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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA CLEBER SOARES PIMENTA COSTA DETERMINAÇÃO DO PERFIL FARMACOCINÉTICO DO CETOROLACO DE TROMETAMINA COMPRIMIDO DE 30 mg ADMINISTRADO POR VIA SUBLINGUAL EM VOLUNTÁRIOS SAUDÁVEIS FORTALEZA 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA

CLEBER SOARES PIMENTA COSTA

DETERMINAÇÃO DO PERFIL FARMACOCINÉTICO DO CETOROLACO DE TROMETAMINA COMPRIMIDO DE 30 mg ADMINISTRADO POR VIA

SUBLINGUAL EM VOLUNTÁRIOS SAUDÁVEIS

FORTALEZA 2011

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CLEBER SOARES PIMENTA COSTA

DETERMINAÇÃO DO PERFIL FARMACOCINÉTICO DO CETOROLACO DE TROMETAMINA COMPRIMIDO DE 30 mg ADMINISTRADO POR VIA SUBLINGUAL EM VOLUNTÁRIOS

SAUDÁVEIS

Dissertação submetida à Coordenação do Programa de Pós-

Graduação em Farmacologia, do Departamento de Fisiologia e

Farmacologia, da Faculdade de Medicina, da Universidade

Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do

título de Mestre em Farmacologia.

Orientadora: Profa. Dra. Maria Elisabete Amaral de Moraes

FORTALEZA 2011

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C871d Costa, Cleber Soares Pimenta

Determinação do perfil farmacocinético do cetorolaco de trometamina comprimido de 30 mg administrado por via sublingual em voluntários saudáveis / Cleber Soares Pimenta Costa. – Fortaleza, 2011. 196 f. : il.

Orientador: Profa. Dra. Maria Elisabete Amaral de Moraes Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará.

Programa de Pós-Graduação em Farmacologia, Fortaleza-Ce, 2011

1. Antiinflamatórios não Esteróides 2. Cetorolaco de

Trometamina 3. Administração Sublingual 4. Farmacologia I. Moraes, Maria Elisabete Amaral de (orient.) II. Título

CDD: 615.704

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CLEBER SOARES PIMENTA COSTA

DETERMINAÇÃO DO PERFIL FARMACOCINÉTICO DO CETOROLACO DE TROMETAMINA COMPRIMIDO DE 30MG ADMINISTRADO POR VIA

SUBLINGUAL EM VOLUNTÁRIOS SAUDÁVEIS. Dissertação submetida à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Farmacologia, do Departamento de Fisiologia e Farmacologia, da Faculdade de Medicina, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Farmacologia Clínica.

Aprovado em: 21/01/2011

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________

Profª. Dr ª. Maria Elisabete Amaral de Moraes (Orientadora)

Universidade Federal do Ceará

__________________________________________________

Profª. Dr ª. Gisela Costa Camarão Universidade Federal do Ceará

__________________________________________________

Prof. Dr. Francisco Vagnaldo Fechine Jamacaru Universidade Federal do Ceará

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AGRADECIMENTOS

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AGRADECIMENTOS

À Fernanda, minha noiva, amiga e companheira de todos os momentos,

pelo amor, carinho e atenção incondicionais.

Aos meus pais que sempre me motivaram a crescer pessoal e

profissionalmente.

À minha orientadora, Drª Maria Elisabete Amaral de Moraes, pela

oportunidade, apoio e confiança.

A toda equipe da Unidade de Farmacologia Clínica da Universidade

Federal do Ceará (UNIFAC), principalmente a Demétrius, Jô e Valden, pela amizade

e apoio em todas as etapas deste trabalho.

À Profª Dra. Gisela Camarão e ao Prof. Dr. Vagnaldo Fechine, membros

da banca examinadora, por aceitarem gentilmente a participação e pelas

inestimáveis contribuições científicas.

À Fábia e Maria Teresa, secretárias da UNIFAC, pela dedicação e carinho

sinceros e maternais.

Às secretárias do Curso de pós-graduação, Aurinha e Marcinha, por toda a

ajuda e atenção.

A FINEP, MCT, MS, FUNCAP, CNPq, CAPES e Instituto Claude Bernard

(InCB), pelo incentivo no desenvolvimento da pesquisa nacional.

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EPÍGRAFE

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“Da terra, Deus criou os remédios, e o

homem de bom senso não os

despreza”.

Ecl. 38, 4-5

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RESUMO

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RESUMO

Determinação do Perfil Farmacocinético do Cetorolaco de Trometamina Comprimido de 30mg administrado por Via Sublingual em Voluntários Saudáveis. Cleber Soares Pimenta Costa. Orientadora: Profa. Dra. Maria Elisabete Amaral de Moraes. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Farmacologia. Departamento de Fisiologia e Farmacologia. Faculdade de Medicina. Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2011.

Cetorolaco de trometamina (Cetorolaco) é um antiinflamatório não esteroidal (AINE) usado

no tratamento da dor. O uso da formulação sublingual tem diversas vantagens, como por

exemplo, aumento da biodisponibilidade e fácil administração, especialmente em pacientes

que tem dificuldades para engolir. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o perfil

farmacocinético da formulação sublingual do Cetorolaco em voluntários brasileiros do sexo

masculino. Este foi um estudo aberto, não randomizado, 01 período, 01 tratamento, com

dose única de rápida absorção, em que foi administrado um comprimido de 30 mg de

Cetorolaco por via sublingual. Foram incluídos apenas voluntários brasileiros sadios. Após

uma noite internados, os voluntários receberam uma dose única da formulação sublingual.

Amostras de plasma foram obtidas em um período de 24 horas após a administração. A

concentração plasmática de Cetorolaco foi analisada por Cromatrografia Líquida de Alta

Eficiência acoplada a um Espectrômetro de Massa para análise dos parâmetros

farmacocinéticos, incluindo o Cmax, ASC0-24, e ASC0-∞. A tolerabilidade foi avaliada pelo

monitoramento dos sinais vitais, resultados das análises laboratoriais, anamnese e exame

físico com os voluntários. 14 voluntários do sexo masculino foram incluídos e completaram o

estudo. Os valores dos parâmetros farmacocinéticos (média ± desvio padrão, exceto

mediana para o tempo do Tmax) calculados para a formulação foram os seguintes: ASC0-∞

(9682 ± 1908 ng*h/mL); ASC0-24 (9346 ± 1789 ng*h/mL); Cmax (2605 ± 465 ng/mL); Tmax

(0,58 ± 0,22 h); t1/2 (5,76 ± 0,69 h) and Ke (0,12 ± 0,02 1/h). A formulação do cetorolaco foi

bem tolerada na dose administrada e nenhuma reação adversa foi observada. A vantagem

do uso da formulação sublingual de Cetorolaco é sua administração prática. Essa pode ser

uma escolha para dor moderada e grave, especialmente em pacientes em que a via

parenteral é indesejada ou impraticável, ou para aqueles que tenham dificuldade de engolir.

Os métodos foram aplicados com sucesso, sendo possível analisar os parâmetros

farmacocinéticos e avaliar a segurança da formulação do comprimido de 30mg do

cetorolaco de trometamina administrado por via sublingual em voluntários saudáveis.

Palavras chaves: Cetorolaco, Farmacocinética, formulação sublingual.

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ABSTRACT

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ABSTRACT

Determination of the pharmacokinetic profile of ketorolac tromethamine 30mg tablet administered sublingual route in healthy volunteers. Cleber Soares Pimenta Costa. Supervisor: Professor Maria Elisabete Amaral de Moraes. Dissertation presented for the degree of Master in Pharmacology. Department of Physiology and Pharmacology. Faculty of Medicine. Federal University of Ceará. Ketorolac tromethamine (ketorolac) is a non-steroidal anti-inflammatory drug (NSAID)

used in the treatment of pain. The use of a sublingual analgesic has several

advantages such as increased bioavailability and ease of administration, especially in

patients who have difficulty swallowing. Thus, the aim of this study was to evaluate

the pharmacokinetic profile of a formulation of ketorolac in Brazilian male volunteers.

This was an open, non-randomized, 01 period, 01 treatment, single dose under

fasting conditions study where was administered 30 mg sublingual tablet formulation

of ketorolac. Healthy Brazilians male were eligible for inclusion. After an overnight

fast, subjects received a single sublingual dose of the formulation. Plasma samples

were obtained over a 24-hour period after administration. Plasma ketorolac

concentrations were analyzed by High Performance Liquid Chromatography coupled

Mass Spectrometry for analysis of pharmacokinetic properties, including Cmax, AUC0-

24, and AUC0-∞. Tolerability was assessed by vital sign monitoring, laboratory analysis

results, anamnesis and physical examination. A total of 14 male subjects were

enrolled and completed the study. The pharmacokinetics parameters values (mean ±

standard deviation, except median for time to Tmax) calculated for formulation were

as follows: AUC0-∞ (9682 ± 1908 ng*h/mL); AUC0-24 (9346 ± 1789 ng*h/mL); Cmax

(2605 ± 465 ng/mL); Tmax (0,58 ± 0,22 h); t1/2 (5,76 ± 0,69 h) and Ke (0,12 ± 0,02

1/h). The ketorolac formulation was well tolerated at the administered dose and no

adverse reactions were observed. The advantage of the use of the sublingual

formulation of ketorolac is its practical administration. It can be the treatment of

choice for moderate and severe pain, especially in patients where parenteral route is

undesirable or impracticable, or those who have difficulty of swallowing. The methods

were successfully applied, it is possible to analyze the pharmacokinetic parameters

and assess the safety of the tablet formulation of 30 mg of ketorolac tromethamine

administered sublingually in healthy volunteers

KEY WORDS: Ketorolac, Pharmacokinetic, sublingual formulation.

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LISTAS

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fórmula química estrutural do Cetorolaco................................................42 Figura 2 – Metabolismo do Cetorolaco.......................................................................51 Figura 3 – Esquema do procedimento de coleta de sangue e separação de amostras plasmáticas.................................................................................................................77 Figura 4 – Curva de concentração plasmática do Cetorolaco versus tempo após administração sublingual única em 14 voluntários sadios do sexo masculino.................................................................................................................111 Figura 5 – Curva de concentração plasmática do Cetorolaco versus tempo (até 4 horas) após administração sublingual única em 14 voluntários sadios do sexo masculino.................................................................................................................112 Figura 6 – Curva de concentração plasmática média versus tempo para a formulação teste e referência de cetorolaco comprimido de 30mg após administração única por via sublingual obtida por GALÁN-HERRERA e colaboradores (2008).....................119

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Características farmacocinéticas do Cetorolaco.....................................50 Quadro 2 – Itens da História Médica e Exame Físico................................................63 Quadro 3 – Medicamento em Estudo.........................................................................76 Quadro 4 – Tempos de Coleta de Sangue.................................................................78 Quadro 5: Descrição Geral das Condições Cromatográficas.....................................83 Quadro 6: Descrição dos Equipamentos Utilizados...................................................84 Quadro 7: Descrição dos Materiais Utilizados............................................................85 Quadro 8– Parâmetros Farmacocinéticos..................................................................98

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Valores Aproximados das Médias dos Parâmetros Farmacocinéticos (Média ± DP) após Doses Oral, Intramuscular e Endovenosa de Cetorolaco de Trometamina..............................................................................................................49 Tabela 2 – Parâmetros Analíticos de Detecção.........................................................84 Tabela 3 – Descrição dos Reagentes Utilizados........................................................85 Tabela 4 – Padrões de Referência.............................................................................86 Tabela 5 – Soluções Utilizadas..................................................................................88 Tabela 6 – Dados de validação do LIQ para Cetorolaco..........................................103 Tabela 7 – Dados da validação da curva de calibração para o Cetorolaco.............104 Tabela 8 – Parâmetros de validação do LIQ............................................................105 Tabela 9 – Parâmetros de validação dos CQs.........................................................106 Tabela 10 – Dados do processo de reinjeção para o Cetorolaco............................107 Tabela 11 – Dados da validação intra e inter-corridas para o Cetorolaco...............108 Tabela 12 – Parâmetros Utilizados para Validação do Método Analítico.................109 Tabela 13 – : Estatística Descritiva dos Parâmetros Farmacocinéticos Resultantes após Administração por Via Sublingual de 30mg de Cetorolaco.............................113 Tabela 14 – Valores Individuais dos Parâmetros Farmacocinéticos Obtidos após Administração de 30 mg de Cetorolaco por Via Sublingual.....................................114 Tabela 15 – Parâmetros farmacocinéticos do cetorolaco versus formulações estudadas por Galán-Herrera et al., 2008................................................................120 Tabela 16 – Dose de cetorolaco corrigida pela massa corporal do Cetorolaco estudado versus Pérez-Urizar et al., 2000; Pérez-Urizar et al., 2002 e Galán-Herrera et al., 2008................................................................................................................124

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

% Porcentagem

± mais ou menos

≤ Menor ou igual

μg Micrograma

μm Micrômetro

μg/mL micrograma por mililitro

μL Microlitro

μL/min microlitros por minuto

μL/mL microlitros por mililitros

> Maior

cm Centímetro

g Grama

h Hora

kg Quilogramo

L Litro

ln Logaritmo neperiano

m Metro

mg Miligrama

mg/dia Miligrama por dia

mg/kg Miligrama por quilograma

mg/mL Miligrama por mililitro

min Minutos

mL Mililitros

mm Milímetros

mM Milimolar

nº Número

n Número de amostragem

ng Nanograma

ng/mL Nanograma por mililitro

nm Nanômetros

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rpm Rotações por minuto

s Segundos

U/L Unidades por litro

V Volt

eV Elétron volt

v/v Volume por volume

LQ Limite de quantificação

DP Desvio padrão

CV Coeficiente de variação

IC Intervalo de confiança

ANOVA Análise de variância

Tmax Tempo do pico de concentração máxima

Cmax Pico de concentração máxima

T1/2 Tempo de meia vida de eliminação do fármaco

ASC0-t (h) Área sob a curva de concentração de 0 a t (h)

ASC0-∞ Área sob a curva de concentração de 0 a infinito (h)

FDA Food and Drug Administration

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

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SUMÁRIO

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 25 1.1 Considerações Sobre Ensaios Clínicos.............................................. 25 1.2 Fases dos Ensaios Clínicos.................................................................. 28

1.2.1 Estudos Fase I................................................................................ 28 1.2.2 Estudos Fase II............................................................................... 29 1.2.3 Estudos Fase III.............................................................................. 29 1.2.4 Estudos Fase IV............................................................................. 30

1.3 Importância e Características dos Fármacos..................................... 31 1.4 Aspectos Farmacocinéticos................................................................. 33

1.4.1 Absorção de Fármacos.................................................................. 34 1.4.2 Distribuição de Fármacos............................................................... 35 1.4.3 Biotransformação de Fármacos..................................................... 36 1.4.4 Eliminação de Fármacos................................................................ 37 1.4.5 Depuração...................................................................................... 39 1.4.6 Volume de distribuição................................................................... 40 1.4.7 Meia-Vida (t1/2).............................................................................. 41

2. CETOROLACO DE TROMETAMINA....................................................... 42 2.1 Química................................................................................................... 42 2.2 Farmacologia.......................................................................................... 43 2.3 Farmacologia Clínica............................................................................. 45 2.4 Farmacocinética..................................................................................... 48 2.5 Metabolismo........................................................................................... 50 2.6 Toxicologia............................................................................................. 51 2.7 Usos terapêuticos.................................................................................. 52 2.8 Reações Adversas................................................................................. 52 2.9 Formas farmacêuticas........................................................................... 54 2.10 Justificativa.......................................................................................... 58 3. OBJETIVOS.............................................................................................. 60 3.1 Objetivo Geral........................................................................................ 60 3.2 Objetivo Específico................................................................................ 60 4. PROTOCOLO DE ESTUDO...................................................................... 62 4.1 Delineamento do Estudo....................................................................... 62

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4.2 Seleção dos voluntários........................................................................ 62 4.3 Avaliação Clínica................................................................................... 63

4.3.1 Sinais vitais..................................................................................... 64 4.3.2 Exame cardiológico.................................................................... 65 4.3.3 Exames laboratoriais.................................................................. 65 4.3.4 Critérios de inclusão................................................................... 66 4.3.5 Critérios de exclusão.................................................................. 67 4.3.5.1 Problemas relacionados com o fármaco................................. 67 4.3.5.2 Doenças ou problemas de saúde................................................ 67 4.3.5.3 Hábitos e Dependências............................................................. 67 4.3.6 Critérios para retirada do estudo.................................................... 68 4.3.6.1 Solicitação do Voluntário......................................................... 69 4.3.6.2 A Critério do Investigador........................................................ 69 4.3.7 Entrada do voluntário no estudo................................................ 69 4.3.8 Confinamento dos Voluntários................................................... 70 4.3.8.1 Local........................................................................................ 70 4.3.8.2 Forma.......................................................................................... 70 4.3.8.3 Período de Internamento............................................................. 71 4.3.8.4 Jejum e Alimentação................................................................... 71 4.3.8.5 Dieta padronizada e ingestão de líquidos................................... 72 4.3.9 Restrições....................................................................................... 72 4.3.9.1 Medicamentos......................................................................... 72 4.3.9.2 Dieta........................................................................................ 73 4.3.9.3 Outras restrições quanto a terapias e condutas.......................... 74 4.3.10 Aspectos Éticos............................................................................ 74 4.3.10.1 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).............. 74 4.3.10.2 Confidencialidade...................................................................... 75

4.4 Medicamento em estudo....................................................................... 75 4.4.1 Administração............................................................................. 76 4.4.2 Posologia........................................................................................ 76 4.4.3 Washout......................................................................................... 76 4.4.4 Coletas de sangue.......................................................................... 77 4.4.4.1 Cronograma de Coleta das Amostras......................................... 78 4.4.4.2 Procedimentos para manipulação das amostras........................ 78 4.4.5 Segurança....................................................................................... 79

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4.4.6 Avaliação da segurança............................................................. 79 4.4.6.1 Definições de efeitos adversos quanto à intensidade............. 80 4.4.6.2 Relacionamento suposto com a droga experimental.................. 80 4.4.7 Procedimentos Operacionais Padrão da Etapa Clínica................. 80

4.5 Método Bioanalítico............................................................................... 81 4.6 Validação Pré- Estudo........................................................................... 83 4.7 Padrões de Referência.......................................................................... 86 4.8 Preparação dos padrões de calibração, controles de qualidade e padrão de diluição.......................................................................................

87 4.8.1 Solução Master para o Analito e Padrão Interno............................ 87

4.9 Soluções de Trabalho............................................................................ 87 4.9.1 Preparação de Soluções de Trabalho para Curva de Calibração e para Controle de Qualidade.................................................................

87 4.9.2 Preparação de Soluções de Trabalho para o Padrão Interno.... 88 4.9.3 Outras Soluções......................................................................... 88

4.10 Preparo da Corrida Analítica.............................................................. 89 4.10.1 Construção da Lista de Amostra.................................................. 89 4.10.2 Condução e avaliação das corridas analíticas......................... 89 4.10.3 Interferência.................................................................................. 89 4.10.4 Padrão interno.............................................................................. 90

4.11 Preparo da Curva de calibração......................................................... 90 4.11.1 Ponto mais baixo da curva de calibração..................................... 91 4.11.2 Valores do final da curva de calibração e abaixo do LIQ............. 91 4.11.3 Valores acima do ponto mais alto da curva.................................. 91

4.12 Precisão e exatidão.............................................................................. 4.12.1 Precisão e exatidão intralote......................................................... 4.12.2 Precisão e exatidão interlote.........................................................

4.13 Controle de Qualidade.........................................................................

91 92 92 92

4.14 Amostras.............................................................................................. 93 4.14.1 Reanálises.................................................................................... 93 4.14.2 Cálculo de concentração das amostras....................................... 93

4.15 Reintegração........................................................................................ 94 4.16 Procedimento Operacional Padrão.................................................... 94 4.17 Cálculo dos parâmetros farmacocinéticos....................................... 95

4.17.1 Análise do perfil farmacocinético do cetorolaco........................... 98

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4.18 Análise estatística................................................................................ 99 5. RESULTADOS.......................................................................................... 5.1 Validação do Método Analítico.............................................................

5.1.1 Especificidade............................................................................... 5.1.2 Validação da curva de calibração................................................ 5.1.2.1 Determinação do limite inferior de quantificação.......................... 5.1.2.2 Linearidade................................................................................... 5.1.2.3 Precisão e Exatidão...................................................................... 5.1.2.4 Recuperação................................................................................. 5.1.2.5 Processo de reinjeção.................................................................. 5.1.2.6 Dados de validação intra e inter-corridas.....................................

101 101 101 102 102 103 105 106 106 107

5.2 Estudo Farmacocinético.................................................................. 5.2.1 Dados Demográficos.....................................................................

110 110

5.2.2 Tolerabilidade................................................................................. 110 5.2.3 Análise Farmacocinética............................................................... 110

6. DISCUSSÃO.............................................................................................. 116 7. CONCLUSÃO............................................................................................ 126 8. REFERÊNCIAS......................................................................................... 128 GLOSSÁRIO.................................................................................................. 151 ANEXOS........................................................................................................ 155 APÊNDICES................................................................................................... 157

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INTRODUÇÃO

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25

1. INTRODUÇÃO

1.1 Considerações Sobre Ensaios Clínicos

“A história da medicina foi, em grande parte, até os fins do século XIX, a

substituição da ignorância por mentiras”, essa foi a afirmação marcante do escritor e

médico inglês Richard Gordon, ao constatar o impacto produzido pela impropriedade

e ineficiência terapêutica e pelo desconhecimento fisiopatológico na saúde humana

(MORAES & MORAES, 2000). Essa história começou a ser reescrita por meio de

Claude Bernard, médico e fisiologista francês, que ao publicar: Introduction à l’étude

de la médecine expérimentale, em 1865, impulsionou o campo das pesquisas e a

utilização da metodologia científica na área da saúde, contribuindo de forma

inestimável para a formalização da medicina como ciência. No entanto, a aplicação

dessa metodologia à terapêutica deu-se de forma lenta e inconsistente, visto que até

pouco tempo o valor terapêutico dos medicamentos era determinado por seu uso

tradicional e testemunhos médicos (CAPONI, 2001).

Porém, foi em 1753 que Lind planejou e desenvolveu um dos primeiros

ensaios clínicos de que se tem notícia. Em seu trabalho, utilizou 12 pacientes

portadores de escorbuto, dividindo-os em grupos e tratamentos diferentes. Louis

também executou importante estudo, demonstrando que a terapia de sangria,

quando efetuada para tratamento de pneumonia (78 casos), erisipela (33 casos) e

inflamação de garganta (23 casos), não causa qualquer benefício quando

comparado com o grupo controle (LOUIS, 1834).

Em 1915, Greenwood e Yule demonstraram a importância da distribuição

dos pacientes em grupo para a avaliação de resultados (GREENWOOD & YULE,

1915). Fergusson e colaboradores, em 1927, foram provavelmente os primeiros a

introduzir o conceito de “cegos” aos estudos clínicos, fazendo testes em vacinas

(FERGUSSON et al., 1927).

Os primeiros estudos controlados em pesquisa clínica foram iniciados, em

1930, por Harry Gold. Mas apenas em 1950, o mesmo adotou ensaios ”duplos

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cegos” às suas práticas, garantindo maior segurança, eficiência e fidedignidade as

pesquisas clínicas. A partir dessa década passamos a observar o termo

“Farmacologia Clínica” no meio científico, referindo-se as investigações de fármacos

em seres humanos (MORAES & MORAES, 2000; ATKINSON et al., 2001;

KATZUNG, 2006).

Atualmente, a Farmacologia Clínica desenvolve principalmente estudos

farmacocinéticos e farmacodinamicos, além de elaboração, execução e análise de

ensaios clínicos para verificar a segurança, qualidade e eficácia dos medicamentos

em seres humanos (COHEN & POSNE, 2000). Dessa forma, pode-se definir

Farmacologia Clínica como a pesquisa realizada em seres humanos, que tem como

objetivo caracterizar os aspectos farmacocinéticos, farmacodinâmicos, eficácia

terapêutica, segurança e reações adversas relacionadas ao fármaco (MORAES &

MORAES, 2000; KATZUNG, 2006; RANG & DALE, 2007).

No Brasil, somente a partir da década de 80 iniciaram-se ensaios de

farmacologia clínica, com o Professor Elisaldo Carlini do Departamento de Psicologia

da Escola Paulista de Medicina, atual Universidade Federal de São Paulo. Porém, foi

através dos ensaios de biodisponibilidade, bioequivalência e interações

medicamentosas, realizados pelo Professor Gilberto de Nucci, que a pesquisa clínica

passou a ser amplamente divulgada na comunidade científica nacional e

internacional (MORAES & MORAES, 2000).

A biodisponibilidade é uma das ferramentas da farmacocinética. É o termo

empregado para indicar a quantidade de um fármaco que atinge seu local de ação

ou um líquido biológico a partir do qual o fármaco tem acesso ao local de ação.

Logo, os estudos que a determinam são indispensáveis, pois se relacionam

diretamente às ações do fármaco no organismo, além de necessários para o registro

de medicamentos junto a Agencia de Vigilância Sanitária (ANVISA), segundo a

Resolução RDC nº 16, de 02 de março de 2007, desse mesmo órgão (STORPIRTIS

& CONSIGLIERI, 1995; BENET, 1999; MARZO, 1999; BRASIL, 2007).

Da mesma forma, os testes de bioequivalência são de extrema

importância, pois através deles demonstra-se que o medicamento pesquisado possui

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a mesma biodisponibilidade que o medicamento de referência, apresentando,

também, a mesma eficácia clínica e segurança, ou seja, são realizados para garantir

a intercambiabilidade entre um produto genérico ou similar e o medicamento

referência. Assim sendo, duas formas farmacêuticas são ditas bioequivalentes

quando, ao serem administradas ao mesmo indivíduo, nas mesmas condições

experimentais e na mesma dose molar, não apresentarem diferenças significativas

em relação à biodisponibilidade (STORPIRTIS & CONSIGLIERI, 1995; BENET,

1999; MARZO, 1999; STORPIRTIS, 1999; BRASIL, 2007).

A indústria farmacêutica sofreu uma enorme expansão nos últimos 40

anos, e com isso novas drogas foram descobertas e sintetizadas. Antes da II Guerra

Mundial não havia qualquer controle para que um fármaco fosse livremente

comercializado. Contudo nos Estados Unidos já existia, desde 1938, legislação para

uso de fármacos em animais. Foi apenas na década de 60, com a catástrofe da

talidomida, que tanto os Estados Unidos como a Inglaterra, intensificaram as

regulamentações para a execução de ensaios em humanos (UNITED STATES

PHARMACOPEIA, 1995; ATKINSON et al., 2001).

A partir de 1963, tronou-se obrigatória uma aprovação oficial para que o

fármaco inicie um ensaio clínico e, posteriormente, nova aprovação para ser

comercializado no Reino Unido. Nos Estados Unidos, o FDA (Food and Drug

Administration) desenvolveu e aplicou diretrizes, a partir da década de 70, para a

elaboração de um modelo seguro de pesquisa clínica, seguido por muitos outros

países, diferindo do modelo britânico, principalmente, por valorizar sobremaneira a

documentação dos dados obtidos (ATKINSON et al., 2001).

O primeiro teste de bioequivalência farmacêutica realizada no Brasil foi

em 1989, até então esse tipo de estudo era desconhecido no país. Sabia-se apenas

da experiência internacional, enquanto o Brasil era palco para o mercado de

centenas de medicamentos similares e com Denominação Comum Brasileira (DCB),

supostamente cópias fiéis dos originais que os inspiravam, mas sem apresentarem a

comprovação necessária de qualidade, eficácia e segurança (MORAES & MORAES,

2000).

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Sem dúvidas, é verdadeira a afirmação de que hoje se faz mais ensaios

clínicos que em outras épocas, sendo em sua grande maioria financiados pela

própria indústria farmacêutica. Apenas um em dez mil fármacos sintetizados atinge a

fase de ensaio clínico, isso explica por que é gasto mais com ensaios pré-clínicos

que com clínicos. Além disso, apenas cerda de 20% destes são geralmente

comercializadas. Todo esse processo gasta cerca de 7 a 10 anos para colocar um

novo fármaco no mercado, com um custo estimado de 54 milhões de dólares

(ATKINSON et al., 2001).

1.2. Fases dos Ensaios Clínicos

Segundo o órgão americano FDA, um ensaio clínico pode ser dividido em

quatro fases.

1.2.1 Estudos Fase I

É a primeira etapa da investigação de um novo medicamento em seres

humanos e tem como principal objetivo o conhecimento sobre toxicidade do fármaco

e não, particularmente, eficácia (ATKINSON et al., 2001).

Esta etapa acontece logo após a fase experimental (pré-clínica) cujos

testes são realizados em animais. São desenvolvidos fundamentalmente estudos de

farmacocinética e farmacodinâmica do medicamento, avaliando a tolerância,

evidência de ações farmacológicas, segurança dos esquemas posológicos,

absorção, distribuição, metabolismo e excreção. São utilizados, aproximadamente,

100 voluntários sadios (GRANDY & JOUBERT, 1997; GUIDANCE FOR INDUSTRY,

1997a).

Estes estudos proporcionam informações preliminares sobre o efeito e a

segurança do produto em indivíduos sadios ou em alguns casos em pacientes

(estudos com fármacos antineoplásicos) e orientam as etapas posteriores da

pesquisa. As vias de administração devem ser as mesmas que serão estudadas na

prática clínica, não sendo permitido o experimento de outras vias que não tenham

sido previamente ensaiadas em animais (GUIDANCE FOR INDUSTRY, 1997a).

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1.2.2 Estudos Fase II

Esta fase tem o objetivo de demonstrar a atividade farmacológica do

medicamento em curto prazo, determinando sua eficácia e segurança, requerendo

monitoramento junto a cada paciente. São selecionados cerca de 200 pacientes

portadores de uma determinada enfermidade ou condição patológica de interesse

(ATKINSON et al., 2001; HULLEY; CUMMINGS et al., 2003).

Pode ser denominado como um estudo piloto para estudar a atividade

biológica específica, controle ou profilaxia da doença. Pode-se ainda, estabelecer as

relações dose-resposta, a fim de se obter sólidos antecedentes para a descrição dos

estudos Fase II (GUIDANCE FOR INDUSTRY, 1997b).

Os ensaios de fase II servem como um processo de separação, a fim de

selecionar os fármacos com real potencial terapêutico dos inativos ou tóxicos. Esta

fase proporciona informações preliminares sobre eficácia do fármaco e suplementa

os parâmetros de segurança obtidos na Fase I (ATKINSON et al., 2001).

1.2.3 Estudos Fase III

Têm características em comum com o Estudo Fase II, porém, de maneira

mais ampliada, após o fármaco ter mostrado ser inegavelmente eficaz. A amostra de

pacientes deve ser maior, representando a população geral que irá utilizar o

medicamento quando estiver no mercado. Para alguns pesquisadores, o termo

ensaio clínicos refere-se especificamente à fase III, que é o mais rigoroso e extenso

tipo de investigação clínica científica de um novo tratamento (LLOYD; RAVEN, 1994;

ATKINSON et al., 2001).

Os dados são obtidos por ensaios de comparação do medicamento teste

com um medicamento de referência ou com um placebo, pois é essencial a sua

comparação com outros eventuais tratamentos.

Por ser a última fase antes da comercialização do medicamento, procura-

se explorar o tipo e o perfil de reações adversas que possa apresentar, como as

mais freqüentes, características próprias do fármaco como: interações clinicamente

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relevantes, grupos de pacientes com risco para desenvolver efeitos secundários e

fatores que possam alterar o seu efeito farmacológico (GUIDANCE FOR INDUSTRY,

2003).

1.2.4 Estudos Fase IV

Na Fase IV, pesquisas são executadas com base nas características por

meio das quais foi autorizado o medicamento. São investigações de vigilância pós-

comercialização para estabelecer o valor terapêutico do fármaco; o surgimento de

novas reações adversas e/ou confirmação da freqüência de aparecimento das

reações já descritas; os efeitos tardios de morbidade e mortalidade; as estratégias

de tratamento, os efeitos farmacoeconômicos; as avaliações de novas indicações

para uma droga já disponível no mercado, além de ensaios semelhantes aos da fase

III para suplementar dados sobre aspectos não pesquisados anteriormente, por ter

sido a droga liberada para a comercialização precocemente (GUIDANCE FOR

INDUSTRY, 1997; GRAHAME-SMITH; ARONSON, 2002; SGRECCIA, 1996).

A população não é mais selecionada, é pouco homogênea e inclui

doentes raramente recrutados durante as Fases I, II ou III: pacientes que padecem

de doenças diversas, ou que recebem associações terapêuticas, e idosos

(SPILKER, 1991; HULLEY ; CUMMINGS et al., 2003).

No Brasil, depois que um medicamento já vem sendo comercializado, as

pesquisas clínicas desenvolvidas para explorar novas indicações, novos métodos de

administração ou novas associações são consideradas como pesquisas de um novo

medicamento, sendo necessário realizar, novamente, as fases necessárias

(MORAES & MORAES, 2000).

Certas limitações de detecção de reações adversas podem ser

observadas nos ensaios clínicos Fase I, II e III como: participam poucos pacientes;

excluem-se crianças, idosos, gestantes, pacientes com mais de uma enfermidade,

pacientes que apresentam poucas contraindicações potenciais para receber o novo

medicamento, e os que utilizam vários medicamentos; existe um controle rígido, com

uma peculiar relação entre o médico e o paciente, diferente do que se estabelece na

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prática clínica habitual; e os critérios diagnósticos são, em geral, mais rigorosos do

que os aplicados no dia-a-dia da clínica médica (MORAES & MORAES, 2000).

Essas limitações impedem que os ensaios clínicos anteriores à Fase IV

identifiquem reações adversas raras, por exemplo, as que aparecem em menos de

um entre 1000 pacientes, que aparecem após um tratamento prolongado ou muito

tempo depois de suspendê-lo e as que ocorrem em subgrupos específicos da

população (MORAES & MORAES, 2000).

1.3 Importância e Características dos Fármacos

O fármaco é definido como um agente que se pretende usar no

diagnóstico, mitigação, tratamento, cura ou na prevenção de doenças humanas e de

animais. Uma das qualidades mais impressionantes dos fármacos é a diversidade de

ações e efeitos sobre o organismo (KATZUNG, 2006; RANG & DALE, 2007).

A grande série de agentes medicinais eficazes disponíveis hoje

representa um dos maiores feitos do homem. Seria assustador conceber nossa

civilização sem agentes notáveis e benéficos. Com seu uso, muitas doenças que

afligem a humanidade através da história, como a varíola e a poliomielite, estão

quase extintas atualmente. As doenças como diabetes, hipertensão e depressão são

controladas com eficiência, hoje, com os fármacos modernos. Os procedimentos

cirúrgicos seriam virtualmente impossíveis sem o benefício de anestésicos,

analgésicos, antibióticos, transfusões sangüíneas, líquidos e nutrientes intravenosos

(ANSEL et al., 2000).

O processo de descoberta e desenvolvimento dos medicamentos é

complexo. Implica na contribuição coletiva de muitos cientistas especializados, por

exemplo, em química orgânica, física, química analítica, bioquímica, bacteriologia,

fisiologia, farmacologia, toxicologia, hematologia, imunologia, endocrinologia,

patologia, bioestatística etc.

Depois que uma nova substância é descoberta, ela é caracterizada em

termos químicos e físicos, sendo preciso reunir uma grande quantidade de

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informações biológicas. A farmacologia básica ou a natureza e mecanismo de ação

do fármaco sobre o sistema biológico precisa ser determinado, inclusive suas

características tóxicas. É necessário estudar o local de ação da substância e a

velocidade de absorção, seu padrão de distribuição e sua concentração no interior

do organismo, a duração de sua ação, modo e velocidade de eliminação ou

excreção (HEPLER, 1989).

É preciso obter informações sobre a degradação metabólica do fármaco e

sobre a atividade de todos os seus metabólitos, e deve-se realizar um estudo

abrangente dos efeitos a curto e a longo prazo sobre as várias células, tecidos e

órgãos do corpo. É importante obter informações altamente específicas, como o

efeito do fármaco sobre o feto em uma fêmea prenha ou sobre sua capacidade de

chegar ao lactente através do leite materno, pois muitos fármacos promissores foram

desprezados pelo seu potencial em promover efeitos adversos (HEPLER, 1989).

Devem ser determinadas as vias de administração mais efetivas para um

novo fármaco, estabelecendo-se diretrizes relativas à dosagem recomendada para

pessoas de diversas idades, pesos e estados patológicos. Para facilitar a

administração do fármaco pelas vias selecionadas, são formuladas e preparadas

formas farmacêuticas apropriadas como comprimidos, cápsulas, injetáveis,

supositórios, óvulos, pomadas, aerossóis e outros. Cada uma dessas unidades

destina-se a conter uma quantidade específica de princípio ativo para facilitar a

administração da dose precisa (PANCORBO et al. 1987).

Essas formas são sistemas altamente sofisticados de liberação de

fármacos. Sua concepção, desenvolvimento, produção e uso são um exemplo

primordial da amplificação das ciências farmacêuticas, a mescla das ciências

básicas, aplicadas e clínicas com a tecnologia farmacêutica (ANSEL et al., 2000).

Cada produto farmacêutico é uma formulação única. Além dos princípios

ativos, uma formulação também contém diversos componentes não terapêuticos, os

adjuvantes, e é através de seu uso que uma formulação atinge sua composição

única e a aparência física característica. As formulações são compostas por

materiais como diluentes, espessantes, veículos, agentes suspensores,

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revestimentos e desintegrantes de comprimidos, agentes estabilizantes,

conservantes, flavorizantes, corantes e edulcorantes (HISTORY OF THE

PHARMACOPEIA, 1995).

1.4 Aspectos Farmacocinéticos

A farmacocinética é a parte da farmacologia que estuda os fenômenos

envolvidos nos processos de absorção, distribuição, metabolismo e excreção de um

fármaco (PAGE et al., 2002; BUXTON, 2006; KATZUNG, 2006; RANG & DALE,

2007).

A absorção, a distribuição, a biotransformação e a eliminação de uma

substância envolvem a sua passagem através das membranas celulares. As

características mais importantes de um fármaco são sua estrutura e massa

molecular, sua solubilidade no local de absorção, o grau de ionização e a

lipossolubilidade relativa de suas formas ionizadas e não ionizadas (BUXTON,

2006).

Quando uma substância penetra numa célula, precisa atravessar a

membrana plasmática celular, na qual as moléculas protéicas globulares também

penetram ou a atravessam por completo uma dupla camada fluida de fosfolipídio.

Cada molécula de lipídio, na camada dupla, consegue mover-se lateralmente

conferindo à membrana fluidez, flexibilidade, elevada resistência elétrica e

impermeabilidade relativa às moléculas extremamente polares. Complexos de

proteínas intrínsecas da membrana e lipídios conseguem formar canais hidrofóbicos

e hidrofílicos que permitem o transporte de moléculas com características diferentes

(SINGER & NICHOLSON, 1972; RIDOUT et al., 1988).

Os fármacos atravessam as membranas através de processos passivos,

em que não envolve o consumo de energia do sistema, sendo utilizada apenas a

energia cinética das moléculas, e a movimentação dá-se a favor do gradiente de

concentração. E também por processos ativos, o qual envolve transporte de

moléculas utilizando-se energia do sistema; no caso da célula viva, a energia

utilizada é na forma de Adenosina tri-fosfato (ATP); a movimentação das substâncias

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dá-se contra um gradiente de concentração (BRODIE, 1964; GUYTON & HALL,

2006; KATZUNG, 2006).

Nos processos passivos, a molécula do fármaco costuma atravessar por

difusão passiva através de um gradiente de concentração graças à sua solubilidade

na camada lipídica. Esta transferência é diretamente proporcional à magnitude dos

gradientes de concentração através da membrana e a lipossolubilidade do fármaco.

Quanto mais lipossolúvel, maior é a concentração do fármaco na membrana e mais

rápida é a sua difusão. Após ter atingido um estado de equilíbrio dinâmico, a

concentração de fármaco livre é igual de ambos os lados da membrana (BRODIE,

1964; PRESCOTT, 1981;).

No caso de compostos iônicos, as concentrações no estado de equilíbrio

dinâmico dependerão de diferenças de pH através da membrana, que influenciam a

ionização da molécula de cada lado da membrana e o gradiente eletroquímico do

íon. A maioria das membranas biológicas é relativamente permeável à água, seja

por difusão ou pelo fluxo que resulta de diferenças hidrostáticas ou osmóticas

através da membrana, podendo este fluxo, carrear consigo pequenas substâncias

hidrossolúveis. De modo geral, essas substâncias não atravessam as membranas

celulares quando suas massas moleculares são superiores a 100 ou 200 Da

(BRODIE, 1964; PRESCOTT, 1981; BUXTON, 2006; KATZUNG, 2006).

1.4.1 Absorção de Fármacos

A absorção descreve a velocidade com a qual o fármaco deixa seu local

de administração e a magnitude com que isso ocorre. Muitas variáveis, além dos

fatores físico-químicos que afetam o transporte através das membranas, influenciam

a absorção dos fármacos (BUXTON, 2006; KATZUNG, 2006; RANG & DALE, 2007).

As substâncias administradas em solução aquosa são absorvidas mais

rapidamente que aquelas administradas em soluções oleosas, suspensões ou forma

sólida; porque se misturam mais facilmente com a fase aquosa no local de absorção.

No caso de substâncias administradas na forma sólida, a velocidade de dissolução

será o fator limitante da sua absorção (PRESCOTT, 1981, BUXTON, 2006).

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A concentração de um fármaco influencia a velocidade de sua absorção.

Os agentes ingeridos em soluções de concentração elevada são absorvidos mais

rapidamente do que aqueles em solução de baixa concentração. A circulação para o

local da absorção também afeta a absorção do fármaco, pois o maior fluxo

sanguíneo aumenta a velocidade de absorção do fármaco, enquanto a redução do

fluxo sanguíneo, diminui a absorção (BRODIE, 1964; PRESCOTT, 1981).

A área de superfície de absorção à qual um fármaco é exposto é um dos

determinantes mais importantes da velocidade de absorção. As substâncias são

absorvidas muito rapidamente a partir de grandes superfícies, como a mucosa

intestinal. Como a maior parte da absorção do trato gastrointestinal ocorre através

de processos passivos, a absorção é favorecida quando o fármaco se encontra na

forma não ionizada, que é mais lipofílica (BRODIE, 1964; RANG & DALE, 2007).

1.4.2 Distribuição de Fármacos

Após ser absorvido ou injetado na corrente sanguínea, o fármaco distribui-

se para os líquidos intersticial e celular, podendo ser diferenciada uma fase inicial de

distribuição que reflete o débito cardíaco e o fluxo sanguíneo regional. O coração, o

fígado, os rins, o cérebro e outros órgãos bem perfundidos recebem maior parte dos

fármacos durante os primeiro minutos após sua absorção. O aporte do fármaco à

musculatura, à maioria das vísceras, à pele e ao tecido adiposo é mais lento, e estes

tecidos exigem de minutos a algumas horas para atingir o estado de equilíbrio

(BENET, 1978).

Uma segunda fase de distribuição do fármaco pode então ser percebida e

está também limitada pelo fluxo sanguíneo; envolvendo uma fração muito maior da

massa corporal do que a primeira. Os fármacos, que não são lipossolúveis e

penetram mal nas membranas têm sua distribuição limitada e, portanto, seus locais

de ação potenciais também limitados. Além disso, a distribuição pode ser limitada

por uma ligação dos fármacos às proteínas plasmáticas, sobretudo à albumina (no

caso dos fármacos ácidos) e à glicoproteina ácida (no caso de substâncias básicas).

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Um agente que apresenta ligação extensa e forte com as proteínas

plasmáticas tem acesso limitado aos locais de ação celulares e é metabolizado e

eliminado lentamente. Os fármacos podem acumular-se nos tecidos em

concentrações maiores do que o esperado nos equilíbrios de difusão, como

resultado do gradiente de pH, ligação com componentes intracelulares ou

distribuição em lipídios (ROBERTS et al., 1988; RANG & DALE, 2007).

Os fármacos que se acumulam em determinado tecido podem servir como

reservatório que prolonga suas ações no mesmo tecido ou num local distante

atingido através da circulação (NEBERT & GOZALEZ, 1987).

Uma terceira fase de distribuição destes fármacos origina-se da lenta

captação do fármaco pelo tecido adiposo (limitada pelo fluxo sanguíneo). Esses

pontos podem tornar-se reservatórios para a manutenção da concentração

plasmática (BENET, 1978; BUXTON, 2006; KATZUNG, 2006; RANG & DALE, 2007).

1.4.3 Biotransformação de Fármacos

A biotransformação enzimática de fármacos em metabólitos mais polares

e menos lipossolúveis aumenta sua excreção e reduz seu volume de distribuição. A

biotransformação alivia a carga de substâncias químicas estranhas e é essencial à

sobrevida do organismo (GOLDSTEIN et al., 1974).

Os sistemas enzimáticos responsáveis pela biotransformação de muitos

fármacos estão localizados no retículo endoplasmático liso dos hepatócitos no

fígado (fração microssômica), mas essas enzimas também são encontradas em

outros órgãos como rins, pulmões e epitélio gastrointestinal. Os fármacos absorvidos

pelo intestino estão, portanto, sujeitos ao efeito de primeira passagem. Isto

representa a ação combinada de enzimas epiteliais gastrointestinais e hepáticas,

que algumas vezes podem impedir que concentrações efetivas do fármaco ativo

atinjam a circulação sistêmica após a administração oral (NEBERT & GOZALEZ,

1987; RANG & DALE, 2007).

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As reações químicas da biotransformação enzimática são classificadas

como reações em fase I ou II. As reações de fase I convertem o fármaco original em

um metabólito mais polar através de oxidação, redução ou hidrólise. O metabólito

resultante pode ser farmacologicamente inativo, menos ativo ou mais ativo que a

molécula original. Quando o próprio metabólito é a forma ativa, o composto original é

denominado de pró-fármaco. As reações de fase II, que também são denominadas

reações de conjugação ou de síntese, envolvem a ligação do fármaco ou de seu

metabólito polar a um substrato endógeno como glicuronato, sulfato, acetato ou um

aminoácido (PAGE et al., 2002; GONZALEZ & TUKEY, 2006).

Os estudos de biotransformação em animais de laboratório mostram que

um grande número de fatores genéticos, ambientais e fisiológicos afeta a

metabolização de um fármaco. No homem, os fatores mais importantes são

polimorfismos geneticamente determinados nas oxidações e conjugações dos

fármacos, influências ambientais, incluindo uso concomitante de outras substâncias

que induzam ou inibam enzimas metabolizadoras de fármacos, e a existência de

doenças hepáticas, quase sempre associadas à grave desnutrição (BRIDGES,

1987).

1.4.4 Eliminação de Fármacos

Os fármacos são eliminados do organismo tanto na forma inalterada como

na forma de metabólitos. Os órgãos excretores, com a exclusão dos pulmões,

eliminam os compostos polares de forma mais eficientes que as substâncias com

lipossolubilidade elevada. Os fármacos lipossolúveis, portanto, não são eliminados

até serem metabolizados em compostos mais polares. O rim é o órgão mais

importante de eliminação de fármacos e metabólitos (GONZALEZ & TUKEY, 2006;

GUYTON & HALL, 2006).

As substâncias eliminadas nas fezes são aquelas administradas por via

oral e que não são absorvidas, ou metabólitos excretados na bile que não são

reabsorvidos pelo trato gastrointestinal. A excreção pulmonar é importante para a

eliminação de vapores e gases anestésicos e, às vezes, pequenas concentrações

de outros fármacos ou metabólitos são eliminados por esta via (GUYTON & HALL,

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2006). A eliminação de fármacos e metabólitos na urina envolve três processos:

filtração glomerular, secreção ativa e reabsorção tubular passiva (ATKINSON, 1988;

GUYTON & HALL, 2006).

A concentração do fármaco que penetra na luz tubular por filtração

depende da sua ligação protéica plasmática fracional e da velocidade de filtração

glomerular. No túbulo proximal, determinados ânions e cátions orgânicos são

adicionados ao filtrado glomerular através de secreção tubular ativa mediada por

carreadores (ATKINSON et al., 2001; GUYTON & HALL, 2006).

Os sistemas carreadores são relativamente não seletivos e íons orgânicos

de carga elétrica semelhante competem pelo transporte. Os sistemas de transporte

também podem ser bidirecionais e pelo menos alguns fármacos são secretados e

ativamente reabsorvidos. Todavia, o transporte da maioria dos íons exógenos é

predominante secretório e nos túbulos proximais e distais as formas não ionizadas

de ácidos e bases fracos sofrem reabsorção passiva final (GONZALEZ & TUKEY,

2006).

O gradiente de concentração da retrodifusão é criado pela reabsorção da

água com Na+ e outros íons inorgânicos. Como as células tubulares são menos

permeáveis às formas ionizadas que ao eletrólito fraco, a reabsorção passiva dessas

substâncias é pH dependente. Quando a urina tubular se torna mais alcalina, os

ácidos são eliminados mais rapidamente, basicamente porque estão mais ionizados

e diminuem a reabsorção passiva. Quando a urina tubular é acidificada, diminui a

excreção de ácidos fracos. A alcalinização e a acidificação da urina têm efeitos

opostos sobre a excreção das bases fracas (GONZALEZ & TUKEY, 2006;

KATZUNG, 2006).

Muitos metabólitos formados no fígado são eliminados na bile para o trato

intestinal. Esses metabólitos podem ser excretados nas fezes, reabsorvidos para o

sangue e por fim eliminados na urina. A excreção de fármacos pelo suor, saliva,

pelas lágrimas e leite materno não é importante do ponto de vista quantitativo

(ATKINSON et al., 1988).

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1.4.5 Depuração

O conceito de depuração (Clearence – CL) é extremamente valioso na

farmacocinética clínica, porque a eliminação de determinado fármaco costuma ser

constante na amplitude de concentrações encontradas clinicamente. Em níveis

simples, a depuração de um fármaco é a taxa de eliminação por todas as vias

normalizadas de acordo com a concentração do fármaco (C) em algum líquido

biológico (KLOTZ et al., 1975):

CL = Taxa de eliminação / C

É importante observar que a depuração não indica quanto do fármaco

está sendo eliminado, mas sim o volume de líquido biológico, como o sangue e o

plasma, que precisa estar completamente livre do agente para contribuir para sua

eliminação. A depuração é expressa como volume por unidade de tempo e,

geralmente, costuma ser definida como depuração sanguínea (CLb), depuração

plasmática (CLp) ou depuração baseada na concentração de fármaco livre (CLu),

dependendo da concentração medida (BENET, 1984; ATKINSON et al., 2001)

A depuração através de vários órgãos de eliminação é aditiva. A

eliminação do fármaco pode ser decorrente dos processos que ocorrem nos rins, no

fígado e em outros órgãos. A divisão da taxa de eliminação por cada órgão por uma

concentração do fármaco (concentração plasmática) fornecerá a depuração

respectiva deste órgão. Em resumo, tais depurações somadas serão iguais à

depuração sistêmica total (SHORGET & ANDREW, 1941; BUXTON, 2006)

CLrenal + CLhepático + CLoutros = CLsistêmico

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40

Para uma única dose de um fármaco com biodisponibilidade completa e

cinética de eliminação de primeira ordem, a depuração sistêmica total poderia ser

(KLOTZ et al., 1975):

CL = Dose/ASC

Onde ASC é a área total sob a curva que descreve a concentração do

fármaco na circulação sistêmica em função do tempo (de zero até o infinito) (KLOTZ

et al., 1975, BUXTON, 2006; KATZUNG, 2006; RANG & DALE, 2007).

1.4.6 Volume de distribuição

O volume de distribuição (V) é um segundo parâmetro fundamental na

discussão dos processos de distribuição farmacológica. Relaciona a concentração

de fármaco no organismo com a concentração de fármaco (C) no sangue e no

plasma, dependendo do líquido medido. Este volume não se refere necessariamente

a um volume fisiológico identificável, mas apenas ao volume de líquido que seria

necessário para conter todo o fármaco no organismo, na mesma concentração em

que se encontra no sangue ou no plasma (BENET & GALEAZZI, 1979; BUXTON,

2006):

V = Quantidade de fármaco no organismo / C

O volume de plasma de um homem normal de 70 kg é de 3 litros, o

volume sanguíneo é de aproximadamente 5,5 litros, o volume de líquido extracelular

fora do plasma é de 12 litros e o volume de água corporal total é de

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41

aproximadamente 42 litros. Entretanto, muitos fármacos exibem volumes de

distribuição muito superiores a estes valores. No caso de substâncias que

apresentam ligação substancial com as proteínas plasmáticas, mas que não se

ligam aos componentes teciduais, o volume de distribuição se aproximará do volume

plasmático. Em contrapartida, determinados fármacos apresentam volume de

distribuição elevado, embora a maior parte do fármaco na circulação esteja ligada à

albumina, porque tais fármacos também são seqüestrados em outros pontos do

organismo (SHORGET & ANDREW, 1941; BENET et al., 1984).

1.4.7 Meia-Vida (t1/2)

É o tempo que leva para a concentração plasmática ou a concentração da

substância no corpo reduzir em 50%. No caso mais simples, o modelo

monocompartimental, a meia-vida pode ser determinada rapidamente e usada para

tomar decisões sobre posologia do fármaco (BENET, 1984; BUXTON, 2006;

KATZUNG, 2006; RANG & DALE, 2007).

A meia-vida é um parâmetro que varia de acordo com a depuração e o

volume de distribuição. Uma correlação aproximada entre a meia-vida clinicamente

importante, a depuração e o volume de distribuição é dada por (KATZUNG, 2006):

t1/2= 0,693 x V/CL

A depuração é a capacidade do organismo em eliminar uma substância.

Entretanto, os órgãos de eliminação só podem retirar o fármaco do sangue ou do

plasma com o qual estão em contato direto (SHORGET & ANDREW, 1941;

ATKINSON et al., 2001). Embora possa ser um indicador satisfatório de eliminação

do fármaco, a meia-vida é um bom indicador do tempo necessário para atingir um

estado de equilíbrio dinâmico (KLOTZ et al., 1975, BUXTON, 2006; KATZUNG,

2006).

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42

2. CETOROLACO DE TROMETAMINA

O cetorolaco de trometamina é um ácido pirolizado estruturalmente

derivado da indometacina. É um antiinflamatório não esteroidal (AINE) que possui

forte atividade analgésica e moderada atividade antiinflamatória que parece ter

vários mecanismos de ação, incluindo a inibição da síntese de prostaglandinas,

efeito regulatório de receptores opióides e da óxido nítrico sintase. Devido a sua

forte potência analgésica é utilizado por curtos períodos, geralmente limitado de 5 a

7 dias, no tratamento da dor aguda moderada ou grave (YEE et al., 1986; WELCH,

1993; GRANADOS-SOTO et al., 1995; GILLIS et al., 1997; FIEDLER et al., 1997)

2.1 Química

O cetorolaco de trometamina (ou cetorolaco de trometamol) é uma

mistura racêmica ([-]S e [+]R) cujo nome químico é: (±) ácido-5-benzoil-2,3-dihidro-

1H-pirrolizina-1-ácido carboxílico misturado ao 2-amino-2-(hidroximetil)-1,3-

propanediol (Figura 1).

A fórmula molecular é C15H13NO3•C4H11NO3, podendo existir em três

formas de cristal, todas igualmente solúveis em água. Tem um pKa de 3,5 e um

coeficiente de partição n-octanol/água de 0,26.

Figura 1– Fórmula química estrutural do Cetorolaco

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2.2 Farmacologia

O Cetorolaco de Trometamina é um dos fármacos antiinflamatórios não

esteroidais (AINEs) com atividade analgésica mais potente. Foi o primeiro fármaco

dessa classe a ser aprovado pela FDA para ser administrado por injeção

intramuscular ou intravenoso, pois o sal trometamina aumenta a solubilidade do

fármaco em água (GILLIS & BROGDEN, 1997; CHESANOW & FLEMING, 2005;

KUMPULAINEN et al., 2008). Devido a seu melhor perfil de efeitos adversos em

comparação aos opióides, o cetorolaco é frequentemente considerado para uso em

crianças após a cirurgia cardiotorácica, mas atualmente é contraindicado para uso

em crianças menores de dois anos de idade (SCHAUMBURG, 2006).

Em estudos com animais, parece ter atividade analgésica mais

pronunciada do que a maioria dos AINEs. No ensaio de contorções em ratos, o

Cetorolaco foi 350 vezes mais potente como analgésico do que a aspirina, na

mesma dose, 50 vezes mais potente que o naproxeno e 6 vezes mais potente que a

indometacina (ROOKS et al., 1982). Uma dose única de Cetorolaco prover analgesia

comparável a proporcionada pela morfina, e este alívio, já estabelecido, se mostrou

mais duradouro com o Cetorolaco (KUMPULAINEN et al.,2008).

Na supressão do edema de pata induzido por carragenina em ratos, o

Cetorolaco é cinco vezes mais potente que o naproxeno e duas vezes mais potente

que a indometacina, na mesma dosagem (MROSZCZAK et al., 1987; BROCKS &

JAMALI, 1992; GILLIS & BROGDEN, 1997; SALARIS et al., 2010).

Em estudo realizado por Myers e Trotman (1994), o Cetorolaco

administrado por infusão contínua reduziu em 80% os sintomas de pacientes que

sofriam de dor do câncer, alguns deles com dor neuropática. Em ensaio clínico, na

forma de colírio, o Cetorolaco promoveu analgesia e retorno mais rápido da função

intestinal, além de diminuir o período de internação hospitalar de pacientes que

realizaram após nefrectomia por laparoscopia (BREDA et al., 2007).

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Analgésicos não opióides são, por vezes, preferidos em ambulatórios

cirúrgicos por acelerar o tempo de recuperação e reduzir os eventos adversos

causados por opióides. Cetorolaco tem sido associado à redução da incidência de

náuseas e enjôos quando comparado a outros analgésicos após cirurgia para

impactação do terceiro molar (BROWN et al., 1990; FRICKE et al., 1992; ABBAS;

KAMAL; AFSHAN, 2004). No tratamento de pacientes com câncer em estágio

avançado, foi administrado morfina em um grupo, e em outro, morfina e Cetorolaco.

Além de exibir melhor controle da dor, o grupo que recebeu Cetorolaco também teve

diminuição de constipação em relação ao outro grupo que recebeu somente morfina

(JOISHY & WALSH, 1995).

A atividade analgésica do Cetorolaco de Trometamina está associada

com a forma enantiômera S(-). A farmacocinética estereosseletiva do Cetorolaco é

bem estabelecida em seres humanos, e em vários estudos tem-se demonstrado que

o isômero-S predomina no plasma após a administração do racemato e os

enantiômeros tem uma acentuada diferença em relação a sua farmacocinética

(HAYBALL et al., 2004; MROSZCZAK et al., 1987, 1996). Em ensaios de inflamação

induzida por carragenina em ratos, a relação de efeito antiinflamatório e analgésico

exibido pelos isômeros S e R foi 57 e 230, respectivamente, sugerindo que o

isômero S é biologicamente mais ativo que o isômero R (BROCKS & JAMALI, 1992)

Assim como outros AINEs, o Cetorolaco também possui atividade

antipirética. Seus efeitos primários ocorrem através da inibição da enzima

cicloxigenase, a qual converte ácido araquidônico em endoperóxidos, precursores

das prostaglandinas, prostaciclina e tromboxanos. Inibe preferencialmente a

isoenzima ciclooxigenase 1, ao invés da ciclooxigenase 2. Não existem evidências

de que o Cetorolaco tenha ação como inibidor de lipooxigenases, mas é provável

que outros mecanismos além da inibição periférica do metabolismo do ácido

araquidônico contribuam para eficácia do Cetorolaco e de outros AINEs (DAHL &

KEHLET, 1991; McCORMACK, 1994; BROWN et al., 1999; WATERBURY;

SILLIMAN; JOLAS, 2006).

Estudos com animais sugerem que o Cetorolaco não se liga a receptores

opióides μ, κ e δ, embora possa agir em associação com estes receptores (YEE &

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WATERBURY, 1987; MAYES et al., 1994; GRANADOS-SOTO et al., 1995). Existem

relatos de que o Cetorolaco e outros AINEs podem aumentar concentração de

opióides endógenos. O Cetorolaco possui fraca atividade no bloqueio de receptores

colinérgicos muscarínicos e é também um antagonista fraco de α-adrenoreceptores

(SACERDOTE et al., 1984; WELCH, 1993; MICHEL; HOLT; DOMER, 1996).

2.3 Farmacologia Clínica

O Cetorolaco é um AINE que exibe atividade analgésica, antiinflamatória

e antipirética, sendo um dos mais potentes antiinlamatórios em uso clínico em

humanos (DIEBSCHLAG; NOCKER; BULLINGHAM, 1990; READY et al., 1994;

GILLIS & BROGDEN, 1997). Reduz a inflamação e a febre, respectivamente através

da inibição da síntese de prostaglandinas e dilatação dos vasos sanguíneos. Os

efeitos analgésicos são relacionados à dose dentro do intervalo de doses

recomendado, mas alguns estudos tem sugerido um platô de resposta analgésica

abaixo dessa dosagem (O’HARA et al.,1987; GILLIES et al.,1987; CHESANOW &

FLEMING, 2005).

Um alívio efetivo da dor tem sido demonstrado quando a droga é utilizada

como um agente analgésico, sem associação com outros fármacos, e um efeito

poupador de morfina de 25 a 70% foi demonstrado, quando estes dois fármacos são

utilizados em combinação (McQUAY et al., 1986; O’HARA et al.,1987; BROWN et

al., 1990;; BURNS et al.,1991; GRASS et al., 1993; READY et al., 1994).

A administração intramuscular de Cetorolaco 30 mg parece ser similar à

eficácia de 12 mg de morfina e superior a 100 mg de meperidina. Quando

combinado com opiódes, ocorre considerável alívio da dor, diminuição dos efeitos

eméticos, menor depressão respiratória e facilitação no manejo de enfermagem. O

uso de AINEs no tratamento da dor pós-operatória tem sido amplamente revisado.

Estudos em animais demonstraram que, ao contrário da morfina, o Cetorolaco

preserva a competência imunológica no pós-operatório (PERTTUNEN et al., 1992;

GRASS et al., 1993; COLACCHIO; YEAGER; HILDEBRANDT, 1994; PARKER .et

al.,1994; PICHARD & LAPORTE, 2009).

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O Cetorolaco pode ser utilizado como analgésico tópico e, em estudos

controlados, a aplicação tópica de gel de Cetorolaco 2% após entorse de tornozelo

demonstrou alívio da dor, embora os níveis plasmáticos de Cetorolaco tenham se

mantido muito baixos, havendo também uma redução do inchaço, sugestivo de um

efeito antiinflamatório (DIEBSCHLAG, NOCKER & BULLINGHAM, 1990).

Assim como outros AINEs, o Cetorolaco inibe a agregação plaquetária

através da inibição da síntese de tromboxanos A2, mais ainda, o Cetorolaco tem a

capacidade de inibir a agregação plaquetária induzida por ácido araquidônico e

colágeno (GREER et al.,1988; SPOEART et al.,1988;). O tempo médio de

sangramento é prolongado pelo Cetorolaco em um nível similar aos outros AINEs.

Em voluntários saudáveis, a administração de 30mg de Cetorolaco por via

intramuscular durante cinco dias prolongou o tempo médio de coagulação de 4,9

para 7,8 minutos. Nesse estudo, a contagem de plaquetas reduziu de 303 para 227

x 103 μL, mas não houve modificações no tempo de protrombina e no tempo parcial

de tromboplastina (BRUNO; YANG; TAYLOR, 1981; ROE; BRUNO; ELLIS,1981;

CONRAD et al., 1988).

A incidência total de sangramento clinicamente significativo a partir de

dados obtidos de diversos estudos clínicos foi de 0,4% em comparação com 0,2%

nos controles, e houve relatos de maior perda de sangue quando cetorolaco foi

usado antes ou após amigdalectomia (GUNTER; VARAGHESE; HARRINGTON,

1995; RUSY et al., 1995). Inversamente, a adição da infusão de cetorolaco a um

regime de analgesia com morfina, controlado pelo paciente, em pós-operatório

mostrou redução nas alterações do segmento ST no Holter, e especulou-se que

drogas como cetorolaco podem reduzir tromboembolismo pós-operatório (GREER,

1990; BEATTIE et al., 1997).

Em ensaios pré-clínicos, observou-se que o Cetorolaco parece causar

menos dano à mucosa gástrica do que outros AINEs. Porém, em um ensaio clínico

controlado, o Cetorolaco produziu ulceração gástrica em quatro de cinco sujeitos da

pesquisa, administrada uma dose supraterapêutica de 90 mg quatro vezes ao dia,

por via intramuscular. Contudo, 30 mg de Cetorolaco quatro vezes ao dia, causou

menos dano à mucosa gástrica que 650 mg de aspirina quatro vezes ao dia.

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Problemas clínicos pareceram raros com sua utilização a curto prazo (2-5 dias), nas

doses recomendadas. O Cetorolaco possui mínimo ou nenhum efeito sobre a

pressão do trato biliar (LANZA; KARLIN; YEE, 1987; RUBIN; YEE; RUOFF, 1990;

KRIMMER et al., 1992).

Em circunstâncias normais, os AINEs não possuem efeitos sobre o fluxo

sanguíneo renal, mas em sujeitos cuja função renal é dependente da ação de

vasodilatação das prostaglandinas I2 e E2 (por exemplo, pacientes idosos, pacientes

com deficiência renal, cirrose hepática, insuficiência cardíaca congestiva,

hipovolemia, depleção de sais e água e também após grandes cirurgias), a inibição

da ciclooxigenase pode comprometer a função renal, isso pode ser resultado de uma

hipoperfusão medular seletiva (CLIVE & STOFF, 1984; PERTTUNEN et al., 1992;

AGMON & BREZIZ, 1993; SMITH et al.,1993). Outros efeitos mediados por

prostaglandinas, resultantes do manuseio alterado de água e eletrólitos incluem

edema, hipertensão, hiponatremia e hipercalemia (POWER; CUMMING; PUGH,

1992).

O Cetorolaco não altera os índices hemodinâmicos, tais como pressão

sanguínea, frequência cardíaca ou contratilidade do miocárdio, em pacientes

acordados ou anestesiados (CAMU et al., 1990). Também não exerce efeito

significante sobre a respiração ou na curva de resposta de CO2, e em um estudo

clínico controlado por placebo, 30 mg de Cetorolaco administrado por via

intramuscular não exerceu nenhum efeito sobre a atividade psicomotora, como

observado com o uso de 0,3 mg de buprenorfina (BRAVO et al.,1988).

Prostaglandinas estão envolvidas na regulação da atividade osteoblástica

e, por isso, existem preocupações acerca do impacto que os AINEs podem ter sobre

a regeneração óssea. Um efeito benéfico desta inibição é a redução da ossificação

heterotópica após reposição do quadril, vista em após cinco doses de Cetorolaco

(PRICHEDTT, 1995).

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2.4 Farmacocinética

Após administração oral, o Cetorolaco de Trometamina é rapidamente e

quase, se não completamente, absorvido. Apresentando biodisponibilidade entre 90

a 100%, o que sugere pouco ou nenhum metabolismo pré-sistêmico (JUNG;

MROSZCZAK; BYNUM,1988). No pH fisiológico, o sal trometamina se dissocia

completamente, formando Cetorolaco aniônico. Picos de concentração plasmática

de 0,8 mg/L e 2,7 mg/L ocorrendo 30-60 minutos após doses orais de 30 mg e 60

mg respectivamente (JUNG et al., 1989; JALLAD et al., 1990).

O tempo para atingir a concentração máxima (Tmax) ocorre um pouco

depois em idosos, em pacientes com deficiência renal ou hepática e após

alimentação. O pico de concentração plasmática aumenta linearmente com a dose

(MARTINEZ et al.,1987; PAGES et al., 1987; WALKER et al., 1988). Após dose

única intramuscular 10 mg, 30 mg e 60 mg, os picos de concentração em 30-60

minutos são 0,77 mg/L; 2, 2 a 3 mg/L e 4 a 4,5 mg/L, respectivamente. Porém, a

analgesia máxima ocorre 1 a 2 horas após administração intramuscular (O’HARA et

al.,1987; YEE & WATERBURY, 1987; JUNG et al., 1989; STANSKI et al.,1990;

GILLIS & BROGDEN, 1997).

A meia-vida do Cetorolaco é de 5,4h, variando de 4,5 a 5,6h.

Concentrações plasmáticas estáveis de 0,6 a 0,8 mg/L e 1,3 a 1,5 mg/L consistentes

com a meia vida, são alcançadas dentro de 24 horas de administração de

Cetorolaco 15 mg ou 30 mg, respectivamente, a cada 6 horas (MARTINEZ et

al.,1987; JUNG et al., 1989; STROM et al.,1996).

A Tabela 1 descreve os valores dos parâmetros farmacocinéticos (Cmax,

Tmax e Volume de Distribuição) de doses de 10 mg por via oral, 15 a 60 mg por via

intramuscular e 15 e 30 mg por via intravenosa de Cetorolaco, bem como a

biodisponibilidade de todas as formulações. Observa-se semelhança entre o perfil

farmacocinético em todas as formulações de cetorolaco, não havendo diferença

significante.

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TABELA 1 – Valores Aproximados das Médias dos Parâmetros Farmacocinéticos

(Média ± DP) após Doses Oral, Intramuscular e Endovenosa de Cetorolaco de

Trometamina.

ORAL* # INTRAMUSCULAR # INTRAVENOSO # (BOLUS)

PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS

10 mg 15 mg 30 mg 60 mg 15 mg 30 mg

Tmax (min) 44 ± 34 33 ±21 44 ± 29 33 ±21 1,1 ± 0,7 2,9 ± 1,8

Cmax (μg/mL) # 0,87 ± 0,22 1,14 ± 0,32 2,42 ± 0,68 4,55 ± 1,27 2,47 ± 0,51 4,65 ± 0,96

V (L/kg) 0,175 ± 0,039 0,210 ± 0,044

BIODISPONIBILIDADE 100 %

% Dose metabolizada = <50;

% Dose excretada nas fezes = 6

% Dose excretada na urina = 91;

% Ligado as proteínas plasmáticas > 99;

# Dose única; Tmax = Tempo para atingir a concentração máxima; Cmax = Concentração máxima

Mais de 99% do Cetorolaco liga-se a proteínas plasmáticas,

especialmente a albumina. A distribuição é rápida, mas o composto permanece

amplamente no compartimento vascular, com volume de distribuição de apenas

0,175 a 0,210 mg/L. Este fato é aumentado em crianças de 4-8 anos de idade,

porém como o clearance também é aumentado, não há alteração na meia-vida. O

Cetorolaco atravessa pobremente a barreira hematoencefálica, obtendo-se

concentrações de apenas 0,2% no líquido cefalorraquidiano em relação ao

encontrado no plasma. Também não foi observado acúmulo desse fármaco nos

tecidos (JUNG; MROSZCZAK; BYNUM, 1988; MROSZCZAK et al., 1987; JALLAD et

al., 1990; BROCKS & JAMALI, 1992; GILLIS & BROGDEN, 1997).

O Cetorolaco atravessa a placenta e penetra na circulação fetal, atingindo

concentrações de 11,6% (intervalo 4-25%) dos níveis maternos correspondentes,

além de exibir um efeito antiagregatório nas plaquetas de neonatais. Há pouca

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excreção de Cetorolaco no leite materno, com concentrações não excedendo 7,9

µg.L-1 em um regime de 10 mg a cada 6 horas (WISCHNIK et al.,1989; HAYBALL et

al.,1994).

Aproximadamente 40% da dose do Cetorolaco é metabolizada, em maior

extensão no fígado e a principal rota de excreção é através da urina, sendo mais de

90% na forma de droga inalterada, e um pequeno percentual da droga, cerca de

10%, é excretado nas fezes. A depuração plasmática total em voluntários jovens

saudáveis foi 3,5-5,5 x 10-4 L.min-1.kg-1 , contudo em pacientes com doença renal, e

em idosos, a depuração é reduzida (MARTINEZ et al., 1987; MROSZCZAK et al.,

1987; JALLAD et al., 1990).

Absorção oral >95%

Metabolismo pré-sistêmico <10%

Meia-vida plasmática 5 h – 6 h

Volume de distribuição 0,11-0,33 L.kg-1

Ligação às proteínas plasmáticas 99,2%

Quadro 1 – Características Farmacocinéticas do cetorolaco.

2.5 Metabolismo

O metabolismo do Cetorolaco ainda não foi completamente elucidado,

mas sabe-se que 91% de uma dose única é excretada na urina em 48 h (75% nas

primeiras 7 horas), 56-60% como fármaco não modificado, 20-26% como

glucuronida, 11-12% como p-hidroxicetorolaco e 6-7% na forma de metabólitos não

identificados. É provável que o fígado seja o principal responsável pelo metabolismo.

6% da dose é recuperada nas fezes em 3 dias. O p-hidroxicetorolaco pode possuir

até 20% da potência antiinflamatória do Cetorolaco, mas pouco deste circula no

plasma (ASC < 2% do Cetorolaco), já os outros metabólitos parecem ser inativos

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(MUCHOWSKI et al., 1985; JUNG; MROSZCZAK; BYNUM, 1988; JUNG et al.,

1989).

C N COOH

O

Outros

C N C

O

O

O

Glucuroníde

Cetorolaco O-glucuronídeo

C N C

O

O

OH

OH

p-hidroxi cetorolaco (11-12%)

Não alterado

(56-60%)

Cetorolaco

Figura 2 – Metabolismo do Cetorolaco

2.6 Toxicologia

Ensaios com o Cetorolaco não demonstraram mutagenicidade em

bactérias (Salmonella typhimurium, Saccharomyces cerevisiae e Escherichia coli),

nem quando testado para fragmentação de cromossomos no ensaio de

micronúcleos em camundongos. Estudos de reprodução em ratos que receberam

3,6 mg/kg por dia e 10 mg/kg por dia, respectivamente, não demonstraram

teratogenicidade ou fetogenicidade, embora gestação prolongada e distocia tenham

sido observados.

Não houve evidências de carcinogenicidade quando doses orais maiores

que 5 mg/kg por dia foram administradas em ratos por dois anos, nem em

camundongos, quando os animais receberam doses orais de até 2 mg/kg por dia,

por 18 meses. A DL50 aguda em camundongos foi de 200 mg/kg, equivalente a

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aproximadamente 100 vezes a dose máxima recomendada em humanos. Estudos

subcrônicos e crônicos em camundongos, ratos, coelhos e macacos demonstraram

evidências de necrose papilar renal, e erosão gastrintestinal e ulceração, típicas dos

AINEs.

2.7 Usos Terapêuticos

O Cetorolaco é indicado, principalmente, para o tratamento da dor

moderada e grave, além de inflamações oculares. Contudo, como exposto

anteriormente, o tratamento deve ser mantido por curtos períodos, geralmente de 5-

7 dias no caso de comprimidos ou dois dias para a dosagem diária contínua com as

formulações por via intravenosa ou intramuscular (MHRA, 2007). Cetorolaco tem

efeito benéfico já estabelecido no tratamento de dor aguda, cólica renal e na dor do

câncer, mas sua principal indicação é para dor pós-operatório (LARKIN, 1999).

O uso de Cetorolaco demonstrou ter melhor custo-benefício, pois os

pacientes têm menos dor pós-operatória, resultando em um menor tempo de

internação. Por conseguinte, este fármaco tem sido frequentemente utilizado em

pacientes com dor de leve a grave, após grandes procedimentos cirúrgicos nas

áreas de cirurgia abdominal em geral, cirurgia ortopédica, laparoscopia, odontologia

e cirurgia ginecológica (GILLIS & BROGDEN, 1997; FRICKE; HALLADAY; BYNUM,

1993; DE ANDRADE; MASLANKA; REINES, 1996).

2.8 Reações Adversas

Assim como a maioria dos AINEs, o Cetorolaco tem sido associado à

úlcera péptica, sangramento e perfuração grastrointeral (GRANADOS-SOTO et al.,

1995). Estudos epidemiológicos indicaram que sangramento gastrintestinal pós

operatório é mais comum em pacientes em uso de Cetorolaco por mais de 5 dias,

comparado àqueles recebendo esse mesmo fármaco por um menor período

(CSM/MCA, 1993; STROM et al., 1996; BUCHMAN & SCHWARTZ, 1996).

A dose diária recomendada da injeção Cetorolaco é de 120 mg em doses

divididas. A administração freqüente deste fármaco pode reduzir a adesão do

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53

paciente, além disso, a maioria das reações adversas ao Cetorolaco está

relacionada à dose, e é estritamente aconselhado não exceder este limite (SAM;

GAYATHRI; SANDHYA, 2007). Reações de hipersensibilidade tais como anafilaxia,

broncoespasmos, edema laríngeo, inchaço facial e hipotensão podem ocorrer,

havendo relato de um caso fatal com um paciente asmático (GOETZ; STERCHELE;

HARCHELROAD, 1992, CAMPOBASSO, PROCACCI; CALIGARA, 2008).

Superdosagem aguda não foi reportada com o Cetorolaco, provavelmente

devido ao seu uso principalmente por via parenteral. Sintomas e controle são

similares aos outros AINEs. Os sintomas geralmente incluem tontura, dor

epigástrica, náusea, vômitos, dores de cabeça e turvamento da visão, mas alguns

pacientes podem apresentar convulsões, coma, sangramento gastrintestinal,

hipotensão e falência renal. O tratamento envolve lavagem gástrica ou indução de

vômito, se a ingestão houver ocorrido há menos de uma hora, devendo ser

administrado carvão ativado e a utilização profilática de um bloqueador H2

(SMOLINSKE et al., 1990; GILLIS et al., 1997; REINHART, 2000).

Insuficiência renal tem sido documentada com a utilização de Cetorolaco

em longo prazo. Anemia hemolítica autoimune e convulsões foram reportadas em

pacientes em uso de Cetorolaco, embora a relação causa e efeito não tenha sido

estabelecida com certeza. Dados obtidos mostram que o risco de hemorragia pós-

operatória é ligeiramente maior nos pacientes em cetorolaco comparado com

pacientes que receberam opióides (RUBIN; YEE; RUOFF, 1990; PERTTUNEN et

al.,1992; POWER; CUMMING; PUGH, 1992; ADRAC, 1993; LARSEN & BECHER,

1993; QUAN & KAYSER, 1994).

Os efeitos adversos mais comumente relatados são os sintomas

gastrintestinais com dispepsia, dor gastrintestinal, náusea e vômitos, ocorrendo em 3

a 9% dos pacientes. Tais sintomas provavelmente resultam em descontinuação do

uso do fármaco, pois podem se agravar (REINHART, 2000). O uso do Cetorolaco

somado a terapêutica padrão de opióides é interessante, devido a seu poder de

poupar os pacientes dos potencialmente devastadores efeitos adversos associados

à administração de opióides em excesso, como depressão respiratória e morte

(LITVAK & McEVOY, 1990).

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54

Dor moderada no local da injeção ocorre em 2-6% dos pacientes que

receberam uma única dose intramuscular de cetorolaco, comparado a mais de 10%

em pacientes tratados com opióides, mas sendo mais comum que em placebo. Leve

inchaço transitório e equimose local podem ocorrer, além de sonolência, diarréia,

tonturas, dores de cabeça, boca seca, sangramento retal, asma, insônia, parestesia

e uma variedade de outros sintomas podem ocorrer (MAC DONALD et al., 1989;

BROWN et al., 1990; STANSKI et al., 1990).

2.9 Formas Farmacêuticas

As preparações de Cetorolaco mais comumente encontradas são

disponíveis para administração oral, parenteral (intramuscular e intravenosa) e

ocular.

a) Via oral

Cetorolaco é absorvido com rapidez após a administração oral, com um

pico de concentração plasmática entre 1 e 2 horas. A meia-vida de eliminação em

jovens varia entre 4 e 6 horas e, em idosos, entre 5 e 8,5 horas. Em geral, quando

administrado a cada 6 horas, o platô de concentração plasmática é alcançado em 24

horas, razão pela qual uma dose de carga (o dobro da de manutenção) pode ser

requerida para encurtar o período em que um importante efeito analgésico é

alcançado (P.R. VADE – MÉCUM, 2005). As doses típicas dessa via variam entre 5

e 30 mg. Doses de 20 mg para adultos com menos de 65 anos e 10 mg para

maiores são mais comumente prescritas, porém o tratamento por esta via de

administração não deve ser maior que 7 dias devido ao aumento dos riscos de

eventos adversos (MHRA, 2007).

b) Vias Parenterais

O Cetorolaco de Trometamina também é indicado para administração

intramuscular (30 a 90 mg) em dose única ou múltipla e para injeção intravenosa (15

e 30 mg) em bolus ou infusão, no tratamento a curto prazo, da dor aguda moderada

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a grave, principalmente da dor pós-operatória, não devendo ser usado para se obter

analgesia obstétrica (USP DI, 1991; PDR GENERICS,1998; MHRA, 2007).

A duração máxima no tratamento de múltiplas doses, em adultos e

crianças, por essas vias não deve exceder 2 dias devido à possibilidade de aumento

de eventos adversos com o uso prolongado. A infusão intravenosa do Cetorolaco de

Trometamina em adultos não deve exceder 24 horas. As doses intravenosas em

bolus devem ser administradas em período mínimo de 15 segundos. A

administração intramuscular deve ser feita de forma lenta e profunda no músculo e a

dosagem deve ser ajustada de acordo com a gravidade da dor e da resposta do

paciente, devendo ser administrada a menor dose eficaz (USP DI, 1991; PDR

GENERICS,1998; MHRA, 2007).

O efeito analgésico para administração intramuscular ou intravenosa

começa em cerca de 30 minutos, com efeito máximo em 1 a 2 horas após sua

administração, e a duração da analgesia é geralmente de 4 a 6 horas. É

recomendado a pacientes com menos de 65 anos de idade uma dose de 10 a 60 mg

intramuscular de acordo com a intensidade da dor ou uma dose de 10 a 30 mg

intravenosa. Já em pacientes com 65 anos ou mais, ou em pacientes com

insuficiência renal uma dose de 10 a 30 mg intramuscular ou 10 a 15 mg intravenosa

é o mais indicado (USP DI, 1991; PDR GENERICS,1998).

c) Via ocular

É encontrado como uma solução aquosa isotônica estéril de Cetorolaco

de Trometamina a 0,5% ou de longa duração a 0,4%. A administração ocular do

Cetorolaco de Trometamina reduz os níveis de prostaglandinas E2 no humor aquoso,

sendo encontrada uma concentração média de 80 pg/mL no humor aquoso de olhos

que receberam veículo e 28 pg/mL nos olhos que receberam solução oftálmica a

0,5% de Cetorolaco. A média da concentração de Cetorolaco no humor aquoso de

95 ng/mL, variando de 40 a 170 ng/mL. Resultados de ensaios clínicos indicaram

que esta formulação não produz efeitos significantes sobre a pressão ocular (PDR

GENERICS,1998; PR VADE – MÉCUM, 1998).

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É aprovado pela FDA para uso no alívio do prurido (coceira) ocular devido

à conjuntivite alérgica sazonal e para a redução da inflamação, dor e fotofobia

(intolerância à luz) em cirurgias oculares. A recomendação posológica da solução

oftálmica de Cetorolaco de Trometamina a 0,5% é de uma gota (0,25 mg) quatro

vezes ao dia para o tratamento das situações acima mencionadas. O uso

sistemático não causa constrição pupilar, contudo não foram estabelecidos seus

efeitos quando utilizado por mais de uma semana. Quando administrado 10 mg da

solução oftálmica de Cetorolaco de Trometamina a cada 6 horas, os níveis do pico

plasmático no steady state são em torno de 960 ng/mL (PDR GENERICS,1998).

Há potência sensibilidade cruzada com o ácido acetilsalicílico, derivados

do fenilacético e outros AINEs. Contudo a segurança dessa solução tem sido

demonstrada quando administrada com outros medicamentos oftálmicos como

antibióticos, inibidores da anidrase carbônica e β-bloqueadores (PDR

GENERICS,1998; PR VADEMÉCUM, 1998).

d) Vias Intranasal, Intratecal e Sublingual

A via de administração nasal é uma alternativa às injeções parenterais

que oferece rápida absorção através da mucosa nasal e relativa facilidade de

administração. Várias formulações de Cetorolaco foram submetidas a testes pré-

clínicos para determinar sua viabilidade para administração de um spray intranasal

que poderia constituir uma rota vantajosa para o tratamento de dor moderada a

grave para aqueles pacientes no pós-operatório que são incapazes de tomar

analgésicos orais ou precisam de analgesia mais potente que o previsto pelos

produtos orais, evitando o desconforto das injeções (SANTUS et al., 1993; SANKAR

& MISHRA, 2003).

Estudos pré-clínicos e clínicos realizados para avaliar a irritação local,

utilizando soluções intranasais Cetorolaco indicaram a viabilidade desta via de

administração. A avaliação farmacocinética do Cetorolaco intranasal em um estudo

de fase 1 indicou que o composto foi rapidamente absorvido, com uma meia-vida de

5 a 6 horas e biodisponibilidade de aproximadamente 70% em relação a

administração intramuscular (McALEER et al., 2007). O tempo de concentração

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plasmática máxima para a formulação intranasal (0,75 h) foi o mesmo da formulação

intramuscular, mas menor (0,90 h) que a relatada para a administração oral (JUNG;

MROSZCZAK; BYNUM, 1988).

O uso de cetorolaco pela via intratecal carece de estudos clínicos, porém

dados em animais mostram que os AINEs administrados por via intratecal são 100

vezes mais potentes que AINEs sistêmicos na redução da dor pós-operatória e da

hiperalgesia inflamatória, ao suprimir a produção de prostglandinas, em especial as

prostaglandinas E2. Um estudo conduzido por Yaksh demonstrou que a injeção

intratecal de AINEs produziu analgesia após seu contato com a medula espinhal, e

isso levou Pellerin e seus colaboradores a injetar derivados de aspirina via epidural

em pacientes com dor do câncer, resultando em prolongada analgesia (YAKSH,

1982; PELLERIN; HARDY; ABERGEL, 1987).

Em estudo recente demonstrou-se que o Cetorolaco quando administrado

por via sublingual exibiu semelhança dos valores de Cmax, Tmax, ASC, assim como a

meia-vida, à via parenteral e a oral, não havendo diferença significativa em nenhum

dos achados. A formulação sublingual exibiu segurança e tolerabilidade, pois houve

apenas um evento adverso relatado, dentre 27 voluntários, relacionado à formulação

referência do ensaio em questão, enquanto não houve nenhum relato relativo à

formulação testada (PÉREZ-URIZAR et al., 2002; GALÁN-HERRERA et al., 2008).

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2.10 Justificativa

O desenvolvimento de novos agentes terapêuticos, mais eficazes e

seguros, contribui para o aumento da utilização dos medicamentos que se tornaram

uma importante ferramenta terapêutica nas mãos dos profissionais da saúde que

são os responsáveis por parte significativa da melhoria da qualidade e expectativa

de vida da população.

A confiabilidade dos medicamentos é assegurada através das definições

de rígidos critérios de qualidade adequados para a análise de concessão de registro

desses medicamentos, previstos na legislação. A garantia desses padrões de

qualidade constitui uma ferramenta para a segurança e a confiabilidade dos

medicamentos (SOARES, 2002).

Para garantir que a qualidade dos medicamentos no Brasil, a legislação

brasileira foi baseada nas regulamentações da Comunidade Européia, dos EUA

(FDA- Food and Drug Administration) e a do Canadá (Health Canada).

O desenvolvimento e validação de uma metodologia bioanalítica para

quantificação de fármacos em matrizes biológicas quer seja sangue total, plasma,

soro ou urina, é uma ferramenta de grande importância para o controle de qualidade

dos medicamentos. É um fator determinante na geração de dados reprodutíveis e

confiáveis para a execução de estudos farmacocinéticos.

No Brasil a formulação sublingual é encontrada como comprimido de 10

ou 20 mg apenas, administrados a cada 6 ou 8 horas. Em outros países, a exemplo

do México, são comercializados comprimidos em doses maiores, de 30 mg, que

permitem um maior conforto posológico (TORAGESIC, 2006; GALÁN-HERRERA et

al., 2008). Portanto é importante determinar a biodisponibilidade e avaliar a

segurança e tolerabilidade de uma formulação de 30 mg de Cetorolaco que poderá

ser utilizado nos quadros de dor moderada e intensa, especialmente nos casos onde

a via parenteral é indesejável ou inviável.

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OBJETIVOS

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3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Determinar e avaliar o perfil farmacocinético do cetorolaco de

trometamina administrado por via sublingual, em voluntários sadios do sexo

masculino.

3.2 Objetivos Específicos

• Avaliar a segurança do cetorolaco de trometamina administrado por

via sublingual, em voluntários sadios do sexo masculino.

• Validar o método bioanalítico para a determinação da concentração

plasmática do Cetorolaco.

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PROTOCOLO DE ESTUDO

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4. PROTOCOLO DE ESTUDO

4.1 Delineamento do Estudo

O estudo foi delineado, de forma a permitir que se obtivessem os

parâmetros farmacocinéticos relevantes para a análise estatística. No caso em

estudo, tais parâmetros foram obtidos a partir da determinação da concentração

plasmática do princípio ativo do medicamento Cetorolaco, baseado na aplicação

de um modelo não compartimental próprio para avaliação destas concentrações,

após a administração do medicamento por via sublingual.

Por conseguinte, a finalidade primária da Etapa Clínica foi a coleta de

amostras de sangue dos voluntários para medir (na Etapa Analítica) níveis

plasmáticos do fármaco após sua administração sublingual.

Logo, a pesquisa consistiu de um estudo aberto, não randomizado, 01

tratamento, 01 período com 14 voluntários sadios do sexo masculino. Depois da

seleção e observado um período de, pelo menos 2 semanas, sem fazer uso de

qualquer medicação, os voluntários qualificados para participar do estudo foram

internados por 1 período de aproximadamente 36 horas. Durante o internamento

os voluntários receberam a formulação de Cetorolaco comprimido de 30 mg. A

formulação foi administrada em dose única por via sublingual, seguida de coletas

de sangue, de 5 meias-vidas do fármaco em estudo.

4.2 Seleção dos voluntários

Os voluntários foram previamente submetidos ao exame físico, história

clínica, ECG, e exames laboratoriais complementares (pré-estudo). Participaram

do ensaio clínico homens de 18 a 50 anos de idade, com índice de massa

corpórea (IMC) de 18 a 30 kg/m2. Os voluntários foram incluídos no estudo

somente quando considerados saudáveis após avaliação de parâmetros

hematológico, hepático, renal, cardiorrespiratório através da história clínica,

exame físico e os exames laboratoriais que antecederam o estudo (MORAES et

al., 2004).

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Os exames laboratoriais realizados foram: a análise hematológica

(hemoglobina, hematócrito, contagem total e diferencial de leucócitos e contagem

de plaquetas e hemácias); análise bioquímica (creatinina, albumina, glicemia,

fosfatase alcalina, AST, ALT, colesterol total, triglicérides), e sumário de urina. A

análise sorológica para hepatite B, hepatite C, HIV foram realizados somente no

pré-estudo. No período pós-estudo foram realizados análises de parâmetros

hepáticos (AST e ALT) bem como análise hematológica.

Após o período de seleção e esclarecidas todas as dúvidas os

voluntários assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido autorizando

sua participação no estudo.

4.3 Avaliação Clínica

A avaliação clínica dos voluntários consistiu na obtenção da história

clínica e da realização de exame físico antes da admissão no estudo; para efeito

de caracterização de higidez do voluntário. Esta avaliação foi documentada no

Formulário de Relato de Caso (CRF), apresentando a revisão dos seguintes itens

(Quadro 2):

CATEGORIA EXAMES

História Médica

Alergias; Alergia a fármacos; olhos-ouvidos-nariz-garganta; sistemas: respiratório, cardiovascular, gastrintestinal, geniturinário, nervoso central, hematopoiético-linfático, endócrino-metabólico, dermatológico, músculo-esquelético; estabilidade emocional; abuso de álcool ou drogas; história cirúrgica e história familiar.

Exame Físico Aparência; Pele/Mucosas; segmento cefálico; segmento torácico; abdômen; gânglios linfáticos; condição neurológica; extremidades e músculo-esquelético.

Dados antropométric

os

Pressão arterial (medida 5 minutos após descanso, na posição sentada), pulso, altura, peso (roupas leves), índice de massa corpórea, temperatura em °C.

Quadro 2 - Itens da História Médica e Exame físico.

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A pressão arterial foi considerada como normal dentro dos seguintes

limites: 90-139 mmHg para a sistólica e 50-89 mmHg para a diastólica. O pulso

dentro de 50-100 b.p.m foi considerado normal. O eventual registro durante a

internação de valores pressóricos fora dos limites acima citados, não se constituiu

a priori desvio da normalidade, já que a oscilação de valores pressóricos ocorre

normalmente em indivíduos saudáveis durante o decorrer do dia. Durante a

internação, só foram consideradas anormais para efeitos de avaliação como

Evento Adverso, medidas sucessivas de pressão arterial fora da faixa em

questão.

O Índice de Massa Corpórea foi considerado normal quando maior ou

igual a 18 e menor ou igual a 30, tendo sido considerada uma tolerância de 12%

quanto ao limite superior (DIETARY GUIDELINES FOR AMERICANS, 2000).

Foi anotado pelo Médico, na ficha clínica de cada voluntário, qualquer

anormalidade de história clínica e exame físico considerada não clinicamente

significativo (“n.c.s.”), conforme julgado pelo próprio Pesquisador.

Os exames laboratoriais foram realizados até 90 dias antes da data da

primeira internação do voluntário. Após a aprovação para a participação no

estudo, o voluntário iniciou a etapa clínica num prazo máximo de 30 dias,

contados entre a data de aprovação e a primeira internação, respeitando-se ainda

o prazo de validade de exames estipulado acima. Expirado este prazo o voluntário

deveria ser re-aprovado com base nos mesmos critérios mencionados acima.

4.3.1 Sinais vitais

No período de realização do pré-estudo, pós-estudo e durante o estudo

clínico a pressão arterial diastólica e sistólica, assim como a freqüência de pulso

foram aferidas, e a temperatura axilar foi medida. Todos os dados coletados

foram registrados no Formulário de Relato de Caso (CRF).

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4.3.2 Exame cardiológico

A avaliação da função cardíaca foi feita por um eletrocardiograma

convencional com 12 derivações, realizado juntamente com os outros exames

laboratoriais antes e após o final da etapa clínica. Os parâmetros: SÂP (vetor

resultante da despolarização atrial), SÂQRS (vetor resultante da despolarização

ventricular), SÂT (vetor resultante da repolarização ventricular), ritmo e freqüência

cardíaca, duração do complexo QRS e dos intervalos P-R e Q-T, foram

registrados.

Foram observadas também a presença de distúrbios da condução

intraventricular e atrioventricular, sinais de sobrecargas de câmaras atriais e

ventriculares. O médico responsável por interpretar o ECG informou se os

achados específicos foram julgados como normais, anormal não clinicamente

significativos (“n.c.s.”) ou anormais. O mesmo médico informou se o voluntário foi

considerado como apto para participar do estudo. O relatório do ECG é mantido

como parte da documentação do estudo.

4.3.3 Exames laboratoriais

Os resultados dos exames de laboratório foram considerados “normais"

quando dentro da faixa de normalidade declarada pelo laboratório ou, no caso de

resultados numéricos, valores até 10% fora desta faixa de normalidade.

Os seguintes exames laboratoriais foram realizados nos períodos pré-

estudo (período de avaliação para seleção de voluntários saudáveis) e pós-

estudo:

a) Análise Hematológica: Hemoglobina, Hematócrito, Contagem total e diferencial

de leucócitos, Contagem de plaquetas e Velocidade de Hemossedimentação (VHS).

b) Análise bioquímica: Uréia, Creatinina, Bilirrubina Total, Proteína Total, Albumina,

Glicose em jejum, Fosfatase alcalina, Aspartato-amino-transferase (AST), Alanina-

amino-transferase (ALT), Colesterol total, Triglicérides, Ácido úrico e Gama GT.

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c) Sumário de urina

d) Análise sorológica: Hepatite B, Hepatite C e HIV (Síndrome da Imunodeficiência

Adquirida - AIDS).

Exames realizados somente no pré-estudo: Análise Sorológica.

Os valores utilizados como referência para os exames laboratoriais foram

fornecidos pelo laboratório de patologia clínica responsável por estas análises,

Laboratório Louis Pasteur.

Os parâmetros de normalidade para a análise sorológica para hepatite B,

C e HIV devem consistir de resultados negativos.

4.3.4 Critérios de inclusão

Os seguintes critérios foram satisfeitos para que o voluntário participasse

do estudo:

• Homem com idade entre 18 a 50 anos.

• Voluntário com índice de massa corpórea maior do que 18 e menor do que

30.

• Boas condições de saúde ou sem doenças significativas, a juízo médico, de

acordo com as regras definidas no protocolo, e avaliações a que foi

submetido: história clínica, medidas de pressão e pulso, exame físico e

psicológico, ECG e exames laboratoriais complementares.

• Capaz de compreender a natureza e objetivo do estudo, inclusive os riscos e

efeitos adversos e com intenção de cooperar com o pesquisador e agir de

acordo com os requerimentos de todo o ensaio, o que vem a ser confirmado

mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

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4.3.5 Critérios de exclusão

A resposta positiva a qualquer um dos seguintes critérios excluiu o

voluntário do estudo:

4.3.5.1 Problemas relacionados com o fármaco

• O voluntário tem sabidamente uma hipersensibilidade ao fármaco

estudado (cetorolaco) ou a compostos quimicamente relacionados; história

de reações adversas sérias ou hipersensibilidade a qualquer droga.

• História ou presença de doenças hepáticas ou gastrointestinais ou outra

condição que interfere com a absorção, distribuição , excreção ou

metabolismo da droga.

• Uso de terapia de manutenção com qualquer droga.

4.3.5.2 Doenças ou problemas de saúde

• Tem história de doença hepática, renal, pulmonar, gastrintestinal,

epiléptica, hematológica ou psiquiátrica; tem hipo ou hipertensão de

qualquer etiologia que necessite de tratamento farmacológico; tem história

ou teve infarto do miocárdio, angina e/ou insuficiência cardíaca;

• Achados eletrocardiográficos não recomendados, a critério do

investigador, para participação no estudo.

• Os resultados dos exames laboratoriais complementares estão fora dos

valores considerados normais, de acordo com as normas deste protocolo,

a menos que sejam considerados não clinicamente significativos pelo

investigador.

4.3.5.3 Hábitos e Dependências

• Voluntário é fumante;

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• O voluntário ingere mais do que 5 xícaras de café ou chá por dia;

• Tem história de abuso de álcool ou drogas;

• Fez uso de medicação regular dentro das 2 semanas que antecederam o

início deste estudo, ou fez uso de qualquer medicação uma semana antes

do início deste estudo;

• Foi internado por qualquer motivo até 8 semanas antes do início do

primeiro período de tratamento deste estudo;

• Tratamento dentro dos 3 meses prévios ao início do tratamento deste

estudo com qualquer droga que se conheça ter um potencial tóxico bem

definido nos grandes órgãos.

• O voluntário participou de qualquer estudo experimental ou ingeriu

qualquer droga experimental dentro dos três meses que antecedem o

início do tratamento deste estudo;

• O voluntário doou ou perdeu 450 mL ou mais de sangue dentre dos três

meses que antecederam o estudo ou que doou mais de 1500 mL dentro

dos 12 meses anteriores ao início do tratamento deste estudo.

• O voluntário tem qualquer condição que o impede de participar do estudo

pelo julgamento do investigador

4.3.6 Critérios para retirada do estudo

Os voluntários podiam ter sua participação no estudo encerrada,

antecipadamente, em função dos “Critérios de Retirada” descritos abaixo. Além

disto, com o objetivo de garantir o bem-estar dos voluntários, o estudo poderia ser

interrompido como um todo caso, a juízo do Investigador Clínico, fique

estabelecido que os riscos a que os voluntários estariam sendo submetidos são

superiores aos antecipadamente previstos.

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4.3.6.1 Solicitação do Voluntário

Solicitação, por parte do voluntário, para se retirar do estudo a qualquer

momento:

• Voluntário não deseja continuar no estudo por razões pessoais (ou mesmo

sem relatar a razão);

• Voluntário não deseja continuar no estudo devido os eventos adversos da

droga de estudo (efeitos não desejáveis possivelmente relacionados ao

fármaco em estudo)

• Voluntário não deseja continuar por razões outras que não efeitos adversos

por exemplo indisponibilidade, intolerância aos procedimentos do estudo.

4.3.6.2 A Critério do Investigador

• Não aderência às exigências do protocolo.

• Eventos adversos ou sintomas ou sinais de possível toxicidade

• Doença intercorrente requerendo medicação.

• Resposta positiva à reavaliação de qualquer um dos critérios de exclusão,

no momento da admissão ao primeiro período de tratamento ou em ocasião

subseqüente.

• Qualquer outra condição que, a juízo do investigador, seja do interesse para

manutenção da saúde do voluntário.

4.3.7 Entrada do voluntário no estudo

Os voluntários foram aceitos no estudo somente quando considerados

saudáveis como determinado pela história médica, exame físico e exames

laboratoriais que antecederam o início do estudo.

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Uma vez avaliada a higidez, os voluntários foram submetidos a uma

entrevista para avaliação das condições emocionais para participar da

investigação. Após todas as dúvidas terem sido esclarecidas aos voluntários, e os

mesmos tendo concordado com o protocolo clínico, foi assinado o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo II) para participação no estudo.

4.3.8 Confinamento dos Voluntários

4.3.8.1 Local

Os voluntários foram confinados na Unidade de Farmacologia Clínica

(UNIFAC) do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Faculdade de

Medicina – UFC. Esta unidade, credenciada pela Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA), dispõe de uma estrutura assistencial própria que consiste de

salas para consultório, enfermarias, posto de enfermagem, destinada

exclusivamente para ensaios clínicos e fármacoclínicos, além de toda infra-

estrutura para internamento de voluntários. Sua estrutura laboratorial possui

equipamentos para processamento e armazenamento de amostras biológicas.

A UNIFAC está equipada com uma unidade de procedimentos

especiais, dotada de monitores de eletrocardiografia, oxímetro de pulso,

cardioversor/desfibrilador, ventilador artificial, bombas de infusão e toda a

medicação necessária para procedimentos de urgência, inclusive ressuscitação

cardiopulmonar.

4.3.8.2 Forma

A UNIFAC possui uma sala de convivência provida de aparelhos de

TV, DVD, vídeo e jogos. As enfermarias também são providas de aparelhos de

TV, sendo permitido o seu uso até as 22 horas. Cada leito possui uma mesa

auxiliar com um pequeno armário de tampo móvel para utilização como mesa de

estudo e/ou refeição.

Os voluntários usaram roupas específicas e próprias da unidade, não

sendo permitido outro tipo de vestuário durante os internamentos. As visitas foram

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permitidas entre as 14 e 16 horas, dependendo do horário de coleta das

amostras. Foi permitido o uso do telefone, da UNIFAC, para ligações fixas locais.

4.3.8.3 Período de Internamento

Os voluntários apresentaram-se para internamento na Unidade de

Farmacologia Clínica (UNIFAC) – Departamento de Fisiologia e Farmacologia –

Faculdade de Medicina – Universidade Federal do Ceará (UFC), entre 20 e 21

horas da noite anterior à administração da medicação. O internamento ocorreu no

dia 23/11/2009. Os voluntários permaneceram na UNIFAC por mais 24 horas

após a administração da medicação.

Após a coleta de sangue de 24 horas e após a avaliação médica, os

voluntários foram liberados.

4.3.8.4 Jejum e Alimentação

Os voluntários permaneceram em jejum desde 08 horas antes da

administração da medicação e até 3 horas após a ingestão da medicação.

A alimentação oferecida respeitou os horários abaixo especificados:

Na noite de cada confinamento (até às 22h) foi oferecida aos voluntários uma

refeição leve;

Após 3 horas da administração da medicação foi servido um desjejum leve;

Após 5-6 horas após a administração da medicação, foi servido um almoço;

Após 8-9 horas da administração foi oferecido um lanche da tarde;

Após 10-12 horas da administração foi servido um jantar;

Após 14-15 horas da administração foi servida uma ceia;

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No dia seguinte (24 horas após a administração) foi oferecido um café da

manhã padronizado;

A ingestão de líquidos ad libitum foi permitida até 3 horas antes da

administração do fármaco. Água e líquidos (sem cafeína) foram permitidos ad

libitum após 3 horas da dose.

4.3.8.5 Dieta padronizada e ingestão de líquidos

A fim de manter a padronização dos grupos de tratamento, a dieta

(alimentos e líquidos) oferecida, obedeceu ao mesmo padrão para todos os

voluntários. Todos os alimentos e bebidas servidos deveriam ser ingeridos por

completo. Foi anotado o horário do início e fim de cada refeição, bem como o de

início das ingestões programadas de líquidos.

4.3.9 Restrições

Todos os voluntários chegaram à Unidade de Farmacologia Clínica

tendo feito uma refeição normal (jantar). A partir das 21 horas, da noite do dia do

internamento, os voluntários ficaram em jejum até a manhã seguinte e durante o

período de 3 horas após a administração da medicação quando um desjejum foi

servido. O almoço foi servido entre 5 e 6 horas após a administração e o jantar

após 12 horas.

4.3.9.1 Medicamentos

Todos os voluntários do estudo foram informados de que, qualquer

medicamento, incluindo aqueles vendidos sem prescrição médica, não podiam ser

tomados de forma regular por no mínimo 14 dias antes do início do primeiro

período de estudo e, mesmo que de forma irregular, dentro das 5 meias-vidas do

medicamento antes do início do primeiro período de estudo. Caso o processo de

seleção se iniciasse menos de 30 dias antes da data programada para o primeiro

período do estudo, esta restrição deveria ser cuidadosamente verificada através

de questionamento ao voluntário.

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73

Durante a fase de tratamento (internações ou intervalo entre elas)

também não foi permitida qualquer medicação concomitante, inclusive aquelas

vendidas sem prescrição médica. Na ocorrência de ingestão de medicamentos, o

Investigador clínico foi responsável por avaliar se, com base na meia-vida do

fármaco e/ou metabólitos ativos, podia ser assumida a completa eliminação da

medicação e, por conseguinte, a não interferência com a condução do estudo.

Todavia, em caso de emergência, incluindo eventos adversos, o

Investigador Clínico teve possibilidade de decidir administrar medicações, as

quais considerassem absolutamente necessárias para o bem-estar dos

voluntários. Neste caso, o uso da medicação foi prontamente registrada

apropriadamente nos Formulários de Relato de Caso (CRFs) individuais.

4.3.9.2 Dieta

Não foi permitido, desde 12 horas antes até a última coleta de sangue

da internação (período de tratamento), o consumo dos seguintes produtos:

• cafeína;

• bebidas que contenham xantina (chá, café, cola);

• bebidas alcoólicas.

Além da proibição nos períodos mencionados, o consumo de álcool foi

limitado durante toda a etapa clínica e evitado completamente durante as 48

horas que antecederam cada coleta de sangue.

Durante as internações, foram considerados os períodos de jejum,

incluídas as restrições de líquidos. Também não foi permitida a ingestão de

qualquer outro alimento (incluindo doces, pastilhas, gomas, chicletes, pastilhas

para garganta, salgadinhos ou biscoitos de qualquer tipo), além dos programados.

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74

A não observância destas restrições devia ser informada ao

Investigador Clínico, o qual iria decidir se seria permitido que o voluntário

permanecesse no estudo. O fato e suas características foram registrados no CRF.

4.3.9.3 Outras restrições quanto a terapias e condutas

Nos dias de confinamento da noite anterior à administração até 3 horas

após a administração, o voluntário foi orientado a reduzir as suas atividades

físicas ao mínimo. Reiterou-se a proibição quanto ao fumo ou ao uso de drogas,

critérios de exclusão/desligamento do Estudo.

Não foi permitida doação de sangue durante o estudo. A perda

involuntária de sangue deve ter sido comunicada à equipe médica, responsável

pelas providências cabíveis.

4.3.10 Aspectos Éticos

O projeto de pesquisa, o protocolo experimental e o termo de

consentimento livre e esclarecido foram submetidos e aprovados ao Comitê de

Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará, credenciado pelo CONEP -

Conselho Nacional de Saúde/MS.

O ensaio clínico foi conduzido de acordo com os padrões estabelecidos

pela Resolução nº 894, de 29 de maio de 2003-Anvisa, pelo ICH Harmonized

Tripartite Guideline for Good Clinical Practice (1996) bem como de acordo com a

Declaração de Helsinque (1964) e suas revisões, assim como a Resolução

196/96 do CNS-MS.

4.3.10.1 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Segundo a Declaração do Congresso Nacional de Bioética (SIBI),

realizado em junho de 2000, o art. 11º, dedicado aos temas da pesquisa e

experimentação, relata que “os sujeitos das experimentações deverão dar seu

consentimento livre e esclarecido e plenamente informado”.

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Os voluntários receberam uma explanação da natureza e dos objetivos

do estudo. Foi enfatizado que o estudo tem a finalidade de pesquisa e que o

voluntário não poderá esperar que haja qualquer efeito terapêutico. Ao voluntário

ficou claro que estava livre para se retirar a qualquer momento do estudo sem ser

obrigado a fornecer o motivo de fazê-lo e sem que isto cause qualquer prejuízo no

seu atendimento junto à Unidade de Farmacologia Clínica ou ao Hospital

Universitário Walter Cantídio da Universidade Federal do Ceará

A participação dos voluntários nas atividades de recrutamento e

seleção foi acompanhada de autorização prévia conforme o termo de

recrutamento. Uma vez esclarecida todas as dúvidas e aprovada a participação

do voluntário no estudo, foi solicitado a cada um que, caso concordasse,

assinasse o TCLE para participar no estudo, antes de sua admissão no centro de

pesquisa.

4.3.10.2 Confidencialidade

Os resultados da avaliação médica, o eletrocardiograma e os exames

laboratoriais foram registrados em folha individual de cada voluntário. Todas as

informações obtidas durante o estudo, referente ao estado de saúde dos

voluntários ficaram disponíveis aos médicos do Hospital Universitário Walter

Cantídio da Universidade Federal do Ceará. Uma cópia dos exames laboratoriais

realizados no período pré e pós-estudo foi fornecida aos voluntários, quando

solicitada.

4.4 Medicamento em estudo

O medicamento utilizado neste estudo foi o Cetorolaco de Trometamina

comprimido de 30 mg, administrado por via sublingual, da marca Dolak, fornecido

pela DIFFUCAP Chemobrás Química Farmacêutica Ltda., de lote número

0904015, cuja validade é até abril de 2011. Essas informações estão resumidas

no quadro a seguir.

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Formulação

Nome do Fármaco Cetorolaco de Trometamina

Nome de Marca Dolak

Forma Farmacêutica Comprimido Sublingual

Dose/unidade 30mg/comprimido

Nome do Fabricante DIFFUCAP Chemobrás Química Farmacêutica Ltda.

Endereço do Fabricante Rua Goiás, 1232 - Quintino Bocaiúva

CEP 21380-010 Rio de Janeiro - RJ

Número do Lote 0904015

Data de Fabricação 04/2009

Prazo de Validade 04/2011

Quadro 3 – Medicamento em Estudo.

4.4.1 Administração

A formulação foi administrada em dose única, por via sublingual.

No dia do internamento (23/11/2009) a administração da medicação

teve início às 07:02 h e finalizou às 07:28h

4.4.2 Posologia

Os voluntários receberam o fármaco Cetorolaco de Trometamina 30

mg, em administração sublingual, como dose única, entre 7:00 e 8:00 da manhã

do dia após o confinamento (o tempo foi anotado no CRF). Após o período de 5

minutos, qualquer parte restante do comprimido foi engolida, acompanhada de

200 mL de água mineral sem gás, após, pelo menos, 08 horas de jejum.

4.4.3 Washout

O ensaio clínico consistiu de um estudo aberto, não randomizado, 01

tratamento, e 01 período. Desta forma, não houve período de washout uma vez

que os voluntários foram internados uma única vez.

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4.4.4 Coletas de sangue

Após 8 horas de jejum, o ensaio teve início com uma coleta de sangue

de 20 mL antes da administração do fármaco para controle individual e curvas

padrões. As coletas de sangue para determinação das concentrações plasmáticas

de cetorolaco foram obtidas, através de "butterfly" (escalpe) ou cateter venoso

heparinizado, introduzido em veia superficial do antebraço do voluntário,

imediatamente antes da administração do comprimido de 30 mg por via sublingual

de cetorolaco e em intervalos pré-determinados.

A cada intervalo, foram coletados 9 mL de sangue e colocados em

tubos vacutainer de vidro contendo 30 μL de heparina.

Figura 3 – Esquema do procedimento de coleta de sangue e separação de amostras plasmáticas

Retirada do plasma Armazenamento

Freezer (-20ºC)

Centrifugação

Separação

Retirada de 8 mL de sangue

30 µL de heparina

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4.4.4.1 Cronograma de Coleta das Amostras

Amostras sangüíneas para a determinação dos níveis plasmáticos do

Cetorolaco foram obtidas antes da administração (tempo zero) e após a

administração da formulação nos tempos 10, 20, 30, 40, 50, 60, 75 e 90 minutos e

2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12 e 24 horas (Quadro 4).

Amostras pré-administração

Imediatamente antes (dentro de 1 hora) da administração da medicação (20 mL).

Amostras pós-administração

10, 20, 30, 40, 50, 60, 75 e 90 minutos e 2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração da medicação.

Quadro 4 – Tempos de Coletas de Sangue.

4.4.4.2 Procedimentos para manipulação das amostras

Coletas de sangue (18 mL) foram realizadas imediatamente antes da

administração (tempo zero, para controle individual e curvas padrões) da formulação

em estudo, através de "cateter venoso" heparinizado introduzido em veia superficial

do antebraço do voluntário, e outras coletas (08 mL) nos seguintes intervalos citados

no item 3.19. O tempo atual de coleta de sangue foi registrado usando um relógio

digital.

Logo após a coleta (tempo máximo de 20 minutos) as amostras de

sangue foram centrifugadas em torno de 3000 RPM por 12 minutos, a baixa

temperatura (8°C). Imediatamente após a centrifugação, o plasma foi retirado

(pelo menos 1,5 mL) e armazenado em frasco adequado, igualmente identificado,

à temperatura de -20°C em freezer específico para armazenagem de amostras

biológicas, localizado na própria Unidade (Figura 3). A etapa analítica foi realizada

na Unidade de Farmacologia Clínica.

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4.4.5 Segurança

Para fins de acompanhamento de segurança, os voluntários foram

observados durante o estudo visando à detecção de eventos adversos (EA).

Consideramos EA qualquer ocorrência médica não desejada em um voluntário,

que estivesse participando do estudo, ao qual já tenha sido administrada a

formulação sob investigação. Esta ocorrência não necessitava ter uma relação

causal com a medicação administrada, podendo, portanto ser um sinal (incluindo

achados anormais de exames ou sinais vitais) ou sintoma desfavorável e não

intencional, ou uma doença temporalmente associada à medicação, relacionada

ou não a esta.

As seguintes variáveis foram avaliadas para determinação da

tolerabilidade à medicação em estudo:

Sinais vitais dos voluntários (freqüência cardíaca, pressão arterial e

temperatura) obtidos durante o internamento;

Resultados dos exames laboratoriais (hematologia, bioquímica), obtidos ao

final do estudo e avaliados de forma comparativa àqueles obtidos na fase de

seleção dos voluntários.

Achados de exame físico, obtidos ao final do estudo e avaliados de forma

comparativa àqueles obtidos na fase de seleção dos voluntários.

No caso de ocorrência de algum EA este seria registrado no formulário

de relato de Caso e o voluntário acompanhado até o término do evento.

4.4.6 Avaliação da segurança

Foi solicitado aos voluntários que relatassem qualquer evento adverso

e a sua data de ocorrência, para que os mesmos fossem acompanhados clínica e

laboratorialmente até que os parâmetros alterados voltassem ao normal. Foi

também solicitada informação se houve ou não a necessidade de medicação

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adicional. As perguntas realizadas para saber se os voluntários tiveram algum

evento adverso foram limitadas a perguntas gerais, tais como: Como vai você?

4.4.6.1 Definições de efeitos adversos quanto à intensidade

Leve - Experiência adversa facilmente tolerada

Moderada - Experiência adversa desagradável o bastante para interferir na

atividade cotidiana.

Grave - Experiência adversa que impossibilita a realização da atividade

cotidiana normal.

4.4.6.2 Relacionamento suposto com a droga experimental

Sem relação - A experiência adversa definitivamente não está relacionada

à droga em estudo.

Desconhecida - Há outras causas mais prováveis e não há suspeitas de

que a droga seja a causa.

Possível - Não foi demonstrado um relacionamento de causa e efeito

direto entre a droga e a experiência adversa, porém, há uma possibilidade razoável

de que a droga esteja envolvida.

Provável - Há um relacionamento direto de causa e efeito entre a

experiência e a droga em estudo.

4.4.7 Procedimentos Operacionais Padrão da Etapa Clínica

Todas as etapas da fase clínica do estudo foram desenvolvidas de

acordo com os procedimentos operacionais listados abaixo:

• Instrução de Voluntários / pacientes – Reunião de Pré-Estudo (POP PEC 002)

• Instrução de Voluntários – Reunião do Ensaio Clínico (POP PEC 003)

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• Admissão de Voluntários para Ensaio de Bioequivalência (POP PEC 012)

• Acesso Venoso e Coleta de Sangue Sequencial (POP PEC 013)

• Administração de Medicamentos em Ensaios de Biodisponibilidade ou Bioequivalência por Via Oral (POP PEC 014)

• Preparo de enfermaria para internamento (POP PEC 018)

• Atendimento Médico para Situações de Emergência (POP PEC 020)

• Identificação / Armazenamento de Tubos de Amostras de Plasma/Soro para Estudos de Bioequivalência (POP MAG 006)

• Envio, Recebimento, Armazenamento e Manuseio de Amostras (POP MAG 042)

4.5 Método Bioanalítico

O princípio ativo da formulação, após a administração sublingual, foi

avaliado com base em comparações estatísticas de parâmetros farmacocinéticos

relevantes para o fármaco, obtido das amostras de sangue coletadas. As

concentrações foram medidas através de método analítico apropriado e validado.

A determinação destas concentrações foi realizada por Cromatografia Líquida de

Alta Eficiência (HPLC) acoplada à espectrometria de massa (MS-MS).

A cromatografia é um método físico-químico de separação dos

componentes de uma mistura, realizada através da distribuição destes

componentes entre duas fases, que estão em contato íntimo. Uma das fases

permanece estacionária enquanto a outra se move através dela. Durante a

passagem da fase móvel sobre a fase estacionária, os componentes da mistura

são distribuídos entre as duas fases, de tal forma que cada um dos componentes

é seletivamente retido pela fase estacionária, resultando em migrações

diferenciais destes componentes (COLLINS et al., 1997).

O HPLC é uma das técnicas mais empregadas nas metodologias

analíticas para o acompanhamento de fármacos in vivo, pois é capaz de

quantificar e identificar com precisão e exatidão os mesmos em fluidos biológicos.

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É o mais importante membro de uma família inteira de técnicas de separação que

utiliza instrumentos muito sofisticados os quais podem ser totalmente

automatizados (COLLINS et al., 1997).

A espectrometria de massa é uma técnica analítica usada para

identificar compostos desconhecidos, quantificar materiais conhecidos e elucidar

as propriedades químicas e estruturais de biomoléculas tais como carboidratos,

ácidos nucléicos e esteróides, no sequenciamento de biopolímeros tais como

proteínas e oligossacarídeos, determinação de compostos de interesse biomédico

e bioquímico em matrizes biológicas. O espectrômetro de massa é um

instrumento que separa íons, positivos ou negativos, produzidos a partir de

átomos ou moléculas, quer sejam das mais simples às mais complexas, de

acordo com a razão massa/carga (m/z) (SIUZDAK et al., 1999).

As técnicas mais utilizadas no desenvolvimento de uma metodologia

bioanalítica para quantificação de fármacos e/ou metabólitos em matrizes

biológicas, tais como sangue, soro, plasma ou urina são a cromatografia gasosa

(CG), cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) e estas combinadas com a

espectrometria de massa (MS) tais como, LC-MS, LC-MS-MS, CG-MS e CG-MS-

MS (SHAH et al., 2000).

Para realização desta etapa do estudo houve a aplicação de um

método bioanalítico LC-MS/MS validado utilizado para a determinação

quantitativa de fármacos e/ou metabólitos em matrizes biológicas.

As matrizes biológicas foram coletadas durante a Etapa Clínica do

estudo (conforme descrição do Protocolo Clínico), o qual foi conduzido de acordo

com as Boas Práticas Clínicas (BPC).

A metodologia bioanalítica usada para esse experimento foi

desenvolvida e validada para os seguintes itens em teste:

• Analito para quantificação: Cetorolaco • Matriz biológica: Plasma humano • Anticoagulante: Heparina sódica

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4.6 Validação Pré- Estudo

A validação deve garantir, por meio de estudos experimentais, que o

método bioanalítico atenda às exigências das aplicações analíticas, assegurando a

confiabilidade dos resultados. Para tanto, deve apresentar precisão, exatidão

linearidade, limite de detecção e limite de quantificação, especificidade,

reprodutibilidade, estabilidade e recuperação adequadas à análise. Desse modo, é

importante ressaltar que todos os equipamentos e materiais devem apresentar-se

devidamente calibrados e os analistas devem ser qualificados e adequadamente

treinados (BRASIL, 2003).

As tabelas 2 e 3, assim como, os quadros 5, 6 e 7 descrevem,

respectivamente, as condições cromatográficas, parâmetros de detecção,

equipamentos, materiais e reagentes utilizados para as análises do Cetorolaco dos

fluidos biológicos coletados dos voluntários.

PARÂMETROS GERAIS

Fase móvel Acetonitrila/Água (65/35; v/v) +1 mM de ácido acético

Coluna analítica Genesis C8, 150 x 4,6mm, 4 micra S/N 1051105

Temperatura da Coluna 50°C

Temperatura do autoinjetor

8°C

Fluxo 1000 uL/min

Pressão contrária 100 a 120 bar

Volume de injeção 10 uL

Split 1/5

Quadro 5 – Descrição Geral das Condições Cromatográficas.

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Tabela 2: Parâmetros Analíticos de Detecção

PARÂMETROS INDIVIDUAIS

COMPOSTO CETOROLACO DICLOFENACO

MRM transição 254,50>210,10 294,50>250,10

Tempo de retenção típico (min)

2,40± 0,3min 3,40± 0,3 min

Dwell tempo (ms) 300 300

Bunching factor 1 1

No. smooths 5 a 10 5 a 10

DP (V) -30 -45

CE (eV) -10 -16

CXP (V) -13 -17

Componente Fabricante, País Modelo

Cromatógrafo Líquido Agilent/Alemanha G13311A/DE40928625

Controlador Agilent/Alemanha G1379A/JP40717841

Auto -Injetor CTC Analytics, Suíça HTS Pal (N° serial: 112512)

Espectômetro de Massa Sciex/Applied Biosystems, Canadá

API 4000 / J3540205

Fonte Sciex/Applied Biosystems, Canadá Turbospray/1544040810

Sistema de Dados Sciex/Applied Biosystems, Canadá

Analyst v 1.4.1

Quadro 6 – Descrição dos Equipamentos Utilizados.

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Materiais Fabricante, País

Pipetas Ajustáveis (P200, P1000 and P10000) Gilson, França

Ponteiras Plásticas para Pipetas Ajustáveis – Ponteira Amarela (capacidade 5 - 200 µL) e Ponteira Azul (capacidade 200 - 1000 µL)

Gilson, França

Tubos de ensaio de vidro 120 x 12 mm Laborglass, Brasil

Eppendorf repeater pipette Eppendorf, USA

Tubos Plásticos com capacidade de 15 e 50 mL Costar, Brasil

Tubos teste de vidro descartáveis 75 x 12 mm Costar, Brasil

Placas de PCR para autoinjetor Axygen, USA

Vortex mixer Fischer, USA

Balança Analítica AND, Japão

Quadro 7 – Descrição dos Materiais Utilizados.

Tabela 3: Descrição dos Reagentes Utilizados

Reagente Descrição

Acetonitrila Grau HPLC

Metanol Grau HPLC

Água deionizada Grau análise

Hexano Grau análise

Ácido Fórmico Grau análise

Éter etílico Grau análise

Ácido Acético Grau análise

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4.7 Padrões de Referência

Para conduzir a validação e o estudo, foi verificada a qualidade dos

padrões de referência utilizados, assim como a sua autenticidade. A tabela a seguir

descreve a origem/fabricante, número de lote e a data de validade dos padrões de

referência, tanto do analito como do padrão interno, utilizados durante a condução

do experimento. As análises do analito e do padrão interno foram devidamente

certificadas.

Tabela 4: Padrões de Referência

Padrão Usado como Fabricante Lote Data de Validade

Cetorolaco Analito Sanch Biotech KL0140508 30/04/2012

Diclofenaco Padrão Interno Ningbo Smart

Pharm. Co. NFR 104

17/10/2011

Todos os equipamentos estavam qualificados e/ou validados, com a

rotina de calibração dentro dos prazos de validade (DANZER & CURRIE, 1998;

DANZER et al., 2004; ISO: 17025, 1999).

Todos os procedimentos foram realizados conforme as Boas Práticas

de Laboratório (BPL), como registros em logbook apropriado e conforme

procedimentos operacionais escritos e aprovados previamente. O uso de

equipamento de proteção individual e coletiva adequado foi rotina em todos os

procedimentos.

O protocolo de validação do método foi preparado em conformidade

com a legislação da ANVISA, as diretrizes da IUPAC, ICH e FDA (BRASIL, 2002;

BRASIL, 2003a; THOMPSON, 2002; DANZER & CURRIE, 1998; DANZER et al.,

2004; FDA, 2001b; ICH, 1995a; ICH, 1997).

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4.8 Preparação dos padrões de calibração, controles de qualidade e padrão de diluição

4.8.1 Solução Master para o Analito e Padrão Interno

As Soluções Master preparadas para as corridas analíticas foram pesadas

com uma exatidão de ± 0.01 mg. Todas as pesagens foram registradas em

documento apropriado. As Soluções Master foram preparadas pesando-se

exatamente uma quantidade suficiente de Cetorolaco ou do padrão interno em um

balão volumétrico (10 mL) e pipetando-se uma quantidade suficiente de

metanol/água (50/50 v;v) no caso do analito e metanol/água (50/50 v;v) para o

padrão interno. A solução foi homogeneizada antes de utilizada.

Os procedimentos gerais foram aplicados para cada tipo de Solução

Master. No caso do Cetorolaco, 1 (uma) solução Master foi independentemente

pesada e preparada para utilização no decorrer do estudo, quer para o preparo dos

padrões de calibração e para preparo dos CQs.

Durante o Estudo foi também independentemente pesada e preparada 1

(uma) solução de Diclofenaco para utilização como padrão interno. Os processos de

pesagem e de diluição estão adequadamente registrados.

4.9 Soluções de Trabalho

4.9.1 Preparação de Soluções de Trabalho para Curva de Calibração e para Controle de Qualidade

As soluções de trabalho foram preparadas como base para a preparação

dos padrões de calibração e dos controles de qualidade. Tubos de plástico, tipo

Falcon foram etiquetados, utilizando-se como código o prefixo da solução de

trabalho e as letras da solução Master correspondente (por exemplo: M1P1WC1-01).

Essas soluções de trabalho foram armazenadas a +/- 4 ºC.

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88

4.9.2 Preparação de Soluções de Trabalho para o Padrão Interno

As soluções de trabalho foram preparadas como base para a preparação

do padrão interno. O modo de preparo, a identificação dos tubos e o

armazenamento da solução foram realizados da mesma maneira como realizado

para o padrão de calibração.

4.9.3 Outras Soluções

Todas as outras soluções foram preparadas de acordo com o protocolo

analítico e etiquetadas adequadamente. O armazenamento temporário (quando

aplicável) foi realizado entre +4 ºC e + 8°C.

As soluções utilizadas estão descritas na tabela a seguir.

Tabela 5: Soluções Utilizadas

Tipo de Solução Conteúdo

Fase Móvel Acetonitrila / Água (65/35; v/v) + 1mM Ácido Acético

Solução de Extração Eter/Hexano (80/20;v/v)

Solução de Ressuspensão

Acetonitrila / Água (65/35; v/v) + 1mM Ácido Acético

Solução de Lavagem Metanol/Água (70/30; v/v)

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89

4.10 Preparo da Corrida Analítica

4.10.1 Construção da Lista de Amostra

Cada lista contém os seguintes itens abaixo, organizados como indicado:

• Amostras para teste de adequação do sistema – composto por 5

replicatas;

• Uma curva de calibração constituída com uma duplicata de amostra

branco, amostra zero e amostras não-zero como definido

anteriormente;

• Amostra de Controle de Qualidade em nível baixo;

• Quantificação das amostras desconhecidas em simplicata;

• Amostras de Controle de Qualidade em três níveis (baixo, médio e alto)

intercalado a cada 10 amostras desconhecidas;

• Controles de adequação do sistema composto por 5 replicatas

4.10.2 Condução e avaliação das corridas analíticas

A fim de cumprir com as diretrizes da garantia de qualidade, um conjunto

de procedimentos foram executados para validar cada corrida analítica. Eles são

apresentados a seguir.

4.10.3 Interferência

As amostras branco e padrão zero foram analisadas em duplicata para

avaliar se houve contaminação.

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90

4.10.4 Padrão interno

Os valores do padrão interno foram avaliados de acordo com sua

reprodutibilidade. Mudanças bruscas numa parte da lista podem levar a uma

reprovação parcial ou completa da corrida analítica.

4.11 Preparo da curva de calibração

A curva de calibração inclui a análise de uma amostra branco (matriz

biológica isenta de padrão do fármaco e do padrão interno), uma amostra zero

(matriz biológica com adição de padrão interno) e de amostras contendo padrão

interno e padrão do fármaco contemplando a faixa prevista de concentrações que se

pretende analisar. Os padrões de calibração foram preparados adicionando-se o

analito a ser analisado ao plasma humano.

Para a quantificação de amostras desconhecidas e das amostras de

controle de qualidade, as curvas de calibração foram preparadas diariamente e

calculadas com base na relação entre a concentração teórica e a resposta obtida.

Para cada corrida analítica foram preparadas, em duplicata, 8 concentrações

diferentes de padrão de calibração para montar a curva de calibração. Cada padrão

de calibração na curva foi verificado quanto à ocorrência de: um desvio maior que

15% da concentração nominal (20% para o LIQ), caso em que o ponto foi

considerado reprovado; reprovação de ambas as réplicas de uma determinada

concentração, caso em que a concentração foi considerada reprovada. A curva de

calibração foi reprovada se mais de 1/3 dos pontos da curva foram reprovados ou se

a menor ou maior concentração da curva foi reprovada. Se a regressão usada para

calcular a função da calibração (considerando os pontos restantes) apresentou um

coeficiente de correlação linear (r) ≥ 0.98; contrariamente a curva também foi

reprovada.

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91

4.11.1 Ponto mais baixo da curva de calibração

O ponto mais baixo na curva de calibração foi aceito como sendo o limite

de quantificação (LIQ) segundo as seguintes condições:

• Nenhum interferente presente na amostra branco apresentou sinal

e/ou ruído da linha de base 5 (cinco) vezes maior que o tempo de

retenção do analito;

• O pico de resposta do analito foi identificável e reprodutível com

precisão de 20% e exatidão de 80 – 120%, através da análise dos

pontos duplicados da concentração nominal padrão.

4.11.2 Valores do final da curva de calibração e abaixo do LIQ

Se uma amostra tem uma concentração estimada que esteja abaixo do

limite de quantificação (LIQ), este valor não é extrapolado e, consequentemente, é

reportado como zero ou BLOQ (abaixo do valor do LIQ), mesmo se o analito é

detectável.

4.11.3 Valores acima do ponto mais alto da curva

A concentração estimada para amostras desconhecidas que extrapolarem

o ponto mais alto da curvas não foram executadas. Essas amostras foram diluídas e

reanalisadas.

4.12 Precisão e exatidão

Para avaliar a precisão e a exatidão do método bioanalítico, quatro

concentrações distintas, CQB, CQM, CQA e LQ foram analisadas. Cada amostra foi

analisada em quintuplicata. A precisão e a exatidão foram determinadas em um

mesmo lote (precisão e exatidão intralote) e em lotes diferentes (precisão e exatidão

interlotes). As análises foram realizadas em três baterias para cada parâmetro.

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92

4.12.1 Precisão e exatidão intralote

A precisão e exatidão intralote foram definidas segundo os seguintes

critérios:

• Precisão: para os controles CQB, CQM e CQA o coeficiente de

variação (CV) não deveria exceder 15%, e para o LQ admitiram-se

valores menores ou iguais a 20%;

• Exatidão: o valor da exatidão para as amostras CQB, CQM e CQA

não deve exceder

• ± 15% do valor nominal e para o LQ admitiu-se desvios menores ou

iguais a 20%.

4.12.2 Precisão e exatidão interlote

A precisão e a exatidão interlote seguiu os mesmos critérios de validação

para a precisão e exatidão intralote.

4.13 Controle de Qualidade

Para monitorar e validar a corrida analítica, três concentrações diferentes

de controle de qualidade (CQs) foram utilizadas:

• CQB: controle de qualidade de baixa concentração;

• CQM: controle de qualidade de média concentração;

• CQA: controle de qualidade de alta concentração.

As amostras de CQs foram preparadas diariamente para todas as corridas

analíticas.

Cada CQ foi avaliado e descartado se o mesmo apresentou um desvio

maior que 15% da concentração nominal devido a um erro identificável durante o

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93

processo de preparação. A corrida analítica foi reprovada se mais de 33% do total de

CQs forem reprovados ou mais do que 50% dos CQs de uma mesma concentração.

4.14 Amostras

Todas as amostras desconhecidas foram quantificadas como pontos

individuais, ou seja, análises simples.

4.14.1 Reanálises

Reanálises são reprocessamentos (extração) de qualquer amostra que,

analisada em uma corrida analítica aprovada, foi individualmente reprovada em

função de problema do ponto de vista analítico ou dúvida quanto ao resultado obtido

em função da farmacocinética. As reanálises ocorrem, preferencialmente, em

duplicata. A repetição da análise de uma lista inteira ou parcial (devido reprovação

parcial ou completa da corrida analítica, por qualquer razão de natureza analítica)

não está incluída nesta categoria e deve ser documentada em outras corridas

analíticas. Os motivos e consequentes critérios para fins de decisão de reanálise e

avaliação dos resultados ocorreram conforme preconizado no POP BAN pro 10 -

Critério de Reanálise de Amostras (versão vigente) e/ou Protocolo do Estudo.

4.14.2 Cálculo de concentração das amostras

O cálculo foi baseado em uma função da calibração construída para cada

analito no sistema de dados do Analyst 1.4.1 usando os padrões da calibração.

Essas funções foram calculadas através de uma regressão de mínimos quadrados

usando a área do analito.

As amostras em branco, o padrão zero e os outliers (padrões rejeitados)

não foram utilizados para construir a função de calibração. As áreas dos analitos das

amostras desconhecidas foram, então, interpoladas com base na função da

calibração, para fornecer as concentrações para os compostos de interesse.

Os valores finais das concentrações das amostras desconhecidas foram

reportados usando 3 algarismos significativos.

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4.15 Reintegração

Os parâmetros utilizados para integração, smoothing e quantificação são

descritos na seção 5.1.2 (Tabela 12 - Parâmetros Validados para o Método

Analítico). Os procedimentos relacionados foram conduzidos de acordo com os

procedimentos gerais aplicáveis e como definido no protocolo analítico.

Integração e quantificação foram realizadas automaticamente pelo

software Analyst 1.4.1.

4.16 Procedimento Operacional Padrão

Este estudo foi conduzido de acordo com POP BAN cqa 09 (versão

vigente) da Galeno Desenvolvimento de Pesquisas Ltda. - Conclusão e Uso de

Método Validado.

Os procedimentos gerais aplicados nas análises de rotina desse método

estão descritas nos seguintes POPs (versão vigente):

BAN subs 01 – Preparação de Soluções-Mãe (a partir de padrões de

referência);

BAN subs 02 – Soluções de Trabalho;

BAN subs 03 – Soluções, Fases, Solventes e Reagentes;

BAN subs 04 – Padrões de Referência Analítica;

BAN pro 01 – Critério para Preparações de Listas;

BAN pro 03 – Listas de Injeção;

BAN pro 04 – Teste de Adequação do Sistema;

BAN pro 08 – Critérios para Aprovação de Listas de Estudo;

BAN pro 09 – Critério para Rejeição de Amostras;

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BAN pro 10 – Critério de Reanálise de Amostras;

BAN pro 11 – Impressão de Cromatogramas;

BAN pro 12 – Descarte de Material Biológico;

BAN pro 13 – Descarte de Material Não –Biológico;

BAN pro 14 – Armazenamento das Amostras;

BAN pro 15 – Recepção de Amostras;

BAN pro 16 – Transcrição e relatório de dados;

BAN pro 18 – Identificação das Amostras;

BAN cqa 01 – Avaliação, Integração e Controle dos Cromatogramas.

O Estudo Analítico foi conduzido de acordo com:

• The OECD Series on Principles of Good Laboratory Practices and

Compliance Monitoring. Organization for Economic Co-operation

and Development. Revisado em 1997;

• The US-FDA Guidance for Industry “Bioanalytical Method

Validation” May 2001;

• RE 899/03-ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária –

Ministério da Saúde – Brasil;

• Manual de Boas Práticas em Bioequivalência – ANVISA.

4.17 Cálculo dos parâmetros farmacocinéticos

Durante a etapa clínica os horários de administração da formulação

bem como os horários de coleta das amostras de sangue foram registrados no

Formulário de relato de Caso (CRF). A análise Farmacocinética foi realizada

utilizando um modelo não-compartimental adequado para as concentrações de

cetorolaco em plasma.

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96

Os parâmetros foram avaliados diretamente da curva de concentração

plasmática do medicamento versus tempo. Esta curva é caracterizada pela

quantificação de um determinado número de amostras biológicas relativas aos

tempos de coleta previamente estabelecidos (BRASIL, 2002). Os parâmetros

farmacocinéticos determinados foram:

Cmax - Representa a maior concentração do fármaco observada e é

diretamente proporcional ao montante total do fármaco absorvido pelo

organismo. Este parâmetro foi obtido diretamente da curva de concentração

plasmática versus tempo;

Tmax – Representa o tempo no qual foi observada a ocorrência de Cmax e

relaciona-se com a velocidade de absorção do fármaco. Este parâmetro foi

obtido diretamente da curva de concentração plasmática versus tempo;

ASC0-t último - Área sob a curva de concentração plasmática versus o tempo do

tempo 0 (zero) ao tempo da última concentração acima do limite de

quantificação (LQ), calculada pelo método linear trapezoidal. A área sob a

curva foi determinada utilizando o método dos trapezóides através da

seguinte fórmula:

ASC0-t último = Σ (ti – ti – 1)

o C – Concentrações do fármaco.

o K – Último tempo de medição da concentração do fármaco.

ASC0-∞ - Área sob a curva do tempo zero ao infinito. Este parâmetro é

calculado do tempo zero até o tempo relativo à completa eliminação do

k

i = 1

Ci – 1 + Ci

2

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97

fármaco. A área sob a curva do tempo zero extrapolada ao infinito foi obtida

através da seguinte fórmula:

ASC0-∞ = ASC0-t último + (CK /Ke)

o Ck – Última concentração medida.

o Ke – Constante de velocidade de eliminação do fármaco.

% ASC0-∞ – Porcentagem de ASC∞ que é extrapolada do Túltimo para o infinito.

([ASC0-∞ – ASCt último]/[ASC0-∞])*100

Ke – Constante de velocidade de eliminação total do fármaco no organismo.

Este parâmetro foi calculado por análise de regressão linear.

t1/2 – Tempo de meia-vida. Determinado pela seguinte fórmula:

t1/2 = ln(2)/Ke

o ln(2) – Logaritmo neperiano

o Ke – Constante de velocidade de eliminação do fármaco.

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Para o cálculo dos parâmetros Farmacocinéticos, estatística descritiva

e apresentação dos dados os seguintes programas foram utilizados: WinNonlin

Professional Network Edition, versão 5.3; Graph Pad Prism Version 5.01,

Microsoft Excel, versão 2007.

4.17.1 Análise do perfil farmacocinético do cetorolaco

Parâmetros farmacocinéticos (Quadro 8) tais como área sob a curva do

tempo zero ao infinito (ASC0-∞), do tempo zero a 24 horas (ASC0-24), concentração

máxima atingida (Cmax), tempo para atingir a concentração máxima (Tmax), meia-

vida plasmática (t1/2) foram calculados.

ASC0- 24h Área sob a curva de concentração do fármaco versus tempo; do

tempo 0 (zero) ao tempo 24h, calculada pelo método trapezoidal.

ASC0-inf

Área sob a curva de concentração do fármaco versus tempo; do

tempo 0 (zero) ao tempo infinito, calculada pelo método

trapezoidal; onde ASC0-∞= ASC 0-24h + Ct24/Kez.

Cmax Pico de concentração máxima do fármaco, obtido diretamente dos

dados.

Tmax Tempo para atingir o Cmax.

t1/2 Meia-vida de eliminação.

Quadro 8 – Parâmetros Farmacocinéticos.

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99

4.18 Análise estatística

Os programas utilizados para esse tipo de análise foram o WinNonlin

Professional Network Edition, versão 3.1 (Pharsight Corporation, Moutain View, CA,

USA), Programa de Bioequivalência para Estudos Cruzados em dois Períodos

versão 2.0 (autor: Herman P Wijnand, Bs Oss, The Netherlands), Microsoft Excel

version 97 (Microsoft Corporation, Redmond, WA, USA) e GraphPad Prism version

5.01 (GraphPad Software, Inc. San Diego, CA, USA).

A meia-vida foi calculada através da fórmula (t1/2 = ln2/K). A concentração

plasmática máxima observada (Cmax) e o tempo para obter esta concentração (Tmax)

foram obtidos diretamente da curva. A área sob a curva de concentração plasmática

de Cetorolaco versus tempo de 0 a 24 horas (ASC 0-24) foi calculada através do

método trapezoidal. A extrapolação dessa área para o infinito (ASC0-∞) foi feita

adicionando o valor da relação C24/K (onde C24 é a concentração plasmática obtida

da coleta de 24 horas e K, que é a constate de eliminação) a ASC 0-24.

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100

RESULTADOS

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101

5. RESULTADOS

5.1 Validação do Método Analítico

Os resultados apresentam a investigação laboratorial específica utilizada

para demonstrar que o método analítico definido no presente estudo foi apropriado e

confiável.

O protocolo foi ajustado para alcançar os seguintes pontos:

• Validação pré-estudo por si mesmo, incluindo parâmetros tais como

a sensibilidade, a especificidade, a linearidade, a exatidão, a

precisão e a reprodutibilidade;

• Definição de parâmetros do estudo,tais como o limite de

quantificação, a concentração da curva de calibração e os controles

de qualidade.

5.1.1 Especificidade

A especificidade foi aprovada pela injeção do pool de plasma humano

branco nos diferentes tipos (normal, hemolisado e lipêmico). Cada amostra em

branco foi testada quanto a seus interferentes utilizando o procedimento proposto de

extração e as condições cromatográficas ou espectroscópicas e comparada com

aquelas obtidas de uma solução aquosa do analito em uma concentração próximo

ao limite da quantificação

Nenhuma interferência foi observada nos cromatogramas. Não houve

picos de interferentes no tempo de retenção do analito (Cetorolaco) e nem do

padrão (Diclofenaco).

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102

5.1.2 Validação da curva de calibração

Para definir a relação entre a concentração e a resposta, as curvas de

calibração foram preparadas com 8 amostras non-zero contendo os padrões em

diferentes concentrações.

5.1.2.1 Determinação do limite inferior de quantificação

O limite inferior de quantificação foi definido levando-se em conta a

sensibilidade, a precisão e a exatidão do método. Para avaliar a precisão e a

exatidão,amostras específicas de controle de qualidade foram incluídas no processo

de validação. Embora a sensibilidade fosse boa o bastante para quantificar valores

ainda menores, foram tomadas medidas para garantir um limite de quantificação

(LIQ) próximo a 1-3% do Cmax.

Os seguintes limites foram encontrados para aprovar o valor final:

• Nenhuma interferência presente nos espaços em branco no tempo

de retenção do analito ou uma resposta 5 (cinco) vezes maior que a

interferência presente no branco nesse mesmo tempo da retenção;

• O pico de resposta do analito identificável, discreto e com uma

exatidão entre 80 – 120% em relação à concentração nominal do

padrão;

• Precisão (CV%) de 20%, calculada entre as replicatas aprovadas.

Assim, o LIQ validado sob a circunstância encontrada durante a

validação pré-estudo foi de 10 ng/mL para o analito. Os dados

específicos estão na tabela 6.

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103

Tabela 6: Dados de validação do LIQ para Cetorolaco.

Valor previsto 10 ng/mL

Identificação da Lista METGRU00610VAL01

11,8

11,7

11,3

11,8

10,9

Concentração mensurada (ng/ mL)

11,6

Média (ng/mL) 11,5

Precisão intra corrida (CV%) 2,9

Exatidão intra-corrida (%) 114,9

5.1.2.2 Linearidade

A equação de regressão mais simples que descreve a curva de calibração

de Cetorolaco foi y=a +bx (1/x2 ponderado). Três curvas de calibração, preparadas

independentemente, de diferentes soluções Master foram avaliadas na validação

pré-estudo. A linearidade da curva de calibração foi desenvolvida conforme os

seguintes critérios:

• Desvio menor ou igual a 20% em relação a concentração nominal para o LIQ;

• Desvio menor ou igual a 15% em relação à concentração nominal para as outras concentrações da curva de calibração;

• No mínimo 67% dos pontos da curva de calibração devem cumprir com os critérios anteriores, incluindo pelo menos uma das réplicas do LIQ e da maior concentração da curva de calibração;

• O coeficiente de correlação linear igual ou superior a 0,98.

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104

Os dados específicos com a média de três curvas de calibração são

apresentados na tabela 7.

Tabela 7: Dados da validação da curva de calibração para o Cetorolaco.

Conc. Nominal (ng/mL)

Conc. Mensurada (ng/mL)

Cetorolaco

METGRU00610 VAL01

METGRU00610 VAL03

METGRU00610 VAL04

Média (ng/mL)

Acc. (ng/mL)

CV(%)

Conc. Aprovada?

Modelo de regressão y= a + bx( 1/x2 weighted)

10,1 10,8 10,8 10,6 105,7 3,8 10

10,0 9,83 9,67 9,83 98,3 1,7 sim

17,8 18,1 19,1 18,3 91,7 3,7 20

20,0 19,9 20,4 20,1 100,5 1,3 sim

56,6 48,5 46,8 50,6 101,3 10,3 50

53,6 43,6 42,8 46,7 93,3 12,9 sim

93,1 102 106 100 100,4 6,6 100

107 111 103 107 107,0 3,7 sim

522 504 534 520 104,0 2,9 500

498 519 492 503 100,6 2,8 sim

1120 1040 1090 1080 108,3 3,7 1000

1190 1070 1090 1120 111,7 5,8 sim

2950 3060 3130 3050 101,6 3,0 3000

2700 3230 2950 2960 98,7 9,0 sim

4660 4350 4370 2260 89,2 3,9 5000

4610 4680 4830 4710 94,1 2,4 sim

Coeficiente

correlação 0,995800 0,996200 0,996400

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105

5.1.2.3 Precisão e Exatidão

Para avaliar a precisão e a exatidão do método analítico desenvolvido

utilizaram-se três concentrações distintas, na faixa de concentrações esperadas,

onde se avaliou o uso de oito determinações para cada concentração.

A precisão e a exatidão foram avaliadas com base numa mesma corrida

(intra-corrida), que define aqueles parâmetros durante uma única corrida analítica; e

com base em corridas diferentes (inter-corridas), que mensura a variabilidade entre

os dias, envolvendo possivelmente diferentes analistas, reagentes, etc.

Exatidão e precisão das amostras de LIQ: O limite inferior de

quantificação aceito para o método foi de 10 ng/mL, como ilustrado na tabela a

seguir:

Tabela 8: Parâmetros de validação do LIQ

Intra-corrida (Val01)

Cetorolaco

Precisão Exatidão

LIQ 2,9 114,9

Todos os parâmetros descritos estão de acordo com as normas do FDA e

ANVISA , precisão menor que 20% e exatidão entre 80-120%, concluindo-se que o

LIQ está inteiramente validado.

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Exatidão e precisão das amostras CQ : A tabela a seguir ilustra os

valores de exatidão e precisão para inter e intra-corrida:

Tabela 9: Parâmetros de validação dos CQs.

Intra-corrida (Val01) Inter-corrida (Val01, Val03, Val04)

Precisão Exatidão Precisão Exatidão

CQB 5,2 105,5 6,0 102,8

CQM 7,8 104,4 7,5 100,0

CQA 5,6 91,9 6,2 97,9

5.1.2.4 Recuperação

O teste de recuperação apresentou uma reprodutibilidade e consistência

nas três diferentes concentrações para o analito e uma concentração de 2 ug/mL

para o padrão interno. Os resultados da recuperação foram de acordo com os

parâmetros de consistência e reprodutibilidade; e foram considerados apropriados

para o ensaio.

5.1.2.5 Processo de reinjeção

O processo de reinjeção foi validado através da injeção de um LIQ

selecionado e amostras de CQs. A relação entre as amostras originais e reinjetadas

foi avaliada. Os resultados apresentados na tabela 10 mostraram uma variação

menor que 20% (para as amostras de LIQ) e 15% (para o CQs). Conseqüentemente,

as amostras podem ser reinjetadas dentro do permitido como validado através do

teste de estabilidade pós-processo.

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Tabela 10: Dados do processo de reinjeção para o Cetorolaco.

Lista reinjetada VAL01

Ident. amostra LIQ (10 ng/mL) CQB (30 ng/mL) CQM (800 ng/mL) CQA (4500 ng/mL)

Valor original

Valor reinjetado

Valor original

Valor reinjetado

Valor original

Valor reinjetado

Valor original

Valor reinjetado

11,8

11,7

11,3

11,3

11,8

10,9

11,6

11,4

10,9

9,50

12,2

11,1

12,2

11,0

32,3

32,0

31,7

30,7

29,1

31,3

34,5

31,2

33,2

32,6

30

29,6

31,4

34,1

888

759

922

837

742

859

840

896

796

939

853

706

861

899

4280

3700

4190

4020

4400

4070

4280

4240

4030

4330

3840

4130

4100

4090

Média (ng/mL) 11,5 11,2 31,7 31,7 835 850 4134 4109

Variação (%) -2,6 0,2 1,8 -0,6

5.1.2.6 Dados de validação intra e inter-corridas

A precisão e a exatidão da validação dos testes de intra e inter-corridas

foram realizados usando uma lista que contem uma curva de calibração em

duplicata contendo padrões como definidos para cada lista de validação; sete

alíquotas de controle de qualidade (CQ) de cada um dos tipos de CQ, previamente

definidos, foram preparadas individualmente.

Os seguintes critérios foram encontrados a fim de aprovar a precisão e a

exatidão intra e inter-corridas:

• Precisão: para cada nível de concentração, coeficiente de variação

(CV) que não exceda 15%.

• Exatidão: valor médio das amostras em cada nível de

concentração, dentro de 85-115% do valor real.

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108

Os dados da validação para o Cetorolaco são apresentados na tabela

abaixo:

Tabela 11: Dados da validação intra e inter-corridas para o Cetorolaco.

Identificação das amostras CQB CQM CQA

Identificação das listas VAL01 VAL03 VAL04 VAL01 VAL03 VAL04 VAL01 VAL03 VAL04

Concentração Mensurada

(ng/mL)

32,3

32,0

31,7

30,7

29,1

31,3

34,5

31,4

30,0

32,2

31,7

30,2

27,4

27,5

31,5

31,7

32,5

31,2

31,0

30,7

26,9

888

759

922

837

742

859

840

753

689

697

866

779

750

787

800

844

798

819

798

749

827

4280

3700

4190

4020

4400

4070

4280

4630

4790

4620

4240

4440

4360

4440

4710

4350

4780

4580

4680

4410

4580

Média intra-corrida(ng/mL) 31,7 30,1 30,8 835 760 805 4130 4500 4580

Precisão intra-corrida (CV%) 5,2 6,5 5,9 7,8 7,9 3,7 5,6 4,2 3,4

Exatidão intra-corrida (%) 105,5 100,2 102,6 104,4 95,0 100,6 91,9 100,1 101,9

Média inter-corrida (ng/mL) 30,8 800 4410

Precisão inter-corrida (CV%) 6,0 7,5 6,2

Exatidão inter-corrida (%) 102,8 100,0 97,9

A tabela 12 resume os principais parâmetros validados para o método

analítico:

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109

Tabela 12: Parâmetros Utilizados para Validação do Método Analítico.

PARÂMETROS DE VALIDAÇÃO RESULTADOS

FAIXA DE LINEARIDADE 10 – 5000 ng/mL

LIMITE DE QUANTIFICAÇÃO 10 ng/mL

TIPO DE EQUAÇÃO y = a +bx (1/x2)

CONTROLE DE QUALIDADE BAIXO (CQB) 30 ng/mL

CONTROLE DE QUALIDADE MÉDIO (CQM) 800 ng/mL

CONTROLE DE QUALIDADE ALTO (CQA) 4500 ng/mL

ESTABILIDADE PÓS-PROCESSAMENTO 24 horas e 15 minutos

ESTABILIDADE APÓS CICLOS DE CONGELAMENTO E DESCONGELAMENTO: 3 ciclos

ESTABILIDADE DE CURTA DURAÇÃO: 7 horas e 45 minutos

ESTABILIDADE DA MASTER SOLUTION DO ANALITO A 4ºC 8 dias

ESTABILIDADE DA MASTER SOLUTION DO PADRÃO INTERNO A 4ºC 8 dias

ESTABILIDADE DA MASTER SOLUTION DO ANALITO A TEMPERATURA AMBIENTE: 6 horas

ESTABILIDADE DA MASTER SOLUTION DO PADRÃO INTERNO A TEMPERATURA AMBIENTE: 6 horas

ESTABILIDADE DA WORKING SOLUTION A 4ºC: 9 dias

ESTABILIDADE DA WORKING SOLUTION A TEMPERATURA AMBIENTE 6 horas

ESTABILIDADE DE LONGA DURAÇÃO: 174 dias

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110

5.2 Estudo Farmacocinético

Os resultados do perfil farmacocinético de cada voluntário estão nos

apêndices, na forma de figuras e tabelas, contemplando todos os parâmetros

farmacocinéticos abordados no referente estudo.

5.2.1 Dados Demográficos

Um total de 14 voluntários, sadios do sexo masculino com idade (média ±

DP) de 26,00 ± 8,02 anos, peso de 74,4 ± 9,2 kg e altura de 173,07 ± 5,5 cm e índice

de massa corporal de 24,79 ± 2,40 kg/m2 foram selecionados para o ensaio clínico.

Todos os voluntários completaram o estudo sem desvio de protocolo. Não foram

constatadas anormalidades em parâmetros clínicos ou bioquímicos quando

comparada a avaliação pré-estudo versus a avaliação de pós-estudo.

5.2.2 Tolerabilidade

O Cetorolaco administrado via sublingual na dose de 30mg foi bem

tolerado e nenhum evento adverso significante foi observado. Nenhum dos

parâmetros bioquímicos e hematológicos observados mostrou alterações

clinicamente significantes. A pressão arterial, o pulso radial e a temperatura axilar

foram aferidos antes e após o estudo e nenhuma alteração foi observada. Todos os

voluntários terminaram o estudo em boas condições de saúde.

5.2.3 Análise Farmacocinética

Para a investigação clínica de rotina e monitorização terapêutica, a

avaliação do perfil farmacocinético de uma formulação através dos parâmetros

relacionados com a absorção de seu princípio ativo é necessária.

A cromatografia líquida de alta eficiência acoplada à espectrometria de

massa (HPLC-MS/MS) foi utilizada para a quantificação de amostras biológicas. As

vantagens deste método são inerentes à sua alta seletividade e sensibilidade, ou

seja, a sua facilidade em efetuar a separação, identificação e quantificação das

espécies químicas.

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111

A técnica bioanalítica cumpriu todos os critérios exigidos para realização

de estudos farmacocinéticos com equipamentos calibrados, reagentes de grau

analítico certificados, e pessoal qualificado para esse fim (ANVISA, 2002; BRASIL,

2003).

A curva de concentração plasmática média de Cetorolaco versus tempo

após dose única sublingual está representada na figura 4 e 5.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24

0

400

800

1200

1600

2000

2400

2800

3200

Cetorolaco 30mg

Tempo (h)

Cet

orol

aco

(ng/

mL)

Figura 4 – Curva de concentração plasmática do Cetorolaco versus tempo após administração sublingual única em 14 voluntários sadios do sexo masculino.

A estatística descritiva dos parâmetros farmacocinéticos ASC%

extrapolada, ASC0-∞, ASCtudo, ASC0-t último, Cúltimo, Cmax, Ke, t1/2, túltimo e Tmax estão

sumarizados na tabela 13. Observa-se que os valores (média ± DP) para ASC0-∞

foram 9682 ± 1908 ng*h/mL. A concentração plasmática máxima variou de 1780 a

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112

3270 ng/mL (2605 ± 465 ng/mL). O valor correspondente para o tempo (Tmax) no

qual se observa a concentração máxima do fármaco foi de 0,58 ± 0,22 horas com

mediana de 0,50 horas. A meia vida de eliminação do fármaco foi 5,76 ± 0,69 horas.

0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0

0

1000

2000

3000

4000

Cetorolaco 30mg

Tempo (h)

Con

cent

raçã

o Pl

asm

átic

a(n

g/m

L)

Figura 5 – Curva de concentração plasmática do Cetorolaco versus tempo (até 4 horas) após administração sublingual única em 14 voluntários sadios do sexo masculino.

A tabela 13 mostra os valores dos parâmetros farmacocinéticos obtidos

após a administração de 30 mg de Cetorolaco por via sublingual.

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113

Tabela 13: Estatística Descritiva dos Parâmetros Farmacocinéticos Resultantes após Administração por Via Sublingual de 30mg de Cetorolaco.

Variável Unidade N Média DP Min Mediana Max CV%

ASC%extrap (%) 14 3,37 1,02 1,83 3,32 4,98 30,31

ASC0-∞ ([ng*h]/mL) 14 9682 1908 6495 9550 12665 19,70

ASC0-24 ([ng*h]/mL) 14 9346 1789 6291 9305 12235 19,14

C24 ng*/mL 14 39,63 14,61 21,50 35,80 62,60 36,87

Cmax ng*/mL 14 2605 465 1780 2600 3270 17,85

Ke 1/h 14 0,12 0,02 0,1 0,12 0,16 12,79

t1/2 h 14 5,76 0,69 4,47 5,77 6,78 11,98

Tmax h 14 0,58 0,22 0,33 0,50 1,00 38,58

A tabela 14 mostra os valores individuais das principais medidas

farmacocinéticas determinadas.

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114

Tabela 14: Valores Individuais dos Parâmetros Farmacocinéticos Obtidos após Administração de 30 mg de Cetorolaco por Via Sublingual.

Cetorolaco comprimido 30mg

Voluntário Tmax

(h)

Cmax

(ng/mL)

ASC0-24

(ng*h/mL)

ASC0-∞

(ng*h/mL)

t1/2

(h)

Ke

(1/h)

1 0,50 2590 9397 9715 5,62 0,12

2 1,00 2090 7462 7630 5,03 0,14

3 0,50 2250 6291 6495 6,59 0,11

4 1,00 1780 6551 6779 5,96 0,12

5 0,50 2600 9149 9368 5,30 0,13

6 0,67 2600 10054 10538 6,35 0,11

7 0,33 3270 11428 11888 6,21 0,11

8 0,67 3020 9098 9373 5,89 0,12

9 0,83 2030 9805 10265 5,65 0,12

10 0,50 3200 11676 12288 6,78 0,10

11 0,33 3090 12235 12665 5,62 0,12

12 0,50 2740 10223 10717 6,37 0,11

13 0,50 2300 8262 8444 4,75 0,15

14 0,33 2910 9213 9385 4,47 0,16

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115

DISCUSSÃO

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116

6. DISCUSSÃO

O principal objetivo deste estudo foi avaliar o perfil farmacocinético do

Cetorolaco através dos parâmetros relacionados à absorção deste princípio ativo a

partir de sua forma farmacêutica (comprimido sublingual de 30mg) em voluntários

sadios.

Esta avaliação utilizou a cromatografia líquida de alta eficiência acoplada

à espectrometria de massa como metodologia de quantificação das amostras

biológicas. As vantagens do método empregado são inerentes à sua alta

seletividade e sensibilidade. A técnica atendeu a todos os critérios exigidos pela

ANVISA, através do Guia para validação de métodos analíticos e bioanalíticos e pelo

Manual de Boas Práticas Clínicas em Biodisponibilidade/Bioequivalência, e pelo

Manual de Boas Práticas Clínicas para a realização de estudos farmacocinéticos

com a utilização de equipamentos calibrados, reagentes de grau analítico e pessoal

qualificado para esta finalidade (BRASIL, 2002; BRASIL, 2003, OPAS, 2005).

A validação de um método bioanalítico deve garantir, por meio de estudos

experimentais, que o método atenda às exigências das aplicações analíticas,

assegurando a confiabilidade dos resultados (FINDLAY et al., 2000; SHAH et al.,

2000; MEI et al., 2003; KIMANANA, 1998; HARTMANN et al., 1998). Para tanto,

deve apresentar precisão, exatidão, linearidade, limite de detecção e limite de

quantificação, especificidade, reprodutibilidade, estabilidade e recuperação

adequadas à análise (BRASIL, 2003).

A utilização de métodos bioanalíticos para a determinação qualitativa,

semiquantitativa e/ou quantitativa de fármacos e outras substâncias em produtos

farmacêuticos e matrizes biológicas representa um papel significante na avaliação e

interpretação dos resultados de estudos de bioequivalência, biodisponibilidade e

farmacocinéticos (LINDHOLM et al., 2003; CAUSON, 1997; BRESSOLLE et al.,

1996; DADGAR et al., 1995; CHAMBERLAIN, 1995).

O processamento de um grande número de matrizes biológicas, que

geralmente é requerido em estudos de farmacocinética, bioequivalência e

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117

biodisponibilidade, necessita de procedimentos analíticos rápidos, sensíveis

específicos e seletivos. Entretanto, muitos métodos analíticos descritos, utilizados

para determinação de fármacos, ainda precisam ser aperfeiçoados para atender às

definições de rígidos critérios do controle de qualidade de medicamentos previstos

na legislação.

Li et al., (2003) desenvolveram e validaram uma técnica analítica sensível

e específica para quantificação de Cetorolaco em plasma humano. O método

desenvolvido através de cromatografia líquida de alta eficiência acoplada à

espectrometria de massa, mostrou sensibilidade de 5 ng/mL usando 0,5 mL de

plasma.

Wang et al., (2001) realizaram um ensaio de validação metodológica com

cromatografia líquida de alta performance a fim de medir as concentrações

plasmáticas humanas do Cetorolaco, para uso em estudos farmacocinéticos. As

amostras foram preparadas para análise por extração em fase sólida utilizando

colunas Bond-Elut PH, com recuperação quase completa do Cetorolaco e do padrão

interno, Tolmetina. Os dois compostos foram separados em uma coluna Radial-Pak

C18 usando uma fase móvel composta de acetonitrila-água-1,0 mol/L de fosfato

dibutilamina (pH 2,5) (30:20:1) e detectado em um comprimento de onda UV de 313

nm. Usando apenas 250 mL de plasma, a curva padrão foi linear dentro do intervalo

de 0,05-10,0 mg/mL.

Hayball et al. (2004) descreveram um método de quantificação dos

enatiômeros do Cetorolaco em plasma humano utilizando a cromatografia líquida de

alta eficiência. O método envolveu a derivatização com cloreto detionila (S)-1-

feniletilamina e posterior cromatografia em fase reversa dos enatiômeros (S)-1-

feniletilamida de (R) - e (S)-Cetorolaco. O método é adequado para a análise de um

grande número de amostras de plasma e tem sido aplicado em estudos

farmacocinéticos dos enantiômeros do Cetorolaco após sua administração

intramuscular. O limite de quantificação para cada enantiômero do cetorolaco foi de

50 ng/ml.

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118

Xu et al., (2009) desenvolveram um método simples, específico e sensível

utilizando a cromatografia líquida de alta eficiência para quantificação de Cetorolaco

no plasma e urina humanos. A fase móvel foi uma mistura de 0,02M de tampão

fosfato (pH ajustado para 4,5 para amostras de plasma e 3,5 para amostras de

urina) e acetonitrila (70:30, v/v) a uma vazão de 1,0 mL/min. O detector de UV foi

fixado em 315 nm. A nevirapina foi utilizada como padrão interno no ensaio da

amostra de urina. O método foi validado no intervalo de concentração de 0,05-8 e

0,1-10 mg/mL para o Cetorolaco no plasma humano e urina,respectivamente. Os

limites de detecção foram de 0,02 e 0,04 mg/mL para o plasma. Os limites de

quantificação foram 0,05 e 0,1 mg/mL para o plasma e urina, respectivamente. As

recuperações de extração foram encontrados para ser de 99,3 ± 4,2 e 80,3 ± 3,7%

para o plasma e urina, respectivamente. Os desvios intra-dia e inter-dia padrão

foram inferiores a 0,5. O método indicou um bom desempenho em termos de

especificidade, linearidade, detecção e limite de quantificação, precisão e exatidão.

Baseado nos dados expostos em literatura o método analítico descrito

para a determinação de Cetorolaco realizado neste estudo confirma que o LC-MS-

MS está de acordo com os conceitos de alta sensibilidade, alta especificidade e

rápido processamento de amostras requerido para um estudo farmacocinético.

O delineamento experimental mais adequado e aplicado neste estudo foi

do tipo aberto, não randomizado, 01 período, 01 tratamento, dose única em

condições de jejum.

A dose única é o esquema posológico de escolha para estudos de

bioequivalência/biodisponibilidade e estudos farmacocinéticos uma vez que favorece

a detecção de diferenças no processo de absorção das formas farmacêuticas

empregadas, além de ser mais seguro aos voluntários, ter menor custo e requere

menor tempo para o ensaio.

Os tempos de coleta do estudo foram baseados na meia vida de

eliminação do fármaco assim como nos valores previstos de Cmax e Tmax (GALÁN-

HERRERA et al., 2008). A escolha correta destes pontos é de grande importância

uma vez que a partir deles define-se o formato da curva farmacocinética e por

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119

conseqüência determina-se com maior precisão o Cmax e a área sob a curva (ASC0-t

último).

Dados farmacocinéticos, relatados na literatura, relacionados à

formulação sublingual de Cetorolaco são escassos. Entretanto, recentemente,

Galán-Herrera et al.; 2008, publicaram um estudo de biodisponibilidade comparando

duas formulações sublinguais de Cetorolaco (comprimido de 30 mg) em voluntários

mexicanos adultos sadios sob condições de jejum. As condições nas quais o ensaio

clínico foi realizado foram semelhantes às deste protocolo.

As figuras 04 e 05 mostram a similaridade entre o perfil farmacocinético

das três formulações, a do Cetorolaco estudado e os obtidos por Galán-Herrera et

al.; 2008, com a mesma dose e forma farmacêutica. Entretanto, a formulação do

Cetorolaco estudada apresentou uma melhor tolerabilidade e, consequentemente,

um padrão de segurança mais adequado.

Os tempos de coleta utilizados no ensaio clínico foram adequados para a

caracterização do perfil farmacocinético do fármaco a partir da formulação estudada

como pode ser observado na figura 4. Perfil semelhante foi encontrado por Galán-

Herrera em estudo realizado sob condições semelhantes (figura 5).

Figura 6 – Curva de concentração plasmática média versus tempo para a formulação teste e referência de cetorolaco comprimido de 30mg após administração única por via sublingual obtida por GALÁN-HERRERA et al.; 2008.

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120

A comparação dos resultados dos parâmetros farmacocinéticos

determinados neste estudo com os resultados relatados por Galán-Herrera et al.;

(2008) foi realizada através de teste t não paramétrico. Os dados referentes à

comparação entre as formulações estão sumarizados na tabela 15.

Tabela 15: Parâmetros farmacocinéticos do cetorolaco versus formulações estudadas por Galán-Herrera et al., 2008.

Formulação 1 Formulação 2 Parâmetro

Média DP Média DP p

ASC0-∞ (µg*h/mL) 9,68 1,91 13,27 2,29 0,0001

ASC0-t último (µg*h/mL) 9,35 1,79 11,80 2,20 0,0010

Cmax (µg/mL) 2,61 0,47 3,44 1,02 0,0066

Tmax (h) 0,58 0,22 0,94 0,81 0,1140

t1/2 (h) 5,76 0,69 3,71 1,08 0,0001

Formulação 1 Formulação 3 Parâmetro

Média DP Média DP p

ASC0-∞ (µg*h/mL) 9,68 1,91 13,92 3,03 0,0001

ASC0-t último (µg*h/mL) 9,35 1,79 12,17 2,60 0,0009

Cmax (µg/mL) 2,61 0,47 3,61 0,90 0,0004

Tmax (h) 0,58 0,22 0,66 0,38 0,4773

t1/2 (h) 5,76 0,69 4,27 1,76 0,0046

Formulação 1: Cetorolaco estudado; nº de voluntários = 14

Formulação 2: Cetorolaco Referência; nº de voluntários = 26 (Galán-Herrera et al., 2008)

Formulação 3: Cetorolaco Teste ; nº de voluntários = 26 (Galán-Herrera et al., 2008)

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121

O valor médio de Tmax para a formulação de Cetorolaco estudado

(Formulação 1) foi similar aos valores médios relatados por Galán-Herrera et al.;

(2008), (Formulação 2 e Formulação 3), (média ± DP: 0,58 ± 0,22 versus 0,94 ± 0,81

[p=0,1130] e 0,58 ± 0,22 versus 0,66 ± 0,38 [p=0,4744]). Com relação à taxa de

absorção (Cmax) observa-se diferença significativa entre as formulações 1 – 2 e 1 – 3

(média ± DP: 2,61 ± 0,47 versus 3,44 ± 1,02 [p=0,0066] e 2,61 ± 0,47 versus 3,61 ±

0,90 [p=0,0004]). O mesmo padrão de diferença foi encontrado para a extensão de

absorção (ASC) das formulações comparadas: ASC0-∞ (média ± DP: 9,68 ± 1,91

versus 13,27 ± 2,29 [p=0,0001] e 9,68 ± 1,91 versus 13,92 ± 3,03 [p=0,0001]), ASC0-

24 (média ± DP: 9,35 ± 1,79 versus 11,80 ± 2,20 [p=0,0010] e 9,35 ± 1,79 versus

12,17 ± 2,60 [p=0,0009]).

Também foi observada diferença significante entre os tempos de meia-

vida (t1/2) do Cetorolaco estudado para as formulações estudadas por Galán-Herrera

et al.; (2008), significando que a formulação estudada passou maior tempo no

organismo dos voluntários, logo, tendo maior tempo de atuação.

A diferença aparente nos parâmetros farmacocinéticos entre a formulação

de Cetorolaco avaliada e as estudadas por Galán-Herrera et al.; (2008)

provavelmente deve-se ao fato que estas últimas podem apresentar diferenças no

processo de desenvolvimento farmacotécnico.

Deve-se ressaltar que, no protocolo de pesquisa utilizado neste estudo, o

número de coletas sangüíneas para a determinação dos níveis plasmáticos do

Cetorolaco (pré-dose; 10, 20, 30, 40, 50, 60, 75 e 90 minutos e 2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12

e 24 horas após a administração), um total de 18 coletas, enquanto o autor citado e

seu grupo coletaram suas amostras para análise em apenas 13 momentos.

O método analítico utilizado para quantificação de Cetorolaco em nosso

estudo, HPLC acoplado a um espectrômetro de massa, é mais sensível que o

utilizado por Galán-Herrera et al.; (2008) que obtiveram essa análise através de um

HPLC acoplado a um detector ultravioleta (UV). Dessa forma, o método analítico

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122

deste estudo pode ter contribuído para determinar as diferenças observadas entre

os parâmetros farmacocinéticos dos dois estudos, porém de forma mais adequada.

Os parâmetros farmacocinéticos obtidos neste protocolo foram também

semelhantes aos parâmetros observados em um estudo realizado por Pérez-Urizar

et al.; (2000). Neste estudo os pesquisadores utilizaram uma formulação de

Cetorolaco de Trometamina, que foi administrada por via intramuscular em 24

pacientes submetidos a cirurgias eletivas, sendo 10 homens e 14 mulheres com

idade (Média ± DP) de 34,9 ± 2,0 anos, peso de 64,9 ± 1,9 kg e altura de 162,3 ± 1,8

cm. Os resultados destes autores mostraram que o Cmax foi de 3,27 ± 0,32 µg/mL, o

Tmax de 0,57 ± 0,06 horas e a ASC de 9,45 ± 0,74 µg*h/mL.

Deve ser observado que a dose e a via de administração do Cetorolaco

no estudo de Pérez-Urizar et al.; (2000) foi de 30 mg, por via intramuscular. No

presente estudo a dose do Cetorolaco foi também de 30 mg, porém a via foi

sublingual. Em ambos os estudos a dose administrada não foi corrigida pela massa

corporal. Os voluntários mexicanos Pérez-Urizar et al.; (2000) apresentavam menor

massa corporal (64,9 ± 1,9 kg) enquanto os voluntários brasileiros apresentavam

maior massa corporal (74,4 ± 9,2 kg).

Conforme a Tabela 13 pode-se notar que no presente estudo as médias

do Cmax foi de 2,605 ± 0,465 µg/mL, do Tmax de 0,58 ± 0,22 horas e da ASC de 9,35

± 0,18 µg*h/mL, as quais mostram que os parâmetros farmacocinéticos são

semelhantes ao estudo de Pérez-Urizar et al., (2000) apesar de o Cetorolaco

estudado ter sido administrado por via sublingual e, quando feita a correção da dose

administrada pela massa corporal dos voluntários, ter sido administrado numa menor

quantidade, o que pode então, ter levado a diferença entre as concentrações

máximas obtidas.

Os resultados deste estudo exibiram um perfil farmacocinético semelhante

ao obtido no ensaio executado por Pérez-Urizar et al., (2002), em que foi

administrado 30 mg de Cetorolaco por via intramuscular ou sublingual em 13

voluntárias saudáveis com idade de 22,2 ± 1,2 anos, peso de 59 ± 2,2 kg e altura de

159,3 ± 2,1 cm. Quando administrado por via IM obteve-se os seguintes resultados:

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123

Cmax foi de 3,27 ± 0,17 µg/mL, o Tmax de 0,46 ± 0,03 horas e a ASC de 12,11 ± 1,19

µg*h/mL. Já na administração SL obteve-se esses resultados: Cmax foi de 2,44 ± 1,35

µg/mL, o Tmax de 0,98 ± 0,12 horas e a ASC de 11,89 ± 0,74 µg*h/mL.

O resultado do Cmax foi bastante semelhante a administração SL, assim

como o Tmax da administração IM, porém nota-se diferenças significantes entre a

ASC em ambas as formas de administração. Contudo, mais uma vez, pode ser

observado um grande diferencial entre as massas corporais dos voluntários.

McALEER et al., (2007) apresentaram resultados similaridades a este

estudo. O referido grupo administrou 30 mg de Cetorolaco por via IN ou IM em 15

voluntárias com massa corpórea entre 49 e 92 kg. Seus resultados após a

administração por via IN foram: Cmax foi de 1,80 ± 0,88 µg/mL, o Tmax de 0,75 ± 0,3

horas e a ASC0-24 de 7,14 ± 1,19 µg*h/mL, ASC0-∞ de 7,47 µg*h/mL e t1/2 5,24 ± 1,33

horas. Quando adiministrado por via IM foram achados os seguintes resultados: Cmax

foi de 2,38 ± 1,35 µg/mL, o Tmax de 0,75 ± 0,2 horas e a ASC0-24 de 10,77 ± 0,38

µg*h/mL, ASC0-∞ de 11,15 µg*h/mL e t1/2 4,80 ± 1,11 horas.

A administração IN mostrou-se inferior em todos os parâmetros

observados quando comparada aos resultados do presente estudo. Já os resultados

obtidos após a administração IM foram mais semelhantes aos deste estudo com

diferença significante entre as ASC0-∞. Pouca diferença foi observada em relação ao

t1/2 de ambas as formulações e o t1/2 do Cetorolaco estudado.

A tabela 16 mostra a diferença das doses administradas quando

corrigidas pela massa corpórea dos voluntários do Cetorolaco estudado e dos

voluntários do grupo mexicano.

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Tabela 16 – Dose de cetorolaco corrigida pela massa corporal do Cetorolaco estudado versus Pérez-Urizar et al., 2000; Pérez-Urizar et al., 2002 e Galán-Herrera et al., 2008.

DOSE DE CETOROLACO CORRIGIDA PELA MASSA CORPORAL

Massa corporal Dose e via de administração Dose/kg

CETOROLACO ESTUDADO 74,4 ± 9,2 kg 30 mg sublingual 0,403 mg/kg

PÉREZ-URIZAR et al., 2002

59 ±2,2 kg 30 mg sublingual 30 mg sublingual

0,508 mg/kg

GALÁN-HERRERA et al., 2008 61±8 kg 30 mg sublingual 0,491 mg/kg

PÉREZ-URIZAR et al., 2000 64,9 ± 1,9 kg 30 mg intramuscular 0,462 mg/kg

Logo, pode-se concluir que a utilização da formulação do Cetorolaco

estudado por via sublingual tem vantagem na facilidade de sua administração e

pode assim ser utilizado nos quadros de dor moderada e intensa especialmente em

pacientes onde a via parenteral é indesejável ou inviável, ou naqueles que tem

dificuldades de deglutição. Além disso, foi demonstrado que a formulação sublingual

de 30 mg apresenta segurança, uma vez que foi bem tolerado na dose administrada

e nenhum evento adverso foi observado.

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CONCLUSÃO

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7. CONCLUSÃO

O método bioanalítico foi aplicado com sucesso para analisar os

parâmetros farmacocinéticos da formulação do comprimido de 30 mg do cetorolaco

de trometamina administrado por via sublingual, sendo esses parâmetros

semelhantes aos encontrados em outras formulações do cetorolaco de trometamina.

O perfil farmacocinético da formulação sublingual de 30 mg de Cetorolaco

é adequado para ser utilizado nos quadros de dor moderada e intensa,

especialmente nos casos onde a via parenteral é indesejável ou inviável, ou

naqueles que tem dificuldades de deglutição. Além disso, foi demonstrado que a

formulação sublingual apresenta segurança, uma vez que foi bem tolerado na dose

administrada e nenhum evento adverso foi observado.

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GLOSSÁRIO

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GLOSSÁRIO

Fármaco - é a substância química de constituição definida que pode ter aplicação

em Farmácia, seja como preventivo, seja como curativo, seja como agente de

diagnóstico; a ser aceita esta definição, a matéria prima mineral, vegetal ou animal

da qual se podem extrair uma ou mais bases medicamentosas não é fármaco, pois

sua constituição química não é necessariamente conhecida.

Índice de Massa Corpórea (IMC) - é a razão do peso (Kg) pela altura (m) ao

quadrado. É o melhor indicador de obesidade, pois enfatiza a adiposidade relativa

dos indivíduos e minimiza os efeitos da altura..

Medicamento - produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com

finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. É uma forma

farmacêutica terminada que contém o fármaco, geralmente em associação com

adjuvantes farmacotécnicos.

Área sob a Curva da Concentração Plasmática versus Tempo (ASC) - relaciona-

se com a quantidade ou a extensão de absorção da droga pode ser calculado pelo

método trapezoidal e expresso em unidades de concentração vezes tempo.

Área sob a Curva do Tempo Zero ao Tempo T (ASC0-t) - relaciona-se com a

quantidade da droga absorvida do tempo zero ao tempo t, onde t é a última coleta

determinada experimentalmente.

Área sob a Curva da Concentração Plasmática versus Tempo, de Zero ao

Infinito (ASC0-∞) - relaciona-se com a quantidade ou a extensão de absorção da

droga. A quantidade da absorção sistêmica da droga é diretamente relacionada com

ASC que é geralmente calculado pelo método trapezoidal e expresso em unidades

de concentração vezes tempo.

Concentração Máxima Atingida no Plasma (Cmax) - concentração mais elevada

da droga atingida na circulação sangüínea após administração de um fármaco.

Relaciona-se a intensidade da resposta farmacológica. O Cmax ideal deve estar

dentro da janela terapêutica.

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Meia Vida de Eliminação da Droga (t1/2) - representa o tempo em que a

concentração da droga no plasma é reduzida à metade. Calcula-se através do

logaritmo neperiano (ln) de 2 (ln2= 0,693) dividido pela constante de eliminação. t1/2

= ln2/K.

Tempo correspondente à Concentração Máxima Atingida no Plasma (Tmax) - tempo correspondente para que o fármaco atinja a concentração máxima (Cmax).

Amostra - termo geral que abrange: controles, brancos, amostras processadas e

desconhecidas.

Amostra branco – amostra de uma matriz biológica na qual nenhum analito foi

adicionado, utilizada para avaliar a especificidade do método bioanalítico.

Amostra de Controle de Qualidade (CQ) – amostra da matriz biológica adicionada

do analito, usada para monitorar o desempenho de um método bioanalítico e para

avaliar a integridade e validade dos resultados das amostras desconhecidas

analisadas numa corrida individual.

Amostra processada – extrato final (anterior à análise instrumental) de uma

amostra que foi submetida a várias manipulações (ex: diluição, extração,

concentração).

Amostra desconhecida – amostra biológica que é objeto de análise.

Analito – composto químico específico a ser mensurado, podendo ser o fármaco

não transformado, biomolécula ou seu derivado, metabólito ou produto de

degradação em uma matriz biológica.

Matriz biológica – material distinto de origem biológica, que pose ser amostrado e

processado de modo reprodutível.

Corrida analítica (ou lote) – conjunto completo de amostras em estudo, com um

número apropriado de padrões e CQs para sua validação e que tem sua análise

completa nas mesmas condições.

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Método – descrição compreensível de todos os procedimentos usados em análises

de amostras.

Especificidade – habilidade do método bioanalítico de medir e diferenciar o analito

de componentes que possam estar presentes na amostra, tais como metabólitos,

impurezas, compostos de degradação ou componentes da matriz.

Exatidão – representa o grau de concordância entre os resultados individuais

encontrados e um valor aceito como referência.

Linearidade – corresponde à capacidade do método de fornecer resultados

diretamente proporcionais à concentração da substância em exame (analito).

Precisão – representa o grau de repetibilidade entre os resultados de análises

individuais, quando o procedimento é aplicado diversas vezes numa mesma amostra

homogênea, em idênticas condições de ensaio.

Recuperação – eficiência de extração de um método analítico, expressa como a

porcentagem da quantidade conhecida de um analito, obtida da comparação dos

resultados analíticos de amostras branco acrescidas de padrão e submetidas ao

processo de extração, com os resultados com os resultados analíticos de soluções

padrão na extraídas.

Reprodutibilidade - precisão entre dois laboratórios. Também representa a

precisão do método sob as mesmas condições operacionais, num curto período de

tempo.

Estabilidade – parâmetro que visa determinar se um analito mantém-se

quimicamente inalterado numa dada matriz sob condições específicas, em

determinados intervalos de tempo.

Limite inferior de quantificação (LIQ) – menor quantidade de um analito numa

amostra que pode ser determinada quantitativamente com precisão e exatidão

aceitáveis.

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Limite superior de quantificação (LSQ) - maior quantidade de um analito numa

amostra que pode ser determinada quantitativamente com precisão e exatidão

aceitáveis.

Faixa de quantificação – corresponde a uma faixa de concentração, incluindo o

LSQ e o LIQ, que pode ser confiável e reprodutivamente quantificada com exatidão

e precisão, por meio da relação concentração-resposta.

Padrão de calibração – matriz biológica a qual foi adicionada uma quantidade

conhecida de analito. Os padrões de calibração são usados para construir a curva

de calibração, com a qual são determinadas as concentrações do analito nos CQs e

nas amostras desconhecidas em estudo.

Padrão interno (PI) – composto, geralmente com características estruturais ao

analito, adicionado aos padrões de calibração e amostras em concentrações

conhecidas e constantes, para facilitar a determinação do analito.

Validação total – estabelecimento de todos os parâmetros de validação de um

método bioanalítico, aplicáveis à análise das amostras.

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ANEXOS

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ANEXO I

APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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APÊNDICES

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APÊNDICE I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Determinação do Perfil Farmacocinético do Cetorolaco Comprimido de 30mg produzido pela DIFFUCAP Chemobrás Química Farmacêutica Ltda. Administrado por Via Sublingual em Voluntários Saudáveis.

Você está sendo convidado a participar de um projeto de pesquisa. Sua participação é importante, porém, você não deve participar contra a sua vontade. Leia atentamente as informações abaixo e faça qualquer pergunta que desejar, para que todos os procedimentos desta pesquisa sejam esclarecidos.

O abaixo-assinado, _________________________________________, ______ anos, RG nº________________ declara que é de livre e espontânea vontade que está participando como voluntário do projeto de pesquisa supracitado, de responsabilidade dos Médicos Pesquisadores Profa. Dra. Maria Elisabete Amaral de Moraes, Prof. Dr. Manoel Odorico de Moraes, Prof. Dr. Fernando Antonio Frota Bezerra, Dra Jonaína Costa de Oliveira e Dr. Francisco Vagnaldo Fechine Jamacaru do Nutricionista Pesquisador Valden Luis Matos Capistrano Junior, dos Farmacêuticos Pesquisadores Demétrius Fernandes do Nascimento e Andréa Vieira Pontes, da Enfermeira Pesquisadora Gilmara Holanda da Cunha e do Fisioterapeuta Pesquisador Cleber Soares Pimenta Costa da Unidade de Farmacologia Clínica (UNIFAC) da Universidade Federal do Ceará. O abaixo-assinado está ciente que: NATUREZA E PROPÓSITO DO ESTUDO

O objetivo da pesquisa é verificar o comportamento do medicamento Cetorolaco, na forma de comprimido sublingual 30 mg, produzido pela DIFFUCAP Chemobrás Química Farmacêutica Ltda no organismo.

PROCEDIMENTOS A SEREM REALIZADOS E RESPONSABILIDADES

Antes de sua participação no estudo e após a sua participação você será convidado a ir à Unidade de Farmacologia Clínica para avaliar a sua condição de saúde. Você será examinado por um médico que lhe fará um exame completo, medindo o seu pulso, sua temperatura, sua pressão arterial. Também será feito um exame do coração (eletrocardiograma). O médico lhe perguntará se você teve ou tem alguma doença e se você faz uso de algum medicamento.

Durante a visita serão coletadas amostras de sangue e urina para exames laboratoriais. Os exames laboratoriais incluem exame de sangue completo como hemograma completo (hemoglobina, hematócrito, contagem diferencial de glóbulos brancos, contagem de glóbulos vermelhos e plaquetas); bioquímica sangüínea (glicose no sangue, albumina, transaminases oxalacética (AST) e pirúvica (ALT), creatinina, colesterol total, triglicerídeos, fosfatase alcalina). Sumário de urina (Urina I). Exames para a hepatite B e C; AIDS (HIV 1 e HIV 2) e βHCG (para as mulheres), no sangue, serão realizados no pré estudo.

Se você for considerado sadio para realizar o estudo, você será internado uma vez por aproximadamente 36 horas.

a) será administrado 1 comprimido da formulação por via sublingual, ou seja, debaixo da língua.

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b) serão coletadas 15 amostras de sangue de 9 mL cada, através de agulha introduzida em veia superficial para a dosagem do medicamento e mais uma amostra de 20 mL antes da administração da medicação para o controle do método de dosagem do medicamento no sangue.

c) será verificada sua pressão, pulso e temperatura, em intervalos regulares. d) serão também servidas refeições padronizadas [ceia, na noite da internação (se

não interferir com o jejum); café da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia no dia de administração do medicamento; café da manhã no dia de alta] ou bebidas em horários preestabelecidos. Após a coleta de 24 horas você receberá alta da Unidade de Farmacologia Clínica. Cerca de 155 mL de sangue será colhido durante todo o estudo.

A duração total de sua participação na pesquisa está estimada em 20 dias, a contar da internação, após o processo de seleção. RESPONSABILIDADES

É condição indispensável, para participação no ensaio clínico, que esteja em boa saúde e, portanto, não esteja no momento sob tratamento médico ou fazendo uso de quaisquer fármacos ou medicações e que tampouco tenha participado de outro estudo clínico com medicamentos nos últimos 6 meses. Algumas regras deverão ser seguidas para sua participação no estudo: a) não pode ser dependente de fármacos ou álcool e caso o investigador tenha alguma suspeita, poderá solicitar exame de urina para detecção do uso de fármacos; b) não pode ter doado (ou retirado/perdido por qualquer motivo) sangue ou plasma dentro dos três meses que antecedem o estudo ou ter doado 1500 mL (um litro e meio) no período de um ano antecedendo o estudo; c) não pode tomar bebidas contendo cafeína e xantinas (café, chá, coca-cola, etc) nas 12 horas que antecedem as internações até a última coleta.

É ainda de sua RESPONSABILIDADE em relação a sua participação no ensaio clínico: a) comparecer à internação na data e horários informados; b) não engravidar, conforme orientação, durante a participação no estudo (desde a seleção até o pós-estudo); c) permanecer em jejum pelo tempo previsto (pelo menos 8 horas) em cada internação; d) tomar toda a medicação prevista; e) Ingerir toda a alimentação e líquidos que tenham sido previstos; f) retornar à Unidade de Farmacologia Clínica na data, horário e local combinados, para realização da consulta e exames de alta, independentemente de haver sido interrompida sua participação no estudo ou de sua desistência. POSSÍVEIS RISCOS E DESCONFORTOS

A administração sublingual de Cetorolaco de maneira continuada pode causar reações leves como: náuseas, vômitos, azia, dor no estomago. Entretanto o aparecimento de efeitos indesejáveis após administração de dose única de Cetorolaco tem menor probabilidade de aparecer. Além dos efeitos citados, a administração de qualquer medicamento pode causar reações imprevisíveis.

A retirada de sangue é um procedimento seguro e pode causar um leve desconforto, além de uma mancha roxa pequena no local da picada que freqüentemente resolve sem maiores problemas. BENEFÍCIOS OU COMPENSAÇÕES

A participação neste estudo, não tem objetivo de submetê-lo a um tratamento terapêutico. Conseqüentemente, não se espera que a participação no estudo traga qualquer benefício em função do tratamento.

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INTERCORRÊNCIAS (efeitos indesejáveis)

Se você sofrer algum malefício em decorrência direta de sua participação no estudo, você receberá tratamento nesta Instituição. Eventuais custos decorrentes de internamentos e tratamentos hospitalares, bem como óbito, se comprovadamente decorrentes de reações adversas provocadas pelo produto sob investigação, serão de responsabilidade do Patrocinador do Estudo. RESSARCIMENTO

De acordo com valores previamente estabelecidos os voluntários serão ressarcidos das despesas e tempo despendido na realização do supracitado estudo clínico após a consulta de alta. Caso desista, ou seja, dispensado antes do estudo ser finalizado o voluntário receberá proporcionalmente ao tempo despendido, no final do estudo. Entende também que a desistência ou dispensa antes do comparecimento para a internação não dá direito a ressarcimento.

Estima-se que, durante o período de sua participação no estudo, vocês terão como despesas os gastos de deslocamento da residência ou trabalho até à Unidade de Farmacologia Clínica para internação e consultas, bem como coletas de amostras após a alta; ou ao laboratório de análises clínicas para a realização dos exames. Ainda deve ser prevista eventual visita posterior para acompanhamento de eventos adversos, se estes ocorrerem. O ressarcimento destas despesas já está incluído no valor estabelecido no item acima. PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA

Sua participação é voluntária e você tem a liberdade de desistir ou interromper a participação neste estudo no momento que desejar. Neste caso, você deve informar imediatamente sua decisão ao pesquisador ou a um membro de sua equipe, sem necessidade de qualquer explicação e sem que isto venha interferir no seu atendimento médico desta Instituição.

Obteve todas as informações e esclarecimentos necessários para poder decidir conscientemente sobre a participação no referido ensaio clínico.

Independente de seu desejo e consentimento, sua participação no ensaio clínico poderá ser interrompida, em função: a) da ocorrência de eventos adversos; b) da ocorrência de qualquer doença que, a critério médico, prejudique a continuação de sua participação no estudo; c) do não cumprimento das normas estabelecidas; d) de qualquer outro motivo que, a critério médico, seja do interesse de seu próprio bem-estar ou dos demais participantes; e) da suspensão do Estudo como um todo.

A Unidade de Farmacologia Clínica o manterá informado, em tempo oportuno, sempre que houver alguma informação adicional que possa influenciar seu desejo de continuar participando no estudo e prestará qualquer tipo de esclarecimento em relação ao progresso da pesquisa, conforme sua solicitação.

A interrupção não causará prejuízo ao seu atendimento, cuidado e tratamento pela equipe da Unidade de Farmacologia Clínica.

DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES QUANTO A PARTICIPAÇÃO NO ESTUDO

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Os registros que possam identificar sua identidade serão mantidos em sigilo, a não ser que haja obrigação legal de divulgação. A Unidade de Farmacologia Clínica não identificará o voluntário por ocasião da publicação dos resultados obtidos.

Contudo, o(s) monitor(es) do Estudo, auditor(es), membros do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará, ou autoridades do(s) órgão(s) governamentais envolvido(s) na fiscalização e acompanhamento do estudo terão direito de ter acesso aos registros originais de dados clínicos de sua pessoa, coletados durante a pesquisa, na extensão em que for permitido pela lei e regulamentações aplicáveis, com o propósito de verificar os procedimentos e dados do ensaio, sem no entanto violar a condição de que tais informações são confidenciais. Ao assinar este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, você está também autorizando tal acesso, mesmo se você se retirar do Estudo. CONTATOS E PERGUNTAS

Caso surja alguma intercorrência, deverá procurar a Unidade de Farmacologia Clínica (Fone 3366-8250) e solicitar que a mesma contacte os médicos responsáveis pelo ensaio clínico ou então entrarem em contato diretamente com os mesmos nos telefones indicados no final deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Poderá contactar a Dra. Maria Elisabete Amaral de Moraes e Dr. Fernando Antonio Frota Bezerra para receber informações adicionais, relacionadas à pesquisa ou quanto aos seus direitos como voluntário.

Poderá contactar a Secretaria do Comitê em Pesquisa da UFC, fone 3366-8338, para apresentar recursos ou reclamações em relação ao ensaio clínico.

Se você concorda com o exposto acima leia e assine o documento abaixo. ASSINATURAS

Eu declaro que li cuidadosamente todo este documento denominado Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e que, após, tive nova oportunidade de fazer perguntas sobre o conteúdo do mesmo o também sobre o Estudo e recebi explicações que responderam por completo minhas dúvidas e reafirmo estar livre e espontaneamente decidindo participar do Estudo.

Ao assinar este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, eu também estou certificando que toda a informação que eu prestei, incluindo minha história médica, é verdadeira e correta até onde é de meu conhecimento, e declaro estar recebendo uma cópia assinada deste documento.

Ao assinar este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, estou autorizando o acesso às minhas informações, conforme explicitado anteriormente.

Ao assinar este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, eu não renunciei qualquer direito legal que eu venha a ter ao participar deste Estudo.

Fortaleza, _____/_____/______

Nome do voluntário Data Assinatura Nome da pessoa que está obtendo o termo de consentimento

Data Assinatura

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Nome da Testemunha (se o voluntário não souber ler)

Data Assinatura

CONTROLE INTERNO Nº do Estudo: 60/09 Nº do Voluntário: _____ TELEFONES PARA CONTATO UNIDADE DE FARMACOLOGIA CLÍNICA (85) 3366 8250 Profa. Maria Elisabete Amaral de Moraes, MD, PhD (85) 3366.8346 Prof. Manoel Odorico de Moraes, MD, PhD. (85) 3366.8346 Prof. Fernando Antônio Frota Bezerra, MD, MSc (85) 3366.8346 Jonaina Costa de Oliveira, MD. (85) 3366 8346 Cléber Soares Pimenta Costa, BScPhysio (85) 3366 8346 Valden Luis Matos Capistrano Júnior, Nut (85) 3366 8346 Gilmara Holanda da Cunha RN, MSc. (85) 3366.8346 Andréa Vieira Pontes, BsPharm, MSc (85) 3366.8346 Demétrius Fernandes do Nascimento BsPharm, MSc (85) 3366 8346 Francisco Vagnaldo Fechine MD, PhD. (85) 3366.8346

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APÊNDICE II HORÁRIO E COMPOSIÇÃO DAS REFEIÇÕES

Dieta geral isenta de xantina em torno de 2500 a 2700 Kcal que corresponde a 5 refeições (desjejum, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia) DESJEJUM Suco (qualquer sabor) Sanduíche de presunto e queijo ALMOÇO Suco (qualquer sabor) Arroz Feijão 01 porção de legume ou verdura refogada 01 porção de salada 01 porção de carne branca 01 sobremesa LANCHE DA TARDE Suco (qualquer sabor) Bolacha de água/biscoito JANTAR Suco (qualquer sabor) Arroz Feijão 01 porção de legume ou verdura refogada 01 porção de carne branca 01 sobremesa CEIA Suco (qualquer sabor) 04 esfirras de queijo ou carne

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APÊNDICE III REGISTRO DE EVENTOS ADVERSOS

Nº de Ordem do Evento FOLHA DE EVENTO ADVERSO Data Preenchimento

Assinale caso se trate de uma nova versão relativa ao mesmo evento.

Detalhes Evento

Data Período _____ Início do Evento Adverso

Hora (de tratamento)

Antes da administração do Produto sob Investigação* Após a administração, durante a internação Após ter recebido alta da internação

Término Data Hora Duração _____ ___ Ver “Desfecho”

Queixa / Diag.

Última Dose . Data Hora Dose administrada (unidade) * Ocorrências antes da administração do Produto sob Investigação no 1º Período não são Eventos Adversos

Classificações

Expectativa Esperado Não Esperado Intensidade Fraco Moderado Intenso

Nenhuma Improvável Possível Relação com a Terapia

Provável Certa

Seriedade Não Sério Sério Nº Identificação do Ev. Adv. Sério: Conduta

Dose Reduzida Dose Aumentada Dose Interrompida Dose Encerrada Tratamento Farmacológico * Outra Terapia Hospitalização

Conduta Imediata

(escolha 1 ou mais opções que se apliquem) Nenhuma (Observação) Outros Não Aplicável

Detalhes Os Tratamentos Farmacológicos são descritos na Folha de Terapias Adicionais constante no CRF.

Próximo(s) Acomp. Clínico(s) Através dos retornos já programados Solicitado retorno adicional

Exames Compl. Desnecessário Solicitados Exames Recuperação: Total Com Seqüelas Evento Adverso ainda presente: Sob Observação Sob Tratamento

Desfecho

(escolha apenas 1 opção) Falecimento Dados Não Disponíveis (Não compareceu aos retornos solicitados)

Desligamento O médico retirou o Voluntário do Estudo em função do Evento O Voluntário resolveu interromper sua participação no estudo em função do Evento

Outras Informações

________________________________ _______________________ ________________ Médico Responsável pelas Informações Assinatura Data

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DEFINIÇÕES DE EXPERIÊNCIAS (EVENTO) ADVERSAS

INTENSIDADE Leve Experiência adversa facilmente tolerada.

Moderada Experiência adversa desagradável o bastante para interferir na atividade cotidiana.

Severa Experiência adversa que impossibilita a realização da atividade cotidiana normal. RELACIONAMENTO SUPOSTO COM O FÁRMACO EXPERIMENTAL

Não A experiência adversa definitivamente não está relacionada ao fármaco em teste.

Desconhecida Há outras causas mais prováveis e não há suspeitas de que o fármaco seja a causa.

Possível Não foi demonstrado um relacionamento de causa e efeito direto entre o fármaco e a experiência adversa, porém, há uma possibilidade razoável de que o fármaco esteja envolvido.

Sim Há um relacionamento direto de causa e efeito entre a experiência e o fármaco em estudo.

EVENTO ADVERSO SÉRIO

É qualquer experiência:

* a qual é fatal * a qual põe a vida em risco * a qual debilita/incapacita * a qual resulta em hospitalização * a qual o pesquisador interpreta como séria ou que sugere um risco, contra-

indicação, efeito colateral ou precaução significativa(o) que possa estar associada(o) ao uso do fármaco e que deve ser relatada como séria.

Quaisquer experiências (evento) adversas sérias que ocorram a qualquer tempo

durante o estudo clínico dentro de cinco meias-vidas, desde a última dose da medicação em estudo, estejam ou não relacionadas com a medicação em estudo, devem ser relatadas pelo investigador clínico.

Caso ocorra uma experiência adversa séria, entre em contato com o coordenador e/ou monitor do estudo imediatamente (em até 24 horas).

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APÊNDICE IV

Gráficos das Curvas de concentração versus tempo e parâmetros

farmacocinéticos individuais

VOLUNTÁRIO 1

PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS OBTIDOS DA CURVA DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA VERSUS TEMPO DO CETOROLACO DO VOLUNTÁRIO 1

PARÂMETROS UNIDADE CETOROLACO

T último (h) 24,00

ASC0-t último (µg*h/mL) 9397

ASC0-∞ (µg*h/mL) 9715

ASC0-∞ extrapolado % 3,28

Cmax (µg/mL) 2590

Cúltimo (µg/mL) 39,30

Tmax (h) 0,50

T1/2 (h) 5,62

ke (1/h) 0,12

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VOLUNTÁRIO 2

PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS OBTIDOS DA CURVA DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA VERSUS TEMPO DO CETOROLACO DO VOLUNTÁRIO 2

PARÂMETROS UNIDADE CETOROLACO

T último (h) 24,00

ASC0-t último (µg*h/mL) 7462

ASC0-∞ (µg*h/mL) 7630

ASC0-∞ extrapolado % 2,21

Cmax (µg/mL) 2090

Cúltimo (µg/mL) 23,20

Tmax (h) 1,00

T1/2 (h) 5,03

ke (1/h) 0,14

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168

VOLUNTÁRIO 3

PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS OBTIDOS DA CURVA DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA VERSUS TEMPO DO CETOROLACO DO VOLUNTÁRIO 3

PARÂMETROS UNIDADE CETOROLACO

T último (h) 24,00

ASC0-t último (µg*h/mL) 6291

ASC0-∞ (µg*h/mL) 6495

ASC0-∞ extrapolado % 3,15

Cmax (µg/mL) 2250

Cúltimo (µg/mL) 21,50

Tmax (h) 0,50

T1/2 (h) 6,59

ke (1/h) 0,11

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VOLUNTÁRIO 4

PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS OBTIDOS DA CURVA DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA VERSUS TEMPO DO CETOROLACO DO VOLUNTÁRIO 4

PARÂMETROS UNIDADE CETOROLACO

T último (h) 24,00

ASC0-t último (µg*h/mL) 6551

ASC0-∞ (µg*h/mL) 6779

ASC0-∞ extrapolado % 3,36

Cmax (µg/mL) 1780

Cúltimo (µg/mL) 26,50

Tmax (h) 1,00

T1/2 (h) 5,96

ke (1/h) 0,12

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170

VOLUNTÁRIO 5

PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS OBTIDOS DA CURVA DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA VERSUS TEMPO DO CETOROLACO DO VOLUNTÁRIO 5

PARÂMETROS UNIDADE CETOROLACO

T último (h) 24,00

ASC0-t último (µg*h/mL) 9149

ASC0-∞ (µg*h/mL) 9368

ASC0-∞ extrapolado % 2,34

Cmax (µg/mL) 2600

Cúltimo (µg/mL) 28,50

Tmax (h) 0,50

T1/2 (h) 5,30

ke (1/h) 0,13

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171

VOLUNTÁRIO 6

PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS OBTIDOS DA CURVA DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA VERSUS TEMPO DO CETOROLACO DO VOLUNTÁRIO 6

PARÂMETROS UNIDADE CETOROLACO

T último (h) 24,00

ASC0-t último (µg*h/mL) 10054

ASC0-∞ (µg*h/mL) 10538

ASC0-∞ extrapolado % 4,59

Cmax (µg/mL) 2600

Cúltimo (µg/mL) 52,80

Tmax (h) 0,67

T1/2 (h) 6,35

ke (1/h) 0,11

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172

VOLUNTÁRIO 7

PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS OBTIDOS DA CURVA DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA VERSUS TEMPO DO CETOROLACO DO VOLUNTÁRIO 7

PARÂMETROS UNIDADE CETOROLACO

T último (h) 24,00

ASC0-t último (µg*h/mL) 11428

ASC0-∞ (µg*h/mL) 11888

ASC0-∞ extrapolado % 3,87

Cmax (µg/mL) 3270

Cúltimo (µg/mL) 51,40

Tmax (h) 0,33

T1/2 (h) 6,21

ke (1/h) 0,11

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173

VOLUNTÁRIO 8

PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS OBTIDOS DA CURVA DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA VERSUS TEMPO DO CETOROLACO DO VOLUNTÁRIO 8

PARÂMETROS UNIDADE CETOROLACO

T último (h) 24,00

ASC0-t último (µg*h/mL) 9098

ASC0-∞ (µg*h/mL) 9373

ASC0-∞ extrapolado % 2,93

Cmax (µg/mL) 3020

Cúltimo (µg/mL) 32,30

Tmax (h) 0,67

T1/2 (h) 5,89

ke (1/h) 0,12

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174

VOLUNTÁRIO 9

PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS OBTIDOS DA CURVA DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA VERSUS TEMPO DO CETOROLACO DO VOLUNTÁRIO 9

PARÂMETROS UNIDADE CETOROLACO

T último (h) 24,00

ASC0-t último (µg*h/mL) 9805

ASC0-∞ (µg*h/mL) 10265

ASC0-∞ extrapolado % 4,47

Cmax (µg/mL) 2030

Cúltimo (µg/mL) 56,30

Tmax (h) 0,83

T1/2 (h) 5,65

ke (1/h) 0,12

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175

VOLUNTÁRIO 10

PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS OBTIDOS DA CURVA DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA VERSUS TEMPO DO CETOROLACO DO VOLUNTÁRIO 10

PARÂMETROS UNIDADE CETOROLACO

T último (h) 24,00

ASC0-t último (µg*h/mL) 11676

ASC0-∞ (µg*h/mL) 12288

ASC0-∞ extrapolado % 4,98

Cmax (µg/mL) 3200

Cúltimo (µg/mL) 62,60

Tmax (h) 0,50

T1/2 (h) 6,78

ke (1/h) 0,10

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176

VOLUNTÁRIO 11

PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS OBTIDOS DA CURVA DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA VERSUS TEMPO DO CETOROLACO DO VOLUNTÁRIO 11

PARÂMETROS UNIDADE CETOROLACO

T último (h) 24,00

ASC0-t último (µg*h/mL) 12235

ASC0-∞ (µg*h/mL) 12665

ASC0-∞ extrapolado % 3,39

Cmax (µg/mL) 3090

Cúltimo (µg/mL) 53,00

Tmax (h) 0,33

T1/2 (h) 5,62

ke (1/h) 0,12

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177

VOLUNTÁRIO 12

PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS OBTIDOS DA CURVA DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA VERSUS TEMPO DO CETOROLACO DO VOLUNTÁRIO 12

PARÂMETROS UNIDADE CETOROLACO

T último (h) 24,00

ASC0-t último (µg*h/mL) 10223

ASC0-∞ (µg*h/mL) 10717

ASC0-∞ extrapolado % 4,61

Cmax (µg/mL) 2740

Cúltimo (µg/mL) 5380

Tmax (h) 0,50

T1/2 (h) 6.37

ke (1/h) 0,11

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178

VOLUNTÁRIO 13

PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS OBTIDOS DA CURVA DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA VERSUS TEMPO DO CETOROLACO DO VOLUNTÁRIO 13

PARÂMETROS UNIDADE CETOROLACO

T último (h) 24,00

ASC0-t último (µg*h/mL) 8262

ASC0-∞ (µg*h/mL) 8444

ASC0-∞ extrapolado % 2,16

Cmax (µg/mL) 2300

Cúltimo (µg/mL) 26,70

Tmax (h) 0,50

T1/2 (h) 4,75

ke (1/h) 0,15

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179

VOLUNTÁRIO 14

PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS OBTIDOS DA CURVA DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA VERSUS TEMPO DO CETOROLACO DO VOLUNTÁRIO 14

PARÂMETROS UNIDADE CETOROLACO

T último (h) 24,00

ASC0-t último (µg*h/mL) 9213

ASC0-∞ (µg*h/mL) 9385

ASC0-∞ extrapolado % 1,83

Cmax (µg/mL) 2910

Cúltimo (µg/mL) 26,70

Tmax (h) 0,33

T1/2 (h) 4,47

ke (1/h) 0,16