universidade federal do estado do rio de janeiro centro de ciÊncias jurÍdicas e polÍticas escola...

455
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima quinta aula CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE AÇÕES DE CONTROLE JUDICIAL CONCENTRADO NO BRASIL Este material é para ser usado apenas em sala de aula! Prof. Cesar Caldeira – 05/06/12 1

Upload: internet

Post on 22-Apr-2015

142 views

Category:

Documents


34 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIROCENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICASESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICASDIREITO CONSTITUCIONAL III

Vigésima quinta aula

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

AÇÕES DE CONTROLE JUDICIAL CONCENTRADO NO BRASIL

Este material é para ser usado apenas em sala de aula!

Prof. Cesar Caldeira – 05/06/12

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

RECAPITULANDO O QUE VIMOS SEMANA PASSADA SOBRE ADI

A AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE GENÉRICA CONSTITUI AÇÃO CUJO OBJETO É A AFERIÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA.

NA ADI NÃO HÁ CONFLITO DE INTERESSE ENTRE AS PARTES.

O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NÃO É FEITO DE MODO INCIDENTAL, NO CURSO DO RACIOCÍNIO JUDICIAL TENDENTE À SOLUÇÃO DE UM LITÍGIO.

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

AO CONTRÁRIO, NA ADI

SE PEDE A DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE, SENDO PRESSUPOSTO PARA SEU JULGAMENTO APENAS A ANÁLISE DA CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA.

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Lembrar!

NO CONTROLE INCIDENTAL-CONCRETO, A INCONSTITUCIONALIDADE IMPORTA APENAS COMO PREJUDICIAL À RESOLUÇÃO DO MÉRITO. NESSE CASO A CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA NÃO É OBJETO DA AÇÃO, MAS O SEU EXAME CONSTITUI ANTECEDENTE NECESSÁRIO AO JULGAMENTO DO LITÍGIO, ESSE SIM O OBJETO DA AÇÃO ENTRE AS PARTES.

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

DAÍ A PERCEPÇÃO QUE,

ENQUANTO NO CONTROLE INCIDENTAL-CONCRETO O OBJETO DA AÇÃO É O LITÍGIO ENTRE AS PARTES, NO CONTROLE PRINCIPAL O OBJETO DA AÇÃO É A PRÓPRIA CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

A AFERIÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE

DA NORMA NA AÇÃO QUE A TEM COMO OBJETO – ADI -, É FEITA EM ABSTRATO,

AO CONTRÁRIO DO QUE SE DÁ QUANDO SE ANALISA A CONSTITUCIONALIDADE COMO PREJUDICIAL À SOLUÇÃO DO LITÍGIO.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

NA ADI NÃO HÁ CASO CONCRETO QUE

TENHA COMO PRESSUPOSTO A APLICAÇÃO DA NORMA, MOTIVO PELO QUAL SE DIZ QUE O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE É FEITO EM TESE OU EM ABSTRATO.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

A RAZÃO DE SER DA ADI,

UMA AÇÃO EM QUE SE PEDE EXCLUSIVAMENTE DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE ADVÉM DA NECESSIDADE DE SE ELIMINAR DA ORDEM JURÍDICA NORMA QUE SEJA INCOMPATÍVEL COM A CONSTITUIÇÃO. TUTELA-SE, ASSIM, A ORDEM JURÍDICA.

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

A DECISÃO QUE DECLARA A INCONSTITUCIONALIDADE

PRODUZ EFEITOS ERGA OMNES, RESULTANDO INQUESTIONÁVEL DIANTE DE TODOS , E, NA MESMA MEDIDA , A NORMA NÃO MAIS APLICÁVEL.

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

A ADI, ASSIM, É AÇÃO

EM QUE NÃO SE TEM CASO CONCRETO, JULGAMENTO DE LITÍGIO E COISA JULGADA MATERIAL INTER PARTES.

CONSTITUI, COMO VISTO, AÇÃO VOLTADA EXCLUSIVAMENTE À ANÁLISE DE PEDIDO DE INCONSTITUCIONALIDADE, QUE DEVE SER FEITA EM ABSTRATO, TENDO SUA SENTENÇA EFEITOS ERGA OMNES, PRECISAMENTE PORQUE A CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA DIZ RESPEITO A TODOS, E NÃO A “PARTES”.

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE , COM CARÁTER DE PRINCIPAL, PODE OCORRER

PERANTE O STF E DIANTE DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA.

NESTE MOMENTO DO CURSO, ESTAMOS ESTUDANDO A ADI PERANTE O STF.

NO STF, O PARÂMETRO DE CONTROLE É A CONSTITUIÇÃO FEDERAL, SENDO OBJETO DE CONTROLE LEIS E ATOS NORMATIVOS FEDERAIS E ESTADUAIS.

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

1. LEGITIMIDADE EXTENSÃO DA LEGITIMIDADE , LEGITIMADOS

UNIVERSAIS E ESPECIAIS E CAPACIDADE PARA POSTULAR

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

EM 1965,

QUANDO SE CRIOU A ADI GENÉRICA A COMPETÊNCIA PARA PROPÔ-LA ERA EXCLUSIVA DO PGR, NA ÉPOCA CARGO DE CONFIANÇA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA.

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Legitimidade para agir - ADI

A extensa lista de legitimados presentes no texto constitucional de 1988 (art. 103) fortalece a impressão de que o constituinte pretendeu reforçar o controle abstrato de normas no ordenamento jurídico brasileiro, como peculiar instrumento de correção do sistema geral incidental-concreto.

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

LEGITIMADOS ATIVOS DA ADI

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito

Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

O que é “legitimidade para agir”?

Ver o Código de Processo Civil CAPÍTULO II

DA AÇÃO Art. 3o Para propor ou contestar ação é

necessário ter interesse e legitimidade.

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ENRICO TULIO LIEBMAN: conceitos NO PROCESSO SUBJETIVO

Interesse para agir - concerne à necessidade e a à utilidade da tutela jurisdicional pedida pelo demandante.

A legitimidade para a causa (ou legitimatio ad causam) não se confunde com legitimidade para o processo (conhecida ainda por legitimatio ad processum ou “capacidade para estar em juízo”).

A legitimidade para a causa concerne à pertinência subjetiva da ação, atine à titularidade (ativa e passiva) da ação. Luis Guilherme Marinoni.

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DA ADI – OS LEGITIMADOS ATIVOS

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade ...: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito

Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

A NORMA DO ART. 103

DEFINE OS LEGITIMADOS À PROPOSITURA DA ADI, EXCLUINDO ASSIM, AQUELES QUE NÃO ESTEJAM CONTEMPLADOS.

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

CONSIDERANDO OS LEGITIMADOS

DO ART. 103, O STF FEZ DISTINÇÃO ENTRE UMA QUALIDADE INTRÍNSECA AOS LEGITIMADOS QUE TEVE COMO EFEITO OBRIGAR APENAS ALGUNS A DEMONSTRAR A PERTINÊNCIA ENTRE SEUS FINS E A NORMA IMPUGNADA.

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

FALA-SE, ASSIM, DE LEGITIMADOS

QUE, EM VIRTUDE DE SEU PAPEL INSTITUCIONAL, SEMPRE ESTÃO AUTORIZADOS A SOLICITAR A TUTELA DA CONSTITUIÇÃO (CHAMADOS DE LEGITIMADOS “UNIVERSAIS”). E OUTROS (CHAMADOS DE LEGITIMADOS “ESPECIAIS”) QUE, AO CONSTITUIREM ÓRGÃOS E ENTIDADES, SOMENTE TEM LEGITIMIDADE PARA IMPUGNAR NORMAS QUE AFETEM SUAS ESFERAS JURÍDICAS OU DE SEUS FILIADOS.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

NOTEM NO QUADRO

SEGUINTE, FEITO PARA O LIVRO DO ALEXANDRE MORAES, QUE HÁ UM ERRO NA LISTA DOS “LEGITIMADOS ESPECIAIS”.

NOTAMOS ISTO NA AULA PASSADA!

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima
Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

O erro está

EM SE COLOCAR A MESA DO SENADO FEDERAL ENTRE OS LEGITIMADOS ESPECIAIS!

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta feita em sala de aula na quarta-feira 30 de maio de 2012 pelo Fábio que deixamos para resolver hoje.

Qual a diferença entre “legitimidade para agir” e “capacidade postulatória”?

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

HÁ UMA DIFERENÇA

ENTRE TER LEGITIMIDADE PARA PEDIR A DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI E TER CAPACIDADE PARA POSTULAR , SEM A MEDIAÇÃO DE ADVOGADO , A TUTELA JURISDICIONAL DE

INCONSTITUCIONALIDADE, BEM COMO DIRETAMENTE ATUAR NO PROCESSO JURISDICIONAL QUE LHE É CORRESPONDENTE.

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

PRIMEIRO PONTO

TER LEGITIMIDADE PARA DETERMINADA AÇÃO NÃO SIGNIFICA TER CAPACIDADE DE POSTULAR EM JUÍZO.

EM REGRA, A CIRCUNSTÂNCIA DE TER LEGITIMIDADE NÃO CONFERE CAPACIDADE PARA POSTULAR NA RESPECTIVA AÇÃO, ASSIM COMO CAPACIDADE DE POSTULAR DO ADVOGADO OBVIAMENTE NADA TEMA VER COMLEGITIMIDADE PARA A CAUSA.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

PORÉM, EM SE TRATANDO DE ADI

O STF DECIDIU NA ADI 127 QUE OS LEGITIMADOS DELINEADOS ENTRE OS INCS. I E VII DO ART. 103 IGUALMENTE INCORPORAM CAPACIDADE POSTULATÓRIA, PODENDO POSTULAR E ATUAR NO PROCESSO OBJETIVO SEM A DEPENDÊNCIA DE ADVOGADO PARA TANTO.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Eis a ADI 127

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Ementa

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

NA ADI 127, EM QUE SE DISCUTIU ACERCA DA CAPACIDADE POSTULATÓRIA DO GOV. DE ALAGOAS O MIN. SEPÚLVEDA

PERTENCE ADVERTIU QUE

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

PARA DAÍ CONCLUIR

QUE A CAPACIDADE POSTULATÓRIA ADVÉM DA INVESTITURA NO CARGO, SOMADA À LEGITIMAÇÃO CONSTITUCIONAL.

NESSES TERMOS, A PRÁTICA PESSOAL DOS ATOS DE PROVOCAÇÃO À JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL NÃO APENAS LHE SERIA PERMITIDA, MAS, EM VERDADE, SERIA NECESSÁRIA.

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

OUTORGA-SE LEGITIMIDADE À ADI

PARA SE VIABILIZAR A TUTELA DO DIREITO OBJETIVO, CONSTITUINDO MAIOR OU MENOR EXTENSÃO DE LEGITIMIDADE QUESTÃO AFETA AOS LIMITES DA PRÓPRIA DEMOCRACIA PARTICIPATIVA.

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO AQUI!

CONFORME JÁ ENFATIZAMOS BASTANTE A ADI É REGIDA PELO PROCESSO OBJETIVO.

DE MODO QUE A ATRIBUIÇÃO DE LEGITIMIDADE PARA CORREÇÃO DA ORDEM JURÍDICA NÃO PODE SER COMPARADA COM A LEGITIMIDADE AD CAUSAM PECULIAR AO PROCESSO DESTINADO À SOLUÇÃO DE CONFLITOS ENTRE AS PARTES (PROCESSO SUBJETIVO).

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

TER LEGITIMIDADE À ADI

SIGNIFICA TER PODER PARA POSTULAR A ADEQUAÇÃO DO SISTEMA JURÍDICO, O QUE TRAZ CONSIGO, NAS HIPÓTESES ENTRE INCS. I E VII DO ART. 103 DA CF , O PODER PARA PESSOALMENTE, APRESENTAR A PETIÇÃO INICIAL E PRATICAR OS DEMAIS ATOS PROCESSUAIS NECESSÁRIOS À EFETIVAÇÃO DO CONTROLE ABSTRATO.

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Em outras palavras,

A PETIÇÃO INICIAL DA AÇÃO PROPOSTA PELO GOVERNADOR DE ESTADO NÃO PRECISA SER ASSINADA PELO PROCURADOR-GERAL DO ESTADO.

NOTE-SE ALIÁS, QUE A LEGITIMIDADE DO GOVERNADOR DO ESTADO NADA TEM A VER COM PODER DE ATUAÇÃO, PARTICIPAÇÃO OU LEGITIMAÇÃO DO ESTADO. BEM POR ISSO, NÃO SE ADMITE AO ESTADO INTERPOR RECURSO CONTRA DECISÃO ADVERSA DO GOVERNADOR.

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Ver: ADI 2.130, REL. MIN, CELSO DE MELLO, PLENO, 2001.

“O ESTADO-MEMBRO NÃO DISPÕE DE LEGITIMIDADE PARA INTERPOR RECURSO EM SEDE DE CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO, AINDA QUE A AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE TENHA SIDO AJUIZADA PELO RESPECTIVO GOVERNADOR”.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

2. LEGITIMIDADE, PERTINÊNCIA TEMÁTICA E INTERESSE DE AGIR

O STF AO TRATAR DAS HIPÓTESES EM QUE A MESA DE ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA, GOVERNADOR DE ESTADO, CONFEDERAÇÃO SINDICAL E ENTIDADE DE CLASSE DE ÂMBITO NACIONAL PODEM FIGURAR COMO AUTORES DE ADI ESTABELECEU QUE A LEGITIMIDADE SOMENTE ESTÁ CONFIGURADA QUANDO EXISTIR RELAÇÃO DE PERTINÊNCIA ENTRE OS INTERESSES DO REQUERENTE E A NORMA A QUE SE ATRIBUI A MARCA DE INCONSTITUCIONALIDADE.

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

A JURISPRUDÊNCIA DO STF

AFIRMA QUE A LEGITIMIDADE ATIVA DA MESA DE ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA, DO GOVERNADOR DE ESTADO, DA CONFEDERAÇÃO SINDICAL E DE ENTIDADE DE CLASSE DE ÂMBITO NACIONAL PARA A ADI, VINCULA-SE AO OBJETO DA AÇÃO, PELO QUE DEVE HAVER PERTINÊNCIA DA NORMA IMPUGNADA COM OS OBJETIVOS DO AUTOR DA AÇÃO.

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

COMENTÁRIO DO MARINONI

“CABE ANALISAR, CONTUDO, SE É POSSÍVEL COMPREENDER O REQUISITO DA PERTINÊNCIA TEMÁTICA COMO SINAL QUE, QUANDO AUSENTE, FAZ SURGIR AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR.

É CERTO QUE O INTERESSE DE AGIR ESTÁ ASSOCIADO À UTILIDADE DO PROVIMENTO JURISDICIONAL RECLAMADO.

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

CONTINUAÇÃO (Marinoni, 2012)

PORÉM A FALTA DE PERTINÊNCIA TEMÁTICA JAMAIS EXCLUIRÁ O INTERESSE DE AGIR DE ALGUÉM QUE TENHA SISO DEFINIDO COMO DETENTOR DE LEGITIMIDADE.

QUANDO SE DIZ QUE UM LEGITIMADO É OBRIGADO A DEMONSTRAR A RELAÇÃO DE PERTINÊNCIA ENTRE OS SEUS INTERESSES E A NORMA IMPUGNADA, EXISTE, BEM VISTAS AS COISAS, UM APROFUNDAMENTO DE EXIGÊNCIAS, DEFINIDAS NA NORMA , PARA A CONFIGURAÇÃO DA LEGITIMIDADE. BEM POR ISSO, ESPECIALMENTEQUANDO A LEGITIMIDADE É ATRIBUÍDA POR NORMA CONSTITUIÇÃO PARA A INSTAURAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO ABSTRATA DA NORMA, A LIMITAÇÃO JUDICIAL TORNA-SE EXTREMAMENTE PROBLEMÁTICA”.

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Vejamos o que escreve GILMAR MENDES

“ Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal, há de se exigir, também, que o objeto da ação de inconstitucionalidade guarde relação de pertinência com a atividade de representação da confederação sindical ou da entidade de classe de âmbito nacional.

A jurisprudência do Tribunal se, de um lado, revela o salutar propósito de concretizar o conceito de "entidade de classe de âmbito nacional" e de "confederação sindical", para os efeitos do art. 103, IX, da Constituição, deixa entrever, de outro, uma concepção assaz restritiva do direito de propositura dessas organizações.

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

GILMAR MENDES, CURSO, 2012, p. 1228

Afigura-se excessiva a exigência de que haja uma relação de pertinência entre o objeto da ação e a atividade de representação da entidade de classe ou da confederação sindical.

Cuida-se de inequívoca restrição ao direito de propositura, que, em se tratando de processo de natureza objetiva, dificilmente poderia ser formulada até mesmo pelo legislador ordinário. A relação de pertinência assemelha-se muito ao estabelecimento de uma condição de ação — análoga, talvez, ao interesse de agir —, que não decorre dos expressos termos da Constituição e parece ser

estranha à natureza do sistema de fiscalização abstrata de normas.”

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Governador de Estado/Assembleia Legislativa e relação depertinência

Consoante o disposto no art. 103 da CF, podem propor ADI os Governadores de Estado e do Distrito Federal, bem como as Assembleias Legislativas e a Câmara Legislativa Distrital.

A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem identificado a necessidade de que o Governador de um Estado ou a Assembleia Legislativa que

impugna ato normativo de outro demonstre a relevância, isto é, a relação de pertinência da pretensão formulada — da pretendida declaração de inconstitucionalidade da lei.

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Comenta Gilmar Mendes (2012), p. 1229.

“Tendo em vista a natureza objetiva do processo de controle abstrato de normas, seria mais ortodoxo que, na espécie, fosse admitida a ADI independentemente de qualquer juízo sobre a configuração ou não de uma relação de pertinência.”

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Direito de propositura dos partidos políticos

O constituinte de 1988 preferiu conceder o direito de propositura da ação direta de inconstitucionalidade aos partidos políticos com representação no Congresso Nacional, rejeitando, expressamente, o modelo largamente adotado

no direito constitucional de outros países, que outorga legitimação para instaurar o controle abstrato de normas a determinado número de parlamentares

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Partido no Direito Constitucional Comparado

Lei Fundamental de Bonn, art. 9 3 , 1 , n. 2: 1/3 dos membros do Parlamento;

Constituição austríaca, art. 140, ( 1 ) : a requerimento de 1/3 dos membros do Parlamento (Nationaírat) ou

1/3 dos membros do Conselho Federal (Bundesrat); Constituição de Portugal, de 1976: art. 281, a 1/10

dos membros da Assembléia da República; Constituição da Espanha de 1978, art. 162, cinquenta

deputados ou cinquenta senadores.

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

NO BRASIL

A exigência de que o partido esteja representado no Congresso Nacional acaba por não conter qualquer restrição, uma vez que suficiente se afigura a presença de uma representação singular para que se satisfaça a exigência constitucional.

Tem-se aqui, pois, uma amplíssima compreensão da chamada defesa da minoria no âmbito da jurisdição constitucional.

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

JURISPRUDÊNCIA DO STF

O Supremo Tribunal Federal entende que, para propor ação direta, suficiente se afigura a decisão do presidente do partido, dispensando, assim, a intervenção do diretório partidário. A orientação jurisprudencial encaminhou-se, todavia, no sentido de exigir que da procuração outorgada pelo órgão partidário conste a lei ou os dispositivos a ser impugnados.

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Mudança jurisprudencial no STF

Caso o partido perdesse a representação no Congresso Nacional após a propositura da ação, o Tribunal vinha considerando que a ação havia de ser declarada prejudicada, ressalvando-se apenas a hipótese de já se ter iniciado o julgamento.

Entretanto, em decisão de 24-8-2004, reconheceu o Supremo Tribunal Federal que a perda superveniente de representação parlamentar não afeta a ação direta de inconstitucionalidade já proposta em reconhecimento ao caráter eminentemente objetivo do processo. O momento de aferição da legitimação passa a ser, assim, o momento da propositura da ação.

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

3. Objeto da ação direta de inconstitucionalidade

Podem ser impugnados por ação direta de inconstitucionalidade leis ou

atos normativos federais ou estaduais. Com isso, utilizou-se o constituinte de

formulação abrangente de todos os atos normativos primários da União ou dos

Estados (art. 102,1, a).

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Seção VIIIDO PROCESSO LEGISLATIVO

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I - emendas à Constituição; II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO: DIREITO PRÉ -CONSTITUCIONAL E ADI

NA ADI Nº 2, O STF PROMOVEU RESTRIÇÃO TEMPORAL QUANTO À ABRANGÊNCIA DOS ATOS FEDERAIS E

ESTADUAIS PASSÍVEIS DE CONTROLE POR MEIO DE ADI. O TRIBUNAL ESTABELECEU O CRITÉRIO,

SEGUNDO O QUAL, SOMENTE PODERIA SER POSSÍVEL O CONTROLE DE ATOS NORMATIVOS POSTERIORES À PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (5-10-1988).

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação,

manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. § 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de

estado de defesa ou de estado de sítio. § 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois

turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.

§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais.

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Controle de Constitucionalidade de EC

A legitimidade da aferição da constitucionalidade de uma emenda constitucional, em sentido formal e material, foi reconhecida pelo Supremo

Tribunal já em 1926. Mais recentemente admitiu o STF a

possibilidade de se examinar a constitucionalidade de proposta de emenda constitucional antes mesmo de sua promulgação. MS 20.257, Rel. Moreira Alves, RTJ, 99(3)/1040.

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ADI contra norma constitucional originária

Sob o império da Constituição de 1988 foram propostas ações diretas contra normas

constitucionais constantes do texto originário. ADI 815, Rel. Moreira Alves, proposta pelo

Governador do Estado do Rio Grande do Sul, que foi inadmitida por impossibilidade

jurídica do pedido.

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

EC nº 2

ADIs contra a EC n. 2, que antecipou a data do plebiscito previsto no art. 2º do ADCT.

ADIs 829, 830 e 833, Rel. Moreira Alves, sobre a constitucionalidade da antecipação do plebiscito (EC n. 2, de 25-8-1992).

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

2. Leis de todas as formas e conteúdos (observada a especificidade dos atos de efeito concreto), uma vez

que o constituinte se vinculou à forma legal.

2.1. as leis formais ou atos normativos federais, dentre outros;

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

2.2 Medidas Provisórias

As medidas provisórias, expedidas pelo Presidente da República em caso de relevância ou urgência, com força de lei (art. 62 c/c o art. 84, XXVI).

Essas medidas perdem a eficácia se não aprovadas pelo Congresso Nacional no prazo de sessenta dias, podendo ser prorrogadas uma única vez, por igual período (CF, art. 62, § 7º ) .

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ADI E MEDIDAS PROVISÓRIAS

Nenhuma dúvida subsiste sobre a admissibilidade do controle abstrato em relação às medidas

provisórias. O Supremo Tribunal Federal tem concedido inúmeras

liminares com o propósito de suspender a eficácia dessas medidas como ato dotado de força normativa,

ressalvando, porém, a sua validade enquanto proposição legislativa suscetível de ser convertida ou

não em lei.

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

OBSERVAÇÃO I

Contudo, a ação direta de inconstitucionalidade, impugnando norma

constante em medida provisória, precisa ser aditada se a medida for convertida em lei.

Ver: ADI 1922, Rel. Min. Joaquim Barbosa

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

OBSERVAÇÃO II: ADI e MP

Não se questiona, diante da jurisprudência tradicional do Tribunal, que, rejeitada expressamente a medida provisória ou decorrido in albis o prazo constitucional para sua apreciação pelo Congresso Nacional, há de se ter por prejudicada a ação direta de inconstitucionalidade

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

2.3 Decretos legislativos

Decreto legislativo que contém a aprovação do Congresso aos tratados

e autoriza o Presidente da República a ratificá-los em nome do Brasil (CF, art. 49,1).

O decreto legislativo apenas formaliza, na ordem jurídica brasileira, a concordância definitiva do Parlamento em relação ao tratado. A autorização para aplicação imperativa somente ocorre, após a sua ratificação, com a promulgação através de decreto.

0 processo do controle abstrato de normas poderia, todavia, ser instaurado após a promulgação do decreto legislativo, uma

vez que se trata de ato legislativo que produz consequências para a ordem jurídica.

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

2.4 O decreto do Chefe do Executivo que promulga os tratados e convenções.

É CABÍVEL DE CONTROLE POR ADI.

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

5. O DECRETO LEGISLATIVO

do Congresso Nacional que suspende a execução de ato do Executivo, em virtude de incompatibilidade com a lei regulamentada

(CF, art. 49, V ) V - sustar os atos normativos do Poder

Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

6

Os atos normativos editados por pessoas jurídicas de direito público criadas pela União, bem como os regimentos dos Tribunais Superiores, podem ser objeto do controle abstrato de normas se configurado seu caráter autônomo, não meramente ancilar.

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

7

Também outros atos do Poder Executivo com força normativa, como os pareceres da Consultoria-Geral da República, devidamente aprovados pelo Presidente da República (Dec. n. 92.889, de 7-7-1986) ou Decreto

que assuma perfil autônomo ou exorbite flagrantemente do âmbito do Poder

Regulamentar.

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

8

RESOLUÇÃO DO TSE

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

GILMAR MENDES, (2012), p. 1235.

“ SÚMULAS VINCULANTES DO STF TAMBÉM PODERÃO SER OBJETOS DE ADI EM RAZÃO DE SEU INEQUÍVOCO CARÁTER NORMATIVO.

A JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL RECUSOU, PORÉM, O CABIMENTO DE ADI CONTRA SÚMULA DE TRIBUNAL COM BASE NO ARGUMENTO DE QUE NÃO SERIA DOTADA DE FORÇA NORMATIVA.”

ADI 594-DF, Rel. Min. Carlos Velloso (1994).

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Súmula Vinculante Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois

terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide Lei nº 11.417, de 2006).

§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.

§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.

§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso."

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

10

RESOLUÇÕES DE TRIBUNAIS QUE DEFEREM REAJUSTE DE VENCIMENTOS.

Ver: ADI 662, Rel. Min. Eros Grau (2006)

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Leis e atos normativos estaduais

Devem sei considerados leis ou atos normativos estaduais, podendo ser objeto somente de ação direta de inconstitucionalidade:

1. Disposições das Constituições estaduais, que, embora tenham a mesma natureza das normas da Constituição Federal, devem ser compatíveis com princípios específicos e regras gerais constantes do texto fundamental (CF, art.

25 c/c o art. 34, VII, princípios sensíveis);

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

2

Leis estaduais de qualquer espécie ou natureza, independentemente de seu conteúdo;

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

3

Leis estaduais editadas para regulamentar matéria de competência exclusiva da União (CF, art. 22, parágrafo único);

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

4

Decreto editado com força de lei

ADI 460/DF, Rel. Sepúlveda Pertence, DJ de 10-5-1991.

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

5

Regimentos internos dos tribunais estaduais, assim como os Regimentos das Assembleias Legislativas;

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

6

Atos normativos expedidos por pessoas jurídicas de direito público estadual podem, igualmente, ser objeto de controle abstrato de normas.

GILMAR MENDES, CURSO, (2012), p. 1236.

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Leis e atos normativos distritais

Não existia razão jurídica para afastar do controle abstrato de constitucionalidade os órgãos superiores do Distrito Federal.

Com a promulgação da EC n. 45/2004, a questão ficou definitivamente superada.

A nova redação conferida ao art. 103 da CF incluiu o Governador do Distrito Federal e a Mesa da Câmara Legislativa no elenco dos entes e órgãos autorizados a propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade.

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

JURISPRUDÊNCIA DO STF

Razões semelhantes já militavam em favor do controle de constitucionalidade na jurisprudência do STF, por via de ação direta de inconstitucionalidade, de ato aprovado pelos Poderes distritais no exercício da competência tipicamente estadual.

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Observação

É que, não obstante as peculiaridades que marcam o Distrito Federal, os atos normativos distritais — leis, decretos etc. — são substancialmente idênticos aos atos normativos estaduais, tal como deflui diretamente do art. 32, § I º , na parte em que atribui ao Distrito Federal as competências legislativas reservadas aos Estados.

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

DO DISTRITO FEDERAL - CF

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.

§ 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Observação

A própria fórmula constante do art. 32, § I a , da Constituição está a indicar que o Distrito Federal exerce competências legislativas

municipais, editando, por isso, leis e atos normativos materialmente idênticos àqueles editados pelos demais entes comunais.

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO

Nessa hipótese, diante da impossibilidade de se proceder ao exame direto de constitucionalidade da lei municipal, perante o Supremo Tribunal Federal,

em face da Constituição, tem-se de admitir que descabe "ação direta de inconstitucionalidade,

cujo objeto seja ato normativo editado pelo Distrito Federal, no exercício de competência que a Lei Fundamental reserva aos Municípios",

tal como, por exemplo, "a disciplina e polícia do parcelamento do solo“. ADI 611/DF Rel. Min. Sepúlveda Pertence.

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

85

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIROCENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICASESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICASDIREITO CONSTITUCIONAL III

Vigésima sexta aula

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

AÇÕES DE CONTROLE JUDICIAL CONCENTRADO NO BRASIL

Este material é para ser usado apenas em sala de aula!

Prof. Cesar Caldeira – 12/06/12

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

3. Objeto da ação direta de inconstitucionalidade

Podem ser impugnados por ação direta de inconstitucionalidade leis ou

atos normativos federais ou estaduais. Com isso, utilizou-se o constituinte de

formulação abrangente de todos os atos normativos primários da União ou dos

Estados (art. 102,1, a).

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

VIMOS NA TERÇA-FEIRA PASSADA

O QUE PODE SER OBJETO DA ADI GENÉRICA. Concluiremos nesta noite este ponto com o

que NÃO PODE SER OBJETO DE ADI GENÉRICA.

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

HIPÓTESES EM QUE NÃO CABE ADI GENÉRICA

ATENÇÃO: ALGUMAS HIPÓTESES AQUI MENCIONADAS SÃO COMUNS A TODAS AS MODALIDADES DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE.

POR EXEMPLO: NORMAS CONSTITUCIONAIS EDITADAS PELO CONSTITUINTE ORIGINÁRIO.

POR QUÊ?

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

EM DECORRÊNCIA DO PRINCÍPIO DA UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO,

AS NORMAS DA CARTA MAGNA DEVEM SER INTERPRETADAS COMO UM CONJUNTO HARMONIOSO , E NÃO DE MANEIRA ISOLADA, TUDO PARA QUE NÃO OCORRAM INDESEJÁVEIS CONFLITOS ENTRE NORMAS INSERIDAS NO MESMO TEXTO CONSTITUCIONAL (A CHAMADA ANTINOMIA).

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

EM RESPEITO ÀQUELE PRINCÍPIO, O STF NÃO ADMITE A

EXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE NORMAS CONSTITUCIONAIS PRODUZIDAS PELO CONSTITUINTE ORIGINÁRIO.

E, SE NÃO EXISTE HIERARQUIA ENTRE NORMAS DAQUELA ESPÉCIE , É EVIDENTE QUE NÃO SE PODE DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE DE UMA NORMA EM FACE DE OUTRA, QUANDO AMBAS FOREM NORMAS CONSTITUCIONAIS ORIGINÁRIAS.

O STF REPELE A DENOMINADA “TEORIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS INCONSTITUCIONAIS”, DA DOUTRINA ALEMÃ.

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

PODEM SER OBJETO DE ADI

AS CHAMADAS “NORMAS SECUNDÁRIAS”? ALIÁS, EM PRIMEIRO LUGAR, O QUE SÃO AS

CHAMADAS “NORMAS SECUNDÁRIAS”?

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

“NORMAS SECUNDÁRIAS”

SÃO LEIS DESTITUÍDAS DE AUTONOMIA; SÃO AQUELAS SUBORDINADASA OUTRAS NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS, E QUE TEM COMO ESCOPO JUSTAMENTE REGULAMENTAR , DAR EFETIVIDADE AOS PRECEITOS DISCIPLINADOS POR ESTAS.

EXEMPLO: OS CHAMADOS “DECRETOS DE EXECUÇÃO”, EDITADOS PELO CHEFE DO EXECUTIVO JUSTAMENTE EM CUMPRIMENTO A NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS (GERALMENTE UMA LEI ORDINÁRIA).

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO

NO CASO DAS NORMAS DESTITUÍDAS DE AUTONOMIA (ATOS NORMATIVOS SECUNDÁRIOS, COMO SE DÁ COM OS CITADOS DECRETOS DE EXECUÇÃO, E TAMBÉM COM AS PORTARIAS MINISTERIAIS, MESMO QUE ELAS , AO CONTRARIAR AS NORMAS PRIMÁRIAS A QUE ESTÃO SUBORDINADAS OU AO SE EXCEDER NA FORMA DE REGULAMENTÁ-LAS , OFENDAM ALGUM PRINCÍPIO OU NORMA CONSTITUIÇÃO, NÃO O FARÃO DE FORMA DIRETA , MAS SIM REFLEXA.

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ADI Nº 129, Rel. Min. Celso de Mello, j. 28.2 1992

“Regulamentos subordinados ou de execução supõe , para efeito de sua edição pelo Poder Público, a existência de lei a que se achem vinculados. Falece-lhes, desse modo, a necessária autonomia jurídica para se qualificarem como atos normativos suscetíveis de controle abstrato de constitucionalidade”.

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

As súmulas de jurisprudência dos tribunais estão sujeitas a controle por ADI?

JUSTIFIQUE.

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

RESPOSTA

NÃO ESTÃO SUJEITAS AO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE POR ADI.

POR QUE SÃO EDITADAS PARA FINS DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA, AS REFERIDAS SÚMULAS NÃO SÃO DOTADAS DE IMPERATIVIDADE, JÁ QUE PODEM DEIXAR DE SER OBSERVADAS PELOS JUÍZES DE INSTÂNCIAS INFERIORES, NOS CASOS EM QUE LHES SÃO SUBMETIDAS A JULGAMENTO. OS ENUNCIADOS DE SÚMULAS, PORTANTO, NÃO TÊM FORÇA NORMATIVA.

Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

AQUI SURGE UMA QUESTÃO MAIS POLÊMICA

O STF JÁ TEVE UMA POSIÇÃO PACIFICADA SOBRE ESTA QUESTÃO, PORÉM NÓS ANOS MAIS RECENTES VEM SURGINDO MUDANÇAS DE POSICIONAMENTO.

PERGUNTA:

É ADMISSÍVEL A PROPOSITURA DE ADI GENÉRICA CONTRA “ATOS DE EFEITOS CONCRETOS”?

Page 97: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

GILMAR MENDES, CURSO ... (2012), p. 1237.

“A jurisprudência do STF tem considerado inadmissível a propositura de ação direta de inconstitucionalidade contra atos de efeito concreto. Assim, tem-se afirmado que a ação direta é o meio pelo qual se procede ao controle de constitucionalidade das normas jurídicas in abstracto, não se prestando ela "ao controle de atos administrativos que têm objeto determinado e destinatários certos, ainda que esses atos sejam editados sob a forma de lei — as leis meramente formais, porque têm forma de lei, mas seu conteúdo não encerra normas que disciplinam relações em abstrato.“ ADI 647, Rel. Min. Moreira Alves, 1992.

Page 98: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

GILMAR (2012) p. 1237.

“ Na mesma linha de orientação, afirma-se que "atos estatais de efeitos concretos, ainda que

veiculados em texto de lei formal, não se expõem, em sede de ação direta, à jurisdição constitucional abstrata do Supremo Tribunal Federal", porquanto "a ausência de densidade normativa no conteúdo do preceito legal impugnado desqualifica-o — enquanto objeto

juridicamente inidôneo — para o controle normativo abstrato”. ADI 842, rel. Min. Celso de Mello, 1993.

Page 99: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Estava até aí a orientação aparentemente pacificada no STF...

PORÉM...

Page 100: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

GILMAR MENDES, CURSO... (2012) p. 1288.

“A extensão da jurisprudência sobre o ato de efeito concreto — desenvolvida para afastar do controle abstrato de normas os atos administrativos de efeito concreto —, às chamadas leis formais suscita, sem dúvida, alguma insegurança, porque coloca a salvo do controle de constitucionalidade um sem-número de leis.

Page 101: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

GILMAR... continuação

Não se discute que os atos do Poder Público sem caráter de generalidade não se prestam ao controle abstrato de normas, porquanto a própria Constituição elegeu como objeto desse processo os atos tipicamente normativos, entendidos como aqueles dotados de um mínimo de generalidade e abstração.

Ademais, não fosse assim, haveria uma superposição entre a típica jurisdição constitucional e a jurisdição ordinária.

Page 102: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

E AGORA O “PROBLEMA”

Outra há de ser, todavia, a interpretação, se se cuida de atos editados sob a forma de lei. Nesse caso, houve por bem o constituinte não distinguir entre leis dotadas de generalidade e aqueloutras, conformadas sem o atributo da generalidade e abstração. Essas leis formais decorrem ou da vontade do legislador ou do desiderato do próprio constituinte, que exige que determinados atos, ainda que de efeito concreto, sejam editados sob a forma de lei (v. g., lei de orçamento, lei que institui empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia e fundação pública).

Page 103: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

TESE DO GILMAR MENDES p. 1239.

Ora, se a Constituição submete a lei ao processo de controle abstrato, até por ser este o meio próprio de inovação na ordem jurídica e o instrumento adequado de concretização da ordem constitucional, não parece admissível que o intérprete debilite essa garantia da Constituição, isentando um número elevado de atos aprovados sob a forma de lei do controle abstrato de normas e, muito provavelmente, de qualquer forma de controle. É que muitos desses atos, por não envolverem situações subjetivas, dificilmente poderão ser submetidos a um controle de legitimidade no âmbito da jurisdição ordinária.

...

Page 104: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

“VIRADA JURISPRUDENCIAL” Todas essas considerações parecem demonstrar que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não andou bem ao considerar as leis de efeito concreto inidôneas para o controle abstrato de normas.

Em boa hora, ao apreciar a ADI 4.048, o Plenário do STF promoveu revisão de sua jurisprudência, ao conceder medida liminar no sentido de reconhecer que as leis orçamentárias também poderiam ser objeto de controle concentrado de constitucionalidade, no entendimento de que "o Supremo Tribunal Federal deve exercer sua função precípua de fiscalização da constitucionalidade das leis e dos atos normativos quando houver um tema ou uma controvérsia constitucional suscitada em abstrato, independente do caráter geral ou específico, concreto ou abstrato de seu objeto.”

Gilmar Mendes, Curso ... (2012), p. 1240.

Page 105: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO!

Apesar dessa indicação do Gilmar Mendes, vocês vão encontrar nos “manuais” de Direito Constitucional frequentemente a posição mais tradicional:

NÃO ESTÃO SUJEITOS À ADI GENÉRICA OS ATOS ESTATAIS NÃO REVESTIDOS DE ABSTRAÇÃO E GENERALIDADE. É O CASO DE DIVERSOS CASOS DE EFEITOS CONCRETOS E INDIVIDUAIS. NESSA HIPÓTESE, ESSES ATOS DEVEM SER IMPUGNADOS, CONFORME O CASO POR AÇÃO POPULAR OU MANDADO DE SEGURANÇA.

Page 106: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

E o “DIREITO PRÉ-CONSTITUCIONAL”

PODE SER OBJETO DE ADI GENÉRICA?

Page 107: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

RESPOSTA

NÃO. JÁ VIMOS ISSO. A eventual colisão entre o direito pré-constitucional e a nova

Constituição deve ser simplesmente resolvida, segundo o STF, de acordo com os princípios de direito intertemporal.

Assim, caberia à jurisdição ordinária, tanto quanto ao STF, examinar a vigência do direito pré-constitucional no

âmbito do controle incidental-concreto de normas, uma vez que, nesse caso, cuidar-se-ia de simples aplicação do princípio lex posterior derogat priori, e não de um exame

de constitucionalidade

Page 108: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO: DIREITO PRÉ -CONSTITUCIONAL E ADI

NA ADI Nº 2, O STF PROMOVEU RESTRIÇÃO TEMPORAL QUANTO À ABRANGÊNCIA DOS ATOS FEDERAIS E

ESTADUAIS PASSÍVEIS DE CONTROLE POR MEIO DE ADI. O TRIBUNAL ESTABELECEU O CRITÉRIO,

SEGUNDO O QUAL, SOMENTE PODERIA SER POSSÍVEL O CONTROLE DE ATOS NORMATIVOS POSTERIORES À PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (5-10-1988).

Page 109: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

IMPORTANTE!

a Lei n. 9.882/99, art. Iº , parágrafo único, altera o rumo das discussões anteriores. É que, consoante o teor desse dispositivo, a

arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) poderá ser utilizada para— de forma definitiva e com eficácia geral— resolver controvérsia relevante sobre a legitimidade do direito ordinário pré-constitucional em face da nova Constituição.

Page 110: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Projeto de lei e lei aprovada mas ainda não promulgada

pode ser objeto de ADI genérica?

Page 111: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

RESPOSTA

Em princípio, O controle abstrato de normas pressupõe, também na ordem jurídica brasileira, a existência formal da lei ou do ato normativo após a conclusão definitiva

do processo legislativo. Esta é a regra. Essa orientação exclui a possibilidade de se

propor ação direta de inconstitucionalidade (ou ação declaratória de constitucionalidade)de

caráter preventivo

Page 112: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO, porém ...

No julgamento da ADI 3.367, em 13-4-2005, o Tribunal, por unanimidade, afastou o vício processual suscitado pela Advocacia-Geral da União — que demandava a extinção do processo pelo fato de a norma impugnada (EC n. 45/2004) ter sido publicada após a propositura da ADI — e entendeu que a publicação superveniente da mesma corrigiu a carência original da ação. ADI 3.367, Rel. Min. Cesar Peluzo, (2005).

Page 113: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

E ATO NORMATIVO REVOGADO

PODE SER OBJETO DE ADI GENÉRICA?

Page 114: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

RESPOSTA

A jurisprudência do STF considera inadmissível a propositura da ação direta de inconstitucionalidade contra lei ou ato normativo já revogado.

Page 115: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Posição “clássica” da jurisprudência do STF

ADI NÃO SE APLICA A LEIS JÁ REVOGADAS. Ver: ADI n] 221, Rel. Min. Moreira Alves (1990) “Revogada a lei arguida de inconstitucional , a

ação direta a ela relativa perde o seu objeto, independentemente da ocorrência dos efeitos concretos que dela hajam ocorridos.”

Page 116: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Ocorre que ...

Já sob o império da Constituição de 1988, a partir do julgamento da ADI 709 (questão de ordem), quando o STF passou a admitir que a revogação superveniente da norma impugnada, independentemente da existência ou não de efeitos residuais e concretos, prejudica o andamento da ação direta.

Page 117: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

MUDANÇA

“ A posição do Tribunal que obsta ao prosseguimento da ação após a revogação da lei pode levar, seguramente, a resultados insatisfatórios. Se o Tribunal não examina a constitucionalidade das leis já revogadas torna-se possível que o legislador consiga isentar do controle abstrato lei de constitucionalidade duvidosa, sem estar obrigado a eliminar as suas consequências inconstitucionais. É que mesmo uma lei revogada configura parâmetro e base legal para os atos de execução praticados durante o período de sua vigência.” MENDES, (2012), p. 1242.

Page 118: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Solução jurisprudencial

“Preocupado com essa dimensão potencialmente prejudicial a direitos fundamentais, o STF, ao apreciar em 2008 a questão de ordem na ADI 3.232-TO, reviu, por unanimidade de votos, tal posição para assentar que o fato de a lei objeto de impugnação ter sido revogada no curso do processo abstrato de controle de constitucionalidade não exclui a possibilidade de análise de sua legitimidade constitucional”. Mendes Curso ... (2012), p. 1242.

Page 119: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ADPF

Com a regulamentação da ADPF pela Lei n. 9.882 o tema do controle abstrato de constitucionalidade dos atos normativos revogados ganha outro contorno. É que, conforme estabelece o art. 1 º , parágrafo único, I, da lei citada, a ADPF — ação destinada, basicamente, ao controle abstrato de normas — é cabível em qualquer controvérsia constitucional relevante sobre ato normativo federal, estadual ou municipal.

Page 120: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

PERGUNTA

CABE ADI GENÉRICA PARA IMPUGNAR ESTATUTO DE CLUBE OU ASSOCIAÇÃO PARTICULAR?

Page 121: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

RESPOSTA

NÃO. Podem ser impugnados por ação direta de

inconstitucionalidade leis ou

atos normativos federais ou estaduais. Com isso, utilizou-se o constituinte de

formulação abrangente de todos os atos normativos primários da União ou dos

Estados (art. 102,1, a).

Page 122: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Atenção

Hipóteses ESPECÍFICAS. NÃO SE CONFUNDIR!

Page 123: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

É possível o controle por ADI genérica de lei ou ato normativo municipal em face da CF?

Qual é a resposta?

Page 124: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

RESPOSTA

NÃO. Podem ser impugnados por ação direta de

inconstitucionalidade leis ou atos normativos federais ou estaduais.

Page 125: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Cabe controle de constitucionalidade concentrado de lei ou ato normativo municipal em face da Constituição Federal?

Qual a resposta?

Page 126: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

RESPOSTA

1) Não cabe controle concentrado de lei ou ato normativo municipal perante o STF através da representação de inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça.

Ver: CF, art. 125

§ 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.

Page 127: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO: STF

"É pacífica a jurisprudência do STF, antes e depois de 1988, no sentido de que não cabe a tribunais de justiça estaduais exercer o controle de constitucionalidade de leis e demais atos normativos municipais em face da CF." (ADI 347, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 20-10-2006, Plenário, DJ de 20-9-2006.) No mesmo sentido: RE 421.256, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 26-9-2006, Primeira Turma, DJ de 24-11-2006.

Page 128: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Jurisprudência do STF

“O Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, em sede de representação de inconstitucionalidade, suspendeu a eficácia da Lei 9.148/2004 do Município de Uberaba/MG, com fundamento no art. 2º da CF, bem como pelo fato de o Município haver usurpado a competência legislativa e material da União em tema de serviço de radiodifusão (inciso IV do art. 22 e inciso XII do art. 21 e art. 223, todos da Carta Magna). Situação configuradora de usurpação da competência originária do STF, dado que os parâmetros constitucionais de que lançou mão a Casa de Justiça reclamada não são de absorção obrigatória pelas Constituições estaduais.” (Rcl 4.329, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 17-11-2011, Plenário, DJE de 12-12-2011.) Vide: Rcl 383, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 11-6-1992, Plenário, DJ de 21-5-1993.

Page 129: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

E reflitam sobre esta decisão!

“Revela-se legítimo invocar, como referência paradigmática, para efeito de controle abstrato de constitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais e/ou municipais, cláusula de caráter remissivo, que, inscrita na Constituição estadual, remete, diretamente, às regras normativas constantes da própria CF, assim incorporando-as, formalmente, mediante referida técnica de remissão, ao plano do ordenamento constitucional do Estado-membro. Com a técnica de remissão normativa, o Estado-membro confere parametricidade às normas, que, embora constantes da CF, passam a compor, formalmente, em razão da expressa referência a elas feita, o corpus constitucional dessa unidade política da Federação, o que torna possível erigir-se, como parâmetro de confronto, para os fins a que se refere o art. 125, § 2º, da Constituição da República, a própria norma constitucional estadual de conteúdo remissivo.” (Rcl 10.500-MC, Rel. Min. Celso de Mello, decisão monocrática, julgamento em 18-10-2010, DJE de 26-10-2010.)

Page 130: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Tentativa de resumir

1. Fora a ADPF a que nos referimos

anteriormente, não é possível controle de constitucionalidade de lei ou ato normativo municipal em face da Constituição Federal, seja perante o STF, seja perante o TJ.

Page 131: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Assim,

Somente será possível falar-se em controle de constitucionalidade de lei municipal em face da Constituição Federal por via de exceção (controle incidental –concreto).

Page 132: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Segundo aspecto:

2. Nos termos da Súmula nº 642 do STF, também não cabe ADI de lei do DISTRITO FEDERAL DERIVADA DE SUA COMPETÊNCIA LEGISLATIVA MUNICIPAL.

SOMENTE CABERÁ TAL AÇÃO QUANDO SE TRATAR DE LEI DERIVADA DE SUA COMPETÊNCIA ESTADUAL.

Page 133: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Importantíssimo!

Na hipótese, contudo, de lei ou ato normativo municipal contrariar, ao mesmo tempo, dispositivos da CONSTITUIÇÃO FEDERAL e da CONSTITUIÇÃO ESTADUAL, DE REPETIÇÃO OBRIGATÓRIA E REDAÇÃO IDENTICA, será possível o CONTROLE DA LEI MUNICIPAL EM FACE DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL NOS TERMOS DO ART. 125 § 2º DA CF.

Page 134: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 1 Sobre o controle de constitucionalidade realizado pelo Poder

Judiciário, assinale a alternativa correta. a) A ação direta de inconstitucionalidade pode ser proposta pela

mesa da Assembleia Legislativa do Estado. b) Pode ser exercido pelos Tribunais locais quando for o caso de

controle concentrado. c) Pode se dar pela via concentrada ou difusa, havendo, em qualquer

caso, competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal. d) A Procuradoria-Geral da República defenderá o ato ou texto

impugnado por ação direta. e) A ação direta de inconstitucionalidade será de competência do

STF se versar a inconstitucionalidade de emenda constitucional, ou do STJ, se versar a inconstitucionalidade de lei federal.

Prova: FUNCAB - 2012 - MPE-RO - Analista - Processual

Page 135: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Prova: FUNCAB - 2012 - MPE-RO - Analista - Processual

Resposta: 1

Page 136: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

PERGUNTA 2

NÃO pode ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade

a) decreto que promulga tratado. b) decreto legislativo que aprova tratado. c) resolução. d) súmula vinculante.

Page 137: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado - 3 - Primeira Fase

Gabarito oficial: D

Page 138: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

PERGUNTA 3

Suponha que o STF, no exame de um caso concreto (controle difuso), tenha reconhecido a incompatibilidade entre uma lei em vigor desde 1987 e a Constituição de 1988. Nesse caso, é correto afirmar que:

a) após reiteradas decisões no mesmo sentido, o STF poderá editar súmula vinculante.

b) o STF deverá encaminhar a decisão ao Senado. c) os órgãos fracionários dos tribunais, a partir de então,

ficam dispensados de encaminhar a questão ao pleno. d) a eficácia da decisão é erga omnes.

Page 139: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

RESPOSTA:

Prova: FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado - 3 - Primeira Fase

Alternativa A

Page 140: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 4 No controle de constitucionalidade, a) a decisão exarada pelo Supremo Tribunal Federal nas decisões

definitivas de mérito que possui eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos judiciários e à administração pública, é a adotada nos recursos extraordinários.

b) quando o Supremo Tribunal Federal apreciar, em tese, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto normativo.

c) a decisão exarada pelo Supremo Tribunal Federal nas decisões definitivas de mérito possui eficácia contra todos e efeito vinculante em todos os processos de sua competência.

d) o Procurador-Geral da República poderá ser ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.

Page 141: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Prova: UEG - NÚCLEO - 2008 - PC-GO - Delegado de Polícia

Gabarito B

Page 142: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 5

Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade as pessoas e órgãos adiante nominados, EXCETO:

a) o Vice-Presidente da República. b) o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. c) partido político com representação no Congresso

Nacional. d) a Mesa da Assembléia Legislativa ou da Câmara

Legislativa do Distrito Federal. e) o Governador de Estado ou do Distrito Federal.

Page 143: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

RESPOSTA

Prova: UFPR - 2007 - PC-PR - Delegado de Polícia

Alternativa A

Page 144: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 6 Uma lei do Distrito Federal foi sancionada, promulgada e publicada em julho

de 2011, mas só entrará em vigor em 180 dias a partir da data da publicação.

Essa lei será objeto de a) Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) desde que haja controvérsia

judicial relevante. b) Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) se for materialmente estadual. c) Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) se for materialmente

estadual. d) Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) desde que haja

controvérsia judicial relevante. e) Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) se for

materialmente estadual.

Page 145: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 6

CESGRANRIO - 2011 - Petrobrás - Advogado – 2011

Alternativa B

Page 146: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

147

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIROCENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICASESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICASDIREITO CONSTITUCIONAL III

Vigésima sétima aula

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

AÇÕES DE CONTROLE JUDICIAL CONCENTRADO NO BRASIL

Este material é para ser usado apenas em sala de aula!

Prof. Cesar Caldeira – 13/06/12

Page 147: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

PROCEDIMENTO DA ADI

As regras destinadas à disciplina da ação direta de inconstitucionalidade estavam inicialmente previstas no texto constitucional e no Regimento Interno do STF.

Com a entrada em vigor da Lei n. 9.868, de 10-11-1999, esse quadro sofreu significativa alteração. O procedimento da ação direta de inconstitucionalidade passou a ser disciplinado, integralmente, pela referida lei.

Page 148: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Requisitos da petição inicial

A Lei n. 9.868/99 trata, em capítulo destacado, da admissibilidade do

procedimento da ação direta de inconstitucionalidade (Cap. II).

A petição inicial não está vinculada a qualquer prazo. Porém, os seus requisitos são disciplinados pelo art. 3° da Lei n. 9.868/99.

Page 149: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Primeiro requisito

indispensável à petição inicial é a indicação do dispositivo ou dispositivos sobre os quais versa a ação (dispositivos impugnados), bem como dos fundamentos jurídicos do pedido, em relação a cada um deles (art. 3º ).

Detalhe: Deverá conter cópia do ato impugnado e procuração, quando a ação for subscrita por advogado (art. 3º e parágrafo único).

Page 150: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

A exigência em questão já constava da jurisprudência do STF.

Nesse sentido, decidiu o Tribunal ser "necessário, em ação direta de inconstitucionalidade, que venham expostos os fundamentos jurídicos do pedido com relação às normas impugnadas, não sendo de admitir-se alegação genérica sem qualquer demonstração razoável, nem ataque a quase duas dezenas de medidas provisórias em sua totalidade com alegações por amostragem“.

ADI 259, Rel. Moreira Alves, DJ de 19-2-1992,

Page 151: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO

É interessante notar que, a despeito da necessidade legal da indicação dos fundamentos jurídicos na petição inicial, não fica o STF adstrito a eles na apreciação que faz da constitucionalidade dos dispositivos questionados. É dominante no âmbito do Tribunal que na ADI (e na ADC) prevalece o princípio da causa petendi aberta

Page 152: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Segundo requisito indispensável

à petição inicial presente na lei é a formulação, pelo legitimado, do pedido com

suas especificações (arts. 3 º , II, e 14, II). A determinação em questão é

fundamental, haja vista que com ela se consagra de forma expressa, entre nós, o

princípio do pedido.

Page 153: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Observação

o pedido poderá abranger, além da emissão de um juízo definitivo sobre a constitucionalidade da norma questionada, a emissão de um juízo provisório sobre o tema, mediante a concessão de medida cautelar.

Page 154: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Art. 4º

ao relator cabe a possibilidade de indeferir liminarmente as petições ineptas,

as não fundamentadas e aquelas manifestamente improcedentes (arts. 4° e

15). Da decisão de indeferimento caberá agravo no prazo de cinco dias (art.

4º , parágrafo único).

Page 155: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

“manifestamente improcedente”

Existe algum problema aqui?

Page 156: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Por exemplo:

Um partido político propõe ADI contra a criminalização do aborto. Um ministro do STF julga a “petição inicial manifestamente improcedente”.

Isso não é um juízo de mérito? Isso acaba com a discussão? Se não houver recurso transita em julgado? Mérito não é para ser julgado pelo Plenário do

STF?

Page 157: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Art. 5º

Há ainda de ressaltar que, regularmente proposta a ação direta de inconstitucionalidade,

não será admissível a desistência (art. 5º ). Isto tem relação com a ideia de processo

objetivo, de que deflagrada a ação o requerente perde controle sobre ela.

Page 158: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Art. 7º

“não se admitirá a intervenção de terceiros”

Page 159: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Art. 7º

A Lei n. 9.868/99 preserva a orientação contida no Regimento Interno do STF que veda a intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade

(art. 7º )

Page 160: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

“Amicus curiae"

Constitui, todavia, inovação significativa no âmbito da ação direta de

inconstitucionalidade a autorização para que o relator, considerando a relevância

da matéria e a representatividade dos postulantes, admita a manifestação de

outros órgãos ou entidades (art. 7º, § 2°).

Page 161: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

“Amicus curiae"

Trata-se de providência que confere caráter pluralista ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade.

Permite-se que entidades públicas / privadas, que sejam representativas, possam dar a sua posição , defender seu ponto de vista dentro da jurisdição constitucional.

Exemplos: Debate sobre cotas.

Page 162: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Quanto à atuação do amicus curiae,

após ter entendido que ela haveria de limitar-se à manifestação escrita , houve por bem o STF admitir a sustentação oral por parte desses peculiares partícipes do processo constitucional.

Em 30-3-2004 foi editada Emenda Regimental, que assegurou aos amici curiae, no processo de ADI, o direito de sustentar oralmente pelo tempo máximo de quinze minutos, e, ainda, quando houver litisconsortes não representados pelo

mesmo advogado, pelo prazo contado em dobro.

Page 163: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Informações das autoridades das quais emanou o ato normativo

Na primeira hipótese, não há pedido de medida cautelar.

Neste caso, o relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades das quais emanou a lei ou ato normativo impugnado na petição inicial, conforme determina o art. 6º.

Os órgãos e as autoridades responsáveis pela edição do ato deverão responder ao pedido de informações no prazo de trinta dias, contados do recebimento do pedido (art. 6 º , parágrafo único)

Page 164: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Na segunda hipótese, há pedido de concessão de medida cautelar.

É de notar que, nesse caso, os órgãos ou autoridades dos quais emanou a

lei ou o ato impugnado disporão de cinco dias para manifestar-se sobre o pedido

de liminar (art. 10). Após o julgamento da cautelar deve, então, o relator pedir

as informações a que se refere o art. 6°.

Page 165: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO!

Nas duas hipóteses (procedimento com ou sem pedido de liminar), decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de quinze dias (Lei n. 9.868/99, art. 8º )

Page 166: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Procedimento sumário para a ação direta de inconstitucionalidade.

A lei contém disposição (art. 12) que autoriza o relator, em face da relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, a submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação, após a prestação

das informações, no prazo de dez dias, e a manifestação do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, no prazo de cinco dias.

Page 167: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Importância

Essa providência, além de viabilizar uma decisão definitiva da controvérsia

constitucional em curto espaço de tempo, permite que o Tribunal delibere, de

forma igualmente definitiva, sobre a legitimidade de medidas provisórias antes

mesmo que se convertam em lei.

Page 168: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Posição adotada pelo STF a partir de 2010

Assinale-se, ainda, quanto à manifestação do Advogado-Geral da União, que, diferentemente do que decorre da literalidade do art. 103, § 32 citação para defesa do ato impugnado —, não está ele obrigado a fazer defesa do ato questionado, especialmente se o Supremo Tribunal Federal já se tiver manifestado em caso semelhante pela inconstitucionalidade

Page 169: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Apuração de questões fáticas no controle de constitucionalidade

O legislador afastou-se de uma leitura radical do modelo hermenêutico clássico, a qual sugere que o controle de normas há de se fazer com o simples

contraste entre a norma questionada e a norma constitucional superior. Essa abordagem simplificadora tinha levado o STF a afirmar, às vezes, que fatos controvertidos ou que demandam alguma dilação probatória não poderiam ser apreciados em ação direta de inconstitucionalidade.

Page 170: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Art. 9 § 1º

O art. 9°, § 1º, da Lei n. 9.868/99, que autoriza o relator, após as manifestações do Advogado-Geral da

União e do Procurador- Geral da República, em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou

circunstância de fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos, requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para emitir parecer sobre a questão ou fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos e pessoas com experiência e autoridade na matéria.

Page 171: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

HOJE

não há como negar a "comunicação entre norma e fato", que constitui condição da própria interpretação constitucional.

É que o processo de conhecimento, aqui, envolve a investigação integrada de

elementos fáticos e jurídicos.

Page 172: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

MEDIDA LIMINAR NA ADI

No que se refere ao pedido de cautelar na ação direta de inconstitucionalidade, optou a Lei n. 9.868/99 por estabelecer que, salvo em caso de excepcional urgência, o Tribunal somente concederá a liminar, consistente na suspensão da vigência da norma impugnada por decisão da maioria absoluta de seus membros, após a audiência dos órgãos ou das autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado (art. 10).

Page 173: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Observação

Em caso de excepcional urgência poderá ser dispensada a audiência dos órgãos

dos quais emanou o ato (art. 10, § 3 º )

Page 174: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Art. 11

A lei explicita (art. 11), ainda, que a decisão concessiva de cautelar terá eficácia erga omnes, devendo a sua parte dispositiva ser publicada em seção especial do Diário Oficial no prazo de dez dias, a contar do julgamento.

Page 175: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

EM REGRA: eficácia EX NUNC

no que tange à medida cautelar no âmbito da ADI, o art. 11, § l 2 , da Lei n. 9.868/99 dispõe, em consonância com a jurisprudência do STF, que a cautelar será concedida, regularmente,

com eficácia ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa.

Page 176: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

EFEITO REPRISTINATÓRIO

Da mesma forma, prevê-se que a medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação do STF em sentido contrário (art. 11, § 2°).

Page 177: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

DECISÃO NA ADI

A Lei n. 9.868/99 preservou a orientação constante de norma regimental do STF que estabelece que o julgamento dessas ações somente será efetuado se presentes na sessão pelo menos oito ministros, devendo-se proclamar a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo

questionado se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos seis

(arts. 22 e 23).

Page 178: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Observação

Existindo duas ações diretas de inconstitucionalidade impugnando o mesmo dispositivo legal, estas serão julgadas em conjunto.

Page 179: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

CARÁTER DÚPLICE DA ADI e ADC

O art. 24 acentua o caráter "dúplice" ou "ambivalente" da ação direta de inconstitucionalidade ou da ação declaratória de constitucionalidade, estabelecendo que, proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada

a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente eventual ação declaratória.

Page 180: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO

O não conhecimento da ADI, por lhe faltar algum dos pressupostos de admissibilidade,

não gera a declaração de constitucionalidade da norma impugnada.

Page 181: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Art. 26

“A DECISÃO QUE DECLARA A CONSTITUCIONALIDADE OU A INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI OU ATO NORMATIVO EM AÇÃO DIRETA OU AÇÃO DECLARATÓRIA É IRRECORRÍVEL, RESSALVADA A INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS DECLARATÓRIOS, NÃO PODENDO, IGUALMENTE, SER OBJETO DE AÇÃO RESCISÓRIA.”

Page 182: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Art. 26

A Lei n. 9.868/99 assume posição clara em relação à irrecoriibilidade e à não-rescindibilidade da decisão proferida na ação direta de inconstitucionalidade ou na ação declaratória de constitucionalidade (art. 26).

Page 183: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Art. 26

Além de ser plenamente condizente com a atuação da jurisdição constitucional, tal

providência rende homenagem à segurança jurídica e à economia processual, permitindo o imediato encerramento do processo e evitando a interposição de recursos de caráter notadamente protelatório.

Page 184: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Art. 28

Dentro do prazo de dez dias após o trânsito em julgado, o STF fará publicar

a parte dispositiva do acórdão proferido, em seção especial do Diário Oficial

da União e do Diário da Justiça (art. 28).

Page 185: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Declaração de inconstitucionalidade

O Tribunal tanto poderá declarar a constitucionalidade da lei como a sua

inconstitucionalidade. Neste caso, entende-se que a declaração de inconstitucionalidade

corresponde a uma declaração de nulidade da lei. A decisão de inconstitucionalidade atribui-se eficácia ex tunc.

Page 186: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

MODULAÇÃO DOS EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE

O Tribunal poderá, porém, por maioria de 2/3 dos juízes, restringir os efeitos

da declaração de inconstitucionalidade ou decidir que ela só tenha eficácia a partir

de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado (Lei n. 9.868/99, art. 27)

Page 187: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Art. 27

“AO DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE DE UMA LEI OU ATO NORMATIVO, E TENDO EM VISTA RAZÕES DE SEGURANÇA JURÍDICA OU EXCEPCIONAL INTERESSE SOCIAL, PODERÁ O STF, POR MAIORIA DE DOIS TERÇOS DE SEUS MEMBROS, RESTRINGIR OS EFEITOS DAQUELA DECLARAÇÃO OU DECIDIR QUE ELA SÓ TERÁ EFICÁCIA A PARTIR DE SEU TRANSITO EM JULGADO OU OUTRO MOMENTO QUE VENHA A SER FIXADO.”

Page 188: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 7

O Supremo Tribunal Federal não tem admitido o controle por meio de ação direta de inconstitucionalidade de

a) decreto autônomo. b) emenda à Constituição. c) tratado internacional incorporado à ordem

jurídica brasileira. d) norma constitucional originária.

Page 189: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 7

Prova: VUNESP - 2007 - OAB-SP - Exame de Ordem - 3 - Primeira Fase

ALTERNATIVA D

Page 190: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 8 A cláusula de reserva de plenário obriga a) os tribunais a declarar a inconstitucionalidade de lei apenas pelo voto da

maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial, não podendo ser dispensada em qualquer hipótese.

b) os tribunais a declarar a inconstitucionalidade de lei apenas pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial, podendo ser dispensada quando já houver pronunciamento do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.

c) o Congresso Nacional a aprovar, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, os projetos de lei ordinária, podendo ser dispensada quando o projeto for aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça.

d) o Congresso Nacional a aprovar, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, os projetos de emenda à Constituição, não podendo ser dispensada em qualquer hipótese.

Page 191: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Resposta 8

VUNESP - 2007 - OAB-SP - Exame de Ordem - 3 - Primeira Fase

ALTERNATIVA B

Page 192: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 9

Na Ação Direta de Inconstitucionalidade Federal, não se admite

a) a declaração de constitucionalidade da lei impugnada.

b) a interpretação conforme a Constituição da lei impugnada.

c) a declaração parcial de inconstitucionalidade, sem redução de texto, da lei impugnada.

d) a declaração de inconstitucionalidade da lei não recepcionada pela Constituição.

Page 193: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

RESPOSTA 9

VUNESP - 2007 - OAB-SP - Exame de Ordem - 2 - Primeira Fase

Alternativa D

Page 194: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 10

Assinale a opção correta no que se refere ao controle concentrado da constitucionalidade.

a) A ação direta contra lei municipal poderá ser ajuizada no

Supremo Tribunal Federal (STF). b) A declaração de inconstitucionalidade sempre produzirá

efeitos ex nunc. c) A ação direta contra lei estadual somente será julgada no

tribunal de justiça local. d) Não há previsão constitucional para o julgamento de ação

direta no âmbito dos tribunais regionais federais (TRFs).

Page 195: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

RESPOSTA 10

Prova: CESPE - 2008 - OAB-SP - Exame de Ordem - 2 - Primeira Fase

ALTERNATIVA D

Page 196: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 11

No controle difuso da constitucionalidade, a) somente os tribunais poderão declarar a inconstitucionalidade

das leis e atos normativos, pelo voto da maioria dos seus membros. b) a declaração de inconstitucionalidade nunca produzirá efeitos

erga omnes. c) as decisões proferidas em única ou última instância estarão

sujeitas a recurso extraordinário, quando declararem a inconstitucionalidade de lei federal.

d) o processo deverá ser suspenso, se houver ação direta de inconstitucionalidade contra a mesma lei ou ato normativo pendente de julgamento no STF.

Page 197: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Resposta 11

Prova: CESPE - 2008 - OAB-SP - Exame de Ordem - 1 - Primeira Fase

ALTERNATIVA C

Page 198: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 12 Como consequência do regime constitucional adotado, os tratados e convenções

internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros,

a) não podem ser objeto de controle de constitucionalidade concentrado, mas apenas de controle difuso, na medida em que, se afrontarem a Constituição, suscitarão questões relacionadas à sua recepção e não propriamente à sua constitucionalidade.

b) ingressam no ordenamento jurídico brasileiro com natureza de cláusulas pétreas e, por isso, não poderão ser objeto de controle de constitucionalidade.

c) equiparam-se à manifestação do Poder Constituinte Derivado Reformador, razão pela qual só poderão ser questionados quanto à sua constitucionalidade por meio de um poder discricionário de natureza política do Executivo ou do Legislativo.

d) estão sujeitos a um prazo, contido no próprio texto do tratado ou da convenção, para que possam ser objeto de ações de controle de constitucionalidade. Findo esse prazo, não mais poderão ser questionados pela via judicial.

e) adquirem status de emenda constitucional e podem ser objeto de controle de constitucionalidade tanto pela via difusa quanto pela via concentrada.

Page 199: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Resposta 12

Prova: FCC - 2011 - TCE-PR - Analista de Controle - Jurídica

ALTERNATIVA E

Page 200: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 13

Há um rol limitado de legitimados para propositura de determinadas ações constitucionais. São legitimados para propor ação direta de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade, marque a alternativa CORRETA.

a) O Presidente, os Governadores e os Presidentes de Oscip’s. b) O Conselho Federal da OAB, o Ministério Público Estadual e

a Mesa das Câmaras Municipais. c) Partidos Políticos, Sindicatos e Governadores. d) O Presidente, os Governadores e a Mesa do Senado Federal.

Page 201: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Resposta 13

Prova: FUMARC - 2011 - PM-MG - Oficial da Polícia Militar

ALTERNATIVA D

Page 202: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 14 Considerando o sistema de controle de constitucionalidade das leis e atos

normativos no direito brasileiro, é correto afirmar que a) para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade, incide sobre as

agremiações partidárias a restrição jurisprudencial derivada do vínculo de pertinência temática.

b) em se tratando de ação direta de inconstitucionalidade, o STF firmou o entendimento de que ação dessa natureza não é suscetível de desistência.

c) a medida cautelar, em ação direta de inconstitucionalidade, reveste-se, ordinariamente, de eficácia ex tunc, operando, portanto, desde a edição da lei ou do ato normativo atacado.

d) quando tramitam paralelamente duas ações diretas de inconstitucionalidade, uma no Tribunal de Justiça local e outra no STF, contra a mesma lei estadual em face de princípios constitucionais estaduais que são reprodução de princípios da CF, a ação direta proposta perante o Tribunal estadual deve ser extinta.

Page 203: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

RESPOSTA 14

VUNESP - 2011 - TJ-RJ - Juiz

ALTERNATIVA B

Page 204: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 15 Segundo José Afonso da Silva, o controle de constitucionalidade tem por

objetivo estabelecer, tecnicamente, a supremacia da Constituição frente ao ordenamento jurídico do Estado. Para tanto, no Brasil, foi adotada a seguinte forma de controle:

a) político, no qual a verificação de inconstitucionalidade é entregue a

órgãos determinados, de natureza política. b) jurisdicional, no qual prevalece a faculdade que a Constituição outorga

ao Poder Judiciário de declarar a inconstitucionalidade de lei ou atos do Poder Público.

c) misto, no qual certas categorias de lei são submetidas ao controle político e outras ao controle jurisdicional.

d) concentrado, no qual o Supremo Tribunal Federal, no papel de Corte Constitucional, declara ou não a inconstitucionalidade de uma lei.

Page 205: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

RESPOSTA 15

Prova: PC-MG - 2011 - PC-MG - Delegado de Polícia

ALTERNATIVA C

Page 206: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 16 Acerca do controle de constitucionalidade concentrado, julgue os itens a seguir. I A administração pública indireta, assim como a direta, nas esferas federal, estadual e municipal, fica

vinculada às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade.

II Em razão do princípio da subsidiariedade, a ação direta de inconstitucionalidade por omissão somente

será cabível se ficar provada a inexistência de qualquer meio eficaz para afastar a lesão no âmbito judicial. III É possível controle de constitucionalidade do direito estadual e do direito municipal no processo de

argüição de descumprimento de preceito fundamental. IV São legitimados para propor ação direta de inconstitucionalidade interventiva os mesmos que têm

legitimação para propor ação direta de inconstitucionalidade genérica. Estão certos apenas os itens a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) III e IV.

Page 207: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Resposta 17

Prova: CESPE - 2008 - OAB - Exame de Ordem Unificado - 2 - Primeira Fase (Set/2008)

B

Page 208: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 18 É uma das características da ação direta de inconstitucionalidade no

controle abstrato das normas na Constituição Federal brasileira: a) Não admitir o efeito repristinatório. A declaração de nulidade total

de uma norma sempre cria um vácuo legislativo que só pode ser sanado pelo Poder Legislativo competente.

b) Permitir a intervenção de terceiros e do amicus curie. c) Resultar em uma decisão judicial final com efeito ex tunc sempre,

não se admitindo a modulação de efeitos pelo Poder Judiciário. d) Não admitir a declaração parcial de nulidade da norma sem a

redução do texto original. e) A ativação do efeito repristinatório quando houver o silêncio na

medida cautelar que suspende determinada lei, de modo que, a legislação anterior, se existente, torne-se novamente aplicável.

Page 209: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Resposta 18

• Prova: PGE-RO - 2011 - PGE-RO – Procurador

E

Page 210: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 19 Considerando o sistema de controle de constitucionalidade das leis e atos

normativos no direito brasileiro, é correto afirmar que a) para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade, incide sobre as

agremiações partidárias a restrição jurisprudencial derivada do vínculo de pertinência temática.

b) em se tratando de ação direta de inconstitucionalidade, o STF firmou o entendimento de que ação dessa natureza não é suscetível de desistência.

c) a medida cautelar, em ação direta de inconstitucionalidade, reveste-se, ordinariamente, de eficácia ex tunc, operando, portanto, desde a edição da lei ou do ato normativo atacado.

d) quando tramitam paralelamente duas ações diretas de inconstitucionalidade, uma no Tribunal de Justiça local e outra no STF, contra a mesma lei estadual em face de princípios constitucionais estaduais que são reprodução de princípios da CF, a ação direta proposta perante o Tribunal estadual deve ser extinta.

Page 211: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Resposta 19

Prova: VUNESP - 2011 - TJ-RJ - Juiz

b) em se tratando de ação direta de inconstitucionalidade, o STF firmou o entendimento de que ação dessa natureza não é suscetível de desistência.

Page 212: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 20 No que diz respeito ao controle de constitucionalidade no sistema brasileiro, assinale a opção

correta. a) No controle difuso concreto, o magistrado de primeira instância, bem como as turmas ou as

câmaras dos tribunais locais, pode declarar a inconstitucionalidade de uma norma incidentalmente em um caso concreto, ainda que não haja pronunciamento dos tribunais ou do STF sobre a questão.

b) O STF admite a modulação de efeitos da decisão que declare a inconstitucionalidade no controle difuso concreto e da decisão que exerça juízo de não recepção de normas anteriores à CF.

c) Segundo entendimento do STF, a cláusula de reserva de plenário não se aplica às turmas recursais dos juizados especiais.

d) No denominado controle abstrato de constitucionalidade, o STF não pode declarar a inconstitucionalidade de uma norma ou de ato normativo que não tenha sido objeto do pedido.

e) No que se refere ao momento da realização do controle de constitucionalidade, é admitido o controle judicial preventivo, realizado pelo STF no âmbito do controle concentrado de constitucionalidade.

Page 213: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

RESPOSTA 20

Prova: CESPE - 2011 - AL-ES - Procurador - conhecimentos específicos

c) Segundo entendimento do STF, a cláusula de reserva de plenário não se aplica às turmas recursais dos juizados especiais.

Page 214: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 21 No que diz respeito às ações relativas ao controle concentrado de

constitucionalidade no Brasil, assinale a opção correta. a) As leis municipais não podem ser objeto de controle concentrado de

constitucionalidade perante o STF. b) O STF admite a alegação de prescrição ou decadência para o ajuizamento

de ação direta de inconstitucionalidade em relação a lei ou ato normativo. c) A decisão proferida pelo STF no âmbito de uma ação declaratória de

constitucionalidade passa a produzir efeitos a partir do trânsito em julgado da respectiva decisão.

d) As deliberações administrativas dos tribunais de justiça dos estados não podem ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade.

e) Segundo entendimento do STF, não cabe arguição de descumprimento de preceito fundamental que tenha por objeto súmulas vinculantes.

Page 215: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Resposta 21

Prova: CESPE - 2011 - AL-ES - Procurador - conhecimentos específicos

e) Segundo entendimento do STF, não cabe arguição de descumprimento de preceito fundamental que tenha por objeto súmulas vinculantes.

Page 216: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 22

O controle constitucional difuso, pela via de exceção, compete:

a) ao Supremo Tribunal Federal, apenas. b) aos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de

Justiça, apenas. c) ao Superior Tribunal de Justiça, apenas. d) ao Presidente da República, ao exercer o direito de

veto. e) a todos os componentes do Poder Judiciário.

Page 217: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Resposta 22

Prova: FUNCAB - 2010 - DER-RO - Procurador – Autárquico

e) a todos os componentes do Poder Judiciário.

Page 218: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 23 Acórdão do TJ do estado de Rondônia em controle abstrato de lei

municipal, declara inconstitucional um ato normativo municipal que viola parâmetro de reprodução obrigatória e compulsória contido na Constituição Estadual. Neste caso, é cabível:

a) ação direta de inconstitucionalidade, dirigida ao Supremo Tribunal

Federal. b) recurso extraordinário, dirigido ao Supremo Tribunal Federal. c) recurso especial, dirigido ao Superior Tribunal de Justiça. d) nenhum recurso ao Supremo Tribunal Federal, que não possui

competência para controlar a constitucionalidade de lei municipal perante a Constituição Estadual.

e) recurso especial, dirigido ao Supremo Tribunal Federal.

Page 219: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Resposta

Prova: FUNCAB - 2010 - DER-RO - Procurador - Autárquico

b) recurso extraordinário, dirigido ao Supremo Tribunal Federal.

Page 220: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 24 O artigo 69, caput, da Constituição do Estado do Rio de Janeiro dispõe que “as

ações de sociedades de economia mista pertencentes ao Estado não poderão ser alienadas a qualquer título, sem expressa autorização legislativa”. Referido dispositivo foi objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade no 234, na qual o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a autorização legislativa exigida pela Constituição estadual “há de fazer-se por lei formal, mas só será necessária, quando se cuide de alienar o controle acionário da sociedade de economia mista” (Rel. Min. Néri da Silveira, publ. DJ 09/05/1997).

Na decisão em questão, relativamente ao dispositivo impugnado, o STF procedeu à a) declaração de inconstitucionalidade com redução de texto. b) revogação. c) declaração parcial de inconstitucionalidade com redução de texto. d) declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto. e) interpretação conforme à Constituição.

Page 221: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Resposta 24

Prova: FCC - 2011 - TCE-SP - Procurador

e) interpretação conforme à Constituição.

Page 222: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 25 Foi ajuizada perante o Supremo Tribunal Federal (STF) ação direta de inconstitucionalidade (ADI)

em que se pleiteia sejam declarados inconstitucionais dispositivos da Lei estadual paulista no 13.121/2008, que introduz alterações na Lei no 6.544/1989, o estatuto das licitações do Estado de São Paulo. O argumento central reside na suposta invasão, pelo Estado, de competência da União para dispor sobre normas gerais de licitações e contratos administrativos. Na hipótese de o STF vir a julgar procedente a ADI, órgãos e entidades da Administração estadual paulista

a) deverão processar suas licitações com base na Lei estadual no 13.121/2008, até que lei estadual posterior promova as adequações necessárias, em conformidade com a decisão do STF.

b) poderão processar suas licitações com base na Lei estadual no 13.121/2008, até que lei federal posterior promova as alterações necessárias, em conformidade com a decisão do STF.

c) deverão formular consulta ao Tribunal de Contas do Estado sobre como processar suas licitações, podendo valer-se da Lei estadual no 13.121/2008, até que sobrevenha a decisão da Corte de Contas.

d) estarão desde logo vinculados à decisão do STF, devendo processar suas licitações em conformidade com as normas gerais de licitações contempladas na legislação federal existente.

e) estarão vinculados à decisão do STF a partir do momento em que assim o reconhecer o Tribunal de Justiça do Estado, em sede de representação de inconstitucionalidade a ser formulada perante esta Corte pelo Governador do Estado.

d) estarão desde logo vinculados à decisão do STF, devendo processar suas licitações em conformidade com as normas gerais de licitações contempladas na legislação federal existente.

Page 223: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Resposta 25

Prova: FCC - 2011 - TCE-SP – Procurador

d) estarão desde logo vinculados à decisão do STF, devendo processar suas licitações em conformidade com as normas gerais de licitações contempladas na legislação federal existente.

Page 224: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pergunta 26 O texto da Lei Federal n.º 9.868/88, que trata da Ação Direta de

Inconstitucionalidade, menciona diferentes formas de interpretação jurídica, a saber:

a) a interpretação conforme a Constituição e a interpretação pela máxima efetividade da Constituição.

b) a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto e a interpretação pela máxima efetividade da Constituição.

c) a interpretação pela unidade da Constituição e a interpretação conforme a Constituição.

d) a interpretação conforme a Constituição e a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto.

e) a interpretação pela unidade da Constituição e a proibição do retrocesso constitucional.

Page 225: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Resposta 26

Prova: COPEVE - 2010 - Prefeitura de Penedo - AL - Procurador Municipal - 1

d) a interpretação conforme a Constituição e a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto.

Page 226: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

227

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIROCENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICASESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICASDIREITO CONSTITUCIONAL III

Vigésima oitava aula

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

AÇÕES DE CONTROLE JUDICIAL CONCENTRADO NO BRASIL

Este material é para ser usado apenas em sala de aula!

Prof. Cesar Caldeira – 19/06/12

Page 227: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

RETORNANDO À DISCUSSÃO

DA AULA DO DIA 13 DE JUNHO DE 2012 SOBRE A LEI 9.686 de 10 de novembro de 1999

Seção IIDa Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade

Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias.

Page 228: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

observado o disposto no art. 22

LEI No 9.868, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1999.

Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo somente será tomada se presentes na sessão pelo menos oito Ministros.

Page 229: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO

RISTF, art. 173: Efetuado o julgamento, com o quorum do art. 143, parágrafo único, proclamar-se-á a inconstitucionalidade ou a constitucionalidade do preceito ou do ato impugnados, se num ou noutro sentido se tiverem manifestado seis Ministros.

Page 230: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

A PARTIR DOS DISPOSITIVOS MENCIONADOS

O QUE SE CONCLUI EM RELAÇÃO AO PRIMEIRO REQUISITO PARA O DEFERIMENTO DE MEDIDA CAUTELAR em ADI?

Page 231: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

RESPOSTA

O PRIMEIRO REQUISITO É APROVAÇÃO POR SEIS VOTOS , SE PRESENTES NA SESSÃO DE JULGAMENTO PELO MENOS OITO MINISTROS, EXCETUADOS OS PERÍODOS DE RECESSO.

Page 232: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

COMENTÁRIO JURISPRUDENCIAL

"A lei, está-se a ver, cerca o julgamento da cautelar de várias formalidades, ou exige, para a tomada da decisão, a existência de vários requisitos: voto da maioria absoluta dos membros do Tribunal, quorum especial para abertura da sessão, facultando-se às partes sustentação oral. Penso, então, que o presidente do Tribunal, no recesso, competente para despachar o pedido de cautelar, somente deverá fazê-lo em caso de efetiva necessidade, vale dizer, na ocorrência da possibilidade de perecimento de direito." (ADI 2.244, Rel. Min. Marco Aurélio, decisão monocrática, proferida pelo presidente Min. Carlos Velloso, julgamento em 24-7-00, DJ de 1º-8-00)

Page 233: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

QUAL É O SEGUNDO REQUISITO

PARA O DEFERIMENTO DA MEDIDA LIMINAR EM ADI?

Page 234: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Ler: art. 10 da Lei

Seção IIDa Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade

Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias.

Page 235: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Art. 10, § 3º

§ 3o Em caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá deferir a medida cautelar sem a audiência dos órgãos ou das autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado.

Neste caso a lei prevê a possibilidade de concessão de liminar sem abrir ao contraditório.

Page 236: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

EM RESUMO, o segundo requisito para o deferimento da medida liminar na ADI

AUDIÊNCIA DAS AUTORIDADES OU ÓRGÃOS

DOS QUAIS EMANOU A LEI OU ATO NORMATIVO, NO PRAZO DE CINCO DIAS, RESSALVADA EM EXCEPCIONAL URGÊNCIA.

Page 237: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

EXEMPLO de “excepcional urgência”: decisão do STF, em sede de processo cautelar, no sentido da inconstitucionalidade do disposto nos artigo 4º, §1º e 29 da Medida

Provisória 2.192-70.

EMENTA: I. Medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade: caso de excepcional urgência, que autoriza a decisão liminar sem audiência dos partícipes da edição das normas questionadas (L. ADIn, art. 10, § 3º), dada a iminência do leilão de privatização do controle de instituição financeira, cujo resultado poderia vir a ser comprometido com a concessão posterior da medida cautelar.

II. Desestatização de empresas públicas e sociedades de economia mista: alegação de exigência constitucional de autorização legislativa específica, que - contra o voto do relator - o Supremo Tribunal tem rejeitado; caso concreto, ademais, no qual a transferência do controle da instituição financeira, do Estado-membro para a União, foi autorizada por lei estadual (conforme exigência do art. 4º, I, a, da MPr 2.192-70/01 - PROES) e a subseqüente privatização pela União constitui a finalidade legal específica de toda a operação; indeferimento da medida cautelar com relação ao art. 3º, I, da MPr 2.192-70/01, e ao art. 2º, I, II e IV, da L. 9.491/97.

STF, Tribunal Pleno, ADI-MC 3578/DF, MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Julgamento: 14/09/2005)

Page 238: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Da Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade Art. 10

§ 1o O relator, julgando indispensável, ouvirá o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, no prazo de três dias.

Este é o terceiro requisito.

Page 239: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Quarto requisito

Art. 11. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo solicitar as informações à autoridade da qual tiver emanado o ato, observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I deste Capítulo.

Page 240: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

JURISPRUDÊNCIA “Consagrando o texto constitucional a possibilidade de concessão de

cautelar em ação direta de inconstitucionalidade (CF, art. 102, I, p), parece que também essa decisão há de ser dotada de eficácia geral. É que se cuida de suspender a vigência de uma norma até o pronunciamento definitivo do Supremo Tribunal Federal. Como uma consequência direta da natureza objetiva do processo, a decisão concessiva de liminar em sede de ação direta de inconstitucionalidade produz eficácia com relação a todos. Por isso, também se afigura imprescindível que se confira a devida publicidade à decisão concessiva da liminar. Daí ter a Lei n. 9.868, de 10 de novembro de 1999, estabelecido que a parte dispositiva da decisão cautelar, dotada de eficácia contra todos, haveria de ser publicada no Diário Oficial da União e no Diário da Justiça no prazo de dez dias (art. 11, caput)." (Rcl 2.256, voto do Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 11-9-03, DJ de 30-4-04)

Page 241: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

OBSERVAÇÃO

Durante o recesso da Corte, pode o relator conceder a liminar em decisão monocrática.

Porém, deverá submeter a decisão ao referendo do Tribunal, quando do retorno do Tribunal.

Page 242: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO

"Ressalto que a Lei n. 9.868/99 deixa claro, em seu art. 10, que, salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta de inconstitucionalidade será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, ou seja, o pedido de medida cautelar nas ações diretas somente pode ser apreciado em Sessão Plenária em que estejam presentes no mínimo 8 (oito) Ministros. A próxima Sessão Plenária ocorrerá apenas no dia 2 de maio.

Ademais, a Lei n. 9.868/99 também prescreve que a medida cautelar, sem a audiência dos órgãos ou das autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado somente poderá ocorrer em caso de excepcional urgência (art. 10, § 3º). O Tribunal tem aplicado com parcimônia esse preceito do § 3º, art. 10, reservando-o para casos excepcionais, nos quais a suspensão da lei ou do ato normativo impugnado decorra de imperativo de resguardo da segurança, da ordem pública e do interesse social (Cfr. ADI-MC n. 3.075/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 6-2-2004; ADI n. 3.831/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJ 1º-2-2007)." (ADI 3.890, Rel. Min. Gilmar Mendes, decisão monocrática, julgamento em 27-4-07, DJ de 7-5-07)

Page 243: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

A presunção de constitucionalidade pode ser uma argumento para impedir a concessão de liminar em

ADI?

STF, AC 663 MC-AgR / RJ - RIO DE JANEIRO , 04/04/2006 Rel. Gilmar Mendes. 3. A "presunção de constitucionalidade das leis" não

obsta a adoção de providências cautelares, desde que atendidos os requisitos próprios. 4. O caráter eventualmente prejudicial ao Poder Público, sob o ponto de vista financeiro, da concessão de medida liminar exige demonstração específica e não abala, por si só, a consistência dos requisitos próprios à adoção de providências cautelares.

Page 244: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Luiz Guilherme MARINONI, Curso ... (2012), p. 949.

“Ora, do mesmo modo que se pode pronunciar a inconstitucionalidade da lei, essa pode ter sua eficácia suspensa. Basta que exista forte fundamento de a lei ser inconstitucional aliada ao perigo de que sua aplicação, no tempo que se supõe necessário à solução da ação direta, possa trazer prejuízos irreversíveis. É claro que, em certos casos, será adequado realizar um balanceamento entre as vantagens e desvantagens de suspensão de aplicação da norma.”

Page 245: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Qual é a natureza jurídica da “medida liminar” na ADI?

ATENÇÃO: cuidado com o texto da lei e a doutrina! CF art. 102, I, p – Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,

precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;

Page 246: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Lei 9.686

Seção II Da Medida Cautelar em Ação Direta de

Inconstitucionalidade Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida

cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias.

Page 247: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Qual é a natureza jurídica da “medida liminar” na ADI?

Note que usamos o termo neutro “medida liminar”.

Significa tão somente que é concedida in limine litis. Quer dizer, no início da lide, sem que seja ouvida a outra parte.

Já estudamos que na ADIN – processo objetivo – não há lide nem partes.

Medida liminar é um conceito tipicamente cronológico, caracterizado apenas por sua ocorrência em uma fase do procedimento, qual seja, o seu início.

Page 248: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Qual é a dúvida na pergunta?

Se a “medida liminar” é tutela cautelar ou tutela antecipada?

Page 249: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Em processo civil

estuda-se a TUTELA DE URGÊNCIA (gênero), que geralmente se divide (ver: ADA PELEGRINI GRINOVER) em:

(Espécies) 1) Tutela Cautelar – Assecuratória – tem o escopo

de assegurar o resultado útil do processo e não o direito material.

2) Tutela Antecipada- é aquela que dá eficácia imediata à tutela definitiva, permitindo sua pronta fruição.

Page 250: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Em outras palavras...

A tutela cautelar é assecuratória da efetividade do processo principal – pode ser processo de conhecimento ou de execução.

Exemplo no CPC: “Arresto” que visa assegurar uma execução.

Page 251: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Arresto, previsto no art. 813 do CPC,

é medida cautelar consistente na apreensão de bens indeterminados e penhoráveis do devedor para a garantia da execução de crédito monetário ou que se possa converter em monetário.

Page 252: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ARRESTO NO CPC Livro III Do Processo Cautelar Título Único

Das Medidas Cautelares Capítulo II• Dos Procedimentos Cautelares Específicos Seção I

Do Arresto Art. 813 - O arresto tem lugar: I - quando o devedor sem domicílio certo intenta ausentar-se ou alienar os bens que possui, ou

deixa de pagar a obrigação no prazo estipulado; II - quando o devedor, que tem domicílio: a) se ausenta ou tenta ausentar-se furtivamente; b) caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens que possui; contrai ou tenta contrair

dívidas extraordinárias; põe ou tenta pôr os seus bens em nome de terceiros; ou comete outro qualquer artifício fraudulento, a fim de frustrar a execução ou lesar credores;

III - quando o devedor, que possui bens de raiz, intenta aliená-los, hipotecá-los ou dá-los em anticrese, sem ficar com algum ou alguns, livres e desembargados, equivalentes às dívidas;

IV - nos demais casos expressos em lei.

Page 253: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Outro exemplo:

Art. 7º da Lei do Divórcio:

• Lei nº 6.515 de 26 de Dezembro de 1977 Art 7º - A separação judicial importará na separação

de corpos e na partilha de bens. § 1º - A separação de corpos poderá ser determinada

como medida cautelar (art. 796 do CPC ). § 2º - A partilha de bens poderá ser feita mediante

proposta dos cônjuges e homologada pelo juiz ou por este decidida.

Page 254: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

TUTELA ANTECIPADA

É PRECIPUAMENTE SATISFATIVA. POSSIBILITA A REALIZAÇÃO PRÁTICA DODIREITO

AFIRMADO PELO AUTOR, MEDIANTE A ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA DECISÃO DE PROCEDÊNCIA.

Page 255: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

EXEMPLO DE TUTELA ANTECIPADA

LIMINAR DEFERIDA EM AÇÃO PARA PROVER MEDICAMENTO GRATUITAMENTE PARA PESSOA DOENTE E HIPOSSUFICIENTE ECONÔMICO.

ESSA MEDIDA ANTECIPA OS EFEITOS PRÁTICOS DA EVENTUAL SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA NO MÉRITO.

Page 256: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Qual é a natureza jurídica da “medida liminar” na ADI?

AGORA VAMOS VER QUAL É A RESPOSTA.

LIMINAR NA ADI SERVE PARA QUÊ?

Page 257: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

A CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR

NA ADI RESULTA NA SUSPENSÃO DA EFICÁCIA DA NORMA JURÍDICA IMPUGNADA., COM A RETOMADA DA VIGÊNCIA DA NORMA REVOGADA CASO EXISTENTE, ATÉ A DECISÃO DEFINITIVA DE MÉRITO.

PORTANTO, ...

Page 258: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

DE FATO,

A NATUREZA JURÍDICA DA MEDIDA LIMINAR, NA ADI, É A DE PRONUNCIAMENTO DE TUTELA ANTECIPADA, NA MEDIDA EM QUE O SEU OBJETO É A ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS PRÁTICOS DA DECISÃO DE PROCEDÊNCIA, CONCEDIDA NO PROCESSO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ABSTRATO.

Page 259: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

AFINAL, QUAL É O EFEITO DO

JULGAMENTO DE MÉRITO NA ADI? SUSPENSÃO DEFINITIVA DA EFICÁCIA DA

NORMA IMPUGNADA PELA ADI.

ATENÇÃO: O JULGAMENTO DE PROCEDÊNCIA NO MÉRITO NÃO REVOGA A NORMA! A NORMA É JULGADA INVÁLIDA E DEIXA DE TER EFICÁCIA.

Page 260: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

OCORRE “COISA JULGADA MATERIAL” EM RELAÇÃO À DECISÃO QUE APRECIA REQUERIMENTO DE LIMINAR EM ADI?

SIM NÃO TALVEZ SE PELO MENOS EU SOUBESSE O QUE É

“COISA JULGADA MATERIAL”...

Page 261: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Coisa julgada material

Coisa julgada material é a impossibilidade de modificação da sentença naquele mesmo processo ou em qualquer outro, posto que a matéria em análise cumpriu todos os trâmites procedimentais que permitem ao Judiciário decidir a questão em definitivo.

Page 262: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Concluindo ...

Depois de formada a coisa julgada, nenhum juiz poderá concluir de forma diversa, por qualquer motivo. Em princípio, apenas as sentenças que tenham decidido a disputa existente entre as partes (mérito), fazem coisa julgada material. Estas sentenças não podem ser modificadas, nem se pode iniciar um novo processo com o mesmo objetivo, em virtude da necessidade de promover a segurança jurídica, para que não se possa discutir eternamente questões que já foram suficientemente analisadas.

Page 263: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Exemplo bastante simples

“A” cobra indenização de “B” por acidente de trânsito, mas no curso do processo não consegue apresentar qualquer prova de que “B” seja culpado. O juiz julga o pedido improcedente (nega a indenização pedida), “A” não recorre no prazo previsto pela lei e a sentença transita em julgado.

Mesmo que “A” descubra novas testemunhas, ou consiga um vídeo provando a culpa de “B” pelo acidente, não poderá mais processá-lo pedindo indenização, pois a conclusão de que “B” não era culpado foi protegida pela coisa julgada material.

Page 264: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

OCORRE “COISA JULGADA MATERIAL” EM RELAÇÃO À DECISÃO QUE APRECIA REQUERIMENTO DE LIMINAR

EM ADI?

Sim Não Talvez Por quê?

Page 265: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Luiz Guilherme MARINONI, Curso... (2012), p. 950.

“Não há como pensar em coisa julgada material em relação à decisão que aprecia requerimento de liminar. A cognição sumária, ou não aprofundada, impede que se faça afirmação com força suficiente ao surgimento da coisa julgada material. Entretanto a decisão que concede liminar tem todos os elementos para que se pense em eficácia vinculante. Há eficácia vinculante dos “fundamentos determinantes” da decisão liminar, ainda que estes estejam selados pela “provisoriedade”.

Page 266: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Acerca da eficácia pessoal

da medida liminar na ADI, a sua concessão produz quais efeitos?

Page 267: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Primeiro, efeitos “erga omnes”

Efeitos para todos.

Page 268: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Segundo, “efeitos vinculantes”.

“Enquanto pender a ação de inconstitucionalidade, a decisão que analisar requerimento de liminar tem efeito vinculante, impedindo que qualquer tribunal ou juiz diante da mesma questão constitucional em exame, negue os seus fundamentos determinantes. ... O STF vem negando eficácia vinculante à decisão que nega liminar, atribuindo-à apenas à decisão concessiva”.

MARINONI, Curso ... (2012), p. 950.

Page 269: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Na Reclamação nº 3.458/MG discutiu-se se o indeferimento de liminar, em sede de ADI, dá ensejo ao ajuizamento de reclamação. O Supremo, revisando sua jurisprudência, passou a

entender que não. Eis a ementa:

RECLAMAÇÃO. Inadmissibilidade. Oposição contra decisão que indefere liminar em ação direta de inconstitucionalidade - ADI. Fundamentação do indeferimento. Irrelevância. Pedido não conhecido. Agravo improvido. Revisão da jurisprudência do STF. Precedentes. Não se admite reclamação contra decisão que, em ação direta de inconstitucionalidade, indefere, sob qualquer que seja o fundamento, pedido de liminar. (STF, Rcl-AgR nº 3.458/MG, Relator Min. Cezar Peluso, Plenário, DJ 23/11/2007)

Page 270: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Porém é cabível reclamação nas hipóteses de descumprimento de pronunciamento liminar tendo

“o STF admitido a reclamação para a salvaguarda da autoridade da decisão liminar em ADI , quando o mesmo órgão de que emanara a norma declarada inconstitucional persiste na prática de atos concretos que lhe pressuporiam a validade”.

STF, Rcl nº 399, Min. Sepúlveda Pertence (1993)

Page 271: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Outro exemplo

"No julgamento da Rcl 2.381-AgR, o STF determinou a aplicação dos §§ 1º e 2º do art. 84 do CPP (redação dada pela Lei n. 10.628/02, até que sobreviesse o julgamento final da ADI 2.797. Ocorre que, ao julgar o mérito da ADI 2.797, o STF declarou a inconstitucionalidade dos §§ 1º e 2º do art. 84 do CPP. Logo, as decisões que o reclamante aponta como desrespeitadas não mais existem no mundo jurídico. Ainda que assim não se entenda, o Supremo Tribunal Federal indeferiu a medida liminar postulada na ADI 2.797. E o certo é que somente as decisões concessivas das liminares em ADIs e ADCs é que se dotam de efeito vinculante. Acresce que, em face da natureza subjetiva da reclamação, as decisões nelas proferidas não têm efeito vinculante.” (Rcl 2.921-AgR, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 11-10-07, DJE de 11-4-08)

Page 272: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Acerca da eficácia temporal

a medida liminar em ADI produz em regra efeitos ex nunc, ressalvadas as hipóteses que o STF concede-lhe efeito ex tunc (art 11, § 1º da Lei 9.868 / 1999:

§ 1º A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa.

Page 273: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Art. 11

§ 2º A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário.

Eis o efeito repristinatório!

Page 274: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Art. 11 § 2º "Fiscalização normativa abstrata – Declaração de inconstitucionalidade em tese

e efeito repristinatório. A declaração de inconstitucionalidade in abstracto, considerado o efeito repristinatório que lhe é inerente (RTJ 120/64 – RTJ 194/504-505 – ADI 2.867/ES, v.g.), importa em restauração das normas estatais revogadas pelo diploma objeto do processo de controle normativo abstrato. É que a lei declarada inconstitucional, por incidir em absoluta desvalia jurídica (RTJ 146/461-462), não pode gerar quaisquer efeitos no plano do direito, nem mesmo o de provocar a própria revogação dos diplomas normativos a ela anteriores. Lei inconstitucional, porque inválida (RTJ 102/671), sequer possui eficácia derrogatória. A decisão do Supremo Tribunal Federal que declara, em sede de fiscalização abstrata, a inconstitucionalidade de determinado diploma normativo tem o condão de provocar a repristinação dos atos estatais anteriores que foram revogados pela lei proclamada inconstitucional. Doutrina. Precedentes (ADI 2.215-MC/PE, Rel. Min. Celso de Mello, Informativo/STF n. 224, v.g.).

Page 275: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Continuação ... Considerações em torno da questão da eficácia repristinatória indesejada

e da necessidade de impugnar os atos normativos, que, embora revogados, exteriorizem os mesmos vícios de inconstitucionalidade que inquinam a legislação revogadora. Ação direta que impugna, não apenas a Lei estadual n. 1.123/2000, mas, também, os diplomas legislativos que, versando matéria idêntica (serviços lotéricos), foram por ela revogados. Necessidade, em tal hipótese, de impugnação de todo o complexo normativo. Correta formulação, na espécie, de pedidos sucessivos de declaração de inconstitucionalidade tanto do diploma ab-rogatório quanto das normas por ele revogadas, porque também eivadas do vício da ilegitimidade constitucional. Reconhecimento da inconstitucionalidade desses diplomas legislativos, não obstante já revogados." (ADI 3.148, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 13-12-06, DJ de 28-9-07). No mesmo sentido: (ADI 2.903, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 1º-12-05, DJE de 19-9-08)

Page 276: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Outra decisão ...

"Efeito repristinatório. Norma anterior com o mesmo vício de inconstitucionalidade. No caso de ser declarada a inconstitucionalidade da norma objeto da causa, ter-se-ia a repristinação de preceito anterior com o mesmo vício de inconstitucionalidade. Neste caso, e não impugnada a norma anterior, não é de se conhecer da ação direta de inconstitucionalidade. ” (ADI 2.574, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 2-10-02, DJ de 29-8-03). No mesmo sentido: ADI 2.938, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 5-6-05, DJ de 9-12-05.

Page 277: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Existem exemplos de “medidas cautelares” na CF de 1988?

Sim. Primeiro exemplo: a indisponibilidade dos bens Art. 37, § 4º - § 4º - Os atos de improbidade administrativa

importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Page 278: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

A indisponibilidade dos bens

A indisponibilidade dos bens é uma medida cautelar na ação de improbidade.

Page 279: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Medida cautelar em caso de impeachment do Presidente.

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

§ 1º - O Presidente ficará suspenso de suas funções: I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia

ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do

processo pelo Senado Federal.

Page 280: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Mecanismo para imprimir celeridade ao processo!

Art. 12. Havendo pedido de medida cautelar (leia-se liminar), o relator, em face da relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, poderá, após a prestação das informações, no prazo de dez dias, e a manifestação do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, no prazo de cinco dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação. VIDE: CF art. 5º, LXXVIII.

Page 281: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

CF art. 5º

LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Princípio do tempo razoável do processo!

Page 282: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

No caso do art. 12 da Lei 9.868

o relator(a) se abstém de julgar a medida liminar e submete o caso diretamente ao

Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação

Page 283: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

DECISÃO DE MÉRITO EM ADI

A DECISÃO DEFINITIVA DE MÉRITO, NO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ABSTRATO, OPERA EFEITOS EM RELAÇÃO ÀS

PESSOAS E AO TEMPO.

Page 284: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

1) EFICÁCIA PESSOAL

A DECISÃO DEFINITIVA DE MÉRITO É RECOBERTA DE EFICÁCIA ERGA OMNES E EFICÁCIA VINCULANTE DESDE A PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO DO STF NO DIÁRIO DA JUSTIÇA DA UNIÃO.

Page 285: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

CF ART. 102

§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Page 286: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

NOTEM O DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL ANTERIOR!

§ 2.º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações declaratórias de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e ao Poder Executivo. (Incluído em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)

Page 287: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Efeito vinculante

O efeito vinculante consiste em instituto processual tendente a ampliar os limites objetivo e subjetivo da coisa julgada, na medida em que atribui eficácia transcendente à decisão definitiva de mérito, no âmbito da jurisdição constitucional.

Page 288: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Quanto aos limites objetivos

O EFEITO VINCULANTE ALCANÇA OS FUNDAMENTOS DETERMINANTES, NÃO ESTANDO LIMITADO AO DISPOSITIVO, DO PRONUNCIAMENTO JURISDICIAONAL.

Page 289: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Quanto aos limites subjetivos

o efeito vinculante atinge os órgãos constitucionais, não estando restrito às partes do processo integrantes do Poder judiciário e da Administração Pública.

Page 290: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Rcl.MC 2.986. Leis de teor idêntico. Transcendência dos motivos determinantes

(“ratio decidendi”) EMENTA: FISCALIZAÇÃO ABSTRATA DE CONSTITUCIONALIDADE.

RECONHECIMENTO, PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DA VALIDADE CONSTITUCIONAL DA LEGISLAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍ QUE DEFINIU, PARA OS FINS DO ART. 100, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO, O SIGNIFICADO DE OBRIGAÇÃO DE PEQUENO VALOR. DECISÃO JUDICIAL, DE QUE ORA SE RECLAMA, QUE ENTENDEU INCONSTITUCIONAL LEGISLAÇÃO, DE IDÊNTICO CONTEÚDO, EDITADA PELO ESTADO DE SERGIPE. ALEGADO DESRESPEITO AO JULGAMENTO, PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DA ADI 2.868 (PIAUÍ). EXAME DA QUESTÃO RELATIVA AO EFEITO TRANSCENDENTE DOS MOTIVOS DETERMINANTES QUE DÃO SUPORTE AO JULGAMENTO, “IN ABSTRACTO”, DE CONSTITUCIONALIDADE OU DE INCONSTITUCIONALIDADE. DOUTRINA. PRECEDENTES. ADMISSIBILIDADE DA RECLAMAÇÃO. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA.

Rel. Min. Celso de Mello (2005)

Page 291: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

O Supremo já pacificou sua jurisprudência no sentido da inaplicabilidade, ao Legislativo, do efeito vinculante da decisão

em ADI/ADC

INCONSTITUCIONALIDADE. [...] A eficácia geral e o efeito vinculante de decisão, proferida pelo Supremo Tribunal Federal, em ação direta de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal, só atingem os demais órgãos do Poder Judiciário e todos os do Poder Executivo, não alcançando o legislador, que pode editar nova lei com idêntico conteúdo normativo, sem ofender a autoridade daquela decisão. (STF, Rcl-AgR nº 2.617/MG, Relator Min. Cezar Peluso, Plenário, DJ 20/05/2005)

Page 292: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

OBSERVAÇÃO

Em atenção ao efeito vinculante, todos os órgãos administrativos e judiciais, excepcionado o STF – ainda que não tenham atuado no processo de controle de constitucionalidade abstrato -, devem adequar as suas condutas às regras e princípios oriundos do provimento jurisdicional – mesmo que veiculados na fundamentação da decisão no controle de constitucionalidade concentrado – nas situações futuras.

Page 293: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

2) EFICÁCIA TEMPORAL

Regra: A DECISÃO DEFINITIVA DE MÉRITO É REVESTIVA DE EFICÁCIA EX TUNC.

PORÉM: Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato

normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

Page 294: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

EXEMPLO – ART. 27 da Lei 9868

"Ao instituir a chamada ‘gratificação por risco de vida’ dos policiais e bombeiros militares do Distrito Federal, o Poder Legislativo distrital usurpou a competência material da União para ‘organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio’ (...). Tendo em conta a natureza alimentar da gratificação e a presunção de boa-fé, a operar em favor dos militares do Distrito Federal, atribui-se à declaração de inconstitucionalidade efeitos prospectivos (ex nunc)." (ADI 3.791, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 16-6-2010, Plenário, DJE de 27-8-2010.)

Page 295: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Sobre o art. 27 “A norma contida no art. 27 da Lei n. 9.868, de 10 de novembro de 1999, tem

caráter fundamentalmente interpretativo, desde que se entenda que os conceitos jurídicos indeterminados utilizados - segurança jurídica e excepcional interesse social - se revestem de base constitucional. No que diz respeito à segurança jurídica, parece não haver dúvida de que encontra expressão no próprio princípio do Estado de Direito consoante, amplamente aceito pela doutrina pátria e alienígena. Excepcional interesse social pode encontrar fundamento em diversas normas constitucionais. O que importa assinalar é que, consoante a interpretação aqui preconizada, o princípio da nulidade somente há de ser afastado se se puder demonstrar, com base numa ponderação concreta, que a declaração de inconstitucionalidade ortodoxa envolveria o sacrifício da segurança jurídica ou de outro valor constitucional materializável sob a forma de interesse social.” (AI 474.708-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, decisão monocrática, julgamento em 17-3-08, DJE de 18-4-08)

Page 296: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE

Destina-se à solução de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação de lei ou ato normativo federal em face da Constituição Federal.

A natureza jurídica do processo instaurado em decorrência do exercício da ADC é processo objetivo, na medida em que independe de situações concretas ou subjetivadas, buscando resolver, em tese e abstratamente, sobre a compatibilidade, em face da Constituição, de determinado ato normativo.

Page 297: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei

ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

Page 298: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO

Tal como sucede em relação à ADI, a ADC não pode ter por objeto ato normativo revogado.

Page 299: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

CF ART. 102

§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Page 300: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Legitimados ativos para a ADC

Conferiu-se, inicialmente na EC nº 3, legitimidade ativa ao Presidente da República, à Mesa do Senado Federal, à Mesa da Câmara dos Deputados e ao Procurador-Geral da República.

A EC n. 45/2004 ampliou a legitimação da ADC, que passa a ser a mesma da ADI (art. 103 da CF/88).

Page 301: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Legitimados ativos da ADC

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Page 302: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Requisitos da petição inicial

A petição inicial não está vinculada a qualquer prazo

Page 303: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Petição inicial da ADC – Lei 9.868

Art. 14. A petição inicial indicará: I - o dispositivo da lei ou do ato normativo

questionado e os fundamentos jurídicos do pedido;

II - o pedido, com suas especificações; III - a existência de controvérsia judicial

relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória.

Page 304: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Demonstração da existência de controvérsia judicial na açãodeclaratória de constitucionalidade

Ao lado do direito de propositura da ação declaratória de constitucionalidade

— e, aqui, assinale-se, estamos a falar tão-somente da ADC e não da ADI — há de se cogitar também de uma legitimação para agir in concreto, que se relaciona com a existência de um estado de incerteza gerado por dúvidas ou controvérsias sobre a legitimidade da lei.

Page 305: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Controvérsia ou dúvida relevante quanto à legitimidade da norma

Embora o texto constitucional não tenha contemplado expressamente esse pressuposto, é certo que ele é inerente às ações declaratórias, mormente às ações declaratórias de conteúdo positivo.

Assim, não se afigura admissível a propositura de ação declaratória de constitucionalidade se não houver controvérsia ou dúvida relevante quanto à

legitimidade da norma.

Page 306: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

São múltiplas as formas de manifestação desse estado deincerteza quanto à legitimidade da norma

A insegurança poderá resultar de pronunciamentos contraditórios da jurisdição ordinária sobre a constitucionalidade de determinada disposição.

Assim, se a jurisdição ordinária, através de diferentes órgãos, passar a afirmar a inconstitucionalidade de determinada lei, poderão os órgãos legitimados, se estiverem convencidos de sua constitucionalidade, provocar o STF para que ponha termo à controvérsia instaurada.

Da mesma forma, pronunciamentos contraditórios de órgãos jurisdicionais diversos sobre a legitimidade da norma poderão criar o estado de incerteza imprescindível para a instauração da ação declaratória de constitucionalidade.

Page 307: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Controvérsia doutrinária

seria base para se mover uma ADC?

Page 308: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Não

Embora as decisões judiciais sejam provocadas ou mesmo estimuladas pelo

debate doutrinário, é certo que simples controvérsia doutrinária não se afigura

suficiente para objetivar o estado de incerteza apto a legitimar a propositura da

ação, uma vez que, por si só, ela não obsta à plena aplicação da lei.

Page 309: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

QUESTÃO DE ORDEM NA ADC nº 1

da "controvérsia, que deverá ser demonstrada na inicial, afluem, inclusive, os argumentos pró e contra a constitucionalidade, ou não, do ato normativo em causa, possibilitando a esta Corte o conhecimento deles e de como têm sido eles apreciados judicialmente. Portanto, por meio dessa ação, o Supremo Tribunal Federal uniformizará o entendimento judicial sobre a constitucionalidade, ou não, de um ato normativo federal em face da Carta Magna, sem qualquer caráter, pois, de órgão consultivo de outro Poder, e sem que, portanto, atue, de qualquer

modo, como órgão de certa forma participante do processo legislativo“ Ministro Moreira Alves

Page 310: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Observação

Assim, a exigência de demonstração de controvérsia judicial há de ser entendida,

nesse contexto, como atinente à existência de controvérsia jurídica relevante,

capaz de afetar a presunção de legitimidade da lei e, por conseguinte, a eficácia da decisão legislativa.

Page 311: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

OBSERVAÇÃO: CAUSA PETENDI ABERTA na ADC

É interessante notar que, a despeito da necessidade legal da indicação dos fundamentos jurídicos na petição inicial, não fica o STF adstrito a eles na

apreciação que faz da constitucionalidade dos dispositivos questionados.

É dominante no âmbito do STF o entendimento segundo o qual, na ADI e na ADC, prevalece o princípio da causa petendi aberta, o que significa que o Tribunal poderá basear-se em outros fundamentos que não aqueles trazidos pelo requerente.

Page 312: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

PARÂMETRO DE CONTROLE NA ADC

No que toca ao parâmetro o de controle da ADC não há distinção relevante a seu equivalente no controle da ADI.

Alcança-se todo o texto constitucional, aqui abrangidas normas de caráter formal ou material.

O parâmetro também atinge princípios constitucionais materiais, mesmo que não indicados explicitamente

no texto da Constituição. De igual modo, reporta-se a tratados internacionais de direitos humanos com força de emenda constitucional, nos termos do art. 5°, § 3º , da Constituição da República.

Page 313: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS?

Art. 18. Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação declaratória de constitucionalidade.

Lei 9.868 de 1999

Page 314: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

“Amicus curiae” na ADC?

Não há previsão legal. “Não há razão lógico-jurídica plausível para afastar a

aplicação da regra prevista no § 2º do art. 7º da Lei n. 9.868/99, específico das ações diretas de inconstitucionalidade, às ações declaratórias de constitucionalidade. Nesse sentido, este Supremo Tribunal Federal já admitiu o ingresso e a sustentação oral de amicus curiae em ação declaratória de constitucionalidade, atendidos os requisitos constantes do § 2º do art. 7º referido (ADC n. 12, j. 20-8-08, Rel. Min. Carlos Britto, DJe 17-12-09).” (ADC 24, Rel. Min. Cármen Lúcia, decisão monocrática, julgamento em 17-3-10, DJE de 24-3-10)

Page 315: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Da Medida Cautelar em Ação Declaratória de Constitucionalidade – Lei 9.868

Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo.

Page 316: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

GILMAR MENDES, Curso (2012), p. 1266.

“Considerando a natureza e o escopo da ação declaratória de constitucionalidade, a eficácia erga omnes e o efeito vinculante das decisões proferidas nesse processo, parece ter sido acertada a admissão por parte do legislador, de maneira explícita, da concessão de medida cautelar, a fim de evitar o agravamento do

estado de insegurança ou de incerteza jutídica que se pretendia eliminar.”

Page 317: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Observação

Na ADC 9 (racionamento), o STF, por maioria de votos, deferiu o pedido cautelar para suspender, com eficácia ex tunc e com efeito vinculante, até o final do julgamento da ação, a prolação de qualquer decisão que tivesse por pressuposto a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade dos arts. 14 a 18 da MP n. 2.152/2001

Page 318: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Outro exemplo

Na ADC 12 (nepotismo), o STF também concedeu cautelar, com eficácia ex tunc e efeitos vinculante e erga omnes, para suspender, até o exame de mérito da ação, o julgamento dos processos que têm por objeto questionar a constitucionalidade da Resolução n. 7 do CNJ.

Page 319: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

DECISÃO NA ADC

Tendo em vista o caráter dúplice da ADC e da ADI, as observações feitas à propósito desta última prestam-se para caracterizar os pontos fundamentais da ADC.

Page 320: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

DA DECISÃO NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADEE NA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE

Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo somente será tomada se presentes na sessão pelo menos oito Ministros.

Page 321: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

DA DECISÃO NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADEE NA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE

Art. 23. Efetuado o julgamento, proclamar-se-á a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da disposição ou da norma impugnada se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos seis Ministros, quer se trate de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade.

Parágrafo único. Se não for alcançada a maioria necessária à declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, estando ausentes Ministros em número que possa influir no julgamento, este será suspenso a fim de aguardar-se o comparecimento dos Ministros ausentes, até que se atinja o número necessário para prolação da decisão num ou noutro sentido.

Page 322: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

DA DECISÃO NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADEE NA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE

Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente eventual ação declaratória.

Art. 25. Julgada a ação, far-se-á a comunicação à autoridade ou ao órgão responsável pela expedição do ato.

Page 323: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

DA DECISÃO NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADEE NA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE

Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória.

Page 324: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

325

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIROCENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICASESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICASDIREITO CONSTITUCIONAL III

Vigésima oitava aula

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

AÇÕES DE CONTROLE JUDICIAL CONCENTRADO NO BRASIL

Este material é para ser usado apenas em sala de aula!

Prof. Cesar Caldeira – 26/06/12

Page 325: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental

No texto original da Constituição de 1988, a ADPF estava prevista no parágrafo único do art. 102:

A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.

Page 326: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

A EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 3 situou o dispositivo como § 1º do art. 102 da CF

Art. 102, § 1.º - A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Foi transformado em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)

Pergunta: Segundo a classificação tricotômica das normas constitucionais de José Afonso da Silva, que tipo de norma constitucional é esta?

Page 327: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Resposta:

Norma constitucional de eficácia limitada institutiva desprovida de qualquer aplicabilidade, de acordo com a visão do STF, até que viesse a ser alvo de regulamentação.

Esta regulamentação só ocorreu onze anos após a promulgação da CF de 1988, através da Lei nº 9.882/99, que dispõe sobre o processo e julgamento da ADPF.

Page 328: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Pet-AgR 1140, julg. 2/5/1996. Rel. Min. Sydney Sanches

Page 329: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental

INTRODUÇÃO1.1 Origens da lei sobre a arguição de descumprimento de

preceito fundamental. As mudanças ocorridas no sistema de controle de

constitucionalidade brasileiro a partir da CF 1988 alteraram muito a relação que havia entre os controles concentrado e difuso. Destacamos este aspecto ao longo do nosso curso.

A ampliação do direito de propositura da ADI e a criação da ADC reforçaram o controle concentrado em detrimento do difuso.

Page 330: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Entretanto, persistiu um espaço residual para o controle difuso relativo às matérias não suscetíveis de exame no controle

concentrado:

A) interpretação direta de cláusulas constitucionais pelos juízes e tribunais;

B) direito pré-constitucional; C) controvérsia constitucional sobre normas

revogadas, e; D) controle de constitucionalidade do direito

municipal em face da Constituição.

Page 331: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Nesses quatro aspectos estavam presentes “problemas” que já destacamos

1) repetição de processos; 2) demora na definição das decisões sobre

importantes controvérsias constitucionais, e, 3) o fenômeno social e jurídico da chamada "guerra de liminares".

Face a esses problemas surgiu a ideia de desenvolver o chamado "incidente de inconstitucionalidade“ (GILMAR MENDES).

Page 332: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Professor Celso Ribeiro Bastos

contribui para a discussão sobre o alcance do art. 102, § 1º da CF de 1988 que afirmava:

§ 1º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Transformado em § 1º pela EC nº 03/1993)

Page 333: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Discutia-se se este art. 102, § 1º

serviria para colmatar algumas importantes lacunas identificadas no quadro de competências do

STF. O Professor Celso Bastos elaborou o primeiro esboço

do anteprojeto que haveria de regular a arguição de descumprimento de preceito fundamental.

Gilmar Mendes elaborou uma segunda versão, introduzindo-se o “incidente de inconstitucionalidade”. Ver abaixo: Incidente de inconstitucionalidade e

arguição de descumprimento.

Page 334: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

EM 1997, instituiu-se uma COMISSÃO

destinada a elaborar estudos e anteprojeto de lei que disciplinasse a arguição de descumprimento de preceito fundamental.

Foram designados para compor a Comissão os Professores Celso Ribeiro Bastos (presidente), Arnoldo Wald, Ives Gandra Martins, Oscar Dias Corrêa e Gilmar Mendes.

Page 335: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Proposta de ANTEPROJETO

A proposta de anteprojeto de lei cuidou dos principais aspectos do processo e julgamento da arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF), nos termos e para os efeitos do disposto no § lº do art. 102 da CF. Estabeleceram- se:

1) o rito perante o STF; 2) o elenco dos entes com legitimidade ativa; 3) os pressupostos para suscitar o incidente, e; 4) os efeitos da decisão proferida e sua

irrecorribilidade.

Page 336: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO desde março de 1997 tramitava no Congresso Nacional o Projeto de

Lei n. 2.872, de autoria da Deputada Sandra Starling, objetivando, também, disciplinar o instituto da arguição de descumprimento de preceito fundamental, sob o nomen júris de "reclamação".

A reclamação restringia-se aos casos em que a contrariedade ao

texto da Lei Maior fosse resultante de interpretação ou de aplicação dos Regimentos Internos das Casas do Congresso Nacional, ou do Regimento Comum, no processo legislativo de elaboração das normas previstas no art. 59 da CF.

Aludida reclamação haveria de ser formulada ao STF por 1/10 dos deputados ou dos senadores, devendo observar as regras e os procedimentos instituídos pela Lei n. 8.038, de 28-5-1990.

Page 337: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

TEXTO DA DEPUTADA (“RECLAMAÇÃO”)

"§ 5º O Supremo Tribunal Federal, a pedido das pessoas e entidades mencionadas no art. 103, de qualquer tribunal, de Procurador-Geral de Justiça, de Procurador-Geral ou Advogado- Geral do Estado, quando for relevante o fundamento de controvérsia judicial sobre a constitucionalidade de lei, ato normativo federal ou de outra questão constitucional, federal, estadual ou municipal, poderá, acolhendo incidente de inconstitucionalidade, determinar a suspensão, salvo para medidas urgentes, de processos em curso perante qualquer juízo ou tribunal, para proferir decisão exclusivamente sobre matéria constitucional suscitada, ouvido o Procurador-Geral da República".

Page 338: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

O Substitutivo: resumo da trajetória legislativa

Aludido substitutivo, aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e de Redação da Câmara dos Deputados, foi referendado pelo Plenário da Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, tendo sido submetido ao Presidente da República, que o sancionou , com veto ao inciso II do parágrafo único do art. 1º, ao inciso II do art. 2º , ao § 2º do art. 2º , ao § 4º do art. 5º , aos §§ Iº e 2º do art. 8º e ao art. 9º.

Page 339: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

2. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental

A ADPF é dirigida a “evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público” (ler: art. 1º da Lei 9.882), bem como solucionar “controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição” (ler: inciso I do § 1º da Lei 9.882).

Page 340: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

LEI Nº 9.882, DE 3 DE DEZEMBRO DE 1999.

Art. 1º A arguição prevista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta

perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito

fundamental, resultante de ato do Poder Público. I - quando for relevante o fundamento da

controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição;

Page 341: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

IMPORTANTE!

A ADPF é informada pelo princípio da subsidiariedade. Lei 9.882, art. 4º:

§ 1º Não será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.

Page 342: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Ou seja, o objeto da ADPF

é a ampliação da jurisdição constitucional orgânica, na medida em que o regular exercício da arguição de descumprimento é condicionado à inexistência de outro meio adequado para a impugnação de determinada lei ou ato normativo, no controle de constitucionalidade por via direta, ou existência de outro meio efetivo de tutela dos preceitos fundamentais, no controle de constitucionalidade por via de exceção (incidental).

Page 343: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO!

De um lado, no que tange ao controle de constitucionalidade CONCENTRADO, AS PRINCIPAIS HIPÓTESES DE CABIMENTO DA ARQUIÇÃO DIRETA (OU TAMBÉM CHAMADA “AUTÔNOMA” – ver: art. 1º da Lei 9.882) DECORREM DA INADEQUAÇÃO DA ADI PARA A IMPUGNAÇÃO DE LEI OU ATO NORMATIVO MUNICIPAL EM FACE À CF, COMO TAMBÉM LEI OU ATO NORMATIVO PRÉ –CONSTITUCIONAL, PELA VIA DA AÇÃO DIRETA.

Page 344: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

3. Tipos de ADPF:1º) ARGUIÇÃO DIRETA (OU AUTÔNOMA)

Lei 9.882 Art. 1º A arguição prevista no § 1º do art.

102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá

por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder

Público.

Page 345: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

De maneira simplificada: o que é uma ADPF DIRETA (AUTÔNOMA)?

É uma ação que se vai provocar o STF diretamente para exercer o controle de constitucionalidade ( não necessariamente para invalidar uma lei; pode ser para declarar a constitucionalidade de uma lei), para adotar alguma outra medida no âmbito do controle de constitucionalidade em situações que outras ações existentes (ADI, ADC ou ADI por omissão) não são adequadas.

Page 346: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

EXEMPLO 1

NORMA ANTERIOR À Constituição de 1988. JÁ ESTUDAMOS QUE NÃO CABE ADI DE NORMA

ANTERIOR À CF DE 1988. ENTÃO TEMOS O CASO DA ADPF 53 QUE

ENVOLVE ABORTO DE FETO ANENCEFÁLICO. POR QUE FOI ESCOLHIDA A ADPF? PORQUE O DISPOSITIVO QUESTIONADO É DO

CÓDIGO PENAL, ANTERIOR À CONSTITUIÇÃO DE 1988.

Page 347: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

EXEMPLO 2

NÃO CABE ADI DE LEI MUNICIPAL; MAS CABE ADPF DE LEI MUNICIPAL.

Page 348: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

EXEMPLO 3

SE UM GOVERNADOR DE UM ESTADO QUISER DECLARAR A CONSTITUCIONALIDADE DE UMA LEI ESTADUAL. NÃO CABE ADC; MAS CABE ADPF.

Page 349: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

LUÍS ROBERTO BARROSO, CONTROLE ... (2012), p. 309

“ NO CASO DA ARGUIÇÃO AUTÔNOMA, ALÉM DO PRESSUPOSTO GERAL DA INEXISTÊNCIA DE QUALQUER OUTRO MEIO EFICAZ DE SANAR A LESIVIDADE ( O QUE LHE DÁ UM CARÁTER DE SUBSIDIARIEDADE), EXIGE-SE:

1) A AMEAÇA OU VIOLAÇÃO A PRECEITO FUNDAMENTAL E

2) UM ATO ESTATAL OU EQUIPARÁVEL CAPAZ DE PROVOCÁ-LA.”

Page 350: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Tipos de ADPF:2º) ARGUIÇÃO INDIRETA (OU “INCIDENTAL”)

Lei 9.882, art. 1º, Parágrafo único. Caberá também arguição de

descumprimento de preceito fundamental: I - quando for relevante o fundamento da

controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição;

Page 351: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Deve-se combinar o art. 1º, parágrafo único, I com o

art. 6º, § 1º da Lei 9.882/99:

§ 1o Se entender necessário, poderá o relator ouvir as partes nos processos que ensejaram a arguição, requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou ainda, fixar data para declarações, em audiência pública, de pessoas com experiência e autoridade na matéria.

Page 352: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

LUÍS ROBERTO BARROSO, CONTROLE ... (2012), p. 309 -310.

“Já a arguição batizada – não sem certa impropriedade – como incidental pressupõe, em primeiro lugar, a existência de um litígio, de uma demanda concreta já submetida ao Poder Judiciário. Seus outros requisitos, que são mais numerosos que os da arguição autônoma, incluem , além da subsidiariedade e da ameaça ou lesão a preceito fundamental, a necessidade de que

Page 353: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

LUÍS ROBERTO BARROSO, CONTROLE ... (2012), p. 309 -310. (continuação)

1) seja relevante o fundamento da controvérsia constitucional e

2) se trate de lei ou ato normativo – e não qualquer ato do Poder Público.

No caso da arguição incidental, eventuais processos em tramitação ficarão sujeitos à suspensão liminar de seu andamento ou dos efeitos da decisão acaso já proferida (art. 5º, § 3º), bem como a tese jurídica que venha a ser firmada pelo STF, no julgamento final da ADPF (art. 10, §3º).

Page 354: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

LUÍS ROBERTO BARROSO, CONTROLE ... (2012), p. 310. (continuação)

O caso concreto pendente será julgado pelo juiz ou tribunal competente e que já exercia jurisdição sobre a causa: nem um nem outro poderá, todavia, ignorar a premissa lógica estabelecida na decisão da arguição.

Page 355: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Neste segundo tipo,

controle de constitucionalidade difuso, a principal hipótese de cabimento da arguição indireta (ou incidental) deflui da inefetividade do recurso extraordinário para solucionar controvérsia constitucional relevante sobre preceito fundamental, a critério discricionário do STF.

Page 356: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Em síntese:

A relação de subsidiariedade é estabelecida entre os instrumentos de proteção do sistema objetivo, logo entre a ADI e a ADPF.

Portanto, sendo cabível a ADI NÃO CABERÁ A ADPF DIRETA (OU AUTÔNOMA).

Todavia, em relação ao RECURSO EXTRAORDINÁRIO já não haverá este óbice, de maneira que sendo relevante a controvérsia constitucional, o STF poderá processar e julgar a arguição INDIRETA (ou INCIDENTAL).

Page 357: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Ler esta decisão do STF ADPF nº 17 , Rel . Min. Celso de Mello

- O ajuizamento da ação constitucional de arguição de descumprimento de preceito fundamental rege-se pelo princípio da subsidiariedade (Lei nº 9.882/99, art. 4º, § 1º), de tal modo que não será ela admitida, sempre que houver qualquer outro meio juridicamente idôneo, apto a sanar, com efetividade real, o estado de lesividade emergente do ato impugnado. Precedentes: ADPF 3- CE, ADPF 12-DF e ADPF 13-SP.

A mera possibilidade de utilização de outros meios processuais, no entanto, não basta, só por si, para justificar a invocação do princípio em questão, pois, para que esse postulado possa legitimamente incidir, revelar-se-á essencial que os instrumentos disponíveis mostrem-se aptos a sanar, de modo eficaz e real, a situação de lesividade que se busca neutralizar com o ajuizamento da ação constitucional de arguição de descumprimento de preceito fundamental.

ADPF 17 / AP – AMAPÁ (2001)

Page 358: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

IMPORTANTE!

EM REFORÇO AO CARÁTER SUBSIDIÁRIO DA ADPF, O STF DECIDIU QUE SE A LEI MUNICIPAL VIOLAR AO MESMO TEMPO NORMA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO (norma de observância obrigatória), A LEI DEVERÁ SER OBJETO DE UMA REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE, COM BASE NO ART. 125, § 2º E NÃO DA ADPF.

Page 359: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Este problema foi alvo de decisão na ADPF 100, julg. em 15/12/2005, Rel. Min. Celso de Mello

“ – A possibilidade de instauração no âmbito do Estado-Membro, de processo objetivo de fiscalização normativa abstrata de leis municipais contestadas em face da Constituição Estadual (art. 125, § 2º) torna inadmissível, por efeito do princípio da subsidiariedade (Lei nº 9.882 / 99, art. 4º, § 1º) o acesso imediato à arguição de descumprimento de preceito fundamental”.

Page 360: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

4. NATUREZA JURÍDICA DA ADPF

A ADPF é instituto ambivalente ou dúplice, dado que comporta – como vimos – “arguição direta” e “arguição indireta”.

Page 361: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Arguição direta (ou autônoma) É suscitada diretamente perante o STF.

Art. 1º A arguição prevista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito

fundamental, resultante de ato do Poder Público.

A natureza jurídica da “arguição direta” é de AÇÃO CONSTITUCIONAL. Pode ser revestida de caráter preventivo (“evitar”) e repressivo (“reparar”) lesão a preceito

fundamental, resultante de ato do Poder Público.

Page 362: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Arguição indireta (ou incidental)

É SUSCITADA DURANTE A TRAMITAÇÃO DE QUALQUER PROCESSO EM QUALQUER JUÍZO OU TRIBUNAL, INCLUSIVE O STF, desde que seja “relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição”.

Page 363: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Qual a natureza jurídica da “arguição indireta”?

É uma AÇÃO CONSTITUCIONAL?

Page 364: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

RESPOSTA:

Não. A natureza jurídica da arguição indireta (Lei 9.882, § 1º,

inciso I) é de INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE, PORQUE VIABILIZA A SUSPENSÃO DO PROCESSO EM CURSO PERANTE QUALQUER JUÍZO OU TRIBUNAL, PARA QUE PROFERIDA DECISÃO EXCLUSIVAMENTE SOBRE A QUESTÃO CONSTITUCIONAL SUSCITADA COM O FIM DE ANTECIPAR A SOLUÇÃO DA CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL, QUE PERCORRERIA A VIA DE EXCEÇÃO ATÉ O PRONUNCIAMENTO DO STF EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO.

Page 365: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

PERGUNTA:

O QUE É A A CHAMADA “CISÃO FUNCIONAL DE COMPETÊNCIA EM PLANO VERTICAL”?

Page 366: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

RESPOSTA:

A ARGUIÇÃO INDIRETA (OU INCIDENTAL) PRODUZ A “CISÃO FUNCIONAL DE COMPETÊNCIA NO PLANO VERTICAL”, ENTRE A QUESTÃO CONSTITUCIONAL E O MÉRITO, QUE SÃO DIRIMIDOS POR ÓRGÃOS JUDICIAIS DE INSTÊNCIAS DIFERENTES.

Page 367: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO!

O ACOLHIMENTE DA ARGUIÇÃO “INDIRETA” IMPLICA EM CISÃO FUNCIONAL DE COMPETÊNCIA EM PLANO VERTICAL, NA MEDIDA EM QUE A CONTROVÉRSIA SOBRE A LEI OU ATO NORMATIVO IMPUGNADO DEVE SER RESOLVIDA PELO STF, NA FORMA DO ART. 1º PARÁGRAFO ÚNICO, INC. I, IN FINE, DA LEI Nº 9.882/99.

Page 368: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

EM CONTRASTE, O QUE É A

CHAMADA CISÃO FUNCIONAL DE COMPETÊNCIA NO PLANO HORIZONTAL?

SE LEMBRAM? HEIN? QUEM EU? HUM...

Page 369: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

CISÃO FUNCIONAL DE COMPETÊNCIA NO PLANO HORIZONTAL

RESPOSTA: O ACOLHIMENTO DA ARGUIÇÃO DE

INCONSTITUCIONALIDADE IMPORTA NA CISÃO FUNCIONAL DE COMPETÊNCIA NO PLANO HORIZONTAL, UMA VEZ QUE A INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI OU ATO NORMATIVO IMPUGNADA PODE SER DECLARADA PELO PLENÁRIO OU ÓRGÃO ESPECIAL DO MESMO TRIBUNAL , NOS TERMOS DO ART. 481 DO CPC.

Page 370: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ART. 481 DO CPC

Art. 481. Se a alegação for rejeitada, prosseguirá o julgamento; se for acolhida, será lavrado o acórdão, a fim de ser submetida a questão ao tribunal pleno.

Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

Page 371: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

LEMBRAR DO PRINCÍPIO DA “RESERVA DE PLENÁRIO” !

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

Page 372: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

5. DIVERGÊNCIA ENTRE DOUTRINADORES

QUANTO À NORMA VEICULADA PELO ART. 1º PARÁGRAFO ÚNICO DA LEI 9.882.

PRIMEIRA CORRENTE – ALEXANDRE DE

MORAES. AFIRMA QUE A NORMA É INCONSTITUCIONAL, POSTO QUE TERIA HAVIDO A AMPLIAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO STF ENUMERADA NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBICA.

Page 373: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

SEGUNDA POSIÇÃO DOUTRINÁRIA

ANDRÉ RAMOS TAVARES – AFIRMA QUE É CONSTITUCIONAL, VISTO QUE HÁ APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DO ACESSO À JUSTIÇA, COM O APERFEIÇOAMENTO DOS MÉTODOS DE CONSTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO.

Page 374: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

6. Cabimento da ADPF

A ADPF é cabível para “evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público” como também solucionar “controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição”.

Page 375: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

QUAL É O PARÂMETRO DA ARGUIÇÃO “DIRETA” E “INDIRETA”?

COMPREENDE TODOS OS PRECEITOS CONSTITUCIONAIS DE NATUREZA FUNDAMENTAL, ISTO É, REGRAS E PRINCÍPIOS QUE EXPRESSEM VALORES CONSTITUCIONAIS QUE ASSEGURAM A CONTINUIDADE E A ESTABILIDADE DO ORDENAMENTO DEMOCRÁTICO, A SABER:

Page 376: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

PRIMEIRO

OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS, SUBDIVIDIDOS EM PRINCÍPIO REPUBLICANO,

PRINCÍPIO FEDERATIVO, PRINCÍPIO PRESIDENCIALISTA, PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO, PRINCÍPIO DA LIVRE INICIATIVA e PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE FUNÇÕES (Separação dos poderes), expressos nos arts. 1º a 4º da CFRB.

Page 377: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Segundo, DIREITOS FUNDAMENTAIS

SUBDIVIDIDOS EM: DIREITOS INDIVIDUAIS, DIREITOS METAINDIVIDUAIS, DIREITOS SOCIAIS, DIREITO À NACIONALIDADE E DIREITOS POLÍTICOS, COM BASE NOS ARTS. 5º

À 14 DA CRFB.

Page 378: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Terceiro, princípios setoriais da Administração Pública

SUBDIVIDIDOS EM: PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE, PRINCÍPIO DA MORALIDADE, PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE E, PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA, PREVISTOS NO ART.

37, CAPUT DA CRFB.

Page 379: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

QUARTO, AS LIMITAÇÕES MATERIAIS EXPLÍCITAS DO PODER DE REFORMA CONSTITUCIONAL.

COMPREENDEM AS “CLÁUSULAS PÉTREAS”, EXPRESSAS NO ART. 60, § 4º DA CRFB.

Page 380: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Há autores, como Gilmar Mendes que incluem

ainda, os chamados “princípios constitucionais sensíveis” (CF art. 34, VII).

Page 381: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

IMPORTANTE!

A análise dessa amplitude dos “preceitos fundamentais” ocorre sempre em um caso levado ao STF, determinando se esse caso se molda ou não ao conceito de preceito fundamental.

Por isso, não se trata de um catálogo taxativo, mas de parêmetros base a serem apreciados pelo STF no controle da constitucionalidade.

Page 382: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

É certo que o parâmetro de proteção

da ADPF, ao contrário da ADI, é mais restrito. AFINAL É UMA ARGUIÇÃO DE

DESCUMPRIMENTO DE UMA PORÇÃO CONSTITUCIONAL LIMITADA: PRECEITOS FUNDAMENTAIS.

Page 383: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Na ADPF 33/ PA, Rel. Min. Gilmar Mendes (2005) afirmou-se sobre o

“ Parâmetro de controle - É muito difícil indicar, a priori, os preceitos fundamentais da Constituição passíveis de lesão tão grave que justifique o processo e o julgamento da argüição de descumprimento.

Não há dúvida de que alguns desses preceitos estão enunciados, de forma explícita, no texto constitucional.

Assim, ninguém poderá negar a qualidade de preceitos fundamentais da ordem constitucional aos direitos e garantias individuais (art. 5º, dentre outros). Da mesma forma, não se poderá deixar de atribuir essa qualificação aos demais princípios protegidos pela cláusula pétrea do art. 60, § 4º, da Constituição, quais sejam, a forma federativa de Estado, a separação de Poderes e o voto direto, secreto, universal e periódico.

Por outro lado, a própria Constituição explicita os chamados "princípios sensíveis", cuja violação pode dar ensejo à decretação de intervenção federal nos Estados-membros (art. 34, VII).”

Page 384: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

7. A controvérsia sobre a constitucionalidade da Lei n. 9.882/99

A OAB propôs a ADI 2.231 contra a íntegra da Lei n. 9.882/99, distribuída ao Ministro Néri da Silveira, na qual se alegava, em síntese, a inconstitucionalidade do parágrafo único, I, do art. I º , do § 3º do art.5º, do art. 10, caput,

e § 3°, e do art. 11, todos da mesma Lei.

Page 385: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

A controvérsia sobre a constitucionalidade da Lei n. 9.882/99

O Ministro Néri da Silveira, na sessão do dia 5-12-2001, acolheu em parte a arguição, para suspender, com eficácia ex nunc e até o julgamento final da ação a vigência do § 3º do art. 5º da referida Lei, por estar relacionado com a arguição incidental em processos em concreto, e conferir interpretação conforme à Constituição ao inciso I do parágrafo único do art. I º , excluindo de sua aplicação controvérsia constitucional concretamente já deduzida em

processo judicial em curso.

Page 386: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Nas palavras do Min. Néri da Silveira

"[...] a Lei n. 9.882/99, com a suspensão do art. 5º , § 3 º , e com a interpretação

conforme do inciso I, do parágrafo único, do art. I º , não se esvazia, à evidência,

permanecendo com as condições pata regular, de forma completa, o processo e

julgamento da arguição de descumprimento de preceito fundamental prevista no

art. 102, § I º , da Constituição“.

Page 387: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

O julgamento foi interrompido em razão de pedido de vista do Ministro

Sepúlveda Pertence. Ressalte-se que a referida ADI está conclusa

para julgamento desde agosto de 2004, quando foi renovado o pedido de vista.

Page 388: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

GILMAR MENDES, CURSO (2012), p. 1271.

Embora ainda penda de decisão a ADI 2.231, o julgado do STF sobre a admissibilidade da ADPF 545 parece ter superado o debate sobre a constitucionalidade da Lei n. 9.882/99.

Page 389: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

8. COMPETÊNCIA

CABE APENAS AO STF, DENTRO DE SUA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA PREVISTA NO ART. 102, § 1º, DA CF/1988, PROCESSAR E JULGAR A ADPF.

Page 390: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

9. LEGITIMIDADE ATIVA

De acordo com o art. 103, I a IX, da CF c/c art. 2º da Lei nº 9.882/99 os legitimados para a propositura da ADPF são os mesmos que podem ajuizar as demais ações de controle concentrado federal.

Page 391: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Art. 103 da CF

I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do

Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Page 392: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

MUITA ATENÇÃO!

DE ACORDO COM ENTENDIMENTO DO STF É VEDADA A PROPOSITURA DE ADPF POR CIDADÃO.

“ Ação proposta por particular. Ausência de legitimidade. Somente podem propor ADPF os legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade (art. 2º, I da Lei nº 9.882/ 1999). STF, ADPF 11, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ 05.08.2005.

Page 393: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

OBSERVAÇÃO

A legitimidade popular da ADPF estava prevista inicialmente no Projeto de Lei 9.882/99.

Inciso II do art. 2o

"Art. 2o.............................................................................. ........................................................................................

. II - qualquer pessoa lesada ou ameaçada por ato do Poder

Público. .........................................................................................

"

Page 394: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Porém foi alvo de VETO do Presidente da República.

Razões do veto A disposição insere um mecanismo de acesso direto, irrestrito e individual ao

Supremo Tribunal Federal sob a alegação de descumprimento de preceito fundamental por "qualquer pessoa lesada ou ameaçada por ato do Poder Público". A admissão de um acesso individual e irrestrito é incompatível com o controle concentrado de legitimidade dos atos estatais – modalidade em que se insere o instituto regulado pelo projeto de lei sob exame. A inexistência de qualquer requisito específico a ser ostentado pelo proponente da arguição e a generalidade do objeto da impugnação fazem presumir a elevação excessiva do número de feitos a reclamar apreciação pelo Supremo Tribunal Federal, sem a correlata exigência de relevância social e consistência jurídica das arguições propostas. Dúvida não há de que a viabilidade funcional do Supremo Tribunal Federal consubstancia um objetivo ou princípio implícito da ordem constitucional, para cuja máxima eficácia devem zelar os demais poderes e as normas infraconstitucionais.

Page 395: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Continuação das “razões do veto” De resto, o amplo rol de entes legitimados para a promoção do controle abstrato

de normas inscrito no art. 103 da Constituição Federal assegura a veiculação e a seleção qualificada das questões constitucionais de maior relevância e consistência, atuando como verdadeiros agentes de representação social e de assistência à cidadania. Cabe igualmente ao Procurador-Geral da República, em sua função precípua de Advogado da Constituição, a formalização das questões constitucionais carentes de decisão e socialmente relevantes. Afigura-se correto supor, portanto, que a existência de uma pluralidade de entes social e juridicamente legitimados para a promoção de controle de constitucionalidade – sem prejuízo do acesso individual ao controle difuso – torna desnecessário e pouco eficiente admitir-se o excesso de feitos a processar e julgar certamente decorrentes de um acesso irrestrito e individual ao Supremo Tribunal Federal. Na medida em que se multiplicam os feitos a examinar sem que se assegure sua relevância e transcendência social, o comprometimento adicional da capacidade funcional do Supremo Tribunal Federal constitui inequívoca ofensa ao interesse público. Impõe-se, portanto, seja vetada a disposição em comento.

Page 396: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Na prática, o que ocorre?

Os legitimados ativos do art. 103, I a IX da CF podem ajuizar tanto a arguição direta (autônoma) quanto a arguição indireta (incidental).

Normalmente preferem a arguição autônoma que é dirigida diretamente ao STF.

Page 397: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

10. Objeto do pedido da ADPF

QUAIS SÃO OS ATOS PASSÍVEIS DE ATAQUE MEDIANTE ADPF?

A JURISPRUDÊNCIA NA MATÉRIA É AINDA INCIPIENTE. MAS EXISTEM INÚMERAS PROPOSTAS DOUTRINÁRIAS.

Page 398: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Vejamos a Lei nº 9.882

Nos termos da Lei n. 9.882/99, cabe a arguição de descumprimento de preceito fundamental para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público (art. 1º , caput).

Page 399: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Lei nº 9.882

O parágrafo único do art. 1º explicita que caberá também a arguição de descumprimento quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional

sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, inclusive anteriores à Constituição (leis pré-constitucionais).

Page 400: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ADPF 1-QO

“Arguição de descumprimento de preceito fundamental: distinção da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade.

O objeto da arguição de descumprimento de preceito fundamental há de ser ‘ato do Poder Público’ federal, estadual, distrital ou municipal, normativo ou não, sendo, também, cabível a medida judicial ‘quando for relevante o fundamento da controvérsia sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição’.” (<ADPF>%2DQO&cod_classe=1262&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=M" target=_blank><ADPF 1-QO, Rel. Min. Néri da Silveira, julgamento em 3-2-2000, Plenário, DJ de 7-11-2003.)

Page 401: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

10.1 ATOS DO PODER PÚBLICO

Numa primeira aproximação pode-se afirmar que o objeto da arguição direita ou indireta consiste em alguns atos estatais, ou seja, atos comissivos ou omissivos, abstratos ou concretos, praticados no exercício de função administrativa, legislativa ou jurisdicional, em âmbito federal, estadual, distrital ou municipal, ressalvados os políticos.

Page 402: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Posições doutrinárias de Luís Roberto Barroso e Luis Guilherme Marinoni

“Com base em doutrina e jurisprudência desenvolvidas, sobretudo em relação ao mandado de segurança, determinados atos privados devem ser equiparados aos praticados por autoridades públicas. Incluem-se nessa categoria aqueles executados por entidades privadas que agem mediante delegação do Poder Público, sejam controladas pelo Estado ou as titularizadas exclusivamente por particulares. É o que se passa , por exemplo, com os concessionários de serviços públicos, não por seus atos de gestão, mas por aqueles que envolvem o desempenho de parcela de competência pública. Também os dirigentes de entidades privadas de ensino praticam, em determinadas circunstâncias, atos de natureza pública”. BARROSO, Controle ... (2012), p. 330.

Page 403: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Luis Guilherme MARINONI – Curso ... (2012), p. 1036.

“Tem relevo, ao se considerar a abrangência de “ato do Poder Público”, questionar a possibilidade de se compreendê-lo na arguição de descumprimento, como o mandado de segurança (MS). Sabe-se que é admissível o MS contra ato praticado por entidade privada que atua por delegação do Poder Público. Assim, por exemplo, os atos de concessionárias de serviços públicos que exprimem exercício de competência pública. Atos praticados por privados , no desempenho de competência pública, não tem motivo para não serem abarcados pela ADPF.”

Page 404: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

IMPORTANTE LEMBRAR!

A ADPF É UMA AÇÃO RESIDUAL (OU SUBSIDIÁRIA) NÃO CABENDO ESTA AÇÃO QUANDO HOUVER OUTRO MEIO EFICAZ PARA SANAR A LESIVIDADE (Art. 4º, §1º, da Lei nº 9.882).

SE HOUVER OUTRO MEIO QUE RESOLVA A QUESTÃO DE FORMA AMPLA, GERAL E IMEDIATA, NÃO CABERÁ ADPF.

Page 405: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

NESTES TERMOS,

NÃO CABERÁ ADPF, POR EXEMPLO, CONTRA SENTENÇA, PORQUE CABE RECURSO, CONTRA DECRETO EXPROPRIATÓRIO, POIS SERÁ CABÍVEL MANDADO DE SEGURANÇA E CONTRA CONTRATO ADMINISTRATIVO PORQUE SE PODE USAR AÇÃO CIVIL PÚBLICA E/OU AÇÃO POPULAR.

Page 406: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

10.2 DIREITO PRÉ-CONSTITUCIONAL

A lei que disciplina a arguição de descumprimento de preceito fundamental

estabeleceu, expressamente, a possibilidade de exame da compatibilidade do direito pré-constitucional com norma da Constituição da República.

Page 407: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

DIREITO PRÉ-CONSTITUCIONAL

Assim, toda vez que se configurar controvérsia relevante sobre a legitimidade do direito federal, estadual ou municipal anteriores à Constituição, em face de preceito fundamental da Constituição, poderá qualquer dos legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade formular a arguição de descumprimento.

Page 408: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

DIREITO PRÉ-CONSTITUCIONAL

Essa solução vem colmatar uma lacuna importante no sistema constitucional brasileiro, permitindo que controvérsias relevantes afetas ao direito pré-constitucional sejam resolvidas pelo STF com eficácia geral e efeito vinculante no âmbito de um processo objetivo.

Page 409: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

10.3 0 controle direto de constitucionalidade do direito municipal em face da Constituição Federal

A Constituição de 1988 autorizou o constituinte estadual a instituir o controle abstrato de normas do direito estadual e municipal em face da Constituição estadual. Subsistia, porém, ampla insegurança, em razão da falta de um mecanismo de controle de constitucionalidade do direito municipal frente à Constituição Federal. Como já estudamos, não se admite que ADI ou ADC tenham como objeto leis municipais.

Page 410: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

GILMAR MENDES, CURSO ... (2012), p. 1291.

“Ao contrário do imaginado por alguns, não será necessário que o STF aprecie as questões constitucionais relativas ao direito de todos os Municípios. Nos casos relevantes, bastará que decida uma questão-padrão com força vinculante.

Se entendermos que o efeito vinculante abrange também os fundamentos determinantes da decisão, poderemos dizer, com tranqüilidade, que não apenas

a lei objeto da declaração de inconstitucionalidade no Município "A", mas toda e qualquer lei municipal de idêntico teor não mais poderá ser aplicada.

Page 411: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

GILMAR MENDES

Em outras palavras, se o STF afirmar, em um processo de arguição de descumprimento, que a Lei n. "X", do Município de São Paulo, que prevê a

instituição do IPTU, é inconstitucional, essa decisão terá efeito não apenas em relação a esse texto normativo, mas também em relação aos textos normativos de teor idêntico editados por todos os demais entes comunais”.

Page 412: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

11.1 Não cabe ADPF contra VETO

O STF ENTENDE INCABÍVEL ADPF VISANDO COMBATER VETO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA A PROJETO QUE LHE FORA DEVIDAMENTE ENCAMINHADO POR CASA LEGISLATIVA. ISSO PORQUE O VETO SOMENTE TERIA INTEGRADO O PROCESSO LEGISLATIVO NA SUA FASE COMPLEMENTAR, NÃO AFRONTANDO EM NADA, A CF.

QUESTÃO DE ORDEM NA ADPF 1/RJ (Rel. Néri da Silveira em 03.02.2000. Plenário do STF)

Page 413: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

QUESTÃO DE ORDEM NA ADPF 1/RJ (Rel. Néri da Silveira em 03.02.2000. Plenário do STF)

Page 415: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

11.3 VEDAÇÃO – ADPF CONTRA COISA JULGADA

A EXISTÊNCIA DA AUTORIDADE DE COISA JULGADA REPRESENTA OBSTÁCULO QUE IMPEDE O CONHECIMENTO (E O ULTERIOR PROSSEGUIMENTO) DA ADPF, QUE NÃO PODE SER USADA COMO SUCEDÂNEO DA AÇÃO RESCISÓRIA.

ADPF 52-MC, Rel. Min. Celso de Mello, decisão monocrática, julg. Em 24. 05. 2006.

Page 416: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

12. PROCEDIMENTO NA ADPF

Em suas linhas gerais, a Lei n. 9.882/99 adotou procedimento similar ao consagrado pela Lei n. 9.868/99.

Page 417: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

12.1 Requisitos da petição inicial

A Lei n. 9.882/99 estabelece, no seu art. 3º, que a petição inicial deverá conter

(a) a indicação do preceito fundamental que se considera violado,

(b) a indicação do ato questionado, (c) a prova da violação do preceito fundamental, (d) o pedido com suas especificações e, se for o caso, (e) a demonstração da controvérsia judicial relevante

sobre a aplicação do preceito fundamental questionado.

Page 418: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO

De qualquer sorte, a despeito da exigência quanto à fundamentação do pedido, não está o STF vinculado aos fundamentos porventura expendidos pelo requerente, devendo a ADPF em razão de seu caráter objetivo submeter-se

ao postulado da causa petendi aberta pelo menos no que concerne aos demais preceitos fundamentais.

Page 419: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

V - se for o caso, a comprovação da existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação do preceito fundamental que

se considera violado. EXEMPLO

Arguição de descumprimento de preceito fundamental ajuizada com o objetivo de impugnar o art. 34 do Regulamento de Pessoal do Instituto de Desenvolvimento Econômico-Social do Pará (IDESP), sob o fundamento de ofensa ao princípio federativo, no que diz respeito à autonomia dos Estados e Municípios (art. 60, § 4º, CF/88) e à vedação constitucional de vinculação do salário mínimo para qualquer fim (art. 7º, IV, CF/88). (...) Norma impugnada que trata da remuneração do pessoal de autarquia estadual, vinculando o quadro de salários ao salário mínimo. Cabimento da arguição de descumprimento de preceito fundamental (sob o prisma do art. 3º, V, da Lei n. 9.882/99) em virtude da existência de inúmeras decisões do Tribunal de Justiça do Pará em sentido manifestamente oposto à jurisprudência pacificada desta Corte quanto à vinculação de salários a múltiplos do salário mínimo." (ADPF 33, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 7-12-05, DJ de 27-10-06)

Page 420: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Parágrafo único do art. 3º

O parágrafo único do art. 3º da Lei n. 9.882/99 estabelece que ao autor da ADPF cabe apresentar, juntamente com a petição inicial em duas vias, cópias do ato questionado e documentos necessários à comprovação do alegado.

A disposição prevê, também, a necessidade de serem as petições acompanhadas, quando subscritas por advogado, de instrumento de procuração.

Tal como já foi destacado em relação à ADI , é recomendável que a procuração contemple poderes específicos para impugnar as normas atacadas na inicial.

Page 421: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Art. 4º

Nos termos da Lei n. 9.882/99, a petição inicial será indeferida liminarmente, pelo relator, em caso de manifesta inadequação da ação, na hipótese de não-atendimento de qualquer dos requisitos legais ou, ainda, em caso de inépcia da inicial (art. 4°, caput).

Da decisão de indeferimento caberá agravo no prazo de cinco dias (art. 4°, § 2º ) .

Page 422: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO! Princípio da fungibilidade

"Aplicação do princípio da fungibilidade. (...) É lícito conhecer de ação direta de inconstitucionalidade como arguição de descumprimento de preceito fundamental, quando coexistentes todos os requisitos de admissibilidade desta, em caso de inadmissibilidade daquela." (ADI 4.180-REF-MC, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 10-3-2010, Plenário, DJE de 27-8-2010.) Vide: ADPF 178, Rel. Min. Presidente Gilmar Mendes, decisão monocrática, julgamento em 21-7-2009, DJE de 5-8-2009; ADPF 72-QO, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 1º-6-2005, Plenário, DJ de 2-12-2005.

Page 423: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Há proibição de desistência de ADPF?

Ao contrário da Lei n. 9.868/99 (arts. 5º e 16), não se prevê na disciplina da ADPF proibição expressa de desistência.

“ Tendo em vista, porém, o caráter igualmente objetivo desse processo e seu manejo na defesa de interesse público geral, é provável que o STF venha a adotar entendimento semelhante em relação a essa ação especial.”

GILMAR MENDES, Curso ... (2012), p. 1313.

Page 424: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

INFORMAÇÕES NA ADPF

O desenvolvimento do processo da ADPF também está vinculado à existência ou não de pedido de liminar.

Se não houver pedido de liminar, deverá o relator solicitar informações às autoridades responsáveis pelo ato questionado, que disporão do prazo de dez dias para oferecê-las (art. 6 º , caput).

Page 425: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

HAVENDO PEDIDO DE LIMINAR,

poderá o relator ouvir as autoridades responsáveis pelo ato questionado, bem como o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, no prazo comum de cinco dias (art. 5º , § 2º ) .

Após a decisão formular-se-á pedido de informações, desta feita relativas à própria controvérsia material (art. 6º ) .

Page 426: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Observação:

“(...) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, tratando-se de provimento cautelar outorgado em sede de controle abstrato, quer se cuide de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade ou, ainda, de argüição de descumprimento de preceito fundamental, tem atribuído, a tais medidas, caráter vinculante.” (Rcl 6.064-MC, Rel. Min. Celso de Mello, decisão monocrática, julgamento em 21-5-08, DJE de 29-5-05)

Page 427: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

A Lei n. 9.882/99 não exige a audiência do Advogado-Geral da União acerca do ato impugnado, prevendo apenas, caso o relator entenda oportuno, a possibilidade de sua audiência em sede de liminar.

Page 428: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

A audiência do Ministério Público (Procurador-Geral da República) somente

será obrigatória, após as informações, nas arguições que não forem por ele formuladas (art. 7º , parágrafo único).

Page 429: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

Art. 6º• § 1º Se entender necessário, poderá o relator

ouvir as partes nos processos que ensejaram a arguição, requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou ainda, fixar data para declarações, em audiência pública, de pessoas com experiência e autoridade na matéria.

Page 430: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

“Amicus curiae" “(...) a Lei no 9.882, de 03 de dezembro de 1999, que dispõe sobre o processo e julgamento da arguição de

descumprimento de preceito fundamental, não traz dispositivo explicito acerca da figura do amicus curiae.

No entanto, vem entendendo este Supremo Tribunal Federal cabível a aplicação analógica do art. 7o da Lei no 9.868, de 10 de novembro de 1999 (ADPF 33, Rel. Min. Gilmar Mendes; ADPF 46, Rel. Min. Marco Aurélio e ADPF 73, Rel. Min. Eros Grau).

E o fato e que esse dispositivo legal, após vedar a intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade, diz, em seu § 2º, que ‘o relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades’. Não obstante o § 1º do art. 7º da Lei no 9.868/99 haver sido vetado, a regra e, segundo entendimento deste Supremo Tribunal Federal, a de se admitir a intervenção de terceiros até o prazo das informações. Sucede que a própria jurisprudência desta nossa Corte vem relativizando esse prazo.

Nas palavras do Ministro Gilmar Mendes, ‘especialmente diante da relevância do caso ou, ainda, em face da notória contribuição que a manifestação possa trazer para o julgamento da causa, e possível cogitar de hipóteses de admissão de amicus curiae, ainda que fora desse prazo [o das informações]’ (ADI 3.614, Rel. Min. Gilmar Mendes). Nesse sentido foi também a decisão proferida pelo Ministro Gilmar Mendes na ADPF 97.” (ADPF 183, Rel. Min. Carlos Britto, decisão monocrática, julgamento em 1°-12-09, DJE de 7-12-09)

Page 431: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

MEDIDA LIMINAR – Art. 5º

A Lei n. 9.882/99 prevê a possibilidade de concessão de medida liminar na arguição de descumprimento, mediante decisão da maioria absoluta (6 votos) dos membros do Tribunal. Assim, a regra é que a medida liminar na ADPF será deferida pelo colegiado.

Porém, em caso de extrema urgência ou de perigo de lesão grave, ou ainda durante o período de recesso, a liminar poderá ser concedida

pelo relator ad referendum do Tribunal Pleno (art. 5º e § l º ) .

Page 432: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

CUIDADO AQUI "Admito a aplicação analógica da Lei n. 9.868/99 ao processo referente à

arguição de descumprimento de preceito fundamental versada na Lei n. 9.882/99, em cujo processo, assim, de início, é possível a intervenção de terceiro.

Entrementes, tal intervenção excepciona a regra do artigo 7º da Lei n. 9.868/99, segundo o qual ‘não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade’.

A exceção corre à conta de situações concretas em que o relator, dada a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, entenda cabível a manifestação de outros órgãos ou entidades." (ADPF 70, Rel. Min. Marco Aurélio, decisão monocrática, julgamento em 13-6-05, DJ de 20-6-05). No mesmo sentido: ADPF 205, Rel. Min. Dias Toffoli, decisão monocrática, julgamento em 16-2-2011, DJE de 24-2-2011; ADPF 167-MC, Rel. Min. Eros Grau, decisão monocrática, julgamento em 10-9-09, DJE de 17-9-09; ADPF 130, Rel. Min. Carlos Britto, decisão monocrática, julgamento em 17-2-09, DJE de 27-2-09.

Page 433: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Art. 6º § 2º Poderão ser autorizadas, a critério do relator, sustentação oral e

juntada de memoriais, por requerimento dos interessados no processo.

A admissão de terceiros, ‘órgãos ou entidades’, nos termos da lei, na condição de amicus curiae, configura circunstância de fundamental importância, porém de caráter excepcional, e que pressupõe, para tornar-se efetiva, a demonstração do atendimento de requisitos, dentre os quais, a relevância da matéria e a representatividade do terceiro. (...) O deferimento dos pedidos ora formulados importaria em abrir espaço para a discussão de situações de caráter individual, incabível em sede de controle abstrato, além de configurar condição que refoge à figura do amicus curiae.” (ADPF 134-MC, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, decisão monocrática, julgamento em 22-4-08, DJE de 30-4-08)

Page 434: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

DECISÃO

Art. 8º A decisão sobre a arguição de descumprimento de preceito fundamental somente será tomada se presentes na sessão pelo menos dois terços dos Ministros.

§ 1º O presidente do Tribunal determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente.

§ 2º Dentro do prazo de dez dias contado a partir do trânsito em julgado da decisão, sua parte dispositiva será publicada em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União.

• § 3º A decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Público.

Page 435: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

DECISÃO NA ADPF

Art. 11. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, no processo de arguição de descumprimento de preceito fundamental, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

Art. 12. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em arguição de descumprimento de preceito fundamental é irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória.

Page 436: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

Art. 13

Art. 13. Caberá reclamação contra o

descumprimento da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, na forma do seu Regimento Interno.

Page 437: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

RECLAMAÇÃO “Impõe-se analisar, preliminarmente, se se mostra cabível, ou não, o emprego da reclamação em situações

de alegado desrespeito a decisões que a Suprema Corte tenha proferido, como ocorre na espécie, em sede de fiscalização normativa abstrata.

O Supremo Tribunal Federal, ao examinar esse aspecto da questão, tem enfatizado, em sucessivas decisões, que a reclamação reveste-se de idoneidade jurídico-processual, quando utilizada com o objetivo de fazer prevalecer a autoridade decisória dos julgamentos emanados desta Corte, notadamente quando impregnados de eficácia vinculante (RTJ 187/151, Rel. Min. Celso de Mello, Pleno, v.g.). Todos sabemos que a reclamação, qualquer que seja a natureza que se lhe atribua – ação (Pontes de Miranda, Comentários ao Código de Processo Civil, tomo V/384, Forense), recurso ou sucedâneo recursal (Moacyr Amaral Santos, RTJ 56/546-548; Alcides de Mendonça Lima, O Poder Judiciário e a Nova Constituição, p. 80, l989, Aide), remédio incomum (Orosimbo Nonato, apud Cordeiro de Mello, O processo no Supremo Tribunal Federal, vol. 1/280), incidente processual (Moniz de Aragão, A Correição Parcial, p. 110, 1969), medida de direito processual constitucional (José Frederico Marques, Manual de Direito Processual Civil, vol. 3º, 2ª parte, p. 199, item n. 653, 9ª ed., l987, Saraiva) ou medida processual de caráter excepcional (Ministro Djaci Falcão, RTJ 112/518-522) – ,configura instrumento de extração constitucional destinado a viabilizar, na concretização de sua dupla função de ordem político-jurídica, a preservação da competência e a garantia da autoridade das decisões do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102, I, l), consoante tem enfatizado a jurisprudência desta Corte Suprema (RTJ 134/1033, Rel. Min. Celso de Mello, v.g.).

Page 438: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

REPRESENTAÇÃO POR IMCONSTITUCIONALIDADE (RI)

CF ART. 125 § 2º - Cabe aos Estados a instituição de

representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.

A CRFB PREVIU UMA ESPÉCIE DE DE ADI ESTADUAL , A QUAL PASSAREMOS A ANALISAR.

Page 439: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

1. CONCEITO

A RI É AÇÃO DE COMPETÊNCIA DO ÓRGÃO ESPECIAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, QUE TEM POR FINALIDADE DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI OU ATO NORMATIVO ESTADUAL OU MUNICIPAL QUE CONTRARIE A CONSTITUIÇÃO DO ESTADO –MEMBRO.

Page 440: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

DESSA MANEIRA,

A ELABORAÇÃO DAS LEIS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DEVEM OBSERVAR NÃO SÓ A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA COMO TAMBÉM A CONSTITUIÇÃO DO ESTADO.

POR SSO, É COMUM AFIRMAR QUE AS LEIS ESTADUAIS E MUNICIPAIS SE SUBMETEM À DUPLA FISCALIZAÇÃO.

Page 441: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

2. LEGITIMIDADE ATIVA

CADA ESTADO ELABORARÁ SEU PROCEDIMENTO; NÃO HÁ HOMOGENEIDADE QUANTO AOS LEGITIMADOS ATIVOS QUE SERÃO ENUMERADOS TAXATIVAMNTE PELA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO.

Page 442: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – ART. 161 -

Art. 161 - Compete ao Tribunal de Justiça: IV - processar e julgar originariamente: a) a representação de inconstitucionalidade

de lei ou ato normativo, estadual ou municipal, em face da Constituição Estadual;

Page 443: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – legitimados ativos - ART. 162

Art. 162 - A representação de inconstitucionalidade de leis ou de atos normativos estaduais ou municipais, em face desta Constituição, pode ser proposta pelo Governador do Estado, pela Mesa, por Comissão Permanente ou pelos membros da Assembleia Legislativa, pelo Procurador-Geral da Justiça, pelo Procurador-Geral do Estado, pelo Defensor Público Geral do Estado, por Prefeito Municipal, por Mesa de Câmara de Vereadores, pelo Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, por partido político com representação na Assembleia Legislativa ou em Câmara de Vereadores, e por federação sindical ou entidade de classe de âmbito estadual.

Page 444: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ADI nº 558/RJ, rel. Min. Sepúlveda Pertence (1993)

A CRFB veda a legitimidade a um único órgão, porém nada impede que o Estado, de acordo com seu poder autônomo, aumente o número de legitimados.

Page 445: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

4. PROCEDIMENTO E PECULIARIDADES

A RI SERÁ PROPOSTA POR UM DOS LEGITIMADOS ESTABELECIDOS NA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO, DIRETAMENTE NO PLENÁRIO OU ÓRGÃO ESPECIAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO.

Page 446: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

É USUAL

AS CONSTITUIÇÕES TRANSCRVEREM GRANDE PARTE DO PROCEDIMENTO PARA ADI.

ASSIM, POR EXEMPLO, APÓS A INTIMAÇÃO DAS AUTORIDADS QUE EMANARAM O ATO SUPOSTAMENTE INCONSTITUCIONAL, SERÁ DADO CIÊNCIA AO PROCURADOR-GERAL DO ESTADO PARA DEFENDER O ATO OU TEXTO IMPUGNADO.

Page 447: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

ART. 161 § 3º - Quando não for o autor da

representação de inconstitucionalidade, o Procurador-Geral do Estado nela oficiará.

Page 448: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

NAS RI

O PROCURADOR –GERAL DE JUSTIÇA OFICIA COMO CUSTOS LEGIS, SEM PREJUÍZO DA ATUAÇÃO COMO LEGITIMADO ATIVO.

Constituição do ERJ – art. 161 § 1º - O Procurador-Geral da Justiça deverá ser

previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade.

Page 449: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

MPE – FUNÇÕES INSTITUCIONAIS

IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção do Estado, nos casos previstos nesta Constituição;

V - atuar, além das hipóteses do inciso anterior, em qualquer caso em que seja arguida por outrem, direta ou indiretamente, inconstitucionalidade de lei ou ato normativo;

Page 450: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENCÃO

Caso, ao analisar a RI , o Órgão Especial ou o Plenário do TJ perceberque a norma parâmetro da Constituição Estadual é inconstitucional, deve reconhecer de ofício a inconstitucionalidade incidentalbe declarar extinto o processo, sem análise do mérito, por impossibilidade jurídica do pedido.

GILMAR MENDES, Curso (2010), p. 1494.

Page 451: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

DECISÃO NA RI

A DECISÃO EM REPRESENTAÇÃO DE

INCONSTITUCIONALIDADE GERA EFEITO ERGA OMNES, VINCULANTE NO ESTADO PROLATOR DA DECISÃO E EX TUNC.

Page 452: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO

CASO LEI ESTADUAL, OBJETO DE RI, FOR OBJETO DE ADI POR OFENDER TAMBÉM A CRFB, A PRIMEIRA AÇÃO FICARÁ SUSPENSA AGUARDANDO A SORTE DA ADI.

SE A ADI FOR JULGADA PROCEDENTE, A NORMA ESTADUAL SERÁ JULGADA INCONSTITUCIONAL COM EFICÁCIA VINCULANTE E EFEITO ERGA OMNES. A RI QUE ESTAVA SUSPENSA SERÁ EXTINTA POR TER PERDIDO O OBJETO.

Page 453: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

ATENÇÃO OUTRA VEZ!

PORÉM, CASO A ADI SEJA JULGADA IMPROCEDENTE, A RI DEVE CONTINUAR CASO O TEXTO DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DISPUNHA DE FORMA DIFERENTE DA CRFB, POIS A NORMA QUESTIONADA PODE SER CONSTITUCIONAL FRENTE À CRFB;

PORÉM COMO O PARÊMETRO É OUTRO (CONSTITUIÇÃO DO ESTADO), A NORMA PODE SER ANALISADA E DECLARADA INCONSTITUCIONAL.

Page 454: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

DETALHE

CONVÉM NOTAR QUE NÃO SE TRATA DE DESRESPEITAR O EFEITO VINCULANTE DA DECISÃO PROFERIDA NA ADI, POIS A VINCULAÇÃO IMPÕE RECONHECER A CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA ESTADUAL FRENTE À CRFB, E NÃO A CONSTITUIÇÃO ESTADUAL.

Page 455: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DIREITO CONSTITUCIONAL III Vigésima

PORÉM,

SE O PARÂMETRO DAS NORMAS DE CONTROLE (FEDERAL E ESTADUAL) TIVER TEXTOS IDÊNTICOS, A REPRESENTAÇÃO DEVERÁ SER EXTINTA EM OBEDIÊNCIA À DECISÃO DO STF.