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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA - CAEN
MESTRADO PROFISSIONAL EM ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO
INGRID RODRIGUES LIMA SANTOS
A EFICÁCIA DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DOS ESTADOS BRASILEIROS
SOB A ÓTICA DO CICLO POLÍTICO NO PERÍODO DE 2001 A 2011
FORTALEZA
2015
INGRID RODRIGUES LIMA SANTOS
A EFICÁCIA DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DOS ESTADOS BRASILEIROS SOB
A ÓTICA DO CICLO POLÍTICO NO PERÍODO DE 2001 A 2011
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Economia, da Faculdade de
Economia, Administração, Atuária e
Contabilidade da Universidade Federal do
Ceará, como requisito parcial para obtenção do
título de Mestre em Economia. Área de
concentração: Economia do Setor Público.
Orientador: Prof. Dr. Paulo de Melo Jorge
Neto
FORTALEZA
2015
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade
__________________________________________________________________________________________
S235e Santos, Ingrid Rodrigues Lima.
A eficácia da execução orçamentária dos Estados brasileiros sob a ótica do ciclo político no
período de 2001 a 2011 / Ingrid Rodrigues Lima Santos. – 2015.
40 f.: il.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Economia,
Administração, Atuária e Contabilidade, Programa de Pós-Graduação em Economia, Fortaleza, 2015.
Área de Concentração: Economia do Setor Público.
Orientação: Prof. Dr. Paulo de Melo Jorge Neto.
1.Orçamento. 2. Política tributária. 3. Administração pública. I. Título.
CDD 352.48
__________________________________________________________________________________________
INGRID RODRIGUES LIMA SANTOS
A EFICÁCIA DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DOS ESTADOS BRASILEIROS SOB
A ÓTICA DO CICLO POLÍTICO NO PERÍODO DE 2001 A 2011
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Economia, da Faculdade de
Economia, Administração, Atuária e
Contabilidade da Universidade Federal do
Ceará, como requisito parcial para obtenção do
título de Mestre em Economia. Área de
concentração: Economia do Setor Público.
Orientador: Prof. Dr. Paulo de Melo Jorge
Neto
Aprovada em _____/______/______
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Prof. Dr. Paulo de Melo Jorge Neto (Orientador)
Universidade Federal do Ceará
___________________________________________________
Prof. Dr. Pablo Urano de Carvalho Castelar
Universidade Federal do Ceará
___________________________________________________
Prof. Dr. Vitor Borges Monteiro
Universidade Federal do Ceará
AGRADECIMENTOS
Inicialmente, agradeço a Deus, razão da minha vida, que me capacita e orienta os
caminhos que devo seguir.
Agradeço aos meus pais, João e Eunice, pelo amor, apoio e incentivo.
Agradeço aos meus irmãos, Thiago e Felipe, pelo amor e paciência.
Agradeço ao professor Dr. Paulo de Melo Jorge Neto pela orientação e
compreensão dedicada para a realização deste trabalho.
Agradeço aos professores que ministraram suas disciplinas com dedicação,
contribuindo para maior conhecimento dos assuntos abordados.
Agradeço aos funcionários e coordenadores do curso de Pós-Graduação em
Economia – CAEN que dedicaram seus esforços para a realização deste curso.
Agradeço a todos os colegas de turma pelo apoio, dedicação e por compartilhar
experiências nessa jornada.
Agradeço aos tios e primos pelo incentivo e apoio.
Agradeço aos colegas de trabalho pelo apoio, paciência e contribuição para a
minha participação neste curso.
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo examinar a proporcionalidade da execução orçamentária
estadual em relação à despesa corrente e ao investimento, sujeita à influência do ciclo político
eleitoral no período de 2001 a 2011. Para tanto, investigou-se a existência do ciclo eleitoral
nas variáveis orçamentárias, tais como: receita total; despesa corrente; e investimento, através
de um modelo econométrico com dados montados em painel, adotando o método de
estimação dos momentos generalizados. Os resultados mostraram presença de ciclo político
apenas nas variáveis da despesa corrente e do investimento.
Palavras-chave: Execução Orçamentária, Ciclo Político, Política Fiscal.
ABSTRACT
This study aims to examine the proportionality of the state budget execution with regard to
current expenditure and investment subject to the influence of the electoral policy cycle from
2001 to 2011. Therefore, we investigated the existence of the electoral cycle in budget
variables, such as total revenues, current expenditure and investment through an econometric
model to data assembled panel adopting the estimation method of generalized moments. The
results showed the presence of political cycle only in current expenditure variables and
investment.
Keywords: Budget Execution, Political Cycle, Fiscal Policies
LISTA DE FIGURA E TABELAS
Figura 1 - Ciclo Orçamentário .................................................................................................. 16
Tabela 1 - Execução da despesa ............................................................................................... 20
Tabela 2 - Variáveis dummies .................................................................................................. 22
Tabela 3 - Resultados estimados .............................................................................................. 25
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Execução da despesa .............................................................................................. 21
Gráfico 2 - Receita Total - Região Norte ................................................................................. 32
Gráfico 3 - Receita Total - Região Nordeste ............................................................................ 32
Gráfico 4 - Receita Total - Região Centro-Oeste ..................................................................... 33
Gráfico 5 - Receita Total - Região Sudeste .............................................................................. 33
Gráfico 6 - Receita Total - Região Sul ..................................................................................... 34
Gráfico 7 - Percentual Despesa Corrente/Despesa Total - Região Norte ................................. 35
Gráfico 8 - Percentual Despesa Corrente/Despesa Total - Região Nordeste ........................... 35
Gráfico 9 - Percentual Despesa Corrente/Despesa Total - Região Centro-Oeste ..................... 36
Gráfico 10 - Percentual Despesa Corrente/Despesa Total - Região Sudeste ........................... 36
Gráfico 11 - Percentual Despesa Corrente/Despesa Total - Região Sul................................... 37
Gráfico 12 - Percentual Investimento/Despesa Total - Região Norte ...................................... 38
Gráfico 13 - Percentual Investimento/Despesa Total - Região Nordeste ................................. 38
Gráfico 14 - Percentual Investimento/Despesa Total - Região Centro-Oeste .......................... 39
Gráfico 15 - Percentual Investimento/Despesa Total - Região Sudeste ................................... 39
Gráfico 16 - Percentual Investimento/Despesa Total - Região Sul .......................................... 40
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IGP – DI Índice Geral de Preço – Disponibilidade Interna
LDO Lei de Diretrizes Orçamentárias
LOA Lei Orçamentária Anual
LRF Lei de Responsabilidade Fiscal
MMG Método dos Momentos Generalizados
PPA Plano Plurianual
STN Secretaria do Tesouro Nacional
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 10
2. REVISÃO LITERÁRIA..................................................................................................... 12
2.1 Ciclo político...................................................................................................................... 12
2.1.1 Modelo oportunista tradicional.................................................................................... 12
2.1.2 Modelo oportunista racional......................................................................................... 13
2.1.3 Modelo partidário tradicional....................................................................................... 13
2.1.4 Modelo partidário racional........................................................................................... 14
2.1.5 Ciclo político no Brasil................................................................................................... 14
2.2 Execução Orçamentária................................................................................................... 15
3. ANÁLISE DAS VARIÁVEIS ORÇAMENTÁRIAS....................................................... 18
3.1 Receita Total...................................................................................................................... 18
3.2 Despesa Corrente/Despesa Total..................................................................................... 18
3.3 Investimento/Despesa Total............................................................................................. 19
4. ESTUDO ECONOMÉTRICO........................................................................................... 22
4.1 Modelo econométrico........................................................................................................ 23
4.2 Resultados......................................................................................................................... 25
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................. 27
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 29
APÊNDICES........................................................................................................................... 32
10
INTRODUÇÃO
O Estado é uma organização política com poder para dispor bens e serviços à
sociedade, proporcionando maior nível de satisfação e bem-estar. O governo legitimado como
a liderança e autoridade de um Estado em suas atribuições tem o compromisso de determinar
o modo de realização desses objetivos e estabelecer metas e diretrizes de atuação do Estado.
Visando à estabilidade de preços e ao crescimento, o governo intervém na
economia por meio de política fiscal, monetária, cambial e regulatória, e tem como principal
instrumento dessa intervenção o orçamento público, sua atividade financeira consiste em
obter, gastar, gerir e planejar recursos; e também criar créditos.
O orçamento público é o instrumento de planejamento governamental em forma
de lei, que expressa a alocação dos recursos públicos, estabelecendo a previsão das receitas e
fixação das despesas, com a finalidade de alcançar os objetivos e metas do governo.
A forma de atuação dos agentes políticos em aplicar políticas públicas pode ser
influenciada por interesses pessoais com objetivos eleitorais, ou seja, os agentes buscam
utilizar alguns instrumentos econômicos para manter-se no poder político. A análise desse
comportamento é objeto de estudos científicos que explicam a teoria dos ciclos políticos.
O foco deste trabalho explora as ferramentas de política fiscal que os agentes
políticos utilizam para estabelecer um padrão cíclico na economia em função do calendário
eleitoral, impactando uma tendência de crescimento das despesas públicas no período eleitoral
e redução no período pós-eleitoral.
Um ato importante para a gestão pública, que entrou em vigor em 04 de maio de
2000, conhecida como lei de responsabilidade fiscal – LRF, estabelece normas de finanças
públicas voltadas para responsabilidade na gestão fiscal. A LRF apresenta como objetivos
principais a ação planejada e transparente e o cumprimento de metas de resultados entre
receitas e despesas. Esta ação planejada refere-se à integração dos orçamentos públicos
conforme disposto no artigo 165 parágrafo 9 da Constituição Federal do Brasil.
Desse modo, o objetivo principal deste trabalho é examinar a proporcionalidade
da execução orçamentária estadual em nível da despesa corrente e investimento sujeita à
influência do ciclo político eleitoral realizada no período de 2001 a 2011. E objetivo
específico é testar empiricamente a existência do ciclo político em relação às variáveis
orçamentárias: receita total, despesa corrente/despesa total e investimento/despesa total.
11
O estudo restringe-se ao período de 2001 a 2011, com o intuito de analisar o ciclo
político dos três anos eleitorais estaduais: 2002, 2006 e 2010, sob a vigência da LRF,
iniciando o ciclo no ano de 2001, ano pré-eleitoral, e terminando o ciclo no ano de 2011, ano
pós-eleitoral. Ressalta-se que as eleições de 2014 não foram consideradas por seus dados não
estarem disponíveis no início desta pesquisa.
Os dados foram obtidos no sítio eletrônico da Secretaria do Tesouro Nacional –
STN, através de relatórios de dados consolidados da execução orçamentária dos Estados e
Distrito Federal. Os dados coletados foram deflacionados pelo Índice Geral de Preço –
Disponibilidade Interna - IGP-DI, com ano base de 2010 e disposto em painel no período de
2001 a 2011 com todos os estados membros e o Distrito Federal.
A dissertação foi organizada em cinco capítulos. O primeiro capítulo inicia com
esta introdução; o capítulo 2 apresenta a revisão literária; o capítulo 3 descreve uma análise
das variáveis orçamentárias; o capítulo 4 expõe o estudo econométrico; e o capítulo 5 constam
as considerações finais.
12
2. REVISÃO LITERÁRIA
2.1 Ciclo político
A teoria do ciclo político surge, conforme Preussler (2001), através de estudos
sobre o comportamento do agente político em utilizar instrumentos de política econômica,
sejam fiscais ou monetários, com a finalidade de obter benefícios políticos. Dessa forma, a
existência do ciclo político ocorre quando, no período eleitoral, há uma expansão econômica
proporcionando um cenário econômico ideal para o agente político manter-se no poder e, no
período pós-eleitoral, há uma contração econômica a fim de reverter os efeitos adversos da
política econômica realizada anteriormente.
Conforme Fialho (1999), os criadores da teoria dos ciclos político se basearam no
estudo desenvolvido por Downs (1957), que aborda uma teoria na qual os partidos políticos
de um governo democrático têm por objetivo maximizar votos e permanecer no poder, e que o
eleitor age racionalmente, no sentido que as preferências se dão a partir de uma avaliação do
desempenho de cada partido.
A literatura sobre os modelos de ciclos políticos apresenta quatro visões
diferentes, baseada na motivação do comportamento dos agentes políticos e no
comportamento dos eleitores. Dessa forma, os modelos foram divididos em: modelos
oportunistas tradicionais, modelos oportunistas racionais, modelos partidários tradicionais e
modelos partidários racionais.
2.1.1 Modelo oportunista tradicional
De acordo com Alesina (1997), no modelo oportunista tradicional, os agentes
políticos escolhem mecanismos de políticas monetárias e fiscais para permanecer no poder. O
autor afirma que o modelo desenvolvido por Nordhaus (1975) aborda a teoria
macroeconômica com base na curva de Phillips1.
O modelo de Nordhaus (1975) descreve, segundo Fialho (1999), que o governo
estimula a demanda agregada antes das eleições, explorando as vantagens de uma curva de
Phillips de curto prazo, através de uma significativa redução no desemprego, à custa de uma
1 O trabalho de A. W. Phillips estabeleceu uma relação antagônica entre taxas de inflação e de desemprego de
modo empírico, determinando a chamada curva de Phillips, que estabelece o trade-off entre inflação e
desemprego (VASCONCELOS, 2000).
13
pequena elevação da inflação. Após o período eleitoral, as expectativas se ajustam,
aumentando ainda mais a inflação. Os efeitos expansionistas do período anterior são
eliminados pela contração da demanda agregada, levando a uma recessão, logo após as
eleições.
Fialho (1999) afirma ainda que o modelo de Nordhaus (1975) provocou reações
diversas por dois autores, uma vez que MacRae (1977) adota as ideias de Nordhaus (1975),
mas considera também a possibilidade de um comportamento estratégico por parte do eleitor
em sua decisão de voto; e o autor Tufte (1978) direciona seu estudo na utilização da política
fiscal com objetivos eleitorais, em que mudanças de curto prazo na renda disponível obtidas
com aumentos de transferência do governo e/ou adiamento na elevação de impostos podem
levar a uma expansão econômica no período pré-eleitoral.
Nesse contexto, pode-se afirmar que a política fiscal está relacionada com a
atuação do governo em ajustar seus gastos em detrimento à arrecadação de impostos, podendo
afetar a demanda agregada na economia. Dessa forma, quanto menor forem os impostos,
maior a renda disponível, proporcionando maior consumo por parte dos indivíduos.
2.1.2 Modelo oportunista racional
Segundo Alesina (1997), o modelo oportunista racional enfatiza a ideia de
competência juntamente com a informação assimétrica, ou seja, o governo conhece sua
própria capacidade e os eleitores não.
Na opinião de Rogoff e Sibert (1988), um fator importante no período eleitoral é a
percepção dos eleitores de quanto competentes seriam os partidos políticos na administração
dos bens públicos. Porém, existe assimetria de informação em que os eleitores não possuem
total conhecimento da competência do partido político que está disputando as eleições.
2.1.3 Modelo partidário tradicional
O modelo partidário abordado por Hibbs (1977), conforme afirma Araújo (2010),
considera a existência de decisões políticas motivadas por interesses ideológicos. Nesse
modelo, partidos comprometidos com ideologias diferentes se comportam de formas distintas,
e consistentes com os interesses de sua base eleitorais.
14
Segundo Fialho (1999), a teoria partidária considera as ideias do modelo
oportunista que descreve a existência de ciclo político com base na curva de Phillips sob a
perspectiva do trade-off entre inflação e desemprego.
Nesse contexto, é importante ressaltar a influência da ideologia partidária no
desempenho macroeconômico, com políticas econômicas em reduzir a taxa de inflação ao
custo de aumento no desemprego, ou estimular a demanda agregada e reduzir o desemprego a
uma taxa de inflação mais elevada.
Fialho (1999) afirma ainda, que partidos progressistas se identificam mais com
classes sociais mais baixas e são mais sensíveis a problemas relacionados ao desemprego e
menos sensíveis à inflação. Por outro lado, os partidos conservadores têm mais afinidade com
classes sociais mais elevadas e dão maior ênfase a problemas relacionados à inflação.
2.1.4 Modelo partidário racional
Conforme Araújo (2010), a inclusão das expectativas racionais aos modelos
partidários tradicionais é considerada fonte de incertezas sobre o futuro, ou seja, os eleitores
desconhecem quais serão as políticas adotadas por não saberem qual partido irá ganhar as
eleições.
2.1.5 Ciclo político no Brasil
No Brasil, foram elaborados trabalhos científicos com estudos empíricos, a fim de
verificar a existência dos ciclos político-econômicos, apresentando modelos com variáveis e
períodos distintos a nível Federal, Estadual e/ou Municipal.
O estudo de Preussler (2001) estuda a existência de ciclos político-econômicos no
Brasil relacionados aos instrumentos de política fiscal, taxa de juros e variáveis
macroeconômicas. Sua estimação procedeu a testes de Dickey-Fuller utilizando séries
mensais a partir de 1980 até abril de 2001. Os resultados comprovaram o oportunismo
político na taxa de inflação e na despesa total do governo federal.
Bittencourt (2002) investiga a existência dos ciclos eleitorais nas variáveis
orçamentárias no período de 1983 a 2000. Para a estimação, utilizou o modelo proposto por
Arellano e Bond, calculado pelo método dos momentos generalizados – MMG. Os resultados
confirmaram a relação de ciclos políticos nas variáveis orçamentárias.
15
Sakurai (2009) pesquisa evidências de ciclos eleitorais e partidários nas funções
orçamentárias dos municípios brasileiros, entre os anos de 1990 e 2005. As estimativas foram
feitas com o teste de Hausman e efeitos fixos, os resultados evidenciaram uma recomposição
das despesas municipais ao longo do tempo, influenciada também pela instituição da Lei de
Responsabilidade Fiscal.
Nakaguma (2010) analisa as causas determinantes da existência de ciclos
eleitorais na política fiscal dos estados brasileiros durante o período de 1986 a 2004. O
modelo estimado proposto por Blundell e Bond também é conhecido como estimador system.
Os resultados indicam a presença de ciclos políticos, tanto nas receitas quanto nas despesas
orçamentárias, caracterizados por fortes elevações durante os anos eleitorais e quedas
acentuadas durante os anos pós-eleitorais.
Lucena (2013) estuda o papel que o processo eleitoral desempenha quanto aos
gastos públicos com o investimento, a dívida consolidada líquida e a receita corrente líquida
dos estados brasileiros, no período de 2002 a 2010, ao longo do ciclo político. O método de
estimação é proposto por Arellano e Bond. No qual o resultado mostrou que duas variáveis
orçamentárias não evidenciaram ciclo político orçamentário devido às limitações da LRF.
Diante do exposto, foram destacados alguns trabalhos empíricos com métodos de
estimação, variáveis e períodos diferentes que resultaram, em sua maioria, a influência do
ciclo político.
2.2 Execução Orçamentária
Com base no conceito de orçamento público ser um instrumento em forma de lei
que estima receita e fixa despesa, visando alcançar os objetivos e metas do governo, a
Constituição Federal dispõe no artigo 165 o sistema de planejamento orçamentário
estabelecendo três leis orçamentárias: Plano Plurianual – PPA; Lei de Diretrizes
Orçamentárias – LDO; e Lei Orçamentária Anual – LOA.
A lei que instituir o PPA estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, os
objetivos e as metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras
delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. O PPA é um
planejamento com os objetivos e as metas que o governo eleito pretende realizar, elaborado
no primeiro ano de mandato do chefe do Poder Executivo, entrando em vigor no segundo ano
de mandato até o primeiro ano de mandato do chefe subsequente, formando um período de
16
quatro anos de vigência, a fim de que se evite uma descontinuidade dos projetos em
andamento.
A LDO compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal,
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a
elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e
estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. A LDO
orienta a elaboração da LOA, ligando as prioridades do que foi previsto no PPA com o que
será executado na LOA.
A LOA é o orçamento no qual as receitas são estimadas e as despesas fixadas, que
compreende três orçamentos: orçamento fiscal; orçamento de investimento das empresas
públicas e sociedades de economia mista; e orçamento da seguridade social.
O processo orçamentário, conhecido também como ciclo orçamentário, percorre
por quatro fases, tais como: elaboração da proposta orçamentária; apreciação, aprovação,
sanção e publicação; execução; e acompanhamento e avaliação, podendo observar conforme
figura 1.
Figura 1 - Ciclo Orçamentário
Fonte: Elaboração Própria
A execução orçamentária é uma fase do ciclo orçamentário que se divide em
execução da receita e execução da despesa. Entende-se por execução da receita a obtenção de
recursos financeiros aos cofres públicos, e a execução da despesa abrange os gastos fixados na
lei orçamentária ou em leis especiais destinados à execução dos serviços públicos.
A receita deverá percorrer por quatro estágios: previsão; lançamento; arrecadação;
e recolhimento. A previsão corresponde aos valores estimados que a lei do orçamento
consignar; o lançamento é o ato administrativo que o Poder Executivo utiliza, visando
identificar e individualizar o contribuinte ou o devedor os respectivos valores, espécies e
Elaboração da proposta
orçamentária
Apreciação, Aprovação,
Sanção e Publicação
Execução Acompanhamento e
Avaliação
17
vencimentos; a arrecadação é o ato em que são pagos os tributos ou diversas receitas ao
agente arrecadador; e, por fim, o recolhimento é o ato que se relaciona com a entrega dos
valores arrecadados pelos agentes arrecadadores ao Tesouro Nacional (KOHAMA, 2008).
A despesa também abrange por quatro estágios: fixação; empenho; liquidação e
pagamento. A fixação é a elaboração, com as discriminações e especificações dos créditos
orçamentários; o empenho é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado
obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição2; a liquidação consiste
na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos
comprobatórios do respectivo crédito3; o pagamento é o ato onde o poder público faz a
entrega do numerário correspondente, recebendo a devida quitação (KOHAMA, 2008).
Em conformidade com o artigo 165 parágrafo 9 da Constituição Federal, surgiu a
lei complementar n° 101/2000 conhecida com a Lei de Responsabilidade Fiscal, que
estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal.
De acordo com a LRF, a responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação
planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o
equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultado entre receitas e
despesas.
Segundo Sousa (2008), a LRF reforça a importância dos orçamentos públicos, o
PPA; a LDO; e a LOA, na qual deverão ser compatíveis com a situação financeira presente e
futura de cada órgão e entidade, e representar com transparência a definição da política
econômico-financeira da Administração Pública.
Sobre a execução orçamentária e do cumprimento das metas, a LRF dispõe que
até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos da LDO, o Poder Executivo
estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.
A eficácia é a capacidade de fazer as coisas certas ou de conseguir resultados,
conforme afirma Castro (2006). Diante dessa afirmação, pode-se inferir que a eficácia da
execução orçamentária ocorre com o alcance dos resultados obtidos pelo governo para
satisfazer as necessidades da coletividade.
2 Lei 4.320/64 artigo 58.
3 Lei 4.320/64 artigo 63.
18
3. ANÁLISE DAS VARIÁVEIS ORÇAMENTÁRIAS
3.1 Receita Total
A receita orçamentária, segundo STN (2010), é o ingresso de recurso financeiro
aos cofres públicos durante o exercício orçamentário, que tem por finalidade a viabilização da
execução de políticas públicas para atender as necessidades da sociedade e deve estar prevista
na Lei Orçamentária Anual - LOA.
A Lei 4.320/64 artigo 11 classifica a receita em duas categorias econômicas:
receitas correntes e receitas de capital. Entende-se por receitas orçamentárias correntes as
receitas arrecadadas no exercício financeiro com efeito positivo sobre o patrimônio líquido; já
as receitas de capital são provenientes de recursos financeiros oriundos de constituição de
dívidas, da conversão de bens e direitos e não provocam efeito sobre o patrimônio líquido.
Apesar de a receita ser classificada em duas categorias, para análise deste
trabalho, preferiu-se verificar o comportamento da receita total dos Estados brasileiros, no
período de 2001 a 2011, sob a influência do ciclo político, por corresponder à entrada de
recursos para custear as despesas públicas.
Conforme o modelo oportunista tradicional mencionado anteriormente, o
adiamento na elevação dos impostos causa acelerações na renda disponível no período pré-
eleitoral, impactando uma diminuição na arrecadação da receita total.
Diferente do previsto no modelo oportunista tradicional, o desempenho da
variável receita total, no período analisado, apresentou uma tendência de crescimento em
todos os Estados brasileiros e no Distrito Federal, não ocorrendo diminuição da receita total
no ano pré-eleitoral. (APÊNDICE – A).
3.2 Despesa Corrente/Despesa Total
Conforme STN (2010), a despesa pública é o conjunto de dispêndios realizados
pelos entes públicos para o funcionamento e manutenção dos serviços públicos prestados à
sociedade. A LOA fixa a despesa pública autorizada para um exercício financeiro.
De acordo com o artigo 12 da Lei 4.320/64, a despesa classifica-se em duas
categorias econômicas: Despesas Correntes e Despesas de Capital. As despesas correntes são
os gastos de natureza operacionais realizados pelas instituições públicas, para a manutenção e
19
o funcionamento dos seus órgãos. Ao passo que as despesas de capital contribuem
diretamente para a formação ou aquisição de um bem de capital.
Com a finalidade de se verificar a proporcionalidade da execução da despesa,
adotou-se em utilizar a variável despesa corrente dividida pela despesa total, a qual mostra em
valores percentuais quanto da despesa total é destinado em gastos correntes.
Segundo considerações de Bittencourt (2002), é razoável supor que, na existência
de ciclo político-econômico, as despesas devam crescer em anos eleitorais. Em conformidade
com essa suposição e com a teoria do ciclo político, a relação da despesa corrente com
despesa total obteve índices maiores nos períodos eleitorais e pós-eleitorais, porém esses
índices referentes a cada Estado brasileiro e ao Distrito Federal apresentaram valores muito
próximos entre os anos analisados, ou seja, o aumento de um ano para outro não foi tão
expressivo.
Importa destacar que no estado do Acre a despesa corrente diminuiu 5%, no
Tocantins 6%; em Santa Catarina 16%; porém no estado de Roraima houve aumento de 13%,
todos no ano eletivo de 2002. O estado do Ceará apresentou queda das despesas correntes de
12% no ano eletivo de 2006, recuperando no ano seguinte; e o Piauí, queda de 8% das
despesas correntes no ano de 2009. (APÊNDICE – B).
Conforme os dados da execução orçamentária, o estado de Roraima, no ano 2009,
informou o valor da despesa corrente igual ao valor da despesa total e não informou valores
de 2010 e 2011; e o estado de Minas Gerais também não informou valores para os anos de
2009 a 2011.
3.3 Investimento/Despesa Total
No que se refere à categoria econômica da Despesa de Capital que compreende os
investimentos, as inversões financeiras e a amortização da dívida pública, optou-se por focar o
comportamento dos investimentos no ciclo político.
A portaria interministerial 163 de 04 de maio de 2001 afirma que os investimentos
são despesas orçamentárias com softwares e com planejamento e a execução de obras,
inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização dessas últimas e
com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.
Inversões financeiras são as despesas com a aquisição de imóveis em utilização,
bem como aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades. Já a
20
amortização da dívida é a despesa com pagamento e/ou refinanciamento do principal da
dívida pública interna e externa.
Para análise deste trabalho, preferiu-se focar na importância dos gastos em
investimentos comparados aos gastos em despesa total, uma vez que esses outros gastos não
parecem relacionar-se com manobras políticas eleitorais, portanto, a análise refere-se ao
quanto da despesa total é investido.
No período analisado, a relação dos investimentos com a despesa total obteve
maiores índices nos anos intermediários, na maioria dos estados brasileiros, não ultrapassando
de 20% da despesa total para o investimento, exceto o estado de Tocantins que chegou a
investir 41% da despesa total no ano eleitoral de 2002; e o estado do Acre que investiu 25%
da despesa total no ano eleitoral de 2006.
Conforme (APÊNDICE – C), na região Nordeste, o estado do Ceará obteve maior
índice de investimento com 19% da despesa total; no Centro-Oeste, estado de Goiás, 11%; no
Sudeste, estado do Espírito Santo, 10%; e no Sul, o estado do Paraná investiu 9% da despesa
total. Da mesma forma com a variável despesa corrente, os estados de Roraima e Minas
Gerais não informaram valores da despesa total e do investimento nos anos de 2009 a 2011.
A tabela 1 mostra um resumo das despesas correntes e investimentos com valores
percentuais médios de cada região do Brasil. Cabe lembrar que as inversões e as amortizações
não foram incluídas nesta análise, dessa forma a soma das despesas não chega aos 100%. Para
comparar a proporcionalidade entre as relações das despesas correntes e do investimento com
a despesa total, procurou-se representar os dados da execução da despesa através do gráfico 1.
Tabela 1 - Execução da despesa
UF DESP CORR/DESP
TOTAL
INVEST/DESP TOTAL
NORTE 80% 14%
NORDESTE 85% 8%
CENTRO – OESTE 88% 8%
SUDESTE 81% 5%
SUL 89% 5%
BRASIL 85% 8% Fonte: Elaboração própria
21
Gráfico 1 - Execução da despesa
Fonte: Elaboração própria
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%
100%
Execução da Despesa
DESP CORR/DESP TOTAL
INVEST/DESP TOTAL
22
4. ESTUDO ECONOMÉTRICO
O modelo econométrico utilizado para determinar a existência de ciclos políticos
eleitorais nas variáveis orçamentárias: Receita Total, Despesa Corrente/Despesa Total,
Investimento/Despesa Total foi proposto por Arellano e Bover (1995) pelo Método dos
Momentos Generalizados – MMG. Todas as variáveis tiveram seus valores defasados pelo
IGP-DI, ano base 2010, devido ao ajustamento dos valores monetários de um período para o
outro.
Os dados foram coletados no sítio eletrônico da Secretaria do Tesouro Nacional –
STN, e montados em painel, com informações dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal
nos anos de 2001 a 2011, contendo neste período três anos eleitorais: 2002; 2006; e 2010,
com a finalidade de verificar a existência do ciclo político sob a vigência da LRF.
Dados em painel são caracterizados por possuírem observações em duas
dimensões que, em geral, são o tempo e o espaço. Esse tipo de dados contém informações que
possibilitam uma melhor investigação sobre a dinâmica das mudanças nas variáveis, tornando
possível considerar o efeito das variáveis não observadas (LOUREIRO, 2009).
Devido as diferentes fases do ciclo político, especificou-se um grupo de três
variáveis dummies, representado por (t1) para o ano pós-eleição, (t2) para o ano intermediário
e (t3) para o ano pré-eleitoral, visando captar os efeitos da data da eleição sobre as variáveis
orçamentárias. Cada dummy assume valor um para o ano a que se refere e zero para os
demais.
Tabela 2 - Variáveis dummies
ANO
PÓS-ELEITORAL
ANO
INTERMEDIÁRIO
ANO
PRÉ-ELEITORAL
ANO
ELEITORAL
1° ano de mandato 2° ano de mandato 3° ano de mandato 4° ano de mandato
Fonte: Elaboração própria
De acordo com a teoria do ciclo político, considerando os instrumentos de política
fiscal, espera-se que a receita total seja menor em ano eleitoral e maior no ano pós-eleitoral
devido à influência da tributação. Para a despesa espera-se que haja aumento no período
eleitoral.
23
Busca-se analisar os efeitos dos ciclos políticos em relação à proporcionalidade
das despesas para avaliar o comportamento do agente político na distribuição da despesa
como melhor estratégia de garantir sua atuação no poder político.
4.1 Modelo econométrico
Conforme Bittencourt (2002), os autores Arellano e Bond (1991) construíram um
estimador calculado pelo MMG em painéis dinâmicos, utilizando defasagens da variável
dependente como instrumento.
A estimação proposta por Arellano e Bond (1991) para painéis dinâmicos é
caracterizada pela presença de pelo menos uma variável dependente defasada entre os
regressores, apresentando um modelo empírico da seguinte forma:
= = (1)
Onde: representa a variável dependente, são parâmetros das variáveis
explicativas e são os resíduos do modelo.
Sendo que: e
Onde e
, em que é o efeito especifico, é
o erro.
De acordo com Lucena (2013), os modelos dinâmicos apresentam problemas de
endogeneidade a ser resolvidos, por causa da presença da variável dependente defasada entre
as variáveis explicativas, uma vez que é uma função de e também é uma
função de , ou seja, um dos regressores está correlacionado com o termo do erro, e a
estimativa no efeito fixo tende a ser viesada e inconsistente.
Segundo Silva (2013), uma alternativa para solucionar o problema seria o uso do
estimador que captasse o efeito fixo, conhecido como método Within Groups, que retira
subtraindo de cada observação a sua média temporal, porém continua apresentando problemas
de endogeneidade, porque continua correlacionado com ; e o estimador de efeitos
aleatórios também continua viesado, porque ( será correlacionado com (
.
24
Assim, a principal dificuldade em modelos dinâmicos é a correlação existente
entre o termo de erro e a variável defasada. Arellano e Bond (1991) sugerem que se tome a
primeira diferença para se livrar dos efeitos individuais e usar todas as informações do
passado de como instrumentos. Dessa forma, tem-se:
(2)
O primeiro período que se pode usar como instrumento é t=3, ou seja
(3)
Na equação (3), não é correlacionado com o erro e é um instrumento válido,
pois é correlacionado com – ) e não correlacionado com ( – ).
Usando outro instrumento, no segundo período t=4, tem-se:
(4)
Tal que e são instrumentos válidos, pelos mesmos motivos já explicados.
No período T, o conjunto de instrumentos válidos será: ( , ... , ( )).
Estudos posteriores feitos por Arellano e Bover (1995) e Blundell e Bond (1998)
descobriram que para painéis com dimensão temporal pequena, os instrumentos utilizados
podem ser fracos e o problema de endogeneidade persistirá. Esses estimadores propuseram a
composição de um sistema que combine um conjunto de equações, utilizando como
instrumentos as variáveis em primeira diferença defasadas para a equação em nível e as
variáveis em nível defasadas para a equação em primeira diferença. (SILVA, 2013).
Dessa forma, o modelo utilizado para verificar a presença do ciclo político nas
variáveis orçamentárias: Receita Total, Despesa Corrente/Despesa Total,
Investimento/Despesa Total neste estudo, foi proposto por Arellano e Bover (1995),
apresentado pela equação estimada abaixo:
(5)
25
Onde: “ ” representa as variáveis orçamentárias escolhidas, é a variável
defasada; e representa as variáveis dummies; e a variável “ a ” é usada para
captar tendências.
4.2 Resultados
As estimações das variáveis orçamentárias: Receita Total; Despesa
Corrente/Despesa Total; Investimento/Despesa Total; foram realizadas de acordo com a
equação (5) e analisadas com nível de significância de 10%. Os resultados estão expressos
conforme a tabela 3:
Tabela 3 - Resultados estimados
Variáveis Receita Total DespCorr/DespTotal Invest/DespTotal
1.064977
(0.000)*
0.4162214
(0.017)*
0.5476985
(0.003)*
ano pós-eleitoral
3.39E+08
(0.079)*
0.0381736
(0.000)*
-0.0351557
(0.000)*
ano intermediário
1.53E+09
(0.095)*
-0.0046006
(0.677)
0.0001608
(0.974)
ano pré-eleitoral
1.67E+09
(0.054)*
-0.0340689
(0.000)*
-0.0132679
(0.022)*
ano
1.27E+08
(0.000)*
0.0031581
(0.010)*
0.0001109
(0.875)
cons
-2.56E+11
(0.000)*
-5.83719
(0.021)*
-0.1727426
(0.903)
Nota: Valor-p entre parênteses * indica nível de significância 10%
Fonte: Elaboração própria
No que se refere à Receita Total, todos os coeficientes dessa variável
apresentaram valores estatisticamente significantes. Observa-se que a arrecadação é maior no
ano pós-eleitoral, comparado com o ano eleitoral, e que as três variáveis dummies: ; e
mostraram sinal positivo indicando tendência de crescimento na arrecadação.
De acordo com a teoria do ciclo político, espera-se que as receitas arrecadadas
diminuam em ano eleitoral e aumentem em ano pós-eleitoral; dessa forma, não se pode
afirmar a existência de ciclo político para a receita total, já que não há redução na arrecadação
da receita.
26
Em relação a variável Despesa Corrente/Despesa Total, os coeficientes
apresentaram valores estatisticamente significantes, exceto na variável ano intermediário.
O sinal negativo do coeficiente indica que a despesa corrente em relação à despesa total é
menor nos anos pré-eleitorais e intermediário comparado ao ano eleitoral, estando em
conformidade com a teoria do ciclo político.
Para a variável Investimento/Despesa Total, os coeficientes apresentaram valores
estatisticamente significantes, com exceção nas variáveis ano intermediário, “ano” e na
constante. Nota-se que o investimento é maior no ano intermediário comparado ao ano
eleitoral e diminui nos períodos pré-eleitoral e pós-eleitoral, indicado pelo sinal negativo dos
coeficientes.
Os resultados indicam a presença do ciclo político nas variáveis orçamentárias dos
percentuais das despesas correntes e despesas com investimentos. Para as receitas, pode-se
observar que os agentes políticos não utilizam dos artifícios econômicos que reduzem a
receita arrecadada para permanecer no poder.
27
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A observação do comportamento dos agentes políticos em utilizar instrumentos de
política econômica a fim de manter-se no poder motivou a realização deste trabalho, que
procurou examinar a proporção dos gastos públicos estaduais em despesa corrente e
investimento e também verificar a influência do ciclo político-econômico no período de 2001
a 2011.
A teoria do ciclo político-econômico surgiu com base na motivação do
comportamento dos agentes políticos em maximizar votos e permanecer no poder de modo
que essa atitude se verifica a cada período eleitoral, sua existência ocorre quando as receitas
arrecadadas diminuem em anos eleitorais e aumentam em anos pós-eleitorais; e as despesas
aumentam em anos eleitorais.
Então, para verificar a influência do ciclo político-econômico no período de 2001
a 2011, foram estimados três modelos com as variáveis orçamentárias dependentes: receita
total; percentual da despesa corrente em relação à despesa total; e percentual do investimento
em relação à despesa total, no qual essas variáveis tiveram seus valores defasados pelo IGP-
DI. Em cada modelo foram incluídas três variáveis dummies para cada fase do ciclo político,
utilizando o método de estimação proposto por Arellano e Bover (1995).
De acordo com os resultados obtidos, a arrecadação da receita total foi maior em
ano pós-eleitoral, devido ao aumento dos tributos, e mostrou uma tendência de crescimento
entre os anos analisados. Dessa forma, constatou-se que o ciclo político não se faz presente no
comportamento da receita total; em razão da receita não reduzir em ano eleitoral; e que os
agentes políticos não utilizam os instrumentos econômicos que reduzem a receita arrecadada
para permanecer no poder.
O comportamento da despesa corrente apresentou índices maiores no ano eleitoral
e pós-eleitoral, estando em concordância com a teoria do ciclo político, ao passo que o
aumento dos gastos públicos proporciona um impacto na demanda agregada na economia
levando a uma política fiscal expansionista no ano eleitoral. Os dados apresentaram que os
Estados brasileiros despenderam em média 85% da despesa total em despesa corrente.
O investimento é maior no ano intermediário comparado ao ano eleitoral e
diminui nos períodos pré-eleitoral e pós-eleitoral, sugerindo a existência do ciclo político.
Verificou-se que os Estados brasileiros gastam em média 8% da despesa total para o
investimento.
28
Assim, este estudo mostrou que a proporcionalidade das despesas correntes
apresentaram índices muito elevados comparados com os gastos em investimento, também
mostrou a existência de ciclo político-econômico nas variáveis despesas correntes e
investimento. Vale destacar que os valores estimados empiricamente não apresentaram
variações expressivas, ou seja, a diferença dos valores de um ano para outro foi muito
próxima. O motivo dessa proximidade se dá por razão da lei de responsabilidade fiscal – LRF
que tem por um dos seus principais objetivos o equilíbrio das contas públicas, mediante o
cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas.
A literatura sobre o ciclo político aborda quatro modelos baseados na motivação
dos agentes políticos e no comportamento dos eleitores. A forma como os agentes políticos
utilizam os instrumentos de política econômica pode influenciar a presença do ciclo político.
Já que este trabalho enfatizou a política fiscal, sugere-se uma abordagem em relação à política
monetária presente no modelo oportunista.
29
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32
APÊNDICES
APÊNDICE A – Gráficos de 2 a 6
Gráfico 2 - Receita Total - Região Norte
Fonte: Elaboração Própria
Gráfico 3 - Receita Total - Região Nordeste
Fonte: Elaboração Própria
0,00
2.000,00
4.000,00
6.000,00
8.000,00
10.000,00
12.000,00
14.000,00
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Milh
õe
s
Receita Total
ACRE AMAPÁ AMAZONAS PARÁ RONDÔNIA RORAIMA TOCANTINS
0,00
5.000,00
10.000,00
15.000,00
20.000,00
25.000,00
30.000,00
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Milh
õe
s
Receita Total
ALAGOAS BAHIA CEARÁ
MARANHÃO PARAÍBA PERNAMBUCO
PIAUÍ RIO GRANDE DO NORTE
33
Gráfico 4 - Receita Total - Região Centro-Oeste
Fonte: Elaboração Própria
Gráfico 5 - Receita Total - Região Sudeste
Fonte: Elaboração Própria
-
5.000,00
10.000,00
15.000,00
20.000,00
25.000,00
30.000,00
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Milh
õe
s
Receita Total
DISTRITO FEDERAL GOIÁS MATO GROSSO DO SUL MATO GROSSO
-
20.000,00
40.000,00
60.000,00
80.000,00
100.000,00
120.000,00
140.000,00
160.000,00
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Milh
õe
s
Receita Total
ESPÍRITO SANTO MINAS GERAIS RIO DE JANEIRO SÃO PAULO
34
Gráfico 6 - Receita Total - Região Sul
Fonte: Elaboração Própria
0,00
5.000,00
10.000,00
15.000,00
20.000,00
25.000,00
30.000,00
35.000,00
40.000,00
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Milh
õe
s
Receita Total
PARANÁ RIO GRANDE DO SUL SANTA CATARINA
35
APÊNDICE B – Gráficos de 7 a 11
Gráfico 7 - Percentual Despesa Corrente/Despesa Total - Região Norte
Fonte: Elaboração Própria
Gráfico 8 - Percentual Despesa Corrente/Despesa Total - Região Nordeste
Fonte: Elaboração Própria
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Percentual Despesa Corrente/Despesa Total
ACRE AMAPÁ AMAZONAS PARÁ
RONDÔNIA RORAIMA TOCANTINS
60%
65%
70%
75%
80%
85%
90%
95%
100%
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Percentual Despesa Corrente/Despesa Total
ALAGOAS BAHIA CEARÁ
MARANHÃO PARAÍBA PERNAMBUCO
PIAUÍ RIO GRANDE DO NORTE
36
Gráfico 9 - Percentual Despesa Corrente/Despesa Total - Região Centro-Oeste
Fonte: Elaboração Própria
Gráfico 10 - Percentual Despesa Corrente/Despesa Total - Região Sudeste
Fonte: Elaboração Própria
80%
82%
84%
86%
88%
90%
92%
94%
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Percentual Despesa Corrente/Despesa Total
DISTRITO FEDERAL GOIÁS MATO GROSSO DO SUL MATO GROSSO
70%
75%
80%
85%
90%
95%
100%
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Percentual Despesa Corrente/Despesa Total
ESPÍRITO SANTO MINAS GERAIS RIO DE JANEIRO SÃO PAULO
37
Gráfico 11 - Percentual Despesa Corrente/Despesa Total - Região Sul
Fonte: Elaboração Própria
70%
75%
80%
85%
90%
95%
100%
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Percentual Despesa Corrente/Despesa Total
PARANÁ RIO GRANDE DO SUL SANTA CATARINA
38
APÊNDICE C – Gráficos de 12 a 16
Gráfico 12 - Percentual Investimento/Despesa Total - Região Norte
Fonte: Elaboração Própria
Gráfico 13 - Percentual Investimento/Despesa Total - Região Nordeste
Fonte: Elaboração Própria
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Percentual Investimento/Despesa Total
ACRE AMAPÁ AMAZONAS PARÁ
RONDÔNIA RORAIMA TOCANTINS
0%
5%
10%
15%
20%
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Percentual Investimento/Despesa Total
ALAGOAS BAHIA CEARÁ
MARANHÃO PARAÍBA PERNAMBUCO
PIAUÍ RIO GRANDE DO NORTE
39
Gráfico 14 - Percentual Investimento/Despesa Total - Região Centro-Oeste
Fonte: Elaboração Própria
Gráfico 15 - Percentual Investimento/Despesa Total - Região Sudeste
Fonte: Elaboração Própria
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Percentual Investimento/Despesa Total
DISTRITO FEDERAL GOIÁS MATO GROSSO DO SUL MATO GROSSO
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Percentual Investimento/Despesa Total
ESPÍRITO SANTO MINAS GERAIS RIO DE JANEIRO SÃO PAULO
40
Gráfico 16 - Percentual Investimento/Despesa Total - Região Sul
Fonte: Elaboração Própria
0%
1%
2%
3%
4%
5%
6%
7%
8%
9%
10%
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
PARANÁ RIO GRANDE DO SUL SANTA CATARINA
Percentual Investimento/Despesa Total