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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
MARIA DE PAULA PIMENTA
PRODUTIVIDADE E VIABILIDADE AGROECONÔMICA DE
TIPOS DE MUDAS NA PROPAGAÇÃO DE TARO ‘UFV-90’
VIÇOSA – MINAS GERAIS
2017
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MARIA DE PAULA PIMENTA
PRODUTIVIDADE E VIABILIDADE AGROECONÔMICA DE
TIPOS DE MUDAS NA PROPAGAÇÃO DE TARO ‘UFV-90’
Trabalho de conclusão de curso apresentado à
Universidade Federal de Viçosa como parte das
exigências para a obtenção do título de Engenheira
Agrônoma. Modalidade: trabalho científico.
Orientador: Mário Puiatti
Coorientadora: Adriana Uchôa Brito
VIÇOSA – MINAS GERAIS
2017
-
MARIA DE PAULA PIMENTA
PRODUTIVIDADE E VIABILIDADE AGROECONÔMICA DE
TIPOS DE MUDAS NA PROPAGAÇÃO DE TARO ‘UFV-90’
Trabalho de conclusão de curso apresentado à
Universidade Federal de Viçosa como parte das
exigências para a obtenção do título de Engenheira
Agrônoma.
Modalidade: trabalho científico.
APROVADO:
Prof. Mário Puiatti
(Orientador)
(UFV)
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AGRADECIMENTOS
À minha família e amigos por todo o incentivo e parceria nesses anos de formação. Em
especial ao irmão, João Francisco, e prima, Maiana, por participarem dessa caminhada no meu
dia-a-dia.
Ao meu professor orientador, Mário Puiatti, pela disponibilidade, paciência e todo o
conhecimento compartilhado, com sua maneira humana e gentil.
Aos professores desta instituição, Ricardo Henrique Silva Santos, Mário Puiatti, José
Antônio Grossi e Carlos Nick Gomes por todas as oportunidades e pela confiança, em mim,
depositada. Agradeço pelas conversas e questionamentos levantados, essenciais para meu
crescimento profissional e pessoal.
Aos funcionários da Horta Nova, principalmente os funcionários Adriano, Reginaldo,
Ademir, Alexandro e Roberto por toda a ajuda e esforço, também dedicados a este trabalho.
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RESUMO
O taro (Colocasia esculenta), denominado de “Inhame” no centro-sul do Brasil, é uma hortaliça
cormosa, pertencente à família Araceae. A planta é constituída de um caule subterrâneo central
(cormo) denominado popularmente de “cabeça central”, rodeado de caules filhos (cormelos).
O cormo, quando de tamanho pequeno ou médio (200 a 400 g), é comercializado como “Inhame
Cabeça”, e pode alcançar, no máximo, 30% do valor de comercialização dos cormelos
comerciais; todavia, se de tamanho acima de 400 g, não possui interesse comercial e,
normalmente, é descartado na propriedade rural. Por ser de propagação assexuada utiliza-se,
normalmente, os cormelos na implantação da cultura os quais, por serem mais valorizados para
consumo na alimentação humana, representam percentual elevado no custo de produção. Uma
opção para diminuição do custo de produção, sem queda de produtividade, consequentemente,
gerando maior renda líquida para o produtor, seria a utilização do cormo (“cabeça central”)
como material propagativo. Objetivou-se, com o trabalho, avaliar a viabilidade agronômica e a
rentabilidade econômica da utilização de cormos de diferentes tamanhos e de segmentos desses
na propagação do taro ‘UFV-90’. O experimento foi conduzido a campo, na Horta do
Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa, no período de setembro/2016
a julho/2017. Constou de 11 tratamentos (tipos de muda), no delineamento experimental de
blocos casualizados, com quatro repetições. Os tipos de muda foram: cormelo médio (controle),
cormelo grande, e três tamanhos de cormo, com massas média, respectivamente, de 980, 485 e
305 g, mais metade lateral, metade superior e metade inferior das “cabeças” com massa de 980
e de 485 g. Na colheita, avaliou-se a população de plantas e a produção de cormo e das classes
de cormelos totais e calculou-se o rendimento financeiro. Os dados obtidos foram submetidos
à análise de variância, as médias agrupadas pelo critério Scott-Knott e comparadas ao controle
pelo teste de Dunnett. Exceto os tipos de muda “cabeça” de 980 g intacta e o cormelo grande
que proporcionaram maior produção, em massa, da classe cormelo grande, os tipos de muda
não diferiram quanto à produção/planta de cormo e das demais classes de cormelos. Maior
rendimento líquido foi obtido com utilização da “cabeça” de 980 g intacta, seguido do segmento
metade superior dessa. Não é recomendado a utilização de segmento da metade inferior das
“cabeças” pois proporcionaram menor rendimento líquido em decorrência do grande número
de falhas. Conclui-se que é agronômica e economicamente viável a utilização da “cabeça”
intacta ou de segmento superior dessa na propagação da cultura do taro ‘UFV-90’.
Palavras-chave: Colacasia esculenta, rentabilidade, manejo cultural
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 1
2 MATERIAL E MÉTODOS 3
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 8
3.1 POPULAÇÃO DE PLANTAS E PRODUÇÃO DE CORMO E DE CORMELOS 8
3.2 ANÁLISE DO RETORNO ECONÔMICO 15
4 CONCLUSÕES 16
5 REFERÊNCIAS 19
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1
1 INTRODUÇÃO
O taro [Colocasia esculenta (L.) Schott], denominado popularmente de “Inhame” no centro-
sul do Brasil (Pedralli et al., 2002), é uma hortaliça tropical, cormosa, pertencente à família
Araceae, que exerce grande importância como alimento em regiões tropicais e subtropicais há
mais de dois mil anos (Rubatzky & Yamaguchi, 1997), sendo a cultura de maior valor
econômico desta família (Pedralli et al., 2002; Costa, 2009).
A planta é constituída de um caule subterrâneo central (cormo) rodeado de caules filhos
(cormelos). O cormo e os cormelos são ricos em carboidratos, especialmente amido, além de
serem boa fonte de sais minerais, proteínas e de vitaminas. O amido possui elevada
digestibilidade, o que torna o taro, um alimento interessante em adicionar à dieta de pessoas
enfermas, idosos e crianças (Rubatzky & Yamaguchi, 1997; Puiatti, 2002; Pedralli et al., 2002).
Em razão da alta rusticidade e adaptabilidade às condições edafoclimáticas variadas, seu
cultivo tem sido realizado em diversas regiões tropicais e sub-tropicais do planeta (Rubatzky &
Yamaguchi, 1997; Puiatti, 2002; Heredia Zárate et al., 2003; 2013). Essas características, em
conjunto, tornam a cultura uma alternativa às convencionalmente cultivadas e comercializadas,
como sugerido pela FAO (Food and Agriculture Organization), aumentando a base alimentar,
principalmente, de países em desenvolvimento (Puiatti, 2002; Silva, 2011).
O caule subterrâneo central (cormo), denominado popularmente de “cabeça central”, quando
de tamanho pequeno ou médio (200 a 400 g), é comercializado como “Inhame Cabeça”, e pode
alcançar, no máximo, 30% do valor de comercialização dos cormelos comerciais; todavia, se
de tamanho muito grande (acima de 400 g), não possui interesse comercial e, normalmente, é
descartado na propriedade rural (Puiatti, 2002; Puiatti et al., 2003; 2004).
Por ser de propagação assexuada utiliza-se, normalmente, os cormelos na implantação da
cultura. Todavia esses, por serem mais valorizados para consumo na alimentação, podem
representar percentual elevado no custo de produção da cultura (Puiatti et al., 2003; 2004;
Heredia Zárate et al., 2003; 2013). Assim sendo, a busca por alternativas que possibilitem
redução do custo de produção, sem queda na produtividade da cultura, além de maior
aproveitamento dos produtos da propriedade, consequentemente gerando maior renda líquida
para o produtor, é interessante não somente do ponto de vista agronômico e econômico, mas
também social (Vieira et al., 2014; Brito et al., 2017).
Uma alternativa para redução do custo de produção da cultura, é o aproveitamento do cormo
(“cabeça central”) na propagação da cultura, como já observado por Almeida et al. (1984),
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2
Vasconcelos et al. (1986) e Puiatti et al. (2003 e 2004) em taro ‘Chinês’. Todavia, faltam
informações sobre o comportamento de novas variedades de taro, como a recentemente
selecionada pela UFV, o taro ‘UFV-90’, utilizando o cormo (“cabeça central”) e seus segmentos
como material propagativo.
Objetivou-se, com o trabalho, avaliar viabilidade agronômica e a rentabilidade econômica
da utilização de cormo de diferentes tamanhos e de seus segmentos na propagação do taro
‘UFV-90’.
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3
2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido a campo, na Horta do Departamento de Fitotecnia da
Universidade Federal de Viçosa (UFV), no período de 23/09/2016 a 10/07/2017. O município
de Viçosa está a 650 m de altitude, 20°45’47” LS e 42°49’13” LW. De acordo com a
classificação de Köppen, apresenta clima tipo “Cwa” (clima subtropical úmido), com médias
anuais de 1.341 mm de precipitação e temperaturas máxima e mínima de 21,6 °C e de 14 °C,
respectivamente.
O solo da área experimental, classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo Cambissólico,
textura Argilosa (EMBRAPA, 2006), cuja amostragem, na profundidade de 0-20 cm, revelou
os seguintes resultados: pH(água) = 6,4; P = 113,8 e K = 440 mg dm-3; Ca2+ = 5,0; Mg2+ = 1,2 e
Al3+ = 0,00, (H+Al) = 3,30; SB = 7,3; CTC(t)= 7,3 e CTC(T)= 10,6 cmolcdm-3; V = 69 %; M.O
= 5,0 dag kg-1 e P-rem = 34,0 mg L-1; B = 0,7; Fe =188; Mn = 104,4; Zn = 12 e Cu = 3,5 mg
dm-3. As análises foram realizadas segundo procedimento descrito por EMBRAPA (1999).
O experimento constou de 11 tratamentos (tipos de muda), utilizando cormo e cormelos do
taro ‘UFV-90’, conforme Tabela 1 e Figura 1. Considerou-se como o tratamento controle a
muda cormelo médio intacto em razão de ser o tamanho normalmente recomendado e utilizado
na propagação da cultura pelos produtores de taro (Puiatti, 2002). Utilizou-se o delineamento
experimental em blocos casualizados, com quatro repetições. As parcelas foram constituídas de
quatro linhas de 2,7 m de comprimento, espaçadas de 1,0 m, com nove plantas por linha (36
plantas/parcela), totalizando uma área de 475,2 m2. Considerou-se como área útil as duas linhas
centrais, exceto 0,30 cm das extremidades.
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Tabela 1. Características dos tipos de muda de taro ‘UFV-90’ utilizadas no experimento
Tipo de muda Descrição Massa média (g) Massa (t/ha)
1- CM - Controle Cormelo médio intacto 105 3,5
2- CC intacta Cormo (Cabeça Central) intacto 980 32,7
3- ML Trat. 2 Metade Lateral do Cormo do Tratamento 2 (Corte Longitudinal) 490 16,3
4- MS Trat. 2 Metade Superior do Cormo do Tratamento 2 (Corte Transversal) 490 16,3
5- MI Trat. 2 Metade Inferior do Cormo do Tratamento 2 (Corte Transversal) 490 16,3
6- CC intacta Cormo (Cabeça Central) intacto 485 16,2
7- ML Trat. 6 Metade Lateral do Cormo do Tratamento 6 (Corte Longitudinal) 242 8,1
8- MS Trat. 6 Metade Superior do Cormo do Tratamento 6 (Corte Transversal) 242 8,1
9- MI Trat. 6 Metade Inferior do Cormo do Tratamento 6 (Corte Transversal) 242 8,1
10- CC intacta Cormo (Cabeça Central) intacto 305 10,2
11- CG Cormelo grande intacto 225 7,5
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Figura 1. Fotografias dos tipos de muda de taro ‘UFV-90’ utilizadas no experimento.
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O plantio foi realizado em sulcos abertos às profundidades diferentes, de acordo com o
tamanho da muda, suficientes para cobrir o ápice dessas com cerca de 12 cm de solo. Em razão
dos níveis de fertilidade do solo considerados elevados para a cultura (Ribeiro et al., 1999),
utilizou-se no plantio, apenas 40 g/m linear de mistura (1:1) de sulfato de amônio e de sulfato
de magnésio. Aos 50 e aos 100 dias após o plantio (DAP), aplicou-se, em cobertura, 30 g/m
linear de sulfato de amônio distribuído ao longo das fileiras lateralmente às plantas.
Na ausência de chuvas, e até 30 dias antes da colheita, foram feitas irrigações semanais, por
aspersão, aplicando-se em cada irrigação, lâmina de água suficiente para atender a demanda da
cultura que está ao redor de 40 mm/semana (Soares, 1991).
Aos 287 DAP, procedeu-se a contagem do número de plantas presentes na parcela e colhidas
10 plantas/parcela, dentro da parcela útil (plantas centrais das duas fileiras centrais). O cormo
(“cabeça”) foi separado dos cormelos, e esses classificados com base no diâmetro transversal,
de acordo com Puiatti et al. (2000), nas classes grande (CG), médio (CM), pequeno (CP) e
refugo (CR). Procedeu-se a contagem e pesagem das classes de cormelos. Além da população
de plantas, calculou-se a produtividade de cormo e das classes de cormelos grande, médio,
pequeno e refugo, comerciais e totais, e o rendimento financeiro dos tratamentos.
Consideraram-se comerciáveis o somatório das classes de cormelos grande + médio + pequeno.
A produtividade total consistiu do somatório das produtividades de cormo e de todas as classes
de cormelos.
Os indicadores agroeconômicos usados para medir a eficiência dos tratamentos foram a
renda bruta (RB) e renda líquida (RL). A renda bruta (RB) foi obtida multiplicando-se a
produtividade da cultura em cada tratamento pelo valor do produto pago ao produtor na
CEASA-MG, Unidade Grande BH, na época da colheita (julho/2017), sendo: CG = R$1,57;
CM = R$1,31 e CP = R$0,95/kg.
A renda líquida (RL), para cada tratamento, foi calculada subtraindo-se da renda bruta os
custos de produção provenientes de insumos (mudas) mais operacionais (gastos com mão-de-
obra na segmentação das cabeças). Não foi considerado, nos cálculos, o custo da terra e
despesas com possíveis embalagens e as irrigações esporádicas. O custo das mudas também foi
calculado com base no valor de comercialização do taro na CEASA-MG, Unidade Grande BH,
no mês de implantação da cultura (setembro/2016), sendo: CG = R$2,60; CM = R$2,31 e CC
(“inhame cabeça”) = R$0,70/kg. O valor das cabeças maiores (tratamentos de 2 a 9), foi
estimado em R$0,15/kg (tratamentos 2 a 5) e em R$0,30/kg (tratamentos de 6 a 9) em razão
dessas, normalmente, não serem comercializadas.
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Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância. As médias dos tratamentos foram
agrupadas pelo critério de Scott-Knott e comparadas ao controle pelo teste de Dunnett, ambos
ao nível de 5% de probabilidade, usando o programa SAEG 9.1 (SAEG, 2007).
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 População de Plantas e Produção de Cormo e de Cormelos
Pela análise estatística, detectou-se diferença entre tipos de muda, quanto à população de
plantas e número/planta de cormo (“cabeça”) e de cormelos grande e pequeno (Tabela 2).
Mudas de porções inferiores do cormo (T5 e T9), ficaram no agrupamento de médias que
proporcionaram menor estande de plantas em relação aos demais tratamentos e em relação ao
controle. A porção inferior do cormo apresenta poucas gemas (Puiatti, 2002), fato que,
associado à grande superfície exposta pelo corte, leva ao grande índice de apodrecimento e
falhas no campo de cultivo, o que também foi observado por Puiatti et al. (2003; 2004) com o
taro ‘Chinês’. Além disso, naqueles propágulos que não apodreceram, a retirada da gema apical
leva à perda da dominância apical, podendo promover a brotação de várias gemas o que pode
resultar em mais de um cormo (“cabeça”) por muda plantada, como ocorreu com o T5,
característica essa que também pode ocorrer quando se usa cormo com muita reserva, como o
caso do T2 (Tabela 2).
Embora tenha proporcionado menor população de plantas, as plantas remanescentes dos dois
tratamentos da metade inferior do cormo (T5 e T9), ficaram no mesmo agrupamento dos demais
tratamentos de segmentos de cormo - ML e MS (T3, T4, T7 e T8) em termos de número das
classes de cormelos/planta e de cormelos totais/planta (Tabela 2). Nesse aspecto, apenas os
tratamentos com cormo (T2 e T10) e cormelo intacto (T11) se destacaram dos demais quanto
ao número/planta de cormelos grandes produzidos e os tratamentos T2, T3, T4, T7 e T8 de
cormelos pequenos produzidos em relação ao controle (Tabela 2). Esses resultados evidenciam
que o número de cormo e de cormelos produzidos/planta é mais dependente da presença ou
ausência da gema apical do que da massa do cormo utilizado como muda na propagação da
cultura.
Não houve diferença entre tratamentos quanto à massa de matéria fresca produzida por
planta, tanto de cormo (“cabeça”) quanto das classes de cormelos médio, pequeno, comerciais
e refugo. Apenas os tratamentos T2 e T11 proporcionaram maior produção de massa de matéria
fresca de cormelos classe grande e total (cormo + cormelos) que os demais tratamentos e o
controle. Esses dois tratamentos (T2 e T11) também proporcionaram maior produção, e o T9
proporcionou menor produção, de cormelos totais que o controle (Tabela 3). Esses resultados
são difíceis de serem explicados pois não podem ser atribuídos exclusivamente à massa do
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propágulo utilizado, haja visto que apenas o propágulo utilizado no tratamento controle (T1)
tinha menor reserva (massa de matéria fresca) que o propágulo utilizado no T11.
Embora os tratamentos com segmentos metade inferior do cormo (T5 e T9) tenham
proporcionado menor estande de plantas na colheita (Tabela 2), as plantas remanescentes desses
tipos de muda não apresentaram incremento de produção de classes de cormelos, tanto em
número quanto em massa de matéria fresca por planta (Tabelas 2 e 3). Esses resultados
evidenciam que as plantas de taro remanescentes não apresentam compensação em produção
em resposta ao maior espaço disponível para as mesmas. Esse comportamento vai ao encontro
dos resultados encontrados no taro ‘Chinês’ por Puiatti et al. (2003) e na mandioquinha-salsa
por Câmara (1994) e Gil Leblanc et al. (2008), os quais, relatam a falta de compensação na
produção, respectivamente, de cormelos e de raízes tuberosas, das plantas com menores
populações na colheita.
Exceto a massa de cormo (cabeça), não houve diferença entre tratamentos quanto à massa
média das classes de cormelos. Isso indica que o método de classificação das classes de
cormelos foi eficaz. Quanto à massa média do cormo (cabeça), o tipo de propágulo do
tratamento T11 proporcionou plantas com cormo com maior massa média de matéria fresca que
todos os demais tratamentos, enquanto que os tratamentos T3, T5 e T6 proporcionaram cormo
com menor massa média que o tratamento controle (T1) (Tabela 4). A maior massa média do
cormo do T11 talvez possa ser explicada pelo pequeno número de cormo/planta (Tabela 2),
uma vez que a massa média é resultado da razão entre massa por planta/número por planta. Esse
raciocínio poderia ser utilizado para os resultados do T5, que apresentou grande número de
cormo/planta, mas o T2 também apresentou esse comportamento (Tabela 2), dificultando essa
explicação. Portanto, outros fatores como população de plantas, tipo de muda, presença ou
ausência de gema apical podem ter interferido no processo.
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Tabela 2. População na colheita e número por planta de Cormo (Cabeça Central) e de Cormelos Grande, Médio, Pequeno, Comerciais, Refugo e
Total de acordo com o tipo de muda
Tipo de
Muda1
População
Plantas/ha
Número de Cormos ou Cormelos por planta
Cormos ou
Cabeça
Cormelos
Grande
Cormelos
Médio
Cormelos
Pequeno
Cormelos
Comerciais
Cormelos
Refugo
Cormelos
Totais
1- CM 30.324 a 1,05 b 2,00 b 10,07 a 6,77 a 18,85 a 2,80 a 21,65 a
2- CC intacta 29.166 a 1,32 a* 2,62 a 8,85 a 9,22 a* 20,70 a 2,75 a 23,45 a
3- ML Trat. 2 28.935 a 1,10 b 1,67 b 9,02 a 11,37 a* 22,07 a 4,27 a 26,34 a
4- MS Trat. 2 31.944 a 1,10 b 1,75 b 9,22 a 9,92 a* 20,90 a 2,15 a 23,05 a
5- MI Trat. 2 18.518 b* 1,25 a* 2,02 b 10,05 a 8,80 a 20,87 a 2,67 a 23,54 a
6- CC intacta 29.166 a 1,05 b 1,90 b 9,30 a 8,35 a 19,55 a 3,47 a 23,02 a
7- ML Trat. 6 30.555 a 1,15 b 1,37 b 9,60 a 11,47 a* 22,45 a 2,60 a 25,05 a
8- MS Trat. 6 31.250 a 1,02 b 1,75 b 8,97 a 9,40 a* 20,12 a 2,97 a 23,09 a
9- MI Trat. 6 19.213 b* 1,07 b 1,45 b 7,90 a 8,75 a 18,10 a 2,60 a 20,70 a
10- CC intacta 29.629 a 1,07 b 2,40 a 11,25 a 7,57 a 21,22 a 3,02 a 24,24 a
11- CG 28.935 a 0,97 b 2,57 a 10,55 a 6,45 a 19,57 a 2,45 a 22,02 a
CV (%) 8,10 10,37 28,67 21,56 22,19 11,01 40,48 23,11
Médias, nas colunas, seguidas de uma mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott e, médias seguidas de asterisco (*) diferem do controle pelo teste de Dunnett,
ambos a 5% de probabilidade. 1/Conforme Tabela 1.
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Tabela 3. Produção média por planta de massa de matéria fresca de Cormo (Cabeça Central) e de Cormelos Grande, Médio, Pequeno, Comerciais,
Refugo e Total de acordo com o tipo de muda
Tipo de
Muda1
Cormo ou
Cabeça
Cormelos Total (Cormo
+ Cormelos) Grande Médio Pequeno Comerciais Refugo Totais
......................................................................... kg/planta ...............................................................................................
1- CM 1,21 a 0,538 b 1,17 a 0,31 a 2,03 a 0,03 a 2,06 a 3,27 b
2- CC intacta 1,23 a 0,876 a* 1,17 a 0,44 a 2,50 a 0,03 a 2,53 a* 3,76 a
3- ML Trat. 2 0,83 a 0,465 b 1,03 a 0,48 a 1,97 a 0,03 a 2,00 a 2,83 b
4- MS Trat. 2 0,96 a 0,507 b 1,19 a 0,48 a 2,17 a 0,02 a 2,19 a 3,15 b
5- MI Trat. 2 1,03 a 0,579 b 1,07 a 0,35 a 2,00 a 0,03 a 2,03 a 3,06 b
6- CC intacta 0,86 a 0,591 b 1,11 a 0,34 a 2,04 a 0,03 a 2,07 a 2,93 b
7- ML Trat. 6 1,23 a 0,359 b 1,08 a 0,52 a 1,96 a 0,02 a 1,98 a 3,21 b
8- MS Trat. 6 0,90 a 0,487 b 1,16 a 0,46 a 2,11 a 0,03 a 2,14 a 3,04 b
9- MI Trat. 6 1,11 a 0,401 b 0,86 a 0,37 a 1,63 a 0,03 a 1,66 a* 2,77 b
10- CC intacta 0,96 a 0,633 b 1,16 a 0,25 a 2,05 a 0,02 a 2,07 a 3,03 b
11- CG 1,45 a 0,752 a* 1,39 a 0,29 a 2,43 a 0,02 a 2,45 a* 3,90 a*
CV (%) 27,55 27,85 22,66 33,26 15,35 52,28 14,98 16,46
Médias, nas colunas, seguidas de uma mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott e, médias seguidas de asterisco (*) diferem do controle pelo teste de Dunnett,
ambos a 5% de probabilidade. 1/Conforme Tabela 1.
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Tabela 4. Massa média de matéria fresca de Cormo (Cabeça Central) e de Cormelos Grande, Médio, Pequeno, Comerciais e Refugo de acordo
com o tipo de muda
Tipo de
Muda1
Cormo ou
Cabeça
Cormelos
Grande Médio Pequeno Refugo
.... kg .... ................................................... g ..........................................................................
1- CM 1,13 b 272 a 111 a 44 a 9 a
2- CC intacta 0,91 b 336 a 137 a 46 a 8 a
3- ML Trat. 2 0,75 b* 290 a 116 a 41 a 8 a
4- MS Trat. 2 0,88 b 291 a 138 a 46 a 7 a
5- MI Trat. 2 0,82 b* 286 a 110 a 38 a 8 a
6- CC intacta 0,80 b* 304 a 123 a 39 a 8 a
7- ML Trat. 6 1,07 b 263 a 117 a 44 a 9 a
8- MS Trat. 6 0,88 b 282 a 137 a 47 a 8 a
9- MI Trat. 6 1,03 b 286 a 116 a 41 a 9 a
10- CC intacta 0,91 b 271 a 103 a 33 a 7 a
11- CG 1,50 a* 292 a 132 a 45 a 9 a
CV (%) 25,09 13,54 17,09 16,99 21,47
Médias, nas colunas, seguidas de uma mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott e, médias seguidas de asterisco (*) diferem do controle pelo teste de Dunnett,
ambos a 5% de probabilidade. 1/Conforme Tabela 1.
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Quanto à produtividade de cormos e cormelos por área (t/ha), os tratamentos com metade
inferior dos cormos (T5 e T9) se destacaram dos demais e do controle por serem os menos
produtivos (Tabela 5). A menor produtividade de classes de cormelos, de cormelos comerciais
e total (cormo + cormelos) desses dois tipos de muda pode ser atribuída à menor população de
plantas decorrentes das falhas no campo, haja vista que o número de cormelos/planta (Tabela
2) e a massa média (Tabela 4) não foram afetados, sendo que apenas a produção de cormelos
totais/planta do T9 foi inferior à do tratamento controle (T1) (Tabela 3).
Os tratamentos com cormo e cormelo grande intacto (T2 e T11) se destacaram dos demais
pelas mais altas produtividades de cormelos de maior massa média (cormelos da classe grande),
que são mais valorizados no comércio (Puiatti, 2002; Puiatti et al., 2003). Esse resultado foi
decorrente da maior produção/planta em número e massa de matéria fresca (Tabelas 2 e 3).
Uma possível explicação seria o fato da presença da gema apical (dominância apical) associado
à quantidade de reserva desse tipo de propágulo; todavia, os tratamentos T6 e T10, também
cormos intactos (com gema apical) e até com maior massa que o T11, não tiveram desempenho
tão elevado, o que torna difícil explicar tal comportamento.
A literatura sobre a cultura do taro tem evidenciando a importância da quantidade de reservas
no propágulo que pode estar relacionada com a produção final de cormo e cormelos (Almeida
et al., 1984; Vasconcellos et al., 1986; Puiatti et al., 2003; 2004), como evidenciado no presente
trabalho com o cormo intacto do tratamento T2. Porém, não somente a quantidade de reserva é
importante como também a presença da gema apical, pois propágulos com massa média de 490
g, mas sem a gema apical (T3 e T4), tiveram desempenho produtivo um pouco inferior ao
tratamento com massa média de 225 g, mas intacto (T11). A presença da gema apical parece
ser de importância fundamental na instalação da cultura evitando a perda de estande. Isso pode
ser evidenciado ao comparar os tratamentos T4 com T5 e T8 com T9, os quais tinham a mesma
massa média, porém os tratamentos T5 e T9 não possuíam a gema apical e proporcionaram
menor população de plantas no campo e, consequentemente, menor produtividade por unidade
de área.
Apesar da menor produtividade das classes de cormelos, de cormelos comerciais, total e
cormo + cormelos (total) dos tratamentos T5 e T9, a produtividade comercial ainda ficou muito
acima da produtividade média de taro em Minas Gerais, que é de 20 t/ha (Puiatti, 2002),
indicando que o uso desse tipo de propágulo não deixa de ser uma opção para o agricultor.
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Tabela 5. Produção por ha, de massa de matéria fresca de Cormo (Cabeça Central) e de Cormelos Grande, Médio, Pequeno, Comerciais, Refugo,
Totais e de Cormo + Cormelos (Total) de acordo com o tipo de muda
Tipo de
Muda1
Cormo ou
Cabeça
Cormelos Total (Cormo +
Cormelos) Grande Médio Pequeno Comerciais Refugo Totais
................................................................................. t/ha ....................................................................................................
1- CM 36,87 a 16,39 b 35,05 a 9,81 b 61,24 a 0,868 a 62,11 a 98,98 a
2- CC intacta 35,79 a 25,74 a* 34,26 a 12,84 a 72,84 a 0,738 a 73,58 a 109,37 a
3- ML Trat. 2 23,94 b* 13,48 c 29,52 a 13,81 a 56,81 a 1,005 a 57,82 a 81,75 a
4- MS Trat. 2 30,72 b 16,22 b 37,99 a 15,27 a* 69,48 a 0,610 a 70,09 a 100,81 a
5- MI Trat. 2 18,77 b* 10,67 c* 19,97 b* 6,35 b 36,99 b* 0,443 a 37,43 b* 56,21 b*
6- CC intacta 25,40 b* 17,56 b 32,43 a 10,14 b 60,14 a 0,897 a 61,04 a 86,43 a
7- ML Trat. 6 37,78 a 11,05 c 33,08 a 15,98 a* 60,12 a 0,725 a 60,85 a 98,62 a
8- MS Trat. 6 28,17 b 15,22 b 36,38 a 14,46 a 66,05 a 0,937 a 66,99 a 95,16 a
9- MI Trat. 6 21,88 b* 7,41 c* 16,50 b* 7,01 b 30,93 b* 0,498 a 31,43 b* 53,31 b*
10- CC intacta 28,62 b 18,57 b 34,83 a 7,59 b 60,99 a 0,730 a 61,72 a 90,33 a
11- CG 41,98 a 21,84 a 39,99 a 8,34 b 70,17 a 0,674 a 70,84 a 112,83 a
CV (%) 31,00 29,94 25,91 35,60 17,93 54,92 17,59 19,71
Médias, nas colunas, seguidas de uma mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott e, médias seguidas de asterisco (*) diferem do controle pelo teste de Dunnett,
ambos a 5% de probabilidade. 1/Conforme Tabela 1.
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3.2 Análise do retorno econômico
Na Tabela 6 são detalhados os valores relacionados ao retorno econômico para cada tipo de
muda utilizada no trabalho. O custo total de cada tratamento levou em consideração o custo das
mudas (material propagativo) mais o custo operacional. O custo das mudas levou em
consideração o preço (valor de mercado) de cada tipo de muda na época da implantação da
cultura e a quantidade necessária de cada tipo para a implantação de 1 ha. O custo operacional
englobou, além do gasto com cultivo no campo, a mão-de-obra gasta no preparo das mudas
(corte dos cormos – “cabeça”), no caso dos tratamentos T3, T4, T5, T7, T8 e T9.
Pode-se observar que o custo das mudas, devido ao elevado valor e quantidade gasta, foi o
que mais impactou o custo de produção do tratamento T11 (cormelo grande), seguido do T6
(cormo médio intacto) e do controle (T1 – cormelo médio).
Observa-se que o tratamento com cormo grande intacto, com maior massa média (T2),
resultou em maior lucro líquido dentre todos os tratamentos. Esse foi seguido pelos tratamentos
com metade superior do cormo (T4 e T8) e pelo cormo intacto de menor massa média (T10), o
qual apresentou lucro praticamente igual ao do cormelo grande (T11). Os piores resultados
líquidos foram proporcionados pelos tratamentos nos quais se utilizou a metade inferior do
cormo médio (T9), seguido da metade inferior do cormo grande (T5), ou seja, foram os
tratamentos em que se utilizou propágulos sem a gema apical e que tiveram baixa população de
plantas devido às falhas no campo de cultivo, conforme apresentado e discutido anteriormente.
Um dos fatores que fizeram com que o tratamento cormo grande intacto (T2) apresentasse
maior lucro líquido, foi a elevada produtividade de cormelos da classe grande, que são mais
valorizados, além do baixo custo de produção desse tipo de propágulo decorrente da baixa
aceitação no comércio, praticamente se tornando descarte na propriedade agrícola.
Embora com retorno líquido bastante expressivo, os tratamentos com metade superior dos
cormos grande (T4) e médio (T8), assim como das suas metades laterais (T3 e T7),
apresentaram como desvantagem a elevada produção de cormelos da classe pequeno (Tabelas
5 e 6), que são menos valorizados no comércio.
A análise realizada demonstra que a utilização de propágulos obtidos da metade inferior das
do cormo resulta nos valores mais baixos de lucro líquido esperado devido à baixa população
no campo. Por sua vez, a utilização de cormelos grande e médio (T11 e T1), embora possam
proporcionar elevada renda bruta, apresentam custo muito elevado das mudas em comparação
aos demais, além de resultar em menor volume da produção destinado à comercialização para
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consumo humano em razão de parte da produção ter que ser deixada para utilização na
propagação da cultura.
Os tipos de muda cormo médio intacto (T6), e seus segmentos metade lateral (T7) e metade
superior (T8), assim como a muda cormo pequeno intacto de menor massa (T10), embora não
tenham proporcionado lucro líquido muito elevado, apresentaram retorno bruto elevado. O fato
desses tratamentos não terem apresentados lucro líquido elevado pode ser atribuído ao preço
elevado da muda, que foi estimado em R$0,70/kg (preço do “inhame cabeça”). Todavia esse
produto tem comercialização limitada e o lucro líquido poderia ser aumentado, haja vista que o
tratamento cormo pequeno intacto (T10), mesmo com valor elevado da muda, proporcionou
lucro líquido similar ao do tipo de muda cormelo grande (T11).
A utilização da metade superior dos cormos grande (T4) e médio (T8), em termos de lucro
líquido, foram os que ficaram em 2ª e 3ª posições, com valores cerca de 7% e 17%,
respectivamente, abaixo da maior renda líquida obtida, que foi do cormo grande intacto (T2).
Estes resultados podem ser decorrentes da menor produção de cormelos classe grande, além do
maior custo decorrente da mão-de-obra com cortes, comparado ao tratamento T2.
A quantidade de reserva (massa) do propágulo utilizado como muda na implantação da
cultura, bem como a presença da gema apical, são fatores importantes relacionados com a
população de plantas no campo e a produtividade da cultura do taro ‘UFV-90’, como observado
com o taro ‘Chinês’ (Puiatti et al., 2003; 2004) e com taro ‘Chinês’ e ‘Macaquinho’ (Heredia
Zárate et al., 2003; 2013). Também, no presente trabalho, foi evidenciado que a utilização do
cormo grande (“cabeça”) na propagação do taro ‘UFV-90’ é uma ótima opção para o agricultor
devido à baixa aceitabilidade da mesma no comércio, representando preço irrisório da muda,
porém proporcionando elevada produtividade de todas as classes de cormelos, especialmente
de cormelos da classe grande, que são mais valorizados no comércio, resultando em lucro
líquido elevado.
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Tabela 6. Custo de produção, valores recebidos e lucro líquido esperado de acordo com o tipo de muda utilizado na propagação da cultura
Tipo de muda Custo das Mudas1 Custo
Operacional2
Custo
Total3
Valor Recebido (R$/ha) pelos Cormelos4 Lucro
Líquido6
R$/ha R$/kga R$/hab .......... R$/ha ............. Grande-CG Médio-CM Pequeno-CP Total5
1- CM - Controle 2,31 8.085,00 9.641,00 17.726,00 25.732,30 45.915,50 9.319,50 80.967,30 63.241,30
2- CC intacta 0,15 4.905,00 11.355,30 16.260,30 40.411,80 44.880,60 12.198,00 97.490,40 81.230,10
3- ML Trat. 2 0,15 2.445,00 12.055,40* 14.500,40 21.163,60 38.671,20 13.119,50 72.954,30 58.453,90
4- MS Trat. 2 0,15 2.445,00 12.055,40* 14.500,40 25.465,40 49.766,90 14.506,50 89.738,80 75.238,40
5- MI Trat. 2 0,15 2.445,00 12.055,40* 14.500,40 16.751,90 26.160,70 6.032,50 48.945,10 34.444,70
6- CC intacta 0,30 11.340,00 10.397,99 21.737,99 27.569,20 42.483,30 9.633,00 79.685,50 57.947,51
7- ML Trat. 6 0,30 5.670,00 12.055,40* 17.725,40 17.348,50 43.334,80 15.181,00 75.864,30 58.138,90
8- MS Trat. 6 0,30 5.670,00 12.055,40* 17.725,40 23.895,40 47.657,80 13.737,00 85.290,20 67.564,80
9- MI Trat. 6 0,30 5.670,00 12.055,40* 17.725,40 11.633,70 21.615,00 6.659,50 39.908,20 22.182,80
10- CC intacta 0,70 7.140,00 10.397,99 17.537,99 29.154,90 45.627,30 7.510,50 82.292,70 64.754,71
11- CG 2,60 19.500,00 10.397,99 29.897,99 34.288,80 52.386,90 7.923,00 94.598,70 64.700,71
1/Calculado com base no valor de comercialização na CEASA-MG, Unidade Grande BH, no mês de plantio (setembro/2016) para CM, CG e CC dos tratamentos 6 e 10. Para
os tratamentos 2, 3, 4 e 5 foi estimado o possível valor de venda nos mercados locais. 2/Calculado com base em Vieira et. al., 2014 e Heredia Zárate et al., 2013. *Inclui custo com corte das cabeças. 3/Somatório dos itens 1b e 2; 4/Calculado com base no valor de comercialização na CEASA-MG, Unidade Grande BH, no mês de colheita (julho/2017); CG = R$1,57; CM = R$1,31 e CP = R$0,95/kg. 5/Valores recebidos – Renda Bruta 6/Diferença entre valor recebido (5) e custo total (3) – Renda Líquida.
www.ceasaminas.com.br/
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4 CONCLUSÕES
Os resultados obtidos permitem concluir que é agronômica e economicamente viável a
utilização do cormo (“cabeça”) intacto ou do segmento superior desse na propagação da cultura
do taro ‘UFV-90’.
A massa média do propágulo utilizado como muda, bem como a presença da gema apical,
são fatores importantes relacionados à população posterior de plantas no campo e à
produtividade da cultura.
Não se recomenda a utilização do segmento representado pela metade inferior do cormo na
propagação da cultura por proporcionar percentual elevado de falhas no campo, resultando em
baixa população e menor lucro líquido.
A utilização de cormelos na propagação da cultura, especialmente aqueles com maior massa
média, embora proporcionem produtividades elevadas, oneram sobremaneira o custo de
produção, reduzindo a margem de lucro.
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