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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

2017

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Milena Maredmi Correa Teixeira CRB/SC 14/1477

Esta licença permite a redistribuição, comercial e não comercial, desde que o trabalho seja distribuído inalterado no seu todo, E-book.

T266s III Seminário Catarinense de Núcleos de Inovação Tecnológica. [Recurso eletrônico] / Clarissa Stefani Teixeira [et al] – Florianópolis: UFSC, 58p.: il. 2017 1 e-book

Disponível em: <http://via.ufsc.br/> ISBN 978-85-464-0659-3

1. NITs. 2. Ambientes de inovação. 3. Núcleo de inovação. I.

Teixeira. Clarissa Stefani II. UFSC. Universidade Federal de Santa

Catarina. III. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico

Sustentável. V. Via Estação do conhecimento. IV. Título.

CDU: 62(06)

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Dados institucionais

Realização

Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável

Universidade do Estado de Santa Catarina

Apoio

Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina

Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina

Instituto Nacional de Propriedade Industrial

Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina

Núcleos de Inovação Tecnológica de Santa Catarina

Anfitrião

Centro de Inovação Luiz Henrique da Silveira - Lages

Parque e Instituto Órion

Relatoria

Universidade Federal de Santa Catarina

VIA Estação Conhecimento

Programa de Pós-graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de

Tecnologia para a Inovação

Programa de Pós-graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento

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Dados gerais

Relatoria

Clarissa Stefani Teixeira

Ana Cristina da Silva Tavares Ehlers

Maria Carolina Ferreira Zanini

Danielle Nunes Ramos

Sofia Lorena Urrutia Pinto

Marcos Vinícius Vanderlinde Brockveld

Metodologia

Natalino Uggioni

Cristiane Iata

Rafael Boaventura

Organização do Livro

Clarissa Stefani Teixeira

Ana Cristina da Silva Tavares Ehlers

Jean Carlo Vogel

Organização do Evento

Jean Carlo Vogel

Marco Seifriz

Fotos

Fom Conradi

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Sumário Prefácio ...................................................................................................................... 5

Introdução .................................................................................................................. 6

Estratégia Catarinense de CT&I e o Desenvolvimento Econômico .......................... 10

O panorama catarinense quanto ao ecossistema de inovação ................................ 17

O cenário da legislação vigente para Ciência, Tecnologia e Inovação a luz do novo

marco legal e da regulamentação dos NITs ............................................................. 28

O projeto de implantação e estruturação do arranjo catarinense de núcleos de

inovação tecnológica (PRONIT) ............................................................................... 34

As conquistas e desafios dos NITs e do ecossistema catarinense .......................... 45

Diretrizes de Futuro .................................................................................................. 51

Referências Bibliográficas: ....................................................................................... 57

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Prefácio

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Introdução

O III Seminário Catarinense de Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs)

aconteceu nos dias 05, 06 e 07 de junho no Centro de Inovação Luiz Henrique da

Silveira na cidade de Lages, Santa Catarina. O evento teve como objetivo promover

o fortalecimento dos NITs catarinenses e contou com o encontro de diversos atores

do ecossistema de inovação do estado. Foram três dias de muito debate sobre a

importância da atuação dos núcleos e definição de metas e ações para formar e

fortalecer a rede dos NITs de Santa Catarina com o apoio dos atores do ecossistema

de inovação catarinense.

A abertura do seminário foi feita pelo Presidente do Orion Parque Tecnológico,

Roberto Amaral, que ressaltou a importância da integração da tríplice hélice para o

fortalecimento da inovação e também a importância dos NITs como os agentes que

podem viabilizar essa integração e seu fundamental papel na proteção de propriedade

intelectual. A solenidade contou também com a presença do presidente do Instituto

Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) Luiz Otávio Pimentel, que destacou a

importância da propriedade intelectual e indicou os principais resultados e desafios

do INPI. Na sequência, o Secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do

Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Álvaro

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Toubes Prata, discorreu sobre a importância do investimento em Ciência, Tecnologia

e Inovação em momentos de crise econômica no país, como a que se desenha no

cenário atual. Participaram ainda da solenidade de abertura Shirley Coutinho do

Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (FORTEC),

Ivan Ranzolin do Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina

(CIASC), Natalino Uggioni do Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina (IEL/SC) e

Juliano Polese, vice-prefeito de Lages.

As atividades do primeiro dia começaram com um debate inicial realizado em

um painel com diversos atores do ecossistema catarinense. Na parte da tarde houve

duas mesas redondas com os temas “Estratégia Catarinense de Ciência, Tecnologia

e Inovação e o Desenvolvimento Econômico – Onde Estamos e para Onde queremos

ir” que contou com a presença de Jean Vogel da Secretaria de Estado do

Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS), Natalino Uggioni (IEL/SC), Álvaro

Prata (MCTIC) e a Professora Sandra Furlan, Reitora da Universidade da Região de

Joinville (UNIVILLE). Logo na sequência foi abordado “O papel dos NITs e como

integrá-los ao ecossistema de inovação e Boas práticas e cases de integração ICTs-

Empresas”, com a presença de Fabrício Gouveia do Serviço Nacional de

Aprendizagem Industrial (SENAI – SC), Francisco Rapchan do Instituto Federal do

Espírito Santo (IFES), Shirley Coutinho do FORTEC, Fábio Holthausen da UNISUL e

Sérgio Gargioni da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa

Catarina (FAPESC).

No segundo dia, foram oferecidas três oficinas de capacitação na parte da

manhã. Os temas das oficinas foram: Modelos de Transferência de Tecnologia para

o Mercado, ministrada por Rafael Lima da INOVA – Agência de Inovação da

Universidade de Campinas; Erros e Acertos na Redação de Patentes, ministrada por

Armando Mendes do INPI da Paraíba; e Extração e Apropriação de Conhecimento

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em Bases de Patentes para Inovação, ministrada por André Moraes dos Santos da

Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). Na parte da tarde os rumos da rede de NITs

de Santa Catarina, chamada PRONIT, foram discutidos na mesa redonda: o Projeto

de Implantação e Estruturação do Arranjo Catarinense de Núcleos de Inovação

Tecnológica – Retomada ou Novo Começo? Participaram da mesa Araken Alves de

Lima do INPI, Natalino Uggioni do IEL/SC, Luiz Henrique Carlson do Instituto Federal

de Santa Catarina (IFSC) e Fábio Holthausen da UNISUL.

Ao final do segundo dia foi realizada uma dinâmica com os representantes dos

NITs para discutir os fatores estruturantes da rede de NITs de Santa Catarina. No

encerramento do evento, no terceiro dia, os representantes dos NITs se reuniram

novamente em uma dinâmica voltada ao estabelecimento de diretrizes que

possibilitem a construção dos fatores estruturantes definidos no dia anterior. Todo o

evento foi marcado por grande colaboração e networking, com um futuro promissor

para o desenvolvimento da rede de NITs de Santa Catarina.

O presente relatório aborda as principais questões que foram discutidas

durante o seminário a partir de uma contextualização do atual panorama brasileiro e

das estratégias catarinenses em termos de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) e

desenvolvimento econômico. Na sequência, é apresentado o ecossistema

catarinense de inovação com as contribuições dos atores envolvidos e o

questionamento de como integrar os NITs neste ecossistema. O terceiro item deste

relatório apresenta as leis de estímulo à CT&I vigentes e o enquadramento dos NITs

com as definições de suas competências. O quarto item discute o projeto de

implantação e estruturação do arranjo catarinense dos NITs (PRONIT), abordando

sua origem, sua atuação e os próximos passos a serem dados. Por fim é demonstrado

o levantamento feito acerca das principais conquistas e desafios dos NITs bem como

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do ecossistema catarinense de inovação e também a definição de pilares

estruturantes e diretrizes de ações para superá-los.

Para a elaboração deste relatório, foram identificados os principais temas

debatidos durante o seminário e registrados em relatoria, destacando as falas dos

participantes acerca dos principais temas abordados, e contextualizando-os com uma

pesquisa complementar. As citações presentes no texto que não correspondem a

uma referência específica ao final do documento se referem a trechos extraídos da

cerimônia de abertura, painel e mesas redondas apresentados durante o seminário e

entrevistas realizadas com os diversos protagonistas do ecossistema.

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Estratégia Catarinense de CT&I e o Desenvolvimento Econômico

Em um cenário globalizado e altamente competitivo, um dos meios para

impulsionar o crescimento econômico, gerar empregos e desenvolver habilidades

humanas é o investimento em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), sendo a

Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) considerada hoje um investimento fundamental

para o desenvolvimento sustentável, econômico e social (MINISTÉRIO DA CIÊNCIA,

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO, 2016).

Para Sandra Furlan – UNIVILLE, a visão de futuro dos países em uma

sociedade do conhecimento, tanto em desenvolvimento como desenvolvidos, passa

necessariamente por uma convergente economia do conhecimento, estando

relacionada em transformar o capital intelectual em ações com resultados que

valorizam primordialmente a criatividade e a inovação, por meio de estratégias e

políticas. Tal esforço deve envolver principalmente todos os setores da sociedade,

abrangendo academia, sociedade, empresa e indústrias, para participar de mercados

extra regionais e também de mercados internacionais. Portanto, para que os países

possam prosperar nessa sociedade com alta complexidade intelectual e relativa

competitividade, terão que incentivar a geração de inovação para desenvolver

tecnologia de ponta.

Para que essa realidade seja alcançada, há de se atentar na

formação educacional de qualidade e na atração e retenção de

talentos, desafios esses que possam atrair e constituir empresas

com potencial de inovação e capacidade de transformar ideias em

negócios. Atualmente, os rankings internacionais de

competitividade evidenciam que os países que mais investem em

inovação são os que têm se revelado os mais competitivos.

Sandra Furlan - UNIVILLE

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Um dos rankings que pode ser observado é o Índice Global de Competitividade1 (IGC)

de 2016/2017, que é basicamente um relatório que disponibiliza um estudo das 138

economias mais competitivas, além da análise dos indicadores correspondentes de

cada país (SISTEMA INDÚSTRIA, 2016). O Brasil trouxe resultados não muito

promissores, muitos deles sendo consequências da crise econômica que o país vem

atravessando.

Índice Global de Competitividade (IGC)

Fonte: SISTEMA INDÚSTRIA, 2016

O país, além de ter perdido seis posições considerando o último levantamento,

é o pior classificado dentro do BRICS não constando ainda nos cinco primeiros países

mais competitivos da América Latina. Os fatores mais críticos do país estão

relacionados a: ambiente macroeconômico, potencializadores de eficiência e

mercado financeiro, disponibilidade tecnológica (devido à escassez do processo de

transferência tecnológica por investimentos estrangeiros), inovação (queda do

investimento privado e a qualidade das pesquisas) e sofisticação dos negócios

(menor participação internacional do país). Esse panorama evidencia que, apesar de

os investimentos terem aumentado nos últimos anos, a tendência é oposta no que se

refere a resultados de inovação (SISTEMA INDÚSTRIA, 2016).

Logo, o principal objetivo para que se possa melhorar esses resultados é gerar

um ambiente favorável à inovação que possa contribuir para a competitividade das

empresas e para o melhor aproveitamento do capital intelectual brasileiro.

Neste momento de transformação em que o país de encontra, deve

haver uma mudança de cultura com ênfase na inovação,

propriedade intelectual e tecnologia para que esta se converta em

qualidade de vida e progresso para a pesquisa e desenvolvimento.

Para isso, as entidades que estão nascendo e também as já

estruturadas, devem ser apoiadas sem distinções entre instituições

públicas e privadas.

Shirley Coutinho – FORTEC

1 Índice Global de Competitividade: Disponível em:

<http://tracegp.sesi.org.br/bitstream/uniepro/207/1/Boletim_IGC_2016_2017.pdf>. Acesso em: 9 jul. 2017.

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Álvaro Prata – MCTIC destacou os grandes desafios que o Brasil enfrenta

devido ao seu momento atual de dificuldade em que enfrenta sérias restrições

orçamentárias. Ele lembrou a construção do Sistema Nacional de Inovação que foi

feita de maneira sofisticada com muita capilaridade envolvendo diversas entidades,

mas enfatizou que este sistema deve ser irrigado, já que a falta de irrigação pode

comprometê-lo. Os cortes orçamentários foram feitos de uma forma horizontal e

atingiu o setor de CT&I. O desafio adicional é a percepção de que Ciência Tecnologia

e Inovação formam um pilar importante. Nos momentos de crise é que se deve investir

em CT&I a fim de superá-los. Portanto, os descontingenciamentos devem vir e

beneficiar esse setor para que se continue avançando. A CT&I deve ser considerada

como fator de desenvolvimento, envolvendo os três parâmetros fundamentais que

são observados nos países desenvolvidos:

Investimento em Pesquisa, Desenvolvimento e

Inovação (P&D+I)

O investimento em P&D+I é próximo a 4% nas

nações mais desenvolvidas enquanto o Brasil

investe 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), não

conseguindo fomentar a CT&I. É necessário

aumentar esse desenvolvimento e trabalhar na

meta de chegar em 2022 com 2% de investimento.

Outro problema é a mentalidade de que o poder

público é quem deve investir mais, ainda que o

investimento público já supere o investimento

privado. Para Prata, essa realidade é uma

anomalia, já que nos demais países o setor privado

é quem investe mais. O investimento em P&D pode

viabilizar uma grande revolução, e promover uma

mudança orgânica que vem da base.

Número de Pessoas envolvidas

O número de pesquisadores e cientistas no Brasil é baixo,

em torno de 800 pesquisadores por milhão de habitantes.

As nações desenvolvidas possuem em torno de quatro mil

pesquisadores para cada milhão de habitantes. São

necessárias mais pessoas qualificadas. A meta é chegar

em dois mil pesquisadores por milhão de habitantes. Sobre

o progresso feito na pós-graduação nos últimos anos,

Prata indica que a curva de crescimento do Brasil é única

no mundo, uma vez que mais do que dobrou o número de

pessoas qualificadas pela pós-graduação.

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Combinação harmônica da academia com a indústria

e o governo na produção de desenvolvimento

científico e tecnológico

Prata aponta que este é um desafio muito difícil, uma vez

que existe o hábito de demarcar linhas divisórias que não

permitem essa integração. Há muita formalidade, em

uma situação de dificuldade predomina a preocupação

com aspectos burocráticos que demarcam esses

territórios e atrasam os processos. No Brasil as coisas

são difíceis e é necessário que sejam simplificadas.

Ainda que o cenário nacional pareça desfavorável, em termos regionais, o

estado de Santa Catarina vem potencializando a CT&I. Observando os parâmetros

acima, a professora Sandra Furlan – UNIVILLE afirmou que “nos últimos 10 anos há

uma preocupação constante com a capilarização em termos e CT&I e de educação”.

Tendo em vista a política estadual catarinense, com a Lei Catarinense de

Inovação2 (Lei nº 14.328, de 15 de janeiro de 2008) e a Política Catarinense de CT&I3,

é possível observar que há um alinhamento com as diretrizes nacionais. Tais políticas

se mostram alinhadas principalmente no que tange ao aumento crescente que o

ensino em Santa Catarina vem mostrado, o que evidencia que uma das bases para a

geração de inovação e desenvolvimento tecnológico pode ser encontrada no

desenvolvimento de pesquisas dentro das Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs).

Para consolidar essas bases deve-se pensar também na criação de habitats de

inovação que podem potencializar a relação entre a academia, indústria e governo.

Em relação aos ambientes de inovação, dados da VIA Estação Conhecimento

4 indicam que só em Santa Catarina existem 24 incubadoras, 7 parques tecnológicos,

3 centros de inovação (além das iniciativas de centros de inovação que estão sendo

construídos pelo governo do estado), 3 pré-incubadoras, 55 espaços de coworking, 8

fab labs e 3 aceleradoras.

2 Lei nº 14.328, de 15 de janeiro de 2008. Disponível em: <http://www.fapesc.sc.gov.br/wp-

content/uploads/2015/09/03092009lei_inovacao.pdf>. 3 Política Catarinense de CT&I. Disponível em: <http://www.fapesc.sc.gov.br/wp-

content/uploads/2015/09/politica_catarinense.pdf>. 4 VIA Estação Conhecimento. Disponível em: <http://via.ufsc.br/mapas-da-via/>.

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Santa Catarina está em terceiro lugar no ranking de desenvolvimento e é o segundo estado na geração de investimento em P&D e, portanto, se encontra em situação de vantagem em relação aos outros estados, mas que a intenção não é somente competir com os outros estados como também competir com os países mais avançados. A interação dos atores da tríplice hélice hoje em dia é baixa e os NIT’s estão tendo dificuldade em promovê-la. Por mais que hoje se tenha uma ciência que se está se fortalecendo, isso não está se transformando em benefícios para a sociedade e é onde devemos avançar, esse é o desafio. Embora exista uma demanda por inovação tecnológica as empresas não buscam o centro de conhecimento do estado então é necessário que se crie uma agenda em que a inovação seja parte necessária. A indústria catarinense precisa dessa integração entre a academia e empresas.

Natalino Uggioni – IEL/SC

Para Sandra Furlan – Univille, a indústria catarinense possui necessidade e

tem interesse de investir em P&D, pois geralmente está realizando apenas inovações

incrementais (melhoria em produtos, serviços e processos) para as suas demandas

e não a inovação radical que deveria ser o foco do setor industrial atual (produto,

serviço ou processo totalmente novo). Para isso, os NITs poderiam ser não somente

fontes geradoras de receitas para as ICTs (por meio das transferências de tecnologias

realizadas) mas também um mediador para que as indústrias tivessem acesso às

pesquisas e que consequentemente pudessem gerar essas inovações radicais para

as demandas industriais. Entretanto, a cultura em gerar soluções empreendedoras

com conhecimentos gerados ainda é relativamente baixa. Atualmente, Santa Catarina

é o sexto estado do país com maior número de grupos de pesquisa e em termos de

pesquisadores, o sétimo estado com o maior número de doutores, e mesmo assim

não possui uma expressiva transferência de tecnologia. Contudo, todo o

conhecimento gerado não criará sozinho empresas inovadoras. É necessário

desenvolver não somente infraestrutura, mas a cultura onde pessoas passem a

enxergar as condições para desenvolver e implementar as suas inovações.

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Com base nas discussões relatadas, é possível observar que as estratégias

catarinenses envolvem os principais eixos de atuação que devem ser desenvolvidos

a longo prazo (TEIXEIRA et al, 2016):

Expansão da infraestrutura para inovação

Criação de novos ambientes de interação e transferência de

tecnologia e conhecimento como incubadoras, aceleradoras,

parques, centros de inovação, coworking e núcleos de inovação

tecnológica.

Conhecimento, atração e retenção de talentos

Desenvolvimento e crescimento da rede educacional em nível

superior. Incentivar a inovação nas ICTs, aproximando-as ao

ecossistemas e ambientes de inovação para que possa atrair

talentos e retê-los em âmbito regional.

Atração de investimentos e capital

Por meio de incentivos fiscais e programas que fomentem

empreendimentos inovadores e P&D que posteriormente

poderá ser transferido para o setor industrial.

Redes de Colaboração

Tanto a academia como o governo e indústria vêm

demonstrando crescente preocupação em transferir o

conhecimento gerado com grande riqueza de capital

intelectual, por meio de redes de colaboração que possam

fortalecer as parcerias dos atores, fortalecendo também a

cultura empreendedora.

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Sob a perspectiva do governo, um dos grandes desafios no país

recentemente é lidar com o risco tecnológico e o “risco de inovar”.

Existe receio por parte das empresas em inovar, o que muitas vezes

é justificado pelo cenário econômico atual e a baixa informação

sobre tipos de investimento e financiamento. Incentivar, portanto,

espaços como Centro de Inovação, que poderão auxiliar também a

promoção do conhecimento sobre fontes de recurso por meio do

governo pode trazer um grande potencial para o cenário de CT&I

local. Todavia, nada adianta investir em recursos e infraestrutura se

a cultura da inovação ainda não está bem disseminada na sociedade

brasileira. Para isso alguns desafios devem ser encarados, como a

mudança de pensamento do cidadão. O empresário não deve ver o

investimento em P&D ou inovação como um risco O universitário

deve desenvolver o seu perfil empreendedor e enxergar a criação de

uma empresa como uma possibilidade profissional. E as instituições

de ensino devem potencializar cada vez mais a cultura de inovação

e quebrar paradigmas ideológicos que possam travar todo o

processo de inovação e empreendedorismo dentro da academia,

tendo o incentivo à educação como o pano de fundo de todo esse

ecossistema

Álvaro Prata - MCTIC

Portanto, a Ciência e Tecnologia não se tornarão relevantes para o estado

catarinense como consequência de um evento, mas como consequência de uma

estratégia de qualificação de recursos humanos, em todos os níveis; da existência de

leis e normas adequadas ao setor, que possibilitem formas de gestão modernas,

ágeis e eficazes, e que estimulem a inovação. O bom funcionamento de organizações

públicas de fomento, pesquisa e desenvolvimento articuladas entre si e funcionando

em conformidade com as demandas da sociedade, devem resultar em um estímulo

crescente de empresas inovadoras e competitivas (MELO; SILVA, 2001).

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Para que se possa ter uma visão compartilhada de uma Santa

Catarina forte, diversificada, desenvolvida, empreendedora e

inovadora, o Governo está desenvolvendo uma série de ações

voltadas a promoção da Cultura da Inovação. Essas ações

ativam e fortalecem nosso ecossistema, auxiliando empresas,

empreendedores e academias a atuarem de forma conjunta e

coordenada.

Jean Vogel - SDS

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O panorama catarinense quanto ao ecossistema de inovação

Wang (2010) aponta que o processo de inovação pode ser visto como gerador

de novos conhecimentos (educação e treinamento) e tecnologia (desenvolvimento e

comercialização) que são transferidos da pesquisa de descoberta básica para o

mercado. Desta forma, define o ecossistema de inovação como um sistema dinâmico

que interliga instituições e pessoas - entre atores da academia, da indústria, de

fundações, de organizações científicas e econômicas e do governo, em todos os

níveis - a fim de impulsionar o desenvolvimento tecnológico e econômico por meio de

processos de inovação.

Os ecossistemas de inovação proporcionam interação entre atores de

governo, academia, indústria e comunidade em geral, desenvolvendo tecnologias e

novos conhecimentos. Dessa forma, podem contribuir para o desenvolvimento de

plataformas de colaboração, prospecção de tecnologias e estabelecimento de

alianças entre os atores (TEIXEIRA; TRZECIAK; VARVAKIS, 2017). Labiak Jr. (2012)

classifica os atores do ecossistema como: de Conhecimento Científico, Públicos,

Habitats de Inovação, Empresariais, Institucionais e de Fomento. De acordo com essa

classificação, Teixeira, Trzeciak e Varvakis (2017) caracterizam estes atores da

seguinte forma:

Atores de Conhecimento Científico

Instituições de ensino e/ou de pesquisa e desenvolvimento

(responsáveis por formar pessoas, promover o espírito

empresarial e criar empresas futuras), pesquisadores e

estudantes.

Atores Públicos

Instituições públicas que fornecem mecanismos de

programas, regulamentos, políticas e incentivos.

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Atores de Habitat de Inovação

Ambientes que promovem a interação dos agentes locais de

inovação, desenvolvedores de P&D e o setor produtivo,

colaborando para disseminar a cultura de inovação e

empreendedorismo na região.

Atores Empresariais Empresas que fornecem os requisitos para avaliação de

soluções, desenvolvimento de tecnologias e conhecimento

em seus departamentos de pesquisa e desenvolvimento

(P&D). Pode incluir empresários, estudantes, pesquisadores,

profissionais e indústria, pessoas que possuem uma ideia,

descoberta ou invenção (incremental ou disruptiva) e querem

transformar em algo útil e/ou comercializável.

Atores Institucionais

Organizações públicas ou privadas e independentes,

prestadoras de assistência especializada e conhecimento aos

demais agentes envolvidos com inovações.

Atores de Fomento

Fornecedores de mecanismos de financiamento como:

bancos, governo, investidores anjo, capitalistas de risco e

indústrias.

Com base na classificação dos atores do ecossistema de inovação, a VIA

Estação Conhecimento realizou um mapeamento5 com a localização dos atores que

integram o ecossistema catarinense de inovação.

5 Ecossistema catarinense de inovação. Disponível em <http://via.ufsc.br/mapas-da-via/>

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Atores de Conhecimento: entre os atores de conhecimento, além das instituições

de ensino superior, foram mapeados os grupos de pesquisa e laboratórios ligados a

empreendedorismo e inovação e também os cursos de pós-graduação voltados a esta

mesma temática.

Atores Empresariais: quanto aos atores empresariais foram mapeadas as empresas

juniores, caracterizadas como associações sem fins lucrativos constituídas dentro das

universidades e formada por alunos do ensino superior orientados por um professor,

que executam projetos e serviços que possam contribuir na capacitação de

profissionais para o mercado de trabalho. Outros atores empresariais que podem ser

considerados são as empresas inovadoras localizadas no estado de Santa Catarina.

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Atores Institucionais: os atores institucionais correspondem a associações

(municipais, regionais, comerciais, empresariais e industriais), os serviços de apoio

do Sistema S, os institutos (como os de tecnologia e inovação do SENAI), as

fundações (entre elas as de amparo à pesquisa e extensão), as federações, entre

outros.

Atores Públicos: entre os atores públicos envolvidos em inovação, foram mapeados

os atores regionais como prefeituras, secretarias de estado, secretarias municipais

ligadas à CT&I e desenvolvimento sustentável, as agências de desenvolvimento

regionais, entre outros.

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Atores de Habitats de Inovação: Os atores de habitats de inovação presentes no

estado são divididos em: espaços de coworking, aceleradoras, pré-incubadoras,

incubadoras, centros de inovação, parques, distritos de inovação, redes e maker

spaces. É nesta categoria que, de acordo com suas características e atuação dentro

do ecossistema, os NITs estão inseridos.

Atores de Fomento: Entre os atores de fomento foram elencadas as agências de

fomento, os bancos de desenvolvimento, os investidores anjo e investidores em geral.

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Tendo em vista que a interação entre seus agentes é fator fundamental do

ecossistema, o debate no seminário acerca do ecossistema levantou questões sobre

como promover essa interação, sobretudo entre os atores da tríplice hélice (governo,

academia e empresas). Neste sentido, Sandra Furlan – UNIVILLE salientou a

necessidade de espaços para a interação entre os atores da tríplice hélice, que

permitam a transferência de conhecimento em busca da aplicabilidade das pesquisas

científicas realizadas (de acordo com a demanda do mercado), ao mesmo tempo que

conecta recursos humanos qualificados, diminuindo barreiras históricas, criando

integração dos mesmos, e reforçando que a base do desenvolvimento científico e

tecnológico está presente na academia e que a mesma se torna protagonista na

geração de inovação e desenvolvimento tecnológico.

A academia carece de recursos financeiros para oferecer maior apoio

a essas interações, por isso há a necessidade da parceria também do

governo, para que potencialize e auxilie de alguma maneira a conexão

entre esses dois atores. A iniciativa do governo do estado em

implementar 13 Centros de Inovação em Santa Catarina, a exemplo

também dos ambientes anteriormente citados, podem ser mais uma

forma de articular os principais atores da inovação, que historicamente

contou com a participação das próprias ICT’s na discussão dos

projetos desses centros.

Sandra Furlan - UNIVILLE

Furlan destaca, ainda, que há um grande esforço do estado catarinense em

potencializar a geração de novas startups, valorizar o capital intelectual proveniente

das universidades e solucionar as demandas advindas do mercado, principalmente a

nível governamental e acadêmico. Logo, o futuro dessas interações é consolidar o

sistema estadual e regional de inovação, efetivando a participação de todos os atores

da tríplice hélice, potencializando ambientes propícios onde universidades e

empresas possam fomentar cada vez mais iniciativas voltadas para a inovação e

empreendedorismo em prol do desenvolvimento econômico. Os desafios da

academia são melhorar os processos na gestão do conhecimento das universidades,

mapear o potencial inovativo gerado, capacitar cada vez mais pessoas para serem

multiplicadoras do conhecimento e da tecnologia transferida, fomentando a cultura da

inovação em todos os níveis, atrair e reter talentos, sensibilizar o pesquisador da

importância da aplicação da sua pesquisa (ser transferida como uma solução frente

a uma demanda de empresas ou até mesmo constituir seu próprio negócio),

consolidando assim a cultura do empreendedorismo dentro das universidades.

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Quanto à interação entre academia e indústria, Natalino Uggioni – IEL/SC

observa que, para realizar a transferência de tecnologia, a academia deve entender

como a indústria funciona.

Uma empresa não irá expor abertamente o seu problema, ela

não quer expor o que está tratando em sigilo e os novos

desenvolvimentos precisam ter esse cuidado. Há de se pensar

mecanismos de comunicação eficazes para que boas iniciativas

não sejam desperdiçadas por desconhecimento dos atores que

estão se relacionando. Algumas empresas de base tecnológica

conseguem inovar, porém não conseguem colocar essa

inovação no mercado. Além da dificuldade de acessar o

conhecimento, há uma dificuldade em achar fontes de

financiamento.

Natalino Uggioni – IEL/SC

Desta forma, Uggioni conclui que um dos desafios atuais, segundo o ponto de

vista da indústria, é potencializar o percentual de inovação incremental das indústrias

visando em melhorias no setor, mas que seja fomentada também a geração de

inovações radicais, que buscam soluções novas e disruptivas por meio do trabalho

em rede dos atores da tríplice hélice, para fomentar inovações e gerar empresas

sustentáveis e cada vez mais competitivas.

Sob a ótica do Governo, Jean Vogel - SDS falou sobre a necessidade de se ter

um mapeamento efetivo dos ativos do estado, que seja de fácil acesso e que traga

as informações pertinentes do que está sendo pesquisado dentro da academia. Para

que se possa aproximar o empresário da academia, é preciso que a resposta venha

na velocidade que o mercado necessita. Um mapeamento efetivo permite que se

conheça os recursos, os meios para acessá-los e quem são os agentes

intermediadores, como os NITs.

Meu desejo é que uma das ferramentas da rede de centros seja

um grande banco de dados unificado e disponível online numa

base aberta, que possa ser alimentado por todos os atores de

maneira constante, a exemplo da plataforma Lattes, que

informe a universidade, se ela está conectada via NIT, centro

de inovação ou outra entidade e que informe o pesquisador e

os equipamentos ou laboratório utilizados. Acho que isso seria

um grande ganho.

Jean Vogel – SDS

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“ ”

O evento contou, ainda, com a presença de atores institucionais que

apontaram as dificuldades enfrentadas pelas empresas e apresentaram suas

contribuições para o fortalecimento da Ciência Tecnologia e Inovação no

ecossistema.

Altenir Agostini do Serviço Brasileiros de Apoio a Micro e Pequena Empresa

(SEBRAE), aponta que o pequeno empresário realiza todas as atividades da sua

empresa enfrentando a falta de

tempo e informação para ir atrás de

soluções para seu negócio. Desta

forma, é necessário levar essas

informações até ele por meio das

instituições de CT&I. É preciso

construir o conhecimento em escala

em caráter emergencial e atender os

pequenos empresários com soluções

nos prazos que eles precisam. O

SEBRAE busca participar desse

ecossistema oferecendo este tipo de

suporte aos empresários.

É necessário que a academia se aproxime dos pequenos

negócios a fim de gerar novos negócios e aumentar o

empreendedorismo e a geração de empregos

Altenir Agostini – SEBRAE.

De acordo com Fabrício Gouvea do SENAI, uma das ações implementadas

pelo SENAI para fomentar a inovação foi a criação dos institutos de tecnologia e de

inovação, um trabalho conjunto onde

cada participante da inovação –

academia, empresa, governo - tem

um papel para fomentar ativamente a

questão da inovação. O SENAI

possui 80 institutos de tecnologia e 25

de inovação no país. Os institutos

objetivam promover ações de

tecnologia por meio de consultoria

especializada infraestrutura, inves-

timento em capital humano e

pesquisa aplicada. Para tanto, busca

trazer o conhecimento produzido nas

universidades e aplicá-los em

projetos específicos voltados para a demanda das indústrias.

Presença do SEBRAE no estado

Institutos SENAI no estado

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” “

O SENAI busca a aproximação com as universidades por meio de termos de cooperação, para que possa atrair bolsistas e pesquisadores e aplicar o seu conhecimento em projetos de inovação. Essa parceria viabiliza a troca de competências das universidades com os projetos do SENAI e também possibilita que os colaboradores do SENAI façam parte da estrutura da universidade. Gouvea destaca, ainda, que o papel do SENAI em Santa Catarina tem sido muito forte em termos de divulgação, mostrando às empresas o que pode ser feito em termos de serviços de tecnologia e de inovação.

Durante o seminário, representantes do grupo VIA entrevistaram alguns participantes questionando como os NITs podem ser integrados ao ecossistema de inovação e como a criação da rede pode potencializar essa integração. As contribuições podem ser conferidas abaixo:

A integração dos NITs no ecossistema de inovação deve acontecer na medida em que os habitats possuam mais demandas e os NITs apresentem as competências das suas instituições e trabalhem alinhando essa demanda com o potencial que a instituição tem de atender essa demanda. Cabe aí um canal de comunicação bem próximo do NIT com esses habitats de inovação. Trabalhar o empreendedorismo nas instituições também é muito importante pois o habitat de inovação surge a partir de um movimento empreendedor. É necessário fazer com que os nossos pesquisadores tenham a capacidade de dialogar com os habitats e, assim, levar soluções técnicas para eles. Os NITs nada mais são do que facilitadores, órgãos intermediários entre onde surge a demanda e a necessidade da participação das nossas ICTs nesses ambientes, eles facilitam a formalização das parcerias, de forma a alcançar os resultados da forma mais objetiva possível.

Luiz Henrique Carlson - IFSC

O NIT já está integrado de uma forma geral ao ecossistema de inovação, mas precisa intensificar essa integração. Isso porque muitas vezes o NIT acaba focando muito no olhar interno das instituições, e há todo um trabalho contextual que é importante de ser feito para que essa integração ao sistema aconteça. Então é necessário ter um olhar interno e também um olhar externo. É necessário estar acompanhando a evolução desse ecossistema e estar sempre em sintonia com esta evolução.

Fábio Holthausen - UNISUL

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” “

Os NITs já estão integrados no ecossistema de inovação, porém eles estão invisíveis. Existe a necessidade de uma maior integração, e para isso há três pontos que precisam ser trabalhados: maior aproximação com o mercado, melhor estruturação e melhor estratégia de negócio. A formalização da Rede dos NITs catarinenses pode potencializar essa integração uma vez que o poder do trabalho em conjunto é incrível. Nós somos um grupo de pessoas extremamente bem preparadas e bem intencionadas, e essa é a receita. Não adianta estar bem preparado e trabalhar de forma isolada. Quando os estímulos vêm do trabalho em grupo, sempre o trabalho catarinense responde muito bem. Essa, inclusive, é uma característica que nos diferencia de outros estados do Brasil. Quando temos a oportunidade de ver como este trabalho é feito em outros estados, conseguimos reconhecer o quanto nós catarinenses estamos sempre nos estimulando e chamando uns aos outros para o trabalho em conjunto. Esse espírito colaborativo é uma característica do estado. O que precisamos fazer é encontrar uma forma de pôr esse espírito colaborativo em prática e identificar os indicadores que de fato mostram a nossa cara e o nosso trabalho. Nós precisamos "vender" o potencial de P&D+I de Santa Catarina internamente e externamente a partir de um olhar mais inteligente sobre os nossos recursos. É necessário analisar os indicadores tradicionais (empregos, empresas, capital) alimentados por outros tipos de indicadores de valores. Essa seria a ideia do trabalho em rede: identificar ativos, mapear, conversar, criar fóruns e potencializar recursos financeiros humanos e estruturais. Esse é o caminho.

Andréa Tamanine - UNIVILLE

Para potencializar a integração dos NITs no ecossistema de inovação de Santa Catarina, primeiramente é necessário organizar as instituições para que elas comecem a compartilhar as problemáticas que acontecem em relação a inovação no estado de Santa Catarina. É necessário também dar uma certa interpretação e diagnóstico sobre o que está acontecendo e as capacidades que essas instituições têm de contribuir para o desenvolvimento tecnológico e econômico de Santa Catarina. Os NITs representam as universidades e o potencial que as universidades têm de contribuir com o desenvolvimento tecnológico. A rede será fundamental nesse sentido, pois irá estruturar modelos mais genéricos de como funcionar e identificar quais são as habilidades e as competências mais necessárias, possibilitando o surgimento de diretrizes para que os NITs individualmente se organizem. Desta forma, as instituições terão uma integração maior com os atores que já estão organizados: como a indústria representada pela FIESC e o governo do estado representado pela SDS. Assim, elas terão também uma representatividade maior para retornar aos NITs os trabalhos, atividades e necessidades de desenvolvimento, demandas que ajudarão os núcleos a se integrarem a entenderem qual é a dinâmica que está sendo implementada em Santa Catarina. O fato de ter um conjunto organizado representando todos os NITs vai ser fundamental para que eles consigam se integrar e entender o que está sendo desenvolvido em Santa Catarina.

Araken Alves - INPI

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O cenário da legislação vigente para Ciência,

Tecnologia e Inovação a luz do novo marco legal e da

regulamentação dos NITs

As distintas legislações, encontros, seminários, orientações, assim como a

própria política do Ministério da Ciência e Tecnologia e do Governo Federal apontam

para a necessidade da criação e fortalecimento de mecanismos que viabilizem a

infraestrutura dos ambientes de inovação de modo que alcancem ascender em todas

as regiões dos estados (TEIXEIRA et al, 2016).

A Constituição Brasileira define as condições nacionais às quais os estados

brasileiros se balizam para realizar suas políticas. Neste contexto, o Art. 218 da

Constituição indica o papel dos Estados no âmbito da Ciência e Tecnologia e indica

que cabe ao estado promover e incentivar o desenvolvimento científico, a pesquisa e

a capacitação tecnológica (BRASIL, 1988). A partir das informações federais, os

estados se organizam e se estruturam para elaborar e implementar as políticas

públicas que definem as ações dos governos estaduais em prol da CT&I (TEIXEIRA

et al, 2016).

No Brasil, as políticas de gestão e incentivo à inovação vêm sendo

incrementadas, principalmente, por meio da implementação de políticas públicas de

incentivo a um sistema nacional de CT&I, fortalecendo as atividades inovadoras no

país e desenvolvendo mecanismos legais para impulsioná-las (LOTUFO et al, 2009;

SOUZA, 2011), como a Lei 10.973, de 2 de dezembro de 2004, conhecida como a Lei

de Inovação, a qual estabelece medidas de incentivo à inovação e à pesquisa

científica e tecnológica no ambiente produtivo (BRASIL, 2004).

Um dos maiores benefícios da Lei de Inovação foi propor as parcerias

público-privadas. Isso porque antes da Lei de Inovação falar de

parceria público-privada em instituição pública era absolutamente

proibido e, não só nas instituições de ensino, qualquer parceria

público-privada. Um dos impactos mais positivos da Lei de Inovação

foi permitir que diversos atores (empresa, indivíduos) usem as

instalações laboratoriais de pesquisa, testes e desenvolvimentos que

estão dentro das universidades e centros de pesquisa, principalmente

nas universidades públicas

Shirley Coutinho - FORTEC

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As políticas regulamentadoras encontradas no estado catarinense que tratam

sobre Ciência, Tecnologia e Inovação, são a Lei Estadual de 2008, que dispõe sobre

incentivos à pesquisa científica e tecnológica e à inovação do ambiente produtivo do

estado de Santa Catarina, e Política Catarinense aprovada pelo Conselho Estadual

de Ciência, Tecnologia e Inovação (CONCITI), lançada em 2010 (SANTA CATARINA,

2008; FAPESC; SANTA CATARINA, 2010).

Adaptado de Teixeira et al (2016)

Regulamentações catarinenses em vigor.

Lei Catarinense da Inovação - Lei nº 14.328, de 15 de janeiro de 2008

Dispõe sobre incentivos à pesquisa científica e tecnológica e àinovação no ambiente produtivo no estado de Santa Catarina e adotaoutras providências.

Decreto nº 2.372, de 09 de junho de 2009

Regulamenta a Lei no 14.328, de 15 de janeiro de 2008, que dispõesobre incentivos à pesquisa científica e tecnológica e à inovação noambiente produtivo no estado de Santa Catarina e estabelece outrasprovidências.

Política Catarinense de Ciência, Tecnologia e Inovação

Direcionamento estratégico de governo, de instituições de ensino,pesquisa e extensão e de agentes econômicos e sociais, para o avançodo conhecimento, o desenvolvimento de novas tecnologias, aconcepção, o desenvolvimento e a incorporação de inovações quecontribuam para a melhoria da qualidade de vida de todos oshabitantes de Santa Catarina, de forma sustentável.

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A Lei Catarinense de Inovação trouxe a instituição do Sistema

Estadual de CT&I e, dentre outras iniciativas, previu o apoio as

Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) para implementação de

seus Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs), que foi extremamente

importante e necessária para o desenvolvimento científico e

tecnológico dentro dessas instituições. Esses NITs são ambientes que

realizam toda a relação institucional, a valoração intelectual do

conhecimento gerado, e também a transferência de tecnologia entre

esses dois atores

Sandra Furlan - UNIVILLE

Já a Política Catarinense de Ciência, Tecnologia e Inovação, foi lançada por

meio do direcionamento estratégico de governo, de instituições de ensino, pesquisa

e extensão e de agentes econômicos e sociais, para o avanço do conhecimento, o

desenvolvimento de novas tecnologias, a concepção, o desenvolvimento e a

incorporação de inovações que contribuam para a melhoria da qualidade de vida de

todos os habitantes de Santa Catarina, de forma sustentável (SANTA CATARINA,

2010).

No que tange a legislação vigente, destaca-se também o novo marco

regulatório, (Lei 13.243, de 11 de janeiro de 2016) o qual dispõe sobre implementos

aos incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica, e incentiva as ICTs

nacionais, compostas basicamente por universidades e/ou institutos de pesquisa, que

disponham de Núcleos de Inovação Tecnológica para gerir suas respectivas políticas

de inovação e realizar a interação entre ICT-Empresa (BRASIL, 2016).

O decreto de regulamentação de Ciência de Tecnologia e Inovação é

um passo importante. Nunca houve um momento em que governo

federal e estadual, universidades e fundações de fomento à pesquisa

estivessem tão unidos. Nunca houve tanto entrosamento com as

universidades. No entanto, o próximo passo precisa ser dado, é

necessário usar o nosso ordenamento jurídico, as instituições públicas

devem conversar com as instituições privadas, esses ordenamentos

podem facilitar muito, mas devem ser utilizados. Há um grande

esforço em relação a isso e o que precisa fazer agora é trazer a ciência

para perto da indústria e setor privado.

Álvaro Prata - MCTIC

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Álvaro Prata – MCTIC cita, ainda, a lei do Bem, Lei nº 11.196 de 21 de

novembro de 2005, que tem por finalidade a possibilidade de reinvestir valores de

impostos em P&D.

A Lei do Bem permite que as empresas que investem em P&D possam

ter parte do investimento abatido dos impostos. O governo ainda tem

vícios que seguram muito esse investimento, então o alcance da Lei

do Bem ainda é pequeno. Há um esforço no sentido de ampliar a Lei,

porém quando chega no Ministério do Planejamento e no Ministério

da Fazenda se encontra uma barreira por conta das renúncias fiscais.

É necessário ampliar esses benefícios. As renúncias fiscais ficam

pequenas diante dos benefícios que podem retornar. Queremos que

as nossas empresas cheguem até nós, mas precisamos ser

generosos

Álvaro Prata - MCTIC

Instigada a modernizar a estrutura legal que regia as práticas de CT&I no país

e inserindo a necessária regulamentação legal promovida pelas alterações na

Constituição em 2015, a Lei atualizada 13.243, de 11 de janeiro de 2016 tem por

finalidade reduzir entraves burocráticos confrontados nas atividades de pesquisa

científica, de modo a admitir novas possibilidades de estruturação entre empresas

que atuam em atividades inovadoras e as infraestruturas laboratoriais e de recursos

humanos vigentes nos institutos públicos de pesquisa. Assim, o novo marco legal

proporcionou distintas modificações na Lei 10.973 de 2 de dezembro de 2004, dentre

outras, regularizando os vínculos entre os pesquisadores, instituições de pesquisa e

empreendedores, para diminuir conflitos de interesses, por meio de parâmetros

(MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO, 2016).

De acordo com Marinho e Corrêa (2016) a principal mudança na Lei da

Inovação, no que concerne aos NITs está formada pelo aumento de competências

mínimas previstas para o órgão, que anteriormente eram apenas seis, sendo

aumentado mais quatro às já presentes no Art. 16 da referida lei.

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Inclusão da Lei de Inovação atualizada Fonte: Adaptado de Marinho e Corrêa (2016).

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Portanto, para Marinho e Corrêa (2016), a institucionalização e gestão dos

NITs necessitarão, obrigatoriamente, estar presumidos nas políticas de inovação das

ICT públicas, de forma que seja destinada mais relevância aos núcleos, que passam

a constituir precisamente as políticas de inovação das instituições. Além das

competências mínimas para os NITs, previstas nos incisos I a X do Art. 16, da Lei de

Inovação, os parágrafos 2º a 5º do mesmo artigo, agregam novas características dos

NITs, que atribuem maior autonomia à sua gestão.

§ 2°A representação da ICT pública, no âmbito de sua política de

inovação, poderá ser delegada ao gestor do Núcleo de Inovação

Tecnológica.

§ 3°O Núcleo de Inovação Tecnológica poderá ser constituído com

personalidade jurídica própria, como entidade privada sem fins

lucrativos.

§ 4°Caso o Núcleo de Inovação Tecnológica seja constituído com

personalidade jurídica própria, a ICT deverá estabelecer as

diretrizes de gestão e as formas de repasse de recursos.

§ 5° Na hipótese do § 3°, a ICT pública é autorizada a estabelecer

parceria com entidades privadas sem fins lucrativos já existentes,

para a finalidade prevista no caput.

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O projeto de implantação e estruturação do arranjo

catarinense de núcleos de inovação tecnológica

(PRONIT)

A informação e o conhecimento estão presentes em todas as esferas e áreas

e são apontados como cruciais, tanto do ponto de vista acadêmico quanto profissional

e, quando efetivados pelas ações dos indivíduos, configuram-se como competências

valorizadas, gerando benefícios sociais e econômicos que promovem o

desenvolvimento (TOMAÉL; ALCARÁ; CHIARA, 2005).

Essa valorização pode ser comprovada pela Lei de Inovação, que objetiva a

apresentação do termo ICT, para identificação de órgão ou entidade da administração

pública que execute atividades de pesquisa básica ou aplicada de cunho científico ou

tecnológico (VAILATI; TRZECIAK; CORAL, 2012). A Lei também apresenta a

estrutura dos NITs que deve ser implantada nas instituições públicas com o propósito

de geração de sua política de inovação.

Os NITs possuem o papel de promover a interlocução entre a demanda e a

oferta existente no mercado e conectar as necessidades das empresas brasileiras e

os pesquisadores das instituições de pesquisa. Além disso, agem também como

facilitadores da transmissão do conhecimento e preservam os direitos de propriedade

intelectual, tanto do Instituto de Ciência como do inventor, simultaneamente (VAILATI;

TRZECIAK; CORAL, 2012). De acordo com Fabio Zabot Holthausen – UNISUL além

das funções previstas em suas competências, os NITs podem desempenhar os

seguintes papéis:

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Articuladores: internos e externos, com setor produtivo, agência de

fomento, universidade e governo.

Facilitadores: facilitação da pesquisa, do relacionamento, do contrato,

da montagem do laboratório.

Desbravadores: exploração de caminhos internos e externos e

possibilitar a segurança jurídica necessária para agilizar os processos.

Contaminadores ou Agentes Transformadores: tem o dever de

transformar a cultura da instituição.

Sistematizadores: organização de processos, dados, competências,

portfólio, etc, e a tradução da linguagem acadêmica para a linguagem

empresarial.

Sérgio Gargioni – FAPESC relembrou a origem dos NITs na década de 1980,

quando o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

criou a diretoria de inovação e então foram de fato criados os NITs, que foram

incorporados ao programa de inovação tecnológica.

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Em 2008, foi viabilizada a criação do Arranjo Catarinense de Núcleos de

Inovação Tecnológica, o PRONIT, que surgiu da necessidade de atender aos

interesses das empresas, bem como dos órgãos de fomento. Questões como a

existência de grande demanda de informações estratégicas, tanto das empresas

quanto das universidades, também motivaram a criação do PRONIT (INSTITUTO

STELA, 2017).

A base para o projeto foi trabalhosa para ser desenvolvida. O mesmo

foi estruturado a partir da percepção de oportunidade dada pela

Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e envolveu e mobilizou

18 instituições em Santa Catarina: SENAI, UFSC, IFSC, FURB,

UDESC, UNESC, UNIVALI, SOCIESC, UNOCHAPECÓ, UNOESTE,

IEL, ACATE, Instituto Stela, EMBRAPA, EPAGRI, Fundação CERTI e

UNIVILLE. Tal união promoveu maior integração entre as

universidades, institutos de pesquisa e o setor produtivo, facilitando

assim a troca de conhecimento e a demanda de tecnologia. Houve

apoio de recursos da FAPESC, da FINEP e também a contrapartida

das dez empresas onde a metodologia de gestão da inovação foi

aplicada. Do ponto de vista de gestor do projeto, digo que foi muito

bem avaliado e valorizado por todos os parceiros. A prestação de

contas e os resultados foram validados e foi cumprido com maestria

aquilo que estava sob a responsabilidade da equipe, mais do que isso:

foram duas pequenas empresas, três médias, cinco grandes que

trabalharam e colocaram no caminho para que elas fossem até os

NITs. É o elo entre o mundo da ciência e conhecimento e o mundo da

demanda que gostaríamos de resgatar.

Natalino Uggioni – IEL/SC

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O Modelo PRONIT de Estruturação e Gestão de NITs é fundamentado em nove

categorias que estão relacionadas com a estruturação e gestão de um NIT.

Pilares estruturantes e de gestão de um NIT

Estrutura Organizacional

Planejamento Estratégico

Sistema de Informação

Propriedade Intelectual e Contratos

Mapeamento de Competências

Relação com a Sociedade

Estratégias de Comunicação

Comercialização de Tecnologia

Métricas de Desempenho

Fonte: Adaptado de Vailati, Trzeciak e Coral (2012).

Atividades desenvolvidas no PRONIT:

Organizar e capacitar os NITs das ICTs para interagirem com o setor produtivo catarinense;

Aprimorar a articulação das ICTs de Santa Catarina em arranjo de caráter estadual;

Promover a capacitação das pessoas que atuam e colaboram com os NITs nas ICTs e expandir mecanismos de proteção intelectual e transferência de tecnologia;

Preparar as empresas para interagirem com as ICTs;

Expandir a articulação com os setores industriais;

Promover a implementação de NITs em empresas catarinenses.

Fonte: Adaptado de Instituto Stela (2017).

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O levantamento realizado pelo grupo VIA Estação Conhecimento identificou a

presença de 22 NITs no Estado de Santa Catarina que se encontram ligados às 18

instituições mencionadas por Natalino Uggioni. A localização destes NITs pode ser

verificada no mapa:

Fonte: VIA Estação Conhecimento. Disponível em: <http://via.ufsc.br/mapas-da-via/>.

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Simultaneamente a construção do projeto PRONIT, o professor

Pimentel entrou em contato com IEL e FAPESC para a construção do

NIT na UNOCHAPECÓ. Neste ano, a maioria das instituições não

tinham seus NITs, a UNOCHAPECÓ estava em processo de

estruturação e as capacitações oferecidas pelo PRONIT foram muito

importantes: 200 horas de capacitação e gerenciamento de projetos.

A necessidade da UNOCHAPECÓ era promover a parceria com

empresas, fomentando assim o P&D e a união em busca de forças

para promover eventos e capacitações. É importante ressaltar que, na

época, os NITs tinham uma maturidade diferente, atualmente está

muito melhor, já foi adquirida certa experiência.

Luiz Henrique Carlson - IFSC

A experiência do IFES mostra que todas as patentes que foram

transferidas para a indústria surgiram junto com a indústria. As poucas

patentes que foram transferidas surgiram a partir do momento em que

se construiu junto, a partir do relacionamento com a empresa. Além

disso, a agência do IFES possuía uma incubadora, ou seja, uma série

de parcerias (como Anprotec e Fortec). É mais fácil vender tecnologia

para uma empresa incubada do que para uma empresa grande.

Grandes NITs conseguem negociar com grandes empresas, NITs

pequenos conseguem negociar com empresas incubadas.

Francisco Rapchan – IFES

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As experiências catarinense e paulista

Durante o evento foram relatadas algumas experiências de atuação dos NITs,

entre elas, destacam-se a experiência da AGETEC – UNISUL e da INOVA –

UNICAMP.

Universidade do Sul de Santa Catarina: Agência da

Inovação e Empreendedorismo da UNISUL

Em 2009, a Agência de Gestão, Desenvolvimento Científico, Tecnologia e

Inovação (AGETEC) foi implementada na universidade. A Agência possui o objetivo

de aproximar o desenvolvimento de novas tecnologias ao mercado de trabalho, pois

entende que o desenvolvimento de novos produtos resultará em oportunidades de

ganho e competitividade (UNISUL, 2017). A AGETEC também colabora com a

definição das políticas e diretrizes de pesquisa e inovação da UNISUL fortalecendo

as áreas de conhecimento através do desenvolvimento e gerenciamento de projetos

de pesquisa, serviços e extensionismo tecnológico. Além disso, gerencia a

propriedade intelectual e a transferência de tecnologia, proporcionando suporte ao

pesquisador acadêmico e conectando a universidade a empresas e ao governo

(UNISUL, 2017).

Demais atividades realizadas na AGETEC:

Definição de políticas institucionais de P&D+I;

Fortalecimento das as áreas de conhecimento através do desenvolvimento e gerenciamento de projetos de P&D e serviços científicos e tecnológicos;

Articulação da UNISUL com o setor produtivo (público e privado) e o governo, nas questões ligadas à inovação;

Definição, disseminação e supervisão de políticas e diretrizes para incubadoras e parques tecnológicos;

Organização de redes de pesquisa institucionais, centros e institutos de pesquisa, definindo suas políticas e diretrizes.

Fonte: Adaptado de UNISUL (2017).

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A área de abrangência da AGETEC relaciona todas as ações voltadas à

inovação e ao empreendedorismo, desenvolvidas ou ofertadas na UNISUL, incluindo:

i. Pesquisa e desenvolvimento (P&D);

ii. Serviços científicos e tecnológicos;

iii. Serviços de extensionismo científico, tecnológico e inovação empresarial e;

iv. Serviços de empreendedorismo, tecnologia e inovação social (UNISUL, 2017).

A primeira discussão com os alunos da pós-graduação foi marcada

por grande resistência, pois eles não concordavam com a proteção

dos resultados da pesquisa, argumentando que o conhecimento

deveria ser disseminado. Assim, a Agência apontou os benefícios

para a produção e tentou convencê-los a direcionar suas pesquisas à

inovação e na primeira tentativa não obtivemos êxito. Com muitas

dificuldades foi sendo construído o escritório de propriedade

intelectual, entretanto sem muitos interessados. Se o NIT fosse

focado somente na proteção da propriedade intelectual, o NIT da

UNISUL não poderia atuar, pois não havia interessados, então foi

necessária a busca por outras atividades de estímulo à pesquisa para

que o interesse em propriedade intelectual surgisse como um

resultado de uma mudança de mentalidade promovida por essas

atividades.

Fábio Zabot Holthausen, gerente do Escritório de

Projetos de Pesquisa e Serviços Tecnológicos da AGETEC

Em relação aos desafios, Fábio Holthausen - UNISUL explicita que é

necessário pensar em algumas estruturas em processos como a integração entre

instituições, alunos e professores, ampliar os ambientes de aprendizagem,

compartilhar boas práticas e pesquisadores, criação de canais de comunicação

eficientes e eficazes. O trabalho para que haja sinergia entre as ICTs, disseminação

da cultura, promoção de eventos como congressos e seminários em áreas afins ao

tema também são fatores relevantes e devem ser considerados.

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Universidade Estadual de Campinas: Agência de Inovação INOVA

Fundada em 1966, a

Universidade de Campinas (UNICAMP)

é composta por 24 unidades de ensino

e pesquisa, que estão divididas em 10

institutos e 14 faculdades (UNICAMP,

2016) e de acordo com o ranking do

INPI (2015) a universidade é a terceira

maior patenteadora do Brasil.

Os indicadores do ano de 2016

relatam que 31 patentes foram

concedidas, 133 patentes licenciadas,

26 convênios de P&D foram firmados e

que os ganhos econômicos chegaram a

R$ 660.423,00 (UNICAMP, 2016). O

NIT da UNICAMP também conta com a

parceria de diversas empresas como

IBM, Embraer, Petrobras, Vale, 3M, LG

e Pirelli. A universidade promove

eventos e competições para fomentar o

empreendedorismo e a inovação, nos

quais diversas patentes são elaboradas

e analisadas e as áreas de atuação

dividem-se em cinco.

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Áreas de Atuação

Propriedade Intelectual (PI): Auxílio aos pesquisadores no

licenciamento da inovação: redação e depósito de patente, registro de

programa de computador (e de outras formas de PI) e identificação de

produtos ou processos patenteáveis e licenciáveis.

Gestão de PI: Há profissionais especializados em gestão da

propriedade intelectual, estes ficam disponíveis aos pesquisadores do

NIT em questão. A gestão de PI aborda: proteção de marcas, produtos

e processos, elaboração de contratos de licenciamento e elaboração de

proposta de política de PI da UNICAMP;

Empreendedorismo: Estímulo à criação e ao desenvolvimento de

novas empresas de base tecnológica, através da oferta de infraestrutura

e de capacitação tecnológica e gerencial para novos empreendedores;

há também o fomento do ambiente empreendedor na universidade, que

capacita profissionais dos diversos Institutos da UNICAMP a estimular

uma atitude empreendedora entre seus alunos.

Parque Científico e Tecnológico: No parque existem laboratórios de

inovação dedicados a abrigar projetos de P&D em parceria com

empresas e outras instituições públicas e privadas. Há também uma

incubadora de Empresas de Base Tecnológica, ambientes para projetos

temporários de inovação e ambientes para o processo de pré-

incubação.

Parcerias: Atividade responsável pelas atividades de parceria com o

governo e setor privado no estímulo ao surgimento de empresas de

base tecnológica e no fortalecimento das atividades de P&D do setor

privado; estímulo a novas formas de parcerias e articulação de

atividades existentes na UNICAMP direcionadas ao relacionamento

com a sociedade: empresas, setor público, institutos e fundações;

potencialização e ampliação da colaboração das ações dos diversos

órgãos da UNICAMP que mantêm relacionamentos externos e aumento

de formas de sinergia e facilitação do ingresso das empresas e dos

órgãos públicos às atividades que a universidade concretiza.

Fonte: UNICAMP (2016).

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Os NITs representam o elo que une a academia e as empresas que,

sobretudo no Brasil, são desunidos. Há um hiato muito grande entre

o ambiente universitário e o ambiente industrial. E esse hiato existe

por uma questão cultural, por uma questão de fechamento das nossas

universidades, por uma questão de visão mais imediatista do nosso

setor industrial e isso é ruim. Não há porque a indústria estar separada

da academia. Nós precisamos criar pontes que unam essas duas

margens. E essas pontes são os NITs. Vistos de uma maneira mais

moderna e mais dinâmica do que hoje muitos funcionam.

Álvaro Prata – MCTIC

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As conquistas e desafios dos NITs e do ecossistema catarinense

As conquistas e desafios a serem enfrentados pelos NITs de Santa Catarina

foram identificados a partir de uma pesquisa realizada com os NITs que estavam

formalmente instituídos, segundo as informações disponíveis até o período da

pesquisa. Para atender a esse critério, foram selecionados os NITs que responderam

ao Relatório FORMICT 2014 (publicado em 2015) pelo MINISTÉRIO DA CIÊNCIA,

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO – MCTI. Em relação às conquistas e desafios dos NITs,

de acordo com a percepção dos seus membros, foram destacados os seguintes

pontos:

NÚCLEOS DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

PONTOS POSITIVOS DESAFIOS

Corpo técnico capacitado Aproximar os NITs com o setor produtivo

(indução)

Movimento pró-inovação em SC

(exemplo: criação dos Centros de

Inovação)

Integrar os NITs na política de

investimento em inovação de SC

Fortalecimento da rede de cooperação Criar novas rodadas de treinamento e

capacitação

Capilaridade da rede Criar mecanismos para a integração da

rede de NITs

NITs atrelados a grandes instituições com

facilidade de articulação

Executar de projetos em conjunto

Possibilidade de captação de recursos

para a rede

Criar calendário de reuniões ordinárias da

rede

Aproximação com o INPI Dar continuidade na gestão dos NITs nas

ICTs

Esforços para a articulação da rede Propiciar maior articulação e participação

fora do eixo capital

Oportunidades de novas interações com

o setor produtivo

Promover a ampliação dos recursos

Aprendizado do PRONIT Fortalecer o desenvolvimento regional

Compartilhamento de conhecimento Melhorar/ampliar a comunicação entre os

NITs

Disseminação da informação Novas rodadas para articulação entre os

NITs

Apoio de entidades externas a integração

dos NITs

Sistematização de comunicação

compartilhada

Esforços para fortalecimento dos NITs Rede de NIT presente nos centros de

inovação regionais

Existência de uma legislação estadual

específica

Planejamento integrado

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Facilidade no estabelecimento de

parcerias entre as ICT

Otimização de recursos humanos com a

integração dos NITs e dos ambientes de

inovação

Histórico de trabalhos / projetos conjuntos Criar ambiente e oportunidade para

compartilhamento de experiências

Possibilidade de troca de experiências

entre NITs

Mapear demandas e competências

Resgate dos meios e integração de

informações da rede

Buscar parceiros comuns

Criar política de preços

Propiciar troca de experiências

Regulamentar a carreira dos profissionais

dos NITs

Fortalecer a rede de NITs para propor

celeridade dos processos junto ao INPI

Definir pautas que atendam as

peculiaridades de cada NIT/instituição

Fonte: IEL/SC

Os desafios a serem enfrentados pelo ecossistema foram destacados dos

debates realizados durante os dois primeiros dias do seminário. Tais desafios

encontrados se associam a conexão empresa-universidade, interesse privado,

interesse acadêmico, gestão do NIT, propriedade intelectual e cultura. Os pontos

positivos e os desafios podem ser assim definidos

ECOSSISTEMA DE INOVAÇÂO

PONTOS POSITIVOS DESAFIOS

Política catarinense de inovação de 2010

já estabelece apoio para a implantação

das ICTs

Saber reconhecer quais os potenciais

parceiros do setor privado, as suas dores

e como oferecer soluções.

No Estado de Santa Catarina há capacidade de desenvolvimento científico e tecnológico. Desde a implantação da política catarinense de inovação houve crescimento das instituições de ensino superior que segundo a sucupira apresenta programas de pós-graduação com cursos de doutorado e de mestrado;

Ter mapeamento (conhecimento) do que

as ICTs apresentam em termos de

infraestrutura (laboratórios e

equipamentos) conhecimento (pesquisas

e possíveis produtos e serviços) e capital

intelectual (pesquisadores e seus grupos

e linhas de pesquisas).

Presença de habitats de inovação em todo o estado de forma descentralizada com 24 incubadoras, sete parques e 22 NITs;

Transformar o NIT em um escritório de

negócios.

Protagonismo das universidades na criação e desenvolvimento dos NITs;

Otimizar as negociações de transferência

de tecnologia entre ICT e empresa

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Mestrado Profissional em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (PROFNIT) no estado com entrada anual – ponto focal UFSC

Estimular o aumento dos investimentos do setor privado em P&D com o intuito de ter avanços a longo prazo.

Índices promissores de Santa Catarina como terceiro estado mais inovador do Brasil, menor taxa de ocupação do Brasil, sexto estado do pais com maior número de grupos de pesquisa e sétimo estado com maior número de doutores;

Consolidar o empreendedorismo dentro

da universidade, para que esta seja

protagonista não somente da formação

acadêmica, mas também na formação

profissional para as demandas do

mercado.

Indústria diversificada e presente em todas as regiões;

Melhorar os acordos de sigilo entre

empresas e laboratórios que muitas

vezes inviabilizam a pesquisa acadêmica.

Já são conhecidos os conhecimentos chaves a partir das rotas de futuro elaborada pela FIESC;

Incentivar empresas a procurarem

soluções inovadoras dentro da

universidade.

Há existência de editais de inovação em Santa Catarina inclusive com subsídios;

Rever os currículos dos cursos para

fortalecer a inovação, o

empreendedorismo e a pesquisa

aplicada.

Há no estado iniciativas diversificadas como link lab, sinapse da inovação, geração TEC, startup weekend, startup SC, hackathon que fomentam o empreendedorismo e a inovação;

Sensibilizar os pesquisadores quanto a

importância da pesquisa na transferência

de tecnologia para empresas e para

atingir o mercado e a sociedade (facilitar

a transformação da pesquisa básica em

aplicada).

Há presença de unidades da EMBRAPII e ICTs em SC;

Flexibilizar as políticas da universidade

visando interação com meio empresarial.

A partir do novo marco legal há obrigatoriedade de responder ao FORMICT a todas as ICTs.

Melhorar os processos relacionados a

gestão do conhecimento nas ICTs de

forma a identificar a capacidade inovativa

das universidades.

Formar e capacitar quadro permanente de forma que se criem cargos estáveis e com perspectiva de carreira. Estes profissionais devem estar envolvidos com P&D e serem aptos a dialogar tanto com a academia quanto com o setor empresarial.

Estabelecer uma política de gestão para

os NITs visando a construção de uma

cultura organizacional com prioridades

bem definidas.

Dar maior autonomia aos NITs de forma

a desvinculá-los das disputas políticas

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dentro das ICTs para viabilizar a

continuidade das ações.

Aumentar os recursos para agilizar a

prova de conceito de forma a realmente

viabilizar os protótipos.

Estimular o uso comercial das patentes

de modo que elas gerem lucros e não

apenas prejuízo com os custos de

manutenção.

Reduzir os prazos na validação das

patentes, pois tornam as tecnologias

"caducas".

Acompanhar os prazos de depósito de propriedade intelectual junto ao INPI.

Quebrar as barreiras culturais existentes

entre instituições públicas e privadas,

influenciando a criação de uma política

industrial que venha a fortalecer e

potencializar a relação entre a academia

e as empresas. Fazer com que

conhecimento gerado tenha

aplicabilidade e ofereça retorno ao

mercado e impacto na sociedade.

Promover a integração dos NITs com o

ecossistema catarinense, realizando a

regionalização, interiorização e

capilarização da ciência, tecnologia e

inovação.

Capacitar um número maior de pessoas

para serem multiplicadores na cultura da

inovação fazendo com que seja prioritária

em todas as instâncias.

Estabelecer políticas públicas que fomentem ações de inovações educacionais, sociais e tecnológicas.

Trabalhar a cultura de aversão ao risco

nos empreendedores.

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Não basta que os NIT’s atuem em rede, é necessário pensar em algumas estruturas e processos como a integração entre instituições, alunos e professores, ampliar os ambientes de aprendizagem, compartilhar boas práticas e pesquisadores, a criação de canais de comunicação eficientes e eficazes. Os gargalos são comuns e é necessário alinhar, ainda que mantendo as lógicas individuais das instituições. O trabalho para que haja uma sinergia entre as instituições, disseminação da cultura, promoção e eventos como congressos e seminários em áreas ligadas ao tema também são fatores relevantes e devem ser considerados. O desafio está posto e os atores já estão presentes, agora tem que se trabalhar para construir, tudo em conjunto

Fábio Holthauesn – UNISUL O brasil é um dos países do mundo que mais recebe pedidos de patente. Então hoje nós temos um estoque que é chamado de backlog, um grande volume de pedidos de patente. Nós contamos hoje com 350 examinadores de patentes, então a velocidade é lenta em função do volume e da qualidade que se exige. Nós temos no INPI vários pedidos prioritários que permitem sair da fila e ter a patente examinada mais rapidamente. Um deles é a chamada patente ICT que, se preenchidos os requisitos e havendo um requerimento nesse sentido, o INPI agiliza o exame. É importante também observar que a ICT está na relação com uma empresa, ela tem várias alternativas para pedir o exame mais rápido. Se há um projeto com micro e pequena empresa tem possibilidade de ser prioritário.

Luiz Pimentel - INPI

Há de se reconhecer que os NITs avançaram muito pouco. É necessário para de falar em tríplice hélice e transformá-la um motor de turbina, parar de separar a academia, das empresas e governos. O NIT é a ponte para a indústria, e pode criar dezenas de outras pontes. Patente não é um fim, e sim uma preocupação necessária. Não tem universidade ganhando dinheiro com patente, elas estão gastando dinheiro com elas. Mesmo as empresas estão receosas em pedir patentes devido a grande demora que faz com que as tecnologias fiquem “caducas”. A tecnologia defasa mais rápido do que o tempo que se leva para protegê-las. A universidade oferece um grande acesso à informação aos alunos. É necessário inovar no jeito de fazer a universidade. A universidade deveria estar sempre com as portas abertas. Quem é aluno tem acesso à universidade. Caso o aluno siga na carreira acadêmica, ele continuará tendo acesso e terá dinheiro, mas caso ele vire empresário, as portas fecham. A universidade tem que se reinventar, se desvencilhar das amarras burocráticas o que dificulta o ato de inovar. Não dá mais para ensinar como aprendemos. É através do empreendedorismo que isso vai acontecer.

Sérgio Gargioni, - FAPESC

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Existe a necessidade de um sistema para trabalhar a inovação como uma política pública. Trabalhar nas inovações sociais não apenas tecnológicas. Trabalhar com a questão da transferência de tecnologia. Políticas públicas para ampliar as ações da inovação e tecnologia. Temos outra área que está em desenvolvimento, a transferência para o setor produtivo, a cultura inovadora, as incubadoras e o empreendedorismo. No primeiro momento é necessário confrontar as universidades para que possam melhorar avaliar e analisar para o processo de decisão. O segundo momento que estamos trabalhando no estado, é ter mais participação para melhorar o modelo de negócio e disseminando essa cultura de inovação. Temos que aprender a transformar a pesquisa básica em pesquisa aplicada.

Cláudio Amante - Secretário de Inovação da UFSC A Lei de Inovação que obrigou que as instituições públicas criassem os NITs, o que foi muito importante, entretanto não deu as condições para que os NITs funcionassem. Os problemas são diversos:

Não há um gestor específico para cuidar dos NIT’s;

Os NIT’s, ficaram na dependência das disputas políticas

dentro da universidade;

Os bolsistas ficam no máximo dois anos, ou seja, não há uma

carreira, nem ninguém com competência par cuidar do NIT.

Araken Alves – INPI

Os NITs precisam de pessoas muito qualificadas que consigam circular tanto no meio acadêmico, no meio científico, quanto no meio industrial, no meio empresarial. São essas as pessoas que conhecem o mercado, que conhecem as oportunidades, que conhecem as empresas, que sabem do que as empresas têm necessidade, que conhecem as instituições acadêmicas e sabem o potencial de cada uma das universidades. Esse profissional deve trazer o empresário para as universidades, para mostrar as universidades, para fazer essa aproximação, e também leva os alunos, os pesquisadores acadêmicos, os professores para o ambiente mais industrial. Os NITs têm esse papel, e uma vez que esse papel é bem desempenhado, os benefícios são enormes. Porque a indústria, com a sua visão imediata e específica, puder pensar um pouquinho a médio e longo prazo, ela enxergará o benefício do investimento em pesquisa e desenvolvimento. Do mesmo modo que a instituição acadêmica, seja na geração do conhecimento, seja na formação de pessoas, ao se aproximar da indústria e da empresa, viabilizará uma rica interação entre seus alunos de graduação, mestrado e doutorado com o setor industrial. A formação deles vai ser muito mais completa, os desafios vão ser mais completos, eles vão agregar outros valores.

Álvaro Prata - MCTIC

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Diretrizes de Futuro

No segundo e terceiro dia do evento foram realizadas dinâmicas com os

representantes dos NITs para discutir os fatores estruturantes da rede de NITs de

Santa Catarina e a partir delas definir as diretrizes para construção destes pilares. A

metodologia para construção das diretrizes seguiu as seguintes etapas:

Fonte: IEL/SC

Para a definição dos fatores estruturantes, os participantes foram divididos em

grupos e cada grupo tinha a tarefa de determinar fatores estruturantes para fortalecer

a visão de futuro da Rede dos NITs com base nos principais desafios atuais

encontrados pela rede. Foi enfatizado que fatores estruturantes são pilares que

auxiliam o alcance da visão. Podem ser fatores positivos que precisam ser mantidos

ou negativos e, portanto, precisam ser eliminados para que a visão de futuro possa

ser alcançada. Após cada grupo elencar os seus fatores estruturantes, os mesmos

foram agrupados de acordo com similaridades.

A visão de futuro da rede de NITs de Santa Catarina foi estabelecida ao final

do segundo dia de seminário com a contribuição dos participantes do evento, em sua

maioria representantes de NITs, e ficou definida como:

Os fatores estruturantes determinados foram: Pessoas, Governança,

Cooperação em rede, Estrutura Negócios e Cultura da Inovação. Para a definição das

diretrizes, os representantes dos NITs se reuniram novamente em uma dinâmica

voltada ao estabelecimento de ações que possibilitem a construção dos fatores

Uma rede estruturada, articulada e integrada ao ecossistema

catarinense de inovação, compartilhando conhecimentos e

competências para a realização de transferência de

tecnologia e geração de inovação em sintonia com as

demandas do setor produtivo e da sociedade.

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estruturantes definidos na dinâmica anterior. Assim, foram distribuídos seis grupos

dos quais cada equipe deveria articular três planos de ações para cada um dos fatores

estruturantes. As ações definidas para cada um dos fatores estruturantes podem ser

observadas abaixo.

Pessoas

Desenvolver capacidade absortiva dos NITs impactando a realidade onde está

inserido

Construir mecanismos de transferência de conhecimento entre os NITs

Criar políticas de atração, retenção de talentos e de profissionalização dos

NITs

Alinhar as competências necessárias para os NITs com a gestão de pessoas

Ter fórum periódico que possibilite encontros, workshops para planejamento,

avaliação e monitoramento

Capacitar (latu senso e stricto senso) profissionais periodicamente nas áreas

pertinentes ao NIT

Profissionalizar gestores e técnicos dos NITs

Capacitar docentes e pesquisadores

Atrair talentos qualificados para os NIT’s

Criar mecanismos de bolsas para os alunos

Governança

Elaborar estatuto e regimento interno da rede, instituindo práticas de gestão e

definindo cargos e funções

Elaborar, implantar e acompanhar o planejamento estratégico de maneira

periódica e baseado no mapa de ativos e fluxos de conhecimento construído

pela rede e parceiros

Inserir a missão dos NITs no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) das

universidades a fim de garantir a continuidade das ações da inovação

Mapear, implementar e sistematizar fluxos e processos que norteiam as ações

do NIT

Estreitar o relacionamento entre os stakeholders

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Captar recursos para a manutenção da rede

Promover interiorização da rede por meio de sedes itinerantes

Implantar um canal de comunicação da rede

Institucionalizar a representação da rede de NITs de Santa Catarina

Cooperação e rede

Fomentar estrutura coordenada com representação de cada NIT para agir

conjuntamente na execução das estratégias criadas

Criar grupos de trabalho interinstitucionais distribuídos por meio regiões e com

base em plataformas de conhecimento para aplicação de metodologias de

colaboração

Elaborar estudo dos NITs com foco na explicitação e compartilhamento de

boas práticas, aplicando ferramentas de gestão dos conhecimentos

Institucionalizar o seminário catarinense de NITs sob coordenação da rede

Criar plataforma colaborativa (de documentos e informações) para promover a

conexão e comunicação entre os NITs

Utilizar plataformas colaborativas de conhecimento de Santa Catarina e

gratuitas (como o patent2net) monitorando-as e alimentando-as

Criar centro de recursos compartilhados (compras, capacitação, etc)

Realizar transferência de tecnologia entre as instituições

Criar plataforma de compartilhamento de competências dos NITs

Estrutura

Compor comitê gestor de forma rotativa

Realizar gestão de processos internos e utilizar ferramentas de gestão do

conhecimento

Integrar avaliadores ad hoc nas demandas no NIT e de pesquisa

Criar uma estrutura organizacional que possibilite um relacionamento com o

setor produtivo e social

Realizar encontros periódicos de forma itinerante para discussão de pautas

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Criar modelo de liderança itinerante para resolver demandas de estrutura física

necessária para a rede funcionar

Mapear as competências de cada NIT

Promover maior autonomia, com independência financeira e orçamento

específico, para o NIT dentro da estrutura organizacional

Rediscutir indicadores de impactos dos NITs a serem contabilizados nas

políticas e instrumentos de P&D+I estaduais

Formar comitê para a captação de recursos (editais) para a rede

Planejar central de prestação de serviços de cunho econômico entre os NITs

Contratar profissional para implantação e operação inicial da rede

Adequar espaços físicos para negociações

Criar representações do NIT nas instancias deliberativas das Instituições de

Ensino Superior (IES)

Estudar, com apoio da rede, a viabilidade de pessoa jurídica própria para os

NITs ou seu posicionamento estratégico institucional (respeitando suas

individualidades)

Negócios

Criar portfólio de oferta de competências e tecnologias dos NITs, utilizando-se

dos cases de sucesso como atrativo de novos negócios

Fazer com que o NIT seja um escritório de negócios

Integrar os NITs com outros habitats de inovação e locais de promoção de

negócios

Direcionar recursos provenientes do ressarcimento de projetos de inovação

aos NITs

Realizar encontros (rodadas de negócio) entre empresas e NITS de forma a

explicitar demandas por parte das empresas e soluções por parte das ICTs

Realizar periodicamente prospecção de demandas de mercado

Distribuir demandas das empresas de acordo com as competências de cada

NIT

Aproveitar informações e resultados do Observatório da Industria Catarinense

em ações e resultados de P&D nas ICTs

Disseminar estratégias de prospecção tecnológica e serviços entre ICTs e

empresas

Desenvolver e aplicar ferramentas de inovação aberta, especialmente

programas de geração de ideias, para criação e fortalecimento de negócios por

meio das mesorregiões

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Cultura da inovação

Articular a integração da cultura organizacional da ICT com a cultura da

inovação

Disseminar a cultura da inovação por meio de eventos, material de alinhamento

conceitual e interação do ambiente interno e externo do NIT

Induzir a criação de um fórum de reitores nas ICTs para discutir esforços

integrados para a inserção, disseminação de temas voltados ao P&D

Trabalhar para a inserção dos NITs no circuito de eventos de outros atores do

sistema

Criar concurso de inovação no âmbito da rede (com a acadêmicos e

empresários de diferentes categorias)

Ajustar a linguagem técnica dos projetos a realidade das empresas

Desenvolver ações incentivando o empreendedorismo nos pesquisadores e

alunos

Criar políticas que valorizem indicadores de inovação

Identificar e compartilhar as transformações culturais evitando que se tornem

obsoletas

Realizar eventos de aproximação com as empresas, com expertise da rede,

para a divulgação da cultura da inovação e do empreendedorismo com os

diversos setores da sociedade demonstrando cases de sucesso da rede (dos

NITs)

Utilizar dados de patentes como recurso didático das disciplinas dentro das

ICTs

Desenvolver capacitação modelo sobre os processos dos NIT’s para ofertar

aos seus colaboradores nas regiões de localização dos NITs

A partir dos resultados alcançados foram traçados os caminhos a serem trilhados

para que se tenha uma rede de NITs consolidada e atuando de forma estruturada e

alinhada de modo que se consolide cada vez mais o Sistema de Inovação em Santa

Catarina com a ativa participação de cada um na rede que integra todas as regiões

do estado. Assim, é possível perceber que a atuação e participação ativa dos NITs é

considerado fator crítico de sucesso para o alcance do seu propósito.

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