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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC : CNPq, CNPq/AF, UFPA, UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PARD, PIAD, PIBIT, PADRC E FAPESPA
RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período : agosto de 2014 a julho de 2015 ( ) PARCIAL ( X ) FINAL IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO:avaliação de parâmetros toxicológicos: bioquímicos, histopatológicos e eletrofisiológicos relacionados ao uso da planta medicinal himatanthussucuuba no tratamento de desordens digestivas: aspectos relacionados ao risco de envenenamento e medicina tradicional. Nome do Orientador: Vanessa Jóia de Mello Titulação do Orientador: Pós-Doutorado Faculdade :Faculdade de Medicina Instituto/Núcleo: Instituto de Ciências Biológicas Laboratório: Farmacologia e Toxicologia de Produtos Naturais Título do Plano de Trabalho:Avaliação de Aspectos toxicológicos relacionados ao extrato
hidroalcoólico de cascas de Himatanthussucuuba
Nome do Bolsista: Maria Silvana Pinto Lopes Curso do Bolsista: Biomedicina Tipo de Bolsa : ( x ) AF
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INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, tem havido um interesse crescente nas terapias
alternativas e a utilização de produtosnaturais, especialmente aqueles
derivados a partir de plantas. Faz parte destegrupo a Himatanthussucuuba que
na Amazônia Brasileira, tem as cascas empregadas no tratamento deúlceras
gástricas, na busca de propriedades afrodisíacas e como agente antitumoral
(Perdue&Blomster1978, Van der Berg, 1984). É uma árvore de grande porte,
conhecida como sucuuba ou janaúba e nativa da região Amazônica, que
fornece madeira para a construção civil e carpintaria (Corrêa, 1984). É uma
árvore latescente, atingindo até 20 m de altura, com copa estreita e tronca
ereto, com casca rugosa; folhas simples, alternas, pecioladas, glabras em
ambas as faces, ovaladas, coriáceas, margens inteiras; inflorescências
dispostas em cimeiras terminais com poucas flores, grandes e brancas; frutos
geminados em forma de chifres, contendo sementes aladas.
. A espécie tem ocorrência principal na Amazônia, sendo uma planta
perenifólia, heliófila e secundária, ocorrendo preferencialmente no interior da
mata. Esse gênero é considerado sinônimo do gênero Plumeria (MABBERLEY,
1997); no entanto, a divisão realizada por PLUMEL (1991) permite a distinção
entre ambos os gêneros. O gênero Himatanthus, exclusivo da América do Sul e
pertencente à família Apocynaceae, destaca-se por incluir espécies
popularmente utilizadas como plantas medicinais e que possuem grande
diversidade de compostos farmacologicamente ativos, entre eles alcalóides
indólicos, iridoides e ésteres triterpênicos (DI STASI&HIRUMA-LIMA, 2002).
Himatanthussucuuba tem recebido muita atenção da literatura referenciando
a sua utilização no tratamento de diversas condições patológicas. A relevância
histórica das propriedades do gênero Himatanthus foi inicialmente descrita na
primeira farmacopéia Brasileira (Silva, 1929), já a aplicabilidade terapêutica, em
especial da Himatanthussucuuba tem sido descrita em diferentes comunidades
localizadas na região Amazônica Brasileira, Peruana e Colombiana,
No Maranhão, a espécie é nativa de vários biomas, tendo sua
abrangênciadesde áreas de cerrados, estendendo-se até o litoral. Estudos
conduzidos porMONTELES & PINHEIRO (2007) sobre o uso de plantas
medicinais em comunidadesquilombolas do município de Presidente Juscelino,
revelaram a importância de janaúbacomo uma das principais espécies vegetais
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de uso medicinal pelas comunidades queutilizam o látex para fins medicinais,
especialmente para afecções do aparelhodigestivo.
O uso de plantas medicinais pela população mundial tem sido muito
significativo nos últimos anos. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS)
registram que 80% da população mundial fazem uso de algum tipo de erva em
busca de alívio para alguma sintomatologia (Gonçalves &Martins, 1998).
Segundo Bochuwangetal, 2011, as plantas são fontes importantes de produtos
naturais biologicamente ativos, muito dos quais se constituem em modelos
para a síntese de um grande número de fármacos sendo promissores
fitoterápicos, bem como, candidatos a fitofármacos. Pesquisadores da área de
produtos naturais mostram-se impressionados pelo fato desses produtos
encontrados na natureza revelarem uma gama quase que inacreditável de
diversidade em termos de estrutura, propriedades físico-químicas e biológicas.
Mesmo com o desenvolvimento de grandes laboratórios farmacêuticos e
dosfármacos sintéticos, as plantas medicinais permaneceram como forma
alternativa de tratamento em váriaspartes do mundo, sendo de grande
destaque nossa região – Amazônica. O uso tradicional de diversasplantas
medicinais baseado em conhecimentos populares, aliado à crença de que, por
ser natural nãocausa reações adversas, fez com que poucas plantas
medicinais fossem avaliadas através de estudospré-clínicos e clínicos, a fim de
comprovar sua eficácia e segurança. Apesar das plantas possuírem
muitosusos terapêuticos que são conhecidos popularmente pelas pessoas, o
ser humano desconhece o fato deque elas podem apresentar toxicidade tanto
para o homem quanto para os animais (Martins et al., 2012).
Este uso milenar das plantas medicinais, muitas vezes indiscriminado e
pouco criterioso, também nos tem revelado, juntamente com as pesquisas
científicas, que determinadas espécies contêm substâncias potencialmente
perigosas e agressivas. E, por esta razão, devem ser utilizadas com cuidado,
respeitando seus riscos toxicológicos.Nesta ótica, o uso da medicina tradicional
popular representada neste caso pelas plantas medicinais, nãoé, isento de
riscos (OMS, 2004), e devido à sua aplicabilidade generalizada, é importante
odesenvolvimento de estudos que possam avaliar os riscos associados com a
sua utilização.Os testes de toxicidade são elaborados com o objetivo de avaliar
ou prever os efeitos de substâncias tóxicas nos sistemas biológicos e averiguar
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a toxicidade relativa das substâncias que são preponderantes na avaliação do
ambiente (BAROSA et al, 2003).
Dados doSistema Nacional de Informações Toxicológicas (SINITOX)
informam que somente no ano de 2010, noBrasil foram registrados 1132 casos
de intoxicação humana por uso de plantas sendo que desses, cincoforam a
óbito (SINITOX, 2010).
A avaliação de toxicidade geral é considerada fundamental como bioensaio
preliminar no estudo de substâncias com propriedades biológicas. O primeiro
tipo de teste toxicológico a que são submetidos os compostos é de agudo-letal,
que consiste de uma análise após curta exposição (24h – 48h) do composto
com o organismo bioindicador. Nesse teste obtém- se uma taxa de
sobrevivência deste ao produto testado, ou seja, observam se os danos
causados ao organismo teste e a concentração que provoca a morte de 50%
dos mesmos, representada pela sigla LC50 (CAVALCANTE et al, 2000;
BAROSA et al, 2003).Artemia salinaé um microcrustáceo de água salgada
comumente usada como alimento para peixes, sendo utilizada como o
bioindicador (GOMES, 1986). A simplicidade com que pode ser manuseado, a
rapidez dos ensaios e o baixo custo favorece a sua utilização rotineira em
diversos estudos, além do que, tais ensaios de letalidade são muito utilizados
em análises preliminares de toxicidade geral (Luna et al., 2005).. Os testes de
toxicidade agudacom artemias é utilizada devido à sua capacidade para formar
cistos dormentes,sua praticidade de manuseio e cultivo, por ser um
métodorápido e barato, além de ser um bioindicador capaz em umaavaliação
toxicológica pré-clínica (BAROSA et al, 2003).
Avaliação subcronica é o efeito infausto que se produz no animal de
experiência resultante da administração repetida ediária da substancia de
estudo, considerando-se o aumento de suas concentrações ou de seus
metabólitos sobre tecidos sensíveis. Apartir desta metodologiapode-se avaliar
possíveis modificações de natureza toxicológicarelacionada a administração
repetida do agente.
Os biomarcadores são definidos como qualquer modificação da resposta
biológica de um indivíduo quando exposto a um agente químico, demonstrando
alguma mudança no estado fisiológico normal. Pela definição exposta,
mensurações bioquímicas, celulares, fisiológicas, histológicas, morfológicas e
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comportamentais são consideradas biomarcadores (BOLS et al., 2001; MAYON
et al., 2006, ARIAS et al., 2007; BERNARDI et al., 2008).
Desta forma em adição a analise dos parâmetros sanguíneos a avaliação
histológicapermitiu a observância de possíveis efeitos toxicológicos capazes de
modificar morfofuncionalmente em especial os órgãos estudados: fígado e rins
(GALEB, 2010),(GARTNER & HIATT, 1997), (BURKITT et al., 1994).
.O presente grupo de pesquisavem desenvolvendo estudos que revelaram
promissora atividade farmacológica do extrato obtido de casca da
Himatanthussucuuba que evidencia potencial utilização terapêutica. Diante do
exposto o dado projeto visa avaliar bem como perspectivas futuras a realização
de estudos preliminaresrelacionados ao efeito tóxico do extrato.
JUSTIFICATIVA : Nos últimos anos, tem havido um interesse crescente nas terapias
alternativas e a utilização de produtosnaturais, especialmente aqueles
derivados a partir de plantas. Na medicina tradicional, várias plantas têmsido
usadas para tratar distúrbios gastrointestinais (Toma et. al., 2004, Silva et. al.
2013). Faz parte destegrupo a Himatanthussucuuba que na Amazônia
Brasileira, tem as cascas empregadas no tratamento de úlceras gástricas, na
busca de propriedades afrodisíacas e como agente antitumoral
(Perdue&Blomster1978, Van der Berg, 1984). Mesmo com o desenvolvimento
de grandes laboratórios farmacêuticos e dosfármacos sintéticos, as plantas
medicinais permaneceram como forma alternativa de tratamento em
váriaspartes do mundo, sendo de grande destaque nossa região – Amazônica.
Estudos desenvolvidos pelogrupo revelaram a atividade citoprotetora e
cicatrizante do extrato etanólico obtido das cascas daHimatanthussucuuba em
diferentes modelos experimentais (Lobato et al 2013). O uso tradicional
dediversas plantas medicinais baseado em conhecimentos populares, aliado à
crença de que, por ser naturalnão causa reações adversas, fez com que
poucas plantas medicinais fossem avaliadas através de estudospré-clínicos e
clínicos, a fim de comprovar sua eficácia e segurança.
A “sabedoria popular” muitas vezes tem indicado que determinadas
plantaspodem ser utilizadas na fitoterapia. De fato, pesquisas têm comprovado
a açãomedicinal dessas plantas, ao mesmo tempo em que manifestam reações
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tóxicas noorganismo hospedeiro. A relação entre ação da planta/dosificação
com açãosignificativa e efeito tóxico, deve ser bem investigada, para que os
conhecimentosadquiridos sejam repassados de forma clara e seguras no
momento da utilizaçãoprática do fitoterápico (CHAGAS, 2004)
.Apesar das plantas possuírem muitosusos terapêuticos que são conhecidos
popularmente pelas pessoas, o ser humano desconhece o fato deque elas
podem apresentar toxicidade tanto para o homem quanto para os animais
(Martins et al., 2012).
O uso da medicina tradicional popular representada neste caso pelas plantas
medicinais efitoderivados, não é, isento de riscos (OMS, 2004), e devido à sua
aplicabilidade generalizada, éimportante o desenvolvimento de estudos que
possam avaliar os riscos associados com a sua utilização. Dados do Sistema
Nacional de Informações Toxicológicas (SINITOX) informam que somente no
ano de2010, no Brasil foram registrados 1132 casos de intoxicação humana
por uso de plantas sendo quedesses, cinco foram a óbito (SINITOX, 2010).
Desta forma faz-se necessário a realização de ensaios que permitam a
observação bem como mensuramento de possíveis alterações toxicológicas
associadas ao uso hidro alcoólico de extrato de himantanthussucuuba.
OBJETIVO •Avaliar a toxicidade relacionada ao uso do extrato etanólicodacasca da
Himatanthussucuuba.
Objetivos Especificos
• Obtenção de extratos da casca da Himantanthussucuuba
• Avaliação da atividade citotóxica através Bioensaio de toxicidade para as
larvas de Artemia salina
• Avaliação do Tratamento subcronico por administração do extrato em ratos
wistar com posterior avaliação de parâmetros sanguíneos: Proteínas Totais,
Albumina, Creatinina, Colesterol e suas frações, Triglicerídios, Glicose, assim
como parâmetros indicadores da função hepática como:
Aspartatoaminotransferase, alanina aminotransferase, e Gama –GT (Gama
glutamiltranspeptidase)., bem como a análise histopatológica.
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MATERIAL E MÉTODOS :
OBTENÇÃO DOS EXTRATOS
• Coleta e secagem do material
As cascas retiradas do caule de Himantanthus sucuuba foram coletadas no
Município de Concórdia do Pará – Pará (Latitude -1° 9102 – Longitude -48°
0059), gentilmente cedidas pelo proprietário de um latifúndio presente na
região. Estas serão secas em estufa no departamento de Química – UFPA.
• Obtenção dos Extratos Hidroalcoólicos
A extração foi realizada por maceração, com aproximadamente 10 litros de
solvente polar (5% H 2º em etanol P.A) por amostra extraída, em duas etapas,
com período de retenção de solvente de 24 horas por 5 litros de solvente na
primeira etapa e de 24 horas por 5 litros de solvente na segunda etapa. Os
extratos foram preparados a partir do material seco e triturado (cascas),
seguido de concentração à vácuo para a obtenção dos extratos brutos. Os
extratos serão distribuídos para realizar ensaios de atividade biológica e
subseqüente fracionamento para identificação, purificação e caracterização
estrutural dos princípios ativos.
AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS TOXICOLÓGICOS Bioensaio de toxicidade para as larvas de Artemia salina (Meyer et al.,
1982).
Os cistos de artemia salina foram (adquiridosna revendedora Aquanorte
Aquários). A eclosão foi realizada no Laboratório de Farmacologia e
Toxicologia deprodutos Naturais do Instituto de Ciências Biológicas ICB.
Paraeclosão utilizamos um aquário medindo 41x20x30, adicionamos 4800
ml deáguadestila com adição de 164g de sal marinho sobre a luz de uma
lâmpada incandescente de 60w para alcançarmos uma temperatura de 27 a
30º C adicionamos 05 g cistos é importa que o PH esteja entre 7 -8. Após 24h
colocamos 3 gotas de trigo dissolvido em água como alimento para as larvas já
eclodidas posterior foram transferidaslarvas (n=10) para tubo de ensaio, o
volume para 9mL deágua destila, e imediatamentefoi adicionado 1 mL das
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soluções testes (EEC) nas concentrações de 1000ppm, 100 PPM, 10 PPM e 1
PPM em cada tubo de ensaio, sendo utilizada quintuplicada para cada
concentração emquestão. A leitura foi comparada ao controle negativo onde
estava presente apenas às lavras e a soluçãosalina com ausência das
soluções testes. Contagem das Larvas após 24 e 48 horas em contato com a
solução testes foi feita a contagem do número de larvas vivas e osdados estão
tabulados.
Animais Foram utilizados ratos Wistar machos e fêmeas (Rattusnovergicus), pesando
entre 180-200gprovenientes do Biotério do Instituto de Ciências da
Universidade Federal do Pará. Todos os animais serão mantidos sob
condições controladas de temperatura (22 ± 2ºC) com livre acesso à
alimentação e água, ciclo claro-escuro de 12 horas. Todos os protocolos
experimentais serão submetidos ao Comitê de Ética em Pesquisa e
Experimentação Animal da Universidade Federal do Pará.
Os animais serão divididos em2 grupos. Os grupos I (n=10) foram utilizados
como controle dos testesbioquímicos e hematológicos que foi comparado ao
grupo II que receberam o material teste referente àplantaHimatanthusSucuuba
(na dose de 400 mg/kg- dose farmacologicamente ativa para
ulceraçõesgástrica determinada em estudos prévios desenvolvidos pelo grupo).
O peso dos animais, o consumo delíquido e de alimentos foram medidos
diariamente durante os 10 dias do experimento. Durante o
períodoexperimental, todos os animais foram observados para a verificação de
algum sinal de toxicidade (comocapacidade exploratória). Após o período
experimental, os animais foram sacrificados (por decapitaçãocom uso de
guilhotina) e a coleta de sangue foi imediatamente efetuada para a avaliação
de parâmetrosbioquímicos.
O plasma foi separado por centrifugação (EPPENDORF 5804) a 2.500 rpm
durante 10 minutos, obtendo-se plasma livre de hemólise. Em
seguidarealizaram-se as analises bioquímicas dos seguintes parâmetrosglicose
(mg/dL), colesterol, triglicerídeos (mg/dL), transaminases (Gama;-GT, AST e
ALT), creatinina (mg/dL), albumina (g/dL) e proteína total (g/dL). As dosagens
sorológicas foram efetuadas com a utilização de testes bioquímicos
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colorimétricos específicos para cada parâmetros (marcaBioclin ®) com o uso
da espectrometria visível. A curva padrão de cada constituinte foram construída
com autilização dos padrões de referência para determinação das
concentrações em soro (mg/dL).
Avaliação Anatohistopatológica Após o sacrifício foram examinados macroscopicamente, com ressecção de
fígado e rins. Imediatamente após a retirada, os órgãos foram pesados
(expressando os resultados pela relação g órgão/kg animal. E inspecionados
quanto aos parâmetros visuais de normalidade).
As secções teciduais dos órgãos incisados foram fixadas em formalina
(solução de formol a 10%) tamponada, e após 24 horas, foram resseccionadas
para processamento histopatológico: a desidratação ocorreu a partir da
confecção das bonecas e lavagem em água corrente por 1 hora, posterior
foram passadas as séries crescentes de álcool (70 a 100%). Todos os
processos de desitradação tiveram duração de 1 hora, adiafanização em xilol
foi realizada na capela por um período de 40 minutos, sendo passada por xilol
I e II, a impregnação em parafina I, II e II duraram 45 minutos cada técnica e a
e inclusão foi utiliza varias cubas e um dispensador de parafina segundo os
métodos habituais, (Bacha; Wood, 1990).
Após 24 horas as amostras foram cortadas em micrótomo, os fragmentos
tissulares foram seccionados em espessura de 3,0 – 5,0 micrometros de
espessura e esticados em banho-maria a 60º C, e colocados em lâminas de
vidro previamente identificadas com os nomes contidos nos blocos de parafina.
Os conjuntos de lâminas foram colocados em cestas de aço inoxidável e
submetidos a secagem em estufa histológica a 60ºC.
Após secagem, as lâminas foram desparafinizadas em xilol, submetidas a
soluções alcoólicas decrescentes (100%, 90%, 80% e 70%) e lavadas em água
corrente por 5 minutos. Após esse processo, as lâminas foram coradas pela
hematoxilina por 2 minutos, lavadas em água corrente por 5 minutos e coradas
pela Eosina por 2 minutos e tricrômio de Masson modificado
10
(CABChromotropeAniline Blue). Subseqüentemente as lâminas foram
desidratadas em soluções alcoólicas crescentes ( 70%, 80%, 90% e 100%) e
em xilol I e II .Posterior, as lâminas foram montadas com Etellane lamínulas e
examinados ao microscópio óptico para avaliações de possíveis alterações.
RESULTADOS
As amostras de cascas de Himatanthus sucuuba foram processadas
conforme o descrito obtendo-se extrato hidroalcoólico (EHA). A triagem
toxicológica foi inicialmente avaliada pelo Bioensaio de artemia salina.
As artemias salinas expostas ao extrato de Himantanthus sucuuba nas
concentrações de 1, 10, 100 e 1000 ppm, após 24 horas de exposição as
apresentaram 100% de sobrevivência (Gráfico 1-A) e mantiveram perfil
semelhante de sobrevivência comparado ao controle após 48 horas de
exposição.
Gráfico1: Percentual de Artemia salina vivas nasconcentrações de 1ppm,
10ppm, 100 ppm e 1000 ppmde extrato hidroalcoólico de Himatanthus
sucuuba , após 24 de exposição (A). e após 48 horas de expo sição (B). Os
valores não se apresentam diferentes quando comparados ao grupo controle.
Os resultados relacionados ao estudo subcrônico estão descritos a seguir.
Os parâmetros como o peso dos animais, o consumo de líquido e de alimentos
medidos diariamente durante os todo o período experimental, não
apresentaram dados diferentes entre grupo tratado e grupo controle. Também
não foi determinada qualquer outro sinal de toxicidade, como a diferenciação
A
B
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em na capacidade exploratória de animais tratados e animais controle. A
analise macroscópica a partir da ressecção do fígado e dos rins efetuada
imediatamente após a retirada, não foi determinado diferenças entre a relaçãog
órgão/k e nos parâmetros visuais de normalidade de cada órgão.
animais controle
Peso inicial/g
Peso em massa
Solucao em ml
Peso final/g
Grupo 1 190 g 76 mg 0,65ml 197 g 184 g 73,6 mg 0,63 ml 198 g 204 g 81,6 mg 0,70 ml 179 g Grupo 2 0,69 ml 196 g 200 g 79 mg 0,75 ml 210 g 218 g 87gm 0,58 ml 160 g 170 g 75gm 0,60 ml 211 g Grupo 3 0,69ml 187 g 174 g 69mg 0,70 ml 213 g 200 g 80mg 205 g 75mg 0,80 ml 231 g 0,71 ml 195 g Grupo 4 0,60 ml 171 g 190 g 76 mg 0,65ml 197 g 184 g 73,6 mg 0,63 ml 198 g 204 g 81,6 mg 0,70 ml 179 g
Tabela 1: Peso dos animais, o consumo de líquido e de alimento s dos animais controle e tratado medidos diariamente dura nte os todo o período experimental Animais tratados Peso inicial /g
peso em massa solução em ml Peso final /g
Grupo 1 205 g 82 mg 0,7 ml 201 g 204 g 81,6 mg 0,7 ml 211 g 213g 85,2 mg 0,73 ml 203 g Grupo 2 196 g 78,4 mg 0,67 ml 176 g 184 g 73,6 mg 0,63 ml 182 g 186 g 74,4 mg 0,64 ml 149 g GRUPO 3 216 g 86 mg 0,74 ml 212 g 175 g 70 mg 0,60 ml 160 g 218 g 0,75 mg 0,75 ml 213 g GRUPO 4 220 g 88 mg 0,76 ml 210 g 181 g 72,4 mg 0,62 ml 176 g 175 g 70 mg 0,60 ml 210 g
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Os parâmetros bioquímicos avaliados (glicose (mg/dL), colesterol, triglicerídeos
(mg/dL), transaminases (Gama;-GT, AST e ALT), creatinina (mg/dL), albumina
(g/dL) e proteína total (g/dL), não apresentaram resultados estatisticamente
diferentes entre o grupo controle e tratado após a exposição subcrônica ao extrato
de Himantathus sucuuba. Os gráficos (2 e 3) ilustram estes resultados para o perfil
Glicose, creatinina , TGP, TGO e gama-GT.
Figura 2 A, B Dosagem de Glicose e Creatina de animais tratados com extrato hidroalcoólico de
Himatanthus Sucuuba por 10 dias, mostram que não houve alteração nos perfis bioquímicos.
A B
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Figura 3 A, B e C Dosagem Bioquímica de GTO, TGP e G-GTU/L de animais tratados com extrato
hidroalcoólico de Himatanthus Sucuuba, subcrônico.
Na avaliação das 24 horas após os procedimentos, o estudo histopatológico
demonstrou que não houver alteração na morfologia dos tecidos de rins e
fígados dos animais tratados em relação aos controles (figuras 4 e 5).
A B
C
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Figura 4: Cortes histológicos de Fígado de animais controle (A) e tratados com extrato
hidroalcoólico de Himantathus Sucuuba (B) Corados com HE (400x).
Figura 5: Cortes histológicos de rins de animais controle (A) e tratados com extrato
hidroalcoólico de Himantathus Sucuuba (B) Corados com HE (400x).
DISCUSSÃO
Nos últimos anos, tem sido observado um aumento no interesse pelo uso de
plantas medicinais, motivado pelo aumento nos custos dos remédios
alopáticos, pelo reconhecimento e pela implantação da fitoterapia no serviço de
saúde, a regulamentação do registro de fitoterápicos na vigilância sanitária,
além da bioprospecção de novas substâncias derivadas de plantas. Segundo
Veiga Jr et al. (2005), o uso de plantas medicinais tem se tornado mais
freqüente, impulsionado pela divulgação das medicinas tradicionais hindu e
A B
A
B
15
chinesa, prometendo “benefícios seguros, já que se trata de fonte natural”, e
pela ação da mídia, estimulando o consumo de produtos naturais. No entanto
cada vez mais é importante o desenvolvimento de estudos que possam conferir
segurança a utilização destes agentes.
Estudos farmacológicos H.sucuubademonstraram inicialmente efeito
cicatrizante e que por sua ação tópica apresentava baixa toxicidade
(VILLEGAS et al. 1997). No entanto ainda são carentes os estudos que
apresentam a descrição toxicológica associada à utilização da Himatanthus
sucuuba em especial do extrato hidroalcoólico de suas cascas. O bioensaio da
artemia salina permite avaliar os efeitos de agentes tóxicos sobre as espécies
durante uma curta fase da vida e freqüentemente avaliam a sobrevivência após
um período de 24 até 96 horas de exposição (JARDIM, 2004). Os resultados
apresentados apresentam um perfil satisfatório uma vez que não expressam
resultados diferentes entre artemias controles e expostas ao extrato. A
literatura apresenta a descrição de ensaios relacionados a uma das espécies
da família da Himatanthus, demonstrou que a Himantathus articulatus
mostraram baixa toxicidade, assim como não exerce nenhum efeito genotóxico
(BAGATINI,2004,). Estes resultados estão de acordo com os encontrados em
estudos realizados com camundongos que comprovaram que o extrato
metanólico de H. articulatus apresenta baixa toxicidade por vial oral, revelando
um potencial citostático para células tumorais (Sousa 2010). Os resultados
apresentados para dosagens sorológicas dos parâmetros glicose (mg/dL) ,
transaminases (Gama;-GT, AST e ALT), creatinina (mg/dL), apresentados nos
gráficos 2, 3 e 4 e albumina (g/dL) e proteína total (g/dL).triglicerídeos
(mg/dL)colesterol (dados apresentados no texto – gráfico não apresentado)
estão de acordo com trabalhos apresentados para outra espécie do gênero
Himatanthus que observou a toxicidade oral aguda e subcronica da especie
Himatanthus articulatusconstatou que em concentação elevada do extrato
utilizada não apresentou citoxicidade, nao foi observada nenhuma alteraçao
hipocratica ou morte durante o protocolo experimental. Na avalaçao da
toxicidade subcronica realizada não foram observadas alteraçoes
Hematologicas, Bioquimicas ou Histopatologicas significativas (Vilhena, 2012).
O perfil semelhante para do extrato metanólico das folhaas de Himantathus
draticus (Sousa et al 2010). Em especial para himantathus sucuuba nos
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escassos estudos toxicológicos apresentados GUERRA e PETERS (1991)
sugeriram baixa toxicidade reprodutiva e teratogênica em ratas utilizando
decocto de cascas de H. sucuuba, e VILLEGAS et al. (1997) também
evidenciaram a atividade farmacológica deH. sucuuba, mostrando efeito
cicatrizante (tópico) e atóxico significativo, e FERNANDES et al. (2004) citado
por LIMA (2010) testaram a toxicidade agudado látex em camundongos
indicando boa tolerância. Os resultados obtidos aliados ao já descritos sugerem
que existe uma boa margem de segurançapara o emprego de H. sucuuba nas
indicações da medicina popular, pelo mesmos no que diz respeito ao seu não
crônico.
Conclusão
O presente trabalho revelou dados promissores no que diz respeito ao perfil
toxicológico do extrato hidroalcoólico de cascas da Himantathus sucuuba.
Inicialmente a ausência de toxicidade expressiva no bioensaio da artemia
Salina possibilitou correlacionar a possível segurança em sua utilização como
planta medicinal e ou fitoproduto. A ausência de alterações morfológicas
observada pela análise histológica de cortes de fígado e de rim corroboram
com os resultados bioquímicos obtidos, sugerindo segurança associada ao uso
etnofarmacologico, quanto a este aspecto. Estes resultados indicam um perfil
promissor para a utilização deste extrato em condições subcrônicas. A
continuidade de estudos que possam revelar maiores informações associadas
ao uso crônico devem ser efetuados.
Referencias
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DIFICULDADES – A principal dificuldade agregada ao projeto foi a realização dos testes bioquímicos, tendo em vista uma demora na liberação dos recursos destinados a compra de kits laboratoriais de análise. PARECER DO ORIENTADOR: A aluna desenvolveu com brilhantismo e competência todas as etapas relacionadas ao projeto.
DATA: __09____/__08_______/_____2015___