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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO ALEXSANDRA LAÍS DE LUNA SOBRAL ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DESMAMADAS DE SEIS A VINTE QUATRO MESES DO MUNICÍPIO DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO, PERNAMBUCO Vitória de Santo Antão 2015

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Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE GRADUACcedilAtildeO EM NUTRICcedilAtildeO

ALEXSANDRA LAIacuteS DE LUNA SOBRAL

ALIMENTACcedilAtildeO COMPLEMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANCcedilAS

DESMAMADAS DE SEIS A VINTE QUATRO MESES DO MUNICIacutePIO DA VITOacuteRIA

DE SANTO ANTAtildeO PERNAMBUCO

Vitoacuteria de Santo Antatildeo

2015

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE GRADUACcedilAtildeO EM NUTRICcedilAtildeO

ALEXSANDRA LAIacuteS DE LUNA SOBRAL

ALIMENTACcedilAtildeO COMPLEMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANCcedilAS

DESMAMADAS DE SEIS A VINTE QUATRO MESES DO MUNICIacutePIO DA VITOacuteRIA

DE SANTO ANTAtildeO PERNAMBUCO

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado

ao Colegiado do Curso de Graduaccedilatildeo em

Nutriccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Vitoacuteria da

Universidade Federal de Pernambuco em

cumprimento a requisito parcial para obtenccedilatildeo

do grau de Bacharel em Nutriccedilatildeo

Orientadora Profordf Drordf Michelle Figueiredo

Carvalho

Coorientadora Profordf Drordf Sandra Cristina da

Silva Santana

Vitoacuteria de Santo Antatildeo

2015

Catalogaccedilatildeo na Fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE Biblioteca Setorial do CAV

Bibliotecaacuteria Jaciane Freire Santana CRB-4 2018

S677a Sobral Alexsandra Laiacutes de Luna

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas desmamadas de seis a vinte quatro meses do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco Alexsandra Laiacutes de Luna Sobral ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo O Autor 2015

74 folhas fig tab Orientadora Michelle Figueiredo Carvalho Coorientadora Sandra Cristina da Silva Santana TCC (Bacharelado em Nutriccedilatildeo) ndash Universidade Federal de Pernambuco CAV Curso de Nutriccedilatildeo 2015

Inclui bibliografia e anexos 1 Nutriccedilatildeo do Lactente 2 Consumo alimentar ndash lactente 3 Estado

Nutricional ndash lactente I Carvalho Michelle Figueiredo (Orientadora) II Santana Sandra Cristina da Silva (Coorientadora) III Tiacutetulo

61320832 CDD (23ed) BIBCAVUFPE-062016

Alexsandra Laiacutes de Luna Sobral

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas desmamadas de seis a vinte

quatro meses do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Colegiado

do Curso de Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo do Centro Acadecircmico

de Vitoacuteria da Universidade Federal de Pernambuco em

cumprimento a requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de

Bacharel em Nutriccedilatildeo

Aprovado em

Nota

Banca Examinadora

____________________________________

Profordf Drordf Wylla Tatiana Ferreira e Silva

Universidade Federal de Pernambuco

____________________________________

Profordf Nathaacutelia Paula de Souza

Universidade Federal de Pernambuco

____________________________________

Profordf Marcela Albuquerque Melo

Secretaria de Sauacutede da Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Dedico este trabalho agrave minha avoacute Luacutecia por toda a sua dedicaccedilatildeo e incentivo agrave mim

prestados desde o meu nascimento e que mesmo em seu momento de enfermidade entendeu a

grandiosidade do meu ingresso na Universidade

AGRADECIMENTOS

Ao Senhor Pai celestial pelo sopro da vida e o Espiacuterito Santo que haacute em mim por sua

proteccedilatildeo e amor em todos os momentos

Agrave minha famiacutelia primeiramente meus pais pelo simples fato de me permitirem nascer aos

meus avoacutes Maria Luacutecia e Joseacute Maria pela criaccedilatildeo e ensinamentos adiquiridos ao longo da

minha vida e aos meus tios Luacutecio e Cristiane por abrirem as portas da sua casa e me

acolherem

Ao meu namorado por todo amor cuidado e incentivo para que eu me torne uma oacutetima

profissional nutricionista e agraves minhas amigas que conquistei na graduaccedilatildeo pelo

companheirismo nos momentos felizes e difiacuteceis nesses quatro anos

Aos meus professores pelos ensinamentos e oportunidades adquiridos durante a graduaccedilatildeo

em especial agrave minha orientadora Michelle Carvalho que me incentivou a fazer um trabalho

cada vez melhor

Agrave equipe do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede ndash Rede Cegonha pelo auxiacutelio na coleta de dados

para a realizaccedilatildeo deste trabalho

Agrave UFPECAV por fornecer uma infra-estrutura possibilitando a anaacutelise dos dados o

aprendizado e pela oportunidade ter uma formaccedilatildeo acadecircmica de qualidade

ldquoPesquiso para constatar constatando intervenho intervindo educo e me educo Pesquiso

para conhecer e o que ainda natildeo conheccedilo e comunicar ou anunciar a novidaderdquo

(PAULO FREIRE 2002 p 16)

RESUMO

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno e a partir dos seis meses

uma alimentaccedilatildeo adequada deve complementaacute-lo ateacute os dois anos de vida ou mais A

alimentaccedilatildeo complementar deve se basear em alimentos in natura e produzidos

regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras carnes e gratildeos variados pois satildeo

alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos Na infacircncia a principal

causa dos distuacuterbios nutricionais eacute a introduccedilatildeo inadequada dos alimentos complementares

associada ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de dietas basicamente laacutecteas O objetivo deste

estudo foi analisar quali e quantitativamente os alimentos consumidos por crianccedilas

desmamadas de 6 a 24 meses no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco Este

estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter ambulatorial

realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco A populaccedilatildeo de interesse foi crianccedilas de 6 a 24 meses que natildeo

estavam mais recebendo leite materno e os dados foram coletados atraveacutes da aplicaccedilatildeo de um

questionaacuterio e um recordatoacuterio de 24h com a matildee ou responsaacutevel da crianccedila e realizada a

avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Foram entrevistadas 99 crianccedilas e destas 60 eram desmamadas

Foram encontradas prevalecircncias de 30 de risco de sobrepeso 75 de sobrepeso e 10 de

obesidade Nenhuma das crianccedilas apresentou baixo peso e 5 estavam com baixa estatura A

anaacutelise qualitativa da alimentaccedilatildeo complementar demonstrou baixo consumo de alimentos

saudaacuteveis por crianccedilas de 6 a 11 meses e 12 a 24 meses respectivamente como carnes e ovos

(24 e 68) hortaliccedilas (18 e 32) e frutas (59 e 60) e em contrapartida apresentou

alto consumo de alimentos caloacutericos e industrializados como doces (24 e 48) em ambas

as faixas etaacuterias e refrigerantes (12) e salgadinhos (8) por crianccedilas de 12 a 24 meses

Comparando-se os haacutebitos alimentares com o estado nutricional observou-se que 60 das

crianccedilas com sobrepeso ou obesidade consumiam alimentos ultraprocessados e mingaus

compostos por leite accediluacutecar e farinha Na anaacutelise quantitativa foi encontrado consumo elevado

de calorias por 833 das crianccedilas estudadas assim como o caacutelcio e o soacutedio com 966 e

566 respectivamente Atenccedilatildeo especial deve ser dada agraves proteiacutenas que apresentaram

excessivo consumo por 100 das crianccedilas assim como o ferro (60) e a vitamina A (50)

causados principalmente pelo desequiliacutebrio na ingestatildeo de leite integral em poacute fortificado

poreacutem a vitamina A tambeacutem apresentou inadequaccedilatildeo por quase metade das crianccedilas A

alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas exerce uma influecircncia no estado

nutricional das crianccedilas ocorrendo excesso de peso e maacute nutriccedilatildeo devido ao consumo de

alimentos altamente caloacutericos e com baixo teor de nutrientes O serviccedilo de sauacutede do

municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para

as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas crianccedilas para evitar e reverter esses agravos

nutricionais

Palavrasndashchave consumo de alimentos estado nutricional crianccedila transiccedilatildeo nutricional

ABSTRACT

Healthy eating starts with breastfeeding and from six months adequate food should

complement it by two years of age or older Complementary food should be based on fresh

food and produced regionally as tubers fruits vegetables meats and grains varied as they are

healthy tasty nutritious and culturally valuable In childhood the main cause of nutritional

disorders is inadequate introduction of complementary foods associated with early weaning

and maintenance of mainly dairy diets The objective of this study was to analyze

qualitatively and quantitatively the foods consumed by children weaned 6-24 months in the

city of Vitoria de Santo Antao Pernambuco This study is characterized as descriptive cross

and outpatient design carried out in units of the Family Health Strategy (FHS) in the

municipality of Vitoria de Santo Antao Pernambuco The population of interest was children

6-24 months who were no longer receiving breast milk and data were collected by

completing a questionnaire and a 24-hour recall by the mother or the childs guardian 99

children were interviewed and of these 606 were weaned 30 prevalence of overweight

risk 75 overweight and 10 obesity were found None of the children had low weight and

5 were stunted Qualitative analysis of complementary foods showed low consumption of

healthy foods for children 6-11 months and 12-24 months respectively such as meat and

eggs (24 and 68) vegetables (18 and 32) and fruits (59 and 60) and on the other

hand showed high consumption of caloric and processed foods sweets like (24 and 48) in

both age groups and soft drinks (12) and snack (8) for children 12 to 24 months

Comparing the eating habits and nutritional status it was observed that 60 of children

overweight or obese consumed ultraprocessados food and porridge consisting of milk sugar

and flour The quantitative analysis was found high calorie consumption by 833 of the

children as well as calcium and sodium with 966 and 566 respectively Special

attention should be paid to proteins which have excessive consumption by 100 of children

even as iron (60) and vitamin A (50) caused mainly by the imbalance in the whole milk

intake of fortified powder but vitamin A also had impairments for almost half of the children

Complementary food with these characteristics has an influence on nutritional status of

children occurring overweight and poor nutrition due to the consumption of high-calorie and

low-nutrient foods The health service of the municipality through its local public policies is

the main vehicle of information for families and activities in monitoring these children to

prevent and reverse these nutritional problems

Keywords food consumption nutritional status child nutritional transition

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas20

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois

anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 201221

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015 conforme o

Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade33

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses atendidas

nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

segundo o recordatoacuterio de 24h35

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses atendidas nas

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

segundo o recordatoacuterio de 24h35

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24

meses comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2

anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 201536

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas

atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201537

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201537

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 201531

Tabela 2 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 201533

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015 34

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da

Sauacutede 2015 36

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria de

crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

2015 38

Tabela 6 - Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de

24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201539

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AI Ingestatildeo Adequada

AM Aleitamento Materno

AME Aleitamento Materno Exclusivo

AVANUTRI Sistema de Avaliaccedilatildeo e Prescriccedilatildeo Nutricional

CAV Centro Acadecircmico de Vitoacuteria

DF Distrito Federal

DRI Dietary Reference Intakes

EAR Estimativa de Requerimento Energeacutetico

EER Requerimento Energeacutetico Estimado

ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

FAO Food and Agriculture Organization

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IMC Iacutendice de Massa Corporal

IOM Institute Of Medicine

MS Ministeacuterio da Sauacutede

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PET Programa de Educaccedilatildeo pelo Trabalho

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher

PNS Pesquisa Nacional de Sauacutede

POF Pesquisa de Orccedilamentos Familiares

RDA Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada

SBP Sociedade Brasileira de Pediatria

SISVAN Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional

UBS Unidade Baacutesica de Sauacutede

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

2 OBJETIVOS 16

21 Objetivo Geral 16

22 Objetivos Especiacuteficos 16

3 JUSTIFICATIVA 17

4 REVISAtildeO DA LITERATURA 18

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual 18

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees 19

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil 24

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos 25

5 METODOLOGIA 27

6 RESULTADOS 31

7 DISCUSSAtildeO 42

8 CONCLUSOtildeES 49

REFEREcircNCIAS 50

APEcircNDICE 53

ANEXO 64

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ateacute os dois anos de vida o crescimento e o desenvolvimento satildeo influenciados pelas

condiccedilotildees de nascimento e os fatores ambientais em que a crianccedila vive (VITOLO 2015) E

dentre os fatores ambientais a nutriccedilatildeo adequada eacute um dos principais a promover o

crescimento e o desenvolvimento saudaacutevel na infacircncia (MAHAN ESCOTT-STUMP

RAYMOND 2012)

A alimentaccedilatildeo adequada e saudaacutevel no iniacutecio da vida eacute primordial pois nesta fase o

requerimento de energia macro e micronutrientes estatildeo elevados em decorrecircncia da demanda

aumentada para atender a maior velocidade de crescimento desta fase da vida (SALDAN

2014) Para garantir o aporte de nutrientes necessaacuterios e prevenir agravos nutricionais a

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam o

aleitamento materno exclusivo ateacute os 6 meses de vida e a partir dessa idade deve ser

introduzida a alimentaccedilatildeo complementar com a manutenccedilatildeo do aleitamento ateacute os 2 anos ou

mais (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel se baseia no consumo de alimentos in

natura e produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos

variados pois satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos

(BRASIL 2009a)

O consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece

diferentes nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas que aleacutem dos

processos de crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico tambeacutem estatildeo em formaccedilatildeo

dos haacutebitos alimentares (BRASIL 2009a) A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis

desde o iniacutecio da vida pode prolongar-se por muitos anos e reflete diretamente no estado

nutricional do indiviacuteduo (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

O excesso de peso na infacircncia vem tomando grandes proporccedilotildees ao longo dos anos

uma vez que os haacutebitos alimentares inadequados e o estilo de vida sedentaacuterio representam a

praacutetica da vida urbana atual (BERTIN et al 2010) A obesidade infantil jaacute eacute considerada um

problema de sauacutede puacuteblica e estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional satildeo accedilotildees que

podem ser utilizadas para a prevenccedilatildeo e controle do excesso de peso (BERTIN et al 2010)

Diante disto torna-se importante investigar os haacutebitos alimentares das crianccedilas para

verificar as possiacuteveis inadequaccedilotildees e erros alimentares durante esta fase criacutetica de

crescimento desenvolvimento e formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares Assim permitir a

intervenccedilatildeo oportuna atraveacutes de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a fim de evitar

15

atrasos nos processos de crescimento desenvolvimento carecircncias nutricionais e prejuiacutezos no

estado nutricional dessas crianccedilas

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Investigar quali e quantitativamente as praacuteticas de alimentaccedilatildeo complementar e o

estado nutricional das crianccedilas desmamadas de 6 a 24 meses atendidas em Unidades de Sauacutede

da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

22 Objetivos Especiacuteficos

Caracterizar as famiacutelias quanto agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas

Avaliar o estado nutricional das crianccedilas

Analisar quali e quantitativamente a praacutetica de alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo

agraves recomendaccedilotildees das Organizaccedilotildees Internacionais

Relacionar os haacutebitos alimentares ao estado nutricional das crianccedilas

17

3 JUSTIFICATIVA

Apesar dos avanccedilos na prevalecircncia do aleitamento materno e sua mediana de duraccedilatildeo

a alimentaccedilatildeo complementar natildeo segue o mesmo curso de evoluccedilatildeo A introduccedilatildeo precoce de

alimentos pouco nutritivos e ao mesmo tempo a deficiente introduccedilatildeo de alimentos saudaacuteveis

tornam a alimentaccedilatildeo complementar inadequada

Este perfil alimentar infantil estaacute influenciando no aumento da prevalecircncia de excesso

de peso na infacircncia encontrado nos uacuteltimos anos e ao mesmo tempo ainda existem

deficiecircncias de micronutrientes acometendo crianccedilas nesta fase da vida principalmente nas

regiotildees mais carentes do paiacutes

Dessa forma eacute fundamental que oacutergatildeos de sauacutede realizem o monitoramento das

praacuteticas alimentares na infacircncia proporcionando um melhor planejamento das accedilotildees de sauacutede

construindo estrateacutegias de prevenccedilatildeo e controle dos agravos para o grupo infantil na atenccedilatildeo

baacutesica

A realizaccedilatildeo deste trabalho proporciona informaccedilotildees valiosas para a construccedilatildeo de

estrateacutegias de prevenccedilatildeo e combate aos erros alimentares em crianccedilas na faixa etaacuteria de 6 a

24 meses com destaque aquelas desmamadas pois satildeo consideradas como um grupo de maior

risco para as carecircncias nutricionais uma vez que natildeo haacute a oferta de leite materno para garantir

os nutrientes adequados Aleacutem disto permite o dignoacutestico nutricional destas crianccedilas a fim de

intervir em possiacuteveis prejuiacutezos ao estado nutricional

18

4 REVISAtildeO DA LITERATURA

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno este acontece

quando a crianccedila recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) independentemente de

receber ou natildeo outros alimentos (BRASIL 2009a) Segue abaixo as definiccedilotildees de aleitamento

materno adotadas pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e reconhecidas no mundo

inteiro (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Aleitamento materno exclusivo quando a crianccedila recebe somente leite materno

direto da mama ou ordenhado ou leite humano de outra fonte sem outros liacutequidos

ou soacutelidos com exceccedilatildeo de gotas ou xaropes contendo vitaminas sais de reidrataccedilatildeo

oral suplementos minerais ou medicamentos

Aleitamento materno predominante quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno aacutegua ou bebidas agrave base de aacutegua (aacutegua adocicada chaacutes infusotildees) e sucos de

frutas

Aleitamento materno misto ou parcial quando a crianccedila recebe leite materno e

outros tipos de leite

Aleitamento materno complementado quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno qualquer alimento soacutelido ou semi-soacutelido com a finalidade de complementaacute-

lo e natildeo de substituiacute-lo Nesta categoria a crianccedila pode receber aleacutem do leite

materno outro tipo de leite mas este natildeo eacute considerado alimento complementar

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam

aleitamento materno exclusivo ateacute os seis meses de idade sob regime de livre demanda pois

nesta fase o leite materno eacute capaz de suprir as necessidades nutricionais da crianccedila para o seu

adequado crescimento e desenvolvimento O mesmo natildeo acontece apoacutes os seis meses assim

a partir desta idade o aleitamento materno deve ser complementado ateacute os dois anos ou mais

(BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

A amamentaccedilatildeo possui inuacutemeras vantagens especialmente nos primeiros meses de

vida (BRASIL 2005) Graccedilas aos inuacutemeros fatores existentes no leite materno que protegem

contra infecccedilotildees haacute uma menor taxa de mortalidade entre as crianccedilas amamentadas

(BRASIL 2009a) Tambeacutem haacute evidecircncias sugerindo que o aleitamento materno apresenta

benefiacutecios em longo prazo como mostra uma revisatildeo publicada pela OMS a qual verificou

que os indiviacuteduos adultos amamentados adequadamente durante a infacircncia apresentaram

pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica mais baixas (-12mmHg e -05mmHg respectivamente) niacuteveis

menores de colesterol total (-018mmolL) risco 37 menor de apresentar diabetes tipo 2 e

22 menores chances de vir a apresentar sobrepesoobesidade (BRASIL 2012)

19

Apesar das inuacutemeras vantagens do aleitamento materno tanto no periacuteodo criacutetico do

crescimento e desenvolvimento como na vida adulta o desmame ainda acontece de forma

precoce (BRASIL 2012) De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento

Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia de

aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de 6 meses foi de 41 no conjunto das

capitais brasileiras e Distrito Federal (DF) e sua duraccedilatildeo mediana foi de 541 dias (18 meses)

(BRASIL 2009b)

A regiatildeo Nordeste obteve o pior resultado entre as demais regiotildees apresentando

apenas 37 de prevalecircncia do AME e 349 dias de duraccedilatildeo Jaacute a prevalecircncia do aleitamento

materno (AM) entre crianccedilas de 9 a 12 meses foi de 587 no conjunto das capitais brasileiras

e DF e a estimativa de duraccedilatildeo mediana foi de 3416 dias (112 meses) neste quesito a regiatildeo

Nordeste encontra-se acima da meacutedia nacional com 591 e 114 meses respectivamente

(BRASIL 2009b)

A Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que em 2013 no Brasil 506 das

crianccedilas com idade de 9 a 12 meses estavam em aleitamento materno de modo complementar

o que mostra uma diminuiccedilatildeo na prevalecircncia de crianccedilas que mantem a amamentaccedilatildeo apoacutes os

nove meses (IBGE 2015)

As recomendaccedilotildees de aleitamento materno principalmente exclusivo natildeo satildeo

cumpridas devido agrave introduccedilatildeo precoce de alimentos o que coloca em risco a sauacutede da

crianccedila (PALMA et al 2009) O consumo precoce de alimentos complementares interfere na

amamentaccedilatildeo e pode natildeo suprir as necessidades nutricionais dessa faixa etaacuteria onde a

velocidade de crescimento eacute elevada podendo desenvolver deficiecircncias nutricionais (SBP

2006)

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees

Considera-se atualmente que o periacuteodo ideal para a introduccedilatildeo de alimentos

complementares eacute apoacutes o sexto mecircs de vida pois a partir deste momento o leite materno natildeo

consegue sozinho suprir as demandas nutricionais da crianccedila (SBP 2006) Aleacutem disso a

crianccedila jaacute apresenta um desenvolvimento geral e neuroloacutegico adequados como a mastigaccedilatildeo

degluticcedilatildeo digestatildeo e excreccedilatildeo permitindo o consumo de novos alimentos o que o leva a

conhecer novos sabores cores aromas texturas e saberes aproximando-o progressivamente

aos haacutebitos alimentares da famiacutelia (BRASIL 2009a)

No ano de 2013 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou a 2ordf ediccedilatildeo dos Dez passos para uma

alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos onde recomenda

20

que as crianccedilas em situaccedilotildees em que o aleitamento materno natildeo eacute praticado devem iniciar a

alimentaccedilatildeo complementar a partir dos quatro meses de vida seguindo o esquema alimentar

para crianccedilas natildeo amamentadas representado pela Figura 1 (BRASIL 2013)

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas

Fonte Ministeacuterio da Sauacutede 2013

A introduccedilatildeo deve ser lenta e gradual respeitando-se a aceitaccedilatildeo da crianccedila e deve-se

ofertar um alimento de cada grupo principalmente carne para prevenir a anemia (BRASIL

2012)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel deve se basear em alimentos in natura e

produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos variados pois

satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos (BRASIL 2009a) O

consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece diferentes

nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas as quais estatildeo em acelerado

crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico e em formaccedilatildeo dos haacutebitos alimentares

Sabe-se que quanto mais colorida for a alimentaccedilatildeo mais vitaminas e minerais ela conteacutem

aleacutem disso deve-se respeitar a lei da harmonia ela garante o equiliacutebrio em quantidade e em

qualidade dos alimentos consumidos (BRASIL 2009a)

Para facilitar a escolha dos alimentos pode-se tomar como referecircncia os guias

alimentares que descrevem as recomendaccedilotildees quantitativas e qualitativas dos padrotildees

dieteacuteticos A Piracircmide Alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) foi adaptada de Philippi ST et al Rev Nutr 12 65-80 1999 e eacute a

representaccedilatildeo graacutefica do Guia Alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) no ano de 2005 permitindo agrave populaccedilatildeo fazer escolhas saudaacuteveis e

obter uma alimentaccedilatildeo adequada (BRASIL 2005 SBP 2012)

21

A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

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de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

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53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE GRADUACcedilAtildeO EM NUTRICcedilAtildeO

ALEXSANDRA LAIacuteS DE LUNA SOBRAL

ALIMENTACcedilAtildeO COMPLEMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANCcedilAS

DESMAMADAS DE SEIS A VINTE QUATRO MESES DO MUNICIacutePIO DA VITOacuteRIA

DE SANTO ANTAtildeO PERNAMBUCO

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado

ao Colegiado do Curso de Graduaccedilatildeo em

Nutriccedilatildeo do Centro Acadecircmico de Vitoacuteria da

Universidade Federal de Pernambuco em

cumprimento a requisito parcial para obtenccedilatildeo

do grau de Bacharel em Nutriccedilatildeo

Orientadora Profordf Drordf Michelle Figueiredo

Carvalho

Coorientadora Profordf Drordf Sandra Cristina da

Silva Santana

Vitoacuteria de Santo Antatildeo

2015

Catalogaccedilatildeo na Fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE Biblioteca Setorial do CAV

Bibliotecaacuteria Jaciane Freire Santana CRB-4 2018

S677a Sobral Alexsandra Laiacutes de Luna

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas desmamadas de seis a vinte quatro meses do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco Alexsandra Laiacutes de Luna Sobral ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo O Autor 2015

74 folhas fig tab Orientadora Michelle Figueiredo Carvalho Coorientadora Sandra Cristina da Silva Santana TCC (Bacharelado em Nutriccedilatildeo) ndash Universidade Federal de Pernambuco CAV Curso de Nutriccedilatildeo 2015

Inclui bibliografia e anexos 1 Nutriccedilatildeo do Lactente 2 Consumo alimentar ndash lactente 3 Estado

Nutricional ndash lactente I Carvalho Michelle Figueiredo (Orientadora) II Santana Sandra Cristina da Silva (Coorientadora) III Tiacutetulo

61320832 CDD (23ed) BIBCAVUFPE-062016

Alexsandra Laiacutes de Luna Sobral

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas desmamadas de seis a vinte

quatro meses do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Colegiado

do Curso de Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo do Centro Acadecircmico

de Vitoacuteria da Universidade Federal de Pernambuco em

cumprimento a requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de

Bacharel em Nutriccedilatildeo

Aprovado em

Nota

Banca Examinadora

____________________________________

Profordf Drordf Wylla Tatiana Ferreira e Silva

Universidade Federal de Pernambuco

____________________________________

Profordf Nathaacutelia Paula de Souza

Universidade Federal de Pernambuco

____________________________________

Profordf Marcela Albuquerque Melo

Secretaria de Sauacutede da Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Dedico este trabalho agrave minha avoacute Luacutecia por toda a sua dedicaccedilatildeo e incentivo agrave mim

prestados desde o meu nascimento e que mesmo em seu momento de enfermidade entendeu a

grandiosidade do meu ingresso na Universidade

AGRADECIMENTOS

Ao Senhor Pai celestial pelo sopro da vida e o Espiacuterito Santo que haacute em mim por sua

proteccedilatildeo e amor em todos os momentos

Agrave minha famiacutelia primeiramente meus pais pelo simples fato de me permitirem nascer aos

meus avoacutes Maria Luacutecia e Joseacute Maria pela criaccedilatildeo e ensinamentos adiquiridos ao longo da

minha vida e aos meus tios Luacutecio e Cristiane por abrirem as portas da sua casa e me

acolherem

Ao meu namorado por todo amor cuidado e incentivo para que eu me torne uma oacutetima

profissional nutricionista e agraves minhas amigas que conquistei na graduaccedilatildeo pelo

companheirismo nos momentos felizes e difiacuteceis nesses quatro anos

Aos meus professores pelos ensinamentos e oportunidades adquiridos durante a graduaccedilatildeo

em especial agrave minha orientadora Michelle Carvalho que me incentivou a fazer um trabalho

cada vez melhor

Agrave equipe do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede ndash Rede Cegonha pelo auxiacutelio na coleta de dados

para a realizaccedilatildeo deste trabalho

Agrave UFPECAV por fornecer uma infra-estrutura possibilitando a anaacutelise dos dados o

aprendizado e pela oportunidade ter uma formaccedilatildeo acadecircmica de qualidade

ldquoPesquiso para constatar constatando intervenho intervindo educo e me educo Pesquiso

para conhecer e o que ainda natildeo conheccedilo e comunicar ou anunciar a novidaderdquo

(PAULO FREIRE 2002 p 16)

RESUMO

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno e a partir dos seis meses

uma alimentaccedilatildeo adequada deve complementaacute-lo ateacute os dois anos de vida ou mais A

alimentaccedilatildeo complementar deve se basear em alimentos in natura e produzidos

regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras carnes e gratildeos variados pois satildeo

alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos Na infacircncia a principal

causa dos distuacuterbios nutricionais eacute a introduccedilatildeo inadequada dos alimentos complementares

associada ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de dietas basicamente laacutecteas O objetivo deste

estudo foi analisar quali e quantitativamente os alimentos consumidos por crianccedilas

desmamadas de 6 a 24 meses no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco Este

estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter ambulatorial

realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco A populaccedilatildeo de interesse foi crianccedilas de 6 a 24 meses que natildeo

estavam mais recebendo leite materno e os dados foram coletados atraveacutes da aplicaccedilatildeo de um

questionaacuterio e um recordatoacuterio de 24h com a matildee ou responsaacutevel da crianccedila e realizada a

avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Foram entrevistadas 99 crianccedilas e destas 60 eram desmamadas

Foram encontradas prevalecircncias de 30 de risco de sobrepeso 75 de sobrepeso e 10 de

obesidade Nenhuma das crianccedilas apresentou baixo peso e 5 estavam com baixa estatura A

anaacutelise qualitativa da alimentaccedilatildeo complementar demonstrou baixo consumo de alimentos

saudaacuteveis por crianccedilas de 6 a 11 meses e 12 a 24 meses respectivamente como carnes e ovos

(24 e 68) hortaliccedilas (18 e 32) e frutas (59 e 60) e em contrapartida apresentou

alto consumo de alimentos caloacutericos e industrializados como doces (24 e 48) em ambas

as faixas etaacuterias e refrigerantes (12) e salgadinhos (8) por crianccedilas de 12 a 24 meses

Comparando-se os haacutebitos alimentares com o estado nutricional observou-se que 60 das

crianccedilas com sobrepeso ou obesidade consumiam alimentos ultraprocessados e mingaus

compostos por leite accediluacutecar e farinha Na anaacutelise quantitativa foi encontrado consumo elevado

de calorias por 833 das crianccedilas estudadas assim como o caacutelcio e o soacutedio com 966 e

566 respectivamente Atenccedilatildeo especial deve ser dada agraves proteiacutenas que apresentaram

excessivo consumo por 100 das crianccedilas assim como o ferro (60) e a vitamina A (50)

causados principalmente pelo desequiliacutebrio na ingestatildeo de leite integral em poacute fortificado

poreacutem a vitamina A tambeacutem apresentou inadequaccedilatildeo por quase metade das crianccedilas A

alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas exerce uma influecircncia no estado

nutricional das crianccedilas ocorrendo excesso de peso e maacute nutriccedilatildeo devido ao consumo de

alimentos altamente caloacutericos e com baixo teor de nutrientes O serviccedilo de sauacutede do

municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para

as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas crianccedilas para evitar e reverter esses agravos

nutricionais

Palavrasndashchave consumo de alimentos estado nutricional crianccedila transiccedilatildeo nutricional

ABSTRACT

Healthy eating starts with breastfeeding and from six months adequate food should

complement it by two years of age or older Complementary food should be based on fresh

food and produced regionally as tubers fruits vegetables meats and grains varied as they are

healthy tasty nutritious and culturally valuable In childhood the main cause of nutritional

disorders is inadequate introduction of complementary foods associated with early weaning

and maintenance of mainly dairy diets The objective of this study was to analyze

qualitatively and quantitatively the foods consumed by children weaned 6-24 months in the

city of Vitoria de Santo Antao Pernambuco This study is characterized as descriptive cross

and outpatient design carried out in units of the Family Health Strategy (FHS) in the

municipality of Vitoria de Santo Antao Pernambuco The population of interest was children

6-24 months who were no longer receiving breast milk and data were collected by

completing a questionnaire and a 24-hour recall by the mother or the childs guardian 99

children were interviewed and of these 606 were weaned 30 prevalence of overweight

risk 75 overweight and 10 obesity were found None of the children had low weight and

5 were stunted Qualitative analysis of complementary foods showed low consumption of

healthy foods for children 6-11 months and 12-24 months respectively such as meat and

eggs (24 and 68) vegetables (18 and 32) and fruits (59 and 60) and on the other

hand showed high consumption of caloric and processed foods sweets like (24 and 48) in

both age groups and soft drinks (12) and snack (8) for children 12 to 24 months

Comparing the eating habits and nutritional status it was observed that 60 of children

overweight or obese consumed ultraprocessados food and porridge consisting of milk sugar

and flour The quantitative analysis was found high calorie consumption by 833 of the

children as well as calcium and sodium with 966 and 566 respectively Special

attention should be paid to proteins which have excessive consumption by 100 of children

even as iron (60) and vitamin A (50) caused mainly by the imbalance in the whole milk

intake of fortified powder but vitamin A also had impairments for almost half of the children

Complementary food with these characteristics has an influence on nutritional status of

children occurring overweight and poor nutrition due to the consumption of high-calorie and

low-nutrient foods The health service of the municipality through its local public policies is

the main vehicle of information for families and activities in monitoring these children to

prevent and reverse these nutritional problems

Keywords food consumption nutritional status child nutritional transition

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas20

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois

anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 201221

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015 conforme o

Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade33

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses atendidas

nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

segundo o recordatoacuterio de 24h35

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses atendidas nas

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

segundo o recordatoacuterio de 24h35

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24

meses comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2

anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 201536

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas

atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201537

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201537

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 201531

Tabela 2 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 201533

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015 34

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da

Sauacutede 2015 36

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria de

crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

2015 38

Tabela 6 - Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de

24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201539

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AI Ingestatildeo Adequada

AM Aleitamento Materno

AME Aleitamento Materno Exclusivo

AVANUTRI Sistema de Avaliaccedilatildeo e Prescriccedilatildeo Nutricional

CAV Centro Acadecircmico de Vitoacuteria

DF Distrito Federal

DRI Dietary Reference Intakes

EAR Estimativa de Requerimento Energeacutetico

EER Requerimento Energeacutetico Estimado

ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

FAO Food and Agriculture Organization

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IMC Iacutendice de Massa Corporal

IOM Institute Of Medicine

MS Ministeacuterio da Sauacutede

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PET Programa de Educaccedilatildeo pelo Trabalho

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher

PNS Pesquisa Nacional de Sauacutede

POF Pesquisa de Orccedilamentos Familiares

RDA Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada

SBP Sociedade Brasileira de Pediatria

SISVAN Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional

UBS Unidade Baacutesica de Sauacutede

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

2 OBJETIVOS 16

21 Objetivo Geral 16

22 Objetivos Especiacuteficos 16

3 JUSTIFICATIVA 17

4 REVISAtildeO DA LITERATURA 18

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual 18

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees 19

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil 24

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos 25

5 METODOLOGIA 27

6 RESULTADOS 31

7 DISCUSSAtildeO 42

8 CONCLUSOtildeES 49

REFEREcircNCIAS 50

APEcircNDICE 53

ANEXO 64

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ateacute os dois anos de vida o crescimento e o desenvolvimento satildeo influenciados pelas

condiccedilotildees de nascimento e os fatores ambientais em que a crianccedila vive (VITOLO 2015) E

dentre os fatores ambientais a nutriccedilatildeo adequada eacute um dos principais a promover o

crescimento e o desenvolvimento saudaacutevel na infacircncia (MAHAN ESCOTT-STUMP

RAYMOND 2012)

A alimentaccedilatildeo adequada e saudaacutevel no iniacutecio da vida eacute primordial pois nesta fase o

requerimento de energia macro e micronutrientes estatildeo elevados em decorrecircncia da demanda

aumentada para atender a maior velocidade de crescimento desta fase da vida (SALDAN

2014) Para garantir o aporte de nutrientes necessaacuterios e prevenir agravos nutricionais a

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam o

aleitamento materno exclusivo ateacute os 6 meses de vida e a partir dessa idade deve ser

introduzida a alimentaccedilatildeo complementar com a manutenccedilatildeo do aleitamento ateacute os 2 anos ou

mais (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel se baseia no consumo de alimentos in

natura e produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos

variados pois satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos

(BRASIL 2009a)

O consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece

diferentes nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas que aleacutem dos

processos de crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico tambeacutem estatildeo em formaccedilatildeo

dos haacutebitos alimentares (BRASIL 2009a) A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis

desde o iniacutecio da vida pode prolongar-se por muitos anos e reflete diretamente no estado

nutricional do indiviacuteduo (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

O excesso de peso na infacircncia vem tomando grandes proporccedilotildees ao longo dos anos

uma vez que os haacutebitos alimentares inadequados e o estilo de vida sedentaacuterio representam a

praacutetica da vida urbana atual (BERTIN et al 2010) A obesidade infantil jaacute eacute considerada um

problema de sauacutede puacuteblica e estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional satildeo accedilotildees que

podem ser utilizadas para a prevenccedilatildeo e controle do excesso de peso (BERTIN et al 2010)

Diante disto torna-se importante investigar os haacutebitos alimentares das crianccedilas para

verificar as possiacuteveis inadequaccedilotildees e erros alimentares durante esta fase criacutetica de

crescimento desenvolvimento e formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares Assim permitir a

intervenccedilatildeo oportuna atraveacutes de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a fim de evitar

15

atrasos nos processos de crescimento desenvolvimento carecircncias nutricionais e prejuiacutezos no

estado nutricional dessas crianccedilas

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Investigar quali e quantitativamente as praacuteticas de alimentaccedilatildeo complementar e o

estado nutricional das crianccedilas desmamadas de 6 a 24 meses atendidas em Unidades de Sauacutede

da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

22 Objetivos Especiacuteficos

Caracterizar as famiacutelias quanto agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas

Avaliar o estado nutricional das crianccedilas

Analisar quali e quantitativamente a praacutetica de alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo

agraves recomendaccedilotildees das Organizaccedilotildees Internacionais

Relacionar os haacutebitos alimentares ao estado nutricional das crianccedilas

17

3 JUSTIFICATIVA

Apesar dos avanccedilos na prevalecircncia do aleitamento materno e sua mediana de duraccedilatildeo

a alimentaccedilatildeo complementar natildeo segue o mesmo curso de evoluccedilatildeo A introduccedilatildeo precoce de

alimentos pouco nutritivos e ao mesmo tempo a deficiente introduccedilatildeo de alimentos saudaacuteveis

tornam a alimentaccedilatildeo complementar inadequada

Este perfil alimentar infantil estaacute influenciando no aumento da prevalecircncia de excesso

de peso na infacircncia encontrado nos uacuteltimos anos e ao mesmo tempo ainda existem

deficiecircncias de micronutrientes acometendo crianccedilas nesta fase da vida principalmente nas

regiotildees mais carentes do paiacutes

Dessa forma eacute fundamental que oacutergatildeos de sauacutede realizem o monitoramento das

praacuteticas alimentares na infacircncia proporcionando um melhor planejamento das accedilotildees de sauacutede

construindo estrateacutegias de prevenccedilatildeo e controle dos agravos para o grupo infantil na atenccedilatildeo

baacutesica

A realizaccedilatildeo deste trabalho proporciona informaccedilotildees valiosas para a construccedilatildeo de

estrateacutegias de prevenccedilatildeo e combate aos erros alimentares em crianccedilas na faixa etaacuteria de 6 a

24 meses com destaque aquelas desmamadas pois satildeo consideradas como um grupo de maior

risco para as carecircncias nutricionais uma vez que natildeo haacute a oferta de leite materno para garantir

os nutrientes adequados Aleacutem disto permite o dignoacutestico nutricional destas crianccedilas a fim de

intervir em possiacuteveis prejuiacutezos ao estado nutricional

18

4 REVISAtildeO DA LITERATURA

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno este acontece

quando a crianccedila recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) independentemente de

receber ou natildeo outros alimentos (BRASIL 2009a) Segue abaixo as definiccedilotildees de aleitamento

materno adotadas pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e reconhecidas no mundo

inteiro (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Aleitamento materno exclusivo quando a crianccedila recebe somente leite materno

direto da mama ou ordenhado ou leite humano de outra fonte sem outros liacutequidos

ou soacutelidos com exceccedilatildeo de gotas ou xaropes contendo vitaminas sais de reidrataccedilatildeo

oral suplementos minerais ou medicamentos

Aleitamento materno predominante quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno aacutegua ou bebidas agrave base de aacutegua (aacutegua adocicada chaacutes infusotildees) e sucos de

frutas

Aleitamento materno misto ou parcial quando a crianccedila recebe leite materno e

outros tipos de leite

Aleitamento materno complementado quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno qualquer alimento soacutelido ou semi-soacutelido com a finalidade de complementaacute-

lo e natildeo de substituiacute-lo Nesta categoria a crianccedila pode receber aleacutem do leite

materno outro tipo de leite mas este natildeo eacute considerado alimento complementar

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam

aleitamento materno exclusivo ateacute os seis meses de idade sob regime de livre demanda pois

nesta fase o leite materno eacute capaz de suprir as necessidades nutricionais da crianccedila para o seu

adequado crescimento e desenvolvimento O mesmo natildeo acontece apoacutes os seis meses assim

a partir desta idade o aleitamento materno deve ser complementado ateacute os dois anos ou mais

(BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

A amamentaccedilatildeo possui inuacutemeras vantagens especialmente nos primeiros meses de

vida (BRASIL 2005) Graccedilas aos inuacutemeros fatores existentes no leite materno que protegem

contra infecccedilotildees haacute uma menor taxa de mortalidade entre as crianccedilas amamentadas

(BRASIL 2009a) Tambeacutem haacute evidecircncias sugerindo que o aleitamento materno apresenta

benefiacutecios em longo prazo como mostra uma revisatildeo publicada pela OMS a qual verificou

que os indiviacuteduos adultos amamentados adequadamente durante a infacircncia apresentaram

pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica mais baixas (-12mmHg e -05mmHg respectivamente) niacuteveis

menores de colesterol total (-018mmolL) risco 37 menor de apresentar diabetes tipo 2 e

22 menores chances de vir a apresentar sobrepesoobesidade (BRASIL 2012)

19

Apesar das inuacutemeras vantagens do aleitamento materno tanto no periacuteodo criacutetico do

crescimento e desenvolvimento como na vida adulta o desmame ainda acontece de forma

precoce (BRASIL 2012) De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento

Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia de

aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de 6 meses foi de 41 no conjunto das

capitais brasileiras e Distrito Federal (DF) e sua duraccedilatildeo mediana foi de 541 dias (18 meses)

(BRASIL 2009b)

A regiatildeo Nordeste obteve o pior resultado entre as demais regiotildees apresentando

apenas 37 de prevalecircncia do AME e 349 dias de duraccedilatildeo Jaacute a prevalecircncia do aleitamento

materno (AM) entre crianccedilas de 9 a 12 meses foi de 587 no conjunto das capitais brasileiras

e DF e a estimativa de duraccedilatildeo mediana foi de 3416 dias (112 meses) neste quesito a regiatildeo

Nordeste encontra-se acima da meacutedia nacional com 591 e 114 meses respectivamente

(BRASIL 2009b)

A Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que em 2013 no Brasil 506 das

crianccedilas com idade de 9 a 12 meses estavam em aleitamento materno de modo complementar

o que mostra uma diminuiccedilatildeo na prevalecircncia de crianccedilas que mantem a amamentaccedilatildeo apoacutes os

nove meses (IBGE 2015)

As recomendaccedilotildees de aleitamento materno principalmente exclusivo natildeo satildeo

cumpridas devido agrave introduccedilatildeo precoce de alimentos o que coloca em risco a sauacutede da

crianccedila (PALMA et al 2009) O consumo precoce de alimentos complementares interfere na

amamentaccedilatildeo e pode natildeo suprir as necessidades nutricionais dessa faixa etaacuteria onde a

velocidade de crescimento eacute elevada podendo desenvolver deficiecircncias nutricionais (SBP

2006)

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees

Considera-se atualmente que o periacuteodo ideal para a introduccedilatildeo de alimentos

complementares eacute apoacutes o sexto mecircs de vida pois a partir deste momento o leite materno natildeo

consegue sozinho suprir as demandas nutricionais da crianccedila (SBP 2006) Aleacutem disso a

crianccedila jaacute apresenta um desenvolvimento geral e neuroloacutegico adequados como a mastigaccedilatildeo

degluticcedilatildeo digestatildeo e excreccedilatildeo permitindo o consumo de novos alimentos o que o leva a

conhecer novos sabores cores aromas texturas e saberes aproximando-o progressivamente

aos haacutebitos alimentares da famiacutelia (BRASIL 2009a)

No ano de 2013 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou a 2ordf ediccedilatildeo dos Dez passos para uma

alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos onde recomenda

20

que as crianccedilas em situaccedilotildees em que o aleitamento materno natildeo eacute praticado devem iniciar a

alimentaccedilatildeo complementar a partir dos quatro meses de vida seguindo o esquema alimentar

para crianccedilas natildeo amamentadas representado pela Figura 1 (BRASIL 2013)

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas

Fonte Ministeacuterio da Sauacutede 2013

A introduccedilatildeo deve ser lenta e gradual respeitando-se a aceitaccedilatildeo da crianccedila e deve-se

ofertar um alimento de cada grupo principalmente carne para prevenir a anemia (BRASIL

2012)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel deve se basear em alimentos in natura e

produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos variados pois

satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos (BRASIL 2009a) O

consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece diferentes

nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas as quais estatildeo em acelerado

crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico e em formaccedilatildeo dos haacutebitos alimentares

Sabe-se que quanto mais colorida for a alimentaccedilatildeo mais vitaminas e minerais ela conteacutem

aleacutem disso deve-se respeitar a lei da harmonia ela garante o equiliacutebrio em quantidade e em

qualidade dos alimentos consumidos (BRASIL 2009a)

Para facilitar a escolha dos alimentos pode-se tomar como referecircncia os guias

alimentares que descrevem as recomendaccedilotildees quantitativas e qualitativas dos padrotildees

dieteacuteticos A Piracircmide Alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) foi adaptada de Philippi ST et al Rev Nutr 12 65-80 1999 e eacute a

representaccedilatildeo graacutefica do Guia Alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) no ano de 2005 permitindo agrave populaccedilatildeo fazer escolhas saudaacuteveis e

obter uma alimentaccedilatildeo adequada (BRASIL 2005 SBP 2012)

21

A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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Catalogaccedilatildeo na Fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE Biblioteca Setorial do CAV

Bibliotecaacuteria Jaciane Freire Santana CRB-4 2018

S677a Sobral Alexsandra Laiacutes de Luna

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas desmamadas de seis a vinte quatro meses do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco Alexsandra Laiacutes de Luna Sobral ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo O Autor 2015

74 folhas fig tab Orientadora Michelle Figueiredo Carvalho Coorientadora Sandra Cristina da Silva Santana TCC (Bacharelado em Nutriccedilatildeo) ndash Universidade Federal de Pernambuco CAV Curso de Nutriccedilatildeo 2015

Inclui bibliografia e anexos 1 Nutriccedilatildeo do Lactente 2 Consumo alimentar ndash lactente 3 Estado

Nutricional ndash lactente I Carvalho Michelle Figueiredo (Orientadora) II Santana Sandra Cristina da Silva (Coorientadora) III Tiacutetulo

61320832 CDD (23ed) BIBCAVUFPE-062016

Alexsandra Laiacutes de Luna Sobral

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas desmamadas de seis a vinte

quatro meses do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Colegiado

do Curso de Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo do Centro Acadecircmico

de Vitoacuteria da Universidade Federal de Pernambuco em

cumprimento a requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de

Bacharel em Nutriccedilatildeo

Aprovado em

Nota

Banca Examinadora

____________________________________

Profordf Drordf Wylla Tatiana Ferreira e Silva

Universidade Federal de Pernambuco

____________________________________

Profordf Nathaacutelia Paula de Souza

Universidade Federal de Pernambuco

____________________________________

Profordf Marcela Albuquerque Melo

Secretaria de Sauacutede da Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Dedico este trabalho agrave minha avoacute Luacutecia por toda a sua dedicaccedilatildeo e incentivo agrave mim

prestados desde o meu nascimento e que mesmo em seu momento de enfermidade entendeu a

grandiosidade do meu ingresso na Universidade

AGRADECIMENTOS

Ao Senhor Pai celestial pelo sopro da vida e o Espiacuterito Santo que haacute em mim por sua

proteccedilatildeo e amor em todos os momentos

Agrave minha famiacutelia primeiramente meus pais pelo simples fato de me permitirem nascer aos

meus avoacutes Maria Luacutecia e Joseacute Maria pela criaccedilatildeo e ensinamentos adiquiridos ao longo da

minha vida e aos meus tios Luacutecio e Cristiane por abrirem as portas da sua casa e me

acolherem

Ao meu namorado por todo amor cuidado e incentivo para que eu me torne uma oacutetima

profissional nutricionista e agraves minhas amigas que conquistei na graduaccedilatildeo pelo

companheirismo nos momentos felizes e difiacuteceis nesses quatro anos

Aos meus professores pelos ensinamentos e oportunidades adquiridos durante a graduaccedilatildeo

em especial agrave minha orientadora Michelle Carvalho que me incentivou a fazer um trabalho

cada vez melhor

Agrave equipe do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede ndash Rede Cegonha pelo auxiacutelio na coleta de dados

para a realizaccedilatildeo deste trabalho

Agrave UFPECAV por fornecer uma infra-estrutura possibilitando a anaacutelise dos dados o

aprendizado e pela oportunidade ter uma formaccedilatildeo acadecircmica de qualidade

ldquoPesquiso para constatar constatando intervenho intervindo educo e me educo Pesquiso

para conhecer e o que ainda natildeo conheccedilo e comunicar ou anunciar a novidaderdquo

(PAULO FREIRE 2002 p 16)

RESUMO

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno e a partir dos seis meses

uma alimentaccedilatildeo adequada deve complementaacute-lo ateacute os dois anos de vida ou mais A

alimentaccedilatildeo complementar deve se basear em alimentos in natura e produzidos

regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras carnes e gratildeos variados pois satildeo

alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos Na infacircncia a principal

causa dos distuacuterbios nutricionais eacute a introduccedilatildeo inadequada dos alimentos complementares

associada ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de dietas basicamente laacutecteas O objetivo deste

estudo foi analisar quali e quantitativamente os alimentos consumidos por crianccedilas

desmamadas de 6 a 24 meses no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco Este

estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter ambulatorial

realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco A populaccedilatildeo de interesse foi crianccedilas de 6 a 24 meses que natildeo

estavam mais recebendo leite materno e os dados foram coletados atraveacutes da aplicaccedilatildeo de um

questionaacuterio e um recordatoacuterio de 24h com a matildee ou responsaacutevel da crianccedila e realizada a

avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Foram entrevistadas 99 crianccedilas e destas 60 eram desmamadas

Foram encontradas prevalecircncias de 30 de risco de sobrepeso 75 de sobrepeso e 10 de

obesidade Nenhuma das crianccedilas apresentou baixo peso e 5 estavam com baixa estatura A

anaacutelise qualitativa da alimentaccedilatildeo complementar demonstrou baixo consumo de alimentos

saudaacuteveis por crianccedilas de 6 a 11 meses e 12 a 24 meses respectivamente como carnes e ovos

(24 e 68) hortaliccedilas (18 e 32) e frutas (59 e 60) e em contrapartida apresentou

alto consumo de alimentos caloacutericos e industrializados como doces (24 e 48) em ambas

as faixas etaacuterias e refrigerantes (12) e salgadinhos (8) por crianccedilas de 12 a 24 meses

Comparando-se os haacutebitos alimentares com o estado nutricional observou-se que 60 das

crianccedilas com sobrepeso ou obesidade consumiam alimentos ultraprocessados e mingaus

compostos por leite accediluacutecar e farinha Na anaacutelise quantitativa foi encontrado consumo elevado

de calorias por 833 das crianccedilas estudadas assim como o caacutelcio e o soacutedio com 966 e

566 respectivamente Atenccedilatildeo especial deve ser dada agraves proteiacutenas que apresentaram

excessivo consumo por 100 das crianccedilas assim como o ferro (60) e a vitamina A (50)

causados principalmente pelo desequiliacutebrio na ingestatildeo de leite integral em poacute fortificado

poreacutem a vitamina A tambeacutem apresentou inadequaccedilatildeo por quase metade das crianccedilas A

alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas exerce uma influecircncia no estado

nutricional das crianccedilas ocorrendo excesso de peso e maacute nutriccedilatildeo devido ao consumo de

alimentos altamente caloacutericos e com baixo teor de nutrientes O serviccedilo de sauacutede do

municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para

as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas crianccedilas para evitar e reverter esses agravos

nutricionais

Palavrasndashchave consumo de alimentos estado nutricional crianccedila transiccedilatildeo nutricional

ABSTRACT

Healthy eating starts with breastfeeding and from six months adequate food should

complement it by two years of age or older Complementary food should be based on fresh

food and produced regionally as tubers fruits vegetables meats and grains varied as they are

healthy tasty nutritious and culturally valuable In childhood the main cause of nutritional

disorders is inadequate introduction of complementary foods associated with early weaning

and maintenance of mainly dairy diets The objective of this study was to analyze

qualitatively and quantitatively the foods consumed by children weaned 6-24 months in the

city of Vitoria de Santo Antao Pernambuco This study is characterized as descriptive cross

and outpatient design carried out in units of the Family Health Strategy (FHS) in the

municipality of Vitoria de Santo Antao Pernambuco The population of interest was children

6-24 months who were no longer receiving breast milk and data were collected by

completing a questionnaire and a 24-hour recall by the mother or the childs guardian 99

children were interviewed and of these 606 were weaned 30 prevalence of overweight

risk 75 overweight and 10 obesity were found None of the children had low weight and

5 were stunted Qualitative analysis of complementary foods showed low consumption of

healthy foods for children 6-11 months and 12-24 months respectively such as meat and

eggs (24 and 68) vegetables (18 and 32) and fruits (59 and 60) and on the other

hand showed high consumption of caloric and processed foods sweets like (24 and 48) in

both age groups and soft drinks (12) and snack (8) for children 12 to 24 months

Comparing the eating habits and nutritional status it was observed that 60 of children

overweight or obese consumed ultraprocessados food and porridge consisting of milk sugar

and flour The quantitative analysis was found high calorie consumption by 833 of the

children as well as calcium and sodium with 966 and 566 respectively Special

attention should be paid to proteins which have excessive consumption by 100 of children

even as iron (60) and vitamin A (50) caused mainly by the imbalance in the whole milk

intake of fortified powder but vitamin A also had impairments for almost half of the children

Complementary food with these characteristics has an influence on nutritional status of

children occurring overweight and poor nutrition due to the consumption of high-calorie and

low-nutrient foods The health service of the municipality through its local public policies is

the main vehicle of information for families and activities in monitoring these children to

prevent and reverse these nutritional problems

Keywords food consumption nutritional status child nutritional transition

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas20

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois

anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 201221

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015 conforme o

Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade33

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses atendidas

nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

segundo o recordatoacuterio de 24h35

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses atendidas nas

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

segundo o recordatoacuterio de 24h35

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24

meses comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2

anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 201536

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas

atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201537

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201537

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 201531

Tabela 2 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 201533

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015 34

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da

Sauacutede 2015 36

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria de

crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

2015 38

Tabela 6 - Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de

24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201539

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AI Ingestatildeo Adequada

AM Aleitamento Materno

AME Aleitamento Materno Exclusivo

AVANUTRI Sistema de Avaliaccedilatildeo e Prescriccedilatildeo Nutricional

CAV Centro Acadecircmico de Vitoacuteria

DF Distrito Federal

DRI Dietary Reference Intakes

EAR Estimativa de Requerimento Energeacutetico

EER Requerimento Energeacutetico Estimado

ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

FAO Food and Agriculture Organization

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IMC Iacutendice de Massa Corporal

IOM Institute Of Medicine

MS Ministeacuterio da Sauacutede

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PET Programa de Educaccedilatildeo pelo Trabalho

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher

PNS Pesquisa Nacional de Sauacutede

POF Pesquisa de Orccedilamentos Familiares

RDA Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada

SBP Sociedade Brasileira de Pediatria

SISVAN Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional

UBS Unidade Baacutesica de Sauacutede

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

2 OBJETIVOS 16

21 Objetivo Geral 16

22 Objetivos Especiacuteficos 16

3 JUSTIFICATIVA 17

4 REVISAtildeO DA LITERATURA 18

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual 18

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees 19

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil 24

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos 25

5 METODOLOGIA 27

6 RESULTADOS 31

7 DISCUSSAtildeO 42

8 CONCLUSOtildeES 49

REFEREcircNCIAS 50

APEcircNDICE 53

ANEXO 64

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ateacute os dois anos de vida o crescimento e o desenvolvimento satildeo influenciados pelas

condiccedilotildees de nascimento e os fatores ambientais em que a crianccedila vive (VITOLO 2015) E

dentre os fatores ambientais a nutriccedilatildeo adequada eacute um dos principais a promover o

crescimento e o desenvolvimento saudaacutevel na infacircncia (MAHAN ESCOTT-STUMP

RAYMOND 2012)

A alimentaccedilatildeo adequada e saudaacutevel no iniacutecio da vida eacute primordial pois nesta fase o

requerimento de energia macro e micronutrientes estatildeo elevados em decorrecircncia da demanda

aumentada para atender a maior velocidade de crescimento desta fase da vida (SALDAN

2014) Para garantir o aporte de nutrientes necessaacuterios e prevenir agravos nutricionais a

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam o

aleitamento materno exclusivo ateacute os 6 meses de vida e a partir dessa idade deve ser

introduzida a alimentaccedilatildeo complementar com a manutenccedilatildeo do aleitamento ateacute os 2 anos ou

mais (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel se baseia no consumo de alimentos in

natura e produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos

variados pois satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos

(BRASIL 2009a)

O consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece

diferentes nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas que aleacutem dos

processos de crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico tambeacutem estatildeo em formaccedilatildeo

dos haacutebitos alimentares (BRASIL 2009a) A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis

desde o iniacutecio da vida pode prolongar-se por muitos anos e reflete diretamente no estado

nutricional do indiviacuteduo (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

O excesso de peso na infacircncia vem tomando grandes proporccedilotildees ao longo dos anos

uma vez que os haacutebitos alimentares inadequados e o estilo de vida sedentaacuterio representam a

praacutetica da vida urbana atual (BERTIN et al 2010) A obesidade infantil jaacute eacute considerada um

problema de sauacutede puacuteblica e estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional satildeo accedilotildees que

podem ser utilizadas para a prevenccedilatildeo e controle do excesso de peso (BERTIN et al 2010)

Diante disto torna-se importante investigar os haacutebitos alimentares das crianccedilas para

verificar as possiacuteveis inadequaccedilotildees e erros alimentares durante esta fase criacutetica de

crescimento desenvolvimento e formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares Assim permitir a

intervenccedilatildeo oportuna atraveacutes de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a fim de evitar

15

atrasos nos processos de crescimento desenvolvimento carecircncias nutricionais e prejuiacutezos no

estado nutricional dessas crianccedilas

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Investigar quali e quantitativamente as praacuteticas de alimentaccedilatildeo complementar e o

estado nutricional das crianccedilas desmamadas de 6 a 24 meses atendidas em Unidades de Sauacutede

da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

22 Objetivos Especiacuteficos

Caracterizar as famiacutelias quanto agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas

Avaliar o estado nutricional das crianccedilas

Analisar quali e quantitativamente a praacutetica de alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo

agraves recomendaccedilotildees das Organizaccedilotildees Internacionais

Relacionar os haacutebitos alimentares ao estado nutricional das crianccedilas

17

3 JUSTIFICATIVA

Apesar dos avanccedilos na prevalecircncia do aleitamento materno e sua mediana de duraccedilatildeo

a alimentaccedilatildeo complementar natildeo segue o mesmo curso de evoluccedilatildeo A introduccedilatildeo precoce de

alimentos pouco nutritivos e ao mesmo tempo a deficiente introduccedilatildeo de alimentos saudaacuteveis

tornam a alimentaccedilatildeo complementar inadequada

Este perfil alimentar infantil estaacute influenciando no aumento da prevalecircncia de excesso

de peso na infacircncia encontrado nos uacuteltimos anos e ao mesmo tempo ainda existem

deficiecircncias de micronutrientes acometendo crianccedilas nesta fase da vida principalmente nas

regiotildees mais carentes do paiacutes

Dessa forma eacute fundamental que oacutergatildeos de sauacutede realizem o monitoramento das

praacuteticas alimentares na infacircncia proporcionando um melhor planejamento das accedilotildees de sauacutede

construindo estrateacutegias de prevenccedilatildeo e controle dos agravos para o grupo infantil na atenccedilatildeo

baacutesica

A realizaccedilatildeo deste trabalho proporciona informaccedilotildees valiosas para a construccedilatildeo de

estrateacutegias de prevenccedilatildeo e combate aos erros alimentares em crianccedilas na faixa etaacuteria de 6 a

24 meses com destaque aquelas desmamadas pois satildeo consideradas como um grupo de maior

risco para as carecircncias nutricionais uma vez que natildeo haacute a oferta de leite materno para garantir

os nutrientes adequados Aleacutem disto permite o dignoacutestico nutricional destas crianccedilas a fim de

intervir em possiacuteveis prejuiacutezos ao estado nutricional

18

4 REVISAtildeO DA LITERATURA

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno este acontece

quando a crianccedila recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) independentemente de

receber ou natildeo outros alimentos (BRASIL 2009a) Segue abaixo as definiccedilotildees de aleitamento

materno adotadas pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e reconhecidas no mundo

inteiro (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Aleitamento materno exclusivo quando a crianccedila recebe somente leite materno

direto da mama ou ordenhado ou leite humano de outra fonte sem outros liacutequidos

ou soacutelidos com exceccedilatildeo de gotas ou xaropes contendo vitaminas sais de reidrataccedilatildeo

oral suplementos minerais ou medicamentos

Aleitamento materno predominante quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno aacutegua ou bebidas agrave base de aacutegua (aacutegua adocicada chaacutes infusotildees) e sucos de

frutas

Aleitamento materno misto ou parcial quando a crianccedila recebe leite materno e

outros tipos de leite

Aleitamento materno complementado quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno qualquer alimento soacutelido ou semi-soacutelido com a finalidade de complementaacute-

lo e natildeo de substituiacute-lo Nesta categoria a crianccedila pode receber aleacutem do leite

materno outro tipo de leite mas este natildeo eacute considerado alimento complementar

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam

aleitamento materno exclusivo ateacute os seis meses de idade sob regime de livre demanda pois

nesta fase o leite materno eacute capaz de suprir as necessidades nutricionais da crianccedila para o seu

adequado crescimento e desenvolvimento O mesmo natildeo acontece apoacutes os seis meses assim

a partir desta idade o aleitamento materno deve ser complementado ateacute os dois anos ou mais

(BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

A amamentaccedilatildeo possui inuacutemeras vantagens especialmente nos primeiros meses de

vida (BRASIL 2005) Graccedilas aos inuacutemeros fatores existentes no leite materno que protegem

contra infecccedilotildees haacute uma menor taxa de mortalidade entre as crianccedilas amamentadas

(BRASIL 2009a) Tambeacutem haacute evidecircncias sugerindo que o aleitamento materno apresenta

benefiacutecios em longo prazo como mostra uma revisatildeo publicada pela OMS a qual verificou

que os indiviacuteduos adultos amamentados adequadamente durante a infacircncia apresentaram

pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica mais baixas (-12mmHg e -05mmHg respectivamente) niacuteveis

menores de colesterol total (-018mmolL) risco 37 menor de apresentar diabetes tipo 2 e

22 menores chances de vir a apresentar sobrepesoobesidade (BRASIL 2012)

19

Apesar das inuacutemeras vantagens do aleitamento materno tanto no periacuteodo criacutetico do

crescimento e desenvolvimento como na vida adulta o desmame ainda acontece de forma

precoce (BRASIL 2012) De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento

Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia de

aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de 6 meses foi de 41 no conjunto das

capitais brasileiras e Distrito Federal (DF) e sua duraccedilatildeo mediana foi de 541 dias (18 meses)

(BRASIL 2009b)

A regiatildeo Nordeste obteve o pior resultado entre as demais regiotildees apresentando

apenas 37 de prevalecircncia do AME e 349 dias de duraccedilatildeo Jaacute a prevalecircncia do aleitamento

materno (AM) entre crianccedilas de 9 a 12 meses foi de 587 no conjunto das capitais brasileiras

e DF e a estimativa de duraccedilatildeo mediana foi de 3416 dias (112 meses) neste quesito a regiatildeo

Nordeste encontra-se acima da meacutedia nacional com 591 e 114 meses respectivamente

(BRASIL 2009b)

A Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que em 2013 no Brasil 506 das

crianccedilas com idade de 9 a 12 meses estavam em aleitamento materno de modo complementar

o que mostra uma diminuiccedilatildeo na prevalecircncia de crianccedilas que mantem a amamentaccedilatildeo apoacutes os

nove meses (IBGE 2015)

As recomendaccedilotildees de aleitamento materno principalmente exclusivo natildeo satildeo

cumpridas devido agrave introduccedilatildeo precoce de alimentos o que coloca em risco a sauacutede da

crianccedila (PALMA et al 2009) O consumo precoce de alimentos complementares interfere na

amamentaccedilatildeo e pode natildeo suprir as necessidades nutricionais dessa faixa etaacuteria onde a

velocidade de crescimento eacute elevada podendo desenvolver deficiecircncias nutricionais (SBP

2006)

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees

Considera-se atualmente que o periacuteodo ideal para a introduccedilatildeo de alimentos

complementares eacute apoacutes o sexto mecircs de vida pois a partir deste momento o leite materno natildeo

consegue sozinho suprir as demandas nutricionais da crianccedila (SBP 2006) Aleacutem disso a

crianccedila jaacute apresenta um desenvolvimento geral e neuroloacutegico adequados como a mastigaccedilatildeo

degluticcedilatildeo digestatildeo e excreccedilatildeo permitindo o consumo de novos alimentos o que o leva a

conhecer novos sabores cores aromas texturas e saberes aproximando-o progressivamente

aos haacutebitos alimentares da famiacutelia (BRASIL 2009a)

No ano de 2013 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou a 2ordf ediccedilatildeo dos Dez passos para uma

alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos onde recomenda

20

que as crianccedilas em situaccedilotildees em que o aleitamento materno natildeo eacute praticado devem iniciar a

alimentaccedilatildeo complementar a partir dos quatro meses de vida seguindo o esquema alimentar

para crianccedilas natildeo amamentadas representado pela Figura 1 (BRASIL 2013)

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas

Fonte Ministeacuterio da Sauacutede 2013

A introduccedilatildeo deve ser lenta e gradual respeitando-se a aceitaccedilatildeo da crianccedila e deve-se

ofertar um alimento de cada grupo principalmente carne para prevenir a anemia (BRASIL

2012)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel deve se basear em alimentos in natura e

produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos variados pois

satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos (BRASIL 2009a) O

consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece diferentes

nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas as quais estatildeo em acelerado

crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico e em formaccedilatildeo dos haacutebitos alimentares

Sabe-se que quanto mais colorida for a alimentaccedilatildeo mais vitaminas e minerais ela conteacutem

aleacutem disso deve-se respeitar a lei da harmonia ela garante o equiliacutebrio em quantidade e em

qualidade dos alimentos consumidos (BRASIL 2009a)

Para facilitar a escolha dos alimentos pode-se tomar como referecircncia os guias

alimentares que descrevem as recomendaccedilotildees quantitativas e qualitativas dos padrotildees

dieteacuteticos A Piracircmide Alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) foi adaptada de Philippi ST et al Rev Nutr 12 65-80 1999 e eacute a

representaccedilatildeo graacutefica do Guia Alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) no ano de 2005 permitindo agrave populaccedilatildeo fazer escolhas saudaacuteveis e

obter uma alimentaccedilatildeo adequada (BRASIL 2005 SBP 2012)

21

A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

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de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

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sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

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DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

Alexsandra Laiacutes de Luna Sobral

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas desmamadas de seis a vinte

quatro meses do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Colegiado

do Curso de Graduaccedilatildeo em Nutriccedilatildeo do Centro Acadecircmico

de Vitoacuteria da Universidade Federal de Pernambuco em

cumprimento a requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de

Bacharel em Nutriccedilatildeo

Aprovado em

Nota

Banca Examinadora

____________________________________

Profordf Drordf Wylla Tatiana Ferreira e Silva

Universidade Federal de Pernambuco

____________________________________

Profordf Nathaacutelia Paula de Souza

Universidade Federal de Pernambuco

____________________________________

Profordf Marcela Albuquerque Melo

Secretaria de Sauacutede da Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Dedico este trabalho agrave minha avoacute Luacutecia por toda a sua dedicaccedilatildeo e incentivo agrave mim

prestados desde o meu nascimento e que mesmo em seu momento de enfermidade entendeu a

grandiosidade do meu ingresso na Universidade

AGRADECIMENTOS

Ao Senhor Pai celestial pelo sopro da vida e o Espiacuterito Santo que haacute em mim por sua

proteccedilatildeo e amor em todos os momentos

Agrave minha famiacutelia primeiramente meus pais pelo simples fato de me permitirem nascer aos

meus avoacutes Maria Luacutecia e Joseacute Maria pela criaccedilatildeo e ensinamentos adiquiridos ao longo da

minha vida e aos meus tios Luacutecio e Cristiane por abrirem as portas da sua casa e me

acolherem

Ao meu namorado por todo amor cuidado e incentivo para que eu me torne uma oacutetima

profissional nutricionista e agraves minhas amigas que conquistei na graduaccedilatildeo pelo

companheirismo nos momentos felizes e difiacuteceis nesses quatro anos

Aos meus professores pelos ensinamentos e oportunidades adquiridos durante a graduaccedilatildeo

em especial agrave minha orientadora Michelle Carvalho que me incentivou a fazer um trabalho

cada vez melhor

Agrave equipe do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede ndash Rede Cegonha pelo auxiacutelio na coleta de dados

para a realizaccedilatildeo deste trabalho

Agrave UFPECAV por fornecer uma infra-estrutura possibilitando a anaacutelise dos dados o

aprendizado e pela oportunidade ter uma formaccedilatildeo acadecircmica de qualidade

ldquoPesquiso para constatar constatando intervenho intervindo educo e me educo Pesquiso

para conhecer e o que ainda natildeo conheccedilo e comunicar ou anunciar a novidaderdquo

(PAULO FREIRE 2002 p 16)

RESUMO

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno e a partir dos seis meses

uma alimentaccedilatildeo adequada deve complementaacute-lo ateacute os dois anos de vida ou mais A

alimentaccedilatildeo complementar deve se basear em alimentos in natura e produzidos

regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras carnes e gratildeos variados pois satildeo

alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos Na infacircncia a principal

causa dos distuacuterbios nutricionais eacute a introduccedilatildeo inadequada dos alimentos complementares

associada ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de dietas basicamente laacutecteas O objetivo deste

estudo foi analisar quali e quantitativamente os alimentos consumidos por crianccedilas

desmamadas de 6 a 24 meses no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco Este

estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter ambulatorial

realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco A populaccedilatildeo de interesse foi crianccedilas de 6 a 24 meses que natildeo

estavam mais recebendo leite materno e os dados foram coletados atraveacutes da aplicaccedilatildeo de um

questionaacuterio e um recordatoacuterio de 24h com a matildee ou responsaacutevel da crianccedila e realizada a

avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Foram entrevistadas 99 crianccedilas e destas 60 eram desmamadas

Foram encontradas prevalecircncias de 30 de risco de sobrepeso 75 de sobrepeso e 10 de

obesidade Nenhuma das crianccedilas apresentou baixo peso e 5 estavam com baixa estatura A

anaacutelise qualitativa da alimentaccedilatildeo complementar demonstrou baixo consumo de alimentos

saudaacuteveis por crianccedilas de 6 a 11 meses e 12 a 24 meses respectivamente como carnes e ovos

(24 e 68) hortaliccedilas (18 e 32) e frutas (59 e 60) e em contrapartida apresentou

alto consumo de alimentos caloacutericos e industrializados como doces (24 e 48) em ambas

as faixas etaacuterias e refrigerantes (12) e salgadinhos (8) por crianccedilas de 12 a 24 meses

Comparando-se os haacutebitos alimentares com o estado nutricional observou-se que 60 das

crianccedilas com sobrepeso ou obesidade consumiam alimentos ultraprocessados e mingaus

compostos por leite accediluacutecar e farinha Na anaacutelise quantitativa foi encontrado consumo elevado

de calorias por 833 das crianccedilas estudadas assim como o caacutelcio e o soacutedio com 966 e

566 respectivamente Atenccedilatildeo especial deve ser dada agraves proteiacutenas que apresentaram

excessivo consumo por 100 das crianccedilas assim como o ferro (60) e a vitamina A (50)

causados principalmente pelo desequiliacutebrio na ingestatildeo de leite integral em poacute fortificado

poreacutem a vitamina A tambeacutem apresentou inadequaccedilatildeo por quase metade das crianccedilas A

alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas exerce uma influecircncia no estado

nutricional das crianccedilas ocorrendo excesso de peso e maacute nutriccedilatildeo devido ao consumo de

alimentos altamente caloacutericos e com baixo teor de nutrientes O serviccedilo de sauacutede do

municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para

as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas crianccedilas para evitar e reverter esses agravos

nutricionais

Palavrasndashchave consumo de alimentos estado nutricional crianccedila transiccedilatildeo nutricional

ABSTRACT

Healthy eating starts with breastfeeding and from six months adequate food should

complement it by two years of age or older Complementary food should be based on fresh

food and produced regionally as tubers fruits vegetables meats and grains varied as they are

healthy tasty nutritious and culturally valuable In childhood the main cause of nutritional

disorders is inadequate introduction of complementary foods associated with early weaning

and maintenance of mainly dairy diets The objective of this study was to analyze

qualitatively and quantitatively the foods consumed by children weaned 6-24 months in the

city of Vitoria de Santo Antao Pernambuco This study is characterized as descriptive cross

and outpatient design carried out in units of the Family Health Strategy (FHS) in the

municipality of Vitoria de Santo Antao Pernambuco The population of interest was children

6-24 months who were no longer receiving breast milk and data were collected by

completing a questionnaire and a 24-hour recall by the mother or the childs guardian 99

children were interviewed and of these 606 were weaned 30 prevalence of overweight

risk 75 overweight and 10 obesity were found None of the children had low weight and

5 were stunted Qualitative analysis of complementary foods showed low consumption of

healthy foods for children 6-11 months and 12-24 months respectively such as meat and

eggs (24 and 68) vegetables (18 and 32) and fruits (59 and 60) and on the other

hand showed high consumption of caloric and processed foods sweets like (24 and 48) in

both age groups and soft drinks (12) and snack (8) for children 12 to 24 months

Comparing the eating habits and nutritional status it was observed that 60 of children

overweight or obese consumed ultraprocessados food and porridge consisting of milk sugar

and flour The quantitative analysis was found high calorie consumption by 833 of the

children as well as calcium and sodium with 966 and 566 respectively Special

attention should be paid to proteins which have excessive consumption by 100 of children

even as iron (60) and vitamin A (50) caused mainly by the imbalance in the whole milk

intake of fortified powder but vitamin A also had impairments for almost half of the children

Complementary food with these characteristics has an influence on nutritional status of

children occurring overweight and poor nutrition due to the consumption of high-calorie and

low-nutrient foods The health service of the municipality through its local public policies is

the main vehicle of information for families and activities in monitoring these children to

prevent and reverse these nutritional problems

Keywords food consumption nutritional status child nutritional transition

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas20

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois

anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 201221

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015 conforme o

Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade33

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses atendidas

nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

segundo o recordatoacuterio de 24h35

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses atendidas nas

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

segundo o recordatoacuterio de 24h35

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24

meses comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2

anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 201536

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas

atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201537

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201537

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 201531

Tabela 2 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 201533

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015 34

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da

Sauacutede 2015 36

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria de

crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

2015 38

Tabela 6 - Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de

24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201539

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AI Ingestatildeo Adequada

AM Aleitamento Materno

AME Aleitamento Materno Exclusivo

AVANUTRI Sistema de Avaliaccedilatildeo e Prescriccedilatildeo Nutricional

CAV Centro Acadecircmico de Vitoacuteria

DF Distrito Federal

DRI Dietary Reference Intakes

EAR Estimativa de Requerimento Energeacutetico

EER Requerimento Energeacutetico Estimado

ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

FAO Food and Agriculture Organization

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IMC Iacutendice de Massa Corporal

IOM Institute Of Medicine

MS Ministeacuterio da Sauacutede

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PET Programa de Educaccedilatildeo pelo Trabalho

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher

PNS Pesquisa Nacional de Sauacutede

POF Pesquisa de Orccedilamentos Familiares

RDA Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada

SBP Sociedade Brasileira de Pediatria

SISVAN Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional

UBS Unidade Baacutesica de Sauacutede

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

2 OBJETIVOS 16

21 Objetivo Geral 16

22 Objetivos Especiacuteficos 16

3 JUSTIFICATIVA 17

4 REVISAtildeO DA LITERATURA 18

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual 18

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees 19

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil 24

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos 25

5 METODOLOGIA 27

6 RESULTADOS 31

7 DISCUSSAtildeO 42

8 CONCLUSOtildeES 49

REFEREcircNCIAS 50

APEcircNDICE 53

ANEXO 64

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ateacute os dois anos de vida o crescimento e o desenvolvimento satildeo influenciados pelas

condiccedilotildees de nascimento e os fatores ambientais em que a crianccedila vive (VITOLO 2015) E

dentre os fatores ambientais a nutriccedilatildeo adequada eacute um dos principais a promover o

crescimento e o desenvolvimento saudaacutevel na infacircncia (MAHAN ESCOTT-STUMP

RAYMOND 2012)

A alimentaccedilatildeo adequada e saudaacutevel no iniacutecio da vida eacute primordial pois nesta fase o

requerimento de energia macro e micronutrientes estatildeo elevados em decorrecircncia da demanda

aumentada para atender a maior velocidade de crescimento desta fase da vida (SALDAN

2014) Para garantir o aporte de nutrientes necessaacuterios e prevenir agravos nutricionais a

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam o

aleitamento materno exclusivo ateacute os 6 meses de vida e a partir dessa idade deve ser

introduzida a alimentaccedilatildeo complementar com a manutenccedilatildeo do aleitamento ateacute os 2 anos ou

mais (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel se baseia no consumo de alimentos in

natura e produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos

variados pois satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos

(BRASIL 2009a)

O consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece

diferentes nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas que aleacutem dos

processos de crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico tambeacutem estatildeo em formaccedilatildeo

dos haacutebitos alimentares (BRASIL 2009a) A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis

desde o iniacutecio da vida pode prolongar-se por muitos anos e reflete diretamente no estado

nutricional do indiviacuteduo (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

O excesso de peso na infacircncia vem tomando grandes proporccedilotildees ao longo dos anos

uma vez que os haacutebitos alimentares inadequados e o estilo de vida sedentaacuterio representam a

praacutetica da vida urbana atual (BERTIN et al 2010) A obesidade infantil jaacute eacute considerada um

problema de sauacutede puacuteblica e estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional satildeo accedilotildees que

podem ser utilizadas para a prevenccedilatildeo e controle do excesso de peso (BERTIN et al 2010)

Diante disto torna-se importante investigar os haacutebitos alimentares das crianccedilas para

verificar as possiacuteveis inadequaccedilotildees e erros alimentares durante esta fase criacutetica de

crescimento desenvolvimento e formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares Assim permitir a

intervenccedilatildeo oportuna atraveacutes de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a fim de evitar

15

atrasos nos processos de crescimento desenvolvimento carecircncias nutricionais e prejuiacutezos no

estado nutricional dessas crianccedilas

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Investigar quali e quantitativamente as praacuteticas de alimentaccedilatildeo complementar e o

estado nutricional das crianccedilas desmamadas de 6 a 24 meses atendidas em Unidades de Sauacutede

da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

22 Objetivos Especiacuteficos

Caracterizar as famiacutelias quanto agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas

Avaliar o estado nutricional das crianccedilas

Analisar quali e quantitativamente a praacutetica de alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo

agraves recomendaccedilotildees das Organizaccedilotildees Internacionais

Relacionar os haacutebitos alimentares ao estado nutricional das crianccedilas

17

3 JUSTIFICATIVA

Apesar dos avanccedilos na prevalecircncia do aleitamento materno e sua mediana de duraccedilatildeo

a alimentaccedilatildeo complementar natildeo segue o mesmo curso de evoluccedilatildeo A introduccedilatildeo precoce de

alimentos pouco nutritivos e ao mesmo tempo a deficiente introduccedilatildeo de alimentos saudaacuteveis

tornam a alimentaccedilatildeo complementar inadequada

Este perfil alimentar infantil estaacute influenciando no aumento da prevalecircncia de excesso

de peso na infacircncia encontrado nos uacuteltimos anos e ao mesmo tempo ainda existem

deficiecircncias de micronutrientes acometendo crianccedilas nesta fase da vida principalmente nas

regiotildees mais carentes do paiacutes

Dessa forma eacute fundamental que oacutergatildeos de sauacutede realizem o monitoramento das

praacuteticas alimentares na infacircncia proporcionando um melhor planejamento das accedilotildees de sauacutede

construindo estrateacutegias de prevenccedilatildeo e controle dos agravos para o grupo infantil na atenccedilatildeo

baacutesica

A realizaccedilatildeo deste trabalho proporciona informaccedilotildees valiosas para a construccedilatildeo de

estrateacutegias de prevenccedilatildeo e combate aos erros alimentares em crianccedilas na faixa etaacuteria de 6 a

24 meses com destaque aquelas desmamadas pois satildeo consideradas como um grupo de maior

risco para as carecircncias nutricionais uma vez que natildeo haacute a oferta de leite materno para garantir

os nutrientes adequados Aleacutem disto permite o dignoacutestico nutricional destas crianccedilas a fim de

intervir em possiacuteveis prejuiacutezos ao estado nutricional

18

4 REVISAtildeO DA LITERATURA

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno este acontece

quando a crianccedila recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) independentemente de

receber ou natildeo outros alimentos (BRASIL 2009a) Segue abaixo as definiccedilotildees de aleitamento

materno adotadas pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e reconhecidas no mundo

inteiro (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Aleitamento materno exclusivo quando a crianccedila recebe somente leite materno

direto da mama ou ordenhado ou leite humano de outra fonte sem outros liacutequidos

ou soacutelidos com exceccedilatildeo de gotas ou xaropes contendo vitaminas sais de reidrataccedilatildeo

oral suplementos minerais ou medicamentos

Aleitamento materno predominante quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno aacutegua ou bebidas agrave base de aacutegua (aacutegua adocicada chaacutes infusotildees) e sucos de

frutas

Aleitamento materno misto ou parcial quando a crianccedila recebe leite materno e

outros tipos de leite

Aleitamento materno complementado quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno qualquer alimento soacutelido ou semi-soacutelido com a finalidade de complementaacute-

lo e natildeo de substituiacute-lo Nesta categoria a crianccedila pode receber aleacutem do leite

materno outro tipo de leite mas este natildeo eacute considerado alimento complementar

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam

aleitamento materno exclusivo ateacute os seis meses de idade sob regime de livre demanda pois

nesta fase o leite materno eacute capaz de suprir as necessidades nutricionais da crianccedila para o seu

adequado crescimento e desenvolvimento O mesmo natildeo acontece apoacutes os seis meses assim

a partir desta idade o aleitamento materno deve ser complementado ateacute os dois anos ou mais

(BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

A amamentaccedilatildeo possui inuacutemeras vantagens especialmente nos primeiros meses de

vida (BRASIL 2005) Graccedilas aos inuacutemeros fatores existentes no leite materno que protegem

contra infecccedilotildees haacute uma menor taxa de mortalidade entre as crianccedilas amamentadas

(BRASIL 2009a) Tambeacutem haacute evidecircncias sugerindo que o aleitamento materno apresenta

benefiacutecios em longo prazo como mostra uma revisatildeo publicada pela OMS a qual verificou

que os indiviacuteduos adultos amamentados adequadamente durante a infacircncia apresentaram

pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica mais baixas (-12mmHg e -05mmHg respectivamente) niacuteveis

menores de colesterol total (-018mmolL) risco 37 menor de apresentar diabetes tipo 2 e

22 menores chances de vir a apresentar sobrepesoobesidade (BRASIL 2012)

19

Apesar das inuacutemeras vantagens do aleitamento materno tanto no periacuteodo criacutetico do

crescimento e desenvolvimento como na vida adulta o desmame ainda acontece de forma

precoce (BRASIL 2012) De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento

Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia de

aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de 6 meses foi de 41 no conjunto das

capitais brasileiras e Distrito Federal (DF) e sua duraccedilatildeo mediana foi de 541 dias (18 meses)

(BRASIL 2009b)

A regiatildeo Nordeste obteve o pior resultado entre as demais regiotildees apresentando

apenas 37 de prevalecircncia do AME e 349 dias de duraccedilatildeo Jaacute a prevalecircncia do aleitamento

materno (AM) entre crianccedilas de 9 a 12 meses foi de 587 no conjunto das capitais brasileiras

e DF e a estimativa de duraccedilatildeo mediana foi de 3416 dias (112 meses) neste quesito a regiatildeo

Nordeste encontra-se acima da meacutedia nacional com 591 e 114 meses respectivamente

(BRASIL 2009b)

A Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que em 2013 no Brasil 506 das

crianccedilas com idade de 9 a 12 meses estavam em aleitamento materno de modo complementar

o que mostra uma diminuiccedilatildeo na prevalecircncia de crianccedilas que mantem a amamentaccedilatildeo apoacutes os

nove meses (IBGE 2015)

As recomendaccedilotildees de aleitamento materno principalmente exclusivo natildeo satildeo

cumpridas devido agrave introduccedilatildeo precoce de alimentos o que coloca em risco a sauacutede da

crianccedila (PALMA et al 2009) O consumo precoce de alimentos complementares interfere na

amamentaccedilatildeo e pode natildeo suprir as necessidades nutricionais dessa faixa etaacuteria onde a

velocidade de crescimento eacute elevada podendo desenvolver deficiecircncias nutricionais (SBP

2006)

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees

Considera-se atualmente que o periacuteodo ideal para a introduccedilatildeo de alimentos

complementares eacute apoacutes o sexto mecircs de vida pois a partir deste momento o leite materno natildeo

consegue sozinho suprir as demandas nutricionais da crianccedila (SBP 2006) Aleacutem disso a

crianccedila jaacute apresenta um desenvolvimento geral e neuroloacutegico adequados como a mastigaccedilatildeo

degluticcedilatildeo digestatildeo e excreccedilatildeo permitindo o consumo de novos alimentos o que o leva a

conhecer novos sabores cores aromas texturas e saberes aproximando-o progressivamente

aos haacutebitos alimentares da famiacutelia (BRASIL 2009a)

No ano de 2013 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou a 2ordf ediccedilatildeo dos Dez passos para uma

alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos onde recomenda

20

que as crianccedilas em situaccedilotildees em que o aleitamento materno natildeo eacute praticado devem iniciar a

alimentaccedilatildeo complementar a partir dos quatro meses de vida seguindo o esquema alimentar

para crianccedilas natildeo amamentadas representado pela Figura 1 (BRASIL 2013)

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas

Fonte Ministeacuterio da Sauacutede 2013

A introduccedilatildeo deve ser lenta e gradual respeitando-se a aceitaccedilatildeo da crianccedila e deve-se

ofertar um alimento de cada grupo principalmente carne para prevenir a anemia (BRASIL

2012)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel deve se basear em alimentos in natura e

produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos variados pois

satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos (BRASIL 2009a) O

consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece diferentes

nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas as quais estatildeo em acelerado

crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico e em formaccedilatildeo dos haacutebitos alimentares

Sabe-se que quanto mais colorida for a alimentaccedilatildeo mais vitaminas e minerais ela conteacutem

aleacutem disso deve-se respeitar a lei da harmonia ela garante o equiliacutebrio em quantidade e em

qualidade dos alimentos consumidos (BRASIL 2009a)

Para facilitar a escolha dos alimentos pode-se tomar como referecircncia os guias

alimentares que descrevem as recomendaccedilotildees quantitativas e qualitativas dos padrotildees

dieteacuteticos A Piracircmide Alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) foi adaptada de Philippi ST et al Rev Nutr 12 65-80 1999 e eacute a

representaccedilatildeo graacutefica do Guia Alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) no ano de 2005 permitindo agrave populaccedilatildeo fazer escolhas saudaacuteveis e

obter uma alimentaccedilatildeo adequada (BRASIL 2005 SBP 2012)

21

A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

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MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

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n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

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Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

Dedico este trabalho agrave minha avoacute Luacutecia por toda a sua dedicaccedilatildeo e incentivo agrave mim

prestados desde o meu nascimento e que mesmo em seu momento de enfermidade entendeu a

grandiosidade do meu ingresso na Universidade

AGRADECIMENTOS

Ao Senhor Pai celestial pelo sopro da vida e o Espiacuterito Santo que haacute em mim por sua

proteccedilatildeo e amor em todos os momentos

Agrave minha famiacutelia primeiramente meus pais pelo simples fato de me permitirem nascer aos

meus avoacutes Maria Luacutecia e Joseacute Maria pela criaccedilatildeo e ensinamentos adiquiridos ao longo da

minha vida e aos meus tios Luacutecio e Cristiane por abrirem as portas da sua casa e me

acolherem

Ao meu namorado por todo amor cuidado e incentivo para que eu me torne uma oacutetima

profissional nutricionista e agraves minhas amigas que conquistei na graduaccedilatildeo pelo

companheirismo nos momentos felizes e difiacuteceis nesses quatro anos

Aos meus professores pelos ensinamentos e oportunidades adquiridos durante a graduaccedilatildeo

em especial agrave minha orientadora Michelle Carvalho que me incentivou a fazer um trabalho

cada vez melhor

Agrave equipe do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede ndash Rede Cegonha pelo auxiacutelio na coleta de dados

para a realizaccedilatildeo deste trabalho

Agrave UFPECAV por fornecer uma infra-estrutura possibilitando a anaacutelise dos dados o

aprendizado e pela oportunidade ter uma formaccedilatildeo acadecircmica de qualidade

ldquoPesquiso para constatar constatando intervenho intervindo educo e me educo Pesquiso

para conhecer e o que ainda natildeo conheccedilo e comunicar ou anunciar a novidaderdquo

(PAULO FREIRE 2002 p 16)

RESUMO

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno e a partir dos seis meses

uma alimentaccedilatildeo adequada deve complementaacute-lo ateacute os dois anos de vida ou mais A

alimentaccedilatildeo complementar deve se basear em alimentos in natura e produzidos

regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras carnes e gratildeos variados pois satildeo

alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos Na infacircncia a principal

causa dos distuacuterbios nutricionais eacute a introduccedilatildeo inadequada dos alimentos complementares

associada ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de dietas basicamente laacutecteas O objetivo deste

estudo foi analisar quali e quantitativamente os alimentos consumidos por crianccedilas

desmamadas de 6 a 24 meses no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco Este

estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter ambulatorial

realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco A populaccedilatildeo de interesse foi crianccedilas de 6 a 24 meses que natildeo

estavam mais recebendo leite materno e os dados foram coletados atraveacutes da aplicaccedilatildeo de um

questionaacuterio e um recordatoacuterio de 24h com a matildee ou responsaacutevel da crianccedila e realizada a

avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Foram entrevistadas 99 crianccedilas e destas 60 eram desmamadas

Foram encontradas prevalecircncias de 30 de risco de sobrepeso 75 de sobrepeso e 10 de

obesidade Nenhuma das crianccedilas apresentou baixo peso e 5 estavam com baixa estatura A

anaacutelise qualitativa da alimentaccedilatildeo complementar demonstrou baixo consumo de alimentos

saudaacuteveis por crianccedilas de 6 a 11 meses e 12 a 24 meses respectivamente como carnes e ovos

(24 e 68) hortaliccedilas (18 e 32) e frutas (59 e 60) e em contrapartida apresentou

alto consumo de alimentos caloacutericos e industrializados como doces (24 e 48) em ambas

as faixas etaacuterias e refrigerantes (12) e salgadinhos (8) por crianccedilas de 12 a 24 meses

Comparando-se os haacutebitos alimentares com o estado nutricional observou-se que 60 das

crianccedilas com sobrepeso ou obesidade consumiam alimentos ultraprocessados e mingaus

compostos por leite accediluacutecar e farinha Na anaacutelise quantitativa foi encontrado consumo elevado

de calorias por 833 das crianccedilas estudadas assim como o caacutelcio e o soacutedio com 966 e

566 respectivamente Atenccedilatildeo especial deve ser dada agraves proteiacutenas que apresentaram

excessivo consumo por 100 das crianccedilas assim como o ferro (60) e a vitamina A (50)

causados principalmente pelo desequiliacutebrio na ingestatildeo de leite integral em poacute fortificado

poreacutem a vitamina A tambeacutem apresentou inadequaccedilatildeo por quase metade das crianccedilas A

alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas exerce uma influecircncia no estado

nutricional das crianccedilas ocorrendo excesso de peso e maacute nutriccedilatildeo devido ao consumo de

alimentos altamente caloacutericos e com baixo teor de nutrientes O serviccedilo de sauacutede do

municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para

as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas crianccedilas para evitar e reverter esses agravos

nutricionais

Palavrasndashchave consumo de alimentos estado nutricional crianccedila transiccedilatildeo nutricional

ABSTRACT

Healthy eating starts with breastfeeding and from six months adequate food should

complement it by two years of age or older Complementary food should be based on fresh

food and produced regionally as tubers fruits vegetables meats and grains varied as they are

healthy tasty nutritious and culturally valuable In childhood the main cause of nutritional

disorders is inadequate introduction of complementary foods associated with early weaning

and maintenance of mainly dairy diets The objective of this study was to analyze

qualitatively and quantitatively the foods consumed by children weaned 6-24 months in the

city of Vitoria de Santo Antao Pernambuco This study is characterized as descriptive cross

and outpatient design carried out in units of the Family Health Strategy (FHS) in the

municipality of Vitoria de Santo Antao Pernambuco The population of interest was children

6-24 months who were no longer receiving breast milk and data were collected by

completing a questionnaire and a 24-hour recall by the mother or the childs guardian 99

children were interviewed and of these 606 were weaned 30 prevalence of overweight

risk 75 overweight and 10 obesity were found None of the children had low weight and

5 were stunted Qualitative analysis of complementary foods showed low consumption of

healthy foods for children 6-11 months and 12-24 months respectively such as meat and

eggs (24 and 68) vegetables (18 and 32) and fruits (59 and 60) and on the other

hand showed high consumption of caloric and processed foods sweets like (24 and 48) in

both age groups and soft drinks (12) and snack (8) for children 12 to 24 months

Comparing the eating habits and nutritional status it was observed that 60 of children

overweight or obese consumed ultraprocessados food and porridge consisting of milk sugar

and flour The quantitative analysis was found high calorie consumption by 833 of the

children as well as calcium and sodium with 966 and 566 respectively Special

attention should be paid to proteins which have excessive consumption by 100 of children

even as iron (60) and vitamin A (50) caused mainly by the imbalance in the whole milk

intake of fortified powder but vitamin A also had impairments for almost half of the children

Complementary food with these characteristics has an influence on nutritional status of

children occurring overweight and poor nutrition due to the consumption of high-calorie and

low-nutrient foods The health service of the municipality through its local public policies is

the main vehicle of information for families and activities in monitoring these children to

prevent and reverse these nutritional problems

Keywords food consumption nutritional status child nutritional transition

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas20

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois

anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 201221

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015 conforme o

Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade33

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses atendidas

nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

segundo o recordatoacuterio de 24h35

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses atendidas nas

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

segundo o recordatoacuterio de 24h35

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24

meses comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2

anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 201536

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas

atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201537

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201537

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 201531

Tabela 2 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 201533

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015 34

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da

Sauacutede 2015 36

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria de

crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

2015 38

Tabela 6 - Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de

24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201539

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AI Ingestatildeo Adequada

AM Aleitamento Materno

AME Aleitamento Materno Exclusivo

AVANUTRI Sistema de Avaliaccedilatildeo e Prescriccedilatildeo Nutricional

CAV Centro Acadecircmico de Vitoacuteria

DF Distrito Federal

DRI Dietary Reference Intakes

EAR Estimativa de Requerimento Energeacutetico

EER Requerimento Energeacutetico Estimado

ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

FAO Food and Agriculture Organization

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IMC Iacutendice de Massa Corporal

IOM Institute Of Medicine

MS Ministeacuterio da Sauacutede

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PET Programa de Educaccedilatildeo pelo Trabalho

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher

PNS Pesquisa Nacional de Sauacutede

POF Pesquisa de Orccedilamentos Familiares

RDA Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada

SBP Sociedade Brasileira de Pediatria

SISVAN Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional

UBS Unidade Baacutesica de Sauacutede

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

2 OBJETIVOS 16

21 Objetivo Geral 16

22 Objetivos Especiacuteficos 16

3 JUSTIFICATIVA 17

4 REVISAtildeO DA LITERATURA 18

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual 18

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees 19

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil 24

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos 25

5 METODOLOGIA 27

6 RESULTADOS 31

7 DISCUSSAtildeO 42

8 CONCLUSOtildeES 49

REFEREcircNCIAS 50

APEcircNDICE 53

ANEXO 64

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ateacute os dois anos de vida o crescimento e o desenvolvimento satildeo influenciados pelas

condiccedilotildees de nascimento e os fatores ambientais em que a crianccedila vive (VITOLO 2015) E

dentre os fatores ambientais a nutriccedilatildeo adequada eacute um dos principais a promover o

crescimento e o desenvolvimento saudaacutevel na infacircncia (MAHAN ESCOTT-STUMP

RAYMOND 2012)

A alimentaccedilatildeo adequada e saudaacutevel no iniacutecio da vida eacute primordial pois nesta fase o

requerimento de energia macro e micronutrientes estatildeo elevados em decorrecircncia da demanda

aumentada para atender a maior velocidade de crescimento desta fase da vida (SALDAN

2014) Para garantir o aporte de nutrientes necessaacuterios e prevenir agravos nutricionais a

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam o

aleitamento materno exclusivo ateacute os 6 meses de vida e a partir dessa idade deve ser

introduzida a alimentaccedilatildeo complementar com a manutenccedilatildeo do aleitamento ateacute os 2 anos ou

mais (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel se baseia no consumo de alimentos in

natura e produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos

variados pois satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos

(BRASIL 2009a)

O consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece

diferentes nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas que aleacutem dos

processos de crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico tambeacutem estatildeo em formaccedilatildeo

dos haacutebitos alimentares (BRASIL 2009a) A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis

desde o iniacutecio da vida pode prolongar-se por muitos anos e reflete diretamente no estado

nutricional do indiviacuteduo (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

O excesso de peso na infacircncia vem tomando grandes proporccedilotildees ao longo dos anos

uma vez que os haacutebitos alimentares inadequados e o estilo de vida sedentaacuterio representam a

praacutetica da vida urbana atual (BERTIN et al 2010) A obesidade infantil jaacute eacute considerada um

problema de sauacutede puacuteblica e estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional satildeo accedilotildees que

podem ser utilizadas para a prevenccedilatildeo e controle do excesso de peso (BERTIN et al 2010)

Diante disto torna-se importante investigar os haacutebitos alimentares das crianccedilas para

verificar as possiacuteveis inadequaccedilotildees e erros alimentares durante esta fase criacutetica de

crescimento desenvolvimento e formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares Assim permitir a

intervenccedilatildeo oportuna atraveacutes de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a fim de evitar

15

atrasos nos processos de crescimento desenvolvimento carecircncias nutricionais e prejuiacutezos no

estado nutricional dessas crianccedilas

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Investigar quali e quantitativamente as praacuteticas de alimentaccedilatildeo complementar e o

estado nutricional das crianccedilas desmamadas de 6 a 24 meses atendidas em Unidades de Sauacutede

da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

22 Objetivos Especiacuteficos

Caracterizar as famiacutelias quanto agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas

Avaliar o estado nutricional das crianccedilas

Analisar quali e quantitativamente a praacutetica de alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo

agraves recomendaccedilotildees das Organizaccedilotildees Internacionais

Relacionar os haacutebitos alimentares ao estado nutricional das crianccedilas

17

3 JUSTIFICATIVA

Apesar dos avanccedilos na prevalecircncia do aleitamento materno e sua mediana de duraccedilatildeo

a alimentaccedilatildeo complementar natildeo segue o mesmo curso de evoluccedilatildeo A introduccedilatildeo precoce de

alimentos pouco nutritivos e ao mesmo tempo a deficiente introduccedilatildeo de alimentos saudaacuteveis

tornam a alimentaccedilatildeo complementar inadequada

Este perfil alimentar infantil estaacute influenciando no aumento da prevalecircncia de excesso

de peso na infacircncia encontrado nos uacuteltimos anos e ao mesmo tempo ainda existem

deficiecircncias de micronutrientes acometendo crianccedilas nesta fase da vida principalmente nas

regiotildees mais carentes do paiacutes

Dessa forma eacute fundamental que oacutergatildeos de sauacutede realizem o monitoramento das

praacuteticas alimentares na infacircncia proporcionando um melhor planejamento das accedilotildees de sauacutede

construindo estrateacutegias de prevenccedilatildeo e controle dos agravos para o grupo infantil na atenccedilatildeo

baacutesica

A realizaccedilatildeo deste trabalho proporciona informaccedilotildees valiosas para a construccedilatildeo de

estrateacutegias de prevenccedilatildeo e combate aos erros alimentares em crianccedilas na faixa etaacuteria de 6 a

24 meses com destaque aquelas desmamadas pois satildeo consideradas como um grupo de maior

risco para as carecircncias nutricionais uma vez que natildeo haacute a oferta de leite materno para garantir

os nutrientes adequados Aleacutem disto permite o dignoacutestico nutricional destas crianccedilas a fim de

intervir em possiacuteveis prejuiacutezos ao estado nutricional

18

4 REVISAtildeO DA LITERATURA

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno este acontece

quando a crianccedila recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) independentemente de

receber ou natildeo outros alimentos (BRASIL 2009a) Segue abaixo as definiccedilotildees de aleitamento

materno adotadas pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e reconhecidas no mundo

inteiro (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Aleitamento materno exclusivo quando a crianccedila recebe somente leite materno

direto da mama ou ordenhado ou leite humano de outra fonte sem outros liacutequidos

ou soacutelidos com exceccedilatildeo de gotas ou xaropes contendo vitaminas sais de reidrataccedilatildeo

oral suplementos minerais ou medicamentos

Aleitamento materno predominante quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno aacutegua ou bebidas agrave base de aacutegua (aacutegua adocicada chaacutes infusotildees) e sucos de

frutas

Aleitamento materno misto ou parcial quando a crianccedila recebe leite materno e

outros tipos de leite

Aleitamento materno complementado quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno qualquer alimento soacutelido ou semi-soacutelido com a finalidade de complementaacute-

lo e natildeo de substituiacute-lo Nesta categoria a crianccedila pode receber aleacutem do leite

materno outro tipo de leite mas este natildeo eacute considerado alimento complementar

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam

aleitamento materno exclusivo ateacute os seis meses de idade sob regime de livre demanda pois

nesta fase o leite materno eacute capaz de suprir as necessidades nutricionais da crianccedila para o seu

adequado crescimento e desenvolvimento O mesmo natildeo acontece apoacutes os seis meses assim

a partir desta idade o aleitamento materno deve ser complementado ateacute os dois anos ou mais

(BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

A amamentaccedilatildeo possui inuacutemeras vantagens especialmente nos primeiros meses de

vida (BRASIL 2005) Graccedilas aos inuacutemeros fatores existentes no leite materno que protegem

contra infecccedilotildees haacute uma menor taxa de mortalidade entre as crianccedilas amamentadas

(BRASIL 2009a) Tambeacutem haacute evidecircncias sugerindo que o aleitamento materno apresenta

benefiacutecios em longo prazo como mostra uma revisatildeo publicada pela OMS a qual verificou

que os indiviacuteduos adultos amamentados adequadamente durante a infacircncia apresentaram

pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica mais baixas (-12mmHg e -05mmHg respectivamente) niacuteveis

menores de colesterol total (-018mmolL) risco 37 menor de apresentar diabetes tipo 2 e

22 menores chances de vir a apresentar sobrepesoobesidade (BRASIL 2012)

19

Apesar das inuacutemeras vantagens do aleitamento materno tanto no periacuteodo criacutetico do

crescimento e desenvolvimento como na vida adulta o desmame ainda acontece de forma

precoce (BRASIL 2012) De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento

Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia de

aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de 6 meses foi de 41 no conjunto das

capitais brasileiras e Distrito Federal (DF) e sua duraccedilatildeo mediana foi de 541 dias (18 meses)

(BRASIL 2009b)

A regiatildeo Nordeste obteve o pior resultado entre as demais regiotildees apresentando

apenas 37 de prevalecircncia do AME e 349 dias de duraccedilatildeo Jaacute a prevalecircncia do aleitamento

materno (AM) entre crianccedilas de 9 a 12 meses foi de 587 no conjunto das capitais brasileiras

e DF e a estimativa de duraccedilatildeo mediana foi de 3416 dias (112 meses) neste quesito a regiatildeo

Nordeste encontra-se acima da meacutedia nacional com 591 e 114 meses respectivamente

(BRASIL 2009b)

A Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que em 2013 no Brasil 506 das

crianccedilas com idade de 9 a 12 meses estavam em aleitamento materno de modo complementar

o que mostra uma diminuiccedilatildeo na prevalecircncia de crianccedilas que mantem a amamentaccedilatildeo apoacutes os

nove meses (IBGE 2015)

As recomendaccedilotildees de aleitamento materno principalmente exclusivo natildeo satildeo

cumpridas devido agrave introduccedilatildeo precoce de alimentos o que coloca em risco a sauacutede da

crianccedila (PALMA et al 2009) O consumo precoce de alimentos complementares interfere na

amamentaccedilatildeo e pode natildeo suprir as necessidades nutricionais dessa faixa etaacuteria onde a

velocidade de crescimento eacute elevada podendo desenvolver deficiecircncias nutricionais (SBP

2006)

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees

Considera-se atualmente que o periacuteodo ideal para a introduccedilatildeo de alimentos

complementares eacute apoacutes o sexto mecircs de vida pois a partir deste momento o leite materno natildeo

consegue sozinho suprir as demandas nutricionais da crianccedila (SBP 2006) Aleacutem disso a

crianccedila jaacute apresenta um desenvolvimento geral e neuroloacutegico adequados como a mastigaccedilatildeo

degluticcedilatildeo digestatildeo e excreccedilatildeo permitindo o consumo de novos alimentos o que o leva a

conhecer novos sabores cores aromas texturas e saberes aproximando-o progressivamente

aos haacutebitos alimentares da famiacutelia (BRASIL 2009a)

No ano de 2013 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou a 2ordf ediccedilatildeo dos Dez passos para uma

alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos onde recomenda

20

que as crianccedilas em situaccedilotildees em que o aleitamento materno natildeo eacute praticado devem iniciar a

alimentaccedilatildeo complementar a partir dos quatro meses de vida seguindo o esquema alimentar

para crianccedilas natildeo amamentadas representado pela Figura 1 (BRASIL 2013)

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas

Fonte Ministeacuterio da Sauacutede 2013

A introduccedilatildeo deve ser lenta e gradual respeitando-se a aceitaccedilatildeo da crianccedila e deve-se

ofertar um alimento de cada grupo principalmente carne para prevenir a anemia (BRASIL

2012)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel deve se basear em alimentos in natura e

produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos variados pois

satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos (BRASIL 2009a) O

consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece diferentes

nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas as quais estatildeo em acelerado

crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico e em formaccedilatildeo dos haacutebitos alimentares

Sabe-se que quanto mais colorida for a alimentaccedilatildeo mais vitaminas e minerais ela conteacutem

aleacutem disso deve-se respeitar a lei da harmonia ela garante o equiliacutebrio em quantidade e em

qualidade dos alimentos consumidos (BRASIL 2009a)

Para facilitar a escolha dos alimentos pode-se tomar como referecircncia os guias

alimentares que descrevem as recomendaccedilotildees quantitativas e qualitativas dos padrotildees

dieteacuteticos A Piracircmide Alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) foi adaptada de Philippi ST et al Rev Nutr 12 65-80 1999 e eacute a

representaccedilatildeo graacutefica do Guia Alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) no ano de 2005 permitindo agrave populaccedilatildeo fazer escolhas saudaacuteveis e

obter uma alimentaccedilatildeo adequada (BRASIL 2005 SBP 2012)

21

A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

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infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

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MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

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Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

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PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

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Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

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______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

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Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

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WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

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53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

AGRADECIMENTOS

Ao Senhor Pai celestial pelo sopro da vida e o Espiacuterito Santo que haacute em mim por sua

proteccedilatildeo e amor em todos os momentos

Agrave minha famiacutelia primeiramente meus pais pelo simples fato de me permitirem nascer aos

meus avoacutes Maria Luacutecia e Joseacute Maria pela criaccedilatildeo e ensinamentos adiquiridos ao longo da

minha vida e aos meus tios Luacutecio e Cristiane por abrirem as portas da sua casa e me

acolherem

Ao meu namorado por todo amor cuidado e incentivo para que eu me torne uma oacutetima

profissional nutricionista e agraves minhas amigas que conquistei na graduaccedilatildeo pelo

companheirismo nos momentos felizes e difiacuteceis nesses quatro anos

Aos meus professores pelos ensinamentos e oportunidades adquiridos durante a graduaccedilatildeo

em especial agrave minha orientadora Michelle Carvalho que me incentivou a fazer um trabalho

cada vez melhor

Agrave equipe do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede ndash Rede Cegonha pelo auxiacutelio na coleta de dados

para a realizaccedilatildeo deste trabalho

Agrave UFPECAV por fornecer uma infra-estrutura possibilitando a anaacutelise dos dados o

aprendizado e pela oportunidade ter uma formaccedilatildeo acadecircmica de qualidade

ldquoPesquiso para constatar constatando intervenho intervindo educo e me educo Pesquiso

para conhecer e o que ainda natildeo conheccedilo e comunicar ou anunciar a novidaderdquo

(PAULO FREIRE 2002 p 16)

RESUMO

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno e a partir dos seis meses

uma alimentaccedilatildeo adequada deve complementaacute-lo ateacute os dois anos de vida ou mais A

alimentaccedilatildeo complementar deve se basear em alimentos in natura e produzidos

regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras carnes e gratildeos variados pois satildeo

alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos Na infacircncia a principal

causa dos distuacuterbios nutricionais eacute a introduccedilatildeo inadequada dos alimentos complementares

associada ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de dietas basicamente laacutecteas O objetivo deste

estudo foi analisar quali e quantitativamente os alimentos consumidos por crianccedilas

desmamadas de 6 a 24 meses no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco Este

estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter ambulatorial

realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco A populaccedilatildeo de interesse foi crianccedilas de 6 a 24 meses que natildeo

estavam mais recebendo leite materno e os dados foram coletados atraveacutes da aplicaccedilatildeo de um

questionaacuterio e um recordatoacuterio de 24h com a matildee ou responsaacutevel da crianccedila e realizada a

avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Foram entrevistadas 99 crianccedilas e destas 60 eram desmamadas

Foram encontradas prevalecircncias de 30 de risco de sobrepeso 75 de sobrepeso e 10 de

obesidade Nenhuma das crianccedilas apresentou baixo peso e 5 estavam com baixa estatura A

anaacutelise qualitativa da alimentaccedilatildeo complementar demonstrou baixo consumo de alimentos

saudaacuteveis por crianccedilas de 6 a 11 meses e 12 a 24 meses respectivamente como carnes e ovos

(24 e 68) hortaliccedilas (18 e 32) e frutas (59 e 60) e em contrapartida apresentou

alto consumo de alimentos caloacutericos e industrializados como doces (24 e 48) em ambas

as faixas etaacuterias e refrigerantes (12) e salgadinhos (8) por crianccedilas de 12 a 24 meses

Comparando-se os haacutebitos alimentares com o estado nutricional observou-se que 60 das

crianccedilas com sobrepeso ou obesidade consumiam alimentos ultraprocessados e mingaus

compostos por leite accediluacutecar e farinha Na anaacutelise quantitativa foi encontrado consumo elevado

de calorias por 833 das crianccedilas estudadas assim como o caacutelcio e o soacutedio com 966 e

566 respectivamente Atenccedilatildeo especial deve ser dada agraves proteiacutenas que apresentaram

excessivo consumo por 100 das crianccedilas assim como o ferro (60) e a vitamina A (50)

causados principalmente pelo desequiliacutebrio na ingestatildeo de leite integral em poacute fortificado

poreacutem a vitamina A tambeacutem apresentou inadequaccedilatildeo por quase metade das crianccedilas A

alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas exerce uma influecircncia no estado

nutricional das crianccedilas ocorrendo excesso de peso e maacute nutriccedilatildeo devido ao consumo de

alimentos altamente caloacutericos e com baixo teor de nutrientes O serviccedilo de sauacutede do

municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para

as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas crianccedilas para evitar e reverter esses agravos

nutricionais

Palavrasndashchave consumo de alimentos estado nutricional crianccedila transiccedilatildeo nutricional

ABSTRACT

Healthy eating starts with breastfeeding and from six months adequate food should

complement it by two years of age or older Complementary food should be based on fresh

food and produced regionally as tubers fruits vegetables meats and grains varied as they are

healthy tasty nutritious and culturally valuable In childhood the main cause of nutritional

disorders is inadequate introduction of complementary foods associated with early weaning

and maintenance of mainly dairy diets The objective of this study was to analyze

qualitatively and quantitatively the foods consumed by children weaned 6-24 months in the

city of Vitoria de Santo Antao Pernambuco This study is characterized as descriptive cross

and outpatient design carried out in units of the Family Health Strategy (FHS) in the

municipality of Vitoria de Santo Antao Pernambuco The population of interest was children

6-24 months who were no longer receiving breast milk and data were collected by

completing a questionnaire and a 24-hour recall by the mother or the childs guardian 99

children were interviewed and of these 606 were weaned 30 prevalence of overweight

risk 75 overweight and 10 obesity were found None of the children had low weight and

5 were stunted Qualitative analysis of complementary foods showed low consumption of

healthy foods for children 6-11 months and 12-24 months respectively such as meat and

eggs (24 and 68) vegetables (18 and 32) and fruits (59 and 60) and on the other

hand showed high consumption of caloric and processed foods sweets like (24 and 48) in

both age groups and soft drinks (12) and snack (8) for children 12 to 24 months

Comparing the eating habits and nutritional status it was observed that 60 of children

overweight or obese consumed ultraprocessados food and porridge consisting of milk sugar

and flour The quantitative analysis was found high calorie consumption by 833 of the

children as well as calcium and sodium with 966 and 566 respectively Special

attention should be paid to proteins which have excessive consumption by 100 of children

even as iron (60) and vitamin A (50) caused mainly by the imbalance in the whole milk

intake of fortified powder but vitamin A also had impairments for almost half of the children

Complementary food with these characteristics has an influence on nutritional status of

children occurring overweight and poor nutrition due to the consumption of high-calorie and

low-nutrient foods The health service of the municipality through its local public policies is

the main vehicle of information for families and activities in monitoring these children to

prevent and reverse these nutritional problems

Keywords food consumption nutritional status child nutritional transition

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas20

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois

anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 201221

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015 conforme o

Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade33

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses atendidas

nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

segundo o recordatoacuterio de 24h35

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses atendidas nas

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

segundo o recordatoacuterio de 24h35

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24

meses comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2

anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 201536

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas

atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201537

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201537

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 201531

Tabela 2 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 201533

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015 34

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da

Sauacutede 2015 36

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria de

crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

2015 38

Tabela 6 - Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de

24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201539

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AI Ingestatildeo Adequada

AM Aleitamento Materno

AME Aleitamento Materno Exclusivo

AVANUTRI Sistema de Avaliaccedilatildeo e Prescriccedilatildeo Nutricional

CAV Centro Acadecircmico de Vitoacuteria

DF Distrito Federal

DRI Dietary Reference Intakes

EAR Estimativa de Requerimento Energeacutetico

EER Requerimento Energeacutetico Estimado

ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

FAO Food and Agriculture Organization

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IMC Iacutendice de Massa Corporal

IOM Institute Of Medicine

MS Ministeacuterio da Sauacutede

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PET Programa de Educaccedilatildeo pelo Trabalho

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher

PNS Pesquisa Nacional de Sauacutede

POF Pesquisa de Orccedilamentos Familiares

RDA Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada

SBP Sociedade Brasileira de Pediatria

SISVAN Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional

UBS Unidade Baacutesica de Sauacutede

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

2 OBJETIVOS 16

21 Objetivo Geral 16

22 Objetivos Especiacuteficos 16

3 JUSTIFICATIVA 17

4 REVISAtildeO DA LITERATURA 18

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual 18

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees 19

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil 24

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos 25

5 METODOLOGIA 27

6 RESULTADOS 31

7 DISCUSSAtildeO 42

8 CONCLUSOtildeES 49

REFEREcircNCIAS 50

APEcircNDICE 53

ANEXO 64

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ateacute os dois anos de vida o crescimento e o desenvolvimento satildeo influenciados pelas

condiccedilotildees de nascimento e os fatores ambientais em que a crianccedila vive (VITOLO 2015) E

dentre os fatores ambientais a nutriccedilatildeo adequada eacute um dos principais a promover o

crescimento e o desenvolvimento saudaacutevel na infacircncia (MAHAN ESCOTT-STUMP

RAYMOND 2012)

A alimentaccedilatildeo adequada e saudaacutevel no iniacutecio da vida eacute primordial pois nesta fase o

requerimento de energia macro e micronutrientes estatildeo elevados em decorrecircncia da demanda

aumentada para atender a maior velocidade de crescimento desta fase da vida (SALDAN

2014) Para garantir o aporte de nutrientes necessaacuterios e prevenir agravos nutricionais a

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam o

aleitamento materno exclusivo ateacute os 6 meses de vida e a partir dessa idade deve ser

introduzida a alimentaccedilatildeo complementar com a manutenccedilatildeo do aleitamento ateacute os 2 anos ou

mais (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel se baseia no consumo de alimentos in

natura e produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos

variados pois satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos

(BRASIL 2009a)

O consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece

diferentes nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas que aleacutem dos

processos de crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico tambeacutem estatildeo em formaccedilatildeo

dos haacutebitos alimentares (BRASIL 2009a) A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis

desde o iniacutecio da vida pode prolongar-se por muitos anos e reflete diretamente no estado

nutricional do indiviacuteduo (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

O excesso de peso na infacircncia vem tomando grandes proporccedilotildees ao longo dos anos

uma vez que os haacutebitos alimentares inadequados e o estilo de vida sedentaacuterio representam a

praacutetica da vida urbana atual (BERTIN et al 2010) A obesidade infantil jaacute eacute considerada um

problema de sauacutede puacuteblica e estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional satildeo accedilotildees que

podem ser utilizadas para a prevenccedilatildeo e controle do excesso de peso (BERTIN et al 2010)

Diante disto torna-se importante investigar os haacutebitos alimentares das crianccedilas para

verificar as possiacuteveis inadequaccedilotildees e erros alimentares durante esta fase criacutetica de

crescimento desenvolvimento e formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares Assim permitir a

intervenccedilatildeo oportuna atraveacutes de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a fim de evitar

15

atrasos nos processos de crescimento desenvolvimento carecircncias nutricionais e prejuiacutezos no

estado nutricional dessas crianccedilas

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Investigar quali e quantitativamente as praacuteticas de alimentaccedilatildeo complementar e o

estado nutricional das crianccedilas desmamadas de 6 a 24 meses atendidas em Unidades de Sauacutede

da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

22 Objetivos Especiacuteficos

Caracterizar as famiacutelias quanto agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas

Avaliar o estado nutricional das crianccedilas

Analisar quali e quantitativamente a praacutetica de alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo

agraves recomendaccedilotildees das Organizaccedilotildees Internacionais

Relacionar os haacutebitos alimentares ao estado nutricional das crianccedilas

17

3 JUSTIFICATIVA

Apesar dos avanccedilos na prevalecircncia do aleitamento materno e sua mediana de duraccedilatildeo

a alimentaccedilatildeo complementar natildeo segue o mesmo curso de evoluccedilatildeo A introduccedilatildeo precoce de

alimentos pouco nutritivos e ao mesmo tempo a deficiente introduccedilatildeo de alimentos saudaacuteveis

tornam a alimentaccedilatildeo complementar inadequada

Este perfil alimentar infantil estaacute influenciando no aumento da prevalecircncia de excesso

de peso na infacircncia encontrado nos uacuteltimos anos e ao mesmo tempo ainda existem

deficiecircncias de micronutrientes acometendo crianccedilas nesta fase da vida principalmente nas

regiotildees mais carentes do paiacutes

Dessa forma eacute fundamental que oacutergatildeos de sauacutede realizem o monitoramento das

praacuteticas alimentares na infacircncia proporcionando um melhor planejamento das accedilotildees de sauacutede

construindo estrateacutegias de prevenccedilatildeo e controle dos agravos para o grupo infantil na atenccedilatildeo

baacutesica

A realizaccedilatildeo deste trabalho proporciona informaccedilotildees valiosas para a construccedilatildeo de

estrateacutegias de prevenccedilatildeo e combate aos erros alimentares em crianccedilas na faixa etaacuteria de 6 a

24 meses com destaque aquelas desmamadas pois satildeo consideradas como um grupo de maior

risco para as carecircncias nutricionais uma vez que natildeo haacute a oferta de leite materno para garantir

os nutrientes adequados Aleacutem disto permite o dignoacutestico nutricional destas crianccedilas a fim de

intervir em possiacuteveis prejuiacutezos ao estado nutricional

18

4 REVISAtildeO DA LITERATURA

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno este acontece

quando a crianccedila recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) independentemente de

receber ou natildeo outros alimentos (BRASIL 2009a) Segue abaixo as definiccedilotildees de aleitamento

materno adotadas pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e reconhecidas no mundo

inteiro (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Aleitamento materno exclusivo quando a crianccedila recebe somente leite materno

direto da mama ou ordenhado ou leite humano de outra fonte sem outros liacutequidos

ou soacutelidos com exceccedilatildeo de gotas ou xaropes contendo vitaminas sais de reidrataccedilatildeo

oral suplementos minerais ou medicamentos

Aleitamento materno predominante quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno aacutegua ou bebidas agrave base de aacutegua (aacutegua adocicada chaacutes infusotildees) e sucos de

frutas

Aleitamento materno misto ou parcial quando a crianccedila recebe leite materno e

outros tipos de leite

Aleitamento materno complementado quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno qualquer alimento soacutelido ou semi-soacutelido com a finalidade de complementaacute-

lo e natildeo de substituiacute-lo Nesta categoria a crianccedila pode receber aleacutem do leite

materno outro tipo de leite mas este natildeo eacute considerado alimento complementar

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam

aleitamento materno exclusivo ateacute os seis meses de idade sob regime de livre demanda pois

nesta fase o leite materno eacute capaz de suprir as necessidades nutricionais da crianccedila para o seu

adequado crescimento e desenvolvimento O mesmo natildeo acontece apoacutes os seis meses assim

a partir desta idade o aleitamento materno deve ser complementado ateacute os dois anos ou mais

(BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

A amamentaccedilatildeo possui inuacutemeras vantagens especialmente nos primeiros meses de

vida (BRASIL 2005) Graccedilas aos inuacutemeros fatores existentes no leite materno que protegem

contra infecccedilotildees haacute uma menor taxa de mortalidade entre as crianccedilas amamentadas

(BRASIL 2009a) Tambeacutem haacute evidecircncias sugerindo que o aleitamento materno apresenta

benefiacutecios em longo prazo como mostra uma revisatildeo publicada pela OMS a qual verificou

que os indiviacuteduos adultos amamentados adequadamente durante a infacircncia apresentaram

pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica mais baixas (-12mmHg e -05mmHg respectivamente) niacuteveis

menores de colesterol total (-018mmolL) risco 37 menor de apresentar diabetes tipo 2 e

22 menores chances de vir a apresentar sobrepesoobesidade (BRASIL 2012)

19

Apesar das inuacutemeras vantagens do aleitamento materno tanto no periacuteodo criacutetico do

crescimento e desenvolvimento como na vida adulta o desmame ainda acontece de forma

precoce (BRASIL 2012) De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento

Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia de

aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de 6 meses foi de 41 no conjunto das

capitais brasileiras e Distrito Federal (DF) e sua duraccedilatildeo mediana foi de 541 dias (18 meses)

(BRASIL 2009b)

A regiatildeo Nordeste obteve o pior resultado entre as demais regiotildees apresentando

apenas 37 de prevalecircncia do AME e 349 dias de duraccedilatildeo Jaacute a prevalecircncia do aleitamento

materno (AM) entre crianccedilas de 9 a 12 meses foi de 587 no conjunto das capitais brasileiras

e DF e a estimativa de duraccedilatildeo mediana foi de 3416 dias (112 meses) neste quesito a regiatildeo

Nordeste encontra-se acima da meacutedia nacional com 591 e 114 meses respectivamente

(BRASIL 2009b)

A Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que em 2013 no Brasil 506 das

crianccedilas com idade de 9 a 12 meses estavam em aleitamento materno de modo complementar

o que mostra uma diminuiccedilatildeo na prevalecircncia de crianccedilas que mantem a amamentaccedilatildeo apoacutes os

nove meses (IBGE 2015)

As recomendaccedilotildees de aleitamento materno principalmente exclusivo natildeo satildeo

cumpridas devido agrave introduccedilatildeo precoce de alimentos o que coloca em risco a sauacutede da

crianccedila (PALMA et al 2009) O consumo precoce de alimentos complementares interfere na

amamentaccedilatildeo e pode natildeo suprir as necessidades nutricionais dessa faixa etaacuteria onde a

velocidade de crescimento eacute elevada podendo desenvolver deficiecircncias nutricionais (SBP

2006)

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees

Considera-se atualmente que o periacuteodo ideal para a introduccedilatildeo de alimentos

complementares eacute apoacutes o sexto mecircs de vida pois a partir deste momento o leite materno natildeo

consegue sozinho suprir as demandas nutricionais da crianccedila (SBP 2006) Aleacutem disso a

crianccedila jaacute apresenta um desenvolvimento geral e neuroloacutegico adequados como a mastigaccedilatildeo

degluticcedilatildeo digestatildeo e excreccedilatildeo permitindo o consumo de novos alimentos o que o leva a

conhecer novos sabores cores aromas texturas e saberes aproximando-o progressivamente

aos haacutebitos alimentares da famiacutelia (BRASIL 2009a)

No ano de 2013 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou a 2ordf ediccedilatildeo dos Dez passos para uma

alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos onde recomenda

20

que as crianccedilas em situaccedilotildees em que o aleitamento materno natildeo eacute praticado devem iniciar a

alimentaccedilatildeo complementar a partir dos quatro meses de vida seguindo o esquema alimentar

para crianccedilas natildeo amamentadas representado pela Figura 1 (BRASIL 2013)

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas

Fonte Ministeacuterio da Sauacutede 2013

A introduccedilatildeo deve ser lenta e gradual respeitando-se a aceitaccedilatildeo da crianccedila e deve-se

ofertar um alimento de cada grupo principalmente carne para prevenir a anemia (BRASIL

2012)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel deve se basear em alimentos in natura e

produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos variados pois

satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos (BRASIL 2009a) O

consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece diferentes

nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas as quais estatildeo em acelerado

crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico e em formaccedilatildeo dos haacutebitos alimentares

Sabe-se que quanto mais colorida for a alimentaccedilatildeo mais vitaminas e minerais ela conteacutem

aleacutem disso deve-se respeitar a lei da harmonia ela garante o equiliacutebrio em quantidade e em

qualidade dos alimentos consumidos (BRASIL 2009a)

Para facilitar a escolha dos alimentos pode-se tomar como referecircncia os guias

alimentares que descrevem as recomendaccedilotildees quantitativas e qualitativas dos padrotildees

dieteacuteticos A Piracircmide Alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) foi adaptada de Philippi ST et al Rev Nutr 12 65-80 1999 e eacute a

representaccedilatildeo graacutefica do Guia Alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) no ano de 2005 permitindo agrave populaccedilatildeo fazer escolhas saudaacuteveis e

obter uma alimentaccedilatildeo adequada (BRASIL 2005 SBP 2012)

21

A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

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de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

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Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

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53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

ldquoPesquiso para constatar constatando intervenho intervindo educo e me educo Pesquiso

para conhecer e o que ainda natildeo conheccedilo e comunicar ou anunciar a novidaderdquo

(PAULO FREIRE 2002 p 16)

RESUMO

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno e a partir dos seis meses

uma alimentaccedilatildeo adequada deve complementaacute-lo ateacute os dois anos de vida ou mais A

alimentaccedilatildeo complementar deve se basear em alimentos in natura e produzidos

regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras carnes e gratildeos variados pois satildeo

alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos Na infacircncia a principal

causa dos distuacuterbios nutricionais eacute a introduccedilatildeo inadequada dos alimentos complementares

associada ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de dietas basicamente laacutecteas O objetivo deste

estudo foi analisar quali e quantitativamente os alimentos consumidos por crianccedilas

desmamadas de 6 a 24 meses no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco Este

estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter ambulatorial

realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco A populaccedilatildeo de interesse foi crianccedilas de 6 a 24 meses que natildeo

estavam mais recebendo leite materno e os dados foram coletados atraveacutes da aplicaccedilatildeo de um

questionaacuterio e um recordatoacuterio de 24h com a matildee ou responsaacutevel da crianccedila e realizada a

avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Foram entrevistadas 99 crianccedilas e destas 60 eram desmamadas

Foram encontradas prevalecircncias de 30 de risco de sobrepeso 75 de sobrepeso e 10 de

obesidade Nenhuma das crianccedilas apresentou baixo peso e 5 estavam com baixa estatura A

anaacutelise qualitativa da alimentaccedilatildeo complementar demonstrou baixo consumo de alimentos

saudaacuteveis por crianccedilas de 6 a 11 meses e 12 a 24 meses respectivamente como carnes e ovos

(24 e 68) hortaliccedilas (18 e 32) e frutas (59 e 60) e em contrapartida apresentou

alto consumo de alimentos caloacutericos e industrializados como doces (24 e 48) em ambas

as faixas etaacuterias e refrigerantes (12) e salgadinhos (8) por crianccedilas de 12 a 24 meses

Comparando-se os haacutebitos alimentares com o estado nutricional observou-se que 60 das

crianccedilas com sobrepeso ou obesidade consumiam alimentos ultraprocessados e mingaus

compostos por leite accediluacutecar e farinha Na anaacutelise quantitativa foi encontrado consumo elevado

de calorias por 833 das crianccedilas estudadas assim como o caacutelcio e o soacutedio com 966 e

566 respectivamente Atenccedilatildeo especial deve ser dada agraves proteiacutenas que apresentaram

excessivo consumo por 100 das crianccedilas assim como o ferro (60) e a vitamina A (50)

causados principalmente pelo desequiliacutebrio na ingestatildeo de leite integral em poacute fortificado

poreacutem a vitamina A tambeacutem apresentou inadequaccedilatildeo por quase metade das crianccedilas A

alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas exerce uma influecircncia no estado

nutricional das crianccedilas ocorrendo excesso de peso e maacute nutriccedilatildeo devido ao consumo de

alimentos altamente caloacutericos e com baixo teor de nutrientes O serviccedilo de sauacutede do

municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para

as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas crianccedilas para evitar e reverter esses agravos

nutricionais

Palavrasndashchave consumo de alimentos estado nutricional crianccedila transiccedilatildeo nutricional

ABSTRACT

Healthy eating starts with breastfeeding and from six months adequate food should

complement it by two years of age or older Complementary food should be based on fresh

food and produced regionally as tubers fruits vegetables meats and grains varied as they are

healthy tasty nutritious and culturally valuable In childhood the main cause of nutritional

disorders is inadequate introduction of complementary foods associated with early weaning

and maintenance of mainly dairy diets The objective of this study was to analyze

qualitatively and quantitatively the foods consumed by children weaned 6-24 months in the

city of Vitoria de Santo Antao Pernambuco This study is characterized as descriptive cross

and outpatient design carried out in units of the Family Health Strategy (FHS) in the

municipality of Vitoria de Santo Antao Pernambuco The population of interest was children

6-24 months who were no longer receiving breast milk and data were collected by

completing a questionnaire and a 24-hour recall by the mother or the childs guardian 99

children were interviewed and of these 606 were weaned 30 prevalence of overweight

risk 75 overweight and 10 obesity were found None of the children had low weight and

5 were stunted Qualitative analysis of complementary foods showed low consumption of

healthy foods for children 6-11 months and 12-24 months respectively such as meat and

eggs (24 and 68) vegetables (18 and 32) and fruits (59 and 60) and on the other

hand showed high consumption of caloric and processed foods sweets like (24 and 48) in

both age groups and soft drinks (12) and snack (8) for children 12 to 24 months

Comparing the eating habits and nutritional status it was observed that 60 of children

overweight or obese consumed ultraprocessados food and porridge consisting of milk sugar

and flour The quantitative analysis was found high calorie consumption by 833 of the

children as well as calcium and sodium with 966 and 566 respectively Special

attention should be paid to proteins which have excessive consumption by 100 of children

even as iron (60) and vitamin A (50) caused mainly by the imbalance in the whole milk

intake of fortified powder but vitamin A also had impairments for almost half of the children

Complementary food with these characteristics has an influence on nutritional status of

children occurring overweight and poor nutrition due to the consumption of high-calorie and

low-nutrient foods The health service of the municipality through its local public policies is

the main vehicle of information for families and activities in monitoring these children to

prevent and reverse these nutritional problems

Keywords food consumption nutritional status child nutritional transition

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas20

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois

anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 201221

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015 conforme o

Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade33

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses atendidas

nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

segundo o recordatoacuterio de 24h35

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses atendidas nas

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

segundo o recordatoacuterio de 24h35

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24

meses comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2

anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 201536

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas

atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201537

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201537

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 201531

Tabela 2 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 201533

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015 34

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da

Sauacutede 2015 36

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria de

crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

2015 38

Tabela 6 - Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de

24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201539

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AI Ingestatildeo Adequada

AM Aleitamento Materno

AME Aleitamento Materno Exclusivo

AVANUTRI Sistema de Avaliaccedilatildeo e Prescriccedilatildeo Nutricional

CAV Centro Acadecircmico de Vitoacuteria

DF Distrito Federal

DRI Dietary Reference Intakes

EAR Estimativa de Requerimento Energeacutetico

EER Requerimento Energeacutetico Estimado

ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

FAO Food and Agriculture Organization

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IMC Iacutendice de Massa Corporal

IOM Institute Of Medicine

MS Ministeacuterio da Sauacutede

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PET Programa de Educaccedilatildeo pelo Trabalho

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher

PNS Pesquisa Nacional de Sauacutede

POF Pesquisa de Orccedilamentos Familiares

RDA Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada

SBP Sociedade Brasileira de Pediatria

SISVAN Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional

UBS Unidade Baacutesica de Sauacutede

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

2 OBJETIVOS 16

21 Objetivo Geral 16

22 Objetivos Especiacuteficos 16

3 JUSTIFICATIVA 17

4 REVISAtildeO DA LITERATURA 18

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual 18

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees 19

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil 24

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos 25

5 METODOLOGIA 27

6 RESULTADOS 31

7 DISCUSSAtildeO 42

8 CONCLUSOtildeES 49

REFEREcircNCIAS 50

APEcircNDICE 53

ANEXO 64

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ateacute os dois anos de vida o crescimento e o desenvolvimento satildeo influenciados pelas

condiccedilotildees de nascimento e os fatores ambientais em que a crianccedila vive (VITOLO 2015) E

dentre os fatores ambientais a nutriccedilatildeo adequada eacute um dos principais a promover o

crescimento e o desenvolvimento saudaacutevel na infacircncia (MAHAN ESCOTT-STUMP

RAYMOND 2012)

A alimentaccedilatildeo adequada e saudaacutevel no iniacutecio da vida eacute primordial pois nesta fase o

requerimento de energia macro e micronutrientes estatildeo elevados em decorrecircncia da demanda

aumentada para atender a maior velocidade de crescimento desta fase da vida (SALDAN

2014) Para garantir o aporte de nutrientes necessaacuterios e prevenir agravos nutricionais a

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam o

aleitamento materno exclusivo ateacute os 6 meses de vida e a partir dessa idade deve ser

introduzida a alimentaccedilatildeo complementar com a manutenccedilatildeo do aleitamento ateacute os 2 anos ou

mais (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel se baseia no consumo de alimentos in

natura e produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos

variados pois satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos

(BRASIL 2009a)

O consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece

diferentes nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas que aleacutem dos

processos de crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico tambeacutem estatildeo em formaccedilatildeo

dos haacutebitos alimentares (BRASIL 2009a) A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis

desde o iniacutecio da vida pode prolongar-se por muitos anos e reflete diretamente no estado

nutricional do indiviacuteduo (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

O excesso de peso na infacircncia vem tomando grandes proporccedilotildees ao longo dos anos

uma vez que os haacutebitos alimentares inadequados e o estilo de vida sedentaacuterio representam a

praacutetica da vida urbana atual (BERTIN et al 2010) A obesidade infantil jaacute eacute considerada um

problema de sauacutede puacuteblica e estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional satildeo accedilotildees que

podem ser utilizadas para a prevenccedilatildeo e controle do excesso de peso (BERTIN et al 2010)

Diante disto torna-se importante investigar os haacutebitos alimentares das crianccedilas para

verificar as possiacuteveis inadequaccedilotildees e erros alimentares durante esta fase criacutetica de

crescimento desenvolvimento e formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares Assim permitir a

intervenccedilatildeo oportuna atraveacutes de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a fim de evitar

15

atrasos nos processos de crescimento desenvolvimento carecircncias nutricionais e prejuiacutezos no

estado nutricional dessas crianccedilas

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Investigar quali e quantitativamente as praacuteticas de alimentaccedilatildeo complementar e o

estado nutricional das crianccedilas desmamadas de 6 a 24 meses atendidas em Unidades de Sauacutede

da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

22 Objetivos Especiacuteficos

Caracterizar as famiacutelias quanto agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas

Avaliar o estado nutricional das crianccedilas

Analisar quali e quantitativamente a praacutetica de alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo

agraves recomendaccedilotildees das Organizaccedilotildees Internacionais

Relacionar os haacutebitos alimentares ao estado nutricional das crianccedilas

17

3 JUSTIFICATIVA

Apesar dos avanccedilos na prevalecircncia do aleitamento materno e sua mediana de duraccedilatildeo

a alimentaccedilatildeo complementar natildeo segue o mesmo curso de evoluccedilatildeo A introduccedilatildeo precoce de

alimentos pouco nutritivos e ao mesmo tempo a deficiente introduccedilatildeo de alimentos saudaacuteveis

tornam a alimentaccedilatildeo complementar inadequada

Este perfil alimentar infantil estaacute influenciando no aumento da prevalecircncia de excesso

de peso na infacircncia encontrado nos uacuteltimos anos e ao mesmo tempo ainda existem

deficiecircncias de micronutrientes acometendo crianccedilas nesta fase da vida principalmente nas

regiotildees mais carentes do paiacutes

Dessa forma eacute fundamental que oacutergatildeos de sauacutede realizem o monitoramento das

praacuteticas alimentares na infacircncia proporcionando um melhor planejamento das accedilotildees de sauacutede

construindo estrateacutegias de prevenccedilatildeo e controle dos agravos para o grupo infantil na atenccedilatildeo

baacutesica

A realizaccedilatildeo deste trabalho proporciona informaccedilotildees valiosas para a construccedilatildeo de

estrateacutegias de prevenccedilatildeo e combate aos erros alimentares em crianccedilas na faixa etaacuteria de 6 a

24 meses com destaque aquelas desmamadas pois satildeo consideradas como um grupo de maior

risco para as carecircncias nutricionais uma vez que natildeo haacute a oferta de leite materno para garantir

os nutrientes adequados Aleacutem disto permite o dignoacutestico nutricional destas crianccedilas a fim de

intervir em possiacuteveis prejuiacutezos ao estado nutricional

18

4 REVISAtildeO DA LITERATURA

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno este acontece

quando a crianccedila recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) independentemente de

receber ou natildeo outros alimentos (BRASIL 2009a) Segue abaixo as definiccedilotildees de aleitamento

materno adotadas pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e reconhecidas no mundo

inteiro (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Aleitamento materno exclusivo quando a crianccedila recebe somente leite materno

direto da mama ou ordenhado ou leite humano de outra fonte sem outros liacutequidos

ou soacutelidos com exceccedilatildeo de gotas ou xaropes contendo vitaminas sais de reidrataccedilatildeo

oral suplementos minerais ou medicamentos

Aleitamento materno predominante quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno aacutegua ou bebidas agrave base de aacutegua (aacutegua adocicada chaacutes infusotildees) e sucos de

frutas

Aleitamento materno misto ou parcial quando a crianccedila recebe leite materno e

outros tipos de leite

Aleitamento materno complementado quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno qualquer alimento soacutelido ou semi-soacutelido com a finalidade de complementaacute-

lo e natildeo de substituiacute-lo Nesta categoria a crianccedila pode receber aleacutem do leite

materno outro tipo de leite mas este natildeo eacute considerado alimento complementar

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam

aleitamento materno exclusivo ateacute os seis meses de idade sob regime de livre demanda pois

nesta fase o leite materno eacute capaz de suprir as necessidades nutricionais da crianccedila para o seu

adequado crescimento e desenvolvimento O mesmo natildeo acontece apoacutes os seis meses assim

a partir desta idade o aleitamento materno deve ser complementado ateacute os dois anos ou mais

(BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

A amamentaccedilatildeo possui inuacutemeras vantagens especialmente nos primeiros meses de

vida (BRASIL 2005) Graccedilas aos inuacutemeros fatores existentes no leite materno que protegem

contra infecccedilotildees haacute uma menor taxa de mortalidade entre as crianccedilas amamentadas

(BRASIL 2009a) Tambeacutem haacute evidecircncias sugerindo que o aleitamento materno apresenta

benefiacutecios em longo prazo como mostra uma revisatildeo publicada pela OMS a qual verificou

que os indiviacuteduos adultos amamentados adequadamente durante a infacircncia apresentaram

pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica mais baixas (-12mmHg e -05mmHg respectivamente) niacuteveis

menores de colesterol total (-018mmolL) risco 37 menor de apresentar diabetes tipo 2 e

22 menores chances de vir a apresentar sobrepesoobesidade (BRASIL 2012)

19

Apesar das inuacutemeras vantagens do aleitamento materno tanto no periacuteodo criacutetico do

crescimento e desenvolvimento como na vida adulta o desmame ainda acontece de forma

precoce (BRASIL 2012) De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento

Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia de

aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de 6 meses foi de 41 no conjunto das

capitais brasileiras e Distrito Federal (DF) e sua duraccedilatildeo mediana foi de 541 dias (18 meses)

(BRASIL 2009b)

A regiatildeo Nordeste obteve o pior resultado entre as demais regiotildees apresentando

apenas 37 de prevalecircncia do AME e 349 dias de duraccedilatildeo Jaacute a prevalecircncia do aleitamento

materno (AM) entre crianccedilas de 9 a 12 meses foi de 587 no conjunto das capitais brasileiras

e DF e a estimativa de duraccedilatildeo mediana foi de 3416 dias (112 meses) neste quesito a regiatildeo

Nordeste encontra-se acima da meacutedia nacional com 591 e 114 meses respectivamente

(BRASIL 2009b)

A Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que em 2013 no Brasil 506 das

crianccedilas com idade de 9 a 12 meses estavam em aleitamento materno de modo complementar

o que mostra uma diminuiccedilatildeo na prevalecircncia de crianccedilas que mantem a amamentaccedilatildeo apoacutes os

nove meses (IBGE 2015)

As recomendaccedilotildees de aleitamento materno principalmente exclusivo natildeo satildeo

cumpridas devido agrave introduccedilatildeo precoce de alimentos o que coloca em risco a sauacutede da

crianccedila (PALMA et al 2009) O consumo precoce de alimentos complementares interfere na

amamentaccedilatildeo e pode natildeo suprir as necessidades nutricionais dessa faixa etaacuteria onde a

velocidade de crescimento eacute elevada podendo desenvolver deficiecircncias nutricionais (SBP

2006)

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees

Considera-se atualmente que o periacuteodo ideal para a introduccedilatildeo de alimentos

complementares eacute apoacutes o sexto mecircs de vida pois a partir deste momento o leite materno natildeo

consegue sozinho suprir as demandas nutricionais da crianccedila (SBP 2006) Aleacutem disso a

crianccedila jaacute apresenta um desenvolvimento geral e neuroloacutegico adequados como a mastigaccedilatildeo

degluticcedilatildeo digestatildeo e excreccedilatildeo permitindo o consumo de novos alimentos o que o leva a

conhecer novos sabores cores aromas texturas e saberes aproximando-o progressivamente

aos haacutebitos alimentares da famiacutelia (BRASIL 2009a)

No ano de 2013 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou a 2ordf ediccedilatildeo dos Dez passos para uma

alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos onde recomenda

20

que as crianccedilas em situaccedilotildees em que o aleitamento materno natildeo eacute praticado devem iniciar a

alimentaccedilatildeo complementar a partir dos quatro meses de vida seguindo o esquema alimentar

para crianccedilas natildeo amamentadas representado pela Figura 1 (BRASIL 2013)

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas

Fonte Ministeacuterio da Sauacutede 2013

A introduccedilatildeo deve ser lenta e gradual respeitando-se a aceitaccedilatildeo da crianccedila e deve-se

ofertar um alimento de cada grupo principalmente carne para prevenir a anemia (BRASIL

2012)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel deve se basear em alimentos in natura e

produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos variados pois

satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos (BRASIL 2009a) O

consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece diferentes

nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas as quais estatildeo em acelerado

crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico e em formaccedilatildeo dos haacutebitos alimentares

Sabe-se que quanto mais colorida for a alimentaccedilatildeo mais vitaminas e minerais ela conteacutem

aleacutem disso deve-se respeitar a lei da harmonia ela garante o equiliacutebrio em quantidade e em

qualidade dos alimentos consumidos (BRASIL 2009a)

Para facilitar a escolha dos alimentos pode-se tomar como referecircncia os guias

alimentares que descrevem as recomendaccedilotildees quantitativas e qualitativas dos padrotildees

dieteacuteticos A Piracircmide Alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) foi adaptada de Philippi ST et al Rev Nutr 12 65-80 1999 e eacute a

representaccedilatildeo graacutefica do Guia Alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) no ano de 2005 permitindo agrave populaccedilatildeo fazer escolhas saudaacuteveis e

obter uma alimentaccedilatildeo adequada (BRASIL 2005 SBP 2012)

21

A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

RESUMO

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno e a partir dos seis meses

uma alimentaccedilatildeo adequada deve complementaacute-lo ateacute os dois anos de vida ou mais A

alimentaccedilatildeo complementar deve se basear em alimentos in natura e produzidos

regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras carnes e gratildeos variados pois satildeo

alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos Na infacircncia a principal

causa dos distuacuterbios nutricionais eacute a introduccedilatildeo inadequada dos alimentos complementares

associada ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de dietas basicamente laacutecteas O objetivo deste

estudo foi analisar quali e quantitativamente os alimentos consumidos por crianccedilas

desmamadas de 6 a 24 meses no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco Este

estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter ambulatorial

realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco A populaccedilatildeo de interesse foi crianccedilas de 6 a 24 meses que natildeo

estavam mais recebendo leite materno e os dados foram coletados atraveacutes da aplicaccedilatildeo de um

questionaacuterio e um recordatoacuterio de 24h com a matildee ou responsaacutevel da crianccedila e realizada a

avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Foram entrevistadas 99 crianccedilas e destas 60 eram desmamadas

Foram encontradas prevalecircncias de 30 de risco de sobrepeso 75 de sobrepeso e 10 de

obesidade Nenhuma das crianccedilas apresentou baixo peso e 5 estavam com baixa estatura A

anaacutelise qualitativa da alimentaccedilatildeo complementar demonstrou baixo consumo de alimentos

saudaacuteveis por crianccedilas de 6 a 11 meses e 12 a 24 meses respectivamente como carnes e ovos

(24 e 68) hortaliccedilas (18 e 32) e frutas (59 e 60) e em contrapartida apresentou

alto consumo de alimentos caloacutericos e industrializados como doces (24 e 48) em ambas

as faixas etaacuterias e refrigerantes (12) e salgadinhos (8) por crianccedilas de 12 a 24 meses

Comparando-se os haacutebitos alimentares com o estado nutricional observou-se que 60 das

crianccedilas com sobrepeso ou obesidade consumiam alimentos ultraprocessados e mingaus

compostos por leite accediluacutecar e farinha Na anaacutelise quantitativa foi encontrado consumo elevado

de calorias por 833 das crianccedilas estudadas assim como o caacutelcio e o soacutedio com 966 e

566 respectivamente Atenccedilatildeo especial deve ser dada agraves proteiacutenas que apresentaram

excessivo consumo por 100 das crianccedilas assim como o ferro (60) e a vitamina A (50)

causados principalmente pelo desequiliacutebrio na ingestatildeo de leite integral em poacute fortificado

poreacutem a vitamina A tambeacutem apresentou inadequaccedilatildeo por quase metade das crianccedilas A

alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas exerce uma influecircncia no estado

nutricional das crianccedilas ocorrendo excesso de peso e maacute nutriccedilatildeo devido ao consumo de

alimentos altamente caloacutericos e com baixo teor de nutrientes O serviccedilo de sauacutede do

municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para

as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas crianccedilas para evitar e reverter esses agravos

nutricionais

Palavrasndashchave consumo de alimentos estado nutricional crianccedila transiccedilatildeo nutricional

ABSTRACT

Healthy eating starts with breastfeeding and from six months adequate food should

complement it by two years of age or older Complementary food should be based on fresh

food and produced regionally as tubers fruits vegetables meats and grains varied as they are

healthy tasty nutritious and culturally valuable In childhood the main cause of nutritional

disorders is inadequate introduction of complementary foods associated with early weaning

and maintenance of mainly dairy diets The objective of this study was to analyze

qualitatively and quantitatively the foods consumed by children weaned 6-24 months in the

city of Vitoria de Santo Antao Pernambuco This study is characterized as descriptive cross

and outpatient design carried out in units of the Family Health Strategy (FHS) in the

municipality of Vitoria de Santo Antao Pernambuco The population of interest was children

6-24 months who were no longer receiving breast milk and data were collected by

completing a questionnaire and a 24-hour recall by the mother or the childs guardian 99

children were interviewed and of these 606 were weaned 30 prevalence of overweight

risk 75 overweight and 10 obesity were found None of the children had low weight and

5 were stunted Qualitative analysis of complementary foods showed low consumption of

healthy foods for children 6-11 months and 12-24 months respectively such as meat and

eggs (24 and 68) vegetables (18 and 32) and fruits (59 and 60) and on the other

hand showed high consumption of caloric and processed foods sweets like (24 and 48) in

both age groups and soft drinks (12) and snack (8) for children 12 to 24 months

Comparing the eating habits and nutritional status it was observed that 60 of children

overweight or obese consumed ultraprocessados food and porridge consisting of milk sugar

and flour The quantitative analysis was found high calorie consumption by 833 of the

children as well as calcium and sodium with 966 and 566 respectively Special

attention should be paid to proteins which have excessive consumption by 100 of children

even as iron (60) and vitamin A (50) caused mainly by the imbalance in the whole milk

intake of fortified powder but vitamin A also had impairments for almost half of the children

Complementary food with these characteristics has an influence on nutritional status of

children occurring overweight and poor nutrition due to the consumption of high-calorie and

low-nutrient foods The health service of the municipality through its local public policies is

the main vehicle of information for families and activities in monitoring these children to

prevent and reverse these nutritional problems

Keywords food consumption nutritional status child nutritional transition

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas20

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois

anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 201221

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015 conforme o

Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade33

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses atendidas

nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

segundo o recordatoacuterio de 24h35

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses atendidas nas

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

segundo o recordatoacuterio de 24h35

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24

meses comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2

anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 201536

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas

atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201537

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201537

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 201531

Tabela 2 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 201533

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015 34

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da

Sauacutede 2015 36

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria de

crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

2015 38

Tabela 6 - Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de

24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201539

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AI Ingestatildeo Adequada

AM Aleitamento Materno

AME Aleitamento Materno Exclusivo

AVANUTRI Sistema de Avaliaccedilatildeo e Prescriccedilatildeo Nutricional

CAV Centro Acadecircmico de Vitoacuteria

DF Distrito Federal

DRI Dietary Reference Intakes

EAR Estimativa de Requerimento Energeacutetico

EER Requerimento Energeacutetico Estimado

ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

FAO Food and Agriculture Organization

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IMC Iacutendice de Massa Corporal

IOM Institute Of Medicine

MS Ministeacuterio da Sauacutede

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PET Programa de Educaccedilatildeo pelo Trabalho

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher

PNS Pesquisa Nacional de Sauacutede

POF Pesquisa de Orccedilamentos Familiares

RDA Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada

SBP Sociedade Brasileira de Pediatria

SISVAN Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional

UBS Unidade Baacutesica de Sauacutede

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

2 OBJETIVOS 16

21 Objetivo Geral 16

22 Objetivos Especiacuteficos 16

3 JUSTIFICATIVA 17

4 REVISAtildeO DA LITERATURA 18

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual 18

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees 19

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil 24

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos 25

5 METODOLOGIA 27

6 RESULTADOS 31

7 DISCUSSAtildeO 42

8 CONCLUSOtildeES 49

REFEREcircNCIAS 50

APEcircNDICE 53

ANEXO 64

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ateacute os dois anos de vida o crescimento e o desenvolvimento satildeo influenciados pelas

condiccedilotildees de nascimento e os fatores ambientais em que a crianccedila vive (VITOLO 2015) E

dentre os fatores ambientais a nutriccedilatildeo adequada eacute um dos principais a promover o

crescimento e o desenvolvimento saudaacutevel na infacircncia (MAHAN ESCOTT-STUMP

RAYMOND 2012)

A alimentaccedilatildeo adequada e saudaacutevel no iniacutecio da vida eacute primordial pois nesta fase o

requerimento de energia macro e micronutrientes estatildeo elevados em decorrecircncia da demanda

aumentada para atender a maior velocidade de crescimento desta fase da vida (SALDAN

2014) Para garantir o aporte de nutrientes necessaacuterios e prevenir agravos nutricionais a

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam o

aleitamento materno exclusivo ateacute os 6 meses de vida e a partir dessa idade deve ser

introduzida a alimentaccedilatildeo complementar com a manutenccedilatildeo do aleitamento ateacute os 2 anos ou

mais (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel se baseia no consumo de alimentos in

natura e produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos

variados pois satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos

(BRASIL 2009a)

O consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece

diferentes nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas que aleacutem dos

processos de crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico tambeacutem estatildeo em formaccedilatildeo

dos haacutebitos alimentares (BRASIL 2009a) A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis

desde o iniacutecio da vida pode prolongar-se por muitos anos e reflete diretamente no estado

nutricional do indiviacuteduo (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

O excesso de peso na infacircncia vem tomando grandes proporccedilotildees ao longo dos anos

uma vez que os haacutebitos alimentares inadequados e o estilo de vida sedentaacuterio representam a

praacutetica da vida urbana atual (BERTIN et al 2010) A obesidade infantil jaacute eacute considerada um

problema de sauacutede puacuteblica e estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional satildeo accedilotildees que

podem ser utilizadas para a prevenccedilatildeo e controle do excesso de peso (BERTIN et al 2010)

Diante disto torna-se importante investigar os haacutebitos alimentares das crianccedilas para

verificar as possiacuteveis inadequaccedilotildees e erros alimentares durante esta fase criacutetica de

crescimento desenvolvimento e formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares Assim permitir a

intervenccedilatildeo oportuna atraveacutes de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a fim de evitar

15

atrasos nos processos de crescimento desenvolvimento carecircncias nutricionais e prejuiacutezos no

estado nutricional dessas crianccedilas

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Investigar quali e quantitativamente as praacuteticas de alimentaccedilatildeo complementar e o

estado nutricional das crianccedilas desmamadas de 6 a 24 meses atendidas em Unidades de Sauacutede

da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

22 Objetivos Especiacuteficos

Caracterizar as famiacutelias quanto agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas

Avaliar o estado nutricional das crianccedilas

Analisar quali e quantitativamente a praacutetica de alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo

agraves recomendaccedilotildees das Organizaccedilotildees Internacionais

Relacionar os haacutebitos alimentares ao estado nutricional das crianccedilas

17

3 JUSTIFICATIVA

Apesar dos avanccedilos na prevalecircncia do aleitamento materno e sua mediana de duraccedilatildeo

a alimentaccedilatildeo complementar natildeo segue o mesmo curso de evoluccedilatildeo A introduccedilatildeo precoce de

alimentos pouco nutritivos e ao mesmo tempo a deficiente introduccedilatildeo de alimentos saudaacuteveis

tornam a alimentaccedilatildeo complementar inadequada

Este perfil alimentar infantil estaacute influenciando no aumento da prevalecircncia de excesso

de peso na infacircncia encontrado nos uacuteltimos anos e ao mesmo tempo ainda existem

deficiecircncias de micronutrientes acometendo crianccedilas nesta fase da vida principalmente nas

regiotildees mais carentes do paiacutes

Dessa forma eacute fundamental que oacutergatildeos de sauacutede realizem o monitoramento das

praacuteticas alimentares na infacircncia proporcionando um melhor planejamento das accedilotildees de sauacutede

construindo estrateacutegias de prevenccedilatildeo e controle dos agravos para o grupo infantil na atenccedilatildeo

baacutesica

A realizaccedilatildeo deste trabalho proporciona informaccedilotildees valiosas para a construccedilatildeo de

estrateacutegias de prevenccedilatildeo e combate aos erros alimentares em crianccedilas na faixa etaacuteria de 6 a

24 meses com destaque aquelas desmamadas pois satildeo consideradas como um grupo de maior

risco para as carecircncias nutricionais uma vez que natildeo haacute a oferta de leite materno para garantir

os nutrientes adequados Aleacutem disto permite o dignoacutestico nutricional destas crianccedilas a fim de

intervir em possiacuteveis prejuiacutezos ao estado nutricional

18

4 REVISAtildeO DA LITERATURA

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno este acontece

quando a crianccedila recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) independentemente de

receber ou natildeo outros alimentos (BRASIL 2009a) Segue abaixo as definiccedilotildees de aleitamento

materno adotadas pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e reconhecidas no mundo

inteiro (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Aleitamento materno exclusivo quando a crianccedila recebe somente leite materno

direto da mama ou ordenhado ou leite humano de outra fonte sem outros liacutequidos

ou soacutelidos com exceccedilatildeo de gotas ou xaropes contendo vitaminas sais de reidrataccedilatildeo

oral suplementos minerais ou medicamentos

Aleitamento materno predominante quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno aacutegua ou bebidas agrave base de aacutegua (aacutegua adocicada chaacutes infusotildees) e sucos de

frutas

Aleitamento materno misto ou parcial quando a crianccedila recebe leite materno e

outros tipos de leite

Aleitamento materno complementado quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno qualquer alimento soacutelido ou semi-soacutelido com a finalidade de complementaacute-

lo e natildeo de substituiacute-lo Nesta categoria a crianccedila pode receber aleacutem do leite

materno outro tipo de leite mas este natildeo eacute considerado alimento complementar

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam

aleitamento materno exclusivo ateacute os seis meses de idade sob regime de livre demanda pois

nesta fase o leite materno eacute capaz de suprir as necessidades nutricionais da crianccedila para o seu

adequado crescimento e desenvolvimento O mesmo natildeo acontece apoacutes os seis meses assim

a partir desta idade o aleitamento materno deve ser complementado ateacute os dois anos ou mais

(BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

A amamentaccedilatildeo possui inuacutemeras vantagens especialmente nos primeiros meses de

vida (BRASIL 2005) Graccedilas aos inuacutemeros fatores existentes no leite materno que protegem

contra infecccedilotildees haacute uma menor taxa de mortalidade entre as crianccedilas amamentadas

(BRASIL 2009a) Tambeacutem haacute evidecircncias sugerindo que o aleitamento materno apresenta

benefiacutecios em longo prazo como mostra uma revisatildeo publicada pela OMS a qual verificou

que os indiviacuteduos adultos amamentados adequadamente durante a infacircncia apresentaram

pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica mais baixas (-12mmHg e -05mmHg respectivamente) niacuteveis

menores de colesterol total (-018mmolL) risco 37 menor de apresentar diabetes tipo 2 e

22 menores chances de vir a apresentar sobrepesoobesidade (BRASIL 2012)

19

Apesar das inuacutemeras vantagens do aleitamento materno tanto no periacuteodo criacutetico do

crescimento e desenvolvimento como na vida adulta o desmame ainda acontece de forma

precoce (BRASIL 2012) De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento

Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia de

aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de 6 meses foi de 41 no conjunto das

capitais brasileiras e Distrito Federal (DF) e sua duraccedilatildeo mediana foi de 541 dias (18 meses)

(BRASIL 2009b)

A regiatildeo Nordeste obteve o pior resultado entre as demais regiotildees apresentando

apenas 37 de prevalecircncia do AME e 349 dias de duraccedilatildeo Jaacute a prevalecircncia do aleitamento

materno (AM) entre crianccedilas de 9 a 12 meses foi de 587 no conjunto das capitais brasileiras

e DF e a estimativa de duraccedilatildeo mediana foi de 3416 dias (112 meses) neste quesito a regiatildeo

Nordeste encontra-se acima da meacutedia nacional com 591 e 114 meses respectivamente

(BRASIL 2009b)

A Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que em 2013 no Brasil 506 das

crianccedilas com idade de 9 a 12 meses estavam em aleitamento materno de modo complementar

o que mostra uma diminuiccedilatildeo na prevalecircncia de crianccedilas que mantem a amamentaccedilatildeo apoacutes os

nove meses (IBGE 2015)

As recomendaccedilotildees de aleitamento materno principalmente exclusivo natildeo satildeo

cumpridas devido agrave introduccedilatildeo precoce de alimentos o que coloca em risco a sauacutede da

crianccedila (PALMA et al 2009) O consumo precoce de alimentos complementares interfere na

amamentaccedilatildeo e pode natildeo suprir as necessidades nutricionais dessa faixa etaacuteria onde a

velocidade de crescimento eacute elevada podendo desenvolver deficiecircncias nutricionais (SBP

2006)

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees

Considera-se atualmente que o periacuteodo ideal para a introduccedilatildeo de alimentos

complementares eacute apoacutes o sexto mecircs de vida pois a partir deste momento o leite materno natildeo

consegue sozinho suprir as demandas nutricionais da crianccedila (SBP 2006) Aleacutem disso a

crianccedila jaacute apresenta um desenvolvimento geral e neuroloacutegico adequados como a mastigaccedilatildeo

degluticcedilatildeo digestatildeo e excreccedilatildeo permitindo o consumo de novos alimentos o que o leva a

conhecer novos sabores cores aromas texturas e saberes aproximando-o progressivamente

aos haacutebitos alimentares da famiacutelia (BRASIL 2009a)

No ano de 2013 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou a 2ordf ediccedilatildeo dos Dez passos para uma

alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos onde recomenda

20

que as crianccedilas em situaccedilotildees em que o aleitamento materno natildeo eacute praticado devem iniciar a

alimentaccedilatildeo complementar a partir dos quatro meses de vida seguindo o esquema alimentar

para crianccedilas natildeo amamentadas representado pela Figura 1 (BRASIL 2013)

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas

Fonte Ministeacuterio da Sauacutede 2013

A introduccedilatildeo deve ser lenta e gradual respeitando-se a aceitaccedilatildeo da crianccedila e deve-se

ofertar um alimento de cada grupo principalmente carne para prevenir a anemia (BRASIL

2012)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel deve se basear em alimentos in natura e

produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos variados pois

satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos (BRASIL 2009a) O

consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece diferentes

nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas as quais estatildeo em acelerado

crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico e em formaccedilatildeo dos haacutebitos alimentares

Sabe-se que quanto mais colorida for a alimentaccedilatildeo mais vitaminas e minerais ela conteacutem

aleacutem disso deve-se respeitar a lei da harmonia ela garante o equiliacutebrio em quantidade e em

qualidade dos alimentos consumidos (BRASIL 2009a)

Para facilitar a escolha dos alimentos pode-se tomar como referecircncia os guias

alimentares que descrevem as recomendaccedilotildees quantitativas e qualitativas dos padrotildees

dieteacuteticos A Piracircmide Alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) foi adaptada de Philippi ST et al Rev Nutr 12 65-80 1999 e eacute a

representaccedilatildeo graacutefica do Guia Alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) no ano de 2005 permitindo agrave populaccedilatildeo fazer escolhas saudaacuteveis e

obter uma alimentaccedilatildeo adequada (BRASIL 2005 SBP 2012)

21

A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

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de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

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Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

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53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

ABSTRACT

Healthy eating starts with breastfeeding and from six months adequate food should

complement it by two years of age or older Complementary food should be based on fresh

food and produced regionally as tubers fruits vegetables meats and grains varied as they are

healthy tasty nutritious and culturally valuable In childhood the main cause of nutritional

disorders is inadequate introduction of complementary foods associated with early weaning

and maintenance of mainly dairy diets The objective of this study was to analyze

qualitatively and quantitatively the foods consumed by children weaned 6-24 months in the

city of Vitoria de Santo Antao Pernambuco This study is characterized as descriptive cross

and outpatient design carried out in units of the Family Health Strategy (FHS) in the

municipality of Vitoria de Santo Antao Pernambuco The population of interest was children

6-24 months who were no longer receiving breast milk and data were collected by

completing a questionnaire and a 24-hour recall by the mother or the childs guardian 99

children were interviewed and of these 606 were weaned 30 prevalence of overweight

risk 75 overweight and 10 obesity were found None of the children had low weight and

5 were stunted Qualitative analysis of complementary foods showed low consumption of

healthy foods for children 6-11 months and 12-24 months respectively such as meat and

eggs (24 and 68) vegetables (18 and 32) and fruits (59 and 60) and on the other

hand showed high consumption of caloric and processed foods sweets like (24 and 48) in

both age groups and soft drinks (12) and snack (8) for children 12 to 24 months

Comparing the eating habits and nutritional status it was observed that 60 of children

overweight or obese consumed ultraprocessados food and porridge consisting of milk sugar

and flour The quantitative analysis was found high calorie consumption by 833 of the

children as well as calcium and sodium with 966 and 566 respectively Special

attention should be paid to proteins which have excessive consumption by 100 of children

even as iron (60) and vitamin A (50) caused mainly by the imbalance in the whole milk

intake of fortified powder but vitamin A also had impairments for almost half of the children

Complementary food with these characteristics has an influence on nutritional status of

children occurring overweight and poor nutrition due to the consumption of high-calorie and

low-nutrient foods The health service of the municipality through its local public policies is

the main vehicle of information for families and activities in monitoring these children to

prevent and reverse these nutritional problems

Keywords food consumption nutritional status child nutritional transition

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas20

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois

anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 201221

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015 conforme o

Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade33

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses atendidas

nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

segundo o recordatoacuterio de 24h35

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses atendidas nas

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

segundo o recordatoacuterio de 24h35

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24

meses comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2

anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 201536

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas

atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201537

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201537

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 201531

Tabela 2 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 201533

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015 34

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da

Sauacutede 2015 36

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria de

crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

2015 38

Tabela 6 - Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de

24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201539

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AI Ingestatildeo Adequada

AM Aleitamento Materno

AME Aleitamento Materno Exclusivo

AVANUTRI Sistema de Avaliaccedilatildeo e Prescriccedilatildeo Nutricional

CAV Centro Acadecircmico de Vitoacuteria

DF Distrito Federal

DRI Dietary Reference Intakes

EAR Estimativa de Requerimento Energeacutetico

EER Requerimento Energeacutetico Estimado

ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

FAO Food and Agriculture Organization

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IMC Iacutendice de Massa Corporal

IOM Institute Of Medicine

MS Ministeacuterio da Sauacutede

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PET Programa de Educaccedilatildeo pelo Trabalho

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher

PNS Pesquisa Nacional de Sauacutede

POF Pesquisa de Orccedilamentos Familiares

RDA Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada

SBP Sociedade Brasileira de Pediatria

SISVAN Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional

UBS Unidade Baacutesica de Sauacutede

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

2 OBJETIVOS 16

21 Objetivo Geral 16

22 Objetivos Especiacuteficos 16

3 JUSTIFICATIVA 17

4 REVISAtildeO DA LITERATURA 18

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual 18

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees 19

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil 24

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos 25

5 METODOLOGIA 27

6 RESULTADOS 31

7 DISCUSSAtildeO 42

8 CONCLUSOtildeES 49

REFEREcircNCIAS 50

APEcircNDICE 53

ANEXO 64

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ateacute os dois anos de vida o crescimento e o desenvolvimento satildeo influenciados pelas

condiccedilotildees de nascimento e os fatores ambientais em que a crianccedila vive (VITOLO 2015) E

dentre os fatores ambientais a nutriccedilatildeo adequada eacute um dos principais a promover o

crescimento e o desenvolvimento saudaacutevel na infacircncia (MAHAN ESCOTT-STUMP

RAYMOND 2012)

A alimentaccedilatildeo adequada e saudaacutevel no iniacutecio da vida eacute primordial pois nesta fase o

requerimento de energia macro e micronutrientes estatildeo elevados em decorrecircncia da demanda

aumentada para atender a maior velocidade de crescimento desta fase da vida (SALDAN

2014) Para garantir o aporte de nutrientes necessaacuterios e prevenir agravos nutricionais a

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam o

aleitamento materno exclusivo ateacute os 6 meses de vida e a partir dessa idade deve ser

introduzida a alimentaccedilatildeo complementar com a manutenccedilatildeo do aleitamento ateacute os 2 anos ou

mais (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel se baseia no consumo de alimentos in

natura e produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos

variados pois satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos

(BRASIL 2009a)

O consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece

diferentes nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas que aleacutem dos

processos de crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico tambeacutem estatildeo em formaccedilatildeo

dos haacutebitos alimentares (BRASIL 2009a) A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis

desde o iniacutecio da vida pode prolongar-se por muitos anos e reflete diretamente no estado

nutricional do indiviacuteduo (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

O excesso de peso na infacircncia vem tomando grandes proporccedilotildees ao longo dos anos

uma vez que os haacutebitos alimentares inadequados e o estilo de vida sedentaacuterio representam a

praacutetica da vida urbana atual (BERTIN et al 2010) A obesidade infantil jaacute eacute considerada um

problema de sauacutede puacuteblica e estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional satildeo accedilotildees que

podem ser utilizadas para a prevenccedilatildeo e controle do excesso de peso (BERTIN et al 2010)

Diante disto torna-se importante investigar os haacutebitos alimentares das crianccedilas para

verificar as possiacuteveis inadequaccedilotildees e erros alimentares durante esta fase criacutetica de

crescimento desenvolvimento e formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares Assim permitir a

intervenccedilatildeo oportuna atraveacutes de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a fim de evitar

15

atrasos nos processos de crescimento desenvolvimento carecircncias nutricionais e prejuiacutezos no

estado nutricional dessas crianccedilas

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Investigar quali e quantitativamente as praacuteticas de alimentaccedilatildeo complementar e o

estado nutricional das crianccedilas desmamadas de 6 a 24 meses atendidas em Unidades de Sauacutede

da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

22 Objetivos Especiacuteficos

Caracterizar as famiacutelias quanto agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas

Avaliar o estado nutricional das crianccedilas

Analisar quali e quantitativamente a praacutetica de alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo

agraves recomendaccedilotildees das Organizaccedilotildees Internacionais

Relacionar os haacutebitos alimentares ao estado nutricional das crianccedilas

17

3 JUSTIFICATIVA

Apesar dos avanccedilos na prevalecircncia do aleitamento materno e sua mediana de duraccedilatildeo

a alimentaccedilatildeo complementar natildeo segue o mesmo curso de evoluccedilatildeo A introduccedilatildeo precoce de

alimentos pouco nutritivos e ao mesmo tempo a deficiente introduccedilatildeo de alimentos saudaacuteveis

tornam a alimentaccedilatildeo complementar inadequada

Este perfil alimentar infantil estaacute influenciando no aumento da prevalecircncia de excesso

de peso na infacircncia encontrado nos uacuteltimos anos e ao mesmo tempo ainda existem

deficiecircncias de micronutrientes acometendo crianccedilas nesta fase da vida principalmente nas

regiotildees mais carentes do paiacutes

Dessa forma eacute fundamental que oacutergatildeos de sauacutede realizem o monitoramento das

praacuteticas alimentares na infacircncia proporcionando um melhor planejamento das accedilotildees de sauacutede

construindo estrateacutegias de prevenccedilatildeo e controle dos agravos para o grupo infantil na atenccedilatildeo

baacutesica

A realizaccedilatildeo deste trabalho proporciona informaccedilotildees valiosas para a construccedilatildeo de

estrateacutegias de prevenccedilatildeo e combate aos erros alimentares em crianccedilas na faixa etaacuteria de 6 a

24 meses com destaque aquelas desmamadas pois satildeo consideradas como um grupo de maior

risco para as carecircncias nutricionais uma vez que natildeo haacute a oferta de leite materno para garantir

os nutrientes adequados Aleacutem disto permite o dignoacutestico nutricional destas crianccedilas a fim de

intervir em possiacuteveis prejuiacutezos ao estado nutricional

18

4 REVISAtildeO DA LITERATURA

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno este acontece

quando a crianccedila recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) independentemente de

receber ou natildeo outros alimentos (BRASIL 2009a) Segue abaixo as definiccedilotildees de aleitamento

materno adotadas pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e reconhecidas no mundo

inteiro (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Aleitamento materno exclusivo quando a crianccedila recebe somente leite materno

direto da mama ou ordenhado ou leite humano de outra fonte sem outros liacutequidos

ou soacutelidos com exceccedilatildeo de gotas ou xaropes contendo vitaminas sais de reidrataccedilatildeo

oral suplementos minerais ou medicamentos

Aleitamento materno predominante quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno aacutegua ou bebidas agrave base de aacutegua (aacutegua adocicada chaacutes infusotildees) e sucos de

frutas

Aleitamento materno misto ou parcial quando a crianccedila recebe leite materno e

outros tipos de leite

Aleitamento materno complementado quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno qualquer alimento soacutelido ou semi-soacutelido com a finalidade de complementaacute-

lo e natildeo de substituiacute-lo Nesta categoria a crianccedila pode receber aleacutem do leite

materno outro tipo de leite mas este natildeo eacute considerado alimento complementar

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam

aleitamento materno exclusivo ateacute os seis meses de idade sob regime de livre demanda pois

nesta fase o leite materno eacute capaz de suprir as necessidades nutricionais da crianccedila para o seu

adequado crescimento e desenvolvimento O mesmo natildeo acontece apoacutes os seis meses assim

a partir desta idade o aleitamento materno deve ser complementado ateacute os dois anos ou mais

(BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

A amamentaccedilatildeo possui inuacutemeras vantagens especialmente nos primeiros meses de

vida (BRASIL 2005) Graccedilas aos inuacutemeros fatores existentes no leite materno que protegem

contra infecccedilotildees haacute uma menor taxa de mortalidade entre as crianccedilas amamentadas

(BRASIL 2009a) Tambeacutem haacute evidecircncias sugerindo que o aleitamento materno apresenta

benefiacutecios em longo prazo como mostra uma revisatildeo publicada pela OMS a qual verificou

que os indiviacuteduos adultos amamentados adequadamente durante a infacircncia apresentaram

pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica mais baixas (-12mmHg e -05mmHg respectivamente) niacuteveis

menores de colesterol total (-018mmolL) risco 37 menor de apresentar diabetes tipo 2 e

22 menores chances de vir a apresentar sobrepesoobesidade (BRASIL 2012)

19

Apesar das inuacutemeras vantagens do aleitamento materno tanto no periacuteodo criacutetico do

crescimento e desenvolvimento como na vida adulta o desmame ainda acontece de forma

precoce (BRASIL 2012) De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento

Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia de

aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de 6 meses foi de 41 no conjunto das

capitais brasileiras e Distrito Federal (DF) e sua duraccedilatildeo mediana foi de 541 dias (18 meses)

(BRASIL 2009b)

A regiatildeo Nordeste obteve o pior resultado entre as demais regiotildees apresentando

apenas 37 de prevalecircncia do AME e 349 dias de duraccedilatildeo Jaacute a prevalecircncia do aleitamento

materno (AM) entre crianccedilas de 9 a 12 meses foi de 587 no conjunto das capitais brasileiras

e DF e a estimativa de duraccedilatildeo mediana foi de 3416 dias (112 meses) neste quesito a regiatildeo

Nordeste encontra-se acima da meacutedia nacional com 591 e 114 meses respectivamente

(BRASIL 2009b)

A Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que em 2013 no Brasil 506 das

crianccedilas com idade de 9 a 12 meses estavam em aleitamento materno de modo complementar

o que mostra uma diminuiccedilatildeo na prevalecircncia de crianccedilas que mantem a amamentaccedilatildeo apoacutes os

nove meses (IBGE 2015)

As recomendaccedilotildees de aleitamento materno principalmente exclusivo natildeo satildeo

cumpridas devido agrave introduccedilatildeo precoce de alimentos o que coloca em risco a sauacutede da

crianccedila (PALMA et al 2009) O consumo precoce de alimentos complementares interfere na

amamentaccedilatildeo e pode natildeo suprir as necessidades nutricionais dessa faixa etaacuteria onde a

velocidade de crescimento eacute elevada podendo desenvolver deficiecircncias nutricionais (SBP

2006)

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees

Considera-se atualmente que o periacuteodo ideal para a introduccedilatildeo de alimentos

complementares eacute apoacutes o sexto mecircs de vida pois a partir deste momento o leite materno natildeo

consegue sozinho suprir as demandas nutricionais da crianccedila (SBP 2006) Aleacutem disso a

crianccedila jaacute apresenta um desenvolvimento geral e neuroloacutegico adequados como a mastigaccedilatildeo

degluticcedilatildeo digestatildeo e excreccedilatildeo permitindo o consumo de novos alimentos o que o leva a

conhecer novos sabores cores aromas texturas e saberes aproximando-o progressivamente

aos haacutebitos alimentares da famiacutelia (BRASIL 2009a)

No ano de 2013 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou a 2ordf ediccedilatildeo dos Dez passos para uma

alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos onde recomenda

20

que as crianccedilas em situaccedilotildees em que o aleitamento materno natildeo eacute praticado devem iniciar a

alimentaccedilatildeo complementar a partir dos quatro meses de vida seguindo o esquema alimentar

para crianccedilas natildeo amamentadas representado pela Figura 1 (BRASIL 2013)

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas

Fonte Ministeacuterio da Sauacutede 2013

A introduccedilatildeo deve ser lenta e gradual respeitando-se a aceitaccedilatildeo da crianccedila e deve-se

ofertar um alimento de cada grupo principalmente carne para prevenir a anemia (BRASIL

2012)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel deve se basear em alimentos in natura e

produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos variados pois

satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos (BRASIL 2009a) O

consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece diferentes

nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas as quais estatildeo em acelerado

crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico e em formaccedilatildeo dos haacutebitos alimentares

Sabe-se que quanto mais colorida for a alimentaccedilatildeo mais vitaminas e minerais ela conteacutem

aleacutem disso deve-se respeitar a lei da harmonia ela garante o equiliacutebrio em quantidade e em

qualidade dos alimentos consumidos (BRASIL 2009a)

Para facilitar a escolha dos alimentos pode-se tomar como referecircncia os guias

alimentares que descrevem as recomendaccedilotildees quantitativas e qualitativas dos padrotildees

dieteacuteticos A Piracircmide Alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) foi adaptada de Philippi ST et al Rev Nutr 12 65-80 1999 e eacute a

representaccedilatildeo graacutefica do Guia Alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) no ano de 2005 permitindo agrave populaccedilatildeo fazer escolhas saudaacuteveis e

obter uma alimentaccedilatildeo adequada (BRASIL 2005 SBP 2012)

21

A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

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BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

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BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

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BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

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dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

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_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

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complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas20

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois

anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 201221

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015 conforme o

Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade33

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses atendidas

nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

segundo o recordatoacuterio de 24h35

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses atendidas nas

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

segundo o recordatoacuterio de 24h35

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24

meses comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2

anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 201536

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas

atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201537

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201537

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 201531

Tabela 2 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 201533

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015 34

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da

Sauacutede 2015 36

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria de

crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

2015 38

Tabela 6 - Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de

24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201539

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AI Ingestatildeo Adequada

AM Aleitamento Materno

AME Aleitamento Materno Exclusivo

AVANUTRI Sistema de Avaliaccedilatildeo e Prescriccedilatildeo Nutricional

CAV Centro Acadecircmico de Vitoacuteria

DF Distrito Federal

DRI Dietary Reference Intakes

EAR Estimativa de Requerimento Energeacutetico

EER Requerimento Energeacutetico Estimado

ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

FAO Food and Agriculture Organization

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IMC Iacutendice de Massa Corporal

IOM Institute Of Medicine

MS Ministeacuterio da Sauacutede

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PET Programa de Educaccedilatildeo pelo Trabalho

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher

PNS Pesquisa Nacional de Sauacutede

POF Pesquisa de Orccedilamentos Familiares

RDA Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada

SBP Sociedade Brasileira de Pediatria

SISVAN Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional

UBS Unidade Baacutesica de Sauacutede

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

2 OBJETIVOS 16

21 Objetivo Geral 16

22 Objetivos Especiacuteficos 16

3 JUSTIFICATIVA 17

4 REVISAtildeO DA LITERATURA 18

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual 18

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees 19

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil 24

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos 25

5 METODOLOGIA 27

6 RESULTADOS 31

7 DISCUSSAtildeO 42

8 CONCLUSOtildeES 49

REFEREcircNCIAS 50

APEcircNDICE 53

ANEXO 64

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ateacute os dois anos de vida o crescimento e o desenvolvimento satildeo influenciados pelas

condiccedilotildees de nascimento e os fatores ambientais em que a crianccedila vive (VITOLO 2015) E

dentre os fatores ambientais a nutriccedilatildeo adequada eacute um dos principais a promover o

crescimento e o desenvolvimento saudaacutevel na infacircncia (MAHAN ESCOTT-STUMP

RAYMOND 2012)

A alimentaccedilatildeo adequada e saudaacutevel no iniacutecio da vida eacute primordial pois nesta fase o

requerimento de energia macro e micronutrientes estatildeo elevados em decorrecircncia da demanda

aumentada para atender a maior velocidade de crescimento desta fase da vida (SALDAN

2014) Para garantir o aporte de nutrientes necessaacuterios e prevenir agravos nutricionais a

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam o

aleitamento materno exclusivo ateacute os 6 meses de vida e a partir dessa idade deve ser

introduzida a alimentaccedilatildeo complementar com a manutenccedilatildeo do aleitamento ateacute os 2 anos ou

mais (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel se baseia no consumo de alimentos in

natura e produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos

variados pois satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos

(BRASIL 2009a)

O consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece

diferentes nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas que aleacutem dos

processos de crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico tambeacutem estatildeo em formaccedilatildeo

dos haacutebitos alimentares (BRASIL 2009a) A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis

desde o iniacutecio da vida pode prolongar-se por muitos anos e reflete diretamente no estado

nutricional do indiviacuteduo (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

O excesso de peso na infacircncia vem tomando grandes proporccedilotildees ao longo dos anos

uma vez que os haacutebitos alimentares inadequados e o estilo de vida sedentaacuterio representam a

praacutetica da vida urbana atual (BERTIN et al 2010) A obesidade infantil jaacute eacute considerada um

problema de sauacutede puacuteblica e estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional satildeo accedilotildees que

podem ser utilizadas para a prevenccedilatildeo e controle do excesso de peso (BERTIN et al 2010)

Diante disto torna-se importante investigar os haacutebitos alimentares das crianccedilas para

verificar as possiacuteveis inadequaccedilotildees e erros alimentares durante esta fase criacutetica de

crescimento desenvolvimento e formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares Assim permitir a

intervenccedilatildeo oportuna atraveacutes de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a fim de evitar

15

atrasos nos processos de crescimento desenvolvimento carecircncias nutricionais e prejuiacutezos no

estado nutricional dessas crianccedilas

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Investigar quali e quantitativamente as praacuteticas de alimentaccedilatildeo complementar e o

estado nutricional das crianccedilas desmamadas de 6 a 24 meses atendidas em Unidades de Sauacutede

da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

22 Objetivos Especiacuteficos

Caracterizar as famiacutelias quanto agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas

Avaliar o estado nutricional das crianccedilas

Analisar quali e quantitativamente a praacutetica de alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo

agraves recomendaccedilotildees das Organizaccedilotildees Internacionais

Relacionar os haacutebitos alimentares ao estado nutricional das crianccedilas

17

3 JUSTIFICATIVA

Apesar dos avanccedilos na prevalecircncia do aleitamento materno e sua mediana de duraccedilatildeo

a alimentaccedilatildeo complementar natildeo segue o mesmo curso de evoluccedilatildeo A introduccedilatildeo precoce de

alimentos pouco nutritivos e ao mesmo tempo a deficiente introduccedilatildeo de alimentos saudaacuteveis

tornam a alimentaccedilatildeo complementar inadequada

Este perfil alimentar infantil estaacute influenciando no aumento da prevalecircncia de excesso

de peso na infacircncia encontrado nos uacuteltimos anos e ao mesmo tempo ainda existem

deficiecircncias de micronutrientes acometendo crianccedilas nesta fase da vida principalmente nas

regiotildees mais carentes do paiacutes

Dessa forma eacute fundamental que oacutergatildeos de sauacutede realizem o monitoramento das

praacuteticas alimentares na infacircncia proporcionando um melhor planejamento das accedilotildees de sauacutede

construindo estrateacutegias de prevenccedilatildeo e controle dos agravos para o grupo infantil na atenccedilatildeo

baacutesica

A realizaccedilatildeo deste trabalho proporciona informaccedilotildees valiosas para a construccedilatildeo de

estrateacutegias de prevenccedilatildeo e combate aos erros alimentares em crianccedilas na faixa etaacuteria de 6 a

24 meses com destaque aquelas desmamadas pois satildeo consideradas como um grupo de maior

risco para as carecircncias nutricionais uma vez que natildeo haacute a oferta de leite materno para garantir

os nutrientes adequados Aleacutem disto permite o dignoacutestico nutricional destas crianccedilas a fim de

intervir em possiacuteveis prejuiacutezos ao estado nutricional

18

4 REVISAtildeO DA LITERATURA

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno este acontece

quando a crianccedila recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) independentemente de

receber ou natildeo outros alimentos (BRASIL 2009a) Segue abaixo as definiccedilotildees de aleitamento

materno adotadas pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e reconhecidas no mundo

inteiro (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Aleitamento materno exclusivo quando a crianccedila recebe somente leite materno

direto da mama ou ordenhado ou leite humano de outra fonte sem outros liacutequidos

ou soacutelidos com exceccedilatildeo de gotas ou xaropes contendo vitaminas sais de reidrataccedilatildeo

oral suplementos minerais ou medicamentos

Aleitamento materno predominante quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno aacutegua ou bebidas agrave base de aacutegua (aacutegua adocicada chaacutes infusotildees) e sucos de

frutas

Aleitamento materno misto ou parcial quando a crianccedila recebe leite materno e

outros tipos de leite

Aleitamento materno complementado quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno qualquer alimento soacutelido ou semi-soacutelido com a finalidade de complementaacute-

lo e natildeo de substituiacute-lo Nesta categoria a crianccedila pode receber aleacutem do leite

materno outro tipo de leite mas este natildeo eacute considerado alimento complementar

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam

aleitamento materno exclusivo ateacute os seis meses de idade sob regime de livre demanda pois

nesta fase o leite materno eacute capaz de suprir as necessidades nutricionais da crianccedila para o seu

adequado crescimento e desenvolvimento O mesmo natildeo acontece apoacutes os seis meses assim

a partir desta idade o aleitamento materno deve ser complementado ateacute os dois anos ou mais

(BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

A amamentaccedilatildeo possui inuacutemeras vantagens especialmente nos primeiros meses de

vida (BRASIL 2005) Graccedilas aos inuacutemeros fatores existentes no leite materno que protegem

contra infecccedilotildees haacute uma menor taxa de mortalidade entre as crianccedilas amamentadas

(BRASIL 2009a) Tambeacutem haacute evidecircncias sugerindo que o aleitamento materno apresenta

benefiacutecios em longo prazo como mostra uma revisatildeo publicada pela OMS a qual verificou

que os indiviacuteduos adultos amamentados adequadamente durante a infacircncia apresentaram

pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica mais baixas (-12mmHg e -05mmHg respectivamente) niacuteveis

menores de colesterol total (-018mmolL) risco 37 menor de apresentar diabetes tipo 2 e

22 menores chances de vir a apresentar sobrepesoobesidade (BRASIL 2012)

19

Apesar das inuacutemeras vantagens do aleitamento materno tanto no periacuteodo criacutetico do

crescimento e desenvolvimento como na vida adulta o desmame ainda acontece de forma

precoce (BRASIL 2012) De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento

Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia de

aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de 6 meses foi de 41 no conjunto das

capitais brasileiras e Distrito Federal (DF) e sua duraccedilatildeo mediana foi de 541 dias (18 meses)

(BRASIL 2009b)

A regiatildeo Nordeste obteve o pior resultado entre as demais regiotildees apresentando

apenas 37 de prevalecircncia do AME e 349 dias de duraccedilatildeo Jaacute a prevalecircncia do aleitamento

materno (AM) entre crianccedilas de 9 a 12 meses foi de 587 no conjunto das capitais brasileiras

e DF e a estimativa de duraccedilatildeo mediana foi de 3416 dias (112 meses) neste quesito a regiatildeo

Nordeste encontra-se acima da meacutedia nacional com 591 e 114 meses respectivamente

(BRASIL 2009b)

A Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que em 2013 no Brasil 506 das

crianccedilas com idade de 9 a 12 meses estavam em aleitamento materno de modo complementar

o que mostra uma diminuiccedilatildeo na prevalecircncia de crianccedilas que mantem a amamentaccedilatildeo apoacutes os

nove meses (IBGE 2015)

As recomendaccedilotildees de aleitamento materno principalmente exclusivo natildeo satildeo

cumpridas devido agrave introduccedilatildeo precoce de alimentos o que coloca em risco a sauacutede da

crianccedila (PALMA et al 2009) O consumo precoce de alimentos complementares interfere na

amamentaccedilatildeo e pode natildeo suprir as necessidades nutricionais dessa faixa etaacuteria onde a

velocidade de crescimento eacute elevada podendo desenvolver deficiecircncias nutricionais (SBP

2006)

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees

Considera-se atualmente que o periacuteodo ideal para a introduccedilatildeo de alimentos

complementares eacute apoacutes o sexto mecircs de vida pois a partir deste momento o leite materno natildeo

consegue sozinho suprir as demandas nutricionais da crianccedila (SBP 2006) Aleacutem disso a

crianccedila jaacute apresenta um desenvolvimento geral e neuroloacutegico adequados como a mastigaccedilatildeo

degluticcedilatildeo digestatildeo e excreccedilatildeo permitindo o consumo de novos alimentos o que o leva a

conhecer novos sabores cores aromas texturas e saberes aproximando-o progressivamente

aos haacutebitos alimentares da famiacutelia (BRASIL 2009a)

No ano de 2013 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou a 2ordf ediccedilatildeo dos Dez passos para uma

alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos onde recomenda

20

que as crianccedilas em situaccedilotildees em que o aleitamento materno natildeo eacute praticado devem iniciar a

alimentaccedilatildeo complementar a partir dos quatro meses de vida seguindo o esquema alimentar

para crianccedilas natildeo amamentadas representado pela Figura 1 (BRASIL 2013)

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas

Fonte Ministeacuterio da Sauacutede 2013

A introduccedilatildeo deve ser lenta e gradual respeitando-se a aceitaccedilatildeo da crianccedila e deve-se

ofertar um alimento de cada grupo principalmente carne para prevenir a anemia (BRASIL

2012)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel deve se basear em alimentos in natura e

produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos variados pois

satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos (BRASIL 2009a) O

consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece diferentes

nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas as quais estatildeo em acelerado

crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico e em formaccedilatildeo dos haacutebitos alimentares

Sabe-se que quanto mais colorida for a alimentaccedilatildeo mais vitaminas e minerais ela conteacutem

aleacutem disso deve-se respeitar a lei da harmonia ela garante o equiliacutebrio em quantidade e em

qualidade dos alimentos consumidos (BRASIL 2009a)

Para facilitar a escolha dos alimentos pode-se tomar como referecircncia os guias

alimentares que descrevem as recomendaccedilotildees quantitativas e qualitativas dos padrotildees

dieteacuteticos A Piracircmide Alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) foi adaptada de Philippi ST et al Rev Nutr 12 65-80 1999 e eacute a

representaccedilatildeo graacutefica do Guia Alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) no ano de 2005 permitindo agrave populaccedilatildeo fazer escolhas saudaacuteveis e

obter uma alimentaccedilatildeo adequada (BRASIL 2005 SBP 2012)

21

A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 201531

Tabela 2 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 201533

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as

recomendaccedilotildees segundo o Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015 34

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da

Sauacutede 2015 36

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria de

crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

2015 38

Tabela 6 - Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de

24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 201539

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AI Ingestatildeo Adequada

AM Aleitamento Materno

AME Aleitamento Materno Exclusivo

AVANUTRI Sistema de Avaliaccedilatildeo e Prescriccedilatildeo Nutricional

CAV Centro Acadecircmico de Vitoacuteria

DF Distrito Federal

DRI Dietary Reference Intakes

EAR Estimativa de Requerimento Energeacutetico

EER Requerimento Energeacutetico Estimado

ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

FAO Food and Agriculture Organization

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IMC Iacutendice de Massa Corporal

IOM Institute Of Medicine

MS Ministeacuterio da Sauacutede

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PET Programa de Educaccedilatildeo pelo Trabalho

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher

PNS Pesquisa Nacional de Sauacutede

POF Pesquisa de Orccedilamentos Familiares

RDA Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada

SBP Sociedade Brasileira de Pediatria

SISVAN Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional

UBS Unidade Baacutesica de Sauacutede

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

2 OBJETIVOS 16

21 Objetivo Geral 16

22 Objetivos Especiacuteficos 16

3 JUSTIFICATIVA 17

4 REVISAtildeO DA LITERATURA 18

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual 18

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees 19

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil 24

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos 25

5 METODOLOGIA 27

6 RESULTADOS 31

7 DISCUSSAtildeO 42

8 CONCLUSOtildeES 49

REFEREcircNCIAS 50

APEcircNDICE 53

ANEXO 64

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ateacute os dois anos de vida o crescimento e o desenvolvimento satildeo influenciados pelas

condiccedilotildees de nascimento e os fatores ambientais em que a crianccedila vive (VITOLO 2015) E

dentre os fatores ambientais a nutriccedilatildeo adequada eacute um dos principais a promover o

crescimento e o desenvolvimento saudaacutevel na infacircncia (MAHAN ESCOTT-STUMP

RAYMOND 2012)

A alimentaccedilatildeo adequada e saudaacutevel no iniacutecio da vida eacute primordial pois nesta fase o

requerimento de energia macro e micronutrientes estatildeo elevados em decorrecircncia da demanda

aumentada para atender a maior velocidade de crescimento desta fase da vida (SALDAN

2014) Para garantir o aporte de nutrientes necessaacuterios e prevenir agravos nutricionais a

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam o

aleitamento materno exclusivo ateacute os 6 meses de vida e a partir dessa idade deve ser

introduzida a alimentaccedilatildeo complementar com a manutenccedilatildeo do aleitamento ateacute os 2 anos ou

mais (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel se baseia no consumo de alimentos in

natura e produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos

variados pois satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos

(BRASIL 2009a)

O consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece

diferentes nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas que aleacutem dos

processos de crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico tambeacutem estatildeo em formaccedilatildeo

dos haacutebitos alimentares (BRASIL 2009a) A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis

desde o iniacutecio da vida pode prolongar-se por muitos anos e reflete diretamente no estado

nutricional do indiviacuteduo (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

O excesso de peso na infacircncia vem tomando grandes proporccedilotildees ao longo dos anos

uma vez que os haacutebitos alimentares inadequados e o estilo de vida sedentaacuterio representam a

praacutetica da vida urbana atual (BERTIN et al 2010) A obesidade infantil jaacute eacute considerada um

problema de sauacutede puacuteblica e estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional satildeo accedilotildees que

podem ser utilizadas para a prevenccedilatildeo e controle do excesso de peso (BERTIN et al 2010)

Diante disto torna-se importante investigar os haacutebitos alimentares das crianccedilas para

verificar as possiacuteveis inadequaccedilotildees e erros alimentares durante esta fase criacutetica de

crescimento desenvolvimento e formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares Assim permitir a

intervenccedilatildeo oportuna atraveacutes de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a fim de evitar

15

atrasos nos processos de crescimento desenvolvimento carecircncias nutricionais e prejuiacutezos no

estado nutricional dessas crianccedilas

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Investigar quali e quantitativamente as praacuteticas de alimentaccedilatildeo complementar e o

estado nutricional das crianccedilas desmamadas de 6 a 24 meses atendidas em Unidades de Sauacutede

da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

22 Objetivos Especiacuteficos

Caracterizar as famiacutelias quanto agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas

Avaliar o estado nutricional das crianccedilas

Analisar quali e quantitativamente a praacutetica de alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo

agraves recomendaccedilotildees das Organizaccedilotildees Internacionais

Relacionar os haacutebitos alimentares ao estado nutricional das crianccedilas

17

3 JUSTIFICATIVA

Apesar dos avanccedilos na prevalecircncia do aleitamento materno e sua mediana de duraccedilatildeo

a alimentaccedilatildeo complementar natildeo segue o mesmo curso de evoluccedilatildeo A introduccedilatildeo precoce de

alimentos pouco nutritivos e ao mesmo tempo a deficiente introduccedilatildeo de alimentos saudaacuteveis

tornam a alimentaccedilatildeo complementar inadequada

Este perfil alimentar infantil estaacute influenciando no aumento da prevalecircncia de excesso

de peso na infacircncia encontrado nos uacuteltimos anos e ao mesmo tempo ainda existem

deficiecircncias de micronutrientes acometendo crianccedilas nesta fase da vida principalmente nas

regiotildees mais carentes do paiacutes

Dessa forma eacute fundamental que oacutergatildeos de sauacutede realizem o monitoramento das

praacuteticas alimentares na infacircncia proporcionando um melhor planejamento das accedilotildees de sauacutede

construindo estrateacutegias de prevenccedilatildeo e controle dos agravos para o grupo infantil na atenccedilatildeo

baacutesica

A realizaccedilatildeo deste trabalho proporciona informaccedilotildees valiosas para a construccedilatildeo de

estrateacutegias de prevenccedilatildeo e combate aos erros alimentares em crianccedilas na faixa etaacuteria de 6 a

24 meses com destaque aquelas desmamadas pois satildeo consideradas como um grupo de maior

risco para as carecircncias nutricionais uma vez que natildeo haacute a oferta de leite materno para garantir

os nutrientes adequados Aleacutem disto permite o dignoacutestico nutricional destas crianccedilas a fim de

intervir em possiacuteveis prejuiacutezos ao estado nutricional

18

4 REVISAtildeO DA LITERATURA

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno este acontece

quando a crianccedila recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) independentemente de

receber ou natildeo outros alimentos (BRASIL 2009a) Segue abaixo as definiccedilotildees de aleitamento

materno adotadas pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e reconhecidas no mundo

inteiro (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Aleitamento materno exclusivo quando a crianccedila recebe somente leite materno

direto da mama ou ordenhado ou leite humano de outra fonte sem outros liacutequidos

ou soacutelidos com exceccedilatildeo de gotas ou xaropes contendo vitaminas sais de reidrataccedilatildeo

oral suplementos minerais ou medicamentos

Aleitamento materno predominante quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno aacutegua ou bebidas agrave base de aacutegua (aacutegua adocicada chaacutes infusotildees) e sucos de

frutas

Aleitamento materno misto ou parcial quando a crianccedila recebe leite materno e

outros tipos de leite

Aleitamento materno complementado quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno qualquer alimento soacutelido ou semi-soacutelido com a finalidade de complementaacute-

lo e natildeo de substituiacute-lo Nesta categoria a crianccedila pode receber aleacutem do leite

materno outro tipo de leite mas este natildeo eacute considerado alimento complementar

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam

aleitamento materno exclusivo ateacute os seis meses de idade sob regime de livre demanda pois

nesta fase o leite materno eacute capaz de suprir as necessidades nutricionais da crianccedila para o seu

adequado crescimento e desenvolvimento O mesmo natildeo acontece apoacutes os seis meses assim

a partir desta idade o aleitamento materno deve ser complementado ateacute os dois anos ou mais

(BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

A amamentaccedilatildeo possui inuacutemeras vantagens especialmente nos primeiros meses de

vida (BRASIL 2005) Graccedilas aos inuacutemeros fatores existentes no leite materno que protegem

contra infecccedilotildees haacute uma menor taxa de mortalidade entre as crianccedilas amamentadas

(BRASIL 2009a) Tambeacutem haacute evidecircncias sugerindo que o aleitamento materno apresenta

benefiacutecios em longo prazo como mostra uma revisatildeo publicada pela OMS a qual verificou

que os indiviacuteduos adultos amamentados adequadamente durante a infacircncia apresentaram

pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica mais baixas (-12mmHg e -05mmHg respectivamente) niacuteveis

menores de colesterol total (-018mmolL) risco 37 menor de apresentar diabetes tipo 2 e

22 menores chances de vir a apresentar sobrepesoobesidade (BRASIL 2012)

19

Apesar das inuacutemeras vantagens do aleitamento materno tanto no periacuteodo criacutetico do

crescimento e desenvolvimento como na vida adulta o desmame ainda acontece de forma

precoce (BRASIL 2012) De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento

Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia de

aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de 6 meses foi de 41 no conjunto das

capitais brasileiras e Distrito Federal (DF) e sua duraccedilatildeo mediana foi de 541 dias (18 meses)

(BRASIL 2009b)

A regiatildeo Nordeste obteve o pior resultado entre as demais regiotildees apresentando

apenas 37 de prevalecircncia do AME e 349 dias de duraccedilatildeo Jaacute a prevalecircncia do aleitamento

materno (AM) entre crianccedilas de 9 a 12 meses foi de 587 no conjunto das capitais brasileiras

e DF e a estimativa de duraccedilatildeo mediana foi de 3416 dias (112 meses) neste quesito a regiatildeo

Nordeste encontra-se acima da meacutedia nacional com 591 e 114 meses respectivamente

(BRASIL 2009b)

A Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que em 2013 no Brasil 506 das

crianccedilas com idade de 9 a 12 meses estavam em aleitamento materno de modo complementar

o que mostra uma diminuiccedilatildeo na prevalecircncia de crianccedilas que mantem a amamentaccedilatildeo apoacutes os

nove meses (IBGE 2015)

As recomendaccedilotildees de aleitamento materno principalmente exclusivo natildeo satildeo

cumpridas devido agrave introduccedilatildeo precoce de alimentos o que coloca em risco a sauacutede da

crianccedila (PALMA et al 2009) O consumo precoce de alimentos complementares interfere na

amamentaccedilatildeo e pode natildeo suprir as necessidades nutricionais dessa faixa etaacuteria onde a

velocidade de crescimento eacute elevada podendo desenvolver deficiecircncias nutricionais (SBP

2006)

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees

Considera-se atualmente que o periacuteodo ideal para a introduccedilatildeo de alimentos

complementares eacute apoacutes o sexto mecircs de vida pois a partir deste momento o leite materno natildeo

consegue sozinho suprir as demandas nutricionais da crianccedila (SBP 2006) Aleacutem disso a

crianccedila jaacute apresenta um desenvolvimento geral e neuroloacutegico adequados como a mastigaccedilatildeo

degluticcedilatildeo digestatildeo e excreccedilatildeo permitindo o consumo de novos alimentos o que o leva a

conhecer novos sabores cores aromas texturas e saberes aproximando-o progressivamente

aos haacutebitos alimentares da famiacutelia (BRASIL 2009a)

No ano de 2013 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou a 2ordf ediccedilatildeo dos Dez passos para uma

alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos onde recomenda

20

que as crianccedilas em situaccedilotildees em que o aleitamento materno natildeo eacute praticado devem iniciar a

alimentaccedilatildeo complementar a partir dos quatro meses de vida seguindo o esquema alimentar

para crianccedilas natildeo amamentadas representado pela Figura 1 (BRASIL 2013)

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas

Fonte Ministeacuterio da Sauacutede 2013

A introduccedilatildeo deve ser lenta e gradual respeitando-se a aceitaccedilatildeo da crianccedila e deve-se

ofertar um alimento de cada grupo principalmente carne para prevenir a anemia (BRASIL

2012)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel deve se basear em alimentos in natura e

produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos variados pois

satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos (BRASIL 2009a) O

consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece diferentes

nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas as quais estatildeo em acelerado

crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico e em formaccedilatildeo dos haacutebitos alimentares

Sabe-se que quanto mais colorida for a alimentaccedilatildeo mais vitaminas e minerais ela conteacutem

aleacutem disso deve-se respeitar a lei da harmonia ela garante o equiliacutebrio em quantidade e em

qualidade dos alimentos consumidos (BRASIL 2009a)

Para facilitar a escolha dos alimentos pode-se tomar como referecircncia os guias

alimentares que descrevem as recomendaccedilotildees quantitativas e qualitativas dos padrotildees

dieteacuteticos A Piracircmide Alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) foi adaptada de Philippi ST et al Rev Nutr 12 65-80 1999 e eacute a

representaccedilatildeo graacutefica do Guia Alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) no ano de 2005 permitindo agrave populaccedilatildeo fazer escolhas saudaacuteveis e

obter uma alimentaccedilatildeo adequada (BRASIL 2005 SBP 2012)

21

A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

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BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

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set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

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BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

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_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

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DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

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GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

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52

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Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

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Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

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SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

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alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

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TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

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VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

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children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AI Ingestatildeo Adequada

AM Aleitamento Materno

AME Aleitamento Materno Exclusivo

AVANUTRI Sistema de Avaliaccedilatildeo e Prescriccedilatildeo Nutricional

CAV Centro Acadecircmico de Vitoacuteria

DF Distrito Federal

DRI Dietary Reference Intakes

EAR Estimativa de Requerimento Energeacutetico

EER Requerimento Energeacutetico Estimado

ESF Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

FAO Food and Agriculture Organization

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IMC Iacutendice de Massa Corporal

IOM Institute Of Medicine

MS Ministeacuterio da Sauacutede

OMS Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PET Programa de Educaccedilatildeo pelo Trabalho

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios

PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher

PNS Pesquisa Nacional de Sauacutede

POF Pesquisa de Orccedilamentos Familiares

RDA Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada

SBP Sociedade Brasileira de Pediatria

SISVAN Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional

UBS Unidade Baacutesica de Sauacutede

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

2 OBJETIVOS 16

21 Objetivo Geral 16

22 Objetivos Especiacuteficos 16

3 JUSTIFICATIVA 17

4 REVISAtildeO DA LITERATURA 18

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual 18

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees 19

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil 24

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos 25

5 METODOLOGIA 27

6 RESULTADOS 31

7 DISCUSSAtildeO 42

8 CONCLUSOtildeES 49

REFEREcircNCIAS 50

APEcircNDICE 53

ANEXO 64

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ateacute os dois anos de vida o crescimento e o desenvolvimento satildeo influenciados pelas

condiccedilotildees de nascimento e os fatores ambientais em que a crianccedila vive (VITOLO 2015) E

dentre os fatores ambientais a nutriccedilatildeo adequada eacute um dos principais a promover o

crescimento e o desenvolvimento saudaacutevel na infacircncia (MAHAN ESCOTT-STUMP

RAYMOND 2012)

A alimentaccedilatildeo adequada e saudaacutevel no iniacutecio da vida eacute primordial pois nesta fase o

requerimento de energia macro e micronutrientes estatildeo elevados em decorrecircncia da demanda

aumentada para atender a maior velocidade de crescimento desta fase da vida (SALDAN

2014) Para garantir o aporte de nutrientes necessaacuterios e prevenir agravos nutricionais a

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam o

aleitamento materno exclusivo ateacute os 6 meses de vida e a partir dessa idade deve ser

introduzida a alimentaccedilatildeo complementar com a manutenccedilatildeo do aleitamento ateacute os 2 anos ou

mais (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel se baseia no consumo de alimentos in

natura e produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos

variados pois satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos

(BRASIL 2009a)

O consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece

diferentes nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas que aleacutem dos

processos de crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico tambeacutem estatildeo em formaccedilatildeo

dos haacutebitos alimentares (BRASIL 2009a) A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis

desde o iniacutecio da vida pode prolongar-se por muitos anos e reflete diretamente no estado

nutricional do indiviacuteduo (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

O excesso de peso na infacircncia vem tomando grandes proporccedilotildees ao longo dos anos

uma vez que os haacutebitos alimentares inadequados e o estilo de vida sedentaacuterio representam a

praacutetica da vida urbana atual (BERTIN et al 2010) A obesidade infantil jaacute eacute considerada um

problema de sauacutede puacuteblica e estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional satildeo accedilotildees que

podem ser utilizadas para a prevenccedilatildeo e controle do excesso de peso (BERTIN et al 2010)

Diante disto torna-se importante investigar os haacutebitos alimentares das crianccedilas para

verificar as possiacuteveis inadequaccedilotildees e erros alimentares durante esta fase criacutetica de

crescimento desenvolvimento e formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares Assim permitir a

intervenccedilatildeo oportuna atraveacutes de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a fim de evitar

15

atrasos nos processos de crescimento desenvolvimento carecircncias nutricionais e prejuiacutezos no

estado nutricional dessas crianccedilas

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Investigar quali e quantitativamente as praacuteticas de alimentaccedilatildeo complementar e o

estado nutricional das crianccedilas desmamadas de 6 a 24 meses atendidas em Unidades de Sauacutede

da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

22 Objetivos Especiacuteficos

Caracterizar as famiacutelias quanto agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas

Avaliar o estado nutricional das crianccedilas

Analisar quali e quantitativamente a praacutetica de alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo

agraves recomendaccedilotildees das Organizaccedilotildees Internacionais

Relacionar os haacutebitos alimentares ao estado nutricional das crianccedilas

17

3 JUSTIFICATIVA

Apesar dos avanccedilos na prevalecircncia do aleitamento materno e sua mediana de duraccedilatildeo

a alimentaccedilatildeo complementar natildeo segue o mesmo curso de evoluccedilatildeo A introduccedilatildeo precoce de

alimentos pouco nutritivos e ao mesmo tempo a deficiente introduccedilatildeo de alimentos saudaacuteveis

tornam a alimentaccedilatildeo complementar inadequada

Este perfil alimentar infantil estaacute influenciando no aumento da prevalecircncia de excesso

de peso na infacircncia encontrado nos uacuteltimos anos e ao mesmo tempo ainda existem

deficiecircncias de micronutrientes acometendo crianccedilas nesta fase da vida principalmente nas

regiotildees mais carentes do paiacutes

Dessa forma eacute fundamental que oacutergatildeos de sauacutede realizem o monitoramento das

praacuteticas alimentares na infacircncia proporcionando um melhor planejamento das accedilotildees de sauacutede

construindo estrateacutegias de prevenccedilatildeo e controle dos agravos para o grupo infantil na atenccedilatildeo

baacutesica

A realizaccedilatildeo deste trabalho proporciona informaccedilotildees valiosas para a construccedilatildeo de

estrateacutegias de prevenccedilatildeo e combate aos erros alimentares em crianccedilas na faixa etaacuteria de 6 a

24 meses com destaque aquelas desmamadas pois satildeo consideradas como um grupo de maior

risco para as carecircncias nutricionais uma vez que natildeo haacute a oferta de leite materno para garantir

os nutrientes adequados Aleacutem disto permite o dignoacutestico nutricional destas crianccedilas a fim de

intervir em possiacuteveis prejuiacutezos ao estado nutricional

18

4 REVISAtildeO DA LITERATURA

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno este acontece

quando a crianccedila recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) independentemente de

receber ou natildeo outros alimentos (BRASIL 2009a) Segue abaixo as definiccedilotildees de aleitamento

materno adotadas pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e reconhecidas no mundo

inteiro (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Aleitamento materno exclusivo quando a crianccedila recebe somente leite materno

direto da mama ou ordenhado ou leite humano de outra fonte sem outros liacutequidos

ou soacutelidos com exceccedilatildeo de gotas ou xaropes contendo vitaminas sais de reidrataccedilatildeo

oral suplementos minerais ou medicamentos

Aleitamento materno predominante quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno aacutegua ou bebidas agrave base de aacutegua (aacutegua adocicada chaacutes infusotildees) e sucos de

frutas

Aleitamento materno misto ou parcial quando a crianccedila recebe leite materno e

outros tipos de leite

Aleitamento materno complementado quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno qualquer alimento soacutelido ou semi-soacutelido com a finalidade de complementaacute-

lo e natildeo de substituiacute-lo Nesta categoria a crianccedila pode receber aleacutem do leite

materno outro tipo de leite mas este natildeo eacute considerado alimento complementar

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam

aleitamento materno exclusivo ateacute os seis meses de idade sob regime de livre demanda pois

nesta fase o leite materno eacute capaz de suprir as necessidades nutricionais da crianccedila para o seu

adequado crescimento e desenvolvimento O mesmo natildeo acontece apoacutes os seis meses assim

a partir desta idade o aleitamento materno deve ser complementado ateacute os dois anos ou mais

(BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

A amamentaccedilatildeo possui inuacutemeras vantagens especialmente nos primeiros meses de

vida (BRASIL 2005) Graccedilas aos inuacutemeros fatores existentes no leite materno que protegem

contra infecccedilotildees haacute uma menor taxa de mortalidade entre as crianccedilas amamentadas

(BRASIL 2009a) Tambeacutem haacute evidecircncias sugerindo que o aleitamento materno apresenta

benefiacutecios em longo prazo como mostra uma revisatildeo publicada pela OMS a qual verificou

que os indiviacuteduos adultos amamentados adequadamente durante a infacircncia apresentaram

pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica mais baixas (-12mmHg e -05mmHg respectivamente) niacuteveis

menores de colesterol total (-018mmolL) risco 37 menor de apresentar diabetes tipo 2 e

22 menores chances de vir a apresentar sobrepesoobesidade (BRASIL 2012)

19

Apesar das inuacutemeras vantagens do aleitamento materno tanto no periacuteodo criacutetico do

crescimento e desenvolvimento como na vida adulta o desmame ainda acontece de forma

precoce (BRASIL 2012) De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento

Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia de

aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de 6 meses foi de 41 no conjunto das

capitais brasileiras e Distrito Federal (DF) e sua duraccedilatildeo mediana foi de 541 dias (18 meses)

(BRASIL 2009b)

A regiatildeo Nordeste obteve o pior resultado entre as demais regiotildees apresentando

apenas 37 de prevalecircncia do AME e 349 dias de duraccedilatildeo Jaacute a prevalecircncia do aleitamento

materno (AM) entre crianccedilas de 9 a 12 meses foi de 587 no conjunto das capitais brasileiras

e DF e a estimativa de duraccedilatildeo mediana foi de 3416 dias (112 meses) neste quesito a regiatildeo

Nordeste encontra-se acima da meacutedia nacional com 591 e 114 meses respectivamente

(BRASIL 2009b)

A Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que em 2013 no Brasil 506 das

crianccedilas com idade de 9 a 12 meses estavam em aleitamento materno de modo complementar

o que mostra uma diminuiccedilatildeo na prevalecircncia de crianccedilas que mantem a amamentaccedilatildeo apoacutes os

nove meses (IBGE 2015)

As recomendaccedilotildees de aleitamento materno principalmente exclusivo natildeo satildeo

cumpridas devido agrave introduccedilatildeo precoce de alimentos o que coloca em risco a sauacutede da

crianccedila (PALMA et al 2009) O consumo precoce de alimentos complementares interfere na

amamentaccedilatildeo e pode natildeo suprir as necessidades nutricionais dessa faixa etaacuteria onde a

velocidade de crescimento eacute elevada podendo desenvolver deficiecircncias nutricionais (SBP

2006)

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees

Considera-se atualmente que o periacuteodo ideal para a introduccedilatildeo de alimentos

complementares eacute apoacutes o sexto mecircs de vida pois a partir deste momento o leite materno natildeo

consegue sozinho suprir as demandas nutricionais da crianccedila (SBP 2006) Aleacutem disso a

crianccedila jaacute apresenta um desenvolvimento geral e neuroloacutegico adequados como a mastigaccedilatildeo

degluticcedilatildeo digestatildeo e excreccedilatildeo permitindo o consumo de novos alimentos o que o leva a

conhecer novos sabores cores aromas texturas e saberes aproximando-o progressivamente

aos haacutebitos alimentares da famiacutelia (BRASIL 2009a)

No ano de 2013 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou a 2ordf ediccedilatildeo dos Dez passos para uma

alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos onde recomenda

20

que as crianccedilas em situaccedilotildees em que o aleitamento materno natildeo eacute praticado devem iniciar a

alimentaccedilatildeo complementar a partir dos quatro meses de vida seguindo o esquema alimentar

para crianccedilas natildeo amamentadas representado pela Figura 1 (BRASIL 2013)

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas

Fonte Ministeacuterio da Sauacutede 2013

A introduccedilatildeo deve ser lenta e gradual respeitando-se a aceitaccedilatildeo da crianccedila e deve-se

ofertar um alimento de cada grupo principalmente carne para prevenir a anemia (BRASIL

2012)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel deve se basear em alimentos in natura e

produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos variados pois

satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos (BRASIL 2009a) O

consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece diferentes

nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas as quais estatildeo em acelerado

crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico e em formaccedilatildeo dos haacutebitos alimentares

Sabe-se que quanto mais colorida for a alimentaccedilatildeo mais vitaminas e minerais ela conteacutem

aleacutem disso deve-se respeitar a lei da harmonia ela garante o equiliacutebrio em quantidade e em

qualidade dos alimentos consumidos (BRASIL 2009a)

Para facilitar a escolha dos alimentos pode-se tomar como referecircncia os guias

alimentares que descrevem as recomendaccedilotildees quantitativas e qualitativas dos padrotildees

dieteacuteticos A Piracircmide Alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) foi adaptada de Philippi ST et al Rev Nutr 12 65-80 1999 e eacute a

representaccedilatildeo graacutefica do Guia Alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) no ano de 2005 permitindo agrave populaccedilatildeo fazer escolhas saudaacuteveis e

obter uma alimentaccedilatildeo adequada (BRASIL 2005 SBP 2012)

21

A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

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APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 14

2 OBJETIVOS 16

21 Objetivo Geral 16

22 Objetivos Especiacuteficos 16

3 JUSTIFICATIVA 17

4 REVISAtildeO DA LITERATURA 18

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual 18

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees 19

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil 24

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos 25

5 METODOLOGIA 27

6 RESULTADOS 31

7 DISCUSSAtildeO 42

8 CONCLUSOtildeES 49

REFEREcircNCIAS 50

APEcircNDICE 53

ANEXO 64

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ateacute os dois anos de vida o crescimento e o desenvolvimento satildeo influenciados pelas

condiccedilotildees de nascimento e os fatores ambientais em que a crianccedila vive (VITOLO 2015) E

dentre os fatores ambientais a nutriccedilatildeo adequada eacute um dos principais a promover o

crescimento e o desenvolvimento saudaacutevel na infacircncia (MAHAN ESCOTT-STUMP

RAYMOND 2012)

A alimentaccedilatildeo adequada e saudaacutevel no iniacutecio da vida eacute primordial pois nesta fase o

requerimento de energia macro e micronutrientes estatildeo elevados em decorrecircncia da demanda

aumentada para atender a maior velocidade de crescimento desta fase da vida (SALDAN

2014) Para garantir o aporte de nutrientes necessaacuterios e prevenir agravos nutricionais a

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam o

aleitamento materno exclusivo ateacute os 6 meses de vida e a partir dessa idade deve ser

introduzida a alimentaccedilatildeo complementar com a manutenccedilatildeo do aleitamento ateacute os 2 anos ou

mais (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel se baseia no consumo de alimentos in

natura e produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos

variados pois satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos

(BRASIL 2009a)

O consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece

diferentes nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas que aleacutem dos

processos de crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico tambeacutem estatildeo em formaccedilatildeo

dos haacutebitos alimentares (BRASIL 2009a) A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis

desde o iniacutecio da vida pode prolongar-se por muitos anos e reflete diretamente no estado

nutricional do indiviacuteduo (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

O excesso de peso na infacircncia vem tomando grandes proporccedilotildees ao longo dos anos

uma vez que os haacutebitos alimentares inadequados e o estilo de vida sedentaacuterio representam a

praacutetica da vida urbana atual (BERTIN et al 2010) A obesidade infantil jaacute eacute considerada um

problema de sauacutede puacuteblica e estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional satildeo accedilotildees que

podem ser utilizadas para a prevenccedilatildeo e controle do excesso de peso (BERTIN et al 2010)

Diante disto torna-se importante investigar os haacutebitos alimentares das crianccedilas para

verificar as possiacuteveis inadequaccedilotildees e erros alimentares durante esta fase criacutetica de

crescimento desenvolvimento e formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares Assim permitir a

intervenccedilatildeo oportuna atraveacutes de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a fim de evitar

15

atrasos nos processos de crescimento desenvolvimento carecircncias nutricionais e prejuiacutezos no

estado nutricional dessas crianccedilas

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Investigar quali e quantitativamente as praacuteticas de alimentaccedilatildeo complementar e o

estado nutricional das crianccedilas desmamadas de 6 a 24 meses atendidas em Unidades de Sauacutede

da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

22 Objetivos Especiacuteficos

Caracterizar as famiacutelias quanto agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas

Avaliar o estado nutricional das crianccedilas

Analisar quali e quantitativamente a praacutetica de alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo

agraves recomendaccedilotildees das Organizaccedilotildees Internacionais

Relacionar os haacutebitos alimentares ao estado nutricional das crianccedilas

17

3 JUSTIFICATIVA

Apesar dos avanccedilos na prevalecircncia do aleitamento materno e sua mediana de duraccedilatildeo

a alimentaccedilatildeo complementar natildeo segue o mesmo curso de evoluccedilatildeo A introduccedilatildeo precoce de

alimentos pouco nutritivos e ao mesmo tempo a deficiente introduccedilatildeo de alimentos saudaacuteveis

tornam a alimentaccedilatildeo complementar inadequada

Este perfil alimentar infantil estaacute influenciando no aumento da prevalecircncia de excesso

de peso na infacircncia encontrado nos uacuteltimos anos e ao mesmo tempo ainda existem

deficiecircncias de micronutrientes acometendo crianccedilas nesta fase da vida principalmente nas

regiotildees mais carentes do paiacutes

Dessa forma eacute fundamental que oacutergatildeos de sauacutede realizem o monitoramento das

praacuteticas alimentares na infacircncia proporcionando um melhor planejamento das accedilotildees de sauacutede

construindo estrateacutegias de prevenccedilatildeo e controle dos agravos para o grupo infantil na atenccedilatildeo

baacutesica

A realizaccedilatildeo deste trabalho proporciona informaccedilotildees valiosas para a construccedilatildeo de

estrateacutegias de prevenccedilatildeo e combate aos erros alimentares em crianccedilas na faixa etaacuteria de 6 a

24 meses com destaque aquelas desmamadas pois satildeo consideradas como um grupo de maior

risco para as carecircncias nutricionais uma vez que natildeo haacute a oferta de leite materno para garantir

os nutrientes adequados Aleacutem disto permite o dignoacutestico nutricional destas crianccedilas a fim de

intervir em possiacuteveis prejuiacutezos ao estado nutricional

18

4 REVISAtildeO DA LITERATURA

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno este acontece

quando a crianccedila recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) independentemente de

receber ou natildeo outros alimentos (BRASIL 2009a) Segue abaixo as definiccedilotildees de aleitamento

materno adotadas pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e reconhecidas no mundo

inteiro (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Aleitamento materno exclusivo quando a crianccedila recebe somente leite materno

direto da mama ou ordenhado ou leite humano de outra fonte sem outros liacutequidos

ou soacutelidos com exceccedilatildeo de gotas ou xaropes contendo vitaminas sais de reidrataccedilatildeo

oral suplementos minerais ou medicamentos

Aleitamento materno predominante quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno aacutegua ou bebidas agrave base de aacutegua (aacutegua adocicada chaacutes infusotildees) e sucos de

frutas

Aleitamento materno misto ou parcial quando a crianccedila recebe leite materno e

outros tipos de leite

Aleitamento materno complementado quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno qualquer alimento soacutelido ou semi-soacutelido com a finalidade de complementaacute-

lo e natildeo de substituiacute-lo Nesta categoria a crianccedila pode receber aleacutem do leite

materno outro tipo de leite mas este natildeo eacute considerado alimento complementar

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam

aleitamento materno exclusivo ateacute os seis meses de idade sob regime de livre demanda pois

nesta fase o leite materno eacute capaz de suprir as necessidades nutricionais da crianccedila para o seu

adequado crescimento e desenvolvimento O mesmo natildeo acontece apoacutes os seis meses assim

a partir desta idade o aleitamento materno deve ser complementado ateacute os dois anos ou mais

(BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

A amamentaccedilatildeo possui inuacutemeras vantagens especialmente nos primeiros meses de

vida (BRASIL 2005) Graccedilas aos inuacutemeros fatores existentes no leite materno que protegem

contra infecccedilotildees haacute uma menor taxa de mortalidade entre as crianccedilas amamentadas

(BRASIL 2009a) Tambeacutem haacute evidecircncias sugerindo que o aleitamento materno apresenta

benefiacutecios em longo prazo como mostra uma revisatildeo publicada pela OMS a qual verificou

que os indiviacuteduos adultos amamentados adequadamente durante a infacircncia apresentaram

pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica mais baixas (-12mmHg e -05mmHg respectivamente) niacuteveis

menores de colesterol total (-018mmolL) risco 37 menor de apresentar diabetes tipo 2 e

22 menores chances de vir a apresentar sobrepesoobesidade (BRASIL 2012)

19

Apesar das inuacutemeras vantagens do aleitamento materno tanto no periacuteodo criacutetico do

crescimento e desenvolvimento como na vida adulta o desmame ainda acontece de forma

precoce (BRASIL 2012) De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento

Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia de

aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de 6 meses foi de 41 no conjunto das

capitais brasileiras e Distrito Federal (DF) e sua duraccedilatildeo mediana foi de 541 dias (18 meses)

(BRASIL 2009b)

A regiatildeo Nordeste obteve o pior resultado entre as demais regiotildees apresentando

apenas 37 de prevalecircncia do AME e 349 dias de duraccedilatildeo Jaacute a prevalecircncia do aleitamento

materno (AM) entre crianccedilas de 9 a 12 meses foi de 587 no conjunto das capitais brasileiras

e DF e a estimativa de duraccedilatildeo mediana foi de 3416 dias (112 meses) neste quesito a regiatildeo

Nordeste encontra-se acima da meacutedia nacional com 591 e 114 meses respectivamente

(BRASIL 2009b)

A Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que em 2013 no Brasil 506 das

crianccedilas com idade de 9 a 12 meses estavam em aleitamento materno de modo complementar

o que mostra uma diminuiccedilatildeo na prevalecircncia de crianccedilas que mantem a amamentaccedilatildeo apoacutes os

nove meses (IBGE 2015)

As recomendaccedilotildees de aleitamento materno principalmente exclusivo natildeo satildeo

cumpridas devido agrave introduccedilatildeo precoce de alimentos o que coloca em risco a sauacutede da

crianccedila (PALMA et al 2009) O consumo precoce de alimentos complementares interfere na

amamentaccedilatildeo e pode natildeo suprir as necessidades nutricionais dessa faixa etaacuteria onde a

velocidade de crescimento eacute elevada podendo desenvolver deficiecircncias nutricionais (SBP

2006)

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees

Considera-se atualmente que o periacuteodo ideal para a introduccedilatildeo de alimentos

complementares eacute apoacutes o sexto mecircs de vida pois a partir deste momento o leite materno natildeo

consegue sozinho suprir as demandas nutricionais da crianccedila (SBP 2006) Aleacutem disso a

crianccedila jaacute apresenta um desenvolvimento geral e neuroloacutegico adequados como a mastigaccedilatildeo

degluticcedilatildeo digestatildeo e excreccedilatildeo permitindo o consumo de novos alimentos o que o leva a

conhecer novos sabores cores aromas texturas e saberes aproximando-o progressivamente

aos haacutebitos alimentares da famiacutelia (BRASIL 2009a)

No ano de 2013 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou a 2ordf ediccedilatildeo dos Dez passos para uma

alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos onde recomenda

20

que as crianccedilas em situaccedilotildees em que o aleitamento materno natildeo eacute praticado devem iniciar a

alimentaccedilatildeo complementar a partir dos quatro meses de vida seguindo o esquema alimentar

para crianccedilas natildeo amamentadas representado pela Figura 1 (BRASIL 2013)

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas

Fonte Ministeacuterio da Sauacutede 2013

A introduccedilatildeo deve ser lenta e gradual respeitando-se a aceitaccedilatildeo da crianccedila e deve-se

ofertar um alimento de cada grupo principalmente carne para prevenir a anemia (BRASIL

2012)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel deve se basear em alimentos in natura e

produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos variados pois

satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos (BRASIL 2009a) O

consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece diferentes

nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas as quais estatildeo em acelerado

crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico e em formaccedilatildeo dos haacutebitos alimentares

Sabe-se que quanto mais colorida for a alimentaccedilatildeo mais vitaminas e minerais ela conteacutem

aleacutem disso deve-se respeitar a lei da harmonia ela garante o equiliacutebrio em quantidade e em

qualidade dos alimentos consumidos (BRASIL 2009a)

Para facilitar a escolha dos alimentos pode-se tomar como referecircncia os guias

alimentares que descrevem as recomendaccedilotildees quantitativas e qualitativas dos padrotildees

dieteacuteticos A Piracircmide Alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) foi adaptada de Philippi ST et al Rev Nutr 12 65-80 1999 e eacute a

representaccedilatildeo graacutefica do Guia Alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) no ano de 2005 permitindo agrave populaccedilatildeo fazer escolhas saudaacuteveis e

obter uma alimentaccedilatildeo adequada (BRASIL 2005 SBP 2012)

21

A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

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Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

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Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

Ateacute os dois anos de vida o crescimento e o desenvolvimento satildeo influenciados pelas

condiccedilotildees de nascimento e os fatores ambientais em que a crianccedila vive (VITOLO 2015) E

dentre os fatores ambientais a nutriccedilatildeo adequada eacute um dos principais a promover o

crescimento e o desenvolvimento saudaacutevel na infacircncia (MAHAN ESCOTT-STUMP

RAYMOND 2012)

A alimentaccedilatildeo adequada e saudaacutevel no iniacutecio da vida eacute primordial pois nesta fase o

requerimento de energia macro e micronutrientes estatildeo elevados em decorrecircncia da demanda

aumentada para atender a maior velocidade de crescimento desta fase da vida (SALDAN

2014) Para garantir o aporte de nutrientes necessaacuterios e prevenir agravos nutricionais a

Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam o

aleitamento materno exclusivo ateacute os 6 meses de vida e a partir dessa idade deve ser

introduzida a alimentaccedilatildeo complementar com a manutenccedilatildeo do aleitamento ateacute os 2 anos ou

mais (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel se baseia no consumo de alimentos in

natura e produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos

variados pois satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos

(BRASIL 2009a)

O consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece

diferentes nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas que aleacutem dos

processos de crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico tambeacutem estatildeo em formaccedilatildeo

dos haacutebitos alimentares (BRASIL 2009a) A formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares saudaacuteveis

desde o iniacutecio da vida pode prolongar-se por muitos anos e reflete diretamente no estado

nutricional do indiviacuteduo (TRICHES e GIUGLIANI 2005)

O excesso de peso na infacircncia vem tomando grandes proporccedilotildees ao longo dos anos

uma vez que os haacutebitos alimentares inadequados e o estilo de vida sedentaacuterio representam a

praacutetica da vida urbana atual (BERTIN et al 2010) A obesidade infantil jaacute eacute considerada um

problema de sauacutede puacuteblica e estrateacutegias de educaccedilatildeo alimentar e nutricional satildeo accedilotildees que

podem ser utilizadas para a prevenccedilatildeo e controle do excesso de peso (BERTIN et al 2010)

Diante disto torna-se importante investigar os haacutebitos alimentares das crianccedilas para

verificar as possiacuteveis inadequaccedilotildees e erros alimentares durante esta fase criacutetica de

crescimento desenvolvimento e formaccedilatildeo de haacutebitos alimentares Assim permitir a

intervenccedilatildeo oportuna atraveacutes de accedilotildees de educaccedilatildeo alimentar e nutricional a fim de evitar

15

atrasos nos processos de crescimento desenvolvimento carecircncias nutricionais e prejuiacutezos no

estado nutricional dessas crianccedilas

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Investigar quali e quantitativamente as praacuteticas de alimentaccedilatildeo complementar e o

estado nutricional das crianccedilas desmamadas de 6 a 24 meses atendidas em Unidades de Sauacutede

da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

22 Objetivos Especiacuteficos

Caracterizar as famiacutelias quanto agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas

Avaliar o estado nutricional das crianccedilas

Analisar quali e quantitativamente a praacutetica de alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo

agraves recomendaccedilotildees das Organizaccedilotildees Internacionais

Relacionar os haacutebitos alimentares ao estado nutricional das crianccedilas

17

3 JUSTIFICATIVA

Apesar dos avanccedilos na prevalecircncia do aleitamento materno e sua mediana de duraccedilatildeo

a alimentaccedilatildeo complementar natildeo segue o mesmo curso de evoluccedilatildeo A introduccedilatildeo precoce de

alimentos pouco nutritivos e ao mesmo tempo a deficiente introduccedilatildeo de alimentos saudaacuteveis

tornam a alimentaccedilatildeo complementar inadequada

Este perfil alimentar infantil estaacute influenciando no aumento da prevalecircncia de excesso

de peso na infacircncia encontrado nos uacuteltimos anos e ao mesmo tempo ainda existem

deficiecircncias de micronutrientes acometendo crianccedilas nesta fase da vida principalmente nas

regiotildees mais carentes do paiacutes

Dessa forma eacute fundamental que oacutergatildeos de sauacutede realizem o monitoramento das

praacuteticas alimentares na infacircncia proporcionando um melhor planejamento das accedilotildees de sauacutede

construindo estrateacutegias de prevenccedilatildeo e controle dos agravos para o grupo infantil na atenccedilatildeo

baacutesica

A realizaccedilatildeo deste trabalho proporciona informaccedilotildees valiosas para a construccedilatildeo de

estrateacutegias de prevenccedilatildeo e combate aos erros alimentares em crianccedilas na faixa etaacuteria de 6 a

24 meses com destaque aquelas desmamadas pois satildeo consideradas como um grupo de maior

risco para as carecircncias nutricionais uma vez que natildeo haacute a oferta de leite materno para garantir

os nutrientes adequados Aleacutem disto permite o dignoacutestico nutricional destas crianccedilas a fim de

intervir em possiacuteveis prejuiacutezos ao estado nutricional

18

4 REVISAtildeO DA LITERATURA

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno este acontece

quando a crianccedila recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) independentemente de

receber ou natildeo outros alimentos (BRASIL 2009a) Segue abaixo as definiccedilotildees de aleitamento

materno adotadas pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e reconhecidas no mundo

inteiro (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Aleitamento materno exclusivo quando a crianccedila recebe somente leite materno

direto da mama ou ordenhado ou leite humano de outra fonte sem outros liacutequidos

ou soacutelidos com exceccedilatildeo de gotas ou xaropes contendo vitaminas sais de reidrataccedilatildeo

oral suplementos minerais ou medicamentos

Aleitamento materno predominante quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno aacutegua ou bebidas agrave base de aacutegua (aacutegua adocicada chaacutes infusotildees) e sucos de

frutas

Aleitamento materno misto ou parcial quando a crianccedila recebe leite materno e

outros tipos de leite

Aleitamento materno complementado quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno qualquer alimento soacutelido ou semi-soacutelido com a finalidade de complementaacute-

lo e natildeo de substituiacute-lo Nesta categoria a crianccedila pode receber aleacutem do leite

materno outro tipo de leite mas este natildeo eacute considerado alimento complementar

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam

aleitamento materno exclusivo ateacute os seis meses de idade sob regime de livre demanda pois

nesta fase o leite materno eacute capaz de suprir as necessidades nutricionais da crianccedila para o seu

adequado crescimento e desenvolvimento O mesmo natildeo acontece apoacutes os seis meses assim

a partir desta idade o aleitamento materno deve ser complementado ateacute os dois anos ou mais

(BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

A amamentaccedilatildeo possui inuacutemeras vantagens especialmente nos primeiros meses de

vida (BRASIL 2005) Graccedilas aos inuacutemeros fatores existentes no leite materno que protegem

contra infecccedilotildees haacute uma menor taxa de mortalidade entre as crianccedilas amamentadas

(BRASIL 2009a) Tambeacutem haacute evidecircncias sugerindo que o aleitamento materno apresenta

benefiacutecios em longo prazo como mostra uma revisatildeo publicada pela OMS a qual verificou

que os indiviacuteduos adultos amamentados adequadamente durante a infacircncia apresentaram

pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica mais baixas (-12mmHg e -05mmHg respectivamente) niacuteveis

menores de colesterol total (-018mmolL) risco 37 menor de apresentar diabetes tipo 2 e

22 menores chances de vir a apresentar sobrepesoobesidade (BRASIL 2012)

19

Apesar das inuacutemeras vantagens do aleitamento materno tanto no periacuteodo criacutetico do

crescimento e desenvolvimento como na vida adulta o desmame ainda acontece de forma

precoce (BRASIL 2012) De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento

Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia de

aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de 6 meses foi de 41 no conjunto das

capitais brasileiras e Distrito Federal (DF) e sua duraccedilatildeo mediana foi de 541 dias (18 meses)

(BRASIL 2009b)

A regiatildeo Nordeste obteve o pior resultado entre as demais regiotildees apresentando

apenas 37 de prevalecircncia do AME e 349 dias de duraccedilatildeo Jaacute a prevalecircncia do aleitamento

materno (AM) entre crianccedilas de 9 a 12 meses foi de 587 no conjunto das capitais brasileiras

e DF e a estimativa de duraccedilatildeo mediana foi de 3416 dias (112 meses) neste quesito a regiatildeo

Nordeste encontra-se acima da meacutedia nacional com 591 e 114 meses respectivamente

(BRASIL 2009b)

A Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que em 2013 no Brasil 506 das

crianccedilas com idade de 9 a 12 meses estavam em aleitamento materno de modo complementar

o que mostra uma diminuiccedilatildeo na prevalecircncia de crianccedilas que mantem a amamentaccedilatildeo apoacutes os

nove meses (IBGE 2015)

As recomendaccedilotildees de aleitamento materno principalmente exclusivo natildeo satildeo

cumpridas devido agrave introduccedilatildeo precoce de alimentos o que coloca em risco a sauacutede da

crianccedila (PALMA et al 2009) O consumo precoce de alimentos complementares interfere na

amamentaccedilatildeo e pode natildeo suprir as necessidades nutricionais dessa faixa etaacuteria onde a

velocidade de crescimento eacute elevada podendo desenvolver deficiecircncias nutricionais (SBP

2006)

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees

Considera-se atualmente que o periacuteodo ideal para a introduccedilatildeo de alimentos

complementares eacute apoacutes o sexto mecircs de vida pois a partir deste momento o leite materno natildeo

consegue sozinho suprir as demandas nutricionais da crianccedila (SBP 2006) Aleacutem disso a

crianccedila jaacute apresenta um desenvolvimento geral e neuroloacutegico adequados como a mastigaccedilatildeo

degluticcedilatildeo digestatildeo e excreccedilatildeo permitindo o consumo de novos alimentos o que o leva a

conhecer novos sabores cores aromas texturas e saberes aproximando-o progressivamente

aos haacutebitos alimentares da famiacutelia (BRASIL 2009a)

No ano de 2013 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou a 2ordf ediccedilatildeo dos Dez passos para uma

alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos onde recomenda

20

que as crianccedilas em situaccedilotildees em que o aleitamento materno natildeo eacute praticado devem iniciar a

alimentaccedilatildeo complementar a partir dos quatro meses de vida seguindo o esquema alimentar

para crianccedilas natildeo amamentadas representado pela Figura 1 (BRASIL 2013)

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas

Fonte Ministeacuterio da Sauacutede 2013

A introduccedilatildeo deve ser lenta e gradual respeitando-se a aceitaccedilatildeo da crianccedila e deve-se

ofertar um alimento de cada grupo principalmente carne para prevenir a anemia (BRASIL

2012)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel deve se basear em alimentos in natura e

produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos variados pois

satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos (BRASIL 2009a) O

consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece diferentes

nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas as quais estatildeo em acelerado

crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico e em formaccedilatildeo dos haacutebitos alimentares

Sabe-se que quanto mais colorida for a alimentaccedilatildeo mais vitaminas e minerais ela conteacutem

aleacutem disso deve-se respeitar a lei da harmonia ela garante o equiliacutebrio em quantidade e em

qualidade dos alimentos consumidos (BRASIL 2009a)

Para facilitar a escolha dos alimentos pode-se tomar como referecircncia os guias

alimentares que descrevem as recomendaccedilotildees quantitativas e qualitativas dos padrotildees

dieteacuteticos A Piracircmide Alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) foi adaptada de Philippi ST et al Rev Nutr 12 65-80 1999 e eacute a

representaccedilatildeo graacutefica do Guia Alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) no ano de 2005 permitindo agrave populaccedilatildeo fazer escolhas saudaacuteveis e

obter uma alimentaccedilatildeo adequada (BRASIL 2005 SBP 2012)

21

A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

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BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

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BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

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BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

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BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

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_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

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atrasos nos processos de crescimento desenvolvimento carecircncias nutricionais e prejuiacutezos no

estado nutricional dessas crianccedilas

16

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Investigar quali e quantitativamente as praacuteticas de alimentaccedilatildeo complementar e o

estado nutricional das crianccedilas desmamadas de 6 a 24 meses atendidas em Unidades de Sauacutede

da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

22 Objetivos Especiacuteficos

Caracterizar as famiacutelias quanto agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas

Avaliar o estado nutricional das crianccedilas

Analisar quali e quantitativamente a praacutetica de alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo

agraves recomendaccedilotildees das Organizaccedilotildees Internacionais

Relacionar os haacutebitos alimentares ao estado nutricional das crianccedilas

17

3 JUSTIFICATIVA

Apesar dos avanccedilos na prevalecircncia do aleitamento materno e sua mediana de duraccedilatildeo

a alimentaccedilatildeo complementar natildeo segue o mesmo curso de evoluccedilatildeo A introduccedilatildeo precoce de

alimentos pouco nutritivos e ao mesmo tempo a deficiente introduccedilatildeo de alimentos saudaacuteveis

tornam a alimentaccedilatildeo complementar inadequada

Este perfil alimentar infantil estaacute influenciando no aumento da prevalecircncia de excesso

de peso na infacircncia encontrado nos uacuteltimos anos e ao mesmo tempo ainda existem

deficiecircncias de micronutrientes acometendo crianccedilas nesta fase da vida principalmente nas

regiotildees mais carentes do paiacutes

Dessa forma eacute fundamental que oacutergatildeos de sauacutede realizem o monitoramento das

praacuteticas alimentares na infacircncia proporcionando um melhor planejamento das accedilotildees de sauacutede

construindo estrateacutegias de prevenccedilatildeo e controle dos agravos para o grupo infantil na atenccedilatildeo

baacutesica

A realizaccedilatildeo deste trabalho proporciona informaccedilotildees valiosas para a construccedilatildeo de

estrateacutegias de prevenccedilatildeo e combate aos erros alimentares em crianccedilas na faixa etaacuteria de 6 a

24 meses com destaque aquelas desmamadas pois satildeo consideradas como um grupo de maior

risco para as carecircncias nutricionais uma vez que natildeo haacute a oferta de leite materno para garantir

os nutrientes adequados Aleacutem disto permite o dignoacutestico nutricional destas crianccedilas a fim de

intervir em possiacuteveis prejuiacutezos ao estado nutricional

18

4 REVISAtildeO DA LITERATURA

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno este acontece

quando a crianccedila recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) independentemente de

receber ou natildeo outros alimentos (BRASIL 2009a) Segue abaixo as definiccedilotildees de aleitamento

materno adotadas pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e reconhecidas no mundo

inteiro (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Aleitamento materno exclusivo quando a crianccedila recebe somente leite materno

direto da mama ou ordenhado ou leite humano de outra fonte sem outros liacutequidos

ou soacutelidos com exceccedilatildeo de gotas ou xaropes contendo vitaminas sais de reidrataccedilatildeo

oral suplementos minerais ou medicamentos

Aleitamento materno predominante quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno aacutegua ou bebidas agrave base de aacutegua (aacutegua adocicada chaacutes infusotildees) e sucos de

frutas

Aleitamento materno misto ou parcial quando a crianccedila recebe leite materno e

outros tipos de leite

Aleitamento materno complementado quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno qualquer alimento soacutelido ou semi-soacutelido com a finalidade de complementaacute-

lo e natildeo de substituiacute-lo Nesta categoria a crianccedila pode receber aleacutem do leite

materno outro tipo de leite mas este natildeo eacute considerado alimento complementar

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam

aleitamento materno exclusivo ateacute os seis meses de idade sob regime de livre demanda pois

nesta fase o leite materno eacute capaz de suprir as necessidades nutricionais da crianccedila para o seu

adequado crescimento e desenvolvimento O mesmo natildeo acontece apoacutes os seis meses assim

a partir desta idade o aleitamento materno deve ser complementado ateacute os dois anos ou mais

(BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

A amamentaccedilatildeo possui inuacutemeras vantagens especialmente nos primeiros meses de

vida (BRASIL 2005) Graccedilas aos inuacutemeros fatores existentes no leite materno que protegem

contra infecccedilotildees haacute uma menor taxa de mortalidade entre as crianccedilas amamentadas

(BRASIL 2009a) Tambeacutem haacute evidecircncias sugerindo que o aleitamento materno apresenta

benefiacutecios em longo prazo como mostra uma revisatildeo publicada pela OMS a qual verificou

que os indiviacuteduos adultos amamentados adequadamente durante a infacircncia apresentaram

pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica mais baixas (-12mmHg e -05mmHg respectivamente) niacuteveis

menores de colesterol total (-018mmolL) risco 37 menor de apresentar diabetes tipo 2 e

22 menores chances de vir a apresentar sobrepesoobesidade (BRASIL 2012)

19

Apesar das inuacutemeras vantagens do aleitamento materno tanto no periacuteodo criacutetico do

crescimento e desenvolvimento como na vida adulta o desmame ainda acontece de forma

precoce (BRASIL 2012) De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento

Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia de

aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de 6 meses foi de 41 no conjunto das

capitais brasileiras e Distrito Federal (DF) e sua duraccedilatildeo mediana foi de 541 dias (18 meses)

(BRASIL 2009b)

A regiatildeo Nordeste obteve o pior resultado entre as demais regiotildees apresentando

apenas 37 de prevalecircncia do AME e 349 dias de duraccedilatildeo Jaacute a prevalecircncia do aleitamento

materno (AM) entre crianccedilas de 9 a 12 meses foi de 587 no conjunto das capitais brasileiras

e DF e a estimativa de duraccedilatildeo mediana foi de 3416 dias (112 meses) neste quesito a regiatildeo

Nordeste encontra-se acima da meacutedia nacional com 591 e 114 meses respectivamente

(BRASIL 2009b)

A Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que em 2013 no Brasil 506 das

crianccedilas com idade de 9 a 12 meses estavam em aleitamento materno de modo complementar

o que mostra uma diminuiccedilatildeo na prevalecircncia de crianccedilas que mantem a amamentaccedilatildeo apoacutes os

nove meses (IBGE 2015)

As recomendaccedilotildees de aleitamento materno principalmente exclusivo natildeo satildeo

cumpridas devido agrave introduccedilatildeo precoce de alimentos o que coloca em risco a sauacutede da

crianccedila (PALMA et al 2009) O consumo precoce de alimentos complementares interfere na

amamentaccedilatildeo e pode natildeo suprir as necessidades nutricionais dessa faixa etaacuteria onde a

velocidade de crescimento eacute elevada podendo desenvolver deficiecircncias nutricionais (SBP

2006)

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees

Considera-se atualmente que o periacuteodo ideal para a introduccedilatildeo de alimentos

complementares eacute apoacutes o sexto mecircs de vida pois a partir deste momento o leite materno natildeo

consegue sozinho suprir as demandas nutricionais da crianccedila (SBP 2006) Aleacutem disso a

crianccedila jaacute apresenta um desenvolvimento geral e neuroloacutegico adequados como a mastigaccedilatildeo

degluticcedilatildeo digestatildeo e excreccedilatildeo permitindo o consumo de novos alimentos o que o leva a

conhecer novos sabores cores aromas texturas e saberes aproximando-o progressivamente

aos haacutebitos alimentares da famiacutelia (BRASIL 2009a)

No ano de 2013 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou a 2ordf ediccedilatildeo dos Dez passos para uma

alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos onde recomenda

20

que as crianccedilas em situaccedilotildees em que o aleitamento materno natildeo eacute praticado devem iniciar a

alimentaccedilatildeo complementar a partir dos quatro meses de vida seguindo o esquema alimentar

para crianccedilas natildeo amamentadas representado pela Figura 1 (BRASIL 2013)

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas

Fonte Ministeacuterio da Sauacutede 2013

A introduccedilatildeo deve ser lenta e gradual respeitando-se a aceitaccedilatildeo da crianccedila e deve-se

ofertar um alimento de cada grupo principalmente carne para prevenir a anemia (BRASIL

2012)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel deve se basear em alimentos in natura e

produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos variados pois

satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos (BRASIL 2009a) O

consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece diferentes

nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas as quais estatildeo em acelerado

crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico e em formaccedilatildeo dos haacutebitos alimentares

Sabe-se que quanto mais colorida for a alimentaccedilatildeo mais vitaminas e minerais ela conteacutem

aleacutem disso deve-se respeitar a lei da harmonia ela garante o equiliacutebrio em quantidade e em

qualidade dos alimentos consumidos (BRASIL 2009a)

Para facilitar a escolha dos alimentos pode-se tomar como referecircncia os guias

alimentares que descrevem as recomendaccedilotildees quantitativas e qualitativas dos padrotildees

dieteacuteticos A Piracircmide Alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) foi adaptada de Philippi ST et al Rev Nutr 12 65-80 1999 e eacute a

representaccedilatildeo graacutefica do Guia Alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) no ano de 2005 permitindo agrave populaccedilatildeo fazer escolhas saudaacuteveis e

obter uma alimentaccedilatildeo adequada (BRASIL 2005 SBP 2012)

21

A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

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BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

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BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

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_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

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2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

Investigar quali e quantitativamente as praacuteticas de alimentaccedilatildeo complementar e o

estado nutricional das crianccedilas desmamadas de 6 a 24 meses atendidas em Unidades de Sauacutede

da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco

22 Objetivos Especiacuteficos

Caracterizar as famiacutelias quanto agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas

Avaliar o estado nutricional das crianccedilas

Analisar quali e quantitativamente a praacutetica de alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo

agraves recomendaccedilotildees das Organizaccedilotildees Internacionais

Relacionar os haacutebitos alimentares ao estado nutricional das crianccedilas

17

3 JUSTIFICATIVA

Apesar dos avanccedilos na prevalecircncia do aleitamento materno e sua mediana de duraccedilatildeo

a alimentaccedilatildeo complementar natildeo segue o mesmo curso de evoluccedilatildeo A introduccedilatildeo precoce de

alimentos pouco nutritivos e ao mesmo tempo a deficiente introduccedilatildeo de alimentos saudaacuteveis

tornam a alimentaccedilatildeo complementar inadequada

Este perfil alimentar infantil estaacute influenciando no aumento da prevalecircncia de excesso

de peso na infacircncia encontrado nos uacuteltimos anos e ao mesmo tempo ainda existem

deficiecircncias de micronutrientes acometendo crianccedilas nesta fase da vida principalmente nas

regiotildees mais carentes do paiacutes

Dessa forma eacute fundamental que oacutergatildeos de sauacutede realizem o monitoramento das

praacuteticas alimentares na infacircncia proporcionando um melhor planejamento das accedilotildees de sauacutede

construindo estrateacutegias de prevenccedilatildeo e controle dos agravos para o grupo infantil na atenccedilatildeo

baacutesica

A realizaccedilatildeo deste trabalho proporciona informaccedilotildees valiosas para a construccedilatildeo de

estrateacutegias de prevenccedilatildeo e combate aos erros alimentares em crianccedilas na faixa etaacuteria de 6 a

24 meses com destaque aquelas desmamadas pois satildeo consideradas como um grupo de maior

risco para as carecircncias nutricionais uma vez que natildeo haacute a oferta de leite materno para garantir

os nutrientes adequados Aleacutem disto permite o dignoacutestico nutricional destas crianccedilas a fim de

intervir em possiacuteveis prejuiacutezos ao estado nutricional

18

4 REVISAtildeO DA LITERATURA

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno este acontece

quando a crianccedila recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) independentemente de

receber ou natildeo outros alimentos (BRASIL 2009a) Segue abaixo as definiccedilotildees de aleitamento

materno adotadas pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e reconhecidas no mundo

inteiro (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Aleitamento materno exclusivo quando a crianccedila recebe somente leite materno

direto da mama ou ordenhado ou leite humano de outra fonte sem outros liacutequidos

ou soacutelidos com exceccedilatildeo de gotas ou xaropes contendo vitaminas sais de reidrataccedilatildeo

oral suplementos minerais ou medicamentos

Aleitamento materno predominante quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno aacutegua ou bebidas agrave base de aacutegua (aacutegua adocicada chaacutes infusotildees) e sucos de

frutas

Aleitamento materno misto ou parcial quando a crianccedila recebe leite materno e

outros tipos de leite

Aleitamento materno complementado quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno qualquer alimento soacutelido ou semi-soacutelido com a finalidade de complementaacute-

lo e natildeo de substituiacute-lo Nesta categoria a crianccedila pode receber aleacutem do leite

materno outro tipo de leite mas este natildeo eacute considerado alimento complementar

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam

aleitamento materno exclusivo ateacute os seis meses de idade sob regime de livre demanda pois

nesta fase o leite materno eacute capaz de suprir as necessidades nutricionais da crianccedila para o seu

adequado crescimento e desenvolvimento O mesmo natildeo acontece apoacutes os seis meses assim

a partir desta idade o aleitamento materno deve ser complementado ateacute os dois anos ou mais

(BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

A amamentaccedilatildeo possui inuacutemeras vantagens especialmente nos primeiros meses de

vida (BRASIL 2005) Graccedilas aos inuacutemeros fatores existentes no leite materno que protegem

contra infecccedilotildees haacute uma menor taxa de mortalidade entre as crianccedilas amamentadas

(BRASIL 2009a) Tambeacutem haacute evidecircncias sugerindo que o aleitamento materno apresenta

benefiacutecios em longo prazo como mostra uma revisatildeo publicada pela OMS a qual verificou

que os indiviacuteduos adultos amamentados adequadamente durante a infacircncia apresentaram

pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica mais baixas (-12mmHg e -05mmHg respectivamente) niacuteveis

menores de colesterol total (-018mmolL) risco 37 menor de apresentar diabetes tipo 2 e

22 menores chances de vir a apresentar sobrepesoobesidade (BRASIL 2012)

19

Apesar das inuacutemeras vantagens do aleitamento materno tanto no periacuteodo criacutetico do

crescimento e desenvolvimento como na vida adulta o desmame ainda acontece de forma

precoce (BRASIL 2012) De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento

Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia de

aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de 6 meses foi de 41 no conjunto das

capitais brasileiras e Distrito Federal (DF) e sua duraccedilatildeo mediana foi de 541 dias (18 meses)

(BRASIL 2009b)

A regiatildeo Nordeste obteve o pior resultado entre as demais regiotildees apresentando

apenas 37 de prevalecircncia do AME e 349 dias de duraccedilatildeo Jaacute a prevalecircncia do aleitamento

materno (AM) entre crianccedilas de 9 a 12 meses foi de 587 no conjunto das capitais brasileiras

e DF e a estimativa de duraccedilatildeo mediana foi de 3416 dias (112 meses) neste quesito a regiatildeo

Nordeste encontra-se acima da meacutedia nacional com 591 e 114 meses respectivamente

(BRASIL 2009b)

A Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que em 2013 no Brasil 506 das

crianccedilas com idade de 9 a 12 meses estavam em aleitamento materno de modo complementar

o que mostra uma diminuiccedilatildeo na prevalecircncia de crianccedilas que mantem a amamentaccedilatildeo apoacutes os

nove meses (IBGE 2015)

As recomendaccedilotildees de aleitamento materno principalmente exclusivo natildeo satildeo

cumpridas devido agrave introduccedilatildeo precoce de alimentos o que coloca em risco a sauacutede da

crianccedila (PALMA et al 2009) O consumo precoce de alimentos complementares interfere na

amamentaccedilatildeo e pode natildeo suprir as necessidades nutricionais dessa faixa etaacuteria onde a

velocidade de crescimento eacute elevada podendo desenvolver deficiecircncias nutricionais (SBP

2006)

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees

Considera-se atualmente que o periacuteodo ideal para a introduccedilatildeo de alimentos

complementares eacute apoacutes o sexto mecircs de vida pois a partir deste momento o leite materno natildeo

consegue sozinho suprir as demandas nutricionais da crianccedila (SBP 2006) Aleacutem disso a

crianccedila jaacute apresenta um desenvolvimento geral e neuroloacutegico adequados como a mastigaccedilatildeo

degluticcedilatildeo digestatildeo e excreccedilatildeo permitindo o consumo de novos alimentos o que o leva a

conhecer novos sabores cores aromas texturas e saberes aproximando-o progressivamente

aos haacutebitos alimentares da famiacutelia (BRASIL 2009a)

No ano de 2013 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou a 2ordf ediccedilatildeo dos Dez passos para uma

alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos onde recomenda

20

que as crianccedilas em situaccedilotildees em que o aleitamento materno natildeo eacute praticado devem iniciar a

alimentaccedilatildeo complementar a partir dos quatro meses de vida seguindo o esquema alimentar

para crianccedilas natildeo amamentadas representado pela Figura 1 (BRASIL 2013)

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas

Fonte Ministeacuterio da Sauacutede 2013

A introduccedilatildeo deve ser lenta e gradual respeitando-se a aceitaccedilatildeo da crianccedila e deve-se

ofertar um alimento de cada grupo principalmente carne para prevenir a anemia (BRASIL

2012)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel deve se basear em alimentos in natura e

produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos variados pois

satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos (BRASIL 2009a) O

consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece diferentes

nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas as quais estatildeo em acelerado

crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico e em formaccedilatildeo dos haacutebitos alimentares

Sabe-se que quanto mais colorida for a alimentaccedilatildeo mais vitaminas e minerais ela conteacutem

aleacutem disso deve-se respeitar a lei da harmonia ela garante o equiliacutebrio em quantidade e em

qualidade dos alimentos consumidos (BRASIL 2009a)

Para facilitar a escolha dos alimentos pode-se tomar como referecircncia os guias

alimentares que descrevem as recomendaccedilotildees quantitativas e qualitativas dos padrotildees

dieteacuteticos A Piracircmide Alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) foi adaptada de Philippi ST et al Rev Nutr 12 65-80 1999 e eacute a

representaccedilatildeo graacutefica do Guia Alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) no ano de 2005 permitindo agrave populaccedilatildeo fazer escolhas saudaacuteveis e

obter uma alimentaccedilatildeo adequada (BRASIL 2005 SBP 2012)

21

A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

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BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

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BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

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_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

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ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

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3 JUSTIFICATIVA

Apesar dos avanccedilos na prevalecircncia do aleitamento materno e sua mediana de duraccedilatildeo

a alimentaccedilatildeo complementar natildeo segue o mesmo curso de evoluccedilatildeo A introduccedilatildeo precoce de

alimentos pouco nutritivos e ao mesmo tempo a deficiente introduccedilatildeo de alimentos saudaacuteveis

tornam a alimentaccedilatildeo complementar inadequada

Este perfil alimentar infantil estaacute influenciando no aumento da prevalecircncia de excesso

de peso na infacircncia encontrado nos uacuteltimos anos e ao mesmo tempo ainda existem

deficiecircncias de micronutrientes acometendo crianccedilas nesta fase da vida principalmente nas

regiotildees mais carentes do paiacutes

Dessa forma eacute fundamental que oacutergatildeos de sauacutede realizem o monitoramento das

praacuteticas alimentares na infacircncia proporcionando um melhor planejamento das accedilotildees de sauacutede

construindo estrateacutegias de prevenccedilatildeo e controle dos agravos para o grupo infantil na atenccedilatildeo

baacutesica

A realizaccedilatildeo deste trabalho proporciona informaccedilotildees valiosas para a construccedilatildeo de

estrateacutegias de prevenccedilatildeo e combate aos erros alimentares em crianccedilas na faixa etaacuteria de 6 a

24 meses com destaque aquelas desmamadas pois satildeo consideradas como um grupo de maior

risco para as carecircncias nutricionais uma vez que natildeo haacute a oferta de leite materno para garantir

os nutrientes adequados Aleacutem disto permite o dignoacutestico nutricional destas crianccedilas a fim de

intervir em possiacuteveis prejuiacutezos ao estado nutricional

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4 REVISAtildeO DA LITERATURA

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno este acontece

quando a crianccedila recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) independentemente de

receber ou natildeo outros alimentos (BRASIL 2009a) Segue abaixo as definiccedilotildees de aleitamento

materno adotadas pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e reconhecidas no mundo

inteiro (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Aleitamento materno exclusivo quando a crianccedila recebe somente leite materno

direto da mama ou ordenhado ou leite humano de outra fonte sem outros liacutequidos

ou soacutelidos com exceccedilatildeo de gotas ou xaropes contendo vitaminas sais de reidrataccedilatildeo

oral suplementos minerais ou medicamentos

Aleitamento materno predominante quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno aacutegua ou bebidas agrave base de aacutegua (aacutegua adocicada chaacutes infusotildees) e sucos de

frutas

Aleitamento materno misto ou parcial quando a crianccedila recebe leite materno e

outros tipos de leite

Aleitamento materno complementado quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno qualquer alimento soacutelido ou semi-soacutelido com a finalidade de complementaacute-

lo e natildeo de substituiacute-lo Nesta categoria a crianccedila pode receber aleacutem do leite

materno outro tipo de leite mas este natildeo eacute considerado alimento complementar

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam

aleitamento materno exclusivo ateacute os seis meses de idade sob regime de livre demanda pois

nesta fase o leite materno eacute capaz de suprir as necessidades nutricionais da crianccedila para o seu

adequado crescimento e desenvolvimento O mesmo natildeo acontece apoacutes os seis meses assim

a partir desta idade o aleitamento materno deve ser complementado ateacute os dois anos ou mais

(BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

A amamentaccedilatildeo possui inuacutemeras vantagens especialmente nos primeiros meses de

vida (BRASIL 2005) Graccedilas aos inuacutemeros fatores existentes no leite materno que protegem

contra infecccedilotildees haacute uma menor taxa de mortalidade entre as crianccedilas amamentadas

(BRASIL 2009a) Tambeacutem haacute evidecircncias sugerindo que o aleitamento materno apresenta

benefiacutecios em longo prazo como mostra uma revisatildeo publicada pela OMS a qual verificou

que os indiviacuteduos adultos amamentados adequadamente durante a infacircncia apresentaram

pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica mais baixas (-12mmHg e -05mmHg respectivamente) niacuteveis

menores de colesterol total (-018mmolL) risco 37 menor de apresentar diabetes tipo 2 e

22 menores chances de vir a apresentar sobrepesoobesidade (BRASIL 2012)

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Apesar das inuacutemeras vantagens do aleitamento materno tanto no periacuteodo criacutetico do

crescimento e desenvolvimento como na vida adulta o desmame ainda acontece de forma

precoce (BRASIL 2012) De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento

Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia de

aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de 6 meses foi de 41 no conjunto das

capitais brasileiras e Distrito Federal (DF) e sua duraccedilatildeo mediana foi de 541 dias (18 meses)

(BRASIL 2009b)

A regiatildeo Nordeste obteve o pior resultado entre as demais regiotildees apresentando

apenas 37 de prevalecircncia do AME e 349 dias de duraccedilatildeo Jaacute a prevalecircncia do aleitamento

materno (AM) entre crianccedilas de 9 a 12 meses foi de 587 no conjunto das capitais brasileiras

e DF e a estimativa de duraccedilatildeo mediana foi de 3416 dias (112 meses) neste quesito a regiatildeo

Nordeste encontra-se acima da meacutedia nacional com 591 e 114 meses respectivamente

(BRASIL 2009b)

A Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que em 2013 no Brasil 506 das

crianccedilas com idade de 9 a 12 meses estavam em aleitamento materno de modo complementar

o que mostra uma diminuiccedilatildeo na prevalecircncia de crianccedilas que mantem a amamentaccedilatildeo apoacutes os

nove meses (IBGE 2015)

As recomendaccedilotildees de aleitamento materno principalmente exclusivo natildeo satildeo

cumpridas devido agrave introduccedilatildeo precoce de alimentos o que coloca em risco a sauacutede da

crianccedila (PALMA et al 2009) O consumo precoce de alimentos complementares interfere na

amamentaccedilatildeo e pode natildeo suprir as necessidades nutricionais dessa faixa etaacuteria onde a

velocidade de crescimento eacute elevada podendo desenvolver deficiecircncias nutricionais (SBP

2006)

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees

Considera-se atualmente que o periacuteodo ideal para a introduccedilatildeo de alimentos

complementares eacute apoacutes o sexto mecircs de vida pois a partir deste momento o leite materno natildeo

consegue sozinho suprir as demandas nutricionais da crianccedila (SBP 2006) Aleacutem disso a

crianccedila jaacute apresenta um desenvolvimento geral e neuroloacutegico adequados como a mastigaccedilatildeo

degluticcedilatildeo digestatildeo e excreccedilatildeo permitindo o consumo de novos alimentos o que o leva a

conhecer novos sabores cores aromas texturas e saberes aproximando-o progressivamente

aos haacutebitos alimentares da famiacutelia (BRASIL 2009a)

No ano de 2013 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou a 2ordf ediccedilatildeo dos Dez passos para uma

alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos onde recomenda

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que as crianccedilas em situaccedilotildees em que o aleitamento materno natildeo eacute praticado devem iniciar a

alimentaccedilatildeo complementar a partir dos quatro meses de vida seguindo o esquema alimentar

para crianccedilas natildeo amamentadas representado pela Figura 1 (BRASIL 2013)

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas

Fonte Ministeacuterio da Sauacutede 2013

A introduccedilatildeo deve ser lenta e gradual respeitando-se a aceitaccedilatildeo da crianccedila e deve-se

ofertar um alimento de cada grupo principalmente carne para prevenir a anemia (BRASIL

2012)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel deve se basear em alimentos in natura e

produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos variados pois

satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos (BRASIL 2009a) O

consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece diferentes

nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas as quais estatildeo em acelerado

crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico e em formaccedilatildeo dos haacutebitos alimentares

Sabe-se que quanto mais colorida for a alimentaccedilatildeo mais vitaminas e minerais ela conteacutem

aleacutem disso deve-se respeitar a lei da harmonia ela garante o equiliacutebrio em quantidade e em

qualidade dos alimentos consumidos (BRASIL 2009a)

Para facilitar a escolha dos alimentos pode-se tomar como referecircncia os guias

alimentares que descrevem as recomendaccedilotildees quantitativas e qualitativas dos padrotildees

dieteacuteticos A Piracircmide Alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) foi adaptada de Philippi ST et al Rev Nutr 12 65-80 1999 e eacute a

representaccedilatildeo graacutefica do Guia Alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) no ano de 2005 permitindo agrave populaccedilatildeo fazer escolhas saudaacuteveis e

obter uma alimentaccedilatildeo adequada (BRASIL 2005 SBP 2012)

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A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

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Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

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Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

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Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

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BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

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BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

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_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

18

4 REVISAtildeO DA LITERATURA

41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual

Uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel eacute iniciada com o aleitamento materno este acontece

quando a crianccedila recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) independentemente de

receber ou natildeo outros alimentos (BRASIL 2009a) Segue abaixo as definiccedilotildees de aleitamento

materno adotadas pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e reconhecidas no mundo

inteiro (BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

Aleitamento materno exclusivo quando a crianccedila recebe somente leite materno

direto da mama ou ordenhado ou leite humano de outra fonte sem outros liacutequidos

ou soacutelidos com exceccedilatildeo de gotas ou xaropes contendo vitaminas sais de reidrataccedilatildeo

oral suplementos minerais ou medicamentos

Aleitamento materno predominante quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno aacutegua ou bebidas agrave base de aacutegua (aacutegua adocicada chaacutes infusotildees) e sucos de

frutas

Aleitamento materno misto ou parcial quando a crianccedila recebe leite materno e

outros tipos de leite

Aleitamento materno complementado quando a crianccedila recebe aleacutem do leite

materno qualquer alimento soacutelido ou semi-soacutelido com a finalidade de complementaacute-

lo e natildeo de substituiacute-lo Nesta categoria a crianccedila pode receber aleacutem do leite

materno outro tipo de leite mas este natildeo eacute considerado alimento complementar

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e o Ministeacuterio da Sauacutede (MS) recomendam

aleitamento materno exclusivo ateacute os seis meses de idade sob regime de livre demanda pois

nesta fase o leite materno eacute capaz de suprir as necessidades nutricionais da crianccedila para o seu

adequado crescimento e desenvolvimento O mesmo natildeo acontece apoacutes os seis meses assim

a partir desta idade o aleitamento materno deve ser complementado ateacute os dois anos ou mais

(BRASIL 2005 e 2009a SBP 2006)

A amamentaccedilatildeo possui inuacutemeras vantagens especialmente nos primeiros meses de

vida (BRASIL 2005) Graccedilas aos inuacutemeros fatores existentes no leite materno que protegem

contra infecccedilotildees haacute uma menor taxa de mortalidade entre as crianccedilas amamentadas

(BRASIL 2009a) Tambeacutem haacute evidecircncias sugerindo que o aleitamento materno apresenta

benefiacutecios em longo prazo como mostra uma revisatildeo publicada pela OMS a qual verificou

que os indiviacuteduos adultos amamentados adequadamente durante a infacircncia apresentaram

pressotildees sistoacutelica e diastoacutelica mais baixas (-12mmHg e -05mmHg respectivamente) niacuteveis

menores de colesterol total (-018mmolL) risco 37 menor de apresentar diabetes tipo 2 e

22 menores chances de vir a apresentar sobrepesoobesidade (BRASIL 2012)

19

Apesar das inuacutemeras vantagens do aleitamento materno tanto no periacuteodo criacutetico do

crescimento e desenvolvimento como na vida adulta o desmame ainda acontece de forma

precoce (BRASIL 2012) De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento

Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia de

aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de 6 meses foi de 41 no conjunto das

capitais brasileiras e Distrito Federal (DF) e sua duraccedilatildeo mediana foi de 541 dias (18 meses)

(BRASIL 2009b)

A regiatildeo Nordeste obteve o pior resultado entre as demais regiotildees apresentando

apenas 37 de prevalecircncia do AME e 349 dias de duraccedilatildeo Jaacute a prevalecircncia do aleitamento

materno (AM) entre crianccedilas de 9 a 12 meses foi de 587 no conjunto das capitais brasileiras

e DF e a estimativa de duraccedilatildeo mediana foi de 3416 dias (112 meses) neste quesito a regiatildeo

Nordeste encontra-se acima da meacutedia nacional com 591 e 114 meses respectivamente

(BRASIL 2009b)

A Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que em 2013 no Brasil 506 das

crianccedilas com idade de 9 a 12 meses estavam em aleitamento materno de modo complementar

o que mostra uma diminuiccedilatildeo na prevalecircncia de crianccedilas que mantem a amamentaccedilatildeo apoacutes os

nove meses (IBGE 2015)

As recomendaccedilotildees de aleitamento materno principalmente exclusivo natildeo satildeo

cumpridas devido agrave introduccedilatildeo precoce de alimentos o que coloca em risco a sauacutede da

crianccedila (PALMA et al 2009) O consumo precoce de alimentos complementares interfere na

amamentaccedilatildeo e pode natildeo suprir as necessidades nutricionais dessa faixa etaacuteria onde a

velocidade de crescimento eacute elevada podendo desenvolver deficiecircncias nutricionais (SBP

2006)

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees

Considera-se atualmente que o periacuteodo ideal para a introduccedilatildeo de alimentos

complementares eacute apoacutes o sexto mecircs de vida pois a partir deste momento o leite materno natildeo

consegue sozinho suprir as demandas nutricionais da crianccedila (SBP 2006) Aleacutem disso a

crianccedila jaacute apresenta um desenvolvimento geral e neuroloacutegico adequados como a mastigaccedilatildeo

degluticcedilatildeo digestatildeo e excreccedilatildeo permitindo o consumo de novos alimentos o que o leva a

conhecer novos sabores cores aromas texturas e saberes aproximando-o progressivamente

aos haacutebitos alimentares da famiacutelia (BRASIL 2009a)

No ano de 2013 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou a 2ordf ediccedilatildeo dos Dez passos para uma

alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos onde recomenda

20

que as crianccedilas em situaccedilotildees em que o aleitamento materno natildeo eacute praticado devem iniciar a

alimentaccedilatildeo complementar a partir dos quatro meses de vida seguindo o esquema alimentar

para crianccedilas natildeo amamentadas representado pela Figura 1 (BRASIL 2013)

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas

Fonte Ministeacuterio da Sauacutede 2013

A introduccedilatildeo deve ser lenta e gradual respeitando-se a aceitaccedilatildeo da crianccedila e deve-se

ofertar um alimento de cada grupo principalmente carne para prevenir a anemia (BRASIL

2012)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel deve se basear em alimentos in natura e

produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos variados pois

satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos (BRASIL 2009a) O

consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece diferentes

nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas as quais estatildeo em acelerado

crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico e em formaccedilatildeo dos haacutebitos alimentares

Sabe-se que quanto mais colorida for a alimentaccedilatildeo mais vitaminas e minerais ela conteacutem

aleacutem disso deve-se respeitar a lei da harmonia ela garante o equiliacutebrio em quantidade e em

qualidade dos alimentos consumidos (BRASIL 2009a)

Para facilitar a escolha dos alimentos pode-se tomar como referecircncia os guias

alimentares que descrevem as recomendaccedilotildees quantitativas e qualitativas dos padrotildees

dieteacuteticos A Piracircmide Alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) foi adaptada de Philippi ST et al Rev Nutr 12 65-80 1999 e eacute a

representaccedilatildeo graacutefica do Guia Alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) no ano de 2005 permitindo agrave populaccedilatildeo fazer escolhas saudaacuteveis e

obter uma alimentaccedilatildeo adequada (BRASIL 2005 SBP 2012)

21

A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

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de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

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sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

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assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

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Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

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DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

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Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

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Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

19

Apesar das inuacutemeras vantagens do aleitamento materno tanto no periacuteodo criacutetico do

crescimento e desenvolvimento como na vida adulta o desmame ainda acontece de forma

precoce (BRASIL 2012) De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento

Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia de

aleitamento materno exclusivo (AME) em menores de 6 meses foi de 41 no conjunto das

capitais brasileiras e Distrito Federal (DF) e sua duraccedilatildeo mediana foi de 541 dias (18 meses)

(BRASIL 2009b)

A regiatildeo Nordeste obteve o pior resultado entre as demais regiotildees apresentando

apenas 37 de prevalecircncia do AME e 349 dias de duraccedilatildeo Jaacute a prevalecircncia do aleitamento

materno (AM) entre crianccedilas de 9 a 12 meses foi de 587 no conjunto das capitais brasileiras

e DF e a estimativa de duraccedilatildeo mediana foi de 3416 dias (112 meses) neste quesito a regiatildeo

Nordeste encontra-se acima da meacutedia nacional com 591 e 114 meses respectivamente

(BRASIL 2009b)

A Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que em 2013 no Brasil 506 das

crianccedilas com idade de 9 a 12 meses estavam em aleitamento materno de modo complementar

o que mostra uma diminuiccedilatildeo na prevalecircncia de crianccedilas que mantem a amamentaccedilatildeo apoacutes os

nove meses (IBGE 2015)

As recomendaccedilotildees de aleitamento materno principalmente exclusivo natildeo satildeo

cumpridas devido agrave introduccedilatildeo precoce de alimentos o que coloca em risco a sauacutede da

crianccedila (PALMA et al 2009) O consumo precoce de alimentos complementares interfere na

amamentaccedilatildeo e pode natildeo suprir as necessidades nutricionais dessa faixa etaacuteria onde a

velocidade de crescimento eacute elevada podendo desenvolver deficiecircncias nutricionais (SBP

2006)

42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees

Considera-se atualmente que o periacuteodo ideal para a introduccedilatildeo de alimentos

complementares eacute apoacutes o sexto mecircs de vida pois a partir deste momento o leite materno natildeo

consegue sozinho suprir as demandas nutricionais da crianccedila (SBP 2006) Aleacutem disso a

crianccedila jaacute apresenta um desenvolvimento geral e neuroloacutegico adequados como a mastigaccedilatildeo

degluticcedilatildeo digestatildeo e excreccedilatildeo permitindo o consumo de novos alimentos o que o leva a

conhecer novos sabores cores aromas texturas e saberes aproximando-o progressivamente

aos haacutebitos alimentares da famiacutelia (BRASIL 2009a)

No ano de 2013 o Ministeacuterio da Sauacutede publicou a 2ordf ediccedilatildeo dos Dez passos para uma

alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos onde recomenda

20

que as crianccedilas em situaccedilotildees em que o aleitamento materno natildeo eacute praticado devem iniciar a

alimentaccedilatildeo complementar a partir dos quatro meses de vida seguindo o esquema alimentar

para crianccedilas natildeo amamentadas representado pela Figura 1 (BRASIL 2013)

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas

Fonte Ministeacuterio da Sauacutede 2013

A introduccedilatildeo deve ser lenta e gradual respeitando-se a aceitaccedilatildeo da crianccedila e deve-se

ofertar um alimento de cada grupo principalmente carne para prevenir a anemia (BRASIL

2012)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel deve se basear em alimentos in natura e

produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos variados pois

satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos (BRASIL 2009a) O

consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece diferentes

nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas as quais estatildeo em acelerado

crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico e em formaccedilatildeo dos haacutebitos alimentares

Sabe-se que quanto mais colorida for a alimentaccedilatildeo mais vitaminas e minerais ela conteacutem

aleacutem disso deve-se respeitar a lei da harmonia ela garante o equiliacutebrio em quantidade e em

qualidade dos alimentos consumidos (BRASIL 2009a)

Para facilitar a escolha dos alimentos pode-se tomar como referecircncia os guias

alimentares que descrevem as recomendaccedilotildees quantitativas e qualitativas dos padrotildees

dieteacuteticos A Piracircmide Alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) foi adaptada de Philippi ST et al Rev Nutr 12 65-80 1999 e eacute a

representaccedilatildeo graacutefica do Guia Alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) no ano de 2005 permitindo agrave populaccedilatildeo fazer escolhas saudaacuteveis e

obter uma alimentaccedilatildeo adequada (BRASIL 2005 SBP 2012)

21

A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

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______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

20

que as crianccedilas em situaccedilotildees em que o aleitamento materno natildeo eacute praticado devem iniciar a

alimentaccedilatildeo complementar a partir dos quatro meses de vida seguindo o esquema alimentar

para crianccedilas natildeo amamentadas representado pela Figura 1 (BRASIL 2013)

Figura 1 ndash Esquema alimentar para crianccedilas natildeo amamentadas

Fonte Ministeacuterio da Sauacutede 2013

A introduccedilatildeo deve ser lenta e gradual respeitando-se a aceitaccedilatildeo da crianccedila e deve-se

ofertar um alimento de cada grupo principalmente carne para prevenir a anemia (BRASIL

2012)

Uma alimentaccedilatildeo complementar saudaacutevel deve se basear em alimentos in natura e

produzidos regionalmente como tubeacuterculos frutas legumes verduras e gratildeos variados pois

satildeo alimentos saudaacuteveis saborosos nutritivos e culturalmente valiosos (BRASIL 2009a) O

consumo de vaacuterios tipos de alimentos evita a monotonia alimentar e fornece diferentes

nutrientes para atender as necessidades nutricionais das crianccedilas as quais estatildeo em acelerado

crescimento e desenvolvimento fiacutesico e neuroloacutegico e em formaccedilatildeo dos haacutebitos alimentares

Sabe-se que quanto mais colorida for a alimentaccedilatildeo mais vitaminas e minerais ela conteacutem

aleacutem disso deve-se respeitar a lei da harmonia ela garante o equiliacutebrio em quantidade e em

qualidade dos alimentos consumidos (BRASIL 2009a)

Para facilitar a escolha dos alimentos pode-se tomar como referecircncia os guias

alimentares que descrevem as recomendaccedilotildees quantitativas e qualitativas dos padrotildees

dieteacuteticos A Piracircmide Alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela Sociedade

Brasileira de Pediatria (SBP) foi adaptada de Philippi ST et al Rev Nutr 12 65-80 1999 e eacute a

representaccedilatildeo graacutefica do Guia Alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede (MS) no ano de 2005 permitindo agrave populaccedilatildeo fazer escolhas saudaacuteveis e

obter uma alimentaccedilatildeo adequada (BRASIL 2005 SBP 2012)

21

A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

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BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

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set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

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52

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Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

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PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

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SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

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______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

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Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

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VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

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WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

21

A piracircmide alimentar eacute composta por oito grupos de alimentos cereais patildees e

tubeacuterculos verduras e legumes frutas leites queijos e iogurtes carnes e ovos feijotildees oacuteleos

e gorduras e accediluacutecares e doces distribuiacutedos em quatro niacuteveis considerando sua participaccedilatildeo

na dieta conforme a faixa etaacuteria da crianccedila como estaacute esquematizado na figura 2 (SBP 2012)

Figura 2 ndash Esquema de representaccedilatildeo da Piracircmide Alimentar para Crianccedilas Menores de dois anos

adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

Fonte Sociedade Brasileira de Pediatria 2012

No primeiro niacutevel os alimentos satildeo fontes de carboidratos e devem ser fornecidas de 3

a 5 porccedilotildees Entende-se por porccedilatildeo a quantidade de alimentos em sua forma usual de

consumo expressa em medidas caseiras unidades ou forma de consumo (BRASIL 2005) O

segundo niacutevel eacute formado pelas verduras e legumes e frutas que satildeo alimentos fontes de

vitaminas e minerais e devem ser oferecidas 3 porccedilotildees de verduras e legumes e de 3 a 4

porccedilotildees de frutas Os alimentos proteacuteicos estatildeo presentes no terceiro niacutevel que eacute composto

pelos leites queijos e iogurtes carnes e ovos e feijotildees e se recomenda ofertar 3 2 e 1

porccedilatildeo respectivamente O uacuteltimo niacutevel eacute representado pelos oacuteleos e gorduras e accediluacutecares e

doces os quais devem ser consumidos com moderaccedilatildeo sendo 2 porccedilotildees de oacuteleos e gorduras e

1 porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas de 1 a 3 anos natildeo sendo recomendado para

crianccedilas menores de 1 ano Os alimentos de um mesmo grupo podem ser substituiacutedos entre si

(BRASIL 2005 SBP 2012)

Poreacutem a atualizaccedilatildeo do Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos publicado

em 2013 recomenda diferentemente da publicaccedilatildeo anterior natildeo utiliza a representaccedilatildeo

graacutefica da piracircmide alimentar bem como recomenda o consumo de duas porccedilotildees de

leguminosas e nenhuma porccedilatildeo de accediluacutecares e doces para crianccedilas menores de 2 anos

(BRASIL 2013)

O que determina as necessidades energeacuteticas das crianccedilas saudaacuteveis satildeo as taxas

metaboacutelica basal e de crescimento e o gasto energeacutetico (MAHAN ESCOTT-STUMP

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

22

RAYMOND 2012) As recomendaccedilotildees atuais de energia para crianccedilas menores de 2 anos

leva em consideraccedilatildeo o peso delas e natildeo as distingue por sexo O Institute of Medicine (IOM)

adota foacutermulas que utilizam o peso da crianccedila de acordo com a faixa etaacuteria para determinar o

requerimento energeacutetico estimado (EER) como seraacute descrito a seguir (VITOLO 2015)

EER ndash de 0 a 12 meses

0 a 3 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 175kcal

4 a 6 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 56kcal

7 a 12 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 22kcal

EER ndash de 13 a 36 meses

13 a 36 meses (89 x peso [kg] ndash 100) + 20kcal

A alimentaccedilatildeo complementar deve fornecer 200 kcaldia para crianccedilas de 6 a 8 meses

300 kcaldia de 9 a 11 meses e 550 kcaldia dos 12 aos 23 meses para as que ainda recebem

leite materno Jaacute aquelas que natildeo recebem mais o leite materno e sim outro tipo de leite a

caloria fornecida pela alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 250 kcaldia para crianccedilas de 6 a

8 meses 450 kcaldia dos 9 aos 11 meses e 750 kcaldia dos 12 aos 24 meses e a densidade

energeacutetica deve ser de no miacutenimo 08 kcalg (WHO 2005)

Devido a inexistecircncia de preconizaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo energeacutetica dos macronutrientes

para o primeiro ano de vida eacute utilizado como referecircncia os valores indicados pela Dietary

Reference Intake (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade sendo 45 a 65 de carboidratos

30 a 40 de lipiacutedeos e 5 a 20 de proteiacutenas As proteiacutenas de alto valor bioloacutegico podem ser

recomendadas calculando-se de acordo com o peso da crianccedila a ingestatildeo diaacuteria recomendada

(RDA) eacute de 12 gkgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 105 gkgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos (VITOLO 2015) Elas atuam na reparaccedilatildeo tecidual deposiccedilatildeo de massa corporal magra

e crescimento e no primeiro ano de vida satildeo mais consumidas principalmente atraveacutes do leite

materno ou de foacutermulas infantis (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) Com a

introduccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar a crianccedila entra em contato com outras fontes

proteacuteicas deve-se dar destaque agraves carnes em geral leites e derivados e ovos pois apresentam

alto valor bioloacutegico e melhor digestibilidade o que melhora a qualidade proteacuteica das

refeiccedilotildees Para se atingir a quantidade recomendada na alimentaccedilatildeo da crianccedila a densidade

proteacuteica dos alimentos complementares deve ser de 07g100kcal dos 6 aos 24 meses (WHO

2005 DIAS 2010)

Outros nutrientes importantes nessa fase da vida satildeo o caacutelcio o ferro e a vitamina A A

principal funccedilatildeo do caacutelcio eacute a adequada mineralizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo dos ossos e dentes e sua

recomendaccedilatildeo diaacuteria de acordo com a Food and Agriculture Organization e World Health

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

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STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

23

Organization (FAOWHO) 2004 para crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 400mgdia que natildeo estatildeo

em aleitamento materno e para crianccedilas de 1 a 3 anos eacute de 500mgdia (MAHAN ESCOTT-

STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015) As recomendaccedilotildees da Dietary Reference

Intakes (DRI) para o caacutelcio no primeiro ano de vida satildeo estabelecidades considerando a

obtenccedilatildeo dos velores atraveacutes do consumo de leite materno (VITOLO 2015)

O aporte adequado de ferro eacute uma das maiores preocupaccedilotildees durante a infacircncia pois

nesse periacuteodo existe um alto risco de desenvolvimento de anemia por deficiecircncia desse

mineral A deficiecircncia de ferro pode acarretar alteraccedilotildees de pele e mucosas baixo peso para a

idade deacuteficit motor psicoloacutegico comportamental imunoloacutegico cognitivo e de linguagem A

RDA de ferro eacute de 11mgdia para crianccedilas de 6 a 12 meses e de 7mgdia para crianccedilas de 1 a 3

anos de idade (MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012) E sua densidade na

alimentaccedilatildeo complementar deve ser de 4mg100kcal dos 6 aos 8 meses 24mg100kcal dos 9

aos 11 meses e 08mg100kcal dos 12 aos 24 meses (WHO 2005 PALMA 2009)

Devido ao baixo consumo de ferro no primeiro ano de vida faz-se necessaacuterio a

aplicaccedilatildeo de algumas estrateacutegias para aumentar o seu consumo como a adequaccedilatildeo das

praacuteticas alimentares a fortificaccedilatildeo de alimentos e a suplementaccedilatildeo medicamentosa (PALMA

2009) A suplementaccedilatildeo medicamentosa eacute a mais tradicional intervenccedilatildeo para o combate da

carecircncia de ferro (TADDEI et al 2011) De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria ndash

SBP (2012) e Ministeacuterio da Sauacutede (2012) a suplementaccedilatildeo de ferro em receacutem-nascidos a

termo de peso adequado para a idade gestacional em aleitamento materno eacute de 1 a 2 mg de

ferro elementarkgdia de 6 a 24 meses de vida jaacute agravequeles que natildeo estiverem em aleitamento

materno deve-se iniciar a partir dos 4 meses

Nesse contexto a Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) estimou que 579 das crianccedilas

de 6 a 24 meses jaacute receberam suplementaccedilatildeo de sulfato ferroso sendo que a regiatildeo Nordeste

apresentou uma meacutedia inferior agrave nacional com 507 das crianccedilas suplementadas (IBGE

2015)

As altas taxas de inadequaccedilatildeo de vitamina A observadas em crianccedilas menores de 5

anos devem-se agraves infecccedilotildees e infestaccedilotildees gastrointestinais as quais comprometem a absorccedilatildeo

dessa vitamina ao mesmo tempo em que haacute uma alta demanda para os processos bioloacutegicos

(TADDEI et al 2011) A hipovitaminose A eacute um problema de sauacutede puacuteblica em vaacuterias

localidades principalmente em paiacuteses em desenvolvimento como o Brasil e atinge

principalmente os grupos mais vulneraacuteveis como receacutem-nascidos gestantes pueacuterperas e preacute-

escolares (TADDEI et al 2011)

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

24

Entre as estrateacutegias disponiacuteveis para o combate dessa deficiecircncia a OMS recomenda a

administraccedilatildeo de suplementos de vitamina A na forma de megadoses por via oral de 100000

UI para crianccedilas de 6 a 12 meses e 200000 UI dos 12 aos 72 meses que devem ser

administradas a cada 4 a 6 meses juntamente agrave fortificaccedilatildeo de alimentos e agrave diversificaccedilatildeo

alimentar que deve atingir a RDA de 500microgdia para crianccedilas de 7 a 12 meses e 300microgdia

em crianccedilas de 1 a 3 anos e suas fontes satildeo principalmente alimentos de origem animal e

vegetais folhosos verde-escuros e em vegetais e frutas amarelo-alaranjados (TADDEI et al

2011 SBP 2012 MAHAN ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012 VITOLO 2015)

Um mineral que deve ter sua ingestatildeo mais controlada eacute o soacutedio ele eacute requerido na

infacircncia para o crescimento normal mas haacute a possibilidade de seu consumo excessivo durante

os primeiros anos de vida levar agrave hipertensatildeo em adultos A hipertensatildeo eacute uma das principais

causas de mortes nos adultos (VITOLO 2015) As AI (Ingestatildeo Adequada) de soacutedio para

crianccedilas de 7 a 12 meses eacute de 370mgdia e 1000mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos de idade

43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e

desenvolvimento infantil

A baixa adesatildeo ao aleitamento materno e consequumlente desmame de forma precoce

associada a uma alimentaccedilatildeo complementar inadequada podem acarretar diversos problemas

agrave sauacutede da crianccedila menor de dois anos (SBP 2012) Eacute nessa fase da vida que estaacute ocorrendo

um acelerado crescimento e desenvolvimento com expressivas aquisiccedilotildees psicomotoras e

neuroloacutegicas o que acarreta aumento das demandas nutricionais dessa forma a crianccedila

menor de dois anos se configura um grupo de risco e prioridade na Atenccedilatildeo agrave Sauacutede devido a

sua vulnerabilidade nutricional (SBP 2012)

Os cuidados em sauacutede destinados agrave crianccedila menor de dois anos devem enfatizar a

praacutetica alimentar adequada no sentido de evitar sequelas como retardo de crescimento atraso

escolar prevenir as deficiecircncias nutricionais e o desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas na vida

adulta ndash programming (SBP 2012)

O crescimento infantil envolve tanto o aumento das dimensotildees corporais como peso e

estatura como tambeacutem o nuacutemero de ceacutelulas Tais processos satildeo influenciados por fatores

geneacuteticos ambientais e psicoloacutegicos caracterizando-se como um processo complexo

(VITOLO 2015) Ateacute os dois anos de idade o crescimento reflete as condiccedilotildees de nascimento

e ambientais nesta uacuteltima a nutriccedilatildeo eacute considerada um dos principais fatores a influenciar no

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

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_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

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Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

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_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

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53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

25

crescimento da crianccedila (VITOLO 2015) Assim como o crescimento o processo de

desenvolvimento da crianccedila caracterizado pela capacidade de realizar funccedilotildees eacute acelerado

nos primeiros meses de vida e tem por base a maturaccedilatildeo progressiva do sistema nervoso

central o qual tambeacutem depende de uma nutriccedilatildeo adequada e estiacutemulos ambientais (MAHAN

ESCOTT-STUMP RAYMOND 2012)

Neste grupo infantil a principal causa das carecircncias nutricionais eacute a introduccedilatildeo

inadequada dos alimentos complementares associadas ao desmame precoce e manutenccedilatildeo de

dietas basicamente laacutecteas (MODESTO DEVINCENZI SIGULEM 2007) A anemia eacute

considerada a mais prevalente carecircncia nutricional em todo o mundo e a mais frequumlente na

infacircncia sendo a deficiecircncia de ferro a mais comum acometendo 95 dos casos de anemias

Nos paiacuteses em desenvolvimento eacute estimado que 50 da populaccedilatildeo infantil abaixo de 4 anos

sofre de anemia E esta deficiecircncia pode acarretar problemas no sistema nervoso central

relacionados com a aquisiccedilatildeo de funccedilotildees neuropsicomotoras (TADDEI et al 2011) A

vitamina A tambeacutem eacute um nutriente de destaque principalmente durante a gestaccedilatildeo e lactaccedilatildeo

pois sua deficiecircncia afeta diretamente importantes processos fisioloacutegicos

44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos

Para identificar a ingestatildeo alimentar e comparaacute-la com as recomendaccedilotildees nutricionais

eacute necessaacuterio realizar a avaliaccedilatildeo dieteacutetica Os meacutetodos mais utilizados descritos na literatura

baseiam-se nas informaccedilotildees relatadas pelos indiviacuteduos (PALMA 2009) Para lactentes pode

ser utilizada a teacutecnica do recordatoacuterio de 24 horas ou dia alimentar habitual para obter os

dados de ingestatildeo alimentar (VITOLO 2015)

O recordatoacuterio de 24 horas eacute um meacutetodo retrospectivo raacutepido faacutecil e de baixo custo

onde o entrevistador pede ao paciente ou responsaacutevel no caso de crianccedilas ateacute 7 anos que

relatem seu consumo alimentar nas 24 horas anteriores agrave entrevista Poreacutem este meacutetodo

possui alguns fatores que podem afetar a qualidade dos dados como o registro incorreto das

respostas omissatildeo intencional descriccedilatildeo incompleta erro na conversatildeo de medidas caseiras

em gramas e esquecimento do indiviacuteduo pois eacute um meacutetodo que depende da memoacuteria Com

os lactentes eacute muito comum que a matildee relate as quantidades oferecidas e natildeo as reais

consumidas pela crianccedila (VITOLO 2008 PALMA 2009)

A avaliaccedilatildeo do consumo alimentar tambeacutem pode ser realizada atraveacutes da anaacutelise dos

marcadores de consumo alimentar com o preenchimento de formulaacuterios disponibilizados no

Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (Sisvan Web) atualmente adotados na Atenccedilatildeo

baacutesica (BRASIL 2015)

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

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MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

26

Entre os formulaacuterios disponiacuteveis encontra-se um para crianccedilas de seis a 23 meses e 29

dias de idade o qual foi baseado em um documento sobre indicadores para avaliaccedilatildeo das

praacuteticas de alimentaccedilatildeo de lactentes e crianccedilas publicado pela OMS (BRASIL 2015) O

objetivo desse formulaacuterio eacute caracterizar a alimentaccedilatildeo de crianccedilas nessa faixa etaacuteria

observando comportamentos de risco tanto para a ocorrecircncia de deficiecircncia de micronutriente

com excesso de peso (BRASIL 2015)

Aleacutem da avaliaccedilatildeo dieteacutetica o nutricionista deve realizar outras avaliaccedilotildees como

antropomeacutetrica bioquiacutemica e cliacutenica com o intuito de determinar o estado de sauacutede do

indiviacuteduo ou populaccedilatildeo estudada A avaliaccedilatildeo nutricional compreende a interpretaccedilatildeo das

informaccedilotildees obtidas em todas elas (PALMA 2009)

O acompanhamento do estado nutricional do lactente atraveacutes da antropometria leva

em consideraccedilatildeo o peso o comprimento e o periacutemetro cefaacutelico (VITOLO 2008) Para

interpretar as medidas antropomeacutetricas satildeo utilizados iacutendices construiacutedos a partir de duas ou

mais medidas como peso por estatura peso por idade e estatura por idade podendo ser

representados como percentis porcentagem de adequaccedilatildeo e escores Z A partir de entatildeo satildeo

definidos os pontos de corte que comparam o indiviacuteduo com a referecircncia adotada (VITOLO

2008 PALMA 2009)

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

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BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

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BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

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BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

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BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

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_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

27

5 METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como descritivo de delineamento transversal e caraacuteter

ambulatorial realizado nas unidades da Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia (ESF) no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco O municiacutepio se localiza a 49 km do Recife capital do

estado e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) no Censo

Demograacutefico de 2010 a populaccedilatildeo da Vitoacuteria de Santo Antatildeo foi de 129974 habitantes sendo

16545 residentes na aacuterea rural e 113429 na aacuterea urbana A estimativa para 2014 foi de

134871 habitantes

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015 tendo como amostra

crianccedilas menores de dois anos atendidas nas Unidades Baacutesicas de Sauacutede (UBS) do municiacutepio

sendo 10 UBS na aacuterea rural e 16 na aacuterea urbana de forma aleatoacuteria a partir da demanda

espontacircnea nas unidades A populaccedilatildeo de interesse para o presente estudo foram crianccedilas de 6

a 24 meses que natildeo estavam mais recebendo leite materno Foram excluiacutedas as crianccedilas que

recebiam leite materno devido a impossibilidade de analisar a ingestatildeo e composiccedilatildeo do

mesmo De um total de 99 crianccedilas com idade de 6 a 24 meses entrevistadas nas UBS 60 se

enquadraram nas caracteriacutesticas descritas para realizaccedilatildeo das anaacutelises

Este trabalho representou uma subamostra de um projeto maior intitulado Avaliaccedilatildeo

das condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil atendidas nas unidades de sauacutede no

municiacutepio de vitoacuteria de santo antatildeo PE Brasil o qual fez parte do PET Redes de Atenccedilatildeo agrave

Sauacutede ndash Rede Cegonha da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) do Centro

Acadecircmico de Vitoacuteria (CAV) A equipe de trabalho foi composta por pesquisadores que

inclui graduandos dos cursos de nutriccedilatildeo enfermagem e sauacutede coletiva residentes

nutricionistas e enfermeiros

Para participar da pesquisa os pais ou responsaacuteveis pelas crianccedilas assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) e um questionaacuterio (APEcircNDICE B)

adaptado do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional (SISVAN) foi utilizado para obter

informaccedilotildees sobre caracteriacutesticas sociais e demograacuteficas das famiacutelias informaccedilotildees bioloacutegicas

sobre as crianccedilas e sobre as praacuteticas alimentares aleitamento materno e introduccedilatildeo de

alimentos Estes dados foram analisados utilizando-se o software Epi Info versatildeo 604

A avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica foi realizada seguindo as Orientaccedilotildees para coleta e

anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede (MS)

publicada em 2011 para as Unidades Baacutesicas de Sauacutede Foram aferidos o peso e a estatura

das crianccedilas com as balanccedilas pesa bebecirc e infantocircmetros respectivamente presentes nas

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

28

unidades A determinaccedilatildeo dos iacutendices foi feita pelo software Anthro da World Health

Organization (WHO) versatildeo 322 que considera as curvas para crianccedilas publicada em 2006

de pesoidade de meninos (ANEXO A) e meninas (ANEXO B) menores de 5 anos

comprimentoidade de meninos (ANEXO C) e meninas (ANEXO D) menores de 5 anos

pesocomprimento de meninos (ANEXO E) e meninas (ANEXO F) menores de 2 anos e

IMCidade de meninos (ANEXO G) e meninas (ANEXO H) menores de 5 anos Para a

definiccedilatildeo de excesso de peso foi utilizado o ponto de corte de gt + 2 escore z do iacutendice

pesoidade pesoestatura e IMCidade enquanto que o escore lt z ndash 2 determina o baixo peso

nos mesmos iacutendices anteriores e a baixa estatura no iacutendice estaturaidade como encontra-se

nos Protocolos do SISVAN (2008)

O consumo alimentar foi registrado pelo meacutetodo Recordatoacuterio de 24 horas

(APEcircNDICE C) anexado ao questionaacuterio onde as matildees relatavam a quantidade de alimento

ofertada e ingerida expressa em medidas caseiras horaacuterio das refeiccedilotildees e formas de preparo

dos alimentos de um dia sendo este o dia anterior agrave pesquisa Este ponto eacute uma das limitaccedilotildees

do estudo assim como a memoacuteria materna que podem afetar a realidade dos fatos

Para a anaacutelise qualitativa os alimentos consumidos foram transformados em porccedilotildees

em funccedilatildeo dos Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas

menores de dois anos adotado pelo Ministeacuterio da Sauacutede (MS) em 2013 e da Piracircmide

Alimentar para Crianccedilas Menores de 2 anos adotada pela Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) em 2012 afim de verificar possiacuteveis inadequaccedilotildees nos oito grupos existentes A

populaccedilatildeo analisada foi dividida em dois grupos etaacuterios (de 6 a 11 meses e de 12 a 24 meses)

devido agraves diferenccedilas nas recomendaccedilotildees das porccedilotildees

As caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar tambeacutem foram analisadas atraveacutes da

Avaliaccedilatildeo de marcadores de consumo alimentar na atenccedilatildeo baacutesica tambeacutem adotado pelo MS

em 2015 Foram utilizados os indicadores de Introduccedilatildeo de alimentos que reflete a proporccedilatildeo

de crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias que receberam alimentos na frequecircncia recomendada

para a idade no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo Diversidade alimentar miacutenima que apresenta a

proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam os seis grupos alimentares

leite mingau com leite ou iogurte frutas legumes e verduras vegetais ou frutas de cor

alaranjada e folhas verdes escuras carnes e ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos no dia anterior

agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em ferro que reflete a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a

23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em ferro (carnes fiacutegado e feijatildeo) no dia

anterior agrave avaliaccedilatildeo Consumo de alimentos ricos em vitamina A que define a proporccedilatildeo de

crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias que receberam alimentos ricos em vitamina A (vegetal ou

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

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BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

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do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

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Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

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da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

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DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

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de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

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2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

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Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

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MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

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52

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Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

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53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

29

fruta de cor alaranjada ou folhas verdes-escuras) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo e Consumo de

alimentos ultraprocessados que apresenta a proporccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias

que consumiram alimentos ultraprocessados (hambuacuterguer eou embutidos bebidas adoccediladas

macarratildeo instantacircneo salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e biscoito recheado doces

ou guloseimas) no dia anterior agrave avaliaccedilatildeo

Posteriormente os haacutebitos alimentares foram relacionados ao estado nutricional afim

de verificar possiacutevel relaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares inadequados e estado nutrcional da

crianccedila assim como a relaccedilatildeo do estado nutricional com as caracteriacutesticas do leite oferecido

em substituiccedilatildeo ao leite materno As crianccedilas foram separadas em 3 grupos (eutroacutefico risco

de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade) e relacionadas agraves caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar

A anaacutelise quantitativa do recordatoacuterio foi realizada utilizando o Sistema de Avaliaccedilatildeo

e Prescriccedilatildeo Nutricional (AVANUTRI) versatildeo 40 e as medidas caseiras foram convertidas

manualmente em gramas de acordo com Pinheiro et al (2004) e IBGEPOF (2008 ndash 2009)

Para efeito de comparaccedilatildeo foram utilizadas as equaccedilotildees que estimam o requerimento

energeacutetico (EER) diaacuterio de acordo com a faixa etaacuteria para obter a energia total diaacuteria de

acordo com o Institute Of Medicine (IOM) 2002 e a Food and Agriculture Organization e

World Health Organization (FAOWHO) 2005 para a quantidade de calorias que devem ser

fornecidas pela alimentaccedilatildeo complementar A anaacutelise dos macronutrientes foi comparada com

as recomendaccedilotildees da Dietary Reference Intakes (DRI) para crianccedilas de 1 a 3 anos devido a

inexistecircncia de recomendaccedilatildeo para menores de um ano (IOM 2002) Os micronutrientes

analisados como o ferro a vitamina A e o soacutedio tambeacutem foram comparados com as

recomendaccedilotildees da DRI sendo utilizada a Ingestatildeo Diaacuteria Recomendada (RDA) e a Ingestatildeo

Adequada (AI) O soacutedio analisado foi aquele intriacutenseco do alimento atraveacutes das tabelas de

composiccedilatildeo quiacutemica disponiacuteveis natildeo sendo analisado o sal de adiccedilatildeo Jaacute a ingestatildeo do caacutelcio

foi comparada com a recomendaccedilatildeo da FAOWHO (2004) pois a recomendaccedilatildeo da DRI

considera que a crianccedila ainda esteja consumindo o leite materno situaccedilatildeo oposta do presente

estudo Nesta anaacutelise quantitativa as crianccedilas foram separadas em 3 grupos o primeiro grupo

com crianccedilas de 6 meses o segundo com crianccedilas de 7 a 12 meses e o terceiro com 1 a 3

anos por haver diferenccedilas nas recomendaccedilotildees Foi considerado consumo inadequado quando

os valores encontravam-se lt 80 adequado entre 80 e 120 e excessivo gt 120 da

recomendaccedilatildeo e para os consumos de ferro e vitamina A tambeacutem foi considerado os valores

da Estimativa do Requerimento Meacutedio (EAR) que considera 69mgdia de ferro para crianccedilas

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

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sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

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DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

30

de 7 a 12 meses e 3mgdia para crianccedilas de 1 a 3 anos e 210microgdia de vitamina A para

crianccedilas de 1 a 3 anos

A pesquisa foi autorizada pela Prefeitura da Vitoacuteria de Santo Antatildeo atraveacutes da Carta

de Anuecircncia (ANEXO I) e aprovada pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com seres humanos

na Plataforma Brasil com Parecer Consubstanciado do CEP nordm CAAE 15371413800005208

e parecer nordm 390191 (ANEXO J)

31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

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Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

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APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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31

6 RESULTADOS

Foram entrevistadas 99 crianccedilas com idades entre 6 e 24 meses sendo que destas 60

eram desmamadas (606) e foram incluiacutedas no presente estudo Das 60 crianccedilas estudadas

517 satildeo do sexo masculino e observou-se maior proporccedilatildeo de crianccedilas dos 12 aos 24

meses totalizando 60 A maioria dessas crianccedilas (817) recebeu leite materno nos

primeiros meses de vida poreacutem 183 nunca mamaram como mostra a Tabela 1 A mediana

da duraccedilatildeo do aleitamento materno foi de 90 dias

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas de 6 a 24

meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Variaacutevel n ()

Sexo

Feminino 29 (483)

Masculino 31 (517)

Idade

6 - 11 meses 24 (400)

12 - 24 meses 36 (600)

Recebeu leite materno nos primeiros 6 meses

Sim 49 (817)

Natildeo 11 (183)

Quantidade de irmatildeos

Nenhum 29 (483)

Um 19 (317)

Dois ou mais 12 (200)

Nuacutemero de pessoas na residecircncia

Ateacute 3 pessoas 21 (350)

4 - 6 pessoas 34 (567)

7 ou mais pessoas 5 (83)

Renda familiar

lt 1 salaacuterio miacutenimo 10 (167)

1 salaacuterio miacutenimo 25 (417)

gt 1 e le 2 salaacuterios miacutenimos 17 (283)

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

32

Continuaccedilatildeo Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e demograacuteficas e praacutetica de amamentaccedilatildeo de crianccedilas

de 6 a 24 meses nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O principal motivo relatado pelas matildees para a interrupccedilatildeo da amamentaccedilatildeo foi que o

leite produzido era insuficiente ou fraco ocorrendo em 333 dos casos este tambeacutem foi o

motivo de 117 das crianccedilas nunca terem mamado A segunda causa da interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo eacute a de que a crianccedila natildeo queria mais receber o leite materno em 25 dos casos

(dados natildeo apresentados em tabela)

A maioria das residecircncias (567) eacute composta por 4 a 6 pessoas e 483 das crianccedilas

natildeo possuem irmatildeo A maioria das famiacutelias (417) sobrevive com 1 salaacuterio miacutenimo e 533

natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo como mostra a Tabela 1

Em relaccedilatildeo agrave moradia 45 das famiacutelias moravam em casa alugada Quase a

totalidade da amostra do presente estudo (983) reside em casas de alvenaria Em 133 das

casas o lixo natildeo eacute coletado a aacutegua encanada estaacute ausente em 183 das residecircncias e 417

natildeo possui rede de esgoto

Natildeo haacute tratamento da aacutegua consumida por 217 das famiacutelias Das que realizam

algum tratamento 433 consomem aacutegua mineral e as demais utilizam os processos de

filtraccedilatildeo fervura e cloraccedilatildeo em 183 133 e 10 dos casos respectivamente (dados natildeo

apresentados em tabela)

O estado nutricional das crianccedilas foi avaliado a partir de 58 questionaacuterios os outros 2

foram excluiacutedos pois natildeo foi possiacutevel obter o peso da crianccedila Atraveacutes do iacutendice de

pesoidade natildeo foi encontrada nenhuma crianccedila com baixo peso Os iacutendices de pesoestatura

e IMCidade foram avaliados em 40 questionaacuterios nos demais natildeo foi possiacutevel aferir a

estatura da crianccedila sendo entatildeo encontradas prevalecircncias de 30 de crianccedilas com risco de

sobrepeso 75 com sobrepeso e 10 com obesidade como estaacute representado no Graacutefico 1

Em relaccedilatildeo agrave estatura o presente estudo encontrou uma crianccedila com baixa estatura

para a idade e outra com muito baixa estatura para a idade obtendo entatildeo uma prevalecircncia de

5 de crianccedilas com baixa estatura para a idade

Variaacutevel n ()

gt 2 salaacuterios miacutenimos 7 (117)

Recebimento de benefiacutecio do governo

Sim 27 (450)

Natildeo 32 (533)

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

33

Graacutefico 1 ndash Estado nutricional de crianccedilas de 6 a 24 meses (n = 40) atendidas nas Unidades

Baacutesicas de Sauacutede segundo o Iacutendice de Massa Corporal (IMC) para a idade no municiacutepio da

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados

obtidos na pesquisa

A anaacutelise qualitativa foi realizada em 42 (70) questionaacuterios pois os demais natildeo

apresentaram informaccedilotildees completas nos recordatoacuterios de 24h quanto agraves porccedilotildees de

alimentos consumidas pelas crianccedilas As Tabelas 2 e 3 trazem a comparaccedilatildeo realizada entre as

porccedilotildees consumidas e recomendadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes dos Dez passos para

uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois anos separadas

pelas faixas etaacuterias de 6 a 11 meses e dos 12 aos 24 meses respectivamente

Tabela 2 ndash Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 6 a 11 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 475 plusmn 291 3 158

Verduras e legumes 129 plusmn 436 3 43

Frutas 189 plusmn 332 3 63

Leites e produtos laacutecteos 764 plusmn 453 3 255

Carnes miuacutedos e ovos 035 plusmn 058 2 18

Leguminosas 188 plusmn 176 2 94

Oacuteleos e gorduras 000 plusmn 000 2 0

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 129 0 169

34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

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ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

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53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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34

Tabela 3 - Consumo meacutedio de porccedilotildees dos grupos de alimentos comparado com as recomendaccedilotildees segundo o

Ministeacuterio da Sauacutede em crianccedilas de 12 a 24 meses Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

O consumo dos grupos alimentares de Cereais patildees e tubeacuterculos Leites e produtos

laacutecteos e Accediluacutecares e doces estatildeo elevados em ambas as faixas etaacuterias estudadas Os cereais

mais ingeridos por essas crianccedilas satildeo agravequeles destinados agrave alimentaccedilatildeo infantil adicionados ao

leite para o preparo de mingaus Este faz parte da alimentaccedilatildeo de 833 das crianccedilas sendo

as farinhas de arroz as mais citadas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou um consumo quase trecircs vezes maior

do que o recomendado sendo o leite de vaca integral em poacute o mais consumido em

substituiccedilatildeo ao leite materno (883)

As crianccedilas apresentaram um consumo elevado de accediluacutecares e doces principalmente

adicionado agraves preparaccedilotildees laacutecteas em 183 dos casos Aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi

registrado um alto consumo de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e

soacutedio como guloseimas biscoitos recheados refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos

e pipocas de pacote como mostra o Graacutefico 2

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas carnes e ovos e oacuteleos encontram-se aqueacutem dos valores

recomendados e o grupo das leguminosas foi o que mais se aproximou da adequaccedilatildeo nas

faixas etaacuterias analisadas

Grupos dos alimentos Porccedilotildees consumidas

Recomendaccedilatildeo Adequaccedilatildeo Meacutedia plusmn DP

Cereais patildees e tubeacuterculos 660 plusmn 388 5 132

Verduras e legumes 106 plusmn 246 3 35

Frutas 157 plusmn 157 4 39

Leites e produtos laacutecteos 714 plusmn 387 3 238

Carnes miuacutedo e ovos 132 plusmn 201 2 66

Leguminosas 172 plusmn 177 2 86

Oacuteleos e gorduras 008 plusmn 028 2 4

Accediluacutecar e doces 069 plusmn 103 0 169

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

35

Graacutefico 2 - Alimentos ultraprocessados consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Como mostra o Graacutefico 3 o consumo de hortaliccedilas encontra-se muito baixo em ambas

as faixas etaacuterias ou seja 82 das crianccedilas dos 6 aos 11 meses e 68 dos 12 aos 24 meses

natildeo consomem nenhuma hortaliccedila assim como 41 e 40 respectivamente natildeo consomem

frutas Da mesma forma as carnes e ovos natildeo satildeo consumidos pela maioria das crianccedilas de 6

a 11 meses e pouco mais da metade das de 12 a 24 meses consomem estes alimentos

Graacutefico 3 - Alimentos saudaacuteveis consumidos por crianccedilas de 6 a 24 meses segundo o recordatoacuterio de 24h

Unidades Baacutesicas de Sauacutede no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Utilizando-se da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de dois anos adotada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria em 2012 foi possiacutevel reforccedilar a inadequaccedilatildeo encontrada na

alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas estudadas O Graacutefico 4 representa a piracircmide

alimentar com as meacutedias das porccedilotildees consumidas em ambas as faixas etaacuterias comparadas

com as porccedilotildees recomendadas

36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

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BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

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_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

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_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

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Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

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_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

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53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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36

Graacutefico 4 - Piracircmide alimentar com a meacutedia de porccedilotildees consumidas por crianccedilas de 6 a 24 meses

comparadas com as recomendaccedilotildees da Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos adotada

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (2012) Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

A alimentaccedilatildeo complementar das crianccedilas tambeacutem foi avaliada segundo os

indicadores de alimentaccedilatildeo complementar propostos pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2015) como

mostra a Tabela 4 expondo que um nuacutemero miacutenimo de crianccedilas apresentaram adequadas

caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo complementar como a introduccedilatildeo de duas frutas e duas papas

salgadas o consumo dos 6 grupos alimentares (leite mingau com leite ou iogurte frutas

legumes e verduras vegetais ou frutas de cor alaranjada e folhas verdes escuras carnes e

ovos feijatildeo e cereais e tubeacuterculos) e o consumo de alimentos ricos em ferro e vitamina A

Quase metade das crianccedilas consome alimentos ultraprocessados que natildeo satildeo indicados para

crianccedilas nesta faixa etaacuteria

Tabela 4 - Avaliaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo complementar segundo os indicadores do Ministeacuterio da Sauacutede 2015

Indicadores n Proporccedilatildeo

Introduccedilatildeo de alimentos (6 - 8 meses e 29 dias) 2 210 20

Diversidade alimentar miacutenima (6 - 23 meses e 29 dias) 4 442 950

Consumo de alimentos ricos em ferro (6 - 23 meses e

29 dias) 1 142 230

Consumo de alimentos ricos em vitamina A (6 - 23

meses e 29 dias) 11 1142 2610

Consumo de alimentos ultraprocessados (6 - 23 meses

e 29 dias) 19 1942 4520 Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

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BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

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sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

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DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

37

Tambeacutem foi realizada uma associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado

nutricional das crianccedilas como estaacute representado no Graacutefico 5 onde se verifica que as crianccedilas

com sobrepeso ou obesidade apresentam as piores caracteriacutesticas da alimentaccedilatildeo

complementar com baixo consumo de alimentos saudaacuteveis como carnes (40) feijotildees (40)

e legumes (0) alto consumo de alimentos ultraprocessados (60) uma combinaccedilatildeo

qualitativamente desequilibrada Por outro lado as crianccedilas eutroacuteficas apesar de 60 delas

consumirem alimentos ultraprocessados apresentaram percentuais maiores de crianccedilas que

consumiam frutas (67) feijotildees (73) e legumes (13) diferentemente das crianccedilas com

sobrepeso ou obesidade Destaca-se curiosamente percentuais maiores de crianccedilas com risco

de sobrepeso consumindo alimentos saudaacuteveis como frutas (70) carnesovos (60) feijotildees

(70) e legumesverduras (40) e baixo consumo de alimentos ultraprocessados (10)

Graacutefico 5 - Associaccedilatildeo entre os haacutebitos alimentares e o estado nutricional de crianccedilas atendidas nas Unidades

de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

Em relaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do leite fornecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite

materno observa-se que as crianccedilas classificadas com sobrepeso ou obesidade apresentaram

um alto consumo de mingau preparado com leite accediluacutecar e farinaacuteceos e 80 das crianccedilas com

risco de sobrepeso consumiam o leite principalmente com farinaacuteceos como mostra o graacutefico

6

Graacutefico 6 - Caracteriacutesticas do preparo do leite oferecido agraves crianccedilas em substituiccedilatildeo ao leite materno

Vitoacuteria de Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Graacutefico elaborado pelo autor com base nos resultados obtidos na

pesquisa

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

38

A anaacutelise quantitativa foi realizada com 30 (50) recordatoacuterios de 24h pois eles

apresentavam informaccedilotildees completas sobre a descriccedilatildeo e quantidade dos alimentos fornecidos

e consumidos pelas crianccedilas

Foi encontrada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo de energia total e

complementar elevados 833 e 633 respectivamente comparadas agraves suas necessidades

A Tabela 5 apresenta o consumo de energia fornecido pela alimentaccedilatildeo complementar ou

seja a energia diaacuteria sem contabilizar as calorias fornecidas pelo leite separadas por faixa

etaacuteria e comparadas agraves recomendaccedilotildees da WHO

Tabela 5 - Consumo de energia da alimentaccedilatildeo complementar em relaccedilatildeo agrave faixa

etaacuteria de crianccedilas atendidas nas Unidades de Sauacutede da Famiacutelia Vitoacuteria de Santo

Antatildeo Pernambuco 2015

Energia

Faixa etaacuteria

6 a 8 meses

(n = 7)

9 a 11 meses

(n = 4)

12 a 24 meses

(n = 19)

WHO (Kcaldia) 250 450 750

lt 80 - 1 (25) 6 (315)

80 - 120 - - 4 (21)

gt 120 7 (10000) 3 (75) 9 (475)

WHO World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos

resultados obtidos na pesquisa

Na Tabela 6 estatildeo representadas as estimativas meacutedias de ingestatildeo diaacuteria de energia

total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees da DRI prioritariamente e da

FAOWHO quando pertinentes

Dos macronutrientes o que apresentou 100 de consumo excessivo na anaacutelise dos

recordatoacuterios foi a proteiacutena A maioria das crianccedilas apresentou o consumo de carboidrato

adequado dentro da margem percentual recomendada (45 ndash 65) poreacutem o lipiacutedio foi o

macronutriente mais deficiente na dieta pois mais da metade das crianccedilas de todas as faixas

etaacuterias apresentam a ingestatildeo abaixo da recomendaccedilatildeo percentual da DRI

Quanto aos micronutrientes foi verificado que aos 6 meses o consumo de ferro e

vitamina A foi inferior agrave recomendaccedilatildeo Nas demais faixas etaacuterias poucas crianccedilas

apresentaram inadequaccedilatildeo de ferro em relaccedilatildeo agrave RDA ocorrendo o inverso do que se

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

39

esperava uma prevalecircncia de mais de 60 das crianccedilas com o consumo elevado deste

mineral

Situaccedilatildeo semelhante tambeacutem foi encontrada no consumo de vitamina A onde ao

menos 50 das crianccedilas apresentaram consumo excessivo mas ao mesmo tempo quase a

totalidade da outra metade apresentou inadequaccedilatildeo inclusive abaixo da EAR

O caacutelcio acompanha o alto consumo de proteiacutena apresentando-se em excesso em

quase todos os recordatoacuterios analisados comparando-se com as recomendaccedilotildees da

FAOWHO (2004) e mais da metade das crianccedilas apresentam um consumo de soacutedio elevado

em relaccedilatildeo agrave recomendaccedilatildeo da DRI

Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em relaccedilatildeo agraves

recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Energia

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (kcal) 6235 71384 plusmn 11449

98733 plusmn

17337

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de energia em relaccedilatildeo ao EER

lt 80 - - 1 (63)

80 - 120 - 1 (77) 3 (187)

gt 120 1 (100) 12 (923) 12 (75)

Proteiacutenas

Estimativa meacutedia de ingestatildeo

diaacuteria (g) 9 1068 plusmn 155 1271 plusmn 217

Distribuiccedilatildeo de adequaccedilatildeo da

ingestatildeo de proteiacutena em relaccedilatildeo agrave RDA

lt 80 - - -

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 16 (100)

Carboidratos

Distribuiccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo

ao EER

lt 45 - 2 (154) 1 (62)

45 - 65 1 (100) 6 (461) 10 (625)

gt 65 - 5 (385) 5 (313)

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

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BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

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set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

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BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

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dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

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DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

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GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

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2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

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LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

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52

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Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

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SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

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alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

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53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

40

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Lipiacutedeos

Distribuiccedilatildeo percentual em

relaccedilatildeo ao EER

lt 30 - 9 (692) 9 (562)

30 - 40 1 (100) 3 (231) 6 (375)

lt 40 - 1 (77) 1 (63)

Ferro

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 28 241 (05-517) 1595 (41-671)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

ferro em relaccedilatildeo agrave RDA

lt EAR ND 2 (154) -

lt 80 1 (100) 2 (154) 1 (62)

80 - 120 - 2 (154) 5 (313)

gt 120 - 9 (692) 10 (625)

Vitamina A

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(microg) 116 9809 (0-19721) 4974 (0-93917)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

vitamina A em relaccedilatildeo agrave RDAAI

lt EAR ND ND 6 (375)

lt 80 1 (100) 6 (462) 7 (438)

80 - 120 - - 1 (62)

gt 120 - 7 (538) 8 (50)

Caacutelcio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 17733

19189 (12447-

35236)

178105 (2754-

47271)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

caacutelcio em relaccedilatildeo agrave FAOWHO

lt 80 - - 1 (62)

80 - 120 - - -

gt 120 1 (100) 13 (100) 15 (938)

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

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BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

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set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

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BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

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dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

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_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

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de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

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GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

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2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

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Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

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MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

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alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

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53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

41

Continuaccedilatildeo Tabela 6 ndash Estimativa meacutedia de ingestatildeo diaacuteria de energia total macro e micronutrientes em

relaccedilatildeo agraves recomendaccedilotildees nutricionais segundo a faixa etaacuteria de acordo com o recordatoacuterio de 24h Vitoacuteria de

Santo Antatildeo Pernambuco 2015

Nutrientes

Faixa etaacuteria

6 meses

(n = 1)

7 ndash 12 meses

(n = 13)

13 ndash 24 meses

(n = 16)

Soacutedio

Estimativa de ingestatildeo diaacuteria

(mg) 6611 730 (4324-19712)

9392 (3751-

24259)

Distribuiccedilatildeo da ingestatildeo de

soacutedio em relaccedilatildeo agrave AI

lt 80 - - 5 (312)

80 - 120 - 1 (77) 7 (438)

gt 120 1 (100) 12 (923) 4 (25)

EER necessidade energeacutetica estimada RDA ingestatildeo diaacuteria recomendada AI ingestatildeo adequada EAR

estimativa do requerimento meacutedio ND natildeo determinado FAO Food and Agriculture Organization WHO

World Health Organization

Fonte Sobral ALL 2015 Nota Tabela elaborada pelo autor com base nos resultados obtidos na pesquisa

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

42

7 DISCUSSAtildeO

De acordo com a II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais

Brasileiras e Distrito Federal realizada em 2008 a prevalecircncia do aleitamento materno entre

crianccedilas de 9 a 12 meses na regiatildeo Nordeste foi de 591 e a duraccedilatildeo mediana foi de 114

meses (BRASIL 2009b) A partir dos resultados encontrados no municiacutepio da Vitoacuteria de

Santo Antatildeo pode-se verificar que o aleitamento materno eacute iniciado na maioria dos casos

mas natildeo apresenta uma continuidade obtendo uma mediana quase quatro vezes menor

comparado a regiatildeo em que se encontra

Os motivos para o desmame precoce satildeo comuns entre pesquisas como o estudo de

Caetano et al (2010) realizado com 179 lactentes de 4 a 12 meses de idade nas cidades de

Curitiba Satildeo Paulo e Recife onde 167 das matildees relataram baixa produccedilatildeo de leite e 84

relataram recusa da crianccedila para justificar a interrupccedilatildeo do aleitamento materno Assim como

o estudo de Silva (2007) realizado com 60 mulheres que fizeram preacute-natal no Programa

Sauacutede da Famiacutelia na cidade de Teresina no Piauiacute e desmamaram precocemente seus filhos

verificou-se que o ldquoleite fracordquo eacute uma das explicaccedilotildees mais utilizadas para a interrupccedilatildeo da

amamentaccedilatildeo e que as crenccedilas e construccedilotildees sociais determinam a conduta das matildees na

decisatildeo de amamentar

A maioria das crianccedilas da presente pesquisa natildeo possui nenhum irmatildeo indicando um

maior nuacutemero de primiacuteparas ou seja mulheres sem experiecircncia preacutevia sobre a teacutecnica e

manejo correto da amamentaccedilatildeo justificando o desmame precoce e o natildeo oferecimento do

leite materno Este resultado reforccedila o impacto das orientaccedilotildees transmitidas pelos

profissionais de sauacutede durante o preacute-natal e poacutes parto agraves mulheres atendidas na Atenccedilatildeo

Baacutesica e especial atenccedilatildeo deve ser dada agraves matildees primiacuteparas

As condiccedilotildees de moradia satildeo semelhantes ao encontrado em outros municiacutepios como

mostra o trabalho de Damaceno (2009) realizado no municiacutepio de Santos com 95 lactentes de

6 a 24 meses onde 421 das crianccedilas moravam em casa alugada Isso reflete a situaccedilatildeo

econocircmica da populaccedilatildeo local em que no presente estudo a maioria das famiacutelias sobrevive

com um salaacuterio miacutenimo e natildeo recebem nenhum benefiacutecio do governo

Quanto ao saneamento baacutesico o municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo encontra-se em

uma situaccedilatildeo preocupante nem todas as famiacutelias tecircm acesso agrave coleta de lixo e aacutegua encanada

e quase metade delas natildeo tem acesso agrave rede de esgoto nuacutemero trecircs vezes maior do que o

encontrado no estudo de Damaceno (2009) no qual apresentava 84 das residecircncias sem

rede de esgoto Populaccedilotildees mais pobres satildeo as mais afetadas pela falta de acesso ao

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

43

saneamento baacutesico englobando esgotamento sanitaacuterio abastecimento de aacutegua e manejo de

resiacuteduos soacutelidos A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) divulgada pelo

IBGE em 2013 registra um aumento discreto na prevalecircncia de residecircncias com acesso agrave rede

coletora de esgoto passando de 633 em 2012 para 643 em 2013 e que 24 das casas

brasileiras natildeo possuem nenhum tipo de esgotamento sanitaacuterio sendo 11 milhatildeo na regiatildeo

Nordeste (MOROSINI 2015)

Em relaccedilatildeo ao tratamento da aacutegua consumida pelas famiacutelias foi verificado que

algumas delas natildeo tratam a aacutegua que bebem Enquanto quase metade utilizam a aacutegua mineral

como a principal fonte de consumo O oposto eacute encontrado no estudo de Silva et al (2009)

realizado em 40 residecircncias em Vitoacuteria no Espiacuterito Santo sobre a percepccedilatildeo dos moradores a

respeito da aacutegua de consumo e verificaram que 525 das famiacutelias tratam a aacutegua atraveacutes do

processo de filtraccedilatildeo e 275 compram aacutegua envasada para beber mesmo com dificuldades

financeiras

O estado nutricional das crianccedilas entrevistadas na presente pesquisa se assemelha ao

encontrado por Stahelin et al (2008) que avaliaram 63 crianccedilas menores de 5 anos

matriculadas numa creche no municiacutepio de Florianoacutepolis e encontraram uma prevalecircncia de

302 das crianccedilas com risco de sobrepeso 79 com sobrepeso e nenhuma crianccedila

desnutrida Ao mesmo tempo a baixa estatura foi encontrada em algumas crianccedilas no

presente estudo o que pode representar uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo pregressa com superaccedilatildeo

atual

Prevalecircncia maior foi encontrada no estudo de Oliveira et al (2010) com 697 crianccedilas

menores de 5 anos no municiacutepio de Gameleira na Zona da Mata Meridional de Pernambuco

onde observaram elevado deacuteficit estatural ou desnutriccedilatildeo pregressa em 149 e 179 das

crianccedilas nas aacutereas urbana e rural respectivamente pelo iacutendice estaturaidade

Tais resultados estatildeo condizentes com a transiccedilatildeo epidemioloacutegica verificada

atualmente no Brasil De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila

e da Mulher (PNDS) realizada em 2006 que avaliou o estado nutricional de crianccedilas de zero a

59 meses de idade o excesso de pesoestatura foi encontrado em 73 das crianccedilas no

territoacuterio nacional e 7 na regiatildeo Nordeste indicando exposiccedilatildeo moderada ao risco de

obesidade na infacircncia

Em relaccedilatildeo agrave ordem de nascimento uma das maiores prevalecircncias de sobrepeso eacute

encontrada no primeiro filho (77) (BRASIL 2009) sendo esta a situaccedilatildeo de nascimento da

maioria das crianccedilas no presente estudo A PNDS de 2006 faz uma comparaccedilatildeo dos dados

com a PNDS de 1996 onde encontra reduccedilotildees significantes nas prevalecircncias de deacuteficit de

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

44

alturaidade passando de 134 em 1996 para 67 em 2006 e deacuteficit de pesoidade de

42 para 18

A regiatildeo Nordeste uacutenica macrorregiatildeo com prevalecircncia superior a 3 em 1996

reduziu o deacuteficit de pesoaltura para 17 o que faz desaparecer sua desvantagem em relaccedilatildeo

agraves demais regiotildees Verificou-se tambeacutem uma estabilidade na prevalecircncia de excesso de peso

pelo iacutendice de pesoaltura o qual manteve 7 em ambos os anos (BRASIL 2009)

Poreacutem a WHO estima que em 2025 haja 70 milhotildees de crianccedilas com sobrepeso e

obesidade mundialmente pois os nuacutemeros de menores de 5 anos com esse diagnoacutestico

aumentou globalmente de 32 milhotildees em 1990 para 42 milhotildees em 2013 Essas crianccedilas

tendem a ficar obesas na idade adulta e satildeo mais propensas a desenvolver doenccedilas crocircnicas

natildeo transmissiacuteveis como diabetes e doenccedilas cardiovasculares (WHO 2015)

A anaacutelise qualitativa da participaccedilatildeo dos grupos alimentares na constituiccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo complementar dessas crianccedilas encontrou um alto consumo de alimentos dos

grupos de cereais patildees e tubeacuterbulos leites e produtos laacutecteos e accediluacutecares e doces comparados

agraves recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede (2013) Estes trecircs grupos satildeo utilizados

principalmente para o preparo de mingaus que ocupa grande parte da alimentaccedilatildeo diaacuteria

dessas crianccedilas

O grupo dos leites e produtos laacutecteos apresentou uma alta prevalecircncia de consumo

quase trecircs vezes maior do que o recomendado semelhante ao encontrado nos estudos de

Caetano (2010) Garcia (2011) e Marques (2013) demostrando que 933 965 e 922

dos lactentes recebem leite de vaca integral respectivamente De acordo com a Sociedade

Brasileira de Pediatria (2012) o leite de vaca integral eacute um dos grandes responsaacuteveis pela alta

incidecircncia de anemia ferropriva em menores de dois anos no Brasil o seu consumo a partir do

quarto mecircs de vida diminui em 02gdL os niacuteveis de hemoglobina a cada mecircs de uso o que

torna a situaccedilatildeo ainda mais preocupante em regiotildees com baixo consumo de alimentos ricos

em ferro

Quanto ao grupo de cereais patildees e tubeacuterculos as farinhas de arroz satildeo as mais

consumidas para dar consistecircncia ao leite ofertado poreacutem de acordo com a SBP (2012) satildeo

desaconselhadas para crianccedilas menores de 24 meses Assim como o accediluacutecar de adiccedilatildeo o qual

natildeo eacute necessaacuterio para produccedilatildeo do leite de crianccedilas menores de 2 anos

E aleacutem do accediluacutecar de adiccedilatildeo tambeacutem foi registrado um alto consumo de alimentos

ultraprocessados ricos em accediluacutecares gorduras e soacutedio como guloseimas biscoitos recheados

refrigerantes macarratildeo instantacircneo salgadinhos e pipocas de pacote Nesta fase a ingestatildeo

desse grupo natildeo eacute recomendada pois estes alimentos fornecem alta quantidade de calorias e

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

45

possuem baixo valor nutricional Esta situaccedilatildeo tambeacutem foi encontrada no estudo de Caetano

et al (2010) que verificaram o consumo precoce de alimentos inadequados como doces

industrializados biscoitos recheados macarratildeo instantacircneo pratos congelados semiprontos

refrigerantes e sucos artificiais

Dados atuais da Pesquisa Nacional de Sauacutede (PNS) mostram que em 2013 608 das

crianccedilas com menos de 2 anos consumiam biscoitos bolachas ou bolo e que 323 tomavam

refrigerante ou suco artificial (IBGE 2015)

Situaccedilatildeo semelhante foi encontrada no estudo de Barbosa et al (2005) realizado com

20 crianccedilas de 2 a 3 anos matriculadas em uma creche no Rio de Janeiro que verificou um

consumo trecircs vezes maior de accediluacutecar do que a recomendaccedilatildeo o qual foi obtido principalmente

pelo alto consumo de refrescos industrializados refrigerantes balas e accediluacutecar de adiccedilatildeo que

de acordo com Kranz (2002) esses alimentos estatildeo associados a uma maior prevalecircncia de

obesidade infantil e portanto pode indicar a contribuiccedilatildeo no consumo desses alimentos para a

alta prevalecircncia de excesso de peso encontrada no presente estudo

Em contrapartida alimentos essenciais para o crescimento e desenvolvimento tais

como verduras legumes e frutas que satildeo ricos em vitaminas e minerais carnes e ovos que

satildeo proteiacutenas de alto valor bioloacutegico e oacuteleos importantes para o fornecimento de aacutecidos

graxos essenciais encontram-se aqueacutem dos valores recomendados nas faixas etaacuterias

A mesma situaccedilatildeo pode ser encontrada no trabalho de Barbosa et al (2005) que

observou um baixo consumo de legumes e frutas natildeo atingindo as porccedilotildees recomendadas para

a faixa etaacuteria estudada e no estudo de Garcia 2011 onde destaca que 534 das crianccedilas natildeo

consumiam hortaliccedilas e 482 natildeo consumiam frutas A PNDS tambeacutem encontrou um padratildeo

muito baixo no consumo de frutas legumes ou verduras diariamente apenas 40 das crianccedilas

natildeo amamentadas e maiores de 6 meses consumiam esses alimentos (BRASIL 2009)

A proporccedilatildeo de crianccedilas do presente estudo que consomem carne ou ovos eacute muito

baixa principalmente as menores de um ano e esta situaccedilatildeo vai de encontro agraves

recomendaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede que incluem a carne nas papas salgadas e refeiccedilotildees

baacutesicas da famiacutelia Eacute nas carnes que se encontra o ferro heme que apresenta maior

biodisponibilidade pois natildeo estaacute exposto a fatores inibidores tendo sua absorccedilatildeo de 20 a

30 e o seu consumo no periacuteodo de desmame e principalmente em crianccedilas jaacute desmamadas

eacute um fator importante na manutenccedilatildeo das reservas de ferro (BORTOLINI 2010)

De acordo com os indicadores de consumo alimentar propostos pelo MS apenas 20

das crianccedilas de 6 a 8 meses e 29 dias introduziram a alimentaccedilatildeo complementar de forma

adequada com o consumo de duas frutas e duas refeiccedilotildees de sal por dia para crianccedilas

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

46

desmamadas Menos de 10 das crianccedilas de 6 a 23 meses e 29 dias apresentam uma

diversidade alimentar miacutenima ou seja que recebem os seis grupos alimentares durante um

dia A diversidade eacute um fator importante na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila pois a ingestatildeo de

diferentes tipos de alimentos eacute capaz de fornecer uma variedade maior de nutrientes essenciais

para o crescimento e desenvolvimento infantis

Situaccedilatildeo preocupante estaacute no consumo de alimentos ricos em ferro a ingestatildeo dos trecircs

alimentos fontes de ferro estabelecidos pelo indicador (carne feijatildeo e fiacutegado em 24h) soacute

esteve presente na alimentaccedilatildeo de uma crianccedila e pouco mais de 20 apresentam ingestatildeo de

alimentos ricos em vitamina A o que pode levar a um aumento na prevalecircncia de anemia

ferropriva e hipovitaminose A em crianccedilas no paiacutes

Jaacute os alimentos ultraprocessados fazem parte da alimentaccedilatildeo de quase metade das

crianccedilas estudadas intensificando os resultados encontrados atraveacutes da comparaccedilatildeo com os

Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel Guia alimentar para crianccedilas menores de dois

anos tambeacutem do MS e com a Piracircmide alimentar para crianccedilas menores de 2 anos da SBP

Ao associar os haacutebitos alimentares das crianccedilas com o seu estado nutricional

observou-se uma alta prevalecircncia de crianccedilas com sobrepeso ou obesidade que consomem

alimentos ultraprocessados e pouco consumo de alimentos saudaacuteveis Os alimentos

ultraprocessados possuem caracteriacutesticas inadequadas para crianccedilas menores de 2 anos pois

satildeo altamente caloacutericos e pouco nutritivos o que pode influenciar diretamente no estado

nutricional delas enquanto que os alimentos saudaacuteveis forneceriam os nutrientes necessaacuterios

para as altas demandas desta fase da vida e forneceriam as calorias soacutedio e accediluacutecar em menor

quantidade e gordura de melhor qualidade

O que tambeacutem demonstrou uma possiacutevel explicaccedilatildeo para o estado nutricional das

crianccedilas com risco de sobrepeso e sobrepeso ou obesidade foi o elevado consumo de mingau

preparados com leite farinha ou leite farinha e accediluacutecar composiccedilotildees que elevam

consideravelmente o valor energeacutetico da dieta

Na anaacutelise quantitativa foi verificada uma alta prevalecircncia de crianccedilas com o consumo

de energia total e complementar elevados assim como encontrado no estudo de Bonotto

(2012) realizado em Pelotas no Rio Grande do Sul com 900 crianccedilas menores de seis anos

o qual verificou um consumo excessivo de calorias totais em 735 dos meninos e 741 das

meninas na faixa etaacuteria de 13 a 35 meses

Em relaccedilatildeo agraves calorias advindas da alimentaccedilatildeo complementar ou seja excluindo-se

as calorias do leite ou foacutermula infantil foi observado um elevado consumo de calorias

fornecidas por alimentos como cereais para alimentaccedilatildeo infantil doces refrigerantes

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

47

macarratildeo instantacircneo e salgadinhos jaacute evidenciados na anaacutelise qualitativa e que podem estar

contribuindo com o aumento do peso das crianccedilas entrevistadas

O excesso de proteiacutena pode estar associado ao consumo elevado do leite de vaca

integral em poacute jaacute que o consumo de carne estava abaixo das recomendaccedilotildees em grande parte

das crianccedilas estudadas e o consumo de caacutelcio tambeacutem apresentou-se elevado acarretado pelo

consumo excessivo de leite O estudo de Caetano et al (2010) enfatiza o risco do consumo

excessivo de proteiacutenas devido ao uso precoce de leite de vaca integral o qual estaacute associado

ao desenvolvimento de doenccedilas crocircnicas como obesidade e diabetes tipo 2 assim como um

maior risco de desenvolvimento da anemia

O consumo de carboidrato e lipiacutedio encontrado no presente estudo assemelha-se ao

encontrado no estudo de Bonotto (2012) que 874 das crianccedilas apresentam ingestatildeo de

carboidrato adequada e quase 55 tinham a ingestatildeo de lipiacutedeo insuficiente O estudo de

Assis et al (2007) com 2001 preacute-escolares das aacutereas urbana e rural do estado da Bahia

enfatiza a importacircncia da adequaccedilatildeo na ingestatildeo de lipiacutedeos por afetar a conversatildeo dos

carotenoacuteides em retinol o que pode levar a uma deficiecircncia de vitamina A pois os

carotenoacuteides satildeo as principais fontes de vitamina A na dieta das crianccedilas nordestinas

Os niacuteveis de ferro encontrados na alimentaccedilatildeo complementar encontram-se elevados

em relaccedilatildeo agrave RDA para a maioria das crianccedilas estudadas No entanto vale ressaltar que cerca

de 20 das crianccedilas apresentam consumo de ferro em estado de inadequaccedilatildeo e ateacute mesmo

inferior as necessiades meacutedias estimadas para a faixa etaacuteria No estudo de Fidelis e Osoacuterio

(2007) realizado na Regiatildeo Metropolitana do Recife interior urbano e rural do estado de

Pernambuco com 948 crianccedilas menores de 5 anos vai de encontro ao verificado no presente

estudo pois eles encontraram um consumo inadequado de ferro principalmente na faixa

etaacuteria de 7 a 11 meses onde 65 das crianccedilas apresentaram a mediana de consumo menor do

que a EAR Assim como encontrado no estudo de Caetano (2010) que revelou 45 de

lactentes de 6 a 12 meses que natildeo estavam mais em aleitamento materno com deficiecircncia de

ferro na alimentaccedilatildeo complementar

O baixo consumo de carne verificado na anaacutelise qualitativa estaacute em desacordo com os

niacuteveis de ferro encontrados na anaacutelise quantitativa isto se deve principalmente agrave ingestatildeo do

leite integral em poacute fortificado consumido por grande parte das crianccedilas Poreacutem o alto

consumo de leite de vaca integral tambeacutem pode prejudicar os niacuteveis de absorccedilatildeo de ferro na

alimentaccedilatildeo da crianccedila pois de acordo com a SBP (2012) o consumo superior a 700ml de

leite de vaca integral eacute fator de risco para o desenvolvimento de anemia carencial ferropriva e

dados da PNDS de 2006 mostram uma prevalecircncia de 209 de anemia em todo o paiacutes sendo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

48

a regiatildeo Nordeste a maior prevalecircncia encontrada comparada as outras regiotildees com 255 de

crianccedilas com anemia (BRASIL 2009)

A deficiecircncia de ferro prolongada gera um quadro de anemia o que aumenta a

predisposiccedilatildeo agrave infecccedilotildees aumento da mortalidade infantil e reduccedilatildeo da funccedilatildeo cognitiva do

crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor de crianccedilas (IBGE 2015)

Em relaccedilatildeo aos niacuteveis de adequaccedilatildeo da vitamina A observou-se um elevado consumo

por metade das crianccedilas estudadas tambeacutem assim como o ferro causado pela ingestatildeo de

leite integral em poacute fortificado Poreacutem ao mesmo tempo foi encontrado um grande percentual

de crianccedilas com a ingestatildeo insuficiente inclusive abaixo da EAR assim como o encontrado

no trabalho de Caetano (2010) que verificou um consumo inadequado de vitamina A em

quase 40 dos lactentes reforccedilando a necessidade de intervenccedilotildees de educaccedilatildeo nutricional no

acircmbito da sauacutede puacuteblica

Baixos niacuteveis seacutericos de vitamina A foram encontrados em 174 das crianccedilas

menores de 5 anos no paiacutes e novamente a regiatildeo Nordeste apresenta uma prevalecircncia superior

agrave nacional (19) perdendo apenas para a regiatildeo Sudeste com 216 de hipovitaminose A

em crianccedilas (BRASIL 2009) O consumo inadequado de vitamina A estaacute associado a um

maior risco de mortalidade e morbidade principalmente por diarreacuteias (ASSIS et al 2007)

Mais da metade das crianccedilas apresentaram um consumo de soacutedio elevado em relaccedilatildeo agrave

recomendaccedilatildeo da DRI devido principalmente a ingestatildeo de alimentos industrializados

como macarratildeo instantacircneo e salgadinhos ou pipocas de pacote Lembrando que o presente

estudo natildeo analisou a quantidade de sal de adiccedilatildeo agraves preparaccedilotildees apenas o soacutedio contido no

alimento o que demonstra que o consumo de soacutedio pode ser ainda mais elevado do que o

encontrado O consumo elevado de soacutedio tambeacutem foi encontrado no estudo de Longo-Silva

(2014) realizado em 7 creches puacuteblicas do municiacutepio de Satildeo Paulo que atendiam 366

crianccedilas entre 12 e 36 meses tendo sua ingestatildeo ultrapassada em ateacute trecircs vezes a

recomendaccedilatildeo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

49

8 CONCLUSOtildeES

As condiccedilotildees socioeconocircmicas e demograacuteficas podem interferir negativamente na

duraccedilatildeo e praacutetica do aleitamento materno e na quantidade e qualidade da alimentaccedilatildeo

complementar das crianccedilas

Com a anaacutelise qualitativa e a aplicaccedilatildeo dos indicadores de alimentaccedilatildeo complementar

foi possiacutevel verificar que a introduccedilatildeo dos alimentos complementares natildeo obedece a

qualidade e a frequecircncia recomendadas pelas organizaccedilotildees nacionais e internacionais Permite

tambeacutem observar um baixo consumo de alimentos importantes para o crescimento e

desenvolvimento tais como carnes frutas e legumes e alto consumo de leite com farinaacuteceos

e accediluacutecar aleacutem de alimentos ultraprocessados ricos em accediluacutecar soacutedio e gordura

Tais caracteriacutesticas satildeo refletidas na anaacutelise quantitativa obtendo-se alta prevalecircncia

de crianccedilas com a ingestatildeo de micronutrientes inferiores agraves recomendaccedilotildees e o consumo de

energia proteiacutenas caacutelcio e soacutedio elevados

A alimentaccedilatildeo complementar com essas caracteriacutesticas associada ao desmame precoce

potildeem em risco as crianccedilas do municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo de desenvolver distuacuterbios

nutricionais como a anemia ferropriva a hipovitaminose A e o excesso de peso com as suas

comorbidades associadas Estes resultados acompanham o processo de transiccedilatildeo nutricional e

epidemioloacutegico que ocorrem no paiacutes que sai de uma situaccedilatildeo de desnutriccedilatildeo e aumenta a

prevalecircncia de excesso de peso nas diversas fases da vida

O acompanhamento da alimentaccedilatildeo e do estado nutricional das crianccedilas satildeo de

extrema importacircncia a fim de evitar possiacuteveis agravos agrave sauacutede ainda na infacircncia ou na vida

adulta O serviccedilo de sauacutede do municiacutepio atraveacutes das suas poliacuteticas puacuteblicas locais eacute o

principal veiacuteculo de informaccedilatildeo para as famiacutelias e atuaccedilatildeo no acompanhamento dessas

crianccedilas

O presente estudo apresentou resultados inovadores quanto agrave situaccedilatildeo da alimentaccedilatildeo

e estado nutricional de crianccedilas residentes no municiacutepio da Vitoacuteria de Santo Antatildeo em

Pernambuco sendo ainda necessaacuterios outros estudos complementares que atinjam um

nuacutemero maior de crianccedilas e utilize outros instrumentos de inqueacuterito dieteacutetico

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

50

REFEREcircNCIAS

ASSIS Ana Marluacutecia O et al Desigualdade pobreza e condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo na

infacircncia no Nordeste brasileiro Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 23 n10 p

2337-2350 out 2007

BARBOSA Roseane Moreira Sampaio et al Consumo alimentar de crianccedilas com base na

piracircmide alimentar brasileira infantil Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 18 n 5 p633-641

set 2005

BERTIN Renata Labronici et al Estado nutricional haacutebitos alimentares e conhecimentos de

nutriccedilatildeo em escolares Revista Paulista de Pediatria v 28 n 3 p 303 ndash 308 2010

BONOTTO Gabriel Missaggia et al Adequaccedilatildeo do consumo energeacutetico e de macronutrientes

de crianccedilas menores de seis anos Revista Paulista de Pediatria v 30 n 4 p513-9 2012

BORTOLINI Gisele Ane VITOLO Maacutercia Regina Importacircncia das praacuteticas alimentares no

primeiro ano de vida na prevenccedilatildeo da deficiecircncia de ferro Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v

23 n 6 p 1051-1062 novdez 2010

BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Guia alimentar para crianccedilas menores de 2 anos Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede ndash Brasiacutelia 152 p 2005

_____ Pesquisa Nacional de Demografia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006

dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 300 p 2009a

_____ II Pesquisa de Prevalecircncia de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e

Distrito Federal 1ordf Ediccedilatildeo Seacuterie C Projetos Programas e Relatoacuterios Editora do Ministeacuterio

da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2009b

_____ Sauacutede da crianccedila nutriccedilatildeo infantil aleitamento materno e alimentaccedilatildeo

complementar Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 112 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo

Baacutesica n 23) 2009

_____ Dez passos para uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel guia alimentar para crianccedilas menores

de dois anos um guia para o profissional da sauacutede na atenccedilatildeo baacutesica Ministeacuterio da Sauacutede

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash 2 ed ndash 2 reimpr ndash

Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013

_____ Sauacutede da crianccedila crescimento e desenvolvimento Editora do Ministeacuterio da Sauacutede

Brasiacutelia 272 p ndash (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica nordm 33) 2012

_____ Orientaccedilotildees para a coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de

sauacutede Norma Teacutecnica do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN Editora

do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 76 p 2011

_____ Protocolos do Sistema de Vigilacircncia Alimentar e Nutricional ndash SISVAN na

assistecircncia agrave sauacutede Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia 61 p 2008

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

Baacutesica Editora do Ministeacuterio da Sauacutede Brasiacutelia ndash DF 2015

CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

infants Jornal de Pediatria Rio Janeiro v 86 n 3 p 196-201 2010

DAMACENO Rafael Jeferson P MARTINS Paula Andrea DEVINCENZI Macarena

Urrestarazu Estado nutricional de crianccedilas atendidas na rede puacuteblica de sauacutede do municiacutepio

de Santos Revista Paulista de Pediatria v 27 n 2 p 139-47 2009

DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

maiojun 2010

FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

macro e micronutrientes de crianccedilas menores de cinco anos no Estado de Pernambuco Brasil

Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

Alimentaccedilatildeo complementar e estado nutricional de crianccedilas menores de dois anos atendidas

no Programa Sauacutede da Famiacutelia em Acrelacircndia Acre Amazocircnia Ocidental Brasileira

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v 27 n 2 p 305316 fev 2011

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Ministeacuterio da Sauacutede Ministeacuterio do

Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash

2009 Anaacutelise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Censo Demograacutefico 2010 Cidades ndash Pernambuco ndash Vitoacuteria de Santo Antatildeo

Disponiacutevel em lthttpcodibgegovbr1A8gt

_____ Pesquisa de Orccedilamentos Familiares ndash POF 2008 ndash 2009 Tabela de Medidas

Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil Rio de Janeiro 2011

_____ Pesquisa Nacional de Sauacutede 2013 Ciclos de vida Brasil e grandes regiotildees IBGE

Coordenaccedilatildeo de Trabalho e Rendimento Rio de Janeiro 2015

KRANZ S SIEGA-Riz AM Sociodemographic determinants of added sugar intake in

preschoolers 2 to 5 years old Jornal de Pediatria v 140 n 6 p 667-72 2002

LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

care centers Revista Paulista de Pediatria v 32 n 2 p193-9 2014

MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

alimentos nutriccedilatildeo e dietoterapia [traduccedilatildeo Claudia Coana et al] Editora Elsevier Rio

de Janeiro 1227p 2012

MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

complementar em lactentes residentes em Beleacutem-PA Revista Paraense de Medicina V 27

n 2 abr-jun 2013

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

51

_____ Orientaccedilotildees para Avaliaccedilatildeo de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenccedilatildeo

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CAETANO Michelle Cavalcante et al Complementary feeding inappropriate practices in

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DIAS Mara Claacuteudia Azevedo Pinto FREIRE Lincoln Marcelo Silveira (In memoriam)

FRANCESCHINI Sylvia do Carmo Castro Recomendaccedilotildees para alimentaccedilatildeo complementar

de crianccedilas menores de dois anos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 23 n 3 p475-486

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FIDELIS Cristianne Martins Ferreira OSOacuteRIO Mocircnica Maria Consumo alimentar de

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Revista Brasileira de Sauacutede Materno Infantil Recife v 7 n 1 p 63-74 janmar 2007

GARCIA Mariana Tarricone GRANADO Fernanda Serra CARDOSO Marly Augusto

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LONGO-SILVA Giovana et al Intake of protein calcium and sodium in public child day

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MAHAN L Kathleen ESCOTT-STUMP Sylvia RAYMOND Janice L Krause

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MARQUES Rosa de Faacutetima da Silva Vieira et al Praacuteticas inadequadas da alimentaccedilatildeo

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Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

52

MODESTO Simone Paula DEVINCENZI Macarena Urrestarazu SIGULEM Dirce Maria

Praacuteticas alimentares e estado nutricional de crianccedilas no segundo semestre de vida atendidas na

rede puacuteblica de sauacutede Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v 20 n 4 p405-415 2007

MOROSINI Liseane Reflexo das desigualdades Saneamento Radis 154 ndash Jul 2015

PALMA Domingos OLIVEIRA Fernanda Luisa Ceragioli ESCRIVAtildeO Maria Arlete Meil

Schimith Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e na adolescecircncia Editora Manole Satildeo

Paulo 2009

PINHEIRO Ana Beatriz Vieira et alTabela para avaliaccedilatildeo de consumo alimentar em

medidas caseiras 5ordf Ed Editora Atheneu Satildeo Paulo 131 p 2004

SILVA Maria Bruno de Carvalho MOURA Maria Elieacutete Batista SILVA Antonia Oliveira

Desmame precoce representaccedilotildees sociais de matildees Revista eletrocircnica de enfermagem v 9

n 1 p 31 ndash 50 2007

SILVA Sara Ramos da et al O cuidado domiciliar com a aacutegua de consumo humano e suas

implicaccedilotildees na sauacutede percepccedilotildees de moradores em Vitoacuteria (ES) Engenharia Sanitaacuteria e

Ambiental v 14 n 4 p 521 ndash 532 outdez 2009

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ndash SBP Manual de orientaccedilatildeo para a

alimentaccedilatildeo do lactente do preacute-escolar do escolar do adolescente e na escola 3ordf 52l

Rio de Janeiro 148 p 2012

______ Manual de orientaccedilatildeo alimentaccedilatildeo do lactente alimentaccedilatildeo do preacute-escolar

alimentaccedilatildeo do escolar alimentaccedilatildeo do adolescente alimentaccedilatildeo na escola ndash Satildeo Paulo

64 p 2006

STAHELIN Letiacutecia et al Avaliaccedilatildeo do estado nutricional das crianccedilas menores de cinco anos

em uma creche no municiacutepio de Florianoacutepolis segundo a curva de referecircncia da OMS 2006 e

comparaccedilatildeo do diagnoacutestico nutricional com a curva de referecircncia do CDC 2000 Arquivos

Catarinenses de Medicina v 37 n 3 2008

TADDEI Joseacute Augusto et al Nutriccedilatildeo em Sauacutede Puacuteblica Editora Rubio Rio de Janeiro

2011

TRICHES Rozane Maacutercia GIUGLIANI Elsa Regina Justo Obesidade praacuteticas alimentares

e conhecimentos de nutriccedilatildeo em escolares Revista de Sauacutede Puacuteblica Vol 39 nordm 6 p 541-7

2005

VITOLO Maacutercia Regina Nutriccedilatildeo da gestaccedilatildeo ao envelhecimento 2 Ed Editora Rubio

Rio de Janeiro 568 p 2015

WHO ndash World Health Organization Obesity and overweight 2015 Disponiacutevel em

lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs311engt Acesso em 17 ago 2015

WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guiding principles for feeding non-breastfed

children 6-24 months of age copy World Health Organization 2005

53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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53

APEcircNDICE

APEcircNDICE A ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Maiores de 18 anos)

Convidamos o (a) Sr(a) para participar como voluntaacuterio (a) da pesquisa ldquoAVALIACcedilAtildeO

DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS

UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo

que estaacute sob as responsabilidades das pesquisadoras Dra Michelle Figueiredo Carvalho

(Telefone para contato (81)88882627 email michellecarvalho57gmailcom) e Dra Sandra

Cristina da Silva Santana (Telefone para contato (81)92471053 email

scs_santanayahoocombr) endereccedilo Rua Alto do Reservatoacuterio SN ndash Bela Vista Vitoacuteria

de Santo Antatildeo - PECEP 55608-680

Apoacutes ser esclarecido (a) sobre as informaccedilotildees a seguir no caso de aceitar a fazer parte do

estudo rubrique as folhas e assine ao final deste documento que estaacute em duas vias Uma

delas eacute sua e a outra eacute do pesquisador responsaacutevel Em caso de recusa o (a) Sr(a) natildeo

seraacute penalizado (a) de forma alguma

INFORMACcedilOtildeES SOBRE A PESQUISA

O objetivo deste estudo eacute AVALIAR AS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute em responder a um questionaacuterio

referente agrave sauacutede da crianccedila e permite que as pesquisadoras obtenham alguns dados

antropomeacutetricos tais como peso e comprimento da crianccedila Como risco vocecirc poderaacute

sentir-se constrangida (o) ao natildeo conseguir responder alguma pergunta Vocecirc natildeo precisaraacute

pagar nada na sua participaccedilatildeo nessa pesquisa Da mesma forma vocecirc tambeacutem natildeo

receberaacute nenhum pagamento

A pesquisa tem como beneficio indireto a identificaccedilatildeo do estado nutricional e uma anaacutelise do consumo alimentar das crianccedilas Como benefiacutecio direto as crianccedilas que estiverem com vacinaccedilatildeo acompanhamento e suplementaccedilatildeo em atraso seratildeo orientadas para atualizaccedilatildeo bem como receberatildeo orientaccedilatildeo nutricional

Os dados obtidos seratildeo confidenciais e asseguramos o sigilo de sua participaccedilatildeo

durante todas as fases da pesquisa inclusive apoacutes a publicaccedilatildeo da mesma Os dados natildeo

seratildeo divulgados de forma a denegrir sua imagem pois o objetivo principal eacute saber as

condiccedilotildees de sauacutede e nutriccedilatildeo materno-infantil no municiacutepio de Vitoacuteria de Santo

Antatildeo O seu anonimato seraacute preservado por questotildees eacuteticas Esses dados seratildeo

guardados em computador pessoal no endereccedilo profissional acima citado sob a

responsabilidade das pesquisadoras acima informado pelo periacuteodo de cinco anos

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

54

Em caso de duacutevidas relacionadas aos aspectos eacuteticos deste estudo vocecirc poderaacute

consultar o Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no

endereccedilo (Avenida da Engenharia sn ndash 1ordm Andar sala 4 - Cidade Universitaacuteria Recife-

PE CEP 50740-600 Tel (81) 21268588 ndash email cepccsufpebr)

____________________________

(assinatura do pesquisador)

__________________________

(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu ________________________________________________________________

RG____________________ CPF_________________ abaixo assinado concordo em

participar do estudo ldquoAVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO

MATERNO-INFANTIL ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE NO MUNICIacutePIO DE

VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO PE BRASILrdquo como voluntaacuterio (a) Fui devidamente

informado (a) e esclarecido(a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa os procedimentos

nela envolvidos assim como os possiacuteveis riscos e benefiacutecios decorrentes de minha

participaccedilatildeo Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento

sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupccedilatildeo de meu

acompanhamentoassistecircnciatratamento

Vitoacuteria de Santo Antatildeo _____ de ________ 20____

____________________________________________________

Assinatura do Participante

Presenciamos a solicitaccedilatildeo de consentimento esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar 02 testemunhas (natildeo ligadas agrave equipe de pesquisadores)

___________________

Testemunha

___________________

Testemunha

55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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55

APEcircNDICE B ndash Questionaacuterio da crianccedila

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADEcircMICO DE VITOacuteRIA

CURSO DE NUTRICcedilAtildeO

AVALIACcedilAtildeO DAS CONDICcedilOtildeES DE SAUacuteDE E NUTRICcedilAtildeO DAS CRIANCcedilAS ATENDIDAS NAS UNIDADES DE SAUacuteDE

NO MUNICIacutePIO DE VITOacuteRIA DE SANTO ANTAtildeO

Questionaacuterio da crianccedila

Unidade de Sauacutede

Nuacutemero do questionaacuterio QUEST _ _ _

Data da entrevista _____________ DENT _ __ _ _ _ _ _

Nome do entrevistador

Nome do ACS

Crianccedila

Identificaccedilatildeo

1 Qual o nome da crianccedila

2 Sexo 1 [ ] Feminino

2 [ ] Masculino

SEXO ____

3 Nome completo da matildee

4 Qual a idade da crianccedila IDADE ____

5 Data de Nascimento da crianccedila _____________ DNASC ______ ____

6 Qual o seu Endereccedilo residencial _________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

7 Telefone para contato ( ) ______-______

8 Qual a Unidade de Sauacutede que vocecirc eacute atendido

1 [ ] Bela Vista I 2 [ ] Bela Vista II 3[ ] Maacuterio Bezerra

4 [ ] Loteamento Conceiccedilatildeo 5 [ ] Redenccedilatildeo 6[ ] Liacutedia Queiroz

7 [ ] Amparo 8 [ ] Dr Alvinho 9 [ ] Jardim Ipiranga

10 [ ] Maueacutes 11 [ ] Matadouro 12 [ ] Cajueiro

13 [ ]Aacutegua Branca 14 [ ] Santana 15 [ ] Maranhatildeo

BAIRRO ____

56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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56

16 [ ] Lagoa Redonda 17 [ ] Alto Joseacute Leal 18 [ ] Natuba

19 [ ] Caiccedilara 20[ ] Pirituba I 21[ ] Pirituba II

22[ ] Ladeira de Pedra 23[ ] Serra Grande 24[ ] Galileacuteia

25[ ] Pau Santo 26[ ] Oiteiro 27[ ] Cidade de Deus

9 Quantos irmatildeos a crianccedila possui 1 [ ] nenhum 6 [ ] 5

2 [ ] 1 7 [ ] 6

3 [ ] 2 8 [ ] 7

4 [ ] 3 9 [ ] 8

5 [ ] 4 10 [ ] gt 8

QIRM ____

10 Vocecirc recebe a visita do ACS 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VACS ____

11 Com qual frequecircncia 1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

3 [ ] Mensalmente

4 [ ] Anualmente

12 Quanto tempo vocecirc demora da

sua casa ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Menos que 30 minutos

2 [ ] De 30 minutos agrave 1 hora

3 [ ] Mais que 1 hora

13 Qual o principal meio de

transporte que vocecirc mais utiliza para

chegar ateacute a unidade de sauacutede

1 [ ] Carro proacuteprio

2 [ ] Taacutexi

3 [ ] Andando

4 [ ] Bicicleta

5 [ ] Moto

6 [ ] Ocircnibus

7 [ ] Outro Qual __________________________

PMTUL ____

Situaccedilatildeo Soacutecio-Econocircmica e Habitaccedilatildeo

14 Sua residecircncia eacute 1[ ] Proacutepria

2[ ] Alugada

3[ ] Cedida

4[ ] Outra Qual ___________________________

MORAD ____

15 Mora com quem 1[ ] Sozinha

2[ ] Com o companheiro sem filhos

MRQ_____

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

57

3[ ] Com o companheiro com filhos

4[ ] Com o companheiro e familiares

5[ ] Com familiares

6[ ] Outro Qual ___________________________

16 Quantas pessoas moram em sua

residecircncia (contando com vocecirc)

1[ ] ateacute 3 pessoas

2[ ] 4 a 6 pessoas

3[ ] 7 ou mais pessoas

NPR_____

17 De que eacute feita a casa onde vocecirc

mora

1[ ] Alvenaria

2[ ] Madeira

3[ ] Taipa

4[ ] Outra Qual___________________________

TPHAB ____

18 Quantos cocircmodos tecircm na casa 1[ ] 1

2[ ] 2

3[ ] 3

4[ ] 4 ou mais

NCC_____

19 Sua casa tem aacutegua encanada 1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

SANBAS ____

20 Como eacute feito o abastecimento de

aacutegua

1[ ] Carro Pipa

2[ ] Rede geral (Compesa)

3[ ] Poccedilos

4[ ] Captaccedilatildeo da aacutegua de chuva

5[ ] Accedilude

6[ ] Outro Qual___________________________

ABASTAG ____

21 Qual o destino dos dejetos (fezes

e urina)

1[ ] Fossa

2[ ] Ceacuteu aberto

3[ ] Rede de esgoto

4[ ] OutroQual___________________________

DESTDJT ____

22 Vocecirc trata a aacutegua que vocecirc

bebe

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

TAB_____

23 SE AGUA Eacute TRATADA Qual o

tratamento utilizado

1[ ] Fervura

2[ ] Cloraccedilatildeo

3[ ] Filtraccedilatildeo

TUPTA_____

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

58

4[ ] Mineral

5[ ] Outro Qual __________________________

24 Qual o destino do seu lixo 1[ ] Coletado

2[ ] Queimado

3[ ] Ceacuteu aberto

4[ ] Enterrado

5[ ] Outro Qual___________________________

DLIXO_____

25 Qual a renda familiar da sua

casa

1[ ] Inferior a 1 salaacuterio miacutenimo

2[ ] 1 salaacuterio miacutenimo

3[ ] Ateacute 2 salaacuterios miacutenimos

4[ ] Acima de 2 salaacuterios miacutenimos

RENDF_____

26 Recebe algum benefiacutecio do

governo

1[ ] Sim

2[ ] Natildeo

Qual ____________________________________

BENF_____

Antropometria e Exames

27 A crianccedila tem registro de

nascimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CPRN_____

28 Possui a caderneta da crianccedila 1 [ ] Sim trouxe

2 [ ] Sim Natildeo trouxe

3 [ ] Natildeo

PCC_____

29 No cartatildeo tem registro de

crescimento e desenvolvimento

1 [ ] Sim completo

2 [ ] Sim incompleto

3 [ ] Natildeo

RCDCC_____

30 A crianccedila nasceu prematura 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

31 Se sim qual a idade gestacional

de nascimento (semanas)

_________________________________________

________________________________________

32 Peso ao nascer PN_____

33 Comprimento ao nascer EN_____

34 Periacutemetro cefaacutelico ao nascer PCN_____

35 Peso atual P1 P2 M

PATUAL_____

36 Comprimento A1 A2 M

CATUAL_____

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

59

37 Periacutemetro cefaacutelico atual PCATUAL_____

38 Periacutemetro toraacutecico atual PTATUAL_____

39 A crianccedila recebeu visita

domiciliar na 1ordf semana de algum

profissional de sauacutede

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAPS_____

40 Qual profissional

Meacutedico 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VMED_____

Enfermeiro 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VENF_____

Fonoaudioacutelogo 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VFON_____

Nutricionista 1 [ ] Sim 2 [ ] Natildeo VNUT_____

Outro Qual_______________________________

41 Qual o motivo da ida agrave unidade 1 [ ] Vacinaccedilatildeo

2 [ ] Rotina

3 [ ] Retornodoenccedila

4 [ ] Outro Qual___________________________

MIU_____

42 A crianccedila realizou o teste do

pezinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTP_____

43 A crianccedila realizou o teste da

orelhinha

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOR_____

44 A crianccedila realizou o teste do

olhinho

1 [ ] Sim rede particular

2 [ ] Sim rede puacuteblica

3 [ ] Natildeo

RTOL_____

45 A crianccedila foi vacinada ao nascer 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

VAON_____

46 Quais as vacinas a crianccedila tomou

ao nascer

1 [ ] BCG

2 [ ] Hepatite B

3 [ ] BCG e Hepatite B

4 [ ] Natildeo sabe informar

QVAC_____

47 A crianccedila tomoutoma vitamina

A (VER NO CARTAtildeO)

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TVITA_____

60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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60

48 SE TOMOU Quantas doses 1 [ ] Uma

2 [ ] Duas

3 [ ] Trecircs

4 [ ] Quatro

49 A crianccedila TOMA sulfato ferroso 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

TSULFFER_____

50 SE TOMOU TOMA Qual o

esquema de suplementaccedilatildeo

1 [ ] Diariamente

2 [ ] Semanalmente

51 A crianccedila mama 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

CMAMA_____

52 SE NAtildeO MAMA A crianccedila

mamou

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo (NUNCA)

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (QUANDO A CRIANCcedilA AINDA

MAMA)

4 [ ] Natildeo sabe

CMAMOU_____

53 Mamou ateacute que idade (MESES) ________________________ MAMOUI_____

54 SE NAtildeO MAMA MAS MAMOU

Porque deixou de mamar

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

9 [ ]Outro Qual____________________________

PQDM_____

55 SE NUNCA MAMAOU Porque

nunca mamou

1 [ ] Leite insuficiente

2 [ ] Crianccedila natildeo queria

3 [ ] Matildee natildeo queria

4 [ ] Crianccedila doente

5 [ ] Matildee doente

6 [ ] Matildee trabalhavaestudava

7 [ ] Problema no seio

8 [ ] Natildeo se aplica

PNM_____

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO · universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de vitÓria curso de graduaÇÃo em nutriÇÃo alexsandra laÍs de luna sobral alimentaÇÃo

61

9 [ ] Outro Qual___________________________

56 SE NUNCA MAMOU qual o leite

ofereceu como ldquosubstitutordquo do Leite

Materno

1 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

2 [ ] Leite de vaca em poacute integral

3 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

4 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

5 [ ] Leite de cabra

6 [ ] Leite de soja

7 [ ] Natildeo se aplica

8 [ ] Natildeo sabe

9 [ ] Outro________________________________

SLM_____

57 SE NUNCA MAMOU Como

preparava o leite da crianccedila com

mais frequecircncia

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

58 ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA ofereceu outro tipo de

alimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

3 [ ] NAtildeO SE APLICA (NUNCA MAMOU)

4 [ ] Natildeo sabe

OAL_____

59 Se sim ENQUANTO MAMA OU

MAMAVA qual alimento recebeu

Aacutegua 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

AG_____

Chaacute 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

CHA_____

Suco 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Natildeo

SUCO_____

Outro leite 1[ ] Sim QUAL

2 [ ] Leite em poacute modificado (foacutermulas)

3 [ ] Leite de vaca em poacute integral

4 [ ] Leite de vaca natildeo pasteurizado (natural)

5 [ ] Leite de vaca liacutequido integral

6 [ ] Leite de cabra

7 [ ] Leite de soja

8 [ ] Natildeo

OLEIT_____

62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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62

9[ ] natildeo sabe informar

COMO PREPARA OU PREPARAVA O LEITE

1 [ ] Apenas leite

2 [ ] Leite com accediluacutecar

3 [ ] Leite com farinaacuteceos

4 [ ] Leite com accediluacutecar e farinaacuteceos

Mingau 1[ ] Sim

2 [ ] Natildeo

MING_____

60 A crianccedila faz uso da

multimistura

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMULTM_____

61 APENAS PARA AQUELAS QUE

OFERECEM OUTROS LIacuteQUIDOS Faz

uso de mamadeira

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

UMAMAD_____

62 CASO USE MAMADEIRA

Quantas mamadeiras crianccedila

consome diariamente

1 [ ] 1

2 [ ] 2

3 [ ] 3

4 [ ] gt3

NMAMAD_____

63 Usa chupeta 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo nunca usou

3 [ ] Natildeo jaacute usou

UCHUP_____

64 Ocorrecircncia de doenccedilas 1 [ ] Infecccedilotildees respiratoacuteria

2 [ ] Diarreia

3 [ ] Dor de ouvido

4 [ ] Vocircmito

5 [ ] Gripe

6 [ ] Outra Qual __________________________

OCDOEN_____

VERIFICAR NA CADERNETA DA CRIANCcedilA

65 Peso atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

66 Comprimento atual no graacutefico 1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

67 Quantos pontos de peso

marcados no graacutefico

1[ ] um ponto

2[ ] dois pontos

63

3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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3[ ] de trecircs a cinco pontos

4[ ] apenas o peso ao nascer

5[ ] nenhum ponto

68 A curva foi traccedilado nos graacuteficos 1 [ ] Sim em qual graacutefico

2 [ ] Natildeo

69 Qual a posiccedilatildeo da curva 1[ ] ascendente

2[ ] horizontal

3[ ] descendente

4[ ] natildeo se aplica

70 Recebeu orientaccedilatildeo sobre o peso

da crianccedila

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

71 Tem registro de

desenvolvimento

1 [ ] Sim

2 [ ] Natildeo

64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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64

APEcircNDICE C ndash Recordatoacuterio de 24h

65

ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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ANEXO

ANEXO A ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninos menores de 5 anos

66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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66

ANEXO B ndash Curva de crescimento de pesoidade de meninas menores de 5 anos

67

ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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ANEXO C ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninos menores de 5 anos

68

ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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ANEXO D ndash Curva de crescimento de comprimentoidade de meninas menores de 5 anos

69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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69

ANEXO E ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninos menores de 2 anos

70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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70

ANEXO F ndash Curva de crescimento de pesocomprimento de meninas menores de 2 anos

71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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71

ANEXO G ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninos menores de 5 anos

72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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72

ANEXO H ndash Curva de crescimento de IMCidade de meninas menores de 5 anos

73

ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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ANEXO I ndash Carta de anuecircncia

74

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP

75

ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE
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ANEXO J - Parecer Consubstanciado do CEP Continuaccedilatildeo

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 2 OBJETIVOS
    • 21 Objetivo Geral
    • 22 Objetivos Especiacuteficos
      • 3 JUSTIFICATIVA
      • 4 REVISAtildeO DA LITERATURA
        • 41 Aleitamento materno importacircncia nutricional e situaccedilatildeo atual
        • 42 Alimentaccedilatildeo complementar caracteriacutesticas e recomendaccedilotildees
        • 43 Importacircncia do aleitamento materno e alimentaccedilatildeo complementar para o crescimento e desenvolvimento infantil
        • 44 Avaliaccedilatildeo nutricional em crianccedilas menores de 2 anos
          • 5 METODOLOGIA
          • 6 RESULTADOS
          • 7 DISCUSSAtildeO
          • 8 CONCLUSOtildeES
          • APEcircNDICE