléculas de água. Já em sistemas não aquosos, onde

intrinsecamente não há água presente, o oxigênio para a formação da nanopartícula

é fornecido pelo solvente (ésters, alcoóis, cetonas, ou aldeídos) ou pelo constituinte

orgânico do próprio precursor utilizado (alcóxidos ou acetilacetonatos).

As mais freqüentes etapas de condensação encontradas na formação de uma

ligação do metal-oxigênio-metal estão descritas no esquema 1. A (Eq. 1) indica a

condensação entre um haleto metálico com um alcóxido metálico (formados durante

a reação do haleto metálico com álcool) com posterior formação de um haleto de

alquila.

Um bom exemplo trata-se da preparação de nanocristais de anatase de TiO2

por meio da reação entre o isopropóxido de titânio e o cloreto de titânio [79]. A

eliminação de éter (Eq.2) resulta na formação da ligação M-O-M por meio da

condensação de dois alcóxidos metálicos com a posterior eliminação de um éter

orgânico. Mecanismo este reportado na preparação de nanopartículas de óxido de

háfnio [80].

O processo de eliminação de éster envolve a reação entre carboxilatos

metálico e alcóxidos metálico (Eq. 3), como mostrado na síntese de óxido de zinco e

de óxido índio [81] Ao se utilizar cetonas como solventes, o desprendimento do

oxigênio a partir de compostos carbonílicos geralmente envolve condensação

aldólica, onde dois compostos carbonílicos reagem entre si com subsequente

eliminação de água [81-82]. Neste caso as moléculas de água agem como a fonte

de oxigênio para a formação do óxido metálico (Eq. 4) [83-84].

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43 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Figura 2.7 - Etapas de condensação que levam a formação da ligação M-O-M em

processos Sol-gel Não aquoso [(Eq.1) eliminação de haleto de alquila, (Eq.2)

eliminação de éter, (Eq.3) eliminação de éster, (Eq.4) condensação do tipo aldol [79-

84].

Em comparação com a síntese de óxidos metálicos na presença de

surfactantes, a rota controlada pelo solvente é consideravelmente mais simples. A

mistura reacional inicial consiste apenas em dois componentes, o precursor do óxido

metálico e o solvente orgânico. O número reduzido de reagentes simplifica a

caracterização da solução final da reação e a elucidação dos mecanismos da

reação. A temperatura de síntese está entre 50 – 200° C, que é notavelmente mais

baixo do que no método de injeção à quente (120 – 300º C). Mas a vantagem

principal do método de síntese livre de surfactantes reside na pureza do produto.

A metodologia de síntese livre de surfactante tem empregado uma ampla

variedade de precursores de óxidos metálicos, tais como haletos metálicos,

acetatos, acetilacetonatos e alcóxidos e também incluem a mistura de diferentes

precursores no caso de óxidos mais complexos ou de óxidos dopados. Potenciais

solventes orgânicos contendo oxigênio tais como alcoóis, cetonas ou aldeídos ou até

mesmo de solventes livre de oxigênio como aminas ou nitrilas com pequenas

cadeias carbônicas. A escolha do solvente apropriado depende principalmente de

seu papel durante o crescimento da nanopartícula e também da morfologia desejada

assim como a composição e o produto final [68].

O solvente orgânico e/ou a espécie orgânica formada durante o decorrer da

reação atuam como agentes estabilizantes, pois se ligam à superfície da partícula

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44 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

limitando o crescimento do cristal e influenciando a morfologia, sem o agravante de

influenciar na toxicidade da superfície das nanopartículas.

Por fim, por meio desta metodologia tem-se que é possível obter bom controle

de tamanho e de morfologia como pode ser atestado na Figura 2.8, com a vantagem

de não se utilizar surfactantes para controlar o crescimento do cristal, além de

proporcionar alto grau de homogeneidade e cristalinidade, evitando-se posteriores

etapas de calcinação. O presente método apresenta baixa temperatura de

processamento, produzindo partículas quase-monodispersas (já que um sistema pra

ser considerado monodisperso é necessário que se apresente desvio padrão igual

ou inferior a 5% do valor médio das partículas) com tamanhos de poucos

nanômetros e excelente reprodutibilidade da metodologia de síntese, no entanto, por

meio de tal metodologia pode-se obter suspensões coloidais não estáveis e/ou

dificuldade de redispersar o precipitado obtido [82].

FIGURA 2.8 - Imagens de TEM (a) nanopartículas esféricas de CoFe2O4 utilizadas

como sementes e (b) nanopartículas cúbicas de CoFe2O4, (c) nanopartículas cúbicas

e (d) nanopartículas com formato de poliedro de MnFe2O4. (e) Imagem de TEM de

nanocristais de ZnO com formato cônico. (f) Imagem de TEM de nanorods de TiO2.

(g) Imagem de TEM de multipods de MnO. (h) Imagem de TEM de nanorods de

óxido de tungstênio [85].

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45 MATERIAIS E MÉTODOS

CAPÍTULO 3 - MATERIAIS E MÉTODOS

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46 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. SÍNTESE PELO MÉTODO DOS PRECURSORES POLIMÉRICOS – (MPP)

A preparação dos pigmentos cerâmicos em estudo foi realizada utilizando-se

o método dos precursores poliméricos (MPP). A aplicação desse método

possibilitou a síntese dos óxidos de ferro e alumínio. A matriz escolhida para atuar

como o núcleo do encapsulamento com estrutura do tipo core-shell nesse trabalho

foi o titânio comercial na fase rutilo (TiO2). A concentração dos íons cromóforos no

trabalho foi utilizar 10% em peso o utilizado da matriz encapsuladora, ou seja,

sintetizar pós com 90% em peso de TiO2 comercial com recobrimento a base de 10

% em peso de Al e Fe, resultando nos pigmentos de Titanato de ferro encapsulado

com alumina - FeTiO3@Al2O3. Justifica-se a utilização desse percentual de

cromóforos em peso, com base em estudos de referência que trabalharam

utilizando o mesmo percentual de cromóforos, e obtiveram resultados relevantes e

confiáveis [86, 87, 88, 89, 90, 91].

Para o desenvolvimento desses pigmentos (Al0,9Fe0,1)0,1.Ti0,9 foram

selecionados os reagentes necessários à aplicação do método; formulação das

amostras através da realização de cálculos estequiométricos; síntese polimérica e

caracterização dos pigmentos obtidos. Foram selecionados um agente formador da

rede polimérica, os íons cromóforos, a matriz do encapsulamento, o agente

polimerizante e o solvente. Para tais foram selecionados o ácido cítrico, o nitrato de

ferro, nitrato de alumínio, o titânio comercial, o etileno glicol e a água destilada

(Tabela 3.1).

Tabela 3.1 - Classificação dos reagentes utilizados (PP).

Reagentes Fórmula Química Pureza (%) Massa (g)

Nitrato de Ferro Fe(NO3)3.9H2O 99 5,29

Nitrato de

Alumínio

Al(NO3)3.9H2O 99 44,2

Titânio comercial TiO2 78 72

Ácido Cítrico C6H8O7.H2O 99,5 88,12

Etileno Glicol C2H6O2 99 58,69

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47 MATERIAIS E MÉTODOS

Na Figura 3.1 é apresentado o fluxograma das atividades desenvolvidas

durante a síntese dos precursores poliméricos (MPP).

Figura 3.1 - Fluxograma da síntese dos precursores poliméricos (MPP).

O ácido cítrico foi selecionado para atuar como reagente formador da rede

polimérica, uma vez que em sua estrutura molecular existem três grupos

ADD. NITRATO DE FERRO

ADD. ETILENO GLICOL

ÁGUA DESTILADA ÁCIDO CÍTRICO

AQUECIMENTO ~ 60 ºC e 70 ºC

ADD. NITRATO DE ALUMÍNIO

METÁLICOS ~60 e 70 ºC / 1 HORA

~70 e 80 ºC / 2 HORAS

ADD. TITÂNIO COMERCIAL

DESAGREGAÇÃO / ALMOFARIZ DE ÁGATA (#150)

CALCINAÇÃO 500 ºC, 600 ºC, 700 ºC, 800 ºC, 900 ºC; 1000 ºC; 2 ºC/MIN; 2 HORAS

DESAGREGAÇÃO / ALMOFARIZ DE ÁGATA (#150)

TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO

TG/DTG

UMÍNIO

METÁLI

COS

DRX

NITR

ATO

DE

ALU

MÍNI

O

MET

ÁLIC

OS

MEV

NITR

ATO

DE

ALU

MÍNI

O

MET

ÁLIC

OS

PRÉ-CALCINAÇÃO (PPP): 350 ºC; 3 ºC/MIN; 1 HORA

VIA MOINHO (2 HORAS) VIA MISTURA (30 MIN)

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48 MATERIAIS E MÉTODOS

carboxílicos e um grupo alcoólico na molécula que forma quelatos bastante

estáveis com os íons metálicos (Fe e Al) adotados como cromóforos na síntese.

O nitrato de ferro foi selecionado como um dos sais precursores do

procedimento em virtude de propriedades como forte absorção da luz ultravioleta,

atoxidade, estabilidade térmica e química, opacidade e variedade de cores

(amarela, laranja, vermelha, marrom e preta), por exemplo. Já o nitrato de alumínio,

por ser solúvel em água, podendo ser utilizado para controlar efetivamente a

intensidade e a estabilidade de cores.

O titânio comercial foi selecionado para atuar como matriz no

encapsulamento do pigmento por apresentar redes cristalinas estáveis. Na

aplicação do método dos precursores poliméricos utiliza-se largamente o etileno

glicol como polimerizante, uma vez que juntamente com o ácido cítrico, usado

como reagente formador da rede polimérica, sofre facilmente esterificação em

temperaturas moderadas (~100ºC). E por fim, o outro reagente selecionado como

precursor da síntese polimérica foi à água destilada que vem sendo adicionada ao

método com o objetivo de modificar a viscosidade da resina facilitando a

solubilidade dos sais na mesma.

Para a obtenção do pigmento cerâmico, as amostras foram formuladas a

partir de cálculos estequiométricos aplicados para balancear os reagentes,

levando-se em consideração os valores de suas massas atômicas, de forma que a

relação de 4 mols de ácido cítrico para 1,0 mol de metal fosse mantida a fim de se

garantir a participação do metal na formação do citrato (Tabela 3.1).

Eq. 3.1

Inicialmente dissolveu-se o ácido cítrico em água destilada em um béquer de

vidro com capacidade para 600 mL sob agitação constante e aquecimento a uma

temperatura entre 60º e 70 ºC até diluir por completo o ácido cítrico. Após a

solubilização do ácido em água, foi adicionado o nitrato de alumínio, sob agitação

constante e aquecimento entre 60 ºC e 70 °C durante 1 hora, logo após foi

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49 MATERIAIS E MÉTODOS

adicionado lentamente o nitrato de ferro, mantendo as mesmas condições de

temperatura e agitação por mais 1 hora, Ao final desse procedimento, o etileno

glicol foi adicionado à solução respeitando uma proporção em massa de 60 %

Ácido Cítrico para 40 % Etileno Glicol para que houvesse a polimerização da rede,

sob constante e aquecimento entre 70 ºC e 80 ºC por mais 2 horas.

Em seguida a temperatura permaneceu constante em 80 ºC e a solução foi

assim mantida durante 2 horas, sob agitação constante, uma vez que o aumento

da temperatura reduz o excesso de solvente por evaporação e tem como

consequência a formação de uma solução com alta viscosidade. Em seguida, o

titânio comercial foi adicionado a essa solução para o encapsulamento com a

camada de cromóforos. Foram estudadas duas vias: 1ª) via mistura: sob a agitação

de um misturador durante 30 minutos, e a 2ª via moagem: sob a agitação de um

moinho de alta energia (moinho atritor) durante 2 horas, levando ainda mais o

aumento da viscosidade tendo como resultado final, em ambas as vias, um gel

polimérico límpido e translúcido, denominado resina polimérica foi obtido. Essas

resinas poliméricas foram submetidas à pré-calcinação em um forno tipo Mufla a

temperatura de 350 ºC, com taxa de aquecimento de 3 ºC/min, com patamar de 1

hora.

Nessa etapa, parte do material orgânico foi eliminado ocorrendo à

decomposição parcial do polímero e consequentemente a formação da resina

expandida, também chamada de pó precursor polimérico (PPP). Deste modo o pó

precursor polimérico, foi então submetido à desaglomeração em almofariz de

ágata, e em seguida peneirado em malha de 150 mesh. O material obtido foi

dividido, inicialmente, em duas partes. Uma das quais foi analisada termicamente

através das técnicas de termogravimetria (TG) e análise térmica diferencial (DTA);

a outra foi novamente dividida em cinco partes. Cada uma delas passou por uma

segunda calcinação a temperaturas mais elevadas: 500 ºC, 600 ºC, 700 ºC, 800 ºC,

900 ºC, 1000ºC e taxa de aquecimento de 2 ºC/min com patamar de 2 horas em

forno do tipo Mufla sob atmosfera ambiente. Posteriormente os pós foram

resfriados até a temperatura ambiente e devidamente caracterizados por métodos

de análises DRX e MEV.

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50 MATERIAIS E MÉTODOS

3.2. SÍNTESE PELO MÉTODO HIDROTERMAL POR MICROONDAS – (MHM)

Para a síntese pelo método hidrotermal por microondas (MHM), foram feitas

duas soluções cujas concentrações foram verificadas para melhor controle

estequiométrico das sínteses composicionais os valores encontrados foram: para a

solução do ferro e alumínio 0,04 mol/L, para a base (NaOH) 0,1 mol/L.

Na Figura 3.3 é apresentado o fluxograma das atividades desenvolvidas

durante a síntese hidrotermal assistido por microondas (MHM).

Figura 3.3 - Fluxograma da síntese hidrotermal assistido por microondas (MHM).

ADD. TiO2 COMERCIAL

FORMAÇÃO DA SUSPENSÃO

140ºC / 60 MIN 3 kgf/cm

3

HIDROTERMAL MICROONDAS

CARACTERIZAÇÃO

ADD. ÁLCOOL (C2H6O2)

ADD. NaOH

LAVAGEM (20 MIN.) / CENTRIFUGA (3500 RPM)

SECAGEM 60 ºC / 6 HORAS

FRX / DRX

NITRATO (Al) (0,04 molar/L)

NITRATO (Fe) (0,04 molar/L)

FORMAÇÃO DE PRECIPITADO VERMELHO (TiO2:10%Fe)

FORMAÇÃO DE PRECIPITADO BRANCO (TiO2:10%Al)

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51 MATERIAIS E MÉTODOS

A classificação dos reagentes utilizados encontram-se na Tabela 3.2.

Tabela 3.2 - Classificação dos reagentes utilizados (MHM).

Reagentes Fórmula Química Pureza (%)

Nitrato de Ferro Fe(NO3)3.9H2O 99

Nitrato de Alumínio Al(NO3)3.9H2O 99

Titânio comercial TiO2 78

Hidróxido de Sódio NaOH 98

Álcool etílico Absoluto C2H6O2 99,9

Inicialmente as amostras foram preparadas em meio aquoso, diluído o

nitrato de ferro Fe(NO3)3.9H2O na solução do ferro, e nitrato de alumínio

Al(NO3)3.9H2O na solução de alumínio lentamente em 70mL de água destilada,

álcool etílico absoluto (C2H6O2) e na razão de 1:1 de ambas em temperatura

ambiente, sob agitação até completa dissolução. Após 10 minutos de agitação em

temperatura ambiente foi adicionado mais 70mL de água destilada, álcool etílico

absoluto e na razão de 1:1 de ambas, totalizando 140mL de cada solução

estudada. Após esta etapa, uma certa quantidade de base (NaOH) foi adicionada

afim de se obter uma suspensão e adicionado o TiO2 comercial. Após mistura e

passados 10 minutos foi observado o pH ~ 3.

A reação foi realizada a 140 ºC por 60 mim, com razão de aquecimento de

25 ºC/minuto, sob a pressão de aproximadamente 3 Kgf/cm3, medido através de

manômetro. Após o processo, foram obtidos um precipitado branco para o Titanato

de Alumínio (TiO2: 10%Al) e um vermelho para o Titanato de Ferro (TiO2: 10%Fe),

e posteriormente os pigmentos sintetizados foram lavados por várias vezes e

observou-se que o precipitado de titanato de ferro foi perdendo a cor vemelho. A

lavagem foi em meio alcoólico (etanol) em temperatura ambiente através de

centrifuga, por 40 min em 3000 rpm, para neutralização do pH = 7. Logo em

seguida os precipitados foram levados à estufa a 60 ºC até que estivessem

completamente seco, por aproximadamente 6 horas.

O tempo de reação e a temperatura, além do tipo de reagente e de sua

concentração determinam o tamanho e o grau de cristalinidade das partículas,

portanto, os fatores tempo e tipo de reagente foram objetos de estudo durante as

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52 MATERIAIS E MÉTODOS

sínteses. Após o processo de síntese, cada material foi submetido a

caracterizações químicas (FRX/DRX).

O equipamento utilizado foi um idêntico ao microondas doméstico de marca

PANASONIC (modelo NN-ST357WRPK, 2.45 GHz e potência máxima de 800W),

este adaptado a um reator Teflon para o processamento hidrotermal. A Figura 3.2

mostra o forno original utilizado na preparação do material.

Figura 3.2 - Equipamento hidrotermal de microondas [71].

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53 MATERIAIS E MÉTODOS

3.3. SÍNTESE PELO MÉTODO DE CO-PRECIPITAÇÃO ASSOCIADO À QUÍMICA

SOL-GEL – (MCSG)

O presente trabalho desenvolveu o método de co-precipitação associado à

química sol-gel (MCSG) de nano pigmentos com estrutura do tipo casca-núcleo

(core-shell) à base de titânia (TiO2). Estes produtos encontram aplicações em

áreas de interesse tecnológico crescente nas indústrias de polímeros, tintas e

cosméticos. Este pigmento é composto pelo óxido de titânio formando o núcleo

(core) e diferentes óxidos metálicos formando a casca (shell). Dependendo dos

precursores ou combinação de precursores usados e dos metais envolvidos na

reação é possível definir qual a melhor aplicação para estes pigmentos, por

exemplo, não aconselhável o uso de óxido de cobalto para compor a casca de

pigmentos que serão utilizados em cosméticos [92;94].

A síntese de titânia a partir da técnica sol-gel envolve a hidrólise de um

alcoóxido de titânio que resulta em um gel formado por uma rede tridimensional de

hidróxidos de titânio, como moléculas do solvente preenchendo os poros do

referido gel e que são retidas durante a condensação do referido hidróxido [93]. As

equações 3.2; 3.3; 3.4 e 3.5 representam o processo descrito. Estas equações

foram propostas para a metodologia em um trabalho [95] para a hidrólise do

alcoóxido de zircônia. As equações abaixo foram propostas para a titânia a partir

desta metodologia mencionada para a zircônia.

Hidrólise

Ti(OC3H7)4 + C3H7OH + NH4OH Ti(OH)4 + C3H7OH +NH3 Eq. 3.2

meio de isopropóxido Sol

Policondensação

Ti(OH)4 [Ti(OH)4]n.xC3H7OH.yH2O Eq. 3.3 Sol Gel

110C

[Ti(OH)4]n.xC3H7OH.yH2O Ti(OH)4 + xC3H7OH + yH2O Eq. 3.4 Gel Amorfo

400C

Ti(OH)4 TiO2 (A) Eq. 3.5

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54 MATERIAIS E MÉTODOS

Entre os vários parâmetros controlados na síntese de titânia, a secagem do

gel tem um papel muito importante na determinação de suas propriedades

estruturais e de textura [96]. A secagem convencional em mufla remove as

moléculas do solvente a partir dos poros do gel e por isso a taxa em que se realiza

a evaporação do(s) solvente(s) é muito importante [97-98]. Durante a secagem

térmica uma pressão capilar é desenvolvida no interior dos poros na interface

líquido-sólido, levando ao colapso da estrutura de poros resultando em um material

mais denso, conduzindo a formação de uma estrutura de poros com uma

distribuição de tamanhos de poros com diâmetros médios variando na faixa de

micro até mesoporos. Esta característica estrutural é fundamental para a aplicação

final deste tipo de material, ou seja, a modificação da distribuição de poros na

partícula pode facilitar ou prejudicar a ancoragem de um segundo material sobre a

titânia, ou seja, da casca sobre o núcleo.

Na Figura 3.4 pode ser observado 4 amostras de nanopartículas de SiO2

amorfos, a partir de TEOS, através do MEV e MET, comprovando a

homogeneidade morfológica característica dos pós obtidos por esse método de

síntese [93].

Figura 3.4 - Imagens MEV (a & b) e MET (c & d) do Si-2 e Si-2-IL-HSO4 [93].

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55 MATERIAIS E MÉTODOS

A secagem supercrítica (SCD) tem sido utilizada como uma técnica

alternativa para a evaporação do solvente para os efeitos de uma interface líquido-

sólido e, assim, manter a estrutura porosa [99:104]. Entretanto, devido à

necessidade de formar uma camada sobre a superfície destas partículas, a

secagem convencional é favorável devido à interface líquido-sólido promover

ligação entre os cátions metálicos e a superfície das partículas de titânia.

Esse método pode produzir partículas pequenas, de alta pureza, além disso,

o ajuste do tamanho das nanopartículas depende das condições de preparação,

tais como: o pH das soluções, a temperatura da reação, o tempo decorrido desde

que o precipitado foi preparado, a velocidade de agitação, a concentração de íons

e o tipo da base usada (NaOH, KOH, NH4OH) [105:108].

3.3.1 - Síntese de Titânia e obtenção de pós – (ST-MCSG)

Para a síntese de titânia através do método de co-precipitação associado à

química sol-gel (ST-MCSG) foram sintetizados da seguinte forma: 98% em peso de

isopropóxido de Ti IV (Ti[OCH(CH3)2]4) (Ti-P) diluído para 30% em peso por adição

de álcool n-propanol (CH3CH2CH2OH) foi utilizado como um precursor de titânio

(0,025 M). Numa experiência típica, Ti-P (21,3 g) diluído com n-propanol (48,4 g) foi

hidrolisado por adição gota a gota ( 3ml/min) de solução aquosa de amônia

(NH4OH), sob agitação contínua em um agitador magnético até que o pH estivesse

entre 10-10,5. Após hidrólise, o “sol” foi continuamente agitado durante 3 horas à

temperatura ambiente (25 ºC) para polimerizar o “gel”. Posteriormente o “sol” foi

lavado em meio alcoólico (n-propanol) em temperatura ambiente, através de um

filtro, com o auxilio de uma bomba de vácuo. O gel resultante foi, em seguida, seco

(110 ºC/ 12 horas). As amostras obtidas sob a forma de pós finos sob condições

supercríticas e secagem térmica são designados como TiO2-Aerogel e TiO2-

xerogel, respectivamente. A amostra de Titânia xerogel foi calcinada a 400 C

durante 4 horas de patamar, em forno mufla para obter o xerogel de titânia

cristalina. A classificação dos reagentes utilizados encontram-se na Tabela 3.3.

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56 MATERIAIS E MÉTODOS

Tabela 3.3 - Classificação dos reagentes utilizados (ST-MCSG).

Reagentes Fórmula Química Pureza (%)

Isopropóxido de Titânio IV Ti[OCH(CH3)2]4 97

Álcool n-propanol CH3CH2CH2OH 99,5

Hidróxido de amônio NH4OH 28

Na Figura 3.5 é apresentado o fluxograma das atividades desenvolvidas

durante a síntese para a obtenção de titânia xerogel (ST-MCSG).

Figura 3.5 – Fluxograma da síntese de Titânia (ST-MCSG).

LAVAGEM / FILTRO (BOMBA DE VÁCUO)

SECAGEM (110 ºC); 12 HORAS

CALCINAÇÃO: 400 ºC; 3 ºC/MIN; 4 HORAS

TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO

DRX

NITR

ATO

DE

ALU

MÍNI

O

MET

ÁLIC

OS

98% Ti-P DILUÍDO EM 30% EM PESO POR ADIÇÃO DE N-PROPANOL

ADD. N-PROPANOL ADD. Ti-P (0,025 M)

ADD. AMÔNIO (HIDRÓLÍSE) ~ 3 ml /min e pH 10-10,5

MISTURA (AGITADOR MAGNÉTICO); 25º C; 3 HORAS

TG/DTA

TG/DTA

MEV/EDS FTIR BET

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57 MATERIAIS E MÉTODOS

3.3.2 - Síntese de pigmentos nanométricos com estrutura do tipo casca-

núcleo (core-shell) à base de titânia (TiO2) – (SPN-MCSG)

É o processo de síntese de pigmentos nanométricos (SPN-MCSG) com

estrutura do tipo casca-núcleo (core-shell) à base de titânia (TiO2) formando o

núcleo, recoberta com diferentes óxidos metálicos, formando a casca.

A classificação dos reagentes utilizados encontram-se na Tabela 3.4.

Tabela 3.4 - Classificação dos reagentes utilizados nas sínteses core-shell (SPN-

MCSG).

Reagentes Fórmula Química Pureza (%)

Isopropóxido de Titânio IV Ti[OCH(CH3)2]4 97

Álcool n-propanol CH3CH2CH2OH 99,5

Hidróxido de amônio NH4OH 28

Nitrato de Ferro Fe(NO3)3.9H2O 99

Nitrato de Cobalto Co(NO3)2.6H2O 99

Nitrato de Níquel Ni(NO3)2.6H2O 99

Na Figura 3.6 é apresentado o fluxograma das atividades desenvolvidas

durante a síntese para a obtenção de pigmentos com estrutura core-shell (SPN-

MCSG).

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58 MATERIAIS E MÉTODOS

Figura 3.6 – Fluxograma da síntese para a obtenção de pigmentos com estrutura

core-shell (SPN-MCSG).

Os pigmentos à base de titânia e óxidos metálicos (Fe, Ni, Co) foram

preparados utilizando o método sol-gel, associado ao método de co-precipitação

em meio alcoólico para produção do óxido de titânio, formando o núcleo (core),

seguido por ancoragem de cátions metálicos, formado a casca (shell). Nesse

trabalho foram sintetizados 2 tipos diferentes de rotas: (1ª) Rota 1 (Normal) e (2ª)

Rota 2 (Modificada).

LAVAGEM (CENTRÍFUGA) 13000 RPM; 19 MIN

CALCINAÇÃO: 400 ºC; 600 ºC e 800 ºC (3 ºC/MIN; 4 horas)

TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO

NITRATO (Fe)

ADD TiO2 COMERCIAL

BET

NITR

ATO

DE

ALU

MÍNI

O

MET

ÁLIC

OS

ADD N-PROPANOL AGITAÇÃO RÁPIDA

SECAGEM (80-90 ºC); 3 HORAS

FTIR

PENEIRAMENTO (#325)

MEV/EDS UV-Vis FEG

R

NITR

ATO

DE

ALU

MÍNI

O

MET

ÁLIC

OS

DRX

NITR

ATO

DE

ALU

MÍNI

O

MET

ÁLIC

OS

DRX

NITR

ATO

DE

ALU

MÍNI

O

MET

ÁLIC

OS FOTODEGRADAÇÃO

MISTURA (AGITADOR

MAGNÉTICO); 25º C; 3 HORAS

ADD AMÔNIO (HIDROLÍSE) ~ 3 ml /MIN e pH 10-10,5

ADD TIO2 – 400 ºC

(ST-MCSG)

ADD AMÔNIO (HIDROLÍSE) ~ 3 ml /MIN e pH 10-10,5

MISTURA (AGITADOR

MAGNÉTICO); 25º C; 8 HORAS

MISTURA (AGITADOR

MAGNÉTICO); 25º C; 3 HORAS

MISTURA (AGITADOR

MAGNÉTICO); 25º C; 8 HORAS

ROTA 1 (NORMAL) ROTA 2 (MODIFICADA)

NITRATOS (Fe, Co, Ni)

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59 MATERIAIS E MÉTODOS

(1ª) Rota 1 (Normal): O nitrato de ferro [Fe(NO3)3.9H2O] foi diluído ao

ser adicionado em meio alcoólico com n-propanol (CH3CH2CH2OH), e

hidrolisado por adição gota a gota ( 3ml/min) de solução aquosa de

amônia (NH4OH), sob agitação contínua em um agitador magnético

até que o pH de estivesse entre 10-10,5.

Após hidrólise, a solução foi continuamente agitada durante 3

horas à temperatura ambiente (25 ºC). Posteriomente o pó precursor

na forma de xerogel seco (TiO2 – 400 ºC) foi diluído ao ser adicionado

a solução após hidrólise, durante 8 horas, à temperatura ambiente (25

ºC) para resultar à formação do pigmento nanométrico do tipo casca-

núcleo (core-shell), na qual foi realizada a síntese pela rota de co-

precipitação na qual se promoveu a formação de uma camada de

óxido de ferro hematita (Fe2O3) sobre o núcleo de titânio (TiO2)

previamente obtido (ST – MCSG).

Em seguida a solução foi lavada em meio alcoólico (n-

propanol), e separada através de uma centrífuga (13000 rpm; 19 min).

O pigmento resultante foi seco (80-90 ºC/ 3 horas) e caracterizado

pelas análises de TG/DTA e DRX. A amostra posteriomente foi

calcinada a 400 C, 600 º C e 800 ºC, com taxa de aquecimento de 3

ºC/min durante 4 horas de patamar, em forno mufla, com a finalidade

de promover a cristalização e o ancoramento da casca precipitada

sob as partículas de titânia, promovendo assim a formação de

reações na interface entre a casca e o núcleo.

(2ª) Rota 2 (Modificado): Os nitratos de ferro [Fe(NO3)3.9H2O], de

níquel [Ni(NO3)2.6H2O], e cobalto [Co(NO3)2.6H2O] foram diluídos,

sob agitação contínua em um agitador magnético, após serem

adicionados em meio alcoólico com n-propanol (CH3CH2CH2OH).

Posteriomente foram adicionados na forma de pó o TiO2 comercial

para cada solução de titânia (TiO2: 10%Fe; TiO2: 10%Ni; TiO2:

10%Co), e TEOS [Si(OC2H5)4] para solução de sílica (SiO2: 10%Fe;

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60 MATERIAIS E MÉTODOS

SiO2: 10%Ni; SiO2: 10%Co), agitadas durante 3 horas à temperatura

ambiente (25 ºC).

Logo após, cada solução foi hidrolisada com a adição gota a

gota ( 3ml/min) de solução aquosa de amônia (NH4OH), sob

agitação contínua em um agitador magnético até que o pH de

estivesse entre 10-10,5, durante 8 horas, à temperatura ambiente (25

ºC), para formação dos pigmento nanométricos do tipo casca-núcleo

(core-shell), na qual foi realizada a síntese pela rota de co-

precipitação na qual se promoveu à formação de uma camada de

óxido de ferro hematita (Fe2O3), óxido de níquel (NiO) e óxido de

cobalto (Co3O4) sobre o núcleo de titânio (TiO2) comercial e sílica

(SiO2). Em seguida a solução foi lavada em meio alcoólico (n-

propanol), e separada através de uma centrífuga (13000 rpm; 19 min).

Os pigmentos obtidos foram secos (80-90 ºC/ 3 horas). As

amostras posteriomente foram calcinadas a 400 C, 600 º C e 800

ºC, com taxa de aquecimento de 3 ºC/min durante 4 horas de

patamar, em forno mufla, com a finalidade de promover a cristalização

e o ancoramento da casca precipitada sob as partículas de

titânia/sílica, promovendo assim a formação de reações na interface

entre a casca e o núcleo.

3.4 FOTODEGRADAÇÃO

3.4.1 Corante

O corante azo utilizado na reação de degradação fotocatalítica foi o Remazol

Amarelo Ouro (RNL). A estrutura molecular do corante está representada na Figura

3.7.

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61 MATERIAIS E MÉTODOS

Figura 3.7 - Fórmula estrutural do Remazol Amarelo Ouro (RNL).

3.4.2 Reação de fotodegradação

Uma solução estoque de concentração 100 ppm foi inicialmente preparada,

sendo esta guardada e protegida da luz. Para os testes de fotodegradação a

concentração de corante na solução foi fixada em 10 ppm, a qual foi obtida a partir

da diluição da solução estoque. A influência do tempo de irradiação (1, 2 e 4 horas)

também foi verificado.

Os testes foram feitos em triplicata 15 mL de solução do corante RNL foram

colocadas em placas de Petri, juntamente com 0,01 g de pigmento, como ilustrado

na Figura 3.8.

Figura 3.8 - Placas de Petri contendo corante e pigmento, dentro do fotoreator.

Após o teste realizou-se a centrifugação das amostras por 10 min a 5000

rpm. Em seguida, realizou-se a filtração destas, resultando na separação da

solução filtrante e dos pigmentos para posterior realização das medidas de UV-Vis.

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62 MATERIAIS E MÉTODOS

O percentual de descoloração da solução do RNL foi calculado usando a equação

3.6.

%100)(

(%)

Ci

CfCiãoDescoloraç Eq. 3.6

Em que: Ci é a concentração inicial do corante (mg/L), Cf é concentração

final do corante (mg/L).

3.4.3 Sistema Reacional

O sistema reacional é bastante simples (ilustrado na Figura 3.9). O reator foi

confeccionado em madeira e suas dimensões são: 10 cm (altura), 20 cm (largura) e

1 m (comprimento). As amostras foram irradiadas por uma lâmpada UVC (254 nm

≈ 4,9 eV) da marca SuperNiko, modelo ZG-30T8, localizada na parte superior do

reator.

Figura 3.9 - Sistema reacional do fotoreator.

3.5. TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO

3.5.1. Análises Térmicas (TG e DTA)

As análises térmicas das amostras (10 mg) foram realizadas a partir dos pós

precursores. As curvas termogravimétricas foram obtidas em um Analisador Termo-

gravimétrico TGA-51H Shimadzu, em intervalo de temperatura compreendido entre

0 a 1000 ºC, com taxa de aquecimento de 10 ºC/min, sob fluxo de 10 cm3/min,

atmosfera de ar sintético. Utilizou-se amostras de aproximadamente de 10 mg e

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63 MATERIAIS E MÉTODOS

cadinho de alumina. As análises de DTA foram realizadas a partir dos pós

precursores. As curvas de análise térmica diferencial foram obtidas por meio de um

Analisador Termo-gravimétrico TGA-51H Shimadzu, com atmosfera de ar sintético

e razão de aquecimento de 10 °C/min até a temperatura de 1000 ºC.

3.5.2 Difração de Raios X (DRX)

As amostras foram caracterizadas por difração de raios X, pelo método de

pó, usando radiação Kα do cobre, com comprimento de onda (λ) igual a 0,15406

nm. Os difratogramas foram obtidos em equipamento da Rigaku, modelo DMax

2500PC. As medidas, em sua maioria, foram feitas no intervalo de 5° a 90° usando

velocidade do goniômetro de 0,25º e 1,00º por minuto, sob corrente de 30 mA e

tensão de 40 kV. O refinamento estrutural foi realizado pelo método Rietveld,

usando o programa Maud.

3.5.3 Microscopia eletrônica de varredura (MEV/EDS)

As micrografias das amostras foram obtidas por MEV utilizando um

microscópio TM 3000 da marca Hitachi, sendo as imagens obtidas usando elétrons

retroespalhados (backscattered electrons – BSE). Para auxiliar na identificação dos

microconstituintes das amostras foi utilizado um microanalisador de raios x por

energia dispersiva (EDS) Swift ED da marca Oxford.

Ademais, vale-se ressaltar que não houve nenhuma preparação especial

durante as análises das amostras.

3.5.4. Microscopia eletrônico de varredura com fonte de emissão eletrostática

(FE-MEV)

As caracterizações por FE-MEV foram realizadas para o estudo da

morfologia das partículas. A preparação das amostras foi feita dispersando uma

pequena quantidade de pós em acetona, utilizando ultrassom. Uma gota foi

colocada sobre substrato de silício, que foi colado sobre o porta-amostras. As

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64 MATERIAIS E MÉTODOS

medidas foram realizadas utilizando um microscópio FEG-VP, com fonte de

emissão eletrostática da Zeiss Supra 35, no CMDMC/LIEC/UFSCar.

3.5.5. Microscopia eletrônica de transmissão (MET)

As caracterizações por MET são indispensáveis para o estudo do presente

trabalho, pois o uso desta técnica permite analisar detalhes microestruturais como

morfologia, tamanho das partículas dos pigmentos sintetizados, além de confirmar

a presença da matriz encapsuladora através da espessura das camadas de Fe, Ni,

Co, que envolvem as partículas de TiO2. As amostras foram analisadas utilizando

microscópios eletrônicos da marca Philips CM 200, PGT, de alta resolução modelo

Jeol JEM 3010, no CMDMC/LIEC/UFSCar.

3.5.6. Espectroscopia na região do infravermelho com transformada de

Fourier (FTIR)

As amostras foram analisadas em um equipamento IRPRESTIGE-21, da

marca SHIMADZU, pertencente ao Laboratório de Combustíveis e Materiais da

Universidade Federal da Paraíba (UFPB). As amostras foram maceradas com KBr

em um almofariz de ágata e comprimidas com um pistão a 80kN/mm2. A varredura

foi feita de 4000-400 cm-1. A técnica de espectroscopia vibracional na região do

infravermelho com transformada de Fourier foi utilizada para identificar as unidades

estruturais dos compostos, com base nas frequências vibracionais das moléculas e

para verificar as possíveis espécies químicas adsorvidas na superfície do TiO2 e

dos pós pigmentantes.

3.5.7. Análise superficial específica (BET)

A porosidade, a área superficial específica e o diâmetro médio das partículas

dos pigmentos, a partir da titânia xerogel e óxido de titânio comercial obtidos com

as calcinações a temperaturas de 400 ºC, 600 ºC e 800ºC foram determinadas

através da técnica de adsorção gasosa pelo Método de Brunauer, Emmett, Teller

(BET), em equipamento BELSORP II-MINI da marca BEL JAPAN através de

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65 MATERIAIS E MÉTODOS

adsorção/dessorção de nitrogênio a 77K (- 196 ºC), pertencente ao Laboratório de

Combustíveis e Materiais da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O pré-

tratamento foi feito em 2 h a 200 ºC em fluxo de nitrogênio para remoção das

impurezas e gases adsorvidos na superfície.

Os valores de área superficial específica (Sesp) foram usados para obtenção

dos respectivos diâmetros esféricos médio equivalente (dBET), a partir da equação

3.7 [109].

.

6)(

esp

BETS

nmd Eq. (3.7)

em que,

dBET é o diâmetro esférico médio equivalente (nm)

Sesp é a área superficial específica (m2/g) e

ρ é a densidade teórica da fase (g/cm3).

ρ(ANATASE) = 3,90 g/cm3

ρ(RUTILO) = 4,30 g/cm3

3.5.8. Espectroscopia na região do ultravioleta do visível (UV-Vis)

Através dessa análise foi possível determinar os espectros de reflectância

dos pós pigmentantes e interpretar as cores apresentadas pelos pigmentos, sendo

obtidos espectros de ambos, dentro da região do visível (190 a 900 nm). Para que

os pós fossem analisados nestes termos, utilizou-se um espectrofotômetro UV-

Visível, de marca SHIMADZU, modelo UV – 2550 pertencente ao Laboratório de

Combustíveis e Materiais da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

3.5.9. Coordenadas colorimétricas

Para se analisar a intensidade da cor dos pós pigmentantes, foi utilizado um

colorímetro Gretac Macbeth Color-eye 2180 para análises de coordenadas

cromáticas. O método mede a intensidade de absorção na região visível para obter

três parâmetros L, a, e b, medindo o brilho, as intensidades de cor vermelho/verde

e amarelo/azul, respectivamente.

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CAPÍTULO 4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

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67 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este capítulo apresenta resultados obtidos nas sínteses químicas, objeto de

estudo deste trabalho. Discutem-se os resultados encontrados para cada técnica de

caracterização empregada.

4.1. CARACTERIZAÇÃO DOS PIGMENTOS OBTIDOS ATRAVÉS DA SÍNTESE

PELO MÉTODO DOS PRECURSORES POLIMÉRICOS (MPP)

4.1.1. Análises de TG/DTG (MPP)

As Figuras 4.1 e 4.2 representam as curvas TG/DTG das resinas poliméricas

expandidas, ou pó precursor polimérico (PPP) sem moagem e com moagem,

respectivamente. Essa análise tem por objetivo verificar o comportamento térmico

que as amostras sofrem ao longo do aquecimento. Entende-se que na Figura 4.1.1

[Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 ] foram obervadas três etapas de decomposição térmica do pó

precursor.

Figura 4.1 - Curvas TG da resina polimérica expandida sem moagem do pigmento

(Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9.

A primeira, em torno de 5%, entre 27 ºC e 164,4 ºC referente à perda de água

(%), proveniente do processo de síntese do material e de adsorção superficial

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68 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(evaporação/desorção), a segunda, na faixa de 220 a 380 ºC referente à

decomposição de material orgânico, inerente à formação da resina polimérica e

remanescente à pirólise (ruptura da cadeia polimérica com perda de 30 % em

massa). Ao fim dos três estágios, a perda de massa do material, variando entre 33 e

45 %. Pode-se observar que a partir de 380 ºC, o material teve uma perda de massa

de 5 %, ou seja, indica o início da formação de óxido e alterações no cristal. O

material precursor é um material que se apresenta altamente desordenado

estruturalmente e rico em matéria orgânica. Com a elevação da temperatura tem-se

consequentemente a ruptura da cadeia polimérica, ocasionando transformações

estruturais no material. A perda de massa total do material foi em torno de 43%.

Figura 4.2 - Curvas TG da resina polimérica com moagem atritor do pigmento

(Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9

A decomposição térmica do pó precursor obtida com moagem foi

acompanhada pela análise termogravimétrica (TG). A Figura 4.2 mostra a curva

termogravimétrica e sua derivada. A primeira, em torno de 8%, entre 25 ºC e 151,1

ºC referente à perda de água (%), proveniente do processo de síntese do material e,

o segundo e principal estágio, na faixa de 220 a 420 ºC referente à decomposição de

material orgânico, inerente à formação da resina polimérica e remanescente à

pirólise (ruptura da cadeia polimérica com perda de 25 % em massa). Ao fim dos

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69 RESULTADOS E DISCUSSÃO

dois estágios, pode se verificar uma relativa perda de massa do material, variando

entre 33 e 35 %. Pode-se observar que a partir de 420 ºC, o material teve uma perda

de massa de 9 %, ou seja, indica o início da formação de óxido e alterações no

cristal. A perda de massa total do material foi em torno de 40%.

4.1.2. Análises de DRX (MPP)

As análises de difração de raios X dos pós pigmentantes (PPP) sem moagem

via mistura da solução ao fim da síntese, durante 30 minutos, [(Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9],

calcinados nas temperaturas de 600 ºC, 700 ºC, 800 ºC e 900ºC, com taxa de 2

ºC/minuto durante 2 horas, são ilustrados na Figura 4.3.

Figura 4.3 - Difratogramas de raios X das amostras do pigmento (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9

obtidos através da rota normal.

O gráfico da Figura 4.3, apresenta a formação da fase Rutilo, JCPDS: 89-

4920 ou ICSD: 076172 (TiO2), da fase alumina (Al2O3) e da fase óxido de ferro

(Fe2O3 – hematita). É possível notar que não houve variação na formação dos picos

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70 RESULTADOS E DISCUSSÃO

de cada fase, nas diferentes temperaturas de calcinação (600 a 900 ºC). Ocorrendo

apenas a formação de fases intermediárias indesejáveis.

As análises de difração de raios X dos pós pigmentantes (PPP) com moagem,

via moinho atritor da solução ao fim da síntese, durante 2 horas, [(Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9],

calcinados nas temperaturas de 500 ºC, 600 ºC, 700 ºC e 1000ºC, com taxa de 2

ºC/minuto durante 2 horas, são ilustrados na Figura 4.4.

Figura 4.4 - Difratogramas de raios X das amostras do pigmento (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9

obtidos através da rota com moagem.

O gráfico da Figura 4.4, apresenta as mesmas fases de formação do DRX da

Figura 4.3. A formação da fase Rutilo, JCPDS: 89-4920 ou ICSD: 076172 (TiO2), da

fase alumina (Al2O3) e da fase óxido de ferro (Fe2O3), hematita. É possível notar que

não houve variação na formação dos picos de cada fase, nas diferentes

temperaturas de calcinação (500 a 1000 ºC). Ocorrendo apenas a formação de fases

intermediárias indesejáveis. A moagem não permitiu eliminar a formação dessas

fases indesejáveis, e nem a obtenção de picos da fase cristalina desejada, o titanato

de ferro encapsulado de alumina (FeTiO3@Al2O3).

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71 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As análises de difração de raios X dos pós pigmentantes (PPP) através da

Rota Modificada com Moagem (RMM), via moinho atritor da solução ao término da

síntese, durante 2 horas, [(Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9], são ilustrados na Figura 4.5. Primeiro o

pó foi pré-calcinado a 350º C e calcinados nas temperaturas de 500 ºC, 600 ºC, 700

ºC, 800 ºC e 900ºC, com taxa de 2 ºC/minuto durante 2 horas.

A RMM foi estudada ao ser alterada a metodologia da MPP. Após a

solubilização do ácido em água, em vez ter sido adicionado o nitrato de alumínio, foi

adicionado o nitrato de ferro, sob agitação constante e aquecimento entre 60 ºC e 70

°C durante 1 hora, logo após foi adicionado lentamente o nitrato de alumínio,

mantendo as mesmas condições de temperatura e agitação por mais 1 hora.

Figura 4.5 - Difratogramas de raios X das amostras do pigmento (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9

obtidos através da rota modificada com moagem.

O gráfico da Figura 4.5, apresenta as mesmas fases de formação do DRX da

Figura 4.3 e Figura 4.4 até a temperatura de 800 ºC. A formação da fase Rutilo,

JCPDS: 89-4920 ou ICSD: 076172 (TiO2), da fase alumina (Al2O3) e da fase óxido

de ferro (Fe2O3), hematita, todas essas fases não desejadas. Na temperatura de 900

ºC houve a formação de espectros da fase Titanato de ferro (FeTiO3) e da fase

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72 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Alumínio titânio (AlTi3). Ocorrendo parcialmente a formação de fases intermediárias

desejáveis. A moagem não permitiu eliminar a formação das fases indesejáveis,

bem como não permitiu a formação da fase cristalina desejada, o titanato de ferro

encapsulado de alumina (FeTiO3@Al2O3).

4.1.3. Análises de MEV/EDS (MPP)

As micrografias dos pós pigmentantes [(Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9] via mistura (sem

moagem) foram verificadas a distribuição das partículas, suas formas, bem como a

pureza das amostras. Pelas micrografias dos pós obtidos é possível identificar um

leve aumento do diâmetro médio das partículas, respectivamente, podem ser

identificados pelas formas arredondadas características dos policristais, que se

aglomeram repetidas vezes.

As Figuras de 4.6 a 4.9 referem-se às micrografias dos pós de óxido de ferro

depositados sobre TiO2 dopados com alumina. Nelas, tem-se análises micrográficas

das amostras das quatro diferentes temperaturas de calcinação.

4.1.3.1. Via mistura (sem moagem) – MEV

A Figura 4.6 apresenta a micrografia do pó pigmentante a 600 ºC.

(a)

(b)

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73 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(c)

Figura 4.6 - Micrografias do pigmento (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 via mistura (sem moagem)

calcinado a 600 ºC: (a) 100x; (b) 4000x e (c) 15000x.

Na Figura 4.6 são apresentadas os pós de óxido de ferro depositados sobre

TiO2 dopados com alumina. Observa-se a presença de aglomerados de partículas

com tamanhos variados (a) e, com maior aumento (b), a forma de aglomeração não

se altera a esta temperatura, assim, percebem-se partículas de tamanhos

nanométricos e regulares, em grandes aglomerados, e com aumento (c), comprova

com o tamanho de partículas entre 232 e 279 nm.

A Figura 4.7 apresenta a micrografia do pó pigmentante a 700 ºC.

(a)

(b)

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74 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(c)

Figura 4.7 - Micrografias do pigmento (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 via mistura (sem moagem)

calcinado a 700 ºC: (a) 100x; (b) 4000x e (c) 15000x.

Na Figura 4.7 são apresentadas os pós de óxido de ferro depositados sobre

TiO2 dopados com alumina. Observa-se a presença de aglomerados de partículas

com tamanhos variados (a) e, com maior aumento (b), a forma de aglomeração não

se altera a esta temperatura, assim, percebem-se partículas de tamanhos

nanométricos e regulares, em grandes aglomerados, e com aumento (c), comprova

com o tamanho de partículas entre 197 e 313 nm, e também uma partícula com

tamanho de 5,21 µm.

A Figura 4.8 apresenta a micrografia do pó pigmentante a 800 ºC.

(a)

(b)

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75 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(c)

Figura 4.8 - Micrografias do pigmento (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 via mistura (sem moagem)

calcinado a 800 ºC: (a) 97x; (b) 4000x e (c) 15000x.

Na Figura 4.8 são apresentadas os pós de óxido de ferro depositados sobre

TiO2 dopados com alumina. Observa-se a presença de aglomerados de partículas

com tamanhos variados (a) e, com maior aumento (b), a forma de aglomeração se

altera, assim, percebem-se partículas de tamanhos nanométricos e não tão bem

regulares, em grandes aglomerados, e com aumento (c), comprova com o tamanho

de partículas entre 267 nm e 1,44 µm.

A Figura 4.9 apresenta a micrografia do pó pigmentante a 900 ºC.

(a)

(b)

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76 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(c)

Figura 4.9 - Micrografias do pigmento (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 via mistura (sem moagem)

calcinado a 900 ºC: (a) 100x; (b) 4000x e (c) 15000x.

Na Figura 4.9 são apresentadas os pós de óxido de ferro depositados sobre

TiO2 dopados com alumina. Observa-se a presença de aglomerados de partículas

com tamanhos variados (a) e, com maior aumento (b), a forma de aglomeração se

altera, assim, percebe-se a etapa de coalescência, isto é, fusão dos núcleos das

partículas (formação de agregados). Indicando a formação das fases titanato de

ferro (FeTiO3) e alumínio titânio (AlTi3), identificados através de DRX (900 ºC), e com

aumento (c), comprova com o tamanho de partículas entre 279 nm e 360 nm.

4.1.3.2. Via moagem (rota modificada) – MEV/EDS

As micrografias dos pós pigmentantes [(Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9] via moagem, com

moinho atritor foram verificadas a distribuição das partículas, suas formas, bem

como a pureza das amostras. Através da microanálise de EDX (análise de energia

dispersiva de raios X) e que revelou a presença dos picos correspondentes dos

elementos estudados (Ti, Al, Fe), bem como o percentual de cada elemento.

As Figuras de 4.10 a 4.15 referem-se às micrografias dos pós de óxido de

ferro depositados sobre TiO2 dopados com alumina. Nelas, tem-se análises

micrográficas/EDS do pó pré-calcinado e das quatro diferentes temperaturas de

calcinação, sob aumentos de 500x e 3000x, respectivamente.

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77 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Figura 4.10 apresenta a micrografia/EDS do PPP modificada a 350 ºC.

(a)

(b)

(c)

Figura 4.10 – Micrografia do pó precursor polimérico modificada FAT

(Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 pré-calcinado a 350 ºC: EDS – 500x (a) e 3000x (b) com o % em

peso dos elementos (c).

Na Figura 4.10 são apresentadas os pós de óxido de ferro depositados sobre

TiO2 dopados com alumina. Observa-se a presença de aglomerados de partículas

com tamanhos variados (a) e, com maior aumento (b), uma partícula identificando o

ponto onde foi realizado a microanálise de EDS e, (c), o espectro de EDS apresenta

os picos característicos a cada um dos elementos (Ti, Fe, Al, O) presentes no pó

pigmentante [(Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9], bem como o % em peso de cada elemento.

A Figura 4.11 apresenta a micrografia/EDS do pó calcinado a 500 ºC.

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78 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(a)

(b)

(c)

Figura 4.11 – Micrografia do pigmento modificado FAT (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 calcinado a

500 ºC: EDS – 500x (a) e 3000x (b) com o % em peso dos elementos (c).

Na Figura 4.11 são apresentadas os pós de óxido de ferro depositados sobre

TiO2 dopados com alumina. Observa-se a presença de aglomerados de partículas

com tamanhos variados (a) e, com maior aumento (b), percebem-se um aglomerado

de partículas bem distribuído identificando a região onde foi realizado a microanálise

de EDS e, (c), o espectro de EDS apresenta os picos característicos a cada um dos

elementos (Ti, Fe, Al, O) presentes no pó pigmentante [(Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9], bem como

o % em peso de cada elemento.

A Figura 4.12 apresenta a micrografia/EDS do pó calcinado a 600 ºC.

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79 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(a)

(b)

(c)

Figura 4.12 – Micrografia do pigmento modificado FAT (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 calcinado a

600 ºC: EDS – 500x (a) e 3000x (b) com o % em peso dos elementos (c).

Na Figura 4.12 são apresentadas os pós de óxido de ferro depositados sobre

TiO2 dopados com alumina. Observa-se a aglomeração de 3 partículas com

tamanhos parecidos (a) e, com maior aumento (b), percebem-se uma aglomerado

de partículas identificando a região onde foi realizado a microanálise de EDS e, (c),

o espectro de EDS apresenta os picos característicos a cada um dos elementos (Ti,

Fe, Al, O) presentes no pó pigmentante [(Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9], bem como o % em peso

de cada elemento.

A Figura 4.13 apresenta a micrografia/EDS do pó calcinado a 700 ºC.

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80 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(a)

(b)

Figura 4.13 – Micrografia do pigmento modificado FAT (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 calcinado a

700 ºC: EDS – 800x (a) com o % em peso dos elementos (b).

Na Figura 4.13 são apresentadas os pós de óxido de ferro depositados sobre

TiO2 dopados com alumina. Observa-se a presença de aglomerados de partículas e

partículas com tamanhos variados identificando a região onde foi realizado a

microanálise de EDS e, (c), o espectro de EDS apresenta os picos característicos a

cada um dos elementos (Ti, Fe, Al, O) presentes no pó pigmentante

[(Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9], bem como o % em peso de cada elemento.

A Figura 4.14 apresenta a micrografia/EDS do pó calcinado a 800 ºC.

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81 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(a)

(b)

Figura 4.14 – Micrografia do pigmento modificado FAT (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 calcinado a

800 ºC: EDS – 500x (a) com a % em peso dos elementos (b).

Na Figura 4.14 são apresentadas os pós de óxido de ferro depositados sobre

TiO2 dopados com alumina. Observa-se a presença de aglomerados de partículas e

partículas com tamanhos variados identificando a região onde foi realizado a

microanálise de EDS e, (c), o espectro de EDS apresenta os picos característicos a

cada um dos elementos (Ti, Fe, Al, O) presentes no pó pigmentante

[(Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9], bem como o % em peso de cada elemento.

A Figura 4.15 apresenta a micrografia/EDS do pó calcinado a 900 ºC.

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82 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(a)

(b)

(c)

Figura 4.15 – Micrografia do pigmento modificado FAT (Fe0,1Al0,9)0,1Ti0,9 calcinado a

900 ºC: EDS – 500x (a) e 7000x (b) com o % em peso dos elementos (c).

4.2. CARACTERIZAÇÃO DOS PIGMENTOS OBTIDOS ATRAVÉS DA SÍNTESE

PELO MÉTODO HIDROTERMAL POR MICROONDAS (MHM)

As técnicas de caracterização empregada no estudo da síntese química pelo

método hidrotermal por microondas foram duas:

A primeira foi através de análise química das amostras por fluorescência de

raios (FRX) para verificar o controle estequiométrico das duas soluções após síntese

e lavagem (MHM).

A segunda foi através estrutura cristalográfica dos pós, determinada através

de difratômetro, para identificar as fases cristalinas presentes nos pós pigmentantes.

4.2.1. Análises de FRX/DRX (MHM)

Os resultados da análise química da amostra de pigmento TiO2: 10%Al

comprovou que o cálculo do controle estequiométrico de síntese foi adequada para o

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83 RESULTADOS E DISCUSSÃO

estudo. Na Tabela 4.1 pode ser observado o % em peso dos elementos TiO2

(98,66%) e Al2O3 (1,06%) da amostra.

Tabela 4.1 - Resultados da análise química da amostra de pigmento Ti0,9Al0,1.

Principais elementos (% peso) TiO2: 10% Al

TiO2 Al2O3 SiO2 SO3 P2O5

98,66 1,06 0,20 0,05 0,03

A amostra TiO2: 10%Al sintetizadas a 140 ºC por 60 mim, com razão de

aquecimento de 25 ºC/minuto, sob a pressão de aproximadamente 3 Kgf/cm3 foi

analisada por difração de raios X, sendo o difratograma apresentado na Figura 4.16.

Figura 4.16 - Difratograma de raios X da amostra de pigmento Ti0,9 Al0,1.

O gráfico da Figura 4.16, apresenta espectros da fase Rutilo JCPDS: 89-4920

ou ICSD: 076172 (TiO2). Não houve formação da fase titânio alumínio. O percentual

restante de 8,94% de Alumínio na forma de nitrato desapareceu durante a etapa de

lavagem do pó pigmentante ao término da síntese. Evidência comprovada com o

resultado da análise química, Tabela 4.1, pelo baixo índice de Al2O3 (1,06 %).

Os resultados da análise química da amostra de pigmento TiO2: 10%Fe

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84 RESULTADOS E DISCUSSÃO

comprovou que o cálculo do controle estequiométrico de síntese também foi

adequada para o estudo. Na Tabela 4.2 pode ser observado o % em peso de TiO2

(98,07) e Fe2O3 (1,38) da amostra.

Tabela 4.2 - Resultados da análise química do pigmento Ti0,9Fe0,1.

Principais elementos (% peso) TiO2: 10% Fe

TiO2 Fe2O3 Al2O3 SiO2 CaO P2O5

98,07 1,38 0,33 0,13 0,05 0,04

A amostra TiO2: 10%Fe sintetizadas a 140 ºC por 60 mim, com razão de

aquecimento de 25 ºC/minuto, sob a pressão de aproximadamente 3 Kgf/cm3 foi

analisada por difração de raios X, sendo o difratograma apresentado na Figura 4.17.

Figura 4.17 - Difratograma de raios X da amostra de pigmento Ti0,9.Fe0,1.

O gráfico da Figura 4.17, apresenta espectros predominantemente da fase

Rutilo Rutilo JCPDS: 89-4920 ou ICSD: 076172 (TiO2). Não houve formação da fase

titanato de ferro. O percentual restante de 8,64% de Ferro na forma de nitrato

desapareceu durante a etapa de lavagem do pó pigmentante ao término da síntese.

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85 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Evidência comprovada com o resultado da análise química, Tabela 4.2, pelo baixo

índice de Fe2O3 (1,38 %).

4.3. CARACTERIZAÇÃO DOS PIGMENTOS OBTIDOS ATRAVÉS DA SÍNTESE

PELO MÉTODO DE CO-PRECIPITAÇÃO ASSOCIADO À QUÍMICA SOL-GEL

(MCSG)

4.3.1. Síntese de Titânia e obtenção de pós (ST-MCSG)

4.3.1.1. Análise de TG/DTA (ST-MCSG)

A Figura 4.18 mostra as curvas de TG e DTA, do pó de titânio (TiO2) xerogel.

Na curva termogravimétrica observam-se três estágios de perda de massa. No

primeiro estágio com perda de massa de 7,5%, entre 25 ºC e 110 ºC. No segundo

estágio apresenta uma reação entre 110 ºC e 247°C, possivelmente correspondente

à volatilização de água adsorvida, com perda de massa de 13,5%, correspondente a

um pico exotérmico na curva de DTA (247 ºC), característico da desidratação da

amostra. Seguida do terceiro estágio com reação lenta até a temperatura de 417 °C,

com 7% de perda de massa, com outro pico exotérmico, possivelmente atribuído à

decomposição dos reagentes remanescente da hidrólise do xerogel e formação de

óxido. Observa-se que houve um pequeno ganho de massa entre 400 °C e 500 °C

(1,61%). A amostra de titânio xerogel apresenta massa residual de 75%. Acima de

800 °C a amostra é termicamente estável. A transformação da fase Anatase – Rutilo,

entre 600 ºC e 800 ºC é acompanhada de uma pequena perda de massa, ou seja,

na evidência da cristalização de Rutilo.

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86 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 4.18 - Curva TG e DTA do TiO2 xerogel.

4.3.1.2. Análise de DRX (ST-MCSG)

A Figura 4.19 mostra difratogramas de raios X do pó de TiO2 obtido pelo

método MCSG. Podemos observar (a) o DRX (0,25 º/min) do pó de TiO2 amorfo a

110º C/12h, (b) o DRX (1,00 º/min) mostra apenas a formação da fase única e

cristalina do Anatásio, ICSD: 202242, TiO2 cujos picos correspondentes estão

identificados no espectro de difração. A amostra foi calcinada a 400 ºC durante 4

horas de patamar, em forno de mufla. No difratograma de raios X pode-se também

observar que os picos de difração mostraram considerável alargamento, indicando,

assim, a característica nanométrica das partículas do pó de TiO2 apresentando

tamanho de cristalito (16,58 nm), confirmado através do refinamento pelo método

Rietveld (c).

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87 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(a)

(b)

(c)

Figura 4.19 - Difratogramas de raios X do titânio xerogel: (a) amostra seca, (b)

amostra calcinada a 400 ºC e (c) refinamento da amostra (b) pelo método Rietveld.

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88 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.3.1.3. Análise de FTIR (ST-MCSG)

Os espectros de transmitância na região do infravermelho com transformada

de Fourier (FTIR) para o pó de TiO2 xerogel em função da temperatura de

calcinação foram obtidos na região de 400 a 4000 cm-1, como pode ser observado

na Figura 4.20. Os espectros, nas diferentes temperaturas de calcinação (400 ºC,

600 ºC e 800 ºC), apresentam comportamentos similares, no que diz respeito às

evoluções das bandas de vibração.

A presença de grupos orgânicos remanescentes das sínteses com o alcóxido

de titânio ancorados nas amostras em diferentes temperaturas pode ser constatado

pelo espectro de infravermelho do titânio xerogel. As bandas de absorção na região

de 3400-3450 cm-1 são geralmente atribuídas às vibrações de alongamento e à água

eventualmente adsorvida, enquanto que as bandas de região 1600-1640 cm-1 são

atribuídos às vibrações da hidroxila na superfície do TiO2 [110:112]

Os picos das bandas na região de 900-1050 cm-1 são os principais e

encontram-se sobrepostas devido à interferência das bandas de vibração das

ligações O-Ti-O e Ti-OH que ocorrem nessa região, [113-114], correspondente para

o TiO2 [113:115]. As bandas de vibração das ligações O-Ti-O ocorrem também entre

400 e 600 cm-1.

Figura 4.20 – Espectros de infravermelho do pó de titânio xerogel (TiO2) calcinados

nas temperaturas de 400 ºC, 600 ºC, 800 ºC.

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89 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.3.1.4 Análise de BET (ST-MCSG)

Os valores de área superficial específica e diâmetro médio de partícula, obtido

com a aplicação do método BET no pó de titânio xerogel calcinado a 400 °C

(TiO2X400) é apresentado na Tabela 4.3 a seguir.

Tabela 4.3 - Tamanho do cristalito (nm), área superficial (SBET), diâmetro (Dporo) e

volume de poro (Vporo), e diâmetro esférico médio equivalente (dBET) obtidos pelo

método de BET do titânio xerogel.

Amostra Tamanho de

cristalito (nm)

SBET

(m2/g)

Dporo

(nm)

Vporo

(cm3/g)

dBET

(nm)

TiO2X400 16,58 2,5723 9,8348 0,0063246 598,09

Isotérmicas de adsorção/dessorção do titânio xerogel e distribuição do

tamanho de poro calcinado a 400 ºC (TiO2X400) esta representado na Figura

4.21. O gráfico revela absorção (I) gradual e dessorção (II) representado por

isoterma do tipo 4, material mesoporoso, segundo a classificação IUPAC.

Característica de sólidos que apresentam diâmetros médios de partículas maiores

que 2 nm. A forma de histerese correspondente à geometria de poros, segundo a

classificação de Boer é a H2, indica poros com formato de cunha, cones ou placas

paralelas.

A área superficial BET encontrada foi de 2,5723 m2/g, e a calculada foi de

93,0287 m2/g. Esses resultados foram determinados e obtidos através do

equipamento/software BERSORP (BET). Em geral o TiO2 anatásio mesoporoso

possui área de superfície elevada [116].

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90 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 4.21 - Isoterma de adsorção/dessorção de N2 para o pó de titânio xerogel

sintetizada pelo ST-MCSG, identificando tipo, ciclo de histerese e geometria de

poros.

4.3.1.5. Análise de FE-MEV/EDS (ST-MCSG)

As micrografias do pó de titânio xerogel (TiO2), calcinado a 400 ºC, sob

aumentos de 1000x, 7000x e 100000x respectivamente, são verificadas a

distribuição das partículas, suas formas, bem como a pureza das amostras, através

da microanálise de EDX o que revelou a presença dos picos correspondentes dos

elementos (Ti, O), bem como o percentual de cada elemento como pode ser

observado na Figura 4.22.

Observa-se a morfologia de aglomerados constituídos por nanopartículas (a)

e, com maior aumento (b), pode-se observar a aglomeração de nanopartículas com

morfologia irregular identificando o ponto onde foi realizado a microanálise de EDS e

em (c) através das análises de FE-MEV pode-se observar com maior nitidez a

aglomeração de nanopartículas de titânia bastante finas (< 20 nm) as quais são

altamente reativas, o que promove a formação de aglomerados moles [117], (d), o

espectro de EDS apresenta os picos característicos a cada um dos elementos (Ti, O)

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91 RESULTADOS E DISCUSSÃO

presente no pó cristalino, bem como o % em peso de cada elemento.

(a)

(b)

(c)

(d)

Figura 4.22 – Micrografia do titânio xerogel (TiO2) calcinado a 400 ºC: EDS – 1000x

(a), 7000x (b), 100000X (c) e com o % em peso dos elementos (d).

4.3.2 - Síntese de pigmentos nanométricos com estrutura do tipo casca-núcleo

(core-shell) à base de titânia (TiO2) (SPN-MCSG)

4.3.2.1 Análises de DRX (SPN-MCSG)

As análises de difração de raios X dos pós pigmentantes (Ti0,9Fe0,1)

sintetizados pelo método MCSG, pelas rotas R1NX, R2MX e R2MC, e calcinados

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92 RESULTADOS E DISCUSSÃO

nas temperaturas de 400 C, 600 º C e 800 ºC, com taxa de aquecimento de 3

ºC/min durante 4 horas de patamar, são ilustrados na Figuras 4.23.

As fases identificadas, as estruturas cristalinas e as fichas ICSD utilizadas

para comparação são resumidas na Tabela 4.4. As fichas foram retiradas do portal

da pesquisa, do banco de dados ICSD [118].

Tabela 4.4 - Identificação das fases, estruturas cristalinas e fichas ICSD dos

pigmentos Ti0,9Fe0,1

Código ICSD Fase Estrutura Cristalina

202242 TiO2 Anatase

9161 TiO2 Rutilo

64599 Fe2O3 Hematita

083741 Fe2(TiO5) Pseudobrookita

Analisando-se os difratogramas da Figura 4.23, observa-se que a fase

cristalina desejada do pigmento encapsulado de titanato de ferro, pseudobrookita,

Fe2(TiO5) ocorre na temperatura de 800ºC. A formação de fases intermediárias

indesejadas, TiO2 (anatásio e rutilo) e Fe2O3 (hematita) ocorreram e foram

verificadas em todas as temperaturas. Na temperatura de 400º C as fases existentes

são anatásio e hematita, em 600 ºC, anatásio, rutilo e hematita, e em 800 ºC, rutilo,

hematita e titanato de ferro devido o aumento gradual da cristalinidade com o

aumento da temperatura de calcinação, com picos mais definidos [119].

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93 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 4.23 - Difratogramas de raios X do pigmento Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400 ºC,

600 ºC e 800 ºC pela rota de síntese R1NX.

Analisando-se os difratogramas da Figura 4.24, observa-se que a fase

cristalina desejada do pigmento encapsulado de titanato de ferro, Fe2(TiO5) ocorre

na temperatura de 800ºC. A formação de fases intermediárias indesejadas, TiO2

(anatásio e rutilo) e Fe2O3 (hematita) ocorreram e foram verificadas em todas as

temperaturas. Na temperatura de 400 ºC é possível notar picos evidenciando fase

amorfa, e como consequência impossibilitou a quantificação de fases pelo

refinamento Rietveld. Mesmo pode ser observado a formação de fases existentes de

anatásio, hematita, e rutilo com o surgimento de um único pico existente em torno de

27 ºgraus. Na temperatura de 600 ºC, a formação das fases anatásio, rutilo e

hematita, e em 800 ºC, rutilo, hematita e titanato de ferro devido o aumento gradual

da cristalinidade com o aumento da temperatura de calcinação, com picos mais

definidos.

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94 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 4.24 - Difratogramas de raios X do pigmento Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400 ºC,

600 ºC e 800 ºC pela rota de síntese R2MX.

Analisando-se os difratogramas da Figura 4.25, observa-se apenas a

formação de fases intermediárias indesejadas, TiO2 (rutilo) e Fe2O3 (hematita)

ocorreram e foram verificadas nas temperaturas de calcinação. Na temperatura de

400 ºC a fase existente foi a rutilo, devido o pó ter sido o TiO2 comercial. Em 600 ºC

e 800 ºC as fases foram a rutilo e hematita. Os picos predominantes e cristalinos nos

gráficos de DRX são da fase rutilo.

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95 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 4.25 - Difratogramas de raios X do pigmento Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400 ºC,

600 ºC e 800 ºC pela rota de síntese R2MC.

A quantificação de fases resultante do refinamento Rietveld, das fases

formadas presentes nos pós pigmentantes de Ti0,9Fe0,1 podem ser observadas na

Tabela 4.5.

Tabela 4.5 - Quantificação de fases resultante do refinamento Rietveld.

Anatase

202242

Rutilo

9161

Hematita

64599

Pseudobrookita

83741

TiO2XR1N400 89,71 +- 0,00 N/A 10,28 +- 0,08 N/A

TiO2XR1N600 84,76 +- 6,31 2,76 +- 0,02 12,47 +- 0,97 N/A

TiO2XR1N800 N/A 84,33 +- 00 8,28 +- 0,18 7,39 +- 0,17

TiO2XR2M400 N/A N/A N/A N/A

TiO2XR2M600 50,41 +- 6,07 47,66 +- 5,78 1,91 +- 0,0 N/A

TiO2XR2M800 N/A 83.72 +- 2.51 N/A 16,28+- 0.0

TiO2CR2M400 N/A 100 +- 0,00 N/A N/A

TiO2CR2M600 N/A 98,11 +- 8,48 1,88 +- 0,0 N/A

TiO2CR2M800 N/A 95,25 +- 0,0 4,74 +- 0,17 N/A

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96 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As análises de difração de raios X dos pós pigmentantes (Ti0,9Ni0,1) e

(Ti0,9Co0,1) sintetizados pelo método MCSG, pela rota R2MC, e calcinados nas

temperaturas de 400 C, 600 º C e 800 ºC, com taxa de aquecimento de 3 ºC/min

durante 4 horas de patamar, são ilustrados na Figuras 4.26 e 4.27, respectivamente

Analisando-se os difratogramas da Figura 4.26, observa-se que a fase

cristalina desejada do pigmento encapsulado de titanato de níquel, (NiTiO3) ocorre

na temperatura de 800ºC. A formação de fases intermediárias indesejadas, TiO2

(rutilo) e NiO (óxido de níquel) ocorreram e foram verificadas em todas as

temperaturas. Nas temperaturas de 400 ºC e 600 ºC as fases existentes foram a

rutilo e óxido de níquel, e em 800 ºC, rutilo, óxido de níquel e titanato de níquel

devido o aumento gradual da cristalinidade com o aumento da temperatura de

calcinação, com o surgimento de picos definidos.

Figura 4.26 - Difratogramas de raios X do pigmento Ti0,9Ni0,1 calcinados a 400 ºC,

600 ºC e 800 ºC pela rota de síntese R2MC.

Analisando-se os difratogramas da Figura 4.27, observa-se apenas a

formação de fases intermediárias indesejadas, TiO2 (rutilo) e Co2O4 (óxido de

cobalto) ocorreram e foram verificadas em todas as temperaturas de calcinação. Os

picos predominantes e cristalinos nos gráficos de DRX são da fase rutilo.

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97 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 4.27 - Difratogramas de raios X do pigmento Ti0,9Co0,1 calcinados a 400 ºC,

600 ºC e 800 ºC pela rota de síntese R2MC.

4.3.2.2. Análises de FTIR (SPN-MCSG)

Os espectros de transmitância na região do infravermelho para os pós

pigmentantes em função da temperatura de calcinação foram obtidos na região de

400 a 4000 cm-1, como pode ser observado na Figura 4.28. Os espectros, nas

diferentes temperaturas de calcinação (400 ºC, 600 ºC e 800 ºC), apresentam

comportamentos similares, no que diz respeito às evoluções das bandas de

vibração, e apresentam diversas bandas de absorção.

A banda larga centrada na faixa entre 3200 e 3600 cm-1 é devido às

deformações axiais simétricas e assimétricas dos grupos hidroxilas ligadas na

superfície dos óxidos [120] na qual se tem as ligações de estiramento O-H.

A banda na faixa de 2300 a 2400 cm-1 é devido às formações das ligações de

estiramento do carbono-oxigênio. Na faixa entre 1600 a 1680 cm-1 têm-se a

formação das ligações de estiramento do C-C. A presença das bandas de absorção

relacionadas com a presença de grupos hidroxilas superficiais nos mostra que a

superfície não está completamente recoberta com o ânion titanato.

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98 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os espectros obtidos no comprimento de onda entre 400 a 1000 cm-1 são

referente às amostras na região das ligações de estiramento metal-oxigênio (Ti-O e

Ti-O3), na qual a formação de bandas abaixo de 800 cm-1 corresponde à formação

do titanato de ferro, ou seja, das fases desejadas nas amostras (a), (b) e (c). As

bandas centradas em aproximadamente 460 cm-1 e 620 cm-1 está relacionada com

os modos vibracionais das ligações entre o titânio, ferro e o oxigênio do material

cristalino [120].

A presença destas bandas estão diretamente relacionadas aos complexos

tetraédricos e octaédricos [TiO6]2-. Dessa forma, a banda em torno de 620 cm-1

corresponde à sobreposição das bandas esperadas às atribuições da vibração de

estiramento da ligação Ti-O, enquanto que a banda em torno de 500 cm-1 é atribuída

a torções do Ti-O3 [121]. Esta diferença na posição das bandas é observada devido

à diferença na distância da ligação Fe3+ – O2- para os complexos tetraédricos e

octaédricos.

(a)

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99 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(b)

(c)

Figura 4.28 – Espectros de infravermelho dos pigmentos Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400

ºC, 600 ºC, 800 ºC pelas rotas de síntese R1NX (a), R2MX (b) e R2MC (c).

4.3.2.3 Análises de BET (SPN-MCSG)

Os valores de área superficial específica e diâmetro médio de partícula,

obtidos com a aplicação do método BET nos pós dos pigmentos Ti0,9Fe0,1 pelas

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100 RESULTADOS E DISCUSSÃO

rotas R1NX, R2MX e R2MC, calcinados a 400 °C, 600 °C e 800 °C são

apresentados na Tabela 4.6 a seguir.

Tabela 4.6 - Tamanho do cristalito, área superficial (SBET), diâmetro (Dporo), volume

de poro (Vporo), e diâmetro esférico médio equivalente (dBET) obtidos pelo método de

BET das amostras de pigmentos Ti0,9Fe0,1

Amostra

(Ti0,9Fe0,1)

Tamanho de

cristalito (nm)

SBET

(m2/g)

Dporo

(nm)

Vporo

(cm3/g)

dBET

(nm)

R1NX400 17,69 68,358 5,6039 0,095767 22,51

R1NX600 40,78 7,1348 4,7957 0,0085542 215,62

R1NX800 177,11 2,4547 4,2818 0,002677 572,43

R2MX400 N/A 34,349 4,4520 0,034349 44,78

R2MX600 27,2 10,814 4,9806 0,00134 142,26

R2MX800 70,74 1,8448 3,4926 0,0016108 761,68

R2MC400 232,4 27,939 3,8388 0,02613 50,29

R2MC600 253,5 18,015 3,2824 0,014783 78,00

R2MC800 242,9 14,726 4,7325 0,017423 95,42

Isotérmicas de adsorção/dessorção dos pós pigmentantes (Ti0,9Fe0,1) esta

representado na Figura 4.29 pela rota R1NX. As amostras têm área superficial

diferentes, 68,358 m2/g (R1NX400), 7,1348 m2/g (R1NX600) e 2,4547 m2/g

(R1NX800).

As três isotermas são do tipo 4, com histerese do tipo H2, segundo a

classificação IUPAC [122], característica de material mesoporoso e associada com a

ocorrência da condensação de poro [123]. Seu formato de poros pode ser cilíndricos

abertos e fechados com estrangulações, com morfologia tipo garrafa. Característica

de sólidos que apresentam diâmetros médios de partículas maiores que 2 nm. Nota-

se também que, com o aumento da temperatura de calcinação (400 ºC, 600 ºC e

800 ºC) a área superficial diminui, o tamanho do cristalito aumenta, o diâmetro do

poro diminui e o volume do poro do diminui.

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101 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(a)

(b)

(c)

Figura 4.29 - Isotermas encontradas na análise BET das amostras de pigmentos

Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400 ºC, 600 ºC, 800 ºC pela rota de síntese R1NX.

Isotermas de adsorção/dessorção dos pós pigmentantes (Ti0,9Fe0,1) esta

representado na Figura 4.30, pela rota R2MX. As amostras têm área superficial

diferentes, 34,349 m2/g (R2MX400), 10,814 m2/g (R2MX 600) e 1,8448 m2/g (R2MX

800).

Os gráficos revelam adsorção (I) gradual e dessorção (II) representados nas

três isotermas que são do tipo 4, com histerese do tipo H2, segundo a classificação

IUPAC, característica de material mesoporoso e associada com a ocorrência da

condensação de poro. Quanto ao formato dos poros pode ser cilíndricos abertos e

fechados com estrangulações, com morfologia tipo garrafa. Característica de sólidos

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102 RESULTADOS E DISCUSSÃO

que apresentam diâmetros médios de partículas maiores que 2 nm. Nota-se também

que, com o aumento da temperatura de calcinação (400 ºC, 600 º C e 800 ºc) a área

superficial diminui, o tamanho do cristalito aumenta, o diâmetro do poro diminui e o

volume do poro do diminui.

(a)

(b)

(c)

Figura 4.30 - Isotermas encontradas na análise BET das amostras de pigmentos

Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400 ºC, 600 ºC, 800 ºC pela rota de síntese R2MX.

Isotérmicas de adsorção/dessorção dos pós pigmentantes (Ti0,9Fe0,1) esta

representado na Figura 4.31, através da rota de síntese R2MC. As amostras têm

área superficial diferentes, 27,939 m2/g (R2MC400), 18,015 m2/g (R2MC600) e

14,726 m2/g (R2MC800).

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103 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os gráficos revelam adsorção (I) gradual e dessorção (II) representados nas

três isotermas que são do tipo 4, com histerese do tipo H2, segundo a classificação

IUPAC, característica de material mesoporoso e associada com a ocorrência da

condensação de poro. Quanto ao formato dos poros pode ser cilíndricos abertos e

fechados com estrangulações, com morfologia tipo garrafa. Característica de sólidos

que apresentam diâmetros médios de partículas maiores que 2 nm. Nota-se também

que, com o aumento da temperatura de calcinação (400 ºC, 600 º C e 800 ºc) a área

superficial diminui, o tamanho do cristalito aumenta, o diâmetro do poro diminui e o

volume do poro do diminui.

(a)

(b)

(c)

Figura 4.31 - Isotermas encontradas na análise BET das amostras de pigmentos

Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400 ºC, 600 ºC, 800 ºC pela rota de síntese R2MC.

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104 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.3.2.4 Análises de UV-Vis (SPN-MCSG)

As amostras dos pós pigmentantes foram caracterizadas por meio de

refletância difusa na região do UV-Visível, com varredura de 190 a 900 nm.

Pode-se verificar os espectros de reflectância para as amostras dos pós

pigmentantes de ferro (Ti0,9Fe0,1) calcinados a temperatura de 400°C, 600 º C e

800°C, na Figura 4.32.

Para todos os pigmentos à base de ferro, depositado sobre a matriz

encapsulada (TiO2), verificou-se aumento da opacidade das cores, com o aumento

das temperaturas de calcinação, e como consequência a redução do índice da

reflectância, haja visto que os pós (a) e (b) e (c) apresentaram cores mais opacas na

temperatura de 800 ºC. Portanto, todos apresentam bandas de reflectância acima

dos 600 nm, abrangendo as cores do alaranjado ao vermelho. O fato se deve à

presença da fase Fe2O3 em todas as temperaturas, e da fase Fe2(TiO5) na

temperatura de 800º C, como pode ser visto nas análises de difração de raios X. Os

pós pigmentantes obtidos através da rota de síntese R1NX foram os que obtiveram

maior intensidade na cor.

(a)

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105 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(b)

(c)

Figura 4.32 – Espectros de reflectância na região do UV-Vis em função do

comprimento de onda dos pós pigmentantes (Ti0,9Fe0,1) calcinados a 400 ºC, 600 ºC,

800 ºC pelas rotas de síntese R1NX (a), R2MX (b) e R2MC (c).

Pode-se verificar os espectros de reflectância para as amostras dos pós

pigmentantes de níquel (Ti0,9Ni0,1) calcinados a temperatura de 400°C, 600 º C e

800°C, na Figura 4.33. Para todas as amostras dos pigmentos de níquel depositado

sobre a matriz encapsulada (TiO2), verificou-se o percentual de reflectância na faixa

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106 RESULTADOS E DISCUSSÃO

dos 485 a 565 nm, percebendo-se que os pós mostraram tendência à cor ciano-

verde. O fato se deve à presença da fase NiO em todas as temperaturas, e da fase

NiTiO3 na temperatura de 800º C, como pode ser visto nas análises de difração de

raios X.

Figura 4.33 – Espectros de reflectância na região do UV-Vis em função do

comprimento de onda do pó pigmentante (Ti0,9Ni0,1) calcinados a 400 ºC, 600 ºC, 800

ºC pela rota de síntese R2MC.

Pode-se verificar os espectros de reflectância para as amostras dos pós

pigmentantes de níquel (Ti0,9Co0,1) calcinados a temperatura de 400°C, 600 º C e

800°C, na Figura 4.34. Para todas as amostras dos pigmentos de cobalto depositado

sobre a matriz encapsulada (TiO2), verificou-se o percentual de reflectância na faixa

dos 750 a 800 nm, percebendo-se que os pós mostraram tendência à cor cinza. O

fato se deve à presença da fase Co3O4 em todas as temperaturas, como pode ser

visto nas análises de difração de raios X.

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107 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 4.34 – Espectros de reflectância na região do UV-Vis em função do

comprimento de onda do pó pigmentante (Ti0,9Co0,1) calcinados a 400 ºC, 600 ºC,

800 ºC pela rota de síntese R2MC.

4.3.2.5 Colorimetria

Os parâmetros colorimétricos L*, a* e b* dos pigmentos, em função da

composição e da temperatura de calcinação, estão ilustrados na Tabela 4.7. As

coordenadas cromáticas do pigmento calcinados em temperaturas diferentes (400

ºC, 600 ºC e 800°C) confirmam o estudo da espectroscopia na região do UV-Vis. O

parâmetro L*, que mede a luminosidade das amostras, indica que os pigmentos

obtidos (em todas as temperaturas) variam de 57 a 83.

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108 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tabela 4.7 - Dados colorimétricos das amostras no sistema CIELab.

Amostra Temperatura (º C) L* a* b* Cores

TiO2: 10%Fe

(R1NX)

400 65,01 18,32 20,24 Vermelho

600 58,05 18,39 17,53 Vermelho

800 57,11 12,75 18,85 Vermelho

TiO2: 10%Fe

(R2MX)

400 62,18 12,57 21,49 Vermelho

600 59,13 13,81 19,39 Vermelho

800 56,99 14,41 26,61 Vermelho

TiO2: 10%Fe

(R2MC)

400 70,64 4,97 11,18 Vermelho

600 70,20 6,56 12,76 Vermelho

800 69,05 10,34 16,12 Vermelho

TiO2: 10%Ni

(R2MC)

400 76,94 -0,96 2,42 Verde

600 81,10 -2,94 6,30 Verde

800 83,15 -3,49 10,18 Verde

TiO2: 10%Co

(R2MC)

400 59,35 -0,04 5,25 Cinza

600 58,66 0,14 5,14 Cinza

800 58,03 -0,83 5,44 Cinza

Essas coordenadas diminuem com o aumento da temperatura de calcinação

em quase todos os pós pigmentantes (TiO2: 10%Fe pelas rotas R1NX, R2MX,

R2MC, e TiO2: 10%Co). O único pó pigmentante que as coordenadas aumentam

com o aumento da temperatura de calcinação é o TiO2: 10%Ni, o que comprova com

as tonalidades mais claras para esses pigmentos.

Na Tabela 4.8 podem ser observadas as cores dos pigmentos encapsupados

(core-shell) sintetizados, em função da temperatura de calcinação.

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109 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tabela 4.8 - Cores dos pigmentos encapsulados (Ti0,9Fe0,1, Ti0,9Ni0,1, e Ti0,9Co0,1)

sintetizados (R1NX, R2MX e R2MC), em função da temperatura de calcinação.

Amostra

T

400 (ºC)

600 (ºC)

800 (ºC)

TiO2: 10%Fe

(R1NX)

TiO2: 10%Fe

(R2MX)

TiO2: 10%Fe

(R2MC)

TiO2: 10%Ni

(R2MC)

TiO2: 10%Co

(R2MC)

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110 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Figura 4.35 representa a localização das cores produzidas pelos pigmentos

no espaço de cor uniforme ou diagrama cromático CIELab. Neste diagrama, o

branco, o cinza e o preto são agrupados próximos a origem, pois diferem somente

na luminosidade.

Figura 4.35 - Localização dos pigmentos no diagrama cromático CIELab.

4.3.2.6. Fotodegradação do azo-corante (SPN-MCSG)

Foram realizados ensaios para verificar a absorção na região do UV-Vis do

corante remazol amarelo ouro. A absorção máxima localiza-se em 411 nm

proveniente de bandas de absorção dos grupos azo. As análises espectroscópicas

demonstraram que o procedimento de fotodegradação na presença do TiO2 causa

significativa diminuição nas bandas de absorção do RNL com o tempo de

fotodegradação (1, 2 e 4 h) conforme mostra a Figura 4.36.

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111 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 4.36 - Espectros de UV-Vis das soluções antes dos testes de

fotodegradação.

A Tabela 4.9 apresenta os resultados de descoloração dos pós pigmentantes,

com base na banda em 411 nm, referente ao grupo azo (-N=N-).

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112 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tabela 4.9 - Resultados de descoloração referente à banda em 411 nm do grupo

azo (-N=N-).

Amostra % Descoloração

TiO2X400 73,86

TiO2X600 63,93

TiO2X800 66,08

TiO2: 10%Fe (R1NX400) 47,28

TiO2: 10%Fe (R1NX600) 36,97

TiO2: 10%Fe (R1NX800) 37,77

TiO2: 10%Fe (R2MX400) 37,98

TiO2: 10%Fe (R2MX600) 43,67

TiO2: 10%Fe (R2MX800) 33,66

TiO2: 10%Fe (R2MC400) 68,25

TiO2: 10%Fe (R2MC600) 55,28

TiO2: 10%Fe (R2MC800) 50,52

TiO2: 10%Ni (R2MC400) 62,84

TiO2: 10%Ni (R2MC600) 60,03

TiO2: 10%Ni (R2MC800) 57,44

TiO2: 10%Co (R2MC400) 54,41

TiO2: 10%Co (R2MC600) 65,87

TiO2: 10%Co (R2MC800) 62,62

A maior atividade de fotodegradação, obtendo 73,86% de descoloração foi

usando o óxido de xerogel calcinado a 400 ºC. Esse fato pode ser devido à presença

de anatásio, por possuir bandgap um pouco maior que o rutilo.

A menor atividade de fotodegradação, obtendo 33,66 % de descoloração foi

usando o pó pigmentante TiO2: 10%Fe, sintetizado pela rota 2 modificada com

titânio xerogel, calcinado a 800 ºC. Esse fato pode ser devido à presença de rutilo,

por possuir bandgap um pouco menor que o anastásio.[124]

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113 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.3.2.7. Análises de FE-MEV (SPN-MCSG)

As micrografias dos pós pigmentantes Ti0,9Fe0,1 objetiva verificar a distribuição

e tamanho das partículas e a morfologia das amostras, através das análises de

microscopia eletrônica de varredura (FE-MEV) nas Figuras 4.37, 4,38 e 4,39,

respectivamente.

Observa-se nas micrografias da Figura 4.37, pós-sintetizados através da rota

R1NX e calcinados: a 400 ºC (a) e (b), verifica-se a existência de aglomerados de

partículas irregulares, com tamanhos irregulares abaixo de 1000 nm; a 600 ºC (c) e

(d), pode ser observado aglomerados de partículas arredondadas e bem definidas,

com tamanho mais uniforme abaixo de 500nm; 800 ºC (e) e (f) mostram partículas

que revela que o aumento da temperatura provoca uma reorganização estrutural nos

pós pigmentantes resultando na sua cristalização. O que caracteriza a formação da

fase desejada de titanato de ferro (pseudobrookita). Identifica-se alteração

morfológica, com partículas menores e mais aglomeradas em virtude do aumento da

temperatura de calcinação (800 º C) o que provoca a coalescência entre as

partículas, com consequente aumento do tamanho de grãos, em concordância com

os dados de BET.

(a)

(b)

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114 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(c)

(d)

(e)

(f) Figura 4.37 – Micrografias do pigmento Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400 ºC (a) e (b), 600

ºC (c) e (d), 800 ºC (e) e (f) pela rota de síntese R1NX.

Observa-se nas micrografias da Figura 4.38, pós-sintetizados através da rota

R2MX e calcinados: a 400 ºC (a) e (b) verifica-se a existência de aglomerados de

partículas arredondadas regulares, com tamanhos uniforme abaixo de 500 nm; a

600 ºC (c) e (d) pode ser observado os mesmos aglomerados de partículas

arredondadas e bem definidas, com tamanhos uniforme abaixo de 500nm; 800 ºC

(e) e (f) mostram partículas que revela que o aumento da temperatura provoca uma

reorganização estrutural nos pós pigmentantes resultando na sua cristalização. O

que caracteriza a formação da fase desejada de titanato de ferro (pseudobrookita).

Identifica-se alteração morfológica, com partículas menores e mais aglomeradas em

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115 RESULTADOS E DISCUSSÃO

virtude do aumento da temperatura de calcinação (800 ºC) o que provoca a

coalescência entre as partículas, com diâmetros menores, apresentam formas mais

bem definidas devido a maior organização dos grãos com o ápice da cristalização.

(a)

(b)

(c)

(d)

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116 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(e)

(f) Figura 4.38 – Micrografias do pigmento Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400 ºC (a) e (b), 600

ºC (c) e (d), 800 ºC (e) e (f) pela rota de síntese R2MX.

Observa-se nas micrografias da Figura 4.39, pós-sintetizados através da rota

R2MC e calcinados: a 400 ºC (a) e (b) verifica-se a distribuição de partículas bem

definidas e dispersas, com tamanho uniforme abaixo de 300 nm; a morfologia é

similar para os pós calcinados a 600 ºC (c) e (d), e 800 ºC (e) e (f) pode ser

observado os mesmos aglomerados de partículas arredondadas e bem definidas.

(a)

(b)

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117 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(c)

(d)

(e)

(f) Figura 4.39 – Micrografias do pigmento Ti0,9Fe0,1 calcinados a 400 ºC (a) e (b), 600

ºC (c) e (d), 800 ºC (e) e (f) pela rota de síntese R2MC.

4.3.2.8. Análises de MEV (SPN-MCSG)

As micrografias dos pós pigmentantes de Ti0,9N0,1 e Ti0,9Co0,1 objetiva verificar

a distribuição e tamanho das partículas e a morfologia das amostras, através das

análises de microscopia eletrônica de varredura (MEV) nas Figuras 4.38 e 4,39,

respectivamente.

Observa-se nas micrografias da Figura 4.40, pós-sintetizados (Ti0,9N0,1)

através da rota R2MC e calcinados: a 400 ºC, observa-se a presença de

aglomerados de partículas com tamanhos uniformes variando de 300-350 nm; a 600

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118 RESULTADOS E DISCUSSÃO

ºC, a forma de aglomeração das partículas é bem distribuída e dispersa, com

tamanho de partícula em torno de 250 nm; a 800 ºC, a forma e distribuição das

partículas é similar as verificadas na temperatura de 600 ºC, com tamanho de

partícula em torno de 250 nm.

(a)

(b)

(c) Figura 4.40 – Micrografias dos pigmentos Ti0,9Ni0,1 calcinados a 400 ºC (a), 600 ºC

(b) e (d), 800 ºC (c) pela rota de síntese R2MC.

Observa-se nas micrografias da Figura 4.41, pós-sintetizados (Ti0,9Co0,1)

através da rota R2MC e calcinados: a 400 ºC observa-se a presença de

aglomerados de partículas com tamanhos uniformes variando de 400-250 nm; a 600

ºC, a forma de aglomeração das partículas é bem distribuída e dispersa, com

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119 RESULTADOS E DISCUSSÃO

tamanho de partícula em torno de 250 nm; a 800 ºC, a forma e distribuição das

partículas é similar as verificadas na temperatura de 600 ºC, com tamanho de

partícula em torno de 250 nm.

(a)

(b)

(c) Figura 4.41 – Micrografias do pigmento Ti0,9Co0,1 calcinados a 400 ºC (a), 600 ºC

(b), 800 ºC (c) pela rota de síntese R2MC.

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120 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.3.2.9. Análises de MET (SPN-MCSG)

Observa-se nas micrografias de MET da Figura 4.42, pó-sintetizado

(Ti0,9Fe0,1) pela rota de síntese R1NX e calcinado a 800 ºC: (a) e (b) verifica-se

partículas nanométricas de titanato de ferro com diâmetro médio de 40 nm,

apresentando planos cristalográficos bem orientados em uma única direção,

contendo em seus contornos camadas encapsuladas de Fe entre 2 nm e 4 nm de

espessura.

(a)

(b)

Figura 4.42 – Micrografias de MET do pigmento Ti0,9Fe0,1 calcinado a 800 ºC (a) e

(b) pela rota de síntese R1NX.

Observa-se nas micrografias de MET da Figura 4.43, pós-sintetizado

(Ti0,9Fe0,1) pela rota de síntese R2MX e calcinado a 800 ºC: verifica-se em (a)

partículas nanométricas de titanato de ferro aglomeradas, e (b) uma partícula com

planos cristalográficos, contendo em seu contorno uma camada encapsulada de Fe

de aproximadamente 4 nm de espessura.

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121 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(a)

(b)

Figura 4.43 – Micrografias de MET do pigmento Ti0,9Fe0,1 calcinado a 800 ºC (a) e

(b) pela rota de síntese R2MX.

Observa-se nas micrografias de MET da Figura 4.44, pó-sintetizado

(Ti0,9Fe0,1) pela rota de síntese R2MX, e calcinado a 800 ºC: (a) e (b) verifica-se

partículas nanométricas de titanato de ferro com diâmetro médio de 100 nm,

contendo em seus contornos camadas encapsuladas de Fe entre 5 nm e 10 nm de

espessura.

(a)

(b)

Figura 4.44 – Micrografias de MET do pigmento Ti0,9Fe0,1 calcinado a 800 ºC (a) e

(b) pela rota de síntese R2MC.

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122 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observa-se nas micrografias de MET da Figura 4.45, pó-sintetizado (Ti0,9Ni0,1)

pela rota de síntese R2MC e calcinado a 800 ºC: verifica-se em (a) partículas

nanométricas de titanato de níquel aglomeradas, com diâmetro médio de 100 nm, e

(b) uma partícula contendo em seu contorno uma camada encapsulada de Ni de

aproximadamente 8 nm de espessura.

(a)

(b)

Figura 4.45 – Micrografias de MET do pigmento Ti0,9Ni0,1 calcinado a 800 ºC (a) e (b)

pela rota de síntese R2MC.

Observa-se nas micrografias de MET da Figura 4.46, pó-sintetizado

(Ti0,9Co0,1) pela rota de síntese R2MC e calcinado a 800 ºC: verifica-se em (a)

partículas nanométricas de titanato de cobalto aglomeradas, com diâmetro médio de

130 nm, e (b) uma partícula contendo em seu contorno uma camada encapsulada

de Co de aproximadamente 4 nm de espessura.

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123 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(a)

(b)

Figura 4.46 – Micrografias de MET do pigmento Ti0,9Co0,1 calcinado a 800 ºC (a) e

(b) pela rota de síntese R2MC.

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CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES

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125 CONCLUSÕES

Os resultados obtidos das sínteses estudadas nesse trabalho tiveram as

seguintes conclusões:

Houve evidência de formação de fase intermediária a partir da rota de síntese

modificada, pelo método de síntese dos precursores poliméricos calcinado a

900 ºC, com a fase titanato de ferro (FeTiO3) e alumínio titânio (AlTi3), mas não

a formação da fase cristalina desejada, o titanato de ferro encapsulado de

alumina (FeTiO3@Al2O3).

A síntese dos pigmentos (Ti0,9Al0,1) e (Ti0,9Fe0,9) pelo do método hidrotermal de

microondas (em meio não aquoso), mostrou-se eficiente na obtenção, mas não

eficaz utilizando o titânio comercial (rutilo), devido a não impregnação dos íons

cromóforos (Al+3 e Fe+3) na matriz.encapsuladora (TiO2) comercial.

Foi desenvolvido uma rota de síntese para a obtenção de TiO2 nanométricos

pelo método de co-precipitação associado à química sol-gel (ST-MCSG). Foi

comprovado através técnicas de caracterização, que houve a formação do pó

desejado de TiO2 cristalino anatásio, a partir da temperatura de 400 ºC

(TG/DTA), com características nanométricas identificada com o alargamento de

pico (DRX) e tamanho de cristalito.

Foram analisados e caracterizados duas rotas de sínteses (1 normal e 2

modificado) para a obtenção de pigmentos nanométricos encapsulados tendo

como base TiO2 xerogel (anatásio) e TiO2 comercial (rutilo) pelo método de co-

precipitação associado à química sol-gel (SPN-MCSG).

A síntese do titanato de ferro [Ti0,9Fe0,1] encapsulado apresentou formação de

fases intermediárias a 400 ºC e 600ºC, e com obtenção do pigmento cristalino

nanométrico (Fe2TiO5) na temperatura de 800ºC, nas duas rotas de síntese

(R1NX e R2MX) e na R2MC houve apenas a formação de fases intermediárias.

Foi comprovado através da quantificação de fases pelo método Rietveld. A

síntese do titanato de níquel [Ti0,9Fe0,1] encapsulado apresentou formação de

fases intermediárias a 400 ºC e 600ºC, e com obtenção do pigmento cristalino

nanométrico (NiTiO3) na temperatura de 800ºC pela rota de síntese (R2NC). A

síntese do Titanato de cobalto [Ti0,9Co0,1] encapsulado apresentou formação de

fases intermediárias em todas as temperaturas de calcinação pela rota de

síntese (R2NC).

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126 CONCLUSÕES

As micrografias de FE-MEV dos pigmentos de titanato de ferro pela rota de

síntese R2MX (800 ºC) mostra a formação da coalescência entre as grãos, com

morfologia bem definida, devido à organização das partículas com o ápice da

cristalização formando a fase desejada.

Os pigmentos encapsulados de ferro possuem maior contribuição da coloração

vermelha, pois as coordenadas colorimétricas apresentaram valores

considerados em +a*. Para os pigmentos de níquel os valores foram

confirmados em -a*, e para os pigmentos de cobalto os valores ficaram próximo

do centro. Os pigmentos de ferro utilizando como base o titânio comercial

apresentaram resultados discretos em relação aos resultados obtidos com

titânio xerogel, no que diz respeito à baixa intensidade de cor e diferença de

tamanho de partículas.

O procedimento adotado para o encapsulamento dos pigmentos através das

rotas R1NX e R2MX mostraram-se eficientes através das análises morfológicas

de FE-MEV, e comprovado a existência através das análises de MET, com a

formação da estrutural core-shell. Dessa forma, concluiu-se que os métodos

estudados foram eficientes para a obtenção de pigmentos nanométricos, e que

as metodologias desenvolvidas no trabalho tornam-se a partir de agora objetos

de estudo em linhas de pesquisa no ramo de pigmentos para a área de

cosméticos.

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