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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS ÍZOLA MORAIS DE MEDEIROS RAMALHO MICROEMULSÃO CONTENDO CRISINA COM POTENCIAL AÇÃO ANTINOCICEPTIVA NATAL-RN 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

ÍZOLA MORAIS DE MEDEIROS RAMALHO

MICROEMULSÃO CONTENDO CRISINA COM POTENCIAL AÇÃO

ANTINOCICEPTIVA

NATAL-RN

2018

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ÍZOLA MORAIS DE MEDEIROS RAMALHO

MICROEMULSÃO CONTENDO CRISINA COM POTENCIAL AÇÃO

ANTINOCICEPTIVA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Ciências Farmacêuticas, como

requisito à obtenção do título de Mestre em

Ciências Farmacêuticas.

ORIENTADOR: PROF. DR. ÁDLEY ANTONINI N. LIMA

CO-ORIENTADOR: PROF. DR. BOLÍVAR P. GOULART DE L. DAMASCENO

NATAL-RN

2018

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Ramalho, Ízola Morais de Medeiros. Microemulsão contendo Crisina com potencial açãoantinociceptiva / Ízola Morais de Medeiros Ramalho. - 2018. 115f.: il.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro deCiências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em CiênciasFarmacêuticas. Natal, RN, 2018. Orientador: Ádley Antonini N. Lima. Coorientador: Bolívar P. Goulart de L. Damasceno.

1. Favanóides - Dissertação. 2. Crisina - Dissertação. 3.Microemulsões - Dissertação. 4. Cinética de liberação in vitro -Dissertação. I. Lima, Ádley Antonini N. II. Damasceno, BolívarP. Goulart de L. III. Título.

RN/UF/BS-CCS CDU 547.972

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRNSistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS

Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263

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Dedico esse trabalho aquela que é a minha maior

incentivadora, pois “todas as vezes minha mãe que

alguém me disse não, você disse sim para o meu

coração”.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, “Tudo é do Pai, toda hora e toda glória, é Dele a vitória alcançada em minha vida.

” Muito obrigada por ser minha fortaleza, por aumentar minha fé, por me reerguer a cada

tropeço. “E assim eu compreendi, se de Ti eu fugir, noventa e nove ou mais, deixarás para

trás, e irás me buscar. ” Pois eu sou Tua, e Tu és meu.

A minha mãe, Risomar, obrigada por dá sentido à minha existência, obrigada por cada dia

da sua existência que você dedicou e dedica a mim, por acreditar mais em mim do que eu

mesma, por jamais hesitar em me incentivar, e ao mesmo tempo me ensinar a andar

sozinha. Todos os passos da minha vida serão sempre marcados pelo maior exemplo que

tenho de perseverança, força e alegria. A senhora, que tem os mais verdadeiros risos, e é

mais forte que as maiores ondas do mar.

Ao meu pai, Anchieta, por todo carinho dedicado, por cada canção, por cada assobio que

mostrou a direção e me ensinou a importância da obediência, respeito e atenção.

Ao meu irmão, Anchieta Junior, por me ensinar todos os dias que o amor tudo sofre, tudo

espera, tudo suporta. Obrigada por me ensinar a amar.

A minha família, meus irmãos, avós, tios, tias, primos, sobrinhos, padrinhos por

representarem a certeza do amor de Deus na minha vida, pois cada um de vocês foi

escolhido por Ele para estar ao meu lado e eu sou grata pela vida de cada um e por serem o

alicerce da minha vida.

Aos meus amigos, os quais sabem que o são, pelo conforto que me proporcionam ao saber

que tenho o amor incondicional de cada um de vocês, por serem meu “sim”, por serem

meu “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença”, até que a morte nos eternize no

coração um do outro.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Ádley Lima, por me receber no seu grupo de pesquisa, por

acreditar no meu potencial e confiar no meu trabalho. Pelos ensinamentos, dedicação e

compromisso com o nosso trabalho, meu muito obrigada.

Ao meu co-orientador, Prof. Dr. Bolívar Damasceno, por aceitar fazer parte desse trabalho,

pelos ensinamentos, dedicação e compromisso com minha formação profissional desde a

graduação.

Aos professores Lucindo Quintans e Jullyana Quintans, pela sua imensa ajuda para que eu

pudesse realizar os experimentos de atividade in vivo. Obrigada pela gentileza,

disponibilidade e receptibilidade em seus laboratórios.

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Aos professores Elissa Ostrosky e Márcio Ferrari, pela recepção nos seus laboratórios, e

pela disponibilidade em contribuir na realização dos testes de liberação.

A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, pela

dedicação em compartilhar e fazer crescer os conhecimentos.

A CAPES, pela bolsa de estudos.

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RESUMO

A Crisina (5,7-Dihidroxiflavona) pertence à classe flavona de flavonoides. É encontrada

naturalmente em mel, própolis, e várias espécies de plantas, incluindo espécies do gênero

Pelargonium, Passiflora e da família Pinaceae. A Crisina (CS) é atualmente

comercializada como suplemento dietético e, como outros flavonoides, também exibe

diversos efeitos farmacológicos, dentre os quais estão a atividade antinociceptiva e anti-

inflamatória. Entretanto, sua eficácia tem sido limitada devido à sua baixa

biodisponibilidade oral. As microemulsões (ME) são sistemas de liberação modificada

definidos como sistemas termodinamicamente estáveis e isotropicamente translúcidos de

dois líquidos imiscíveis, usualmente água e óleo, estabilizados por um filme interfacial de

tensoativo, e quando necessário um cotensoativo. Estes sistemas possuem a capacidade de

solubilizar compostos hidrofóbicos, melhorar absorção, biodisponibilidade e estabilidade,

incrementar a eficácia e reduzir a toxicidade de fármacos incorporados. O objetivo deste

trabalho foi a obtenção, caracterização de um sistema microemulsionado para incorporação

da CS e avaliação da atividade antinociceptiva desse. A formulação obtida através de um

diagrama de fase ternário foi caracterizada físico-quimicamente quanto ao pH,

condutividade e índice de refração. Suas características estruturais e morfológicas foram

analisadas através de espalhamento de luz dinâmica (DLS) e microscopia de luz polarizada

(MLP). Enquanto, a estabilidade da formulação foi avaliada através dos estudos de estresse

por centrifugação, aquecimento-resfriamento e congelamento-descongelamento. O perfil

de liberação in vitro foi determinado utilizando o modelo de células de Franz. A avaliação

analgésica foi realizada através de um teste comportamental que avalia o aumento do

limiar de força sobre a pata dos camundongos para analisar o reflexo de retirada através de

um analgesímetro. Além da determinação da capacidade de prevenção da formação de

citocinas inflamatórias avaliadas através de ELISA imunoensaio. Para isso foi

administrada 30 minutos após a indução por carragenina a dose de 25mg/kg de CS e

MECS. A ME desenvolvida é constituída por 5 % de miristato de isopropila, 55 % de água

e 40 % de LAS®, e apresentou pH compatível com a administração via oral, condutividade

condizente com sistemas óleo em água, além de comportamento isotrópico. A distribuição

de tamanho de gotículas foi do tipo monomodal e homogêneo, com tamanhos médios de

gotículas de 170,7 ± 5,3 e 158,9 ± 26,7 nm, e potencial zeta negativo de -16,1 ± 1,9 e -10 ±

2,1, para formulações com e sem CS, respectivamente. A ME mostrou-se estável frente aos

estresses térmicos e por centrifugação. A liberação in vitro da MECS obedeceu ao modelo

cinético de ordem zero e preveniu a formação de citocinas inflamatórias (redução de TNF

α e aumento de IL-10, p<0,01), além de apresentar atividade antinociceptiva no modelo de

hiperalgesia induzida por carragenina (p<0,001). Portanto, pôde-se concluir que a

veiculação da CS através de um sistema microemulsionado mostrou-se como uma

alternativa interessante para expandir o uso desse flavonoide como um fármaco no

tratamento da dor inflamatória.

Palavras-chaves: Flavonóides, crisina, microemulsões, cinética de liberação in vitro,

atividade antinociceptiva in vivo.

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ABSTRACT

Chrysin (5,7-Dihydroxyflavone) belongs to the flavone class of flavonoids. It is found

naturally in honey, propolis and various plant species, including species of the gender

Pelargonium, Passiflora and the family Pinaceae. Chrysin (CS) is currently marketed as a

dietary supplement and, like other flavonoids, also exhibits several pharmacological

effects, among which are antinociceptive and anti-inflammatory activity. However, its

efficacy has been limited because of its low oral bioavailability. Microemulsions (ME) are

modified release systems defined as thermodynamically stable and isotropic translucent

systems of two immiscible liquids, usually water and oil, stabilized by an interfacial

surfactant film, and often a co-surfactant. ME systems have the ability to solubilize

hydrophobic compounds, enhance absorption, bioavailability and stability, enhance

efficacy, and reduce the toxicity of incorporated drugs. The aim of this work was the

development, characterization and evaluation of the antinociceptive activity of a ME

system containing CS. The formulation obtained through a ternary phase diagram was

physic-chemically characterized for pH, conductivity and refractive index. Its structural

and morphological characteristics were analyzed through dynamic light scattering (DLS)

and polarized light microscopy (MLP). Meanwhile, the stability of the formulation was

evaluated through centrifugal stress, heating-cooling and freeze-thaw studies. The in vitro

release profile was determined using the Franz cell model. The analgesic evaluation was

performed through a behavioral test that evaluates the increase of the force threshold on the

paw of the mice to analyze the withdrawal reflex through an analgesimeter. In addition, it

was determined the ability to prevent the formation of inflammatory cytokines evaluated

by ELISA immunoassay. A dose of 25 mg/kg of CS and MECS was administered 30

minutes after carrageenan-induced inflammation. The developed ME consists of 5%

isopropyl myristate, 55% water and 40% LAS®, and presented pH compatible with oral

administration, conductivity consistent with oil-in-water systems, as well as isotropic

behavior. The droplet size distribution was of the monomodal and homogeneous type, with

mean droplet sizes of 170.7 ± 5.3 and 158.9 ± 26.7 nm, and negative zeta potential of -16.1

± 1.9 and -10 ± 2.1, for formulations with and without CS, respectively. ME was stable

during the thermal stresses and centrifugation. The in vitro release of MECS followed the

zero order kinetic model and prevented the formation of inflammatory cytokines (reduction

of TNFα and increase of IL-10, p<0.01), as well as antinociceptive activity in carrageenan-

induced inflammation model (p<0.001). Therefore, CS delivery through a microemulsion

system proved to be an interesting alternative to expand the use of this flavonoid as a drug

in the treatment of inflammatory pain.

Keywords: Flavonoids, chrysin, microemulsions, release kinetics in vitro, antinociceptive

activity in vivo.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fórmula estrutural plana da Crisina .................................................................... 17

Figura 2 - Tipos de ME: fase oleosa (cinza), fase aquosa (branca) ..................................... 19

Figura 3 - Analgesímetro digital (a) e caixa de acondicionamento do Von Frey (b) .......... 32

Figura 4 - Miristato de isopropila (C17H34O2) ..................................................................... 34

Figura 5 - LAS® ................................................................................................................... 35

Figura 6 - Diagrama de fases pseudoternário para o sistema LAS®, miristato de isopropila e

água ...................................................................................................................................... 36

Figura 7 - Aspecto visual das formulações .......................................................................... 37

Figura 8 - Varredura espectrofotométrica da solução de Crisina (16 µg/ml) na faixa de

comprimento de onda de 200 a 350 nm ............................................................................... 43

Figura 9 - Varredura espectrofotométrica da ME na faixa de comprimento de onda de 200

a 350 nm .............................................................................................................................. 44

Figura 10 - Curva analítica obtida a partir de soluções de Crisina nas concentrações de 1 a

8 µg/ml para determinação do parâmetro linearidade ......................................................... 45

Figura 11 - Perfil de liberação da crisina (µg/cm2) em função do tempo (h) a partir da

MECS .................................................................................................................................. 52

Figura 12 - Perfil dos modelos cinéticos testados para a MECS em tampão fosfato pH 7,4.53

Figura 13 - Efeito da crisina isolada e em microemulsão na indução de hiperalgesia

mecânica por carragenina .................................................................................................... 56

Figura 14 - Efeito do tratamento com crisina isolada e em microemulsão na produção de

citocinas inflamatórias TNF α (A) e IL-10 (B) ................................................................... 57

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição percentual (p/p) da formulação selecionada ................................. 36

Tabela 2 - Análise das gotículas das formulações ............................................................... 41

Tabela 3 - Determinação do parâmetro precisão repetibilidade e precisão intercorrida (n=6)

para validação do método espectrofotométrico ................................................................... 46

Tabela 4 - Determinação do parâmetro exatidão (n=3) para validação do método

espectrofotométrico ............................................................................................................ 47

Tabela 5 - Determinação do parâmetro robustez (n=3) para validação do método

espectrofotométrico ............................................................................................................. 48

Tabela 6 - Determinação do doseamento (n=3) da crisina no sistema microemulsionado . 48

Tabela 7 - Determinação da eficiência de encapsulação (n=3) da crisina no sistema

microemulsionado ............................................................................................................... 49

Tabela 8 - Quantidades cumulativas liberadas (µg/cm2) e percentual de liberação (%) da

crisina em cada tempo no compartimento doador (n=3) ..................................................... 51

Tabela 9 - Determinação da ordem de liberação da crisina do sistema microemulsionado

utilizando-se como parâmetro o coeficiente de correlação (r) ............................................ 53

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LISTA DE ABREVIATURAS

A/O Água em óleo

AINES Anti-inflamatórios não esteroidáis

ANOVA Análise de variância de uma única via

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CS Crisina

DFT Diagrama de fases ternário

DLS Espalhamento dinâmico de luz

DP Desvio padrão

EE Eficiência de encapsulação

EHL Equilíbrio hidrófilo-lipófílo

IL 10 Interleucina-10

IPD Índice de polidispersão

IR Índice de refração

ME Microemulsão

MEB Microemulsão branca

MECS Microemulsão de crisina

MLP Microscopia de luz polarizada

NSL Novos sistemas de liberação

O/A óleo em água

pH Potencial hidrogeniônico

TNF-α Fator de necrose tumoral

UV-Vis Ultravioleta visível

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SUMÁRIO

1. INDROTUÇÃO ............................................................................................................. 13

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 16

2.1 FLAVONÓIDES ........................................................................................................ 16

2.2 CRISINA .................................................................................................................... 16

2.3 MICROEMULSÕES ................................................................................................. 18

2.4 MECANISMO DA DOR INFLAMATÓRIA ........................................................... 20

3. OBJETIVOS .................................................................................................................. 23

3.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 23

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................................... 23

4. MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................... 24

4.1 MATERIAIS .............................................................................................................. 24

4.2 MÉTODOS ................................................................................................................ 24

4.2.1 Obtenção do diagrama de fase pseudoternário (DFT) ........................................ 24

4.2.2 Seleção da formulação e incorporação da crisina ............................................... 25

4.2.3 Avaliação macroscópica ..................................................................................... 25

4.2.4 Isotropia .............................................................................................................. 25

4.2.5 Estudos de estabilidade ....................................................................................... 26

4.2.6 Caracterização físico-química ............................................................................. 26

4.2.7 Desenvolvimento da metodologia analítica espectrofotométrica para doseamento

da Crisina na Microemulsão ........................................................................................ 27

4.2.8 Doseamento da Crisina na microemulsão ........................................................... 29

4.2.9 Eficiência de encapsulação ................................................................................. 29

4.2.10 Estudos de Liberação in vitro da crisina ........................................................... 30

4.2.11 Atividade antinociceptiva da MECS utilizando o modelo de indução de

inflamação e hiperalgesia por carragenina ................................................................... 31

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 34

5.1 OBTENÇÃO DO DIAGRAMA DE FASES TERNÁRIO (DFT) ............................ 34

5.2 SELEÇÃO DA FORMULAÇÃO E INCORPORAÇÃO DA CRISINA .................. 36

5.3 AVALIAÇÃO MACROSCÓPICA ........................................................................... 37

5.4 ISOTROPIA ............................................................................................................... 38

5.5 ESTUDOS DE ESTABILIDADE ............................................................................. 38

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5.6 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA ............................................................... 39

5.6.1 Determinação do pH ........................................................................................... 39

5.6.2 Condutividade elétrica ........................................................................................ 39

5.6.3 Índice de refração ................................................................................................ 39

5.6.4 Tensão superficial ............................................................................................... 40

5.6.5 Tamanho de gotícula e potencial Zeta ................................................................ 41

5.7 DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA ANALÍTICA

ESPECTROFOTOMÉTRICA PARA DOSEAMENTO DA CRISINA NA ME ........... 42

5.8 DOSEAMENTO DA CRISINA NA ME .................................................................. 48

5.9 EFICIÊNCIA DE ENCAPSULAÇÃO ...................................................................... 49

5.10 LIBERAÇÃO IN VITRO DA CS DO SISTMA MICROEMULSIONADO .......... 50

5.11 ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA DA MECS UTILIZANDO O MODELO

MECÂNICO DE HIPERALGESIA INDUZIDA POR INFLAMAÇÃO ....................... 55

6. CONCLUSÕES .............................................................................................................. 59

REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 61

ANEXO A ........................................................................................................................... 71

ANEXO B ........................................................................................................................... 94

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1. INTRODUÇÃO

Os flavonoides pertencem a um grupo de substâncias com grupos fenólicos

variáveis encontradas em diferentes plantas e produtos como frutas, vegetais, grãos e

flores. Na última década testemunhou-se um notável renascimento do interesse nesta área,

marcada por um crescimento da pesquisa envolvendo flavonoides bioativos. O grande

potencial terapêutico e a baixa toxicidade sistêmica destes compostos os tornam uma

alternativa viável aos medicamentos convencionais (CHAKRABORTY et al., 2010).

A Crisina (5,7-Dihidroxiflavona) pertence à classe flavona de flavonoides. É

encontrada naturalmente em mel, própolis, e várias espécies de plantas, incluindo espécies

do gênero Pelargonium, Passiflora e da família Pinaceae (MEDIC-SARIC, 2011;

PICHICHERO et al., 2010). A principal fonte natural de crisina é a planta Passiflora

coerulea da qual foi isolada em 1990 por Medina e colaboradores e apresentada como um

composto com propriedades anticonvulsivantes (MEDINA et al., 1990).

Embora, o efeito da crisina já tenha sido explorado em uma vasta gama de

atividades biológicas (anti-inflamatória, antinociceptiva, anticonvulsivante, antioxidante,

antineoplasica, anti-hipertensiva, etc.), estudos avaliando a atividade antinociceptiva e anti-

inflamatória deste composto ainda são consideravelmente escassos e a sua eficácia tem

sido limitada devido a sua baixa solubilidade aquosa e biodisponibilidade oral (BILIA et

al., 2014; CHAKRABORTY et al., 2010; VEDAGIRI e THANGARAJAN, 2016; ZHU et

al., 2016).

A inflamação refere-se a uma cascata de eventos iniciados e controlados

especificamente por mediadores químicos endógenos. Estas alterações produzem as

manifestações clínicas clássicas da inflamação como o calor, rubor, edema, dor e a perda

da função (YAGIELA et al., 2011). A dor é um sintoma geral e caracteriza inúmeras

doenças. Os fármacos atualmente utilizados para o tratamento da dor e inflamação tem

segurança e efetividade limitadas. Por exemplo, o uso de anti-inflamatórios não esteroidáis

(AINES) podem causar efeitos adversos que incluem falência renal e hepática e/ou lesões

gastrointestinais. Outras drogas analgésicas disponíveis, como os opóides, não conseguem

prevenir facilmente a dor em situações dolorosas como dor neuropática (FARKHONDEH

et al., 2015).

Neste contexto, a capacidade de inibir os estímulos pró-inflamatórios exibida por

flavonoides como a crisina pode ser muito útil no tratamento de inúmeras doenças

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inflamatórias crônicas e agudas. Por esta razão o estudo de novos flavonoides com

potencial anti-inflamatório e/ou analgésico, veiculadas em novas formas farmacêuticas,

tem atraído a atenção de pesquisadores (RAUF et al., 2015).

Apesar dos benefícios que a crisina apresenta, seu uso terapêutico ainda depende da

melhoria de seu perfil farmacocinético após administração oral. A crisina apresenta uma

solubilidade aquosa limitada, baixa biodisponibilidade e pode ser facilmente modificada

por fatores ambientais como temperatura, pH e luminosidade (BILIA et al., 2014; WALLE

et al., 2001; ZHU et al., 2016). Desta maneira, há a necessidade de desenvolver um sistema

de liberação que veicule a molécula terapeuticamente ativa para o local de ação.

A via oral é considerada uma das vias mais atrativas e preferível para

administração de fármacos, uma vez que possui vantagens, tais como, controle total e fácil

da administração de fármaco pelo paciente além da possibilidade de flexibilidade nas doses

administradas. Entretanto, nesta via, o epitélio gastrointestinal impermeável comporta-se

como uma barreira física enquanto a degradação enzimática induzida pela peptidase atua

como uma barreira bioquímica para a absorção de fármacos resultando em uma baixa

biodisponibilidade e eficácia limitada de formulações administradas oralmente. Além

disso, os fármacos podem apresentar dificuldade em ser absorvidos para a circulação

sistêmica devido à problemas como, grande tamanho molecular, carga e solubilidade

(YANEZ et al., 2011; LAM; GAMBARI, 2014).

Desta forma, o desenvolvimento de novos sistemas de liberação (NSL) visando a

veiculação de moléculas com potencial farmacológico existente é um processo que

continua crescendo na pesquisa farmacêutica devido as diversas vantagens destes sistemas

como: proteção do fármaco contra possíveis instabilidades no organismo, redução da

toxicidade como consequência da vetorização de fármacos à alvos específicos e menor

exposição aos tecidos saudáveis, liberação controlada de fármacos, possibilidade de

incorporação de moléculas hidrofílicas e lipofílicas, diminuição da dose e número de

administrações e por fim, maior adesão do paciente à terapia (KOO; RUBINSTEIN;

ONYUKSEL, 2005; PIMENTEL et al., 2007).

Dentre os NSL, as microemulsões (ME) têm se destacado como um sistema

carreador de fármacos com grande potencial de aplicabilidade na área farmacêutica, pois

estas são capazes de melhorar a eficácia através de propriedades como o aumento na

solubilidade e proteção dos fármacos, tamanho nanométrico das gotículas, baixa tensão

interfacial, grande área de interface, melhora do perfil de dissolução, liberação controlada

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de fármacos e aumento da biodisponibilidade (TENJARLA, 1999; SILVA et al., 2009;

HARRAR et al., 2011; CAVALCANTI et al., 2016) as quais são propriedades que

conferem condições às ME de incorporar moléculas insolúveis que dificilmente seriam

incorporadas em formulações convencionais, como a crisina.

Tendo em vista tais considerações, esse projeto se propõe a incorporar a crisina em

uma ME para obtenção de uma formulação que permita a veiculação adequada desta

visando explorar o seu potencial anti-inflamatório e antinociceptivo através da

administração oral.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 FLAVONOIDES

Os polifenóis são compostos orgânicos sintetizados por plantas, incluindo taninos,

lignanas e flavonoides (MANN et al., 2007). Os flavonoides representam um dos grupos

fenólicos mais importantes e diversificados entre os produtos de origem natural. Essa

classe de compostos é amplamente distribuída no reino vegetal, sendo encontradas

principalmente em abundância em angiospermas, apresentando enorme diversidade

estrutural (SIMÔES et al., 2003).

Os flavonoides podem ser encontrados em diversas formas estruturais, sendo que

a maioria possui 15 átomos de carbono em seu núcleo fundamental, constituído de duas

fenilas ligadas por uma cadeia de três carbonos entre elas. Baseado na substituição em

diferentes posições e no status da oxidação do anel C os flavonoides podem ser

classificados em diversas subclasses, incluindo as flavonas, os flavonóis, as flavononas, os

flavanóis, as isoflavonas e os chalconas (SIMÔES et al., 2003).

Os flavonoides em geral são absorvidos como agliconas após a hidrólise dos

glicosídeos por todo o trato gastrointestinal, sendo esse mecanismo de absorção

gastrointestinal de flavonoides complexo, culminando com a pouca absorção destes em sua

forma natural no intestino (WALLE, 2004). A margem de segurança para o uso terapêutico

de flavonoides em humanos é muito grande e provavelmente não superada por nenhuma

outra droga de uso corrente (HAVSTEEN, 2002).

Quanto ao seu potencial terapêutico, flavonoides têm se mostrado

farmacologicamente ativos frente a diversas doenças como doenças mediadas por radicais

livres, aterosclerose, isquemia, câncer, alergias, inflamação, problemas cardíacos, AIDS,

etc (CHAKRABORTY et al., 2010). Muitos destes já estão sendo utilizados em

preparações farmacêuticas, cosméticas e alimentícias (CHEBIL et al., 2007).

2.2 CRISINA

A Crisina (5,7-Dihidroxiflavona, Figura 1) é um flavonoide pertencente à classe

flavonas, naturalmente encontrada em mel, própolis, e várias espécies de plantas,

principalmente nas espécies do gênero Pelargonium, Passiflora e da família Pinaceae.

Possui hidroxila livre nos carbonos 5 e 7 do anel A que desempenham uma função

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significativa nas atividades farmacológicas e são responsáveis pela rápida metabolização

desse composto (PICHICHERO et al., 2010; MEDIC-SARIC, 2011).

Figura 1 - Fórmula estrutural plana da Crisina.

Fonte: ZHAI et al., 2008.

Inúmeras atividades farmacológicas vêm sendo atribuídas à crisina dentre as quais

pode-se citar o potencial anti-inflamatório (BAE et al., 2011), antinociceptivo

(FARKHONDEH et al., 2015; ZHAI et al., 2008; RAUF et al., 2015) anticonvulsivantes

(MEDINA et al., 1990), antioxidante (PUSHPAVALLI et al., 2010), anti-hipertensivo

(VILLAR et al., 2002), antineoplásico (PICHICHERO et al., 2011) e anti-hiperlipidêmico

(ZARZECKI et al., 2014). Também há relatos que sugerem que a crisina aumenta os níveis

de testosterona pela inibição da enzima aromatase (KAO et al., 1998), que converte a

testosterona em estradiol, e em decorrência disso, a crisina já está disponível no mercado

como um suplemento dietético (500 mg por cápsula) (iHerbInc., Monrovia, Califórnia;

VitaDigest, Walnut, Califórnia).

Como outros flavonoides, a crisina apresenta baixa biodisponibilidade oral e sofre

metabolismo e efluxo dos metabolitos de volta ao intestino para hidrolise e eliminação

fecal. Apenas 1 a 7 % da crisina administrada via oral é absorvida, devido a sulfatação e

glucorinidação, além da indução da enzima UGT1A1 das células intestinais. Seus dois

metabolitos, glucoronido e sulfonato de crisina tem eliminação dependente da bomba de

efluxo proteína resistente a múltiplos fármacos 2 (MRP2) (WALLE et al., 2001; WALLE,

T., 2004). Estudos demonstraram que o acumulo da crisina em peixes após 8 horas de

exposição se dá, em ordem decrescente, em maiores concentrações em fígado, intestino,

pele e cérebro. Sendo esta predominantemente excretada na bile após glucuronidação,

possivelmente nos carbonos 5 e 7 do anel A (TSUJI et al, 2006). Pesquisadores

monitoraram os níveis de crisina e dos metabólitos crisina sulfatada e crisina glucuronada

em sangue, urina e fezes de humanos saudáveis durante 48h após a administração de 400

mg de crisina via oral e seus resultados mostraram que houve uma taxa de eliminação de

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crisina e metabólitos de cerca de até 98% da crisina administrada, com valores que

variaram entre 40 e 390 mg. Sendo também a forma glucuronada a forma predominante de

eliminação (WALLE et al., 2001).

Desta forma, sua baixa biodisponibilidade e susceptibilidade ao metabolismo de

primeira passagem são fatores limitantes ao uso do potencial terapêutico deste flavonoide.

Os quais podem ser superados através de pesquisa na área de tecnologia farmacêutica que

permitam o desenvolvimento de uma formulação capaz de imergir esse flavonoide bioativo

ao mercado farmacêutico.

2.3 MICROEMULSÕES

Hoar e Schulman (1943) foram os primeiros a introduzir o termo ME, como

definição de um sistema fluido e semitransparente obtido pela titulação até o ponto de

clarificação de uma emulsão simples com um álcool de cadeia média como o hexanol ou o

pentanol. No ponto de clarificação não foi necessária agitação e uma dispersão

transparente foi formada espontaneamente com tamanho das gotículas variando de 100 a

600 nm, significativamente menores que os da emulsão simples inicial, justificando seu

aspecto transparente e o termo ME. Estes pesquisadores observaram, através de

microscopia eletrônica, que as dispersões transparentes formadas eram constituídas de

microgotículas de óleo em água (O/A) ou água em óleo (A/O), cercadas por um filme

interfacial misto de tensoativo e cotensoativo (álcool).

Este termo foi revisado muitas vezes e a definição atualmente mais aceita

descreve as ME como sistemas coloidais formados por uma fase aquosa e uma fase oleosa

estabilizadas por um tensoativo e por um cotensoativo, quando necessário, que reduzem a

tensão interfacial entre os dois líquidos imiscíveis, sendo consideradas

termodinamicamente estáveis, transparentes e isotrópicas (DJEKIC et al., 2012; FANUN,

2012; ZHAO; 2014).

Uma amostra isotrópica sob um plano de luz polarizada possui as mesmas

propriedades ópticas em todas as direções, e, portanto, o raio de luz que parte do

polarizador atravessa o sistema sem modificar sua direção de vibração não sofrendo o

fenômeno da dupla refração, conhecido como birrefringência. Este material é caracterizado

pela presença de um campo escuro quando visto sob microscópio de luz polarizada

(CHORILLI et al., 2011). Enquanto que uma amostra anisotrópica possui propriedades

ópticas capazes de desviar o plano de luz incidente, fazendo com que o raio polarizado

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sofra birrefringência, e produza raios de luzes distintos que vibram em planos

perpendiculares entre si, fazendo com que sejam apresentados diferentes índices de

refração dependentes da direção da propagação da luz através do sistema e da orientação

do eixo de vibração (CHORILLI et al., 2011).

Os tensoativos utilizados para obtenção de ME estão disponíveis em grande

número, mas o seu uso na formação de ME para aplicação farmacêutica é limitado devido

à sua toxicidade, irritação potencial e mecanismo de ação. A escolha adequada e as

concentrações destes componentes que foram as ME são, assim, muito importantes tendo

em vista a aplicação do sistema (FORMARIZ et al., 2005). Os óleos e os tensoativos

utilizados na formação de ME biocompatíveis devem ser biocompatíveis, não-tóxicos e

clinicamente aceitáveis (LAKSHMI et al., 2013; MEHTA et al., 2015).

A proporção destes componentes é capaz de formar diferentes estruturas

influenciadas pelas propriedades físico-químicas dos agentes utilizados (FANUN, 2012).

Assim, as ME podem ser classificadas em três tipos: óleo em água (O/A), água em óleo

(A/O) ou sistemas bicontínuos (DAMASCENO et al., 2011) (Figura 2). No primeiro tipo, a

fase interna ou descontínua é a substância lipossolúvel que se encontra dispersa sob a

forma de gotícula coloidal na fase externa, dispersante ou contínua, que é hidrofílica. Já

para as ME A/O, ocorre o inverso, possuindo como fase interna o componente aquoso

disperso sob forma de gotículas na fase externa oleosa. O último tipo não possui como

característica a presença de gotículas, pois os componentes lipofílicos e hidrofílicos se

caracterizam por canais adjacentes alongados com nanogotículas contendo volumes

semelhantes entre a fase aquosa e oleosa (FORMARIZ et al, 2005; DAMASCENO et al.,

2011; MEHTA et al, 2015).

Figura 2 - Tipos de ME: fase oleosa (cinza), fase aquosa (branca).

Fonte: DAMASCENO et al, 2011.

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Uma das ferramentas mais utilizadas para a obtenção de sistemas

microemulsionados é o diagrama de fases ternário ou pseudoternário, que consiste em uma

representação gráfica composta pelas três fases que formam uma ME: fase aquosa, fase

oleosa e tensoativo (s) e, às vezes, um cotensoativo. Seu principal objetivo é caracterizar o

domínio de regiões de ME, tendo como vantagem a escolha da região cuja viscosidade –

entre outras características – são mais apropriadas para a incorporação do fármaco

(DAMASCENO et al., 2011).

Esse sistema é caracterizado por uma baixa tensão interfacial entre as fases

imiscíveis entre si e oferecem várias vantagens como a estabilidade termodinâmica, a

simplicidade em seu preparo, a capacidade de incorporar uma ampla gama de moléculas,

tanto hidrofílicas, lipofílicas quanto anfifílicas, aumentando sua solubilização e

biodisponibilidade, além de reduzir a toxicidade do fármaco (PESTANA et al., 2008;

FANUN, 2012). O tamanho das gotículas formadas geralmente está dentro da faixa de 10-

200 nm, sendo aproximadamente 100 vezes menor do que o tamanho médio das gotículas

formadas em uma emulsão (1-10 µm) (DAMASCENO et al., 2011; HOAR;

SCHULMAN,1943; SCHULMAN et al., 1959).

As ME aparecem, portanto, como formulações atrativas na área farmacêutica para

veiculação de fármacos, permitindo uma liberação controlada ou sustentada através de

diversas vias de administração como tópica, transdérmica, oral, nasal, ocular e parenteral

(GRAMPUROHIT et al., 2011; FANUN et al., 2012). Desta forma, o estudo e o

desenvolvimento de ME podem ser considerados como ampla área dentro dos sistemas de

liberação modificada de fármacos que irá permitir o desenvolvimento de diversas

aplicações terapêuticas, como neste caso, para uma utilização anti-inflamatória e

antinociceptiva do flavonoide crisina.

2.4 MECANISMO DA DOR INFLAMATÓRIA

A inflamação é uma reação do organismo a diferentes estímulos, como danos

mecânicos, físicos, químicos e biológicos, que ocorrem com o intuito de proteção contra os

agentes causadores dos danos e de retorno a homeostase. As características do processo

inflamatório incluem uma complexa cascata de eventos bioquímicos e celulares, que

envolve extravasamento de líquido, migração celular, produção de mediadores pró-

inflamatórios e sensibilização de nociceptores que culminam com sua sintomatologia

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característica: calor, rubor, edema, dor e a perda da função (BECKER, 1983; COTRAN et

al., 2006; GREGORY et al., 2008; MEDZHITOV, 2008; SOUZA, 2014).

Entretanto, além de proteger o organismo contra os agentes causadores de danos,

o processo inflamatório pode causar danos aos tecidos, levando ao surgimento de sinais e

sintomas. Assim, quando o estímulo inflamatório persiste, a inflamação torna-se crônica,

causando sérios danos ao organismo (BASBAUM et al., 2009; FEGHALI e WRIGHT,

1997; MARKENSON, 1996; RODRIGUES et al., 2016).

O aumento da sensibilidade a estímulos dolorosos, conhecido como

hiperalgesia, é uma característica marcante da inflamação e ocorre devido a sensibilização

dos neurônios nociceptivos sensoriais primários. Após uma lesão tecidual ou inflamação,

os nociceptores são ativados pela ação de mediadores químicos que ativam cascatas de

segundos mensageiros, influenciando canais iônicos, enzimas e proteínas de sinalização

intracelular nestes. Desta forma, ocorre o aumento da excitabilidade do neurônio,

diminuindo o limiar de disparo e aumentando a frequência de potenciais de ação

produzidos durante uma estimulação supra limiar (BASBAUM e WOOLF, 1999; CUNHA

et al, 2005; SILVA, 2013; VERRI et al, 2006).

Os eventos básicos do processo inflamatório são vasculares e celulares,

mediadores derivados de células e da ativação plasmática. As alterações vasculares

iniciam-se em vasodilatação, aumento do fluxo sanguíneo, aumento da permeabilidade

vascular e exsudação de plasma (LANTZ et al., 2005; ROCHA, 2010; WILLIAMS, 1983).

A lesão tecidual inicial resulta na liberação de mediadores pelas células lesadas,

incluindo prótons, serotonina, bradicinina, histamina e óxido nítrico. Em seguida, a

ativação do processo inflamatório induz a via do ácido araquidônico, resultando na

produção de prostaglandinas (produtos da COX) e leucotrienos (produtos da

lipooxigenase), e, por fim, as células do sistema imune são recrutadas, liberando ainda

outros mediadores, incluindo fatores de crescimento e citocinas como interleucina-1 (IL 1)

e fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa) e causando as mudanças no tônus vascular e

fluxo sanguíneo (KIDD e URBAN, 2001; SAMPSON 2000; WILLIAMS, 1983).

A carragenina, um polissacarídeo linear sulfatado obtidos a partir de extratos de

algas marinhas vermelhas, tem sido usada no estudo da hiperalgesia inflamatória, pois

induz hiperalgesia mecânica através da cascata das citocinas (TNF-a, IL-6 and IL-1b)

liberadas por células residentes ou migratórias iniciadas pela produção de bradicinina, com

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conseqüente síntese de prostaglandinas e liberação de aminas simpáticas (BRITO et al.,

2015).

Desta forma, diante das limitações impostas pela crisina que culminam com uma

baixa biodisponibilidade após administração via oral, em paralelo ao seu potencial uso

farmacêutico na inflamação e nocicepção, o desenvolvimento de uma microemulsão para

veiculação dessa mostrasse uma opção vantajosa para utilização farmacêutica.

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3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Desenvolver e caracterizar um sistema microemulsionado contendo a crisina para a

avaliação do seu potencial anti-inflamatório e antinociceptivo.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Obter a ME a partir do diagrama de fases;

Caracterizar físico-quimicamente e estruturalmente o sistema obtido;

Avaliar a estabilidade físico-química do sistema;

Desenvolver e validar uma metodologia de quantificação da crisina;

Avaliar o perfil de liberação in vitro da crisina incorporada à ME;

Avaliar in vivo a ação antinociceptiva da ME incorporada com a crisina.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 MATERIAIS:

Crisina 97% (Lote STBF6934V, Sigma-Aldrich, EUA);

Carragenina (Sigma, Brasil);

Miristato de isopropila (Farmos, Brasil);

PEG-8 cáprico/caprílico glicerídeo (LAS®-Brasquim, Brasil);

Água deionizada obtida através de osmose reversa (Permution, Brasil).

4.2 MÉTODOS:

4.2.1 Obtenção do diagrama de fase pseudoternário (DFT)

Para identificação das regiões de ME foi realizada a obtenção do diagrama de

fases pseudoternário através do método de titulação da fase aquosa a temperatura ambiente

(25 ºC) seguida de inspeção visual do resultado da mistura dos componentes. O miristato

de isopropila foi utilizado como fase oleosa, o LAS® como tensoativo e água deionizada

como fase aquosa.

O tensoativo foi adicionado à fase oleosa nas proporções 1:9, 2:8, 3:7, 4:6, 5:5,

6:4, 7:3, 8:2 e 9:1, respectivamente. A fase aquosa foi titulada utilizando um pipetador

automático em cada uma das proporções de fase oleosa e tensoativo obtidas. Após cada

titulação, as misturas foram submetidas a homogeneização através de um desruptor de

células ultrassônico (VibracellTM 75041, sonda de 13mm, 750 W, 20 KHz, Bioblock

Scientific, França) por 1 minuto na amplitude de 40%, seguido de banho de ultrassom por

1 minuto para a retirada de possíveis bolhas e um período de repouso de 2 minutos para

observação do aspecto final do sistema (HU et al., 2011).

Ao fim do período de repouso, as mudanças no aspecto visual das misturas foram

analisadas contra um fundo escuro e classificadas de acordo com o seu aspecto. Os

resultados obtidos foram plotados em um triângulo equilátero com auxílio do software

Origin Pro® 8.0, no qual cada ponto da superfície corresponde a proporção definida dos

componentes da mistura.

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4.2.2 Seleção da formulação e incorporação da crisina

A partir do diagrama obtido, foi selecionada uma proporção dos componentes na

região de formação de sistemas transparentes para obtenção da formulação para

incorporação da crisina. A formulação foi preparada através de 3 ciclos de

homogeneização ultrassônica por 1 minuto, com retirada do excesso de bolhas de ar em

banho de ultrassom por 1 minuto.

A crisina possui características lipofílicas, com solubilidade aquosa de 0.005

mg/ml (WALLE et al., 2001; WALLE et al., 2004) e, portanto, foi dissolvida na mistura da

fase oleosa e tensoativo, antes da adição da água e sua concentração final na formulação

foi de 0,1% (m/m). Todos os sistemas foram preparados 24h antes da realização dos testes

de caracterização e mantidos em temperatura ambiente para garantir sua estabilização

termodinâmica (SILVA et al., 2010).

4.2.3 Avaliação macroscópica

As características macroscópicas das formulações foram

analisadas através de observação visual. Aspectos como coloração,

homogeneidade, separação de fases, transição de sistema transparente para opaco

ou a presença de precipitados foram avaliados 48 horas após a obtenção do sistema

microemulsionado, o qual foi armazenado em frascos transparentes e mantidos em

temperatura ambiente (25 ºC).

4.2.4 Isotropia

A isotropia das formulações escolhidas, com e sem o fármaco, foi analisada por

meio de um microscópio de luz polarizada. Uma gota da amostra foi colocada sobre uma

lâmina de vidro, coberta com uma lamínula e examinada através de uma luz submetida a

um polarizador. As fotomicrografias foram obtidas para determinar se as amostras exibiam

ou não birrefringência óptica. Todas as análises foram realizadas no Laboratório de

Microscopia do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte (UFRN).

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4.2.5 Estudos de estabilidade

Os sistemas microemulsionados, com e sem crisina, foram submetidos aos testes

de estresse por centrifugação, ciclo de congelamento descongelamento e de aquecimento

resfriamento, de modo que ao final de cada teste as amostras foram analisadas quanto a

presença de turbidez, separação de fases e/ou precipitado. Os sistemas que persistirem

como sistemas transparentes e com única fase após o teste são considerados estáveis

(PREMARATHNE; KARUNARATNE; PERERA, 2016).

4.2.5.1 Teste de estresse por centrifugação

As formulações foram submetidas à centrifugação (15000g) por 30 minutos, e em

seguida tiveram sua estabilidade analisada.

4.2.5.2 Teste de estresse por congelamento descongelamento

As formulações foram submetidas a 3 ciclos de congelamento e descongelamento.

Estas foram congeladas em frízer à -20 ± 2 ºC por 24 horas, e em seguida foram retiradas e

mantidas em temperatura ambiente (25 ± 2 ºC) para descongelamento, e em seguida

tiveram sua estabilidade analisada.

4.2.5.3 Teste de estresse por aquecimento resfriamento

As formulações foram submetidas a 3 ciclos de aquecimento e resfriamento. Estas

foram aquecidas em incubadora à 40 ± 2 ºC por 24 horas, e em seguida foram retiradas e

mantidas em temperatura ambiente (25 ± 2 ºC) para resfriamento, e em seguida tiveram sua

estabilidade analisada.

4.2.6 Caracterização físico-química

4.2.6.1 Determinação do pH

O pH da formulação foi mensurado utilizando pHmetro digital (Modelo HI 221,

Hanna instruments, Brasil), com eletrodo e sensor de temperatura previamente calibrado

com solução tampão 4,0 e 7,0, à temperatura de 25±0,5°C. O eletrodo foi introduzido

diretamente em um volume de 10g da formulação. A análise foi realizada em triplicata

(CAVALCANTI et al., 2016).

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4.2.6.2 Condutividade elétrica

A condutividade elétrica da formulação foi avaliada por meio de condutivímetro

digital (Logen, Brasil), previamente calibrado com solução de calibração apresentando

condutância de 146,9 µS cm-1 à temperatura de 25±0,5°C. O eletrodo foi introduzido

diretamente em um volume de 10 ml da formulação. A análise foi realizada em triplicata

(CAVALCANTI et al., 2016).

4.2.6.3 Índice de refração

O índice de refração foi mensurado utilizando refratômetro de Abbé (Analytik

Jena AG, Alemanha), aferido com águia deionizada (IR=1,333), à temperatura de

25±0,5°C. A análise foi realizada em triplicata (CAVALCANTI et al., 2016).

4.2.6.4 Tensão superficial

A análise de tensão superficial foi feita utilizando o tensiometro SensaDyne

(model QC-6000, Research Corp., USA) aplicando a técnica da máxima pressão da bolha,

usando o nitrogênio como fase gasosa. O tensiometro foi conectado a um computador e

controlado através do software SensaDyne Tensiometer, version 1.21 (WANDERLEY

NETO et al., 2012).

4.2.6.5 Tamanho de gotícula e potencial zeta

O diâmetro médio das gotículas, o índice de polidispersão e o potencial Zeta

foram obtidos através de análise por espalhamento dinâmico de luz (DLS – Dynamic Light

Scattering) usando o equipamento Zetasizer Nano ZS90 (Malvern Instruments Ltd,

France). As análises foram feitas sob temperatura constante de 25°C, com ângulo de

incidência de 90°, e com feixe de luz de comprimento de onda de 633nm. As amostras

foram diluídas (1:200) antes das análises e cada medida foi feita em triplicata, sendo a

média do diâmetro de gotícula e do índice de polidispersão determinados. O potencial zeta

das microemulsões também foi mensurado em triplicata, após diluição das amostras

(1:100) em NaCl (1mmol/L).

4.2.7 Validação da metodologia analítica espectrofotométrica para doseamento da

Crisina na Microemulsão

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O processo de validação tem como objetivo ratificar que o método desenvolvido

atente às exigências analíticas para a finalidade pretendida, garantido a obtenção de

resultados confiáveis (BRASIL, 2003). A validação do método espectrofotométrico

desenvolvido foi realizada de acordo com as recomendações da Resolução da ANVISA RE

nº 899, de maio de 2003. O método possui a finalidade de quantificar o princípio ativo em

produtos farmacêuticos ou matérias-primas, portanto, os parâmetros especificidade e

seletividade, linearidade e faixa de aplicação (intervalo), precisão, exatidão e robustez

exigidos pela categoria I foram avaliados.

Inicialmente realizou-se uma varredura espectrofotométrica (200 a 350 nm) de

uma solução de Crisina em etanol PA, na concentração de 16µg/ml para confirmação do

comprimento de onda (λ) prenunciado na literatura no qual a Crisina apresentava valor

máximo de absorbância (CHAKRABORTY et al., 2010; WALLE et al., 2001; ZHANG,

2014; ZHU et al., 2016).

A especificidade e seletividade foram determinadas através da comparação entre

as curvas de absorbância em função do comprimento de onda da microemulsão branca

(MEB), sem adição da crisina em relação à curva gerada pela leitura espectral da

microemulsão contendo a crisina (MECS) na faixa de comprimento de onda de 200 a 350

nm.

A linearidade e a faixa de aplicação foram obtidas a partir do preparo de uma

solução padrão (n=3) de Crisina na concentração de 40 µg/ml em etanol. Em seguida

foram feitas sucessivas diluições para obtenção das soluções com concentrações de 8, 6, 4,

2 e 1 µg/ml de Crisina em etanol. Todas as concentrações foram lidas em

espectrofotômetro UV-Vis para verificar a absorbância de cada diluição permitindo a

obtenção da curva de calibração e a determinação do coeficiente de correlação linear (r)

através da análise de regressão linear pelo método dos mínimos quadrados. O critério

mínimo aceitável do coeficiente de correlação (r) é de = 0,99 (BRASIL, 2003).

A precisão foi determinada através da leitura em sextuplicata de soluções na

concentração do ponto médio da curva de calibração (4 µg/ml) no comprimento de onda de

269 nm. Este parâmetro foi avaliado em dois níveis: a repetitividade (precisão intra-

corrida) e a precisão intermediária (precisão intercorridas), por analistas distintos. A

precisão foi expressa como coeficiente de variação (CV%), obtido através da Equação (1):

(1)

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Onde: DP é o desvio padrão e CDM é a concentração média determinada, não se admitindo

valores superiores a 5 %.

A exatidão foi determinada a partir de nove leituras contemplando o intervalo

linear do procedimento, sendo feito análise em triplicata de soluções da Crisina em

diferentes faixas de concentração, sendo elas em baixa (2 µg/ml), em média (4 µg/ml) e em

alta concentrações (8 µg/ml). O cálculo para este parâmetro foi feito através da Equação

(2):

(2)

A robustez do método foi realizada através da alteração de parâmetros como

mudança no solvente utilizado para a validação, em que foram utilizados como solventes

para a Crisina etanol PA de diferentes fabricantes. E a outra alteração foi a utilização de

espectrofotômetros de modelos diferentes. A análise foi feita em triplicata no comprimento

de onda de 269 nm. Os valores das absorbâncias foram analisados e verificados quanto ao

seu coeficiente de variação (%).

4.2.8 Doseamento da Crisina na microemulsão

A quantificação da Crisina na microemulsão foi realizada de acordo com a

metodologia analítica desenvolvida e validada por espectrofotometria UV-Vis. Foram

feitas diluições em etanol PA em triplicata da microemulsão contendo o fármaco para

obtenção de soluções com concentração teórica de 4 µg/ml. A partir destas soluções, foram

feitas as leituras no espectrofotômetro no comprimento de onda de 269 nm. As médias das

absorbâncias foram utilizadas para o cálculo da concentração real de Crisina na formulação

por meio da equação da reta obtida durante a determinação da linearidade do método.

4.2.9 Eficiência de encapsulação

A eficiência de encapsulação da Crisina pela microemulsão foi determinada

utilizando 1ml da formulação, a qual foi submetida a centrifugação (15000 g) por 30

minutos. Em seguida, uma alíquota do sobrenadante da microemulsão foi cuidadosamente

retirada e diluída em etanol com a finalidade de se obter a concentração média observada

na curva de calibração obtida (4 µg/ml) (LI et al., 2015). A eficiência de encapsulação foi

calculada conforme Equação (3):

(3)

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Onde, EE é a eficiência de encapsulação; ABSsob é a absorbância do sobrenadante da

formulação após a centrifugação no λ de 269 nm; e, ABSform é a absorbância da

formulação antes da centrifugação no λ de 269 nm.

4.2.10 Estudos de Liberação in vitro da crisina

4.2.10.1 Preparo da membrana sintética das células de difusão de Franz

As cinéticas de difusão in vitro foram conduzidas utilizando-se células de difusão

tipo Franz com área difusional de 0,785 cm2, volume de 12 ml e utilizando membrana

sintética de acetato de celulose 0,45 μm, sendo estas previamente hidratadas por 2 horas

em imersão numa solução de tampão fosfato (0,1 mol/L) pH 7,4. O compartimento

receptor foi preenchido com solução etanol/água (1:1), num sistema composto de três

células individuais, que estavam imersas em um banho termostatizado à 37 ± 0,5°C, sendo

mantidas sob agitação constante em agitador magnético por um período de 12 horas.

As membranas de acetato de celulose foram colocadas na parte superior do

compartimento receptor de uma maneira a evitar a formação de bolhas. O compartimento

doador foi preenchido com um volume de 300μL da MECS (0,1%) a ser testada. A difusão

do fármaco é determinada pela quantificação do mesmo no compartimento receptor. Para

tanto, foi coletada 1 ml da solução receptora nos seguintes intervalos de tempo: 0,25; 0,5;

1; 2; 4; 6; 8; 10 e 12 horas, e a determinação da quantidade de crisina liberada neste

compartimento foi feita através de leitura espectrofotométrica no comprimento de 269 nm.

O volume total da fase receptora foi reposto a cada amostragem com a solução etanol/água

(1:1) para manutenção das condições sink do sistema. Todo o estudo de liberação foi

conduzidos em triplicata e os resultados expressos através da média e desvio padrão

(CAVALCANTI et al., 2016).

4.2.10.2 Análise cinética do ensaio de liberação in vitro

Para a avaliação da cinética da crisina no sistema microemulsionado, os resultados

da liberação in vitro foram compilados em gráficos de dispersão xy, característicos de três

modelos cinéticos:

Ordem zero: quantidade liberada por área (μg/cm2) versus tempo (h);

Higuchi: quantidade liberada por área (μg/cm2) versus raiz do tempo (h);

Primeira ordem: log da quantidade liberada por área (μg/cm2) versus tempo (h).

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A partir dos gráficos, realizou-se análise de regressão linear, determinando-se o

coeficiente linear (r) para cada modelo cinético proposto. O modelo que apresentou o

maior valor de r foi o selecionado. O valor de fluxo (J), velocidade de liberação, da crisina

foi calculado através de regressão linear e correspondeu a inclinação (a) na porção linear

dos pontos experimentais selecionados a partir do ponto onde o equilíbrio de difusão já

estaria alcançado, obtendo-se então o fluxo no estado estacionário (trecho constante do

gráfico) (PREMARATHNE; KARUNARATNE; PERERA, 2016).

O lag time (tlag) é calculado através da extrapolação da reta de regressão linear até

o eixo do tempo, portanto, é o valor de x quando y é substituído por zero na equação da

reta (CAVALCANTI et al., 2016). Assim, o tlag pode ser definido como o tempo necessário

para que a passagem de uma substância através de uma membrana atinja o equilíbrio

(AULTON, 2005).

O coeficiente de liberação, Kr, foi calculado através da relação entre o fluxo no

estado estacionário e a concentração inicial de crisina na microemulsão

(PREMARATHNE; KARUNARATNE; PERERA, 2016; ROTTKE; LUNTER;

DANIELS, 2014), como mostrado na Equação (4):

(4)

Onde, Kr é o coeficiente de liberação, Jss é o fluxo no estado estacionário através das

membranas de acetato de celulose (µg/cm2h) e Co é a concentração inicial de crisina na

formulação (µg/mg).

Além disso, realizou-se o cálculo do percentual de liberação da crisina da ME ao

longo do tempo através da Equação (5) (CAVALCANTI et al., 2016):

(5)

Onde Rt corresponde a quantidade de crisina liberada no tempo t e L representa a

quantidade inicial de crisina na ME.

4.2.11 Atividade antinociceptiva da MECS utilizando o modelo de indução de

inflamação e hiperalgesia por carragenina

4.2.11.1 Animais

Foram utilizados camundongo Swiss (Mus muculus var. albinus), machos,

pesando 25-30g, os quais foram fornecidos pelo biotério do departamento de fisiologia da

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Universidade Federal de Sergipe (UFS). Os animais foram aleatoriamente mantidos em

gaiolas apropriadas de polipropileno e mantidos a temperatura de 21 ± 2°C, sob ciclo

claro-escuro de 12 horas (luz de 6 às 18 horas), com acesso a água e comida ad libitum. Os

grupos experimentais de camundongos (n=8) foram aclimatizados pelo menos 2 horas

antes dos experimentos e utilizados apenas uma vez. Os testes foram realizados durante a

fase de luz do ciclo. Os protocolos experimentais para os experimentos com animais foram

submetidos ao Comitê de Ética em Pesquisa com Animais da Universidade Federal de

Sergipe e aprovados (CEPA 67/2016).

4.2.11.2 Hiperalgesia mecânica induzida por inflamação

Os animais foram divididos em cinco grupos. Para todos os grupos, com exceção

do grupo Sham, a inflamação aguda foi induzida com uma injeção de 50 µL de solução de

carragenina 1% dissolvida em salina na pata traseira direita, 30 minutos após a

administração via oral por gavagem dos tratamentos. O grupo Sham não foi tratado, o

grupo Crisina foi tratado com crisina 25mg/kg, e o controle negativo (grupo veículo)

apenas com o veículo (Tween 80 2% em água destilada), o grupo MECS foi tratado com

microemulsão contendo crisina (25mg/kg) e o seu grupo controle (grupo MEB) foi tratado

com ME branca.

4.2.11.3 Hiperalgesia mecânica induzida por carragenina

A hiperalgesia mecânica foi avaliada utilizando um analgesímetro digital Von

Frey (Insight®, Figura 3), que consiste em um transdutor de pressão adaptado a um

contador digital de força expressa em gramas (g). O contato do transdutor de pressão com a

pata é realizado através de uma ponta descartável de polipropileno. Os animais são

colocados em caixas de acrílico (Figura 3) para experimentação, a qual tem um assoalho

feito de arame não maleável na forma de rede (INSIGHTL, 2017).

Figura 3 – Analgesímetro digital (a) e caixa de acondicionamento do Von Frey (b).

Fonte: INSIGHTL, 2017.

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As alterações nos limiares nociceptivos são avaliadas exercendo-se uma pressão

linearmente crescente no centro da planta da pata do animal até a produção de uma

resposta caracterizada pela retirada ou sacudida (flinches) da pata estimulada. As medidas

são repetidas por 4 vezes em cada animal (com intervalo de 5 minutos) para obter uma

média expressa em gramas. As medidas foram feitas antes da injeção de carragenina para

determinar a linha de base, como também 1, 2, 3 e 4 horas após a indução. Assim, a

intensidade de hipernocicepção foi quantificada como a variação na pressão obtida

subtraindo-se a média de quatro valores, expressos em gramas (força), observada antes da

injeção de carragenina (0 horas) da média de quatro valores, em gramas (força), após a

indução com carragenina (1, 2, 3 e 4 horas) (JENSEN et al., 1986).

4.2.11.4 Doseamento de citocinas

Os animais foram eutanásiados após 4 horas da injeção de carragenina e a pele da

pata traseira direita foi removida e armazenada a -80 °C. A pele foi homogeneizada em

200µL de tampão fosfato (PBS, pH 7.4) contendo EDTA, nonidet P 40 (0.5%) e inibidores

de proteases. As amostras foram centrifugadas a 8000 rpm, por 10 minutos, à 4 °C, e o

sobrenadante obtido foi diluído para dosagem de proteínas através do método de Bradford

(RABELO et al., 2016). Concentrações de TNF-α e IL-10 foram determinadas através de

ELISA (Enzyme Linked Immunonosorbent Assay) (Bioscience®), de acordo com as

instruções do protocolo do kit, e as medidas colorimétricas a 450 nm foram feitas

utilizando leitor de microplacas (ASYS®). A concentração foi obtida através de curva

padrão, e todos os resultados expressos em pictogramas de citocina por miligrama de

proteína total (pg/mg).

4.2.11.5 Análise estatística do estudo in vivo

A análise estatística foi feita utilizando o programa GraphPad Prism 6.0

(GraphPad Prism Software Inc., San Diego, CA, USA). Os dados foram submetidos à

análise de variância de uma única via (ANOVA) seguido do pós-teste de Tukey-Kramer

para atividade anti-inflamatória e antinociceptiva. As diferenças foram consideradas

significativas se p < 0.05.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 OBTENÇÃO DO DIAGRAMA DE FASES TERNÁRIO (DFT)

O estudo do DFT é uma ferramenta imprescindível para determinar em quais

proporções dos componentes existe o aparecimento de áreas de ME, e mostrar a região

mais adequada para a escolha da formulação na qual o fármaco será incorporado

(FORMARIZ et al., 2005).

Os componentes selecionados para obtenção do diagrama como tensoativo, fase

aquosa e fase oleosa foram o LAS® (PEG-8 cáprico/caprílico glicerídeo), a água e o

miristato de isopropila, respectivamente.

A maioria dos óleos usados em sistemas microemulsionados para uso

farmacêutico são volumosos e semi-polares, sendo os triglicerídos de cadeia média e longa,

como o Miglyol, e os ésteres de ácido graxo, como o palmitato e o miristato de isopropila

são farmaceuticamente aceitáveis e bastante utilizados na obtenção de ME (GOMES,

2010). Na Figura 4, podemos observar a estrutura química do miristato de isopropila

(MIP), fórmula molecular C17H34O2, também conhecido por éster isopropílico do ácido

mirístico ou tetradecanoato de isopropila. O MIP é obtido pela reação do cloreto de

miristila com 2-propanol e possui EHL11,5. É um líquido de baixa viscosidade, inodoro e

praticamente incolor (GENNARO, 2005).

Figura 4 - Miristato de isopropila (C17H34O2).

Fonte: Merck, 2017.

A seleção de emulsificantes adequados, capazes de formar mono ou multicamadas

em torno das gotículas oleosas, de forma a reduzir a tensão interfacial e/ou aumentar a

repulsão entre as gotículas, é um dos principais fatores relacionados à estabilidade do

sistema de liberação (BRUXEL et al., 2012). Recorre-se ao equilíbrio hidrofílico-lipofílico

(EHL) na seleção de tensoativos adequados para microemulsões. Assim, utilizam-se

tensoativos de EHL no intervalo 3-6 para se obter microemulsões água/óleo e no intervalo

de 8-18 para microemulsões óleo/água (SINGH et al, 2013)

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Dentre os tensoativos, os não-iônicos mostram vantagens particulares para

aplicação farmacêutica devido a suas baixas toxicidade e irritabilidade, sendo alguns,

consequentemente, utilizados em preparações orais e parenterais. Possuem também maior

grau de compatibilidade com diversas substâncias, quando comparados aos tensoativos

catiônicos e aniônicos e são menos sensíveis às alterações de pH ou à adição de eletrólitos

(BILLANY, 2005).

O LAS® (PEG-8 cáprico/caprílico glicerídeo) é um destes tensoativos não-iônicos

que vem sendo vastamente utilizados para solubilização de drogas hidrofóbicas.

Recentemente, foi reportado sua de aumento da absorção intestinal de fármacos fracamente

absorvíveis, como a gentamicina, insulina e vancomicina, que tiveram sua absorção

aumentada na presença deste tensoativo. O LAS®, também chamado de Labrasol®, é a

mistura de mono, di e triglicerídeos e mono e di ésteres de ácidos graxos do PEG 400

(Figura 5). É sintetizado através de uma reação de esterificação alcoólica utilizando

triglicerídeos de cadeia media do óleo de coco e PEG 400, sendo os ácidos graxos

cáprico/caprílico os principais. Possui EHL entre 12-14, sendo ideal para obtenção de

microemulsão O/A, e apresenta baixa toxicidade, com uma LD50 de 22g/kg para ratos, o

que viabiliza sua utilização em preparações orais (LIN et al., 2007; STRICKLEY, 2004;

UJHELYI et al., 2012).

Figura 5 - LAS®.

Fonte: STRICKLEY, 2004.

Legenda: x = 8 e R = C8, C10.

A Figura 6 representa o DFT obtido neste estudo, o qual caracteriza o

comportamento das misturas de tensoativo, fases oleosa e aquosa. Foi observada uma

diversidade de estados, ressaltando-se a presença de áreas de formação de microemulsão,

destacado em cinza, que são regiões onde as proporções dos componentes foram

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apropriadas para reduzir a tensão interfacial até a formação de um sistema homogêneo,

límpido e transparente (SILVA et al, 2009).

Figura 6 - Diagrama de fases pseudoternário para o sistema LAS®, miristato de isopropila e água.

Fonte: Próprio Autor.

Legenda: A área cinza representa a região de existência de microemulsão, e o ponto vermelho representa a

formulação selecionada.

5.2 SELEÇÃO DA FORMULAÇÃO E INCORPORAÇÃO DA CRISINA

Partindo do DFT obtido, selecionou-se uma formulação para incorporação da

crisina. A Tabela 1 apresenta as proporções dos componentes da formulação que foi

escolhida a partir do diagrama e que representasse uma ME do tipo óleo em água (O/A).

Essa composição encontra-se destacada na Figura 6.

Tabela 1 – Composição percentual (p/p) da formulação selecionada.

Componente Função Proporção (%)

LAS® Tensoativo 40

Miristato de isopropila Fase oleosa 5

Água Fase aquosa 55

Após a escolha da formulação, a crisina foi incorporada à microemulsão.

Damasceno e colaboradores (2011) afirmam que a encapsulação máxima de um fármaco

pode ser alcançada através da incorporação deste durante o processo de formação do

sistema microemulsionado. Neste contexto, a incorporação de fármacos lipofílicos, com a

crisina, em sistemas microemulsionados do tipo O/A, como o obtido neste trabalho, pode

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ocorrer por meio da solubilização das moléculas do ativo no filme interfacial de

tensoativos ou no núcleo oleoso das gotículas, os quais apresentam propriedades distintas

das do meio aquoso externo.

Desta forma, a crisina foi adicionada à mistura da fase oleosa e tensoativo. Em

seguida, a fase aquosa foi adicionada e o sistema microemulsionado foi obtido utilizando a

técnica de emulsificação por ultrassom, conhecida como sonicação, na qual as ondas

sonoras produzidas pelo equipamento através da sonda provocam um processo de

cavitação acústica, gerando colapsos entre as gotículas que se tornam cada vez menores,

em detrimento também de outros fatores como a proporção entre óleo e tensoativo, a

viscosidade da fase externa, o tempo de emulsificação e a energia aplicada durante o

processo (GHOSH et al., 2013; NAKABAYASHI et al., 2011).

5.3 AVALIAÇÃO MACROSCÓPICA

A avaliação macroscópica foi realizada 48 horas após o preparo da ME e está

apresentada na Figura 7.

Figura 7 - Aspecto visual das formulações.

Fonte: Próprio Autor.

Legenda: MEB, refere-se à formulação branca, ou seja, o sistema formado apenas pela fase oleosa, fase

aquosa e tensoativo. MECS, refere-se à microemulsão contendo a crisina incorporada a este.

A avaliação macroscópica da formulação permite observar se os sistemas obtidos

atendem a alguns dos requisitos que correspondem a uma ME propriamente dita e se a

incorporação do fármaco causou ou não alterações nas propriedades do sistema. Assim,

aspectos como limpidez, homogeneidade e estabilidade termodinâmica correspondem a

fatores indispensáveis a uma ME e que devem permanecer inalterados mesmo após a

adição de um princípio ativo (SILVEIRA, 2009).

MEB MECS

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Constatou-se que, tanto as formulações brancas, sem a crisina, quanto as que

possuíam a crisina incorporada, apresentaram-se com sistemas límpidos, homogêneos,

transparentes, líquidos, sendo a MECS amarelada devido a cor da crisina, sem fenômeno

de separação de fases ou turbidez, dando indícios de uma boa estabilidade para ambas as

formulações.

5.4 ISOTROPIA

A microscopia de luz polarizada pode ser utilizada para a determinação da

isotropia de sistemas líquidos dispersos, permitindo assim sua classificação

(DAMASCENO et al., 2011). Desta forma, através da microscopia de luz polarizada pode-

se detectar e diferenciar os cristais líquidos dos sistemas microemulsionados, porque os

primeiros apresentam birrefringência, revelando texturas típicas pretas e brancas (“cruzes

de malta”), enquanto que as microemulsões relevam apenas um campo escuro (HATHOUT

et al., 2010; ALOISIO; LONGHI; OLIVEIRA, 2015).

As formulações sem e com a crisina foram analisadas por inspeção visual através

de microscopia de luz polarizada. Ambas se apresentaram com um campo completamente

escuro (dado não mostrado), não sendo capaz de desviar o plano da luz, sendo assim

consideradas sistemas opticamente isotrópicos, característico de comportamento de

microemulsões.

5.5 ESTUDOS DE ESTABILIDADE

A estabilidade das formulações escolhidas sem e com crisina (1 mg/ml – 0,1%)

foi investigada através dos testes de centrifugação, ciclo de congelamento

descongelamento, e ciclo aquecimento-resfriamento uma vez que a força gravitacional e a

temperatura são fatores importantes que estão envolvidos na estabilidade física, físico-

química e química de um produto farmacêutico (BABY et al.,2007; PREMARATHNE;

KARUNARATNE; PERERA, 2016). Neste contexto, os ensaios envolvem a submissão de

formulações a condições extremas de temperaturas e força gravitacional com o objetivo de

induzir alterações físico-químicas de maneira acelerada (VELASCO et al., 2008).

Ambas formulações, com e sem a crisina, foram capazes de suportar o teste de

estresse por centrifugação e os três ciclos de congelamento descongelamento, e

aquecimento-resfriamento sem nenhuma modificação. Ou seja, não ocorreu fenômenos de

turvação, separação de fases ou precipitação do fármaco, demonstrando que não houve

instabilidades físico-químicas. Desta maneira, as formulações foram consideradas com

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uma boa estabilidade, permanecendo inalteradas sob as diferentes condições de estresse as

quais foram submetidas (PREMARATHNE; KARUNARATNE; PERERA, 2016).

5.6 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA

5.6.1 Determinação do pH

O pH das formulações foi avaliado com o intuído de verificar se a ME possuía

compatibilidade para a administração oral, entretanto, ele é uma ferramenta que também

pode indicar alterações estruturais, ocorrência de reações químicas como processos de

degradação e oxidação de seus componentes, perda de estabilidade das ME ou crescimento

bacteriano, sendo um parâmetro sensível no controle de qualidade dessas formulações.

O pH encontrado para a MEB foi de 5,47 ± 0,52, enquanto para a MECS foi de

4,48 ± 0,10. O abaixamento de pH observado após a adição da crisina sugere que as

hidroxilas presentes na molécula podem ter provocado está variação, entretanto, segundo

Strickley e Oliyai (2007), a variação tolerada biologicamente pela via oral é de pH de entre

2 e 10. Neste contexto, tanto a MEB quanto a MECS obtiveram valor de pH compatível

com o uso via oral.

5.6.2 Condutividade elétrica

A determinação da condutividade elétrica de uma ME ajuda na elucidação do tipo

de fase externa (contínua ou dispersante), sendo um parâmetro diretamente relacionado

com o tipo de microestrutura apresentado pela formulação, revelando se os domínios

contínuos apresentam características isolantes ou condutoras.

Desta forma, através dos valores de condutividade elétrica, pode-se predizer se o

sistema se trata de uma ME do tipo O/A ou A/O. Isto se deve ao fato de que, uma ME do

tipo O/A tem efeito condutor, enquanto ME do tipo A/O tem efeito isolante. O valor de

condutividade encontrado para a MEB foi de 26,57 ± 0,30 µS.cm-1 e para a MECS foi de

24,66 ± 0,25 µS.cm-1, sendo estes valores sugestivos de um sistema que possua uma

microestrutura do tipo O/A (NAOUI, et al. 2011).

5.6.3 Índice de refração

A Farmacopeia Brasileira (2010) conceitua o índice de refração (n) de uma

substância como uma constante física definida pela a relação entre a velocidade da luz no

vácuo e sua velocidade no interior da substância. Seu princípio básico diz que quando um

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raio de luz monocromática passa de um meio transparente para outro de densidade óptica

diferente, este é refletido ou refratado, exceto quando incide perpendicularmente à

superfície de contato entre as duas substâncias. Na prática, a relação é feita utilizando a

refração com referência ao ar e a substância investigada e não com referência ao vácuo.

Substâncias consideradas isotrópicas possuem índice de refração constante e

único em determinado comprimento de onda, temperatura e pressão, pois o raio de luz se

propaga pela substância com a mesma velocidade em todas as direções consideradas.

Portanto, este parâmetro é útil não só na identificação de uma substância, mas para detectar

a presença de impurezas e de natureza anisotrópica.

Desta forma, as ME devem apresentar apenas um único índice de refração e

nenhuma restrição no plano de vibração de luz que passa através deles, mantendo as

mesmas propriedades ópticas em todos os sentidos (BABOOTA et al., 2007).

Neste contexto, foi feita um acompanhamento desta variável por 7 dias, utilizando

como referência o ar e as ME. Os valores de n encontrados mantiveram-se em torno de

1,3892 ± 0,0001 para a MEB e 1,3894 ± 0,0001 para a MECS. Assim, pode-se confirmar a

natureza isotrópica da formulação, uma vez que a constante física analisada se mostrou

única e constante em todos os ensaios.

5.6.4 Tensão superficial

Dentre as propriedades das ME nas quais são propriedades que conferem

condições às ME de incorporar moléculas insolúveis que dificilmente seriam incorporadas

em formulações convencionais, como a crisina, temos a baixa tensão superficial dessas

formulações (TENJARLA, 1999; SILVA et al., 2009; HARRAR et al., 2011;

CAVALCANTI et al., 2016).

Visando comprovar essa característica, a formulação em estudo foi submetida a

análise de tensão superficial. O resultado obtido mostrou uma baixa tensão superficial de

40.53 ± 1.8 dynes/cm para a MECS, que pode ser alcançado devido ao uso de altas

concentrações de tensoativo não iônico para obtenção da formulação que reduz a tensão

superficial na interface óleo-água (RASTOGI et al., 2017; WANDERLEY NETO et al.,

2012). A baixa tensão superficial atingida pela formulação pode auxiliar no aumento da

biodisponibilidade de fármacos através da melhora na permeação pelas camadas

gastrointestinais hidratadas (KAUR; MEHTA, 2017), sendo esta característica vantajosa

para a formulação MECS.

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5.6.5 Tamanho de gotícula e potencial Zeta

A análise da distribuição do tamanho de gotículas é considerada um dos

parâmetros mais importantes para a avaliação da estabilidade de sistemas dispersos, além

de ser um fator essencial capaz de indicar prováveis aspectos da taxa e extensão da

liberação e absorção de acordo a com presença ou ausência de um tamanho nanométrico

(WEI et al., 2012). A técnica de espalhamento de luz dinâmico tem sido considerada uma

ferramenta precisa e conveniente para os estudos das propriedades internas das ME, sendo

esta utilizada para a determinação do tamanho de gotículas do sistema através da flutuação

da intensidade da luz espalhada pelas gotículas em suspensão, agindo em movimento

Browniano, obtendo assim a distribuição hidrodinâmica do seu tamanho (LI et al., 2010;

XU, 2008).

Para a MEB, o tamanho médio das gotículas foi de 158,9 ± 10,5 nm e para a

MECS obteve-se valor de 170,7 ± 5,3 nm (Tabela 2). Os tamanhos similares no diâmetro

das gotículas da MECS quando comparada com a formulação branca indica que não houve

alterações significativas nas gotículas após a incorporação do fármaco na ME.

Tabela 2 – Análise das gotículas das formulações.

Componente MECS MEB

Tamanho de gotícula ± DP (nm) 170,7 ± 5,3 158,9 ± 10,5

Potencial Zeta ± DP (mV) −16,1 ± 1,9 −10 ± 2,1

Índice de polidispersão ± DP (IPD) 0,152 ± 0,04 0,154 ± 0,03

Além do diâmetro, foi determinado o índice de polidispersão (PDI) das

formulações. Esta medida leva em consideração o tamanho médio das gotículas, o índice

de refração do solvente, o ângulo de medida e a variação da distribuição. Apesar de não

existir uma correlação linear entre um valor de PDI e uma monodispersão da amostra

verdadeira, em uma escala de 0 a 1, PDI menor que 0,1 tem sido associado a um sistema

monodisperso, com alta homogeneidade na população de gotículas, sugerindo uma

distribuição de tamanho monomodal. Por outro lado, valores altos de PDI sugerem uma

distribuição de tamanho mais ampla ou polimodal (CALVO et al., 1996; GAUMET et al.,

2008; GOVENDER et al., 1999; SOARES, 2009).

Conforme exposto na Tabela 2, o IPD encontrado de 0,154 ± 0,03 para MEB e de

0,152 ± 0,04 para a MECS indica uma distribuição de tamanho de gotículas do tipo

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monomodal e homogêneo, e de acordo com Gumiero e Rocha Filho (2012) valores de IPD

abaixo de 0,2 refletem na qualidade em relação à sua estabilidade. Assim, a incorporação

da crisina não interferiu na morfologia e tamanho das gotículas o que reflete em uma boa

estabilidade para formulação MECS.

O potencial elétrico em torno da gotícula no plano de cisalhamento é chamado de

potencial Zeta, e pode ser quantificado através da observação da mobilidade eletroforética

das gotículas submetidas a um campo elétrico (XU, 2008). O potencial Zeta tem um papel

importante na determinação da estabilidade de sistemas dispersos e nas interações entre as

gotículas presentes (KHAN et al., 2013). Sistemas mais estáveis apresentam valores de

potencial Zeta iguais ou superiores a 20 mV, uma vez que cargas superficiais elevadas

ocasionam o predomínio das forças de repulsão entre as gotículas, superando o caráter de

atração das forças de Van der Waals (BOSE et al., 2013). Esta maior repulsão é importante

no sentido de prevenir o contato e aglomeração das gotículas (BHANDARI; KAUR,

2013).

As formulações apresentaram valores negativos, sendo –10 mV para MEB e –16,1

mV para a MECS, sendo observado que com a adição do fármaco ocorreu aumento do

valor modular o que prediz uma melhor estabilidade para a MECS. Entretanto, os valores,

no geral, relativamente baixos de potencial Zeta encontrados para ambas formulações

poderiam indicar que as mesmas apresentem baixa estabilidade a longo prazo. Porém, a

estabilidade de MEs contendo em sua composição tensoativos não-iônicos, como as

formulações do presente estudo, não depende unicamente do potencial Zeta, visto que os

tensoativos não-iônicos tendem a diminuir o valor absoluto deste parâmetro. Deste modo,

apenas estudos posteriores de estabilidade a longo prazo podem esclarecer melhor o perfil

de estabilidade das formulações ME (AGGARWAL et al., 2013).

5.7 VALIDAÇÃO DA METODOLOGIA ANALÍTICA

ESPECTROFOTOMÉTRICA PARA DOSEAMENTO DA CRISINA NA ME

A validação de um processo analítico tem o objetivo de demonstrar, através de

estudos experimentais, que o método desenvolvido é apropriado para a aplicação desejada

e garantir que os resultados obtidos são confiáveis (BRASIL, 2003; ICH, 2005). Neste

contexto, os estudos de validação precisam ser representativos e os parâmetros a serem

avaliados devem ser escolhidos com base na finalidade de aplicação do método (ICH,

2005).

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) disponibilizou em 2003

um guia para o procedimento de validação de métodos analíticos, sendo este a Resolução

nº 899, de 29 de maio de 2003 (BRASIL, 2003). De acordo com o guia, para métodos

analíticos que envolvam a quantificação de fármacos em produtos farmacêuticos, os

parâmetros de seletividade, linearidade e faixa de aplicação (intervalo), precisão, exatidão

e robustez devem ser cuidadosamente avaliados (BRASIL, 2003).

O início do desenvolvimento do método se deu com a determinação do espectro

de absorção da Crisina, através de varredura no intervalo de 200 a 350 nm (Figura 8), a fim

de confirmar o seu pico máximo de absorbância, que já havia sido reportado na literatura

(CHAKRABORTY et al., 2010; WALLE et al., 2001; ZHANG, 2014; ZHU et al., 2016).

O gráfico gerado pela solução de Crisina em etanol se mostrou semelhante aos gráficos

obtidos pelos autores já citados, confirmando que o pico de absortividade máxima se dá em

269 nm.

Figura 8 - Varredura espectrofotométrica da solução de Crisina (16 µg/ml) na faixa de comprimento de onda

de 200 a 350 nm.

Fonte: Próprio autor.

Legenda: Espectro de absorção da Crisina a 16µg/ml em etanol PA.

Após determinação do comprimento de onda que a Crisina possui maior pico de

absorção, os parâmetros para validação determinados na resolução da ANVISA foram

avaliados. A seletividade foi avaliada com o objetivo de verificar a interferência de outros

componentes presentes na formulação como excipientes, impurezas e produtos de

degradação, que não poderiam ser confundidos com o composto de interesse, garantindo

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que este pudesse ser visualizado de forma clara através de um pico de resposta exclusivo

do analito (ICH, 2005).

Para o método espectrofotométrico, este parâmetro foi determinado comparando-se

as curvas espectrais obtidas através das leituras de diluições individuais de cada sistema,

comparando o comportamento da matriz isenta de Crisina (MEB), e a matriz contendo o

fármaco (MECS). Pôde-se observar que na ME-CS houve a presença do pico de absorção

em 269 nm, característico da presença da Crisina na formulação o que não ocorreu na

curva da MEB (Figura 9). Dessa forma, a metodologia analítica proposta foi considerada

seletiva, pois foi constatado que os componentes da formulação não apresentaram

perspectivas de influir na detecção da Crisina no ponto específico de 269 nm.

Figura 9 - Varredura espectrofotométrica da ME na faixa de comprimento de onda de 200 a 350 nm.

Fonte: Próprio Autor.

Legenda: Espectro de absorção da ME-branca em etanol PA (linha preta) e espectro de absorção da ME-CS

em etanol PA (linha vermelha).

A linearidade de um processo analítico refere-se à capacidade do método de

fornecer resultados que sejam diretamente proporcionais a concentração da substância em

análise, dentro de uma faixa de aplicação específica. A relação matemática existente entre

os sinais de absorbância e a concentração deve ser expressa como uma equação de reta

conhecida como curva analítica, que pode ser calculada utilizando o modelo matemático da

MEB

MECS

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regressão linear, permitindo que haja o cálculo dos coeficientes de regressão (a e b) e

também do coeficiente de correlação (r) (ICH, 2005; BRASIL, 2003).

Este último parâmetro fornece a avaliação da qualidade da curva obtida, pois

quanto mais próximo de 1,0, menor a dispersão entre os pontos experimentais e menor a

incerteza dos coeficientes de regressão estimados. A ANVISA recomenda um r igual ou

superior a 0,99 (BRASIL, 2003).

O método espectrofotométrico desenvolvido apresentou linearidade em uma faixa

de 1 a 8 µg/ml. A curva analítica desenvolvida (Figura 10) possuiu a equação da reta y =

0,1123x - 0,0049, obtida pelo método dos mínimos quadrados, apresentando um

coeficiente de correlação (r) igual a 0,9998. Percebe-se que a reta mostra a

proporcionalidade direta entre a absorbância e as diferentes concentrações, estando o r

(0,9998) dentro do critério exigido pela ANVISA.

Figura 10 - Curva analítica obtida a partir de soluções de Crisina nas concentrações de 1 a 8 µg/ml

para determinação do parâmetro linearidade.

Fonte: Próprio autor.

A precisão avalia a proximidade dos resultados obtidos em uma série de medidas

de uma amostragem múltipla de uma mesma amostra sob condições definidas, sendo esta

outra etapa necessária para a validação do método analítico. Este parâmetro pode ser

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avaliado através da estimativa do desvio padrão relativo (RSD) também conhecido como

coeficiente de variação (CV) (ICH., 2005).

A precisão foi avaliada em relação a repetibilidade, sendo esta a concordância

entre os resultados dentro de um curto período de tempo com o mesmo analista e mesma

instrumentação (BRASIL, 2003), usando sextuplicata de soluções de Crisina na

concentração de 4 µg/ml (ponto médio da curva analítica).

A precisão intermediária (precisão intercorrida) também foi avaliada. Esta

consiste na concordância entre os resultados do mesmo laboratório, mas obtidos em dias

diferentes com analistas diferentes (BRASIL, 2003). Para este parâmetro foi utilizada a

sextuplicata da amostra na mesma concentração da repetibilidade, porém sendo feitas por

analistas diferentes. Este tipo de precisão é capaz de representar melhor a variabilidade dos

resultados em um único laboratório, pois verifica que no mesmo ambiente o método

fornecerá os mesmos resultados (BRASIL, 2003; ICH, 2005).

A Tabela 3 apresenta os dados obtidos durante a determinação do parâmetro

precisão. Nesta observam-se as medidas das concentrações obtidas de amostragens

múltiplas realizadas e as respectivas precisões. Percebeu-se então que, apesar de os dias de

análise e os analistas serem distintos, a precisão encontrou-se dentro do limite estabelecido

pela ANVISA (< 5 %), comprovando que o método analítico em questão foi preciso.

Tabela 3 - Determinação do parâmetro precisão repetibilidade e precisão intercorrida (n=6) para

validação do método espectrofotométrico.

Analistas Dia

Concentração

teórica

(µg/ml)

Concentração

real (µg/ml)

Média ± DP

Precisão (%)

1 1 4 3,98 ± 0,116 2,920

2 4 4,17 ± 0,032 0,769

2 1 4 4,08 ± 0,075 1,829

2 4 4,05 ± 0,113 2,794

Onde: DP = Desvio Padrão

A exatidão corresponde a proximidade dos resultados individuais obtidos pelo

método em estudo em relação ao valor de referência aceito como verdadeiro (teórico)

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(BRASIL, 2003). A Tabela 4 mostra o valor da exatidão determinada a partir da leitura de

9 amostras em 3 níveis de concentração diferentes, sendo a triplicata de concentrações no

nível baixo (2 µg/ml), no nível médio (4 µg/ml) e no nível alto (6 µg/ml). A partir do

cálculo da exatidão, percebeu-se a proximidade entre as concentrações teóricas e as

concentrações que foram obtidas por meio do método utilizado, indicando que este foi

considerado exato.

Tabela 4 - Determinação do parâmetro exatidão (n=3) para validação do método espectrofotométrico.

Nível Concentração

teórica (µg/ml)

Concentração

real (µg/ml)

Média ± DP

CV (%) Exatidão (%)

Baixo 2 2,038 ± 0,0761 3,733 101,9

Médio 4 4,036 ± 0,1032 2,557 100,9

Alto 6 5,944 ± 0,1494 2,513 99,1

Onde: DP = Desvio Padrão; CV = Coeficiente de variação.

O último parâmetro avaliado foi a robustez, sendo esta a medida da capacidade do

método em resistir a pequenas e deliberadas variações dos parâmetros analíticos, indicando

sua confiança durante o uso normal do método (BRASIL, 2003). As modificações devem

ser realizadas para simular as alterações que ocorrem no método quando este é transferido

para outros laboratórios, analistas ou equipamentos (ICH, 2005). A Tabela 5 mostra a

determinação da robustez utilizando uma solução do fármaco na concentração de 4 µg/ml

analisada a partir das alterações realizadas como as mudanças na marca do solvente (etanol

PA Isofar e etanol PA Qeel) e no modelo do equipamento espectrofotométrico (UV

Evolution 60 S, Thermo Scientific e UV evolution 300 Thermo Scientific, EUA).

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Tabela 5 - Determinação do parâmetro robustez (n=3) para validação do método espectrofotométrico.

Modificação

Concentração

teórica

(µg/ml)

Concentração

real (µg/ml)

Média ± DP

Precisão

(%)

Exatidão

(%)

Solvente

Etanol PA

Isofar 4 3,9 ± 0,123 3,124 98,3

Etanol PA

Qeel 4 4,187 ± 0,059 1,416 104,7

Equipamento

Espectro 1 4 3,9 ± 0,123 3,124 98,3

Espectro 2 4 3,9 ± 0,152 3,621 99,6

Como observado nos dados da Tabela 5, o método espectrofotométrico

desenvolvido possuiu uma robustez intrínseca, pois analisando as amostras na

concentração de 4 µg/ml em diferentes condições (marca do solvente e modelo do

equipamento), os resultados mantiveram-se dentro das especificações exigidas pela RE n°

899/03. Dessa forma, este método pode ser utilizado em outros laboratórios e ser feito por

outros analistas e resultará em reprodutibilidade dos resultados obtidos na validação.

5.8 DOSEAMENTO DA CRISINA NA ME

A quantificação da crisina incorporada na ME foi feita através da leitura em

espectrofotômetro (269 nm) de diluições da MECS em etanol. A média da absorbância

obtida pela triplicata foi utilizada para gerar o valor médio da concentração real de fármaco

contida na formulação através do uso da equação da reta obtida no parâmetro linearidade.

A Tabela 6 mostra o valor da absorbância média utilizado para o cálculo do doseamento.

Tabela 6 - Determinação do doseamento (n=3) da crisina no sistema microemulsionado.

Amostra Absorbância

Média

Desvio

Padrão

Coeficiente de

Variação (%)

Doseamento

da Crisina

(mg/ml)

MECS 0,478 0,006 1,293 1,0750

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Como observado, a concentração do fármaco na ME determinada através das

leituras das absorbâncias no espectrofotômetro (1,0750 mg/ml) foi muito próxima à

concentração de Crisina real incorporada ao sistema (1 mg/ml – 0,1%), demonstrando que

o método analítico utilizando espectrofotometria UV/Vis desenvolvido foi sensível e eficaz

para o doseamento da concentração real da crisina incorporada previamente na formulação.

5.9 EFICIÊNCIA DE ENCAPSULAÇÃO

Uma vez que o método analítico desenvolvido foi capaz de realizar o doseamento

da crisina, foi feita a investigação de quanto do fármaco doseado conseguiu realmente ser

incorporado na fase interna do sistema proposto. A eficiência de encapsulação é outro

ensaio de caracterização que pode ser realizado a partir de vários métodos, que dependerá

extensivamente do modo de preparo da formulação e das propriedades físico-químicas do

fármaco avaliado (DAMASCENO, 2011).

Para a determinação deste parâmetro utilizou-se uma metodologia baseada na

comparação entre os valores de absorbância da triplicata das soluções de MECS antes e

após o processo de centrifugação. Neste ensaio de maneira geral, a centrifugação auxiliou,

caso houvesse, na separação do fármaco que se encontrava incorporado na fase interna

daquele que se encontrava disperso na fase externa, sendo este último o responsável pela

formação de um possível precipitado.

Contudo, após o processo de centrifugação percebeu-se que não houve a formação

de um precipitado e a formulação encontrava-se límpida, com as mesmas características

organolépticas e sem separação de fases. Realizou-se o doseamento da crisina no

sobrenadante e as absorbâncias pós-centrifugação foram determinadas. Os dados para o

cálculo da eficiência de encapsulação estão na Tabela 7, sendo esta calculada através da

Equação 3.

Tabela 7 - Determinação da eficiência de encapsulação (n=3) da crisina no sistema microemulsionado.

Amostra

Absorbância

Média Pós-

centrifugação

Desvio

Padrão

Coeficiente de

Variação (%)

EE da Crisina

(%)

MECS 0,467 0,006 1,294 97,70

Onde: EE = Eficiência de encapsulação

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Em concordância com Damasceno e colaboradores (2011), a eficiência de

encapsulação foi adequadamente alcançada quando a crisina foi incorporada durante a

formação da microemulsão proposta, tendo em vista que valores acima de 80% são

considerados significativos. Portanto, considera-se que a incorporação da crisina a fase

interna do sistema foi satisfatória.

5.10 LIBERAÇÃO IN VITRO DA CS DO SISTEMA MICROEMULSIONADO

O perfil de liberação in vitro de sistemas coloidais contendo fármacos é uma

caracterização físico-química muito importante, pois além de prever a performance in vivo,

pode ser correlacionada à microestrutura do veículo, descrevendo o comportamento

estrutural da formulação em escala microscópica e as possíveis interações entre o fármaco

e o veículo (MORAIS; BURGESS, 2014).

As quantidades de crisina liberadas no meio receptor a partir da MECS, bem

como os percentuais de liberação estão expostos na Tabela 8. A ME proposta liberou a

crisina lentamente ao longo do tempo, tendo em vista que o fármaco se encontra confinado

nas gotículas revestidas pelos tensoativos.

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Tabela 8 - Quantidades cumulativas liberadas (µg/cm2) e percentual de liberação (%) da crisina em

cada tempo no compartimento doador (n=3).

Tempo

(h)

Quantidade liberada

(µg/cm2) ± DP

Percentual de liberação

(%)

0,25 9,7873 ± 0,39 2,5610

0,5 9,8347 ± 0,26 2,5734

1 10,9420 ± 0,78 2,8632

2 20,7077 ± 0,34 5,4185

4 38,9811 ± 1,03 10,2000

6 68,1784 ± 0,38 17,8400

8 87,5861 ± 1,80 22,9184

10 110,4991 ± 1,02 28,9139

12 119,2779 ± 0,83 31,2110

Onde: DP = Desvio padrão

O perfil de liberação da crisina pode ser observado na figura 11, que representa a

quantidade liberada (µg/cm2) em função do tempo para a MECS ao longo de 12 horas de

ensaio. Graficamente observou-se que a liberação da crisina do veículo microemulsionado

foi contínua-crescente, não havendo a formação de platô, até 12h, após esse período houve

formação de platô e, portanto, o ensaio se limitou a 12h.

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Figura 11 - Perfil de liberação da crisina (µg/cm2) em função do tempo (h) a partir da MECS.

Fonte: Próprio autor

Análises de regressão linear para os dados de liberação da crisina da ME, foram

utilizadas para determinar a ordem de reação que representasse o melhor modelo cinético.

Inúmeros estudos de investigação sobre a liberação de drogas em ME já foram feitos,

entretanto houveram apenas algumas tentativas para estabelecer um modelo matemático

adequado descrevendo a cinética de liberação (GRASSI et al., 2000). Neste estudo os

principais modelos existentes foram aplicados para os resultados da liberação in vitro,

sendo estes de ordem zero, pseudo primeira ordem (Higuchi), e primeira ordem. A Figura

12 mostra o gráfico resultante da aplicação desses modelos cinéticos aos dados obtidos

pela liberação in vitro da crisina incorporada ao sistema microemulsionado. As equações

da reta e os coeficientes de correlação linear (r) obtidos após o mecanismo de regressão

linear de todos os modelos foram apresentados na Tabela 9. O modelo que possuísse o

maior valor de r foi o selecionado como a ordem de liberação para dar continuidade ao

estudo.

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Figura 12 – Perfil dos modelos cinéticos testados para a MECS em tampão fosfato pH 7,4.

Fonte: Próprio autor.

Legenda: Os modelos cinéticos testados foram de Ordem Zero (µg/cm2 x tempo), Higuchi (µg/cm2 x raiz do

tempo) e Primeira Ordem (log µg/cm2 x tempo).

Tabela 9 - Determinação da ordem de liberação da crisina do sistema microemulsionado utilizando-se como

parâmetro o coeficiente de correlação (r).

Amostra Modelos

cinéticos Equação da reta

Coeficiente de

correlação linear

(r)

Ordem de

liberação

escolhida

MECS

Ordem zero y = 10,147x + 3,5399 0,9998

Ordem zero Higuchi y = 39,582x - 24,212 0,9748

Primeira ordem y = 0,1013x + 1,0436 0,9617

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A liberação da crisina da ME seguiu modelo cinético de ordem zero, como visto

na Tabela 9 pelo maior valor de r. O modelo de ordem zero caracteriza um sistema de

liberação que não se desagrega, portanto, o fármaco é liberado lentamente independente da

concentração do fármaco (ALIREZA MORTAZAVI; PISHROCHI; JAFARI AZAR,

2013; COJOCARU et al., 2015; SHAIKH; KSHIRSAGAR; PATIL, 2015). Portanto, os

constituintes da ME, bem como a microestrutura formulada não foram desestruturadas e

permitiram uma liberação lenta da crisina através da matriz da ME, fazendo com que

houvesse ao longo do tempo o desenvolvimento de um perfil de liberação modificada. Este

modelo representa um perfil de liberação ideal para atingir a liberação prolongada de

fármacos, sendo importante principalmente para algumas classes de medicamentos como,

por exemplo, antibióticos, anti-hipertensivos, antidepressivos e analgésicos (PUNDIR;

BADOLA; SHARMA, 2013; SHAIKH; KSHIRSAGAR; PATIL, 2015).

Observado a ordem de reação da liberação da crisina do sistema

microemulsionado conforme demonstrado na Figura 20 e na Tabela 9, foi feita a

determinação matemática da velocidade de liberação do fármaco no estado estacionário, ou

seja, na porção linear (trecho constante do gráfico) dos pontos experimentais selecionados

a partir do tempo de 1 hora, assumindo-se que a partir deste ponto o equilíbrio de difusão

já estaria alcançado, obtendo-se então o fluxo no estado estacionário (Jss), lag time e o

coeficiente de liberação (Kr) (CAVALCANTI et al., 2016; PREMARATHNE;

KARUNARATNE; PERERA, 2016; ROTTKE; LUNTER; DANIELS, 2014).

Tabela 10 - Parâmetros cinéticos obtidos a partir da liberação in vitro da crisina incorporada a ME.

Parâmetros cinéticos MECS

Quantidade liberada após 12h (µg/cm2) 119,2779

% Liberação final 31,2110

Modelo cinético Ordem zero

Fluxo – Jss (µg/cm2 h) 11,218

Lag time (min) 9,78

Coeficiente de liberação – Kr (mg/cm2h) 11,218

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Os resultados dos parâmetros cinéticos obtidos pela MECS (Tabela 10) mostram

que o valor de fluxo obtido pela crisina contido no veículo microemulsionado foi

considerado satisfatório para estudos in vitro. O lag time para a ME1 foi considerado

baixo, levando pouco tempo para alcançar uma velocidade constante de liberação e, o Kr

demonstrou que em cada tempo (h), 11,218 mg de crisina foi capaz de ser liberada em 1

cm2 da célula, sendo considerado também um resultado satisfatório. Apesar de o ensaio de

liberação in vitro ser apenas um indicativo de desempenho da ME, ele foi considerado

satisfatório, indispensável e esclarecedor para traçar o perfil de influência que os

componentes da ME, bem como a maneira que esta foi estruturada, são capazes de

influenciar na liberação da crisina em membranas artificiais, permitindo uma liberação

prolongada.

5.11 ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA DA MECS UTILIZANDO O

MODELO MECÂNICO DE HIPERALGESIA INDUZIDA POR INFLAMAÇÃO

O modelo de hiperalgesia induzida por carragenina que é um agente inflamatório

é usado para verificar a atividade antinociceptiva em nervos sensitivos (GARCIA et al.,

2004). Este modelo desenvolve uma resposta inflamatória cutânea bifásica no local onde

foi injetada a carragenina, causando um edema e hiperalgesia decorrente da migração

celular e liberação de alguns mediadores inflamatórios (DUTRA et al., 2012). A primeira

fase da resposta (até 2:30h após) envolve a liberação de serotonina e histamina, seguida

pela liberação de bradicinina, mais tardiamente. E a fase tardia (3-6h) decorre da produção

de citocinas e prostaglandinas tanto pelas células do local da inflamação quanto pelo

neutrófilos que infiltraram (WANG et al., 2014; HABIB, WAHEED, 2013).

Pode-se observar (Figura 11) que no teste de hiperalgesia mecânica ocorreram

diferenças significativas em relação ao grupo veículo em todo o período (até as 4h) após a

injeção da carragenina nos grupos tratados com CS e MECS como também em relação ao

grupo Sham (já que este não sofreu a indução por carragenina). O grupo MEB só

apresentou diferença significativa em relação ao veículo 1h após a injeção de carragenina.

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Figura 13 - Efeito da crisina isolada e em microemulsão na indução de hiperalgesia mecânica por

carragenina.

Fonte: Próprio autor.

Legenda: A intensidade de estímulo (g) no analgesímetro digital necessária para a retirada da pata traseira

dos camundongos foi avaliada 1 h antes (basal) e 1, 2, 3 e 4h após a injeção de carragenina. Os valores de

estímulo para cada grupo foram obtidos de uma média de 8 animais ± desvio padrão. *** Significativamente

diferente do Control (p< 0,001) conforme determinado pela ANOVA seguida pelo pós teste de Tukey.

Os resultados demonstraram que o tratamento com a crisina isolada (CS) e em

microemulsão (MECS) causaram um efeito antinociceptivo após todo o período de 4h após

a injeção da carragenina. Estudos anteriores demonstraram a ação da crisina como

inibidora da Cox -2 tanto em modelos in vitro de inflamação (WOO et al., 2005) quanto

em modelos in silico (RAULF et al., 2015). Diante dos resultados, denota-se que a crisina

pode interagir também com outras vias envolvidas na sinalização da resposta inflamatória e

consequentemente redução da dor. Porém, na primeira hora após a injeção da carragenina,

os animais tratados somente com o MEB também apresentaram um efeito antinociceptivo

significativo, que não se manteve nas próximas horas. Ou seja, um dos componentes da

microemulsão pode estar também interagindo com alguns dos componentes envolvidos no

processo inflamatório. Com isso, de forma a descobrir o motivo pelo qual a crisina reduz a

nocicepção, foram realizadas as dosagens das citocinas inflamatórias.

A dosagem das citocinas (Figura 12) mostrou que o grupo veículo (controle) foi

significativamente diferente do grupo sham tanto na dosagem de TNFα quanto na dosagem

de IL-10. O pré tratamento com a crisina isolada (CS) e em microemulsão (MECS), como

também somente com a microemulsão (MEB) diminuíram significativamente os níveis de

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TNF α em relação ao grupo veículo CS. O pré tratamento com crisina em microemulsão

aumentou significativamente os níveis de IL-10 quando comparado ao grupo veículo como

também em relação ao grupo MEB, não se observando diferenças significativas entre os

demais grupos.

Figura 14 - Efeito do tratamento com crisina isolada e em microemulsão na produção de citocinas

inflamatórias TNF α (A) e IL-10 (B).

Fonte: Próprio autor.

Legenda: Os dados estão expressos como média ± desvio padrão (n=8). ** Significativamente diferente do

grupo sham (p< 0,01). **** Significativamente diferente do grupo sham (p< 0,0001). # Significativamente

diferente do grupo controle (p< 0,05). ## Significativamente diferente do grupo controle (p< 0,01). a

Significativamente diferente do grupo controle MECS (p< 0,05). Conforme determinado pela ANOVA

seguida pelo pós teste de Tukey.

O TNFα é uma citocina pró inflamatória que é liberado rapidamente na inflamação

e é um dos mais potentes, estimulando a liberação de outros mediadores inflamatórios

(KHAN et al., 2017; LIKHITPANICHKUL et al., 2016). Os resultados demonstram que o

tratamento com a crisina diminui significativamente os níveis de TNF α na pata dos

camundongos após 4h da injeção da carragenina, o que poderia também justificar sua ação

nociceptiva demonstrada no resultado do teste de hiperalgesia mecânica. A crisina em

microemulsão, como também somente a microemulsão reduziram de forma significativa os

níveis de TNFα, o que corrobora com o argumento já apresentado neste trabalho de que a

microemulsão pode estar interagindo com alguns dos componentes da via de sinalização da

resposta inflamatória, neste caso o TNF α.

Por outo lado, somente o grupo tratado com a crisina em microemulsão (MECS)

apresentou um aumento significativo nos níveis de IL-10, tanto em relação ao controle

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negativo quanto ao grupo tratado somente com a microemulsão (MEB). A IL-10 é uma

citocina anti-inflamatória que atua inibindo macrófagos e monócitos, como também a

produção de citocinas pró inflamatórias, como o TNF α (KHAN et al., 2017; OPAL,

DEPALO, 2000). Neste caso, o resultado demonstra que a microemulsão sozinha não

interagiu com a IL-10, porém quando associada à crisina melhorou o seu efeito anti-

inflamatório, já que a crisina administrada isoladamente não causou alterações

significativas. Então, o aumento da IL-10 pode ser outro mecanismo pelo qual a crisina

produz seu efeito antinociceptivo no modelo apresentado. Contudo, são necessários outros

experimentos para confirmação do mecanismo de ação da crisina na hiperalgesia, como

também da interação da microemulsão com as vias de resposta inflamatória.

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6. CONCLUSÕES

Após a análise dos resultados, permitiu-se concluir que:

O diagrama de fases pseudoternário se mostrou um método simples, reprodutível e

útil para a escolha do ponto que continha as melhores proporções entre os

componentes utilizados para a formação do sistema microemulsionado;

A incorporação da CS no sistema microemulsionado através da técnica de

emulsificação por ultrassom (sonicação), mostrou-se eficaz, pois permitiu a

formação de um sistema homogêneo, límpido e transparente;

A análise de microscopia de luz polarizada e a determinação do índice de refração

confirmaram o caráter isotrópico da ME proposta;

A ME selecionada mostrou estabilidade adequada diante de estresses térmicos e de

centrifugação;

Os resultados de condutividade elétrica foram testes simples, rápidos e úteis para a

elucidação do tipo de microestrutura presente no sistema proposto, sendo este do

tipo O/A;

O pH da formulação proposta enquadrou-se dentro da faixa de pH ótimo para

permitir o uso por via oral;

Os valores de tensão superficial atingidos pela formulação podem auxiliar no

aumento da biodisponibilidade da CS, sendo esta característica vantajosa para a

formulação MECS;

O método analítico espectrofotométrico desenvolvido e validado demonstrou ser

seletivo, linear, preciso, exato e robusto para a análise do teor de CS presente no

sistema microemulsionado;

O ensaio de eficiência de encapsulação demonstrou que a taxa de CS incorporada a

ME foi satisfatória;

O mecanismo cinético que envolveu a liberação in vitro da CS do sistema

microemulsionado proposto seguiu o modelo cinético de ordem zero;

A MECS apresentou valores de fluxo (J), lag time e de coeficiente de liberação

(Kr) satisfatórios;

A MECS demostrou possuir atividade antinociceptiva no modelo de hiperalgesia

induzida por carragenina. Sendo esta atividade dada pelo aumento dos níveis de IL-

10 e pela prevenção do aumento dos níveis de TNF-α.

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Deve-se ressaltar a relevância desse trabalho para a área da nanotecnologia farmacêutica

pelo ineditismo da formulação proposta contendo a CS, demonstrando apresentar

características físico-químicas, estruturais e farmacológicas satisfatórias para dar

continuidade a estudos que visem otimizar e valorizar a formulação para que esta possa ser

veiculada, oferecendo mais uma alternativa para o tratamento da nocicepção.

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ANEXO A - Artigo a ser submetido a revista: Biomedicine & Pharmacotherapy, QUALIS

B1, fator de impacto 2.759.

Development, characterization and anti-hyperalgesic activity of chrysin-loaded

microemulsion in mice

Ízola M. M. Ramalhoa; Elissa Ostroskya, Marcio Ferraria, Jullyana S.S. Quintansb; Fabiolla

R.S. Passosb, Luana Heimfarthb, Lucindo J. Quintans-Júniorb; Bolívar P. G. L.

Damascenoc; Ádley A. N. Limaa*

a Laboratory of Industrial Pharmacy (LEFI), Graduation Program in Pharmaceutical

Sciences, Federal University of Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, Brazil.

bLaboratory of Neuroscience and Pharmacological Assays (LANEF), Department of

Physiology. Federal University of Sergipe (UFS), São Cristóvão, Brazil.

c Laboratory of Development and Characterization of Pharmaceutical Products (LDCPF),

Graduation Program in Pharmaceutical Sciences, State University of Paraíba (UEPB),

Paraíba, Brazil.

Corresponding author:

* Ádley A. N. Lima

Graduation Program in Pharmaceutical Sciences, Federal University of Rio Grande do

Norte (UFRN), Natal, Brazil, R. General Gustavo Cordeiro de Farias, 384 - Petrópolis,

Natal – RN, Brasil, ZIP CODE: 59012-570. Phone number: +55-84-3342-9845, cellphone

number: +55-84-999288864 *E-mail address: [email protected]

(Á. A. N. Lima).

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Abstract

Microemulsion containing chrysin, a flavonoid from bee pollen, propolis and passion

flower, was developed and characterized for use as anti-hyperalgesic formulation. The

transparent formulation was developed through a ternary phase diagram. Chrysin-loaded

microemulsion (CS-ME) was composed of 40% Labrasol® as surfactant, 5% of isopropyl

myristate as the oil phase (O) and 55% of water as aqueous phase. It was classified as an

isotropic oil-in-water (O/W) system within nanosized range (74,4 ± 15 nm) and negative

zeta potential (-16,1 ± 1,9 mV) confirmed by polarized light microscopy, and dynamic

light scattering (DLS) analysis. In vitro studies using static diffusion Franz cells revealed

that the release of Chrysin from CS-ME followed the zero-order model. CS-ME oral

administration produced a significantly reduction (p < 0.05) of the mechanical hyperalgesia

induced by carrageenan when compared with control group (vehicle). The treatment with

CS-ME also demonstrated anti-inflammatory activity by significantly (p < 0.01) decreased

TNF-α and increased (p < 0.05) IL-10 paw levels, when compared with control group.

Moreover, the treatments did not produce motor abnormalities. Our results suggested that

this colloidal nanosystem is a promising agent for the delivery of chrysin, increasing its

ability to modulate the inflammatory and nociceptive responses.

Keywords: Microemulsion, drug delivery systems, flavonoid, inflammation, pain,

mechanical hyperalgesia.

Abbreviations:

ANOVA, analysis of variance; CS, chrysin; CS-ME, chrysin loaded microemulsion; DLS,

dynamic light scattering technique; IL, interleukin; IPM, isopropyl myristate; ME,

microemulsion; O/W, oil-in-water; TNF-α, tumor necrosis factor alpha.

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1. Introduction

Defined as dispersions consisting of oil, surfactant, aqueous phase and, frequently,

cosurfactant, microemulsion systems were discovered in 1943 by Hoar and Schulman who

observed that an opaque emulsion stabilized by a surfactant became clear after titration

with a medium chain length alcohol [1]. According to the ratios of the components,

different microstructures can be formed and influenced by the physicochemical properties

of the used agents and can be classified into three types: oil-in-water, bicontinuos, and

water-in-oil microemulsions [2]. Several advantages are given by microemulsions,

including ease of manufacturing, improvement of drug solubilization, good

thermodynamic stability, protection against enzymatic hydrolysis, enhanced hydrophilic,

hydrophobic, and amphiphilic drug permeation compared to conventional formulations,

enhanced absorption due to surfactant induced permeability and improved bioavailability

of hydrophobic drugs (Kaur and Mehta, 2017; Mouri et al., 2016). Consequently,

microemulsion systems have been extensively investigated for nutraceutical, cosmetic and

pharmaceutical purposes as promising new drug delivery system for hydrophilic, lipophilic

and amphiphilic active molecules [4].

Chrysin (5,7-dihydroxyflavone) is one such flavonoid that forms the main active

component of the Indian trumpet tree (Oroxylum indicum) and passion flower (Passiflora

incarnata) [5]. It is one herbal medicine commonly used in China and other East Asian

countries, and has been officially listed in the Chinese Pharmacopoeia for a long time [6].

Chrysin is regarded as a “Generally Recognized As Safe” (GRAS) by Food and Drug

Administration (FDA) and is commonly used in the U.S. market as a nutraceutical

(WALLE et al., 2001).

Like other flavonoids, it exhibits broad-spectrum of pharmacological effects, including

antioxidant [6], anti-inflammatory [5], antihemolytic [7], anti-tumor [8], hypolipidemic [9],

anti-nociceptive [10] and antihypertension [11] effects. In addition, it is an aromatase

inhibitor (estrogen synthetase) used as a dietary supplement [12,13]. Due to its abundance

in plants, potential pharmacological, and nutritional effects along with low systemic

toxicity, chrysin presents considerable interest as alternatives to conventional therapeutic

drugs. Nevertheless, the use of chrysin as drug is often restricted by its low aqueous

solubility (0.005 mg/ml), which seriously limits its bioavailability [14–16]. Hence,

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encapsulation into suitable delivery vehicles has been suggested as a method to overcome

this fault.

Inflammation is the response of the body to tissue injury triggered by endogenous

and/or exogenous stimuli. It is characterized by biochemical, vascular and cellular changes

that leads to the activation of cellular e and plasma components of the immune system, to

eliminate the offending agent and restore the homeostasis of the tissue [17]. Hyperalgesia

is one of the main consequences of the inflammatory process that happens through

activation of cytokine cascade resulting in the sensitization of nociceptive primary sensory

neurons [18–20]. The currently available pharmacological therapies act through different

mechanisms and are widely used to treat inflammatory symptoms. However, especially in

the long-term treatment, they cause relevant side effects. Therefore, new therapeutic

options to treat inflammatory pain are constantly under investigation [17,21]. In this

context, the ability of certain flavonoids to inhibit pro-inflammatory stimuli could be

useful in the treatment of several acute and chronic inflammatory diseases and nociceptive

sensitivity [10]. Thus, flavonoids, as chrysin, are potent inhibitors of oxidative stress, they

can act such as membrane stabilizers, inhibitors of inflammatory cytokines and ameliorate

anti-inflammatory cytokines, so they are promising pharmacological tools for the

management of inflammatory and neurogenic pain [22,23].

As far as systems for drug delivery are concerned, and pro-inflammatory responses and

regulation of nociceptive sensitivity share common pathways, the aims of the present study

were to develop a new chrysin-loaded microemulsion system (CS-ME), characterize the

physicochemical parameters and investigate the in vitro release and antihiperalgesic

activity of chrysin and CS-ME in mice.

2. Material and methods

2.1 Material

Chrysin (Sigma-Aldrich, São Paulo, Brazil), isopropyl myristate (IPM) (Farmos, Rio de

Janeiro, Brazil), Caprylocaproyl Polyoxyl-8 glycerides (LAS™) (Brasquim, São Paulo,

Brasil) and carrageenan (Sigma, St. Louis, USA).

2.2 Construction of ternary phase diagrams

In order to find out the ratio of components for the area of microemulsion existence,

ternary phase diagrams were constructed using water titration method at 25 ºC [24].

Isopropyl myristate was used as the oil phase, Caprylocaproyl Polyoxyl-8 glycerides

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(LAS™) as the surfactants and osmosed water as the aqueous phase. Oil phase and

surfactant blends were mixed carefully in different weight ratios of 1:9, 2:8, 3:7, 4:6, 5:5,

6:4, 7:3, 8:2 and 9:1 (%w/w). Each mixture was gradually titrated drop-wise with osmosed

water followed by a sonication cycle for 1 min using a Vibracell™ 75041 ultrasonifier

(750 W, 20 kHz, Fisher Bioblock Scientific, France) equipped with a 13 mm horn (CV33)

at 40% amplitude. After bubbles be removed in an Ultrasonic Cleaner™ (Unique, Brazil)

and the mixtures be equilibrated during two minutes, the appearances were assessed by

visual observation (naked eye) and determined as being microemulsions, crude emulsions

or phase separation. The results were plotted using Software Origin Pro 8.0. Based on this

diagram, appropriate ratio of oil, surfactant and water were selected for the preparation CS-

ME.

2.3 Preparation of CS-ME

CS-ME were prepared at desired component ratios. Due to chrysin lipophilic character,

it was added to the mixtures of oil and surfactant. Then water was added to the mixture

followed by three sonication cycle for 1 min using a Vibracell™ 75041 ultrasonifier

(750 W, 20 kHz, Fisher Bioblock Scientific, France) equipped with a 13 mm horn (CV33)

at 40% amplitude. After each cycle of ultrasonication bubbles were removed in an

Ultrasonic Cleaner™ (Unique, Brazil).

2.4 Characterization of ME

2.4.1 Macroscopic appearance

Aspects such as color, homogeneity, transition of clear system to opaque, and the

presence of precipitates or phase separation were evaluated 24 hours after obtaining the

microemulsion by visual observation.

2.4.2 Determination of chrysin content and encapsulation efficiency into

microemulsion

The chrysin concentrations were determined by UV spectrophotometric method using a

UV/VIS spectrophotometer (Evolution 60 S, Thermo Scientific, EUA) and the absorptions

were measured at 269 nm. CS-ME was diluted (1/250) in ethanol to determine the chrysin

total content (Ct) in the microemulsion and expressed in mg of chrysin/ml of

microemulsion [25]. To measure the encapsulation efficiency (EE, %), 1 g of CS-ME was

centrifuged at 15000 g for 30 min to remove the undissolved chrysin. A fixed amount of

supernatant was diluted (1/250) to a suitable concentration with ethanol and the content of

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chrysin existed in supernatant was called the concentration of encapsulated drug (Ce). The

EE (%) was calculated using Eq. (1) (Li et al., 2015).

EE (%) = (Ce/Ct) x 100 (1)

Where EE (%) represents encapsulation efficiency, Ce represents concentration of

encapsulated drug and Ct represents chrysin total content.

2.4.3 Physico-chemical parameters

The measurements of prepared ME systems were carried out after 24 h of production.

Conductivity, pH and refractive indices averages were measured using a conductivity

meter (Logen, Brazil), a pH meter (model HI 221, Hanna instruments, Brazil) and an Abbe

refractometer (Analytik Jena AG, Germany), respectively. Surface tension assay was

carried out using a SensaDyne tensiometer (model QC-6000, Research Corp., USA)

employing the maximum pressure bubble technique, using nitrogen as gas phase. The

tensiometer was connected to a computer and controlled by the SensaDyne Tensiometer

software, version 1.21. All physico-chemical parameters were conducted at room

temperature (25 ºC) in triplicate.

2.4.4 Polarized light microscopy

The isotropic behavior of the system was evaluated using a cross-polarized light

microscopy (BX-50, Olympus Start, Tokyo, Japan). A drop of the sample was placed on a

glass slide, which was covered with a cover slip and then examined under a polarized light

microscope.

2.4.5 Droplet size and zeta potential

The mean droplet size, the zeta potential (ξ), and the polydispersity index (PDI) of the

prepared ME were determined using dynamic light scattering (DLS) with the Zetasizer

Nano ZS90 (Malvern Instruments Ltd., France). The samples were diluted in NaCl (1 mM)

for the zeta potential. All measurements were made in triplicate, at room temperature

(25°C ± 1 °C) with a 633 nm standard laser using 90 degrees scattering optics.

2.4.6 Thermodynamic stability

To estimate the thermodynamic stability of ME systems, the following tests were

conducted. Stable ME systems should persist as a single phase isotropic transparent

system, have no cracking, no phase separation and absence of creaming, after the tests

[27,28].

2.4.6.1 Centrifuge stress test

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The ME formulations were centrifuged at 15000 g for 30 min and the appearance of

turbidity or phase separation was observed.

2.4.6.2 Freeze thaw cycle stress test

The formulated ME systems were submitted to 3 cycles of freeze-thawing. They were

kept to frozen at -20 ºC in a deepfreeze and allowed to thaw to room temperature (25 ºC)

after 24 h.

2.4.6.3 Heating and cooling cycles

Formulations were subjected to three cycles of heating for 24 h at 37 ºC and then cooled

naturally to room temperature (25 ºC).

2.5 In vitro drug release assay

The in vitro release study was conducted with the aid of a Franz diffusion cell. The

effective diffusion surface area and receptor compartment mean volume was, respectively,

0.785 cm2 and 12 ml. Synthetic cellulose acetate membranes (0,45 µm, Millipore, Brazil)

were washed in phosphate buffer pH 7.4 for 2h before being mounted between the

compartments. Ethanol and water solution (1:1) was used as receptor fluid to assure sink

conditions (the concentration of drug in the medium represents ≤10% of the saturation

solubility). This medium was constantly stirred and maintained at 37 ± 0.5 ◦C in order to

ensure a body temperature on the surface of the membrane. After placement of the

cellulose acetate membranes on the Franz diffusion cell, 0. 3 ml of CS-ME formulation

was placed in the donor chamber and sealed with paraffin film to mitigate the

environmental disturbances. Successful sink conditions can be achieved by refilling the

receptor solution after withdrawing it in the receptor compartment at predefined periods of

time and stirring with a magnetic stirrer at a speed of 300 rpm. Therefore, 1 ml of the

receptor solution was withdrawn continuously in predefined time intervals of 0.25; 0.5; 1;

2; 4; 6; 8; 10 and 12 hours, and then refiled. The amount of drug penetrated through the

membrane was measured in a spectrophotometer under the same conditions described

previously. All release studies were conducted in triplicate and release rate parameters

were compared using a one-way ANOVA at a 95% confidence interval.

All release studies were conducted in triplicate and release rate parameters were

compared using a one-way ANOVA at a 95% confidence interval.

The cumulative amount of chrysin released was calculated using surface exposed area

(µg/cm2) and data were plotted as a function of time. Release drug percentage was

determined using Eq. (2) [29]:

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Drug release (%) = Rt/L x 100 (2)

Where Rt represents the cumulative amount of chrysin released at time t, and L represents

the initial amount of chrysin in the ME.

2.5.1 CS-ME release kinetic model

The release data was fitted in XY plots to various kinetic release models including zero

order (µg/cm2 versus time), Higuchi (µg/cm2 versus square root of time) and first order

(log of µg/cm2 versus time). A linear regression analysis was done and the mathematical

model with the highest coefficient of linear correlation (r) was selected to better express

the release profile. The flux of chrysin across synthetic membranes (J) was calculated by

linear regression of the steady-state graphic (linear portion of the slope) (Cavalcanti et al.,

2016; Premarathne et al., 2016). The lag time corresponded to the intercept obtained when

the steady state line was extrapolated to the time axis. The release coefficient was

calculated by dividing the release rate (J) by the initial drug concentration in the vehicle

according to Eq. (3) [30]:

Kr = Jss/Co (3)

where Kr is the release coefficient, Jss is the steady state flux and Co is the initial drug

concentration in the formulation.

2.6 CS-ME anti-hyperalgesic activity

2.6.1 Animals

The experiments were performed with adult male albino Swiss mice (25-30 g) obtained

from the Animal Facilities of the Federal University of Sergipe (UFS). The mice were

randomly maintained in appropriated polypropylene cages at constant room temperature

(21 ± 2°) under a 12-hr light/dark cycle (lights on from 06:00 a.m. to 06:00 p.m.) with

access to food and tap water ad libitum. The experimental groups of mice (n=8) were

acclimatized for at least 2 h before and used only once. The tests were developed during

the light phase of the cycle. The experimental protocols were approved by the Animal Care

and Use Committee at the Federal University of Sergipe (CEPA/UFS # 67/16). All efforts

were made to minimize suffering of the animals and its number used. Behavioral protocols

were performed blindly.

2.6.2 Carrageenan-induced inflammation

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The mice were divided into five groups. In all the groups, except in the sham group, the

acute inflammation was induced in the right hind paw by subcutaneous injection of 50µL

of 1% solution of carrageenan (dissolved in saline) 30 minutes after drugs oral

administration. The sham group was not treated, Chrysin group was treated with chrysin

25mg/kg, CS-ME group was treated with microemulsion chrysin (in the same dosage) and

the negative controls groups Control and Blank-ME were treated, respectively, with saline

solution and microemulsion without chrysin.

2.6.2.1 Carrageenan-induced mechanical hyperalgesia

Mechanical hyperalgesia was assessed using a digital analgesimeter (InsightTM).

Constantly increasing force was applied to the right hind paw until the mice withdrew their

hind paws or “flinch”. Behind the paw withdrawal, the intensity of the force (g) was

registered automatically. Four measurements were taken in each animal (with an interval

of 5 minutes) to obtain an average expressed in grams. The measures were made before the

carrageenan injection to characterize the baseline response as well at 1, 2, 3 and 4 h after

induction.

2.6.2.2 Cytokines assays

After four hours of carrageenan injection, the same animals were euthanized and the

right hind paw skin was removed and stored at -80 °C. The skin tissues were homogenized

in 200µL of phosphate-buffered saline (PBS, pH 7.4) containing EDTA (0.3%), nonidete P

40 (0.5%) and protease inhibitors. The samples were centrifuged at 8000 rpm for 10 min at

4 °C, and the supernatant obtained was diluted for the protein dosage. The protein content

was measured using the Bradford method. Concentrations of TNF-α and IL-10 levels were

measured using enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) kits (eBioscienceTM)

according to protocol's instructions and colorimetric measurements at 450 nm were made

in a microplate reader (ASYSTM). The concentration was obtained by interpolation from a

standard curve. All results were expressed as picograms (pg) of cytokine per milligram

(mg) of total protein.

2.6.3 Statistical analysis

The statistical analyses were performed using GraphPad Prism 6.0 (GraphPad Prism

Software Inc., San Diego, CA, USA). The obtained data were assessed by one-way

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analysis of variance (ANOVA) followed by Tukey’s test for antinociceptive and anti-

inflammatory activities. Differences were considered significant if p < 0.05.

3. Results and discussion

3.1 Ternary phase diagram and preparation of chrysin loaded microemulsion

(CS-ME)

In order to obtain the most appropriate proportions of the components to form

microemulsion systems, ternary phase diagrams were constructed for the oil, surfactant and

aqueous phase as showed in Fig. 1. After visual observation, several types of systems were

formed and classified as being microemulsions, crude emulsions or phase separation.

Based on the results, the percentage composition (w/w) from the microemulsion region to

form our microemulsion system were 5 % for oil phase, 40% for the surfactant and 55%

for the aqueous phase. To ensure a maximum level of encapsulation, the drug should be

incorporated into the formulation before it is completely ready [31]. Therefore, chrysin was

initially incorporated in the blend of oil and surfactant phase during the microemulsion

system development process to obtain CS-ME.

3.2 Characterization of ME

3.2.1 Macroscopic appearance chrysin content and microemulsion encapsulation

efficiency

The obtained CS-ME presented itself as an optically clear, homogeneous and

transparent system, slightly yellow colored, without any precipitate or phase separation

phenomena. The chrysin content and the mean EE were 1 mg/ml and 97,7 %, respectively.

Regarding the chrysin solubility in water (0.005 mg/ml), the microemulsion allowed to

increase the drug concentration about 200-fold in an aqueous dispersion. Values of EE

above 80% are satisfactory for a ME system, meaning that the EE achieved for CS-ME by

incorporating it into the formulation before it is completely ready was an efficient method

of incorporation [31].

3.2.2 Physicochemical parameters and polarized light microscopy

The physicochemical parameters of CS-ME such as, conductance, pH and refractive

index were 24,66 ± 0,25 µS.cm-1, 4,48 ± 0,10 and 1,3894 ± 0,0001, respectively. The

electrical conductivities of the O/W ME systems exhibit much higher values than those of

W/O ME formulations. Therefore, the conductivity of CS-ME attest that it is a O/W ME

system. When water is in the continuous phase it shows more ionic conductivity in the

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O/W ME whereas the W/O ME having oil as the continuous phase shows significantly less

values for conductivity [32]. The biologically accepted pH range for oral route is from 2 to

10, hence the measurement of pH shows that CS-ME pH is into the accepted range for oral

administration (Strickley and Oliyai, 2007). The refractive indices do not exhibit

significant difference after being measured repeatedly for consecutive times. A low surface

tension of 40.53 ± 1.8 dynes/cm was obtained for the CS-ME, which was mainly due to the

high concentration of non-ionic surfactants in the ME which lowers the surface tension at

the oil-water interface [33,34]. Such a low CS-ME surface tension can help to increase the

bioavailability of the drugs by improving the permeation through gastrointestinal hydration

layer [3]. In addition, when the CS-ME was observed under a polarized light microscope, it

appeared as a completely dark field (data not shown). Together, refractive indices and

polarized light microscope results implied CS-ME optically isotropic nature, typical of

microemulsions systems [29].

3.2.3 Droplet size and zeta potential

Dynamic light scattering analysis were carried out with blank-ME and CS-ME to

determine the apparent average size of the droplets, IPD and zeta potential (mean ±

standard deviation). Microemulsions were monodisperse, the mean value obtained for

drug-free ME the average diameter was 61,1 ± 10,3 nm with IPD of 0,378 ± 0,1, and for

the formulation with the drug was 74,4 ± 15,8 nm with IPD of 0,313 ± 0,09. The zeta

potentials of the ME solutions were - 10 ± 2,1 and - 16,1 ± 1,9 mV for blank-ME and CS-

ME, respectively. The addition of chrysin to the proposed system resulted in the increase

of the zeta potential when compared to zeta potential of blank-ME. This effect can indicate

that chrysin was interacting with the surfactant monolayer changing its potencial, therefore

it was probably not only confined into the aqueous droplets, but also present at the oil-

water interface [29].

3.2.4 Thermodynamic stability

The stability of ME formulation was initially evaluated from the appearance of the ME

as a homogeneous, transparent (translucent) liquid dispersion of single phase without

aggregation, precipitation, creaming or separation in to two phases for a reasonable time

period. Thermodynamic stability tests were performed and CS-ME was found to be

persistent as a stable transparent single phase for more than 3 months after subjecting to

the stability tests indicating that the selected formulation had good physical stability. This

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might be attributed to formulation with very low interfacial tension between water and oil

phases, and small droplet size made the system thermodynamically stable [35].

3.3 In vitro drug release assay and MECS release kinetics

In vitro release profiles of colloidal drug delivery systems are one of the most important

physicochemical characterization, because besides predicting in vivo performance, the in

vitro release properties may be correlated to the carrier microstructure. Therefore, it can

describe both the structural behavior of the formulation on a microscopic scale and

possible drug/carrier interactions. This may enable a predictive approach to be made to

formulation design to achieve desired properties [36]. In this study, in vitro drug release

studies were used to evaluate the ability of the vehicle to release the drug and to find out

the speed at which this phenomenon occurs. The release of chrysin from ME was

continuous, slowly released and growing up to 12 h without burst effect and with plateau

formation after 12hours (Fig. 3). This release profile probably happened due to the

confinement of the drug in droplets coated by surfactant monolayer and/or by its

thermodynamic activity or partitional capacity between the oil and aqueous phases [37].

The amount of chrysin released from ME was 31,21%. Linear regression analysis was

done to determine the best kinetic model, which reflected the drug release. Three different

models, zero order (µg/cm2 versus time), Higuchi (µg/cm2 versus square root of time) and

first order (log of µg/cm2 versus time) were tested. The correlation coefficients obtained

were 0,9998, 0,9748 and 0,9617 for zero order, Higuchi and first order model, respectively.

Comparisons between these different correlation coefficients revealed that the chrysin

release profile from ME followed zero order model [29].

The zero-order model characterizes a drug delivery system that does not disaggregate,

the active substance being released slowly, independent of the initial drug concentration

[38–40]. This model represents an ideal release profile in order to achieve the prolonged

pharmacological action. Such models are important in certain classes of medicines

intended, example for antibiotic delivery, heart and blood pressure maintenance, pain

control and antidepressant [40,41].

The steady state flux of the selected release profile was 11.218 µg/cm2h. Lag time for

CS achieve a constant rate of release from the ME was 9.78 min, which is considered a

short time. Kr was calculated using flux and the initial drug concentration, reaching a value

of 11.218 mg/cm2h. The in vitro release test evaluated the ability of the vehicle to release

the drug incorporated into the system, although the in vitro release studies are just an

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indication of the CS-ME behavior, it was considered a satisfactory and necessary method

to show the role of the ME components and the microstructure in the release of CS in

artificial membranes. Therefore, flux, lag time and Kr values obtained from CS-ME were

considered promising for further studies.

3.4 CS-ME antinociceptive activity

The hyperalgesia induced by intraplantar injection of CG (an irritant to induce a

transient inflammation) is widely used for evaluating of new anti-inflammatory and anti-

hyperalgesic compounds in pre-clinical models [42]. Thus, edema (swelling),

hypersensitivity to a noxious stimulus (hyperalgesia), or sensitivity to a nonnoxious

stimulus (allodynia) can be used to assess inflammation in an animal model after

administration of CG. Moreover, the CG administration induces the development of the

cardinal signs of inflammation, the result of the action of pro-inflammatory agents

(especially the increase of pro-inflammatory cytokines such as IL-1β, IL-6, and TNFα),

complement and reactive oxygen and nitrogen species [43]. The inflammation occurs in a

biphasic cutaneous reaction on the injected area, the first phase (up to 2 h later) leads the

release of serotonin and histamine, followed by the later release of bradykinin. The second

phase (3-6 h) happens through the production of cytokines and prostaglandins by both the

local cells and infiltered neutrophils [44–46]. The release of prostanoids and

sympathomimetic amines, stimulate peripheral Aδ and C fiber sensory nerve terminals,

ergo, this neurogenic inflammation contributes for the resultant peripheral and central

hyperalgesia [44].

Administration of CS-ME and chrysin (25mg/kg dose) produced a significantly

reduction (p < 0.05) in the mechanical hyperalgesia induced by CG when compared with

control, and the sham group over all time (up to 4 h), (Fig. 3). The blank-ME group

showed significant difference from the control group only after 1 hour of CG induction.

Previous reports have demonstrated that chrysin inhibits COX-2 by both in vitro and in

silico inflammation models [10,47]. The results of this study denote that chrysin might be

involved in others paths of the inflammatory cascade, consequently reducing the

mechanical hyperalgesia. However, after 1 hour of carrageenan induction, the animals

treated with blank-ME also showed a significant (p < 0.05) antinociceptive effect. In other

words, one of the ME constituents could also be interacting with any components involved

in the inflammatory process.

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Additionally, recent finds shown that chrysin was able to effectively alleviate oxidative

insults and apoptosis in primary rat mesencephalic cultures and also produced a protective

effect against brain damage induced by chronic cerebral hypoperfusion in rodents [48].

These neuroprotective and anti-inflammatory effects appear to be associated with the

antioxidant profile of chrysin, as well as to ability to reduce inflammatory mediators (such

as NF-κB p65 unit, TNF-α, IL-1β and IL-6) [49].

Anti-hyperalgesic effect effects of CS-ME and chrysin on the tested inflammatory pain

model induced by CG may be associated with the regulation of inflammatory cytokine

levels. Here, we measured TNF-α and IL-10 measures to help the understanding of the

chrysin activity mechanism.

The pro-inflammatory and anti-inflammatry cytokines (TNF-α and IL-10, respectively)

mensuration showed that the control group was significantly (p < 0.05) different from

sham group (Fig. 4). The treatment with CS-ME and chrysin, as also with blank-ME,

reduced significantly (p < 0.05) the TNF α levels in the mouse paw in relation to the

control group after 4 hours of CG injection (Fig. 4). TNF-α is one of the key cytokines in

the control of inflammation and is responsible for important effects of the repair process

[50]. It is the first to be released after an inflammatory stimulus, such as the carrageenan

injection, leading the increase of the COX and PGE2 expression, which is mediated by the

TNFR1 and TNFR2 receptors. TNF-α also induces the neutrophils migration to the injury

site by indirect mechanisms, such as the induction of the chemotactic factors release

through the resident macrophages and the leukotriene pathway stimulation [51,52]. Thus,

the TNF-α reduction can help to explain the anti-hyperalgesic activity showed in the

mechanical hiperalgesia test. Interestingly, once not only chrysin and CS-ME, but also

blank-ME were able to reduce TNF-α levels significantly, this corroborates with our

hypothesis that the microemulsion itself may be interacting with the components of

inflammatory responses, here suggested through of TNF-α levels inhibition [53].

Moreover, chrysin significantly (p < 0.05) improves levels of IL-10 when compared to

the control group, this has been curiously demonstrated for group treated with CS-ME, so

there were no significant differences between the other groups (Fig. 4). IL-10 is one of the

most intriguing anti-inflammatory cytokines because inhibits not only macrophages and

monocytes, but also the production of pro-inflammatory cytokines, such as TNF-α [51,54].

Thereby, IL-10 levels results demonstrate that neither chrysin alone, nor blank-ME had

significant effects on IL-10 reduction. Nevertheless, the CS-ME was able to improve

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chrysin anti-inflammatory activity and IL-10 enhancement seems to have a pivotal role.

Thus, the increase of IL-10 is another factor contributing to chrysin produces its anti-

hyperalgesic effect showed in CG-induced inflammatory pain model. Moreover, further

experiments are required to confirm the mechanism of action of chrysin in management of

hyperalgesia, as well as the interaction of the microemulsions with the inflammatory

response pathways.

4. Conclusions

Together, the results presented in this paper have demonstrated that ME systems can be

obtained from a simple procedure, herein was developed a microemulsion containing

chrysin. The formulation was able to incorporate the very poor water-soluble flavonoid

into the oil droplets of the O/W ME type and release it from this nanocarrier following a

zero-order kinetic model, thus highlighting the potential of the new systems mainly as

carriers for the prolonged and controlled delivery of hydrophobic drugs. In addition, CS-

ME could improve chrysin (a usual nutraceutical) anti-hyperalgesic and anti-inflammatory

activities. These effects might be mediated, at least in part, through inhibition of TNF-α

and also by upregulation of IL-10. These findings to the potential therapeutic value of

chrysin on inflammatory pain suggest in-depth assessment of the therapeutic value of

chrysin as a newsworthy analgesic for a broad spectrum of inflammatory painful

conditions. Therefore, CS-ME could be a promising nanoscale agent for the treatment of

inflammatory painful clinical conditions due to be noninvasive, painless and easy to apply,

controlled released, enhancing the patient compliance for the treatment which can even act

by reducing side-effects.

Disclosure

The authors report no conflicts of interest in this work.

Acknowledgments

The authors would like to acknowledge the financial support from the CAPES, CNPq and

FAPITEC/SE.

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Legends

Fig 1. Ternary phase diagrams formed by a mixture of IPM as the oil phase, LASMT as

surfactant and water as aqueous phase. Gray area represents the microemulsion (ME)

systems region. The red dot represents the selected formulation.

Fig 2. In vitro chrysin release profiles from microemulsion through synthetic cellulose

acetate membranes.

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Fig. 3 The effect of chrysin and CS-ME (25 mg/kg) and blank-ME on the mechanical

hyperalgesia induced by carrageenan. All treatments were done 30 min before carrageenan

injection. The intensity of the force (g) registered using a digital analgesimeter needed to

the mice withdrew their hind paws or “flinch” was determined 1 hour before (baseline),

and 1, 2, 3, and 4 hours after carrageenan injection. These results are expressed as mean ±

SEM of (n=8): *** p< 0.001 vs. the control (one-way ANOVA followed by Tukey’s test).

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Fig. 4 The effect of chrysin and CS-ME (25 mg/kg) and blank-ME on the inflammatory

cytokines TNF α (A) and IL-10 (B) production. These results are expressed as mean ±

SEM (n=8): ** p< 0.01 vs. the sham group; **** p< 0.0001 vs. the sham group; # p< 0.05

vs. control group; ## p< 0.01 vs. control group; a p< 0.05 vs. blank-ME (one-way ANOVA

followed by Tukey’s test).

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ANEXO B - Patente depositada no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) -

BR 10 2017 002920 4: Desenvolvimento de microemulsão com crisina para aplicação

antinociceptiva.

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Pedido nacional de Invenção, Modelo de Utilidade, Certificado deAdição de Invenção e entrada na fase nacional do PCT

00.000.2.2.16.0846414.2

14/02/201787017000971812:16

Número do Processo: BR 10 2017 002920 4

Dados do Depositante (71)

Depositante 1 de 3

Nome ou Razão Social: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Tipo de Pessoa: Pessoa Jurídica

CPF/CNPJ: 24365710000183

Nacionalidade: Brasileira

Endereço: CAMPUS UNIVERSITÁRIO S/N

Cidade: Natal

Estado: RN

CEP: 59072-970

País: Brasil

Telefone:

Fax:

Email: [email protected]

Esta solicitação foi enviada pelo sistema Peticionamento Eletrônico em 14/02/2017 às12:16, Petição 870170009718

Petição 870170009718, de 14/02/2017, pág. 1/20

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Depositante 2 de 3

Nome ou Razão Social: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Tipo de Pessoa: Pessoa Jurídica

CPF/CNPJ: 13031547000104

Nacionalidade: Brasileira

Qualificação Jurídica: Instituição de Ensino e Pesquisa

Endereço: Cidade Universitária, Rua Professor José A. Campos, s/n, JardimRosa Elze

Cidade: São Cristóvão

Estado: SE

CEP: 49100-000

País: BRASIL

Telefone:

Fax:

Email:

Depositante 3 de 3

Nome ou Razão Social: UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

Tipo de Pessoa: Pessoa Jurídica

CPF/CNPJ: 12671814000137

Nacionalidade: Brasileira

Qualificação Jurídica: Instituição de Ensino e Pesquisa

Endereço: Rua Baraúnas, nº 351, Bairro Universitário

Cidade: Campina Grande

Estado: PB

CEP: 58429-500

País: BRASIL

Telefone:

Fax:

Email:

Esta solicitação foi enviada pelo sistema Peticionamento Eletrônico em 14/02/2017 às12:16, Petição 870170009718

Petição 870170009718, de 14/02/2017, pág. 2/20

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Dados do Pedido

Natureza Patente: 10 - Patente de Invenção (PI)

Título da Invenção ou Modelo deUtilidade (54):

DESENVOLVIMENTO DE MICROEMULSÃO COM CRISINA PARAAPLICAÇÃO ANTINOCICEPTIVA

Resumo: A presente patente de invenção refere-se ao processo de obtençãode microemulsões com a crisina para aplicação na áreafarmacêutica. A crisina destaca-se por seu potencial farmacológico,entretanto seu uso é limitado pela sua baixa absorção ebiodisponibilidade. Assim, esta patente propõe a utilização da crisina,com óleo e tensoativo para a formação de uma microemulsão, paraaplicação antinociceptiva, de uso humano e veterinário.

Esta solicitação foi enviada pelo sistema Peticionamento Eletrônico em 14/02/2017 às12:16, Petição 870170009718

Petição 870170009718, de 14/02/2017, pág. 3/20

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Inventor 1 de 4

Nome: ÁDLEY ANTONINI NEVES DE LIMA

CPF: 99328976472

Nacionalidade: Brasileira

Qualificação Física: Professor do ensino superior

Endereço: Rua da Campina, nº 140, Condomínio Verano Ponta Negra, Apto.2004, Ponta Negra

Cidade: Natal

Estado: RN

CEP: 59090-480

País: BRASIL

Telefone: (84) 999 288864

Fax:

Email: [email protected]

Inventor 2 de 4

Nome: LUCINDO JOSÉ QUINTANS JÚNIOR

CPF: 93096143404

Nacionalidade: Brasileira

Qualificação Física: Professor do ensino superior

Endereço: Avenida Murilo Dantas, nº 1409, Edifício Elias Santos, Apto. 401,Farolândia

Cidade: Aracaju

Estado: SE

CEP: 49032-490

País: BRASIL

Telefone: (79) 988 015026

Fax:

Email: [email protected]

Inventor 3 de 4

Dados do Inventor (72)

Esta solicitação foi enviada pelo sistema Peticionamento Eletrônico em 14/02/2017 às12:16, Petição 870170009718

Petição 870170009718, de 14/02/2017, pág. 4/20

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Nome: BOLÍVAR PONCIANO GOULART DE LIMA DAMASCENO

CPF: 91616751487

Nacionalidade: Brasileira

Qualificação Física: Professor do ensino superior

Endereço: Avenida Marechal Floriano Peixoto, nº 5255, Condomínio Serraville -P-12

Cidade: Campina Grande

Estado: PB

CEP: 58434-500

País: BRASIL

Telefone: (83) 991 370168

Fax:

Email: [email protected]

Inventor 4 de 4

Nome: ÍZOLA MORAIS DE MEDEIROS RAMALHO

CPF: 06961036481

Nacionalidade: Brasileira

Qualificação Física: Mestrando

Endereço: Rua João Joviano Medeiros, nº 350 C, Distrito Industrial

Cidade: Campina Grande

Estado: PB

CEP: 58411-235

País: BRASIL

Telefone: (83) 998 568818

Fax:

Email: [email protected]

NomeTipo Anexo

Relatório Descritivo Relato´rio Descritivo.pdf

Reivindicação Reivindicac¸o~es.pdf

Resumo Resumo.pdf

Documento de Cessão Termo de Cessa~o.pdf

Comprovante de pagamento de GRU 200 Comprovante de pagamento.pdf

Documentos anexados

Esta solicitação foi enviada pelo sistema Peticionamento Eletrônico em 14/02/2017 às12:16, Petição 870170009718

Petição 870170009718, de 14/02/2017, pág. 5/20

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Acesso ao Patrimônio Genético

Declaração Negativa de Acesso - Declaro que o objeto do presente pedido de patente de invençãonão foi obtido em decorrência de acesso à amostra de componente do Patrimônio GenéticoBrasileiro, o acesso foi realizado antes de 30 de junho de 2000, ou não se aplica.

Declaro, sob as penas da lei, que todas as informações acima prestadas são completas everdadeiras.

Declaração de veracidade

Esta solicitação foi enviada pelo sistema Peticionamento Eletrônico em 14/02/2017 às12:16, Petição 870170009718

Petição 870170009718, de 14/02/2017, pág. 6/20

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Relatório Descritivo da Patente de Invenção para “Desenvolvimento de Microemulsão com Crisina para Aplicação Antinociceptiva”. [001] A presente invenção refere-se ao processo de obtenção de

microemulsão contendo crisina para aplicação farmacológica. Em particular,

refere-se à utilização do flavonoide crisina (5, 7-dihidroxiflavona) encontrado

em várias espécies de plantas, incluindo espécies do gênero Pelargonium,

Passiflora e da família Pinaceae, incorporado em microemulsão, a fim de se

obter uma alternativa farmacológica para aplicação antinociceptiva, anti-

inflamatória, antitumoral, antiestrogênica, ansiolítica e antioxidante.

[002] A dor é um sintoma geral e característico de várias doenças, as quais,

usualmente, envolvem mais de um tipo de dor. Entretanto, o controle da dor

permanece como um importante problema clínico, uma vez que os

mecanismos envolvidos no processo que gera a dor ainda não são bem

elucidados, o que culmina com a dificuldade de descoberta e escassez de

tratamentos efetivos e seguros. Portanto, há a necessidade de pesquisa sobre

um novo, seguro e efetivo tratamento utilizando, por exemplo, produtos

naturais derivados de metabólitos secundários como a crisina.

[003] O estudo e a utilização de diversos metabólitos secundários de plantas,

veiculados em novas formas farmacêuticas, têm se tornado alvo de estudos

devido à descoberta de suas propriedades farmacológicas com mecanismos

de ação não convencionais. Embora estas moléculas, geralmente, apresentem

problemas de baixa absorção e biodisponibilidade, sua utilização é justificada

devido à grande variedade de atividades farmacológicas desempenhadas por

estas, dentre elas a antinociceptiva.

[004] A Organização Mundial da Saúde (OMS) incentiva a utilização de

produtos naturais cientificamente validados, evidenciando a importância de

estudos de desenvolvimentos tecnológicos para que haja o alargamento no

arsenal terapêutico e uma maior eficácia.

[005] Neste contexto, novas formas farmacêuticas capazes de otimizar a

farmacoterapia têm se tornado alvo de estudos. As microemulsões são um

Petição 870170009718, de 14/02/2017, pág. 7/20

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exemplo de novos sistemas carreadores de fármacos com grande potencial de

aplicabilidade na área farmacêutica, sendo as mesmas definidas como uma

monodispersão de gotículas esféricas constituída por óleo, tensoativo,

cotensoativo e fase aquosa, opticamente isotrópicas e termodinamicamente

estáveis. Apresentam tamanho médio de gotícula de 100 nm a 200 nm,

conforme medido através de técnicas de espalhamento de luz dinâmica.

[006] As microemulsões oferecem maior facilidade de preparação devido à

formação espontânea, estabilidade termodinâmica, aparência transparente e

elegante, carregamento de fármaco aumentado, penetração aumentada

através das membranas biológicas e biodisponibilidade aumentada. Uma das

propriedades mais importantes das microemulsões é a capacidade de

formação de um filme interfacial, o qual tem a potencialidade de baixar a

tensão interfacial entre a água e o óleo de maneira a estabilizar esta dispersão

com tamanho de gotícula de fase interna extremamente pequeno. Esta

estabilização favorece o aumento da solubilidade e a incorporação de

substâncias pouco solúveis, justificando a incorporação destes compostos,

que, como a crisina, são dificilmente incorporadas a formulações convencionais

e favorecem o surgimento do efeito farmacológico almejado, neste caso o

efeito antinociceptivo.

[007] Em relação ao estado da técnica, a utilização deste sistema promissor

para a veiculação da crisina e a sua aplicação para o tratamento da dor, não é

conhecido, pois ainda não há estudos publicados demonstrando o seu grande

potencial e utilização. [008] Algumas patentes trazem o uso da crisina para diversos fins

farmacológicos e cosméticos. A patente brasileira PI 0400669-0 traz um

produto para uso via parenteral, preferencialmente via intradérmica, para

tratamento de estrias, tanto em homens como mulheres, o qual compreende

formulações à base de inibidores da aromatase P450 e/ou bloqueadores total

ou parcial de receptor de estrógeno, particularmente Luteolina e a Crisina.

[009] Já na patente KR 20160013226 (A) a crisina é veiculada em formulação

cosmética para alívio dos processos inflamatórios, rejuvenescimento da pele e

Petição 870170009718, de 14/02/2017, pág. 8/20

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3/6

hidratação. Enquanto que na patente aqui referida a crisina é veiculada em

uma microemulsão para o tratamento da dor.

[010] Na patente CN 105055401 (A), a crisina e seus derivados são utilizados

com ação antiparasitária contra o cryptosporidium parvum causador da

criptosporidíase, para a qual a crisina apresentou bom potencial de inibição da

reprodução do parasito.

[011] A patente CN 103405408 (A) traz a aplicação da crisina em

medicamentos para o tratamento da trombose cerebral. A crisina apresentou

um bom potencial de proteção do nervo em injúrias cerebrais de

isquemia/reperfusão.

[012] Já a patente CN 102793712 (A) traz a aplicação da crisina em

medicamentos para o tratamento de doenças autoimunes, sendo estes

capazes de inibir o sistema imune e passíveis de serem utilizados para o

tratamento de doenças como a esclerose múltipla.

[013] O artigo de AISHWARYA, V. et. al (2015) “Preparation, characterization

and in-vitro cell viability assay of chrysin loaded solid lipid nanoparticles as drug

delivery system”, traz a encapsulação da crisina em nanopartículas lipídicas

sólidas (NLS), obtidas através da técnica de temperatura de inversão de fases,

a qual também pode ser utilizada para obtenção de emulsões, microemulsões

ou nanoemulsões, contudo os autores objetivaram a produção de NLS. As

NLS diferem das microemulsões tratadas na patente em questão no que diz

respeito ao método de obtenção (aqui obtidos através de diagrama de fases

pseudo-ternário; lá através da técnica de temperatura de inversão de fases), a

composição da formulação (aqui composta por água deionizada, miristato de

isopropila, e o tensoativo não-iônico PEG-8 glicerídeos cáprico/caprílico; lá

ácido esteárico, lecitina, taurocolato, tensoativos, e água destilada), as

proporções dos componentes, ao tamanho de gotículas (aqui 100-200 nm; lá

>200 nm), ao estado físico (aqui líquido, lá sólido) e, principalmente na

aplicação do produto final. No artigo de AISHWARYA, V. et. al (2015) foi

analisada a citotoxicidade das nanopartículas, sugerindo através de seus

resultados a continuidade de estudos para sua aplicação na doença de

Petição 870170009718, de 14/02/2017, pág. 9/20

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Alzheimer. Na patente em questão, os estudos de atividade in vivo são

voltados ao potencial antinociceptivo da crisina e do produto final, a

microemulsão.

[014] Também há artigos publicados que relatam o potencial antinociceptivo

da crisina através de testes, como o de formalina, o das contrações abdominais

induzidas por ácido acético e o de imersão de cauda, os quais obtiveram

resultados positivos para o alívio da dor em ratos (FARKHONDEH et al., 2015;

K. ZHAI, L. HU, J. CHEN, C. FU, 2008; RAUF et al., 2015). A diferença

primordial entre os artigos e a patente em questão é que nos artigos foi testada

a atividade antinociceptiva da crisina, enquanto que, na presente invenção, foi

testada a atividade e desenvolvida uma forma farmacêutica inovadora para sua

utilização e veiculação, conforme esclarecido anteriormente.

[015] Contudo, até o presente momento, não há nenhum sistema, em especial

os sistemas microemulsionados, com o agente de interesse da presente

invenção, em particular para explorar a sua atividade antinociceptiva, com a

capacidade de aumentar a solubilidade, biodisponibilidade, estabilidade e

eficácia na utilização para fins terapêuticos e/ou cosméticos.

[016] A utilização de microemulsões para veiculação de compostos com

potencial ação antinociceptiva é apresentada pela patente PI 0609023-0 A2, a

qual traz um derivado de naftaleno incorporado a uma microemulsão a ser

administrada, preferencialmente, por via oral para tratamento ou prevenção de

dor crônica; e pela patente BR 10 2013 010984-3 A2, a qual traz uma

microemulsão do extrato de Angico Branco para administração oral e

tratamento da dor orofacial.

[017] Ambas invenções supracitadas auxiliaram no aumento da dissolução,

na liberação modificada e no aumento da biodisponibilidade dos princípios

ativos, com a consequente melhora da atividade farmacológica antinociceptiva.

Desta forma, apresenta-se viável a incorporação da crisina em microemulsão

para tratamento da dor.

[018] Desta forma, o objeto da presente invenção refere-se ao processo de

obtenção de microemulsão contendo crisina a fim de conferir maior

Petição 870170009718, de 14/02/2017, pág. 10/20

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permeabilidade, biodisponibilidade, estabilidade e eficácia na utilização

farmacológica, facilitando, assim, seu emprego no ramo farmacêutico para o

uso antinociceptivo produzida através de tecnologias simples e de baixo custo.

[019] Com relação à forma de obtenção das microemulsões contendo crisina,

estão compreendidas as seguintes etapas:

a) Os sistemas microemulsionados (do tipo óleo-em-água) serão obtidos

através de diagrama de fases pseudo-ternário a partir da mistura dos

componentes (água deionizada, óleo sintético e tensoativo);

b) Na preparação da microemulsão o tensoativo não-iônico PEG-8

glicerídeos cáprico/caprílico ou outros tensoativos não iônicos com EHL

na faixa 8-16 (30% a 40%), a fase oleosa, o miristato de isopropila (3% a

10%), e a crisina (0,05% a 1%) são misturados por agitação em

sonicador ou agitação magnética por um período de 1 minuto a 5

minutos, seguido de banho de ultrassom;

c) Posteriormente, adiciona-se água (50% a 60%) à mistura de óleo,

tensoativos e princípio ativo; por fim, submete-se à agitação em

sonicador ou à agitação magnética por um período de 1 minuto a 5

minutos, seguido de banho de ultrassom.

[020] Uma variável do procedimento é a concentração ou a substituição dos

componentes da microemulsão. No que diz respeito aos constituintes da

microemulsão é possível o uso de tensoativos catiônicos, aniônicos, anfóteros

ou não-iônicos (sendo preferencialmente os não-iônicos), óleo (de origem

sintética ou natural). Quanto ao método de obtenção, esta pode ser obtida

através do método de formação espontânea, porém, não se limitando o uso de

demais métodos para a formação da microemulsão. Para a verificação de

estabilidade, as microemulsões são submetidas a teste de centrifugação,

estresse térmico e ciclo gelo-degelo.

[021] A caracterização físico-química desse sistema é de extrema importância,

pois quanto maior o número de informações sobre o produto obtido, tais como

propriedades físico-químicas, propriedades termodinâmicas e padrões de

cristalinidade, melhor é a compreensão dos mecanismos envolvidos na

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compatibilidade entre os componentes da formulação e estabilidade do produto

formado. A microemulsão é caracterizada físico-quimicamente por Calorimetria

Exploratória Diferencial, condutividade, pH, índice de refração, Microscopia de

luz polarizada, reologia, tamanho de gotícula e análise morfológica por

Microscopia Eletrônica de Varredura. Já os ensaios in vitro são bastante úteis

na predição do desempenho do sistema, como a quantidade do fármaco

liberada ou que permeia as membranas biológicas. Por fim, através dos testes

in vivo como o teste de formalina, teste das contrações abdominais induzidas

por ácido acético e do teste de imersão de cauda, é possível atestar o potencial

antinociceptivo da formulação.

[022] As microemulsões com a crisina possuem conjectura satisfatória, pois

através destes sistemas é possível conferir à crisina maior permeabilidade,

biodisponibilidade, estabilidade e eficácia, além de poder melhorar as

atividades de inibição da aromatase P450, anti-inflamatória, antiparasitária,

antitrombótica, imunossupressora e antinociceptiva. Assim, as microemulsões

podem ser utilizadas em formulações farmacêuticas com ação antinociceptiva,

com aplicação humana e veterinária por via oral ou parenteral.

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REIVINDICAÇÕES

1. Desenvolvimento de Microemulsão com Crisina para Aplicação Antinociceptiva, caracterizado por um novo modelo para sistema de

veiculação de compostos com atividade farmacológica, do flavonoide

crisina (5, 7-dihidroxiflavona) encontrado em várias espécies de plantas,

incluindo espécies do gênero Pelargonium, Passiflora e da família

Pinaceae, contudo não limitando o uso de outras espécies, sendo a

microemulsão obtida através das seguintes etapas:

a) Os sistemas microemulsionados (do tipo óleo-em-água) serão

obtidos através de diagrama de fases pseudo-ternário a partir da

mistura dos componentes (água deionizada, óleo sintético e

tensoativo);

b) Na preparação da microemulsão o tensoativo não iônico PEG-8

glicerídeos cáprico/caprílico ou outros tensoativos não iônicos

com EHL na faixa 8-16 (30% a 40%), a fase oleosa, o miristato

de isopropila (3% a 10%) e a crisina (0,05% a 1%) são

misturados por agitação em sonicador ou agitação magnética

por um período de 1 minuto a 5 minutos, seguido de banho de

ultrassom;

c) Posteriormente, adiciona-se água (50% a 60%) à mistura de

óleo, tensoativos e princípio ativo; por fim, submete-se à

agitação em sonicador ou à agitação magnética por um período

de 1 minuto a 5 minutos, seguido de banho de ultrassom.

2. Desenvolvimento de Microemulsão com Crisina para Aplicação Antinociceptiva, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por

apresentar, dentre outros constituintes da microemulsão, tensoativos

catiônicos, aniônicos, anfóteros ou não-iônicos (sendo preferencialmente

os não-iônicos), óleo (de origem sintética ou natural) obtido através do

método de formação espontânea, porém, não se limitando o uso de

demais métodos para a formação da microemulsão.

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3. Desenvolvimento de Microemulsão com Crisina para Aplicação Antinociceptiva, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizado

por ser utilizada em formulações farmacêuticas com ação

antinociceptiva, com aplicação humana e veterinária por via oral ou

parenteral.

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RESUMO

Patente de invenção para “Desenvolvimento de Microemulsão com Crisina para Aplicação Antinociceptiva”.

A presente patente de invenção refere-se ao processo de obtenção de

microemulsões com a crisina para aplicação na área farmacêutica. A crisina

destaca-se por seu potencial farmacológico, entretanto seu uso é limitado pela

sua baixa absorção e biodisponibilidade. Assim, esta patente propõe a

utilização da crisina, com óleo e tensoativo para a formação de uma

microemulsão, para aplicação antinociceptiva, de uso humano e veterinário.

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