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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecânica DEM/POLI/UFRJ PROJETO MECÂNICO DE UM AEROGERADOR DE EIXO HORIZONTAL Daniel Vercillo Carneiro Garcia Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Prof. Flávio de Marco Filho, D. Sc. Rio de Janeiro, RJ - BRASIL Março de 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecânica

DEM/POLI/UFRJ

PROJETO MECÂNICO DE UM AEROGERADOR DE EIXO HORIZONTAL

Daniel Vercillo Carneiro Garcia

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Mecânica da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientador: Prof. Flávio de Marco Filho, D. Sc.

Rio de Janeiro, RJ - BRASIL

Março de 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecânica

DEM/POLI/UFRJ

PROJETO MECÂNICO DE UM AEROGERADOR DE EIXO HORIZONTAL

Daniel Vercillo Carneiro Garcia

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE

ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO MECÂNICO.

Aprovado por:

________________________________________________

Orientador: Prof. Flavio de Marco Filho, D. Sc.

________________________________________________

Prof. Ricardo Eduardo Musafir, D. Sc.

________________________________________________

Prof. Vitor Ferreira Romano, Dott.Ric.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

MÊS DE 2016

I

Daniel Vercillo Carneiro Garcia.

Projeto mecânico de um aerogerador de eixo horizontal /

Daniel Vercillo Carneiro Garcia – Rio de Janeiro: UFRJ /

Escola Politécnica, 2016.

IX,91p.:il.; 29,7 cm

Orientador: Flávio de Marco Filho, D. Sc.

Projeto de Graduação – UFRJ / Escola Politécnica / Curso

de Engenharia Mecânica, 2016.

Referências Bibliográficas: p. 67-68

1. Aerogerador. 2. Turbina Eólica. 3. Projeto. 4.Geração

de Energia.

I. Filho, Flávio de Marco. II. Universidade Federal do Rio

de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia

Mecânica. III. Projeto de um protótipo de um aerogerador

para Utilização em pesquisa e desenvolvimento de

tecnologias na área de geração eólica.

II

AGRADECIMENTO

A Denise Cristina Vercillo Carneiro Garcia e Sergio Monteiro Garcia,

respectivamente minha mãe e meu pai, por me apoiar e aconselhar sempre nas minhas

decisões sendo os principais responsáveis pela minha formação de caráter.

Ao meu tio, Moisés Fortes, pelo incentivo à minha decisão de seguir a carreira de

engenharia, pelos conselhos e inspirações que me passou.

Ao meu irmão, Davi Vercillo Carneiro Garcia, pelos incentivos, cobranças e inspirações,

que me passou ao longo da minha vida.

A Deborah Maria Martins da Silveira, minha namorada, por estar sempre ao meu lado, me

auxiliando a focar na realização deste trabalho.

A família e aos Amigos, pelos momentos de alegria e descontração durante toda a minha

formação acadêmica.

Aos Professores, por transmitirem seus conhecimentos e experiências.

Especialmente ao Professor e Orientador Flávio, pelo incentivo, apoio e conselhos dados

para a efetuação desse projeto.

III

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.

PROJETO MECÂNICO DE UM AEROGERADOR DE EIXO HORIZONTAL

Daniel Vercillo Carneiro Garcia

Março/2016

Orientador: Flávio de Marco Filho. D. Sc.

Curso: Engenharia Mecânica

Uma das fontes de energia sustentável, alvo de diversos estudos, é a energia eólica, cuja

sua utilização tem aumentado ao longo da última década pelo fato de possuir uma boa

eficiência e de ser uma fonte de energia limpa. Este projeto final de graduação visa

desenvolver um projeto de aerogerador de eixo horizontal através da combinação de um

estudo aerodinâmico, o dimensionamento de diversos componentes mecânicos e seleção

de alguns componentes comerciais, junto com o desenvolvimento de desenhos técnicos

referentes a cada um dos componentes do presente projeto. Ao conceber um projeto de

uma turbina eólica, tem-se como resultado uma contribuição para o desenvolvimento e

notoriedade das tecnologias que envolvem o desenvolvimento e a produção de uma

aerogerador.

Palavras-chave: Aerogerador, Turbina Eólica, Protótipo, Geração de Energia.

IV

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Mechanical Engineer.

MECHANICAL PROJECT OF A HORIZONTAL AXIS WIND TURBINE

Daniel Vercillo Carneiro Garcia

March/2016

Advisor: Flávio de Marco Filho, D. Sc.

Course: Mechanical Engineering

One of the sources of sustainable energy, the subject of several studies, is wind energy,

which its use has increased over the last decade, since it has a good efficiency and its

clean energy source. This undergraduate final project aim to develop a horizontal axis

wind turbine design by combining an aerodynamic study, the design of several

mechanical components and selection of some commercial components, along with the

development of technical drawings related to each of this components project. When

designing a design of a wind turbine, has as a result a contribution to the development

and well known technologies involving the development and production of a wind

turbine.

Keywords: Wind Turbine, Prototype, Wind Power, Power Generation

V

Sumário

1 Introdução 1

2 Fontes de Energia 2

2.1 - Breve história das fontes de energia ...................................... 2

2.2 - Papel das fontes energia em uma sociedade .......................... 3

2.3 - Tipos de fontes de energia ..................................................... 3

2.4 - Energia eólica ......................................................................... 4

2.5 - Energia eólica no Brasil ......................................................... 7

3 Turbinas Eólicas (Aerogeradores) 9

3.1 - Fundamentos dos aerogeradores ............................................. 9

3.2 - Aerogeradores de eixo horizontal (HAWT) ........................... 11

4 Projeto Mecânico de um Aerogeradores 13

4.1 - Principio de funcionamento ..................................................... 13

4.2 - Considerações iniciais ............................................................. 14

4.3 - Estudo aerodinâmico do projeto ............................................. 14

4.4 - Projeto da pá do aerogerador ................................................. 22

4.5 - Projeto do cubo do aerogerador .............................................. 24

4.6 - Seleção do gerador elétrico ..................................................... 25

4.7 - Seleção do freio ...................................................................... 28

4.8 - Projeto do multiplicador de velocidades ............................... 29

4.8.1 - Projeto das engrenagens do multiplicador de velocidades 29

4.8.2 - Projeto das arvores do multiplicador de velocidades ......... 42

4.8.3 - Seleção dos rolamentos do multiplicador de velocidades 54

4.9 - Projeto do suporte do conjunto ............................................... 56

4.10 - Seleção do acoplador ............................................................... 57

4.11 - Projeto da nacele .................................................................... 58

4.12 - Dimensionamento da torre do aerogerador .............................. 59

4.13 - Projeto do sistema de guinada (yaw) ...................................... 63

5 Documentação gráfica do projeto 65

6 Conclusão 66

Bibliografia 67

Apêndice A

Apêndice B

1

Capítulo 1

Introdução

Estudando a história das civilizações e todo o seu desenvolvimento social, político

e econômico, observa-se que o mesmo está intrinsicamente ligado ao descobrimento,

aprimoramento e ao uso de diversas fontes de energia. Cita-se como principais: energia

hidráulica, energia fóssil, energia nuclear, energia solar e energia eólica.

Considerando ser notório que algumas dessas fontes de energia são seriamente

prejudiciais e danosas ao meio ambiente e, buscando o desenvolvimento sustentável da

civilização, priorizou a busca e incentivo à pesquisa e aos estudos no ramo de geração de

energia com o intuito de: descobrir novas fontes de energia que sejam limpas, rentáveis e

confiáveis; bem como aprimorar algumas outras, há muito utilizadas, que sejam limpas.

Uma das fontes de energia já utilizada e que é alvo de diversas pesquisas, é a

energia eólica, cuja sua utilização tem aumentado ao longo da última década, tanto no

mundo como no Brasil. Assim, o presente trabalho de graduação objetiva realizar uma

análise inicial para o desenvolvimento de um projeto de turbina eólica tendo como

finalidade o esboço de um protótipo de um aerogerador de arvore horizontal.

A tendência mundial de buscar desenvolver e implementar fontes alternativas de

energia que sejam sustentáveis, e, especialmente, em decorrência do aumento na

utilização e desenvolvimento de turbinas eólicas, este trabalho tem como motivação

primordial analisar uma das alternativas a geração de energia, por meio do

dimensionamento e da seleção dos componentes de um aerogerador de pequeno porte

para: uso doméstico; bem como em pesquisas de desenvolvimento desta tecnologia.

O presente trabalho busca desenvolver, analisar e esboçar o projeto de um

protótipo de aerogerador de arvore horizontal, como acima mencionado, passando a

apresentar as memórias de cálculo e desenhos técnicos pertinentes.

2

Capítulo 2

Fontes de Energia

2.1 – Breve história das Fontes de Energia

Ao longo da história, os homens buscam continuamente, desenvolver e

aperfeiçoar suas técnicas de captação e extração de energia da natureza.

Nos primórdios da nossa era, a fonte primordial de energia eram próprios

músculos (energia corporal). Com o passar do tempo, outras fontes de energia foram

sendo aproveitadas e incorporadas à cadeia produtiva, tais como: tração animal, fogo,

água, vento.

Durante a primeira revolução industrial (século XVIII), os seres humanos foram

capazes de extrair novas fontes de energia da natureza a partir de combustíveis fosseis

visando alimentar as recém descobertas máquinas a vapor.

Posteriormente, com a segunda revolução industrial (século XIX), verifica-se o

aparecimento da eletricidade, o desenvolvimento dos motores a gasolina ou demais

derivados do petróleo e, assim, um notável desenvolvimento nas explorações petrolíferas.

Em meados do século XX, surge a energia nuclear, que tem como princípio a

fissão nuclear.

Figura 1.1 – Exemplos das energias utilizadas durante os séculos.

Atualmente, buscam-se novas fontes de energia sustentável com novas

tecnologias de extração e captação a partir da natureza, e no desenvolvimento de maneiras

eficientes e mais rentáveis de utilização das fontes de energia já descobertas.

3

2.2 – Papel das Fontes de Energia em uma sociedade

Nas diversas atividades de produção ou na distribuição de consumo de bens e

serviços faz-se necessário a utilização cada vez maior de energia, uma vez que a procura

pelo desenvolvimento é sempre continua.

Adicionalmente, a energia é indispensável à sobrevivência de uma civilização,

pois proporciona meios para auxiliar e manter a vida humana – calor para aquecimento,

para cozinhar alimentos, energia elétrica para as indústrias, ou força para o transporte e

para o trabalho mecânico.

É dever da sociedade atual promover a realização de pesquisas visando o

desenvolvimento e a difusão de tecnologias ambientalmente sustentáveis, bem como de

estimular o uso de fontes de energias limpas e renováveis, com programas educacionais

para evitar o seu desperdício.

2.2 – Tipos de Fontes de Energia

É possível dividir os tipos de fontes de energia de duas formas distintas: fontes de

energia convencionais ou fontes de energia alternativas; e fontes de energia não

renováveis ou fontes de energia renováveis.

As fontes de energia convencionais, de uma maneira geral, já estão plenamente

desenvolvidas tecnologicamente e já são tradicionalmente utilizadas, tais como: energia

térmica, energia potencial gravitacional e energia nuclear.

Enquanto que as fontes de energia alternativas se encontram ainda em

desenvolvimento tecnológico, e, portanto, não são muito utilizadas. Pode-se citar como

exemplos a energia eólica, energia de biomassa, energia solar, energia das marés, energia

do hidrogênio e etc.

As fontes de energia não renováveis são caracterizadas pela de extração matéria-

prima finita da natureza. Os principais exemplos de fontes de energia não renováveis são

os combustíveis fósseis e nucleares.

Enquanto que as fontes de energia renováveis, se caracterizam por fazerem parte

da natureza e serem, assim, naturalmente reabastecidas. Os principais exemplos de fonte

de energia renováveis são o sol, o vento, a chuva, as marés e a calor do solo.

4

2.3 – Energia Eólica.

Energia eólica é fruto da transformação da energia do vento em energia útil, tal

como na utilização de aerogeradores para produzir eletricidade, moinhos de vento para

produzir energia mecânica ou velas para impulsionar veleiros. A energia eólica, enquanto

alternativa aos combustíveis fósseis, é renovável, está permanentemente disponível, pode

ser produzida em qualquer região, é limpa, não produz gases de efeito de estufa durante

a produção e requer menos terreno para sua instalação.

Figura 2.1 – Utilizações distintas para a energia eólica.

O vento é fruto do movimento do ar ao longo da superfície da Terra, sendo

influenciado pelas zonas de altas e baixas pressões atmosféricas. O sol não aquece a

superfície de forma regular, em razão da diferença no ângulo de incidência dos raios

solares que não é uniforme ao longo do globo e, também, da superfície na qual incide os

raios solares ser coberto ou não por vegetação.

As massas de água, como os oceanos, aquecem e esfriam mais lentamente do que

em terra. A energia em forma de calor absorvida pela superfície da Terra é transferida

para a atmosfera e, uma vez que o ar aquecido é menos denso que o ar frio, sobe acima

do ar esfriado para formar áreas de elevada pressão atmosférica criando diferenciais de

pressão. A rotação da Terra arrasta a atmosfera envolvente, o que provoca turbulência. É

a conjugação de todos estes fenómenos que provoca a alteração constante do padrão de

ventos.

5

Figura 2.2 – Diagrama do fluxo de vento ao longo da Terra.

Na atualidade, grandes turbinas posicionadas em lugares com grande

disponibilidade de vento para mover aerogeradores. Essas turbinas têm a forma de um

cata-vento ou um moinho que produz energia elétrica com o movimento das pás. É

necessário o agrupamento de diversos aerogeradores, resultando em parques eólicos, para

que a produção de energia se torne rentável, no entanto, podem ser usados

individualmente, para alimentar localidades remotas e distantes da rede de transmissão.

[1]

Existem dois tipos de instalação de aerogeradors, sendo estes “onshore” (em terra)

ou “offshore” (marítima). As instalações “offshore” possuem o custo de instalação mais

alto, quando comparado com uma instalação “onshore”, entretanto na offshore o potencial

de geração é maior. Por este motivo a tecnologia offshore é utilizada em países com

pequena extensão territorial, com pouco espaço disponível para as instalações em terra.

O sistema de geração de energia elétrica pode ser “on-grid” (interligado à rede)

ou off-grid (isolado da rede). No sistema “on-grid” a geração de energia é interligada à

rede elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN) o qual é mais utilizado

comercialmente. Já no sistema off-grid a geração é isolada da rede convencional

trabalhando de forma autônoma, aplicado em regiões rurais ou marítimas afastadas em

que não é viável traspor linhas de transmissão.

6

Figura 2.3 – Exemplificação dos tipos de instalação de turbinas eólicas.

A utilização da energia eólica possui diversas vantagens, a primeira é: uma fonte

renovável, não emite gases de efeito estufa, gases poluentes e nem gera resíduos na sua

operação, o que a torna uma fonte de energia de baixíssimo impacto ambiental;

A segunda, o grande potencial eólico no mundo aliado com a possibilidade de

gerar energia em larga escala, o que torna esta fonte uma alternativa para diversificar a

matriz energética do planeta e reduzir a dependência aos combustíveis fosseis;

E, a terceira: o fato de que se tornará uma das fontes de energia mais rentável,

com a tendência de redução nos custos de produção, e com o aumento da escala de

produção.

Apesar de todas estas vantagens, ela não é uma fonte de energia confiável e por

isso, ainda são necessários diversos estudos de mapeamento, medição e previsão dos

ventos.

Adicionalmente, os parques eólicos produzem poluição sonora e visual e podem

também impactar na fauna da região na qual se localizem, devendo-se evitar instalações

em corredores de migração de aves ou habitats de reprodução de animais silvestres.

Salienta-se, ainda, que o custo das turbinas eólicas é elevado, o que pode ser um

empecilho ao desenvolvimento de parques eólicos. Outra questão também importante é a

necessidade de fazer manutenção, como qualquer dispositivo, dos componentes dos

aerogeradores que deve ser realizada de forma preventiva e constante.

A maior desvantagem consiste no fato de não ser possível ter confiabilidade de

geração (ou intermitência da geração), pois a geração é dependente de vento que não é

constante. Assim, como a disponibilidade de energia diária varia de um dia para outro, a

geração eólica pode ser menos confiável que as fontes convencionais e, por este motivo,

deve ser alternativa complementar e não substituta na matriz energética.

7

2.4 –Energia Eólica no Brasil

O Brasil é um país cuja produção de eletricidade baseou-se, historicamente, na

dependência de duas principais matrizes: a hidrelétrica, predominante e prioritária, e a

termoelétrica, cuja maioria das usinas opera somente em tempos de baixa da primeira

matriz citada. Por esse motivo, a expansão da energia eólica no Brasil surge a partir da

necessidade de diversificação das fontes energéticas do país para que este fique menos

suscetível a crises no setor e também gere menos impactos ao meio ambiente.

Embora a produção de energia a partir dos ventos ainda seja pouco representativa

no território brasileiro, é perceptível a evolução do setor no país ao longo dos últimos

anos.

Figura 2.3 – Mapa da velocidade do vento ao longo do território nacional.

A região do Brasil com o maior potencial de produção de energia elétrica a partir

dos ventos é a Nordeste, com 75 GW, a metade da capacidade de todo o país. Não por

acaso, a maioria das usinas existentes encontra-se nessa região. Em segundo lugar, fica o

Sudeste, com 29,7 GW; seguido pela região Sul, com 22,8 GW; a Norte, com 12,8 GW;

e a centro-oeste, com uma capacidade de 3,1 GW [2].

8

Além de ser importante no processo de diversificação da produção de eletricidade

e diminuição da dependência de energia no Brasil, a expansão das fontes eólicas é

necessária também por gerar menores impactos ambientais, como aqueles proporcionados

na ativação de termoelétricas.

Por esta razão, os investimentos nessa e em outras fontes, embora estejam se

intensificando, precisam expandir-se ainda mais a fim de gerar uma maior gama de

resultados e garantir um melhor desenvolvimento do país em termos de infraestruturas

[3] [4] [5].

Figura 2.3 – Balanço energético brasileiro nos anos de 2013 e 2012.

9

Capítulo 3

Turbinas Eólicas (Aerogeradores)

3.1 – Fundamentos dos aerogeradores

A energia eólica com a finalidade de conversão em energia elétrica pode ser obtida

de várias formas. A mais comum é por meio de aerogeradores. Um aerogerador é um

gerador elétrico integrado ao arvore de um cata-vento e que converte energia eólica em

energia elétrica.

Aerogeradores podem ser classificados de diversas maneiras: quanto ao tipo de

rotor, quanto ao porte, quanto ao número de pás, quanto a direção do vento.

Tipos de rotor

Existem dois tipos básicos de rotores eólicos: os de arvore vertical (VAWT) e os

de arvore horizontal (HAWT). Os rotores diferem em seu custo relativo de produção,

eficiência, e na velocidade do vento em que têm sua maior eficiência.

Figura 3.1 – classificação de aerogeradores quanto ao tipo.

10

Porte

Aerogeradores podem ser classificados de acordo com a quantidade de energia

que conseguem gerar. Existindo assim:

Pequeno porte - são aerogeradores de pequeno porte, geralmente para uso

residencial próprio, gerando no máximo 30kw ou menos alcançando até 37 m de altura e

13 m de diâmetro;

Médio porte - são aerogeradores capazes de alimentar uma vila, gerando no

máximo média de 30kw a 500kw e alcançando até 50m de altura com 30m de diâmetro;

Grande porte - são aerogeradores maiores, normalmente utilizados em parques

eólicos para a geração de energia, gerando no máximo 8mw de energia elétrica,

alcançando até 100 metros de altura.

Número de pás

Aerogeradores também podem ser classificados pelo número de pás que possuem,

podendo ter: uma pá, duas pás, três pás ou multipás.

Direção do vento

Aerogeradores ainda podem ser classificados pela incidência do vento no rotor,

podendo ser um aerrogerador frontal (“upwind”) ou um aerogerador de retaguarda

(“downwind”).

Figura 3.2 – classificação de aerogeradores quanto à direção do vento.

11

3.2 – Aerogeradores de arvore horizontal (HAWT)

Os aerogeradores de arvore horizontal baseiam-se no princípio de funcionamento

dos moinhos de vento.

Apesar dos rotores com 2 pás serem mais eficientes, são mais instáveis e

propensos a turbulências, trazendo risco, o que não acontece nos rotores de 3 pás que são

muito mais estáveis, barateando seu custo e possibilitando a construção de aerogeradores

de mais altos e com grande capacidade de geração de energia. Em seu pico de geração de

energia, sua eficiência pode passar dos 45%.

Os rotores de 3 pás possuem uma boa relação entre coeficiente de potência, custo

e velocidade de rotação, bem como uma melhor estética comparada às turbinas de 2 pás.

Rotores multipás são mais utilizados para bombeamento de água de poços

artesianos, mas nada impede que sejam utilizados para geração de energia elétrica.

Impulsionados tanto por força de arrasto como por força de sustentação, esses rotores têm

seu pico de eficiência em ventos fracos, com uma eficiência de 30%

Aerogeradores de arvore horizontal são os mais utilizados em razão de seu

rendimento aerodinâmico ser superior aos de arvore vertical e estão menos expostos aos

esforços mecânicos, compensando seu maior custo.

Um aerogerador de arvore horizontal possui diversos componentes, alguns deles

podem ser observados na figura abaixo.

12

Figura 3.3 – Componentes de um aerogerador de arvore horizontal.

13

Capítulo 4

Projeto mecânico de um aerogerador

4.1 – Principio de funcionamento

Para se extrair a energia dos ventos, faz-se necessário a utilização de diversos

componentes interligados. De modo simplificado, pode-se dizer que o princípio de

funcionamento de um aerogerador parte dos ventos que escoam pelas pás, e esse

movimento dos ventos gera uma força de sustentação nas pás, fazendo com que se movam

e que o rotor gire.

Uma vez que a arvore de baixa rotação está acoplado ao rotor, este também gira

(com a mesma velocidade angular que o rotor). Acoplado à arvore de baixa rotação ainda

é acoplado o sistema de frenagem do aerogerador. Ainda são utilizados mancais de apoio

para garantir que a arvore não sofre esforços e deformações em excesso.

Em seguida, para que o gerador possa operar, é necessária a instalação de um

multiplicador de velocidade, no intuito de aumentar a velocidade de rotação e a transferir

para outra arvore, que é chamado de arvore de alta rotação que também utiliza mancais

de apoio.

Por fim ocorre a conexão com o gerador, para que possa haver a conversão da

energia cinética em energia elétrica. Todos esses elementos são sustentados pela torre,

que por sua altura garante exposição a ventos mais velozes.

Figura 4.1 – Diagrama de funcionamento do aerogerador.

14

4.2 – Considerações iniciais

Para a realização do projeto do aerogerador, deve-se fazer algumas considerações

iniciais, tais como:

Velocidade do vento (𝑈∞) = 8,0 m/s;

Altura do eixo do rotor (𝐻) = 8,0 m;

Diâmetro do rotor (𝐷𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟) = 2,5 m.

Adicionalmente, por se tratar de uma instalação de pequeno porte (domiciliar) a

nível do mar, é possível determinar:

Temperatura Ambiente (𝑇𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒) = 25𝑜𝐶

Pressão (𝑃𝑎𝑡𝑚) = 101,3 . 105 𝑃𝑎;

Massa específica do ar (𝜌𝑎𝑟) = 1,225 𝐾𝑔/𝑚3;

Viscosidade absoluta do ar (µ𝑎𝑟) = 17,4 . 10−6 𝑃𝑎. 𝑠

E também é possível calcular a área de varredura (𝐴𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟) do rotor por meio da

formula:

𝐴𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 =𝜋 𝐷𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟

2

4≅ 4,91 𝑚2

4.3 – Estudo aerodinâmico do projeto

Para realizar o estudo aerodinâmico do projeto, faz-se necessário calcular a

potência disponível do vento (𝑃𝑜𝑡𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜) por meio das equações de fluxo de energia

cinética (𝐸𝑐) e de fluxo mássico (�̇�):

𝐸�̇� = 1

2 �̇� 𝑈∞

2

�̇� = 𝜌𝑎𝑟 𝐴𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 𝑈∞

Sendo assim,

𝑃𝑜𝑡𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜 =1

2 𝜌𝑎𝑟 𝐴𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 𝑈∞

3 ≅ 1539,46 𝑊

15

Entretanto, para aproveitar toda a potência disponível no vento, seria necessário

que toda a massa de ar que passasse pelo rotor tivesse sua velocidade reduzida a 0,

fazendo com que o rotor do aerogerador não se movimentasse. Sendo assim, nem toda

potência disponível no vento é transmitida para o rotor, e deve-se considerar um

rendimento aerodinâmico (𝐶𝑝). Em 1919, o físico alemão Albert Betz definiu

matematicamente o máximo rendimento aerodinâmico (𝐶𝑝 𝑀𝐴𝑋), sendo assim conhecido

por Limite de Betz [6] [7].

O limite de Betz demonstra que como o ar flui através de uma determinada área,

ele retarda a partir da perda de energia para uma turbina, e pelo princípio da continuidade

de massa o ar deve se espalhar para uma área mais ampla, como é representado por:

Figura 4.2 – Esquema gráfico do Limite de Betz

Na figura 4.2,

𝑉1 – Velocidade do vento antes do aerogerador;

𝑉 – Velocidade do vento nas pás do aerogerador;

𝑉2 – Velocidade do vento após o aerogerador;

𝑆1 – Seção do fluxo de vento antes do aerogerador;

𝑆 – Seção do fluxo de vento no aerogerador;

𝑆2 – Seção do fluxo de vento após o aerogerador.

Como resultado, se obtém que o máximo rendimento aerodinâmico é de 59%

(𝐶𝑝 𝑀𝐴𝑋 = 0,59). Vale a pena ressaltar que esse máximo rendimento se deve ao limite da

natureza e por isso, não pode ser ultrapassado.

16

Após o cálculo da potência disponível do vento e sabendo qual é o máximo

rendimento aerodinâmico de um aerogerador, é necessário, definir o perfil das pás e os

esforços aplicados às mesmas.

Com a finalidade de definir um perfil de pás com um bom rendimento

aerodinâmico, utilizou-se dos dados apresentados por HAU, E [8] que podem ser

observadas na seguinte tabela:

Figura 4.3 – Características de diferentes modelos de aerogeradores.

Que como pode ser observado, para um raio de rotor inferior a 10m, foi utilizado

um aerofólio do tipo NACA 44xx. Uma vez que o raio do rotor do projeto se encaixa em

um dos modelos apresentados na figura 4.3, será utilizado o perfil NACA 44xx.

17

A partir dos modelos descritos em [8], é definido que o “tip-speed ratio” TSR (𝜆),

que é a razão entre a velocidade tangencial na ponta da pá e a velocidade do vento no

projeto é igual a 5,5 (𝜆 = 5,5). Ainda deste modelo, é definido que o índice de solidez do

rotor (𝜎), porcentagem da aérea do rotor coberta pelas pás, é igual 0,089.

A partir do TSR (𝜆) e índice de solidez do rotor (𝜎), é possível calcular a

velocidade angular do rotor (𝛺𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟) e o tamanho da corda (𝑐) do perfil aerodinâmico

escolhido utilizado as equações

𝜆 = 𝛺𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 . 𝐷𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟

2 𝑈∞

𝑐 = 𝜎.𝜋 𝐷𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟

2

2 . 𝑧 (𝐷𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 − 𝐷𝑐𝑢𝑏𝑜)

em que:

𝐷𝑐𝑢𝑏𝑜 – Diâmetro de cubo do rotor;

𝑧 – Número de pás

Como já mencionado, para número de pás (𝑧) igual a 3 é obtida uma maior

estabilidade no sistema além de ter um bom rendimento. Definindo que o diâmetro do

cubo do rotor (𝐷𝑐𝑢𝑏𝑜) é de 0,20m, é obtido que:

𝛺𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 = 35,2 𝑟𝑎𝑑/𝑠 ≅ 336,14 𝑟𝑝𝑚

𝑐 = 0,1266 𝑚 ≅ 0,12 𝑚

A partir do valor de tamanho de corda, é possível calcular o número de Reynolds

(𝑅𝑒) descrita por MCDONALD, A., T., FOX, R., W., PRITCHARD, P., J. [9], que é

definido pela equação:

𝑅𝑒 =𝑈∞. 𝑐. 𝜌𝑎𝑟

µ𝑎𝑟= 67586,20 ≅ 67000

Utilizando o número de Reynolds (𝑅𝑒) calculado, com o auxílio dos ensaios de

perfis de pás conduzidos por H. ABBOTT, I., E. VON DOENHOFF, A. [10], onde pode-

se observar as curvas de coeficiente de arrasto (𝐶𝐷), coeficiente de sustentação (𝐶𝐿) e o

coeficiente de momento (𝐶𝑀) em relação a um ângulo de ataque (φ).

18

Para a escolha do perfil de pá, é necessário encontrar um perfil de pá estudado

com um alto coeficiente de sustentação (𝐶𝐿) e um baixo coeficiente de arrasto (𝐶𝐷). Após

a análise de diversas curvas, foi definido que o perfil utilizado no projeto será o NACA

4418, que possui as curvas:

Figura 4.4 – Gráfico do coeficiente de momento (𝐶𝑀) para o aerofólio NACA

4418.

19

Figura 4.5 – Gráfico do coeficiente de arrasto (𝐶𝐷) e coeficiente de sustentação

(𝐶𝐿) para o aerofólio NACA 4418.

A partir das figuras 4.4 e 4.5, quando utilizado com um ângulo de ataque (∝) =

8°, o aerofólio do tipo NACA 4418 fornece:

Um coeficiente de arrasto (𝐶𝐷) ≅ 0,11;

Um coeficiente de sustentação (𝐶𝐿) ≅ 1,2; e

Um coeficiente de momento (𝐶𝑀) ≅ -0,9

20

A teoria de elementos de pá, que tem como base a divisão da pá em secções

independentes (que não interagem entre si) onde todos os cálculos são feitos utilizando a

aerodinâmica bidimensional. Isto quer dizer que são desprezados todos os efeitos

tridimensionais. O princípio dessa teoria é descrito por MANWELL, J, F., MCGOWAN,

J, G., ROGERS, L, A., ET. AL. [11] e exibido nas figuras 4.6 e 4.7.

Figura 4.6 – Divisão dos elementos de pá.

Figura 4.7 – Análises das velocidades e dos esforços em um elemento de pa.

A partir da teoria de elementos de pá, é possível calcular o ângulo relativo de

incidência do vento (φ) e o angulo de passo(β) a partir das equações:

φ = 𝑡𝑎𝑛−1 (𝑈∞

𝛺𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 . 𝑅) = 10,30𝑜

β = φ − ∝ = 2,3𝑜

21

Assim como também é possível calcular, a força de sustentação(L), a força de

arrasto (D) e o momento relativo ao gradiente de pressão (M) atuante em uma pá

utilizando as formulas apresentadas por LEWIS, H. R., PAPADIMITRIOU, C. H. [12] e

BURTON, T., SHARPE, D. JENKINS, N., BOSSANYI, E.[13]

𝐿 = ∫1

2 𝜌 . (𝛺𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 . 𝑟)2 . 𝐶𝐿 . 𝑐 𝛿𝑟

𝐷𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟2

𝐷𝑐𝑢𝑏𝑜2

= 71,11 𝑁

𝐷 = ∫1

2 𝜌 . (𝛺𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 . 𝑟)2 . 𝐶𝐷 . 𝑐 𝛿𝑟

𝐷𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟2

𝐷𝑐𝑢𝑏𝑜2

= 6,51 𝑁

𝑀 = ∫1

2 𝜌 . (𝛺𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 . 𝑟)2 . 𝐶𝑀 . 𝑐2 . 𝛿𝑟

𝐷𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟2

𝐷𝑐𝑢𝑏𝑜2

= −0,64 𝑁. 𝑚

É notório que a formulação das forças de sustentação e arrasto formuladas a partir

da teoria de elementos de pá não estão de acordo com as coordenadas fixas do rotor do

aerogerador.

Com a finalidade de facilitar os cálculos estruturais futuros para o resto do

aerogerador, são calculadas as forças normais (𝐹𝑁), tangenciais (𝐹𝑇) e o torque resultante

(𝑇) atuantes em uma pá.

𝐹𝑁 𝑝á = 𝐿 . 𝐶𝑜𝑠φ + + 𝐷 . 𝑆𝑒𝑛φ = 71,12 N

𝐹𝑇 𝑝á = 𝐿 . 𝑆𝑒𝑛φ + + 𝐷 . 𝐶𝑜𝑠φ = 6,31 N

𝑇𝑝á = 𝑟. 𝐹𝑇 = 𝑟 ( 𝐿 . 𝑆𝑒𝑛 φ − 𝐷 . 𝐶𝑜𝑠φ) = 5,55N

𝑀𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 = −0,64 𝑁. 𝑚

Considerando as três pás, se obtém que os esforços atuantes no rotor são

calculados multiplicando por 3 os esforços atuantes em uma pá,

𝐹𝑁 𝑅𝑜𝑡𝑜𝑟 = 213,33 𝑁

𝐹𝑇 𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 = 0 𝑁 (𝑑𝑒𝑣𝑖𝑑𝑜 𝑎 𝑠𝑖𝑚𝑒𝑡𝑟𝑖𝑎)

𝑇𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 = 16,65 𝑁

𝑀𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 = 0 𝑁. 𝑚 (𝑑𝑒𝑣𝑖𝑑𝑜 𝑎 𝑠𝑖𝑚𝑒𝑡𝑟𝑖𝑎)

22

A partir do torque atuante no rotor, pode-se calcular a potência fornecida ao rotor

pelo vento,

𝑃𝑜𝑡𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 = 𝑇 . 𝜔 = 586,08 𝑊.

Uma vez obtida a potência fornecida ao rotor pelo vento (𝑃𝑜𝑡𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟), é possível

calcular o coeficiente aerodinâmico (𝐶𝑝) do perfil utilizado nesse projeto,

𝐶𝑝 =𝑃𝑜𝑡𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟

𝑃𝑜𝑡𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜= 0,3807 = 38%

4.4 – Projeto das Pás do Aerogerador

Figura 4.8 – Pá com o perfil NACA 4418 utilizada no projeto.

A pá pode ser fabricada a partir de uma liga de alumínio 7075 T6, que possui boa

resistência mecânica e baixa massa especifica. Com a referida liga, é feito o encaixe no

cubo do rotor, assim como é feito uma viga de modo a suportar os esforços atuantes em

cada pá. Cada pá possuiria aproximadamente 5 Kg.

A fim de verificar os esforços atuantes na pá, foi realizado um estudo de elementos

finitos, onde a extremidade com os furos foi fixada e as forças encontradas pelo estudo

aerodinâmico da pá foram aplicadas na outra extremidade. Sabe-se que os esforços não

23

são aplicados desta forma, mas a fim de ser conservador, o estudo será realizado desta

maneira.

Figura 4.9 – Modelo de elementos finitos das tensões aplicadas a pá do

aerogerador.

Adicionalmente, as pás do aerogerador também podem ser fabricadas a partir da

de uma barra de aço 4340 AISI envoltas de espuma de poliuretano rígida, sendo

posteriormente essa espuma coberta de fibra de vidro. Para tal, foi feito um segundo

modelo para analisar os esforços atuantes na referida pá.

Figura 4.10 – Modelo de elementos finitos das tensões aplicadas a barra.

24

4.5 – Projeto do cubo do aerogerador

O cubo é a peça que tem como finalidade conectar as pás do rotor à arvore de

baixa rotação. Uma vez que as forças atuantes não são grandes e visando diminuir o peso

do sistema, o material utilizado na confecção do cubo será a liga de alumínio 7075 T6.

Principais propriedades da liga de alumínio 7075 T6:

Massa Específica do Alumínio (𝜌7075 𝑇6) = 2850 𝐾𝑔/𝑚³

Tensão de escoamento (𝑆𝑦 7075 𝑇6) = 542 𝑀𝑃𝑎

Tensão de ruptura (𝑆𝑢𝑡 7075 𝑇6) = 593 𝑀𝑃𝑎

Figura 4.11 – Tabela com propriedades mecânicas de diferentes materiais.

Figura 4.12 – Cubo do Rotor utilizado no projeto.

25

Assim como foi feito para as pás, realizou-se um estudo de elementos finitos para

analisar as tensões atuantes no cubo do rotor. A configuração da simulação é que fixado

o furo por onde a arvore passa, e aplica-se a força nos rasgos onde as pás do aerogerador

são fixadas.

Pode-se observar que as tensões atuantes no cubo do rotor são bem pequenas, não

sendo suficientes para alcançar o limite de escoamento do material escolhido para fabricar

o cubo do rotor.

Figura 4.13 – Estudo de tensões no cubo do rotor utilizado no projeto.

4.6 – Seleção do Gerador Elétrico

Para selecionar o gerador elétrico deve-se estimar a potência que será entregue ao

mesmo. Como já demonstrado, embora a potência disponível do vento fosse de

1539,46W, devido às escolhas de perfil de pá, angulo de ataque, angulo de passo só se

consegue aproveitar 586,08W.

26

Figura 4.14 – Gerador elétrico da fabricante WEG.

Essa potência 586,08W seria a potência de entrada no aerogerador, no entanto,

devido ao sistema mecânico do aerogerador, haverá mais perdas. Após um estudo de

diversos documentos, teses e livros, estima-se que os rendimentos de transferência de

potência dos seguintes elementos são:

Arvores – 1.0

Pares Mancais de Rolamento – 0.99

Pares de Engrenagens – 0,96

Acopladores – 0,96

Considerando que no nosso sistema possui: 5 arvores, 5 pares de mancais de

rolamento, 2 pares de engrenagens e 2 acopladores, estima-se que o rendimento mecânico

(𝜂𝑚𝑒𝑐) do sistema é:

𝜂𝑚𝑒𝑐 = 80%

Sendo assim, a potência de entrada no gerador elétrico (𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝐺𝐸) é estimada

como:

27

𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝐺𝐸 = 𝜂𝑚𝑒𝑐 . 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 = 468,86 𝑊

A partir desse valor, é possível entrar em um catalogo de fabricante de geradores

elétricos e escolher um adequado à utilização no projeto. Fazendo isso, foi escolhido o

Motor Elétrico WEG W22 IR3 Premium a partir do catalogo da fabricante [14], onde o

referido motor possui a seguinte folha de dados:

Figura 4.15 – Parte da folha de dados do gerador elétrico utilizado no projeto.

Como o rendimento do motor elétrico (𝜂𝑒𝑙𝑒) é de 75%, se tem que a potência

gerada pelo aerogerador é aproximadamente:

𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝐺𝐸 . 𝜂𝑒𝑙𝑒 = 351,65 𝑊

28

4.7 – Seleção do Freio

Ao selecionar o freio do sistema, deve-se considerar dois fatores: a velocidade

angular da arvore de baixa rotação (𝛺𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟) e torque nele atuante (𝑇𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟). Utilizando o

catalogo da Mayr [15], é selecionado um freio eletromagnético, modelo Roba-Quick

520.205.0 que tem a capacidade de frear uma arvore a 6100 rpm e com 45 N.m de torque.

Deve-se ressaltar que o diâmetro do flange é variável, sendo o diâmetro mínimo igual a

15mm e o máximo igual a 35 mm (sendo preferencialmente igual a 25mm ou 30mm). A

do partir dos cálculos realizados para as arvores neste projeto, o diâmetro do flange será

de 25mm

Figura 4.16 – Ilustração do freio eletromagnético Roba-Quick 520.20_.0.

Esse tipo de freio tem como princípio de funcionamento, a aplicação de uma

corrente em uma bobina que por reação atrai um disco de freio e assim, provocando a

frenagem da arvore.

29

4.8 – Projeto do Multiplicador de velocidades

4.8.1 – Projeto das Engrenagens do Multiplicador de velocidades

Como já mencionado, o multiplicador de velocidades tem como objetivo

aumentar a velocidade de angular para entrega-la á arvore do gerador elétrico,

preferencialmente o mais próximo possível da velocidade angular nominal do gerador.

Portanto, o multiplicador deve ser dimensionado em conformidade com a velocidade

angular da arvore do rotor (𝛺𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟) e com a velocidade angular nominal do gerador

(𝛺𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝐺). Inicialmente se tem que:

Torque de Entrada (𝑇𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟) = 16,65 𝑁. 𝑚

Rotação de Entrada (𝛺𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟) = 336,14 𝑟𝑝𝑚

Rotação Nominal do Gerador (𝛺𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝐺) = 1725 𝑟𝑝𝑚

Sendo assim, pode-se determinar a razão total de engrenamento do multiplicador

de velocidades (𝑖𝑡) por meio da formula:

𝑖𝑡 =𝛺𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝐺

𝛺𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟≅ 5,132

Segundo BUDYNAS, R., G., NISBETT, J., K. [16], recomenda-se a utilização de

uma razão de engrenamento (𝑖) inferior a 4. Adicionalmente, de modo a minimizar o

tamanho das engrenagens do multiplicador de velocidades, serão utilizado dois pares de

engrenagens com o mesmo fator de engrenamento, que é definido a partir de:

√𝑖𝑡 ≅ 2,265

Então, escolhe-se trabalhar com a razão de engrenamento de projeto (𝑖) igual a

2,25 para os dois pares de engrenagem. Portanto, pode-se calcular as velocidades de

rotação de cada etapa do multiplicador de velocidades.

Velocidade de rotação de entrada (𝛺1 = 𝛺𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟) = 336,14 𝑟𝑝𝑚 = 35,2 𝑟𝑎𝑑/𝑠

Velocidade de rotação intermediaria (𝛺2 = 𝛺1. 𝑖) = 756,32 rpm = 79,2 𝑟𝑎𝑑/𝑠

Velocidade de rotação de saída (𝛺3 = 𝛺2. 𝑖) = 1701,71 𝑟𝑝𝑚 = 178,2 𝑟𝑎𝑑/𝑠

30

Assim como também é possível calcular o torque que cada etapa do multiplicador de

velocidades transmite.

Torque na arvore de entrada (𝑇1 = 𝑇𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟) = 336,14 𝑟𝑝𝑚 = 16,65 𝑁. 𝑚

Torque na arvore de intermediaria (𝑇2 =𝑃𝑜𝑡𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟

𝛺2⁄ ) = 0,62 𝑁. 𝑚

Torque na arvore de saída (𝑇3 =𝑃𝑜𝑡𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟

𝛺3⁄ ) = 0,28 𝑁. 𝑚

Considerando que as engrenagens possuem um ângulo de pressão dos dentes (𝜃)

de 20º, se tem que o número mínimo de dentes para o pinhão (𝑧𝑚𝑖𝑛) é de:

𝑧𝑚𝑖𝑛 =2𝑘

𝑆𝑒𝑛2𝜃= 17,1 = 18 𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠

em que as engrenagens possuem uma altura de cabeça (𝑘) igual a 1,0.

A partir da razão de engrenamento (𝑖) e do número mínimo de dentes para o

pinhão (𝑧𝑚𝑖𝑛), estipula-se que o número de dentes dos pinhões (𝑧𝑝) é de 24 dentes. Dessa

maneira, o número de dentes das coroas (𝑧𝑐) é dado por:

𝑧𝑐 = 𝑧𝑝 . 𝑖 = 54 𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠

A escolha do módulo das engrenagens (𝑚) interfere diretamente nos tamanhos

das engrenagens e consequentemente nos esforços que atuam sobre elas. Como

mencionado anteriormente, é desejado um multiplicador de velocidades compacto, sendo

assim escolhe-se um módulo das engrenagens (𝑚) a partir dos que são utilizados

normalmente, presentes na tabela:

Figura 4.17 – Tabela de módulos de engrenagens (𝑚) usualmente utilizados.

31

O valor escolhido, que atende aos critérios estipulados, é o módulo das

engrenagens (𝑚) igual a 2,5 mm. Por resultado, se tem que o passo diametral (𝑃𝑑) é dado

por:

𝑃𝑑 =1

𝑚= 0,4 𝑚𝑚−1

A partir do módulo das engrenagens (𝑚), calcula-se o diâmetro primitivo dos

pinhões (𝐷𝑝 𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜) e o diâmetro primitivo das coroas (𝐷𝑝 𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎) por meio das fórmulas:

𝐷𝑝 𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 = 𝑧𝑝 . 𝑚 = 60 𝑚𝑚

𝐷𝑝 𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 = 𝑧𝑐 . 𝑚 = 135 𝑚𝑚

Uma vez que se possui os diâmetros primitivos e as velocidades de rotação das

engrenagens, é possível encontrar as velocidades lineares nos círculos primitivos de cada

engrenagem. Estes são dados por:

𝑉𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 1 = 𝛺1 . 𝐷𝑝 𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 = 2,376 𝑚/𝑠

𝑉𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 1 = 𝛺2 . 𝐷𝑝 𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 = 2,376 𝑚/𝑠

𝑉𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 2 = 𝛺2 . 𝐷𝑝 𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 = 5,346 𝑚/𝑠

𝑉𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 2 = 𝛺3 . 𝐷𝑝 𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 = 5,346 𝑚/𝑠

onde:

𝑉𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 1 – Velocidade da coroa no primeiro par de engrenagens;

𝑉𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 1– Velocidade do pinhão no primeiro par de engrenagens;

𝑉𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 2 – Velocidade da coroa no segundo par de engrenagens;

𝑉𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 2– Velocidade do pinhão no segundo par de engrenagens.

Por meio das velocidades lineares nos círculos primitivos de cada engrenagem

(𝑉𝑒𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚)e da potência transmitida ao longo do multiplicador de velocidades

(𝑃𝑜𝑡𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟), consegue-se calcular as forças tangencial (𝑊𝑇𝑒𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚) e radial

(𝑊𝑅𝑒𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚) atuante nos dentes de cada par de engrenagens a partir das formulas:

32

𝑊𝑇𝑒𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 =

𝑃𝑜𝑡𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟

𝑉𝑒𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚

𝑊𝑅𝑒𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 = 𝑊𝑇

𝑒𝑛𝑔𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 . tan 𝜃

obtendo-se os seguintes valores para os esforços atuantes em cada par de

engrenagem:

𝑊𝑇𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 1 = 𝑊𝑇

𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 1 = 197,33 𝑁

𝑊𝑅𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 1 = 𝑊𝑅

𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 1 = 71,82 𝑁

𝑊𝑇𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 2 = 𝑊𝑇

𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 2= 87,70 𝑁

𝑊𝑅𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 2 = 𝑊𝑅

𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 2= 31,92 𝑁

Calculado os esforços atuantes nos dentes de cada engrenagem, deve-se então,

avaliar a resistência das mesmas. Neste projeto, será avaliada a resistência a flexão na

base do dente da engrenagem e resistência a desgaste superficial da engrenagem

(crateramento) segundo as normas ANSI/AGMA definidas em [16].

Figura 4.18 – Tabela de propriedade mecânica dos materiais utilizados em

engrenagens.

33

Por meio da tabela acima, apresentada por [16], se define que o material utilizado

na fabricação das engrenagens será o AISI 4340 temperado (em banho de água) e

revenido a 425ºC.

Principais propriedades do aço AISI 4340 Q&T 425ºC:

Tensão de escoamento (𝑆𝑦 4340) = 1360 𝑀𝑃𝑎

Tensão de ruptura (𝑆𝑢𝑡 4340) = 1470 𝑀𝑃𝑎

Dureza Brinell (𝐻𝐵4340) = 430 𝐻𝐵

Principais propriedades das engrenagens do projeto.

Ângulo de pressão das engrenagens (𝜃) = 20°

Razão de engrenamento do multiplicador de velocidades (𝑖) = 2,25

Módulo das engrenagens (𝑚) = 2,5 𝑚𝑚

Tem-se como recomendação que a largura de face (𝑏) deve ser de 3 a 5 vezes o

passo circular (𝑝). Sendo o passo circular obtido através da formula:

𝑝 = 𝜋 . 𝑚 = 7,854 𝑚𝑚

Pela recomendação acima tem-se que a largura de face (𝑏) deve ser 23,56 𝑚𝑚 <

𝑏 < 39,27 𝑚𝑚. Tendo em vista que os esforços aplicados nas engrenagens não são muito

altos e que o material utilizado possui altos valores de resistência, será utilizada a largura

de face (𝑏) = 20𝑚𝑚. Mesmo sabendo que o valor escolhido foge da recomendação, a

escolhe foi feita a fim de evitar o superdimensionamento das engrenagens.

Deve-se ressaltar que para o cálculo de resistência das engrenagens será

considerado as piores situações, ou seja, onde atuam os maiores esforços e aonde estes

são mais críticos.

Considerando que os pares de engrenagens seriam feitas do mesmo material, serão

realizados os cálculos de resistência para o pinhão do primeiro par de engrenagens, já que

este está submetido à maior força tangencial e possui a geometria mais crítica (menor).

A partir dos dados anteriormente obtidos, é possível calcular a resistência da

engrenagem à fadiga na base do dente a flexão segundo as normas AISI/AGMA, descritas

na formula:

34

𝜎 = 𝑊𝑇 . 𝐾𝑜 . 𝐾𝑣 . 𝐾𝑠 . (1

𝑏 . 𝑚) . (

𝐾ℎ . 𝐾𝑏

𝑌𝑗)

onde:

𝜎 – Tensão atuante na base do dente da engrenagem;

𝑊𝑇 – Força transmitida pelos dentes das engrenagens;

𝐾𝑜 – Fator de sobrecarga;

𝐾𝑣 – Fator de dinâmico;

𝐾𝑠 – Fator de tamanho;

𝑏 – Largura do dente;

𝑚 – Módulo geométrico;

𝐾ℎ – Fator de distribuição de carga no dente;

𝐾𝑏 – Fator de espessura de dente; e

𝑌𝑗 – Fator geométrico.

A força transmitida pelos dentes das engrenagens (𝑊𝑇) será equivalente a força

tangencial atuante nos dentes do pinhão do primeiro par de engrenagens (𝑊𝑇𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 1 =

197,33 𝑁).

Então, determina-se o fator de sobrecarga por meio da tabela:

Figura 4.19 – Tabela para o fator de sobrecarga (𝐾𝑜) em engrenagens.

Sendo conservador e considerando que o choque da fonte de potência é médio e

que o da máquina acionada (gerador elétrico) é uniforme, concluí-se que

𝐾𝑜 = 1,5

35

Figura 4.20 – Gráfico para o fator de dinâmico (𝐾𝑣).

Para a determinação do fator dinâmico, considera-se a maior velocidade linear das

engrenagens, que ocorre no segundo par de engrenagens (𝑉𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 2 = 𝑉𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 2 =

5,346 𝑚/𝑠 ). Adicionalmente, é estipulado que fator de qualidade AGMA (𝑄𝑣) é igual a

7, que corresponde a uma qualidade de trabalho boa e barata (no limite da qualidade de

trabalho utilizado em engrenagens de precisão). Portanto, graficamente se obtém que:

𝐾𝑣 = 1,34

A determinação do fator de tamanho (𝐾𝑆) é dado pela formula:

𝐾𝑆 = 1,003 (𝑏. 𝑚√𝑌)0,0535

onde:

𝑏 – Largura de face do dente (𝑏 = 20𝑚𝑚);

𝑚 – Módulo geométrico (𝑚 = 2,5 𝑚𝑚); e

𝑌 – Fator de forma de Lewis.

36

Figura 4.21 – Tabela para o fator de forma de Lewis (𝑌).

Por meio da tabela acima e sabendo que o número de dentes do pinhão (𝑧𝑝 =

24 𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠), se obtém que o fator de forma de Lewis é

𝑌 = 0,337

Por consequência,

𝐾𝑆 = 1,003 (𝑏. 𝑚√𝑌)0,0535 = 1,201

Para o fator de distribuição de carga no dente (𝐾ℎ), se tem que:

𝐾𝐻 = 1 + 𝐶𝑚𝑐 ( 𝐶𝑝𝑓 . 𝐶𝑝𝑚 + 𝐶𝑚𝑎 . 𝐶𝑒)

Onde:

𝐶𝑚𝑐 = 1 (devido ao fato das engrenagens não possuírem coroamento);

𝐶𝑝𝑓 = 35

10 .60− 0,0375 + 0,0125𝐹 = 0,3958 (uma vez que 𝑏 = 20𝑚𝑚)

𝐶𝑝𝑚 = 1 (as engrenagens estão posicionadas no centro entre os dois rolamentos);

37

Figura 4.22 – Gráfico para 𝐶𝑝𝑚.

𝐶𝑚𝑎 = 0,15 (determinado graficamente uma vez que 𝑏 = 20𝑚𝑚 = 0,8 𝑖𝑛)

𝐶𝑒 = 1 (engrenamento não é ajustado na montagem e nem a compatibilidade é

melhorada)

Portanto,

𝐾𝐻 = 1 + 𝐶𝑚𝑐 ( 𝐶𝑝𝑓 . 𝐶𝑝𝑚 + 𝐶𝑚𝑎 . 𝐶𝑒) = 1,5458

Uma vez que as engrenagens utilizadas no presente projeto não possuem bordas,

tem-se que:

𝐾𝐵 = 1,0

Por fim, faz-se necessário calcular o fator geométrico (𝑌𝑗). Este fator geométrico

depende do ângulo de pressão (𝜃) e dos números de dentes do pinhão (𝑧𝑝) e da coroa

(𝑧𝑐). Para um ângulo de pressão (𝜃) de 20°, o fator geométrico (𝑌𝑗) pode ser encontrado

utilizando gráfico abaixo:

38

Figura 4.23 – Gráfico para fatores geométricos (𝑌𝑗).

Finalmente, se obtém que a tensão atuante na base do dente das engrenagens (𝜎)

é:

𝜎 = 𝑊𝑇 . 𝐾𝑜 . 𝐾𝑣 . 𝐾𝑠 . (1

𝑏 . 𝑚) . (

𝐾ℎ . 𝐾𝑏

𝑌𝑗) = 41,01 𝑀𝑃𝑎

Deve-se então, calcular a tensão admissível a flexão na base do dente (𝜎𝑎𝑙𝑙) a fim

de encontrar o fator de segurança a flexão do dente (𝐹𝑆𝑓), a tensão admissível a flexão

na base do dente (𝜎𝑎𝑙𝑙) pode ser calculada pela equação:

𝜎𝑎𝑙𝑙 = 𝑆𝑡 .𝑌𝑁

𝑌𝜃 . 𝑌𝑍

Em que:

𝑆𝑡 – Resistência flexional de engrenagens

𝑌𝑁 – Fator de ciclagem

𝑌𝜃 – Fator de temperatura

39

𝑌𝑍 – Fator de confiabilidade

A resistência flexional de engrenagem (𝑆𝑡) pode ser encontrada por meio da

equação:

𝑆𝑡 = 0,568 𝐻𝐵 + 83,8 = 328,04 𝑀𝑃𝑎

Figura 4.24 – Gráfico para fatores de ciclagem (𝑌𝑁)

Para 1010 ciclos, tem-se que o fator de ciclagem (𝑌𝑁) é de 0,8.

Para temperaturas inferiores a 120°C, tem-se que o fator de temperatura (𝑌𝜃) é

igual a 1,0.

O fator de confiabilidade é obtido por meio da tabela:

Figura 4.17 – Gráfico para fatores de confiabilidade (𝑌𝑍)

40

Portanto, define-se que o fator de confiabilidade (𝑌𝑍) é igual a 1,0.

Sendo assim,

𝜎𝑎𝑙𝑙 = 𝑆𝑡 .𝑌𝑁

𝑌𝜃 . 𝑌𝑍= 262,432 𝑀𝑃𝑎

Em posse da tensão atuante na base do dente das engrenagens (𝜎) e da tensão

admissível a flexão na base do dente (𝜎𝑎𝑙𝑙), pode se calcular o fator de segurança a flexão

do dente (𝐹𝑆𝑓).

𝐹𝑆𝑓 = 𝜎𝑎𝑙𝑙

𝜎= 6,399

Após o calcular de resistência da engrenagem à fadiga na base do dente a flexão,

deve-se então calcular a resistência da engrenagem à crateramento (desgaste superficial)

da segundo as normas AISI/AGMA, descritas na formula:

𝜎𝑐 = 𝑍𝑒 . √𝑊𝑇 . 𝐾0 . 𝐾𝑣. 𝐾𝐻

1

𝐷𝑝. 𝑏.𝑍𝑟

𝑍𝑙

Em que:

𝜎𝑐 – Resistência a crateramento (desgaste)

𝑍𝑒 – Coeficiente elástico

𝑊𝑇 – Força transmitida pelos dentes das engrenagens

𝐾0 – Fator de sobrecarga

𝐾𝑣 – Fator de dinâmico

𝐾𝐻 – Fator de distribuição de carga no dente

𝐷 – Diâmetro primitivo

𝑏 – Largura do dente

𝑍𝑟 – Fator de condição superficial

𝑍𝑙 – Fator geométrico

Uma vez que a coroa e o pinhão são fabricados com o mesmo material (aço AISI

4340), eles possuem o mesmo módulo de elasticidade (𝐸𝑃 = 𝐸𝑐 ≅ 200 𝐺𝑃𝑎) e mesmo

coeficiente de Poisson (𝜈𝑃 = 𝜈𝑐 = 0,3). Calcula-se então o coeficiente elástico (𝑍𝑒):

41

𝑍𝑒 = [1

𝜋 (1 − 𝜈𝑃

2

𝐸𝑃+

1 − 𝜈𝐺2

𝐸𝐺)

]

12⁄

= 191 𝑀𝑃𝑎

A partir do momento em que as engrenagens utilizadas no multiplicador de

velocidade são novas, tem-se que o fator de condição superficial (𝑍𝑅) é igual a 1,0.

Adicionalmente, uma vez que o ângulo de pressão das engrenagens (𝜃) é de 20°, a razão

de engrenamento (𝑖) é de 2,25 e a razão de compartilhamento de carga (𝑚𝑁) é de 1,0

(utilização de dentes retos), se obtém o fator geométrico a partir de:

𝑍𝐿 =𝐶𝑜𝑠𝜑𝑇 . 𝑆𝑒𝑛𝜑𝑇

2 𝑚𝑛 .

𝑚𝐺

𝑚𝐺 + 1= 0,111

Logo,

𝜎𝑐 = 𝑍𝑒 . √𝑊𝑇 . 𝐾0 . 𝐾𝑣. 𝐾𝐻

1

𝐷𝑝. 𝑏.𝑍𝑟

𝑍𝑙= 410,34 𝑀𝑃𝑎

Assim como foi feito para o critério de resistência a flexão na base do dente, se

deve calcular a tensão de contato admissível (𝜎𝑐𝑎𝑙𝑙) para a superfície da engrenagem. Esta

é obtida por meio da equação:

𝜎𝑐𝑎𝑙𝑙 = 𝜎𝐻𝑃 .𝑌𝑛 . 𝑍𝑤

𝑌𝜃 . 𝑌𝑧

Em que:

𝜎𝐻𝑃 – Tensão admissível de contato do material

𝑌𝑛 – Fator de ciclagem

𝑍𝑤 – Fator de razão de dureza

𝑌𝜃 – Fator de temperatura

𝑌𝑧 – Fator de confiabilidade

42

Para uma engrenagem de aço grau 1 endurecido por chama ou indução e raízes

não endurecidas, se tem que a tensão admissível de contato do material (𝜎𝐻𝑃) é de 22500

psi ou 1551 Mpa.

Pelo fato das engrenagens serem fabricadas a partir do mesmo material, ambas

possuem a mesma dureza. Logo a razão entre a dureza do pinhão pela coroa é igual a 1,0,

resultando em um fator de razão de dureza (𝑍𝑤) igual a 1,0

Portanto, se obtém que:

𝜎𝑐𝑎𝑙𝑙 = 𝜎𝐻𝑃 .𝑌𝑛 . 𝑍𝑤

𝑌𝜃 . 𝑌𝑧= 1240 𝑀𝑃𝑎

Analogamente ao critério de resistência anterior, calcula-se o fator de segurança

de crateramento (𝐹𝑆𝑐) por:

𝐹𝑆𝑐 = 𝜎𝑐𝑎𝑙𝑙

𝜎𝑐= 3,021

Como ambos os critérios de resistência AISI/AGMA foram satisfeitos com um

fator de segurança relativamente alto, as considerações e escolhas adotadas nesse projeto

aparentam estar corretas.

4.8.2 – Projeto das Arvores do Multiplicador de velocidades

Figura 4.25 – Esquema da arvore mais solicitado do multiplicador de velocidades

43

Sendo as forças de reação dos mancais (𝑅𝐴 & 𝑅𝐵)e as forças de transmissão

(𝑊𝑇)e tangenciais (𝑊𝑅)atuantes nas engrenagens. É utilizado o programa MD Solids

calcular as reações 𝑅𝐴 𝑥, 𝑅𝐴 𝑦, 𝑅𝐵 𝑥 e 𝑅𝐵 𝑦; os diagramas de esforços cortantes e os

diagramas de momento fletor. Configura-se o programa para fazer os cálculos em dois

planos XZ e YZ.

No plano XZ, é o plano em que a engrenagem sofre um esforço tangencial à face

transmissora de potência. No plano YZ, é o plano em que a engrenagem sofre um esforço

normal a face transmissora de potência.

Como em todo o projeto, os cálculos serão realizados adotando os maiores

esforços atuantes. No plano XZ, os esforços atuantes são:

𝑊𝑅𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 1 = 71,82 𝑁

𝑊𝑅𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 2 = 31,92 𝑁

Figura 4.26 – Diagrama de esforços no plano XZ da arvore mais solicitado.

44

A partir dos diagramas acima, determina-se as reações atuantes nos apoios:

𝑅𝐴 𝑥 = 53,61 𝑁

𝑅𝐵 𝑥 = 13,71 𝑁

No plano YZ, os esforços atuantes são:

𝑊𝑇𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 1 = 197,33 𝑁

𝑊𝑇𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 2 = 87,70 𝑁

Figura 4.27 – Diagrama de esforços no plano YZ da arvore mais solicitado.

A partir dos diagramas acima, determina-se as reações atuantes nos apoios:

𝑅𝐴 𝑦 = 147,29 𝑁

𝑅𝐵 𝑦 = 37,66 𝑁

45

Pelos diagramas de momento fletor, é possível observar que a arvore é mais

solicitado, isto é, sofre um maior momento fletor quando seu comprimento (𝐿) = 50𝑚𝑚.

Assim, calcula-se o momento fletor total (𝑀𝐹) em (𝐿) = 50𝑚𝑚

𝑀𝐹 = √𝑀𝑥𝑧2 + 𝑀𝑦𝑧

2 = √2,472 + 6,782 = 7,21 𝑁. 𝑚

O torque (𝑇) atuante na arvore é de:

𝑇 = 16,65 𝑁. 𝑚

Novamente, será utilizado as premissas e recomendações apresentadas por [16]

para um dimensionamento conservador de uma arvore. Primeiramente, é definido o

material da arvore como sendo o Aço AISI 1040 estirado à frio, tendo as seguintes

propriedades:

Tensão de escoamento (𝑆𝑦 1040) = 490 𝑀𝑃𝑎

Tensão de ruptura (𝑆𝑢𝑡 1040) = 590 𝑀𝑃𝑎

Alongamento = 12%

Dureza = 170 𝐻𝐵

Figura 4.28 – Fluxograma para critérios de estudo de falha.

46

Aplicando o critério de estático da Máxima Energia de Distorção, pode-s4 calcular

o diâmetro mínimo necessário, segundo a formula:

𝑑𝑚𝑖𝑛 = √32 . 𝐹𝑆

𝜋 . 𝑆𝑦 √𝑀𝐹

2 + 0,75 𝑇23

= 0,00944 𝑚

Encontra-se que o diâmetro mínimo (𝑑𝑚𝑖𝑛) para suportar a carga estática é de

9,44mm (utilizando um fator de segurança (𝐹𝑆) = 2,0). Ainda assim, deve-se calcular

o diâmetro mínimo necessário para suportar as cargas alternadas.

Figura 4.29 – Gráfico que demonstra os critérios de estudo de falha.

Dentre os critérios apresentados por [16] o mais conservador é o critério de

Soderberg. Portanto, como está sendo adotado uma postura conservadora em todo o

projeto, será utilizado o critério de fadiga de Soderberg, que é:

1

𝐹𝑆=

𝜎𝑎′

𝑆𝑒+

𝜎𝑚′

𝑆𝑢𝑡

Em que:

𝐹𝑆 – Fator de segurança;

𝜎𝑎′ – Tensão alternada;

𝜎𝑚′ – Tensão média;

𝑆𝑒 – Resistência a fadiga; e

𝑆𝑢𝑡 – Resistência a ruptura.

47

Realiza-se então, o cálculo da resistência à fadiga da arvore, calculando o valor

limite de resistência à fadiga (𝑆𝑒), que é dado por:

𝑆𝑒 = 𝐾𝑎 . 𝐾𝑏 . 𝐾𝑐 . 𝐾𝑑 . 𝐾𝑒 . 𝑆𝑒′

Em que:

𝐾𝑎 – Fator de superfície

𝐾𝑏 – Fator de tamanho

𝐾𝑐 – Fator de carregamento

𝐾𝑑 – Fator de temperatura

𝐾𝑒 – Fator de confiabilidade

𝑆𝑒′ – Limite de resistência a fadiga

O fator de superfície leva em consideração somente o processo de fabricação foi

utilizado. É possível calcular o fator de superfície (𝐾𝑎) segundo:

𝐾𝑎 = 𝑎 . 𝑆𝑢𝑡𝑏

Sendo a e b, dois fatores que podem ser encontrados na seguinte tabela:

Figura 4.30 – Tabela para os fatores a e b de 𝐾𝑎.

Considerando que a arvore a ser utilizado seria usinado, nota-se que a = 4,51 e b

= -0,265. Sendo assim,

𝐾𝑎 = 0,88

48

O fator de tamanho (𝐾𝑏) leva em consideração o diâmetro da arvore e é calculado

da seguinte forma:

𝐾𝑏 = 1,24 . 𝑑−0,107 𝑆𝑒 2,79 ≤ 𝑑 ≤ 51 𝑚𝑚

𝐾𝑏 = 1,51 . 𝑑−0,157 𝑆𝑒 51 ≤ 𝑑 ≤ 254 𝑚𝑚

É possível inferir que pelas cargas exercidas nas arvores que o diâmetro da arvore

não deve ser maior do que 51mm. Para realizar um cálculo preliminar, considera-se d =

20mm. Logo,

𝐾𝑏 = 0,90

O fator de carregamento (𝐾𝑐) leva em consideração qual tipo de carregamento é

empregado na arvore. Nesse caso, se tem que:

𝐾𝑐 = {1,0 − 𝐹𝑙𝑒𝑥ã𝑜 0,85 − 𝐴𝑥𝑖𝑎𝑙

0,59 − 𝑇𝑜𝑟çã𝑜

No entanto, [16] recomenda a utilização de 𝐾𝑐 = 0,59 somente para fadiga

torcional pura. Quando a torção está combinada com outras tensões tais como flexão,

𝐾𝑐 = 1,00 e o carregamento combinado é tratado usando-se a tensão efetiva de Von

Mises.

𝐾𝑐 = 1,00

O fator de temperatura (𝐾𝑑) leva em consideração a temperatura operacional da

arvore. Nesse caso, se tem que:

𝐾𝑑 = 1,025 (𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑇 ≤ 150°𝐶)

Seguindo a temperatura de trabalho adotada nos cálculos das engrenagens e

adotando uma postura conservadora, considera-se que as arvores trabalham em uma

temperatura inferior a 150°C.

49

O fator de confiabilidade (𝐾𝑒) é calculado coma seguinte formula:

𝐾𝑒 = 1 − 0,08 . 𝑍𝑎

Figura 4.31 – Tabela para o fatore de confiabilidade (𝐾𝑒).

Logo, considerando a mesma confiabilidade utilizada nos cálculos de engrenagens

(99%), se tem que:

𝐾𝑒 = 0,814

𝑆𝑒′ = {

0,5 𝑆𝑢𝑡 − 𝑆𝑢𝑡 ≤ 1400𝑀𝑃𝑎700 𝑀𝑃𝑎 − 𝑆𝑢𝑡 ≥ 1400𝑀𝑃𝑎

Logo,

𝑆𝑒′ = 245 𝑀𝑃𝑎

𝑆𝑒 = 𝐾𝑎 . 𝐾𝑏 . 𝐾𝑐 . 𝐾𝑑 . 𝐾𝑒 . 𝑆𝑒′ = 194,94 𝑀𝑃𝑎

O fator de concentração de tensão de fadiga (𝐾𝑓) leva em consideração o fator de

concentração de tensão (𝐾𝑡) e a sensitividade de entalhe(𝑞), sendo que:

𝐾𝑓 = 1 + 𝑞 (𝐾𝑡 − 1)

50

Figura 4.32 – Gráfico para sensitividade de entalhe (q).

Do gráfico acima, adotando o raio do entralhe (r) = 1,00 𝑚𝑚, e sendo a

resistência a ruptura (𝑆𝑢𝑡) = 590 𝐺𝑃𝑎, se obtém que a sensitividade de entalhe (q) =

0,8.

Figura 4.33 – Gráfico para fator de concentração de tensão a flexão (𝐾𝑡).

51

Figura 4.34 – Gráfico para fator de concentração de tensão a cisalhamento (𝐾𝑡𝑠).

A partir dos gráficos, e considerando que a razão entre os diâmetros da arvore

(D/d) = 2,0, se obtém 𝐾𝑡 = 2,2 & 𝐾𝑡𝑠 = 1,8.

Sendo assim,

𝐾𝑓 = 1,84

𝐾𝑓𝑠 = 1,56

Em que:

𝐾𝑓 – Fator de concentração de tensão de fadiga a flexão; e

𝐾𝑓𝑠 – Fator de concentração de tensão de fadiga a cisalhamento.

De acordo com a teoria da máxima energia de deformação, as tensões média (𝜎𝑚′ )

e alternada (𝜎𝑎′ ) podem ser calculadas da seguinte forma:

𝜎𝑚′ = (𝜎𝑚

2 + 𝜏𝑎2)

12⁄ = [(

32 𝐾𝑓 . 𝑀𝑚

𝜋 𝑑3)

2

+ 3 (16 𝐾𝑓𝑠 . 𝑇𝑚

𝜋 𝑑3)

2

]

12⁄

52

𝜎𝑎′ = (𝜎𝑎

2 + 𝜏𝑎2)

12⁄ = [(

32 𝐾𝑓 . 𝑀𝑎

𝜋 𝑑3)

2

+ 3 (16 𝐾𝑓𝑠 . 𝑇𝑎

𝜋 𝑑3)

2

]

12⁄

Em que:

𝑀𝑚 – Momento fletor médio;

𝑇𝑚 – Torque médio;

𝑀𝑎 – Momento fletor alternado; e

𝑇𝑎 – Torque alternado.

Combinando essas três equações, é possivél determinar o diâmetro mínimo que

suporte o critério de fadiga de Soderberg. Uma vez que o momento fletor (𝑀𝑚) e o

torque alternado (𝑇𝑎) são nulos e para um fator de segurança (𝐹𝑆) = 1,5, se obtém que:

𝑑𝑚𝑖𝑛 = √32 . 𝐹𝑆

𝜋 √

(𝐾𝑓 . 𝑀𝑎)2

𝑆𝑒2 + 0,75

(𝐾𝑓𝑠 . 𝑇𝑚)2

𝑆𝑦2

3

𝑑𝑚𝑖𝑛 = 0,0109𝑚 → 11𝑚𝑚

Como foi demonstrado, para os carregamentos apresentados pelo multiplicador

de velocidades, o menor diâmetro possível para as arvores utilizados neste deve ser de

11mm. No entanto, visando facilitar a fabricação e para que os rolamentos tenham uma

maior vida, serão utilizadas arvores de diâmetros próximos a 25mm em todo o projeto.

Nesse projeto, não foram utilizadas arvores estriados. Logo, a transferência de

potência das arvores ocorre por meio de chavetas. Estas serão dimensionadas a seguir.

Utiliza-se o aço SAE 1008 para a confecção das chavetas, esse material tem como

propriedades:

Módulo de Elasticidade (𝐸𝑆𝐴𝐸 1008) = 130 𝐺𝑃𝑎

Tensão de escoamento (𝑆𝑦 𝑆𝐴𝐸 1008) = 170 𝑀𝑃𝑎

Tensão de ruptura (𝑆𝑢𝑡 𝑆𝐴𝐸 1008) = 305 𝑀𝑃𝑎

Alongamento = 30%

53

Neste projeto, será utilizada a norma DIN 6885/1 para o dimensionamento das

chavetas utilizadas. A partir da tabela abaixo, pode-se obter as dimensões de chaveta

recomendadas pela norma.

Figura 4.35 – Tabela para o dimensionamento de chavetas e rasgos nos arvores.

Por meio da tabela, se obtém que:

Largura da chaveta (b) = 8mm

Altura total da chaveta (ℎ) = 7 𝑚𝑚

Altura de rasgo na arvore (𝑡1) = 4 𝑚𝑚

Altura de rasgo na engrenagem (𝑡2) = 3,3 𝑚𝑚

A máxima força que a arvore aplica é dada por:

𝐹𝑐 = 2 . 𝑇

𝑑= 1332 𝑁

Logo, comprimento mínimo da chaveta é dado por:

54

𝑙𝑚𝑖𝑛 = 2 . 𝐹𝑐 . 𝑛

𝑡 . 𝑆𝑦= 0,0078 𝑚 = 8𝑚𝑚

No projeto, será utilizado o comprimento de chaveta (𝑙) = 9 𝑚𝑚.

4.8.3 – Seleção dos Rolamentos do Multiplicador de velocidades

Como mencionado anteriormente, o diâmetro da arvore utilizada no projeto será

de 25mm. Sendo assim, será escolhido a princípio o rolamento SKF6005-2Z a partir do

Catálogos SKF [17] para rolamentos, com:

𝐶 = 11900 𝑁 (𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝐷𝑖𝑛â𝑚𝑖𝑐𝑎)

𝐶0 = 6550 𝑁 (𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑒𝑠𝑡á𝑡𝑖𝑐𝑎)

Calculam-se os esforços radiais e axias que os mancais sofrem a partir dos

cálculos realizados para as arvores e para as pás. O maior esforço radial é proveniente do

multiplicador de velocidade, que é:

𝑅𝐴 𝑥 = 47,01 𝑁

𝑅𝐴 𝑦 = 129,17 𝑁

𝐹𝑟 = √(𝑅𝐴 𝑥)2 + (𝑅𝐴 𝑦)2 = 137,45 𝑁

O maior esforço axial é proveniente das pás, que é:

𝐹𝑎 = 213,33 𝑁

Sendo assim, os cálculos para a carga dinâmica (𝑃) equivalente são:

𝑃 = 𝐹𝑟

E os cálculos para a carga estática equivalente (𝑃0) são:

𝑃0 = 𝐹𝑟

55

Calcula-se então a razão 𝐹𝑎/𝐶0 para se obter e, Y1 e Y2.

𝐹𝑎

𝐶0= 0,325

Se obtém que:

e = 0,22

X = 0,56

Y = 1,99

Logo, se obtém que:

𝑃 = 501,5 𝑁

𝑃0 = 189,2 𝑁

Então, calcula-se a números de ciclos que o mancal escolhido consegue operar,

quando submetido ao referente carregamento:

𝐿 = 𝑎1 . 𝑎SKF (𝐶

𝑃)

𝑎

Em que:

𝐿 – Número de rotações (vida)

𝑎1 – Fator de confiabilidade

𝑎𝑆𝐾𝐹 – Fator da SKF (lubrificação, velocidade, fadiga)

𝑎 – Constante para o tipo de rolamento

𝐶 – Capacidade de carga

𝐶 – Carga dinâmica

Consultando o manual do fabricante (SKF), encontra-se que:

𝑎1 = 0,25 (99% de confiabilidade)

𝑎SKF ≅ 4

𝑎 = 3 (Rolamento esférico)

Logo, encontra-se que o número de ciclos realizados pelo rolamento é de:

𝐿 = 6489 . 109 𝑅𝑒𝑣𝑜𝑙𝑢çõ𝑒𝑠

56

4.9 – Projeto do Suporte do Conjunto

Como o nome menciona, esta peça tem como função suportar e fixar todos os

componentes da nacele. O suporte é fabricado a partir de um bloco de aço AISI 1020 e

posteriormente é soldado a um tubo de mesmas dimensões que a torre.

Assim como nas pás e no cubo do rotor, foi feito um estudo de elementos finitos

para avaliar os esforços a que o suporte seria submetido. Neste modelo, a parte que se

encaixa com a torre é fixada, e nas diferentes partes planas é aplicada o peso aproximado

das peças do projeto: 35 Kg para o conjunto do rotor, 25Kg para o conjunto do

multiplicador de velocidades e 15 Kg para o gerador elétrico.

Os resultados obtidos mostram que a maior tensão a que o suporte está submetido

a 13Mpa, bem inferior ao limite de escoamento do material.

Figura 4.36 – Projeto do suporte do aerogerador.

57

Figura 4.37 – Modelo de elementos finitos realizado para o suporte do

aerogerador.

4.10 – Seleção do Acoplador

No presente projeto são utilizados acopladores, de modo a evitar arvores muito

longas, já que estes sofreriam mais (com maiores deformações e esforços) quando

submetidos aos esforços atuantes.

Foi necessária a utilização de acopladores, um para transmitir a potência da arvore

do rotor à arvore de entrada do multiplicador de velocidades e outro para transferir a

potência da arvore de saída do multiplicador de velocidades ao gerador elétrico.

O acoplador para o dito aerogerador foi escolhido dentre os apresentados pela a

fabricante Mayr [15], e o tipo selecionado foi o ROBA-ES 24 940.022, capaz de suportar

um torque nominal de 1250 N.m.

Figura 4.38 – Acopladores ROBA-ES 24 940.022.

58

4.11 – Projeto da nacele

Figura 4.39 – Projeto da nacele.

A nacele foi desenhada de forma a comportar todos os equipamentos do

aerogerador de forma compacta e a ser, quando possível aerodinâmico também. A nacele

é fabricada utilizando fibra de vidro, que fornece uma boa resistência mecânica, além de

ser mais barata.

Figura 4.40 – Projeto da nacele com a sua fixação.

Conforme pode ser observado na figura 4.40, são utilizados diversos parafusos do

tipo M6 para a fixação das duas partes da nacele.

59

4.12 – Dimensionamento da torre do aerogerador

Sabe-se que a altura do aerogerador deve ser 8m (dados iniciais de projeto). A fim

de evitar os efeitos de deflexão e flambagem, utilizam-se três tubos de 2,5m de

comprimento e o encaixe do aerogerador na torre terá os 0,5m restantes.

A partir do Catálogos Votorantim [18] utiliza-se o perfil KR-1393 que tem como

propriedades:

Diâmetro externo (𝐷𝑒) = 160 𝑚𝑚;

Espessura de parede (𝑡) = 10 𝑚𝑚;

Massa específica linear (𝑞) = 12,723 𝐾𝑔/𝑚;

Módulo de Elasticidade (𝐸) = 201 𝐺𝑃𝑎;

Tensão de escoamento (𝑆𝑦) = 390 𝑀𝑃𝑎.

Sendo assim, pode-se calcular o diâmetro interno (𝐷𝑖), a área da seção do tubo

(𝐴), a área de contato com o vento (𝐴𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜), o momento de inercia da torre

(𝐼) e o peso da torre (𝑃𝑒𝑠𝑜𝑡𝑜𝑟𝑟𝑒).

𝐷𝑖 = 𝐷𝑒 − 2𝑡 = 140 𝑚𝑚

𝐴 =𝜋

4 (𝐷𝑒

2 − 𝐷𝑖2) = 4712 𝑚𝑚2

𝐴𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝐿 . 𝐷𝑒 = 1,28 𝑚2

𝐼 = 𝜋

64 (𝐷𝑒

4 − 𝐷𝑖4) = 1,331 107 𝑚𝑚4

𝑃𝑒𝑠𝑜𝑡𝑜𝑟𝑟𝑒 = 𝑞 𝐿 𝑔 = 998 𝑁 ≅ 1000𝑁

Em posse dos dados acima, pode-se realizar o cálculo de flambagem para os tubos

da torre do aero gerador. Primeiramente, calcula-se a carga crítica para o próprio peso

(𝑃𝑐𝑟𝑖𝑡 𝑖) & a carga crítica para um carregamento externo (𝑃𝑐𝑟𝑖𝑡 𝑒), a partir das formulações

elaboradas por FÉODOSIEV, V. [19] e CRANDALL, S. [20]:

60

𝑃𝑐𝑟𝑖𝑡 𝑖 = 7,83 . 𝐸1020 . 𝐼

𝐿2= 3,27 . 105 𝑁

𝑃𝑐𝑟𝑖𝑡 𝑒 = 𝜋2. 𝐸1020 . 𝐼

4 . 𝐿2= 1,07 . 105 𝑁

Pode-se afirmar que a torre não sofrerá flambagem, considerando que o peso da

própria torre é infinitamente menor do que a sua carga crítica e que o conjunto nacele e

rotor possuem um peso inferior ao da carga crítica para um carregamento externo.

Sendo assim, avalia-se a deflexão que a torre sofre. Para isso, deve-se calcular o

número de Reynolds (𝑅𝑒) para o escoamento do vento sobre a torre:

𝑅𝑒 = 𝜌𝑎𝑟

µ𝑎𝑟 𝑈𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 . 𝐷0 = 281606

Figura 4.41 – Gráfico para o coeficiente de arrasto (𝐶𝑑) de um cilindro liso.

A partir do gráfico acima, se obtém que o coeficiente de arrasto (𝐶𝑑) da torre é:

𝐶𝑑 = 1,0

A força de arrasto sofrida pela torre pode ser calculada por:

𝐹𝐷 = 𝐶𝑑

2 𝜌𝑎𝑟 . 𝑈𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎

2 . 𝐴𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜 = 490 𝑁

61

Sendo está força realizada de forma linear na torre, se tem que o momento fletor

(𝑀𝐷) que atua no engaste é:

𝑀𝐷 = 𝐹𝐷 . 𝐿

2 = 1960 𝑁 . 𝑚

Calcula-se então o momento fletor (𝑀𝑛𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒) atuante no engaste que é resultado

das forças aplicadas na nacele:

𝐹𝑛𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒 = 213,33 𝑁

𝐿 = 8 𝑚

𝑀𝑛𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒 = 𝐹𝑛𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒 . 𝐿 = 1707 𝑁. 𝑚

A partir das forças e dos momentos calculados, é possível calcular as tensões, o

Fator de Segurança, as deflexões lineares e as deflexões angulares sofridas pela torre.

Tensão devido a flexão (𝜎𝐹):

𝜎𝐹 =(𝑀𝐷 + 𝑀𝑛𝑎𝑐𝑒𝑙𝑙𝑒) . 𝐷𝑒

2 . 𝐼= 22,041 𝑀𝑃𝑎

Tensão devido a compressão (𝜎𝐶):

𝜎𝐶 =𝑃𝑒𝑠𝑜𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

𝐴=

𝑃𝑒𝑠𝑜𝑛𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒 + 𝑃𝑒𝑠𝑜𝑡𝑜𝑟𝑟𝑒

𝐴≅

4000

4712 = 0,849 𝑀𝑃𝑎

Tensão de cisalhamento na base da torre (𝜏):

𝜏 =𝐹𝐷 + 𝐹𝑛𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒

𝐴= 149,26 𝑀𝑃𝑎

Tensão de Von Mises (𝜎𝑉𝑜𝑛 𝑀𝑖𝑠𝑒𝑠):

𝜎𝑉𝑜𝑛 𝑀𝑖𝑠𝑒𝑠 = √(𝜎𝐹 + 𝜎𝐶)2 + 3𝜏 = 249,537 𝑀𝑃𝑎

62

Fator de Segurança (𝐹𝑆):

𝐹𝑆 =𝑆𝑦

𝜎𝑉𝑜𝑛 𝑀𝑖𝑠𝑒𝑠= 1,56

Deflexão angular (𝜑𝐷) devido a força de arrasto na torre:

𝜑𝐷 = 𝐹𝐷 . 𝐿2

6 . 𝐸1020 . 𝐼= 0,001954 𝑟𝑎𝑑 = 0,112 °

Deflexão linear (𝛿𝐷) devido a força de arrasto na torre:

𝛿𝐷 = 𝐹𝐷 . 𝐿3

8 . 𝐸1020 . 𝐼= 0,013609 𝑚 = 11,724 𝑚𝑚

Deflexão angular (𝜑𝐷 𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟) devido a força de arrasto no rotor:

𝜑𝐷 𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 = 𝐹𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 . 𝐿2

2 . 𝐸1020 . 𝐼= 0,002552 𝑟𝑎𝑑 = 0,146 °

Deflexão linear (𝛿𝐷 𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟) devido a força de arrasto no rotor:

𝛿𝐷 𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 = 𝐹𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 . 𝐿3

3 . 𝐸1020 . 𝐼= 0,013609 𝑚 = 13,609 𝑚𝑚

Sendo assim, as deflexões totais são:

𝜑𝑇 = 𝜑𝐷 + 𝜑𝐷 𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 = 0,258°

𝛿𝑇 = 𝛿𝐷 + 𝛿𝐷 𝑟𝑜𝑡𝑜𝑟 = 25,333 𝑚𝑚

63

4.13 – Projeto do mecanismo de guinada (yaw)

O sistema de guinada (yaw) tem como objetivo orientar o rotor contra o vento. As

turbinas eólicas de eixo horizontal necessitam utilizar algum tipo de sistema que oriente

o rotor contra o vento de modo a extrair a máxima energia do escoamento do ar.

Existem dois tipos de sistema de guinada (yaw): sistemas passivos e ativos. Onde

cada um têm vantagens e desvantagens particulares, além de fornecerem diversas

soluções de projeto.

O sistema de guinada (yaw) utilizado no presente pedido funciona de forma

passiva (sistema livre), onde a nacele é apoiada em mancais de rolamento, que permitem

livremente a sua rotação quando solicitada pelo momento provocado pela incidência de

vento na cauda do sistema.

No presente projeto, o sistema de guinada (yaw) é fabricado utilizando uma barra

de perfil quadrado de Aço AISI 1020 e uma chapa de Aço AISI 1020, sendo a barra presa

à chapa por parafusos.

O mecanismo de guinada (yaw) é fixada no suporte do aerogerador também por

meio de parafusos.

Figura 4.39 – Projeto do mecanismo de guinada (yaw).

64

Figura 4.40 – Mecanismo de guinada (yaw) fixado ao suporte do aerogerador.

65

Capítulo 5

Documentação gráfica do projeto

Neste projeto foram dimensionados diversos componentes mecânicos em

conjunto com a seleção de alguns elementos comerciais. A fim de melhor ilustrar e

permitir uma maior compreensão da matéria abordada neste projeto, foram concebidos

diversos desenhos técnicos referentes ao presente trabalho.

Essa documentação gráfica foi produzida utilizando um software de CAD, onde

foi possível realizar a montagem virtual do conjunto.

A dita documentação gráfica pode ser encontrada no Apêndice B

66

Capítulo 6

Conclusões

Nesse projeto foi realizado um estudo inicial para o desenvolvimento de um

protótipo de aerogerador.

Foi realizado um estudo aerodinâmico simples, ao escolher o perfil de pá,

decorrente dos dados apresentados por [6], a ser utilizado a partir das condições iniciais

estipuladas. Consequentemente, foram determinados os esforços aplicados ao rotor e as

pás.

A partir dos esforços aerodinâmicos calculados, foi possível realizar a seleção de

diversos componentes do aerogerador, tais como: freio, gerador elétrico, acoplamentos.

Adicionalmente, a partir dos ditos esforços calculados, foi possível dimensionar os

diversos elementos de máquina que compõe um aerogerador, tais como: arvores, mancais

de rolamento, engrenagens e chavetas.

O projeto do aerogerador, tanto na seleção de componentes quanto no

dimensionamento de elementos de máquina apresentou resultados satisfatórios, resistindo

aos esforços aplicados e possuindo fatores de segurança acima do esperado, conforme

apresentado no capitulo 4.

Adicionalmente, a torre foi satisfatoriamente definida, determinando por meio de

cálculos que as tensões aplicadas a base da torre, assim como as condições de carga

críticas de flambagem e de deflexão na extremidade superior da torre foram

satisfatoriamente pequenas.

67

Bibliografia

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de Março de 2016

[2] Energia Eólica no Brasil, http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/energia-

eolica-no-brasil.htm, acessado em 25 de Março de 2016

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[4] WIKIPEDIA,"Windpump", Disponível em http://en.wikipedia.org/wiki/Windpump.

Acessado em 25 de Março de 2016

[5] Energia Eólica, http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/energia_eolica/6_2.htm,

Acesso em Março de 2016.

[6] Limite de Betz, http://www.aerogeradores.org/limitedebetz.php, acessado em 25 de

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2016

[8] HAU, E., “Wind Turbines – Fundamentals, Technologies, Aplication, Economics”. 2ª

edição, Reino Unido, 2005.

[9] MCDONALD, A., T., FOX, R., W., PRITCHARD, P., J., "Introduction to Fluid

Mechanics", 6a edição, JOHN WILEY & SONS – USA, 2004

[10] H. ABBOTT, I., E. VON DOENHOFF, A., “Theory of Wing Sections” – New York,

1958

[11] MANWELL, J, F., MCGOWAN, J, G., ROGERS, L, A., ET. AL., "Wind Energy

Explained Theory Design and Application", WILLEY – 2009

[12] LEWIS, H. R., PAPADIMITRIOU, C. H., “Wind Turbines -Fundamentals,

Technologies, Application, Economics”. Munich, 2012.

[13] BURTON, T., SHARPE, D. JENKINS, N., BOSSANYI, E., “Wind Energy

Handbook.

[14] Cátalogos WEG, Disponível em http://www.weg.net/br. acessado em 25 de Março

de 2016

[15] Cátalogos Mayr, Disponível em http://www.mayr.com/br. Acessado em 25 de Março

de 2016

68

[16] BUDYNAS, R., G., NISBETT, J., K., "Elementos de Máquinas de Shigley", 8a

edição, AMGH Editora – São Paulo, 2011

[17] Catálogos SKF, Disponível em http://www.skf.com/br/. Acessado em 25 de Março

de 2016

[18] Catálogos Votorantim, Disponível em http://www.votorantim.com.br. Acessado em

25 de Março de 2016

[19] FÉODOSIEV, V., "Resistência dos Materiais", Editora Livraria Lopes da Silva –

Porto, 1980

[20] CRANDALL, S., H., ARCHER, R., R., COOK, N., H., DAHL, N., C., LARDNER,

T., J., MCCLINTOCK, F., A., RABINOWICZ, E., REICHENBACH, G., S., "An

Introduction to the Mechanics of Solids", 2a edição, McGRAW-HILL BOOK

COMPANY – Singapore 1978

Apêndice A

Este apêndice tem como objetivo apresentar alguns dados e catálogos dos

elementos comerciais utilizados no presente projeto.

UFRJNo.:

Data: 20-JAN-2016

FOLHA DE DADOSMotor trifásico de indução - Rotor de gaiola

Cliente : Daniel Vercillo C. GarciaLinha do produto : W22 IR3 Premium

Carcaça : 80Potência : 0,55 kWFreqüência : 60 HzPolos : 4Rotação nominal : 1725Escorregamento : 4,17 %Tensão nominal : 220/380 VCorrente nominal : 2,41/1,40 ACorrente de partida : 14,2/8,23 AIp/In : 5,9Corrente a vazio : 1,60/0,926 AConjugado nominal : 3,05 NmConjugado de partida : 210 %Conjugado máximo : 240 %Categoria : ---Classe de isolação : FElevação de temperatura : 80 KTempo de rotor bloqueado : 16 s (quente)Fator de serviço : 1,25Regime de serviço : S1Temperatura ambiente : -20°C - +40°CAltitude : 1000Proteção : IP55Massa aproximada : 12 kgMomento de inércia : 0,00238 kgm²Nível de ruído : 48 dB(A)

Dianteiro Traseiro Carga Fator potência Rendimento (%)Rolamento 6204 ZZ 6203 ZZ 100% 0,80 75,0Intervalo de lubrificação --- --- 75% 0,70 75,0Quantidade de graxa --- --- 50% 0,58 72,0

Observações:Gerador Elétrico utilizado em Projeto Final

Executor Verificado

ROBA®-quick electromagnetic brake

High torque securitydue to an optimised magnetic circuit and new

design of the ROBA®-quick. Therefore higher

capacities due to less magnetic leakage flux.

Exact positioning until wear limitideal for positioning operations

Large internal diameters of the

magnetic coil bodiesTherefore large permitted shaft diameters and few

magnetic field losses

Low noise

Short switching times/high switching

frequency

Functional principle

ROBA®-quick are “energise to engage“, electromagnetic pole face

brakes.

When DC voltage is applied to the magnetic coil (1), a magnetic field

is built up. The armature disk (3) is attracted to the brake coil carrier

with friction lining (4). The brake torque runs from the coil carrier (2)

via friction lining (4), armature disk (3) and membrane transmission

spring (5) to the flange (6) and the shaft.

If the magnetic coil is de-energised, the membrane transmission

spring (5) draws the armature disk (3) back to the flange (6). The

brake is released and the shaft (7) can run freely.

Exact positioning over the

entire service lifetime

wear, air gap

max.

wear, air gap

max.

adjusting interval

adjusting interval

number of switchings

number of switchings

conventional electromagnetic brakes

ROBA®-quick

2828

Summary of structural designs ROBA®-quick

ROBA®-quick standard

Sizes 3 to 7Type 520.20_.0

without accessories Type 520.200.0flange hub Type 520.201.0internal hub Type 520.202.0

Pages 30 – 31

ROBA®-quick standard

Sizes 8 to 9 Type 520.1_0

without accessories Type 520.100.0flange hub Type 520.110.0internal hub Type 520.120.0

Pages 32 – 33

ROBA®-quick

small mounting diameter

Sizes 3 to 7 Type 520.21_.0

without accessories Type 520.210.0flange hub Type 520.211.0internal hub Type 520.212.0

Pages 34 – 35

ROBA®-quick electromagnetic brake

2929

Order Number

__ / 5 2 0 . 2 0 __ . 0 / __ / __ / __

Sizes

3

to

7

without accessories

flange hub

internal hub

0

1

2

Coil

voltage

[VDC]

24

104

Hub *

bore

Ø d1 H7

Keyway * acc.

DIN 6885/1

or

DIN 6885/3

Example: 5 / 520.202.0 / 24 / 30 / DIN 6885/1 * Indication only with flange hub design or internal hub design.

Type 520.20_.0

Standard Sizes 3 – 7

Type 520.200.0

Standard

strand length:

400 mm;

45º offset

to screw-on

bores

ROBA®-quick electromagnetic brake

Type 520.201.0

Standard with flange hub

Type 520.202.0

Standard with internal hub

3030

ROBA®-quick electromagnetic brake

Dimensions [mm]

Size

3 4 5 6 7

a 0,2 0,2 0,2 0,3 0,3

b 4,5 4 5,5 5,5 7,5

D 73,5 92 115 140 177

D2

70 88 110 140 170

G 36 49 57,5 74 95

g 29,5 44 47 66 84

Hh9

80 100 125 150 190

K 3 x 4,5 3 x 5,5 3 x 6,6 3 x 8,7 3 x 8,8

k 1,6 1,7 1,7 2,2 2,2

L1

22,1 24,7 28,1 31,4 34,7

L2 20 22 28 32 36

l1 3,5 4,3 5,2 6 7

l2 16 17 22 25 27

M 60 76 95 120 150

BoresSize

3 4 5 6 7

Ød1 H7

Preferred bores [mm] 17; 20 20; 25 25; 30 30; 40 40; 50

min. [mm] 9 13 15 20 23

max. [mm] 20 30 35 3) 45 60

Technical Data Size

3 4 5 6 7

Nominal torque 1) Type 520.20_.0 M2

[Nm] 8,5 17 45 80 160

Electrical power P20

[W] 13 20 31 47 71

Maximum speed nmax [rpm] 8600 7000 6100 5800 4500

Weightwithout accessories m [kg] 0,38 0,55 1,25 1,88 3,5

with flange hub m [kg] 0,42 0,86 1,40 2,35 7,5

Mass moment of

inertia

Armature disk Iown

[10-4 kgm2] 0,76 1,92 6,86 17,56 52,86

Flange hub 2)

+ Armature diskIown

[10-4 kgm2] 1,02 2,75 8,63 24,66 70,63

3) Up to Ø 32 keyway acc. DIN 6885/1, above Ø 32 keyway acc. DIN 6885/3

Dimensions [mm]

Size

3 4 5 6 7

M1

72 90 112 137 175

n2 2,6 3,2 1,1 0,4 1,7

O1 42,1 46,7 56,1 63,4 70,7

O2 26,1 29,7 34,1 38,4 43,7

s 4 x 4,8 4 x 5,7 4 x 6,8 4 x 6,8 4 x 9,2

s1 3 x M4 3 x M5 3 x M6 3 x M8 3 x M8

t 3,9 4,5 5,8 7,1 8,3

t1

5,2 7,2 8,7 8,0 9,7

Permitted

shaft mis-

alignm. and

centre offset

V 0,05 0,05 0,05 0,05 0,1

V1

0,1 0,15 0,15 0,15 0,2

W 5 5 6 8 8

ZH8 42 52 62 80 100

z 3,5 4,5 5 6 6

We reserve the right to make dimensional and constructional alterations.

Standard voltages 24 VDC; 104 VDC.

Permitted voltage tolerances acc. IEC 38 +/-10 %.

1) Please observe run-in regulations or minimum speed (see page 4).

2) With max. bore

Type 520.20_.0Standard Sizes 3 – 7

3131

6005-2ZSKF Explorer

d a min. 28.2 mm

d a max. 31.9 mm

D a max. 43.8 mm

r a max. 0.6 mm

d 25 mm

D 47 mm

B 12 mm

d 1 ≈ 32 mm

D 2 ≈ 42.2 mm

r 1,2 min. 0.6 mm

Dimensions

Abutment dimensions

Calculation data

Basic dynamic load rating C 11.9 kN

Basic static load rating C 0 6.6 kN

Fatigue load limit P u 0.275 kN

Reference speed 32000 r/min

Limiting speed 16000 r/min

Calculation factor k r 0.025

Calculation factor f 0 14

Mass

Mass bearing 0.0825 kg

your reliable partner

ROBA®-ESfor smooth running in vibration-critical drive systems

A flexible coupling in high-precision servo axes?

This concept is not a contradiction in terms, as the ROBA®-ES coupling convinces

customers even in critical applications with backlash-free torque transmission, ideal

rigidity and optimum vibration damping.

ROBA®-ES couplings are also available in ATEX design according

to the directive 94/9 EC (ATEX 95).

ROBA®-ES - flexible and backlash-free

smartflex® - torsionally rigid and backlash-free

Backlash is the angular tolerance between the input and the output,

also known as torsional backlash. Many conventional flexible couplings are

subject to backlash due to their construction type.

The mayr®-couplings ROBA®-ES,

smartflex® and ROBA®-DS Type series

transmit the torque backlash-free.

The couplings differ in damping behaviour and

torsional rigidity:

❑ The ROBA®-ES is torsionally rigid and can

damp vibrations to a small extent. Its torsional

rigidity is 2 to 4 times higher than a toothed

belt drive.

❑ The smartflex® and ROBA®-DS are

torsionally rigid all-metal couplings.

They feature the smallest torsional

angle at maximum torque. Due to the

transmission element design in steel, they

have no damping characteristics.

❑ Backlash-free torque transmission due

to pre-tensioned star-shaped elastomer

element through which hardness, rigidity

and damping behaviour can be varied.

❑ Compensation of radial, axial and

angular shaft misalignments.

❑ Simple plug-in installation, maintenance-

free function, agent resistance and

temperature resistance guarantee

highest operational safety.

ROBA®-ES, the alternative to torsionally rigid shaft couplings.

Clockwise

rotation

Anti-clockwise

rotation

Standard flexible

coupling

Torque

torsional angle

ϕ backlash = 0ϕ backlash = 0ϕ backlash

ϕ max

with TK max

ϕ max

ROBA®-ES smartflex®ROBA®-DS

2

your reliable partner

ROBA®-ES Contents

Elastomeric Elements Page 4

Nominal torques 4 to 1250 Nm Temperature Influence Page 4

Agent Resistance Page 4

Max. axial displacement 2,6 mm Torques Page 5

Max. radial misalignment 0,26 mm Perm. Misalignment Values Page 5

Max. angular misalignment 1,3° Spring Rigidity Page 5

ROBA®-ES with keyways Type 940._22._ Page 6

Nominal torques 4 to 1250 Nm Technical Data Page 6

Bores 6 to 80 mm Dimensions Sheet Page 6

Max. axial displacement 2,6 mm Order Example Page 6

Max. radial misalignment 0,26 mm

Max. angular misalignment 1,3°

ROBA®-ES with clamping hubs Type 940._00._ Page 7

Nominal torques 4 to 1250 Nm Technical Data Page 7

Bores 6 to 80 mm Dimensions Sheet Page 7

Max. axial displacement 2,6 mm Order Example Page 7

Max. radial misalignment 0,26 mm

Max. angular misalignment 1,3°

ROBA®-ES with aluminium shrink disk hubs Type 940._11. A Page 8

Nominal torques 4 to 405 Nm Technical Data Page 8

Bores 6 to 45 mm Dimensions Sheet Page 8

Max. axial displacement 1,8 mm Order Example Page 8

Max. radial misalignment 0,2 mm

Max. angular misalignment 1,3°

ROBA®-ES with steel shrink disk hubs Types 940._11.P and 940._11.F Page 9

Nominal torques 4 to 1250 Nm Technical Data Page 9

Bores 6 to 75 mm Dimensions Sheet Page 9

Max. axial displacement 2,6 mm Order Example Page 9

Max. radial misalignment 0,26 mm

Max. angular misalignment 1,3°

Frictionally-locking transmittable torques on clamping and shrink disk hubs Page 10

Technical Explanations Page 12

Installation Guidelines and Examples Page 13

Coupling Dimensioning Page 143

your reliable partner

ROBA®-ES Elastomeric Elements The elastomeric elements are the central element of the

ROBA®-ES coupling. They define the application range as well as

the shaft connection behaviour via the permitted torque, the rigidity,

the damping and the misalignment values.

By using a unique polyurethane material and a special injection

procedure, it is possible to achieve a high dimensional accuracy

and evenness in the teeth of the elastomeric element.

The elastomeric elements are available in different shore hardnesses.

The teeth of the elastomeric element are chamfered at the sides.

This makes blind assembly easier.

Temperature Influence

The ambient temperatures present during operation have a

considerable effect on the dimensioning of a ROBA®-ES coupling

(see Dimensioning page 14).

Agent Resistance

The elastomeric elements are very resistant against:

• pure mineral oils (lubricating oils)

• and anhydrous greases.

They have a similar resistance against fuels such as

• regular-grade petroleum

• diesel oil

• kerosene.

Damage may occur after longer exposure to

• alcohols or

• aromatic fuels (super/four star petrol).

The elastomeric element material used is resistant to hydrolysis.

In contrast to other polyurethane materials, water (including seawater)

causes, even after years of exposure, no particular changes to

the mechanical characteristics. Hot water, however, reduces the

mechanical strength.

For information on contact with special agents or radiation, please

contact the manufacturers.

Dimensioning

The characteristics of ROBA®-ES couplings can be greatly varied

by using different elastomeric elements. Due to different damping

characteristics and the non-linear rigidity of the elastomer, this

element also offers more parameters than the steel shaft

connection, which should be taken into account on selection.

We therefore recommend careful, thorough coupling dimensioning

(see Dimensioning page 14).

Elastomeric element

hardness

[Shore]

Colour

Permitted temperature range

Permanent temperature Temporary max. temperature

80 Sh A Blue -50 to +80 °C -60 to +120 °C

92 Sh A Yellow -40 to +90 °C -50 to +120 °C

98 Sh A Red -30 to +90 °C -40 to +120 °C

64 Sh D Green -30 to +100 °C -40 to +140 °C

According to German notation, decimal points

in this catalogue are represented with a comma

(e.g. 0,5 instead of 0.5).4

your reliable partner

ROBA®-ES Elastomeric Elements

Size

Torque Type 940._ _ _._ 1)

Elast. element hardness

80 Sh A (blue)

Elast. element hardness

92 Sh A (yellow)

Elast. element hardness

98 Sh A (red)

Elast. element hardness

64 Sh D (green)

TKN 2)

[Nm]

TK max

[Nm]

TKN 2)

[Nm]

TK max

[Nm]

TKN 2)

[Nm]

TK max

[Nm]

TKN 2)

[Nm]

TK max

[Nm]

14 4 8 8 16 13 26 16 32

19 5 10 10 20 17 34 21 42

24 17 34 35 70 60 120 75 150

28 46 92 95 190 160 320 200 400

38 95 190 190 380 325 650 405 810

42 125 250 265 530 450 900 560 1120

48 150 300 310 620 525 1050 655 1310

55 - - 410 820 685 1370 825 1650

65 - - 900 1800 1040 2080 1250 2500

Only available on P-design (page 9)

14-32 4 8 8 16 13 26 16 32

19-37,5 4 8 8 16 14 28 17 34

24-50 12 24 25 50 43 86 54 108

Torques

Permitted Misalignment Values

Spring Rigidity

1) The permitted max. torque for Types 940._00._ and 940._11._ is dependent on bore diameter d3/d

4, see Tables 1 to 4, pages 10 and 11.

2) For permitted alternating torques, see Coupling Dimensioning page 14.

Size

Shaft misalignments

Axial Radial Angular

ΔKa

80/92/98 Sh A

64 Sh D

ΔKr

80 Sh A

ΔKr

92 Sh A

ΔKr

98 Sh A

ΔKr

64 Sh D

ΔKw

80 Sh A

ΔKw

92 Sh A

ΔKw

98 Sh A

ΔKw

64 Sh D

[mm] [mm] [mm] [mm] [mm] [°] [°] [°] [°]

14 1,0 0,21 0,15 0,09 0,06 1,1 1,0 0,9 0,8

19 1,2 0,15 0,1 0,06 0,04 1,1 1,0 0,9 0,8

24 1,4 0,18 0,14 0,1 0,07 1,1 1,0 0,9 0,8

28 1,5 0,2 0,15 0,11 0,08 1,3 1,0 0,9 0,8

38 1,8 0,22 0,17 0,12 0,09 1,3 1,0 0,9 0,8

42 2,0 0,24 0,19 0,14 0,1 1,3 1,0 0,9 0,8

48 2,1 0,26 0,21 0,16 0,11 1,3 1,0 0,9 0,8

55 2,2 - 0,24 0,17 0,12 - 1,0 0,9 0,8

65 2,6 - 0,25 0,18 0,13 - 1,0 0,9 0,8

Only available on P-design (page 9)

14-32 1,0 0,21 0,15 0,09 0,06 1,1 1,0 0,9 0,8

19-37,5 1,2 0,15 0,1 0,06 0,04 1,1 1,0 0,9 0,8

24-50 1,4 0,18 0,14 0,1 0,07 1,1 1,0 0,9 0,8

Size

Static torsional spring rigidity Dynamic torsional spring rigidity Static radial spring rigidity

CT stat.

80 Sh A

CT stat.

92 Sh A

CT stat.

98 Sh A

CT stat.

64 Sh D

CT dyn.

80 Sh A

CT dyn.

92 Sh A

CT dyn.

98 Sh A

CT dyn.

64 Sh D

Cr

80 Sh A

Cr

92 Sh A

Cr

98 Sh A

Cr

64 Sh D

[Nm/rad.] [Nm/rad.] [Nm/rad.] [Nm/rad.] [Nm/rad.] [Nm/rad.] [Nm/rad.] [Nm/rad.] [N/mm] [N/mm] [N/mm] [N/mm]

14 50 80 120 230 120 240 300 730 180 300 470 960

19 350 820 900 1400 1050 1800 2200 4200 700 1200 2100 2700

24 820 2300 3700 4500 1300 4800 7600 10800 800 1900 2800 4200

28 1300 3800 4200 7000 2200 6800 10100 17200 950 2100 3500 4900

38 2000 5600 7400 9000 3400 11900 19900 30500 1300 2900 4800 5600

42 3500 9800 13800 15000 5950 20500 31100 64900 3400 4100 5400 6900

48 4300 12000 15100 28500 7300 22800 44900 102800 3750 4500 6200 8200

55 - 14200 20500 56300 - 25800 48200 117400 - 5680 8200 22500

65 - 19100 32800 90200 - 36200 67400 164000 - 7640 13120 36000

Only available on P-design (page 9)

14-32 50 80 120 230 120 240 300 730 180 300 470 960

19-37,5 280 660 720 1120 840 1440 1760 3360 560 960 1680 2160

24-50 600 1700 2700 3300 1000 3600 5700 8100 600 1500 2100 3200 5

l1

(l1)

your reliable partner

Fig. 1: Type 940._22._

ROBA®-ES with keyways Type 940._22._ Sizes 14 to 65

Dimensi-ons

Size 2)

14 19 24 28 38 42 48 55 65

a 2 4 4 5 5 5 5 9 8

b 10 12 14 15 18 20 21 22 26

DH

30 40 55 65 80 95 105 120 135

dH

10,5 18 27 30 38 46 51 60 68

E 13 16 18 20 24 26 28 30 35

G M4 M5 M5 M6 M8 M8 M8 M10 M10

L 35 66 78 90 114 126 140 160 185

l1

11 25 30 35 45 50 56 65 75

s 1,5 2,0 2,0 2,5 3,0 3,0 3,5 4,0 4,5

t 5 10 10 15 15 20 25 20 20

Technical Data and BoresSize 1)

14 19 24 28 38 42 48 55 65

Minimum hub bore 2) d5 min

[mm] 6 6 8 10 12 14 20 20 38

Maximum hub bore 2) d5 max

[mm] 15 24 28 38 45 55 60 70 80

Maximum speed nmax

[rpm] 19000 14000 10600 8500 7100 6000 5600 5000 4600

Mass moments of inertia per hub and

max. bore

J [10-6 kgm2] 2,8 20,4 50,8 200,3 400,6 2246 3786 8546 16043

Weight [kg] 0,020 0,066 0,132 0,253 0,455 1,85 2,52 4,14 5,96

1) Further Sizes and Types available on request. We reserve the right to make dimensional and constructional alterations.

2) Recommended fit connection H7/k6.

Order Number

__ / 9 4 0 . __ 2 2 . __ / __ / __

Sizes

14

to

65

Elast. element hardness 98 Sh A (red)

Elast. element hardness 92 Sh A (yellow)

Elast. element hardness 80 Sh A (blue) 3)

Elast. element hardness 64 Sh D (green)

0

1

5

6

Aluminium design

up to Size 38

Steel design

from Size 42

A

F

Bore ø

d5H7

(see Table)

Bore ø

d5H7

(see Table)

Example: 42 / 940.022.F / Ød5 30 / Ød

5 30 3) Elastomeric element 80 Sh A (blue) only available up to Size 48

ROBA®-ES couplings are delivered as un-bored

hub design (further processing to be carried out

customer-side) or with a finish bore and keyway

JS9 (DIN 6885/1). An adjusting screw is located

in the hub for axial securement, which is offset

by 180° to the keyway (for Sizes 14 to 42, see

Fig. right).

Up to Size 38, the hubs are made of aluminium.

From Size 42, they are made of steel.

Conventional bores can be delivered from

stock.

Sizes

14 to 42

Sizes

48 to 65

6

Apêndice B

Este apêndice tem como objetivo apresentar a documentação gráfica do projeto.

2,335

8

Ø2,

5

Daniel Vercillo Carneiro Garcia

Vista em Perspectiva Aerogerador

Prof. Flávio de Marco Filho

Data: 25/03/2016

Projeto Final de Graduação

1° Diedro

UFRJ

Des. 1

Escala 1:50

Unidade: m

SCALE 1 : 2

Daniel Vercillo Carneiro Garcia

Vistas do Variador de Velocidades

Prof. Flávio de Marco Filho

Data: 01/04/2016

Projeto Final de Graduação

1° Diedro

UFRJ

Des. 1

Escala 1:2

Unidade: m

BB

SCALE 1 : 2

SECTION B-B

SCALE 1 : 2

123 456711101213 141617 1920183723

26 25 24 212228 31

30

29

34

33

32

35

36

8915

27

38 39

38

37

36

35

3433

32

31

30

29

2827

26

25

24

2322

21

201918

17

1615

14

13

12

11

10

98

7

6

5

4

3

2

1

13

1

11

1

1

24

24

11

1

1

1

1

31

27

612

2

21

1

1

11

1

44

2

21

3

1

1

1 1

Porca M30Acoplamento Mayr ROBA-ES 24 940.622 D19/D25

Tubo da Torre

Rolamento SFK 33016 Q

Rolamento SFK 33020 QSuporte de Encaixe da Torre na Nacele

Suporte de Encaixe da Nacele na Torre

Copo de Proteção da Torre

Porca M12

Parafuso Sextavado M12x50

Corpo Inferior da NaceleCorpo Superior da Nacele

Leme do Sistema de Yaw

Barra de Perfil Quadrado

Suporte para os Componentes do Aerogerador

Motor Elétrico Weg W22 IR3 PremiumPorca M10

Parafuso Sextavado M10x 50

Rolamento SKF 6005-2ZEixo Intermediario do Variador de VelocidadesEixo de Entrada/Saída do Variador de Velocidades

Engrenagem do Variador de Velocidades - Coroa

Engrenagem do Variador de Velocidades - PinhãoCorpo Inferior do Variador de Velocidades

Corpo Intermediário do Variador de Velocidaes

Corpo Superior do Variador de Velocidades

Acoplamento Mayr ROBA-ES 24 940.622 D25/D25

Suporte para o Freio

Freio Magnético Mayr Roba-Quick 520.205

Parafuso Sextavado M14x60Porca M14

Rolamento SKF 2206 EKTN9

Mancal SKF SNL 505-605

Eixo de Rotação

Pá do Aergerador - Perfil NACA 4418

Parte Interna do Cubo do Rotor

Parte externa do Cubo do Rotor

Proteção do Cubo do Rotor

38 1Contra Porca M30

QTD. DescriçãoN°

Daniel Vercillo Carneiro Garcia

Vista em Perspectiva Aerogerador

Prof. Flávio de Marco Filho

Data: 25/03/2016

Projeto Final de Graduação

1° Diedro

UFRJ

Des. 1

Escala 1:2

Unidade: m