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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ ALINE SUZANE DE SOUZA ALINE ZUCHI FERREIRA BRUNA LOUISE DE OLIVEIRA AZEVEDO ESTUDO PARA O DESENVOLVIMENTO DE ARGAMASSA AUTONIVELANTE PARA CONTRAPISO Curitiba 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

ALINE SUZANE DE SOUZA ALINE ZUCHI FERREIRA

BRUNA LOUISE DE OLIVEIRA AZEVEDO

ESTUDO PARA O DESENVOLVIMENTO DE ARGAMASSA AUTONIVELANTE PARA CONTRAPISO

Curitiba

2012

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ALINE SUZANE DE SOUZA ALINE ZUCHI FERREIRA

BRUNA LOUISE DE OLIVEIRA AZEVEDO

ESTUDO PARA O DESENVOLVIMENTO DE ARGAMASSA AUTONIVELANTE

PARA CONTRAPISO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à disciplina de Trabalho Final de Curso como requisito parcial à conclusão do curso de Engenharia Civil, Setor de Tecnologia da Universidade Federal do Paraná.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Marienne do Rocio de Mello Maron da Costa.

Curitiba 2012

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“Não existe crescimento sem a dor do aprendizado” Howard Fast

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por estar sempre do nosso lado proporcionando tudo o

que precisávamos para o desenvolvimento deste trabalho.

À nossa família pelo carinho e dedicação.

À nossa orientadora professora Marienne do Rocio de Mello Maron da Costa,

por todo incentivo, pelo conhecimento transmitido, compreensão, confiança

depositada em nosso trabalho, sempre nos auxiliando nas horas difíceis.

Ao Lucas e ao Ricardo do LATECA e ao pessoal do LAME, que sempre se

mostraram a disposição para nos ajudar na execução dos ensaios.

À Andressa Gobbi que nos ofereceu a oportunidade de aplicação em campo

da argamassa autonivelante.

E a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a

realização deste trabalho.

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RESUMO A argamassa autonivelante é um material altamente fluido que tem por objetivo preencher espaços vazios e se autoadensar apenas sob efeito da gravidade produzindo um contrapiso com um aspecto homogêneo e isento de falhas devido ao processo de aplicação. Este trabalho consiste em analisar formulações de argamassa autonivelante para verificar suas propriedades no estado fresco e endurecido e a viabilidade de aplicação. Os materiais empregados no estudo para confecção deste tipo de argamassa compreendem os cimentos do tipo CP V ARI devido a sua finura e capacidade de absorver o aditivo superplastificante, a areia quartzosa fina, uma vez que proporciona ao piso uma textura superficial fina. Utilizaram-se também no estudo a adição de sílica ativa além de aditivos superplastificante e modificador de viscosidade, sendo este a base de policarboxilato. No estado fresco determinou-se a fluidez e a segregação pelo ensaio de Kantro, o teor de ar incorporado e a retenção de água e no estado endurecido foram realizados ensaios de resistência à tração na flexão, à compressão, ao impacto e à abrasão, aderência profunda e superficial, e módulo de elasticidade. Notou-se a influencia do aditivo no teor de ar incorporado e na retenção de água e na aderência superficial. A influência da sílica foi percebida nos resultados de abrasão e na aderência superficial. Os fatores impactantes na aplicação em campo foram a rápida pega e a presença de fissuras devido à retração, que podem ser objeto de estudos futuros.

Palavras-chave:Contrapiso, Argamassa Autonivelante, Cone de Kantro

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ABSTRACT The self-leveling mortar is a highly fluid material that aims to fill gaps and consolidates itself under gravity effect, producing an underlayment with a homogeneous aspect and flawless due to the application process. This paper consists in analyzing self-leveling mortar formulations to verify their properties in fresh and hardened and the viability of application.The materials used in the study for manufacturing this type of mortar unclude cement type CP V ARI because of its fineness and capacity to absorb the superplasticizer and fine quartz sand, since it provides to the floor a thin surface texture. Were also used in the study silica fume and admixtures such as superplasticizer, made of polycarboxylate, and a VMA. In the fresh state the flow and segregation were defined, with the Kantro test, the air content and the water retention capacity and for the properties of the hardened state were performed the bending and compression test, impact, abrasion, adhesion tests and modulus of elasticity. The influence of the admixtures was noted on the air content, the water retention and the adhesion results. The amount of silica had more influence on the results of abrasion and superficial adhesion. The most importants factors about the application at the construction site were the speed of the hardening process and the presence of fissures, that should be subject of future studies.

Keywords: Underlayment, Self-leveling Mortar, Kantro

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 – LIMITES MÁXIMO E MÍNIMO PARA ESPESSURA DE

CONTRAPISO....................................................................................14

FIGURA 02 – ESPESSURA DA CAMADA DE CONTRAPISO................................15

FIGURA 03 – COMPARAÇÃO DE CUSTOS ENTRE O MÉTODO TRADICIONAL E

ARGAMASSA AUTONIVELANTE.....................................................18

FIGURA 04 – APLICAÇÃO DA ARGAMASSA AUTONIVELANTE.........................19

FIGURA 05 – FLUIDEZ DA ARGAMASSA AUTONIVELANTE...............................21

FIGURA 06 – PRINCIPAIS CONSTITUINTES DO CIMENTO PORTLAND.............22

FIGURA 07 – PROPRIEDADES DOS QUATRO PRINCIPAIS COMPONENTES DO

CIMENTO............................................................................................22

FIGURA 08 – LIMITES GRANULOMÉTRICOS DE AGREGADO MIÚDO...............23

FIGURA 09 – IMAGEM MICROSCÓPICA DE SÍLICA ATIVA..................................26

FIGURA 10 – AÇÃO QUÍMICA DO VMA..................................................................28

FIGURA 11 – MOLÉCULA DE POLICARBOXILATO...............................................29

FIGURA 12 – EFEITO DO SP SOBRE PASTA DE CIMENTO.................................29

FIGURA 13 – DEFINIÇÕES DE TRABALHABILIDADE...........................................33

FIGURA 14 – INFLUÊNCIA DO AUMENTO DOS MATERIAIS DA MISTURA NA

TRABALHABILIDADE.......................................................................32

FIGURA 15 – INTERAÇÃO ARGAMASSA-BASE....................................................33

FIGURA 16 – CONE DE KANTRO............................................................................35

FIGURA 17 – APARELHO PARA ENSAIO DE RETENÇÃO DE ÁGUA EM

ARGAMASSA.....................................................................................36

FIGURA 18 – CORPO DE PROVA SUBMETIDO AO ENSAIO DE RESISTÊNCIA À

TRAÇÃO NA FLEXÃO.......................................................................37

FIGURA 19 – INTERFACE ANALISADA NO ENSAIO DE ADERÊNCIA

SUPERFICIAL....................................................................................38

FIGURA 20 – INTERFACE ANALISADA NO ENSAIO DE ADERÊNCIA

PROFUNDA........................................................................................39

FIGURA 21 – FLUXOGRAMA DO PLANEJAMENTO..............................................40

FIGURA 22 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO CIMENTO CP V ARI...........................43

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FIGURA 23 – CARACTERIZAÇÃO DA SÍLICA ATIVA............................................46

FIGURA 24 – ADITIVO PROMOTOR DE VISCOSIDADE........................................46

FIGURA 25 – ADITIVO SUPERPLASTIFICANTE....................................................46

FIGURA 26 – ARGAMASSADEIRA UTILIZADA NA PRODUÇÃO DA

ARGAMASSA.....................................................................................48

FIGURA 27 – PROCEDIMENTO DE MISTURA........................................................49

FIGURA 28 – NIVELAMENTO DA BANCADA.........................................................50

FIGURA 29 – CONE DE KANTRO............................................................................50

FIGURA 30 – PLACAS DE VIDROUTILIZADAS NO ENSAIO DE KANTRO...........50

FIGURA 31 – RECIPIENTE CILÍNDRICO UTILIZADO NO ENSAIO DE TEOR DE

AR INCORPORADO.............................................................................52

FIGURA 32 – PROCEDIMENTO DE RASAMENTO DO RECIPIENTE PARA

DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DA ARGAMASSA FRESCA......52

FIGURA 33 – OBTENÇÃO DA MASSA DO CONJUNTO........................................53

FIGURA 34 – FUNIL DE BUCHNER.........................................................................54

FIGURA 35 – CONJUNTO PRATO/PAPEL FILTRO................................................55

FIGURA 36 – CONJUNTO PRATO/ARGAMASSA..................................................55

FIGURA 37 – MOLDAGEM DOS CORPOS DE PROVA DA ARGAMASSA

NÚMERO 13.......................................................................................57

FIGURA 38 – CORPOS DE PROVA APÓS DESMOLDAGEM................................57

FIGURA 39 – PRENSA EMIC DL 10000 USADA NOS ENSAIOS DE TRAÇÃO E

COMPRESSÃO..................................................................................58

FIGURA 40 – ENSAIO DE TRAÇÃO NA FLEXÃO...................................................58

FIGURA 41 – CORPO DE PROVA ROMPIDO NO ENSAIO DE TRAÇÃO NA

FLEXÃO..............................................................................................58

FIGURA 42 – CORPO DE PROVA ROMPIDO NO ENSAIO DE COMPRESSÃO...59

FIGURA 43 – EQUIPAMENTO DE ULTRASSOM UTILIZADO NA

DETERMINAÇÃO DO MÓDULO DE ELASTICIDADE......................60

FIGURA 44 – SUBSTRATO DE ARGAMASSA AUTONIVELANTE........................61

FIGURA 45 – FOTOS DAS ETAPAS DE MOLDAGEM PARA O ENSAIO DE

ADERÊNCIA SUPERFICIAL..............................................................61

FIGURA 46 – DISPOSIÇÃO DAS CAMADAS DO CORPO DE PROVA PARA

ENSAIO DE ADERÊNCIA SUPERFICIAL.........................................62

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FIGURA 47 – ENSAIO DE ARRANCAMENTO PARA ANÁLISE DE ADERÊNCIA

SUPERFICIAL....................................................................................62

FIGURA 48 – PREPARAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA PARA REALIZAÇÃO DO

ENSAIO DE ADERÊNCIA PROFUNDA.............................................63

FIGURA 49 – REALIZAÇÃO DO ENSAIO DE ADERÊNCIA PROFUNDA..............64

FIGURA 50 – MOLDES DOS CORPOS DE PROVA PARA O ENSAIO DE

IMPACTO............................................................................................62

FIGURA 51 – DISPOSITIVO UTILIZADO NO ENSAIO DE IMPACTO.....................65

FIGURA 52 – PREPARAÇÃO DO ENSAIO DE IMPACTO......................................65

FIGURA 53 – MOLDES DOS CORPOS DE PROVA PARA ENSAIO DE

ABRASÃO..........................................................................................66

FIGURA 54 – CORPOS DE PROVA CILÍNDRICOS UTILIZADOS NO ENSAIO DE

DESGASTE........................................................................................67

FIGURA 55 – VISUALIZAÇÃO DAS ARGAMASSAS NO ENSAIO COM CONE DE

KANTRO.............................................................................................69

FIGURA 56 – EFLORESCÊNCIA NA SUPERFÍCIE DA ARGAMASSA 13.............77

FIGURA 57 – ARGAMASSA COM SÍLICA ATIVA DE CASCA DE ARROZ SENDO

RETIRADA DA BETONEIRA.............................................................81

FIGURA 58 –PELOTAS FORMADAS DURANTE O PROCEDIMENTO DE

MISTURA DA ARGAMASSA COM SÍLICA DE CASCA DE ARROZ

NA BETONEIRA.................................................................................82

FIGURA 59 – ESPALHAMENTO DA ARGAMASSA COM SÍLICA ATIVA DE

CASCA DE ARROZ............................................................................82

FIGURA 60 – BOLHAS DE AR FORMADAS PRÓXIMAS À PAREDE APÓS A

APLICAÇÃO DA ARGAMASSA COM SÍLICA DE CASCA DE

ARROZ...............................................................................................83

FIGURA 61 – PISO AUTONIVELANTE.....................................................................83

FIGURA 62 – FISSURAS NO PISO ENDURECIDO.................................................84

FIGURA 63 – FLUIDEZ APRESENTADA LOGO APÓS A MISTURA DA

ARGAMASSA PRODUZIDA COM A SÍLICA ATIVA ESTUDADA....84

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LISTA DE GRÁFICOS

GRAFICO 1 – DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DAS AREIAS

ESTUDADAS......................................................................................44

GRAFICO 2 – GRANULOMETRIA A LASER DAS AREIAS

ESTUDADAS......................................................................................44

GRAFICO 3 – DIFERENÇA DE TEORES DE AR INCORPORADO ENTRE AS

ARGAMASSAS..................................................................................71

GRAFICO 4 – DIFERENÇA DE RETENÇÃO DE ÁGUA ENTRE AS

ARGAMASSAS..................................................................................73

GRAFICO 5 – RESISTÊNCIAS DE ADERÊNCIAS...................................................78

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LISTA DE TABELAS

TABELA 01 – FORMULAÇÕES DE ARGAMASSAS AVALIADAS NO

TRABALHO........................................................................................42

TABELA 02 – CARACTERIZAÇÃO DA AREIA QUARTZOSA................................45

TABELA 03 – ANÁLISE MORFOLÓGICA DA AREIA QUARTZOSA......................46

TABELA 04 – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS ADITIVOS FORNECIDAS

PELO FABRICANTE..........................................................................47

TABELA 05 – PROPORÇÕES EM MASSA DAS FORMULAÇÕES DE

ARGAMASSA ESTUDADAS.............................................................48

TABELA 06 – RESULTADOS DO ENSAIO COM CONE DE KANTRO...................68

TABELA 07 – RESULTADOS OBTIDOS NO ENSAIO DE TEOR DE AR

INCORPORADO (A)...........................................................................70

TABELA 08 – RESULTADOS OBTIDOS NO ENSAIO DE RETENÇÃO DE ÁGUA

(Ra).....................................................................................................72

TABELA 09 – RESULTADOS OBTIDOS NO ENSAIO DE RESISTÊNCIA À

TRAÇÃO NA FLEXÃO.......................................................................73

TABELA 10–RESULTADOS OBTIDOS NO ENSAIO DE RESISTÊNCIA À

COMPRESSÃO..................................................................................74

TABELA 11– RELAÇÃO A/C DAS FORMULAÇÕES DE ARGAMASSA................74

TABELA 12– RESULTADOS DE VELOCIDADES E MASSAS DOS CORPOS DE

PROVA...............................................................................................75

TABELA 13 – RESULTADOS DE MÓDULO DE ELASTICIDADE DINÂMICO.......75

TABELA 14 – RESULTADOS DO ENSAIO DE ADERÊNCIA SUPERFICIAL.........76

TABELA 15 – RESULTADOS DO ENSAIO DE ADERÊNCIA PROFUNDA............77

TABELA 16– RESULTADOS DO ENSAIO DE IMPACTO......................................78

TABELA 17– RESULTADOS DO ENSAIO DE ABRASÃO.....................................79

TABELA 18 – CUSTO POR KG DOS COMPONENTES DA ARGAMASSA

AUTONIVELANTE..............................................................................80

TABELA 19 – CUSTO POR METRO QUADRADO DAS FORMULAÇÕES

ESTUDADAS......................................................................................80

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................14

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS...............................................................................14

1.2 OBJETIVO............................................................................................................16

1.3 JUSTIFICATIVAS.................................................................................................16

1.3.1 Ambiental...........................................................................................................16

1.3.2 Econômica.........................................................................................................17

1.3.3 Tecnológica.......................................................................................................19

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................................20

2.1 ARGAMASSA AUTONIVELANTE........................................................................20

2.2MATERIAIS CONSTITUINTES............................................................................21

2.2.1 Cimento.............................................................................................................21

2.2.2 Areia..................................................................................................................23

2.2.3 Sílica ativa.........................................................................................................24

2.2.4 Aditivos..............................................................................................................26

2.2.4.1 Aditivo modificador de viscosidade................................................................27

2.2.4.2 Aditivo superplastificante................................................................................28

2.3 PROPRIEDADES DA ARGAMASSA AUTONIVELANTE....................................30

2.3.1 Estado fresco.....................................................................................................30

2.3.2 Estado endurecido............................................................................................32

2.4 ENSAIOS PARA CARACTERIZAÇÃO DA ARGAMASSA AUTONIVELANTE NO

ESTADO FRESCO.....................................................................................................34

2.4.1 Abatimento com Cone de Kantro......................................................................34

2.4.2 Teor de ar incorporado......................................................................................35

2.4.3 Retenção de água.............................................................................................36

2.5 ENSAIOS PARA CARACTERIZAÇÃO DA ARGAMASSA AUTONIVELANTE NO

ESTADO ENDURECIDO............................................................................................37

2.5.1 Resistência à tração na flexão e Resistência à compressão............................37

2.5.2 Módulo de elasticidade dinâmico......................................................................37

2.5.3 Aderência..........................................................................................................38

2.5.4 Resistência ao impacto.....................................................................................39

2.5.5 Resistência à abrasão.......................................................................................39

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3 PROGRAMA EXPERIMENTAL..............................................................................40

3.1 DEFINIÇÃO DO UNIVERSO AMOSTRAL...........................................................41

3.2DESCRIÇÃO DOS MATERIAIS...........................................................................42

3.2.1 Cimento.............................................................................................................42

3.2.2 Areia..................................................................................................................43

3.2.3 Sílica ativa.........................................................................................................45

3.2.4 Aditivos..............................................................................................................46

3.3PROCEDIMENTO DE MISTURA.........................................................................47

3.4 ENSAIOS DA ARGAMASSA AUTONIVELANTE NO ESTADO FRESCO...........49

3.4.1 Ensaio com cone de Kantro..............................................................................49

3.4.2Teor de Ar Incorporado.....................................................................................51

3.4.3Retenção de Água............................................................................................54

3.5 ENSAIOS DA ARGAMASSA AUTONIVELANTE NO ESTADO

ENDURECIDO...........................................................................................................56

3.5.1 Resistência à tração na flexão e Resistência à compressão............................56

3.5.2 Módulo de elasticidade dinâmico......................................................................59

3.5.3 Aderência superficial.........................................................................................60

3.5.3.1 Resistência de aderência na interface argamassa autonivelante/argamassa

colante........................................................................................................................60

3.5.3.2 Resistência de aderência na interface base de concreto/argamassa

autonivelante..............................................................................................................63

3.5.4 Aderência profunda...........................................................................................64

3.5.5 Resistência ao Impacto.....................................................................................66

3.5.6 Resistência à Abrasão.......................................................................................67

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS......................................68

4.1ENSAIO COM CONE DE KANTRO.....................................................................68

4.2TEOR DE AR INCORPORADO...........................................................................70

4.3RETENÇÃO DE ÁGUA........................................................................................72

4.4RESISTÊNCIA À TRAÇÃO NA FLEXÃO E RESISTÊNCIA À

COMPRESSÃO..........................................................................................................73

4.5MÓDULO DE ELASTICIDADE DINÂMICO..........................................................74

4.6ADERÊNCIA SUPERFICIAL................................................................................76

4.7ADERÊNCIA PROFUNDA...................................................................................77

4.8RESISTÊNCIA AO IMPACTO..............................................................................78

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4.9 RESISTÊNCIA À ABRASÃO................................................................................79

5 COMPARATIVO DE CUSTOS................................................................................80

6 APLICAÇÃO EM CAMPO......................................................................................81

7 CONCLUSÃO.........................................................................................................85

8 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS.....................................................86

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANEXOS

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Atualmente as obras requerem velocidade e perfeição de execução,

algumas atividades são feitas de maneira simultânea e muitas vezes com

dependência entre elas. Contudo, na maioria das vezes se pensa na cor e no tipo de

acabamento do piso e se esquece da importância do contrapiso

(www.forumdaconstrucao.com.br, 2012).

Por ser uma atividade para a qual não é dada a devida importância, não é

contemplada com um projeto específico, sendo executada por operários que na

maioria das vezes não possuem conhecimento técnico suficiente para analisar as

variáveis que influenciam diretamente no processo de produção e execução do

contrapiso (BARROS e SABBATINI, 1991).

Para Martins (2009), o contrapiso pode ser definido como sendo uma das

camadas do subsistema piso e tem inúmeras funções dentro do sistema construtivo

dentre as quais se podem citar: regularizar bases, nivelar a superfície, oferecer

caimentos necessários para ralos, embutimento de instalações entre outros.

Usualmente levando-se em conta todos os ambientes internos de uma

unidade habitacional, as espessuras do contrapiso encontram-se na faixa de 2 cm a

7,8 cm como mostra a Figura 01:

Figura 01 – Limites máximo e mínimo para espessura de contrapiso Fonte:www.equipedeobra.com.br

Algumas características do contrapiso tem grande influência no seu

desempenho e na durabilidade do revestimento. Isto posto é de fundamental

importância que tais características sejam observadas

(www.forumdaconstrucao.com.br, 2012).

Os resultados que se obtém a partir de procedimentos sem um método

adequado, causam grandes problemas tais como (BARROS & SABBATINI 1991):

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a) Custo elevado pela má escolha do tipo de material e formulação

utilizada;

b) Espessuras variáveis do contrapiso;

c) Falta de padronização;

d) Falta de qualidade do produto final.

Neste contexto a argamassa autonivelante surge como uma alternativa

viável na execução de contrapiso, uma vez que possui características específicas

que garantem a horizontalidade do contrapiso e propriedades que a tornam isentas

de defeitos oriundos da falha de aplicação pois não necessitam de adensamento e

de acabamento.

A argamassa autonivelante para contrapiso é um produto relativamente novo

no Brasil que começou a ser estudada no início de 2008 e possui como principal

característica elevada fluidez quando comparada com argamassas convencionais

(MARTINS, 2009).

Neste tipo de argamassa a tendência à fissuração se torna muito reduzida

com a utilização de aditivos químicos retentores de água e fibras orgânicas, a

introdução de uma ponte de aderência polimérica resulta na inexistência de

deslocamento (NAKAKURA & BUCHER, 1997).

Ainda segundo Nakaura e Bucher(1997) este tipo de argamassa permite a

execução de camadas de contrapiso com espessuras reduzidas a apenas 5 a 10

mm. No entanto a espessura pode chegar a 4 cm no máximo, como pode ser

observado na Figura 02.

Figura 02 – Espessura da camada de contrapiso Fonte: www.apfac.pt

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1.2 OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo avaliar formulações de argamassa

autonivelante para verificar se as mesmas apresentam os requisitos necessários,

tanto no estado fresco quanto no estado endurecido, para que possam ser

classificadas como autonivelantes de acordo com os parâmetros definidos nesta

pesquisa, possibilitando sua aplicação em contrapisos. As principais propriedades

que devem ser avaliadas para qualificar a argamassa autonivelante são a facilidade

e velocidade de aplicação, o poder de nivelamento por ação do seu peso próprio

sem a necessidade de aplicação de forças externas para o seu adensamento, o

acabamento e a aderência superficial adequados para os revestimentos e a

aderência ao substrato.

1.3 JUSTIFICATIVAS

1.3.1 Ambiental

A cadeia produtiva da construção civil é uma das maiores da economia e

consequentemente possui enorme impacto ambiental, uma vez que é grande

consumidora de recursos e geradora de resíduos (FREITAS, 2009).

Como qualquer outra parte da construção, a falta de um projeto adequado

para o contrapiso resulta em elevadas espessuras e consumos excessivos de

aglomerantes, principalmente o cimento (BARROS, 1995).

A indústria cimenteira é responsável por mais de 5% de todas as emissões

de dióxido de carbono produzido pelo homem (FONSECA, 2010).

Apesar de o subsistema piso ter reduzida participação no custo final da obra,

acredita-se que esse valor seja sensivelmente superior no custo real, uma vez que

não é uma atividade controlada gerando os desperdícios citados anteriormente

(BARROS, 1995).

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A quantificação do impacto de um material requer um estudo da produção do

material, processos de construção, consequências do projeto entre outros fatores.

Considerando estes fatores a argamassa autonivelante apresenta vantagem em

relação à argamassa tradicional, uma vez que esta possibilita a redução da

espessura do contrapiso e consequentemente redução da pasta do sistema

(MARTINS, 2009).

Um comparativo feito por Barros e Sabbatini (1991) demonstra uma grande

economia de cimento com a redução de apenas 2 cm da espessura do contrapiso.

Com essa redução de espessura e um consumo de 250 kg a redução de

aglomerante caiu para 36.000 toneladas, economia esta que segundo o autor

significaria a execução da estrutura de concreto de cerca de 72 edifícios de 15

pavimentos e 500m² de laje, ou ainda a execução de um contrapiso de 6.000.000m².

Além dos benefícios já citados podemos mencionar a utilização de sílica

ativa que contribui para a redução de energia e emissão de CO2 com valores que

variam de 25% a 35% pelo simples fato de reduzir o consumo do cimento

(TECNOSIL, 2012).

1.3.2 Econômica

Juntamente com os estudos realizados em laboratório para avaliar a

viabilidade tecnológica das argamassas autonivelantes, foram iniciadas pesquisas

econômicas e de mercado que consistiram em uma série de visitas a obras onde

foram estabelecidos os vários métodos utilizados na construção de pisos para

ambientes internos, sendo possível definir o Método Tradicional que foi dividido em

três métodos: cama de areia + argamassa + argamassa cola; cama de areia +

argamassa; argamassa + isolamento térmico (ORTEGA, 2003).

Para calcular o custo de execução de pisos pelo método tradicional foram

desenvolvidos três custos diferentes, uma vez que existem três métodos diferentes,

e em seguida foi feita uma média entre os três, para que fossem comparados com

os custos de execução de pisos com a utilização da argamassa autonivelante como

pode ser visto na Figura 03 abaixo (ORTEGA, 2003).

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18

Figura 03 – Comparação de custos entre o método tradicional e argamassa autonivelante

Fonte: ORTEGA (2003) apud MARTINS (2009)

Pode-se perceber pelo comparativo realizado que apesar dos custos mais

elevados dos materiais utilizados para as argamassas autonivelantes o valor final

para a execução de pisos por esse método ainda é mais viável economicamente em

relação ao método tradicional devido ao baixíssimo custo da mão de obra. Isto

ocorre pelo fato de esta argamassa apresentar alto poder de bombeabilidade

aumentando a velocidade de aplicação da mesma e tornando o serviço muito mais

rápido, e pelo fato de possuir a propriedade de se nivelar somente pela ação da

gravidade sem necessidade de intervenção manual diminuindo a quantidade de mão

de obra necessária.

Os principais fatores responsáveis por reduzir os custos de misturas

autoadensáveis são (DE LA PEÑA, 2001):

- Aplicação em alta velocidade que resulta em redução significativa no

tempo de construção;

- Economia de trabalho (mão de obra);

- Economia de utilização de equipamentos e máquinas;

- Alta qualidade e durabilidade;

- Superfícies sem falhas.

1.3.3 Tecnológica

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19

A argamassa autonivelante tem se mostrado uma grande evolução

tecnológica perante aos métodos usados normalmente no Brasil. É um produto

formulado a partir de cimentos e areias de granulometria selecionada e aditivos

especiais, alguns já utilizados em concretos especiais.

Os pisos servem a dois objetivos: suportar cargas estáticas ou resistir à ação

abrasiva ou puncionante de cargas em movimento. Em ambos os casos é

necessário o dimensionamento estrutural do piso e a prescrição das propriedades

necessárias para resistir à abrasão. A estas duas condições, nos últimos anos tem

sido incorporada uma terceira: os requisitos de planeza ou rugosidade superficial. O

hiato entre o nível da estrutura bruta de concreto e o nível da superfície acabada é

preenchido parcialmente com uma camada denominada de “regularização” ou

contrapiso, e esta camada é fonte de inúmeras manifestações patológicas e

inconvenientes (NAKAKURA & BUCHER,1997).

Quando já aplicada, esta argamassa suporta o trânsito de equipamentos,

sem perder a qualidade (www.nivelle.com.br, 2012). O uso do método tradicional

para regularização de piso pode levar meses, no caso da autonivelante, pode levar

apenas algumas horas. A precisão da aplicação do produto devido ao nivelamento a

laser permite melhores acabamentos e uniformidade. A aplicação da argamassa

autonivelante pode ser observada na Figura 04.

Figura 04- Aplicação da argamassa autonivelante Fonte: www.expamor.com

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20

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 ARGAMASSA AUTONIVELANTE

A argamassa autonivelante é um produto relativamente novo que foi

introduzido no mercado da construção civil no Brasil na última década. A aplicação

desse material está voltada principalmente para pisos e contrapisos, uma vez que

apresentam propriedades que a tornam capazes de se autoadensar apenas sob o

efeito da gravidade apresentando superfície lisa e regular (MARTINS, 2009).

Esta argamassa é uma combinação de materiais de construção

desenvolvida para permitir a existência de um contrapiso isento de falhas devido à

moldagem, além de não necessitar de grande conhecimento e experiência do

operário e obter economia de tempo. Para aplicá-la são necessárias uma mangueira

para a projeção da argamassa e uma base limpa.

A formulação é de Cimento Portland de alta resistência inicial (de 25 a 45%

da massa total) e areia fina quartzosa (de 40 a 60%). Os 10 a 15% restantes da

massa são formados por uma série de aditivos químicos e adições minerais

destinados a modificar as características reológicas no estado fresco e as

propriedades físico-mecânicas no estado endurecido, de modo a atender aos

requisitos de instalação, carga, solicitação e durabilidade (NAKAKURA & BUCHER,

1997).

A característica mais perceptível é sua fluidez, que permite o fácil

espalhamento sem aplicação de energia externa, a massa se espalha preenchendo

todo o espaço e gravitacionalmente se nivelando formando uma camada lisa e de

pequena espessura, conforme pode ser visto na Figura 05.

De acordo com Seifert et. al. (2011) as propriedades que compostos

autonivelantes devem apresentar em ordem de importância são as seguintes:

autonivelamento, baixa viscosidade, rápida fixação, rápido endurecimento, rápido

ganho de resistência, secagem rápida, estabilidade dimensional, durabilidade,

resistência de superfície e forte adesão ao substrato.

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21

Figura 05 – Fluidez da argamassa autonivelante Fonte: www.apfac.pt

2.2 MATERIAIS CONSTITUINTES

2.2.1 Cimento

Para Mehta e Monteiro (1994), o cimento Portland pode ser definido como

sendo um aglomerante hidráulico obtido pela moagem de clínquer, constituído

basicamente de silicatos de cálcio.

Dentre os diversos aglomerantes hidráulicos o Cimento Portland é o mais

amplamente utilizado na produção de argamassas de revestimento. Ainda de acordo

com os autores, apesar de existir pouca pesquisa sobre a influência dos diferentes

tipos de cimento nas argamassas, pode-se afirmar que algumas propriedades

próprias de cada tipo de cimento possuem grande influência no desempenho no

estado fresco da argamassa (BAUER e SOUSA, 2005).

No mercado existem vários tipos de cimento que se diferenciam

basicamente pelas adições sendo as principais: escória de alto forno, materiais

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pozolânicos e carbonáticos. No entanto para o estudo da argamassa autonivelante

as propriedades que se destacam é sua finura e capacidade de absorver o aditivo

superplastificante, uma vez que a adsorção ocorre preferencialmente nos aluminatos

(C3A – Aluminato de Tricálcico e C4AF – Ferroaluminatotetracálcico) (AITCIN, 2000;

NEVILLE, 1997 apud MARTINS, 2009).

Os principais constituintes do cimento Portland podem ser observados na

Figura 06, assim como as principais características dos componentes podem ser

observados na Figura 07:

Figura 06 – Principais constituintes do Cimento Portland Fonte: NEVILLE (1997)

Figura 07 – Propriedades dos quatro principais componentes do cimento Fonte: LIBORIO (1999) apud CASTRO (2007)

Um tipo de cimento que possui as características citadas anteriormente é o

CP V ARI que representa o cimento Portland de alta resistência inicial. Este tipo de

cimento apresenta resistência à compressão mínima aos 7 dias de idade de 34 Mpa

(NBR 5733:1991).No entanto não se pode excluir a possibilidade de utilização de

outros tipo de cimentos na composição da argamassa autonivelante desde que

sejam realizados estudos específicos.

Mantendo-se o tipo e a marca do início ao fim das atividades de execução

do contrapiso não deverão ocorrer modificações sensíveis nas propriedades da

argamassa produzida. A alteração da marca ou principalmente do tipo de cimento ao

longo do processo de produção pode implicar em variações nos resultados do

controle de produção do contrapiso. Em função disto, é recomendável realizar uma

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23

adequada programação do uso do cimento em obra, a fim de que o mesmo não falte

ao longo da produção (BARROS, 1995).

2.2.2 Areia

A escolha do agregado miúdo é determinada tanto pelo seu efeito na

demanda de água como pelo empacotamento físico (MENDES, 2002).

A NBR 7211:1983 classifica como agregado miúdo as areias de origem

natural ou resultante do britamento de rochas estáveis, ou mistura das duas, cujos

grãos passam pela peneira definida pela ABNT 4,8 mm e ficam retidas na peneira de

0,075mm. Ou ainda Podemos afirmar que são materiais de formato granular,

relativamente inertes e classificados com base na sua composição granulométrica.

(SANTOS, 2008).

A granulometria segundo Santos (2008) deve seguir o estipulado na NBR

7217:1987 e cumprir os limites de apenas uma das zonas da Figura 08 a seguir:

Figura 08 – Limites granulométricos de agregado miúdo Fonte: SANTOS, 2008

Os agregados miúdos na argamassa desempenham funções de ordem

técnica, uma vez que contribuem para otimizar as propriedades das argamassas a

durabilidade e a textura final e de ordem econômica porque sendo material de menor

custo quando comparados aos aglomerantes , contribuem para reduzir o custo final

das argamassas (ARAÚJO, 1995).

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24

Os agregados devem ser isentos de substancias que prejudiquem o

processo de hidratação e endurecimento do cimento além de precisarem ser

resistentes e isentos de impurezas (TRISTÃO, 1995).

Dentre as principais características a serem analisadas no agregado miúdo,

no caso a areia, está a distribuição granulométrica, pois influencia diretamente no

desempenho da argamassa, interferindo na trabalhabilidade e consumo de água e

aglomerantes. No agregado miúdo quanto maior a continuidade granulométrica

maiores as resistências mecânicas, devido à melhoria do empacotamento da mistura

(FREITAS, 2010).

Ainda pode-se afirmar que a forma do agregado é essencial na influência

das propriedades da argamassa e que a maneira como o agregado é obtido

influencia em sua forma e tamanho (BOUTQUETY, 2007 apud FREITAS, 2010).

A argamassa autonivelante pode ser confeccionada com areia fina quartzosa

ou basáltica com grãos de dimensão máxima característica inferior a 0,6mm, que

proporciona a textura superficial do piso endurecido extremamente fina ao ponto de

não requerer selantes adicionais (NAKAKURA & BUCHER, 1997).

2.2.3 Sílica Ativa

A sílica ativa é um subproduto proveniente do processo de fabricação das

indústrias de ferrosilício e silício-metálico. A produção do silício é realizada em

grandes fornos elétricos de fusão, do tipo arco voltaico, onde o quartzo é reduzido

pelo carbono em altas temperaturas. Deste processo resulta a produção do

monóxido de silício gasoso (SiO), que em contato com temperaturas mais baixas, se

condensa formando a sílica (SiO2) (CARMO, 2006).

É considerada uma das adições minerais de maior reatividade graças à sua

natureza amorfa e pelo fato de suas partículas apresentarem tamanho muito

pequeno. Suas partículas possuem formato esférico com diâmetros cerca de cem

vezes menores que os do cimento. Apresentam elevada área específica e

granulometria mais fina que a dos cimentos, por isso as partículas da sílica ativa

densificam a zona de transição por ação física e química, gerando uma

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microestrutura mais densa e homogênea, com reduzido volume de vazios

(FONSECA, 2010).

Esta adição mineral é utilizada em composições cimentícias para aumentar a

resistência mecânica e compacidade, pela ocorrência de reações químicas

conhecidas como pozolânicas e das reações físicas chamadas de efeito filler. A

reação pozolânica acontece devido à interação da sílica ativa com o hidróxido de

cálcio do cimento, produzindo silicato de cálcio hidratado (C-S-H) que é um material

mais resistente e estável e que favorece a durabilidade dos compósitos,

aumentando a resistência e a impermeabilidade do sistema devido ao processo de

refinamento dos poros. Já o efeito filler acontece devido à diminuição da porosidade

total do sistema promovida pelo preenchimento dos vazios de empacotamento, de

poros capilares e de gel (ROMANO, 2006).

Segundo Fonseca (2010) incorporação de adições minerais em geral resulta

na produção de materiais cimentícios com melhores características técnicas. No

concreto fresco, a introdução de sílica ativa contribui para a diminuição da

exsudação e da segregação, sendo o uso de plastificantes e superplastificantes

necessário para garantir a trabalhabilidade da mistura. O efeito físico do

empacotamento das finíssimas partículas da sílica ativa provoca a redução dos

espaços vazios e consequentemente do consumo de água necessário para dar

plasticidade ao sistema.

Ainda de acordo com Fonseca (2010) essas adições também trazem

diversos benefícios para o concreto no estado endurecido, como: redução na

porosidade capilar, diminuição das fissuras de origem térmica, melhoria na

resistência a ataque por sulfatos, melhoria na resistência à reação álcali-sílica, entre

outros, que aumentam a durabilidade e resistência do concreto.

As adições minerais, como a sílica ativa, são utilizadas em argamassas

autonivelantes principalmente para compensar a retração por secagem, a

exsudação e a tendência ao fissuramento (NAKAKURA & BUCHER, 1997). Pode-se

observar na Figura 09 a imagem microscópica da sílica ativa.

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Figura 09 – Imagem microscópica de sílica ativa Fonte: MAHMOUD, 2010

2.2.4 Aditivos

Os aditivos são produtos químicos com a capacidade de alterar

propriedades da argamassa e apesar de estarem divididos em várias categorias, os

aditivos carregam em si dois objetivos fundamentais, o de ampliar as qualidades, ou

de minimizar os pontos fracos da argamassa.

As argamassas autonivelantes devem atingir uma determinada consistência

no instante da sua instalação, de modo que a sua viscosidade permita uma

deformação conveniente pela ação do seu próprio peso (NAKAKURA & BUCHER,

2003).

Na produção da argamassa autonivelante são usados os aditivos

superplastificante para garantir uma fluidez adequada e reduzir a tensão de

escoamento e o promotor de viscosidade auxiliar na estabilidade da mistura

(MARTINS, 2009).

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2.2.4.1 Aditivo Modificador de Viscosidade

A função do VMA (do inglês Viscosity Modifying Admixtures), ou APV –

Aditivo Promotor de Viscosidade, é modificar as propriedades reológicas da pasta de

cimento, ele é usado para reduzir a segregação nas pastas de alta fluidez e ainda

promover a obtenção de níveis de fluidez e maior homogeneidade da mistura

(MARTINS, 2009).

O aditivo promotor de viscosidade é formado por cadeias longas de base de

celulose, polissacarídeo, acrílico ou glicol e outros agentes inorgânicos (RIXOM &

MAILVAGANAM, 1999).

A maioria dos VMA é baseada em moléculas poliméricas de alto peso que

tem uma grande afinidade com a água. Interagindo com os grupos funcionais de

moléculas com a água e a superfície dos finos, o VMA forma uma estrutura

tridimensional no estado fresco da mistura para aumentar a viscosidade da pasta,

tornando-a mais coesiva (EFNARC, 2006).De acordo com Tutikian (2004), uma

grande vantagem do uso do VMA é a diminuição da relação água/cimento das

misturas.

A utilização desse aditivo pode gerar em concretos e argamassas um

comportamento pseudoplástico, ou seja, redução da viscosidade em função do

aumento da taxa de cisalhamento aplicada (MELO, 2005).

A ação química do aditivo nos grãos de cimento pode ser observada na

Figura 10.

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Figura 10 – Ação química do VMA nos grãos de cimento Fonte: www.basf-cc.com.br

2.2.4.2 Aditivo Superplastificante

Na produção de argamassas e concretos quanto menor a quantidade de

água adicionada maior é a resistência obtida, mas ao mesmo tempo o concreto e a

argamassa precisam ser fluidos e trabalháveis (KATSIADRAMIS et. al. 2010).

Para esses casos foram criados os superplastificantes (SP) que são

responsáveis por aumentar a trabalhabilidade e diminuir a exsudação, a

permeabilidade e a porosidade.

De acordo com Monte (2003), os SP mais utilizados são geralmente a base

de lignossulfonato, melamina sulfonato, naftaleno sulfonato e policarboxilatos. A

Figura 11 ilustra a molécula de policarboxilato.

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Figura 11 – Molécula de policarboxilato Fonte: FRACALOSSI (2011)

As partículas de Cimento Portland quando entram em contato com a água,

que tem molécula polar, apresentam forte tendência a floculação. Certa quantidade

de água fica aprisionada entre os grãos de cimento, reduzindo a disponibilidade de

água e a lubrificação da mistura. Tais fenômenos aumentam a viscosidade da

mistura e também reduzem a área específica dos grãos de cimento disponível para

as reações de hidratação (HARTMANN& HELENE, 2003).

A adição de superplastificante conduz alterações não só nas propriedades

no estado fresco da pasta e concreto, mas também no comportamento dos estágios

subsequentes da hidratação. Um desses efeitos é atraso no processo de pega, no

qual aumenta com a dosagem empregada (RONCERO, 2000).

A ação dos superplastificantes é de dispersar os grãos de cimento e assim

umidificando melhor os grãos, fornecendo uma mistura homogênea com maior

resistência (KATSIADRAMIS et. al. 2010).

A Figura 12 demonstra o efeito do SP sobre a pasta cimentícia.

Figura 12 – Efeito do SP sobre pasta de cimento Fonte: MINDESS e YOUNG (1981) apud AZEVEDO (2002)

A proporção dos componentes da argamassa e a dosagem do SP devem ser

ajustadas para evitar segregação (RAMEZANIANPOUR&MALHOTRA, 1995).

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O aditivo não representa custo adicional na maioria dos casos, pois sua

utilização resulta em economia, como redução do tempo e trabalho para

nivelamento, redução do teor de cimento e aumento da durabilidade (FRACALOSSI,

2011).

2.3 PROPRIEDADES DA ARGAMASSA AUTONIVELANTE

Para que a argamassa autonivelante seja adequada à aplicação em

contrapisos ela deve atender algumas propriedades tanto no estado fresco quanto

no estado endurecido.

2.3.1 Estado Fresco

A argamassa autonivelante deve apresentar no estado fresco algumas

propriedades específicas que devem ser atendidas para garantir sua característica

de autonivelamento e posteriormente sua qualidade no estado endurecido.

As propriedades mais importantes para estas argamassas no estado fresco

são a consistência e a resistência à segregação. Evitar a segregação significa

manter a mistura homogênea sem separação entre as partículas que a constituem

(MARTINS, 2009).

A consistência no momento de sua aplicação deve ser de tal modo que a

argamassa autonivelante consiga preencher completamente todos os espaços em

que foi lançada apenas sob a ação do seu peso próprio. Desta maneira, a massa se

espalhará sobre o substrato, formando uma superfície com a planeza adequada à

finalidade da camada: regularização ou acabamento (NAKAKURA, 1997).

Para que a argamassa autonivelante apresente facilidade de aplicação e

ótimo poder de bombeabilidade e de nivelamento que são requisitos para sua

aplicação ela deve apresentar elevada fluidez, em comparação com as argamassas

convencionais.

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Devido a essa elevada fluidez a argamassa autonivelante tende a apresentar

segregação. A coesão e a viscosidade são características essenciais para evitar a

segregação e a exsudação da mistura. O aditivo modificador de viscosidade é

utilizado na massa para proporcionar um aumento na coesão entre as partículas,

prevenindo estes problemas (MARTINS, 2009).

De acordo com Melo (2005) a adição da sílica ativa nos concretos

autoadensáveis reduz significativamente a exsudação e a segregação pelo fato de

suas partículas apresentarem tamanho muito reduzido e aumentarem a coesão

garantindo misturas mais estáveis e homogêneas.

Já o uso em excesso do aditivo SP pode promover a segregação entre as

partículas tanto dos agregados como do cimento em concretos, argamassas e

pastas. Por isso é necessária uma metodologia confiável que permita o correto teor

dos aditivos na mistura para garantir suas propriedades (MONTE, 2003).

Para que um material autoadensável tenha um ótimo desempenho, uma

complexa combinação de propriedades da mistura no estado fresco como fluidez,

coesão, trabalhabilidade, compatibilidade entre cimento-aditivos e viscosidade

deverão ser trabalhadas harmonicamente (EFNARC, 2002 apud MARTINS, 2009).

A trabalhabilidade é outra propriedade importante no estado fresco que pode

ser definida como sendo a propriedade que determina o esforço necessário para

manipular uma quantidade de material fresco com uma perda mínima de

homogeneidade, incluindo todas as etapas desde o lançamento até o acabamento

do material (MEHTA & MONTEIRO, 1994).

Outras definições de trabalhabilidade podem ser vistas na Figura 13:

Figura 13 – Definições de trabalhabilidade Fonte: TATTERSSALL e BANFILL (1983) apud CASTRO (2007)

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De acordo com Mehta e Monteiro (1994), a trabalhabilidade é uma

propriedade composta de pelo menos dois componentes principais: fluidez que é a

facilidade de mobilidade da mistura fresca e a coesão que descreve a resistência à

exsudação ou à segregação. Esta propriedade pode ser influenciada pelo aumento

dos materiais constituintes da mistura como pode ser vista na Figura 14.

Figura 14 – Influência do aumento dos materiais da mistura na trabalhabilidade Fonte: CASTRO (2007)

2.3.2 Estado Endurecido

As principais propriedades no estado endurecido são a resistência

mecânica, ao impacto e à abrasão e a aderência superficial e profunda.

A resistência mecânica está ligada a sua capacidade de resistir esforços de

tração, compressão ou cisalhamento, provenientes de cargas estáticas ou dinâmicas

decorrentes da edificação ou condições ambientais (FREITAS, 2010). A resistência

aumenta com a redução da proporção de agregado na argamassa e varia

inversamente com a relação água/cimento da argamassa (MACIEL, BARROS &

SABBATINI, 1998).

A NBR 12042:1992 descreve a determinação do desgaste por abrasão para

materiais inorgânicos e define desgaste como sendo a capacidade da argamassa

resistir à desagregação superficial e remoção de partículas de um determinado

material submetido à força de atrito.

É importante também conhecer a resistência ao impacto que se refere à

capacidade de absorver energia sob esforços de colisão. Durante um impacto uma

força é aplicada num tempo infinitamente pequeno, assim é fundamental que o

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material que compõe o elemento impactado tenha capacidade de sofrer

deformações localizadas antes de transferir o esforço ao resto da estrutura. Esta

deformação pode ser elástica onde há recomposição da região do impacto ou

plástica onde a região de impacto fica danificada (SANTOS 2005).

A aderência é a propriedade de a argamassa manter-se fixa ao substrato

através da resistência às tensões normais e tangenciais que surgem na interface

base-revestimento. É obtida pelas resistências de aderência a tração e ao

cisalhamento além da extensão de aderência da argamassa. Os principais fatores

que influenciam a resistência à aderência são as propriedades da argamassa no

estado fresco, bem como as características da base e sua limpeza superficial

(MACIEL, BARROS & SABBATINI, 1998).A interação entre a argamassa e o

substrato pode ser observada na Figura 15.

Figura 15 – Interação argamassa-base Fonte: MACIEL, BARROS & SABBATINI (1998)

Para argamassas de contrapiso devem ser avaliadas tanto a aderência

profunda que caracteriza a interação entre a argamassa e o substrato de concreto,

quanto a aderência superficial caracterizada pela união entre a argamassa e o

revestimento.

A textura do substrato (rugosidade) é um componente importante no

desenvolvimento da aderência, uma vez que são pontos de ancoragem da

argamassa aplicada, auxiliando na obtenção da mesma. Por sua vez, substratos

rugosos possuem maior área de contato com a argamassa aplicada, melhorando

potencialmente as condições de aderência. Substratos lisos, geralmente levam a

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valores de aderência menores, devendo-se sempre preparar as superfícies com o

intuito de torná-las adequadamente rugosas (BAUER& PEREIRA, 2005).

Outra propriedade importante para a argamassa no estado endurecido é o

módulo de elasticidade que esta relacionado ao comportamento elástico do material

e pode fornecer informações a respeito da deformabilidade e da rigidez. Esta

propriedade mecânica é de grande interesse pois esta ligada aos fenômenos

patológicos de argamassas em especial as fissuras (SILVA & CAMPITELI, 2008).

2.4 ENSAIOS PARA CARACTERIZAÇÃO DA ARGAMASSA AUTONIVELANTE NO

ESTADO FRESCO

2.4.1 Abatimento com cone de Kantro

Por apresentar consistência muito fluida os métodos tradicionais para medir

esta propriedade como, por exemplo, o cone de Abrams, não tem utilidade e,

portanto são substituídos por métodos destinados a natas. A medição em laboratório

pode ser feita através do ensaio com cone de Kantro (NAKAKURA, 1997).

O ensaio de miniabatimento foi desenvolvido por Kantro (1980), consiste em

determinar o abatimento de pequenas quantidades de pasta de cimento usando um

tronco de cone, ou seja, faz a comparação da fluidez da pasta de cimento em

ensaios de “mini-slump” de forma similar ao “slumptest” com cone reduzido. Esse

processo avalia o efeito do aditivo sobre o cimento ou materiais finos sem a

interferência do agregado (SACHT, 2010).

Os parâmetros avaliados através deste ensaio são a homogeneidade da

mistura, a coesão entre partículas e a fluidez adequada (MARTINS, 2009).

O material usado no procedimento do ensaio é composto por um tronco de

cone feito de material translúcido com as seguintes dimensões: altura 57 mm

diâmetro superior 19 mm, diâmetro inferior 38 mm (ROSSIGNOLO, 2003). O cone

de Kantro pode ser observado na Figura 16.

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Figura 16 – Cone de Kantro Fonte: KANTRO (1980) apud ROSSIGNOLO (2003)

2.4.2 Teor de ar incorporado

O ar incorporado corresponde aos vazios formados pela entrada de ar que

podem ser observados no interior da argamassa. O teor de ar incorporado nas

argamassas, apesar de favorecer a sua trabalhabilidade, atua de forma desfavorável

em relação às resistências mecânicas (MANSUR, 2006).

Além disso, contribui para o impedimento da passagem de água para o

interior da argamassa pelo fenômeno da capilaridade, pois as bolhas de ar podem

interromper parte dos poros capilares da argamassa (FREITAS, 2010).

O teor de ar está relacionado com a densidade de massa relativa da

argamassa no estado fresco e endurecido, com o aumento do teor de ar as

argamassas são menos densas. A presença do ar afeta a capacidade da argamassa

se deformar e tem influência direta na energia de lançamento (SILVA, 2006).

O método para determinação da densidade de massa no estado fresco e do

teor de ar incorporado para argamassa de revestimento é descrito pela NBR

13278:2005.

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2.4.3 Retenção de água

A retenção de água pode ser representada pela capacidade que a

argamassa tem de reter a água de amassamento contra a sucção da base e contra

a evaporação provocada pelas condições ambientais do meio na qual está inserida.

Esta propriedade quando bem dosada proporciona um ganho de resistência uma

vez permite que as reações de endurecimento se tornem mais gradativas,

originando a adequada hidratação do cimento. Se a perda de água da argamassa

ocorrer de forma muito rápida pode comprometer a durabilidade e a estanqueidade

do material (MACIEL, BARROS & SABBATINI, 1998).

O aumento da superfície específica dos constituintes ou a utilização de

aditivos que possuam características de adsorver a água ou impedir sua percolação

através da massa sólida podem gerar o aumento da retenção de água nas

argamassas (NAKAKURA & CINCOTTO, 2004).

O ensaio de retenção de água é descrito pela NBR 13277:2005. O

equipamento utilizado na realização deste ensaio pode ser observado na Figura 17.

Figura 17 – Aparelho para ensaio de retenção de água em argamassa Fonte: os autores

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37

2.5 ENSAIOS PARA CARACTERIZAÇÃO DA ARGAMASSA AUTONIVELANTE NO

ESTADO ENDURECIDO

2.5.1 Resistência à tração na flexão e Resistência à compressão

Os ensaios que definem estes parâmetros são descritos pela NBR

13279:2005 que substitui a NBR 13279:1995. A norma atualizada permite a

realização do ensaio de tração na flexão e posteriormente o de compressão

utilizando o mesmo corpo de prova prismático com dimensões 40 mm x 40 mm x

160 mm. O equipamento utilizado nos ensaios de tração na flexão e compressão

pode ser visto na Figura 18.

Figura 18 – Corpo de prova submetido ao ensaio de resistência à tração na flexão Fonte: os autores

2.5.2 Módulo de elasticidade dinâmico

Segundo Monte (2011) o que se deseja de um revestimento de argamassa é

que ele tenha certa capacidade de deformar-se elasticamente resistindo sem

fissuras às deformações do substrato. Uma argamassa flexível, que se deforme

bastante com baixos níveis de tensão, deve possuir um baixo módulo de

elasticidade.

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38

Para argamassas o módulo de elasticidade dinâmico é determinado pela

NBR 15630:2009. O ensaio consiste na obtenção da velocidade para atravessar um

corpo através da propagação de onda ultrassônica de uma extremidade à outra.

2.5.3 Resistência de aderência

Esta propriedade pode ser compreendida como sendo a capacidade que as

interfaces piso-contrapiso e base-contrapiso têm em absorver deformações

decorrentes das solicitações de uso (BARROS & SABBATINI, 1991).

A resistência de aderência na interface argamassa autonivelante/argamassa

colante (Figura 19) pode ser obtida através do ensaio de arrancamento descrito pela

NBR 13528:2010.

Já a resistência de aderência na interface base de concreto/argamassa

autonivelante (Figura 20) é descrita pela NBR 15258:2005.

Figura 19 – Interface analisada no ensaio de aderência superficial

Fonte: os autores

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39

Figura 20 – Interface analisada no ensaio de aderência profunda

Fonte: os autores

2.5.4 Resistência ao impacto

O objetivo deste parâmetro é verificar o atendimento às condições de

desempenho definidas para contrapiso que são: uniformidade de produção,

compacidade e resistência mecânica superficial (BARROS & SABBATINI, 1991).

Para a determinação desta propriedade não existe uma norma brasileira

específica, no entanto o ensaio pode ser realizado com base na norma britânica BS

8204:1987(WEBER SAINT GOBAIN, SBTA 2011).

2.5.5 Resistência à abrasão

A abrasão pode ser definida como sendo a perda de massa em função do

atrito (FAGURY, 2002). Pode-se dizer que a durabilidade do material está

diretamente ligada à resistência à abrasão (ARAUJO, RODRIGUES & FREITAS,

2000).

O ensaio que determina a desagregação superficial e remoção de partículas

de um determinado material submetido a uma força de atrito é descrito pela NBR

12042:1992.

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40

3 PROGRAMA EXPERIMENTAL

Em 2009 foi proposta, na dissertação de mestrado de Eliziane Jubanski

Martins no PPGECC/UFPR (MARTINS, 2009) uma metodologia para a avaliação de

pastas para a confecção de argamassa autonivelante para contrapiso utilizando um

equipamento denominado no trabalho como Cilindro Espanhol. Nessa dissertação

foram formuladas e avaliadas várias pastas em relação à homogeneidade na

mistura, à coesão entre as partículas e à fluidez, características importantes da

pasta para compor uma boa argamassa.

Com base na metodologia proposta por Martins (2009) e nas formulações

estudadas e indicadas no trabalho como de adequado desempenho, a aluna de

iniciação científica Maria Clara Pinto avaliou as formulações dessas pastas com

aditivos (promotores de viscosidade e superplastificantes) de outro fabricante

(PINTO, 2011). Foi verificado que a alteração do aditivo nessas formulações resultou

em desempenhos diferentes nas pastas avaliadas posteriormente, seguindo as

dosagens indicadas, necessitando portanto de ajustes de dosagem. A metodologia

proposta por Martins (2009) utilizando o Cilindro Espanhol auxiliou na obtenção de

pastas com novas dosagens de aditivos. Nesse trabalho de conclusão de curso

partiu-se para a evolução na obtenção de argamassa autonivelante a partir das

pastas e argamassas estudadas por Pinto (2011).

Dentro deste contexto, o programa experimental deste trabalho de conclusão

de curso consistiu na confecção de seis das argamassas, a partir das pastas

previamente estudadas. As argamassas foram dosadas e avaliadas no estado fresco

quanto a sua fluidez, a partir do ensaio do Cone de Kantro. Foram escolhidas três

formulações de argamassa para serem avaliadas também quanto ao seu

desempenho no estado endurecido, além de outras avaliações no estado fresco.

Duas das três argamassas foram aplicadas como contrapiso de uma edificação em

fase de construção visando observar a sua aplicação na prática.

Na Figura 21 pode-se observar o fluxograma que descreve o planejamento

do experimento:

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41

Desenvolvimento de formulações de possiveis pastas para argamassa autonivelante por Martins (2009)

Ajustes na dosagem das pastas estudadas com utilização de aditivos de outro fabricante por Pinto (2011)

Caracterização do agregado miudo e dosagem de argamassas autonivelantes realizados em estudos

prévios

Escolha de 6 formulações para continuidade dos estudos

Ensaio de espalhamento com cone de Kantro

Escolha de 3 formulações

Caracterização da argamassa no estado fresco

Teor de ar incorporado Retenção de água

Caracterização da argamassa

no estado endurecido

Resistência à tração na flexão e

à compressão

Resistência ao impacto

Resistência à abrasão

Aderência superficial e

profunda

Figura 21 – Fluxograma do planejamento Fonte: os autores

3.1 DEFINIÇÃO DO UNIVERSO AMOSTRAL

A partir de pastas previamente estudadas e definidas em trabalhos

anteriores, foram formuladas seis argamassas com as dosagens descritas na Tabela

01. Cabe destacar que foram escolhidas 6 pastas consideradas de adequado

desempenho pela metodologia do Cilindro Espanhol. Para a formulação das

argamassas procurou-se fixar o teor de areia em três formulações distintas de

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42

pastas (formulações 1, 5 e 9; duas delas com diferença apenas no teor de água),

variar o teor de areia em pastas de mesma formulação (argamassas 12 e 13) e criar

uma situação com quantidade extrema de sílica (formulação 15).

As argamassas frescas após o abatimento pelo ensaio do cone de Kantro

foram avaliadas quanto à abertura, formato da borda e ocorrência ou não de

segregação, procedimento semelhante ao proposto por Martins (2009) para pastas.

A metodologia empregada com o ensaio do cone de Kantro, cujos resultados de

abertura, borda e segregação realizados em 2011 se encontram expostos nessa

tabela, será objeto de detalhamento no item 3.4.1.

Tabela 01 – Proporção em massa das formulações de argamassas avaliadas no trabalho

Formulação

TRAÇO Abertura média (cm)

Borda Segregação

Cimento areia sílica SP VMA a/ms Unif. Desunif. Sem Com

1 1 1,25 0,05 0,0048 0,0143 0,435 - X X

5 1 1,25 0,05 0,0048 0,0143 0,2989 14,75 X X X

9 1 1,25 0,05 0,004 0,0077 0,236 11,75 X X

12 1 1,45 0,05 0,009 0,0094 0,229 14,45 X X

13 1 1,55 0,05 0,009 0,0094 0,220 14,25 X X

15 1 1,875 0,25 0,009 0,0094 0,232 14,10 X X

Fonte: os autores

3.2 DESCRIÇÃO DOS MATERIAIS

Apresenta-se nesse item a caracterização dos materiais utilizados na

formulação das argamassas autonivelantes.

3.2.1 Cimento

O cimento utilizado na formulação da argamassa autonivelante foi o CP V

ARI da marca Itambé. Este cimento apresenta elevada resistência inicial e se

destaca pela sua finura em relação aos demais contribuindo diretamente para o

aumento da fluidez da mistura.

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43

A Figura 22 apresenta as composições químicas do CP V ARI, fornecidas

pelo fabricante. Os dados se referem aos ensaios realizados no mês de maio de

2012.

QUÍMICOS

Al2O3 SiO2 Fe2O3 CaO MgO SO3 P.

Fogo CaO

L. R.

Ins. Eq. Alc.

% % % % % % % % % %

Média 4.1 19.41 2.58 60.71 4.93 2.84 3.33 2.03 0.57 0.62

Figura 22 – Composição química do cimento CP V ARI Fonte: Empresa Itambé

3.2.2 Areia

A areia utilizada no ensaio foi escolhida e caracterizada em estudos

realizados em 2011 no LATECA – Laboratório de Tecnologia de Argamassas da

UFPR. Trata-se de uma areia de natureza quartzosa fornecida pela empresa

Impermix localizada em Curitiba/PR.

Foram realizados ensaios para a determinação da distribuição

granulométrica que seguem a recomendação da norma NBRNM 248:2001. Como a

quantidade de finos é um fator relevante para o estudo da argamassa autonivelante,

além da granulometria por peneiramento foi executado também a granulometria a

laser, que mostra as frações finas dos grãos retidos na peneira 0,075 mm.

A curva de distribuição granulométrica da fração grossa da areia quartzosa

está apresentada noGráfico 01, juntamente com outras duas areias também

avaliadas. Optou-se pela areia quartzosa por ter apresentado uma granulometria

intermediária entre as demais. No Gráfico 02apresentam-se as curvas

granulométricas da fração fina da areia, ou seja, do material pulverulento.

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Gráfico 01 - Distribuição granulométrica das areias estudadas Fonte: os autores

Gráfico 02 - Granulometria a laser das areias estudadas

Fonte: os autores

Os demais ensaios de caracterização das areias podem ser observados na

Tabela 02 a seguir, obtidos em ensaio no LAME – Laboratório de Materiais e

Estruturas do LACTEC.

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Tabela 02 - caracterização da areia quartzosa

ENSAIOS Normas

AREIA QUARTZOSA

D.M.C. (mm) NBRNM 248, 2001 0,6

Módulo de Finura (%) NBRNM 248, 2001 1,01

Massa Específica SSS (g/cm³)

NBR NM 52/02 2,64

Material Pulverulento (%) NBRNM 46, 2001 0,2

Absorção de água (%) NBRNM 30 2001 e NBRNM 53, 2002

0,1

Fonte: os autores

Para complementar a caracterização, foi realizada a analise morfológica da

areia quartzosa no LAMIR – Laboratório de Análises de Minerais e Rochas, os

resultados podem ser observados na Tabela 03. O formato arredondado e a

esfericidade alta indicadas na morfologia desta areia contribuem para a fluidez da

argamassa.

Tabela 03 - Análise morfológica da areia quartzosa

Agregado Miúdo

Retida na Peneira #

Esfericidade Arredondamento

Qu

art

zosa

A3 0,3 ALTA SUB-ARREDONDADA

A3 0,15 ALTA SUB-ARREDONDADA

Fonte: os autores

3.2.3 Sílica Ativa

A sílica ativa utilizada na composição da argamassa autonivelante foi da

marca Tecnosil obtida no comércio local na empresa Impermix. As características

deste material podem ser observadas na Figura 23.

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Figura 23 – Caracterização da sílica ativa Fonte: www.tecnosilbr.com.br

3.2.4 Aditivos

O aditivo promotor de viscosidade utilizado foi o V-MAR 3 da marca GRACE

(Figura 24), que aumenta a viscosidade da mistura mantendo seu espalhamento e

evitando a segregação. É recomendado para uso combinado ao superplastificantes

da família ADVA para produção de materiais auto adensáveis

(www.br.graceconstruction.com, 2012).O aditivo superplastificante utilizado foi o

ADVA CAST 525 da marca GRACE, que é um aditivo à base de policarboxilato e

pode ser observado na Figura 25.

Figura 24 – Aditivo promotor de viscosidade Figura 25 – Aditivosuperplastificante Fonte: os autores Fonte: os autores

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Algumas características dos aditivos utilizados, fornecidas pelo fabricante

podem ser observadas na Tabela 4.

Tabela 04 – Principais características dos aditivos fornecidas pelo fabricante

ADVA 525 VMAR 3

Tipo de produto: superplastificante Tipo de produto: modificador de viscosidade

Aspecto: líquido Aspecto: líquido viscoso

Cor: amarelo claro a ambar Cor: levemente amarelo a cinza.

Validade: 1 ano Validade: 1 ano

Massa específica: 1,06 g/cm3. Massa específica: não fornecida Fornecimento: O ADVATM CAST 525 é embalado em tambores de 220 kg, contentores de 1000 kg ou a granel.

Fornecimento: O V-MARTM 3 é embalado em tambores de 200 kg, contentores de 1000 kg ou a granel.

Não contém cloreto. Não contém cloreto.

pH: 5,00 pH: 9,50 Fonte: os autores

3.3 PROCEDIMENTO DE MISTURA

As propriedades da argamassa no estado fresco assim como no endurecido

são bastante influenciadas pelos seguintes fatores referentes ao procedimento de

mistura:

a) ordem de colocação dos materiais na argamassadeira;

b) quantidade de água adicionada em determinado intervalo de tempo;

c) energia utilizada no amassamento;

d) tempo total.

Para produzir a argamassa foi feita uma mistura ordenada de seus materiais

em uma argamassadeira, nas proporções em massa indicadas na Tabela 05.

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Tabela 05 – Proporções em massa das formulações de argamassa estudadas

Formulação cimento (g) areia (g) sílica (g) SP (g) VMA (g) água (g)

1 200 250 10 0,96 2,86 200,1

5 200 250 10 0,96 2,86 137,5

9 200 250 10 0,80 1,54 108,6

12 200 290 10 1,80 1,88 114,5

13 200 310 10 1,80 1,88 114,4

15 200 375 50 1,80 1,88 145

Fonte: os autores

Os materiais foram adicionados em parcelas na argamassadeira (Figura 26)

e misturados na velocidade 1 (velocidade lenta), sendo adicionada primeiramente a

água aos materiais secos e posteriormente os aditivos, como pode ser observado no

esquema apresentado na Figura 27.

Figura 26 – Argamassadeira utilizada na produção da argamassa Fonte: os autores

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49

Figura 27 – Procedimento de mistura Fonte: os autores

3.4 ENSAIOS DA ARGAMASSA AUTONIVELANTE NO ESTADO FRESCO

3.4.1 Ensaio com cone de Kantro

O ensaio foi realizado de acordo com o método de Kantro no LATECA

Laboratório de Tecnologia de Argamassa da UFPR para as seis formulações de

argamassas, sendo realizado duas vezes para cada formulação.

Os materiais foram dosados numa balança comum calibrada e misturados

na argamassadeira mecânica com velocidade lenta. A argamassa foi produzida de

acordo com a sequência descrita no item do procedimento de mistura.

A bancada utilizada para a realização do ensaio foi previamente nivelada

como mostra a Figura 28.

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50

Figura 28 – Nivelamento da bancada Fonte: os autores

Em seguida o cone de Kantro (Figura 29) foi posicionado no centro de uma

placa de vidro com dimensões 30cmx30cm com espessura de 4 mm (Figura 30).

Figura 29 – Cone de Kantro Fonte: os autores

Figura 30 – Placas de vidro utilizadas no ensaio de Kantro Fonte: os autores

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Logo após a mistura, o cone foi preenchido até o topo com uma amostra da

argamassa, retirando-se em seguida o cone na vertical deixando ocorrer o

espalhamento da argamassa sobre a placa.

Após o equilíbrio da pasta com régua e auxilio de um papel milimetrado

colocado sob a placa de vidro, foram medidos dois diâmetros em sentidos

ortogonais e posteriormente determinado o diâmetro médio da abertura da

argamassa. Para cada amostra foram medidos os diâmetros nos tempos 0 minuto,

10 minutos, 20 minutos e 30 minutos.

O espalhamento é dado por:

Sendo:

D1 e D2 = Diâmetros obtidos do ensaio após o espalhamento (cm)

= Espalhamento (Média de D1 e D2)

Além da determinação do diâmetro foi feita análise visual da borda da

argamassa assim como a verificação da ocorrência ou não de segregação na

mesma.

3.4.2 Teor de ar incorporado

Para a realização do ensaio foi utilizada a NBR 13278:2005, uma vez que

para argamassa autonivelante não existe uma norma que estabeleça procedimentos

a serem adotados na execução do ensaio. No entanto foi necessária uma pequena

modificação na execução do ensaio pois pela sua elevada fluidez a argamassa

autonivelante não necessitou de adensamento.

De início deve-se realizar a calibração do recipiente cilíndrico adotado no

ensaio, no entanto o volume é conhecido e corresponde a 399,48 cm³ (vr), não

necessitando assim que houvesse calibração do mesmo. O recipiente utilizado pode

ser observado na Figura 31.

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Figura 31- Recipiente cilíndrico utilizado no ensaio de Teor de Ar Incorporado Fonte: os autores

Posteriormente registra-se a massa do recipiente vazio (mv), feito isso se

prepara a argamassa de acordo com os procedimentos descritos em itens

anteriores.

A norma cita a necessidade de introduzir no recipiente a argamassa

previamente preparada em três camadas iguais aplicando-se 20 golpes ao longo das

camadas rasando o recipiente posteriormente, no entanto por se tratar de uma

argamassa de elevada fluidez, a argamassa autonivelante dispensa a necessidade

dos golpes, requerendo apenas de arrasamento com uma régua metálica em

direções ortogonais, a fim de preencher corretamente o recipiente e por fim elimina-

se o material que fica aderido a parede externa para que não interfira na obtenção

da massa do conjunto (mc). O procedimento pode ser observado na Figura 32.

Figura 32 - Procedimento de rasamento do recipiente para a determinação da densidade da argamassa fresca. Fonte: os autores

Realizado o procedimento acima e removendo todo o material que por

ventura tenha ficado aderido ao recipiente pesa-se o recipiente e anota-se a massa

do conjunto (mc) como na Figura 33.

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Figura 33: Obtenção da massa do conjunto Fonte: os autores

Uma vez conhecidos (mr), (mv) e (mc) é possível obter a densidade de

massa que é dada por:

Onde:

d= densidade de massa (kg/m³)

mc = massa do recipiente contendo argamassa (g)

mv = massa do recipiente vazio (g)

vr = volume do recipiente cilíndrico(cm³)

A partir da obtenção da densidade de massa da argamassa fresca pode-se

determinar o teor de ar incorporado pela equação:

(

)

Onde:

A = teor de ar incorporado na argamassa (%)

d = densidade de massa da argamassa (g/cm³)

dt = densidade de massa teórica da argamassa (g/cm³)

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A densidade de massa teórica é dada por:

dt=

Onde:

mi = massa de materiais secos + água

i = massa específica de cada componente

3.4.3 Retenção de água

Para a realização do ensaio foi necessária a adaptação da NBR 13277:2005

norma utilizada para argamassa de revestimento, uma vez que não existe uma

norma que estabeleça procedimentos específicos a serem adotados na execução do

ensaio para medir a retenção de água em argamassa autonivelante, a diferença foi

apenas ausência de adensamento na execução do ensaio. A retenção de água é

determinada através do equipamento denominado Funil de Buchner que pode ser

observado na Figura 34.

Figura 34 - Funil de Buchner Fonte: os autores

Para dar início ao ensaio foi necessário colocar sobre o prato um papel filtro

e umedecê-lo de forma que este ficasse totalmente aderido ao prato sem deixar

bolhas de ar e em seguida o prato foi posicionado sobre o funil.

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Para a realização do ensaio a bomba precisa aplicar ao conjunto uma

sucção de 50 mm de mercúrio, para tanto foi necessária a calibração da mesma com

a torneira fechada. Depois de calibrada a bomba, a torneira foi aberta para a sucção

do excesso de água do papel filtro durante 1,5 minutos, como mostra a Figura 35.

Após este procedimento foi pesado o conjunto e anotada a massa (mv).

Figura 35 – Conjunto prato/papel filtro Fonte: Os autores

Em seguida, conforme a Figura 36 o prato foi preenchido até o topo com a

argamassa previamente preparada de acordo com o procedimento de mistura, o

conjunto então foi pesado e a massa (ma) foi anotada.

Figura 36: Conjunto prato/argamassa Fonte: Os autores

Na sequência o conjunto foi posicionado sobre o funil e a bomba ligada por

15 minutos aplicando na amostra uma sucção de 50 mm de mercúrio.

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Por fim o conjunto foi retirado do funil e sua massa final (ms) foi medida e

anotada.

Com as massas obtidas foi possível calcular a retenção de água conforme

as seguintes equações:

[

( )]

Onde:

ma = massa do conjunto com argamassa (g);

ms = massa do conjunto com argamassa após sucção (g);

mv = massa do conjunto vazio (g);

AF = fator água/argamassa fresca;

mw = massa total de água acrescentada à mistura (g);

m = massa dos componentes anidros (g)

Ra = retenção de água (%)

3.5 ENSAIOS DA ARGAMASSA AUTONIVELANTE NO ESTADO ENDURECIDO

3.5.1 Resistência à tração na flexão e Resistência à compressão

Para testar a resistência à tração na flexão e à compressão os ensaios

foram baseados na norma brasileira NBR 13279:2005 - Argamassa para

assentamento e revestimento de paredes e tetos - Determinação da resistência à

tração na flexão e à compressão.

Ao todo nove corpos de prova prismáticos, três para cada amostra, foram

confeccionados no tamanho 40mmx40mmx160mm em molde metálico padrão com

uma fina camada de desmoldante, como na Figura37, obtendo um volume total de

256 cm³ para cada corpo de prova, porém não foram aplicados golpes para

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adensamento como recomenda a norma devido à alta fluidez da argamassa e sua

propriedade de se autonivelar.

Figura 37–Moldagem dos corpos de prova da argamassa número 13

Fonte: os autores

Todos os corpos de prova permaneceram no molde por 72 horas até serem

retirados e mantidos por 28 dias em ambiente laboratorial antes do ensaio, como

pode ser observado na Figura 38.

Figura 38 – Corpos de prova logo após desmoldagem

Fonte: os autores

Para os ensaios de ruptura foi usada a prensa EMIC DL 10000 do

Laboratório de Tecnologia de Argamassas como ilustrada na Figura 39.

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Figura 39 – Prensa EMIC DL 10000 usada nos ensaios de tração e compressão

Fonte: os autores

Como mostra a figura 40 os corpos de prova foram posicionados na

máquina de forma que as pontas dos blocos ficassem apoiadas nos cantos e a força

fosse aplicada no centro para ensaiar a tração na flexão.

Figura 40 - Ensaio de tração na flexão

Fonte: os autores

Para os ensaios de compressão (Figura 42) parte dos mesmos corpos de

prova rompidos na flexão (Figura 41) foram usados. Eles foram posicionados na

máquina com as partes de cima e de baixo em contato com a prensa.

Figura 41 – Corpo de prova rompido no ensaio de tração na flexão. Fonte: os autores

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59

Figura 42 – Corpo de prova rompido no ensaio de compressão.

Fonte: os autores

Após cada ensaio, foram obtidas a força máxima em Newtons e a resistência

à tração na flexão e à compressão no momento da ruptura dos corpos de prova em

MPa.

3.5.2 Módulo de elasticidade dinâmico

O ensaio de módulo de elasticidade foi realizado de acordo com a norma

brasileira NBR 15630:2009 no laboratório de materiais de construção civil localizado

na UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, na sede Ecoville do

campus Curitiba.

O ensaio foi realizado com o aparelho de ultrassom Pundit Plus e consiste

em medir através do equipamento, a velocidade com a qual as ondas ultrassônicas

atravessam o material de uma extremidade à outra. Primeiramente foi aplicada uma

camada espessa de gel de ultrassom de modo que não existissem espaços vazios

entre os transdutores e o corpo de prova para garantir que toda superfície dos dois

materiais estivessem em contato. Os transdutores foram posicionados nas

extremidades do corpo de prova no sentido longitudinal e em seguida o valor da

velocidade foi registrado no equipamento. O equipamento pode ser observado na

Figura 43.

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60

Figura 43 – Equipamento de ultrassom utilizado na determinação do módulo de elasticidade Fonte: os autores

O valor do módulo de elasticidade dinâmico da argamassa foi calculado de

acordo com a norma brasileira NBR 15630:2009 que adota o mesmo critério de

cálculo de módulo de elasticidade dinâmico de concreto da norma britânica BS

1881:Part 203:1986:

( ) ( )

Onde:

= módulo de elasticidade dinâmico (MPa)

= densidade de massa no estado endurecido em Kg/m³

= velocidade que a onda ultrassônica leva para percorrer o corpo de prova

no sentido longitudinal em Km/s

= coeficiente de Poisson adotado como 0,2 para argamassas na norma

brasileira

3.5.3 Resistência de aderência

3.5.3.1 Resistência de aderência na interface argamassa autonivelante/argamassa

colante

A realização deste ensaio foi baseada na norma brasileira NBR 13528:2010

que descreve o ensaio de arrancamento de placas cerâmicas em um substrato.

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61

O substrato de argamassa autonivelante utilizado foi moldado com auxilio do

substrato padrão descrito pela norma, para que ficasse com mesmas dimensões e

com gabaritos de madeira, e após 72 horas foi desmoldado e permaneceu em

laboratório por 28 dias como pode ser observado na Figura 44.

Figura 44 – Substrato de argamassa autonivelante Fonte: os autores

Após 28 dias de cura da argamassa autonivelante os corpos de prova foram

encaminhados ao LAME onde foram revestidos com placas cerâmicas quadradas de

dimensão 5 cm x 5 cm com argamassa colante Votorantim do tipo ACI. A cerâmica

foi fixada no substrato utilizando um peso padrão descrito na norma, sendo que os

pesos foram colocados e removidos na mesma sequencia em um tempo de 30

segundos. Em seguida foi retirado o excesso da argamassa colante do substrato

respeitando uma margem de 1cm ao redor da cerâmica. O procedimento pode ser

observado na Figura 45.

Figura 45 – Fotos das etapas de moldagem para o ensaio de aderência superficial Fonte: os autores

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62

Os corpos de prova permaneceram em ambiente laboratorial por mais 25 dias

até que fossem colados os dispositivos metálicos nas placas cerâmicas como pode

ser vistos na Figura46. O objetivo deste ensaio foi verificar o desempenho de um

revestimento cerâmico tendo como base um contrapiso de argamassa autonivelante.

Figura 46 – Disposição das camadas do corpo de prova para ensaio de aderência superficial Fonte: os autores

Três dias após a colagem das pastilhas metálicas foi realizado o

arrancamento das placas cerâmicas para obtenção dos resultados conforme a

Figura 47.

Figura 47 – Ensaio de arrancamento para análise de aderência superficial

Fonte: os autores

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63

3.5.3.2 Resistência de aderência na interface base de concreto/argamassa

autonivelante

Este ensaio foi realizado no LAME na UFPR com base na NBR 15258:2005

que determina o procedimento para se obter a aderência entre o substrato padrão e

a argamassa.

A argamassa foi moldada no LATECA sobre o substrato padrão com auxilio

de um gabarito de madeira de forma semelhante ao molde feito no ensaio de

aderência superficial descrito anteriormente.

O conjunto permaneceu em laboratório por 25 dias até ser encaminhado ao

LAME onde os corpos de prova cilíndricos com diâmetros de 5 cm foram preparados

com o auxilio da serra copo. A Figura 48 mostra a preparação dos corpos de prova.

Figura 48 – Preparação dos corpos de prova para realização do ensaio de aderência profunda Fonte: os autores

Para cada placa de argamassa deveria ter sido feito 10 corpos de prova

cilíndricos, no entanto devido à rigidez das autonivelantes alguns corpos de prova

romperam no momento do corte com a serra copo e não foi possível obter a

quantidade exigida pela norma.

Em seguida foram coladas as placas metálicas a cada copo de prova. A

figura 49 mostra o arrancamento para verificação da aderência que foi realizado aos

28 dias, 3 dias após a colagem.

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64

Figura 49 – Realização do ensaio de aderência profunda Fonte: os autores

3.5.4 Resistência ao impacto

Este ensaio foi realizado no LAME – Laboratório de Materiais e Estruturas

localizado no campus Politécnico da UFPR seguindo a norma brasileira NBR

15845:2010.

Primeiramente foram preparados os corpos de prova em forma de placas

com dimensões de 20 cm x 20 cm x 2,5 cm com superfícies paralelas como pode ser

observado na Figura 50.

Figura 50 – Moldes dos corpos de prova para o ensaio de impacto Fonte: os autores

A preparação dos corpos de prova foi feita de tal forma que as superfícies

representassem a aparência estética que o material terá quando do seu emprego na

obra.

Para o ensaio foi confeccionado um dispositivo conforme a Figura 51.

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65

Figura 51 – Dispositivo utilizado no ensaio de impacto Fonte: os autores

A placa foi assentada sobre o colchão de areia e foi nivelada de forma mais

perfeita possível com o auxilio de um nível de bolha. Uma esfera com diâmetro de 5

cm e massa de 1 Kg foi alçada a uma altura inicial de 20 cm (distância entre a face

da placa a ser submetida ao impacto e o centro de massa da esfera) deixando-a cair

em queda livre sobre o corpo de prova como visto na Figura 52.

Figura 52 – Preparação do ensaio de impacto Fonte: os autores

O procedimento foi repetido a alturas acrescidas de 5 em 5 centímetros,

anotando-se a ocorrência de fissuras e lascamento até que ocorresse a ruptura das

placas quando as alturas foram anotadas. Em seguida foram calculadas as médias

aritméticas das alturas nas quais houve a ruptura.

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3.5.5 Resistência à abrasão

Os procedimentos para a realização do ensaio foram executados de acordo

com a NBR 12042:1992.

No LATECA os materiais para o preparo da argamassa foram pesados em

uma balança comum calibrada e a argamassa foi produzida conforme o

procedimento de mistura.

Foram moldados corpos de prova cilíndricos com 10 cm de diâmetro e 5cm

de espessura, apenas um para cada argamassa. Para isto foram utilizados tubos

cilíndricos de PVC fixados em placas de vidro como pode ser observado na Figura

53.

Figura 53 - Moldes dos corpos de prova para o ensaio de abrasão Fonte: os autores

Foi aplicada uma fina camada de desmoldante para argamassas nos moldes

que posteriormente foram preenchidos com argamassa até o topo e permaneceram

no laboratório.

Após 72 horas nos moldes em condições naturais de temperatura e umidade

do laboratório os corpos de prova foram desmoldados e permaneceram por mais 26

dias até serem encaminhados para a Bianco Tecnologia do Concreto onde o ensaio

de desgaste seria realizado aos 28 dias de idade. No entanto, por causa de alguns

imprevistos com o equipamento que seria utilizado no procedimento os ensaios

foram realizados nas amostras 42 dias após a data da moldagem. Podem-se

observar na Figura 54 os corpos de prova enviados ao laboratório.

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67

Figura 54 - Corpos de prova cilíndricos utilizados no ensaio de desgaste Fonte: os autores

O ensaio foi realizado submetendo o corpo de prova cilíndrico ao desgaste

por material abrasivo entre sua superfície de uso e um anel de ferro fundido por um

percurso de 1000 metros.

Foram medidas as perdas de espessura dos corpos de prova para as

distâncias de 500 metros e 1000 metros percorridas pelo material abrasivo sobre a

superfície do corpo de prova.

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68

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 ENSAIO COM CONE DE KANTRO

A Tabela 06apresenta os resultados do espalhamento e da análise visual,

obtidos pelo ensaio de Kantro para as seis argamassas formuladas.

Tabela 06 – Resultados do ensaio com Cone de Kantro

Abertura (cm) Segregação Borda

Formulação 0 min 10 min 20 min 30 min Com Sem Uniforme Desuniforme

1 - - - - X X

5 16,3 16,3 16,3 16,3 X X

16 16 16 16 X X

9 15,3 15,3 15,3 15,3 X X

15,4 15,4 15,4 15,4 X X

12 16,3 16,3 16,3 16,3 X X

16,25 16,25 16,25 16,25 X X

13 15,5 15,5 15,5 15,5 X X

15,6 15,6 15,6 15,6 X X

15 15 15 15 15 X X

14 14 14 14 X X

Ensaio 1

Ensaio 2

Na Figura 55 observa-se o comportamento das argamassas com relação à

fluidez e à segregação nas diferentes formulações analisadas.

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69

Figura 55 – Visualização das argamassas no ensaio com cone de Kantro Fonte: os autores

Com base nos resultados mostrados foram analisados primeiramente os

aspectos visuais como a forma da borda e a presença de segregação. Dessa forma

foi possível confirmar que a argamassa 1 realmente não apresentou nenhum dos

requisitos necessários para prosseguir no estudo, uma vez que apresentou borda

desuniforme e segregação.

Também foi observado que a argamassa 5 apresentou borda um pouco

desuniforme sendo assim não foi selecionada para os ensaios seguintes. Cabe

observar que todas as demais argamassas formuladas apresentaram adequado

desempenho quanto às características avaliadas.

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70

De um modo geral, observa-se pouco impacto das diferenças de teores de

aditivo entre as argamassa 9 e 13. Observou-se que a redução de 56% de SP e de

18% de VMA determinou argamassas com fluidez praticamente iguais. Em relação

às argamassas 13 e 15 com mesmos teores de aditivo, a fluidez se alterou um

pouco por conta do aumento (5 vezes) de teor de sílica e de 65 g a mais de areia.

Mesmo assim era esperado um impacto maior na fluidez, ou seja, redução

expressiva da fluidez, mas foram observadas aberturas de 15,55 cm e 14,5 cm para

inclusive relação água materiais secos semelhantes.

No que se refere às medidas de abertura após os tempos de repouso até 30

minutos, pode-se afirmar que não houve alteração da fluidez dessas argamassas

durante esse período de tempo.

Foram escolhidas as formulações 9, 13 e 15 para a continuidade dos

ensaios de caracterização, sendo duas situações distintas de teores de aditivos e

outra com alto teor de sílica. Outras argamassas poderiam ter sido escolhidas ou

mesmo formuladas, mas para efeito de um trabalho de conclusão de curso a

investigação sequencial de desempenho dessas argamassas se reduziu a três,

tendo em vista que o assunto certamente não se esgota com esse trabalho e outros

trabalhos virão para complementar o entendimento desse novo produto.

4.2 TEOR DE AR INCORPORADO

Os resultados do teor de ar incorporado estão apresentados na Tabela 07.

Tabela 07 – Resultados obtidos no ensaio de teor de ar incorporado (A)

Formulação mv vr mc d dt A

9 894,86 399,48 1712,18 2,04596 2,09 2,10

13 894,86 399,48 1723,22 2,07359 2,11 1,80

15 894,86 399,48 1702,95 2,02285 2,06 1,83

Onde:

dt = densidade de massa teórica da argamassa (g/cm³)

d= densidade de massa em (g/cm³)

mc = massa do recipiente contendo argamassa(g)

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71

mv = massa do recipiente vazio(g)

vr = volume do recipiente cilíndrico (cm³)

A = teor de ar incorporado na argamassa (%)

Através do Gráfico 3 pode observar melhor a diferença nos resultados de

teor de ar incorporado entre as 3 formulação de argamassa.

Gráfico 3 – Diferença de teores de ar incorporado entre as argamassas

As argamassas 13 e 15 apresentaram teores semelhantes de ar

incorporado, ficando a argamassa 9 com um indicativo de teor um pouco superior.

Essa argamassa apresentou o menor teor de aditivos e de água em relação aos

materiais secos, fatores que provavelmente devem ter contribuído para esse

resultado. O aumento significativo de sílica da argamassa 15 não demonstrou

influência sobre o teor de ar da argamassa autonivelante.

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

9 13 15

Teor de arincorporado

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72

4.3 RETENÇÃO DE ÁGUA

Os resultados de retenção de água estão apresentados na Tabela 08.

Tabela 08 – Resultados obtidos no ensaio de retenção de água (Ra)

Formulação mv ma ms AF Ra

9 605,22 1690,27 1649,12 0,191 80,14

13 604,3 1763,3 1748,93 0,18 93,11

15 606,36 1778,83 1756,9 0,188 90,05

Onde:

ma = massa do conjunto com argamassa (g);

ms = massa do conjunto com argamassa após sucção (g);

mv = massa do conjunto vazio (g);

AF = fator água/argamassa fresca;

mw = massa total de água acrescentada à mistura (g);

m = massa dos componentes anidros (g)

Ra = retenção de água (%)

A retenção de água dessas argamassas parece estar sendo governada pelo

teor de aditivos. A argamassa 9, com menor teor de aditivos, apresentou a menor

retenção de água. A redução de 56% no teor de SP e de 18% no VMA resultou em

aproximadamente 14% de redução na retenção de água. O teor alto de sílica da

argamassa 15 não influenciou a retenção de água dessa argamassa.

De acordo com a NBR 13281:2001 que especifica requisitos para

argamassas de assentamento e revestimento de paredes e tetos, argamassas que

possuem entre 80 e 90% de retenção de água são classificadas como tendo

capacidade de retenção de água normal, as que apresentam valores maiores que

90% possuem capacidade alta de reter água. Fazendo-se um comparativo entre os

valores encontrados para as argamassas autonivelantes com estes valores

estipulados por norma para argamassas de revestimento, pode-se dizer que as

argamassas 9 e 15 apresentam capacidade normal de retenção de água enquanto

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73

que a argamassa 13 possui capacidade alta de reter água, esses resultados podem

ser visualizados no gráfico 4.

Gráfico 4 – Diferença de retenção de água entre as argamassas

4.4 RESISTÊNCIA À TRAÇÃO NA FLEXÃO E RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO

Os resultados de resistência estão apresentados nas tabelas 09 e 10.

Tabela 09 – Resultados obtidos no ensaio de resistência à tração na flexão

Formulação Força máx.

(N) Força máx. média

(N) Resist. tração (MPa)

Resist. tração média (MPa)

9

3698

3689,33

8,67

8,65 3653 8,56

3717 8,71

13

4742

3382,5

11,07

7,93 3553 8,33

3212 7,53

15

3820

1960

8,95

4,58 2108 4,94

1812 4,22

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

9 13 15

Retenção de água

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Tabela 10 – Resultados obtidos no ensaio de resistência à compressão

Formulação Força máx.

(N) Força máx. média

(N) Resist. compressão

(Mpa) Resist. compressão média

(MPa)

9

70952

66282,5

44,34

41,43 66118 41,32

66447 41,53

13

66205

65848

41,38

41,16 65491 40,93

70135 43,83

15

71444

66387

44,65

41,49 65803 41,13

66971 41,86

Observa-se que o aumento de sílica na mistura reduziu sobremaneira a

resistência à tração na flexão da argamassa 15, mas manteve a resistência à

compressão com valores semelhantes frente às demais argamassas. No que se

refere á resistência à compressão os resultados foram praticamente iguais entre as

três argamassas, o que leva a crer que a relação água/cimento apesar de diferente

entre as argamassas não coordenou os resultados da compressão, como de

costume em dosagens de concreto. A relação água/cimento das argamassas

encontra-se na Tabela 11:

Tabela 11 – Relação a/c das formulações de argamassa

Formulação cimento (g) areia (g) sílica (g) SP (g) VMA (g) Água (g)

Relação agua/cimento

9 200 250,00 10 0,80 1,54 108,56 0,54

13 200 310,00 10 1,80 1,88 114,4 0,57

15 200 375,00 50 1,80 1,88 145 0,73

4.5 MÓDULO DE ELASTICIDADE DINÂMICO

Os resultados obtidos com o ultrassom e as massas de cada corpo de prova

apresentam-se na Tabela 12.

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Tabela 12 – Resultados de velocidades e massas dos corpos de prova

Formulação Velocidade

(Km/s) Média das

velocidades (Km/s) Massa (kg)

Média das massas (kg)

9

3,508

3,526

0,4911

0,50 3,579 0,4979

3,493 0,4984

13

3,595

3,574

0,4735

0,48 3,571 0,4890

3,555 0,4892

15

3,516

3,521

0,4777

0,48 3,524 0,4828

3,524 0,4826

Na tabela 13 apresentam-se os resultados de módulo de elasticidade

dinâmico para as argamassas.

Tabela 13 – Resultados de módulo de elasticidade dinâmico

Formulação Densidade (Kg/m³) Módulo de elasticidade (MPa) Módulo de elasticidade (GPa)

9 1953,125 21854,3 21,85

13 1875 21555,24 21,55

15 1875 20920,68 20,92

A argamassa autonivelante comercializada pela empresa francesa WEBER

mostra o valor de módulo de elasticidade dinâmico de 15 GPa

(http://www.weber.com.pt, 2012). Fazendo-se um comparativo com este valor, as

três formulações estudadas no presente trabalho apresentaram valores mais

elevados revelando assim uma maior rigidez.

Concretos comercializados pela Votorantim/Engemix com função de piso

submetido a elevados carregamentos têm módulo de elasticidade dinâmico de 26 a

30 GPa dependendo da resistência, fck 30 MPa a 40 MPa respectivamente

(www.engemix.com.br, 2012). Comparando com estes valores, acredita-se que os

valores encontrados para as argamassas estudadas, que têm função de contrapiso,

estão adequados.

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4.6 RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA NA INTERFACE ARGAMASSA

AUTONIVELANTE/ARGAMASSA COLANTE

A tabela 14 apresenta os resultados de resistência de aderência na interface

argamassa autonivelante/argamassa colante para as formulações estudadas.

Tabela 14 – Resultados do ensaio de resistência de aderência na interface argamassa autonivelante/argamassa colante

Formulação Resistência de aderência (Mpa) Superfície de ruptura

9 0,4 arg. colante

13 0,1 arg. autonivelante/arg. colante

15 0,2 arg. colante/placa e arg. autonivelante

A maior resistência de aderência foi com a superfície da argamassa 9 que

apresentou o menor teor de aditivos. Por outro lado, a menor resistência de

aderência foi com a superfície da argamassa 13 que apresentou superfície

esbranquiçada possivelmente por causa da eflorescência como pode ser observado

na figura 56, este fator pode ter contribuído para a menor aderência superficial que

esta formulação apresentou. A concentração de carbonato de cálcio na superfície

pode ter prejudicado esta aderência. A eflorescência dever ter sido provocada pela

porosidade da argamassa, mas esta não foi avaliada. Outra possível causa do

aparecimento dessa superfície esbranquiçada pode ter sido a ocorrência de

segregação da mistura, deixando o material grosso ao fundo e ocasionando

exsudação da água para superfície.

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Figura 56 – Eflorescência na superfície da argamassa 13

Fonte: os autores

4.7 RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA NA INTERFACE BASE DE

CONCRETO/ARGAMASSA AUTONIVELANTE

A tabela 15apresenta os resultados de resistência de aderência na interface

base de concreto/argamassa autonivelante para as formulações 9, 13 e 15.

Tabela 15 – Resultados do ensaio de resistência de aderência na interface base de concreto/argamassa autonivelante

Formulação Resistência de aderência (Mpa) Superfície de ruptura

9 0,54 substrato/argamassa

13 1,56 substrato

15 0,17 substrato/argamassa

A maior e a menor resistência de aderência foram observadas na argamassa

13 e na argamassa 15 respectivamente, possivelmente o alto teor de sílica presente

na formulação 15 foi o responsável por esta diferença.

Para a argamassa autonivelante da empresa WEBER o valor dessa

aderência foi de 2 MPa (www.weber.com.pt, 2012), fazendo-se uma comparação a

este valor, considera-se que a argamassa 13 seria a mais adequada no que se

refere à aderência profunda para aplicação em contrapiso.

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No gráfico 5 podem ser visualizados os valores para resistência de aderência

tanto na interface argamassa autonivelante/argamassa colante quanto na interface

base de concreto/argamassa autonivelante para cada formulação de argamassa.

Gráfico 5 – Resistências de aderência

4.8 RESISTÊNCIA AO IMPACTO

Os resultados de resistência ao impacto determinado para avaliar as

argamassas foram semelhantes conforme Tabela 16, o que implica em dizer que as

três argamassas apresentam o mesmo desempenho ao impacto.

Tabela 16– Resultados do ensaio de impacto

Formulação Energia de impacto (J) Altura de impacto (m)

9 2 0,23

13 2 0,25

15 2 0,28

Como o ensaio foi adaptado da norma para corpo rígido que se refere a

placas de rocha, pode-se apenas mencionar como parâmetro de comparação para a

resistência ao impacto, os resultados encontrados para a argamassa autonivelante

citada em (WEBER SAINT GOBAIN, SBTA 2011).

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

9 13 15

argamassaautonivelante/argamassa colante

base deconcreto/argamassaautonivelante

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Estas placasforam ensaiadas em relação a este parâmetro de acordo com a

norma britânica BS 8204:1987, o ensaio consistiu na queda de um corpo de 4 kg em

uma altura de 1 m e a placa não rompeu. Desta forma pode-se dizer que esta

argamassa comercial apresentou desempenho melhor em relação ao impacto.

4.9 RESISTÊNCIA À ABRASÃO

A tabela 17 apresenta os resultados do ensaio de abrasão para as

argamassas estudadas neste trabalho.

Tabela 17 – Resultados do ensaio de abrasão

Formulação Desgaste -500 m (mm) Desgaste -1000 m (mm)

9 2,85 6,06

13 3,33 6,84

15 2,46 5,63

A argamassa 15 com teor maior de sílica apresentou maior resistência à

abrasão, muito provavelmente devido ao refinamento de poros, ou seja, redução de

porosidade devido ao alto teor de sílica desta mistura.

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5 COMPARATIVO DE CUSTOS

Para obter um custo estimado da aplicação da argamassa autonivelante

realizou-se uma pesquisa de mercado para cada componente da formulação,

mantendo-se as marcas dos produtos utilizados no desenvolvimento deste trabalho,

os quais podem ser observados na tabela 18:

Tabela 18 – Custo por Kg dos componentes da Argamassa Autonivelante

Material R$/Kg

Cimento 0,33

Areia 0,7

Sílica Ativa 2,13

SP 6,5

VMA 3,5

A tabela 19 demonstra a relação de custos por metro quadrado das três

argamassas estudadas, na qual se pode observar que a formulação 9 apresenta

uma pequena vantagem em relação as demais.

Tabela 19 – Custo por metro quadrado das formulações estudadas

Formulação Cimento (kg) Areia (kg) Silica Ativa (kg) SP (kg) VMA (kg) R$/m²

9 7,14 8,925 0,357 0,0285 0,0549 9,74

13 6,49 10,06 0,324 0,0584 0,061 10,47

15 5,21 9,77 1,302 0,047 0,049 11,81

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81

6 APLICAÇÃO EM CAMPO

Foram realizadas aplicações em campo com dois traços da argamassa

autonivelante que apresentaram melhores resultados visuais e em ensaios

laboratoriais tanto no estado fresco como no endurecido. Estas experiências foram

realizadas em duas datas distintas no Edifício Self Condomínio Club da Baucon

Empreendimentos e Construções (Baú Construtora), localizado na Alameda Augusto

Stellfeld, 1050, no bairro Bigorrilho.

A primeira aplicação ocorreu no dia 29 de setembro de 2012 e foram

empregados materiais alternativos uma vez que na obra não havia todos os

materiais utilizados na pesquisa, neste caso, o cimento CP VI ARI foi da marca

Votorantim e a sílica ativa foi do tipo casca de arroz. Os materiais foram misturados

em betoneira (Figura 57) nas mesmas proporções que foram estudadas neste

trabalho.

Figura 57 – Argamassa com sílica ativa de casca de arroz sendo retirada da betoneira Fonte: os autores

Foram feitas as formulações 9 e 15 desenvolvidas no trabalho e ambas

foram aplicadas em 2 áreas distintas de aproximadamente 10m² cada com

espessura média de 6 mm.

Possivelmente devido ao uso de uma sílica não estudada pela equipe foi

possível verificar a presença de pelotas de materiais secos não misturados à

argamassa que chegavam a cerca de 3cmde diâmetro, o que acarretou em uma

mistura não homogênea conforme Figura 58. Foi observada também uma coloração

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escura na argamassa diferente da que foi obtida com a sílica ativa utilizada na

pesquisa, provavelmente devido ao seu maior teor de carbono.

Figura 58 – Pelotas formadas durante o procedimento de mistura da argamassa com sílica de casca de arroz na betoneira

Fonte: os autores

Não foi utilizada bomba para aplicação da argamassa pelo fato de a área ser

de pequena dimensão. Apesar de a argamassa ser autonivelante, neste caso o

espalhamento foi manual sendo necessário o auxílio de um rodo (Figura 59) uma

vez que já havia iniciado o processo de pega devido ao tempo de transporte da

argamassa até o local de aplicação que aconteceu cerca de 10 a 15 minutos após a

retirada do material do misturador por isso a argamassa já apresentava mudança

perceptível e prejudicial da trabalhabilidade.

Figura 59 – Espalhamento da argamassa com sílica ativa de casca de arroz Fonte: os autores

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Após a aplicação foi constatada ainda a presença de bolhas de ar se

formando na argamassa, como é possível observar na Figura 60.

Figura 60–Bolhas de ar formadas próximas à parede observadas após a aplicação da argamassa com sílica casca de arroz

Fonte: os autores

A Figura 61 mostra o acabamento piso já endurecido.

Figura 61 – Piso autonivelante Fonte: os autores

Foi indicado processo de cura úmida no piso executado para evitar retração

uma vez que neste trabalho não foram realizados estudos para verificação deste

parâmetro. Este processo foi realizado conforme solicitado e possivelmente devido a

isto não ocorreu fissuração nas primeiras idades porém após alguns dias verificou-

se a existência de fissuras ocasionadas pelo processo de retração conforme Figura

62.

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Figura 62 – fissuras no piso endurecido Fonte: os autores

Após 28 dias a construtora solicitou o ensaio de arrancamento em campo

para o piso executado.

Em uma segunda tentativa na semana seguinte a equipe produziu, desta vez

com a sílica estudada, a formulação 9 para aplicação em uma área de mesma

proporção das anteriores. A argamassa misturada novamente na betoneira

apresentou desta vez homogeneidade e fluidez no estado fresco como pode ser

visto na figura 63, porém devido ao grande atraso de mais de 15 minutos para

transportar a massa pronta ao pavimento onde seria aplicada, a argamassa já não

oferecia mais a trabalhabilidade necessária para a aplicação e não foi possível

concluir a execução do piso.

Figura 63 – Fluidez apresentada logo após a mistura da argamassa produzida com a sílica ativa estudada

Fonte: os autores

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7 CONCLUSÃO

O objetivo do presente trabalho foi analisar algumas formulações de

argamassa autonivelante para contrapiso em relação às suas propriedades no

estado fresco e no estado endurecido. Com os resultados obtidos nos ensaios

realizados pode-se chegar às seguintes conclusões:

Em relação ao ensaio de Kantro observou-se que a redução de 56% de

SP e de 18% de VMA determinou argamassas com fluidez

praticamente iguais. A fluidez se alterou um pouco por conta do

aumento (5 vezes) de teor de sílica em uma das argamassas, mas o

impacto na fluidez foi pequeno, tendo-se em vista a quantidade

expressiva de sílica inclusive para teor de água semelhante na mistura;

A redução do teor de aditivos e de água em relação aos materiais secos

muito provavelmente contribuiu para o aumento do teor de ar

incorporado das misturas;

A retenção de água provavelmente é regida pelo teor de aditivos já que

a redução destes acarretou na redução da retenção de água;

O aumento da sílica ocasionou a redução na resistência à tração na

flexão, mas não influenciou à resistência à compressão uma vez que

foram obtidos resultados semelhantes;

Para as argamassas estudadas pode-se observar que o maior teor de

aditivos pode ter contribuído para que se obtivesse uma maior

aderência superficial, já a maior dosagem de sílica possivelmente

conduziu a um valor menor de aderência superficial;

Pode-se observar que a resistência à abrasão provavelmente foi

influenciada pela quantidade de sílica visto que a maior quantidade

deste material acarretou a maior resistência ao desgaste;

Na aplicação em campo verificou-se que este tipo de argamassa

necessita de retardadores de pega uma vez que o início da pega é

rápido. Com relação à argamassa já no estado endurecido observou-se

que mesmo com processo de cura houve fissuração.

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86

8 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Os seguintes assuntos são passíveis de serem estudos de forma a dar

continuidade a este estudo:

Avaliação de outras formulações de argamassa utilizando o método

do cone de Kantro;

Verificação do comportamento das mesmas formulações de argamassa

utilizando aditivos de outros fabricantes;

Avaliação do impacto de outros tipos de areia nos desempenhos da

argamassa autonivelante;

Busca pela modelagem do comportamento de pastas e das

argamassas, utilizando como ponto da pesquisa ambos os métodos

propostos para a avaliação do estado fresco: Cone Espanhol para

pasta e Cone de Kantro para argamassa;

Estudo da retração das argamassas autonivelantes e propostas de

soluções para este problema;

Estudo e análise de possíveis manifestações patológicas.

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87

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93

ANEXOS

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94

ANEXO 1– RESULTADO DO ENSAIO DE ADERÊNCIA SUPERFICIAL PARA A ARGAMASSA 9

3. Coleta de dados

nºa1

(mm)

a2

(mm)

Rup.

da

Placa

(P)

Sub.

(S)

Sub/Arg

(S/A)

Arg.

(A)

Arg/Placa

(A/P)

Falha

colagem

(F)

1 50 50 0,31 0,07 18,10 X

2 50 50 0,25 0,13 34,07 X

3 50 50 0,39 0,01 3,26 X

4 50 50 0,27 0,11 28,64 X

5 50 50 0,60 0,22 58,41 X

6 50 50 0,43 0,06 14,85 X

7 50 50 0,46 0,08 20,57 X

8 50 50 0,35 0,02 6,05 X

9 50 50 0,41 0,03 8,52 X

10 50 50 0,31 0,07 18,75 X

11

12

0,4 MPa

03 - Para média inferior a 0,30 MPa, descartar os resultados que se distanciarem da média mais que 0,06Mpa.

Tensão média:

01 - Desconsiderar da tensão média os resultados obtidos com rupturas dos tipos (S, P, F) e identificar com (*);

02 - Para médias iguais e superiores a 0,30 MPa, descartar todos os resultados que distanciarem mais de 20%

da média;

4. Requisitos normativos:

2500

2500

04 - A média deve representar pelo menos cinco resultados individuais, caso contrário deve ser considerado não conclusivo.

2500

1495,8

Forma de ruptura

2500

2500

2500

Tensão ft

(Mpa)

Corpo de prova

Área (mm²)

NBR 14084:2004

Data 18.10.2012Registro: 1.0681.12

1138,5

887,1

1024,7

767,2

2500

2500

2500

1084,5

Dispersão

em

relação à

média

(MPa)

Dispersão

em

relação à

média

(%)

773,3

622,6

975,0

673,8

Força de

ruptura

(N)

2500

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ANEXO 2 - RESULTADO DO ENSAIO DE ADERÊNCIA SUPERFICIAL PARA A

ARGAMASSA 13

3. Coleta de dados

nºa1

(mm)

a2

(mm)

Rup.

da

Placa

(P)

Sub.

(S)

Sub/Arg

(S/A)

Arg.

(A)

Arg/Placa

(A/P)

Falha

colagem

(F)

1 50 50 0,09 0,04 29,62 X

2 50 50 0,17 0,03 25,69 X

3 50 50 0,08 0,05 37,93 X

4 50 50 0,07 0,06 45,15 X

5 50 50 0,19 0,06 41,17 X

6 50 50 0,19 0,06 43,64 X

7 50 50 0,09 0,05 33,85 X

8 50 50 0,12 0,02 12,08 X

9 50 50 0,20 0,06 45,55 X

10 50 50 0,14 0,00 2,59 X

11

12

0,1 MPa

03 - Para média inferior a 0,30 MPa, descartar os resultados que se distanciarem da média mais que 0,06Mpa.

Tensão média:

01 - Desconsiderar da tensão média os resultados obtidos com rupturas dos tipos (S, P, F) e identificar com (*);

02 - Para médias iguais e superiores a 0,30 MPa, descartar todos os resultados que distanciarem mais de 20%

da média;

4. Requisitos normativos:

2500

2500

04 - A média deve representar pelo menos cinco resultados individuais, caso contrário deve ser considerado não conclusivo.

2500

473,7

Forma de ruptura

2500

2500

2500

Tensão ft

(Mpa)

Corpo de prova

Área (mm²)

NBR 14084:2004

Data 18.10.2012Registro: 1.0682.12

221,9

295,0

488,4

344,2

2500

2500

2500

482,0

Dispersão

em

relação à

média

(MPa)

Dispersão

em

relação à

média

(%)

236,1

421,7

208,3

184,0

Força de

ruptura

(N)

2500

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96

ANEXO 3 - RESULTADO DO ENSAIO DE ADERÊNCIA SUPERFICIAL PARA A

ARGAMASSA 15

3. Coleta de dados

nºa1

(mm)

a2

(mm)

Rup.

da

Placa

(P)

Sub.

(S)

Sub/Arg

(S/A)

Arg.

(A)

Arg/Placa

(A/P)

Falha

colagem

(F)

1 50 50 0,20 0,04 21,58 X

2 50 50 0,19 0,02 11,26 X

3 50 50 0,22 0,05 29,13 X

4 50 50 0,12 0,04 26,51 X

5 50 50 0,16 0,01 5,62 X

6 50 50 0,08 0,08 49,95 X

7 50 50 0,15 0,02 12,09 X

8 50 50 0,22 0,05 32,20 X

9

10

11

12

0,2 MPa

03 - Para média inferior a 0,30 MPa, descartar os resultados que se distanciarem da média mais que 0,06Mpa.

Tensão média:

01 - Desconsiderar da tensão média os resultados obtidos com rupturas dos tipos (S, P, F) e identificar com (*);

02 - Para médias iguais e superiores a 0,30 MPa, descartar todos os resultados que distanciarem mais de 20%

da média;

4. Requisitos normativos:

2500

2500

04 - A média deve representar pelo menos cinco resultados individuais, caso contrário deve ser considerado não conclusivo.

2500

394,0

Forma de ruptura

2500

2500

2500

Tensão ft

(Mpa)

Corpo de prova

Área (mm²)

NBR 14084:2004

Data 18.10.2012Registro: 1.0683.12

367,0

551,9

2500

2500

209,0

Dispersão

em

relação à

média

(MPa)

Dispersão

em

relação à

média

(%)

507,6

464,5

539,1

306,8

Força de

ruptura

(N)

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97

ANEXO 4 - RESULTADO DO ENSAIO DE ADERÊNCIA PROFUNDA PARA A

ARGAMASSA 9

Registro:

3. Coleta de dados

nºd1

(mm)

d2

(mm)

dm

(mm)

Área

(mm²)

(A i)

S. S/A. Arg. A. F.

1 44,5 44,7 44,6 1562 1250 48 x

2 43,6 43,7 43,7 1496 660 18 x

3 42,2 43,5 42,9 1442 481 38 x

4 43,5 43,4 43,5 1483 678 15 x

5 41,5 41,3 41,4 1346 1242 71 x

6 42,3 42,2 42,3 1402 726 4 x

7 43,4 43,5 43,5 1483 448 44 x

8

9

10

11

12

0,92

Corpo de prova

0,44

0,33

0,46

1.0684.12 26/10/2012

Espessura (mm) é a espessura do revestimento

Legenda

0,54

OBS: Caso os resultados individuais afastem-se mais de 30% da média, devem ser descartados (*) e realizada

nova média. O ensaio deve ser refeito caso não haja o mínimo de cinco valores validos.

Forma de ruptura (%)Carga

de

ruptura

(N) (Pi)

Data

0,52

0,30

a) Quando mais da metade dos resultados

apresentarem ruptura no substrato, o resultado não é

considerado como aderência da argamassa -

correspondem à aderência do substrato;S - Ruptura no substrato;

Média (MPa)

b) No caso de rupturas próximas às interfaces, verificar

cuidadosamente a presença de argamassa na interface

adjacente, pois em geral, a ruptura ocorre na camada

superficial da argamassa, o que caracteriza ruptura do

tipo A;

dm é o diâmetro médio do corpo de prova;

S/A - Ruotura na interface substrato/argamassa;

A - Ruptura na argamassa;

F - Falha na colagem da peça metálica.

d1 e d2 são os diâmetros do corpo de prova (após ruptura);

c) No caso de ruptura dentro da camada de argamassa,

deve ser indicada a presença de vazios ou outras falhas

de aplicação.Velocidade de carregamento 250± 50 N/s

Dispersão

em relação

à média

(%)

Tensão Ri

(Mpa)

0,80

Requisitos da NBR 15258:2005

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98

ANEXO 5 - RESULTADO DO ENSAIO DE ADERÊNCIA PROFUNDA PARA A

ARGAMASSA 13

3. Coleta de dados

nºd1

(mm)

d2

(mm)

dm

(mm)

Área

(mm²)

(A i)

S. S/A. Arg. A. F.

1 48,0 48,0 48,0 1810 2975 5 X

2 48,1 48,0 48,1 1813 2992 6 X

3 48,1 48,1 48,1 1817 3050 7 X

4 48,1 48,1 48,1 1817 2886 2 X

5 48,1 48,1 48,1 1817 2737 4 X

6 48,0 48,0 48,0 1810 2842 0 X

7 48,0 48,1 48,1 1813 3091 9 X

8 48,0 48,1 48,1 1813 2487 12 X

9 48,0 48,0 48,0 1810 2992 6 X

10 48,0 48,1 48,1 1813 2299 19 X

c) No caso de ruptura dentro da camada de argamassa,

deve ser indicada a presença de vazios ou outras falhas

de aplicação.Velocidade de carregamento 250± 50 N/s

Dispersão

em relação

à média

(%)

Tensão Ri

(Mpa)

1,64

Requisitos da NBR 15258:2005

a) Quando mais da metade dos resultados

apresentarem ruptura no substrato, o resultado não é

considerado como aderência da argamassa -

correspondem à aderência do substrato;S - Ruptura no substrato;

Média (MPa)

b) No caso de rupturas próximas às interfaces, verificar

cuidadosamente a presença de argamassa na interface

adjacente, pois em geral, a ruptura ocorre na camada

superficial da argamassa, o que caracteriza ruptura do

tipo A;

dm é o diâmetro médio do corpo de prova;

S/A - Ruotura na interface substrato/argamassa;

A - Ruptura na argamassa;

F - Falha na colagem da peça metálica.

d1 e d2 são os diâmetros do corpo de prova (após ruptura);

1,27

1,57

1,70

1,37

1,65

Espessura (mm) é a espessura do revestimento

Legenda

1,56

OBS: Caso os resultados individuais afastem-se mais de 30% da média, devem ser descartados (*) e realizada

nova média. O ensaio deve ser refeito caso não haja o mínimo de cinco valores validos.

Forma de ruptura (%)Carga

de

ruptura

(N) (Pi)

1,51

Corpo de prova

1,65

1,68

1,59

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99

ANEXO 6 – RESULTADO DO ENSAIO DE ADERÊNCIA PROFUNDA PARA A

ARGAMASSA 15

3. Coleta de dados

nºd1

(mm)

d2

(mm)

dm

(mm)

Área

(mm²)

(A i)

S. S/A. Arg. A. F.

1 48,1 48,1 48,1 1817 230 27 X

2 48,0 48,0 48,0 1810 567 80 X

3 47,9 48,0 48,0 1806 313 1 X

4 48,1 48,0 48,1 1813 372 18 X

5 48,0 48,0 48,0 1810 240 24 X

6 48,0 48,0 48,0 1810 174 45 X

c) No caso de ruptura dentro da camada de argamassa,

deve ser indicada a presença de vazios ou outras falhas

de aplicação.Velocidade de carregamento 250± 50 N/s

Dispersão

em relação

à média

(%)

Tensão Ri

(Mpa)

0,13

Requisitos da NBR 15258:2005

a) Quando mais da metade dos resultados

apresentarem ruptura no substrato, o resultado não é

considerado como aderência da argamassa -

correspondem à aderência do substrato;S - Ruptura no substrato;

Média (MPa)

b) No caso de rupturas próximas às interfaces, verificar

cuidadosamente a presença de argamassa na interface

adjacente, pois em geral, a ruptura ocorre na camada

superficial da argamassa, o que caracteriza ruptura do

tipo A;

dm é o diâmetro médio do corpo de prova;

S/A - Ruotura na interface substrato/argamassa;

A - Ruptura na argamassa;

F - Falha na colagem da peça metálica.

d1 e d2 são os diâmetros do corpo de prova (após ruptura);

0,10

Espessura (mm) é a espessura do revestimento

Legenda

0,17

OBS: Caso os resultados individuais afastem-se mais de 30% da média, devem ser descartados (*) e realizada

nova média. O ensaio deve ser refeito caso não haja o mínimo de cinco valores validos.

Forma de ruptura (%)Carga

de

ruptura

(N) (Pi)

0,13

Corpo de prova

0,31

0,17

0,21

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100

ANEXO 7 – RESULTADO DO ENSAIO DE IMPACTO PARA A ARGAMASSA 9

Tipo Litológico: Data: 10/09/2012 0,891

Amostra CPLargura

(mm)

Comprimento

(mm)

Espessura

(mm)

Energia de ruptura

(J)

200,0 199,2 25,0

200,1 198,9 24,7

199,9 198,7 24,4

200,0 198,9 24,7

Amostra CPLargura

(mm)

Comprimento

(mm)

Espessura

(mm)

Energia de ruptura

(J)

198,6 200,2 25,0

198,4 199,8 26,1

198,5 199,9 26,4

198,5 200,0 25,8

2

0,31

15,7

-

2

2

ROCHAS PARA REVESTIMENTO - DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA

AO IMPACTO DE CORPO DURO NBR 15845/10

Média

Média

1.0613.12

Altura de ruptura

(m)

1

Média (m) 0,23

0,20

Altura de ruptura

(m)

0,25

Desvio padrão

Coeficiente de variação (%)

0,04

15,7

Massa esfera (kg)

1.0613.12 2

L A B O R A T Ó R IO D E

M A T E R IA IS E E S T R U T U R A S

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101

ANEXO 8 – RESULTADO DO ENSAIO DE IMPACTO PARA A ARGAMASSA 13

Tipo Litológico: Data: 10/09/2012 0,891

Amostra CPLargura

(mm)

Comprimento

(mm)

Espessura

(mm)

Energia de ruptura

(J)

199,1 200,0 24,5

199,2 200,0 24,0

198,9 200,0 23,0

199,1 200,0 23,8

Amostra CPLargura

(mm)

Comprimento

(mm)

Espessura

(mm)

Energia de ruptura

(J)

200,0 200,0 23,3

200,0 200,0 23,3

199,9 199,8 22,4

200,0 199,9 23,0

2

0,00

0,0

Desvio padrão

Coeficiente de variação (%)

0,00

0,0

Massa esfera (kg)

1.0614.12 2

1.0614.12

Altura de ruptura

(m)

1

Média (m) 0,25

0,25

Altura de ruptura

(m)

2

2

ROCHAS PARA REVESTIMENTO - DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA

AO IMPACTO DE CORPO DURO NBR 15845/10

0,25

-

Média

Média

L A B O R A T Ó R IO D E

M A T E R IA IS E E S T R U T U R A S

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ANEXO 9 – RESULTADO DO ENSAIO DE IMPACTO PARA A ARGAMASSA 15

Tipo Litológico: Data: 12/09/2012 0,891

Amostra CPLargura

(mm)

Comprimento

(mm)

Espessura

(mm)

Energia de ruptura

(J)

199,5 200,0 26,7

199,9 199,6 26,8

199,9 199,9 26,9

199,8 199,8 26,8

Amostra CPLargura

(mm)

Comprimento

(mm)

Espessura

(mm)

Energia de ruptura

(J)

199,8 198,4 27,7

200,0 198,3 27,6

200,1 198,6 27,6

200,0 198,4 27,6

2

0,31

12,9

Desvio padrão

Coeficiente de variação (%)

0,04

12,9

Massa esfera (kg)

1.0624.12 2

1.0624.12

Altura de ruptura

(m)

1

Média (m) 0,28

0,30

Altura de ruptura

(m)

3

2

ROCHAS PARA REVESTIMENTO - DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA

AO IMPACTO DE CORPO DURO NBR 15845/10

0,25

-

Média

Média

L A B O R A T Ó R IO D E

M A T E R IA IS E E S T R U T U R A S

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ANEXO 10 – RESULTADO ABRASÃO

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104

ANEXO 11 – RESULTADO DO ENSAIO DE ADERENCIA REALIZADO EM CAMPO