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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
ROGER KADEL PALOMINO VICTORIA
PLANO DE AÇAO PARA CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NA
POPULAÇÃO DA UBS VILA BOM JARDIM EM PACAJÁ/PA
ALTAMIRA/ PARÁ
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
ROGER KADEL PALOMINO VICTORIA
PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NA POPULAÇÃO DA UBS VILA BOM JARDIM EM PACAJÁ/PA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Saúde da Família, Universidade Federal de Pará, para obtenção do Certificado de Especialista. Orientador: Professor: Lagerson Mauad Freitas
ALTAMIRA/ PARÁ
2018
ROGER KADEL PALOMINO VICTORIA
PLANO DE AÇÃO PARA CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NA POPULAÇÃO DA UBS VILA BOM JARDIM EM PACAJÁ/PA
Banca examinadora Professor (a). Lagerson Mauad Freitas Professor (a). Naíza Nayla Bandeira de Sá–Universidade Federal do Pará Aprovado em Belém, em 16 de Dezembro de2018.
DEDICATÓRIA
Primeiramente a Deus.... Assim como a minha família.
RESUMO
O presente trabalho vem mostrar o projeto de intervenção voltado aHipertensão
Arterial Sistémica como Estratégia na Saúde daFamíliana população da UBSVila
Bom Jardim em Pacajá/PA.HAS é uma síndrome que se caracteriza basicamente
pelo aumento dos níveis de pressão arterial, tanto sistólicos como diastólicos, o mais
importante causador de doença cardiovascular e a principal causa de morte no
mundo é um fato que fatores de risco tais como obesidade, sedentarismo, hábitos
inadequados de alimentação, tabagismo, baixos níveis de escolaridade e o
analfabetismo, causam aumento e manutenção dos casos de Hipertensão Arterial
Sistémica, além de não adesão ao tratamento. Este trabalho tem como objetivo
elaborar um plano de ação para aumentar a adesão ao tratamento e melhorar o
acompanhamento por parte da equipe da saúde visando prevenir as complicaçõesda
HAS na UBS Vila Bom Jardim de Pacajá/PA. Na metodologia foi realizado primeiro
o Diagnóstico Situacional de Saúde pelo método da estimativa rápida, para
identificar os principais problemas, identificar os nos críticos e as formas de atuação
sobre eles, identificar os atores envolvidos, a viabilidade política, os recursos
necessários, e os meios a serem utilizados para o objetivo pudesse ser alcançado.
Foi elaborado pela revisão narrativa da literatura, através de dados oferecidos pela
Secretaria da Saúde,IBGE, Biblioteca Virtual da Universidade de Minas Gerais,
Scientific Electronic Library Online (Scielo). Foram propostas intervenções que
possam garantir a redução da incidência e a adesão a o tratamento dos pacientes
com HAS. Para o desenvolvimento do Plano de Intervenção foi utilizado o Método do
Planejamento Estratégico Situacional (PES), e concluiu-se que há uma necessidade
de intervir no atendimento dos pacientes com a HAS para poder contribuir com a
Educação Permanente em saúde e a prevenção de complicações.
Palavras chaves: Estratégia Saúde da Família. Atenção Primária à Saúde.
Hipertensão Arterial e Educação em saúde.
ABSTRACT
The present study show the intervention project about SystemicArterial Hypertension
as Strategy in Family Health in UBS Vila Good Garden of Pacajá/PA. SAHis a
syndrome that is characterized essentially by increased level of both systolic
pressure as diastolic, the most important cause of cardiovascular disease and the
leading cause of death in the world it is a fact that de risk factors such as obesity,
physical inactivity, the inadequate foods habits, smoking, low levels as schooling and
illiteracy, cause increase and maintenance of cases of hypertension in addition to the
non-adherence the treatment. This work had as objective to draw up one plan of
action to increase treatment adherence and improve monitoring by the family health
team in order the prevent the complications of hypertension in UBS Vila Good
Garden of Pacajá/PA, in the Primary Health Care. Was help, first, a situational
diagnostic by rapid estimation method to identify the vectors of the problem, identify
critical node, as ways of action on them, identifying the actor involved, the politic
viability, the resources and the means to be used for that goal could be achieved.
Was prepared to review the narrative literature, through data offered by to Secretary
of Health, IBGE, by of the Virtual Health Library, Virtual Library of the Federal
University of Minas Gerais, Scientific Electronic Library Online (SCIELO), and many
other literatures. Interventions have been proposed which could ensure a reduction in
the incident of SAH. For the development of the contingency plan was used the
method of the Situational Strategic Planning(SSP) , and Its concluded, that there is
a need to intervene in the care of hypertensions patents, in order to be contributing
with health education and prevention of complications.
Keywords: Systemicarterial hypertension.Family health strategy.Primary Health Care.
Risk factor.The family health team.
7
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABS
AVC
Atenção Básica à Saúde
Acidente Vascular Cerebral
APS
DCV
Atenção Primária à Saúde
Doença Cardiovascular
DM Diabetes Mellitus (Diabetes mellitus)
ESF Estratégia Saúde da Família
eSF
FR
Equipe de Saúde da Família
Fator de Risco
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MS Ministério da Saúde
PSF Programa Saúde da Família
UBS
APS
HAS
Unidade Básica de Saúde
Atenção Primária à Saúde
Hipertensão Arterial Sistémica
8
LISTA DE TABELAS
Tabela No.1- Aspectos Demográficos da População na Vila Bom Jardim
(2018).
Tabela No.2- Proporção de doentes com HAS por sexo na população na Vila
Bom Jardim (2018).
Tabela No. 3- Número de pessoas que trabalham na UBS V. Bom Jardim
Tabela No.4- Classificação de prioridade para os problemas identificados no
diagnóstico da comunidade adscrito à equipe de Saúde da UBS Vila Bom
Jardim, Unidade Básica de Saúde Vila Bom Jardim, município de Pacajá,
estado de Pará.
14
15
16
18
Tabela No.5– Operações sobre o “nós críticos” relacionado ao problema
“Hipertensão Arterial Sistêmica”, na população sob responsabilidade da
Equipe de Saúde da Família Vila Bom Jardim, do município Pacajá, estado
de Pará.
55
Tabela No. 6- Pacientes inseridos no Programa HIPERDIA na Equipe
de Saúde da Família Vila Bom Jardim, do município Pacajá, estado de
Pará.
Tabela No. 7- Pacientes com HAS e fatores de Risco na UBS Vila Bom
Jardim, do município Pacajá, estado de Pará.
Tabela No. 8- Resultados do Projeto.
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60
60
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 10
1.1 Aspectos gerais do município 11
1.2 Aspectos da comunidade 12
1.3 O sistema municipal de saúde 13
1.4 A Unidade Básica de Saúde Vila Bom Jardim 13
1.5 A Equipe de Saúde da Família Vila Bom Jardim, da Unidade Básica
de Saúde Vila Bom Jardim.
16
1.6 O funcionamento da Unidade de Saúde da Equipe Vila Bom Jardim 16
1.7 O dia a dia da equipe Vila Bom Jardim 16
1.8Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da
comunidade (primeiro passo)
17
1.9Priorização dos problemas – a seleção do problema para plano de
intervenção (segundo passo)
18
2 JUSTIFICATIVA 19
3 OBJETIVOS 20
3.1Objetivo geral 19
3.2 Objetivos específicos 19
4 METODOLOGIA 21
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 22
5.1 Estratégia Saúde da Família 22
5.2 Atenção Primária à Saúde 41
5.3 Hipertensão
5.4 Educação em Saúde
43
48
6 PLANO DE INTERVENÇÃO 53
6.1 Descrição do problema selecionado (terceiro passo) 53
6.2 Explicação do problema (quarto passo) 53
6.3 Seleção dos nós críticos (quinto passo) 54
6.4Desenho das operações (sexto passo) 54
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
60
61
10
1 INTRODUÇÃO
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um dos principais de problemas de
saúde do mundo, doença que produz uma grande co-morbimortalidade, atuando
como doença propriamente dita e como fator de risco para desenvolver outras
doenças, com alta mortalidade e morbidade.
Brasil não está isento da HAS, sendo os dados de mais menos entre um 17 ao
47% a prevalência da doença no pais.
O presenteTrabalho de Conclusão de Curso de pós-graduação em Saúde da
Família – modalidade de ensino à distância, está organizado nas seguintes unidades
de trabalho: análise situacional, análise estratégica, relatório da intervenção,
avaliação da intervenção, relatório da intervenção para os gestores, relatório da
intervenção para a comunidade, reflexão crítica sobre o processo pessoal de
aprendizagem, as referências bibliográficas e os anexos.
O volume trata de uma proposta de intervenção com o objetivo de melhorar o
controle da hipertensão na população no PSFVila Bom Jardim, no município de
Pacajá/PA. A análise situacional descreve de forma geral o município ao qual
pertenece à unidade e, ainda a descrição da unidade e os profissionais que formam
parte da equipe de saúde.
Na análise estratégica desenhamos os objetivos, metas, metodologia, ações
propostas para a intervenção, enfatizando em cada um destes elementos, sendo
definidos os objetivos, metas, indicadores, ações e logística para desenvolver a
intervenção.
No relatório da intervenção fazemos uma análise das ações previstas no projeto
que foram desenvolvidas, as ações que não foram desenvolvidas, as dificuldades
encontradas na coleta e sistematização dos dados e por último, uma análise da
viabilidade da incorporação à rotina do serviço das ações previstas no projeto.
11
Na avaliação da intervenção são apresentados a discussão e os resultados
obtidos durante a mesma. No relatório da intervenção para os gestores e
comunidade fazemos um relato dos pontos mais importantes enfatizando as ações
que foram e que não foram desenvolvidas na intervenção, assim como um resumem
em que se apresenta a realidade anterior e após a intervenção realizada.
Ao final, fizemos uma reflexão crítica sobre o processo pessoal de aprendizagem
relacionado com a intervenção e com os demais conteúdos do curso. Por último
apresentamos nos anexos os instrumentos utilizados para desenvolver a intervenção
e as referências bibliográficas. (BIBLIOTECA VIRTUAL, 2018).
1.1 Aspectos gerais do município
Pacajá compreende um área de 11 832,183 km². É uma cidade com 46 383
habitantes (estimativa do IBGE para o ano de 2017), mas já hoje tem estimativas
informais de perto de 52000 pessoas. Pacajá está localizada na região sudoeste e
distante a mais de 600 km da capital do Estado (Belém). A ocupação do território de
Pacajá está intimamente ligada a construção da Rodovia
Transamazônica na década de 1970. Às margens do rio Pacajá foi montado um
canteiro de obras para dar suporte aos operários construtores da rodovia. O
crescimento social, não foi acompanhado do correspondente crescimento
econômico, de infraestrutura, e, muito menos, de um desenvolvimento social. PIB
per capita 8627,82 R$, pelo qual se entende como um PIB baixo. (IBGE;
SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE, 2017).
A cidade vive basicamente da agricultura (cacau), exportando ele; e pecuária. A
atividade política partidária é polarizada entre dois grupos políticos tradicionais que
vêm se revezando à frente da administração, mais existe um predomínio do PMDB.
O município tem características especiais predominantemente rural, as maiorias
das ruas são de terra, o que faz que exista muita poeira, o ambiente quente e seco
alterna com o período chuvoso de 6 em 6 meses no ano, predominam as motos.
12
A cidade sempre teve uma tradição forte na área cultural-religiosa. Os principais
eventos socioculturais são as reuniões e cultos bíblicos, churrascos e algumas
atividades festivas de índole individual e coletiva caraterizada pela ingesta de álcool
e consumo de Maconha.
Na área de saúde, a cidade tem muitas dificuldades para consultas
especializadas, como pediatria e gineco-obstetricia, conta com atendimento e
cuidado hospitalar no hospital, só que ele ainda está longe de cumprir as normas
sanitárias e estruturais do um Hospital. Há cerca de cinco anos o município adotou a
estratégia de saúde da família para a reorganização da atenção básica e conta hoje
com 10 equipes, 7 equipes na zona urbana e 3 equipes na zona rural cobrindo 90%
da população.
1.2 Aspectos da comunidade Vila Bom Jardim
A Vila Bom Jardim é uma comunidade de cerca de 5.250habitantes, com
23micro áreas, localizada na periferia do município Pacajá, que se formou,
principalmente, a partir da construção das Transamazônica na última década, devido
ao número elevado de trabalhadores de maquinas pesadas, com a consequente
redução da agricultura familiar de subsistência, e início de outras formas
económicas. Hoje, a população empregada vive basicamente do trabalho nas
empresas rurais e roças privadas que plantam cacau, do corte e uso da madeira, da
prestação de serviços e da economia informal. É grande o número de
desempregados e subempregados. A estrutura de saneamento básico na
comunidade deixa muito a desejar, principalmente no que se refere ao esgotamento
sanitário e à coleta de lixo. Agora já pelo menos uma vez na semana passa o carro
do lixo. Além disso, parte da comunidade vive em moradias bastante precárias. O
analfabetismo é elevado, sobretudo entre os maiores de 40 anos, assim como a
evasão escolar entre menores de 14 anos. Nas últimas administrações, a
comunidade tem recebido algum investimento público (reestruturação da escola,
centro de saúde e as estradas) em função dos compromissos já antigos, pois não é
muito ativa a associação comunitária. A maioria dos trabalhos são agrícolas, com
muita informalidade no trabalho mesmo e nos pagos... trazendo tudo isto problemas
13
entre famílias, agressões e problemas. A população conserva hábitos e costumes
próprios da população rural brasileira e gosta de comemorar as festas religiosas, em
particular as festas juninas. Igreja temos 2.
1.3 O sistema municipal de saúde Pacajá.
No Sistema Municipal De Saúde tem como Financiamento da Saúde:
Transferências: R$ 13-887.534,92 (2016) dado pelo SIOPS, Recursos próprios:
15,86% e Gasto per capita/ano: R$ 13.671.805,36.(SECRETARIA MUNICIPAL DA
SAÚDE, 2017).
Nas Rede de serviços tem a Atenção Primaria: conta com 8 UBS (7 eSF pelo
projeto mais médicos) (3 postos na zona rural) e 1 equipe convencional. 2 equipes
de saúde bucal, 1 polo de academia de saúde, 1 núcleo de apoio a saúde (NASF).
Na AB tem o SISAB (ESUS AB), SISPRENATAL, SISCAN (PCCU E
MAMOGRAFIA), BOLSA FAMÍLIA, HIPERDIA E SISLOGAB (TESTE RÁPIDO) E
SISPACTO. Na Atenção Especializada: gineco-obstetricia, psiquiatria, 1 CAPS i e 1
laboratório de próteses dentarias (andamento), na Atençãode Urgência e
Emergência: as UBS, o Hospital e 1 SAMU (190). Na Atenção Hospitalar: existe 1
Hospital Municipal Geral (público) (com 33 leitos cadastrados), 1 Hospital Municipal
(privado).
No Apoio Diagnóstico: laboratórios de analise clínica, raios x e ultrassonografia,
10 udts (unidade de diagnóstico e tratamento da malária) na zona rural. Na
AssistênciaFarmacêutica: existe 1 farmácia geral e 1 central de abastecimento
farmacêutico (CAF). Na Vigilânciada Saúde: existe uma equipe muito bem
organizada... possui 3- sendo 1 vigilânciasanitária, 1 vigilânciaepidemiológica e
vigilância ambiental (zoonosese sisagua)
No município tem uma prevalência para as doenças crónicas não transmissível
alta, com um 48% da população envolvida nesse padrão.Só da HAS tem uma
representatividade do 21% da população maior de 15 anos. (IBGE, 2017)
14
1.4 A Unidade Básica de Saúde Vila Bom Jardim
A Unidade de Saúde da Equipe de Vila BOM JARDIM, foi inaugurada no ano
2017, pois existiu outra unidade más foi deteriorando-se, já tinha 10 anos, a
unidades nova está situada na segunda rua principal do bairro que faz a ligação com
o centro da cidade. É uma UNIDAD BASICA DE SAUDE constituída, com trêsáreas
de consulta, sala de espera espaçosa, um área de farmácia, dois área de laboratório
(dotado com microscópio y ferramentas para diagnostico de malária, além de outro
local para coleta de amostras), um área de reunião, um área do dentista (Sem
equipar ainda), um área observação e curativo, um área de triagem, um área de
vacinação, um área para tomar mostras de citologia(PCCU), um área de
esterilização, um área de Copa, um área da cozinha, e 5 banheiros. Nossa área de
trabalho, e dizer o espaço físico seja muito bem aproveitado. A área destinada à
recepção é ampla. Não temos cadeiras para todos, e as vezes a gente tem que
aguardar o atendimento em pé.
As reuniões com a comunidade (os grupos operativos, por exemplo) são
realizadas no salão da Reunião. A população tem muito apreço pela Unidade de
Saúde, fruto de anos de luta da associação. A Unidade, atualmente, está bem
equipada e conta com os recursos adequados para o trabalho da equipe, temos uma
mesa ginecológica, tensiômetro adulto e pediátrico, glicômetro, nebulizador,
instrumental cirúrgico para pequenas cirurgias e curativos.
Daárea de abrangência, da Unidade de Saúde, pode-se dizer que é uma área
geograficamente desfavorecida, e com pouco desenvolvimento económico.
Tabela No. 1- Aspectos Demográficos da População de Bom Jardim (2018).
FAIXA ETÁRIA MASCULINO FEMININO TOTAL %
0-1 ANO 68 88 156 3,0
1-4 ANOS 166 187 353 6,7
5-14 ANOS 246 309 555 10,6
15-19 ANOS 195 276 471 9,0
20-29 ANOS 584 699 1283 24,3
30-39 ANOS 393 421 814 15,5
40-49 ANOS 298 341 639 12,2
50-59 ANOS 213 258 471 9,0
15
60-69 ANOS 89 119 208 4,0
70-79 ANOS 92 115 207 3,9
80 ANOS E MAIS 38 55 93 1,8
TOTAL 2382 2868 5250 100,0
Fontes: (IBGE, 2017).
Na Tabela No 1 demostra-se ter mais população na faixa etária de 20 a 29
anos, com 1283 pessoas, para um 24,3%. A taxa de crescimento anual da
população no ano 2007-2017 foi de 2,35, igual á que do município global. População
maior de 15 anos 4186.
Existem muitos problemas de saúde, mas os mais prevalentes são: HAS, DM,
ACV, Hiperlipidemias, Verminoses, Síndrome de Fluxo Vaginal, Caries Dentais. Mas
o problema mais frequente e com uma importância capital é a HAS.
Tabela No. 2 - Proporção de doentes com HAS por sexo na Vila Bom Jardim 2018
Fonte: Prontuários, 2018
Na anterior tabela descreve-se a proporção de doentes com HAS na
população maior de 15 anos, da área de abrangência na Vila Bom Jardim. Sendo o
quadro de HAS diretamente proporcional a idade, além disso tem um número total
de doentes, ligeiramente maior de homens que de mulheres.
15-29 30-49 50-59 60 e mais Total
Feméas Masculinos
16
1.5 A Equipe de Saúde da Família Vila Bom Jardim, da Unidade Básica de
Saúde Vila Bom Jardim.
Tabela No. 3 - Número de pessoas que trabalham na UBS Vila Bom Jardim
Pessoal da UBS Vila Bom Jardim Quantidade
Médico 1
Licenciada Enfermagem 1
Técnico(a) Enfermagem 4
ACS 19
Recepcionista 1
Secretaria da Limpeza 1
Motorista da Ambulância 1
Vigias 2
Fonte: (Departamento de Atenção Básica da Secretaria da Saúde Pacajá, 2018)
1.6 O funcionamento da Unidade de Saúde da Equipe Vila Bom Jardim.
A Unidade de Saúde funciona das 7:30 horas às 17:30 horas de segunda a sexta
feira, a recepcionista Priscila diariamente fez a recepção dos pacientes para facilitar
a triagem e as consultas. As consultas, curativos, vacinas e demais coisas fluem
segundo cada serviço, más temos uma inter-relação que se alguém está muito
carregado, todos ajudamos. Exemplo o médico, a enfermagem ajudamos a
administrar alguma ampola, ou a fazer algum que outro curativo, se fica muito lotado,
para evitar que os pacientes se sintam pouco atendidos. Está unidade tem horário
estendido se precisa atendimento de emergência.
1.7 O dia a dia da equipe da UBS Vila Bom Jardim.
A maioria do tempo está ocupado quase que exclusivamente com as atividades
da demanda espontânea e com o atendimento de alguns programas, como: pré-
natal, puericultura, controle de câncer de mama e ginecológico, atendimento a
hipertensos e diabéticos, acompanhamento de crianças desnutridas e os
desordenesdietéticos, e dizer a errada ideia da alimentação e nutrição. Além disso
17
temos outro problema sendo muito preocupante, os casos de Hiperlipidemias
secundarias. A equipe vá tentando desenvolver outras ações de saúde, como por
exemplo, referente a Dieta saudável, pratica de exercícios, com grupos de
hipertensos e diabéticos, que, com o tempo, vá incorporando a todos, jovens obesos
e sedentários, sobrepesos, idosos e demais.
Em relação aos grupos de HIPERDIA, a equipe resolveu condicionar a “troca das
receitas” à participação nas reuniões, o que foi aceitado pela população, não mudou
qualitativamente muita a participação nas reuniões, mas pelo menos tem
participaram um que outro todo mês.
1.8 Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade da
Vila Bom Jardim.
Na estimativa rápida foi elencado dos seguintes problemas:
- Incidência e prevalência alta de HAS, DM, Hiperlipidemias, Obesidade,
Sedentarismo.
- Falta de doutor dentista, para avaliar os sérios problemas dentais que há.
- Falta de Medicamentos para o controle de pacientes de HIPERDIA
- Falta de disponibilidade de Inter consultas rede terciaria.
- Pouco controle a pacientes Grávidas e a crianças.
- Insuficiente lugar para depósito de lixo e desemprego.
- Desorganização dos serviços de saúde.
18
1.9 Priorização dos problemas– a seleção do problema para plano de
intervenção.
Tabela No. 4 - Classificação de prioridade para os problemas identificados no
diagnóstico da comunidade adscrito à equipe de Saúde Vila Bom Jardim, Unidade
Básica de Saúde Vila Bom Jardim, município de Pacajá, estado de Pará (2017-
2018).
Problemas Importância* Urgência** Capacidade de
enfrentamento***
Seleção/
Priorização****
Incidência e
prevalência de
HTA.
Alta 30 Parcial 1
Desorganização
dos Serviços da
saúde
Media 21 Parcial 2
Pouco controle
de Grávidas e
Crianças
Media 18 Parcial 3
Desemprego Media 15 Fora 4
Fonte: Estimativa Rápida. *Alta, média ou baixa ** Total dos pontos distribuídos até o máximo de 30 ***Total, parcial ou fora ****Ordenar considerando os três itens
19
2 JUSTIFICATIVA
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são a principal causa de
morbimortalidade, correspondendo a 63% das causas de morte no mundo. Dentre
elas, as doenças cardiovasculares (hipertensão arterial, infarto, acidente vascular
encefálico) destacam-se pela alta magnitude, respondendo por cerca de um terço
das mortes globais (WORLD HEALTH ORGANIZATION,2016) (IBGE, 2017).
Na Vila Bom Jardim é uma área com muitas condições negativas, como
inatividade na população geral, com obesidade, tabagismo, uso excessivo do álcool,
e hábitos alimentar inadequado. Quando foi feita a chuva de ideias, e se escutaram
as propostas pelos ACS, e o resto da equipe, foi concluído que o problema mais
sério, de maior frequência e importância, e com maiores complicações é a HAS.
Nossa área de abrangência tem uma representatividade de pessoas com
HAS de um 20%, sendo diagnosticados com HAS 821 pacientes (19,61%) do total
da população maior de 15 anos. A HAS aumenta sua incidência com a idade, e
agora mesmo na Vila Bom Jardim, assim como Brasil e no mundo, tem um aumento
da esperança de vida dos usuários, pelo qual é muito importante fazer a intervenção.
Justifica-se, portanto, a realização desde plano de intervenção na
comunidade de Bom Jardim, para assim os profissionaisenvolvidosdemostraram a
nossa clientela, os muitos e perigosos riscos que eles/elas estão correndo, e no
intuito de realizar um trabalho mais efetivo de esclarecimento, promoção e
prevenção na comunidade.
20
3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo geral
Apresentar um plano de ação que através da educação em saúde que
envolva desde a prevenção e a adesão ao tratamento de hipertensão arterial,
juntamente com a equipe saúde da família da comunidade Vila Bom Jardim, no
município de Pacajá-Pará.
3.2 Objetivos específicos
- Orientar aos profissionais da Unidade Básica e aos pacientes através da Educação
Permanente, para assim aumentar o conhecimento sobre a modificação dos fatores
de riscos e o tratamento ideal da doença crónica hipertensiva.
- Identificar todos os pacientes com fatores de risco para desenvolver Hipertensão
Arterial e as possíveiscomplicações da doença.
-Criar um método de trabalho onde a descoberta de casos assintomáticos seja a
principal finalidade.
- Identificar e melhorar estilos de vida inadequados: mãoshábitos alimentar,
sedentarismo.
21
4 METODOLOGIA
Se realizou um levantamento de dados sobre os problemas vivenciados no
dia a dia na UBS Vila Bom Jardim, onde toda a equipe participou de uma forma ou
outra, para terminar coletando todo e fazer o Diagnóstico Situacional de Saúde. As
informações foram obtidas por meio da Estimativa Rápida, utilizando os prontuários,
entrevistas e dados dentro do Sistema Esus AB.
Para procurar o embasamento foi necessário recorrer a dados da Biblioteca
Virtual em Saúde, Scientific Electronic Library Online (SCIELO), além de pesquisas
em livros e revistas. (Biblioteca Virtual, 2018)
É um trabalho bibliográfico e descritivo com um enfoque de intervenção
educativa, utilizando o Método de Planejamento Estratégico Situacional (PES)
conforme aos estudos recentes do Módulo de Iniciação a Metodologia e Módulo de
Planejamento. (RIVERA, 2015).
22
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5.1 Estratégia Saúde da Família
A Estratégia Saúde da Família visa à reorganização da Atenção Básica no
país, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde, e é tida pelo
Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais, representados
respectivamente pelo Conass e Conasems, como estratégia de expansão,
qualificação e consolidação da atenção básica por favorecer uma orientação do
processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e
fundamentos da atenção básica. A Saúde da Família é entendida como uma
estratégia de reorientação do modelo assistencial, operacionalizada mediante a
implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde, além de
propiciar uma importantes relação custo-efetividade. (BRASIL, 2015).
A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é resultado da experiência
acumulada por um conjunto de atores envolvidos historicamente com o
desenvolvimento e a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), como
movimentos sociais, população, trabalhadores e gestores das três esferas de
governo. Esta Portaria, conforme normatização vigente no SUS, que define a
organização em Redes de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para um cuidado
integral e direcionado às necessidades de saúde da população, destaca a Atenção
Básica como primeiro ponto de atenção e porta de entrada preferencial do sistema,
que deve ordenar os fluxos e contra fluxos de pessoas , produtos e informações em
todos os pontos de atenção à saúde.(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010)
Esta Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Família sua
estratégia prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica. Contudo
reconhece outras estratégias de organização da Atenção Básica nos territórios, que
devem seguir os princípios e diretrizes da Atenção Básica e do SUS, configurando
um processo progressivo e singular que considera e inclui as especificidades loco
regionais, ressaltando a dinamicidade do território e a existência de populações
23
específicas, itinerantes e dispersas, que também são de responsabilidade da equipe
enquanto estiverem no território, em consonância com a política de promoção da
equidade em saúde.
A Atenção Básica considera a pessoa em sua singularidade e inserção
sociocultural, buscando produzir a atenção integral, incorporar as ações de vigilância
em saúde - a qual constitui um processo contínuo e sistemático de coleta,
consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde
- além disso, visa o planejamento e a implementação de ações públicas para a
proteção da saúde da população, a prevenção e o controle de riscos, agravos e
doenças, bem como para a promoção da saúde.
Destaca-se ainda o desafio de superar compreensões simplistas, nas quais,
entre outras, há dicotomia e oposição entre a assistência e a promoção da saúde.
Para tal, deve-se partir da compreensão de que a saúde possui múltiplos
determinantes e condicionantes e que a melhora das condições de saúde das
pessoas e coletividades passa por diversos fatores, os quais grande parte pode ser
abordada na Atenção Básica.(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017)
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA ATENÇÃO BÁSICA
Os princípios e diretrizes, a caracterização e a relação de serviços ofertados
na Atenção Básica serão orientadores para a sua organização nos municípios,
conforme descritos a seguir:
Princípios
- Universalidade: possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de
qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta de entrada aberta e
preferencial da RAS (primeiro contato), acolhendo as pessoas e promovendo a
vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas necessidades de saúde. O
estabelecimento de mecanismos que assegurem acessibilidade e acolhimento
pressupõe uma lógica de organização e funcionamento do serviço de saúde que
parte do princípio de que as equipes que atuam na Atenção Básica nas UBS devem
receber e ouvir todas as pessoas que procuram seus serviços, de modo universal,
24
de fácil acesso e sem diferenciações excludentes, e a partir de aí construir respostas
para suas demandas e necessidades.
- Equidade: ofertar o cuidado, reconhecendo as diferenças nas condições de vida e
saúde e de acordo com as necessidades das pessoas, considerando que o direito à
saúde passa pelas diferenciações sociais e deve atender à diversidade. Ficando
proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, cor, crença, nacionalidade,
etnia, orientação sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição
socioeconômica, escolaridade ou limitação física, intelectual, funcional, entre outras,
com estratégias que permitam minimizar desigualdades, evitar exclusão social de
grupos que possam vir a sofrer estigmatização ou discriminação; de maneira que
impacte na autonomia e na situação de saúde.
- Integralidade: É o conjunto de serviços executados pela equipe de saúde que
atendam às necessidades da população adscrito nos campos do cuidado, da
promoção e manutenção da saúde, da prevenção de doenças e agravos, da cura, da
reabilitação, redução de danos e dos cuidados paliativos. Inclui a responsabilização
pela oferta de serviços em outros pontos de atenção à saúde e o reconhecimento
adequado das necessidades biológicas, psicológicas, ambientais e sociais
causadoras das doenças, e manejo das diversas tecnologias de cuidado e de gestão
necessárias a estes fins, além da ampliação da autonomia das pessoas e
coletividade.
Diretrizes
- Regionalização e Hierarquização: dos pontos de atenção da RAS, tendo a Atenção
Básica como ponto de comunicação entre esses. Considera-se regiões de saúde
como um recorte espacial estratégico para fins de planejamento, organização e
gestão de redes de ações e serviços de saúde em determinada localidade, e a
hierarquização como forma de organização de pontos de atenção da RAS entre si,
com fluxos e referências estabelecidos.
- Territorialização e Adstrição: de forma a permitir o planejamento, a programação
descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com foco em
um território específico, com impacto na situação, nos condicionantes e
determinantes da saúde das pessoas e coletividades que constituem aquele espaço
25
e estão, portanto, adstritos a ele. Para efeitos desta portaria, considerasse Território
a unidade geográfica única, de construção descentralizada do SUS na execução das
ações estratégicas destinadas à vigilância, promoção, prevenção, proteção e
recuperação da saúde. Os Territórios são destinados para dinamizar a ação em
saúde pública, o estudo social, econômico, epidemiológico, assistencial, cultural e
identitário, possibilitando uma ampla visão de cada unidade geográfica e
subsidiando a atuação na Atenção Básica, de forma que atendam a necessidade da
população adscrito e ou as populações específicas.
III - População Adscrito: população que está presente no território da UBS, de forma
a estimular o desenvolvimento de relações de vínculo e responsabilização entre as
equipes e a população, garantindo a continuidade das ações de saúde e a
longitudinalidade do cuidado e com o objetivo de ser referência para o seu cuidado.
- Cuidado Centrado na Pessoa: aponta para o desenvolvimento de ações de cuidado
de forma singularizada, que auxilie as pessoas a desenvolverem os conhecimentos,
aptidões, competências e a confiança necessária para gerir e tomar decisões
embasadas sobre sua própria saúde e seu cuidado de saúde de forma mais efetiva.
O cuidado é construído com as pessoas, de acordo com suas necessidades e
potencialidades na busca de uma vida independente e plena. A família, a
comunidade e outras formas de coletividade são elementos relevantes, muitas vezes
condicionantes ou determinantes na vida das pessoas e, por consequência, no
cuidado.
- Resolutividade: reforça a importância da Atenção Básica ser resolutiva, utilizando e
articulando diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meio de uma
clínica ampliada capaz de construir vínculos positivos e intervenções clínica e
sanitariamente efetivas, centrada na pessoa, na perspectiva de ampliação dos graus
de autonomia dos indivíduos e grupos sociais. Deve ser capaz de resolver a grande
maioria dos problemas de saúde da população, coordenando o cuidado do usuário
em outros pontos da RAS, quando necessário.
VI - Longitudinalidade do cuidado: pressupõe a continuidade da relação de cuidado,
com construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários ao
longo do tempo e de modo permanente e consistente, acompanhando os efeitos das
26
intervenções em saúde e de outros elementos na vida das pessoas, evitando a
perda de referências e diminuindo os riscos de iatrogênia que são decorrentes do
desconhecimento das histórias de vida e da falta de coordenação do cuidado.
VII - Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários
entre os pontos de atenção das RAS. Atuando como o centro de comunicação entre
os diversos pontos de atenção, responsabilizando-se pelo cuidado dos usuários em
qualquer destes pontos através de uma relação horizontal, contínua e integrada,
com o objetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção integral. Articulando
também as outras estruturas das redes de saúde e intersetoriais, públicas,
comunitárias e sociais.
VIII - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da população sob
sua responsabilidade, organizando as necessidades desta população em relação
aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que o planejamento das
ações, assim como, a programação dos serviços de saúde, parta das necessidades
de saúde das pessoas.
IX - Participação da comunidade: estimular a participação das pessoas, a orientação
comunitária das ações de saúde na Atenção Básica e a competência cultural no
cuidado, como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na construção do
cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do território. Considerando ainda
o enfrentamento dos determinantes e condicionantes de saúde, através de
articulação e integração das ações intersetoriais na organização e orientação dos
serviços de saúde, a partir de lógicas mais centradas nas pessoas e no exercício do
controle social.
A ATENÇÃO BÁSICA NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
Esta portaria, conforme normatização vigente do SUS, define a organização
na RAS, como estratégia para um cuidado integral e direcionado às necessidades
de saúde da população. As RAS constituem-se em arranjos organizativos formados
por ações e serviços de saúde com diferentes configurações tecnológicas e missões
assistenciais, articulados de forma complementar e com base territorial, e têm
27
diversos atributos, entre eles, destaca-se: a Atenção Básica estruturada como
primeiro ponto de atenção e principal porta de entrada do sistema, constituída de
equipe multidisciplinar que cobre toda a população, integrando, coordenando o
cuidado e atendendo as necessidades de saúde das pessoas do seu território.
O Decreto nº 7.508, de 28 de julho de 2011, que regulamenta a Lei nº
8.080/90, define que "o acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços
de saúde se inicia pelas portas de entrada do SUS e se completa na rede
regionalizada e hierarquizada".
Para que a Atenção Básica possa ordenar a RAS, é preciso reconhecer as
necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, organizando-as em
relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que a
programação dos serviços de saúde parta das necessidades das pessoas, com isso
fortalecendo o planejamento ascendente.
A Atenção Básica é caracterizada como porta de entrada preferencial do
SUS, possui um espaço privilegiado de gestão do cuidado das pessoas e cumpre
papel estratégico na rede de atenção, servindo como base para o seu ordenamento
e para a efetivação da integralidade. Para tanto, é necessário que a Atenção Básica
tenha alta resolutividade, com capacidade clínica e de cuidado e incorporação de
tecnologias leves, leve duras e duras (diagnósticas e terapêuticas), além da
articulação da Atenção Básica com outros pontos da RAS.
Os estados, municípios e o distrito federal, devem articular ações
intersetoriais, assim como a organização da RAS, com ênfase nas necessidades
locorregionais, promovendo a integração das referências de seu território.
Recomenda-se a articulação e implementação de processos que aumentem a
capacidade clínica das equipes, que fortaleçam práticas de microrregulação nas
Unidades Básicas de Saúde, tais como gestão de filas próprias da UBS e dos
exames e consultas descentralizados/programados para cada UBS, que propiciem a
comunicação entre UBS, centrais de regulação e serviços especializados, com
28
pactuação de fluxos e protocolos, apoio matricial presencial e/ou a distância, entre
outros
Com isso, espera-se que ocorra uma ampliação do cuidado clínico e da
resolutividade na Atenção Básica, evitando a exposição das pessoas a consultas
e/ou procedimentos desnecessários. Além disso, com a organização do acesso,
induz-se ao uso racional dos recursos em saúde, impede deslocamentos
desnecessários e traz maior eficiência e equidade à gestão das listas de espera.
A gestão municipal deve articular e criar condições para que a referência aos
serviços especializados ambulatoriais, sejam realizados preferencialmente pela
Atenção Básica, sendo de sua responsabilidade:
a) Ordenar o fluxo das pessoas nos demais pontos de atenção da RAS;
b) Gerir a referência e contra referência em outros pontos de atenção; e
c) Estabelecer relação com os especialistas que cuidam das pessoas do
território.
- Tipos de Equipes:
- Equipe de Saúde da Família (eSF): É a estratégia prioritária de atenção à saúde e
visa à reorganização da Atenção Básicano país, de acordo com os preceitos do
SUS. É considerada como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da
Atenção Básica, por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior
potencial de ampliar a resolutividade e impactar na situação de saúde das pessoas e
coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade.
Composta no mínimo por médico, preferencialmente da especialidade medicina de
família e comunidade, enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde da
família; auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde (ACS).
Podendo fazer parte da equipe o agente de combate às endemias (ACE) e os
profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente especialista em
saúde da família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal.
29
O número de ACS por equipe deverá ser definido de acordo com base populacional,
critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo com definição
local.
Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade social,
recomenda-se a cobertura de 100% da população com número máximo de 750
pessoas por ACS.
Para equipe de Saúde da Família, há a obrigatoriedade de carga horária de 40
(quarenta) horas semanais para todos os profissionais de saúde membros da ESF.
Dessa forma, os profissionais da ESF poderão estar vinculados a apenas 1 (uma)
equipe de Saúde da Família, no SCNES vigente.
- Equipe da Atenção Básica (eAB): esta modalidade deve atender aos princípios e
diretrizes propostas para a AB. A gestão municipal poderá compor equipes de
Atenção Básica (eAB) de acordo com características e necessidades do município.
Como modelo prioritário é a ESF, as equipes de Atenção Básica (eAB) podem
posteriormente se organizar tal qual o modelo prioritário.
As equipes deverão ser compostas minimamente por médicos preferencialmente da
especialidade medicina de família e comunidade, enfermeiro preferencialmente
especialista em saúde da família, auxiliares de enfermagem e ou técnicos de
enfermagem. Poderão agregar outros profissionais como dentistas, auxiliares de
saúde bucal e ou técnicos de saúde bucal, agentes comunitários de saúde e agentes
de combate à endemias.
O processo de trabalho, a combinação das jornadas de trabalho dos profissionais
das equipes e os horários e dias de funcionamento devem ser organizados de modo
que garantam amplamente acesso, o vínculo entre as pessoas e profissionais, a
continuidade, coordenação e longitudinalidade do cuidado.
A definição das categorias profissionais é de autonomia do gestor local,
devendo ser escolhida de acordo com as necessidades do território.
- Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS):
30
É prevista a implantação da Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde nas UBS
como uma possibilidade para a reorganização inicial da Atenção Básica com vistas à
implantação gradual da Estratégia de Saúde da Família ou como uma forma de
agregar os agentes comunitários a outras maneiras de organização da Atenção
Básica. São itens necessários à implantação desta estratégia:
a. A existência de uma Unidade Básica de Saúde, inscrita no SCNES vigente que
passa a ser a UBS de referência para a equipe de agentes comunitários de saúde;
b. O número de ACS e ACE por equipe deverá ser definido de acordo com base
populacional (critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos), conforme
legislação vigente.
c. O cumprimento da carga horária integral de 40 horas semanais por toda a equipe
de agentes comunitários, por cada membro da equipe; composta por ACS e
enfermeiro supervisor;
d. O enfermeiro supervisor e os ACS devem estar cadastrados no SCNES vigente,
vinculados à equipe;
e. Cada ACS deve realizar as ações previstas nas regulamentações vigentes e nesta
portaria e ter uma micro área sob sua responsabilidade, cuja população não
ultrapasse 750 pessoas;
f. A atividade do ACS deve se dar pela lógica do planejamento do processo de
trabalho a partir das necessidades do território, com priorização para população com
maior grau de vulnerabilidade e de risco epidemiológico;
g. A atuação em ações básicas de saúde deve visar à integralidade do cuidado no
território; e h. Cadastrar, preencher e informar os dados através do Sistema de
Informação em Saúde para a Atenção Básica vigente.
- ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA
As atribuições dos profissionais das equipes que atuam na Atenção Básica
deverão seguir normativas específicas do Ministério da Saúde, bem como as
definições de escopo de práticas, protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, além
31
de outras normativas técnicas estabelecidas pelos gestores federal, estadual,
municipal ou do Distrito Federal.
Atribuições Comuns a todos os membros das Equipes que atuam na Atenção
Básica:
- Participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da
equipe, identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e
vulnerabilidades;
- Cadastrar e manter atualizado o cadastramento e outros dados de saúde das
famílias e dos indivíduos no sistema de informação da Atenção Básica vigente,
utilizando as informações sistematicamente para a análise da situação de saúde,
considerando as características sociais, econômicas, culturais, demográficas e
epidemiológicas do território, priorizando as situações a serem acompanhadas no
planejamento local;
- Realizar o cuidado integral à saúde da população adscrito, prioritariamente no
âmbito da Unidade Básica de Saúde, e quando necessário, no domicílio e demais
espaços comunitários (escolas, associações, entre outros), com atenção especial às
populações que apresentem necessidades específicas (em situação de rua, em
medida socioeducativa, privada de liberdade, ribeirinha, fluvial, etc.).
- Realizar ações de atenção à saúde conforme a necessidade de saúde da
população local, bem como aquelas previstas nas prioridades, protocolos, diretrizes
clínicas e terapêuticas, assim como, na oferta nacional de ações e serviços
essenciais e ampliados da AB;
V. Garantir a atenção à saúde da população adscrito, buscando a integralidade por
meio da realização de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde,
prevenção de doenças e agravos e da garantia de atendimento da demanda
espontânea, da realização das ações programáticas, coletivas e de vigilância em
saúde, e incorporando diversas racionalidades em saúde, inclusive Práticas
Integrativas e Complementares;
32
VI. Participar do acolhimento dos usuários, proporcionando atendimento
humanizado, realizando classificação de risco, identificando as necessidades de
intervenções de cuidado, responsabilizando-se pela continuidade da atenção e
viabilizando o estabelecimento do vínculo;
VII. Responsabilizar-se pelo acompanhamento da população adscrito ao longo do
tempo no que se refere às múltiplas situações de doenças e agravos, e às
necessidades de cuidados preventivos, permitindo a longitudinalidade do cuidado;
VIII. Praticar cuidado individual, familiar e dirigido a pessoas, famílias e grupos
sociais, visando propor intervenções que possam influenciar os processos saúde-
doença individual, das coletividades e da própria comunidade;
IX. Responsabilizar-se pela população adscrito mantendo a coordenação do cuidado
mesmo quando necessita de atenção em outros pontos de atenção do sistema de
saúde;
X. Utilizar o Sistema de Informação da Atenção Básica vigente para registro das
ações de saúde na AB, visando subsidiar a gestão, planejamento, investigação
clínica e epidemiológica, e à avaliação dos serviços de saúde;;
XI. Contribuir para o processo de regulação do acesso a partir da Atenção Básica,
participando da definição de fluxos assistenciais na RAS, bem como da elaboração e
implementação de protocolos e diretrizes clínicas e terapêuticas para a ordenação
desses fluxos;
XII. Realizar a gestão das filas de espera, evitando a prática do encaminhamento
desnecessário, com base nos processos de regulação locais (referência e contra
referência), ampliando-a para um processo de compartilhamento de casos e
acompanhamento longitudinal de responsabilidade das equipes que atuam na
atenção básica;
XIII. Prever nos fluxos da RAS entre os pontos de atenção de diferentes
configurações tecnológicas a integração por meio de serviços de apoio logístico,
técnico e de gestão, para garantir a integralidade do cuidado;
33
XIV. Instituir ações para segurança do paciente e propor medidas para reduzir os
riscos e diminuir os eventos adversos;
XV. Alimentar e garantir a qualidade do registro das atividades nos sistemas de
informação da Atenção Básica, conforme normativa vigente;
XVI. Realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de notificação compulsória,
bem como outras doenças, agravos, surtos, acidentes, violências, situações
sanitárias e ambientais de importância local, considerando essas ocorrências para o
planejamento de ações de prevenção, proteção e recuperação em saúde no
território;
XVII. Realizar busca ativa de internações e atendimentos de urgência/emergência
por causas sensíveis à Atenção Básica, a fim de estabelecer estratégias que
ampliem a resolutividade e a longitudinalidade pelas equipes que atuam na AB;
XVIII. Realizar visitas domiciliares e atendimentos em domicílio às famílias e
pessoas em residências, Instituições de Longa Permanência (ILP), abrigos, entre
outros tipos de moradia existentes em seu território, de acordo com o planejamento
da equipe, necessidades e prioridades estabelecidas;
XIX. Realizar atenção domiciliar a pessoas com problemas de saúde
controlados/compensados com algum grau de dependência para as atividades da
vida diária e que não podem se deslocar até a Unidade Básica de Saúde;
XX. Realizar trabalhos interdisciplinares e em equipe, integrando áreas técnicas,
profissionais de diferentes formações e até mesmo outros níveis de atenção,
buscando incorporar práticas de vigilância, clínica ampliada e matriciamento ao
processo de trabalho cotidiano para essa integração (realização de consulta
compartilhada reservada aos profissionais de nível superior, construção de Projeto
Terapêutico Singular, trabalho com grupos, entre outras estratégias, em consonância
com as necessidades e demandas da população);
XXI. Participar de reuniões de equipes a fim de acompanhar e discutir em conjunto o
planejamento e avaliação sistemática das ações da equipe, a partir da utilização dos
dados disponíveis, visando a readequação constante do processo de trabalho;
34
XXII. Articular e participar das atividades de educação permanente e educação
continuada;
XXIII. Realizar ações de educação em saúde à população adstrita, conforme
planejamento da equipe e utilizando abordagens adequadas às necessidades deste
público;
XXIV.Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado
funcionamento da UBS;
XIV. Promover a mobilização e a participação da comunidade, estimulando
conselhos/colegiados, constituídos de gestores locais, profissionais de saúde e
usuários, viabilizando o controle social na gestão da Unidade Básica de Saúde;
XXV. Identificar parceiros e recursos na comunidade que possam potencializar
ações intersetoriais;
XXVI. Acompanhar e registrar no Sistema de Informação da Atenção Básica e no
mapa de acompanhamento do Programa Bolsa Família (PBF), e/ou outros
programas sociais equivalentes, as condicionalidades de saúde das famílias
beneficiárias; e
XXVII. Realizar outras ações e atividades, de acordo com as prioridades locais,
definidas pelo gestor local.
São atribuições específicas dos profissionais das equipes que atuam na Atenção
Básica:
- Enfermeiro:
I - Realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias vinculadas às equipes e,
quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários
(escolas, associações entre outras), em todos os ciclos de vida;
II - Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, solicitar exames
complementares, prescrever medicações conforme protocolos, diretrizes clínicas e
terapêuticas, ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal,
35
estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da
profissão;
III - Realizar e/ou supervisionar acolhimento com escuta qualificada e classificação
de risco, de acordo com protocolos estabelecidos;
IV - Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados para as pessoas
que possuem condições crônicas no território, junto aos demais membros da equipe;
V - Realizar atividades em grupo e encaminhar, quando necessário, usuários a
outros serviços, conforme fluxo estabelecido pela rede local;
VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos técnicos/auxiliares de
enfermagem, ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe;
VII - Supervisionar as ações do técnico/auxiliar de enfermagem e ACS;
VIII - Implementar e manter atualizados rotinas, protocolos e fluxos relacionados a
sua área de competência na UBS; e
IX - Exercer outras atribuições conforme legislação profissional, e que sejam de
responsabilidade na sua área de atuação.
- Técnico e/ou Auxiliar de Enfermagem:
I - Participar das atividades de atenção à saúde realizando procedimentos
regulamentados no exercício de sua profissão na UBS e, quando indicado ou
necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas,
associações, entre outros);
II - Realizar procedimentos de enfermagem, como curativos, administração de
medicamentos, vacinas, coleta de material para exames, lavagem, preparação e
esterilização de materiais, entre outras atividades delegadas pelo enfermeiro, de
acordo com sua área de atuação e regulamentação; e
III - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de
atuação.
36
- Médico:
I - Realizar a atenção à saúde às pessoas e famílias sob sua responsabilidade;
II - Realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos cirúrgicos, atividades em
grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais
espaços comunitários (escolas, associações entre outros); em conformidade com
protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, bem como outras normativas técnicas
estabelecidas pelos gestores (federal, estadual, municipal ou Distrito Federal),
observadas as disposições legais da profissão;
III - Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados para as pessoas
que possuem condições crônicas no território, junto aos demais membros da equipe;
IV - Encaminhar, quando necessário, usuários a outros pontos de atenção,
respeitando fluxos locais, mantendo sob sua responsabilidade o acompanhamento
do plano terapêutico prescrito;
V - Indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, mantendo a
responsabilização pelo acompanhamento da pessoa;
VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS e ACE em
conjunto com os outros membros da equipe; e
VII - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de
atuação.
- Gerente de Atenção Básica
Recomenda-se a inclusão do Gerente de Atenção Básica com o objetivo de
contribuir para o aprimoramento e qualificação do processo de trabalho nas
Unidades Básicas de Saúde, em especial ao fortalecer a atenção à saúde prestada
pelos profissionais das equipes à população adscrito, por meio de função técnico-
gerencial. A inclusão deste profissional deve ser avaliada pelo gestor, segundo a
necessidade do território e cobertura de AB.
37
Entende-se por Gerente de AB um profissional qualificado, preferencialmente
com nível superior, com o papel de garantir o planejamento em saúde, de acordo
com as necessidades do território e comunidade, a organização do processo de
trabalho, coordenação e integração das ações. Importante ressaltar que o gerente
não seja profissional integrante das equipes vinculadas à UBS e que possua
experiência na Atenção Básica, preferencialmente de nível superior, e dentre suas
atribuições estão:
I - Conhecer e divulgar, junto aos demais profissionais, as diretrizes e normas que
incidem sobre a AB em âmbito nacional, estadual, municipal e Distrito Federal, com
ênfase na Política Nacional de Atenção Básica, de modo a orientar a organização do
processo de trabalho na UBS;
II - Participar e orientar o processo de territorialização, diagnóstico situacional,
planejamento e programação das equipes, avaliando resultados e propondo
estratégias para o alcance de metas de saúde, junto aos demais profissionais;
III - Acompanhar, orientar e monitorar os processos de trabalho das equipes que
atuam na AB sob sua gerência, contribuindo para implementação de políticas,
estratégias e programas de saúde, bem como para a mediação de conflitos e
resolução de problemas;
IV - Mitigar a cultura na qual as equipes, incluindo profissionais envolvidos no
cuidado e gestores assumem responsabilidades pela sua própria segurança de seus
colegas, pacientes e familiares, encorajando a identificação, a notificação e a
resolução dos problemas relacionados à segurança;
V - Assegurar a adequada alimentação de dados nos sistemas de informação da
Atenção Básica vigente, por parte dos profissionais, verificando sua consistência,
estimulando a utilização para análise e planejamento das ações, e divulgando os
resultados obtidos;
VI - Estimular o vínculo entre os profissionais favorecendo o trabalho em equipe;
38
VII - Potencializar a utilização de recursos físicos, tecnológicos e equipamentos
existentes na UBS, apoiando os processos de cuidado a partir da orientação à
equipe sobre a correta utilização desses recursos;
VIII - Qualificar a gestão da infraestrutura e dos insumos (manutenção, logística dos
materiais, ambiência da UBS), zelando pelo bom uso dos recursos e evitando o
desabastecimento;
IX - Representar o serviço sob sua gerência em todas as instâncias necessárias e
articular com demais atores da gestão e do território com vistas à qualificação do
trabalho e da atenção à saúde realizada na UBS;
X - Conhecer a RAS, participar e fomentar a participação dos profissionais na
organização dos fluxos de usuários, com base em protocolos, diretrizes clínicas e
terapêuticas, apoiando a referência e contra referência entre equipes que atuam na
AB e nos diferentes pontos de atenção, com garantia de encaminhamentos
responsáveis;
XI - Conhecer a rede de serviços e equipamentos sociais do território, e estimular a
atuação Inter setorial, com atenção diferenciada para as vulnerabilidades existentes
no território;
XII - Identificar as necessidades de formação/qualificação dos profissionais em
conjunto com a equipe, visando melhorias no processo de trabalho, na qualidade e
resolutividade da atenção, e promover a Educação Permanente, seja mobilizando
saberes na própria UBS, ou com parceiros;
XIII - Desenvolver gestão participativa e estimular a participação dos profissionais e
usuários em instâncias de controle social;
XIV - Tomar as providências cabíveis no menor prazo possível quanto a ocorrências
que interfiram no funcionamento da unidade; e
XV - Exercer outras atribuições que lhe sejam designadas pelo gestor municipal ou
do Distrito Federal, de acordo com suas competências.
b) Atribuições do ACS:
39
I - Trabalhar com adscrição de indivíduos e famílias em base geográfica definida e
cadastrar todas as pessoas de sua área, mantendo os dados atualizados no sistema
de informação da Atenção Básica vigente, utilizando-os de forma sistemática, com
apoio da equipe, para a análise da situação de saúde, considerando as
características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do
território, e priorizando as situações a serem acompanhadas no planejamento local;
II - Utilizar instrumentos para a coleta de informações que apoiem no diagnóstico
demográfico e sociocultural da comunidade;
III - Registrar, para fins de planejamento e acompanhamento das ações de saúde,
os dados de nascimentos, óbitos, doenças e outros agravos à saúde, garantido o
sigilo ético;
IV - Desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe de saúde e a
população adscrito à UBS, considerando as características e as finalidades do
trabalho de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou coletividades;
V - Informar os usuários sobre as datas e horários de consultas e exames
agendados;
VI - Participar dos processos de regulação a partir da Atenção Básica para
acompanhamento das necessidades dos usuários no que diz respeito a
agendamentos ou desistências de consultas e exames solicitados;
VII - Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por legislação específica
da categoria, ou outra normativa instituída pelo gestor federal, municipal ou do
Distrito Federal.
Poderão ser consideradas, ainda, atividades do Agente Comunitário de Saúde, a
serem realizadas em caráter excepcional, assistidas por profissional de saúde de
nível superior, membro da equipe, após treinamento específico e fornecimento de
equipamentos adequados, em sua base geográfica de atuação, encaminhando o
paciente para a unidade de saúde de referência.
40
I - Aferir a pressão arterial, inclusive no domicílio, com o objetivo de promover saúde
e prevenir doenças e agravos;
II -Realizar a medição da glicemia capilar, inclusive no domicílio, para o
acompanhamento dos casos diagnosticados de diabetes mellitus e segundo projeto
terapêutico prescrito pelas equipes que atuam na Atenção Básica;
III - Aferição da temperatura axilar, durante a visita domiciliar;
IV - Realizar técnicas limpas de curativo, que são realizadas com material limpo,
água corrente ou soro fisiológico e cobertura estéril, com uso de coberturas
passivas, que somente cobre a ferida; e
V - Indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, mantendo a
responsabilização pelo acompanhamento da pessoa;
VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS e ACE em
conjunto com os outros membros da equipe; e
VII - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de
atuação.
A eSF será formada por equipe multiprofissional composta por, no mínimo: 1 (um)
médico, preferencialmente da especialidade de Família e Comunidade, 1 (um)
enfermeiro, preferencialmente especialista em Saúde da Família e 1 (um) auxiliar ou
técnico de enfermagem, podendo acrescentar a esta composição, como parte da
equipe multiprofissional, o ACS e ACE e os profissionais de saúde bucal:1 (um)
cirurgião dentista, preferencialmente especialista em saúde da família e 1 (um)
técnico ou auxiliar em saúde bucal. (MINISTERIO DA SAÚDE, 2017).
5.2 Atenção Primária à Saúde
De acordo com a Declaração de Alma-Ata (1978) atenção primária à saúde
(APS) ou atenção básica à saúde (ABS) é a atenção essencial à saúde baseada em
métodos e tecnologias práticas, cientificamente fundados e socialmente aceitáveis,
ao alcance de todos os indivíduos e famílias da comunidade mediante sua plena
participação e a um custo que a comunidade e o país possam suportar, em todas e
41
cada etapa do seu desenvolvimento, com um espírito de autoresponsabilidade e
autodeterminação. (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 1978).
A Atenção Básica é o primeiro nível de atenção em saúde e se caracteriza por
um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a
promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o
tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o
objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte positivamente na situação
de saúde das coletividades. Este trabalho é realizado nas Unidades Básicas de
Saúde (UBS), nas Unidades Básicas de Saúde Fluviais, nas Unidades
Odontológicas Móveis (UOM) e nas Academias de Saúde. (BRASIL, 2016)
A APS foi definida então como “atenção essencial à saúde baseada em
tecnologia e métodos práticos, cientificamente comprovados e socialmente aceitos,
tornados universalmente acessíveis a indivíduos e famílias na comunidade, a um
custo que tanto a comunidade quanto o país possam arcar em cada estágio de seu
desenvolvimento. É parte integral do sistema de saúde do país, do qual é função
central, sendo o enfoque principal do desenvolvimento social e econômico global da
comunidade. É o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da
comunidade com o sistema nacional de saúde, levando a atenção à saúde o mais
próximo possível do local onde as pessoas vivem e trabalham, constituindo o
primeiro elemento de um processo de atenção continuada à saúde” (apud
STARFIELD, 2002).
Definiram-se, também, os elementos essenciais da APS para aquele
momento histórico, como apontado anteriormente, sendo muitos deles similares aos
dos centros de saúde comunitários: educação em saúde conforme as necessidades
locais; promoção de nutrição adequada; abastecimento de água e saneamento
básico apropriados; atenção materno-infantil (incluindo o planejamento familiar);
imunização; prevenção e controle das doenças endêmicas; tratamento apropriado
das doenças comuns e acidentes na comunidade, e distribuição de medicamentos
básicos e essenciais. Esses elementos nortearam a evolução do conceito de APS e
de seus princípios até os dias de hoje (STARFIELD, 2002).
Podemos circunscrever, apoiados no trabalho de Barbara Starfield, uma das
mais importantes autoras da área, os princípios gerais da APS, com base na
Declaração de Alma-Ata de 1978 e na evolução do conceito até os dias de hoje:
42
oferta de ações de atenção à saúde integradas e acessíveis segundo as
necessidades locais, desenvolvidas por equipes multiprofissionais responsáveis por
abordar uma ampla maioria das necessidades individuais e coletivas em saúde,
desenvolvendo uma parceria sustentada com as pessoas e comunidades
(STARFIELD, 2002).
A mesma autora resume os princípios da APS em quatro características
ouatributos essenciais (acesso de primeiro contato, integralidade, longitudinalidade e
coordenação), mais três derivados (orientação familiar, comunitária, e competência
cultural), explicitados na figura a seguir.
Assim, a APS deve ser o primeiro contato e o ponto de cuidado
preferencial das pessoas e famílias com o sistema de saúde ao longo de suas vidas,
sem restrição de acesso às ações e serviços de saúde, independente de gênero,
condições socioculturais e problemas de saúde; com abrangência
e integralidade das ações individuais e coletivas; além de continuidade
(longitudinalidade) e coordenação do cuidado ao longo do tempo, tanto no plano
individual quanto no coletivo, mesmo quando houver necessidade de se referenciar
(encaminhar) as pessoas para outros níveis e equipamentos de atenção do sistema
de saúde. Deve ser idealmente praticada e orientada para o
contexto familiar e comunitário, entendidos em sua estrutura e conjuntura
socioeconômica e cultural (STARFIELD, 2002).
5.3 Hipertensão
A Hipertensão Arterial Sistémica (HAS) é uma condição clínica multifatorial,
caracterizada por elevação da pressão arterial sistêmica persistentemente alta, com
base em várias medições. A hipertensão ou HAS é atualmente definida como sendo
a pressão sistólica repetidamente igual ou maior que 140 mm hg ou a pressão
diastólica e/ou 90 mm Hg. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016).
Frequentemente se associa a distúrbios metabólicos, alterações funcionais
e/ou estruturais de órgãos alvos, sendo agravada pela presencia de outros Fatores
de Risco (FR), como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose e
diabetes mellito. (PRAXEDESet al., 2016).
43
A HAS é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados
e sustentados de PA. Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ ou
estruturais dos órgãos alvos (coração, encéfalo, rins e grandes vasos sanguíneos) e
a alterações metabólicas, com consequente aumento de risco de eventos
cardiovasculares fatais e não fatais. A HAS tem alta prevalência e baixa taxas de
controle, é considerado um dos principais fatores de risco modificáveis e um dos
mais importantes problemas de saúde pública. A mortalidade por doenças
cardiovascular aumenta progressivamente com a elevação da PA a partir de
115/75mmHg de forma linear, continua e independente. (AVILA et al., 2015)
A Hipertensão Arterial Sistémica (HAS) é um importante fator de risco para
doenças decorrentes de tromboses e ateroscleroses, que se exteriorizam,
predominantemente, por acometimento cardíaco, renal, cerebral e vascular
periférico. É responsável de pelo menos 25 e 40% da etiologia multifatorial da
CardiopatiaIsquêmica (CI) e os Acidentes Cerebrovascular (ACV), respectivamente.
Essa multiplicidade de consequências coloca a HAS na origem das doenças
cardiovasculares e, portanto, caracteriza-a como uma das causas de maior redução
da qualidade e expectativa de vida dos indivíduos. (MCALISTERet al., 2014).
Matem associação independente com eventos como morte súbita, acidente vascular
encefálico (AVE), infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca (IC),
doença arterial periférica (DAP) e doença renal crónica (DRC), fatal o não. (WEBER
et al., 2014)
A hipertensão arterial é fator de risco mais comum que afeita
aproximadamente el 20% da população adulto em muitos países. Ela está ligada a
doença coronária, acidente cerebral vascular, disfunção renal e insuficiênciacardíaca
congestiva, e é um dos fatores de risco mais importantes para a mortalidade
cardiovascular, responsável por 20-50% de todas as mortes. A hipertensão arterial
sistémica é conhecida como o “assassino silencioso”, porque muitas pessoas têm
não sintomas (CORDIES, 2015)
Em 2001, cerca de 7,6 milhões de mortes no mundo foram atribuídas à
elevação da PA (54% por acidente vascular encefálico e 47% por doença isquêmica
do coração), ocorrendo a maioria delas em países de baixo e médio
desenvolvimento econômico e mais da metade em indivíduos entre 45 e 69 anos.
44
Apesar de apresentar uma redução significativa nos últimos anos, as doenças
cardiovasculares têm sido a principal causa de morte no Brasil. (ANDRADE et al.,
2017)
A frequência de HAS tornou-se mais comum com a idade, mais
marcadamente para as mulheres, alcançando mais de 50% na faixa etária de 55
anos ou mais de idade. Entre as mulheres, destaca- -se a associação inversa entre
nível de escolaridade e diagnóstico da doença: enquanto 34,4% das mulheres com
até 8 anos de escolaridade referiam diagnóstico de HAS, a mesma condição foi
observada em apenas 14,2% das mulheres com 12 ou mais anos de escolaridade.
Para os homens, o diagnóstico da doença foi menos frequente nos que estudaram
de 9 a 11 anos. (AZEVEDO et al., 2013).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 600 milhões de
pessoas tenham hipertensão arterial sistêmica (HAS) e ocorram 7,1 milhões de
mortes anuais decorrentes dessa doença. Estudos indicam crescimento mundial de
60% dos casos da doença para 2025 (World Health Organization 2015).
A hipertensão arterial acarreta aumento dos custos dos sistemas de saúde e
tem afetado a economia global (BALU, KEARNEY, 2016).
A hipertensão arterial é a doença cardiovascular mais comum que afeita
aproximadamente o 20% da população adulto em muitos países. Ela está ligada a
doença coronária, acidente cerebral vascular, disfunção renal e insuficiênciacardíaca
congestiva, e é um dos fatores de risco mais importantes para a mortalidade
cardiovascular, responsável por 20-50% de todas as mortes. A hipertensão arterial
sistémica é conhecida como o “assassino silencioso”, porque muitas pessoas tem
não sintomas (CORDIES, 2015).
Nos Estados Unidos, estudo comparando os resultados autoreferidos de HAS
do inquérito telefônico Behavioral Risk Factor Surveillance System (BRFSS) com
medidas aferidas coletadas no National Health and Nutrition Examination Survey
III mostram boa sensibilidade e especificidade das medidas autoreferidas(CDC,
2016).
Dados norte-americanos de 2015 revelaram que HAS estava presente em
69% dos pacientes, com primeiros episódios de IAM, 77% de AVE, 75% de IC e 60%
45
de DAP. A HAS é responsável por 45% das mortes cardíacas e 51% das mortes
decorrentes por AVE. (MOZAFFARIAN et al, 2015) (SANTOS et al, 2016).
Em 2008 estudos no brasil demostraram que cerca de 7,6 milhões de mortes
foram atribuídas a elevação da PA, 54% por ACV e 47% por doenças isquêmica do
coração sendo a maioria em países de baixa e médio desenvolvimento económico e
mais da metadedosindivíduos entre 45 e 69 anos. No Brasil, as Doenças
Cardiovasculares (DCV) tem sido a principal causa de morte. Em 2008 ocorreram
308.466 óbitos por doenças do aparelho circulatório (AVILA et al., 2015)
No Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 33% dos óbitos
das causas conhecidas. Além disso, essas doenças foram a primeira causa de
hospitalização no setor público, entre 2009-2011, e responderam por 17% das
internações de pessoas com idades entre 40 e 59 anos, e 29% daquelas com 60 ou
mais anos. São muitos os fatores envolvidos no controle adequado da Hipertensão
Arterial (HA). Em relação aos comportamentos adotados pelos pacientes logo após o
descobrimento da doença, notou-se maior valorização do atendimento médico e do
uso da medicação.
No Brasil, são poucas as pesquisas de base populacional referentes à
prevalência da HAS. Os estudos na maioria das vezes possuem comparabilidade
limitada, em função da abrangência local ou regional e de diferenças nas questões e
nos métodos. Inquéritos domiciliares em municípios brasileiros estimam prevalências
que variam de 15% a 40% na população urbana adulta brasileiradependendo da
metodologia e abrangência do estudo (ANDRADE, 2017). Dados da Pesquisa
Nacional de Saúde em 2015, utilizando informações autoreferidas, estimam uma
prevalência de hipertensão de 21,4% para todo o país(IBGE, 2017).
No Brasil a hipertensão afeita a mais de 35milhões de brasileiros, destes,
36% de homens adultos e 30% das mulheres, 60% dos idosos, e é o mais
importante para o desenvolvimento de fator de risco para doença cardiovascular,
incluído AVC e infarto de miocárdio, representando as duas principais causa de
mortes no pais. A hipertensão arterial sistémica (HAS) é considerada uma doença e
um fator de risco, ocorrendo com um grande desafio para a saúde pública, com a
doença cardiovascular e a principal causa de morte no Brasil. (FERREIRA, 2015).
46
Estudos de prevalência da hipertensão no Brasil, entre 2000 e inicios dos
anos 2010, revelam valores de prevalência entre 7,2 e 40,3% na Região Nordeste,
5,04 a 37,9% na Região Sudeste, 1,28 a 27,1% na Região Sul, e 6,3 a 16,75% na
Região Centro-Oeste. (CARVALHO, 2017).
Em 2013 no Brasil, ocorreram 1,138.670 óbitos, 339.672(29,8%) dos quais
decorrentes de DCV, a principal causa de morte no pais. (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIA, 2015)
A HAS é um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Sua
prevalência no Brasil varia entre 22% e 44% para adultos (32% em média),
chegando a mais de 50% para indivíduos com 60 a 69 anos e 75% em indivíduos
com mais de 70 anos. Além de ser causa direta de cardiopatia hipertensiva, é fator
de risco para doenças decorrentes de aterosclerose e trombose, que se manifestam,
predominantemente, por doença isquêmica cardíaca, cerebrovascular, vascular
periférica e renal. Em decorrência de cardiopatia hipertensiva e isquêmica, é
também fator etiológico de insuficiência cardíaca. Déficits cognitivos, como doença
de Alzheimer e demência vascular, também têm HAS em fases mais precoces da
vida como fator de risco. (PRESSAO ALTO OU HAS, 2018).
Infelizmente é fácil avaliar como em 5 anos, se há acrescentado a mortalidade
pela HAS, analisando os dados das pesquisas do ano 2008, com 308.466 óbitos por
doenças do aparelho circulatório, e depois avaliar os dados no ano 2013, com
339.672 mortes dos quais decorrentes de DCV, a principal causa de morte no pais.,
representando 29,8% das mortes geral. Com o anteriormente dito se avalua a HAS
como uma doença com um padrão crescente, e com uma co-morbimortalidade
seriamente preocupante. (IBGE, 2017).
Apesar das evidências que comprovam o impacto do tratamento da HA na
redução da morbidade e da mortalidade, o controle da doença ainda está distante
dos níveis adequados na maioria dos locais. (GUIMARAES, 2015).
O interessante estudo francês DUO-HTA, mediante inquérito com
generalistas, cardiologistas e pacientes hipertensos, separou os médicos em cinco
47
grupos, de acordo com maior ou menor motivação para o exercício de seu trabalho.
Houve associação entre maior controle da doença e profissionais altamente
motivados. Estes médicos exibiam maior empatia com os pacientes, melhor
relacionamento médico-paciente, e mais otimismo e competência no trato da
doença. (CONSOLI et al., 2015).
A equipe da Saúde no PSF Vila Bom Jardim, tem uma alta competência para
trabalhar na pesquisa ativa, e para convocar palestras, assim como durante as
visitas domiciliar y o acompanhamento daqueles idosos ou deficientes com doenças
crónicas. A equipe tem um alto grau de professionalidade. As premissas para os
pacientes com doenças crónicas, são consultar com o médico ou enfermagem para
depois agendar reconsultas de 3 em 3 meses para avaliar adesão a o tratamento
e/ou cumprimento do regímen alimentar e práticas de exercíciosfísicos.
As pessoas com a pressão alta sejam ou não conhecidas como Hipertensas
ou não, a equipe procura dar-lhe prioridade no atendimento, e brindar atenção direta
com orientações precisas e explicações sobre as possíveiscomplicaçõescomuns da
doença.
5.4- EDUCAÇÃO EM SAÚDE
De modo geral, deve-se promover ações individuais e ações coletivas dentro
de um modelo ampliado de atenção à saúde. As ações individuais, dentro desse
conceito ampliado, reconhecem os indivíduos como sujeitos, portadores de direitos e
responsabilidades – não mais como objetos de ações coletivas, que antes não
reconheciam as singularidades das pessoas e comunidades (CAMPOSet al, 201).
Essas ações podem ser preventivas ou terapêuticas, como por exemplo: aplicação
de vacina, restauração dentária, sutura, entre diversas outras.
As ações coletivas devem impactar grupos ou organizações, pressupondo
algum tipo de interesse específico compartilhado, ou ainda a interação entre os
participantes. Os exemplos seriam as atividades educativas em grupo, palestras,
peças publicitárias em meios de comunicação de massa, entre outras (CAMPOS et
al, 2017).
48
Tanto as ações individuais quanto as coletivas devem buscar a integralidade,
entendida em suas 3 dimensões:
1) Vertical, que busca atender a todas as necessidades de saúde do indivíduo
(desde a promoção da saúde até a reabilitação), entendido em toda a sua
complexidade biopsicossocial e espiritual;
2) Horizontal, que busca a integração de ações e serviços de atenção à saúde ao
longo do tempo, para garantir a condição de saúde das pessoas;
3) Intersetorial, que reconhece os setores extra saúde (educação, segurança etc.)
como fundamentais para a promoção da saúde, como veremos com mais detalhes
na seção específica sobre a promoção da saúde.
A hipertensão arterial constitui uma das afecções mais comuns, podendo
resultar em graves complicações se não for tratada e controlada, por isso, merece
especial relevância em todos os níveis de atenção à saúde. A hipertensão arterial
está associada à presença de diversos fatores de risco, como hereditariedade,
sedentarismo, tabagismo, etilismo, ingestão elevada de sal e obesidade. As
modificações no estilo de vida são fundamentais para o sucesso do tratamento da
hipertensão arterial, pois, a remoção de fatores de risco, através de hábitos e estilo
de vida saudável, ajuda na manutenção dos níveis pressóricos dentro dos limites de
normalidade. Este trabalho trata-se de um projeto de intervenção com base na
informação, objetivando realizar um programa educativo com a população, visando
aumentar os conhecimentos acerca da doença, para obter uma diminuição das
principais complicações e da incidência da HAS, alcançando a incorporação de
hábitos e estilo de vida saudável pela população. (CAMPOS et al, 2017).
O Brasil sempre foi entendido como um país jovem, portanto, o problema de
envelhecimento dizia respeito aos países Europeus, Norte-Americanos e Japão.
Dentre os países que terão as maiores populações idosas daqui a 30 anos
encontram-se a Nigéria, Paquistão, México, Indonésia e o Brasil. (PEREIRA, 2011).
Diante do panorama apresentado, as doenças crônicas merecem mais
atenção dos órgãos públicos, no sentido de favorecer políticas que considerem a
compreensão de que o processo saúde-doença é socialmente determinado. Em
meio às diferentes possibilidades que vêm sendo experimentadas no âmbito da
49
reorganização dos serviços de saúde, o Programa de Saúde da Família (PSF),
concebido pelo Ministério da Saúde (MS) em 1994, vem se consolidando como eixo
reestruturam-te da atenção básica. A equipe mínima é composta por um médico, um
enfermeiro, um a dois auxiliares de enfermagem e seis agentes de saúde,
trabalhando 40 horas semanais. Cada unidade básica de saúde atende uma
população de até 4.000 pessoas. O PSF surge em meio à crescente desilusão aos
limites da medicina, às pressões para contenção de gastos econômicos, desejando-
se que sirva de exemplo de um novo tipo de assistência distinto do modelo
predominante. (MINISTERIO DA SAUDE, 2010)
Para a reorganização da atenção básica, pretendida pela estratégia do PSF,
reconhece-se à necessidade de reorientação das práticas de saúde, bem como de
renovação dos vínculos de compromisso e de co-responsabilidade entre os serviços
e a população, considerando a atenção básica como um contexto privilegiado para
desenvolvimento de práticas educativas em saúde. A vivência dos processos de
adoecimento ou fortalecimento é influenciada pela inserção social (formas de vida,
trabalho e saúde) e pela subjetividade (percepções, crenças, valores) dos grupos
sociais. Buscar compreender as reais necessidades de saúde da população, bem
como os perfis de produção social, auxiliam-nos a compreender como se dá essa
inserção social que carreia consigo distintas condições de vida, potencialidades de
saúde e sobrevivência dos sujeitos. (HARTZ, 2015)
Uma concepção de educação que instrumentalize os grupos e classes sociais
a compreender as raízes da desigualdade na produção da saúde doença pode ser
encontrada nas formulações de Paulo Freire. Segundo o autor, é necessário que o
educador tenha disponibilidade para o diálogo, estabelecendo uma posição
democrática entre educandos e educadores. Os sujeitos do diálogo devem
conservar e manter a sua identidade possibilitando que cresçam conjuntamente. O
diálogo favorece o ato de ensinar, complementando-se no ato de aprender. E ambos
somente se tornam verdadeiramente possíveis quando o pensamento crítico e
inquieto do educador não freia a capacidade do educando de também pensar
criticamente. Considerando que o processo educativo é um processo político, cujos
métodos e técnicas devem favorecer a desalienação, a transformação e a
emancipação dos sujeitos envolvidos, a educação em saúde não deve ser
exclusivamente informativa, todavia levar os usuários a refletirem sobre as bases
50
sociais de sua vida, passando a perceber a saúde não mais como uma concessão, e
sim, como um direito social.(REINERS, 2012).
O PSF propõe que as equipes realizem regularmente atividades educativas,
visto que o programa se constitui num modelo pautado no desenvolvimento de
ações preventivas e de promoção à saúde dos indivíduos, famílias e comunidades. A
promoção da saúde é definida como o processo de capacitação da comunidade para
atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior
participação no controle deste processo.9 Dessa forma, a promoção da saúde visa
colaborar para reduzir as desigualdades existentes em relação aos direitos de
saúde, facilitando oportunidades e recursos para que os sujeitos atinjam seu
completo potencial de saúde. A unidirecionalidade dos técnicos de saúde presente
nos processos educativos é limitante e negligencia esse conceito. O usuário deve
ser reconhecido como sujeito portador de um saber sobre o processo saúde-doença-
cuidado, capaz de estabelecer uma interlocução dialógica com o serviço de saúde e
de desenvolver uma análise crítica sobre a realidade e o aperfeiçoamento das
estratégias de luta e enfrentamento. O conceito referente ao enfrentamento sugere a
possibilidade de se promover saúde, ao se estimular a reflexão sobre a mudança da
“leitura de mundo” que os sujeitos trazem e ao enfrentamento propriamente dito de
situações estressantes, geradas pelo agravo de saúde, de forma mais saudável
possível. (TRENTINI, 2011).
A maior inserção dos Serviços de Atenção Primária à Saúde no meio popular,
devido a sua localização e ligação com os movimentos sociais, faz emergir a
manifestação da globalidade dos problemas de saúde, desafiando as limitações e
competências individuais dos vários profissionais e especialistas. Assim, a
interdisciplinaridade e o intercâmbio entre os vários profissionais faz-se necessária,
na medida em que possibilita, aos poucos, a estruturação de uma prática de saúde
ampliada, em que as várias dimensões da doença passam a ser enfrentadas,7 e na
qual o cuidado esteja passível da agregação de outros saberes e práticas
disponíveis em outros serviços, de saúde ou não.16 A incorporação de novos
conceitos, pelos profissionais de saúde, a respeito da compreensão ampliada do
processo saúde-doença, a humanização das práticas, a busca da qualidade da
assistência e de sua resolutividade, possibilitam o investimento no modelo dialógico
de educação em saúde, acreditando-se ser este o modelo mais pertinente para a
51
efetivação de mudanças paradigmáticas, incentivando a autonomia de escolha dos
sujeitos, reconhecendo-os como portadores de um saber que, embora diverso do
saber técnico-científico não deve ser deslegitimado pelos serviços. (MACHADO,
2015).
Acreditamos que a educação em saúde consiste em um dos principais
elementos da promoção da saúde e, portanto, para melhores condições de vida. As
experiências educativas com usuários portadores de hipertensão são incipientes e
em pequena medida se reportam à perspectiva de formação da “consciência crítica”
sobre saúde. Para melhor compreender o fenômeno saúde-doença, no recorte do
adulto com hipertensão, torna-se profícuo a modificação dos paradigmas biomédicos
e a introjeção de novos conceitos sobre o processo saúde-doença, facilitando o
entendimento das reais causas e determinantes do problema da hipertensão, bem
como a adequação dos serviços às necessidades da população e não o oposto!
Para tanto, torna-se inevitável conhecer os indivíduos para os quais se destinam as
ações de saúde, incluindo suas crenças, hábitos e papéis e as condições objetivas
em que vivem buscando envolvê-los, o que se contrapõe à imposição, nas ações.
Com a efetiva participação comunitária é possível assegurar sustentabilidade e
efetividade das ações de saúde. (MATUS, 2010).
6 PLANO DE INTERVENÇÃO
Essa proposta refere-se ao problema priorizado “Hipertensão Arterial
Sistémica”, para o qual se registra uma descrição do problema selecionado, a
explicação e a seleção de seus nós críticos, de acordo com a metodologia do
Planejamento Estratégico Simplificado (CAMPOS et al, 2017).
6.1 Descrição do problema selecionado(terceiro passo)
Tem 1 sério problema, ele é meramente biológico-sócio-genético-nutricional, é
a HTA, logo tem a Diabetes Mellito tipo II,associado a Sedentarismo e Obesidade; e
outro problema é Dificuldades para organização dos serviços de saúde na UBS Vila
Bom Jardim, Pacajá, PA.
52
6.2 Explicação do problema selecionado (quarto passo)
A Hipertensão Arterial Sistémica como já falei é o problema mais frequente,
preocupante e com maiores complicações na minha população, detectado por minha
equipe no conjunto. Existe muitos fatores agravantes do problema, como outros que
determinam o problema, como exemplo: cultura alimentar, fatores genéticos, nível
educacional baixo que dificulta entender as complicações serias da doença, assim
como entender e cumprir as medidas higienico-sanitarias e o tratamento direto para
melhorar a co-morbilidade da doença como problema sério da saúde na população.
Os costumes as vezes ajudam como pratica de esportes em pacientes mais
jovens, mas outros nega-se a evitar o sedentarismo.
Existem fatores modificável e outros não modificável, pois é, exemplo dentro
dos modificável é a obesidade, fumar, beber, sedentarismo, hiperlipidemia, e
outros... dentro dos não modificávelestão a idade, hereditariedade (fatores
genéticos) outra doença crónica que cursa com HTA exemplo Hipertireoidismo,
Feocromocitoma, DRC, SíndromeNefrítico, etc. A conduta não correta de muitos
pacientes com a doença (HTA) dá lugar a descompensacões frequentes, outros é
que se descobre a doença já quando tem complicações como danho nos Rins
(Glomeruloescleroses, Pielo-caliectasia, Retinopatia Hipertensiva, ATIC, Derrame
Cerebral)
6.3 Seleção dos nós críticos (quinto passo) - Déficit de conhecimento da comunidade sobre a hipertensão;
- Falta de descoberta de casos assintomáticos na comunidade;
- Hábitos e estilos de vida inadequados: maus hábitos alimentares, sedentarismo,
tabagismo, obesidade.
6.4 Desenho das operações (sexto passo)
Tabela 5–Operações sobre o “nós críticos” relacionado ao problema “Hipertensão
Arterial Sistémica. ”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da
Família Vila Bom Jardim, do município Pacajá, estado de Pará
Nó crítico 1 Déficit de conhecimento sobre Hipertensão Arterial
53
Sistêmica e suas complicações.
Operação (operações) Planejar palestras sobre HAS e suas complicações.
Projeto IntervençãoEducativa: Conhecer cada dia mais, Saúde
Direito do povo.
Resultados esperados Elevar o conhecimento da doença e suas complicações
Produtos esperados Diminuir a incidência e controlar a prevalênciapara
diminuir ascomplicações pela doença, com a melhoria
do estado da saúde da população doente e as que tem
condições de risco para ficar doentes
Recursos necessários Estrutural: UBS e/ou local para efetuar as palestras
(Equipe da Saúde). Organizar a agenda.
Cognitivo: Conhecimentos pela equipe assim como
NASF sobre o tema.
Financeiro: Merenda, folhetos, radio, recurso
audiovisual.
Político:ArticulaçãoIntersetorial.
Recursos críticos Estrutural: UBS e/ou local para efetuar as palestras.
Cognitivo: Mudança no conhecimento do paciente sobre
HAS.
Político: Mudança da agenda de trabalho e
articulaçãoIntersetorial.
Financeiro: Recursos audiovisual e folhetos.
Controle dos recursos críticos Equipe da Saúde, Secretaria da Saúde, Setor de Comunicação Social
Ações estratégicas Palestras e Apresentar o projeto
Prazo 6 a 9 meses
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações
Equipe da UBS Vila Nazaré
Processo de monitoramento e avaliação das ações
Trimestral
54
Nó crítico 2 Falta de descoberta de casos assintomáticos na comunidade
Operação (operações) Planejar palestras e pesquisa ativa para descouber casos novo.
Projeto Intervenção
Resultados esperados Diminuir a incidência e as complicações pela doença.
Produtos esperados Melhoria do estado da saúde da população doente e descobrir as que tem condições de risco para ficar doentes.
Recursos necessários Estrutural: UBS para descouber no dia a dia
possível casos novos. (Equipe da Saúde: Organizar
a Agenda de Trabalho)
Cognitivo: Conhecimentos pela equipe sobre o
tema.
Financeiro: Folhetos e Rádio Local.
Esfigmomanometro e Estetoscópio.
Político: ArticulaçãoIntersetorial.
Recursos críticos Estrutural: Organizar Agenda.
Cognitivo: Mudança no conhecimento do paciente
sobre HAS e descouber casos novos.
Político: Mudança da agenda de trabalho e
articulaçãoIntersetorial.
Financeiro: Folhetos e Rádio Local.
Controle dos recursos críticos Equipe da Saúde, Secretaria da Saúde, Setor de Comunicação Social
Ações estratégicas Palestras, pesquisa ativa e Apresentar o projeto
Prazo 6 a 9 meses
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações
Equipe da UBS Vila Nazaré
Processo de monitoramento e avaliação das ações
Trimestral
55
Nó crítico 3 Hábitos e estilos de vida inadequados: mãos hábitos alimentar, sedentarismo, tabagismo, obesidade.
Operação (operações) Mais Saúde para atingir modificar estilos de vida.
Projeto Intervenção para modificar Hábitos e estilo de vida.
Resultados esperados Diminuir a incidência e as complicações pela doença. Diminuir 20%, dos obesos sedentário e fumadores.
Produtos esperados Melhoria do estado da saúde da população doente e as que tem condições de risco para ficar doentes.
Recursos necessários Estrutural: UBS e/ou local para efetuar as
palestras (Equipe da Saúde: Organizar
agenda para visitas comunitárias)
Cognitivo: Conhecimentos pela equipe
sobre o tema.
Financeiro: Recursos audiovisual e
folhetos, Radio Local.
Político: ArticulaçãoIntersetorial.
Recursos críticos Estrutural: UBS e/ou local para efetuar as
palestras.
Cognitivo: Mudança no conhecimento do
paciente sobre HAS.
Político: Mudança da agenda de trabalho e
articulaçãoIntersetorial.
Financeiro: Recursos audiovisual e folhetos.
Controle dos recursos críticos Equipe da Saúde, Secretaria da Saúde, Setor de Comunicação Social
Ações estratégicas Palestras e pesquisa ativa (Apresentar o projeto)
Prazo 6 meses
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações
Equipe da UBS Vila Nazaré
Processo de monitoramento e avaliação das ações
Trimestral
56
RESULTADO DO PROJETO (DISCUSSÃO)
A Hipertensão Arterial sistémica tornou-se uma problemática para a saúde pública
mundial, devido a sua alta incidência e associação com as DCV, independente dos
fatores de risco associado, como sedentarismo, obesidade, tabagismo e
dislipidemias.
Nosso trabalho permitiu olhar a realidade da área de abrangência da UBS Vila Bom
Jardim com relação a total de pacientes com HAS, assim como fatores de riscos e
as complicações por HAS. Nós descobrimos que temos uma boa relação de
pacientes com HAS com analfabetismo e morando sozinho, favorecendo isso ao não
cumprimento do tratamento adequadamente. Além de tudo isso a maioria de nossos
pacientes com a doença tem hábitos e conduta de vida (estilo de vida) pouco
saudável.
Foi importante a troca de informações com a equipe para avaliar o nível de
despreparo por parte de quase a maioria da equipe, sendo a ocasião auspiciosa
para brindar conhecimento sobre o tema, sendo a Educação Permanente na Saúde
(EPS) a ferramenta mais importante a manter nestos projetos.
Tabela No. 6 Pacientes inseridos no Programa HIPERDIA.
População
+ 15 anos
Total de
Pacientes
com HAS
Homens Mulheres No de Pacientes
no Programa
HIPERDIA
Homens Fémeas
4186 821 452 369 254 123 131
100% 20% (4186) 55%
(821)
45%(821) 30% (821) 48%(254) 52%
(254)
Dos 821 pacientes considerados como HAS, só 254 estão inseridos ao
Programa de HIPERDIA do posto da saúde, dos 821 quase a metade são obesos ou
sobrepesos, e 25% são tabagistas. Um 11% deles mora sozinho. E mais de 50%
tem outras doenças associadas como Diabetes Mellito, Hiperlipidemia, Insuficiência
Cardíaca, Arritmias, Infarto do Miocárdio, Acidentes cérebro Vascular com ou sem
57
sequelas, Doença Renal e outras. Os que desenvolvem atividade físicas habituais
do total de 821, apenas, 126 em percentual de 15% realizam atividades físicas.
Tabela No. 7 Pacientes com HAS e fatores de Risco.
Pacientes com HAS e fatores
de Risco
Homens Mulheres Total Representa em % do
total Ptes com HAS
HAS e DM 29 33 62
HAS e Tabagismo 142 63 205 25%
HAS e Obesidade ou S/Peso 146 198 344 42%
HAS e Sedentarismo 302 395 697 85%
HAS e Hiperlipidemia 224 268 492 60%
HAS e DCV 85 46 131 16%
HAS e ACV 44 21 65 8%
Paciente com HAS morando
Sozinho
61 29 90 11%
Durante três meses da implementação do projeto, aumentou consideravelmente o
conhecimento sobre à doença quase 60% dos pacientes em geral, houve diminuição
dasdescompensacões de mais de 50% dos pacientes conhecidos pela melhor
adesão ao tratamento, pois as complicações fossem explicadas, aumentou a prática
de exercícios físicos, melhorou a aceitabilidade da doença e com isso a melhora dos
hábitos alimentares e de uso de produtos tóxicos como o álcool e/ou tabagismo.
Tabela No 8. Resultados do Projeto.
Antes
do
Projeto
No de Pacientes
informados sobre
complicações da HAS.
No de pacientes com
adequada adesão ao
tratamento
No de pacientes com
Hábitos Nocivos e
Sedentarismo.
781 89 121 689
Depois
de 3
meses do
Projeto
No de Pacientes
informados sobre
complicações da HAS.
No de pacientes com
adequada adesão ao
tratamento
No de pacientes com
Hábitos Nocivos e
Sedentarismo.
821 491 410 575
58
O trabalho como intervenção educativa é fundamental para garantir uma melhora na
qualidade de vida de pacientes doentes, em condição de risco assim como a
população geral de nossa área de abrangência.
59
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A HAS tem grande incidência e prevalência na nossa área de abrangência,
afetando 20% da população com maior de 15 anos, com pacientes de 16 anos com
HAS, incluindo grávidas entre 15 e 19 anos, deixando muitas sequelas de tipo
motora, assim como de danho a órgão internos como coração, rins, cérebro, artérias
e veias, e retina dos olhos.
Para diminuir o índice de agravamento pela HAS e os riscos de complicações
é preciso levar conhecimento aos pacientes e seus familiares. Foi necessário
capacitar primeiramente a equipe, para ter conhecimento sobre o tema em toda área
de abrangência. Precisou muito empenho de todos para mobilizar a população para
as mudanças de hábitos e estilos de vida saudável. Foi necessária a integração ou a
articulação dos diferentes setores da comunidade, governamentais e não
governamentais para um bem comum, implementando ações conjuntas. Como foi
descrita anteriormente, nosso projeto alcançou melhoraria na condição integral dos
pacientes doentes, e demostrou que se pode evitar a HAS, se pode modificar as
complicações e sequelas dela, assim como diminuir os hábitos tóxicos e/ou o
sedentarismo, de esse mesmo jeito evitar não só HAS se não outras doenças. Sem
a motivação da equipe e a vontade das pessoas de melhorar era difícil contribuir a
melhorar sua saúde.
60
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ANEXOS
67