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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
MARILENA DE MELO BRAGA
MONITORAMENTO DA FERTILIDADE DE UM SOLO
ADUBADO COM BAGAÇO DE CAJU
FORTALEZA – CEARÁ
2008
MARILENA DE MELO BRAGA
MONITORAMENTO DA FERTILIDADE DE UM SOLO
ADUBADO COM BAGAÇO DE CAJU
Monografia apresentada ao Curso de Agronomia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará, como parte das exigências da Disciplina Atividade Supervisionada.
Orientador: Prof. Dr. Márcio Cleber de Medeiros Corrêa
FORTALEZA – CEARÁ
2008
B792m Braga, Marilena de Melo Monitoramento da fertilidade de um solo adubado com bagaço de caju / Marilena de Melo Braga, 2008.
40f. ; il. color. enc. Orientador: Prof. Dr. Márcio Cleber de Medeiros Côrrea
Monografia (graduação) - Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias. Depto. de Engenharia Agrícola, Fortaleza, 2008.
1. Anacardium occidentale 2. Adubação orgânica 3. Mineralização da matéria orgânica 4. Resíduo orgânico I. Côrrea, Márcio Cleber de Medeiros (orient.) II. Universidade Federal do Ceará – Graduação em Agronomia III. Título
CDD 631
Esta Monografia foi apresentada à disciplina AC 486 - Atividade Supervisionada do Curso de
Graduação em Agronomia da Universidade Federal do Ceará, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Engenheira Agrônoma e encontra-se à disposição dos
interessados na Biblioteca de Ciências e Tecnologia e na coordenação do Curso de Graduação
em Agronomia da referida Universidade.
A citação de qualquer parte desta Monografia é permitida, desde que seja feita em
conformidade com as normas da ética científica.
APROVADA EM 27 DE NOVEMBRO DE 2008.
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Prof. Dr. Márcio Cleber de Medeiros Corrêa Professor da Universidade Federal do Ceará
Orientador
_______________________________________
Prof. Dr. Claudivan Feitosa de Lacerda Professor da Universidade Federal do Ceará
Conselheiro
______________________________________
Prof. PhD. Boanerges Freire de Aquino Professor da Universidade Federal do Ceará
Conselheiro
Aos meus pais, Francisco
Crisóstomo e Maria Helena,
meus avós paternos Abílio Braga
(in memoriam) e Joana
Crisóstomo, minha avô Minerva
Soares (in memoriam) e ao meu
namorado Cláudio Henrique.
OFEREÇO
AGRADECIMENTOS
Antes de tudo à Deus, por ter me concedido força, determinação e coragem,
fazendo-me chegar até aqui;
Aos meus pais e toda minha família, pelo amor e apoio a mim oferecidos, um
agradecimento todo especial;
Ao meu namorado Cláudio Henrique, pelo amor, confiança, companheirismo,
amizade, apoio um agradecimento mais do que especial.
À Universidade Federal do Ceará, pela oportunidade oferecida de concretização
de meu sonho;
Aos professores do curso de Agronomia da Universidade Federal do Ceará, com
quem tive oportunidade de estudar, pelos ensinamentos, esclarecimentos e atenção;
Ao Programa de Educação Tutorial (PET-Agronomia), por todo aprendizado,
vivência, formação moral e, também, pela concessão da bolsa de estudo durante boa parte do
curso de Graduação;
À Embrapa Agroindústria Tropical e em especial o Laboratório de Solo e Água,
pela a efetuação das análises desse experimento;
Ao meu orientador Prof. Dr. Márcio Cleber de Medeiros Corrêa por todos os
ensinamentos durante parte da minha formação acadêmica.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq,
pela concessão de bolsa de estudo durante parte da Graduação;
Aos Professores, Boanerges Aquino e Claudivan Lacerda, por terem aceitado tão
prestativamente meu convite para participarem da banca;
As amigas, Rosilene Mesquita Oliveira, Maria Nilzilene de Lopes Farias e
Leonília Maria, pela amizade, carinho, companheirismo e incentivo durante o curso de
graduação;
Aos amigos, Everton, Gabriel Nuto, José Moacir, Nery Junior e Francisco Sávio
pela amizade, carinho, companheirismo e incentivo durante o curso de graduação;
A Olienaide Oliveira e Ciro Pinto, pela amizade, carinho e incentivo tanto no
curso quanto na vida.
Aos colegas do PET-Agronomia (bolsistas, ex-bolsistas, voluntários e agregados)
pela convivência e companheirismo dispensados a mim;
A todos os meus amigos do curso de agronomia, pela amizade, companheirismo,
pelos momentos de estudo, momentos de descontração, pelos sonhos compartilhados;
A todos, que direta ou indiretamente, independente da função, grau parentesco e
ou instrução contribuíram neste percurso e que não foram supracitadas, terão sempre meu
reconhecimento e estarão em meus pensamentos. O meu muito obrigado.
Se não houver frutos,
Valeu pela beleza das flores.
Se não houver flores,
Valeu pela sombra das folhas.
Se não houver folhas,
Valeu pela intenção da semente.
(Henfil)
RESUMO
Objetivou-se com esse trabalho avaliar o potencial do bagaço de caju como fertilizante orgânico, através das alterações ocorridas na fertilidade do substrato em função de doses e tempo de incubação do mesmo, em condições controladas de laboratório. O delineamento experimental foi de blocos casualizados (DBC), num esquema de parcelas subdivididas, com 6 tratamentos (0; 10; 20; 30; 40; 50 t ha-1 de bagaço de caju com base no peso seco), 3 repetições e 9 tempos de incubação (30, 60, 90, 120, 150, 180, 210 ,240 e 270 dias) totalizando 162 parcelas experimentais compostas por recipientes de poliestireno plástico com capacidade volumétrica para 0,30 dm-3, contendo 0,25 dm-3 da mistura terra + bagaço de caju, nas respectivas doses. O cálculo das doses do resíduo orgânico foi feito com base no volume empregado, considerando sua incorporação na camada de 0 a 20 cm de profundidade. Foram determinados os valores de pH, P, K, Mg, CTC, V% e M.O. do substrato. O bagaço de caju diminuiu o pH, aumentou as concentrações P e M.O., CTC e V% e em relação às doses, tempo de incubação e interação entre os mesmos. Já para K e Mg verificou-se um aumento desses nutrientes em relação ao incremento das doses no substrato, para os tempos de incubação e interação não houve efeitos significativos. Conclui-se que o uso do bagaço de caju como fertilizante orgânico promoveu melhorias na fertilidade do solo, portanto apresentando potencialidade para ser utilizado em sistemas agrícolas. Palavras-chave: Anacardium occidentale, adubação orgânica, mineralização da materia orgânica, resíduo orgânico.
ABSTRACT
The objective of this work is to evaluate the potential of cashew bagasse as organic fertilizer, through changes in fertility due to the substrate doses and the incubation period of that, in controlled laboratory conditions. The experimental design was randomized blocks (DBC), in a split-plot, with 6 treatments (0, 10, 20, 30, 40, 50 t ha-1-pomace cashew based on dry weight), 3 replicates and 9 days of incubation (30, 60, 90, 120, 150, 180, 210, 240 and 270 days) totaling 162 plots composed of polystyrene plastic containers with volume capacity to 0.30 dm-3, containing 0.25 dm-3 ground mixture of crushed cashew in their doses. The calculation of doses of organic residue was based on the volume used, considering its incorporation into the layer of 0 to 20 cm deep. Were determined the values of pH, P, K, Mg, CTC, V% and OM the substrate. The cashew bagasse decreased pH, increased concentrations P, M.O., CTC and V% and for doses, the incubation period and interaction between them. For K and Mg there was an increase in these nutrients in relation to increasing doses of the substrate, the incubation time for interaction and no significant effects. It follows that the use of bagasse as organic fertilizer caju to promote improvements in soil fertility, thus presenting potential to be used in agricultural systems. Keywords: Anacardium occidentale, organic manure, mineralization of organic matter, organic wastes.
SUMÁRIO
Pág.
RESUMO 08
ABSTRACT 09
1 INTRODUÇÃO 11
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Cultura do caju (Anacardium occidentale L.) 13
2.2 Resíduos Orgânicos utilizados na Agricultura como adubo orgânico 15
2.3 Resíduos Orgânicos da Agroindústria processadora de pedúnculo de caju
(bagaço de caju) 16
3 MATERIAL E MÉTODOS 18
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 21
4.1 pH do substrato 21
4.2 Fósforo do substrato 24
4.3 Potássio do substrato 26
4.4 Magnésio do substrato 28
4.5 CTC do substrato 29
4.6 V% do substrato 31
4.7 Matéria Orgânica do substrato 34
5 CONCLUSÃO 36
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37
1 INTRODUÇÃO
O cajueiro (Anacardium occidentale) pertence à família Anacardiaceae, é uma
importante espécie cultivada nas regiões tropicais e subtropicais, encontrando-se disperso
numa extensa faixa compreendida entre os paralelos 27º N, no Sudeste da Flórida, e 28º S, na
África do Sul. (FROTA; PARENTE, 1995). Mais de 98% da área plantada com cajueiro no
Brasil encontra-se na Região Nordeste, onde os maiores plantios se localizam principalmente
nas faixas litorâneas e de transição dos Estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte
(PAULA PESSOA et al., 1995).
A cajucultura apresenta como principais produtos de expressão econômica a
amêndoa, comestível, e o líquido da casca da castanha (LCC). Porém, o aproveitamento
industrial do pedúnculo de caju, pela agroindústria brasileira vem crescendo
significativamente a cada ano verificando-se um expressivo aumento nas vendas e na
conquista de novos mercados. Dos produtos gerados da industrialização do pseudofruto
destacam-se o suco concentrado, hoje o mais vendido no país, além de doces, aguardentes,
refrigerante, cajuína (suco puro e clarificado), entre outros. No beneficiamento do pedúnculo
de caju para a obtenção do suco ou polpa, há o descarte do resíduo advindo da moagem do
pseudofruto, esse material é de natureza orgânica. Esse rejeito é conhecido popularmente por
“bagaço de caju”, correspondendo a cerca de 15% da massa total de pedúnculos frescos
processados (MOURA FÉ et al., 1972). O principal uso desse subproduto tem sido na
alimentação animal de ruminantes devido à quantidade de fibra desse material. Porém a
pecuária não absorve toda a oferta desse resíduo, assim, o uso agronômico desse material na
adubação orgânica é uma alternativa que visa beneficiar a ciclagem de nutrientes e melhorar o
condicionamento dos solos.
A matéria orgânica exerce importantes efeitos benéficos sobre as produtividades
dos solos, contribuindo substancialmente para o crescimento e desenvolvimento de plantas,
devido promover a melhoria nas suas propriedades químicas, físicas e biológicas e, funcionar
como fonte de energia para microrganismos úteis, além de melhorar a estrutura, a capacidade
de armazenar umidade; ajudar na regulação da temperatura do solo; retarda a fixação do
fósforo; aumentar a capacidade de troca catiônica (CTC); ajudar a segurar potássio, cálcio,
magnésio e outros nutrientes em formas disponíveis para as raízes, protegendo-os de lavagem
ou lixiviação pela água das chuvas ou de irrigação (MALAVOLTA et al., 2002). As fontes
mais comuns de matéria orgânica para o solo agrícola são os resíduos das culturas, os adubos
verdes e os adubos orgânicos tradicionais e, mais recentemente, alguns resíduos urbanos e
agroindustriais. Dessa forma, faz-se necessário, estudos específicos desses materiais e seus
efeitos, a fim de obter o máximo benefício, sem comprometer o ambiente.
O resíduo gerado no processamento do pedúnculo de caju para obtenção de suco
não possui informações referente ao seu aproveitamento agrícola, muito embora, na prática o
mesmo venha sendo utilizado como adubo orgânico em cultivos de cajueiro e/ou de
mandioca, localizados nas proximidades de algumas indústrias de processamento,
particularmente no município de Pacajus-CE, porém, tais aplicações se procedem de forma
empírica devido ao fato de não existirem estudos científicos que quantifiquem e/ou indiquem
o uso desse resíduo. Dessa forma a falta de conhecimento dos efeitos da aplicação no solo
pode causar grandes riscos de prejuízos econômicos e/ou ambientais, além de não maximizar
a sua eficiência.
Diante do exposto, objetivou-se avaliar o potencial do bagaço de caju como
fertilizante orgânico, através das alterações ocorridas na fertilidade do substrato em função de
doses e tempo de incubação do mesmo, em condições controladas de laboratório.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Cultura do caju (Anacardium occidentale L.)
O cajueiro (Anacardium occidentale) é originário da América do Sul e ocupa
lugar de destaque entre as plantas frutíferas tropicais, em face da crescente comercialização da
amêndoa e do líquido de castanha de caju (LAVEZZO, 1995).
A sua maior distribuição geográfica encontra-se no nordeste brasileiro,
principalmente nas zonas costeiras, compondo a vegetação de praias, dunas e restingas. É
provável que sua origem seja desta mesma região, já que existem relatos descritos pelos
primeiros colonizadores de exploração deste cultivo pelas tribos indígenas (LIMA, 1988;
BARROS, 1995).
Segundo o IBGE (2008), a área plantada no Brasil de cajueiro no ano de 2007 foi
aproximadamente de 747 mil ha. Desta área mais de 98% encontra-se no Nordeste, tendo
como principais produtores os Estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. A expansão da
cultura nesses três estados, na segunda metade da década de 60, deveu-se principalmente, às
condições climáticas favoráveis, ao baixo preço das terras, à maior concentração de indústrias
de beneficiamento de castanhas e pedúnculos e ao grande incentivo proporcionado pelo
governo federal, através da SUDENE (PAULA PESSOA et al., 1995).
Seu fruto possui uma amêndoa contida em seu interior que quando seca e torrada,
é popularmente conhecida como castanha-de-caju. O que é consumido “ in natura” é o
pedúnculo (pseudofruto) geralmente confundido por fruto, cuja as cores variam de amarelo a
vermelho. (CARIOCA et al., 2003). O mesmo representa 90% do peso total do caju e pode
variar de peso (15 a 200g), tamanho, formato e cor (PAIVA et al. 1996). O pedúnculo do
cajueiro é consumido não só pelas qualidades gustativas, mas, sobretudo, pelo seu elevado
teor de vitamina C.
A industrialização do caju visa basicamente o beneficiamento do fruto (castanha),
para a obtenção da amêndoa, juntamente com o líquido da casca da castanha (LCC), porém o
beneficiamento do pedúnculo de caju vem conquistando espaço devido aos inúmeros produtos
obtidos (Figura 1), destacando-se os sucos concentrados, refrigerantes gaseificados, cajuína,
bebidas fermentadas, néctares e os diversos tipos de doce. Entretanto, apenas o Brasil possui
tecnologia, experiência e hábito de consumo do pedúnculo de caju (in natura) e dos seus
derivados (COSTA, 1996), tornando-se necessário a busca de novos mercados.
Figura 1. Produtos obtidos do processamento do pedúnculo de caju. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
Fonte:
Apenas 15 % da produção do pedúnculo são aproveitados, seja no consumo “in
natura”, seja na indústria processadora, o restante é desperdiçado devido à alta fragilidade e
perecividade desse material e, por apresentar mecanismos aceleradores de degradação
microbiológica contribuindo, desta forma, para a rejeição ou perda de centenas de milhares de
toneladas por ano do produto. (CRUZ, 1989). Além disso, a pequena capacidade de absorção
da indústria pela dificuldade de armazenamento, durante o período da safra e a escassez de
métodos eficientes na conservação da matéria prima, também contribuem para a perda
excessiva do pedúnculo de caju (ALZAMORA et al., 1992). Entre os 85% da produção de
pedúnculos não aproveitados para consumo, encontra-se também os inutilizados pelo processo
de retirada da castanha (fruto), esse material é deixado no campo, tornando-se fonte de
matéria orgânica para o solo.
2.2 Resíduos Orgânicos utilizados na Agricultura como Adubo Orgânico
Os resíduos orgânicos têm sido amplamente utilizados na agricultura brasileira
como fertilizante, melhorando as propriedades físicas e químicas do solo e, conseqüentemente
incrementando a produtividade e qualidade dos produtos agrícolas, bem como reduzindo os
custos de produção. Todos os dias toneladas de resíduos são jogados em aterros sanitários
e/ou lixões espalhados por todo o país, parte desses resíduos são compostos de matéria
orgânica, a qual possui um número expressivo de nutrientes que poderiam ser aproveitados na
agricultura, mas são desperdiçados.
Entre os benefícios trazidos pela adubação orgânica ao solo estão melhoria nas
suas propriedades químicas, por meio do fornecimento de nutrientes, aumento da CTC,
aumento do poder tampão e outros; nas propriedades físicas, pelo aumento na estabilidade de
agregados e melhoria na estrutura do solo que se traduz em melhor aeração, permeabilidade,
retenção de água e resistência à erosão; e ainda, a biologia do solo, pelo aumento da atividade
biológica (COSTA et al., 1986).
Os nutrientes presentes em adubos orgânicos, principalmente o nitrogênio e o
fósforo, possuem uma liberação mais lenta que a dos adubos minerais, pois dependem da
mineralização da matéria orgânica, proporcionando disponibilidade ao longo do tempo, o que
muitas vezes favorece o aproveitamento dos nutrientes pelas culturas e reduz as perdas. O
nitrogênio orgânico pode demorar até dez anos para ser totalmente mineralizado, sendo que
nos primeiros anos a taxa de mineralização é maior, por volta de 30% (RAIJ et al., 1996).
Apesar dos inúmeros benefícios da utilização dos resíduos orgânicos, esses
fertilizantes podem acarretar a contaminação das plantas e do solo por meio de metais
pesados, elementos tóxicos e/ou patogênicos (OLIVEIRA et al., 2002), além da salinização do
solo (ABREU Jr., 2000), entre outros efeitos adversos. Dessa forma, o uso dos resíduos
orgânicos em áreas agrícolas, deve ser uma ação bem definida, de modo a não causar
prejuízos ambientais.
Alguns trabalhos têm sido desenvolvidos sobre a utilização de resíduos orgânicos
no solo, verificando-se efeitos positivos nas propriedades químicas e, conseqüentemente, nas
respostas das plantas, como por exemplo, a utilização de vinhaça nos canaviais promove
redução e em alguns casos a eliminação do uso de determinados fertilizantes químicos
(SOBRAL et al, 1988). Isso ocorre devido os efeitos benéficos da sua aplicação destacando-se
a elevação do pH, da CTC, dos nutrientes (cálcio, magnésio e potássio) e a diminuição do Al
trocável (STUPIELLO et al, 1977; FERREIRA, 1980; SANTOS et al, 1981).
2.3 Resíduos Orgânicos da Agroindústria processadora de pedúnculo de caju (bagaço de
caju)
O bagaço de caju é gerado no processo físico de despolpamento do pedúnculo de
caju, após a lavagem dos frutos com água clorada, constituindo-se basicamente da parte
carnosa do pseudofruto (Figura 2). Segundo Moura Fé et al. (1972), esse resíduo é descartado
numa proporção correspondente a cerca de 15% da massa total de pedúnculos frescos
processados.
Figura 2. Bagaço de caju. Fortaleza-CE, UFC. 2008.
O nitrogênio é o elemento com maior concentração no resíduo, seguindo do
potássio e fósforo. De acordo com Braga et al. (2008), o bagaço de caju possui na sua
composição química 1,92% de N; 1,09% de K e 1,43 g kg-1 de P. Portanto, a utilização do
bagaço de caju como fertilizante orgânico e uma alternativa que visa diminuir o uso de adubos
minerais e, conseqüentemente, elevando os lucros dos agricultores, visto que o resíduo tem
custo reduzido.
O aproveitamento agrícola do bagaço de caju pode indicar uma possível
alternativa para disposição final desses resíduos, representando além de um benefício social
(descarte menos impactante no ambiente), um benefício de ordem econômica devido à
reciclagem dos nutrientes nele contidos.
3 MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no período de maio de 2006 a maio de 2007, em
condições de laboratório, no Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal do Ceará,
Campus do Pici, Brasil, que tem como coordenadas geográficas: latitude 3º 44’S, longitude
38º 33’W de Greenwich e altitude de 19,5 m.
A amostra de terra utilizada foi proveniente da camada arável (0-20 cm) de um
Neossolo Quartzarênico, coletado no município de Pacajus-CE. A mesma foi homogeneizada,
seca ao ar, dividida em seis parte iguais e acondicionadas em sacos de 20 dm3 de acordo com
os tratamentos. Antes da divisão da amostra nos sacos, coletou-se uma amostra de 300g
aproximadamente para a caracterização química deste solo (Tabela 1).
Tabela 1 - Análise química inicial do solo coletado no município de Pacajus-CE. Fortaleza-CE, UFC. 2008.
O bagaço de caju utilizado era constituído da sobra do processo físico de moagem,
que ocorre após a lavagem dos pseudofrutos com água clorada. Esse material foi obtido na
indústria processadora de pedúnculos de caju, localizada na região metropolitana de Fortaleza,
no município de Pacajus-CE.
Após a coleta do resíduo na indústria, o mesmo apresentava uma alta umidade
residual, portanto foi seco em estufa de circulação forçada de ar a 65 ºC até peso constante,
moído em moinho tipo Willey com malha de 5 mm e armazenados em sacos plásticos. Foi
retirada uma amostra e, submetida a análises para determinação do teor inicial de C, N, P, K,
Ca , MG e Na, conforme descrito por Bataglia et al. (1983), que estão apresentados na Tabela
2.
Tabela 2 – Teores de macronutrientes do bagaço de caju. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
Prof. pH M.O. P K Ca Mg H+Al SB CTC V (CaCl2) (resina)
cm g dm-3 mg dm-3 --------------------------mmolc dm-3-------------------------- % 0-20 4,5 11,7 7 2,9 10,0 5,0 13,9 17,9 31,8 56
C N P K Ca Mg Na
-------------------------------------------------------------g kg -1------------------------------------------------------------
575 19,21 1,43 10,90 1,87 1,71 1,71
O delineamento experimental utilizado foi de blocos cazualizados (DBC), com
parcelas subdivididas, empregando-se seis doses de bagaço de caju, nove épocas de
amostragem e três repetições, assim totalizando 162 parcelas experimentais (Figura 3).
Figura 3: Vista geral e em detalhe do experimento após sua instalação. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
As parcelas experimentais foram compostas por recipientes de poliestireno com
capacidade volumétrica de 0,30 dm-3, contendo 0,25 dm-3 da mistura terra + resíduo, nas
respectivas doses. Os tratamentos corresponderam a combinação de seis doses de bagaço de
caju, equivalentes a 0; 10; 20; 30; 40 e 50 t/ha com base no peso seco (0; 5; 10; 15; 20 e 25
g/dm3) adaptado de Mantovani et al. (2004). As sub-parcelas corresponderam às nove épocas
de amostragem 30, 60, 90, 120, 150, 180, 210, 240 e 270 dias após a incorporação do resíduo
ao solo.
As doses do resíduo foram adicionadas aos substratos de acordo com cada
tratamento, depois foram homogeneamente misturados e acondicionados nos recipientes de
poliestireno plástico (Figura 4).
Figura 4: Parcelas experimentais. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
O cálculo dessas doses, foi realizado com base no volume de solo empregado,
considerando a sua incorporação na camada de 0 a 20 cm de profundidade.
Durante todo o experimento a umidade nos recipientes de poliestireno foi mantida
entre 50 a 70% da capacidade de retenção de água do substrato, controlada por meio
gravimétrico dos recipientes e corrigida para o peso original de cada unidade experimental
com água destilada a cada sete dias.
Ao término da incubação de cada sub-parcela foram retirados três repetições de
cada tratamento totalizado 18 unidades experimentais. O substrato contido em cada recipiente
foi seco ao ar e armazenado em sacos plásticos até o momento das análises, para a
caracterização química dos mesmos, conforme metodologias descritas por Raij et al. (2001).
Antes das análises químicas as amostras foram peneiradas em malha de 2 mm,
para determinações de pH (CaCl2 solução0,01mol/L), teores de matéria orgânica ( método
colorimétrico), P(resina), K, Ca e Mg. A capacidade de troca de cátions e a saturação por
bases (V%) foram calculados a partir dos dados analíticos.
Os dados obtidos foram avaliados por meio de análises de variância e, quando
significativos, realizou-se as análise de regressão para verificar o comportamento das
características estudadas em função das doses crescentes de bagaço de caju e das épocas de
amostragem.
As análises de variância e regressão foram processadas no programa estático
ESTAT/Jaboticabal-SP.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Observa-se, na Tabela 3, que as alterações nos valores de pH, P, CTC, V% e M.O.
foram significativos em função das doses de bagaço de caju, do tempo de incubação
(subparcelas) e da interação entre ambos. Portanto, foi feito o desdobramento da análise de
variância para a interação e, posteriormente, estudo de regressão para doses de bagaço dentro
de tempo de incubação e vice-versa.
Para K e Mg, também houve influência das doses crescentes de bagaço de caju,
sem haver efeito significativo para os tempos de incubação e interação (Tabela 3).
Tabela 3. Quadrados médios e coeficientes de variação (CV%) da parcela e subparcela para os valores de pH, fósforo, potássio, magnésio, CTC, saturação por bases e matéria orgânica. Fortaleza-Ce, UFC, 2008.
Quadrado Médio
Fontes variação GL pH P K Mg CTC V% M.O.
Blocos 2 0,00 ns 0,04 ns 0,1 ns 0,13 ns 0,41 ns 8,60 ns 1,36 ns
Doses de bagaço 5 0,19** 947,58** 87,62** 3,17** 465,74** 31,17** 103,70**
Resíduo A 10 0,01 0,14 0,14 0,3 4,02 5,36 1,73
Tempo de incubação
8 1,54** 33,12** 0,97 ns 2,96 ns 396,07** 655,48** 37,68**
Interação 40 0,03** 11,79** 0,18 ns 0,46 ns 23,01** 22,95** 1,94*
Resíduo B 96 0,01 0,10 0,16 0,33 2,76 4,02 1,22
CV(%) da parcela 2,09 2,70 7,30 10,64 4,83 4,43 8,74
CV(%) da subparcela 1,76 2,31 7,58 11,11 4,00 3,83 7,35
ns diferença não significativa pelo teste F (P>0,05); ** significativa (P<0,01); * significativa (P>0,05). Fonte: Programa estatístico STAST
4.1 pH do substrato
Os valores de pH do solo nas épocas de incubação em função das doses,
enquadraram-se em modelos lineares de regressão (Tabela 4 e Figura 5).
Tabela 4. Resumo da análise de variância para o desdobramento da interação e equações ajustadas pela análise de regressão para os valores de pH no substrato. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
Tempo de incubação dentro de doses de bagaço de caju
Subparcelas (dias)
Teste F do desdobramento da
interação
Teste F da análise de regressão
Equação R2
30 11,88 ** 124,7637 ** y = 0,0083x + 4,9651 0,94 60 5,67 ** 12,2107 ** y = -0,0039x + 4,6698 0,44 90 6,62 ** 53,1948 ** y = -0,0061x + 4,6524 0,91
120 9,88 ** 100,4464 ** y = -0,0071x + 4,5952 0,84 150 7,59 ** 56,6204 ** y = -0,0065x + 4,4841 0,90 180 14,37 ** 4,1439 ns - - 210 6,57 ** 59,0635 ** y = -0,0058x + 4,4286 0,84 240 6,62 ** 46,7532 ** y = -0,0057x + 4,3429 0,80 270 4,14 ** 51,0204 ** y = -0,0048x + 4,3857 0,89
ns diferença não significativa pelo teste F (P>0,05); ** significativa (P<0,01); * significativa (P>0,05). Fonte: Programa estatístico STAST
Aos 30 dias verificou-se um efeito linear crescente no pH em função das doses,
isso pode ter ocorrido devido a liberação de bases provenientes do resíduo, principalmente de
K+, por ser um mineral que não faz parte de nenhum estrutura celular, o qual é lavado do
material orgânico logo após a morte das células, incrementando os valores de K no solo
(Figura 5).
Para as demais épocas de amostragem observou-se uma diminuição do pH com o
aumento das doses, exceto para os 180 dias que, pela análise de regressão não foi
significativo, variando de 4,1 a 4,5. Resultados semelhantes foram obtidos por El-Leboudi et
al. (1988) e Abd El-Moez (1996a), com a aplicação de 5 a 60 t ha-1 do resíduo do
processamento de goiabas (seco) em solos alcalinos do Egito. Corrêa et al. (2005) também
trabalhado com resíduo do processamento de goiabas, com aplicação de 0 a 44 g dm-3 (0 a
120y ha-1), obtiveram diminuição no pH do solo, após 90 dias de incubação.
De acordo com Vitti et al. (1979), citado por Ferreira (2000), a diminuição do pH
do solo é atribuída não somente à produção de ácidos orgânicos durante o processo de
decomposição, mas, também, ao fato de que, com o aumento da concentração de matéria
orgânica, tem-se incremento da CTC e, o material que proporciona esse aumento pode não
conter quantidades de bases suficientes para manter a mesma proporção de bases (Ca, Mg, K,
etc.) e de ácidos (H) que são liberados durante o processo de decomposição da matéria.
Portanto, ocorrendo a acidificação do solo, resultando em diminuição do pH.
Figura 5: Valores de pH nos tempos de incubação em função das doses do bagaço de caju. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
O comportamento do pH em cada dose de bagaço de caju, em função do período
de incubação (épocas), seguiu modelo quadrático de regressão (Tabela 5 e Figura 6).
Constatou-se que essa tendência foi principalmente devido ao aumento do pH nos primeiros
30 dias, após esse período ocorreu um declínio e subseqüentemente uma tendência a
estabilizar. Isso provavelmente ocorreu devido às bases de fácil mineralização, havendo uma
liberação significativamente no primeiro mês da incubação, como foi o caso do K. Após os 30
dias, a liberação de íons H+ foi maior que a quantidade de bases mineralizadas pelo resíduo.
Tabela 5. Resumo da análise de variância para o desdobramento da interação e equações ajustadas pela análise de regressão para os valores de pH no substrato. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
ns diferença não significativa pelo teste F (P>0,05); ** significativa (P<0,01); * significativa (P>0,05). Fonte: Programa estatístico STAST
Doses de bagaço de caju dentro de tempo de incubação
Doses (t/ha)
Teste F do desdobramento da
interação
Teste F da análise de regressão
Equação R2
0 17,18 ** 20,56 ** y = 9E-06x2 - 0,0049x + 5,0516 0,93 10 25,92 ** 36,82 ** y = 1E-05x2 - 0,0065x + 5,1111 0,83 20 35,41 ** 81,22 ** y = 2E-05x2 - 0,0095x + 5,1873 0,88 30 60,80 ** 81,80 ** y = 3E-05x2 - 0,0114x + 5,404 0,80 40 59,85 ** 30,42 ** y = 3E-05x2 - 0,0109x + 5,3262 0,72 50 78,68 ** 519,48 ** y = 4E-05x2 - 0,0157x + 5,554 0,86
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
0 10 20 30 40 50 60
Doses de bagaço de caju (t/ha)
pH
30 dias
60 dias
90 dias
120 dias
150 dias
180 dias
210 dias
240 dias
270 dias
Figura 6: Valores de pH nas doses do bagaço de caju. em função dos tempos de incubação. Fortaleza-Ce, UFC. 2008. 4.2 Fósforo do substrato
Os teores de fósforo no solo apresentaram modelos lineares de regressão (Tabela
6), verificando-se aumento linear do mesmo no tempo de incubação em função das doses do
resíduo (Figura 7). Portanto, a elevação nas concentrações desse nutriente no solo é
diretamente proporcional às doses crescentes do resíduo adicionadas ao substrato
independente do tempo de incubação avaliado.
Tabela 6. Resumo da análise de variância para o desdobramento da interação e equações ajustadas pela análise de regressão para os valores de fósforo no substrato. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
Tempo de incubação dentro de doses de bagaço de caju Subparcelas
(dias) Teste F do desdobramento
da interação Teste F da análise de
regressão Equação R2
30 787,62 ** - - - 60 1552,53 ** 6962,14 ** y = 0,2667x + 6,2222 0,91 90 573,46 ** 11925,34 ** y = 0,3552x + 5,0635 0,93
120 765,44 ** 5362,64 ** y = 0,3533x + 5,2222 0,92 150 1337,33 ** 3869,26 ** y = 0,3505x + 5,2381 0,92 180 1337,33 ** 11108,57 ** y = 0,3429x + 5,2063 0,93 210 1323,90 ** 3984,14 ** y = 0,3181x + 8,0476 0,93 240 1058,73 ** 4320,35 ** y = 0,3171x + 8,0159 0,94 270 1026,56 ** 3678,77 ** y = 0,3638x + 7,6825 0,94
ns diferença não significativa pelo teste F (P>0,05); ** significativa (P<0,01); * significativa (P>0,05). Fonte: Programa estatístico STAST
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
30 60 90 120 150 180 210 240 270 300
Épocas de amostragem (dias)
pH
0 t/ha
10 t/ha
20 t/ha
30 t/ha
40 t/ha
50 t/ha
Esse comportamento é devido à mineralização do P encontrado no resíduo, o que
indica que o tempo de incubação do presente estudo foi suficiente para que ocorresse uma
significativa mineralização deste nutriente, dessa forma alterando os valores iniciais de
fósforo no substrato ao longo da incubação. Exceto para o tempo de 30 dias que não foi
significativo variando de 7 a 13 g dm-3 com a elevação das doses do bagaço.
Figura 7: Valores de P nos tempos de incubação em função das doses do bagaço de caju. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
O fósforo na interação das doses crescentes de bagaço de caju em função do
período de incubação (épocas) enquadrou-se em modelos de regressão polinomial do tipo
quadrática e linear (Tabela 7 e Figura 8).
Tabela 7. Resumo da análise de variância para o desdobramento da interação e equações ajustadas pela análise de regressão para os valores de fósforo no substrato. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
Doses de bagaço de caju dentro de tempo de incubação
Doses (t/ha) Teste F do desdobramento
da interação
Teste F da análise de regressão
Equação R2
0 0,00 ns - - - 10 228,00 ** 359,40 ** y = 0,0002x2 – 0,0274x + 7,6429 0,79 20 125,95 ** 619,82 ** y = -0,0002x2 + 0,0825x + 6,7143 0,66 30 193,62 ** 310,77 ** y = -0,0002x2 + 0,0255x + 13,603 0,79 40 109,71 ** 691,34 ** y = 0,0263x + 14,907 0,55 50 239,91 ** 196,31 ** y = -0,0002x2 + 0,0932x + 16,095 0,78
ns diferença não significativa pelo teste F (P>0,05); ** significativa (P<0,01); * significativa (P>0,05). Fonte: Programa estatístico STAST
3
6
9
12
15
18
21
24
0 10 20 30 40 50 60
Doses de bagaço de caju (t/ha)
P (
mg
dm-3
)
60 dias
90 dias120 dias
150 dias
180 dias
210 dias240 dias
270 dias
As doses 20 e 50 t/ha afetaram os teores de P no substrato de forma quadrática
negativa, já as doses 10 e 30 t/ha ajustaram-se a equações quadráticas positivas. Em relação à
dose 40 t/ha houve um efeito linear crescente desse elemento, aumentando progressivamente
com o passar do tempo.
A dose 0 t/ha não afetou significativamente os teores de fósforo no substrato,
devido o fato dessa dose não receber material orgânico, os valores de fósforo nesse tratamento
se mantiveram iguais ao valor inicial do solo ( 7 mg dm-3).
Figura 8: Valores de P do solo em função da adição de bagaço de caju no solo. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
O aumento da disponibilidade de fósforo no solo com as doses e com tempo pode
ter ocorrido devido à produção de ânions orgânicos durante o processo de decomposição da
matéria orgânica, resultando em competição pelos sítios de adsorção de P e/ou ao incremento
da taxa de mineralização de P no substrato.
4.3 Potássio do substrato
O efeito não significativo da análise de regressão (Figura 9 e Tabela 8) para os
tempos de incubação mostra que esse elemento foi totalmente liberado já no primeiro mês.
Isso pode ter ocorrido devido ao fato desse nutriente ser mais prontamente liberado pelos
0
5
10
15
20
25
30
30 60 90 120 150 180 210 240 270 300
Épocas de amostragem (dias)
P (
mg
dm-3
)
10 t/ha
20 t/ha
30 t/ha
40 t/ha
50 t/ha
resíduos orgânicos, pois é um elemento presente nos tecidos vegetais sob a forma iônica, não
integrando nenhum composto orgânico estável (MALAVOLTA et al., 1989). Os resultados
mostram que o potássio presente no resíduo foi rapidamente liberado para o solo. Portanto, a
utilização do bagaço de caju como adubo orgânico pode reduzir a adubação potássica mineral,
isso devido todo potássio contido nesse resíduo estar praticamente disponível no primeiro mês
de aplicação.
Tabela 8. Resumo da análise de variância para doses e tempos de incubação e equações ajustadas pela análise de regressão para os valores de potássio no substrato. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
Teste F da análise de regressão Equação R2
Doses 1695,50 ** y = 0,0962x + 2,818 0,99 Tempo de incubação 0,97 ns - -
ns diferença não significativa pelo teste F (P>0,05); ** significativa (P<0,01); * significativa (P>0,05). Fonte: Programa estatístico STAST
Figura 9: Valores de K do solo em função do tempo de incubação. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
Com relação aos teores de potássio em função das doses aplicadas no substrato,
verificou-se um efeito linear crescente com incremento de doses de bagaço de caju (Tabela 8
Figura 10), em conseqüência do considerável teor desse nutriente no bagaço de caju (Tabela
1) e rápida mineralização do mesmo, como comentado anteriormente. A dose de 50 t ha-1
aumentou aproximadamente 260% os teores de potássio no substrato em relação à dose zero.
0
1
2
3
4
5
6
30 60 90 120 150 180 210 240 270 300
Tempo de incubação (dias)
K (
mm
ol c
dm
-3)
Figura 10: Valores de K do solo em função da adição de bagaço de caju no solo. Fortaleza-Ce, UFC. 2008. 4.4 Magnésio do substrato
Observa-se na Tabela 7 que a análise de regressão teve um efeito linear crescente
significativo no magnésio em conseqüência do aumento das doses de bagaço de caju (Figura
11). Isso ocorreu devido ao aumento de material que foi adicionado ao solo e
conseqüentemente à maior quantidade de magnésio adicionada ao mesmo.
Tabela 9. Resumo da análise de variância para doses e tempos de incubação e, equações ajustadas pela análise de regressão para os valores de magnésio no substrato. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
Teste F da análise de regressão Equação R2
Doses 1695,50 ** y = 0,0162x + 4,7456 0,77 Tempo de incubação 0,25 ns - -
ns diferença não significativa pelo teste F (P>0,05); ** significativa (P<0,01); * significativa (P>0,05). Fonte: Programa estatístico STAST
Figura 11: Valores de Mg do solo em função do tempo de incubação. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
3
3,5
4
4,5
5
5,5
0 10 20 30 40 50 60
Doses de bagaço de caju (t/ha)
Mg
(mm
olc d
m-3
)
2
4
6
8
10
0 10 20 30 40 50 60
Doses de bagaço de caju (t/ha)
K (m
mol
c dm
-3)
Não foi verificado feito significativo dos tempos de incubação na mineralização
do magnésio (Figura 12), isso significa que o magnésio foi liberado significativamente nos
primeiros 30 dias e que a mineralização que ocorreu depois foi insuficiente para continuar
alterando os valores de magnésio no substrato, possivelmente pelo baixo teor desse elemento
no bagaço. Embora a liberação tenha sido estatisticamente signifivativa (Figura 11), esse teor
variou de 4 a 6 mmolc dm-3 .
Figura 12: Valores de Mg do solo em função das doses de bagaço de caju. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
4.5 CTC do substrato
A CTC do substrato foi alterada nas épocas de incubação de forma linear
crescente em relação ao aumento das doses de bagaço de caju (Tabela10 e Figura 13)
Tabela 10. Resumo da análise de variância para o desdobramento da interação e equações ajustadas pela e de análise de regressão para os valores de CTC do substrato. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
Tempo de incubação dentro de doses de bagaço de caju
Subparcelas (dias)
Teste F do desdobramento da
interação
Teste F da análise de regressão
Equação R2
30 3,67 ** 47,41 ** y = 0,0793x + 33,344 0,63 60 10,96 ** 62,25 ** y = 0,2263x + 34,576 0,98 90 11,34 ** 130,88 ** y = 0,1726x + 33,697 0,95
120 13,76 ** 102,38 ** y = 0,192x + 33,233 0,97 150 17,89 ** 87,82 ** y = 0,1956x + 33,132 0,77 180 94,12 ** 217,32 ** y = 0,461x + 31,868 0,82 210 34,34 ** 539,20 ** y = -0,3015x + 39,984 0,96 240 20,50 ** 86,73 ** y = 0,2271x + 43,005 0,91 270 9,44 ** 12,92 ** y = 0,1149x + 41,606 0,51
ns diferença não significativa pelo teste F (P>0,05); ** significativa (P<0,01); * significativa (P>0,05). Fonte: Programa estatístico STAST
0
1
2
3
4
5
6
7
30 60 90 120 150 180 210 240 270 300
Tempo de incubação (dias)
Mg
(m
mol
c dm
-3)
Essa tendência pode ser explica pelo aumento da decomposição da matéria
orgânica adicionada ao substrato através do incremento das doses.
Figura 13: Valores de CTC nos tempos de incubação em função das doses do bagaço de caju. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
Observa-se na Figura 14 e Tabela 11 o comportamento da CTC nas doses em
relação aos tempos de incubação, as doses 0 e 10 t ha-1, se enquadram em modelos
quadráticos de abertura para cima, assim mantendo um tendência constante até os 30 dias de
incubação, portanto, o aumento dos valores da CTC ocorreram depois do primeiro mês e
foram progressivos, falto esse que possivelmente ocorreu devido a pequena quantidade de
matéria orgânica presente nas parcelas experimentais dessas doses, pois a decomposição
ocorrida no primeiro tempo foi insuficiente para alterar o valor inicial do substrato.
Já para as doses 20, 30 e 40 t ha-1 alteraram a CTC do substrato de forma linear
crescente ao decorrer o tempo de incubação, isso foi devido a elevada decomposição da
matéria orgânica e em conseqüência o aumento nos teores de K, Mg e Al +H no substrato.
A maior dose propiciou um efeito quadrático de abertura para baixo,
caracterizando um aumento progressivo seguida de uma estabilização nas alterações dos
valores da CTC ao longo do tempo.
10
20
30
40
50
60
0 10 20 30 40 50 60
Doses de bagaço de caju (t/ha)
CT
C (
mm
olc d
m-3
))
30 dias
60 dias90 dias
120 dias
150 dias
180 dias210 dias
240 dias
270 dias
Tabela 11. Resumo da análise de variância para o desdobramento da interação e equações ajustadas pela e de análise de regressão para os valores de CTC do substrato. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
Doses de bagaço de caju dentro de tempo de incubação
Doses (t/ha)
Teste F do desdobramento da
interação
Teste F da análise de regressão
Equação R2
0 21,67 ** 96,69 ** y = 0,0004x2 – 0,0784x + 37,282 0,85 10 21,69 ** 20,00 ** y = 0,0002x2 – 0,0299x + 35,084 0,78 20 17,95 ** 110,07 ** y = 0,038x + 34,228 0,59 30 27,36 ** 90,02 ** y = 0,0442x + 35,264 0,52 40 49,30 ** 171,42 ** y = 0,0615x + 36,069 0,53 50 47,20 ** 142,79 ** y = -0,0002x2 – 0,1273x + 34,923 0,54
ns diferença não significativa pelo teste F (P>0,05); ** significativa (P<0,01); * significativa (P>0,05). Fonte: Programa estatístico STAST
Figura 14: Valores de CTC nas doses do bagaço de caju em função dos tempos de incubação. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
4.6 V% do substrato
Observa-se na Tabela 12 que os valores de V% quando estudados na interação dos
tempos de incubação ao longo das doses, apresentaram um significativo efeito linear (Figura
15). O tempo 180 dias foi o único que o efeito linear foi decrescente, isso pode ser devido a
maior concentração dos teores de Al+H no substrato neste período, principalmente de H+, pois
esse elemento é liberado de ácidos orgânicos que são formados na decomposição desse
material, além de não ter sido detectado Al nas análises de substrato (dados não
apresentados).
10
20
30
40
50
60
30 60 90 120 150 180 210 240 270 300
Tempo de incubação (dias)
CT
C (
mm
olc d
m-3
)) 0 t/ha
10 t/ha20 t/ha
30 t/ha
40 t/ha
50 t/ha
Tabela 12. Resumo da análise de variância para o desdobramento da interação e equações ajustadas pela e de análise de regressão para os valores de V% do substrato. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
Tempo de incubação dentro de doses de bagaço de caju Subparcelas
(dias) Teste F do desdobramento da
interação Teste F da análise
de regressão Equação R2
30 7,57 ** 64,74 ** y = 0,1642x + 58,248 0,89 60 4,45 ** 8,83 ** y = 0,0756x + 53,914 0,50 90 4,39 ** 20,99 ** y = 0,1111x + 51,559 0,71
120 0,66 ns - - - 150 1,58 ns - - - 180 19,12 ** 82,15 ** y = -0,2153x + 57,149 0,61 210 2,50 * 8,63 * y = 0,0692x + 41,577 0,48 240 2,24 ns - - - 270 8,77 ** 48,93 ** y = 0,1744x + 45,357 0,87
ns diferença não significativa pelo teste F (P>0,05); ** significativa (P<0,01); * significativa (P>0,05). Fonte: Programa estatístico STAST
Para os demais tempos de incubação que foram significativos na interação com as
doses ocorreu um aumento linear, esses resultados estão relacionados ao aumento de bases
liberadas ao solo, pois não ocorreu diminuição da liberação Al+H, como pode se inferir
através do comportamento do pH.
Os tempos de incubação 120, 150 e 240 dias não foram significativos para a
interação, variando os seus valores de 52,2 a 60,4; 49,6 a 58,5 e 36,2 a 48,4, respectivamente.
Figura 15: Valores de V% nos tempos de incubação em função das doses do bagaço de caju. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
30
35
40
45
50
55
60
65
70
0 10 20 30 40 50 60
Doses de bagaço de caju (t/ha)
V%
30 dias
60 dias
90 dias
180 dias210 dias
270 dias
O V% na interação das doses crescentes de bagaço de caju em função do período
de incubação (épocas) enquadrou-se em modelos regressão polinomial do tipo quadrática e
linear (Tabela 13 e Figura 16).
Tabela 13. Resumo da análise de variância para o desdobramento da interação e equações ajustadas pela e de análise de regressão para os valores de V% do substrato. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
Doses de bagaço de caju dentro de tempo de incubação
Doses (t/ha)
Teste F do desdobramento da
interação
Teste F da análise de regressão
Equação R2
0 26,08 ** 123,44 ** y = -0,0588x + 60,856 0,67 10 23,70 ** 96,90 ** y = -0,0527x + 58,997 0,59 20 31,51 ** 117,79 ** y =- 0,0612x + 60,334 0,59 30 29,65 ** 388,31 ** y =- 0,0645x + 63,069 0,71 40 38,43 ** 163,99 ** y = 0,0006x2 – 0,2333x + 72,137 0,76 50 47,39 ** 354,79 ** y = 0,0006x2 – 0,2524x + 73,447 0,83
ns diferença não significativa pelo teste F (P>0,05); ** significativa (P<0,01); * significativa (P>0,05). Fonte: Programa estatístico STAST
Os valores de V% que foram alterados pelas doses 0, 10, 20,30 t ha-1 apresentaram
um efeito linear decrescente, já as doses 40 e 50 t ha-1 afetaram o V% do substrato de forma
quadrática, com uma queda seguida de estabilização. Isso pode ter ocorrido devido o aumento
da concentração de matéria orgânica no substrato, tendo assim um incremento da CTC e, o
bagaço que proporcionou esse aumento não contém quantidades de bases suficientes para
manter a mesma proporção de bases (Ca, Mg, K, etc.) e de ácidos (H). De acordo como citado
anteriormente (VITTI et al.,1979 citado por FERREIRA, 2000). Dessa forma, os teores
elevados de íons de H no substrato causam essa queda no V%.
Figura 16: Valores de V% nas doses do bagaço de caju em função dos tempos de incubação. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
30
35
40
45
50
55
60
65
70
30 60 90 120 150 180 210 240 270 300
Tempo de incubação (dias)
V%
0 t/ha
10 t/ha
20 t/ha
30 t/ha
40 t/ha
50 t/ha
4.7 M.O. do substrato
O comportamento da matéria orgânica no substrato nos tempos de incubação em
função das doses crescentes de bagaço de caju foi um efeito linear crescente (Tabela 14 e
Figura 17). Esse resultado já era esperado, dado o aporte de material orgânico que foi sendo
adicionado ao solo com o aumento das doses.
A CTC do substrato não foi modificada significativamente nos tempos de
incubação de 90 e 120 dias, as quais possuem seus valores variando entre 13,7 a 17,6 e 12,2 a
17,1 g dm-3, respectivamente.
Tabela 14. Resumo da análise de variância para o desdobramento da interação e equações ajustadas pela e de análise de regressão para os valores de matéria orgânica do substrato. Fortaleza-Ce, UFC. 2008.
Tempo de incubação dentro de doses de bagaço de caju
Subparcelas (dias)
Teste F do desdobramento da
interação
Teste F da análise de regressão
Equação R2
30 11,20 ** 30,08 ** y = 0,0934x + 14,225 0,64 60 6,04 ** 37,03 ** y = 0,0781x + 14,092 0,83 90 4,24 ** 2,35 ns - -
120 9,91 ** 119,34 ** y = 0,1072x + 12,641 0,95 150 8,42 ** 62,56 ** y = 0,0893 x + 12,333 0,78 180 12,31 ** 61,88 ** y = 0,12x + 11,433 0,96 210 11,30 ** 2,27 ns - - 240 12,83 ** 75,70 ** y = 0,1221x + 11,17 0,93 270 16,99 ** 23,61 ** y = 0,1424x + 10,768 0,98
ns diferença não significativa pelo teste F (P>0,05); ** significativa (P<0,01) ; * significativa (P>0,05). Fonte: Programa estatístico STAST
Figura 17: Valores de M.O. nos tempos de incubação em função das doses do bagaço de caju. Fortaleza-Ce,
UFC.2008.
10
12
14
16
18
20
22
0 10 20 30 40 50 60
Doses de bagaço de caju (t/ha)
M.O
( g
dm
-3)
30 dias
60 dias
90 dias
120 dias
150 dias
180 dias
210 dias
240 dias
270 dias
Os valores de M.O. para a interação das doses crescentes de bagaço de caju em
função do período de incubação (épocas), enquadrou-se em modelos lineares decrescentes
(Tabela 15 e Figura 18). Observando-se uma tendência de redução gradual com o aumento do
período de incubação, mesmo na dose que não recebeu bagaço de caju (0 t ha-1),
possivelmente devido a mineralização da matéria orgânica já existente no solo utilizado
(Tabela 1). Em relação às demais doses terem tido a mesma tendência pode ser explicado pela
decomposição da matéria orgânica ao longo do tempo.
As doses 30, 40 e 50 t ha-1 não foram significativas, as mesmas variaram de 13,7
a 17; 14,1 a 17,4 e 15,5 a 20 g dm-3, respectivamente.
Tabela 15. Resumo da análise de variância para o desdobramento da interação e equações ajustadas pela e de análise de regressão para os valores de matéria orgânica do substrato. Fortaleza-Ce, UFC.2008.
Doses de bagaço de caju dentro de tempo de incubação
Doses (t/ha)
Teste F do desdobramento da
interação
Teste F da análise de regressão
Equação R2
0 5,77 ** 165,81 ** y = -0,0176x + 15,506 0,89 10 5,09 ** 69,19 ** y = -0,0152x + 15,378 0,75 20 3,58 ** 63,30 ** y = -0,0135x + 16,656 0,85 30 1,92 ns - - - 40 2,75 ** 1,99 ns - - 50 3,29 ** 2,07 ns - -
ns diferença não significativa pelo teste F (P>0,05); ** significativa (P<0,01); * significativa (P>0,05). Fonte: Programa estatístico STAST
Figura 18: Valores de M.O. nas doses do bagaço de caju em função dos tempos de incubação. Fortaleza-Ce,
UFC.2008.
10
12
14
16
18
30 60 90 120 150 180 210 240 270 300
Tempo de incubação (dias)
M.O
. ( g
dm
-3)
0 t/ha
10 t/ha
20 t/ha
,
5 CONCLUSÃO
A aplicação do resíduo no substrato promoveu o aumento nas concentrações de P,
K, Mg, matéria orgânica, CTC e V%, e uma redução nos valores de pH.
O uso do bagaço de caju como fertilizante orgânico promoveu melhorias na
fertilidade do solo, portanto apresentou potencialidade para ser utilizado em sistemas
agrícolas.
6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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