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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA DE AGENTES INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS AVALIAÇÃO DA DURABILIDADE DE MOSQUITEIRO IMPREGNADOS COM INSETICIDA DE LONGA DURAÇÃO (MILD) NO MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SUL ESTADO DO ACRE, BRASIL CRISSIANE COSTA REIS Belém Pará 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

BIOLOGIA DE AGENTES INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS

AVALIAÇÃO DA DURABILIDADE DE MOSQUITEIRO

IMPREGNADOS COM INSETICIDA DE LONGA DURAÇÃO (MILD)

NO MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SUL ESTADO DO ACRE, BRASIL

CRISSIANE COSTA REIS

Belém – Pará

2014

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CRISSIANE COSTA REIS

AVALIAÇÃO DA DURABILIDADE DE MOSQUITEIRO

IMPREGNADOS COM INSETICIDA DE LONGA DURAÇÃO ( MILD)

NO MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SUL ESTADO DO ACRE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Biologia em Agentes

Infecciosos e Parasitários do Instituto de

Ciências Biológicas da Universidade Federal

do Pará, como requisito parcial para obtenção

do grau de Mestre em Biologia de Agentes

Infecciosos e Parasitários.

Orientadora: Dra. Marinete Marins Póvoa.

Belém – Pará

2014

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CRISSIANE COSTA REIS

AVALIAÇÃO DA DURABILIDADE DE MOSQUITEIROS IMPREGNADOS COM

INSETICIDA DE LONGA DURAÇÃO (MILD) NO MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO

SUL ESTADO DO ACRE, BRASIL.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia em Agentes Infecciosos

e Parasitários do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará, como

requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Biologia de Agentes Infecciosos e

Parasitários.

Orientador: Dra. Marinete Marins Póvoa

Laboratório de Pesquisas Básicas em Malária

Instituto Evandro Chagas - IEC/SVS/MS.

Banca Examinadora

Dra. Jeanne Nascimento dos Santos

Laboratório de Biologia Celular e Helmintologia – ICB

Universidade Federal do Pará

Dra. Giselle Maria Rachid Viana

Laboratório de Pesquisas Básicas em Malária

Instituto Evandro Chagas - IEC/SVS/MS

Dr. Ricardo Luiz Dantas Machado

Laboratório de Pesquisas Básicas em Malária

Instituto Evandro Chagas - IEC/SVS/MS.

Dr. Ediclei Lima do Carmo (Suplente)

Laboratório de Toxoplasmose

Instituto Evandro Chagas - IEC/SVS/MS

Belém, 08 de julho de 2014.

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DEDICATORIA

Dedico este trabalho ao meu querido Deus,

que esteve presente comigo em todos os

momentos, que de muitas formas me ajudou

para a concretização deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

A todos os santos em especial a Santo Antônio, São José, Santo Expedito, que

intercederam por mim mediante as minhas súplicas.

A minha orientadora, Dra. Marinete Póvoa pelo comprometimento nesta difícil tarefa de

me orientar, diante de tanto obstáculos, como o teste colorimétrico e falta de reagentes. Me

deu tranquilidade e apoio para executar o trabalho, serei eternamente grata por tudo.

Ao Instituto Evandro Chagas pelo apoio institucional desde a iniciação cientifica-PIBIC.

A Universidade Federal do Pará e ao Programa de Pós Graduação BAIP.

A CAPES pelo apoio financeiro

A gerência de Endemias de Cruzeiro do Sul-Acre.

Aos meus queridos Amigos do Laboratório de entomologia de malária do instituto Evandro

Chagas, Izis Sucupira, Márcia Moraes, Ediane Reis, Nathalia Chamma, Deocleciano Galiza,

Tadeu Lessa, Raimundo Lacerda, José Abud, Santa Rosa, Gladison Chagas, que tiveram uma

paciência para me ajudar neste trabalho e tiveram quer suportar meu nervosismo (piti) quando

não havia mosquito ou o teste colorimétrico dava errado.

Aos colegas da seção de Parasitologia do IEC, em especial ao Ediclei do Carmo,Walter

Santos e Rodrigo Marinho, pelas contribuições e auxilio na execução deste trabalho.

A minha família Lisboa e a família Reis, pelo apoio de superação de momentos difíceis,

cuidado, paciência e compreensão.

A minha amiga Edna Costa pelo companheirismo.

Ao Leonardo Dutra, epidemiologista que me cedeu os mapas de Cruzeiro do Sul.

Finalmente, a todos que de forma direta ou indireta contribuíram para o desenvolvimento e

conclusão deste trabalho.

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SUMÁRIO

Página

LISTA DE FIGURA ...................................................................................................................... 6

RESUMO.................. ...................................................................................................................... 8

ABSTRACT.... ............................................................................................................................... 9

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 10

1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ........................................................................................ 10

1.2 AGENTE ETIOLÓGICO ................................................................................................ 10

1.3 VETORES DE MALÁRIA HUMANA .......................................................................... 11

1.4 EPIDEMIOLOGIA DA MALÁRIA ............................................................................... 13

1.5 CONTROLE DA MALÁRIA ......................................................................................... 19

1.5.1 Controle Vetorial ........................................................................................................... 19

1.6 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 24

1.7 OBJETIVOS .................................................................................................................... 24

1.7.1 Objetivo Geral................................................................................................................ 24

1.7.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 25

2 MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................... 26

2.1 ÁREA DE ESTUDO ....................................................................................................... 26

2.2 OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS ................................................................................... 26

2.2.1 Avaliação da integridade física dos MILD .................................................................. 27

2.2.2 Coleta de amostras dos mosquiteiros de rede e cama ............................................... 28

2.2.3 Bioensaio de cone .......................................................................................................... 30

2.2.4 Coleta de amostras de inseticida dos mosquiteiros .................................................... 31

2.2.5 Teste colorimétrico........................................................................................................ 32

2.2.6 Análise das imagens ...................................................................................................... 34

2.2.7 Bioensaio de Garrafa ..................................................................................................... 36

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2.3 ANÁLISE DE DADOS ..................................................................................................... 38

2.4 ASPECTOS ÉTICOS......................................................................................................... 39

3. RESULTADOS .............................................................................................................. 40

3.1 MOSQUITEIROS DE REDE .......................................................................................... 40

3.1.1 Integridade Física .......................................................................................................... 40

3.1.2 Bioensaio de cone ........................................................................................................... 41

3.1.3 Teste colorimétrico ........................................................................................................ 41

3.1.4 Análise estatística ........................................................................................................... 42

3.2 MOSQUITEIROS DE CAMA ........................................................................................ 42

3.2.1 Integridade Física .......................................................................................................... 42

3.2.2 Bioensaio de cone ........................................................................................................... 43

3.2.3 Teste colorimétrico ........................................................................................................ 44

3.2.4 Análise estatística ........................................................................................................... 44

3.2.5 Bioensaio com garrafas ................................................................................................. 44

4. DISCUSSÃO .................................................................................................................. 45

5. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ...................................................................................... 50

ANEXO E APÊNDICE ............................................................................................................... 53

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LISTA DE FIGURA

Figura 1.Ciclo evolutivo do mosquito do gênero Anopheles.(http://www.biographix.cz/

gallery/insects/2014). ..................................................................................................................... 15

Figura 2. Mapa de risco da malária por Município de transmissão de infecção. (Fonte: Brasil,

2013)..............................................................................................................................................15

Figura 3. Distribuição do Índice Parasitário Anual do estado do Acre e Vale do Juruá por

município em 2013. (Fonte: Dutra, 2014).....................................................................................16

Figura 4. Distribuição de casos de malária no Estado do Acre por munícipio. (Fonte: Dutra,

2014) ............................................................................................................................................. 17

Figura 5. Número de casos de malária notificados em Cruzeiro do Sul-2003 a 2014 (até 31/03).

Fonte: (Dutra, 2014) ...................................................................................................................... 18

Figura 6. Número de casos de malária notificados em Cruzeiro do Sul por espécie parasitária -

2003 a 2014 (até 30/06). (Fonte: Dutra, 2014) .............................................................................. 18

Figura 7. Esquema de funcionamento dos mosquiteiros impregnados (inibição da picada,

repelência do mosquito, morte) .................................................................................................... 21

Figura 8. Esquema do tamanho do orifício da malha em relação ao tamanho do mosquito

Anopheles.. (Fonte: Adaptado de Olyset Net 2012). ..................................................................... 22

Figura 9. Fórmula estrutural da deltametrina (Fonte: http://chemistry.about.com

od/factsstructures/ig/Chemical-Structures---D/Deltamethrin.htm.2014) ...................................... 23

Figura 10. Localização espacial do município de Cruzeiro do Sul, estado Acre, Brasil. (Fonte:

Costa et al., 2010). ........................................................................................................................ 26

Figura 11. Esquema de classificação dos lados dos mosquiteiros para contagem de furos.(Fonte:

Green et al., 2009) ......................................................................................................................... 27

Figura 12. Esquema de montagem de mosquiteiro para contagem de furos. (Fonte: Green et al.,

2009). ............................................................................................................................................. 28

Figura 13. Esquema de coleta das amostras das diferentes faces dos MILD para a prova de cone

e teste colorimétrico. (Fonte: acervo IEC/SVS/MS, 2012). .......................................................... 29

Figura 14. Esquema de coleta das amostras retiradas das diferentes faces dos mosquiteiros de

rede para prova de cone e teste colorimétrico. (Fonte: Adaptado de www.folhabv.com.br).. ...... 29

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Figura 15. Esquema de coleta das amostras retiradas das diferentes faces dos MILD de cama

para prova de cone e teste colorimétrico. ( Fonte: Adaptado de www.portalamazonia.com) ...... 30

Figura 16. Esquema da prova de cone, apresentando os materiais necessários: cronômetro; fita

crepe; capturador de castro; algodão; cone; copo entomológico e amostras dos MILD. (Fonte:

acervo IEC/SVS/MS, 2013) .......................................................................................................... 31

Figura 17. Esquema de coleta de amostra do inseticida: A) molde orientador preso ao bastidor e

ao mosquiteiro com um clipe. As amostras com inseticida foram retiradas a partir da tela do

mosquiteiro ao longo do sulco 1 e 2. B) esquema de utilização do DSM para coletar amostras de

residuo de inseticida na superficie do mosquiteiro. (Fonte: Green et al,

2009)..............................................................................................................................................30

Figura 18. Diagrama esquemático de uma unidade completa de MSD (Fonte: Green et al, 2009).

....................................................................................................................................................... 32

Figura 19. Esquema de posicionamento dos discos dos MILD para mosquiteiros de rede (A) e

mosquiteiros de cama (B). ............................................................................................................. 33

Figura 20. Demonstração do ato de fotografar a microplaca com o resultado do teste

colorimétrico(Fonte: Green et al., 2009) ....................................................................................... 34

Figura 21. Esquema de leitura dos dois valores dos pixels, por poço. .......................................... 35

Figura 22. Exemplo de um gráfico de regressão linear da curva padrão obtida a partir dos discos

de calibração(Fonte: Green et al., 2009). ...................................................................................... 35

Figura 23. Esquema de preparação e das fases de impregnação das garrafas. (Fonte: Adaptado

CDC, 2008). ................................................................................................................................... 38

Figura 24. Número de danos encontrados por região dos MILD. ................................................. 40

Figura 25. Distribuição da média da mortalidade dos mosquitos anofelinos expostos por cada

lado dos MILD. ............................................................................................................................. 41

Figura 26. Distribuição da média da concentração de inseticida deltametrina por lado dos MILD

rede. ............................................................................................................................................... 42

Figura 27. Número de danos encontrados por região dos MILD. ................................................. 43

Figura 28. Distribuição da média de mortalidade por lado para MILD de cama. ......................... 43

Figura 29. Distribuição da média da concentração de inseticida por lado para MILD de cama. .. 44

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RESUMO

O controle vetorial é uma das estratégias utilizada para redução da transmissão da malária e o

uso de mosquiteiro impregnado com inseticida de longa duração (MILD) é uma das

ferramentas de controle para população que habita área de risco de contrair malária, pois

funciona como barreira física e química impedindo o contato homem vetor. Este estudo

objetivou determinar a durabilidade de MILD distribuídos em diferentes áreas do município

de Cruzeiro dos Sul, Estado do Acre. Foram distribuídos em 2007 mosquiteiros PermaNet

2.0® a população do Município de Cruzeiro do Sul-Acre e em 2011 foram coletados para

análise 27 MILD de rede e 28 de cama. A avaliação da integridade física foi realizada

contando o número de furos, o tamanho (1, 2 e 3) e localização do maior dano. A eficácia foi

avaliada pelo Bioensaio de cone e as concentrações de inseticida foram determinadas pelo

teste colorimétrico. Para analisar o grau de resistência dos mosquitos anofelinos da área ao

inseticida foi usado o Bioensaio de garrafa. Após três anos de uso, foram encontrados 473

furos nos MILD de rede, dos quais 61,31% eram tamanho 1, o lado B o que apresentou maior

número de furos (15,64%) e as regiões superior e inferior as que apresentaram maior dano.

Em 25 dos 27 MILD (92,6%), a mortalidade foi < 80% e nos outros dois > 80%. O lado A

(54%) foi o que apresentou maior mortalidade. A média de concentração de inseticida foi de

0,5 µg, sendo 11 MILD com concentração < 0,36 µg e 16 ≥ 0,36µg. O lado E2 foi o de maior

concentração (0,61µg), porém quando comparado o teste colorimétrico e bioensaio de cone

apenas no lado D2 a relação foi estatisticamente significativa. Nos MILD de cama, foram

detectados 547 furos, sendo 65,81% do tamanho 1, o lado E o que apresentou maior número

de furos( 16,27%) e os maiores danos foram encontrados na região inferior. Em 26 dos 28

MILD (92,8%) a mortalidade foi < 80% em dois > 80%. No lado A (36%) observou-se maior

mortalidade. A média de concentração de inseticida foi de 0,3µg, sendo que 24 MILD com

concentração < 0,36 e 4 ≥ 0,36µg. O lado A apresentou maior concentração (0,4µg), todavia

ao comparar o teste colorimétrico e o bioensaio de cone não foi encontrada significância

estatística. Na análise de resistência, os anofelinos foram suscetíveis aos piretróides usados.

Os MILD após 3 anos de uso, atuam apenas como barreira física por não serem mais eficazes

como barreira química. Para o Brasil o valor do ponto de corte de 0,36µg de inseticida do

teste colorimétrico deve ser reavaliado. Há necessidade de avaliações periódicas (semestrais

ou anuais) para subsidiar estratégia de substituição dos mosquiteiros.

Palavras-chave: Anopheles, Malária, Transmissão, Controle, MILD, Cruzeiro do Sul-Acre.

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ABSTRACT

Vector control is one of the strategies used for reducing malaria transmission and the use of

long-lasting inseticide impregnated net (LLIN) is a control tool for the population living in

areas of risk for having malaria since it works as a physical and chemical barrier, preventing

man vector contact. This study aimed to determine the durability of LLINs distributed in

different areas of the Cruzeiro Sul municipality, Acre State. LLINs (Permanet ® 2.0) were

distributed in 2007 to the Cruzeiro do Sul population and in 2011 were collected for analysis

27 LINs for hammock and 28 for bed. The physical integrity was performed by counting the

number of holes, size (1.2 and 3) and location of the greatest damage. Efficacy was evaluated

by the cone bioassay and the insecticide concentrations were determined by the colorimetric

assay. For the assessment of of local anopheline mosquitoes resistance it was performed the

bottle Bioassay. After three years of use, 473 holes were found in LLINs for hammock, of

which 61.31% were size 1, the side B was the one that had the greatest number of holes

(15.64%) and upper and lower regions showed the greatest damage. The mortality of 25 out of

27 LINs (92, 6%) was <80% and in the other two > 80%. The side A (54%) had presented the

highest mortality. The average of the insecticide concentration was 0.5 µg, being 11 LLINs

with concentration <0.36 µg and 16 ≥ 0.36 µg. The E2 side was the one of highest

concentration (0.61 µg), however when comparing the colorimetric assay and bioassay cone

only the D2 side was statiscally significant. In the LLINs for bed, 547 holes were counted with

65.81% of size 1 and side E side showing the greatest number of holes (16.27%), and the

greatest damages were located in the lower region. For 26 out of 28 LLINs (92,8%) the

mortality was <80% and in two > 80%. At the side A (36%) it was observed the highest

mortality. The average of insecticide concentration was 0.3 µg, 24 LLINs with concentration

<0.36 and 4, ≥ 0.36 µg. The side A showed the highest concentration (0.4 µg), but in the

comparison between the colorimetric assay and bioassay cone it was not found any statistical

significance. In the resistance analysis, the local anopheline mosquitoes were susceptible to

the pyrethroids used. The LLINs after 3 years of use, act only as a physical barrier since they

are not anymore effective as chemical barrier. For Brazil, the cut off value of 0,36µg of

insecticide for the colorimetric assay has to be reevaluated. There is need of periodic

evaluation (semestral or annual) for providing strategies for the LLINs replacement.

Keywords: Anopheles, Malaria, Transmission, Control, MILD, Cruzeiro do Sul, Acre

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

As doenças parasitárias causadas por protozoários são responsáveis por infecções

que afetam os humanos. Dentre as doenças parasitárias mais conhecidas se destaca a malária

(França et al., 2008).

A malária é uma doença parasitária causada por protozoários do gênero

Plasmodium, transmitida pela picada da fêmea de mosquitos do gênero Anopheles. Distribui-

se por extensas regiões tropicais e subtropicais. O Brasil é o país que concentra o maior

número de casos no continente americano, o clima tropical favorece a proliferação dos vetores

da malária, estimando-se a ocorrência de mais de 300.000 casos anuais, sendo doença de

notificação obrigatória no Brasil (Gomes et al., 2011).

Dos casos notificados de malária no Brasil, quase a totalidade dos casos procede

dos estados que compõem a Amazônia Legal, considerada área endêmica no país. Nestas

áreas predominam características ambientais favoráveis à permanência dos plasmódios, pois

há criadouros naturais para o vetor (Jarude et al.,2003).

Durante o ano de 2006, o Estado do Acre registrou uma epidemia de malária,

atingindo 93.863 casos registrados da doença. Neste mesmo ano, Cruzeiro do Sul, município

deste Estado, o maior centro urbano do Vale do Juruá, registrou uma Incidência Parasitária

Anual (IPA) de 571,5/1.000 habitantes, caracterizando a área como hiperendêmica (Santos et

al., 2011).

1.2 AGENTE ETIOLÓGICO

Atualmente são conhecidas cinco espécies de protozoários do gênero Plasmodium

que infectam o homem; Plasmodium (Plasmodium) malariae, Laveran, 1908; Plasmodium

(Plasmodium) vivax, Grassi & Feletti, 1890; Plasmodium (Laverania) falciparum, Welch,

1897; Plasmodium (Plasmodium) ovale, Stephens, 1922 e, Plasmodium (Plasmodium)

knowlesi, Knowles & Gupta, 1932, sendo este último reconhecido como agente causador de

malária em humanos a partir de 2008 (Lee et al., 2009). Em relação ao P. ovale, nunca foi

registrada transmissão autóctone no Brasil, estando restrita a determinadas regiões do

continente africano e casos importados de malária no Brasil. O P. knowlesi ocorre apenas no

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Sudeste Asiático. No Brasil, apenas três das cinco espécies estão associadas à malária em

seres humanos: P. vivax, P. falciparum e P. malariae (Brasil, 2014).

1.3 VETORES DE MALÁRIA HUMANA

Os vetores da malária humana são dípteros pertencentes a família Culicidae,

subfamília Anophelinae, gênero Anopheles (Consoli & Oliveira, 1994; Forattini, 2002). Este

gênero está subdividido em sete subgêneros: Anopheles, Kerteszia, Cellia, Lophopodomyia,

Sthetomyia, Nyssorhynchus e Baimaia (Harbach et al., 2005). A distribuição geográfica dos

anofelinos é ampla, podendo ser encontrados em diversos ambientes, desde desertos até

florestas tropicais (Kiszewski et al., 2004).

No Brasil, foram registradas 55 espécies (Rebelo et al., 2007) distribuídas em cinco

subgêneros: Kerteszia, Stethomyia, Lophopodomyia, Anopheles e Nyssorhynchus. Neste

último, estão as principais espécies vetoras do Brasil: Anopheles darlingi Root, 1926, An.

aquasalis Curry,1932, An. albitarsis s.l Arribalzága 1878. Este último, membro do complexo

albitarsis (Sallum, 2000, Motoki et al, 2009).

O An. darlingi é o principal vetor da malária no Brasil, altamente susceptível aos

plasmódios humanos e capaz de transmitir tais microorganismos no intradomicílio e

extradomicílio, mesmo quando sua densidade está baixa. Utiliza as coleções hídricas para o

desenvolvimento de suas formas imaturas, tais como lagoas, açudes e represas (Consoli &

Oliveira, 1994). Este vetor é o mais antropofílico e de comportamento endófilo mais

acentuado entre os anofelinos, já que costuma se alimentar do homem dentro das casas

(Deane et al., 1948; Consoli & Oliveira, 1994). Esta espécie normalmente costuma fazer sua

alimentação sanguínea no período crepuscular e noturno, (Forattini, 2002) é a espécie que

melhor se adapta as alterações produzidas no ambiente silvestre, pois a substituição das

florestas por pastagens, plantações ou garimpos afasta os mosquitos de hábitos mais silvestres

e propicia ambiente favorável ao desenvolvimento deste vetor provocando aumento da sua

densidade (Consoli & Oliveira, 1994).

O An. aquasalis Curry, 1932, tem preferência por águas com salinidade para a sua

reprodução, são mais comuns em áreas litorâneas onde desenvolvem suas formas imaturas em

criadouros terrestres contendo água com cloreto de sódio. Essa característica determina sua

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distribuição geográfica. Embora, esse mosquito também tenha sido encontrado em criadouros

com água desprovida de salinidade (Consoli & Oliveira, 1994; Forattini, 2002).

Considerado um mosquito zoofílico e essencialmente crepuscular, atacando animais

como bovinos, equinos, com mais intensidade que o homem. Também é um anofelino

exofílico, entrando nas casas para picar apenas quando sua densidade está elevada. Porém,

tem apresentado comportamento endófilo e antropófilico em algumas localidades do nordeste

do Brasil (Flores-Mendoza, 1996). O An. aquasalis,tem como fator predominante na

transmissão de malária a elevada densidade, com qual esse mosquito pode se apresentar, em

determinadas épocas e locais (Forattini, 2002).

O An. albitarsis faz parte do complexo albitarsis que é formado por nove espécies:

An. marajoara, An. albitarsis s. s., An. deaneorum, An. oryzalimnetes, An. janconnae, An.

albitarsis F, An. albitarsis G, An. albitarsis H, An. albitarsis I (Ruiz-Lopez et al. 2012).

Possui uma grande variedade de criadouros para seu desenvolvimento, como coleções

hídricas permanentes ou transitórias em várias condições do solo. As espécies deste complexo

estão distribuídas por quase todo continente sul-americano, sendo comum e amplamente

distribuído no Brasil (Consoli & Oliveira, 1994).

O ciclo de vida dos anofelinos consiste em quatro estágios (ovo, larva, pupa e o

adulto). Os ovos, as larvas e as pupas são aquáticas, enquanto os adultos são terrestres

(Consoli & Oliveira, 1994; Forattini, 2002).

Figura 1. Ciclo evolutivo do mosquito do Gênero Anopheles (Fonte:biographix.cz)

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Os ovos desses mosquitos são postos isoladamente sobre a superfície da água e

possuem flutuadores laterais, são elípticos ou ovais, com simetria bilateral. Na extremidade

anterior do ovo está a micrópila, orifício por onde o espermatozóide penetra para fecundar o

óvulo, este possui cor pálida no momento da oviposição, tornando-se escuro após alguns

minutos, sendo que os inférteis geralmente não alcançam a tonalidade escura apresentadas

pelos férteis (Consoli & Oliveira, 1994).

As larvas apresentam quatro estadios, estas possuem aspecto vermiforme, além de

serem dotadas de grande mobilidade. Seu corpo é dividido em cabeça, tórax e abdome, ao

final do seu desenvolvimento se transforma em pupa. Após esta fase ocorre a emersão do

adulto (Consoli & Oliveira, 1994).

Os adultos possuem o corpo recoberto por cerdas e estes, quando em repouso,

mantêm a probóscide e o corpo em linha reta, formando um ângulo quase reto com a

superfície de pouso, e por esta razão são conhecidos vulgarmente como “mosquito prego”.

Independente do gênero, mosquitos se alimentam de seiva de plantas, mas somente as fêmeas

possuem o hábito hematofágico, pois o sangue é indispensável para o desenvolvimento dos

seus ovos (Forattini, 2002).

O tempo de vida de cada anofelino varia de acordo com a espécie, sexo e das

características ambientais, ou seja, existem espécies que vivem mais, devido aos fatores

genéticos intrínsecos de cada uma. As fêmeas vivem mais que os machos, podendo sobreviver

de 60 a 100 dias, enquanto que os machos sobrevivem em média 30 dias. Outro aspecto que

pode interferir na longevidade dos anofelinos são características ambientais de umidade,

temperatura, além de disponibilidade de fonte alimentar (Rey, 1992; Brasil, 1995).

1.4 EPIDEMIOLOGIA DA MALÁRIA

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de 3,3 bilhões de pessoas,

metade da população mundial, vivem em área de risco. Em 2010, havia cerca de 216 milhões

casos de malária e uma estimativa 655.000 mortes por malária por ano. Com o aumento das

medidas preventivas e controle vetorial, uma redução nas taxas de mortalidade pela doença

em mais de 25% a nível mundial desde o ano 2000, sendo 33% só no continente africano

(WHO, 2012).

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14

As pessoas que vivem nos países subdesenvolvidos são as mais vulneráveis à

malária. As maiores taxas de incidência de malária são observadas na África, na Ásia e nas

Américas (Barata, 1995). Em 2010, 90% de mortes por malária ocorreram no continente

africano, principalmente crianças menores de cinco anos de idade (WHO, 2012). Sendo que

neste continente o maior foco de transmissão é a África Subsaariana, onde ocorrem 90% de

todos os casos e mortes por malária no mundo (Parise et al., 2011).

Nas Américas, aproximadamente 14% da população está sob o risco de transmissão

de malária. Desde o ano de 1990, o número de casos de malária registrados nas Américas do

Sul e Central são baixos; todavia, permanece o risco de transmissão desta protozoose em nove

países que fazem parte da região Amazônica e em oito países da América Central (WHO,

2009).

No Brasil, a incidência da malária é quase que exclusivamente restrita à Região

Amazônica, no ano de 2011, 99,7% da transmissão da malária concentrou-se na Região

Amazônica, composta pelos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso,

Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, compreendendo 807 municípios, onde uma série de

fatores combinados favorecem a transmissão da doença e prejudica os procedimentos de

controle padrão. O número de casos de malária nos nove Estados da Amazônia brasileira

citados anteriormente tem oscilado ao longo dos anos, aumentando em alguns Estados onde

novos projeto de assentamentos e atividades de mineração são implantadas (Brasil, 2013;

Oliveira-Ferreira et al., 2010).

A Região Amazônica é considerada área endêmica para malária (Brasil, 2008) por

apresentar características climáticas, ambientais e ecológicas favoráveis à transmissão da

malária, mas não há uma distribuição homogênea da doença na região, fato associado aos

processos de ocupação do solo e exploração natural. Desde o início da década de 1990, a

Amazônia Legal registra elevada incidência de malária (Oliveira-Filho, 2009).

O risco de contrair a malária no Brasil não é uniforme e ele é classificado de acordo

com a Incidência Parasitária Anual (IPA): alto risco (≥ 50 casos/1.000 habitantes), médio

risco (entre 10-49 casos/1.000 habitantes) e baixo risco (< 10 casos/1.000 habitantes) (Brasil,

2013) (Figura 2).

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Figura 2. Mapa de risco da malária por Município de transmissão de infecção (Fonte: Brasil,

2013).

No Estado do Acre, com o início da exploração da borracha no final do século XIX,

a incidência de malária apresentou aumento significativo, em função, principalmente, da

intensa imigração de nordestinos sem exposição anterior a essa doença. A partir disso,

elementos relacionados ao clima, à ocupação urbana não planejada e à intensa migração de

pessoas de áreas rurais para áreas urbanas, têm contribuído para o aumento do número de

casos neste estado (Costa et al.,2010).

O Estado do Acre é considerado uma área de risco para transmissão de malária na

região Amazônica. Este estado foi o que obteve maior redução do número de casos de malária

entre os estados da região Amazônica no período de 2010 (IPA de 50,3) e 2011 (IPA de 30,3)

mudando sua classificação de alto para médio risco. Em 2012, apresentou um aumento no

IPA para 36,3. Um dos municípios deste estado que se destaca quanto ao número de casos de

malária é Cruzeiro do Sul (CZS) e por isso é classificado como área de alto risco (Brasil,

2013) (Figura 3 e 4).

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Figura 3. Distribuição do Índice Parasitário Anual do Estado do Acre e Vale do Juruá por município em 2013. (Fonte: Dutra, 2014)

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Figura 4. Distribuição de casos de malária no Estado do Acre por município. (Fonte: Dutra, 2014).

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Em 2006, CZS foi considerado área hiperendêmica (IPA de 571,5) (Figuras 5 e 6).

Não existe uma explicação única para esta alta incidência. Especula-se que, entre outros

fatores, tanques destinados à piscicultura, construídos como resultado de um programa

estadual de incentivo a essa atividade econômica, tenham servido de criadouros para o

mosquito, vetor da malária, possibilitando o seu desenvolvimento e consequentemente o

aumento de sua densidade assim contribuindo para aumento da transmissão desta doença

no município (Costa et al., 2010).

Figura 5. Número de casos de malária notificados em Cruzeiro do Sul-2003 a 2014 (até

31/03) (Fonte: Dutra, 2014).

Figura 6. Número de casos de malária notificados em Cruzeiro do Sul por espécie parasitária

-2003 a 2014 (até 30/06) (Fonte: Dutra, 2014).

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No ano de 2012 totalizou 15.795 casos positivos de malária, sendo 76,34% (12.059)

causados pelo Plasmodium vivax; 23,11% (3651) por Plasmodium falciparum e 0,39% (63)

por infecção mista, o que correspondeu ao IPA de 197,3, no ano de 2013 o IPA deste

município apresentou tendência de crescimento, pois o número de casos aumentou para

19.698 e IPA para 238,7 (SIVEP-Malária, 2012; 2013).

1.5 CONTROLE DA MALÁRIA

Desde 1992, com a decisão da Conferência de Amsterdã, a Organização Mundial da

Saúde mudou a estratégia de controle da malária. O foco principal passou a ser o homem,

visando a melhoria do acesso ao diagnóstico e tratamento precoce para redução da

mortalidade e gravidade dos casos. Esta estratégia reduz ainda mais as fontes de infecção para

os mosquitos, sendo complementada pelo controle vetorial seletivo e integrado, com

participação comunitária e ajustado às situações eco-epidemiológicas de cada região. O

controle vetorial seletivo depende das condições locais de transmissão, por exemplo, em casas

que não apresentam paredes completas, não se justifica a borrifação com inseticida. Há

situações em que se trabalha na redução dos criadouros, limpando-os de vegetação, drenando

coleções de água, aterrando-os ou aplicando larvicidas biológicos. A borrifação das paredes

internas dos domicílios ou a aplicação espacial de inseticida depende dos hábitos locais dos

vetores e das características da transmissão local da malária. A abordagem multi-setorial e a

participação da população são estratégias que podem tornar mais efetivas as medidas de

controle de natureza biológica (Brasil 2009a; Tauil, 2006).

1.5.1 Controle Vetorial

O controle do vetor é umas das ferramentas importantes para reduzir a transmissão

da malária, a intervenção de controle de vetores tem um histórico comprovado com resultados

positivos de reduzir ou interromper a transmissão da malária , especialmente para população

que habita área de risco de contrair a doença (WHO, 2013a). Dentre as estrategias de controle

está o uso de mosquiteiro impregnado de longa duração ( MILD) que junto com a borrifação

residual formam as principais estratégias de controle vetorial preconizada pela Organização

Mundial de Saúde, essas duas medidas de controle protegem os seres humanos de picada do

mosquito transmissor da malária (Brasil, 2009b).

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Para que ocorram as borrifações com inseticida quimico (intradomicilio e

extradomicilio), há necesssidade de conhecimento entomológico da área, como hábito do

mosquito, eficácia do efeito residual do inseticida, sensibilidade do vetor ao inseticida

utilizado e efeito tóxico do inseticida para população (Brasil, 2002).

A borrifação residual intradomiciliar consiste na pulverização das paredes das casas

com inseticida, quando o vetor entra em contato com as paredes, ocorre à morte ou repelência,

assim há uma redução no número de vetores no intradomicilio. A borrifação extradomiciliar

ou termonebulização consiste na aplicação do inseticida na camada de ar, os mosquitos em

contato com o inseticida morrem (Brasil, 2002).

Em 2007, foi realizado um estudo na Amazônia Brasileira para avaliae o efeito

residual de piretróides sobre a mortalidade dos anofelinos em parede de madeira, tijolo com

reboco e sem reboco. Os inseticidas aplicados sobre parede de madeira e tijolo sem reboco

foram mais estáveis e duradouros com efeito residual de três meses (Santos et al, 2007).

Devido à estratégia de controle vetorial utilizando inseticidas, é importante

monitorar a resistência dos anofelinos vetores aos mesmos, o que vem sendo realizado nos

estados amazônicos por recomendação do Ministério da Saúde. Este monitoramento é feito

usando a prova de garrafas desenvolvida pelo Centers for Disease Control and Prevention

(CDC).

A utilização de MILD é uma alternativa para populações que moram em área de

risco de transmissão de malária. Os MILD funcionam como barreira física e química

impedindo e/ou diminuindo o contato homem-vetor (Santos et al, 1998) (Figura 7). O

inseticida é a barreira química que provoca repelência e assim diminui a sobrevida dos

mosquitos, pois mesmo que o mosquito consiga passar pela tela do mosquiteiro a

possibilidade de que ocorra a picada é muito menor, visto que os inseticidas utilizados para

impregná-los causam um efeito letal rápido nos mosquitos (Cabrine et al., 2006).

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Figura 7. Esquema de funcionamento dos mosquiteiros impregnados (inibição da picada,

repelência do mosquito, morte) (Fonte: Adaptado de Olyset Net 2012).

O uso de mosquiteiros contra as picadas de mosquitos é, portanto, um método de

proteção bastante eficaz, desde que utilizado corretamente. Em estudos de Itoh & Kurihara

(1992), foi observado que o An. gambiae foi capaz de passar por mosquiteiros danificados

(rasgados), alimentar-se de sangue e sair, outro fator que influencia na possibilidade de

entrada e saída dos mosquitos é a dimensão da malha (tamanho do orifício) entre os fios, telas

com orifícios pequenos < 5,0 x 5,0 mm, de fato, proporcionam uma proteção física bastante

eficiente contra as picadas dos mosquitos. Para aumentar a proteção individual proporcionada

pelo uso de mosquiteiros, independentemente do tamanho de seus orifícios, adiciona-se

inseticida. Nesse caso, não há necessidade que a tela possua orifícios < 5,0 x 5,0 mm, mas que

seja um tamanho que o mosquito precise pousar sobre a tela antes de entrar (Figura 8). Assim,

o mosquito pode transpor a tela, mas não consegue picar seu hospedeiro devido ao efeito do

inseticida e ocorrendo à morte do anofelino depois do contato com a tela impregnada.

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Figura 8. Esquema do tamanho do orifício da malha em relação ao tamanho do mosquito

Anopheles (Fonte: Adaptado de Olyset Net, 2012).

O Ministério da Saúde do Brasil em 2008, com financiamento do Fundo Global de

luta contra AIDS, Tuberculose e Malária, apresentou um projeto cujo objetivo era reduzir em

50% o número de casos de malária, em 47 municípios da região Amazônica que foram

responsáveis por 70% dos casos de malária registrados no Brasil em 2007. Para alcançar a

diminuição da morbidade e mortalidade da malária na Amazônia, foi proposto, entre outras

metas, atingir alta cobertura com o uso de MILD. Para isso foi necessário não só adquirir e

instalar o MILD, como também monitorar o uso, a efetividade e o impacto dos mesmos, assim

como conscientizar a população sobre a importância do uso constante e adequado desses

mosquiteiros (Brasil, 2009a).

Os testes realizados em comunidades africanas têm mostrado que mosquiteiros

impregnados com inseticida (MTI) reduzem em aproximadamente 18% a mortalidade e tem

sido repetidamente demonstrado que seu uso reduz a freqüência de malária grave e

mortalidade em regiões endêmicas (WHO, 2013).

No Brasil, Santos et al (1999) realizaram um estudo na Amazônia brasileira,

relataram que, no período de alta transmissão houve alteração no comportamento dos

anofelinos, a maioria (63%) An. darlingi. Onde haviam mosquiteiros impregnados instalados

observou-se diminuição desses mosquitos no intradomicílio; no entanto, nos locais sem os

mosquiteiros impregnados, a maior densidade de anofelinos coletados foi no intradomicílio.

11,1mm

6,7 mm

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Segundo estes autores, no período de baixa transmissão, não houve diferença significativa

entre esses dois grupos.

No CDC, foi criado um guia que fornece as instruções sobre uso de um teste de

campo para cianopiretroide com a finalidade de avaliar a eficácia dos mosquiteiros

impregnados, é um teste de campo simples e barato que mede o teor de inseticida deltametrina

dos MILD. Neste teste, o inseticida contido na superfície do mosquiteiro é absorvida pelo

papel de filtro por meio do contato com o mosquiteiro e, posteriormente, submetidos a um

ensaio colorimétrico. Esta técnica mede os níveis de inseticida nas diferentes superfícies dos

mosquiteiros. Este teste, em particular, é projetado para uso com MILD e é específico para

cianopiretróide, incluindo deltametrina, -cialotrina, e -cipermetrina.

O teste colorimétrico baseia-se na liberação do grupo nitrilo (-NC) a partir da

decomposição do cianopiretróide exposto a condições alcalinas. Os inseticidas

cianopiretroides que contém grupos éster, tais como deltametrina (Figura 9), sob condições,

alcalina sofrem hidrólise para formar o ácido dibromocrisatêmico e fenoxibenzaldeido

cianidrina. Posteriormente, -NC hidrolisável da cianidrina é perdida para originar ions cianeto

e fenoxibenzaldeido. Sob as mesmas condições alcalinas, a liberação do cianeto reage com o

p-nitrobenzaldeido, resultando em uma cianidrina que, posteriormente, reduz o-

dinitrobenzeno produzindo um produto de cor roxa intensa, indicando a presença de inseticida

(Green et al., 2009) .

Figura 9. Fórmula estrutural da deltametrina (Fonte: http://chemistry.about.com/

od/factsstructures/ig/Chemical-Structures---D/Deltamethrin.htm.2014)

+

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1.6 JUSTIFICATIVA

No Brasil, o controle da malária está baseado no diagnóstico laboratorial rápido e

preciso para aplicação imediata do tratamento apropriado quebrando assim, a cadeia de

transmissão. Todavia, em áreas de intensa transmissão é utilizado o controle vetorial tanto

para as formas imaturas como para as adultas, como ferramenta complementar para o controle

desta endemia (Brasil, 2007). O objetivo do controle vetorial é interromper a transmissão

entre indivíduos, pela eliminação dos mosquitos infectados ou antes que eles se infectem.

Assim, estas medidas visam impedir ou diminuir o contato homem/mosquito,

reduzir a sobrevivência das fêmeas adultas e consequentemente reduzir a quantidade de

mosquitos.

No contexto individual, o uso de mosquiteiro é utilizado para evitar o contato das

fêmeas dos mosquitos com o homem. Esse tipo de proteção é hoje uma das mais importantes

ferramentas no controle da malária (Cabrini et al., 2006). No entanto, para aumentar a eficácia

do controle vetorial, o uso de mosquiteiros impregnados com inseticida é uma alternativa no

controle da malária (Brasil, 2009b).

No Brasil, ainda não foi desenvolvido teste que avalie a concentração de inseticida

nos mosquiteiros impregnados para avaliação da eficácia. Devido à carência de informação

sobre monitoramento de MILD após a distribuição no país, há a necessidade de estudos sobre

esta medida como estratégia de controle da malária. Essas informações são de extrema

importância para fornecer subsídios aos programas de controle de malária quanto à

periodicidade de campanhas de distribuição e estratégias de reposição.

Assim, este projeto objetivou fornecer informações sobre a durabilidade ou vida útil

dos MILD no município de Cruzeiro do Sul, onde os MLD foram utilizados como estratégia

complementar do controle de malária após o registro da maior epidemia da história do

município em 2006.

1.7 OBJETIVOS

1.7.1 Objetivo Geral

Determinar a durabilidade de MILD distribuídos em diferentes áreas do município

de Cruzeiro dos Sul, Estado do Acre.

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1.7.2 Objetivos Específicos

Avaliar a integridade do tecido dos MILD coletados;

Determinar a eficácia do inseticida nos MILD;

Comparar a efetividade do Bioensaio (teste do cone) e o teste colorimétrico.

Avaliar a resistência dos mosquitos do gênero Anopheles do município alvo do estudo aos

piretróides.

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2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 ÁREA DE ESTUDO

O município de Cruzeiro do Sul (72°48'W e 08°07'S) está localizado na região

noroeste do Estado de Acre, margem esquerda do rio Juruá, a 648 km da capital do Estado

Rio Branco por via terrestre pela rodovia BR-364. Encontra-se na Mesorregião do Vale do

Juruá e faz divisa ao Norte com o Estado do Amazonas; ao Sul com o município de Porto

Walter; a Leste com Tarauacá e a Oeste com os municípios de Mâncio Lima, Rodrigues Alves

e com o Peru. A cidade é a segunda mais populosa do Acre e uma das mais desenvolvidas do

interior do Estado. Sua área é de 7.925 km², abrigando uma população de 80.377 habitantes

(IBGE, 2013) (Figura 10).

O clima neste munícipio é quente e úmido, com duas estações climáticas: a estação

seca (maio a junho) e a estação chuvosa (novembro a abril) (Costa et al., 2010).

Figura 10. Localização espacial do município de Cruzeiro do Sul, estado Acre, Brasil (Fonte:

Costa et al., 2010).

2.2 OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS

Em 2011, foram coletados amostras de mosquiteiros PermaNet 2.0® distribuídos

pelo Ministério da Saúde, a população do município de Cruzeiro do sul em 2007, após o

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registro da maior epidemia neste município . Dos 7000 mosquiteiros distribuídos foram

selecionados aleatoriamente 55, sendo 27 mosquiteiros de rede e 28 de cama para avaliação

da integridade física, Bioensaio de cone e teste colorimétrico, após três anos de uso.

2.2.1 Avaliação da integridade física dos MILD

Para examinar os mosquiteiros, foi utilizado o procedimento do CDC, que consta de

uma estrutura em forma de cubo de aproximadamente 180 cm em cada lado construída

usando tubos e conexões de alumínio. Os mosquiteiros foram dispostos sobre a estrutura para

realização da verificação da integridade física (contagem de furos) (Figura 11 e 12 e Anexo

1).

Figura 11. Esquema de classificação dos lados dos mosquiteiros para contagem de furos

(Fonte: Green et al., 2009)

Logo em seguida os furos foram contados e classificados, de acordo com os

seguintes critérios;

Tamanho 1: Furo onde não entra a ponta do dedo indicador ( <1cm )

Tamanho 2: Furo onde entra a ponta do dedo indicador ( ≥1 cm )

Tamanho 3: Furo onde entra o punho fechado ( ≥ 8,0 cm )

Os dados referentes aos furos, costuras e também o local de maior dano observado

em cada lado dos mosquiteiros foram registrados em formulário específico (Anexo I).

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Figura 12. Esquema de montagem de mosquiteiro para contagem de furos (Fonte: Green et

al., 2009)

2.2.2 Coleta de amostras dos mosquiteiros de rede e cama

A coleta das amostras dos diferentes lados dos mosquiteiros foi realizada utilizando

a mesma estrutura para a contagem dos furos.

Para avaliação do efeito residual do inseticida, foram utilizados dez retalhos de 40

cm x 20 cm cortados de diferentes alturas ao longo do mosquiteiro (Figura 13 e 14). Cada

retalho foi cortado ao meio, uma vez que uma amostra de 20 cm foi utilizada para a prova de

cone/colorimétrico e outra também de 20 cm foi armazenada para estudos futuros utilizando

Cromatografia Liquida de Alta Eficiência.

Na lateral A foi cortado um retalho de 40 x 20 cm, na metade da superfície na altura

de 30 cm (de cima para baixo). Nas laterais B e D os cortes foram realizados em três pontos:

(i) na borda esquerda lateral para dentro e do teto para baixo 20 cm, (ii) do centro da parte

superior na altura de 60 cm e o terceiro na altura de 40 cm para cima e 20 cm da borda direita

para dentro. Na lateral C o corte foi realizado na metade da superfície na altura de 30 cm (de

baixo para cima).

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Na lateral E (teto do mosquiteiro) inicia na face do lado A, na altura de 45 cm da

borda para dentro e do lado oposto, lado C se mede igual dimensão, 45 cm e se realizaram os

cortes.

Figura 13. Esquema de coleta das amostras das diferentes faces dos MILD para a prova de

cone e teste colorimétrico (Fonte: acervo IEC/SVS/MS, 2012).

Figura 14. Esquema de coleta das amostras retiradas das diferentes faces dos mosquiteiros de

rede para prova de cone e teste colorimétrico. (Fonte: Adaptado de www.folhabv.com.br).

Os cortes do lado D (lado D1, D2 e D3) ,, são paralelos ao

cortes do lado B, seguindo as mesmas configurações

destes

A

B1

B2

B3

C

E1 E2

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Foram utilizadas 10 amostras de mosquiteiros de cama de tamanho 40 x 20 cm

cortados ao longo do mosquiteiro, conforme o esquema da figura 15.

Figura 15. Esquema de coleta das amostras retiradas das diferentes faces dos MILD de cama

para prova de cone e teste colorimétrico (Fonte: Adaptado de www.portalamazonia.com).

2.2.3 Bioensaio de cone

Cinco mosquitos fêmeas não alimentadas com sangue (com idade de 2 a 5 dias)

foram colocados em cada cone fixado em um pedaço de mosquiteiro ( 20 x 20 cm) ( Figura

16) por um período de exposição de 3 minutos. Ao término do tempo, os mosquitos foram

transferidos para um copo entomológico, mantidos por 24 horas e alimentados com solução

de açúcar. Este procedimento foi repetido com as 10 amostras de todos os mosquiteiros (5 x

10 = 50 mosquitos por mosquiteiro). A morte súbita (knockdown) foi verificada após 60

minutos de exposição e a mortalidade foi analisada após 24 horas de exposição (Anexo 2).

Para cada bioensaio, um controle foi realizado, o que consistiu em expor mosquitos a um

mosquiteiro sem tratamento (não impregnado com inseticida) (WHO, 2005).

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Figura 16. Esquema da prova de cone, apresentando os materiais necessários: (a) cronômetro;

(b) fita crepe; (c) capturador de castro; (d) algodão; (e) cone; (f) copo entomológico e (g)

amostras dos MILD (Fonte: acervo IEC/SVS/MS, 2013).

2.2.4 Coleta de amostras de inseticida dos mosquiteiros

Foi fixado um bastidor no retalho de 20 x 20 cm. O retalho foi esticado e preso no

aro externo. No aro interno foi colocado o molde orientador no aro superior e foi fixado com

um clipe de modo que o molde orientador ficasse em contato com o mosquiteiro (Figura 17).

A coleta das amostras de resíduo de inseticida foi retirada com papel filtro com o

auxílio de um dispositivo magnético (MSD) (Figura 18). O MSD foi deslizado 30 vezes no

sulco 1, os papéis filtros foram acondicionados em papel alumínio rotulado com a posição no

mosquiteiro (A, B, C, D, ou E) e o número do sulco, este procedimento foi repetido para o

sulco 2.

c

d

a

e

b g f

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Figura 17. Esquema de coleta de amostra do inseticida: A) molde orientador preso ao

bastidor e ao mosquiteiro com um clipe. As amostras com inseticida foram retiradas a partir

da tela do mosquiteiro ao longo do sulco 1 e 2. B) esquema de utilização do DSM para

coletar amostras de residuo de inseticida na superficie do mosquiteiro (Fonte: Green et al,

2009).

Figura 18. Diagrama esquemático de uma unidade completa de MSD (Fonte: Green et al,

2009)

2.2.5 Teste colorimétrico

O teste colorimétrico foi realizado de acordo com o protocolo de Green et al, 2009,

foram utilizadas 5 amostras de mosquiteiros. Nos mosquiteiros de rede foram utilizados as

amostras A, B2 , C, D2 e E2 e nos de cama as amostras A, C, D, G e H.

O teste consistiu inicialmente na colocação de dois discos de calibração de cada

uma das concentrações [1µg, 0,5 µg, 0,25 µg e 0 (em branco)] na linha superior da placa de

(A) (B)

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33

24 poços Costar® (Figura 19 ). Foram colocados os dois discos de amostra do sulco 1 em um

único poço e foi realizado o mesmo para os discos de amostra do sulco 2. Os discos ficaram

no fundo do poço em contato com os reagentes. Foi adicionado 0,2 mL de reagente A

(solução contendo 30 mg de 1,2-dinitrobenzeno e 4-nitrobenzaldeido dissolvido em

isopropanol) em cada poço que foi deixado por cinco minutos para permitir que o inseticida

do disco se dissolvesse no solvente. A reação foi ativada por adição de 0,05 mL (50 µg) de

reagente B (0,05 mL de 0,4 hidróxido de sódio) e que foi homogeneinizada com batidas

suaves na placa. Depois de 2-5 minutos, uma cor púrpura foi observada. Uma vez que a cor

foi formada para o disco de menor concentração de referência, a placa estava pronta para ser

fotografada.

A– mosquiteiros de rede B- mosquiteiros de cama

Figura 19. Esquema de posicionamento dos discos dos MILD para mosquiteiros de rede (A) e

mosquiteiros de cama (B).

A microplaca foi fotografada seguindo os passos abaixo:

A placa foi colocada na caixa de luz (Figura 20)

Foi colocada uma capa sobre a placa para evitar interferência de luz externa.

A câmera fotografica foi colada na abertura da caixa de luz

Disco de calibração

Posição A

Posição B2

Posição C

Posição D2

Posição E2

0 µg 0,5µg 1µg 2µg

Posição A

Posição C

Posição D

Posição G

Posição H

0 µg 0,5µg 1µg 2µg

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34

A câmera foi definida para "sem flash" e "macro" (para close-ups) e a placa foi

fotografada.

A foto foi tranferida para um computador para o processamento das imagens.

Figura 20. Demonstração do ato de fotografar a microplaca com o resultado do teste

colorimétrico (Fonte: Green et al., 2009).

2.2.6 Análise das imagens

Para a análise das imagens, utilizou-se o programa MVHimagePCv8, de acordo

com a descrição abaixo.

a) Para cada poço, foi selecionada a ferramenta de linha do” software”, em seguida,

gravou-se o componente vermelho dos pixels (Pixel leitura "1"). Esse processo foi repetido

para obter um padrão transversal (Pixel leitura "2") (Figura 21).

Leitura de pixel 1

Leitura de pixel 2

Disco de calibração

Posição A

Posição B2

Posição C

Posição D2

Posição E2

0 µg 0,5µg 1µg 2µg

Amostras

Iluminação

Câmera

fotográfica

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35

Figura 21. Esquema de leitura dos dois valores dos pixels, por poço.

b) A média das medidas vermelhos dos pixels obtidos do programa

MVHimagePCv8 foi registrada em planilhas eletrônicas ( tabela 1, anexo 3) .

c) A média das duas medições de pixels para os discos de calibração foi calculada

utilizando a forma logarítmica da média (tabela 2, anexo 4).

d) O valor coeficiente de correlação R2.

e) A curva padrão foi preparada utilizando a planilha do Excel. Os valores do eixo x

foram de 0, 0,5, 1, e 2 µg. Os valores do eixo y foram o log da média dos pixels associados

com cada um dos discos de calibração. A inclinação e intercepto-y foram calculados a partir

da função dos valores de log y e x (Figura 22).

Figura 22. Exemplo de um gráfico de regressão linear da curva padrão obtida a partir dos

discos de calibração.

f) A expressão linear foi utilizada para determinar a concentração de deltametrina

nas amostras, através da fórmula:

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y = inclinação * log (x) + intercepto

Onde:

=

x = média das duas medições de pixels vermelhos para cada poço. De modo a obter os

valores de inclinação e de intercepto, foi necessário construir uma curva de calibração

utilizando uma folha de cálculo. Para isso, os dados da Tabela 2 foram digitados na planilha e

calculados segundo a fórmula mostrada na Tabela 3 (anexo 3 e 4).

Para calcular a quantidade de inseticida sobre a superfície de um local de

amostragem do mosquiteiro, substitui-se o valor de log da média de leituras de pixel vermelho

da fórmula pelos valores da inclinação e intercepto calculados anteriormente.

2.2.7 Bioensaio de Garrafa

A prova de garrafas permite estabelecer os níveis de resistência de uma população

de mosquitos criada no insetário ou coletada no campo. A solução padrão do inseticida foi

preparada diluindo 1,25 mg do inseticida deltametrina (C22H19Br2NO3) em 100 mL de

acetona, colocada em vidro âmbar e armazenada em refrigerador (4-8ºC).

As cinco garrafas necessárias para o teste foram retiradas da estufa 30 minutos

antes do teste e em cada uma foi colocado 1 mL de acetona. As garrafas foram fechadas e

devidamente identificadas com o nome e concentração do inseticida. Usando uma

micropipeta, foi adicionada em cada garrafa 1mL da concentração correspondente do

inseticida (12,5µg). Na garrafa controle foi usada apenas acetona. Então, foram fechadas e

agitadas para que a acetona se misturasse ao inseticida, invertendo as mesmas para que

tivessem o fundo e a tampa impregnados. Após, foram colocadas na posição horizontal sobre

um tecido e roladas para garantir que toda superfície interna ficasse impregnada. As tampas

foram removidas e após evaporação total do líquido, as garrafas foram deixadas sem tampas

sobre a bancada e cobertas para proteção da luz. O teste foi realizado depois de 12 horas de

impregnação.

Foram colocados 20 mosquitos em cada garrafa, soprando suavemente para evitar

mortalidade, mas de uma só vez. As garrafas foram colocadas na posição vertical para ser

feita a leitura (número de mosquitos mortos) em cada 15 minutos até 30 minutos. O resultado

y = quantidade de inseticida sobre a superfície do mosquiteiro

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final foi a soma do número de mosquitos mortos a cada intervalo de 15 minutos, o que foi a

base de cálculo da porcentagem de mortalidade (Figura 23) (CDC, 2008).

Preparação das garrafas

Impregnação das garrafas:

Fase 1: aplicação do inseticida

Fase 2: Homogeinização do inseticida na garrafa

Solução Padrão de inseticida

Inseticida

ug/ml

Inseticida

ug/ml

Inseticida

ug/ml

Inseticida

ug/ml

Controle

Etanol ou

Acetona

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Fase 3: Evaporação da Acetona ou Etanol

Fase 4: Colocação dos exemplares de mosquitos

Figura 23. Esquema de preparação e das fases de impregnação das garrafas (Fonte: Adaptado

CDC, 2008).

2.3 ANÁLISE DE DADOS

O estado físico dos mosquiteiros foi realizado contando o número de furos, o

tamanho (1, 2 e 3) dos furos por cada lado e localização do maior dano (teto, região superior,

média e inferior). Os resultados da eficácia dos MILD foram analisados com base no

protocolo da Organização Mundial de Saúde (OMS), a eficácia deve ser mortalidade ≥ 80%.

Controle

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No teste colorimétrico foi analisado a concentração de inseticida deltametrina sobre

a superfície dos MILD, utilizando o software MVHimagePCv8 e Excel para análise das

imagens e cálculo dos dados, respectivamente, conforme metodologia proposta pelo CDC, a

quantidade total de inseticida nos mosquiteiros novos e não utilizado PermaNet 2.0 é de 55

mg/m2 de ± 25%. Procedimentos de padronização feitos pelo laboratório no CDC mostraram

que a quantidade de deltametrina sobre a superfície de um mosquiteiro novo é de 2,47µg (IC

de 95%, 2,29-2,65). Além disso, os testes mostraram que, quando a quantidade de inseticida

na superfície atinge 0,36 µg / amostra, a mortalidade de 80% é observada no bioensaio cone.

A suscetibilidade dos mosquitos anofelinos aos inseticidas foi interpretada de

acordo com a OMS: mortalidade de 98% a 100% indica suscetibilidade, 80% a 97% de

mortalidade sugere a possibilidade de resistência que precisa ser confirmada e mortalidade <

80% sugere resistência (CDC 2008).

Foi utilizado o teste Qui-Quadrado BIOESTAT 5.0 para comparação entre

mortalidade observada no bioensaio de cone e quantidade de inseticida no teste colorimétrico.

2.4 ASPECTOS ÉTICOS

Este projeto não tem como individuo da pesquisa o homem, mas sim os vetores e,

portanto, não foi submetido ao CEP.

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3. RESULTADOS

3.1 MOSQUITEIROS DE REDE

3.1.1 Integridade Física

Nos 27 mosquiteiros de rede analisados quanto à integridade física foram

encontrados 473 furos (média de 17,52 furos por mosquiteiro), dos quais mais de 61,31%

eram tamanho 1 (< 1 cm) e o lado com maior número de furos foi o B ( 15,64%) que

apresentou uma média de 2,74 furos (Tabela 5). Em 16 MILD foram encontrados 40 falhas

nas costuras entre os painéis, sendo 70% de tamanho 2. Os maiores danos foram na região

superior e inferior (Figura 23). Evidências de reparos nos furos foram encontradas.

Estes resultados mostram que 100% dos mosquiteiros apresentavam algum dano

após três anos de uso.

Figura 24. Número de danos encontrados por região dos MILD.

15

67

20

45

0

20

40

60

80

Região Teto (T) Região Superior (S) Região Média(M) Região Inferior (I)

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3.1.2 Bioensaio de cone

Os mesmos 27 MILD de rede foram submetidos ao bioensaio de cone utilizando

mosquitos de campo. Em 25 dos 27 MILD a mortalidade foi < 80% e apenas 2 ( > 80%). A

média de mortalidade dos 27 MILD foi de 49%.

Analisando a mortalidade por lado (A, B2, C, D2 e E2), o lado A (54%) apresentou

maior mortalidade seguido do lado D2 e E2 com 49% cada (Figura 25).

Desta forma, os 25 MILD de rede que apresentaram índice de mortalidade inferior a

80% não alcançaram o critério de eficácia, visto que os mosquitos anofelinos expostos não

sofreram a ação dos MILD.

Figura 25. Distribuição da média da mortalidade dos mosquitos anofelinos expostos por cada

lado dos MILD.

3.1.3 Teste colorimétrico

Na análise de retenção de inseticida deltametrina nos 27 MILD de rede foi

encontrada uma média de concentração de 0,5 µg de inseticida por amostra, sendo que 11

MILD estavam com a concentração < 0,36 µg e 16 amostras ≥ 0,36 µg.

Na análise dos lados, o lado E2 apresentou maior concentração de inseticida

(0,61µg) seguido do C (0,54 µg) (Figura 26).

54%

44% 47% 49% 49%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

A B2 C D2 E2

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Figura 26. Distribuição da média da concentração de inseticida deltametrina por lado dos

MILD rede.

3.1.4 Análise estatística

Os testes de bioensaio de cone e colorimétrico foram comparados utilizando o teste

qui-quadrado. Portanto analisando mortalidade e concentração de inseticida das amostras, os

lados A, B2, C, D2 e E2 apresentaram os seguintes valores de p respectivamente, (p= 0,0648;

p= 0,4311, p= 0,5337, p= 0,0400; p= 0,4376), apenas o lado D2 foi significativo entre a

mortalidade dos mosquitos e concentração de inseticida deltametrina.

3.2 MOSQUITEIROS DE CAMA

3.2.1 Integridade Física

Na avaliação física dos 28 MILD de cama foram encontrados 547 furos (média de

19,54 furos por mosquiteiro), sendo que mais de 65,81% desses furos eram tamanho 1 (< 1

cm) e o lado com maior número de furos foi o lado E (16,27%) que apresentou uma média de

3,17 furos (tabela 6). Em dois MILD de cama foram encontrados três falhas nas costuras entre

os painéis. Os maiores danos foram na região inferior (Figura 27)

Estes resultados mostram que 92,58% dos MILD de cama estavam danificados após três anos

de uso.

0,4780,400

0,5460,479

0,613

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

A B2 C D2 E2

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Figura 27. Número de danos encontrados por região dos MILD.

3.2.2 Bioensaio de cone

No bioensaio utilizando mosquitos de campo, 28 amostras de MILD de cama foram

analisadas e em 26 MILD a mortalidade foi < 80% e em apenas 2 ( > 80%). A média de

mortalidade das 28 amostras foi de 31%.

Analisando a mortalidade por lado (A, C, D, G e H), o Lado A (média 36%)

apresentou maior mortalidade seguido do lado H com 32%.

Dos 28 MILD de cama analisados, 26 não alcançaram o critério de eficácia, pois, o

índice de mortalidade foi inferior a 80%, isto é, os mosquitos anofelinos não sofreram ação

dos MILD (Figura 28).

Figura 28. Distribuição da média de mortalidade por lado para MILD de cama.

36%

30%25%

31% 32%

0%

10%

20%

30%

40%

A C D G H

315 16

120

0

20

40

60

80

100

120

140

Região Teto (T) Região Superior (S) Região Média (M) Região Inferior (I)

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3.2.3 Teste colorimétrico

Na análise de retenção de inseticida deltametrina nos 28 MILD de cama foi verificada uma

média de concentração de 0,3 µg de inseticida por mosquiteiro, sendo que 24 MILD

apresentavam concentração < 0,36 µg e 4 amostras ≥ 0,36 µg.

Na análise dos lados, o lado A apresentou maior concentração de 0,4µg de

inseticida seguido do painel D (0,3 µg) (Figura 29).

Figura 29. Distribuição da média da concentração de inseticida por lado para MILD de cama.

3.2.4 Análise estatística

Os testes de bioensaio de cone e colorimétrico foram comparados utilizando o teste

Qui-Quadrado. Portanto, analisando mortalidade e concentração de inseticida das amostras de

mosquiteiros de cama os lados A, C, D, G e H apresentaram os seguintes valores de p, (p=

0,8151; p= 0,4979, p= 0,6532, p= 0,4979; p= 0,7843 respectivamente), o valor de p não foi

significativo entre a mortalidade dos mosquitos e concentração de inseticida deltametrina

presente nas amostras de MILD.

3.2.5 Bioensaio com garrafas

Para avaliação da susceptibilidade dos mosquitos anofelinos aos piretróides, foram

realizados dois testes de Bioensaio de garrafas em Cruzeiro do Sul, apresentando mortalidade

de 98%,indicando suscetibilidade dos anofelinos aos piretróides.

0,413

0,2480,304

0,255 0,262

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

A C D G H

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4. DISCUSSÃO

O município de Cruzeiro do Sul vem intensificando medidas de controle de vetores

de malária e entre elas estão a borrifação residual e uso de MILD, que tem o objetivo de

diminuir ou dificultar o contato homem-vetor.

Este estudo avaliou a integridade física, analise química e biológica dos MILD e é o

primeiro a ser realizado no Brasil. Esta avaliação foi realizada após três anos de uso.

Os resultados deste estudo mostram que em três anos de uso 96,36% dos MILD

estavam danificados, porém alguns mosquiteiros ainda apresentavam boas condições físicas

visto que a proporção de furos tamanho 1 (<1,0) foi maior ( 61%), indicando que eles ainda

eram efetivos como barreira física. O tamanho dos furos encontrados nos mosquiteiros é um

ponto relevante na avaliação porque um furo grande (tamanho 2 ou 3) propicia a entrada de

mosquitos sem que os mesmos entrem em contato com o inseticida do MILD, ou seja,

anulando sua ação como barreira física. Já os furos pequenos fazem com que o mosquito sofra

a ação do inseticida do mosquiteiro, o que é o papel deste tipo de estratégia de controle (Wills

et al, 2013). Resultados semelhantes foram encontrados em Gana após 38 meses de uso, pois

52,1% eram furos de 0,5-1,0 cm de diâmetro (Smith et al, 2007). Outro estudo realizado em

Laos e Zanzibar mostrou que 40% e 68% respectivamente dos MILD estavam danificados

após três anos de uso (Shirayama et al, 2007; Haji et al, 2013).

Nos mosquiteiros de rede os maiores danos foram localizados na região superior e

inferior. Na região superior, os danos são explicados pelo hábito de colocar nas laterais

superiores dos MILD uma “vara” (bastão de madeira bruta) para que os mosquiteiros fiquem

bem esticados e assim ocasionando rasgões na superfície. Quanto à região inferior é por ser o

local de maior manipulação e por onde as pessoas entram e saem dos mosquiteiros.

Nos MILD de cama os maiores danos foram registrados na região inferior, e isto é

devido a ser o local de maior contato com o estrado da cama (madeira sem acabamento) que

causa os rasgões. Além disso, as pessoas tem o costume de fazer um nó para guardá-los ou

fixá-los em paredes que possuem geralmente materiais pontiagudos, o que os danificam.

Assim, aproximadamente 37% dos mosquiteiros que apresentavam danos maiores do que

furos tamanho 1 possibilitando o contato homem-vetor, deveriam ter sido substituídos antes

dos 3 anos de uso.

No teste de Bioensaio de cone dos 55 MILD (28 de rede e 27 de cama), ficou

demonstrada a perda de eficácia do inseticida deltametrina contido nos referidos mosquiteiros

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após 3 anos de uso, pois a mortalidade dos mosquitos expostos foi menor que 80% (média de

mortalidade 40% em 24 horas). Não nos é possível pontuar quando os MILD deixaram de ser

eficazes já que só foi realizada uma única avaliação após substituição dos mosquiteiros. O

ideal seria ter feito avaliações semestrais ou anuais para acompanhar a perda da eficácia do

inseticida com o fim de identificar exatamente o tempo de duração dos mosquiteiros nas

condições em que estão sendo usados pela população e assim planejar as substituições dos

mosquiteiros de forma mais correta e não somente baseados nas informações do fabricante.

Todavia, nos foi possibilitado realizar as análises somente após a retirada dos mesmos, isto é,

após 3 anos. Em estudo realizado em Laos observou-se que há necessidade de substituição

dos mosquiteiros antes dos 3 anos (Haji et al, 2013). Wills et al, (2013) observaram em estudo

realizado na Etiópia que a eficácia dos MILD diminuiu ao longo do tempo. O fabricante dos

MILD utilizados nesta estratégia de controle da malária em Cruzeiro do Sul-AC preconiza a

durabilidade e efetividade de 3 anos, ao que não podemos nos contrapor.

A mortalidade baixa encontrada no bioensaio não é um indicativo de resistência dos

mosquitos anofelinos à deltametrina e sim baixa ação do inseticida, pois os testes de garrafa

que avaliam a resistência dos mosquitos anofelinos a inseticidas realizados no município

mostraram que os mosquitos anofelinos da região são susceptíveis aos piretróides. Diversos

fatores podem reduzir a eficácia dos mosquiteiros, como lavagens frequentes e inadequadas e

a maneira de secar em luz solar direta (Haji et al, 2013). Não podemos inferir qualquer destas

causas para este estudo, visto que não tivemos acesso aos dados quanto aos cuidados da

população com os mosquiteiros. De acordo com os fabricantes a lavagem deve ser suave com

água e sabão e expor a sombra após lavado, nunca expor diretamente ao sol.

Na análise do teste colorimétrico a concentração média encontrada nas amostras de

rede foi de 0,5µg, diferente de cama que foi de 0,3 µg. Apesar disso, não se observou

diferença estatística significativa entre mortalidade no teste de cone para rede ( 49%) e cama

(31%). Assim, os MILD com concentração acima de 0,5µg (valor acima do ponto de corte

0,36µg) não tiveram impacto sobre a mortalidade dos anofelinos. Green et al. , 2009

demonstraram que mosquiteiros utilizados na África contendo menos que 15% da

concentração do inseticida (0,36/2,47) indica que o MILD falhou e por isso é que 0,36µg é

utilizado como ponto de corte. Em contrapartida, no nosso estudo observou-se que dos 16

mosquiteiros de rede em que o valor do teste colorimétrico foi acima de 0,36µg, 14

apresentaram mortalidade inferior a 80% e nos 4 de cama dois falharam. Baseados nestes

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resultados podemos então levantar a hipótese que o ponto de corte utilizado para África deve

ser diferente do usado para o Brasil porque as espécies de mosquitos anofelinos são diferentes

e o nível de susceptibilidade destes aos inseticidas também. A nossa proposta é que outros

estudos sejam realizados para determinar o ponto de corte para espécies de mosquitos

anofelinos do Brasil, e este provavelmente será maior do que o proposto para a África.

Na análise dos lados (A, B2, C2, D2 e E2) dos MILD de rede, a posição com maior

concentração de inseticida foi E2 (lado superior) e no de cama lado A (lateral superior).

Ambas são posições de pouco contato com as pessoas ou objetos. Mesmo tendo um ou dois

lados com alta concentração de inseticida, isso não classifica o mosquiteiro como boa barreira

química, isto é, que vai realmente agir com inseticida ou repelente e assim impedir ou

diminuir o contato homem-vetor.

Foi observado em estudos na África que os níveis de deltametrina na superfície dos

MILD pode variar de acordo com o período, já que em 6 meses aproximadamente 80%

permaneceu sem diferenças significativas e no período de 12 a 24 meses houve diferenças

significativas entre os lados, sendo as regiões inferior e superior (teto) as de maior exposição

(Green et al, 2013). Quando estes mesmos autores avaliaram a meia vida da deltametrina nos

mosquiteiros, o lado inferior apresentou meia vida de 2,4 meses e o lado lateral superior 5,6, o

que demonstra que a eficácia do inseticida está intimamente relacionada à forma de

manipulação dos MILD, já que na África a população tem o hábito de armazenar os

cobertores no teto dos mosquiteiros, o que justifica a menor concentração encontrada nesta

posição em relação ao lado lateral superior. Quanto ao lado inferior, independente da

população usuária, apresenta menor concentração de inseticida ao longo do tempo por ser a

área de maior manipulação (entrada das pessoas, contato com roupa de cama e com outros

objetos) (Green et al, 2013).

Nosso estudo demonstrou ainda que os resultados do Bioensaio de cones e o teste

colorimétrico se equivalem já que quando comparados para os dois tipos de mosquiteiros

utilizados, não foi encontrada diferença significativa. Este fato mostra que qualquer um dos

dois testes pode ser utilizado na avaliação de durabilidade dos mosquiteiros. Desta forma, será

mais fácil e rápido realizar as análises utilizando somente o teste colorimétrico que é mais

simples e rápido, pois não depende de mosquitos vivos em quantidade suficiente para avaliar

cada mosquiteiro, cerca de 50/ mosquiteiro.

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Considerando o município de Cruzeiro do Sul, onde, durante o surto de malária,

foram implantadas várias medidas de controle e cujo resultado foi positivo, visto que o

número de casos registrados diminuiu vertiginosamente, e que a estratégia do uso de MILD

também foi positiva cabe a reflexão sobre o recente aumento no número de casos,

principalmente os causados por Plasmodium falciparum. Analisando os resultados da única

medida avaliada, os MILD, vê-se que provavelmente está estratégia não foi efetiva durante os

3 anos conforme preconizava o fabricante e que portanto faz-se necessário o estudo periódico

(semestral ou anual) para que se saiba exatamente a hora de substituir os mosquiteiros e

assim não se perder uma ferramenta importante das estratégias de controle da malária.

Cabe ainda ressaltar que o registro do número de casos de malária vem aumentando

desde 2012 e que o índice de malária causada pelo P. falciparum é preocupante (31,5% até

15/06/2014 – SIVEP – Malária). Neste caso, podemos aventar a hipótese de que os MILD

foram estratégicos no controle da malária enquanto efetivos, já que em 2011 foram

substituídos por outros de formato e fabricante diferentes, o que causou recusa elevada por

parte da população, o que teria eliminado o uso de uma ferramenta de controle, no mínimo

estratégica.

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5. CONCLUSÃO

Os resultados das análises dos MILD utilizados por 3 anos pela população do

município de Cruzeiro do Sul permite-nos concluir que :

Os mosquiteiros só exerciam a função de barreira física;

O ponto de corte do teste colorimétrico para espécie de mosquito

anofelinos do Brasil deve ser reavaliado e modificado;

O teste colorimétrico é suficiente para analisar a durabilidade dos

mosquiteiros

É patente a necessidade de proceder às análises periodicamente;

A maioria dos mosquiteiros analisados deveriam ter sido substituídos

antes de completar os 3 anos de uso.

Os mosquitos anofelinos são suscetíveis ao piretróide.

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56

Anexo 1

Formulário de registro de dados para avaliação da condição física do MILD

Investigador: Ficha:

Código mosquiteiro

Tamanho dos buracosb

A a B C D E F G H I

1

2

3

Costura-1c

Costura-2

Costura-3

Maior danod

1

2

3

Costura-1

Costura-2

Costura-3

Maior dano

1

2

3

Costura-1

Costura-2

Costura-3

Maior dano

1

2

3

Costura-1

Costura-2

Costura-3

Maior dano

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Anexo 2

Bioensaio de cone da WHO – Ficha de registro de dados para monitoramento de

MILD

Código de MILD

Espécie de mosquitos

Ficha Cepa de mosquitos

Temperatura (°C):

Idade de mosquitos

Umidade relativa (%):

Investigador

Painel de mosquiteiro

Amostra Hora do

Teste

Numero de mosquitos Porcentagem

de mortalidade

No. Expostos

KD 60min 24 horas

Vivos Mortos

A 1

B

1

2

3

C 1

D

1

2

3

E 1

2

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58

Anexo 3

Tabela 1:Exemplo de planilha eletrônica e os dados que mostram duas medidas pixel

vermelho por poço.

Vermelho

de pixel 0µg 0.5µg 1µg 2µg

Controle 37.7 18.8 17.8 2.8

36.8 22.5 16.4 3.3

Net 1 Net 2

Groove 1 Groove 2 Groove 1 Groove 2

Posição A 39.9 21.6 4.4 2.9

39.6 18.4 7.3 2.9

Posição B 25.1 33.3 4.5 19.7

24.7 33.4 16 19.4

Posição C 33 29 17.5 15.8

32.7 29.7 18.3 12.5

Posição D 10.6 15.3 17.8 14.1

16.1 17.1 22.8 14.5

Posição E 23.2 8 24.2 23.4

22.7 10.1 23.5 25.2

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59

Anexo 4

Tabela 2: Média pixels vermelho e registrar resultados médios para os discos de

calibração.

make this

calculations.

Control

0 µg 0.5 µg 1 µg 2 µg

Media=(AVG) 37.25 20.65 17.1 3.05

Log AVG 1.57 1.31 1.23 0.48

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60

ANEXO 5

Tabela 3: Resultados de interceptação, inclinação, e R2.

Parâmetros Valor Fórmula

Y-int 1.6118383 =INTERCEPT ((Log AVG), Control))

Slope -0.53434 =SLOPE ((Log AVG),(Control))

R2 0.954147 =R

2((Log AVG), (control))

Tabela 4: Resultados de Média e Log mg / amostra de deltametrina para duas redes.

Posição Net 1 Net 2

AVG Log AVG µg/ sample AVG Log AVG µg/ sample

A 29.875 1.475308 0.267760485 4.375 0.640978 1.829181876

B 29.1 1.463893 0.289123148 14.9 1.173186 0.833171391

C 31.1 1.49276 0.235098741 23.625 1.373372 0.458530599

D 14.775 1.169527 0.840018677 17.3 1.238046 0.711788304

E 16 1.20412 0.775279943 24.075 1.381566 0.443194897

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ANEXO 6

Tabela 5. Resultado dos números de furos por lado e seus respectivos tamanhos (1, 2 e 3) para MILD de rede.

1 0 0 0 0 0 1 6 0 0 0 1 2 0 0 1 0 0 7 1 1 0 2 0 1 2 1 0

2 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2 2 0 0 0 0 1 0 1 0 3 0 0 0 5 2 0

3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0

1 1 0 5 0 0 0 0 0 0 0 1 0 3 0 11 1 1 1 0 1 3 3 0 0 2 3 0

2 0 0 0 0 0 1 2 0 0 0 1 0 0 0 8 0 0 0 3 0 2 10 0 0 0 6 0

3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 1 0 0 0 0 0

1 2 0 4 0 0 0 6 0 0 0 3 0 0 0 8 2 0 0 0 0 4 4 0 0 0 1 0

2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 4 0

3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0

1 0 0 2 0 1 0 1 0 0 0 1 0 4 0 7 0 0 3 0 1 0 0 0 0 5 1 0

2 2 0 0 0 0 0 0 0 2 2 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0

3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0

1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 3 4 2 1 6 1 4 2 0 3 4 1 0 1 3 5 0

2 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 0 1 2 0

3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0

1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2 5 0 2 0 1 3 0 0 2 4 0 0 1 2 0

2 0 0 2 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 7 0

3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0

1 1 0 1 0 0 0 2 0 0 0 2 0 0 0 8 0 1 3 0 0 0 1 0 0 1 0 2

2 1 0 4 0 0 0 2 0 0 0 2 0 0 0 2 0 0 1 0 0 1 1 0 1 3 2 0

3 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 4 0

1 0 0 2 0 0 0 2 0 0 0 2 0 2 0 0 1 0 6 9 O 0 1 0 0 3 4 0

2 2 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 2 0 0 0 5 O 0 0 0 0 1 0 1

3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 O 0 0 0 0 0 1 0

1 1 3 0 0 4 0 0 9 0 1 1 0 0

2 1 0 2 0 2 0 0 0 0 0 2 0 0

3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

1 4 0 3 0 1 0 1 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 2 1 0 5 5 1 0 0 4 0

2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 1 0 1 0 0 0 0 10 2 0 0 0 0 0

3 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 2 0 0 0 0 1 0

473

TOTAL MÉDIA

17,52

MÉDIA

0,96

1,89

RESULTADOS

1,59

1,85

1,70

SOMA TOTAL

45

74

1,67

2,74

1,81

1,33

1,96

MOSQUITEIROS

46

7R 8R 9R 16R 17R 24R18R12R

49

36

53

43

50

51

26

27R1R 2R 25R 26R13R 14R 15R11R 19R 20R 21R 22R 23R

G

H

I

TOPO

10RTAMANHO DE FURO

POR LADO4R 5R 6R

E

F

A

B

C

D

3R

1R a 27R referem-se aos códigos de identificação dos mosquiteiros de rede

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62

ANEXO 7

Tabela 6: Resultado dos números de furos por lado e seus respectivos tamanhos (1, 2 e 3) para MILD de cama.

1 2 0 0 0 0 4 1 0 2 6 0 0 2 0 3 0 2 0 0 0 0 0 0 0 2 0 3 2

2 0 2 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 1 2

3 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 1 2

1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 4 0 1 0 2 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 0 7 0

2 1 3 0 1 0 0 0 0 0 4 0 0 3 2 1 0 0 1 0 0 1 0 1 0 0 0 3 2

3 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0

1 2 1 0 0 0 0 1 0 0 7 0 2 5 4 11 0 0 2 0 0 3 1 1 0 3 0 5 1

2 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 1 0 0 0 1 0 0 0 0 2 0 2 0 3 0

3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0

1 3 0 0 0 0 2 2 0 0 2 0 3 3 1 5 0 9 1 0 7 4 1 2 0 1 0 4 1

2 3 1 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2

3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 1 3

1 0 5 0 0 0 0 4 0 2 5 3 2 2 7 7 0 5 2 1 1 2 0 2 0 2 0 12 0

2 0 3 2 0 0 2 1 0 0 2 0 1 1 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 8 0

3 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

1 0 4 0 0 0 5 0 0 0 4 0 1 5 0 2 0 12 0 0 0 1 1 2 0 0 1 4 5

2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1 2 0 0 1 0 0 0

3 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

1 5 6 2 0 0 0 0 1 1 0 0 1 3 1 3 0 0 0 0 2 4 0 1 0 0 0 2 2

2 1 2 0 0 0 1 1 0 1 1 0 0 1 4 0 0 0 1 0 0 1 3 0 0 0 0 0 0

3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 1 0 0 0

1 1 2 0 0 0 3 0 0 1 9 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 2 0 0 3 0 4 2

2 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 4 0 0 0 1 1 0 0 0 0 3 6

3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

1 3 0 0 0 1 0 0 8 0 3 0 3 0 3 0 1 1 0 6 0

2 3 0 0 0 0 0 0 0 0 4 2 0 0 1 1 0 0 0 1 4

3 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2

1 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2

2 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

TOTAL

547

MÉDIA

19,54

RESULTADOS

MÉDIA

1,68

1,79

2,36

47

2,54

3,18

2,14

2,04

1,89

1,75

0,18

G

H

I

TOPO

10CTAMANHO DE FURO

POR LADO4C 5C 6C

E

F

A

B

C

D

12C3C 28C1C 2C 25C 26C13C 14C 15C11C 19C 20C 21C 22C 23C18C

66

71

89

60

57

5

49

50

SOMA TOTAL

MOSQUITEIROS

53

7C 8C 9C 16C 17C 24C 27C

1C a 28C referem-se aos códigos de identificação dos mosquiteiros de Cama