universidade federal do rio grande do norte … · 3.2 motivaÇÃo no trabalho ... discorrerá...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO JUDSON BEZERRA CARVALHO MOTIVAÇÃO NO SETOR PÚBLICO: APLICAÇÃO DA FERRAMENTA IMST (INVENTÁRIO DA MOTIVAÇÃO E DO SIGNIFICADO DO TRABALHO) AOS TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI FACISA. CURRAIS NOVOS RN 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

JUDSON BEZERRA CARVALHO

MOTIVAÇÃO NO SETOR PÚBLICO: APLICAÇÃO DA FERRAMENTA IMST

(INVENTÁRIO DA MOTIVAÇÃO E DO SIGNIFICADO DO TRABALHO) AOS

TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO

TRAIRI – FACISA.

CURRAIS NOVOS – RN

2015

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JUDSON BEZERRA CARVALHO

MOTIVAÇÃO NO SETOR PÚBLICO: APLICAÇÃO DA FERRAMENTA IMST

(INVENTÁRIO DA MOTIVAÇÃO E DO SIGNIFICADO DO TRABALHO) AOS

TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO

TRAIRI – FACISA.

Orientador: Prof. Ms. Marcelo Henrique Neves Pereira

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Graduação em

Administração da Universidade Federal do

Rio Grande Norte como parte dos

requisitos para a obtenção do título de

Bacharel em Administração.

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Judson Bezerra Carvalho

MOTIVAÇÃO NO SETOR PÚBLICO: APLICAÇÃO DA FERRAMENTA IMST

(INVENTÁRIO DA MOTIVAÇÃO E DO SIGNIFICADO DO TRABALHO) AOS

TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO

TRAIRI – FACISA.

.

Data da Aprovação:

_____/_____/______

____________________________________________

Prof. Ms. Marcelo Henrique Neves Pereira

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Orientador

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como

requisito parcial para obtenção do título de Bacharel

em Administração no Curso de Administração da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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Dedico este trabalho primeiramente ao meu Deus, segundo aos meus

pais e toda minha família, que sempre me apoiou e meu deu forças

necessárias para seguir em frente, dedico também aos meus amigos e

todos os docentes e discentes do curso de administração, que

contribuíram para meu aprendizado.

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AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente ao meu Deus por ter me dado o dom da vida, e os

conhecimentos necessários para poder seguir em frente, buscando sempre a realização dos

meus sonhos. A família é a base de tudo, e por isso sou imensamente grato aos meus pais, o

senhor Jonas Borges de Carvalho, e a senhora Ana Darc Bezerra Carvalho, e as minhas irmãs

Edla Suzane Bezerra Carvalho, e Égilla Maria Bezerra Carvalho, por sempre estarem presente

comigo nessa caminhada acadêmica, me orientando e dando forças para que eu pudesse

concluir o presente curso com êxito. Cada palavra mencionada por meus pais serviram de

incentivo, e motivação, fazendo com que eu não desistisse, portanto essa conquista não seria

possível sem a presença dos senhores, que são exemplos de vida pra mim.

Agradeço também ao meu orientador, Marcelo Henrique Neves Pereira, que além de

orientador o considero como um grande amigo, que através de sua vasta experiência me deu o

subsídio necessário e a fonte dos conhecimentos que serviram como base para o

desenvolvimento e conclusão do estudo em questão, norteando assim, o rumo correto o qual

deveria seguir. Levarei comigo, em minha vida pessoal e profissional todos seus

ensinamentos. Gostaria de agradecer a todos os docentes que contribuíram para o meu

aprendizado.

Durante todo percurso acadêmico convivemos com novas pessoas, criando um vínculo

de amizade. Tenho o orgulho de dizer que ao longo desses 4 anos e meio fiz muitas amizades,

que jamais vou esquecê-las. Não vou citar todos os nomes, porque são muitos e não quero

cometer injustiça, mas gostaria de agradecer em especial a Ricardo de Melo Soares e a

Tamara Nathália Teixeira Baracho, que sempre estiveram comigo durante toda essa jornada,

nos momentos alegres e difíceis, nas brincadeiras e nos conflitos. A vocês, meu eterno

agradecimento, e que essa amizade perdure por muitos anos.

Por fim, não podia deixar de agradecer ao grupo da resenha, comandado por Denilson

Campelo e CIA, nos quais proporcionaram muitos momentos alegres e descontraídos nos

corredores da faculdade, momentos esses que jamais vou esquecer, sentirei saudades da

resenha. A todos, meus agradecimentos.

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“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu

tamanho original”

Albert Einstein

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RESUMO

Esta pesquisa tem como premissa avaliar o grau de motivação no serviço público dos técnicos

administrativos da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA- UFRN) localizada na

cidade de Santa Cruz RN, contribuindo assim para a otimização e valorização do fator

humano dentro da empresa citada. Para tanto, foram realizadas revisões bibliográficas sob a

visão de diversos autores e teorias referentes ao tema em questão. A obtenção dos resultados

da pesquisa foi efetuada pela aplicação de uma ferramenta chamada IMST (Inventário da

Motivação e do Significado do Trabalho) que consiste em um questionário contendo questões

que avaliam quantitativamente quatro aspectos relacionados a motivação dos colaboradores,

são eles: os atributos valorativos, atributos descritivos, as expectativas e a instrumentalidade.

Os questionários foram aplicados com 20 técnicos administrativos, e apontaram que, fatores

como a auto expressão e condições de trabalho são requisitos que devem ser melhorados

dentro da instituição, a fim de elevar o nível motivacional dos técnicos administrativos, e

consequentemente qualificar o serviço prestado para sociedade.

Palavras-chave: motivação; técnicos administrativos; ferramenta IMST.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – As etapas do ciclo motivacional 19

Figura 2 – Estágios do ciclo motivacional 20

Figura 3 – A hierarquia das necessidades humanas 22

Figura 4 – Comparação entre os modelos de Maslow e de Herzberg 25

Quadro 1 – Resumo das teorias de motivação 30

Gráfico 1 – Classificação por gênero 37

Gráfico 2 – Escolaridade 38

Gráfico 3 – Tempo de serviços prestados 39

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 11

2. APRESENTAÇÃO DO TRABALHO ......................................................................................... 13

2.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA ................................................................................................... 13

2.2 PROBLEMATIZAÇÃO ......................................................................................................... 13

2.3 HIPÓTESES ....................................................................................................................... 13

2.4 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 14

2.4.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 14

2.4.2 Objetivos específicos................................................................................................ 14

2.5 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 14

3. REFERÊNCIAL TEÓRICO .......................................................................................................... 16

3.1 GESTÃO DE PESSOAS ........................................................................................................ 16

3.2 MOTIVAÇÃO NO TRABALHO ............................................................................................. 17

3.2.1 Ciclo Motivacional ................................................................................................... 18

3.3 TEORIAS MOTIVACIONAIS .............................................................................................. 20

3.3.1 Abraham Maslow: Teoria da hierarquia das necessidades ....................................... 21

3.3.2 Teoria dos dois fatores de Herzberg ......................................................................... 24

3.3.3 Teoria da realização de McClelland ......................................................................... 26

3.3.4 Teoria da expectação, de Vroom .............................................................................. 26

3.3.5 Teoria da equidade, de Stacy Adams ....................................................................... 27

3.3.6 Teoria do reforço, de Skinner ................................................................................... 29

3.4 PROGRAMAS E ALTERNATIVAS DE APLICAÇÃO DA MOTIVAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO ..... 31

3.4.1 Programa de reconhecimento dos servidores ........................................................... 31

3.4.2 Programa de envolvimento ampliado dos servidores ............................................... 31

3.4.3 Programa de remuneração variável e por habilidades adquiridas ............................ 32

3.4.4 Programas de envolvimento social (responsabilidade social) .................................. 32

3.4.5 Flexibilização do horário de trabalho ....................................................................... 33

4. METODOLOGIA .......................................................................................................................... 34

4.1 TIPO DE PESQUISA ............................................................................................................ 34

4.2 UNIVERSO E AMOSTRA ..................................................................................................... 34

4.3 COLETA DE DADOS .......................................................................................................... 35

4.4 TRATAMENTO DE DADOS .................................................................................................. 35

5. ANÁLISES E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS 37

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES 48

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REFERÊNCIAS 50

ANEXO 52

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11

1. INTRODUÇÃO

A motivação ao longo dos tempos tem se tornado algo de suma importância para o

desempenho e produtividade dos colaboradores em seu ambiente de trabalho, tendo como

intuito de alcançar resultados significativos para empresa, tanto na esfera pública quanto

privada. No ambiente de trabalho, a motivação humana está sujeita à influência de diversos

fatores entre os quais podemos mencionar: fatores individuais que partem de um sentimento

do profissional em relação ao cargo que exerce como a responsabilidade, a dedicação, o amor

pelo que faz, bem como as condições que a empresa oferece aos seus funcionários como um

salário compatível com a função exercida, o reconhecimento, a ascensão profissional, o bom

relacionamento, benefícios e incentivos) as limitações culturais (crenças, costumes, valores

etc.) entre outros. É um tema bastante discutido e que gera diversas indagações perante as

organizações e entre os seus respectivos gestores, devido sua complexidade.

Por ter esse grau de complexidade e associado ao serviço público, o estudo da

motivação torna-se algo ainda mais intricado. Diariamente nos deparamos no setor público

com diversos tipos de reclamações relacionadas às más prestações de serviços desse órgão, e

isso vem causando cada vez mais preocupações na sociedade, como também, discussões com

grandes proporções. Uns dos fatores que influenciam nesta má prestação de serviços poderá

estar relacionado ao índice baixo da motivação dos servidores. Manter o nível elevado de

eficiência e eficácia relacionadas ao desenvolvimento da motivação de tais colaboradores, a

fim de prestar serviços com um padrão de qualidade é um grande desafio e dilema para o

gestor público contemporâneo.

Muitos são os fatores que influenciam uma determinada pessoa a seguir carreira em

uma empresa pública. A “estabilidade”, remuneração, o “status” (do cargo ou do serviço

público); menor discriminação nos processos seletivos em relação, por exemplo, a idade

(qualquer pessoa em uma faixa etária entre 18 e 70 anos, independentemente de sexo, cor,

raça, da região do país, podem ingressar por meio de concursos no serviço público). Porém,

apesar desses fatores proporcionarem uma grande demanda para o emprego público, assim

como, diversas vantagens, percebe-se que os servidores tem demonstrado desmotivação ao

realizarem suas tarefas, podendo assim, interferir diretamente na qualidade dos serviços

ofertados para sociedade, causando desse modo, consequências negativas mútuas entre o

servidor, o órgão ao qual trabalha e a sociedade.

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É papel do gestor público de analisar os motivos que geram essa insatisfação, e

promover programas de incentivos para o desenvolvimento e crescimento da motivação no

clima organizacional. Compreendendo razões pelas quais as pessoas agem ou se comportam

de uma determinada maneira no ambiente onde estão inseridos, e quais são suas expectativas

profissionais e pessoais, a fim de associar os objetivos institucionais e individuais. Não é uma

tarefa fácil, requer cautela, dedicação e empenho, porém se bem feita, pode gerar feedbacks

positivos tanto para o órgão público, o servidor, que irá se sentir autorealizado, e a sociedade

que gozará de serviços de excelência.

Pode-se dizer que, o grau de satisfação e motivação dos colaboradores no ambiente de

trabalho definirá qual rumo determinada organização irá tomar. Então o que fazer para que tal

motivação seja desenvolvida e incorporada entre colaboradores com o propósito de gerar, no

setor público, um melhor desempenho na execução de suas tarefas?

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2. APRESENTAÇÃO DO TRABALHO

2.1 Delimitação do tema

O estudo em questão, discorrerá sobre as causas que geram desmotivação ou

insatisfação no ambiente de trabalho entre os servidores públicos, com uma abordagem

peculiar aos funcionários que exercem a função de técnicos administrativos na Faculdade de

Ciências da Saúde do Trairi – FACISA.

2.2 Problematização

Partindo do pressuposto de que a motivação é fundamental para que os colaboradores

desempenhem suas funções de forma satisfatória e que a ausência desse impulso

comportamental traz diversos transtornos para a organização. A pesquisa pretende avaliar no

setor público, o grau de motivação dos seus servidores, relatando quais motivos desencadeiam

a insatisfação no trabalho, visto que, a administração pública nas esferas federal, estadual e

municipal é vista pela maioria da população como uma prestadora de serviços com nível

muito inferior ao das empresas privadas. A falta de motivação dos servidores públicos está

relacionada com a qualidade dos serviços prestados?

2.3 Hipóteses

Acredita-se que a falta de motivação dos funcionários públicos se dá pelos seguintes

motivos, que poderão ser confirmados ou negados ao término deste trabalho:

A estabilidade no serviço pode gerar a falta de interesse ao desempenhar as suas

tarefas;

Ao contrário da empresa privada, na empresa pública o gestor exige menos dos seus

comandados;

Ausência de programas motivacionais;

A disfunção ou excesso da burocracia, pode gerar desmotivação nos colaboradores.

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2.4 Objetivos

2.4.1 Objetivo Geral

Analisar fatores de cunho organizacional que influenciam de forma direta e indireta na

motivação dos funcionários técnicos administrativos da Faculdade de Ciências da Saúde do

Trairi – FACISA (UFRN), com base na aplicação da ferramenta IMST (Inventário da

Motivação e do Significado do Trabalho).

2.4.2 Objetivos específicos

Identificar o perfil dos colaboradores da FACISA;

Identificar os atributos valorativos e descritivos;

Apontar as expectativas;

Verificar a instrumentalidade.

2.5 Justificativa

O serviço público não é visto com bons “olhos” pela sociedade, é tido como algo

relapso e desprovido de interesse, no que se refere ao desempenho de suas tarefas, fazendo

com que a sociedade sinta-se prejudicada. A motivação atua como principal influenciador

deste fato, pois os servidores mostram-se cada vez mais desmotivados e insatisfeitos no

ambiente de trabalho, o que resulta na falta de interesse de prestar um serviço de qualidade

para a população.

Diante o grande impacto que a falta de motivação ocasiona no ambiente de trabalho, e

influencia diretamente no relacionamento entre os colaboradores e a organização. De modo

que, no setor público tal falta de motivação é ainda mais frequente. A presente pesquisa tem

por finalidade de verificar e analisar o nível de motivação dos servidores técnicos

administrativos da referida instituição “Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi” com intuito

de elucidar fatores provenientes da motivação que causam insatisfação, e, consequentemente

favorecem ao mau desempenho no trabalho.

É notória a importância de um estudo que possibilite investigar o estado motivacional

de uma organização do setor público, uma vez que, possibilita o entendimento do

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comportamento humano no ambiente de trabalho e quais suas expectativas em relação ao

crescimento profissional (individual) e da organização (coletivo), evidenciando também o

relacionamento com a sociedade, de forma que, haja um aprimoramento em relação ao serviço

ofertado, e que a visão distorcida do serviço público, já mencionada anteriormente, seja aos

poucos removida, embora que de forma lenta, da mente da população.

Vale salientar também a contribuição que a referida pesquisa proporcionará ao

pesquisador, uma vez que, irá ampliar o conhecimento e obter uma visão mais crítica sobre o

tema em abordagem. Por ter um vínculo do pesquisador com a empresa em estudo, a coleta de

dados será obtida com uma maior facilidade, o que tornará a pesquisa mais rápida e flexível.

Outro benefício será em relação a disponibilidade e visibilidade da pesquisa no espaço

acadêmico (biblioteca setorial) do campus, onde os alunos graduandos poderão ter acesso a

pesquisa para tirarem possíveis dúvidas e se aprofundarem a respeito do tema.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Gestão de pessoas

O sucesso de toda ou qualquer organização está intimamente relacionada com o índice

do desempenho humano. Por isso, é de suma importância estudar o comportamento entre as

pessoas dentro de uma organização. Tal estudo é feito pelo modelo chamado de gestão de

pessoas.

Segundo Fischer (2002, p.11) “Tal modelo é determinado por fatores internos e

externos à própria organização. Assim, para diferentes contextos históricos ou setoriais são

encontradas diferentes modalidades de gestão”. Cada organização possui uma forma distinta

de gerenciar o fator humano, ou o modelo de gestão de pessoas, fazendo com que tal

diferenciação contribua para o seu posicionamento e competitividade no mercado. O erro

humano ocasionado pela insatisfação no ambiente de trabalho pode acarretar em grandes

prejuízos para empresa.

Ainda de acordo com Fischer, et al, (2002, p.12):

Entende-se por modelo de gestão de pessoas a maneira pela qual uma empresa se

organiza para gerenciar e orientar o comportamento humano no trabalho. Para isso, a

empresa se estrutura definindo princípios, estratégias, políticas, e práticas ou

processos de gestão. Através desses mecanismos, implementa diretrizes e orienta os

estilos de atuação dos gestores em sua relação com aqueles que nela trabalham.

Ao longo dos tempos, o papel desempenhado pelas pessoas dentro das organizações

foi sendo visto com mais ênfase. Diferentemente do início do século XX, após a grande

revolução industrial, onde a relação pessoas e organização era tida como algo rigidamente

separado um do outro, não havendo assim, harmonia entre as partes. Hoje em dia, com a

globalização e alta competitividade entre as empresas, as pessoas deixaram de ser meros

recursos da organização, para constituírem um fator de diferencial competitivo. Chiavenato

(2002), aponta três aspectos relacionados a este novo cenário:

As pessoas como seres humanos profundamente diferentes entre si, dotados de

personalidade própria, com uma história pessoal particular e diferenciada, possuidores de

habilidades e conhecimentos, destrezas e capacidades indispensáveis à adequada gestão

dos recursos organizacionais[...].

As pessoas não como meros recursos(humanos) organizacionais, mas sobretudo como

elementos impulsionadores da organização e capazes de dotá-la de inteligência, do talento

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e da aprendizagem indispensáveis a sua constante renovação e competitividade em um

mundo pleno de mudanças e desafios[...].

As pessoas como parceiros da organização, capazes de conduzi-la à excelência e ao

sucesso. Como parceiros, as pessoas fazem investimentos na organização – como esforço,

dedicação, responsabilidade, comprometimento etc.-, na expectativa de colherem retornos

desses investimentos – como salários, incentivos, crescimento profissional, carreira

etc.[...].

De acordo com o que foi exposto, podemos notar que, são as pessoas que movem a

organização ao rumo do sucesso. Dependendo de sua satisfação e motivação no trabalho, elas

podem influenciar de forma positiva ou negativa.

3.2 Motivação no trabalho

A motivação humana tem se tornado um fator indispensável na gestão de pessoas, para

que se possa obter bons resultados no desempenho das ações, na qualidade, produção e

prestação dos serviços no trabalho. Muitas especulações surgem e norteiam sobre o tema,

porém, pouco se tem posto em prática. Motivar os colaboradores é uma tarefa complicada e

árdua, pois cada ser humano possui um comportamento e uma forma distinta de se sentir

motivado.

Bergue (2012, p.12) afirma que:

De forma ampla, motivação pode ser definida como o interesse de uma pessoa para a

ação. A motivação é um impulso constante e de intensidade variável orientado para

o alcance de um objetivo, seja este decorrente de uma necessidade ou de um estado

de satisfação.

Segundo Piéron (1964), citado por Casado (2002, p.248) em sentido mais amplo, na

psicologia, motivação corresponde a uma modificação do organismo que o faz mover-se, até

que se reduza essa modificação. Partindo deste ponto de vista, observa-se que a motivação

surge do interior do indivíduo. Neste aspecto, percebemos a ineficiência dos gestores ao

desenvolver os programas motivacionais para seus liderados, ao citar a famosa frase “você

tem que motivar seus funcionários!”. Isto é algo impossível, pois como já foi citado, a

motivação surge do interior de cada indivíduo.

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Por isso se faz necessário, para que possamos entender sobre o fenômeno

comportamental da motivação, um estudo que possibilite a averiguação dos aspectos

intrínsecos do ser humano. A psicologia analisa a motivação como um processo resultante do

deslocamento da libido, ou seja, do mecanismo de desenvolvimento das tensões e da

personalidade do instinto humano. A liberação dessa tensão gerada pelo anseio de satisfazer

alguma necessidade, causa intrinsicamente o fenômeno da motivação.

Casado (2002, P. 249) salienta que:

[...]Toda a gama de interesses, preferencias e atitudes encontrada no comportamento

humano é possibilitada pelo deslocamento, o principal mecanismo de personalidade.

Se a (libido) não pudesse deslocar-se, o ser humano seria impulsionado somente

pelos instintos, reproduzindo formas fixas de comportamento. A motivação o

humana é alimentada pelos deslocamentos da libido.

A singularidade do ser humano possibilita interesses e impulsos intrínsecos

divergentes uns dos outros, o que torna o papel do gestor ainda mais complexo em relação ao

desenvolvimento de estímulos que propicie o surgimento da motivação em cada colaborador.

De acordo com Chiavenato (2002, p. 80):

As pessoas são diferentes no que tange à motivação: as necessidades variam de

indivíduo para indivíduo, produzindo diferentes padrões de comportamento; os

valores sociais também são diferentes; as capacidades para atingir os objetivos

também são diferentes; e assim por diante.

3.2.1 Ciclo Motivacional

O processo que resulta na motivação obedece a um fluxo ou ciclo de fatores

interligados. Tal ciclo inicia-se com o surgimento de uma necessidade, caracterizada por ser

uma força dinâmica e persistente que provoca comportamento. Ao surgir uma necessidade,

ocorre um rompimento do estado de equilíbrio do organismo, gerando um estado de tensão,

insatisfação desconforto e desequilíbrio (CHIAVENATO, 2002).

Originada a tensão, partindo de uma necessidade, o indivíduo procura por meio de

comportamentos uma forma de descarregar tal tensão, livrando assim do desconforto e

desequilíbrio. Se o comportamento adotado pelo indivíduo obter êxito, há uma reação

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19

satisfatória à necessidade, ou seja, a tensão será descarregada, e o organismo, de forma

intrínseca volta ao seu estado de equilíbrio.

Com o intuito de demonstrar como se dá o fluxo do ciclo motivacional, Chiavenato

(2002) elenca através da seguinte ilustração os elementos essências que os compõe, são eles: o

equilíbrio interno, estímulo ou incentivo, necessidade, tensão, comportamento ou ação e por

último a satisfação.

FIGURA 1 – As etapas do ciclo motivacional

Fonte: Chiavenato (2002).

A figura 1 exemplifica as etapas do ciclo motivacional, onde o surgimento de uma

necessidade é satisfeita após o estado de tensão e desequilíbrio, retornando ao equilíbrio

interno do organismo.

Como visto, a liberação da tensão provocada pela necessidade resulta na satisfação,

porém há casos em que a necessidade não é satisfeita, havendo uma barreira de impedimento

da liberação da tensão. Neste caso o indivíduo passa por um processo de frustação, e

organismo tenta liberar a tensão por outros meios de saídas, como por exemplo, a saída por

meio psicológico (agressividade, descontentamento, indiferença etc.), ou por meio fisiológico

(nervosismo, insônia, alterações cardíacas etc).

Chiavenato (2002, p. 82) salienta que a satisfação de algumas necessidades é

temporal e passageira, ou seja, a motivação humana é cíclica: o comportamento é

quase sempre um processo contínuo de resolução de problemas e de satisfação de

necessidades, à medida que vão surgindo.

Na visão de Silva (2001, p. 223) o ciclo da motivação é uma sequência de eventos que

inicia com necessidades insatisfeitas, e termina depois que o indivíduo analisa as

consequências da tentativa de satisfazer aquelas necessidades.

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20

Ainda em relação ao ciclo motivacional Silva (2001) aponta seis estágios que o

envolve, são eles:

Existe uma necessidade ou um objetivo não-satisfeito, de uma pessoa;

A pessoa procura alternativas, por meio de um comportamento dirigido, que poderiam

satisfazer a necessidade determinada;

A pessoa escolhe a “melhor” maneira de alcançar a satisfação da necessidade;

A pessoa é motivada a tomar uma ação para obter os satisfatores da necessidade;

A pessoa reexamina a situação, observando o que está ocorrendo;

Dependendo dos resultados destes esforços, a pessoa pode ou não ser motivada de

novo pelo mesmo tipo de necessidade ou de satisfator de necessidade.

Os gerentes que almejam o crescimento de sua organização e o bem estar de seus

colaboradores, sabem utilizar de forma eficiente e eficaz e alinhar o ciclo motivacional com

os objetivos da organização, criando estímulos aos funcionários para o surgimento da

motivação através de um necessidade gerada ou de um objetivo não satisfeito, fazendo com

que o colaborador procure satisfazer tal necessidade, aumentando deste modo a possibilidade

de ocorrência de resultados positivos tanto para o colaborador quanto para a organização.

Na figura a seguir adaptada de Silva (2001, p.224) será demonstrada de forma

resumida os seis estágios:

FIGURA 2 – Estágios do ciclo motivacional

Fonte: Adaptado de Silva(2001)

3.3 Teorias motivacionais

Na análise da motivação, pesquisas apontam o surgimento de diversas teorias que

auxiliam e ajudam na compreensão do fenômeno motivacional. Cada teoria possui uma forma

Necessidade individual

não-satisfeita

Procura das alternativas

Escolha da alternativa para

alcançar o satisfator da

necessidade

Tomada de ação para o

alcance do satisfator da

necessidade

Reavaliação da situação

O indivíduo continua ou

não motivado a satisfazer a

necessidade

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21

peculiar e distinta de analisar a motivação. É de suma importância salientar que tais teorias

não representam uma verdade absoluta acerca do tema.

Conforme Bergue (2012, p. 25):

A análise e a compreensão da dinâmica comportamental nas organizações, a

despeito de sua relevância, constitui esforço complexo e resultados incertos que

devem contribuir com a operacionalização dos modelos de análise desenvolvidos e

propostos por autores reconhecidos sobretudo no campo acadêmico. Sendo os

principais estudos, sob o ponto de vista de abrangência e de pioneirismo, os de

Abraham Maslow e de Frederick Herzberg.

3.3.1 Abraham Maslow: Teoria da hierarquia das necessidades

Umas das teorias mais conhecidas e lembrada quando nos referimos a motivação é

sem dúvida a apresentada por Abraham Maslow em 1943. A teoria de Maslow se fundamenta

na chamada hierarquia de necessidades humanas, que segundo Chiavenato (2002), tais

necessidades humanas estariam arranjadas em uma forma piramidal de importância e de

influência do comportamento humano, onde a base da pirâmide é composta pelas

necessidades mais baixas e recorrentes (necessidades primárias), e no topo estão as mais

sofisticadas e intelectualizadas (as necessidades secundárias).

Nas necessidades primárias, estão localizadas as necessidades fisiológicas e as de

segurança, prosseguindo, encontra-se as secundárias, que são as necessidades sociais, de

estima e autorealização.

Silva (2001) elenca os elementos essências no modelo, para o uso no gerenciamento:

Os motivos dos adultos são complexos – nenhum motivo simples determina

comportamento, mas sim um conjunto de vários motivos que operam ao mesmo

tempo;

Necessidades a partir de uma hierarquia – os mais baixos níveis de necessidade

devem pelo menos ser satisfeitos parcialmente, antes que surjam níveis maiores de

necessidades[...];

Necessidade satisfeita não é um motivador – uma necessidade que está insatisfeita

ativa o comportamento de busca. Se uma necessidade de nível mais baixo é satisfeita,

uma de nível mais alto aparece;

Níveis mais altos de necessidades podem ser satisfeitos de muitas mais maneiras do

que as de níveis mais baixos;

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As pessoas procuram o crescimento – os indivíduos desejam se mover no sentido de

subir na hierarquia das necessidades. Nenhuma pessoa está satisfeita.

Para Silva (2001, p.229, grifo do autor) “Maslow estabeleceu sua teoria baseada na

afirmação de que os indivíduos se comportam no sentido de suprir as suas necessidades

mais imediatas” [...] estas necessidades estariam então classificadas em: necessidades

fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de estima e

necessidades de auto realização.

Na seguinte ilustração, Chiavenato (2002, p.83), esclarece na pirâmide os respectivos

níveis de necessidades, evidenciando também as necessidades primárias e secundárias.

FIGURA 3 – A hierarquia das necessidades humanas

Fonte: Chiavenato (2002)

Para Maslow, desejar algo implica a ocorrência da satisfação de outros desejos,

levando assim a seguinte formulação: que os desejos possuem uma determinada ordem de

relevância, ou seja, as necessidades estão interligadas umas com as outras, contendo um

determinado grau de prevalência. Não poderíamos desejar por exemplo, andar de bicicleta se

estivermos com sede ou fome (CASADO, 2002).

Portanto, a teoria da hierarquia das necessidades humanas criada pelo teórico Maslow,

sugere, como já visto, a formulação de grupos de desejos através de categorias de

necessidades, são elas: necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades

sociais, necessidades de auto estima e por último as necessidades de auto realização.

Chiavenato (2002) exemplifica cada uma dessas categorias:

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Necessidades fisiológicas: constituem o nível mais baixo de todas as necessidades

humanas. São as necessidades inatas, como necessidade de alimentação (fome e sede),

de sono e repouso(cansaço), de abrigo (contra o frio ou calor), ou desejo sexual

(reprodução da espécie).

Necessidades de segurança: constituem o segundo nível das necessidades humanas.

Levam a pessoa a proteger-se de qualquer perigo real ou imaginário, físico ou abstrato.

Necessidades sociais: são as necessidades relacionadas com a vida associativa do

indivíduo junto a outras pessoas. São as necessidades de associação, de participação,

de aceitação por parte dos colegas[...].

Necessidades de estima: são as necessidades relacionadas com a maneira pela qual a

pessoa se vê e se avalia, isto é, com a auto-avaliação e a auto-estima.

Necessidades de auto realização: são as necessidades humanas mais elevadas e que

se encontram no topo da hierarquia. São as necessidades que levam cada pessoa a

tentar realizar seu próprio potencial e se desenvolver continuamente como criatura

humana ao longo de toda vida.

Além de Maslow, o teórico Clayton Alderfer também se interessou no estudo da

hierarquia das necessidades humanas, porém apresentando alguns traços divergentes em

relação a Maslow. Alderfer aponta três níveis de necessidades: a existência, relacionamento e

crescimento.

Casado (2002, p.253) salienta esses três níveis:

Por existência entendem-se as preocupações de garantir as exigências materiais

humanas básicas, correspondente às necessidades humanas fisiológicas e de

segurança de Maslow. Por relacionamento entende-se o desejo de manter

intercâmbios pessoais relevantes, o que corresponde à necessidade social e ao

componente externo de estima de Maslow. Finalmente entende-se por crescimento o

desejo intrínseco de desenvolvimento pessoal, equivalente à necessidade de auto

realização e ao componente interno de Maslow.

Clayton Alderfer, explana que as necessidades de todos os níveis da pirâmide atuam

de forma simultânea, diferentemente de Maslow que defende que uma necessidade de um

nível mais alto só pode ser suprida se as necessidades menores já estivessem sido atendidas

(CASADO, 2002).

Silva (2001) mostra essa variação da teoria da hierarquia das necessidades de Maslow

proposta por Clayton Alderfer, a qual é conhecida como teoria ERC.

Necessidades de existência (E) – o desejo de bem-estar fisiológico e material;

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Necessidades de relacionamento (R) – o desejo de satisfação das relações

interpessoais;

Necessidades de crescimento (C) – o desejo de crescimento continuado e

desenvolvimento pessoal.

3.3.2 Teoria dos dois fatores de Herzberg

A teoria dos dois fatores foi formulada pelo teórico Frederick Herzberg em meados

dos anos 50, onde por meio de pesquisas e entrevistas realizadas apontou dois fatores

fundamentais que ajudam a explicar a satisfação e a insatisfação no trabalho.

Segundo Herzberg (1973) apud Bergue (2002, p. 27) ao propor a teoria dos dois

fatores, argumentou que a compreensão do comportamento das pessoas no trabalho está

diretamente relacionada aos fatores identificados com o cargo e a fatores relacionados com o

contexto em que o cargo está inserido. São eles os fatores intrínsecos (fatores de motivação) e

extrínsecos (fatores de higiene).

Chiavenato (2002, p.87, grifo do autor) menciona os dois tipos de fatores da teoria de

Herzberg:

Fatores higiênicos. Referem-se às condições que rodeiam a pessoa enquanto

trabalha, englobando as condições físicas e ambientais de trabalho, o salário, os

benefícios sociais, as políticas da empresa, o tipo de supervisão recebido, o clima de

relações entre empregados [...]

Fatores motivacionais. Referem-se ao conteúdo do cargo, às tarefas e aos deveres

relacionados com o cargo em si. Produzem efeito duradouro de satisfação e de

aumento de produtividade em níveis de excelência, isto é, acima dos níveis normais.

Para Silva (2001, p.232) “os fatores de higiene representam as necessidades de evitar

dor no ambiente. Eles não são parte intrínseca de um trabalho, mas estão relacionados às

condições sob as quais o trabalho é realizado”. Quanto aos fatores motivacionais, podemos

dizer que estão ligados com os sentimentos positivos dos colaboradores no exercício de sua

função no trabalho, o que acarreta em uma melhor satisfação ao desempenhar determinada

tarefa.

Na concepção de Bergue (2012), Herzberg (1973) menciona algumas medidas que

estimulam o aumento da satisfação do colaborador em relação ao cargo que exerce. Tais

medidas baseiam-se na rotação de cargos, na ampliação de tarefas e no enriquecimento de

cargos. Segundo Bergue (2012, p. 29, grifo do autor) “a rotação de cargos implica na

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possibilidade de o gestor diversificar os postos de atuação profissional a fim de permitir ao

indivíduo a exploração de diferentes potenciais de trabalho”.

Bergue (2012) ainda ressalta que a medida de rotação de cargos é inviável a

administração pública no que tange ao trâmite burocrático, pois esta ação caracterizaria o

denominado desvio de função do agente público. E aponta que a rotação de cargos no âmbito

público poderia ser implementada sob forma de rotação de atividades, fazendo com que os

servidores pudessem praticar atividades diferenciadas desde que estejam descritas nas

atribuições do cargo exercido.

Bergue (2012, p. 30) explica a medida de ampliação de tarefas direcionada para a

administração pública:

A ampliação de tarefas, por sua vez, é constituída de um esforço de redesenho de

cargos públicos com o fim de torna-los mais amplos, ou seja, dotados de uma

composição de atividades e de competências capazes de atender aos eventuais níveis

de qualificação e necessidades de seus ocupantes, em termos de responsabilidade,

desafio e realização profissional.

E por último, temos a medida de enriquecimento de cargo, que consiste segundo

Bergue (2012) na adição de responsabilidades crescentes referente ao cargo. Para Silva (2001,

p. 238, grifo do autor) “o enriquecimento de cargo[...] é baseado na suposição de que, a fim

de motivar o pessoal, o cargo em si deve prover oportunidades de realização, reconhecimento,

responsabilidade, promoção e crescimento

De modo geral podemos fazer um comparativo entre as teorias motivacionais já

descritas, tanto com o modelo de Maslow (hierarquia das necessidades) quanto o modelo de

Herzberg (dois fatores) conforme será apresentado na figura:

FIGURA 4 – Comparação entre os modelos de Maslow e de Herzberg

Elemento Maslow Herzberg

Ordem das necessidades Arranjo sequencial Arranjo não-sequencial

Ênfase Descritiva Prescritiva

Essência do estudo Necessidades insatisfeitas

energizam o comportamento

Necessidades gratificadas

provocam desempenho

Motivador Qualquer necessidade

relativamente insatisfeita

Somente ordens mais altas

de necessidades

Fonte: Adaptado de Silva(2001)

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3.3.3 Teoria da realização de McClelland

O teórico David C. McClelland percebeu através de estudos que determinadas pessoas

possuem um forte desejo por realizar algo, enquanto outras não dão muita importância para

isso. Após estudar por um longo período tal problemática, Mcclelland propôs a teoria da

realização, ou a teoria das necessidades adquiridas. Segundo Silva (2001), Mcclelland

classificou essas necessidades em três categorias: as necessidades de realização, as

necessidades de afiliação, e as necessidades de poder.

Necessidades de realização – o desejo de alcançar algo difícil exige um padrão de

sucesso, domínio de tarefas complexas e superação de outras. É uma necessidade de

desafio para realização pessoal e para o sucesso em situações competitivas.

Necessidades de afiliação – o desejo de estabelecer relacionamentos pessoais

próximos, de evitar conflito e estabelecer fortes amizades; é uma necessidade social,

de companheirismo e apoio, para desenvolvimento de relacionamentos significativos

pessoas.

Necessidades de poder – o desejo de influenciar ou controlar ou controlar outros, ser

responsável por outros e ter autoridade sobre outros; é a necessidade de dominar,

influenciar ou controlar as pessoas. Poder se refere à habilidade de manipular ou

controlar as atividades de outros, para alcançar os propósitos próprios ou de alguém.

3.3.4 Teoria da expectação, de Vroom

Victor Vroom, no ano de 1964 estabeleceu uma teoria direcionada especialmente para

o ambiente de trabalho, denominada de teoria da expectação ou expectância. Ela é

considerada uma teoria de processo e não de conteúdo, pois segundo Casado (2002, p.256)

“identifica relações entre variáveis dinâmicas, que explicam o comportamento das pessoas no

trabalho”.

De um modo geral, a teoria da expectação tem uma visão voltada para relação

econômica de cada indivíduo, ou seja, cada pessoa possui suas necessidades e expectativas do

que querem almejar, de acordo com suas recompensas adquiridas através do trabalho que

exercem.

Segundo Silva (2001, p.240):

A teoria assume que as pessoas são tomadoras de decisões, que escolhem dentre

várias alternativas, selecionando aquela que aparece como a mais desejável no

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momento. Assim a motivação depende da situação enfrentada pelas pessoas e como

ela satisfaz seus desejos.

Para Maximiano (2000, p. 378):

A teoria da expectativa procura explicar como as crenças e as expectativas das

pessoas combinam-se com os estímulos, para produzir algum tipo de força

motivacional. Há diversas teorias a respeito do papel das expectativas na motivação.

Todas elas retratam a ideia intuitiva de que o esforço depende do resultado que se

deseja alcançar.

Chiavenato (2002) aponta três condições que segundo Vroom um indivíduo pode

desejar aumentar sua produtividade:

Objetivos pessoais do indivíduo: que podem incluir dinheiro, segurança no cargo,

aceitação social, reconhecimento e trabalho interessante;

Relação percebida entre satisfação dos objetivos e alta produtividade: se um operário

tem como importante objetivo ter salário maior e se trabalha na base de remuneração por

produção, poderá ter uma forte motivação para produzir mais;

Percepção de sua capacidade de influenciar sua produtividade: se um empregado

acredita que um grande volume de esforço despendido tem pouco efeito sobre o resultado,

tenderá a não fazer muito[...].

Já Silva (2001) assinala a teoria da expectação apoiada entre três conceitos: valência,

expectativa e instrumentalidade.

Valência – a valência se refere ao valor pessoal que os trabalhadores colocam nas

recompensas que eles acreditam que receberão pelo desempenho.

Expectativa – refere-se ao relacionamento percebido entre um dado nível de esforço e um

dado nível de desempenho;

Instrumentalidade – refere-se ao relacionamento entre desempenho e recompensa.

3.3.5 Teoria da equidade, de Stacy Adams

A teoria da equidade criada por Stacy Adams surgiu com intuito de analisar o

fenômeno de comparação social entre indivíduos no ambiente de trabalho. De acordo com

Silva (2001, p.245) “Adams estabelece que quando um indivíduo avalia a justiça do resultado

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do seu trabalho relativamente ao resultado dos trabalhos dos outros, e qualquer

inequidade(desequilíbrio) é percebida, então ocorre o estado mental de motivação”.

Casado (2002, p.255) aborda que:

O grau de equidade é definido em termos de razão entre entrega individual (o

esforço, por exemplo) e a recompensa (o pagamento), comparada a uma relação

similar para outra pessoa que seja relevante em termos de comparação. O tema

central da teoria motivacional é que o maior determinante do desempenho e da

satisfação no trabalho é o grau de equidade ou iniquidade que um indivíduo percebe

na situação profissional.

Diferentemente das outras teorias, a teoria da equidade não avalia o grau de

necessidades ou conteúdo objetivo do trabalho, e sim a percepção de equidade como

estimulador de comportamentos que geram satisfação. Se um indivíduo, por exemplo, em seu

local de trabalho sente que é menos recompensado em relação aos companheiros, isto irá

ocasionar insatisfação, consequentemente, tal indivíduo procurará formas e meios para

eliminar esta inequidade, causando um desconforto no clima organizacional.

Ocorrendo a inequidade vários comportamentos podem surgir para que haja o retorno

do senso de equidade. Silva (2001) relata que Adams menciona esses comportamentos:

Mudança dos insumos de trabalho – redução ou aumento do nível de esforço no

trabalho, como por exemplo, absenteísmo e qualidade baixa de produção ou trabalho

adicional sem pagamento e aumento da qualidade de produção;

Mudanças nos resultados - tentativas de alterar resultados tais como pagamento,

condições de trabalho, status e reconhecimento, sem mudanças nos recursos;

Abandono da situação – procura de uma nova situação de expectativas, tais como

transferências de setor ou mudança de emprego;

Tomada de ação sobre os outros – tentativa de provocar mudanças nos outros, tais

como baixar seus esforços de trabalho ou aceitar desafios de resultados mais

significativos;

Mudança do objeto de comparação – troca do grupo de referência com que a

comparação é feita, tal como quando alguém ganha mais com baixo esforço, sem

qualquer contribuição especial, do que outro com esforço maior, reconhecido este

esforço com uma promoção por parte da empresa.

Aplicando a teoria da equidade no contexto da administração pública, Bergue (2012,

p.34) afirma que:

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A teoria da equidade é especialmente potente para explicar determinados

comportamentos das pessoas especificamente em organizações públicas porque

esses ambientes tendem a privilegiar relações personalistas, fruto dos traços

culturais patrimonialistas da gestão pública brasileira. Aliada a isso, temos a

fragilidade das políticas de carreira e remuneração que não contemplam fatores de

qualificação e desempenho capazes de justificar as diferenciações remuneratórias.

3.3.6 Teoria do reforço, de Skinner

A teoria de B. F. Skinner ou teoria do reforço, é baseada na ideia de que o gestor para

motivar seus colaboradores não precisa entender e identificar suas necessidades. É uma crítica

as teorias defendidas por Maslow, Alderfer, Herzberg e McClelland. Skinner salienta que os

gestores precisam saber a relação existente entre os comportamentos e as consequências

desses comportamentos nos funcionários. Uma vez identificado tal fato, o gestor usa de

técnicas que estimulem ou reforcem os comportamentos desejáveis, eliminando os

comportamentos indesejáveis.

De acordo com Silva (2001, p.248) “a teoria de Skinner propõe que, por meio das

consequências do comportamento, os funcionários serão motivados a se comportar de

maneiras pré-determinadas”. Existem dois tipos de reforços propostos pela teoria de Skinner,

o reforço positivo e o negativo. Silva (2001, p. 249, grifo do autor) os explica:

O reforço positivo motiva o funcionário com recompensas pelo alto desempenho.

As várias formas de reforço positivo variam desde um elogio verbal até uma

premiação em dinheiro ou promoção. Os funcionários, todavia, podem diferir no

modo de reagir às várias formas desse tipo de reforço[...]. O reforço negativo

motiva os funcionários pelo encorajamento dos comportamentos que evitem

consequências desfavoráveis. As várias formas de reforço negativo variam desde

uma repreensão pelo resultado do trabalho até a demissão.

Diante as teorias motivacionais explanadas, o quadro a seguir demonstrará de forma

resumida cada uma dessas teorias.

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QUADRO 1 – Resumo das teorias da motivação

MASLOW Necessidades Fisiológicas

Necessidade de Segurança

Necessidades Sociais

Necessidades de Estima

Necessidades Auto-Realização

CLAYTON

ALDERFER

Necessidade de Existência (E)

Necessidade de Relacionamento (R)

Necessidade de Crescimento (C)

HERZBERG

Fatores Higiênicos (extrínsecos)

Fatores Motivacionais (Intrínsecos)

DAVID MCCLELLAND

Necessidades de realização

Necessidade de afiliação

Necessidade de poder

VICTOR VROON

Valência

Expectativa

Instrumentalidade

J.STACY ADAMS

Equidade

SKINNER

Reforço positivo e reforço negativo

Fonte: Elaborada pelo autor.

Sobre as teorias da motivação estudadas, criadas na visão de diferentes autores, Silva

(2001, p.250) expõe que “na verdade, o que toda e qualquer teoria procura é explicar o que

acontece com o comportamento humano, e como alterá-lo da maneira mais adequada e para

os melhores resultados possíveis, em toda condição ou circunstância”

As teorias motivacionais contribuem de forma significativa para o estudo da

motivação que está sendo aplicado aos técnicos administrativos da FACISA – Faculdade de

Ciências da Saúde do Trairi. Ficará mais clara a compreensão sobre os comportamentos

adotados por esses funcionários no que se concerne a motivação em seu local de trabalho

(fatores que geram insatisfação ou satisfação).

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3.4 Programas e alternativas de aplicação da motivação no serviço público

Segundo Bergue (2012):

Ao reconhecermos que a motivação é um processo intrínseco, ou seja, que está

fortemente associado ao sentido do trabalho, e uma vez que compreendemos o

contexto específico da organização pública mediante um processo de análise e de

diagnóstico das relações à luz de enunciados teóricos, podemos pensar em promover

programas específicos com vista a estabelecer melhores condições para a motivação

das pessoas.

Partindo desta premissa, Bergue (2012) menciona diversos programas que ajudam a

desenvolver a motivação nos servidores públicos, vejamos alguns deles.

3.4.1 Programa de reconhecimento dos servidores

O programa motivacional de reconhecimento dos servidores públicos está relacionado

aos seguintes itens, de acordo com Bergue (2012):

Reconhecimento público (portarias, eventos, símbolos, brindes, folgas, cursos, etc)

evidenciando assim o bom desempenho de servidores(indivíduos) e da equipe perante

os demais e a administração pública;

Melhoria de processos (propondo desafios orientados para a melhoria de processos,

estruturas desempenho);

Sugestões (criar espaços para que os agentes possam expressar suas ideias e sugestões

para o desenvolvimento da organização.

3.4.2 Programa de envolvimento ampliado dos servidores

O referido programa estimula aos servidores o processo de interação promovendo,

segundo Bergue (2012) os seguintes grupos:

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de estudos de melhorias (reconhecer a existência de agentes detentores de

competências específicas e estimular a criação de grupos de estudo para a proposição

de melhorias);

deliberativos (estimular a criação de grupos de gestores envolvidos no planejamento e

no controle de funções ou áreas específicas e suas relações, como a gestão de pessoas

etc.);

de interface com o cidadão( pesquisa de satisfação, demandas prioritárias etv.);

de racionalização de consumo de materiais(criar esquipes voltadas para estudos de

racionalização e melhor utilização dos recursos organizacionais);

de planejamento e definição de metas de trabalho( permitir que as pessoas se

envolvam com o planejamento e a organização do trabalho de modo a gerar maior

comprometimento com as atividades).

3.4.3 Programa de remuneração variável e por habilidades adquiridas

O programa remuneração variável engloba aspectos os quais devem ser integrados com

a política de remuneração no setor de pessoal do órgão público (BERGUE, 2012):

A incorporação de parcela variável à cesta de remuneração e;

O rodízio de gratificação

Já a remuneração por habilidades adquiridas está relacionado com políticas adotadas pelo

setor de pessoal da administração pública, que visam a capacitação dos seus funcionários no

seguintes requisitos:

Realização de cursos de treinamento (perspectiva operacional) e;

Realização de cursos de desenvolvimento (perspectiva estratégica).

3.4.4 Programas de envolvimento social (responsabilidade social)

A solidariedade atribuídas ao envolvimento social na organização são fatores geradores

de satisfação pessoal e de formação de equipes harmônicas no ambiente de trabalho. De

acordo com Bergue (2012, p.37) “as ações de cunho social, estimuladas pela Administração

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Pública, podem atender segmentos carentes específicos abrangendo desde programas de

doações de alimentos e vestuário até ações de prestação voluntários a asilos, escolas[...]”

3.4.5 Flexibilização do horário de trabalho

Motivar os colaboradores através da flexibilização do horário de trabalho é uma medida

adotada pelos gestores com o objetivo de minimizar a insatisfação na execução de uma ou

mais tarefas específicas resultando em diversos benefícios para a empresa. Sabemos que as

pessoas possuem vidas externas à organização e com diversas necessidades pessoais, que vão

desde o exercício de outra profissão até as necessidades lazer, como por exemplo a prática de

esportes.

Bergue (2012, p. 38) afirma que:

Há pessoas que, por motivos diversos, apresentam pico de produtividade no início

da manhã, outras ao final da tarde; pessoas que tem interesse em estudar no turno da

manhã ou no da tarde; outras teriam a possibilidade de exercer atividade paralela que

lhes gerariam satisfação pessoal e profissional[...]

A flexibilização no horário de trabalho é uma forma de solucionar tal problemática,

onde permitiria que os colaboradores pudessem se afastar da organização em horários

diferenciados de acordo com a política de flexibilização de horário implementado na empresa.

Na administração pública é proposto o modelo denominado de núcleo rígido comum que

é um modelo de estruturação de horários de trabalho que opera com a fixação de um período

intermediário comum dentro do horário de expediente (BERGUE, 2012).

Bergue (2012, p. 39) explica como seria a aplicação desse modelo no âmbito público:

Nesse período, denominado núcleo rígido comum, todos os servidores devem estar

presentes no ambiente organizacional para a interação pessoal com vista à troca de

informações e à realização de discussões e de reuniões de trabalho, entre outros. Nos

extremos desse núcleo rígido comum, são estendidos os horários complementares

flexíveis até o limite de integralização da carga horária fixada legalmente. Os limites

inferior e superior do período correspondente ao núcleo rígido comum e a extensão

de horário de forma flexível são definidos pela Administração Pública, observados

os critérios de conveniência e oportunidade para concessão balizada,

fundamentalmente, pelo interesse público[...]

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4. METODOLOGIA

4.1 Tipo de pesquisa

Para a solidificação e maior confiabilidade da presente pesquisa denominada

“Motivação no setor público: aplicação da ferramenta IMST (Inventário da Motivação e do

Significado do Trabalho aos técnicos administrativos na Faculdade de Ciências da Saúde do

Trairi – FACISA” é de suma importância apontar os tipos de pesquisas que guiaram os

estudos aqui expostos. Vergara(2000) classifica a pesquisa quanto a dois tipos: fins e meios.

Em relação aos fins, a pesquisa será de caráter exploratória e descritiva. Segundo Vergara

(2000, p.47) “a investigação exploratória é realizada em área na qual há pouco conhecimento

acumulado e sistematizado” [...].

Partindo do ponto de vista exploratório, verifica-se que a referida instituição –

Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA) não possui algum tipo de estudo

referente a motivação dos seus técnicos administrativos, assim proposto pela atual pesquisa.

Vergara (2000, p.47) menciona a pesquisa descritiva “a pesquisa descritiva expõe

características de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também

estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza”. É descritiva pois tem o intuito

de descrever todo processo e aspectos envolvendo a motivação dos técnicos administrativos.

Quantos aos meios de investigação, a pesquisa é caracterizada por ser do tipo pesquisa

de campo, que segundo Vergara (2000) trata-se de uma investigação empírica realizada no

local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explica-lo. O

estudo desenvolvido coletará dados primários por meio da aplicação de questionários na

FACISA, assim como os fenômenos apresentados pela pesquisa serão baseados de acordo

com a realidade da instituição.

Vale ressaltar ainda que para dar uma maior sustentação ao estudo, foi elaborado a

priori uma pesquisa bibliográfica que segundo Gil (2002, p.44) “a pesquisa bibliográfica é

desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e

artigos científicos”.

4.2 Universo e amostra

Segundo Vergara (2000) o universo e amostra é a definição de toda população e sua

população amostral investigada na pesquisa. Compreende-se a população como um conjunto

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de elementos que possuem características que serão o objeto de estudo, e a população

amostral ou amostra como uma parte do universo (população) escolhida segundo algum

critério de representatividade.

Deste modo, o universo da pesquisa de campo será composto pelo corpo dos técnicos

administrativos da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA) que atuam em

diferentes setores da instituição: direção, secretaria, coordenações dos cursos, laboratórios,

biblioteca, assistência técnica e assistência de alunos. Vergara(2000) aponta dois tipos de

amostras: a probabilística, baseada em procedimentos probabilísticos e a não probabilística.

De um total de 26 técnicos administrativos, a pesquisa foi elaborada com base na

amostra de 20 técnicos, ou seja, como uma margem de 95% do total, caracterizando por ser

uma pesquisa do tipo probabilística.

4.3 Coleta de dados

O meio utilizado para a coleta de dados da pesquisa será pela aplicação de um

questionário, envolvendo questões que sirvam para identificar o perfil dos colaboradores da

FACISA, e os componentes da ferramenta IMST que são: os atributos valorativos e

descritivos, as expectativa e a instrumentalidade. Para Lakatos (2003, p.201) “o questionário é

um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenadas de perguntas por

escrito e sem presença do entrevistador”

Do mesmo modo, Vergara(2000) apresenta o questionário como sendo uma série de

questões apresentadas ao respondente, por escrito. O questionário aplicado terá questões os

quais serão marcados apenas sim ou não, como também questões de respostas dissertativas,

porém não muito longas, para que não canse o respondente.

4.4 Tratamento de dados

Para Vergara (2000, p. 59) “o tratamento de dados refere-se àquela seção na qual se

explicita para o leitor como se pretende tratar os dados a coletar, justificando por que tal

tratamento é adequado aos propósitos do projeto”.

Portanto, os dados quantitativos obtidos através do questionário aplicado serão

tratados e organizados de forma sistemática em duas ferramentas oferecidas pelo Windows, o

Microsoft Office Excel e o Microsoft Office Word. A ferramenta Excel dispõe de diversos

recursos capazes de gerenciar os dados eficientemente, criando tabelas e gráficos que

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possibilite uma melhor compreensão sobre as informações contidas. Por sua vez o Word que

servirá para digitação e análise das informações discursivas.

Este tratamento de dados é adequado para os objetivos do projeto, uma vez que, as

informações geradas por meio do questionário aplicado aos técnicos administrativos da

FACISA, serão quantitativas, ou seja, haverá a utilização de procedimentos estatísticos.

Também vai ser utilizado no tratamento dos dados a forma qualitativa, onde os dados serão

codificados e apresentados em um modelo mais estruturado e analisados pelo pesquisador.

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5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.

5.1 Apresentação do perfil dos técnicos administrativos da FACISA.

Com a finalidade de compreender o comportamento motivacional no ambiente

organizacional o qual está sendo realizado o estudo em questão, a pesquisa busca traçar o

perfil dos colaboradores da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi. Tais profissionais estão

inseridos no quadro de pessoal da unidade, classificados na categoria de técnicos

administrativos, os quais são responsáveis por toda elaboração de documentos e trâmites

burocráticos, na assistência aos alunos, gestão de pessoas, agendamento de veículos, no apoio

aos laboratórios, e na organização da biblioteca.

A análise elaborada baseou-se na amostra de 20 pessoas, onde primeiramente foi

observado o gênero, no qual 15 profissionais são do sexo masculino e 5 do sexo feminino. O

gráfico abaixo apresenta com definição os dados tabulados em porcentagem.

Gráfico 1 – classificação por gênero.

Fonte: Dados adquiridos através da aplicação dos questionários, 2015.

Portanto, de acordo com a ilustração do gráfico acima, observa-se que em um total de 20

técnicos administrativos, 75% é caracterizado por ser do sexo masculino, assim como 25% é

composto pelo sexo feminino, respectivamente. Diante disto, é constatado uma notável

predominância dos homens em relação as mulheres nos cargos desempenhados na presente

empresa.

Outro fator analisado em relação ao perfil dos profissionais em estudo foi o grau de

escolaridade, sendo verificado nas seguintes categorias: ensino superior completo, no qual dos

20 técnicos administrativos 06 já possuem graduação, o ensino superior incompleto, onde 02

75%

25%

GÊNERO

Masculino Feminino

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estão classificados nessa categoria, e por último a pós graduação, possuindo o maior número

de técnicos, totalizando em 12 técnicos administrativos pós-graduados. A seguir o gráfico

demonstrará os dados obtidos por meio dos questionários.

Gráfico 2 – Escolaridade.

Fonte: Dados adquiridos através da aplicação dos questionários, 2015.

O gráfico nos mostra que a maior porcentagem em relação ao grau de escolaridade dos

técnicos administrativos da FACISA encontra-se no requisito pós graduação, ou seja, cerca de

60% dos técnicos administrativos possuem qualificação além da graduação, em seguida 30%

possuem ensino superior completo, 10% ensino superior incompleto.

A partir dos dados apresentados e elencados no gráfico acima, pode-se dizer que os

colaboradores em análise, no que diz respeito à escolaridade ou grau de instrução, são

considerados qualificados, os quais vem buscando a capacitação constantemente, tendo em

vista que todos já cursaram e/ou estão em andamento de uma graduação, assim como a

maioria são pós graduados. Tal índice elevado no grau de escolaridade dos servidores pode

ser explicado pelo fato do incentivo à qualificação por meio das progressões que o cargo

possibilita ao servidor que possui graduação e pós graduação, ou seja, quanto maior o grau de

qualificação, maior serão as possibilidades de aumento no salário.

O último requisito verificado referente ao perfil dos técnicos administrativos da

FACISA foi o tempo de serviços prestados na referida instituição. Com base nesta premissa,

foram apresentados no questionário entregues aos colaboradores, médias de tempo de serviço,

sendo abordadas nos seguintes aspectos: menos de 1 ano, de 1 à 2 anos, de 2 à 3, de 3 à 4, 5 à

10%

30%

60%

ESCOLARIDADE

Ensino superior incompleto Ensino superior completo Pós graduação

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6, e mais de 7 anos de serviços prestados. O gráfico abaixo esboçará detalhadamente os dados

colhidos na pesquisa.

Gráfico 3 - Tempo de serviços prestados.

Fonte: dados adquiridos através da aplicação dos questionários, 2015.

Com base no gráfico acima, pode-se notar que em menos de 1 ano de serviços

prestados, apenas 02 pessoas foram identificadas, isso corresponde a 10% do total da amostra,

em seguida, de 1 à 2 anos, 04 pessoas identificadas, correspondendo a 20%; de 2 à 3 anos, 03

pessoas, o que equivale a 15%; de 3 à 4 anos, 04 pessoas (20%), de 5 à 6 anos foram

identificados o maior número de técnicos administrativos, ou seja, 05 pessoas, equivalendo a

25% da amostra. E por último, 02 pessoas (10%) responderam que estão na instituição a mais

de 7 anos.

A partir desses dados, observa-se que mais da metade dos técnicos administrativos já

concluíram e/ou estão próximos de concluir o período do estágio probatório, que de acordo

com a lei 8112/90, tem uma duração de 3 anos, tornando-os assim mais estáveis no serviço

público.

5.2 Ferramenta IMST – Inventário de Motivação e do Significado do Trabalho.

Dando continuidade com as análises dos dados, a seguir será identificado por meio de

uma ferramenta chamada IMST (Inventário de Motivação e do Significado do Trabalho), os

atributos descritivos e valorativos, as expectativas e a instrumentalidade.

A ferramenta IMST é bastante utilizada em diversas empresas, cujo enfoque seja fazer

um processo de diagnósticos e pesquisas sobre o comportamento motivacional dos

2; 10%

4; 20%

3; 15%

4; 20%

5; 25%

2; 10%

Tempo de serviços prestados.

menos de 1 ano

de 1 à 2 anos

de 2 à 3 anos

de 3 à 4 anos

de 5 à 6 anos

mais de 7 anos

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colaboradores, a fim de obter dados e informações necessárias para que os gestores possam

tomar as decisões acertadas referente ao comportamento do funcionário, como forma de

motivá-lo e consequentemente torna-los mais produtivos.

Segundo Siqueira (2008, p. 229) “as qualidades psicométricas do IMST são

importantes para a escolha de seu uso, mas é importante lembrar que tais qualidades não

substituem a competência e a qualidade profissional ou do pesquisado”. Ou seja, o aplicador

que faz uso de tal ferramenta necessita de conhecimentos adequados e visão sistêmica sobre a

organização, assim como a compreensão das teorias organizacionais, tais como: evolução do

conceito do trabalho, relações interpessoais, clima organizacional, gestão de pessoas etc.

O Inventário de Motivação e do Significado do Trabalho (IMST) pode ser aplicado

de forma coletiva ou individual, sem limite de tempo, porém estima-se um tempo médio de 40

minutos para que os colaboradores preencham o questionário. É importante salientar que o

aplicador deverá garantir o máximo de conforto e tranquilidade no ambiente onde será

aplicado os questionários, fazendo com que os colaboradores sintam-se à vontade, permitindo

a leitura das instruções e o preenchimento de forma atenciosa.

Na aplicação do questionário da ferramenta IMST não é exigido a identificação dos

colaboradores, portanto mantem-se um sigilo, com intuito de não ocasionar uma possível

desconfiança por parte dos participantes envolvidos no processo de aplicação. Isto faz com

que não ocorra omissão dos dados colhidos do IMST, proporcionando uma maior

confiabilidade nas informações obtidas.

5.1.1 Atributos valorativos e descritivos, expectativas e instrumentalidade.

O IMST possibilita a identificação da estrutura fatorial de tipos de atributos: os

valorativos e os descritivos. Segundo Siqueira (2008) a estrutura dos atributos valorativos

consiste na identificação do seguinte conjunto de fatores primários (r2=0,38):

a) Justiça no trabalho (r2=0,19 e Alfa= 0,91): define que o ambiente de trabalho deveria

garantir as condições materiais, de assistência, de higiene e de equipamentos

adequados às características das atividades e à adoção das medidas de segurança, bem

como garantir o retorno econômico compatível, o equilíbrio de esforços e direitos

entre os profissionais, o cumprimento das obrigações pela organização.

b) Auto expressão e realização pessoal (r2=0,10 e Alfa= 0,82): define que o trabalho

deveria oportunizar a expressão da criatividade, da aprendizagem contínua, da

capacidade de tomar decisões, do sentimento de produtividade, das habilidades

interpessoais, e do prazer pela realização das tarefas.

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c) Sobrevivência pessoal e familiar (r2=0,06 e Alfa= 0,78): define que o trabalho deveria

garantir as condições econômicas de sobrevivência, de sustento pessoal e de

assistência à família, a existência humana, a estabilidade no emprego decorrente do

desempenho, o salário e o progresso social.

d) Desgaste e desumanização (r2=0,04 e Alfa= 0,78): define que o trabalho, na percepção

do trabalhador, deveria implicar o desgaste, pressa, atarefamento, percepção de si

mesmo como máquina ou animal (desumanizado), o esforço físico, dedicação e

percepção de si mesmo como discriminado.

Quanto aos atributos descritivos, Siqueira (2008) menciona a identificação na estrutura

fatorial (r2=0,46) dos seguintes fatores primários:

a) Auto expressão (r2=0,27 e Alfa= 0,93): descreve o trabalho como oportunizando a

aplicação de opiniões dos participantes e como lugar de influenciar nas decisões, de

reconhecimento do que se faz, de expressar a criatividade, de aprender e qualificar-se,

de sentir-se tratado como pessoa respeitada, de relacionamento de confiança e de

crescimento pessoal.

b) Desgaste e desumanização (r2=0,07 e Alfa= 0,74): descreve o trabalhado como

associando a desvalorização da condição de ser gente (perceber-se como máquina ou

animal) à aceitação da dureza no trabalho, à exigência de rapidez, esforço físico e

ritmo acelerado.

c) Independência e recompensa econômica (r2=0,03 e Alfa= 0,88): descreve o trabalho

como garantia de independência econômica, do sustento, da sobrevivência e da

assistência para si e para a família e de outras contrapartidas pelo esforço despendido.

d) Responsabilidade (r2=0,04 e Alfa= 0,86): descreve o trabalho como provendo o

sentimento de dignidade associado à necessidade de cumprir com as tarefas e

obrigações previstas para com a organização, de ocupar-se, de obedecer, de assumir as

próprias decisões, de produzir e contribuir para o progresso social.

e) Condições de trabalho (r2=0,04 e Alfa= 0,88): descreve o trabalho exigindo para o

desempenho adequado um ambiente higiênico, com equipamentos específicos,

conforto material, seguro e com assistência merecida pelo trabalhador.

Os itens relacionados com as expectativas (r2=0,45), estão organizados nos seguintes

fatores, segundo Siqueira (2008):

a) Auto expressão (r2=0,27 e Alfa= 0,87): indica que o indivíduo espera encontrar

oportunidades para sentir-se reconhecido, para expressar sua criatividade, seu bem

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estar, a aprendizagem e as habilidades interpessoais, para opinar, para perceber

proporcionalidade entre as retribuições das organizações e o que faz, para ser

respeitado como ser humano e merecer a confiança dos superiores.

b) Desgaste e desumanização (r2=0,08e Alfa= 0,82): reúne as expectativas de que o

trabalho venha resultar em esgotamento, pressa, atarefamento, exigência de rapidez,

desproporção entre esforços e recompensas, negação da própria condição humana,

discriminação, esforço corporal e repetição de tarefas.

c) Responsabilidade (r2=0,04 e Alfa= 0,80): expressa as expectativas relativas ao

cumprimento de tarefas e das obrigações, à responsabilidade pelas próprias decisões,

ao sentimento de dignidade, à apresentação de atitudes de obediência e a manter-se

ocupado.

d) Independência econômica (r2=0,03 e Alfa= 0,84): expressa as expectativas de que o

trabalho proveja o sustento e a independência econômica, garanta contrapartidas

merecidas, estabilidade no emprego, assistências e a própria sobrevivência.

e) Condições de trabalho (r2=0,03 e Alfa= 0,84): Expressa a expectativa que o trabalho

proveja uma assistência merecida pelo trabalhador, e com os equipamentos

necessários à execução das tarefas [...].

Quanto à instrumentalidade (r2= 0,44) Siqueira (2008) aponta os seguintes elementos

fatoriais:

a) Envolvimento e reconhecimento (r2=0,23 e Alfa= 0,87): indica quanto os indivíduos

percebem o próprio desempenho como necessário para que sintam-se reconhecidos,

influentes, identificados às tarefas, merecedores de confiança, incluídos no grupo[...]

b) Condições materiais de trabalho (r2=0,08 e Alfa= 0,88): indica quanto os indivíduos

percebem o próprio desempenho como influente para conseguir contar com um

ambiente higiênico e seguro, equipamentos adequados [...].

c) Desgaste e desumanização (r2=0,06 e Alfa= 0,70): Percepção do próprio desempenho

como responsável por provocar esgotamento, atarefamento, esforço físico [...].

d) Recompensas e independência econômica (r2=0,04 e Alfa= 0,85): Percepção do

próprio desempenho como útil para obter seu auto sustento, independência,

estabilidade e assistência.

e) Responsabilidade (r2=0,03 e Alfa= 0,76): indica quanto os indivíduos percebem o

próprio desempenho como um instrumento capaz de lhe proporcionar sentimento de

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dignidade associada ao cumprimento das tarefas, à resolução de problemas, assumir

suas decisões [...].

5.2.1 Apuração dos resultados do IMST

O IMST foi aplicado em uma amostra contendo 20 colaboradores, os quais atribuíram

valores de 0 a 4 sobre cada questão proposta no questionário. O primeiro requisito a ser

verificado foram os atributos valorativos, onde por meio de cálculos aritméticos e médias

ponderadas, chegamos aos seguintes valores sobre cada item:

Tabela 1 – Atributos valorativos.

FATOR MÉDIA

Justiça no trabalho – FV1. 23,90

Auto-expressão e realização pessoal – FV2. 30,53

Sobrevivência pessoal e familiar – FV3. 42,76

Desgaste e desumanização – FV4. 19,83

Fonte: dados adquiridos através da aplicação da ferramenta IMST, 2015.

A Tabela 1 apresenta os resultados referentes aos fatores valorativos, oriundos dos

valores atribuídos de 0 a 4 pelos técnicos administrativos da FACISA. Verifica-se que o fator

com um maior índice por média é a sobrevivência pessoal e familiar – FV3, com uma média

de 42,76. Isto demonstra que o trabalho na visão dos colaboradores da FACISA, deveria

garantir as condições econômicas de sobrevivência, de sustento pessoal e de assistência à

família, a existência humana, a estabilidade no emprego decorrente do desempenho, o salário

e o progresso social.

A segunda maior média, com um valor de 30,53, refere-se ao fator auto-expressão e

realização pessoal - FV2, o que implica dizer que o trabalho deveria oportunizar a expressão

da criatividade, da aprendizagem contínua, da capacidade de tomar decisões, do sentimento de

produtividade, das habilidades interpessoais, e do prazer pela realização das tarefas. Portanto

os técnicos administrativos da FACISA, veem esta necessidade de auto expressão e realização

pessoal, ou seja, a empresa deveria estimula-los à criatividade, a tomarem decisões de forma

participativa com a gestão administrativa, assim como fazê-los com que sintam-se prazer em

realizar suas tarefas.

O fator justiça de trabalho – FV1 vem em seguida com uma média de 23,90. Verifica-

se através deste fator que o ambiente de trabalho deveria garantir as condições materiais, de

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assistência, de higiene e de equipamentos adequados às características das atividades e à

adoção das medidas de segurança, o equilíbrio de esforços e direitos entre os profissionais e o

cumprimento das obrigações pela organização. Por último, observa-se o fator desgaste e

desumanização - FV4, como a menor pontuação entre os demais fatores, equivalendo a 19,83

no total dos escores. Tal fator, define que o trabalho, na percepção do trabalhador, deveria

implicar o desgaste, pressa, atarefamento, percepção de si mesmo como máquina ou animal

(desumanizado), e o esforço físico.

Portanto, segundo os técnicos administrativos da FACISA, na análise feita referente

aos atributos valorativos, os índices dos fatores que merecem destaque é o de sobrevivência

pessoal e familiar –FV3, que remete às garantias econômicas de sobrevivência e a assistência

familiar, e a auto-expressão e realização pessoal –FV2, que engloba aspectos referentes a

criatividade, e liberdade nas tomadas de decisões, seguidos então de justiça no trabalho –

FV1, que implica nas obrigações da empresa para com o funcionário, e o desgaste e

desumanização – FV4, que elenca questões sobre desgaste físico no trabalho.

O segundo requisito verificado foram os atributos descritivos. A tabela 2 demonstrará

o resultado dos cálculos elaborados para cada fator.

Tabela 2 – Atributos descritivos.

FATOR MÉDIA

Auto expressão - FD1. 22,48

Desgaste e desumanização - FD2. 32,55

Independência e recompensa econômica -

FD3.

43,32

Responsabilidade - FD4. 34,61

Condições de trabalho - FD5. 47,06

Fonte: dados adquiridos através da aplicação da ferramenta IMST, 2015.

Conforme apresentado na tabela 2, o fator condições de trabalho - FD5, obteve o

índice mais elevado em relação aos outros fatores, com uma média de 47,06. Tal fator

descreve o trabalho direcionado para o desempenho adequado, com o ambiente higiênico,

equipamentos específicos, conforto material, seguro e com assistência merecida pelo

trabalhador. De acordo com o resultado em evidência, podemos dizer que os técnicos

administrativos da FACISA, sentem ausência de ferramentas que possibilitem a execução de

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suas tarefas de forma mais adequada, assim como percebem que estão sendo pouco assistidos

pela gestão da empresa.

O fator independência e recompensa econômica – FD3 resultou no segundo maior

índice, com uma média de 43,32, no qual descreve o trabalho como garantia de independência

econômica, do sustento, da sobrevivência e da assistência para si e para a família, ou seja, os

colaboradores em análise descrevem o trabalho como uma forma de sustento e retorno

financeiro, no qual resulta em conforto para si e para família.

O terceiro maior índice é o fator responsabilidade - FD4, apresentando uma média de

34,61, descrevendo o trabalho como provendo o sentimento de dignidade associado à

necessidade de cumprir com as tarefas e obrigações previstas para com a organização, de

ocupar-se, de obedecer, de assumir as próprias decisões, de produzir e contribuir para o

progresso social.

Em seguida com média de 32,55 vem o fator desgaste e desumanização - FD2, que

descreve o trabalhado como associado à desvalorização da condição de ser gente (perceber-se

como máquina ou animal) à aceitação da dureza no trabalho, à exigência de rapidez, esforço

físico e ritmo acelerado. O último fator, com o menor índice atinente aos fatores descritivos é

a auto expressão - FD1, com média de 22,48, descreve o trabalho como oportunizando a

aplicação de opiniões dos participantes e como lugar de influenciar nas decisões, de

reconhecimento do que se faz, de expressar a criatividade, de aprender e qualificar-se, de

sentir-se tratado como pessoa respeitada, de relacionamento de confiança e de crescimento

pessoal.

Fazendo uma síntese dos fatores mencionados nos atributos descritivos, pode-se

destacar as condições de trabalho como algo que merece maior atenção pela gestão da

empresa. Os dados mostram que é notória a insatisfação dos técnicos administrativos com as

condições de trabalho que a empresa oferece, nos quais alegam, de acordo com o questionário

preenchido, falta de ferramentas essenciais para o bom desempenho das tarefas, e ausência de

assistência da gestão administrativa para com eles.

O terceiro ponto averiguado na pesquisa foram as expectativas, onde os dados

colhidos também foram calculados com base nos escores respondidos pelos técnicos

administrativos de 0 a 4. Confira na tabela a seguir, os resultados gerais.

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Tabela 3 - Expectativas.

FATOR MÉDIA

Auto- expressão - FE1 29,48

Desgaste e desumanização - FE2 25,32

Responsabilidade - FE3 42,60

Independência econômica -FE4 51,03

Condições de trabalho - FE5 47,48

Fonte: dados adquiridos através da aplicação da ferramenta IMST, 2015.

A tabela 3 apresenta os resultados dos cálculos finais decorrentes a cada fator

verificado nas expectativas. Diante disto nota-se que o fator independência econômica -FE4

possui a maior média perante os demais fatores, com 51,03, ou seja, expressa as expectativas

de que o trabalho propicie o sustento e a independência econômica, garanta contrapartidas

merecidas, estabilidade no emprego, assistências e a própria sobrevivência. O fator condições

de trabalho- FE5 com média de 47,48, vem logo em seguida, o que expressa a expectativa que

o trabalho proveja uma assistência merecida pelo trabalhador, e com equipamentos

necessários à execução das tarefas.

Com uma média de 42,60, apresenta-se o fator responsabilidade - FE3, expressando as

expectativas relativas ao cumprimento de tarefas e das obrigações, à responsabilidade pelas

próprias decisões, ao sentimento de dignidade, à apresentação de atitudes de obediência e a

manter-se ocupado. A expectativa de auto expressão - FE1 possui uma média de 29,48,

indicando assim que o indivíduo espera encontrar oportunidades para sentir-se reconhecido,

para expressar sua criatividade, seu bem estar, a aprendizagem e as habilidades interpessoais,

para opinar, para perceber proporcionalidade entre as retribuições das organizações e o que

faz, para ser respeitado como ser humano e merecer a confiança dos superiores.

A menor média das expectativas está relacionada com o desgaste e desumanização -

FE2, 25,32 no total dos escores, ou seja, reúne as expectativas de que o trabalho venha

resultar em esgotamento, pressa, atarefamento, exigência de rapidez, desproporção entre

esforços e recompensas, negação da própria condição humana, discriminação, esforço

corporal e repetição de tarefas.

Perante os fatores citados, percebe-se que a maior expectativa dos colaboradores está

ligada a independência econômica, portanto, há uma grande perspectiva que o trabalho

proporcione a estabilidade, retorno financeiro, assistências e a sobrevivência. Outro ponto

bastante interessante a ser analisado e abordado nos dados adquiridos através das expectativas

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está relacionado as condições de trabalho - FE5, onde nos valores descritivos foi o fator que

obteve maior média, e que nas expectativas também a média foi elevada. Isto significa dizer

que é um item que merece uma atenção maior pela administração da empresa em estudo.

Concluindo a análise dos dados obtidos pela ferramenta IMST - inventário de

motivação e do significado do trabalho, será abordado agora, a partir da tabela a seguir, os

resultados oriundos do fator instrumentalidade.

Tabela 4 – Instrumentalidade.

FATOR MÉDIA

Envolvimento e reconhecimento - FI1. 29,79

Condições materiais de trabalho - FI2. 25,51

Desgaste e desumanização - FI3. 45,80

Recompensa e independência econômica -

FI4.

22,67

Responsabilidade - FI5. 52,99

Fonte: dados adquiridos através da aplicação da ferramenta IMST, 2015.

Com base no que é apresentado na tabela 3, nota-se que o fator responsabilidade -FI5

está em maior evidência, com uma média de 52,99, indicando assim quanto os indivíduos

percebem o próprio desempenho como um instrumento capaz de lhe proporcionar sentimento

de dignidade associada ao cumprimento das tarefas, à resolução de problemas e assumir suas

decisões. O fator desgaste e desumanização – FI3, com a segunda maior média de 45,80, está

relacionada com a percepção do próprio desempenho como responsável por provocar

esgotamento, atarefamento e esforço físico.

Com um valor de 29,79 em média, consta-se o fator envolvimento e reconhecimento –

FI1, no qual indica quanto os indivíduos percebem o próprio desempenho como necessário

para que sintam-se reconhecidos, influentes, identificados às tarefas, merecedores de

confiança e incluídos no grupo. Em seguida é apresentado o fator condições de trabalho – FI2,

com média de 25,51 que mostra quanto os indivíduos percebem o próprio desempenho como

influente para conseguir contar com um ambiente higiênico e seguro, e com equipamentos

adequados.

A menor média entre os fatores de instrumentalidade é o fator recompensa e

independência econômica – FI4, possuindo 22,67, onde ressalva a percepção do próprio

desempenho como útil para obter seu auto sustento, independência, estabilidade e assistência.

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6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

De acordo com o que foi apresentado pela pesquisa direcionada aos servidores da

FACISA, com o foco na categoria dos técnicos administrativos, na qual analisou o fator

motivação no ambiente de trabalho com auxílio da ferramenta IMST, verificou-se

primeiramente o perfil dessa categoria, onde de forma sucinta, pode-se mencionar que é

composta em sua maioria por pessoas do sexo masculino, com um tempo de serviço

praticamente estável e que possuem um grau de qualificação considerável, tendo em vista que

a maioria cursam uma pós graduação.

Os dados da ferramenta IMST - inventário de motivação e do significado do trabalho,

baseando-se nos quatro fatores: atributos valorativos, atributos descritivos, expectativas e

instrumentalidade, apontaram os seguintes aspectos que devem ser melhorados pela gestão da

administrativa da FACISA, a fim de contribuir para o aumento do nível motivacional dos

técnicos administrativos. O primeiro aspecto está relacionado com a auto-expressão, tal fator

é correspondente aos atributos valorativos, onde apontou que há uma ausência na capacidade

dos colaboradores tornarem mais participativos nas decisões tomadas pela empresa, e que

consequentemente os estímulos para a criatividade dos servidores são bloqueadas.

O segundo aspecto é referente aos fatores independência econômica e

responsabilidade, ambos inseridos nos atributos descritivos, nas expectativas e na

instrumentalidade, ou seja, os técnicos administrativos veem o trabalho como uma forma de

garantir o retorno financeiro almejado, no qual lhes garanta estabilidade e assistência para si e

sua família. Quanto a responsabilidade, pode-se dizer que é o sentimento de dever cumprido,

de ter executado uma tarefa com êxito, e tomar decisões acertadas, sentir-se importante dentro

do grupo inserido. Tal fator também é algo que deve ser colocado em pauta pela gestão da

empresa, uma vez que, os colaboradores sentem-se mais motivados na medida em que

tornam-se mais responsáveis, e analisam que sua participação e decisão é importante para o

futuro da empresa.

O último aspecto observado na aplicação do IMST, e também uns dos mais relevantes

no que se diz respeito à motivação, foi o fator condições de trabalho, que também está

inserido nos atributos descritivos, nas expectativas e na instrumentalidade. Os resultados

mostram que os técnicos administrativos sentem ausência de ferramentas adequadas para o

desempenho eficiente e eficaz das tarefas exigidas pelo cargo desempenhado. Tal ocorrência

afeta diretamente na motivação dos colaboradores, pois com um ambiente de trabalho não

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propício para o desempenho das atribuições do cargo, os funcionários, consequentemente, não

sentirão prazer em realizar as tarefas, gerando assim o sentimento de insatisfação no trabalho.

A gestão administrativa da FACISA, com intuito de resolver esse problema deveria

procurar medidas viáveis para disponibilizar aos seus técnicos administrativos as ferramentas

essenciais para o desempenho de suas atividades, fazendo uma inspeção de todos setores da

empresa, e verificando quais dos setores possuem a quantidade maior de deficiência na

disponibilidade de ferramentas. Isso faria com que os técnicos administrativos recebessem

mais estímulos positivos em relação à execução das tarefas.

Em síntese, o presente estudo possibilitou analisar vários fatores mediante a

ferramenta IMST, que contribuíram para a identificação de aspectos que otimizam a

motivação dos técnicos administrativos da FACISA, servindo também como um auxílio para

a gestão administrativa da empresa, na qual busque aprimorar-se e estimular seus funcionários

para desempenharem suas tarefas de forma motivada, o que resultará em um retorno positivo

tanto para a empresa quanto para os seus colaboradores.

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REFERÊNCIAS

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ANEXO

QUESTIONÁRIO

O presente questionário servirá como subsídio para a pesquisa elaborada referente a

analise motivacional dos técnicos administrativos da Faculdade de Ciências da Saúde do

Trairi.

1. PERFIL DOS TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS

1.1 Gênero

( ) masculino ( ) feminino

1.2 Estado civil

( ) solteiro ( ) casado

1.3 Grau de escolaridade

( ) ensino fundamental completo

( ) ensino médio completo.

( ) ensino superior incompleto

( ) ensino superior completo

( ) pós graduação

1.4 Tempo de serviço prestado

( ) menos de 1 ano

( ) de 1 á 2 anos

( ) de 3 á 4 anos

( ) de 5 á 6 anos

( ) mais 7 anos.

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Inventário da motivação e do significado do trabalho – IMST

Caro colaborador, olá!

Temos o prazer de apresenta-lo ao Inventário da motivação e do Significado do

Trabalho(IMST). Este inventário tem o objetivo de ampliar a compreensão de suas relações

com seu trabalho. Ele foi elaborado com base em pesquisas nas quais trabalhadores foram

ouvidos em entrevista e em outras que testaram o uso do preenchimento do IMST, permitindo

seu gradual aperfeiçoamento até o formato que você conhecerá agora.

Instruções gerais

Segue, então, o IMST, o qual contém perguntas sobre o trabalho em várias

perspectivas: como deve ser (trabalho ideal), suas expectativas (o que você espera dele), como

é na realidade e como você percebe seu desempenho contribuindo para a obtenção dos

resultados desejados ou não. Por isso, o IMST está dividido em três partes: a primeira aborda

seu modelo ideal de trabalho; a segunda, suas expectativas e percepção do trabalho concreto e

a terceira, sua percepção sobre seu desempenho.

O IMST foi elaborado baseado na confiança que temos em você, colaborador. Por

isso, não há artifícios para confundi-lo. Talvez você sinta uma certa repetição, mas o que

ocorre é que precisamos que opine sobre o mesmo aspecto do trabalho (por exemplo: salário e

natureza das tarefas) nas quatro perspectivas de análise prevista.

Primeira parte

A seguir, você vai encontrar uma lista de frases sobre o trabalho ou os resultados

deste. Reflita quanto cada frase representa algo que o seu trabalho deve ser. Queremos saber

como seria seu trabalho ideal. Indique-nos sobre esta sua avaliação atribuindo pontos de 0 a 4.

1. ____ É um prazer realizar minhas tarefas.

2. ____Tenho oportunidades de me tornar mais profissionalizado (mais qualificado).

3. ____ As pessoas sabem o quanto é importante o meu trabalho.

4. ____ Os chefes sabem se comunicar com cada um.

5. ____ O meu trabalho é o meu sustento.

6. ____ Sou independente porque assumo minhas despesas pessoais.

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7. ____ O resultado do que faço beneficia os outros (usuários, clientes e pessoas em geral).

8. ____ Se trabalho, tenho o retorno econômico merecido.

9. ____ Estou repetindo as mesmas tarefas todos os dias.

10. ____ Eu sinto que sou tratado como pessoa respeitada.

11. ____ No meu trabalho são tomados todos os cuidados necessários à higiene do ambiente.

12. ____ Fazendo minhas tarefas, não corro riscos físicos.

13. ____ Eu gosto de ver minhas tarefas prontas.

14. ____ Minhas opiniões sobre o trabalho são levadas em conta.

15. ____ Trabalhando, faço amizades.

16. ____ Os chefes confiam em mim.

17. ____ Trabalhando, decido o que compro pra mim.

18. ____ O trabalho me proporciona as principais assistências (transporte, educação, saúde,

moradia, aposentadoria, etc.).

19. ____ Reconheço a autoridade dos superiores.

20. ____ A empresa cumpre obrigações para comigo.

21. ____ Trabalhar exige esforço físico(corporal)

22. ____ O trabalho é duro porque exige esforço, dedicação e luta.

23. ____ Minhas tarefas exigem de mim tentar fazer o melhor.

24. ____ O que ganho é suficiente e de acordo com meu esforço.

25. ____ O trabalho me torna uma pessoa digna.

26. ____ O trabalho é a garantia da existência humana.

27. ____ Trabalho com conforto nas formas adequadas de higiene, disponibilidade de

materiais, equipamentos adequados e conveniência de horário.

28. ____ Fazendo minhas tarefas, tenho oportunidades permanentes de aprendizagem de novas

coisas.

29. ____ Meu corpo é necessário para executar minhas tarefas.

30. ____ Os colegas de trabalho me querem bem.

31. ____ Meu trabalho é minha sobrevivência.

32. ____ Trabalhar bem é o que preciso fazer para continuar no meu emprego.

33. ____ Trabalho pra ter assistência pra mim e pra minha família.

34. ____ O trabalho é a base para o progresso da sociedade.

35. ____ O trabalho é para ser feito de acordo com o que dizem os superiores.

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36. ____ Todo dia faço tarefas parecidas.

37. ____ Trabalhando, estou usando meu pensamento para fazer as tarefas.

38. ____ O trabalho é corrido quando se trabalha também em casa.

39. ____ Trabalhar é fazer nada.

40. ____ Trabalho de acordo com minhas possibilidades

41. ____ Todos os trabalhadores se esforçam como eu.

42. ____ Trabalhando, sinto-me como uma máquina ou um animal.

43. ____ No meu trabalho são adotadas todas as medidas de segurança recomendáveis.

44. ____ Sou discriminado devido ao meu trabalho.

45. ____ Todos que trabalham tem os mesmos direitos.

46. ____ Esforço-me muito e ganho pouco.

47. ____ O trabalho me deixa esgotado.

48. ____ Trabalhando, sinto-me atarefado.

49. ____ Sou reconhecido pelo que faço.

50. ____ Trabalho em ambiente limpo.

51. ____ Mereço ganhar mais pelo meu trabalho

52. ____ No meu trabalho, estão sempre me exigindo rapidez.

53. ____ No meu trabalho, tenho as ferramentas necessárias.

54. ____ Recebo toda assistência que mereço.

55. ____ Tenho que terminar minhas tarefas com pressa.

56. ____ Sinto-me produtivo.

57. ____ Trabalhando, desenvolvo minhas habilidades interpessoais.

58. ____ Influencio nas decisões da organização (contribuindo para a formação de opiniões).

59. ____ Sigo as normas das organizações (empresas).

60. ____ Trabalhando, tenho oportunidades de expressão da minha criatividade.

61. ____ O trabalho me garante receber salário.

Segunda parte

Agora você vai refletir sobre vários resultados do trabalho, procurando responder a

duas questões:

A) Quanto você espera que o seu trabalho apresente o resultado indicado?

B) Quanto ocorre concretamente no seu trabalho o resultado indicado?

Você responderá a estas questões atribuindo também pontos de 0 a 4.

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Trabalhando, obtenho: Espero Ocorre

1. Prazer pela realização de minhas tarefas.

2. Oportunidades de me tornar mais profissionalizado (mais qualificado).

3. Reconhecimento da importância do que faço.

4. Boa comunicação dos chefes comigo.

5. Meu sustento

6. Independência para assumir minhas despesas pessoais.

7. Estabilidade no emprego.

8. Benefício para outros (usuários, clientes e pessoas em geral).

9. Retorno econômico merecido.

10. Repetição diária de tarefas.

11. O uso de meu pensamento ou da cabeça.

12. O sentimento de ser tratado como pessoa respeitada.

13. Cuidados necessários à higiene no ambiente de trabalho.

14. Minhas opiniões levadas em conta.

15. A confiança dos chefes em mim.

16. Crescimento pessoal na vida.

17. Independência para decidir o que compro para mim.

18. Assistência em transporte, educação, saúde, moradia, aposentadoria

etc.

19. Responsabilidade para enfrentar os problemas do trabalho.

20. Reconhecimento da autoridade dos superiores.

21. Ocupação de meu tempo.

22. Esforço físico.

23. Dureza, pela exigência de esforço, dedicação e luta.

24. Exigência de tentar fazer o melhor.

25. Percepção de que ganho o suficiente e de acordo com meu esforço.

26. Sentimento de que sou uma pessoa digna.

27. Conforto nas formas de higiene, disponibilidade de materiais,

equipamentos adequados e conveniência de horário.

28. Oportunidades permanentes de aprendizagem de novas coisas.

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29. Responsabilidade por minhas decisões.

30. Minha sobrevivência.

31. Permanência no emprego pela qualidade do que faço.

32. Assistência para mim e minha família.

33. Contribuição para o progresso da sociedade.

34. Obediência aos superiores.

35. Tarefas parecidas diariamente feitas.

36. Percepção de estar ocupado, fazendo alguma coisa.

37. Uma vida corrida quando se trabalha em casa.

38. Tarefa cumprida.

39. Tarefas e obrigações de acordo com minhas possibilidades.

40. Sentimento de ser como uma máquina ou um animal.

41. Adoção de todas medidas de segurança recomendáveis no meu

trabalho.

42. Discriminação pelo meu trabalho.

43. Igualdade de direitos para todos que trabalham.

44. Percepção de que ganho pouco para o esforço que faço.

45. Sentimento de que estou esgotado.

46. Sentimento de que sou gente.

47. Percepção de que estou atarefado.

48. Reconhecimento pelo que faço.

49. Limpeza no ambiente de trabalho.

50. Merecimento de ganhar mais pelo que faço.

51. Sentimento de estar bem de cabeça(mentalmente).

52. Exigência de rapidez.

53. Equipamentos necessários e adequados.

54. Assistência merecida.

55. Oportunidade de exercitar meu corpo.

56. Pressa em fazer e terminar minhas tarefas.

57. A percepção de ser produtivo.

58. Desenvolvimento das minhas habilidades interpessoais.

59. Influência nas decisões.

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60. Cumprimento das normas e obrigações da organização (empresa) para

comigo.

61. Oportunidades de expressão de minha criatividade.

62. Meu salário.

Terceira parte

Atribuindo pontos de 0 a 4, novamente, a cada item da lista que se segue, conte-nos

agora: quanto o que você obtém do seu trabalho depende de seu desempenho e/ou de seu

esforço?

1. ____ Prazer pela realização de minhas tarefas.

2. ____ Oportunidades de me tornar mais profissionalizado (mais qualificado).

3. ____ Reconhecimento da importância do que faço.

4. ____ Boa comunicação dos chefes comigo.

5. ____ Meu sustento.

6. ____ Independência, porque assumo minhas despesas pessoais.

7. ____ Estabilidade no emprego (emprego garantido).

8. ____ Benefícios para outros (usuários, clientes e pessoas em geral).

9. ____ Sentimento de ser tratado como pessoa respeitada.

10. ____ Gosto de ver minhas tarefas prontas.

11. ____ Minhas opiniões levadas em conta.

12. ____ Amizades feitas no trabalho.

13. ____ A confiança dos chefes em mim.

14. ____ Assistência em transporte, educação, saúde, moradia, aposentadoria, etc.

15. ____ Responsabilidade para enfrentar os problemas do trabalho.

16. ____ Reconhecimento da autoridade dos superiores.

17. ____ Ocupação de meu cargo.

18. ____ Esforço físico (corporal) na execução do trabalho.

19. ____ Exigência de tentar fazer o melhor.

20. ____ Percepção de que ganho o suficiente e de acordo com meu esforço.

21. ____ Sentimento de que sou uma pessoa digna.

22. ____ Conforto nas formas adequadas de higiene, disponibilidade de materiais,

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equipamentos e conveniência de horário.

23. ____ Oportunidades permanentes de aprendizagem de novas coisas.

24. ____ Responsabilidades por minhas decisões.

25. ____ O uso do meu corpo e/ou das minhas energias físicas para executar minhas tarefas.

26. ____ Sentimento de ser querido pelos colegas de trabalho.

27. ____ Permanência no emprego pela qualidade do que faço.

28. ____ Assistência para mim e minha família.

29. ____ Contribuição para o progresso da sociedade.

30. ____ Obediência aos superiores.

31. ____ Uma vida corrida quando se trabalha também em casa.

32. ____ Tarefa cumprida.

33. ____ Igualdade de esforços entre todos os trabalhadores.

34. ____ Sentimento de ser uma máquina ou animal.

35. ____ Adoção de todas as medidas de segurança recomendáveis no meu trabalho.

36. ____ Discriminação pelo meu trabalho.

37. ____ Igualdade de direitos para todos que trabalham.

38. ____ Sentimento de que estou esgotado.

39. ____ Sentimento de que sou gente.

40. ____ Percepção de que estou atarefado.

41. ____ Limpeza no ambiente de trabalho.

42. ____ Equipamentos necessários e adequados.

43. ____ Assistência merecida.

44. ____ A percepção de ser produtivo.

45. ____ Desenvolvimento das minhas habilidades interpessoais.

46. ____ Influência nas decisões (contribuindo para a formação de opiniões).

47. ____ Cumprimento das normas e obrigações da organização (empresa) para comigo.

48. ____ Meu salário.