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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Estudo técnico da viabilidade do emprego de lajes alveolares protendidas para pontes rodoviárias Gabriel da Motta Trevizoli Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos como parte dos requisitos para a conclusão da graduação em Engenharia Civil Orientador: Prof. Dr. Roberto Chust Carvalho São Carlos 2011

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Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - Deciv · 2.1.5 Efeitos da frenação e da aceleração ... em planta e corte, de cada trem-tipo ... A posição de uma roda (carga concentrada)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

Estudo técnico da viabilidade do emprego de lajes alveolares protendidas para pontes rodoviárias

Gabriel da Motta Trevizoli

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos como parte dos requisitos para a conclusão da graduação em Engenharia Civil Orientador: Prof. Dr. Roberto Chust Carvalho

São Carlos 2011

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a familiares e amigos que participaram de toda esta jornada junto a mim, sempre me apoiando e motivando a seguir em frente.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus por me dar todas as condições e oportunidades necessárias para concluir, com êxito, esta etapa de minha vida. Em segundo, à minha família, que nunca me deixou desmotivar e nem desistir das minhas escolhas ao longo da vida. Agradeço também aos amigos de turma, com quem passamos muitos momentos difíceis e felizes ao longo desses cinco anos, sempre com muito companheirismo e respeito. E, finalmente, agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Roberto Chust Carvalho, que foi peça fundamental no desenvolvimento desse trabalho, atuando com muita paciência e respeito no ensinamento técnico da engenharia.

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RESUMO

Esta pesquisa teve o objetivo de desenvolver um modelo/exemplo de cálculo para

dimensionamento e verificação de laje alveolar protendida utilizada como tabuleiro de ponte.

Analisou-se os esforços provenientes do peso próprio da estrutura, do trem-tipo longitudinal

e da ação da protensão comparando-os, em seguida, com os valores no estado limite

último, para flexão e cisalhamento, e no estado limite de serviço de formação de fissuras e

deformação excessiva da laje.

Palavras-chave: laje alveolar; pontes; concreto protendido.

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ABSTRACT

ABSTRACT

This research aimed to develop a model / example of equations for design and

verification of prestressed hollow core slabs, used as bridges deck. It was analyzed the

efforts from the self weight of the structure, the load-train and prestressing action of the

cables. After that, they were compared with the values of ultimate limit state, both for flexurel

and shear, and the service limit state for cracks and excessive deformation.

Key-words: hollow core slabs; bridges deck; prestressed concrete

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1

1.1 Justificativa ............................................................................................................... 2

1.2 Objetivos .................................................................................................................... 3 1.2.1 detalhamento dos objetivos .................................................................................... 3

1.3 Metodologia ............................................................................................................... 4

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 7

2.1 Ações usuais em estruturas de pontes ..................................................................... 7 2.1.1 Cargas móveis ........................................................................................................ 7

2.1.2 Efeito dinâmico das cargas móveis ........................................................................ 8

2.1.3 Força centrífuga ...................................................................................................... 9

2.1.4 Choque lateral ......................................................................................................... 9 2.1.5 Efeitos da frenação e da aceleração ........................................................................ 9

2.2 Introdução do uso de concreto protendido em pontes .......................................... 9

2.3 Laje alveolar ............................................................................................................ 10 2.3.1 Pré-dimensionamento de um painel alveolar com uso em edificações ................ 11 2.3.2 Mecanismos de ruptura em lajes alveolares ......................................................... 13

2.4 Verificações em uma laje alveolar protendida para o ELU e o ELS ................. 14 2.4.1 Cálculo, no estado limite último, de lajes alveolares na flexão e no cisalhamento

14

2.4.2 Verificação, no estado limite de serviço, de fissuração da laje ............................ 17 2.4.3 Verificação, no estado limite de serviço, de deformação excessiva para lajes

alveolares .......................................................................................................................... 18

2.5 Distribuição transversal de esforços em uma laje alveolar ................................ 21

2.6 Continuidade ........................................................................................................... 22

3. Fundamentos e teoria de cálculo de laje alveolar .......................................................... 24

3.1 Roteiro para o dimensionamento e verificação da armadura longitudinal para

elementos com pré-tração .................................................................................................. 25

4. Exemplos de cálculo para utilização de painéis alveolares protendidos em estruturas

de pontes ................................................................................................................................... 28

4.1 Determinação do posicionamento do trem-tipo NA SEÇÃO TRANSVERSAL

PARA CÁLCULO DE REAÇÃO MÁXIMA – DETREMINAÇÃO DO TREM TIPO

longitudinal ......................................................................................................................... 28

4.2 Especificações e dados sobre o painel alveolar .................................................... 29

4.3 Pré-Dimensionamento no ELU (t=∞) ................................................................... 31 4.3.1 Definição das perdas de protensão totais .............................................................. 32

4.3.2 Definição da armadura necessária de protensão ................................................... 32

4.4 Verificação em vazio (t=0) ..................................................................................... 33 4.4.1 Tensões decorrentes da força de protensão .......................................................... 34 4.4.2 Verificação no meio do vão .................................................................................. 34 4.4.3 Verificação próxima ao apoio............................................................................... 35

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4.5 Determinação das perdas de protensão ................................................................ 36 4.5.1 Perdas Imediatas ................................................................................................... 38

4.5.2 Perdas diferidas (ao longo do tempo – Etapas 2, 3, 4 e 5) ................................... 40 4.5.3 Perdas totais consideradas isoladamente e tensões finais ..................................... 43 4.5.4 Perdas progressivas e tensões finais ..................................................................... 44

4.6 Verificação de fissuração (t=∞) ............................................................................. 45

4.7 Verificação das deformações ................................................................................. 46 4.7.1 Etapa 1 .................................................................................................................. 47 4.7.2 Etapas 2, 3, 4 e 5 ................................................................................................... 48

4.8 Verificação do cisalhamento .................................................................................. 48 4.8.1 Seção simples ....................................................................................................... 48

4.9 Seção composta ....................................................................................................... 49

5. Considerações finais ........................................................................................................ 51

5.1 Sugestões para trabalhos futuros .......................................................................... 52

6. Referências bibliográficas ............................................................................................... 54

7. Anexo A ............................................................................................................................ 56

8. Anexo B ............................................................................................................................ 58

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1. INTRODUÇÃO

O atual cenário da construção civil no Brasil mostra uma tendência cada vez

mais crescente de industrialização no setor. Conceitos relacionados com baixa

produtividade, altos índices de desperdícios e falta de qualidade do produto são

fatores determinantes para o sucesso de uma empresa.

Uma das alternativas mais lógicas para solucionar problemas referentes à

racionalização de materiais e ao atraso técnico inerente ao setor (segundo EL DEBS

(2000), considerada uma indústria atrasada quando comparada com outros ramos

industriais), é a utilização de elementos pré-moldados de concreto.

Dentre suas vantagens econômicas, pode-se destacar a redução de custos

referentes ao aço das armaduras, no concreto e às fôrmas e cimbramentos, que não

são necessárias na execução de elementos pré-moldados (de acordo com EL DEBS

(2000), as fôrmas e cimbramentos possuem maior peso no custo de estruturas em

concreto armado moldado in loco).

Dentre as vantagens gerenciais, a utilização de elementos pré-moldados reduz

algumas etapas da construção, como as etapas de fôrma, escoramento e desforma.

Isso agiliza, em muito, o processo de execução e soluciona muitos problemas de

planejamento.

Uma laje formada por painéis alveolares protendidos é uma das soluções mais

interessantes, sob o ponto de vista estrutural e econômico, para sistemas de piso,

além de ser um elemento muito versátil, podendo ser utilizado em conjunto com outros

sistemas estruturais, como estruturas de concreto moldado in-loco, estrutura metálica,

alvenaria estrutural. A laje pode apoiar-se tanto em paredes estruturais como em vigas

(pré-moldada ou metálica).

Dentre os fatores que definem a laje alveolar protendida como um dos sistemas

que mais vem ganhando espaço no mercado da construção civil, pode-se citar: o baixo

peso próprio do elemento (comparado a uma laje de concreto convencional),

consequência dos alvéolos na seção transversal da laje. Dessa forma, obtém-se um

elemento relativamente leve, de baixo custo de fabricação e com possibilidade de uso

para vencer grandes vãos.

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Figura 1: Seção transversal de um painel alveolar protendido (retirado de

COSTA (2009))

Durante a etapa de execução, a laje alveolar protendida não possui etapa de

fôrmas e escoramento, agilizando o processo. É uma solução simples, de baixo custo

e com capacidade estrutural considerável para vencer grandes vãos para cargas de

pisos usuais em edifícios comerciais, industriais ou residenciais.

1.1 JUSTIFICATIVA

A agilidade na execução de estruturas é um fator que se mostra cada vez mais

importante na competição inerente ao setor. É um diferencial que determina a redução

de custos e, também, de cronogramas. Geralmente, o incremento na velocidade do

trabalho implica em um aumento significativo no investimento da tecnologia optada

como solução para o sistema estrutural em questão.

Desta forma, torna-se claro que, aliando-se uma tecnologia cujo custo de

produção é relativamente baixo e que seja de fácil execução, tornaria-se uma solução

atrativa para inúmeras empresas. Ressalta-se que evitar o escoramento da estrutura e

diminuir o custo das fôrmas são condições perseguidas por projetistas e construtores.

As lajes alveolares protendidas apresentam ambas características descritas

acima, propiciando uma solução simples, de baixo custo e com características

estruturais muito apropriadas para vencer grandes vãos para cargas de pisos usuais.

Sua execução não inclui etapa de escoramento, agilizando ainda mais o processo de

montagem.

Segundo Petrucelli (2009), as lajes optadas pelos projetistas (espessura da

seção, quantidade e posicionamento dos cabos) são feitas tomando-se como base

tabelas elaboradas com informações retiradas da literatura estrangeira, tendo como

fato a escassa literatura nacional no assunto além do baixo número de profissionais

especializados.

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No caso de lajes de pontes as ações mais importantes são as da ação da roda

do veículo que pode estar aplicada em qualquer seção da laje. Assim, imagina-se que

para estas ações, com lajes alveolares protendidas, será possível suportar esforços

para vãos médios ou pequenos de lajes. O fato de não se ter armadura transversal em

uma laje pode conduzir a condição determinante de cálculo. Desta forma fica claro que

é preciso ampliar o conhecimento sobre a capacidade de lajes alveolares protendidas

pra resistir a ações usuais de pontes.

1.2 OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho foi o de desenvolver um modelo-exemplo de cálculo

de dimensionamento e verificações de lajes alveolares protendidas sujeitas a cargas

de pontes. Considerando uma ponte, cujo tabuleiro é constituído por painéis alveolares

protendidos, verificou-se quais os esforços solicitantes atuantes e, em função disto,

determinou-se o número de cordoalhas necessárias. Por último, foram realizadas as

devidas verificações para o ELU e o ELS.

1.2.1 DETALHAMENTO DOS OBJETIVOS

O sistema estrutural da ponte será constituído por uma laje, formada por

painéis alveolares protendidos biapoiados em cada cabeceira e fundação com estacas

pré-moldadas, segundo a Figura 2.

Perspectiva esquematíca

Lajes alveolares

NA

ponte com lajes alveolares protendidas

direção do tráfego

Vão

Figura 2: Esquema estrutural da ponte estudada

Dessa forma, bastaria fazer a mesoestrutura (formada pela fundação; encontro

e o aparelho de apoio), onde a superestrutura, com o uso da capa sobre os painéis,

seria montada e acabada de maneira eficiente.

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Abaixo está representado um corte longitudinal ao longo do comprimento da

ponte. Nele, é possível observar, mais detalhadamente, a espessura da capa e o

estribo exposto para solidarização da laje com a viga.

Figure 3: Corte longitudinal da ponte da Figura 2

1.3 METODOLOGIA

O modelo estrutural analisado é constituído por fundação em estacas pré-

moldadas, mesoestrutura formada por cabeceiras onde está apoiado (simplesmente

apoiado) o tabuleiro, constituído por painéis alveolares protendidos com vazamento

circular. A laje possui nove painéis alveolares posicionados lado a lado, formando uma

ponte com 10,8 metros de largura (onde estão incluídas duas faixas de trânsito, uma

faixa de segurança e o acostamento). O esquema estrutural pode ser melhor

visualizado na Figura 3.

Os painéis alveolares possuem largura de 1,20m e as alturas em estudo estão

referenciadas no Manual Munte de Projetos em Pré-Fabricados de Concreto, para

cada tipo usual de protensão. Para o exemplo modelo, foi escolhido uma altura de

26,5 cm. Esta possui, sobre o elemento pré-moldado, uma capa com 5 cm de

espessura de concreto executado em obra.

Quanto ao trem-tipo longitudinal, referente à carga móvel, foi verificado para o

de classe 45. A razão de se optar por essa classe é que, no Brasil, não se tem o

costume de verificar o peso dos veículos em rodovias e, dessa forma, evita-se que um

veículo com peso muito elevado sobrecarregue a estrutura. Logo, sua escolha se

justifica por uma questão de segurança. O trem-tipo longitudinal analisado possui as

características apresentadas na Figura 44, referente ao de classe 45.

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Figura 4: Vistas, em planta e corte, de cada trem-tipo (retirado da NBR

7188:1982)

Uma das etapas do trabalho consostiu em se verificar a posição do trem-tipo

longitudinal mais crítico para a ponte. A posição de uma roda (carga concentrada)

sobre um painel alveolar irá solicitar, com porcentagens diferentes, cada um dos

painéis que constituem a laje. Utilizando-se painéis de 1,2 m de largura e um TTL cuja

distância entre as rodas é de 2,0 m, alguns possíveis esquemas a serem verificados

são apresentados na Figura 55 abaixo:

Figura 5: Exemplos de solicitações do TTL a serem verificados

Para a análise dos esforços provenientes do carregamento da estrutura, foi

utilizado o software livre FTOOL. As ações consideradas no projeto incluem: o peso

próprio dos elementos estruturais; o peso adicional da pavimentação; as forças de

protensão e as cargas móveis verticais (influência do trem-tipo longitudinal).

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O programa foi utilizado de forma a verificar os esforços de cisalhamento e de

flexão nas diversas seções da laje. Posteriormente, esses dados foram utilizados para

a verificação da flexão e da tensão de cisalhamento (ambas para o ELU) e para a

verificação da fissuração e deformação excessiva da laje (ELS). Essas verificações

serão feitas tomando-se como base a norma NBR 6118:2003 e o trabalho de Marquesi

(2009) e Petrucelli (2009).

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 AÇÕES USUAIS EM ESTRUTURAS DE PONTES

De acordo com a NBR 7187:2003, as ações (causas da geração de esforços e

deslocamentos da estrutura, segundo NBR 8681) a serem consideradas no cálculo

estrutural de uma ponte podem ser definidas como: permanentes; variáveis e

excepcionais.

As cargas permanentes, segundo a referida norma, são aquelas consideradas

constantes, ou que tendem a um valor limite constante, durante toda a vida útil da

estrutura. No caso das pontes, pode-se caracterizá-las como: peso próprio dos

elementos estruturais; peso da pavimentação; lastro ferroviário, trilhos e dormentes

(este para o caso de pontes ferroviárias); empuxos de terra; empuxos d`água; forças

de protensão; fluência; retração e o deslocamento de fundação.

Para a consideração das ações variáveis (são aquelas de atuação rápida na

estrutura, segundo a NBR 7187:2003), pode-se citar: as cargas móveis; as cargas de

construção; as cargas de vento; o empuxo de terra provocado por cargas móveis; a

pressão da água em movimento; o efeito dinâmico do movimento das águas e a

variação de temperatura.

As cargas excepcionais são definidas, pela norma NBR 7187:2003, como

aquelas cuja frequência de acontecimentos são relativamente raras, como choques de

objetos móveis, explosões, fenômenos naturais entre outros.

Dentre as ações apresentadas, aquelas que se diferenciam e que se tornam

um caso singular para qualquer estrutura de pontes, são as cargas variáveis móveis. A

norma propõe uma subdivisão para esse tipo de ação, que deverá ser explicada para

o melhor entendimento do funcionamento de uma ponte. Também porque estas

cargas dinâmicas são muitas vezes responsáveis pelo surgimento, no tabuleiro, de

tensões de cisalhamento. Esta que é uma das principais preocupações a serem

tomadas na utilização de lajes alveolares.

2.1.1 CARGAS MÓVEIS

Segundo a NBR 7188:1982 (norma em vigor), esta representa o carregamento

proveniente do tráfego que solicita a estrutura. Nas pontes rodoviárias, estas cargas

móveis são chamadas de trem-tipo. Este é definido como um veículo de cargas

uniformemente distribuídas em uma área retangular de 3,0 x 6,0 m e sempre

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direcionada na direção do fluxo de veículos. Este deve estar localizado na posição

mais desfavorável para o cálculo.

O trem-tipo, como pode ser visto na Figura 4, também é classificado segundo

algumas características físicas de cada tipo, como: número e distância entre os eixos,

peso das rodas (dianteiras, intermediárias e traseiras) e largura de contato de cada

roda.

Segundo Moroz (2009), a distribuição dos eixos do trem-tipo se manteve em

relação à norma anterior (mudando apenas os valores dos pesos dos veículos), fator

negativo que, segundo o autor, não reflete a realidade do tráfego nas pontes

rodoviárias.

As estruturas de pontes rodoviárias são divididas em três classes distintas:

- classe 45: que caracteriza um veículo-tipo de 450 kN de peso total;

- classe 30: que caracteriza um veículo-tipo de 300 kN de peso total;

- classe 12: que caracteriza um veículo-tipo de 120 kN de peso total.

De acordo com Luchi (2006), as vias principais (rurais e urbanas) são de classe

45 enquanto que as outras duas são utilizadas em rodovias secundárias, interligando

municípios.

2.1.2 EFEITO DINÂMICO DAS CARGAS MÓVEIS

De acordo com a NBR 7187:2003, esse efeito deve ser analisado segundo as

teorias da dinâmica das estruturas. No entanto, a norma permite a utilização do

coeficiente de impacto (diferentes para pontes rodoviárias e ferroviárias) que assimila

as cargas móveis às cargas estáticas.

Segundo Moroz (2009), as considerações normativas sobre o coeficiente de

impacto, por serem baseados em aspectos geométricos, às vezes não são suficientes

para atender aos estados limites de fissuração e nem os critérios de vibração,

reduzindo, assim, as margens de segurança.

De acordo com Melo (2007), a abordagem utilizada pela norma brasileira não

está de acordo com a realidade, considerando que a resposta às ações dinâmicas, por

parte das pontes, depende de muitos outros fatores, e não só do vão da ponte. Ainda

de acordo com o autor, as normas mais atuais (Eurocódigo 1 e AASHTO – American

Association of State Highway and Transportation Officials) prescrevem modelos de

cargas móveis onde estão incluídas os efeitos dinâmicos.

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Para Luchi (2006), uma diferença básica que deve existir em um possível novo

modelo brasileiro comparado com o que existe em outros países, é a situação de

congestionamento, fato bastante frequente nas rodovias brasileiras. Nesse mesmo

estudo, o autor chama a atenção para a força cortante na seção do apoio no caso

onde a distância entre os veículos é mínima. Para ele, a análise da força cortante tem

muita importância na verificação de cargas móveis, ao contrário do que muitos autores

acreditam.

2.1.3 FORÇA CENTRÍFUGA

Segundo a NBR 7187:2003, para pontes rodoviárias em curva, considera-se

que essa força atua na superfície de rolamento, e seu valor característico é

determinado com sendo uma parcela C do peso do trem-tipo. Essa parcela varia

segundo o raio de curvatura da ponte.

2.1.4 CHOQUE LATERAL

Somente considerado em pontes ferroviárias.

2.1.5 EFEITOS DA FRENAÇÃO E DA ACELERAÇÃO

Nas pontes rodoviárias, segundo a NBR 7187:2003, a força longitudinal relativa

ao freio ou à aceleração do veículo deve ser vista como aplicada na superfície de

rolamento e de intensidade igual ao maior entre: 5% do peso de todo o tabuleiro já

considerando as cargas móveis distribuídas, ou 30% do peso do trem-tipo.

2.2 INTRODUÇÃO DO USO DE CONCRETO PROTENDIDO EM PONTES

De acordo com o PCI Bridge Manual (Precast/Prestressed Concrete Institute

Bridge Manual), o concreto protendido foi introduzido nas estruturas de pontes dos

Estados Unidos em 1949, e desde então se tornou a solução preferida entre os

projetistas de pontes. Razão pela qual o desenvolvimento dos materiais constituintes

desse sistema construtivo vem sendo desenvolvido até os dias de hoje.

Também pelo PCI Bridge Manual, uma das primeiras obras de arte construídas

nos EUA utilizando concreto protendido foi o Walnut Lane Memorial Bridge, como

pode ser vista na Figura 6, em 1949/50, na Philadelphia. A importância técnica e

histórica desse monumento se dá por ser o marco inicial de uma nova técnica

construtiva, considerando o sucesso econômico-estrutural do empreendimento, e por

não existir, nessa época, uma literatura com informações suficiente que facilitasse o

projeto da ponte.

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Figura 6: Walnut Lane Memorial Bridge (retirado do PCI Bridge Manual)

De acordo com o manual, existem muitas pontes, nos EUA, consideradas como

“deficientes”. Isso não significa que elas estejam a ponto de desabar ou que não seja

seguro utilizá-las. No entanto, estas devem ser alvo de constante manutenção, ou

mesmo, substituição. Alguns fatores, como a idade das pontes (algumas com mais de

40 anos), o aumento do tamanho, do peso e do fluxo de veículos e, em regiões

costeiras, a ação corrosiva da umidade, que reduz a resistência dos cabos de

protensão, são responsáveis por desgastar a estrutura das pontes, levando-as ao

status de “deficientes”.

2.3 LAJE ALVEOLAR

A NBR 14861:2002 define uma laje tipo painel alveolar protendido como sendo

um conjunto de painéis alveolares de concreto protendido (PACP) pré-fabricados,

agrupados lateralmente com uma capa de concreto (colocado após a montagem da

laje) e material de rejuntamento entre os painéis, este que apresenta importância

fundamental na solidarização entre os painéis. Segundo Almeida (2010), é a qualidade

das juntas que vai determinar a melhor ou pior transmissão de cargas de um painel ao

outro. A Figura 77 representa os perfis (simples e composto) de uma laje alveolar.

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Figura 7: Perfil simples (sem capa) e composto (com capa) – medidas em

mm (retirado do artigo de Marquesi (2009) para o 2º EM PPP COM)

2.3.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE UM PAINEL ALVEOLAR COM USO EM EDIFICAÇÕES

De acordo com Marquesi (2009), no pré-dimensionamento de uma laje

alveolar, pode-se considerar que o painel trabalhe isoladamente em relação aos outros

elementos. Utilizando-se tabelas e ábacos é possível fazer um pré-dimensionamento

da laje alveolar para dado tipo de vão. Para o autor, uma das diferenças de cálculo da

laje alveolar para outros tipos de elemento de concreto protendido, está no

funcionamento da peça quando se considera uma seção composta (o autor observa

que o funcionamento desse conjunto depende muito dos cuidados de execução) e na

falta de armadura transversal para resistir a esse tipo de esforço.

Pela NBR 9062:2006, o cálculo da peça composta deve considerar alguns

fatores, como as tensões existentes somente na parte pré-moldada, as propriedades

mecânicas de ambos os concretos (pré-moldado e moldado in-loco), as ações

causadas pela utilização da capa (como a retração e a fluência) e o resultado dessas

ações quanto ao deslizamento na interface entre as superfícies.

Os ábacos e tabelas apresentadas no artigo de Marquesi (2009), definidas nas

Figure 88 e Figura 99. Primeiramente, analisando-se o ábaco, determina-se qual a

altura da laje que será utilizada. Para analisar o ábaco, é necessário saber o valor do

vão e a relação sobrecarga (g3) e carga acidental (q), na forma (g3+q) x 0,1 (kN/m²).

Tendo em mãos a altura da laje, recorre-se à tabela referente a esta altura e, logo,

obtém-se os dados pertinentes ao dimensionamento.

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Figure 8: Ábaco para pré-dimensionamento de lajes alveolares (retirado

do artigo de Marquesi (2009) para o 2º EM PPP COM)

Figura 9: Exemplo de tabela com dados sobre a laje determinada no

ábaco (retirado do artigo de Marquesi (2009) para o 2º EM PPP COM)

O autor chama a atenção a uma limitação importante quanto ao uso dos

ábacos e tabelas supracitados. Há situações em que a utilização do ábaco e da tabela

não é suficiente para o projetista tomar uma decisão sobre a utilização da laje. Isso

ocorre, principalmente, quando os resultados tabelados estão próximos àqueles

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atuantes. Neste caso, o autor recomenda que se faça uma análise (presente em

PETRUCELLI (2009)) na laje definida no pré-dimensionamento.

2.3.2 MECANISMOS DE RUPTURA EM LAJES ALVEOLARES

A NBR 14861:2002 recomenda que sejam feitas as inspeções, em todas as

obras, dos PACP. Devem ser feitas inspeções gerais, por parte do comprador, para

análise das características do painel, confirmando a compatibilidade deste com o

projeto e com a norma.

A norma também recomenda a realização de ensaios que verifiquem o

desempenho dos PACP quando estes estiverem sendo solicitados em obra.

De acordo com Costa (2009), existem inúmeros mecanismos de ruptura em

uma laje alveolar, e próximos ao colapso da peça podem coexistir mais de um tipo

desses mecanismos na seção que irá romper. A autora determina os seguintes

mecanismos de ruptura: falha por perda de ancoragem; falha por cisalhamento; falha

por cisalhamento em região fissurada; falha por cisalhamento combinado com torção;

falha por flexão (onde há grande possibilidade de escorregamento da armadura

próxima ao apoio); falha por interação dos mecanismos de flexão e cisalhamento;

falha por combinação de flexão e escorregamento da armadura ativa; separação da

capa de concreto com o elemento pré-fabricado.

Para Costa (2009), esses mecanismos de ruptura, citados anteriormente, estão

diretamente relacionados com uma série de fatores tais quais: geometria da seção

transversal (altura das lajes; espessura das nervuras e formato dos alvéolos); o nível

de protensão, onde são consideradas as perdas de protensão do início ao longo da

vida útil; pela resistência à tração do concreto, assim como da compressão; à

qualidade de aderência entre o concreto e a armadura; a aderência no contato entre o

elemento pré-moldado e a capa subseqüente.

Para Almeida (2010), dentre os problemas com a força cortante que venha a

solicitar a laje, esta deriva de alguns parâmetros como a qualidade do betão utilizado

nas juntas dos painéis; a geometria da laje; o valor e posição transversal e longitudinal

da carga; e, também, a ausência de armadura transversal no interior do elemento.

Como solução para melhorar a resistência ao cisalhamento nas lajes

alveolares, Catoia, Pinheiro e Ferreira (2009) afirmam que a utilização da capa de

concreto ou o preenchimento de alguns alvéolos são soluções adequadas. Eles

acreditam que a utilização da capa alterou o mecanismo de ruptura. Enquanto os

ensaios com a laje sem capa rompeu por uma combinação de cisalhamento e torção,

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a laje com capa ficou mais próxima de romper-se pelo mecanismo de ruptura de

cisalhamento puro.

Outra questão apontada pelos autores supracitados, diz respeito às equações

recomendadas pela FIB (Federatión Internationale du Béton). Eles afirmam que os

resultados teóricos dessas equações, quanto à resistência cisalhante, são coerentes

tanto para a seção composta, quanto para a não composta.

2.4 VERIFICAÇÕES EM UMA LAJE ALVEOLAR PROTENDIDA PARA O

ELU E O ELS

2.4.1 CÁLCULO, NO ESTADO LIMITE ÚLTIMO, DE LAJES ALVEOLARES NA

FLEXÃO E NO CISALHAMENTO

De acordo com Marquesi (2009) o cálculo para o estado limite último deve ser

feito para as duas situações (de flexão e de cisalhamento) descritas. Para o caso da

flexão, devem-se considerar, respectivamente, duas situações distintas (para o tempo

zero e para o tempo infinito), e para o cisalhamento uma situação (verificação no

tempo infinito):

- NO TEMPO ZERO (OU EM VAZIO)

Segundo Marquesi (2009), considera-se o cálculo no estádio I, na efetivação da

protensão, evitando-se o colapso ao se respeitar os limites de tensão do concreto, não

utilizando armadura superior e considerando a tração com o sinal negativo:

cjsou i, f 0,7σ0

Onde,

sou i,σ - tensão normal no concreto junto ao bordo superior ou inferior da seção;

cjf - Resistência característica do concreto na época do ato da protensão.

Na Figura 1010, abaixo, representa-se um esquema que exemplifica o objeto

de estudo e apresenta uma fórmula para calcular o elemento de forma a evitar a

utilização de cabos junto à face superior da laje:

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Figura 10: Efeito da perda de protensão a uma distância L da borda

(retirado de Marquesi (2009))

Considera-se um painel simplesmente apoiado, com as perdas de protensão

estimadas para toda sua extensão. A seção mais crítica onde deve ser verificada a

existência de tração na parte superior é aquela que dista L do apoio, onde L é o

comprimento de transferência de protensão.

Para se certificar que não será necessário a utilização de cabos junto à borda

superior, deve-se satisfazer a condição abaixo:

0W

M

W

eN

A

s,1

g1,S

s,1

pp

s

Onde,

sσ - tensão normal no concreto junto à borda superior na seção (seção crítica

de verificação a L do apoio);

pN - força de protensão com as perdas iniciais (tempo zero);

e - excentricidade da força de protensão – distância do cg da armadura ao da

seção transversal;

s,1W - Módulo de deformação (inércia sobre a distância do cg da seção a borda

superior) da seção pré-fabricada.

- NO TEMPO INFINITO (CONSIDERANDO TODAS AS AÇÕES E SEÇÃO

COMPOSTA)

Neste caso, Marquesi (2009) afirma que a verificação para o tempo infinito (a

tensão na armadura está considerada com todas as perdas de protensão) pode ser

feito considerando a seção composta, ou seja, a capa trabalhando em conjunto com o

painel alveolar pré-moldado.

O problema consiste, de acordo com o autor, em encontrar um par de valores

referentes a deformação específica junto à fibra mais comprimida do concreto, e deste

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junto à armadura, de forma a equilibrar as forças resultantes da seção transversal.

Esses valores de deformação devem ser constantes nos domínios definidos na norma,

conforme a Figura 111 abaixo:

Figura 11: Domínio para verificação do ELU a flexão e no tempo infinito

(retirado de Marquesi (2009))

Para a determinação da tensão na armadura no caso do concreto protendido,

devem-se considerar, além da deformação do concreto junto à armadura, os valores

de pré-alongamento e descompressão.

Tendo-se a armadura de protensão, obtém-se a tração na armadura:

pdpp A F

spf pd

Considerando o equilíbrio de forças entre a armadura e o concreto, descobre-

se o valor da linha neutra (x) na seção:

xbfcd 8,085,0 F F cp

E, ao final, define-se o momento resistente (ou de cálculo):

xd 4,0F M M pdu

Onde,

pF- força de tração na armadura;

pA - área da armadura de protensão;

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dbkV wcptrdrd ]15,0)402,1([

02,01

db

A

w

p 02,0

c

sdcp

A

N 16,1 dk

pd - tensão na armadura de protensão;

cp ,

- deformação de pré-alongamento na armadura e deformação no

concreto no nível do cg da armadura na situação de equilíbrio;

cF - Força de compressão no concreto;

cd f - resistência de cálculo do concreto comprimido;

b - largura de concreto comprimido;

x - valor da profundidade da linha neutra;

M u - momento último resistido pela seção;

dM - momento de cálculo resistido pela seção.

- VERIFICAÇÃO DO CISALHAMENTO NO ESTADO LIMITE ÚLTIMO PARA O

TEMPO INFINITO

Em Marquesi (2009), definem-se algumas fórmulas para o caso de elementos

de largura superior a cinco vezes sua altura e sem armadura transversal. De acordo

com o autor, o cortante solicitante pode ser determinado em função do vão e da

intensidade das cargas atuantes e este será inferior ao cortante último, que é definido

abaixo:

Onde,

4,1

21,025,0

3 2

ck

Rd

f

2.4.2 VERIFICAÇÃO, NO ESTADO LIMITE DE SERVIÇO, DE FISSURAÇÃO DA LAJE

Em Marquesi (2009), recomenda-se que, para a laje alveolar, sejam feitas as

verificações do estado limite de formação de fissuras (de acordo com a NBR

6118:2003, é o estado onde se inicia a formação de fissuras, ou seja, quando a tração

máxima na seção se iguala à resistência característica à tração do concreto) para

combinação freqüente de ações, e estado limite de descompressão (pela NBR

6118:2003, é o estado onde um ou mais pontos da seção transversal possuem tensão

normal nula) para combinação quase-permanente de ações. Isso para as diferentes

condições de agressividade do ambiente e, para os pré-moldados, protensão de nível

2.

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As fórmulas abaixo, retiradas de Marquesi (2009), exemplificam as verificações

para o estado limite de fissuração e de descompressão, respectivamente:

inf.

2,

1321

ctk

i

qg

i

gg

i

pp

i fW

xMM

W

MM

W

M

A

N

02,

2321

i

qg

i

gg

i

pp

iW

xMM

W

MM

W

M

A

N

Onde:

iσ - Tensão normal no concreto, junto à borda inferior;

pN- Força de protensão na seção no tempo infinito;

e - Distância do cg dos cabos ao cg da seção transversal;

i,1W- Módulo de deformação (inércia sobre a distância do cg da seção a borda

inferior) da seção pré-fabricada;

i,2W- Módulo de deformação (inércia sobre a distância do cg da seção a borda

superior) da seção pré-fabricada;

1 , 2 - Coeficientes para combinação freqüente e quase permanente,

respectivamente;

1gM- Momento no meio do vão referente à ação permanente da seção simples;

2gM- Momento no meio do vão referente à ação permanente da capa;

3gM-Momento no meio do vão referente à ação permanente da sobrecarga

permanente;

qM- Momento no meio do vão referente à ação acidental;

inf.ctkf- resistência à tração do concreto.

2.4.3 VERIFICAÇÃO, NO ESTADO LIMITE DE SERVIÇO, DE DEFORMAÇÃO

EXCESSIVA PARA LAJES ALVEOLARES

Segundo a NBR 6118:2003, os deslocamentos limites são determinados de

forma a limitar as deformações máximas que um elemento pode apresentar em

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serviço. A norma estabelece quatro grupos básicos que apresentam situações

distintas e que definem as flechas máximas permitidas:

- ACEITABILIDADE SENSORIAL

Este limite pode ser caracterizado por vibrações excessivas e efeitos visuais

desagradáveis. Exemplos para essa situação e os valores máximos de flecha são

definidos na Figura 12, abaixo.

- EFEITOS ESPECÍFICOS

Os deslocamentos podem comprometer o funcionamento adequado da

construção. Suas características estão definidas na Figura 12, abaixo.

- EFEITOS EM ELEMENTOS NÃO-ESTRUTURAIS

Deslocamentos que podem interferir no funcionamento de elementos não

estruturais. Suas limitações estão descritas na Figura 122, abaixo.

- EFEITOS EM ELEMENTOS ESTRUTURAIS

Caso em que os deslocamentos interferem no funcionamento dos elementos

estruturais. Neste caso, os efeitos podem provocar diferenças em relação às hipóteses

de cálculo adotadas. Caso este deslocamento seja relevante para o elemento em

questão, os efeitos de tensão e de estabilidade devem ser considerados.

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Figura 12: Limites para os deslocamentos (retirado da NBR 6118:2003)

No referido trabalho, a laje da ponte deverá atender aos requisitos de

aceitabilidade sensorial, considerando-se o conforto visual da estrutura. Logo, são

considerados os deslocamentos em decorrência das combinações quase permanentes

e dos efeitos de fluência.

250lim321 2

itepqggg aa

Onde:

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pqggga 2321 - flecha devido às ações g1+g2+g3+ 2 q+p, ou seja,

combinação quase permanente;

g1 - ação de peso próprio;

g2 - ação da capa;

g3 - sobrecarga permanente;

q - carga acidental;

p - efeitos de protensão;

itealim - flecha limite prevista pela Norma;

- vão do elemento.

2.5 DISTRIBUIÇÃO TRANSVERSAL DE ESFORÇOS EM UMA LAJE

ALVEOLAR

Uma questão de extrema importância na análise estrutural das lajes alveolares

é a transferência transversal de esforços, causadas por forças verticais concentradas

ou distribuídas. De acordo com El Debs (2000), essa transferência pode ser analisada

por processos analíticos, desde que se admita que as ligações ao longo do elemento

trabalhem como articulações. O autor afirma que, em situações práticas, é possível

utilizar os diagramas (indicados na Figura 133) para lajes formadas por elementos

com 1,2 m de largura.

Figura 13: Distribuição transversal nos painéis alveolares (retirado de El

Debs (2000))

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Dessa forma, torna-se possível verificar a parcela da carga que cada um dos

painéis absorve frente ao carregamento.

2.6 CONTINUIDADE

A laje alveolar protendida é usualmente utilizada de maneira simplesmente

apoiada, ou seja, não existem momentos negativos atuantes na laje e,

consequentemente, não há tração em sua borda superior.

Uma idéia bastante discutida nos estudos de laje alveolar é o de utilizá-la de

maneira contínua. A existência de um momento negativo na região do apoio

intermediário implicaria na redução dos momentos positivos atuantes em cada tramo

da laje.

Para os elementos pré-moldados em geral, dentre as vantagens em se utilizá-

las de maneira contínua, pode-se citar: redução da altura dos elementos fletidos;

estabilizar a rigidez do pórtico; distribuir efeitos de segunda ordem nos elementos

(reduzindo o momento fletor nos pilares); aumentar a capacidade portante da laje,

reduzindo os momentos fletores positivos e os deslocamentos no meio do vão de cada

tramo.

É possível promover a continuidade da laje de duas formas: posicionando a

armadura na região onde ocorre tração dentro da capa de concreto ou, também pode

ser feita concretando-se as barras no interior dos alvéolos, conforme Figura 144.

Figura 14: (a) Barras de aço posicionado na região tracionada da capa; (b)

Barra posicionada e concretada no interior do alvéolo. (retirado de Santos

(2011))

Dentre as questões de maior importância no estudo da continuidade das lajes

alveolares, pode-se citar: a resistência ao cisalhamento da laje; a resistência à flexão e

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a capacidade de aderência entre o concreto e a barra, para transferência de esforços

entre elas.

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3. Fundamentos e teoria de cálculo

de laje alveolar

Os elementos estruturais desenvolvidos em concreto protendidos apresentam uma

grande quantidade de soluções para um mesmo projeto. O sistema, baseado na

introdução de esforços de compressão, reduz as fissuras do concreto, reduzindo

muitos problemas que vêm a prejudicar o material. A pré-fabricação e a utilização de

capas de concreto moldadas no local, potencializam ainda mais o sistema. O arranjo

deste com armaduras (passivas e ativas), tornam o sistema capaz de resistir a vãos

maiores.

Geralmente, os elementos pré-moldados de pisos são protendidos. Estes,

projetados em conformidade com as normas nacionais e internacionais, garantem a

melhor eficiência e resistência da laje, quando utilizada. De acordo com Petrucelli

(2009) “selecionando-se as literaturas vigentes e padronizando-se as seções

transversais e quantidades de fios/cordoalhas é possível projetar o sistema de piso

considerando-se todas as combinações de cargas e vãos”.

De acordo com a norma brasileira NBR6118:2003, a definição de concreto com

armadura ativa pré-tracionada é a seguinte:

“Concreto protendido em que o pré-alongamento da armadura ativa é feito

utilizando-se apoios independentes do elemento estrutural, antes do lançamento do

concreto, sendo a ligação da armadura de protensão com os referidos apoios desfeita

após o endurecimento do concreto; a ancoragem no concreto realiza-se só por

aderência”.

Logo, as lajes alveolares protendidas tratam-se de um sistema pré-tracionado.

Quanto à protensão aplicada na seção, deve-se garantir que a durabilidade do

elemento esteja satisfeita, evitando-se a corrosão da armadura (ativa, maior risco de

corrosão devido às grandes tensões atuantes, e a passiva). Logo, é necessário a

verificação quanto ao estado limite de fissuração, assegurando a integridade do

elemento.

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3.1 ROTEIRO PARA O DIMENSIONAMENTO E VERIFICAÇÃO DA ARMADURA LONGITUDINAL PARA ELEMENTOS COM PRÉ-TRAÇÃO

O roteiro abaixo, retirado de PETRUCELLI (2009), mostra, de maneira simples,

uma forma de se determinar a armadura longitudinal de um painel alveolar.

Segundo a autora, deve-se, a princípio, estabelecer um modelo de cálculo onde

o painel alveolar será representado por uma viga bi-apoiada em elementos

indeslocáveis na vertical. No roteiro, também não está presente a verificação da

torção, sendo este um caso mais particular que não convém ao presente trabalho. NO

caso de Petrucelli o roteiro foi concebido para elementos submetidos as ações

uniformemente distribuídas. No caso de pontes o elemento deve ser dimensionado

para uma envoltória de esforços nas diversas seções. Assim além do roteiro

apresentado por Petrucelli cabe ainda um roteiro para a determinação dos esforços

(momentos e cortantes) da envoltória de cálculo.

Determinação da envoltória de esforços:

1) Determinação das ações máximas em uma nervura considerando o

trem tipo na posição mais desfavorável da seção transversal, obtendo-

se o trem tipo Longitudinal

2) Determinação da envoltória de esforços solicitantes de momento fletor e

cortante considerando o trem tipo longitudinal e com a ajuda das linhas

de influência de diversas seções. Procedimento que pode ser

automatizado através do FTOOL.

Abaixo está exemplificado o roteiro de cálculo estabelecido pela autora.

a) Obtenção de todos os dados iniciais, dentre eles as características do

elemento (tipo de concreto, aço, seção transversal com e sem capa, etc),

carregamentos a serem considerados, as características geométricas

através da seção e as condições ambientais. As dimensões da seção

transversal devem ser obtidas a partir de manuais que apresentam tabelas

de pré-dimensionamento (vide anexo B) que relacionam a espessura com a

sobrecarga e vão;

b) Determinação da armadura de protensão Ap no estado limite último no

tempo “infinito”. Aqui ainda se trata de um pré-dimensionamento, por isso

devem ser consideradas decorridas todas as perdas, adotando-se um valor

para tal;

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c) Verificação do estado limite último no tempo “zero” apenas com peso próprio

(em vazio). É necessário calcular a distância em que ocorre a transferência

de protensão e em seguida são feitas as verificações. A força de protensão é

dada através do valor de Ap obtido no item 2. Consideram-se os limites de

compressão excessiva (na data da liberação de protensão) e

descompressão. Caso as duas condições estejam atendidas (a de tração e a

de compressão), ir para o item 5;

d) Ocorrendo tração nas fibras superiores, acrescentam-se cordoalhas nas

mesmas. Não sendo possível eliminar a tração e a compressão excessiva,

verificar outro elemento de maior altura;

e) Determinação das perdas de protensão considerando as imediatas e

diferidas. No caso das diferidas, consideram-se as etapas construtivas para

determinação de coeficientes adequados. Em geral, estipulam-se pelo

menos 4 etapas em que atuam os carregamentos nas seções simples e

composta;

f) Dimensionamento do valor de Ap como no item 2, com o valor final das

perdas já calculado;

g) Verificação em vazio com as perdas já calculadas;

h) Verificação do estado limite de serviço para a fissuração no tempo “infinito”

considerando-se as combinações frequente e quase permanente (usar os

coeficientes Ψ1 e Ψ2 da NBR61118:2003) para as cargas acidentais. A força

de protensão é dada através do valor de Ap obtido no item 6. Os limites de

tensão são dados pela NBR6118:2003 dependendo da condição de

agressividade ambiental. Se as tensões não forem atendidas é possível

aumentar a quantidade de cabos ou aumentar a altura da peça;

i) Verificação do cisalhamento das situações com seção simples (laje sem

capa) e seção composta (laje com capa). Se necessário, introduzir armadura

passiva após a concretagem e/ou preencher os alvéolos para diminuir as

tensões;

j) Verificação das deformações, determinado os valores das flechas para

cada carregamento. No caso de protensão limitada, compara-se o momento

total com o momento de fissuração e em seguida determina-se o coeficiente

de fluência que atua desde a data inicial até a idade considerada da

introdução do carregamento, sendo, portanto, variável para cada um deles.

Comparar com os valores limites descritos na norma;

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k) Detalhamento da peça com os valores finais encontrados e já verificados.

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4. Exemplos de cálculo para

utilização de painéis alveolares

protendidos em estruturas de

pontes

Neste tópico, através de um exemplo, é explicado um modelo de cálculo para

dimensionamento e verificação de um painel alveolar protendido em estruturas de

pontes. Há de se destacar a importância do roteiro desenvolvido por Petrucelli (2009)

para verificação e dimensionamento do elemento pré-moldado.

Também há de se destacar uma característica particular de uma ponte: a ação

dinâmica da carga acidental, representada pelo trem tipo longitudinal de classe 45.

A princípio, foi definida uma seção transversal da ponte com nove painéis

alveolares, com 1,20m de largura cada, posicionados lado-a-lado, totalizando uma

ponte com 10,8m de largura (duas faixas com 3,50m cada; um acostamento com

3,00m e uma faixa de segurança com 0,80m).

4.1 DETERMINAÇÃO DO POSICIONAMENTO DO TREM-TIPO NA SEÇÃO TRANSVERSAL PARA CÁLCULO DE REAÇÃO MÁXIMA – DETERMINAÇÃO DO TREM TIPO LONGITUDINAL

A primeira etapa deste estudo se resume em definir qual será o painel mais

carregado, definindo a posição do TT (trem tipo) em que isto ocorre.

Considerou-se, tomando-se como base os gráficos presentes na Figura 133,

que uma carga aplicada será distribuída em, somente, cinco paineis adjacentes,

majorando, desta forma, as cargas que cada painel recebe.

Logo, são dois os painéis mais críticos que devem ser estudados: o painel da

extremidade e o painel central. Para cada um desses painéis, existem oito casos

distintos referentes à posição do TT na seção transversal. Também é preciso

considerar o efeito da carga acidental de 5kN/m² nos painéis onde não existe a ação

da carga concentrada que simula a roda do veículo.

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Após verificados cada um desses dezesseis casos, concluiu-se que, quando o

trem-tipo possui uma das rodas sob o painel central, e a outra posicionada no painel

adjacente, o sistema apresenta maiores esforços, tanto de flexão quanto de cortante,

para resistir às ações atuantes.

Há de se destacar que, neste exemplo, considerou-se um vão de ponte de

6,0m. Informação importante para a análise das parcelas de carga que cada painel

recebe.

O esquema em questão está demonstrado na Figura 15. Com este esquema e

consultando a tabela da Figura 13 obtêm-se do carregamento longitudinal a ser

aplicado no elemento em questão, ou o Trem Tipo Longitudinal, mostrado na Figura

16. Este carregamento foi empregado para determinação da envoltória de esforços

com o auxílio do FTOOL.

Figura 15: Posição mais crítica do TT na seção transversal

Figura 16: Distribuição de cargas na seção longitudinal da ponte

4.2 ESPECIFICAÇÕES E DADOS SOBRE O PAINEL ALVEOLAR

Os resultados de esforços obtidos por meio do FTOOL mostram que a ponte

está sendo solicitada por um momento de 132 kN.m e uma cortante de 96,5 kN de

intensidade. Por meio das tabelas de pré-dimensionamento apresentadas no Manual

MUNTE, optou-se por um painel de 26,5 cm de altura, complementada por uma capa

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de concreto estrutural, de 5 cm, moldado no local. Na Figura x estão indicadas todas

as informações geométricas que serão utilizadas no desenvolvimento desse exemplo.

Lembrando que o vão da ponte é de 6 m, simplesmente apoiada, concreto do

painel pré-moldado com , onde j = 20 h da introdução da protensão,

, aço CP190RB e . O concreto da capa terá

.

Tabela 1: Dados geométricos da seção de uma laje alveolar de 26,5 cm de espessura e com 5 cm de capa

Dados geométricos da seção de uma laje alveolar de 26,5 cm e 5 cm de capa

Área = 0,1632 m²; Perímetro = 6,04 m; I = 0,0015 m4; ys = 0,1353 m; Ws = 0,011 m³;

Wi = 0,012 m³; es = excentricidade cabos inferiores = 0,095 m; es’ = excentricidade

cabos superiores = 0,1 m.

Área = 0,2202 m²; Perímetro = 6,14 m; I = 0,0025 m4; ys = 0,1754 m; Ws = 0,014 m³;

Wi = 0,018 m³; ec = excentricidade cabos inferiores = 0,1 m; ec’ = excentricidade

cabos superiores = 0,14 m.

Dados complementars: e , cimento do tipo ARI (α=3 para

fluência), CAA II, umidade relativa do ar U=70%, temperatura ambiente média T=20˚C

e classe de agressividade ambiental tipo II (Moderada).

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A Tabela 2 mostra todos os carregamentos que estão solicitando a estrutura,

assim como os esforços que estes causam na laje.

Tabela 2: Carregamentos e esforços da estrutura

Ação Sigla Carga distribuída (kN/m Carga pontual (kN) Momento (kN.m)

Cortante (kN)

Peso Próprio g1 4,08 - 18,40 12,24

Capa g2 1,50 - 6,75 4,50

Asfalto g3 1,10 - 4,95 3,30

Acidental Q 5,50 108 132,70 96,50

Acidental Quase

permanente

40%.q - - 53,1 38,6

Acidental Frequente

60%.q - - 79,62 57,9

4.3 PRÉ-DIMENSIONAMENTO NO ELU (T=∞)

Para o pré-dimensionamento no ELU, considera-se que a laje esteja

trabalhando no tempo infinito, ou seja, a laje trabalha com seção composta (painel e

capa trabalhando solidarizadas) e todas as perdas de tensão da protensão (tantos as

imediatas como as diferidas) já ocorreram.

A princípio, majoram-se os esforços segundo critérios estabelecidos para os

pré-moldados: coeficiente de 1,3 para o peso próprio do painel alveolar e 1,4 para as

demais cargas.

Com o momento majorado e supondo que a linha neutra passe pela capa,

define-se os valores adimensionais KMD, KX e KZ:

E, por meio da Tabela 9,verifica-se os valores de KX, KY e .

KX=0,1739; KZ=0,9305 e

Tendo o valor de KX, verifica-se, finalmente, qual a posição da linha neutra.

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32

Conclui-se, portanto, que a linha neutra esteja passando pela capa estrutural

de concreto.

4.3.1 DEFINIÇÃO DAS PERDAS DE PROTENSÃO TOTAIS

Como dito anteriormente, o pré-dimensionamento, aqui exemplificado, está

sendo feito para o tempo infinito, onde todas as perdas de protensão já ocorreram.

Logo, nesse estágio do dimensionamento, adota-se um valor aleatório para a parcela

de perda de 25% (valor que será calculado no decorrer do exemplo).

Na NBR 6118:2003, define-se a tensão inicial para pré-tração e aço com

relaxação baixa – RB):

Onde,

Logo, supondo uma perda de 25% da tensão inicial, a tensão do aço no tempo

infinito é de:

Por meio da interpolação de valores definidos na Tabela 10 de Vasconcelos

(1980) e utilizando a tensão do aço no tempo infinito, encontra-se a deformação

específica do aço devido à protensão ( ).

Esta, somada à , têm-se a deformação específica total ( ), a partir de qual,

por meio da tabela 9, chega-se à tensão total nos cabos de aço para o tempo infinito.

4.3.2 DEFINIÇÃO DA ARMADURA NECESSÁRIA DE PROTENSÃO

Desta forma, define-se a armadura necessária para resistir aos esforços

solicitantes da laje para o ELU no tempo infinito.

Utilizando cordoalhas com 12,7 mm de diâmetro (cuja área é de 98,7 mm²),

chega-se à seguinte quantidade de cordoalhas:

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4.4 VERIFICAÇÃO EM VAZIO (T=0)

De acordo com o roteiro descrito por Petrucelli (2009), o próximo passo deve

ser a verificação dos esforços para o tempo zero, ou seja, no momento onde a tensão

de protensão sofreu apenas as perdas imediatas de tensão e não há nenhum

carregamento, além do peso próprio do painel, para balancear as tensões de tração

nas fibras superiores da laje.

Como, neste caso, não é permitida nenhuma tração no painel, as tensões

atuantes devem se estabelecer no seguinte intervalo estabelecido pela NBR

6118:2003.

A tensão inicial de pré-tração, definida no tópico 4.3.1, deve ser decrescida de

uma perda arbitrária pelo projetista (perda que será calculada no futuro e referente as

perdas imediatas). Aqui, adota-se uma perda de 10%.

Essa verificação deve ser feito em duas seções críticas da laje: a primeira no

meio do vão e a segunda na seção onde o efeito de transferência da força de

protensão será completa.

Por meio das equações abaixo e adotando, conforme padrão no cálculo de

elementos protendidos, sinal positivo indica compressão e sinal negativo indica tração

na seção.

A seguir será feita uma sobreposição de efeitos tanto nas fibras inferiores como

nas superiores. No item 4.4.1 será calculado os efeitos de tensão na seção

decorrentes da força de protensão. No item 4.4.2 serão calculados as tensões na

seção do meio do vão causadas pela ação do peso próprio do painel. Enquanto que

no item 4.4.3, será calculado os mesmos efeitos na seção próxima ao apoio.

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34

4.4.1 TENSÕES DECORRENTES DA FORÇA DE PROTENSÃO

Abaixo são calculadas as tensões causadas pela ação da protensão nas

bordas inferiores e superiores da laje.

4.4.2 VERIFICAÇÃO NO MEIO DO VÃO

São calculadas as tensões decorrentes do peso próprio do painel para, em

seguida, sobrepor com as tensões de protensão e fazer as devidas verificações para

painel.

Somando-se os efeitos de protensão com os efeitos do peso próprio do painel

alveolar, resulta nas seguintes tensões nas fibras inferiores e superiores:

Observa-se que há necessidade de cordoalhas de protensão na borda superior

da laje.

Para o cálculo da armadura necessária na borda superior, de acordo com

Petrucelli (2009), realizam-se as verificações acima considerando uma ação Np’,

função de uma armadura Ap’, atuando na borda superior da laje.

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Utilizando cordoalhas de 9,5 mm de diâmetro (cuja área é de 0,55 cm²), chega-

se no número de barras necessárias na fibra superior.

4.4.3 VERIFICAÇÃO PRÓXIMA AO APOIO

A verificação próxima ao apoio implica em definir qual a seção onde ocorre a

transferência de protensão, esta que, aliado ao fato de ser uma região de baixo

momento positivo, seja a seção mais crítica da laje.

Primeiramente, define-se qual o comprimento de transferência de protensão

(lbpt).

Em seguida, utiliza-se a equação para definir a distância de regularização.

Logo, conclui-se que o comprimento de transferência de protensão é dado a

1,16 m da extremidade da viga.

Contudo, resta saber qual o momento referente ao peso próprio do painel que

está atuando nessa seção.

As tensões resultantes desse momento, nas bordas inferior e superior, são,

respectivamentes:

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Concluindo, sobrepõe-se as tensões relativas a protensão e ao peso próprio,

conforme feito na verificação no meio do vão.

Conforme já esperado (se não passou no meio do vão seria provável que não

passasse para a extremidade).

Portanto, é necessário verificar qual a armadura necessária na borda superior

da laje. Este cálculo é feito da mesma forma que fora calculado para o meio do vão:

Utilizando cordoalhas de 9,5 mm de diâmetro (cuja área é de 0,55 cm²) é o

suficiente para satisfazer a necessidade de armadura superior.

4.5 DETERMINAÇÃO DAS PERDAS DE PROTENSÃO

Após efetuada a verificação, deve-se iniciar os cálculos referentes as perdas de

protensão, sendo elas imediatas ou diferidas (ao longo do tempo).

Lembrando que essas perdas foram pré-fixadas para o pré-dimensionamento,

ao final dos cálculos será verificado se esses valores adotados estão coerentes com a

realidade.

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Tabela 3: Cronograma com os tempos de perdas divididos por etapas

Etapa Tempo da

concretagem

Ação Seção Perdas

1 20 horas p+g1 Simples

Deformação Imediata

Deformação por ancoragem

Relaxação da armadura

2 15 dias p+g1+g2 Simples

Retração do concreto

Fluência do concreto

Relaxação da armadura

3 45 dias p+g1+g2+g3 Simples

Retração do concreto

Fluência do concreto

Relaxação da armadura

4 60 dias p+g1+g2+g3+

Composta

Retração do concreto

Fluência do concreto

Relaxação da armadura

5 10000 dias p+g1+g2+g3+

Composta

Retração do concreto

Fluência do concreto

Relaxação da armadura

A etapa 1 da Tabela 3 diz respeito ao tempo de 20 horas da protensão, ou seja,

as únicas cargas atuantes na laje são o peso próprio do painel pré-moldado e as

forças de protensão. Logo, esta se torna, no desenvolver dos cálculos, uma etapa

onde se verifica a possibilidade de fissurações (por meio de tensões de tração) nas

fibras superiores do painel.

Na etapa número 2, considera-se a aplicação da capa de concreto sobre o

painel. Nesta etapa, há de se considerar um amento da área da seção transversal

referente a esta camada de concreto. Logo, a área da seção é definida por uma média

entre a seção do painel e da capa, resultando em A=0,1917m². Além disso, o

perímetro (μ) do concreto em contato com o ar é bastante grande. Nesta etapa, este

possui um valor de μ=6,04 m (considerando o perímetro dos alvéolos).

Nesta terceira etapa, de acordo com Petrucelli (2009), considera-se que a

seção trabalhe de forma composta (laje + capa), levando a uma área de A=0,2202 m².

Quanto ao perímetro em contato com o ar, a autora afirma que o concreto já está

relativamente saturado de ar. Logo, considera-se, no cálculo do perímetro, a largura

da peça (superior e inferior) e metade do perímetro dos alvéolos.

A quarta etapa consiste na execução da pavimentação sobre a laje. Portanto,

considera-se que a parte superior da laje já não esteja em contato com o ar. Para o

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cálculo do perímetro, consideram-se a largura inferior do painel somado a metade do

perímetro dos alvéolos.

Na última etapa, de acordo com Petrucelli (2009), os alvéolos costumam ser

tapados. Logo, o perímetro é definido pela largura da base inferior do painel.

4.5.1 PERDAS IMEDIATAS

Para as perdas iniciais, que ocorrem em um período de 20 horas para o início

da protensão, deve-se calcular as perdas decorrentes da deformação por ancoragem

da armadura, da relaxação da armadura durante a cura e da deformação imediata do

concreto.

- Deformação por ancoragem da armadura

Para este tipo de perda, supõe-se, conforme em Petrucelli (2009), uma pista de

protensão de 150 m e considerando um Δl=0,6 cm. Logo, a perda está calculada

conforme as equações abaixo.

- Relaxação da armadura

Para o cálculo da perda por relaxação (esta que ocorre em um momento

posterior à perda por ancoragem da armadura), considera-se que que o cabo já tenha

sofrido uma perda de protensão referente a ancoragem da armadura. Logo, por meio

da Tabela 4, define-se os valores de Y1000 para a respectiva tensão.

Tabela 4: Tabela com os valores de Y1000, em %

Tensão inicial Cordoalhas Fios Barras

RN RB RN RB

0,5 fptk 0 0 0 0 0

0,6 fptk 3,5 1,3 2,5 1 1,5

0,7 fptk 7 2,5 5 2 4

0,8 fptk 12 3,5 8,5 3 7

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O valor de Y1000 abaixo foi obtido interpolando os valores da tabela para

cordoalhas de relaxação baixa (RB).

- Perda imediata do concreto

Descontando os valores de perda calculados para os dois casos anteriores,

verifica-se, agora, qual a perda imediata do concreto. Lembrando que, como existe

armadura nas duas faces da laje, é necessário calcular essas perdas para cada uma

delas. Logo, iniciando-se para os cabos inferiores.

- Cabos inferiores

A equação acima define a tensão no CG das cordoalhas.

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De maneira semelhante, calcula-se a perda imediata do concreto para os

cabos superiores.

- Cabos superiores

4.5.2 PERDAS DIFERIDAS (AO LONGO DO TEMPO – ETAPAS 2, 3, 4 E 5)

As perdas diferidas calculadas neste trabalho são relativas a três situações

distintas: perda por fluência do concreto; perda por retração do concreto e perda por

relaxação da armadura.

Tabela 5: Área da seção para cada etapa e seus respectivos perímetros

Ação Descrição Área da seção (m²) Perímetro em contato com o ar (μ)

g1 Peso próprio 0,1917 6,04

g2 Capa 0,2202 3,63

g3 Asfalto 0,2202 2,43

Q Acidental 0,2202 1,25

- Perda por fluência do concreto

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O coeficiente φ(t,to) é calculado segundo Petrucelli (2009) apud NBR

6118:2003 (A.2.2.3 – Anexo A).

Tabela 6: Coeficientes de fluência para cada período

Etapa Período (dias) Área (m²) Perímetro (cm) φ (t,t0)

2 1 - ∞ 0,1917 6,04 3,04

3 15 - ∞ 0,2202 3,63 1,85

4 45 - ∞ 0,2202 2,43 1,44

5 60 - ∞ 0,2202 1,25 1,38

Logo, por meio dos coeficientes de fluência calculados, calculam-se as perdas

provenientes da fluência do concreto (para os cabos inferiores e superiores).

- Cabos Inferiores

- Cabos Superiores

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- Perda por retração do concreto

Para o cálculo da perda por retração, é necessário, primeiramente, definir o

coeficiente de retração .

Os valores de βf para cada período são definidos pela NBR 6118:2003 na

figura A.3, item A.2.3.2.

- Perda por relaxação da armadura

Assim como na etapa 1, é necessário definir a razão entre tensão atuante e

tensão última para definição do Y1000. Este que, para o tempo infinito, utiliza-se o

valor de 2,5*Y1000, definido pela norma.

- Cabos inferiores

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- Cabos superiores

4.5.3 PERDAS TOTAIS CONSIDERADAS ISOLADAMENTE E TENSÕES FINAIS

Considerando as perdas totais analisadas isoladamente (à favor da

segurança), os valores totais de perda, para cada borda, são os seguintes:

- Cabos inferiores

Assim, a tensão no tempo infinito atuando no cabo é de:

Totalizando em 38% de perda.

- Cabos superiores

Para os cabos superiores, o total de perdas é de:

Resultando em uma tensão de 1139 MPa no tempo infinito.

Definindo 22% de perdas.

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4.5.4 PERDAS PROGRESSIVAS E TENSÕES FINAIS

O cálculo das perdas progressivas é feito considerando-se a simultaneidade

entre as perdas.

- Cabos inferiores

Pelo cálculo das perdas progressivas, chega-se a uma perda total de 330 MPa,

conforme calculado.

Levando a uma tensão de:

Totalizando 32% de perdas.

- Cabos superiores

Da mesma forma para os cabos superiores

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Totalizando 26% de perdas de protensão.

Nota-se que as perdas no cabo inferior variam de 32% até 38%, enquanto que

as perdas no cabo superior variam de 22% até 26%.

Como continuidade do dimensionamento, deve-se verificar se a quantidade de

armadura calculada no pré-dimensionamento (onde foi considerada uma perda de

25%) será igual ou se será diferente. Caso seja diferente, deve-se recalcular todas as

perdas novamente.

Para os valores máximos de perda de 38% (inferior) e 26% (superior), o

dimensionamento se mantém com a mesma quantidade de cabos (9 ϕ 12,7 mm para a

borda inferior e 2 ϕ 9,5 mm).

4.6 VERIFICAÇÃO DE FISSURAÇÃO (T=∞)

Com o dimensionamento da laje concluído e as perdas em cada uma das

etapas calculadas, o próximo passo é realizar a verificação dos estados limites últimos

e de serviço.

Iniciando-se pela verificação do estado limite de serviço de formação de

fissuras. Neste, deve-se calcular o efeito da protensão no tempo infinito.

Nesta etapa, o concreto já possui o valor de 50 MPa. Devem ser verificadas as

combinações freqüentes ( ) e quase permanentes (

).

Iniciando-se pela combinação quase permanente:

- Combinação quase permanente (

- Fibras inferiores

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- Fibras superiores

Logo, a laje está verificada para essa combinação.

- Combinação frequente (

Da mesma forma, verifica-se para as combinações freqüentes.

- Fibras inferiores

- Fibras superiores

A laje está verificada para as combinações freqüentes. Em nenhum dos casos

as tensões atuantes ultrapassaram os limites normativos.

4.7 VERIFICAÇÃO DAS DEFORMAÇÕES

Nesta verificação, são analisadas as deformações que a laje sofre sob

determinado carregamento. Esta verificação é feita por etapas, ou seja, como os

coeficientes de fluência são diferentes para cada etapa, consequentemente as flechas

também serão.

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4.7.1 ETAPA 1

Primeiramente, define-se qual a força de protensão atuante na seção. Em

seguida, deve-se considerar um valor de momento fletor (Mp’) para as perdas de

protensão, de forma a melhor representar os efeitos da perda.

Tabela 7: Flechas imediatas para cada carregamento atuante

Ação Intensidade (ν) φ (t,to) I (m^4) a (m)

Protensão 94,65 3,04 0,0015 -0.0109

Perdas 31,36 3,04/2=1,52 0,0015 0.0036

PP 4,08 3,04 0,0015 0.0018

Capa 1,5 1,85 0,0015 0.0006

Asfalto 1,1 1,44 0,0025 0.0003

Acidental QP FTOOL FTOOL FTOOL 0.0043

Para a ação de protensão, o cálculo da flecha é definido pela seguinte fórmula:

Para as ações de carregamento da laje, a fórmula para a flecha é a seguinte:

Onde é o comprimento da laje (ou o vão da ponte).

Para efeito de verificação, a flecha obtida ao final da primeira etapa, é descrita

pela soma das flechas devido à protensão e pela flecha referente às perdas.

Em seguida, a NBR 6118:2003 define um valor limite para a flecha inicial. Esta

não deve ser superior a L/350, onde L é o comprimento da laje.

Logo, conclui-se que a flecha inicial está dentro dos limites estabelecidos na

norma.

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4.7.2 ETAPAS 2, 3, 4 E 5

A flecha final, considerando os efeitos de fluência e sob todos os carregamento

é dado por:

A flecha limite total dada pela norma é:

Logo, conclui-se que a laje de 26,5 cm de altura e com 5 cm de capa é

suficiente para atender aos requisitos estabelecido pela norma para deformação

excessiva.

4.8 VERIFICAÇÃO DO CISALHAMENTO

Tendo em vista que a laje não atendeu aos pré-requisitos de deformações,

torna-se desnecessário continuar as verificações a seguir. No entanto, por questões

didáticas, será feita a verificação da laje para o cisalhamento.

A NBR 6118:2003 define uma equação para verificação do cisalhamento

máximo que pode estar atuando na laje. Nesse caso, a laje deve ser analisada em

dois momentos distintos: quando da seção simples (diz-se de quando ela esteja

estocada na fábrica) e com a seção composta, sob todos os carregamento pré-

definidos e a capa trabalhando em solidarização com a laje.

4.8.1 SEÇÃO SIMPLES

Nesta situação, considera-se que a laje acabou de ser montada e, portanto, ela

ainda não conta com a solidarização da capa e o concreto está com uma resistência

de 30 MPa.

Nas equações deste tópico definem-se qual a força resistente Vrd da laje para,

em seguida, compará-la com a força solicitante.

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Para o cálculo do coeficiente , no bw utilizado deve ser descontada a largura

dos alvéolos.

Sabendo que a força resistente deve ser maior que a força solicitante de

cálculo, calcula-se a cortante atuante no momento da montagem da laje.

Como a força resistente é maior que a força solicitante, a laje está verificada

para esta situação.

4.9 SEÇÃO COMPOSTA

Nesta situação, todas as cargas previstas já estão atuando na laje. Logo,

calcula-se a força resistente.

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A força cortante atuante no tempo infinito, conforme obtido no FTOOL, é

equivalente a 96,5 kN.

Logo, a força solicitante de cálculo equivale a:

Conclui-se que a peça não apresenta problemas com o cisalhamento, neste

caso.

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5. Considerações finais

O objetivo principal deste trabalho foi o de definir, por meio de um exemplo

numérico, um modelo de cálculo que oriente no dimensionamento de uma laje alveolar

que esteja sendo solicitada por carregamentos atuantes em estruturas de pontes

Dentre as peculiaridades existentes em uma estrutura de pontes, pode-se dizer

que a ação de uma carga acidental móvel, representada pelo trem-tipo, é aquela que

melhor caracteriza e identifica esse sistema. As considerações de cálculo a serem

tomadas para esse tipo de ação implicam em verificar qual a posição na qual esta

estará provocando maiores esforços à estrutura. A partir do momento em que se

define a posição do trem-tipo, também é estabelecida uma envoltória de esforços de

momento e de cortante que é utilizada, junto às ações de peso próprio do painel, da

capa e do pavimento, para o dimensionamento do painel pré-moldado.

Para o desenvolvimento dos cálculos, tomou-se como base o mestrado de

Petrucelli (2009), onde a autora dimensionou duas lajes alveolares sob ações usuais

de pisos. E, a nível de comparação, foi possível analisar o impacto, sob o ponto de

vista estrutural e de dimensionamento, que a carga referente ao trem-tipo propicia à

laje alveolar.

Para se ter uma idéia, todas as condições de cálculo consideradas no trabalho

de Petrucelli (fck, tipo de aço, umidade relativa, temperatura) foram adotadas para ete

trabalho. Logo, as variáveis que os diferenciam são o vão adotado e os esforços

solicitantes.

A Tabela 8 apresenta os resultados obtidos pela autora em comparação com

os resultados obtidos neste trabalho.

Tabela 8: Dados comparativos entre o trabalho de Petrucelli (2009) e os resultados presentes nesse trabalho

Dados da laje

Altura (cm) Capa (cm) Vão (m) Dimensionamento

Borda inferior Borda superior

Petrucelli (2009)

Laje 1

20 5 6 5 φ 9,5 mm -

Laje 2

25 5 12 10 φ 12,7 mm 2 φ 9,5 mm

Objeto de estudo

Laje 1

26,5 5 6 9 φ 12,7 mm 2 φ 9,5 mm

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Como se pode observar, a quantidade de cordoalhas utilizadas para o

dimensionamento de uma laje sob ação de pontes de 6 m é quase que equivalente a

armar uma laje com vão de 12 m utilizado como piso.

Desde o início do projeto, houve uma preocupação quanto à verificação para o

cisalhamento. Sabendo que não se dimensiona armadura transversal em lajes

alveolares para resistir aos esforços de cortante, esta seria uma condição

determinante de cálculo. No entanto, para este exemplo, o cisalhamento não se

apresentou como um problema. Houve, até mesmo, certa folga para essa verificação

considerando a seção composta.

Há de se considerar, entretanto, que foi considerado que a carga do pneu

aplicada na laje distribui-se de maneira homogênea por todo o painel. Na realidade,

essa distribuição ocorre de uma maneira diferente, como pode ser observada na

Figura 17.

Figure 17: Distribuição da carga pontual em um painel alveolar (considerando um pneu com 40 cm de largura)

A área do painel onde a carga pontual do pneu se distribui se refere à região

hachurada da Figura 17. Logo, como se pode concluir, a largura bw a ser utilizada é

menor do que a considerada, fato que traria uma redução na resistência ao

cisalhamento do painel.

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Tendo como base os dados obtidos nesse trabalho de pesquisa, é possível

sugerir algumas idéias de trabalhos que venham a acrescentar informações para a

literatura e, ainda, dar continuidade para o presente trabalho.

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Os resultados deste projeto mostram a necessidade em se desenvolver mais

exemplos comparativos para que se possa chegar a conclusões mais concretas a

respeito da utilização de lajes alveolares protendidas em estruturas de pontes.

Além disso, a possibilidade em se utilizar lajes alveolares de maneira contínua

seria uma alternativa muito interessante para o sistema de pontes. Estudos sobre

continuidade de painéis alveolares são relativamente escassos por decorrência da

baixa resistência ao cisalhamento.

Pode-se afirmar que uma outra sugestão de pesquisa está no estudo de

transferência de esforços entre os painéis. Sabe-se que estes trabalham de maneira

solidarizada (decorrência da capa e da ligação longitudinal), no entanto, não se sabe

ao certo as parcelas de transferência de esforços entre elas.

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6. Referências bibliográficas

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7. Anexo A

Tabela 9: Valores adimensionais para o cálculo de armadura de vigas com seção retangular (retirado de Petrucelli (2009) apud Carvalho e Figueiredo Filho (2004))

Tabela 10: Tensão no aço σsd (MPa) (retirado de Petrucelli (2009) apud Vasconcelos (1980))

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Tabela 11: Tabela de pré-dimensionamento de laje com h=26,5 cm (retirado de Petrucelli (2009) apud Melo (2004))

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8. Anexo B

Todas as posições do trem-tipo na seção transversal analisados no FTOOL.

Figura B.1: Painel 1 – Caso 1

Figura B.2: Painel 1 – Caso 2

Figura B.3: Painel 1 – Caso 3

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Figura B.4: Painel 1 – Caso 4

Figura B.5: Painel 1 – Caso 5

Figura B.6: Painel 1 – Caso 6

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Figura B.7: Painel 1 – Caso 7

Figura B.8: Painel 1 – Caso 8

Figura B.9: Painel 5 – Caso 1

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Figura B.10: Painel 5 – Caso 2

Figura B.11: Painel 5 – Caso 3

Figura B.12: Painel 5 – Caso 4

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Figura B.13: Painel 5 – Caso 5

Figura B.14: Painel 5 – Caso 6

Figura B.15: Painel 5 – Caso 7

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Figura B.16: Painel 5 – Caso 8