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Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos I – EEL 420 Módulo 6 Heaviside Dirac Newton

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Page 1: Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos ... · Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, homogênea, linear de parâmetros constantes cuja solução,

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Circuitos Elétricos I – EEL 420

Módulo 6

Heaviside Dirac Newton

Page 2: Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos ... · Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, homogênea, linear de parâmetros constantes cuja solução,

Conteúdo

6 – Circuitos de primeira ordem...........................................................................................................1

6.1 – Equação diferencial ordinária de primeira ordem...................................................................1

6.1.1 – Caso linear, homogênea, com coeficientes constantes....................................................1

6.1.2 – Caso, linear, com coeficientes constantes e entrada constante........................................1

6.1.3 – Caso linear, com coeficientes constantes e entrada não constante..................................2

6.2 – Circuito linear invariante de primeira ordem – resposta a excitação zero..............................3

6.2.1 – O circuito RC (resistor-capacitor)...................................................................................3

6.2.2 – O circuito RL (resistor-indutor)......................................................................................5

6.3 – Circuito linear invariante de primeira ordem – resposta ao estado zero.................................6

6.4 – Linearidade da resposta ao estado zero.................................................................................10

6.5 – Invariância com o tempo.......................................................................................................11

6.6 – Circuito linear invariante de primeira ordem – resposta completa.......................................11

6.7 – Resposta ao Impulso.............................................................................................................14

6.8 – Resposta ao degrau e ao impulso para circuitos simples......................................................16

6.9 – Circuitos variáveis com o tempo e não lineares....................................................................19

6.10 – Exercícios............................................................................................................................23

6.11 – Soluções..............................................................................................................................28

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6 Circuitos de primeira ordem

6.1 Equação diferencial ordinária de primeira ordem

6.1.1 Caso linear, homogênea, com coeficientes constantes

{dvdt

v=0

v 0=v0

∫dvv=∫

−1⋅dt

ln v=−tD

v=v0⋅e−t

Está é a chamada resposta natural da equação diferencial.

6.1.2 Caso, linear, com coeficientes constantes e entrada constante

{dvdt

v=k

v 0=v0

dvdt=

k⋅−v

∫dv

v−k⋅=−1⋅∫ dtD

ln v−k⋅=−tD

v=v ∞−[v ∞−v 0]⋅e−t

Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ – Apostila não é livro. Estude pelo livro! 1

Page 4: Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos ... · Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, homogênea, linear de parâmetros constantes cuja solução,

Para este caso particular a resposta completa (v) é formada pela resposta natural

somada a uma resposta forçada que tem o mesmo formato da entrada.

6.1.3 Caso linear, com coeficientes constantes e entrada não constante

{dv t

dt

v t = y t

v 0=v0

Multiplicando ambos os lados da equação por et

dvdt

v ⋅e

t= y⋅e

t

como

dvdt

v ⋅e

t=

d v⋅et

dt

então

d v⋅et

dt= y⋅e

t

v⋅et=∫ y⋅e

t⋅dtD

v=e−t⋅∫ y⋅e

t⋅dtD⋅e

−t

Para o caso geral a resposta completa da equação diferencial é a soma da resposta

natural com uma resposta forçada que apresenta componentes com o mesmo formato da

entrada.

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6.2 Circuito linear invariante de primeira ordem – resposta a excitação zero

6.2.1 O circuito RC (resistor-capacitor)

O circuito abaixo mostra um capacitor sendo carregado por uma fonte de tensão

constante. Em t=0 a chave S1 abre e a chave S2 fecha.

Para t>0 ,

iC t iRt =0

C⋅dvC

dt+

vR

R=0 e vC 0=v0

Como

vC=v R=v

{C⋅dvdt

vR=0

v 0=v0

{dvdt=−

1R⋅C

⋅v

v (0)=v0

Esta é uma equação diferencial ordinária de primeira ordem, linear, homogênea com

coeficientes constantes cuja solução geral é

v t =k⋅e−t⋅u t

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τ=R⋅C e k=v 0=v0

iC t =C⋅dvdt=−v0

R⋅e

−1R⋅C

⋅t

⋅u t

Esta resposta é chamada de resposta a excitação zero (sem excitação) e apresenta

solução que depende das características do circuito ( só depende da topologia) e das

condições iniciais do circuito (k depende das condições iniciais).

A curva exponencial que corresponde a resposta deste problema é apresentada na

figura abaixo. Nesta figura v0=1 e R⋅C=1 . Observa-se para t = R⋅C , 2⋅R⋅C , 3⋅R⋅C ... a

exponencial se reduz a e−1 , e−2 , e−3 … e por esta razão a contante RC é chamada de

constante de tempo do circuito (). A reta que tangencia a exponencial em t=0 intercepta o

eixo x no tempo R⋅C . Toda exponencial unitária apresenta 37% de seu valor inicial em 1⋅ ,

14% em 2⋅ , 5% em 3⋅ , 2% em 4⋅τ e 0,7% em 5⋅ .

A constante de tempo tem unidade de segundos e corresponde ao inverso da frequência

natural do circuito ( ω ). Um circuito RC com apenas um capacitor equivalente e um resistor

equivalente sempre apresenta constante de tempo da forma de um produto RC.

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6.2.2 O circuito RL (resistor-indutor)

O circuito abaixo mostra um indutor sendo carregado por uma fonte de corrente

constante. Em t=0 a chave S1 troca de posição e a chave S2 fecha.

Para t>0

v Lv R=0

L⋅di L

dtR⋅i L=0 e iL 0=I 0

{didt=−

RL⋅i

iL (0)=I 0

Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, homogênea, linear de parâmetros

constantes cuja solução, de forma semelhante ao problema do circuito RC, é

iL t =I 0⋅e−R

L⋅t

⋅u t

Esta solução também depende das condições iniciais do problema ( I 0 ) e da topologia

do circuito (constante de tempo). Neste caso a constante de tempo é definida como

=LR

que também apresenta unidade de tempo (segundos).

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6.3 Circuito linear invariante de primeira ordem – resposta ao estado zero

Para o circuito abaixo a chave S1 abre em t=0

Para t>0

iCiR=iS

C⋅dvdt

vR=i S t e v 0=0

Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, linear, não homogênea (com

excitação) e condição inicial nula (estado zero).

A equação diferencial em questão deve satisfazer outras duas condições impostas pelo

circuito:

para t=0+

dvdt=

iS

C (condição imposta pela topologia do circuito – toda a corrente passa pelo C)

para t=∞

v=R⋅iS t (condição imposta pela fonte – capacitor carregado)

A solução para a equação diferencial linear não homogênea pode ser obtida pela soma

de duas parcelas, uma com o formato da solução homogênea e outra chamada de solução

particular que apresenta o mesmo formato da excitação, assim vcompleta=vhv p . A solução

homogênea depende das condições iniciais do problema e da sua topologia e a solução

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particular depende da excitação. Algumas vezes a resposta particular é chamada de resposta

forçada pois é imposta pela excitação.

Para o exemplo em questão

v t =K1⋅e−1R⋅C

⋅t

R⋅i St , para t≥0 .

sendo que K 1 pode ser calculado pela condição inicial do problema

v 0=K 1R⋅i S t =0

K 1=−R⋅i S t ,

logo

v t =R⋅iS t ⋅1 – e−1R⋅C

⋅t

Se a excitação fosse senoidal a resposta forçada seria senoidal, se a excitação fosse

uma exponencial a resposta forçada seria uma exponencial e assim por diante.

Exemplo: Se iS t =A1⋅cos ⋅t1 então v pt =A2⋅cos⋅t2

C⋅dvdt

vR=A1⋅cos ⋅t1

v t =K1⋅e−1R⋅C

⋅t

A2⋅cos ⋅t2, para t≥0

v 0=K1A2⋅cos 2=0

K 1=−A2⋅cos 2

Após o fim do transitório (a exponencial decrescente), o problema restringe-se a

C⋅dv p

dt

v p

R=A1⋅cos ⋅t1

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como v pt =A2⋅cos ⋅t2

então

−C⋅A2⋅⋅sen ⋅t2A2

R⋅cos⋅t2=A1⋅cos ⋅t1 onde

A2=A1

1R

2

⋅C 2

2=1−arctan⋅R⋅C

A figura abaixo foi produzida com R=1 , C=1F , A1=0 e 1=−900 . A resposta

completa é a soma da exponencial com o cosseno defasado. A influência da exponencial

desaparece depois de 5 constantes de tempo por isso é chamada de resposta transitória ao

passo que a resposta sem exponencial decrescente é chamada de resposta em regime

permanente. Este transitório pode ser nulo se v 0=A2⋅cos 2 , isto ocorre porque neste

caso a corrente e a tensão já estão com a mesma defasagem e amplitude de regime permanente

então não é necessário nenhum período transitório para ajustar estes dois parâmetros.

O mesmo exemplo poderia ser resolvido da seguinte maneira:

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iS t =A1⋅cos ⋅t1=A ' 1⋅cos ⋅t A ' ' 1⋅sen ⋅t

v pt =A2⋅cos ⋅t2=A ' 2⋅cos ⋅t A' ' 2⋅sen ⋅t

C⋅dvdt

vR=A ' 1⋅cos ⋅t A ' ' 1⋅sen ⋅t

v t =K1⋅e−1R⋅C

⋅t

A' 2⋅cos ⋅t A' ' 2⋅sen ⋅t , para t≥0

v 0=K1A' 2⋅cos 0=K1A' 2=0

K 1=−A' 2

Após o fim do transitório (a exponencial decrescente), o problema restringe-se a

C⋅dv p

dt

v p

R=A ' 1⋅cos ⋅t A ' ' 1⋅sen ⋅t

como v pt =A' 2⋅cos ⋅t A ' ' 2⋅sen ⋅t

então

C⋅⋅[−A ' 2⋅sen ⋅t A' ' 2⋅cos ⋅t ]...

...[ A' 2⋅cos⋅t A' ' 2⋅sen ⋅t ]

R=A ' 1⋅cos ⋅t A ' ' 1⋅sen ⋅t

agrupando os termos em seno e os termos em cosseno podemos montar duas equações:

para senos: −C⋅⋅A' 2A' ' 2

R=A' ' 1

para cossenos: C⋅⋅A' ' 2A ' 2

R=A ' 1

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6.4 Linearidade da resposta ao estado zero

É uma propriedade de qualquer circuito linear que a resposta ao estado zero é uma

função linear da excitação, isto é, a dependência da resposta ao estado zero com a forma de

onda da excitação é expressa por uma função linear. Se o símbolo Z t0 for utilizado para

representar uma rede no estado zero então a linearidade é obtida se forem satisfeitas as

seguintes condições.

Z t0 i 1i2=Z t0 i1Z t0 i 2

Z t0 k⋅i1=k⋅Z t0i1

Para uma determinada rede, v1 é a resposta a excitação com uma fonte i1t tal que

C⋅dv1

dt

v1

R=i 1t com v10=0

e v2 é a resposta para uma excitação i2t de tal forma que

C⋅dv2

dt

v2

R=i2 t com v20=0 .

A soma das duas equações resulta em

C⋅dv1

dtC⋅

dv2

dt

v1

R

v2

R=i1t i 2t

ou seja

C⋅d v1v2

dt

1R⋅v1v2=i1t i 2t com v10v20=0

o que satisfaz a primeira condição para linearidade.

Caso a fonte i1t seja multiplicada por um determinado valor k então

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C⋅d k⋅v1

dt

k⋅v1

R=k⋅i1t com k⋅v10=0

Assim as duas condições para linearidade são satisfeitas se a rede estiver no estado

zero mesmo que R e C forem variantes com o tempo.

6.5 Invariância com o tempo

Seja uma rede linear invariante excitada por uma corrente i1 e cuja resposta ao estado

zero seja v1 tal que

dv1

dt

v1

=i1 .

Agora, supondo que a excitação mude para i1t−T1 , então a resposta ao problema é

v1t−T1 tal que

dv1t−T1

dt

v1t−T1

=i1t−T1

cuja solução é idêntica à da equação

dydt

y=x onde

y=v1t−T1 e x=i1t−T1 com v10−T1=0 .

Isto significa que em uma rede invariante a resposta ao estado zero é deslocada T1

segundos se a entrada estiver deslocada T1 segundos.

6.6 Circuito linear invariante de primeira ordem – resposta completa

Para os casos onde haja condição inicial não nula e excitação diferente de zero a

resposta da equação diferencial corresponde a soma da resposta a excitação zero mais a

resposta ao estado zero. Isto pode ser demonstrado se as equações para o caso de excitação

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zero e estado zero forem analisadas separadamente e em conjunto. Separadamente estas

equações são

C⋅dv I

dt

v I

R=0 (equação para o circuito RC com excitação zero)

C⋅dvO

dt

vO

R=i S t (equação para o circuito RC com estado zero)

onde v I e vO são as respostas a excitação zero e ao estado zero respectivamente.

Somando as equações temos

C⋅dv I

dt

v I

RC⋅

dvO

dt

vO

R=i S t

que pode ser reescrita como

C⋅d vIvO

dtv IvO

R=i S t .

Por esta razão a soma das respostas separadas corresponde a solução para o problema

completo.

vC t =v I t vOt , para t≥0 .

vC t =vO⋅e−1R⋅C

⋅tR⋅i S⋅1– e

−1R⋅C

⋅t .

Esta resposta completa também pode ser obtida pela soma da resposta transitória e da

resposta em regime permanente.

vC t =v transitoria t v permanente t

vC t =vO – R⋅iS ⋅e−1R⋅C

⋅t

R⋅i S t , para t≥0 .

Se a excitação é um degrau ou um impulso a resposta sempre terá o formato

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sol t=sol ∞−[sol ∞−sol 0]⋅e−t

onde sol corresponde a solução do problema (corrente ou tensão) e é a constante de

tempo do circuito, seja ele RC ou RL.

Exemplo: Determinar a equação da tensão sobre o capacitor da figura abaixo. A chave

S1 abre para t=0 e a chave S2 fecha para t=R1⋅C .

para t≤0

vC=0

para 0≤t≤R1⋅C

vC 0=0

vC ∞=R1⋅I

vC=R1⋅I⋅1 – e−t

R1⋅C

para t=R1⋅C=T1

vC T1=R1⋅I1⋅1−1e

vC ∞= I⋅ R1⋅R2R1R2

2=C⋅ R1⋅R2R1R2

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vC t =vC T1⋅e−t−T1

2 vC ∞⋅1– e−t – T1

2 =v excitação zerov estado zero

vC t =vC ∞−[vC ∞−vC T1]⋅e−t−T12 =v permanente v transitória

6.7 Resposta ao Impulso

A resposta ao estado zero de um circuito invariante excitado por um impulso unitário

em t=0 é chamada de resposta ao impulso e simbolizada por h. Por conveniência usaremos

h(t)=0 para t<0.

Neste exemplo a resposta ao impulso pode ser calculada facilmente considerando o

capacitor como um curto circuito para t=0 e, a partir dai, calculando a resposta a excitação

zero.

Assim, para t=0

v=1C⋅∫ t ⋅dt=

1C

Para t>0 este problema apresenta a mesma solução do problema de excitação zero.

v t =k⋅e−t⋅u t

onde =R⋅C e k=v0=1C

.

A resposta ao impulso de um circuito linear e invariante caracteriza este circuito. Mais

adiante na matéria ficará provado que é possível obter a resposta ao estado zero de qualquer

rede linear e invariante e para qualquer excitação se conhecermos a sua resposta ao impulso.

Isto é intuitivamente correto, pois qualquer sinal pode ser obtido por um conjunto de infinitos

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impulsos de amplitudes apropriadas e deslocados no tempo (propriedades de linearidade e

invariância com o tempo). Também é intuitivo pensar que a função impulso apresenta todas as

frequências com igual amplitude o que permite calcular a resposta da rede para todas as

frequências simultaneamente. Como todos os sinais podem ser obtidos por uma soma de

senoides de diferentes frequências com diferentes amplitudes e fases (Transformada de

Fourier) então, conhecendo a resposta ao impulso podemos determinar a resposta do sistema a

qualquer excitação.

A resposta ao impulso poderia ser obtida de outras formas. Em redes lineares é

possível derivar a resposta ao degrau. No problema acima a resposta ao degrau significa a

resposta do problema quando i(t)=u(t). Então

C⋅dvdt

vR=u t ,

v 0=0 e

v ∞=R⋅i=R⋅ut

v t =u t ⋅R1−e−1R⋅C

⋅t para t>0.

Como

h t =dv t

dt

então

h t =t ⋅R⋅1−e−1R⋅C

⋅t 1C⋅u t⋅e

−1R⋅C

⋅t

a primeira parcela é zero pois para t¹0, d(t)=0 e para t=0, 1−e−1R⋅C

⋅t

=0 .

h t =1C⋅u t ⋅e

−1

RC⋅t para todo t>0.

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Mostre que a mesma resposta poderia ser obtida calculando a resposta à função pulso

(soma de dois degraus) com 0 .

6.8 Resposta ao degrau e ao impulso para circuitos simples

Para os circuitos abaixo, considerar as correntes e tensões de fonte unitárias.

C⋅dvdt

vR=i

tem resposta ao degrau: vC t =R⋅1−e−1R⋅C

⋅t⋅u t

e resposta ao impulso: vC t =1C⋅e

−1R⋅C

⋅t

⋅u t

L⋅didtR⋅i=v t

tem resposta ao degrau: iLt =1R⋅1−e

−RL⋅t⋅u t

e resposta ao impulso: iLt =1L⋅e−

RL⋅t

⋅u t

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Page 19: Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos ... · Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, homogênea, linear de parâmetros constantes cuja solução,

1R

ddt

L=i t

tem resposta ao degrau: v L t =R⋅e−

RL⋅t

⋅u t

e resposta ao impulso: v L t =R⋅t −R2

L⋅e−

RL⋅t

⋅ut

R⋅dqdt

qC=v t

tem resposta ao degrau: iC t =1R⋅e

−1R⋅C

⋅t

⋅u t

e resposta ao impulso: iC t =1R⋅ t −

1

R2⋅C⋅e

−1R⋅C

⋅t

⋅u t

L⋅di t

dtR⋅i t =v t

tem resposta ao degrau: v t =L⋅ t R⋅u t

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e resposta ao impulso: v t =L⋅ ' t R⋅t

C⋅dv t

dt

v t R=i t

tem resposta ao degrau: i t =C⋅t 1R⋅u t

e resposta ao impulso: i t =C⋅ ' t 1R⋅t

R⋅i t 1C⋅∫

0

t

i t ' ⋅dt '=v t

tem resposta ao degrau: v t =R⋅u t 1C⋅r t

e resposta ao impulso: v t =R⋅t 1C⋅ut

1R⋅v t

1L⋅∫

0

t

v t ' ⋅dt '=i t

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tem resposta ao degrau: i t =1R⋅u t

1L⋅r t

e resposta ao impulso: i t =1R⋅t

1L⋅u t

6.9 Circuitos variáveis com o tempo e não lineares

Nesta secção são apresentados exemplos de problemas não lineares e ou variantes com

o tempo. Estes problemas têm, em geral, solução difícil e não existe um método de análise,

exceto integração numérica das equações diferenciais. As técnicas utilizadas para solução de

problemas lineares e invariantes não podem ser aplicadas a classe de problemas que serão

estudados nesta seção, sendo assim não se aplicam os seguintes conceitos:

1) A resposta a excitação zero é uma função linear do estado inicial;

2) A resposta ao estado zero é uma função linear da excitação;

3) A translação temporal da excitação implica na translação da resposta ao estado zero;

4) A resposta ao impulso é a derivada da resposta ao degrau;

5) A resposta completa é a soma da resposta à excitação zero com a resposta ao estado

zero.

Exemplo: Para um circuito RC paralelo, sem excitação, com condição inicial v(0)=1V

e C=1F determinar a resposta a excitação zero para os seguintes casos:

a) Resistor linear e invariante de 1W;

v t =u t ⋅e−t

b) Resistor linear variante com o tempo R=1 /[10,5⋅cos t ] ;

dvdt[10,5⋅cos t ]⋅v=0 , para t ³ 0

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v 0=1

dvv=−[10,5⋅cos t ]⋅dt

∫0

tdvv=∫

0

t

−[10,5⋅cos t ]⋅dt

ln [v t ]=−[ t0,5⋅sen t ]

v t =u t⋅e−t−0,5⋅sen t

c) Um resistor não linear invariante tendo a característica iR=vR2;

dvdtv2

=0 , para t ³ 0

v 0=1

∫v 0

v t d v

v2=∫

0

t

−dt '

− 1v t

−1=−t

v t =u t ⋅1

t1

Exemplo: Para um circuito RC paralelo, sem excitação, com condição inicial v(0)=0V

e C=1F determinar a resposta ao degrau unitário de corrente.

a) Resistor linear e invariante de 1W;

v t =u t ⋅1−e−t

b) Resistor linear variante com o tempo R=1 /[10,5⋅cos t ] ;

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dvdt[10,5⋅cos t]⋅v=u t , para t ³ 0

v 0=0

Não é possível integrar a resposta ao impulso, calculada no exemplo anterior, para

obter a resposta ao degrau, pois o resistor é variável com o tempo. A resposta a este problema

conterá uma parcela constante (forçada pela fonte) e outra variável (forçada pelo resistor).

Como o resistor é variável com o tempo também não é possível realizar operações de

deslocamento temporal, ou seja, se o estímulo for deslocado no tempo a resposta não será a

anterior deslocada no tempo.

v t =v 0⋅e−t0,5⋅sen te−t0,5⋅sen t

⋅∫0

t

et−0,5⋅sen t ⋅dt

c) Um resistor não linear invariante tendo a característica iR=vR2;

dvdtv2

=u t , para t ³ 0

v 0=0

∫v 0

v t d v

1−v2=∫

0

t

dt '

v t =u t ⋅tanh t

observe que se a entrada fosse k×u(t) a resposta não seria multiplicada por k e sim

v t =k⋅u t⋅tanh k⋅t

Exemplo: Para o próximo circuito determine as formas de onda sobre o capacitor. A

fonte de tensão é pulsada com período 2T, amplitude V0 e ciclo de trabalho de 50%.

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Solução:

Aproximar o diodo por dois circuitos formados por um resistor em série com um diodo

ideal. Cada circuito representa a resistência linearizada do diodo para as situações de

polarização direta e reversa.

Analisar as constantes de tempo: Se as constantes de tempo forem muito menores do

que as formas de onda de tensão no capacitor terão um comportamento exponencial e

estabilizarão no valor máximo (V0) ou 0. Já a tensão sobre o diodo serão exponenciais com

amplitude de V0 decaindo para zero.

Se as constantes de tempo de carga e descarga do capacitor forem da mesma ordem de

grandeza de então as formas de onda não chegarão aos seus valores limites. Neste caso é de

se esperar que a tensão sobre o capacitor passe por um período transitório e estabilize entre

dois valores de tensão V1 e V2.

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Considerando que t=0 no início do primeiro ciclo de carga do capacitor em regime

permanente, então a carga do capacitor pode ser escrita como

v1t =V 1V 0−V 1⋅1−e−

t1

e a descarga como

v2t =V 2⋅e−t−T 2 .

Ao final de um período de carga v1T =V 2 , logo

v1T =V 2=V 1V 0−V 1⋅1−e−

T1 .

O final de um período de descarga v22⋅T =V 1 , logo

v22⋅T =V 1=V 2⋅e−

T2 .

Isolando V1 e V2 no sistema de equações que determina v1T e v22⋅T temos

V 2=V 0⋅1−e

−T1

1−e−T 1⋅e

−T 2

V 1=V 0⋅1−e

−T 1 ⋅e

−T 2

1−e−T 1⋅e

−T 2

6.10 Exercícios

Para todos os exercícios deste módulo faça o gráfico da resposta e compare com a

simulação do circuito. Para os problemas literais atribua valores aos componentes antes das

simulações. Lembre-se, não comece os problemas escrevendo as condições iniciais ou em

infinito.

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1) Um circuito RC série no qual entra uma onda quadrada está representado na figura a

seguir. A entrada é formada por um trem periódico de pulsos com uma amplitude de 10V e

uma largura de 1ms, sendo cada pulso gerado a cada 2ms. Calcule a tensão sobre o capacitor (

vC ) e o resistor ( v R ). Quando a fonte V é considerada entrada e a saída corresponde a vC o

circuito é chamado de passa baixas e quando a saída é v R o circuito é chamado passa altas.

Qual seria a razão para estes nomes?

2) Considere o circuito linear invariante mostrado na figura abaixo. Seja vC 0=1V e

V=30⋅cos 2 ̇⋅1000⋅t ⋅u t V . Calcular a corrente do circuito para t≥0 . Determinar se há

alguma condição inicial para o capacitor e/ou fase para o sinal V tal que a resposta transitória

seja nula.

3) No circuito abaixo o indutor está descarregado quando a chave S1 abre e a chave S2

fecha. a) Calcule a energia armazenada no indutor no instante t=4s; b) Em t=4s a chave S1

fecha e a S2 abre. Calcule a corrente que passa pelo resistor de 4 para t>4. Indique o sentido

correto desta corrente; c) Calcule a energia total dissipada no resistor de 4 no intervalo

4t∞ .

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Page 27: Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos ... · Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, homogênea, linear de parâmetros constantes cuja solução,

4) Para os problemas abaixo, cujas condições iniciais foram calculadas no módulo

anterior calcule tensão sobre o capacitor ou a corrente sobre o indutor.

a) Considere I S1t uma fonte constante e independente.

b) Considere I 1t uma fonte constante e independente.

c) Considere V 1t uma fonte constante e independente

d) I 1t é um degrau unitário de corrente.

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e) I 1t é um degrau de corrente de 10mA e I 2t é uma fonte de corrente constante

de 4mA.

f) V 1t é um pulso de tensão de amplitude 10V e largura 0,5s.

g) V 1t é um pulso de tensão de amplitude 10V e largura 6⋅R1⋅C1 segundos.

h) V 1t é uma fonte constante e independente.

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Page 29: Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos ... · Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, homogênea, linear de parâmetros constantes cuja solução,

5) Um circuito de disparo para laser é apresentado na figura abaixo. Para disparar o

laser é necessário 60mA∣I∣180mA para 0t200 s . A chave S1 troca de posição em

t=0. Determine valores apropriados de R6 e R8 . O circuito estava em regime permanente

para t<0.

6) Para o circuito abaixo:

a) Determine a faixa de valores de B para que o circuito seja estável.

b) Determine o valor de B para que a constante de tempo do circuito seja de 20ms.

c) Encontre a equação de i(t) quando V 1t =10⋅e−100⋅t⋅u t V .

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6.11 Soluções

1) Um circuito RC série no qual entra uma onda quadrada está representado na figura a

seguir. A entrada é formada por um trem periódico de pulsos com uma amplitude de 10V e

uma largura de 1ms, sendo cada pulso gerado a cada 2ms. A constante de tempo do circuito é

de 0,1ms. Calcule a tensão sobre o capacitor vC e o resistor v R . Quando a fonte V é

considerada entrada e a saída corresponde a vC o circuito é chamado de passa baixas e

quando a saída é v R o circuito é chamado passa altas. Qual seria a razão para estes nomes?

Transformando o circuito Thévenin em um equivalente Norton e resolvendo o

problema

−vR

vC

RC⋅

dvC

dt

dvC

dt

vC

R⋅C=

vR⋅C

onde R⋅C=constante de tempo==0,1ms

vC=k 1⋅e−

1⋅t

k2

Para os 0,1ms onde v=10V

vC ∞=10V

vC t =[ vC 0−10]⋅e−

1⋅t

10

a tensão chega a 10V em 0,5ms (5 constante de tempo)

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Page 31: Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos ... · Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, homogênea, linear de parâmetros constantes cuja solução,

Para os 0,1ms onde v=0V

vC ∞=0V

vC t =10⋅e−

1⋅t

a tensão chega a 0V em 1,5ms.

Do segundo pulso em diante

vC t =−10⋅e−

1⋅t

10 (considerando que t=0 quando a fonte muda para 10V)

vC t =10⋅e−

1⋅t

(considerando que t=0 quando a fonte muda para 0V)

Fazendo o gráfico destas funções observa-se que o desenho se parece com a onda

quadrada da entrada porém apresenta as bordas arredondadas. As bordas são mudanças

rápidas associadas a altas frequências. Os patamares, que não mudam, estão associados as

baixas frequências. Por esta razão este circuito é chamado de passa baixas (passa baixas

frequências).

v Rt =v−vC t

v Rt =10⋅e−

1⋅t

(considerando que t=0 quando a fonte muda para 10V)

v Rt =10−10⋅e−

1⋅t

(considerando que t=0 quando a fonte muda para 0V)

Fazendo o gráfico destas funções percebe-se que o desenho mantém as bordas da onda

quadrada mas “zera” as partes constantes. Por esta razão este circuito é chamado de passa

altas (passa altas frequências).

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Page 32: Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos ... · Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, homogênea, linear de parâmetros constantes cuja solução,

V(V1,C1) – tensão sobre o resistor

2) Considere o circuito linear invariante mostrado na figura abaixo. Seja vC 0=1V e

V=30⋅cos 2 ̇⋅1000⋅t ⋅u t V . Calcular a corrente do circuito para t≥0 . Determinar se há

alguma condição inicial para o capacitor e/ou fase para o sinal V tal que a resposta transitória

seja nula.

C⋅dvdt

vR=[A' 1⋅cos ⋅t A ' ' 1⋅sen ⋅t ]

R

onde =2⋅⋅1000 , A ' 1=30 e A ' ' 1=0

v t =K1⋅e−1R⋅C

⋅t

A' 2⋅cos ⋅t A' ' 2⋅sen ⋅t , para t≥0

v 0=K1A' 2⋅cos 0=K1A' 2=1

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Page 33: Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos ... · Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, homogênea, linear de parâmetros constantes cuja solução,

se v 0=A' 2 então K 1=0 e não há transitório

Após o fim do transitório (a exponencial decrescente), o problema restringe-se a

C⋅dv p

dt

v p

R=[A ' 1⋅cos ⋅t ]

R

como v pt =A' 2⋅cos ⋅t A ' ' 2⋅sen ⋅t

então

C⋅⋅[−A ' 2⋅sen ⋅t A' ' 2⋅cos ⋅t ]...

...[ A' 2⋅cos⋅t A' ' 2⋅sen ⋅t ]

R=[A' 1⋅cos ⋅t ]

R

agrupando os termos em seno e os termos em cosseno podemos montar duas equações:

para senos: −C⋅⋅A' 2A' ' 2

R=0

para cossenos: C⋅⋅A' ' 2A ' 2

R=30

3) No circuito abaixo o indutor está descarregado quando a chave S1 abre e a chave S2

fecha. a) Calcule a energia armazenada no indutor no instante t=4s; b) Em t=4s a chave S1

fecha e a S2 abre. Calcule a corrente que passa pelo resistor de 4 para t>4. Indique o sentido

correto desta corrente; c) Calcule a energia total dissipada no resistor de 4 no intervalo

4t∞ .

a) Transformando o Norton (I=10A e R=2) em Thévenin

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Page 34: Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos ... · Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, homogênea, linear de parâmetros constantes cuja solução,

diL

dt

RL⋅iL=

RL⋅I S

diL

dt

14⋅i L=

14⋅10=2,5

iL0=0A , iL∞=10A

iLt =10– 10⋅e−t4 para t>0

iL4=10– 10⋅e−1=6,32 A

w L4=12⋅L⋅i L

2 4=12⋅8⋅6,322=159,8 J

b)

iL4=6,32 A e iL∞=0 e =LR=

84=2

iLt =6,32⋅e−t−4

2 para t>4

c)

wR=∫0

R⋅I 2t dt

wR=4⋅∫4

6,322⋅e

−2⋅ t−4 2 ⋅dt=4⋅6,322

⋅−1⋅e−t−4∣4∞

=159,8 J

4) Para os problemas abaixo, cujas condições iniciais foram calculadas no módulo

anterior calcule tensão sobre o capacitor ou a corrente sobre o indutor.

a) Considere I S1t uma fonte constante e independente e o capacitor descarregado.

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Page 35: Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos ... · Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, homogênea, linear de parâmetros constantes cuja solução,

−I S1iR1iC=0 e iR1=I S1−iC

−R1⋅iR11C⋅∫ iC t ⋅dtR1⋅iC=0 – considerando vC 0=0

derivando esta equação

R1⋅diC

dt

1C⋅iCR1⋅

diC

dt=0

diC

dt

1C⋅R1R1

⋅iC=0

iC t =k⋅e−t

C⋅R1R1

iC 0+=

R1⋅I S1

R1R1

=k

i t =R1⋅I S1

R1R1

⋅e−t

C⋅R1R1 para t>0

b) Considere I 1t uma fonte constante e independente.

iL10-=iL1 0

+=

I1G1G2

⋅G2

iL1∞=I1

Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ – Apostila não é livro. Estude pelo livro! 33

Page 36: Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos ... · Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, homogênea, linear de parâmetros constantes cuja solução,

Com o modelo Norton (I1, R1) transformado em um modelo Thévenin o problema

I1⋅R1=L⋅diL1

dtR1⋅I1

=L1

R1

iL1t =k 1⋅e−

1⋅t

k2, para t>0.

iL1∞=k 2= I1 , iL10=k1k 2=I1

G−1G2

⋅G2

k 2= I1 , k 1=−I1⋅G1

G1G2

v L1t =L⋅diL1 t

dt, para t>0.

c) Considere V 1t uma fonte constante e independente

V TH=−409

V , RTH=RN=209 , I N=−2A

vC1 0+=V TH , vC1 ∞=

V TH

RTHR2

⋅R2=3,48V

Considerando o equivalente Norton, teremos um circuito formado por C1, R2, RN e IN

em paralelo. Este circuito já foi calculado.

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REQ=R2⋅RN

R2RN

I N=C⋅dvC1

dt

vC1

REQ

=REQ⋅C1

vC1 t =k1⋅e−

1⋅t

k 2, para t>0.

vC1 ∞=k 2=3,48

vC1 0=k 1k 2=−4,44

k 1=−7,92

d) I 1t é um degrau unitário de corrente.

Observe que neste circuito R1 esta em paralelo com L1. Este conjunto está em série

com o paralelo de C2 com R2. Desta forma este circuito é equivalente a dois circuitos paralelo

independentes: a) I1, R1 e L1 ; b) I1, R2 e C2.

iL1t =k 1⋅e−

R1

L1

⋅t

k2

vC2 t =k3⋅e−

1R2⋅C2

⋅t

k4

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Page 38: Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos ... · Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, homogênea, linear de parâmetros constantes cuja solução,

e) I 1t é um degrau de corrente de 10mA e I 2t é uma fonte de corrente constante

de 4mA.

Solução: Calculando o equivalente Norton nos terminais do capacitor

REQ=RTH=12k // 20k16k =9k

iEQ=[10⋅u t – 4]mA

V C1 0–=−

4 mA⋅[20k12k // 16k]20k12k

⋅12k=−16V

iC 0+=6mA

16V9k

=7,77 mA

iC ∞=0

dvC

dt

vC

REQ⋅C=

iEQ

C

iC t =iC 0+⋅e

−tC⋅REQ⋅u t mA

f) V 1t é um pulso de tensão de amplitude 10V e largura 0,5s.

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Page 39: Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos ... · Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, homogênea, linear de parâmetros constantes cuja solução,

v R2=V1 logo iR2=V1R2

(a mesma corrente que flui pelo paralelo de C1 com R1)

vC1=v R1=Vo

Para 0<t<0,5

vC1 0+=0V , vC1 ∞=−

V1R2

⋅R1

=R1⋅C1

vC1 t =k1⋅e−

1⋅t

k 2

vC1 ∞=k 2=−5

vC1 0=k 1k 2=0

k 1=5

Para t>0,5

vC1 0,5=5⋅e−

10,1⋅0,5

−5≈−4,9V , vC1 ∞=0V

vC1 t =k 3⋅e−

1⋅ t−0,5

k4

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Page 40: Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos ... · Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, homogênea, linear de parâmetros constantes cuja solução,

k 4=0

vC1 0,5=k3=−4,9

g) V 1t é um pulso de tensão de amplitude 10V e largura 6⋅R⋅C segundos.

Transformando o Thévenin (V1, R1) em um modelo Norton

V1R1

=C⋅dvC1

dt

vC1

R1

Para 0t6⋅R1⋅C1

vC1 0+=0V , vC1 ∞=V1

=R1⋅C1

vC1 t =k1⋅e−

1⋅t

k 2

vC1 t =−V1⋅e−

1⋅t

V1

Para t6⋅R1⋅C1

vC16⋅R1⋅C1=−V1⋅e−

1R1⋅C1

⋅6⋅R1⋅C1

V1≈V1 , vC1∞=0V

vC1 t =V1⋅e−

1⋅ t−6⋅R1⋅C1

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Page 41: Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos ... · Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, homogênea, linear de parâmetros constantes cuja solução,

h) V 1t é uma fonte constante e independente.

Solução:

iL0–=

V 1

R1

, i L∞=V 1

R1

, iL0+=i L 0

-

vC 0–=V 1 , vC 0

+=V 1 , vC ∞=0V

C⋅dvC

dt

vC

R=0

vC t =6⋅e−tR⋅C V para t>0.

5) Um circuito de disparo para laser é apresentado na figura abaixo. Para disparar o

laser é necessário 60mA∣I∣180mA para 0t200 s . A chave S1 troca de posição em

t=0. Determine valores apropriados de R6 e R8 . O circuito estava em regime permanente

para t<0.

Com a chave na posição atual, o equivalente Thèvenin de V2, R7 e R6 é

V TH=v2⋅R6

R6R7

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Page 42: Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos ... · Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, homogênea, linear de parâmetros constantes cuja solução,

RTH=R7⋅R6

R7R6

iMAX=v2

RTHR9

=180mA

R6

804⋅R6

=0,18

R6=51,4

I t =I 0⋅e−t =0,18⋅e

−R EQ

L3

⋅t

onde

REQ=R9R8

R8 deve ser escolhido tal que I(200s)=60mA

6) Para o circuito abaixo:

a) Determine a faixa de valores de B para que o circuito seja estável.

b) Determine o valor de B para que a constante de tempo do circuito seja de 20ms.

c) Encontre a equação de i(t) quando V 1t =10⋅e−100⋅t⋅u t V .

Retirando o capacitor e inserindo em seu lugar uma fonte de corrente independente de

valor IT para cima (para calcular um equivalente Norton do resto do circuito)

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Page 43: Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos ... · Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, homogênea, linear de parâmetros constantes cuja solução,

vT−v1

R1

B⋅v1 – vT

R1 vT

R2

=iT

vT⋅ 1R1

–BR1

1R2 v1⋅ B

R1

–1R1 =iT

como

iT=V TH

RTH

− I N

então

1RTH

=1

RN

=3 – B10k

RTH=10k3−B

a) RTH≤3

=RTH⋅C1=20⋅10−3=RTH⋅2⋅10−6

RTH=20⋅10−3

2⋅10−6 =10k

RTH=10k

3−B=10k

b) B=2

Com o capacitor no circuito

−i2⋅ivC1

R2

C1⋅dvC1

dt=0

vC1=v1 – i⋅R1

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Page 44: Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos ... · Esta é uma equação diferencial de primeira ordem, homogênea, linear de parâmetros constantes cuja solução,

−i2⋅iv1−R1⋅i

R2

C1⋅d v1 – R1⋅i

dt=0

didt

i=

1R1

⋅dv1

dt

v1

R1⋅R2⋅C1

i 0=v10

R1

=1mA

i t =k 1⋅e−50⋅tk 2⋅e

−100⋅t

Em regime permanente

v1=10⋅e−100⋅t , i=k 2⋅e−100⋅t

dv1

dt=−1000⋅e−100⋅t ,

didt=−100⋅k 2⋅e

−100⋅t

−100⋅k 2k2

=−1000

10k

10100

k 2=0

Para t=0

−1 mA=k1⋅e−50⋅tk 2⋅e

−100⋅t

k 1=−1

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