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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS ANÁLISE CLIMÁTICA DA BASE DE EXPLORAÇÃO GEÓLOGO PEDRO DE MOURA URUCU (COARI-AM) E HIDRELÉTRICA DE BALBINA (PRESIDENTE FIGUEIREDO-AM) MARCELA VIEIRA PEREIRA MANAUS - 2006

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

ANÁLISE CLIMÁTICA DA BASE DE EXPLORAÇÃO GEÓLOGO

PEDRO DE MOURA URUCU (COARI-AM) E HIDRELÉTRICA

DE BALBINA (PRESIDENTE FIGUEIREDO-AM)

MARCELA VIEIRA PEREIRA

MANAUS - 2006

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

MARCELA VIEIRA PEREIRA

ANÁLISE CLIMÁTICA DA BASE DE EXPLORAÇÃO GEÓLOGO PEDRO DE MOURA

URUCU (COARI-AM) E HIDRELÉTRICA DE BALBINA (PRESIDENTE FIGUEIREDO-AM)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geociências do Instituto de Ciências Exatas da Universidade Federal do Amazonas, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Geociências, área de concentração Geologia Ambiental.

Orientador: Prof.º Dr. José Duarte Alecrim

MANAUS 2006

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MARCELA VIEIRA PEREIRA

ANÁLISE CLIMÁTICA DA BASE DE EXPLORAÇÃO GEÓLOGO PEDRO DE MOURA

URUCU (COARI) E HIDRELÉTRICA DE BALBINA (PRESIDENTE FIGUEIREDO)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geociências do Instituto de Ciências Exatas da Universidade Federal do Amazonas, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Geociências, área de concentração Geologia Ambiental.

Aprovado em 02 de outubro de 2006.

Banca Examinadora:

Dr. José Duarte Alecrim Orientador Dept. Geologia da UFAM

Dr. Francisco Evandro Oliveira Aguiar Examinador - Dept. de Geografia da UFAM

Dra. Jaci Maria Bilhalva Saraiva Examinadora Dept. de Geografia da FURGS

Chefe do Setor de Meteorologia do SIPAM

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Ficha catalográfica

P436a

Pereira, Marcela Vieira

Análise climática da base de exploração geólogo Pedro de Moura

Urucu (Coari-AM) e Hidrelétrica de Balbina (Presidente Figueiredo-AM) / Marcela Vieira Pereira. - Manaus: UFAM, 2006.

347 f.; il. color.

Dissertação (Mestrado em Geociências)

Universidade Federal do Amazonas, 2006.

Orientador: Dr. José Duarte Alecrim

1. Clima

Análise 2. Hidrelétrica de Balbina 3.Província petrolífera do Rio Urucu I.Título

CDU 551.588(811.3)(043.3)

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AGRADECIMENTOS

A DEUS, ser supremo, criador de todas as coisas, que rege nossas vidas e nos ampara nos momentos de dificuldade, que é meu refúgio e minha fortaleza.

Aos meus pais pelo amor e apoio incondicional em todos os momentos de minha vida.

A minhas irmãs: Roberta, Fabiana e Rosalina pelo incentivo e a todos os demais familiares.

Ao Profº Dr. José Duarte Alecrim pela orientação e auxilio dado durante a elaboração dessa pesquisa.

Ao Profº. Dr. Francisco Evandro Oliveira Aguiar pela sua orientação desde os trabalhos de Iniciação Cientifica, pelo seu apoio, dedicação e estímulo em todas as fases dessa pesquisa, externo a minha gratidão.

Aos colegas do Mestrado em Geociências Mirtes Cortinhas, Aroldo Aragão, Sanclever Peixoto, Marcelo Motta e Mireide Queiroz pelo auxilio e incentivo.

A Manaus Energia representada pelo Eng. Msc. José Raimundo Pereira e o Sr. Idelfonso Ferreira Canto que possibilitaram o acesso aos dados climatológicos da Usina Hidrelétrica de Balbina e pela forma atenciosa que sempre me receberam.

Aos professores do Departamento de Geografia da UFAM pela maneira atenciosa que sempre dedicaram a mim e pelo incentivo no decorrer da elaboração dessa dissertação, em especial, a Mírcia Fortes e José Alberto Lima de Carvalho.

Ao estatístico Francisco Alves dos Santos por sua primordial ajuda na análise estatística.

À Helena Mourão pela digitação, de parte, dos dados climatológicos da Hidrelétrica de Balbina e a Evandro Rodrigues por ceder seu acervo sobre Balbina.

A Universidade Federal do Amazonas, pública e de qualidade, por manter este Programa de Pós Graduação em Geociências.

E por último, e não menos importante, ao meu marido, Jander, pelo companheirismo, amor, cumplicidade, amizade e incentivo, externo o meu amor e minha gratidão.

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PEGADAS NA AREIA

Um dia, eu tive um sonho, sonhei que estava andando na praia com o Senhor, e no céu passavam cenas de minha vida

Para cada cena que passavam, percebi que eram deixadas dois pares de pegadas na areia: um era meu e outro do Senhor.

Quando a última cena da minha vida passou diante de nós, olhei para trás, para as pegadas na areia, e notei que muitas vezes, no caminho da minha vida,

havia apenas um par de pegadas na areia.

Notei, também, que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e mais angustiantes da minha vida.

Isso me aborreceu, deverás então perguntei ao Senhor:

- Senhor, tu não me dissestes, que tendo eu resolvido te seguir, tu andarias sempre comigo, em todo caminho?

Contudo, notei que durante as maiores atribulações do meu viver, havia apenas um par de pegadas na areia.

Não compreendo porque nas horas que eu mais precisei de ti, tu me deixastes sozinho.

O Senhor respondeu:

- Meu querido filho jamais eu te deixaria sozinho nas horas de prova e de sofrimento.

Quando viste, na areia, apenas um par de pegadas, eram as minhas.

Foi exatamente aí que te carreguei nos braços.

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RESUMO

Na Amazônia, a descoberta de fontes naturais de energia, provenientes do petróleo e da hidroeletricidade, favoreceram o desenvolvimento econômico da região, no entanto, geraram impactos, por mais que tenham sido realizadas medidas mitigadoras. A área de estudo corresponde a Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura localizada na Província Petrolífera do Rio Urucu no município de Coari e a Hidrelétrica de Balbina no município de Presidente Figueiredo, ambas no estado do Amazonas. O objetivo desse estudo foi realizar uma análise climática com o intuito de avaliar os possíveis efeitos sobre o clima em conseqüência desses processos de intervenção antrópica comparando os dados anuais dos parâmetros climáticos: temperatura, precipitação, umidade e pressão atmosférica. Para isso foram utilizadas uma estação climatológica automática e uma estação convencional padrão. Os dados utilizados correspondem ao período de 1997 a 2004 por possuírem séries homogêneas. Para o tratamento estatístico, foi utilizado a Análise de Variância e o Teste de Tukey com nível de significância de 5%, essa análise foi realizada através do software Minitab, pelo fato dos cálculos exigidos pela análise de variância serem complexos. Os dois pontos de estudo, Urucu e Balbina, apresentam altos índices pluviométricos, no entanto, a Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura (Urucu), mostra uma maior regularidade das chuvas quando comparada a Hidrelétrica de Balbina. A umidade média é de 93% para os dois pontos estudados. De acordo com o observado no teste estatístico, os valores registrados dos elementos climáticos, temperatura e umidade indicaram uma variabilidade bem expressiva, os maiores desvios positivos ou negativos, estão relacionados com a circulação em mesoescala, principalmente o El Niño. Apesar das alterações ambientais significativas tanto em Urucu como em Balbina, as variações encontradas, não oferecem, aparentemente, riscos ambientais. E isso se deve ao ecossistema amazônico, que devido a sua homogeneidade e auto-regulação é capaz de resistir dentro de certos limites, as modificações do meio.

Palavras chave: Clima, Hidrelétrica de Balbina, Província Petrolífera do Rio Urucu

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ABSTRACT

Discovering natural power sources from petroleum and hydro-electricity in the Amazon has favoured the region s economical development, nevertheless, it generated impacts, no matter what mitigating measures had been taken. The study area corresponds to the Geólogo Pedro de Moura Prospecting Base located on the Urucu River Oil Prospecting Territory in Coari County, and the Balbina Hydroelectric Power-Plant in Presidente Figueiredo County, both in the State of Amazonas. The purpose of the present study is to carry out a climatic analysis aimed to assess the possible effects on the local climate, brought about through those anthropic intervention processes, by comparing the annual data of climatic parameters, such as: temperature, rainfall, humidity and atmospheric pressure. An automated climatic and a standard conventional station were used for undertaking this assay. The utilised data correspond to the period from 1997 to 2004 on account of the homogeneous series they presented. Variance Analysis and Turkey Test with a 5% significance level were used for the statistical treatment, which was performed through the Minitab software, due to former one requiring rather complex calculation. The two study sites, Urucu and Balbina, presented high rainfall indices, however, Geólogo Pedro de Moura Prospecting Base (Urucu), showed a greater rainfall regularity when compared to that at Balbina hydroelectric power-plant. The average humidity was 93% for the two studied sites. According to the statistical test findings, the recorded climatic element values, temperature and humidity, indicate rather expressive variability, higher positive or negative deviations, being related to circulation in mesoscale, mainly El Niño. Despite significant environmental alterations, both in Urucu and Balbina, these variations apparently offer no environmental risks. This being due to the high Amazonian ecosystem s resilience, on account of its homogeneity and self-regulation being able to withstand landscape modifications, up to a certain extent.

Keys-words: Climate, Balbina Hydroelectric, Urucu River Oil Prospecting Territory

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LISTA DE FIGURAS

Fig. 01 Localização da Vila de Balbina e da Província petrolífera do Rio Urucu, onde está a Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura...............................................................

22

Fig. 02 Componentes do Balanço de Radiação da superfície terrestre....................................... 33 Fig. 03 Gradiente de Pressão, isóbaras e deslocamento dos ventos.......................................... 42 Fig. 04 Zonas Climáticas.............................................................................................................. 44 Fig. 05 Brisas Fluviais................................................................................................................... 46 Fig. 06 Linhas de função de corrente representando o escoamento troposférico médio 850mb

nos meses respectivos de janeiro (verão) e julho ( inverno) .......................................... 49

Fig .07 Célula de Hadley.............................................................................................................. 50 Fig. 08 Ventos no globo terrestre................................................................................................. 51 Fig. 09 Evolução da anomalia da Temperatura da Superfície do Mar em anos de El Niño......... 56 Fig. 10 Padrão de circulação observada em anos normais e anos de El Niño............................ 56 Fig. 11 - Influências do El Niño na América do Sul........................................................................ 57 Fig. 12 Diagrama da célula de circulação direta resultante do aquecimento diferencial entre o

continente e o oceano..................................................................................................... 59

Fig. 13 - Representação esquemática da circulação do ar no Hemisfério Sul. A ascensão das massas de ar ocorre nas regiões próximas do Equador.................................................

60

Fig. 14 - Anomalias da circulação troposférica relacionada à célula de Hadley observada em Agosto/2005.................................................................................................................... 63

Fig. 15 - Série Temporal do nível do Rio Negro.............................................................................. 64 Fig. 16 - Anomalias na temperatura da superfície do mar, observadas de janeiro a dezembro de 2005....... 65 Fig. 17- Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura Planta Industrial da Província

Petrolífera do Rio Urucu.................................................................................................. 73

Fig. 18 Vista Aérea da Usina Hidrelétrica de Balbina................................................................... 80 Fig. 19 Carta Estratigráfica da Bacia do Solimões....................................................................... 84 Fig. 20 Carta Estratigráfica da Bacia do Amazonas..................................................................... 85 Fig. 21 Estação Climatológica automática na Base e Exploração Geólogo Pedro de Moura...... 91 Fig. 22 Esquema da Estação Automática..................................................................................... 91 Fig. 23 Caixa Ambientalmente selada.......................................................................................... 92 Fig. 24 Equipamentos da Estação Convencional de Balbina...................................................... 93 Fig. 25 Média Móvel das Precipitações em Urucu....................................................................... 96 Fig. 26 Março mês representativo do período chuvoso................................................................ 97 Fig. 27 Agosto mês representativo do período de estiagem........................................................ 98 Fig. 28 Total acumulado de chuva por mês no período de 1997 a 2004..................................... 98 Fig. 29 Temperatura Média Anual do período de 1997-2004....................................................... 100

Fig. 30 Variabilidade das temperaturas médias mensais do período de 1997-2000 e 2001-2004.................................................................................................................................

100

Fig. 31 Variação das temperaturas médias, médias das máximas e média das mínimas registradas na Base Petrolífera de Urucu....................................................................... 101

Fig. 32 Umidade Média e Umidade Média das Mínimas em Urucu............................................. 104

Fig. 33 Correlação da Umidade Média com a temperatura e precipitação em Urucu................. 104

Fig. 34 Umidade média de Urucu do Período de 1997-2000 e 2001-2004.................................. 105

Fig. 35 Umidade Média das Mínimas na Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura............ 105

Fig. 36 Quantidade de dias com chuva em maio e abril............................................................... 107

Fig. 37 Chuva acumulada durante o período de 1997-2004 nos 12 meses do ano..................... 108

Fig. 38 Médias Móvel das Precipitações em Balbina................................................................... 109

Fig; 39 Variabilidade da Precipitação em abril na estação da hidrelétrica de Balbina................. 110

Fig. 40 Variabilidade da precipitação em agosto na estação da hidrelétrica de Balbina.............. 110

Fig. 41 Totais precipitados anuais do período de 1980 a 2004.................................................... 111

Fig. 42 Média dos totais precipitados no período de 1989-2004.................................................. 112

Fig. 43 Temperatura Máxima, Média e Mínima em balbina......................................................... 113

Fig. 44 Correlação entre a umidade, temperatura e precipitação em Balbina............................. 114

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LISTA DE TABELAS

Tab. 01 Composição Média da Atmosfera Seca abaixo de 25 quilômetros........................... 31 Tab. 02 - Média das Variáveis Meteorológicas para dias de Friagem e Normais..................... 54 Tab. 03 Área alagada e produção de energia nas hidrelétricas............................................ 78 Tab. 04 Quantidade Mensais e anuais de precipitação em milímetros................................. 96 Tab. 05 Temperaturas Médias Mensais................................................................................. 99 Tab. 06 Quantidade Mensal e anual de precipitação em milímetros em BALBINA............... 108 Tab. 07 Temperatura Média do Ar na Hidrelétrica de Balbina 113 Tab. 08 Análise de Variância para a temperatura de janeiro usando a soma de quadrados

ajustados para teste................................................................................................. 115

Tab. 09 - Análise de Variância para a temperatura de fevereiro usando a soma de quadrados ajustados para teste................................................................................

117

Tab. 10 - Análise de Variância para a temperatura de março usando a soma de quadrados ajustados para teste.................................................................................................. 118

Tab. 11 - Análise de Variância para a temperatura de abril usando a soma de quadrados ajustados para teste..................................................................................................

120

Tab. 12 - Análise de Variância para a temperatura de maio usando a soma de quadrados ajustados para teste..................................................................................................

120

Tab. 13 - Análise de Variância para a temperatura de junho usando a soma de quadrados ajustados para teste..................................................................................................

121

Tab. 14 - Análise de Variância para a temperatura de julho usando a soma de quadrados ajustados para teste.................................................................................................. 123

Tab. 15 - Análise de Variância para a temperatura de agosto usando a soma de quadrados ajustados para teste..................................................................................................

124

Tab. 16 - Análise de Variância para a temperatura de setembro usando a soma de quadrados ajustados para teste................................................................................

125

Tab. 17 - Análise de Variância para a temperatura de outubro usando a soma de quadrados ajustados para teste.................................................................................................. 126

Tab. 18 - Análise de Variância para a temperatura de novembro usando a soma de quadrados ajustados para teste................................................................................

126

Tab. 19 - Análise de Variância para a temperatura de dezembro usando a soma de quadrados ajustados para teste................................................................................

127

Tab. 20 - Análise de Variância para a umidade de janeiro usando a soma de quadrados ajustados para teste.................................................................................................. 128

Tab. 21 - Análise de Variância para a umidade de fevereiro usando a soma de quadrados ajustados para teste..................................................................................................

128

Tab. 22 - Análise de Variância para a umidade de março usando a soma de quadrados ajustados para teste..................................................................................................

129

Tab. 23 - Análise de Variância para a umidade de abril usando a soma de quadrados ajustados para teste.................................................................................................. 130

Tab. 24 - Análise de Variância para a umidade de maio usando a soma de quadrados ajustados para teste.................................................................................................. 131

Tab. 25 - Análise de Variância para a umidade de junho usando a soma de quadrados ajustados para teste..................................................................................................

131

Tab. 26 - Análise de Variância para a umidade de julho usando a soma de quadrados ajustados para teste..................................................................................................

132

Tab. 27 - Análise de Variância para a umidade de agosto usando a soma de quadrados ajustados para teste.................................................................................................. 133

Tab. 28 - Análise de Variância para a umidade de setembro usando a soma de quadrados ajustados para teste.................................................................................................

134

Tab. 29 - Análise de Variância para a umidade de outubro usando a soma de quadrados ajustados para teste..................................................................................................

135

Tab. 30 - Análise de Variância para a umidade de novembro usando a soma de quadrados 136

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ajustados para teste..................................................................................................

Tab. 31 - Análise de Variância para a umidade de dezembro usando a soma de quadrados ajustados para teste..................................................................................................

137

Tab. 32 - Análise de Variância para a temperatura de janeiro usando a soma de quadrados ajustados para teste..................................................................................................

138

Tab. 33 - Análise de Variância para a temperatura de fevereiro usando a soma de quadrados ajustados para teste................................................................................ 139

Tab. 34 - Análise de Variância para a temperatura de março usando a soma de quadrados ajustados para teste..................................................................................................

140

Tab. 35 - Análise de Variância para a temperatura de abril usando a soma de quadrados ajustados para teste..................................................................................................

141

Tab. 36 - Análise de Variância para a temperatura de maio usando a soma de quadrados ajustados para teste................................................................................................. 142

Tab. 37 - Análise de Variância para a temperatura de junho usando a soma de quadrados ajustados para teste..................................................................................................

143

Tab. 38 - Análise de Variância para a temperatura de julho usando a soma de quadrados ajustados para teste..................................................................................................

143

Tab. 39 - Análise de Variância para a temperatura de agosto usando a soma de quadrados ajustados para teste.................................................................................................. 144

Tab. 40 - Análise de Variância para a temperatura de setembro usando a soma de quadrados ajustados para teste................................................................................

145

Tab. 41 - Análise de Variância para a temperatura de outubro usando a soma de quadrados ajustados para teste..................................................................................................

146

Tab. 42 - Análise de Variância para a temperatura de novembro usando a soma de quadrados ajustados para teste................................................................................

147

Tab. 43 - Análise de Variância para a temperatura de dezembro usando a soma de quadrados ajustados para teste................................................................................ 148

Tab. 44 - Análise de Variância para a umidade média de janeiro usando a soma de quadrados ajustados para teste................................................................................

149

Tab. 45 - Análise de Variância para a umidade média de fevereiro usando a soma de quadrados ajustados para teste................................................................................

150

Tab. 46 - Análise de Variância para a umidade média de março usando a soma de quadrados ajustados para teste................................................................................ 151

Tab. 47 - Análise de Variância para a umidade média de abril usando a soma de quadrados ajustados para teste..................................................................................................

151

Tab. 48 - Análise de Variância para a umidade média de maio usando a soma de quadrados ajustados para teste................................................................................

152

Tab. 49 - Análise de Variância para a umidade média de junho usando a soma de quadrados ajustados para teste................................................................................ 152

Tab. 50 - Análise de Variância para a umidade média de julho usando a soma de quadrados ajustados para teste................................................................................

153

Tab. 51 - Análise de Variância para a umidade média de agosto usando a soma de quadrados ajustados para teste................................................................................

154

Tab. 52 - Análise de Variância para a umidade média de setembro usando a soma de quadrados ajustados para teste................................................................................

154

Tab. 53 - Análise de Variância para a umidade média de outubro usando a soma de quadrados ajustados para teste................................................................................ 155

Tab. 54 - Análise de Variância para a umidade média de novembro usando a soma de quadrados ajustados para teste................................................................................

156

Tab. 55 - Análise de Variância para a umidade média de dezembro usando a soma de quadrados ajustados para teste................................................................................

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...............................................................................................................

15

Problemática.................................................................................................................. 16 Objetivos........................................................................................................................ 19 Área de Estudo.............................................................................................................. 20

1. Clima: Elementos Constituintes e Fatores Influenciadores 1.1 Clima............................................................................................................ 23 1.2 Atmosfera..................................................................................................... 29 1.3 Fatores Controladores do Clima.................................................................. 31 1.4 Elementos Climáticos...................................................................................

36 1.4.1 Temperatura.................................................................................. 36 1.4.2 Umidade........................................................................................ 39 1.4.3 Ventos............................................................................................

40 1.4.4 Pressão Atmosférica......................................................................

41 1.4.5 Precipitação................................................................................... 42

1.5 Fatores Influenciadores no Clima da Amazônia.......................................... 43 1.5.1 Latitude.......................................................................................... 43 1.5.2 Ecossistema Amazônico................................................................

44 1.5.4 Brisas Fluviais................................................................................

45 1.5.5 Anticiclones Subtropicais...............................................................

46 1.5.6 Zona de Convergência Intertropical...............................................

47 1.5.7 Massas de Ar.................................................................................

50 1.5.8 Friagem..........................................................................................

53 1.5.9 El Niño........................................................................................... 54

1.6 Importância do Estudo Climatológico na Amazônia.....................................

57 1.7 Clima de Balbina - Levantamento Histórico................................................. 60 1.8 Clima da Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura............................ 61 1.9 A seca na Amazônia: episódio de 2005.................................................... 62

2. Área de estudo: Aspectos Geoecológicos e sócio-ambientais 2.1 Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura (Urucu) ......................................... 66

2.1.1 Histórico da Ocupação.............................................................................. 66 2.1.2 Geomorfologia...........................................................................................

66 2.2.3 Geologia Local.......................................................................................... 67 2.2.4 Hidrografia.................................................................................................

68 2.2.5 Solos......................................................................................................... 69 2.2.6 Cobertura Vegetal..................................................................................... 70 2.2.7 Divisão da Província Petrolífera do Rio Urucu onde está localizada a

Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura.........................................

71

1.2.8 Base de Exploração geólogo Pedro de Moura Pólo Arara.................... 71 2.2 Usina Hidrelétrica de Balbina.................................................................................. 74

2.2.1 Contexto Histórico da Implantação da Usina Hidrelétrica de Balbina....... 74 2.2.2 Localização e Acesso............................................................................... 80 2.2.3 Geomorfologia...........................................................................................

82 2.2.4 Hidrografia.................................................................................................

82 2.2.5 Solos......................................................................................................... 82 2.2.6 Cobertura Vegetal.....................................................................................

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2.2.7 Geologia Local da Hidrelétrica de Balbina................................................ 82

3. Materiais e Métodos 3.1 Levantamento Bibliográfico.......................................................................... 86 3.2 Organização e coleta de dados climatológicos........................................... 86

3.2.1 Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura............................. 3.2.2 Hidrelétrica de Balbina...................................................................

88 3.3 Análise Estatística........................................................................................ 88 3.4 Analise Descritiva.........................................................................................

89 3.5 Materiais Utilizados...................................................................................... 90

3.5.1 Equipamentos Climatológicos da Base de Exploração geólogo Pedro de Moura Urucu...............................................................

90

3.5.2 Equipamentos Climatológicos da Hidrelétrica de Balbina............. 93

4. Análise Descritiva do Clima 4.1 Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura Urucu.............................. 94

4.1.1 Precipitação................................................................................... 94 4.1.2 Temperatura.................................................................................. 99 4.1.3 Umidade ....................................................................................... 103

4.2 Hidrelétrica de Balbina................................................................................. 106 4.2.1 Precipitação...................................................................................

106 4.2.2 Temperatura ................................................................................. 112 4.2.3 Umidade Relativa do Ar................................................................. 114

5. Analise Estatística 5.1 Análise de Variância e Teste de Tukey para a TEMPERATURA MÉDIA

da Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura Urucu...........................................

115

5.2 Análise de Variância e Teste de Tukey para a UMIDADE MÉDIA da Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura Urucu.........................................................

128

5.3 Análise de Variância e Teste de Tukey para a TEMPERATURA MÉDIA da Hidrelétrica de Balbina..............................................................................................

138

5.4 Análise de Variância e Teste de Tukey para a UMIDADE MÉDIA da Base da Hidrelétrica de Balbina.............................................................................................

149

Considerações Finais..................................................................................................

158

Referências Bibliográficas..........................................................................................

163

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INTRODUÇÃO

O homem, ao se apropriar da natureza e modificar o meio natural começou a construir o

seu espaço, mas, não tinha idéia do reflexo que suas ações trariam para a sociedade no

transcorrer de sua história. As preocupações com a problemática ambiental começam a emergir

de maneira expressiva na sociedade, por volta dos anos sessenta em decorrência da unicidade

da técnica e da informação que permitiram que os grandes desastres ambientais passassem a

ser observados em lugares longínquos de onde aconteceram e geraram aversão na sociedade.

Esse fato influenciou diretamente no estudo cientifico que passou a direcionar-se mais para a

problemática ambiental.

No quadro atual do desenvolvimento da sociedade, o estudo do tempo e do clima é

essencial como um parâmetro indicador das conseqüentes mudanças no meio ambiente

resultantes das ações humanas.

Na Amazônia, a descoberta de fontes naturais de energia, provenientes do petróleo e da

hidroeletricidade, favoreceram o desenvolvimento econômico da região, no entanto, geraram

impactos, por mais que tenham sido realizadas medidas mitigadoras. Essas alterações no

ambiente natural, por meio do uso e ocupação do solo, para o aproveitamento energético da

região, refletem-se na atmosfera e podem ser identificadas, talvez, por meio das possíveis

mudanças no clima local.

Portanto, o objetivo desse estudo foi realizar uma análise climática com o intuito de

avaliar os possíveis efeitos sobre o clima em conseqüência do processo de intervenção

antrópica comparando os dados anuais dos parâmetros climáticos: temperatura, precipitação,

umidade e pressão atmosférica.

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PROBLEMÁTICA

A Amazônia é uma área com cerca de 7,5 milhões de km², localizada na América do Sul,

cortada pelo Equador terrestre, coberta pela uma densa floresta tropical úmida que mantêm

com o clima uma relação de interdependência. Essa área é banhada por uma extensa bacia

hidrográfica que tem o Rio Amazonas como o eixo principal, abriga uma diversidade de

ecossistemas e inúmeras espécies exóticas faunísticas e florísticas, algumas endêmicas dessa

região.

No entanto, em relação à climatologia existe uma carência de dados dessa extensa

região, apesar de todos os esforços para suprir essa lacuna do conhecimento como os projetos

ABRACOS (Anglo Brazilian Amazônia Climate Observation Study), LBA (Experimento de

Grande escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia), e outras pesquisas independentes.

Mas, no quadro atual, do desenvolvimento acelerado que passa a sociedade, o estudo

do tempo e do clima está em evidência devido ao desequilíbrio climático de diferentes

grandezas que está assolando o mundo. E que repercute nas outras partes do ambiente e nas

diversas atividades desenvolvidas pelo homem, colocando em risco a própria sobrevivência

humana.

A instalação de complexos industriais no interior da Amazônia tendo como objetivo a

geração de energia, favorece o desenvolvimento econômico por meio do aproveitamento dos

recursos naturais, mas ocasiona uma cadeia de impactos ambientais, principalmente em função

da relevância ambiental da área, não somente no aspecto ecológico mas também no aspecto

econômico e cultural.

Portanto, se faz necessário avaliar essas políticas de desenvolvimento para a Amazônia

e analisar as intervenções oriundas das atividades de geração de energia, no clima, tanto na

Vila de Balbina no município de Presidente Figueiredo como na Base de Exploração Geólogo

Pedro de Moura em Coari, ambos no estado do Amazonas. Com o intuito de comparar para

analisar essas possíveis alterações, visando compreender o sistema climático dessas áreas

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projetadas de forma diferenciadas, expressando distintas necessidades da sociedade atual na

geração de energia.

Anterior à implantação da atividade industrial, as áreas pesquisadas eram desprovidas

de qualquer tipo de edificação, podendo-se afirmar que as alterações antrópicas na superfície

eram inexistentes e o lugar mostrava-se incólume nesses dois pontos. Com o estabelecimento

das atividades industriais, as áreas passaram por intenso processo de transformação em um

breve espaço de tempo e ao longo dos últimos anos apresentaram ampliação em termos de

estrutura física, com a construção de novas unidades visando dar suporte ao crescimento de

suas atividades.

Dessa forma, o propósito dessa pesquisa, é contribuir na compreensão da dinâmica

climatológica na Amazônia, analisando os tempos atmosféricos em duas áreas com uso da

terra distinto, no sentido de avaliar o papel das alterações significativas do ambiente natural na

atmosfera, o que altera o albedo da superfície, podendo gerar uma célula de circulação local e

fazer com que estas áreas constituam-se, talvez, ambientes climáticos diferentes dos

predominantes na área do entorno. Analisando a inter-relação existente entre as possíveis

alterações do clima e as transformações ocorridas na superfície no período de 1997 a 2004. A

escolha de tais anos está relacionada à indisponibilidade de dados em Urucu anteriores a série

citada.

Nesta pesquisa, concebe-se o clima numa visão dinâmica de acordo com o conceito

proposto por MAX SORRE in MONTEIRO (1972) que afirma: clima é a série de estados

atmosféricos numa sucessão habitual , isso mostra que no estudo do clima é imprescindível

levar em consideração o ritmo dos tempos atmosféricos, que de acordo com MONTEIRO (1976)

refere-se ao retorno regular dos mesmos estados atmosféricos. Não somente quantificando os

dados e identificando diferenças numéricas, mas, simultaneamente diagnosticando as ações

antrópica e naturais que estão contribuindo para essas alterações em escala local, avaliando os

efeitos que a nova estrutura operacional produz na atmosfera, considerando o fator tempo

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(duração), variabilidades diárias, mensais e anuais. Dar-se-á ênfase no parâmetro precipitação,

por ele ser um elemento do clima extremamente relevante a ser analisado numa região tropical

como sustenta MOLION E DALLAROSA (1990:40). Pois, o aquecimento global, tem como

conseqüências diretas à alteração na freqüência e distribuição das chuvas, aumentando as

ocorrências de secas e de cheias (KARL et al., 1996 in Á. J. BACK, 2001:725), principalmente,

na Amazônia, onde as chuvas são geradas em função direta da convecção de calor.

Conseqüentemente, a análise da pluviometria, como total acumulado anual, precipitação

máxima e mínima e distribuição temporal das chuvas, revelam informações importantes como

período de maior potencial erosivo da pluviosidade.

Portanto, traçar um diagnóstico sobre os impactos climáticos da região, é de

fundamental importância, pois o crescimento econômico e o desenvolvimento urbano e

industrial geram alterações no meio. Em razão disso, deve-se buscar o equilíbrio entre

progresso e responsabilidade ambiental, porque conservar a atmosfera não é incompatível com

o desenvolvimento contemporâneo, mas, esse deve ser realizado em bases ambientalmente

sustentáveis.

Este trabalho está estruturado da seguinte forma: no capitulo I - Clima Elementos

Constituintes e Fatores Influenciadores, trata-se de uma revisão conceitual abordando desde o

conceito do Clima e sua evolução, os fatores controladores do clima, astronômicos,

meteorológicos e geográficos e em específico os fatores que controlam o clima da região

Amazônica, área que concentra os lugares objeto de estudo dessa dissertação.

No capitulo II

se faz uma descrição das áreas de estudo, retratando seus aspectos

geográficos, ecológicos e sócio-econômicos.

No capitulo III

Materiais e Métodos

são retratados os procedimentos indispensáveis

para o desenvolvimento desta pesquisa e todos os materiais utilizados.

O capitulo IV

Análise Descritiva

é realizada uma comparação mês a mês de cada

elemento climático estudado, a distribuição das precipitações em termos quantitativos e

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qualitativos e a variabilidade da temperatura e umidade do ar, procurando identificar diferenças

significativas de um ano para outro no período analisado.

No capitulo V

Análise estatística

foi realizado tratamento estatístico por meio da

análise de variância, comparando os valores diários dos elementos climáticos analisados, com

a finalidade de identificar se ocorreu diferença significativa entre os anos analisados. Em

seguida, foi realizado o Teste de Tukey que é a resposta à variação dos elementos climáticos

apontados pelo teste de variância. Por meio do teste de Tukey, foi possível comparar os valores

de temperatura, umidade e precipitação entre os anos analisados dentro de cada mês, ou seja,

foi possível identificar onde ocorre a diferença.

Por último no capitulo VI

Resultados e Considerações Finais

foi realizado uma

síntese a respeito da variabilidade climática identificada na Base de Exploração Geólogo Pedro

de Moura e Hidrelétrica de Balbina

OBJETIVOS

Objetivo Geral

Avaliar as possíveis alterações do clima em função das atividades de geração de

energia na Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura Urucu (Coari-AM) e Hidroelétrica de

Balbina (Presidente Figueiredo-AM).

Objetivos específicos.

- Analisar os dados da temperatura em cada estação climatológica, a fim de verificar se

há variações significativas e identificar as possíveis tendências ao aumento ou diminuição da

temperatura em cada um dos ambientes estudados;

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- Identificar diferenças nos valores pluviométricos acumulados durante o ano nas

estações climatológicas, analisando a freqüência das chuvas mensais e anuais, assim como, os

eventos extremos verificando tendências anuais da precipitação;

- Avaliar os valores de umidade relativa do ar e associá-los às especificidades de cada

local de estudo.

ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo compreende dois locais distintos: a Base de Exploração Geólogo

Pedro de Moura localizada no Município de Coari e a Vila de Balbina no Município de

Presidente Figueiredo, distantes um do outro cerca de 800km.

Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura (Urucu-Coari-AM)

A Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura ou Pólo Arara, como é conhecida pelos

funcionários da Petrobrás, é uma das clareiras da Província Petrolífera do Rio Urucu está

localizada no alto curso do rio Urucu, no interflúvio dos rios Tefé e Coari, na Bacia do Rio

Solimões, município de Coari (Amazonas), na meso região centro-amazonense, está situada

nas coordenadas 64º-66º W e 4º-6º S, a 600 km, em linha reta de Manaus, na margem direita

do rio Solimões, conforme mostra a figura 1. O acesso a região só é possível por via aérea e

fluvial.

VViillaa ddee BBaallbbiinnaa

A Vila de Balbina, localizada no Estado do Amazonas, município de Presidente

Figueiredo entre as coordenas 01º55 S e 59º28 W, está aproximadamente a 186 quilômetros ao

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norte de Manaus, sua via de acesso é a BR-174 (Manaus-Boa Vista) e a AM-240 (Presidente

Figueiredo-Balbina).

A vila foi criada, para abrigar os operários em função da construção da hidrelétrica, com

o objetivo de oferecer infra-estrutura básica. A Usina Hidrelétrica de Balbina, construída no Rio

Uatumã, teve suas obras iniciadas na década de 70 entrando efetivamente em funcionamento

em 1989.

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1.CLIMA: ELEMENTOS CONSTITUINTES E FATORES INFLUENCIADORES

1.1 Clima

Tempo e Clima são termos usados no senso comum, freqüentemente, como sinônimos,

no entanto, no campo da meteorologia e climatologia, possuem sentidos distintos, apesar disso

interdependentes.

Na definição climatológica, tempo está relacionado às características momentâneas da

atmosfera, expressadas por meio da temperatura, umidade, precipitação, ventos e chuvas,

apresentando variação em um breve intervalo de tempo (cronológico) diário e até horários.

O termo clima recebe várias conceituações de acordo com o método de abordagem. O

desenvolvimento desse conceito, foi um tópico de destaque na tese de JESÚS (1995), que

realizou uma revisão conceitual fazendo uma análise temporal do uso dessa terminologia.

Baseado nesse estudo, e com o intuito de comparar conceitos do clima, destacam-se alguns a

seguir.

JULIUS HANN, em 1883, definiu clima, como o conjunto de fenômenos meteorológicos

que caracterizam o estado médio da atmosfera sobre um ponto da superfície. (JESÚS

1995:126)

Essa tradicional e clássica definição de clima, formulada por JULIS HANN (1839-1921),

que pretende a síntese pelo estado médio , corresponde ao sistema de classificação,

desenvolvido pelo meteorologista WLADIMIR KÖPPEN (1846-1940). Iniciado desde 1918, e por

ele aprimorado ao longo dos anos subseqüentes, que é a base dos demais sistemas

indicimétricos dela direta ou indiretamente derivada (MONTEIRO, 1991).

WLADIMIR KÖPPEN (1948) apud JESÚS (1995:128), conceitua o clima, como o conjunto

das condições atmosféricas, que tornam um lugar da superfície terrestre mais ou menos

habitável pelos homens, pelos animais e pelas plantas.

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Esta classificação esta baseada na média dos elementos climáticos principalmente, nos

parâmetros precipitação pluvial e temperatura relacionados com a cobertura vegetal. É a mais

popular de todas as classificações, e apresenta cinco principais tipos de climas (A - clima

tropical chuvoso; B

climas secos; C

climas temperados chuvosos e moderadamente

quentes; D

climas frios com neve-floresta e E

climas polares), dos quais derivam os

subtipos climáticos, que associam características complementares, relacionados às variações

de precipitação e temperatura, representadas por letras minúsculas. Por exemplo, clima Af,

onde o A significa que o mês mais frio tem temperatura superior à 18ºC e o f que não há

nenhuma estação seca, úmido o ano todo.

MAX SORRE (1954), afirmou com relação a essas classificações climáticas,

fundamentadas no comportamento estático dos elementos do clima, que:

As definições clássicas dão importância exagerada à noção de temperatura média e propõe substituí-la por uma fórmula mais diretamente utilizável pelos biólogos: o clima, num determinado local é a série de estados atmosféricos numa sucessão habitual. E o tempo que faz nada mais é que cada um desses estados considerados isoladamente .

Por sua vez, SANT ANNA NETO (2001:52) afirma que SORRE ao definir o conceito de

clima, pretendia demonstrar que somente nessa perspectiva poderia sustentar uma análise

geográfica do clima, interpretando sua dinamicidade na dimensão da organização do espaço e

no cotidiano da sociedade.

E assegura que,

a partir da contribuição de Max Sorre, [há] uma mudança de paradigma que culminaria com a revisão conceitual em que se substituíram as antigas concepções de tempo e clima preconizadas por Julius Hann pelas noções de ritmo e sucessão, dotando o clima de um atributo pulsante e dinâmico .

A partir da leitura de SORRE, os trabalhos que surgem ganham uma nova abordagem,

valorizando para além das médias estatísticas, a inter-relação dos elementos climáticos.

Essa nova tendência pode ser identificada em PEDELABORDE (1951) apud JESUS

(1995:127), o qual considera o clima, a combinação dos elementos de tendências estáveis

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permanentes da atmosfera acima de um determinado lugar. A palavra combinação sugere

uma oposição à análise separatista dos elementos do clima.

Mas somente em 1965, STRANLLER apud JESUS (1995:138), em detrimento do

comportamento médio ou estático, caracteriza o clima, como uma condição característica da

atmosfera, deduzida de largos períodos de repetidas observações, sendo, portanto, uma

conseqüência do conhecimento do tempo meteorológico. A classificação de ARTHUR

STRANLLER (1965), está alicerçada na dinâmica das massas de ar como controladoras do

clima nas diferentes latitudes.

Outras conceituações de clima são propostas e evidenciam a complexidade desse

conceito, como a do geógrafo LESLIE CURRY citado por MONTEIRO:

Clima não é um fato, mas uma teoria, dela tirando proveito cada investigador para implementar uma dada experiência de tempo (meteorológico: Weather) adequada a seus próprios propósitos. Tal função hipotetizada dita os critérios a serem adotados tanto na seleção de dados quanto na ilustração que se configurará em clima. A noção de que o clima existe per se e que a descrição de seu caráter deve preceder a avaliação de seu significado funcional só é viável para as grandes correlações, num nível de análise aquém das aspirações da geografia econômica.

(CURRY 1963 apud MONTEIRO 1991:16)

Essa proposição sobre a não existência do clima per se é aceita e ao mesmo tempo

confrontada por MONTEIRO, como podemos perceber através do fragmento a seguir:

Concordo com ele [CURRY] na medida em que o fato concreto, observável no domínio atmosférico terrestre é o tempo (meteorológico) extremamente variável (cronologicamente): estado momentâneo da atmosfera sobre dado lugar. A medida dos diferentes elementos, separativamente, no posto meteorológico, ou a descrição global de suas propriedades, no boletim sinótico, concretizam o fato naquele momento especial e breve em que a interação dos elementos o definem. Concordo com que, sob, este aspecto, o que se pretende atingir, e quase tudo o que se tem atingido até agora, incide na categoria de abstração teórica.

(MONTEIRO 1991 P. 17)

Apesar disso, MONTEIRO (1991:26), afirma que, a existência de um clima, capaz de

expressão concretamente demonstrável via matematização jamais foi conseguida . Porém,

utiliza um trecho citado da obra Crítica da Razão Pura de KANT, para advertir que, a essência

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dos fenômenos muitas vezes não é mostrada por ele próprio, mas através da inferência por

meio das mudanças em outros elementos que sofrem a ação do fenômeno.

A utilização de conceituações climáticas que levam em consideração a média dos

elementos durante uma série longa de estudo, cerca de 30 anos como é sugerido pela

Organização Mundial de Meteorologia (OMM), ainda, é a mais difundida e de fácil acesso,

mesmo depois, dessas tentativas citadas de uma conceituação e estudo do clima por meio de

sua dinâmica atmosférica, como demonstrado por meio dos conceitos de clima de STRINGER e

AYOADE:

Clima, é uma generalização, ou uma integração das condições de tempo para um dado período de tempo cronológico, dentro de uma determinada área

(STRINGER,1972 apud JESÚS,1995: 39)

Clima são as características da atmosfera inferidas de observações contínuas durante um longo período, abrangendo os desvios em relação às médias (variabilidades) condições extremas e as probabilidades de ocorrência de determinadas condições de tempo

(AYOADE, 1983:)

Apesar de toda a dificuldade técnica e financeira para estudo climatológico no Brasil, o

conceito proposto por SORRE (1954), obteve adeptos como MONTEIRO, que foi o pioneiro na

climatologia brasileira a adotar a definição sorreana de clima, série de estados atmosféricos

numa sucessão habitual . De acordo com esse autor, para avaliar a dinâmica climática em uma

região, é necessário analisar o ritmo atmosférico que é o retorno regular dos tempos

atmosféricos (MONTEIRO, 1972)

Essa proposta de MONTEIRO (1972), da análise rítmica, consiste na montagem de um

gráfico de representação simultânea dos elementos do clima em sua variação diária ,

acoplando a representação gráfica da seqüência de alternância dos diferentes sistemas

meteorológicos envolvidos na circulação secundária. (MONTEIRO, 1991:39)

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A estratégia de projeção temporal foi feita a base da escolha de anos padrão , que

representam os diferentes graus de proximidade do ritmo habitual , ao lado daqueles afetados,

por irregularidades na circulação a modo de promover acidentes e impactos nas atividades

humanas. (MONTEIRO, 1991: 39)

MONTEIRO (1972; 1976), propõe uma análise climatológica, baseada na teoria geral

dos sistemas e na sucessão dos tipos de tempo de SORRE (1954), tendo como enfoque

principal nos seus estudos, os centros urbanos e os climas gerados pela urbanização. O autor

busca a interação entre os elementos constitutivos do sistema, como pode ser observado na

critica a CHANDLER (1965), que estudou os elementos atmosféricos por meio da análise

separativa, Monteiro ao se referir a esta obra, afirma que ela não se configuraria como um

modelo a seguir, pois não há a necessária orientação lógica entre causalidade atmosférica

circulatória, transformações locais e as resultantes por efeito da urbanização (MONTEIRO

2003:13).

Apesar de MONTEIRO utilizar o conceito de clima formulado por SORRE, é importante

ressalvar que MAX SORRE não elaborou e nem publicou nenhum trabalho de cunho

climatológico, sendo MONTEIRO pioneiro na utilização e criação de tal método singular e

próprio de um brasileiro.

MONTEIRO (1976), analisa o clima como um sistema, baseado no conceito de

geossistema de BERTRAND (1968), que estabelece um paralelo entre essa unidade de análise

geográfica e o ecossistema.

Com o intuito de realizar uma abordagem sistêmica do clima, inicia seu trabalho por

meio de dez enunciados básicos, que orientarão a montagem do sistema Clima Urbano,

fornecendo o alicerce da pesquisa climatológica. Através destes, esclarece conceitos e enfatiza

a necessidade de compreender a organização climática de um ambiente, para poder planejar

pesquisas climáticas que visem resolver problemas reais.

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O Sistema Clima Urbano sugerido por MONTEIRO abrange um clima local (fato natural)

e a cidade (fato social) [...] sem precisar a partir de que grau de urbanização e de que

característica geoecológica local se poderia usar o termo clima urbano (2003:19). Pois, o

sistema clima urbano é um sistema singular, aberto, evolutivo, adaptativo e passível de auto-

regulação, estando ligado à percepção humana.

Baseado nas características gerais do Sistema Clima Urbano, MONTEIRO (1976),

elabora três canais de percepção ou subsistemas: 1.Subsistema Termodinâmico (Conforto

Térmico), baseado no conforto térmico e na co-participação natureza-homem. 2.Subsistema

Físico

Químico (A qualidade do Ar), 3.Subsistema Hidrodinâmico (Impacto Meteórico), por

meio deles é possível evidenciar a entrada de energia no ambiente e a transformação desta no

núcleo urbano, de acordo com suas características geoecológicas produzindo como

conseqüências alterações atmosféricas nos três níveis citados.

Assim sendo, o estudo da Climatologia passa pela abordagem dinâmica em oposição às

abordagens restringidas a observações meteorológicas.

Os parâmetros climáticos que expressam as condições físicas da atmosfera são dados

mensuráveis, tratados estatisticamente, que ajudam a identificar o tipo de clima de um lugar,

mas quando tratamos isoladamente, sem analisar as condições geoecológicas de uma área e a

influência do homem na mesma tornam-se sem valor. Desse modo, o estudo climatológico é

complexo, exige um olhar multidisciplinar sobre o mesmo, deve-se avaliar a influência do

comportamento atmosférico sobre os demais fatores geográficos e o cotidiano do homem

enquanto ser vivente e atuante sobre o meio.

A climatologia geográfica de acordo com SANT ANNA NETO (2001:58), encontrou sua

identidade própria e por isso,

passou pelo processo de evolução do pensamento geográfico por meio da incorporação da noção de ritmo (MONTEIRO 1971) como um novo paradigma para a análise geográfica do clima, busca-se agora um novo conhecimento do fenômeno climático numa perspectiva social e da valoração dos recursos naturais .

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Portanto, o termo clima é difícil de definir ou explicar, pois às vezes é concebido

estaticamente por meio das médias estatísticas, não levando em consideração a cadeia de

interdependência com outros elementos ambientais, e outras vezes, concebido de modo

dinâmico considerando-se os elementos constitutivos do sistema (social, econômico e natural),

e sua influência no tocante aos elementos climatológicos que por atuarem numa cadeia de

interelações provocam oscilações ou modificações no clima de determinado lugar.

Atualmente, o estudo climatológico torna-se imprescindível, pois o homem a cada dia

modifica o clima inadvertidamente em função de suas várias atividades, principalmente após a

Revolução Industrial e com a disseminação do American Way of Life , que consolidaram a

necessidade de buscar novas matérias-primas e fontes de energia para dar sustentabilidade às

novas necessidades e atividades industriais.

Essas alterações no espaço geográfico se refletiram na atmosfera contribuindo para

modificações climáticas que se tornam cada vez mais manifestas.

1.2 Atmosfera

É na atmosfera, camada gasosa presa à Terra pela força da gravidade que ocorre a

observação dos elementos climatológicos, principalmente na troposfera inferior, camada que

recebe de forma direta a influência da superfície.

A atmosfera é composta por gases, sendo os gases mais importantes: o nitrogênio,

oxigênio, o argônio, bióxido de carbônico, o ozônio e o vapor d água. Está estruturada em

camadas, tendo por parâmetros básicos para essa divisão a diferença de temperatura,

composição química e altitude.

A Troposfera é a região mais próxima da superfície do planeta, onde ocorre a maioria

dos fenômenos meteorológicos que caracterizam o clima, a temperatura varia de 15 graus

Celsius, na superfície, a 60 graus negativos, a 11 quilômetros de altitudes. (TOLENTINO

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2004:12). Contém cerca de 75% da massa total da atmosfera e virtualmente a totalidade do

vapor d água e de aerossóis. A troposfera pode ser dividida em três camadas, tendo por base o

mecanismo dominante para as trocas de energia. Estas são: a camada laminar que é a

interface solo-atmosfera; a camada friccional que corresponde a área de atrito onde a

transferência vertical de calor ocorre por meio de turbulência ou redemoinhos; e a atmosfera

livre onde os ventos são mais fortes devido a ausência de resistência friccional, é a camada

onde a transferência de energia ocorre principalmente através da liberação do calor latente no

momento de formação das nuvens.

A camada seguinte é a Estratosfera onde a temperatura aumenta com o incremento da

altitude. Essa camada concentra quase a totalidade do ozônio atmosférico, que absorve grande

parte dos raios ultravioletas e contribui para o aumento da temperatura nessa camada da

atmosfera. Em seguida há a mesosfera, onde ocorre a redução da temperatura com o aumento

da altura até alcançar um mínimo de cerca de -90º aos 80km, situando-se na parte superior da

estratosfera. A pressão é muito baixa chegando até 0,01mb na proximidade de 90km acima da

superfície. (AYOADE, 2001:21)

Na Termosfera, a temperatura aumenta com a altitude devido à absorção da radiação

ultravioleta pelo oxigênio atômico. Nessa camada a atmosfera é muito rarefeita, uma vez que as

densidades são muito baixas. Acima de 100km a atmosfera é grandemente afetada pelos raios-

X e pela radiação ultravioleta, o que provoca a ionização. (AYOADE, 2001:22)

Estruturada a atmosfera, a Terra estava propícia à vida e á manutenção desta, pois existiam

condições de pleno equilíbrio térmico. Entretanto, o desenvolvimento da atividade humana em

um rítmo acelerado, está alterando as características químico-físicas dessa camada e

conseqüentemente, o clima, que é resultado da interação dos processos na superfície e na

atmosfera, especificamente na troposfera. A tabela 01 evidencia a composição da atmosfera e o

volume em percentual dos constituintes.

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Tab 01 Composição Média da Atmosfera Seca abaixo de 25 quilômetros.

Gás Volume % (Ar Seco) Nitrogênio (N2) 78,08 Oxigênio (O2) 20,94 Argônio (Ar) 0,93 Bióxido de Carbono (CO2) 0,03 Neônio (Ne) 0,0018 Hélio (He) 0,0005 Ozônio (O3) 0,00006 Hidrogênio (H) 0,00005 Criptônio (Kr) Indícios Xenônio (Xe) Indícios Metano (Me) Indícios Fonte: Barry e Chorley 1976 in Ayoade 2001

A importância da atmosfera pode ser melhor explicitada por meio do trecho em que

TOLENTINO et. al. (2004:17) descrevem,

A atmosfera é suficientemente transparente para permitir a passagem de grande parte da radiação solar que banha a superfície terrestre, iluminando-a e provocando reações físico-químicas essenciais. Por outro lado, alguns de seus componentes funcionam, devido a sua natureza química, como um filtro eficiente: eles vedam a passagem de uma parcela da radiação solar (radiação ultravioleta) nociva à vida, interceptam as partículas ionizantes presentes na radiação cósmica (que poderiam provocar efeitos indesejáveis em animais e vegetais) e bloqueiam pequenos meteoritos (estrelas cadentes), que são queimados antes de atingirem a superfície da Terra. Outra ação é a de impedir, parcialmente, o retorno ao espaço da radiação infravermelha que aquece a superfície da Terra, funcionando como uma cúpula protetora, espécie de manto térmico isolante que garante ao nosso planeta uma temperatura bem acima da que ela teria se não houvesse a atmosfera.

1.3 Fatores Controladores do Clima

O clima de um lugar resulta da inter-relação de diferentes fatores, chamados de

controladores climáticos que são: fatores astronômicos, como o fluxo de energia proveniente do

Sol; características geoecológicas; e a dinâmica dos elementos meteorológicos ou circulação

atmosférica.

a) Fatores Astronômicos - Energia Solar

A constante solar, isto é, a energia radiante proveniente do Sol que incide no topo da

atmosfera terrestre. Sua distribuição sobre a superfície do planeta depende de fatores orbitais,

tais como, a velocidade angular e a inclinação do eixo de rotação, e da composição química da

atmosfera. (MOLION 1988:43)

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A radiação solar é a energia absorvida pela Terra, na forma de ondas eletromagnéticas,

provenientes do Sol. Ela é a fonte primária de energia que o globo terrestre dispõe, e sua

distribuição variável é a geriatriz de todos os processos atmosféricos. (TUBELIS &

NASCIMENTO, 1937)

Para o Sol, o comprimento de onda de máxima emissão é aproximadamente 0,5 mícron

(0,5 ). Quase 99% da radiação solar é de curto comprimento de onda, de 0,15 a 4,0 m.

Segundo SELLERS (1965) in AYOADE (2001:25) uma classificação da composição espectral

indica que,

9% ultravioleta

0,4

45% visível 0,4

0,74 m 46% infravermelhos >0,74 m

A radiação do Sol, ao cruzar a atmosfera é atenuada por três processos. A radiação

difusa, espalhamento por partículas existentes na atmosfera, como moléculas dos gases e

material particulado em geral. Outro processo é a absorção seletiva que TUBELIS &

NASCIMENTO (1937), conceituam como a absorção de certos constituintes atmosféricos para

certos comprimentos de onda. Oxigênio, ozônio, gás carbônico e vapor d água são os principais

absorvedores. A radiação ultravioleta é absorvida pelo O3 e O2, evitando os efeitos prejudiciais.

O último processo é a reflexão e absorção pelas nuvens. Em média, aproximadamente 25% da

radiação solar que atinge a Terra é refletida de volta ao espaço pelas nuvens (AYOADE,

2001:27).

Outras duas partes da radiação solar atingem a superfície da Terra, uma diretamente e

outra depois de sofrer o processo de difusão. Esses dois fluxos de radiação atingem a

superfície juntas e correspondem ao total da radiação solar que atinge a superfície. Dessa

energia que atinge a superfície, parte é absorvida e o remanescente é refletido. Esse processo

é chamado Balanço de Radiação de ondas curtas.

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Concomitante a Radiação de ondas curtas, existe a radiação de ondas longas que

TUBELIS & NASCIMENTO (1937:33); AYOADE (2001:32), fazem referência. A Terra ao ser

aquecida, passa a ser uma fonte de radiação na forma de ondas longas eletromagnéticas não

visíveis, que é denominada de Radiação Terrestre. (Figura 2)

A grande parte da energia emitida pela Terra está na faixa espectral do infravermelho de

4 a 100 , com um máximo em torno de 10 . (AYOADE, 2001:33). Essa energia procedente da

Terra é chamada de energia de ondas longas.

FIGURA 2 Componentes do Balanço de radiação da superfície terrestre FONTE: Tubelis & Nascimento (1937:33) ADAPTADO: Marcela Vieira Pereira

Noventa por cento da energia emitida é absorvida pelo vapor d água, gás carbônico,

ozônio e nuvens na atmosfera. A radiação emitida na faixa de 8,5 a 11,0 microns, totalizando

10% da energia, atravessa a atmosfera sem ser absorvida, perdendo-se para o espaço sideral.

(TUBELIS & NASCIMENTO, 1937:34). A liberação dessa energia ocorre por meio da janela

atmosférica.

O restante da energia é absorvido pela atmosfera, pois não consegue dissipar-se para o

espaço, sendo reirradiados para a superfície que absorve essa contrarradiação totalmente.

Essa propriedade da atmosfera em deixar entrar a energia em ondas curtas e não permitir a

RADIAÇÃO DE ONDAS CURTAS

RADIAÇÃO DE ONDAS LONGAS

RRaaddiiaaççããoo ssoollaarr SSOO LLOO

AT

MO

SF

ER

A

RADIAÇÃO RECEBIDA

REFLEXÃO

DIFUSÃO

ABSORÇÃO

RADIAÇÃO SOLAR DIFUSA

RADIAÇÃO DIRETA

RADIAÇÃO GLOBAL

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saída da energia em ondas longas, é conhecida como efeito estufa. Se esse efeito estufa não

ocorresse a temperatura média da Terra segundo AYOADE (2001:36), seria de 30 - 40ºC mais

fria que é agora.

A latitude também influência na temperatura em função da posição da Terra em relação

ao Sol. As latitudes próximas ao Equador recebem os raios solares perpendicularmente

durante todo o ano. Com o progressivo distanciamento do Equador, a temperatura tende a

diminuir porque os raios solares passam a atingir a Terra mais obliquamente.

Por isso quando um lugar tem suas características originais alteradas, como a retirada

da cobertura vegetal primária, edificações de prédios e instalação de complexos industriais,

dentre outros fatores, ocorrem mudanças no balanço de energia nesse ambiente e esta refletir-

se-á na atmosfera, uma vez que, superfície e atmosfera possuem uma relação estreita.

b) Fatores Geoecológicos

A distribuição das superfícies continentais e terrestres é um dos fatores geográficos que

influenciam o clima, pois se aquecem e resfriam de maneiras diferentes em função de suas

propriedades distintas.

Superfícies continentais (sólidas) absorvem a radiação oriunda do Sol. A quantidade da

energia absorvida pelo solo depende das características físico-químicas das superfícies. Solos

escuros tendem a absorver mais energia, enquanto que solos claros são mais reflectivos. A

terra se aquece e se resfria rapidamente, porque o calor não penetra profundamente no solo,

aquece apenas uma camada superficial. Isto se deve, por ser a Terra um condutor pobre de

calor. O calor é conduzido para baixo tão lentamente, que a variação diurna da temperatura

normalmente penetra apenas 60 a 90cm no solo. Antes que atinja tal profundidade, desce a

noite e a superfície passa a se resfriar . (BLAIR, 1964:97)

As superfícies líquidas demoram mais para se aquecer e conseqüentemente para

irradiar energia. Isso ocorre porque:

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a radiação penetra mais na água no do que na terra, mais de um terço dela atinge uma

profundidade de 0,90m, e cerca de um décimo alcança 9m; pequenas quantidades de luz solar tem sido observadas a profundidades de 520-580m no oceano, de muito maior importância na distribuição do calor, através de uma profundidade bem considerável, são o movimento ondulatório e a turbulência geral da superfície do mar. Como uma conseqüência dessa mistura de águas e devido ao fato de 90 por cento da absorção ocorrer nos 9 metros. Assim sendo, há um grande volume de água a ser aquecido, em comparação com a camada de 0,10m da superfície do solo .

(BLAIR, 1964:95)

Assim, os oceanos possuem maior capacidade calorífica, isto é, maior capacidade de

armazenar calor; transportam o calor absorvido, através das correntes marítimas, enquanto nos

continentes o saldo entre o calor que penetra no solo e o que sai dele é praticamente nulo na

média anual. (MOLION, 1988:44)

As diferentes altitudes existentes na superfície da Terra contribuem juntamente com

outros elementos para a diferenciação climática existente, pois, nas altas altitudes a radiação

solar (ondas curtas) atinge a superfície elevada, a seguir é refletida de volta para o espaço

(ondas longas), não sendo absorvida pela atmosfera porque a quantidade de poeira e umidade

é pequena, logo a radiação absorvida pela atmosfera é insuficiente para o seu aquecimento,

por isso quando a altitude aumenta a temperatura tende a diminuir, porque a maior parte da

absorção atmosférica é realizada pelo vapor d água que absorve a radiação de ondas longas,

inexistente em elevadas altitudes.

c) Circulação Atmosférica

Os fatores meteorológicos são determinados pela circulação geral da atmosfera, que se

subdivide em circulação primária, secundária e terciária.

A circulação primária é definida por BARRY e CHORLEY (1976) apud AYOADE

(2001:72), como sendo os padrões em larga escala, ou globais, de ventos e pressão que se

mantém ao longo do ano ou se repetem sazonalmente. É a circulação geral que realmente

determina o padrão dos climas do mundo.

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A circulação secundária são as depressões e os anticiclones das latitudes médias e as

perturbações das regiões tropicais.

E por fim, a circulação terciária que corresponde ao sistema de ventos locais tais como,

as brisas terrestres e marítimas, as ondas de sotavento, os ventos catabáticos e anabáticos.

Estes sistemas circulatórios são precisamente localizados, sendo amplamente controlados por

fatores locais, e seus períodos de existência são considerados mais curtos do que os dos

sistemas secundários de circulação.

1.4 Elementos Climáticos

O estudo do clima sugere o conhecimento de inúmeros elementos e fatores climáticos

que expressam as condições atmosféricas em um determinado local. Os principais elementos

climáticos são: Temperatura, Umidade, Pressão Atmosférica, Ventos e Precipitação.

1.4.1 Temperatura

É o principal elemento no estudo do clima devido a fragilidade humana, a uma variação

extrema, positiva ou negativa, nesse parâmetro climatológico.

A temperatura pode ser definida de acordo com AYOADE (2001:50), como o movimento

de moléculas, de modo que, quanto mais rápido o deslocamento mais elevado será a

temperatura. Pois, quando a velocidade do movimento intermolecular de um corpo aumenta, a

temperatura desse corpo se eleva. A matéria em movimento possui energia; é capaz de exercer

força e realizar trabalho; a energia que se origina do movimento molecular, é chamada calor. O

calor, é portanto, uma força de energia e uma quantidade mensurável, ainda que não seja uma

substância (BLAIR, 1964).

Portanto, a temperatura é o grau de calor que um corpo possui e pode ser medida por

meio de um termômetro.

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Para realizar as medições os termômetros devem estar localizados em locais protegidos

da radiação solar direta, precipitação e forte ventilação, precisam ficar na sombra, normalmente,

quando a estação é convencional, os termômetros ficam localizados dentro de um abrigo,

denominado de abrigo de Stevenson, que é mantido a aproximadamente 1,5 acima do solo,

fabricado em madeira, pintado de branco e possuindo na frente, nos lados e atrás aberturas,

tipo janelas venezianas, permitindo assim, uma ventilação apropriada.

Os valores extremos da temperatura do ar são medidos por meio dos termômetros de

mercúrio e de álcool, respectivamente utilizados para a medição da temperatura máxima e

mínima.

O termômetro de máxima consiste de um vidro contendo mercúrio, este é empurrado

quando a temperatura do ar se eleva e se retrai quando a temperatura diminui. A temperatura

máxima é mostrada pela extremidade do índice mais próximo do mercúrio.

O termômetro de mínima é de vidro contendo álcool. Nele é mergulhado uma pequena

barra. Quando há o aumento temperatura, o álcool se expande e passa pelo índice quando a

temperatura diminui, o álcool se contrai e arrasta consigo o índice por causa de sua tensão de

superfície.

Um dos fatores que geram a variação da temperatura é a altitude. Quanto maior a

altitude, menor é a temperatura e vice-versa, isso acontece pelo fato de ocorrer uma

descompressão adiabática à medida que o ar se eleva na atmosfera, que lhe causa um

resfriamento de 0,6ºC por 100m (TUBELIS & NASCIMENTO, 1937; 81). Assim, dois locais

próximos, contudo, em altitudes diferentes apresentam temperaturas distintas.

TUBELIS & NASCIMENTO (1937), esclarecem a citação anterior afirmando que toda

massa de ar que se eleva na atmosfera expande-se porque a pressão atmosférica exercida

sobre ela diminui com a altura. O trabalho realizado na expansão provém do decrescimento de

energia interno da parcela do ar, de modo que a sua temperatura diminui. Por outro lado, uma

parcela descendente comprime-se, sendo que a atmosfera realiza trabalho mecânico sobre ela,

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aumentando a sua energia interna e sua temperatura. Tais movimentos verticais são

suficientemente rápidos para que as mudanças de temperatura não tenham nenhuma troca de

calor com o ambiente. Tais variações de temperatura da parcela de ar são chamadas de

adiabáticas sem transferência de calor .

Outro fator que gera a variação da temperatura é a latitude porque a radiação global

depende do ângulo zenital. Como o valor médio anual do co-seno zenital diminui com o

aumento da latitude, a temperatura média anual também diminui com o aumento da latitude

(TUBELIS & NASCIMENTO 1937:78).

Isto ocorre porque a Terra está naturalmente divida em zonas climáticas, em função da

distribuição desigual dos raios solares e, por conseguinte calor sobre a superfície. Essa

desigualdade de iluminação solar é a relação direta da posição da Terra em relação ao Sol e

dos movimentos de rotação e translação, que faz com que a região equatorial ou zona tropical

tórrida receba os raios solares perpendicularmente, tornando-se mais aquecida, com o aumento

da latitude, os raios solares incidem de tal forma, fazendo com que essa região receba menor

aquecimento e luminosidade. As zonas glaciais, de latitudes mais altas, recebem os raios

solares com grande inclinação, fazendo com que essa região se caracterize por baixas

temperaturas.

Aliado a diferenças de altitudes e latitudes, o grau de continentalidade e as

características da superfície do solo como albedo, tipo de vegetação, rugosidade e cor do solo,

dentre outros também contribuem para a variação da temperatura.

Na floresta amazônica, o aquecimento do ar é atenuado pela intensa evaporação, no

entanto, devido a alta umidade, o calor sensível faz parecer que estamos sob temperaturas bem

mais elevadas, disfarçando os números reais.

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1.4.2 Umidade

Corresponde à água no estado de vapor existente na atmosfera. A concentração do

vapor d água na atmosfera é pequena, podendo chegar no máximo a 4% em volume, mas esse

valor é variável de acordo com as especificidades locais.

O vapor d água contribui tanto para o aquecimento quanto para o resfriamento da Terra,

porque ele absorve tanto a radiação solar (ondas curtas) como também a radiação terrestre

(ondas longas), ajudando a manter o equilíbrio térmico da Terra.

Para que haja vapor d água da atmosfera deve existir água disponível para evaporação

e temperaturas elevadas para que esse processo aconteça.

Os valores máximos de evaporação sobre os continentes ocorrem, entretanto, em torno

do Equador, devido aos valores relativamente elevados de insolação e por causa das grandes

perdas de água, por transpiração da luxuriante vegetação. (AYOADE 2001:138). Outros índices

de umidades utilizados são:

Umidade Absoluta: corresponde a massa total do vapor d água contida em um dado

volume de ar e é expressa em gramas por metro cúbico de ar.

Umidade Relativa: é a razão entre a quantidade de vapor d água no ar e a quantidade de

umidade que o mesmo volume de ar pode conservar na mesma pressão e temperatura quando

saturados. A umidade relativa é expressa em porcentagem.

Temperatura do Ponto de Orvalho: é a temperatura na qual ocorrerá saturação se o ar

se esfriar a uma pressão constante, sem aumento ou diminuição do vapor d água.

Pressão vaporífica: é a pressão exercida pelo vapor contido na atmosfera em milibares.

A umidade do ar pode ser medida através dos psicômetros, que consiste de dois

termômetros de mercúrio com bulbos cilíndricos, montados na vertical e posicionados dentro do

abrigo meteorológico. Os termômetros são semelhantes, sendo um de bulbo seco e outro de

bulbo úmido. A leitura do termômetro de bulbo seco é a temperatura do ar, e a leitura do bulbo

úmido deve ser sempre mais baixa. A diferença entre as leituras dos dois termômetros é a

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medida da superfície do ar, também, chamada de depressão do bulbo úmido, com esse valor

recorre-se às tabelas psicométricas e é possível ler a umidade relativa.

1.4.3 Vento

É definido como o ar em movimento e seu deslocamento ocorre em função da diferença

de temperatura e pressão atmosférica, ao se deslocar transporta umidade e calor. Os fatores

que influenciam no seu deslocamento são: movimento de rotação da Terra (Efeito de Coriolis),

força centrífuga e centrípeta e a força de fricção, que é o atrito do ar com a superfície terrestre.

O aquecimento desigual na superfície terrestre, gera áreas com temperaturas distintas

causando pressões atmosféricas desiguais, esse é o principal mecanismo para a movimentação

do ar, pois este se desloca de áreas de alta pressão (frias) para áreas de baixa pressão

(quentes) no intuito de compensar essa diferença.

A partir do início da movimentação do ar, sua velocidade e direção são influenciadas

pelo movimento de rotação da Terra, ou força de Coriólis.

A Força de Coriólis é um aparente desvio dos objetos que se movem, inclusive do ar,

para a direita de sua trajetória de movimentação, no hemisfério Norte, e para a esquerda, no

Hemisfério Sul . (AYOADE, 2001:75) Isso ocorre porque a

Terra executa o seu movimento de rotação girando de oeste pata leste, com uma velocidade angular constante de 2 radianos por dia. Embora a velocidade angular de todos os pontos sobre a superfície terrestre seja constante, a velocidade linear desses pontos diminui do Equador para os Pólos . A variação da velocidade linear da superfície terrestre faz com que todos os corpos, que se movem em relação a ela, tenham continuamente modificada a direção de seu movimento sem alteração de sua velocidade. Esse efeito é sentido como se o movimento recebesse continuamente a ação de uma força perpendicular a direção do movimento .

(TUBELIS & NASCIMENTO 1937:147) .

O vento é deslocado na direção do gradiente de pressão que corresponde ao acréscimo

da pressão na direção das isóbaras que são linhas traçadas sobre pontos com igual pressão

atmosférica. Se durante o movimento do ar, este tem sua direção alterada para direita ou

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esquerda, dependendo do hemisfério, ganhando uma trajetória curva, pelo efeito de Coriólis,

automaticamente, o vento sofre a ação da força centrípeta que é a aceleração em direção ao

centro da rotação, essa aceleração também pode se afastar do centro atuando para fora , daí

passa a chamar-se centrífuga. Quando esse vento está próximo à superfície terrestre, ele sofre

a ação direta da Força de Fricção, que é o atrito do ar com a superfície, com os obstáculos, que

ajudam a reduzir a velocidade do vento, age na direção contrária da velocidade.

1.4.4 Pressão Atmosférica

A Pressão Atmosférica corresponde ao peso da coluna de ar posicionada verticalmente

sobre um ponto. As diferenças existentes na pressão atmosférica de um lugar para outro

resultam nos movimentos do ar atmosférico, que se origina da diferença de densidade do ar,

causadas pela diferença de temperatura. Os ventos e as massas de ar deslocam-se das áreas

de altas pressões para as áreas com menor pressão atmosférica.

As faixas de pressões baixas próximas à zona equatorial, são originadas em resposta a

circulação convectiva que é ocasionada pelos altos índices de temperatura que fazem com que

o ar torne-se leve e ascenda tornando-se rarefeito. Esse ar quente se desloca na alta

troposfera em direção as áreas de alta pressão, onde o ar é resfriado tornando-se denso sendo

em seguida deslocado para as zonas de baixa pressão de temperaturas elevadas.

A distribuição da pressão atmosférica em uma área pode ser representada por meio das

isóbaras, que são linhas traçadas sobre pontos de igual pressão. Linhas traçadas, lado a lado,

apresentando uma variação de pressão em decorrência da distância horizontal é chamada

gradiente de pressão e determina o deslocamento do ar atmosférico como uma tentativa de

equilibrar essas diferenças simultâneas de pressão.

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Deste modo, a pressão atmosférica tem relação estrita

com a temperatura, a altitude e o deslocamento do ar

atmosférico. É medida por meio da unidade milibar (mb) que

de acordo com AYOADE (2001:18) corresponde a 1.000 dinas

por centímetro quadrado, onde cada dina equivale à força

necessária para produzir uma aceleração de 1cm/s2 em uma

massa de 1 grama.

A pressão atmosférica é medida por meio do barômetro de mercúrio, barômetro

aneróide e barógrafo aneróide.

A diferença de pressão desloca o ar, como é mostrada na figura 3, mas, quando esse

movimento é iniciado, automaticamente agem sobre ele as forças de fricção, força centrípeta e

centrifuga e a força de coriólis.

1.4.5 Precipitação

É o processo pelo qual a água condensada na atmosfera é depositada na superfície na

forma líquida ou sólida. As precipitações são originadas de nuvens e podem ser classificadas

em: precipitação convectiva, precipitação orográfica e precipitação frontal.

A precipitação convectiva está associada a nuvens cumulus e cumulonimbus. É gerada

pela ascensão de correntes verticais de ar devido às temperaturas elevadas, provoca chuvas

intensas, acompanhadas por trovões e é de pouca duração. Esse tipo de precipitação é

predominante na região amazônica.

Precipitação orográfica é gerada pela elevação do ar úmido em função de uma altitude

elevada. Ocorre mais freqüentemente quando as montanhas estão dispostas próximas umas

das outras.

1025 1020 1015 1010

Figura 3: Gradiente de Pressão e isóbaras e deslocamento dos ventos

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As precipitações frontais ocorrem quando há o encontro de massas de ar com

características distintas. A precipitação é moderadamente intensa, contínua e afeta as áreas por

onde se desloca a depressão.

As precipitações são medidas por meio de instrumentos como os pluviômetros e

pluviográfos auto-registradores. A medida da chuva consiste na determinação da espessura da

camada de água líquida que se depositaria sobre a superfície horizontal, em decorrência da

precipitação, se não ocorresse evaporação, escorrimento superficial e infiltração . É

determinada pela seguinte fórmula: h = 10. V/A ; onde:

H é a altura da precipitação (mm);

V é o volume de água captada (ml);

A é a área da superfície coletora (cm2).

1.5 Fatores Influenciadores no Clima da Amazônia

Os principais fatores influenciadores no clima da Amazônia são:

1.5.1 Latitude

A região Amazônica está localizada na Zona Equatorial, o que favorece a incidência dos

raios solares perpendicularmente, diferentes das outras regiões do globo, isso propicia elevada

temperatura e precipitação pluvial fazendo com que o clima da região seja caracterizado com

tropical quente e úmido numa classificação geral. Figura 4

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Figura 4 Zonas Climáticas Fonte: Nicholson (2001) Nota: As áreas mais escuras são onde ocorre a maior incidência dos raios solares

1.5.2 Ecossistema Amazônico

O ecossistema amazônico, nos seus elementos floresta e rios, mantém com o clima uma

relação de interdependência e de auto-regulação. A quantidade de chuva anual da bacia do rio

Amazonas ultrapassa os 2000mm de acordo SALATI, MARQUES & MOLION (1978:205), sendo

a fonte primária de vapor d água para a Bacia Amazônia o oceano Atlântico. Este vapor é

levado à região através dos ventos alísios de nordeste. SALATI (1983), sustenta a afirmação

que o Clima Atual Depende da Floresta , e explica que a origem primária do vapor d água para

a Amazônia é o Oceano Atlântico. No entanto, a divergência do fluxo do vapor d água indica

que somente 50% da precipitação atual é proveniente dessa fonte primária de vapor [...]

fornecendo a floresta, por meio da transpiração, os outros 50% de vapor d água necessários

para gerar o atual nível de precipitação. SALATI (1983:31), ainda afirma que, aproximadamente

50% das chuvas que se precipitam no centro-oeste na bacia de drenagem é resultado da

evapotranspiração da floresta e que um desmatamento em larga escala acarretará mudanças

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no ciclo da água na região amazônica e refletir-se-á no clima do globo em decorrência da

circulação atmosférica.

1.5.3 Relevo

O fato da Amazônia ser localizada em um relevo predominantemente de baixas

altitudes, e estar circundada a norte pelo Planalto Residual Norte Amazônico, a oeste pelas

Cordilheiras dos Andes e a sul pelo Planalto Residual Sul Amazônico a entrada dos ventos

alísios e das massas de ar é favorecida na porção leste. O relevo da área, então contribui para

o aprisionamento dessa umidade na região, favorecendo a precipitação.

1.5.4 Brisas fluviais

A precipitação é um dos elementos climáticos mais importantes a ser analisado na

região tropical, pois induz as características e comportamento dos outros, tais como:

temperatura, umidade relativa, ventos, etc. Entretanto, a despeito da simplicidade de sua

medida, é uma das variáveis meteorológicas mais difícieis de ser medida, uma vez que possui

erros instrumental, de exposição e mesmo de localização (MOLION e DALLAROSA, 1990:16).

Em razão da imensidade da região Amazônica, que possui a maior área de floresta

tropical do mundo e rios extremamente volumosos, que são verdadeiros mares de água doce,

ocorrem diferenças de temperatura e pressão atmosférica que originam ventos locais,

conhecidos como brisas fluviais, gerados pela absorção térmica das diferentes superfícies,

água e solo.

Esse termo brisas fluviais , foi proposto por MOLION e DALLAROSA (1990:17), em

analogia às Brisas Marítimas. Os autores chamam a atenção para uma circulação atmosférica

local, que pode influenciar nos totais de precipitação coletados nas estações que ficam nas

margens de grandes corpos de rios, em função do aquecimento diferencial que existe entre a

terra e a água.

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Na Amazônia grande parte da precipitação é resultante da convecção local, gerada

pelas temperaturas elevadas que favorecem a liberação de vapor d água para a atmosfera

acarretando chuvas convectivas, porém, o contraste térmico faz com que as nuvens formadas

pela evapotranspiração do rio sejam deslocadas para a terra em função do aquecimento

diferencial, pois o rio se aquece menos do que o continente e o ar desloca-se de áreas mais

frias (maior pressão) para áreas mais quentes (menor pressão) gerando esse movimento que

desloca as nuvens preferencialmente para o interior da bacia durante o dia e ocorra o inverso

durante a noite. Logo, a precipitação coletada na margem dos rios pode ser menor do que as

precipitações coletadas em locais mais distantes desses corpos d água. pois que,

durante as primeiras horas da manhã, o aquecimento da superfície vegetada, ou não, é mais rápido que o de corpos d água devido às diferenças de condutividade e capacidade térmica dos submeios. Esse aquecimento diferencial provoca movimentos ascendentes e formação de nuvens sobre a terra, e o ar próximo à superfície do corpo d água se desloca horizontalmente para a região de movimento ascendente; por questão de continuidade de massa, forma-se, então, uma célula de circulação com o ar retornando dos níveis acima da superfície e descendo sobre o corpo d água. Tal movimento subsidente provoca a redução de nuvens e precipitação sobre o rio, como mostra a figura 05) (MOLION e DALLAROSA 1990:41)

Fig. 05 Brisas Fluviais Fonte: MOLION (1990)

1.5.5 Anticlones Subtropicais

Os anticiclones subtropicais ou anticiclones quentes são caracterizados como uma série

de células de alta pressão, alinhadas aproximadamente ao longo de uma linha de latitude,

RIO

TTEERRRRAA

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podendo ocorrer em ambos os hemisférios. O eixo do cinturão se localiza nos níveis baixos de

latitude entre 20º e 35º, e tem um pequeno deslocamento meridional anual.

KOUSKY (1983), usando um conjunto de dados do centro Meteorológico Espacial dos

EEUU (NMC/NOAA) para o período de 1970-1975 combinou dados convencionais e de satélites

e revisou cartas médias de função de correntes para dois níveis 850 e 250mb e para dois

meses típicos Janeiro (verão) e Julho (inverno) (MOLION & KOUSKY, 1985:02).

Esse estudo de Kousky demonstrou que:

Ao nível de 850mb os anticlones do Atlântico e Pacífico subtropicais estão presentes

nas duas estações (inverno e verão), apenas o anticiclone do Pacífico deslocou-se levemente

em direção ao Equador de sua posição no verão.

Ao nível de 250mb houve uma variação significativa:

1. O mês de janeiro evidencia um escoamento com movimentos meridionais em função

do intenso aquecimento da superfície com a liberação de calor latente e calor sensível. O calor

latente é devido à condensação de umidade através de toda coluna troposférica. Este

aquecimento produz uma célula de circulação direta com o ar quente e úmido elevando-se

sobre o continente e o ar seco descendo sobre o oceano.

2. O mês de Julho tem o escoamento por meio de movimento zonal e faz com que essa

circulação se enfraqueça, deslocando-se para mais para o norte do Equador, tendo como

implicação a redução da pluviosidade na maior parte da Amazônia (Fig. 06 (a) e (b)).

1.5.6 Zona de Convergência Intertropical

A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) não é considerado um sistema

meteorológico de acordo com AYOADE (2001:124), apesar disso não há como negar que é um

elemento importante a ser destacado na região intertropical.

A referida zona é formada pela confluência dos ventos alísios de NE (do Hemisfério

Norte) e de SE (do Hemisfério Sul), formando uma faixa de circulação no sentido Este-Oeste a

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altura da linha do Equador, embora oscilando para o hemisfério Norte ou para o hemisfério Sul,

a depender da estação do ano, mais ou menos a até 5ºS e 10ºN, com estreita correspondência

ao equador térmico . Constitui-se em um sistema muito estudado nos últimos anos,

notadamente pela influência no volume pluviométrico nos dois hemisférios (AGUIAR, 2001).

Recebe várias denominações como Frente Intertropical, Confluência Intertropical, Frente

Equatorial e Descontinuidade Intertropical.

O regime pluviométrico da Região Amazônica demonstra uma relação com a ZCIT. Pois, se

desloca para o Hemisfério Norte durante em junho (verão), alcançando sua posição limite em

agosto, retornando progressivamente para o Hemisfério Meridional, alcançando sua posição

limite em março.

Esse deslocamento, tanto para o Norte quanto para o Sul, está relacionado com a

temperatura e pressão atmosférica que fazem com que o hemisfério, que se encontra na

estação do verão, receba os raios solares mais intensamente, configurando-se uma área de

baixa pressão para onde os ventos se dirigem.

Logo, quando acontece o deslocamento da ZCIT para o Hemisfério sul, a Amazônia

sofre a influência dos ventos que convergem para essa faixa, dentre esses, os ventos alísios

de nordeste que são deslocados dos seus locais de origem carregados de umidade e

contribuem para aumentar os índices de chuva na região. Tanto que o período em que a ZCIT

encontra-se no hemisfério meridional coincide com período de maior precipitação na região

Amazônica.

Com o progressivo deslocamento da ZCIT para o Hemisfério norte, atingindo este em

junho, inicio do verão, a precipitação na Amazônia tem seus valores atenuados em razão direta

da redução de umidade, pois os ventos alísios responsáveis por trazer o vapor d água do

oceano para a Amazônia restringir-se-ão mais ao hemisfério setentrional onde estará a ZCIT.

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1.5.7 Massas de Ar

As diferenças no balanço de radiação associadas à distribuição das superfícies

continentais e marítimas ocasionam pressões atmosféricas distintas, permitindo a circulação

atmosférica e as trocas térmicas entre diversas regiões do globo.

A atmosfera se aquece de maneira desigual, o balanço de radiação é negativo para altas

latitudes e positivo para baixas latitudes, isso se reflete nas características das massas de ar

que se originam nessas diferentes áreas. Massas de ar que têm sua gênese em baixas latitudes

recebem maior radiação e são, portanto, mais quentes, sofrem o processo de dilatação

(expansão), tornando-as menos densas (menos pesadas), ocasionando sua ascensão na alta

troposfera. Já as massas formadas em altas latitudes, são frias, tornando-se mais densas o que

gera sua posterior subsidência.

Como as massas de ar deslocam-se de áreas de alta pressão para áreas de baixa

pressão, ocorre uma circulação dos Pólos para o Equador e do Equador para os Pólos,

circulação está que é chamada por alguns autores de Circulação de Hadley, similar a mostrada

na figura 07.

Fig. 07 Célula de Hadley Fonte: Tolentino et. al. 2004:121

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No entanto, essas massas de ar ao se deslocarem sofrem a ação do movimento de

rotação da Terra (oeste-leste) pelo efeito de Coriólis, e faz com que os ventos sejam desviados

para a direita de sua trajetória no hemisfério Norte e para a esquerda no hemisfério sul, gerando

diferentes sistemas de ventos como o mostrado na figura 08.

Fig. 08 Ventos no globo terrestre Fonte: Ayoade ( 2001:82)

Desses os que influenciam mais diretamente a região Amazônica, são os ventos alísios.

Os Alísios são ventos que sopram das áreas de altas pressões em direção a área equatorial. À

medida que se movem para o Equador são desviados para oeste e se tornam alísios de

nordeste, no Hemisfério Norte, e alíseos de sudeste, no Hemisfério Sul, em razão do

movimento de rotação da Terra. Suas áreas de origem são os oceanos, por isso são ventos

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transportadores de umidade, para as regiões por onde passam. Os ventos alíseos de nordeste

e sudeste ao se deslocarem em direção ao Equador, formam a Zona de Convergência

Intertropical.

Associados aos sistemas de ventos e a ZCIT estão as massas de ar que como o próprio

nome define são porções do ar atmosférico com características químico-físicas homogêneas e

espessura bem desenvolvida, carregam consigo as características do local de origem.

Omite-se, aqui, a influência nas outras regiões do país das massas de ar que são

citadas, descrevendo apenas a influência dessas na região Amazônica, onde está inserida a

área em estudo.

NIMER (1989:9), afirma que a Massa de Ar Equatorial Norte (mEn) tem origem na Zona

dos Alísios de NE do anticiclone do Atlântico Norte, próximo ao Arquipélago dos Açores.

Essa massa de ar tem origem sobre o oceano Atlântico possuindo características

úmidas, desloca-se para a Amazônia por meio do quadrante leste, que sopram de sudeste, no

Hemisfério Sul, e de nordeste, no Hemisfério Norte devido à força de Coriólis e contribui

consideravelmente com os elevados índices umidade na Amazônia. Essa massa de ar resulta

da convergência dos alísios. A CIT desloca-se no decurso do ano. Em janeiro atinge o norte do

Amapá (4ºN), desloca-se para o hemisfério sul atingindo o estado de Pernambuco (8ºS) em

março; em seguida retorna, ocorrendo novamente no extremo norte do país (4ºN) em junho .

(TUBELIS & NASCIMENTO, 1937:232)

Por sua vez, a Massa Equatorial Continental (mEc), segundo NIMER (1989:9), se forma

sobre o continente aquecido onde dominam as calmas e os ventos fracos do regime

depressionário, sobretudo no verão. Nesta época o continente é um centro quente para o qual

afluem de norte e leste os ventos oceânicos oriundos da mEn mais fria, vindo constituir em

terra a massa mEc.

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Na depressão térmica, produz-se acentuada ascensão, que dada à falta de subsidência,

empresta-lhe um caráter de instabilidade convectiva. Isto permite que a umidade específica se

distribua mais uniformemente com a altura (NIMER, 1989:10).

Essa massa de ar é constituída pelos ventos alísios que se deslocaram para a Amazônia

por meio da mEn e portanto, são ventos que transportam umidade para a região. Tal massa de

ar se dispõe na parte noroeste da Amazônia, porque encontra com barreira natural os Andes,

essa área também possui de forma mais expressiva a densa e luxuriante cobertura vegetal e os

caudalosos cursos d água contribuindo consideravelmente com a liberação de vapor d água

para a atmosfera por meio do processo de evapotranspiração, resultando numa umidade

relativa elevada, determinando grande nebulosidade e por conseguinte abundantes

precipitações.

1.5.8 Friagem

A massa de ar polar penetra no continente sul-americano no inverno, quando encontra

condições favoráveis, invade a região amazônica, provocando chuvas frontais e quedas

bruscas na temperatura por 2 ou 3 dias, causando o fenômeno conhecido como friagem .

A Friagem ocasiona uma brusca alteração nas condições meteorológicas, causando

uma diminuição da temperatura e umidade do ar e modificando as características ambientais.

Trabalhos anteriores descreveram a friagem como sendo uma forte entrada de ar frio vindo do

sul o qual penetra dentro dos trópicos e afeta a Amazônia (SERRA & RATISBONA, 1942 apud

OLIVEIRA et. al., 2004:614). A geomorfologia da região Amazônica limitada à oeste pela

Cordilheira dos Andes (com elevações de até 6000 m), a norte pelo Planalto Residual Norte

Amazônico (com picos montanhosos de até 3000 m), ao sul pelo Planalto Residual Sul

Amazônico (altitudes típicas de 1200 m) e a leste pelo Oceano Atlântico, contribui para a

penetração da Massa Polar.

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Estudos de OLIVEIRA et. al. (2004: 615), realizados numa área de floresta próxima à

região de Ji-Paraná (RO), durante o mês de junho de 2001, demonstram que a friagem altera a

partição de energia, causando uma redução de 7,03 MJ.dia-1 no saldo de radiação 1,73 MJ.dia-

1 no Fluxo de calor Sensível e 4,17 MJ.dia-1, no Fluxo de calor Latente. O fenômeno da

friagem, também modifica o balanço de carbono na floresta, o qual apresentou fluxos médios

diários de

1,48 mmolCO2 m-2 s-1 durante o evento de friagem, e

0,33 mmolCO2 m-2 s-1

em dias normais, sendo esta intensificação no fluxo um resultado da maior eficiência nas trocas

turbulentas em dias de friagem. Estas variações reduzem os valores dos elementos climáticos

(principalmente dos valores de temperatura do ar), que podem impactar as atividades

metabólicas das plantas.

A diferença nos valores médios dos parâmetros climáticos em dias com e sem friagem

podem ser observados na tabela 02 abaixo:

Tabela 02 - Média das Variáveis Meteorológicas para dias de Friagem e Normais.

Tar(ºC) Tmax(ºC) T.min(ºC) Dia Normal 24,6(±0,3) 29,7(±0,3) 20,1(±0,3)

Dia de friagem 15,6(±1,0) 19,0(±1,9) 13,0(±0,4) Diferença -9,0 -10,7 -7,1

% -36 -36 -35 FONTE: OLIVEIRA (2004)

e) El Niño

É o aquecimento anormal das águas superficiais e subsuperficias do oceano Pacífico

equatorial leste, cuja causa é desconhecida, porém, há hipótese que sugere que esse

aquecimento possa estar relacionado com a energia liberada dos processos tectônicos,

resultantes do encontro de duas placas. Durante a permanência do El Nino, as características

do padrão atmosférico sofrem mudanças significativas, em especial, no regime pluviométrico

em diversos locais da Terra, inclusive na vasta região Amazônica. A duração média do El Niño

é de 12 a 18 meses com intervalos periódicos de 2 a 7 anos. O ano inicial da ocorrência do EL

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Niño é comumente denominado de Niño e o ano seguinte é chamado de Niño+1. Figura 09. Em

anos de El Niño observa-se concomitantemente a diminuição da pressão atmosférica e o

aumento na temperatura do ar sobre o Pacifico Oriental.

Para entender o comportamento do El Niño, é preciso analisar os mecanismos dos

ventos em anos normais, e isto pode ser descrito na Figura 10 (a), onde notamos os

movimentos ascendentes na porção ocidental do oceano Pacífico, resultado do aquecimento

normal das águas oceânicas que provoca intensa evaporação. Isso gera uma célula de

convecção, que desce na porção oriental do Pacífico (Oeste da América do Sul), tomando a

direção dos ventos alísios próximos à superfície e de oeste para leste em altos níveis da

troposfera, é a configuração da célula de Walker.

Em anos sobre a influência do El Niño, devido ao aquecimento anormal das águas do

Pacífico, os movimentos ascendentes gerados pela evaporação passam a ocorrer no centro do

oceano como mostra a figura 10(b), com duas ramificações, leste e oeste, o ramo descente

leste se estende sobre toda a Amazônia, alcançando a costa oeste da África e causando a

redução da precipitação devido ao ar seco dessa corrente, pois o ar vindo da alta troposfera

dirigindo-se para a superfície não favorece a formação de nuvens e conseqüentes chuvas,

chama-se atenção, ainda, que aliado a esse processo há o enfraquecimento dos ventos alíseos.

Isso foi comprovado por meio dos

estudos observacionais realizados por Marengo e Hastenrath (1993), e que foram comprovados por estudos de modelagem do clima de Marengo et al. (1993), mostram que, durante anos de grande aquecimento das águas do Pacifico equatorial central (fenômeno do El-Niño), a ZCIT situa-se anômalamente mais ao norte do que sua posição normal sobre o Atlântico tropical. Conseqüentemente os ventos alíseos de NE são mais fracos, reduzindo a umidade que penetra no interior da região Amazônica. Sobre o lado oeste dos Andes, a convecção que produz chuvas abundantes ao norte do Peru, provoca, por sua vez, movimentos de ar de subsidência compensatória no lado este, contribuindo para uma menor quantidade de chuva na parte oeste da Amazônia. (FISCH 2004)

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Os efeitos causados pelo fenômeno El Niño, são observados em todo o mundo em

função do oceano Pacífico ser o mais extenso dos oceanos, abrangendo uma área de

aproximadamente 165 milhões de quilômetros quadrados. As conseqüências desse fenômeno

na América do Sul e em especial no Brasil são descritos na Figura 11.

FIGURA 09- Evolução da anomalia da Temperatura da Superfície do Mar em anos de El Niño. FONTE: CPTEC/INPE

FIGURA 10 Padrão de circulação observada em anos normais e em anos de El Niño FONTE: SITE DO CPTEC/INPE

10A 10B

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FIGURA 11 Influências do El Niño na América do Sul FONTE: SITE DO CPTEC/INPE Jan/2005

1.6 Importância do Estudo Climatológico na Amazônia

O clima é um dos elementos mais relevantes no estudo ambiental, é indiscutível sua

importância como um fator modelador da paisagem e influenciador das atividades

socioeconômicas.

As mudanças climáticas podem ser antrópicas e antropogênicas, a primeira oriunda de

mudanças naturais e as demais resultantes da ação humana, sendo intensificadas pelos

processos de desflorestamento e do aquecimento global gerado pelo aumento do efeito estufa.

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O estudo da variação climática na Amazônia é de extrema importância em função da

sua diversidade biológica.

A Amazônia abriga cerca de 2000 espécies de peixes, entre elas o maior peixe de escama de água doce: o pirarucu (Arapaima gigas). Existem cerca de 300 espécies de répteis em toda a bacia Amazônica. As cobras, com 175 espécies são o grupo com maior diversidade, seguido por lagartos. Fazem parte deste grupo, os chamados bicho-de-casco (quelônios[...]Das 9040 espécies de pássaros conhecidas em todo o mundo, 30% (2.600) são encontradas por toda a Bacia Amazônica. Das cerca de 4.620 espécies de mamíferos conhecidos mundialmente, 500 são encontrados na região.

(SALATI & SANTOS 1998 apud PEREIRA 2002:25)

Caso as condições ambientais mudem, especialmente, o clima, isso afetaria diretamente

a diversidade biológica da área, seja por meio da especiação e/ou da extinção de espécies.

É provável que a mudanças climáticas tenham seus maiores impactos em florestas

amazônicas por meio das suas interações com a variabilidade natural de clima (como o El

Nino), exploração madeireira, fragmentação e incêndios. (Fearnside 2003:25)

Outro fator de destaque no que se refere as mudanças climáticas na Amazônia, diz

respeito ao desflorestamento ou a substituição de floresta por pastagens.

O estudo climático da Amazônia é importante por essa região ser um centro dispersor de

calor e precipitação para outras regiões, conforme MOLION (1988; 1991).

MOLION (1991), analisando a importância da floresta para o clima global afirma, que a

Amazônia é uma fonte de calor para atmosfera. Segundo o autor, cerca de 80% da energia

disponível é usada em evapotranspiração, o resto aquece o ar, e quando o vapor d água se

condensa formando nuvens e chuvas ele libera calor latente que foi usado na

evapotranspiração. Esse calor disponível na zona tropical é transferido por meio de um fluxo

térmico para latitudes mais frias mantendo o equilíbrio térmico da Terra.

Ainda de acordo com o autor,

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à medida que uma nuvem se desenvolve verticalmente (cúmulo-nimbo), vai convertendo mais vapor em água líquida, liberando calor latente e aquecendo a coluna atmosférica em toda a sua extensão. O aquecimento através de liberação de calor latente é muito mais eficiente que por calor sensível, que, além de ser uma terça parte do latente, é liberado a superfície e necessita ser transportado para cima por turbulência atmosférica. O ar úmido que sobe é reposto pelo ar proveniente dos oceanos nos níveis próximos a superfície (convergência) e, após perder umidade, é transportado para fora da região (divergência) nos níveis altos da troposfera, a cerca de 10km de altitude, descendo posteriormente sobre os oceanos adjacentes.

(MOLION 1998:48)

Essa circulação é ramificada em dois componentes: o componente oeste-leste

conhecido como circulação de Walker mostrada na figura 12 e o componente equatorial tropical

conhecido com circulação de Hadley ilustrada na figura 13.

O calor latente liberado por essa fonte é transportado para fora dos trópicos pela

circulação geral da atmosfera, para regiões temperadas e polares que apresentam uma

deficiência de calor, porque elas recebem menos radiação e logo perdem para o espaço. A

Amazônia é, portanto, uma importante fonte de calor para a circulação atmosférica geral, e uma

significativa alteração climática nessa região pode alterar a quantidade de calor latente liberado

para outras zonas climáticas da Terra.

Fig. 12 - Diagrama de uma célula de circulação direta resultante do aquecimento diferencial entre o continente e o oceano. Fonte: Molion (1988:48)

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Fig. 13

Representação esquemática da circulação do ar no Hemisfério Sul. A ascensão das massas de ar ocorre nas regiões próximas do Equador. Fonte: MOLION (1988:48)

1.7 Clima de Balbina - Levantamento Histórico

O tamanho do reservatório como o da UHE-Balbina e sua influência sobre o regime das

chuvas da região são insignificantes, na presença da dimensão dos fenômenos naturais que

atuam na Amazônia essa foi a afirmação de Luiz Carlos Molion (1989:3), na época chefe do

Departamento de Meteorologia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e

coordenador nacional de Suprimentos de Micrometeorologia da Amazônia, em colaboração com

o Instituto de Meteorologia da Inglaterra publicada pelo jornal mensal das Centrais Elétricas do

Brasil Corrente Contínua.

Ainda, segundo a fonte supracitada, de acordo com MOLION, as chuvas são produzidas

pelas circulações de Walker/Hadley

de caráter continental e envolvendo milhões de

quilômetros quadrados de superfície do globo

ou por fenômenos como os sistemas frontais,

que são externos a região e tem origem na zona polar. A dimensão destes fenômenos naturais

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na Amazônia, portanto, tornaria insignificante o impacto de um lago artificial como o de Balbina

no clima da região.

De acordo com Januário (1985:15) apud Fearnside (1990:19), chove em Balbina

2.229mm/ano, valor muito próximo ao divulgado pelo informativo da ELETRONORTE (s/d)

Balbina: Ambiente e Desenvolvimento, que afirma, que a precipitação pluviométrica média

anual é da ordem de 2.262mm, concentrando-se cerca de 67% das chuvas nos meses de

dezembro a maio e 30% no período de junho a novembro. De acordo com registros, abril é o

mês mais chuvoso, com cerca de 352mm e agosto o mês mais seco, com aproximadamente

107mm.

A temperatura média anual oscila entre 26ºC e 28ºC, sendo a média das máximas de

36ºC e das mínimas de 22ºC. A umidade média anual de aproximadamente 82%.

1.8 Clima de Urucu Levantamento Histórico

Não existem registros climáticos da área onde hoje está instalada a Província Petrolífera

do Rio Urucu, anterior as ações da Petrobrás naquela região, os dados referentes aos

elementos do clima dessa área, contidos nos relatórios de impactos ambientais, são

reproduções dos dados coletados na cidade de Coari.

Somente em 1997, através de Convênio assinado entre a Universidade Federal do

Amazonas e a Petrobras, por meio do Projeto Uruclima, quatro estações climatológicas foram

adquiridas e implantadas dentro da Província Petrolífera do Rio Urucu, sob a coordenação do

Professor Francisco Evandro Aguiar.

A partir desse monitoramento, AGUIAR (2001), realiza um estudo microclimático para

identificação dos efeitos provocados pelos diversos processos introduzidos em cada local, e os

reflexos da instalação desse complexo industrial no interior da floresta em meso e macroescala

climática.

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Na temperatura, nesse estudo comparativo, constatam-se valores muito próximos entre

Urucu e as cidades do entorno e um certo paralelismo entre as máximas, médias e mínimas.

Existe de certa forma, uma tendência a registros de menores valores em Urucu (AGUIAR,

2001:133).

O autor afirma com propriedade que,

no clima, apesar de serem verificadas pequenas alterações em nível microclimático, pode-se afirmar a improvável influência em escala local e em meso escala, pelo domínio florestal absoluto em volta. Em escala macro regional não há certamente nenhuma interferência já que a extensão continental da Amazônia

mais de 4 milhões de quilômetros quadrados, com relativa uniformidade ecossistêmica, anularia qualquer interferência nesse sentido (2001:134).

1.9 A seca na Amazônia: episódio de 2005

A região amazônica é uma área conhecida mundialmente por ter a maior bacia

hidrográfica do mundo, sendo seu rio principal, o Rio Amazonas. A população dessa região

vastíssima com abundancia hídrica, sempre se preocupou com as enchentes, no entanto, no

ano passado (2005), parte dessa população foi surpreendida por um episódio atípico na região,

uma estiagem severa que modificou temporariamente a paisagem amazônica, dificultando o

transporte e reduzindo o estoque de alimentos em algumas áreas da região.

Esse episódio climatológico foi associado ao aumento da temperatura na superfície do

oceano Atlântico Norte, esse aquecimento anômalo gerou maior convecção no local,

favorecendo a condensação na atmosfera, o que ocasionou chuvas copiosas naquela região.

Conseqüentemente, em função da atmosfera ser dinâmica e possuir um fluxo contínuo, se

houve a ascensão do ar, há de ocorrer à subsidência e esta se fez sobre a região amazônica.

Ademais, ressalta-se que o ar descendente tende a ter características térmicas frias inibindo o

desenvolvimento de nuvens e precipitação, contribuindo para vazante expressiva. A Figura 14

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ilustra bem esse processo, mostra o corte vertical médio entre 65ºW-45ºW. A área de

subsidência coincide com as regiões que apresentaram déficit pluviométrico significativo.

O comportamento médio da superfície da temperatura do mar por mês na bacia do

atlântico norte, pode ser observado na figura 16, constatando as anomalias positivas que

cobriram uma área expressiva dessa bacia atingindo a costa norte da América do Sul, nordeste

do Brasil e as proximidades da costa africana. Concomitante a identificação da anomalia

positiva no Atlântico norte foi identificado a neutralidade na bacia do oceano Pacifico tropical, o

que descarta a possibilidade da seca na Amazônia estar relacionada com o fenômeno El Niño.

De acordo com RODARTE (2005:142) o fenômeno da seca tem caráter cíclico havendo

noticias de secas nos anos 20 e 60, caracterizando uma periodicidade de 40 anos. Portanto, o

aquecimento global e as queimadas não seriam suas causas principais, mas poderiam reforçar

seu efeito . Outro aspecto analisado e que corrobora para afirmar que a seca de 2005 não foi

a maior dos últimos cem anos é a análise do nível do rio Negro que evidencia alguns anos com

vazante expressiva com valores próximos a seca de 2005 e até superiores. (Fig. 15)

FIG 14 - Anomalias da circulação troposférica relacionada à célula de Hadley observada em Agosto/2005. Dados do CPC/NCEP processados na DMET, CTO-MN. FONTE: SIPAM Boletim Climático da Amazônia - Ano 2 . No. 12 . Setembro de 2005

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Fig 16 Anomalias na temperatura da superfície do mar, observadas de janeiro a dezembro de 2005 Fonte: Dados do CPC/NCEP processados na DMET, CTO-MN SIPAM - Boletim Climático da Amazônia, 2005

Anomalia TSM Mensal JUL 2005

Anomalia TSM Mensal MAI 2005

Anomalia TSM Mensal AGO 2005

Anomalia TSM Mensal SET 2005

Anomalia TSM Mensal OUT 2005

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2. ÁREA DE ESTUDO: ASPECTOS GEOECOLÓGICOS E SÓCIO-AMBIENTAIS

2.1 Base de Exploração Geólogo Pedro De Moura (Urucu)

2.1.1 Histórico da ocupação

A PETROBRAS no Amazonas explora o petróleo e gás, na Bacia do Solimões,

especificamente na Província Petrolífera do Rio Urucu, situada no Município de Coari. A

Província de Urucu é composta por várias clareiras, onde há extração de petróleo, sendo uma

delas, uma planta industrial que constitui a base petrolífera da Província do Rio Urucu,

chamada de Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura, recebeu esse nome em

homenagem ao geólogo Pedro de Moura, pioneiro no mapeamento geológico de petróleo na

Amazônia.

As pesquisas em busca de carvão e outros combustíveis na Amazônia começaram em

1917, realizadas pelo Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil. Nas décadas seguintes, o

potencial de reservas energéticas da região foi se delineando, até que a Petrobrás em 1954

encontrou óleo em Nova Olinda do Norte, às margens do Rio Madeira. As pesquisas

continuaram e em 1986 foram descobertos petróleo e gás guardados pela natureza nas

profundezas da mata próximo ao Rio Urucu. E, dessa vez, com reservas comercialmente

viáveis. (PETROBRAS, 2005)

2.1.2 Geomorfologia

Segundo RADAMBRASIL (1978), a região de Urucu está localizada no Planalto

Rebaixado da Amazônia Ocidental, que foi dividido em três subunidades, devido ao

posicionamento do Rio Purus e Madeira, ficando a área da Província Petrolífera de Urucu na

subunidade Norte do Rio Purus.

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Suas principais características são: áreas conservadas e relevos dissecados em

interflúvios tabulares de intensidades de aprofundamento de drenagem muito fraca e índices de

ordem de grandezas variáveis.

2.1.3 Geologia Local de Urucu

A extensa área sedimentar da região norte do Brasil, foi inicialmente designada de

Bacia do Amazonas, distribuindo-se do estado do Acre ao Pará. Posteriormente, essa bacia foi

dividida em quatro partes, ou sub-bacias separadas por alto do embasamento. São elas: Acre,

Alto Amazonas, Médio Amazonas e Baixo Amazonas. (PETRI, 1971).

No entanto, CAPUTO (1984) sugeriu a designação de bacia do Solimões em

substituição a do Alto Amazonas em face da evolução geológica diferenciada em relação às

bacias do Médio e Baixo Amazonas, hoje referidas simplesmente como Bacia Amazonas.

(EIRAS, 1994)

A província Petrolífera do Rio Urucu está inserida na Bacia Sedimentar do Solimões, no

interior da sub-bacia do Juruá, no Estado do Amazonas. Esta última, limitada ao sul pelo

Escudo Brasileiro e ao norte pelo Escudo das Guianas, a oeste pelo Arco Carauari que a

separa da sub-bacia do Jandiatuba e a leste pelo Arco do Purus que a separa da bacia do

Amazonas.

Essa bacia sedimentar, tem uma área de aproximadamente 45.000km2, orientada

grosseiramente na direção E-O, localizada inteiramente dentro do Estado do Amazonas, situada

entre as áreas cratônicas do escudo das Guianas e Brasileiro. (EIRAS, 1999)

A oeste, esta bacia sedimentar é limitada pelo Arco de Iquitos que a separa da Bacia do

Acre, e a leste, pelo Arco do Purus que a separa da Bacia do Amazonas, o Arco de Carauari,

separa a bacia do Solimões em duas sub-bacias, a do Juruá, na porção leste e Jandiatuba, na

parte oeste.

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A bacia do Solimões é a mais prolífera bacia intracratônica brasileira, e contém o

segundo maior volume de óleo-equivalente recuperável no Brasil. (EIRAS, 1999)

A estruturação da Bacia do Solimões é dada por falhas normais de direções NE-SW e

ENE-WSW e por falhas de transferências/compartimentais de direção NW-SE, com história de

movimentação semelhante à Bacia do Amazonas. (COSTA & HASUI, 1997)

No que diz respeito, à litologia aflorante na área, destaca-se expressivamente o Grupo

Javari que congrega os sedimentos da cobertura neocretácea e cenozóica da formação Alter do

Chão e Solimões (Figura 19). Dessas, a litologia mais aflorante, principalmente, na Base de

Exploração Geólogo Pedro de Moura e em toda a área do Rio Urucu é a Formação Solimões.

Esta formação é constituída por sedimentos arenosos e síltico-argilosos depositados em lentes

e camadas horizontais e suborizontais durante o Plioceno-Médio ao Pleistoceno Superior.

(RADAMBRASIL 1978:60)

De acordo com CAPUTO

et. al. (1971) in EIRAS et al (1994:20), essa unidade, também

é composta por argilitos vermelho e cinza, com camadas de conchas e de linhitos. Na área do

rio Urucu, a parte superior da unidade apresenta arenito grosso variegado. Essa formação é

rica em fósseis e animais, com troncos, folhas, carófitas, ostracodes, escamas dentes e ossos.

Com relação a possança da Formação Solimões pode-se verificar em superfície que as maiores

espessuras chegam a atingir até 40m (RADAMBRASIL, 1978:61)

2.1.4 Hidrografia

A área da Província possui o padrão de drenagem do tipo drendrítico, e os afluentes do

Rio Solimões nessa área são: Rio Tefé, Rio Coari, Rio Urucu e Arauã

mostram cursos

meândricos com seções retinilizadas (CAUPER 2000).

O rio Urucu é o principal acesso à região da Província Petrolífera. Tem suas nascentes

no divisor de águas do sistema Tefé, Coari, Urucu e Juruá, onde inicia seu percurso de 430 km

em direção sudoeste/nordeste, desaguando no lago de Coari. Este, por sua vez, deságua no rio

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Solimões. No seu trecho superior e médio, sua vazão depende do regime de seus afluentes,

enquanto a sua parte mais baixa recebe influência do nível das águas do lago de Coari, e este

do nível do rio Solimões.

O lago de Coari constitui um lago de barragem que corresponde à foz afogada dos Rios

Coari, Urucu e Arauã.(RADAMBRASIL 1978)

Segundo SIOLI (1990) as águas do Rio Urucu, como os rios de águas pretas, são

escuras pela presença de materiais em decomposição de origem vegetal e animal.

2.1.5 Solos

As principais classes de solos da área são os Podzólicos nas cotas mais elevadas, e os

Glei Pouco Húmicos, as margens do rio Urucu. Os Cambissolos e os Plintossolos são também

comuns, muito embora pouco representativos. (UFAM 1996)

No entanto, as principais associações de solo que ocorrem nessa região, são de

podzólicos vermelho. (RADAMBRASIL 1978). Esses solos pertencem à Formação Solimões e

se caracterizam por uma seqüência de sedimentos compostos por argilitos e siltitos finamente

laminados ou maciços, de coloração castanho-avermelhada a amarelada (UFAM 1996). São

solos profundos e medianamente profundos, bem drenados, localizados sob floresta e se

subdividem nos horizontes A,B e C.

O horizonte A possui comumente espessura superior a 40cm, coloração brunada nos

matizes 10YR e 7,5YR, estrutura fraca a moderada, muito pequena a pequena-granular, ou em

blocos, e textura variando de franco-argilo-arenosa a franco-arenosa.

O Horizonte B apresenta cores brunadas e amareladas ou avermelhadas nos matizes

10YR, 5YR e 2,5YR, quase sempre com mosqueado, a partir de 1,20m, a estrutura é fraca a

moderada do tipo granular ou em blocos angulares.

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2.1.6 Cobertura Vegetal

De acordo com o RADAMBRASIL (1978), a cobertura vegetal predominante é de Floreta

Aberta e Floresta Densa, ou seja, a vegetação da região de Urucu é a típica floresta equatorial

amazônica, composta de árvores com características perenes e latifoliadas, contendo uma

grande diversidade de espécies, o que pode acarretar uma certa fragilidade devido a existência

de poucas espécies com uma grande quantidade de indivíduos por unidade de área. Tendo por

base, as informações contidas no Relatório de Impactos Ambientais, realizado pela UFAM

(1996), a vegetação da área da Província Petrolífera do rio Urucu possui a seguinte

classificação:

- Floresta densa de terra firme sobre relevo plano: caracteriza-se por ser sempre verde,

com dossel contínuo e fechado. É o tipo predominante em torno de 50% na área.

- Floresta densa de terra firme sobre relevo ondulado: ocorre sobre terreno acidentado.

O dossel é aberto, em muitos casos deixando algumas clareiras, onde o sub-bosque é mais

denso devido a maior intensidade dos processos de sucessão.

- Floresta do tipo mista, ciliar de água preta, sazonalmente inundável (igapós): ocorre

nas áreas planas da bacia do rio Urucu e que estão expostas a inundações estacionais.

- Floresta aberta sobre relevo baixo mal drenado (mata de baixio): ocorre em áreas

planas e terras baixas, com drenagem deficiente em algumas áreas onde podem existir poças

d água formadas pelas chuvas constantes, e onde se encontra abundante matéria orgânica,

apresenta um grande número de clareiras e seus troncos são finos e compridos.

- Floresta mista, ciliar de água barrenta (mata de várzea) periodicamente alagada:

floresta características de áreas que sofrem inundações anuais decorrentes da enchente e

vazante do rio Solimões.

- Vegetação secundária de terra firme (pastos, culturas e capoeiras) e;

- Pequenos mosaicos vegetais sem definição precisa.

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2.1.7 Divisão da Província Petrolífera do Rio Urucu onde está localizada a Base de

Exploração Geólogo Pedro de Moura.

A Província Petrolífera do Rio Urucu é uma área dotada de infra-estrutura que

corresponde a 10 mil hectares e conta com 110 quilômetros de vias asfaltadas. Ela possui 66

poços produtores de petróleo e gás e é formada por vários campos produtores como exemplo:

Rio Urucu

RUC (1986); Leste de Urucu

LUC ( 1987) ; Sudoeste de Urucu

SUC (1988);

Carapanaúba, Cupiúba (1989) e a extensão do Igarapé Marta (1990), que totalizam juntos hoje

66 poços de petróleo.

A Província Petrolífera ainda conta com mais duas unidades que são: A Base de Apoio,

que é a sede administrativa onde se realizam partes da atividade de controle de toda a

Província e a Base de Exploração Pedro de Moura conhecida também como Pólo Arara que é

uma área industrial com Unidade de Processamento de Gás GLP e Óleo Diesel, este último

produzido para consumo interno. Esta área foi selecionada por possuir base automática de

monitoramento de dados climatológicos e reunir características peculiares dentro da província.

(Fig 17)

2.1.8 Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura (Pólo Arara)

Constitui-se uma planta caracteristicamente industrial, no meio de uma imensa clareira

com aproximadamente 50.000m2, um complexo industrial que ocupa a maior parte da área da

Província Petrolífera do Rio Urucu.

Uma cidade que não dorme. Assim é o complexo industrial de Urucu. A produção diária

de Urucu é de 60 mil barris de petróleo, 10 milhões de metros cúbicos de gás natural (GN) e

1500 toneladas de GLP (gás de cozinha) requer infra-estrutura para garantir condições de

trabalho, segurança, saúde, habitação, alimentação, lazer e esporte para os seus 2.168

habitantes

281 empregados próprios e 1.887 de empresas contratadas (PETROBRÁS 2005).

Sendo esse numero variável, dependendo da demanda de serviços.

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Nessa planta industrial há vários prédios de escritórios, oficinas e dois queimadores de

gás (flair), funcionando sem interrupção, 24 horas por dia.

Esse volume de produção faz do Amazonas o terceiro maior produtor nacional, sendo o

maior produtor terrestre. A produção de petróleo em Urucu abastece os estados do Pará,

Amazonas, Rondônia, Roraima, Tocantins, Acre, Amapá e parte do Nordeste.

O processamento do petróleo bruto oriundo de sessenta poços de exploração é feito

nessa unidade industrial onde o óleo, gás e água são separados. A água passa por um

tratamento para que todos os resíduos de óleo sejam retirados e ela possa ser reinjetada nos

poços por causa de sua alta salinidade. O óleo mesmo depois do processo de separação da

água e do gás, ainda contém cristais de sais, e em função disso passa por uma fase de retirada

do restante do sal por meio da injeção de água doce e sofre aquecimento para que os gases

sejam retirados com o intuito de evitar acidentes no transporte do produto. O gás ao passar

pela Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) é separado dos hidrocarbonetos

líquidos e o chamado gás residual, que é comprimido e reinjetado nas estações de

processamento. O propano, o butano (gás de cozinha ou GLP) e o pentano (C5+) são retirados

para comercialização, o restante é reinjetado nos poços. Essa situação será alterada quando

entrar em operação o Gasoduto Coari-Manaus, que escoará toda a produção. (PETROBRAS

2005). Depois o óleo e o GLP são bombeados por 287km de dutos até o terminal de embarque

na margem do rio Solimões, a montante da cidade de Coari. Daí, o produto é estocado e

transportado para a refinaria de Manaus Isaac Sabbá e outras refinarias do país.

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2. 2.Usina Hidrelétrica de Balbina

2.2.1 contexto histórico da implantação da Usina Hidrelétrica de Balbina

Na antiguidade o homem se servia da energia oriunda apenas dos próprios músculos

para realizar suas atividades rotineiras. Com o decorrer do processo civilizatório, outras fontes

de energia se tornaram essenciais, e a partir da Revolução Industrial buscou-se meios de obter

energia de maneira mais eficaz e com rentabilidade elevado, assim começa a ser utilizado, o

carvão mineral, o petróleo, o gás natural e a hidroeletricidade, de modo mais expressivo, em

função da exigência que o desenvolvimento sócio-econômico da sociedade ocasionou.

Na Amazônia, essa busca por fontes de energias mais baratas e renováveis como a

hidroeletricidade para suprir a carência energética da região, nasce no contexto histórico do

regime militar brasileiro. Nessa conjuntura, aparece a Usina Hidrelétrica de Balbina que surge

para suprir o abastecimento de energia elétrica da região, em especial, a Zona Franca de

Manaus e também como parte dos planos para integrar e desenvolver a região.

Esses planos foram iniciados anterior ao período militar, ainda na década de 50 quando

o Governo Federal elaborou um plano de desenvolvimento regional e de uma agência de

desenvolvimento sob a forma de Superintendência de Valorização Econômica da Amazônia

SPVEA [...] cujos recursos maiores foram alocadas à construção da rodovia Belém-Brasília .

(THOMÉ 1999:40)

Ainda, segundo THOMÉ (1999:41), em 1966 a SPVEA foi extinta e criada a

Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) [...] Nesse mesmo ano através

do decreto presidencial foi criado o plano denominado de Operação Amazônia com o objetivo

de criar pólos de desenvolvimento estimulando a imigração e a formação de grupos auto-

suficientes proporcionando incentivos a investimentos privados.

Dentro da dimensão de modernizar a economia (inserção do capitalismo internacional), integrar o território nacional e desenvolver a Região Norte, os grandes projetos podem ser caracterizados em três dimensões: os que procuram abrir a fronteira agrícola amazônica, os que se direcionam para a pesquisa e

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exploração dos recursos naturais e os que procuram dar um destino aos novos recursos minerais e energéticos do país.

(Thomé 1999:43)

A proposta de instalação da Hidrelétrica de Balbina surgiu da necessidade de dar

suporte a recém instalada Zona Franca de Manaus caracterizada como

uma área de livre comércio de importações e de incentivos fiscais especiais, estabelecida com a finalidade de criar no interior da Amazônia um centro industrial, comercial e agropecuário dotado de condições econômicas que permitam seu desenvolvimento, em face de fatores locais e da grande distância, a que se encontram os centros consumidores de seus produtos.

(RIBEIRO FILHO 1998:312)

A Zona Franca de Manaus se inicia com a criação da Superintendência da Zona Franca

de Manaus (SUFRAMA), em 1967. No entanto, sua efetivação acontece apenas no inicio dos

anos 70, com a instalação do Distrito Industrial na Zona Leste da cidade. (RIBEIRO FILHO

1998:312)

Com a Zona Franca, sobretudo através do Distrito Industrial, demandas por infra-

estrutura de grande vulto são direcionadas ao Estado, entre as quais a energia elétrica, fator

essencial para a dinâmica e proliferação das produções planejadas. (THOMÉ 199:50)

É nesse contexto desenvolvimentista brasileiro dos grandes projetos, que a Usina

Hidrelétrica de Balbina, tem origem.

O primeiro estudo visando o suprimento de energia para o pólo de desenvolvimento

centrado em Manaus, foi realizado pelo comitê Coordenador Estudos Energéticos da Amazônia

ENERAM, em 1970/71 (ELETRONORTE.s/d)

Em 1972 foi criada a Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A.

ELETRONORTE, com

a origem na Lei nº 5824 de 14 de novembro de 1972. Sua área de atuação definida pela Lei nº

5899 de 05 de julho de 1973 e corresponde a área da Amazônia Legal. (ELETRONORTE,

1987:01)

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Após ter sido constituída a ELETRONORTE, a ELETROBRÁS, transferiu a esta, todos

os estudo de aproveitamento hidrelétrico, assim como os projetos, construção e operação de

usinas térmicas e hidrelétricas e transmissão de energia elétrica para suprimento às

concessionárias estaduais.

Aqui cabe ressaltar, que em 1973, a crise mundial do petróleo era uma realidade

alarmante, e faz surgir à necessidade urgente de encontrar uma alternativa que reduzisse as

despesas com a geração de energia e o consumo de combustíveis fósseis, numa época, em

que o parque gerador de energia elétrica da região operava exclusivamente à base de

derivados do petróleo.

Para equacionar essa deficiência no suprimento energético da região, em especial

Manaus, a ELETRONORTE, realiza o reconhecimento aéreo dos rios Uatumã e Jatapu, e

demonstra que o suprimento hidrelétrico de Manaus poderia ser efetuado por um

aproveitamento do rio Jatapu ou, possivelmente, por um aproveitamento no trecho do rio

Uatumã entre as cachoeiras Balbina e Morena . (ELETRONORTE, 1987:03)

A escolha do local de implantação da usina de acordo com uma entrevista feita por

THOMÉ (1999 p. 100) a um técnico da UHE-Balbina, ocorreu no Rio Uatumã, pois na época,

predominava a prática de fundamentar as obras sobre rochas duras, que é o caso da bacia do Uatumã, que são rochas de dois bilhões de anos. Essa condição permitiu dar uma segurança muito grande para a construção da hidrelétrica nessa região. A escolha do local, no rio Uatumã, onde seria construída a barragem, foi puramente geológica .

A viabilidade da Usina Hidrelétrica de Balbina foi divulgada pela ELETRONORTE em

1975. (THOMÉ 199:55) Planejada para entrar em funcionamento em 1982 atendendo

plenamente o consumo energético de Manaus por alguns anos. Entretanto, dificuldades da

conjuntura econômica brasileira retardaram as obras e adiaram sucessivamente a geração de

energia que, de fato, só teve inicio em fevereiro de 1989, quando a evolução do mercado não

mais permitia a Balbina o atendimento pleno de Manaus, inicialmente previsto.

(ELETRONORTE, Ambiente e Planejamento, s/d)

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Esse fato, associado aos impactos ambientais da implantação da usina repercutiu no

mundo todo. Por isso, a referida hidrelétrica, de acordo com VEJA (20/05/1987) apud

FEARNSIDE (1990:11) é um dos projetos conhecidos no Brasil como obras faraônicas . Assim

com as pirâmides do antigo Egito, essas maciças obras públicas exigem os esforços de uma

sociedade inteira para se completar, apesar de não trazer praticamente nenhum retorno

econômico.

Baseado nesses argumentos, FEARNSIDE (1990) considera a construção de Balbina,

uma loucura tecnológica, ambiental e econômica e POOLE (1990) citado por THOMÉ (1999)

endossa a afirmação do pesquisador do INPA ao afirmar que:

Apesar de a Amazônia ser considerada a região com maior potencial hidrelétrico, apresenta também problemas que lhes são característicos neste setor, como, por exemplo, a forte flutuação sazonal dos rios. Além disso, a sua topografia tende a atingir enormes áreas inundadas e grandes quantidades de biomassa nestas áreas. Essas características exigem grandes reservatórios e necessidade de armazenamento resultando em custos crescentes com o agravamento de impactos ambientais e sociais de dimensão extraordinária.

SALATI (1990), também chama atenção em relação a altimetria da região Amazônica,

descrevendo-a como uma grande planície com altitudes abaixo de 200m, com cerca de

4000km de comprimento na direção L-W e largura máxima de 2000km na direção N-S .

O autor ainda afirma, que em sua maior extensão, a declividade média da planície

amazônica é muito baixa: a queda vertical entre Iquitos, no Peru, e a foz, 2375 km abaixo, são

de apenas 107 metros.

Esse fato demonstra a grande potencialidade dos recursos hídricos, porém, no tocante

ao potencial hidrelétrico, uma baixa capacidade de produzir energia em função dos baixos

desníveis ao longo dos cursos d água.

A instalação da hidrelétrica de Balbina acarretou grandes impactos ambientais à área,

principalmente, decorrentes da baixa vazão da água do Rio Uatumã e sua capacidade de

geração e a extensão da área ocupada pelo reservatório. A energia gerada não chega a suprir

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25% das necessidades da capital do Amazonas, apesar disso, inundou uma área da floresta

maior do que a alagada para a construção da Usina de Tucuruí que produz muito mais energia,

isso pode ser comprovado de acordo com a tabela 3, abaixo:

Tab. 03 Área alagada e produção de energia nas hidrelétricas Hidrelétrica Dimensão do reservatório Produção de energia

Itaipu 135,000ha 12,600 a 14,000M Tucuruí 215,000 a 300,000 há 4,000 a 8,000MW Balbina 400,000 a 540,000ha 240 a 250MW

Fonte: Ribeiro (1990)

Constata-se que, Balbina produz energia insuficiente quando comparada a área do lago

com a quantidade de energia gerada.

Os dados mostram os erros de planejamento, o que fez com que Balbina no contexto

das hidrelétricas brasileiras tivesse a pior situação juntamente com a hidrelétrica de Babaquara,

considerando a área do reservatório e a energia gerada.

O superintende da Eletronorte citado por THOMÉ, afirma que o único ponto negativo

que vejo até hoje é que é um lago muito grande, é o único ponto negativo, o resto foi tudo

benefício para Manaus . (1999:73)

Outro dado explorado para legitimar a hidrelétrica foi o de que a região onde se formou

o lago ter sido praticamente desabitada, a não ser por uns poucos índios perambulantes .

(THOMÉ 1999:80). Esquece-se que a criação da Usina Hidrelétrica de Balbina no Rio Uatumã

acarretou impactos irreversíveis, pois, as perdas do patrimônio cultural dos Waimi-Atroari são

incalculáveis, já que a Usina de Balbina de acordo com RIBEIRO (1990:237) alagou cerca de

75% do território tribal dessa etnia.

RIBEIRO (1990) cita os erros cometidos com a construção da Usina Hidrelétrica de Balbina,

que foram sumariados num artigo do físico José Goldenberg ao Jornal do Brasil de 10-8-1988.

Nele destacam-se os seguintes argumentos:

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A água do rio Uatumã não consegue encher , na velocidade prevista, o lago cuja forma

e tamanho nunca foram bem definidos;

O surgimento de fugas imprevistas (devido a erros de topografia) faz com que a água

se espraie além do esperado, sem falar nas cavernas não conhecidas, que absorvem

quantidades imprevisíveis de água

Com a finalidade de mitigar os efeitos decorrentes da implantação da usina, foi

realizado o Diagnóstico Preliminar dos Efeitos Ambientais do Projeto Hidrelétrico de Balbina ,

datado de 1979, elaborado pelo Consórcio Monasa/Enge-Rio, com assistência do Dr. A. V. Bell,

chefe do Environmental Division of Montreal Engineering Companhy Lmited. (ELETRONORTE,

Meio Ambiente e Desenvolvimento,s/d). Baseado nesse relatório foi realizado as primeiras

pesquisas objetivando fazer levantamentos do potencial ambiental da área e prognósticos

acerca dos impactos, assim como medidas mitigadoras ou compensatórias.

No entanto, não nos compete aqui, tecer análises conclusivas a favor ou contra a

criação de Balbina, este não é o objetivo, cabe aqui, apenas, uma breve descrição para

contextualizar o processo histórico da instalação desse empreendimento e os impactos

resultantes dele, com o intuito de expor que nos estudos sobre a construção da hidrelétrica,

vários elementos do meio que sofreriam alteração em virtude das modificações do espaço

natural são analisados, e o clima é pouco considerado nesse processo, apesar de ser um

elemento essencial para o desempenho eficaz da usina, principalmente, no que se refere à

distribuição da precipitação. Apesar disso, o conteúdo abordado sobre essa temática é limitado,

e num levantamento bibliográfico da área destaca-se apenas o trabalho apresentado pelo

pesquisador do Inpe, Carlos MOLION, onde este afirma que a usina não modificaria o clima da

área.

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80

2.2.2 Localização e Acesso

A Vila de Balbina, lugar onde está instalada a UHE-Balbina, localiza-se no Estado do

Amazonas, município de Presidente Figueiredo entre as coordenadas 01º55 S e 59º28 W de

Greenwich, está aproximadamente a 186 quilômetros ao norte de Manaus, sua via de acesso é

a BR-174 (Manaus-Boa Vista) e a AM-240 (Presidente Figueiredo-Balbina).

A vila foi criada para abrigar os trabalhadores operários e engenheiros, em função da

construção da Hidrelétrica, com o objetivo de oferecer lhe infra-estrutura básica.

A Usina Hidrelétrica de Balbina, construída no Rio Uatumã, teve suas obras iniciadas na

década de 70, entrando efetivamente em funcionamento em 1989 (Fig. 18).

Fig 18 Vista aérea da Usina Hidrelétrica de Balbina Fonte: ELETRONORTE (s/d)

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2.2.3 Relevo

De acordo com os estudo do RADAMBRASIL (1976), a área da Vila de Balbina, está

inserida no Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro, com áreas de planaltos dissecados,

limitando-se ao norte com os relevos residuais da borda norte da sinéclise do Amazonas. Ao sul

os vales afogados dos Rios Nhamundá, Uatumã, Anebá e Urubu situam-se em seu limite com a

planície amazônica, nas proximidades da AM-010. Este planalto é tipo de feição que não se

estende predominantemente por todo a área do interflúvio Rio Trombetas-Rio Negro, mas, foi

delimitado pelo baixo curso desses dois rios. Possui áreas aplainadas conservadas

extremamente reduzidas e, quando ocorrem, localiza-se nos interflúvios, evidenciando intensa

atuação de processos erosivos, resultando em uma grande faixa de dissecação.

No entanto, segundo um novo levantamento feito por CARREIRA et.al. (1998), através

da CPRM por meio do Programa de Integração Mineral para municípios da Amazônia

(PRIMAZ), a região onde a vila de Balbina está localizada, está dividida em três

compartimentos geomorfológicos principais: Planalto Dissecado ao Norte da Amazônia,

Depressão Periférica e o Planalto da Bacia Sedimentar do Rio Amazonas.

Os planaltos dissecados do Norte da Amazônia, caracterizam-se por apresentarem

altitudes de 200 a 500m e estão divididos em dois conjuntos principais: os planaltos isolados

divisor do Uatumã-Negro e os da Alta e Média Bacia do Rio Pitinga. Estas unidades são mais

resistentes com relação a processos erosivos, com relevos mais elevados com encostas de

maior declividade.

O planalto da Bacia Sedimentar do Amazonas, corresponde ao relevo desenvolvido

sobre as rochas areníticas. Apresenta superfícies tabulares de distintos estágios de dissecação.

Em alguns locais, o relevo é amorreados. São locais com tendências a formar solos arenosos

muito propensos aos processos erosivos.

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2.2.4 Hidrografia

Os principais rios dessa unidade de relevo são: Nhamundá, Jatapu, Urubu, Preto da Eva

e Uatumã, alinhados na direção NW-SE, possuindo foz afogada e submetidas a controles de

ordem estrutural. A rede de drenagem apresenta padrão dentrítico com capturas fluviais.

(RADAMBRASIL 1976)

2.2.5 Solos

Duas unidades de solos são predominantes na região da Hidrelétrica de Balbina. São

eles:

Podzólicos vermelho amarelo álico ou distrófico;

Latossolo vermelho amarelo álico.

2.2.6 Cobertura Vegetal

A região caracteriza-se pela exuberância da Floresta Tropical Densa, ocorrendo em dois

sistemas distintos segundo CARREIRA (1998):

As florestas das Baixas Altitudes: ocupando terraços quaternários e platôs terciários;

Floresta sub-montana: ocupando as áreas do paleozóico e do pré-cambriano;

Floresta de Igapó: ocupando as margens dos lagos e igarapés.

2.2.7 Geologia Local da Hidrelétrica de Balbina.

A área onde está situada a Hidrelétrica de Balbina, pertence à Bacia Sedimentar do

Amazonas, que é uma bacia intracratônica com cerca de 500.000km2, abrangendo os estados

do Amazonas e Pará, reúne as antigas bacias do Médio e Baixo Amazonas, limitando-se ao

norte com o escudo das Guianas, a Sul com o escudo brasileiro, a leste com o Arco de Gurupá

e a oeste com a Bacia do Solimões.

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As principais estruturas da Bacia do Amazonas, são falhas normais de direção ENE-

WSW e falhas de transferência/compartimentais de direção NW-SE. (COSTA & HASUI 1997).

As rochas sedimentares, depositadas sobre o substrato da Bacia do Amazonas, são de acordo

com CUNHA et. al. (1994) pertencentes ao Grupo Purus, Urupadi, Curuá, Tapajós e Javari.

A litologia sedimentar aflorante nas proximidades da Hidrelétrica de Balbina, é a

formação Nhamundá, que antes de subir no posto hierárquico, a Formação Nhamundá, era

classificada em membro Nhamundá, nomenclatura concebida por BREITBACH (1957 apud

CAPUTO, 1971), que foi definida a partir da descrição do litotipo que aflora no rio de mesmo

nome, próximo da divisa do estado do Amazonas com o estado do Pará. Este mesmo autor

observou que litologicamente, a formação homônima é constituída de arenitos com granulação

fina a média, com pouca ou sem nenhuma intercalação com folhelhos (CAPUTO, 1971) (Figura

20).

A Formação Nhamundá é representada por camadas métricas a decimétricas, de

quartzo-arenito finos a grossos, com esporádicas intercalações de folhelhos verdes ou cinza-

escuros, que representam no mínimo três episódios glaciais, caracterizados por tilitos,

alcançando espessura aflorante de até 7 metros. Quanto a sua idade, ecologicamente

destacam-se os Tigilitos e Chitinozoa, os quais, são fósseis guias que caracterizam o Intervalo

Bioestratiáfico do Eo-Siluriano (Landoveriano). Segundo DAEMON & CONTREIRAS (1971).

Quanto ao seu ambiente sedimentar esta unidade foi depositada em ambientes fluviais,

litorâneos, glaciais e "Shoreface".

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Figura 19 Carta estratigráfica da Bacia do Solimões Fonte: EIRAS, et. al. (1994)

A. do Chão

Fonte Boa

Carauari

Juruá

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Litologia

Arco dePurus

Arco deIquitos

Arco deCarauari

Litoestratigrafia

Unidade

Gr. Fm.

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Geocrono.

CARTA ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DO SOLIMÕES

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Fluv.,Eolico, Shoreface

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Fluvial a Aluvial

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85

Figura 20 Carta Estratigráfica da Bacia do Amazonas Fonte: CUNHA et. al. (1994)

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Tapa

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N. Olinda

Itaituba

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Litoestratigrafia

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CARTA ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DO AMAZONAS

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86

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Os procedimentos imprescindíveis para o desenvolvimento desta pesquisa,

obedeceram a uma sistematização de atividades, compreendendo os métodos descritos

abaixo. A análise consistiu na utilização de dados comparativos, compreendendo os anos de

1997 a 2004.

3.1 Levantamento Bibliográfico

A fundamentação teórica essencial para explicar os resultados obtidos foi realizada

inicialmente com pesquisa da literatura geral sobre o assunto abordado, e em seguida deu-

se continuidade com a literatura específica da região e do local de estudo conforme o

capítulo quatro dessa dissertação.

3.2 Organização e Coleta dos Dados Climatológicos

3.2.1 Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura - Urucu

O presente estudo tem como base planilhas de dados climatológicos

secundários e primários, coletados desde o ano de 1997 até 2004 e armazenados no

computador das estações climatológicas do Projeto Urucllima (UFAM/PETROBRAS). O

período selecionado corresponde aos anos existentes de operação das estações

climatológicos em Urucu, não existindo dados do clima anterior ao ano de 1997 na Província.

A mesma série temporal foi escolhida em Balbina para permitir uma comparação.

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O Projeto objetivou identificar possíveis alterações nos parâmetros climáticos,

a partir da comparação desses dados, entre duas estações instaladas em duas áreas que

possuem aspectos distintos.

Em Urucu esta instalada uma estação climatológica automática do Projeto

Uruclima , que funciona com energia solar, e faz o monitoramento de dados de precipitação,

umidade, temperatura, pressão atmosférica e ventos. A programação desses equipamentos

tem como finalidade fazer leitura a cada minuto e emitir relatórios com médias horárias e

outro relatório completo no final do dia com a média diária das estações, tendo ao final do

dia com 24 relatórios horários de temperatura média, umidade média, pressão atmosférica

média, média vetorial do vento, média da velocidade do vento e somatório de chuva.

Esse monitoramento ininterrupto, acontece desde 1997, um ano após a

Universidade Federal do Amazonas assinar o convênio com a Petrobrás., sob a

coordenação do professor Evandro Aguiar.

O relatório diário emitido após os 24 relatórios horários, possui: temperatura

média das 24 horas; temperatura máxima absoluta do dia e hora de sua ocorrência;

temperatura mínima do período e a hora em que aconteceu; umidade média; umidade

máxima e o respectivo horário; umidade mínima e o horário; pressão máxima e mínima, com

os horários; e somatório diário de chuva.

Por meio desses dados gerados pelas estações climatológicas automáticas,

foram elaboradas planilhas com as médias mensais e anuais dos parâmetros climáticos já

mencionados, exceto o de chuva que tem seus valores tomados cumulativamente.

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3.2.2 Hidrelétrica de Balbina

Os dados fornecidos pela Eletronorte por meio do setor de Engenharia Civil da

Hidrelétrica de Balbina correspondem aos dados climatológicos de uma estação

convencional, situada nas proximidades da barragem.

A leitura dos equipamentos é realizada uma vez ao dia, entre sete e oito horas

da manhã, não há uma precisão de horário, pois o funcionário depende do ônibus da

empresa para deslocar-se da Vila de Balbina à Hidrelétrica cuja distância é de oito

quilômetros.

3.3 Análise estatística

Para o tratamento estatístico, foi utilizado a Análise de Variância e o Teste de Tukey

com o auxilio do software Minitab, pelo fato dos cálculos exigidos pela análise de variância

serem extremamente complexos.

A análise de variância (ANOVA), é um método para testar a igualdade de três ou

mais médias populacionais, baseado na análise de variâncias amostrais (TRIOLA,

1999:282).

Para efetuá-las fez-se necessário, inicialmente a elaboração das hipóteses e

afirmações sobre uma propriedade de uma população. Neste trabalho as hipóteses são:

Ho: As médias dos elementos climáticos são iguais;

H1: As médias dos elementos climáticos são diferentes.

Para rejeitar ou não a hipótese nula, identificou-se o valor P que dá o grau de

confiabilidade ao rejeitarmos uma hipótese nula.

O valor P ou valor de probabilidade, corresponde à probabilidade de obter um valor

da estatística amostral de teste no mínimo tão extremo como o que resulta dos dados

amostrais, na suposição da hipótese nula ser verdadeira.

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Logo, dado o nível de significância do teste de 5%, um valor de P muito pequeno

(como 0,05 ou menor), sugere que os resultados amostrais são muito improváveis sob a

hipótese nula e constitui, pois, evidência contra a hipótese nula. Assim, rejeita-se Ho (a

igualdade de médias), se o valor P é no máximo igual ao nível de significância de 0,05. Não

rejeitar se o valor de P é superior a 00,5.

A análise de variância permite estabelecer se as médias dos valores em estudo são,

ou não são, estatisticamente iguais. No entanto, esse tipo de análise não permite detectar

quais são as médias estatisticamente diferentes das demais. (VIEIRA, 1980:142). Por isso,

procedeu-se a realização do Teste de Tukey que permite estabelecer a diferença mínima

significante, ou seja, a menor diferença de médias de amostras que deve ser tomada como

estatisticamente significante em determinado nível.

3.4 Análise Descritiva

O Tratamento descritivo de dados foi realizado por meio da utilização do software

Excel, que permitiu a realização dos cálculos das médias mensais, sazonais e anuais, desvio

padrão e da média móvel. Posteriormente, foram construído gráficos e tabelas dos

parâmetros climáticos analisados que serviram de auxílio para a análise da dinâmica do

clima local. Nesta análise, o critério utilizado foi o comparativo descritivo, a fim de identificar

diferenças de acréscimo ou decréscimo nos valores dos elementos climáticos no decurso da

série analisada, correlacionando com a circulação atmosférica predominante.

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3.5 Materiais Utilizados

3.5.1 Equipamentos Climatológicos da Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura

Urucu

No que se refere às análises climatológicas, utilizou-se estação climatológica

automática já instalada em Urucu do Projeto Uruclima (Petrobras/UFAM), da marca

Campbell Scientific (Figura 21/22), estando equipada com os seguintes componentes,

descritos no manual da estação e em AGUIAR (2001):

Sensores

Sensor de Temperatura ( -35ºC a +50ºC);

Sensor de Precipitação do tipo báscula com incremento de 0,1mm;

Sensor de Umidade Relativa do Ar de 0 a 100%;

Sensor de Pressão Barométrica de 600mb a 1060mb;

Sensor de velocidade e direção do vento. De 0 a 60m/s e direção de vento de 0 a

360º.

Torre Metereológica

Torre com 03 m de altura em alumínio, com sistema de aterramento para a

instalação dos equipamentos;

Painel Solar fotovoltaico e;;

Barra lateral em alumínio para a instalação dos sensores;

Caixa ambientalmente selada, em fibra de vidro, para a instalação do datalogger (Hd

com o programa da estação), bateria, módulo de memória, sensor de pressão atmosférica e

acessórios. Figura 23.

Transmissão de Dados

Módulo externo de memória RAM com 192 Kb, para descarregar os dados no

microcomputador e suporte para o módulo externo de memória ao computador

Interface de comunicação direta com o computador

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Fig. 22 Esquema Estação Automática Fonte: Campbell Cientific (Manual da Estação)

Fig 21 Estação Climatológica automática na Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura Foto: PEREIRA, Marcela Data: 03/04/03

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Coletor de dados

Coletor de dados estacionários CR10 para controle e monitoramento de

parâmetros meteorológicos, com terminal para conexão de 12 sensores

analógicos, duas entradas para sensores contadores de pulsos, uma porta de

comunicação RS E 64 Kb de memória RAM interna. (29.000 datapoints) e

terminal portátil de comunicação e programação, com teclado, display de cristal

líquido.

Fig. 23 - Caixa ambientalmente selada Foto: PEREIRA, Marcela (2003)

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3.5.2 Equipamentos Climatológicos da Hidrelétrica de Balbina

Por meio dos dados fornecidos pelo Departamento de Projeto Civil da Hidrelétrica de

Balbina, foi possível realizar uma análise climatológica da referida área.

A planilha de dados climatológicos de Balbina é resultante da leitura diária dos

equipamentos da estação Evapoclimatológica pertencente à Eletronorte, sendo uma estação

convencional cujos dados são anotados em planilhas manuais.

Os seguintes instrumentos climatológicos são usados na estação climatológica da

Usina Hidroelétrica de Balbina (fig. 24):

Um abrigo de Stevenson, contendo um termômetro de bulbo seco e outro de bulbo

úmido, termômetro de máxima e de mínima;

Pluviômetro autográfico;

Pluviômetro comum;

Tanque de evaporação e Tubo de Piche;

Psicrômetro;

Tanque de Evaporação.

Fig. 24 Equipamentos da Estação Convencional de Balbina Foto: PEREIRA, Marcela (2005)

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4. RESULTADOS

4.1 Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura - Urucu

4.1.1 Precipitação

O estudo da distribuição das precipitações anuais foi realizado em termos

quantitativos e qualitativos, tentando identificar a relação existente entre o total precipitado e

a quantidade de dias com chuvas, com a finalidade de examinar se está ocorrendo uma

concentração maior dos episódios chuvosos e quais são os meses extremos de máximos e

mínimos. Pois, tomando por base somente o total precipitado mensal e anual não é possível

chegar a resultados conclusivos.

A precipitação na região Amazônica, possui dois períodos distintos, um período de

estiagem e outro de chuvas abundantes. No período de 1997 a 2004, os totais anuais de

precipitação foram superiores a 2000mm, constatando dessa forma à alta pluviosidade da

região, mesmo se tratando de um ambiente totalmente antropizado, encravado no meio da

selva Amazônica.

Embora agosto seja o mês representativo de maior estiagem apontado pelo total

acumulado, os dados da precipitação evidenciam uma oscilação que varia de junho a

outubro. Esse período de estiagem coincide com o momento em que a Zona de

Convergência Intertropical encontra-se mais ao norte do Equador, em virtude deste

hemisfério constituir-se uma área de baixa pressão, para onde os ventos convergem,

contribuindo dessa forma para que a mEn não exerça grande influência na região e os

ventos alísios transportadores de umidade não alcancem a Amazônia, fazendo com que a

quantidade de umidade disponível não seja suficiente para gerar chuvas contínuas e

abundantes.

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95

Com relação aos totais acumulados mensais e anuais pode-se afirmar que:

A média anual das chuvas na Base de exploração geólogo Pedro de Moura (Urucu) é

2458mm, sendo a média anual do número de dias com chuva de 232.

No período estudado, os anos extremos foram, 1999 (2869mm), máximo e 1998

(2122mm), mínimo. Ressalta-se que o ano de 1997 e 1998 foi ano EL Niño+1, o que pode ter

gerado a redução considerável da quantidade de água precipitada, principalmente no

primeiro semestre do ano, tendo como conseqüência o total acumulado anual baixo quando

comparado aos demais anos da série analisada. Favorecendo para que no ano seguinte,

com a circulação atmosférica em condições estáveis, os índices de precipitação sofressem

um acréscimo considerável, estabilizando-se nos anos posteriores como mostra a tabela 04.

A redução das chuvas sobre o estado do Amazonas em anos de El Niño

depende da sua

intensidade.

A distribuição mensal das chuvas mostra o período com maior quantidade de água

precipitada (mais chuvoso) março e menos chuvoso em agosto. No entanto, quando

analisado os meses com maior quantidade de dias com ocorrência de precipitação pluvial, o

mês de janeiro mostrou-se o mês de maior dias com precipitação, enquanto que o menor foi

agosto.

Por meio da média móvel, observada na figura 25, pode-se observar claramente, a

mudança abrupta do período chuvoso para o período de estiagem, pois há um decréscimo

significativo da média dos totais precipitados anuais. A redução do total precipitado inicia em

maio, tendo o máximo de estiagem em julho e agosto, a partir de setembro os índices

começam a ter seus valores acrescidos.

A quantidade de dias com chuva no mês representativo do período chuvoso, março,

varia entre 22 e 28 com extremo de 30 dias (1997) e média em torno de 25 dias, conforme

mostra a figura 26. Com relação ao mês representativo do período de estiagem, agosto, a

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96

média de dias com chuva é de 16, variando de 14 a 17, com o ano extremo de 21 dias

(2001), de acordo com a representação da figura 27.

Destaca-se março como o mês mais chuvoso e agosto como o mês seco (mês com

menor quantidade de chuvas e não com ausência), ainda que de acordo com a figura 28,

possa ser averiguado que não existe uma diferença expressiva entre os meses de março e

abril.

Figura 25 - Média Móvel das Precipitações em Urucu

Tabela 04 Quantidade Mensais e anuais de precipitação em milímetros Mês 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Jan 359,9 207,6 330,5 279,4 274,8 245,0 235,9 275,7 Fev 323,7 186,2 342,4 301,2 290,0 318,8 288,7 268,0 Mar 363,0 313,9 193,4 412,3 260,4 260,4 353,1 605,0 Abr 312,2 227,7 286,7 267,2 344,4 315,6 404,3 338,6 Mai 78,1 167,8 347,9 272,8 162,9 236,2 335,0 147,8 Jun 35,2 103,5 147,9 104,8 178,4 81,0 155,1 116,2 Jul 97,8 62,4 99,8 180,8 118,5 195,3 87,8 125,6 Ago 90,9 59,2 104,3 20,8 37,4 92,4 139,0 83,0 Set 172,4 129,0 201,7 62,7 77,8 104,3 103,8 112,6 Out 193,4 256,0 221,2 119,9 263,6 283,9 154,8 88,5 Nov 193,4 147,6 251,5 183,5 194,5 192,9 110,7 234,0 Dez 164,1 261,8 342,3 276,9 266,2 170,9 81,8 261,4

Tot. Anual

2384,1 2122,7 2869,6 2482,3 2468,9 2496,7 2450 2656,4 Fonte: Projeto Uruclima

60

100

140

180

220

260

300

340

380

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

1997 1998 1999 2000

2001 2002 2003 2004

(mm

)

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97

Fig. 26 Março mês representativo do período chuvoso

Ressalta-se que o uso dos termos meses secos e período de estiagem , diz

respeito ao período de menor quantidade de água precipitada em meses concentrados,

tendo como parâmetro de comparação os totais precipitados nos demais meses do ano na

região Amazônica, tendo então um sentido meteorológico.

A ênfase neste aspecto, se faz necessário porque de acordo com as correlações

bioclimáticas, o critério para definir meses secos de MOHR & BAREN (1954) apud RIZZINI

(1979:316) consiste em considerar como mês seco (do ponto de vista ecológico) o mês que

apresenta menos de 60mm de chuva, porém, se um mês dado como mês seco for precedido

de outro com precipitação acima de 100mm

será contado como úmido, a fim de

contrabalançar o efeito da água armazenada no solo.

Logo do ponto de vista ecológico climático, a região de Urucu é uma área

permanentemente úmida

possui 0-1 mês seco ao ano, de acordo com a classificação de

RIZZINI (op. cit.), e isto pode ser verificado na tabela 05, a mesma comprova que a Base de

Exploração Geólogo Pedro de Moura (Urucu) apresenta apenas quatro meses

biologicamente secos durante o período estudado, 1997 (mês de Junho), 1998 (Agosto),

0

100

200

300

400

500

600

700

1

4

7

10

13

16

19

22

25

28

31

Total Precipitado

Dias com chuvas

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98

0

100

200

300

400

500

600

700

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

(mm

)

1

4

7

10

13

16

19

22

25

28

31

(nº

dias

)

T o ta l P rec ip itado Núm ero de dias s em c huvas

0,0

500,0

1000,0

1500,0

2000,0

2500,0

3000,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2000 (Setembro) e 2001(setembro). Isto evidencia que apesar das modificações ambientais

em Urucu, no que concerne à precipitação, as alterações são pouco significativas, contudo

não insignificantes.

Isso ocorre, porque apesar da Província Petrolífera do Rio Urucu ser uma área

extensa com pontos esparsos (inclusive uma planta industrial) quando comparada à floresta

circundante é apenas um ponto no tapete verde da Amazônia, e isso faz com que a própria

floresta crie um sistema de equilíbrio anulando os possíveis efeitos introduzidos.

Fig 27 Agosto mês representativo do período de estiagem

FIG. 28 Total acumulado de chuva por mês no período de 1997 a 2004

(mm

)

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99

4.1.2 Temperatura

No que referi-se à análise descritiva da temperatura média em Urucu, observa-se que

os meses compreendidos entre agosto e novembro são os que concentram os dados de

temperatura média mais elevados, especialmente entre os anos de 1997 a 2002, pois, nos

anos posteriores 2003 e 2004, as temperaturas médias mais elevadas estão concentradas

nos meses iniciais, janeiro a maio. Outro fator relevante, é que o ano de 2004 pode ser

considerado o ano com temperaturas médias mais altas, sendo o mês de Janeiro de 2004 o

mês mais quente de toda a série analisada. Ressalta-se que a menor temperatura média de

toda a série estudada é de 24,6º no mês de janeiro de 2001. (Tabela 05)

A menor temperatura média anual é de 25,4º C (2000) e a maior temperatura foi de

26,7ºC (2004), sendo a amplitude da série analisada de 1,3 ºC, contudo esses valores

extremos estão relativamente próximos da média anual do período analisado que é de

25,9ºC (Figura 29). Os dados mensais de todos os anos analisados indicam poucas

variações das temperaturas médias mensais. Os valores de temperatura foram agrupados

em dois blocos de quatro anos e calculado as médias. Quando realizada a comparação

desses dois períodos (1997-2000 e 2001-2004) a temperatura nos últimos quatro anos

apresentou um pequeno acréscimo (figura 30).

Tabela 05 - Temperatura Média Mensais Mês 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Jan 25,7 26,6 25,1 25,0 24,6 25,7 25,4 27,8 Fev 25,1 27,2 25,2 25,2 25,3 25,6 26,3 25,8 Mar 25,9 26,5 25,7 25,4 25,6 25,6 26,2 26,1 Abr 26,0 26,7 25,0 25,2 25,7 25,6 26,2 27,2 Mai 25,6 26,1 25,0 25,5 25,7 25,6 26,0 27,0 Jun 26,4 25,4 25,3 25,2 25,0 25,3 25,6 26,9 Jul 26,0 26,0 25,0 24,7 24,4 25,4 26,2 26,9 Ago 26,0 27,1 25,4 25,8 26,4 25,8 25,5 27,2 Set 26,9 26,9 26,3 25,6 26,8 26,1 26,1 26,7 Out 26,9 26,4 26,4 25,9 26,3 25,8 25,9 25,7 Nov 25,9 26,1 26,1 26,0 26,0 25,7 25,8 25,9 Dez 26,3 26,3 25,8 25,6 25,9 26,0 25,6 27,5

Fonte: Projeto Uruclima

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100

FIG. 29 Temperatura Média anual do período 1997-2004

FIG 30

Variabilidade das temperaturas médias mensais do período de 1997-2000 e 2001-2004

24,6

24,8

25,0

25,2

25,4

25,6

25,8

26,0

26,2

26,4

26,6

J F M A M J J A S O N D

(ºC

)

1997-2000 2001-2004

25,2

25,4

25,6

25,8

26,0

26,2

26,4

26,6

26,8

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Média (ºC

)

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101

FIG. 31

Variação das temperaturas médias, médias das máximas e média das mínimas registradas na Base Petrolífera de Urucu

È possível identificar nos valores das temperaturas médias, médias das máximas e

médias das mínimas um paralelismo evidente (Figura 31).

A temperatura média das máximas apresentou uma redução do ano de 1997 para o

ano de 1999 de 1ºC, seguida de um aumento contínuo. Do ano de 2000 para 2004

registrou-se um pequeno acréscimo de 0,4ºC na temperatura média das máximas. Sendo a

média das máximas anual da série analisada de 31,7 C variando entre 30,9ºC (2000) a

32,5ºC (2004).

A temperatura média das médias indicou uma redução de 0,9ºC do ano de 1998 para

o ano de 1999, e nos anos posteriores aumento pouco expressivo, sendo o mais

significativo, o de 2003/2004 que teve uma amplitude de 0,6ºC. Considerando a média dos

acréscimos de temperatura média dos últimos quatro anos pode-se dizer que, se registrou

um pequeno aumento de 0,3ºC na temperatura média.

22,0

25,0

28,0

31,0

34,0

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

(ºC

)

Temp. Mínima

Temp. Média

Temp. Máxima

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A temperatura média das mínimas1, similar as demais, mostra um aumento do ano de

1997 para o ano de 1998, que registrou a temperatura de 23,2ºC, a mais alta de toda a série,

seguido por uma diminuição da temperatura mínima em 1999, 2000 e 2001, a partir desse

ano há um incremento sutil de 0,2ºC, no entanto, a temperatura, varia entre 22,2ºC a 22,7ºC

e tem como média das mínimas a temperatura de 22,5ºC.

Portanto, faz-se uma ressalva que a menor média da mínima mensal registrada no

período 1997-2003, foi de 19,4ºC no mês de julho de 2001, reflexo da penetração da massa

polar que encontrando condições favoráveis entrou no continente sul-americano atingindo a

Amazônia, ocasionando expressiva diminuição nos valores da temperatura.

Destaca-se que os valores mais baixos da temperatura média mínima são registrados

nos meses de julho, agosto e junho respectivamente. Esses meses são regionalmente

conhecidos como meses secos apresentando temperaturas elevadas com pouca

nebulosidade o que favorece a radiação terrestre que é quando a Terra aquecida pela

absorção da radiação solar, torna-se uma fonte de radiação de ondas longas.

Os dados apresentados mostram a enorme variabilidade térmica da Província

Petrolífera de Urucu e isto é observável na figura 31 por meio da variabilidade mensal em

cada ano.

Os dados diários da temperatura de julho de 2000 registraram temperaturas médias

nos dias 13, 14 e 15 respectivamente de 19,9ºC, 20,9ºC e 23,2º o que pode ter refletido na

redução da temperatura média do mês.

O mês de julho de 2001 é o que têm temperatura média mais baixa, apesar de não

ter registro de quedas bruscas na temperatura como em 2001, as menores temperaturas

estão na casa dos 23ºC, no entanto, estas estão bem distribuídas durante todo o mês o que

resultou na média mensal de 24,4ºC.

1 Não há dados da temperatura média mínima para o ano de 2004 em decorrência de problemas com o sensor que faz a leitura desse parâmetro na estação climatológica.

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4.1.3 Umidade

A umidade média na Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura manteve-se

elevada durante o período de pesquisa, tendo os anos de 1998, 1999, 2000, 2001, 2002 e

2003 umidade relativa média superior a 90%, não alcançando esse limite apenas o ano de

1997, ano de El Niño, contudo sua umidade foi de 89%. Isso comprova que a umidade

relativa do ar pouco diminui com a influência do El Niño, diferentemente do que ocorre com

os totais de precipitação que sofrem significativo decréscimo nos seus valores, ou seja, em

anos com aumento na temperatura do mar no Pacífico, há uma redução das chuvas,

aumento da temperatura que favorece a convecção, e por conseguinte mantém alto os

índices de umidade média relativa do ar como pode ser conferido na figura 32.

Correlacionando a umidade com a temperatura, observa-se que estão dispostas

inversamente, mas é perceptível que a influência da temperatura sobre a umidade não é tão

proeminente, caso o fosse, essa inversão proporcional estaria bem delineada.

Adicionalmente, pode-se observar uma certa linearidade dos dados de umidade e

precipitação até o ano de 2001 seguido por uma estabilização dos valores de chuva em

torno de 2500mm e um acréscimo nos valores de umidade (Figura 33).

Nos últimos quatro anos a umidade média da base de exploração apresentou valores

mais elevados do que os apresentados no período de 1997 a 2004 conforme apresentado na

figura 34.

A umidade média mínima da Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura que

corresponde à área industrial em Urucu variou de 60% a 70% no período de 1997 a 2003,

sendo a média mínima do período analisado de 65%. A figura 35, indica um pequeno

acréscimo nos valores desse parâmetro climático como indicado pela linha de tendência.

A umidade Média das Máximas durante a série de oito anos (1997-2004), atingiu

valores de 100%.

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FIG. 32 Umidade Média e Umidade Média das Mínimas em Urucu

FIG. 33 Correlação da Umidade Média com a temperatura e precipitação em Urucu

50

70

90

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

(%)

Umidade Média

Umidade Minima

84

86

88

90

92

94

96

98

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

(%)

0,0

500,0

1000,0

1500,0

2000,0

2500,0

3000,0

3500,0

(mm

)Umidade Média Precipitação

84

86

88

90

92

94

96

98

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

(%)

24,5

25,0

25,5

26,0

26,5

27,0

(ºC

)

Umidade Média Temperatura Média

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105

80

82

84

86

88

90

92

94

96

98

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

(%)

1997-2000 2001-2004

Fig. 34 Umidade média de Urucu do período de 1997-2000 e 2001-2004.

FIG. 35 Umidade Média das Mínimas na Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura

54

56

58

60

62

64

66

68

70

72

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

(%)

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106

4.2. Hidrelétrica de Balbina

4.2.1 Precipitação

No período analisado, os totais anuais de precipitação foram superiores a 2000mm

em Balbina, somente o ano 2001 não conseguiu ultrapassar os 2000mm, ficando o referido

ano com o total anual de 1434,6mm, constatando dessa forma, a alta pluviosidade da região,

o que é esperado em função do represamento do lago.

Algumas considerações básicas são imprescindíveis para a geral do microclima

dessa região e são assinaladas a seguir:

A distribuição mensal das chuvas na área da Hidrelétrica de Balbina revela abril como

mês representativo do período chuvoso, entretanto, o mês com maior quantidade de dias

com precipitação é maio, mas existe uma proximidade muito grande com abril. (Figura 36). O

mês com menor índice de chuva em quantidade e freqüência de precipitação é agosto

durante a série estudada. A precipitação possui uma distribuição típica da Amazônia

Central no decorrer do ano, com intensa concentração de chuvas no período de dezembro a

maio, seguida por uma diminuição expressiva a partir de junho, alcançado maior redução em

agosto, aumentando gradualmente nos meses subseqüentes os totais precipitados (Figura

37).

A média anual das chuvas nas proximidades da Hidrelétrica de Balbina, distrito do

município de Presidente Figueiredo é 2505,3mm, sendo a média anual do número de dias

com chuva de 207, destaca-se que não está inserido nessa média o dado do ano de 2001,

quando não houve a contabilização da água precipitada nos três primeiros meses por

problemas técnicos.

Na série climatológica analisada, os anos extremos foram, 1999 com 2918mm de

água precipitada e 1997 com 2089,4mm de chuvas anuais. Torna-se a destacar que o ano

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107

de 1997 foi ano de El Niño, o que gerou a redução considerável da quantidade de água

precipitada, principalmente no segundo semestre que contribuiu com apenas 28,5% do total

precipitado anual como é identificado na tabela 06.

Mais um ponto a destacar é o mês de setembro de 1997 que teve a menor

quantidade de chuva acumulada de toda a série de apenas 17,4mm.

A influência do fenômeno El Niño na redução das chuvas na Amazônia está

relacionado com a intensidade do mesmo, pois no ano de 2002, também foi constatado uma

anomalia na temperatura da superficie do mar, o total precipitado desse referido ano, no

entanto, ultrapassa a média do período estudado (1997/2004). Torna-se importante então

diferenciar esses dois episódios, no El Niño 1997/1998 o aumento da temperatura no oceano

Pacífico foi expressivo alcançado o pico máximo em torno de +3,8ºC, enquanto que o El

Niño 2002/2003 não teve um acréscimo siginifcativo da temperatura do mar, aumentando-a

em apenas cerca de +1,5ºC.

0

510

15

2025

30

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Abr Mai

Figura 36

Quantidade de dias com chuva em maio e abril

Nota-se uma diferença expressiva da quantidade de água precipitada do primeiro

semestre para o segundo. Apesar disso não há um paralelismo sincrônico entre os anos.

Destacam-se 1997 e 1999 como os anos com os desvios mais acentuados pela figura 38.

A quantidade de dias com chuva no mês representativo do período chuvoso, abril,

varia entre 19 e 28 (1997) e média em torno de 23 dias, com relação ao mês representativo

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108

0,0

500,0

1000,0

1500,0

2000,0

2500,0

3000,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

(mm

)do período de estiagem, agosto, a média de dias com chuva é de 12, variando de 09 a 18

dias. (Figuras 39 e 40).

FIG. 37 Chuva acumulada durante o período 1997-2004 nos 12 meses do ano

Embora o período de analise desse trabalho seja de 1997 a 2004, teve-se acesso aos

dados de precipitação anuais de 1980 a 2004 cuja representação gráfica encontra-se na

figura 41.

Os dados indicam que antes do enchimento total do lago de Balbina a variabilidade

pluviométrica era pequena, com o completo fechamento das comportas em 1988 é

Tab. 06 - Quantidade Mensal e anual de precipitação em milímetros em BALBINA Mês 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Jan 273,5 285,5 430,0 296,8 - 185,5 56,0 165,9 Fev 126,6 254,2 301,0 347,7 - 287,4 148,8 268,2 Mar 449,3 286,3 312,6 339,2 - 268,0 251,0 456,9 Abr 315,2 284,1 428,0 383,8 288,0 471,0 347,9 272,4 Mai 218,2 277,4 476,8 316,0 253,0 298,6 373,2 385,9 Jun 110,5 325,2 - 141,5 319,8 197,2 89,4 138,5 Jul 64,4 140,4 104,5 211,4 157,6 55,0 180,8 97,6 Ago 68,8 130,3 123,6 98,8 23,6 70,4 147,2 117,0 Set 17,4 152,0 127,0 228,4 87,5 125,2 143,4 130,1 Out 48,0 109,9 165,1 248,0 85,0 235,6 104,3 130,1 Nov 275,5 117,2 162,4 119,0 72,2 148,2 152,4 45,2 Dez 122,0 121,8 287,7 172,4 147,9 193,0 114,8 289,3

Média 2089,4 2484,3 2918,7 2903,0 1434,6 2535,1 2109,2 2497,1 Fonte: Projeto Uruclima

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109

identificado um aumento expressivo dos totais precipitados anuais, exceto nos anos de 1992,

1997 e 2003 sob influência do El Niño em diferentes intensidades. O aumento da

precipitação é favorecido pelo processo de evaporação do lago. Não há registros da

freqüência das precipitações, o que poderia fornecer informações como o aumento de dias

com chuvas ou concentrações dos episódios chuvosos após o enchimento do lago.

Verifica-se também, que no período de 1980/2004 somente os anos de 1981 e 1992

têm precipitações inferiores à 2000mm anuais. A maior amplitude anual foi de 1372,4mm

(1981=1716,9mm; 1987=3089,9mm).

Os dados relacionados à precipitação do período de 1980 a 2004 foram agrupados

em três blocos: 1980-1998, 1989-1995, 1996-2004. Através da representação dos totais de

chuvas pode-se constatar que os efeitos introduzidos com a implantação da hidrelétrica não

geraram mudanças significativas com relação aos totais pluviométricos. Ocorreu um relativo

paralelismo entre as três séries . A partir de 1988 há um acréscimo nos totais anuais

precipitados, principalmente entre os meses de janeiro a maio (figura 42).

FIG. 38 Médias Móvel das Precipitações em Balbina

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Média

(mm

)

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110

FIG. 39 - Variabilidade da Precipitação em abril na estação da hidrelétrica de Balbina

FIG. 40 Variabilidade da Precipitação em agosto na estação da hidrelétrica de Balbina

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

400,0

450,0

500,0

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

0

5

10

15

20

25

30

Total Precipitado Nº de dias com precipitação

(mm

)

Quantidade de dias

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

160,0

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

0

5

10

15

20

Total Precipitado N.º de dias com chuva

Quantidade de dias

(mm

)

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111

Fig

ura

41

Tot

ais

prec

ipita

dos

anua

is d

o pe

ríod

o de

198

0 a

2004

1000

1500

2000

2500

3000

3500

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

2000

2002

2004

Méd

ia

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0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

400,0

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

(mm

)

1980-1987 1988-1995 1996-2004

Fig. 42 Média dos totais precipitados no período de 1989-2004

4.2.2 Temperatura

Na tabela 07 onde se encontram os dados da Temperatura Média do ar em Balbina,

nota-se variações muito baixas, compreendidas entre 27ºC e 30ºC sendo a média da

temperatura de 28,6ºC. O mês de outubro constitui-se o mais quente (29,3ºC) ao passo que

julho é tipicamente o mais fresco (28,1ºC), sendo a amplitude de 1,2ºC.

Os meses compreendidos entre janeiro e junho tendem a ter temperaturas mais

próximas com amplitude de apenas 0,3ºC e nos meses de setembro, outubro, novembro e

dezembro as temperaturas também apresentam uma tendência a se homogeneizar, como

uma pequena amplitude de 0,2ºC.

Constata-se que as amplitudes térmicas anuais (diferença entre a maior e menor

temperatura), são pequenas e as variações positivas ou negativas estão bem próximas à

média.

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113

21,5

23,5

25,5

27,5

29,5

31,5

33,5

35,5

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

(ºC

)

Temperatura Máxima Temperatura Média Temperatura ínima

As temperaturas médias das máximas estão compreendidas entre 32ºC e 34ºC,

sendo a média das máximas cerca de 34,1ºC. Enquanto que as temperaturas médias das

minímas estão entre 22ºC e 24ºC tendo como média a temperatura de 23,2ºC.

Há ocorrência de um paralelismo entre as temperaturas média das médias, média

das máximas e médias das mínimas (Figura 43).

FIG. 43 Temperatura Máxima, Média e Mínima em Balbina

Tabela 07 Temperatura Média do Ar na Hidrelétrica de Balbina

MESES ANOS

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul Ago

Set Out

Nov

Dez

Média

1997

27,5

29,0

27,7

28,0

28,2

28,7

28,7

29,0

30,4

30,7

29,2

29,9

28,9 1998

29,5

30,0

29,4

29,9

29,6

28,9

29,1

29,6

27,7

29,9

29,8

29,3

29,4 1999

27,2

28,1

27,9

28,5

27,8

28,8

27,3

27,2

28,2

27,4

27,8

27,7

27,8 2000

27,1

26,8

27,2

27,1

27,5

27,8

26,9

27,6

28,4

27,9

28,8

29,1

27,7 2001

27,8

28,5

28,1

28,1

27,9

26,6

27,8

28,1

29,0

30,1

29,5

29,0

28,4 2002

28,9

28,9

28,8

29,0

28,9

29,0

29,5

29,8

30,5

30,0

29,6

29,4

29,4 2003

30,0

29,3

29,3

29,2

28,9

28,9

28,8

29,5

28,9

29,6

28,9

29,0

29,2 2004

28,5

28,3

27,9

28,1

28,2

28,0

26,9

28,3

28,7

28,6

28,9

28,3

28,2 Média

28,3

28,6

28,3

28,5

28,4

28,3

28,1

28,6

29,0

29,3

29,1

29,0

28,6

Fonte: Projeto Uruclima

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114

89

90

91

92

93

94

95

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

(%)

0,0

500,0

1000,0

1500,0

2000,0

2500,0

3000,0

3500,0(m

m)

UMIDADE PRECIPITAÇÃO

89

90

91

92

93

94

95

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

(%)

26,5

27,0

27,5

28,0

28,5

29,0

29,5

30,0

(ºC

)

UMIDADE TEMPERATURA

4.2.3 Umidade Relativa do Ar

A umidade relativa média na Hidrelétrica de Balbina é superior a 90% sendo a média

do período analisado de 93% com pouca variabilidade anual, o que é comprovado por meio

da amplitude de apenas 3%. Os valores mais baixos da umidade média anual são

encontrados nos anos de 2001 e 2002 e ambos são de 91%.

Quando correlacionada à umidade média e outros parâmetros como precipitação e

temperatura, temos: a precipitação mostra um paralelismo nítido com a umidade durante

todo o período, exceto, no ano de 2002, quando tem uma baixa redução da umidade e um

aumento da precipitação.

Com relação à umidade versus precipitação constata-se que a umidade varia

inversamente com a temperatura numa espécie de gangorra , quando a umidade diminui

ocorre o aumento da temperatura e quando a umidade aumenta dar-se uma diminuição da

temperatura (Figura 44).

Isso ocorre porque a umidade relativa, que é a razão entre o conteúdo real de

umidade de uma amostra de ar e a quantidade de umidade que o mesmo volume de ar pode

conservar na mesma temperatura e pressão do ar quando saturado, é amplamente

influenciado pela temperatura do ar. A umidade relativa do ar pode mudar se houver uma

mudança de temperatura mesmo que não tenha ocorrido uma alteração nos valores de

umidade.

Figura 44 - Correlação entre umidade, temperatura e precipitação em Balbina

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115

5. ANÁLISE DE VARIÂNCIA E TESTE DE TUKEY

A análise estatística foi realizada com os valores diários de temperatura e umidade

dos anos de 1997 e 2004, através da análise de variância que permite estabelecer se as

médias dos elementos climáticos em estudo, são estatisticamente igual ou não. Quando o

resultado da variância indica que as médias são diferentes entre si, fez-se a aplicação do

teste de Tukey, ao nível de significância de 5%. Assim, é pouco identificar a variabilidade dos

elementos climáticos dentro de cada mês, durante o período pesquisado.

Para essa análise, a variável precipitação não teve tratamento estatístico por ser

valores acumulados diários e mensais e não médios. Ademais, as temperaturas mínimas e

máximas e a umidade mínima e máxima, também não tiveram tratamento estatístico, por

julgar, que a temperatura e umidade média são representativas das variações locais.

5.1 Análise de Variância e Teste de Tukey para a TEMPERATURA MÉDIA da Base

de Exploração Geólogo Pedro de Moura - Urucu

a) Temperatura de janeiro

Tab 08 - Análise de Variância para a Temperatura de janeiro usando a soma de quadrados ajustados para teste

Variação Graus de Liberdade

Soma dos quadrados

Soma dos quadrados ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do teste

P-valor

Anosjan 7 230,468 230,468 32,924 43,52 0 Erro 240 181,567 181,567 0,757 Total 247 412,035

Se P-valor > 0,05 não há diferenças significativas

A tabela 08 da análise de variância para a Temperatura de janeiro, indica que há

diferenças significativas entre os meses de janeiro do período de 1997 a 2004. Por isso, em

seguida, foi realizado o Teste Simultâneo de Tukey, cujo objetivo foi fazer comparações

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entre todos os pares de janeiro, indicando onde ocorre a variação dessas temperaturas. De

acordo com o citado teste:

A temperatura média de janeiro de 1997 apresenta diferença significativa entre

janeiro de 1998, 2001 e 2004;

A temperatura média de janeiro de 1998 apresenta diferença significativa entre

janeiro dos anos de 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004;

A temperatura média de janeiro de 1999 apresenta diferença significativa entre

janeiro de 2004;

A temperatura média de janeiro de 2000 apresenta diferença significativa entre

janeiro de 2002 e 2004;

A temperatura média de janeiro de 2001 apresenta diferença significativa entre

janeiro de 2002, 2003 e 2004;

A temperatura média de janeiro de 2002 apresenta diferença significativa entre

janeiro de 2004;

A temperatura média de janeiro de 2003 apresenta diferença significativa entre

janeiro de 2004;

É importante frisar que o ano de 1998 foi ano de El Niño +1, logo, o primeiro

semestre, tende a ter temperaturas mais elevadas, e como conseqüência, apresentar

diferença significativa com todos os outros anos, inclusive, aqueles cuja existência do

fenômeno El Niño, foi comprovada mas em intensidades menores que 1998, ano em que o

fenômeno ocorreu de modo bem expressivo.

O ano de 2004 tem a temperatura média de janeiro diferente de todos os demais

anos, inclusive 1998, que apresenta temperatura média menor que a de 2004.

A temperatura média do mês de janeiro em Urucu é de 25,7ºC, mas os dados

coletados do ano de 2004 revelaram uma temperatura de 27.8ºC.

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117

b) Temperatura de fevereiro

Tab 09 -Análise de Variância para temperatura de fevereiro, usando a soma de quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anofev 7 102,684 102,684 14,669 16,87 0 Erro 216 187,843 187,843 0,87 Total 223 290,527

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A tabela 09 da análise de variância para a Temperatura de fevereiro, mostra que

existem diferenças significativas entre os meses de fevereiro do período de 1997 a 2004. Por

isso, em seguida, foi realizado o Teste Simultâneo de Tukey, cujo objetivo foi fazer

comparações entre todos os pares de fevereiro, indicando onde ocorre a variação dessas

temperaturas. De acordo com o referido teste:

A temperatura média de fevereiro de 1997 apresenta diferença significativa entre os

anos de 1998 e 2003;

A temperatura média de fevereiro de 1998 apresenta diferença significativa entre os

anos de 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004;

A temperatura média de fevereiro de 1999 apresenta diferença significativa entre o

ano de 2003;

A temperatura média de fevereiro de 2000 apresenta diferença significativa entre o

ano de 2003;

A temperatura média de fevereiro de 2001 apresenta diferença significativa entre os

anos de 2003;

A temperatura média de fevereiro de 2002 não apresentou diferença com os anos

subseqüente;

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A temperatura média de fevereiro de 2003 não apresentou diferença com o ano

anterior;

O mês de fevereiro de 1998 registrou a temperatura de 27,2 ºC. Foi diferente de

todos os outros anos e apresentou uma amplitude em relação a média do referido mês de

1,9 ºC. A temperatura de fevereiro de 2003 (26,3ºC) apresentou diferença entre todos os

anos, exceto com fevereiro de 2002 e 2004.

c) Temperatura de março

Tab 10 - Análise de Variância para temperatura de março, usando a soma de quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste P-valor

Anomar 7 41,287 41,287 5,8981 6,77 0 Erro 240 209,1889 209,1889 0,8716 Total 247 250,476

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A tabela 10 da análise de variância para a Temperatura de março, indica que existi

diferenças significativas entre os meses de março do período de 1997 a 2004. Por isso, em

seguida, foi realizado o Teste Simultâneo de Tukey, cujo objetivo foi fazer comparações

entre todos os pares de março, indicando onde ocorre a variação dessas temperaturas. O

teste indicou que:

A temperatura média de março de 1997 não apresentou diferença com os demais

anos da série analisada;

A temperatura média de março de 1998 apresenta diferença significativa entre os

anos de 1999, 2000, 2001 e 2002;

A temperatura média de março de 1999 apresenta diferença significativa entre

2004;

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119

A temperatura média de março de 2000 apresenta diferença significativa entre os

anos de 2003 e 2004;

A temperatura média de março de 2001 apresenta diferença significativa entre o

ano de 2004;

A temperatura média de março de 2002 apresenta diferença significativa entre o

ano de 2004;

No mês de março no período analisado a variabilidade da temperatura média foi

pequena, apenas março de 1998 e 2004, apresentaram diferença significativa com o mês de

março de 2000, 2001 e 2002.

d) Temperatura de abril

A análise de variância para a Temperatura de abril, indica diferenças significativas

entre os meses de abril do período de 1997 a 2004. Por isso, em seguida, foi realizado o

Teste Simultâneo de Tukey, cujo objetivo foi fazer comparações entre todos os pares de

abril, indicando onde ocorre a variação dessas temperaturas. O teste indicou que:

A temperatura média de abril de 1997 apresenta diferença significativa entre os anos

de 1999 e 2004;

A temperatura média de abril de 1998 apresenta diferença significativa entre os

anos de 1999, 2000, 2001 e 2002;

A temperatura média de abril de 1999 apresenta diferença significativa entre os

anos de 2001, 2002, 2003 e 2004;

A temperatura média de abril de 2000 apresenta diferença significativa entre os

anos de 2003 e 2004;

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120

A temperatura média de abril de 2001 apresenta diferença significativa entre o ano

de 2004;

A temperatura média de abril de 2002 apresenta diferença significativa entre o ano

de 2004;

A temperatura média de abril de 2003 apresenta diferença significativa entre o ano

de 2004.

Tab 11 -Análise de Variância para a Temperatura de abril, usando a soma de quadrados ajustados para o teste.

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste P-valor

Anoabr 7 109,903 109,903 15,7 18,72 0 Erro 232 194,606 194,606 0,839 Total 239 304,509

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

e) Temperatura de maio

A tabela 12 da análise de variância para a Temperatura de maio, há diferenças

significativas entre os meses de maio do período de 1997 a 2004. Em seguida, foi realizado

o Teste Simultâneo de Tukey, cujo objetivo foi fazer comparações entre todos os pares de

maio, indicando onde ocorre a variação dessas temperaturas.

Tab 12 - Análise de Variância para temperatura de maio, usando a soma de quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anomai 7 75,215 75,215 10,745 13,8 0 Erro 240 186,881 186,881 0,779 Total 247 262,095

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

De acordo com o citado teste:

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121

A temperatura média de maio de 1997 apresenta diferença significativa entre o ano

de 2004;

A temperatura média de maio de 1998 apresenta diferença significativa entre os

anos de 1999 e 2004;

A temperatura média de maio de 1999 apresenta diferença significativa entre os

anos de 2001, 2003 e 2004;

A temperatura média de maio de 2000 apresenta diferença significativa entre o ano

de 2004;

A temperatura média de maio de 2001 apresenta diferença significativa entre o ano

de 2004;

A temperatura média de maio de 2002 apresenta diferença significativa entre o ano

de 2004;

A temperatura média de maio de 2003 apresenta diferença significativa entre o ano

de 2004.

Constata-se, que o mês de maio de 2004, apresentou diferença significativa com todos

os outros anos do período analisado. Isso se deve, ao fato que a temperatura registrada de

maio de 2004 foi de 27,2ºC, excedendo a média histórica desse referido mês em mais de

1,4ºC. A amplitude foi de aproximadamente 2,2ºC.

f) Temperatura de junho

Tab 13 - Análise de Variância para a temperatura de junho, usando a soma de quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosjun 7 87,912 87,912 12,559 14,11 0 Erro 232 206,531 206,531 0,89 Total 239 294,443

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

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122

A tabela 13 da análise de variância para a Temperatura de junho, mostra que existem

diferenças significativas entre os meses de junho de 1997 a 2004. Em seguida, foi realizado

o Teste Simultâneo de Tukey, cujo objetivo foi fazer comparações entre todos os pares de

junho, indicando onde ocorre a variação dessas temperaturas.

De acordo com o citado teste:

A temperatura média de junho de 1997 apresenta diferença significativa entre os

anos de 1998, 1999, 2000, 2001, 2002 e 2003;

A temperatura média de junho de 1998 apresenta diferença significativa entre o

ano de 2004;

A temperatura média de junho de 1999 apresenta diferença significativa entre o

ano de 2004;

A temperatura média de junho de 2000 apresenta diferença significativa entre o

ano de 2004;

A temperatura média de junho de 2001 apresenta diferença significativa entre o

ano de 2004;

A temperatura média de junho de 2002 apresenta diferença significativa entre o

ano de 2004;

A temperatura média de junho de 2003 apresenta diferença significativa entre o

ano de 2004.

O mês de junho do ano de 1997 revelou diferença significativa da temperatura

média com os demais anos, isso pode estar relacionado ao fenômeno climático El Niño que

começa a se manifestar no meio do ano, atingindo seu máximo em torno de dezembro.

De acordo com as observações apresentadas, junho de 2004, revela-se um ano

atípico por apresentar diferenças com todos os anos analisados, sua temperatura é de 26,9.

Com cerca de 1,3º acima da média.

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123

g) Temperatura de julho

Tab 14 - Análise de Variância para temperatura de julho, usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anojul 7 109,621 109,621 15,66 12,9 0 Erro 240 291,289 291,289 1,214 Total 247 400,91

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A tabela 14 da análise de variância para a Temperatura de julho, mostra que foi

identificado diferenças significativas entre os meses de julho do período de 1997 a 2004.

Em seguida, foi realizado o Teste Simultâneo de Tukey, para fazer comparações entre todos

os pares de julho, indicando onde ocorre a variação dessas temperaturas. Este teste indicou

que:

A temperatura média de julho de 1997 apresenta diferença significativa entre os

anos de 1999, 2000 e 2004;

A temperatura média de julho de 1998 apresenta diferença significativa entre os

anos de 1999, 2000 e 2004;

A temperatura média de julho de 1999 apresenta diferença significativa entre os

anos de 2003 e 2004;

A temperatura média de julho de 2000 apresenta diferença significativa entre os

anos de 2003 e 2004;

A temperatura média de julho de 2001 apresenta diferença significativa entre o ano

de 2004;

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124

A temperatura média de julho de 2002 apresenta diferença significativa entre o ano

de 2004.

h) Temperatura de agosto

Tab 15 - Análise de Variância para temperatura de agosto, usando a soma de quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anoago 7 103,57 103,57 14,796 9,8 0 Erro 240 362,472 362,472 1,51 Total 247 466,042

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A tabela 15 da análise de variância para a Temperatura de agosto indica diferenças

significativas entre os meses de julho do período analisado. E o teste de Tukey apontou as

seguintes diferenças:

A temperatura média de agosto de 1997 apresenta diferença significativa entre os

anos de 1998 e 2004;

A temperatura média de agosto de 1998 apresenta diferença significativa entre os

anos de 1999, 2000, 2002 e 2003;

A temperatura média de agosto de 1999 apresenta diferença significativa entre os

anos de 2001 e 2004;

A temperatura média de agosto de 2000 apresenta diferença significativa entre o

ano de 2004;

A temperatura média de agosto de 2002 apresenta diferença significativa entre o

ano de 2004;

A temperatura média de agosto de 2003 apresenta diferença significativa com 2004;

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125

O destaque no período de agosto analisado é para 2004 que apresenta diferenças

com os meses de agosto de todos os demais anos, exceto 1998. Este último por sua vez,

apresenta diferenças significativas para o teste com os anos de 1999, 2000, 2002 e 2003.

i) Temperatura de Setembro

Tab 16 - Análise de Variância para temperatura de setembro, usando a soma de quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosset 7 71,67 71,67 10,239 7,32 0 Erro 232 324,455 324,455 1,399 Total 239 396,125

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A análise de variância para a Temperatura de setembro (Tab 16), indica diferenças

significativas entre os meses de setembro. Em seguida, foi realizado o Teste Simultâneo de

Tukey, para fazer comparações entre todos os pares de julho, indicando onde ocorre a

variação dessas temperaturas. Este teste indicou que:

A temperatura média de setembro de 1997 apresenta diferença significativa entre o

ano de 2000, 2001 e 2003;

A temperatura média de setembro de 1998 apresenta diferença significativa entre o

ano de 2000, 2001 e 2003;

A temperatura média de setembro de 1999 não apresenta diferença significativa

com os anos que o sucederam;

A temperatura média de setembro de 2000 apresenta diferença significativa entre o

ano de 2004;

A temperatura média de setembro de 2001 apresenta diferença significativa entre

os anos de 2002 e 2004;

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126

A temperatura média de setembro de 2002 não apresenta diferenças significativas

entre os anos posteriores;

A temperatura média de setembro de 2003 apresenta diferença significativa entre

setembro de 2004.

l) Temperatura de outubro

Tab 17 -Análise de Variância para temperatura de outubro, usando a soma de quadrados ajustados para teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosout 7 40,03 40,03 5,719 3,87 0,001 Erro 240 354,19 354,19 1,476 Total 247 394,219

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A tabela 17 da análise de variância para a Temperatura de outubro, há diferenças

significativas entre os meses de outubro do período de 1997 a 2004. Por isso, em seguida,

foi realizado o Teste Simultâneo de Tukey, cujo objetivo foi fazer comparações entre todos

os pares de outubro, indicando onde ocorre a variação dessas temperaturas. De acordo com

o citado teste:

A temperatura média de outubro de 1997 apresenta diferença significativa entre os

anos de 2000, 2002, 2003 e 2004. Isso se deve ao fato de que outubro de 1997, foi o ano

que registrou a maior temperatura em torno de 26,9ºC. Os outros anos não revelaram

diferenças entre as temperaturas de outubro.

m) Temperatura de novembro

Tab 18 -- Análise de Variância para temperatura de novembro, usando a soma de quadrados ajustados para teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

*P-valor

Anosnov 7 12,649 12,649 1,807 1,21 0,297 Erro 232 346,124 346,124 1,492 Total 239 358,773

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

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127

Não se rejeita a hipótese nula, da igualdade dos valores dos meses de novembro,

pois o valor de P é maior do que o nível de significância.

A maior amplitude entre os valores médios mensais é de 0,3ºC, o que confirma o

resultado do teste

n) Temperatura de dezembro

A tabela 19 da análise de variância para a Temperatura de dezembro, há diferenças

significativas entre os meses de dezembro do período de 1997 a 2004. Por isso, em seguida,

foi realizado o Teste Simultâneo de Tukey, cujo objetivo foi fazer comparações entre todos

os pares de dezembro, indicando onde ocorre a variação dessas temperaturas.

De acordo com o citado teste:

A temperatura média de dezembro de 1997 apresenta diferenças significativas

entre os meses de dezembro de 2000, 2003 e 2004.

A temperatura média de dezembro de 1998 apresenta diferenças significativas

entre os meses de dezembro de 2000, 2003 e 2004.

A temperatura média de dezembro de 2004 apresenta diferença significativa entre

os anos de 1999, 2000, 2001, 2002 e 2003.

Tab 19 - Análise de Variância para temperatura de dezembro, usando a soma de quadrados ajustado para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste P-valor

Anosdez 7 85,373 85,373 12,196 14,5 0 Erro 240 201,855 201,855 0,841 Total 247 287,228

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

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128

5.2 Análise de Variância e Teste de Tukey para a UMIDADE MÉDIA da Base de

Exploração Geólogo Pedro de Moura - Urucu

a) Umidade de janeiro

Tab 20 - Análise de Variância para Umidade de janeiro usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis

Graus de Liberdade Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste P-valor

Anosjan 6 1314,18 1314,18 219,03 16,86 0 Erro 210 2727,68 2727,68 12,99 Total 216 4041,85

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A análise de variância da tabela 20 indica diferenças significativas entre as umidades

de janeiro, logo em seguida, foi realizado então o Teste de Tukey para identificar onde essas

diferenças ocorrem. O teste indicou que:

A umidade de janeiro de 1997 e 1998 apresenta diferença significativa entre janeiro

de 1999, 2000, 2001,2002, e 2003.

A umidade de janeiro de 1997 e 1998 não diferem entre si, no entanto, apresentam

diferenças significativas com os demais anos. Isso porque 97/98 são anos que apresentam

os menores índices de umidade, 88% e 91% respectivamente.

b) Umidade de fevereiro

Tab 21 - Análise de Variância para Umidade de fevereiro usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste P-valor

Anosfev 6 1558,61 1558,61 259,77 11,21 0 Erro 188 4355,77 4355,77 23,17 Total 194 5914,38

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

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129

O valor de P da tabela 21 indica elevada significância estatística entre os pares de

valores de umidade de fevereiro. Essas diferenças foram identificadas pelo Teste de Tukey

entre:

A umidade de fevereiro de 1997 apresenta diferença significativa entre janeiro de

2000, 2001 e 2002;

A umidade de fevereiro de 1998 apresenta diferença significativa entre janeiro de

1999, 2000, 2001 e 2002;

A umidade de fevereiro de 1999 apresenta diferença significativa entre janeiro de

2003;

A umidade de fevereiro de 2000 apresenta diferença significativa entre janeiro de

2003;

A umidade de fevereiro de 2001 apresenta diferença significativa entre janeiro de

2003;

A umidade de fevereiro de 2002 apresenta diferença significativa entre janeiro de

2003.

A umidade de fevereiro dos anos 1998 e 2003, destacam-se das demais, por

apresentarem índices de umidade relativa de 89%, o que faz com que esses dois anos

apresentem diferenças significativas com os demais anos da série analisada, cuja média de

umidade é de 93%.

c) Umidade de março

Tab 22 - Análise de Variância para Umidade de março usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosmar 6 1193,47 1193,47 198,91 7,36 0 Erro 210 5675,35 5675,35 27,03 Total 216 6868,82

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

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130

O teste de análise de variância da tabela 22 mostra uma evidência muito forte

contra a hipótese nula. Logo, seguiu-se identificando os anos que diferiam entre si, pelo

método de Tukey:

A umidade de março de 1997 apresenta diferença significativa entre março de

2002;

A umidade de março de 1998 apresenta diferença significativa entre março de 2002

e 2003;

A umidade de março de 1999 apresenta diferença significativa entre os anos 2002 e

2003;

A umidade de março de 2000 apresenta diferença significativa entre março de

2003;

A umidade de março de 2001 apresenta diferença significativa entre março de

2003;

A umidade de março de 2002 apresenta diferença significativa entre março de

2003.

A umidade relativa de março de 2003 ficou em torno de 89% apresentando

diferença significativa com março dos demais anos da série cuja média é de 93%.

d) Umidade de abril

Tab 23 - Análise de Variância para Umidade de abril usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosabr 6 178,93 178,93 29,82 2,34 0,033 Erro 203 2587,83 2587,83 12,75 Total 209 2766,77

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

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131

O valor de P da análise de variância da tabela 23 indica que há diferença

significante estatisticamente entre os meses de abril dos oito anos analisados, e, por meio do

Teste de Tukey foi possível identificar que essa diferença ocorre apenas na umidade de abril

de 1998 que apresenta diferença expressiva entre abril de 2002

e) Umidade de maio

Tab 24 - Análise de Variância para Umidade de maio usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste P-valor

Anosmai 6 1198,37 1198,37 199,73 9,31 0 Erro 210 4504,65 4504,65 21,45 Total 216 5703,01

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

O resultado da análise de variância indica que existe diferença significativa entre os

meses de maio do período estudado. Essa diferença foi identificada pelo teste de Tukey na

umidade de maio de 1997 que têm diferença significativa entre maio de 1999, 2000, 2001,

2002 e 2003. E no mês de maio de 2002 que apresenta diferença significativa com maio de

1998 e 2000.

f) Umidade de junho

Tab 25 - Análise de Variância para Umidade de junho usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosjun 6 2066,36 2066,36 344,39 17,63 0 Erro 203 3965,33 3965,33 19,53 Total 209 6031,7

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

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A umidade de junho de 1997 apresenta diferença significativa entre junho de 1998,

1999, 2000, 2001, 2002 e 2003;

A umidade de junho de 1998 apresenta diferença significativa entre junho de 2001,

2002 e 2003.

A umidade de junho de 1997 foi de aproximadamente de 87%, é a menor da série

de junho dos anos pesquisados. A média da série de junho é de cerca de 93%. Esses

valores refletiram-se na diferença apontada pelo teste.

g) Umidade de julho

Tab 26 - Análise de Variância para Umidade de julho usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosjul 6 2151,89 2151,89 358,65 16,44 0 Erro 210 4580,13 4580,13 21,81 Total 216 6732,02

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A tabela 26 da análise de variância para a umidade de julho, indica diferenças

significativas descritas pelo teste de tukey como:

A umidade de julho de 1997 apresenta diferença significativa entre julho de 1999,

2000, 2001, 2002 e 2003;

A umidade de julho de 1998 apresenta diferença significativa entre julho de 2002;

A umidade de julho de 1999 apresenta diferença significativa entre julho de 2002;

A umidade de julho de 2000 apresenta diferença significativa entre julho de 2002;

A umidade de julho de 2001 apresenta diferença significativa entre julho de 2002;

A umidade de julho de 2002 apresenta diferença significativa entre julho de 2003.

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O teste de Tukey que é a resposta a variação indicada pela análise de variância,

mostra que o ano com umidade anômala no mês de julho foi 2002 cujo índice ficou em torno

de 97%.

h) Umidade de agosto

Tab 27 - Análise de Variância para Umidade de agosto usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosago 6 3709,85 3709,85 618,31 24,77 0 Erro 210 5242,77 5242,77 24,97 Total 216 8952,63

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A análise de variância

tabela 27

indica uma variação significativa entre os

meses de agosto, apontada a seguir:

A umidade de agosto de 1997 apresenta diferença significativa entre agosto de

2000, 2002 e 2003;

A umidade de agosto de 1998 apresenta diferença significativa entre agosto de

2000, 2002 e 2003;

A umidade de agosto de 1999 apresenta diferença significativa entre agosto de

2000, 2002 e 2003;

A umidade de agosto de 2000 apresenta diferença significativa entre agosto de

2002;

A umidade de agosto de 2001 apresenta diferença significativa entre agosto de

2002, 2003.

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Os meses de agosto de 2002 e 2003 são os que apresentam maior diferença

significativa com os demais por apresentarem umidade relativas altas, respectivamente de

96% e 93%, sendo a média desta série de 89%.

i) Umidade de setembro

Tab 28 - Análise de Variância para Umidade de setembro usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosset 6 3476,51 3476,51 579,42 33,38 0 Erro 203 3523,87 3523,87 17,36 Total 209 7000,38

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A umidade de setembro apresenta diferença significativa entre os anos de 1997-

2003, é o que mostra a análise de variância da tabela 28. O Teste de Tukey realizado em

seguida indicou que:

A umidade de setembro de 1997 apresenta diferença significativa entre setembro

de 1999, 2000, 2001, 2002 e 2003;

A umidade de setembro de 1998 apresenta diferença significativa entre setembro

de 1999, 2000, 2001, 2002 e 2003;

A umidade de setembro de 1999 apresenta diferença significativa entre setembro

de 2002 e 2003;

As umidades de setembro de 2000, 2001 e 2002 não apresentam diferenças

significativas entre setembro dos demais anos.

Os meses de setembro de 1997 e 1998 apresentaram diferenças significativas com

os demais anos, por terem registrado umidades muito baixas de 85%, isso ocorreu em

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decorrência, talvez, do fenômeno El Niño. Ademais, setembro de 1999 registrou umidade de

99%, tendo diferença significativa com os demais anos.

j) Umidade de outubro

Tab 29 - Análise de Variância para Umidade de outubro usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste P-valor

Anosout 6 4132,51 4132,51 688,75 30,83 0 Erro 210 4691,48 4691,48 22,34 Total 216 8823,99

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A análise de variância indicada pela tabela 29 mostra que há diferenças

significativas entre os meses de outubro para a umidade e essas diferenças foram indicas

pelo teste de Tukey e são:

A umidade de outubro de 1997 apresenta diferença significativa entre outubro de

2000, 2001, 2002 e 2003;

A umidade de outubro de 1998 apresenta diferença significativa entre outubro de

2002 e 2003;

A umidade de outubro de 1999 apresenta diferença significativa entre outubro de

2000, 2001, 2002 e 2003;

A umidade de outubro de 2000 apresenta diferença significativa entre outubro de

2002 e 2003;

A umidade de outubro de 2001 apresenta diferença significativa entre outubro de

2002 e 2003.

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136

O mês de outubro de 1997 apresenta diferença significativa com os demais

anos. Os meses de outubro dos anos de 2002 e 2003, tem as umidades mais elevadas de

98% e 99% o que reflete em diferenças expressivas com os outros anos.

l) Umidade de novembro

Tab 30 - Análise de Variância para Umidade de novembro usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosnov 6 2069,58 2069,58 344,93 17,84 0 Erro 203 3924,63 3924,63 19,33 Total 209 5994,21

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A tabela 30 indica diferenças significativas entre os meses de novembro apontados

pela análise de variância e identificados pelo teste de Tukey.

A umidade de novembro de 1997 apresenta diferença significativa entre novembro

de 2002 e 2003;

A umidade de novembro de 1998 apresenta diferença significativa entre novembro

de 2003;

A umidade de novembro de 1999 apresenta diferença significativa entre novembro

de 2002 e 2003;

A umidade de novembro de 2000 apresenta diferença significativa entre novembro

de 2003;

A umidade de novembro de 2001 apresenta diferença significativa entre novembro

de 2002 e 2003;

A umidade de novembro de 2002 apresenta diferença significativa entre novembro

de 2003.

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137

Novembro de 2003 apresenta diferenças significativas com todos os anos, isso

ocorre porque o referido ano teve umidade relativa média em torno dos 100%, enquanto a

média da série de novembro foi de 93%.

m) Umidade de dezembro

Tab 31 - Análise de Variância para Umidade de dezembro usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosdez 6 1109,06 1109,06 184,84 14,2 0 Erro 210 2732,71 2732,71 13,01 Total 216 3841,77

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

O p-valor da análise de variância da tabela 31 indica que há diferenças

significativas entre os meses de dezembro. As diferenças foram identificadas por meio do

teste de Tukey e são:

A umidade de dezembro de 1997 apresenta diferença significativa entre dezembro

de 1999, 2000, 2001, 2002 e 2003;

A umidade de dezembro de 1998 apresenta diferença significativa entre dezembro

de 1999, 2000, 2001 e 2003;

A umidade de dezembro de 2002 apresenta diferença significativa entre dezembro de

2003.

Os meses de dezembro de 1997/1998 evidenciam umidades baixas de

aproximadamente 90%, em contraposição com a umidade média de dezembro de 2004 que

permaneceu alta, em torno de 97%, portanto, esses anos apresentarem diferenças

significativas para com os demais.

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138

5.4 Análise de Variância e Teste de Tukey para a TEMPERATURA MÉDIA da

Hidrelétrica de Balbina.

a) Temperatura de janeiro

Tab 32 -Análise de Variância para Temperatura usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste P-valor

Anosjan 7 257.442 257.442 36.777 22.93 0,0000 Erro 240 384.854 384.854 1.604 Total 247 642.296 Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

Por meio da análise de variação, contida na tabela 32, foi possível fazer comparações

entre as médias dos oitos anos (1997-2004) e identificar diferenças significativas através do

teste de Tukey.

A temperatura média de janeiro de 1997 apresenta diferença significativa entre

janeiro de 1998, 2002 e 2003;

A temperatura média de janeiro de 1998 apresenta diferença significativa entre

janeiro de 1999, 2000 e 2001;

A temperatura média de janeiro de 1999 apresenta diferença significativa entre

janeiro de 2002, 2003 e 2004;

A temperatura média de janeiro de 2000 apresenta diferença significativa entre

janeiro de 2002, 2003 e 2004;

A temperatura média de janeiro de 2001 apresenta diferença significativa entre

janeiro de 2003;

A temperatura média de janeiro de 2003 apresenta diferença significativa entre

janeiro de 2004.

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139

O mês de janeiro de 1998 e 2003 possui as temperaturas mais altas da série, sendo

respectivamente de 29,5ºC e 30ºC, e correspondem a anos de El Niño +1. Pois, sabe-se que

o El Niño começa no segundo semestre de um ano e termina no primeiro semestre do ano

subseqüente, e isso é refletido para as temperaturas das áreas sob influência desse

fenômeno. A temperatura do mês de janeiro de 2003 é a mais elevada e difere de todos os

demais anos.

Há uma diferença de 2ºC de janeiro de 1997 para janeiro de 1998. Os anos de 1997,

1999, 2000 e 2001 têm temperaturas médias do mês de janeiro muito próximas, em torno de

27,4ºC, logo, não diferem entre si, diferindo dos anos de 1998, 2002 e 2003 anos de El Niño

e 2004.

b) Temperatura de Fevereiro

Tab 33 - Análise de Variância para a temperatura de fevereiro usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anofev 7 160.885 160.885 22.984 12.37 0. 0 Erro 216 401.462 401.462 1.859 Total 223 562.347

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

Como a análise de variância (tabela 33), indicou a existência de diferenças entre os

valores de temperatura, foi realizado o teste de Tukey para identificar os anos cujos meses

têm valores distintos para a estatística.

A temperatura média de fevereiro de 1997 apresenta diferença significativa entre

fevereiro de 2000;

A temperatura média de fevereiro de 1998 apresenta diferença significativa entre

fevereiro de 1999, 2000, 2001e 20004;

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140

A temperatura média de fevereiro de 2000 apresenta diferença significativa entre

fevereiro de 2001, 2002, 2003 e 2004.

A temperatura média de fevereiro de 2000 foi de 26,8ºC a mais baixa de toda a série

do mesmo, o que fez com que o referido ano apresentasse diferença de todos os demais. O

ano de 1999 não apresentou diferença dos anos de 1997, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004,

pois estes estiveram muito próximos à média da série que é de 28,6º

c) Temperatura de março

A tabela 34 indica que há diferenças significativas entre os meses de março na

Hidrelétrica de Balbina que puderam ser identificados através do teste de Tukey.

Tab 34 - Análise de Variância para temperatura março usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anomar 7 139.904 139.904 19.986 11.42 0. 0 Erro 240 419.939 419.939 1.750 Total 247 559.844

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A temperatura média de março de 1997 apresenta diferença significativa entre

março de 1998 e 2003;

A temperatura média de março de 1998 apresenta diferença significativa entre

março de 1999, 2000, 2001 e 2004;

A temperatura média de março de 1999 apresenta diferença significativa entre

março de 2003;

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141

A temperatura média de março de 2000 apresenta diferença significativa entre

março de 2002 e 2003;

A temperatura média de março de 2003 apresenta diferença significativa entre

março de 2004.

Os meses de março de 1998 e 2003 apresentam as respectivas temperaturas, 29,4ºC

e 29,3ºC, esses valores fazem com que esses anos apresentem diferenças significativas em

relação aos demais anos.

d) Temperatura de abril

Tab 35 - Análise de Variância para temperatura de abril, usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste P-valor

Anoabr 7 152.970 152.970 21.853 11.47 0 Erro 22 441.915 441.915 1.905 Total 232 594.885

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

O resultado da análise de variância para a temperatura de abril, mostrou que há

diferenças significativas entre os anos analisados, conforme mostra a tabela 35. E em

seguida, foi realizado o teste de Tukey, e de acordo com este, pode-se afirmar que:

A temperatura média de abril de 1997 apresenta diferença significativa entre abril

de 1998;

A temperatura média de abril de 1999 apresenta diferença significativa entre abril

de 2000;

A temperatura média de abril de 2000 apresenta diferença significativa entre abril

de 2002 e 2003.

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142

O mês de abril foi o que apontou menor variabilidade térmica, tendo a média 28,5ºC.

A maior amplitude foi de 2,8ºC entre os anos de 1998 (29,9ºC) e 2000 (27,1º). O ano de

2000 teve a menor temperatura da série de abril, logo, apresentou diferença entre os anos

de 1999, 2002 e 2003.

e) Temperatura de maio

O p-valor da tabela 36 indica diferenças entre os valores de temperaturas, essas

diferenças ocorrem com:

A temperatura média de maio de 1997 apresenta diferença significativa entre maio

de 1998;

A temperatura média de maio de 1998 apresenta diferença significativa entre maio

de 1999, 2000, 2001 e 2004;

A temperatura média de maio de 1999 apresenta diferença significativa entre maio

de 2002 e 2003;

A temperatura média de maio de 2000 apresenta diferença significativa entre maio

de 2002 e 2003.

A temperatura de maio de 1998 é diferente da temperatura de maio de todos os

demais anos, exceto 2003, pelo fato deste último, ainda estar sob a influência do aumento da

temperatura no oceano pacifico.

Tab 36 - Análise de Variância para temperatura de maio usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anomai 7 105.453 105.453 15.065 10.63 0. 0 Erro 240 340.254 340.254 1.418 Total 247 445.707

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

f) Temperatura de junho

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143

Existem diferenças significativas entre as temperaturas dos meses de junho, é o que

mostra a tabela 37. Essas diferenças são apontadas abaixo:

A temperatura média de junho de 1997 apresenta diferença significativa entre junho

de 2001;

A temperatura média de junho de 1998 apresenta diferença significativa entre junho

de 2000, 2001 e 2004;

A temperatura média de junho de 2000 apresenta diferença significativa entre junho

de 2001, 2002 e 2003;

A temperatura média de junho de 2001 apresenta diferença significativa entre junho

de 2002, 2003 e 2004;

A temperatura média de junho de 2002 apresenta diferença significativa entre junho

de 2004;

A temperatura média de junho de 2003 apresenta diferença entre junho de 2004.

Tab 37 - Análise de Variância para temperatura de junho usando o quadrado a soma de quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosjun 7 138.046 138.046 19.721 24.14 0 Erro 232 189.542 189.542 0.817 Total 239 327.588

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

g) Temperatura de julho

Tab 38 - Análise de Variância para temperatura de julho usando a soma dos quadrados ajustados para o teste.

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anojul 7 226.216 226.216 32.317 20.72 0 Erro 240 374.291 374.291 1.560 Total 247 600.506

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

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144

A análise de Variância para temperatura de julho usando a soma dos quadrados

ajustados para o teste aponta que existem diferenças entre os meses de julho (tabela 38).

Essas diferenças são descritas a seguir:

A temperatura média de julho de 1997 apresenta diferença significativa entre julho

de 1999, 2000 e 2004;

A temperatura média de julho de 1998 apresenta diferença significativa entre julho

de 1999, 2000 e 2004;

A temperatura média de julho de 1999 apresenta diferença significativa entre julho

de 2002 e 2003;

A temperatura média de julho de 2000 apresenta diferença significativa entre julho

de 2002 e 2003;

A temperatura média de julho de 2001 apresenta diferença significativa entre julho

de 2002;

A temperatura média de julho de 2002 apresenta diferença significativa entre julho

de 2004;

A temperatura média de julho de 2003 apresenta diferença significativa entre julho

de 2004.

h) Temperatura de agosto

Tab 39 - Análise de Variância para temperatura de agosto usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosago 7 215.914 215.914 30.845 19.30 0 Erro 240 383.638 383.638 1.598 Total 247 599.552

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

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145

A análise de variância (tabela 39) e o teste de Tukey da temperatura de agosto

indicam que:

A temperatura média de agosto de 1997 apresenta diferença significativa entre

agosto de 1999, 2000 e 2001;

A temperatura média de agosto de 1998 apresenta diferença significativa entre

agosto de 1999, 2000 e 2001;

A temperatura média de agosto de 1999 apresenta diferença significativa entre

agosto de 2002, 2003 e 2004;

A temperatura média de agosto de 2000 apresenta diferença significativa entre

agosto de 2002 e 2003;

A temperatura média de agosto de 2001 apresenta diferença significativa entre

agosto de 2002 e 2003.

O mês de agosto de 1999 registrou temperatura média de 27,2ºC, a menor de toda

a série, conseqüentemente apresentou diferença com todos os anos, exceto 2000 (27,6ºC).

A média do mês de agosto no período estudado foi de 28,6ºC.

I ) Temperatura de setembro

Tab 40

Análise de Variância para temperatura de setembro usando a soma de quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosset 7 162.293 162.293 23.185 19.25 0 Erro 232 279.480 279.480 1.205 Total 239 441.773

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A análise de variância da tabela 40 aponta a existência de diferenças entre os meses

de setembro, são elas:

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146

A temperatura média de setembro de 1997 apresenta diferença significativa entre

setembro de 1999, 2000, 2001, 2003 e 2004;

A temperatura média de setembro de 1998 apresenta diferença significativa entre

setembro de 1999, 2000 e 2004;

A temperatura média de setembro de 1999 apresenta diferença significativa entre

setembro de 2002;

A temperatura média de setembro de 2000 apresenta diferença significativa entre

setembro de 2002;

A temperatura média de setembro de 2001 apresenta diferença significativa entre

setembro de 2002;

A temperatura média de setembro de 2002 apresenta diferença significativa entre

setembro de 2003 e 2004.

Os meses de setembro de 1997 e 2002 obtiveram as temperaturas mais altas, 30,4ºC

e 30,5º C, logo, apresentaram diferenças com todos os demais anos. Exceto 1998 que

registrou temperatura média bastante elevada, ficando em torno de 29,0ºC.

j) Temperatura de outubro

Tab 41 - Análise de Variância para temperatura de outubro usando a soma de quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosout

7 295.276 295.276 42.182 26.21 0 Erro 240 386.308 386.308 1.610 Total 247 681.584 Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A análise estatística de variância (tabela 41) indica variações significativas entre os

valores de temperatura de outubro do período estudado. Essas variações ocorrem entre:

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147

A temperatura média de outubro de 1997 apresenta diferença significativa entre

outubro de 1999, 2000 e 2004;

A temperatura média de outubro de 1998 apresenta diferença significativa entre

outubro de 1999, 2000 e 2004;

A temperatura média de outubro de 1999 apresenta diferença significativa entre

outubro de 2001, 2002 e 2003;

A temperatura média de outubro de 2000 apresenta diferença significativa entre

outubro de 2001, 2002 e 2003;

A temperatura média de outubro de 2001 apresenta diferença significativa entre

outubro de 2004;

A temperatura média de outubro de 2002 apresenta diferença significativa entre

outubro de 2004.

Assim como na análise de temperatura do mês passado, os anos de 1997/1998/2001

e 2002 no mês de setembro registraram as temperaturas mais altas, isso fez com que tais

anos, apresentassem diferenças significativas com os demais anos da série analisada.

l) Temperatura de novembro

Tab 42 - Análise de Variância para a temperatura de novembro, usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste P-valor

Anosnov 7 80.887 80.887 11.555 5.93 0. 0 Erro 232 451.831 451.831 1.948 Total 239 532.718 Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

Através da tabela 42, é sabido que existem diferenças entre os valores de

temperatura de novembro. Essas diferenças foram identificadas por meio do teste de Tukey

e ocorrem com:

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148

A temperatura média de novembro de 1997 apresenta diferença significativa entre

novembro de 1999;

A temperatura média de novembro de 1998 apresenta diferença significativa entre

novembro de 1999;

A temperatura média de novembro de 1999 apresenta diferença significativa entre

novembro de 2001 e 2002.

No mês de novembro de 1999 a temperatura foi de 27,6ºC, a mais baixa, quando

comparada à média dos meses de novembro que equivale a 29,1ºC. Isso faz com que

novembro de 1999 seja diferente de todos os demais anos, exceto 2000.

m) Temperatura de Dezembro

A tabela 43, da análise de variância, indica a existência de diferenças significativas

entre as temperaturas de dezembro. Essas diferenças foram identificadas através do teste

de Tukey e estão descritas abaixo:

A temperatura média de dezembro de 1997 apresenta diferença significativa entre

dezembro de 1999 e 2004;

Tab 43 - Análise de Variância para a temperatura de dezembro usando a soma dos quadrados ajustados para teste.

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste P-valor

Anosdez 7 94.139 94.139 13.448 9.23 0. 0 Erro 240 349.674 349.674 1.457

TotaL 247 443.813 Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

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149

A temperatura média de dezembro de 1998 apresenta diferença significativa entre

dezembro de 1999 ;

A temperatura média de dezembro de 1999 apresenta diferença significativa entre

dezembro de 2000, 2001, 2002 e 2003;

A temperatura média de dezembro de 2002 apresenta diferença significativa entre

dezembro de 2004.

Dezembro de 1999 registrou temperatura média de 27,8ºC, a menor da série, o que

refletiu em mudanças significativas apontadas pelo teste, com todos os demais anos, com

exceção de 2004, que também registrou temperatura baixa (28,3ºC), quando comparada as

demais cuja média foi de 29ºC.

5.5 Análise de Variância e Teste de Tukey para a UMIDADE MÈDIA da Hidrelétrica

de Balbina

a) Umidade de janeiro

Tab 44 - Análise de Variância para Umidade de janeiro usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosjan 7 2966,35 2966,35 423,76 20,52 0 Erro 240 4956,97 4956,97 20,65 Total 247 7923,32

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

Análise de Variância para umidade de janeiro usando a soma dos quadrados

ajustados para o teste (tabela 44) indicou diferenças entre as umidades de janeiro,

diferenças essa abaixo identificadas.

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150

A umidade média de janeiro de 1997 apresenta diferença significativa entre janeiro

de 1999, 2002 e 2003;

A umidade média de janeiro de 1998 apresenta diferença significativa entre janeiro

de 2003;

A umidade média de janeiro de 1999 apresenta diferença significativa entre janeiro

de 2003;

A umidade média de janeiro de 2000 apresenta diferença significativa entre janeiro

de 2002 e 2003;

A umidade média de janeiro de 2001 apresenta diferença significativa entre janeiro

de 2003;

A umidade média de janeiro de 2002 apresenta diferença significativa entre janeiro

de 2003;

A umidade média de janeiro de 2003 apresenta diferença significativa entre janeiro

de 2004.

O mês de janeiro de 2003 caracterizou-se pelo déficit de umidade, registrado em

85%, com uma amplitude de 9% em relação à média de janeiro do período de 1997-2004. O

valor registrado de janeiro de 2003 faz com que se estabeleça diferenças significativas entre

este ano e os demais, como indicado no teste de Tukey que consta em anexo neste

trabalho.

b) Umidade de fevereiro

Tab 45 - Análise de Variância para Umidade de fevereiro usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosfev 7 751,77 751,77 107,4 4,35 0 Erro 216 5338,07 5338,07 24,71 Total 223 6089,84

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

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151

A umidade média de fevereiro de 1998 apresenta diferença significativa entre os

meses de fevereiro de 2002 e 2003;

A umidade média de fevereiro de 2000 apresenta diferença significativa entre os

meses de fevereiro de 2000, 2003 e 2004.

c) Umidade de março

Tab 46 -Análise de Variância para Umidade de março usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste P-valor

Anosmar 7 485,4 485,4 69,34 4,79 0 Erro 240 3472,52 3472,52 14,47 Total 247 3957,92

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A tabela 46 indica que há diferenças significativas entre os meses de março. Essas

diferenças foram apontadas pelo teste de Tukey como sendo entre:

A umidade média de março de 1998 apresenta diferença significativa entre março

de 2002, 2003 e 2004;

A umidade média de março de 2000 apresenta diferença significativa com o mês

de março de 2002;

A umidade média de março de 2001 apresenta diferença significativa com o mês

de março de 2002.

d) Umidade de abril

Tab 47 - Análise de Variância para Umidade de abril usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosabr 7 269,8 269,8 38,54 1,75 0,097 Erro 232 5095,8 5095,8 21,96 Total 239 5365,6 Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

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O valor de P da tabela 47 indica que há evidências adequadas contra a hipótese nula

das igualdades entre os valores.

e) Umidade de maio

Tab 48 - Análise de Variância para Umidade de maio usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosmai 7 243,15 243,15 34,74 1,29 0,255 Erro 240 6453,35 6453,35 26,89 Total 247 6696,5 Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

O valor de P da tabela 48 comprova com 25,5% de significância estatística que não

existem diferenças significativas entre os meses de maio dos anos avaliados.

f) Umidade de junho

Tab 49 - Análise de Variância para Umidade de junho usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor-

Anosjun 7 271,9 271,9 38,84 0,88 0,524 Erro 232 10262,9 10262,9 44,24 Total 239 10534,8 Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A análise de variância efetuada para o mês de junho com nível de significância de

5%, indicou que não há diferenças significativas para este teste entre os meses de junho

(tabela 49).

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153

g) Umidade de julho

Tab 50 - Análise de Variância para Umidade de julho usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosjul 7 1305,66 1305,66 186,52 13,69 0 Erro 240 3270,71 3270,71 13,63 Total 247 4576,37

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A tabela 50 indica diferenças significativas entre as umidades do mês de julho,

descritas a seguir:

A umidade média de julho de 1997 apresenta diferença significativa entre julho de

1998 e 2002;

A umidade média de julho de 1998 apresenta diferença significativa entre julho de

1999, 2001, 2002 e 2003, 2004;

A umidade média de julho de 1999 apresenta diferença significativa entre julho de

2002;

A umidade média de julho de 2000 apresenta diferença significativa entre julho de

2001, 2002 e 2003;

A umidade media de julho de 2001 apresenta diferença significativa entre julho de

2004;

A umidade média de julho de 2002 apresenta diferença significativa entre julho de

2004.

O mês de julho de 1998 registrou umidade relativa média de 99%, a mais elevada,

refletindo em diferenças significativas apontadas pelo teste.

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h) Umidade de agosto

Tab 51 - Análise de Variância para Umidade de agosto usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de

Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor-value

Anosago 7 942,84 942,84 134,69 3,3 0,002 Erro 240 9795,03 9795,03 40,81 Total 247 10737,87 Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

O valor de P apresenta uma evidência adequada a favor da hipótese da igualdade

dos valores.

O teste de Tukey indicou que apenas o mês de agosto de 2001 apresentou diferença

significativa para a estatística com o mês de agosto de 2004.

Em agosto de 2004 registrou umidade em torno de 95%, bem distribuída durante o

mês, enquanto que agosto de 2001, teve sua umidade média mensal por volta de 90%, com

amplitudes expressivas no decorrer do mês.

i) Umidade de setembro

Tab 52 -Análise de Variância para Umidade de setembro usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor

Anosset 7 2239,63 2239,63 319,95 10,29 0 Erro 232 7216,77 7216,77 31,11 Total 239 9456,4 Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A umidade de setembro apresenta elevada significância estatística, indica que há

diferenças entre os meses de setembro do período estudado.

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A umidade média de setembro de 1997 apresenta diferença significativa entre

setembro de 1998, 1999, 2000, 2003 e 2004;

A umidade média de setembro de 1999 apresenta diferença significativa entre

setembro de 2002;

A umidade média de setembro de 2000 apresenta diferença significativa entre

setembro de 2001 e 2002;

A umidade média de setembro de 2001 apresenta diferença significativa entre

setembro de 2004;

A umidade média de setembro de 2002 apresenta diferença significativa entre

setembro de 2003 e 2004.

Os anos de 1997 e 2002 destacam-se por apresentarem diferenças com todos os

demais anos. Isso ocorre talvez, pelo fato desses referidos anos terem registrado as

menores umidades. Por outro lado, 2004 registrou a maior umidade o que fez com que,

também fosse registrada diferença com diversos anos.

j) Umidade de outubro

Tab 53 - Análise de Variância para Umidade de outubro usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados Estatística do Teste

P-valor

Anosout 7 6382,58 6382,58 911,8 10,21 0 Erro 240 21435,35 21435,35 89,31 Total 247 27817,94

Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A análise de variância para a umidade de outubro evidência diferenças significativas

entre os anos (tabela 53). Essas diferenças são:

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156

A umidade média de outubro de 1997 apresenta diferença significativa entre

outubro de 1999, 2000 e 2004;

A umidade média de outubro de 1998 apresenta diferença significativa entre

outubro de 1999, 2000 e 2004;

A umidade média de outubro de 1999 apresenta diferença significativa entre

outubro de 2001, 2002 e 2003;

A umidade média de outubro de 2000 apresenta diferença significativa entre

outubro de 2001 e 2003;

A umidade média de outubro de 2001 apresenta diferença significativa com outubro

de 2004;

A umidade média de outubro de 2002 apresenta diferença significativa entre

outubro de 2004;

A umidade média de outubro de 2003 apresenta diferença significativa entre

outubro de 2004.

Nos meses de outubro de 1999, 2000 e 2004 as umidades foram mais elevadas do

que no restante da série, o que gerou diferenças significativas de acordo com teste aplicado.

l) Umidade de novembro

Tab 54 -Análise de Variância para Umidade de novembro usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados Ajustados

Quadrados Médios

Ajustados

Estatística do Teste

P-valor-value

Anosnov 7 2429,2 2429,2 347,03 8,51 0 Erro 232 9457,4 9457,4 40,76 Total 239 11886,6 Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A umidade média de novembro de 1997 apresenta diferença significativa entre

novembro de 2001;

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A umidade média de novembro de 1998 apresenta diferença significativa entre

novembro de 2000;

A umidade média de novembro de 1999 apresenta diferença significativa entre

novembro de 2001 e 2002;

A umidade média de novembro de 2000 apresenta diferença significativa entre

novembro de 2001 e 2002;

A umidade média de novembro de 2001 apresenta diferença significativa entre

novembro de 2003 e 2004;

A umidade média de novembro de 2002 apresenta diferença significativa entre

novembro de 2004.

O mês de novembro dos anos de 2000, 2001 e 2003 registraram as menores

umidades médias mensais, o que refletiu nas diferenças apontadas pelo teste.

m) Umidade de dezembro

Tab 55

Análise de Variância para Umidade de dezembro usando a soma dos quadrados ajustados para o teste

Variáveis Graus de Liberdade

Soma de Quadrados

Soma de Quadrados

Quadrados Médios

Estatística do Teste

P-valor

Anosdez 7 1241,38 1241,38 177,34 3,55 0,001 Erro 240 11988,45 11988,45 49,95 Total 247 13229,83 Se P-valor 0,05 há diferenças estatisticamente significativas

A tabela 55 indica que existem diferenças entre os valores de umidade de dezembro

para a Hidrelétrica de Balbina .

A umidade média de dezembro de 1999 apresenta diferença significativa entre

dezembro de 2000 e 2002;

A umidade média de dezembro de 2002 apresenta diferença significativa com

dezembro de 2004.

Dezembro de 2002 tem a menor umidade registrada, com amplitudes significativas

dentro do referido mês o que ocasiona significativas diferenças com os demais anos.

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158

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Se não é possível controlar o clima, o homem busca pelo menos saber com

antecedência os eventos abruptos, para tentar evitar grandes catástrofes, daí a necessidade

de fazer estudos contínuos sobre os elementos climáticos em diversas partes do mundo,

principalmente na Amazônia, que tem papel de destaque, por ser a maior área com floresta

tropical úmida e ter a função de regular o clima da Terra. Essa região, até pouco tempo tinha

povoamento escasso, nos últimos anos, apresentando um aumento populacional expressivo,

o que gerou a necessidade de criar projetos na Amazônia que ajudassem a área a integrar-

se ao resto do país e ao mesmo tempo desenvolvê-la sócio-economicamente. Com esse

argumento, foram implantados a Província Petrolífera do Rio Urucu e a Hidrelétrica de

Balbina. Esses projetos acarretaram mudanças no uso e ocupação do solo. Essas

mudanças, por sua vez, interferem nos valores do albedo, e podem gerar um ambiente

climático diferente do predominante na região. Com o passar do tempo essas alterações em

espaços restritos, podem significar uma mudança no clima amazônico e por conseguinte,

provocar alteração na vegetação que tem relação direta com o clima e a perda da qualidade

de vida da população local.

O clima da Terra está passando por mudanças, percebidas em todos os biociclos e

nas áreas mais longínqüas dos centros urbanos/industriais, onde essas alterações são bem

perceptíveis, logo, as pequenas variações nos elementos climáticos identificadas em Urucu e

Balbina, fazem parte dessa conjuntura global, contudo, reforçadas pelos efeitos locais.

Esta pesquisa comparou as temperaturas médias, umidade média e precipitação total

dos doze meses dos anos de 1997 a 2004, assim foi possível identificar os anos cujo meses

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diferiam entre si, em seguida, avaliou-se os fatores que estariam causando essa diferença,

pois, a principio, cada mês independente do ano, é regido pelas mesmas condições

atmosféricas, com mudanças discretas a cada ano. De acordo com as observações feitas,

ficou perceptível que na Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura (Urucu) e na

Hidrelétrica de Balbina, os totais anuais de chuva mantiveram-se superiores a 2.000mm, o

que reflete a alta pluviosidade da região. Os fatores que podem estar contribuindo para a

manutenção dessa quantidade elevada de chuva, apesar da mudança no uso do solo pelo

processo de industrialização, são: o sistema compensatório da atmosfera, pois nesses

pontos alterados, a grande concentração de calor tende a aquecer o ar sobre a superfície,

fazendo com que este tenha o movimento ascendente expressivo e como a atmosfera é um

meio contínuo, conseqüentemente ocorre à subsidência nas áreas do entorno, que tendem a

ter temperaturas mais baixas em função da cobertura vegetal, que utiliza a energia incidente

para os processos de evaporação, transpiração e fotossíntese. Em seguida, esta área com

menor temperatura e maior pressão atmosférica, conduz a camada de ar úmida da floresta

em direção ao ponto quente, que sofre ascensão, precipita e retorna em direção a baixa

atmosfera repetindo o ciclo, mantendo estáveis os valores de precipitação.

Aliado ao processo citado, a grande concentração de material particulado e pólen,

constituem-se núcleos higroscópicos, que também, contribuem para as chuvas copiosas nas

áreas pesquisadas.

Com relação à temperatura, os maiores desvios em Urucu e Balbina, estão

relacionados com os anos 1998, 2003 e 2004, que estiveram sob a influência do aumento da

temperatura na superfície do mar no Pacífico equatorial.

Na Base de exploração Geólogo Pedro de Moura (Urucu), identificou-se que a

umidade máxima anual, mantém-se durante todo o período analisado em 100%, a umidade

mínima anual ficou em torno de 65% e a umidade média anual é de 93%.

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A área de Urucu é extremamente úmida, o que reflete em elevado índice

pluviométrico. As chuvas são bem distribuídas durante todo o ano tendo-se registrado a

média de 234 dias por ano com chuva de diferentes magnitudes. O período de dezembro a

maio concentra aproximadamente 66,5% das chuvas anuais.

Na Hidrelétrica de Balbina, a umidade média é de 93%, não há registros da umidade

mínima e máxima. A chuvas são abundantes na área, tendo sido registrado a média de dias

com chuva é de 207 dias.

Os dois pontos de estudo, Urucu e Balbina, apresentam altos índices pluviométricos,

no entanto, a Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura (Urucu), mostra uma maior

regularidade das chuvas quando comparada a Hidrelétrica de Balbina.

A umidade em Balbina é mais regular, talvez, porque a medição seja realizada no

horário da manhã e acaba registrando a elevada evaporação noturna, resultante da radiação

terrestre, quando a água fica mais quente que as terras do entorno, ao contrário, do que

ocorre em Urucu, onde as medições são feitas a cada minuto e tem-se então, a partir desses

registros a média diária.

De acordo com os dados das revistas informativos da ELETRONORTE e desta

dissertação, a temperatura média de Balbina, oscilava entre 26º e 28º. Hoje, a oscilação está

entre 27º e 30ºC.

A temperatura em Balbina é mais elevada que em Urucu, isso é resultante do

aquecimento diferencial entre a terra e a água (o lago de Balbina tem aproximadamente

2360km2). Pois a água proporciona a possibilidade da radiação penetrar profundamente no

lago, e permite que o calor seja transmitindo por condução, ao mesmo tempo, que a menor

rugosidade da superfície aquática, também contribui para que o vento favoreça a mistura das

águas superiores do lago. Ou seja, o aquecimento da lâmina d água é lento e a liberação do

calor, também, e esta se faz à noite o que por conseguinte faz com que o termômetro

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registre elevadas temperaturas. Pois como GEIGER (1961: 202) afirmou: se a água está

mais quente do que o ar, o ar junto da água comporta-se da mesma maneira . Isso se dá

devido às interações entre a água, terra e o ar.

De acordo com o observado no teste estatístico, os valores registrados dos

elementos climáticos, temperatura e umidade estiveram sempre oscilando, os maiores

desvios positivos ou negativos, estão relacionados com a circulação em grande escala,

principalmente o El Niño.

Apesar das alterações ambientais expressivas tanto em Urucu como em Balbina, as

variações encontradas, não oferecem, aparentemente, riscos ambientais. E aqui, faz-se a

ressalva que isso é reflexo do ecossistema amazônico, que devido à sua homogeneidade e

auto-regulação é capaz de resistir dentro de certos limites, as modificações do meio.

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