universidade federal do rio grande do norte … · 2019-09-15 · desde os primórdios da...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE FÍSICA
MESTRADO NACIONAL PROFISSIONAL EM ENSINO DE FÍSICA
RAQUEL VIANA BERNARDO
APLICAÇÃO DO JOGO “DESVENDANDO OS SEGREDOS DO UNIVERSO” E A “CAIXA DOS ECLIPSES” PARA ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO
NATAL/RN 2019
RAQUEL VIANA BERNARDO
APLICAÇÃO DO JOGO “DESVENDANDO OS SEGREDOS DO UNIVERSO” E A “CAIXA DOS ECLIPSES” PARA ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ensino de Física.
Orientador: Dr. Jefferson Soares da Costa.
NATAL/RN
2019
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede
Bernardo, Raquel Viana.
Aplicação do jogo "Desvendando os Segredos do Universo" e a
"Caixa dos Eclipses" para estudantes do ensino médio / Raquel
Viana Bernardo. - 2019.
119 f.: il.
Dissertação (Mestrado Nacional Profissional) - Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências e
Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física,
Natal, RN, 2019.
Orientador: Prof. Dr. Jefferson Soares da Costa.
1. Ensino de Física - Dissertação. 2. Astronomia -
Dissertação. 3. Jogos educativos - Dissertação. 4. Ensino-
aprendizagem - Dissertação. I. Costa, Jefferson Soares da. II.
Título.
RN/UF/BCZM CDU 53:37
Elaborado por Ana Cristina Cavalcanti Tinôco - CRB-15/262
Dedico este trabalho aos meus alunos e familiares.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus pela vida, pela sabedoria, por todas as
minhas conquistas pessoais e profissionais, e por ter colocado em meu caminho
pessoas tão especiais, que não mediram esforços em me ajudar durante a
realização deste mestrado e desta dissertação. A estas pessoas esterno os meus
sinceros agradecimentos.
Ao Prof. Dr. Jefferson Soares da Costa, meu orientador, por suas orientações,
pelo compartilhar de conhecimentos e pelo carinho e confiança em mim dispensados
desde o início dessa parceria.
Ao Prof. Ms. Antônio Araújo Sobrinho, por ter despertado em mim o interesse
e a paixão por Astronomia. Tema norteador deste trabalho e motivador para
ministração das minhas aulas.
Aos colegas do mestrado, que compartilharam alegrias, angústias,
conhecimentos e ideias. Foi uma convivência maravilhosa e enriquecedora.
Aos meus alunos da Escola Dom José Adelino Dantas, que se propuseram a
embarcar nessa viagem pelo Sistema Solar e desbravar os segredos que a
Astronomia pode nos trazer. A eles meu “muito obrigada”, sem eles este trabalho
não seria possível.
Aos meus pais, por todos os esforços para garantir meus estudos e pelos
ensinamentos de vida, e ao meu irmão Tiago, pelo incentivo e apoio.
Aos meus avós, João e Maria, pelo amor e tempo sempre dedicados a mim.
Ao meu esposo, Valderi, por entender minha ausência em alguns momentos
de sua vida nesses dois anos e meio, por ter paciência e sempre me dar ânimo para
concluir este mestrado.
RESUMO
Buscamos usar a Astronomia como tema motivador para o ensino de Física no
ensino médio, sendo assim um facilitador no processo de ensino- aprendizagem.
Para alcançar tal objetivo, utilizamos práticas lúdicas para despertar o interesse dos
estudantes a partir da criação de jogos, sendo estes: “Desvendando os segredos do
Universo” e a “Caixa dos Eclipses”. O primeiro é um jogo de tabuleiro clássico, que
desperta o interesse e que pode ser usado por pessoas de diversas idades, já que
se trata de um tema que envolve o fascínio da curiosidade, do êxtase e
contemplação do desconhecido, do indizível. No entanto, apesar de despertar o
interesse e aguçamento de um público diverso, é provável que se encontre um
pouco de dificuldade para crianças até oito anos, já que envolve o conhecimento da
funcionalidade do Universo e em razão da própria complexidade do tema. O nível de
perguntas pode ser um pouco elevado e difícil de entendimento para essa faixa
etária. As regras do jogo são simples, funcionando como outro qualquer jogo de
tabuleiro que é necessário chegar ao fim da jornada para vencê-lo. É possível reunir
várias pessoas e dividi-las em dois grupos para, juntos, percorrerem o caminho do
jogo, desvendando as curiosidades sobre o universo e realizando uma verdadeira
viagem espacial pelo nosso Sistema Solar. O segundo é uma caixa com modelos
em grande escala do Sol, Lua e Terra, mostrando o alinhamento e as condições
para a ocorrência dos eclipses, fases da Lua e estações do ano. O trabalho foi
aplicado com estudantes da segunda série do ensino médio, com o objetivo de
avaliar e analisar o conhecimento adquirido nas primeiras séries do ensino básico.
Observou-se, a partir das análises, que a proposta apresentada por esta dissertação
obteve resultados satisfatórios quanto ao aprendizado de Astronomia. Descobrir
mais um pouco do seu planeta Terra e os planetas que orbitam o Sol, fará você
descobrir um amor pela astronomia e contemplar que o céu é uma incógnita e tem a
nos oferecer muito mais do que pensamos.
Palavras-chave: Ensino de Física. Astronomia. Jogos. Ensino-aprendizagem.
ABSTRACT
Astronomy is used as a motivation theme to teaching Physics in High School, being a
tool on teaching-learning process. To aim this, playful practices were used to arouse
the interest by students since games creation, as: Unveiling Universe Secrets and
Eclipse Boxes. First one is a classic board game that calls attention of the students
and may be used by people of any age, whereas it is a curious and fascinating theme
that contemplates the unknown. However, despite of the interest and the
improvement on every age, it must present some difficulty to less than 8 years old
children, because evolves universe functionality knowledge and because of the
complexity of the subject. Level of questions might be a bit elevated and hard to
understand to this age range. Game rules are simple, as any board game, you must
get to the finish to win. It is possible to gather many people and split them in two
groups to go through the game way, discovering curiosities about the Universe and
making a special road trip by the Solar System. The second one is a box with models
on a large scale of the Sun, Moon and the Earth, showing its alignment and
conditions to eclipses occurrence, moon phases and yearly seasons. This work was
applied to High School second grade students, aiming to evaluate and analyze the
acquired knowledge on basic education. Through analysis, it was observed that this
proposal obtained satisfactory results about Astronomy learning. Find out more about
the Earth and planets orbiting the Sun can make anyone discover love for the
Astronomy and contemplates the Sky is a unknown that may offers much more than
we think.
Keywords: Physics education. Astronomy. Games. Teaching-learning.
SUMÁRIO
1
1.1
1.2
1.3
INTRODUÇÃO......................................................................................
ENSINO DE ASTRONOMIA..................................................................
PANORAMA DA EDUCAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE...........
METODOLOGIA E RESUMO COMENTADO.......................................
8
9
10
13
2 EDUCAÇÃO E LUDICIDADE............................................................... 15
3 REVISÃO TEÓRICA DE FÍSICA: UMA ABORDAGEM CLÁSSICA
DA GRAVITAÇÃO UNIVERSAL...........................................................
19
4 PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE
ASTRONOMIA......................................................................................
28
5 PESQUISA E ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS................................ 32
5.1 OS QUESTIONÁRIOS.......................................................................... 32
5.2 ANÁLISE COMPARATIVA DOS RESULTADOS.................................. 63
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES.................................... 66
REFERÊNCIAS..................................................................................... 68
APÊNDICE A - O PRODUTO EDUCACIONAL.................................... 72
APÊNDICE B- FOTOS DAS APLICAÇÕES DO PRODUTO
EDUCACIONAL....................................................................................
90
APÊNDICE C- PRÉ-QUESTIONÁRIO................................................. 96
APÊNDICE D- PÓS-QUESTIONÁRIO................................................. 97
APÊNDICE E- APRESENTAÇÃO EM PREZI..................................... 98
APÊNDICE F -DEPOIMENTOS............................................................
114
8
1 INTRODUÇÃO
Desde os primórdios da humanidade, o Céu sempre foi tema de grandes
discussões, fascínio e curiosidades. A criança, desde pequena, apresenta
curiosidade em entender o funcionamento do Universo. Antes mesmo de entrarmos
na vida escolar, já nos deparamos com a observação de dois astros que regem o dia
e a noite, o Sol e a Lua, assim como a contemplação diária da mudança das fases
da Lua. Esse encantamento pela astronomia é tema de vários autores, como se vê
em Caniato (1989, p. 80)
A beleza sedutora do céu com as interrogações que ele apresenta. O aspecto lúdico e os desafios que o estudo do céu sugere. O entendimento das grandes cambiantes que mudam o cenário em que todos vivemos e nos movemos.
Para muitos estudiosos, a Astronomia é uma das mais antigas
ciências e tem sido base para o encaminhamento de estudos em diversas
áreas do conhecimento, como se vê em Amaral (2008, p. 14)
A Astronomia é considerada, por muitos cientistas e filósofos, o primeiro conhecimento humano organizado de forma sistemática. Os primeiros passos do homem pré-histórico neste planeta foram dados sempre com os olhos contemplando e buscando desvendar o céu.
Há séculos, os seres humanos perceberam a importância do céu para guiar
suas atividades diárias, assim como a sua própria subsistência. Ao observar o céu,
notaram aspectos interessantes, tais como: a luz que iluminava o caminho; o calor
que aquecia seus dias frios; a chuva que resfriava os dias quentes; o arco-íris que
coloria o céu; as auroras boreais com magníficas apresentações de cores e
movimentos; os relâmpagos que cortavam o céu e trovões barulhentos que
assustavam. Isso tudo fez com que percebessem que o céu era um lugar
desconhecido, alimentando mitos, medos e vislumbre em conhecê-lo.
A contemplação e observação mais cuidadosa do céu instigaram os povos
antigos a associar suas vidas cotidianas aos fenômenos astronômicos. Como por
exemplo, a civilização Maia, que obteve com a astronomia um rebuscado avanço no
seu conhecimento. Criaram mapas com a observação da passagem de vários
objetos celestes, catalogando com precisão cada aparecimento deles.
Conhecimento e registros superiores a qualquer outra civilização antiga. A
astronomia, para eles, estava inserida num complexo sistema de crenças e rituais
9
religiosos, que, além de incluir sacrifícios humanos, também tinha uma enorme
importância na vida cotidiana. Períodos de chuvas; passagem de constelações pelo
céu; variações de temperaturas ao longo dos dias; tudo servia como referencial para
guiar a subsistência desses povos. Essa correlação impulsionou a humanidade a
estudar e procurar conhecer o movimento e funcionamento dos astros. Daí surgiram
as primeiras inscrições, catalogações e calendários criados pelos povos antigos. Ao
passar dos anos, o ser humano foi aperfeiçoando suas observações; começou a
registrar, elaborar, e assim conseguir prever e explicar fenômenos astronômicos.
1.1 ENSINO DE ASTRONOMIA
Ao observar a relevância que o assunto Astronomia representa para a
humanidade, faz-se necessário o incentivo pela busca incessante do conhecimento
na área. Diversos trabalhos científicos, congressos e encontros de educadores têm
buscado o entendimento do Universo e a formação de professores para
aprimoramento do conhecimento e de técnicas de ensino para proporcionar, ao
estudante, um aprendizado mais significante. A proposta didática do ensino de
Astronomia, utilizando jogos didáticos, atualmente, tem sido vista como método de
ensino, estimulando a elaboração de materiais didáticos próprios para esse fim.
Como vemos em Andrade (2009), Caniato (2008), Albrechit (2008), Gonzati (2008),
entre outros trabalhos que se preocupam como o tema tem sido discutido em sala de
aula ou, em muitas vezes, deixado de lado pela falta de domínio do professor nessa
área. Como podemos observar nas palavras de Amaral (2008, p. 8)
Em geral, a formação inicial dos professores que lecionam a disciplina de Ciências no ensino fundamental é insuficiente. Como consequência, o livro didático tornou-se o recurso principal em sala de aula, tanto para os professores quanto para os alunos. Além de determinar o currículo e estipular sua ordem, muitas vezes, fragmenta os conteúdos e, no caso da Astronomia, apresenta erros conceituais e imprecisões.
Além da preocupação do ensino do conteúdo de Astronomia, há um grande
interesse em como esse será lecionado e quais práticas os docentes podem utilizar
para que o aprendizado seja mais significante. Uma das propostas oferecidas por
vários pesquisadores é o uso do lúdico, como proposto por este trabalho. Em Puzzo
(2005), Moretti (2012), Costa (2011), Nobre (2016) e Carrilho (2015) fica clara a
10
preocupação com o ensino de Astronomia, Física e o processo de aprendizagem
dos discentes, evidenciado nas palavras de Damasceno (2016, p. 14) quando diz
que é notável a insatisfação dos alunos com o ensino de ciências, principalmente em
Física. Hodiernamente, o enorme número de informações acessíveis por meio das
redes digitais tem sido um fator de confronto ao método tradicional de ensino. Fazer
uso de apenas quadro, giz e livros recheados de textos, não tem sido tão eficiente
para se produzir uma atmosfera de construção do saber em sala de aula. Percebe-
se que os alunos estão cada vez mais desinteressados pelas aulas de Física
(DOMINGUINI; VAQUERO, 2014).
Visando essa preocupação com o ensino de Astronomia e a procura por uma
aprendizagem significativa e não maçante, este trabalho foi pensado como uma
proposta de usar o lúdico como método de ensino. Vale salientar que o problema
desta pesquisa envolve tanto o conhecimento de conceitos de Física como de
Astronomia, bem como a importância da Matemática para o conhecimento sobre a
natureza dessas ciências. A Astronomia permite investigar fenômenos que se
apresentam na natureza e necessitam de explicações que estão nas Teorias Físicas.
Sendo assim, é imprescindível explicar apoiado nos conceitos próprios dessa
ciência.
A pergunta norteadora desta dissertação é “Como os jogos podem auxiliar no
ensino de Astronomia?”. E o problema central deste trabalho é propor uma técnica
de ensino de Astronomia no ensino básico. O objetivo geral é analisar como o jogo
“Desvendando os segredos do universo” e a “Caixa dos Eclipses” podem ampliar os
conhecimentos dos alunos sobre Astronomia, gerando, assim, uma aproximação
com os conteúdos lecionados na sala de aula de Física. Os objetivos específicos
são: observar os conhecimentos prévios dos alunos sobre Astronomia, realizar a
sequência didática e verificar o conhecimento adquirido com os jogos.
1.2 PANORAMA DA EDUCAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE
Situado na extremidade do nordeste do solo brasileiro, o Estado do Rio
Grande do Norte (RN) possui uma área de aproximadamente 53.000 km2, segundo
dados do Governo. Posiciona-se ao norte e a leste com o oceano Atlântico, numa
extensão litorânea de aproximadamente 410 km. Ao sul faz divisa com o Estado da
11
Paraíba e a oeste faz divisa com o Estado do Ceará. A maior parte do território do
Estado está incluída no Polígono das Secas, região delimitada pelo Governo Federal
em 1951, com o objetivo de combater as secas frequentes no Nordeste e promover
o desenvolvimento econômico e social da região.
O clima que predomina no Rio Grande do Norte é o tropical semi-árido. A
população do Estado do Rio Grande do Norte é de aproximadamente 3.400.000
habitantes, distribuídos em 167 municípios. A cidade mais populosa é Natal, capital
do Estado, com aproximadamente 880.000 habitantes, seguida por Mossoró com
aproximadamente 296.000 habitantes.
A capital do Estado do RN, Natal, é localizada no litoral atlântico, e está a
cerca de 2.500 km distante de Brasília, capital do País. A Cidade possui área de
aproximadamente 168 mil km2, sua população é formada por 54 % de mulheres e 46
% de homens aproximadamente. A economia local funda-se na indústria de
confecções e cerâmica, no comércio e no turismo. A cidade de Natal, por ser
litorânea, é um destino muito procurado por visitantes de todas as partes do Brasil,
que desfrutam da beleza de suas imensas dunas de areia, do aconchego de suas
praias e das águas de temperatura agradável.
Os passeios de bugre são muito populares que podem ser realizados pelas
dunas de areia nas redondezas da região. Entre as principais atrações turísticas da
parte leste da cidade, encontra-se o Farol Mãe Luiza, localizado na praia de Areia
Preta, além das praias do Meio, dos Artistas, Pinto e Barreira d'Água. Na direção
norte encontra-se a praia do Forte, núcleo inicial da cidade de Natal; a praia da
Redinha; as dunas do Cabo de São Roque, conhecido como o cotovelo do Brasil por
sua localização geográfica; a praia de Genipabu, com suas gigantescas dunas de
areia e a colônia de pescadores de Pitangui, situada às margens de uma lagoa de
águas cristalinas. Em direção ao sul, encontram-se algumas das praias mais
atraentes do Estado, como a praia de Ponta Negra e Pirangi do Norte, onde um
cajueiro de proporções gigantescas é também a atração local. O turismo é uma das
atividades que mais geram empregos e renda, além de ter vinculadas a ele, outras
54 atividades diretas ou indiretas.
O Estado do Rio Grande do Norte tem uma economia que está assentada na
agropecuária e as atividades de mineração, setor secundário, que se revelam como
a base da economia do Estado do Rio Grande do Norte. Na agropecuária, se
destaca a cidade de Mossoró com a fruticultura irrigada, possuindo um dos maiores
12
produtores de melão do mundo, destacando-se, também, pela produção de abacaxi,
cana-de-açúcar, feijão, milho, mandioca, coco e castanha de caju. O setor
secundário é responsável por um pouco mais que 20% das riquezas produzidas pelo
Estado do Rio Grande do Norte, destacando-se pela extração do sal marinho, um
dos pontos fortes da economia da região. Também no setor industrial é relevante a
produção de cerâmica, bem como a indústria têxtil e de confecções. O Estado do
RN, ainda, oferece um litoral atlântico com excelentes condições para a pesca,
comumente praticada na região, se apresentando como importante fonte de renda
para população.
Verificando-se os dados do Censo Escolar do ano de 2015, observa-se que
do total de escolas do estado, 282 compõem a rede de ensino médio regular
estadual, estando 268 delas localizadas na área urbana e 14 escolas na área rural.
O total de matrículas em escolas com ensino médio regular é de 101.787, que estão
distribuídas da seguinte forma: 99.612 matrículas em escolas urbanas e apenas
2.175 em escolas situadas em área rural.
De acordo com o censo, o Estado possui cerca de 30% da população, a partir
de vinte e cinco anos, com o ensino médio concluído.
Ilustração 1– População de 25 Anos ou Mais com Ensino Médio Completo - 1991/2010
Fonte: http://www.maisrn.org.br/perfil-rn/capital-humano/educacao-basica/.
Entre as escolas da rede estadual de ensino escolhemos para a aplicação desse
projeto a Escola Estadual Dom José Adelino Dantas que foi inaugurada em 24 de
março de 1984 . Localizada na zona norte de Natal, na rua Bragantina, bairro
13
Potengi, conjunto Santarém. A escola mantém funcionando três turnos, desde o
ensino fundamental ao médio, oferecendo também a Educação de Jovens e Adultos.
O nome da escola foi escolhido em homenagem ao padre José Adelino Dantas,
pessoa de grande destaque e importância na educação no Rio Grande do Norte,
como diz no blog Monte Galo, Paróquia de São José (2019):
DOM JOSÉ ADELINO DANTAS, historiador, pesquisador, jornalista, professor, ensaísta, poeta e orador sacro e era considerado um dos mais ilustres latinistas do Rio Grande do Norte. Em 1947, foi nomeado professor de latim e português, da sessão feminina do Atheneu Norteriograndense. Era professor assistente da UFRN, lotado no Campus Universitário de Caicó.
A série escolhida para a aplicação da proposta deste trabalho foi a segunda
série do ensino médio, que contava com trinta e cinco alunos matriculados, porém
entre estes apenas vinte alunos participaram da proposta, os outros quinze alunos
foram considerados evadidos ou não frequentavam as aulas de forma regular pela
análise da secretaria da escola. Baseado na grade curricular exigida pelo Ministério
da Educação (MEC), o aluno deve ter estudado conceitos de Mecânica e Astronomia
no primeiro ano do ensino médio, tal como a Lei da Gravitação Universal. Assim a
escolha da segunda série partiu do pressuposto de que esses alunos deveriam ter
visto esse conteúdo quando estavam na primeira série do ensino médio, assim
deveriam ter absorvido esses conhecimentos. Porém essa não foi a realidade
encontrada, pois, quando foram questionados, os alunos afirmaram que não tiveram
professor de Física durante o primeiro ano do ensino médio e consequentemente
não possuíam os conhecimentos acima referidos. Então foi proposta uma sequência
didática para tentar trocar conhecimentos específicos da Física, usando como
ferramenta a Astronomia.
1.3 METODOLOGIA E RESUMO COMENTADO
A metodologia utilizada nesta pesquisa foi baseada em uma sequência
didática apoiada nos Três Momentos Pedagógicos de Delizoicov, que obedece no
primeiro momento um questionário com quinze afirmativas para que o aluno decida
entre afirmativa verdadeira ou falsa, a fim de tabelar e analisar os conhecimentos
prévios dos discentes. Após a análise destes questionários, inicia-se o segundo
momento que consistiu em uma palestra sobre o Universo em que fazemos parte,
além da aplicação dos jogos “Desvendando os segredos do Universo” e da “Caixa
14
dos Eclipses”. Já para o terceiro momento, aplicou-se um novo questionário com
quinze afirmativas para que os alunos julgassem em verdadeiras ou falsas, com o
objetivo de analisar e tabelar os conhecimentos adquiridos com todo plano de aula.
Em posse dos dois questionários é possível fazer uma análise comparativa da
proposta desse trabalho.
Esta dissertação foi dividida em seis capítulos. No primeiro capítulo, iremos
introduzir o problema que rege este trabalho, sob um panorama geral do Rio Grande
do Norte, observando como está a educação neste estado, para que o leitor tenha
conhecimento sobre o porquê da escolha da escola para a pesquisa. Assim como,
uma breve revisão teórica com artigos que abordam o assunto em foco e métodos
inovadores de ensino. No capítulo dois, apresentaremos a reflexão teórica das ideias
de Delizoicov e Angotti com os “Três Momentos Pedagógicos” e Cipriano Carlos
Luckesi com a “Teoria da ludicidade”. No capítulo três, faremos uma revisão de
Física tendo, como tema “A Gravitação Universal”, inicialmente uma abordagem
histórica, e em seguida uma abordagem matemática para o ensino. Então, no
capítulo quatro apresentaremos a proposta da sequência didática para o ensino de
Astronomia na educação básica, com ênfase no Sistema Solar e os Eclipses. No
capítulo cinco apresentaremos a análise do produto educacional, elaborado como
etapa exigida pelo Programa Nacional de Mestrado Profissional em Ensino de
Física(MNPEF), assim como uma discussão sobre os resultados obtidos, questão
por questão, em cada questionário pré e pós aplicados com os discentes.
Encerraremos, no capítulo seis, com as considerações finais e conclusões tiradas
com este trabalho. Após o sexto capítulo, teremos os apêndices e as referências que
deram suporte teórico para esta dissertação.
Como apêndices, estarão disponibilizados o pré e pós questionários aplicados
com o discentes; o manual que será o produto educacional deste trabalho, de
acordo com a orientação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES) para este mestrado regido pelo MNPEF, e fotos da aplicação da
prática docente sugerida por este trabalho, como também, fotos da apresentação
anual da escola escolhida, feitas pelos alunos, cuja inspiração do tema foi este
trabalho.
15
2 EDUCAÇÃO E LUDICIDADE
No contexto atual, a realidade das nossas escolas ainda é bem
preocupante. As salas de aula continuam sendo ambientes onde o discente
permanece sentado por horas, muitas vezes em más condições de cadeiras, mal
climatizadas e com uma disciplina escolar muito rígida. Em alguns casos, sendo
esta o gerador principal do desinteresse pelo ambiente escolar. Além disso,
muitos professores ainda entendem o processo de lecionar como uma simples
tarefa de transmissão de conhecimentos, muitas vezes, sem significado algum
para os alunos. É chegada a hora de se fazer necessário entender que o aluno
não é agente passivo, e sim ativo, e que a sala de aula é um ambiente de trocas
de conhecimento, de interação social e aprendizado mútuo.
Já podemos ver parte desse desenvolvimento na educação, tanto com a
promulgação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB/1996), quanto com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs),
proporcionando a escola a construção de um ambiente de diversas atualizações
e construções. Considerando-a um lugar onde se discute o ensinar e a forma
como o aprendizado tem sido propagado, visando sempre o resultado final, o
desenvolvimento do estudante e todas as suas habilidades individuais.
São grandes os desafios no processo ensino-aprendizagem e, atualmente, há
uma grande preocupação na procura de formas para atrair a atenção dos alunos
para os conteúdos lecionados em sala de aula. O quadro atual na educação é de
professores desmotivados, pais buscando nem sempre o melhor ensino, e alunos
desinteressados. Nessa relação, além da busca incessante do professor por
atualização na forma de ensinar, o lúdico oferece uma saída estimulante para essa
troca de conhecimento entre o aluno e o professor. Por meio de brincadeiras e jogos,
o aluno desperta novamente o interesse em aprender e a buscar o conhecimento. O
despertar da criatividade, por meio da interação social, faz com que o discente
procure e encontre o que gosta de fazer. Brincando, ele chegará ao conhecimento
que o professor deseja que ele adquira; além do que, por intermédio dos jogos,
pode-se gerar um prazer emocional, tornando mais eficiente o processo do
aprendizado.
Friedmann(2003 apud SANTOS, 2010, p.16) diz que no ambiente escolar
é possível o docente estar livre para trabalhar práticas que envolvem jogos como
16
forma de discutir os conteúdos. Almeida (1994 apud SANTOS, 2010, p.15) diz
que “o grande educador faz do jogo uma arte, um admirável instrumento para
promover a educação”. Vê-se, assim, a relevância da aplicação de jogos e
métodos para valorizar o contexto de ensino-aprendizagem, evidenciando o
encadeamento de causa e efeito na relação entre professor e estudante,
causando uma empatia pelo conteúdo estudado.
Há vários autores que discutem a prática lúdica como ferramenta útil na
relação ensino aprendizagem dos estudantes, entre eles destacamos os estudos de
Cipriano Luckesi e Paulo Freire, em que concordam que ludicidade atua junto com
criatividade como fundamentais para o crescer do ser humano. Luckesi (2004)
citado por Batista; D’Ávila (2013, p. 43):
Afirma que a atividade lúdica é aquela que propicia à pessoa que a vive, uma sensação de liberdade, um estado de plenitude e de entrega total para essa vivência. ‘O que a ludicidade traz de novo é o fato de que o ser humano, quando age ludicamente, vivencia uma experiência plena. [...] Não há divisão’.
Vê-se, assim, que a prática lúdica faz parte da construção do conhecimento
adquirido pelo próprio discente, tornando-o ferramenta participante do processo de
sua própria aprendizagem. Além disso, os alunos podem ligar o seu conhecimento
próprio ao conhecimento adquirido durante as brincadeiras, como vemos em Batista;
D’Ávila (2013, p. 44). Piaget, que tinha interesse mais epistemológico que
pedagógico, e, mesmo assim, descobriu que as pessoas aprendem por meio de
suas atividades. O indivíduo age e compreende utilizando processos denominados
de assimilação e acomodação. A pessoa procura semelhanças entre elementos que
já sabe, em um novo conhecimento, “assemelhando-os”. Depois, faz a apreensão
dos elementos que ainda não sabe, “acomodando-os” num novo patamar para uma
nova assimilação.
Existem vários tipos de jogos, entre eles os que necessitam de movimentação
corporal, como atividades de corrida e trilhas; e outros que necessitam de
concentração, como jogos de tabuleiro, tais como dama, xadrez e cartas. A proposta
deste trabalho sugere uma atividade que use os dois tipos de estímulos, sensoriais e
intelectuais, pois além de movimentação, envolve muita concentração. Além disso,
os jogos trabalham o lado social do aluno, fazendo com que ele se relacione com
seus colegas de sala, estreitando os elos de amizade. Como diz Schaeffer (2006
apud PEREIRA; FUSINATO; NEVES, 2009, p. 14):
17
Jogos em grupo possibilitam aos indivíduos trabalharem com a regularidade, o limite, o respeito e a disciplina, por meio de ações necessariamente subordinadas a regra. Todos esses aspectos se fazem importantes para a vida do indivíduo em sociedade.
De acordo com Santos (1999, p.115):
O brincar está sendo cada vez mais utilizado na educação construindo-se numa peça importantíssima nos domínios da inteligência, na evolução do pensamento e de todas as funções superiores, transformando-se num meio viável para a construção do conhecimento.
Para Antunes (apud CARDOSO, 2000,p.20), ao comentar sobre a função
do jogo, “o jogo ajuda a construir novas descobertas, desenvolve e enriquece a
personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva o professor à
condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem”.
A partir dessa ideia, fomos também incentivados para construção deste
trabalho, pelos pensamentos e estudos do teórico David Paul Ausubel e sua teoria
da aprendizagem significativa, na qual ele diz que um fator isolado que é relevante
ao aprendizado é o conhecimento prévio. Para Ausubel, aprender com significado é
fazer uma nova organização das ideias pré-existentes na consciência do ser humano
e, assim, ser capaz de anexar novos conteúdos oferecidos.
A organização da proposta de sequência didática, feita neste trabalho, foi
baseada nos Três Momentos Pedagógicos sugeridos nos estudos de Delizoicov e
Angotti, em que três etapas são divididas para a construção da sequência, onde vê-
se a problematização inicial, na qual o estudante mostra qual o seu conhecimento
prévio adquirido no seu cotidiano ou nas aulas no ensino fundamental; a
organização do conhecimento, na qual os alunos passaram pela aula expositiva,
pelo jogo “Desvendando os Segredos do Universo” e pela “Caixa dos Eclipses”, e a
aplicação do conhecimento, pelo qual eles foram avaliados no pós-questionário.
Usar a Astronomia como assunto norteador de uma atividade lúdica na
educação é uma relevante tentativa de estreitar a relação do aluno com a ciência,
pois esse tema está totalmente ligado ao cotidiano do discente, desde o abrir dos
olhos, o passar de dias e noites, o tempo, o calendário, marés, fases da Lua,
temperatura do planeta, aquecimento global, energia até outros assuntos
18
relacionados a sua própria vida. Além disso, a Astronomia é uma das ciências mais
antigas do mundo e dialoga de forma totalmente interdisciplinar, podendo, assim,
servir de elo entre as ciências, como a Física, Química, Biologia, História, Geografia,
Filosofia, Sociologia, Artes, entre outras.
Nota-se que os alunos são bombardeados, diariamente, com notícias em
suas redes sociais, gerando, muitas vezes, dúvidas e questionamentos sobre
assuntos como eclipses, aurora boreal, marés, sistema solar, vida extraterrestre,
temperatura da Terra, derretimento das calotas polares, eras glaciais, entre outras
diversas indagações. Como saída para resolver algumas dessas dúvidas, este
trabalho sugere uma prática lúdica para aproximar o aluno ainda mais da
comunidade científica, de uma forma leve e divertida. Instigando o tempo todo o seu
autoconhecimento e busca pelo aprender.
19
3 REVISÃO TEÓRICA DE FÍSICA
O céu profundo sempre despertou curiosidade à humanidade. É por esse
motivo que a Astronomia é tida como uma das mais antigas ciências, pois, olhar
para o céu e procurar entender tudo que está acontecendo acima de nossas
cabeças, norteou vários questionamentos que impulsionaram estudos desde os
primórdios da humanidade até os dias atuais. Até hoje, várias pessoas questionam o
porquê da Lua não colidir com a Terra, ou por que a Terra não sai descontrolada
com movimentos aleatórios pelo espaço. A resposta para muitas das indagações
sobre Astronomia que surgem no intelecto humano, vem sendo respondida por meio
do estudo da força gravitacional.
A partir de uma abordagem de Física Clássica e não Moderna, quando se
compara a atuação da força gravitacional entre objetos com tamanhos e dimensões
pequenas e a interação gravitacional, que envolve a relação entre os planetas e o
Sol, vemos que, em escala comparativa, quanto maior a massa dos objetos, maior
será a intensidade da força gravitacional e torna-se mais relevante e essencial para
o sentido da dinâmica desses movimentos. A Terra, como vista na ilustração 2, e
seus movimentos são regidos por Leis Físicas, entre as quais pode-se destacar a
atuação da força gravitacional.
Ilustração 2- Ilustração artística do Planeta Terra.
Fonte: https://solarsystem.nasa.gov/solar-system/our-solar-system/overview/
20
Pode-se dizer que a força gravitacional é uma das forças mais importantes
para descrever as relações entre planetas, estrelas e galáxias. Essa força, além de
ser responsável por manter os planetas girando ao redor do Sol, também é
responsável pela estabilidade do ser humano na Terra e ainda promove a flutuação
de objetos próximos à superfície lunar. A própria vida na Terra se dá por uma
combinação de fatores, entre eles, a produção de energia pela interação
eletromagnética e a atuação da gravitação. Pode-se dizer que a força gravitacional é
uma das responsáveis por manter a harmonia do Universo.
As análises e as observações referentes à beleza, grandiosidade e majestade
do Universo retroagem no passado desde os tempos pré-históricos. E, não por força
de expressão, a astronomia é fundamentalmente classificada como a mais velha das
ciências. Desde os tempos mais remotos, o céu vem sendo aproveitado e utilizado
como um verdadeiro calendário, relógio e mapa. As assinalações astronômicas mais
antigas se manifestam aproximadamente em 3000 a.C. por meio dos assírios,
babilônios, egípcios e chineses. Naquele tempo, os astros do céu eram observados
e, cuidadosamente, analisados com objetivos pragmáticos, por exemplo, como fazer
medição da passagem do tempo, para confecção de calendário, trazendo otimização
e organização à estrutura social, para estudar a melhor época para eficácia do
plantio e da colheita, ou até mesmo com objetivos mais vinculados a própria
astrologia, limitando-se a fazer previsões do futuro, pois, criam que os deuses do
céu detinham o poder da colheita, da chuva, da vida, e da existência como um todo,
posto, que, não tinham qualquer conhecimento das leis da natureza.
Para se ter uma ideia, os chineses, que possuem uma cultura milenar de
muitos anos antes de Cristo, compreendiam a duração do ano e utilizavam um
calendário preciso de 365 dias, muitos anos antes do calendário utilizado no
Ocidente, o denominado Calendário Gregoriano. E não só isso, mas também
legaram diversas anotações precisas de cometas, meteoros e meteoritos.
Os sumérios, babilônios, assírios e egípcios também sabiam da duração do
ano desde épocas muito antigas. Em outras partes do mundo, está espalhado a
incidência de conhecimentos astronômicos muito antigos que foram preservados no
formato de monumentos, como o de Newgrange, construído em 3200 a.C. (no
solstício de inverno o sol ilumina o corredor e a câmara central) e Stonehenge, na
Inglaterra, que data de 3000 a 1500 a.C.
21
A Grécia Antiga, por exemplo, foi berço de diversos estudiosos dos astros,
tais como, Tales de Mileto, Pitágoras de Samos, Euclides de Alexandria, Heraclides
de Pontus, Aristarco de Samos, Eratóstenes de Cirênia, Hiparco de Nicéia, e um dos
mais influentes desses mestres chamado Ptolomeu, sendo considerado o último
astrônomo mais importante da antiguidade. O mesmo era grego, possuía a
cidadania romana, e habitava em Alexandria, uma província romana no Egito.
Ptolomeu produziu uma série de, aproximadamente, treze volumes sobre
astronomia, conhecido como o Almagesto, que se caracteriza como a maior fonte de
conhecimento sobre a astronomia na Grécia.
Dito isso, é de se observar que a contribuição mais importante de Ptolomeu
foi uma representação geométrica do sistema solar, geocêntrica, com círculos e
epiciclos, em tabelas de dados que permitiam calcular, projetando o movimento dos
planetas com fantástica precisão, modelo esse que foi utilizado até o Renascimento.
A ideia do geocentrismo predominou durante muito tempo, tendo Ptolomeu
construído o mais completo modelo geocêntrico. Ptolomeu explicou o movimento
planetário por meio de uma relação entre círculos, no qual o planeta se move ao
longo do epiciclo, em que o centro se move em um círculo chamado deferente, como
se pode ver na figura abaixo:
Ilustração 3 – Expressão artística do sistema solar, levando em consideração o
modelo geocêntrico.
Fonte: http://www.fq.pt/astronomia/modelo-geocentrico
22
Quando se fala em movimento dos planetas, não se pode esquecer do
modelo geocêntrico apresentado acima, bem como do modelo heliocêntrico.
Em meados do século XVI, Nicolau Copérnico representou uma revolução na
maneira de explicar e analisar o movimento planetário. Copérnico nasceu na Polônia
e tinha uma veia matemática muito forte. Baseado nas leituras de Aristarco de
Samos sobre o Heliocentrismo, ele acreditava que o Sol no centro do Universo tinha
mais lógica do que o planeta Terra ocupando esse lugar. Ele manteve a ideia de que
os planetas descreviam órbitas perfeitamente circulares, como Ptolomeu, mas fez
algumas mudanças no modelo planetário, tais como: a Terra era só mais um dos
seis planetas conhecidos até o momento e não ocupava o centro do modelo;
relacionou os planetas por distâncias em relação ao Sol; deduziu que quanto mais
perto do Sol, maior a velocidade da orbita do planeta, e quanto mais longe, menor
seria a velocidade dele; e, a mais diferente definição de Ptolomeu, o Sol estava no
centro, constituindo assim o modelo Heliocêntrico, como mostra a figura abaixo:
Ilustração 4 – Ilustração artística do sistema solar, baseada no modelo Heliocêntrico
Copernicano.
Fonte: http://www.fq.pt/astronomia/modelo-heliocentrico
Por mais que Copérnico tenha feito algumas descobertas e análises
relevantes sobre o modelo planetário, ele ainda não conseguia explicar as posições
dos planetas de forma precisa, nem o movimento da Terra, assim como o formato
das órbitas dos planetas. Um pouco depois do falecimento de Copérnico, nasceu
Tycho Brahe, um grande astrônomo observacional (OLIVEIRA FILHO; SARAIVA,
2000, p. 75). Tycho não acreditava no modelo de Copérnico, mas seu material
23
desenvolvido, ao longo de anos, por meio das observações dos astros, levaram ao
desenvolvimento do que hoje se chama de Leis de Kepler do Movimento Planetário.
Johhannes Kepler foi ajudante de Brahe em seu laboratório, onde teve acesso
ao acervo de dados observacionais. Na morte de Tycho, Kepler ficou com todo
material escrito por ele. Matemático e amante das ideias heliocêntricas de
Copérnico, ele passou a estudar mais sobre os movimentos. Assim se deu início ao
desenvolvimento das Leis de Kepler.
A partir do estudo do movimento da Lua e dos planetas, Newton definiu a
atuação da força gravitacional entre corpos de qualquer natureza. A Lei Newtoniana
da Gravitação Universal pode assim ser definida:
“Um corpo no Universo atrai outro corpo qualquer com uma força diretamente
proporcional ao produto das massas desses corpos e de inversa proporcionalidade
ao quadrado da distância entre esses corpos”.
Tomando como exemplo a força gravitacional entre a Lua e a Terra, Newton
percebeu que ela era responsável pela aceleração centrípeta necessária para
manter a Lua em órbita da Terra.
Podendo expressar matematicamente da seguinte forma:
- Força resultante centrípeta:
𝑭 = (𝑚𝒗²
𝑟) (1),
Onde F é o vetor força gravitacional, “m” é a massa do planeta Terra, V é o vetor
velocidade com que o planeta se movimenta em relação ao Sol e “r” a distância
entre o planeta e o Sol. Tratando apenas o módulo da velocidade e para definir o
período (P) do movimento, será tomada uma órbita aproximadamente circular, em
que:
𝑃 =2𝜋𝑟
𝑣 (2).
A partir da Terceira Lei de Kepler, que mostra a direta proporcionalidade entre
os quadrados dos períodos de revolução dos planetas e os cubos dos raios médios
de suas órbitas ao redor do Sol, temos que:
𝑘 =𝑃2
𝑟3 (3).
Manipulando a equação 1, a equação 2 e a equação 3, e tratando apenas a
magnitude do vetor força, temos:
24
𝐹 = 𝑚𝑣²
𝑟 → 𝑣² =
𝐹𝑟
𝑚 (4).
𝑃 =2𝜋𝑟
𝑣 → 𝑣 =
2𝜋𝑟
𝑃 (5),
𝑘 =𝑃2
𝑟3 → 𝑃² = 𝑘𝑟³ (6).
Elevando ao quadrado a equação 2 e igualando o resultado encontrado a
equação 6, temos:
4𝜋2𝑟2
𝒗2= 𝑘𝑟3
4𝜋2
𝒗2 = 𝑘𝑟 (7).
Reorganizando a equação 7e isolando o termo 𝑉2 , temos:
𝑘 = 4𝜋²
𝑣²𝑟 → 𝑣² =
4𝜋²
𝑘𝑟 (8).
Desta forma podemos utilizar as seguintes relações de proporcionalidades:
∴ 𝑣2 ∝ 1
𝑟 Devido à proporcionalidade encontrada, temos:
𝐹 ∝ 𝑚1
𝑟
1
𝑟
∴ 𝐹 ∝ 𝑚
𝑟2 (9),
Onde F é a força que a Terra exerce sobre o Sol. Sabe-se que em acordo
com a Terceira Lei Newtoniana toda ação corresponde a uma reação de mesma
intensidade, mesma direção, porém em sentido contrário. Logo:
𝐹 ∝ 𝑀
𝑟2 (10),
Atentando-se que M é a massa do corpo maior e m a massa do corpo menor.
Assim, Newton pôde concluir e expressar a Lei da Gravitação Universal que
rege os movimentos dos planetas e dos corpos em órbita:
𝐹 =𝐺 𝑀 𝑚
𝑟² (11).
Onde G é a constante da Gravitação Universal que mantém a
proporcionalidade da equação. Podemos analisar, a partir da equação 11, que há
uma proporcionalidade entre a força de interação entre os objetos celestes e a
25
massa deles, e uma inversa proporcionalidade ao quadrado da distância que separa
esses corpos.
Devido à simetria esférica, os planetas se comportam como massas pontuais,
assim, se facilita o cálculo gravitacional entre eles. A força resultante atuante sobre
um corpo pode ser entendida como:
FR = F centro de massa + dF (12).
A forma diferencial da Força gravitacional pode ser explicada como a
diferença entre interações gravitacionais aplicadas entre duas partículas próximas
por outro corpo que esteja distante. Como podemos ver no esquema abaixo:
Onde R é a distância entre o corpo externo e os outros dois corpos próximos,
e r é a distância entre os corpos mais próximos.
Assim temos:
∆𝐹 = 𝐹1− 𝐹2 (13).
Onde F1 é a intensidade da força gravitacional entre o corpo externo (M) e o
corpo próximo ( m1). E a F2 é a intensidade da força gravitacional entre o corpo
externo (M) e o corpo próximo( m2).
Como se definiu anteriormente na equação 11:
𝐹 =𝐺 𝑀 𝑚
𝑟² (11),
E aplicando essa equação ao esquema acima, temos:
𝐹1 =𝐺 𝑀 𝑚1
𝑅² 𝐹2 =
𝐺 𝑀 𝑚2
(𝑟+𝑅)² (14),
Assim:
𝐹1− 𝐹2 = 𝐺 𝑀 [𝑚1
𝑅²−
𝑚2
(𝑟 + 𝑅)²]
𝐹1− 𝐹2 = 𝐺 𝑀 [𝑚1
𝑅²−
𝑚2
(𝑟2 + 2𝑟𝑅 + 𝑅²)]
𝐹1− 𝐹2 = 𝐺 𝑀 [(𝑟2+2𝑟𝑅+𝑅²)𝑚1−𝑅²𝑚2
(𝑟2+2𝑟𝑅+𝑅²)𝑅²] (15),
R r
m1 m2 M
26
Admitindo-se que as massas m1 e m2 são iguais a “m” e manipulando a
equação, teremos:
𝐹1− 𝐹2 = 𝐺𝑀𝑚 [𝑟2 + 2𝑟𝑅 + 𝑅² − 𝑅²
(𝑟2 + 2𝑟𝑅 + 𝑅²)𝑅²]
𝐹1− 𝐹2 = 𝐺𝑀𝑚 [2𝑟𝑅 + 𝑟²
𝑅4 + 2𝑅³𝑟 + 𝑅²𝑟²]
𝐹1− 𝐹2 = 𝐺𝑀𝑚 [2𝑟𝑅+𝑟²
𝑅4(1+2𝑟
𝑅+
𝑟²
𝑅²)] (16),
Analogamente, teremos acima na forma vetorial:
𝑭1− 𝑭2 = 𝐺𝑀𝑚 [2𝑟𝑅+𝑟²
𝑅4(1+2𝑟
𝑅+
𝑟²
𝑅²)] (17).
Admitindo que a distância entre as partículas 1 e 2 é muito menor que a
distância entre elas e o corpo M, teremos: r >> R. Isso traz as seguintes
consequências:
2𝑟
𝑅≈ 0
𝑟2
𝑅2 ≈ 0 2𝑟𝑅 + 𝑟2 ≈ 2𝑅 (18).
Aplicando essas consequências teremos:
𝑭1− 𝑭2 = [𝐺𝑀𝑚 (2𝑅
𝑅4)] ȓ , então: 𝑭1− 𝑭2 = [2𝐺𝑀𝑚
𝑅³] ȓ,
Obtendo-se assim:
∴ ∆𝑭 = [2𝐺𝑀𝑚
𝑅³] ȓ (19).
Pode-se chegar ao mesmo resultado obtido na equação acima derivando a
equação 11 da Lei da Gravitação Universal em dr que é uma distância infinitesimal.
Segue a demonstração abaixo:
Como 𝐹 =𝐺 𝑀 𝑚
𝑟² (Equação 11), derivando o módulo da força em relação a dr
obtém-se:
𝑑𝐹
𝑑𝑟= −2𝐺 𝑀 𝑚 𝑅−3
27
𝑑𝐹
𝑑𝑟=
−2𝐺 𝑀 𝑚
𝑅³
𝑑𝐹 =−2𝐺 𝑀 𝑚
𝑅³ 𝑑𝑟 (20).
Assim, temos a Lei da Gravitação Universal na forma diferencial. E na forma
vetorial, observando que o sentido do vetor r aponta no sentido da força. Podemos
escrever assim:
𝑑𝑭 =2𝐺 𝑀 𝑚
𝑅³ 𝑑𝒓 (21).
Observando que o sinal da equação ficou positivo, pois a força é atrativa, logo
sua derivada será positiva.
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4 PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA ENSINO DE ASTRONOMIA
OBJETIVOS PRINCIPAIS
I. Elencar e observar para futura utilização os conhecimentos prévios dos
discentes sobre o sistema solar, eclipses e observação do céu;
II. Observar a compreensão dos estudantes quanto a relação entre as
dimensões terrestres e as dimensões astronômicas;
III. Entender os movimentos de rotação e translação dos astros;
IV. Entender o fenômeno das fases da Lua;
V. Compreender os diferentes tipos de eclipses lunar e solar;
VI. Compreender os fenômenos astronômicos;
VII. Conhecer o sistema solar, assim como a dimensão, a temperatura e o
tamanho dos planetas que constituem o sistema solar;
VIII. Compreender a formação e estrutura dos satélites naturais.
Conteúdos:
Rotação, translação, dimensões, fases da Lua, marés, sistema solar, lua, aurora
boreal, reconhecimento do céu, eclipse solar e eclipse lunar.
Tempo estimado:
Quatro etapas, cada etapa terá a duração de uma aula (40 minutos cada)
Etapas e atividades desenvolvidas:
I. Primeira etapa:
Apresentação da proposta de atividade aos discentes e aplicação do
questionário para sondagem dos conhecimentos prévios dos mesmos.
II. Segunda etapa:
Desenvolvimento de atividades para ampliação do conhecimento dos
discentes:
Atividade 1: Modelo do sistema solar, usando bolas de isopor com
dimensões diferentes.
Atividade 2: Modelos de Lua, Terra e Sol, usando bolas de isopor com
tamanhos diferentes.
Atividade 3: Caixa dos eclipses. Modelos da Terra, Lua, e Sol, com
barbantes, para estudar movimento, propagação da luz e Eclipses.
III. Terceira etapa:
Aplicação do jogo de tabuleiro “Desvendando os segredos do Universo”.
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IV. Quarta etapa:
Aplicação do questionário para sondagem do aprendizado dos discentes
quanto ao conteúdo abordado na proposta.
Primeira etapa:
Materiais utilizados: apresentação expositiva utilizando o programa Prezi e
questionários em papel de ofício.
Desenvolvimento:
- Iniciar a atividade apresentando a proposta de trabalho e suscitar nos alunos o
interesse pelo assunto a ser abordado;
- Distribuir os questionários por alunos e definir o tempo disponível para resposta;
- Recolher os questionários após o tempo disponibilizado para futuras análises
dos dados obtidos.
Segunda etapa:
1ª Atividade:
Materiais utilizados: Modelo do sistema solar em isopor.
Desenvolvimento:
- Montar em uma superfície plana, por exemplo o chão, o sistema solar feito de
isopor;
- Instigar a participação dos alunos para a identificação da posição de cada astro
no sistema solar;
- Inicialmente, apresentar os planetas aos alunos e, após, organizá-los em sua
posição correta;
- Após montada a representação, iniciar a discussão com os alunos,
evidenciando as características de cada planeta, tais como, tamanho e
temperatura.
2ª Atividade:
Materiais utilizados: Modelos da Terra, Lua e Sol em isopor.
Desenvolvimento:
- Selecionar três alunos na sala de aula, cada um segurará um dos astros;
- Iniciar, então, a discussão sobre movimento de rotação e translação. Fazendo
com que os alunos executem os respectivos movimentos;
- Após, usar os modelos para discutir sobre fases da Lua e Marés.
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3ª Atividade:
Materiais utilizados: Caixa dos Eclipses.
Desenvolvimento:
- Abrir a Caixa dos Eclipses e apresentar seu funcionamento aos alunos;
- Iniciar as discussões sobre eclipses;
- Mostrar a diferença entre o eclipse lunar e o eclipse solar.
4ª Atividade:
Materiais utilizados: Tabuleiro em lona do jogo “Desvendando os segredos
do Universo”
Desenvolvimento:
- Dividir a turma em dois grandes grupos. Esses grupos representarão equipes
adversárias;
- Definir o líder de cada grupo para representar cada grupo no comando e na
direção do foguete. Somente o líder pode escolher a cartinha e responder a
alternativa escolhida pelo grupo como resposta à questão retirada;
- Escolher um espaço plano com no mínimo 3,0 x 3,0 m de dimensões. Desdobre
a lona onde estará o tabuleiro e abra-a sobre uma superfície polida. Montar a
mesa e distribuir as cartas embaralhadas e com o lado que possui o nome do
jogo visível. Assim, os jogadores não verão o conteúdo das cartas e vão escolher
aleatoriamente;
- Distribuir, entre as cartas das perguntas, cartas com algumas punições e
algumas com bônus;
- Verificar se todos os jogadores estão com seus celulares desligados e se não
estão portando qualquer material para consulta, pois deve ficar claro que eles só
poderão responder com o conhecimento próprio. Não podendo, assim, ter acesso
a nenhum meio material. Montar todo cenário do espaço, colocando os foguetes
e as estrelas, para assim gerar um ambiente mais lúdico e interessante para os
jogadores, os dando a sensação de uma real viagem ao espaço.
- Entregar a cada líder o capacete astronáutico. Somente o portador do capacete
terá autonomia e validade na escolha da resposta, evitando que várias repostas
sejam escolhidas pelos diferentes componentes do grupo. Enfatizar que a única
resposta aceita será a do líder que portar o capacete astronáutico. Além do
capacete, o líder recebe a sua peça foguete, foguete este que representará o seu
grupo no tabuleiro;
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- Anunciar a equipe vencedora da competição, equipe esta que conseguir
completar toda viagem pelo espaço e chegar ao fim do tabuleiro primeiro,
retornando ao seu planeta Terra.
Terceira etapa:
Materiais utilizados: Questionários em papel de ofício.
Desenvolvimento:
- Iniciar a atividade agradecendo a participação dos discentes na atividade
proposta;
- Distribuir os questionários por alunos e definir o tempo disponível para
responder;
- Recolher os questionários após o tempo disponibilizado para futuras análises
dos dados obtidos.
Avaliação:
A avaliação fica a partir da análise das respostas dadas pelos discentes no
pós-questionário, assim como uma avaliação comparativa entre o pré e o pós-
questionário.
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5 PESQUISA E ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS
Seguindo as etapas propostas pela sequência didática exposta anteriormente,
a primeira etapa foi a aplicação do pré-questionário para obter uma análise dos
conhecimentos prévios dos discentes. O objetivo do pré questionário é investigar
qual a ligação, interesse e conhecimento prévio dos discentes a respeito da
astronomia e sua relevância em sala de aula no ensino médio, tanto como sua
interação com as outras disciplinas. Assim, na escolha do questionário, vê-se a
relação entre a sua aplicação com o objetivo geral desta dissertação, que é inserir e
suscitar o interesse pela Astronomia no ensino básico. O pós-questionário tem como
objetivo analisar os conhecimentos adquiridos com as atividades propostas pela
sequência didática. Observando se a proposta deste trabalho foi relevante para o
processo de ensino-aprendizagem dos discentes.
A escolha da Escola Estadual Dom José Adelino Dantas, escola de ensino
fundamental, médio e EJA, foi baseada no fato de que a autora do trabalho leciona
nesse estabelecimento de ensino e encontrou interesse pelo assunto pesquisado.
Como a docente desenvolve diversas atividades no âmbito da Astronomia, ela viu a
importância de proporcionar o contato com essa ciência para seus discentes
aprenderem e compreenderem o funcionamento básico do Universo ao qual eles
estão inseridos. É importante salientar que os alunos que responderam ao
questionário cursavam a segunda série do ensino médio.
5.1 OS QUESTIONÁRIOS
O questionário tem questões referentes ao conhecimento geral da Astronomia
e Astronáutica, assim como questões da relação da Astronomia com as outras
disciplinas lecionadas em sala de aula, e perguntas referentes à história da
Astronomia. Ele é composto por quinze afirmativas para julgar cada uma como falsa
ou verdadeira. Foi aplicado dois questionários, cada um com quinze questões. O
primeiro questionário (pré-questionário) tinha como objetivo analisar o conhecimento
prévio dos discentes, já o segundo questionário (pós-questionário) foi aplicado após
a aplicação da sequência didática, com o objetivo de analisar os conhecimentos
adquiridos pelos estudantes durante o processo. O uso de dois questionários se
justifica por constituir material para compararmos a aprendizagem dos alunos.
33
O questionário procurou verificar o conhecimento de Astronomia dos
discentes. Segue abaixo as perguntas e análises gráficas do pré-questionário.
Afirmativa 1 ( ) A Lua é um satélite natural que está em órbita ao redor do planeta
Terra. Sendo assim, somente o planeta Terra tem lua.
Essa questão tem a finalidade de verificar a visão que os discentes têm
acerca do que é um satélite natural e sobre a existência de satélites que orbitam os
planetas do Sistema Solar. Segue abaixo o gráfico que relaciona os acertos e erros
dos discentes.
Gráfico 1 - Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento de satélite natural.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisar o gráfico 1, observa-se que 60,87% dos discentes responderam
que a afirmativa estava falsa, porém 39,13% afirmaram que essa afirmativa estava
verdadeira. Como já relatado anteriormente, o estudo da Astronomia é, muitas vezes
inacessível; dessa forma, o aluno deixa de compreender fenômenos que estão
totalmente envolvidos em sua vida cotidiana. Pela análise do gráfico podemos inferir
que na vida acadêmica desses alunos, grande parte estudou conceitos como
34
satélites naturais e outros planetas, mas uma boa parcela da turma ainda não
compreendia o que é um satélite natural.
Afirmativa 2 ( ) O sistema solar apresenta alguns planetas que têm como o sol a
sua estrela. Cada planeta apresenta diferentes temperaturas. Vênus, devido à
composição dos gases que o constituem, apresenta maior temperatura média.
Essa questão tem a finalidade de verificar o conhecimento dos discentes
acerca de temperatura média dos planetas que constituem o Sistema Solar. Segue
abaixo o gráfico que relaciona os acertos e erros dos discentes.
Gráfico 2 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento dos planetas do sistema solar.
Fonte: Autora (2019)
De acordo com o gráfico 2, nota-se que 56,52% dos discentes responderam
que a afirmativa estava verdadeira, porém 43,48% afirmaram que essa afirmativa
estava falsa. Observa-se que quase metade da turma errou a resposta, assim pode-
se inferir que os discentes não possuem conhecimento sobre as características dos
planetas, nem sobre a temperatura deles.
35
Afirmativa 3 ( ) Asteroides são corpos que orbitam o Sol, assim como os planetas,
porém de tamanho menor quando comparados aos planetas. Os asteroides são
planetas e também fazem parte do sistema solar.
Essa questão tem a finalidade de verificar o conhecimento dos discentes
acerca de asteroides e suas dimensões quando comparados aos planetas. Segue
abaixo o gráfico que relaciona os acertos e erros dos discentes.
Gráfico 3 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento de asteroides.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 3, pode-se afirmar que 86,96% dos discentes
responderam que a afirmativa estava falsa, e somente 13,04% afirmaram que essa
afirmativa estava verdadeira. Dessa forma, observa-se que os alunos possuem
conhecimento sobre objetos celestes e suas classificações, conseguindo distinguir
planetas de asteroides.
36
Afirmativa 4 ( ) O Sol tem cerca de 99% da massa do Sistema Solar.
Essa questão tem a finalidade de verificar o conhecimento dos discentes
acerca do dimensionamento do Sistema Solar e uma relatividade quanto a
distribuição de massa nesse sistema. Segue abaixo o gráfico que relaciona os
acertos e erros dos discentes.
Gráfico 4 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento da massa do Sol.
Fonte: Autora (2019)
Ao avaliarmos o gráfico 4, vê-se que 52,17% dos discentes responderam que
a afirmativa estava falsa, porém 47,83% afirmaram que essa afirmativa estava
verdadeira. Observa-se, nessa questão, mais erros que acertos, o que nos faz inferir
que os alunos não possuem conhecimento suficiente para compreender a relação
das massas dos objetos celestes que compõem o sistema solar.
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Afirmativa 5 ( ) O sol é o maior de todos os planetas do sistema solar.
Essa questão tem a finalidade de verificar o conhecimento dos discentes
acerca do reconhecimento e a classificação de cada astro que constitui o Sistema
Solar. Segue abaixo o gráfico que relaciona os acertos e erros dos discentes.
Gráfico 5 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento do Sol.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 5, observa-se que 52,17% dos discentes
responderam que a afirmativa estava falsa, porém 47,83% afirmaram que essa
afirmativa estava verdadeira. Nota-se que há uma confusão quanto a classificação
de cada objeto celeste que compõe o sistema solar, pois quase que metade da
turma confundiu o sol como um planeta.
Afirmativa 6 ( ) Vênus, conhecido como estrela d’alva, é uma estrela de grande
magnitude.
Essa questão tem a finalidade de verificar o conhecimento dos discentes
acerca do senso comum que classifica o planeta Vênus como uma estrela, devido a
sua magnitude e aparecimento no céu ao fim da tarde. Segue abaixo o gráfico que
relaciona os acertos e erros dos discentes.
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Gráfico 6 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento do planeta Vênus.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 6, vemos que 60,87% dos discentes responderam
que a afirmativa estava falsa, porém 39,13% afirmaram que essa afirmativa estava
verdadeira. Diferentemente da questão anterior, observamos que boa parte dos
alunos sabem que Vênus, por mais que seja conhecida como estrela D’alva, não é
uma estrela e sim um planeta.
Afirmativa 7 ( ) Os planetas que constituem o sistema possuem tamanhos
diferentes, porém alguns apresentam diâmetro aproximado ao da Terra. Marte
possui aproximadamente metade do diâmetro terrestre.
Essa questão tem a finalidade de verificar o conhecimento dos discentes
acerca da dimensão dos planetas que constituem o Sistema Solar, assim como a
comparação com o diâmetro da Terra, planeta em que eles vivem. Segue abaixo o
gráfico que relaciona os acertos e erros dos discentes.
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Gráfico 7 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento das dimensões do planetas.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 7, nota-se que 60,87% dos discentes responderam
corretamente à questão, contra 39,13% de erros. Inferindo, então, que uma boa
porcentagem da turma compreende dimensões dos planetas no sistema solar.
Afirmativa 8 ( ) A Lua, por ser um satélite natural orbita a Terra e,
consequentemente, o Sol. Durante a maior parte das noites do mês, a Lua fica
visível. A visibilidade da Lua é possível devido a Lua refletir a luz emitida pelo Sol.
Essa questão tem a finalidade de verificar o conhecimento dos discentes
acerca de corpo luminoso e corpo iluminado. Segue abaixo o gráfico que relaciona
os acertos e erros dos discentes.
40
Gráfico 8 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento da Lua.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 8, observa-se que 82,61% dos discentes
responderam corretamente à questão. Inferindo, assim, que a turma analisada
detinha o conhecimento sobre corpo iluminado e corpo luminoso, conteúdo
provavelmente estudado ao longo das aulas de artes.
Afirmativa 9 ( ) A cada 31 dias, têm-se a repetição da fase lunar.
Essa questão tem a finalidade de verificar o conhecimento dos discentes acerca
do período sideral. Segue abaixo o gráfico que relaciona os acertos e erros dos
discentes.
41
Gráfico 9 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento da durabilidade da faz lunar.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 9, nota-se mais erros que acertos, com uma
porcentagem de 13,04% a mais de erros. A partir disso, é possível inferir que os
alunos não compreendem o tempo das repetições das fases lunares. Voltando a
evidenciar desconhecimento de algo que envolve o seu total cotidiano, que é a Lua.
Afirmativa 10 ( ) O sistema solar é constituído por 9 planetas, incluindo Plutão.
Essa questão tem a finalidade de verificar o conhecimento dos discentes
acerca dos planetas que constituem o Sistema Solar, assim mostrando a atual
configuração, na qual Plutão não é mais considerado planeta. Segue abaixo o
gráfico que relaciona os acertos e erros dos discentes.
42
Gráfico 10 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento dos planetas do sistema solar.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 10, vê-se que 41,38% dos discentes responderam
que a afirmativa estava falsa, porém 58,62% afirmaram que essa afirmativa estava
verdadeira. Observamos uma porcentagem maior de erros nessa questão, o que nos
leva a inferir que o aluno ainda tem a visão antiga de sistema solar, quando plutão
ainda era considerado um planeta.
Afirmativa 11 ( ) As manchas solares são regiões que apresentam temperaturas
reduzidas.
Essa questão tem a finalidade de verificar o conhecimento dos discentes
acerca da temperatura do Sol. Segue abaixo o gráfico que relaciona os acertos e
erros dos discentes.
43
Gráfico 11 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento das manchas solares.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 11, nota-se uma diferença relevante entre as
porcentagens de erros e acertos, com 57,9% a mais de erros. A partir disso, é
possível inferir que os alunos desconhecem as temperaturas do Sol.
Afirmativa 12 ( ) Uma unidade astronômica muito utilizada é ano-luz. Essa é uma
unidade de medida de tempo.
Essa questão tem a finalidade de verificar o conhecimento dos discentes
acerca de unidade de medida usada na Astronomia. Segue abaixo o gráfico que
relaciona os acertos e erros dos discentes.
44
Gráfico 12 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao
conhecimento das unidades astronômicas.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 12, observa-se que 73,91% dos discentes erraram a
questão, contra 26,09% de acertos. Pode-se inferir que há uma confusão quando o
assunto estudado são as unidades de medidas. Talvez, esse erro tenha sido
motivado pelo nome da unidade, que sugere uma medida de tempo.
Afirmativa 13 ( ) Um dos fenômenos astronômicos mais belos de observar é o
eclipse. Para a ocorrência de um eclipse é necessário o alinhamento dos três astros,
Terra, Lua e Sol.
Essa questão tem a finalidade de verificar o conhecimento dos discentes
acerca do fenômeno astronômico Eclipse. Segue abaixo o gráfico que relaciona os
acertos e erros dos discentes.
45
Gráfico 13 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento dos eclipses.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 13, nota-se que 69,57% dos discentes responderam
que a afirmativa estava verdadeira, contra 30,43% dos alunos que afirmaram estar
falsa. Isso mostra que a maior parcela dos alunos detem conhecimento a respeito do
alinhamento dos astros para que ocorra o fenômeno astronômico.
Afirmativa 14 ( ) O Eclipse Solar ocorre quando a Lua fica encoberta pela Terra.
Essa questão tem a finalidade de verificar o conhecimento dos discentes
acerca do acontecimento do Eclipse Solar. Segue abaixo o gráfico que relaciona os
acertos e erros dos discentes.
46
Gráfico 14 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao
conhecimento do eclipse solar.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 14, vê-se que houve mais acertos que erros, com
uma diferença de 56,52% a mais de acertos. Inferindo, assim, que a turma, em
geral, possui conhecimento prévio sobre o posicionamento dos astros para a
ocorrência do eclipse solar.
Afirmativa 15 ( ) O Eclipse Lunar ocorre quando o Sol fica encoberto pela Terra.
Essa questão tem a finalidade de verificar o conhecimento dos discentes
acerca do Eclipse Lunar. Segue abaixo o gráfico que relaciona os acertos e erros
dos discentes.
47
Gráfico 15 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento do eclipse lunar.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 15, observa-se que houve mais acertos que erros,
com uma diferença maior de acertos que o gráfico 14, apresentando 4,35% a mais
de acertos. Inferindo assim que a turma, em geral, possui conhecimento prévio
sobre o posicionamento dos astros para a ocorrência do eclipse lunar.
48
Segue abaixo as perguntas e análises gráficas do pós-questionário.
Afirmativa 1 ( ) A justificativa para a ocorrência das estações do ano é a
inclinação do eixo da Terra em relação ao Sol.
Gráfico 16 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento das estações do ano.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 16, nota-se que houve 100% de acertos. Dessa
forma, pode-se observar que a turma, em sua totalidade, adquiriu o conhecimento
dialogado durante o processo da sequência didática. Na qual, na etapa da Caixa
dos Eclipses, foi discutido o posicionamento do planeta Terra em relação ao Sol,
assim como o movimento de translação e rotação.
Afirmativa 2 ( ) O sistema solar apresenta alguns planetas que têm como o sol a
sua estrela. Cada planeta apresenta diferentes temperaturas. Mercúrio, devido à
aproximação em relação ao Sol, apresenta maior temperatura média.
49
Gráfico 17 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento da temperatura dos planetas solares.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 17, vê-se que houve mais acertos que erros,
comparando os acertos das duas questões feitas no pré-questionário, que se
referiam à temperatura dos objetos celestes que compõem o sistema solar. O que
nos leva a inferir uma melhoria na aprendizagem do tema.
50
Afirmativa 3 ( ) A Terra é o maior planeta do Sistema Solar.
Gráfico 18 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento do tamanho do planeta Terra.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 18, observa-se que houve 100% de acertos.
Inferindo que a turma, em sua totalidade, adquiriu o conhecimento dialogado durante
o processo da sequência didática, na qual foi discutida as dimensões do sistema
solar. Quando comparamos a questão do pré-questionário, que se referia a
dimensão dos corpos celestes que constituem o sistema solar, vemos uma
significativa melhoria na aprendizagem. Isso nos leva a acreditar que a etapa da
sequência didática foi bem absorvida pelos discentes.
51
Afirmativa 4 ( ) Para a ocorrência do Eclipse é necessário o alinhamento dos três
astros, Sol, Lua e Terra. No caso do Eclipse Solar, o Sol fica encoberto pela Lua.
Logo, a Lua fica entre o Sol e a Terra.
Gráfico 19 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao
conhecimento dos Eclipses.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 19, vê-se que houve mais acertos que erros,
totalizando quase que 100% da turma com êxito nessa questão. O que nos faz
comparar com a questão do pré-questionário que indagava sobre eclipses, na qual
cerca de 31% dos discentes tinham errado a questão. Isso nos faz inferir que a
Caixa dos Eclipses foi uma ferramenta bem aproveitada para a aprendizagem dos
alunos.
52
Afirmativa 5 ( ) Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar e possui mais de 60
satélites naturais.
Gráfico 20 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento do tamanho do planeta Júpiter e suas luas.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 20, observa-se que houve mais acertos que erros,
com 72,22% de acertos na turma. Podemos inferir que os discentes apresentaram
uma melhoria quanto às dimensões dos corpos celestes que constituem o sistema
solar.
53
Afirmativa 6 ( ) Mercúrio possui atmosfera e duas luas, Fobos e Deimos.
Gráfico 21 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento da inexistência de satélites naturais em Mercúrio.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 21, nota-se que houve mais acertos que erros,
porém quando comparamos a pergunta do pré-questionário equivalente sobre
satélites naturais dos planetas do sistema solar, vemos praticamente uma
estabilidade no percentual de erros e acertos. O que nos faz inferir que os discentes
ainda não conseguem distinguir os satélites de cada planeta do sistema solar, isso
pode ocorrer pelo fato de realmente ser muito complicado a compreensão desse
ponto.
54
Afirmativa 7 ( ) A Lua é o maior satélite natural do Sistema Solar.
Gráfico 22 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao
conhecimento das dimensões dos satélites naturais.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 22, vê-se que houve mais acertos que erros,
comparando os acertos das duas questões feitas no pré-questionário que se
referiam aos satélites naturais. Logo, vemos uma relevante melhoria no índice de
acertos. O que nos leva a inferir uma melhoria na aprendizagem do tema.
55
Afirmativa 8 ( ) O Sistema Solar tem esse nome por ter como estrela o Sol. Em
torno do Sol, temos os planetas Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno,
Urano e Netuno; além de inúmeras luas, cometas, asteroides, entre outros objetos
astronômicos.
Gráfico 23 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento da constituição do sistema solar.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 23, vê-se que houve mais acertos que erros,
totalizando quase que 100% da turma com êxito nessa questão. O que nos faz
comparar à questão do pré-questionário que indagava sobre os planetas que
constituem o sistema solar, na qual houve mais erros que acertos. Podemos
acreditar que o Jogo “Desvendando os Segredos do Universo” foi uma ferramenta
bem aproveitada para a aprendizagem dos alunos.
56
Afirmativa 9 ( ) O Eclipse Lunar é um evento astronômico que acontece durante
o dia, onde a Lua fica encoberta pelo Sol.
Gráfico 24 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao
conhecimento do Eclipse Lunar.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 24, nota-se que houve mais acertos que erros,
porém quando comparado às questões que indagavam sobre eclipses no pré-
questionário, vemos um equilíbrio no percentual, mantendo o índice de acertos em
cerca de 62 %.
57
Afirmativa 10 ( ) O Sistema Solar é constituído por 4 planetas rochosos e 4
planetas gasosos, incluindo Plutão.
Gráfico 25 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento da divisão e classificação dos planetas do Sistema Solar.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 25, vê-se, novamente, uma questão com 100% de
acertos. Inferindo que a turma, em sua totalidade, adquiriu o conhecimento
dialogado durante o processo da sequência didática, na qual foi discutida a
organização planetária do sistema solar e também a classificação de cada planeta
no que diz respeito à sua constituição. Isso nos leva a acreditar que as etapas da
sequência didática foram bem absorvidas pelos discentes.
58
Afirmativa 11 ( ) Galileu Galilei fez a primeira observação conhecida de satélites
naturais girando em torno de outro planeta. Com sua luneta ele observou quatro luas
de Júpiter.
Gráfico 26 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento da História de Galileu.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 26, nota-se que houve mais acertos que erros. Com
77,78% de acertos e apenas 22,22%. O que nos leva a crer que iniciação à História
da Ciência, feita na apresentação oral, trouxe-nos resultados positivos quanto ao
aprendizado dos estudantes.
59
Afirmativa 12 ( ) A observação da Lua, o único satélite natural da Terra, deve-se
ao fato dela irradiar sua luz própria, já que ela se trata de um corpo luminoso.
Gráfico 27 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento de fonte luz primária e secundária.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 27, observa-se que houve mais acertos que erros,
com um percentual de 77,78 % a mais de acertos. Comparando a questão do pré-
questionário que indagava sobre satélites naturais, vemos um aprimoramento das
respostas, aumentando o índice de acertos.
60
Afirmativa 13 ( ) Saturno é um planeta famoso pelos seus anéis. Porém não é
somente ele que possui anéis no Sistema Solar.
Gráfico 28 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento dos anéis dos planetas do Sistema Solar.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 28, observa-se, novamente, uma questão com 100%
de acertos. Isso nos leva a inferir que a turma, em sua totalidade, adquiriu o
conhecimento dialogado durante o processo da sequência didática, na qual foi
discutida a constituição de cada planeta do sistema solar. Acredita-se, então, que as
etapas da sequência didática foram bem aplicadas pelos discentes.
61
Afirmativa 14 ( ) Somente existem planetas ao redor do Sol, já que só existe o
Sol como estrela em todo Universo.
Gráfico 29 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento sobre outras estrelas no Universo além do Sol.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 29, vê-se que houve mais acertos que erros, com
um percentual de 77,78 % de acertos e apenas 22,22% de erros. O que nos leva
inferir que os alunos interagiram e aprenderam durante a aula expositiva, na qual foi
relatada a existência de planetas extrasolares, assim como também outras estrelas
na imensidão do Universo.
62
Afirmativa 15 ( ) Astronomia e Astrologia são ciências que estudam os astros e o
Universo no qual eles estão inseridos.
Gráfico 30 – Resultado da análise de erros e acertos dos discentes quanto ao conhecimento da diferença entre Astrologia e Astronomia.
Fonte: Autora (2019)
Ao analisarmos o gráfico 30, nota-se que, diferente de todas as questões do
pós-questionário, essa foi a única que apresentou mais erros que acertos. Com um
percentual muito relevante de cerca de 75% a mais de erros. Infere-se, então, que o
estudante ainda possui a confusão ao considerar a Astrologia como uma ciência
válida, comparando-a como Astronomia e não como uma pseudo ciência. Isso pode
ser fruto de suas atividades cotidianas, nas quais algumas pessoas usam a
astrologia para guiar atividades diárias e o rumo de suas vidas.
63
5.2 ANÁLISE COMPARATIVA DOS RESULTADOS
A seguir temos uma análise geral com todas as questões do pré-questionário
e do pós-questionário para obtermos dados comparativos da aplicação da sequência
didática sugerida por esse trabalho, e, consequentemente, a aplicação do jogo
“Desvendando os segredos do Universo” e da “Caixa dos Eclipses” com o objetivo
de aprimorar o processo ensino-aprendizagem dos estudantes.
Abaixo seguem dois gráficos comparando todos os acertos e erros dos dois
questionários, o pré e o pós. Assim como uma análise desses resultados.
Gráfico 31 - Comparativo com proporção de erros no pré e no pós-questionário.
Fonte: Autora (2019)
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
Qu
estã
o 1
Qu
estã
o 2
Qu
estã
o 3
Qu
estã
o 4
Qu
estã
o 5
Qu
estã
o 6
Qu
estã
o 7
Qu
estã
o 8
Qu
estã
o 9
Qu
estã
o 1
0
Qu
estã
o 1
1
Qu
estã
o 1
2
Qu
estã
o 1
3
Qu
estã
o 1
4
Qu
estã
o 1
5
Erros no pré questionário
Erros no pós questionário
64
Gráfico 32 - Comparativo com proporção de erros e acertos do pós-questionário.
Fonte: Autora (2019)
Pode-se observar, a partir da análise do primeiro gráfico, que das quinze
questões elaboradas em cada questionário, doze delas os alunos erraram mais no
pré-questionário do que no pós-questionário. Enquanto à análise dos acertos nos
dois questionários, das quinze questões elaboradas, treze os alunos acertaram mais
no pós-questionário que no pré. Também podemos analisar que o percentual de
acertos no pós-questionário foi muito superior ao pré-questionário, evidenciado por
quatro questões com cem por cento de acerto, resultado esse muito satisfatório para
a aplicação deste trabalho.
Vale salientar que o pré-questionário foi aplicado apenas com o conhecimento
prévio e o senso comum dos alunos. Além do conhecimento adquirido nos anos
anteriores no ensino fundamental. Alguns alunos relataram ter visto alguns tópicos
de Astronomia nas aulas de Ciências e de Geografia, quando frequentavam as
séries iniciais, relativas entre o primeiro ano ao nono ano do ensino fundamental II.
Fazendo a análise do pós-questionário, aplicado após a sequência didática,
observa-se algo interessante quanto ao índice de acertos e erros nas questões.
Pode-se ver que das quinze questões do questionário, treze obtiveram uma
proporcionalidade maior de acertos em relação a erros. E apenas duas questões
apresentaram erros superiores em relação a acertos. Uma com percentual
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%Q
ues
tão
1
Qu
estã
o 2
Qu
estã
o 3
Qu
estã
o 4
Qu
estã
o 5
Qu
estã
o 6
Qu
estã
o 7
Qu
estã
o 8
Qu
estã
o 9
Qu
estã
o 1
0
Qu
estã
o 1
1
Qu
estã
o 1
2
Qu
estã
o 1
3
Qu
estã
o 1
4
Qu
estã
o 1
5
Acertos no pré questionário
Acertos no pós questionário
65
equivalente a erros e acertos, porém outra com uma diferença acentuada de erros
em relação a acertos. Isso mostra uma relevância na aprendizagem a partir da
aplicação da sequência didática. E evidencia a confusão que o discente apresenta
em entender a diferença entre Astronomia e Astrologia. Talvez pela incoerência do
cotidiano que relaciona o dia a dia das pessoas com os astros, fazendo com que o
aluno confunda a ciência com uma pseudo ciência.
É importante enfatizar que o pré-questionário não foi discutido em sala de
aula com os discentes, para não haver influencia nas respostas do pós-questionário,
já que os questionários possuíam questionamentos equivalentes afim de se
estabelecer e construir material para análise quantitativa e qualitativa das respostas
dos discentes .
66
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES
Como foi observado, ao longo deste trabalho, estudar a Astronomia é um
motivador para aprendizagem de diversos assuntos que permeiam o dia a dia dos
estudantes, assim como também, representa um tema totalmente interdisciplinar,
podendo ser abordado por várias disciplinas além da Física. Isso enfatiza ainda mais
a importância da presença da Astronomia no ensino. Destacamos que a Astronomia
ainda é muito pouco abordada pelos docentes e que ela é uma área que gera um
grande interesse dos discentes. A propósito, vemos que nos PCN para o ensino
médio e na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – Ciências da Natureza na
área de Física há uma preocupação com o ensino dos temas transversais como
Universo, Terra e Vida, Terra e Sistema Solar, O Universo e sua Origem e a
Compreensão Humana do Universo. Porém é preocupante a assistência a esses
conteúdos, com a carga horária que o professor de Física tem disponível para
lecionar.
Durante todo desenvolvimento deste trabalho, seguiu-se uma linha de
raciocínio com a finalidade de traçar um método em que o estudante pudesse
participar, envolvendo-se e construindo, junto com o professor, o seu próprio
conhecimento, levando sempre em consideração o seu conhecimento de senso
comum. Não podemos deixar de ressaltar o quanto a Astronomia interessa ao
público de uma forma geral, incluindo estudantes e professores, que se encantam ao
contemplar o céu e passar a entender parte de seu funcionamento.
A astronomia, no contexto atual, é um tema muito discutido, inclusive nas
redes sociais e instrumentos de comunicação global, fazendo com que muitos mal
interpretem as notícias por falta de conhecimento no assunto. Com este trabalho,
esperamos despertar interesse nos professores e, consequentemente, nos alunos,
em investir mais ativamente, no estudo de Ciências, e de forma interdisciplinar,
fazendo ligações da Astronomia com diversas áreas do conhecimento, incluindo o
conhecimento do dia a dia.
Faz-se necessário o acesso ao conhecimento científico por diversos
públicos, independente de idade, profissão, poder aquisitivo ou qualquer outra
divisão. Isso irá incentivar, cada vez mais, o crescimento tecnológico e o
investimento na Ciência. Só assim as pessoas irão perceber que a Ciência está
intrínsica ao seu cotidiano e o conhecimento, cada vez mais presente, levará ao
67
avanço tecnológico na sociedade. Entendo, assim, a Astronomia como uma das
ferramentas que pode ser utilizada para alcançar esse objetivo.
Percebeu-se, a partir da análise dos questionários aplicados neste trabalho,
que ainda se tem pouco conhecimento a respeito da área, e isso atrapalha a
compreensão de alguns pontos. Isso mostra a relevância do estudo da Astronomia.
Enfatizou-se que esta dissertação é uma parte de um processo extenso de
ensino, em que se busca sanar algumas deficiências no aprendizado, dessa forma,
tentando contribuir para o conhecimento da Física e da Astronomia. Deve-se
ressaltar que o estudo feito nesta dissertação é incompleto, e, portanto, passível de
colaboração e contribuições para o aperfeiçoamento do trabalho docente.
Agradecemos, antecipadamente, a colaboração de sugestões e críticas ao nosso
trabalho, pois todas as contribuições serão relevantes para o aperfeiçoamento do
mesmo, podendo ser base para um estudo futuro bem mais aprofundado da área.
Assim como também, temos como objetivo futuro a inscrição deste trabalho como
um artigo de divulgação científica, almejando sua inscrição em alguma revista
científica.
Um dos resultados mais recompensadores deste trabalho foi ver que o
interesse, despertado pela astronomia, culminou na escolha do tema do projeto
anual na escola em que foi aplicada a sequência didática. Este projeto teve como
tema central a “Zona Norte” de Natal, e cada turma da escola escolheu um tema
transversal que conversasse com o tema central. Os alunos da segunda série
escolheram o subtema “Desvendando os segredos do céu da Zona Norte”, enquanto
todos olhavam para as questões que envolviam assuntos terrestres na Zona Norte,
eles estavam contemplando o céu e a imensidão do universo. Em anexo, seguem
alguns depoimentos dos alunos envolvidos no processo.
68
REFERÊNCIAS AMARAL, Patrícia; OLIVEIRA, Carlos Eduardo Quintanilha Vaz de. Astronomia nos Livros Didáticos de Ciências – Uma Análise do PNLD 2008. Revista Latino-Americana de Educação em Astronomia, São Carlos, n. 12, 2011.Disponível em: http://www.relea.ufscar.br/index.php/relea/article/view/162. Acesso em: 20 dez. 2018. AMARAL, Patrícia. O ensino de astronomia nas séries finais do ensino fundamental: uma proposta de material didático de apoio ao professor. 2008. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de Ciências) - Universidade de Brasília, Brasília, 2008. Disponível em: http://repositorio.unb.br/handle/10482/2517. Acesso em: 10 jan. 2019. ANTUNES,Celso.JogosparaEstimulaçãodeMúltiplasInteligências.8ed. Petrópolis:Vozes, 1998. ALMEIDA, Guido. O professor que não Ensina. São Paulo: Summus, 1986. ARAÚJO SOBRINHO, Antônio. Do olho humano ao telescópio: Contextualizando o ensino de astronomia no nível médio. 2005. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências Naturais e Matemática) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemática, Natal, 2005. BATISTA, Luiz Antonio;D’ÁVILA , Cristina Maria. A ludicidade como princípio formativo. Interfaces Científicas - Educação,Aracaju, v. 1, n. 2, p. 41-52, fev. 2013. Dispo nível em: https://periodicos.set.edu.br/index.php/educacao/article/viewFile/395/236. Acesso em: 10 mar. 2019. BELTRAN, Maria Helena Roxo; SAITO, Fumikazu; TRINDADE, Laís Dos Santos Pinto (org.). História da Ciência: Tópicos atuais. São Paulo: Livraria da Física, 2010. BONFIM, Danúbia Damiana Santos;COSTA, Priscila CarozaFrasson; NASCIMENTO, Willian Júnior do. A abordagem dos três momentos pedagógicos no estudo de velocidade escalar média. Experiências em Ensino de Ciências, Cuiabá,v. 13, n. 1, 2018. Disponível em: http://if.ufmt.br/eenci/artigos/Artigo_ID465/v13_n1_a2018.pdf. Acesso em: 10 abr. 2019. BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino
Médio. Brasília, 2000. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf. Acesso em: 10 abr. 2019.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a
base: ensino médio. Brasília, [2017?]. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=8512
69
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72
APÊNDICE A- PRODUTO EDUCACIONAL
1. INTRODUÇÃO
Na história da humanidade, o jogo sempre exerceu um fascínio na vida
humana. Em todas as primárias culturas antigas manifestamente conhecidas,
sejam elas, mesopotâmica, egípcia, acadiana, ária, entre outras, o jogo sempre
fez parte do cotidiano da vida em sociedade. Em todas elas, os jogos sempre
foram objeto de entretenimento, entusiasmo, diversão e alegria, trazendo,
inclusive, a harmonia e a manutenção do sentimento gregário de comunidade e
de pertencimento a ela.
Engana-se quem imagina que o jogo que se fala seja apenas os jogos
baseados em esportes ou atividades físicas que eram praticados com a utilização
do corpo físico e suas movimentações, como instrumento de competição. Nas
culturas mais recentes; mas ainda sim, remotas, como a da Grécia antiga,
popularizou-se a ideia de que a maioria das disputas e dos jogos existentes de
absoluto prazer seriam os que eram praticados com a utilização do corpo físico e
seus movimentos, e não apenas na Grécia, mas também em Roma, e em outras
culturas ocidentais perpassando a idade média.
Sabemos que não se pode desconsiderar ou apagar da história da
humanidade os jogos que, obviamente, precisam do corpo físico e seus
movimentos. Entretanto os que exigem o esforço maior, realizado pela mente,
são os jogos de tabuleiro. Conforme exposto inicialmente, nas primárias culturas
antigas, era habitual à prática de jogos de toda natureza, e um deles era o jogo
de tabuleiro.
É incerto, por exemplo, a identificação precisa da data de fundação de um dos
jogos de tabuleiro mais conhecido e antigo, que é o xadrez. As suposições
oscilam que já entre as primeiras culturas ou as culturas antigas, mais recentes,
no cenário entre a Índia e China, tenha ocorrido o surgimento do referido jogo.
Ao longo dos anos, notou-se que os jogos de tabuleiro possuíam finalidades
de proporcionar momentos de comunhão, diversão e alegria, mas não se
restringiam a isso, pois com sensibilidade de percepção e aperfeiçoamento
73
direcionado, poderiam ser canalizados para a ambientação pedagógica e didática
de uma ideia ou motivação, inclusive, também, a ambientação escolar.
O jogo de xadrez, hoje, faz parte da grade curricular de várias escolas como
um jogo de tabuleiro que auxilia e colabora no desenvolvimento intelectual do
discente. Como falado, cabe à sensibilidade de percepção e ao aperfeiçoamento
direcionado, para se utilizar o jogo de tabuleiro como um aproveitamento para
determinado fim.
74
2. MANUAL DO JOGO DESVENDANDO OS SEGREDOS DO UNIVERSO
2.1 CONHECENDO O JOGO
A criação do jogo de tabuleiro “Desvendando os segredos do Universo” foi
elaborado com o seguinte propósito e finalidade: entretenimento, desenvolvimento
75
intelectual e auxiliador à absorção de um conhecimento específico que, no referido
jogo, trata-se da obtenção de conhecimento da funcionalidade do universo.
É um jogo de tabuleiro clássico, que desperta o interesse, podendo ser usado
por pessoas de todas as idades, já que se trata de um tema que envolve o fascínio
da curiosidade, do êxtase e contemplação do desconhecido.
No entanto, apesar de despertar o interesse e aguçamento em todas as
idades, é provável que se encontre um pouco de dificuldade para crianças até oito
anos, já que envolve o conhecimento da física e da funcionalidade do Universo. Em
razão da própria complexidade do tema, o nível de perguntas pode ser um pouco
elevado e de difícil entendimento para essa faixa etária.
As regras do jogo são simples, e funcionam como outro qualquer jogo de
tabuleiro, com o objetivo central de chegar ao fim da jornada para vencê-lo.
É possível reunir várias pessoas e dividi-las em dois grupos, para juntos,
percorrerem o caminho do jogo e desvendarem as curiosidades sobre o universo,
completando uma verdadeira viagem espacial pelo nosso sistema solar. Descobrir
mais um pouco do seu planeta Terra e os planetas que orbitam o Sol, fará o
estudante criar um amor pela astronomia e contemplar que o céu é uma incógnita e
tem a nos oferecer muito mais do que pensamos.
2.2 CONTEÚDO
1 Tabuleiro de 2,5 x 2,5 m;
40 Cartas com perguntas
7 Cartas especiais;
76
2 Capacetes de astronauta;
2 peças foguete de 0,5 m cada;
1 peça foguete cenário de 1,0 m;
77
2 dados de 40 x 40 cm cada;
1 mesa;
1 cronômetro;
Fichas com as respostas corretas e comentários.
78
2.3 ORGANIZANDO O ESPAÇO PARA A MONTAGEM DO JOGO
Divida os participantes em dois grupos adversários, de três a cinco pessoas,
entretanto pode-se jogar com no mínimo dois e no máximo oito participantes por
grupo. Os jogos de duas pessoas tendem a ser longos demais. Se você for jogar
apenas contra outra pessoa, deve-se aumentar a quantidade de casas puladas por
jogada com o intuito de economizar tempo.
O professor mediador deve introduzir o jogo, lendo as regras e preparando os
jogadores para começar a competição. Para esse objetivo ser atingido, deve-se ler o
texto introdutório ao jogo que diz:
- O Cosmos é o passado, o presente e o futuro de tudo que existiu, existe e existirá
no Universo. E se você está disposto a fazer esta viagem e desvendar os segredos
do Universo, é preciso vestir o capacete da imaginação, mas sem se esquecer de
que a natureza é, incrivelmente, superior aos nossos pensamentos. Várias pessoas
já fizeram essa viagem pela imensidão do desconhecido; testaram suas hipóteses;
observaram; experimentaram; seguiram suas intuições e sentimentos e
questionando-se o tempo todo. Se estiver disposto a se tornar mais uma dessas
pessoas, você está selecionado para embarcar neste foguete. Pegue seu capacete,
e embarque nesta viagem junto conosco. Prometemos uma grande jornada de
aprendizagem e desafios.
2.4 ESCOLHENDO OS LÍDERES DOS GRUPOS
Cada grupo deve ter seu líder para representá-lo no comando e na direção do
foguete. Somente o líder pode escolher a cartinha e responder a alternativa
escolhida pelo grupo como resposta à questão retirada.
2.5 MONTANDO O ESPAÇO
Escolha um espaço plano com no mínimo 3,0 x 3,0 m de dimensões.
Desdobre a lona onde estará o tabuleiro e abra-a sobre uma superfície polida. Monte
a mesa e distribua as cartas embaralhadas e com o lado que possui o nome do jogo
visível, assim, os jogadores não verão o conteúdo das cartas e vão escolher
aleatoriamente.
79
Entre as cartas das perguntas, serão misturadas cartas com algumas
punições e algumas com bônus.
Verifique se todos os jogadores estão com seus celulares desligados e se não
estão portando qualquer material para consulta, pois deve ficar claro que eles só
poderão responder com o conhecimento próprio, não podendo ter acesso a nenhum
meio material. Monte todo cenário do espaço colocando os foguetes e as estrelas,
para se gerar um ambiente mais lúdico e interessante para os jogadores,
apresentando-os a sensação de uma real viagem ao espaço.
Cada líder deve receber o seu capacete astronáutico, como mostrado
anteriormente, somente o portador do capacete terá autonomia e validade na
escolha da resposta, evitando que várias repostas sejam escolhidas pelos diferentes
componentes do grupo. Enfatize que a única resposta aceita será a do líder que
portar o capacete astronáutico. Além do capacete, o líder recebe a sua peça
foguete, foguete este que representará o seu grupo no tabuleiro.
2.6 JOGANDO
Cada líder escolhe uma carta entre as que estão distribuídas na mesa, nelas
constarão perguntas com grau de dificuldade variando entre fácil, média e difícil. O
líder deve retirar a carta e se reunir com seu grupo para análise da pergunta e
escolha da resposta. Cada grupo terá 1 minuto para decidir qual a resposta correta.
O professor mediador deve liberar o cronômetro após a leitura da pergunta
feita pelo líder.
A decisão da resposta deve ser dada única e exclusivamente pelo líder do
grupo, que estará com o capacete do astronauta em mãos. Cada carta terá um
número e o professor estará com a folha com todas as respostas corretas para
analisar se o grupo acertou ou errou a pergunta.
Além de definir se a resposta está correta, o professor deve fazer a leitura do
comentário para ampliação do conhecimento para ambos os grupos. Em caso de
acerto à pergunta, o líder, ou algum componente do grupo, escolhido pelo líder, terá
a oportunidade de jogar os dados para saber a quantidade de casas que poderá
avançar.
80
Para isso a pessoa deve jogar os dois dados, porém apenas quatro faces dos
dados terão valores representando o número de casas para o avanço das casas no
tabuleiro, as outras oito faces serão representadas por figuras que representam os
planetas do sistema solar, e o líder junto com seu grupo, deve reconhecer o planeta
e a sua localização orbital em relação ao sol, essa ordem representará o número de
casas para o avanço.
Os dados apresentam seis faces. Em um dado, ficaram os planetas rochosos,
o sol e a lua, no outro dado, ficaram os planetas gasosos, o cometa e o asteroide. A
quantidade de casas segue abaixo:
Dado 1: Planetas rochosos, Sol e Lua
Mercúrio – Avance uma casa;
Vênus – Avance duas casas;
Terra – Avance três casas;
Marte – Avance quatro casas;
Lua – Avance cinco casas;
Sol – Avance seis casas.
Dado 2: Planetas gasosos, Cometa e asteroide
Júpiter – Avance uma casa;
Saturno – Avance duas casas;
Urano – Avance três casas;
Netuno – Avance quatro casas;
Asteroide – Avance cinco casas;
Cometa – Avance seis casas.
O número de casas avançadas corresponderá ao somatório dos dois dados.
Caso o grupo não saiba a posição correta dos planetas e errar na contagem, ele
perderá a oportunidade dos avanços e só poderá avançar uma única casa. O
professor mediador deve estar atento à contagem das casas e aos avanços no
tabuleiro feito pelos líderes.
81
Entre as cartas com perguntas, teremos as cartas punições e bônus, caso o
líder escolha uma dessas cartas deverá ler em voz alta as instruções escritas nelas
para retroceder casas ou avançar. As cartas especiais serão:
Carta buraco negro
Você encontrou um buraco negro em sua
viagem pelo espaço e irá visitá-lo para
novas descobertas. Por esse motivo você
deve ficar duas rodadas sem jogar.
Carta Cometa
Embarque neste cometa e acelere sua
viagem. Você pode avançar cinco casas.
Carta anéis de Saturno
Você chegou na joia do sistema solar, e,
devido aos seus grandes anéis
compostos de fragmentos de gelo e
rochas, você acabou se distraindo e
perdendo a sua vez de jogar. Por isso
admire os anéis de Saturno e passe a
vez.
82
Carta asteroides
Você acabou de esbarrar em asteroides
que te empurraram seis casas para trás.
Carta Lua
Assim como a Lua reflete a luz emitida
pelo Sol para nos iluminar durante as
noites, ela acaba de iluminar a sua
viagem te dando um avanço de cinco
casas.
Carta Grande Mancha Vermelha de
Júpiter
Cuidado, proteja-se da tempestade de
poeiras cósmicas que formam a grande
mancha vermelha de Júpiter. Para sua
proteção, espere a tempestade passar e
passe sua vez para o outro grupo.
83
Carta Cometa Halley
Você teve a oportunidade inefável de
contemplar este fenômeno astronômico
raro. Passe sua vez de jogar e observe a
passagem do cometa Halley.
Carta Via Láctea
Detenha um tempo para admirar a beleza
da nossa galáxia. Passe a vez da jogada.
Carta Luas Galileianas
Assim como Galileu Galilei passou um
bom tempo observando a beleza de
quatro das luas de Júpiter, você vai ficar
observando-as e terá que passara vez da
jogada para o outro grupo.
84
2.7 EQUIPE VENCEDORA
Ganhará a competição a equipe que conseguir completar toda viagem pelo
espaço e chegar ao fim do tabuleiro primeiro, retornando ao seu planeta Terra.
2.8 ADAPTAÇÃO DE BAIXO CUSTO PARA FABRICAÇÃO DO JOGO
“DESVENDANDO OS SEGREDOS DO UNIVERSO”
Observando o alto custeio para o desenvolvimento do trabalho proposto neste manual
para jogo “Desvendando os segredos do Universo”, pensamos em como adaptar o material
para baixar o custo com a sua fabricação. Para este fim, sugerimos as seguintes adaptações:
Adaptação para o tabuleiro:
Primeira sugestão:
O tabuleiro pode ser construído em formato menor para se jogar em uma mesa;
Segunda sugestão:
A impressão do tabuleiro pode ser feita em papel;
Terceira sugestão:
As casas do tabuleiro podem ser desenhadas no próprio chão da sala de aula, ou utilizar
fitas adesivas para fazer a marcação no chão. E imprimir algumas figuras dos objetos celestes
e distribuir pelo chão.
Adaptação para os dados:
Os dados podem ser construídos utilizando caixas de papelão recicladas.
Adaptação para as cartas:
O docente pode imprimir uma ficha com todas as perguntas e os alunos escolherem apenas
um número, ao invés de imprimir todas as cartinhas de perguntas.
Adaptação para os peões:
O docente pode reaproveitar qualquer objeto apenas para marcar a posição da equipe no
tabuleiro. Ou até mesmo pedir ao discente que marque um X no lugar onde a sua equipe
parou.
Estas são algumas sugestões para reduzir o custo com a fabricação do jogo, já que o
material escolhido por este trabalho foi de alto custeio.
85
3. MANUAL DA CAIXA DOS ECLIPSES
Os eclipses sempre foram fenômenos astronômicos de grande riqueza visual
e demanda uma infinita curiosidade sobre o seu acontecimento. Visando esse
interesse pelo fenômeno como uma ferramenta para a aprendizagem, a caixa
dos eclipses foi feita com o objetivo de desmistificar alguns mitos a respeito dos
fenômenos, como também a partir de uma forma lúdica o aluno observar como
acontece o posicionamento dos astros.
3.1 CONTEÚDO DA CAIXA DOS ECLIPSES
Uma caixa de papel craft de 1m de comprimento por 50 cm de largura;
Lâmpada com base fixa para a parte interna do Sol;
Sala de aula totalmente escura;
86
Um modelo de Sol;
O Sol foi feito com material adaptado para que o aluno com deficiência visual
também possa participar da aula. Ao tocar o modelo solar, o material emitirá um
som, fazendo-o distinguir o astro rei.
Um modelo de Lua;
Também adaptado, com crateras lunares feitas em alto relevo, para
percepção do astro do aluno com deficiência visual.
87
Um modelo da Terra;
Com mesma adaptação para aluno com deficiência visual, em que as nuvens
foram feitas com material de espuma.
Foto comparativa das dimensões dos três astros:
88
Foto dos astros encaixados na caixa sob luz:
Foto da Caixa dos Eclipses em funcionamento:
89
3.2 UTILIZANDO A CAIXA DOS ECLIPSES
O professor mediador deve organizar a turma em torno da caixa dos eclipses
e, inicialmente, questionar os alunos sobre os eclipses solar e lunar, para definir
os conhecimentos prévios dos discentes. Após esse momento, o docente deve
abrir a caixa e apresentar o seu conteúdo interno, mostrando o que representa
cada astro. É necessário que essa prática ocorra em uma sala totalmente
fechada e escura, para o momento em que a lanterna seja ligada no Sol. Após o
escurecimento da sala de aula, o professor deve conectar na energia elétrica ao
plug da lanterna, fazendo com que o Sol se torne a única fonte de luz visível. Isso
trará toda atenção para o posicionamento dos astros.
A partir desse momento, o professor poderá retirar a Lua e a Terra do encaixe
na caixa para executar as diferentes posições de rotação e translação, fazendo
com os que alunos discutam sobre posicionamento de astros, sombras e
propagação retilínea da luz, eclipses lunar e solar, fases da lua, entre outros
conteúdos afins. Como toda a caixa foi adaptada para aluno com deficiência
visual, nos dois pontos diametralmente opostos foram colocados barbantes, para
que esse aluno possa identificar, a partir do tato, a propagação retilínea da luz e
a formação da sombra e penumbra, como mostra a figura abaixo:
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APÊNDICE B - FOTOS DAS APLICAÇÕES DO PRODUTO EDUCACIONAL
Aplicação do jogo “Desvendando os segredos do Universo”
Aplicação do jogo “Desvendando os segredos do Universo”
91
Aplicação do jogo “Desvendando os segredos do Universo”, momentos finais.
Aplicação da “Caixa dos Eclipses”.
Aplicação da “Caixa dos Eclipses”.
92
Aplicação da “Caixa dos Eclipses”, explicando rotação e translação.
Aplicação da “Caixa dos Eclipses”.
Aplicação da “Caixa dos Eclipses”, explicando sombra e penumbra.
93
Aplicação da “Caixa dos Eclipses”. Explicando sobre propagação retilínea da
luz.
Aplicação da “Caixa dos Eclipses”. Explicando sobre corpo luminoso e
iluminado.
94
Aplicação da “Caixa dos Eclipses”. Explicando sobre distâncias astronômicas.
Aplicação da “Caixa dos Eclipses”. Explicando estações do ano e Eclipses.
Aplicação da “Caixa dos Eclipses”. Vista interna da caixa.
95
Aplicação da “Caixa dos Eclipses”. Representação do eclipse solar.
Aplicação do pré-questionário.
Aplicação do pré-questionário.
Aplicação do pós-questionário.
96
APÊNDICE C- PRÉ-QUESTIONÁRIO
Escreva (F) para afirmativas falsas e (V) para afirmativas verdadeiras:
1. ( ) A Lua é um satélite natural que está em órbita ao redor do planeta
Terra. Sendo assim, somente o planeta Terra tem lua.
2. ( ) O sistema solar apresenta alguns planetas que têm como o sol a sua
estrela. Cada planeta apresenta diferentes temperaturas. Vênus, devido à
composição dos gases que o constituem, apresenta maior temperatura
média.
3. ( ) Asteroides são corpos que orbitam o Sol, assim como os planetas,
porém de tamanho menor quando comparados aos planetas. Os asteroides
são planetas e também fazem parte do sistema solar.
4. ( ) O Sol tem cerca de 99% da massa do Sistema Solar.
5. ( ) O sol é o maior de todos os planetas do sistema solar.
6. ( ) Vênus, conhecido como estrela d’alva, é uma estrela de grande
magnitude.
7. ( ) Os planetas que constituem o sistema possuem tamanhos diferentes,
porém alguns apresentam diâmetro aproximado ao da Terra. Marte possui
aproximadamente metade do diâmetro terrestre.
8. ( ) A Lua por ser um satélite natural orbita a Terra e consequentemente o
Sol. Durante a maior parte das noites do mês, a Lua fica visível. A visibilidade
da Lua é possível devido a Lua refletir a luz emitida pelo Sol.
9. ( ) A cada 31 dias têm-se a repetição da fase lunar.
10. ( ) O sistema solar é constituído por 9 planetas, incluindo Plutão.
11. ( ) As manchas solares são regiões que apresentam temperaturas
reduzidas.
12. ( ) Uma unidade astronômica muito utilizada é ano-luz. Essa unidade é
uma medida de tempo.
13. ( ) Um dos fenômenos astronômicos mais belos de observar é o eclipse.
Para a ocorrência de um eclipse é necessário o alinhamento dos três astros:
Terra, Lua e Sol.
14. ( ) O Eclipse Solar ocorre quando a Lua fica encoberta pela Terra.
15. ( ) O Eclipse Lunar ocorre quando o Sol fica encoberto pela Terra.
97
APÊNDICE D – PÓS-QUESTIONÁRIO
Escreva (F) para afirmativas falsas e (V) para afirmativas verdadeiras:
1. ( ) A justificativa para a ocorrência das estações do ano é a inclinação do eixo da
Terra em relação ao Sol.
2. ( ) O sistema solar apresenta alguns planetas que têm como o sol a sua estrela.
Cada planeta apresenta diferentes temperaturas. Mercúrio, devido à aproximação
em relação ao Sol, apresenta maior temperatura média.
3. ( ) A Terra é o maior planeta do Sistema Solar.
4. ( ) Para a ocorrência do Eclipse é necessário o alinhamento dos três astros, Sol,
Lua e Terra. No caso do Eclipse Solar, o Sol fica encoberto pela Lua. Logo, a Lua
fica entre o Sol e a Terra.
5. ( ) Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar e possui mais de 60 satélites
naturais.
6. ( ) Mercúrio possui atmosfera e duas luas, Fobos e Deimos.
7. ( ) A Lua é o maior satélite natural do Sistema Solar.
8. ( ) O Sistema Solar tem esse nome por ter como estrela o Sol. Em torno do Sol
temos os planetas Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno;
além de inúmeras luas, cometas, asteroides, entre outros objetos astronômicos.
9. ( ) O Eclipse Lunar é um evento astronômico que acontece durante o dia, onde a
Lua fica encoberta pelo Sol.
10. ( ) O Sistema Solar é constituído por 4 planetas rochosos e 4 planetas gasosos,
incluindo Plutão.
11. ( ) Galileu Galilei fez a primeira observação conhecida de satélites naturais
girando em torno de outro planeta. Com sua luneta ele observou quatro luas de
Júpiter.
12. ( ) A observação da Lua, o único satélite natural da Terra, deve-se ao fato dela
irradiar sua luz própria, já que ela se trata de um corpo luminoso.
13. ( ) Saturno é um planeta famoso pelos seus anéis. Porém não é somente ele
que possui anéis no Sistema Solar.
14. ( ) Somente existem planetas ao redor do Sol, já que só existe o Sol como
estrela em todos Universo.
15. ( ) Astronomia e Astrologia são ciências que estudam os astros e o Universo no
qual eles estão inseridos.
98
APÊNDICE E- APRESENTAÇÃO EM PREZI
99
100
101
102
103
104
105
106
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APÊNDICE F - DEPOIMENTOS
Abaixo, seguem alguns comentários dos alunos participantes:
Depoimento da discente, Anna Karollyna:
“O tema astronomia veio para mim como uma coisa totalmente nova e
diferente, pois eu nunca tive esse interesse em saber mais sobre o nosso sistema
solar. Confesso que eu gostei muito do assunto ensinado pela professora Raquel,
que se empenhou o máximo para conseguir nos passar várias coisas em pouco
tempo. Acredito que ainda tem muitas coisas sobre esse assunto que ainda é
possível aprender, mas o que a gente aprendeu já é muito importante, eu de nada
sabia sobre os planetas, muito menos que alguns deles podem ter água congelada,
e até mesmo diamantes como tem em Netuno. Eu nem sabia que os nomes dos
planetas foram homenagens a deuses romanos, foi uma experiência incrível. A
palestra que a professora trouxe para nossa escola foi deslumbrante, ela nos
possibilitou saber como "nascem" os planetas. Eu nunca saberia que o sol já tem
aproximadamente 4,5 bilhões de anos, e que antes desse já tiveram outros, gostei
muito desse assunto. Agora, eu não consigo mais olhar pro céu , pois agora eu
sempre procuro os planetas que podem ser visto sem auxílio de equipamentos. Amei
demais! Nota mil para a senhora, professora.”
Depoimento do discente, Klepyton:
“Eu sempre fui um grande fã do universo e seus segredos, mas nunca procurei
me aprofundar no assunto. Minha base de conhecimento sobre astronomia foram as
constelações das armaduras dos Cavaleiros do Zodíaco e as meninas do
SailorMoon.
Esse ano, isso mudou! Não fui presente em todas as aulas, mas aprendi muita coisa
nas que eu pude ver, incluindo a jornada. Mesmo sendo um Ariano (Signo regido por
Marte), fui apresentar sobre Netuno e acabei aprendendo muita coisa sobre esse
planeta, e de quebra, sobre o sistema solar.
Não pretendo ficar só nisso, graças às aulas, a astronomia acabou se tornando algo
possível na minha grade de cursos que eu posso fazer uma faculdade.”
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Depoimento da discente, Maria Rejane de Oliveira Pereira:
“O assunto astronomia é muito interessante, amei o tema, não assisti a
palestra do professor, mas tenho bastante a comentar, porque apresentamos nosso
trabalho da jornada encima desse tema. Foi muito proveitoso, pensei que não fosse
conseguir, mas deu tudo certo. No final, muitos comentários bons. E, falando nesse
tema, eu já tinha ouvido falar, mas estudar mais a fundo o assunto foi muito
interessante. Por isso só posso dizer que é maravilhoso aprender sobre o céu e o
universo. Muito obrigada por nos dá esta oportunidade.”
Depoimento da discente, Drielle J. Matos:
“Eu, particularmente, amei aprender um pouco mais sobre o nosso Universo e
trabalhar com esse assunto foi ainda melhor. Eu já sabia um pouco, mas comparado
com o que foi estudado não é nada. Estudar e trabalhar com Astronomia fez com
que eu queira me aprofundar mais no assunto. Eu já tinha um leve interesse sobre o
Universo, mais especificamente sobre as estrelas. Depois da palestra e do trabalho
eu quero aprender mais e futuramente passar esse conhecimento para meus filhos,
para que eles vejam como o nosso Universo é interessante.”
Depoimento do discente, Diego:
“O que falar de Astronomia? Gosto muito de desvendar mistérios. Então,
saber mais sobre Astronomia foi um grande aprendizado, coisas que não sabia
sobre o espaço e meu próprio planeta em que vivo. Como também aprender sobre
os outros planetas e suas curiosidades. Apesar da teoria em que o Universo foi
formado, ser totalmente contrária à minha fé, não me deixei desviar daquilo que
acredito, mas o conhecimento sobre algo que estava tão distante de nós foi muito
gratificante.”
Depoimento da discente Francilene, Machado:
“Durante esses bimestres que a professora Raquel deu aula sobre energia,
calor, temperatura, escalas, ondulatória, óptica e acústica, o assunto que mais
chamou minha atenção foi a aula dela sobre o projeto dela que tinha como tema
Astronomia. Astronomia é muito fantástica, pois estuda os fenômenos que ocorrem
no sistema solar, e em todo Universo, por isso me chamou tanta atenção. Porém eu
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não entendia muito sobre o assunto, e as aulas da professora nos deu a
oportunidade de nós, jovens e senhores da sala, para pesquisar e se aprofundar no
assunto. Ela fez diversas atividades conosco, entre uma folha com perguntas pra
saber o que a gente já sabia, e depois aplicou palestras e jogo. Os jogos foram
perfeitos porque houve uma união e disputa na sala para mostrar os conhecimentos
adquiridos. Com tudo isso percebi que a astronomia é o berço do conhecimento, eu
amei esses momentos e levarei comigo. Tentarei repassar o máximo possível do
que aprendi para as outras pessoas.”
Seguem algumas fotos do Projeto dos alunos:
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