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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA MARIA ALCINETE MARQUES DE LIMA ROOS MELHOR EM CASA: DIVULGANDO O SERVIÇO DE ATENÇÃO DOMICILIAR NA REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS NO MUNICIPIO DE RIO BRANCO/ACRE FLORIANÓPOLIS (SC) 2014

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Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA MARIA … · por meio de sistemas técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado” (MENDES, 2011). Os objetivos

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

MARIA ALCINETE MARQUES DE LIMA ROOS

MELHOR EM CASA: DIVULGANDO O SERVIÇO DE ATENÇÃO DOMICILIAR NA

REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS NO MUNICIPIO DE RIO BRANCO/ACRE

FLORIANÓPOLIS (SC)

2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

MARIA ALCINETE MARQUES DE LIMA ROOS

MELHOR EM CASA: DIVULGANDO O SERVIÇO DE ATENÇÃO DOMICILIAR NA

REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS NO MUNICIPIO DE RIO BRANCO/ACRE

FLORIANÓPOLIS (SC)

2014

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em

Linhas de Cuidado em Enfermagem – Opção urgência e

Emergência do Departamento de Enfermagem da

Universidade Federal de Santa Catarina como requisito

parcial para a obtenção do título de Especialista.

Profa. Orientadora: Msc Sabrina Guterres da Silva

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FOLHA DE APROVAÇÃO

O trabalho intitulado MELHOR EM CASA: DIVULGANDO O SERVIÇO DE ATENÇÃO

DOMICILIAR NA REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS NO MUNICIPIO DE RIO

BRANCO/ACRE de autoria da aluna MARIA ALCINETE MARQUES DE LIMA ROOS foi

examinado e avaliado pela banca avaliadora, sendo considerado APROVADO no Curso de Especialização

em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Área Urgência e Emergência

_____________________________________

Profa. Msc. Sabrina Guterres da Silva Orientadora da Monografia

_____________________________________

Profa. Dra.Vânia Marli Schubert Backes Coordenadora do Curso

_____________________________________

Profa. Dra.Flávia Regina Souza Ramos Coordenadora de Monografia

FLORIANÓPOLIS (SC)

2014

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 01

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................... 03

3 MÉTODO............................................................................................................................ 08

4 RESULTADO E ANÁLISE.............................................................................................. 10

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................ 12

REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 13

APÊNDICES.......................................................................................................................... 13

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Folder informativo elaborado para divulgação do Programa de Atenção

Domiciliar no município de Rio Branco/Acre, 2014................................................................

10

Figura 2. Banner com fluxo de inclusão do paciente no programa para divulgação e

orientação acerca do Programa de Atenção Domiciliar no município de Rio Branco/Acre,

2014.........................................................................................................................................

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RESUMO

Trata-se de um projeto de intervenção em que o produto é o próprio projeto e plano de ação

desenvolvido considerado, portanto, uma tecnologia de concepção. O objetivo foi divulgar o

Programa de Atenção Domiciliar “Melhor em Casa” na Rede de Atenção às Urgências no

Municipio de Rio Branco-Acre, esclarecendo a servidores e pacientes as características e vantagens

do tratamento domiciliar. Para divulgação foram confeccionados folders com informações

esclarecedoras a respeito do programa, que foram colocados a disposição da Direção das

Instituições, bem como do corpo clínico, e nas enfermarias, para que os pacientes tomassem ciência

sobre os serviços que lhe são de direito; também foi produzido um banner com um fluxo de

encaminhamento de pacientes para ingresso no Programa Melhor em Casa, para conhecimento do

corpo clínico. O banner ficará na Sala da Direção Clínica, com fins de consulta, quando decidido

for que o paciente necessitará dos cuidados em domicílio. Foi realizado uma revisão e

contextualização histórica da Atenção Domiciliar, que se constitui em instrumento minimizador

dos custos e das complicações advindos da hospitalização. Além das vantagens decorrentes da

retirada do paciente do ambiente hospitalar, quando for adequado, para levá-lo ao reduto de seu

lar, onde receberá os cuidados de que necessita, de forma mais humanizada no seu ambiente

familiar,propiciando a diminuição da ansiedade e a recuperação acelerada, ou manutenção de um

estado crônico com menor estresse.

Palavras chave:Assistência Domiciliar; Rede de Atenção às Urgências; Cuidados em Saúde.

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1 INTRODUÇÃO

O Sistema Único de Saúde (SUS), que é a maior política de inclusão social do País,

necessita da efetividade de políticas públicas específicas e intersetoriais para assegurar a cobertura

universal e equânime da promoção, proteção e recuperação da saúde das populações (BRASIL,

2009). Nessas duas décadas de construção e estruturação do SUS, muito se avançou, entretanto,

obstáculos ainda precisam ser superados, entre os quais a intensa fragmentação das ações e serviços

de saúde.

Assim, com vistas a organizar um modelo que suporte as necessidades de saúde e supere

a fragmentação da gestão e da atenção, foi instituído no âmbito do SUS, através da portaria

4.279/2010, a Rede de Atenção à Saúde – RAS (BRASIL, 2010).

O Ministério da Saúde (2010) explicita como atributos de uma RAS, a população e o

território definidos com amplo conhecimento de suas necessidades e preferências que determinam

a oferta de serviços de saúde; prestação de serviços especializados em lugar adequado; existência

de mecanismos de coordenação, continuidade do cuidado e integração assistencial por todo o

contínuo da atenção; recursos humanos suficientes, competentes, comprometidos e com incentivos

pelo alcance de metas da rede;entre outros. Com base nesses atributos define RAS como “arranjos

organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas

por meio de sistemas técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado”

(MENDES, 2011).

Os objetivos de uma RAS são melhorar a qualidade da atenção, a qualidade de vida das

pessoas usuárias, os resultados sanitários do sistema de atenção à saúde, a eficiência na utilização

dos recursos e a equidade em saúde (ROSEN e HAM, 2008).

Dentre as Redes Temáticas prioritárias da RAS, a Rede de Atenção às Urgências e

Emergências (RUE) se sobressai, tendo em vista a relevância e premência das situações clínicas

envolvidas, além do atual contexto de superlotação dos prontos-socorros.

Em julho de 2011, o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 1.600, reformulando a

Política Nacional de Atenção às Urgências, de 2003, e instituindo a Rede de Atenção às Urgências

e Emergências no SUS com vistas a assegurar ao usuário o conjunto de ações e serviços em

situações de urgência e emergência com resolutividade e em tempo oportuno (BRASIL, 2011).

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O Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), regulamentado pela portaria nº 963/2013, é um

dos componentes da Rede de Atenção às Urgências, e constitui uma modalidade de atenção à saúde

substitutiva ou complementar às já existentes, caracterizada por um conjunto de ações de promoção

à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação prestadas em domicílio, com garantia de

continuidade de cuidados e integrada às redes de atenção à saúde (BRASIL, 2013).

O principal objetivo do SAD é reorganizar o processo de trabalho das equipes que prestam

cuidado domiciliar na atenção básica, ambulatorial, nos serviços de urgência e emergência e

hospitalar. Com isso, busca-se reduzir a demanda de atendimento hospitalar e/ou o período de

permanência de usuários internados, promovendo humanização da atenção, desinstitucionalização

e ampliação da autonomia dos usuários (BRASIL, 2013)

No Acre, as diretrizes da Política Nacional de Atenção às Urgências vem norteando as

ações implantadas. Está sendo formatada a estruturação da Rede Estadual de Atenção às Urgências

e Emergências, também com o propósito de assegurar ao usuário um conjunto de ações e serviços

de urgência e emergência em saúde que seja resolutivo e que tenha seu acesso facilitado para

realizar o atendimento em tempo hábil. Nesse sentido está sendo reestruturado o Hospital de

Urgência e Emergência de Rio Branco – HUERB e já está em funcionamento o Serviço Móvel de

Urgência – SAMU, ambos sob gestão estadual.

Considerando o que foi exposto e por se tratar de uma política recentemente implementada

propõe-se para esse trabalho como objetivo geral: divulgar o Programa de Atenção Domiciliar no

município de Rio Branco-Acre. Objetivos Específicos: esclarecer servidores das Unidades de

Urgência e pacientes em tratamento domiciliar a respeito do programa; e confeccionar banners e

folders com informações elucidativas em relação ao serviço.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Aspectos Históricos da Atenção Domiciliar em Saúde

Nos EUA, a partir do final da década de 1950, a elevação dos custos hospitalares trouxe

um crescimento das discussões sobre a assistência domicilar. Em 1965, o programa do

Medicare foi modificado para proporcionar benefícios aos pacientes em atendimento

domiciliar, no que foi seguido pelo Medicare, o programa estadual de assistência médica

para os pobres, que passou a incluir disposições para atendimento domiciliar. A primeira

UTI pediátrica nos EUA foi criada pelo Dr. John Downes em 1967 no Children’s Hospital

de Pensilvânia. [...] Em 1975 essa UTI transferiu para internação domicilar a primeira

criança em ventilação mecênica. Em 1979 o estado da Pensilvânia criou o primeiro

programa de internação domiciliar que provia assistência integral: médica, de enfermagem

e equipamentos necessários. (ROGER M.C, 2008)

No Brasil, a atenção no domicílio contou inicialmente com os Médicos de Família, os

profissionais legais de medicina que atendiam seus abastados clientes em casa, proporcionando

uma assistência humanizada e de qualidade. Aos menos favorecidos, cabia a filantropia, o

curandeirismo e a medicina caseira (SAVASSI et al, 2006).

O Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU), fundando em 1949 e

vinculado ao Ministério do Trabalho, foi a primeira experiência de atendimento domiciliar

brasileira organizada como um serviço. No entanto, a atenção domiciliar foi iniciada como uma

atividade planejada pelo setor público com o Serviço de Assistência Domiciliar do Hospital de

Servidores Públicos do Estado de São Paulo (HSPE), que funciona desde 1963 (REHEM; TRAD,

2005).

Segundo Silva et al (2010), os serviços de atenção domiciliar têm se expandido no País

com maior força a partir da década de 1990, fazendo com que haja necessidade de regulamentação

de seu funcionamento e de políticas públicas de modo a incorporar sua oferta às práticas

institucionalizadas no Sistema Único de Saúde (SUS).

Do ponto de vista normativo, tem-se a publicação da portaria nº 2.416 em 1998, que

estabelece requisitos para credenciamento de hospitais e critérios para realização de internação

domiciliar no SUS. Na década de 2000, no Brasil, existiam diversas experiências e projetos

direcionados para a atenção no âmbito do domicílio, com variadas características e modelos de

atenção, destacando-se, sob o aspecto normativo, o programa de Atenção Domiciliar Terapêutica

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para AIDS (ADT-AIDS) e o programa direcionado à atenção dos idosos, que contam com portarias

específicas (CARVALHO, 2009).

No entanto, a maioria das experiências brasileiras em atenção domiciliar, nesta época,

foram iniciativas das Secretarias Municipais de Saúde ou de hospitais, nos três níveis de governo,

e não contava com políticas de incentivo ou regulamentação de financiamento. Estas iniciativas

possuíam lógicas diversas que iam desde a substituvidade aos cuidados hospitalares, até a

humanização da atenção e formas de racionalização de recursos assistenciais (CARVALHO,

2009).

Ainda no Brasil a primeira década do século 21 é marcada pela regulamentação da Atenção

Domiciliar. Em 2000 a Portaria número 2874, de 30 de agosto, da Secretaria de Estado de

Assistência Social prevê a assistência domiciliar a idosos. Em 2002 o Conselho Federal de

Enfermagem aprova a resolução número 270, que define a regulamentação para as empresas que

prestam serviços de Enfermagem Domiciliar Home Care. Por sua vez, o Conselho Federal de

Farmácia edita a resolução número 386, em 12 de novembro, onde dispõe sobre as atribuições do

farmacêutico no âmbito de assistência domiciliar em equipes multidisciplinares(BRASIL, 2012).

Em 2003 o Conselho Federal de Medicina aprova a resolução número 1.668/2003 que

dispõe sobre normas técnicas necessárias à assistência domiciliar de paciente, definindo as

responsabilidades; e a interface multidisciplinar neste tipo de assistência. A Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA), em 2003 publica a Consulta Pública número 81, de 10 de outubro

de 2003, relacionada com a prática da Assistência Domiciliar no Brasil e em 2006 a resolução RDC

nº. 11, com as regras para o funcionamento de serviços de saúde que prestam atenção

domiciliar(BRASIL, 2012).

A atenção domiciliar (AD) constitui uma nova modalidade de atenção à saúde, substitutiva

ou complementar às já existentes, oferecida no domicílio e caracterizada por um conjunto de ações

de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação, com garantia da

continuidade do cuidado e integrada às Redes de Atenção à Saúde, cujas ações são implementadas,

no âmbito do Ministério da Saúde, pela Coordenação-Geral de Atenção Domiciliar

(CGAD)(BRASIL, 2012).

Organizada em três modalidades: AD1, AD2 e AD3, e definida a partir da caracterização

do paciente, do tipo de atenção e dos procedimentos utilizados para a realização do cuidado,

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aatenção domiciliar visa a proporcionar ao paciente um cuidado contextualizado a sua cultura,

rotina e dinâmica familiar, evitando hospitalizações desnecessárias e diminuindo o risco de

infecções (BRASIL, 2012).

Brasil (2012), pontua a Modalidade AD1, que destina-se a pacientes que tenham problemas

de saúde controlados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até

uma unidade de saúde; e/ou pacientes que necessitem de cuidados de menor intensidade, incluídos

os de recuperação nutricional, de menor frequência de visitas, com menor necessidade de recursos

de saúde e dentro da capacidade de atendimento de todos os tipos de equipes que compõem a

Atenção Básica.

O supracitado autor caracteriza a modalidade AD2 como sendo destinada a usuários que

possuam problemas de saúde e dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma unidade

de saúde e que necessitem de maior frequência de cuidado, recursos de saúde e acompanhamento

contínuo, podendo ser oriundos de diferentes serviços da rede de atenção, com necessidade de

frequência e intensidade de cuidados maior que a capacidade da rede básica. E A modalidade AD3

destina-se aos usuários semelhantes aos da AD2, mas que façam uso de equipamentos específicos.

São pacientes de maior complexidade que dificilmente terão alta dos cuidados domiciliares; além

de possuírem problemas de saúde e dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma

unidade de saúde, com necessidade de maior frequência de cuidado, acompanhamento contínuo e

uso de equipamentos, podendo ser oriundos de diferentes serviços da rede de atenção à saúde.

2.2 A Atenção domiciliar na Rede de Urgência e Emergência

Segundo Mendes (2011), na concepção de Redes de Atenção à Saúde, os diferentes níveis

de atenção à saúde e serviços com diferentes densidades tecnológicas integram-se através de uma

rede poliárquica, que se organiza através de um centro de comunicação que coordene os fluxos,

organização diferente ao modelo conceituado como hierarquizado e caracterizado por níveis de

complexidade.

Integrando-se a Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) a Atenção Domiciliar,

torna-se um dispositivo potente na produção de cuidados efetivos através de práticas inovadoras

em espaços não convencionais (o domicílio) possibilitando, desta forma, um olhar diferenciado

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sobre as necessidades dos sujeitos. Neste contexto, visa à mudança do modelo assistencial, com o

cuidado continuado, responsabilizando-se por determinada população e, assim como os outros

pontos de atenção, devendo responder, às condições agudas e crônicas da população(BRASIL,

2012).

Os Serviços de AD do Programa Melhor em Casa compõem a Rede de Atenção à Saúde e

devem estar integrados mediante o estabelecimento de fluxos assistenciais, protocolos clínicos e

de acesso, e mecanismos de regulação, em uma relação solidária e complementar(BRASIL, 2013).

No Acre, o Programa funciona desde 2011, sendo implantado pela Secretaria de Estado de

Saúde, a fim de atender alta demanda de pacientes que necessitavam de cuidados domiciliares;

porém, foi habilitado, junto ao Ministério da Saúde, atraves da Portaria nº 2.501, de 1º de novembro

de 2012, sendo na modalidade de Atenção Domiciliar (AD3). Hj o programa atende 26 pacientes,

os quais cada um deles recebe visitas regulares, no mínimo duas vezes por semana. A equipe é

composta por 01 médico, 01 Enfermeiro, 01 fisioterapeuta, 01 nutricionista e 04 Técnicos em

Enfermagem. Por se tratar de um serviço da modalidade AD3, para que o paciente seja incluso no

Programa, tera que atender, no mínimo, um dos seguintes critérios:

Demanda por procedimentos de maior complexidade, que podem ser realizados no

domicílio, tais como: curativos complexos e drenagem de abscesso, entre outros;

Dependência de monitoramento frequente de sinais vitais;

Necessidade frequente de exames de laboratório de menor complexidade;

Adaptação do paciente e /ou cuidador ao uso do dispositivo de traqueostomia;

Adaptação do paciente ao uso de órteses/próteses;

Adaptação de pacientes ao uso de sondas e ostomias;

Acompanhamento domiciliar em pós-operatório;

Reabilitação de pessoas com deficiência permanente ou transitória, que necessitem de

atendimento contínuo, até apresentarem condições de frequentarem serviços de

reabilitação;

Uso de aspirador de vias aéreas para higiene brônquica;

Acompanhamento de ganho ponderal de recém-nascidos de baixo peso;

Necessidade de atenção nutricional permanente ou transitória;

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Necessidade de cuidados paliativos;

Necessidade de medicação endovenosa ou subcutânea;

Necessidade de fisioterapia semanal.

Necessidade do uso de, no mínimo, um dos seguintes equipamentos/procedimentos:

o Oxigenoterapia e Suporte Ventilatório não invasivo (Pressão Positiva Contínua nas

Vias Aéreas – CPAP, Pressão Aérea Positiva por dois Níveis – BIPAP,

Concentrador de O2);

o Diálise peritoneal; e.

o Paracentese.

Vale retificar que para admissão de usuários nesta modalidade é indispensável à presença de

um cuidador identificado. Existem também que critérios de não inclusão do usuário no serviço;

estes critérios servem pra qualquer uma das três modalidades. Para que o paciente não seja incluso

no Programa, é necessária a presença de pelo menos um destes critérios:

Necessidade de monitorização contínua;

Necessidade de assistência contínua de enfermagem;

Necessidade de propedêutica complementar, com demanda potencial para a

realização de vários procedimentos diagnósticos, em sequência, com urgência;

Necessidade de tratamento cirúrgico em caráter de urgência;

Necessidade de uso de ventilação mecânica invasiva continua.

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3 MÉTODO

Trata-se de um projeto de intervenção em que o produto é o próprio projeto e plano de ação

desenvolvido considerado, portanto, uma tecnologia de concepção.

3.1 Cenário

O cenário de realização deste projeto foi o Serviço Atendimento Móvel de Urgência –

SAMU de Rio Branco (que coordena a Atenção Domiciliar e a Rede de Atenção às Urgências e

Emergências no município), e o Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco – HUERB, o

qual foi eleito para divulgação do programa entre servidores e pacientes.

3.2 Tecnologia de Concepção

O presente projeto de intervenção teve como foco a divulgação do Programa de Atenção

Domiciliar “Melhor em Casa” na Rede de Atenção às Urgências no municipio de Rio Branco/Acre

e foi realizado em três etapas: 1) Revisão bibliográfica; 2) Construção de um folder e banners para

divulgação do programa e 3) Divulgação do Programa de Atenção Domiciliar “Melhor em Casa”,

que serão detalhadas a seguir:

3.2.1 Primeira etapa: Revisão bibliográfica

Primeiramente para apropriação do assunto e elaboração de estratégias e informações para

divulgação do Programa de Atenção Domiciliar, foi realizada uma revisão bibliográfica não

sistematizada, na qual foram buscados dados históricos acerca da Atenção Domiciliar, bem como

legislações acerca desse serviço. Essa etapa aconteceu entre Janeiro a abril de 2014, e foi

fundamental para elaboração e condução da segunda e terceira etapa do projeto.

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3.2.2 Segunda etapa: Construção de um folder e banners para divulgação do programa

Nesta etapa foi realizada a construção dos instrumentos que serão utilizados para divulgação

do Programa. Foi elaborado um folder e banners com informações acerca do programa bem como

fluxos de ingresso de pacientes no mesmo, após reunião com a Coordenação e equipe do Programa

Melhor em Casa. Essa etapa foi contemplada no mês de maio de 2014.

3.2.3 Terceira etapa: Divulgação do Programa de Atenção Domiciliar “Melhor em Casa”

A terceira e última etapa está prevista para junho de 2014 e constituirá a divulgação

propriamente dita do Programa para servidores e pacientes das Unidades de Urgência do municipio

de Rio Branco/AC. A dilvugação será realizada em reuniões com a Direção do HUERB e as outras

instituições que encaminham pacientes para ingresso no serviço, Médicos e equipe de Enfermagem

da Unidade, com datas pré-estabelecidas, onde serão apresentados o banner e os folders, explanando

a respeito do Programa, bem como explicitando os critérios de inclusão na modalidade do Programa

(AD3); será exposto e explicado o fluxo de admissão no serviço, a fim que não fiquem dúvidas em

relação a inserção do paciente no Programa.

3.3 Aspectos Éticos

Por não se tratar de pesquisa, o projeto não foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa

(CEP) e não foram utilizados dados relativos aos sujeitos ou descrições sobre as situações

assistenciais (apenas a tecnologia produzida).

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4 RESULTADO E ANÁLISE

Os resultados deste projeto estão centrados na primeira e segunda etapa descritas na

metodologia. As tecnologias produzidas foram a construção de um folder e de um banner com fluxo

de ingresso de pacientes no Programa de Atenção Domiciliar no município de Rio Branco/Acre,

que serão utilizados na terceira etapa do projeto. Esses materiais construídos neste projeto podem

ser visualizados nas figuras 1 e 2 e em melhor detalhes nos APÊNDICES A e B.

Figura 1: Folder informativo elaborado para divulgação do Programa de Atenção Domiciliar no

município de Rio Branco/Acre, 2014.

Figura 2:Banner com fluxo de inclusão do paciente no programa para divulgação e orientação

acerca do Programa de Atenção Domiciliar no município de Rio Branco/Acre, 2014.

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O objetivo da construção deste folder é que os Coordenadores das Instituições, Médicos e

Enfermeiros das mesmas, conscientize-se a respeito do Programa de Atenção domiciliar, sabendo

quais usuários que atendem os critérios de inclusão, podendo, assim, continuar recebendo

assistência integral em domicilio, por parte da Equipe Multiprofissional que compõe o Programa

Melhor em Casa. Foi produzido também um fluxo de ingresso de pacientes na assistência

domiciliar, o qual foi exposto no banner, validado em conjunto com Coordenadores das

Instituições, visando o correto encaminhamento dos usuários à modalidade adequada de

atendimento, de acordo com suas necessidades; em consoante a tal, ocorre também a organização

do processo de trabalho, com inclusão de protocolos no serviço.

O Programa de Atenção Domiciliar se mostra como importante alternativa para as Unidades

Hospitalares prestadoras de serviço ao Sistema único de Saúde, e favorece pacientes internados

pelo SUS recebendo assistência integral e contínua pós-alta hospitalar. Dentre os Benefícios do

Programa, pode-se citar a redução do risco de infecção hospitalar, humanização do tratamento, com

convivência direta com os familiares e retorno às suas atividades mais rapidamente. Já para o

Sistema de Saúde, a implantação do serviço também constitui uma maior oferta de leitos na rede

de saúde do e redução de custos com internações.

A assistência domiciliar constitui um olhar mais completo, e considera a necessidade de

humanizar o cuidado com o paciente e a relação deste com a família. Para que a internação

domiciliar possa crescer e seja uma modalidade aceita ou requerida pela família e o paciente,

precisa ser uma prática individualizada e humana, visando o cuidado e a demanda de cada um os

envolvidos, não apenas como forma de atenuar problemas do sistema de saúde, particularmente da

rede pública.

Os documentos aqui elaborados foram bem aceitos pela Coordenação das instituições e seus

respectivos corpos clínicos, tendo os mesmos se conscientizado de que o cuidado domiciliar é um

recurso que deve ser utilizado sempre que necessário. É próprio da missão das Instituições de

Saúde, e realizá-lo não significa que o médico abandonou sua prática de procedimento centrada.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar dos resultados positivos da divulgação dos objetivos, características e ações do

Serviço de Atenção Domiciliar, vê-se a necessidade de ações continuadas de esclarecimentos ao

público-alvo com vistas a efetivação dos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde no

Acre, no que se refere ao acesso facilitado das ações e serviços de saúde. A transformação do

modelo de atenção é um método implexo, pois está condicionada à inclusão de alterações no

processo de trabalho em saúde quanto aos seus propósitos, objetos, meios e nas relações entre

profissionais e a população usuária do serviço.

O presente projeto evidenciou a importância da assistência domiciliar como modalidade

alternativa a hospitalização. Para que este modelo seja realizado é imprescindivel a incorporação

da integralidade do cuidado ao usuário, como norte para as ações em saúde.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Sistema único de Saúde: compêndio básico. 2009. Disponível em:

http://www.praiagrande.sp.gov.br/arquivos/cursos_sesap2/Compendio%20B%C3%A1sico%20-

Sistema%20%C3%9Anico%20de%20Sa%C3%BAde%20-SUS.pdf Acesso em 17/02/2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Estabelece

diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde

(SUS). Brasília, DF, 2010. Disponível em

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt4279_30_12_2010.html Acesso em

17/02/2014.

BRASIL.Caderno de Atenção Domiciliar. Brasília : Ministério da Saúde, 2012.

BRASIL. Portaria nº 963, de 27 de maio de 2013. Redefine a Atenção Domiciliar no âmbito do

Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, DF,2013. Disponível em:

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APÊNDICES

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APENDICE 1–FOLDER CONTRUIDO NESTE PROJETO PARA DIVULGAÇÃO DO PROGRAMA DE ATENÇÃO DOMICILIAR EM RIO

BRANCO/ACRE.

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APENDICE 2–BANNER CONSTRUIDO NESTE PROJETO PARA DIVULGAÇÃO DO FLUXO

ASSISTENCIAL DO PROGRAMA DE ATENÇÃO DOMICILIAR EM RIO BRANCO/ACRE.